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| Julho Agosto dede 2014 2014
Índice
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04 Editorial 06 Entrevista 12 Política 14 Economia 17 Cidades 19 Moda 20 Capa 25 Decoração 26 Esportes 28 Beleza 30 Moda 32 Mundo Animal 34 Gastronomia 36 Turismo
“Colchão” financeiro deve ser o primeiro investimento de qualquer pessoa
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Elevado ao status de acessório de moda, o esmalte caiu de vez no gosto das brasileiras
Elisbeth Vasques
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Novo lar: Cindy e Rex foram adotados há três anos.Adoção não tem segredos, basta ter vontade e disposição para cuidar do peludo, seja ele canino ou felino
Fuja da rotina do turismo tradicional e conheça os costumes, rituais e brincadeiras de uma comunidade indígena
Colunistas 18
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Paulo M. Ribeiro
Andressa Besseler
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Marcos Cazetta
Tamyres Barbosa
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Rodrigo Messias Outubro de 2014 |
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Expediente/ Editorial Diretor Executivo
Alessandro Vezzá vezza@leiaabc.com
Diretor Administrativo/Comercial Giancarlo Frias giancarlo@leiaabc.com
Diretor de Redação
Wallace Nunes - MTb 55.803/SP wallace@leiaabc.com
Editora-chefe
Andressa Besseler - MTb 59.420/SP andressa@leiaabc.com
Revisão Editorial
É preciso esforço para se comunicar com luzes que brilham
Laís Serrão
Diagramação
Evelyn Domingues - MTb 48.250/SP
Fotografia
Shutterstock e Assessorias
Relações Comerciais
Colaboradores
Mohammed Waleed, Tamyres Barbosa, Paulo M. Ribeiro, Isaac R. Zetune e Marcos Cazetta A tiragem da revista é devidamente auditada pela
Em “Terra dos Homens”, Saint-Exupéry, em seu primeiro voo de avião, descreve a visão que teve do espaço que sobrevoava: um imenso oceano onde cada luz que piscava correspondia a um “milagre de uma consciência”. Segundo ele, “é preciso a gente tentar se reunir. É preciso a gente fazer um esforço para se comunicar com algumas dessas luzes que brilham, de longe em longe, ao longo da planura”. Esse é o espírito da equipe Leia ABC. Sim. Foi preciso errar mil vezes para conseguir acertar, o segredo é continuar. Não desistimos dos nossos propósitos. Ficamos firme. Diariamente olhamos para nosso sonho, sentimos o sabor dele se aproximar e se entregar às tentativas e para lutar dia após dia, de mãos dadas com você, leitor.
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Foco, Força. Respira, descansa, mas não abandonamos o caminho de se superar a cada mês oferecendo um conteúdo que não seja um simples produto e sim, uma experiência. Fazendo testes com novos articulistas, novas editorias.
LEIA ABC é uma publicação mensal produzida pela Editora Sustentabilidade Editorial e Cheeses Publicidade LTDA.
Seja como for, outubro ainda reserva a disputa presidencial entre a Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB-MG), que será disputada voto a voto com a velha política. Qualquer um que triunfe no dia 26 de outubro terá de fazer acordos com várias siglas, oferecer-lhes cargos e verbas e ceder-lhes poder decisório para governar. A velha política, para usar um termo difundido e impreciso, continuará a dar as cartas. Talvez o debate político no Brasil ainda precise amadurecer na crítica, às vezes pueril ao multipartidarismo e ao escambo entre as agremiações e o chefe do Executivo.
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Entrevista
O diferencial da temática australiana
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ardápio abrasileirado, com caipirinha, picanha e pastel, informalidade no atendimento e um consumidor que cada vez mais faz refeições fora de casa. Esses três fatores têm feito com que o Brasil se torne um mercado de destaque para redes americanas de restaurantes. O Outback Steakhouse é um exemplo de empresa que faz sucesso no ABC. No mês passado foi inaugurada a terceira unidade na região, localizado em Santo André, no Shopping ABC. O novo restaurante está instalado numa área de 810m², com capacidade para receber 265 pessoas. O investimento da nova unidade foi equivalente a R$ 4,5 milhões. A unidade chega a cidade com novo layout. Os destaques do novo visual são as cores mais claras e os móveis com design moderno. O restaurante também ganha nova iluminação, um pouco mais intensa, principalmente na área do bar. Belas fotografias de paisagens australianas complementarão a decoração do espaço. “A região do ABC está em franco crescimento e concentra grandes investimentos. Além disso, tem população ávida por novidades, com bom poder aquisitivo e potencial econômico. A nova unidade em Santo André representa um passo importante na consolidação da nossa atuação no Grande ABC. A cidade tem representatividade na região, por isso iniciamos as análises econômico-financeiras para uma decisão final e, positivamente, estamos desembarcando no Shopping ABC”, diz Júlio Gueter, sócio-regional do Outback Steakhouse. Andressa Besseler - andressa@leiaabc.com
Leia ABC - O senhor iniciou sua jornada empresarial muito cedo? Como surgiu a ideia de empreender neste mercado que fornece comida às pessoas? Júlio Gueter - Comecei minha carreira na área de alimentação em 2000, trabalhando em uma grande empresa de fast food. Lá, atuei como gerente trainee e, com dedicação, tive uma rápida evolução. Em dois anos, estava gerenciando o restaurante. Depois de trabalhar por algum tempo como gerente, recebi um convite para fazer consultoria para esse mercado. No total, foram 22 anos trabalhando com fast food e durante muito tempo acompanhei a expansão da rede Outback. Em 2010 surgiu a oportunidade de uma entrevista para me candidatar a sócio da companhia e deu certo. Em 2011 comecei a treinar para assumir 6
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uma unidade da rede e inaugurei o Outback São Caetano em novembro do mesmo ano. Em agosto de 2013 fui convidado a iniciar o treinamento para sócio regional e, em 2014, assumi a posição. Atualmente, atuo como um gestor de diferentes unidades do Outback para determinadas regiões. Leia ABC - A estagnação da renda e o baixo nível de confiança do consumidor proporcionam um cenário nos dias atuais em que a certeza é a incerteza. Qual é a sua estratégia para obter ganhos e expandir os negócios na região do ABC? Júlio Gueter - Em primeiro lugar, vejo que somos sempre otimistas com relação aos negócios. Para manter e aumentar os ganhos e, além disso, investir em expansão, nossa estratégia é fidelizar os clientes. Para isso, apostamos em um serviço de padrão
internacional em todas as unidades. Nosso cliente encontra sempre uma culinária farta de sabor marcante, atendimento descontraído e ambiente aconchegante. Então, o cliente pode escolher um restaurante no Norte ou no Sul do País e, mesmo assim, sempre encontrará o padrão Outback Steakhouse. Isso fideliza o cliente, pois ele conhece a marca, a qualidade do serviço e dos produtos. Leia ABC - Recentemente foram divulgados dados a respeito da falta de vontade do brasileiro, em especial o paulistano, em comer fora de casa. O senhor não tem receio que esses dados possam afetar seus negócios? Júlio Gueter - O cliente reconhece a equação de valor nos produtos que oferecemos, a qualidade dos pratos, fartura. As pessoas sempre tentarão cortar algum gasto em algum momento, mas mais do que alimentação, oferecemos momentos para os clientes, experiências marcantes na vida de cada um deles. Já somos um destino, as pessoas vivem momentos importantes de suas vidas no Outback. Isso fortalece nossa atuação e reforça nossa integração com o cliente de forma intensa e verdadeira. A região do ABC paulista tem se mostrado muito promissora. Leia ABC - Comer fora de casa no Brasil, sobretudo no ABC, é caro quando comparamos com outras metrópoles. Qual o motivo pelos preços altos? Júlio Gueter - O Outback Steakhouse tem um cardápio padrão e se você comparar os valores da região do ABC com as unidades de São Paulo, por exemplo, notará que não há variação. Além disso, a cada ano, o aumento do preço do nosso cardápio tem sido abaixo da inflação. Somos conhecidos por oferecer pratos individuais fartos e, também, grandes porções para compartilhar. Todos os clientes que sentam à mesa de nossos restaurantes recebem nossas boas-vindas com o tradicional pão australiano como símbolo de nossa
hospitalidade. Nosso cardápio é baseado em produtos de qualidade, insumos nacionais e importados, cortes de carnes exclusivos que são provenientes de gado de raças britânicas (Hereford e Angus), cujo processo de criação a rede acompanha desde o início. Produzimos diariamente 98% do que é servido dentro do restaurante (com exceção do pão e do sorvete). Ofereceremos serviço de qualidade, culinária farta de sabor marcante e atendimento único por um preço justo. Leia ABC - Qual o planejamento da empresa para lidar com a concorrência que cresceu assustadoramente nos últimos dois anos? Júlio Gueter - É muito importante ter em mente que todos os restaurantes concorrem pela escolha do cliente e essa concorrência é saudável para o setor. Sejam concorrentes diretos, que fazem parte do mesmo segmento que o nosso, sejam os que oferecem conceitos diferentes ou, ainda, marcas locais, a concorrência é muito importante e bem-vinda. Esse trabalho focado em clientes-alvos movimenta o mercado e faz com que haja compromisso para entregar o que é prometido, mantendo um serviço de qualidade e preço competitivo. Leia ABC - Qual a expectativa para o cenário futuro para o setor de alimentos prontos no Brasil? Júlio Gueter - Nossas expectativas são as melhores. Crescemos 20% ao ano em número de unidades e vamos continuar in-
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Entrevista vestindo. Atualmente, possuímos 60 restaurantes em operação e fecharemos o ano com 64. Em 2014, serão 14 restaurantes inaugurados no total e, no próximo ano, continuaremos com um forte plano de expansão. O País vive um momento de visibilidade pela economia mundial. O brasileiro hoje tem acesso a produtos e serviços que não tinha anteriormente. Com o aquecimento da economia, percebemos no público maior vontade e poder para consumir mais e melhor. O Outback aposta neste mercado e acredita em um crescimento sólido e estruturado, apoiado em nossas bases operacionais. Acreditamos que o crescimento é resultado de muito trabalho para oferecer o mesmo padrão e qualidade a cada novo restaurante. Leia ABC - O senhor, como investidor, faz uso da cautela para investir seu dinheiro? Júlio Gueter - Pessoalmente, busco sempre analisar o cenário atual e verificar as possiblidades de resultados futuros. Normalmente, busco tirar bons ensinamentos de situações difíceis, procuro oportunidades e olho para o lado bom para descobrir onde posso melhorar. Leia ABC - Cautela em várias frentes? O ideal é jogar na defensiva para preservar o capital? Júlio Gueter - Não possuímos uma estratégia defensiva. Estamos em um momento de crescimento e acreditamos no Brasil. Nossas estratégias são sempre pensadas para a sustentabilidade da marca, ou seja, são ações que visam dar continuidade aos investimentos, resultando em expansão, mantendo a qualidade do serviço e da culinária que nosso cliente já conhece. Leia ABC - O Outback Steakhouse não trabalha com franquia. Os donos são sócios da rede e responsáveis pela operação. Como funciona isso? Júlio Gueter - Exatamente, Outback não é franquia. A companhia é responsável pelo investimento para a abertura de um novo restaurante, algo em torno de R$ 4,5 milhões. Os sócios fazem um investimento mínimo, de R$ 60 mil, referente a cotas para sociedade com a empresa. Todos os restaurantes são do Outback Steakhouse, como companhia, e os sócios ficam responsáveis, 8 | Novembro Dezembro | Outubro dede 2013 2014
por meio de um contrato, pela operação, atuando na gestão do restaurante. Há remuneração e participação nos resultados, mas esses valores não são divulgados. Leia ABC - Por que investir na região do ABC. Quais as principais oportunidades e riscos da região? Júlio Gueter - Estamos apostando mais uma vez no Grande ABC por sua expressividade. É uma região em franco crescimento, que concentra grandes investimentos nos setores imobiliário, de lazer, de comércio, indústria e de serviços. Apresenta uma população ávida por novidades, com bom poder aquisitivo e potencial econômico. Por isso, temos um vasto potencial para explorar no ABC. Se existem riscos, sem dúvidas, mas as oportunidades se sobrepõem a eles. Leia ABC - A palavra conservadorismo geralmente tem uma conotação negativa: é associada ao apego excessivo às tradições e ao desejo de manutenção do status quo. Mas, no mundo das finanças, o conservadorismo pode ser positivo, especialmente em momentos de indefinição como o atual? Júlio Gueter - Atuamos com cautela, mas realmente não atuamos na defensiva. Nossas estratégias são sempre sustentáveis e, por isso, atuamos com capital próprio. Nossas iniciativas são planejadas e têm a intenção de continuidade dos investimentos, resultando em expansão, mantendo os padrões que nosso cliente já conhece para atendê-lo cada vez melhor. Leia ABC - O melhor termômetro sobre o desempenho da rede no Brasil são as enormes filas de espera nas portas dos restaurantes. Como diminuir essas filas? Júlio Gueter - Os clientes que optam por aguardar compreendem a espera por conhecerem nossa qualidade, nossos produtos e nosso atendimento diferenciado. Além disso, não são todos os horários que temos fila, mas sim nos horários de pico. A melhor forma de diminuir a espera é abrir mais restaurantes e aumentar a capacidade de atender. Por isso, inauguramos a unidade de Santo André e temos mantido os 20% de crescimento ao ano em número de unidades no Brasil. Além disso, o Outback retribui com muita hospitalidade a estes clientes que optam por permanecer aguardando. Muitas vezes oferecendo a de-
gustação de produtos, além de prestar o mesmo serviço diferenciado encontrado na parte interna do restaurante. Leia ABC - A rede possui conhecimento do cliente-alvo no ABC? Realizam acompanhamento ou monitoramento? Explique. Júlio Gueter - Cada cliente é único e ele deve estar em primeiro lugar. Cada pessoa que entra no restaurante tem uma expectativa e nosso papel é, de forma personalizada, oferecer uma experiência exclusiva e especial para este cliente. Temos também um acompanhamento do comportamento e necessidades de nossos clientes por meio de pesquisas de satisfação realizadas internamente e acompanhamento das tendências de mercado por meio de institutos de pesquisa contratados, que nos dão uma visão geral das tendências locais e mundiais. Leia ABC - Como driblar os problemas de mobilidade urbana por conta do escoamento da produção que precisa chegar até a unidade? Júlio Gueter - Temos um cronograma bem planejado para manter os restaurantes abastecidos e não somos atingidos por problemas de mobilidade urbana. A própria expansão da rede acontece de forma com que tenhamos sempre o mesmo abastecimento por parte de nossos fornecedores, seja no ABC ou no nordeste, por exemplo. Leia ABC - Mais de 60% dos sócios são pessoas que já estavam ligadas à empresa, como gerentes e até garçons. Apesar da preferência por quem já conhece o cotidiano da rede e as especificidades da operação, o senhor descarta ou não a possibilidade de vender as cotas à profissionais com experiência na área de food service e empreendedores com grande capacidade de sucesso? Júlio Gueter - A escolha de um novo sócio é feita de forma muito detalhada, e não descartamos profissionais de mercado. Claro que se possuímos alguém que já conhece a cultura e dinâmica da marca, ligado à operação e preparado para assumir um restaurante, optaremos por ele. Mas pessoas que possuam o perfil desejado, ligadas a outras áreas do setor de alimentação, hospitalidade e serviços, que possuem experiência e bagagem na administração de um negócio podem se candidatar. Estamos abertos a isso.
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Mirante
Andressa Besseler Interino andressa@leiaabc.com
Federal
Estadual
Alex Manente:164.760
Morando: 237.020
Luiz Fernando:102.905
Barba: 95.156
Vicentinho: 89.001
Luiz Turco: 78.670
Ana do Carmo: 72.238
Átila Jacomussi: 62.856
Menos cadeiras Cerca de 2 milhões de eleitores das sete cidades compareceram às urnas no dia 05/10. Mesmo assim, a região teve redução das bancadas na Assembleia Legislativa e Câmara Federal em comparação a 2010. Entre os eleitos deputados estaduais, Orlando Morando (PSDB) conquistou 237.020 votos, o terceiro maior do Estado de São Paulo. Apesar da ascensão do tucano, o PT de São Bernardo saiu fortalecido do pleito ao conseguir reeleger Ana do Carmo (PT), com adesão de 72.238 eleitores, e garantiu a vitória dos petistas Teonilio Barba e Luiz Fernando, com 95.156 e 102.905. Luiz Turco (PT) também foi eleito com 78.670 votos. Em Mauá, o ex-superintendente da Sama (Saneamento Básico de Mauá) Átila Jacomussi (PCdoB) foi a grande surpresa ao receber 62.856 votos. Para o Congresso Nacional, a região conta com dois representantes: Alex Manente (PPS) recebeu 164.760 votos e Vicentinho (PT), 89.001 votos.
Pé quente O presidente da subsecção de Santo André da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Fábio Picarelli, está feliz da vida. Demonstrou toda a sua força pós-eleição com o resultado do seu grupo de apoiadores: Fernando Capez – Dep. Estadual eleito em 1º lugar com 306.268 votos; Rodrigo Garcia – Dep. Federal eleito em 5º lugar com 336.151 votos; Serra -Senador eleito com 11 milhões de votos e Geraldo Alckmin que conquistou 12.230.807 votos.
Grana: cabo eleitoral de peso
O tempo não para O prefeito Santo André, Carlos Grana (PT), vai se licenciar por 15 dias para se dedicar à campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. Confiante, após vitória do seu candidato Luiz Turco (PT) - 78.670, agora toda a sua atenção se volta à reeleição da presidenta.
Picarelli mostra influência na região
Pérolas das Eleições Recalcular a rota No momento de maior projeção de sua carreira, o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, morreu em um acidente de avião. A tragédia mudou o rumo da campanha eleitoral. Marina Silva assumiu a corrida presidencial. Mesmo com uma eleição das mais imprevisíveis da história eleitoral recente, Marina Silva estava como certa para disputar o segundo turno. Porém, aumentou sua rejeição e começou a desinflar por questões como a união homoafetiva para atender ao pastor Silas Malafaia, a vinculação a Neca Setubal, do Banco Itaú, a pouca ênfase no pré-sal e a proposta de Banco Central independente. Conclusão: amargou o 3º lugar com 21% dos votos válidos. Desserviço?! Tiririca transformou o horário político num show. Apenas um espaço para diversão e humor. Primeiro com a paródia de Roberto Carlos e depois com a de Pelé. Se Tiririca presta um desserviço à política, o que dizer das candidaturas que usaram fotos de agências estrangeiras para representar eleitores brasileiros? A diferença é que o deputado Tiririca não enganou ninguém, fez seu stand up abertamente. Esta história, é preciso lembrar, começou em 2010, quando Tiririca se tornou o deputado federal mais votado no País com uma propaganda marcada pelo deboche. Com 1,3 milhão de votos obtidos na sua primeira eleição. Em 2014, o dublê de deputado e palhaço foi além. Eu diria que ele revolucionou o horário eleitoral gratuito destinado aos candidatos a deputado. O stand up de Tiririca ensina que o horário eleitoral precisa ser revisto. Hoje é quase inútil. E é por isso que o show do palhaço agradou tanto.
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Política
A lei eleitoral engessou a campanha de 2014 O comentário geral é de que a própria legislação eleitoral que engessa as ações de marketing dos candidatos ao Executivo e ao Legislativo Wallace Nunes com Agências – wallace@leiaabc.com
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cabou. A campanha eleitoral de 2014 nunca, na história deste País, foi tão morna - mais precisamente engessada- quando comparada com outros tempos. A começar pelos debates, que se convencionaram fazer nas emissoras de TV, foram tão enfadonhos que causou estranheza aos que gostam de assisti-los. Aconteceu porque os organizadores, em acerto com os representantes dos candidatos, arquitetaram os programas de forma a evitar os confrontos, como se o formato não tivesse por princípio o próprio confronto. Explica-se. A baixa audiência dos debates - o eleitor não se pôs à frente de uma TV para ouvir propostas dos candidatos - porque, ninguém acredita, ou
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pensou em acreditar, nas promessas feitas ao calor do processo eleitoral. Raras são as promessas que saem do papel para a prática depois das eleições. Para muitos, o que esperava-se eram debates com confrontos de ideias, revelação de malfeitos que o candidato A fez no passado e que o eleito B não poderá repetir no futuro. “Sim, foi o questionamento sobre o porquê não fez e agora promete fazer”, resumiu por email à LEIA ABC, o cientista Gaudêncio Torquato. Para ele, isso que dava alma ao debate. “E a ausência desses elementos tornaram os debates nos últimos anos um espetáculo para masoquistas”, explica. Aliás, o debate na TV foi apenas um dos casos de engessamento da campanha eleitoral de 2014. Tudo por causa das sucessivas mudanças na Lei Eleitoral. Não foi possível, na propaganda eleito-
ral, por exemplo, falar mal dos adversários sob pena de isso gerar um processo que resultou na perda do espaço na TV e no rádio e na aplicação de multas para o que “ofendeu” o outro, mesmo que essa “ofensa” seja a revelação da verdade. Proibiu-se, inclusive, que os humoristas fizessem piadas, em suas apresentações profissionais, com os políticos que disputam as eleições. Foi proibido “denegrir” (a aspa significa o uso indevido e racista da palavra) a imagem do candidato. É sim uma questão tão subjetiva que só será resolvida com uma canetada do juiz eleitoral. Toda a sociedade fica dependendo da vontade desses magistrados designados para atuar nas eleições. Entretanto, é proibido. Nas redes sociais, nos blogs, nos sites de notícias, sob qualquer forma de comunicação, foi – ou
é a partir deste ano - proibido falar mal dos candidatos, mesmo que eles tivessem uma longa “ficha suja”. No início do processo eleitoral, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Antônio Dias Toffoli, conclamou por uma por uma campanha limpa, sem ofensas aos adversários, o que foi rigidamente seguido por seus pares regionais.
Ofensas do que?
Mas o que pode ofender o adversário? Dizer que o governo dele foi ameno
com a corrupção? Questionar a falta de transparência e os inúmeros processos questionando o superfaturamento em obras e compras públicas? Informar que ele, como parlamentar, não fez o dever de casa, que não trabalhou ou que gastou demasiadamente o dinheiro público? Numa campanha eleitoral, obviamente, é importante os candidatos apresentarem propostas e discutirem-nas com o eleitorado. Mas o fórum adequado não é apenas o debate de televisão. Ali é o espaço por excelência do confronto de ideias, para que o eleitor con-
siga perceber as diferenças de posições, de caráter, de conhecimento dos temas abordados. Mais vale o diagnóstico dos problemas do que as promessas em um debate. E aquele que consegue diagnosticar melhor, certamente terá melhores condições de resolver. Mas o debate não pode prescindir dos assuntos espinhosos para os que disputam um cargo público. É preciso expor tudo para que o eleitor tenha condição de decidir. Quando isso não acontece, perdem os eleitores e ganham os candidatos que querem apenas um cargo para se dar bem.
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Economia
Sem dinheiro para uma emergência? “Colchão” financeiro deve ser o primeiro investimento de qualquer pessoa, recomendam especialistas. Escolha uma aplicação líquida e ignore os rendimentos Especial para Leia abc Thais Laporta - redacao@leiaabc.com
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urpresas acontecem. Uma cirurgia que o plano de saúde não cobre, os honorários daquele advogado, um vazamento em casa ou a perda do emprego. Pouca gente se prepara para imprevistos que exigem o desembolso de uma grande quantia de dinheiro, e nem todo seguro cobre certas emergências. “É aí que surgem as dívidas impagáveis. Formar um colchão financeiro para eventualidades deve ser uma atitude prioritária”, na opinião do planejador financeiro Valter Police Junior. “A reserva de emergência deveria ser, por excelência, o primeiro investimento de qualquer pessoa”, afirma Police. Não adianta pensar na aposentadoria ou investir em ações sem antes guardar uma reserva para as necessidades imediatas – senão, o patrimônio formado para outros fins pode ser ameaçado. “É como se fosse um auto seguro”.
Por onde começar
Para o consultor financeiro André Massaro, o padrão de vida da pessoa é um bom parâmetro para saber quanto poupar. Quanto maiores os gastos mensais familiares (não os rendimentos), maior a reserva. Em caso de desemprego, o mais confortável seria economizar o valor equivalente a 10 a 12 meses de despesas, recomenda. “Por exemplo, se a pessoa tem um gasto mensal de R$ 2 mil, ela deve ter uma reserva de pelo
menos R$ 20 mil”, diz. Mas o tamanho da reserva pode variar conforme o risco de ficar sem renda. Para um funcionário público, essa possibilidade é baixa. “Ele pode destinar apenas três meses das despesas para este fim”, recomenda Police. Já um funcionário da iniciativa privada, com carteira assinada, tem um risco moderado de perder o emprego, precisando poupar um pouco mais. Pequenos empresários e profissionais liberais, como dentistas e professores, são os mais sujeitos a imprevistos. Para eles, portanto, o “colchão” de 12 meses de gastos é o mais indicado. Pode levar alguns meses para completar o investimento, ou até alguns anos. Vai depender da capacidade de poupança de cada pessoa. “Uma dica válida é destinar pelo menos 10% de sua renda mensal para constituir a reserva”, acredita Massaro.
Liquidez e segurança
A primeira coisa ao começar a investir é esquecer a rentabilidade e pensar em acumular patrimônio. “Tanto faz quanto
a aplicação vai render”, afirma Police. O importante, na verdade, é procurar um investimento seguro, de baixo risco e com liquidez diária – que permita resgatar o dinheiro a qualquer momento. A caderneta de poupança e os CDBs (Certificados de Depósito Interbancário) possuem esta característica, além de alguns fundos DI. O consultor Massaro lembra que poupança e CDBs são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que aumentou o valor da garantia de R$ 70 mil para R$ 250 mil nos últimos meses. Isso significa que, se o banco quebrar, o fundo ressarce o investidor até este limite.
Tesouro Direto
Títulos de curto prazo do Tesouro Direto também são uma alternativa, segundo Massaro. Mas é importante diversificar a compra de papéis pré-fixados (que remuneram uma taxa acordada previamente) e pós-fixados (que pagam juros conforme a variação do mercado). Um erro comum, na opinião de Police, é comprar um imóvel pensando em usá-lo como reserva de emergência. “Não há garantia de que o proprietário conseguirá vender o imóvel imediatamente”, observa. Quando o investidor completar o valor estipulado para a reserva, é momento de parar de aplicar e deixar o dinheiro intocado para quando for necessário. É importante não confundir “necessidade” com “vontade” para o uso desta reserva. Uma viagem de férias ou uma festa para os filhos, por exemplo, deve ser paga com outros recursos, já que este dinheiro é destinado para acontecimentos que estão fora dos planos.
Associado encontra todos os produtos e serviços bancários, com a diferença de que ele é dono do empreendimento
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Andressa Besseler – andressa@leiaabc.com
ansado de ser tratado como um número, o empresário Ernesto Pacheco Moniz decidiu dar uma reviravolta na parte financeira da sua empresa. Desistiu do banco convencional e investiu no sistema de crédito cooperativo. Desde 2005, Moniz é cliente do Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo). “Como sistema cooperativo, valoriza o relacionamento, oferece soluções financeiras para agregar renda e contribui para a melhoria da qualidade de vida do associado, sem ficar empurrado produtos”, explica Moniz que atua no ramo de metalurgia há 27 anos na cidade de Ribeirão Pires. Atento a esse público e com proposta de ser alternativa ao sistema financeiro tradicional, a Sicredi segue em ampliação na região, onde atua desde 2004 e conta com quatro unidades: Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema e a recém-inaugurada em Mauá. A pró-
Cooperativismo
de crédito xima agência a abrir as portas será em São Caetano do Sul, com previsão até o final do ano. “Na cooperativa de crédito, o associado encontra todos os produtos e serviços bancários, com a diferença de que ele é dono do empreendimento e participa das decisões e do resultado da cooperativa. Quanto mais o associado movimenta com a cooperativa, mais ganha na participação”, explica o presidente da instituição, Jaime Basso. No ano que vem, Basso acredita que o Sicredi esteja presente nas sete cidades do ABC. “Nossa estimativa é chegar a 10% da população, tendo como base nossa atuação no Paraná”, diz Basso, que planeja abrir cinco agências a cada ano no Estado. “Isto é planejamento. Nosso movimento de chegada às cidades reproduz o mesmo tipo de expansão que o sistema financeiro demorou para levar suas agências ao Brasil”, explicou Moacir Nieuhes, diretor executivo da Sicredi.
A base para o crescimento, conforme os executivos, está na característica do cooperativismo de crédito. Por não gerar lucro, consegue oferecer ao público – que são sócios do empreendimento e não clientes – os mesmos serviços de um banco comercial, porém é na concessão de crédito que está sua vantagem. As taxas de juros geralmente são mais baixas que as de um banco comercial. “O sistema tem sensibilizado as pessoas. A nossa união tem reflexos significativos na economia, na sociedade e na cultura e sabemos que podemos continuar fazendo ainda mais”, afirma Basso.
Sócios
Para ser um associado como pessoa física basta levar alguns documentos pessoais como CPF, RG, cópia do comprovante de renda e de residência e depositar R$ 5. Para pessoa jurídica, basta incluir também documentos da empresa como CNPJ, contrato social, entre outros.
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Seu bolso
Mais autonomia para o Banco Central? E eu com isso? Marcos Cazetta Economista e especialista em finanças pessoais marcoscazetta@hotmail.com
econômicas podem influenciar diretamente Na reta final do debate para as eleições, em nosso bolso. Por exemplo, se o Banco surgiu um tema na questão econômica que Central devido a pressão dos bancos ou de gerou grande polêmica, o fato de um dos alguma parte do governo eleva a taxa de jucandidatos ter informado que daria autonoros acima do que se calcula devido, isso pomia ao Banco Central do Brasil (BACEN). A parderá provocar uma retração da economia, os tir daí, iniciaram-se uma série de especulações setores como indústria e comércio podem se esta autonomia seria boa ou ruim para a entender que o mercado terá oscilações e economia e para os mercados brasileiros. subirão o custo de mercadorias, talvez supe Como é de praxe nosso objetivo, rior ao necessário. O mesmo efeito pode ser aqui, nesta coluna, é saber o que isso pode inverso, uma vez que o Banco Central não mudar na sua vida, não podemos apenas eleve a taxa de juros para conter a inflação, nos contagiar por uma enxurrada de critipois por interesse do governo em manter o cas sem pararmos para analisar o que realcrescimento da economia, isso poderá caumente tem sentido? O que realmente faz sar um aquecimento excessivo e aumento diferença? Para isso precisamos entender de consumo além do previsto, gerando um de qual autonomia estamos falando, o Banaumento nos preços. co Central Brasileiro além de ser o principal Outro ponto que a taxa de juros responsável por regular e fiscalizar grande afeta diretamente é a remuneração dos seus parte do setor monetário é o principal resinvestimentos, no caso de um aumento da ponsável por manter a inflação dentro do taxa de juros excessivo pelo Banco Central, número estabelecido pelo Sistema de Mevocê estará obtendo ganhos superiores à retas de Inflação, ou seja, se o índice de inflaalidade nos seus rendimentos enquanto que ção apresenta uma tendência de elevação, em uma atitude contrária, você verá a deteo Banco Central poderá ou deverá sinalizar rioração dos seus rendimentos. um aumento da Taxa Básica de Juros com Vale ressaltar que nosso objetivo aqui é o objetivo de frear a atividade econômica. alertar você, leitor, que a maioria das ações Pois bem, quando falamos de mais na economia pode provocar alterações no autonomia ao Banco Central, estamos queseu bolso e no seu dia-a-dia, por isso vale rendo dizer que ele terá liberdade para deestar atento ao que acontece no seu baircidir o que fazer com a taxa de juros e as ro, na sua cidade e no seu país. A propósidemais funções que lhe competem, indeto, e apenas como caráter informativo: papendentemente das opiniões emitidas pelo íses de primeiro mundo apresentam total mercado ou até mesmo pelo Governo, ou autonomia do Banco seja, suas decisões não Central, isso proporciopoderão ser pautadas na tranquilidade e sepor pressões exercigurança aos mercados das principalmente de que as atitudes topor interesse políticos. Autonomia seria madas por este órgão Isso porque decisões boa ou ruim para a não terão nenhum tipo equivocadas ou toeconomia e para os de interesse político madas considerando ou de qualquer outra interesses específicos mercados brasileiros ordem que não lhe e não somente obcompete. servando as questões
Cidades
Lixo eletrônico incomoda muita gente Projeto recolhe UMA tonelada de lixo eletrônico no ABC em apenas uma semana de campanha, cujo trabalho de conscientização já dura um ano Redação com informação de agências- redacao@leiaabc.com
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Programa De Volta ao Ciclo, iniciativa das empresas Fast Shop, TerraCycle e Coopermiti, está comemorando mais de quatro toneladas de equipamentos de informática reciclados desde que a segunda fase do projeto teve início, em agosto de 2013. Apenas no ABC já foi recolhida uma tonelada de material. A expectativa é de que os números avancem rapidamente, já que a Fast Shop, empresa que recebe nas suas lojas os equipamentos, deve implantar em breve programas que incentivem funcionários e clientes a terem atitudes cada vez mais sustentáveis. O programa se concentra principalmente na coleta e reciclagem de resíduos eletrônicos, garantindo destinação ambientalmente correta. São aceitos HDs, teclados, mouses, desktops, monitores CRT, monitores LCD, notebooks e netbooks. Todos os resíduos coletados são enviados para Coopermiti, uma cooperativa sem fins lucrativos com certificação ISO 9001, localizada na cidade de São Paulo e especializada na gestão de resíduos eletrônicos. O material recebido pela Coopermiti é triado, descaracterizado e, em seguida, reciclado ou encaminhado para o processo de reparo e reuso.
Reciclagem
De acordo com a pesquisa “Recycling: from e-waste to resources”, publicada pela ONU (Organização das
Nações Unidas) em 2012, a população mundial produz 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano, dos quais apenas 13% são reciclados. A conta pode ser ainda mais assustadora: segundo o estudo, o lixo eletrônico cresce três vezes mais que o convencional. Para a ONU, a situação é ainda mais preocupante em economias emergentes, como o Brasil (entre esses países, o Brasil é o que mais gera e-lixo per capita), onde grande parte desse volume não tem destinação adequada. Ainda segundo a ONU, os brasileiros jogam 97 mil toneladas de computadores no lixo a cada ano. “Com a expansão do programa, a Fast Shop se antecipa à Política Nacional de
Resíduos Sólidos e surge como uma alternativa para auxiliar seus fornecedores a se adequarem à nova regra. O projeto de lei, sancionado em 2010, prevê, entre outros pontos, o fechamento dos lixões e institui a chamada ‘logística reversa’, que diz que uma vez descartado, produtos e embalagens passam a ser de responsabilidade dos seus respectivos fabricantes, que devem criar um sistema para coletar e reciclar esse resíduo”, informa o material de divulgação da empresa. A lista com os endereços das lojas Fast Shop na região que participam do programa De Volta ao Ciclo pode ser consultada no site: http://www.fastshop. com.br/loja/rede-lojas. Outubro de 2014 |
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Empreender
A revolução digital do eSocial pode afetar Paulo Marcelo Ribeiro Gerente do Sebrae-SP – Escritório Regional do Grande ABC
O eSocial é um projeto do governo federal que vai provocar uma revolução digital, afetando diretamente empregados, empregadores, contratantes, contratados e suas relações com o governo. O eSocial deve entrar em testes a partir do ano que vem (2015). Sua implantação definitiva está prevista para 2016. Todo o relacionamento dos Departamentos Pessoais das empresas com a Caixa, Receita, INSS e Ministério do Trabalho será digital (eSocial). Não haverá mais papel. Serão extintas as obrigações acessórias como Sefip (Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), Rais (Relação Anual de Informações Sociais), Dirf (Declaração sobre Imposto sobre a Renda Retido na Fonte) e holerites. A carteira profissional, como a conhecemos hoje, deixará de existir. Ela se transformará em um cartão, semelhante aos usados pelos clientes de bancos. Segundo especialistas, o novo con-
trole, que será colocado em prática pelo eSocial, trará mais garantias e direitos trabalhistas e previdenciários, vai racionalizar as obrigações, aprimorar a qualidade das informações (em relação a cargo, função e horários de trabalho). E, principalmente, irá combater a sonegação e aumentar o bolo da arrecadação. O projeto eSocial é uma ação conjunta de vários órgãos, todos ligados ao governo federal, como Caixa Econômica Federal, INSS, ministérios da Previdência, do Trabalho e do Planejamento e Secretaria da Receita Federal. O Ministério do Planejamento tem promovido assessoria e gerenciado as ações por meio de sua Oficina de Projetos. O Escritório Regional do Sebrae no Grande ABC promoveu palestra de orientação sobre o impacto do eSocial nas micro e pequenas empresas. O evento foi grátis e aconteceu, em julho, no Sest Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), em parceria com o Sescon (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo).
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Capa
Especulação po Boatos de possível crise na economia em 2015 fazem empresas do ABC diminuírem investimentos e comércio ver “sangria” com a falta de compradores
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Wallace Nunes – wallace@leiaabc.com
s rumos da economia brasileira em 2015 preocupam os analistas que atingem, principalmente, a população, mais precisamente a classe média emergente. A constatação é reforçada pelas atitudes que o governo da presidente Dilma Rousseff tomou ao longo do último ano
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e causou um reboliço na campanha eleitoral, que acabou nos últimos dias de setembro. Política à parte, as questões que mais preocupam os economistas são a falta gritante de mão de obra, a dependência clara do setor de agronegócios, a queda na exportação das commodities e consequentes investimentos equivocados do atual governo. Em um ano de transição política, esses analistas afirmam que quem assumir a presidência enfrentará um quadro complicado, uma vez que estados e municípios precisam se fortalecer economicamente para que as mudanças macroeconômicas possam sair das promessas dos discursos.
Professor de Macroeconomia da FGV Esags de Santo André Francisco Vidal Barbosa, acredita que, em 2015, “a economia não vai crescer como prevê o governo e o novo, ou a presidente Dilma, caso reeleita, vai precisar se adaptar às novas tendências, os tais problemas estruturais como se tem falado. Francisco explica que o primeiro ano de governo é o mais adequado para implementar mudanças, que receberão manutenção dos anos subsequentes. Contudo, para o economista, isso não deve acontecer no Brasil. Ou seja, as mudanças econômicas podem demorar a acontecer. “O Brasil precisa colocar a economia em ordem. Não fizemos reforma nenhu-
pouca é bobagem ma, não existe vontade de mudar. O Brasil depende muito da agricultura, a nossa indústria é pouco competitiva”, enfatiza. Para ele, “enquanto o Brasil não investir massivamente na educação, não vejo um caminho. Basta pegar o exemplo dos asiáticos, dos alemães. Os seus países são potências mundiais e chegaram lá investindo em educação. É assim que um país consegue mão de obra qualificada. É preciso investir na qualidade e não na quantidade. Basta o Brasil ser capaz de imitar quem está fazendo bem feito”, defende o economista. Francisco acredita que “a questão dos impostos e da carga tributária é a mesma há 10, 20 anos”. Para ele, a baixa produtividade e o pouco investimento em tecno-
logia são pontos fracos na economia brasileira e precisam ser corrigidos para que o crescimento avance. “O novo governo vai tentar controlar a economia, mas pode esbarrar em medidas que reduzam o crescimento. Mas é preciso vontade política porque a mudança dói”, opina.
Desafios em 2015
Para o economista e professor da UniABC, Aureliano Bressan, “diversos indicadores apontam para um 2015 muito desafiador para o próximo presidente, independente de seu espectro ideológico”. Segundo ele, entre esses indicadores “se destacam a tendência de redução do crescimento econômico e de elevação da inflação (esta, pressionada pelos preços
defasados da gasolina e da energia elétrica)”. Aureliano diz que “como agravante, cabe destacar, ainda, cenário externo não muito animador, com possibilidade de redução do ritmo de crescimento da economia chinesa, o que comprometerá a demanda pelos principais produtos da nossa pauta de exportação - minério e produtos do complexo soja. O economista finaliza dizendo que “aliado a estes fatos, problemas estruturais da nossa economia, tais como a baixa taxa de poupança em relação ao PIB, um sistema complexo e oneroso de tributação à indústria e ao consumo, além da elevada dívida pública bruta e da ausência de regras claras e estáveis para
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Capa atração de investimentos estrangeiros diretos colocam a necessidade de uma revisão das diretrizes de política econômica, de modo a retomarmos uma trajetória de crescimento sustentado”.
Na contramão
Parte desses problemas são estruturais e começaram antes do atual governo, mas, pelo menos até agora, não foram enfrentados de frente. “A arrumação da casa deve ocorrer somente a partir de 2015, seja em um eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff ou de outro adversário”, diz o professor de economia da USP (Universidade de São Paulo) Alexandre Barros da Cunha. “Será um ano de ajuste forte, que será pago tanto pelo governo, que terá que cortar gastos, quanto pelo consumidor. A questão será saber se ele será feito de uma única vez ou em etapas nos próximos quatro anos. Quem quer que se eleja, terá que carregar esse fardo e por enquanto ninguém tem um plano de voo para isso” diz o economista Claudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios.
Comparações
Tanto em 2003 quanto em 2015, as empresas brasileiras têm planos de investimentos na gaveta aguardando o cenário desanuviar. Em 2003 a situação era pior, com desemprego batendo em 12%, o câmbio explodindo e as contas fiscais nas alturas. Lula tratou de acalmar as expectativas do mercado. Adotou um discurso ortodoxo, clareou as
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contas públicas e realizou uma série de medidas de destravamento do crédito bancário. Para 2015, tem-se um contexto mais favorável. O Brasil possui, hoje em dia, o maior “pipeline” de projetos do mundo - um montante estimado em R$ 1,2 trilhão, entre concessões, obras de infraestrutura etc. O desemprego está baixo. Há uma expectativa positiva em relação à recuperação da União Europeia e dos Estados Unidos. A reconquista da confiança não é tarefa complexa. Depende apenas de atos individuais de Dilma Rousseff, caso seja reeleita, para que o setor privado tire da gaveta os planos de investimento.
A economia do ABC
Na Região do ABC, o terceiro maior polo econômico do País e que outrora fora a principal força motriz do Brasil, por causa de seu parque industrial, teme os efeitos de uma possível crise. Hoje, mais focada em serviços, a população vê 2015 com ceticismo por causa do aumento considerável dos preços dos alimentos e utensílios domésticos. A indústria já não é mais a maior empregadora de mão de obra. Dados da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia comprovam que, em dez anos, a parcela de trabalhadores da região empregada no setor industrial caiu de 47% para 35%. Enquanto isso, no setor de serviços, essa fração foi ampliada de 25% para 36% e no comércio, de 12 para 25%. O responsável por esses indicadores já tem nome: “custo ABC”, ou uma série de fatores regionais que, aliados à conjuntura econômica nacional, prejudica a atuação das indústrias e dificulta o crescimento do setor. O “custo ABC” inclui a defasada infraestrutura de transportes, a valorização da mão de obra, o alto custo de vida e a saturação demográfica da região. O resultado é que o principal polo industrial brasileiro voltou a assistir a fuga de grandes indústrias. No passado, muitas foram para o interior e outros Estados. Agora estão indo para o Paraguai. Resultado: uma nova queda do nível de emprego, principalmente nos setores metalúrgico e químico. “Produzir no ABC é de 15 a 20% mais caro que no interior. Os impostos são altos e a pressão sindical encarece o custo da mão de obra”, afirma um empresário do setor de autopeças que preferiu anonimato. A empresa está desativando, até o final do ano, uma unidade em São Caetano, que empregava 4 mil trabalhadores, com salário mensal médio de R$ 2200. Em Sumaré, para onde a fábrica foi transferida, 300 pessoas fazem o mesmo trabalho com salário médio de R$ 1500.
Serviços arrecadam mais
Mesmo com a saída de indústrias, a região detém 15,1% da economia do Estado (16% em 2013). Segundo levantamento da Secretaria de Planejamento de Santo André, a arrecadação da indústria na região do ABC permaneceu estável no último ano, ficando na casa de R$ 1,8 bilhão por ano, em valores atualizados. No mesmo período, porém, a arrecadação no setor de serviços saltou mais de 13 vezes - indo de R$ 9,6 milhões em 2008 para R$ 300 milhões no ano passado. “Os serviços crescem porque o mercado consumidor é forte. A mão de obra sempre foi bem remunerada”, diz o presidente da Associação Comercial-Industrial de São Caetano do Sul, Mauro Laranjeira. O reforço do setor de serviços contou com a chegada de empresas de porte grande, como a rede de lojas de departamentos norte-americana Wal-Mart (que investiu R$ 150 milhões no ano passado), e a abertura de shopping centers. “Sem indústria forte, não há comércio forte. O setor terciário, apesar de estar crescendo, absorve apenas parte da mão de obra liberada e, ainda assim, com salário menor”, disse Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo. Outubro de 2014 |
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Papo de agência
As redes sociais estão se transformando Rodrigo Messias rodrigo@agenciaatta.com.br
seleção de ingredientes etc. Mas, para garanExistem várias opiniões tentando definir tir o sucesso da estratégia, o usuário precisa o que é rede social e mídia social. Tenho uma evitar deslizes. O risco está no mau uso que definição na minha cabeça e costumo compode prejudicar a imagem da marca. partilhar esta minha opinião: A rede social é Essas mídias exigem diálogo e interação um ambiente interativo OU NÃO que permicom o consumidor. É um espaço em que o te a conectividade entre as pessoas por meio cliente se expressa, reclama, elogia, dá sugesde interesses comuns (ou não? – hoje muitas tões e quer respostas rápidas. Ele não pode pessoas têm a necessidade de estarem insesentir que está falando sozinho. Caso isso ridas num determinado grupo, mesmo que aconteça, o recurso volta contra o empreenelas não tenham interesses comuns com as dimento que passará a ser alvo de críticas que pessoas deste grupo). Já a Mídia Social é a se espalham na velocidade do mundo virtual. produção de muitos para muitos, ou seja, a Portanto, antes de criar uma página nas descentralização da produção e veiculação redes sociais, o empreendedor precisa pensar: de informações, por meio dela, qualquer quem vai alimentar o conteúdo? Tem gente pessoa pode criar e compartilhar conteúdos na equipe qualificada para fazer esse serviço? e informações. O mercado de gestão da presença das As redes sociais e mídias sociais são o marcas em redes sociais vive um momento “boom” do momento. Não apenas por covigoroso. A adesão das pessoas a essas redes nectarem pessoas, mas também por terem obrigou os anunciantes a também estarem se tornado veículos geradores de tendênpor lá, portanto, buscar ajuda profissional cias, conteúdo e opinião. para esta gestão é um fator importante para Se usadas com sabedoria, as redes sociais a comunicação da empresa, além de ser podem ser uma ferramenta útil e eficaz na também um mercado muito promissor a ser busca de novos clientes. As vantagens do explorado pelas agências de publicidade. seu uso são infinitas, e, atualmente, pode-se Como consequências, as agências donas utilizar para promover uma marca, produto das contas publicitárias, buscam cada vez ou serviço. mais fazer publicidade nas redes sociais para Nos dias de hoje, as redes sociais influenseus clientes, buscando uma melhor gestão ciaram o comportamento e conectaram da marca e veiculação de peças criativas pessoas, encurtaram distâncias, além de nestas redes. As agências grandes ou pequecomunicar e propagar opiniões de forma nas precisam colocar seus clientes onde está amplificada. Por meio da rede, é possível a audiência e mostrar resultado também no promover criando e publicando conteúdo ambiente social. sobre qualquer assunIndependente de to. Um restaurante definições ou opiniões, pode publicar sobre as mídias sociais e reos benefícios da boa des sociais são presenalimentação para o orPor meio da rede, é te e futuro. Precisamos ganismo e qualidade possível promover criando saber esses termos e de vida e, neste mese publicando conteúdo como utilizá-las, cada mo texto, apresentar vez mais elas estarão seu cardápio do dia, sobre qualquer assunto presentes no nosso diadizendo a preocupa–a-dia. ção com o preparo,
Decoração
A evolução das churrasqueiras
Fotos: Paulo Falcão
Andressa Besseler - andressa@leiaabc.com
Ter um cantinho na nossa casa pra curtir um churrasquinho gostoso entre a família e os amigos é tudo de bom, hein? Existem diversas formas de você criar um ambiente assim com os diferentes modelos e tipos disponíveis no mercado. Por se tratar de um local que reúne as pessoas para comer, nada melhor do que usar uma mesa ou bancada grande que as comporte e facilite a interação entre elas. Uma das sugestões é integrar a churrasqueira à sua cozinha gourmet. Tem quem prefira construí-las de frente para o jardim e quem a integre à sala, na varanda ou sacada gourmet. As churrasqueiras podem ser a gás ou tradicionais, em aço carbono pintado, inox, entre outros modelos. Além disso, elas podem ser acompanhadas com grelha argentina, que reduz a quantidade de gordura que cai no fogo diminuindo a fumaça excessiva ou também grelha com barra redonda. O importante é que sejam convidativas para confraternizar a ´tchurma´.
Churrasqueira Tradicional Construflama O modelo a carvão é o tradicional dos brasileiros. A linha une o que há de mais moderno em materiais e processo produtivo. São de ótima qualidade e durabilidade.
Churrasqueira a gás - Construflama O modelo da Construflama a gás é totalmente prático. É uma churrasqueira compacta que une sistemas de segurança com potentes queimadores a gás, acompanhando pedras vulcânicas com alto poder de concentração e calor que atingem 250 graus, e permitem um churrasco com um sabor diferente na carne.
Modelo a gás e Modelo a carvão Os projetos dos espaços gourmets ficam ainda mais bonitos e práticos com a churrasqueira Cooktop Grill. A peça pode ser embutida em um armário ou em uma estrutura de pedra ou madeira. Disponível nas versões a carvão ou a gás. Para a sua instalação não há a necessidade de alvenaria ou de contratação de mão de obra especializada. Sem sujeira, pode ser encaixada em bancadas e armários embutidos, em nicho feito na pedra da bancada. Além de a churrasqueira ser acompanhada de grelhas, espetos suportes e articulações. Outubro de 2014 |
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Esportes
A febre da bola oval
ABC é mais um local de adeptos do futebol americano que deixam de assistir a TV para viveram a experiência real dos jogos
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Wallace Nunes - wallace@leiaabc.com
febre do futebol americano no Brasil passou há, pelo menos dois anos, da televisão para os campos, mas a falta de estrutura e, em certos momentos, o amadorismo ainda são questões primordiais que impedem um maior crescimento desse esporte de forte contato no Brasil. Explica-se. Falta de campos próprios para prática do esporte, equipamentos ainda caros e pouco, ou nenhum, investimento de patrocinadores. O futebol americano no Brasil sobrevive graças aos apaixonados que pagam do próprio bolso para manter suas equipes. Atualmente, duas ligas amadoras se destacam no País. O Campeonato Brasileiro, organizado pela Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), entidade filiada a Federação de Futebol Americano (IFAF), foi disputado por 33 equipes em sua última edição. No ABC quem tem vontade de acompanhar uma partida pode ir ao Parque Ana Brandão (Parque da Juventude) e assistir jogos e treinos do Santo André Dark Knights e também do Mauá Wild Horses. Os Dark Knights que hoje só tem 20 atletas amadores está em busca de novos jogadores. O homem que faz as vezes de diretor da equipe, Guilherme Campos Pestili, credita ao pouco conhecimento e o forte contato como desafios para ganhar mais adeptos. “Está muito escondido no Brasil. As pessoas acham que é um esporte violento. Não é”, diz Pestilli. Em São Bernardo, os Corsários estão de casa nova - treinam no campo
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do Palestra, após firmarem uma parceria e querem encontrar mais jogadores. O Palestra, que possui sede no Bairro Ferrazópolis, colocou seu campo à disposição para que o clube realize os treinamentos quando disputará o Campeonato Paulista e o Brasileiro. Fábio Modolo, diretor geral do Palestra, disse que o objetivo da diretoria é expandir os investimentos além do futebol. “Acreditamos que o futebol americano ainda tem muito para crescer no nosso País. O ABC Corsários trabalha duro e merece contar com um bom apoio”, disse. Ainda assim, os adeptos do esporte encontram outras dificuldades para praticá-lo, como a falta de campos adequados e de equipamentos. “O kit completo chega a custar de R$ 1.200 a R$ 1.500 por pessoa. Atualmente, apenas quatro times no Brasil conseguem se equipar, por isso existem regras para jogar o esporte com e sem equipamento, com diferenças no contato”, afirmou Pestili. Campeão em 2013, o time do Coritiba Crocodiles teve até que vender rifas para sair da região Sul e jogar a final na Paraíba, contra o João Pessoa Electros. “Não ganhamos nada para jogar. Pelo contrário. Pagamos do nosso bolso. Em 2013, o Crocodiles disputou 17 partidas (venceu todas), jogou do Sul ao Nordeste do Brasil”, conta Marcelo Candido. Apesar de ostentar o nome São Paulo Storm em nada apresenta o glorioso tricolor do Morumbi. “O uso da marca abre portas, tanto na mídia, quanto com o público, possíveis patrocinadores e apoiadores. Mas ainda não foram criados produtos da marca porque não há investidores”, afirma
Gerard Kaghtazian Júnior, advogado, presidente e jogador da equipe. A utilização da marca de clubes de futebol é comum no futebol americano. O Torneio TouchDown, liga amadora independente, teve 20 equipes em sua edição de 2013, e junto com o campeão Jaraguá Breakers se destacam o Corinthians Steamrollers, Santos Tsunami, Vasco da Gama Patriotas e Flamengo FA. Um dos sócios desta liga é Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.
Jogadores importados
Em 2013, a Liga de Futebol Americano (LFA) chegou com uma proposta de profissionalizar o esporte no Brasil. O primeiro passo seria importar 42 atletas norte-americanos, cheerleaders e até treinadores estrangeiros para o campeonato. Seis novas equipes seriam criadas e contariam com 228 atletas brasileiros que participaram de “peneiras”. Porém, A LFA acabou perdendo seu principal patrocinador e cancelou o torneio. “Os times brasileiros ainda não encontraram um modelo de receita e, sem isso, não é possível se profissionalizar, a gente acreditava que tinha um”, disse Marcelo de Paulos, presidente da LFA. Apesar do revés, Paulos acha que o projeto apresentado já ajudou um pouco na profissionalização do esporte, demonstrando a viabilidade financeira. “A gente já tinha feito contrato com o Parque Villa Lobos na Capital para a construção de uma arena, já tinha fechado um contrato de longo prazo com a televisão, mas, infelizmente, um investidor-chave resolveu desistir. Isso já foi um primeiro passo”.
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Beleza
Esmalte: o acessório de moda da vez
O novo esmalte Jequiti Atakama é uma das cores mais cobiçadas do momento
Se as opções de texturas já são muitas, as de cores parecem não ter fim
Andressa Besseler – andressa@leiaabc.com
Elevado ao status de acessório de moda, o esmalte caiu de vez no gosto das brasileiras. “Antigamente, a mulher tinha em seu nécessaire duas ou três cores de esmalte. Hoje, pode se dar ao luxo de ter várias”, afirma Soraia Arraes, gerente de Marketing da Impala. Os vidrinhos coloridos viraram item de colecionadoras, febre de blogueiras e a indústria não para de inovar. Cremosos, cintilantes, foscos, metálicos ou com glitter. E se as opções de texturas já são muitas, as de cores parecem não ter fim. E se depender da indústria de esmaltes, as mãos e os pés das brasileiras nunca mais serão os mesmos. A ideia é simples: assim como na moda, a repetição de “figurinos” deve ser evitada. Com isso, as linhas mais sofisticadas devem ganhar espaço. Com um crescimento de 3,8% na receita do ano passado, o setor tem em suas mãos um mercado de R$ 597,7 milhões e, desde 2011, lidera o ranking de Desenvolvimento de Novos Produtos (NPD) na divisão de maquiagem. Nos dez primeiros meses de 2013, ele foi responsável por 58% dos lançamentos, de acordo com dados da consultoria Mintel.
Hábito antigo
O hábito de embelezar as unhas não é novo; os antigos egípcios já as coloriam com henna e os chineses e japoneses usavam vários extratos de plantas medicinais, purê de rosas, pétalas de orquídeas misturados com Alúmen (hidratado de potássio - alumínio sulfato - alúm de potássio). Em 1830, uma das grandes descobertas na Europa pelo físico Dr. Sitts foi o palito, até hoje utilizado para a remoção de cutícula. Antes desse instrumento, a cutícula era removida com todo tipo de metal, ácidos e tesouras. Já no começo do século XX, os esmaltes recuperaram o espaço com as soluções coloridas, mas não permaneciam fixadas mais do que algumas horas. Mais tarde, em 1930, pintar as unhas das mãos e pés virou hábito entre as estrelas do cinema hollywoodiano. Daí, foi um salto para todas as mulheres se apaixonarem pelos esmaltes. Após essa moda, surgiu a tendência de maquiar lábios e unhas da mesma cor. Em 1932, os irmãos Charles e Joseph Revlon, inventaram um novo tipo de esmalte, com mais brilho e um leque variado de tonalidades. E não parou mais. Nas décadas seguintes, a tecnologia foi se tornando cada vez mais complexa. Muitos outros artifícios foram lançados. A evolução está só começando e a gente tem que aproveitar. E você, utiliza suas unhas como acessórios de moda? 28
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A Linha French Manicure, da Blant, aposta na nanotecnologia que melhora a absorção e penetração nas unhas
A Mohda aposta no tom dourado para a mulherada arrasar no verão
Com o tema Encanto Natural, a nova coleção da Impala se apresenta em cinco novas cores inspiradas na diversidade
A Beautycolor lança a coleção de esmaltes Dream Trip, inspirada nas viagens de verão
O esmalte Innéov Fermeté, da Sephora, com ingredientes ativos como a Vitamina C, Extrato de Soja e o Lacto-Licopeno®.
Risqué Ora Pois, Lisboa, compõe a nova coleção da “Bagagens & Viagens”, inspirado no azul dos Azulejos Portugueses
Vitabelle lança coleção inspirada nas praias mais badaladas do Brasil
O esmalte “Estou de TPM” da nova coleção da Hits Speciallità com frases que fazem parte da vida e dos desejos das mulheres
Sete dicas para ter as unhas perfeitas 1. Mantenha as unhas sempre limpas e secas 2. Hidrate muito bem as unhas e cutículas. O ideal é massagear a lâmina ungueal para que a hidratação seja mais eficiente; 3. A cutícula deve ser retirada com cuidado, e nunca profundamente, pois pode causar sérios danos a saúde; 4. Mantenha as unhas sempre bem lixadas, no caso das unhas dos pés evite cortar os cantos para que elas não encravem; 5. Escolha a base correta para a necessidade das suas unhas. Existem bases com propriedades que ajudam na saúde e na fixação dos esmaltes; 6. O uso do verniz extra-brilho confere maior durabilidade e brilho espelhado ao esmalte; 7. Use apenas removedor de esmaltes, sua fórmula livre de acetona não resseca as unhas.
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Moda
Inspirações para um
verão plural
em tendências e desejos Andressa Besseler - andressa@leiaabc.com
A primavera chegou e trouxe com ela, além das altas temperaturas, a vontade de aproveitar a época mais animada do ano. Passear ao ar livre, saborear um sorvete, admirar o pôr do sol... São detalhes típicos desta estação que inspiraram o nosso editorial de moda. O metalizado, especialmente o prata, que aparece pontuando a tendência Neo Étnico, cresce no verão 2015 e será uma das estrelas nos sapatos. Prata e dourado assumidos em bolsas, rasteiras, scarpins com salto stiletto, e combinados com muita pedraria. É para brilhar! O couro ganha texturas especiais: craquelado e amassado. Um metalizado com ares futuristas, para os dias e noites de verão. Estampas florais, animal print, detalhes como laços, aplicações de metal e brilhos trazem ainda mais sofisticação aos calçados. Apostando em um verão leve e descontraído, mas ao mesmo tempo glamuroso. 30
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A coleção Verão 2015 da Miezko com inspiração geométrica e o modelo guepardo skin, para mulheres fortes e cosmopolitas
Arezzo com referências que vão do universo étnico ao glamour dos metalizados, em um verdadeiro mix de linguagens e estilos
Sandália preta salto baixo Calvin Klein
Collection PatBo Barbie da C&A na cor off white para deixar os looks versáteis e o modelo streetwear da coleção Billabong
Carmen Steffens Nova coleção tem muita cor, estampas, pedrarias, cordas, além da cortiça
Emporio Naka investe em um mix de tendências que se unem e criam um estilo único e moderno
As apostas da Olook para a próxima estação são os tons pastéis, florais e étnicos
A feminilidade e doçura clássicas da Maria Filó aparecem juntas neste modelo de sandália
Coleção da Zeferino foi inspirada no fotógrafo Guy Bourdin e traduz modelos ultrafemininos
Mule da marca Giuliana Romanno
A marca Dumond apresenta a nova coleção inspirada no design moderno e elegante
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Mundo animal
Adoção, um ato de amor Não tem segredos, basta ter vontade e disposição para cuidar do peludo, seja ele canino ou felino
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nquanto cães e gatos filhotes são doados facilmente, os animais adultos costumam encalhar em instituições de proteção animal ou pelas ruas das cidades. Nós já sabemos que os bebês são fofos e irresistíveis, mas também existem inúmeros motivos para optar por um animalzinho já maduro. Se você está pensando em levar para casa um novo membro da família, que tal aprender um pouco mais sobre o comportamento deles e saber qual o perfil ideal para você? Conversamos com uma especialista no assunto e pessoas que adotaram cães e gatos adultos para saber todos os benefícios de levar para casa um animal que também deve ter a chance de um lar feliz. De acordo com a veterinária Michelle Costa, proprietária do Pet Shop Cara do Bicho, o temperamento do vira-lata é um mistério. Ao contrário do cachorro de raça, que dá para saber antes de adotar mais ou menos como é seu temperamento, se é dócil, genioso, o vira-lata é uma surpresa. “Os animais adultos já têm uma personalidade definida e dificilmente eles mudam de comportamento sem nenhuma razão. Por isso você já sabe se ele é calmo, brincalhão, se convive bem com crianças, se é medroso, entre outras características. No caso dos filhotes tudo é uma surpresa. Você não sabe como ele será quando amadurecer”, afirma. Fique atento se o animal que pretende adotar já está vacinado, castrado e vermifugado. Procure um veteriná-
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rio para a primeira consulta e protocolo de vacinação. Assim, não representa riscos nem a você e nem a sua família. Assim que chegar em casa, coloque uma plaquinha na coleira, informando o apelido do bichano e o seu telefone pessoal. Se por acaso o bichinho se perder, será mais fácil devolver para você. Caso seu pet não tenha sido esterilizado, providencie a esterilização o mais rápido possível. “Dessa forma, você evita crias indesejadas e contribui para por um fim no ciclo de abandono de animais”, explica Costa. O animal adulto dá menos trabalho com relação a comportamento, como, por exemplo, xixi fora do lugar. Quando eles amadurecem começam a sentir nojo e, por isso, são mais limpos que os filhotes. Os adultos não têm necessidade e nem tendência para destruir objetos da casa ou comer o sapato do tutor como os filhotes. O cão aprende com qualquer idade, então mesmo que ele seja adulto e tenha algum problema comportamental é possível, sim, resolver a questão com reeducação. Outro benefício em adotar um animal adulto é poder escolher um companheiro de acordo com o perfil do tutor. Assim como os seres humanos, os animais também têm suas qualidades e seus defeitos, então você pode escolher o animal ideal para você, com seus problemas ou com seus atributos. “Enquanto os filhotes querem correr, escalar, desvendar a nova casa, os animais adultos preferem passar seu tempo com o tutor e com a família. Se você não tem paciência para as estripulias de um bebê, o ideal é um cão ou gato já maduro”, diz a especialista.
Como adotar
Companheiros e obedientes
Animais adultos, principalmente os que foram resgatados das ruas e de maus-tratos, costumam ser muito gratos aos tutores. De alguma maneira eles sabem que agora estão em segurança. São verdadeiros companheiros,
Para quem ficou interessado, é importante destacar que adotar é um processo mais fácil do que se imagina. “Basta ser maior de idade - se for menor, é preciso autorização dos pais ou responsáveis -, adorar animais e ter um grande coração”, conta a veterinária. Muitas ONGs da região têm utilizado a internet para divulgar e facilitar a adoção.
Quer adotar um amigão? Acesse: Clube dos Vira-latas (Ribeirão Pires): http://www.clubedosviralatas.org.br/ Apascs (Associação Protetora dos Animais de São Caetano do Sul): http://www.apascs.org.br/ ONG SOS Cidadania Animal (São Caetano do Sul): https://www.facebook.com/ongsoscidadaniaanimal Rancho dos Peludos (São Bernardo do Campo) https://www.facebook.com/RanchoDosPeludos
obedientes e parecem sempre olhar os tutores com gratidão. Até animais mais bravos, quando chegam aos novos lares, passado o tempo da desconfiança, viram gatinhos calmos, que veneram seus tutores. A estudante de Publicidade Ariane Vasques, sabe bem o que é adotar um animalzinho adulto. Há três anos, pegou dois vira-latas de rua: a cadela Cindy, adotada com um ano de idade e o Rex, com um ano e meio. “A Cindy chegou em casa bem magra, perturbada, desconfiada e chorando. Já o Rex apareceu muito carente. Foi amor à primeira vista. Levei os dois no veterinário, demos remédios, comida e muito amor. Depois de seis meses, eles estavam recuperados. A sensação de salvar uma vida é muito gratificante”, conta ela. Lembre-se que um animal é uma vida, e a vida deve ser preservada sempre. Ninguém quer viver abandonado nas ruas, sujeito a maus tratos, fome, sede, frio e solidão. Cães e gatos dependem de nós. Adotar exige responsabilidade, porém nada é mais gratificante que conhecer a alegria de um serzinho que não exige dinheiro ou status. Apenas seu amor e um pouquinho de seu tempo. Adotar é um gesto único que faz bem ao animal, mas com certeza vai fazer bem também a você.
Fotos: Divulgação
Gastronomia Bife ancho com arroz biro birô, corte tradicional argentino e se trata da parte traseira do contra filé
Ah, se todas as carnes fossem assim... Confira os endereços certos para cometer o pecado da carne
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ivalidades futebolísticas à parte, a verdade é que os argentinos realmente conquistaram os brasileiros pela boca. Não é de hoje que a tradicional parrillada argentina, prato com uma amostra completa de carnes e miúdos típicos dos nossos vizinhos, entrou no cardápio do brasileiro. Suas saborosas carnes são apreciadas por todos. Os cortes de carne bovina apresentam nomes e formatos diferentes dos nossos. Os principais cortes de carne são o assado de tira, equivalente à costela brasileira, o bife de chorizo ancho, comparável ao nosso contrafilé, a tapa de cuadril, que é a picanha, e também o vacio, nome argentino para fraldão ou fraldinha, tipo de corte bovino localizado entre a parte traseira e a costela. No ABC, existem restaurantes que capricham no sotaque para oferecer o típico churrasco dos hermanos. 34
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Carré de Cordeiro acompanhado de risoto de alcachofra com molho de morango
Parrilla Del Carmen
Atuando no mercado açougueiro há mais de 40 anos, Valdir Sterci conhece exatamente o que há de melhor quando o assunto é carne. O empresário criou a rede de açougues Vila Pires, e está à frente do Empório Jardim. Seu mais novo investimento não se limita em vender os melhores cortes de carne, mas também em prepará-los da melhor forma. Aberto ao público em outubro, o restaurante Parrilla Del Carmem é especializado em parrillas argentinas, além de um menu especial criado pelo chef Arthur Sauer. O cardápio inclui couverts especiais, como a cebola roxa confitada (cebola cozida no açúcar e vinho), entradas que vão desde o carpaccio de salmão às saladas mais especiais. A estrela principal da casa são as parrilas (cortes de carne especiais), que aparecem no menu nas versões bife ancho, assado de tira e bife chorizo. A casa conta com uma carta de vinhos especiais, para todos os gostos e ocasiões.
Bife de vacio é a fraldinha na Argentina
Brasa Bar
Inspirado na culinária argentina, o Brasa Bar é pioneiro na arte de parrilha e a primeira especializada em cortes nobres do ABC. Os clientes podem sentar no salão com madeira de demolição ou na varanda junto ao jardim. Os principais pratos do restaurante são: Assado de Tira, Bife de vacio, Bife Ancho, Picanha Argentina, Provoleta (delicioso queijo provolone, derretido em cerâmica na parrilla), e a parrillada, porção mista de alguns tipos de carne. Outra sensação da casa são os acompanhamentos como a mandioca e a batata souflê de fabricação própria. Há, ainda, o arroz birô-biro e as típicas empanadas argentinas, massa especial com recheios de carne, queijo, carne picante, palmito ou espinafre. Para completar, uma carta de vinhos com mais de 80 rótulos, armazenados em uma adega climatizada, coquetéis, chope e cervejas importadas.
Estação Leopoldina
Inaugurado há dois anos pelos sócios Anselmo Venzol e Dennis Littel, o Estação Leopoldina Parrilla é uma casa especializada em cortes argentinos. Com ambiente rústico, o salão principal lembra uma antiga estação de trem, perfeito para almoços com a família e jantares românticos. Hit entre os cortes argentinos, o bife em tira, uma picanha em corte transversal, vem escoltado por cebolinha temperada, vinagrete e molho chimichurri. Já o t-bone, um corte com osso em formato de T, pede a companhia de um dos risotos, outra especialidade da casa, como o de limão-siciliano e o de cogumelos secos. Como entrada, a porção de bruschetta de queijo brie com presunto cru e mel silvestre, vai bem com a caipirinha brasileira, mistura de saquê com maracujá, abacaxi, limão e manga. As carnes assadas na parrilla são preparadas pelo renomado chef Ariel Suarez. O restaurante também oferece cursos de cortes de carnes com o parrileiro argentino e vende suas especialidades para o cliente fazer seu churrasco em casa. O prato mais pedido é o bife de tira, corte transversal da picanha, e chega a sair 150 pratos no mês.
Assado de tira é o corte retirado da parte mais nobre da costela
Bife Cejas, é a capa do bife ancho, outro corte especializado muito procurado na casa
Serviço: Parrilla Del Carmen - Rua das Paineiras, 269, Bairro Jardim, Santo André. Brasa Bar - Av. Kennedy, 888, São Bernardo do Campo Estação Leopoldina - Av. Imperatriz Leopoldina, 420, São Bernardo do Campo
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Turismo
Programa de índio Fuja da rotina do turismo tradicional e conheça os costumes, rituais e brincadeiras de uma comunidade indígena
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ue tal explorar um destino ainda pouco conhecido no turismo brasileiro: as reservas indígenas?. Com uma diversidade de línguas, costumes e riqueza cultural incontável, algumas aldeias no estado de Roraima reservam o turismo indígena, aberto para todos conhecerem as belezas e os hábitos de um povo que contribuiu para a formação cultural brasileira. “Explorar a exuberância da natureza e as riquezas da cultura indígena: essa é a simbiose que o visitante encontrará ao visitar algumas das comunidades de Roraima. Somos o estado com a maior população indígena do Brasil, muitos deles ainda com pouco contato com a sociedade civilizada, muitos ainda não falam o português e trazem muito forte a cultura tradicional, a religiosidade e o seu modo de viver nativo”, explica Lice Macuxi, consultora de viagens da Roraima Adventures. De acordo com Macuxi, a iniciativa de visitar aldeias indígenas foi constru36
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ída com base nos anseios e propostas das comunidades e nas normas legais de modo que ela não venha a inviabilizar as atividades do dia a dia dos indígenas, nem prejudicar sua cultura. Além de levar emprego e renda para comunidades indígenas por meio da exploração do turismo, pesca esportiva sustentável, artesanato, entre outras atividades. “Algumas comunidades só se têm acesso de avião, outras estão mais próximas. Algumas são possíveis de se visitar com viagens curtas, outras existem regras específicas para a visitação, por isso, para ir ao local é obrigatório que uma autorização seja solicitada à fundação”, disse ela, acrescentando que a regularização do turismo indígena na área está em tramitação em Brasília. “Dividimos os lucros com os indígenas a partir de três maneiras: estimulamos que os turistas consumam alimentos oferecidos nas comunidades, contratamos condutores locais para acompanhar os visitantes e também pagamos uma taxa pela visitação”, explica Macuxi.
Reservas
Localizada a 140 quilômetros de Boa Vista, a reserva indígena São Marcos, que abrange o município de Pacaraima, possui um total de 42 comunidades. Dessas, apenas as Bananal, Boca da Mata, Nova Esperança, Maruwai, Manalai, Guariba, Carauparu e Sabiá oferecem pacotes turísticos que incluem trilhas, visita a sítios arqueológicos e passeios em geral. Nova Esperança foi a pioneira nesta prática e influenciou as demais, sendo hoje, visitada por turistas, acadêmicos, pesquisadores e curiosos em geral. Liderada pelo Tuxaua, João Silva Wapixana, a comunidade recebeu o apoio do Ministério do Turismo, com o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Nova Esperança, para realizar o turismo na reserva como forma de divulgação das belezas da região como trilha ecológica, cachoeira e tradições. A comunidade Nova Esperança fica a 208 km da capital roraimense, pouco antes do município de Pacaraima – fronteira entre Brasil e Venezuela. Possui escola, atenção básica de saúde, coordenada
pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e dois principais atrativos turísticos, a Trilha Ecológica do Coatá e a Cachoeira da Onça. Outra comunidade de fácil acesso é a Maruwai, localizada a 140 km de Boa Vista. Durante o percurso, você curte a bela paisagem do rio Uraricoera ao atravessar a balsa do Passarão, e observar os cenários do lavrado, serras, lagos, tuiuiús e garças com possibilidade de avistar os cavalos selvagens. Na comunidade ouvimos histórias e lendas contadas pelos antigos, além de poder contemplar a serra do Maruwai, tomar um refrescante banho no igarapé Jacundá, comer peixe com farinha e tomar um saboroso suco de taxi (fruta da região, pronuncia-se “tachi”). Também pode conhecer a Serra do Balde, e o igarapé Maruwai
Comunidade afastada
Já quem tem curiosidade em conhecer uma comunidade isolada, visite os Ingarikó. Esse povo autodenomina-se Kapon, raramente Ingarikó. Vivem, atualmente, no limite Norte do estado de
Roraima, nas serras limítrofes do Brasil com a Guiana e a Venezuela, precisamente no município de Uiramutã dentro do Parque Nacional “Monte Roraima”. Esta comunidade é constituída por sete malocas, que são conhecidas de: Serra do Sol, Mapaé, Awendei, Sauparú, Kumaipá, Pipi e Manalai, com uma população entre crianças e adultos de 884 pessoas. Vivem da caça e da pesca e de uma agricultura de subsistência; como bebidas utilizam o caxiri uma bebida fermentada à base de mandioca, utilizada em comemorações nas tribos indígenas. Suas residências distribuem-se pelas margens encachoeiradas do rio Cotingo. Na medida em que avança para a Serra do Sol, onde está a maior comunidade Ingarikó, em direção ao Monte Roraima, vai-se distanciando a relação deles com a sociedade nacional. Ainda mantêm fama entre seus vizinhos de serem perigosos, fazendo uso da entidade “kanaimé” (um antigo espírito do mal) para amedrontar os “parentes”. Os Ingarikó praticam uma religião sincrética chamada areruia.
O culto é conduzido por um sacerdote, chamado por eles de “pastor”. Definitivamente, os turistas que embarcam nessa experiência indígena não devem ir com expectativas de se hospedar em um locais que tenham infraestrutura ou algo do tipo. E sim com uma cabeça aberta, prontos para ver índios pintados (com roupa ou sem), experimentar carne de paca (ou capivara...), dormir na rede e antes de tudo: respeitar a cultura alheia. Em nenhum momento o turista é obrigado a participar das atividades, mas tem toda a liberdade para se juntar aos rituais e brincadeiras. Quanto mais integração, melhor. Seja com os índios ou com a natureza. Serviço:
Pacotes turísticosde Turismo Para conhecer as comunidades que praticam o turismo na Reserva de São Marcos, a agência de turismo Roraima Adventures, em Roraima, organiza os pacotes de viagem para a reserva. Outras informações sobre os pacotes: (95) 3624-9611 ou comercial2@ roraima-brasil.com.br.
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Em forma
Adoçante: “vilão” ou “moçinho”? Tamyres Barbosa Nutricionista tatatri@gmail.com
mentos tem uma dose máxima para seu uso ser seguro, adoçantes em pó até quatro sachês de um grama e adoçantes líquidos de 9 -10 gotas ao dia. Isso como uma recomendação geral, cada indivíduo deve procurar um nutricionista para calcular o quanto pode ingerir da substância. Lembrando que, assim como o açúcar, também devemos contar como adoçantes os adicionados aos alimentos, principalmente os Diet, como balas Diet, bolo Diet e refriBenéficos ou maléficos? Por qual optar? gerante zero, o adoçante comumente usado nesses alimentos é o aspartame. SemOs adoçantes surgiram com o objetivo pre se atente aos rótulos dos alimentos. de substituir o açúcar de mesa para pesA recomendação é que nos acostumesoas diabéticas ou aqueles indivíduos que mos com o sabor dos alimentos para que desejam reduzir o peso corpóreo ou mesnão tenhamos que adicionar nem adoçanmo mantê-lo. Nesses casos o adoçante é te nem açúcar de mesa, pois nosso orgaindicado, caso a pessoa não se enquadre nismo não necessita de nenhum dos dois. nessas situações, o açúcar não será vilão, Alguns adoçantes não são metabolizados isso obviamente se for usado na medida pelo organismo como sacarina, sucralose certa. e estevia. O ciclamato tem uma absorção Não podemos só contar como açúcar aquele adicionado por nós aos alimentos parcial e depois também é eliminado pela e bebidas, pois grande parte dos alimentos urina e o aspartame, esse sim, por se tratar tem açúcar em sua composição como, por de uma proteína é absorvido. exemplo, balas, bolos, refrigerantes etc. Os adoçantes podem ser usados por Voltando aos adoçantes, temos casos diabéticos porque não necessitam de inpontuais onde eles devem ser restringidos sulina do organismo. Quanto à matérias como o ciclamato sódico para hipertensos recentes dizendo que adoçantes causam ou Aspartame para fenilcetunúricos. diabetes e aumento de peso, nada pode Você já deve ter ouvido falar que adoser afirmado pois são necessários mais çante é prejudicial podendo causar câncer, estudos para afirmarmos tal fato, em conporém todos esses estudos foram realitrapartida temos estudos que comprovam zados em ratos que que na medida certa, eles não fazem mal. tem um metabolismo Dica: Se você não muito diferente ao consegue se acostude um ser humano. A Anvisa (Agência Namar com nenhum tipo Os adoçantes podem ser cional de Vigilância de adoçante, experiusados por diabéticos Sanitária) regulariza mente a sucralose: tem porque não necessitam de o uso de adoçantes um sabor próximo ao no Brasil pois os condo açúcar e não deiinsulina do organismo sidera seguro, porém xa um sabor residual como todos os aliamargo. Adoçantes ou edulcorantes (nome científico para adoçantes) são substâncias de baixo ou nenhum valor calórico que proporcionam ao alimento o gosto doce. Os adoçantes podem ser artificiais - sacarina, ciclamato, aspartame, sucralose ou naturais - frutose, sorbitol, manitol, isomaltose, este último grupo apresenta valor calórico, porém menor que o açúcar (sacarose).
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