Diálogo Metropolitano – Edição 19 – 24/01/2014

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Diálogo Metropolitano

rio De Janeiro

» SÁBADO, 25 DE JANEIRO DE 2014 | ANo 1 | NÚMERo 19 | AlPHA PRiME: 60 ANoS DE JoRNAliSMo

ESPECIAL VOLTA ÀS AULAS

especialista defende que peso máximo de mochilas seja 10% do peso corporal Na hora de comprar o material escolar, um item merece atenção especial: a mochila. Com o peso muitas vezes excessivo, devido à quantidade de livros e outros materiais, as mochilas precisam ser adequadas para distribuir bem o peso e não prejudicar a postura dos estudantes. Os pais devem ficar atentos para evitar que os filhos carreguem peso maior que o recomendável. A Academia Americana de Pediatria considera que o ideal é que a mochila tenha entre 10% e 20% do peso corporal do estudante. Há instituições que defendem o percentual de 15%. Pag 8

arco metropolitano abre primeiro dos acessos a rodovias federais Já está aberta ao tráfego de veículos a alça de interligação da BR-116 (Rio-Teresópolis) com a BR-040 (Rio-Petrópolis), em Saracuruna, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Disponibilizado aos motoristas no dia 13 de janeiro, o acesso faz parte do trevo que o Governo do Estado está construindo no local e que vai permitir a ligação das duas rodovias com o Arco Metropolitano. Para os motoristas nada muda, porque eles estavam usando um acesso provisório. Pag 3

CULTURA

ESPORTES

BRASIL E MUNDO

ruth de souza: 60 anos de arte minotauro acredita na volta e apresentada a mais antiga contra o preconceito superação de anderson silva espécie de réptil descrita no rio

A história da televisão brasileira sem Ruth de Souza não seria a mesma. Afinal, a atriz acumula mais de 60 anos dedicados à arte. Mas foi nos palcos que ela ingressou na carreira e descobriu sua verdadeira vocação. O “Damas da TV” do dia 22, mostrou a trajetória artística desta veterana, que foi a primeira atriz negra a se apresentar no Theatro Municipal do Rio. Pag 5

Rodrigo “Minotauro” Nogueira, ex-campeão dos pesos pesados do UFC (Ultimate Fighting Championship), diz que acredita na volta e superação do amigo Anderson Silva, após fratura da perna esquerda na luta há duas semanas contra o norte-americano Chris Weidman. A afirmação foi feita durante sessão de autógrafos na loja Centauro do Bourbon Shopping. Pag 6

Paleontólogos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apresentaram no dia 15 de janeiro a descoberta de uma nova espécie de crocodilomorfo, a partir de um fóssil encontrado há 70 anos no município de Itaboraí, na região metropolitana. Batizado de Sahitisuchus fluminensis - crocodilo guerreiro do Rio de Janeiro - o parente distante dos jacarés e crocodilos. Pag 4

E MAIS...

Presidente do Inpi defende contratação de funcionários

Museu Ciência e Vida é atração cultural

Esxportação do agronegócio brasileiro em números

Duas estreias na Globo: “A Teia” e “Doce de Mãe”

eConoMIA Pag 3

BRASIL e MunDo Pag 4

DAnIeLLe DennY Pag 4

THeLL De CASTRo Pag 5

AXN exibe fim de “Breaking Bad” no dia 31

SuperBike Series Brasil anuncia novas categorias para 2014

Abrigo de crianças: o preço do abandono

HAMILTon RoSA JÚnIoR Pag 5

eSPoRTeS Pag 6

DRA. LIVIA GennARI Pag 7

Pais reclamam da lista de materiais das escolas Cidades: Monitoramento da particulares qualidade da areia eSPeCIAL VoLTA ÀS AuLAS Pag 8

Pag 2

» ESTA EDiÇÃo 8 PágiNAS | CoNFiRA A EDiÇÃo DigiTAl No SiTE www.dialogometropolitano.com.br oU NoS NoSSoS APliCATiVoS


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RIO DE JANEIRO

CIDADES

Monitoramento da qualidade da areia mantém cariocas atentos O verão chegou e com ele vêm as férias, os passeios, os banhos de sol e de mar. Buscando manter o bem-estar e a saúde de cariocas e turistas que frequentam as praias do Rio, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) realiza durante todo o ano um monitoramento para verificar a qualidade das areias em 35 pontos de praia no município, além do Piscinão de Ramos. O objetivo é avaliar a evolução da qualidade das areias e indicar qual praia precisa ser melhor cuidada e qual precisa de mais campanha de educação ambiental, por exemplo. Para efetuar essa avaliação, a prefeitura estabeleceu a Resolução SMAC Nº 468, de 28 de janeiro de 2010, que dispõe sobre a classificação das areias das praias: ótima, boa, regular e não recomendada. O monitoramento também atende ao Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, que visa especificamente a orientar a utilização racional dos recursos da zona costeira, dando prioridade à conservação e proteção das praias que são bens públicos de uso comum do povo. - Ninguém faz esse monitoramento, apenas a cidade do Rio de Janeiro. Ele é uma ferramenta de gestão. Já recebemos solicitações para explicar como a gente o faz tanto de municípios do nordeste quanto de municípios do sul do país. Desde 2006, temos esse monitoramento continuado. Fazemos parâmetros físicoquímicos e biológicos na areia. O que a classifica é a quantidade de coliformes, uma vez que eles estão associados aos dois grandes poluidores da areia: o lixo deixado pelos banhistas e o cachorro trazido pelo dono – explicou a gerente de Monitoramento de Água e Ambientes Costeiros da SMAC, Vera Oliveira. O monitoramento é feito por uma empresa licitada e a coleta é realizada por uma equipe especializada, sempre no horário entre 6h

e 9h, em áreas já definidas por pontos centrais georreferenciados, localizadas em zonas de areia de baixa umidade, próximas ao mar e não atingidas pela maré, locais onde há maior uso por crianças e idosos. Desses pontos, são retiradas cinco subamostras de areia que são encaminhadas para o laboratório, onde passam por análises físicoquímicas e microbiológicas para identificar a quantidade de coliformes fecais e da bactéria Escherichia Coli - indicadora de contaminação de fezes de animais. Os métodos utilizados nas análises são os especificados nas normas aprovadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial – INMETRO. - No ato da coleta, o único dado que eles tiram imediatamente é a temperatura da areia. Além disso, no trabalho de campo o agente preenche uma ficha de

observação e tira fotos do local e entorno para sanar eventuais dúvidas. Na ficha, ele preenche as condições climáticas e descreve todas as possíveis ocorrências, como por exemplo, se há lixo na região e que tipo de lixo (plástico, resto de comida, papelão), se há algum animal na areia (pombo, urubu, cachorro, bicho morto), se tem população de rua, gente acampando, entre outras – relatou Vera. Dos aproximadamente 34 km de extensão da orla marítima, que vai da praia do Leme, na Zona Sul, ao Pontal, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o monitoramento é feito nas seguintes areias: Barra da Tijuca (na altura da Avenida do Pepê, do Condomínio Barramares, da Avenida Ayrton Senna e do Quebra-mar); Recreio dos Bandeirantes (praias do Pontal, da Reserva e da Macumba); Prainha; Grumari; Barra de Guaratiba; Ilha de Paquetá (José

Bonifácio, da Moreninha e da Imbuca); do Flamengo; de Botafogo; da Brisa e do Recôncavo (Sepetiba); de Copacabana (ruas Barão de Ipanema, República do Peru e Souza Lima); de Ipanema (praias do Diabo, do Arpoador e ruas Maria Quitéria e Paul Redfern); do Leblon (avenidas Visconde Albuquerque e Bartolomeu Mitre); da Ilha do Governador (da Engenhoca, da Bica e da Guanabara); Piscinão de Ramos; Praia Vermelha e Central (Urca); do Leme; de São Conrado (Asa-delta e Hotel Nacional). Para alertar a população e garantir amplo acesso à informação, a SMAC divulga quinzenalmente o Boletim de Avaliação da condição das areias das praias do Município do Rio de Janeiro através do Diário Oficial do Município, do portal da prefeitura e do Centro de Operações Rio, além da sinalização gráfica nas praias.

- Queremos mostrar para a população que a areia contaminada com fungos e parasitas pode transmitir doenças como candidíase, doenças de pele, doenças respiratórias, entre outras. Mas uma praia com areia poluída, que receba a classificação “não recomendada” no boletim, nem sempre que dizer que as pessoas não possam frequentá-la, apenas é recomendável que os banhistas usem chinelos e sentem-se em cangas, toalhas e cadeiras, evitando muito contato direto – disse a gerente de monitoramento. Buscando conscientizar cada vez mais os banhistas, o Centro de Educação Ambiental da SMAC promove diversas campanhas nas praias nos finais de semana. A iniciativa é voltada para crianças, com jogos interativos, brincadeiras, e personagens da Turma da Maria Farinha e do Zeca Tatuí. Há distribuição de folhe-

tos, garrafinhas, jogos, brindes, camisetas e botons e uma tenda é montada para abrigar equipamentos e um microscópio para a criançada olhar de perto o parasita que foi encontrado na areia daquela praia. Também há um painel para as famílias colocarem o rosto e tirarem fotos com os personagens. - Quando fazemos a campanha ambiental batemos muito em cima de que a população da praia tem que entender que ela é a sua área de lazer, que deve ser tratada como se fosse o quintal ou jardim da sua casa e, por isso, deve-se cuidar bem dela. Ninguém joga lixo no chão dentro de casa, então por que jogar na areia da praia? A Comlurb faz um trabalho muito bom, mas tem gente que enterra lixo. O problema da população é achar que a praia é terra de ninguém, quando na verdade ela é terra de todos! – declarou Vera Oliveira.

Diálogo Metropolitano Publicado pela Alpha Prime Editora e Jornalismo Ltda. Alpha Prime: 60 anos de jornalismo Diretora Mônika Santos Ferreira Editor Chefe Jônatas Mesquita | MTb 63370 jonatas@dialogometropolitano.com.br Redação Raul Ramos contato@dialogometropolitano.com.br

colunistas Danielle Denny, Hamilton Rosa Jr., Hamilton Vasconcellos, Igor Quirino, Lívia Gennari, Reinaldo Costa, Renata Palmier e Thell de Castro. Projeto gráfico e editorial News Prime Comunicação & Web www.newsprime.com.br contato@newsprime.com.br

Revisão Bianca Montagnana

Redação Avenida das Américas, 3.500 Bloco 05 | Sala 313 | Rio de Janeiro | RJ

Diagramação Roberta Furukawa Bartholomeu

Impressão Gráfica Lance

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, a opinião do jornal


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ECONOMIA

Arco Metropolitano abre primeiro dos acessos a rodovias federais Raul Ramos Já está aberta ao tráfego de veículos a alça de interligação da BR-116 (Rio-Teresópolis) com a BR-040 (Rio-Petrópolis), em Saracuruna, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Disponibilizado aos motoristas no dia 13 de janeiro, o acesso faz parte do trevo que o Governo do Estado está construindo no local e que vai permitir a ligação das duas rodovias com o Arco Metropolitano. Para os motoristas nada muda, porque eles estavam usando um acesso provisório. A alça definitiva tem aproximadamente 1,2 mil metros. O trevo de interseção vai atender os novos movimentos de tráfego no local. Para tornar isto pos-

sível, a atual interseção sofreu uma reformulação, passando a ter seis viadutos, sendo dois de concreto ( já executados) e quatro metálicos (dois prontos, um em andamento e o último para ser executado até março) e 12 alças de acesso. A primeira foi liberada na segunda-feira (13/1) e as demais estão em realização. A previsão é de que até março as obras da interseção estejam concluídas. Atualmente a interseção atende principalmente ao tráfego que tem como origem e destino as cidades serranas de Petrópolis e de Teresópolis, o Estado de Minas Gerais e o Norte do país e que se destinam ou tem origem no Rio

de Janeiro e São Paulo. A nova interseção muda as características atuais e acrescenta a alternativa de destino ao Porto de Itaguaí e a ligação direta entre a Dutra e a Washington Luiz, através do Arco Metropolitano. - Esta rearrumação viária vai desafogar as vias expressas que cortam o centro urbano da capital, como a Ponte Rio-Niterói, a Avenida Brasil e a Linha

Vermelha, especialmente do tráfego pesado dos caminhões de carga que procedem ou se destinam a Minas e Brasília e ao Norte do Estado, ao Espírito Santo e ao Nordeste brasileiro - afirmou o secretário de Obras, Hudson Braga. Construído pela Secretaria de Obras, o Arco Metropolitano é uma parceria com o governo federal, incluída no PAC (Programa de Aceleração do Cresci-

mento). Do total dos 145 quilômetros da rodovia, coube ao Estado construir o chamado trecho virgem, de 70,9 quilômetros, que liga Duque de Caxias a Itaguaí, atravessando Nova Iguaçu, Japeri e Seropédica. Este segmento da obra, que já está com 90% do cronograma concluído, vai do entroncamento da BR-040 (Rio-Juiz de Fora), em Caxias, ao acesso ao

Porto de Itaguaí, na BR-101 (Rio-Santos), cortando a BR-465 (Rio-São Paulo) e a BR-116 (Via Dutra). Obra estratégica mais importante do Estado do Rio das últimas décadas, o Arco Metropolitano vai interligar rodovias federais que cortam o território fluminense, integrando vários grandes complexos industriais e transformando a Baixada Fluminense em um corredor logístico.

Presidente do Inpi defende contratação de funcionários para reduzir prazos O novo presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), Otávio Brandelli, defendeu, em entrevista à Agência Brasil, a contratação de mais funcionários para reduzir os prazos de concessão de registros pelo órgão, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, entre os quais se incluem registros de marcas, patentes, design industrial e indicação geográfica. “Não tem solução mágica. Você precisa de horas/homem. Ou seja, precisa de mais gente trabalhando”. Enquanto os pedidos de registro sobem a cada ano, o número de examinadores permanece estável e até diminui, devido a aposentadorias, licenças ou porque o funcionário passa em concurso e vai para outro órgão. Dados fornecidos pela assessoria de imprensa do Inpi mostram que os números de pedidos de patentes e marcas foram recordes na história do órgão em 2013. Foram 33.989 pedidos de patentes, no ano passado, com aumento de 1,7% sobre 2012. Já os pedidos de marcas somaram 163.587, com alta de 9% em relação ao ano anterior. O contingente de examina-

dores do instituto, entretanto, se mantém em torno de 270, computando os funcionários admitidos e os que saíram. Brandelli pretende trabalhar com a ideia de novos concursos para ampliar os quadros de examinadores do Inpi. Ele reconheceu que essa é uma negociação que passa por outras áreas do governo, especialmente com os órgãos que tratam de orçamento e gestão. Brandelli lamentou que não haja oferta de profissionais qualificados na sociedade brasileira para a exigência do trabalho do Inpi. No último concurso, aberto para 70 vagas, foram aprovados somente 27 profissionais. “Isso significa que existe um teto do pessoal qualificado na sociedade, disponível para trabalhar no Inpi, na cidade do Rio de Janeiro, com o salário que se paga”. Brandelli quer atacar o problema, inclusive buscando elevar os salários dos funcionários, de modo a equipará-los aos de outras categorias, “que são mais bem pagas”. Ele lembrou, também, que nessas categorias, o número de candidatos nunca é menor que o de vagas ofertadas. O presidente prometeu “vestir a

camisa” do Inpi, com todo o peso que tem seu cargo. Embora tenha havido avanços no ingresso de pedidos de registro no instituto, por meio eletrônico, o problema estrutural de falta de examinadores no processamento continua, analisou Brandelli. Mais uma vez, ele indicou que é necessário abrir concursos e, nesse ponto, salientou que um dos componentes principais “é a questão salarial”. Estudo divulgado em 2010 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicava que o número de processos por examinadores no Inpi era maior do que nos outros escritórios de marcas e patentes do mundo. Para se ter uma ideia, no Inpi havia, àquela época, 273 examinadores para 30 mil depósitos/ ano de propriedade industrial. Já o escritório europeu tinha 150 mil pedidos para 3,7 mil examinadores. Ou seja, cinco vezes mais pedidos de patentes e 13 vezes mais examinadores, o que permitia que o prazo de análise na Europa fosse 4,5 anos, em média, contra oito anos no Brasil. De acordo com o estudo da CNI, o problema de prazo do Inpi não é consequência de baixa produtividade, mas

resulta “da real escassez de recursos humanos e de infraestrutura”. A difusão da propriedade intelectual no cenário internacional como uma maneira de agregar valor e gerar ativos intangíveis, com base no avanço da economia, levou ao aumento do número de pedidos de registro de patentes, inclusive no Brasil, onde os exames se destacam pela qualidade, disse o presidente do Inpi. Na área de patentes, informou que a meta é reduzir o prazo atual em torno de dez anos, para cerca de sete ou oito anos, “o que for factível fazer”. Uma vez atingida essa meta, ele prometeu se empenhar para suprimir o parágrafo único do Artigo 40 da Lei de Propriedade Industrial, que acrescenta, ao final da vigência, os dias que superem o prazo de dez anos para a análise de patentes. “Esse atraso não é aceitável do ponto de vista da eficiência de um serviço público. Mas ele tem uma válvula de escape, uma salvaguarda, na própria lei”. Na avaliação de Otávio Brandelli, esse parágrafo “é esdrúxulo e não deveria existir”. Ele ponderou que cada dia a mais que se estende uma vigência de

patentes, isso pode ter consequências indesejadas, por exemplo, na saúde pública, quando se trata de uma patente de medicamentos. O Artigo 40 da Lei 9.279/96 estabelece que a patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 anos contados da data de depósito. Já o parágrafo único desse artigo define que “o prazo de vigência não será inferior a dez anos para a patente de invenção..., a contar da data de concessão”. Segundo o Inpi, isso significa que, na prática, a proteção se estende além dos 20 anos contados do depósito porque, para cada ano que o instituto atrase a análise do pedido, se somará igual prazo na vigência da patente. Com isso, mesmo que ainda não tenha o direito concedido, uma empresa pode inibir a concorrência, o que gera insegurança para quem está no mercado. Para o registro de marcas, o objetivo é atingir 18 meses para concessão por decurso de prazo, previstos no Protocolo de Madri (sistema internacional de registro de marcas). Segundo Brandelli, para que o Brasil esteja em condições de discutir se vai aderir ou não a esse sistema, ele precisa operar nos prazos

internacionalmente conhecidos, “até para benefício do usuário brasileiro”. Um dos setores que mais pedem registro de marcas no país são as pequenas e médias empresas. “São empresas nascentes. Para que ele [pequeno empresário] possa ter esse ativo intangível que tem valor de mercado, é bom e positivo que seja concedida a marca em prazos menores”. Hoje em dia, o registro é concedido, em média, em 2,5 anos. Brandelli avaliou que houve nas últimas gestões do Inpi um “belo trabalho de divulgação” das vantagens da proteção da propriedade intelectual no Brasil, sobretudo com as pequenas e médias empresas. Ele destacou que até dois anos atrás, mais de 60% dos pequenos empresários que davam entrada em pedidos de registro no instituto vinham assessorados por advogados. Atualmente, essa proporção se inverteu. “Houve um aprendizado da sociedade, dos operadores, sobre como usar o sistema de propriedade industrial e de forma autônoma. Houve uma melhora na percepção”. Ele observou, porém, que esse é um trabalho que não acaba nunca. (Alana Gandra / Agência Brasil)


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RIO DE JANEIRO

BRASIL E MUNDO

Apresentada a mais antiga espécie de réptil descrita no Rio Raul Ramos Paleontólogos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apresentaram no dia 15 de janeiro a descoberta de uma nova espécie de crocodilomorfo, a partir de um fóssil encontrado há 70 anos no município de Itaboraí, na região metropolitana. Batizado de Sahitisuchus fluminensis crocodilo guerreiro do Rio de Janeiro - o parente distante dos jacarés e crocodilos é o mais antigo réptil descrito no estado. A espécie era exclusivamente terrestre, podia passar dos dois metros de comprimento e ter 1,2 metro de altura, já que não rastejava como os crocodilomorfos atuais. O animal tinha uma postura mais parecida com a de um javali, com pernas mais fechadas e eretas. Maior predador da região em seu tempo, ele se alimentava principalmente de pequenos mamí-

feros, como os abundantes marsupiais pelos quais o depósito de calcário de São José, em Itaboraí, é reconhecido mundialmente. Apesar de ter sobrevivido à grande extinção dos dinossauros, há cerca de 65 milhões de anos, o crocodilo guerreiro e seu grupo de sebecossúquios, no Rio, foi extinto milhões de anos depois, sem deixar sucessores. Ainda não se sabe a causa da extinção, mas o paleontólogo André Pinheiro aponta duas hipóteses: a primeira é que ele não resistiu às mudanças climáticas na época. Outra possibilidade é a competição com mamíferos carnívoros que chegaram da América do Norte, no período Mioceno, há até 23 milhões de anos. Espécies parecidas com o Sahitisuchus fluminensis já foram encontradas, principalmente na Argentina, mas detalhes anatômicos como a ausência de uma fenestra mandibular externa justificam a classificação da descoberta como uma espécie nova. A descoberta revela uma característica única da Bacia São José, em Itaboraí: o local abrigou formas mais modernas de crocodilomorfos, como o Eocaiman itaboraiensis. O fóssil foi descoberto na década de 40, quan-

ECONOMIA VERDE Danielle Denny | Advogada Agronegócio em números

Ano passado as exportações do agronegócio brasileiro foram de US$ 99,97 bilhões, um incremento de 4,3% em relação a 2012. O principal importador foi a China, com ampla margem de diferença. Sozinho esse país absorveu quase um quarto delas, US$ 22,88 bilhões. O segundo maior comprador, os Estados Unidos, ficou na marca dos US$ 7 bilhões. O complexo de soja (grão, farelo e óleo) é o

principal gerador de divisas cambiais ao Brasil, foi responsável por 31,0% das vendas. Depois foi carnes, mercado sucroalcooleiro, produtos florestais e cereais, farinhas e preparações. Esses cinco setores corresponderam a 78,4% das exportações do agronegócio brasileiro em 2013, totalizando US$ 78,37 bilhões. Houve um forte aumento na quantidade embarcada de soja, milho e açúcar que passou de 77,03 milhões de toneladas em 2012 para

96,56 milhões de toneladas em 2013, forçando a estrutura portuária brasileira a absorver uma expansão de 19,53 milhões de toneladas em embarques, algo em torno de 25%. As importações, por outro lado, subiram 4,0%, atingindo a cifra de US$ 17,06 bilhões, sendo o trigo o principal produto, seguido por papel e celulose, pescados, borracha natural, lácteos, malte e azeite de oliva. O desafio é associar esses números altamente competitivos a práticas agrícolas menos nocivas ao meio ambiente. Nesse sentido, o Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014 pretende destinar R$ 4,5 bilhões para o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. Um aumento de 32% se comparado à safra anterior, mas ainda pífio frente à relevância dessa cadeia produtiva que responde por 22% do produto interno bruto do Brasil e oferece 30 milhões de postos de trabalho.

do o depósito de calcário ainda era explorado pela Companhia Nacional de Cimento Portland Mauá, que extraiu o mineral do local entre 1933 e 1984. Por se saber a importância paleontológica da região, os trabalhos eram acompanhados por especialistas do Departamento Nacional de Produção Mineral, que identificavam os fósseis. Por dificuldades para preparar o fóssil para os

estudos, ele permaneceu guardado no Museu de Ciências da Terra até 2011, quando um financiamento de R$ 8 mil deu início à preparação, que durou um ano. Seis meses foram gastos na pesquisa e oito meses na preparação da publicação na revista científica Plos One. “Quando você começa uma pesquisa paleontológica, precisa de um laboratório de preparação, pre-

paradores e curadores de fósseis, bibliografia adequada para isso, e precisa de gente. Tem que formar tudo isso. E, como no Brasil tudo é novo, você tem muitas vezes que começar do zero”, disse o pesquisador Diógenes de Almeida Campos, que coordenou o trabalho ao lado de Alexander Kellner, paleontólogo do Museu Nacional. (Vinícius Lisboa / Agência Brasil)

Museu Ciência e Vida é atração cultural na Baixada Fluminense O Museu Ciência e Vida, vinculado à Secretaria de Ciência e Tecnologia, está com uma programação especial de férias para atrair jovens da Baixada Fluminense. Instalada em Duque de Caxias, a unidade oferece uma oficina de verão para crianças de 5 a 12 anos, além de novas exposições voltadas à divulgação da ciência. De acordo com a direção da unidade, o público espontâneo do museu – formado por visitas não agendadas por escolas – representa 65% do total. – A receptividade tem sido cada vez melhor. Verificamos que 65% de nosso público vêm de forma espontânea, ou seja, não se enquadra nos agendamentos dos colégios – explicou a coordenadora de Comunicação e Museologia do Ciência e Vida, Liliana Coutinho. Entre as novidades do museu, que tem o objetivo de divulgar e popularizar a Ciência no Estado do Rio de Janeiro, está a exposição Vias do Coração, que já havia sido apresentada no espaço, tendo atraído no primeiro mês de exposição 6 mil visitantes. Com novas atrações como um “coração gigante”, com mais de dois metros de altura, que simula o ritmo das batidas do órgão em variadas si-

tuações, bem como um vídeo sobre sua anatomia e painéis que falam sobre a diabetes, tudo de forma lúdica para atrair crianças e jovens, a exposição de sucesso retornou ao museu e ficará em cartaz durante cerca de três meses. Realizada em parceria com o Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz e Sanofi, Vias do Coração ocupa o mesmo andar da mostra Sustentabilidade, que fala sobre o conceito, tão divulgado atualmente, por meio de jogos eletrônicos e painéis que explicam temas como a produção de energia, a importância da coleta seletiva, além dos gastos que a população faz ao consumir água, energia e a grande produção de lixo no planeta. Moradora de Belford Roxo, Verônica Paiva levou os dois filhos, a irmã, a sobrinha e um amigo das crianças para co-

nhecer o museu, que é gratuito e tem como carro-chefe um planetário com sessões diárias. – Estou achando maravilhoso, não temos muitos museus nesta área. Acho interessante e gostei dos monitores, que explicam bem. Às vezes é mais fácil aprender Ciências na prática do que na teoria – disse Verônica. Moradora de Vigário Geral, Cleonice de Andrade levou o filho Alexandre, de 6 anos, para participar. – Vim visitar minha mãe, que reside em Caxias, e recebi um panfleto na rua sobre o museu. Estou adorando. Quase todos os museus ficam na cidade do Rio e é muito longe, tenho que pegar duas conduções. Ter um museu nesta região é muito bom. Fica mais próximo e é gratuito – afirmou a moradora.


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CULTURA

Ruth de Souza: 60 anos de arte contra o preconceito A história da televisão brasileira sem Ruth de Souza não seria a mesma. Afinal, a atriz acumula mais de 60 anos dedicados à arte. Mas foi nos palcos que ela ingressou na carreira e descobriu sua verdadeira vocação. O “Damas da TV” do dia 22, mostrou a trajetória artística desta veterana, que foi a primeira atriz negra a se apresentar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e também foi a estreante entre as protagonistas negras de telenovela, em “A Cabana do Pai Tomás” (1969). No cinema, são mais de trinta filmes estrelados. “Riam de mim quando eu dizia que queria ser atriz”, lembra. Ruth, no entanto, sempre acreditou que a persistência era o caminho: “Quando você quer uma coisa, faça. Seja qual raça, situação social for. Consegui fazer o que queria”. Sobre preconceito, ressalta que o considera uma grande estupidez. “Cada um é como Deus fez e pronto. Esse problema racial é ridículo, principalmente em um Brasil mestiço como o nosso”, defende. Ruth fala ainda sobre uma carta anônima que recebeu anos atrás. “Dizia que queria que eu fosse a empregada da casa deles e a “Marrom”, a Alcione, a cozinheira”. A atriz comenta que chegou a ligar para a cantora para contar

sobre o ocorrido. “Ela me perguntou o que faria. ‘Não vou fazer nada’”, disse. Durante a profissão, afirma não ter sofrido com este tipo de situação em seus trabalhos. “Sempre consegui realizar as coisas sem ser ferida por ser negra, estava consciente de que a limitação não era culpa minha e sim dos autores”. De acordo com a convidada, a dramaturgia no país não possui autores negros, e os brancos não se lembram, com frequência, de incluir tais personagens nos folhetins. Para Ruth, dois autores colaboraram com a inclusão dos negros no meio televisivo: Janete Clair e Dias Gomes. “Eles sempre deram oportunidade. Ajudaram muito, eram maravilhosos. Eles reuniam todo o elenco na casa deles e discutiam, pediam opinião. E hoje, você não pode nem falar com o autor, não dá tempo, é uma correria danada”, explica. Em seu depoimento, também admite que participou da luta por melhores papéis para negros nas telenovelas: “Cobramos muito, eu, Milton Gonçalves, várias pessoas. Fiz muitos escravos. Mas, a maioria era empregada doméstica, aquela coisa, é só figuração ou enfeitar cenário, não tinha oportunidade de mostrar trabalho. Isso está aparecendo mais. Ainda hoje, falta, né?”. Ruth obser-

va que vários talentos estão se revelando, fato que não considerava possível no passado. “Cris Vianna, Zezé Barbosa, Lázaro Ramos nem se fala. É um gênio! Comparo ele ao Grande Otelo, que era brilhante. Lázaro está sendo agora”, elogia. Por falar em Grande Otelo, a entrevistada lembra a época em que contracenou com o ator em “Sinhá Moça” (1986). Na primeira versão da obra, eles interpretaram os escravos Balbina e Justo, dupla que deu certo. “Aprendi muito com ele, que era muito seguro. E o Benedito Ruy Barbosa (autor da trama) adorou nosso trabalho naquela novela”, diz. Da parceria, Ruth também conta sobre as vezes em que ligava para o companheiro para ensaiar cenas. “’Lá vem você querer trabalhar. Não vou nada!’, brincava. E batia o telefone na minha cara. Daqui a pouco ligava de novo: ‘Tá bom!’”, diverte-se ao contar a história. Afastada das novelas desde 2006, quando viveu Mãe Maria no remake de “Sinhá Moça”, Ruth admite ter saudade de atuar, mas que o reflexo que um AVC causou em sua perna esquerda atrapalha. “O Luiz Fernando Carvalho me convidou para ‘Subúrbia’ mas não pude aceitar por isso”, lamenta. “Acho que Deus foi muito gene-

THELL VÊ TV Thell de Castro | Jornalista Duas estreias na Globo: “A Teia” e “Doce de Mãe”

A série policial ‘A Teia’, de Bráulio Mantovani e Carolina Kotscho, estreia na Rede Globo no dia 28 de janeiro sob a direção de núcleo e geral de Rogério Gomes. A trama é inspirada na rotina de ações e investigações criminais e conta a história do delegado Jorge Macedo (João Miguel), seus dramas pessoais e a forma como desmontou uma quadrilha responsável por um grande assalto a um aeroporto.

Avesso à violência e ao corporativismo, o personagem bota sua reputação em risco na tentativa de capturar Marco Aurélio Baroni, um criminoso inteligente e sedutor vivido por Paulo Vilhena. ‘A Teia’ vai ao ar depois de ‘BBB’, sempre às terças-feiras. E no dia 30, ‘Doce de Mãe’, produção exibida como especial de fim de ano em 2012 que rendeu a Fernanda Montenegro o Emmy Internacional de melhor atriz

deste ano, estreia como seriado. Em uma comédia humanista que valoriza as relações familiares, a atriz vive, mais uma vez, Dona Picucha, a matriarca de uma família de classe média que a cada episódio se envolve em questões cotidianas muito atuais. Quem as resolve, ainda que de seu jeito desastrado, é sempre Picucha, com toda a sabedoria e experiência de sua idade. O seriado, uma coprodução da Globo com a Casa de Cinema de Porto Alegre, é um retrato leve e lírico da velhice. Com direção de núcleo de Guel Arraes, direção-geral de Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado, que também assina o texto final, ‘Doce de Mãe’ conta ainda com os atores Louise Cardoso, Marco Ricca, Mariana Lima, Daniel de Oliveira, Drica Moraes e Matheus Nachtergaele e com as participações especiais de Francisco Cuoco, Otávio Augusto e Emiliano Queiroz. O seriado vai ao ar depois de ‘BBB’, sempre às quintas-feiras.

roso comigo, minha carreira correu correta, certinha, sem altos e baixos. É bom trabalhar, importante não só pelo fato financeiro, mas

é uma terapia”. E finaliza: “Gosto muito de mim, procuro ser a melhor em tudo. Cuido de mim sem me importar com o que os outros

estão fazendo ou não. Estou convencida que sou uma boa atriz. Tudo que tenho, consegui com a minha profissão”.

AXN exibe fim de “Breaking Bad” no dia 31 A série arrebatadora de prêmios e fãs, Breaking Bad, chega à reta final no AXN. O episódio final, duplo, vai ao ar no dia 31 de janeiro, sexta-feira, e trará a conclusão das personagens que não vão sair tão cedo da mente do público. Na série, Walter White (Bryan Cranston) é um professor de química que se descobre com câncer. O medo de deixar sua mulher e seu filho sem recursos faz com que ele fabrique me-

tanfetamina, mas conforme o tempo passa, White se envolve mais e mais com o mercado e sua ganância se torna um novo guia. No episódio que vai ao ar nesta sexta-feira, 17, Lydia visita o laboratório e vê a nova droga produzida pro Todd, sem a sua característica cor azul. Jesse (Aaron Paul) tem uma ideia de como pegar Walter, pois sabe que existe uma evidência que ele nunca destruiria: seu di-

nheiro. Walt é atraído para o deserto sob a ameaça de ter sua fortuna queimada e se depara com uma emboscada. A série levou pra casa, no dia 12 de janeiro, dois Globos de Ouro. Um de melhor série e de melhor ator para Cranston, e se despediu do público de forma brilhante e emotiva. “Essa é uma ótima maneira de me despedir da série”. – disse o eterno Walter White ao receber o prêmio.


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RIO DE JANEIRO

ESPORTES

SuperBike Series Brasil anuncia novas categorias para 2014 Em uma festa digna do maior campeonato de motovelocidade da América Latina, o SuperBike Series Brasil promoveu em dezembro, em São Paulo, premiação com os campeões e vice-campeões de 2013 e anunciou novas categorias para próxima temporada. No evento, que reuniu pilotos, equipes, patrocinadores e imprensa, a organização, através do idealizador Bruno Corano e da diretora-executiva Karina Abreu, revelou a chegada da Copa Honda CBR 500R e da Copa Kawasaki Ninja 600, que prometem

ter grids lotados e dar mais emoção ao campeonato. As duas categorias chegam ao SuperBike Series Brasil 2014 com características semelhantes. São de baixo custo, possuem preparação limitada (motos stock) e visual padronizado. A classe monomarca Honda será com a CBR 500R, modelo lançado neste ano, e a monomarca Kawasaki, com a Ninja ZX-6R. Além disso, a próxima temporada seguirá com a SuperBike Pro, principal categoria do campeonato, com motos de 1.000 cilindradas; 600cc

SuperSport; SuperBike Light; Copa Kawasaki Ninja 250R/300cc e Honda Junior Cup, essa uma categoria-escola para crianças entre 10 e 15 anos. “Todos sabem que criei esse campeonato por pura paixão pela motovelocidade. Ao longo dos anos, tivemos rápida evolução técnica e estrutural, com inclusão de novos patrocinadores, pilotos e mídia, que fazem hoje do SuperBike Series Brasil a maior competição de motovelocidade da América Latina. Com parceiros que acreditam no nosso trabalho,

pois enxergam no campeonato um forte atrativo para visibilidade da marca, sei que podemos ser o melhor evento de esporte a motor no país. Neste ano, tivemos recordes como número de pilotos (mais de 500) e superamos em público, no Autódromo de Interlagos, grandes campeonatos como Stock Car e Fórmula Truck. Isso mostra a força do motociclismo no país e nossa capacidade de gerenciar um grande evento”, afirma Bruno Corano, idealizador do SuperBike Series Brasil. Ao som do DJ Dimy Soler, a organização homenageou todos os patrocinadores que têm se dedicado ao evento e premiou os pilotos campeões e vicecampeões de todas as categorias: SuperBike Pro, SuperBike Light, 600cc SuperSport, Copa Honda CB 300R, Copa Honda CBR 600F, Copa Kawasaki Ninja 250R/300cc e Honda Junior Cup. “A festa é uma forma de agradecer a todos que tornaram a temporada 2013 ainda melhor. Estamos focados com a qualidade do campeonato e, consequentemente, com a visibilidade de todos os envolvidos, desde os pilotos, responsáveis pelo espetáculo, até os patrocinadores, imprensa e público. Esse evento é uma forma de nos confraternizarmos e de comemorarmos o su-

cesso do campeonato”, declara Karina Abreu, diretora-executiva do SuperBike Series Brasil. SuperBike Series Brasil 2013 Neste ano, o campeonato teve mais de 500 pilotos nas dez etapas realizadas, sendo que aproximadamente 200 deles fizeram sua estreia. Com corridas emocionantes e ultrapassagens espetaculares, a competição foi marcada também por recordes de público. Mais de 200 mil pessoas compareceram aos autódromos das cidades de São Paulo (SP), Santa Cruz do Sul (RS), Brasília (DF), Cascavel (PR) e Curitiba (PR) para acompanhar de perto os melhores pilotos da atualidade. Para ser ter uma ideia, em uma única etapa, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP), cerca de 35 mil pessoas estiveram presentes, sendo esse o recorde absoluto do ano, superior a todos os campeonatos brasileiros, superado apenas pela Fórmula 1. Outro ponto marcante no ano foi a visibilidade que o campeonato proporcionou aos pilotos e patrocinadores, com um ótimo retorno de mídia, transmissões ao vivo em TV e internet. Os apaixonados por motovelocidade também foram beneficiados e puderam

acompanhar as corridas em tempo real, em qualquer lugar do mundo, pelos portais R7, Terra, SoAoVivo.com e através do site oficial do SuperBike. A RedeTV! e a ESPN realizaram ao longo do ano programas especiais sobre as etapas, tornando o SuperBike Series Brasil um evento ainda mais atraente. A competição teve a estreia da Honda Junior Cup, categoria-escola que reúne crianças e adolescentes de 8 a 15 anos. A organização, através de Bruno Corano, criou a categoria com o objetivo de formar novos pilotos e renovar a motovelocidade no país. Outra novidade foi a Copa Kawasaki Ninja 300cc, que pela primeira vez participou do evento. A categoria correu em conjunto com a monomarca Copa Kawasaki Ninja 250R. Foram cerca de 70 pilotos durante o ano. Na SuperBike Pro, Maico Teixeira (#36), da Equipe Honda Mobil, conquistou o inédito título. José Luiz “Cachorrão” (#51), também da Honda Mobil, ficou em segundo, seguido de Danilo Andric (#64), da Andric Motorcycle. O experiente e multicampeão Bruno Corano (#34), da ELF Monster Energy Kawasaki SuperBike Team, finalizou em quarto e, Massao Nishimoto (#41), da Dynel’s, completou em quinto.

Minotauro acredita na volta e superação de Anderson Silva Rodrigo “Minotauro” Nogueira, ex-campeão dos pesos pesados do UFC (Ultimate Fighting Championship), diz que acredita na volta e superação do amigo Anderson Silva, após fratura da perna esquerda na luta há duas semanas contra o norte-americano Chris Weidman. A afirmação foi feita durante sessão de autógrafos na loja Centauro do Bourbon Shopping, na capital paulista. O evento, em parceria com a Academia Team Nogueira, reuniu mais de 200 fãs de MMA (Artes Marciais Mistas). “Lamento demais o que aconteceu. Foram pouquíssimas vezes que esse tipo de lesão ocorreu com brasileiros no octógono. Acredito que Anderson pode voltar e ainda nos dar uma lição de superação”, diz Minoutauro. Durante o encontro, o público aproveitou a oportunidade para tirar fotos e pegar autógrafos de um dos atletas mais admirados do Brasil na atualidade. “Sou um agente motivador. Passei por várias dificuldades e me sinto com a missão de

incentivar as pessoas à prática de esportes em busca de uma melhor qualidade de vida”, ressalta.

Além de dele, Ana Maria Índia, uma das pioneiras do MMA feminino, participou do evento. “É muito legal

esse contato com os fãs que têm um carinho enorme pelo nosso esporte. Quem sabe eu não incentivo mais

mulheres a praticá-lo”, comenta Índia. Com 34 vitórias em 43 lutas disputadas, “Minotauro”

é um dos principais nomes do Brasil e do mundo nas lutas marciais. O experiente atleta de 37 anos é o único na história que conquistou o cinturão dos pesos pesados no UFC e no Pride. Possui vitórias sob seis ex-campeões do UFC: Randy Couture, Ricco Rodriguez, Tim Sylvia, Josh Barnett, Mark Coleman e Dan Henderson. Rodrigo “Minotauro” não luta desde junho de 2013, mas espera voltar ao octógono depois de abril deste ano. O líder da Team Nogueira ainda está se recuperando da lesão sofrida no último confronto pelo UFC. “Devo ter uma luta até maio e estou me preparando desde o mês passado”, conta. Essa não é a primeira sessão de autógrafos que a Centauro realiza com o atleta. Além dele, a rede de lojas já contou com as presenças de grandes nomes como Victor Belfort, Rogério “Minotouro”, Wanderlei Silva, Maurício “Shogun”, Lyoto Machida, Chuck Liddell, Renan Barão e Demian Maia para receber os fãs da modalidade.


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rio De Janeiro

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SAÚDE

saúde lança campanha para diagnóstico precoce da hanseníase O Ministério da Saúde lançou no dia 14 de janeiro campanha educativa de combate à hanseníase. Com o slogan “Hanseníase Tem Cura”, a campanha orienta profissionais de saúde na identificação dos sinais e sintomas visando ao diagnóstico precoce da doença. De acordo com a pasta, as ações serão concentradas em todas as capitais e em cidades com mais de 100 mil habitantes localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além da Baixada Fluminense, das regiões metropolitanas de São Paulo e de Belo Horizonte e do norte de Minas Gerais. As áreas são consideradas prioritárias por concentrarem a maioria dos casos de hanseníase no país. Serão divulgados materiais como cartazes, gravações de rádio, outdoors e campanhas na internet para a população em geral e um e-mail informativo para profissionais de saúde. Em dezembro do ano passado, o embaixador especial da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Eliminação da Hanseníase, Yohei Sasakawa, lamentou o fato de o Brasil ainda não ter atingido o patamar estabelecido pelo organismo para erradicação da doença, que é menos de um caso para cada 10 mil habitantes. Ao lembrar os avanços da ciência, que garantiram tratamento e cura, ele enfatizou que é preciso intensificar os esforços para atacar a hanseníase, marcada pela discriminação e pelo estigma. (Paula Laboissière / Agência Brasil) mato grosso, tocantins e maranhão registram as maiores incidências de hanseníase do país Balanço divulgado pelo

Ministério da Saúde indica que três estados registram as maiores incidências de hanseníase do país, com coeficiente de prevalência acima de três casos para cada 10 mil habitantes – Mato Grosso (7,69), Tocantins (5,54) e Maranhão (5,22). Já Rio Grande do Sul (0,12), Santa Catarina (0,29) e São Paulo (0,34) apresentam as menores taxas de prevalência da doença. Dados da pasta mostram que o Brasil identificou 33.303 novos casos de hanseníase em 2012. Os números referentes ao ano passado ainda não foram fechados, mas a estimativa do governo é que eles fiquem entre 30 mil e 33 mil novos casos. Ainda assim, a taxa de prevalência da doença caiu 65% nos últimos dez anos, passando de 4,33 para cada 10 mil habitantes em 2002 para 1,51 para cada 10 mil habitantes em 2012. De acordo com o balanço, em 2012, o coeficiente de detecção da hanseníase no Brasil foi 17,17 para cada 100 mil habitantes na população em geral. Entre menores de 15 anos, o índice foi 4,81/100 para cada 100 mil habitantes. Entre as ações adotadas pelo ministério está o Monitoramento para Eliminação da Hanseníase, que coletou dados em 60 municípios brasileiros. Foram pesquisadas 164 unidades de saúde de todo o país, representando 27% da população brasileira (52,8 milhões de pessoas). Os municípios selecionados foram os que apresentam maior carga da doença e concentram 60% dos casos. Ao todo, foram examinados 6.170 prontuários, além de 656 entrevistas feitas com pacientes e 279 com profissionais de saúde. Os dados mostram que 87,5%

das cidades oferecem serviços de diagnóstico e tratamento para a hanseníase. Também foi observada uma redução de 18% da proporção de casos com grau 2 de incapacidade física, quando comparado os anos de 2007 e 2011, demonstrando que o diagnóstico precoce está crescendo.

a viDa É frágil. viva Com saÚDe Dra. Lívia Maria Gennari | Médica CRM-SP 132267

ministério da saúde identifica 300 crianças com hanseníase em escolas públicas do país O Ministério da Saúde identificou 300 crianças e adolescentes com hanseníase em escolas públicas de todo o país no ano passado. De acordo com a pasta, o conjunto de diagnósticos é resultado de campanha feita para verificar casos suspeitos e promover o tratamento coletivo da doença em 852 municípios considerados prioritários. O objetivo do governo foi detectar novos casos de hanseníase entre menores de 15 anos e, a partir disso, identificar famílias e comunidades onde há adultos portadores da doença que podem ter sido a fonte de infecção das crianças. Segundo o ministério, um caso de hanseníase em criança significa que há

um adulto próximo doente e ainda sem diagnóstico e tratamento. Ao todo, 3,8 milhões de alunos foram submetidos ao exame inicial para a detecção da doença. Desses, 243 mil foram encaminhados para avaliação nas unidades de saúde. Os municípios que participaram da campanha foram escolhidos entre os de maior incidência de hanseníase do país e alcançam todos os estados. Ainda de acordo com a pasta, foi feito também um tratamento coletivo para verminose, que alcançou 2,8 milhões de crianças em idade escolar. Uma nova campanha nas escolas está prevista para o primeiro semestre deste ano em um total de mil municípios.

o preço do abandono Em 2010 fui convidada a trabalhar como pediatra em um abrigo de crianças em situação de abandono. Foram 4 anos de visitas semanais ao Lar que agora chegam ao fim deixando em mim, e em toda a equipe, um gostinho de saudades e a sensação maravilhosa de missão cumprida. Quando escolhi pediatria minha motivação era participar de alguma forma da vida de cada um dos meus pequenos pacientes, vê-los crescer dando uma “ajudinha” quando necessário. Porém as crianças do abrigo precisavam de muito mais do que minha ajuda pro-

fissional. Assisti e comecei a entrar em suas histórias, aprendi mais do que ensinei, fui surpreendida e tive meus conceitos revistos por essas crianças, fazendo-me questionar qual o preço do abandono? Até que ponto a vida desses menores foi irremediavelmente marcada e transformada pelo afastamento dos pais ou pior, pela negligência, violência e descaso? Mesmo nas crianças abrigadas, desde muito cedo podemos notar as cicatrizes, as marcas de crescer sem uma estrutura adequada. O Instituto para o qual eu trabalhava sempre teve a preocupação de prover conforto com educadores capacitados, cuidados alimentares e

segurança, mas o amor de um lar mostrou-se totalmente insubstituível. Sempre procuramos motivar a convivência das crianças abrigadas com seus pais e estimulá-los à combater as situações de risco que afastaram essas famílias, minimizando o tempo de separação. Infelizmente as marcas de uma infância de abandono ficarão por um longo tempo, mas cabe à todos os que trabalham nos abrigos o fardo de recriar um ambiente harmônico onde todos possam preocupar-se apenas em serem crianças e em crescer com saúde e perspectivas de um futuro.


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RIO DE JANEIRO

RIO TOTALVOLTA ÀS AULAS ESPECIAL

EDIÇÃO: THELL DE CASTRO

Especialista defende que peso máximo de mochilas seja 10% do peso corporal Na hora de comprar o material escolar, um item merece atenção especial: a mochila. Com o peso muitas vezes excessivo, devido à quantidade de livros e outros materiais, as mochilas precisam ser adequadas para distribuir bem o peso e não prejudicar a postura dos estudantes. Os pais devem ficar atentos para evitar que os filhos carreguem peso maior que o recomendável. A Academia Americana de Pediatria considera que o ideal é que a mochila tenha entre 10% e 20% do peso corporal do estudante. Há instituições que defendem o percentual de 15%. O ortopedista pediátrico e professor na Santa Casa de São Paulo Claudio Santili explica que falta consenso porque não há pesquisas conclusivas sobre o tema. Ele defende que o peso máximo do material escolar carregado pelos estudantes seja 10% do peso corporal. O uso de mochilas com peso excessivo, especialmente se carregadas de forma inadequada, pode provocar dores e até problemas na postura, explica Santili. “Se for carregada de forma inadequada, apenas de um dos lados do corpo, vai provocar contração da musculatura do lado oposto e a criança pode ter dor muscular. Se isso se prolongar, pode levar à postura inadequada”. Ao escolher uma mochila, é importante que ela seja

leve. Quando estiver vazia, não deve pesar mais que meio quilo. O ideal é que seja de duas tiras, pois as de tira única para o ombro não distribuem o peso uniformemente, o que pode causar problemas de postura. O estudante deve tensionar as tiras para que a mochila fique bem junto ao corpo e aproximadamente a cinco centímetros acima da linha da cintura. As alças devem ser acolchoadas, reguláveis e com largura mínima de quatro centímetros na altura dos ombros. Tiras estreitas po-

dem causar compressão nos ombros e restringir a circulação. É interessante também concentrar os objetos mais pesados no centro da mochila e mais próximos das costas. As orientações foram elaboradas pelo Proteste e pela Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica. Sabrina Albuquerque tem dois filhos que estão no ensino fundamental, um de 9 e um de 13 anos, e fica preocupada com o peso que eles carregam diariamente. “Dá pra ver pela postura que o material está muito pesado, aí peço pra retirar alguns li-

Pais reclamam da lista de materiais das escolas particulares A bacharel em direito Raíres Cunha trocou os filhos de escola este ano. No momento da matrícula, pagou uma taxa estipulada pela escola para a aquisição de materiais, como caixa de giz, pincel e cola. Quando veio a lista de material individual, uma surpresa: lá estavam elencados materiais bem parecidos. Em uma lista, pedia-se uma cola de 1 litro, na outra, a mãe deveria comprar duas colas brancas. No Distrito Federal, mais de 200 pais procuraram a Associação de Pais de Alunos das Instituições de Ensino (AspaDF) para reclamar de possíveis abusos e tirar dúvidas sobre listas de materiais escolares. As queixas são principalmente sobre a exigência de material coletivo, o que é proibido por lei, e a não especificação do uso dos produtos solicitados. A entidade recebeu reclamações também de pais de outros estados. “Acho um absurdo. Se eles pedem um valor para comprar material de uso coletivo das crianças, por que a gente tem que comprar mais material ainda?”, reclama Raíres. “Aqui [aponta a lista coletiva] diz que a gente paga um pincel. Na outra [individual], pedem outro pincel”. Tudo isso pesa no bolso. O presidente da Aspa-DF, Luis

Claudio Megiorin, calcula que todo o material solicitado no início do ano letivo e durante o ano, como os extras, representam um acréscimo de 15% a 20% no gasto anual das famílias com a mensalidade escolar. Sancionada no ano passado, a Lei 12.886/13 prevê o direito de comprar apenas o que o próprio filho vai consumir, individualmente ou coletivamente. O texto diz: “Será nula cláusula contratual que obrigue o contratante ao pagamento adicional ou ao fornecimento de qualquer material escolar de uso coletivo dos estudantes ou da instituição”. A presidenta da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, informa que o material coletivo a que se refere a lei é o de uso de expediente, como material de limpeza, papel higiênico e sabonete. Itens como cartolinas, giz de cera e pincéis podem ser pedidos pela escola, para uso do aluno em sala de aula. Mas, para esses materiais, o centro de ensino deve especificar a finalidade de cada um. “Os pais devem comprar aquilo que for usado pedagogicamente em uma construção coletiva. Esse material volta para o pai em forma de

trabalho das crianças”, diz Amábile, acrescentando que os pais com dúvida devem procurar as instituições, que estão à disposição para explicar sobre o uso dos materiais. Ela esclarece que não existe uma única regra e “as escolas têm autonomia para desenvolver propostas pedagógicas e solicitar o material para que ela seja desenvolvida”. Na semana passada, o Procon-DF constatou que o plano de execução não está sendo apresentado aos pais por algumas instituições. A Operação Passa Régua fiscalizou 13 escolas, sendo que nove foram autuadas por apresentar irregularidades como a falta desse plano. O Procon-DF recomenda que os pais exijam o plano de execução das escolas e fiquem atentos quanto às exigências da lista. Qualquer dúvida, devem procurar a instituição e registrar a queixa. A Aspa-DF orienta os pais a etiquetar todo o material comprado e deixado na escola. Ao final do ano, eles devem solicitar às escolas a devolução de pincéis, lápis de cor e do que não for completamente consumido ao longo do ano. “Isso pode ser guardado e usado no ano seguinte”, ressalta Megiorin. (Mariana Tokarnia / Agência Brasil)

vros e levar na mão. Mas, com isso, eles às vezes acabam esquecendo o material”, conta. Sabrina avalia que a escola deveria se preocupar mais com a questão. “Acho que a escola acaba se preocupando muito com o conteúdo, o vestibular, e não se preocupa com essa parte física das crianças”, relata. As mochilas com rodinhas podem ser uma alternativa para o excesso de peso. A Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica alerta, no entanto, que é preciso ter cuidado com a alça do carrinho que deve estar a uma

altura apropriada. As costas devem estar retas ao puxá-la. Esse tipo de mochila, porém, enfrenta resistência dos adolescentes. Além de mochilas adequadas, o diálogo entre pais e escola é considerado fundamental para equacionar o problema do excesso de peso que os alunos carregam. Algumas instituições têm adotado medidas que reduzem a quantidade diária de material que precisam levar. Gabriela Braga é mãe de Caio, de 12 anos, que cursa o 7° ano do ensino fundamen-

tal em uma escola particular de Brasília. Ela conta que, neste ano, a escola vai adotar netbook e apostilas próprias que serão entregues por bimestre. “Este ano será entregue uma apostila por bimestre, com todas as matérias. Não é muito material para carregar. Extra, só um caderno de dez matérias”, diz. O ortopedista Cláudio Santili também alerta os pais para conferir periodicamente as pastas escolares a fim de evitar que os filhos carreguem objetos desnecessários. “A criança também precisa ser fiscalizada. Muitas vezes, ela tem na mochila coisas que não precisam ser levadas à escola, como joguinho para brincar, o que aumenta o peso. Isso é muito comum”, disse. As discussões em torno do excesso de peso das mochilas de crianças e adolescentes resultaram em um projeto de lei, aprovado em novembro do ano passado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que determina que as mochilas devem ter, no máximo, 15% do peso do estudante. O projeto também obriga as escolas a ter armários para os estudantes guardarem material. O texto, no entanto, não prevê nenhum tipo de fiscalização, nem sanções para quem descumprir a norma. O projeto ainda precisa retornar à Câmara dos Deputados. (Yara Aquino / Agência Brasil)

Pais devem ficar atentos ao contratar transporte escolar para os filhos Com a proximidade do reinício das aulas, muitos pais começam a procurar transporte escolar para garantir que os filhos cheguem ao colégio sem atraso e voltem para casa com tranquilidade. Antes de contratar o serviço, no entanto, é preciso verificar se o veículo tem autorização para transportar crianças e adolescentes e ficar atento aos itens de segurança. Pedir referências a pais de outros estudantes e verificar se a escola tem indicação de motoristas que já fazem o transporte de outros alunos da instituição são alternativas. Ao encontrar um prestador de serviço, a primeira medida a ser observada é se o veículo tem autorização do Departamento de Trânsito (Detran) para fazer transporte escolar. Para obter a autorização, o veículo tem que passar por uma vistoria e são liberados apenas os que apresentam as

condições adequadas e os itens de segurança necessários. “Verificar se o veículo está autorizado é o primeiro passo para contratar. Se ele está autorizado, significa que passou por vistoria e está em condição de rodar. Com esse dado, sugerimos que os pais observem um ou dois dias o modo como o motorista dirige, o cuidado que tem com as crianças no momento do embarque e desembarque”, orienta o chefe do Núcleo de Operação Técnico do Departamento de Trânsito do Distrito Federal, Helder Athan. A vistoria ocorre periodicamente, mas os pais também devem ficar atentos à conservação do veículo ao longo dos meses e a manutenção dos itens de segurança como a qualidade dos pneus, o funcionamento dos cintos de segurança, de faróis e lanternas, por exemplo. Os pais podem verificar ainda se o motorista fez o curso de capacitação exigido para o transporte

escolar. A informação consta na carteira de habilitação, que precisa ser da categoria D. “O pai deve ter a preocupação de saber quem está conduzindo e pedir que o condutor do veículo apresente a habilitação. No campo de observações, vai constar a indicação de habilitado escolar”, explica Helder Athan. A negociação do contrato de prestação de serviço também merece atenção. A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) tem uma cartilha com orientações para os pais e sugere que é importante ficar claro se haverá reajuste da mensalidade em caso de aumento de preço dos combustíveis. A cartinha sugere ainda negociar a melhor data para pagamento e discutir a inclusão de uma cláusula de multa por descumprimento de horários. (Yara Aquino / Agência Brasil)


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