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Profissionais de Carreira

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Liderança

Liderança

Da Matemática, passando por TI até o transporte sobre trilhos

O profissional fala sua tragetória, a gestão de carreira e os desafios que superou no setor ferroviário

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Graduado em Matemática pela Fundação Educacional Rosemar Pimentel, de Volta Redonda, e pós-graduado em Transporte Ferroviário de Cargas pelo IME (IME), Alexandre da Silva Leonardo, 54, começou a carreira na área de Tecnologia da Informação, desenvolvendo sistemas e dando aulas de Matemática.

Em 2000, foi desafiado pela MRS Logística a implantar um novo modelo de inspeção de Via Permanente. O processo consistia em fazer teste de resistência, apontando a fragilidade dos dormentes e fixação. A experiência em TI, proporcionou a ele o início no mundo ferroviário e a implantação de novas tecnologias. Assim, Alexandre ingressou na carreira ferroviária na MRS Logística com a implantação do Veículo de Inspeção TrackSTAR e recorda as dificuldades enfrentadas pela formação em Matemática e por não ter o título de Engenheiro. Por isso, ele decidiu fazer a pós-graduação em Transporte Ferroviário de Cargas, além de outros cursos como de inspeção e correção geométrica, no Brasil, e no exterior, para continuar se especializando e sempre aprimorando os conhecimentos. “Hoje temos vários cursos de pós-graduação e de mestrado voltados para a ferrovia, que podem ajudar o profissional a adquirir conhecimentos de todas as áreas do setor”, recomenda o ferroviário. A partir daí, o “bichinho” da ferrovia o picou e não teve como ser curado, como ele mesmo contou. Novos desafios surgiram e ele foi convidado para a implantar projetos ainda mais avançados que o fizeram crescer pessoalmente e profissionalmente. “É preciso buscar aprimoramento técnico continuamente. Sempre surgem novas tecnologias, métodos de trabalho, sistemas para analisar os dados coletados pelas inspeções e programar as manutenções”, complementa o profissional. Atualmente, ele está trabalhando na Rumo Logística como um dos responsáveis pela implantação dos equipamentos de inspeção (geometria de via, ultrassom) e equipamentos de manutenção (desguarnecedora de ombro de lastro, esmerilhadora de trilho etc.). Para Alexandre, é muito gratificante trabalhar na ferrovia, porém deixa claro que é uma área exigente por dedicação e amor ao processo. “Nem todos os dias temos vitórias, é preciso sempre buscar aprimoramento e participar de fóruns internos, em que são tratados assuntos como Comissões Internas de Prevenção de Incidentes e Acidentes (CIPIAs), Contratos Operacionais Específicos (COEs), entre outros”, repete o profissional, reforçando o pensamento que norteia a carreira dele. Alexandre finaliza contando sobre sua primeira experiência fora do Brasil e do reconhecimento recebido por todos da empresa, em 2001, logo após os atentados do dia 11 de setembro, nos Estados Unidos. “Minha família estava muito insegura e não queria que eu viajasse. Havia muita especulação, naquela época, sobre novos ataques. Era minha primeira vigem ao exterior”, recorda. A agenda foi mantida e ele aproveitou a oportunidade para aprender o máximo possível sobre um novo sistema, que mobilizava diversas áreas da empresa.

Alexandre da Silva Leonardo

Uma pedra e um geólogo no caminho

O profissional conta como o entendimento do solo traz soluções para os problemas urbanos

Trabalhando no Metrô de São Paulo desde 1985, Hugo Cássio Rocha é geólogo formado pela Universidade de São Paulo (USP) e foi presidente do Comitê Brasileiro de Túneis (CBT), por duas gestões, além de atuar como secretário e vice-presidente. Com pós-graduação em Administração e Negócios pela Fundação Instituo de Administração (FIA) e mestrado em Engenharia Geotécnica pela Escola de Engenharia de São Carlos/USP, atualmente, Rocha ocupa o cargo de assessor Técnico da Gerência de Concepção Civil. Ao concluir a graduação no início da década de 80, ele recorda que havia poucas propostas de trabalho em Geologia, cenário que foi agravado pelas crises econômica e do petróleo. Na época, a alternativa foi lecionar física, química, biologia e ciências em cursos supletivos, até ingressar em uma mineradora no Vale do Ribeira. No final de 1985, Rocha se candidatou a uma vaga de geólogo no Metrô de São Paulo, onde permanece até hoje. Ele faz questão de frisar a importância dos geólogos nas obras subterrâneas. “É um desafio fazer com que geólogos e engenheiros atuem de forma conjunta, ajudando mutuamente para o bem da geologia brasileira. Os engenheiros consideram o geólogo como um concorrente e não como um profissional com formação específica para auxiliá-los na geotécnica e na geomecânica”, conta Rocha. Desde o ingresso no Metrô de São Paulo, ele atuou em diversos projetos, como da Linha 3 – Vermelha, além de prestar consultoria para outras operadoras em Porto Alegre, Fortaleza e acompanhar obras subterrâneas menores. Segundo o geólogo, a área é estimulante por contribuir para a qualidade de vida das pessoas por meio das obras subterrâneas, melhorando a mobilidade urbana e a rede de utilidades públicas. Aos jovens profissionais, o profissional experiente alerta sobre a importância dos estudos. “Estude muito. Estude Matemática, Cálculo, Estatística e Computação porque a área requer muito conhecimento técnico e parar de estudar não é uma escolha”, resume.

Hugo Cássio Rocha

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