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Luciene Carvalho

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Anna Maria Ribeiro

Anna Maria Ribeiro

I No tacho Grande, enorme Ferve O caldo da cana A pele da negra Mexe a pá Absorve O fogo suor O calor A vida consome No doce Melado

Luciene Carvalho

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A escritora é corumbaense, vive em Cuiabá, no Estado de Mato Grosso/BRASIL - desde 1974 - tendo já recebido o título de cidadã cuiabana. É membro da Academia Mato-Grossense de Letras/AML. Entre as

MELADO

obras poéticas publicadas, citamos: Aquelarre (2007); Insânia (2009); Ladra de Flores (2012) e Dona (2018).

O roubo foi consumado Ouro, dinheiro Do que foi roubado A mente separa: Pro guri: um calçado Pra mulher: roupa cara, um salto Pra comida Pra ele: uma coisa De alegrar a vida... Nem viu viatura 6 tiros Tá cravada a criatura No asfalto O sangue Coroa e cabeça morta Melado III

II

Ela é linda De quatro De uma cor Que ainda chamam mulata Mexe a anca De um jeito de lado O freguês Geme Arremete Uma e outra vez A nuca da fêmea descansa Garantiu o aluguel Até ontem Ela era criança... O sêmen Desenha lagos no lombo Consumado E pago Melado

MELADO

I

No tacho Grande, enorme Ferve O caldo da cana A pele da negra Mexe a pá Absorve O fogo suor O calor A vida consome No doce Melado II

O roubo foi consumado Ouro, dinheiro Do que foi roubado A mente separa: Pro guri: um calçado Pra mulher: roupa cara, um salto Pra comida Pra ele: uma coisa De alegrar a vida... Nem viu viatura 6 tiros Tá cravada a criatura No asfalto O sangue Coroa e cabeça morta Melado III

Ela é linda De quatro De uma cor Que ainda chamam mulata Mexe a anca De um jeito de lado O freguês Geme Arremete Uma e outra vez A nuca da fêmea descansa Garantiu o aluguel Até ontem Ela era criança... O sêmen Desenha lagos no lombo Consumado E pago Melado

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