A tolice de olhar para trás ao fugir de sodoma (partes 1 e 2) jonathan edwards

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Tolice de Olhar Para Trás ao Fugir de Sodoma

“Lembrai-vos da mulher de Ló.” – Lucas 17:32 –


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Algumas Citações destes Sermões

“Se for investigado o porquê do conselho de Cristo ao Seu povo, para que fuja de Jerusalém com tão urgente pressa, ao primeiro sinal de sua iminente destruição, respondo: parece que fugir de Jerusalém era um tipo da fuga do estado de pecado. Escapar desta cidade incrédula tipificava uma fuga do estado de incredulidade. Portanto, os discípulos foram orientados a fugir sem retornar para pegar quaisquer coisas de suas casas, querendo dizer com qual pressa e cuidado devemos fugir de nossa condição natural, que nenhum respeito a qualquer gozo mundano nos impeça, um momento sequer, que fujamos para Jesus Cristo, o refúgio das almas, nossa rocha forte, e o monte da nossa defesa, de modo que, ao fugir para Ele, abandonamos e esquecemos, de coração, de todas as coisas terrenas.” “Esta também parece ser a principal razão pela qual Ló também foi orientado a fugir com tal pressa, e não olhar para trás; porque sua fuga de Sodoma foi decretada com o propósito de ser um tipo da nossa fuga daquele estado de pecado e miséria no qual nos encontramos por natureza.” “Apocalipse 18:2: ‘Babilônia se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável.’ – Quem seria, pois, de tal sociedade? Quem não fugiria de tal cidade com a maior pressa, sem jamais olhar para trás, e sem ter a menor inclinação de retornar?” “Alguns em Sodoma podem aparentar ter um rosto limpo, e exibem um exterior justo; mas, se pudéssemos contemplar seus corações, todos são completamente nojentos e abomináveis.” “Não devemos olhar para trás ao fugir de Sodoma porque a destruição para a qual está destinada é sobremaneira terrível. Ela está destinada à completa destruição, a ser inteiramente e totalmente consumida. Está apontada para sofrer a ira do grande Deus, que será derramada do céu como uma terrível tempestade de fogo e enxofre. Esta cidade deve ficar cheia da ira de Deus. Todo o que nela permanece terá o fogo da ira de Deus descendo sobre sua cabeça e sobre sua alma: ficará cheio de fogo e da ira do Todo-poderoso. Será coberto com fogo por fora e cheio de fogo por dentro: sua cabeça, coração, entranhas, e todos os membros ficarão cheios de fogo, e nem uma gota de água o refrescará. Nem terá ele lugar para onde fugir em busca de alívio. Vá aonde for, haverá lá o fogo da ira de Deus; sua destruição e tormento serão inevitáveis.” “Todos os tipos, velhos e novos, grandes e pequenos, devem ser destruídos. Não haverá exceção de idade, sexo, ou condição, mas todos perecerão juntamente. Gênesis 19. 24:25: ‘Então, fez o SENHOR chover enxofre e fogo, da parte do SENHOR, sobre Sodoma e Gomorra. E subverteu aquelas cidades, e toda a campina, e todos os moradores das cidades, e o que nascia na terra.’ Nós, portanto, não devemos nos atrasar ou olhar para trás, pois não há lugar seguro em Sodoma,

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nem em toda a campina na qual ela está construída. A montanha da segurança está adiante, nas às nossas costas.” “Não devemos, portanto, olhar para trás ao fugir de Sodoma, tendo em vista que a destruição a que ela está destinada é eterna; isto, pois, a torna infinitamente terrível.” “A destruição não é apenas certa e inevitável, e infinitamente terrível, mas virá rapidamente. ‘Para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme.’ (2 Pedro 2:3). E também Deuteronômio 32:35: ‘Porque o dia da sua calamidade está próximo, e o seu destino se apressa em chegar.’ A tempestade de ira e as negras nuvens da ira divina, agora mesmo repousam sobre eles, prontas a rebentar e cair, de forma terrível. ‘Deus já afiou sua espada e armou seu arco, tem-no pronto, preparou suas setas.’ Portanto, devemos nos apressar, e não olhar para trás. Pois, se hesitarmos e pararmos para olhar, e não fugirmos pelas nossas vidas, há grande perigo que sejamos envolvidos pela desgraça comum.” “[...] certamente, não vale a pena olhar para trás em busca de coisas que estão perecendo e sendo consumidas pelas chamas, como acontece com todos os prazeres do pecado – estão todos destinados ao fogo. Portanto, é tolice para alguém que foge de Sodoma desejar mais deles, pois, quando estão consumidos, para que servem? E vale a pena que retornemos por causa de um momento de prazer, antes que se consumam, e nos expormos a ser consumidos com eles?” “A mulher de Ló olhou para trás porque se lembrou das coisas agradáveis que havia deixado em Sodoma. Ela as desejou avidamente; não podia fazer outra coisa senão olhar com olhos desejosos para a cidade, onde vivera com tanta fartura e alegria. Sodoma era um lugar de grande abundância exterior, o povo comia e bebia com fartura. O solo da região era muito fértil, sendo mesmo chamada de jardim de Deus, em Gênesis 12:10. E a abundância de pão era um dos pecados do lugar, como diz Ezequiel 16:49.” “Aqui, Ló e sua esposa viveram na abundância. Este era um lugar em que os moradores chafurdavam nos prazeres e delícias da carne. Mas, conquanto abundassem estas coisas, de que valiam agora que estavam em chamas? A mulher de Ló foi muito tola ao titubear na sua fuga, por causa de coisas que estavam em chamas. Da mesma maneira, os prazeres, ganhos e alegrias do pecado têm sobre si a ira e a maldição de Deus: o enxofre está espalhado sobre eles; o fogo do inferno está pronto para incendiá-los. Portanto, não vale a pena para ninguém ter saudade de tais coisas.” “Enquanto estiver fora de Cristo, você está em Sodoma. Toda a história da cidade, com todas as suas circunstâncias, parece estar inserida nas Escrituras para o nosso aviso, e posta como um exemplo, como diz o Apóstolo Judas. Ela tipifica de forma vívida a situação do homem não convertido, a destruição dos que continuam no seu estado natural, e a maneira de escapar, fugindo para Cristo. O salmista, quando fala sobre a destruição destinada aos ímpios, parece claramente referir-se à destruição de Sodoma, Salmos 11:6: ‘Fará chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador será a parte do seu cálice.’” JonathanEdwardsSelecionados.blogspot.com | OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo


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“[...] vocês devem fugir de Sodoma. Sodoma é o lugar onde vocês nasceram, e onde passaram as suas vidas. Vocês são cidadãos dessa cidade que está cheia de imundície e abominação diante de Deus, essa cidade é poluída e maldita. Vocês pertencem a essa sociedade impura. Não apenas vivem entre eles, mas são contados com eles, cometeram essas abominações.” “Talvez olhem para as suas circunstâncias como não tão terríveis; mas habitam em Sodoma. Embora possam ser mudados, e aparentem um exterior limpo, e um rosto educado para o mundo, contudo, enquanto permanecerem em uma condição natural, são habitantes impuros de Sodoma.” “A humanidade se divide em duas sociedades, ou, por assim dizer, em duas cidades: há Sião, a Igreja de Deus, a cidade santa e amada; e há Sodoma, esta cidade poluída e amaldiçoada, que está destinada à destruição. Vocês pertencem a esta última. Conquanto encarem a si mesmos como melhores que os outros, pertencem à mesma cidade, à mesma companhia de fornicadores, bêbados, adúlteros, perjuros, ladrões, piratas e sodomitas. Conquanto encarem-se como distintos, enquanto estiverem fora de Cristo, pertencem a esta mesma sociedade; são da mesma companhia, ajuntam-se com eles, e não são melhores, ainda que tenham maiores restrições. Vocês, às vistas de Deus, são dignos de serem contados com eles e são, por completo, objetos de repugnância e execração, e a ira de Deus permanece sobre vocês, e viverão com ela, e com ela serão destruídos, se não escaparem do seu estado presente. Sim, vocês são da mesma companhia dos demônios, pois Sodoma é não apenas a cidade dos ímpios, mas é a casa de todo espírito imundo.” “Vocês têm, portanto, muito mais necessidade de escapar apressadamente - e de não olhar para o que está atrás - do que tinha Ló e sua esposa quando fugiam de Sodoma. Isto porque estão a todo dia e momento em perigo de uma terrível tempestade, mil vezes pior sobre suas cabeças, do que aquela que veio sobre Sodoma quando o Senhor fez chover sobre ela fogo e enxofre de Sua parte dos céus. Portanto, será tolice muito maior se olharem para trás do que foi para a mulher de Ló.” “Se agora, depois de tudo, olharem para trás, depois de Deus lhes mostrar tanta misericórdia, terão razão para temer que Ele repentinamente os destruirá. Multidões, enquanto olhavam para trás, e adiavam por mais um tempo, nunca tiveram outra oportunidade; foram repentinamente destruídas, e sem possibilidade de remédio.” “O único modo de buscar a salvação é esforçando-se por ela com toda a sua força, e ainda olhar e seguir em frente, sem jamais parar ou diminuir o passo. Quando a mulher de Ló parou em sua fuga e deteve-se a fim de olhar, o seu castigo foi que lá ficasse para sempre. Jamais foi a outro lugar, nem nunca saiu dali: mas lá permaneceu como uma estátua de sal, um duradouro pilar e monumento de ira, por sua tolice e impiedade.”

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“Quando as pessoas em fuga de Sodoma olham para trás, sua ultima situação é muito pior que a primeira (Mateus 12:43-45). E a experiência confirma que comumente ninguém é mais endurecido e difícil de ser conduzido ao arrependimento do que os apóstatas.” “[...] vocês permanecem nesta cidade maldita, em meio a esta sociedade amaldiçoada. Ainda estão em Sodoma, que Deus está prestes a destruir terrivelmente, onde a cada minuto estão em perigo de ter sobre suas cabeças armadilhas, fogo e enxofre. Embora muitos tenham obtido a libertação, este não é o caso de vocês.” “Essa consideração bem poderia animar suas almas a efetivamente escaparem, e na sua pressa, esforçarem-se e resolverem esforçar-se para sempre, haja o que houver no caminho. A não dar ouvidos a tentação alguma, e nunca olhar para trás, ou de forma alguma afrouxar ou abater seus esforços enquanto viverem, mas, se possível, aumentá-los mais e mais.” “O coração humano é recalcitrante. Há nele um grande amor e forte desejo pela comodidade, prazeres e diversões de Sodoma, como havia na mulher de Ló. Esta é razão por que tantos estão inclinados à tentação de olhar para trás. O coração está tão inclinado para Sodoma que é difícil manter os olhos fora dela e os pés longe dos seus caminhos. Quando os homens sob convicção de pecado são postos em fuga, é à força, é porque Deus segura suas mãos, como fez com Ló e sua mulher, arrastando-os de lá. Mas a tendência do coração é voltar para Sodoma.”

“Que a consideração deste perigo os mova a terem maior cuidado e diligência para guardarem os corações, e vigiarem em constante oração contra a apostasia.”

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A Tolice De Olhar Para Trás Ao Fugir De Sodoma - Sermão 1 Jonathan Edwards

“Lembrai-vos da mulher de Ló” (Lucas 17:32) Cristo aqui prediz Sua vinda, no Seu Reino, em resposta à pergunta dos Fariseus: “Quando virá o reino de Deus?” E, quanto ao que diz a este respeito, evidentemente, tem em vista duas coisas: Sua vinda na destruição de Jerusalém, e Sua vinda no fim do mundo. Ele compara Seu retorno, nestes tempos, a duas notáveis manifestações de Deus em juízo, no passado. Primeiramente, ao dilúvio: “Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem”. A seguir, a compara à destruição de Sodoma e Gomorra: “O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar”. Então, imediatamente, Ele procede para orientar Seu povo sobre como este deveria se portar às vistas dos sinais da aproximação daquele Dia, referindo-se, em especial, à destruição de Jerusalém. Lucas 17:31: “Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás”. Com essas palavras, Cristo mostra que Seus discípulos deviam ter a máxima urgência em fugir e escapar da cidade para as montanhas, como ordena em Mateus 24:15-18: “Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes; quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa; e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa”. Jerusalém era como Sodoma, uma vez que estava destinada à destruição, pela especial ira Divina; e, na verdade, à ira mais terrível do que a que atingiu Sodoma. Portanto, a mesma orientação é dada para dela fugir à máxima pressa, sem olhar para trás, como disse o anjo a Ló, quando lhe ordenou que fugisse de Sodoma. Gênesis 19.17: “Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás”. E, no texto, Cristo reforça Seu conselho pelo exemplo da mulher de Ló. Ele ordena que os discípulos lembrem-se dela, e a tomem como um aviso, por ter olhado para trás, enquanto fugia de Sodoma, tendo se tornado uma estátua de sal. Se for investigado o porquê do conselho de Cristo ao Seu povo, para que fuja de Jerusalém com tão urgente pressa, ao primeiro sinal de sua iminente destruição, respondo:

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parece que fugir de Jerusalém era um tipo da fuga do estado de pecado. Escapar desta cidade incrédula tipificava uma fuga do estado de incredulidade. Portanto, os discípulos foram orientados a fugir sem retornar para pegar quaisquer coisas de suas casas, querendo dizer com qual pressa e cuidado devemos fugir de nossa condição natural, que nenhum respeito a qualquer gozo mundano nos impeça, um momento sequer, que fujamos para Jesus Cristo, o refúgio das almas, nossa rocha forte, e o monte da nossa defesa, de modo que, ao fugir para Ele, abandonamos e esquecemos, de coração, de todas as coisas terrenas. Esta também parece ser a principal razão pela qual Ló também foi orientado a fugir com tal pressa, e não olhar para trás; porque sua fuga de Sodoma foi decretada com o propósito de ser um tipo da nossa fuga daquele estado de pecado e miséria no qual nos encontramos por natureza.

Doutrina: Não devemos olhar para trás ao fugir de Sodoma. As seguintes razões podem ser suficientes para apoiar esta doutrina: 1. Sodoma é uma cidade cheia de imundície e abominações. Está repleta daquelas impurezas que devem ser objeto da maior execração e ódio de todos. Seus habitantes estão manchados, estão sob o poder e domínio de luxúrias detestáveis. Todas as suas faculdades e afeições estão contaminadas com as disposições vis que são indignas da natureza humana, que a degradam sobremaneira, que são grandemente odiosas a Deus e incendeiam a Sua ira de maneira terrível. Todo tipo de abominação espiritual abunda nela. Não há nada detestável e abominável que lá não possa ser encontrado, e que lá não abunde. Sodoma é uma cidade cheia de demônios e de espíritos imundos. Lá eles se encontram e têm seu domínio. Lá se divertem, e revolvem-se na imundície, como é dito da Babilônia mística, em Apocalipse 18:2: “Babilônia se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável”. – Quem seria, pois, de tal sociedade? Quem não fugiria de tal cidade com a maior pressa, sem jamais olhar para trás, e sem ter a menor inclinação de retornar? Alguns em Sodoma podem aparentar ter um rosto limpo, e exibem um exterior justo; mas, se pudéssemos contemplar seus corações, todos são completamente nojentos e abomináveis. Devemos fugir de tal cidade, com o máximo horror do lugar e da sociedade, sem ter expectativas de lá voltar a habitar, e sem nunca encontrar a menor inclinação

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para retornar. Devemos, porém, desejar chegar à maior distância possível dela, para que, de forma alguma, nos tornemos participantes em suas abominações. 2. Não devemos olhar para trás ao fugir de Sodoma, porque Sodoma é uma cidade destinada à destruição. O clamor da cidade subiu aos céus. A terra já não pode mais suportar o fardo dos seus habitantes. Ela, portanto, aliviar-se-á deles, e os cuspirá. Deus não mais permitirá que tal cidade permaneça; Ele a consumirá. Deus é santo, e Sua natureza é infinitamente oposta a toda impureza; portanto, será para ela fogo consumidor. A santidade de Deus não permitirá que permaneça, e a Sua majestade e justiça requerem que os habitantes dessa cidade, que assim O provocaram e ofenderam, sejam destruídos. E Deus certamente os destruirá, pois este é Seu decreto imutável e irreversível. Ele o disse, e o fará. O decreto foi lançado, e tão certo quanto há um Deus, e é Todo-poderoso, e capaz de cumprir seus decretos e ameaças, assim, certamente, destruirá Sodoma. Gênesis 19:12,13: “todos quantos tens na cidade, faze-os sair deste lugar; pois vamos destruir este lugar, porque o seu clamor se tem aumentado, chegando até à presença do SENHOR; e o SENHOR nos enviou a destruí-lo”. E, no versículo 14: “Levantai-vos, saí deste lugar, porque o SENHOR há de destruir a cidade”. Esta cidade é maldita; está destinada à ruína. Portanto, assim, se não quisermos ser participantes em sua maldição, e em sua destruição, devemos dela fugir, sem olhar para trás. Apocalipse 18:4: “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos”. 3. Não devemos olhar para trás ao fugir de Sodoma porque a destruição para a qual está destinada é sobremaneira terrível. Ela está destinada à completa destruição, a ser inteiramente e totalmente consumida. Está apontada para sofrer a ira do grande Deus, que será derramada do céu como uma terrível tempestade de fogo e enxofre. Esta cidade deve ficar cheia da ira de Deus. Todo o que nela permanece terá o fogo da ira de Deus descendo sobre sua cabeça e sobre sua alma: ficará cheio de fogo e da ira do Todo-poderoso. Será coberto com fogo por fora e cheio de fogo por dentro: sua cabeça, coração, entranhas, e todos os membros ficarão cheios de fogo, e nem uma gota de água o refrescará. Nem terá ele lugar para onde fugir em busca de alívio. Vá aonde for, haverá lá o fogo da ira de Deus; sua destruição e tormento serão inevitáveis. Será destruído sem misericórdia. Clamará em alta voz, mas ninguém o socorrerá, nem se preocupará com seus lamentos, ou lhe proverá alívio. O decreto foi lançado, e os dias vêm quando Sodoma queimará como um forno, e todos os seus habitantes serão como palha. Como foi na Sodoma histórica, quando toda a cidade estava repleta de fogo: não havia segurança nas casas, pois estavam em chamas; se fugiam para as ruas, também estavam em chamas. O fogo descia continuamente do céu, em todo lugar. Aqueles foram tempos sombrios. JonathanEdwardsSelecionados.blogspot.com | OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo


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Que clamores houve naquela cidade, em todas as suas partes! Mas ninguém havia para ajudar; não tinham aonde ir, onde pudessem ocultar suas cabeças do fogo: ninguém para ser solidário ou para aliviá-los. Se fugiam para seus amigos, não podiam ajudá-los. Agora, com que pressa devemos fugir de uma cidade destinada a tal destruição! E como devemos fugir sem olhar para trás! Como deve ser nosso desejo chegar à maior distância possível de uma cidade em tais circunstâncias! Como devemos estar mui longe de pensar em retornar para um lugar que experimenta tamanha ira sobre si! 4. A destruição para a qual Sodoma está destinada é uma destruição total. Ninguém que nela permanecer será poupado: ninguém terá a boa sorte de estar em uma esquina qualquer, onde o fogo não o alcance. Todos os tipos, velhos e novos, grandes e pequenos, devem ser destruídos. Não haverá exceção de idade, sexo, ou condição, mas todos perecerão juntamente. Gênesis 19. 24:25: “Então, fez o SENHOR chover enxofre e fogo, da parte do SENHOR, sobre Sodoma e Gomorra. E subverteu aquelas cidades, e toda a campina, e todos os moradores das cidades, e o que nascia na terra”. Nós, portanto, não devemos nos atrasar ou olhar para trás, pois não há lugar seguro em Sodoma, nem em toda a campina na qual ela está construída. A montanha da segurança está adiante, nas às nossas costas. 5. A destruição a qual Sodoma está destina é uma destruição eterna. Isto foi dito acerca da Sodoma histórica, que sofreu a vingança de fogo eterno, em Judas 7: “como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição”. A destruição, que Sodoma e Gomorra sofreram, foi eterna: essas cidades foram destruídas, e jamais foram reconstruídas desde então, e nem o podem ser, pois a terra na qual se localizavam afundou, e foi coberta com o lago de Sodoma, o Mar Morto, ou, como é chamado nas Escrituras: o mar Salgado. Isso parece assim ter sido ordenado com o objetivo de ser um tipo da destruição eterna dos ímpios. Por isso, o fogo com que foram destruídos é chamado de fogo eterno, porque era típico, era um tipo da destruição eterna dos ímpios. Isto é o que pode ser entendido, em parte, quando, no texto de Judas, se diz que foram postas para exemplo, ou para um tipo ou representação do fogo eterno no qual todos os ímpios serão consumidos. Sodoma foi coberta, em todas as eras posteriores, com um lago procedente do fogo e enxofre que a consumiu. Este lago é um tipo do lago de fogo e enxofre no qual os ímpios terão sua porção por toda eternidade, como lemos em Apocalipse 20:15, e em outros lugares. Não devemos, portanto, olhar para trás ao fugir de Sodoma, tendo em vista que a destruição a que ela está destinada é eterna; isto, pois, a torna infinitamente terrível. JonathanEdwardsSelecionados.blogspot.com | OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo


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6. Sodoma é cidade destinada à destruição rápida e repentina. A destruição não é apenas certa e inevitável, e infinitamente terrível, mas virá rapidamente. “Para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme”. (2 Pedro 2:3). E também Deuteronômio 32:35: “Porque o dia da sua calamidade está próximo, e o seu destino se apressa em chegar”. A tempestade de ira e as negras nuvens da ira divina, agora mesmo repousam sobre eles, prontas a rebentar e cair, de forma terrível. “Deus já afiou sua espada e armou seu arco, tem-no pronto, preparou suas setas”. Portanto, devemos nos apressar, e não olhar para trás. Pois, se hesitarmos e pararmos para olhar, e não fugirmos pelas nossas vidas, há grande perigo que sejamos envolvidos pela desgraça comum. A destruição de Sodoma é não apenas rápida, mas virá repentina e inesperadamente. Parecia ser uma bela manhã em Sodoma no dia em que foi destruída (Gênesis 19: 23). Parece não ter havido nuvens, nem aparência de qualquer tempestade, muito menos de uma tempestade de foge e enxofre. Os habitantes de Sodoma não esperavam tal coisa; mesmo quando Ló disse aos seus genros sobre a destruição, não acreditaram nele (Gênesis 19:14). Eles estavam animados, seus corações estavam descansados, achando que não havia calamidade à vista. Mas ela veio de uma vez, como as dores vêm à parturiente, e não houve escape, como é dito nos versículos 28 e 29: “O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos”. Assim acontece com os ímpios; Salmos 73:19: “Como ficam de súbito assolados, totalmente aniquilados de terror!” – Portanto, se hesitarmos e olharmos para trás, podemos ser repentinamente assolados e assaltados pela destruição. 7. Não há nada em Sodoma que seja digno de lembrança. Todos os seus gozos cedo perecerão na destruição comum; tudo será consumido. E, certamente, não vale a pena olhar para trás em busca de coisas que estão perecendo e sendo consumidas pelas chamas, como acontece com todos os prazeres do pecado – estão todos destinados ao fogo. Portanto, é tolice para alguém que foge de Sodoma desejar mais deles, pois, quando estão consumidos, para que servem? E vale a pena que retornemos por causa de um momento de prazer, antes que se consumam, e nos expormos a ser consumidos com eles? A mulher de Ló olhou para trás porque se lembrou das coisas agradáveis que havia deixado em Sodoma. Ela as desejou avidamente; não podia fazer outra coisa senão olhar com olhos desejosos para a cidade, onde vivera com tanta fartura e alegria. Sodoma era um lugar de grande abundância exterior, o povo comia e bebia com fartura. O solo da região era muito fértil, sendo mesmo chamada de jardim de Deus, em Gênesis 12:10. E a abundância de pão era um dos pecados do lugar, como diz Ezequiel 16:49. JonathanEdwardsSelecionados.blogspot.com | OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo


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Aqui, Ló e sua esposa viveram na abundância. Este era um lugar em que os moradores chafurdavam nos prazeres e delícias da carne. Mas, conquanto abundassem estas coisas, de que valiam agora que estavam em chamas? A mulher de Ló foi muito tola ao titubear na sua fuga, por causa de coisas que estavam em chamas. Da mesma maneira, os prazeres, ganhos e alegrias do pecado têm sobre si a ira e a maldição de Deus: o enxofre está espalhado sobre eles; o fogo do inferno está pronto para incendiá-los. Portanto, não vale a pena para ninguém ter saudade de tais coisas. 8. Somos alertados pelos mensageiros enviados por Deus para que nos apressemos em nossa fuga de Sodoma, e não olhemos para trás. Deus nos envia seus ministros, os anjos das igrejas, nesta grandiosa missão, como enviou os anjos até Ló e sua esposa, para alertá-los que fugissem por suas vidas (Gênesis 19:15,16). Se nos atrasarmos ou olharmos para trás, agora que fomos tão bondosamente alertados, seremos sobremaneira inescusáveis e monstruosamente tolos.

Aplicação O uso que farei desta doutrina é o de alertar aqueles que se encontram em seu estado natural a que fujam dele e de maneira alguma olhem para trás. Enquanto estiver fora de Cristo, você está em Sodoma. Toda a história da cidade, com todas as suas circunstâncias, parece estar inserida nas Escrituras para o nosso aviso, e posta como um exemplo, como diz o Apóstolo Judas. Ela tipifica de forma vívida a situação do homem não convertido, a destruição dos que continuam no seu estado natural, e a maneira de escapar, fugindo para Cristo. O salmista, quando fala sobre a destruição destinada aos ímpios, parece claramente referir-se à destruição de Sodoma, Salmos 11:6: “Fará chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador será a parte do seu cálice”. Considerem, portanto, aqueles que buscam um interesse por Cristo: vocês devem fugir de Sodoma. Sodoma é o lugar onde vocês nasceram, e onde passaram as suas vidas. Vocês são cidadãos dessa cidade que está cheia de imundície e abominação diante de Deus, essa cidade é poluída e maldita. Vocês pertencem a essa sociedade impura. Não apenas vivem entre eles, mas são contados com eles, cometeram essas abominações, e, assim, provocaram a Deus, conforme ouviram. É sobre vocês que estive até aqui falando, neste Sermão. Vocês são os habitantes de Sodoma. Talvez olhem para as suas circunstâncias como não tão terríveis; mas habitam em Sodoma. Embora possam ser mudados, e aparentem um exterior limpo, e um rosto educado para o mundo, contudo, enquanto permanecerem em uma condição natural, são habitantes impuros de Sodoma.

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A humanidade se divide em duas sociedades, ou, por assim dizer, em duas cidades: há Sião, a Igreja de Deus, a cidade santa e amada; e há Sodoma, esta cidade poluída e amaldiçoada, que está destinada à destruição. Vocês pertencem a esta última. Conquanto encarem a si mesmos como melhores que os outros, pertencem à mesma cidade, à mêsma companhia de fornicadores, bêbados, adúlteros, perjuros, ladrões, piratas e sodomitas. Conquanto encarem-se como distintos, enquanto estiverem fora de Cristo, pertencem a esta mesma sociedade; são da mesma companhia, ajuntam-se com eles, e não são melhores, ainda que tenham maiores restrições. Vocês, às vistas de Deus, são dignos de serem contados com eles e são, por completo, objetos de repugnância e execração, e a ira de Deus permanece sobre vocês, e viverão com ela, e com ela serão destruídos, se não escaparem do seu estado presente. Sim, vocês são da mesma companhia dos demônios, pois Sodoma é não apenas a cidade dos ímpios, mas é a casa de todo espírito imundo. Vocês pertencem a esta cidade que está destinada à destruição horrível, inevitável, rápida e repentina; cidade que tem uma tempestade de fogo e ira pairando sobre si. Muitos de vocês estão convencidos do triste estado em que se encontram enquanto estiverem em Sodoma, e estão fazendo algumas tentativas de escapar da ira que paira sobre ela. Que os tais sejam advertidos, pelo que foi dito, a escapar por suas vidas, e não olhar para trás. Não olhem para trás, a menos que escolham ter uma porção na tempestade de fogo que está descendo sobre a cidade. Não tenham saudades dos prazeres que tiveram quando viveram em Sodoma, desejando as coisas agradáveis que possuíam lá, a tranquilidade, a segurança, e os gozos que lá desfrutaram. Lembrem-se da mulher de Ló, pois olhou para trás, indisposta a abrir mão completamente, e para sempre, da tranquilidade, prazer e abundância que desfrutava em Sodoma, e tendo intenção de para lá retornar. Lembrem-se do que lhe sucedeu. Lembrem-se dos filhos de Israel, no deserto, que desejaram retornar ao Egito. Números 11:5: “Lembramonos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos”. Lembrem-se quais foram as consequências. Vocês devem estar dispostos a abandonar para sempre toda a facilidade, e prazeres, e ganhos do pecado, e esquecer tudo pela salvação, como fez Ló, deixando tudo para escapar de Sodoma.

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A Tolice De Olhar Para Trás Ao Fugir De Sodoma - Sermão 2 Jonathan Edwards

“Lembrai-vos da mulher de Ló” (Lucas 27:32) A doutrina que retirei dessas palavras foi: “Não devemos olhar para trás ao fugir de Sodoma”. Tendo confirmado essa doutrina com diversos argumentos, viemos à sua aplicação como forma de alerta aos pecadores em seu estado natural, e em especial àqueles que estão sendo despertados e convencidos do miserável estado em que se encontram, e desejam escapar da ira vindoura. Como forma de reforçar este alerta, permitam-me implorar a todos que estão neste estado para que considerem as coisas diversas que passo a mencionar: 1. A destruição que os ameaça é infinitamente mais temível que a destruição da Sodoma real da qual Ló escapou. A destruição de Sodoma e Gomorra por uma tempestade de fogo e enxofre não foi senão uma sombra da destruição dos ímpios no inferno, e não representa senão uma sombra ou imagem da realidade, equivalente a uma pintura do fogo em relação ao fogo real. A miséria do inferno é apresentada por uma variedade de sombras e imagens na Escritura, como escuridão das trevas, um verme que nunca morre, uma fornalha ardente, um lago de fogo e enxofre, o tormento do vale dos filhos de Hinom, uma tempestade de fogo e enxofre. A razão de se usar tantas alegorias é porque nenhuma delas é suficiente. O que todas fazem é apenas representar a verdade de modo parcial e muito imperfeito, portanto, Deus faz uso de muitas delas. Vocês têm, portanto, muito mais necessidade de escapar apressadamente - e de não olhar para o que está atrás - do que tinha Ló e sua esposa quando fugiam de Sodoma. Isto porque estão a todo dia e momento em perigo de uma terrível tempestade, mil vezes pior sobre suas cabeças, do que aquela que veio sobre Sodoma quando o Senhor fez chover sobre ela fogo e enxofre de Sua parte dos céus. Portanto, será tolice muito maior se olharem para trás do que foi para a mulher de Ló. 2. A destruição que os ameaça não é apenas maior que a da Sodoma real, mas é maior que a destruição eterna que abateu os habitantes de Sodoma. Pois, não importa o quanto se achem bons, pois continuam sem arrependimento sob o glorioso Evangelho, pecam e provocam a Deus muito mais, e têm sobre si maior culpa do que os habitantes de Sodoma, mesmo que aos seus olhos, e talvez aos dos outros, pareçam criaturas bastante inofensivas. (Mateus 10:15): “Em verdade vos digo que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade”. JonathanEdwardsSelecionados.blogspot.com | OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo


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3. Enquanto estavam a olhar para trás, multidões foram repentinamente tragadas e abatidas pela tempestade de ira. A ira de Deus não se demorou enquanto eles demoravam; não esperou um momento sequer para que se virassem e fugissem, mas os abateu e acabaram-lhe as esperanças. Quando a mulher de Ló olhou para trás, foi imediatamente destruída. Deus já havia exercido paciência para com ela antes. Quando hesitou na retirada, os anjos a pressionaram e com seu esposo e filhas para que se apressassem. E não apenas isso, mas quando eles também se atrasaram, os anjos a agarraram, e a retiraram da cidade, sendo-lhe o Senhor misericordioso. Mas agora, quando, apesar dessa misericórdia, e dos avisos que lhe haviam sido dados, ela olhou pra trás, Deus não mais teve paciência, mas de imediato a executou. Agora, Deus de modo semelhante lhes tem sido misericordioso. Vocês, no passado, hesitaram; foram avisados pelo anjo do perigo que corriam, e foram apertados para que se apressassem e fugissem. Ainda assim, adiaram a fuga. E agora, enfim, Deus, por assim dizer, se encarregou de vocês, pelas convicções de seu Espírito, para retirá-los de Sodoma. Portanto, lembrem-se da mulher de Ló. Se agora, depois de tudo, olharem para trás, depois de Deus lhes mostrar tanta misericórdia, terão razão para temer que Ele repentinamente os destruirá. Multidões, enquanto olhavam para trás, e adiavam por mais um tempo, nunca tiveram outra oportunidade; foram repentinamente destruídas, e sem possibilidade de remédio. 4. Se vocês olharem para trás, e viverem muitos anos depois disso, há grande perigo de que jamais vão adiante. O único modo de buscar a salvação é esforçando-se por ela com toda a sua força, e ainda olhar e seguir em frente, sem jamais parar ou diminuir o passo. Quando a mulher de Ló parou em sua fuga e deteve-se a fim de olhar, o seu castigo foi que lá ficasse para sempre. Jamais foi a outro lugar, nem nunca saiu dali: mas lá permaneceu como uma estátua de sal, um duradouro pilar e monumento de ira, por sua tolice e impiedade. Assim acontece com frequência aos hesitantes, embora continuem a viver por tempo considerável depois disso. Quando olham para trás, após terem sofrido tanto por sua salvação, perdem tudo e colocam-se em larga desvantagem, apagando o Espírito de Deus, e perdendo suas convicções, terrivelmente endurecem seus corações e entorpecem suas almas. Pavimentam o caminho para o desencorajamento, terrivelmente fortalecem e estabelecem o interesse do pecado em seus corações, dando a Satanás, de muitas formas, vantagens para arruiná-los, e provocam a Deus tantas vezes a ponto de Ele os entregar à dureza de coração. Quando vêm a olhar para trás, suas almas já estão mortas e endurecidas como o corpo da mulher de Ló. E ainda que vivam por longo tempo, jamais avançam; isto lhes é pior do que se tivessem sido condenados imediatamente. JonathanEdwardsSelecionados.blogspot.com | OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo


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Quando as pessoas em fuga de Sodoma olham para trás, sua última situação é muito pior que a primeira (Mateus 12:43-45). E a experiência confirma que comumente ninguém é mais endurecido e difícil de ser conduzido ao arrependimento do que os apóstatas. 5. Pode muito bem animar suas almas a fugir por suas vidas, e a não olhar para trás, quando considerarem quantos ultimamente têm fugido para as montanhas, enquanto vocês permanecem em Sodoma. A quantas multidões Deus deu a sabedoria para fugir para Cristo, a montanha da segurança! Eles fugiram para a pequena cidade de Zoar, que Deus poupará e nunca destruirá. Quantos de vocês viram pessoas de todos os tipos saindo de Sodoma até agora, crendo na palavra de Deus falada pelos anjos de que Ele certamente destruirá esse lugar! Estes estão em uma condição segura, fora do alcance da tempestade, em um lugar onde o fogo e o enxofre não lhes podem atingir. Mas vocês permanecem nesta cidade maldita, em meio a esta sociedade amaldiçoada. Ainda estão em Sodoma, que Deus está prestes a destruir terrivelmente, onde a cada minuto estão em perigo de ter sobre suas cabeças armadilhas, fogo e enxofre. Embora muitos tenham obtido a libertação, este não é o caso de vocês. O bem veio, mas vocês não o viram. Outros estão felizes, mas ninguém sabe o que será de vocês. Não têm parte nem porção nessa gloriosa salvação das almas, que esteve nos últimos dias entre nós. Essa consideração bem poderia animar suas almas a efetivamente escaparem, e na sua pressa, esforçarem-se e resolverem esforçar-se para sempre, haja o que houver no caminho. A não dar ouvidos a tentação alguma, e nunca olhar para trás, ou de forma alguma afrouxar ou abater seus esforços enquanto viverem, mas, se possível, aumentálos mais e mais. 6. Voltar atrás em tempos como estes[1] terá maior tendência de selar a condenação do homem do que em outros tempos. Quanto mais meios têm os homens, quanto mais altos os chamados e maiores as vantagens em que se encontram, mais perigosa é a relutância, maior a tendência de aumentar-se a culpa, provocar a Deus e endurecer o coração. Nós, nesta terra de luz, há muito desfrutamos de maiores vantagens que o resto do mundo. Mas as vantagens que as pessoas desfrutam agora para a sua salvação são talvez dez vezes maiores que aquelas que comumente tivemos. Portanto, hesitar será um pecado proporcionalmente maior e mais perigoso para a alma. Vocês têm visto a glória de Deus e suas maravilhas entre nós, de forma muito impressionante. Se depois disso ainda olharem para trás, haverá grande perigo que Deus jure na Sua ira _______________ [1] O tempo do Reavivamento da religião em Northampton, em 1735. JonathanEdwardsSelecionados.blogspot.com | OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo


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que jamais entrarão no Seu descanso, como fez para com aqueles que queriam retornar ao Egito, após terem visto as Suas maravilhas realizadas em prol de Israel (Números 14:22, 23): “nenhum dos homens que, tendo visto a minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, todavia, me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz, nenhum deles verá a terra que, com juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que me desprezaram a verá”. As maravilhas que vimos entre nós nestes dias têm sido de natureza bem mais gloriosa que aquelas vistas pelos filhos de Israel no Egito e no deserto. 7. Nada sabemos senão que a maior parte do mundo ímpio hoje se encontra nas mesmas circunstâncias que Sodoma, quando Ló fugia de lá. Eles têm uma destruição visível e temporal pairando sobre si. Parece que alguma coisa grande está vindo, o estado das coisas no mundo parece favorável a alguma grande revolução. O mundo se encontra em tal grau de impiedade que é provável que o seu clamor tenha chegado aos céus, e é bastante improvável que Deus permita que tais coisas continuem do jeito que estão por muito tempo. É provável que Deus se apresse em aparecer em terrível majestade para vindicar a Sua causa e, então, ninguém estará a salvo se estiver fora de Cristo. Agora, portanto, todos devem fugir por suas vidas, e escapar para as montanhas, para que não sejam consumidos. Não podemos dizer com certeza o que Deus há de fazer, mas isto podemos dizer: que todos os que estão fora de Cristo estão em um estado bastante inseguro. 8. Para reforçar este aviso contra a hesitação, permitam-me suplicar-lhes a que considerem a excessiva prontidão que há no coração para isso. O coração humano é recalcitrante. Há nele um grande amor e forte desejo pela comodidade, prazeres e diversões de Sodoma, como havia na mulher de Ló. Esta é razão por que tantos estão inclinados à tentação de olhar para trás. O coração está tão inclinado para Sodoma que é difícil manter os olhos fora dela e os pés longe dos seus caminhos. Quando os homens sob convicção de pecado são postos em fuga, é à força, é porque Deus segura suas mãos, como fez com Ló e sua mulher, arrastando-os de lá. Mas a tendência do coração é voltar para Sodoma. As pessoas estão prontas a retornar também devido ao desencorajamento. O coração é inconstante, logo fica cansado, e pronto a ouvir tentações desencorajadoras. Uma pequena dificuldade e atraso logo vencem suas fracas resoluções. E o desencorajamento leva à recalcitrância: enfraquece as mãos, coloca um peso morto nos corações, e os faz suportálos como um fardo; e se isso continua por muito tempo, logo leva à segurança carnal e à insensibilidade. As convicções com frequência se abalam assim: primeiro começam a entreter o desencorajamento. A recalcitrância é uma doença que é extremamente secreta JonathanEdwardsSelecionados.blogspot.com | OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo


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em suas formas de operação. É um temperamento agradável e age como a tuberculose, em que as pessoas com frequência se gabam que não estão piores, e que melhoraram, e no caminho da recuperação, até que em poucos dias vêm a morrer. Portanto, a recalcitrância vem aos poucos, e torna os homens insensíveis a ponto de se gabarem que não estão apostatando. Eles reivindicam estar buscando ainda, e esperam não ter perdido suas convicções. E ao tempo em que descobrem a verdade e não mais podem fingir, comumente já estão tão longe que não mais se importam se perderam suas convicções. E quando chegam a esse ponto, comumente já é o fim de suas convicções. Assim, eles cegam a si mesmos, e mantêm-se insensíveis de suas próprias doenças e não se angustiam por elas, nem acordam para usar os meios de aliviá-las, até que já não haja possibilidade de cura. Assim é que a apostasia vem com frequência àqueles que por algum tempo estiveram sob consideráveis convicções, e depois as perderam. Que a consideração deste perigo os mova a terem maior cuidado e diligência para guardarem os corações, e vigiarem em constante oração contra a apostasia. E que isto os leve ao esforço para reforçar suas resoluções de se guardarem contra qualquer coisa que tenda ao contrário, para que possam perseverar até ao fim, para que “conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR”.

Ó Glorioso Deus! Oramos para que, pelo Teu Espírito Santo aplique o que de Ti há neste sermão aos nossos corações e nos corações daqueles que lerem estas linhas, por Cristo para a glória de Cristo. Ore para que o Espírito Santo use estas palavras para trazer muitos ao Conhecimento Salvador de Jesus Cristo, pela Graça de Deus. Amém.

Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide! Solus Christus!

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*** Fonte: CCEL.org │ Título Original: The Folly Of Looking Back In Fleeing Out Of Sodom As citações bíblicas desta tradução são da versão ARA (Almeida Revista e Atualizada). Tradução por Tiago Cunha │ Revisão e capa por Camila Almeida │ Edição Final: William Teixeira *** Acesse nossa conta no Dropbox e baixe mais e-books semelhantes a este: https://www.dropbox.com/sh/ha9bavgb598aazi/ALSKeIjpBN Leia este e outros e-books online acessando nossa conta no ISSUU: http://issuu.com/oEstandarteDeCristo

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Uma Biografia de Jonathan Edwards

Jonathan Edwards (5 de outubro de 1703 - 22 de março de 1758) Jonathan Edwards nasceu em East Windsor, Connecticut, em 5 de outubro de 1703, sendo seu pai um piedoso ministro congregacional. Jonathan Edwards, foi uma das personalidades religiosas mais destacadas da história da igreja nos últimos três séculos. Os estudiosos de sua vida e obra o tem considerado o maior filósofo e teólogo já produzido pelos Estados Unidos, e especialmente o mais importante e influente dos calvinistas americanos1. Benjamin B. Warfield cita o testemunho do filósofo francês Georges Lyon, segundo o qual, tivesse Edwards permanecido apenas no campo da filosofia e da metafísica, sem enveredar pela teologia, ele talvez viesse a ocupar “um lugar ao lado de Leibnitz e Kant entre os fundadores de sistemas imortais”2. O fato é que, tendo sido inicialmente, durante a sua juventude, atraído pela filosofia, notadamente sob a influência de grandes empiristas e cientistas ingleses como John Locke (1632-1704) e Isaac Newton (1642-1717), eventualmente as preocupações de ordem religiosa tornaram-se poderosamente dominantes em sua vida e pensamento, e tais preocupações o levaram ao ministério pastoral e à teologia.

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Precoce e religioso desde a sua meninice, aos 12 anos ele escreveu a uma de suas irmãs: “Pela maravilhosa bondade e misericórdia de Deus, houve neste lugar uma extraordinária atuação e derramamento do Espírito de Deus... tenho razões para pensar que agora diminuiu em certa medida, mas espero que não muito. Cerca de treze pessoas uniram-se à igreja num estado de plena comunhão 3”. Depois de dar os nomes dos convertidos, ele acrescentou: “Acho que muitas vezes mais de trinta pessoas se reúnem às segundas-feiras para falar com o Pai acerca da condição das suas almas”. O lar de Edwards estimulou de maneira poderosa a sua vida espiritual e intelectual. Ele começou a estudar latim aos seis anos e aos treze também já havia adquirido um respeitável conhecimento de grego e hebraico. Após quatro anos de estudos no Colégio de Yale, em New Haven, Edwards obteve o seu grau de bacharel em 1720. Logo em seguida, encetou seus estudos teológicos na mesma instituição, obtendo o grau de mestre em 1722. Após pastorear uma igreja presbiteriana em Nova York por oito meses (1722-23) e atuar como professor assistente em Yale por dois anos, em 1726, aos 23 anos de idade, Edwards passou a trabalhar como pastor-assistente do seu avô, Solomon Stoddard (1643-1729), o famoso ministro da igreja de Northampton, Massachusetts. Essa igreja era provavelmente a maior e a mais influente da província, à exceção de Boston. Houve uma época em que chegou a ter seiscentos e vinte membros, incluindo quase toda a população adulta da cidade. Jonathan Edwards considerava-se um jovem introvertido, tímido, quieto e de pouco falar. Iniciou seus estudos na faculdade aos treze anos e formou-se como orador oficial. Considerava que lhe faltava cordialidade. Em 1723, aos dezenove anos, Jonathan Edwards formou-se em Yale, e foi pastor em Nova York, por um ano. Quando terminou seu período de pastorado naquela igreja, começou a trabalhar como professor em Yale e voltou para New Haven, onde morava Sarah Pierrepont, que seria sua futura esposa. Em seu retorno, em 1723, Jonathan tinha vinte anos e Sarah treze. Enquanto Sarah crescia, Jonathan tornava-se, de certa forma mais gentil, e os dois começaram a passar mais tempo juntos. Gostavam de caminhar e conversar juntos, e ele aparentemente encontrou nela uma mente que combinava com sua beleza. De fato, ela

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lhe apresentou um livro de Peter van Mastricht, o qual mais tarde muito influenciaria o pensamento de Jonathan. Eles ficaram noivos na primavera de 1725. Em 28 de julho de 1727, Edwards casou-se com Sarah Pierrepont, então com 17 anos, filha de James Pierrepont, o conhecido pastor da igreja de New Haven, e bisneta do primeiro prefeito de Nova York. Os historiadores destacam a grande harmonia, amor e companheirismo que caracterizou a vida do casal4. Eles gostavam de andar a cavalo ao cair da tarde para poderem conversar e antes de se recolherem sempre tinham juntos os seus momentos devocionais. Temos apenas vislumbres do grande amor entre os dois. Certa vez, Jonathan usou o exemplo do amor entre um homem e uma mulher para exemplificar o amor de Deus. “Quando temos uma ideia do amor de alguém por determinada coisa, se for o amor de um homem por uma mulher [...] não conhecemos completamente o amor dele; temos apenas uma ideia de suas ações que são efeitos do amor [...] Temos uma leve e vaga noção de suas afeições”. Relata-se sobre a amável influência de Sarah no ministério de Jonathan. Ele era comparado a uma “máquina de pensar”, um pensador que mantinha ideias firmes em sua mente, ponderando-as, separando-as, juntando-as a outras ideias, testando-as contra outras partes da verdade de Deus. Tal homem alcança o auge quando as ideias separadas juntam-se numa verdade maior. Mas, é também o tipo de homem que pode encontrar-se em covas profundas, no caminho à verdade. Não é fácil viver com um homem assim, mas Sarah encontrou meios de construir um lar feliz para ele. Ela o assegurou de seu amor constante e criou uma atmosfera e rotina, nas quais ele gozava de liberdade para pensar. Ela entendia, por exemplo, que quando ele estava absorto em um pensamento, não gostaria de ser interrompido para o jantar. Compreendia que suas sensações de alegria ou tristeza eram intensas. Edwards escreveu em seu diário: “Frequentemente tenho visões muito comoventes de minha própria pecaminosidade e perversidade, a ponto de me levar ao choro alto... que sempre me força a ficar a sós”. Samuel Hopkins escreveu sobre Sarah: “Enquanto ela tratava seu marido com acatamento e inteiro respeito, não poupava esforços para conformar-se às inclinações dele e tornar tudo em família agradável e prazeroso, fazendo disso a sua maior glória e o modo como poderia melhor servir a Deus e à sua geração [e à nossa, podemos acrescentar]; e isso tornava-se o meio de promover o benefício e a felicidade de seu marido”. Assim, a vida no lar dos Edwards era moldada, em sua maior parte, pelo chamado de Jonathan. Uma das notas de seu diário dizia: “Penso que ao ressuscitar de madrugada, JonathanEdwardsSelecionados.blogspot.com | OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo


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Cristo nos recomendou levantar bem cedo pela manhã”. Levantar-se cedo era um hábito de Jonathan. Durante anos, a rotina da família era acordar cedo, junto com ele, ler um capítulo da Bíblia à luz de velas e orar, pedindo a bênção de Deus para aquele novo dia. Com frequência, Jonathan estudava treze horas por dia. Isto incluía muita preparação para os domingos, com o ensino bíblico. Mas também incluía os momentos em que Sarah ia conversar, ou quando os membros da igreja paravam para uma oração ou aconselhamento. Jonathan e Sarah tiveram 11 filhos, todos os quais chegaram à idade adulta, fato raro naqueles dias. Em 1900, um repórter identificou 1400 descendentes do casal Edwards. Entre eles houve 15 dirigentes de escolas superiores, 65 professores, 100 advogados, 66 médicos, 80 ocupantes de cargos públicos, inclusive 3 senadores e 3 governadores de estados, além de banqueiros, empresários e missionários. Diz-se que a afeição de Jonathan e Sarah um pelo outro e a rotina devocional regular em família foram alicerces firmes para os onze filhos; o que também teve doce e piedoso efeito em alguns dos visitantes da família Edwards, como em George Whitefield, que sobre eles comentou: “Senti grande satisfação por estar na casa dos Edwards. Ele é um filho de Abraão e tem uma filha de Abraão como esposa. Que casal agradável! Seus filhos não se vestiam de cetim e seda, mas de trajes simples, como os filhos daqueles que, em todas as coisas, devem ser exemplos da simplicidade de Cristo. Ela é uma mulher adornada de um espírito manso e tranquilo, alguém que fala de maneira firme e franca das coisas de Deus; parece ser tão auxiliadora para seu marido, que isto me fez renovar aquelas orações, as quais por muitos meses tenho feito a Deus, para que se agrade em me enviar uma filha de Abraão para ser minha esposa”. [No ano seguinte, Whitefield casou-se]. Relata-se que quando Jonathan escrevia aos filhos, sempre os alertava – não de maneira mórbida, mas como um fato – de quão próxima a morte poderia estar. Para Jonathan, a realidade da morte levava automaticamente à necessidade de vida eterna. Ele escreveu ao filho de dez anos, Jonathan Jr., a respeito da morte de um coleguinha do menino: “Este é um chamado altissonante para que você se prepare para a morte [...] Nunca dê a si mesmo até que haja uma boa evidência de que você é convertido e nascido de novo”. Em 1729, com a morte do seu avô, Jonathan tornou-se o pastor titular da igreja de Northampton, na qual, através de sua poderosa pregação, ocorreu um grande avivamento cinco anos mais tarde (1734-35)5. O Grande Despertamento, que tivera os seus primordios alguns anos antes entre os presbiterianos e reformados holandeses na Pensilvânia e Nova Jersey, cresceu com as pregações de Edwards e atingiu o seu apogeu no ano de 1740, com o trabalho itinerante do grande avivalista inglês George Whitefield (1714-1770)6.

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Em 1750, após 23 anos de pastorado, Jonathan Edwards foi despedido pela sua igreja, a razão principal sendo a sua insistência de que somente pessoas convertidas participassem da Ceia do Senhor, em contraste com a prática anterior do seu avô. No seu sermão de despedida, depois de advertir a igreja sobre as contendas que nela havia e os perigos que isso representava, ele concluiu: “Portanto, quero exortá-los sinceramente, para o seu próprio bem futuro, que tomem cuidado daqui em diante com o espírito contencioso. Se querem ver dias felizes, busquem a paz e empenhem-se por alcançá-la (1 Pedro 3:10-11). Que a recente contenda sobre os termos da comunhão cristã, tendo sido a maior, seja também a última. Agora que lhes prego meu sermão de despedida, eu gostaria de dizer-lhes como o apóstolo Paulo disse aos coríntios em 2 Coríntios 13:11: “Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco”7. No ano seguinte, Edwards foi para Stockbridge, uma região remota da colônia de Massachusetts, onde trabalhou como pastor dos colonos e missionário entre os índios. Em 1757, a sua excelência como educador e sua fama como teólogo e filósofo fizeram com que ele fosse convidado para ser o presidente do Colégio de Nova Jersey, a futura Universidade de Princeton. Logo que Jonathan chegou a Princeton, foi vacinado contra rubéola. Este ainda era um procedimento experimental. Ele contraiu a doença e morreu, em 22 de março de 1758, enquanto Sarah ainda estava em Stockbridge, na atividade de fazer as malas da família para a mudança para Princeton. Menos de três meses se passaram, desde que Jonathan se despedira dela. Durante os seus últimos minutos de vida, seus pensamentos e palavras foram para sua amada esposa. Ele sussurrou a uma de suas filhas: “Parece-me ser a vontade do Senhor que eu vos deixe em breve, por isso, transmita o meu amor mais sincero à minha querida esposa e diga-lhe que a união incomum, que tanto tempo houve entre nós, foi de tal natureza, que creio ser espiritual, e que, portanto, continuará para sempre: espero que ela encontre suporte sob tão grande tribulação e submeta-se alegremente à vontade de Deus”. Alguns dias depois, Sarah escreveu à sua filha Esther (cujo marido havia morrido apenas seis meses antes): “Minha querida filha, que posso dizer? O Santo e Bom Deus nos cobriu com um nuvem escura. Que aceitemos a correção e fiquemos em silêncio! O Senhor o

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fez. Deus me faz adorar a Sua bondade, porque tivemos o seu pai por tanto tempo. Mas o meu Deus vive; e Ele possui meu coração. Oh! Que legado meu marido, seu pai nos deixou! Estamos todos entregues a Deus; e aí estou, e gosto de estar”. Edwards destaca-se por outros fatores, além da sua notável produção filosófica e teológica. Ele foi também um extraordinário pregador, cujos sermões, proferidos com a mais sincera convicção, causavam um poderoso impacto 8. Em virtude disso, ele veio a ser um dos protagonistas do célebre avivamento religioso americano que ficou conhecido como o Grande Despertamento (1735-44). Mais ainda, com sua pena habilidosa, Edwards tornou-se o principal estudioso e intérprete do avivamento, registrando descrições e análises sobre os seus fenômenos espirituais e psicológicos que até hoje não foram superadas. Finalmente, Edwards impressiona por sua grande síntese entre fé e razão, tanto em sua vida pessoal quanto em sua produção literária. Dotado de uma mente inquiridora e disciplinada, e acostumado a refletir sobre um tema até as suas últimas implicações, ele também foi um homem de espiritualidade profunda e transbordante, que teve como a maior das suas preocupações a celebração da graça e da glória de Deus. No Brasil, a vida e contribuição de Edwards ainda são essencialmente desconhecidas nos meios evangélicos, até mesmo nos círculos acadêmicos9. A única coisa que muitos associam com ele é o célebre sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado”10, que, embora aborde um tema importante da sua teologia, está longe de ser representativo da sua obra como um todo e certamente não expressa algumas das principais ênfases da sua reflexão.

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Referências: [1] Jonathan Edwards passou a despertar enorme interesse entre os estudiosos a partir da início da década de 1930, graças ao trabalho de pesquisadores como Perry Miller, que o caracterizou como “o maior filósofo-teólogo que já adornou o cenário americano”. Ver Paul Helm, “Edwards, Jonathan”, em The New International Dictionary of the Christian Church, gen. ed. J.D. Douglas (Grand Rapids: Zondervan, 1978). [2] Benjamin B. Warfield, “Edwards and the New England Theology”, Encyclopedia of Religion and Ethics, 1912. Também em The Works of B.B. Warfield, Vol. 9 (Studies in Theology), 515-538. [3] “The Earliest Known Letter of Jonathan Edwards”, Christian History, Vol. IV, nº 4, p. 34. Minha tradução. A carta também menciona as últimas mortes que ocorreram na cidade e dá informações sobre a saúde dos membros da família, inclusive a sua própria dor de dente. [4] Elisabeth S. Dodds, “My Dear Companion”, Church History 4, nº 4, pp. 15-17. George Whitefield narra em seu diário a profunda impressão que a vida familiar dos Edwards lhe causou e como isso o levou a renovar suas orações por uma boa esposa para si mesmo. George Whitefield’s Journals (Londres: Banner of Truth, 1960), 476-77, citado em Edwin S. Gaustad, ed., A Documentary History of Religion in America: To the Civil War, 2ª ed. (Grand Rapids: Eerdmans, 1993), 196. [5] O reavivamento ocorreu quando Edwards pregou uma série de sermões sobre a justificação pela fé. [6] Sobre o avivamento entre os presbiterianos, ver o artigo do Rev. Frans Leonard Schalkwijk, “Aprendendo da História dos Avivamentos”, em Fides Reformata II:2, 61-68. [7] Christian History IV, nº 4, p. 4. Minha tradução. [8] Segundo Warfield, foi em seus sermões que os estudos de Edwards produziram seus frutos mais ricos. Ibid. Os sermões de Jonathan Edwards constituem o maior conjunto de manuscritos originais desse autor ainda disponíveis. [9] Uma exceção é o trabalho de Luiz Roberto França de Mattos, “Jonathan Edwards and the Criteria for Evaluating the Genuineness of the ‘Brazilian Revival’”, Dissertação de Mestrado, São Paulo, Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, 1997. [10] Jonathan Edwards, Pecadores nas Mãos de um Deus Irado, 3ª ed. (São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, c.1993). Esse sermão foi pregado por Edwards na cidade de Enfield, Connecticut, em 1741.

______________ ♦ Esta Biografia é baseada nas seguintes fontes: MATOS, Alderi Souza de. Jonathan Edwards: teólogo do coração e do intelecto. Disponível em: <http://www.mackenzie.com.br/7077.html>. (Acesso em 18 de abril de 2014). Editado e Adaptado. PIPER, Noël. Sarah Edwards. Fiel em meio ao mundano. In: PIPER, Noël. Mulheres Fiéis e seu Deus Maravilhoso. História de Cinco Mulheres de Fé. São Paulo: Editora Fiel: São Paulo, p. 17-46.

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O Estandarte de Cristo é um projeto cujo objetivo é proclamar a Palavra de Deus e o Santo Evangelho de Cristo Jesus, para a glória do Deus da Escritura Sagrada, através de traduções inéditas de textos de autores bíblicos fiéis, para o português. A nossa proposta é publicar e divulgar traduções de escritos de autores como os Puritanos e também de autores posteriores àqueles como John Gill, Robert Murray McCheyne, Charles Haddon Spurgeon e Arthur Walkington Pink. Nossas traduções estão concentradas nos escritos dos Puritanos e destes últimos quatro autores. O Estandarte é formado por pecadores salvos unicamente pela Graça do Santo e Soberano, Único e Verdadeiro Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o testemunho das Escrituras. Buscamos estudar e viver as Escrituras Sagradas em todas as áreas de suas vidas, holisticamente; para que assim, e só assim, possamos glorificar nosso Deus e nos deleitarmos nEle desde agora e para sempre.

Livros que Recomendamos:  A Prática da Piedade, por Lewis Bayly – Editora PES  Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, por John Bunyan – Editora Fiel  Um Guia Seguro Para o Céu, por Joseph Alleine – Editora PES  O Peregrino, por John Bunyan – Editora Fiel  O Livro dos Mártires, por John Foxe – Editora Mundo Cristão  Os Atributos de Deus, por A. W. Pink – Editora PES  Por Quem Cristo Morreu? Por John Owen (baixe gratuitamente no site FirelandMissions.com)

Indicações de Sites onde você poderá encontrar materiais edificantes e/ou baixar outros e-books bíblicos gratuitamente JosemarBessa.com – Puro Conteúdo Reformado FirelandMissions.com MinisterioFiel.com.br ProjetoSpurgoen.com.br Monergismo.com VoltemosAoEvangelho.com ProcurandoVerdadeBiblica.blogspot.com.br

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Viste as páginas que administramos no Facebook Indicações de E-books de publicações próprias. Baixe estes e outros gratuitamente no site.             

10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne Cristo, Totalmente Desejável – John Flavel Eleição & Vocação – Robert Murray M’Cheyne A Gloriosa Predestinação – C. H. Spurgeon Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon A Livre Graça – C. H. Spurgeon A Paixão de Cristo – Thomas Adams Quem São Os Eleitos? – C. H. Spurgeon Reforma – C. H. Spurgeon Salvação Pertence Ao Senhor – C. H. Spurgeon O Sangue – C. H. Spurgeon Semper Idem – Thomas Adams Tratado sobre a Oração, Um – John Bunyan

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2 Coríntios 4 1

Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não 2 desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à 3 consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 4 Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não 5 resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos 6 vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do 7 conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro 8 em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo 9 somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Persegui10 dos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se 11 manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos 14 também, por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos 15 ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de 16 graças para glória de Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem 17 exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e 18 momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não JonathanEdwardsSelecionados.blogspot.com | OEstandarteDeCristo.com atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que Issuu.com/oEstandarteDeCristo se não veem são eternas.


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