portfólio de arquitectura

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portf贸lio de arquitectura

DIANA VELA ALMEIDA


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identificação [nome] Diana Henriques Vela de Almeida [data de nascimento] 27 Agosto 1986 (26) [nacionalidade] Portuguesa [morada] Rua Dr. França Martins 49, 3770-222 Oliveira do Bairro [contacto tlf.] 00351 912938187 [e-mail] dianavela.arq@gmail.com


formação académica

aptidões e competências pessoais

Mestrado Integrado em Arquitectura, pelo Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, com uma classificação média final de 13 valores, 2005 – 2012.

[línguas] Português [idioma materno] Inglês

Dissertação de Mestrado ‘Vila Nova de Aveiro, formas urbanas reguladas’, orientada pelo Prof. Doutor Walter Rossa e defendida publicamente sob arguência do Prof. Doutor João Paulo Cardielos, com a classificação de 19 valores, 2012. Ensino Secundário especializado em Artes, pela Escola Secundária de Oliveira do Bairro, com uma classificação final de 14 valores, 2001 – 2005.

[informáticas] Domínio das ferramentas do Microsoft Office [Word, Excel e PowerPoint] Domínio das aplicações gráficas [Autodesk AutoCad, Adobe Photoshop, Adobe Illustrator e Adobe InDesign] Conhecimento básico das aplicações gráficas e modelagem 3d [ArchiCad e Google SketchUp] [carta de condução] Categoria B.B1

formação complementar

informação adicional

Callan School of English, 143 Oxford Street, W1D 2JA London, England. Abril 2012 – Julho 2012 Frequência em curso intensivo de Língua Inglesa.

experiência profissional

[publicações] ALMEIDA, Diana – Vila Nova de Aveiro: formas urbanas reguladas. Coimbra: [s.n], 2011. 177 p. Dissertação de Mestrado em Arquitectura, apresentada ao Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

Orange – Arquitectura e Gestão de Projecto, 173 Rua de Moçambique, 3030-062 Coimbra. Fevereiro 2011 – Maio 2011 Colaboração a título voluntário como estudante de arquitectura. Levantamentos arquitectónicos, elaboração de peças desenhadas em AutoCad e execução de maquetas para apresentação a clientes e concursos de concepção. (carta de recomendação disponível mediante solicitação)

[concursos e exposições] Participação na Trienal de Arquitectura de Lisboa, concurso universidades ‘Falemos de casas: Projecto Cova da Moura’, Lisboa, 2010. Participação na exposição ‘O Mundo em Amarelo’, organizada no âmbito da disciplina de Desenho II sob orientação do Prof. António Olaio, Departamento de Arquitectura, Coimbra, 2007.


[conferências] Participação nas ‘Jornadas de História Local e Património Documental’, Aveiro, 2011. Participação na conferência ‘Kazuyo Sejima’ realizada no âmbito da Trienal de Arquitectura, Lisboa, 2011. Participação no seminário ‘As Praças nas Cidades de Origem Portuguesa: perspectivas históricas e contemporâneas’, Lisboa, 2011. Participação na conferência ‘Jaques Herzog’ realizada no âmbito da Trienal de Arquitectura, Lisboa, 2011. Participação na conferência internacional ‘Arquitectura [in] ] out[ Política’ realizada no âmbito da Trienal de Arquitectura, Lisboa, 2011. Participação no seminário ‘Desenhar a História: tecnologias aplicadas à investigação em morfologia urbana’, Coimbra, 2010. Participação na conferência internacional ‘(re)Construir Cidades: Cartografias a partir de Marques da Silva’, Porto, 2009.

referências Arq. Alexandre Saraiva Dias dias.orange@gmail.com Orange – Arquitectura e Gestão de Projecto Arq. Walter Rossa wrossa@darq.uc.pt Departamento de Arquitectura, FCTUC

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[Coimbra, 2011] Prof. Doutor Walter Rossa

Vila Nova de Aveiro: formas urbanas reguladas ALMEIDA, Diana Henriques Vela de – Vila Nova de Aveiro: formas urbanas reguladas. Coimbra: [s.n], 2001. 177p. Dissertação de Mestrado em Arquitectura, apresentada ao Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. [disponível online:<http://issuu.com/dianaveladealmeida/docs/vila_nova_de_aveiro>]


Vila Nova de Aveiro: formas urbanas reguladas, é resultado de um trabalho de investigação, onde o objectivo principal visou apreender como se afirmou e cresceu o aglomerado da antiga Vila Nova de Aveiro, a zona actualmente conhecida como Beira-Mar. Para o efeito, existiu a necessidade de recuar até ao século XV – quando o crescimento da urbe exigiu a extensão da sua mancha construída à margem norte do esteiro que atravessa a cidade, através de um novo bairro que recebia assim o topónimo de Vila Nova – e, de modo a possibilitar a leitura do seu crescimento e sucessivas alterações morfológicas, tornou-se essencial a compreensão da dinâmica geográfica local e a análise das diferentes representações disponíveis da cidade de Aveiro. Em termos estruturais de trabalho procedeu-se assim, a uma primeira pesquisa ao nível da história da cidade, que permitiu identificar e analisar os momentos mais significativos do seu crescimento e transformação, e à recolha de documentos cartográficos, que foram utilizados como base fundamental para a sustentação deste trabalho. É de salientar que neste estudo se privilegiaram como fontes primárias de investigação a utilização de fontes não escritas, tais como cartografia e iconografia, que foram, no entanto, dialecticamente complementadas com diferentes documentos escritos. Num segundo ponto seguiu-se a de elaboração de cartografia caracterizadora da morfologia urbana de Vila Nova de Aveiro, procurando determinar quais as políticas urbanas que fundamentaram a sua expansão física. Para este estudo foram elaborados vários mapas, onde foram estudadas plantas de diferentes épocas sobre a cartografia actual, a qual funcionou como base de trabalho.


O trabalho compõe-se pois por duas partes de pesquisa e análise. Uma primeira, de introdução, onde além de clarificar o objecto de estudo e metodologia de análise adoptada, se procurou fazer uma breve apresentação das fontes documentais escritas e gráficas, que permitiram o posterior reconhecimento e análise de Vila Nova. Nesta primeira parte inclui-se ainda uma resumida abordagem ao processo de formação da urbe aveirense. A segunda parte assume-se claramente como um conjunto de leituras. Uma primeira com o objectivo de apresentar uma evolução e crescimento do núcleo de Vila Nova, com base em toda a documentação histórica disponível, devidamente acompanhada pelos respectivos traços de ocupação dos séculos XV, XVI, XVIII, XIX e XX, desenhados de acordo com os dados adquiridos dessas mesmas fontes. Desta, parte-se para uma outra leitura, com um propósito diferente. De acordo, com a abordagem anterior, pretendeuse a constatação de regularidades e regras dos traçados, um olhar sobre o tecido urbano, averiguando os pressupostos antecedentes. Por fim, uma última que resulta das duas leituras anteriores. Em jeito de reflexão das análises realizadas, procurouse perceber as práticas e pressupostos intrínsecos ao desenvolvimento das formas urbanas reguladas da BeiraMar. Apresenta-se ainda uma terceira e última parte, que complementa o trabalho pela apresentação e tratamento de fontes documentais e apêndice documental gráfico. A cartografia desempenhou pois um papel preponderante como meio de apresentação de resultados e, essencialmente,

como método de análise e síntese. Recorreu-se, sempre que oportuno, ao poder informativo do desenho para expressar determinadas leituras da cidade. Por tudo isto, este trabalho manifesta-se sobretudo como um exercício de análise morfológica, devidamente estruturado pela abordagem de desenho.

Índice [001] apresentação Parte I [009] âmbito e metodologia [019] representações do tempo urbano [035] um enfoque. um olhar sobre a formação de Aveiro Parte II [059] traços de ocupação [087] regularidade dos traçados urbanos [123] em jeito de conclusão: formas urbanas reguladas Parte III [146] tratamento de fontes documentais [158] apêndice documental gráfico [171] bibliografia


[009] âmbito e metodologia A par de todo um desenvolvimento e crescimento da cidade de Aveiro, subsiste ainda a tradição de algumas vivências etnográficas e todo um património edificado marcado por uma intensa relação com a ria. O facto determinante de não se terem verificado grandes rupturas ao nível do tecido urbano, dota o actual bairro da Beira-Mar de uma homogeneidade e coerência morfo-tipológica, que testemunha este modo de vida singular de um povo dedicado às actividades marítimas. Este trabalho procurou o conhecimento das transformações físicas e a análise morfológica deste núcleo, que embora bem delimitado, mas não inerte, insinua diferentes fases de expansão, onde o seu alargamento é conseguido à custa da ocupação de solos/marinhas, que por séculos o abasteceram, e à multiplicação de arruamentos e quarteirões onde a função de dormitório é dominante. O principal objectivo residiu na descodificação da sua regra de composição e transformação; identificando, no contexto de ocupação do sítio, o papel dos elementos urbanos e da geografia para a forma, o crescimento urbano, o traçado do bairro e as próprias tipologias que lhe são características. Como resultado, pretendeu-se precisar o bairro da Beira-Mar frente à historiografia da cidade de Aveiro e testemunhar como a sua forma actual é resultante de sucessivos processos de expansão, que deram resposta às necessidades que surgiram em distintos períodos. O estudo morfológico do conjunto urbano aspirou assim concentrarse no aspecto fundamental caracterizador da sua estrutura urbana – o traçado, na sua concepção global e nos seus processos de crescimento, na estrutura de ruas, quarteirões e respectivos loteamentos.

Tendo na sua origem Vila Nova, como expansão do tecido urbano de Aveiro a partir do século XV, o que se pretendeu aqui analisar foi tudo aquilo que se destaca no seu crescimento, que reporta essencialmente aos séculos XVI, XIX e XX, por representar ou indicar novos modos de fazer e novos modos de desenvolvimento – novidades do traçado e regras de composição. Esta diversidade, de contextos e épocas do tempo distintas, coincide com os períodos áureos de conteúdo sócio-económico da cidade de Aveiro, fortemente marcados pelo desenvolvimento da sua urbe. Interessou pois entender as diferentes respostas às solicitações, consequentes de aumentos demográficos, nos referidos períodos; clarificando quais foram os gestos de expansão e intenções inerentes desde a abertura de novos arruamentos e loteamentos ao próprio edifício. Neste contexto, e numa perspectiva de clarificar os mecanismos de concepção e composição que estiveram na origem da evolução deste território, marcado pela necessidade de albergar um povo com actividades específicas, adoptou-se como objecto de estudo, a sua forma e respectivo significado. Contudo, mais do que os aspectos de crescimento espontâneo, do início do século XV, interessou a constatação e análise das formas urbanas reguladas e previamente concebidas – expressas na abertura de ruas, que terão tido na sua origem aforamentos como processo de urbanização, e, na criação de uma matrizes regulares, como resultado de uma repartição homogénea e geometrizada do espaço. A Beira-Mar permanece hoje, como uma área distinta dos demais bairros da cidade – são as suas especificidades de implantação, características do traçado, arruamentos,


quarteirões, lotes, e as próprias tipologias habitacionais, que requerem uma análise que possibilite o reconhecimento desses elementos que lhe conferem essa identidade específica, por forma à preservação do seu património integrado no planeamento urbano e dinâmica da cidade. A pertinência desta investigação prende-se também com o facto da história e ordenamento deste território constituir ainda uma área pobre, caracterizada sobretudo pela escassez de documentação desenhada, e também pela inexistência de estudos com base na análise morfológica e levantamentos cartográficos actuais. Na bibliografia de Aveiro, poucas são as referências ao processo de crescimento e configuração do traçado urbano da Beira-Mar, e menos ainda, acerca da relação entre a história do bairro e a configuração da sua morfologia. A futura abordagem procura, portanto, contribuir para os estudos sobre a morfologia e a história da cidade de Aveiro, desvendando a forma do ambiente construído da sua Vila Nova num intervalo temporal, que compreende diferentes configurações e processos de actuação. Na medida do possível, este enfoque, passível com o alinhamento de outros trabalhos, poderá originar dados e conclusões importantes para a historiografia do urbanismo português, tornando-se mais uma referência sobre a evolução urbana de ensanches ou expansões programadas do tecido urbano. [metodologia de análise] Tendo em vista a abordagem do processo dinâmico da evolução da cidade, desde logo, foi necessário ter em consideração os aspectos geográficos e temporais

relacionados com a sua génese. Na realidade, e, ainda que cada época apresente diferentes concepções de organização e planificação do espaço, o meio físico onde a cidade se estabelece actuou como variável condicionante na sua implantação urbana. Uma vez, analisada a dinâmica geográfica, tornou-se fundamental identificar os diferentes momentos que pautaram o seu processo de evolução, tal como os factores que originaram e contribuíram para a transformação ou evolução das sucessivas tramas urbanas. Assim, foi forçoso, para esta abordagem, beneficiar de múltiplos olhares e recorrer a um conjunto diversificado de fontes que possibilitaram interligar os subtis testemunhos e reuni-los numa leitura, simultaneamente, espacial e diacrónica. Neste contexto, para o conhecimento da configuração física dos seus espaços e elementos urbanos associouse a uma leitura do existente, ou seja, à expressão actual da área em estudo, todo um conjunto de dados que foram sendo levantados no decorrer do tempo, e que constituem agora uma mais-valia na construção da história da cidade. Para tal contou-se, com uma compilação e crítica de fontes documentais antigas (escritas e desenhadas), da recolha de material cartográfico actualizado, da fotografia aérea, bem como das marcas físicas das sucessivas ocupações, que são ainda hoje perceptíveis. A cidade foi apreendida não só enquanto objecto de estudo, mas também como a fonte mais directa para o seu próprio conhecimento, como fonte em si mesma. No sentido, em que a sua configuração continua a existir oferecendo possibilidades de trabalho consideráveis, foi necessário utilizar os elementos que representam formalmente a sua


realidade actual, considerando portanto a sua representação, gráfica e rigorosa, como objecto de estudo. Deste modo, este trabalho fez uso do património edificado actual entendido como vestígio material e documento histórico que pode ser estudado. Na verdade, na evolução do espaço urbano de Aveiro persistiram algumas marcas morfológicas significativas do período medieval, designadamente, ao nível do traçado viário, dos quarteirões, das parcelas e do edificado, que, só por si, representam importantes elementos para análise da sua transformação e crescimento. Elegendo como objectivo principal deste trabalho a compreensão da forma urbana – configuração física da BeiraMar, as escalas de observação e análise compreenderam desde a maior dimensão – a aglomeração no seu todo, até à mínima grandeza – a parcela, lote, e o próprio edifício. O desenho rigoroso, em AutoCad, constou para esta investigação, como o instrumento principal de representação e interpretação dos diferentes contextos e desenvolvimentos históricos da forma da cidade. De molde à elaboração de uma sequência de plantas, teoricamente, representativas das diferentes fases de crescimento da cidade, recorreu-se à base cartográfica actual, à qual se foram subtraindo elementos correspondentes a fases cronológicas bem definidas. Assim, através de um processo regressivo procurou-se determinar os espaços, as vias e as construções que se transformaram ou permaneceram imutáveis, ao longo do tempo. O estudo e conhecimento da evolução urbanística da BeiraMar envolveu, por um lado, a interpretação do espaço edificado, bem como as actividades aí desenvolvidas e, por outro, uma recolha sistemática dos documentos relativos

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à história da cidade, que forneceram dados inestimáveis, permitindo adiantar hipóteses interpretativas acerca das formas urbanas que a cidade conheceu.


N

35

3

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4 5

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4 3 3 6 3




[Coimbra, 2008] Prof. José Manuel Gigante|João Fôja

Um terreno, dois objectivos: casa e atelier.

Um lote situado numa zona residencial, um terreno de topografia acidentada e um desenho que procura fundir casa e atelier. A proposta procurou no entanto separar vivências e interiorizações que os diferentes programas e espaços exigem. Estes assumem-se claramente na volumetria exterior, e no interior, pela mudança de pé-direito. O projecto contempla duas cores e texturas, no exterior o betão rugoso e, no interior, materiais lisos e brancos que reflectem luz. As fachadas exteriores são interrompidas pelos rasgos dos vãos, que permitem acesso ao exterior. A norte a fachada é contida, mantendo com a rua uma relação nula, a sul, rasgada permitindo a entrada de luz e uma vista e relação mais próxima e inspiradora com a paisagem.

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planta

cortes transversais

cortes longitudinais




[Coimbra, 2009] Prof. José Fernando Gonçalves

Um muro.

Um longo muro, que se desenvolve e articula o limite da Coimbra Alta e dá continuidade a um circuito de caminhos pedonais. Um muro espesso que suporta e abriga as novas instalações do Departamento de Arquitectura. Um muro topográfico que adossa e limita. Um muro que contextualiza e evoca o conceito de muro medieval. Uma intenção. Uma intervenção que aponta na redução de todo um processo desregrado que se deveu sobretudo à acumulação de sucessivos acrescentos e intervenções destruidoras da coerência deste importante conjunto patrimonial urbano. Um corpo fechado para a envolvente, revelando do exterior, um alçado maioritariamente encerrado. Um corpo que se caracteriza pela sua solidez e aspecto maciço, que procura manter relações visuais com o exterior apenas em momentos de excepção ao longo dos percursos que

o definem. Um novo corpo que alberga essencialmente o programa directamente ligado à práctica de arquitectura, como salas de projecto e desenho, oficinas de maquetas e espaços de informática, localizando o restante programa no Colégio das Artes. Um desenho de espaço exterior marcado essencialmente por percursos rampeados - realizados a duas cotas distintas, ao nível superior há uma continuidade visual com a periferia da Alta, ao contrário do que acontece no percurso de cota inferior, neste, esta relação (interiorexterior) acontece somente em momentos particulares espaços verdes que acompanham os percursos, e com eles o carácter sólido do betão, que se surge nas fachadas e no próprio pavimento - nos principais momentos de contacto com o exterior, é o pavimento em madeira que nos incentiva a percorrer as varandas que se abrem sobre a paisagem.

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reconstituição do traçado da muralha medieval análise de pré-existências proposta de intervenção


[cota 110,00]

[cota 102,00]


[cota 91,00] [cota 86,00]


corte transversal [acesso ao ColĂŠgio das Artes]


corte transversal [cafetaria]

corte transversal [salas de aula]




[Coimbra, 2010] Prof. Gonçalo Byrne|Nuno Grande

Falemos de casas, Façamos Urbandutos! Manifesto Estratégico

O que é um “urbanduto”? Uma faixa, um percurso, uma conexão, uma “deriva” urbana numa visão Situacionista; um “cordão umbilical” que pode transformar o Bairro da Cova da Moura num elo estratégico da Amadora e da Lisboa Metropolitana. Os habitantes da “Kova” não precisam, apenas, de novas casas ou de novos equipamentos, belos objectos de arquitectura encerrados na sua condição de “gueto clandestino”, para uns, ou de “ilha exótica”, para outros; precisam, antes de tudo, de sentir que são cidadãos de direito, como os habitantes de outros bairros vizinhos. “Os da Kova” querem que o seu habitat se integre, sem paternalismos ou populismos, nessa cidade dita “oficial”,

e desejam, como qualquer “ser urbano”, utilizar os equipamentos e as infra-estruturas em seu redor, de modo qualificado: estações ferroviárias mais (pluri) funcionais, centros cívicos mais ecuménicos, escolas mais acolhedoras, centros de dia e creches mais inter-classistas, pavilhões e campos desportivos mais polivalentes, parques e jardins mais abertos à comunidade. Sim, “falemos de casas”, embora encarando a cidade como a maior de todas elas. Neste sentido, e como estratégia de turma, optamos por estabelecer e desenvolver, ao longo do ano lectivo, sete conexões físicas, sete “derivas” urbanas, enfim, sete urbandutos entre a Kova e as suas envolventes: Damaia,


Benfica

Cova da Moura

Falagueira

Monsanto

Reboleira Buraca Alfragide Damaia

rede urbana de espaço público contínuo [relações entre os espaços da Cova da Moura, Damaia, Alfragide, Buraca, Monsanto, Benfica, Falagueira e Reboleira]

Alfragide, Buraca, Monsanto, Benfica, Falagueira e Reboleira. Apresentamos, agora, ao Concurso Universidades da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010, o Urbanduto #1: KovaDamaia, no qual inscrevemos dois projectos estruturantes: a reconversão habitacional de uma frente urbana degradada; e a reabilitação da Escola Secundária D. João V e dos seus espaços envolventes.

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escada

rua espaço verde

estacionamento

O que é afinal um urbanduto? Um indutor de urbanidade.

edifício

barreira sonora

indutores de urbanidade [percursos urbanos capazes de criar conexões através do desenho do espaço urbano]

coberto praça

rampa

passagem

ponte


[Trienal de Arquitectura de Lisboa, 2010]

Urbanduto #1 Kova - Damaia Manifesto Projectual

requalificação da escola D.João V | campo de jogos e pavilhão desportivo

O urbanduto que propomos procura, antes de mais, “quebrar” as barreiras físicas e sociais que enclausuram, não apenas o Bairro da Cova da Moura, mas também alguns dos equipamentos existentes na vizinha Damaia. O traçado deste urbanduto pressupõe a demolição dos muros altos da Escola Secundária D. João V, a requalificação das entradas neste equipamento, mas também na Escola Básica do 1ºciclo, e, como corolário, a conexão destes conjuntos escolares com os bairros situados a sul do IC19, por implantação estratégica de dois atravessamentos pedonais sobre o mesmo. Na transposição dessas “barreiras” urbanas, geram-se novos pontos de chegada, como praças, alargamentos, e equipamentos desportivos (piscina, campo

de jogos, pavilhão de ginástica) que incentivem a vivência entre as escolas e os bairros. No alto da “Kova” (Rua do Colégio) propõe-se a substituição da frente residencial mais degradada, por um novo conjunto de módulos habitacionais, de tipologia evolutiva, dispostos em torno de um pátio alongado que acompanha “organicamente” o declive do terreno, entre galerias e escadarias. Este conjunto é complementado por um equipamento comunitário polivalente, a situar no coração do bairro, junto ao Moinho e à Escola Primária. O projecto proposto para a Escola Secundária D. João V valoriza o seu perímetro urbano, tornando-o mais aberto e dialéctico, face à envolvente, e, reorganiza o seu espaço interno, de modo


requalificação dos equipamentos educacionais campo de jogos|pavilhão desportivo

equipamento comunitário polivalente habitação

atravessamento pedonal equipamento desportivo|complexo piscinas

habitação | equipamento comunitário polivalente

a ser utilizado pela restante comunidade, em actividades de formação pós-laboral, ou em eventos sociais, culturais e desportivos. A estrutura pavilhonar é mantida, embora adaptada ao novo conceito de “escola-quarteirão”, no qual, se misturam outras valências “intersticiais” - demarcadas por formas e materialidades mais contemporâneas -, que visam fortalecer a relação entre as partes e o todo, ou, na

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perspectiva já descrita, entre o individual e o colectivo.

pontos estratégicos [dinamicas colectivas no espaço público: equipamentos, espaços verdes, espaços de oportunidade recreio e lazer]

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[Trienal de Arquitectura de Lisboa, 2010]

Requalificação da Escola D. João V [Damaia]

análise de pré-existências proposta de intervenção

cortes transversais


[cota 147,50]


[cota 143,50]

corte transversal

[cota 137,50] [cota 134,00]


[corte longitudinal pela zona de recreio]


corte transversal

[zona de recreio]

[edifĂ­cio]


[passeio pĂşblico]

[campo de jogos|pavilhĂŁo desportivo]




[contacto tlf.] 00351 912938187 [e-mail] dianavela.arq@gmail.com


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