FAM - Fundamentos Economicos - 2014

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Fundamentos Econ么micos



Walter Franco Lopes da Silva

Unidade Curricular

Fundamentos Econ么micos

S茫o Paulo 2013


FACULDADE DAS AMÉRICAS - FAM Diretora Geral: Leila Mejdalane Pereira Diretora Acadêmica: Denise Aparecida Campos

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade das Américas

S584f

Silva, Walter Franco Lopes da

Fundamentos econômicos / Walter Franco Lopes da Silva - São Paulo: SOCIEDADE EDUCACIONAL DAS AMÉRICAS, 2013.

174 p.

Nucleo de Educação a Distância - NEaD

Inclui bibliografia

1. Economia. I. Título

CDD 330

PRODUÇÃO EDITORIAL - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - FACULDADE DAS AMÉRICAS Coordenação de Produção: Vania Aparecida Marques Leite Editor: Maria Bernadete Toneto Projeto Gráfico: Elaine Tozetto Capa: Renato Gondra Figueiredo Diagramação: Evelyn Domingues

2013 © NEaD: Núcleo de Educação a Distância da Faculdade das Américas - FAM. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e detentor dos direitos autorais


Aula 1 - A natureza dos fundamentos econômicos

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Sobre o autor Walter Franco Lopes da Silva Graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas - SP (1989). PósGraduado em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas - SP (1993). Mestre em Ciências Sociais (MA in Area Studies), University of London, Inglaterra (1996). Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP (desde 2009). Professor universitário nos Cursos de Graduação em Economia e Gestão em Finanças. Consultor especializado em Planejamento Estratégico com foco em treinamento e desenvolvimento de pessoas, aplicação de novas tecnologias e mudanças organizacionais. Atuou como Gerente Financeiro na Consultoria Accenture até agosto de 2008. Atuou como Senior Consultant em Londres, Reino Unido (2001 a 2004). Foi Superintendente de Desenvolvimento da Divisão Corporativa do Banco (1999/2001). Trabalhou na Controladoria do Banco JPMorgan na Cidade do México (1994/1995).



SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO................................................................................................ 9 Aula 1 – A Natureza dos Fundamentos Econômicos Bases do pensamento econômico.............................................................. 12 Por que devemos estudar economia?......................................................... 13 Definindo economia.............................................................................. 16 A produção de bens e serviços................................................................. 16 A Distribuição de Bens e Serviços.............................................................. 19 O consumo de bens e serviços: o papel do consumidor.................................... 21

AULA 2 - A Organização do Sistema Econômico Economia e sociedade........................................................................... 26 A organização da atividade econômica....................................................... 30 As funções de um sistema econômico........................................................ 31 A escassez de recursos.......................................................................... 34 A restrição orçamentária....................................................................... 35

AULA 3 - Conceitos de Demanda e Oferta Conceito de demanda........................................................................... 40 Gráfico de demanda............................................................................. 41 Demanda individual e demanda de mercado................................................ 44 Deslocamento da curva de demanda.......................................................... 48 Conceito de oferta............................................................................... 51 Gráfico da oferta................................................................................. 52

AULA 4 - Oferta, Demanda e Eficiência da Indústria e Diagrama de Fluxo Circular Eficiência de mercado........................................................................... 58 Excedente do consumidor e excedente produtor........................................... 59 Equilíbrio de mercado........................................................................... 62 Avaliando o equilíbrio de mercado............................................................ 67 Como a demanda e a oferta determinam o preço e a quantidade de mercado ....... 69 Diagrama do Fluxo Circular..................................................................... 70


AULA 5 - Princípios, Organização e Bases da Atividade Econômica O papel do estado na economia............................................................... 76 A atividade econômica.......................................................................... 78 A iniciativa privada e a função das empresas públicas .................................... 80 O Estado fomentador de estabilidade e crescimento...................................... 82

AULA 6 - As Possibilidades de Produção e a Contabilidade Social (I) Curva de Possibilidade de Produção........................................................... 86 Produto Nacional e Despesa Nacional......................................................... 91 Definição do Produto Interno Bruto – PIB..................................................... 94 Cálculo do Produto Interno Bruto - PIB....................................................... 96

AULA 7 - Contabilidade Social (II) Conceito de Renda Nacional................................................................... 102 Renda Pessoal e Renda Pessoal Disponível.................................................. 105 Medindo o PIB Real e o PIB Nominal.......................................................... 106 Formação de Capital por meio da poupança, investimento e depreciação............ 109 Conceituando Produto Nacional Bruto e Renda Líquida do Exterior: relações com o Produto Interno Bruto........................................ 110

AULA 8 - Introdução à Teoria da Firma (I) Definindo custos................................................................................. 114 O que são custos totais?........................................................................ 116 Custos de oportunidade........................................................................ 118 Custo de capital................................................................................. 121 Lucro econômico zero.......................................................................... 123 Variações nos custos no curto e longo prazo................................................ 124 Diferença entre os custos das vendas........................................................ 125

AULA 9 - Introdução à Teoria da Firma (II) A função de produção.......................................................................... 130 Curvas de custo total e faturamento........................................................ 134 Custos médios e custos marginais............................................................ 135

AULA 10 - Concorrência e Estrutura de Mercados O monopólio puro............................................................................... 144 A questão das concorrências indiretas e da concorrência potencial.................... 146 O monopólio natural............................................................................ 148 A concorrência perfeita, o oligopólio e a competição monopolística................... 150

Bibliografia................................................................................................. 157


Apresentação Em Fundamentos Econômicos estudamos as bases do pensamento econômico, a definição do termo economia, e as questões da produção de bens e serviços com base nos fatores de produção envolvidos no processo. Na verdade, ao estudarmos Fundamentos Econômicos estamos também tratando das razões e da importância desta ciência nos dias atuais bem como, sua aplicabilidade no dia a dia do estudante e profissional moderno. Iniciaremos o nosso estudo tratando da economia como uma ciência que exige interpretação de diversos temas ligados às análises da produção, distribuição e consumo dos bens e serviços; na verdade, uma ciência que busca compreender as mais diversas relações existentes entre os diversos agentes atuantes nos mercados no dia a dia de nossa realidade. Ou seja, na disciplina Fundamentos Econômicos vemos a forma como ocorre o consumo dos bens e serviços a partir de determinado nível de preços considerando-se dois aspectos: a existência de oferta de bens e serviços pela indústria por um lado, e o desejo ou necessidade de consumir – aliados à existência de recursos financeiros nas mãos dos consumidores - por outro. Na Aula 2 estudaremos o conceito de Ciência Econômica como ciência descritiva e analítica relacionada ao ato de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Estudaremos também os problemas básicos da organização econômica, as funções de um sistema econômico, o conceito de escassez, e as relações entre os conceitos de oferta, demanda e equilíbrio de mercado. Por fim, apresentaremos em detalhes o conceito de escassez e suas particularidades no estudo da Ciência Econômica. Na Aula 3 será apresentado o conceito de Demanda e trataremos do comportamento dos indivíduos face ao consumo de bens e serviços nas economias modernas. Ao estudarmos este conceito perceberemos a estreita relação existente entre recursos financeiros (dinheiro) disponíveis nas mãos dos indivíduos e o seu desejo de consumir (demandar) no mercado. Em seguida estudaremos o conceito de Oferta de bens e serviços em uma indústria, os determinantes que possibilitam ao empresário desejar produzir e ofertar bens em determinado mercado atendendo aos desejos, necessidades e vontades de seus consumidores. Na Aula 5 estudaremos o papel desempenhado pelos governos no desenvolvimento e crescimento econômico dos países. Ou seja, trataremos das ações do Estado como motor do crescimento e do desenvolvimento econômico das sociedades. Nesta Aula estudaremos também as definições e as bases da atividade econômica para, em seguida, analisarmos as decisões econômicas tomadas dia a dia pelos diversos agentes econômicos nos mercados globalizados. Seguiremos com um estudo comparativo entre o papel desempenhado pelo setor público e da iniciativa privada nas economias, e apresentaremos o Estado como promotor da estabilidade e do bem-estar das sociedades. Na Aula 6 iniciaremos nosso estudo e análise da Curva de Possibilidade de Produção, importante tema relacionado à produção de bens e serviços em uma economia com foco na apresentação dos fatores de produção envolvidos no processo e demais recursos que devem juntos ser colocados a serviço do desenvolvimento e crescimento econômico. Estudaremos as definições e componentes do Produto Nacional e Despesa Nacional, concluindo o estudo com a contabilização e cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) dos países. Na Aula 7 daremos continuidade às análises relativas à contabilidade social que é representativa dos registros das atividades produtivas de uma Nação durante um determinado período de análise, concluindo com uma discussão sobre os conceitos de PIB Nominal e PIB Real. Trataremos, também, dos conceitos diretamente relacionados com a Formação de Capital em uma economia, através da definição de Poupança, Investimento e Depreciação. Estudaremos ainda os temas ligados à Formação de Capital e suas relações com os modelos econômicos que consideram o ato de poupar por parte das famílias e o ato de investir efetuado pelos industriais. Desta forma, serão apresentados nesta Aula os conceitos e relações entre o Produto Interno Bruto (PIB), Produto Nacional Bruto (PNB), Depreciação e Produto Nacional Líquido (PNL), de forma a fixarmos melhor alguns dos principais conceitos referentes à Contabilidade Social. Na Aula 8 introduziremos o conceito de Teoria da Firma, ou seja, os movimentos das firmas dentro de um sistema econômico que acabam por influenciar a economia de um país como um todo. E de forma a aprimorarmos nossa análise, estudaremos também a oferta de bens e serviços efetuada em um ambiente de competição perfeita. Por fim, discutiremos a importância da administração dos custos e seus impactos nas vendas, os custos de oportunidade, os custos de capital, o conceito de lucro econômico zero e as análises de


variações do custo nos diversos níveis de produção e vendas. Na Aula 9 apresentaremos o conceito de uma função de produção, sua relação com a quantidade de insumos e a produção de um determinado bem. Estudaremos também as relações entre as curvas de Custo Total e o Faturamento, como estas são apresentadas graficamente e como podemos analisar o desempenho a partir de suas análises. Conceituaremos custos médios e os custos marginais de forma a compreendermos a importância na análise destes números face ao desempenho da firma. Concluiremos nossa disciplina Fundamentos Econômicos com o estudo dos diversos aspectos relacionados ao conceito de competição imperfeita nos mercados, ou seja, as situações nas quais os empresários encontram dificuldades, barreiras e mercados assimétricos que não permitem uma competição que poderíamos chamar de ‘equilibrada’ entre os seus agentes. Estudaremos assim na Aula 10 os conceitos de monopólio puro, de monopólio natural, da competição perfeita, oligopólio e competição monopolística, buscando compreender seus impactos nos ambientes de mercado. Bom estudo!


Aula 1 - A natureza dos fundamentos econômicos

AULA

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A natureza dos Fundamentos Econômicos nesta auLa

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Bases do pensamento econômico Por que devemos estudar Economia? Definindo Economia A produção de Bens e Serviços A Distribuição de Bens e Serviços O Consumo de Bens e Serviços: O Papel do Consumidor

metas de comPReensÃo ´ Compreender a importância do estudo da ciência econômica, entendendo-a como ferramenta de trabalho no dia a dia dos profissionais. ´ Facilitar o estudo e o entendimento a respeito dos fatores de produção e sua importância. ´ Definir e explicar a importância do estudo dos conceitos de oferta e demanda de bens de serviços.

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aPResentaÇÃo

Nesta aula estudaremos as bases do pensamento econômico, a definição do termo economia, as questões da produção de bens e serviços e os fatores de produção envolvidos no processo. Procuraremos também responder a pergunta: por que estudar ciência econômica? Em seguida, trataremos de temas ligados às análises da produção, distribuição e do consumo dos bens e serviços no mercado. Finalmente veremos, dado um nível de salário e renda, a forma como ocorre o consumo dos bens e serviços por parte dos consumidores. Discutiremos em seguida sobre este consumo de bens e serviços a partir de determinado nível de preços considerandose alguns princípios relativos à oferta de bens e serviços pela indústria.

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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Bases do pensamento econômico Sempre que pensamos no homem no seu dia a dia de vida, ou seja, no seu trabalho, lazer e nas suas relações com os seus semelhantes em sociedade, estamos na verdade – e na maioria das vezes – pensando em atividades que apenas a ciência econômica estuda e explica, a saber: as atividades ligadas aos atos de ganhar, gastar ou poupar recursos (dinheiro) ou os atos ligados à produção ou consumo de bens (produtos) ou serviços. Nesta Unidade Curricular estudaremos os princípios que regem esses movimentos do homem em sociedade com o objetivo de descrevermos a forma como cada uma destas ações ocorre e de que maneira o chamado sistema econômico opera com o objetivo de transformar o mundo para melhor, trazendo maior progresso e desenvolvimento para as nações. Mais especificamente nesta Aula 1 estudaremos alguns princípios que tratam da abrangência e dos métodos de análise econômica existentes. Quando estudamos a economia, estamos na verdade pensando numa ciência que se relaciona com a forma como as pessoas ganham seu dia a dia, trabalham, estudam e organizam-se em sociedade para atingirem seus próprios desejos, necessidades e vontades, além, é claro, a maneira como agem de forma a atingirem seus objetivos de curto, médio e longo prazo. Assim, quando pensamos na forma como as pessoas trabalham estamos, na verdade, refletindo sobre a maneira pela qual toda uma sociedade se organiza em qualquer parte do mundo. Desta forma, ao pensarmos na posição de uma família em sua sociedade, nas diferenças entre ricos e pobres, nas distâncias Stock Xchng existentes entre países desenvolvidos (industrializados) e em desenvolvimento, nos períodos de riqueza e de crescimento econômico comparativamente aos períodos de recessão e desemprego, nas taxas de nascimento e de mortalidade infantil, nas questões políticas e nas relações entre nações e blocos comerciais, enfim, todos estes temas são – indiscutivelmente – relacionados à economia. Quando estudamos economia nos deparamos certamente com um enorme emaranhado de assuntos que juntos oferecem informações importantíssimas para lidarmos com os mais importantes temas sociais e políticos, tanto do passado quanto do presente. Cabe ainda destacarmos que o estudo da ciência econômica também se interessa por previsões a respeito do futuro dos países, bem como lida com forças e eventos que – de uma forma ou de outra – afetam o nosso dia a dia. Assim, não raro, sabemos sempre de um exemplo de um parente, amigo ou colega de trabalho que tenha sido promovido, transferido, trocado de emprego ou mesmo demitido de sua função em uma empresa. Além disso, sabemos muitas vezes também quais foram as


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Aula 1 - A natureza dos fundamentos econômicos

razões ditas “econômicas” responsáveis por estes movimentos: ou seja, melhoria salarial, desejos de novos desafios, mudanças estratégicas na organização. Ou, então, uma crise econômica que acaba por reduzir postos de trabalho ou forçar mudanças na carreira profissional no curto prazo. Logo, podemos perceber que o nosso dia a dia está sempre muito conectado com as questões econômicas e no cenário econômico no qual estamos inseridos, de forma que a história econômica e o desenvolvimento humano encontram-se intimamente correlacionados, agindo juntos nos ciclos econômicos nos quais vivemos. Vejamos a seguir o que diz Mankiw (2004) a respeito da profissão e o papel do economista:

PaLavRa de autoR Os economistas procuram abordar seu campo de estudo com a objetividade de cientistas. Estudam a economia da mesma forma como um físico estuda a matéria e um biólogo estuda a vida: eles desenvolvem teorias, colhem dados e então analisam esses dados para confirmar ou refutar suas teorias. (MANKIW, 2004, p. 20)

Por que devemos estudar economia? Não raro um estudante desavisado pode vir a pensar que estudar economia é estudar finanças. Desta forma, sempre que se fala em economia o senso comum liga esta importante ciência às questões relacionadas com faturamento, custos, lucros e demais temas do dia a dia das empresas. Mas atenção, pois devemos saber separar bem as coisas! Em um curso sobre economia e, mais especificamente sobre microeconomia, estes temas organizacionais podem até mesmo vir a ser objeto de nosso interesse. Primeiramente vale destacar que a ciência econômica é uma ciência humana, e não exata. Trata essencialmente das relações do homem com o mundo a sua volta e das formas como administra o seu tempo, o seu trabalho, o seus recursos disponíveis e seus ganhos obtidos e decorrentes deste esforço laboral e intelectual. Com este pensamento em mente, quais seriam as vantagens do estudo da economia para o nosso dia a dia afinal? Primeiramente, poderíamos dizer que o estudo da ciência econômica permite ao estudante e profissional obter um conhecimento valiosíssimo que o auxiliará nas tomadas de decisões em seu dia a dia tanto como profissional, como consumidor e cidadão. Auxilia a responder às seguintes perguntas de forma a maximizar os seus retornos: Quando devo comprar um bem ou adquirir um serviço? Quando devo vendê-los? Devo procurar ou


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aceitar um novo emprego? Com relação às dúvidas relacionadas com a inflação e os juros, devo comprar ações de empresas, ou colocar meus recursos na caderneta de poupança? Outro aspecto também importante e decorrente do estudo da ciência econômica refere-se ao bem estar das sociedades. Assim sendo, a ciência econômica e a utilização de suas ferramentas permitem a obtenção de respostas aos enormes desafios que a todo instante os formuladores de políticas econômicas são obrigados a enfrentar neste mundo complexo em que vivemos. Neste sentido, o conhecimento de economia é parte de um desenvolvimento de um saber complexo que atende às seguintes demandas da sociedade: •

Qual o nível de inflação aceitável no país?

Qual o papel a ser desempenhado pelos sindicatos de trabalhadores?

Como o governo deve agir para conter a alta de preços do tomate?

Como o Brasil deve se posicionar no comércio mundial de grãos? Tania Rego/ABr

Vemos então que todas as respostas a perguntas desta natureza nos levam a tomar decisões que têm impactos em uma enorme quantidade de pessoas. Ou seja, são decisões de caráter coletivo e que exigem conhecimento profundo da ciência econômica e de seus ferramentais disponíveis para a tomada de decisões por parte dos governos e autoridades formuladoras dessas políticas econômicas. Finalmente, outro aspecto que poderíamos destacar como essencial para valorizarmos ainda mais o estudo do tema economia é a sua enorme aplicabilidade no convívio social dos cidadãos e no dia a dia do profissional das mais diversas áreas do conhecimento.

Assim, vemos o conhecimento de temas relacionados à economia como essenciais tanto para a carreira de administrador de empresas, como para os profissionais de jornalismo, advogados e demais profissionais que – ao exercerem suas atividades cotidianas – podem fazer uso desses conhecimentos na tomada de decisões mais alinhadas com a realidade do mundo em que vivem.

Greve de servidores públicos no Rio de Janeiro

Atualmente, o economista é visto como um importante profissional nas organizações – sejam estas financeiras, industriais ou prestadoras de serviços – como figura estratégica no processo de levantamento e análise de informações. A este profissional cabe a tarefa não apenas de levantar e elaborar relatórios com cenários econômicos e dos mercados de capitais, mas, também, participar do processo de tomada de decisões, nas análises voltadas à construção de cenários para investimentos, nas pesquisas de posicionamento de mercado e demais atividades tipicamente de responsabilidade de um economista.


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Vejamos a seguir o que diz Boyes:

PaLavRa de autoR O estudo da economia pode não preparar o estudante para atuar numa área específica, como ocorre com a formação em contabilidade ou enfermagem, mas lhe dá uma ampla gama de habilidades que permite construções variadas. A economia tenta esclarecer como o mundo e as empresas funcionam – porém, mais importante que isso, ensina a pensar. (BOYES, 2006, p. 5)

tRocando ideias Acesse o nosso ambiente virtual e discuta com seus colegas as formas como estudar economia pode contribuir para a melhoria de suas atividades como profissional nos competitivos e complexos ambientes de trabalho!

Será que entender de economia no Brasil pode auxiliar um profissional de mercado a executar com mais eficiência e produtividade suas atividades diárias? Você costuma ler com alguma periodicidade os chamados “cadernos de economia” nos jornais, ou mesmo sites que tratam de temas econômicos na internet? Vamos ver o que você sabe? Você conhece o economista-chefe da empresa onde trabalha? Caso não haja a função na sua empresa, quem é o responsável pelas coletas e levantamentos de informações econômicas para os trabalhos de orçamento, pela definição das políticas de preços, de descontos e de promoções de vendas? Há alguma fonte de informações econômicas como sites de internet ou serviços de terceiros voltados ao fornecimento de dados financeiros?


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Definindo Economia Segundo Mankiw (2004), a economia é o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos. Assim, segundo o autor, na maioria das sociedades os recursos são alocados não por um único planejador central, mas pelos atos combinados de milhões de famílias e empresas. Neste sentido, caberia ao economista estudar a forma como estes agentes econômicos (indivíduos, famílias e empresas, por exemplo) tomam as suas decisões. Decisões estas relacionadas ao consumo, à poupança, ao trabalho, ao investimento e quanto às mais variadas ações executadas no dia a dia de nossas vidas. A economia pode ser também entendida como o estudo das atividades dos indivíduos em sociedade voltadas à produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Podemos assim dizer que a economia é uma ciência descritiva por possibilitar compreender as razões dos eventos acontecidos nas sociedades e os eventos que poderão vir a acontecer nesta mesma sociedade durante um determinado período de tempo. Ao mesmo tempo, pode-se afirmar que se trata de uma ciência também analítica, explicando as razões de determinados comportamentos no nosso dia a dia. Assim, a economia nos permite compreender, por exemplo, o porquê da elevação de determinado preço de um bem ou serviço, ou mesmo as razões da redução da produção de determinado produto por um país durante um momento específico analisado. Podemos afirmar, consequentemente, que a economia oferece diversas aplicações práticas. Auxilia, por exemplo, na tomada de decisões de investimentos de um empresário privado. Ou mesmo no planejamento e nas ações do governo de um país através de ferramentas como previsão de crescimento econômico, índices de inflação, desemprego, dentre outras informações valiosas aos formuladores de políticas econômicas ou sociais.

A produção de bens e serviços Atualmente todos os países, mesmo os menos desenvolvidos industrialmente, produzem uma enorme quantidade de bens e serviços todos os anos. Sabemos que, baseado no significativo número de empresas instaladas nos chamados países desenvolvidos, ou nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, pode-se esperar a produção não apenas de uma grande variedade de bens, mas, também, de grande quantidade de produtos e serviços que – de uma forma ou de outra – suprem as necessidades dos seus consumidores internos ou externos (estes, no caso das exportações efetuadas). Assim, as economias dos países contemplam indústrias das mais variadas características e voltadas às mais variadas fabricação de bens. Sabemos que classificados sob a sigla “automóveis”, o Brasil fabrica uma grande varieda-


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Aula 1 - A natureza dos fundamentos econômicos

de de produtos em diversas e diferentes fábricas de forma a oferecer estes produtos (bens) aos seus consumidores localizados no mercado interno ou no exterior. Ano a ano, esses produtos variam e se modificam, ganhando ou perdendo componentes e modificando a sua estrutura, o que, por sua vez, geram modificações na matriz fabricante destes mesmos veículos.

Logo, por exemplo, poderíamos afirmar que o que se procura é não apenas responder, mas, sim, compreender as razões do Brasil ter produzido, por exemplo, mais de três milhões de veículos em 2012 e qual será a direção e o desempenho que a indústria tomará nos próximos anos.

Renato Araujo/ABr

O papel do economista neste mercado será exatamente medir, mensurar e analisar as variações na produção desses bens e na forma como os veículos são anualmente produzidos. Neste sentido, é papel do economista medir e analisar, a todo instante, as variações que ocorrem anualmente nesta indústria em particular e replicar o pensamento para todas as demais cadeias de produção no país.

O Brasil fabrica uma grande variedade de automóveis Certamente que no exemplo citado o que nos para o mercado interno e externo. interessa como economistas é entender os comportamentos do fabricante face aos seus custos de produção, valor investido e organização de seus negócios. Por outro lado, compreender também como o consumidor age frente à “oferta” de veículos por parte do industrial, quais são os seus gostos, suas tendências de consumo e de comportamento, seu poder de compra face ao preço do produto, e também, os seus desejos e necessidades de adquirir o bem ofertado.

Pense nisso Sabemos que a tomada de decisões individuais quando envolve a compra de determinado bem ou serviço exige uma escolha deste bem em detrimento de outro. Assim ao adquirirmos algo temos que despender recursos (gastar dinheiro!). E esse dinheiro poderia estar sendo poupado ou empregado na compra de outro bem! Assim, reflita a respeito das razões que fazem você consumir algo em detrimento de poupar seus recursos financeiros. Mas, o que faz o setor de recursos humanos?


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LeituRas indicadas Você está interessado em aprender mais a respeito de como as pessoas tomam decisões nos mercados? Para aprofundar este conhecimento, sugiro ler o capítulo “Como as pessoas tomam decisões”. Veja em: (MANKIW, 2004, p. 4-8)

Outro aspecto importante referente à produção de bens e serviços refere-se à capacidade dos economistas em medir o volume total da atividade econômica em determinado país durante um período de tempo. Assim, é essencial nesta fase inicial de nossos estudos perceber que uma das principais tarefas dos economistas é exatamente saber medir o desempenho das economias e avaliar caso a caso os movimentos Arquivo/ABr de crescimento e queda. Nessas situações, o economista deve ter capacidade de avaliação do nível de renda e de atividade da economia de um país (ou região, ou estado). O objetivo é ajudar os governos e empresários a maximizarem suas ações nestes mesmos mercados com o intuito de promoverem a expansão econômica, principal objetivo de uma política econômica ou industrial. Podemos então admitir que por detrás destas ações, no sentido de promover o crescimento econômico, está a análise e o entendimento do nível de investimento efetuados pelos diversos agentes econômicos no período em questão analisado, o comportamento dos consumidores, o comportamento do sistema financeiro (bancos), as políticas fiscais do governo e as ações dos demais agentes envolvidos no processo de geração de riquezas. Concluindo a introdução feita até o momento sobre o conceito de produção de bens e serviços, percebemos que este tema engloba uma enorme quantidade de agentes econômicos. Todo bem ou serviço produzido em um país é, em poucas palavras, gerador de riquezas para os seus habitantes. Assim, todos os agentes envolvidos neste processo � os fabricantes dos bens, os transportadores logísticos, os meios de transporte utilizados para movimentação da produção, os atacadistas e os distribuidores envolvidos até a chegada do produto nas mãos dos consumidores � são juntos, em última análise, partes de um mesmo processo responsável pela geração de riquezas.


Aula 1 - A natureza dos fundamentos econômicos

A distribuição de bens e serviços A divisão da riqueza de um país produzida entre os seus habitantes em determinado período normalmente ocorre sob a forma de recursos financeiros (dinheiro). São esses os recursos que os cidadãos utilizam para adquirir bens ou serviços necessários para a sua subsistência ou demais itens desejados. É importante destacar que nas sociedades modernas mais sofisticadas praticamente não ocorrem trocas de mercadorias entre os produtores sem que haja a intermediação do dinheiro. Assim, o que chamamos de escambo (trocas de bens entre produtores sem o uso de moeda) ocorre apenas em uma pequena parcela da sociedade. Um exemplo são os habitantes de sociedades menos industrializadas e moradores de áreas rurais que produzem em regime de subsistência, sendo a prática, assim, rara nas economias mais industrializadas.

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Divisão do trabalho

Uma das características mais marcantes das sociedades e das economias contemporâneas é a divisão do trabalho. Ali o ato de produzir bens e serviços é, normalmente, executado por um grupo de pessoas e, quase nunca, trata-se de uma ação efetuada por um único indivíduo. Com o desenvolvimento das sociedades no decorrer dos séculos, este homem, antes criador e dono de sua própria produção, foi se especializando e executando atividades a cada dia mais e mais específicas e reduzidas no escopo geral de produção. Portanto, quando adquirimos um bem devemos ter em mente que ele foi produzido em decorrência de uma gama de ações conjugadas de indivíduos, empresas industriais e financeiras. Se na Idade Média era capaz de produzir sozinho um utensílio, o novo homem pós-Revolução Industrial se vê praticamente incapaz de executar artesanalmente qualquer bem para seu uso ou venda. Consequentemente, nas sociedades contemporâneas, o homem vê sua ação reduzida à simples compra de produtos e serviços. Ou seja, torna-se executor de uma pequena parcela de um complexo processo produtivo – simples profissional que troca seu tempo disponível por salário (dinheiro). A fragmentação do trabalho entre diversos agentes e trabalhadores, decorrente de uma efetiva divisão e enorme “globalização” da mão de obra e das atividades produtoras entre os diversos países, acaba por gerar uma interdependência das diversas economias mundiais. Não raro, uma quebra de safra de trigo na Argentina pode afetar o mercado de venda de veículos no Brasil! Vamos agora parar para pensar a respeito do papel do dinheiro no nosso dia a dia. Como há uma completa “globalização” do trabalho, o dinheiro hoje não apenas nos permite adquirir bens e serviços de diversos fabricantes e fornecedores de quase todas as partes do mundo. Permite também que os trabalhadores migrem de um país ao outro em troca de melhores salários.

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Este dinheiro seria um facilitador? Ou o dinheiro seria o problema das sociedades?

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os fatores de produção

Os agentes responsáveis pela produção dos bens e serviços devem ser divididos em três categorias dentro dos chamados fatores de produção. O primeiro fator de produção é o trabalho (ou mão de obra): que podemos definir como todo esforço humano para a execução de tarefas no ambiente de trabalho, ou seja, no processo produtivo. O segundo fator de produção é a terra, definida como todos os recursos naturais como os rios, lagos, depósitos minerais, ou o solo utilizável para a agricultura e pecuária que o homem precisa fazer uso para desenvolver-se economicamente. O terceiro fator de produção é o capital, que consiste nos bens fabricados pelo homem e que são utilizados para a produção (manufatura) de outros bens, como máquinas e equipamentos industriais. Ainda temos um quarto fator de produção: a tecnologia. Em linha com os três outros fatores de produção destacados, podemos considerar nos dias de hoje a tecnologia como indispensável ao empresário e essencial para o processo produtivo. Vejamos alguns conceitos a respeito do tema fator de produção seguindo Mankiw (2004):

PaLavRa de autoR [...] os fatores de produção são os insumos usados para produzir bens e serviços. Mão de obra, terra e capital são os três fatores de produção mais importantes. Quando uma empresa de informática produz um novo programa para computador, usa o tempo dos programadores (mão de obra), o espaço físico em que estão seus escritórios (terra) e um prédio de escritórios e equipamentos de informática (capital). (MANKIW, 2004, p. 392)


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o consumo de bens e serviços: o papel do consumidor Do ponto de vista da sociedade como um todo, o objetivo primário do processo produtivo, por meio da utilização dos fatores de produção destacados anteriormente, é o consumo. Esta “verdade” é muitas vezes questionada quando pensamos que todo empresário deseja, em última análise, apenas produzir e vender produtos ou prestar serviços dos quais pode – de uma forma ou de outra – auferir lucros.

Pense nisso É bom ou ruim o empresário desejar ter lucros no seu negócio?

O fato de o empresário desejar obter lucros de seu negócio não pode ser visto como algo negativo, mas necessário à sua sobrevivência. A empresa precisa produzir a custos razoáveis, vender a preços interessantes (tanto para o empresário quanto para o consumidor) e obter lucros! Caso contrário, terá que fechar a firma, parar de produzir e demitir seus colaboradores. Assim, do ponto de vista do bem gerado para a sociedade como um todo, o funcionamento do sistema – ou seja, o ato de fabricar, produzir e vender com lucros – deve ser visto sob o prisma da possibilidade de satisfação das necessidades do cliente final (o consumidor). Neste sentido, o consumo de bens e serviços pelas pessoas deve satisfazer direta ou indiretamente as suas necessidades. Ou seja, o ato de consumir estará também condicionado à existência de renda (salário) e preços de venda que permitam aos consumidores comprar bens, satisfazendo suas necessidades e seus desejos. Na maioria das vezes, todo consumidor é antes de tudo um trabalhador que recebe salário, utiliza-o imediatamente com o objetivo de adquirir bens e serviços, ou poupa-o para garantir algum consumo num momento futuro. Quando pensamos no estudo da ciência econômica, temos que ter em mente que o consumo é um fator determinante e direcionador do desempenho econômico de um país. Ao longo do tempo, a produção e a oferta de bens e serviços em uma economia somente continuarão a ocorrer caso exista emprego e renda para a população poder consumir. E será também necessária a existência de desejos e necessidades de consumo destes mesmos bens e serviços. Por fim, devemos pensar que será o consumidor o verdadeiro indicador da quantidade desejada de produtos a ser ofertada no mercado a determinado preço. É ele o responsável pelo efetivo nível de vendas efetuado pelos empresários a determinados níveis de preço. Quando estudam a questão do consumo de bens e serviços, os econo-


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mistas procuram separá-lo segundo dois distintos pontos de vista, a saber: o consumo individual de um consumidor específico e o consumo agregado possível de ocorrer dado o nível de renda (dinheiro) disponível na economia para que exista tal consumo.

LeituRas indicadas O livro “Manual de Economia”, da equipe de professores da Universidade de São Paulo e que faz parte de nossa bibliografia, apresenta em seu capítulo introdutório “Introdução à Economia” o item 1.4- Concepções e definições sobre ciência econômica. Sugiro a sua leitura de forma a compreender melhor a relação destra ciência com as demais áreas de conhecimento. VASCONCELLOS, M.A., PINHO, D.B. Org. Manual de Economia, 5. Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2004, pp. 7-10

dica O site da Fundação Getúlio Vargas (FGV) é sempre valiosa fonte de informações sobre economia, política e negócios quando o assunto é o entendimento da situação de nosso país. Minha sugestão de atividade de pesquisa e estudo é conhecê-lo, procurando, em seus enormes recursos, as revistas, periódicos, artigos e informações online disponibilizadas para estudantes das mais diversas formações e interesses, principalmente sobre economia do Brasil. Disponível em: <www.fgv.br>.

LeituRas indicadas Interessado em conhecer um pouco sobre o pensamento econômico liberal do escritor Adam Smith, no seu livro “A Riqueza das Nações”, publicado em 1776? Sugiro a leitura do Capítulo 1, “Dez Princípios de Economia”, do livro: MANKIW, N.G. Introdução à Economia, 3. Ed. São Paulo: Thompson, 2004, p. 11.


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Aula 1 - A natureza dos fundamentos econômicos

síntese Nesta aula estudamos as bases do pensamento econômico. Definimos o termo economia. Tratamos das principais questões da produção de bens e serviços e os fatores de produção envolvidos no processo econômico. Respondemos também a pergunta por que estudar ciência econômica. Procuramos de forma resumida tratar dos temas ligados às análises da produção, distribuição e do consumo dos bens e serviços nos mercados. Finalmente vimos como ocorre o consumo dos bens e serviços por parte dos consumidores a um determinado nível de salário e renda. Discutimos também como este consumo de bens e serviços – a partir de determinado nível de preços – está intimamente relacionado com a oferta de bens e serviços efetuada pela indústria.

atividades 1. Esta aula é introdutória e muito teórica. Para essa atividade: a. Leia o item “1.2. – Conceito de Economia”, do livro “Fundamentos de Economia” (Vasconcellos, 2011, pp. 2-3); b. Faça um resumo dos principais temas apresentados pelo autor.


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Unidade curricular: Fundamentos Econ么micos


AULA

2

A organização do sistema econômico nesta auLa

´ ´ ´ ´ ´

Economia e sociedade A organização da atividade econômica As funções de um sistema econômico A escassez de recursos A restrição orçamentária

metas de comPReensÃo ´

Conhecer e discutir a importância do estudo da ciência econômica para as sociedades.

´

Apresentar o conceito de organização econômica.

´

Apresentar e discutir as funções do sistema econômico.

´ aPResentaÇÃo Nesta aula estudaremos o conceito de ciência econômica como ciência descritiva e analítica relacionada ao ato de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Estudaremos os problemas básicos da organização econômica, as funções de um sistema econômico, o importante conceito da escassez de recursos e também veremos as relações entre os conceitos de oferta, demanda e equilíbrio de mercados. Por fim, apresentaremos e estudaremos em detalhes o conceito de escassez, suas particularidades e importância na ciência econômica.

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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Economia e sociedade Segundo Vasconcellos (2011, p. 2), podemos definir economia como a ciência social que estuda a maneira pela qual a sociedade decide empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de forma a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos desta mesma sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Podemos também dizer que a economia é uma ciência tanto descritiva quanto analítica. Afinal, estuda as atividades do ser humano relacionadas aos atos de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Neste sentido, podemos dizer que a ciência econômica não se preocupa apenas com os fatos que ocorrem nos mercados e nas diversas sociedades, mas está intimamente preocupada com as razões que causam a ocorrência de cada etapa do processo econômico como um todo. Quando pensamos em economia, devemos sempre lembrar que o seu conhecimento é essencial para todo cidadão preocupado em aprimorar-se de forma ampla, seja culturalmente, seja pessoal ou profissionalmente. O conhecimento de economia amplia horizontes tanto para o profissional atuante em órgãos públicos ligados aos governos quanto no trabalho na indústria ou nas empresas prestadoras de serviços. Conforme veremos a seguir, existem alguns aspectos que devem ser tratados em mais detalhes quando estudamos as questões da produção, da distribuição, da geração de renda e do consumo de bens e serviços em uma economia. 1. Podemos afirmar que os economistas interpretam o ato de produção de bens de forma muito ampla. Podem incorporar nesta interpretação todos os tipos de atividades que geram riqueza para um país. Assim sendo, quando pensamos em um prestador de serviços como um caminhoneiro, taxista, professor ou fazendeiro, temos que ter em mente que eles geram empregos, rendas e, portanto, riqueza ao país tanto quanto um industrial produtor de um veículo. 2. As economias mundiais encontram-se altamente interconectadas e inter-relacionadas num contexto de globalização de todos os processos dentro do sistema econômico. Assim, devemos sempre ter em mente que cada atividade que executamos em nosso dia a dia de trabalho faz parte de um conjunto de outras atividades que se completam nas demais etapas dos processos produtivos ou de prestação de serviços. Tais atividades nem sempre são concluídas dentro de nosso país, de forma que muitas vezes o que executamos aqui no Brasil, em nosso escritório ou ambiente de trabalho (independente de suas características) é distribuído globalmente, podendo estar contribuindo com a geração de riquezas não apenas no nosso país, mas em qualquer outra economia no mundo globalizado. E isto mesmo se tratando de trabalhos mais ou menos especializados, indistintamente. 3. A renda gerada na economia mundial atualmente é quase que integral-


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Aula 2 - A organização do sistema econômico

mente distribuída entre os agentes econômicos e trabalhadores sob a forma monetária, isto é, dinheiro. E este fato gera um enorme dinamismo aos mercados, possibilitando transferências de recursos financeiros (capitais) para toda a parte do globo, gerando uma flexibilidade na produção e geração de riqueza nunca antes observada no decorrer de nosso desenvolvimento na humanidade. 4. O consumo de produtos ou serviços é o fim de toda a atividade produtiva. Assim, podemos certamente afirmar que o próprio ato de consumir é o verdadeiro e, talvez, o mais importante vetor, ou seja, motor das economias no mundo atual. Ainda podemos afirmar que esta mesma produção somente ocorrerá caso o industrial ou o prestador de serviços percebam a efetiva existência de mercado consumidor desejoso de adquirir o produto ou serviço ofertado.

LeituRas indicadas Para você interessado em ler mais a respeito do conceito de economia e sobre os problemas econômicos fundamentais, sugiro a leitura da introdução de um livro, disponível na biblioteca, que trata de forma bem resumida esses temas: VASCONCELLOS, Sandoval Economia, 2011, p. 2-4).

de

M.A.

Fundamentos

de

Pense nisso Agora que você leu atentamente os quatro princípios anteriores, como então poderia pensar o papel e a importância do economista e do estudo da ciência econômica nos dias atuais no Brasil? Qual a sua opinião? Reflita e aponte suas impressões! Mas, o que faz o setor de recursos humanos?


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Ao economista, portanto, cabe coletar as diversas informações relacionadas à produção, distribuição e consumo e procurar compreendê-las em conjunto. Uma vez feito o trabalho de análise, de forma criteriosa e precisa, caberá ao profissional procurar neste momento um “princípio”, uma “regra”, uma “lei” que possa estar regendo o fenômeno econômico. O trabalho do economista é também muitíssimo importante para os governos, porque as informações levantadas e analisadas sobre o aspecto econômico são essenciais na elaboração de políticas de interesse público dos países, estados ou municípios. Assim, cabe ao economista muitas vezes o papel de analisar as consequências de determinadas decisões tomadas pelos governos e seus impactos nos mercados, ou seja, na economia como um todo. É importante destacar, entretanto, que nem sempre o economista tem a “palavra final” em uma decisão de caráter político ou social tomada pelos governantes. Mas, por outro lado, este profissional terá certamente uma voz ativa ou crítica no processo de decisão e aplicação de políticas públicas. Por isso, temos sempre que pensar o cientista econômico como aquele pensador que agrega fatos e teoria com o objetivo de entender como as variáveis combinam-se entre si. Uma vez efetuado este trabalho de forma cuidadosa, o economista chega a generalizações, ou seja, obtém “respostas” que explicam os fatos econômicos, contribuindo com a promoção do bem-estar da sociedade. Assim, vemos que o trabalho de um economista é muitas vezes utilizado pelos governos para tomada de decisões quando o assunto é a melhoria das condições de vida de seus cidadãos. Para compreendermos melhor o papel do Estado e suas relações com a ciência econômica, vejamos o que diz Vasconcellos em seu livro “Fundamentos de Economia”.

PaLavRa de autoR A ação do Estado, quer do ponto de vista econômico, quer jurídico, supõe-se que esteja voltada para o bem-estar da população [...] Em última instância, para a atuação do Estado brasileiro na economia, buscou-se o que está previsto no artigo 170 da Constituição de 1988: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social [...] (VASCONCELLOS, 2011, p. 41)


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Aula 2 - A organização do sistema econômico

´

Coletando informações para o cálculo da inflação

Imaginemos um economista responsável pelo cálculo do aumento de preços (inflação) dos eletrodomésticos em um determinado mercado durante um ano. Para executar tal função, esse economista precisará primeiro conhecer profundamente o mercado e a indústria de eletrodomésticos. Segundo, precisará conhecer também em detalhes os custos de produção, as despesas incorridas no processo e todas as variáveis que afetam o negócio do fabricante. Depois precisará conhecer também o mercado consumidor de eletrodomésticos, analisá-lo e saber de suas expectativas de consumo (demanda), desejos, necessidades, rendas disponíveis para compra desses produtos. Uma vez conhecidas todas as variáveis, o economista certamente poderá traçar uma análise do mercado e da indústria. Terá condições de analisar, eventualmente, a existência ou não de pressões por aumentos de preços (inflação) dos eletrodomésticos neste mercado num período de tempo específico. Perceba então como esse economista buscou um “princípio”, uma “regra”, uma “lei” que possa estar regendo o fenômeno da inflação naquele mercado em particular. E, uma vez efetuado esse trabalho de forma cuidadosa, pode obter “respostas” que explicam tal fato econômico, ou seja: a inflação nos preços dos eletrodomésticos no período de um ano no mercado específico analisado. As informações coletadas podem, ou não, ser utilizadas pelo governo como parte de uma política pública para a contenção do aumento de preços, incentivo à produção ou mesmo consumo de produtos.

Pense nisso Como você agiria como economista caso fosse designado pelo governo, durante um mês, a estudar as razões da inflação no mercado de tomates na feira de seu bairro? Mas, o que faz o setor de recursos humanos?


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

a organização da atividade econômica As atividades econômicas da sociedade organizam-se de diversas formas. Desde os tempos mais primitivos, o homem procurou se organizar de forma a buscar a satisfação de suas necessidades, seja caçando ou coletando um alimento, seja plantando um determinado vegetal. Ou então coletando matérias primas e acumulando-as de forma a garantir a produção de bens ou a segurança de sua existência nas situações geográficas e climáticas das mais diversas. Museu Nacional de Belas Artes/Wikimedia Commons

Nas sociedades contemporâneas, podemos afirmar que o avanço tecnológico é o fenômeno, senão o mais importante, certamente um dos mais significativos e determinantes da forma como a relação homem-natureza se transformou.

Atualmente, a especialização da produção, a tecnologia e todos os demais avan“ Café”, de Cândido Portinari (óleo sobre tela,1935): exemplo ços das sociedades da sociedade agricultural paulista da primeira metade do século XX. permitem ao homem não apenas produzir em quantidades enormes. Permitem produzir também em condição de extrema eficiência e eficácia, gerando assim um padrão de riqueza inigualável e incomparável quando pensamos nas sociedades mais antigas. Assim, a especialização e a divisão do trabalho que presenciamos atualmente nas empresas permitem a produção de bens ou a prestação de serviços que atendem praticamente a todos os desejos e necessidades conhecidas do homem moderno. Somado a isto, a nova tecnologia da informação, as novas formas de associação do capital, a associação entre empresas locais e estrangeiras, as instituições financeiras e todo o aparato desenvolvido e representado pelas organizações de trabalhadores garantem uma especialização no processo de produção pode gerar um nível de bem estar inigualável. Pensando sob este ponto de vista a sociedade passou a ser um emaranhado de firmas, consumidores, famílias, instituições e demais agentes que juntos importam, exportam, produzem, distribuem, compram e vendem produtos a todo instante por preços e condições variadas. E tudo isso gera empregos, renda e desenvolvimento econômico em maior ou menor grau, dependendo, a princípio, do nível de eficiência e de tecnologia que conseguem agregar a cada item produzido no jogo do sistema econômico mundial.


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Aula 2 - A organização do sistema econômico

Vejamos o que diz Vasconcellos a respeito desse tema:

PaLavRa de autoR A escolha do método ou processo de produção depende de sua eficiência. O conceito de eficiência pode ser enfocado do ponto de vista técnico ou tecnológico, ou do ponto de vista econômico. Um método é tecnicamente eficiente (eficiência técnica ou tecnológica) quando, comparado com outros métodos, utiliza menor quantidade de insumos para produzir uma quantidade equivalente de produto. A eficiência econômica está associada ao método de produção mais barato (isto é, os custos de produção são menores) relativamente a outros métodos, para produzir uma mesma quantidade do produto. (VASCONCELLOS, 2011, p. 83)

as funções de um sistema econômico Com o desenvolvimento das sociedades, os sistemas econômicos (ou organizações econômicas) foram sendo construídos e ganharam importância principalmente em razão dos enormes desafios com os quais o homem se via obrigado a enfrentar. Segundo Vasconcellos (2011, p. 4), um sistema econômico caracteriza-se por ser definido como a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. Por meio dele sabemos como se organizam a produção, a distribuição e o consumo dos bens ou serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e bem estar. A todo instante, somos obrigados a resolver – dentro dessas nossas sociedades urbanizadas e complexas! – problemas que exigem a sofisticação desses mesmos sistemas econômicos de forma a sobrevivermos e aumentarmos nosso bem estar e nossa satisfação. Vejamos a seguir cinco perguntas que devemos conseguir responder no nosso dia a dia, e dentro de determinado sistema econômico, de forma a gerarmos o maior grau possível de bem estar para as sociedades.

´

o que devemos produzir?

O que as firmas desejam e conseguem produzir em uma economia depende certamente das disponibilidades dos fatores de produção. Mas a produção deve também atender às expectativas do industrial para com a existência de consumidores e demanda, observando a questão dos custos de produção, as expectativas de faturamento e lucros, entre outras précondições para a fabricação do bem ou prestação do serviço.


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Ou seja, os agentes econômicos e governos devem trabalhar no sentido de atender às demandas e responder o mais adequadamente possível a essa pergunta.

Pense nisso O que significa “responder o mais adequadamente possível a esta pergunta?

´

Para quem devemos produzir? e o que queremos produzir?

Sabemos que a produção de bens e serviços deve atender à demanda interna (consumo) do país e, se possível, atender a eventual demanda externa (exportação). Este pensamento deve estar também voltado à questão do que produzir, ou seja, quais tipos de produtos e serviços o empresário deseja ofertar ao mercado.

Pense nisso O que seria “tipo de produto ou serviço” na visão de um empresário?

´ Know-how Conhecimento processual; conhecimento de como executar alguma tarefa.

como devemos produzir?

A resposta a essa pergunta necessariamente envolve o entendimento dos métodos utilizados no processo produtivo. Ou seja, quais tecnologias, quais conhecimentos, qual know-how será necessário aplicar ao processo de forma a determinar como cada item será produzido ou ofertado ao mercado consumidor. E, por fim, qual é a proporção em que os diversos fatores de produção serão utilizados no processo em razão das técnicas utilizadas.

Pense nisso Qual é a importância do fator de produção “tecnologia” no processo de decisão de produção?


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Aula 2 - A organização do sistema econômico

´

com qual intensidade os recursos devem ser empregados no processo?

Para responder a esta pergunta, as empresas primeiro decidem o quanto querem produzir e analisam os recursos disponíveis. Assim, podem utilizar os recursos disponíveis na economia com maior ou menor grau de intensidade.

Pense nisso A princípio, como o empresário deve combinar de forma mais eficiente os fatores mão de obra e tecnologia?

´

com qual velocidade a economia deve crescer no período analisado?

A resposta a esta difícil pergunta é normalmente razão de calorosos debates por parte dos formuladores de políticas econômicas nos governos e industriais no dia a dia de suas atividades. A razão? Porque a “velocidade” com que uma determinada economia de um país cresce depende de investimentos, de inovações tecnológicas, métodos produtivos e demais fatores que juntos possibilitam ganhos de eficiência e produtividade para a economia como um todo.

Pense nisso Como você acredita que vem sendo enfrentada a questão do investimento em tecnologia no Brasil, de forma a enfrentarmos o enorme desafio de crescimento econômico de longo prazo?

Esta última pergunta a respeito da geração do maior grau possível de bem estar para a sociedade nos mostra a enorme dificuldade que alguns países menos desenvolvidos (ou “em desenvolvimento”) encontram-se para competir. Afinal, as economias de países industrializados já trazem em si um enorme grau de desenvolvimento que dificulta a competição externa por parte de economias emergentes.


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Pense nisso As cinco principais perguntas tratam da essência de um sistema econômico. As três primeiras referem-se às questões que podemos chamar de “microeconômicas”. Ou seja, “o que produzir”, “para quem produzir” e “como produzir” na verdade interessam prioritariamente aos empresários por tratarem de temas relacionados aos produtos ou serviços ofertados, preços e alocação dos fatores de produção pela firma. No que se refere às duas últimas perguntas, poderíamos certamente chamá-las de “macroeconômicas”. Assim, as respostas aos temas como “intensidade de alocação de recursos” e “velocidade do crescimento” certamente nos remetem a um aspecto mais macro do que microeconômico da economia de um país.

tRocando ideias Tendo como base toda essa discussão teórica, que tal refletir um pouco mais a respeito de aspectos que podem ser classificados como fatores “microeconômicos” ou “macroeconômicos” em um sistema econômico? Vá ao Fórum Virtual e discuta suas impressões com os colegas!

a escassez de recursos O conceito de escassez é um dos principais tópicos de análise quando iniciamos qualquer curso introdutório de economia. O tema é não apenas recorrente, mas antes de tudo essencial para compreendermos a razão de existência da própria ciência econômica! Marcelo Casall Jr./ ABr

Por que podemos fazer tais afirmações a respeito da escassez? Porque caso não houvesse escassez de recursos como mão de obra, energia, enfim, dos fatores de produção essenciais para a produção de bens e serviços necessários ao atendimento de nossas necessidades e desejos, provavelmente a ciência econômica perderia a sua razão de ser.

Mesmo nas economias mais desenvolvidas e industrializadas, a quase totalidade dos recursos disponíveis para o processo produtivo é escassa.

Assim sendo, as questões apresentadas até aqui a respeito do que e de que maneira produzir, e para quem vender fazem sentido apenas se levarmos também em consideração a questão da escassez. Mesmo nas economias mais desenvolvidas e industrializadas, a quase totalidade dos recursos disponíveis para o processo produtivo é escassa.


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Aula 2 - A organização do sistema econômico

Reflita: quando pensamos na natureza à nossa volta, vemos que talvez apenas o sol e o ar que respiramos não são escassos! Desta forma temos sempre de lembrar que o homem não pode ter disponível para si todos os recursos que deseja. Haverá sempre algum limitador, alguma restrição, o que o forçará a fazer escolhas dentre os bens ou serviços oferecidos. Veja que é muito importante compreendermos nesta nossa análise sobre escassez: devido à restrição naturalmente presente em nossas vidas, e consequentemente nos sistemas econômicos como um todo, o crucial nas economias é utilizarem-se dos recursos disponíveis com o maior grau possível de eficiência. Portanto, o conceito de organização econômica faz todo o sentido quando vemos a necessidade dos economistas pensarem sempre na utilização otimizada dos recursos disponíveis, sendo eles tecnologias, o emprego racional da mão de obra ou demais fatores de produção disponibilizados.

LeituRas indicadas Você estaria interessado em estudar mais a fundo o tema escassez? Gostaria de sugerir a leitura da Introdução (páginas 3 e 4) do livro “Introdução à Economia”, de N.G. Mankiw.

a Restrição orçamentária Na verdade, o conceito de restrição orçamentária também está intimamente relacionado à questão da escassez. Na verdade, tratar de restrição orçamentária é pensar na relação existente entre a quantidade de recursos que determinado consumidor poderá gastar e o que deseja consumir, sendo que o total de consumo será, necessariamente, igual ou menor que sua renda (o seu salário, por exemplo). Caso o consumidor opte por não gastar a integridade de sua renda com a compra de bens ou serviços no mercado, ou seja, caso nem toda a renda que ele ganha seja consumida, parte de seus ganhos será destinado a uma poupança para ser utilizada em consumo futuro. Caso o total gasto por este mesmo consumidor seja maior do que a renda adquirida, há duas saídas: ou ele utiliza poupanças passadas para complementar a renda que lhe falta, ou utiliza empréstimos, contraindo dívidas. Nesse caso específico, a necessidade de pagar as dívidas restringirá a capacidade de consumo no futuro. Assim, a restrição orçamentária limita o conjunto de bens e serviços que o indivíduo pode adquirir. Por exemplo, uma família que tem renda de dois salários mínimos não conseguirá ter acesso à compra de um carro novo, cujo valor é muito alto para seu orçamento. Nem com financiamen-

Poupança Toda renda não consumida


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

to isso seria possível, porque a prestação comprometeria toda a renda da família e não sobraria para as demais necessidades a serem satisfeitas. Neste estágio de nosso estudo podemos também assumir: o objetivo do consumidor é maximizar a diferença entre benefícios e custos ao escolher o conjunto de produtos que a sua renda lhe permite comprar. Stock Xchng

Ou seja: o consumo dos diversos produtos resulta em benefícios e custos para o consumidor. Esses benefícios advêm da satisfação gerada pelo consumo. E os custos decorrem dos preços definidos pelo mercado e pelas escolhas exercidas pelo consumidor no ato da compra. Qual seria a satisfação de beber um copo de água no deserto depois de um dia inteiro de caminhada? Certamente altíssimo, mas o poder ou não consumir o copo de água dependerá da existência (posse) de recursos financeiros (dinheiro) para a compra do bem.

A restrição orçamentária limita o conjunto de bens e serviços que o indivíduo pode adquirir.

dica O site da Petrobras apresenta uma análise interessante sobre a produção e consumo de petróleo no Brasil em 2012. Confira! <www.petrobras.com.br>

tRocando ideias Agora que você compreende melhor o que vem a ser escassez, divida suas informações na nossa sala virtual com seus colegas. Procure pensar no Brasil e ver quais recursos econômicos são mais ou menos escassos e como, portanto, a escassez (ou não) de tais recursos nos oferece um diferencial competitivo perante as demais economias do mundo. Interessante debate, não acha?


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Aula 2 - A organização do sistema econômico

LeituRas indicadas Como parte do sistema econômico, destaca-se o importante papel desempenhado pelo governo por meio do Banco Central, que atua como responsável pela execução da política monetária. Neste sentido, e de forma a aprimorar seu conhecimento sobre o tema, sugiro a leitura do item “Oferta de moeda pelo Banco Central” no “Capítulo 11 – Determinação da renda e do Produto Nacional: O lado monetário da economia”, do livro do Vasconcellos.

LeituRas indicadas O capítulo 2 do livro do Mankiw (2004, p. 19-22) apresenta um tema muito interessante: “Pensando como um economista”. Faça uma leitura atenta deste breve relato e verifique como o economista pode ser visto como um cientista, profissional importantíssimo no mercado de trabalho atualmente.

síntese Nesta aula estudamos o conceito de ciência econômica como ciência descritiva e analítica relacionada ao ato de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Focamos nossas discussões nos problemas básicos da organização econômica, nas funções de um sistema econômico, no importante conceito da escassez de recursos e também nas relações entre os conceitos de oferta, demanda e equilíbrio de mercados. Por fim, apresentamos e estudamos o conceito de escassez, suas particularidades e importância na ciência econômica.

atividades Segundo Mankiw, podemos definir escassez como sendo a natureza limitada dos recursos da sociedade. Já a economia seria o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos. Com base neste conceito de escassez e no que discutimos nesta aula, aliado à sua pesquisa no site da Petrobras, faça uma reflexão e breve resenha a respeito do seguinte tema: “A produção de petróleo no Brasil e o crescimento da frota de veículos.”


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

atividades atividade 2.1.: Oestudo da ciência econômica é essencial, tanto para o estudante de qualquer área de estudo, quanto para os mais diversos tipos e características de profissionais. Primeiro, porque o conhecimento dos fatores que determinam o ato de produção de bens ou serviços, a sua distribuição nos mercados, a consequente geração de renda proveniente do trabalho e o consumo (compra) destes mesmos bens ou serviços permitem o entendimento da forma como ocorrem todos os tipos de atividades que geram riqueza para um país. Segundo, dado que as economias mundiais encontram-se altamente interconectadas no mundo globalizado, devemos sempre ter em mente que cada atividade que executamos em nosso dia a dia de trabalho faz parte de um conjunto de outras atividades que se completam nos processos produtivos como um todo. Por fim, entender de economia é compreender o enorme dinamismo dos mercados em que trabalhamos, consumimos e vivemos.

atividades atividade 2.2.: Certamente que o trabalho de economista responsável pelo estudo das razões do aumento de preços do tomate na feira exige conhecimento deste mercado! Ou seja, primeiro será necessário conhecer a indústria de tomates, quem planta, produz, distribui e vende os tomates na feira pesquisada. Segundo, entender o hábito dos consumidores e seus desejos e necessidades em adquirir tomates na feira. Terceiro, durante um mês, seria necessário observar as variações de preços na maior quantidade possível de vendedores e a estudar as razões da inflação (aumento de preços) no mercado de tomates analisado.


Aula 2 - A organização do sistema econômico

AULA

3

Conceitos de demanda e oferta nesta auLa

´ ´ ´ ´ ´ ´

Conceito de demanda Gráfico de demanda Demanda individual e demanda de mercado Deslocamento da curva de demanda Conceito de oferta Gráfico de oferta

metas de comPReensÃo ´

Compreender a importância do entendimento do conceito de demanda e de oferta e suas aplicações.

´

Analisar as relações existentes entre a demanda e a oferta de bens e serviços em uma economia, assim como os conceitos relativos ao seu equilíbrio na determinação do preço e quantidades nos mercados.

´

Entender os conceitos, características e importância do Diagrama de Fluxo Circular.

´ aPResentaÇÃo Nesta aula estudaremos com mais detalhes os conceitos de demanda e seu importante papel no estudo da ciência econômica, tendo em mente sua estreita relação com os recursos financeiros (dinheiro) disponíveis nas mãos dos indivíduos. Buscaremos responder as seguintes perguntas: quantas unidades de determinado bem ou serviço as pessoas desejam comprar a determinado nível de preços? E qual é o preço que um comprador está disposto a pagar? Estudaremos também os conceitos que explicam a oferta de bens e serviços em uma indústria, os determinantes que possibilitam ao empresário desejar produzir e ofertar bens em determinado mercado atendendo aos desejos, necessidades e vontades e renda de seus consumidores.

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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

conceito de demanda A questão da demanda é essencial no estudo da ciência econômica. E isto em razão de não existir formulador de política econômica em qualquer governo, industrial ou empreendedor nos mais diversos ramos de atividades, que não esteja, a todo instante, preocupado com a questão da demanda por bens e serviços em seus mercados. Especialmente nas sociedades capitalistas, em que cabe ao mercado a maioria das decisões relacionadas ao nível de produção e determinação de preços de venda de determinado bem ou serviço, a demanda aparecerá sempre como fator-chave para a tomada de decisões de investimento e de planejamento de curto, médio e longo prazo. Mas, o que é demanda?

“Demanda: as quantidades que os consumidores comprarão a determinado nível de preços.” Walter Franco Lopes da Silva

Muitos economistas referem-se à demanda como uma consequência da atitude do consumidor frente a um determinado bem ou serviço ofertado pelo industrial. Atitude esta que, necessariamente, tenderá a uma tomada de ação, ou seja, a aquisição deste mesmo bem ou serviço a determinado preço. Nas sociedades modernas e capitalistas vemos que esta atitude leva em última análise à compra do bem ou do serviço em troca de dinheiro. Assim, de grosso modo, o economista medirá o tamanho da demanda pela medição dos recursos gastos (dinheiro) que podem ainda ser calculados pela renda efetiva auferida pelo trabalho, reduzida do que foi poupado (ou seja, não gasto). Stock Xchng


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Aula 3 - Conceitos de demanda e oferta

Vejamos a seguir a definição de demanda segundo Mankiw:

PaLavRa de autoR A quantidade demandada de um bem qualquer é a quantidade desse bem que os compradores desejam e podem comprar [...] São muitas as coisas que determinam a quantidade demandada de qualquer bem, mas, ao se analisar como funcionam os mercados, há um determinante que representa um papel central: o preço do bem. Se o preço do sorvete subir para R$20,00 a bola, você comprará menos sorvete. Poderá, por exemplo, comprar frozen yogurt em vez de sorvete. Se o preço do sorvete cair para R$0,20 a bola, você comprará muito mais sorvete. (MANKIW, 2004, p.65)

Gráfico de demanda É muito comum que o economista faça uso de tabelas e gráficos para explicar e, portanto, tornar claros os conceitos e princípios relacionados a fundamentos econômicos, como é o caso da demanda. A partir das informações coletadas nos mercados, busca-se a montagem de tabelas e gráficos que reflitam da melhor maneira possível determinado padrão de comportamento dos consumidores para com determinado produto em um específico período de tempo. Vamos supor que um estudo e análise detalhada do comportamento dos consumidores permitiram a montagem de uma tabela que revela precisamente o desejo de consumo de laranjas em razão de variados níveis de preço nas feiras. Como veremos na Tabela 3.1,há uma clara relação entre quantidades demandadas de laranjas e o seu preço de venda que representam o que poderíamos chamar de padrão de consumo. Caso estejamos considerando os demais fatores determinantes para o consumo de laranjas, como aumento de salários e rendas constantes, este padrão de consumo será alterado segundo um comportamento muito particular e que pode ser melhor compreendido quando analisado sob a forma de uma linha gráfica.

´

Como fazer um gráfico de demanda

Primeiramente é necessário traçar a reta horizontal para as quantidades (Q), e vertical para os preços (P$). É preciso definir as escalas utilizadas em cada uma das retas de forma a melhor representarem os valores apresentados no padrão de consumo analisado.


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Vejamos a seguir a Tabela 3.1.que apresenta a escala de Demanda por Laranjas e o Gráfico 3.1 correspondente. Ali veremos a relação entre o preço de um bem e a sua quantidade demandada: Stock Xchng

´

tabela 3.1. Preço da laranja dúzia (R$)

demanda em dúzias

5,00 10,00 15,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00

30 25 20 17 13 11 9 8

´

Gráfico 3.1. 70,00

Demanda por Laranja

Preço da Dúzia R$

60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 8

13

17

20

Dúzias de Laranjas

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30


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Aula 3 - Conceitos de demanda e oferta

´

Lei da demanda

Podemos afirmar que a relação exposta anteriormente explica o comportamento da maioria dos bens existentes em uma economia. Neste sentido, podemos chamar de lei da demanda, com todas as demais variáveis mantidas constantes: quando o preço de um bem aumenta, a quantidade demandada diminui. E quando o seu preço diminui, a quantidade demandada aumenta.

Perceba que cada ponto da curva de demanda apresentada no Gráfico 3.1. mostra a quantidade que os consumidores estarão dispostos a comprar a determinados níveis de preços. A curva de demanda é inclinada para baixo: quanto menor o preço da laranja, com todas as demais variáveis mantidas constantes, um maior número de consumidores comprará laranjas.

LeituRas indicadas Interessado em se aprofundar um pouco mais e ler a respeito da Curva de Demanda? Sugiro a leitura do item “A Curva de Demanda: A relação entre preço e quantidade demandada”. MANKIW, N.G. Introdução à Economia, capítulo 4, p. 65-67.

Veja a Tabela 3.2. que mostra o consumo de carne de frango congelada em relação ao preço de venda no supermercado:

´

tabela 3.2. Demanda de carne de frango congelada Preço R$/Kg Kg vendido 1,0 200 2,0 150 3,0 100 3,5 80 4,5 50 6,0 40 8,0 20


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Com base nas informações anteriores, faça o Gráfico 3.2. de demanda de frango congelado:

´ Gráfico 3.2.

Preço R$ / Kg

gráfico de demanda - carne Frango no supermercado

Kg vendido

Demanda individual e demanda de mercado Conforme definição de Mankiw (2004, p. 66-67), a curva de demanda representa a demanda de uma pessoa por um produto. Entretanto, para que possamos analisar como funcionam os mercados, precisamos determinar a demanda de mercado, que é a soma de todas as demandas individuais por um determinado bem ou serviço. Assim, é necessário somar as diversas demandas individuais “horizontalmente” para obter uma curva de demanda de mercado, que nos mostrará como a quantidade total demandada do bem analisado varia quando ocorre variação no seu preço, mantidos constantes todos os demais fatores que afetam a quantidade adquirida pelos consumidores. Vejamos a seguir a Tabela 3.3. que apresenta a demanda por chocolate de João, Maria e do mercado, este último representado pela somatória dos dois consumidores:

´ Tabela 3.3. Preço do Chocolate R$ / Barra 0,50 1,00 1,50 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00

Consumo João

Consumo Maria 30 25 20 17 13 11 9 8

40 30 24 20 15 13 11 10

Mercado (João + Maria) 70 55 44 37 28 24 20 18


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Aula 3 - Conceitos de demanda e oferta

Agora, observe os três gráficos (3.3.1, 3.3.2 e 3.3.3) de demanda por chocolate que apresentam a demanda de João, Maria e Mercado:

´ Gráfico 3.3.1 7,00

demanda por chocolate João

Preço da Barra em R$

6,00

5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 8

9

11

13

17

20

25

30

Barras de chocolate

´ Gráficos 3.3.2 Preço da Barra em R$

7,00

demanda por chocolate Maria

6,00 5,00 4,00 3,00

2,00 1,00 10

11

13

15

20

24

30

40

Barras de chocolate

´ Gráficos 3.3.3 demanda por chocolate mercado: João + maria

7,00 6,00 5,00 4,00

preço

3,00 2,00 1,00 18

20

24

28

37

44

55

70


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

PaLavRa de autoR A Curva de Demanda de Mercado mostra como a quantidade total demandada de um bem varia conforme seu preço varia, enquanto todos os demais fatores que afetam a quantidade que os consumidores desejam comprar são mantidos constantes. (MANKIW, 2004, p. 67)

Pense nisso A partir dos gráficos anteriores, perceba que no Gráfico 3.3.3. somamos as duas curvas de demanda individuais dos consumidores e assim obtemos a Demanda de Mercado (João + Maria). Agora, calcule você mesmo as quantidades demandadas totais que aparecem na linha horizontal do terceiro gráfico.

Verifique como os números apresentados na linha horizontal representam exatamente a soma das quantidades demandadas por cada um dos consumidores. Veja como na linha vertical não há variações nos preços. Isso ocorre em razão da oferta (Fábrica de Chocolate) não modificar o seu preço!

Pense nisso Reflita sobre o comportamento e funcionamentodosmercadosconsumidores. Pense no poder do consumidor em razão de um preço estipulado pela indústria.


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Aula 3 - Conceitos de demanda e oferta

dica Você conhece a Revista Conjuntura Econômica da Fundação Getúlio Vargas – FGV? A leva ao leitor artigos e reportagens sobre macroeconomia, finanças, management (administração) e seguros, além de uma abrangente seção de estatísticas e índices de preços. No site do IBRE da FGV – Instituto Brasileiro de Economia – existem muitas informações interessantes sobre economia e, em especial, temas relativos ao comportamento da demanda por bens e serviços no Brasil. Disponível em: <http://portalibre.fgv.br>. Acesso em: 21 abr. 2013.

Veja um breve texto extraído do Boletim Macro IBRE, de abril de 2013, intitulado “O permanente e o transitório no quadro macro recente”:

PaLavRa de autoR Além desse fator, eminentemente de oferta, existem incertezas no lado da demanda. A primeira diz respeito ao ritmo de recuperação da atividade econômica nos próximos trimestres. A segunda é que, mesmo se materializando um cenário de crescimento mais forte, será possível expandir ainda mais o endividamento das famílias? O comprometimento da renda recuou para 21,6% em janeiro de 2013 (de um pico de 23,0% exatamente um ano atrás), reflexo de um mercado de trabalho aquecido, mas continua elevado para o padrão histórico. Já o estoque de dívidas alcançou 43,6% como proporção da massa de rendimentos acumulada em 12 meses (30,5% descontado o crédito habitacional). Disponível em: <http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=4028818B3BDE4A56013C07 1D12034B4B&contentId=8A7C82C53D89C609013E18C171243E73>. Acesso em: 21 abr. 2013.

tRocando ideias Reflita sobre o que aprendemos sobre demanda e pense sobre a expansão do consumo com base no endividamento. Converse no Fórum Virtual sobre este importante e atual tema na economia brasileira.


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

deslocamento da curva de demanda Uma curva de demanda pode não permanecer estável por um longo período. Assim, muitas vezes, algumas das variáveis inicialmente consideradas para desenharmos as curvas de demanda de João e de Maria podem-se modificar no médio e longo prazo. Portanto, qualquer modificação das premissas utilizadas inicialmente e que modifiquem a demanda por chocolates por parte de nossos consumidores pode deslocar a curva de demanda.

PaLavRa de autoR A curva de demanda mostra o que acontece com a quantidade demandada de um bem quando seu preço muda, mantidas constantes todas as outras variáveis que influenciam os compradores. Quando uma destas variáveis muda, a curva de demanda se desloca. (MANKIW, 2004, p. 68-69)

Sempre que a variável gerar um aumento da quantidade que o consumidor deseja adquirir do bem ou serviço a um dado preço, a curva de demanda se deslocará para a direita. E sempre que a variável propiciar uma redução da quantidade que o consumidor deseja adquirir do bem ou serviço a determinado preço, a curva de demanda se deslocará para a esquerda.

Stock Xchng

Veja um exemplo de movimento no gráfico de demanda (gráfico 3.4.1 e gráfico 3.4.20, em que a renda de João é reduzida em 50%, mantidos os preços de oferta de chocolates. Veja como a curva de demanda é idêntica à original, mas as quantidades no eixo horizontal são exatamente a metade dos valores originais. Observe abaixo!


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Aula 3 - Conceitos de demanda e oferta

´ Gráfico 3.4.1 7,00

demanda por chocolate João

Preço da Barra em R$

6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 8

9

11

13

17

20

25

30

Barras de chocolate

´ Gráfico 3.4.2 demanda por chocolate Reduzida em 50%

7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 -

4,0

4,5

5,5

6,5

8,5

10,0

12,5

15,0

Podemos afirmar que as variáveis mais importantes que afetam a curva de demanda são a renda disponível do consumidor (para o consumo de bens normais ou inferiores), o preço do bem ofertado, as preferências e as expectativas do consumidor, o número de compradores no mercado, e os preços dos bens relacionados (complementares ou substitutos).


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Vamos agora abrir um parêntese para apresentarmos o conceito de bens normais e bens inferiores que são diferentes entre si e que se comportam diferentemente em razão das variações na renda do consumidor. Vejamos:

´

Bens normais

São aqueles bens que apresentam um aumento de seu consumo (demanda) sempre que ocorrer um aumento de renda do consumidor, sendo todas as demais variáveis mantidas constantes. Por exemplo, alguns gêneros de primeira necessidade.

´

Bens inferiores

São aqueles bens que apresentam uma redução de seu consumo (demanda) sempre que ocorrer um aumento de renda do consumidor, todas as demais variáveis mantidas constantes. Por exemplo, produtos mais baratos e de menor qualidade, que podem ser facilmente substituídos por outros mais caros e de maior qualidade.

tRocando ideias Pense em exemplos de bens normais e bens inferiores que encontramos em nosso dia a dia. Que tal discutir este tema no Fórum Virtual com os demais colegas? Vamos lá?

E agora apresentaremos o conceito de bens substitutos e bens complementares. Vejamos:

´

Bens substitutos

São aqueles bens que oferecem ao consumidor a mesma satisfação de seus desejos, necessidades e vontades. Assim sendo, quando o preço de um dos bens se eleva, a demanda pelo outro bem substituto aumenta. Nesta situação, então, o consumidor deixa de comprar o primeiro bem (que ficou mais caro) e o substitui pelo segundo!

´

Bens complementares

São aqueles bens que, ao terem seus preços aumentados, causam a redução da demanda pelo outro bem complementar. Nestas situações, então, o consumidor pode deixar de comprar o primeiro bem tanto quanto o seu complementar.

tRocando ideias Pense em exemplos de bens substitutos e bens complementares que encontramos em nosso dia a dia. Que tal discutir este tema no Fórum Virtual com os demais colegas? Vamos lá?


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Aula 3 - Conceitos de demanda e oferta

conceito de oferta “Oferta: As quantidades dos bens ou serviços que os produtores e vendedores desejam e podem vender a determinado nível de preços.” Walter Franco Lopes da Silva

O entendimento do conceito de oferta de bens e serviços em uma economia é essencial e complementar ao estudo dos aspectos relativos ao comportamento da demanda tratados até este estágio de nossa aula. Isto porque, quando pensamos nas sociedades capitalistas modernas, todas as decisões relativas à produção de um bem ou à prestação de um serviço são efetivamente tomadas mesmo quando existem interferências externas como as governamentais. Este fato é verdadeiro a despeito de tratarmos de uma multinacional operante em diversos países e mercados, ou de uma empresa individual de micro ou pequeno porte. Assim, independentemente de suas características, localização, mercado de atuação, tamanho, tecnologias, mão de obra e capital empregados, sabe-se que o seu principal objetivo é auferir lucros. Esta verdade é ainda mais clara nas sociedades mais industrializadas, em que o sistema capitalista opera de forma mais “racional”, por assim dizer, e onde o “mercado” é quem em última análise dita e determina os principais rumos das atividades econômicas de cada firma em particular. Neste sentido, ainda pode-se afirmar que os retornos sobre o investimento e os interesses dos industriais capitalistas sempre prevalecerão sobre os demais interesses, determinando como, quando, de que forma e a qual preço determinado bem ou serviço será ofertado aos consumidores. Veja a definição de oferta segundo Vasconcellos:

PaLavRa de autoR Define-se oferta como a quantidade de um bem ou serviço que os produtores desejam vender por unidade de tempo... A oferta é um desejo, um plano, uma aspiração... A oferta do bem depende do seu próprio preço, admitindo a hipótese coeteris paribus, quanto maior for o preço do bem, mais interessante será produzi-lo e, portanto, a oferta é maior. (VASCONCELLOS, 2004, p.138)


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saiBa HIstÓrIa Da carteIra De traBalHo Coeteris paribus é a expressão utilizada na ciência econômica que significa a manutenção fixa dos parâmetros utilizados de análise. Assim, quando, por exemplo, estudamos a variação de uma curva de oferta ou de demanda em um determinado mercado em razão da modificação do preço do bem, estamos assumindo que todas as demais variáveis não variaram (assim, renda, desejos, sazonalidades, por exemplo, são os mesmos).

´

Lei da oferta

Podemos afirmar que quando o preço de um bem ou serviço aumenta, a quantidade ofertada deste bem também aumenta no mercado. Da mesma forma, quando o preço do bem cai no mercado, a sua oferta também é reduzida pelo vendedor, admitindo-se sempre a hipótese coeteris paribus.

Pense nisso Reflita sobre o que foi explicado até aqui a respeito da oferta de bens e serviços. Agora trace um paralelo com o que já estudamos no início desta aula a respeito da demanda. Quais pontos mais lhe chamaram a atenção sobre estes conceitos? Há semelhanças ou importantes diferenças entre os dois conceitos?

LeituRas indicadas Se você está interessado em estudar um pouco mais este assunto relacionado à Oferta e Demanda e perceber como as políticas de um governo são estabelecidas em razão de suas variações, e gostaria de aumentar seus conhecimentos a respeito deste tema, sugiro a leitura do Capítulo 6 - “Oferta, Demanda e Políticas de Governo”, de: MANKIW, N. G. Introdução à Economia. 3 Ed. São Paulo: Thomson, 2004, p. 113-131.

Gráfico de Oferta UA decisão de um industrial de fabricar e oferecer seu produto para a venda em um determinado mercado pode ser explicada através da Curva de Oferta. Explicação esta que guarda semelhança com o que já apresentamos e discutimos anteriormente para o caso da demanda.


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Aula 3 - Conceitos de demanda e oferta

Vejamos, portanto, a seguir a tabela 3.4 contendo as informações referentes à oferta de tomates e o gráfico de oferta de chocolates no mercado (gráfico 3.4). Podemos assim observar na tabela e na figura que há um claro interesse do industrial em oferecer mais chocolate quanto mais alto forem os preços de venda. Portanto, cada ponto da curva de oferta representada acima mostra as quantidades crescentes que o industrial deseja ofertar chocolates ao mercado consumidor se conseguir vender nos preços também crescentes!

´

Gráfico 3.4.

Preço da Barra de chocolate (R$)

oferta de chocolates 7,00

6,00 5,00 4,00

3,00 2,00 1,00 8

9

11

13

17

20

25

30

Barras de chocolate

´

tabela 3.4.

Preço do chocolate R$ / Barra 0,50 1,00 1,50 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00

oferta 8 9 11 13 17 20 25 30

dica Para você interessado em ler mais a respeito de economia, e mais especificamente os temas relacionados aos mercados consumidores e de oferta de bens e serviços em nosso país, sugiro conhecer a Revista Brasileira de Economia editada pela Fundação Getúlio Vargas FGV no seguinte endereço: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe>. Acesso em 21 abr. 2013.


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síntese Nesta aula estudamos os conceitos de demanda que reflete o comportamento dos indivíduos face ao consumo de bens e serviços nas economias modernas. Ao estudarmos este conceito aprendemos a respeito de sua estreita relação com os recursos financeiros (dinheiro) disponíveis para o consumidor em seu mercado. Estudamos também os conceitos que explicam a oferta de bens e serviços em uma indústria, os determinantes que possibilitam ao empresário desejar produzir e ofertar bens em determinado mercado atendendo aos desejos, necessidades e vontades destes mesmos consumidores.

atividades 1. Veja a seguir a tabela de consumo de pão por Maria e João. a. Faça o Gráfico de Demanda de Pão da Maria. b. Faça o Gráfico de Demanda de Pão do João. c. Faça o Gráfico do Consumo Agregado de Maria e João juntos.

´

tabela exercício 3.2

Preço do Pão/Kg 0,50 1,00 1,50 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00

consumo João 8 7 6 5 4 3 2 1

consumo maria 10 9 8 7 6 5 4 3

mercado (João + maria) 18 16 14 12 10 8 6 4


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Aula 3 - Conceitos de demanda e oferta

atividades 2. Pense nos conceitos de oferta e demanda apresentados. Revise os pontos e a teoria apresentada. Agora, sugiro uma discussão do seguinte tema: “Quando, ou em qual momento, a oferta de bens ou serviços se torna desvantajosa para o empresário?”


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Unidade Curricular: Fundamentos Econ么micos

te cara


Aula 4 - Oferta, demanda e eficiência da indústria e Diagrama de Fluxo Circular

AULA

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4

Oferta, demanda e eficiência da indústria e Diagrama de Fluxo Circular nesta auLa

´ ´ ´ ´ ´

Eficiência de mercado

´

Diagrama do Fluxo Circular

Excedente do consumidor e excedente produtor Equilíbrio de mercado Avaliando o equilíbrio de mercado Como a demanda e a oferta determinam o preço e a quantidade de mercado

metas de comPReensÃo ´

Compreender as aplicações dos conceitos de oferta e demanda.

´

Entender a forma como ocorre o equilíbrio entre oferta e demanda em um

´

Entender os conceitos, características e importância do Diagrama de Fluxo Circular.

´

Apresentar, discutir e analisar o Diagrama de Fluxo Circular.

tem que termercado 600 em especial. caracteres no total

´ aPResentaÇÃo Nesta aula discutiremos os temas relacionados à eficiência pela qual a oferta responde à demanda e como esta resposta varia quando analisamos cada tipo de mercado e de economia em particular. Isto porque, algumas economias são tecnologicamente mais avançadas que outras. Assim, a produção em alta escala voltada ao atendimento dos mercados competitivos e dinâmicos é muito diferente de economias em que pesquisas, tecnologias e demais progressos técnicos são menos utilizados pelos agentes econômicos. Apresentaremos também nesta Aula 4 o conceito do Diagrama de Fluxo Circular.


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Eficiência de mercado Sabemos que toda expansão da oferta exige investimentos em capital, mão de obra e aumento dos demais fatores de produção que demoram a ser efetuados e levam um considerável período de tempo para maturarem. Mesmo o industrial efetuando os seus projetos de expansão, os custos invariavelmente também subirão, exigindo um patamar de preços superior para a consequente venda aos seus mercados. Cada indústria em particular varia na forma como é estruturada e organizada. Assim sendo, podemos necessariamente assumir que algumas empresas e prestadoras de serviços são mais eficientes que outras atuantes em um mesmo mercado. E se considerarmos este fato como sendo verdadeiro em nossa análise econômica, é possível também assumirmos que esta diferença entre eficiência e produtividade de cada um dos agentes econômicos numa economia acaba por gerar também níveis de competitividade diferenciados. A competição normalmente prevalece nos mercados, garantindo às estruturas de produção mais eficientes e produtivas ofertar mais a partir de uma base de custos mais racional (ou seja, inferior aos custos de produção dos concorrentes). Este fato possibilita que as economias mais industrializadas ofereçam a cada dia produtos melhores e mais tecnologicamente avançados, a custos menores e, obviamente, preços menores que os produzidos em economias menos sofisticadas. Stock Xchng

As economias mais industrializadas oferecem a cada dia produtos melhores e mais tecnologicamente avançados.


Aula 4 - Oferta, demanda e eficiência da indústria e Diagrama de Fluxo Circular

Este fato explica, portanto, a razão pela qual as economias em desenvolvimento muitas vezes não conseguem ganhar escala em suas produções de produtos, ou mesmo oferecer serviços, que exigem elevado nível de tecnologia, produção extremamente eficiente e competitiva com baixo custo de produção aos mercados globais. Assim sendo, por não ofertarem, ou ofertarem esses bens a preços superiores aos oferecidos pelos mercados mais eficientes e produtivos, acabam por perder mercados.

Excedente do consumidor e excedente produtor De forma a compreendermos melhor os conceitos que regem a eficiência de mercado é necessário discutir os conceitos de excedente do consumidor e excedente do produtor.

Excedente do consumidor ´ É a quantia que o comprador está disposto a pagar por determinado bem ou serviço menos a quantia que ele efetivamente desembolsa. Imaginemos, por exemplo, que um cliente vai a uma loja de sapatos decidido a comprar. Chegando à loja, vê um par de sapatos sendo oferecido em liquidação por R$ 120,00. Como esperava pagar R$ 150,00 pelo mesmo sapato, obtém R$ 30,00 de economia, que é o montante que estava disposto a pagar reduzido do que efetivamente foi-lhe cobrado. A diferença financeira de R$ 30,00 é um “benefício” que o consumidor recebe.

Excedente do produtor ´ É definido como o montante que o industrial (vendedor) recebe menos o seu custo de produção. Vamos supor como exemplo um padeiro que produz uma dúzia de pães por R$ 8,00 e espera vendê-los por R$ 10,00. Mas devido à enorme demanda por seu produto, consegue vender a mesma quantidade por R$ 12,00. Sendo assim, podemos afirmar que o padeiro recebe um excedente de R$ 2,00 pela dúzia de pães vendidos. Perceba que neste exemplo os custos de produção (R$ 8,00 por dúzia) são importantes e significativos em nossa análise. Obviamente os custos são ainda mais importantes para que o padeiro decida vender ou não seus pães, que devem, em última análise, custar no mercado algum valor acima de seus custos! Vejamos a seguir dois importantes conceitos ligados às definições de excedentes do consumidor e excedente do produtor:

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PaLavRa de autoR O excedente do consumidor e o excedente do produtor são ferramentas básicas dos economistas para estudar o bem estar dos compradores e dos vendedores em um mercado, as quais podem nos ajudar a abordar uma questão econômica fundamental: a alocação de recursos determinada pelos mercado livres é desejável? (MANKIW, 2004, p. 147)

Vejamos a metodologia de medida do excedente do consumidor: Excedente do Consumidor = Valor para os Compradores – Quantia Paga pelos Compradores

Agora, vejamos o conceito do excedente do produtor: Excedente do Produtor = Quantia Recebida pelos Vendedores – Custo para os Vendedores

Vejamos agora um exemplo do exposto anteriormente. Maria está interessada em adquirir um vestido por R$ 500. Viu no jornal o preço em um anúncio de ofertas da loja da marca. A marca de roupas femininas fabrica modelos de vestidos por R$ 250 de custos totais; mas no fim de semana pretende vender o modelo por R$ 400, auferindo apenas R$ 150 de lucro na operação. Maria chega ao shopping e fecha negócio pagando os R$ 250, ou seja, um preço 50% inferior ao valor que pensava inicialmente ter de gastar pela roupa. Vamos agora pensar nos excedentes do produtor e consumidor no caso de Maria e da fábrica de roupas. Vejamos a seguir a metodologia de medida do excedente do consumidor:

Excedente Consumidor (Maria) = Valor para Comprador (Maria) – Quantia Paga Comprador (Maria) Excedente Consumidor (Maria) = R$ 500 – R$ 400 = R$ 100


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Aula 4 - Oferta, demanda e eficiência da indústria e Diagrama de Fluxo Circular

Agora, vejamos o conceito do excedente do produtor: Excedente do Produtor (Fábrica) = R$ 400 – R$ 250 = R$ 150

Percebemos assim que Maria fez um bom negócio ao adquirir seu vestido por apenas R$ 400, mas tendo a percepção de valor de R$ 500. Ou seja, há um excedente (R$ 100) do lado do consumidor em razão da percepção e preço efetivamente pago pelo produto por Maria. Por outro lado, a fábrica de vestidos tem efetivamente custos no montante de R$ 250, mas opta por vender por R$ 400 (um desconto de R$ 100 sobre a percepção de valor que os consumidores têm do vestido no mercado), auferindo assim R$ 150 por vestido vendido.

Pense nisso Valeu a pena? A resposta deve levar em consideração o fato de a firma ter vendido o bem, reduzido seus estoques, feito caixa e lucro apesar de inferiores ao potencial do mesmo. Mas, o que faz o setor de recursos humanos?

Vamos a outro exemplo? Alberto está interessado em adquirir um carro por R$ 30 mil e viu no jornal um anúncio de ofertas em uma marca de veículos. A fábrica produziu um carro por R$ 25 mil de custos totais; mas pretende vendê-lo no fim de semana com desconto de 10%, por R$ 27 mil, auferindo apenas R$ 2 mil de lucro na operação. Alberto chega ao Feirão da Fábrica e fecha negócio pagando os R$ 27 mil, ou seja, um preço R$ 3 mil inferior ao valor que pensava inicialmente ter de gastar pelo veículo. Responda: com base nos conceitos de excedente do consumidor e excedente do produtor, quem ganhou e quem perdeu neste negócio? O que pode ter acontecido se ambos os agentes (firma e consumidor) saíram satisfeitos? Como os conceitos de preço e valor estão sendo tratados neste caso?


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tRocando ideias Vamos agora refletir um pouco mais sobre preço e valor. Com base no que você estudou até aqui e com os dois conceitos de excedente do produtor e excedente do consumidor em mente, quais seriam as diferenças entre valor e preço para cada um destes dois agentes econômicos? Que tal discutir no Fórum Virtual as suas impressões?

equilíbrio de mercado Já discutimos nesta Aula 4 que o grau de eficiência e de produtividade que uma determinada empresa detém é fundamental na sua capacidade de penetração e de posicionamento de mercado. Sem deter tecnologia e demais estruturas de custos de forma eficiente e eficaz, dificilmente a empresa consegue não apenas posicionar-se no mercado, mas, ainda mais importante, sustentar-se no longo prazo e fazer frente aos seus concorrentes internos ou externos. Stock Xchng

Uma firma que usufrui de posição de monopólio, ou seja, que não tem concorrentes diretos no seu mercado de atuação e de venda, é definida como livre de pressões concorrenciais. Nessas situações, a empresa monopolista, portanto, tenderá a manter seus preços o mais alto possível. Muitas vezes nem se preocuparia com ganhos constantes de eficiência e produtividade, necessários caso precisasse concorrer de igual pra igual com outras firmas. Mas as situações de monopólio praticamente inexistem hoje em dia,


Aula 4 - Oferta, demanda e eficiência da indústria e Diagrama de Fluxo Circular

principalmente nas economias globalizadas e altamente integradas nos mercados produtores e consumidores capitalistas. Assim sendo, temos que pensar como o mecanismo de mercado efetivamente atua nas empresas em condições de concorrência (onde não há monopólio), forçando-as, a todo instante, a atuarem observando os preços, os custos, as ações dos seus concorrentes, e disputando preços e consumidores. Sabemos que todo sistema econômico deve ser capaz de responder a determinadas questões, sendo que neste nosso estágio de estudo poderíamos nos concentrar em três chamadas essenciais:

O que produzir?

Quem deve produzir?

Como produzir?

Uma vez respondidas as perguntas, sabemos que o mercado atuará no sentido de demandar (ou seja, consumir) ou não o que foi produzido e colocado à venda. Assim sendo, as preferências dos consumidores se refletirão nas suas decisões de compras (demanda) neste mesmo mercado, concomitantemente às posteriores decisões do empresário em continuar a ofertar ou não os bens ou serviços a preços que garantam um retorno de seus custos de produção e possibilitem, também, obter uma margem de lucro. Essas condições aceitas pelos dois agentes (firmas e consumidores) possibilitam atingir o que chamamos de equilíbrio de mercado.

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Segundo Mankiw, a avaliação do equilíbrio de mercado exige que observemos:

PaLavRa de autoR 1. Os mercados livres alocam a oferta de bens aos compradores que lhes atribuem maior valor, tal como medido por sua disposição a pagar; 2. Os mercados livres alocam a demanda por bens aos vendedores que podem produzi-los ao menor custo; 3. Os mercados livres produzem a quantidade de bens que maximiza a soma dos excedentes do consumidor e do produtor. (MANKIW, 2004, p. 149-150)

Assim, ao posicionarmos em conjunto a curva da oferta com a curva da demanda, conforme as figuras a seguir, podemos encontrar a quantidade (Q0) e o preço de equilíbrio (P0). Quando essas duas curvas se encontram, portanto, teremos a situação em que a quantidade demandada se iguala à quantidade ofertada. Pode-se afirmar que o mercado está em equilíbrio quando a quantidade ofertada pela empresa se iguala à quantidade demandada pelos consumidores. Nesta situação ocorrerá ao mesmo tempo a determinação de um preço de equilíbrio (P0) que representa o interesse do consumidor em pagar pelo produto (determinado pela sua percepção de valor) e o preço que o produtor aceita ofertar naquela quantidade de produto.

Pense nisso Você concorda com a reflexão de Mankiw, sobre equilíbrio de mercado?


Aula 4 - Oferta, demanda e eficiência da indústria e Diagrama de Fluxo Circular

Vamos agora analisar as situações onde estejam ocorrendo oferta e demanda de produtos fora do ponto de equilíbrio. Nestas situações, caso o preço do produto (P1) seja superior ao preço de equilíbrio (P0), tem-se um excesso de oferta. Neste ponto do gráfico, no preço (P1) a quantidade ofertada (Q1s) é superior à quantidade demandada (Q2d). Neste ponto, as firmas preferem reduzir seus preços para girarem seus estoques, reduzirem seu prejuízo e não perderem mercado. Veja na Figura abaixo o preço e quantidade de equilíbrio – excesso de oferta:

Preço

Excesso de oferta

P1

S

P0

Q2d

Q0

Q1s

Quantidade

Vamos agora analisar as situações onde estejam ocorrendo oferta e demanda de produtos fora do ponto de equilíbrio. Nestas situações, caso o preço do produto (P1) seja superior ao preço de equilíbrio (P0), tem-se um excesso de oferta. Neste ponto do gráfico, no preço (P1) a quantidade ofertada (Q1s) é superior à quantidade demandada (Q2d). Neste ponto, as firmas preferem reduzir seus preços para girarem seus estoques, reduzirem seu prejuízo e não perderem mercado. Veja na Figura abaixo o preço e quantidade de equilíbrio – excesso de oferta:

Preço

S

P0

P2

D

Excesso de demanda Q2d

Q0

Q1s

Quantidade

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saiBa

Commodity Mercadoria. Designa bens ou serviços para os quais existe procura, sem atender à diferenciação de qualidade do produto no conjunto dos mercados.

O petróleo é um produto importante. Na verdade, o petróleo é uma commodity cujo preço é determinado internacionalmente nas Bolsas de Mercadorias e de Futuros dos EUA e Inglaterra basicamente. Portanto, tem o seu preço sujeito às variações de ofertas e demandas de mercado que muitas vezes buscam o equilíbrio pelo encontro da oferta e da procura. Durante as crises nos grandes países produtores localizados no Oriente Médio que ocorreram diversas vezes nas últimas décadas, invariavelmente houve uma ameaça concreta ao abastecimento de petróleo no mundo. Como o Brasil é também importador de petróleo bruto, poderíamos esperar a ocorrência de um aumento na demanda de petróleo no país por motivos de segurança de manutenção de estoques estratégicos. Assim, contribuiria para puxar para cima os preços do petróleo e os preços da gasolina e demais derivados. Por outro lado, quando o Brasil aumenta suas produções e exportações de petróleo, aumenta a oferta de óleo nos mercados internacionais em substituição ao óleo do Oriente Médio, ocasionando uma queda no preço, gerando um novo preço de equilíbrio do óleo bruto e seus derivados. Vemos assim que a lei da oferta e da procura é a lei que fundamenta a concorrência no mercado capitalista.

Stock Xchng


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Aula 4 - Oferta, demanda e eficiência da indústria e Diagrama de Fluxo Circular

dica Você conhece o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ligado ao Governo Federal? A instituição é responsável pelo mapeamento, cálculo e análise de diversos dados micro e macroeconômicos do Brasil. Oferecendo diversas estatísticas, relatórios e análises técnicas relacionadas à inflação, emprego e demais variáveis importantes para um economista, ou estudante de diversas áreas que queira aprimorar seus conhecimentos sobre o país. Interessado em ler a respeito? Veja no link: <www.ibge.gov.br>.

avaliando o equilíbrio de mercado Segundo Mankiw, o equilíbrio de mercado mostrado nos gráficos anteriores - Equilíbrio entre Oferta e Demanda deve, também, ser interpretado sob a ótica da eficiência. Assim sendo, deve-se sempre analisar se, no equilíbrio o ponto de encontro entre P0 e Q0 – ocorre uma alocação ótima de recursos. A alocação ótima deve maximizar o excedente total composto pela soma dos excedentes do consumidor e do produtor. Caso esta situação seja efetivamente alcançada é possível afirmar que em relação:

PaLavRa de autoR [...] a quantidade produzida e vendida em um mercado em equilíbrio, o planejador social benevolente não pode aumentar o bem-estar econômico mudando a alocação de consumo entre os compradores ou a alocação de produção entre vendedores. Mas ele pode aumentar o bem-estar econômico aumentando ou diminuindo a quantidade do bem? A resposta é negativa [...] (MANKIW, 2004, p. 149)


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Laissez-faire: Expressão de origem francesa, cujo sentido literal é “deixem fazer!. Representa o princípio liberal de não intervenção do Estado na atividade econômica.

Precisamos lembrar que a curva de demanda reflete o valor para os consumidores, enquanto que a curva de oferta representa o custo de produção e venda por parte das firmas. Isto lembrado, podemos claramente perceber nos gráficos apresentados que para quantidades abaixo do nível de equilíbrio o valor para os compradores excede o custo incorrido pela firma produtora. Neste espaço destacado no gráfico, portanto, aumentos nas quantidades demandadas elevam o excedente total até a quantidade atingir o nível de equilíbrio. Para pontos acima da quantidade de equilíbrio, os valores para os compradores são inferiores aos custos incorridos pela firma, o que leva a qualquer produção acima do ponto de equilíbrio (Q0) ser prejudicial ao empresário, o que também acabaria resultando na redução do excedente total. Ainda segundo Mankiw (2004, p.150), esta análise nos permitiria concluir que “o resultado de equilíbrio é uma alocação eficiente de recursos”. Segundo esse pensamento, o Estado (ou melhor, os formuladores de políticas econômicas do governo) deve sempre, portanto, deixar o mercado encontrar seu equilíbrio por si só sem intervenções, ou seja, através da chamada política do laissez-faire, ou “deixe-os fazer” que incentiva os agentes provados a encontrarem os pontos ótimos de suas ações nos mercados!

saiBa A chamada política do laissez-faire tem sua origem no século XVIII com o aprimoramento do comércio entre as nações europeias de então. No campo econômico, o liberalismo tem, entre seus protagonistas principais, nomes como Adam Smith (1723-1790), Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823). Smith, em sua obra principal “Uma investigação sobre a natureza e causas da riqueza das nações”, publicada em 1776, propõe um modelo econômico baseado no jogo livre da oferta e da procura, o laissez-faire. Em sua interpretação, a riqueza está no trabalho humano, que deve ser dirigido pela livre iniciativa dos empreendedores. A crítica severa às intervenções do Estado na economia e a defesa da ideia de auto regulação do mercado, simbolizada pela “mão invisível”, constituem os fundamentos principais de sua obra. Malthus ficou conhecido por seus estudos sobre a população, sobretudo por insistir no descompasso entre as taxas de crescimento da população e a dos meios de subsistência. Segundo ele, enquanto a primeira crescia em progressão geométrica, a segunda crescia em progressão aritmética, o que conduziria, cedo ou tarde, à “catástrofe”. Contudo, não era preciso uma intervenção do Estado, ao contrário, políticas de assistência aos pobres eram condenadas por esse autor, já que, em sua perspectiva, era preciso deixar que a própria “natureza”, por seus próprios meios, se encarregasse de banir o excedente da população. Nas palavras dele: “Um homem que nasce em um mundo já ocupado não tem direito a reclamar parcela alguma de alimento. No grande banquete da Natureza não há lugar pra ele. A natureza intima-o a sair e não tarda em executar essa intimação” [...]. SANTOS, Herberth Duarte dos. Estatísticas públicas: tempos e significados (o espaço da sociologia das estatísticas. Disponível em: <www.ence.ibge.gov.br/c/document_library/ get_file?p_l_id=74707425&folderId=45803087&name=DLFE-12774.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2013.


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como a demanda e a oferta determinam o preço e a quantidade de mercado Até aqui percebemos que as forças dos mercados interagem e criam condições para incrementarem juntas as competições entre os mais diversos agentes econômicos, ou seja, diversos industriais, empresas e consumidores. O que seria importante enfatizarmos neste momento é o papel que estas forças por detrás da oferta e da demanda por bens e serviços acabam por influenciar na formação dos preços numa economia relativamente livre (ou seja, atuando segundo os determinantes das práticas do laissez faire). É importante perceber que preços altos, em última análise, representam ações por parte dos empresários de buscar (ou mesmo forçar!) um aumento de sua rentabilidade ou margem sobre seus custos. Tal política, entretanto, acaba por gerar redução do consumo para aqueles grupos de consumidores sem renda o suficiente para adquirirem o bem ou serviço, ou àqueles consumidores que não o desejem tanto assim. Por outro lado, seria importante destacar que uma política de preços mais altos pode estar significando que os empresários estão, sim, conseguindo vender a preços maiores e assim fabricando mais bens ou oferecendo maior gama de serviços ao mercado, ou seja, que existe demanda a níveis de preços mais altos. Da mesma forma do explicado, preços baixos ou redução de preços têm como determinantes percepções opostas das descritas por parte dos consumidores e industriais. Tal política de redução logo representaria menor propensão de consumo por parte dos clientes (ou dos clientes em consumir a preços mais altos) e, acima de tudo, produção mais baixa por parte dos industriais. As forças “invisíveis” exercidas pela oferta e pela demanda tendem a corrigir estas distorções explicadas anteriomente, “regulando” o mercado e “forçando-o” a retornar ou a encontrar um ponto de equilíbrio. E este equilíbrio certamente estará muito determinado pela renda dos consumidores decorrentes dos seus salários obtidos pelo trabalho e seus desejos, necessidades ou vontades de aquisição dos bens ou serviços oferecidos, por um lado. E, por outro, os custos de produção e interesse em produzir dos industriais. Vejamos a seguir o importante conceito de Diagrama do Fluxo Circular que nos apresenta claramente o que ocorre nos mercados e suas inter-relações. Stock Xchng


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Diagrama do Fluxo Circular Antes de iniciarmos nossas análises e discussões, sugiro estudar cuidadosamente as duas figuras a seguir:

´ Diagrama Circular de Fluxo do Dinheiro e Renda

ATIVIDADE PRODUTIVA TRABALHO

CONSUMO GASTOS

RENDAS PAGAMENTOS

RENDA DISPONÍVEL

´ Diagrama Circular de Fluxo de Produtos e Serviços Consumo de Bens e Serviços

Bens e Serviços Produzidos

Disposição de Consumo Famílias


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Verifique que no primeiro Diagrama Circular de Fluxo do Dinheiro e Renda, apresentamos um fluxo de dinheiro bem simplificado. Nele, a “Atividade Produtiva” representa o trabalho exercido pelo homem como supridor de mão de obra nas fábricas e trabalhos profissionais ligados à prestação de serviços. Esta primeira atividade é, assim, a geradora de recursos, “Rendas”, por meio dos salários, ganhos, comissões, entre outros, obtidos por estes trabalhadores. Estes recursos, agora nas mãos do trabalhador, podem ser gastos (ou poupados) e são chamados de “Disponíveis”. Uma vez tomada a decisão de consumir, estes recursos são então gastos no “Consumo” de bens e serviços, alimentando novamente o ciclo de emprego, renda, consumo! No segundo Diagrama Circular de Fluxo de Produtos e Serviços, apresentamos apenas uma variação do primeiro exemplo, em que demonstramos que a disposição das famílias em consumir (“Disposição de Consumo das Famílias”) acaba por gerar a ação da “Atividade Produtiva”, que, consequentemente, produz “Bens e Serviços”, que são posteriormente adquiridos pelo ato de “Consumo”.

LeituRas indicadas Capítulo 7 – Oferta e Demanda II: Mercados e Bem-Estar. In: MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. 3 Ed. São Paulo: Thomson, 2004, p. 137-150. Capítulo 1 – Introdução à Economia. In: VASCONCELLOS, M.A., PINHO, D.B. Org. Manual de Economia, 5 Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2004, p.3-17. Capítulo 2 – Evolução do Pensamento Econômico: Breve Retrospecto. In: VASCONCELLOS, M.A., GARCIA, M.E. (Org). Fundamentos de Economia, 4 Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2011, p. 21-32.

síntese Nesta Aula 4 tratamos dos temas relacionados à eficiência das forças exercidas pela oferta e demanda por bens e serviços em uma economia. Estudamos também como esta dinâmica do mercado varia quando analisamos cada tipo de economia em particular. Analisamos o atendimento dos mercados muito competitivos e dinâmicos com plena liberdade de atuação, ou seja, supomos a existência de uma política de laissez faire. Apresentamos também o conceito do Diagrama de Fluxo Circular e explicamos como ocorre o atendimento da demanda por produtos e serviços em um mercado que “funciona” a partir da renda disponível de seus consumidores e de suas propensões a consumir e da vontade e da capacidade do industrial que, a partir de sua estrutura de custos e preços possíveis de vendas, determinará a sua escala de produção.


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atividades 1. Resuma com suas palavras os pontos apresentados e discutidos nesta aula. Procure opinar a respeito do papel do governo nas políticas econômicas, na regulação dos mercados. Qual seria o papel do Estado? Ou a iniciativa privada deve ser deixada sozinha para determinar junto com os consumidores os “pontos de equilíbrio” dos bens e serviços ofertados?


Aula 4 - Oferta, demanda e eficiência da indústria e Diagrama de Fluxo Circular

AULA

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Princípios, organização e bases da atividade econômica nesta auLa

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O papel do Estado na economia A atividade econômica A iniciativa privada e a função das empresas públicas O Estado fomentador de estabilidade e crescimento Recibo e pagamento salarial Tipos de remuneração Proventos e descontos comuns

metas de comPReensÃo ´

Compreender o papel do Estado como motor do desenvolvimento e crescimento e como promotor da estabilidade econômica.

´

Entender o papel desempenhado pelas decisões econômicas e o papel do setor público e da iniciativa privada na economia.

´

Saber o papel do modelo da Curva de Possibilidade de Produção.

´ aPResentaÇÃo Nesta aula estudaremos o essencial papel desempenhado pelos governos no desenvolvimento e crescimento econômico dos países. Estudaremos também as definições e as bases da atividade econômica e, em seguida, faremos uma análise das decisões econômicas dos diversos agentes econômicos. Seguiremos com um estudo comparativo entre o papel desempenhado pelo setor público e da iniciativa privada nas economias, e apresentaremos o Estado como promotor da estabilidade e do bem -estar das sociedades.

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o papel do estado na economia Quando pensamos no estudo da ciência econômica moderna, estamos de uma forma ou de outra tratando de temas incialmente levantados pelo economista Adam Smith em seu conhecido livro “A riqueza das nações”, publicado originalmente em 1776. Neste estudo, o economista trata do importante tema da dinâmica do desenvolvimento econômico e das enormes possibilidades que se abriam para o então mundo capitalista, que se desenvolvia principalmente na Inglaterra do período da Revolução Industrial. Arquivo Nacional/EUA

Uma das importantes defesas de Adam Smith foi a política do laissez faire, que defendia a não interferência dos governos na economia de um país, como se fosse possível e mais recomendado deixar a cargo do próprio mercado as decisões e a administração do sistema econômico. Este pensamento, que podemos chamar de liberal, foi por muito tempo – e até hoje vem sendo motivo de calorosos debates e controvérsias! – a base do desenvolvimento das economias capitalistas da Europa e, mais adiante, dos Estados Unidos. Esses padrão e pensamento de desenvolvimento acabaram por influenciar todo um período de políticas econômicas e sociais em grande parte do mundo, inclusive do Brasil nos séculos seguintes.

Na verdade, o que estava em jogo era a defesa de um novo sistema econômico e a forma como deveria operar. O sistema capitalista em seu estado embrionário previa a liberdade das forças exercidas pela oferta e demanda de bens e serviços, o papel dos diversos agentes econômicos e a determinação dos níveis de consumo a partir das rendas (salários) dos trabalhadores que seriam, em última instância, o mercado consumidor nesta estrutura capitalista.

Interior da Fábrica de Algodão de Magnólia, EUA, em abril de 1911.

De forma a defender e efetivamente aplicar este modelo, Adam Smith defendeu em seus estudos o que chamou de “mão invisível” do mercado, algo que passaria então a guiar a economia, reger as forças contrárias da oferta e da demanda que, ao final, geraria o bem-estar de todos os participantes do sistema: firmas, trabalhadores, capitalistas, Estado. Neste modo de pensamento o papel do Estado na economia deveria ser, minimamente, concentrar-se nas ações ditas essenciais como a administração da “coisa pública”, ou seja, da estrutura do governo, da administração, da justiça e da defesa nacionais. Certamente que, com o decorrer do tempo, nesta visão liberalizante o papel do Estado expandiu-se para as questões relacionadas à saúde, educação e transporte, por exemplo, mas sempre deixando de fora qualquer vestígio de intervenção estatal nos chamados mercados. Ou seja, a doutrina que se formava e que ganhava fôlego com o pensamento capitalista de então (e que resiste até os nossos dias!) é que o Esta-


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Aula 5 - Princípios, organização e bases da atividade econômica

do deveria ter sua estrutura reduzida ao mínimo, sendo apenas um enorme “regulador” dos mercados. Jamais deveria interferir no jogo entre os capitalistas industriais e os consumidores. Assim, portanto, deveríamos sempre deixar a cargo da “mão invisível” de Adam Smith a busca pelo equilíbrio de mercado entre a oferta e a demanda, a única capaz de saber o que é o melhor para os mercados. Vejamos o que diz Mankiw a respeito do legado do pensamento econômico de Adam Smith e suas implicações em nossos estudos:

PaLavRa de autoR O economista Adam Smith, em seu livro “A riqueza das nações”, publicado em 1776, fez a observação mais famosa da ciência econômica: as famílias e as empresas, ao interagirem nos mercados, agem como se fossem guiadas por uma “mão invisível” que as leva a resultados de mercados desejáveis [...] Os preços refletem tanto o valor de um bem para a sociedade quanto o custo social de produzi-lo. Como as famílias e as empresas observam os preços para decidir o que comprar e o que vender, levam em consideração, involuntariamente, os custos e os benefícios sociais de suas ações. Consequentemente, os preços levam os tomadores de decisão individuais a resultados que, em muitos casos, maximizam o bem-estar da sociedade. (MANKIW, 2010, p.10)

Wikimedia Commons

Embora saibamos que as forças decorrentes da “mão invisível” defendida por Smith geralmente pode levar o mercado, efetivamente, a alocar da melhor maneira possível seus recursos e assim maximizar os resultados e benefícios de todos os participantes deste mesmo mercado, sabemos também que, nem sempre, é possível vivermos sem o auxílio do Estado. Conforme defende Mankiw (2004, p.11), devemos sempre lembrar que existem o que chamamos em economia de falha de mercado, externalidades e poder de mercado. Juntos, esses fatores atrapalham e impossibilitam que a natural alocação de recursos em uma economia ocorra de forma racional e mais vantajosa para todas as partes. Vamos, a seguir, descrever cada um desses conceitos e buscar fazer uma breve crítica construtiva ao modelo defendido por Adam Smith.

Adam Smith (1723-1790): “pai” do liberalismo econômico


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Falha de mercado

extremidade

Poder de mercado

Uma situação em que o mercado, por si só, fracassa ao alocar recursos com eficiência. O impacto das ações de uma pessoa sobre o bem-estar de outras que não tomam parte da ação e que podem, assim, causar desigualdades e ineficiências no sistema. A capacidade que um único agente econômico (ou um pequeno grupo de agentes) tem de influenciar significativamente os preços do mercado.

Assim exposto, como poderíamos então fazer algumas ponderações a respeito do modelo de liberdade absoluta dos mercados e da economia segundo a política defendida pelo laissez faire? Como nem sempre a alocação de recursos ocorre da forma mais eficiente possível, e os mercados sozinhos não conseguem funcionar de forma a maximizar os benefícios e retornos financeiros, econômicos e de bem-estar, os economistas referem-se ao conceito de falha de mercado para explicar tais distorções. Uma possível causa desta falha é a externalidade, que reflete as ações de uma pessoa sobre o bem-estar de outra pessoa próxima a ela. Assim, por exemplo, teríamos o caso da poluição gerada por um determinado empresário que acaba por afetar o bem-estar de vizinhos ou comunidades próximas. Outra causa importante das distorções analisadas decorre do poder de mercado que é definido como o poder de uma pessoa (ou grupo de pessoas) de influenciar os preços de mercado de determinado bem ou serviço. Assim, como exemplo, se todos os habitantes de uma comunidade resolvem adquirir todos os alimentos de um atacadista próximo, faltarão gêneros alimentícios a pessoas de fora desta mesma comunidade, com impacto nos preços destes itens na região.

Para Pensar Mas como o Estado pode e deve interferir na economia?


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Podemos concluir com base nas reflexões feitas que, quando existem falhas de mercado, externalidades ou poder de mercado, o Estado pode, sim, por meio de políticas públicas, agir no sentido de reduzir as distorções causadas por tais ações e atingir a eficiência econômica (ou melhor, buscar atingir eficiência!). Isso ocorre porque sabemos que a “mão invisível” não conseguirá sempre garantir sozinha o bem-estar de todos os membros de uma sociedade, e de forma igualitária. É sempre importante lembrar que nas sociedades capitalistas modernas a principal forma de diferenciação entre as pessoas se dá pelo seu poder de compra, sua situação econômica, enfim, o seu salário ou ganho obtido pelo trabalho. Neste sentido é certo que pessoas ganharão salários diferentes em decorrência de posições diferentes e funções diferentemente executadas nos diversos setores da economia, nas indústrias, no sistema financeiro, nos serviços, entre outros. Deste modo, caberá sempre ao Estado, ou melhor, às políticas públicas praticadas pelo Estado o papel de minimizar as distorções e diferenças pelo menos o suficiente para garantir maior e melhor bem-estar econômico aos seus cidadãos.

dica Você conhece o projeto do Governo Federal do Brasil chamado Minha Casa Minha Vida? Pois se trata exatamente de um exemplo de política pública equacionada por um Estado no sentido de gerar bem-estar à sociedade por meio de ações fomentadoras de desenvolvimento e melhorias sociais. Sugiro visitar o site da Caixa Econômica Federal, que apresenta o projeto aos interessados, seus objetivos, metas e formas de acesso. Vamos lá? <www.caixa.gov.br/habitacao/ mcmv/>. Acesso em: 21 abr. 2013.

tRocando ideias Leu a respeito do programa Minha Casa Minha Vida? Que tal agora acessar nosso Fórum Virtual e discutir um pouco mais a respeito desta ação do governo federal?


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Com base no debate desenvolvido, como você definiria exatamente o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, do governo federal? Trata-se de uma resposta a uma falha de mercado, uma correção de uma externalidade ou uma ação com o objetivo de reduzir o poder de mercado de algum outro agente econômico?

a atividade econômica Por mais que as nossas análises a respeito do papel exercido pela oferta e demanda venham a sugerir que as visões defendidas por Adam Smith estejam corretas, sabemos, entretanto, que exigem ajustes. Nem sempre os interesses do industrial, ou do empresário prestador de um serviço, objetivam primeiramente o atendimento dos desejos e necessidades dos cidadãos. Certamente o interesse pessoal nem sempre está muito ligado ao interesse de um grupo de pessoas, de forma que a produção (oferta) de um bem atende prioritariamente a capacidade e o interesse do fabricante. Enquanto que o seu consumo (demanda) dependerá da existência de renda disponível nas mãos dos consumidores (trabalhadores). Na visão de Smith, este fato acaba por gerar não apenas problemas, mas também muitas soluções. Primeiramente, as restrições de renda nas mãos dos clientes, por exemplo, acabam por forçar o fabricante a reduzir seus preços. Mas como este mesmo fabricante nunca deseja perder margem (lucratividade) terá que efetuar ajustes na sua produção, buscando com isso ganhos de eficiência, produtividade, reduções de desperdícios e perdas que, juntos, acabam por gerar mais eficiência econômica no sistema como um todo.

dica Você conhece o site do jornal O Estado de S.Paulo? Nele existe um link muito interessante que trata de notícias relacionadas com o tema Atividade Econômica: <http://topicos.estadao.com.br/atividade-economica>. Acesso em: 21 abr. 2013.

Agora, vamos aproveitar e ler um pequeno trecho de notícia:


Aula 5 - Princípios, organização e bases da atividade econômica

atividade econômica avança 1% no terceiro trimestre, diz serasa O Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica, também conhecido como PIB (Produto Interno Bruto) mensal, cresceu 0,2% em setembro, na comparação com agosto, já descontadas as influências sazonais. Com isso, o indicador acumulou expansão de 1% no terceiro trimestre de 2012, frente o trimestre anterior... Pelo lado da demanda, o consumo do governo, com crescimento acumulado de 4,1% em nove meses, e o consumo das famílias, com alta de 3,2% para o mesmo período, têm sustentado a atividade econômica até agora. Já os investimentos (formação bruta de capital fixo) acumulam uma retração de 4,4% em três trimestres do ano. Disponível em: <www.estadao.com.br/noticias/ impresso,atividade-economica-avanca-1-no-terceiro-trimestre-diz-serasa--,965713,0.htm>. Acesso em: 21 abr. 2013.

Você já pensou sobre o papel do Estado também como um consumidor? Perceba no pequeno trecho da notícia que, muitas vezes, o governo é também um consumidor de bens e serviços e pode, assim, contribuir com o crescimento econômico. Quando o jornalista afirma que “pelo lado da demanda, o consumo do governo, com crescimento acumulado de 4,1% em nove meses” está, na verdade, demonstrando o papel do governo na demanda total do país por bens e serviços!

Para Pensar Este papel é valioso? Como você enxerga o papel dos governos como consumidores? Há algum risco ou preocupação que poderíamos destacar nesta estratégia?

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A iniciativa privada e a função das empresas públicas Tanto nas economias mais industrializadas quanto nas economias em desenvolvimento torna-se muitas vezes necessário o estabelecimento de regras e leis que regulamentem as ações de diversos agentes econômicos. Não que estas ações reguladoras procurem “extinguir” os princípios defendidos pelos pensamentos liberais de Adam Smith, mas porque pode ser necessário organizar a forma como os negócios são efetivamente conduzidos nos mercados. Por exemplo, um dos pilares das economias capitalistas e de mercado, o direito à propriedade privada, precisa de leis e ordenamentos jurídicos de forma a ser estabelecido e respeitado nas sociedades. E este papel cabe ao Estado, escrevendo, organizando e aplicando leis e regras que permitam a aplicação de tal princípio. Assim, muitas vezes, apesar de serem valores praticamente inquestionáveis nas economias, o direito à propriedade privada exige contratos, respeito à lei e demais garantias para ser implantado corretamente. O capitalismo exigiria, para ver cumpridos os seus valores condicionados ao direito da propriedade privada, quatro condições:

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Direito à propriedade privada. Liberdade de trabalho e liberdade de uso da terra. Garantia de validade de contratos. Existência de um sistema que viabilize trocas.

Paralelamente a estas condições básicas, o Estado deve também cumprir o seu papel mantendo um sistema monetário eficiente (de forma a permitir a circulação de dinheiro, pagamentos, poupanças), um sistema bancário sólido, garantir a posse de patentes pelos seus inventores, marcas e direitos sobre invenções e, por fim, um arcabouço legal e tributário (leis e impostos) que garantam juntos o estabelecimento e funcionamento dos negócios. Certamente que, juntamente com estas condições básicas e demais garantias governamentais, é de responsabilidade do Estado o exercício de diversos outros papeis dentro do sistema econômico. Poderíamos nesta Aula 5 mencionar e exemplificar aqui diversas funções e responsabilidades do Estado. Entretanto, os aspectos que mais nos interessam neste momento são aqueles que garantem a atividade e o desenvolvimento da economia. Assim sendo, poderíamos concluir com a inclusão da necessidade de garantias relacionadas aos direitos básicos de educação, segurança, liberdades, saúde e garantias das condições de trabalho, tão cruciais para o bem-estar e desenvolvimento econômico e social de qualquer nação.


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PaLavRa de autoR A mão invisível é poderosa, mas não onipotente. O equilíbrio de um mercado maximiza a soma do excedente do produtor e do consumidor. Quando os compradores e os vendedores do mercado em questão são as únicas partes interessadas, esse resultado é eficiente do ponto de vista da sociedade como um todo. Mas quando há efeitos externos, como a poluição, para se avaliar o resultado de um mercado é necessário levar em consideração o bem-estar de terceiros. Neste caso, a mão invisível do mercado pode falhar no trabalho de alocar os recursos com eficiência [...] Quando as pessoas não são capazes de resolver sozinhas os problemas das externalidades privadamente, o governo frequentemente entra em ação [...] (MANKIW, 2004, p. 217)

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a empresa pública

Muitas vezes quando pensamos em uma empresa pública (ou empresa estatal), imediatamente nos vem à mente as concessionárias prestadoras de serviço público. O Estado pode ser dono controlador de qualquer tipo de empresa, basta que as leis do país juntamente com os interesses da nação permitam. Por outro lado, como já discutimos nesta Aula 5, cabe ao Estado nos regimes capitalistas de economia de mercado um papel mais “regulador” e menos “industrial” (na verdade, deseja-se que nada seja de industrial!). Entretanto, em diversas economias do mundo, inclusive nas mais industrializadas, há tipos de negócios estatais viáveis e estrategicamente valiosos e que, desta maneira, acabam se mantendo sob a tutela ou controle estatal. No caso do Brasil, por exemplo, temos excelentes exemplos de empresas de ponta e muito eficientes e bem administradas sob controle do Estado (ai se entendendo o conceito como governo Federal, estadual ou municipal), a saber, os Correios, algumas concessionárias de serviço público de energia elétrica, gás natural e petróleo. Somado a esses exemplos, os governos de diversas esferas no país também mantêm participações acionárias (exercendo ou não controle) em diversas empresas, e isto buscando atender a interesses específicos, caso a caso, de cada tipo de negócio, empresa ou situação em particular.


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o estado fomentador de estabilidade e crescimento Uma das principais funções dos governos nas economias capitalistas é agir como sustentáculo, mantendo a estabilidade econômica e financeira paralelamente ao crescimento econômico em todos os ramos de atividades das indústrias e serviços. Sabemos que a ausência do Estado na condução de políticas econômicas adequadas pode, muitas vezes, gerar desequilíbrios e situações de descontrole nos diversos agentes econômicos. Isso é prejudicial não apenas para a questão econômica e do setor financeiro nacional, mas também para a sociedade como um todo. Arquivo ABr

Sede do BNDES, em Brasília

Neste sentido, portanto, espera-se do Estado, como mentor e executor da política econômica, o cuidado de zelar pelas contas públicas, pelo desenvolvimento econômico, pelas estabilidades dos preços (coibindo a inflação), pelo estabelecimento de taxas de juros adequadas. Deve garantir o ambiente econômico adequado em linha com todos os princípios discutidos anteriormente nesta Aula. Sabemos que a manutenção de um “clima” adequado ao funcionamento da economia é uma das principais metas de qualquer governo. Este trabalho pode às vezes exigir um papel mais atuante da mão estatal nos negócios das empresas. Assim sendo, a despeito de nossa defesa do livre mercado, muitas vezes o Estado pode e deve incentivar a indústria e o industrial. Da mesma forma como pode agir para incentivar o consumo e a ação dos consumidores! Deste modo, não raro podemos ver governos (municipal, estadual ou federal) agindo como incentivadores de negócios na esfera privada por meio de incentivos fiscais como redução ou isenção de impostos, benefícios sociais, treinamento de mão de obra especializada, obras de infraestrutura (como, por exemplo, iluminação pública, estradas e saneamento básico) que propiciam e incentivam o investimento privado na geração de empregos, rendas e salários. Este papel do Estado como fomentador do desenvolvimento econômico muitas vezes pode também ocorrer por financiamento ao empresário privado por meio de linhas de crédito fornecidas pelo sistema financeiro.


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saiBa Você conhece o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES? O BNDES, empresa pública federal, é hoje o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as dimensões social, regional e ambiental. Desde a sua fundação, em 1952, o BNDES se destaca no apoio à agricultura, indústria, infraestrutura e comércio e serviços, oferecendo condições especiais para micro, pequenas e médias empresas. O banco também vem implementando linhas de investimentos sociais, direcionados para educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano. O apoio do BNDES se dá por meio de financiamentos a projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e exportação de bens e serviços. Além disso, o Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina financiamentos não reembolsáveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social, cultural e tecnológico.

Poderíamos concluir que a forma como um governo desempenhará o seu papel em uma determinada sociedade dependerá da filosofia do poder que o orienta e do regime (ou tipo) de economia vigente. É essa a razão pela qual todo governo necessita de uma ordem legal de forma a reger, administrar e exercer o seu papel em linha com os seus objetivos políticos e os desejos da sociedade que ele representa. Da mesma forma, o governo precisa exercer atividade social em linha também com a sua filosofia e orientação política. Haverá sempre Estado mais intervencionista e protetor, e Estado mais liberal e menos intervencionista e também menos protetor. Na verdade, o que sempre existirá em maior ou menor grau será, unicamente, reflexo dos anseios e dos objetivos tanto do homem público quanto da sociedade que o legitima. Somado a isto, espera-se que toda ação tomada em grupo vise o bem da coletividade, de forma organizada e coerente com os desejos e anseios de todos os membros ou da maioria da sociedade. O governo deve ser sempre visto como o agente facilitador, movido por uma direção superior, que se faz necessário para a ordenação das ações visando os objetivos da coletividade. Para cumprir seus objetivos, o governo desenvolve capacidades gerenciais próprias e procura agrupar ferramentas, desenvolver um espírito de grupo sempre voltado ao bem comum que, neste caso de nossosestudos, resume-se no crescimento e no desenvolvimento econômico.

LeituRas indicadas Para um maior aprofundamento a respeito do legado de Adam Smith, sugiro a leitura do item “O legado de Adam Smith e David Ricardo” no Capítulo 3 - “Interdependência e Ganhos Comerciais” do livro: MANKIW, N.G. Introdução à Economia, 2004, p. 53.


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síntese Nesta aula estudamos o papel desempenhado pelos governos no desenvolvimento e crescimento econômico dos países. Aprofundamos também as definições e as bases da atividade econômica e analisamos as decisões econômicas dos diversos agentes econômicos. Seguimos com um estudo comparativo entre o papel desempenhado pelo setor público e da iniciativa privada nas economias, e apresentamos o Estado como promotor da estabilidade e do bem-estar das sociedades.


Aula 5 - Princípios, organização e bases da atividade econômica

AULA

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As possibilidades de produção e a contabilidade social nesta auLa

´ ´ ´ ´

Curva de Possibilidade de Produção Produto Nacional e a Despesa Nacional Definição do Produto Interno Bruto – PIB Cálculo do Produto Interno Bruto – PIB

metas de comPReensÃo ´

Compreender a importância de análise das possibilidades de produção em uma economia.

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Compreender a relevância e importância do estudo da Contabilidade Nacional e suas implicações.

´

Discutir e analisar os papeis das famílias e das empresas como formadores dos setores da economia.

´

Apresentar conceitualmente Produto Interno Bruto (PIB) como medida de desempenho econômico.

´ aPResentaÇÃo Nesta aula iniciaremos nosso estudo com a definição e análise da Curva de Possibilidade de Produção. Estudaremos assim os importantes temas relacionados à produção de bens e serviços em uma economia, as condições necessárias para a produção, os fatores de produção envolvidos no processo como tecnologia e disponibilidade de mão de obra, por exemplo, além dos demais recursos que devem juntos ser colocados a serviço do desenvolvimento e crescimento econômico. Trataremos também dos cálculos da atividade econômica, bem como apresentaremos as definições e os componentes do Produto Nacional e da Despesa Nacional. Concluiremos apresentando a contabilização e cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) com uma importante análise da composição de cada um dos agentes de despesa nas economias dos países.

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curva de Possibilidade de Produção Sempre que estudamos um modelo econômico, precisamos primeiramente assumir a existência de condições mínimas para o seu funcionamento, representadas pela disponibilidade de tecnologias e mão de obra, a presença de recursos naturais e matérias-primas das mais diversas como minério, energia e petróleo, entre outros. Não menos importante é a disponibilidade de capital (recursos financeiros e estruturas físicas compostas por máquinas e equipamentos) o suficiente para que o sistema funcione. Stock Xchng

Este sistema certamente dependerá muitíssimo da existência de terra, ou seja, de local disponível, seja para ocorrer a produção de bens ou para exercer-se a tarefa de desenvolvimento e oferta de serviços, seja para a produção de gêneros alimentícios por meio da produção agrícola. Na verdade, todos os recursos representados pelos grandes grupos dos fatores de produção, tecnologia, mão de obra, capital, matérias primas e terra, são divididos (compartilhados) nas suas mais infinitas e variadas formas pelos agentes produtores do sistema e pelos diversos bens ou serviços efetivamente gerados neste mesmo sistema econômico. Quando pensamos, portanto, na riqueza de um país produzida em um período de um ano, estamos em última análise contando (contabilizando) cada um desses processos e insumos utilizados de forma a avaliar seu valor. Quando estudamos o conceito da Curva de Possibilidade de Produção, precisamos reduzir a apenas dois tipos o escopo de nossa análise para a produção de bens ou serviços em uma economia. Ou seja, devemos supor que um país produz apenas dois tipos de bens durante determinado ano de


Aula 6 - As possibilidades de produção e a contabilidade social

nossa análise. Assim, por exemplo, veremos um modelo de Curva de Possibilidade de Produção que considera a produção em um país restrita aos itens chamados “Alimentos” ou “Armamentos”. Isto definido, vamos agora supor que todos estes fatores de pProdução são, sem exceção, canalizados pelos agentes econômicos para a produção destes itens “Alimentos” ou “Armamentos”. A situação em questão poderia, portanto, ser assim explicada em uma tabela que mostra as possibilidades de produção em toneladas destes dois bens. A seguir, analise a Tabela 6.1 e perceba como um formulador de políticas econômicas pode optar por diversas combinações de produção de forma a atender às necessidades dos cidadãos e/ou do Estado, dependendo dos objetivos sociais, políticos, de governo, entre outros:

´

tabela 6.1

Arquivo ABr

alternativas de Produção de alimentos e armamentos Período anual Alimentos Armamentos Combinações 000 Ton 000 Ton a 200 0 B 160 180 c 150 220 d 120 300 e 100 450 F 0 500

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Verifique também que é possível, deste modo, produzir a maior quantidade de alimentos (200 mil toneladas) apresentada na primeira linha de combinações, contanto que não sejam, em absoluto, produzidos armamentos. Da mesma maneira, na Combinação F produz-se nenhuma tonelada de alimentos, mas são fabricados 500 mil toneladas de armamentos. Certamente que o governo deste país fictício escolherá uma situação intermediária, ou que tenderá mais para uma das duas alternativas de bens a serem produzidos, dependendo de suas necessidades e obrigações. Deste modo, um país preocupado em fabricar alimentos e que vive uma situação de paz poderá por optar em não fabricar armamentos (Combinação A) e empenhar-se em alimentar seus cidadãos. Da mesma maneira, um país em guerra pode se ver obrigado a abrir mão de algumas toneladas de alimentos e produzir armamentos como, por exemplo, na alternativa representada pela Combinação C (150 mil toneladas de alimentos e 220 mil toneladas de armamentos). Assim, podemos concluir que a totalidade dos recursos disponíveis de uma empresa pode ser mobilizada para produzir qualquer um dos bens que deseja, ou combinações destes mesmos bens. E também que os governos tomarão decisões de caráter público ou privado para decidirem quais bens ou serviços devem, em um determinado momento, atender aos desejos e necessidades da nação.

´

importante

Perceba, conforme apresentado no Gráfico 6.1, que há como abrirmos mão de determinadas quantidades de alimentos em detrimento de armamentos e que, na verdade, esta regra precisa ser sempre atendida. Ou seja, não é possível produzir o máximo dos dois bens pela simples inexistência de recursos (Fatores de Produção) o suficiente para a fabricação ao mesmo tempo de 200 mil toneladas de alimentos e 500 mil toneladas de armamentos. Será, desta forma, sempre necessário abrir-se mão de um bem em detrimento de outro, ou seja, ocorrerá um tradeoff de um bem em detrimento do outro. Tradeoff: Situação em que há conflito de escolha

E a respeito desta verdade do tradeoff já sabemos que, dada a existência da Lei da Escassez de Recursos, cabe ao homem viver com a eterna certeza de que os recursos disponíveis no planeta são, em última análise, sempre escassos, e que escolhas (tradeoff ) deverão sempre ocorrer.


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Gráfico 6.1 Tradeoff entre Produção de Armamentos e Alimentos Padaria “nosso Pão” Alternativas de Produção combinações Pão - 000 unid Biscoito - 000 unid A 400 0 B 300 150 C 200 180 D 100 200 E 50 250 F 0 350

Veja, a seguir, o ponto de vista de um economista a respeito da importância do entendimento das escolhas (tradeoffs) que efetivamente e constantemente fazemos em nosso dia a dia nas economias modernas:

PaLavRa de autoR Reconhecer que as pessoas enfrentam tradeoffs não nos diz, por si só, quais as decisões que elas tomarão ou desejariam tomar. Uma estudante não deveria abandonar o estudo da psicologia apenas porque isso aumenta o tempo disponível para estudar economia. A sociedade não deveria deixar de proteger o meio ambiente só porque as regulamentações ambientais reduzem nosso padrão de vida material. Os pobres não deveriam ser ignorados só porque ajudá-los distorce os incentivos do trabalho. Ainda assim, reconhecer os tradeoffs em nossa vida é importante porque as pessoas somente podem tomar boas decisões se compreendem as opções que lhes estão disponíveis. (MANKIW, 2004, p.5)

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Pense nisso Vamos agora pensar a respeito das questões da escassez de recursos em uma economia, e a respeito da necessidade de efetuarmos escolhas a todo instante, ou seja, abrindo mão de algo em detrimento de outro (tradeoffs). De que forma, em sua opinião, deveriam agir os governos dadas as condições descritas anteriormente e o que estudamos até aqui? Os governantes devem focar suas atenções no interesse dos Estados ou da população? Alimentos por si só são mais importantes que armas?

Na verdade não é possível definir uma “regra” ou “procedimento” para estabelecer como padrões para responder a questões tão importantes e estratégicas para as economias. E isto, especialmente, em momentos de conflitos armados (guerras), em que os investimentos em armamentos se tornam tão importantes e cruciais não apenas para a segurança de todos, mas também essenciais para a sobrevivência da própria economia. Assim sendo, e ainda pensando sob o ponto de vista dos tradeoffs destacado anteriormente, devemos pensar que toda economia (a despeito de seu tamanho) deve sempre buscar manter uma política coerente com sua estratégia de curto, médio e longo prazo. Ou seja, caso a prioridade seja dada ao investimento produtivo, será necessária sim a manutenção de um mínimo de produção de alimentos (por exemplo) de forma a garantir o suprimento e alimento de seu povo. Mas, por outro lado, caso a prioridade seja a simples manutenção da segurança do Estado contra uma invasão externa, e o foco seja para dar “segurança” e “paz” à sociedade, deve-se pesar a oferta no mesmo mercado de armamentos para atendimento desta necessidade.


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LeituRas indicadas Para completar a sua análise e estudo, sugiro que você leia no Capítulo 1 “Introdução à Economia” do livro: VASCONCELLOS, M.A., PINHO, D.B. (Org.). Manual de Economia. 5 Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2004, pp.12-14. É um texto que analisa as opções tecnológicas, conceitos de curva de transformação e custos de oportunidade.

tRocando ideias Agora que você já refletiu e leu a respeito, sugiro debater com os demais colegas no Fórum Virtual este tema da escassez e das possibilidades de produção e a importância do tema para o profissional que trabalha nas economias e nos mercados globalizados de hoje. Vamos lá?

Produto nacional e a despesa nacional Para iniciarmos o nosso estudo sobre Produto Nacional e a Despesa Nacional vamos introduzir o conceito de atividade econômica de um país, que pode ser medida de três formas, ou seja, por meio de:

´

Ótica do Produto

Somatória dos bens e serviços finais de uma economia produzidas no mercado analisado.

´

Ótica da despesa

Somatória da venda de bens e serviços finais vendidos no mercado analisado.

´

Ótica da Renda

Remuneração dos fatores de produção como os salários pagos aos trabalhadores (mão de obra), juros pagos sobre o capital empregado no processo produtivo e lucros auferidos no processo.


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Vamos agora supor, de forma a exemplificarmos matematicamente o que foi apresentado, a existência de um país que produz apenas um produto final: chocolate. Vejamos a Tabela 6.2, das atividades exercidas nos processos produtivos nas Firmas A, B e C nesta economia da plantação e extração do cacau, produção da manteiga de cacau até a chegada ao produto final, chocolate.

´ Tabela 6.2 – Balancetes Representativos das Operações: Firmas A, B, C

Despesas Salário Juros Aluguel Lucro Total

Despesas Compra Cacau de Firma A Salários Juros Aluguel Lucro Total

Firma A: Produção de Cacau R$ mil Receitas R$ mil 40 15 Venda do Cacau para Firma B 70 10 5 70 Total 70

Firma B: Produção da Manteiga de Cacau R$ mil Receitas

R$ mil

70 25 5 Venda da Manteiga para Firma C 122,5 7,5 15 70 Total 122,5

Firma C: Produção de Chocolate Despesas R$ mil Receitas R$ mil Compra manteiga de Firma B 122,5 Salários 30 Juros 10 Venda Chocolates ao Mercado 195 Aluguel 15 Lucro 17,5 Total 195 Total 195

Neste estágio de nosso estudo, olhando apenas os números da Firma A - Produtora de cacau, vemos que ela incorre em três tipos de despesas e gasto para produzir esta matéria-prima: salários, juros e aluguel. Se so-


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marmos os gastos e despesas, chegamos a um total de R$ 65 mil. Como o Faturamento (vendas) somam R$ 70 mil, concluímos que a Firma A obtém um lucro de R$ 5 mil no processo.

´

Produto nacional

Segundo Vasconcellos (2011, p. 144-145), o Produto Nacional (PN) é o valor de todos os bens e serviços finais, medidos a preços de mercado, produzidos em um dado período de tempo. Portanto, vejamos a fórmula que exemplifica este cálculo. PN = Σ i n pi * qi

´

onde Pn = produto nacional pi = preço unitário dos bens e serviços finais qi = quantidade produzida dos bens e serviços finais

Σ i n = Somatória do primeiro (i) ao último (n) produto ou serviço produzido i = bens e serviços finais

Poderíamos ainda lembrar que esses bens e serviços produzidos em uma economia podem ser classificados segundo os critérios dos setores aos quais pertencem. Portanto, teríamos os bens e serviços dos seguintes setores, a saber:

setor Primário: Poderíamos ainda lembrar que esses bens e serviços produzidos em uma setor secundário: Indústria e extração mineral. setor terciário: Serviços, comércio, transportes e comunicações.

´

despesa nacional

Ainda segundo Vasconcellos (2011, p. 145-156), é possível definir a Despesa Nacional (DN) como sendo o gasto dos agentes econômicos com o produto nacional. Ou seja, este cálculo revela quais são os setores compradores do produto nacional, que poderíamos assumir tratarem-se dos gastos das famílias com a compra do chocolate.

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Logo, temos: Pn = c

Que, nos exemplos da Tabela 6.1, soma R$ 195 mil que é o mesmo sob o ponto do vista do comprador do chocolate, ou sob a ótica do produto da(s) firma(s) que produz(em) e vende(em). Assim, resumidamente podemos dizer que a Despesa Nacional (DN) pode ser representada pela fórmula apresentada a seguir e que resume a somatória dos Consumos das Famílias (C), Investimentos dos Empresários (I), Gastos do Governo (G) e o Resultado da Balança Comercial (Exportação menos Importação, NX). Assim, o produto nacional é na verdade “vendido” para estes quatro agentes de despesas:

dn = c + i + g + (nx)

Vejamos agora o importante conceito de Produto Interno Bruto e seu cálculo. Vamos discutir sua importância dentro do estudo de fundamentos econômicos, bem como em seguida discutiremos com mais detalhes cada de seus itens componentes: C, I, G e NX.

Definição do Produto interno Bruto – PiB Há diversas formas possíveis de definir Produto Interno Bruto (PIB). Para tal atividade é necessário conhecer os conceitos de Contabilidade Social e de Sistema de Contas Nacionais. Segundo Vasconcellos, como parte da teoria macroeconômica, estuda-se um país como se fosse uma grande empresa fabricante de um único produto, que é o produto nacional bruto, agregado de tudo o que é produzido nesta economia.

PaLavRa de autoR Assim como na contabilidade privada, o sistema de contas nacionais utiliza o método tradicional das partidas dobradas, discriminando as transações dos grandes agentes (setores) macroeconômicos: famílias, empresas, governo e setor externo, cada um representado por uma conta específica... Medem-se apenas as transações com bens e serviços finais, e não as transações com insumos ou matérias-primas, utilizados nas produções finais. (VASCONCELLOS , 2011, p. 140)


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Assim, resumidamente, podemos afirmar que o Produto Interno Bruto pode ser definido como “o valor final de todos os bens e serviços produzidos em um país durante determinado período de tempo, normalmente um ano”.

Fundo Monetário Internacional

Desta mesma forma, o Produto Interno Bruto representa o volume total da atividade econômica desenvolvida no país no período analisado, que, apesar de normalmente buscar englobar doze meses de análise dentro do ano-calendário, pode também ser calculado em trimestres ou mesmo semestralmente, dependendo do objetivo do sua apuração e análise desejada.

Gráfico do PIB mundial per capita (2012)

Na apuração do Produto Interno Bruto, utilizam-se valores de mercado para cálculo de cada um dos setores macroeconômicos, ou seja, como base os preços efetivos pelos quais os bens e serviços são vendidos nos mercados analisados. Desta forma, quando um economista analisa o valor calculado do Produto Interno Bruto de um período de apuração contra outro (por exemplo, um ano contra o anterior) a variação percentual ou monetária efetivamente encontrada nesta comparação incorporará a variação da inflação do período sobre estes mesmos preços. Cabe assim ao economista efetuar os ajustes (expurgos) convenientes em cada uma das análises segundo os seus critérios estabelecidos e evitar, como resultado, a obtenção de números ou análises equivocadas. Adiante, nesta nossa Aula 6, analisaremos esses cálculos com cuidado, de forma a facilitar o entendimento e a correta análise do PIB!

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dica

Você está interessado em ler mais a respeito do desempenho do PIB no Brasil? Sugiro uma visita ao site do Banco Central do Brasil (www.bacen.gov.br) que apresenta análises, números, séries históricas e alguns interessantes artigos sobre o Produto Interno Nruto. Ao acessar e familiarizar-se com o site do Banco Central do Brasil, você estará abrindo uma interessante janela de oportunidade de aprendizado a respeito da economia e das finanças nacionais. Também poderá acompanhar os recentes desempenhos, estatísticas e expectativas de crescimentos futuros do PIB brasileiro. Por exemplo, no site do Bancen há um subitem chamado “Indicadores de Conjuntura” em que você encontrará enorme quantidade de informações sobre o desempenho econômico brasileiro, informações sobre inflação, crescimento dos setores de atividade, entre outros valiosos dados econômicos.

tRocando ideias Pense e discuta no nosso Ambiente Virtual a facilidade para obter informações sobre o desempenho econômico do Brasil. Veja como o governo federal divulga em detalhes todas as contas que compõem o PIBo e as informações essenciais para sua análise e interpretação. Assim, perceba como é possível verificar com precisão a veracidade das notícias sobre economia que você lê, ouve ou assiste nos jornais em nosso país.

cálculo do Produto interno Bruto – PiB Já definimos que o Produto Interno Bruto é o valor total de tudo o que é produzido no país. Agora, vamos aprender a calcular o PIB e analisar cada uma de suas contas componentes, conforme a Tabela 6.3 a seguir:


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tabela 6.3 – o Produto interno Bruto

Valores Fictícios de um País Ano 2011 - Valores em Bilhões de $ Produto Interno Bruto Total

$ Bi

$ Bi

Consumo Total das Famílias ( C ) Bens Duráveis Bens Não -Duráveis Serviços

485

2

60 50 175

Investimentos dos Empresários ( I ) Novas Infraestruturas Compra Máquinas e Equipamentos Aumentos (Diminuições) Estoques

1

5

2

25

45 9

25 -10

Gastos do Governo (G) Saúde, Educação, Transporte, Máquina Pública, Aponsentados, Pensionistas, Defesa e Demais Gastos Total do Produto Interno Bruto

20

66

Balança Comercial (NX) Exportações Importações

1

- PIB

25 845

Vamos a seguir analisar cuidadosamente e em mais detalhes cada um dos componentes do Produto Interno Bruto (PIB) e explicar a sua importância para o nosso estudo e entendimento do desempenho de uma economia: PiB = c + i + g + (nx)

consumo das Famílias (c): Nas economias capitalistas mais dinâmicas e “consumistas”, por assim dizer, este é o item mais relevante sobre o total do PIB. Dentro deste grupo de gastos, encontram-se itens importantes como bens duráveis, não duráveis e serviços. Em uma economia como a brasileira, encontraríamos facilmente e com enorme peso representado neste item os gastos das famílias representados pelo consumo de alimentos, bebidas, roupas, sapatos, combustível, educação, transporte, dentre outros.


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Este grupo de gastos está, portanto, muito suscetível a variações em decorrência de aumento ou redução dos salários e rendas das famílias, sendo assim de enorme importância nas ações dos governos no sentido de monitorar o desempenho da economia e de seu PIB. investimentos dos empresários (i): Os investimentos privados, ou seja, aqueles que excluem gastos governamentais, costumam ser relevantes e apresentar a maior participação percentual no total do PIB de um país. Estes itens são valiosíssimos, pois representam a confiança do empresário no desempenho da economia de um país e assim são importantes como termômetro na análise de crescimento futuro das economias. O investimento representa os gastos dos empresários em máquinas, equipamentos, tecnologias e infraestruturas necessárias à produção de bens e serviços ou sua expansão. Com o crescimento do investimento, espera-se crescimento do emprego, da renda do trabalhador e, portanto, de toda a atividade econômica com óbvio reflexo no número do PIB. Quando o economista estuda os números reportados pelo investimento, busca também analisar a situação do desempenho cíclico da economia (PIB), ou seja, períodos de alta seguidos de períodos de baixa (ou vice versa). gastos do governo (g): Representam as compras (gastos) dos governos de bens e serviços necessários para o funcionamento da máquina pública, investimentos em obras e infraestrutura, salários, benefícios a aposentados e pensionistas, investimentos em geral e todo gasto fomentado pelo governo. É claro que poderíamos citar diversos tipos de gastos, mas o que é mais relevante é a qualidade destes gastos. Os gastos do governo devem ser sempre bem realizados pois refletem em última análise os recursos deste mesmo governo arrecadado sob a forma de impostos das atividades de seus cidadãos e das empresas que devem voltar à sociedade sob a forma de benefícios. Balança comercial (nx): De certa forma este desempenho deve ser, na medida do possível, positivo, ou seja, deve contribuir com o PIB, pois espera-se que as exportações sejam superiores às importações. Normalmente o NX é pequeno no total do PIB nas economias maiores e mais dinâmicas, em que se vê os demais componentes, C, G, e I contribuindo com porcentagens mais significativas no total do PIB.

síntese Nesta Aula 6 estudamos o importante conceito de Curva de Possibilidade de Produção e a questão da escassez. Estudamos também os importantes temas relacionados à produção de bens e serviços em uma economia e os fatores de produção envolvidos no processo produtivo. Vimos como se calcula o Produto Interno Bruto de um país a partir da análise de cada etapa do processo produtivo e da contabilização das receitas e despesas efetuadas pelos agentes envolvidos. Tratamos também das definições e dos componentes do Produto Nacional e da Despesa Nacional e concluímos com a fórmula de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) pelo lado das despesas e com uma importante análise da composição de cada um destes agentes de despesa nas economias dos países.


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atividades 1. Analise a Figura 6.1. a seguir que apresenta as alternativas de produção de um padeiro na padaria “Nosso Pão” que se vê obrigado a escolher entre produzir Pão ou Biscoito.

´

Figura 6.1

combinações A B C D E F

Padaria “nosso Pão” Alternativas de Produção Pão - 000 unid 400 300 200 100 50 0

Biscoito - 000 unid 0 150 180 200 250 350

expansão de Produção: O que ocorreria com os volumes possíveis de produção de pães e biscoitos caso este mesmo padeiro tivesse recursos (capital) e assim pudesse expandir o seu forno?


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mudança de alternativa: Caso este padeiro desista de produzir biscoitos e queira continuar a utilizar da maneira mais ótima seus recursos: O que ocorreria com a quantidade máxima de pães que poderia produzir, dado o mesmo nível de investimentos e recursos hoje aplicados?

atividades Analise com cuidado cada uma das linhas de contas apresentadas no cálculo do PIB apresentado na Tabela 6.3. a. Calcule o valor percentual de cada grupo de conta representado dentro pelos agentes de despesa C, I, G e NX sobre o valor total do PIB. Qual o grupo mais importante? b. O que podemos concluir sobre este país representado por este PIB, a partir destas porcentagens calculadas? c. Caso este país desejasse crescer mais e aumentar o valor do seu PIB, qual dos agentes de despesa C, I, G e NX você defenderia como o mais importante para apresentar um crescimento maior?


Aula 6 - As possibilidades de produção e a contabilidade social

AULA

7

Contabilidade Social nesta auLa

´ ´ ´ ´

Conceito de Renda Nacional

´

Conceituando Produto Nacional Bruto e Renda Líquida do Exterior: relações com o Produto Interno Bruto

Renda Pessoal e Renda Pessoal Disponível Medindo o PIB Real e o PIB Nominal Formação de capital por meio de poupança, investimento e depreciação

metas de comPReensÃo ´

Compreender a importância de análise das possibilidades de produção em uma economia.

´

Compreender a relevância e importância do estudo da Contabilidade Nacional e suas implicações.

´

Discutir e analisar os papeis das famílias e das empresas como formadores dos setores da economia.

´

Apresentar conceitualmente Produto Interno Bruto (PIB) como medida de desempenho econômico.

´ aPResentaÇÃo Nesta aula daremos continuidade às análises relativas à contabilidade social. Iniciaremos estudando os conceitos de Renda Nacional, Renda Pessoal e Renda Pessoal Disponível, e faremos alguns exercícios matemáticos de forma a reforçar algumas aplicações práticas, concluindo com um discussão sobre os conceitos de PIB Nominal e PIB Real. Trataremos, também, dos conceitos relacionados a poupança, investimento e depreciação. Estudaremos ainda os temas ligados à formação de capital e Produto Bruto (PIB).

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Conceito de Renda Nacional Antes de iniciarmos a discussão a respeito de Renda Nacional, e de forma a fixarmos alguns conceitos, vamos ler o que Vasconcellos (2004, p. 269) define como sendo macroeconomia. Para ele, macroeconomia é o estudo dos agregados econômicos, de seus comportamentos e das relações que guardam entre si. Os agregados que têm recebido mais atenção dos estudiosos são o produto nacional, o nível de emprego e a taxa de crescimento dos preços. O que distingue a macroeconomia da microeconomia é o fato de a primeira só se preocupar com o comportamento dos grandes agregados, abstendo-se de se preocupar com as ocorrências internas a eles. Ao executar a medição do produto nacional anual, o economista está buscando avaliar o desempenho da economia com o objetivo de satisfazer as necessidades da sociedade. Assim sendo, ao executar este processo de medição do produto nacional e, portanto, mensurar o desempenho dos mais variados agentes em um país, o economista está optando por somar o valor de todas as transações com bens e serviços finais ocorridas em um ano. Deste modo, como podemos observar na Figura 7.1, nas economias capitalistas os diversos agentes econômicos se relacionam por meio dos mercados, gerando emprego, renda e riqueza. Vejamos:

Mercado de Fatores

Firmas

Indivíduos

Mercado de Produtos

Fluxo Monetário

Fluxo de Bens e Serviços


Aula 7 - Contabilidade Social

Segundo Vasconcellos (2004, p. 268), o modelo apresenta uma economia caracterizada por dois mercados básicos. O primeiro mercado seria aquele caracterizado pelos fatores de produção composto pelo capital (maquinário, equipamentos e edificações), terra, trabalho (mão de obra), tecnologia, recursos naturais (matérias-primas) e que, em última análise, permitem que as firmas produzam bens ou ofereçam serviços aos consumidores deste mesmo mercado. Neste modelo é possível, portanto, afirmar que as firmas compram esses fatores de produção dos indivíduos nos mercados de fatores (que na Figura 7.1 acima são representados pelo Fluxo de Bens e Serviços). Já o Fluxo Monetário representa – obviamente – o retorno deste processo que deriva da “venda” dos indivíduos destes mesmos fatores às firmas. Sabemos que o Produto nacional (Pn) representa o valor monetário de todos os bens finais produzidos na economia em um determinado período; enquanto que a Renda nacional (Rn) representa o total de pagamentos feitos aos fatores de produção que foram utilizados para a obtenção do produto. Ainda segundo Vasconcellos (211, p. 146-147), o total dos pagamentos efetivamente pagos (ou rendimentos) pode ser expresso por uma fórmula conforme mostrado a seguir:

Renda nacional = salários + Juros + aluguéis + Lucros

Ou por meio dos seguintes símbolos: Rn = w + j + a + l

Se somarmos os pagamentos de salários, juros, aluguéis e lucros obtidos pelas atividades de todas as empresas operantes em um determinado país no período entre janeiro e dezembro de um ano, por exemplo, chegaríamos ao valor da Renda Nacional naquele mesmo ano: Produto nacional = despesa nacional = Renda nacional

Gostaria de sugerir calcularmos o Produto Nacional para o ano de 2012 do país fictício representado pelos balancetes das três empresas operantes no período. Vamos lá? O país representado no quadro a seguir produz apenas um tipo de produto final: Biscoitos de Queijo. Este produto é fabricado a partir das atividades executadas em três etapas por firmas responsáveis pela: 1. produção e venda do queijo; 2. produção e venda da farinha de trigo, e 3. produção e venda do biscoito.

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A seguir temos representado os balancetes das operações ocorridas no decorrer do ano 2012. Calcule o Produto Nacional utilizando-se da seguinte fórmula:

´ Atividade 7.1 Despesas Salário Juros Aluguel Lucro Total

Despesas Compra Queijo de Firma A Salários Juros Aluguel Lucro Total

Firma A: Produção de Queijo R$ mil Receitas R$ mil 160 60 Venda do Queijo para Firma B 280 40 20 280 Total 280 Firma B: Produção de Farinha R$ mil Receitas 280 100 20 Venda de Queijo para Firma C 30 60 490 Total

R$ mil

490

490

Firma C: Produção de Biscoito de Queijo Despesas R$ mil Receitas R$ mil Compra do Quiejo da Firma B 490 Salários 120 Juros 40 Venda de Biscoitos ao Mercado 780 Aluguel 60 Lucro 70 Total 780 Total 780


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De forma a consolidarmos estes conceitos, gostaria de sugerir a leitura da definição de Renda Nacional feita por de N.G. Mankiw:

PaLavRa de autoR Renda nacional é a renda total ganha pelos residentes de uma nação na produção de bens e serviços. Difere do Produto Nacional Líquido (PNL) por excluir os impostos indiretos sobre as empresas (como impostos sobre as vendas) e incluir os subsídios às empresas. O PNL e a renda nacional também diferem por causa de uma “discrepância estatística” que surge por causa de problemas com a coleta de dados [...]. Embora as diversas medidas de renda difiram em detalhes, quase sempre nos dizem as mesmas coisas sobre as condições econômicas. Quando o PIB está crescendo rapidamente, essas outras medidas de renda costumam crescer rapidamente. Quando o PIB está em queda, essas outras medidas costumam cair também. Para monitorar as flutuações da economia, não importa muito qual medida de renda utilizamos. (MANKIW, 2004, p. 504)

LeituRas indicadas Caso você queira aprofundar-se no tema medidas de renda, sugiro consultar o livro de Mankiw e ler o quadro “Saiba mais sobre... Outras Medidas de Renda” no qual o autor apresenta uma visão bastante atual do tema e suas aplicações nas economias modernas! MANKIW, N.G. Introdução à Economia, Cap. 23, p. 504.

Renda Pessoal e Renda Pessoal disponível Boyes (2006, p. 211-212) define Renda Pessoal (RP) como sendo a renda nacional ajustada pela renda recebida antecipadamente no ano corrente e pela renda diferida, que não foi recebida no ano corrente.

Segundo esta definição temos os exemplos de seguro social e benefícios sociais como exemplos de renda antecipada no ano corrente. Como exemplo de renda diferida têm-se os lucros retidos de uma empresa que são transferidos (gastos) para investimentos.


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medindo o PiB Real e o PiB nominal Sabemos que o Produto Interno Bruto refere-se à medida em valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos um país em um ano. O PIB deve ser calculado em valores monetários na moeda local do país, por exemplo, em R$ (reais). Mas pode também ser posteriormente representado (convertido) na moeda norte-americana, ou seja, em dólar (US$) de forma a possibilitar análises e comparações com outras economias. Segundo Boyes (2006, p. 212), podemos dizer que o PIB Nominal é a medida da produção nacional com base nos preços atuais dos produtos e serviços, enquanto que o PIB Real refere-se à medida da quantidade final de produtos e serviços obtida pela eliminação da influência das mudanças de preços a partir das estatísticas nominais de PIB. Assim sendo, é muito mais valiosa e precisa a análise do PIB Real em razão desta expurgar as influências, por exemplo, da inflação sobre os preços correntes dos bens e serviços vendidos na economia analisada. Vejamos a seguir um exemplo levantado por Boyes sobre a distorção possível de ocorrer com os valores apurados do PIB Nominal nos Estados Unidos em dois períodos distintos:

PaLavRa de autoR Em 1980, o PIB nominal americano foi de US$ 2,795 trilhões; em 2000, foi de US$ 9,8729 trilhões – um aumento de 250%. Isto significa que os Estados Unidos produziram 250% mais bens e serviços em 2000 que em 1980? Se os números reportados referem-se ao PIB nominal, não há como afirmar com certeza. O PIB nominal não indica se a economia produziu mais bens e serviços, porque ele muda quando os preços mudam e quando a quantidade muda. (BOYES, 2006)

Sempre que quisermos analisar o real crescimento econômico de um país em um determinado período de tempo faz-se necessário o uso dos números divulgados pelo PIB Real. Esses números medem os produtos e serviços a preços constantes, permitindo ao economista identificar a “real” mudança nas quantidades produzidas e descontar os aumentos de preços ocorridos no período em questão (captados pelo cálculo do PIB Nominal). Portanto, é sempre desejável um PIB Nominal também mais alto; mas este acréscimo deve refletir aumento do PIB Real (quantidades produzidas!) e não aumentos de preços (inflação). No exemplo demonstrado pela Figura 7.2 a seguir, os argumentos ficarão mais fáceis de serem entendidos. Assim sendo, no exemplo numérico representado pela Figura 7.2 temos três situações de desempenho do Produto Interno Bruto de um país que – teoricamente – produz apenas dois produtos: carne de frango e ovos.


107

Aula 1 - A natureza dos fundamentos econômicos

´

Figura 7.2 O Produto Interno Bruto - Comparação do Aumento do PIB Nominal e Real do Ano X1

Preço $ Ovos Carnes

Quantidade

Produto $

8

200

1600

12

300

3600

PIB Nominal

5200

Ano X2 Quantidades Aumentam 20% Sobre Ano X1

Ovos Carnes

Ano X3

Inflação 20% Sobre Preços Ano X1

240

1920

12

360

4320

Aumento Sobre X1

Inflação Zero Sobre Preços Ano X1

Quantidades Aumentam 20% Sobre Ano X

8

Ovos Carnes

9,6

240

2304

14,4

360

5184

Aumento Sobre X1

Analisando a Figura 7.2 vemos como as variações do PIB Nominal e PIB Real do Ano X1 para o Ano X2 sobem igualmente 20%, refletindo claramente os aumentos de 20% sobre as quantidades de ovos e carnes. Ou seja, temos aqui apresentada uma situação que poderíamos chamar de ideal, com aumento de produção sem existência de inflação (zero variação nos preços). Tanto o PIB Nominal quanto o PIB Real se elevam em 20%, de $ 5.200 para $ 6.240, representando este mesmo percentual do aumento linear das quantidades produzidas por esta economia. Em um segundo momento, vemos ocorrer no Ano X3 dois movimentos paralelos. Por um lado, observa-se um aumento de 20% nas quantidades produzidas quando comparadas ao Ano X1. Por outro lado, podemos observar que é reportada uma inflação de 20% neste mesmo período (compreendido entre os Anos X1 e X3). Portanto, neste caso o PIB Nominal se eleva de $ 5.200 no Ano X1 para $ 7.488 no Ano X2, um aumento nominal de 44,4% no período. Enquanto que o PIB Real se eleva dos mesmos $ 5.200 no Ano X1 para $ 6.240 no Ano X3, demonstrando que em termos reais sua expansão foi apenas decorrente do aumento de 20% das quantidades vendidas, sem contar a inflação sobre os preços.

Para Pensar O que é mais valioso: o crescimento do PIB Nominal ou o crescimento do PIB Real?

PIB Real

5200

6240

6240

20,0%

20,0%

7488

6240

44,20

20,0%


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Certamente que, com base no que discutimos acima, é preferível mais unidades de bens e mais serviços prestados do que preços mais altos com a mesma quantidade de bens e serviços! Não é mesmo?

LeituRas indicadas Caso você queira estudar um pouco mais em detalhes este tema, sugiro ler o Capítulo 9 do livro Fundamentos de Economia, de M.A.S. de Vasconcellos (2012, p. 139-170), que oferece uma visão ampla sobre a o tema Contabilidade Social e oferece exemplos diferentes dos que estudamos até aqui nesta aula.

tRocando ideias Já estudamos grande parte da teoria referente ao tema Contabilidade Social. Vimos em detalhes como calcular o Produto Nacional e como analisar e computar, ano a ano, os fatores que modificam os valores do PIB Real e PIB Nominal. Assim sendo, você deve ter concluído que se trata de um assunto muito interessante e que oferece excelentes oportunidades de trabalho no Brasil. Agora, responda: qual a formação acadêmica, capacidade, qualidade e habilidade que você acredita que a profissão de economista exigiria? Compartilhe suas conclusões com os colegas em um Fórum no ambiente virtual.

dica

Que tal visitar dois sites bastante interessantes, que completam nosso estudo e contribuem com esta última reflexão? O primeiro é o site do Banco Central do Brasil – Bacen – que oferece informações oficiais atuais e valiosas a respeito do desempenho econômico do país e os valores calculados do Produto Interno Bruto. No site do Bacen você encontrará séries históricas de PIB Nominal, PIB Real e inflação que permitem, inclusive, que você faça simulações como as apresentadas. <www.bacen.gov.br>. Outro site valioso de análise é o do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – que efetivamente calcula o Produto Interno Bruto oficial do Brasil, sendo assim, valiosa referência para estudos e trabalhos futuros. <www.ibge.gov.br>.


109

Aula 7 - Contabilidade Social

Formação de capital por meio de poupança, investimento e depreciação Vimos até agora as transações com bens e consumos correntes e a forma como o desempenho destas transações gera um Produto Nacional crescente ou não. Pode-se imaginar, primeiro, uma situação em que nem toda a renda disponível para a população é gasta, ou seja, sobram recursos para serem economizados (poupados), e possibilitar um consumo no futuro. Segundo, quando as empresas também agem de forma a garantir produções futuras, efetuando gastos (investimentos) em máquinas e equipamentos produtivos, quem sabe para atender ao consumo futuro das famílias! Vamos a partir de agora imaginar tal situação em que parte das famílias resolve poupar (abrir mão de consumo) e as firmas decidem fazer investimentos produtivos visando produção e crescimento futuros. Vejamos os conceitos que precisamos conhecer e analisar para concluirmos nossa análise a respeito desta situação bastante comum nas economias capitalistas:

´

Poupança agregada (s)

É a parcela da Renda Nacional (RN) não gasta (C), consumida, no período de análise, ou seja: s = Rn - c Renda nacional esta composta pela somatória de todos os salários, juros aluguéis e lucros que são recebidos pelas famílias neste país em determinado período de tempo. Ainda segundo Vasconcellos (2012), devemos lembrar que “Poupança é o ato de não consumir no período, deixando-a para consumo futuro”.

´

investimento agregado (i)

Trata-se da parcela dos gastos efetuados para a produção de bens em um determinado período e que não foram consumidos, gerando, conforme destacamos anteriormente, capacidade futura maior de produção. De forma a consolidarmos estes conceitos, gostaria de sugerir a leitura da definição de investimento feita por Vasconcellos:

PaLavRa de autoR O investimento (também chamado de taxa de acumulação do capital) é composto pelo investimento em bens de capital (máquinas e imóveis) e pela variação de estoques de produtos que não foram consumidos (ou seja, a diferença entre o início e o fim do período). Os bens de capital são chamados, nas contas nacionais, de formação bruta de capital fixo. (VASCONCELLOS, 2012, p.149)


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Assim temos que: investimento total = investimento em Bens de capital + variação de estoques das Firmas

Além disso, com a introdução deste importante conceito, podemos então assumir que o Produto Nacional (PN) compor-se-á por Consumo ( C ) mais Investimento (I). Veja:

Pn = c + i

´

depreciação

Sabemos que a depreciação se caracteriza pelo desgaste dos bens de capital em uma firma no período analisado. A obsolescência de máquinas e equipamentos utilizados na produção de bens ou mesmo na prestação de serviços é crucial para mensurarmos a necessidade de mais investimentos se quisermos manter o mesmo nível de produção. Assim sendo, podemos dizer que o nosso Produto Nacional (PN), caso seja deduzido do montante total da Depreciação no ano de análise mostrará um valor inferior no montante desta depreciação passando a se denominar Produto Nacional Líquido (PNL): PnL = PnB - depreciação

conceituando Produto nacional Bruto e Renda Líquida do exterior: relações com o Produto interno Bruto Já estudamos que o Produto Interno Bruto (PIB) representa a somatória de todos os bens e serviços produzidos em um país durante um ano em moeda corrente, a preços de mercado, mas sem considerarmos uma diferenciação entre os fatores de produção de propriedade de residentes no país ou estrangeiros não residentes. Entretanto, em uma economia capitalista, e normalmente aberta a investimentos estrangeiros, muita riqueza é gerada a partir de capital investido por estrangeiros não residentes que, ao auferirem lucros localmente, terminam ao final do período remetendo royalties para seus países de origem como forma de pagamento pelo uso de tecnologia estrangeira. Estes royalties representariam, assim, parte da remuneração de um “conhecimento” estrangeiro investido localmente. Outra parte refere-se aos juros


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Aula 7 - Contabilidade Social

remetidos ao exterior pelo capital empregado localmente, e que também de uma forma ou de outra acaba por financiar consumo e/ou investimentos. O Produto Nacional Bruto, portanto, será o valor do nosso PIB reduzido das rendas enviadas ao exterior através de royalties ou juros (remuneração) sobre o capital investido ou rendas e juros investidos caso empresários nacionais façam o mesmo movimento no exterior. Vejamos:

PnB = PiB + Renda Recebida do exterior – Renda enviada ao exterior

Royalty: Termo utilizado para designar a importância paga ao detentor ou proprietário ou um território, recurso natural, produto, marca ou patente de produtoprocesso de produção, ou obra original, pelos direitos de exploração, uso, distribuição ou comercialização do referido produto ou tecnologia.

A diferença entre a renda recebida do exterior e a renda enviada ao exterior chamamos de Renda Líquida do Exterior (RLE), em que:

PnB = PiB + RLe

saiBa No caso do Brasil, há um fluxo maior de renda remetida ao exterior que da renda recebida. Isto se deve à necessidade constante de importação de tecnologias externas e pela enorme necessidade de investimentos estrangeiros em nossa economia gerando, assim, uma situação em que o PIB é superior ao PNB, que é, portanto, reduzido desta RLE.

Pense nisso Você acha preocupante a dependência de tecnologias e capitais estrangeiros na economia nacional?


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Unidade Unidade Curricular: curricular: Fundamentos Econômicos

síntese Nesta Aula 7 continuamos com as análises relativas à Contabilidade Social que é representativa dos registros das atividades produtivas de uma nação. Inicia omos estudo dos conceitos de Renda Nacional, Renda Pessoal e Renda Pessoal Disponível, bem como tratamos matematicamente estes conceitos de forma a exemplificar e reforçar algumas aplicações práticas. Concluímos a primeira etapa com uma discussão sobre os conceitos de PIB Nominal e PIB Real, e demais conceitos diretamente relacionados com a Formação de Capital em uma economia, por meio da definição de Poupança, Investimento e Depreciação. Estudamos também os temas ligados à formação de capital e suas relações com os modelos econômicos que consideram a poupança doméstica e o investimento produtivo dos industriais. Em seguida, fixamos melhor alguns dos principais conceitos referentes à Contabilidade Social tratando do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao Produto Nacional Bruto (PNB), à Depreciação e ao Produto Nacional Líquido (PNL). Concluímos estudando as relações entre este PIB, PNB e a Renda Líquida do Exterior.

atividades 1. Veja o quadro a seguir. Trata-se de um país que produz apenas Frutas e Legumes. Conforme o exemplo contido na Figura 7.2, analise as condições e complete as lacunas. Depois analise as variações do PIB Nominal e PIB Real dos anos X1, X1, e X3:

Ano X1

Preço $ Frutas

10

Legumes

15

Quantidade

Produto $

PIB Nominal

PIB Real

0

Ano X2 Quantidades Aumentam 20% Sobre Ano X1

Ovos Carnes

Inflação Zero Sobre Preços Ano X1 Ano X3 Quantidades Aumentam 20% Sobre Ano X Inflação 20% Sobre Preços Ano X1

6240 Aumento Sobre X1

Ovos Carnes

Aumento Sobre X1


Aula 7 - Contabilidade Social

AULA

8

Introdução à Teoria da Firma (I) nesta auLa

´ ´ ´ ´ ´ ´ ´

Definindo custos O que são custos totais Custos de oportunidade Custo de capital Lucro econômico zero Variações nos custos no curto e longo prazo Diferença entre os custos das vendas

metas de comPReensÃo ´

Compreender o conceito, o cálculo e as aplicações do Custo Total nas firmas e suas variações nos diversos níveis de produção.

´

Entender e analisar os Custos de Oportunidade.

´

Compreender os conceitos de Custos Fixos e Variáveis e suas aplicações na análise do posicionamento de preços e desempenho da firma.

´ aPResentaÇÃo Nesta aula estudaremos os movimentos das firmas dentro de um sistema econômico que, de uma forma ou de outra, acabam por influenciar a economia de um pais como um todo. Quando estudamos a Teoria da Firma, estamos analisando ações, desempenho das vendas e lucratividade dos negócios, o que nos leva a pensar na questão dos custos totais envolvidos neste processo. Estudaremos também a oferta de bens e serviços, a importância da administração dos custos e seus impactos nas vendas, os custos de oportunidade, os custos de capital, o conceito de lucro econômico zero e as análises de variações do custo nos diversos níveis de produção e vendas.

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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Definindo custos Iniciaremos esta Aula 8 tratando de um conceito muito importante em economia: os custos. Para tanto veremos o exemplo numérico do cálculo dos custos em uma empresa fictícia, a Cia. Industrial Ltda., e conceituaremos custos segundo os critérios e definições comumente adotados no estudo de Fundamentos de Economia. Stock Xchng

Segundo Mankiw (2005, p. 268), toda empresa é criada para ganhar dinheiro, ou seja, dar lucros ao seu controlador ou acionistas. Os economistas normalmente assumem que o objetivo de uma empresa é maximizar o lucro e que esta hipótese funciona bem na maioria dos casos.

Para Pensar Mas o que é o lucro de uma empresa?

Podemos dizer que o lucro se trata do montante que a empresa recebe pela venda de sua produção. À produção vendida chamamos de receita total, ou receita de vendas. Por outro lado, o montante que a empresa paga por seus insumos (matérias-primas e mão de obra, por exemplo) é chamado custo total. Consequentemente, o empresário ficará com a parcela da sua receita de vendas que excede o necessário para cobrir seus custos. Assim


Aula 8 - Introdução à Teoria da Firma (1)

sendo, o lucro será a receita total da empresa reduzida de seu custo total. Ou seja, Lucro = Receita total – custo total

Para Pensar Como devemos pensar a questão da maximização dos lucros da empresa?

Para responder é importante ter em mente um fato: o empresário precisar ter contabilizado os valores de sua receita total e custo total. Do lado da receita, a tarefa é relativamente mais fácil, tanto conceitual como operacionalmente falando, pois implica na multiplicação das quantidades líquidas vendidas (ou seja, vendas totais reduzidas de eventuais devoluções) pelos respectivos preços de venda. Do lado do custo, exige-se um cuidado maior dadas a variedade e a complexidade de itens inclusos nesta análise, conforme veremos com mais detalhes. Mas antes de prosseguirmos tratando dos custos, vamos refletir um pouco sobre a questão da “maximização dos lucros”. Vejamos a seguir o exemplo do desempenho de uma firma que fabrica e vende pão de forma industrializado: Em 2010 a firma faturou R$ 500 mil com a venda de 100 mil unidades a um preço unitário de R$ 5,00 por pacote de pão de forma. Os custos totais representavam 20% do total da Receita de vendas Líquida, ou seja, já descontadas as eventuais devoluções. Se você analisar os dados cuidadosamente, verá que a empresa obteve uma margem líquida de vendas de 80%, ou seja:

margem Líquida de vendas = Receita de vendas – custos totais

Logo:

margem Líquida de vendas = 100% – 20% = 80% margem Líquida de vendas = 0,80 * 500.000,00 = R$ 400 mil de Lucro

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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Pense nisso Será que, ao dobrarmos a Receita Líquida para R$ 1 milhão, esta mesma empresa terá R$ 800 mil de Lucro Líquido? Sim? Não? Qual a sua opinião?

Certamente que, para dobrar o seu faturamento, este nosso empresário teria que pensar muito bem, já que seus Custos Totais poderiam se elevar muito e também modificar a relação (80% Receita / 20% Custos) mencionada, o que reduziria a sua margem de lucros e comprometeria os resultados.

o que são custos totais Toda análise de custos de uma firma exige um profundo conhecimento da estratégia de negócios do empresário. Devemos lembrar que, apesar de obedecer alguns padrões de comportamento, os custos de produção nem sempre se comportam de forma linear com o faturamento de uma empresa. Desta forma, tentaremos responder as questões referentes à apuração dos custos envolvidos no processo produtivo e a análise face ao aumento do faturamento e seus impactos na rentabilidade do negócio. Atualmente, falar em custos significa tratar um tema importantíssimo para a rentabilidade de qualquer operação fabril ou mesmo prestação de serviços. E isto porque a competição acirrada dos mercados e as naturais dificuldades dos industriais em repassarem para os seus preços os aumentos de custos de produção acabam por forçar sua administração de forma a garantir, em última análise, a sustentabilidade e a existência do negócio. Segundo a Teoria da Firma, os custos totais representam o valor monetário de todos os bens e serviços consumidos no processo de produção. Nas indústrias, independente de serem de pequeno, médio ou grande porte, estes custos são controlados e analisados em detalhes, de forma a permitirem sua comparação com os demais números referentes à operação do negócio.


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Aula 8 - Introdução à Teoria da Firma (1)

Stock Xchng

Em nossa análise, dentro do grupo chamado de Custo Total, incluiremos além dos “custos” classificados segundo os critérios contábeis (como matéria-prima, custos de pessoal e depreciação) as “despesas” com vendas, administrativas e financeiras decorrentes dos juros cobrados sobre os empréstimos.

´

exemplo numérico

Vejamos os números reportados pela Cia. Industrial Ltda. conforme apresentados Tabela 8.1:

´

tabela 8.1

Custos Totais da Cia. Industrial Ltda. Matérias Primas Custos com Pessoal - Mão de Obra Depreciação de Máquinas Equipamentos Despesas Vendas e Administrativas Despesas com Juros sobre Empréstimos Custo Total (CT)

R$ mil 9.000 3.400 800 1.200 50 14.450


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É possível perceber na Tabela 8.1. a importância das matérias-primas e dos custos com pessoal na somatória dos Custos Totais. Juntas, as duas despesas são responsáveis por 86% dos Custos Totais, restando 14% para a depreciação e demais despesas.

Custos de oportunidade No estudo da economia, diferentemente dos princípios de finanças e contabilidade, por exemplo, todos os gastos efetivamente incorridos pelo empresário para produzir os seus produtos são considerados e, podemos dizer, “classificados” como Custos Implícitos do Negócio. Segundo Mankiw (2004, p. 269) os custos implícitos são os custos dos insumos que não exigem desembolso de dinheiro por parte da empresa. Por exemplo: quando pensamos em depreciação, os contadores sabem que esta despesa (ou custo, dependendo do caso) não representa efetivamente um desembolso de caixa. Isto porque sabemos que a depreciação de um bem de capital, como máquina ou equipamento, ocorre dentro das regras contábeis no decorrer do período de análise e de apuração dos resultados, mas sem que haja efetivo desembolso de caixa. A depreciação para o contador ou financista é, assim, um montante analisado e importante na análise econômico-financeira e gerencial, mas que não exige desembolso de recursos. É algo apenas “contábil”. Para o economista, a “depreciação” é considerada como “custo” da mesma forma que o pagamento de salários. Por outro lado, e também segundo Mankiw (2004, p. 269), os custos explícitos são os custos dos insumos que exigem desembolso de dinheiro por parte da empresa. Assim, tanto nas firmas grandes como pequenas percebemos diferenças nas formas como economistas e contadores “enxergam” os desembolsos ou os valores classificados como custos ou despesas. Portanto, podemos dizer que sempre existirão diferenças na análise do desempenho de uma mesma firma quando compararmos a visão de um economista a de um contador. As diferenças residem principalmente nos conceitos de custos explícitos e custos implícitos na visão do economista. Vejamos agora um ponto de vista de um economista a respeito dos conceitos discutidos:


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Aula 8 - Introdução à Teoria da Firma (1)

PaLavRa de autoR A distinção entre custos explícitos e custos implícitos aponta para uma diferença importante entre as maneiras como os economistas e os contadores analisam as empresas. Os economistas estão interessados em estudar como as empresas tomam decisões de produção e de determinação de preço. Como essas decisões se baseiam em custos tanto explícitos quanto implícitos, os economistas incluem os dois tipos ao calcular o custo da empresa. Os contadores, por outro lado, têm por função acompanhar o fluxo do dinheiro que entra e sai da empresa. Por isso eles medem os custos explícitos, mas geralmente ignoram os implícitos. (MANKIW, 2005, p. 269)

Em outras palavras, sempre que o economista pensar em custo estará, basicamente, pensando no conceito de custo de oportunidade, ou seja, todas as coisas às quais renunciamos para obtermos outra. Assim, quando se referem ao custo de produção de uma empresa, os economistas estão incluindo todos os custos de oportunidade envolvidos na produção dos bens e serviços. Sendo que, muitas vezes, os comportamentos desses mesmos custos de oportunidade de produção das firmas não são facilmente previsíveis assim quando ocorrem variações nas quantidades produzidas. Logo, no nosso exemplo da Cia. Industrial Ltda. mostrado anteriormente, um simples aumento nas vendas pode levar a um aumento não esperado dos custos totais. Pode inclusive ser muito superior ao esperado inicialmente, o que poderia, inclusive, comprometer a rentabilidade da estratégia, ou seja, corroer o lucro do negócio! Stock Xchng


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

atividades Observe a estrutura de Custos da Fábrica de Brinquedos Infantis S.A. apresentada a seguir:

´

atividade 8.1

Custos Totais da Fábrica de Brinquedos Infantis S.A. Matérias Primas Custos com Pessoal - Mão de Obra Depreciação de Máquinas Equipamentos Despesas Vendas e Administrativas Despesas com Juros sobre Empréstimos Custo Total (CT)

R$ mil 15.000 8.000 2.000 3.500 2.000 30.500

Sobre o CT 49% 26% 7% 11% 7%

Qual é a importância das matérias-primas e dos custos com pessoal na somatória dos Custos Totais? E qual a importância da depreciação e demais despesas? O que é possível observar na estrutura de custos da Fábrica de Brinquedos?

Considere a possibilidade de aumento significativo das vendas de brinquedos e a consequente aumento do faturamento de vendas. O que, em sua opinião, poderia vir a ocorrer com cada um dos itens de custos apresentados em termos de variação de seus valores? Analise caso a caso.


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Aula 8 - Introdução à Teoria da Firma (1)

tRocando ideias Gostaria de sugerir uma discussão em grupo. Vá ao Fórum virtual e discuta o que você pensou a respeito do exposto anteriormente e, mais especificamente, a forma como respondeu as questões referentes à Fábrica de Brinquedos Infantis S.A. Vamos lá?

custo de capital Segundo Boyes (2006, p. 101), o custo de capital também é um custo de oportunidade. O capital representado pelos equipamentos, maquinário e instalações necessários para a operação da firma tanto pode ser adquirido por meio de empréstimos (dívida) como pode ser fornecido pelo proprietário da firma (capital de contrapartida). Sendo que, no caso de uma empresa de capital aberto, seus proprietários são os acionistas ou investidores. O custo da dívida será representado pelos juros que precisarão ser pagos ao sistema financeiro, por exemplo. Enquanto que o custo do capital de contrapartida é o ganho alternativo que o empresário (proprietário) poderia ter auferido com o investimento em outra empresa ou negócio. Ou seja, mais uma vez aqui temos o nosso já conhecido conceito de custo de oportunidade como essencial em nossa análise. Mais uma vez, e se fizéssemos um paralelo com a análise efetuada pelo trabalho dos contadores, poderíamos dizer que os economistas consideram o custo de oportunidade do capital de contrapartida como o elemento que distingue o lucro econômico do lucro contábil. Assim sendo, o lucro apresentado nas demonstrações financeiras publicadas mensal, trimestral, semestral ou anualmente pelas empresas vem apresentar ao mercado e investidores um lucro apurado por métodos contábeis. Lucro este, aliás, apurado pelas regras contábeis em vigor, que consideram as receitas efetuadas menos as despesas e custos incorridos no processo. Enquanto que o resultado apurado economicamente também considera, ao final da apuração, o custo de oportunidade que o proprietário incorreu ao investir no seu negócio. Assim sendo: Lucro contábil = Receita de vendas – custos e despesas (trabalho, terra, juros sobre o capital) Lucro econômico = Lucro contábil – custo de oportunidade do capital de contrapartida


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

´

exemplo numérico

A Empresa Comercial Ltda. apresentou um Lucro Líquido anual em 2010 de R$ 15.500 mil apurado pelos seus contadores e reportado ao mercado por meio da sua Demonstração de Resultados do Exercício findo em 31-Dez-2010. O Custo do Capital da empresa foi de R$ 8.200 mil neste período, o que gerou assim um Lucro Econômico de R$ 7.300 mil (R$ 15.500 mil de lucro líquido, subtraído dos R$ 8.200 mil de custo de capital).

dica

Sugiro conhecer e explorar o site do jornal O Estado de S.Paulo na área dedicada às análises econômicas e de negócios. Você encontrará notícias e análises sobre muitos dos principais negócios desenvolvidos pelas principais empresas nacionais e estrangerias direta e indiretamente relacionadas com o Brasil. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/>.

Leia a seguir um trecho de uma notícia extraída do portal do Estadao que tem muito a ver com nosso tema de Custo de Capital:

saiBa odebrecht: private equity não deve focar infraestrutura Os fundos de private equity, que compram participações em empresas, não devem aportar grandes recursos em projetos de infraestrutura, na opinião do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. “Não entendi qual será o papel desses investidores no desenvolvimento da infraestrutura brasileira. Os fundos de private equity podem investir numa empresa, mas não em um único projeto”, avaliou ele. O executivo participa da abertura do congresso anual da Associação Brasileira de Private equity e Venture Capital (ABVCAP). O investimento não faz sentido, segundo Odebrecht, uma vez que os projetos de infraestrutura não entregam o retorno esperado por esses fundos e não há liquidez para fazer desinvestimentos. “Em qualquer projeto, os dividendos vêm somente depois de dez anos”, atentou ele. Sobre a possibilidade de os fundos de private equity investirem nesses projetos via parceria público-privada, as chamadas PPPs, Odebrecht destacou que estes investidores têm desconforto em lidar com o risco governo. “Em PPPs, há riscos regulatórios, de crédito e de garantia”, justificou ele. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios-geral,odebrecht-privateequity-nao-deve-focar-infraestrutura,150663,0.htm>. Acesso em: 21 abr. 2013.

Algumas situações de mercado podem impor desafios aos empresários. Assim, seja em função de um lucro contábil aquém do desejado ou um custo do capital muito elevado, é possível uma empresa apresentar um Lucro Econômico negativo.


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Aula 8 - Introdução à Teoria da Firma (1)

Na verdade, nestas situações, seria mais vantajoso ao capitalista aplicar o seu recurso financeiro disponível em outros negócios mais lucrativos (que oferecem retornos maiores no mesmo período de análise) ao investirem este mesmo capital no negócio.

Para Pensar Você conseguiria pensar em uma situação em que o lucro econômico se torna negativo?

Lucro econômico zero Alguns economistas ainda completam esta análise a respeito dos custos de capital e seu impacto nos negócios e nas decisões de investimento com o conceito de lucro econômico zero. Veja um exemplo que explica bem este conceito e possibilidade: A Empresa Exportadora Ltda. apresentou os seguintes resultados no ano de 2011 (31-Dez-2011): Lucro de R$ 25.000 mil e Custos Totais de R$ 17.230 mil, o que permitiu apresentar aos acionistas um Lucro Líquido do Período de R$ 7.770 mil. Sabemos que os acionistas haviam investido R$ 37.000 mil sob a forma de injeção de capital no negócio em 1-Jan-2011 com a expectativa de retorno sobre este capital da ordem de 21% a.a. Ou seja:

custo de oportunidade do capital = R$ 37.000 mil * 0,21 = R$ 7.770 mil

Como calcular o Lucro Econômico? Lucro Econômico Oportunidade Capital.

=

Lucro

Líquido

do

Período

Lucro econômico = R$ 7.770 mil – R$ 7.770 mil = zeRo

LeituRas indicadas Sugiro a leitura do artigo “Lucro Verdadeiro versus Lucro Fictício”, em: MANKIW, N. G. Introdução à Economia de N.G. Mankiw, 2004, Cap. 13, p. 271.

-

Custo


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Variações nos custos no curto e longo prazo Os custos totais de uma firma podem variar no decorrer do tempo por diversas razões e fatores. Na verdade, o primeiro e principal fator modificador dos custos será sempre a variação dos preços dos insumos necessários à produção como o preço da mão de obra (aumento dos salários e encargos), os preços das matérias -primas empregadas, o custo de energia elétrica, gás natural, suprimento de água, entre diversos outros itens indispensáveis à produção e operação do negócio. Os custos podem também variar em razão de mudanças nos processos produtivos que podem, certamente, aumentar ou reduzir o custo total de fabricação de um bem pela firma. Neste sentido, poderíamos dar como exemplo, a modificação de um componente tecnológico, a entrada em operação de um novo método de produção ou maquinário que, de uma forma ou de outra, modifique a forma como a firma fabrica o bem ao mercado. Aqui caberia um breve comentário a respeito deste fator tecnologia: certamente que um empresário ao inserir um componente tecnológico no processo pode até aceitar um aumento momentâneo de custos de produção (ou seja, no curto prazo), Mas, certamente, no médio e longo prazo buscará sempre ganhos de eficiência e produtividade que compensem tal investimento em bens de capital! Assim, a importante pergunta que o economista faz neste momento é: será que os aumentos de produção poderão compensar os investimentos efetuados e gastos com os fatores de produção de modo que, unitariamente, cada produto ao sair da linha de fabricação terá o seu custo unitário mais baixo? Esta pergunta é muito relevante em nossos estudos já que economicamente não há como justificarmos aumentos de produção sem um relativo (marginal) ganho no custo unitário de produção e, consequentemente, aumento da rentabilidade da firma.

´ Tabela 8.2 Fábrica de Utensílios Domésticos - (Valores em R$ mil) Nível de Custos Fixos Custos CPV Variação nos Produção (Mil R$ Variáveis R$ Total R$ Custos R$ Unidades) 1 800 1200 2.000 2 800 1.500 2.300 300 3 800 1.875 2.675 375 4 800 2.344 3.144 469 5 800 2.930 3.730 586 6 800 3.662 4.462 732 7 800 4.578 5.378 916 8 800 5.722 6.522 1.144 9 800 7.153 7.953 1.431 10 800 8.941 9.741 1.788


Aula 8 - Introdução à Teoria da Firma (1)

Na Tabela 8.2. percebemos que independente do nível de produção, ou seja, de 1 mil ou 10 mil unidades, a segunda coluna de Custos Fixos apresenta o mesmo valor: R$ 800 milhões. Da mesma forma, a Fábrica de Utensílios Domésticos nos informa que os Custos Variáveis compostos pelos itens de fatores de produção variáveis e que crescem em linha com o número de unidades produzidas obedece a uma lógica. Ou seja, crescem 20% a partir do segundo nível de produção (2 mil unidades) a um fator de 20% sobre o custo anterior. Assim sendo vejamos, por exemplo, que o empresário pode aumentar o seu nível de produção de 3 mil para 4 mil unidades contanto que seus custos variáveis subam de R$ 1.875 para R$ 2.344 mil, ou seja, apresentem um acréscimo de 20% nos custos variáveis de R$ 469 mil, ou seja um aumento de R$ 469,00 por utensílio a mais fabricado. Nesse caso, portanto, a princípio poderíamos afirmar que somente valerá a pena a este empresário aumentar o seu nível de produção em 1 mil unidade a mais de venda caso possa ser efetuada a um nível de preços que compense os 20% de aumento de custos (ou seja R$ 469,00).

Diferença entre os custos das vendas Importante lembrarmos também que o economista deve saber que existem classificações destes Custos das Vendas segundo os seguintes critérios: •

Custo das Mercadorias Vendidas (CMV);

Custo dos Serviços Prestados (CSP);

ou Custo dos Produtos Vendidos (CPV).

Assim, quando nos referimos aos custos em uma empresa comercial, ou seja, que compra mercadorias para a sua posterior venda, o CMV espelhará na sua totalidade o valor das baixas dos estoques das mercadorias no momento de sua venda aos clientes. Quando nos referimos aos custos em uma empresa prestadora de serviços, o CSP espelhará os custos (gastos) com mão de obra, custos de materiais e demais gastos gerais diretamente ligados à atividade de prestações do serviço. Enquanto que, ao analisarmos os custos de uma empresa industrial, os valores apurados destes gastos com o CPV referem-se em sua totalidade aos valores que integram os custos de produção de cada período. Neste sentido, e conforme já discutimos anteriormente, os custos serão compostos pelos gastos referentes às matérias-primas utilizadas no processo produtivo; mão de obra diretamente ligadas à produção, demais materiais auxiliares ligados à produção e gastos gerais de fabricação como, por exemplo, energia elétrica, gás natural, água, entre outros.

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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Pense nisso Você conhecia a diferença nas apurações e classificações dos custos entre uma empresa comercial, prestadora de serviços e industrial? Percebeu as principais diferenças na apuração de resultados entre empresas de ramos de atividades tão diferentes?

LeituRas indicadas Se você está interessado em estudar um pouco mais sobre custos de oportunidade e níveis de produção, e perceber como as estratégias são estabelecidas pelos empresários, sugiro a leitura do Capítulo 1 “A economia e o pensamento econômico”, de: VASCONCELLOS, M.A., PINHO, D.B. (Org.). Manual de Economia. 5.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2004, p. 12-13.

LeituRas indicadas Para você interessado em ler mais a respeito de custos de produção, o livro do Mankiw apresenta uma análise introdutória do tema em linha com o que estudamos nesta Aula 8. MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia, 3.ed. São Paulo: Thomson, 2004, p. 272-274.

síntese Nesta Aula 8 estudamos a Teoria da Firma e as decisões tomadas pelos seus administradores no sentido de maximizarem seus desempenhos e resultados: o nível de vendas, a administração dos custos fixos, variáveis e totais, e em última análise, a rentabilidade e viabilidade do negócio. Na verdade, analisamos os custos totais envolvidos no processo produtivo que balizam a lucratividade da firma face ao faturamento e às vendas efetuadas. Estudamos também a oferta de bens e serviços efetuada em um ambiente de competição perfeita onde poderemos assumir que o mercado apresenta condições propícias à otimização das ações conduzidas pelo industrial. Assim, além de discutirmos os papeis dos custos, tratamos dos custos de oportunidade, os custos de capital, o conceito de lucro econômico zero e as análises de variações do custo nos diversos níveis de produção e vendas.


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Aula 8 - Introdução à Teoria da Firma (1)

atividades 1.Veja o exemplo apresentado na Tabela 8.2. Suponha que o empresário deseje subir seu nível de produção de 4 para 5 mil unidades fabricadas. Qual a variação no Custo Fixo total envolvido? Qual o Custo Variável total necessário? Qual o aumento unitário de custos?


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Unidade Curricular: Fundamentos Econ么micos


Aula 9 - Introdução à Teoria da Firma (2)

AULA

129

9

Introdução à Teoria da Firma (II) nesta auLa

´ ´ ´

A função de produção Curvas de custo total e faturamento Custos médios e custos marginais

metas de comPReensÃo ´

Apresentar a relação entre a quantidade de insumos e a produção de um determinado segundo a função de produção.

´

Compreender a importância do entendimento das relações entre as curvas de custo total e o faturamento.

´

Conceituar custos médios e custos marginais e compreender sua importância na análise do desempenho da firma.

´ aPResentaÇÃo Nesta aula apresentaremos o conceito de uma função de produção, e sua relação com a quantidade de insumos e a produção de um determinado bem. Estudaremos também as relações entre as curvas de Custo Total e o Faturamento, como são apresentadas graficamente e como podemos analisar o desempenho a partir de suas análises. Conceituaremos custos médios e os custos marginais de forma a compreendermos a importância na análise dos números face ao desempenho da firma.


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

a função de produção Podemos dizer que uma função de produção mostra a relação entre a quantidade de insumos e a produção de um determinado bem. Para obtermos uma função de produção que mostra as quantidades produzidas de refrigerantes em função do custo total de mão de obra de seus trabalhadores empregados no processo, devemos apresentar graficamente os dados referentes à coluna de quantidade produzida (em milhares) no eixo vertical versus os dados relativos à coluna de custo total (R$ mil) no eixo horizontal do gráfico. Stock Xchng


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Aula 9 - Introdução à Teoria da Firma (2)

Para elaborarmos o gráfico vejamos a seguir a Tabela 9.1, que apresenta os números referentes à fábrica de refrigerantes e todas as informações referentes ao faturamento em R$ (mil), o preço em R$, os diversos níveis de produção e os diversos custos envolvidos (custos fixos e custos variáveis de mão de obra), além dos cálculos de seus custos médios e marginais:

´

tabela 9.1 tabela de Preços e Quantidades - Fábrica de Refrigerantes

Faturamento R$ Mil

150 300 600 900 1500 2100 3000 3600 4200 4350

Preço R$

Quant Produzida (Mil)

30 30 30 30 30 30 30 30 30 30

5 10 20 30 50 70 100 120 140 145

Custo Fixo CF (R$ Mil)

800 800 800 800 800 800 800 800 800 800

Custo Variável CV (R$ Mil)

Custo Total CT (R$ Mil)

80 120 180 270 405 608 911 1.367 3.500 5.250

880 920 980 1.070 1.205 1.408 1.711 2.167 4.300 6.050

Lucro / Prejuízo (R$ Mil)

-730 -620 -380 -170 295 693 1.289 1.433 -100 -1.700

Custo Fixo Médio Cfme (R$)

Custo Variável Médio CVme (R$)

Custo Total Médio CMé (R$)

Custo Total Marginal CMg (R$)

160,0 80,0 40,0 26,7 16,0 11,4 8,0 6,7 5,7 5,5

16,0 12,0 9,0 9,0 8,1 8,7 9,1 11,4 25,0 36,2

176,0 92,0 49,0 35,7 24,1 20,1 17,1 18,1 30,7 41,7

8,0 6,0 9,0 6,8 10,1 10,1 22,8 106,7 350,0

Para entendermos o que ocorre na Tabela 9.1 e nos dois gráficos que apresentaremos a seguir, é necessário apresentarmos os conceitos de produto marginal e produto marginal decrescente.

PaLavRa de autoR O produto marginal é o aumento da produção decorrente de uma unidade a mais de insumo (custos). Enquanto que o produto marginal decrescente é a propriedade segundo a qual o produto marginal de um insumo diminui à medida que a quantidade do insumo aumenta. (MANKIW, 2004, p. 272-273)

custo total médio custo Fixo médio custo variável médio custo marginal

É o custo total dividido pela quantidade produzida. É o custo fixo dividido pela quantidade produzida. É a somatória dos custos variáveis dividida pela quantidade produzida. Representa o aumento do custo total decorrente do aumento em uma unidade da produção.


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

´ Gráfico 9.1. – Função de Produção de Refrigerantes:

Quantidade Produzida versus Custos Totais de Mão-de-Obra

Função de Produção-F ábrica de Refrigerantes 160

Quantidade Produzida

140

120 100 80 60

40 20 0 Custo 8809 Total CT (R$ Mil)

20

9801

.070

1.2051

.408

1.7112

.167

2.850

Segundo Mankiw (2004, p. 273), a inclinação da função de produção apresentada no Gráfico 9.1. mede o produto marginal de um trabalhador. Com o aumento do número de trabalhadores o produto marginal diminui e a função de produção se mostra mais horizontal. Assim, quanto mais se contrata trabalhadores para a fábrica, cada trabalhador adicional contribui menos para a produção de refrigerantes. Em nosso exemplo anterior, o custo de um trabalhador adicional representado pelos custos variáveis sobe mais rapidamente que as receitas adicionais obtidas a partir de 140 mil unidades produzidas, Veja como o aumento da receita não compensa o aumento do custo variável decorrente da contratação e novos trabalhadores, o que corrói os lucros da empresa a partir deste estágio. Observe o comparativo:

´ Comparativo Receita vs Custos Quant Produzida (Mil) 5 10 20 30 50 70 100 120 140 145

Aumento do Custo Variável (R$ Mil) 40 60 90 135 203 304 456 2.133 1.750

Aumento da Receita (R$ Mil) 150 300 300 600 600 900 600 600 150


Aula 9 - Introdução à Teoria da Firma (2)

Sabemos que as empresas normalmente tomam suas decisões de investimento, produção e vendas com base nas informações normalmente apresentadas na Tabela 9.1. Isto porque, a partir das análises das informações obtidas com a organização dos dados a respeito do nível de produção e vendas, custos e rentabilidade (lucros ou prejuízos), o empresário decide ou não pela alocação de seus meios de produção neste processo. Assim, se observarmos mais uma vez as informações contidas na Tabela 9.1, vemos que a empresa apresentará, a princípio, melhorias de resultados com o aumento de suas unidades produzidas e efetivamente vendidas de refrigerantes. Portanto, podemos concluir pelos números apresentados que, até a quantidade reportada de 30 mil garrafas, o negócio não se mostra lucrativo. Apresenta prejuízo decrescente (saindo de R$ 730 mil com a produção de 5 mil unidades para R$ 170 mil para uma produção de 30 mil unidades). Este fato ocorre em razão dos custos fixos e variáveis de mão de obra consumirem os resultados até este nível de produção. Em um segundo momento (ou nível de produção) apresentado na Tabela 9.1 podemos observar que a Fábrica de Refrigerantes começa, efetivamente, a apresentar resultados positivos, ou seja, lucros crescentes. Neste estágio de produção e vendas, que vai de 50 até 120 mil unidades, a referida operação se mostra lucrativa, ou seja, o faturamento supera os custos totais representados pela soma dos custos fixos e custos variáveis de produção. Por exemplo, ao produzir e vender 120 mil unidades de refrigerantes, a fábrica apresenta um faturamento de R$ 3.600 mil para um custo total de R$ 2.167 mil, gerando um lucro de R$ 1.433 mil. Observe mais uma vez que as situações e condições de produção e vendas se revertem a partir deste estágio de produção. Isto porque, a partir de 140 mil unidades de refrigerantes vendidas, o custo total (R$ 4.300 mil) supera a receita total (R$ 4.200 mil). Mas o que pode ter gerado tal reversão nos resultados? Na verdade, conforme apresentamos no Gráfico 9.2 a seguir, o ritmo de crescimento dos custos variáveis ultrapassou o ritmo de crescimento do faturamento. Devemos lembrar, obviamente, que os custos fixos são constantes (fixos) em R$ 800 mil para qualquer nível de produção! Assim sendo, o empresário deverá, a princípio, optar por não atender a demandas de mercado acima das 120 mil unidades analisadas anteriormente, caso contrário terá prejuízo em suas operações. Vejamos esta análise graficamente:

133


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

as curvas de custo total e Faturamento

Valor do Faturamento e Custos em R$ Mil

´

Gráfico 9.2 – Comparação entre Custos Totais e Faturamento

7000

Fábrica de Refrigerante: Faturamento & Custo Total

6000 5000 4000 3000

Faturamento R$ Mil

2000

Custo Total CT (R$ Mil)

1000 0

12345678

91

0

Unidades Vendidas e Produzidas (x Mil)

Quando analisamos graficamente o exposto, vemos claramente que a partir de 30 mil unidades vendidas (eixo horizontal) a reta de faturamento está acima da curva de custo total, e que esta condição se manterá até o nível de 120 mil unidades. Depois deste nível de produção vendas, o custo total volta a ultrapassar o faturamento (no gráfico vemos a curva posicionar-se acima da reta de faturamento). Importante destacarmos aqui que não há uma obrigatoriedade de os custos ou receitas comportarem-se como curvas ou retas no curto prazo na análise de desempenho de uma empresa. Desta maneira, devemos lembrar que, no caso da Fábrica de Refrigerantes, o fato dos números referentes ao faturamento comportarem-se graficamente como uma reta, enquanto os custos comportam-se como uma curva, é apenas um exemplo. Assim, podem ocorrer variações em outros casos que você venha eventualmente a analisar!

tRocando ideias Observe como a inclinação da função de produção diminui, enquanto a curva de custo total aumentou significativamente com a quantidade produzida! Com base nos números que apresentamos sobre a Fábrica de Refrigerantes, quais ações você tomaria como consultor deste negócio de forma a reverter situações apresentadas como prejuízo nas condições de faturamento e custos acima? Onde o empresário deveria focar a sua atenção, ou quais decisões tomar de forma a poder vender, por exemplo, quantidades acima de 120 mil unidades e ainda ter lucros? Discuta este as suas conclusões e sugestões ao empresário no Fórum Virtual com seus colegas.


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Aula 9 - Introdução à Teoria da Firma (2)

Stock Xchng

LeituRas indicadas Que tal ler o Capítulo 6 – Custos de Produção do livro Fundamentos de Economia, de M. A. S. Vasconcellos (2011, p. 102-106): Há uma excelente análise e exemplos de maximização do lucro total da firma.

custos médios e custos marginais Mankiw (2004, p. 277) inicia a sua análise sobre custo médio e custo marginal fazendo duas perguntas a respeito da tomada de decisão por parte do empresário e que cabem perfeitamente em nossa análise da Fábrica de Refrigerantes analisada nesta nossa Aula 9: Quanto custa fazer um refrigerante a mais? Quanto custa aumentar a produção de refrigerantes em uma unidade do produto?

PaLavRa de autoR Embora à primeira vista possa parecer que essas duas perguntas têm a mesma resposta, isso não ocorre. As duas respostas são importantes para se entender como as empresas tomam decisões de produção. (MANKIW, 2004, p. 277)


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Assim, temos sempre que dividir os custos da empresa pelo total da quantidade produzida se desejar calcular o custo médio correspondente, que é chamado também de “custo da unidade típica”. A partir de nosso exemplo na Tabela 9.1, podemos calcular os custos totais médios para cada um dos níveis de produção a partir da seguinte fórmula: custo total médio = custo total / Quantidade Produzida Vejamos este cálculo a seguir com base na adaptação da Tabela 9.1:

´

cálculo do custo total médio

Quant Produzida (Mil) A 5 10 20 30 50 70 100 120 140 145

Custo Total CT (R$ Mil) B 880 920 980 1.070 1.205 1.408 1.711 2.167 4.300 6.050

Cálculo do Custo Total Médio (R$) B/A 176,0 92,0 49,0 35,7 24,1 20,1 17,1 18,1 30,7 41,7

Pense nisso Estes índices são realmente importantes de serem calculados?

Na verdade, embora seja valioso conhecer o custo médio de um produto da Firma em função de um determinado nível de produção e assim saber o custo da unidade típica produzida, este indicador não nos oferece uma resposta para o custo deste mesma unidade caso o empresário decida, por exemplo, aumentar o nível de produção. Este aumento do custo da unidade típica decorrente do aumento de uma unidade a mais no nível de produção é o que já definimos anteriormente como sendo o custo marginal de produção, que pode ser assim definido: custo marginal = variação do custo total / variação da Quantidade


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Aula 9 - Introdução à Teoria da Firma (2)

PaLavRa de autoR O custo total médio nos diz o custo de uma unidade típica de produto se o custo total for dividido por igual entre todas as unidades produzidas. O custo marginal nos diz em quanto aumenta o custo total em decorrência da produção de uma unidade adicional de produto. (MANKIW, 2004, p. 277)

LeituRas indicadas Leia no livro Fundamentos de Economia de M. A. S. Vasconcellos, as páginas 93 a 97, em que se apresentam os conceitos e exemplos de cálculo do Custo Médio e Custo Marginal.

Vamos agora observar o cálculo do Custo Marginal de nosso exemplo da Fábrica de Refrigerante e discutir os números apresentados com base na discussão efetuada anteriormente.

´

cálculo do custo total marginal Quant Produzida (Mil) A 5 10 20 30 50 70 100 120 140 145

Custo Total CT (R$ Mil) B 880 920 980 1.070 1.205 1.408 1.711 2.167 4.300 6.050

Cálculo do Custo Total Marginal (R$) B/A 8,0 6,0 9,0 6,8 10,1 10,1 22,8 106,7 350,0

Veja como o Custo Marginal se eleva a cada nível de produção superior. Perceba que há, portanto, uma enorme dificuldade do empresário em elevar a sua produção e a sua venda e ao mesmo tempo manter a sua lucratividade nos mesmos níveis do padrão de produção anterior. Este comportamento do Custo Marginal explica, mais uma vez, a razão pela qual observamos o lucro transformar-se em prejuízo a partir do momento em que este empresário resolve atingir o nível de 140 mil unidades de produção e vendas.


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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

Pense nisso Com base no exposto, percebemos que o empresário tem em sua estrutura produtiva custos variáveis que se elevam em demasiado durante todos os níveis de produção, mas que, quanto mais alto for este nível, mais rápido este custo se eleva. Como resultado, a Tabela 9.1 nos mostra custos marginais muito altos para produção acima de 120 mil unidades, o que inviabiliza o negócio.Por outro lado, os preços poderiam subir, e o empresário voltar a ter lucros! O que poderíamos dizer a respeito desta estratégia? Será que há espaço na economia competitiva para aumento de preços em linha com aumento de custos variáveis?

dica O site da Petrobras tem uma série de informações e dados valiosos e bem detalhados a respeito de custos e, mais especificamente, dos custos ligados à exploração e produção de petróleo e gás natural, dentre outros que fazem parte da matriz produtora desta importante empresa brasileira de energia. <www.petrobras.com.br>

LeituRas indicadas Veja o exemplo de análise de produção e custos encontrados no site da Petrobras. Trata-se de uma apresentação intitulada “Desafios tecnológicos para o gás natural”, de Newton Reis de Moura, de novembro de 2007. Sugiro a leitura deste material pensando nos temas ligados ao nosso estudo. Disponível em: <www.petrobras.com.br/minisite/ premiotecnologia/pdf/TecnologiaGas_DesafiosTecnologicosGasNatural.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2013.

LeituRas indicadas De forma a concluirmos o nosso estudo a respeito dos custos dentro da Teoria da Firma, seria interessante ler com cuidado o Capítulo 7 – Teoria da Firma: A Produção e a Firma, do livro: M. A. S. Vasconcellos et al.Manual de Economia – Equipe de Professores da USP.


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Aula 9 - Introdução à Teoria da Firma (2)

síntese Nesta Aula 9 estudamos o conceito de uma função de produção e sua relação com a quantidade de insumos e a produção de um determinado bem. Vimos também as relações entre as curvas de Custo Total e o Faturamento, como estas são apresentadas graficamente e como podemos analisar o desempenho a partir de suas análises. Aprendemos como fazer os gráficos de custo total e receita total e como apresentar os dados em formas de tabelas e compreender as relações entre os números e indicadores que podemos calcular para cada nível e produção, como são os casos do custo médio e do custo marginal. Conceituamos custos médios e os custos marginais de forma a compreendermos a importância na análise destes números face ao desempenho da firma.

atividades 1. Veja a Tabela a seguir, referente à Fábrica de Doces Ltda.

a)

´

Calcule e complete as colunas de Receita Total (RT) e Custo Total (CT).

Fábrica de doces Ltda.

Faturamento R$ Mil

Preço R$ 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60

Quant Produzida (Mil) 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Custo Fixo CF (R$ Mil) 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

Custo Variável CV (R$ Mil) 70 80 90 100 120 130 140 150 300 450

Custo Total CT (R$ Mil)

Lucro / Prejuízo (R$ Mil)


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b) Faça o Gráfico de Receita Total versus Custo Total da Fábrica de Doces:

´ Fábrica de Doces Ltda.

Faturamento e Custo Total

GRÁFICO - FÁBRICA DE DOCES

Quantidades Produzidas


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Aula 9 - Introdução à Teoria da Firma (2)

atividades 2. Estude a Tabela que mostra os faturamentos e custos da Fábrica de Chocolates ABC Ltda. apresentada a seguir. Calcule os Custos Médios e Marginais e conclua a respeito da rentabilidade destas operações. a)

Há algum padrão nos comportamentos dos custos marginais?

b)

A empresa apresenta lucro sempre a qualquer nível de produção e vendas?

Faturamento R$ Mil

390 455 520 585 650 715 780 845 910 975

Preço R$

Quant Produzida (Mil)

65 65 65 65 65 65 65 65 65 65

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Custo Fixo CF (R$ Mil)

Custo Variável CV (R$ Mil)

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

70 80 90 100 120 130 140 150 300 450

Custo Total CT (R$ Mil)

570 580 590 600 620 630 640 650 800 950

Custo Total Médio R$

Custo Total Marginal R$


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Unidade Curricular: Fundamentos Econ么micos


Aula 10 - Concorrência e estrutura de mercados

AULA

10 Concorrência e estrutura de mercados nesta auLa

´ ´ ´ ´

O monopólio puro A questão das concorrências indiretas e da concorrência potencial O monopólio natural A concorrência perfeita, o oligopólio e a competição monopolística

metas de comPReensÃo ´

Apresentar e discutir o conceito de competição imperfeita.

´

Conhecer em detalhes os mercados de competição perfeita e mercados monopolizados.

´

Apresentar as características dos monopólios naturais.

´

Analisar cada estrutura face à realidade do Brasil.

´

Apresentar conceitualmente a competição monopolística e o oligopólio.

´ aPResentaÇÃo Nesta aula vamos discutir diversos aspectos relacionados ao conceito de competição imperfeita nos mercados, ou seja, as situações nas quais os empresários encontram dificuldades, barreiras e mercados assimétricos que não permitem uma competição que poderíamos chamar de “equilibrada” entre os seus agentes. Veremos também os conceitos de monopólio puro, o monopólio natural das concessionárias e a questão das concorrências indiretas e da concorrência potencial. Estudaremos a seguir a competição perfeita, que representa o outro extremo da situação de monopólio, ou seja, as duas realidades opostas nos ambientes de mercado. Concluiremos com a conceituação e uma análise do oligopólio e da competição monopolística.

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Unidade Curricular: Fundamentos Econômicos

o monopólio puro Segundo Mankiw (2005, p. 314), uma empresa é um monopólio se é a única vendedora de seu produto e se o seu produto não tem substitutos próximos. A causa fundamental dos monopólios está nas barreiras à entrada: um monopólio se mantém como o único vendedor de seu mercado porque as outras empresas não podem entrar no mercado e competir com ela. Sabemos que um modelo de concorrência perfeita não existe no mundo real. Da mesma forma, veremos que um modelo de monopólio puro também é hipotético, existindo mercados cujos comportamentos se aproximam da organização do monopólio e dos modelos teóricos que explicam este fenômeno. Logo, sob a ótica das vendas (ou da Receita), o monopólio puro e a concorrência perfeita são opostos. Você sabe de onde vêm os monopólios? Os monopólios resultam da existência de “barreiras à entrada”, altas o suficiente que impedem a entrada de concorrência como ação governamental, domínio de recursos de produção, produção em grande escala, entre outras barreiras. Stock Xchng

Contudo, as políticas de um monopolista podem ser contidas pela concorrência indireta de todos os bens, pelos recursos dos orçamentos dos consumidores, por bens substitutos razoavelmente adequados e por meio da ameaça da concorrência potencial. Nessas situações, caso um monopolista não consiga manter o mercado cativo para o seu produto, sua posição neste mesmo mercado será desvalorizada. Assim, por exemplo, apesar de diversos produtos serem patenteados ou mesmo produzidos exclusivamente, não existem garantias de sobrevivência de longo


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Aula 10 - Concorrência e estrutura de mercados

prazo no mercado, muito menos garantias de obtenção de lucro máximo em quaisquer condições de demanda existentes.

Pense nisso A primeira pergunta que poderíamos colocar se refere ao lucro da firma. Qual a razão que impede os demais industriais de entrarem no mercado e abocanharem parte do lucro do monopolista, já que este mercado é tão interessante?

Na verdade, trata-se de uma pergunta difícil de ser respondida facilmente. E a dificuldade se encontra no que chamamos de bases (ou alicerces) do monopólio. Estas bases dificultam muito e praticamente impedem novas firmas concorrentes de entrarem nos mercados e competirem com o monopolista. Vejamos alguns dos principais exemplos de bases do monopólio:

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Base 1

O enorme controle da oferta de matéria-prima exercido por parte do monopolista que, muitas vezes, é dono das únicas fontes de matéria primas existentes ou de um processo produtivo único e diferenciado, fazendo com que o custo de estabelecimento de uma nova concorrente seja muito difícil. Nestes casos o governo pode procurar combater o monopólio, regulando e estabelecendo regras e leis de mercado voltadas ao aumento da competição, entre outras ações. Pode ainda vir a incentivar o desenvolvimento de bens substitutos pelos concorrentes ou criar uma lei de patentes.

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Base 2

A existência de economias de escala grandes o suficiente que se desenvolve em um monopólio tornando-se muito caro “entrar” no mercado. Assim, existiria um alto custo de estabelecimento de uma firma eficiente, especialmente quando analisamos o tamanho do mercado potencial de atuação. Por exemplo, o estabelecimento de uma nova empresa de telefonia móvel em uma grande cidade brasileira atualmente exigiria bilhões de reais de recursos, praticamente desestimulando novos entrantes neste mercado.

´

Base 3

O fato do mercado ser dado como parte de uma concessão por um órgão governamental, e cujas regras impeçam novas firmas de se estabelecerem nos mercados cativos deste chamado “monopólio natural” das concessionárias. Por exemplo, geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em determinado estado do país.


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´ Base 4 A ação governamental no sentido de permitir o bloqueio à entrada de novas firmas fornecendo patentes, copyright ou concessões de serviço público a determinados grupos industriais. Assim, por exemplo, temos as operações das empresas concessionárias de serviço público como a Sabesp, operante em algumas cidades no Estado de São Paulo que detém o monopólio natural garantido pelo contrato de concessão, mas que por outro lado, ofereceria muita dificuldade para uma eventual empresa entrar competindo em seu mercado. O motivo é bem óbvio: o altíssimo investimento – e dificílimo trabalho – necessário para um eventual investidor em querer oferecer o suprimento de água potável e serviço de esgotos em uma grande cidade de sua área de concessão. Neste caso, seria praticamente impossível dois supridores deste mesmo tipo de serviço na cidade de São Paulo, por exemplo!

´ Base 5 Existência de externalidade de rede, situação na qual a utilidade do bem aumenta com o número de consumidores que o utiliza. Por exemplo, o uso de serviço de telefonia celular de determinada firma, gerando um “círculo-vicioso” de serviços e “fidelidades”.

A questão das concorrências indiretas e da concorrência potencial Entretanto, apesar do que foi discutido, dois tipos de concorrência indireta e uma fonte de concorrência potencial tendem a moderar as políticas de preço-produto de monopólios puros e quase-puros: A primeira fonte de concorrência indireta refere-se à natural e constante luta por recursos (dinheiro) por parte dos consumidores, já que todos os produtos disponíveis no mercado disputam um lugar no orçamento dos consumidores, sejam os produtos produzidos por monopolistas, ou por firmas em concorrência perfeita. Nesta situação, portanto, caso o monopolista não consiga manter seu monopólio, sua posição será desvalorizada. Perceba que podemos assim afirmar que mesmo sendo o único fabricante e vendedor de um produto ou serviço em um determinado mercado, o “monopolista” está naturalmente concorrendo com a renda disponível de seu consumidor para gastar. Neste sentido, quando temos uma determinada quantia em dinheiro para adquirir bens, somente compraremos produtos se forem atendidas as necessidades que consideramos básicas ou essenciais para nossa existência e bem-estar. Este fato já é um fator concorrencial para o monopolista, ou seja, pode não “sobrar” recursos para adquirirmos o


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seu produto ou serviço, mesmo existindo vontade de consumi-lo e este industrial ser o seu único fornecedor. Ou seja, mesmo monopolista, sofre “concorrência” da falta de dinheiro! A segunda fonte de concorrência indireta refere-se à existência de bens substitutos. Mas o que são os bens substitutos? Segundo Mankiw (2005, p. 69), os substitutos são, frequentemente, pares de bens que podem ser usados um no lugar do outro, como cachorros-quentes e hambúrgueres, malhas de lã e moletons, ingressos para o cinema e fitas de vídeo alugadas.

importante Lembrar Sabemos que não existe substituto perfeito para um produto sob monopólio pois, caso contrário, os monopólios não existiriam! Entretanto, existem substitutos imperfeitos! Eles exercem o que chamamos de concorrência potencial e que tendem a moderar as políticas de preço-produto dos monopólios. Os desempenhos dos bens “concorrentes” substitutos imperfeitos precisam ser monitorados pelos monopolistas, de forma a saber exatamente o grau de substituição que estes bens podem ser utilizados em detrimento de seu produto. Stock Xchng


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Um “exemplo clássico” no estudo da economia seria o uso de velas, ou mesmo a luz a gás, como substitutos da luz elétrica, e isto por mais “antigo” e estranho que nos possa parecer. Mas estes são efetivamente substitutos um do outro! Por outro lado, ainda existem bons substitutos para a energia elétrica, como o óleo combustível, o gás natural e um concorrente de peso no mercado comercial: o carvão em algumas economias europeias, por exemplo. Poderíamos citar também o fogão a gás sendo substituído pelo fogão elétrico, exemplo este mais próximo da nossa realidade no século XXI. Neste sentido, uma determinada concessionária distribuidora de energia elétrica pode sofrer um grau de concorrência por produtos substitutos imperfeitos apesar de deter seu forte monopólio natural.

Pense nisso Em razão do exposto, podemos afirmar que uma empresa operando em monopólio pode não ter garantido a obtenção de um resultado máximo em quaisquer condições de demanda existentes. Assim sendo, qual produto você conhece que seja feito por uma única firma no mercado? Você compraria este produto qualquer que seja o seu preço de venda? Por quê?

o monopólio natural Citamos o conceito de “monopólio natural” de uma empresa distribuidora de energia elétrica. Mas o que seria, exatamente, este importante conceito? Na verdade, teremos constituído o monopólio natural quando uma empresa conseguir operar monopolisticamente em um mercado oferecendo um serviço como, por exemplo, distribuição de energia elétrica, distribuição de gás e distribuição de água, ou diversos outros tipos de serviço público. Nestes casos, o seu custo médio mínimo de produção é baixo ou suficiente para abastecer todo o mercado a um preço que cobre todos os custos, impedindo a entrada de concorrentes. Nestas situações, mesmo que uma nova firma entre no mercado oferecendo produto ou serviço similar e “quebrando” o monopólio, os incentivos à competição forçarão os preços a cair constantemente. Ao agir desta forma, o preço médio cairá mais rapidamente que a redução de


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custos médios, tirando uma das firmas do mercado, saindo a empresa que estiver operando de forma menos eficiente. Nestes casos, sairá a empresa que tiver os seus custos mais altos e não conseguir seguir os preços da mais eficiente e competitiva. Assim, o resultado natural será o novamente a constituição de um monopólio até que novo concorrente decida investir e competir. Stock Xchng

Se pararmos para refletir um pouco sobre monopólio natural exercido pelas empresas concessionárias de serviço público em determinada região de um país, estado ou cidade, por exemplo, veremos que é mesmo quase impossível a entrada de concorrentes.

tRocando ideias Você já pensou como um novo empresário pode abrir uma empresa para concorrer com a concessionária que supre água encanada em sua casa? Como você reagiria se existissem duas empresas de energia elétrica para vender eletricidade em sua casa? Você trocaria de fornecedora facilmente? Sugiro uma discussão no ambiente virtual. Vamos ao Fórum Virtual discutir estes casos?


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PaLavRa de autoR Embora a propriedade exclusiva de um recurso-chave seja uma causa potencial de monopólio, os monopólios raramente surgem por este motivo na prática. As economias atuais são grandes e os recursos têm muitos proprietários. Com efeito, como muitos bens são negociados internacionalmente, o alcance natural de seus mercados muitas vezes é mundial. Assim, há poucos exemplos de empresas que sejam proprietárias de um recurso para o qual não haja substitutos próximos. (MANKIW, 2005, p. 315)

A concorrência perfeita, o oligopólio e a competição monopolística Podemos dizer que a competição perfeita e o monopólio puro são conceitos opostos em economia, e que ambos modelos de sistema econômico não existem na prática em sua forma pura. Segundo Mankiw (2005, p. 290-291), um mercado competitivo, por vezes chamado de mercado perfeitamente competitivo, tem duas características: 1. Há muitos compradores e vendedores no mercado. 2. Os bens oferecidos pelos diversos vendedores são em grande escala o mesmo. Por causa dessas condições, as ações de um comprador ou vendedor individual no mercado tem impacto insignificante sobre o preço de mercado. Cada comprador e cada vendedor tomam o preço de mercado como dado. Somado a isto, as empresas podem entrar e sair livremente deste mercado, condição que se torna força poderosa para dar forma ao mercado competitivo no longo prazo. Assim sendo, a firma em concorrência perfeita possui tantos “rivais” no mercado que a concorrência se torna “impessoal”, quase que “inexistente”. Ou seja, nela existem muitos vendedores e compradores, disputando clientes com o menor preço e com o maior grau de eficiência, produtividade e grau de competitividade possível. De outro lado, localiza-se o monopólio, em que somente um industrial fabrica determinado bem ou oferece serviço em um mercado fechado, sem concorrência, com preços controlados pela firma e onde os consumidores pouco sejam informados a respeito de concorrência. Perceba como é difícil de existir qualquer um destes dois exemplos extremos!


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Para Pensar Você poderia citar um exemplo de indústria que opera com ampla competição, enorme variedade de produtos, preços e qualidades dos mais diversos? Tudo isso ainda com uma gama de marcas e firmas oferecendo a todos os tipos de clientes?

Nas economias mais desenvolvidas e mais industrializadas, bem como nas economias em desenvolvimento como é o caso de brasileira, podemos certamente dizer que, na maioria dos casos que analisássemos, veríamos apenas existir um modelo de competição imperfeita. Ou seja, raríssimos casos operando próximos de competição perfeita! Em ciência econômica normalmente classificamos as estruturas de mercado das firmas em quatro categorias principais. Nos dois extremos, a competição perfeita e o puro monopólio. Entre estes dois pontos estão classificados os diversos modelos que são classificados sob a categoria de modelos de competição imperfeita denominados de oligopólio e competição monopolística.

saiBa DeFInInDo olIGoPÓlIo A principal condição para a existência do oligopólio é a existência de uma pequena quantidade de grandes conglomerados industriais responsáveis pela produção de bens e prestação de serviços na economia. Estes grupos industriais produzem a maioria dos bens comprados pelos consumidores, sejam eles consumidores finais ou intermediários na cadeira de produção. Assim sendo, teríamos claramente como exemplos de empresas monopolísticas os grandes grupos produtores de aço, cobre, produtos químicos e petroquímicos, automóveis e demais empresas importantíssimas no processo de desenvolvimento da base industrial de um país. Nestes casos de grupos oligopolistas, sabe-se que dominam o seu mercado com certa força, detendo entre 50% e 100% da produção de seu bem no mercado em que atua. Competir neste mercado, portanto, tornase tarefa difícil (mas permitido dado a condição de estarmos em uma economia capitalista aberta!), por exigir alto volume de capital, tecnologias, patentes, conhecimento e demais variáveis que viabilizem novos projetos (concorrência). Tais dificuldades são obviamente redutoras do grau de competitividade nestas indústrias o que acaba por criar certa reserva de mercado em muitos países, inclusive nos detentores de economias mais competitivas e abertas. Se fôssemos classificar o oligopólio, deveríamos colocá-lo, portanto, mais próximo do monopólio do que da concorrência perfeita.


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PaLavRa de autoR Há dois tipos de mercados em que a competição é imperfeita. Um oligopólio é um mercado com poucos vendedores, cada um oferecendo um produto similar ou idêntico ao dos demais. Um exemplo é o mercado de bola de tênis; outro é o mercado mundial de petróleo cru: alguns países do Oriente Médio controlam grande parte das reservas mundiais de petróleo cru. (MANKIW, 2005, p.346)

´

Definindo a Competição Monopolística

Este modelo de estrutura de mercado apresenta duas similaridades com o modelo de competição perfeita. Primeiro, traz consigo uma variedade de empresas atuantes no mercado em questão. Segundo, o mercado é livre para a entrada de novos industriais. Já um grande diferencial perante os demais modelos é que a competição monopolística oferece muitas variedades de produtos como fator competitivo, e não apenas matérias-primas como aço, cobre ou algodão, por exemplo. Assim sendo, nesta estrutura há a oferta de muitos modelos e variedades de produtos como roupas, eletrodomésticos, alimentos industrializados.

PaLavRa de autoR Há dois tipos de mercados em que a competição é imperfeita... A competição monopolística descreve uma estrutura de mercado em que há muitas empresas que vendem produtos que são similares, mas não idênticos. São exemplos os mercados de romances, filmes, CDs e jogos para computadores. Em um mercado competitivo monopolisticamente, cada empresa tem monopólio sobre seu produto, mas muitas outras empresas tem produtos similares que competem pelos mesmos clientes. (MANKIW, 2005, p. 346)

Outra característica do modelo é a larga utilização da tecnologia, que permite exatamente oferecer produtos modernos e sempre variados (e novos) ao competitivo mercado consumidor. Vejamos a seguir na Tabela 10.1 o resumo comparativo das características das estruturas de mercado tratadas nesta aula:


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tabela 10.1 – estruturas de mercado

TIPO DE MERCADO Concorrência Perfeita Competição Monopolística Oligopólio

NÚMERO DE VENDEDORES Muitos

TIPO DE PRODUTO Homogêneo

ENTRADA NOVAS FIRMAS Livre

Muitos

Diferenciado

Livre

Poucos Grandes

Homogêneo ou Diferenciado Único

Parcialmente Bloqueada Bloqueada

Monopólio Puro

Único

Pense nisso Mas qual seria o papel do monopolista ou do oIigopolista na economia? Será que ele é sempre ruim? Há vantagem para um país criar grandes grupos industriais, como é o caso no Brasil da fusão da Sadia e Perdigão para formar a BRfoods?

dica No Brasil, além das Agências Reguladoras dos Serviços Públicos como a ANEEL (energia elétrica), ANA (águas), Anatel (telecomunicações) e ANP (petróleo) entre outras, há o Cade – Conselho Administrativo de Direito Econômico, que auxilia o governo nas análises concorrenciais nos mercados do país. Sempre que uma fusão ou aquisição de empresa representar alguma ameaça à competição ou concentração de mercados, por exemplo, nas mãos de um único ou poucos grupos, o governo age no sentido de coibir e regulamentar tais movimentos. Assim, incentiva a concorrência e evita formação de grupos com forças de monopólio, por exemplo. Sugiro conhecer o site do Cade, que ajudará a entender o importante tema econômico nas economias dinâmicas e modernas como a brasileira. <www.cade.gov.br>

LeituRas indicadas Interessado em aprofundar-se no tema monopólio? Sugiro ler no Capítulo 7 – Estruturas de Mercado - do livro: VASCONCELLOS, M.A.S. de. Fundamentos de Economia, 2012, p. 112-113.


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LeituRas indicadas Sugiro ler o Capítulo 8 – Estruturas de mercado, que trata em detalhes os temas analisados nesta aula e aprofunda ainda mais alguns dos conceitos apresentados. VASCONCELLOS, M.A.S. de et all (Org.). Manual de Economia, 2004, p. 191-198.

síntese Nesta Aula 10 estudamos os diversos aspectos relacionados ao conceito de competição imperfeita nos mercados, ou seja, as situações nas quais os empresários encontram dificuldades, barreiras e mercados assimétricos que não permitem uma competição que poderíamos chamar de “equilibrada” entre os seus agentes. Vimos também os conceitos de monopólio puro, o monopólio natural das empresas concessionárias e a questão das concorrências indiretas e da concorrência potencial. Tratamos em seguida da competição perfeita, representativa o outro extremo da situação de monopólio. Por fim, conceituamos oligopólio e tratamos da competição monopolística e seus principais aspectos e características nos mercados.

atividades 1. Resuma as características dos quatro tipos de estrutura de mercado estudados nesta Aula 10, ou seja, monopólio, oligopólio, competição monopolística e competição perfeita. Dê exemplos e procure relacionar com o caso do Brasil.


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atividades 2. Analise o quadro abaixo que mostra a união de duas grandes empresas ocorrida no Brasil recentemente. A união entre a Sadia e a Perdigão:

 Em 9 de junho 2009 foi submetido à análise do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) a associação entre Sadia S.A. e a Perdigão A seguir, das empresas:

alguns

detalhes

• Perdigão e Sadia fizeram pelo menos cinco tentativas de fusão no passado •

Aos 75 anos, Perdigão está presente em 12 países além do Brasil

Sadia nasceu com a aquisição de frigorífico em Santa Catarina

Negócio dá amparo para que marca Sadia sobreviva, diz especialista

Fusão será um dos maiores desafios para os órgãos de defesa da concorrência

característica do negócio Funcionários 119 mil Fábricas Perdigão (42) Sadia (17) Faturamento Anual Líquido R$ 22 bilhões Exportações Anuais R$ 10 Bilhiões

Responda e analise: Qual o poder de mercado deste novo grupo empresarial? Há riscos para os demais concorrentes no Brasil?


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Bibliografia

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BIBLIOGRaFIa: •• BOYES, William. MELVIN, Michel. Introdução à Economia, 6ª Ed. São Paulo: Ática, 2006. •• MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia, 3ª Ed. São Paulo: Thomson, 2004. •• VASCONCELLOS, M.A., PINHO, D.B. Org. Manual de Economia, 5ª Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2004. •• VASCONCELLOS, M.A., GARCIA, M.E. Org. Fundamentos de Economia, 4ª Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2011.


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Expectativas de resposta As respostas aqui apresentadas servem como referência geral para diagnóstico da compreensão do aluno. Também é importante lembrar que a ideia apresentada pelo aluno pode ser apresentada com palavras e ordem argumentativa diferentes das apresentadas no padrão.

´ Você conhece o economista-chefe da empresa onde trabalha? Caso não haja a função na sua empresa, quem é o responsável pelas coletas e levantamentos de informações econômicas para os trabalhos de orçamento, pela definição das políticas de preços, de descontos e de promoções de vendas? Há alguma fonte de informações econômicas como sites de internet ou serviços de terceiros voltados ao fornecimento de dados financeiros? Conhecer o economista-chefe da empresa onde trabalha, caso exista esta função é sempre um importante e valioso conselho ao estudante ou profissional. Da mesma forma, se faz sempre necessário saber o profissional então responsável pelas coletas e levantamentos de informações econômicas para os trabalhos de Orçamento, pela definição das políticas de preços, de descontos e de promoções de vendas. Muitas empresas não têm departamento econômico que efetivamente desenvolvam análises econômicas do país ou dos mercados, desta forma, lançam mão de informações coletadas em sites, jornais ou mesmo revistas especializados em publicação de dados macroeconômicos. Esta atividade assim deve procurar criar esta curiosidade no estudante no sentido de pesquisar estas informações e saber onde encontrá-las.

´ Sabemos que a tomada de decisões individuais quando envolve a compra de determinado bem ou serviço exige uma escolha deste bem em detrimento de outro. Assim ao adquirirmos algo temos que despender recursos (gastar dinheiro!). E esse dinheiro poderia estar sendo poupado ou empregado na compra de outro bem! Assim, reflita a respeito das razões que fazem você consumir algo em detrimento de poupar seus recursos financeiros. O ato do consumidor de adquirir um bem (produto) ou serviço ao invés de poupar os seus recursos decorre de diversos fatores. Primeiramente poderíamos dizer que o consumo (qualquer que seja este) decorre do atendimento de desejos, necessidades ou vontades do consumidor no mundo atual. Segundo, podemos dizer que o consumo de bem ou serviço depende também da existência de renda (dinheiro) ou crédito disponível de forma a atender a estes atos de compra. Terceiro, caso haja decisão pelo consumo, obviamente não ocorrerá a decisão de poupar na mesma proporção. Mas o investimento (que é uma espécie de poupança) pode ser também incentivado pelos juros oferecidos, segurança, desejos de consumir no futuro, dentre diversos outros fatores.


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Expectativas de resposta ´ O dinheiro seria um facilitador? Ou o dinheiro seria o problema das sociedades? Poderíamos sim afirmar que o dinheiro é um grande facilitador das transações entre as pessoas, empresas e países. Na verdade, o dinheiro facilita e oferece segurança e permite a medição do “valor” relativo dos bens e serviços oferecidos aos consumidores na sociedade. O dinheiro é também a representação do valor do nosso trabalho na sociedade em que vivemos. Com o dinheiro podemos consumir hoje ou poupar recursos para o nosso futuro. Por outro lado, e sob um aspecto social, o dinheiro pode ser considerado também um “problema” das sociedades por gerar lutas, guerras, competições entre as pessoas, dentre outros males!

´ Atividade 1 a. Leia o item “1.2. – Conceito de Economia”, do livro “Fundamentos de Economia” (Vasconcellos, 2011, p. 2-3); b. Faça um resumo dos principais temas apresentados pelo autor. O resumo deve oferecer uma visão breve a respeito dos principais conceitos que são estudados pela ciência econômica. Principalmente tratar da importância e aplicações da ciência econômica no dia a dia das pessoas. Deve tratar também de temas como a oferta e demanda de bens e serviços na economia, a questão da escassez de recursos, o trabalho e a renda, bem como a poupança.

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Expectativas de resposta ´ Agora que você leu atentamente os quatro princípios anteriores, como então poderia pensar o papel e a importância do economista e do estudo da ciência econômica nos dias atuais no Brasil? Qual a sua opinião? Reflita e aponte suas impressões! O estudo da ciência econômica é essencial, tanto para o estudante de qualquer área de estudo, quanto para os mais diversos tipos e características de profissionais. Primeiro, porque o conhecimento dos fatores que determinam o ato de produção de bens ou serviços, a sua distribuição nos mercados, a consequente geração de renda proveniente do trabalho e o consumo (compra) destes mesmos bens ou serviços permitem o entendimento da forma como ocorrem todos os tipos de atividades que geram riqueza para um país. Segundo, dado que as economias mundiais encontram-se altamente interconectadas no mundo globalizado, devemos sempre ter em mente que cada atividade que executamos em nosso dia a dia de trabalho faz parte de um conjunto de outras atividades que se completam nos processos produtivos como um todo. Por fim, entender de economia é compreender o enorme dinamismo dos mercados em que trabalhamos, consumimos e vivemos.

´ Como você agiria como economista caso fosse designado pelo governo, durante um mês, a estudar as razões da inflação no mercado de tomates na feira de seu bairro? Certamente que o trabalho de economista responsável pelo estudo das razões do aumento de preços do tomate na feira exige conhecimento deste mercado! Ou seja, primeiro será necessário conhecer a indústria de tomates, quem planta, produz, distribui e vende os tomates na feira pesquisada. Segundo, entender o hábito dos consumidores e seus desejos e necessidades em adquirir tomates na feira. Terceiro, durante um mês, seria necessário observar as variações de preços na maior quantidade possível de vendedores e a estudar as razões da inflação (aumento de preços) no mercado de tomates analisado.


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Expectativas de resposta ´ Atividade 1 Segundo Mankiw, podemos definir escassez como sendo a natureza limitada dos recursos da sociedade. Já a economia seria o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos. Com base neste conceito de escassez e no que discutimos nesta aula, aliado à sua pesquisa no site da Petrobras, faça uma reflexão e breve resenha a respeito do seguinte tema: “A produção de petróleo no Brasil e o crescimento da frota de veículos.” Uma breve resenha que trate do tema escassez com base no título “A produção de petróleo no Brasil e o crescimento da nossa frota de veículos” deve contemplar no primeiro parágrafo a definição de escassez, de forma bem geral e a questão da escassez de petróleo no mundo. No segundo parágrafo, o aluno pode tratar da produção de veículos, sua venda e sobre o crescimento da frota no Brasil nos últimos anos. No terceiro e último parágrafo, deve relacionar a questão do “petróleo naturalmente escasso” em comparação com a “crescente fabricação e venda de veículos”, o que nos coloca frente ao desafio de equacionar este problema. Ou seja, o Brasil produzirá mais petróleo ou reduzirá as vendas de veículos? Ou, por outro lado, importará combustíveis para a tender ao consumo crescente?

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Expectativas de resposta 5,00

´ Veja a Tabela 3.2. que mostra o consumo de carne de frango congelada em relação ao preço de venda no supermercado. Com base nas informações, faça o Gráfico 3.2. de demanda de frango congelado:

4,50

Demanda por Carne de Frango Congelada

Preço da Dúzia R$

4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 50

80

100

150

200

Dúzias de Laranjas

´ Atividade 1 Veja a tabela de consumo de pão por Maria e João. a. Faça o Gráfico de Demanda de Pão da Maria. b. Faça o Gráfico de Demanda de Pão do João. c. Faça o Gráfico do Consumo Agregado de Maria e João juntos 7,00

Demanda por Pão João

Preço da Barra em R$

6,00 5,00 4,00

Demanda por Pão Mercado: João + Maria

3,00 2,00

7,00

1,00

6,00

1

2

3

4

5

6

7

5,00

8

Barras de Chocolate

4,00

preço

3,00

Preço da Barra em R$

7,00

2,00

Demanda por Pão Maria

6,00 5,00

1,00 4

4,00 3,00

2,00 1,00 3

4

5

6

7

Barras de Chocolate

8

9

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6

8

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Expectativas de resposta ´ Atividade 2 Quando, ou em qual momento, a oferta de vens ou serviços se torna desvantajosa para o empresário? Certamente que esta pergunta possibilita muitas análises e respostas. O importante é discutirmos o papel do empresário em ofertar bens e serviços que sejam úteis e valiosos aos consumidores, por um lado. Enquanto que, por outro lado, estes bens e serviços devem poder ser comprados pelos consumidores em razão de preços e existência (ou não!) de renda (dinheiro) disponível para gastos. Mas ainda assim, mesmo existindo desejo, necessidades e vontades, além de renda, o consumo somente ocorrerá se valer a pena ao empresário produzir o bem ou ofertar o serviço ao mercado. Assim a Oferta somente ocorre caso haja uma estrutura de custos que seja compensada pelo preço de venda o que – em outras palavras – significa uma estrutura e um mercado que permita ao empresário auferir lucros com o seu negócio.

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Expectativas de resposta ´ Alberto está interessado em adquirir um carro por R$ 30 mil e viu no jornal um anúncio de ofertas em uma marca de veículos. A fábrica produziu um carro por R$ 25 mil de custos totais; mas pretende vendê-lo no fim de semana com desconto de 10%, por R$ 27 mil, auferindo apenas R$ 2 mil de lucro na operação. Alberto chega ao Feirão da Fábrica e fecha negócio pagando os R$ 27 mil, ou seja, um preço R$ 3 mil inferior ao valor que pensava inicialmente ter de gastar pelo veículo. Responda: com base nos conceitos de excedente do consumidor e excedente do produtor, quem ganhou e quem perdeu neste negócio? O que pode ter acontecido se ambos os agentes (firma e consumidor) saíram satisfeitos? Como os conceitos de preço e valor estão sendo tratados neste caso? Quem ganhou e quem perdeu neste negócio? Ambos os agentes ganharam. Primeiro a fábrica, que conseguiu vender o carro ao preço desejado, apesar de inferior (ou seja com desconto de 10%) por R$ 27 mil. Por outro lado, teve a vantagem de reduzir seus estoques e fazer caixa apesar de perder R$ 3 mil de lucros. O consumidor também ganhou, pensava gastar até R$ 30 mil mas conseguiu economizar com a redução da fábrica, podendo assim poupar a diferença. Ambos assim acreditaram existir um preço e valor justos pelo bem então negociado, caso contrário o negócio não teria ocorrido.

´ Procure opinar a respeito do papel do governo nas políticas econômicas, na regulação dos mercados. Qual seria o papel do Estado? Ou a iniciativa privada deve ser deixada sozinha para determinar junto com os consumidores os “pontos de equilíbrio” dos bens e serviços ofertados?


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Expectativas de resposta ´ Atividade 1 Analise cuidadosamente o que foi exposto a respeito da teoria de Adam Smith. Pense no papel do Estado brasileiro no dia a dia de nossa economia e de nossas vidas. Você acredita no poder da “mão invisível”, ou seria melhor sempre poder contar com o auxílio dos governos na busca pelo bem estar das famílias e da sociedade como um todo? É importante discutir as defesas de Adam Smith para com a política do laissez faire, bem como a sua defesa da não interferência dos governos na economia de um país, deixando a cargo do próprio mercado as decisões e a administração do sistema econômico. Destacar o que chamamos de pensamento liberal. Discutir a influência deste pensamento no Brasil, cujo sistema capitalista garante alguma liberdade das forças exercidas pela oferta e demanda de bens e serviços, o papel dos diversos agentes econômicos e a determinação dos níveis de consumo a partir das rendas (salários) dos trabalhadores que seriam, em última instância, o mercado consumidor nesta estrutura capitalista. Mencionar o que Adam Smith chamou de “mão invisível” do mercado, o papel do Estado na economia, sua visão liberalizante e sua defesa da não intervenção estatal nos chamados mercados. Com relação ao papel do Estado brasileiro no dia a dia de nossa economia e de nossas vidas, vale a pena tratar dos pontos negativos e positivos, e até que ponto o auxílio do governo na busca pelo bem estar das famílias e da sociedade como um todo realmente beneficia o cidadão.

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Expectativas de resposta ´ Atividade1 Analise a Figura 6.1. a seguir que apresenta as alternativas de produção de um padeiro na padaria “Nosso Pão” que se vê obrigado a escolher entre produzir Pão ou Biscoito. Quem ganhou e quem perdeu neste negócio? Ambos os agentes ganharam. Primeiro a fábrica, que conseguiu vender o carro ao preço desejado, apesar de inferior (ou seja com desconto de 10%) por R$ 27 mil. Por outro lado, teve a vantagem de reduzir seus estoques e fazer caixa apesar de perder R$ 3 mil de lucros. O consumidor também ganhou, pensava gastar até R$ 30 mil mas conseguiu economizar com a redução da fábrica, podendo assim poupar a diferença. Ambos assim acreditaram existir um preço e valor justos pelo bem então negociado, caso contrário o negócio não teria ocorrido. Atividade 6.1. Padaria "Nosso Pão" Alternativas de Produção Combinações

A4 B3 C D1 E5 F0

Pão 000 unid 00 00 2001 00 02

Biscoito 000 unid 0 150 80 200 50 350

O que ocorreria com os volumes possíveis de produção de pães e biscoitos caso este mesmo padeiro tivesse recursos (capital) e assim pudesse expandir o seu forno? Caso este padeiro desista de produzir biscoitos e queira continuar a utilizar da maneira mais ótima seus recursos: O que ocorreria com a quantidade máxima de pães que poderia produzir, dado o mesmo nível de investimentos e recursos hoje aplicados? Certamente que com mais recursos (capital) para a expansão do seu forno, o padeiro poderia aumentar todos os volumes possíveis de produção de pães e biscoitos e a distribuição destes aumentos deveriam atender aos interesses do padeiro e demanda do mercado por cada um dos produtos. Mas caso este padeiro desista de produzir biscoitos. E queira continuar a utilizar da maneira mais ótima seus recursos, dado o mesmo nível de investimentos e recursos hoje aplicados ele poderia ofertar 400 mil unidades de pães. O ponto nesta análise é discutir a demanda por este volume tão grande de pães, se haveria no mercado demanda para a produção de apenas um produto em detrimento do outro e os preços de venda de forma a maximizar os lucros do empresário.


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Expectativas de resposta ´ Atividade 2 Analise com cuidado cada uma das linhas de contas apresentadas no cálculo do PIB apresentado na Tabela 6.3. Calcule o valor percentual de cada grupo de conta representado dentro pelos agentes de despesa C, I, G e NX sobre o valor total do PIB. Qual o grupo mais importante? O que podemos concluir sobre este país representado por este PIB, a partir destas porcentagens calculadas? Caso este país desejasse crescer mais e aumentar o valor do seu PIB, qual dos agentes de despesa C, I, G e NX você defenderia como o mais importante para apresentar um crescimento maior? Cálculo do valor percentual de cada grupo de conta representado dentro pelos agentes de despesa: C = 57% = (485 / 845) I = 14% G = 2% NX = 27% O grupo mais importante – ou seja, representativo – no PIB total é o de Consumo das Famílias. Pode-se a princípio concluir que trata-se de um país cuja riqueza representada pelo PIB é muito decorrente do consumo (C) de suas famílias responsável por 57% da riqueza e pelas exportações representadas dentro da parcela NX representativa de PIB 27% desta riqueza gerada. Caso este país desejasse crescer mais e aumentar o valor do seu PIB certamente o incentivo ao consumo e exportações gerariam no curto prazo um crescimento maior.

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Expectativas de resposta ´ Calcular o Produto Nacional para o ano de 2012 do país fictício representado pelos balancetes das três empresas operantes no período. Rn = w + j + a + l RN = w (160 + 100 +120) + j (60 + 20 + 40) + a (40 + 30 + 60) + l (20 + 60 + 70) RN = 780

´ Atividade 1 Veja o quadro a seguir. Trata-se de um país que produz apenas Frutas e Legumes. Analise as condições e complete as lacunas. Depois analise as variações do PIB Nominal e PIB Real dos anos X1, X1, e X3: Figura 7.2 - O Produto Interno Bruto - Comparação do Aumento do PIB Nominal e Real Ano X1

Ano X2

Preço $

200

2000

Carnes

15

300

4500

Ovos 1

02

60

2600

Carnes 1

53

90

5850

Aumento Sobre X1

Inflação Zero Sobre Preços Ano X1 C

Quantidades Aumentam 30% Sobre Ano Inflação 30% Sobre Preços Ano X1

Produto $

10

Quantidades Aumentam 30% Sobre Ano X1

Ano X3

Quantidade

Ovos

Ovos Carnes

32

60

3380

19,5

390

7605

Aumento Sobre X1

PIB Nominal

PIB Real

6500

6500

8450

8450

30,0%

0,0%

10985

8450

69,0%

30,0%


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Expectativas de resposta ´ A partir da análise da Fábrica de Brinquedos Infantis S.A., qual é a importância das matérias-primas e dos custos com pessoal na somatória dos Custos Totais? E qual a importância da depreciação e demais despesas? O que é possível observar na estrutura de custos da Fábrica de Brinquedos? As matérias-primas representam quase a metade do Custo Total (49%), ou seja, R$ 15 mil para um total de R$ 30.500 de CT. Enquanto que o custo com pessoal representa 26% do CT, ou seja, R$ 8 mil sobre este montante de custos totais. A importância da depreciação e demais despesas é significativa, pois, juntas somam 25% dos CT”s. Entretanto, as Matérias-Primas e Mão-de-Obra representam juntas quase 75% dos CT”s sendo assim mais importantes para este empresário.

´ Considere a possibilidade de aumento significativo das vendas de brinquedos e a consequente aumento do faturamento de vendas. O que, em sua opinião, poderia vir a ocorrer com cada um dos itens de custos apresentados em termos de variação de seus valores? Analise caso a caso. Com o aumento significativo das vendas de Brinquedos e consequente aumento do Faturamento de Vendas, a empresa certamente teria aumento geral em seus custos, mas não é fácil concluir quais dos 5 grupos de custos variariam neste caso. Na verdade, a empresa certamente gastará com mão-de-obra e matérias primas e provavelmente com vendas. Mas a estrutura como um todo de custos deverá ser modificada para atender à nova oferta, certamente.

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Expectativas de resposta ´ Atividade 1 Veja o exemplo apresentado na Tabela 8.2. Suponha que o empresário deseje subir seu nível de produção de 4 para 5 mil unidades fabricadas. Qual a variação no Custo Fixo total envolvido? Qual o Custo Variável total necessário? Qual o aumento unitário de custos? Caso o empresário suba o seu nível de produção de 4 para 5 mil unidades fabricadas: • Variação do Custo Fixo total envolvido: Não há variação, pois os custos são fixos independentemente do nível de produção. Assim, os CF”s mantêm-se em R$ 800 mil. • Custo Variável total necessário: Os Custos Variáveis sobem de R$ 2.344 mil para R$ 2.930 mil, ou seja, uma variação de R$ 586 mil. • Aumento unitário de custos: Como esta variação total do CPV é exatamente a variação nos custos variáveis (em razão de não haver variação nos fixos!), a produção de 1.000 unidades a mais (de 4000 para 5000), temos que os R$ 586 mil de aumento de custos dividido por exatamente 1.000 unidades a mais produzida, ou seja, R$ 586 por cada unidade.


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Expectativas de resposta ´ Atividade 1 Calcule e complete as colunas de Receita Total (RT) e Custo Total (CT) da Fábrica de Doces Ltda. Faça o Gráfico de Receita Total versus Custo Total da Fábrica de Doces: resposta Fábrica de Doces Ltda Faturamento R$ Mil 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900

Preço R$ 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60

Quant Produzida (Mil) 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Custo Fixo CF (R$ Mil) 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

Custo Variável CV (R$ Mil) 70 80 90 100 120 130 140 150 300 450

Custo Total CT (R$ Mil) 570 580 590 600 620 630 640 650 800 950

Lucro / Prejuízo (R$ Mil) -210 -160 -110 -60 -20 30 80 130 40 -50


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Expectativas de resposta ´ Atividade 2 Estude a Tabela que mostra os faturamentos e custos da Fábrica de Chocolates ABC Ltda. apresentada a seguir. Calcule os Custos Médios e Marginais e conclua a respeito da rentabilidade destas operações.

Faturamento R$ Mil

Preço R$

390 455 520 585 650 715 780 845 910 975

Quant Produzida (Mil)

65 65 65 65 65 65 65 65 65 65

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Custo Fixo CF (R$ Mil)

Custo Variável CV (R$ Mil)

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

70 80 90 100 120 130 140 150 300 450

Custo Fixo CF (R$ Mil)

Custo Variável CV (R$ Mil)

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

70 80 90 100 120 130 140 150 300 450

Custo Total CT (R$ Mil)

Custo Total Médio R$

Custo Total Marginal R$

Custo Total Médio R$

Custo Total Marginal R$

95 83 74 67 62 57 53 50 57 63

10 10 10 20 10 10 10 150 150

570 580 590 600 620 630 640 650 800 950

resposta Fábrica de Chocolates ABC Ltda Faturamento R$ Mil

390 455 520 585 650 715 780 845 910 975

Preço R$

Quant Produzida (Mil)

65 65 65 65 65 65 65 65 65 65

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Custo Total CT (R$ Mil)

570 580 590 600 620 630 640 650 800 950


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Expectativas de resposta Há algum padrão nos comportamentos dos custos marginais? Não. Vemos que os custos marginais variam com o aumento da produção da empresa e reflete a variação inconstante dos custos variáveis. A empresa apresenta lucro sempre a qualquer nível de produção e vendas? Não. O lucro somente ocorre a partir de 10 mil unidades produzidas e vendidas, veja a tabela: resultado Faturamento R$ Mil Custo total -180 -125 -70 -15 30 85 140 195 110 25

Quantidade Produzida (mil) 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15


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