a crise do século XIV

A CRISE DO SÉCULO XIV 1.Conceitos: Crise do século XIV – é a forma que os historiadores encontraram para definir um conjunto de fatores e acontecimentos que tiveram lugar no século XIV que conduziram ao declínio da sociedade feudal e definiu o fim da Idade Média na Europa Ocidental.

Recessão económica – significa estagnação em vários setores da economia e em muitas regiões.

Peste bubónica – É também chamada Peste Negra e é uma doença pulmonar provocada por uma bactéria transmitida ao homem através da pulga do rato. O nome bubónica surgiu porque os sintomas eram o aparecimento de manchas e inchaços nas axilas, virilhas e pescoço aos quais chamavam bubões. Negra porque as manchas à volta da picada da pulga eram de cor negra.

2.Entre o crescimento económico do século XII e a crise do século XIV: A Europa do século XII viveu um período de crescimento económico importante que se deveu a alterações climáticas e a progressos na agricultura o que contribuiu para uma produção em excesso e para um maior crescimento demográfico, ou seja, para maior deslocalização das pessoas. As indústrias começaram a ser cada vez mais bem como o comércio, novamente com o aparecimento das feiras, que contribuíram para o crescimento das cidades. Este crescimento económico fez aparecer a economia de mercado em que o poder de compra era grande sobretudo pela aristocracia, havia a circulação de moeda e a movimentação de produtos. Este desenvolvimento económico também provocou alterações sociais e políticas, ou seja a burguesia cresceu e lutou contra a aristocracia e as sociedades organizaram-se em regimes políticos tais como monarquias, estados teocráticos, principados e repúblicas.

Mas, este desenvolvimento económico tinha pontos fracos que se vinham a manifestar, nomeadamente as mudanças climáticas impossíveis de controlar, a estagnação da produção agrícola, o desequilíbrio do crescimento das cidades veio provocar a estagnação de alguns setores económicos. Existiam constantes guerras (exemplo a Guerra dos 100 anos), fome das populações, ficando mais vulnerável a doenças como a peste negra. Tudo isto causou uma grande queda demográfica. Como havia menos pessoas para trabalhar, os nobres impuseram uma maior carga de trabalho sobre os camponeses, o que gerou revoltas populares em que eram exigidos mais direitos. Todos estes aspetos contribuíram para a chamada crise do século XIV. Com esta crise a igreja também foi afetada bem como as universidades e escolas medievais. A medicina cedeu às superstições e medos relacionados com a Peste. As populações faziam peregrinações aos lugares de culto, davam donativos à igreja e faziam procissões e flagelações coletivas. “A cultura de higiene” extinguiu-se e a medicina atribui a causa da peste à água que era cada vez mais rara devido às fortes chuvas. Esta crença leva à redução no número de banhos e a maior vulnerabilidade a doenças.

Os aspetos relevantes desta crise são sobretudo a fome, a guerra e a peste. Com a fraca produção agrícola e a estagnação do comércio, a fome alastrou por toda a Europa. A desnutrição e as más condições de higiene propiciaram a ocorrência de epidemias sucessivas, sendo que a peste Negra foi a pior. Paralelamente à fome e à peste, a sociedade conheceu um grande número de guerras e revoltas. A mais importante delas foi a Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra.

3.Quais as alterações políticas, económicas e sociais provocadas pela Peste Negra?

A Peste Negra provocou alterações em todos os setores da sociedade, pôs em causa o feudalismo, provocou desequilíbrios nas cidades e no próprio Estado, os circuitos comerciais foram-se modificando e apareceram novos ricos, a moeda desvalorizou. Conduziu também a uma grande quebra demográfica devido à elevada mortalidade, desequilíbrios nas fronteiras sociais e a transferência de populações entre aldeias e regiões. Os judeus e os leprosos eram perseguidos. Foram construídos hospitais, albergarias e leprosarias com doações que a população fazia devido ao medo que sentiam dessa doença.

4.Quais as conexões entre a Peste Negra, a religiosidade e a mentalidade da época?

O aparecimento da Peste Negra trouxe o pânico, o medo, o horror e as superstições. Como a na mentalidade daquela época valorizavam os bens terrenos, começaram a aparecer representações artísticas como “danças macabras” e faziam publicações sobre a “arte de morrer”. Voltaram a aparecer as peregrinações a certos locais de culto, faziam donativos à igreja e cerimónias de procissões e flagelações coletivas, eram as penitências coletivas para que a Peste não os atacasse.

BIBLIOGRAFIA: http://pt.wikipedia.org/wiki/Peste_negra http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_do_s%C3%A9culo_XIV Manual – parte 2 Ana Lídia Pinto | Fernanda Meireles | Manuela Cernadas Cambotas 10º ano – porto editora