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Ademir Pascale entrevista Jorge Luiz Calife

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Ademir Pascale: Quais foram as principais influências e como foi o início de Jorge Luiz Calife para o meio literário?

meu trabalho.

Ademir Pascale: Por que a escolha pela FC? Jorge Luiz Calife: Eu cresci na época mais futurista da história da humanidade, os anos de 1950 e 1960, em meio a corrida espacial. Acho que fui atraído pela FC pelas histórias em quadrinhos do Flash Gordon e do Buck Rogers que saíam em tiras nos jornais que meu pai e meu avô compravam. Depois eu descobri a literatura, Arthur C.Clarke, Larry Niven e outros autores. Eu gostava de inventar histórias, imaginar seqüências para meus filmes favoritos. Comecei a escrever na faculdade de jornalismo, como um passatempo. Aí, em 1982 o Arthur Clarke me incluiu nos agradecimentos do seu livro 2010, por uma sugestão que eu tinha feito e que resultou no livro. E a editora dele no Brasil, a Nova Fronteira, interessou-se pelo

Jorge Luiz Calife: Acho que a FC é a literatura mais adequada para a época de mudanças aceleradas em que nós vivemos. O mundo em que vivemos hoje é diferente do mundo em que nossos pais viveram e o mundo dos nossos filhos e netos será diferente do nosso. A tecnologia avança muito rapidamente, o mundo muda. Só a FC pode lidar com isso. Imaginar as possibilidades do futuro. A literatura mainstream se volta mais para o passado e o presente.

Ademir Pascale: Poderia comentar sobre a sua nova obra Trilogia Padrões de Contato (Devir) e também nos dizer como está sendo a receptividade dos leitores?

Jorge Luiz Calife: Esse projeto de publicar os três livros da série em um volume só foi idéia do Roberto Causo. Eu preferia Ter feito o quarto livro, que ficou inédito, mas aceitei a vontade do editor. Espero que dê certo. O livro saiu há coisa de um mês, ainda não deu para sentir a receptividade dos leitores.

Ademir Pascale: Como foi a premiação Nova de Ficção Científica com a obra Linha Terminal (1991, GRD)?

Jorge Luiz Calife: Foi uma surpresa. Acho que ganhei porque não havia muita concorrência, mas é claro que foi bom Ter o trabalho reconhecido.

Jorge Luiz Calife: O Arthur vivia dizendo que não podia imaginar o que acontecia depois do final do “2001” e eu achava muito simples. Difícil foi a continuação do Planeta dos Macacos, “2001” era brincadeira. Escrevi um conto, que ficou na gaveta muitos anos até que li uma entrevista do Arthur na revista Omni dizendo que ia parar de escrever, que considerava a carreira encerrada. Escrevi para ele, mandei um resumo das idéia no conto e o resto é história. Ele gostou, pediu para usar as idéias e eu consenti.

Ademir Pascale: E como surgiu a ideia para a criação da criativa obra Como os Astronautas vão ao banheiro? e Outras Questões Perdidas no Espaço (2003, Record)?

Jorge Luiz Calife: Foi resultado do meu trabalho como jornalista. Quando trabalhei no Jornal do Brasil, na década de 1980 eu cobri o programa espacial, conversei com astronautas da Nasa, incluindo as mulheres da equipe do ônibus espacial e fui acumulando conhecimento sobre o assunto. Um dia um estudante me ligou pedindo uma indicação de um livro de referência sobre o assunto e não havia um título em português, atualizado, que eu pudesse indicar. Daí surgiu a idéia de fazer um livro sobre a vida real dos astronautas. E essa questão do banheiro é a pergunta que mais intriga as pessoas, está até naquele filme com o Tom Hanks, o Apollo 13.

Ademir Pascale: Você já escreveu várias obras, entre elas algumas do gênero infanto-juvenil. Mas de todos os seus títulos, qual mais lhe marcou e por quê?

Jorge Luiz Calife: ? Acho que o meu favorito foi o meu primeiro romance, que continua inédito até hoje. Dos livros publicados eu gosto mais do “Sereias do espaço” onde eu pude escolher as histórias que mais gosto entre as muitas que escrevi.

Ademir Pascale: Quais são as suas dicas para os autores em início de carreira?

Jorge Luiz Calife: Pesquisar muito o assunto escolhido e escrever sobre aquilo que gostam e entendem.

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta ainda para este ano?

Jorge Luiz Calife: No momento não, mas a vida é cheia de surpresas.

Ademir Pascale: Como os interessados poderão saber mais sobre Jorge Luiz Calife?

Perguntas Rápidas:

Um livro: Star Riggers way do Jeffrey Carver Um(a) autor(a): Joe Haldeman Um ator ou atriz: Helen Slater Um filme: A noite americana Um dia especial: 21 de julho de 1969, a Águia pousando foi inesquecível. Um desejo: Que o trabalho dos escritores seja mais valorizado no nosso país.

Ademir Pascale: Foi um imenso prazer conversar contigo. Desejo-lhe muito sucesso.

Jorge Luiz Calife: Obrigado, foi um prazer pra mim.

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