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DESIGN
ESSE É O ESPAÇO DE VALORIZAÇÃO DO TRAÇO AUTORAL DETERMINANTE PARA A CRIAÇÃO DE PRODUTOS AUTÊNTICOS E REPLETOS DE SIGNIFICADOS. REUNIMOS NESSA EDIÇÃO PEÇAS DE DESIGNERS TALENTOSOS DO BRASIL. NESSA EDIÇÃO UM ESPECIAL FEITO À MÃO.
A relação de Derlon Almeida de Lima com as artes é diretamente ligada à imagem gráfica. Nascido em Recife, o artista vive e trabalha em São Paulo. Apaixonado pela estética da xilogravura popular e investindo na expressividade de traços simples e reduzidos, cria obras que valorizam a interação com o público em trabalhos predominantemente monocromáticos.
O interesse por desenho desde muito cedo direcionou para uma adolescência atraído pela arte urbana, em especial pelo graffiti. Nesse período, além de fazer intervenções em muros e paredes nas ruas, também é influenciado pela simplicidade impactante das imagens da xilogravura e frequentou cursos em que aprendeu técnicas de gravura. As pinturas do Derlon são propositalmente simples e expressivas. Na maioria das obras, usa a cor preta sobre fundo branco.
A definição estética do artista é reduzir traços e acentuar o poder comunicativo para criar as obras. O objetivo é manter o peso visual, da forma mais simples possível, efeito que se obtém pela transposição da estética da xilogravura para o conceito gráfico e minimalista sobre novos suportes.
Seguindo a tradição da mãe e avó, Maria do Carmo, a mestre artesã Neguinha começou a mexer com o barro quando tinha 7 anos, fazendo pequenas peças que serviam para as brincadeiras. Nascida em Belo Jardim, no agreste pernambucano, aos 10 anos já já fazia panelas de barro que quase não traziam retorno. “Eu vendia cem panelas por cerca de R$ 40,00 e foi assim durante muitos anos, mesmo depois de casada”.
As mudanças começaram a ocorrer, depois de conhecerem a artista plástica Ana Veloso, que na época coordenava o projeto Estado de Arte, da Secretaria de Cultura de Belo Jardim, que tinha como foco revitalizar a produção artesanal do município e estimular a potencialidade dos artesãos do local. As novas criações com tamanduás, sereias e santos começaram a fazer sucesso, até que as famosas cabeças - hoje reconhecidas no mundo todo - se transformaram numa marca registrada, trazendo em 2011 o título de Mestre Artesão pelo Estado de Pernambuco. Há cerca de quatro anos, o marido de Neguinha, precisou pedir demissão para auxiliar a esposa na produção que não para de crescer.
A Juliana é paulistana com pai baiano e mãe mineira. Cresceu vendo os pais trabalharem nos pequenos negócios e sabia que um dia esse também seria o seu destino. Formada atriz, desistiu da carreira e passou um tempo em busca de empregos que dessem maior segurança financeira. Uma viagem para a Europa mudou de vez os rumos. Chegar perto do túmulo do pintor italiano Amedeo Modigliani e ler “seu real dever é salvar o seu sonho” despertou uma grande emoção. Interpretou aquele momento como um recado e a partir daquele dia, em outubro de 2012, decidiu que nada faria desistir do sonhos. Em novembro de 2012, nasceu o Ateliê Ju Amora e de lá pra cá foram mais de 7 mil banquetas pintadas à mão.
Desde março de 2023 apresenta as coleções Cores e Mãos do Cerrado e Cores e Mãos do Sertão em parceria com a Paiol, loja de arte popular e artesanato de tradição. A primeira, mistura a tradicional técnica artesanal em cerâmica do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, com pinturas autorais da artista paulistana. Já a segunda apresenta mesas e bancos produzidos em Alagoas com pinturas que fazem referência à estética da Ilha do Ferro. “As ceramistas do Jequitinhonha já costumam extrair e produzir diferentes tipos de pigmentos a partir do barro. Essas cores serviram de base para receber as minhas ilustrações em nanquim com motivos botânicos retratando a estética do cerrado”, afirma a artista Ju Amora, que trabalha pela primeira vez com artesãs da região.