DIÁRIO DO COMÉRCIO
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
A diferença do comportamento de preços dos dois grupos de produtos explica muito do resultado da balança. Roberto Fendt
pinião
PAULO SAAB
PATERNALISMO ATRASA O BRASIL
O déficit em conta corrente deve-se ao aumento dos volumes das importações e exportações e à variação dos preços dos produtos e serviços expressos em moeda nacional.
Os fatos e suas interpretações
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emos uma curiosa propensão a atribuir problemas com o todo acusando o comportamento de suas partes. Talvez seja parte da natureza humana, talvez simplesmente uma dificuldade de perceber as causas reais da maioria dos fenômenos que observamos. Agora mesmo, noticia-se que o aumento do déficit em conta corrente do balanço de pagamentos – a diferença entre todas as entradas e saídas de divisas correspondentes ao comércio de bens e serviços e à remuneração dos fatores de produção – decorreu da ampliação dos gastos com viagens internacionais (US$ 10,5 bilhões), remessas de lucros e dividendos (US$ 30,4 bilhões) e aluguel de máquinas e equipamentos (US$ 13,7 bilhões). Ora, essa explicação não satisfaz. Ela equivale a dizer que o Flamengo do Rio de Janeiro venceu o Vasco da Gama porque fez dois gols e levou um. Não é uma explicação, é uma simples descrição do resultado da partida. As verdadeiras causas do déficit em conta corrente são de duas naturezas. De um lado, o aumento dos volumes das importações e exportações, tanto de produtos e serviços, bem como de remuneração dos fatores de produção; e de outro, da variação dos preços dos produtos e serviços, expressos em moeda nacional. Quais são os fatos? O volume importado de bens e serviços aumentou junto com
ROBERTO FENDT o aquecimento da economia, um bom sinal. No acumulado do período janeiro-novembro de 2009, o volume físico das importações cresceu 40,2% e os preços tiveram aumento de 2,6%, comparativamente ao mesmo período de 2009. Já pelo lado das exportações, considerando-se o mesmo período, o aumento das exportações deveu-se mais ao aumento dos preços dos produtos (20,2%) do que ao aumento do volume embarcado (8,6%).
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que esteve por trás desses fatos? O maior crescimento da economia e da renda dos consumidores demandou mais produtos importados, o que como já se disse é bom, já que trouxe mais bens para os consumidores e mais máquinas e equipamentos para a indústria. Ao mesmo tempo, parte da produção que poderia ter sido destinada à exportação também foi desviada para o mercado interno, atendendo ao aumento da demanda por esses produtos. Mas não há como ignorar que o maior aumento das importações de bens em geral,
de consumo e de investimento, foi muito influenciado pela valorização do câmbio. O efeito foi contrário pelo lado das exportações, afetadas negativamente pelo dólar barato. O volume físico das exportações de produtos básicos e manufaturados cresceu pouco em relação ao crescimento do comércio mundial e em valores absolutos (em torno de 8%). Mas os preços dos produtos manufaturados cresceram apenas 8,4%, enquanto os preços dos produtos básicos aumentaram quase 27%.
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o lado das importações, o volume físico cresceu 37,5%, com destaque para as importações de bens duráveis, cujo volume físico aumentou 53,1%. O estrago só não foi maior porque nesse período o preço médio em dólares dos produtos importados subiu apenas 2,1%. Essa diferença do comportamento de preços dos dois grupos de produtos explica muito do resultado da balança comercial brasileira. Os preços dos importados aumentaram pouco, atenuando o forte
Nosso povo, em sua imensa boa fé, não sabe, mas mesmo com sua baixa renda, é o patrocinador de muitas e muitas fortunas, pensões e indenizações.
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impacto do aumento dos volumes importados; os dos produtos básicos de exportação aumentaram muito, evitando um desastre na balança comercial. É claro que o volume dos importados cresceu em larga medida pela valorização do real. E é claro que o volume físico das exportações de produtos manufaturados padeceu da mesma causa.
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o fim e ao cabo, ambos foram e continuam a ser afetados pela incontinência dos gastos públicos, que torna excessivo o fardo da política monetária para manter a inflação o mais próximo possível da meta. Perceber que há uma relação entre os dois fatos é importante para entender fenômenos que parecem dissociados, como o saldo em conta corrente do balanço de pagamentos, os juros e a gastança do setor público. Nesse quadro, é grande perda de oportunidade o fato de a senhora presidente não haver anunciado claramente o corte de despesas antes da reunião do Copom que aumentou a taxa de juros e sinalizou uma nova rodada de aumentos. Mas o mundo não acabou e a presidente Dilma poderá por em prática, a qualquer tempo, um de seus objetivos de governo: a tão necessária coordenação de políticas monetária e fiscal, necessária para permitir a queda dos juros e eliminar boa parte de nossas mazelas.
difícil para o Brasil tornar-se um grande país não só na extensão territorial ou tamanho de sua população, mas também na geração de riquezas e distribuição de renda, quando o Estado é paternalista. A corrupção entranhada no aparato público também serve de âncora para manter o país ancorado no atraso, distante de uma República de verdade. Depois de ser revelado que descendentes centenários de Tiradentes recebem pensão do Tesouro Nacional, e que outras estão procurando se habilitar para tal, vem a público a informação de que o governo de Getúlio Vargas, em plena ditadura do Estado Novo, havia concedido pensão a descendentes do Duque de Caxias, patrono do Exército e heroi da Guerra do Paraguai. Pode-se imaginar que se houver uma pesquisa mais ampla nos documentos oficiais, muito mais há de se encontrar no capítulo da generosidade brasileira com o dinheiro alheio. No caso, do contribuinte brasileiro. Nosso povo, em sua imensa boa fé , não sabe, mas mesmo enfrentando restrições e baixa renda, é o patrocinador de muitas e muitas fortunas, pensões, indenizações de toda sorte e gênero. o Estado de São Paulo, com todo respeito aos merecedores, surgem até hoje novos heróis da Revolução Constitucionalista de 32. Netos carregados no colo pelas avós ao atravessar as ruas em cidades beligerantes reivindicam benefícios decorrentes da ação de heroísmo em batalha. Imagine isso em todas as circunstâncias históricas pelos demais estados brasileiros. Vejam, mais recentemente, os benefícios estendidos ao presidente Lula, aos seus filhos e netos. Fora a cidadania italiana, porque conforme disse um dia Dona Maria Letícia – talvez das raras oportunidades em que disse algo – seus filhos mereciam ter a chance de ser de um
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grande país, a Itália. Vejam ainda a recente descoberta da onda de aposentadorias de ex-governadores e de próceres da República. A pejorativamente chamada "viúva" – ou seja, os cofres públicos – possui ladrões (no sentido hidráulico também) por onde vazam valores em todas as direções. Há hoje, no Brasil, mais beneficiários de pensões e indenizações, por supostos danos causados no regime militar aos que a ele se opunham nas armas, do que a relação inteira dos que se empenharam na ocasião. onhecidas figuras públicas, inclusive jornalistas que se arvoram donos da verdade, recebem pensões de corar frade de pedra e matar – não de fome, mas de vergonha – brasileiro na miséria. Estamos ainda um pouco distantes do conceito verdadeiro de República (do latim Res Pública, coisa pública). Somos ainda uma capitania hereditária, comandada pelo donatário da hora, onde os amigos do rei recebem tudo, tomam tudo, se apossam de tudo, por saber usar os escaninhos da corte palaciana, enquanto o povo, no conceito romano, e a democracia, como sistema político, se sustentam na exploração pelas oligarquias da grande massa que vive de promessa, esperança e alegria quando ascende da situação de miserável para pobre. Sem infraestrutura que os absorva.
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PAULO SAAB É JORNALISTA E ESCRITOR
MÁXIMOS E MÍNIMOS Não sou economista, mas creio que economizando aqui e ali, o governo poderia dar condição de vida melhor para todos, em especial às pessoas que madrugam, usam um transporte ineficiente e deteriorado, comem mal e não podem pagar um plano de saúde e ficam a mercê do SUS. Mas nossos
"representantes" na Câmara, no Senado e nos Ministérios recebem altos salários. Um aumento no mínimo de R$ 5,00 pode dar prejuízo aos cofres públicos; mas esses que são contra o aumento dispensariam alguns "zeros" em prol do povo? Sandra Nascimento - São Paulo
ROBERTO FENDT É ECONOMISTA
Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze
CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos (tmatos@acsp.com.br) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos (josemaria@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), chicolelis (chicolelis@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima (luiz.octavio@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br) e Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro (aribeiro@dcomercio.com.br) Editores: Cintia Shimokomaki (cintia@dcomercio.com.br), Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) e Vilma Pavani (pavani@dcomercio.com.br) Subeditores: Fernanda Pressinott, Kleber Gutierrez, Marcus Lopes, Rejane Aguiar e Tsuli Narimatsu Redatores: Adriana David, Anna Lucia França, Eliana Haberli ,Evelyn Schulke, e Sérgio Siscaro Repórteres:Anderson Cavalcante (acavalcante@dcomercio.com.br), André Alves, Fátima Lourenço, Geriane Oliveira, Giseli Cabrini , Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mário Tonocchi, Neide Martingo, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vanessa Rosal, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira (soliveira@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
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BANQUEIROS QUEREM SUBIR TAXAS DE JURO NOS EUA, APESAR DO ALTO DESEMPREGO.
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Pressão dos banqueiros pelo aumento dos juros
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ábado, segundo o The Financial Times, alguns dos mais poderosos executivos financeiros do mundo teriam uma reunião privada com os ministros das Finanças em Davos, Suíça, local do Fórum Econômico Mundial. O principal pedido dos executivos, diz o jornal, seria que os governos "parassem de bater nos banqueiros". Aparentemente, pagar a fiança dos banqueiros, depois de eles terem provocado a pior crise desde a Grande Depressão, não foi o suficiente – os políticos também devem parar de ferir os sentimentos deles. Mas os banqueiros têm ainda um pedido mais substantivo: eles querem taxas de juros mais altas, apesar da persistência do desemprego muito elevado nos Estados Unidos e na Europa, porque, dizem eles, taxas baixas estão criando inflação. E o que me preocupa é a possibilidade de que as autoridades realmente venham a seguir seus conselhos. Para entender a questão, é preciso saber que estamos no meio do que o Fundo Monetário Internacional chama de recuperação "de duas velocidades", na qual alguns países estão disparando na frente, mas outros – incluindo os Estados Unidos – ainda têm de sair da primeira marcha. A economia dos EUA caiu em recessão no final de 2007; o resto do mundo os acompanhou poucos meses depois. E os países desenvolvidos – Estados Unidos, Europa e Japão, mal começam agora a se recuperar. É verdade que essas economias estão crescendo desde o verão de 2009, mas o avanço tem sido lento demais para criar um grande número de empregos. Aumentar a taxa de juros nestas condições seria minar qualquer
chance de algo melhor; significaria, aliás, aceitar o desemprego em massa como um fato permanente da vida. E quanto à inflação? O desemprego alto tornou-se um empecilho às medidas sobre inflação que normalmente guiam a política. O índice preferido do Federal Reserve, que exclui os preços voláteis de energia e alimentos, está atualmente abaixo de 0,5% ao ano, bem menos do que a meta informal de 2%. Mas os preços de energia e dos alimento – e os preços das commodities em geral – têm, é claro, crescido
recentemente. Os preços do milho e do trigo subiram cerca de 50% no ano passado; as cotações de cobre, algodão e borracha estão batendo novos recordes. O que é isso?
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resposta, em grande parte, é o crescimento nos mercados emergentes. Enquanto a recuperação nos países desenvolvidos têm sido fraca, os países em desenvolvimento – a China em particular – têm se recuperado bem da crise de 2008. Isso criou pressões inflacionárias em muito desses países; e também provocou um grande aumento na demanda global por matéria-prima. O tempo ruim – em especial uma onda de ca-
lor inédita na antiga União Soviética, que provocou uma grande queda na produção mundial de trigo – também desempenhou seu papel no aumento dos preços dos alimentos. A questão é: que impacto tudo isso tem nas políticas do Federal Reserve e do Banco Central Europeu? Antes de tudo, a inflação na China é problema da China, não nosso. É verdade que atualmente a moeda chinesa está atrelada ao dólar. Mas isso é escolha da China; se ela não gosta da política monetária dos EUA, está livre para permitir que sua moeda se valorize. Mas nem a China nem ninguém tem o direito de pedir que os Estados Unidos sufoquem sua nascente recuperação econômica só porque os exportado-
res chineses querem manter o yuan renminbi desvalorizado. E sobre os preços das commodities? O Fed normalmente se foca no "núcleo" da inflação, que exclui energia e alimentos, em vez da inflação "das manchetes", porque a experiência mostra que enquanto alguns preços flutuam bastante mês a mês, outros possuem muita inércia – e é com os que estão na inércia que se deve preocupar, porque quando a inflação ou a deflação chega a esses preços, fica difícil retirá-las. E esse foco serviu bem ao Fed no passado. Em particular, o Fed estava certo ao não aumentar os juros em 2007-2008, quando os preços das commodities dispararam – e levando a inflação das manchetes acima dos
PAUL KRUGMAN 5% por um breve período – para voltar à Terra. É difícil ver por que o Fed deveria se comportar de forma diferente desta vez, quando a inflação não está nem perto da alta que teve durante o último boom das commodities.
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ntão por que estes pedidos por juros mais altos? Bem, os banqueiros têm uma longa história de se fixarem aos preços das commodities. Tradicionalmente, isso significava insistir que qualquer aumento no preço do ouro significaria o fim da civilização ocidental. Atualmente, isso significa reivindicar que as taxas de juros aumentem porque os preços do cobre, da borracha e do estanho subiram, embora a inflação fundamental esteja em queda. Ben Bernanke, que preside o Fed, sabe muito bem que subir os juros agora seria um erro enorme. Mas JeanClaude Trichet, seu colega europeu, está fazendo barulho como se fosse agir – e tanto o Fed quanto o Banco Central Europeu estão sob muita pressão externa para fazer a coisa errada. Eles precisam resistir a essa pressão. Sim, os preços das commodities estão altos – mas não há motivo para perpetuar o desemprego em massa. Parafraseando William Jennings Bryan, nós não devemos pregar nossas economias numa cruz de borracha.
PAUL KRUGMAN É ECONOMISTA, COLUNISTA DO THE NEW YORK TIMES, PROFESSOR E AUTOR DE VÁRIOS LIVROS E PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA 2008 TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA
E como fica o princípio da precaução? A
devastação causada pelas chuvas deste verão integra uma longa lista de acontecimentos semelhantes e corre o risco de logo ser esquecida, até repetir-se nos anos vindouros. Mas deveria ensejar uma reflexão sobre as distorções de percepção com que autoridades e grande parte do público avaliam as interações entre as atividades humanas e o meio ambiente. Em recente pesquisa do Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 27% dos entrevistados apontaram o aquecimento global (supostamente agravado/causado pelo homem) como o principal problema ambiental e de qualidade de vida, bem à frente dos 18% que optaram pelo tratamento de água e esgoto e dos 8% que escolheram o tratamento do lixo. As opções não incluíam problemas de urbanização descontrolada, como a ocupação irregular de encostas e calhas dos cursos d'água, causas de tragédias como a que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro. Esses problemas passam ao largo da agenda ambientalista, ao contrário das ruidosas campanhas contra a proposta de revisão e ajuste do Código Florestal à realidade das atividades rurais praticadas há décadas no País, das que têm retardado ou inviabilizado numerosos projetos de infraestrutura energética e viária, ou das que promovem uma desnecessária e inviável "descarbonização" da economia. Esta, sob o pretexto de neutralizar mudanças climáticas que ocorrem há milhões de anos, com amplitude e rapidez bem
Fábio Motta/AE
Há planos para enfrentar um hipotético aquecimento atmosférico, mas nenhum para as chuvas.
maiores do que as verificadas desde a Revolução Industrial razão pela qual não existem evidências científicas concretas que permitam identificar nelas qualquer influência humana em escala planetária. despeito de a interferência humana na dinâmica climática global ser uma teoria sustentada apenas por modelos matemáticos (mas promovida por uma ativa conjugação de interesses ideológicos, acadêmicos, políticos e econômicos restritos), o pseudoproblema mobiliza uma singular parceria entre governos e sociedade. O Governo Federal se dispõe a liderar uma agenda mundial de "descarbonização", comprometendo-se unilateralmente com metas de cortes de emissões de carbono
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GERALDO LUÍS LINO medidas em casas decimais. Estados e municípios planejam e aprovam políticas próprias de "mudanças climáticas" (a do município do Rio de Janeiro será apresentada em 25 de janeiro próximo). Entidades empresariais se envolvem acriticamente em um esforço que contraria princípios basilares de racionalidade econômica. E o empenho em influenciar a percepção pública do tema se converteu numa virtual doutrinação, que tem início nos livros-texto do ensino fundamental. Em paralelo, o País se vê obrigado a admitir à
coordenação da Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres, da qual foi um dos signatários em 2005, que praticamente nada foi feito até agora para implementar um plano nacional de resposta a desastres naturais. nquanto se elaboram planos detalhados para um hipotético aquecimento atmosférico nas próximas décadas, não há qualquer esforço de definição e implementação de uma estratégia de defesa civil coordenada entre os diversos âmbitos federativos, para dar resposta a problemas reais e prementes, nem, tampouco, para enfrentar o inadiável dilema do crescimento desordenado das grandes cidades brasileiras. Por ironia, um dos pilares da
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ideologia ambientalista é o chamado "Princípio da Precaução", o qual determina que, se uma atividade representa ameaça ao meio ambiente ou à saúde, medidas de precaução devem ser tomadas, mesmo se as relações de causa e efeito não forem estabelecidas cientificamente. E, ao contrário das ilações teóricas sobre os impactos humanos no clima global, as respostas mecânicas dos solos e rochas às intervenções humanas e a dinâmica dos cursos d'água são amplamente dominadas pela Geologia, Geotecnia e Hidrologia, permitindo estabelecer com precisão as áreas de risco para ocupação, como encostas e planícies fluviais. Sem falar na capacidade de a Meteorologia antecipar em pelo menos 24 horas a ocorrência de chuvas pesadas. e houvesse uma preocupação efetiva com os reais problemas ambientais, em nenhuma área o conceito de prevenção explicitado no "Princípio da Precaução" deveria ser mais aplicado do que na ordenação do uso do solo, em especial, o urbano. Aí, tanto em termos de vidas humanas como em custos materiais, são mais que evidentes as vantagens das restrições à ocupação de áreas de risco e da realização de obras e serviços de drenagem, contenção e outros, cuja relação custo/benefício os favorece amplamente diante dos elevados custos do socorro, assistência e reconstrução de áreas atingidas por grandes desastres. No Rio de Janeiro, as obras de contenção e de estabilização de encostas realizadas desde 1966 pela Fundação Geo-Rio (antigo
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Instituto de Geotécnica, criado após as chuvas de 1965), certamente, salvaram centenas ou milhares de vidas. E o saldo teria sido maior se tivesse havido a vontade política de se impedir a expansão da ocupação das áreas de risco da cidade (providência muito mais relevante do que estabelecer metas municipais de cortes de carbono). Em suma, urge uma mudança de mentalidade quanto às prioridades das agendas ambiental e urbana. E, não obstante a equivocada percepção prevalecente sobre as questões climáticas, uma fração da mobilização criada ao redor delas seria suficiente para se começar a encarar a sério desafios como as deficiências de saneamento, habitação, transportes eficientes e acessíveis, disposição do lixo e outros referentes à ocupação racional do solo. Problemas reais, que não existem apenas em modelos teóricos e influenciam diretamente o cotidiano, o bem-estar e a sobrevivência física dos brasileiros. m tempo: a despeito da sua cota de sofrimento humano, não estamos diante da "maior tragédia climática" do Brasil. Primeiro, por não se tratar de um fenômeno climático, mas meteorológico (a diferença é a escala de tempo; clima é uma tendência de longo prazo). Segundo, porque as maiores catástrofes nacionais foram as secas que assolaram o Nordeste em 187779 e 1915, deixando centenas de milhares de mortos.
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GERALDO LUÍS LINO É GEÓLOGO. TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO POR WWW.MÍDIAAMAIS.COM.BR
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.GERAL
Giba Um
3 Acabou o romance entre
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Sabrina Sato e o deputado federal Fábio Faria (PMNRN), que chegaram de uma semana em Paris.
gibaum@gibaum.com.br
MAIS: há quem aposte que ela prefere ficar livre, leve e solta à frente das baterias da Vila Isabel e Gaviões da Fiel.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
1° de Fevereiro
Filha de uma nobre família toscana, da Itália do século XII, ainda jovem se consagrou a Deus. Era muito piedosa e caridosa com os pobres a quem chegou a distribuir seus bens. Mais tarde, após uma peregrinação, foi viver reclusa e completamente devota a Deus e a recebeu muitas graças místicas. Santa Veridian
k É preciso acordar de bem com a vida. Se não tudo dá errado: o pé bate Entremulheres na quina da cama e depois, um raio cai na cabeça no meio da rua.
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GISELE BÜNDCHEN // que vai escrever um livro de auto-ajuda, do alto de sua fortuna de US$ 150 milhões. Fotos: Paula Lima
Lula fez, em oito anos, apenas uma mini-aventura na área de botox: não gostou, não repetiu. Já a ex-primeira-dama Marisa Letícia é consumidora habitual e quem cuida disso é a dermatologista paulista Adriana Vilarinho. Já suas plásticas recentes foram assinadas pelo cirurgião Pedro Albuquerque. Com Dilma, os profissionais são outros: cirurgião plástico é o gaúcho Renato Vieira e dermatologista, o paulista Guilherme Almeida, seu amigo pessoal também.
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AMIGO DELA Além da conta 333 O ministro Guido Mantega, da Fazenda, considerado, no passado, como “fraquinho” por Fernando Henrique Cardoso, que não mudou sua opinião, tem ciúmes da ascensão de Antonio Palocci e trata de valorizar sua imagem, porque também tem acesso a Dilma e até ganha elogios. Demais integrantes do primeiro time do governo, contudo, acham que há uma diferença entre Palocci e Mantega. Embora economista, Dilma não tem a menor paciência para aparecer na mídia falando sobre problemas econômicos brasileiros, ameaça de inflação ou qualquer coisa parecida. Para esse expediente, empurra Mantega, sempre advertido: “Não fale além da conta” (expressão mineira).
FORA DA CENA No domingo, quando transmitia a festa de entrega dos prêmios SAG Awards, em Los Angeles, o canal E! (Entertainment Television), colocava no ar, em cada intervalo, a placa In Memorian: Gilberto Scarpa.Oapresentador brasileiro, 27 anos,doprograma BrasilBytes, havia se suicidado, jogandose do sétimo andar do prédio onde morava. Ele namorava, há algum tempo, com Cibele Dorsa, primeira mulher de Doda Miranda, hoje casado com Athina Onassis. Cibele já escreveu um livro, posou para Playboy e ainda tenta uma carreira no showbiz. 333
Essa é a 30ª edição da SP Fashion Week: a primeira em 1996 custou R$ 600 mil e hoje, o evento não sai por menos de R$ 13 milhões, com 51 desfiles e mais de 100 mil visitantes. Desta vez, a aposta foi em celebridades, que ninguém sabe se carregam na venda dos produtos ou não: Ashton Kutcher (não desfilou, só apareceu) e Demi Moore, Christina Aguilera, Gisele Bündchen, Raquel Zimmermann, Alessandra Ambrósio, Léa T. e Paris Hilton (primeira foto à esquerda), que desfilou para a Triton. A grande sensação foi mesmo Candice Swanepoel, angel da Victoria’s Secret, que desfilou para a Animale (segunda foto). Na platéia, entre muitos, da terceira foto para a direita, Maria Lucia Alckmin, Eduardo Matarazzo Suplicy e Supla e Guilhermina Guinle, bem nascida e sempre entusiasmante.
Recheadade celebridades
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333 A senha já havia sido dada na noite de 31 de outubro do ano passado, no discurso da vitória de Dilma, num hotel de Brasília: à direita da eleita, Michel Temer; à esquerda, calado e batendo palma nos intervalos, Antonio Palocci. Hoje, desobrigado dos atos burocráticos da Casa Civil, empurrados para a Secretaria-Geral da Presidência (Gilberto Carvalho), Palocci é convocado para todas as conversas importantes de Dilma, que chega a perguntar: “O senhor se importa se eu chamar o ministro Palocci?” Longe dos holofotes (Dilma gosta disso), tem liberdade para negociar com aliados, é tarimbado, foi levado por Lula para a campanha e agora, é o homem certo na hora certa. Dependendo, ter acesso a ele, hoje, pode significar mais do que falar diretamente com a Chefe do Governo.
Poderoso tranquilo
333 Enquanto José Sarney assume pela segunda vez consecutiva a presidência do Senado, aos 80 anos, a Rede Globo coloca no ar, no Fantástico, grande reportagem sobre o estado das delegacias de policia em todo o país, elegendooMaranhão,feudoda família Sarney, como a campeã dopior atendimento.Por outro lado,analistas políticos elegem Sarney um recordista do adesismo: ele apoiou os últimos oitogovernos,incluindoCastelo Branco, Costa e Silva, Geisel, Figueiredo, Collor, Itamar, FHC e Lula, mais Dilma agora.
QUEM denunciou as mudanças feitas pelo presidente do DEM, Rodrigo Maia nos estatutos do partido, sem consultar ninguém (oficialmente, deveria ser expulso da agremiação) foi o ex-candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, Índio da Costa. E o pai de Rodrigo, César Maia, garantirá que nunca soube de nada. POR ENQUANTO, o assessor internacional de Dilma Rousseff, Marco Aurélio Garcia, só tem gabinete, salário e dois funcionários: não foi convocado pela presidente para nenhuma reunião e tampouco pelo novo chanceler Antonio Patriota.
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APRESENTADOR do BBB11 (está no comando do programa desde sua estréia), Pedro Bial jura que, até hoje, sente “aquele friozinho” antes da atração entrar no ar. E garante: “Sinto o medo do goleiro na hora do pênalti e a confiança do atacante que vai bater a bola, tudo ao mesmo tempo”. 333 Nas semanas de moda de todo o mundo, a ordem é investir em celebridades e, se possível, diferentes. Ou seja: não é apenas no Brasil que o transexual Léa T. foi transformado em atração. Na Europa, a sérvio-australiano Andrej Pejic, menino/menina e novo rosto da Marc Jacobs, é o novo muso de Jean-Paul Gaultier, superando longe o visual melancólico de Léa T. Essa nova tendência já ganhou até nome dos fashionistas: femiman. Detalhe: na SP Fashion Week de julho, ele/ela pode desembarcar por aqui.
O novo darling
Não gosta do nome Há quem aposte que, embora o imóvel ainda esteja sofrendo alguns reparos, a jovem e discreta mulher do vicepresidente Michel Temer, não gostaria de ir morar no Palácio do Jaburu: detesta o nome. Jaburu é o nome de uma ave (símbolo do Pantanal) e igualmente, em linguagem pejorativa, pode significar mulher feia .
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h IN
Chinelo com meia (!).
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RECORDISTA
MISTURA FINA 333
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Amigo do outro rei 333 O carro alegórico, azul e branco, no qual Roberto Carlos estará no topo, a quatro metros do chão, no desfile da BeijaFlor, que dedica seu enredo ao cantor, terá também a participação de 300 crianças da favela de Nilópolis – e igualmente de azul e branco. O clima cenográfico do quadro será como um céu, com anjos e querubins, tudo em torno da religiosidade de Roberto Carlos. O nome do carro, contudo, vai mais longe e insinua relações especiais de RC supostamente com o Criador: O rei amigo do rei. Na Beija-Flor, não faltarão artistas: no terceiro carro, Erasmo e o pessoal da Jovem Guarda; no quarto, as cantoras do CD Elas Cantam Roberto e no quinto, cantores do Emoções Sertanejas.
333 A nova edição da Folha Universal , jornal da Igreja Universal do Reino de Deus, publica, em sua primeira página, com o rotulo Posse da Honra, duas fotos: numa, Edir Macedo aparece, lendo a Bíblia, preso na carceragem do 91º Distrito Federal, em São Paulo, em maio de 1992; em outra, a presidente Dilma com a faixa presidencial ponto a mão esquerda no ombro do bispo, durante a solenidade da posse.
OUT
Mocassins clássicos.
Olho no Mangá 333 Em março, acontece em Tóquio, com apoio do governo, a maior feira anual de mangás e animês: é maior evento internacional do gênero que tem os japoneses como mestres. O mundo das HQs e desenhos animados do Japão, que inspira de Tarantino a Luc Besson, contudo está ameaçado desta vez de boicote: tudo porque uma nova lei quer limitar a distribuição de imagens consideradas impróprias para menores. Há um debate nacional entre o que é arte e o que é obscenidade na maior indústria de entretenimento do país. E tem um lado inusitado nessa guerra: nas HQs eróticas, as heroínas exibem super-bustos (a japonesa, no geral, é desprovida na área) e um exemplo é a mais popular delas, Angel Blade.
333 NUNCA antes nesse país um novo ministro teve seu prestigio rolando ladeira abaixo tão rapidamente quanto o de Luis Sérgio, titular das Relações Institucionais: agora, quando recebeu o dossiê de Furnas contra Eduardo Cunha, teria sinalizado que tinha o respaldo da presidente. E, supostamente, não tinha, não.
333 NA SEMANA passada, Lula, Guido Mantega e Luiz Gonzaga Belluzzo, ex-presidente do Palmeiras, se encontraram, para uma conversa amiga, na casa do economista alviverde, que não quer repetir sua experiência em futebol. Mantega, italiano de nascimento, igualmente torce pelo Palmeiras, ou seja, eram dois contra o corintiano fanático Lula.
O GOVERNO de Lula acabou, mas nas livrarias, até agora, cerca de 50 livros foram lançados com o nome Lula no título. Um deles é uma atualização do famoso livro de Denise Paraná, que serviu de inspiração para o filme homônimo Lula, o filho do Brasil. E a mesma Denise faz sua nova profecia: “O Brasil ficou pequeno para Lula. Duvido que se candidate de novo. Ele tem a possibilidade de fazer muito mais pelo mundo”. 333
Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero
Solução
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
5 ALMOÇO PORTENHO Dilma é recebida ao meio-dia por Cristina Kirchner
olítica
JANTAR CANDANGO E retorna a Brasília cinco horas depois da visita
'Simbiose' emociona Dilma na Argentina Parceria econômica e cultural com o país vizinho enterneceu a presidente em seu 1º voo solo. "Acho uma simbiose estar aqui", comentou com a colega Cristina Kirchner. Enrique Marcarian/Reuters
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A presidente fez uma homepresidente Dilma Rousseff se emo- nagem ao ex-presidente arcionou ontem ao gentino Nestor Kirchner, maridefender a parce- do de Cristina, morto em outuria cultural e econômica entre bro do ano passado. "Quero homenagear o presiBrasil e Argentina. Em declaração ao lado da presidente ar- dente Nestor Kirchner, não só gentina, Cristina Kirchner, Dil- como presidente da Argentima afirmou que os dois países na, mas como construtor da devem fortalecer parcerias em União de Nações sul-americaeducação, cultura e comércio. nas (Unasul)". Dilma afirmou que a parce"Este é um momento esperia entre Bracial para dois sil e Argentigrandes paína pode beneses de socieficiar os dedades desenConsidero que mais países volvidas que Argentina e Brasil da América foram capaLatina. zes de eleger são cruciais para "Eu considuas mulheque possamos dero que Arres presidentransformar o gentina e Brates. Este é o século 21 no século s i l s ã o c r uprimeiro de da América Latina. ciais para que m u i t o s e npossamos contros, e coPRESIDENTE DILMA transformar o m o é o p r iséculo 21 no m e i r o e s t amos um pouco emocionadas". século da América Latina". Dilma afirmou que os dois A presidente observou que o Salão dos Pensadores Argenti- países devem desenvolver um nos em que estavam dando a papel estratégico no desenvoldeclaração, no Palácio da Casa vimento econômico da região. Rosada, sede do governo ar- Este modelo, de acordo com gentino, era dedicada a escri- ela, deve levar em conta a preservação do meio ambiente e a tores e cientistas. "Acho uma simbiose (sic) es- soberania dos países. "Os nostar aqui. Este é o sentimento da sos países podem e vão dar nossa cooperação", afirmou a passos decisivos na construpresidente, aparentemente ção de um mundo melhor para sem perceber o emprego inusi- os nossos povos e para os povos latino-americanos". tado da palavra. Mercosul – Antes de Dilma Dilma contou que se encontrou com as mães e avós da Pra- falar, Cristina Kirchner citou ça de Maio e que pretende le- Nestor Kirchner e o ex-presivar para o Brasil a experiência dente Luiz Inácio Lula da Silva de uma parte do grupo em que, segundo ela, relançaram o Mercosul e melhoraram a relacriar projetos na área social.
Aliança com Brasil é indestrutível, diz chanceler argentino
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chanceler argentino argentinos e brasileiros junHéctor Timerman (fo- tos". Além disso, afirmou que to) declarou que "a os dois países estão construinaliança entre o Brasil e a Argen- do, de forma conjunta, reatores tina é indestrutível". Segundo nucleares, além de realizar reele, esta situação "marca a esta- formas educativas que posbilidade da América do Sul". sam ser complementares. As declarações do chanAs declarações de Timerceler foram feitas na man foram dadas noite de domingo poucas horas antes durante o prodo desembarque grama 6,7,8, do da presidente canal TV PúDilma Rousblica. Timerseff em Bueman disse nos Aires. Sob que, durante forte chuva, o século 19, ela desembarforças políticou na base aécas "tentavam rea do aeropormanter a rivalito metropolitano dade entre a ArJorge Newbery Evaristo SA/AFP - 15.12.10 gentina e o Brasil". (também chamado Mas, de acordo com ele, os dois de "Aeroparque"), às 11h (ou países "agora vão na direção 12h, horário de Brasília). da unidade". A presidente Dilma ficou na O chanceler ressaltou que o capital argentina por cerca de Brasil e a Argentina "irão pelo cinco horas e depois retornou mundo para vender produtos direto para Brasília. (AE)
Momento fashion
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oram-se os tempos em que as reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o então presidente argentino Néstor Kirchner eram coalhadas por inexoráveis comentários ou metáforas futebolísticas sobre as relações bilaterais Brasil-Argentina e a política mundial de forma geral. Lula era torcedor do Corinthians, enquanto Néstor era fanático do Racing Club. E eram enfáticos defensores de ambas – e rivais – seleções nacionais. Ontem, as metáforas futebolísticas foram deslocadas por comentários sobre moda. A guinada foi implementada pela presidente Dilma Rous-
seff que, para quebrar o gelo, logo após ser apresentada formalmente à presidente Cristina Kirchner, teceu comentários sobre a roupa das ministras Debora Giorgi, da Indústria, e Nilda Garré, da Segurança – esta, considerada nos anos 70 uma das beldades da esquerda peronista. Dilma e Cristina, ambas mulheres de caráter forte, fizeram um intermezzo light com a avaliação do novo visual feminino. Dilma apontava para as duas, enquanto Cristina fazia gestos de apreciar os comentários sobre a moda, assunto da qual a presidente argentina é uma declarada entusiasta. (AE)
ção entre os dois países. Cristina disse que a "presidente Rousseff" teve consciência histórica ao escolher a Argentina como o primeiro país a visitar. Após a declaração conjunta, as presidentes, que não responderam a perguntas de jornalistas, seguiram para um almoço no Palácio San Martín, sede da chancelaria argentina. De lá, a presidente Dilma embarcou de volta para o Brasil. Dilma foi à Argentina acom-
Entre mães: "mãe do PAC" se encontra com Mães e Avós da Praça de Maio após ser recebida pela presidente argentina Cristina Kirchner. Encontro foi pedido por Dilma. Alejandro Pagni/AFP
panhada de n oito ministros: Antonio Patriota (Relações Exteriores), Nelson Jobim (Defesa), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Paulo Bernardo (Comunicações), Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), Mário Negromonte (Cidades), Márcio Zimmermann (Minas e Energia) e Iriny Lopes (Direitos das Mulheres). Revisão – De acordo com as palavras da presidente da Associação das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, pelo fato de Dilma ter sido "vítima da ditadura brasileira, ela sabe bem do que fala quando propõe revisar a história, fazer justiça e impor a verdade". A brasileira tem dito que condenará o desrespeito aos direitos humanos em qualquer país em que aconteçam. O grupo das Avós da Praça de Maio busca, sobretudo, encontrar filhos de militantes políticos que foram retirados dos pais e entregues a outras famílias durante o período da ditadura militar argentina. Estela é uma das avós que, há 33 anos, busca notícias do neto, desde que a filha dela, Laura, foi presa pelos militares quando estava grávida. Ao nascer, o bebê foi separado da mãe e, pouco tempo depois, já em liberdade, Laura foi assassinada. O encontro com as mães e avós da Praça de Maio foi pedido por Dilma. Em seguida, Dilma assinou, com Cristina e os ministros dos dois países, cerca de 15 acordos econômicos. (Agências)
Mais diferenças que semelhanças Dilma e Cristina só têm uma coisa em comum: são as duas únicas mulheres presidentes na América do Sul
O
ano de 2011 tem um simbolismo especial para as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner. Para Dilma, é o primeiro ano como presidente. Para a Cristina, o último do atual mandato presidencial (informalmente, está na corrida à reeleição). Esse é um dos poucos pontos em comum entre as líderes – além do fato de serem as duas únicas mulheres a presidir países na América do Sul, atualmente. De modo geral, as diferenças começam no passado. Durante o regime militar no Brasil, Dilma esteve na guerrilha e ficou presa durante três anos (de 1970 a 1972, na sede da Operação Bandeirantes (Oban) e depois, no Dops. Foi torturada. E m 1 9 7 6 , n a A rg e n t i n a , quando os militares davam seu golpe de Estado, Cristina estudava Direito na Universidade de La Plata. Recém-casados, ela e o marido, Néstor Kirchner, jamais participaram de ações armadas – eram simples militantes da Juventude Peronista, sem peso político na organização. Pouco depois do golpe, assustados, os dois se mudaram para a província natal de Néstor, Santa Cruz, na Patagônia. Ali, durante a ditadura, a então advogada nunca assinou um habeas corpus para prisioneiros do regime militar, mas prosperou com um escritório especializado em executar hipotecas. Cristina nunca foi presa. Nos últimos anos, alguns de seus assessores tentam criar um passado mais "romântico" e "engajado" para ela, sugerindo que esteve detida por "alguns dias". Décadas depois, Cristina fez dos julgamentos aos ex-torturadores da ditadura uma das principais bandeiras de seu governo. Enquanto Cristina é avessa à imprensa e prefere os discursos em palanques, Dilma man-
Reprodução
Ficha criminal de Dilma no DOPS: prova de que as diferenças entre as presidentes remontam ao passado
tém uma relação mais profissional com a mídia e dá entrevistas coletivas depois de atos do governo federal. Até agora, ela não criticou abertamente os grandes jornais do País e afirma, brincando, que o único controle de mídia que conhece é o "controle remoto" da TV. Já Cristina diz ser vítima de um "fuzilamento midiático" dos grandes grupos de comunicação da Argentina. Segundo ela, estes planejam desde 2008 um "golpe de Estado". Em 2009, em meio à sessão cheia de irregularidades, aprovou-se a polêmica Lei de Mídia, que implica em restrições a grupos jornalísticos que fazem crítica ao governo e favorece o surgimento de grupos de mídia aliados à administração Kirchner. As duas presidentes se comportam de modo diferente com os partidos da oposição. Enquanto o PT, partido de Dilma, não tem maioria absoluta no Congresso Nacional, nem o governo da maioria dos estados, Cristina teve, ao tomar posse em 2007, o controle do Senado e da Câmara de Depu-
tados, além do respaldo de 19 dos 24 governadores da Argentina. Esse poder, que criou um cenário de "hiperpresidencialismo", encolheu drasticamente a partir de 2009. Já Dilma não manifesta qualquer desentendimento com a oposição e assegura que não discriminará partido algum. Ela governa com uma coligação de 12 partidos. Na contramão, Cristina, apesar da perda de poder, recusa-se a dialogar com a oposição, que acusa indiscriminadamente de "golpista". Herança – Dilma, eleita com 56% dos votos, teve como principal cabo eleitoral, seu ante-
cessor, o ex-presidente Lula. Cristina, eleita com 45% dos votos, teve no antecessor, o marido e ex-presidente, seu principal cabo eleitoral. Dilma herdou 14 ministros da administração Lula. E Cristina, 12 dos 16 ministros da administração do marido. O look – Dilma fez uma cirurgia plástica, um lifting, que lhe rendeu um ar mais descansado, com retoques no rosto e pescoço. Cristina não admite ter se submetido a qualquer tipo de intervenção estética. Sabe-se que ela é apelidada de "a rainha do botox". Ela admite que demora mais de uma hora para se maquiar. (AE)
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Sempre fui a favor do partido. Nunca fui contra orientações do PT. Marco Maia (PT-RS), ao criticar o concorrente Sandro Mabel (PR-GO)
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CONGRESSO/SUCESSÃO Marcelo Camargo/Folhapress
Mabel promete 'morrer em pé' Nem a ameaça de expulsão do PR o intimida. Marco Maia é o favorito.
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deputado federal Sandro Mabel (PRGO) disse ontem que prefere "morrer em pé" e, assim, justificou a sua decisão de continuar na disputa pela presidência da Câmara, mesmo com a ameaça de expulsão de seu partido. A bancada, que reúne 40 deputados, fechou em torno de Marco Maia (PT-RS), apoiado pelo Planalto e por 21 dos 22 partidos representados na casa. A eleição está marcada para hoje à noite, porém Mabel ainda não fez o registro oficial na Secretaria-Geral. "É uma disputa que vai até o fim", assegurou. "Prefiro morrer em pé do que viver acorrentado." Ele acrescentou que não trabalha "com a eventualidade" da presidente Dilma Rousseff pedir que desista da eleição. Uma das plataformas da campanha de Mabel é a independência nas questões da Câmara, como as emendas parlamentares. O atual presidente e candidato, o deputado Marco Maia disse que, no momento, não está preocupado com o relacio-
É uma disputa que vai até o fim. Prefiro morrer em pé do que viver acorrentado. SANDRO MABEL, CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA. namento com o Executivo. "Sou um candidato independente e autônomo. O relacionamento com o Executivo será feito à luz dos consensos." Maia também falou da necessidade da manutenção das emendas individuais e criticou o colega, ao insinuar que defende a expulsão de Mabel do PR. "Sempre fui a favor do fortalecimento do partido. Nunca fui contra orientações do PT", afirmou. Traição – O presidente nacional do PR e ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, anunciou ontem a abertura de processo para ex-
pulsar Mabel do partido, caso ele confirme sua candidatura à presidência. Mabel, mesmo com poucas chances de levar a eleição para o segundo turno, pode ter mais votos do que o previsto. Integrantes da base aliada analisam que se ele conseguir em torno de 150 votos já terá feito um estrago na intenção do PT e PMDB de dividirem o comando da Câmara nos próximos quatro anos. Para tanto, Mabel aposta na eventual traição proporcionada pelo voto secreto. ACM Neto – O deputado baiano Antônio Carlos Magalhães Neto foi eleito ontem líder da bancada dos DEM na Câmara. Ele recebeu 27 votos contra 16 de seu oponente, Eduardo Sciarra, do Paraná. A eleição de ACM Neto representa uma derrota para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o que poderá antecipar a sua ida para o PMDB. A ala derrotada tem o comando do ex-senador Jorge Bornhausen (SC) e conta com o ex-candidato a vice-presidente Índio da Costa (RJ). (Agências)
Dida Sampaio/AE
Sandro Mabel aposta na traição pelo voto secreto. Marco Maia tem o apoio de 21 dos 22 partidos. Os dois se mostram como independentes.
Sarney diz que corrigiu irregularidades em sua gestão
Marcelo Camargo/Folhapress
Escândalo dos "atos secretos" serviu para fazer as correções, diz senador
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Deputado Popó: 'Vem, Suplicy!' Parlamentar, ex-lutador diz que está pronto para os desafios na Câmara
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partir de hoje, o boxeador Acelino Popó de Freitas, será conhecido como deputado Popó (PRB-BA). Disse que vai continuar treinando boxe mesmo em Brasília e até antecipou seus primeiros adversários no ringue. "Eu soube que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é lutador de boxe. O primeiro a que vou desafiar vai ser ele. Depois, Magno Malta (senador do PR-ES). Os dois são metidos a lutar de boxe, e esse vai ser o meu desafio", brincou. Como Popó, outros deputados de primeira viagem participaram, ontem, do II Encontro Parlamentar da
Popó: "Eles (Magno Malta e Suplicy) são metidos a lutar de boxe, e vai ser o meu desafio".
Câmara dos Deputados, evento de recepção aos novos parlamentares. Ao chegar à Câmara, Popó demonstrou espanto. "A gente fica um pouco perdido, aqui é muito grande. Eu já andei um tempão, pra voltar eu já não sei como volta, não". Nilda Gondim (PMDB/PA), deputada federal pela primeira vez e mãe do senador eleito Vitalzinho (PMDB-PB) confessa: "Tenho
que aprender mais!". O deputado eleito Jean Willys (PSol-RJ), que ganhou fama por participar do Big Brother Brasile defende os direitos do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, travestis e transgêneros), promete ouvir a população. "As pessoas têm uma imagem muito negativa da Câmara, que precisa ser desconstruída". (Agências)
Sérgio Lima/Folhapress
TAPETE JA ESTÁ A CAMINHO – Dois funcionários fazem tremendo esforço para levar pela rampa os tapetes para a cerimônia no Congresso Nacional. Hoje começa mais um ano legislativo. Tomam posse 513 deputados federais e 81 senadores eleitos no ano passado.
andidato à presidência do Senado, José Sarney (PMDB-AP) disse, ontem, que as irregularidades encontradas na Casa durante sua gestão no cargo foram "corrigidas" nos últimos dois anos. Pivô do escândalo dos "atos secretos" ao lado dos ex-diretores do Senado Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi, Sarney afirmou que as denúncias colaboraram para "corrigir aquilo que possa parecer errado" – isso, apesar de o Senado ainda não ter colocado em votação a reforma administrativa com as esperadas mudanças na estrutura da Casa. "Nós temos uma imprensa que sempre é questionadora, de maneira que esta é uma Casa colegiada e isso [denúncia] até serve de colaboração, porque nós procuramos corrigir aquilo que realmente possa parecer errado, como aconteceu da outra vez, que todas as denúncias foram corrigidas e hoje nós estamos com o Senado perfeitamente ajustado", afirmou Sarney, ao deixar o Senado, ontem. Ao negar que a reforma administrativa do Senado esteja parada, Sarney disse que o texto só precisa passar pelo plenário para sair do papel – o quenão ocorreu desde a crise que atingiu a Casa, em 2009. "A grande parte da reforma Dida Sampaio/AE
foi realizada, que foi essa parte relativa à carreira dos funcionários, que hoje está perfeitamente organizada, regulamos o problema de horas extras, o problema de passagens. Extinguimos 1,5 mil funções gratificadas, extinguimos 500 cargos, fizemos concurso e preenchemos, fizemos o plano de reformulação da Casa". No site do Senado, no espaço dedicado à Presidência, foi incluída ontem uma sessão intitulada de "2009-2010: dois anos de grandes reformas". No texto, Sarney exalta reformas que diz ter implantado na Casa depois da crise, num típico discurso de candidato. Disputa – Sarney reafirmou que aceitou disputar a reeleição porque não teve "outra solução", uma vez que seu nome é de consenso na Casa. "Há unidade do partido e o consenso da Casa também nesse sentido. Só me restava aceitar e prestar mais esse serviço ao Senado e ao País". Sobre a possibilidade de o PSol lançar o senador eleito Randolfe (AP) para disputar a presidência da Casa como seu adversário, Sarney afirmou que se sente tranquilo. "É um direito que têm os partidos e nós não podemos interferir na vontade dos partidos". Sarney só admitiu que seria oficialmente candidato só na
semana passada. Isso, depois de negar por mais de três meses qualquer intenção de disputar a reeleição. Nos bastidores, porém, diz-se que o PMDB já negociava o apoio a seu nome e que conseguiu construir unidade em torno dele, inclusive com a oposição. A disputa pelo comando do Senado vai acontecer hoje, logo depois que os novos senadores tiverem sido empossados nos cargos. "Unanimidade burra"– O senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) afirmou, ontem, que será candidato na disputa pela presidência do Senado para "apresentar uma alternativa" ao candidato à reeleição, José Sarney (PMDB-AP). "Toda unanimidade é burra, já dizia Nelson Rodrigues. Um candidato único não é bom para a democracia brasileira", afirmou o senador. Aos 38 anos, Randolfe é o mais jovem senador eleito do País e o mais votado em 2010 no Amapá, com 203.259 votos. "O Senado precisa de um pacote de mudanças éticas. Precisamos fazer uma autocrítica desses últimos anos", prega o senador. (Agências) Sarney com os senadores peemedebistas: em texto da Casa, discurso típíco de candidato.
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
7 CENSURA 1 O último provedor de internet do Egito parou de funcionar ontem
nternacional Mohammed Abed/AFP
CENSURA 2 Seis jornalistas da TV Al-Jazira foram detidos ontem por algumas horas
Marco Longari/AFP
Yannis Behrakis/Reuters
A praça Tahrir se tornou o símbolo da resistência ao regime. O clima é tranquilo: manifestantes fazem rodinhas, alguns rezam, enquanto o Exército protege locais estratégicos, como as pirâmides (acima, à dir.).
Um milhão contra Mubarak O
Presidente egípcio enfrenta prova de fogo hoje: manifestantes intensificam protestos, Exército cruza os braços e oposição articula transição à democracia. Yannis Behrakis/Reuters
movimento que exige a saída do ditador do Egito, Hosni Mubarak, planeja realizar hoje um dos maiores protestos desde o início do levante, há oito dias. Ativistas lançaram apelo a uma greve geral em todo o país e esperam reunir pelo menos 1 milhão de pessoas na praça Tahrir (Libertação, em árabe), no centro do Cairo, que se tornou o símbolo da resistência ao regime. Pressionado, o Exército do Egito reconheceu, pela primeira vez, em quase 30 anos de ditadura, o direito dos egípcios à liberdade de expressão e garantiu que não recorrerá à força para reprimir os manifestantes. A revolta popular levou o novo vice-presidente do país, Omar Suleiman, a iniciar diálogos com a oposição para discutir reformas legislativas e constitucionais. "O presidente me pediu hoje (segunda-feira) para manter imediatamente contatos com as forças políticas para começar um diálogo sobre todas as questões levantadas, que também envolvam reformas constitucionais e legislativas, de um modo que resultará em cla-
As Forças Armadas não vão recorrer ao uso da força contra o nosso grande povo. EXÉRCITO EGÍPCIO
ras emendas e em um cronograma específico para sua implementação", disse Suleiman em pronunciamento na TV. A declaração de Suleiman, ex-chefe dos serviços secretos do Egito, é mais uma prova de que Mubarak não pretende abandonar tão cedo o cargo que ocupa há 30 anos. A reforma constitucional é uma das exigências fundamentais dos manifestantes que, desde a semana passada, protestam no Cairo e outras cidades para pressionar pela renúncia de Mubarak. Oposição - Nos bastidores, cresciam também as articulações para assegurar uma transição pacífica à democracia. Depois de costurar alianças com outras facções opositoras, o ex-chefe da Agência Interna-
cional de Energia Atômica (AIEA) e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, reuniu-se na noite de ontem com oficiais de média patente do Exército visando ao futuro pós-Mubarak. O líder oposicionista estaria negociando uma nova Constituição, laica, civil e democrática – o que afastaria os temores de que um governo de orientação islâmica emergisse no futuro, segundo revelaram fontes ligadas à Associação Nacional por Mudança, criada no ano passado por ElBaradei. Apoio - As Forças Armadas prometeram ontem não atirar em manifestantes pacíficos, enquanto milhares de pessoas, libertas do medo após décadas de opressão, tentam levar a cabo sua campanha pela deposição de Mubarak. Sete dias de protestos no país já deixaram 138 mortos. O conjunto militar afirmou que a "liberdade de expressão" está garantida para todos os cidadãos que usam meios pacíficos. "A presença do Exército nas ruas é por sua causa e para garantir sua segurança e bemestar. As Forças Armadas não vão recorrer ao uso da força contra o nosso grande povo",
afirmou, em comunicado. O Exército, que colocou Mubarak, um ex-brigadeiro, no poder em 1981, parece estar revendo sua posição de lealdade ao regime, depois de a oposição anunciar que pretende levar pelo menos 1 milhão de pessoas às ruas hoje. A convocação para o protesto foi feita em grande parte por boca a boca e por jornais, rádios e TVs, já que a internet e o sistema de mensagens por celular ainda estão bloqueados. O governo interrompeu o sistema de trens e metrôs e recolocou a polícia nas ruas, que nos últimos dias vinham sendo monitoradas pelo Exército, mais simpático aos olhos da população egípcia. Com medo de não conseguir furar o bloqueio policial, milhares de pessoas chegaram ontem à praça Tahrir, transformada em um imenso acampamento improvisado. Descontração - A atmosfera era mais festiva do que tensa. No gramado do balão situado no centro da praça, era impossível caminhar sem esbarrar em manifestantes deitados ou sentados em cobertores ou tapetes de papel. "Não há volta. Não há me-
Os soldados observam os protestos pacientemente, deixando que as pessoas expressem sua fúria contra a ditadura.
do", afirmou Hassan Shaaban, de 35 anos. "Depois de Mubarak, nenhum outro presidente irá ousar nos oprimir". Divididas em rodinhas, pessoas de todas as idades, principalmente jovens, conversavam, riam e comiam. "Queremos fazer com que seja como um carnaval, com músicas, poesias e espetáculos, tudo centrado em pedir a renún-
cia de Hosni Mubarak", disse o porta-voz do Movimento 6 de Abril, que pediu anonimato. O Movimento 6 de Abril é o principal grupo por trás dos protestos públicos contra o regime de Mubarak, e conta com o apoio da Irmandade Muçulmana, organização fundamentalista islâmica, e da plataforma política liderada pelo reformista ElBaradei. (Agências)
Al-Masriya TV/AFP
O gabinete que já nasceu morto
Companhia Aberta
Fato Relevante Ata da Reunião Extraordinária no 1.777, de 31.1.2011, da Diretoria do Banco Bradesco S.A. CNPJ no 60.746.948/0001-12 - NIRE 35.300.027.795. Aos 31 dias do mês de janeiro de 2011, às 7h, na sede social, Cidade de Deus, 4o andar do Prédio Vermelho, Vila Yara, Osasco, SP, reuniram-se os membros da Diretoria sob a presidência do senhor Luiz Carlos Trabuco Cappi. Ausente o senhor Maurício Machado de Minas, em férias. Durante a reunião, os Diretores deliberaram submeter ao Conselho de Administração, em reunião a ser realizada em 11.2.2011, a seguinte proposta:
O
presidente egípcio, Hosni Mubarak, nomeou novos ministros do Interior e das Finanças ontem, em um esforço para reformar seu gabinete, visando desativar a revolta mais séria em três décadas contra seu governo. Mas os manifestantes já declararam que manterão os protestos até a saída do líder. A demissão do odiado ministro de Interior, Habib alAdly, era uma das exigências dos manifestantes, que realizam protestos pelo fim do regime de Mubarak. Adly era repudiado por muitos egípcios devido às táticas repressoras usadas pela polícia para sufocar a oposição. "O ministro de Interior é responsável por toda a violência, porque a polícia abriu fogo contra os manifestantes", disse Rifat Ressat, um dos manifestantes que participam dos protestos no Cairo.
“pagar aos Juros sobre no valor ordinária e
acionistas da Sociedade Dividendos, em complemento aos o Capital Próprio e Dividendos relativos ao exercício de 2010, de R$315.100.000,00, sendo R$0,079771188 por ação R$0,087748307 por ação preferencial.
Serão beneficiados os acionistas que se acharem inscritos nos registros da Sociedade em 11.2.2011, passando as ações a ser negociadas “ex-direito” aos Dividendos a partir de 14.2.2011.
Imagem da TV estatal mostra posse do novo gabinete; oposição quer saída de Mubarak (à dir.).
Adly foi substituído por Mahmud Wagdi, um general reformado da polícia. Por sua vez, o novo ministro das Finanças, Samir Radwan, disse ontem tem uma "missão nacional" a cumprir em um momento crucial. Radwan não deu detalhes sobre as modificações que possa vir a fazer, mas entre as reivindicações dos manifestantes estão salários mais altos e mais empregos. O ministro das Relações
Exteriores, Ahmed Abul Gheit, manteve seu posto, assim como o ministro da Defesa, general Mohamed Hussein Tantawi. A televisão estatal mostrou imagens dos novos ministros jurando seus cargos e cumprimentando Mubarak. Rejeição - Mas grupos de oposição e os manifestantes insistem que não estarão satisfeitos antes do fim do governo Mubarak. "Nós não aceitaremos outra mudança além da partida de
Mubarak", afirmou um manifestante, em anonimato. Já a Irmandade Muçulmana, organização islâmica que faz oposição ao governo, declarou ontem "sua total rejeição ao novo gabinete, que não responde ao desejo do povo". O grupo pediu ao povo que "se una às massas que marcham em todo o país até a saída deste regime, deste presidente, deste partido, seus ministros e seu Parlamento". (Agências)
Aprovada a proposta, o pagamento será feito em 18.2.2011, pelo valor declarado, não havendo retenção de Imposto de Renda na Fonte, nos termos do Artigo 10 da Lei no 9.249/95. Os referidos Dividendos relativos às ações custodiadas na BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros serão pagos à referida BM&FBOVESPA, que os repassará aos acionistas titulares por intermédio dos Agentes de Custódia. Assim, o montante de Juros e Dividendos distribuídos aos acionistas, relativos ao exercício de 2010, totaliza R$3.368.743.286,83.”. Nada mais foi tratado, encerrando-se a reunião e lavrando-se esta Ata que os Diretores presentes assinam. aa) Luiz Carlos Trabuco Cappi, Laércio Albino Cezar, Arnaldo Alves Vieira, Sérgio Socha, Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, Norberto Pinto Barbedo, Domingos Figueiredo de Abreu, José Alcides Munhoz, Milton Matsumoto, Odair Afonso Rebelato, Aurélio Conrado Boni, Ademir Cossiello, Sérgio Alexandre Figueiredo Clemente e Candido Leonelli.
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Não vamos escolher entre os egípcios que estão nas ruas e os do governo. O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. nternacional Miguel Medina/AFP
Caos no aeroporto do Cairo O
aeroporto internacional do Cairo foi palco de cenas de caos e confusão ontem, com milhares de estrangeiros tentando fugir do país. Vários países enviaram aviões para retirar seus cidadãos do território egípcio. Com os nervos à flor da pele, os passageiros gritavam e alguns chegaram até mesmo a entrar em luta corporal, enquanto milhares de pessoas se espremiam no terminal 3 do aeroporto do Cairo, tentando pegar um voo para casa. Em uma tentativa de reduzir as tensões, o aeroporto parou de anunciar o horário dos voos, mas isso só aumentou a raiva dos passageiros com os voos cancelados ou atrasados. Para piorar a situação, os balcões de check-in contam com poucos funcionários, já que muitos membros da equipe da EgyptAir não consegui-
ram chegar ao trabalho em razão do toque de recolher, que vai das 15h às 8h, e do colapso do tráfego na capital egípcia. A EgyptAir retomou seus voos na manhã de ontem após uma interrupção de quase 14 horas, por causa do toque de recolher. Em 20 horas, apenas 26 dos cerca de 126 voos da companhia aérea foram realizados, segundo funcionários do aeroporto, que falaram em condição de anonimato. Por volta do meio-dia de ontem, um anúncio informou os passageiros dinamarqueses, alemães, chineses, britânicos e canadenses que seus governos haviam enviado aviões para retirá-los do país, dando início a uma correria nervosa na direção dos portões de embarque. Funcionários do aeroporto disseram que muitos países estão trabalhando para retirar seus cidadãos. A Turquia enviou quatro aviões, Israel e
Passageiros se aglomeram no saguão enquanto aguardam para fazer check-in. Vários países enviaram aviões para retirar seus cidadãos.
Rússia mandaram, cada um, duas aeronaves e a República Checa, uma. Segundo eles, esses voos adicionais têm ajudado a aliviar o tumulto no local, mas a situação deve piorar na medida em que mais estrangeiros e egípcios tentam deixar o país. Brasil - O Itamaraty informou na tarde de ontem que 32
brasileiros pediram ajuda para deixar o Egito. Dois grupos de oito pessoas estão no aeroporto de Assuan, aguardando uma oportunidade para embarcar. Outras oito estão em um cruzeiro que ainda vai aportar no país árabe, mas se adiantaram e procuraram as autoridades diplomáticas. O restante dos turistas está espa-
lhado pelas cidades egípcias. Até agora, 25 pessoas já adiantaram o retorno com a ajuda do governo. A embaixada brasileira no Cairo tem auxiliado os brasileiros principalmente a trocar bilhetes aéreos para retornar ao país e a chegar ao aeroporto. Os telefones para pedido de ajuda ou informações são
(00xx202) 2575-6877, 2577-3013 e (00xx2010) 8177678. Como a comunicação interna está difícil, tem sido mais fácil estabelecer contato com pessoas no Egito ligando para o Itamaraty no Brasil. Aqui, os números são (61) 3411-9718, (61) 3411-8804 e (61) 3411-8808. Também está disponível um e-mail: dac@itamaraty.gov.br. (Agências)
Khaled Desouki/AFP - 29/01/11
Ouro dos faraós em perigo
V
Alguns dos protestos mais intensos contra o governo ocorrem perto do Museu Nacional, no Cairo.
ários depósitos de antiguidades egípcias foram saqueados e tiveram peças furtadas ou danificadas, disseram funcionários e arqueólogos ontem, em meio aos protestos contra o regime do presidente Hosni Mubarak. No Cairo, cerca de 50 pessoas foram presas após tentarem invadir o Museu Nacional do Egito. Há o temor de que o caos que vem ocorrendo no país nos últimos dias possa ameaçar as riquezas arqueológicas nacionais. Um grupo saqueou um depósito no museu Qantara, perto de Ismailia, cidade à beira do canal de Suez, segundo uma fonte da polícia
turística. O local continha 3.000 objetos dos períodos romano e bizantino. Um funcionário do depósito disse que os saqueadores afirmavam estar à procura de ouro. O funcionário explicou que não havia ouro no local, mas os saqueadores não desistiram – quebraram alguns itens e levaram outros embora. Um arqueólogo disse que depósitos perto das pirâmides de Saqqara e Abu Sir também foram saqueados. Cairo - Seis suspeitos foram detidos ontem quando tentavam entrar no Museu Nacional do Egito pelo telhado. Um general disse que soldados prenderam 35 homens tentando entrar no
local no domingo e outros 15 nesta segunda-feira. O museu possui uma das maiores coleções mundiais de tesouros faraônicos. A maioria das obras do museu está intacta, mas duas múmias e várias estátuas foram danificadas. O diretor do museu, Tarek El Awady, disse que os ladrões pareciam em busca de ouro e não entendiam o valor dos outros artefatos. Atiradores de elite estão posicionados no telhado do prédio e dezenas de tropas patrulham o museu. Antes da chegada do Exército, na manhã do sábado, jovens fizeram uma corrente humana para evitar a entrada de saqueadores. (Agências)
Ronen Zvulun/Reuters
O temor de Israel: um regime islâmico.
O
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse ontem temer que o Egito possa terminar com um regime radical islâmico como o do Irã. Falando em uma entrevista ao lado da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o líder israelense disse esperar que o tratado de paz firmado entre Israel e o Egito há três décadas sobreviva a quaisquer mudanças que ocorram no governo do país. Os comentários de Netanyahu foram os mais duros feitos por ele desde o início da onda de protestos na semana passada contra o presidente do Egito, Hosni Mubarak, o mais importante e mais antigo aliado israelense no mundo árabe. "Nosso temor de fato é de uma situação que possa ter co-
mo desdobramento... e que na realidade já teve desdobramentos em vários países, incluindo o próprio Irã... um regime repressivo do Islã radical." Ajuda - O governo israelense adotou medidas importantes para ajudar seu aliado árabe. O Ministério de Relações Exteriores solicitou a seus diplomatas no exterior que peçam aos EUA e aos países da União Europeia que parem de criticar Mubarak, afirmando que é do interesse do Ocidente que Mubarak permaneça no cargo, informou o jornal israelense Haaretz. Além disso, pela primeira vez em 32 anos, Israel autorizou o Exército egípcio a atuar na Península do Sinai para evitar tumultos na região. Houve troca de tiros com militantes do Hamas. A pedido do Cairo, Israel
Estados Unidos mantêm cautela
O Para Merkel (à dir.), incerteza reforça necessidade de paz com palestinos.
permitiu que 800 soldados fossem deslocados para o balneário de Sharm el-Sheikh. A circulação de tropas egípcias na península é proibida pelo Acordo de Camp David, o tratado de paz entre Israel e Egito assinado em 1979. Palestinos - Durante sua visita a Israel, Merkel exortou Netanyahu a retomar as negociações de paz com os palestinos o mais
rápido possível – justamente por causa da incerteza quanto ao futuro do Egito. A situação voltou a ficar tensa na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza ontem. Mísseis caíram perto das cidades de Netivot e Ofakim, em Negev, provocando danos a um carro. Quatro pessoas ficaram em estado de choque e receberam tratamento médico. (Agências)
porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, reforçou ontem as palavras da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, dizendo que o governo Obama espera uma "transição ordeira" no Egito e eleições livres. Diante da pergunta de um repórter que quis saber se essa transição significava mudança, particularmente a saída do presidente Hosni Mubarak, Gibbs disse que não cabe aos EUA decidir sobre isso. "Acredito que uma transição ordeira significa mudança, e o que advogamos desde o princípio é uma mudança na maneira como o Egito opera", afirmou. O porta-voz disse que, para a Casa Branca, a transição or-
deira inclui "negociações significativas" entre todos os grupos políticos no Egito, e a realização de eleições livres e justas. Gibbs confirmou que o governo Obama está em contato com os altos escalões do governo egípcio, inclusive os militares. Segundo ele, Obama tem conversado sobre a situação do Egito também com outros líderes da região. A preocupação dos EUA em evitar avançar o sinal é nítido, e Gibbs evitou falar em prazos para mudanças ou na eventual saída de Mubarak. "Não cabe a nós determinar quando as queixas do povo egípcio serão atendidas pelo governo egípcio", disse. "Não vamos escolher entre os egípcios que estão nas ruas e os do governo." (AG)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
c
9 NOVO PRAZO Obra nas calçadas do Bixiga só deverá ser concluída no dia 26 de fevereiro.
idades
EXPECTATIVA Subprefeitura da Sé acredita que o novo prazo será cumprido.
Fotos de Newton Santos/Hype
Criminalidade cai no Estado, diz governo
Nova Friburgo: após as chuvas, as doenças
O
O
s latrocínios (roubos seguidos de morte) no Estado de São Paulo tiveram queda de 16,5% em 2010, na comparação com 2009. Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o número de latrocínios caiu de 303 para 253. Além disso, roubo de veículos e de cargas, roubos em geral e a bancos, chamados de "crimes contra o patrimônio", também caíram. Segundo a SSP, os roubos a banco tiveram redução expressiva: foram 211 casos em 2010, ante 253 no ano anterior, uma queda de 16,6%. Em relação ao roubo de veículos, houve queda de 4,54% (3.262 casos a menos). O número de roubo de cargas registrados em 2010 diminuiu 6,2%, ou 482 casos a menos. Já os roubos em geral recuaram 9,47%, com 23.591 ocorrências a menos. Já antecipado no fim de semana pelo governador Geraldo Alckmin, o número de homicídios caiu 4,5% em relação a 2009: a taxa de 10,96 mortes por grupo de 100 mil habitantes baixou e atingiu a marca de 10,47 em 2010. De acordo com a SSP, o recuo acumulado desde 1999, quando o índice era de 35,27 mortes por grupo de 100 mil, é de 70,3%. A média nacional de homicídios chega a 24,5 para cada grupo de 100 mil habitantes. Em números absolutos, o Estado registrou 4.320 homicídios dolosos (com intenção de matar) em 2010. Em 1999, foram 12.818. Já as tentativas de homicídio apresentaram queda de 2,96%. Drogas – O número de ocorrências ligadas ao tráfico de entorpecentes, porém, cresceu 9,09% em 2010, com 2.535 registros a mais em relação a 2009. Os estupros também aumentaram em 75%, mas o governo credita o aumento de ocorrências à legislação que entrou em vigor no ano passado, e passou a tipificar como estupro as ocorrências de atentado ao pudor e ato obsceno. (AE)
No Rio, também houve recuo da violência
N
o Rio de Janeiro também houve registro de queda da violência. O Estado teve 4.768 homicídios no ano passado, menor número absoluto desde 1991, segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública. O índice de homicídios por 100 mil habitantes foi de 29,8, uma queda de 26,6% desde 2006 (quando a taxa era de 40,6). O número, porém, ainda está bem acima do limite do qual a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta uma situação de "violência epidêmica" – quando há mais de 10 homicídios por 100 mil habitantes. A maior aposta do governo Sérgio Cabral (PMDB) no combate à violência são as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), postos de polícia comunitária instalados em favelas antes dominadas pelo tráfico de drogas ou por milícias. Ontem, Cabral inaugurou a 14ª UPP, no morro de São João. A ideia é criar outras 26 até 2014. (Folhapress)
Calçada ainda não concluída na rua 13 de Maio, entre a rua Manoel Dutra e a Praça Dom Orione: comércio aprova obra, mas está descontente
Calçadas atrasam e irritam comerciantes do Bixiga Novas calçadas da rua 13 de Maio deveriam ter sido entregues em novembro. Próximo prazo: 26 de fevereiro. Mariana Missiaggia
À
semelhança dos complicados conflitos emocionais que sobrevoam os divãs dos psicanalistas, os comerciantes da rua 13 de Maio, no Bixiga, estão vivendo uma relação de amor e ódio com a nova calçada ora em construção. Na verdade, trata-se de um trecho específico entre a rua Manoel Dutra e a Praça Dom Orione. O projeto, coordenado pela Subprefeitura da Sé e executado pela BMM Construção Civil, abrange 4 mil m² de calçada que, depois de restaurados, apresentarão acessibilidade perfeita com detalhes transversais de ladrilhos hidráulicos na cor de chocolate para evitar poças de água, piso em concreto moldado e referências adequadas para orientar deficientes visuais. Além de funcional, o projeto era bonito e agradável. Por isso, quando os trabalhos começaram, em julho passado, a satisfação iluminou todos os rostos, inclusive porque era uma antiga reivindicação dos moradores e do comércio. Transtornos – Mas agora, embora as pessoas continuem elogiando a restauração, já há muito nariz torcido, devido os sucessivos prolongamentos das obras. A entrega da calçada, prometida para novembro, saltou para janeiro e, no momento, encontra-se em 26 de fevereiro. Mesmo assim, a julgar pelo cenário, é difícil de acreditar. "Estamos nisso há mais de seis meses. É muito transtorno. Quebraram minha calçada e não voltaram para completar o serviço. Tive de mudar os batentes das portas. É o diabo", queixa-se José de Almeida Souza, 38 anos, gerente da Padaria Camões. Os fregueses da Casa de Carnes Pantaneiro, como a clientela da Camões, também estão tropeçando em entulhos para fazer suas compras. Brandindo seus facões, o atendente Robson Oliveira de Andrade, 30 anos, informa que o restauro da calçada quebrada se arrasta há mais de uma semana. "Quando
Bordas laterais da rua estão quebradas e já danificaram carros
Souza, gerente da Padaria Camões: "estamos nisso há seis meses"
chove, o chão fica cheio de lama misturada com cimento", diz ele. Ele tem razão em chiar, pois o desconforto de pisar em buracos e enlamear sapatos pode afugentar os compradores. É o mesmo temor de sua colega, Mônica Leiva, 50 anos, que tem uma loja de pássaros e de produtos ornitológicos em geral. Seu problema é o bueiro em frente, uma vez que a calçada já foi finalizada. "A tampa ficou meio para fora, por causa do entulho que caiu lá dentro;
Outro dia os trabalhadores tiraram 30 carriolas", denuncia. E parece que não é exagero. Atraso – Armando Fabrici Ghini, 47 anos, supervisor de obras da Subprefeitura Sé, se defende. "A chuva pesada atrasou o cronograma das obras. Além da paralisação, muitos pontos precisaram ser refeitos por efeito das enxurradas", justifica. E para atestar seus bons propósitos, lembra que um engenheirofiscal faz rondas diárias no sentido de cobrar resultados. Considerando os dilúvios que
estão castigando a cidade, é difícil não lhe dar razão. Por outro lado, também é justo ouvir o desabafo da jornaleira Kátia Prado, 34 anos, que, da sua banca, tem uma visão privilegiada do movimento da rua. "Além da demora e da sujeira, a situação está ficando perigosa. As ruas estão desniveladas e, por causa disso, eu já vi três senhoras caindo", adverte. Em todo caso, Ghini está confiante que agora a coisa vai, isto é, que os prazos finalmente serão cumpridos. "Terminaremos o concreto de guias e sarjetas de todo o trecho", promete. Nesse sentido, uma equipe de oito pedreiros da BMM está se dedicando exclusivamente aos arremates finais para que as previsões se realizem. Trabalham das 7h às 17h. Mas Ghini dá um aviso final. "Só entregaremos o serviço quando estiver perfeito." Buracos – De acordo com Walter Taverna, 77 anos, dono da cantina Concheta e presidente da Sociedade em Defesa e Progresso da Bela Vista, esse atraso também prejudica o desempenho do comércio local porque a rua está repleta de buracos. "As calçadas estão ficando boas, o problema é o transtorno que isso está causando. As bordas laterais da via estão quebradas e já teve cliente que danificou o carro por ter estacionado na rua. Isso complica nosso relacionamento com a clientela", justificou. Segundo a subprefeitura da Sé, o prazo de término da obra, que era em novembro do ano passado, foi alterado para janeiro e passou para 26 de fevereiro. Ghini está confiante na terceira data estabelecida e acredita que o trabalho será entregue com perfeição. "Esse fim de semana terminaremos o concreto de guias e sarjetas de todo o trecho. Só aceitaremos a finalização do serviço quando estiver perfeito. Caso contrário, repetiremos o processo", compromete-se. Um grupo de oito pedreiros da BMM Construção Civil Ltda. arremata os acabamentos finais e executa o trabalho na última quadra do trecho, das 7 às 17h.
município de Nova Friburgo confirmou dez casos de leptospirose, depois das fortes chuvas que atingiram a região serrana fluminense. Segundo boletim divulgado pela prefeitura, também há 37 pessoas que apresentaram alguns dos sintomas da doença, mas ainda aguardam confirmação dos exames laboratoriais. Segundo a assessoria da prefeitura, os pacientes que tiveram o diagnóstico confirmado estão sendo acompanhados por equipes médicas do município e passam bem. Não foi necessário fazer internação. A prefeitura também informou que considera baixo o número de infectados diante dos estragos causados pelas chuvas na região. Entre os sintomas da leptospirose estão febre, dor de cabeça e dores pelo corpo. Eles podem aparecer até 30 dias depois do contato com a água contaminada. A doença é tratável, mas o diagnóstico deve ser realizado o mais rápido possível. (Folhapress)
Maioria dos paulistanos está acima do peso
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evantamento feito pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia mostra que 59,4% dos paulistanos estão acima do peso. O estudo ainda indica que 39,7% dos entrevistados se mantêm na faixa de peso considerada saudável, mas grande parcela destes encontra-se na área limítrofe da referência considerada saudável. A pesquisa foi feita com 250 pessoas no final de 2010. O estudo destaca que, entre aqueles que já procuraram auxílio médico, 18% disseram ter sido classificados como obesos. Destes, 60,8% são homens e 39,2% são mulheres. A situação na cidade São Paulo se repete no Brasil. De acordo com Pesquisa do Orçamento Familiar, divulgada no final de 2010, o sobrepeso atinge hoje 48% das mulheres e 50,1% dos homens acima de 20 anos. Além disso, 30% das crianças entre 5 e 9 anos de idade e cerca de 20% da população entre 10 e 19 anos também sofrem com o problemas de peso. Segundo a nutricionista Carolina Godoy, as causas que levam mais da metade da população a estar acima do peso estão vinculadas ao estilo de vida. "As causas estão ligadas ao alto consumo energético. Excesso de gorduras saturadas e trans, muito sal e tudo isso aliado a pouca atividade física". De acordo com a sociedade de endocrinologia, a obesidade é o maior problema de saúde pública da atualidade. Desde 1980, o número de obesos dobrou e atualmente já são 300 milhões no planeta. Segundo a entidade, o excesso de gordura no corpo desencadeia e piora uma série de problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e aumento do triglicérides e colesterol. (Folhapress)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Tobias Schwarz/Reuters
www.dcomercio.com.br
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Escultor trabalha em um dos troféus do Urso de Berlim. As faíscas são provocadas por uma barra de ferro no interior da escultura. O festival de cinema de Berlim acontece de 10 a 20 de fevereiro.
FEVEREIRO
10 -.LOGO
1 Dia do Publicitário
A NTROPOLOGIA I NTERNET
Tribo ameaçada
Download de filmes no banco dos réus Vincent Valade, um jovem francês de 24 anos, está sendo julgado em um tribunal de Paris pela criação, em 2005, do site eMule Paradise, que durante os dois anos em que esteve ativo permitiu o download de 7.113 filmes de recente exibição nos cinemas franceses – inclusive inéditos, segundo a acusação. Esse é o primeiro julgamento contra um site de download gratuito de filmes na França. Graças à publicidade na página, que chegou a registrar mais de 320 mil acessos diários, o jovem residente nos arredores de Paris arrecadou 416 mil euros em dois anos, soma que tinha guardado em contas do
Chipre e Belize, afirmam os acusadores. Os produtores cinematográficos querem que Valade seja um símbolo na luta contra a gratuidade dos downloads de conteúdos sujeitos a direitos autorais – entre os envolvidos estão três grandes empresas fonográficas, distribuidoras e alguns artistas. O Sindicato da Edição de Vídeo, por sua parte, reivindica a Valade seis milhões de euros por danos e prejuízos, independentemente da da multa de 300 mil euros que o criador do site pode receber. Além de Valade, os anunciantes também vão sentar no banco dos réus.
Gleison Miranda/Funai/Survival/AFP
A
ONG Survival International divulgou ontem fotos (entre elas a imagem ao lado) de uma tribo indígena que vive isolada no Estado do Acre, perto da fronteira com o Peru. A tribo, que segundo a organização está saudável e cultiva seus próprios alimentos, foi fotografada pela primeira vez em 2008. "A sobrevivência da tribo está em sério risco por causa de madeireiros ilegais, que estão invadindo o território dos índios isolados pelo lado peruano da fronteira", diz comunicado da entidade. O temor é que esse processo force a vinda de índios peruanos ao Brasil e os coloque em conflito com índios brasileiros. Por isso, é necessário que o território indígena seja protegido pelas autoridades brasileiras.
D ECORAÇÃO
Luke MacGregor/Reuters
M ÚSICA
Morre compositor John Barry Cinco vezes vencedor de um Oscar, o compositor John Barry, que escreveu músicas para uma dúzia de filmes de James Bond, entre eles Só se vive duas vezes e 007 contra Goldfinger, morreu aos 77 anos. Barry faleceu no domingo, em Nova York. A causa da morte não foi revelada. O músico, nascido na Inglaterra, compôs para vários filmes de sucesso, como Perdidos na Noite, Dança com Lobos, Corpos Ardentes e Entre Dois Amores. A RMAMENTO Divulgação
L
ARTE - Funcionário da Sotheby's de Londres transporta A Leitura, de Pablo Picasso, avaliado em US$ 27 milhões. Na parede, David e Bathsabee, de Marc Chagall, com lances a partir de US$ 5,55 milhões cada. Os quadros serão leiloados em 8 de fevereiro.
H ISTÓRIA Lucas Lacaz Ruiz/AOG
Star Wars na sua parede L
O trocadilho, em inglês, é fácil: Star Wars viraram, agora, Star Walls (paredes). Uma série de decalques de vinil homenageando a série está à venda no site Etsy. Para quem é fã ou só está cansado da parede toda lisa. http://gadgets.fosfor.se/star-wars-vinyl-wall-decals/
E M
C A R T A Z Patrícia Cruz/Luz
"O Juiz", arma da foto, está prestes a ser comercializada nos EUA. A Taurus conseguiu a autorização para importação. A arma é brasileira.
O SCAR 2011
Museu recuperado s peças do antigo Museu Paulista de AntiguidaA des Mecânicas de Caçapava,
A TÉ LOGO
Concurso 605 da LOTOFÁCIL 02
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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:
Mal de Parkinson pode ter origem em outros órgãos que não o cérebro
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Exposição Islã: Arte e Civilização abriga mais de 300 obras do século VIII ao XXI. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, Centro, tel.: 3113-3651. Grátis.
A Academia de Artes Cinematográficas e Ciências anunciou nos últimos três dias dois novos apresentadores da cerimônia de entrega do Oscar 2011: Hugh Jackmann e Robert Downey Jr. devem apresentar uma das categorias da premiação cada um. Anne Hathaway e James Franco serão os apresentadores da cerimônia e Halle Berry, Jeff Bridges, Sandra Bullock, Marisa Tomei e Oprah Winfrey também estão escalados para algumas categorias. L OTERIAS
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Flamenguistas sofrem por ingressos para a estreia de Ronaldinho
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ISLÃ
fechado desde 1993, em breve poderão voltar a ser vistas. A Prefeitura da cidade assumiu o acervo e a área onde funcionava a instituição e promete realizar um plano de exposição das peças. Ao todo, fazem parte do acervo 27 veículos, motores, gravuras e uma locomotiva, todos de grande valor histórico. A coleção pertencia à família de Roberto Eduardo Lee e está na Fazenda Esperança, em Caçapava.
Apresentadores confirmados
Em Florianópolis, gêmeas nascem com intervalo de 49 horas
Concurso 2511 da QUINA 03
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
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11 SEM BALA Governo não consegue segundo consórcio para leilão do trem-bala
conomia
VALE Empresa propõe remuneração mínima de US$ 4 bi a acionistas
Fotos: Zé Carlos Barretta/Hype
A entrega dos prêmios foi realizada na sede da ACSP. Entre os presentes à iniciativa estiveram Senna, Mattar, Burti, Munhoz, Anjos e Gonçalves.
São Paulo premia quem exporta Prêmio Exporta, São Paulo 2010 reconhece as empresas paulistas que mais se destacaram no desbravamento de novos mercados no exterior. Fátima Lourenço
O
s esforços das empresas paulistas para conquistar o mercado internacional foram mais uma vez reconhecidos com a entrega, na noite de ontem, do prêmio Exporta, São Paulo 2010. A premiação, instituída em 2005, integra projeto de mesmo nome, resultante da parceria entre o governo do Estado, por meio de sua Secretaria de Desenvolvimento, com a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a São Paulo Chamber of Commerce da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Estão na mira dessa iniciativa empreendimentos de micro, pequeno e médio portes. "As entidades instituidoras do prêmio reconhecem o mérito dos empresários laureados nessa noite, pelo extraordinário esforço de expandirem suas vendas ao exterior
em um período de turbulências e incertezas na economia mundial", afirmou o presidente da ACSP e da Facesp, Alencar Burti, na abertura da solenidade de premiação. Burti também destacou "os valiosíssimos apoios" da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). As empresas contempladas pelo Exporta, São Paulo 2010 foram selecionadas a partir de listagem oficial fornecida pelo ministério. Categorias – Entre os 26 contemplados havia representantes de cada uma das 19 regionais administrativas da Facesp. Além disso, a lista de vencedores trouxe duas histórias de sucesso com vendas internacionais por meio de Declaração Simplificada de Exportação (DSE), e mais duas indústrias que adequaram seus produtos por meio de incentivos e assistência do Progex – si-
gla para o Projeto de Apoio Tecnológico à Exportação mantido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O Exporta, São Paulo 2010 também premiou duas empresas comerciais exportadoras e importadoras, além da Agropecuária Setten – que, com seu crescimento nas vendas para o exterior, destacou São Pedro como o município com elevada taxa de crescimento de vendas para fora do Brasil. Incentivos – "O evento repercute e serve de referência para produtores de todas as regiões do Estado. É um importante elemento de integração para a rede Facesp", comentou o coordenador do projeto Exporta, São Paulo, José Cândido Senna. "Os empresários contemplados", como saudou o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado estadual Barros Munhoz (PSDB), "são um depoimento de fé no nosso País, pela ousadia e pertinácia".
Eletromedicina
ALENCAR BURTI, DA ACSP
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi representado na solenidade de ontem pelo secretário municipal de Relações Internacionais, Guilherme Mattar. Também compuseram a mesa o superintendente da Facesp e titular da Secretaria Municipal do Empreendedor Individual, Natanael dos Anjos, e o coordenador da São Paulo Chamber of Commerce da ACSP, Luiz Roberto Gonçalves.
Pele de jacaré
A
Fanem, uma das premiadas pelo Exporta, São Paulo na noite de ontem, estabeleceu o parque industrial em Guarulhos em 1972, mas coleciona uma história de sucesso com 86 anos de idade, desde a fundação pelo imigrante alemão Arthur Schmidt, na Zona Norte da Capital paulista. O sócio-diretor Djalma Luiz Rodrigues (abaixo) representa a quarta geração à frente do negócio, especializado em equipamentos eletromédicos (como os de endoscopia) e incubadoras para bebês – duas das aproximadas 70 linhas de produtos da empresa. "Só em incubadoras, ela produz 5 mil unidades por ano", contou o diretor. Segundo ele, o apoio do Progex foi um divisor de águas" para o projeto de exportação da Fanem por viabilizar toda a certificação i n te r n ac i o na l dos produtos com parte dos custos subsidiados. A empresa investe anualmente cerca de R$ 350 mil em certificações. As exportações representam 30% do faturamento, disse, com promessa de outros lançamentos para 2011 – ano em que a Fanem iniciará a construção de uma fábrica na Índia. (FL)
O prêmio reconhece o mérito dos empresários, que expandiram as vendas ao exterior em um período de turbulências na economia mundial.
O
Destaque em plásticos
A
Mirvi Brasil Ltda, subsidiária da espanhola Beta Pack, foi criada em 1999 no bairro paulista de Santo Amaro para fabricar tampas de plástico para o setor alimentício – como as usadas para fechar garrafas de refrigerantes. Mas foi só após a mudança para Cabreúva, em 2005, que a empresa intensificou as exportações, concentradas, atualmente, para países da América Latina. Hoje, a empresa fabrica entre 180 mil e 200 mil unidades, segundo o diretor comercial, Altevir Villatore (acima). As exportações da empresa representam atualmente de 5% a 8% da sua produção total. E foi justamente a venda para o mercado externo que deu à Mirvi Brasil , na noite de ontem, um dos 19 prêmios do Exporta, São Paulo 2010,na categoria Regionais Administrativas da Facesp. (FL)
s esforços de exportação da Agropecuária Setten proporcionaram ao município de São Pedro, na região de Piracicaba, um expressivo crescimento em suas exportações. Esse benefício rendeu a empresa um dos troféus do Exporta, São Paulo 2010, recebido na noite de ontem por Patrícia Prado Claro (abaixo), a responsável pela administração das duas fazendas que integram a organização. Ela define a iniciativa como um empreendimento familiar, implementado com a ajuda de 16 funcionários. Patrícia conta que a empresa existe desde 1988, voltada à policultura (laranja, eucalípto, café) e à transferência de embrião por meio de mil cabeças de vacas – tipo barriga de aluguel para geração de gado de pura origem da raça nelore. As exportações, no entanto, começaram em 2006, mas com a criação de jacarés. "É um criatório comercial. Do total de peles, 9 0 % s ã o e xportadas", explicou. Tu r q u i a , Alemanha, Itália e França são mercados h o j e a t e n d id o s p e l a Agropecuária Setten. (FL)
Rede de oportunidades
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Drillmine, criada há quatro anos por Urandi Moreno Pires Corrêa (acima), é uma exportadora dedicada à venda de máquinas e equipamentos para os setores da construção civil, mineração e saneamento básico. Para montar o negócio que lhe rendeu um dos prêmios do Exporta, São Paulo 2010 (na categoria Declaração Simplificada de Exportação – DSE), o empresário aproveitou sua experiência em uma empresa de saneamento. "Havia vários pequenos fabricantes de equipamentos com condições de exportar, mas sem know how. E eu conhecia o mercado." Ele criou uma rede de representantes na América do Sul e África, por meio da qual sonda as demadas internacionais. Corrêa afirma que o trabalho, atualmente, rende exportações a 22 fabricantes brasileiros de equipamentos. Para sua empresa, resultou em R$ 10 milhões de faturamento no ano passado. A expectativa é crescer 25% em 2011. (FL)
12 -.ECONOMIA
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
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13 O aumento nas vendas acumuladas foi de 4,2% em relação a 2009. A previsão no final do ano passado era de elevação entre 4,4% e 4,5%.
conomia
Fotos: Newton Santos/Hype
Novo modelo de negócio acirra concorrência Giseli Cabrini
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Queda nas transações foi reflexo da decisão dos consumidores de reduzir os gastos, principalmente pela população da classe C.
Mercados têm vendas inferiores ao projetado Alta nos preços de alimentos gera leve recuo nos negócios dos supermercados de todo o Brasil em 2010 Paula Cunha
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COMUNICADO PREGÃO PRESENCIAL A SECRETARIA DO GOVERNO MUNICIPAL, comunica aos interessados que está aberta a seguinte licitação: PREGÃO PRESENCIAL N° 02/2011-SGM Processo: 2010.0.353.430-5 Objeto: Contratação de empresa especializada para prestação de serviços de limpeza, asseio e conservação predial visando a obtenção de adequadas condições de salubridade e higiene com disponibilização de mão de obra e com fornecimento de materiais de limpeza, saneantes domissanitários, papel toalha e papel higiênico, máquinas, utensílios e equipamentos incluindo-se desinsetização e desratização a serem executados nas instalações do Edifício Matarazzo - Viaduto do Chá, nº 15; do Edifício São Joaquim - Rua Líbero Badaró, nº 119; Galeria Prestes Maia Praça do Patriarca; da Comissão Municipal de Direitos Humanos - Páteo do Colégio, nº 5 e da Procuradoria da Fazenda Municipal - Av. Prof. Ascendino Reis, 1130, Portão B, Vila Clementino. O RECEBIMENTO DOS ENVELOPES E A SESSÃO PÚBLICA DE PREGÃO, ocorrerá na sala de reuniões da Secretaria do Governo Municipal à Rua Líbero Badaró, 119 - térreo, às 14:00 horas do dia 15/02/2011. O Caderno de Licitações, composto de Edital e seus Anexos, poderá ser acessado por meio de consulta ao site http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br ou, ainda, obtido na Rua Líbero Badaró, 119 - 9º andar - das 09:00 às 16:00 hs, até o último dia útil que anteceder a abertura do certame, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,15 por folha, através de Guia de Recolhimento que será fornecida pela Administração de Compras e Contratos da SGM.
Para fins COMERCIAIS e/ou RESIDENCIAIS, com sala, cozinha, 2 dormitórios, banheiro, edícula com dormitório e banheiro e abrigo para veículo.
DC
Alugo Sobrado!
SECRETARIA DO GOVERNO
DC
desempenho dos s u p e r m e rc a d o s brasileiros foi positivo em 2010, mas ficou abaixo das expectativas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O aumento nas vendas acumuladas foi de 4,2% em relação a 2009. Entretanto, a previsão divulgada no final do ano passado pela entidade era de elevação entre 4,4% e 4,5%. Esse resultado é consequência das al- Preços de vários alimentos foram afetados por fatores sazonais tas dos preços dos alimentos em setembro, o que contribuiu sazonais a partir de setembro e população ainda é vulnerável para a retração no consumo eles influenciaram os números à alta dos preços de alimentos naquele período, informou a finais, que situaram-se abaixo in natura, que compromete entidade ontem em sua sede das expectativas iniciais, de seu orçamento. na capital paulista. 9% no começo do ano passado. Já a indústria consegue reSussumu Honda, presiden- Quanto ao último mês de 2010, duzir seus custos e, apesar das te da Abras, explicou que, ape- o a u m e n t o e x p re s s i v o d e majorações, manter seus presar de ter se situado abaixo das 33,36% em comparação com ços competitivos. E acrescenestimativas o resultado foi po- novembro "já era esperado, tou que a criação de mais possitivo, pois indica que o seg- afinal, dezembro contabiliza tos de trabalho em 2010 deu-se mento benefias vendas pa- em segmentos que pagam saciou-se da alta, ra as festas de lários mais baixos e, por isso, já esperada, final de ano. O esses novos consumidores enNeste ano, as vendas das vendas em destaque fica tram no mercado de consumo, dezembro do com o acumu- mas ainda optam por produtos não serão ruins, mas ano passado. lado do ano, de menor valor agregado. continuarão a A elevação de 4,2%, que Ce sta – A entidade divulrefletir um real foi de integra uma gou, também, o resultado do crescimento menor 3,16% frente a série de qua- AbrasMercado. O índice mede do emprego e da igual período tro anos con- o comportamento de uma cesde 2009 e de secutivos de ta composta por 35 produtos renda. 33,86% em reresultados po- de amplo consumo, analisada SUSSUMU HONDA, ABRAS lação ao mês sitivos", disse pela GfK, empresa de pesquisa a n t e r i o r. O s Honda. de mercado. No ano passado, percentuais estão deflacionaO presidente da Abras expli- ela registrou elevação acumudos pelo Índice de Preços ao cou que a retração no volume lada de 17,4%. Em igual períoConsumidor Amplo (IPCA), comercializado nos supermer- do, a variação do Índice de Predo Instituto Brasileiro de Geo- cados em 2010 foi consequên- ços ao Consumidor Amplo grafia e Estatística (IBGE). cia da decisão dos consumido- (IPCA) foi de 5,91% e o IPCA Honda afirma que houve ex- res de reduzir os gastos, princi- A l i m e n t o s s i t u o u - s e e m pansão nos preços de vários palmente os da classe C. Na 10,39%. Somente em dezemalimentos afetados por fatores sua avaliação, essa parcela da bro, o indicador da entidade
cresceu 2,19% frente a novembro ao terminar em R$ 307,04, ante R$ 261,51 em dezembro de 2009. No último mês de 2010, os itens que registraram as maiores altas nos valores de venda foram papel higiênico (24,34%), tomate (12,31%) e frango congelado (8,83%). As retrações mais expressivas foram batata (13,2%), feijão (7,92%) e farinha de mandioca (3,08%). No acumulado do ano, os produtos com aumentos mais significativos de preços foram feijão (51,6%), papel higiênico (4,3,3%), carne traseiro (34,9%) e queijo mussarela (34,3%). As maiores quedas foram as de cebola (47,1%), batata (19%) e tomate (13,6%). Perspectivas – Para 2011, a Abras espera crescimento de 4% nas vendas frente ao ano passado. A expectativa é de que os aumentos nos preços das commodities continuem a influenciar o volume de produtos comercializados. "Neste ano, as vendas não serão ruins, mas continuarão a refletir um crescimento menor do emprego e da renda", disse Honda. Para ele, as majorações continuarão a afetar os consumidores da classe C que, apesar do aumento do seu poder aquisitivo nos últimos anos, têm um limite para suportar altas. Ela adiciona mais produtos à sua cesta, alguns com mais valor agregado, mas reduz as aquisições assim que sente que sua renda é afetada por essas altas e que elas poderão influenciar outros compromissos assumidos anteriormente, como a aquisição a prazo de eletroeletrônicos.
receita dos supermercados no primeiro semestre de 2011 promete ficar à margem da ofensiva deflagrada no início de janeiro pelo Walmart no Brasil. "O que é determinante para o faturamento está relacionado às condições de mercado para o consumo: disponibilidade de emprego e renda, inflação sob controle, oferta de crédito e endividamento", afirma o coordenador-geral do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA), Claudio Felisoni. Maior rede varejista do mundo e terceira no País, o Walmart aposta em um novo modelo comercial: o P r e ç o B a i x o To d o D i a (PBTD). Trata-se de um formato distinto do adotado pela concorrência. Segundo o especialista, é mais de um esforço de marketing para aumentar o giro pois a margem dos itens vendidos pelos supermercados, à exceção da seção Bazar, é baixa. "Nada mais é do que uma tentativa de convencer o consumidor de que ele têm preços inferiores aos da concorrência", explica. Pesquisa feita pelo Provar em parceria com a Felisoni Consultores Associados, em 2010, mostrou que o atributo mais importante para o consumidor é o preço da mercadoria. De acordo com Felisoni, a ação do Walmart poderá gerar mais um impacto momentâneo na participação de mercado da rede no Brasil do que no volume de vendas dessa cadeia como um todo. O novo modelo do grupo, que começou a ser estruturado em 2010 e será estendido aos supermercados da companhia, envolve desde a renegociação de contratos com fornecedores até a redefinição de sor-
timento das lojas e a maneira de atender e expor os produtos nas gôndolas. Segundo a empresa, testes prévios apontaram que mercadorias comercializadas sob o modelo do PBTD tiveram forte crescimento de vendas. A ofensiva tem o suporte de uma forte campanha de divulgação. Criada pela agência África, ela é composta por filmes, anúncios de jornal e revista, mídia exterior, rádio, internet e ponto de venda. Concorrência – Os grupos Pão de Açúcar e Carrefour – que ocupam, respectivamente, a primeira e a segunda colocação no ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) – concentram as promoções em um dia específico: a quarta-feira. Oficialmente, os grupos Pão de Açúcar – dono da bandeira Extra – e Carrefour não comentam diretamente os efeitos da ofensiva do rival. Em nota o diretor do Extra, Geraldo Monteiro, informou que a empresa não abrirá mão da estratégia que prevê o aumento de vendas com base em uma política consistente de competitividade que envolve a garantia de melhores preços e atendimento. Além disso, a bandeira mantém o compromisso público de cobrir as ofertas da concorrência em todas as lojas. Por meio da assessoria de imprensa, o Carrefour informou o lançamento da campanha "Ninguém faz melhor que o Primeiro", mas não esclarece se ele tem ou não relação com a concorrência. No ar desde 29 de janeiro, o filme relembra ações realizadas pela rede, entre elas ter registrado em 1980 um compromisso público que, desde aquela data, garante o melhor preço ou a diferença de volta direto no caixa.
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A falta de mão de obra qualificada é a maior preocupação para 68% do mercado.
conomia Zé Carlos Barretta/Hype
Otimismo na construção civil tem leve recuo Pesquisa da CNI indica que a pouca mão de obra qualificada no País preocupa empresários do setor. Pelo levantamento, há falta de engenheiros a serventes de pedreiro. Outro grande problema é a dificuldade de obtenção do crédito. Geriane Oliveira
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pregos da pesquisa apontou leve aumento nas contratações no quarto trimestre de 2010, ao passar de 53,6 pontos em 2009 para 53,7 pontos ante igual período do ano anterior. Já a elevação da carga tributária continua a ser o assunto de maior reclamação das pe-
O setor está impulsionado pela expansão das obras dos governos, os projetos da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, e a maior oferta de créditos imobiliários. RENATO DA FONSECA, CNI
quenas e médias empresas. Contudo, a satisfação com as margens de lucro operacional no quarto trimestre de 2010 é generalizada. As mais satisfeitas sãos as companhias de grande porte em que o indica-
dor cresceu 0,7 pontos em relação a igual período de 2009. A dificuldade de obtenção do crédito foi a maior reclamação das médias e pequenas empresas no quatro trimestre de 2010. Já os empresários das grandes corporações declararam que o acesso aos empréstimos é fácil. Apesar dos gargalos do setor, as projeções para o primeiro semestre deste ano são otimistas, na avaliação da CNI. "O setor está impulsionado pela expansão das obras dos governos, os projetos da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, e a maior oferta de créditos imobiliários", disse Fonseca.
Demanda de construção de edifícios e infraestrutura deve manter a alta do mercado ao longo de 2011
Indústrias menos confiantes
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coordenador de Sondagens Industriais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo, afirmou ontem que a redução do Índice de Confiança da Indústria (ICI) de 114,5 pontos em dezembro para 112,8 pontos em janeiro sinaliza que a recuperação do setor manufatureiro que estava sendo ensaiada no final do ano passado foi "tênue" e não teve fôlego suficiente para se manter no primeiro mês de 2011. A fatia de empresas pesquisadas que considera como bom o atual cenário de negócios caiu de 31,6% para 26,1%, de dezembro para janeiro. No mesmo período, a parcela de empresários entrevistados que o avalia como fraco aumentou de 4,7% para 6,1%. No entanto, as respostas dos empresários foram mais otimistas em relação à evolução do ambiente de negócios nos próximos seis meses. Das 1.192 empresas consultadas, 52,8% esperam melhora da situação dos negócios no semestre de janeiro a junho de 2011. Outros 2,9% esperam uma piora. Em dezembro, os percentuais para essas mesmas respostas haviam sido de 46,8% e 1,6%, respectivamente. "A volatilidade desse indicador está relacionada com o aumento de incertezas dos empresários sobre evolução do crescimento do País e da economia mundial neste ano", disse. "Isso pode indicar que a percepção dos dirigentes de empresas é de uma recuperação gradual ao longo dos
26,1 por cento das companhias pesquisadas consideram como bom o atual cenário de negócios no Brasil.
próximos meses, pois há sinais contraditórios, como o movimento de alta de juros pelo Banco Central (BC) e a perspectiva de que o novo governo vai adotar medidas diferentes para conter a valorização do câmbio e combater concorrência desleal de produtos estrangeiros com ações antidumping", afirmou Campelo. Futuro – Segundo ele, as dúvidas dos empresários sobre as perspectivas econômicas nacionais e internacionais se refletem na sondagem da indústria de transformação em alguns indicadores específicos. A expectativa dos empresários é de queda da produção nos próximos três meses, mas por outro lado eles também têm o sentimento de que vão contratar mais funcionários nesse período. O índice que mede a previsão de fabricação de mais mercadorias caiu de 142,1 pontos em dezembro para 138,8
pontos em janeiro. A geração prevista de empregos, por sua vez, subiu no período de 126 pontos para 127,9 pontos. De acordo com a sondagem, os empresários estão mais otimistas com a situação dos seus negócios nos próximos seis meses, o que está relacionado, entre outros fatores, com as perspectivas de avanço no faturamento. O indicador que mede esse sentimento subiu de 145,2 pontos em dezembro para 149,9 pontos em janeiro. E essa percepção favorável em um horizonte de dois trimestres ocorre apesar da queda do índice do nível de demanda global, que baixou de 117,1 pontos em dezembro para 115,1 pontos em janeiro, e também com o crescimento expressivo do nível de estoques, que subiu de 98,7 pontos para 102,3 pontos no período. No curto prazo, Campelo avalia que a percepção dos empresários de que a demanda agregada e o consumo no Brasil podem se desacelerar no primeiro semestre sugere que as perspectivas para aumento de investimentos e geração de empregos devem apresentar um ritmo de expansão moderado até meados deste ano. Além do aperto monetário e concorrência com produtos importados, Campelo também destacou que uma outra variável pode colaborar para conter o aumento de formação bruta de capital fixo das indústrias, que é a maturação de investimentos realizados no passado recente. (AE)
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DC
nível de atividade do setor de construção civil caiu de 53 pontos para 51 pontos na passagem de novembro para dezembro de 2010. Apesar da queda, o otimismo do empresariado continua alto – acima dos 50 pontos indica aumento do desempenho em uma escala de 0 a 100, segundo a Sondagem da Construção Civil, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada ontem. Pelo balanço realizado entre os meses de outubro e dezembro de 2010, as demandas de construção de edifícios e de serviços especializados (de infraestrutura) devem manter a expansão do mercado ao longo de 2011. Do grupo consultado, 186 são pequenas empresas, 140 médias e 49 grandes. Segundo o levantamento, a falta de mão de obra qualificada é a maior preocupação do mercado, em que 68% apontaram o problema. As grandes indústrias do segmento são as mais preocupadas com 85,4%, em seguida estão as de porte médio (71,8%) e 61,5% das pequenas. "O problema é generalizado e engloba desde profissionais como engenheiros a serventes de pedreiros", explicou o gerente-executivo de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca. O índice de geração de em-
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e Bolsa quer pequenas e médias
Após a crise, este é o momento de reestruturação do mercado de capitais. Edemir Pinto, diretor-presidente da BM&FBovespa
conomia
BM&FBovespa firma acordo com o Banco do Brasil para atrair empresas de menor porte para o mercado de capitais Rejane Tamoto
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Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBov e s p a ) q u e r a umentar a participação de pequenas e médias empresas no mercado de capitais – e, para tanto, firmou um convênio ontem com o Banco do Brasil (BB). Inicialmente, a instituição financeira vai estimular 50 empresas a listarem ações na Bovespa Mais, segmento de acesso à bolsa para pequenas e médias companhias. Estas organizações de capital fechado já fazem parte dos fundos de private equity, ou seja, venderam participações acionárias ao BB e a outros cotistas. A expectativa é que, até 2015, cerca de 200 companhias de pequeno e de médio portes ingressem na Bovespa Mais. "2007 foi um grande ano para o Novo Mercado, com liquidez internacional e recorde de Oferta Pública de Ações (IPOs,
na sigla em inglês). Após a crise financeira, este é o momento de reestruturação do mercado de capitais e de buscar segmentos alternativos de listagem no Bovespa Mais", disse o diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. Nas companhias que participam do private equity, o BB investiu R$ 500 milhões e comprometeu R$ 362 milhões. Entre essas, a primeira candidata a ingressar no Bovespa Mais é uma empresa do setor de energia, que passa por um processo de desinvestimento no fundo de private equity. Na carteira de clientes do BB, no entanto, há um universo maior de companhias com perfil para ingressar na bolsa. Ao todo, 15 mil delas têm faturamento anual de R$ 100 milhões a R$ 400 milhões. Do total, o diretor-presidente da bolsa estima a entrada de 1% no mercado acionário. "No segundo semestre vamos medir os efeitos deste acordo." Segundo o convênio, o BB e o
Luludi/LUZ
Bolsa quer novos segmentos na listagem do Bovespa Mais
Instituto Educacional BM&FBovespa incentivarão a entrada de empresas nos segmentos Bovespa Mais e Novo Mercado. As companhias poderão participar de fóruns de discussão e de estudos sobre a importância da bolsa na capitalização das empresas. Também serão estimuladas a adotar, gradualmente, práticas de governança corporativa, de transparência e de divulgação
de dados – necessárias para entrar no mercado de capitais. Liquidez – As ações das empresas listadas no Bovespa Mais terão uma liquidez menor. Entre as regras há o free float (percentual de ações livres à negociação no mercado) de 25% até o sétimo ano de listagem. A companhia precisa ter um conselho de administração formado por, no mínimo, três integrantes. As ações
são voltadas para o investidor de médio e de longo prazos. As empresas podem listar as ações sem fazer oferta enquanto se preparam para o processo de governança corporativa. O diretor diz que há uma saturação de empréstimos por parte de grandes grupos e empresas no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e que o mercado de capitais é uma alternativa para os empreendedores. O vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores do BB, Ivan Monteiro, disse que as empresas serão incentivadas a entrar no mercado de capitais como forma de conseguir financiamento. "Há inúmeras oportunidades para crescer em razão de projetos como o pré-sal e de infraestrutura para eventos como a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016. As empresas terão acesso a listagem e, com investimento, entrarão no mercado secundário", afirmou.
Crédito eleva lucro do Bradesco Renato Carbonari Ibelli
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Bradesco obteve lucro líquido contábil de R$ 10,022 bilhões em 2010, resultado 25,1% superior ao alcançado em 2009. Esse também foi o terceiro maior lu-
cro da história dos bancos brasileiros, segundo a consultoria Economatica – atrás somente do Banco do Brasil (R$ 10,14 bi) e do Itaú Unibanco (R$ 10,06 bi), ambos em 2009. O destaque na evolução dos lucros do Bradesco foi o crescimento da sua carteira de crédi-
Sergio Kulpas
to, que ao final de dezembro de 2010 ampliou-se em 23% na comparação com igual período do ano anterior, chegando a R$ 293,555 bilhões. Com essa elevação, o crédito, que em 2009 respondeu por 20% dos resultados obtidos pela instituição, passou a ser a origem de 30% dos seus lucros. A expansão da carteira de crédito da instituição foi puxada pelos financiamentos às micro, pequenas e médias empresas, que registraram alta de 29,2%, chegando a R$ 84,074 bilhões. O crédito para grandes empresas cresceu 21,8%, atingindo R$ 111,361 bilhões. A evolução da carteira para pessoa física foi de 19,5%, batendo os R$ 98,122 bilhões. In ad im plê nc ia – Para Domingos Abreu, vice-presidente-executivo do Bradesco, a redução da inadimplência é a principal responsável pelo crescimento da carteira de crédito do banco, junto com a inclusão significativa de novos tomadores. A inadimplência na instituição – medida para períodos acima de 90 dias – recuou de 4,9%, em dezembro de 2009, para 3,6%, em igual mês do ano passado.
sergiokulpas@gmail.com
Aplicativos móveis
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uso de aplicativos em smartphones como o iPhone é uma ação cada vez mais importante para atrair os consumidores para dentro das lojas. Nos Estados Unidos, os varejistas estão investindo nessa estratégia, e os resultados são muito promissores. De acordo com uma reportagem do Wall Street Journal, a empresa Shopkick (www.shopkick.com) criou recentemente um aplicativo que oferece descontos e brindes aos consumidores que entram nas lojas. Segundo a empresa, o aplicativo atraiu 750.000 consumidores para fazer compras em suas lojas, desde o lançamento do serviço em agosto passado. Além disso, cerca de 10% dos usuários usam o app pelo menos uma vez por dia. Entre os usuários do aplicativo, estão grandes redes de varejo americanas, como a Target, Best Buy e Macy's. Os varejistas pagam uma tarifa para a Shopkick incluí-los no aplicativo, com as promoções específicas de cada loja. Apesar de não informar os detalhes financeiros, a Shopkick diz que cada visita de um consumidor a uma loja participante do programa custa "menos de um dólar" para o varejista. De acordo com Jeff Schumacher, diretor de marketing da rede Sports Authority, o aplicativo do Shopkick
realmente atraiu consumidores para a lojas. Schumacher diz que sua empresa está mudando radicalmente seu modelo de marketing, concentrando investimentos nessas novas maneiras de atingir o consumidor. Além do Shopkick, a Sports Authority teve bons resultados com o aplicativo Foursquare, que também funciona com a localização geográfica do usuário. O Foursquare (www.foursquare.com/) permite que os consumidores se mostrem "visíveis" para os varejistas, quando estão próximos dos estabelecimentos. Segundo a empresa, os varejistas que ofereceram promoções antes e durante a temporada de compras de final de ano tiveram um aumento significativo nas vendas. Os comerciantes e agências de marketing dizem que os aplicativos móveis representam um custo similar ao de outras campanhas de marketing digital, mas a vantagens dos aplicativos é que os varejistas podem avaliar o retorno do investimento de modo mais preciso, o que é difícil com as promoções tradicionais. Apesar disso, os analistas de varejo dizem que o marketing baseado em aplicativos móveis ainda está em seus estágios iniciais. Há muitos problemas e dúvidas nesta fase. Por
exemplo, o que funciona melhor: cupons de desconto ou pontos de fidelidade que podem ser trocados por prêmios ou vales de compras? A rede J.C. Penney ofereceu cupons de US$ 10 para os clientes através do Foursquare na temporada de fim de ano e registrou um aumento significativo às lojas em comparação com as semanas anteriores. O aumento no tráfego de consumidores se manteve durante a temporada toda, enquanto as promoções estavam ativas. Os usuários do Shopkick podem acumular pontos de fidelidade chamados "Shopbucks" toda vez que usam o app no espaço das lojas, e podem converter os pontos em vales de compras e outros prêmios. A rede Best Buy, que usa o Shopkick em 257 de suas 1.100 lojas nos EUA, diz que o resultado é "muito positivo", em relação ao custo de implementação do sistema. Os varejistas americanos que usam o app da Shopkick dizem que podem atrair mais consumidores oferecendo pontos extras. Em datas específicas, como a segunda-feira depois do Dia de Ação de Graças, o aplicativo oferecia o triplo dos pontos normais – e isso representou um aumento de 68% nas visitas em comparação ao dia anterior.
Esse resultado configurou o quinto trimestre consecutivo de queda. "A inadimplência tende a se acomodar nesse patamar. Não acredito que reduza mais porque todas as medidas possíveis para segurá-la, como processos de recuperação, já foram implementadas", disse. Para 2011, o Bradesco projeta evolução menor da carteira de crédito, com alta variando entre 15% e 19%. A desacelera-
ção prevista leva em conta as medidas para frear o consumo que já foram estabelecidas pelo governo federal. "Vivemos um momento diferente do ano anterior. O aperto monetário irá reduzir o aquecimento da economia", disse Luiz Carlos Trabuco, presidente-executivo do Bradesco. Para 2011, o banco pretende abrir mais 183 agências. O investimento projetado é da ordem de R$ 5 bilhões.
Consignado: R$ 26,8 bi em 2010.
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s aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tomaram R$ 26,8 bilhões em empréstimos consignados no ano passado, por meio de crédito pessoal e de operações com cartão de crédito, informou o Ministério da Previdência Social. Houve crescimento de 17,9% nas operações consignadas em relação a 2009, quando foram movimentados R$ 22,7 bilhões. Foram registrados no ano passado 10,1 milhões de contratos de crédito consignado, ante 9,59 milhões em 2009. O uso de cartão de crédito nas operações consignadas teve recuo no ano passado. Foram firmados mais de 482 mil contratos para uso de cartão, com queda para 141,6 mil no ano passado. Em dezembro de 2010 a maior percentagem de operações (79%) foi parcelada entre 49 e 60 meses, por segurados na faixa etária de 60 a 69 anos. Os segurados de 50 a 59 anos e de 70 a 79 anos tomaram 46% dos empréstimos no último mês do ano passado. (Agência Brasil)
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Graças a diversos aplicativos e à fácil integração com a internet, surgem no mercado dezenas de smartphones com o sistema Android integrado
nformática
ALFER
Aparelhos com sistema operacional Android, de código aberto, ganham cada vez mais a preferência dos consumidores, principalmente pelo grande número de aplicativos disponíveis para esta plataforma. Confira a avaliação de seis aparelhos disponíveis no mercado nacional.
SMARTPHONES mais espertos
DEXT
iPod Nano é tão pequeno que cabe num relógio de pulso. A Mobimax está distribuindo capinhas WatchCase para acondicionar os iPods Nano 6G. Além de funcionar como um player musical, o produto vem com aplicativos para ver as horas e despertar. As capas são feitas de silicone e estão à venda em dez cores: verde, azul escuro e azul claro, roxo, amarelo, mostarda, preto, rosa choque e rosa claro e vermelho. O preço sugerido é de R$ 69. Elas podem ser encontradas nas lojas da Apple e varejo de acessórios.
Motorola, LG, Samsung e Sony Ericsson apostam nesta plataforma. O Diário do Comércio avaliou seis celulares com o sistema integrado e teve algumas boas surpresas. Abaixo, as principais características dos Motorola Dext e Milestone (o Droid), Sony Ericsson X10 Mini e X10 Mini Pro (provavelmente, os primeiros smartphones da empresa, ao lado do X10, a poderem ser levados a sério), Samsung Galaxy S e LG GW620. Confira!
O melhor celular Android entre os avalia dos (e também, provavelmente, o atual melhor smartphone do mundo), o Samsung Galaxy é o pior custo-benefício Android da história recente, já que custa R$ 2.399 (pré-pago). A versão avaliada contava com excelente interação com internet, com aplicativos a rodo, e integração com todos os principais serviços Google e ainda Twitter e Facebook. Como diferencial, seu hardware dá um banho nos concorrentes: processador de 1 GHz, tela de 4 polegadas, 3G, wi-fi, bluetooth, rádio e TV digital.
té parecem brinquedos, mas não são – embora sejam divertidos. São os novos formatos de pen drives disponíveis no mercado, com design de carrinhos Cooper, heróis de histórias em quadrinhos (Batman) e personagens da série StarWars vendidos pela Mimobot. Entre esses estão o sábio baixinho Yoda, além de Luke Skywalker, Wampa e Snowtrooper. Mas o diferente tem um preço. Os pen drives de 2GB custam a partir de US$ 30. Os dispositivos trazem conteúdos exclusivos pré-instalados (wallpapers, ícones, avatares e protetores de tela). Veja mais no site www.mimoco.com.
A
O
INTERNET
SAMSUNG GALAXY
Bom celular com teclado físico QWERTY e tela de 3,1 polegadas sensível ao toque. O Android vem customizado para o usuário brincar na internet à vontade, em especial para acessar e atualizar o Twitter. Muito esperto, o modelo conta com acelerômetro integrado (que avalia a posição do smartphone e ajusta o visor do celular de acordo com o movimento do usuário) e vem equipado com GPS. Tem suporte a Wi-Fi e a 3G nativo. O preço do pré-pago é R$ 1.299.
Pen drives divertidos
iPod Nano no pulso
Peças de teatro com legenda Fotos: Divulgação
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Entre os atuais sistemas no mercado, destacam-se o iOS – que integra os Apple iPhones, o Microsoft Windows Phone 7 – e o Google Android, o único em código aberto – e que, por isso, ganha mais aplicativos a cada dia. Já são mais de 90 mil na loja de aplicativos Android Market. Graças a diversos aplicativos e funções e à fácil integração com a internet e com os serviços Google, como Gmail e Maps, pipocam no mercado dezenas de smartphones com o sistema Android. Fabricantes como
GADGETS
ACESSÓRIOS
SÉRGIO VINICIUS om itens de hardware se igualando cada vez mais entre os smartphones, um dos diferenciais desses aparelhos está sendo o sistema operacional. Afinal, muitos celulares inteligentes saem de fábrica equipados com câmeras fotográficas de 5 Mpixel, entradas para cartão que expandem o armazenamento em 2 GB, itens que captam sinais de rádio, de televisão, de internet wireless, GPS, entre outras coisas.
n
ara alcançar um público maior, a Cennarium (www.cennarium.com), empresa pioneira em transmissões de peças teatrais e espetáculos culturais on demand via internet, implantou novas ferramentas e reestruturou seu portal. Ela percebeu a necessidade de criar uma navegabilidade mais amigável para atingir o público surdo, terceira idade e pessoas que não tenham tanta familiaridade com a internet. Além disso, traz o diferencial de levar o teatro brasileiro para o mundo, graças à legendagem em três idiomas.
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GADGETS
Carregador quatro em um
SONY ERICSSON X10 MINI E PRO A diferença básica entre os Sony Ericsson X10 Mini e X10 Mini Pro é o teclado físico e deslizante deste último. No restante, quase tudo é igual (mas o preço do pré-pago também varia, sendo R$ 899 e R$ 999, respectivamente). Bonitos e pequenos – são os menores smartphones do mercado – têm 9 cm x 5,2 cm e tela de 2,5 polegadas. Em ambos, o que mais assusta é a bateria. Dura menos de um dia caso o usuário não tome cuidados especiais, mas carrega completamente em pouco mais de 30 minutos. Contam com excelentes pacotes de aplicativos. Além do Android Market padrão e dos serviços do Google, há barra de busca que percorre e retorna tudo o que está no celular. Como destaque, é importante citar o Timescape, um serviço que reúne todas as informações (do Facebook, de SMS, do Twitter) de um mesmo contato sob a mesma interface.
LG GW620 Discreto e cumpridor, o equipamento tem um teclado físico que garante seu bom uso por quem não gosta de tela touchscreen. GPS, 3G e Wi-Fi estão presentes no aparelho. Do sistema operacional, o maior atrativo é vir equipado com um interessante aplicativo de busca – ele caça o que quer que esteja no celular. Há ainda um software que reúne várias redes sociais e informa ao usuário se há novidades. O preço é atrativo (R$ 1.099) e o design pode ser um diferencial interessante, já que, com pontas arredondadas e teclado deslizante, é o mais belo entre os avaliados.
uem viaja bastante e leva vários aparelhos eletrônicos verá muita utilidade num carregador como este. O Charger Trip UC2200 permite carregar até quatro aparelhos móveis ao mesmo tempo sem a necessidade de estar conectado à rede elétrica. A bateria interna é que deve ser carregada na rede convencional por duas a três horas para manter a energia armazenada. O equipamento garante carga suficiente para iPad, iPod, BlackBerry, celulares, etc. O Charger Trip vem com cabo USB de múltiplas saídas e lanterna LED. O lançamento é da C3 Tech e é vendido pela Eletrônica Santana por R$ 160. Mais informações sobre o produto em www.eletronicasantana.com.br.
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PERIFÉRICOS
MILESTONE (DROID)
Impressoras para escritórios
Esse é outro modelo que ajudou a espantar a crise da Motorola. E não é para menos: acessar e interagir com o Google Maps, com o Google Talk, com o Gmail, com o Google Calendar e com YouTube é brincadeira de criança para o brinquedinho. Tem câmera de 5 Mpixel e suporte a Wi-Fi e 3G por padrão. Custa R$ 1.499 e, para quem não suporta tela touchscreen, tem um bom teclado que permite a interação com os aplicativos web sem ter de ficar o tempo todo apertando a tela.
Canon está lançando quatro impressoras da linha PIXMA Office, sendo três multifuncionais – imprimem, copiam, enviam fax e têm funções de scanner – e uma apenas com capacidade de impressão de 13 x 19 polegadas para imagens em larga escala. O modelo MX420 Wireless Office (foto) é ideal para um pequeno negócio. É um multifuncional wireless, o que torna mais fácil a distribuição entre usuários dentro do escritório. É compatível com cartões de memória múltipla e tem tela de 2.5 polegadas. Nos Estados Unidos o preço sugerido é de US$ 150. No Brasil, ainda não foi definido. http://www.loja.canon.com.br.
Dica primordial do Android O Android é reconhecidamente um sistema operacional que "come" bateria. Nos casos mais gritantes, como o do X10 Mini, se o usuário acessar o que quiser – como o player de música, o Google Talk e algum aplicativo do Twitter – e depois sair deles, a bateria durará menos de 20 horas. Isso porque boa parte dos apps e programinhas que o Android opera não contam com o botão "fechar", tradicional em computadores. Simplesmente, esses aplicativos ficam rodando em segundo
plano, prontos para serem abertos a um clique. Mas isso consome muita, muita bateria. Por isso, ao pegar seu primeiro Android, é altamente recomendável baixar gratuitamente no Android Market um gerenciador de tarefas. Ele permite que o usuário feche efetivamente os programas que não está usando. Um dos mais fáceis de usar e mais populares da loja de aplicativos é o Advanced Task Killer Free. Com ele, o usuário fecha com um comando tudo o que está aberto e que consome bateria. (S.V.)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
e Superávit primário atinge 2,78% do PIB em 2010
ECONOMIA/LEGAIS - 17 O dólar continua uma forma de seguro para investidores conservadores. Fábio Colombo, administrador de investimentos
conomia
Ailton de Freitas/AOG
Apesar das manobras contábeis adotadas pelo governo federal, as contas públicas não conseguiram alcançar a meta cheia pelo segundo ano consecutivo.
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esmo com o uso de truques fiscais, o governo teve que recorrer ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para cumprir a meta de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) de superávit primário das contas do setor público em 2010. O setor público, que reúne as contas do governo central, dos estados e dos municípios, apresentou no ano passado um superávit primário de R$ 101,696 bilhões, o equivalente a 2,78% do PIB, informou ontem o Banco Central (BC). Em dezembro, foi contabilizado superávit primário de R$ 10,853 bilhões O superávit primário representa a economia feita para o pagamento do juros da dívida pública. Para cumprir a chamada "meta cheia" de
superávit primário, ficou faltando 0,32 ponto percentual, o que exigirá que o governo lance mão do mecanismo previsto na política fiscal brasileira que permite o abatimento de despesas pagas de projetos incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Este foi o segundo ano consecutivo que a União não cumpre a meta cheia. A dívida líquida do setor público encerrou 2010 em R$ 1,476 trilhão, o equivalente a 40,4% do PIB. Em novembro, a dívida líquida estava em R$ 1,451 trilhão, o correspondente a 40% do PIB. Em dezembro de 2009, este indicador somava R$ 1,363 trilhão, o equivalente a 42,8% do PIB. Para 2011, o Ministério da Fazenda prevê que a dívida líquida fique abaixo do patamar de 38% do PIB.
Desaceleração – Apesar de o governo não ter conseguido cumprir a meta cheia de superávit primário das contas do setor público no ano passado, o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, avaliou ontem que o resultado do ano passado foi bom, "porque manteve a tendência de desaceleração da dívida líquida do setor público". Ele destacou ainda o resultado da dívida bruta do setor público, que fechou 2010 com queda de sete pontos percentuais, passando de 62% do PIB para 55% do PIB. A dívida líquida caiu menos, de 42,8% para 40,4% do PIB. Lopes ressaltou como importante, a partir de agora, o compromisso do governo de que a meta de 2011 seja cumprida, "sem tanta atipicidade". Ele informou, contudo,
Altamir Lopes, do BC: resultado foi positivo por ter mantido tendência de desaceleração da dívida pública.
que para cumprir a meta cheia de 3,1% do PIB das contas do setor público em 2011, o governo terá de abater R$ 11,7 bilhões das despesas do PAC. Previdência – O déficit da Previdência Social fechou 2010 em R$ 42,89 bilhões, praticamente estável em relação ao déficit de 2009, que foi de R$ 42,867 bilhões, segundo nú-
meros divulgados pelo Ministério da Previdência Social. O resultado negativo de 2010 corresponde à diferença entre a arrecadação líquida, de R$ 211,968 bilhões, e os gastos com o pagamento dos benefícios previdenciários, que totalizaram R$ 254,858 bilhões. Em dezembro de 2010, a Previdência teve superávit
de R$ 3,474 bilhões, resultado de uma arrecadação líquida de R$ 30,523 bilhões e despesas com benefícios de R$ 27,048 bilhões. (AE) Leia mais sobre o assunto em Opinião, na página 2.
Joel Silva/Folhapress
Pactual compra PanAmericano
O Anúncio da investigação sobre a operação levou ontem à queda dos papéis das duas companhias aéreas no mercado de capitais
Fusão entre TAM e LAN é suspensa no Chile
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tribunal antitruste do Chile (TDLC) decidiu suspender o processo de fusão entre a companhia área local LAN Airlines e a brasileira TAM, à espera de uma investigação pedida pelo grupo em defesa do consumidor National Consumers Corp., informou o jornal chileno La Te rc e ra no último sábado. A análise pode demorar oito meses, segundo o jornal. Executivos da LAN não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto. Uma fusão entre as duas companhias aéreas, que tiveram em 2009 uma receita combinada de US$ 8,5 bilhões, cria-
ria uma gigante regional, a Latam Airlines, que seria a maior operadora da América Latina e uma das 15 maiores do mundo no setor. A expectativa é que o acordo seja concluído dentro de seis a nove meses. Recuo – Como efeito da decisão do tribunal de investigar a fusão, as ações da LAN caíram 4% na abertura dos negócios chilenos de ontem. A queda ocorria depois que um tribunal de defesa da concorrência do país decidiu investigar a fusão da empresa com a brasileira TAM. No Brasil, de forma similar, os papéis da TAM tiveram forte queda ontem. (Agências)
BTG Pactual, o maior banco de investimentos do País, sem tradição de varejo, é o novo dono do PanAmericano, instituição com forte penetração nas classes C e D. Silvio Santos, controlador do PanAmericano, assinou a venda de sua participação no começo da noite de ontem por R$ 450 milhões. O apresentador tinha 64,46% do capital total do banco. A Caixa continua no negócio – em dezembro de 2009, ela comprou 35,54% do PanAmericano por R$ 739,27 milhões. A
operação depende de aprovação do Banco Central (BC). O plano do Pactual é entrar nesse mercado e não vender o banco, segundo apurado pela repor tagem. Empréstimo – Ontem o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), entidade privada dos bancos que recebe recursos dos depositantes, decidiu dar um empréstimo adicional de R$ 1,5 bilhão para o PanAmericano. Em novembro, o fundo já emprestara R$ 2,5 bilhões ao banco.
Comunica que solicitou junto à CETESB a licença prévia
HOSPITAL SANTAPAULAS/A de ampliação das suas instalações naAv. SantoAmaro, nº CNPJ nº 60.777.901/0001-16
2468 - Vila Olímpia - CEP: 04556-100 -SP. Processo nº 45/01305/04 protocolado em 26/11/2010.
Associação Brasileira do Programa de Ajuda Humanitária Psicológica – ABRAPAHP Edital de Convocação para Assembleia Geral de Constituição de Associação. Pelo presente edital, convoco todos os interessados para a realização da Assembleia Geral de Constituição de Associação, Aprovação de Estatuto e Eleição da Primeira Diretoria a realizar-se no dia vinte e quatro de fevereiro de 2011, às 20:30 horas, na Churrascaria Búfalo Branco, sita à Avenida Professor Francisco Morato nº 2.802, Butantã, São Paulo, Capital, para deliberarem sobre a seguinte ORDEM DO DIA: 1. Constituição da Associação Brasileira do Programa de Ajuda Humanitária Psicológica – ABRAPAHP; 2. Apreciação, discussão e votação do Projeto de Estatuto Social; 3. Eleições dos Membros que comporão a Primeira Diretoria Executiva; e 4. Eleições dos Membros que comporão o Conselho Fiscal. São Paulo, 31 de janeiro de 2011. Reinaldo Franco - RG: 9.504.656-2 - Convocante.
Renda fixa lidera investimentos
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m janeiro, o principal índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), o Ibovespa, recuou 3,94% – o que colocou as ações no penúltimo lugar do ranking de investimentos. Para especialistas, os motivos incluem as incertezas sobre o rumo do País, as turbulências globais e a alta da taxa básica de juros, a Selic. Com juros altos, melhor é a rentabilidade dos investimentos em renda fixa. "A atratividade da renda fixa no Brasil é inabalável", avaliou Willian Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV.
Em janeiro, nenhum investimento superou a inflação medida pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de 0,79%. A seguir aparecem os fundos de renda fixa, os fundos DI e os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com aplicação superior a R$ 100 mil. O dólar comercial demonstrou alta de 0,6% no primeiro mês do ano. "Continua como opção para diversificação de portfólio, como uma forma de seguro para investidores com perfil conservador e moderado", afirmou Fábio Colombo, administrador de investimentos. (AE)
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 31 de janeiro de 2011, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente: Banco Safra S/A - Requerida: R R A Componentes Eletro Eletrônicos e Informática Ltda. - Rua Aurora nº 277 - 4° andar - Santa Ifigênia - 1ª Vara de Falências Requerente: Banco Safra S/A - Requerida: Tecmasil Indústria e Comércio de Artefatos Automotivos Ltda. - Rua Coronel José Pires de Andrade nº 353 - Vila Vera - 2ª Vara de Falências Requerente: Regina Maria Martins Mesquita - Requerida: Consid Construções Préfabricadas Ltda. - Rua dos Piemonteses nº 207 - Jardim do Lago - 2ª Vara de Falências
Não ficou claro, contudo, se o Pactual assumirá os débitos do PanAmericano. Segundo executivos que acompanharam a negociação, Silvio Santos teria aceitado o negócio para se livrar da dívida, e em razão do BC já não aceitar que ele continuasse à frente da instituição, após a descoberta de que o rombo era de R$ 4 bilhões. Como está afastado da administração do banco desde novembro, quando o FGC assumiu sua direção, o empresário desconfiou do valor do rombo, e achou que poderia ser alguma
manipulação dos bancos que controlam o fundo. O FGC também o pressionou por ter feito um empréstimo em condições excepcionais e recebido garantias que não valiam o que o apresentador dissera, segundo integrantes do fundo. O BTG Pactual é um dos principais bancos de investimentos do País. No final do ano passado, recebeu um aporte de US$ 1,8 bilhão de fundos soberanos da China e de Cingapura. Com isso, seu capital é de US$ 4,3 bilhões. (Agências)
Banco Bradesco S.A. CNPJ no 60.746.948/0001-12 AVISO – Comunicamos que se encontram à disposição dos acionistas, a partir desta data, na sede social, na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, Departamento de Contadoria Geral, bem como no site de Relações com Investidores (www.bradesco.com.br/ri), os documentos de que trata o Artigo 133 da Lei no 6.404, de 15.12.1976, relativos ao exercício social encerrado em 31.12.2010. Osasco, SP, 31 de janeiro de 2011. Diretoria. 1o, 2 e 3.2.2011
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Essa lei traz uma nova obrigação das empresas com o pós-venda. Vladmir Silveira, professor de Direito da PUC.
conomia
Renato Luiz Ferreira/e-SIM
Fabricantes devem ter um sistema de logística reversa, capaz de recuperar os materiais utilizados em produtos que estão fora de uso, como prevê a nova regulamentação aprovada pelo governo.
Fecomercio aprova a regra
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Decreto aumenta rigor sobre descarte de resíduos sólidos Publicada no dia 23 de dezembro, a nova regulamentação torna empresas corresponsáveis pelo descarte final de produtos como eletrodomésticos e produtos eletrônicos. Ricardo Osman
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apai Noel deixou no Natal um pacote que é de interesse de todas as empresas do País. Trata-se de um decreto federal, algo que somente agora começa a ser desembrulhado e discutido. O decreto de número 7.404 foi publicado no dia 23 de dezembro de 2010 e veio regulamentar a lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Essa é a lei que diz que todas as empresas, de um ciclo produtivo, são responsáveis pelo lixo descartado no final e que todas devem ter um sistema de logística reversa, capaz de recuperar os materiais utilizados em produtos que estão fora de uso. O mais importante a saber sobre o decreto é que ele não se opõe a Lei de Resíduos Sólidos (nº 12.305, de 2 de agosto de 2010) em vigor. Ele dá um passo à frente para colocar em prática a própria lei, dando condições a empresários e entidades de classe para se prepararem, a fim de evitar as multas e processos cíveis e criminais que a nova legislação prevê para quem descumpre as regras de proteção ao meio ambiente.
Apesar disso, especialistas acreditam que a legislação deve entrar em vigor até o final de 2011. Segundo o professor de Direito da PUC de São Paulo e da Uninove, Vladmir Silveira, o decreto criou dois relevantes comitês, que vão traçar os próximos passos. "Eles devem definir tudo até junho deste ano", explica. O primeiro deles é o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos, cujo objetivo é articular todos os órgãos do governo na implementação da lei. O comitê deve esclarecer quais são as principais exigências e prazos que vão recair sobre as empresas. Representantes de vários ministérios e da Casa Civil participam deste comitê. Foi instituído também o Comitê Orientador, que vai responder pela elaboração dos sistemas de logística reversa. Esse comitê tem especial importância por ser o interlocutor das empresas de todo o País, e até das entidades de classes, na elaboração dos sistemas de logística reversa de cada segmento da economia. "Essa lei cria uma nova rela-
ção com o lixo e os equipamentos fora de uso. Traz novas exigências às empresas, como obrigações no pós-venda e a necessidade de montar um esquema para se obter de volta aquele equipamento", disse o professor Vladmir Silveira, que também é sócio do escritório Advocacia Ubirajara Silveira. O especialista alerta ainda aos empresários para que não percam tempo e já se preparem, por meio de entidades de classe, para discutir e atender à legislação. "As empresas não devem esperar as multas chegarem até suas portas. Por isso, os empresários devem sair na frente, se reunindo nas associações, discutindo os sistemas de logística reversa e procurando contato com o Comitê Orientador", observou Silveira. Conforme o professor de Direito, formado em Relações Internacionais pela PUC de São Paulo, a estratégia de ação por meio de associações e entidades de classe deve ser prioridade porque, nestes casos, os custos serão compartilhados por todos. Não se sabe exatamente qual o custo que uma empresa
terá para se adequar à lei, treinar seu pessoal e criar o sistema de logística reversa. "Não se sabe o total exato do investimento necessário para uma companhia se adequar às exigências", disse o advogado Victor Penitente Trevizan, especialista em Direito Ambiental do escritório Peixoto e Cury Advogados. "Sabemos apenas que os custos serão altos." Trevizan destaca que, a seu ver, são "inquestionáveis" a importância da instauração da logística reversa para o meio ambiente brasileiro, mas ainda não se tem ideia clara da "magnitude das providências a serem adotadas neste sentido e quais parte caberá ao Poder Público." O sistema de logística reversa prevê, por exemplo, que uma geladeira ou qualquer outro tipo de equipamento fora de uso seja recolhido na casa do proprietário e desmontado de forma que sua matéria-prima seja reutilizada. O advogado ressalta que o decreto do último Natal recebeu críticas por não definir prazos e deixar metas em aberto. Ele rebate as críticas.
"Neste caso, concordo que uma lei ambiental para todo o País é algo tão complexo que não há como um decreto definir as metas e prazos para cada região", disse. "Isso será feito agora", acrescenta. Responsabilidade – O que já está definido é que um equipamento jogado em um rio poderá resultar em multa, processo cível e criminal para o fabricante, para o distribuidor e para o consumidor. "O Ministério Público poderá ouvir todos os envolvidos", disse ele, comentando o exemplo citado. "Por esta nova lei, fabricantes, distribuidores, importadores e consumidores são responsáveis pelo descarte de um lixo sólido." O s c o n s u m i d o re s s e r ã o também mais cobrados pela nova legislação. Nas cidades em que as prefeituras oferecerem sistema de coleta seletiva, a população será obrigada a descartar corretamente o lixo e deverá também participar dos processos que visam reutilização de matérias-primas de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, lâmpadas, pneus e outros produtos.
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) divulgou apoio ao teor do novo decreto, por defender os princípios de um comércio justo, sustentável e responsável. "O decreto cumpre a importante função de definir e gerar a responsabilidade compartilhada no que diz respeito aos cuidados com a emissão e destinação de resíduos", afirmou José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade da Fecomercio. No entender do representante da entidade, entre as principais medidas estabelecidas pelo decreto está a definição do papel do consumidor no processo de emissão e coleta de resíduos. Seguindo o princípio de responsabilidade compar tilhada, individualizada e encadeada, a regulamentação fixa o dever dos consumidores de acondicionarem adequadamente os resíduos reutilizáveis e recicláveis, sempre que houver o sistema de logística reversa, ou ainda, coleta seletiva implantada pelos municípios. (RO)
Responsabilidade compartilhada V
eja abaixo os principais pontos na nova legislação verde, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos para o Brasil: Os comitês Foram criados dois comitês. O primeiro deles é o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que tem a finalidade de apoiar a implementação da Lei Federal, por meio da articulação dos órgãos governamentais. Este comitê será coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente. Além dele, foi instituído também o Comitê Orientador, que vai responder pela criação dos Sistemas de Logística Reversa, que prevê a reutilização dos materiais descartados.
Paulo Pampolin/Hype
Ciclo de vida dos produtos No artigo 5.º do decreto, está o novo conceito da lei. "Os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos são responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos". Dessa forma, a responsabilidade é compartilhada. Assim, se uma geladeira ou um fogão, mesmo fora de uso, forem jogados em um rio, todos os envolvidos na cadeia produtiva podem ser chamados a dar explicações às autoridades e ao Ministério Público. Os consumidores Os consumidores passam também a ser responsabilizados pelo lixo descartado em local inadequado. Pela
sa: "... é o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada". O artigo prevê, portanto, a restituição de equipamentos, de geladeiras a computadores, ao setor produtivo. População também terá de fazer sua parte na hora do descarte
nova lei, eles são obrigados a acondicionar adequadamente os resíduos sólidos e a separar os resíduos reutilizáveis e recicláveis. Mas a obrigação só ocorre quando a prefeitura mantiver sistema de coleta seletiva (inclusive
para resíduos sólidos) ou quando estiver disponível sistema de logística reversa para o produto consumido. Logística reversa O artigo 13 do decreto define o que é a logística rever-
Como será feita na prática Os sistemas de logística reversa serão implementados por meio de acordos setoriais (atos de natureza formal firmados entre o Poder Público e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes do produto), regula-
mentos expedidos pelo Poder Público (por decreto, mas com viabilidade técnica e econômica avaliada pelo Comitê Orientador) ou termos de compromisso de setores específicos da economia. Catadores Conforme o texto do artigo 40 da regulamentação, o sistema de coleta seletiva de resíduos sólidos e a logística reversa devem priorizar a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis constituídas por pessoas físicas de baixa renda. Fontes Decreto de número 7.404, de 2010, advogados Victor Penitente Trevizan e Vladmir Silveira. (RO)