Cerimónia Pública de atribuição dos Galardões
BARREIRO RECONHECIDO 28 de junho de 2018
BARREIRO 28 JUNHO 2018 34 anos de Cidade
CULTURA, DESPORTO, EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS
Cerimónia Pública de atribuição dos Galardões
BARREIRO RECONHECIDO 28 de junho de 2018
David Sobral Nasceu no Barreiro, a 11 de fevereiro de 1986.
É um Astrofísico português na área da Astrofísica Extragalática e cosmologia observacional e Professor Associado (Reader) de Astrofísica na Universidade de Lancaster, no Reino Unido. Em termos de percurso escolar, fez o ensino secundário em Santo André e Alfredo da Silva, com uma média final de 20 valores, tendo participado no Concurso Jovens Cientistas e Investigadores em 2003/2004 e representado Portugal na final, realizada em Dublin, em 2004. Licenciou-se em Física, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em 2007, e fez o doutoramento em Astrofísica, na Universidade de Edimburgo, com uma bolsa internacional de doutoramento, da Fundação para a Ciência e Tecnologia. A sua tese foi distinguida pela Royal Astronomical Society como a segunda melhor do Reino Unido em Astronomia/Astrofísica, em 2011. No mesmo ano, foi-lhe oferecida uma importante NOVA fellowship no Observatório de Leiden na Holanda, seguida de um financiamento “Veni” para os melhores cientistas juniores a trabalhar na Holanda. De 2014 a 2016, foi investigador auxiliar e professor no Observatório Astronómico de Lisboa/FCUL, e, em 2016, mudou-se para Lancaster, Reino Unido, como professor auxiliar (Lecturer). De 2014 a 2017, foi o representante de Portugal no comité de Utilizadores do Observatório Europeu do Sul (ESO) e é membro da direção da Sociedade Portuguesa de Astronomia desde 2015. Neste momento, lidera um grupo de cinco estudantes de doutoramento e quatro de mestrado e colabora com investigadores de países de todo o Mundo. A sua investigação foca-se em compreender como é que galáxias como a nossa própria Via Láctea se formaram e evoluíram ao longo dos últimos 13 mil milhões de anos. Das suas descobertas destacam-se a quantificação do declínio do “PIB cósmico”, mostrando que o Universo está em crise há 11 mil milhões de anos, a compreensão do papel do “ambiente” (fatores externos) e da “genética” (fatores internos) na formação e evolução de galáxias, incluindo o papel da rede cósmica e de gigantes tsunamis cósmicos. Em 2015, liderou a descoberta da galáxia mais brilhante no Universo primordial, a COSMOS Redshift 7 (CR7) e, desde então, descobriu centenas a milhares de novas galáxias semelhantes utilizando os maiores telescópios como verdadeiras máquinas do tempo. Recentemente estas técnicas permitiram obter o maior mapa em 3D de galáxias distantes, resultando na descoberta de 4000 mil novas galáxias distantes.
Venceu vários prémios nacionais e internacionais, incluindo um financiamento “VENI” de 250 000 Euros na Holanda, um contrato investigador FCT na sua primeira edição de 2012/2013, o Prémio “Novos” 2016 em Ciência e o Prémio “Rosto do ano 2015”. Para além da Ciência, sempre se interessou pela escrita/literatura e pela simplificação das mais variadas ideias. A divulgação científica é outra das atividades a que se dedica desde 2002, quando começou a escrever semanalmente para um jornal regional no Barreiro, e quando depois se tornou presidente da Associação Juvenil de Ciência e organizou vários encontros. Desde então, participou em mais de 100 palestras, debates e workshops de divulgação científica, um pouco por todo o País, mas também na Holanda, Reino Unido e Estados Unidos. Gosta de mostrar que, com trabalho e motivação, nada é impossível, e de explorar caminhos opostos aos que a maioria segue. Pelo seu percurso profissional, que dignifica o Concelho do Barreiro e o País, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir o Galardão Barreiro Reconhecido 2018 na área Cultura, Desporto, Educação e Ciência a David Sobral.
ASSOCIATIVISMO, INTERVENÇÃO SOCIAL E MULTICULTURALIDADE
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BARREIRO RECONHECIDO 28 de junho de 2018
Álvaro Rosa Marques Nasceu em Lisboa, a 19 de julho de 1941, tendo sido o Barreiro a sua terra desde sempre. Fez a instrução primária na Escola Conde Ferreira e o Curso Industrial na Alfredo da Silva. Com 14 anos começou a trabalhar na Oficina do Cabrita, onde aprendeu o ofício de torneiro mecânico, enquanto ainda estudava à noite. Cumpriu o serviço militar e esteve na guerra do ultramar em Moçambique. Trabalhou em Lisboa, emigrou para Espanha e, quando regressou ao Barreiro, em 1978, trabalhou 20 anos na empresa de aprestos navais de António Germino. Desde cedo se dedicou à vida associativa, tendo colaborado com o Clube Naval, Dadores de Sangue, Futebol Clube Barreirense, Cineclube, Cooperativa Popular Barreirense, Luso Futebol Clube, Grupo Desportivo do Barreiro, entre outros. É membro da Banda Municipal do Barreiro e portaestandarte há 30 anos. Desde a sua fundação, colabora também com a Associação Frater, tendo sido agraciado em 2017 com o Prémio Francisco. Mas foi na Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense "Os Penincheiros" que se afirmou, de alma e coração, no associativismo. Nesta sua segunda casa, aprendeu, conviveu, criou laços para a vida. Participou em peças de teatro, em revistas carnavalescas, colaborou na realização de espetáculos culturais e atividades recreativas. Dedicou-se inteiramente aos Penicheiros. Pertenceu também à equipa do atletismo, sendo que ainda hoje corre pela coletividade. Participou em diversas provas, nomeadamente nos distritos de Setúbal e Lisboa, e nos Circuitos de Atletismo no Barreiro. Em termos de atividade desportiva, participa atualmente nos passeios de bicicleta promovidos no Concelho do Barreiro e pratica natação. A par da vida associativa, é militante do Partido Comunista Português desde há 40 anos, tendo participado sempre na construção da Festa do Avante e colaborado em diversas iniciativas. Sempre disponível e em plena forma física, Álvaro Rosa Marques continua a percorrer, na sua bicicleta, as ruas do Barreiro, trabalhando para a sua coletividade e apoiando quem o solicita. Orgulha-se de, ao longo dos anos, ter feito imensas amizades no associativismo e no desporto. Orgulha-se de ser um Camarro, um barreirense de gema, que, pelo Barreiro, tem feito tudo o que pode. E garante que irá continuar a fazer. Pela entrega abnegada à vida associativa no Concelho, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a Álvaro Rosa Marques, o Galardão Barreiro Reconhecido 2018 na área Associativismo, Intervenção Social e Multiculturalidade.
LUTA PELA LIBERDADE, DEMOCRACIA E CIDADANIA (Título Póstumo)
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BARREIRO RECONHECIDO 28 de junho de 2018
António Cabós Gonçalves “Nasci no estabelecimento da Oliva, ao qual estava agregada uma habitação onde os meus pais moravam, com índices de qualidade de vida aceitáveis já que, entre outras coisas, da casa ao trabalho se demorava apenas alguns segundos…”, escreveu António Cabós Gonçalves, num depoimento publicado no livro “Rua do Ácido Sulfúrico; Patrões e Operários: um olhar sobre a CUF do Barreiro”, da autoria do investigador barreirense Jorge Morais 1 (Editorial Bizâncio, Lisboa 2008). Cabós Gonçalves, ou, simplesmente, Cabós, como tão bem era conhecido, nasceu a 20 de fevereiro de 1955, na Rua Miguel Bombarda, no atual nº 10b. Ou seja, barreirense “de gema”. Nado e criado no Barreiro. O estabelecimento da Oliva, negócio de família, foi, durante muitos anos, uma marca incontornável da “paisagem” da cidade. Fez o ensino primário no Barreiro e, por inexistência de alternativa à época, frequentou o Liceu de Setúbal e a D. João de Castro, em Lisboa. O último ano antes da faculdade ainda foi feito no Liceu do Barreiro, tendo, depois, seguido para a Faculdade de Direito, de Lisboa. Solicitador de profissão, foi Presidente da Delegação do Círculo do Barreiro da Câmara dos Solicitadores. Antes, havia sido professor: de francês, na Telescola, e de Português, do Ensino Secundário, em Alcochete. O “bichinho” do ativismo cívico acompanhou-o vida fora. Cedo, seguiu a Associação Académica do Barreiro, criada em finais dos anos 50 e formada por estudantes do ensino superior, ainda não era universitário. Ao longo da vida, participou em inúmeros grupos de debate, como “Caldeirada de Palavras”, “ABRIL – Ajuntamento Barreirense de Reflexão e Intervenção Local”, ou no evento anual, promovido pela CMB, dirigido às escolas do 1º ciclo, “Contar Histórias (vividas) sobre o 25 de Abril”. Ficam, também, na memória as “noites no escritório” – de discussão e tertúlia. Foi fundador do Partido Socialista (PS) no Barreiro. Trabalhou no jornal do Partido, tendo sido interventivo a todos os níveis, até à esfera nacional. Integrou a Comissão de Jurisdição do PS. Teve momentos de maior e menor entusiasmo político. Foi um ativo opositor ao vislumbre da coincineração de resíduos no Concelho. É-lhe célebre a frase: “O Barreiro não se pisa! As pessoas primeiro, Dª. Elisa!", fazendo alusão à Ministra titular da “pasta” à época. Foi, também, deputado municipal. A sua ação passou pelo associativismo, tendo sido Presidente da Direção do Clube 22 de Novembro. São-lhe conhecidas frases tão emblemáticas como: “Sou do Barreiro e estou cá para o Barreiro, e do Barreiro não quero nada mas quero dar ao 2 Barreiro aquilo que puder” ; “Costumo dizer que o Barreiro está para Portugal, como Portugal está para o mundo. Portugal é um país pequeno, todavia deu muitos frutos ao mundo (…).” 3; “Nasci para resolver problemas” e, sobre estes, considera-os “coisas que esperam uma solução” 4.
Ser barreirense era, para si, uma imagem de marca – conferia-lhe um “selo de qualidade”. A sua grande ideologia “era ser livre”. “Amava a liberdade”. “As minhas amarras tenho que ser eu a escolhê-las”. “Viveu como quis”, lembra a companheira, Lina Oliveira. Regozijava-se com conquistas coletivas, sempre disponível para contribuir para o “seu” “adorado” Barreiro. Irreverente, inquieto são dois adjetivos que poderiam qualificar a sua personalidade recentemente desaparecida. Em 2007, foi “Rosto do Ano” – Cidadania, distinção que reconhece “personalidades da vida local, entidades e instituições que pela sua acção deram um contributo para a valorização da vida no concelho do Barreiro, ou que, pelas suas actividades contribuíram para dignificar a cidade e o concelho.” 5 Pelo seu amor ao Barreiro, ativismo cívico, irreverência, inquietude, contributo, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a António Cabós Gonçalves, a título póstumo, o Galardão Barreiro Reconhecido 2018, na área da “Luta pela Liberdade, Democracia e Cidadania”. 1 Fonte: MORAIS, Jorge, “Rua do Ácido Sulfúrico; Patrões e Operários: um olhar sobre a CUF do Barreiro” (Editorial Bizâncio, Lisboa 2008). 2, 3, 4 Fonte: http://www.rostos.pt/inicio2.asp?mostra=2&cronica=180013 5 Fonte: http://www.rostos.pt/inicio2.asp?mostra=2&cronica=11430
Agradecimentos/Créditos/Fontes: Arquivo RTP Artbarreiro.com MORAIS, Jorge, “Rua do Ácido Sulfúrico; Patrões e Operários: um olhar sobre a CUF do Barreiro” (Editorial Bizâncio, Lisboa 2008) Ignite Portugal (Canal Youtube) Jornal Rostos – Versão Online Lina Oliveira – Cedência de Fotografias Luís Ferreira da Luz (Canal Youtube)“Perspectiva” - Banda de rock barreirense dos anos 70
TRABALHO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
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BARREIRO RECONHECIDO 28 de junho de 2018
Farmácia Normal De portas abertas desde 1958, a Farmácia Normal, localizada no centro da cidade do Barreiro, comemora, este ano, o seu 60º aniversário. Graciano Marques e Iolanda Xavier compram a farmácia “Cortesão”, e dãolhe o nome de “Normal”. A equipa era pequena. Iolanda e mais dois colaboradores. Ao longo dos anos, a empresa desenvolveu-se e, em 1982, a liderança é passada para a filha, Manuela Alves. A inovação tem sido uma constante. Em 1985, foi uma das primeiras farmácias a informatizar-se. Em 2007, as suas instalações foram ampliadas e foi pioneira na colocação do robot e o cashlogy (máquina de dinheiro). Foi, igualmente, implementado o método Kaizen (processo de melhoria contínua), que visa uma melhor organização do espaço e dos procedimentos. De dez em dez anos, é feita uma remodelação das instalações, tendo sido a última em 2017. O crescimento da empresa tem sido possível graças à sua equipa constituída por 10 colaboradores, sendo na sua maioria farmacêuticos. A Farmácia tem apostado na formação dos seus colaboradores e de novos profissionais: estagiários. Para manter a equipa unida e motivada é realizado, todos os anos, um passeio, durante um fim de semana, em ambiente familiar e de convívio. Com uma liderança justa e assente no espírito de amizade e de equilíbrio é superada a crise económica, numa altura em que cerca de 600 farmácias do País entram em insolvência. Os utentes são o foco e a prioridade do trabalho. É a pensar neles que ao longo do ano, são dinamizadas atividades para a saúde e bem-estar, tais como caminhadas, passeios, visitas a museus, entre outras. Tem, igualmente, disponíveis diversificados serviços, tais como, a avaliação da tensão arterial, glicémia, colesterol; o tratamento do pé do diabético, as consultas de nutrição, o acompanhamento terapêutico, entre outros. Na sua página de Facebook são publicadas algumas informações sobre saúde e divulgadas campanhas e atividades. São, igualmente, realizadas vendas online. Esta empresa familiar une três gerações de farmacêuticas. A filha de Manuela, Teresa, é já colaboradora e pretende dar seguimento ao trabalho de qualidade iniciado pela sua avó. Pelo empreendedorismo e pelo profissionalismo da sua equipa, ao longo de seis décadas ao serviço da comunidade barreirense, a Câmara Municipal do Barreiro atribui à Farmácia Normal o Galardão “Barreiro Reconhecido 2018”, na Área do Trabalho e Desenvolvimento Económico.
MEDALHA DE BONS SERVIÇOS E DEDICAÇÃO 40 ANOS
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BARREIRO RECONHECIDO 28 de junho de 2018
Oficial Bombeiro Superior Domingos José Avoila Coelho Domingos José Avoila Coelho ingressa nos Bombeiros Voluntários do Barreiro “Corpo Salvação Pública” em 1977, como Aspirante. No ano seguinte, é promovido a Bombeiro de 3º classe e cinco anos depois alcança a categoria de Bombeiro de 2º classe. Mais tarde, em 1985, é promovido a Bombeiro de 1º Classe. O posto de Subchefe é alcançado em 1997 e dois anos depois é promovido a Chefe de Secção. No ano 2000, assume funções de Adjunto de Comando, dois anos depois dá início à comissão de serviço como 2º Comandante. Em 2004, inicia a comissão como Comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários do Barreiro C.S.P., que termina em 2009, ano em que é promovido a Oficial Bombeiro Superior, sua categoria atual. Ao longo da sua carreira recebe inúmeras distinções pelo serviço prestado. Dois louvores pela participação no incêndio da Baixa Pombalina, em 1988, e nos incêndios de Sintra, em 1995. É honrado com as Medalhas de Ouro, Prata e Cobre atribuídas pela Liga de Bombeiros Portugueses e com as Medalhas de Prata e Bronze conferidas pela Câmara Municipal do Barreiro. Recebe a Medalha de Mérito da Associação de Bombeiros Voluntários do Barreiro C.S.P. A Liga dos Bombeiros Portugueses atribui-lhe as Medalhas de Ouro e de Ouro 20 anos e o Crachá de Ouro. Possui centenas de horas de formação técnica especializada nos cursos: Laboratório Móvel do Fogo; Combate a Incêndios Florestais para Equipas de 1º Intervenção; Salvamento e Desencarceramento; Prevenção e Técnicas de Luta contra Fogos de Gás e Suporte Básico de Vida, entre muitos outros. A Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de condecorar Domingos José Avoila Coelho, com a Medalha de Bons Serviços e Dedicação – 40 anos.
Adjunto de Comando Quadro Honra Jorge da Palma Pires Jorge da Palma Pires ingressa nos Bombeiros Voluntários do Barreiro “Corpo Salvação Pública” em 1964, como Avisador. Três anos depois, passa à categoria de Cadete e em 1971 a Aspirante. No ano seguinte, é promovido ao posto de Bombeiro de 3º classe e quatro anos depois a Bombeiro de 2º Classe. Em 1978, é promovido a Bombeiro de 1º Classe e em 1982 a Subchefe. O início da Comissão de Serviço de Adjunto de Comando é em 1983. De 1996 a 1998, assume funções de Comandante em regime de substituição. O ano 2000, é marcado pela sua passagem ao Quadro de Honra. Ao longo da sua carreira recebe inúmeras condecorações pelo serviço prestado. É honrado com as Medalhas de Prata e Cobre da C.M. Barreiro, com as Medalha de Ouro e de Ouro 30 anos, da Liga de Bombeiros Portugueses, com as Medalhas de Serviços distintos de duas Estrelas e de Mérito atribuídas pela Associação de Bombeiros Voluntários do Barreiro C.S.P. Recebe um louvor pela participação no incêndio da Baixa Pombalina, em 1988. É condecorado com o Crachá de Ouro da Liga de Bombeiros Portugueses. A Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de condecorar Jorge da Palma Pires, com a Medalha de Bons Serviços e Dedicação – 40 anos.
BARREIRO 28 JUNHO 2018 34 anos de Cidade