Diário do Comércio by Diário do Comércio

Ano 86 - Nº 23.281

Conclusão: 22h45

Jornal do empreendedor

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R$ 1,40

São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

Alan Marques/Folhapress

Dieta de Dilma vai cortar gastos em até R$ 48 bi A presidente Dilma Rousseff e o ministro Mantega estudam uma dieta para cortar até R$ 48 bilhões do Orçamento. Até março, o governo se limitará a gastar um duodécimo do previsto. Pesada a arrecadação até fevereiro, a dieta será revista. Pág. 5 Celso Junior/AE

Reprodução

Queridas companheiras

1ª PRESIDENTE. QUAL?

Elas marcaram a posse. Primeiro, foi a beleza de Marcela Temer (acima), mulher do vice. Depois, as colegas de guerrilha a quem Dilma dedicou grande atenção. Págs. 5 e 8

Michel Filho/Agência O Globo

Para quem acha que é Dilma, temos uma surpresa. Trata-se de Bárbara de Alencar (à esq.), que exerceu o cargo na República do Crato, em 1817. Pág. 8

Mohammed Abed/AFP

Lula pede água. E diz: 'Antes, nem era preciso pedir.' O ex-presidente começa a notar diferenças em sua nova vida. Chorou de volta à casa, acenou aos companheiros na rua e vai tirar férias. Pág. 6

Cristo manchado de sangue "Passamos as festas com tristeza", disse uma das fiéis que voltaram à igreja alvo de ataque suicida no Egito. Ela perdeu irmão e sobrinho. Pág. 10

HOJE Chuvoso durante o dia e à noite. Máxima 25º C. Mínima 19º C.

AMANHÃ Muitas nuvens e chuva à qualquer hora. Máxima 27º C. Mínima 20º C.

ISSN 1679-2688

23281

Cadastro Positivo vetado continua positivo Problema: como Medida Provisória, se não aprovado no prazo, deixa de existir. Págs. 2 e 13

9 771679 268008

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

Se essa vitória moral de Esclusa pode se transmutar em triunfo político, somente o tempo dirá. Olavo de Carvalho

pinião

FINALMENTE O CADASTRO POSITIVO

o último dia como presidente, Luiz Inácio Lula da Silva vetou, com base em parecer do Ministério da Justiça, o Projeto de Lei PLS 263/2003, aprovado em novembro pelo Senado, de autoria do ex-senador Rodolfo Tourinho, que permitia a criação do Cadastro Positivo, desde de que autorizado pelo consumidor, segundo emenda introduzida pela Câmara dos Deputados. Concomitante ao veto, o ex-presidente editou a Medida Provisória 518/2010, publicada no DOU de 31 de dezembro último, tratando do mesmo assunto e estabelecendo normas mais detalhadas para a criação e funcionamento do Cadastro Positivo, que depende agora de regulamentação a ser baixada pelo Executivo Embora considere que o texto aprovado pelo Senado era suficiente, somado a outros dispositivos do CDC e da Lei do HABEAS DATA, para que o Cadastro Positivo pudesse começar a funcionar, o governo decidiu vetar o PLS 263, por considerá-lo muito genérico, e substituir pela MP 518/10, que trata de forma mais detalhada a matéria. Uma rápida análise mostra que a MP518/10 apresenta alguns pontos negativos, mas, no geral, se mostra como um texto capaz de permitir o início das operações do Cadastro Positivo, tão lo-

MARCEL DOMINGOS SOLIMEO go seja regulamentada. Deve-se ponderar, no entanto, que, ao invés de vetar o projeto aprovado pelo Legislativo, o presidente poderia tê-lo sancionado, e o complementado através do regulamento, pois a MP pode ser rejeitada, ou alterada, quando de sua tramitação no Congresso. Estudos do Banco Mundial e de outras instituições mostram os resultados favoráveis para a expansão do crédito e redução das taxas de juros verificadas em diversos países onde o Cadastro Positivo foi adotado, ao reduzir a “assimetria de informações” e permitir a diferenciação do risco dos consumidores.

oda mudança, contudo, provoca reações, surgindo críticas ao Cadastro Positivo, algumas compreensíveis, embora não justificadas, mas outras que revelam muito mais visões distorcidas do que é o mercado e a função do crédito. As críticas quanto à invasão da privacidade

das pessoas não se justificam, na medida em que o consumidor tem que autorizar a abertura de seu cadastro, e as informações apenas circularão entre as empresas quando ele solicitar qualquer forma de crédito. Substitui-se, no dizer do Banco Mundial, a “garantia real” nos financiamentos, pela “garantia reputacional”, isto é, o histórico como pagador. Outra crítica bastante frequente, em relação ao Cadastro Positivo, é a de que ele vai provocar discriminação contra os maus pagadores, o que na verdade deve ocorrer, em benefício daqueles que pagam corretamente seus compromissos. Em caso contrário, os consumidores em geral continuarão pagando uma taxa de juros maior, para subsidiar aqueles que não pagam corretamente suas obrigações. Embora os bancos possuam muitos dados sobre seus clientes, não contam com uma informação fundamental, que é o grau de endividamento do consumidor, o que

PAULO SAAB

permite que, muitas vezes, um cidadão possa obter crédito em várias fontes, com base na mesma renda. Nesse aspecto, o Cadastro Positivo contribui para evitar o “super endividamento” do consumidor e apresenta um caráter educativo ao incentivar o uso controlado do crédito e dificultar o endividamento excessivo.

Medida Provisória 518/10 representa apenas o primeiro passo para a implantação do Cadastro Positivo no país. Falta a regulamentação, que esperamos saia em pouco tempo, mas, depois, vai levar ainda algum tempo para que a legislação possa produzir seus efeitos. Embora os Birôs de Créditos, como o SCPC, já estejam aptos a operar o Cadastro Positivo, é preciso esclarecer os consumidores,e orientar os financiadores, sobre a importância e as vantagens do Cadastro para a população e para a economia. Somente após formar uma massa critica de informações esse sistema irá produzir plenamente seus resultados. Toda caminhada começa sempre com primeiro passo, e o importante é que ele foi dado com a aprovação do PLS 263/03 e com a MP 518/10. MARCEL DOMINGOS SOLIMEO É SUPERINTENDENTE INSTITUCIONAL DA ACSP E DIRETOR DO INSTITUTO GASTÃO VIDIGAL

Newton Santos/Hype

EXCESSO DE DEMOCRACIA OLAVO DE CARVALHO

az seis meses que Alejandro Peña Esclusa está preso na Venezuela. Pesa contra ele o testemunho de Francisco Chávez Abarca – de acordo com as autoridades venezuelanas, um perigosíssimo terrorista salvadorenho, que o teria apontado como seu contato local. Não se sabe exatamente o que significa "ser um contato". Um agente de viagens, por exemplo, é um contato. Um carregador de malas no aeroporto não o é menos. Pareceu irrelevante aos acusadores de Peña Esclusa o detalhe de que jamais tenha se comprovado, entre ele e a testemunha, alguma ligação tão íntima quanto, por exemplo, a de um turista com um carregador de malas.

periculosidade apocalíptica de Chávez Abarca pode-se medir pelo único crime que ele comprovadamente cometeu: roubo de carros. A confiabilidade do seu testemunho avalia-se pela circunstância de que, preso ao desembarcar na Venezuela, foi rapidamente interrogado e em seguida enviado a Cuba, tornando-se invisível e inacessível, não só aos advogados de defesa como ao próprio juiz do processo. A idoneidade deste último, por

sua vez, torna-se evidente pelos sucessivos e furibundos ataques públicos que desferiu contra o réu, praticamente anunciando a sentença antes do julgamento. Tudo isso é a prova inequívoca de que o nosso presidente tinha toda a razão ao declarar que a Venezuela padece de um excesso de democracia: diante de tão sábias palavras de um amigo e conselheiro, o governo Chávez decidiu eliminar a excrescência, mandando à prisão um dos mais destacados líderes democráticos do país e limitando, portanto, o exercício da democracia às proporções compatíveis com a ditadura. Afinal, não é democrático discriminar uma proposta política só porque é ditatorial. A democracia perfeita exige dosar igualitariamente as

O REI ESTÁ MORTO, VIVA O REI (RAINHA)

o ponto de vista figurativo, um rei morre quando deixa o cargo. Nas monarquias, o rei ou rainha só deixam o cargo literalmente mortos. Ou se depostos pela violência. Ou quando renunciam. Nenhum dos casos cabe ao nosso agora ex-rei, Dom Lula I e Único. Como também se diz que quem foi rei nunca perde a majestade, a pose pelo menos está garantida. É verdade que junto com a pose permanece um bom nível de mordomias e seguranças para quem tem carteirinha de ex-rei. Esse caso cabe a Dom Lula. Lula não é mais o presidente do Brasil. As atenções maiores agora serão para a rainha, ou melhor, para a presidente Dilma – ou presidenta, como Lula insiste em chamá-la. Não que nosso soberano rei pelos últimos oito anos vá deixar de chamar a atenção. Como li em algum lugar, um sujeito (ambos membros da alta corte) pergunta ao outro: "Se o Lula ligar agora você não vai atender?"

grande verdade é que na vida pública – ironias e brincadeiras à parte – manda quem tem a caneta na mão. E a caneta agora está nas mãos de Dilma Rousseff, com tudo de bom ou de ruim que isso possa significar. Espera-se, para o bem do País, que seja muito mais para o lado bom. A montagem da equipe inicial foi decepcionante. Vamos ver como andará a carruagem. Já devo ser o que se chama de "testemunha ocular da história". Neste ano de 2011, em junho, esta coluna fará 29 anos de publicação, fora os outros dez em que fui repórter da Folha, da rádio Jovem Pan, da Capital e das TVs Tupi e Record. Assim sendo, tenho muitas histórias para contar. Pois bem, muitos já devem ter avisado ao ex-presidente Lula o que é deixar o centro do poder e das atenções. É bom que esteja bem preparado, porque por mais que seu prestígio o acompanhe, o fato é que sem o poder nas mãos (a caneta de nomear, vetar, sancionar, distribuir verbas e cargos), ele verá escorrer entre os dedos o espaço de que desfrutou exacerbadamente nos últimos oito anos.

previsível que nesse primeiro ano de Dilma, Lula ainda exerça alguma influência. É quase certo que no segundo não terá mais influência alguma. E é praticamente impossível de evitar que no terceiro ano eles já sejam concorrentes e nutram, digamos, certa indisposição um para com o outro. No ano derradeiro do mandato, se Lula tiver a pretensão de se recandidatar, com Dilma podendo pleitear a reeleição, eles se tornarão adversários internos no PT. A história está cheia desses casos para contar – alguns recentes – nos partidos, governos de estado e prefeituras. Particularmente, vi políticos poderosíssimos, quando no cargo público, serem tratados como reis ou semideuses, e depois como mero conhecidos ao apear da função, sem as mesuras, as risadas fartas e o baixo puxasaquismo que os áulicos praticam. Perguntaram a Abreu Sodré, quando estava deixando o governo de São Paulo, do que ele iria mais sentir falta. Ele respondeu que não sentiria falta de nada, por já ter chegado rico ao governo. No entanto, teria que reaprender a abrir as portas... Jânio Quadros tomou uma garrafa e meia de vinho do porto no dia da posse, transmitida pela televisão, de Paulo Egydio Martins.

É Alejandro Peña Esclusa, preso pelo governo de Hugo Chávez, é um dos mais conhecidos líderes venezuelanos pelas liberdades democráticas pretensões de ambos os tipos de regimes, assegurando ao cidadão, ao mesmo tempo, a liberdade de expressão e a certeza de ir para o cárcere no caso de vir a exercê-la.

eña Esclusa alimentou essa certeza desde a ascensão do chavismo. Quando, em março de 2010, nos encontramos nos Estados Unidos, no estado do Alabama, cuja Assembleia Legislativa lhe prestava as homenagens devidas a um campeão da democracia na América Latina (ver em http://fuerzasolidaria.org/?p=3006), ele já me anunciou que seus dias de liberdade estavam contados. Sugeri que pedisse asilo político nos EUA, mas ele preferiu aguardar que se cumprisse aquilo que lhe parecia ser, mais dia, menos

Pareceu irrelevante aos acusadores de Esclusa o fato de nunca ter se comprovado, entre ele e a testemunha, uma ligação tão íntima quanto a de um turista com um carregador de malas

dia, o destino de todos os combatentes pela liberdade no seu país.

egundo informações da família, ele está resistindo bem ao tratamento carcerário. Fisicamente vigoroso (ele é um ex-campeão venezuelano de caratê), esse homem de uma calma imperturbável sabe que já se pode considerar moralmente vitorioso sobre um poltrão abjeto que só se notabilizou pela constância com que enfia o rabo entre as pernas sempre que é desafiado cara a cara. Se essa vitória moral pode se transmutar em triunfo político, somente o tempo dirá. Mas uma das condições para isso é não permitir que uma das farsas processuais mais patentes da história jurídica latino-americana venha a ser esquecida, somando ao encarceramento injusto a penalidade ainda mais injusta do silêncio cúmplice. Posso um dia esquecer tudo o que Alejandro Peña Esclusa fez pela democracia no continente, mas jamais esquecerei o que ele não fez contra ela: ele está tão comprometido com o terrorismo quanto eu com a campanha pela beatificação de São Lula.

alim Eid, que foi o homem forte do governo Maluf na área administrativa (pelo menos dois meses de espera para se falar com ele) menos de dois meses após deixar o posto, chegou atrasado num almoço e ninguém se levantou para lhe dar lugar. Trata-se de meras ilustrações, poupando pessoas ainda na ativa, apenas para servir como referência ao que esperar de Lula, agora um "simples homem do povo", como ele mesmo disse (mas com mordomias garantidas). O que vale, também aqui para nós – o colunista, seus leitores e toda a população brasileira – é o que vai fazer quem está, agora, com a caneta na mão. Tchau, Lula. Boa sorte, Dilma. Boa sorte, Brasil.

OLAVO DE CARVALHO É ENSAÍSTA, PAULO SAAB É JORNALISTA E ESCRITOR

JORNALISTA E PROFESSOR DE FILOSOFIA

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos (tmatos@acsp.com.br) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos (josemaria@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), chicolelis (chicolelis@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima (luiz.octavio@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br) e Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro (aribeiro@dcomercio.com.br) Editores: Cintia Shimokomaki (cintia@dcomercio.com.br), Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) e Vilma Pavani (pavani@dcomercio.com.br) Subeditores: Kleber Gutierrez, Marcus Lopes, Rejane Aguiar e Tsuli Narimatsu Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Giseli Cabrini e Sérgio Siscaro Repórteres: Anderson Cavalcante (acavalcante@dcomercio.com.br), André Alves, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Geriane Oliveira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mário Tonocchi, Neide Martingo, Paula Cunha, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vanessa Rosal, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira (soliveira@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

pinião

DIARIAMENTE SAEM NOVOS ARTIGOS E ANÁLISES SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO.

Estudos feitos sobre o comportamento das pessoas revelam o quanto somos criaturas estranhas, complicadas, profundamente influenciadas por preconceitos primordiais e por nossas relações atuais.

odos os dias, centenas de milhares de pesquisadores analisam o comportamento humano. Todos os dias, algumas de suas análises são reunidas e distribuídas por e-mail por Kevin Lewis, que cobre ciências sociais para o jornal The Boston Globe e para a National Affairs. E todos os dias eu arquivo esses estudo porque os considero estranhamente interessantes. Nesta coluna, vou tentar resumir o maior volume de estudos que o espaço permitir. Nenhum desses estudos é definitivo, mas espero que os resumos possam provocar algumas discussões. Ei-los, abaixo. As fêmeas de mamíferos tendem a evitar os parentes machos próximos durante o período fértil para evitar a endogamia. Segundo o jornal Psychological Science, Debra Lieberman, Elizabeth Pillsworth e Martie Haselton acompanharam as chamadas dos telefones celulares de mulheres jovens. Elas descobriram que essas moças fazem menos chamadas (e de duração menor) para os pais durante o período fértil, mas não ocorre o mesmo com as mulheres da família.

do que as informações transmitidas em fontes mais fáceis.

ma pesquisa clássica sugeriu que quanto mais as pessoas tiverem dúvidas sobre suas próprias crenças, paradoxalmente, mais elas ficam inclinadas a fazer proselitismo em favor delas. David Gal e Derek Rucker publicaram um estudo na Psychological Science em que apresentaram a algumas cobaias humanas provas que abalaram o cerne de suas convicções. As cobaias, que foram forçadas a se confrontar com as contraprovas, passaram a defender com mais ênfase as suas crenças originais, confirmando-as. O contato físico melhora o desempenho do time. Michael Kraus, Cassey Huang e Dacher Keltner quantificaram, para o jornal Emotion, com que frequência os jogadores das equipes da NBA se tocam. Os times que se tocaram mais frequentemente no começo da temporada 20082009 tiveram um desempenho melhor do que os times que se tocavam menos – mesmo levando em conta o status do jogador, as expectativas pré-temporada e o desempenho nas temporadas anteriores. Segundo John Gaski e Jeff Sagarin, no Journal of Neuroscience, Psychology and Economics, existe uma relação surpreendentemente forte

Os humanos, esses seres fascinantes entre o horário de verão e notas baixas no SAT, exame que avalia o ensino médio. Nenhuma explicação foi dada sobre as razões disso .

DAVID BROOKS

m um artigo no The Review of Economics and Statistics, Mark Duggan, Randi Hjalmarsson e Brian Jacob investigaram se as feiras de armas levam a um aumento do índice de criminalidade. Eles identificaram 3.400 feiras de armas existentes no Texas e na Califórnia e analisaram os índices de criminalidade nas áreas próximas aos eventos nos meses seguintes. Não descobriram qualquer relação entre feiras de armas e crime em nenhum dos dois Estado. Autocontrole consome glicose no cérebro. Num artigo para o jornal Aggressive Behavior, Nathan DeWall, Timothy Deckman, Matthew Gaillot e

Brad Bushman descobriram que cobaias humanas que consumiram uma bebida com glicose se comportaram menos agressivamente do que as cobaias que beberam um líquido placebo. Eles descobriram uma relação indireta entre a diabetes (uma desordem marcada por baixos níveis de glicose) e baixo autocontrole. Estados com altos índices de diabetes também têm altos índices de criminalidade. Países com uma condição diferente que leva a baixos ní-

veis de glicose apresentam taxas de assassinatos maiores, tanto em períodos de guerra quanto de paz. Nós temos a tendência de admirar líderes extrovertidos, mas Adam Grant, Francesca Gino e David Hofmann adicionaram um contraponto a essa ideia em um artigo no The Academy of Management Journal. Eles descobriram que líderes extrovertidos têm melhor desempenho quando os seus subordinados são passivos, mas esse efeito se reverte quan-

do os subordinados são proativos. Nesses casos, os líderes extrovertidos são menos receptivos às energias de seus subordinados. Mulheres bonitas deveriam jogar xadrez. Anna Dreber, Christer Gerdes e Patrik Gransmark escreveram um artigo para a Universidade de Estocolmo no qual mostram que os homens jogadores de xadrez seguem estratégias mais arriscadas quando estão enfrentando mulheres atraentes, embora assumir riscos não melhore o desempenho deles. As pessoas se lembram melhor de informações que são mais difíceis de serem obtidas. Num estudo para a Cognition, Connor Diemand-Yauman, Daniel Oppenheimer e Erikka Vaughan descobriram que informações escritas em fontes difíceis de serem lidas eram mais bem lembradas

ocê preferiria namorar alguém que rejeitou seu/sua último(a) parceiro(a) ou alguém que foi rejeitado? Em um artigo na Evolutionar y Psychology, Christine Stanik, Robert Kurzban e Phoebe Ellsworth descobriram que os homens dão à mulher notas mais baixas quando sabem que ela dispensou seu último namorado, talvez temendo serem o próximo. Mas as mulheres dão aos homens notas mais altas quando descobrem que foram eles que dispensaram as namoradas, talvez vendo nisso um sinal de desejabilidade. Esses estudos nos lembram que somos criaturas estranhas, complicadas, profundamente influenciadas por preconceitos primordiais e por nossas relações atuais. Mas você não tem de seguir meus resumos desses tipos de estudo. Vá ao site da National Affairs, onde estão links para a seleção diária de pesquisas de Kevin Lewis. Um dia sem ciência social é como um dia sem sol. DAVID BROOKS É JORNALISTA, COLUNISTA DO NEW YORK TIMES E AUTOR DE A SOCIEDADE NA ERA DA INFORMAÇÃO E BUBOS NO PARAÍSO - BURGUESES BOÊMIOS TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

François Nascimbeni/AFP

sido trazido pelo "ano novo" –, mas porque tudo muda segundo a segundo. Logo, o ano iniciante, que para os Cristãos recebe o código "2011", não é "novo"– até porque "não existe nada de novo debaixo do sol", como diz outra passagem de Eclesiastes. Todo dia e todas as horas deveriam ser "momentos felizes", nos quais ousássemos brindar ... a que mesmo? A tudo, pois o estar vivo é simplesmente TUDO! Quem morre não brinda a nada, não sabe de nada, não pode fazer nada; sequer possui qualquer parte no universo dos viventes sob a escaldante luz do sol. Eclesiastes, permitam-me a dureza do que vou dizer , está pouco se lixando para a vida eterna: seu teor se prende no aproveitar a vida no aqui e no agora – não na propositura do hedonismo dos tempos modernos, para o qual o "prazer precisa estar acima de tudo", mas no usufruto adequado – logo, equilibrado – da vida material (e não materialista) que nos é concedida como dádiva maior. "Comer, beber, namorar a mulher amada; enfim, alegrar-se diariamente" (apesar das tormentas da existência humana), eis coisas boas, recomendadas por Salomão no livro aludido. Será por isso que seus ensinamentos, nos dias que correm, quase não são mais lembrados nas igrejas?

LUIZ OLIVEIRA RIOS

SÃO 365 DIAS PARA COMEMORAR

studiosos das Sagradas Escrituras afirmam que o livro de Eclesiastes, no Velho Testamento, cuja autoria é atribuída ao sábio Salomão, teve grande dificuldade em ser aceito como parte integrante do Cânone cristão porque sua abordagem sobre a vida é por demais realista – soaria até "pessimista". De fato, numa linguagem belíssima, esse livro, mesmo quando utiliza metáforas, em certas passagens, trata a realidade como ela é. Por exemplo, quando se refere à velhice, Eclesiastes não minimiza os problemas: ao contrário, reconhece com todas as letras que o peso da idade traz dores e dissabores. Ali não há espaço para escapismos baratos ao estilo "melhor idade", ou coisa semelhante. Todos os pingos, em relação ao envelhecer, nessa obra-prima, estão postos nos "is". Literatura de primeira classe, o Eclesiastes, longe de ser um conjunto de textos pessimistas, na verdade é todo uma ode à vida, convidando-nos para uma celebração no aqui e no agora e não no porvir, posto que a morte, sob a ótica direta dos ensinamentos ali contidos – e isto pode chocar muitos dogmas

religiosos – liquida a carreira dos homens e dos animais como seres viventes, e "mais vale um cão viralatas vivo do que um leão morto". expressão um "cão vivo", sendo preferível a um "leão morto", quando interpretada sem as lentes distorcidas dos dogmas que aprisionam a racionalidade humana, quer dizer que o "pulsar da vida" (Eros) é sempre mais forte do que o "decair da morte" (Tanatos), embora o viver em si já traga no seu DNA a célula da finitude – mas essa finitude, quando colocada sob a perspectiva da fé, vem a ser apenas o recomeço de um novo ciclo. Mas isto já é outra história. Celebrar a vida, pois, ou o alegrar-se apenas pelo fato de estar vivo, deveria ser algo tão natural como o respirar diário, o "Ruah" (fôlego avivador) que, segundo outro livro da Bíblia, Gênesis, nos foi outorgado pelo próprio Deus, quando do barro nos fez carne, sangue, cérebro, razão e mil e uma emoções. Mas, com as exceções de praxe, as coisas não são bem assim no dia a dia. As pessoas passam a vida mourejando, e no réveillon, muitas delas – turbinadas nas

veias com etanol destilado, em taças transbordantes – fazem "tim tim", augurando um ano novo cheio de novas realizações. Mas janeiro chega, e o deus Janus de dupla face – uma olhando para o passado e a outra fitando o futuro – vai urdindo a

realidade como ela de fato é e não como gostaríamos que fosse; e tudo continuará "como antes no quartel dos Abrantes". Ou não? claro que não – e esse "não", aqui, não se refere a algo novo somente porque esse "novo" teria

is porque, guardadas as proporções, a música Imagine, de John Lennon, é também um hino à celebração da vida no hoje, e não no amanhã, haja vista que a vida acontece no aqui e no agora. Então, que ergamos um cálice neste exato átimo de segundo,

Todas as horas deveriam ser "momentos felizes", nos quais brindássemos a tudo. Alegrar-se pelo fato de estar vivo deveria ser algo tão natural como o respirar.

sem essa de "ano novo" (mera ilusão dos sentidos). Vamos comemorar sei lá o que! Se o termo "Vida" lhe parecer muito etéreo, vasto demais, então invente um motivo qualquer. Coisa boa é que deve ser, pois ninguém, em são tirocínio, haveria de comemorar algo ruim, não é mesmo? Afinal de contas, como haveria de perguntar o grande chefe indígena Touro Sentado: "Quantas primaveras será que ainda teremos pela frente antes que nosso espírito seja arrebatado pelo soberano Manitu?". Sendo assim, um "tim tim" celebrativo real – sem a droga anestesiante (e destruidora) do álcool – a toda hora no trabalho, na família, nas igrejas, nas chegadas e nas partidas – pois, como disse o poeta Mário Quintana, "para que dizer adeus, se estamos sempre chegando?" LUIZ OLIVEIRA RIOS É EMPRESÁRIO E COLUNISTA DO DIÁRIO DO COMÉRCIO. OLIVEIRA.RIOS@HOTMAIL.COM

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Giba Um

3 Há dias, Aécio Neves foi 3 visitar José Sarney e o presidente do Senado não resistiu: "Tome cuidado com o Serra, ele é capaz de tudo."

gibaum@gibaum.com.br

k A Dilma terá que provar que a mulher não nasceu apenas para LULA / / num ligeiro cutucão de despedida na nova presidente Dilma Rousseff.

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Jornalista, historiador, professor, pesquisador e autor do livro A Lei da Selva , sobre a guerrilha do Araguaia, Hugo Studart tem centenas de páginas sobre a vida da ex-guerrilheira Dilma Rousseff. Trecho de um de seus estudos: “Engana-se quem acredita que Dilma seja movida a ideologia. Nos tempos de militância e clandestinidade, notabilizava-se por duas características singulares: primeiro, o amor pela futrica e por provocar divisões. O ex-companheiro Carlos Lamarca morreu chamando-a de cobra e maquiavélica. Outra característica era sua atração pelo dinheiro. Ela convenceu Lamarca que tinha uma grande organização, a Colina, com milhares de militantes e tinha só ela, um companheiro bonito chamado Breno e mais dois ou três gatos-pingados. Convenceu Lamarca a fundir a Colina com a VPR, criando a VAR-Palmares. Depois controlava o dinheiro e Lamarca morreu na miséria”.

Outros tempos

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É O PARAÍSO!

MISTURA FINA GISELE Bündchen não desfilará, em carro alegórico, na Vila Isabel de biquíni: usará um vestido curto e dourado, criado especialmente pela carnavalesca (e figurinista e cenógrafa) Rosa Magalhães. O maridão Tom Brady desfilará no chão, usando uma roupa da diretoria da Vila Isabel.

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333 O BAILE pré-carnavalesco promovido em São Paulo pela revista Vogue, que está passando para a Editora Globo, desta vez será realizado pela revista RG, de Idel Arcusin. E não será mais nos salões do hotel Unique: a nova gandaia terá como palco a Sala São Paulo.

Solução

DILMA Rousseff não recuou de sua intenção de colocar Maria das Graças Foster, atual diretoria da Petrobras, na presidência da estatal: apenas concordou em manter Sérgio Gabrielli por mais um ano, a pedido de Lula.

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Até tu, chiquitita

Ninguém resiste: Fernanda Souza, 26 anos, a Thaísa de Ti-ti-ti, está debutando na capa e recheio da nova Vip, onde dá seus primeiros passos no bloco de sensualidade. Ela começou no X-Tudo, na Cultura, emendou em Chiquititas (SBT), emplacou em Almas Gêmeas (Globo) e virou comediante em Toma Lá, Dá Cá. Para tirar a roupa inteira, Fernanda acha que teria de pensar um pouco mais. E antecipa que nela é tudo natural e bem distribuído. Retoque, apenas um, no nariz, feito há muitos anos. 333

Outra carreira O novo presidente do Santander no Brasil, o espanhol Marcial Portela, é um homem de total confiança de Emilio Botín. Fábio Barbosa, ainda perplexo, vai para a presidência do Conselho de Administração do banco e já sabe que Portella vai trocar todos os postos-chave da instituição financeira. Ele não foi cogitado por Dilma Rousseff para substituir Henrique Meirelles no Banco Central, continuará no conselho da Petrobras e na presidência da Febraban – Federação Brasileira de Bancos, que terá eleições em 2011. E há quem aposte que Barbosa terá mais tempo para se dedicar, eventualmente, a um antigo sonho e tentar a carreira de apresentador de televisão, inspirado por João Dória Jr. e Roberto Justus.

QUEM está passando uma temporada em Salvador é o estilista italiano Roberto Cavalli. Está empolgado com “a brisa e os sorrisos” do povo baiano. Cavalli veio acompanhado de quatro amigos.

333

Punta del Este.

h IN

OUT

Buenos Aires.

Chapolim na telona A Televisa mexicana deverá levar para o cinema as aventuras do herói da televisão Chapolim Colorado, com supervisão de seu criador Roberto Gómez Bolaños e o filho dele, o produtor Robert Gómez Fernandez. As filmagens terão inicio no primeiro semestre de 2011 e ainda não se sabe quem interpretará Chapolim Colorado (já existem desenhos animados dele e de Chaves), autor de uma frase que atravessa décadas: “Não contavam com minha astúcia”. Hoje, vídeos com cores restauradas de Chávez e de Chapolim Colorado, são exibidos também no canal Cartoon Network em todo o planeta, terminando a exclusividade do SBT no Brasil. 333

333 Para quem gosta de comparação e essa é da crítica Vanessa Bárbara: o modelo Daniel Bueno, 33 anos, exintegrante da seleção gaúcha de caratê, depois de três meses confinado, ganhou o prêmio de R$ 2 milhões no reality show A Fazenda (Record). É quase o mesmo valor recebido pelo embriologista britânico Robert G. Edwards, 85 anos, vencedor do Prêmio Nobel na categoria Medicina ou Fisiologia. Ganhou 10 milhões de coroas suecas, ou seja, cerca de R$ 2,5 milhões, por vinte anos de pesquisas que possibilitaram a fertilização in vitro .

Enquanto TropadeElite 2 supera 11 milhões de ingressos e fatura R$ 102 milhões, superando Titanic e Avatar, Wagner Assis e Iafa Britz, responsáveis por Nosso Lar, outro sucesso do cinema nacional, já preparam a seqüência do filme que evidenciou André Luiz, figura ligada ao espiritismo no Brasil. Será Nosso Lar 2 . Depois, enveredampeloAntigo Testamento, adaptando A Mulher que escreveu a Bíblia, do escritor (e judeu) Moacyr Scliar. 333

COMPARAÇÃO

FILÃO DA FÉ

D A A DE

333 Assim como aconteceu antes da Olimpíada de Sidnei, na Austrália, o Rio poderá ganhar sua Cordon Bleu, escola de gastronomia, hoje com 35 unidades franqueadas pelo mundo e freqüentadas por cerca de 35 mil alunos. O presidente da Cordon Bleu, André Cointreau (é da família do conhecido licor) já designou uma missão para tocar o projeto para frente, pilotada pelo chef Ronald Villard. A idéia é que até os Jogos Olímpicos de 2016, o Rio tenha uma safra de novos chefs prontos para oferecer alta gastronomia aos visitantes.

333 Quase no final do governo, Lula inaugurou uma agência do INSS em Caetés: era uma antiga promessa. Ele entrega para Dilma uma rede de agências do INSS com 1.139 pontos espalhados pelo Brasil e todas com os mesmos problemas: filas, burocracia, demora na tramitação de papéis e grandes dificuldades para qualquer brasileiro se aposentar, antes do prazo, por problemas de saúde. Mais: no primeiro mandato de Lula, o governo esmerou-se em trocar quase todos os comandos dessas agências, colocando em quase 90% delas sindicalistas de diversos setores, sem especialidade na área de previdência.

T A C

Cordon Bleu aqui

Só sindicalistas

Lorenzo Martone, brasileiro que chegou a casar com o estilista Marc Jacobs, inspirando-o até a abrir uma loja em São Paulo, que não decola, por sinal, está em temporada em Florianópolis, mais precisamente nas baladas deJururêInternacional.Floripa, hoje, é uma referência latinoamericana em termos de concentração do gay people, aumentada por turistas entre reveillon e carnaval. Lorenzo chama a cidade de “paraíso” e está tentando emplacar, em Nova York, um escritório de consultoria de moda. 333

graciada de dons, foi modelo de dedicação a Deus. Embora vivesse retirada, várias vezes socorreu o povo de Nanterre, sua cidade natal (perto de Paris), por meio de visões. Em 451, liderou uma cruzada de orações e, milagrosamente, impediu a invasão dos hunos. Morreu no ano 502. va ve no Ge nta Sa

G A

333 Dados do Ministério do Turismo indicam que, em até dois anos, as redes hoteleiras nacionais (com atuação em, pelo menos, 10 cidades) terão fatia de 15% desse mercado, enquanto as redes estrangeiras deverão alcançar 30%. O resto do segmento está nas mãos de hotéis isolados, que não configuram rede e são administrados por seus próprios donos. No faturamento geral do setor, as redes representam mais de 40%. Com base nesse estudo e de olho na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016, o BNDES quer abrir seus cofres para hoteleiros nacionais, evitando uma farta temporada de venda para grupos de fora. Além de aumentar linha de crédito para redes brasileiras, o BNDESPar prepara a compra de participações no capital dos grupos nacionais.

A modelo holandesa Lara Stone, 27 anos, começa o novo ano em sua posição de number one do mundo da moda, segundo o respeitado models.com e agora, promovida à favorita do exigente Tom Ford. É a primeira a aparecer nas páginas de W, usando as exclusivas criações do estilista, exibidas anteriormente apenas a um seleto grupo nos estúdios de Upper East Side, em Nova York. Com a ascensão, Lara Stone quebra outro tabu: é sempre acusada de curvas a mais e poitrine exuberante, que sempre exibe. Inclusive no ensaio de W, difícil de ser reconhecida.

Lara no topo

3 de Janeiro

Força na hotelaria

MAIS: Sarney não esquece o episódio Lunus e o mais surpreendente foi mesmo a concordância do mineiro: "Eu bem sei disso".

A O R T I T E

Fotos: BusinessNews

arrumar a casa e lavar a louça.

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

L M T V E E N T A L A R N E R C C A N E L A T A P C A R L O D O I T A E H M S A U O B N U RS E R O I B A O A C U A L P R O A C O B C U R I A LDA O N

4 -.GERAL

MARINA Silva, senadora pelo Acre, não teve votação expressiva lá para Presidência: José Serra foi o grande campeão nas urnas. Já o petista Tião Viana, um dos amigos de Lula, é o novo governador do Acre e durante os dois mandatos do presidente que se despede, ele foi cogitado para diversos postos, começando pela possibilidade de substituir José Dirceu na Casa Civil. Não emplacou em nenhum.

333

NESTE final de ano, Rogério Rosso, governador do Distrito Federal, torrou R$ 7 milhões em shows em Brasília e já está com o Ministério Público no seu encalço, devido a suspeitas de superfaturamento. Os contratos serão examinados um a um e os artistas serão intimados a depor. Só para se ter uma idéia: a dupla Fernando & Sorocaba cobra R$ 160 mil por show no mercado. No DF, aparece como contratada por R$ 400 mil.

Por: José Nassif Neto Curral de vacas.

Sim, em russo.

Lugar para guardar e conservar vinhos.

Presa;comprimida. Rio Grande do Norte. ...e sem... Haste de madeira ou de ferro.

Onde está?

Parte da perna entre o pé e o joelho.

Inflamação da artéria aorta. Aparência; aspecto.

Incomoda o ferimento.

'Batida', em inglês.

'Estrela', em inglês.

Lama. 'Ele', em inglês. 'Louco', em inglês. Bovino macho para abate.

(?) polar, grande mamífero branco.

Giovana Antonelli, atriz. Taddeo Gaddi, pintor italiano.

Aposento Expressa para as satisfação; crianças. surpresa.

Consoantes de sítio.

Duas vezes campeão.

Que tem 'Lombo', pouca resistência; em inglês. quebradiço.

Pêlos no rosto do homem.

333

Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Careco; tralha. 'Dez' em inglês.

Lenço grande e de má qualidade.

Sensação de calor; quentura.

Golpe de capoeira. 23ª letra 5, em do alfabeto algarismo romano. espanhol.

Liga de ferro com carbono. A favor; em defesa de... Medida que equivale a um metro. (antigo)

Ela movimenta barcos sem motores.

Hidratado de chumbo e urânio. 'Ligar', em inglês.

Carlos Alberto, jogador de futebol.

(1019) 2-he; on; da; aú; 3-mad; pró; aço; tap; ten; 4-star; cadê; loin; acro; 6-curita (altamente radiativo); 7-aortite; 8-nurseria (do inglês nursery - nas casas inglesas, aposento reservado às crianças).

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

5 TRABALHO A presidente Dilma começou o governo com reuniões bilaterais

olítica

DESCANSO Lula passou o dia de ontem sem compromissos em São Bernardo

Tarefa inicial: fixar cortes. A

A presidente Dilma começa seu primeiro dia de trabalho estabelecendo quais as prioridades orçamentárias e o que deve ser contingenciado no Orçamento de 2011 Adriano Machado/APF Photo

Sócrates, primeiro-ministro de Portugal: apoio ao Brasil em vaga no Conselho de Segurança da ONU. Ricardo Moraes/Reuters

Adriano Machado/APF Photo

Kim Hwang-Sik, Coreia do Sul: tema é o trem-bala.

Abbas, presidente da Autoridade Palestina: convite.

Primeiro dia de trabalho: reuniões bilaterais para tratar de infraestrutura.

as primeiras reuniões bilaterais de seu governo, ontem, com sete chefes de Estado e de governo, a presidente Dilma Rousseff deu ênfase a temas relacionados à infraestrutura. O primeiro item da agenda do primeiro dia de Dilma foi cancelado. Era uma reunião com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que voltou para Caracas na noite de sábado. Assim, o primeiro encontro se deu com o príncipe Felipe de Astúrias. Em seguida, ela se reuniu com o presidente do Uruguai, José Mujica. Depois, teve audiência com o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Kim Hwang-Sik. A seguir, recebeu o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. E ainda se encontrou com o vicepresidente de Cuba, José Ramón Machado Ventura e, depois, com o ex-primeiro-ministro do Japão, Taro Aso. Paralelamente, o novo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reuniu-se com chanceleres estrangeiros. Trem-bala – Durante as audiências com o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Kim Hwang-Sik, e com o ex-primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, Dilma tratou do leilão do trem bala, o TAV (Trem de Alta Velocidade) entre Campinas e Rio de Janeiro. O novo ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, não deu detalhes da conversa com Hwang-Sik e Taro Aso sobre o leilão, mas disse que o tema dominou as audiências. Além da possibilidade de acordo comercial entre o Mercosul e a Coreia do Sul, o encontro também debateu os acordos de cooperação na área tecnológica entre Brasil e Coreia do Sul, como na energia nuclear, petróleo e construção naval. Dilma e

presidente Dilma Rousseff abre seu primeiro dia útil de trabalho com um encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e seu secretário-executivo, Nelson Barbosa, para tratar da questão do ajuste fiscal. A intenção é fixar o tamanho dos cortes de gastos necessários para equilibrar o Orçamento. Os primeiros cálculos do Ministério do Planejamento indicam a necessidade de um contingenciamento na casa de R$ 20 bilhões. Técnicos da Fazenda, porém, defendem um corte maior do que o previsto inicialmente. Além do bloqueio de gastos, eles querem vetar receitas incluídas no Orçamento pelo Congresso, que podem chegar a R$ 28 bilhões. Normalmente, o orçamento sai do Congresso prevendo gastos em um valor acima do que o governo acredita que terá de receitas, e por isso é feito um bloqueio de despesas (contingenciamento) para garantir o equilíbrio das contas. O dinheiro é liberado aos poucos ao longo do ano e, nos últimos meses, uma vez confirmado que a arrecadação ficou acima do previsto, ocorre um descontingenciamento maior. Como o trabalho de definição de cortes costuma se arrastar até março, será possível observar o comportamento da arrecadação nos meses de janeiro e fevereiro. Até lá, o governo gastará um duodécimo da previsão. Se ficar constatado que as receitas estão acima do previsto pelo Executivo, as tesouradas ficarão menores. Bloqueio definitivo – Dilma, porém, não acredita na necessidade de um ajuste fiscal "severo", mas o sufi-

ciente para garantir uma economia de gastos para pagamento de juros (o chamado superávit primário) de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Mantega defende que o ajuste cumpra a meta, sem o uso de manobras contábeis, como sua equipe fez no passado. A presidente já decidiu, porém, que neste primeiro ano de governo o bloqueio de gastos será definitivo. Ou seja, não

Fábio Rodrigues Pozzebon/ABr

Guido Mantega defende que os recursos do Orçamento devem garantir o superávit primário, sem necessidade de manobras contábeis.

haverá liberações ao longo do ano para os ministérios. A equipe econômica sabe, no entanto, que as medidas iniciais do governo não devem impedir uma alta dos juros na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O órgão do BC vai se reunir nos dias 18 e 19 de janeiro e é praticamente consenso entre os analistas de mercado que os juros vão subir 0,5 ponto percentual, passando de 10,75% ao

ano para 11,25%, por conta das pressões inflacionárias. Sem pressa – Apesar da importância do assunto, o corte não deve ser decidido a toque de caixa porque o Orçamento de 2011, aprovado em 22 de dezembro, ainda não foi sequer sancionado. Ao analisá-lo, a presidente Dilma poderá vetar alguns artigos, o que já proporcionará alguma economia. Depois, a área técnica precisará verificar os programas de cada pasta para decidir o que pode ser cancelado, reduzido ou adiado. Ficam de fora dos cortes despesas obrigatórias, como salários, aposentadorias e dívida pública. Também não sofrem limitação os gastos com saúde, educação e os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Diretrizes – À tarde, a presidente Dilma faz sua primeira reunião de coordenação, mantendo o formato adotado durante o governo Lula. Neste enc o n t ro , a p re s i d e n t e d a r á as primeiras diretrizes oficiais à sua equipe para montar um plano de ação para os primeiros 100 dias de governo. Também deve começar a discutir nomeações de segundo escalão. Vão participar desse encontro o vice Michel Temer e os ministros Antonio Palocci Filho (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento), Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e José Eduardo Cardozo (Justiça). Dilma quer agendar, entre outras coisas, reunião com os 27 governadores para montar planos nas áreas de saúde e segurança, temas considerados prioritários por ela. (Agências)

Adriano Machado/APF Photo

Entre ex-presas, a festa que poucos viram.

C José Ramón Machado Ventura, vice-presidente de Cuba: porto Mariel.

O Brasil pode contar com Portugal como mais fiel aliado, para ocupar seu espaço no Conselho da ONU. JOSÉ SÓCRATES Hwang-Sik citaram a necessidade de reequilibrar o comércio exterior entre os dois países, que tem sido majoritariamente deficitário para o Brasil. Em 2009, o saldo comercial ficou negativo em US$ 2,16 bilhões para os brasileiros. Em 2010, o número mais do que dobrou, para um déficit de US$ 4,4 bilhões. O trem-bala também foi assunto da conversa de Dilma com o ex-primeiro-ministro japonês Taro Aso. Dilma agradeceu a ele pelo esforço para a constituição de um acordo entre Brasil e Japão na área de Previdência, que cobre trabalhadores brasileiros no Japão. Amenidades e preocupações – O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, convidou Dilma a visitar

Hoje, excepcionalmente, não sai a coluna "E tenho dito!".

Ramallah. Ele escolheu Brasília para sediar a primeira embaixada da Palestina em terreno próprio. Já com o vice-presidente de Cuba, José Ramón Machado Ventura, Dilma tratou da modernização e da ampliação do Porto de Mariel, 50 km a oeste de Havana, para o qual Brasil concedeu empréstimo de US$ 300 milhões. O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, destacou que "o Brasil pode contar com Portugal como mais fiel e mais próximo aliado, no que vai ser a caminhada do Brasil para ocupar o seu espaço no Conselho [de Segurança] das Nações Unidas [ONU]". Disse que conversaram sobre a intensificação de parcerias comerciais entre Brasil e Portugal. O príncipe Felipe de Astúrias entregou a Dilma uma carta do rei Juan Carlos, da Espanha. Segundo Patriota, eles conversaram sobre agenda bilateral e Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. Negociações – Nos últimos dias, Patriota conversou com o ministro da Defesa da França, Alain Juppé, sobre a compra dos 36 caças – a França disputa a venda com Suécia e EUA. E a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enviou mensagem a Dilma incentivando o diálogo das relações bilaterais. (Agências)

om o mesmo vestido da posse e ainda com a faixa presidencial – que usou durante todo o tempo –, a presidente chegou ao coquetel do Itamaraty por volta das 19h30. Lá, passou boa parte da uma hora e meia em que esteve ali ao lado das colegas que estiveram presas com ela. O restante do tempo ficou entre seus outros dois mil convidados, incluindo vários chefes de Estado. A festa que poucos viram ocorreu em uma sala privativa do Palácio do Itamaraty. Foi lá que a nova presidente teve o encontro mais emocionante do dia da posse: onze expresas políticas encarceradas

com ela no Presídio Tiradentes, nos anos 70, esperavam para cumprimentá-la. Lúcia Coelho, de 73 anos, a mais velha das ex-colegas de cela, contou que Dilma se lembrou de todas, inclusive dos apelidos. "A presidente nos disse: 'Estamos juntas outra vez'. Nunca pensei que isso fosse acontecer'." Outros colegas do tempo da guerrilha esperavam por Dilma, no coquetel. Eram os antigos companheiros do então grupo VAR-Palmares – incluindo seu primeiro marido, Cláudio Galeno de Magalhães Linhares. Em seus dois discursos de

posse, a presidente fez questão de lembrar os colegas de luta. "Aos que me ajudaram até aqui, minha comovida homenagem e minha eterna lembrança." No encontro, Dilma chorou. E choraram também todos os seus ex-companheiros. "Nós conseguimos", disse emocionada Rose Nogueira, 64, ao se referir à amiga. "Essa posse mostra que tudo o que passamos valeu a pena." No fim, todas tiraram fotos com a presidente. "Não vejo algumas delas há trinta anos", contou Dilma, que, durante o regime militar, ficou presa de fevereiro de 1970 até o final de 1972. (Folhapress)

Temer se licencia da presidência do PMDB

vice-presidente da Republica, Michel Temer, disse ontem que irá se licenciar da presidência do PMDB. Hoje, ele conversará sobre o assunto com o vicepresidente nacional da legenda, o senador Valdir Raupp (RO), para acertar detalhes da transmissão do cargo. "Eu vou me licenciar. Vou combinar com o vice, Raupp, ainda amanhã (segunda-feira)." Temer negou que pretenda se afastar, definitivamente, da presidência nacional do PMDB. "Eu vou me licenciar simplesmente, não vou me afastar em definitivo. Ele [Raupp] assume enquanto eu estiver licenciado." A expectativa é a de que Temer e Raupp conversem na manhã de hoje, em Brasília. A informação foi dada por Temer logo depois de fazer uma visita de dez minutos ao ex-vice-presidente José Alen-

José Cruz/ABr – 21.6.2007

Raupp deve assumir o PMDB

car, que está internado desde o último dia 22 no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Na saída, Temer disse que veio "prestar uma homenagem" a Alencar. O vice-presidente relatou que encontrou Alencar muito animado. "Ele estava com aquela força interior extraordinária que ele traz e transmite. Eu fiquei mui-

to feliz em visitá-lo", acrescentou, sorrindo. Ainda segundo Temer, foi a mulher de Alencar, Mariza, quem o convenceu dos riscos da viagem – a hemorragia no intestino, motivo que o trouxe à UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), poderia voltar, por exemplo. A chegada de Temer ao hospital foi marcada por um tremendo estardalhaço. Ele veio acompanhado de uma comitiva composta por, pelo menos, cinco carros de segurança e mais sete motociclistas da Polícia Militar (PM), que chegaram a fechar, por alguns minutos, a rua que dá acesso a uma das entradas do hospital. Antes do carro de Temer estacionar, os seguranças afastaram os jornalistas e recomendaram que os profissionais não ultrapassassem a faixa de proteção. Uma noite antes, Lula também visitou Alencar. Sem escolta especial. (Folhapress/AE)

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

Tenham certeza de uma coisa: o fato de eu ter deixado a Presidência não quer dizer que eu deixei a política. Ex-presidente Lula

olítica

Daniel Teixeira/AP

Cansado. E debochado. Como sempre.

Zé Carlos Barreta/Hype

Bar da Rosa, perto do sindicato. Luludi/Luz

Lula passou o dia em seu apartamento. Por volta das 11 horas, apareceu na varanda e acenou para o público que se concentrava na rua. Zé Carlos Barreta/Hype

Zé Carlos Barreta/Hype

Maria das Graças Leite: "Vou ficar na frente do prédio até o Lula me receber".

Florisvaldo Chagas: "Ele voltou às suas raízes".

Chuleta paulista, a atração. Luludi/Luz

O interior do restaurante Gijo's

Dilma inclui EUA e China em rota de viagens

presidente Dilma Rousseff começou o mandato já com planos de visitar países da América do Sul, Estados Unidos e China – principais parceiros econômicos. O novo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou em seu discurso de posse que conversou com a presidente para definir o programa de viagens internacionais dos próximos meses, que incluirá esses países. Argentina e Uruguai serão os primeiros do roteiro, segundo o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia. As viagens ainda não têm data marcada, mas devem começar já no primeiro trimestre. Em abril, Dilma pretende ir à China para participar da cúpula dos Brics (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Pequim. Patriota acrescentou que Dilma poderá participar de uma cúpula entre países árabes e da América do Sul, no Peru, em fevereiro. A Bulgária será incluída no roteiro deste ano, quando a presidente fizer um tour pela Europa, por ser o país de origem de seu pai. A agenda internacional de Dilma começou logo no primeiro dia de trabalho, em pleno domingo, um dia depois da festa de posse com várias cerimônias e momentos marcantes. Ontem, ela recebeu sete chefes de Estado e de governo. Segundo Patriota, Dilma discutiu cooperação em projetos de infraestrutura nos encontros bilaterais e o trem-bala, outro tema dos encontros. (Folhapress)

Lula voltará aos lugares de que sempre gostou? A resposta é vaga: só o tempo dirá. Mas São Bernardo, onde ele mora, está cheia de faixas de boas vindas. Reprodução

Luludi/Luz

André Alves

m sua primeira aparição pública como expresidente, no dia seguinte à transmissão da Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva acenou por volta das 11 horas de ontem para um grupo de jornalistas e populares em frente ao prédio onde mora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Ao ouvir seu nome, ele apareceu na sacada do apartamento, sorriu e acenou com o braço direito. Após oito anos em Brasília, o ex-presidente voltou a morar em São Bernardo, seu berço político. Uma das primeiras a chegar no local, às 10 horas de ontem, foi a aposentada Maria da Graça Leite. Natural de Ribeirão Preto e uma das fundadoras do PT na cidade, ela veio com o filho, de ônibus, para acompanhar a festa que o diretório municipal do PT e a prefeitura de São Bernardo promoveram para Lula, sábado à noite. "Vou ficar na frente do prédio até o Lula me receber." Outro simpatizante que não se importou com a forte chuva que caiu na Região Metropolitana foi Florisvaldo Chagas. Morador de São Bernardo do Campo há 29 anos, ele disse que passaria o dia todo em frente ao prédio de Lula na esperança de vê-lo de perto. "Estou muito feliz com a volta dele. Após andar o mundo todo, ele voltou às suas raízes", disse. Mas será mesmo que Lula voltará às suas raízes residindo em São Bernardo? Chuleta - Um dos lugares preferidos do ex-presidente na cidade sempre foi o restaurante Gijo's, cuja fachada entrega a especialidade do estabeleci-

Lula, na época de sindicalista: gosto por bares e restaurantes do povo.

Gijo's, um velho conhecido.

Zé Carlos Barreta/Hype

Acredito que aos poucos Lula voltará à sua rotina na cidade. Ele é um homem simples, sem frescura. JUNO RODRIGUES SILVA Cantina do Zelão: caldo de mocotó, um dos pratos preferidos.

mento: "Chuleta Paulista desde 1984". O proprietário, o exmetalúrgico Juno Rodrigues Silva, de 68 anos, conhecido como Gijo, é amigo pessoal de Lula há 41 anos. A última vez que ele encontrou o ex-presidente foi no dia das eleições para o 1º turno: "Acredito que aos poucos Lula voltará à sua rotina na cidade. Ele é um homem simples, sem frescura. Depois de um período de descanso, ele deve visitar todos os bairros de São Bernardo". Mesmo sem pedir, o empresário contou que presenteará o ex-presidente nos próximos dias com uma porção de chule-

ta paulista, seu prato favorito. "Espero que ele venha nos visitar em breve." Outros lugares que Lula frequentava na época de sindicalista são o Bar da Rosa, próximo ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e atualmente em reforma, e a Cantina do Zelão, esquina das ruas Marechal Deodoro e João Basso. Segundo o gerente da cantina, especializada em culinária nordestina, Geraldo de Oliveira, Lula frequenta o local desde 82. "Mas desde que se tornou presidente, nunca mais apareceu." Oliveira contou que o expresidente costumava almoçar quase todos os dias no lo-

cal. Seus pratos preferidos eram o baião de dois e o caldo de mocotó, "sempre acompanhados por uma cervejinha". Conhaque - O gerente lembrou que um dia, quando ainda era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Lula resolveu trocar a cerveja por uma dose do conhaque Domecq. Como em efeito dominó, todos os presentes pediram a mesma bebida. "Lula sempre foi um líder e uma pessoa simpática. Mas duvido que ele venha aqui de novo. Agora ele é um ex-presidente, famoso, e provavelmente só sairá de casa cercado de seguranças."

ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou seu primeiro discurso desde que deixou o cargo para pedir apoio à sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff. Em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, cidade que foi palco das greves que liderou no fim dos anos 70 e 80 e onde se tornou líder sindical, o ex-presidente avisou que continuará na política, apesar de ter deixado a Presidência. "Quero pedir a vocês que amem Dilma como vocês me amaram", afirmou, no palco montado na Avenida Francisco Prestes Maia, em frente ao edifício onde morou antes de se tornar presidente. "Peço a vocês que, com o mesmo carinho com que vocês me apoiaram, apoiem Dilma. Os inimigos são os mesmos, e os preconceitos são maiores." Muito emocionado, disse que as últimas duas semanas foram de muitas despedidas em Brasília. "Não estou sequer com condições de falar. Foi uma semana muito comprida, de muita choradeira, emoções e lágrimas", afirmou em discurso que durou 11 minutos. De fato, Lula chorou muito durante o voo entre Brasília e São Paulo, de acordo com o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), o principal organizador da cerimônia, a qual também compareceram o deputado federal Jose Genoino e Paulo Okamotto, presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e amigo pessoal de Lula. "Tenham certeza de uma coisa: o fato de eu ter deixado a Presidência não quer dizer que eu deixei a política. Tenho muita coisa para fazer pelo País e pelo mundo afora". Cansado, o ex-presidente contou que ele e a ex-primeiradama, dona Marisa Letícia vão precisar de pelo menos uns 20 dias de férias para "colocar a cabeça no lugar". Em tom de brincadeira, pediu água aos organizadores do evento ao longo de seu discurso e reclamou da rapidez com que perdeu os privilégios de um presidente. "Quando eu era presidente, nunca precisei pedir água, porque sempre tinha um copinho para mim. Agora eu já tenho que pedir", afirmou, sob risos da plateia de cerca de 2 mil pessoas, de acordo com estimativa da Guarda Civil da cidade. Festa – A festa estava prevista para as 20 horas, mas Lula chegou a São Bernardo do Campo só às 22h40 – antes, ainda visitou o ex-vice-presidente José Alencar no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele entrou em seu prédio às 23h30, com direito à queima de fogos de artifício, tema da vitória de Ayrton Senna e muita confusão das pessoas que queriam se aproximar. Ele estava acompanhado de sua mulher, Marisa Letícia, e do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). "Vocês só veem ex-presidente falando mal de ex-presidente. Eu vim aqui para falar bem. O que me trouxe aqui foram amizade e reconhecimento", afirmou José Sarney. Luiz Marinho também fez um discurso resumido. "Foi o melhor presidente que este País já teve", afirmou, ao entregar a chave da cidade a Lula. O ex-presidente recebeu homenagens da Orquestra de Violas Caipiras de São Bernardo do Campo, que tocou a música "Como é grande o meu amor por você", de Roberto Carlos. Sergio Reis cantou "Menino da porteira" para o ex-presidente, que dançou com Marisa Leticia. (Agências)

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sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

7 A Polícia Federal não pode ser a polícia de um governo; deve ser a polícia do Estado brasileiro. José Eduardo Cardozo

olítica

Marcelo Carvalho/Folhapress

Ale Cabral/Hewstner/AE

Política em defesa dos direitos nacionais

Cardozo (à dir.) garante que vai combater também a corrupção

Crime organizado é o desafio de Cardozo

novo ministro da Just i ç a , J o s é E d u a rd o Cardozo, assumiu o cargo prometendo combater a corrupção, o crime organizado e firmar aliança com as secretarias estaduais de Segurança Pública. "A Polícia Federal não pode ser a polícia de um governo; deve ser a polícia do Estado brasileiro", disse. A cerimônia de posse de Cardozo foi prestigiada por autoridades do judiciário, como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto e Ricardo Lewandowski; pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ari Pargendler; e por ministros do governo Dilma Rousseff. Ele defendeu uma Polícia Federal menos "espetacularizada", expressão adotada pelo então presidente do STF, Gilmar Mendes, em sua crítica à Operação Satiagraha. Cardozo também propôs um "pacto nacional" contra o crime organizado, a violência e as drogas e disse que a corrupção é "inadmissível". "É preciso adotar uma linha divisória a partir da qual os servidores e as autoridades não se curvem ao peso da corrupção."

O ministro não perdeu a chance de elogiar o ex-presidente e alfinetar o governo FHC. "Um monoglota foi a eventos internacionais e falou a língua da paz, onde poliglotas no passado falaram a língua da subserviência", declarou, arrancando aplausos da plateia. Mulheres – Segundo Cardozo, o que Lula representou para os trabalhadores, a presidente Dilma tem de representar para as mulheres "Tive, tenho e sempre terei um grande orgulho de ser coordenado por mulheres." O ministro foi secretário municipal nas administrações de Luiza Erundina e Marta Suplicy em São Paulo. Sobre o novo projeto para legalizar as casas de bingo, que tramita na Câmara dos Deputados, o ministro afirmou que "favorece a lavagem de dinheiro e indiretamente o crime organizado". Cardozo falou à imprensa após a cerimônia de transmissão de cargo no Ministério da Justiça e comentou a decisão do ex-presidente Luiz de negar à Itália o pedido de extradição de Cesare Battisti. "Não tenho dúvida de que decisão foi correta". (Agências)

Celso Junior/AE

Ministro da Casa Civil afirma que não é o homem forte do governo

Palocci nega ser o futuro "homem forte"

novo ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, tomou posse ontem no final da manhã em Brasília, prometendo ter uma relação saudável e positiva com a imprensa. Porém, avisou que só concederá entrevistas quando a presidente Dilma Rousseff autorizar. Bem-humorado, brincou: "Serei econômico com as palavras". Ele nomeou o ex-ministro da pasta Carlos Eduardo Esteves Lima para ser seu assessor especial. Durante a posse, o ministro relatou as atividades que, a partir de agora, deixam de ser responsabilidade da Casa Civil. A missão de acompanhar os projetos Minha Casa, Minha Vida e Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), por exemplo, foram para o Planejamento. Para a Secretaria Geral da Presidência, foi a Secretária de Administração. A vigilância da Amazônia, que também era função da Casa Civil, passou a ser respon-

sabilidade do Ministério da Defesa. Por fim, o Arquivo Público Nacional ficou nas mãos do Ministério da Justiça. "Com isso, fica a Casa Civil concentrada nas funções originais, com integral dedicação e apoio à presidente da República", disse Palocci, negando porém que seja o homem forte do governo. "Essa interpretação não é real", disse a uma platéia enxuta porém de peso, formada por ministros e empresários. Secretaria-Geral – Em solenidade de posse mais concorrida que a do ministro Palocci, o filósofo Gilberto Carvalho assumiu a SecretariaGeral da Presidência. Chefe de gabinete de Lula durante oito anos e ex-seminarista, afirmou que dará continuidade ao trabalho iniciado por Luiz Dulci, de interlocução com os movimentos sociais. Ele relatou que Dilma lhe pediu para trazer para o governo "a sensibilidade e o sofrimento do povo e dos movimentos sociais". (Agências)

Geraldo Alckmin e d. Lu são recebidos com pompa para a cerimônia de posse no governo de São Paulo

Alckmin de volta ao batente. Pela terceira vez. Governador retoma, de fato, o Estado de São Paulo hoje, com 25 secretários. Sergio Kapustan

Sergio Castro/AE

eraldo Alckmin começa hoje, de fato, a governar o Estado de São Paulo, comandando a primeira reunião de trabalho do secretariado, às 8h30, no Palácio dos Bandeirantes. E, para governar o estado pela terceira vez, Alckmin montou uma equipe de 25 secretários. Em comparação com o governo passado, o novo cronograma já sofreu algumas alterações. Alckmin desmembrou duas pastas da gestão passada em quatro: Turismo foi separado de Esporte e Lazer, assim como Energia, que foi desvinculada de Saneamento e Recursos Hídricos. Outra novidade é a criação da Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, comandada por Edson Aparecido (PSDB), e a extinção de três pastas: Relações Institucionais, Ensino Superior e Comunicação. De modo geral, o critério de nomeação dos secretários foi basicamente técnico e político. Na política, a composição refletiu as forças que apoiaram o tucano na campanha eleitoral, com hegemonia dos tucanos, com uma exceção: a Secretaria de Turismo, comandada pelo presidente estadual do PSB, Márcio França. Os socialistas lançaram o empresário e presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ao governo paulista, que obteve a quarta colocação. O PSB apoia o governo Dilma. Além do PSB, estão representados no secretariado o DEM, cujo vice-governador Guilherme Afif Domingos é o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, o PPS, o PTB e o PV. A montagem do secretariado deverá ser refletida na eleição do novo presidente da Assembleia Legislativa, em 15 de março, com a nomeação do deputado estadual Bruno Covas (PSDB) para a Secretaria do Meio Ambiente. Deputado mais votado em 2010, Bruno Covas era précandidato à presidência, contra o atual presidente do Legislativo Paulista, Barros Munhoz (PSDB). Sem adversário, Munhoz deverá ser o candidato do partido. Deputados tucanos afirmam nos bastidores, porém, que outro aliado do presidente, Celino Cardoso (PSDB), pode apresentar seu nome à bancada e provocar nova disputa política no Legislativo. Posse e legado– Alckmin, Afif e os secretários assumiram os cargos no sábado. Pela manhã, Alckmin e Afif foram

O vice-governador Guilherme Afif toma posse Alessandra Valle/AE

o assumir ontem o Ministério das Relações Exteriores, o embaixador Antonio de Aguiar Patriota, de 55 anos, defendeu as posições de firmeza adotadas pela política externa brasileira em favor dos interesses nacionais, do multilateralismo e da busca pelo diálogo. Segundo ele, é fundamental a revisão da formação de algumas entidades internacionais, mas não citou quais. Para o chanceler, é essencial que todos os países tenham voz, do contrário, erros do passado serão reproduzidos. Para Patriota, é importante ainda que a presidenta Dilma Rousseff desenvolva uma "diplomacia universal" dando importância aos países da América do Sul e do Caribe, assim como a parceiros como os Estados Unidos e a China. Segundo ele, uma agenda internacional já foi negociada com Dilma. De acordo com o novo chanceler, é necessário que os países em desenvolvimento sejam ouvidos. "[Os países que integram o G20 [grupo dos países mais ricos do mundo] devem ser sensíveis aos países [em desenvolvimento]", disse ele. "Os antigos formadores de opinião têm encontrado dificuldades em manter suas ideias." O ministro das Relações Exteriores afirmou ainda que mantém uma relação amistosa com o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. Patriota e Garcia trabalharam juntos durante a gestão do ex-presidente Lula, pois o atual chanceler era secretário geral do Itamaraty e anteriormente ocupou a Embaixada do Brasil nos EUA. "Temos pela frente muito trabalho, mas herdamos um país em excelentes condições", disse. (ABr) Paulo Rodrigues Pozzebom/ABr

O ex-governador Alberto Goldman transferiu o cargo para Alckmin Patriota e Amorim: sem traumas.

Vamos colaborar, vamos trabalhar para que o Brasil cresça e ocupe seu devido lugar. SP vai dar um salto nos próximos 4 anos. GERALDO ALCKMIN empossados em cerimônia na Assembleia Legislativa. A transmissão do cargo, do governador Alberto Goldman para Geraldo Alckmin, e a posse dos novos secretários, ocorreu na parte da tarde, no Palácio dos Bandeirantes. O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, acompanhou a cerimônia. "Os dois (Alckmin e Afif) são administradores públicos competentes e representam um governo de continuidade", destacou o presidente da ACSP. Em seu discurso, Alckmin pregou o entendimento com o governo Dilma Rousseff e a defesa dos interesses do estado. "Vamos colaborar, vamos trabalhar para que o Brasil cresça e ocupe seu devido lugar. Mas isso, sem esquecer de trabalhar e reivindicar tu-

do o que São Paulo precisa do governo federal, lutando por aquilo que é direito do povo paulista". Alckmin anunciou também que vai trabalhar desde o primeiro dia pela continuidade e pela inovação, que marcaram as sucessivas gestões tucanas no estado nos últimos 16 anos. O governador reafirmou seu compromisso com o social, a austeridade financeira e o apoio ao empreendedorismo. "Fiquem certos de que São Paulo vai dar um grande salto nos próximos quatro anos." Para tanto, citou o nome do expresidente Fernando Henrique Cardoso e dos governadores anteriores: Mário Covas, José Serra e Alberto Goldman. Em relação a Serra, o governador de São Paulo afirmou que a inteligência, a consistência do pensamento e o compromisso com á ética fizeram dele uma grande liderança nacional. Emocionado, Serra agradeceu de pé os elogios. Na cerimônia, ao lado de José Serra, Alckmin citou Fernando Henrique Cardoso, como o responsável pelo desenvolvimento sustentável do País. Segundo Alckmin, o governo Fernando Henrique "foi o esteio para o crescimento do estado", e São Paulo, sob o comando de Covas, esteve alinhado com sua conduta republicana e desenvolvimentista. Assim como Serra, Fernando Henrique agradeceu de pé à menção de seu nome.

Helena Chagas, pela imprensa livre.

om discurso conciliador, a jornalista Helena Chagas assumiu o cargo de ministra da Secretaria de Comunicação Social. Ao ser empossada por Franklin Martins, ministro no governo Lula, ela reafirmou declarações da presidente Dilma de defesa da liberdade de imprensa. "É desnecessário lembrar aqui as numerosas vezes em que a presidenta Dilma demonstrou seu profundo apreço por esse importante pilar da democracia. Abrir mão da liberdade de imprensa é impensável também para a minha geração, que é aquela que cresceu durante o regime militar." Helena disse que, em um governo democrático, a comunicação social deve ter sempre "rigorosa e intransigente" defesa da liberdade de imprensa. Ela ressaltou que, no cargo de ministra, manterá postura de jornalista, para garantir ao público as informações que formam opinião própria. Helena contou que conheceu o poeta português Luiz de Camões, ainda criança, lendo as edições censuradas do jornal O Estado de S. Paulo durante o regime militar. "Conheci cedo os efeitos nefastos da censura." (AE)

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

Bárbara ousou sair do espaço privado para o protagonismo político. Adelaide Gonçalves

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Bárbara de Alencar, a primeira presidente no Brasil. A avó do escritor José de Alencar exerceu o cargo na República do Crato, que ajudou a fundar em 1817. André Alves

ábado, Dilma Rousseff (PT) tomou posse oficialmente como a primeira mulher presidente do Brasil. No entanto, há 250 anos, nasceu, na cidade de Exu, interior de Pernambuco, outra mulher não muito conhecida pelo grande público mas que se tornaria posteriormente a primeira presidente de uma República dentro do território nacional. Trata-se de Bárbara de Alencar, presa em Fortaleza em 1817 por participar de movimentos em prol da independência do País e por ter liderado o movimento que proclamou a chamada República do Crato, uma extensão da Revolução Pernambucana que defendia a instituição da República no País. Apesar de ter durado apenas oito dias, a República do Crato, da qual Bárbara foi presidente, joga uma nova luz em relação ao discutível pioneirismo de Dilma. Avó do escritor – Bárbara de Alencar mudou-se ainda adolescente para a então Vila do Crato, no Ceará, localizada no sopé da Chapada do Araripe no extremo-sul do estado e na microrregião do Cariri, próximo à divisa com Pernambuco. Ali, ela se casou com o comerciante português José Gonçalves dos Santos, com quem teve quatro filhos, entre eles Tristão de Alencar e José Martiniano de Alencar, pai do escritor José de Alencar, um dos expoentes do Romantismo brasileiro na literatura. De acordo com a historiadora e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Adelaide Gonçalves, Bárbara foi uma mulher de muita fibra e coragem, além de defensora do idealismo republicano em um país então governado pela monarquia portuguesa. "O engajamento político dela, de certa forma, está muito ligado à movimentação política de seus filhos, principalmente de Tristão de Alencar", disse Adelaide. Movimento de emancipação – A Revolução Pernambucana de 1817, que objetivava a independência do Brasil e a proclamação da República, durou menos de três meses. Bárbara, segundo a professora, teve um papel muito importante, tanto no movimento, quanto na Confederação do Equador, em 1824. Em 1817, ela acompanhou seus filhos José Martiniano de Alencar e Tristão de Alencar no movimento de emancipação. "Em primeiro lugar, ela mereceu destaque por ser mulher em uma época em que as mulheres se limitavam apenas aos afazeres domésticos. Ela ousou sair do espaço privado para o protagonismo político." Outro ponto

A casa onde D. Bárbara viveu, no Crato.

Reprodução/Divulgação

Bárbara de Alencar foi uma mulher de fibra e coragem, muito à frente de seu tempo.

Turista observa a cela subterrânea, na Fortaleza de N. S. da Assunção, em Fortaleza (CE).

ressaltado por Adelaide é que Bárbara esteve à frente do movimento, em relação à propagação das ideias. "Era tida como uma subversiva", afirmou. Crato ganhou destaque por ser a única localidade cearense que aderiu ao movimento libertador de Pernambuco em 1817. Bárbara de Alencar, ao lado de seus filhos e outras lideranças, sublevaram a população e proclamaram no local a República do Crato, que teve a duração de apenas oito dias. A presidência da nova república foi conferida a ela. Para a professora, apesar de curto, não se deve julgar a eficácia e a legitimidade de um movimento pela sua duração. "Eles estavam à frente no tempo, por se insurgirem contra as razões dominantes." Cela subterrânea – Restaurado o governo monárquico, as lideranças do movimento foram presas. Entre elas estava Bárbara, considerada a primeira presa política do Brasil. Cerca de 150 anos depois, isso também ocorreria com a presidente Dilma Rousseff durante o regime militar. Bárbara foi levada para uma minúscula cela subterrânea da Fortaleza de Nossa Senhora do Assunção, localizada à margem esquerda da foz do riacho Pajeú, sobre o monte Marajaitiba, na cidade de Fortaleza, onde atualmente está instalada a sede da 10ª Região Militar do Exército Brasileiro. O local, aberto à visitação, ostenta uma placa de metal com a inscrição: "Aqui gemeu longos dias D. Bárbara de Alencar, víctima em 1817 da tyrannia do governador Sampaio". No total, ela ficou detida por quatro anos, em Fortaleza, Recife e Salvador. Só ganhou a liberdade pelo ato de anistia geral de novembro de 1821. Três anos depois, seus três filhos homens entraram na luta da Confederação do Equador. Dois deles morreram. Bárbara morreu em 28 de agosto de 1832, na fazenda Alecrim, no Piauí, e foi sepultada em Poço Pedras, hoje Campos Sales. Memória - A historiadora considera que Bárbara de Alencar de fato foi a primeira presidente mulher dentro de uma República instalada no território brasileiro. Mas na opinião de Adelaide, uma vez que, "do ponto de vista histórico formal, a República só foi proclamada em 1889, é preciso ter muito cuidado com a história, já que o movimento de 1817 estava circunscrito a uma determinada região do País". Entretanto, a professora admite a importância de Bárbara e do trabalho de recuperação de sua memória. "Infelizmente, apesar de toda essa relevância, ela teve uma história quase invisível", concluiu Adelaide.

As grades da cela onde D. Bárbara ficou presa

Elza Fiúza/ABr

Sensação no twitter: Marcela Temer.

Michel Temer e sua mulher, Marcela – uma atração à parte na posse de Dilma.

beleza da mulher do vice-presidente Michel Temer, Marcela Temer, foi um dos principais temas da posse de Dilma Rousseff, principalmente nas redes sociais da internet. Até o final da tarde de sábado, ela chegou a ocupar o terceiro lugar entre os tópicos mais comentados no Twitter mundial, atrás somente de outros tópicos sobre a posse e o Ano Novo no Brasil e no mundo. "O tempo está feio em Brasília, até que apareceu a Marcela Temer e o sol voltou a brilhar", escreveu um internauta.

Geisy Arruda, estudante de Turismo que foi hostilizada por estudantes da Universidade Bandeirantes (Uniban), em São Bernardo, no ABC, por usar um vestido curto, entrou na brincadeira ao se comparar com a nova celebridade: "Gente, encontraram uma irmã minha perdida por aí", escreveu Geisy. Temer se casou com Marcela em 2003 após um breve namoro. O casamento chamou a atenção da classe política em Brasília, pois, além da beleza, na ocasião Temer tinha mais de 60 anos e ela 20. Eles se conhecerem durante

uma convenção do PMDB, em Paulínia. Na época, Marcela cuidava da carreira de modelo. Havia sido miss Campinas e vicemiss São Paulo. Ela chamou atenção na posse por vestir uma saia justa de cor salmão combinada com uma blusa solta. Ao visitar ontem o ex-vice-presidente José Alencar, no Hospital Sírio-Libanês, falou sobre a mulher. Temer respondeu de forma curta à uma pergunta que a comparava com a primeira-dama da França, Carla Bruni: "Ela é discretíssima, é minha mulher e mãe do meu filho”.

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sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

9 Lula deslocou um pouco o eixo [da economia] para o capital nacional. Armando Boito Júnior

olítica

Luiz Prado/Luz – 7/1/2010

André Singer: "Dilma é, na verdade, uma expressão política dessa tendência de prosseguimento [do lulismo]".

O que será do lulismo, com a saída de Lula? Dois pesquisadores e estudiosos da política social analisam esse movimento contagiante, que no fim do 2º mandato deu a Lula uma "estonteante" aprovação de 87%. Décio Viotto

o princípio era o Partido dos Trabalhadores, a estrela vermelha. Agora, perto de completar 31 anos, no dia 10 de fevereiro, e passados os dois mandatos presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva, o PT parece que está cada vez mais distante daquela agremiação formada por dirigentes sindicais, intelectuais de esquerda e católicos então ligados à Teologia da Libertação. Ou seja, o agregador de uma série de movimentos de classe média decidiu também expressar suas concessões ao capital na explícita Carta ao Povo Brasileiro, divulgada em junho de 2002. O compromisso com "a preservação da estabilidade econômica" foi cumprido e deverá ser mantido no governo Dilma Rousseff. A defesa da ordem viera para ficar e, com isso, os grandes empresários e as grandes corporações se tornaram ainda maiores. E, para quem não tinha nada, as migalhas se tornaram preciosidades. Ao governo, no fim do segundo mandato, restaram 83,4% de aprovação e, para Lula, um estonteante 87%, segundo a mais recente pesquisa CNT/Sensus. Apenas 10,7% dos entrevistados desaprovavam a figura do presidente. A manutenção da estabilidade política e econômica, aliada a programas de distribuição de renda, fez com que um eleitorado, que era totalmente avesso ao PT, aderisse, em massa, à candidatura de Lula em 2006. Na opinião do cientista político André Singer, pesquisador do sistema eleitoral brasileiro e ex-porta-voz do governo Lula, esse novo eleitorado forma a base do lulismo. Seriam pessoas de baixíssima renda e que apoiam uma ação efetiva do Estado no sentido de distribuir renda. Com a vitória de Dilma Rousseff, o resultado demonstra, para Singer, que a tendência é a de que esse projeto político continue. "Dilma tende a ser sua controladora. Foi eleita com base em um programa de continuidade. Ela é, na verdade, uma expressão política dessa tendência de prosseguimento. Não acredito em contradição num primeiro momento."

E o PT, nessa história, a partir de dados levantados, será "o desaguadouro do lulismo", de acordo com Singer. "Embora o PT esteja num processo mais lento, as bases sociais são parecidas com o lulismo. O PT tende a ser o sustentáculo desse projeto, a popularização." Apesar de reconhecer que Lula sabe falar com as massas ao empregar linguagem popular, de ter vindo do povo e de obter tanta aceitação, o professor de Ciência Política da Unicamp, Armando Boito Júnior, acredita que há um mal-entendido por trás do Lula carismático. "Tenho 61 anos de idade e 35 deles como cientista político, tempo durante o qual estudei vários presidentes. Falavam também do carisma do Getúlio Vargas, diziam que gostavam, e votavam no Jânio Quadros porque ele, antes dos comícios, sentava na sarjeta ou comia pão com mortadela. Acho tudo muito superficial." Em seu entendimento, o autor de Estado, Política e Classes Sociais, da Editora Unesp, diz que a "aceitação popular de Lula e do seu governo não tem nada a ver com seu suposto carisma". Boito Jr. sugere algo mais profundo. "Uma grande frente política que agrega setores sociais muito variados e heterogêneos. E dentro dessa frente está grande parte dos setores populares e por que está lá? Por que tem uma política social e de desenvolvimento. Comparada com a de Fernando Henrique Cardoso, é uma política social mais favorável aos trabalhadores organizados e não organizados."

Embora o PT esteja num processo mais lento, as bases sociais são parecidas com o lulismo. ANDRÉ SINGER

Um exemplo é o trabalho que Boito Jr. liderou sobre a demanda sindical na primeira década deste século, sempre com base nas pesquisas do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "Em 2003, no primeiro mandato do go-

verno Lula, só 18% dos acordos salariais assinados naquele ano obtiveram ajuste ou reposição igual à inflação. Em 2009, dos acordos assinados, 92% tinham obtido reajuste igual ou acima do INPC", afirma o cientista político. Com o crescimento salarial, ainda que a recuperação tenha sido pequena, o sindicalismo saiu fortalecido, uma vez que o trabalhador amedrontado não faz greve, não faz nada. "As pessoas podem até não saber, mas isso aconteceu e os trabalhadores viram", diz Armando Boito Jr. Já os trabalhadores não organizados receberam o Bolsa Família. E o professor de Ciência Política da Unicamp defende não só o crescimento desse programa como sua institucionalização. A política do governo Lula também contemplou os grandes grupos de capital nacional. "Veja o BNDES, que multiplicou por cinco os juros subsidiados e ainda colocou dinheiro por participação acionária do BNDESPar. Ou seja, injetou dinheiro por duas vias e converteu grandes grupos brasileiros em multinacionais". Além disso, o governo recuperou coisas que FHC havia sucateado, como a indústria naval. Enfim, de certo modo, Lula transitou do faxineiro ao banqueiro.

Por isso, Boito Jr. afirma que a frente política formada ou aliada a ele, "é imbatível" no curto prazo". "Era incrível como as pessoas não percebiam que a Dilma ia ganhar a eleição, mesmo quando o Serra estava liderando a corrida presidencial. Deveriam estar com os olhos tapados pelo carisma", diz Armando Boito Jr. "O que vai acontecer dentro de cinco ou seis anos, eu não sei. Mas, no curto prazo, é uma obra de arquitetura política sofisticada. Tanto que o PSDB

Era incrível como as pessoas não percebiam que a Dilma ia ganhar a eleição. ARMANDO BOITO JR.

não tinha proposta, não tinha discurso. Serra, em determinado momento, chegou a dizer que seria o continuador de Lula, uma piada". O professor da Unicamp lembra ainda que a abertura de concurso público no governo Lula gerou críticas de

que ele estava inchando o setor. Porém, Boito Jr. assegura que, "em termos relativos, é um dos menores do mundo; e se for para comparar com Alemanha, Inglaterra e França, não dá. A situação aqui é de carência. Só a França tem uma estrutura pública três vezes maior que a do Brasil". Em seu meio, a faculdade, Boito Jr. recorda que foram contratados entre 7 e 8 mil docentes, fazendo com que uma fila de estudantes, de graduação e pós, andasse. "Durante toda a década de 90, FHC não abriu um único concurso." O cientista político, porém, se esquiva de analisar Dilma, por ter pouca informação, por "não saber o que ela vai ser". Mas é enfático ao dizer que, na política brasileira, os analistas, os observadores "estão enfeitiçados" pelos nomes, pelas siglas partidárias. "É o Lula e o FHC, é a Dilma e o Serra, é o PT e o PSDB... E esquecem que tem uma grande frente política integrada por interesses conflitantes, mas que tem uma unidade que Lula conseguiu, com o crescimento econômico e com a distribuição de renda na margem da sociedade". E quem ganha, mais uma vez, com essa frente são os grandes grupos nacionais. De acordo com Boito Jr., FHC re-

presentava o capital financeiro internacional, como o PSDB representa. "Lula deslocou um pouco o eixo para o capital nacional, para os grandes grupos internos que querem moderadamente a presença do capital internacional no País. Para tanto, os grandes grupos não teriam forças suficientes, daí a necessidade dessa frente." Na visão de Singer, o novo governo vai manter o projeto político estabelecido, que é moderado e suficientemente importante para marcar maior harmonia na macroeconomia. Mesmo assim, o que mais o surpreendeu na formação do governo Dilma foi a mudança no Banco Central. "Um elemento importante na nova formação ministerial. Um elemento muito significativo, ao colocar um funcionário de carreira e não do mercado financeiro. Com isso, cria condições de reorientar a política monetária". Dentro desse retrato, Singer acredita que o PT, que de 2002 para cá foi muito influenciado pelo lulismo, está "em transição entre o que foi e o que pode vir a ser". Ele, porém, não vislumbra que poderá ser o PMDB do futuro. "Não, pois tem vida orgânica interna que o PMDB nunca teve. Tem vida interna, processo de eleição direta... É o único que tem isso no Brasil. É uma força muito mobilizadora, e isso também o distingue do PMDB". É por isso, que os adversários e até a mídia, seguindo Singer, reagem com perplexidade. "As pessoas percebem, mas têm dificuldades para entender." Mesmo assim, a tendência geral é a de enxergar o novo governo como o lu-

Comparada com FHC, é uma política social mais favorável a trabalhadores, organizados ou não. ARMANDO BOITO JR.

lismo. Até porque, explica Singer, "a avaliação de um novo governo geralmente é positiva, pois existe esperança, mesmo naqueles que não votaram no eleito. Não existe ambiente de radicalização entre os eleitores, somente entre os políticos".

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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nternacional Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Mohammed Abed/AFP

Ministro Eduardo Cardozo: decisão de Lula foi correta.

Imbróglio Battisti pode chegar à corte internacional

Jesus banhado de sangue Fiéis voltam à igreja atacada no sábado; Papa condena violência contra cristãos no Egito. Dezenas de pessoas compareceram ontem à igreja que no sábado foi alvo de um ataque suicida no Egito. Entre os presentes, muitos choravam e alguns lamentavam que os ataques a cristãos no país acontecessem durante ocasiões felizes, como o Natal e o Ano Novo. "Passamos todas as festas com tristeza", disse Sohair Fawzy. Ela perdeu duas irmãs e um sobrinho no ataque , que ocorreu do lado de fora do prédio e deixou 21 mortos e mais de 100 feridos. O governo de Alexandria acusou a Al-

Qaeda, mais especificamente a ramificação da organização no Iraque pelo ataque. A Al-Qaeda do Iraque fez uma série de ameaças a cristãos recentemente. A última delas, pouco antes do Natal, levou a comunidade cristã do Iraque a cancelar a maior parte das comemorações relacionadas à data. Em outubro, a organização atacou uma igreja em Bagdá em outubro e matou 68 pessoas, justificando posteriormente o atentado com o fato de duas mulheres egípcias cristãs supostamente terem se

convertido ao islamismo para conseguirem se divorciar – algo que é proibido pela Igreja Ortodoxa Cóptica. No Egito, os cristãos, compostos essencialmente por Cóptos Ortodoxos, correspondem a aproximadamente 10% da população. O Papa Bento 16 condenou o ataque, classificando-o como "gesto vil". O presidente egípcio, Hosni Mubarak, apelou à união nacional, dizendo que o ataque foi dirigido a todos os egípcios, e não apenas aos cristãos. (Agências)

Hillary e Chávez num 'momento tranquilo' Marcello Casal Jr/ABr

Em um raro momento de cordialidade, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, apertaram as mãos e tiveram uma breve e amigável conversa em Brasília no sábado, durante a posse da presidente Dilma Rousseff. "Nós nos cumprimentamos. Acho que ela estava entrando no salão, tinha um sorriso muito espontâneo e eu retribui o cumprimento com a mesma efusividade", disse Chávez à imprensa venezuelana, após voltar a Caracas. "Foi um momento tranquilo, falamos sobre duas ou três coisas pontuais", afirmou. Na semana passada, os EUA revogaram o visto do embaixador da Venezuela, Bernardo Alvarez, após Chávez ter se recusado a aceitar em Caracas o embaixador americano na Venezuela, Larry Palmer. (AE) Ronen Zvulun/Reuters

Governo de Israel diz que está pronto para a volta das negociações

Morteza Nikoubazl/Reuters

Sakineh: pena ainda não foi decidida As autoridades que revisam a pena dada à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani ainda podem atenuar ou interromper a punição, disse Malek Ajdar Sharifi, diretor

do departamento de justiça onde Sakineh está presa. "Tudo é possível", disse Sharifi . No sábado, Sakineh participou de uma entrevista coletiva ao lado do filho Sajjad Qa-

derzadeh, que também foi preso e depois solto após pagar fiança. Ela negou que tenha sido torturada na prisão e admitiu ter sido cúmplice do assassinato do marido. (AE)

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse ontem que seu país está pronto para voltar a negociar a paz com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, até que eles cheguem a um acordo. Netanyahu fez as declarações numa aparente tentativa de retomar as negociações, em impasse há vários meses. Abbas já afirmou várias vezes que Israel precisa suspender as construções nos assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental antes que as negociações sejam retomadas. Netanyahu recusou, mas se disse pronto a discutir todas as questões "centrais" com Abbas. Essas incluem a solução do status da cidade de Jerusalém. (AE)

A decisão do governo brasileiro de não extraditar o italiano Cesare Battisti abre "um precedente gravíssimo que pode afetar o destino de muitos foragidos" e a Itália está pensando em "levar o caso à Corte Internacional de Haia", disse o ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, em entrevista ao jornal milanês Corriere della Sera, segundo informações da agência de notícias Ansa. Além disso, a não extradição de Battisti colocou em risco a aprovação de um tratado de parceria estratégica entre os dois países, que deverá ser votado em janeiro na Câmara dos Deputados da Itália. Mas, para o Sergio Dutti/AE ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a decisão do Brasil foi "soberana". "Não tenho a menor dúvida Brasil não vai extraditar terrorista de que a decisão tomada pelo presidente Lula foi a mais correta", argumentou. Ele também não acredita que haverá retaliações ao Brasil por parte do governo italiano. 'País dos desaparecidos' – Franco Frattini disse também que a Itália ainda tentará apelar para o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do governo brasileiro e disse ser "impensável" apresentar a questão do "risco pessoal" como motivo para não extraditar Battisti. "Com todo o respeito, a Itália não é o país dos desaparecidos, não é aqui que na cadeia torturam, matam ou desaparecem os detentos", afirmou o ministro. Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália, à revelia, em 1987 por quatro assassinatos promovidos pela organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) na década de 1970. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) que julga litígios entre Estados soberanos. "O não à extradição é um precedente gravíssimo que poderia influir sobre os destinos de outros foragidos. Ele não pode passar o sinal de que o Brasil é o país onde pode ser repetido um novo caso Battisti", disse Frattini. Quando questionado se a reação do governo italiano não foi muito tímida, Frattini respondeu: "Nós vamos em frente nesse caso em todas as instâncias, mas quem conhece a política internacional sabe que um governo soberano e forte como o brasileiro não é condicionado por ações de ameaça" disse Frattini, lembrando que a decisão de Lula terá repercussões negativas na "vasta comunidade italiana que vive no Brasil". 'Laços' – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, no entanto, avaliou que Brasil e Itália devem manter bons laços, apesar da decisão brasileira de negar a extradição. Patriota disse que a presença do embaixador italiano no Brasil, Gherardo La Francesca, na posse da presidente Dilma Rousseff no sábado foi um símbolo desse bom relacionamento. (Agências)

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

11 PERIGO Bairros de Guarulhos podem ser alagados por causa de dique.

idades

TEMPORAL Alagamento em Santos complicou ainda mais a volta do paulistano.

Obra paulistana pode afogar Guarulhos Dique que está sendo construído na divisa entre os dois municípios resolve as cheias do Tietê no lado paulistano. Mas pode agravar enchentes em bairros guarulhenses. Amundsen Limeira

Defesa Civil de Guarulhos está em estado de alerta. Tudo por causa do dique que a Prefeitura de São Paulo está construindo na divisa do município vizinho para conter as enchentes no Jardim Romano, bairro da zona leste da Capital, que no início de 2010 ficou mais de dois meses submerso pelas águas do rio Tietê. O projeto, executado pela Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo (Siurb) de São Paulo, em convênio com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), prevê investimentos no valor de R$ 70 milhões, sendo R$ 38 milhões com recursos da Prefeitura paulistana e R$ 32 milhões com recursos do Governo do Estado. As obras começaram em março e a conclusão está prevista para o início do próximo ano. O problema, segundo Alexandre Kise, secretário do Meio Ambiente de Guarulhos, é que o complexo em implantação pela vizinha São Paulo (um dique mais um piscinão) resolve a vida dos moradores do Jardim Romano, mas ignora seus efeitos sobre o Jardim Guaracy e a Vila Izildinha, que ficam na cidade de Guarulhos, do outro lado da Rodovia Ayrton Senna. "As obras, apesar de minimizarem o impacto das cheias do Tietê na Capital, vão elevar em seis centímetros o nível das águas das chuvas no Jardim Guaracy e na Vila Izildinha, locais que, no ano passado, nesta mesma época, estavam submersos", reclama Kise. MPE – O trabalho encontrase em fase final de conclusão,

Divulgação

mas como Guarulhos diz não ter sido consultada a respeito, o caso foi parar no Ministério Público Estadual (MPE), que acatou a representação da parte que se diz prejudicada contra a vizinha São Paulo. A primeira reunião para resolver o impasse aconteceu no último dia 16 de dezembro, na sede do MPE. Dela participaram técnicos do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) e das secretarias de Meio Ambiente, Obras e Assuntos Jurídicos de Guarulhos. "A equipe da Defesa Civil continuará alerta, aguardando a nova rodada de conversas Divulgação

Seis centímetros parecem pouco, mas podem provocar estragos em Guarulhos, ainda mais na época das chuvas de verão ALEXANDRE KISE, SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DE GUARULHOS

com a Prefeitura de São Paulo, com a intermediação do Ministério Público", declara Alexandre Kise. De acordo com o secretário, outras reuniões estão previstas para os próximos meses. Afinal, acrescenta, "seis centímetros parecem pouco, mas podem provocar estragos em Guarulhos, ainda mais na época das chuvas de verão". A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, não vai se pronunciar a respeito. Por meio da assessoria de imprensa da Siurb, informa que só se manifestará na Justiça ou no âmbito do Ministério Público. Enquanto isso, o pivô de todo esse imbróglio, a Secretaria do Meio Ambiente de Guarulhos, reclama que o dique vai minimizar, sim, as cheias do Tietê na Capital, mas às custas de novas enchentes em bairros guarulhenses. "O dique tem aproximadamente 1,5 metro de altura e 1.400 metros de extensão, e as águas retidas vão afetar diretamente todas as residências construídas nas áreas de várzea do rio Tietê", acredita o secretário Alexandre Kise. Em defesa do município de São Paulo, o DAEE minimiza os problemas. Segundo o órgão, com a barragem, a água, até então represada pelas ruas do Jardim Romano e seu entorno, correrá na direção da várzea do rio Tietê. Porém, no lado de Guarulhos, a várzea é ocupada irregularmente por 380 famílias. "Esse pessoal está numa área de risco de inundação. Alguma coisa precisa ser feita para solucionar o problema", insiste Kise. Mas o que o secretário do Meio Ambiente não se conforma mesmo é por que a Prefeitura de Guarulhos não foi comu-

Dique de contenção que está criando polêmica entre São Paulo e Guarulhos: caso foi parar no Ministério Público

nicada sobre as obras. Além disso, assegura, do ponto de vista legal, a construção da barragem foi irregular, porque "não recebeu licenciamento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) – o que seria imprescindível, uma vez que o impacto incide sobre os dois municípios limítrofes". Kise se preocupa com o impacto do complexo de contenção das águas do rio Tietê sobre a região onde as 380 famílias ocupam ilegalmente as áreas de várzea do rio. No entanto, como garante a assessoria de imprensa do DAEE, o projeto da Prefeitura vai isolar bairros daquela parte de Guarulhos de enchentes, como as que no começo do ano passado tomaram conta das ruas e casas do Jardim Roma-

no, para só baixarem dois meses depois. O complexo de contenção de enchentes fica do lado esquerdo da Rodovia Ayrton Senna, na direção de quem vai para o interior paulista. Do outro lado da rodovia já é Guarulhos, na região pela qual se espalham os moradores do Jardim Guaracy e da Vila Izildinha, bairros que, do ponto de vista do secretário do meio ambiente de Guarulhos, se a obra da prefeitura paulistana derem certo, correm o risco de serem tragados pelas águas do Tietê. Segundo o DAEE, o empreendimento engloba um dique de contenção de 1.400 metros de extensão. Quando o rio estiver em regime de cheia, o sistema de drenagem do dique se encarregará de fazer o escoa-

mento da água de chuva até um piscinão (tanque de acumulação) com capacidade para armazenar 15 mil metros cúbicos. De lá, a água será bombeada de volta para o rio. A informação do DAEE sobre a posição atual das obras dá conta de que o reservatório está na fase final de concretagem, da mesma forma que também se encontram em fase final de execução a instalação da casa de bombas e dos equipamentos eletromecânicos. Alexandre Kise faz questão de lembrar que a Prefeitura de Guarulhos não tem interesse em criar problemas com o vizinho. Ao contrário, pretende manter as boas práticas da vizinhança para chegar a um consenso quanto à solução mais adequada para o problema.

RÉVEILLON

Após a festa, a lenta volta para casa Estradas paulistas e federais apresentaram lentidão de dezenas de quilômetros no sentido Capital. Situação também foi complicada nos aeroportos.

paulistano que voltou para casa ontem teve de ter paciência. As rodovias do Estado apresentaram trechos com dezenas de quilômetros de lentidão no sentido Capital, tanto do litoral, interior ou de outros estados. Na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, a lentidão chegou a 33 quilômetros por volta das 15 horas. O mesmo ocorreu no sistema Anchieta-Imigrantes, que somou mais de dez quilômetros de lentidão no mesmo horário. Em Santos, a situação foi pior por causa de um temporal que caiu sobre a cidade, ontem de manhã. Durante todo o dia, motoristas encontraram dificuldades para sair da cidade, pois as principais saídas ficaram intransitáveis. A avenida Martins Fontes, acesso ao sistema AnchietaImigrantes, foi liberada apenas por volta do meio-dia. O Terminal Rodoviário ficou fechado entre 5h e 9h15. O Porto de Santos também foi afetado. Para quem passou o feriado no interior, a situação mais complicada foi na Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas. O tráfego ficou muito intenso entre os quilômetros 8 e 84 – de Bragança Paulista a São Paulo – devido à grande quantidade de veículos. Na Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao Sul do País, foram registrados 17 quilômetros de lentidão na região de Miracatu. Balanço – Nos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) con-

Rivaldo Gomes/Folhapress

Ó RBITA

CRISTO Cristo Redentor, no Rio, vai ganhar um O brilho diferente. O novo

Trânsito intenso na Rodovia dos Imigrantes, no sentido Capital, na altura de Diadema. Estradas apresentaram lentidão durante todo o dia de ontem. Tiago Queiroz/AE

tabilizou 1.105 acidentes nas estradas federais brasileiras. Foram 460 acidentes no dia 1º, com 331 pessoas feridas e 27 mortas; e 645 no dia 31, que resultaram em 444 feridos e 46 mortos. De acordo com boletim parcial da Operação Fim de Ano divulgado ontem pela PRF, nos dois dias foram feitos 7.058 testes de bafômetro, que identificaram 180 motoristas alcoolizados. Oitenta e um foram presos por dirigirem embriagados. Houve ainda 65 prisões por crimes diversos, como porte de drogas. Ae ro por to s – Quase um quarto dos voos nacionais pro-

gramados até as 17 horas de ontem sofreram atraso superior a 30 minutos. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), os aeroportos registraram 24,4% de atrasos em todo o País. O aeroporto de Guarulhos registrou 37,2% de voos com atrasos. A Infraero informou que o aeroporto operou desde a madrugada com ajuda de instrumentos. O Aeroporto de Congonhas também registrou 38,8% de atrasos, devido ao mau tempo. No Rio de Janeiro, o Galeão registrava 18,8% de atrasos, enquanto o Santos Dumont tinha 22,4%. (Agências)

sistema de iluminação do monumento deve ser inaugurado em março. No total, 300 projetores de LED (lâmpadas que atendem aos padrões de sustentabilidade) vão substituir as lâmpadas tradicionais. A nova iluminação poderá ser acionada pelo papa Bento 16, direto do Vaticano. (AE)

ROUBO rês homens foram presos ontem T suspeitos de furtar duas residências de alto padrão, próximas ao Parque do Ibirapuera. O trio invadiu uma casa na Rua Dom Henrique. Um dos vizinhos percebeu a movimentação e acionou a Polícia Militar. Ao ver a viatura, os criminosos tentaram fugir, mas acabaram presos. (AE) Em Santos, temporal complicou o acesso ao sistema Anchieta-Imigrantes

DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.LOGO

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

Logo Logo

O senador Eliseu Resende (DEM-MG) morreu ontem, aos 81 anos. Com tumor no intestino, ele estava internado no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, desde 30 de novembro.

www.dcomercio.com.br

Em 2001, morria o ator Anthony Quinn, mexicano naturalizado norte-americano.

JANEIRO

Célio Azevedo/Agência Senado

S AÚDE R IO 2016

Espanha endurece contra o cigarro

Ismar Ingber/AFP

esde ontem, a Espanha, 4º maior produtor de tabaco da U n i ã o E u ro p e i a , passou a proibir seus cidadãos de fumar dentro de ambientes públicos, como bares e restaurantes. Os hotéis, no entanto, ainda podem reservar até 30% dos quartos para fumantes. Cerca de 50 mil pessoas morrem ao ano no país por causa de doenças relacionadas ao fumo. O parlamento havia aprovado em 2006 uma lei antifumo que proibia os cidadãos de fumarem no local de trabalho e deixava a critério dos proprietários de bares e restaurantes com até 100 metros quadrados permitir ou não a prática. Até 2012, todos os membros da UE introduzirão leis que proíbem fumar em locais públicos fechados. (AE)

Comitê espera lucrar R$ 3 bi com logo O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016 calcula arrecadar cerca de R$ 3 bilhões com o licenciamento de produtos com a logomarca da Olimpíada do Rio. O símbolo foi lançado na noite do dia 31, na praia de Copacabana. A logomarca, no entanto, já é alvo de polêmica na web, segundo

Cesar Manso/AFP

Susana Vera/Reuters

internautas a imagem é muito parecida com o símbolo de uma organização filantrópica americana, Telluride Foundation. O desenho foi criado pela agência Tátil, que ganhou uma disputa com outros 138 concorrentes. A definição da marca gerou um trabalho de seis meses. (Agências)

L EILÃO

US$ 1 mi pelo Peugeot de Ahmadinejad

F UMACÊ Claudia Daut/Reuters

LIQUIDAÇÃO - Ai, se a moda pega! Em Madri, na Espanha, uma loja de roupas avisou que os 100 primeiros clientes que aparecessem levariam peças de graça. O único porém: os fregueses teriam de chegar à loja vestindo apenas a roupa de baixo...

Homem solta fumaça de um cigarro de maconha no rosto da Santa da Morte, na Cidade do México, durante ritual de limpeza.

E M

gizmodo.com/5716792/theman+made-rainbow-machine

Andy Clark/Reuters

Michael Jones McKean inventou uma máquina para fazer arco-íris.

C A R T A Z

VESTIDO PARA MATAR - Usando uma fantasia de tubarão, participante sai da água gelada da English Bay, em Vancouver, costa oeste do Canadá, durante o evento Polar Bear Swim (Nado do Urso Polar).

Daniel Garcia/AFP

RALLY Pessoas vêem de dentro d'água a passagem de um dos carros do Rally Dakar, entre Victoria e Córdoba, na Argentina. Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

2010 termina com redução de 13% no total de sequestros no estado de São Paulo

ARTE

A TÉ LOGO

Ana Teixeira mostra suas ilustrações na individual Não Mais, Mas Ainda. Baró Galeria. Rua Barra Funda, 216, Barra Funda, tel.: 3666-6489. Grátis.

M ÚSICA

Novo álbum de Lady Gaga em maio

G @DGET DU JOUR

Agora, arco-íris a qualquer hora do dia.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, recebeu lance de US$ 1 milhão para seu carro velho colocado em leilão, um Peugeot 504 branco. O mandatário iraniano disse que doará o dinheiro obtido com o leilão para uma organização de caridade que financia casas populares de baixo custo para jovens e mulheres que lideram famílias no Irã. Segundo o diário, foram feitas várias ofertas pelo carro, inclusive no exterior, em uma página aberta na internet. A identidade da pessoa que fez o lance de US$ 1 milhão não foi divulgada. Ahmadinejad sempre foi visto dirigindo seu Peugeot velho pelas ruas de Teerã, principalmente quando era prefeito. (AE)

Segundo Instituto do Câncer, câncer aumenta entre mulheres mais jovens.

Lady Gaga divulgou através de sua conta no serviço de microblog Twitter as datas de lançamento de Born This Way e do primeiro single do novo trabalho. O álbum deve chegar às prateleiras em 23 de maio, mas os fãs já poderão ouvir a música que dá nome ao álbum em 13 de fevereiro. Segundo os representantes da cantora, Born This Way trará canções em diversas línguas, entre elas português, espanhol, mandarim, híndi e, talvez, russo. Ainda não se sabe se as músicas terão versões em línguas diferentes, ou se Lady Gaga cantará em outros idiomas em uma só faixa. É esperar para ver o que a diva pop vai aprontar. (Agências) F UTEBOL

Sem Ronaldinho, Milan vence amistoso Já sem contar com o meia brasileiro Ronaldinho Gaúcho, que viajou ao Brasil para acertar o seu futuro, o Milan disputou um amistoso ontem, em Dubai, nos Emirados Árabes. Venceu o Al-Ahli por 2 a 1, comprovando a boa performance que vem demonstrado na temporada. O jogo encerrou o período de treinamentos que o Milan fez em Dubai durante o recesso de fim de ano no futebol da Itália. Agora, a equipe de Milão volta para casa, onde joga já na próxima quintafeira contra o Cagliari, pela 18º rodada, para defender a sua liderança no Campeonato Italiano – tem 36 pontos, contra 33 de Napoli e Lazio. (AE)

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sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

13 IGUAL AO MÍNIMO O Codefat elevou em 5,88% o valor do segurodesemprego.

conomia

EXPANSÃO País deve atingir a marca de 700 milhões de cartões de crédito em 2011.

Cadastro Positivo, versão Lula O

Projeto aprovado no Senado foi vetado e MP foi editada colocando o Executivo como responsável pela regulamentação das informações dos bons pagadores.

governo vetou integralmente o Projeto de Lei (PL) aprovado pelo Congresso que instituía o Cadastro Positivo, por meio do qual, em tese, o consumidor com bom histórico de pagamentos teria acesso a taxas de juros mais baixas em operações de crédito. Apesar dessa decisão, o governo editou uma medida provisória (MP) sobre o tema, na qual determina que caberá ao Executivo a regulamentação do acesso, guarda e compartilhamento das informações dos consumidores recebidas pelos bancos e instituições de crédito. A MP 518 foi publicada na edição do "Diário Oficial da União" do último dia 31. A justificativa do veto ao texto do projeto de lei do Congresso foi pela "contrariedade ao interesse público". A diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, Juliana Pereira, disse que o projeto aprovado pelo Congresso Nacional traz insegurança jurídica para os consumidores e fornecedores porque "simplesmente" alterava o Código de Defesa do Consumidor (CDC) permitindo a criação no Brasil de cadastros positivos, sem estabelecer regras e procedimentos.

Antonio Cruz/ABr

Segundo ela, a MP, ao contrário, regulamenta e disciplina de forma clara as consultas a esses bancos de dados, insti-

tuindo limites bem definidos para o seu funcionamento. Uma das regras previstas na MP para proteger o consumi-

dor, disse a diretora do DPDC, é a que determina que as empresas de cadastro positivo só podem incluir o nome de uma

pessoa ou empresa no seu banco de dados com autorização prévia. A MP também proíbe às empresas que formarem as

listas cadastrais de fazerem anotações que não estiverem vinculadas à análise de risco de crédito ao consumidor. A medida, segundo a diretora do DPDC, também veta anotações no cadastro de informações sobre telefonia móvel celular, por ser um dos setores com mais reclamações dos consumidores Críticas – A decisão do governo veio ao encontro da posição dos institutos de defesa do consumidor, que criticavam o Projeto de Lei por considerar que haveria uma discriminação, criando uma categoria diferente de consumidores, o que contraria o princípio da isonomia e da igualdade. Poderia haver uma presunção de desonestidade para o consumidor que não estivesse no cadastro, alegavam instituições como o Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec). De acordo com o texto da MP, a abertura de cadastro requer autorização prévia do cadastrado, "mediante consentimento informado". São direitos do cadastrado obter o cancelamento na lista, quando solicitado, acessar as informações a qualquer tempo e solicitar impugnação de qualquer informação sobre ele, erroneamente anotada em banco de dados. (Agências)

Esperança no projeto permanece Empresários discordam do veto ao Cadastro Positivo do Congresso, mas apóiam mudanças com a MP. Patrícia Cruz/LUZ

Luiz Prado/LUZ

O presidente poderia ter sancionado o projeto, e o complementado por meio do regulamento MARCEL SOLIMEO, ACSP

A esperança nasceu com a Medida Provisória. ALENCAR BURTI, ACSP E FACESP

presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, considerou infeliz o veto de Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei do cadastro positivo, em seu último dia na Presidência, sexta-feira. "Mas a esperança nasceu com a Medida Provisória", declarou. O vice-governador do Estado de São Paulo e vice-presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, afirmou que o presidente Lula deveria ter sancionado o projeto "pendendo para regulamentação". Para Afif, ao editar Medida Provisória 518/10, que tem um tempo fechado para ser regulamentada, Lula assinou uma "morte decretada" ao Cadastro Positivo. O economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo, entendeu que a MP 518/10 apresenta alguns pontos negativos, mas, no geral, se mostra como um texto capaz de permitir o início das operações do Cadastro Positivo, tão logo seja regulamentada. "Deve-se ponderar, no entanto, que, em vez de vetar o projeto aprovado pelo Legislativo, o presidente poderia tê-lo sancionado, e o complementado por meio do regulamento, pois a MP pode ser rejeitada, ou alterada, quando de sua tramitação no Congresso." (Leia mais em Opinião, página 2 ) O vice-presidente da ACSP e senador Alfredo Cotait (DEM-SP), principal articulador junto ao Congresso Nacional para a aprovação do projeto de lei, considerou que o veto "é um ato de desconhecimento dos benefícios que o Cadastro Positivo traria à população de baixa renda, que paga juros exorbitantes na aquisição de bens". Cotait afirmou que com certeza o Cadastro Positivo reduziria o spread

Patrícia Cruz/LUZ

É um avanço extraordinário, que o DPDC deve ter a ousadia de assumir. ALFREDO COTAIT, ACSP

bancário e permitiria ao cidadão negociar a taxa de juros junto às casas comerciais e instituições bancárias. Cotait ainda acrescentou que o Cadastro Positivo tem um efeito de proteção sistêmica do setor financeiro. De acordo com o seu raciocínio, o histórico do grau de endividamento do cidadão no cadastro contribui para evitar casos como o do Banco Panamericano, punido recentemente por fraude contábil. Código – Cotait contestou a afirmação da diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, Juliana Pereira, que viu no projeto uma afronta ao Código de Defesa do Consumidor (CDC). "O

Código de Defesa do Consumidor acabou de fazer 20 anos. Foi uma conquista importante, porque envolveu toda a sociedade, com muitos tópicos. Mas o código não entrou no custo financeiro. O Cadastro Positivo traz esse avanço", opinou Cotait, por dar ao bom pagador a condição de negociar a taxa de juros. "É um avanço extraordinário, que o DPDC deve ter a ousadia de assumir", acrescentou. Quanto à Medida Provisória, há, segundo análise de Cotait, um erro de interpretação. "Caso o projeto do Congresso fosse sancionado, o passo seguinte seria sua regulamentação por um decreto. Além disso, a aprovação pelo Congresso já instituiu emenda prevendo

que o nome só será incluído com autorização do cidadão. Alshop – Para o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop), Luís Augusto Ildefonso da Silva, a medida do então presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, que vetou o projeto de lei de criação do cadastro positivo, não é definitiva e deve mudar já no primeiro ano do governo de Dilma Rousseff. Segundo ele, alguns termos usados nos parágrafos explicativos do projeto eram confusos. "Os conceitos não eram realmente claros. A preocupação maior era se a lei traria benefícios ao consumidor que paga suas contas em dia ou aos bancos, que poderiam cobrar mais juros dos inadimplentes". No entanto, Ildefonso disse ser a favor do cadastro positivo, porque o consumidor com bom histórico de pagamento deve ser beneficiado. "Hoje em dia, os bancos só usam o cadastro negativo ao ceder crédito. Com certeza, em 2011, o cenário será diferente, com a consulta do Cadastro Positivo. Quem paga bem, merece ser recompensado." Sindilojas – Ruy Nazarian, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas), posicionou-se, na sexta-feira, contra o veto integral ao projeto de lei que instituía o cadastro positivo. Ele ressaltou que o comércio é contra o veto, já que o novo cadastro auxiliaria o segmento e faria um contraponto ao cadastro negativo. Entretanto, considerou positiva a Medida Provisória 518, que regulamenta a formação e o acesso aos bancos de dados com informações do histórico de pagamento positivo de pessoas físicas e empresas. Fátima Lourença, Paula Cunha e Vanessa Rosal

14 -.ECONOMIA

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COMÉRCIO

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e CAIXA 1

AGENDA

conomia

O seu consultor financeiro

Quarta-feira

Quinta-feira

Sexta-feira

A Fipe divulga o Índice de Preço ao Consumidor (IPC) de dezembro

O IBGE publica resultado do levantamento da produção agrícola de dezembro

No final da semana, o IBGE informa o IPCA referente ao último mês de 2010.

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

Aliar educação com a diversão ajuda a criar maior consciência nas crianças. Um bom exemplo é economizar para uma viagem em família.

Desde cedo, nossos filhos aprenderam a administrar a mesada para não faltar no final do mês e nas férias, diz o contador Luiz Toledo.

érias são sinônimo de descanso, passeio e diversão. E podem ser também uma ótima oportunidade para os pais transmitirem alguns conceitos de educação financeira para crianças e adolescentes. Esse é o objetivo do contador Luiz Toledo: conversar com os filhos de 16 e 17 anos sobre gastos excessivos feitos ao longo do ano. A estratégia é fazer com que eles entendam o valor do dinheiro e saibam poupá-lo para realizar sonhos de consumo da família. "Há dez anos, eu e minha esposa agimos assim. Desde cedo, as crianças aprenderam a administrar a mesada direitinho, para não faltar no final do mês e nas férias escolares", diz Toledo. O objetivo, no ano que vem, é viajar para a Disney. Para isso, é preciso economizar em outras coisas, como água, luz e telefone. "Além de viajar, eles querem trocar o celular e comprar um vídeo game. Por isso precisam poupar". De acordo com o educador financeiro Rafael Seabra, autor do Blog "Quero ficar rico", é importante envolver os filhos pequenos ou adolescentes no planejamento das férias. "Fazer uma programação com a participação deles é muito válido para determinar o que fazer nos dias que estão por vir. Feito isso, fica mais fácil administrar os pedidos por passeios ou presentes, pois já estará tudo agendado." Ele lembra que os meses de dezembro e janeiro são conhecidos pelos gastos excessivos, por conta das festas de fim de ano e demais obrigações financeiras – IPVA, material escolar e seguro do carro, por exemplo. Por isso, é importante fazer, ao longo do ano, uma reserva financeira para esse período, evitando assim o endividamento. "Caso os pais não tenham se preparado, o ideal para minimizar os problemas é pensar em presentes criativos ou programações que custem pouco ou sejam gratuitas, como passeios a parques, praias, teatros populares e clubes." Durante o período de férias, criar uma consciência finan-

Fotos: Patricia

ceira nas crianças e nos adolescentes, ensinando-os a administrar os gastos, pode ser uma forma até prazerosa de aliar a educação financeira com a diversão. Os pais ainda podem aproveitar para estimular os filhos a separar uma parte da mesada para que seja possível comprar determinado presente no final do mês. Participação

Educação financeira nas férias VANESSA ROSAL

Cruz/LUZ

Além de viajar, eles queriam trocar o celular e comprar um vídeo game. Por isso precisaram poupar.

De acordo com o educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro "O menino do dinheiro", uma boa dica é agendar uma reunião familiar, e fazer disso um grande evento. "A criança ou adolescente deve ser convidado para a reunião, para que se sinta importante nas decisões da família". Esse encontro pode ser realizado em um restaurante ou durante um jantar especial em casa, com o objetivo de planejar as atividades do próximo ano junto com os filhos. Durante essa reunião, Domingos sugere que os pais falem sobre várias maneiras de poupar dinheiro. "A criança se sente importante quando descobre que, ao tomar banho mais rápido, está contribuindo com uma conta de água e energia menor no final do mês. Reaproveitar itens do material escolar em 2011 também pode ser um incentivo". Os passeios nas férias também devem ser comentados, como idas a parques de diversão, cinemas e shows. Os filhos precisam entender que não há necessidade de ir todos os dias ao cinema para aproveitar os dias livres, por exemplo. "É muito mais gostoso ir ao cinema com muita vontade de assistir a um filme do que ir várias vezes. Da mesma forma, é melhor ganhar um brinquedo em datas especiais do que no dia a dia, porque isso cria uma expectativa boa na criança e ela passa a dar mais valor." Segundo os educadores consultados pelo Diário do Comércio, a mesada é um excelente meio de a criança aprender a lidar com finanças pessoais para ter noção de que, se gastar com supérfluos, o dinheiro vai acabar. Mas, se priorizar o que realmente deseja, pode durar mais. Essa é uma boa forma de ensinar a economizar nas férias.

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Escolas públicas e privadas de todo o País poderão oferecer aulas que ensinem crianças e adolescentes a serem também investidores e não apenas consumidores. Um projeto-piloto já está em andamentos em alguns estados brasileiros.

Aprendendo a investir na escola fundamental

Reprodução

GISELI CABRINI

O projeto tem por objetivo transformar o cidadão comum, visto muitas vezes apenas como consumidor, em um investidor apto a usar o crédito de forma consciente e a identificar oportunidades e riscos. A primeira iniciativa da Enef esDC

oupar também se aprende na escola. Dentro da grade curricular tradicional, escolas públicas e privadas de todo o País oferecerão aulas de educação financeira nos ensinos fundamental e médio. A iniciativa, embora não obrigatória, é uma das ações que compõem a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), instituída pelo Decreto 7.397 em 22 de dezembro (Leia mais nesta página).

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tá em andamento desde agosto por meio de um projeto-piloto adotado em mais de 400 escolas da rede pública em São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Distrito Federal e Ceará. Basicamente, a iniciativa prevê a distribuição de livros para professores e alunos. A forma de inserção do conteúdo fica a critério de cada instituição de ensino. O modelo adotado foi o conceito transversal no qual as aulas de educação financeira são mescladas a outras disciplinas como matemática e língua portuguesa. De acordo com informações da assessoria de imprensa do Banco Central (BC), instituições interessadas em aderir ao projeto devem procurar as secretarias estaduais Era uma tarefa dos de Educação. Sepais que deixaram gundo a instituição, os valores papara a escola a ra essa ação não responsabilidade envolvem recurde educar como sos públicos e são gastar e poupar. provenientes das entidades que reMICHELLE LELIS, DA presentam o merUNIVERSIDADE FEDERAL DE cado financeiro, VIÇOSA como os bancos. Além do Brasil, mais de 60 países já incluíram temas relacionados à educação financeira nos currículos escolares. Embora os resultados só deverão ser conhecidos no fim de 2011, quando os três semestres do projeto-piloto forem concluídos, especialistas consultados pelo Diário do Comércio aprovam a ideia. "Eu acho extremamente positivo", diz o especialista em educação financeira infantil Álvaro Modernell, que participou do projeto da Enef. Com sete livros já publicados sobre educação financeira infantil, ele afirma que a inclusão do tema no currículo escolar traz resultados práticos. "As crianças e

adolescentes passam a se interessar mais por matérias tradicionais. Esse tipo de iniciativa permite aproximar as disciplinas do dia a dia dos estudantes. Além disso, é uma forma de incentivar a leitura." Para a mestre em Economia Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa (MG) Michelle Lelis, o início das discussões sobre finanças pessoais e conceitos – como valores e diferença entre gastar, poupar e doar, entre outros – deve começar ainda na infância. "Essa era uma tarefa dos pais que agora não têm mais tempo e deixam para a escola a responsabilidade de educar as crianças a gastar e a poupar de forma consciente." Para adultos Embora defenda essa ideia, Michelle avalia que outras ações da Enef, que prevêem o ensino de finanças pessoais a adultos por meio de cursos à distância e treinamentos, também devem surtir efeito. "Com certeza, tudo que a criança assimila e aprende até os sete anos será melhor fixado, ou seja, será mais facilmente internalizado, compreendido e praticado. Na faixa etária adulta é um pouco mais complicado devido aos hábitos adquiridos ao longo da vida, mas que não são impossíveis de serem modificados." O gerente-executivo de Desenvolvimento Sustentável do Grupo Santander Brasil, Sandro Marques, também considera importante o fato de o governo ter voltado sua atenção para o consumo consciente. "Nós estamos um pouco à frente e já nos preocupamos também com iniciativas que disseminem ideias de geração de renda entre as crianças", afirma o executivo que é também gestor do site Brincando na Rede. Trata-

se de um espaço de entretenimento na internet (www.brincandonarede.com.br) orientado à educação para as crianças de 5 a 12 anos, criado em 2001. O espaço também inclui uma área dedicada à educação financeira. De acordo com Marques, além de conceitos gerais sobre esse tema, há cerca de dois anos o site passou a investir também no empreendedorismo para os pequenos. Entre as opções oferecidas aos internautas mirins estão a administração de um parque de diversões pelas crianças que leva em consideração critérios financeiros, lúdicos e também sociais. "Por exemplo, quem fica responsável pela administração do estabelecimento precisa levar em conta se o parque atende também ao público com necessidades especiais," diz. Outra atividade está relacionada à criação de produtos voltados a demandas ambientais e sociais. Depois do desenvolvimento da mercadoria, é feita a divulgação e a inserção no mercado por meio de uma vitrine virtual na qual as ideias passam pela avaliação de outras crianças que decidem apostar ou não na novidade. Maturação No entanto, segundo os especialistas, ações como essa e do Enef exigem, no mínimo, cerca de dez anos para surtirem efeito na sociedade. E enquanto elas não são conhecidas, de acordo com Michelle, os brasileiros terão de se esforçar para alcançar a média em conhecimentos sobre finanças pessoais. "Hoje, a nota é três. Há várias lacunas a serem preenchidas. Entre elas, a falta de informação do consumidor sobre seus direitos e a dificuldade em planejar e administrar finanças no curto, médio e longo prazos."

Conhecimento do brasileiro é baixo

Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef) é uma iniciativa do Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização, o Coremec. O comitê, por sua vez, é formado pelo Banco Central (BC), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e Superintendência de Seguros

Privados (Susep). Desde 2007, o Coremec formou um grupo de trabalho que pesquisa e debate procedimentos voltados a promover iniciativas no campo da educação financeira do brasileiro. Em 2008, foi realizada uma pesquisa de âmbito nacional com o objetivo de mensurar o grau de educação financeira da população brasileira. O levantamento mostrou, por exemplo, que 69%

dos entrevistados fazem planilha para acompanhar os gastos da família e que 66% guardam os comprovantes das compras. Mas o estudo também evidenciou que três em cada dez entrevistados declarou pagar apenas o valor mínimo da fatura do cartão de crédito quando a situação aperta. Além disso, um quarto dos pesquisados afirmou ter restrições cadastrais. Dessa forma, a conclusão foi de que o nível de educação

financeira da população brasileira é ainda muito baixo. O grupo do Coremec também criou o site www.vidaedinheiro.gov.br que reúne, inicialmente, as experiências de educação financeira já existentes no Brasil. Em pouco mais de um ano de funcionamento foram cadastradas 64 iniciativas. Dessas ações, nove são promovidas por entidades integrantes do Coremec e seis têm relação com a previdência. (GC)

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

17 Espero que o novo governo seja bom, mas não tenho certeza Marcelle Borges, assistente administrativa

conomia

Casa própria permance no topo dos sonhos dos brasileiros Confiança na economia, com maior oferta de emprego e a elevação do salário-mínimo, são dados suficientes para sustentar o otimismo. Giseli Cabrini

Fotos: Newton Santos/Hype

Há muita opção de empregos, estou mais animado, diz Lavoura.

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Oliveir

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onfiança maior na economia em 2011 entre os homens e maior cautela entre as mulheres. Em comum, o desejo de no próximo ano realizar o sonho de comprar a casa própria. Foi o que constatou a reportagem do Diário do Comércio entre as pessoas que circulavam no centro da capital paulista, às vésperas do ano-novo. Para eles, a maior oferta de vagas em todo o País e a elevação do salário-mínimo para R$ 540 – reajuste de 5,88% sobre o anterior de R$ 510 – são dados suficientes para sustentar o otimismo de que a economia brasileira continuará forte em 2011. "Mesmo para quem não tem uma profissão definida há mais opções de empregos. Estou mais animado de que a situação estará melhor no ano que vem", disse o técnico em enfermagem Rodrigo Lavoura de 33 anos. Apesar da confiança de que 2011 será ainda melhor do ponto de vista financeiro, ele preferiu gastar menos no Natal a fim de economizar para quitar as prestações do primeiro imóvel próprio da família. O eletricista Eduardo Cordeiro, 27 anos, também resolveu poupar no fim do ano para tentar comprar a primeira casa no ano que começa. "A oferta de emprego foi melhor em 2010 e, além disso, houve o aumento do salário-mínimo", afirmou ele, junto à esposa, Jaqueline Cordeiro. De acordo com dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento de R$ 30 no teto de remuneração deve injetar na economia cerca de R$ 18 bilhões. O mesmo desejo, ter um imóvel próprio, faz parte dos planos do funcionário de uma banca de revistas, Valmir Maria de Oliveira, 36 anos. O otimismo dele é ancorado na elevação de 10% a 15% no movimento da banca na qual trabalha no centro da capital. Até mesmo quem adota uma postura mais espiritualizada, como o arquiteto Armênio Burbulhan, de 55 anos, se prepara para trocar o carro usado pela família em 2011. "Sou budista e, portanto, não sou apegado ao consumo. Mas, em 2010 houve um aquecimento do mercado de trabalho que eu espero que continue e seja positivo para mim também." Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), até novembro foram criadas 2,564 milhões de vagas em todo País. A meta do governo para 2010 era superar a marca de 2,5 milhões de empregos com carteira assinada. Descrentes – Mais críticas que os homens, as mulheres destacaram aumentos em itens que fazem parte do orçamento doméstico como moradia e alimentação, além do reajuste anunciado para o transporte público na capital. "Muita coisa subiu como aluguel e alimentos. Por isso, procuramos segurar os gastos da família no Natal a fim de economizar para comprar um carro novo", disse a psicopedagoga Enriete Dias, 44 anos. A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e parâmetro para o reajuste da maioria dos aluguéis e tarifas de energia elétrica no País, acumulou variação de 11,32% em 2010. Foi a taxa mais elevada desde 2004, quando a variação alcançou a marcar de 12,41%. Em novembro, o grupo Alimentação e Bebidas subiu 2,22% dentro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que aumentou 0,83%, o maior avanço desde abril de 2005. Preocupada com a alta da tarifa de ônibus em São Paulo (de R$ 2,70 para R$ 3 a partir de 5 de janeiro), a assistente administrativa Marcelle Borges, 28 anos, deixou para comprar após o Natal para aproveitar liquidações. "Espero que esse novo governo seja bom e que a economia continue a crescer, mas não tenho certeza."

Armên

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Cética, Enriete está preocupada com aumento da inflação.

Marcelle critica também a alta nas passagens de ônibus

“CONDOMÍNIO EMPREENDIMENTO NOVA BARÃO” CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Dia: Horário: Local:

19.01.11 (quarta-feira) 1ª Convocação às 18 horas - 2ª Convocação às 18 horas e 30 minutos Escritório da Adbens Imóveis Ltda. (Rua Dom José de Barros, 264 – 5º andar)

Por determinação do Sr. Síndico, ficam convocados os senhores condôminos do Condomínio Empreendimento Nova Barão, situado na Rua Barão de Itapetininga, 37, São Paulo, para Assembleia Geral Ordinária, a ser realizada no dia, horário e local acima indicados, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia:

1º) APROVAÇÃO DAS CONTAS DO CONDOMÍNIO REFERENTES AO PERÍODO DE JANEIRO/2010 A DEZEMBRO/2010 2°) ELEIÇÃO DE SÍNDICO(A) E FIXAÇÃO DE SUA REMUNERAÇÃO PARA O PERÍODO DE 02 (DOIS) ANOS, E MEMBROS DO CONSELHO FISCAL E CONSULTIVO PARA O PERÍODO DE 01 (UM) ANO. 3°) APROVAÇÃO DA PADRONIZAÇÃO DAS PLACAS EXTERNAS DAS LOJAS (RUA TÉRREA E ALTA), BEM COMO A RETIRADA DE FAIXAS E BANNERS EXTERNOS, DE ACORDO COM A LEI MUNICIPAL 14.223 DE 01/01/07 (LEI CIDADE LIMPA) E DEFINIÇÃO DE PRAZO PARA O SEU CUMPRIMENTO. 4º) APROVAÇÃO DE NOVA PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA PARA O CONDOMÍNIO. São Paulo, 20 de dezembro de 2010.

Vera Lucia Bicalho Gerente de Condomínios

Ines Capellini Assistente de Condomínios

Importante: 1º) Os proprietários poderão ser representados por procuradores munidos de instrumento comprobatório. “Conforme faculta o disposto no artigo 654, § 2º, Lei 10.406/02 - Código Civil Brasileiro, o condomínio dispensa que as procurações estejam com firma reconhecida.” 2º) Conforme, dispõe o artigo 1335, da mesma lei, “somente os condôminos quites com suas obrigações condominiais poderão participar das Assembleias”. 3º) Dada à inviabilidade do exame dos documentos referente ao item 1º da ordem do dia, eles encontram-se á disposição dos interessados, no próprio condomínio, até o dia 26/01/10, mediante agendamento prévio com a zeladora.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de janeiro de 2011

O cliente oculto permite também detectar possíveis atitudes de encantamento que não são processadas. Alexandre Diogo, presidente do Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com Cliente

conomia

Cliente oculto: ferramenta de gestão. A pesquisa interativa monitora o atendimento sob o ponto de vista do consumidor final. Verifica o serviço, a atratividade, a limpeza do ambiente, o produto. misterioso), uma pesquisa interativa que monitora o atendimento sob o ponto de vista do consumidor final. Pes quisa – Inúmeras empresas atuam nesse mercado e oferecem pesquisadores que agem como se fossem clientes para verificar todo o processo de atendimento. "Essa pesquisa permite sab e r q u a l a p e rcepção do cliente nas diversas situações de consumo. É utilizado um breve roteir o d e a v aliação e

profissionais experientes", explica Alexandre Diogo, presidente do Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com Cliente (IBRC), uma das empresas que realizam esse tipo de serviço. Para Stella Kochen Susskind, o cliente misterioso é um serviço que pode ajudar os empresários que quere m a c o mpanhar seu negócio ou saber o que está bom ou ruim. "Ele deve ser

Jade Gordon/SCX

usado como ferramenta de aperfeiçoamento e não como uma arma contra funcionários", diz a diretora da Shopper Experience, empresa de pesquisa. Com o cliente oculto, a empresa tem a possibilidade de verificar se o que foi desenhado pela direção está mesmo sendo entregue ao consumidor e, mais, como o atendimento está sendo percebido por este. "O cliente oculto permite também detectar possíveis atitudes de encantamento que não são processadas, uma vez que são iniciativas individuais de funcionários, mas que resultam positivamente para a empresa e podem ser transformadas em processos", completa Diogo. Legislação – Atender bem ao consumidor faz parte da Política Nacional das Relações de Consumo e é definida nos primeiros artigos (4º) do Código de Defesa do Consumidor (CDC) c o m o sendo o "atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo". Já o artigo 31 diz que o fornecedor deve cumprir com o que ofertou ao consumidor.

Técnica pode ser usada por qualquer tipo de empresa

cliente oculto não deve ser usado somente quando a empresa enfrenta problemas como queda de faturamento, elevação do número de reclamações em órgãos de defesa do consumidor, perda de volume de clientes, redução do tíquete médio etc. "É uma ferramenta preventiva para diagnosticar a qualidade do atendimento, para manter o que se tem, elevar o faturamento ou corrigir falhas", informa Stella Kochem Susskind, diretora da divisão latinoamericana da Mystery Shopping Providers Association e da Mystery Shopping Providers Association Europe. "Na Europa, é uma ferramenta de rotina, de manutenção de qualidade. Aqui, infelizmente, é usada como de desespero", acrescenta o diretor do IBRC. Alexandre Diogo recomenda o uso dessa ferramenta para as empresas que têm mais de 15 funcionários, não importando a quantidade de loja, ou para quem tem mais de três pontos de vendas. A técnica pode ser empregada para qualquer tipo de estabelecimento (indústria ou comércio), desde que a área a ser analisada tenha algum contato direto com o consumidor. "Já desenvolvemos o cliente secreto em vários tipos de empresas, como indústria farmacêutica, lojas virtuais, seguradora etc. E não necessariamente a pesquisa deve ser feita pessoalmente. Pode ser via virtual ou telefone", explica Diogo, ressaltando que o método será determinado pelo tipo de empresa a ser pesquisa. A periodicidade também é um item que deve ser analisado e o que vai determiná-la são os indicadores apontados na primeira visita e o turnover de funcionários. "Quem tem entre 10% e 15% mensal de mudança de funcionários deve aplicar essa

IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo; V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo; VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores; VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo. Artigo 31 A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma i n d e l é ve l . ( I n c l u í d o p e l a Le i n º 11.989, de 2009)

O cliente surpresa é importante

ferramenta todos os meses. Se o turnover for inferior a 10%, ela pode ser repetida a cada três ou seis meses. Esse tempo será determinado pelo indicador de qualidade de atendimento verificado na primeira pesquisa", informa Diogo. Nos períodos que antecedem as datas comemorativas – Natal, Dia da Criança, Dia das Mães etc –, o cliente surpresa é importante, pois garante a qualidade do atendimento, uma vez que se contratam muitos temporários em razão do efetivo aumento do volume de vendas. Outra vantagem do cliente oculto, segundo Diogo, é entender o que está ocorrendo em um estabelecimento, intervir e corrigir até mesmo para transformar em processo o que foi encontrado como ponto de excelência. Acrescenta Stela Susskind que ele pode ser usado até como incentivo para plano de remuneração variável.

Fique por dentro

O QUE DIZ O CDC Artigo4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a) por iniciativa direta; b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; c) pela presença do Estado no mercado de consumo; d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;

Lotus Head/SCX

aber o que se passa no interior de cada estabelecimento (comércio ou indústria) no que diz respeito ao atendimento ao consumidor não é algo muito fácil principalmente nas grandes corporações. Atendentes despreparados ou desmotivados em contato com consumidores que acham que têm direitos ilimitados podem ser uma bomba-relógio que irá explodir no Procon, Juizado Especial Cível ou nas redes sociais. Por outro lado, atendentes com boas técnicas de encantamento, incluindo suas iniciativas que, se transformadas em processos, poderiam trazer resultados positivos para as empresas, podem passar despercebidos. Mas como para tudo há uma ferramenta, há técnicas específicas para "vigiar" quem fala com o consumidor, não importando se é um vendedor em um pont o c omercial ou um atendente de um SAC. Essas mesmas técnic a s t a mbém verificam o serviço, a atrativid a d e d o ambiente, a limpeza, o produto, as informações etc. Entre as que vêm ganhando força, está o cliente oculto (secreto ou

Sem responsabilidade por cartão roubado

Súmula coloca planos de saúde sob o CDC

s planos de saúde estão submetidos ao Código de Defesa do Consumidor (CDC). É isso o que prevê a Súmula 469, da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ou seja, as empresas não respondem mais somente à regulação específica do setor contida na Lei nº 9.656/98 e as chances de as companhias reverterem uma decisão de algum tribunal sob o argumento de que o CDC não pode ser utilizado serão nulas. Relatada pelo ministro Aldir Passarinho, a Súmula 469 confirma o entendimento do STJ de que a "operadora de serviços de assistência à saúde que presta serviços remunerados à população tem sua atividade regida pelo Código de Defesa do Consumidor, pouco importando o nome ou a natureza jurídica que adota". A nova súmula traz benefícios também aos usuários de planos antigos (contratados antes de 1999), que não estão cobertos pela Lei dos Planos de Saúde. Para esses, agora, a única legislação que resguardará os usuários é o CDC. (Agências)

stá em análise na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 7121/10, do deputado Colbert Martins (PMDB-BA), que propõe eximir o consumidor da responsabilidade por débitos em sua conta gerados em caso de furto, roubo, extravio ou clonagem de cartões de crédito ou débito. Conforme a proposta, o consumidor que comunicar o fato à administradora no mesmo dia não poderá ser responsabilizado por despesas realizadas por meio de falsificação de sua assinatura ou utilização indevida de sua senha. O projeto estabelece ainda que valores contestados das despesas e saques efetuados por clonagem de cartões serão devolvidos aos titulares das contas. Da mesma forma, o consumidor que tiver seu nome inscrito nos serviços de proteção ao crédito por não-pagamento de débitos contestados terá direito a indenização por dano moral. "Cabe à administradora verificar a suficiência de saldo, bem como bloquear a utilização do cartão quando informada sobre o extravio, furto ou roubo, impedindo fraudes", afirma o autor da proposta. De acordo com ele, os estabelecimentos comerciais credenciados têm a obrigação de confirmar a assinatura e identidade do portador do cartão. O projeto tramita apensado ao PL 4804/01, do deputado Edinho Bez (PMDB-SC), que regulamenta a atividade de empresas emissoras de cartões de crédito e foi aprovado pela Comissão de Defesa do Consumidor, na forma de um substitutivo, mas rejeitado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio. As propostas ainda serão analisadas pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição, Justiça e de Cidadania. Depois, seguirão para o Plenário. (Agências) Angela Crespo é jornalista especializada em consumo E-mail: doislados@dcomercio.com.br