Diálogo Metropolitano
RIO DE JANEIRO
Entrevista com Paulo Marcondes Ferraz, presidente da FCCE PAG 8
» SÁBADO, 30 DE MARÇO DE 2013 | ANO 1 | NÚMERO 3 | ALPHA PRIME: 59 ANOS DE JORNALISMO
Em média, carioca leva 42,6 minutos para chegar ao trabalho O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou que os moradores das maiores capitais brasileiras levam mais tempo no trajeto de casa para o trabalho. O Instituto analisou os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) entre 1992 e 2009. A análise revelou que o tempo médio que os moradores das principais capitais brasileiras demoram no trajeto casa/trabalho é relativamente maior, na comparação com regiões metropolitanas com mais de 2 milhões de habitantes de outros países. No topo da lista das cidades onde os moradores levam mais tempo para se deslocar de casa para o serviço estão São Paulo (42,8 minutos) e Rio de
NOSSOS COLUNISTAS
CIDADES
Janeiro (42,6 minutos). As duas capitais só ficaram atrás de Xangai. Um dos fatores que leva as metrópoles a tal cenário é o aumento da frota automotiva particular. O Rio de Janeiro tem hoje uma frota com cerca de 2,5 milhões de automóveis, o que representa um crescimento de 56% entre os anos de 2001 e 2011. A estimativa para o futuro é caótica: em 2017, a cidade terá 424 veículos por Km. Com números que só aumentam, o trânsito do Rio de Janeiro tem se tornado problemático para o motorista. Ir dirigindo para o trabalho, mesmo que teoricamente a distância não pareça tão grande, tornou-se uma viagem cansativa. São 42,6 minutos de desgaste em meio a congestionamentos, buzinas, tensão e calor. PAG 4
ESPORTES
Educação dos filhos: uma questão de limites
Descobriram a Pesquisas de reputação têm se Comitê Organizador do Rio fórmula contra tornado ferramenta essencial 2016 tem nova sede o envelheciAs pesquisas de reputação têm se tornado ferramen- Mesmo faltando mais de três anos para os Jogos Olímmento? ta essencial para empresas e políticos balizarem suas picos Rio 2016, o Comitê Organizador já começou a se
DÉBORAH FONSECA PAG 2
JOSÉ CARLOS BLAT PAG 3
ações. Saiba como funcionam essas pesquisas e confira a opinião de um especialista no assunto. PAG 2
SAÚDE
estruturar para receber e coordenar o evento a partir da inauguração de sua nova sede. PAG 6
ECONOMIA
Pré-sal: falta gestão estratégica ao Brasil
Liliane Ventura Cidadania: doe sangue e crie o Os efeitos da desoneração na entrevista o hábito de salvar vidas cesta básica ator Luciano No Brasil, apenas 1,8% da população é doadora de san- Desde o dia 8 de março, os produtos da cesta básica Szafir gue. É preciso que a população compareça com mais podem ser adquiridos sem a incidência de impostos fe-
DANIELLE DENNY PAG 3
LILIANE VENTURA PAG 4
força nos postos de coleta e se torne doadora regular. PAG 7
derais, o que demonstra a disposição do governo em estimular o consumo, a fim de alavancar a economia. PAG 3
CULTURA
Estreia coluna sobre turismo: albergue ou hostel?
Terceira temporada de Game of Thrones
HAMILTON VASCONCELLOS PAG 4
THELL DE CASTRO PAG 5
Criador do ‘Dogma 95’ volta a inquietar
Temos que torcer por Jorginho no Flamengo
HAMILTON ROSA JÚNIOR PAG 5
JOSÉ CARLOS CICARELLI PAG 6
Obesidade infantil: apoio da família é fundamental
O controle da epidemia de dengue no Rio de Janeiro
DRA. LÍVIA MARIA GENNARI PAG 7
REINALDO COSTA PAG 8
Rock in Rio 2013: cidade quase pronta para receber astros da música, como Beyoncé Considerado um dos festivais mais importantes do mundo da música, o Rock in Rio se prepara para ligar os amplificadores da sua quinta edição na cidade maravilhosa. Desta vez, o evento acontecerá nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro, na já tradicional Cidade do Rock. Entre as atrações que já estão confirmadas estão Metallica, Iron Maiden, John Meyer, Matchbox Twenty, Alice in Chains, Muse, Beyoncé e Bruce Springsteen. PAG 5
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RIO DE JANEIRO
CIDADES
Pesquisas de reputação têm se tornado ferramenta essencial
Fábio Gomes
É fundamental para um político que está se candidatando saber quais as maiores reivindicações da população, quais as intenções de voto do povo e como sua imagem enquanto candidato está sendo vista pela sociedade. O mesmo vale para uma empresa que vai lançar um produto no mercado, ela precisa fazer uma pesquisa para saber se a mercadoria tem espaço e, uma vez no mercado, como está sendo aceita
pelos consumidores. É nessa hora que entram em ação os Institutos de Pesquisas de opinião, que irão munir os partidos e empresas com informações que visam a orientar o lançamento de um produto ou mesmo justificar estratégias partidárias, apontado caminhos e tendências para campanhas eleitorais. O objetivo dessas pesquisas de opinião, sejam elas políticas, institucionais ou mercadológicas,
é tornar mais precisa a tomada de decisão, fornecendo aos contratantes a visão de seu público alvo sobre determinado assunto, o que funciona como um termômetro, que irá tornar as ações mais objetivas e seguras. Os mais famosos institutos de pesquisas do país são o Datafolha – fundado em 1983 - e o Ibope – com mais de 70 anos de experiência -, mas novas instituições surgiram no mercado nas últimas décadas
e estão conquistando espaço nos grandes centros. Entre elas, está o Instituto Informa, fundado em 1996 no interior fluminense, na cidade de Paraíba do Sul. Na época, Fábio Gomes, sociólogo e hoje presidente do Instituto Informa, pesquisou as eleições em seis municípios do Centro-Sul Fluminense e acertou o resultado de quase todas. “A característica principal do Instituto é ter se preparado para atender às cidades
pequenas, que têm suas peculiaridades, a dificuldade de fazer pesquisas e de organizar dados censitários para municípios pequenos”, diz Fábio. De acordo com o sociólogo, o crescimento do Instituto veio através da especialização em todas as áreas de atuação. “Começamos a ficar especialistas no interior, depois especialistas no estado do Rio de Janeiro e agora estamos atuando em outros mercados”, diz Fábio. Há seis anos, o Instituto atua no estado do Ceará e agora começa a atuar também em São Paulo. “Começamos a atuar e estamos fazendo a diferença em formatos e metodologias de pesquisa com distinção própria, o que nos destaca no mercado”, afirma Fábio. Uma das pesquisas que tem crescido no mercado é a de reputação, realizada com sucesso pelo Instituto Informa. “A reputação é uma análise que já estava presente nos trabalhos de pesquisa”, diz Fábio. “Uma parte dele era sondar o efeito dos trabalhos de comunicação de uma instituição, de uma pessoa, de um político ou de uma empresa na formação da opinião pública”, completa. De acordo com Fábio, as pessoas têm uma opi-
nião formada sobre quase tudo, conhecendo ou não aquilo sobre o que têm opinião. Entretanto, para tomar ações mais certeiras, faz-se necessário distinguir imagem de reputação. Enquanto imagem é uma opinião sem informação aprofundada, reputação é o conceito que as pessoas têm sobre uma determinada instituição com informações mais profundas. A reputação, de acordo com o estudioso, é o maior ativo que uma instituição pode ter. “Se for uma empresa, ela vende mais quando tem maior reputação, mas se esta é destruída, a empresa vai vender menos, podendo até quebrar”, diz. “Uma instituição pública sofre pressões da opinião pública quando a reputação está abalada, mas se está restaurada, ela pode ter o apoio popular”, completa. Fábio alerta que as empresas têm que estar atentas e seus comandantes não devem cair no perigoso mito do superadministrador. “As pessoas aqui no Brasil, e fora também, têm essa ideia, e consideram que tudo está sob o seu domínio, mas a opinião pública não pode estar no domínio de forma tão fácil, ela tem que ser gerenciada”, diz.
REFLEXÕES Déborah Fonseca | Jornalista Uma questão de limites A difícil tarefa de impor fronteiras ao comportamento dos filhos. Todos sabemos que driblar a vida profissional e a doméstica exige talento de craque. As pressões chegam por todos os lados, e a ausência junto aos filhos acaba sendo compensada por concessões e presentes.
Que atire a primeira pedra quem nunca caiu nessa armadilha. Na ânsia desenfreada de fazer a engrenagem do cotidiano funcionar, não é raro que a alimentação, o comportamento ou um bom rendimento escolar sejam negociados. E, para conseguir o que desejam, os filhos aprendem cedo a reverter em seu favor senti-
mentos como a culpa e o remorso. Não, realmente não acredito que nossas crianças e jovens sejam pequenos diabinhos. São apenas frutos de nosso tempo, muito mais perspicazes e informados do que éramos na mesma idade. O problema somos nós, pais, que precisamos estar atentos, saber o que não é necessário. Precisamos ter consciência de que proteger não é evitar que as consequências dos nossos atos e delitos sejam vivenciadas. Um beijo, um abraço, cinco minutos de prosa animada, podem ser muito mais valiosos que um novo videogame, e um remédio eficaz para um dia difícil. Educar exige reflexão, diálogo, consome tempo e energia. Não é tarefa que se terceirize. É terreno pantanoso. Mas temos que estar comprometidos a criar cidadãos, pessoas que saibam que nem tudo é permitido e que o eixo do universo não está no próprio umbigo. Sim, para tudo na vida há limites, e educar, acredito, é ajudar a enxergar e a respeitar as fronteiras.
Diálogo Metropolitano Publicado pela Alpha Prime Editora e Jornalismo Ltda. Alpha Prime: 59 anos de jornalismo
Diretora Mônika Santos Ferreira Diretora de Redação Déborah Fonseca Jornalista Responsável Editor Chefe Jônatas Mesquita | MTb 63370 jonatas@dialogometropolitano.com.br Redação Jonas Gonçalves Raul Ramos Pâmela Mendes contato@dialogometropolitano.com.br Revisão Bianca Montagnana Diagramação Roberta Furukawa Bartholomeu
colunistas Danielle Denny, Déborah Fonseca, Hamilton Rosa Jr., Hamilton Vasconcellos, José Carlos Blat, José Carlos Cicarelli, Liliane Ventura, Lívia Gennari, Reinaldo Costa e Thell de Castro. Projeto gráfico e editorial News Prime Comunicação & Web www.newsprime.com.br contato@newsprime.com.br Redação Avenida das Américas, 3.500 Bloco 05 | Sala 313 Rio de Janeiro | RJ Impressão Gráfica Lance REDES SOCIAIS Twitter - twitter.com/dialogometro Facebook - migre.me/drPtc
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RIO DE JANEIRO
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ECONOMIA
Uma cesta básica mais leve: os efeitos da desoneração JONAS GONÇALVES Carnes, café, óleo, manteiga, açúcar, papel higiênico, pasta de dente e sabonete. Gêneros alimentícios e produtos de higiene tão importantes para o cotidiano que integram o conjunto de itens conhecido como “cesta básica”. Desde o dia 8 de março, todos podem ser adquiridos sem a incidência de impostos federais (PIS, Cofins e IPI), o que demonstra a disposição do governo em estimular o consumo, a fim de alavancar a economia. Mas, será que já é possível sentir os efeitos dessa mudança? Na avaliação do economista Salomão Quadros, superintendente de Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), isso ainda vai demorar algum tempo. “Essas coisas se transmitem por meio de renovação de estoques.
Até que se tenha o varejo vendendo produtos que já saíram da indústria desonerados, isso leva certo tempo”, disse à Agência Brasil. Ou seja, mesmo que os benefícios da desoneração sobre a cesta básica sejam evidentes, não se trata de um processo tão simples. Tanto que a presidenta Dilma Rousseff já fez apelos para que o setor empresarial (formado por produtores, indústrias e supermercados) se conscientize sobre a importância de repassar essa diminuição aos preços finais, pagos pelos consumidores. Além disso, ainda que o Governo Federal tenha renunciado a uma arrecadação de R$ 5,5 bilhões somente neste ano, os contribuintes continuarão a pagar aos estados o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
Guido Mantega anuncia o pacote
que responde por 45% dos tributos sobre os alimentos, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A alíquota padrão corresponde a 17% ou 18%, conforme o estado de origem, mas algumas unidades da Federação chegam a estabelecer mais de 40 alíquotas diferentes para esses produtos. “O ICMS incide de forma desigual, o que resulta em um sistema confuso e em alta carga tributária sobre os alimentos”, avalia o gerente do Departamento de Agronegócio da Fiesp, Antonio Carlos Costa. Para se ter uma ideia, na Europa os impostos representam, em média, 5,1% do preço da comida. E nos Estados Unidos, onde 34 estados não tributam os alimentos, a carga tributária sobre o setor corresponde a apenas 0,7%. A simplificação desse sistema seria o próximo passo na busca por uma realidade mais justa, especialmente para os menos favorecidos. Diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio explica que a maioria dos tributos no Brasil incide sobre o consumo, o que pune a população mais pobre. “Quem ganha menos, proporcionalmente paga mais impostos do que os mais ricos, principalmente ao consumir produtos
básicos, de que não pode abrir mão”, destaca. Para efeito de comparação: quem ganha até dois salários mínimos, gasta cerca de 30% da renda com a compra de alimentos. Já quem recebe acima de 25 salários mínimos, desembolsa de 10% a 12%, em média. “A desoneração da cesta básica em nível estadual é uma forma de justiça fiscal, porque barateia os produtos que mais impactam a mesa do trabalhador, combatendo a inflação e
aumentando a renda disponível dessas famílias”, destaca Lucídio Bicalho, assessor técnico do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). No entanto, alguns produtos têm o ICMS zerado em determinados estados, ainda que isso possa refletir a desigualdade do sistema tributário brasileiro. Enquanto em São Paulo a farinha de mandioca, que não é dos alimentos mais consumidos pelos paulistas, é desonerada, há co-
brança de ICMS em estados nos quais é considerada um produto essencial, como são os casos de Minas Gerais e da Bahia. Por tudo isso, o caminho a ser percorrido ainda é longo. Porém, a evolução obtida até aqui é inegável, haja vista que o ciclo de desoneração total da cesta básica foi completado pelo Governo Federal, que já não cobrava tributos sobre leite, feijão, arroz, farinha de trigo e massas, batata, legumes, pão e frutas.
PAPO SÉRIO
ECONOMIA VERDE
José Carlos Blat | Promotor de Justiça A fórmula contra o envelhecimento
Danielle Denny | Advogada Pré-sal: falta gestão estratégica ao Brasil
Gostaria de abordar na nossa coluna o denominado envelhecimento ativo. Cientistas descobriram uma fórmula contra o envelhecimento, que foi desenvolvida a partir de pesquisas para combater a causa do envelhecimento genético precoce visto em algumas crianças. A referida fórmula já foi testada em ratos e mescla a proteína lamin e o resveratrol - substância encontrada no vinho tinto que tem propriedades antioxidantes. É, caro leitor, parece
que a fonte da juventude pode ser algo concretamente alcançado em poucos anos, assim teremos uma vida mais saudável e viveremos muito mais. Só tenho uma perguntinha: os seres humanos estão preparados para essa fórmula de viver muito mais, por exemplo, 150 ou 200 anos?Pois é, teríamos que reprogramar nossas vidas. A regeneração das células está sendo estudada sob o aspecto biológico, mas será que estamos preparados para a longevidade? Se cada ser humano viver
200 anos não poderíamos prejudicar ou até mesmo comprometer a existência da raça humana na terra? Já temos problemas de sobra como, por exemplo, o aquecimento da terra, a poluição, a escassez da água, a fome, a superpopulação, a epidemia de violência, dentre outros. Nessa linha, indago se vale a pena viver duzentos anos ou se tornar um imortal nesse quadro caótico em que vive a humanidade. Sem contar que, por exemplo, no Brasil o desrespeito ao idoso é um fato que não pode ser desconsiderado. Foi necessária a criação de uma lei, o estatuto do idoso, para impor à sociedade o respeito mínimo àqueles que chegam à terceira idade. Nesta sociedade, onde impera o desrespeito a quem tem mais de 60 anos, tenho uma pergunta: será que a longevidade se tornará também um problema? A resposta é uma incógnita.
Parecem faltar pessoas inspiradas em Geraldo Vandré, com o lema “quem sabe faz a hora não espera acontecer” e sobram as que seguem Zeca Pagodinho, “deixa a vida me levar”. Escassos são os líderes que planejam, analisam e estruturam os rumos socioeconômicos do Brasil com criatividade. A regra são gestores presos a modelos geopolíticos arcaicos, que podem até ter sido inovadores, no passado recente, mas que em 10 ou 20 anos estarão obsoletos. Um exemplo é o desgaste político em torno da divisão dos royalties do présal. Estados produtores marcam ato público contra nova lei e governos estaduais buscam, com Ação Direta de Inconstitucionalidade, no Supremo Tribunal Federal, reverter a derrubada, pelo Congresso Nacional, do veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto que redistribui os royalties de petróleo. Sem dúvida o país pre-
cisa de combustível para continuar a se desenvolver, a tecnologia de extração em profundidade é uma glória para os cientistas envolvidos e para a Petrobras. Contudo, os combustíveis fósseis estão em declínio. Na época de Vargas eles eram inovadores, mas, no século XXI, perdem espaço para alternativas mais limpas e renováveis. O Brasil deveria sistematicamente buscar desenvolver tecnologias eólicas,
solares, maremotrizes mais eficientes e rentáveis. Ainda é possível o país assumir o papel de liderança nessa área e, em algumas décadas, se colocar como principal exportador de energia limpa. Mas, para tanto, tem de haver liderança estratégica, capaz de antever o futuro e de planejar a melhor rota de chegar até ele. Assim como Vargas ousou com a Petrobras, precisamos decidir que futuro e passado nós queremos ter, pois, citando frase de Pierre Dac, “O futuro é o passado em preparação”. Se continuarmos a usar modelos que foram adequados para o século XX, sem adequá-los às necessidades atuais e futuras, estaremos fadados ao insucesso da permanência. A lógica acomodada do “vamos fazer o possível” não basta. É preciso fazer o melhor e buscar melhores condições. País jovem como o Brasil tem de ser permeável, inovador, ousar, ter coragem!
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Rio DE JANEiRo
BRASIL E MUNDO
Carioca leva, em média, 42,6 minutos para chegar ao trabalho O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou recentemente que os moradores das maiores capitais brasileiras levam mais tempo no trajeto de casa para o trabalho. O Instituto analisou os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) entre 1992 e 2009. A análise revelou que o tempo médio que os moradores das principais capitais brasileiras demoram no trajeto casa/trabalho é relativamente maior, na comparação com regiões metropolitanas com mais de 2 milhões de habitantes de outros países. No topo da lista das cidades onde os moradores levam mais tempo para se deslocar de casa para o serviço estão São Paulo (42,8 minutos) e Rio de Janeiro (42,6 minutos). As duas capitais só ficaram atrás de Xangai, onde a população leva 50 minutos para chegar até o trabalho. Um dos fatores que leva as metrópoles a tal cenário é o aumento da frota automotiva particular. O Rio de Janeiro, cidade com mais de seis milhões de habitantes, tem hoje uma frota com cerca de 2,5 milhões de automóveis, o que representa um crescimento de 56% entre os anos de 2001 e 2011. A estimativa para o futuro é caótica: em 2017, a cidade terá 424 veículos por Km. Com números que só au-
mentam, o trânsito do Rio de Janeiro tem se tornado problemático para o motorista. Ir dirigindo para o trabalho, mesmo que teoricamente a distância não pareça tão grande, tornou-se uma viagem cansativa. São 42,6 minutos de desgaste em meio a congestionamentos, buzinas, tensão e calor. Uma das válvulas de escape para fugir desse estresse é o transporte público. Mas viajar espremido em coletivos superlotados sofrendo com o calor carioca (muitos ônibus não têm ar condicionado) não é atrativo ao cidadão. Por mais que haja investimentos em transporte público, ainda é pequeno e desestimulador. Nervosismo, ansiedade e irritação descrevem o cidadão que utiliza esse tipo de transporte nas grandes cidades. A mesma pesquisa do Ipea revelou que 41% das pessoas que vivem em cidades com mais de 100 mil habitantes consideram o transporte público “ruim” ou “muito ruim”. Uma vez desestimulado, o cidadão acaba optando por dirigir seu próprio automóvel em detrimento do transporte coletivo, o que não resolve o problema do trânsito lento e estressante. De acordo com Rafael Pereira, responsável pelo estudo, é preciso colocar o tema em debate para procurar soluções específicas. “Esperamos que esses dados sejam incorporados ao debate sobre o tema nes-
ses núcleos mais específicos. Eles seriam úteis para saber, por exemplo, se a as obras para a Copa do Mundo e a Olimpíada seriam eficazes na resolução do problema de mobilidade urbana”, afirma. “Porém, não pode ser a única fonte de dados. É necessário um estudo específico em cada região”, ressalva. investimentos e alternativas A Prefeitura do Rio, através das secretarias de Conservação e Transportes, com a CET-Rio, deu início na última segunda-feira, 25 de março, ao Programa Desatando Nós. O Programa conta com avaliação técnica dos especialistas de trânsito da Prefeitura e tem como objetivo melhorar a fluidez do tráfego através de modificações viárias. O primeiro trabalho será a retirada de uma agulha e alargamento da via na descida do Viaduto dos Aviadores, na Praça da Bandeira. Com isso, a descida do viaduto será feita toda em duas faixas, evitando retenções causadas pelo estreitamento da pista. A intervenção trará efeitos significativos, uma vez que o Viaduto dos Aviadores recebe intenso fluxo de veículos, sendo a principal ligação entre o Elevado Paulo de Frontin e a região da Praça da Bandeira e Maracanã. A próxima intervenção programada pela Prefeitura será o recuo de um ponto de ônibus para uma baia que hoje é
liliANE vENtURA ENtREviStA Liliane Ventura | Jornalista Luciano Szafir. Empresário, ator, produtor e... dançarino? Pois é, quem diria que Luciano Szafir já ensaiou, ainda que escondido, alguns passos de Moonwalker, um clássico de Michael Jackson? Como fã, o empresário produziu o musical “Thriller Live”, orçado em R$ 8 milhões, e escolheu o Rio de Janeiro para a estreia. O carioca será o único a assistir ao espetáculo? Não. Vamos para São Paulo e depois para as capitais e cidades que abrirem as portas.
Você é paulistano, mas escolheu o Rio como endereço de sua casa noturna Miroir, na Lagoa Rodrigo de Freitas. É fato que a minha experiência vem de São Paulo. Foi lá que conheci e gostei do ramo com a abertura do bar Democratas. Acredito que o carioca merece uma casa noturna comparável aos padrões e serviços de Nova York e da Europa. Dessa você vai gostar, Liliane: a Miroir tem serviço de cabeleireiro e maquiador nos banheiros femininos. A casa possui também computado-
res com acesso às redes sociais e tecnologia de ponta no som e decoração. Gostei mesmo! A vida de empresário pode ofuscar a de ator? Penso que não. Tenho contrato com a Record até 2016. Fiquei dois anos no ar sem férias. Sem falar que só faço o que acredito e gosto, portanto, vou dar o meu melhor no trabalho em que eu estiver atuando. Você está no Rio há 17 anos. Qual a sua avaliação das políticas públicas? Na segurança sinto uma enorme diferença! Hoje é possível dizer que temos mais policiamento nas ruas. Já na educação ainda há muito a ser feito e a saúde não está nada bem. Acredito nas parcerias público-privadas. O Governo deveria dar incentivo fiscal para que os empresários ajudassem a resolver problemas que, por vezes, são de dinheiro, outras, de gestão. Sucesso! Para nós! Beijos.
usada como estacionamento irregular de carros particulares na Rua Humaitá, próximo à esquina com a Rua Engenheiro Marques Porto. O Programa Desatando Nós visa à busca de soluções simples para eliminar problemas de congestionamento. Qualquer cidadão carioca pode ajudar enviando sugestões para o e-mail sugestoes.mobilidade@gmail.com. Uma alternativa saudável e ecologicamente correta para fugir do trânsito pesado é a utilização das ciclovias na cidade maravilhosa. O Rio de Janeiro tem a maior rede de malha cicloviária do país, com 235 km divididos entre ciclovias, ciclofaixas e faixas compartilhadas. A expectativa é que a cidade aumente 100 km de ciclovias até 2014 e se torne a maior do continente em termos de opções ao ciclista, posição que atualmente pertence a Bogotá, na Colômbia. Ainda assim, a maior utilidade das ciclovias no Rio de Janeiro é para o lazer. De acordo com dados do IBPS (Instituto Brasileiro de Pesquisa Social), apenas 1,7% dos ciclistas da cidade utilizam a bicicleta com frequência para se locomover ao trabalho, enquanto 4,5% a utilizam para passeios. É preciso se conscientizar que ir ao trabalho pedalando é relaxante, principalmente pela vista única que a cidade oferece e, além de aliviar o estresse (causado pelo trân-
sito!), pedalar traz benefícios à saúde e contribui para o bem-estar do planeta. Criança também sofre Não são apenas os adultos que sofrem com a lentidão do trânsito das grandes cidades e o estresse gerado por ele. Segundo a psicóloga Maria Regina Domingues Azevedo, a criança também pode ser afetada. “Assim como o adulto, a criança também se cansa. Não é porque ela é pequena que os sentimentos e as sensações dela vão ser muito diferentes dos nossos”, diz a especialista. Antes de irem para seus trabalhos, muitos pais deixam os filhos na escola e, devido ao longo trajeto, é possível que a criança se estresse e se canse por ficar tanto tempo dentro do carro. Segundo a Dra. Maria Regina, não se pode generalizar e dizer que todas as crianças que passam por essa situação irão ter a atenção e o rendimento comprometidos por já chegarem cansadas à aula. “Não podemos generalizar, mas a possibilidade de que isso ocorra é muito maior do que naqueles que não sofrem esse tipo de interferência”, afirma. Apesar de a modernidade oferecer algumas tecnologias de distração nos carros como televisão e games para crianças, o mais indicado é que os pais conversem com os filhos durante o trajeto. Dra. Maria Regina ressalta que alguns
diálogos podem contribuir para o desenvolvimento da criança. “Na medida do possível, deve-se conversar com ela, explicar o motivo do caos que a gente vive, explicar que isso é próprio das cidades grandes, que têm suas vantagens e suas desvantagens, assim como todas as coisas da vida, que têm seus aspectos positivos e negativos”, diz. Esse tempo ‘parado’ no trânsito pode ser utilizado para aproximar pais e filhos. “Eles podem passar para as crianças dados da realidade, mostrar que enquanto se leva 40 minutos de carro, imaginem as crianças que vão de ônibus ou até mesmo de vans, que têm que passar na casa de todos os coleguinhas”, diz Dra. Maria Regina. De acordo com a psicóloga, as vans também podem ser uma alternativa viável aos pais. Apesar de o trajeto ficar maior devido à parada em diversas casas, atividades podem ser incorporadas na rotina e funcionar como uma recreação para a criança. “Tem sempre um monitor, ou pelo menos deveria ter, que pode propor jogos de adivinhação, cantar, atividades saudáveis”, diz. “Na segunda-feira, pode ser proposto que a criança conte o que aconteceu no final de semana. Na sexta-feira, qual é a proposta que as crianças gostariam ou que já têm em mente e sabem que vão fazer no final de semana”, finaliza.
tURiSmo Em Ação Hamilton Vasconcellos | Advogado Albergue ou hostel? Você já se perguntou qual é a diferença entre um albergue e um hostel? Diversas vezes me perguntaram, e sempre respondi que não há diferença. A utilização de palavras em outros idiomas causa esta dúvida e, por isso, não sou favorável ao estrangeirismo. Neste caso o estrangeirismo é positivo. Em diversas cidades do Brasil estão sendo criados albergues públicos. Estes albergues abrem às 17 horas e recebem a população de rua para que eles tenham um teto para dormir. Assim, para a sociedade, com a criação desses espaços, o nome albergue adquire conotação social, o que é conflitante com a conotação turística da palavra. Por outro lado, a palavra estrangeira hostel não necessita de mais explicações para o turista nem para o brasileiro. O hostel tem uma definição mais genérica. É um estabelecimento destinado a um público jovem, semelhante a um pensionato, pois oferece
hospedagem, geralmente de baixo-custo, com ou sem oferta de alimentação, em unidades habitacionais constituídas de quarto de uso compartilhado por vários hóspedes, porém, mediante a cobrança de diárias. É claro que existem hostels com características diferentes das mencionadas, alguns, inclusive, com acomodações individuais e para casais. Isso mostra o quanto esse setor precisa ter um acompanhamento e uma melhor regulamentação, principalmente no que se refere ao zoneamento da área urbana (zona residencial e zona comercial). É fundamental que uma lei defina as características dos hostels, esclarecendo à sociedade que um tipo de hospedagem que é sucesso em vários países do mundo, com certeza também será no Brasil. Organizar o setor é tão importante por parte do poder público quanto dos proprietários dos hostels. Mas você conhece um hostel ou um albergue? Se você conhece, entendeu muito bem o que o legislador quis dizer! O hostel é uma hos-
pedagem no qual o clima de alegria, festa e confraternização é permanente. Não pense que você irá para um hostel e vai dormir tranquilamente no seu quarto. Isso não vai acontecer! Você vai conversar com os seus colegas de quarto. E, o que é melhor, em vários idiomas! Não importa se é hostel ou albergue. Se você quer viajar de forma econômica e ainda se divertir em cada destino, vá para um hostel ou um albergue e boa viagem!
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CULTURA
Rock in Rio 2013: cidade quase pronta para receber astros da música RAUL RAMOS Considerado um dos festivais mais importantes do mundo da música, o Rock in Rio se prepara para ligar os amplificadores da sua quinta edição na cidade maravilhosa. Desta vez, o evento acontecerá nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro, na já tradicional Cidade do Rock. Entre as atrações que já estão confirmadas estão Metallica, Iron Maiden, John Meyer, Matchbox Twenty, Alice in Chains, Muse, Beyoncé e Bruce Springsteen. Para muitos brasileiros, a surpresa e o destaque na
edição ficará no primeiro dia do festival. Os organizadores prometem relembrar Cazuza com o show “o poeta está vivo“. Vários artistas farão parte do tributo, entre eles Ney Matogrosso, Bebel Gilberto, Rogério Flausino e Paulo Miklos. Tudo isso sob o comando de Frejat, excompanheiro de Cazuza no Barão Vermelho, banda na qual os dois se apresentaram no mesmo Rock In Rio, em 1985. Música e esporte A Cidade do Rock ocupa-
rá uma área de 150 mil m2, na Barra da Tijuca, e, além de sediar o evento, será também um legado olímpico para o Rio de Janeiro. O “Parque Olímpico Cidade do Rock”, como será chamado o local, é uma área que a Prefeitura do Rio de Janeiro está cedendo ao Rock in Rio e antecipando a obra daquele que será o parque para lazer dos atletas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. A Prefeitura fará obras de urbanização no local e o Rock in Rio montará a infraestrutura necessária para
adequar a área para eventos. “Antecipamos a construção deste parque que será usado nas Olimpíadas de 2016 para o Rock in Rio por se tratar de um legado para a cidade, que ganha um local para a realização de eventos de todos os portes. A ideia é que o festival aconteça a cada dois anos, e estas datas, nos meses de setembro e outubro, foram escolhidas para ajudar no crescimento do turismo do Rio de Janeiro nesta época do ano”, afirmou o prefeito Eduardo Paes. Números Com 26 anos de história, o Rock in Rio é hoje mais do que o maior evento de entretenimento e música do mundo. Os números são impressionantes. Ao longo de nove edições ao redor do mundo, o festival mobilizou um público de mais de cinco milhões de pessoas que assistiu, em 57 dias, a 653 atrações, com mais de 780 horas de música e transmissão para mais de um bilhão de telespectadores, em 80 países. Em tempo recorde, o público do Rock in Rio esgotou os 80 mil Rock in Rio Cards disponíveis para a edição 2013. A pré-venda foi aberta em outubro do ano passado e, mesmo sem saber quais seriam as atrações, o público garantiu seu lugar na Cidade do Rock, em uma venda que durou apenas 52 minutos.
Bruce Springsteen
THELL VÊ TV
» Muitos dos acontecimentos das duas primeiras temporadas terminam de maneira violenta e com vários protagonistas enfrentando seus destinos. Novos inimi-
» Antigos e novos personagens precisam lidar com as exigências das famílias, questões de honra, ambição e amor e, acima de tudo, tentar sobreviver diante da guerra civil que se aproxima de Westeros, junto com o outono, e na qual qualquer um pode morrer. » A família Lannister mantém o domínio de King’s Landing após rejeitar o exército de Stannis Baratheon (irmão do falecido rei Robert); Robb Stark - Rei do Norte - ainda controla grande parte do sul sem ter perdido nenhuma ba-
Rock In Rio
Dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro Cidade do Rock – Rio de Janeiro Ingressos: Inteira: R$ 260,00, Meia-Entrada: R$ 130,00 (a venda para o público geral se inicia no dia 04/04/2013)
Informações: www.rockinrio.com.br
Hamilton Rosa Júnior | Jornalista e Crítico de Cinema Criador do Dogma 95 volta a inquietar com “A Caça” talha. No norte, Mance Rayder (novo personagem interpretado por Ciarán Hinds) reuniu os bárbaros e criou o maior exército já visto em Westeros.
gos surgem de lugares inesperados e todos querem conquistar o Trono de Ferro.
SERVIÇO
NA TELONA
Thell de Castro | Jornalista
» O canal HBO estreia no próximo dia 31 de março a terceira temporada de “Game of Thrones”, série que fez muito sucesso em vários países. A batalha pelo Trono de Ferro entre as famílias que dominam os Sete Reinos de Westeros continua. A série ganhou dois Emmys em 2011 e seis Globos de Ouro em 2012 e se baseia nos famosos livros de fantasia épica “As Crônicas de Gelo e Fogo”, de George R.R. Martin.
Frejat
» Eles pretendem marchar rumo ao sul e escalar a Muralha, e só existe a Patrulha da Noite entre eles e os Sete Reinos. Em Narrow Sea, Daenerys Targaryen e seus três dragões partem em direção à baía Slaver em busca de barcos e aliados para reconquistar seu lar. » Composta por dez episódios de uma hora de duração cada um, Game of Thrones conta com a produção executiva de David Benioff, D.B. Weiss, Carolyn Strauss, Frank Doelger, Bernadette Caulfield. Entre os produtores estão também George R.R. Martin, Vanessa Taylor, Alan Taylor, Guymon Casady, Vince Gerardis, Christopher Newman e Greg Spence.
O cineasta Thomas Vinterberg foi, com Lars von Trier, um dos “criadores” do Dogma 95 – aquele movimento dinamarquês que bania os artifícios técnicos em prol de um cinema feito com uma câmera na mão, um bom texto e se valendo do calor instantâneo dos atores. Vintenberg consagrou o movimento com o filme Festa em Família (1998), e depois não conseguiu fazer nada à altura de sua obra-prima. “A Caça” (Jagten, 2012), que estreou na última semana no Rio e em São Paulo, traz um Vinterberg em plena forma. O filme inverte o dispositivo de
Festa em Família - onde antes havia um segredo que ia se revelando, aqui há uma mentira que vai ganhando força, com um inocente falsamente acusado de pedofilia. O acusado é o professor Lucas (Mads Mikkelsen, o vilão que chorava sangue em Cassino Royale) e o intrigante é como a criança inocentemente o acusa e como a comunidade faz essa denúncia se propagar. Quase não há computadores em cena, mas é curioso como Vinterberg mostra a informação circulando e como uma mentira desperta uma irreprimível vocação patrulheira e de caça às bruxas na comunidade. Nota irônica: no começo do filme, vemos o protagonista caçando tranquilamente com os amigos que depois mudarão o foco e o alvo. Em resumo: cercado por uma diabólica progressão de antipatia, o pobre Lucas está condenado ao inferno da exclusão, só metaforicamente mais suave do que o linchamento pela forca que o esperaria se isto fosse um western. Se fosse, a morte abrevia-
ria o assunto. Mas, num mundo que se diz avançado, civilizado, a via sacra se estende até um ponto mais perverso. O estilo de Vintenberg é direto, seco e vai além dos limites, ficando sujeito ao risco, tudo em nome de uma verdade que ele busca com obstinação inigualável. Não a verdade de todos, essa verdade inatingível, mas uma verdade que é só sua, que existe para o diretor e tão somente neste filme. O que temos, aliás, é estimulante, inclusive para suscitar revisão e releitura até mesmo de filmes mais fracos de Vinterberg como “Dogma do Amor”, que ele fez com Joaquin Phoenix e Claire Danes. Mas há outro mérito em cena: o do desempenho irrepreensível do grande Mads Mikkelsen. O ator dinamarquês ganhou o prêmio de Melhor Atuação no último Festival de Cannes. Prêmios em alguns casos significam pouco para uma presença tão marcante.
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Diálogo Metropolitano
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RIO DE JANEIRO
ESPORTES
Nova sede do Rio 2016: modernidade e sustentabilidade RAUL RAMOS Mesmo faltando mais de três anos para a tocha chegar ao Rio de Janeiro, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos já começou a se estruturar para receber e coordenar os jogos. Pensando na facilidade de acesso e na necessidade de um local onde todos possam se reunir, o Comitê construiu uma nova sede, no bairro Cidade Nova, centro do Rio de Janeiro. “A marca da nova sede é a sustentabilidade e a modernidade. A construção modular é uma inovação que atende muito bem ao nosso projeto. Iremos utilizar o prédio de acordo com a demanda de crescimento do Comitê e, ao final, será possível desmontar a estrutura para o reaproveitamento em outro lugar”, afirmou o Presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. Para a construção, que ocupa uma área de 20.938m, foi utilizada a tecnologia modular, um sistema inteligente que permite uma montagem mais rápida e a possibilidade de desmontagem e reutilização após o período dos jogos. Entenda a construção » Estruturas de aço prémoldadas, corresponden-
tes à área técnica, já chegam prontas ao local. Os módulos e bases são montados. » Estes módulos passam por um mecanismo de montagem similar ao do famoso brinquedo Lego. » Dessa maneira, a construção é concluída três vezes mais rapidamente e com um descarte mínimo de entulho.
de ensino, instituições militares, clubes esportivos particulares, empresas do ramo esportivo e outros que possuam instalações enquadradas nos requisitos técnicos poderão concorrer ao processo. Os interessados podem se inscrever até o dia 19 de abril de 2013, através do site oficial Rio 2016: www.rio2016.com/ treinamentoprejogos.
Processo para cadastramento e seleção de locais de treinamento pré-Jogos para delegações internacionais é aberto Foi aberto um novo Processo para Cadastramento e Seleção de Locais de Treinamento Pré-Jogos. A intenção da iniciativa é identificar instalações esportivas em todo o país que atendam aos requisitos técnicos e recomendações das federações internacionais para que os comitês olímpicos e paralímpicos possam trazer seus atletas para o paíssede antes dos Jogos. Com o novo processo, o Comitê Organizador dos Jogos pretende incluir todo o Brasil nas Olímpiadas, e não apenas o Rio de Janeiro, já que qualquer cidade que atenda às exigências pode participar. Instituições esportivas e
Fachada da nova sede
TABELA DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES
PASSA A BOLA... José Carlos Cicarelli | Cronista esportivo » Independentemente da preferência “clubística”, todos nós vamos torcer para que Jorginho venha a fazer sucesso como treinador do Flamengo. Na seleção, como auxiliar de Dunga, ele recebeu algumas críticas da imprensa, que o acusava de dificultar o acesso dos jornalistas para entrevistas com o treinador. Vamos esquecer o passado e lhe desejar boa sorte ao assumir a direção técnica do clube de maior torcida no Brasil. “Agora estou mais amadurecido”, declarou Jorginho em sua apresentação no rubro negro carioca. » Foi muito oportuna a recente Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que fixa regras para atendimento médico de torcedores em eventos esportivos, inclusive para jogos da Copa de 2014. A regra atual é de que exista um médico e dois enfermeiros para cada 10 mil espectadores. Segundo o
Interior da sede do Rio 2016
racistas de seus torcedores durante o jogo contra o Tottenham, pelo Liga Europa. As provocações foram dirigidas ao jogador Adebayor, atacante togolês da equipe inglesa. A UEFA acusa ainda o time italiano pela “organização insuficiente” do evento e pelo “lançamento de fogos de artifício” no estádio San Siro, em Milão. O caso será julgado no próximo dia 19 de abril. Ainda bem que a data escolhida não foi a de 1° de abril.
CFM, isso não é suficiente, e para que o atendimento possa ser adequado, é preciso ter infraestrutura. “Se as determinações do Conselho não forem atendidas, o evento poderá ser suspenso”, declarou o vice-presidente da entidade Emmanuel Fortes. » Vai acabar dando em nada, como sempre, o processo disciplinar que a UEFA abriu contra a Inter de Milão por causa de atos
» Para continuar a contar com o concurso do seu maior astro, o avante Neymar, especula-se que o time da Vila Belmiro prepara uma oferta tentadora, que poderá desestimular o jogador a se transferir para a Europa. Assim, Neymar, após a Copa de 2014, ganharia somente do clube cerca de R$ 1,3 milhão. Lembramos que atualmente Neymar fatura R$ 4 milhões por mês, mas apenas R$ 500 mil são pagos pelo clube. O restante vem de seus patrocinadores.
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RIO DE JANEIRO
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SAÚDE
O Hemorio registra diariamente uma média de 250 a 300 doadores, número que já é insuficiente, e pode cair até 50% no período de férias escolares e carnaval. Para atender os hospitais públicos do Rio de Janeiro, seria necessário que cerca de 600 doadores diários comparecessem aos postos de coleta. De acordo com a Dra. Clarisse, a doação de sangue é um ato voluntário e altruísta que vai além da solidariedade, é um dever cívico de todo cidadão. Uma bolsa de sangue doada pode ajudar até três pacientes. “O sangue coletado pelo Hemorio é utilizado no tratamento de pacientes que precisam de transfusão, em cirurgias emergenciais e eletivas, no atendimento a acidentados, no combate a epidemias (como a de dengue) e em situações de tragédia”, afirma Dra. Clarisse. Não há um tipo sanguíneo específico que esteja em falta nos Hemocentros, qualquer tipo de sangue é bem-vindo e ajuda a salvar vidas. “Todos os tipos são fundamentais para manter nossos estoques em níveis aceitáveis”, diz Dra. Clarisse. “O sangue tipo O negativo, conhecido como doador universal, é muito utilizado em emergências, o que torna esse tipo
muito importante, mas o Hemorio não prioriza campanhas segmentadas”, completa. De acordo com especialistas, a população brasileira doa mais sangue em épocas de tragédia, mas é necessário que essa mobilização se torne um hábito na rotina das pessoas. “Na época do incêndio em Santa Maria, a população carioca compareceu em massa aos postos de coleta”, diz Dra. Clarisse. “Uma sensibilização ainda maior aconteceu em 2011, por causa dos deslizamentos na região serrana do Rio”. Na ocasião, o Hemocentro recebeu um número tão grande de voluntários que foi difícil absorver todas as doações. É necessário que a população fluminense e também a nação brasileira se conscientize da importância de um ato solidário, salvador e passe a doar sangue regularmente. “É importante tornar a doação de sangue um hábito cultural e de prática constante”, diz Dra. Clarisse. O Hemorio O Hemorio é o hemocentro coordenador do Estado do Rio de Janeiro que abastece com sangue e derivados cerca de 180 unidades de saúde, entre elas as grandes emergên-
A VIDA É FRÁGIL. VIVA COM SAÚDE Dra. Lívia Maria Gennari | Médica Obesidade Infantil: apoio de toda a família é fundamental para que o problema seja vencido Imagine uma condição que nos acompanha da pré-escola até a idade adulta; uma patologia que não só acarreta sintomas e consequências físicas, mas também psicológicas, como insegurança, dificuldades de relacionamento e até quadros depressivos. Assim é a obesidade infantil. Mas o que mudou desde os tempos em que nossas avós consideravam saudáveis os mais
gordinhos até os dias de hoje, em que a síndrome plurimetabólica, com hipertensão e diabetes, assola um em cada três brasileirinhos? As causas dessa transformação são muitas, e passam pela mudança de hábitos alimentares, sedentarismo e fatores genéticos. Milhões de anos atrás, sobreviveram nossos ancestrais que tinham genes capazes de estocar calorias e transformá-las em energia. Isso quer dizer que a grande maioria dos sobreviventes tem genes que favorecem o aparecimento da obesidade e, se o ambiente for favorável, ela irá ma-
Sede do Hemorio
cias, maternidades e UTI’s. No Rio, ainda há mais 26 unidades de coleta de sangue coordenadas pelo Instituto como o Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel; Hospital da Posse, em Nova Iguaçu; Hospital Geral de Bonsucesso e o Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras.
Os endereços e horários de funcionamento dos postos podem ser obtidos através do Disque Sangue (0800 282 0708), que esclarece dúvidas e agenda a doação com hora marcada. Mais informações também são encontradas no site do Hemorio: www.hemorio. rj.gov.br.
Localizado à Rua Frei Caneca, nº 08, no centro do Rio de Janeiro, o Hemorio funciona todos os dias, inclusive aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 18h. O Instituto também promove coletas móveis por todo o Estado com o intuito de aproximar a doação de sangue dos potenciais doadores.
Requisitos básicos para doar sangue » Portar documento oficial de identidade com foto (identidade, carteira de trabalho, certificado de reservista ou carteira do conselho profissional);
nifestar-se. Então, qual a solução para nossos filhos? Como evitar o consumo excessivo de gorduras saturadas e o sedentarismo? Infelizmente, soluções mágicas não existem e os três pilares do emagrecimento também valem para os pequenos: alimentação saudável, prática de exercícios físicos e mudança de hábitos. Dietas muito restritivas ou emprego de medicações não são opções válidas, já que falamos de pacientes em plena fase de desenvolvimento físico e neurológico. O bom senso novamente deve falar mais alto. Em uma família com uma criança obesa, todos devem mudar seu dia-a-dia para adaptar as rotinas da casa à nova realidade alimentar do paciente. Ninguém faz dieta sozinho, e uma criança precisa de todo apoio psicológico possível para vencer a luta travada contra o peso.
» Estar bem de saúde; » Ter entre 16 (*) e 68 anos (incompletos) – (*) jovens com 16 e 17 anos podem doar com autorização dos pais e / ou responsáveis legais. O modelo de autorização pode ser adquirido no site do Hemorio; » Pesar no mínimo 50 Kg; » Não estar em jejum. Evitar apenas alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação. DIVULGAÇÃO/HEMORIO
No Brasil, cerca de 1,8% da população é doadora de sangue. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) esse número deveria ser entre 3% e 5%, quantidade ideal para que um país mantenha seus estoques de bolsas de sangue satisfatórios. É preciso que a população compareça com mais força aos postos de coleta e se torne doadora regular. Doar sangue é rápido e pode ser feito por qualquer pessoa bem de saúde que tenha entre 16 e 68 anos e pese mais que 50 quilos. Hoje em dia, não precisa nem que o doador esteja em jejum completo para doar, é solicitado apenas que ele evite ingerir alimentos gordurosos 3 horas antes da doação e não consuma bebida alcoólica nas 12 horas anteriores. Os estoques de sangue nos Hemocentros e Hospitais de todo país estão abaixo da quantidade ideal. No Hemorio – hemocentro público mais antigo do Brasil, localizado no Rio de Janeiro – o comparecimento de doadores e o número de bolsas em estoque estão abaixo da meta. “Infelizmente, a doação de sangue ainda não é um hábito na população fluminense”, diz a Dra. Clarisse Lobo, Diretora Geral do Hemorio.
DIVULGAÇÃO/HEMORIO
Cidadania: doe sangue e crie o hábito de salvar vidas
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Rio DE JANEiRo
DIÁLOGOS
Paulo Fernando marcondes Ferraz: “o Rio é o centro turístico do Brasil”
Paulo Fernando Marcondes Ferraz
Culto, simpático, bem humorado e um verdadeiro gentleman. É assim que Paulo Fernando Marcondes Ferraz é descrito em matérias de sites, jornais e revistas. Poliglota, Paulo também é praticante de polo e músico percussionista – tocou em diversos shows e gravou algumas faixas de um CD da cantora brasileira de jazz e bossa nova Ithamara Koorax. Profissionalmente, Paulo Ferraz possui vasta experiência em comércio exterior, tendo presidido e sido sócio de grandes empresas do setor e atuado como consultor e representante de companhias internacionais no Brasil, entre elas a Werco Trading S/A. Paulo também foi diretor-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo BrasilGrécia e é árbitro do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA). Atualmente, é presidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), que em 2013 completa 63 anos de existência. Fundada pelo empresário João Daudt de Oliveira, a Federação presta seus serviços às câmaras bilaterais, consulados estrangeir os e conselhos empresariais gratuitamente. Localizada na sede da CNC (Confederação Nacional do Comércio), no Rio de Janeiro, a FCCE vê o número de câmaras bilaterais associadas aumentar em todo o país. Sob o comando de Paulo Ferraz, que concedeu entrevista exclusiva ao Diálogo Metropolitano, a Federação tem como objetivo a melhoria de seu atendimento, dando suporte e informações sempre que solicitado às câmaras bilaterais de comércio, independentemente de seu tamanho ou potencialidade comercial. Como funciona o trabalho da Federação das Câmaras de Comércio Exterior? A Federação é, basicamente, uma Federação das câmaras bilaterais. Nós te-
mos aqui no Rio de Janeiro, aproximadamente, 50 câmaras e mais cerca de 20 câmaras pelo resto do Brasil. Nós temos feito um trabalho de apoio e de incentivo a essas câmaras. Inclusive, incentivamos os países que não têm departamento comercial nas suas embaixadas a criarem câmaras bilaterais para ajudar no comércio com o Brasil. Por exemplo, agora nós estamos fazendo a câmara da Índia – já existia, mas está praticamente sendo refeita – e estamos fazendo também a câmara de San Marino. Nós hoje temos uma relação bastante próxima com as autoridades chinesas aqui no Brasil e procuramos, de alguma forma, apoiar as câmaras existentes e ajudar com informações, sempre com o objetivo de melhorar a balança comercial desses países com o Brasil. Há dois anos estamos fazendo um trabalho de aproximação com todas as Fecomércio, então temos vice-presidentes no Sul, em São Paulo, no Norte, no Nordeste e diretores em alguns estados. Com isso, nós estamos desenvolvendo um apoio às câmaras, pois muitas vezes os empresários associados a elas precisam de apoio num estado. Então, o objetivo nosso é, através das Fecomércio, apoiar os empresários das câmaras bilaterais em outros estados brasileiros. Como a Federação observa o incentivo do governo Federal? Nós temos recebido um apoio bastante grande, principalmente do Ministério das Relações Exteriores, que nos apoia de diversas formas. Por exemplo, quando nós temos necessidade de entrar em contato com algum país onde temos um embaixador, o Itamaraty nos ajuda no contato com esses embaixadores para ajudar, muitas vezes, às câmaras aqui do Brasil a terem contato direto através das embaixadas no exterior. No ano passado, nós fizemos um acordo e lançamos uma revista que será dis-
tribuída por todas as embaixadas e consulados no Brasil e no exterior, dando informações sobre o comércio exterior brasileiro. A maior razão da revista é levar informação brasileira ao mundo, aos países todos que, eventualmente, tenham interesse em vir para o Brasil para importar ou exportar, para que esses países tenham informações técnicas que possam ajudá-los no desenvolvimento dos seus negócios. Quais são os principais países que mantêm relações de comércio com o Brasil? O Brasil mantém relações de comércio com quase o mundo inteiro, mas hoje nós temos como grande parceiro a China, que já ultrapassou em números os Estados Unidos, o grande parceiro do Brasil durante anos. Os Estados Unidos continuam sendo grandes parceiros, mas a China tem feito um trabalho extremamente bem organizado e bem feito. Aqui no Rio de Janeiro temos 50 câmaras bilaterais, então nós estamos sempre apoiando todos os pedidos que vêm de informação, de melhoria, de possibilidade de negócios entre o Brasil e outros países. Nosso objetivo é ajudar o comércio exterior brasileiro, ajudar a balança comercial brasileira através das câmaras bilaterais, que representam o comércio, os interesses dos outros países aqui no Brasil. Fale um pouco sobre o crescimento do trabalho da Federação no Brasil, no Nordeste, no Sul etc. Nós temos feito acordos com as Fecomércio pelo Brasil com o objetivo de levar a Federação para todo o país. Já temos um grande número de acordos. Por exemplo, nós temos um acordo com a Federação de São Paulo para ajudar a desenvolver os associados. São Paulo é praticamente um país, então nós temos um vice-presidente lá que é um diretor da Fecomércio e, com isso, nós estamos desenvolvendo um trabalho grande.
Se há um problema no Sul do país ou no norte nós temos um representante para ajudar e apoiar. Hoje nós temos em Manaus uma sala com secretária disponível para qualquer associado ou qualquer uma das câmaras bilaterais que tenha interesse em algum negócio nosso. Nós damos apoio e estamos lá com o vice-presidente apoiando qualquer necessidade que haja por parte das câmaras associadas à Federação. Como está sendo realizado o trabalho da Federação aqui no Rio de Janeiro? O Rio de Janeiro é o grande foco da área de turismo, é uma área que temos incentivado muito. Agora mesmo nós temos uma comissão formada com o Governo do Líbano, nós recebemos aqui o Ministro do Turismo do Líbano e fizemos um acordo com ele para ajudarmos no intercâmbio entre Brasil e Líbano. A gente às vezes fala em Líbano e você tem a impressão de ser um país que está com problemas, guerra e não é isso. Beirute, capital do Líbano, é uma cidade que tem uma atração turística muito grande. E o Rio de Janeiro, sem dúvida nenhuma, é o grande centro turístico do Brasil, então nós estamos desenvolvendo um trabalho para incentivar o turismo entre os países.
Nós também temos ajudado a difundir as possibilidades e as vantagens da cidade maravilhosa com outras câmaras. Realmente é um privilégio nós estarmos no Rio de Janeiro e termos a sorte de estarmos dentro da Confederação Nacional do Comércio, que nos dá um apoio extremamente grande e importante, e que permite que nós possamos desenvolver todo este trabalho no Rio. Temos o Presidente da Confederação, Dr. Antônio de Oliveira Santos, que nos dá bastante apoio em todo trabalho que nós desenvolvemos e, sem dúvida alguma, não é das coisas mais difíceis vender o turismo no Rio de Janeiro. É o que nós temos feito com bastante ênfase e procurado desenvolver um trabalho bastante grande em cima dessa área de trazer turistas para o Rio de Janeiro. Qual é a importância de incentivar pesquisas relacionadas ao comércio exterior? Isso é outra parte muito importante da Federação, a informação. Nós estamos aqui prontos para ajudar todas as vezes que algumas de nossas associadas tiverem necessidade – algumas delas não têm uma infraestrutura grande como American Chamber, British Chamber ou a Câmara Italiana, por exemplo. Então nós estamos aqui sempre
prontos a dar informações de como importar ou exportar, como usar a legislação da melhor forma possível de maneira que atraia os empresários a virem pro Brasil. Fale pra gente sobre a parceria que vocês estão fazendo com instituto informa. Isso é realmente bastante importante, porque o Instituto Informa pode trazer uma série de informações e uma ajuda muito grande. A diretoria toda está muito entusiasmada com esse acordo que está sendo feito com eles, porque, sem nenhuma dúvida, vai trazer um benefício bastante grande aos nossos associados. Sr. Paulo, gostaríamos de agradecê-lo pela entrevista e deixar o espaço aberto para o senhor fazer alguma consideração final. O que eu gostaria de deixar bem claro é que nós aqui da Federação estamos abertos a todos os interesses que possam existir em relação a países ou câmaras bilaterais, em termos de apoio e de ajuda, sempre com o objetivo de melhoria e aumento do comércio exterior brasileiro. Essa talvez seja a última mensagem que eu quero passar a vocês, da importância da Federação como apoio a todas as câmaras bilaterais existentes no Brasil. Muito obrigado!
PoR DENtRo DA NotÍCiA Reinaldo Costa | Jornalista Nos jornais, nas TVs e nas rádios, todos os dias ouvimos falar da epidemia de dengue que assola o Estado do Rio de Janeiro em pleno século 21. Resolvi fazer uma viagem pelo Norte/Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, segundo minhas fontes a região mais vulnerável a esta epidemia. Visitei cerca de 16 municípios desta região e pude constatar a falta de estrutura que eles apresentam para enfrentar uma situação tão grave. Estes municípios, em geral, não têm sequer um carro fumacê, equipe médica preparada para tal situação nem pensar e alguns hospitais não têm leitos suficientes para atender à demanda de doentes. É um verdadeiro caos, com um colapso total da área de saúde destes municípios desassistidos. Ao retornar à capital, resolvi visitar algumas comunidades para saber como o governo Municipal do Rio de Janeiro enfrenta esta questão. Fiquei surpreso em desco-
brir que o governo municipal, através das chamadas Organizações Sociais (OS), faz um trabalho preventivo contra a dengue no município do Rio de Janeiro. Então, fui visitar alguns postos de saúde e clínicas da família para constatar a diferença do trabalho realizado. Não poderia deixar de citar a Clínica da Família Sérgio Vieira de Mello, no bairro do Catumbi, que, segundo seus funcionários, é administrada por uma Organização Social. Lá é realizado um trabalho de primeiro mundo, com aparelhos novos para
atendimento, equipe de médicos e enfermeiros completa e sempre pronta para atender a comunidade. Agora, a pergunta que fica no ar é, se este trabalho pode ser feito na capital, onde a demanda é muito maior, porque não levar este modelo de saúde para o interior do estado? A resposta talvez seja esta: no interior do Estado os hospitais são filantrópicos e têm dono, os médicos são funcionários das prefeituras e são intocáveis, e o povo não tem informação.