Diário do Comércio

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Ano 86 - Nº 23.239

Conclusão: 23h35

www.dcomercio.com.br

Dida Sampaio/AE

No cardápio de Dilma, a dieta do Big-Mac.

BRASIL U$ 5,26

Por que o preço desse sanduíche no Brasil é US$ 5,26 (42% a mais do que nos EUA)? Explicação simples, que todo mundo entende: o Big-Mac simboliza que o País é campeão do juro alto. Tanto que a presidente, avistando turbulência na economia, já acena com a queda do juro. A dieta do Big-Mac: na pág. 6 e em Opinião, pág. 3.

EUA U$ 3,91

EUROPA U$ 4,19

CHINA U$ 2,18

DAVOS CHAMA A primeira viagem internacional da presidente. Pág. 6

Jornal do empreendedor

R$ 1,40

São Paulo, terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

Paulo Pampolim/Hype

Aberta a inscrição do Simples Nacional

Até 30 de dezembro, pequenas e micro empresas de todo o País poderão agendar entrada no Simples Nacional. É de 2,4 milhões de reais o teto de receita bruta anual para que essas empresas entrem no regime de simplificação tributária. Página 15 AFP

Fiado ou cartão?

Concorrentes na periferia dividem balcão na Loja Progresso (foto) Página 13 Maurício Lima/AFP

HOJE Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 29º C. Mínima 14º C.

ISSN 1679-2688

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9 771679 268008

A 250 km/h na marginal Na Lotus 72, com a qual ganhou o seu 1º título de campeão da F 1, Emerson Fittipaldi "voou" ontem na marginal do Pinheiros, antecipando as emoções do GP de domingo em Interlagos. Na marginal, a velocidade máxima permitida é de 90 km/h. Pág. 10 e www.dcomercio.com.br

Bombas que tiram o sono do mundo Dois presos ontem em Atenas. Página 8


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

Há muitas questões que a presidente Dilma terá de enfrentar no início de seu governo. Roberto Fendt

pinião

ADMINISTRANDO A VITÓRIA

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m que poderá diferir o governo da presidente Dilma do governo do presidente Lula? É cedo para dizer, já que somente com a definição do ministério da presidente eleita se poderá ter uma primeira idéia do que realmente poderá diferenciar-se o futuro governo do atual. Algumas indicações, contudo, começam a surgir aqui e ali. Uma delas, muito significativa pelo simbolismo, diz respeito à comemoração da vitória. É perfeitamente natural que o vencedor comemore ganhar a eleição, depois de tanto esforço e tempo despendidos. O presidente Lula, talvez por ingenuidade, aceitou brindar à vitória com o vinho Romanée-Conti, safra 1997, oferecido por seu marqueteiro. Uma garrafa deste vinho, do Domaine de La RomanéeConti Echezeaux, o rei dos vinhos da Borgonha, safra 1997, pode ser comprada hoje por pouco mais de mil reais de negociantes de vinho nos Estados Unidos, Inglaterra, França e Hong Kong. A presidente eleita aparentemente comemorou de forma mais discreta – pelo menos pelo que transpirou no noticiário. Conta Ricardo Noblat em seu blog de segunda-feira que a presidente eleita "bebericou um vinho chileno" com o ex-marido e a namorada deste na véspera da eleição, repassando as respectivas trajetórias. Haverá outras diferenças? A presidente eleita afirmou em agosto, em Florianópolis, que não planeja reformar a Previdência Social. Como equacionará, então, o crescente déficit da previdência pública, com os aumentos do salário mínimo muito acima da inflação, especialmente no segundo mandato do presidente Lula? O que permitiu evitar um déficit explosivo nas contas previdenciárias foi o excepcional crescimento da economia e do emprego, notadamente neste ano. Ninguém espera, porém, que o crescimento acelerado de 2010 possa repetir-se em seus quatro anos de mandato. Aliás, o problema é mais sério, se forem consideradas as contas públicas como um todo. A grande herança que o presidente Lula re-

à medida que o mandato se aproximava do final, a ortodoxia transmutou-se em heterodoxia. Os saldos primários foram encolhendo e desde 2009 o governo federal já não cumpre mais as metas de saldos primários positivos e altos. Durante a campanha, a presidente eleita prometeu reduzir a dívida pública do atual patamar de 42% do PIB para 30% do PIB até o final de seu mandato, em 2014. Ora, para que isso ocorra, será necessário aumentar para muito além de 3,3% do PIB o patamar dos saldos primários. Em setembro, o saldo primário não cresceu. Ao contrário, apurado corretamente, o superávit transformou-se em déficit de R$ 5,8 bilhões. O que explica o significativo valor reportado de um saldo positivo de R$ 26 bilhões foi uma manobra contábil que seria rejeitada por qualquer firma de auditoria responsável.

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ROBERTO FENDT cebeu, em seu primeiro mandato, foi uma política econômica coerente e consistente. Essa política apoiou-se no tripé responsabilidade fiscal, metas de inflação e taxa de câmbio flutuante. Desses, sem qualquer sombra de dúvida, o principal instrumento foi a responsabilidade fiscal. E esta se traduziu, na prática, pela geração de superávits fiscais primários sufi-

cientes para evitar o crescimento explosivo da dívida pública. Ora, o presidente Lula, sabedor da necessidade da austeridade fiscal, aprofundou em certos momentos a política que herdara – especialmente no período difícil que se seguiu à sua posse. E colheu os resultados dessa ortodoxia econômica no episódio de sua reeleição. O problema é que, aos poucos, e

"superávit" resultou de fato do lançamento de títulos do Tesouro Nacional e parte dos valores obtidos na capitalização da Petrobras com a interveniência do BNDES (R$ 31,9 bilhões “retornaram” como se constituíssem receitas ordinárias da União). O que ocorrerá no período de transição, de 31 de outubro a primeiro de janeiro? Que novas operações da "contabilidade criativa" servirão de base para manter positivo o saldo primário das contas públicas? São questões que logo se colocarão para a presidente eleita, que já deve saber com que tipo de herança tomará posse no início do ano. Há muitas outras questões que a presidente Dilma terá que enfrentar no início de seu governo. Não será fácil administrar a vitória nas urnas. Que tenha, portanto e acima de tudo, a sorte que teve seu antecessor. Torço pelo sucesso da presidente. Dele dependerá o tamanho da conta que serei, junto com todos os brasileiros, chamado a pagar. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA

IVONE ZEGER

IMÓVEIS: ATENÇÃO ANTES DE COMPRAR

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om o aumento da oferta de crédito, mais gente está realizando o sonho da casa própria. Contudo, para que esse sonho não se transforme em pesadelo, todo cuidado é pouco. Fatores como aparência, qualidade, tamanho, localização e, é claro, o preço, são as primeiras coisas que o futuro comprador observa. Mas essa é apenas a primeira etapa no processo de aquisição de um imóvel. Antes de bater o martelo, é fundamental pesquisar, também, os aspectos legais da transação. A fim de orientar o leitor, transcrevo aqui algumas das perguntas que me são feitas com mais frequência. 1) Gostei da casa. O que eu faço agora? Se o imóvel passou na sua inspeção, está na hora de inspecionar o dono. Só é proprietário quem tem o registro do imóvel feito no cartório de registro de imóveis. Quem compra imóvel de quem não é dono não consegue registrá-lo em seu nome e, portanto, não vai ser dono perante a lei. Também é importante que o proprietário não tenha problemas com a Justiça, como, por exemplo, dívidas que possam acarretar a penhora do imóvel. Tudo isso pode ser comprovado mediante documentos como certidões negativas, carnê do IPTU etc. 2) O que é a escritura pública? A escritura pública é o documento por meio do qual o comprador se torna o novo proprietário do imóvel. Se o pagamento for a vista, o dono deve passar a escritura para o nome do comprador no mesmo momento. Se for a prazo, deve ser firmado um contrato particular de compra e venda. Somente após a quitação o proprietário é obrigado a passar a escritura para o comprador. Cabe lembrar, também, que tanto o contrato de compra e venda quanto a escritura devem ser registrados

no cartório de registro de imóveis. 3) Quem paga a escritura? Quem paga é o comprador. Além da escritura, ele também precisa pagar o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). 4) E se o proprietário não quiser passar a escritura após a quitação? Nesse caso é necessário reunir os recibos que comprovem a quitação do imóvel e ingressar com uma ação judicial. 5) Posso comprar um imóvel cujo financiamento ainda não foi quitado? Sim. Se a instituição financeira responsável pelo financiamento do imóvel aprovar a transação, o restante do financiamento poderá ser transferido para o seu nome. Mas se você fizer um acordo apenas com a pessoa que estava comprando o imóvel, sem o aval da financiadora, o contrato não terá validade. 6) É vantajoso adquirir um imóvel mais barato, mas cheio de dívidas? Depende. A primeira coisa a verificar é a proporção entre a dívida e o valor do imóvel – segundo os especialistas, para que o negócio seja vantajoso para o comprador, a dívida não deve ser superior a 25% deste valor. Depois, é preciso verificar a natureza das dívidas. Se forem do imóvel, como condomínio e IPTU, é mais fácil identificá-las e negociar sua liquidação. Entretanto, se as dívidas forem do proprietário, a situação é bem mais complicada e a resolução é demorada – principalmente se envolver processos de falência e disputas entre credores. E convém não esquecer: você não poderá obter um financiamento nem sacar o FGTS para adquirir um imóvel nessas condições. IVONE ZEGER É ADVOGADA, CONSULTORA JURÍDICA EM

DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÃO, AUTORA DOS LIVROS "HERANÇA: PERGUNTAS E RESPOSTAS" E "COMO A LEI RESOLVE QUESTÕES DE FAMÍLIA" WWW.PARASABERDIREITO.COM.BR

UMA NOVA GERAÇÃO DE OPOSICIONISTAS A

vitória de Dilma Rousseff foi também do presidente Lula, um fenômeno popular só comparável a Getúlio Vargas, que, após 15 anos de poder, foi deposto e, mesmo assim, fez seu sucessor e voltou, em 1950, nos braços do povo. Mas outra grande força teve a candidata do PT: seu opositor, que não conseguiu empolgar, unir e convencer seus aliados. Prevaleceu a postura de homem difícil, cheio de idiossincrasias. Parece agora claro que a candidatura Aécio Neves poderia ter feito o Brasil entrar numa nova fase, com uma nova geração. Também influiu a indefinição

do tucano quanto às propostas para seu eleitorado natural, incluindo os empresários, pequenos e médios – especialmente os que pagam impostos e gastam muito para manter a burocracia que o fisco lhes exige. A questão trabalhista e o estímulo para que o detentor de capital invista na produção, e não na especulação, foram temas deixados de lado. Serra não quis falar nestes assuntos por manter, no fundo da alma, os sentimentos do jovem presidente da UNE, nos anos 60. Sua "praia" nunca foi a do entendimento positivo em relação à função social da livre

iniciativa no mundo moderno. Sem candidato definido, o empreendedor, o defensor do desenvolvimento, preferiu o certo ao duvidoso. Ninguém sabe quem teria influência num eventual governo Serra, enquanto Dilma oferecia o respaldo de Antônio Palocci, que marcou positivamente sua passagem pela área econômica do governo Lula. Foi ele, com Henrique Meirelles, quem apagou as desconfianças naturais em relação a um governo de origem sindical e que era alvo das mais negativas especulações. Dilma já disse a que veio: vai tocar o PAC e

manter a sociedade pacificada, sem temas polêmicos, que não estejam ligados à consolidação da boa fase na economia. Após o susto com o comportamento de uma auxiliar despreparada e entregue aos sonhos de consumo da família, certamente Dilma será mais cuidadosa com a escolha e o comportamento de seus assessores. Ela também sabe que os riscos da economia estão nos gastos públicos, no custeio da máquina –mal de que padecem todas as economias em crise pelo mundo. Terá de controlar a máquina pública e de exigir mais eficiência e trabalho,

mostrando autoridade logo nos primeiros dias. governo da continuidade com aperfeiçoamento tem tudo para dar certo, contidos os "companheiros de armas", que só pensam em revanchismos e ganhos às custas do erário. A base aliada é grande, mas como é majoritariamente conservadora, isso ajudará a dar mais equilíbrio ao governo. Sejamos otimistas, mas fique a lição para aqueles que impediram outra solução na sucessão do presidente Lula: daqui por diante assumem os mais jovens, como Aécio,

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ARISTÓTELES DRUMMOND Anastasia, Sérgio Cabral e Geraldo Alckmin. Vamos acreditar! ARISTÓTELES DRUMMOND É JORNALISTA E VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE JANEIRO.

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos (tmatos@acsp.com.br) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos (josemaria@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), chicolelis (chicolelis@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima (luiz.octavio@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br) e Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro (aribeiro@dcomercio.com.br) Editores: Cintia Shimokomaki (cintia@dcomercio.com.br), Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) e Vilma Pavani (pavani@dcomercio.com.br) Subeditores: Kleber Gutierrez, Marcus Lopes, Rejane Aguiar e Tsuli Narimatsu Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Giseli Cabrini e Sérgio Siscaro Repórteres: Anderson Cavalcante (acavalcante@dcomercio.com.br), André Alves, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Geriane Oliveira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mário Tonocchi, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vanessa Rosal, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira (soliveira@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

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COMPRA DA ANHEUSER-BUSCH MOSTRA COMO OS NOVOS CAPITAIS TOMAM O LUGAR DOS ANTIGOS.

pinião

DOIS HAMBÚRGUERES, ALFACE, QUEIJO...

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senhor Smith está de volta. Para refrescar a memória dos leitores, John Smith foi o personagem fictício da coluna publicada no dia 22 de setembro passado, cujo tema foi a sobrevalorização do real frente às moedas estrangeiras. O aposentado do Nebraska aplicou parte de suas economias no Brasil e ajudou a explicar o quanto é complicado conter a enxurrada de dólares do exterior que entra diariamente na nossa economia, em busca das nossas altas taxas de juros, num processo que chamamos de "a armadilha do câmbio". (Para quem não leu ou quer reler, vai o link: http://www. dcomercio. com.br/materia.aspx?id= 52693&canal=14). Por essa fictícia operação, que levou o senhor Smith a obter lucro fácil, pudemos ver o quanto é simples e seguro, hoje, para qualquer cidadão do planeta, enviar seus dólares para o Brasil e lucrar com a arapuca em que nos metemos, ao desperdiçarmos, nos últimos anos, a oportunidade de praticar juros "civilizados". Para continuar ilustrando a questão cambial, vamos aproveitar os lucros obtidos pelo senhor Smith e levá-lo a fazer uma rápida viagem pelo mundo. Antes, porém, um aviso aos leitores que a esta altura já sentem um frio na barriga só de pensar no tempo de espera nos aeroportos: com exceção do Brasil, onde ainda estão esperando os investimentos necessários para a modernização, os demais estão funcionando a contento. O giro do senhor Smith será feito pela Europa (zona do euro), Rússia, China e Brasil. E como bom norte-americano ele aproveitará suas paradas em cada país para comer seu lanche favorito: um suculento Big Mac, sinônimo para "dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola

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ulie Macintosh é uma jornalista com uma especialidade bem definida: ela faz a cobertura de fusões e aquisições de companhia nos Estados Unidos. Trabalha para o jornal inglês Financial Times e já foi repórter de outras empresas jornalísticas da mesma grandeza, como a agência Reuters. É dela o livro Dethroning the King: The Hostile Takeover of Anheuser-Busch, an American Icon (em português, "Destronando o rei: a tomada hostil da Anheuser-Busch, um ícone americano", Wiley, 408 páginas), que acaba de ser publicado nos Estados Unidos. O tamanho do livro é correspondente ao espanto que ela, seus leitores e mesmo o público americano sentiram quando a Inbev, uma empresa belga controlada pela trinca brasileira Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Sicupira, comprou a mais tradicional das cervejarias americanas. Os nomes são conhecidos no Brasil há bastante tempo: estiveram inicialmente associados ao Banco Garantia, fundado por Lemann em 1971, mas hoje controlam um fundo de investimentos de alcance mundial, o 3G. O espanto da jornalista pode ser comparado ao que se daria com a compra, por exemplo, da Caninha 51 por uma multinacional. Os belgas, que foram controladores da InBev, a maior cervejaria do mundo, também devem ter ficado espantados quando a trinca brasileira assumiu o controle da companhia, em 2004, com 25% das ações. Na verdade, a compra da AnheuserBusch, em 2008, é apenas o penúltimo capítulo da história bem sucedida dos negócios liderados por Jorge Paulo Lemann – um empresário que, com 39 anos de operações no mundo dos negócios, pode ser considerado vitorioso. Enquanto a autora finalizava Dethroning the King, a 3G de Lemann anunciava mais um negócio espantoso para os americanos: a compra da rede de lanchonetes Burger King, outro ícone norte-americano. Mais do que o livro, os fatos mostram que os capitais, quando bem administrados, produzem lucro e se multiplicam. Tanto a 3G quando o Banco Garantia, do tempo de Lemann, são amados e odiados no mundo inteiro, por conta dos seus sucessos. E a compra da Anheuser-Busch foi apenas mais um desses casos. A empresa já foi a terceira maior cervejaria do mundo e chegou a ocupar nada menos do que 52% do mercado americano, mas suas vendas

MANUELITO P. MAGALHÃES JÚNIOR e picles no pão com gergelim". Para encurtar a viagem e não cansar os leitores, vamos deixar de lado as escalas e encontrar nosso personagem aqui no Brasil, à espera do voo que o levará de volta para casa. Intrigado e com muito tempo de sobra, devido ao atraso no embarque, o senhor Smith faz e refaz as contas, mas não consegue acreditar no fato de que, dentre todos os países que visitou, foi justamente no Brasil onde ele pagou mais caro pelo mesmo sanduíche. Vamos aos números: nos Estados Unidos, o Big Mac custa US$ 3,91. Na zona do euro, ele pagou US$ 4,19. Na Rússia, o preço era US$ 2,39 e, na China, gastou US$ 2,18, quase a metade do preço de sua terra natal! Mas o que realmente deixou o senhor Smith surpreso foi o preço do Big Mac no Brasil: US$ 5,26, ou seja, 42% mais caro que em seu país. O senhor Smith ainda deve estar pensando como o nosso país é caro para viver e se

apressa a entrar na sala de embarque, antes que os lucros obtidos com a aplicação de suas economias aqui no Brasil virem batata frita. Toda essa nossa introdução serve para apresentar o famoso índice Big Mac, criado pela revista The Economist. Certamente seus editores não desconfiavam, ao publicá-lo pela primeira vez, que ele acabaria servindo para ilustrar centenas de estudos econômicos, mundo afora,

sobre a paridade do poder de compra das moedas nacionais. A ideia é simples e vale relembrar: dada a enorme internacionalização da rede de lanchonetes que fabrica o famoso sanduíche, vendido com os mesmos ingredientes em diversos países, o Big Mac se tornou um produto cujos preços podem ser facilmente comparados e, por isso, seu custo medido em dólares pode exprimir a diferença entre as moedas desses países. No caso, usando o índice Big Mac, o real estaria sobrevalorizado em mais de 40% em relação ao dólar. Já o yuan, a moeda chinesa, estaria desvalorizado em mais de 40%. A estória do senhor Smith pode parecer engraçada para quem lê, mas certamente a história real é muito preocupante para a nossa indústria, que necessita exportar. Por conta da valorização do real, está cada vez mais difícil para o empresário exportador brasileiro vender, por um preço competitivo, sua mercadoria lá fora, pois os mais de 40% de sobrevalorização encarecem, em dólar, os nossos produtos. Já a desvalorização da moeda chinesa torna seus produtos muito mais baratos. A prova dos nove é o exemplo da comparação entre os preços internacionais do Big Mac, ainda que ninguém pretenda exportar sanduíches! O ministro da Fazenda brasileiro clama aos quatro ventos contra a "guerra cambial". Recentemente, até triplicou

o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre os dólares que chegam do exterior para aproveitar a farra dos nossos juros, passando de 2% para 6%. A medida sequer fez cócegas no investidor estrangeiro, tanto que a cotação do dólar continua na casa de R$1,70. O resultado desse processo é um acúmulo de mais de US$ 280 bilhões em reservas internacionais em outubro, mês em que o BC realizou a segunda maior compra da moeda americana no ano. om essa atitude, o País tenta manter a taxa cambial em patamares que não levem o exportador ao suicídio – mas fica cada vez mais clara a pouca efetividade dessa medida. Isto porque, para comprar esses dólares, aumentamos nosso endividamento, pagando 10,75% de juros nos empréstimos. E, curioso, aplicamos os dólares comprados em títulos do tesouro norte-americano, que pagam taxas próximas de zero, ou em outros papéis cuja remuneração gira em torno de 2%! A diferença entre quanto o governo paga de juros para comprar dólares (10,75%) e quanto recebe para aplicálos (de 0,25% a 2%) dimensiona o custo dessa estratégia: R$ 45 bilhões – ou cerca de 1,5% do PIB – e, por óbvio, estabelece seus próprios limites. Para os curiosos, o senhor Smith já está de volta ao Nebraska, correndo atrás de seu rebanho. Afinal de contas, precisa perder os quilinhos a mais que ganhou na viagem. Ninguém come tanto Big Mac impunemente.

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MANUELITO P. MAGALHÃES JÚNIOR, ECONOMISTA, É PRESIDENTE DA EMPLASA

(EMPRESA PAULISTA DE PLANEJAMENTO METROPOLITANO S/A). FOI SECRETÁRIO ADJUNTO E TITULAR DE PLANEJAMENTO DA CIDADE DE SÃO PAULO ENTRE 2005 E 2009

Budweiser: a tomada de um ícone

PAULO BRITO e bem conhecidos. Do mesmo modo, os ingleses devem ter sentido náuseas quando a empresa indiana Mahindra comprou a Jaguar e a Land Rover. Para desespero daqueles que acham que os capitais estão ligados às nações – ao povo e à terra –, o futuro será cada vez mais inquietante. Pouco a pouco, países em desenvolvimento estão se tornando desenvolvidos. Primeiro foram os árabes, depois os tigres asiáticos, agora são os BRICs. Capitais brasileiros, indianos, chineses e russos começam a ocupar posições importantes no mundo inteiro.

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acabaram sendo corroídas pela última crise econômica. Foi fundada em 1860 por Eberhard Anheuser, e depois de quatro anos de operação seu genro, Adolphus Busch, tornou-se sócio. Foi quando a empresa passou a se chamar Anheuser-Busch.

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o longo do tempo, seu principal produto, a cerveja Budweiser, ganhou o mercado americano e tornou a companhia tão grande que, segundo os seus controladores, ninguém conseguiria tirá-la da liderança e muito menos comprá-la. No relato de Julie Macintosh, o que aconteceu foi um golpe de ousadia da InBev e uma cochilada dos controladores no verão de 2008. Naquele momento, a economia americana estava

em clima de desastre, os investidores em pânico e o crédito havia sumido. O banco Bear Stearns já tinha afundado, as financeiras Fannie Mae e Freddie Mac estavam à beira da falência, o banco Lehman Brothers fingia estar bem e a Anheuser-Busch também. Seu presidente, August Busch IV, acabara de assumir o cargo, e então as notícias de in-

teresse da InBev nas ações da companhia começaram a circular. O noticiário dizia que a empresa belga teria perto de US$ 46 bilhões para pagar os acionistas. A venda das ações acabou sendo favorecida pela crise. Além da sensação de derrota e de perder o controle da companhia para estrangeiros, a família Busch ain-

Foi um grande espanto quando a Inbev, empresa belga controlada pelos brasileiros Jorge Lemann, Marcel Telles e Carlos Sicupira, comprou a mais tradicional cervejaria americana.

da terá de discutir sua incompetência para administrar a empresa. O que está claro para os especialistas é que, mais do que nas fábricas, a InBev está interessada na marca Budweiser. Exatamente o mesmo valor encontrado no Burger King.

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uma de suas raras entrevistas, Carlos Sicupira, um dos sócios da 3G, revelou que a marca Burger King tem grande valor tanto nos Estados Unidos quanto no resto do mundo. Hoje, de acordo com ele, a marca é mais valiosa do que o negócio dos sanduíches. Uma das coisas que certamente espanta o público americano neste momento é o fato de que capitais de origem desconhecida estão aparecendo e tomando o lugar de capitais antigos

ó para falar nos brasileiros, basta olhar o mapa mundi e ver onde estão operações da BR Foods, da Gerdau, da Marfrig, sem falar na Vale e na Petrobras. O livro de Julie Macintosh pode ser considerado um bom manifesto do espanto, mas ela não terá tempo para escrever sobre tantos outros espantos que acontecerão. Até porque já circulou a notícia de que a 3G tem interesse em outra das marcas favoritas dos americanos: a Pepsi Cola. PAULO BRITO É JORNALISTA, GRADUADO EM ECONOMIA E MESTRE EM COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

GibaUm

3 José Serra estará no Brasil 3 na posse de Geraldo Alckmin no governo de São Paulo. Para 2011, tem duas propostas.

gibaum@gibaum.com.br

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k Agora, Dilma, relaxa e goza.

MARTA SUPLICY // senadora eleita pelo PT, num dos primeiros telefonemas a presidente eleita, provocando gargalhadas.

Fotos: Divulgação

RESERVADO Ninguém acredita muito que Franklin Martins, atual secretário da Comunicação da Presidência, realmente deixe o governo no final de dezembro, voltando à iniciativa privada. Se acontecer mesmo, a rede Bandeirantes até ofereceria para ele o mesmo lugar que ocupava, antes de ser chamado para formar no governo, ou seja, comentarista político de seu principal jornal. Franklin também tem outros planos e, entre eles, um novo jornalou,quem sabe, uma nova rede de televisão.

333

MISTURA FINA DILMA Rousseff deverá descansar uns dias em Porto Alegre, e antes de entrar no bloco da transição e formação do novo governo, submete-se a nova bateria de exames no Sírio-Libanês, em São Paulo.

333

OS BLOGUEIROS de humor de plantão esboçam as mais variadas versões para um período de descanso da presidente eleita. Uma das mais criativas mostra Dilma de maiô numa praia (é uma fotomontagem), carregando uma caixa de isopor na cabeça.

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Eles: sapatos Oxford com fivela.

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Eles: sapatos Oxford com cordão.

Chuteira de oncinha Dia 7, o jogador Cristiano Ronaldo deverá estrear uma nova chuteira criada especialmente pela Nike para ele e toda em estampa oncinha, mania que, hoje, assola vários segmentos de usos e costumes em todo o mundo (em São Paulo, já estão à venda guirlandas de Natal com fitas com a mesma estampa). O jogador português não vê problemas em ver sua imagem pessoal associada ao rótulo de metrossexual – ou até um pouco mais. Depila pernas e sobrancelhas, faz campanha para marca de cuecas e usa esmalte nas unhas dos pés. A Nike, do seu lado, acha que logo lançará uma linha de chuteiras e mesmo tênis com iguais estampas.

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333

C

O Ministério Público Federal está investigando o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) que, reunindo equipamentos de última geração, sem capacidade de interceptar ligações de celulares, sem deixar rastros, fornecendo até a localização geográfica da origem das chamadas. Em 2004, a Polícia Federal designou um delegado para examinar o potencial do equipamento, avisou a Casa Civil que o uso em grampos era totalmente ilegal e, de lá para cá, ninguém tomou quaisquer providencias. Os aparelhos, instalados em Brasília, foram ativados nos tempos de José Dirceu e permanecem funcionando até hoje, sem interrupções. 333

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Mega-grampo

NA PRIMEIRA aparição de Dilma, depois de confirmada sua eleição pelo TSE, entre os poucos que, quase naturalmente, ficaram a seu lado (Antonio Palocci, José Eduardo Cardozo, José Eduardo Dutra e o vice Michel Temer), o governador eleito para o DF e ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, era quem mais pegava carona nas fotos. O que levou um integrante do alto escalão do PT a ironizar: “Papagaio de pirata é isso aí”.

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333

Solução

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Como novembro é o mês em que se comemora, dia, 20, a Consciência Negra, o fotografo Berg Silva decidiu reunir um bonito lote de representantes da raça, numa exposição virtual chamada Negra Cor . E para valorizar “a beleza, a sensualidade e o trabalho da mulher negra”, transformou quase todas suas escolhidas em guerreiras. Entre elas, Quitéria Chagas (esquerda), que acaba de renunciar ao posto de rainha da bateria do Império Serrano (a escola queria que ela fosse buscar um patrocinador) e a atriz Juliana Alves, a Clotilde da novela Ti-ti-ti .

Guerreiras da raça

333 OS PETISTAS – e novamente nesse quesito, fica evidenciado uma obediência a Lula, que foi o primeiro a usar a expressão – querem emplacar a designação presidenta para Dilma Rousseff, que seria uma espécie de neologismo e que não foi usada para nenhuma das presidentes eleitas em todo o mundo.

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Quando usou a expressão Até logo! em seu discurso no domingo à noite, José Serra quis deixar evidenciado sua permanência na cena política e eleitoral do país, sinalizando mesmo sua volta à batalha pela Presidência em 2014, quando estará com 72 anos. Quando disputou com Lula seu segundo mandato, FHC estava com 67 anos. Há quem aposte que Serra também tratava de avisar Aécio Neves que não está disposto a abrir mão do comando dos tucanos nesses próximos quatro anos. Enquanto isso, Geraldo Alckmin não esconde de ninguém que quer fazer um governo em São Paulo com tantos resultados que garanta a Serra a disputa do cargo que quiser.

de Porres

V

ATÉ LOGO!

Com a vitória de Dilma Rousseff, Minas Gerais passa a ser o estado com maior número de presidentes da República desde o primeiro governo republicano, em 1889. Oito chefes de Estado mineiros acumulam mais de 20 anos de poder. Até hoje, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro conseguiram fazer sete presidentes cada um. Se vencesse, Serra teria se transformado no sexto presidente paulista. A região Norte nunca conseguiu eleger um presidente, a Centro-Oeste apenas dois, Nordeste foram 10 e Sudeste, outros 20. O Sul foi responsável por nove presidentes.

333

333

Ninguém quer nada 333 Nesses primeiros dias após o segundo turno, ninguém do bloco aliado a Lula, se aventura em associar seu nome com qualquer cargo. Uma suposta legião de desinteressados assola a cena política nacional, embora todos, nos corredores do poder, tratam de armar esquemas que coloquem cada um nas listas dos bem cotados. E em alguns casos, surpresas: por exemplo, Antonio Palocci preferirá muito mais a Petrobras do que a Casa Civil; Ciro Gomes quer o BNDES que também é a cadeira que inspira Aloizio Mercadante; Edison Lobão, se não ganhar o Ministério de Minas e Energia de volta, quer a Secretaria de Comunicação (originalmente, ele era jornalista); Gilberto Carvalho quer ser ministro dos Direitos Humanos e Franklin Martins, malgrado o aviso que quer sair, quer mesmo é ficar.

De onde eles vêm

A A R V MO E R T E A D A E L

333 O Papa Bento 16, que entrou na corrida presidencial brasileira em cima da hora, continua mantendo sua imagem de pontífice chique. Suas roupas são criadas por conhecidos estilistas italianos e seus sapatos vermelhos têm a assinatura da grife Prada. Agora, nos últimos tempos, quem melhor observar as fotos de Bento 16 verá que, no pulso esquerdo, ele carrega um relógio Patek Philippe, modelo Calatrava (clássico) que, no Brasil, não sai por menos de R$ 35 mil.

F

ilho de um nobre espanhol e uma panamenha, Martinho nasceu em Lima, no Peru (1579). Com 15 anos, o jovem negro ingressou na Ordem dos Dominicanos onde dedicou-se a Deus nos serviços mais humildes e acolhia pobres e curava doentes, pois era agraciado de dons místicos. São Martinho

O S S O N A

PAPA CHIQUE

E já começou uma nova batalha, que não respeitou nem o feriado de Finados: é protagonizada pelos que não querem sair do governo contra os que querem entrar. O próprio José Eduardo Dutra, presidente nacional do PT, acha que “todo mundo quer ficar”: só que há gente demais para cargos de menos. O próprio Dutra não deverá entrar: a idéia é que permaneça no comando do partido, sem ministério e transformado numa espécie de conselheiro. Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, garante que Lula não quer dar palpite na formação do novo ministério. E trata de deixar a porta aberta: “Só se for convidado”. Não é bem assim: o Chefe do Governo já aconselhou sua pupila a manter no cargo titulares do BB, Caixa, BNDES, Petrobras e Ministério da Fazenda, pelo menos “por uns seis meses”. 333

A nova batalha

3 de Novembro

U A L I Z A O C A O A R T C R E S T A R J E N O D I U T O E T A T U F O O TA A C P O S T O O A O E S T R I

333 De governadores a deputados federais eleitos cresce um movimento para a aprovação, no Congresso, a partir de 2011, da volta da CPMF. Os aliados da presidente eleita apostam que diante da ampla maioria da aliança governista, uma emenda constitucional propondo a volta do imposto do cheque poderia passar sem grandes dificuldades. Em São Paulo, lideranças empresariais e políticas que batalharam pela extinção da CPMF já começam a se movimentar para nova arregimentação de combate ao retorno do tributo que, nessa tentativa de ressurreição, ganharia novo nome.

333 Maria Ribeiro, uma das atrizes de Tropa de Elite 2, o novo recordista da história recente do cinema brasileiro, resolveu exibir sua sensualidade nas páginas de Trip, onde dá seu novo grito de guerra: “Quero ser gostosa, cansei de ser bacaninha”. Usando lingerie, a Rosane do filme de José Padilha, é homenageada com um texto de Domingos de Oliveira (trabalharam juntos na peça Confissões de Adolescente) onde ele, pedindo desculpas ao marido Caio Blat, não deixa por menos: “Apesar de pequenina, Maria é uma paisagem de muitos vales e montanhas com grutas e rios generosos”.

Maria na Tropa

MAIS: poderá ser professor convidado em duas universidades americanas ou assumir uma cátedra na Unicamp.

A T A A V E L A S E I V D U A B T O R MA

CPMF, de novo

terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

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Por: José Nassif Neto Mulher como a Marquesa de Santos.

Porcaria.

Modernizar.

Tipo de nó falso dado em chicote.

Fruto da cuieira.

Corpo celeste.

Fazer grande ruído.

Alvaro Oliveira, radialista.

Vegetal de tronco alto.

Dividido ao meio. Patrão. De manhã.

Acreditar.

JÁ há sintomas de explosão de um novo escândalo no Governo, envolvendo uma super-concorrência na área de tecnologia, que seria supostamente direcionada para uma multinacional. Poderia até mesmo significar o primeiro episódio de uma fissura entre o futuro governo Dilma Rousseff e o grupo eventualmente ligado a José Sarney, presidente do Senado.

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Atrair para si.

Jumento.

Numeral após o seis. Vestuário próprio.

Sílaba de telégrafo.

Pelada. Tempo entre o nascer e o pôr do sol. 'Sim', em russo. Pedaço de pau.

Pertencente a ti.

Conjunto de hábitos.

Telefone. (abrev.) Visa um resultado.

Sentir pelo toque.

Trapaça; falcatrua.

Lugar onde se mira.

Porção de algodão. Contrapõe; obsta.

Moradia indigena.

Satélite. (abrev.)

Reproduz o som.

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A DEMOCRACIA brasileira, certamente, não tem preço, mas os gastos da Justiça Eleitoral já atingiram R$ 3,8 bilhões neste ano, volume 37% maior do que os gastos verificados, em todo o país, de janeiro a outubro de 2006.

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Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Consoantes de sansei.

Contrário; inverso. Profissão como a de Chiquinha Gonzaga.

'Ou', em inglês.

(398) 2- só; or; 3-sat; 4-opõe; cote; 6-árvore.

Isolado. Oliveira Andrade, locutor TV.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

5 SEM TATO Dilma faz primeira reunião de trabalho só com petistas e ignora o PMDB

olítica

SEM PERDÃO PMDB não vai deixar barato. Vai exigir ministérios e cargos de peso.

Dilma convoca 'quarteto fantástico' Logo após a primeira gafe política (promover reunião de trabalho sem o PMDB), Dilma anuncia que Michel Temer será o coordenador da equipe de transição

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Bruno Domingos/Reuters

A medida tem o objetivo de epois do mal estar g e r a d o c o m o conter insatisfação no PMDB, PMDB pelo fato de o maior dos dez partidos ofia primeira reunião cialmente aliados em torno de de trabalho após a eleição ter Dilma Rousseff. Da reunião de segunda tamcontado apenas com petistas, a presidente eleita Dilma Rous- bém participaram – além de seff fez um afago em seu vice, Palocci, Dutra e Cardozo – Michel Temer. Ele foi formal- Alessandro Teixeira, da Agência Brasileira de Promente indicado como moção de Importacoordenador polítiç õ e s e I n v e s t ico dos trabalhos mentos (Apex), de transição encotado para ser tre as equipes ministro da do atual e do M i c r o e P efuturo goverquena Empreno. A tarefa, sa; Giles Azeporém, será vedo, que poco mpa rtil hade vir a ser o da com mais chefe de gabinetrês petistas: o te da presidente; coordenador geFernando Pimentel ral da campanha e Clara Ant, que foi seeleitoral, José Eduarcretária particular do presido Dutra, e os deputados Antonio Palocci (SP) e José dente Lula e participou da coEduardo Martins Cardoso ordenação da campanha de (SP). O início dos trabalhos es- Dilma à Presidência. PMDB – Apesar de óbvio, os tá previsto para a próxima sepeemedebistas negam um esgunda-feira (8). Ontem à noite, em entrevista tremecimento inicial com o PT. à TV Bandeirantes, a presidente Além de cargos no Planalto e eleita Dilma Rousseff garantiu na Esplanada, o PMDB já está que não há "brigas por cargo também de olho na Caixa Econômica Federal, no Banco do no governo". Na segunda-feira, no pri- Brasil e na Petrobras. Representante do PMDB no meiro dia após o resultado da eleição, Dilma havia se reuni- conselho político da campado com os seus coordenadores nha, o ex-governador Moreira F r a n c o , d e spetistas, tenmente a condo definido trariedade do que a coordepartido. nação política A presidente Dilma "Não houve da transição tem que ter tempo. re c l a m a ç ã o , caberia ao prep o i s e s t á v asidente do Ela valorizará o partido, José PMDB, pelo que ele mos comemorando a vitóEduardo Durepresenta e por ria. Ocorrerá tra, e a transiseu tamanho e sua muito entenção técnica ao importância. dimento e ese x - m i n i s t ro forço dos parda Fazenda HENRIQUE EDUARDO ALVES tidos de coaliA n t o n i o P azação, no senlocci. Os dois nomes permanecem com as tido de manter as condições mesmas funções, mas estarão políticas e parlamentares para subordinados, pelo menos no Dilma governar", diz ele, que é bem próximo a Temer. papel, a Temer. "A presidente Dilma tem Alijado das decisões, o PMDB se irritou e mandou um que ter tempo. Ela valorizará o recado: "Eles não vão governar PMDB, pelo que ele representa sozinhos", disse o deputado e por seu tamanho e sua imporEduardo Cunha (PMDB-SP) tância na eleição. O partido tem que estar cauteloso e toao jornal O Estado de S. Paulo.

Patrícia Luz/LUZ - 05.07.10

Celso Junior/AE - 06.04.10

Elza Fiúza/AE

André Dusek/AE

mar cuidado com a intrigalhada", avalia o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Um dos principais articuladores do apoio do PMDB à chapa de Dilma, o deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN), afirma que existe um clima de harmonia na aliança. "Não houve insatisfação. Foi a primeira reunião da Dilma, é natural. Eles já queriam conversar com o Michel ontem à noite, mas ele estava em São Paulo. Agora, ele vai contribuir com a experiência dele", relata Alves. Transição – Conforme a lei, a equipe de transição será nomeada pelo presidente e publicada no Diário Oficial da União. Em nota, Dilma informou que encaminhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma lista de nomes de técnicos que integrarão a equipe de transição, que começa a trabalhar no próximo dia 8. São cerca de 30 pessoas, embora o número possa chegar a 50.

Dutra falou ontem com os jornalistas após deixar a casa de Dilma, no Lago Sul, região nobre de Brasília. Ele fez questão de ressaltar que a equipe de transição terá uma função técnica, que não tratará de indicação de nomes para o ministério. Ele reafirmou que caberá a ele recolher as sugestões com os partidos, a partir da próxima semana, e levá-las para Dilma. O petista negou que a indicação de Temer seja fruto de pressão do PMDB. Reunião – Dutra se reuniu na noite de ontem com o PMDB, na casa de Temer. Além da composição do novo governo, os dois discutiram a eleição para a Presidência da Câmara, cadeira disputada pelo PT e pelo PMDB. Dilma permaneceu em sua casa. A presidente eleita se reuniu pela manhã e em parte da tarde com Dutra, Cardozo e Palocci. E completou à noite a série de entrevistas a emissoras de tevê com aparições no SBT e na Ban-

deirantes. Na segunda-feira, ela deu entrevistas à Record, Globo e RedeTV!. Dilma optou por essas mídias e não concedeu ainda uma entrevista coletiva a toda a imprensa. Segundo Dutra, ela falará hoje por telefone com mais líderes de Estado, entre eles Angela Merkel (Alemanhã) e José Luis Zapatero (Espanha). Férias – Dilma Rousseff viaja hoje para Porto Alegre, onde vai descansar, e deverá voltar a Brasília no próximo fim de semana. É possível que Dilma passe o período em Porto Alegre, ao lado da filha Paula e do neto Gabriel, mas o destino não foi confirmado pela assessoria. Ela mesma chegou a dizer na segunda-feira que seu destino é "segredo de Estado". A presidente eleita irá acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Seul, na Coreia do Sul, onde ocorre reunião do G20 e onde será apresentada por ele à comunidade internacional. (Agências)

No alto, da esquerda para a direita, os quatro notáveis de maior expressão dentro da equipe de transição do governo Lula para o governo Dilma: Antonio Palocci (PT), o coordenador Michel Temer (PMDB), José Eduardo Dutra (PT) e José Eduardo Martins Cardoso (PT).

Ricardo Stuckert/ Reuters- 01.11.10

Lula vai assumir questões impopulares antes de sair Ele deve resgatar assuntos em banho-maria, como a extradição de Battisti e os caças da FAB

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presidente Luiz Iná- res no começo do seu governo. cio Lula da Silva ten- "Ele quer resolver as questões tará aproveitar a sua espinhosas por ela", disse à popularidade para impor uma Reuters um ministro que pediu agenda legislativa ousada nos anonimato. seus dois últimos meses de Lula também tentará tirar mandato, facilitando assim o várias batatas quentes da mesa início do governo de Dilma a fim de facilitar a transição paRousseff. A vira o governo tória da candiDilma. Isso indata governisclui a compra ta no 2º turno, dos novos caA ideia é que o junto com a ç a s d a FA B , governo assuma expressiva num valor de o custo político de bancada parUS$ 4 a US$ 6 lamentar forbilhões, e a poum ajuste fiscal. mada no 1º lêmica decisão Só que a formação turno, estimude extraditar do governo pode laram o goverou não o exdesacelerar tudo. no Lula a volmilitante itatar à ação após liano Cesare ANDRÉ CÉSAR a prolongada Battisti. campanha O Supremo eleitoral. Tribunal Federal (STF) se maO presidente deve usar a nifestou favoravelmente à exreunião ministerial de hoje pa- tradição de Battisti, condenara pedir a seus ministros que do em seu país por um homicíredobrem seus esforços neste dio na década de 1970, mas a fim de ano. As prioridades se- decisão final cabe ao presidenriam a reforma no marco regu- te da República. Enquanto o latório do petróleo e apertos PT é contrário à extradição, arorçamentários, poupando as- gumentando se tratar de um sim a ex-ministra da Casa Civil crime político, a oposição afirde adotar medidas impopula- ma que reverter a decisão do

Lula comemora com Dilma: presidente quer promover a reforma no marco regulatório do petróleo e apertos orçamentários antes de ela assumir

STF seria dar guarda a um assassino comum. Já o caso dos caças é polêmico por causa do valor envolvido e da aparente preferência política de Lula por comprar os aviões da França, e não dos EUA ou Suécia. Pré-sal – Só que a maior prioridade de Lula é aprovar o marco regulatório do pré-sal, para ampliar o controle governamental sobre as enormes reservas petrolíferas descobertas nos últimos anos. Lula vê o pré-sal como um atalho para o status de nação desenvolvida. A aprovação do marco regulatório no Congres-

so completaria um legado que já inclui ter tirado 20 milhões de brasileiros da pobreza durante oito anos de mandato. O governo, que tem maioria no Congresso, espera que, passada a eleição, os parlamentares deixem de lado a controvérsia envolvendo a distribuição dos royalties, o que impediu um acordo em julho. "Posso garantir que o governo vai lutar, vai se desdobrar para aprovar", disse o deputado Cândido Vaccarezza (PTSP), líder do governo na Câmara. Mas analistas dizem que, se o tempo se esgotar, o marco re-

gulatório do pré-sal provavelmente será aprovado no começo do governo Dilma. Cadastro positivo – O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também quer votar algumas reformas microeconômicas, inclusive a adoção do cadastro positivo de crédito, que estimulará os bancos a oferecerem juros mais baixos, regras antitruste mais firmes, e desburocratização das compras governamentais. Como há divergências dentro do próprio PT a respeito de algumas dessas propostas, sua aprovação é menos segura.

Outro desafio será resistir à pressão para inflar os gastos públicos em 2011. "A ideia é que o governo assuma o custo político de um ajuste fiscal, mas não será fácil, porque há muitos congressistas precisando retribuir favores de campanha", disse André César, especialista em assuntos parlamentares da consultoria política CAC, em Brasília. Além disso, há uma possível disputa de poder na coalizão governista. "Haverá muito barulho por causa da formação do governo, e isso pode desacelerar as coisas", disse César. (Reuters)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

Não há razão para uma discrepância entre a taxa de juro básica (Selic) e as taxas ao consumo. Dilma Rousseff, presidente eleita

olítica

Dilma acena com queda do juro ao consumidor Ela diz que redução da dívida pública permitirá essa queda gradualmente

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presidente eleita Dilma Rousseff avalia que a redução da dívida pública deve contribuir para a diminuição do juro ao consumidor final. "Essa trajetória de queda da relação da dívida com PIB, quanto mais cair, mais teremos condição de reduzir juros", disse, ontem, em entrevista, ao Jornal da Band, da Rede Bandeirantes.

Trata-se de uma das primeiras sinalizações da presidente em relação à política econômica do novo governo. Na entrevista, Dilma admitiu que é grande a distância entre o juro básico da economia (a Selic) e a taxa cobrada pelos bancos ao tomador final. Para ela, no entanto, a tendência é de que ocorra uma redução, ainda que gradualmente.

"O objetivo é que [a redução] seja feita de forma sustentável. Não há razão para uma discrepância entre a taxa de juro básica (Selic) e as taxas ao consumo", afirmou. Para dar consistência a essa realidade, a presidente eleita lembrou que a taxa de inadimplência no Brasil é pequena, inclusive para os padrões internacionais. (AE)

Davos quer conhecer presidente eleita Considerada uma 'incógnita' pelo empresariado internacional, Dilma deverá fazer a sua apresentação no Fórum Econômico Mundial, na Suíça, em janeiro

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Fórum Econômico Mundial quer que a presidente eleita Dilma Rousseff vá até a estação de esqui de Davos, na Suíça, em janeiro, para explicar aos maiores empresários do mundo sua política econômica e seu plano de governo para os próximos quatro anos. Considerada por muitos empresários estrangeiros ainda como uma "incógnita", Dilma já foi contatada pelos organizadores para que garanta sua primeira apresentação ao setor privado internacional. Caso Dilma faça de fato o percurso até a Suíça, essa seria uma das primeiras viagens internacionais como presidente. Nos últimos anos, o Fórum de Davos usou a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula

da Silva para lustrar seu próprio brasão. Em 2003, Lula aceitou ir tanto a Davos como ao Fórum de Porto Alegre, marcado por seu discurso antiglobalização. Desde então, os organizadores de Davos passaram a tratar o líder brasileiro como o "queridinho" do encontro internacional. No início deste ano, Lula receberia o prêmio de estadista do ano, dado por Davos. Mas acabou cancelando sua viagem por uma indisposição. Agora, Davos espera que Dilma use a plataforma do encontro com uma parte significativa do PIB mundial para dar sinais do que vai mudar em sua política, em comparação à de Lula. Para Davos, Lula se "apresentou" aos líderes empresa-

riais na estação de esqui quando ainda era considerado com certo receio por alguns. Agora, segundo os organizadores, seria a vez de Dilma. Bancos Centrais de todo o mundo, empresários e analistas do mercado esperam para saber não apenas qual será a política econômica de Dilma, mas também quem ocupará cada um dos cargos chave. Em uma semana, na Basileia, o presidente do BC, Henrique Meirelles, deve também explicar aos xerifes das finanças mundiais que o novo governo não apresentará choques ou uma reforma de sua estratégia. O Banco de Compensações Internacionais (BIS) realiza sua última reunião do ano com o presidente do Fed, Ben BerElza Fiúza/ABr - 19.10.10

Lupi indica maior espaço para o PDT

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ministro do Trabalho e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, disse ontem que "a maioria esmagadora do partido quer continuar com a Pasta, mas avançar em outros espaços", no próximo governo. O pedetista vai se reunir na

semana que vem com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, encarregado pela presidente eleita, Dilma Rousseff, de conversar com todos os partidos aliados. "O PDT pode colaborar com quadros experientes em vários setores, especialmente na área social, de minas e energia, petróleo. Tudo o que envolve a área social nos interessa. A hora não é de pressionar, mas de dialogar. A Dilma vai avaliar nosso trabalho no ministério. SECRETARIA DA SAÚDE

DIVISÃO TÉCNICA DE SUPRIMENTOS - SMS.3 ABERTURA DE LICITAÇÕES Encontra-se aberto no Gabinete: PREGÃO PRESENCIAL 321/2010-SMS.G, processo 2010-0.104.255-3, destinado ao registro de preço de MATERIAL ODONTOLÓGICO (ANESTÉSICO TÓPICO), para a Central de Distribuição de Medicamentos e Correlatos - CDMEC/Área Técnica de Material Odontológico, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá às 10 horas do dia 02 de dezembro de 2010, a cargo da 5ª Comissão Permanente de Licitações da Secretaria Municipal da Saúde. RETIRADA DE EDITAL O edital do pregão acima poderá ser consultado e/ou obtido nos endereços: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, ou, no gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, na Rua General Jardim, 36 - 3º andar - Vila Buarque São Paulo/SP - CEP 01223-010, mediante o recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital, através do DAMSP, Documento de Arrecadação do Município de São Paulo. DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO PRESENCIAL Os documentos referentes ao credenciamento, os envelopes contendo as propostas comerciais e os documentos de habilitação das empresas interessadas, deverão ser entregues diretamente ao pregoeiro, no momento da abertura da sessão pública de pregão.

SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS A PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, pela Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras - SMSP torna público que, na data, horário e local abaixo assinalados, fará realizar licitação na modalidade de PREGÃO ELETRÔNICO, do TIPO MENOR PREÇO UNITÁRIO do item, em conformidade com as disposições do Edital e respectivos anexos. PREGÃO ELETRÔNICO n° 034/2010/COGEL PROCESSO: 2010-0.167.488-6 DATA DA ABERTURA: 18/11/2010 HORÁRIO: A partir das 13:30 horas OBJETO O presente pregão tem por objeto a celebração de Ata de Registro de Preços para fornecimento de lajes de concreto armado para bocas de lobo (tampas para bocas de lobo) à Prefeitura do Município de São Paulo, cujas características, especificações técnicas e condições de fornecimento encontram-se descritas no ANEXO I. EDITAL DE LICITAÇÃO, DO ACESSO A INFORMAÇÕES E IMPUGNAÇÃO DO EDITAL. O Edital de licitação, assim como seus anexos poderão ser fornecidos mediante pagamento correspondente ao custo da cópia reprográfica no valor de R$ 0,15 (quinze centavos de real) por folha, de acordo com a Tabela Integrante do Decreto Municipal nº 51.157/2009, valor este a ser recolhido aos cofres públicos através do Documento de Arrecadação do Município de São Paulo - DAMSP, que será fornecida pela SMSP/COGEL, Rua Líbero Badaró, 425, 37º andar, das 09h30 às 17h00, até o último dia que anteceder a data designada para a abertura do certame. 3.2 - Os Editais juntamente com seus Anexos, estarão ainda disponíveis no sítio eletrônico da Prefeitura do Município de São Paulo, endereço http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, e www.comprasnet.gov.br.

Lupi: "PDT pode colaborar mais"

Temos 30 anos de amizade. Tenho consciência de que cumprimos com o nosso dever, mas ela vai avaliar e verificar onde seremos úteis", disse Lupi, lembrando que seu partido "foi o primeiro a declarar apoio oficial a Dilma, antes mesmo da convenção do PT". Segundo Lupi, a conversa com Dilma acontecerá quando as negociações sobre participação no governo estiverem avançadas. "Em 2006 (ano da reeleição do presidente Lula) também foi assim. Nosso diálogo era com o Tarso Genro. Conversamos com o Lula quando as coisas estavam encaminhadas", lembrou. (AE)

Stédile acredita em avanço da reforma agrária

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líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, disse acreditar que o governo de Dilma Rousseff terá mais condições políticas do que teve a administração atual de fazer a reforma agrária avançar e de atender a outras demandas do setor. " Lula ganhou as eleições em um quadro de composição de forças muito adversas. Agora, acho que há uma composição de forças mais favorável a um programa de centro-esquerda'', ressaltou, em entrevista à Agência Brasil e à TV Brasil. Para o MST, essa é uma das questões emergenciais das 100 mil famílias de sem terras que estão acampadas em beiras de estradas. (Folhapress/ABr)

nanke, com o presidente do BC europeu, Jean Claude-Trichet, e com outros peso pesados das finanças. A esperança do BIS é a de que Meirelles dê sinais do que pode ser o plano econômico de Dilma, principalmente em relação à inflação, crescimento da economia e, acima de tudo, políticas de controle de capital adotados nos últimos

meses pelo Brasil. "Sabemos que a intenção do governo é usar o encontro na próxima semana para dar pistas de qual será o novo caminho do Brasil. Obviamente que, uma semana depois das eleições, é difícil ter já formado um governo", explicou um alto funcionário do BIS, que pediu para não ser identificado. "Mas seria ótimo

que, em nossa próxima reunião, o Brasil já viesse preparado a mostrar qual será a equipe que terá em 2011". Dilma assumirá o governo em um momento em que a pressão sobre os mercados emergentes deve ficar ainda mais intensa, pela liquidez de dólares no mercado internacional. (AE)

Dissidentes cubanos apelam por liberdades e direitos humanos Ao saudar Dilma, eles pedem que ela inclua a questão na agenda Brasília/Havana

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issidentes cubanos pedem que a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, modifique a forma pela qual o governo brasileiro tem lidado com o regime de Raúl Castro e pressionam para que a questão dos direitos humanos entre na agenda entre Brasília e Havana. "Não queremos nada de extraordinário. Apenas que a nova presidente do Brasil defenda ao povo cubano as mesmas liberdade que ela defenderia para sua própria população", afirmou Dagoberto Valdés, um dos dissidentes ainda mantido em liberdade em Cuba.

O dissidente é um dos responsáveis pelo movimento Convivência e foi em nome do grupo que fez a declaração à Dilma. Sem liberdade para publicar seu comunicado em Havana, ele foi obrigado a usar "contatos" na Espanha para tornar pública sua declaração. "Em Cuba, a liberdade é um ingrediente raro", disse. "Felicitamos a nova presidente e queremos que o Brasil mantenha sua relação com Havana. Mas insisto que temos esperanças de que suas relações com Cuba trabalhem pelos mesmos direitos que ela (Dilma) quer para os brasileiros", afirmou.

Parceiro – Durante o governo Lula, o Brasil se transformou no segundo maior parceiro econômico e comercial de Cuba no Hemisfério Ocidental, superado apenas pela Venezuela. Entre 2003 e 2009, o comércio bilateral triplicou, chegando a quase US$ 600 milhões no ano passado. Em sua última visita à ilha, Lula assinou dez acordos de cooperação e prometeu investimentos de US$ 300 milhões na ampliação do Porto de Mariel. A viagem ficou marcada pela morte do dissidente Orlando Zapata. Lula preferiu não comentar o caso durante sua visita. (AE)

Vice de Marina desembolsou quase metade dos custos da campanha Mineradoras e empresas de fertilizantes também fizeram doações

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candidato a vice na chapa de Marina Silva (PV), Guilherme Leal, bancou quase metade dos R$ 24,9 milhões gastos na campanha da terceira colocada na eleição. Em 22 doações distintas, o empresário, proprietário da rede de cosméticos Natura, repassou R$ 11,8 milhões, o equivalente a 47,5% do que arrecadou a candidata verde. Ao todo, sua campanha recebeu 3.098 depósitos, sendo 2.831 via cartão de crédito – pagamento feito diretamente por simpatizantes de sua candidatura. Apesar da quantidade, essas doações de pessoas físicas somam R$ 169 mil, ou 0,6% do total.

No início da campanha eleitoral, Marina Silva planejava gastar até R$ 90 milhões, mas o valor acabou sendo pouco mais de um quarto do registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Só na área de mineração e metalurgia, arrecadou-se quase R$ 1 milhão. A Companhia Brasileira de Siderurgia e Mineração contribuiu com R$ 300 mil; a Companhia Metalúrgica Prada, com R$ 150 mil; e a Urucum Mineradora, com R$ 500 mil. No ramo de fertilizantes, as doações foram da Fosfértil (R$ 600 mil) e da Bunge Fertilizantes (R$ 100 mil). No ramo de papel e celulose, a Suzano contribuiu com

Leonardo Soares/AE - 03.10.10

Guilherme Leal, dono da Natura, gastou quase R$ 11, 8 milhões

R$ 532 mil e a Klabin com R$ 250 mil. A Cooperativa de Produtores de Cana de Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (Copersucar) doou R$ 250 mil e a Cosan, uma das maiores produtoras mundiais de canad e - a ç ú c a r, t a m b é m d o o u R$ 250 mil. O principal segmento que doou para a campanha de Marina foi o da construção, que sozinho respondeu por mais de R$ 3 milhões. As contribuições foram da Andrade Gutierrez (R$ 1,1 milhões), Camargo Correa (R$ 1 milhão) e Construcap (R$ 1 milhão). O segmento bancário também foi expressivo na arrecadação: quase R$ 3 milhões. O maior doador foi o Banco Alvorada, com R$ 1,7 milhões, seguido por Itaú Unibanco, (R$ 1 milhão), Banco Safra, (R$ 200 mil), e Banco Rodobens, (R$ 50 mil). As contas ainda passarão por análise e depois serão julgadas pela Justiça Eleitoral. Já os dados da petista Dilma Rousseff e do tucano José Serra poderão ser entregues até 30 de novembro. (Folhapress)


p Afinal, religião influencia eleições? DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

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Muitos pastores atuam como autoridade política ao indicar em quem votar. Maria das Dores Campos Machado, socióloga

olítica

Cientistas políticos analisam a questão dos debates sobre temas religiosos como o aborto e concluem que "não há prova desse impacto" no voto, como se imagina. Marcos Menichetti

A

corrida presidencial chegou ao fim, mas a polêmica se os temas religiosos influenciaram ou não os resultados está longe de acabar. Para o cientista político e diretor do Instituto Análise, Alberto Carlos Almeida, basta conferir as simulações sobre o 2º turno realizadas antes do 1º turno para se comprovar que as diferenças apontadas – de 12 % a 14% – entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se mantiveram com pouca variação. Ele é categórico em afirmar que a questão do aborto não foi decisiva. "O que teve impacto mesmo foi a crença de que houve algum impacto. Só isso", diz. Almeida lembra que nem mesmo os institutos de pesquisa conseguiram identificar claramente a influência dos temas religiosos na intenção de voto do eleitor: "Ou seja, não há prova desse impacto". Essa é também a observação do professor titular do Departamento de Sociologia da USP, Flávio Pierucci, autor do livro Realidade Social das Religiões no B ra s i l . "Não dá para saber o motivo exato se foi a polêmica do aborto ou o escândalo na Casa Civil da Presidência envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra. Fica a dúvida". Já segundo a socióloga e coordenadora do Núcleo de Ação da Religião, Gênero, Ação Social e Política da UFRJ, Maria das Dores Campos Machado, Dilma reverteu o baque na semana antecedente do 1º turno, ao assumir publicamente perante 51 representantes evangélicos o compromisso de vetar projetos aprovados no Congresso que atentem contra a vida e valores da família. "A Dilma voltou a crescer em todos os grupos religiosos". Maria das Dores explica que existe um ativismo religioso conservador muito forte, que estava "relativamente distante" do embate das candidaturas presidenciais. Do lado católico, ela cita como exemplo grupos como Opus Dei e Reno-

Celso Avila/Futura Press - 17.10.02

vação Carismática e, do evangélico, igrejas pentecostais, como o Ministério Belém da Assembléia de Deus. O aborto e a questão da criminalização da homofobia e suas consequências (PL 122/2006) despertaram esses grupos religiosos que "se mobilizam com rapidez, revelando uma estratégia surpreendente, ao utilizar inclusive meios eletrônicos, SMS via celular e internet", diz Maria das

Não dá para saber se o motivo exato foi a polêmica do aborto ou o escândalo na Casa Civil com Erenice. Fica a dúvida. FLÁVIO PIERUCCI Dores. Já a outra ala forte da Assembléia de Deus, o Ministério Madureira, fechou com Dilma, que conseguiu atrair o seu presidente, Manoel Ferreira, para as fileiras petistas. O professor Flávio Pierucci lembra a eleição presidencial nos EUA, também contaminada por polêmicas religiosas. "Pastores chegaram a acusar o então candidato presidencial Barack Obama de ser filo-islâmico". Depois, as próprias direções das campanhas notaram que "a religião estava atrapalhando o debate dos grandes temas nacionais". Aqui, o

tema do aborto esfriou e deixou as principais manchetes. Isso porque "a disputa eleitoral sempre acontece sobre fatos mensuráveis – salários, inflação, educação, saúde – e muitas negociações. A religião não permite isso, pois entra com uma postura inegociável", diz Pierucci. "Temos uma direita religiosa vigorosa e militante, cada vez mais aparelhada tecnologicamente", o que aumenta seu poder. Para Maria das Dores, autora do livro Política e religião: a participação dos evangélicos nas eleições, o que estaria por trás das polêmicas religiosas é a possibilidade de influenciar decisivamente os rumos da política. Ela cita o caso do pastor Silas Malafaia, que se desligou do Ministério Madureira da Assembléia de Deus e fundou a sua própria igreja, Vitória em Cristo. Malafaia fez campanha incessante contra o aborto e o projeto de lei da homofobia, usando tevê e redes sociais, inclusive "com distribuições de vídeos a favor de Serra". "As mulheres gostam disso". A socióloga lembra que as pesquisas mostram que (75%) do público destas igrejas é composto por mulheres e, não por acaso, "a grande maioria dos indecisos (70%) é composta por mulheres". As últimas pesquisas eleitorais antes do 2º turno mostraram que a parcela de indecisos aumentou em relação ao 1º. Isto está em sintonia com a particularidade interessante mencionada por Maria das Dores: o

Massao Goto Filho/e-SIM - 13.01.10

Alberto Carlos Almeida, sobre o peso da questão do aborto: "O que teve impacto mesmo foi a crença de que houve algum impacto. Só isso".

Arcebispo do Rio diz que Igreja sai fortalecida das eleições Para dom Orani Tempesta, Igreja soube orientar o povo a votar e não se desgastou

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arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, afirmou ontem que a Igreja Católica saiu fortalecida após as eleições presidenciais deste ano. Ele negou que a Igreja tenha apoiado um ou outro candidato e disse que isso só ocorreu de forma individual ou em alguns grupos. "A Igreja soube fazer declarações bastante equilibradas, soube orientar seu povo para escolher da melhor maneira possível, não se desgastou, tomando partido aqui ou acolá, e os grupos que se manifestaram ou fizeram por sua própria

conta. Eu acho que a Igreja sai muito mais forte, muito mais presente, muito mais equilibrada e, ao mesmo tempo, com um povo que soube se manifestar por todos os lados". O arcebispo considerou naturais as mensagens divulgadas pelo papa Bento 16 e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), orientando os fiéis na reta final das eleições. "Nossa missão, o trabalho de orientar, teve plena sintonia com a CNBB, a arquidiocese e o papa. Creio que as pessoas sabem escolher conforme sua convicção".

Wilton Júnior/AE

Dom Orani Tempesta: a Igreja "sempre teve pronunciamentos orientando os eleitores. O cidadão de fé tem o direito de se manifestar".

Dom Orani disse discordar das críticas de que a Igreja não deveria se pronunciar em assuntos de política e defendeu o papel da instituição em períodos eleitorais. "Creio que a Igreja, oficialmente, sempre teve pronunciamentos orientando os eleitores. Devemos distinguir o que é orientação específica de um grupo – responsabilidade de cada um – e o que é Igreja oficial, de orientar as pessoas nas suas consciências. O cidadão que tem fé também tem responsabilidade e o direito de se manifestar". Para ele, a Igreja não apoiou determinado candidato. "É interpretação errônea da posição da Igreja, que não tem candidatos nem partidos". O religioso espera que " todos os governos eleitos, dos Estados e do País, possam cumprir as promessas, fazer o melhor pelo País e o bem para o povo". Em relação ao Dia de Finados, defendeu os valores espirituais, em oposição aos bens materiais. "É um dia em que as pessoas podem pensar que a vida não termina no cemitério, mas continua. Representa uma reflexão séria sobre nossa vida enquanto caminhamos, pois desse mundo não levamos o que acumulamos. Devemos construir uma sociedade mais justa, mais humana e mais fraterna". (Folhapress)

José Patrício - 27.09.07

Malafaia (acima) fez campanha incessante contra o aborto e o projeto de lei da homofobia, com vídeos a favor de Serra. MARIA DAS DORES fato comprovado de que as eleitoras decidem por último em quem vão votar. Quanto ao bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, que apoiou Dilma, ela chama a atenção para sua trajetória, "de acusado de charlatanismo nos anos 1990 a um ator político desta campanha", apoiado no tripé mídia, ação social e política, "o que tem levado a resultados surpreendentes". Em termos de estratégia, a Universal leva vantagem por ser mais centralizada e unida. Desafetos há tempos, Malafaia brigou via internet com Edir. "Estão em jogo interesses pragmáticos, quem consegue mais 'privilégios' em acordos com o Executivo", conclui.

Edir Macedo (acima) deixa a condição de acusado de charlatanismo nos anos 90 para assumir a de um ator político surpreendente. IDEM


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

PARCERIA Grã-Bretanha e França firmam acordos militar e nuclear

nternacional

BOMBAS Reuters

Explosões nas missões suíça e russa em Atenas. Embaixadas do Chile e da Bulgária também são alvos. Cartas suspeitas chegam à Alemanha e à Itália. AFP

Ó RBITA

IRÃ

O A polícia grega deteve dois suspeitos de participar dos atentados

Eles são acusados de terem ligações com guerrilhas de esquerda

Louisa Gouliamaki/AFP

O esquadrão antibombas da polícia grega detonou pelo menos cinco pacotes suspeitos ontem

co explodiu em uma central de entregas no centro da cidade, na segunda-feira, ferindo um funcionário. Pouco depois, a polícia prendeu dois suspeitos, que, segundo as autoridades, levavam cartas-bomba destinadas ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, e à embaixada da Bélgica no país. Um outro artefato, endereçado à embaixada da Holanda, foi encontrado também

em uma empresa de entregas. Por pouco - Em Berlim, a polícia alemã interceptou ontem um pacote-bomba remetido da Grécia para o gabinete da chanceler Angela Merkel. Destinado pessoalmente à chanceler, o pacote foi achado na sala de correspondência do gabinete, enquanto ela estava em visita à Bélgica, segundo o governo. O ministro do Interior ale-

mão, Thomas de Maiziere, disse que o pacote com explosivos foi enviado da Grécia há dois dias e parece ter relação com os outros pacotes-bomba. "Por tudo o que sabemos, ele foi construído do mesmo jeito e tinha o mesmo aspecto... do que explodiu na embaixada suíça em Atenas, e presumivelmente dos outros pacotes também", afirmou.

Mais tarde, um pacote suspeito despachado de Atenas e endereçado ao primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, foi encontrado a bordo de um avião e estava sendo analisado por especialistas no aeroporto de Bolonha. Analistas dizem que o incidente pode ter relação com as medidas de austeridade fiscal adotadas pela Grécia em troca de um resgate financeiro oferecido neste ano por seus sócios da União Europeia, principalmente a Alemanha. Suspeitos - Dois jovens identificados como Panagiotis Argyros, de 22 anos, e Gerasimos Tsakalos, de 24, foram presos na capital grega e acusados de participar dos atentados. Além dos explosivos, os presos carregavam na cintura armas de fogo e cartuchos, segundo informou a polícia grega. Um deles já era procurado por conexão à organização anarquista radical Synomosia Pyrinon tis Fotias (Núcleos da Conspiração de Fogo, em tradução livre). Ambos foram acusados de praticar ato de terrorismo que causou explosões e pôs em perigo vidas humanas. Se condenados, os rapazes enfrentarão uma pena mínima de 25 anos de prisão. (Agências)

Ele prefere as ninfetas Berlusconi enfrenta novos pedidos de renúncia após comentários homofóbicos Alberto Pizzoli/AFP

O

primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, rejeitou ontem os pedidos para que renuncie por causa de seu envolvimento com uma menor de idade marroquina e até criou uma nova polêmica, ao alegar que "é melhor gostar de garotas bonitas do que ser gay". Os comentários de Berlusconi provocaram indignação de grupos de direitos gays e novos pedidos para que ele renuncie ao cargo. Políticos da oposição acusaram Berlusconi de ter abusado de sua autoridade ao chamar a polícia de Milão, em maio passado, quando uma jovem de 17 anos, chamada de Ruby, foi detida por suposto roubo. Berlusconi se recusou a pedir desculpas "por sua preferência por mulheres jovens" e negou ter feito alguma coisa de errado, depois de o caso da garota ter saído nos jornais italianos na semana passada. "Como sempre, eu trabalho sem interrupção e, se ocasionalmente ocorreu de eu olhar nos olhos de uma garota bonita, é melhor gostar de garotas bonitas do que ser gay", disse ele numa reunião em uma exposição da indústria de motocicletas em Milão. "Vocês devem ficar completamente tranquilos sobre o governo e sobre o fato de que esse é um governo que ainda tem a maioria e planeja governar até o fim de seu mandato", garantiu. Berlusconi, de 74 anos, já se complicou com a mídia no passado por causa de seu envolvi-

governo de Teerã pode executar hoje a iraniana Sakineh Ashtiani, condenada inicialmente à morte por apedrejamento por ter cometido adultério. Autoridades judiciais de Teerã já deram sinal verde para a execução da iraniana, segundo as ONGs Comitê Internacional contra a Execução e Comitê Internacional contra o Apedrejamento, que há meses se ocupam do caso da iraniana e vêm fazendo protestos em todo o mundo para chamar a atenção para a situação das mulheres no Irã. O governo iraniano não se manifestou sobre o assunto. (Agências)

AFP

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ma nova onda de pacotes-bomba paralisou a Grécia ontem, levando a polícia de Atenas a trabalhar numa corrida contra o relógio para encontrar os dispositivos e neutralizá-los. Pequenas bombas explodiram ontem nas embaixadas da Suíça e da Rússia na capital grega. Foram encontrados ainda embrulhos suspeitos nas representações diplomáticas do Chile e da Bulgária. Alguns pacotes conseguiram chegar à Alemanha e à Itália, obrigando a Grécia a suspender por 48 horas os serviços de envio de correspondências para o exterior. Ninguém ficou ferido e nenhuma organização reivindicou a autoria da ação até o momento. A suspeita é de que grupos anarquistas radicais sejam responsáveis pelas bombas encontradas na Grécia, que não teriam conexão com a recém-descoberta tentativa de atentados organizada a partir do Iêmen. Ontem, dois pacotes explodiram nas embaixadas da Suíça e da Rússia, em Atenas. Um terceiro embrulho foi encontrado do lado de fora do Parlamento e tinha como destinatária a embaixada chilena. Também foi encontrada uma cartabomba na embaixada búlgara e uma outra foi interceptada numa agência de uma empresa de correios, destinada à embaixada alemã. A polícia grega ainda detonou pelo menos outros cinco artefatos no decorrer do dia, tentando conter a onda de ataques. Dois pacotes com explosivos endereçados à Europol e ao Tribunal de Justiça da União Europeia foram detonados pela polícia em um terminal de cargas do aeroporto de Atenas. Reação em cadeia - Os ataques em Atenas começaram quando uma carta-bomba endereçada à embaixada do Méxi-

ERUPÇÃO Vulcão Merapi provoca cancelamento de voos na Indonésia

IÊMEN

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Iêmen lançou uma operação ontem para prender um fabricante de bombas saudita acusado de estar por trás de um frustrado plano de atentado envolvendo pacotes com explosivos enviados aos EUA, enquanto supostos membros da Al-Qaeda explodiram um oleoduto do país, aparentemente em resposta à ação das forças de segurança. Militares do Iêmen, sob pressão internacional para encontrar a origem das bombas, rumaram para o sul do país, onde os insurgentes atacaram o gasoduto operado pela Korean National Oil Corporation (abaixo). Não ficou claro se as exportações seriam afetadas. (Reuters)

Reuters

Jewel Samad/AFP

Premiê italiano envolvido em novo escândalo com adolescente Filippo Monteforte/AFP

IRAQUE Simpatizantes de Obama pedem aos eleitores que compareçam às urnas

A revanche da oposição

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Declaração de Berlusconi provoca revolta de grupos homossexuais

mento polêmico com mulheres. Ele está sob crescente pressão desde que os jornais trouxeram notícias na semana passada sobre a adolescente que frequentava as festas em sua casa suntuosa perto de Milão. O jornal Corriere della Sera divulgou detalhes de um telefonema que Berlusconi teria dado ao chefe da polícia de Milão em nome de Ruby, quando ela

estava detida por um outro incidente, de roubo, em maio. Berlusconi disse ter ajudado Ruby – cujo nome real é Karima El Mahroug, segundo os jornais italianos –, mas nega ter feito pressão sobre os policiais. A adolescente, que já fez 18 anos, disse a jornais ter recebido 7 mil euros do premiê após comparecer a duas festas. Ela negou ter feito sexo com ele. (Agências)

epois de uma campanha longa e amarga, os norte-americanos foram às urnas ontem, numa eleição que pode tirar os democratas da liderança do Congresso e travar a agenda do presidente Barack Obama no legislativo. A ansiedade com relação à economia do país e a insatisfação com Obama e o governo federal impulsionaram os republicanos, que poderão ganhar a maioria dos assentos na Câmara dos Representantes e talvez até mesmo no Senado. O descontentamento deu origem ao fenômeno político do Tea Party, um movimento con-

servador pouco organizado e que apóia um papel menor para o Estado, impostos mais baixos e gastos públicos reduzidos. "O plano econômico dos democratas não está funcionando", disse o aposentado Peter Ruiz, de Miami, após votar nos republicanos, apesar de ter apoiado Obama dois anos atrás. "Precisamos experimentar outra coisa." No pleito, estão em jogo todos os 435 assentos da Câmara dos Representantes, 37 do Senado e 37 governos estaduais. Muitos Estados realizaram eleições antecipadas durante semanas. (Agências)

U

ma série de explosões atingiu áreas predominantemente xiitas em Bagdá ontem, matando ao menos 76 pessoas e ferindo outras 200, dois dias após um banho de sangue ocorrido quando militantes da Al-Qaeda invadiram uma igreja na capital iraquiana. Pelo menos 13 explosões ocorreram em um curto intervalo de tempo em dez diferentes bairros de Bagdá, de acordo com fontes policiais e hospitalares. As detonações envolveram uma combinação de carrosbomba, explosivos em avenidas e disparos de morteiros. Nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques, mas as autoridades suspeitam do envolvimento de radicais sunitas. (Agências)


terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

9 Milton Mansilha/Luz

DELEGACIAS São Paulo conta com 8 delegacias especializadas para atender idosos.

idades

Harris Artemis/Image Source - 22/09/2009

TRATAMENTO Geriatra alerta para os cuidados que devem ser tomados com a saúde.

Harris Artemis/Image Source - 19/09/2009

Muitas vezes a decadência física vem acompanhada da psicológica

Desde 2003, os idosos contam com o apoio do Estatuto do Idoso para evitar problemas com maus-tratos. Mesmo assim, chegar à terceira idade nem sempre é sinônimo de harmonia e alegria. Muitas pessoas são abandonadas dentro da própria família. Isso quando não são maltratadas e acabam saindo de casa e vão morar em abrigos apenas para conseguir um pouco de paz. Outro problema é o próprio sentimento de decadência em consequência da fragilidade do corpo e a dependência física e psicológica.

Envelhecer no Brasil ainda é um problema para muitas pessoas. Parte dos idosos não encontra apoio na família e vai morar em asilos ou abrigos.

Nem sempre a paz chega com a velhice José Luis da Conceição/AE - 02/10/2005

José Luis da Conceição/AE - 02/10/2005

Mariana Missiaggia

D

esarmonia familiar, alcoolismo e dependência financeira são fatores que potencializam situações de risco para a terceira idade. O Estatuto do Idoso estabelece pela Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, um conjunto de artigos que protegem os direitos do idoso e defendem sua inclusão social. No entanto, para a própria pessoa, o envelhecimento ainda é considerado uma fase de decadência. Para quem o acompanha, pode ser um período cansativo. Qualquer pessoa em seu processo de envelhecimento passa por diversas alterações físicas e psicológicas. Para o geriatra Wilson Jacob Filho, esse é um momento da vida em que homens e mulheres se tornam bastante vulneráveis. "Qualquer pessoa procura um médico em busca de um diagnóstico rápido e preciso. O idoso, não. Ele quer delicadeza, um apoio para levantar da cadeira sem dor", diz Jacob Filho. Com o avanço da idade, determinadas capacidades e aptidões tornam-se limitadas. "Quanto maior a condição de dependência, maior será a fragilidade do idoso. E essa fragilidade física é sempre acompanhada da emocional, gerando condições para a agressão", diz o médico. Saindo de casa – Aos 64 anos, uma cabeleireira que preferiu não se identificar contou ao DC uma dura experiência familiar que a fez deixar sua casa, trocando-a por uma instituição especializada em idosos. Ela vivia com o marido e um filho de 32 anos. Há um ano, ficou viúva e sua vida mudou completamente. "Quando meu marido morreu, a namorada do meu filho se mudou para minha casa. Eles traziam amigos e me trancavam no quarto. Minhas necessidades não eram respeitadas", diz ela. A cabeleireira trabalhava em casa e conta que, muitas vezes, suas clientes presenciaram ela ser insultada pela nora e pelo filho. Mais tarde, além da agressão verbal, eles

Diante da fragilidade, muitos idosos enfrentam a agressão física e moral, o abuso financeiro e o abandono

Quanto maior a condição de dependência, maior será a fragilidade do idoso. E a fragilidade física é acompanhada da emocional. WILSON JACOB FILHO, GERIATRA

começaram a deixá-la sem comida. "Como eu trabalhava até mais tarde, eles jantavam e jogavam o que sobrava no lixo. Se eu quisesse comer, tinha que pegar no lixo. Algumas clientes sabiam dessa minha situação e me traziam comida", conta. "Só as roupas " – Quando a agressão passou a ser física, uma amiga sugeriu levá-la para uma clínica de repouso. "Demorei dois dias para aceitar essa situação de abandono e optei pela paz. Eles (filho e nora) não estavam em casa quando eu saí. Levei só minhas roupas e documentos. Os poucos que sabem onde estou são orientados a não passar meu endereço", explica. Apesar de não concordar com a atitude do filho, ela não pensa em denunciá-lo e abriu mão de sua casa e de seus pertences. "Ficou tudo para eles. É doloroso não ver meu filho. Mais dolorosa ainda era a situação em que eu estava.

Estou feliz aqui". Há seis meses na casa de repouso, a cabeleireira diz amar sua nova família e se sente útil para as pessoas que a rodeia. "Aqui um entende o outro e nos apoiamos. Minhas irmãs me chamaram para morar com elas, mas não vou. Nunca mais quero ter a sensação de que estou incomodando alguém", disse. Abandono – São Paulo conta com oito Delegacias de Proteção ao Idoso e o DisqueDenúncia (181) é um portal importante na denúncia de casos de violência contra idosos. A 2ª Delegacia Especializada, localizada na avenida Engenheiro George Corbisier, no Jabaquara, zona sul da cidade, recebe, em sua maioria, casos de abandono de idosos por parte de filhos ou de outros parentes. Cerca de 80% desses casos dizem respeito a conciliações entre filhos, netos e sobrinhos que não querem arcar com os cuidados e os custos dos idosos. De acordo com dados da polícia, em geral, as agressões físicas são causadas por netos entre 16 e 20 anos, com a intenção de roubá-los para comprar entorpecentes. Entretanto, o idoso não tem interesse ou condições de denunciar a violência. Por isso, o mais comum é a denúncia ser feita por um vizinho, um empregado ou por um profissional da saúde. Na 2ª Delegacia de Proteção ao Idoso é senso comum que tais situações poderiam ser

Demorei dois dias para aceitar essa situação de abandono e optei pela paz. Eles (filho e nora) não estavam em casa quando eu saí. IDOSA MALTRATADA

resolvidas de maneira simples: o idoso quer ser ouvido, quer desabafar e encontrar apoio moral. Agressões – A promotora Cláudia Maria Beré trata de casos de idosos em situações de risco tais como a agressão física e moral, o abuso financeiro e o abandono. Ela explica que existem dois tipos de abandono. O primeiro, quando não há crime, mas que necessita de intervenção do Estado porque o idoso não tem familiares responsáveis, vive só e é incapaz de se manter. O outro tipo de abandono se dá quando os familiares deixam de prestar assistência e deixam o idoso em hospitais ou instituições por longos tempo, o que pode resultar em uma pena de seis meses a um ano de detenção e multa. As agressões morais e físicas também são consideradas criminosas e, se não houver lesão grave, podem levar o agressor a um período de dois meses a um

Nem sempre os filhos e netos sabem cuidar corretamente dos mais velhos

ano de detenção e multa. Agressões caracterizadas como leves podem acarretar penas alternativas. A promotora alerta que, em caso de agressão a um idoso, o importante é procurar uma delegacia de polícia e registrar um boletim de ocorrência. Denúncias também podem ser encaminhadas ao Ministério Público, pois todo Fórum regional tem um promotor responsável por essa especialidade. Segundo Cláudia Maria, "aplicar uma pena ao agressor não é o nosso único objetivo. O importante é conscientizálo. Se possível, a convivência continuada do idoso com sua família é bastante desejável. Não é aconselhável tirá-lo de casa, porque ele perderia suas referências e o vínculo afetivo", afirma. Exageros – Nesse sentido, o geriatra Jacob Filho alerta que mesmo aqueles que cuidam do idoso com boas intenções, que tentam protegê-lo administrando seus bens, proibindo-o de dirigir e tomando decisões em seu lugar não têm ideia do quanto

esse comportamento pode afetá-lo. O idoso, ao contrário de um adulto jovem, de uma criança ou de um adolescente, já não anseia mais por ter e sim por manter. Ele já obteve sua liberdade, casou, teve filhos, viajou, conquistou uma posição social e profissional e, aos poucos, vê isso tudo ser amputado. Segundo o geriatra, essas formas de corte podem ser consideradas maus-tratos. "Não acredito que o termo correto seja maltratado, mas tratado mal. Alimentar em excesso, reduzir ou aumentar doses de medicamentos e impor determinados comportamento ao idoso podem ser cuidados inadequados. É como tirar um peixe da água para acariciá-lo, quando, na verdade, ele precisa estar na água", disse. Na opinião do geriatra, é compreensível que a pessoa de terceira idade não denuncie seu agressor. "Seria como admitir que ele falhou na educação dos filhos", explica o médico.


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terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

A peculiaridade do Enem é a extensão da prova. Sugiro fazer pausadamente. Edmílson Motta, coordenador geral do Etapa.

idades

Enem: 4,6 milhões disputarão vagas

AMBIENTE Seca deixa pelo menos 500 mil pessoas sem água no Nordeste. No CE, emergência.

Ó RBITA

PROTESTO Manifestação contra cobrança de pedágio provoca congestionamento na Via Dutra.

Alessandro Shinoda/Folhapress

Algumas dicas poderão ajudar o estudante na prova do próximo fim de semana Wilton Junior/AE - 27/08/2006

FINADOS: DOIS MILHÕES VÃO AOS CEMITÉRIOS DE SÃO PAULO Assim como nos exames passados, gestão do tempo pode ser fundamental para um bom resultado no Enem

N

o próximo fim de s e m a n a 4 , 6 m ilhões de estudantes farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Preparo, concentração e horas de sono são as dicas mais recorrentes. Mas pequenos detalhes, como a assinatura no lugar correto, a atenção com as cores das provas e o uso de caneta podem anular a prova - e fazer com que o aluno fique sem nota. Entre outros erros comuns, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação que organiza o exame, alerta para o preenchimento da cor do caderno de provas no cartão-resposta. Rodrigo Braga, de 31 anos, quer cursar Medicina em Fortaleza e se d i z p re j u d i c a d o n o E n e m 2009. "Não contabilizaram minhas notas do segundo dia, disseram que esqueci de assinalar a cor do caderno na ficha ótica."

O momento de preencher o cartão-resposta também é dos mais traiçoeiros. "Depois de cinco horas, eu lia a questão 2 e preenchia a de número 3 no gabarito. Estava exausta", conta Melissa Silva. Ana Laura Fanstone prefere marcar assim que conclui cada pergunta. "Quando tenho certeza, já preencho. Parece que estou perdendo tempo, mas pelo menos não corro risco " Mas não é só no final da prova que a falta de atenção pode tirar pontos. Antes do exame, os fiscais de sala dão instruções que muitas vezes são ignoradas. "Tem de escutar com calma o que eles dizem, porque se algo der errado, quem vai mal sou eu", diz Rafael Polito, de 17 anos. Novas regras, como a proibição de aparelhos eletrônicos, até mesmo de relógios, também podem pegar alunos desprevenidos. "Fizemos vários simulados no cursinho, mas até agora não avisaram

que só poderemos usar caneta preta", diz Amanda Bonfim, de 17 anos, que tenta uma vaga em Engenharia. "A peculiaridade do Enem é a extensão da prova. Sugiro fazer pausadamente. Assim fica menos desgastante e diminuem as chances de engano", aconselha o professor Edmílson Motta, coordenador geral do Etapa. Apesar de o ministro da Educação, Fernando Haddad, ter declarado que solicitou perguntas mais sucintas, as questões do Enem tendem a ser mais longas. "Existem enunciados muito amplos, mas que contêm informações úteis para resolver o problema", aconselha Daniel Teodoro, professor de matemática do Universitário. A gestão do tempo costuma ser determinante no resultado do exame. "O tempo é muito curto, acabo chutando as últimas perguntas", conta Yasmim Bueno. (AE)

Mateus Bruxel/Folhapress

D

e 1,4 milhão a 2 milhões de pessoas visitaram ontem, Dia de Finados, os cemitérios da cidade de São Paulo para homenagear os mortos. Por isso, os 22 cemitérios municipais e o Crematório da Vila Alpina, na zona leste da Capital, ficaram abertos por uma hora a mais, das 7h às 19h,

partidas adequadas à demanda. O cardeal d. Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, celebrou missa às 10h no Cemitério São Paulo (rua Cardeal Arcoverde). Nos demais cemitérios municipais também foram celebradas missas em horários variados. (Agências)

Márcio Fernandes/AE

ESTRADAS

A

s estradas que cortam São Paulo tiveram tráfego normal na tarde de ontem, fim de feriado prolongado de Finados. O movimento nas estradas litorâneas como a Tamoios, Padre Manoel da Nóbrega e Oswaldo Cruz foi intenso, mas sem pontos de lentidão. A condição era semelhante na Régis Bittencourt e Fernão Dias, que ficaram movimentadas, mas sem congestionamentos. O Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) esteve com tráfego bom e sem lentidão. Na Rodovia dos Imigrantes foi implantada operação de subida por duas pistas. O sistema operou no esquema 2x8. (Agências)

TIROTEIO

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FITTI, A 250 KM/H – Com a Lotus 72, com a qual obteve sua primeira vitória em uma prova na Fórmula 1, em 1970, e seu primeiro título, em 1972, o piloto Emerson Fittipaldi alcançou ontem a velocidade de 250 km/h na marginal Pinheiros. O carro partiu da marginal, passou pela ponte estaiada e entrou na avenida Jornalista Roberto Marinho. Na marginal, a velocidade máxima permitida é de 90km/h.

para visitação. Nos demais dias, o funcionamento voltará ao horário normal, das 7h às 18h. A SPTrans montou operações especiais para facilitar a ida aos 39 cemitérios públicos e particulares da cidade. No total, 336 linhas de ônibus tiveram a frota reforçada e as

epois de uma noite de terror, com tiroteio entre grupos ligados a traficantes, moradores do morro da Serrinha, em Madureira (na zona norte do Rio de Janeiro), voltaram a se enfrentar com disparos na manhã de ontem. Policiais militares estiveram no morro da Serrinha fazendo buscas. Segundo a Polícia Militar do Rio de Janeiro, não há informação de vítimas. Há 20 dias, traficantes do morro do Alemão, também na zona norte da cidade, tentam invadir o morro da Serrinha (berço da escola de samba Império Serrano) para se apoderarem dos pontos de venda de drogas. (Agências)

GÁS VAZA E CASA EXPLODE

U

ma explosão causada por vazamento de gás (foto) atingiu três casas no mesmo terreno na rua César Pena Ramos, na Vila Santa Maria, zona norte de São Paulo, por volta da 1h de ontem. Uma mulher ficou ferida e foi levada pelos parentes para o pronto-socorro Vila Nova Cachoeirinha. Seis equipes do Corpo de Bombeiros estiveram no local, mas quando chegaram

as demais vítimas, todas com queimaduras, já haviam sido socorridas por testemunhas e levadas para os hospitais da região. Por medida de segurança, os bombeiros colocaram estacas de sustentação na estrutura das casas afetadas pela explosão, de modo a evitar um desabamento. O caso foi registrado no 13º Distrito Policial da Casa Verde. (Agências)

BALONISMO: VOOS SÃO SUSPENSOS

O

Clube de Balonismo de Boituva (121 km de São Paulo) suspendeu a realização de voos de balão na cidade por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após as mortes de três pessoas, na manhã do último sábado. Na ocasião, outras 11 pessoas ficaram feridas na queda de dois balões tripulados. Eles haviam decolado às 7h30, um com dez passageiros e outro com nove. Cerca de uma hora

depois, foram atingidos por uma rajada de vento. Eles perderam a altitude e, com a queda, três pessoas que estavam no balão com nove passageiros morreram na hora - um deles era o piloto Antônio Carlos Giuste, 56. Os outros dois mortos eram o casal Daniela Gonçalves Ciarallo, 31, e Franklin Ciarallo, 31. O passeio era um presente de aniversário pelos cinco anos de casamento. (Folhapress)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

11

3O Jardim Irene entra em campo º

MORTES No Jardim Irene a mortalidade por causas externas é da ordem de 74,5%.

setor

DESPESA A despesa mensal da Fundação Cafu gira em torno de R$ 56 mil.

Fundação Cafu leva arte, esporte e reforço escolar para 700 crianças e jovens que vivem em um dos bairros mais carentes e violentos do extremo sul paulistano Fotos: L.C.Leite/Luz

Kelly Ferreira

O

Jardim Irene, no extremo sul da cidade de São Paulo, f i c o u m u n d i a lmente conhecido no final da Copa de 2002, quando o então capitão da seleção brasileira, o Cafu, ergueu a camisa e mostrou a frase 100% Jd. Irene. Fazendo referência ao bairro onde nasceu e foi criado, Marcos Evangelista, nome de batismo do jogador, deu o pontapé inicial para a consolidação do projeto da fundação que leva o nome que o tornou conhecido: a Fundação Cafu. Há seis anos, a instituição mantém programas de incentivo de inclusão social, inclusive para moradores de bairros vizinhos, reunindo mais de 700 crianças e jovens em atividades artísticas, esportivas e de reforço escolar. Sobrevivendo com recursos próprios – a despesa mensal gira em torno de R$ 56 mil – a fundação quer alçar vôos mais altos nos próximos anos. "Não temos condições de ampliar o atendimento, por enquanto, mas já temos a documentação pronta para participar da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet", disse Cafu. Segundo ele, com a parceria de empresas será possível aumentar a capacidade e atender melhor a comunidade. "Com a lei, teremos sustentabilidade de quase 90%", afirmou o jogador. A Fundação Cafu está localizada no distrito de Capão Redondo, que ocupa a 82º posição no ranking de exclusão social no País. A mortalidade por causas externas é da ordem de 74,5% a cada 100 mil habitantes, enquanto a média da cidade de São Paulo é de 37,9%, dado que mostra a violência que reina naquela área. Atividades – Na fundação, crianças entre 3 e 10 anos aproveitam o período pós ou préaula para brincar, sempre em grupo, com jogos interativos, ou ler na brinquedoteca, durante duas horas. "Além de brincar, faço capoeira e oficina de canto. Gostaria de fazer futebol, mas preciso de tempo também para estudar", disse Alessandro Silva, de 8 anos. Para o pequeno Vitor Sebastião, de 7 anos, falta tempo para a capoeira. "Fico na brinquedoteca, mas minha mãe diz que preciso ocupar meu tempo com o estudo para não ficar burro", afirmou.

Cafu (acima), fundador da instituição, e Vitor (esq.) na brinquedoteca

Trabalhar com o terceiro setor é muito gratificante. Mas é um trabalho que precisa de ajuda constante para sobreviver.

Jovens assistidas pela Fundação Cafu durante treino de futebol. Projeto atende 700 pessoas.

MARCOS EVANGELISTA, O CAFU, JOGADOR DE FUTEBOL

As crianças e adolescentes que estão na faixa de 7 a 14 anos participam da brinquedoteca e podem também frequentar as aulas de português, inglês, informática e matemática, que reforçam o conteúdo escolar, além de participar de atividades como canto, futebol, teatro, artes plásticas, dança e capoeira, que complementam o conhecimento e estimulam diferentes formas de aprendizado.

Os adolescentes mais velhos, que estão entre 15 e 17 anos, têm atividades diferenciadas, relacionadas à formação profissional, ao exercício da cidadania e à prática esportiva com a perspectiva de ampliar as possibilidades de inserção no mercado de trabalho. Renda – A geração de renda para as famílias também é uma preocupação na Fundação Cafu. No curso de cabeleireiro,

Crianças praticam a leitura, brincam e estudam nos períodos antes ou depois das aulas regulares.

Sábado é dia de doar alimentos

Leilão de obras para ajudar instituto

A

O

5ª edição do Dia Nacional da Coleta de Alimentos acontece sábado em 37 cidades de 15 estados. A previsão é de arrecadação de 130 toneladas de alimentos, que irão para Bancos de Alimentos do País. Realizada desde 2006 pela Companhia das Obras do Brasil (CdO), a coleta reúne voluntários para trabalhar nas etapas de doação, arrecadação, estocagem e entrega. Os voluntários passam o dia na entrada de supermercados explicando o que é a campanha e como é possível ajudar. Pode ser doado qualquer alimento não perecível. Os mais necessários para o cardápio das instituições que serão beneficiadas são arroz, feijão, achocolatado e leite em pó. Neste ano, o número de pessoas que se envolverão gratuitamente com o projeto deve chegar a cinco mil. Em cinco anos de coleta já foram arrecadados mais de 215 toneladas de alimentos, com a ajuda de 12, 5 mil voluntários. Só em 2009, foram 99 toneladas. O projeto conta com os seguintes parceiros: Pão de Açúcar, WalMart, Mesa Brasil/Sesc, transportadora TNT, Fundação AVSI e Grupo Orsa, Antibióticos do Brasil, gráficas Offset e Neo Band, Secretaria de Saúde de Minas Gerais e da Região de Lombardia – Itália. Informações no http://www.cdo.org.br/ coletadealimentos/?q=blog.

Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural, em parceria com o Centro da Cultura Judaica, realizará o seu 1° Leilão de Arte Beneficente neste mês. A exposição estará aberta ao público das 12h às 19h, sexta, sábado e domingo, no auditório do Centro da Cultura Judaica. O leilão acontece terça-feira, dia 9, às 20h30, no teatro local. Serão expostas 140 obras de artistas como Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Salvador Dali, Portinari, Mira Schendel, Volpi, Gustavo Rosa, Aldemir Martins, Isabelle Tuchband, Eduardo Iglesias, Verena Matzen e Marysia Portinari, entre outros. O objetivo do leilão é levantar recursos financeiros para a manutenção dos projetos do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural. A meta de arrecadação é de R$ 1,5 milhão. O evento terá como leiloeiro Reinaldo Marques e curadoria de Jacob Klintowitz. valor mínimo das obras varia entre R$ 800 e R$ 600 mil, como a obra Sochsha, de 1912, de Lasar Segall. É possível arrematar obras como Mulher com Flores, de Aldemir Martins, por R$ 800; Fachada com Bandeiras, de Volpi, por R$ 1 mil; e Homenagem a Van Gogh, de Salvador Dali, por R$ 2, 5 mil. O Centro da Cultura Judaica fica na rua Oscar Freire, 2.500, no bairro do Sumaré. O estacionamento é gratuito.

Aula de dança: uma das atividades desenvolvidas na instituição

graças a uma parceria com o Instituto Embelleze, ou no artesanato, homens e mulheres podem usar suas habilidades para

aumentar o orçamento familiar. "Caminho e faço fisioterapia por causa de um problema no joelho. Mas é no trabalho artesa-

nal que faço terapia e ganho um dinheiro extra", disse a doméstica desempregada Francisca Santos, de 49 anos. Segundo dados do Mapa da Juventude de 2003, elaborado pela Coordenadoria da Juventude da Prefeitura do Município de São Paulo, o Jardim Irene pertence a uma zona caracterizada pelas piores condições de vida para os jovens que estão na faixa etária dos 15 aos 24 anos. "Trabalhar com o terceiro setor, fazer alguma coisa para auxiliar os menos favorecidos das comunidades é muito gratificante. Mas é um trabalho que precisa de ajuda constante para sobreviver", finalizou Cafu.


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Odd Andersen/AFP

www.dcomercio.com.br

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Filhote de guanaco nascido em 17 de outubro é alimentado pela mãe no zoo de Berlim, Alemanha. A espécie é nativa da América do Sul.

3 Dia Nacional do Direito de Voto para Mulheres

NOVEMBRO

12 -.LOGO

T ECNOLOGIA C IÊNCIA

A maior foto do mundo

Espanha irá produzir órgãos A Espanha, líder nos transplantes de órgãos humanos, inaugurou ontem em Madri um laboratório pioneiro na criação de órgãos bioartificiais com célulastronco. "Trata-se do primeiro laboratório do mundo destinado a produzir órgãos bioartificiais com células-tronco adultas para transplantes", assegurou a ministra da Ciência e Inovação, Cristina Garmendia. O objetivo é esvaziar os corações e outros órgãos humanos inaptos para transplantes de seu conteúdo celular e "recelularizá-los com células-tronco do paciente que possam reconstruir o interior do

órgão", explicou o dr. Francisco Fernández Avilés, chefe do serviço de cardiologia do hospital Gregorio Marañón, que abriga o novo laboratório. A criação de órgãos artificiais é uma terceira via que se acrescenta ao transplante de órgãos humanos e o implante de órgãos artificiais, explicou, por sua vez, Rafael Matesanz, diretor da Organização Nacional de Transplantes (ONT). O objetivo deste laboratório é criar um banco de matrizes, que podem ser conservadas durante meses e com as quais serão construídos novos órgãos à medida da necessidade dos pacientes.

U

m grupo de fotógrafos cariocas conseguiu produzir a maior foto do mundo. A imagem é da cidade do Rio de Janeiro e está disponível na internet e o objetivo é permitir que as pessoas vejam detalhes da paisagem que enxergam quando sobem ao Cristo

Redentor. Os fotógrafos trabalharam em conjunto com o pesquisador Luiz Velho, do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) do Rio de Janeiro. Durante quatro horas, a equipe registrou cerca de 6 mil fotografias com 18 megapixels cada uma. Todas elas foram feitas com câmeras Canon T2i e um

robô Epic Pro. Um software para sincronização e mescla das imagens também foi utilizado. Depois, todas as fotos foram reunidas e transformadas em uma única imagem com 163 bilhões de pixels. Até agora, a maior imagem do mundo era uma panorâmica da cidade de Budapeste, na Hungria, que reúne 5 mil

www.gigapan.org/gigapans/ 33b86c7f5e3f308c477ec61d9b45e17b/

Ina Fassbender/Reuters

T ECNOLOGIA

O Facebook Phone chegará hoje?

H UMOR

Nos cartoons, ninguém é normal Olivia Palito sofre de anorexia, Patolino tem déficit de atenção, Pepe Le Gambá é viciado em sexo, Eufrasino tem agitação senil e Marvin, o marciano, tem complexo de Napoleão. veja mais no site. www.yasrsly.com/medical-afflictionsof-the-car toon-world/9027/

Olivia Palito

Patolino

L

'Diagnóstico' dos personagens foi feito com base no comportamento

fotos e tem 70 bilhões de pixels. Na internet, é possível ver a foto do Rio de janeiro e "navegar" por ela, identificando detalhes de locais e monumentos como o Museu De Arte Contemporânea De Niterói (MAC) e a estátua de Chopin na Praia vermelha.

HÉRCULES - parte da estátua de Hércules, feita pelo artista alemão Markus Luepertz é transportada para montagem na Alemanha. O monumento terá 18 metros de altura e ficará instalado no topo de uma torre de 100 metros em Gelsenkirchen.

O Facebook enviou convites a jornalistas dos EUA para um "Mobile Event" hoje em sua sede na Califórnia. O chamado reforça as especulações sobre o lançamento de um smartphone pela empresa. Os rumores sobre o lançamento do Facebook Phone começaram em setembro, quando o blog TechCrunch disse que uma fonte próxima ao projeto afirmou que a empresa estaria "criando o software para o aparelho e trabalhando com um fornecedor de hardware. Que é exatamente o que a Apple e todo o resto também faz". Na época, o Facebook enviou um comunicado oficial negando toda a história. A Bloomberg, poucos dias depois, confirmou a notícia. O site do jornal britânico Metro diz que o evento também revelar um aplicativo oficial do Facebook para o iPad.

Stephan Puchner/AFP

Eufrazino

Marvin, o marciano

C ELEBRIDADES

I NTERNET

L

Pepe Le Gambá

DE OLHO - O Google estreou ontem o serviço "Street View" na Alemanha depois de ter distorcido 244 mil imagens de casas a pedido das famílias. Na estreia, Bianca Keybach, chefe de turismo da cidade de Oberstaufen, participou da divulgação. As fotos serão feitas por equipamentos em bicicletas.

C IDADES E M

Família Jackson com Oprah Winfrey

Twitter inicia testes de publicidade

Paredes cheias de arquivos

Os três filhos de Michael Jackson devem fazer na próxima semana uma rara aparição televisiva, como parte de uma entrevista da mãe do cantor, Katherine, à apresentadora Oprah Winfrey. A Harpo, produtora de Winfrey, informou ontem que Prince Michael, 13, Paris, 12, e Prince Michael II, 8, (também conhecido como Blanket), participaram com Oprah, Katherine Jackson e com o marido dela, Joe, quando a apresentadora visitou a casa da família, nos arredores de Los Angeles. Os produtores divulgaram uma foto mostrando as três crianças num momento de descontração no jardim, junto com os avós e com Oprah. O encontro aconteceu no último dia 9 de outubro. Katherine, tutora legal das crianças, falou a Oprah sobre o legado de Michael Jakson, a infância dele e os filhos que deixou. A entrevista deve ser exibida na próxima segunda-feira (8).

O Twitter começará a testar os links patrocinados na timeline do microblog. No início, os testes serão feitos com o parceiro HootSuite. A empresa disse que pretende analisar com cuidado a reação e engajamento dos usuários com os tuítes patrocinados. Segundo a empresa, nem todos os usuários do HootSuite irão ver os tuítes patrocinados. Além disso, o Twitter vai experimentar onde e quando esses tuítes são mostrados na timeline. “Assim como os links patrocinados na busca, apenas vamos mostrar tuítes patrocinados quando eles são relevantes ao usuário. Usaremos ‘sinais’ que determinem essa informação, por meio da lista pública de quem o internauta segue, por exemplo”, disse a empresa. O serviço já tem Tending Topics patrocinados.

Dead Drops é ideia do artista Aram Bartholl. Conexões USB anônimas e offline foram espalhadas por Nova York. Os cidadãos são convidados a conectar seus computadores ali e descobrir o conteúdo dos arquivos.

ALEM

www.datenform.de

Cinco paredes de Nova York oferecem a conexão USB e arquivos "surpresa"

A TÉ LOGO

C A R T A Z

Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Pane elétrica detectada na manhã de hoje adia último voo do Discovery

L

Corinthians promete atacar o Avaí hoje para seguir na luta pelo título

L

Bebê de um ano e meio sobrevive a queda do oitavo andar na França

Exposição ALEM (escreve-se sem acento) exibe obras de Carlos Dias na Choque Cultural. Rua João Moura, 997, Pinheiros. Grátis.


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terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

ePeriferia ainda resiste a cartão REAJUSTES Anatel faz hoje audiência pública para ligações entre fixos e celulares

conomia

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EUA Fed realiza hoje reunião para definir medidas de apoio à economia do país

Utilização de plásticos como modalidade de pagamento se restringe à aquisição de bens de maior valor e continua passando longe do cafezinho do dia a dia Marcelo Min/AFG

Neide Martingo

MasterCard aposta em emergentes

Q

ue os cartões (de débito e crédito) estão cada vez mais presentes na vida dos consumidores e são o futuro das relações comerciais no Brasil e no mundo, ninguém duvida. Mas, apesar de toda a disseminação e ao contrário do que ocorre em outros países, o fato é que o uso do plástico ainda não chegou às transações de menor valor feitas no dia a dia dos brasileiros. Esforços não faltaram por parte das operadoras de cartão para atrair o público das classes C, D e E, mas parece que elas se esqueceram de convencer também os pequenos comerciantes a aceitarem o pagamento com os plásticos. Afinal, de que adianta o consumidor possuir o cartão se não pode utilizá-lo onde costuma fazer as suas compras? Uma série de fatores ainda dificulta a popularização do meio de pagamento. Encabeça essa lista o pagamento de aluguel pela utilização dos equipamentos de processamento – o que, dependendo do preço das mercadorias comercializadas, pode tornar os plásticos menos atraentes para o comerciante. Além disso, há a própria atuação das operadoras de cartões, que se concentraram, nos últimos anos, apenas em atrair os consumidores. D e a c o rd o com uma pesquisa realizada pelo InstiMuitos t u t o D a t a f oestabelecimentos lha, a predominância do não aceitam uso de cartões cartão como em transações forma de de maior valor pagamento. é um fato em 11 c a p i t a i s LUIS GOMES ALVES, brasileiras, ao DIRETOR DO DATAFOLHA passo que a compra de produtos de preços menores geralmente é feita por meio de dinheiro vivo. O estudo mostra que 63% dos consumidores utilizam os plásticos para pagar roupas e calçados, e 53%, para comprar passagens aéreas. E 56% dos entrevistados optam por essa modalidade de pagamento ao se hospedar em hotéis e pousadas. Já o dinheiro é a opção escolhida para a aquisição de jornais e revistas (89% dos entrevistados), pagamento de mensalidades escolares (87%) e de serviços médicos (87%). "Muitos desses estabelecimentos não aceitam cartão como forma de pagamento", afirmou o diretor do Datafolha, Luis Gomes Alves, revelando assim o obstáculo para a disseminação dos plásticos. Dessa forma, a vontade das empresas de difundir na população o hábito de utilizar cartões em qualquer pagamento – inclusive do cafezinho, de frutas e legumes das feiras livres, ou de cosméticos vendidos em domicílio – ainda estaria distante da realidade brasileira. Expansão – A pesquisa do Datafolha mostra ainda que 71% das pessoas que têm acima de 18 anos possuem algum meio eletrônico de pagamento atualmente. Além de cartões de crédito e de débito, essa modalidade também inclui os plásticos que emitidos por lojas, chamados de private label. Em 2009, o índice era de 67%. Para Alves, o crescimento foi estimulado pela participação das classes C, D e E, beneficiadas pela melhora da renda e do mercado de trabalho. No entanto, o diretor do Datafolha acrescentou que ainda há bastante espaço para crescer neste segmento. O levantamento indica que 83% das pessoas que pertencem às classes A e B têm um plástico. Já nas classes D e E, o número cai para 41%.

O

lucro da MasterCard no terceiro trimestre subiu 15% ante igual período de 2009, acima das expectativas, com os consumidores pelo mundo elevando seus gastos. "Os números ficaram bem além das expectativas" e ilustraram "a mudança fundamental nos negócios deles", disse Jim Tierney, diretor de investimento da W.P. Stewart, acionista da MasterCard. A empresa, que processa transações de cartões, gera receita cada vez que alguém faz alguma compra com cartão de crédito ou débito. Seu presidenteexecutivo, Ajay Banga, atribuiu os bons resultados a um aumento nos gastos fora dos Estados Unidos. A MasterCard tem poucas oportunidades de crescimento nos EUA, onde a concorrente Visa domina o mercado de processamento de débito e a maior parte dos consumidores já possui algum tipo de cartão. Banga está apostando que a empresa possa crescer mais fortemente em países emergentes como o Brasil e a Índia, onde consumidores ainda usam mais dinheiro em espécie do que cartões. A MasterCard, que ocupa o posto de segunda maior rede mundial de processamento de cartões, teve lucro de US$ 518 milhões, ou US$ 3,94 por ação, no último trimestre, ante US$ 452 milhões, ou US$ 3,45 por ação, um ano antes. (Reuters)

Maioria da população entrevistada possui cartão, só que ele é mais usado na compra de roupas, calçados e passagens aéreas Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Edi Souza e Ana Maria de Almeida oferecem o pagamento com cartão. Já o cabeleireiro Marcos Alves prefere receber em dinheiro.

EU USO

EU NÃO USO

Retorno de cheques é uma das causas da utilização de máquinas de cartões

Valores baixos de produtos e aluguel de equipamento desestimulam lojistas

N

o bairro de Campo Limpo, zona sul de São Paulo, uma parte do comércio já aderiu à utilização de plásticos. Na Avenida Carlos Lacerda, por exemplo há uma grande diversidade de produtos e serviços oferecidos pelos lojistas, e a maioria aceita o pagamento com cartão de crédito. Mas cada um deles tem uma história para contar sobre o assunto. Na Progresso Confecções, o cliente encontra enxoval infantil, lingerie, meias e sabonetes. Contudo, ao lado das máquinas da Redecard e da Cielo, ficam quatro caderninhos: neles, são anotados os "fiados" dos consumidores mais antigos. "Começamos a vender com cartão a pedido dos moradores da região. Mas tem clien-

te que virou amigo. Por isso, nestes casos, o que vale é a palavra. Não é necessário cartão", afirmou a gerente Ana Maria Carneiro de Almeida. Além de atender a pedidos de clientes, outra razão para a adoção de plásticos para os meios de pagamento do negócio foi a inadimplência. "O número de cheques que voltava por falta de fundos cresceu demais. O cartão traz segurança para o comerciante e para o consumidor, que tem medo de ser assaltado", completou. Ana Maria já está "aproveitando" a concorrência das empresas. Para conseguir exclusividade na loja dela, o representante da Redecard baixou o aluguel do equipamento de R$ 70 para R$ 50. "Por enquanto vamos manter as duas em-

presas. Mas continuo analisando as propostas", disse. Outro lojista que se rendeu às exigências do público foi o proprietário da Simon Grafics, Edi Wilson Souza. Depois de dez anos de abertura da gráfica, ele aceitou a proposta do gerente do banco Bradesco, onde tem conta, para instalar uma máquina da Cielo. Souza paga R$ 69 pelo aluguel do equipamento, mais taxas de 1,5% em cada operação feita com cartão de débito, e de 2,5% com cartão de crédito. "Nenhuma empresa do setor me procurou aqui para me oferecer um negócio. Acho que fomos esquecidos", disse. O valor mínimo para compras com débito, na gráfica, é de R$ 5, e para o cartão de crédito, de R$ 10. (NM)

A

pesar do aumento da aceitação na região, há ainda vários lojistas da Avenida Carlos Lacerda que preferem não aceitar cartões. O proprietário do Bazar e Papelaria Nova Araponga, Felisberto Assao, detalha que já trabalhou com as operadoras. Desistiu porque os custos eram maiores do que o lucro. Por essa razão, no lugar das máquinas no balcão foi colocada uma calculadora antiga, com bobina. "Se o lucro fosse de R$ 1,8 mil, o gasto com a manutenção do meio eletrônico de pagamento chegava a aproximadamente R$ 1,2 mil. O aluguel do equipamento chegou a cair de R$ 70 para R$ 20. Mesmo assim, não quis mais. Além disso, os produtos que vendo são de baixo valor. Uma

linha, por exemplo, custa R$ 1", ponderou. O cabeleireiro Marcos Alves abriu o próprio negócio há nove anos e também optou por não receber pelos serviços com cartão. Aos domingos, feriados, e após às 20 horas, o preço do corte é R$ 10; fora isso, custa R$ 8. "Prefiro receber só em dinheiro, o valor é muito baixo. O único problema que enfrento hoje é quando o cliente pede para eu fazer fiado. Taxas e inadimplência, nunca mais." Celular – As opiniões de Alves e Assao mostram que os planos das administradoras de cartão, de colocar em prática o projeto de usar celulares como "terminais" de pagamento, ainda precisam ser melhor trabalhados. "O celular pode ser utilizado por feiran-

tes, taxistas, e também facilitar o pagamento de compras de baixo valor, como café e revistas. O custo do serviço seria b e m m e n o r, e m t o r n o d e R$ 10", afirmou o presidente da Cielo, Rômulo Dias. Outra novidade é a plataforma que está sendo desenvolvida pela Cielo. Por meio dela, os próprios lojistas poderão fazer promoções e programas de fidelidade com seus os clientes. "Com o sistema, o lojista vai poder fazer promoções do tipo 'compre um determinado número de produtos e ganhe outro', ou ainda dar um desconto pela fidelidade do cliente", disse Dias. Ele acrescentou a vantagem de que a loja terá o controle das informações daquele usuário e poderá ter seu próprio programa de fidelidade.


14 -.ECONOMIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

e

15 Mesmo quem não tem pendência ganha tempo (com o agendamento para o Simples). Silas Santiago, secretário-executivo do Comitê Gestor do Simples Nacional

conomia Celal Teber/ SXC

Começa agendamento para aderir ao Simples

Tire suas dúvidas Em que consiste o agendamento para o Simples? Ele é a possibilidade de o contribuinte manifestar interesse na opção pelo Simples Nacional para o ano subsequente, antecipando as verificações de pendências impeditivas ao ingresso no regime. Esse procedimento é obrigatório para ingressar no sistema? Não. O agendamento está disponível para enquadramento no sistema de recolhimento de valores fixos mensais dos tributos abrangidos pelo Simples Nacional (Simei)? Não, ele só é válido para a opção pelo Simples.

Ingresso efetivo no regime ocorrerá em janeiro de 2011

A

té 30 de dezembro, Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), micro e pequenas Imposto sobre Produtos Inempresas de todo o dustrializados (IPI), Programa País poderão agen- de Integração Social (PIS), dar a entrada no Simples Na- Contribuição para o Financiacional, regime simplificado e mento da Seguridade Social diferenciado de tributação de (Cofins), Contribuição Social negócios. O ingresso efetivo sobre o Lucro Líquido (CSLL) e ocorrerá em janeiro de 2011, Instituto Nacional do Seguro mês em que anualmente ocor- Social (INSS) patronal, mais o rem as opções pelo sistema. Imposto sobre Operações relativas à CircuQuem não tilação de Merver pendência cadorias e entra automaPrestações de ticamente, e Serviços quem ainda (ICMS) estapossuir poded u a l e o I mrá tentar resolmilhões de reais é o posto sobre ver até janeiro. teto de receita bruta Serviços (ISS) Quem se atraanual para que municipal. sar só poderá Tudo pago em fazer a adesão empresa entre no um só boleto e no primeiro regime de em uma única mês de 2012. A exceção é data. simplificação O regime apenas para tributária t a m b é m r eempresas nov a s q u e p oduz a tributadem ingressar logo após serem ção. Dependendo da empresa formalmente constituídas. Es- e do caso, essa diminuição posas não fazem agendamento de chegar a 70%. Atualmente, mais de 4,3 mide opção pelo sistema. O Simples Nacional unifica lhões de empresas estão no sisa tributação do Imposto de tema. Podem aderir ao Sim-

Quais as vantagens? O contribuinte poderá dispor de mais tempo para regularizar eventuais pendências identificadas. Caso elas não existam, a solicitação de opção para o ano-calendário subsequente já estará agendada.

2,4

Opção pelo sistema tributário pode ser feita pela internet

ples Nacional empresas com receita bruta anual de até R$ 2,4 milhões e que estejam entre as atividades econômicas permitidas para o sistema. Facultativo – O agendamento não é obrigatório (veja box). Ele foi instituído pelo Comitê Gestor do Simples Nacional, em 2009, para dar mais tempo

às empresas para a solução de pendências. "Mesmo quem não tem pendência ganha tempo porque, com o agendamento confirmado, ele entra automaticamente no sistema em janeiro", afirma o secretário-executivo do Comitê Gestor do Simples Nacional, Silas Santiago. (Agência Sebrae)

Quem pode fazer? Empresas não-optantes pelo Simples Nacional que atendam aos requisitos para ingresso no regime. Vale destacar que empresas em início de atividade não podem fazer o agendamento. Como fazer o agendamento da opção pelo Simples Nacional? Acesse o site do Simples Nacional no portal da Receita Federal (www.receita. fazenda.gov.br). Depois, clique em Agendamento da

Solicitação da Opção pelo Simples Nacional e, após, no item Contribuintes. Quais os efeitos do agendamento? O procedimento confirmado gerará o registro da opção pelo Simples Nacional no primeiro dia do ano-calendário subsequente. Quando o termo de deferimento será disponibilizado? Ele estará disponível no portal do Simples Nacional no primeiro dia útil do mês de janeiro do ano-calendário subsequente. O que fazer após ter o agendamento confirmado? Não há necessidade de procedimento adicional. O que fazer quando o agendamento não for aceito ? Regularizar eventuais pendências e proceder a um novo agendamento. Como cancelar o agendamento? Por meio do serviço Cancelamento do Agendamento da Opção pelo Simples Nacional disponível no portal até 30 de dezembro. Após o período do agendamento, usar o serviço Exclusão do Simples Nacional, que está disponível no portal. Como checar se o agendamento foi feito? Acesse o serviço Agendamento da Opção pelo Simples Nacional disponível no portal. Fonte: Agência Sebrae


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Investidor deve analisar a relação entre lucro e preço atraente. Márcio Cardoso, sócio-diretor do Easynvest

conomia Luludi/LUZ

Passado o processo de capitalização da Petrobras, mais empresas poderão efetuar operações no mercado acionário brasileiro, especialmente nas áreas de consumo ou infraestrutura.

Bovespa pode fechar 2010 com 12 IPOs Segundo consultor, vantagens oferecidas pelo mercado interno deverão estimular operações de lançamento de ações.

Patrícia Büll

A

despeito da volatilidade do mercado e da redução no volume de negócios em 2010, a captação de recursos por meio de oferta inicial de ações (IPO, da sigla em inglês) apresentou aceleração no terceiro trimestre do ano. Estudo da Ernst & Young Terco aponta que, de julho a setembro, foram realizadas 311 operações de IPO pelo mundo, que geraram recursos da ordem de US$ 46,8 bilhões. Dessas, apenas uma foi no Brasil, a da Renova Energia. "O mercado brasileiro estava em compasso de espera, aguardando a oferta da Petrobras para avaliar o apetite dos investidores. A expectativa é de que agora, passada a capitalização, a fila de IPOs destrave", afirmou Paulo Sérgio Dortas, sócio para a área de IPO da Ernst & Young Terco. Segundo o executivo, a previsão é que daqui para o final do ano sejam realizadas de duas a quatro novas operações no Brasil. Dessa maneira, o País encerrará 2010 com um total entre dez e 12 operações de abertura de capital, já que até o terceiro trimestre foram feitas oito. "É interessante observar que as empresas que até agora abriram capital para se conta-

bilizar buscaram aportes acima de US$ 350 milhões. Ou seja, são sempre de grande porte", disse Dortas. O executivo não antecipou quais companhias devem abrir capital ainda neste ano. Mas ele afirma que elas têm correlação com setores e eventos que se avizinham. "O crescimento do Brasil está atrelado a alguns pilares, como pré-sal, Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e a ascensão de consumidores das classes C, D e E. Nada mais natural do que as empresas ligadas a esses segmentos serem as mais interessadas em se capitalizar", afirmou. Em avaliação – Segundo informações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cinco empresas já estão com a oferta de ações para IPO em análise, apenas aguardando a aprovação do órgão. Dessas, duas es-

tão ligadas ao setor de petróleo e uma é de varejo (veja abaixo). "Apesar do grande fluxo de investimento que chegou ao País por conta da venda de ações da Petrobras, ainda há muito recurso pelo mundo. E, como alguns países ainda enfrentam dificuldades por conta da crise, os investidores buscam opções onde seus investimentos sejam melhor remunerados. O Brasil se tornou uma opção atraente por conta de seu mercado interno", afirmou Márcio Cardoso, sócio-diretor do Easynvest. Ou seja, interessa aos investidores empresas nacionais que tenham relação com o mercado interno, por meio do consumo ou dos negócios ligados à infraestrutura. Cuidados – Para os investidores interessados em adquirir papéis de empresas que realizarem IPO, a orientação prin-

cipal é ler o prospecto. "Nós não deveríamos comprar nada sem ler sobre o que vamos adquirir antes, e no caso de ações não é diferente. Conhecer o produto evita surpresas desagradáveis", explicou Cardoso. Investigar sobre o setor que a empresa atua; quem são os concorrentes; se a empresa está entrando no mercado para se capitalizar e crescer ou ao contrário, para que um dos donos deixe a sociedade, também são itens a serem analisados antes da compra. "Além disso, o investidor deve analisar a relação entre lucro e preço atraente, sem se esquecer que se tornar sócio de uma empresa através da compra de papéis é um negócio de longo prazo. Quem quiser apenas especular, comprando hoje para vender amanhã, poderá ter prejuízos", alertou.

Mercado não teme mudanças

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assadas as eleições, as expectativas do mercado financeiro se concentram na composição do novo governo. Principalmente com relação aos ministérios da Fazenda e do Planejamento, do Banco Central (BC) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A afirmação é do economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, para quem a questão fiscal e a concessão de crédito

oficial são cruciais para determinar os cenários para 2011. Para ele, é necessário dar atenção especial aos dois quesitos, uma vez que "a manutenção de tais impulsos à demanda interna tem contribuído para intensificar desequilíbrios impor tantes". Campos Neto lembrou que a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na semana passada, deixa em aberto a possibilidade de uma nova alta da taxa básica de juros

(Selic) se a expansão dos gastos e do crédito não for contida. Mas, de acordo com a expectativa média dos analistas de mercado consultados pelo BC na última sexta-feira, não há perspectiva de que isso ocorra a curto prazo, uma vez que a inflação está sob controle. Este é, inclusive, o entendimento da maioria dos consultores financeiros, que viram no pronunciamento da presidente eleita a tendência de se manterem os rumos

atuais da estabilidade econômica. Tanto que a BM&FBovespa fechou o pregão de segunda-feira com alta de 1,26%, reforçada por sinais positivos da indústria chinesa e da leve recuperação dos EUA no terceiro trimestre. A movimentação do mercado cambial também se processou sem maiores impactos no último pregão, com o dólar sendo cotado a R$ 1,706 para compra e a R$ 1,708 para venda, e valorização de 0,29%. (ABr)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

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ECONOMIA/LEGAIS - 17 A concorrência dos genéricos está causando dor à Pfizer. Damien Conover, analista da Morningstar

conomia Bruno Domingos/Reuters

BG Group eleva estimativas para petróleo e gás Companhia britânica adicionou 2,7 bilhões de barris para o litoral brasileiro

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grupo britânico de petróleo e gás BG Group elevou suas estimativas para as reservas de petróleo e gás no Brasil em cerca de um terço e reportou aumento de 6,7% em seu lucro líquido do terceiro trimestre, citando forte desempenho nas operações com gás natural liquefeito. A companhia informou ter adicionado 2,7 bilhões de barris de petróleo equivalente às suas estimativas brutas para os campos de Tupi, Iracema e Guará, na bacia offshore de Santos, no litoral brasileiro. Com isso, sua estimativa de recursos brutos recuperáveis de tais campos passou para 10,8 bilhões de barris de petróleo equivalente. Resultados – O BG Group informou que o lucro líquido nos três meses que se encerraram em 30 de setembro totalizou US$ 849 milhões, superando o lucro de US$ 796 milhões obtidos no mesmo período do ano passado. As receitas totais cresceram 21,9%, para US$ 4,41 bilhões no mesmo período. O lucro líquido ajustado

avançou 27%, para US$ 978 milhões, superando a expectativa de US$ 874 milhões, segundo pesquisa conduzida pela Dow Jones Newswire. "Junto ao conjunto de bons resultados trimestrais, obtivemos significativo progresso em nosso plano de crescimento para a década seguinte", disse o diretor-executivo do BG Group, Frank Chapman. A divisão de gás natural liquefeito da BG, segunda maior participação no lucro operacional subjacente da empresa após as operações de produção e exploração, superou todas as demais divisões. O lucro operacional subjacente da divisão de gás natural liquefeito cresceu 43% no terceiro trimestre, para US$ 725 milhões, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo Chapman, o melhor desempenho da divisão foi resultado da capacidade da empresa de diversificar suas entregas para a Ásia e América do Sul, aproveitando demanda relacionada ao clima e queda nos embarques do Catar, onde manutenções pre-

judicaram as entregas. A divisão de exploração e produção registrou alta de 7% no lucro operacional subjacente, para US$ 761 milhões, refletindo aumento dos preços internacionais de gás natural, petróleo e derivados. O crescimento do lucro foi limitado pela produção praticamente estável no terceiro trimestre, na comparação anual. A produção total de petróleo e gás da companhia foi de 56,5 milhões de barris no terceiro trimestre, uma queda de 0,4% em relação ao mesmo período de 2009, uma vez que a elevação da produção nos Estados Unidos e no campo de Hasdrubal, na Tunísia, foi zerada pelo fechamento programado para manutenção bianual do campo de Karachaganak, no Casaquistão, e pelo fechamento não p l a n e j a d o d o c a m p o P a nna/Mukta, na Índia. A empresa manteve suas p ro j e ç õ e s d e c re s c i m e n t o anual de 6% a 8% até 2020. O BG Group elevou sua meta de investimento para 2011 e 2012, de US$ 16,5 bilhões para os US$ 18,5 bilhões (AE)

Estimativa de recursos brutos recuperáveis de campos de petróleo passou para 10,8 bilhões de barris

Bolsa de São Paulo cai em ranking

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BM&F Bovespa caiu no ranking das maiores bolsas do mundo e voltou a ocupar a terceira posição, superada por Chicago e Hong Kong. O recuo foi registrado após a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), em outubro. No final de setembro, a bolsa de São Paulo havia superado a bolsa de Chicago, ficando atrás apenas da de Hong Kong, graças à capitalização recorde da Petrobras, que ajudou a promover uma mudança no ranking. Pelo levantamento da própria BM&FBovespa, a bolsa de Hong Kong era a primeira em termos de valor de mercado, com US$ 19,8 bilhões. Já a bolsa de São Paulo aparecia em segundo lugar, com US$ 17,7

bilhões, contra US$ 17,5 bi- Chicago – que recuperou sua lhões da bolsa de Chicago. posição e ampliou seu valor Naquele momento, o valor para US$ 19,4 bilhões. No mês da bolsa paude outubro, o lista era 25% ganho havia superior à sosido de 11,2%. ma das de NoEm contrava York, Lonpartida, a dres e ao índiBM &F Bov esce Nasdaq. pa recuou em bilhões de dólares é seu valor, para Mas dados re f e re n t e s à U S $ 1 7 , 1 b io valor de mercado última sextalhões, ficando da BM&FBovespa, feira mostram em terceiro luque agora ocupa um cenário dig a r. N o a n o , ferente. A bolporém, o valor a terceira sa de Hong da ação da bolcolocação no Kong se mansa é um dos ranking mundial. teve na lideque mais cresrança, mas já ceu, com alta com um valor de 16,3%. de US$ 23,7 bilhões. No segunHá uma semana, Edemir do lugar aparece não mais a Pinto, diretor-presidente da bolsa de São Paulo, mas a de BM&FBovespa, já havia aler-

17,1

tado para o impacto que a elevação do IOF poderia ter no mercado e ameaçar sua credibilidade. Commodities – Apesar da queda no ranking, os números mostram que os contratos de commodities na bolsa de São Paulo já superam o pico de 2008. Em julho daquele ano, pouco mais de 140 mil contratos foram registrados, com o boi representando mais de 80 mil contratos. A quebra do Lehman Brothers e a crise mundial fizeram o número cair para pouco mais de 60 mil em todo o ano de 2009. Mas a liquidez no mercado voltou em 2010 e o número de contratos de commodities triplicou em apenas seis meses, atingindo em julho de 2010 mais de 180 mil. (AE)

Vendas de veículos recuam 3,07%

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Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) informou ontem que os emplacamentos do setor – automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, implementos rodoviários e outros veículos de transporte – caíram 3,07%, de 478.311 unidades em setembro para 463.645 no mês passado. No acumulado de janeiro a outubro, houve crescimento de 9,11% em comparação a igual período do ano passado, para 4.352.566 unidades. A entidade afirmou que o recuo mensal foi motivado pela menor quantidade de dias úteis. Setembro teve 21, enquanto em outubro foram 20. Em comunicado, a Fenabrave destacou a evolução do segmento de caminhões, que registrou aumento de 47,2% nos dez primeiros meses de 2010 ante igual período do ano passado, com 125.572 unidades comercializadas. De setembro para outubro, também houve evolução, de 2,04%, para 13.503 unidades negociadas. Já o destaque negativo ficou por conta do grupo ônibus, que registrou queda de 13,87% entre setembro e outubro, com

Genéricos reduzem lucros da Pfizer

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Pfizer apresentou ontem vendas decepcionantes no terceiro trimestre, afetada pela concorrência dos genéricos para seu Lipitos, medicamento contra o colesterol, e para o antidepressivo Effexor XR. A empresa seguiu o exemplo de seus concorrentes com lucros acima da expectativa – em grande parte graças a corte de custos – mas vendas ruins, à medida que expiram as patentes de seus produtos mais vendidos. "A concorrência dos genéricos está causando dor, e isso é só um aperitivo do que a Pfizer terá nos próximos anos", disse o analista Damien Conover, da Morningstar. "Assim como no resto da indústria,

a perda de patentes está afetando o balanço, e é sempre difícil mensurar a real magnitude da erosão das patentes em mercados estrangeiros." A empresa conta com os mercados emergentes para melhorar os números mais adiante. Mas suas vendas nesses mercados foram essencialmente estáveis no trimestre. O lucro da empresa caiu para US$ 866 milhões, ou US$ 0,11 por ação, ante US$ 2,88 bilhões, ou US$ 0,43 por ação, um ano antes. Excluindo-se custos de fusão e outros itens especiais, a Pfizer teve lucro de US$ 0,54 por ação. A receita global da companhia subiu 39%, para um total de US$ 16,17 bilhões. (Reuters)

Lucas Lacaz Ruiz/ Folhapress

Extrato – Contrato de Trespasse Contrato de Trespasse. Publicação para os efeitos do art. 1.144 do Código Civil. Cedente: Capgemini do Brasil, Serviços de Consultoria e Informática Ltda., com sede na Capital do Estado de São Paulo, na Avenida Francisco Matarazzo, nº 1.500, 18º andar, conjuntos 181 e 182, CEP 05001-100, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 05.617.473/0001-56. Cessionária: CPM Braxis S.A., com sede na Cidade de Barueri, Estado de São Paulo, na Alameda Araguaia, nº 1.930, CEP 06455-000, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 65.599.953/0001-63. Preço e Forma de Pagamento: R$ 7.000.000,00 (sete milhões de reais), de acordo com os termos e condições previstos no Contrato de Trespasse celebrado entre a Cedente e a Cessionária em 06 de outubro de 2010 (“Contrato”). Condições Gerais do Negócio: Conforme as disposições do Contrato, transferência, pela Cedente à Cessionária, do estabelecimento comercial consistente no Negócio Brasileiro Contribuído (Contributed Brazilian Business) (conforme definido no Contrato) da Cedente, incluindo todos os seus ativos e passivos. A Cedente obriga-se, em caráter irrevogável e irretratável, e conforme as disposições do Contrato, a indenizar a Cessionária por quaisquer obrigações ou contingentes do Negócio Brasileiro Contribuído, que resultem de eventos sobrevindos em 30 de setembro de 2010 ou antes dessa data. Celebrado em São Paulo, aos 6 dias de outubro de 2010. Assinaram: Representando a Cedente: Carlos Geraldo Egydio Rameh; Representando a Cessionária: André Mesquita e Paulo Marcelo Lessa Moreira; Testemunhas: Bernardo de O. Hoffman e Leila Pereira dos Santos.

York S.A. Indústria e Comércio CNPJ/MF nº 43.992.908/0001-31 – NIRE 35.300.046.510 Edital de Convocação – Assembleia Geral Extraordinária Ficam convocados os senhores acionistas da York S.A. Indústria e Comércio (a “Companhia”) para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a realizar-se no dia 11 de novembro de 2010, às 11:00 horas, na sede social da Companhia, localizada na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua São Felipe, 787, Parque São Jorge, CEP 03085-900 para, nos termos dos Artigos 121 e seguintes da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada e em vigor (a “Lei das Sociedades por Ações”), deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: (i) a formalização da renúncia dos atuais membros da Diretoria, com a consequente eleição dos novos membros da Diretoria da Companhia; (ii) a alteração das denominações dos Diretores e da forma de representação da Companhia, com a conseqüente alteração do Capítulo IV (Artigos 14 a 27) do Estatuto Social, que dispõe sobre a Administração da Companhia; e (iii) a reforma do Estatuto Social da Companhia, com a sua consequente consolidação. Instruções Gerais: O acionista ou seu representante legal deverá comparecer à Assembléia Geral munido dos documentos hábeis para comprovação de sua identidade e, na hipótese de representação do acionista, instrumento de mandato regularizado na forma do Artigo 126 da Lei das Sociedades por Ações. Encontra-se à disposição dos acionistas, a partir da presente data, a proposta de alteração do Estatuto Social na sede da Companhia, consoante o Artigo 135, §3º da Lei das Sociedades por Ações. São Paulo, 29 de outubro de 2010. Giovanni Battista Argentini – Diretor Presidente. (29, 30/10 e 03/11/2010)

ITOCHU Brasil S.A.

Grupo caminhões foi destaque com elevação mensal de 2,04%. De janeiro a outubro, alta foi de 47,2%.

a comercialização de 2.068 unidades. No acumulado do ano, as vendas evoluíram 26,91% comparado a igual período de 2009, passando de 18.105 para 22.977 unidades. Motocicletas – O segmento de motos também teve fraco desempenho em outubro, quando foram vendidas 149.905 unidades, 6,55% abaixo do apurado um mês antes.

De janeiro a outubro, o volume de comercialização aumentou 9,8% na comparação com o acumulado de 2009, para 1.447.950 unidades. Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves registraram alta 6,57% no acumulado de dez meses, para 2.656.461 unidades. De setembro para outubro, os emplacamentos dos dois segmentos re-

cuaram 1,33%, totalizando 287.537 unidades. O segmento de implementos rodoviários apresentou alta de 30,92% comparando o resultado de janeiro a outubro com igual período de 2009, para 46.405 unidades. No contraponto mensal, houve alta de 0,67%, passando de 4.798 unidades para 4.830 unidades em outubro. (AE)

CNPJ/MF nº 61.274.155/0001-00 – NIRE 35.300.014.723 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 27 de agosto de 2010 Data e Local: Em 27 de agosto de 2010, às 10:00 horas, em sua sede social, na Avenida Paulista, nº 37 – 19° andar, na Capital do Estado de São Paulo. Presença: Acionistas representando a totalidade do Capital Social, conforme se verificou pelas assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas, dispensada a publicação de Editais de Convocação, conforme disposto no artigo 124, § 4°, da lei 6.404/76. Mesa Diretora: Presidente da Mesa:Yutaka Washizu; Secretário da Mesa:Yasushi Nagai. Ordem do Dia: 01) Nomeação do Sr. Kazuyoshi Sato para o cargo de Diretor Gerente; e 02) Outros assuntos de interesse da sociedade. Deliberações: Foram aprovados por unanimidade de votos de todos os acionistas, com exceção dos legalmente impedidos: 01) A nomeação do Sr. Kazuyoshi Sato, japonês, casado, do comércio, portador da cédula de identidade RNE nº V682.062-0, inscrito no CPF/MF sob nº 234.234.658-16, residente na cidade de São Paulo - SP, a partir de 22/06/2010 para o cargo de Diretor Gerente, e o seu mandato terminará junto com os demais diretores, previsto para 30/04/2012, declara expressamente, sob as penas da lei, que não está impedido de exercer o comércio ou a administração da sociedade mercantil, em virtude de condenação criminal, nos termos do artigo 153 da lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Encerramento: Nada mais havendo a tratar o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso e como ninguém se manifestou, declarou suspensos os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura desta Ata em livro próprio, a qual foi lida, aprovada e por todos assinada. São Paulo, 27 de agosto de 2010. Presidente da Mesa – Yutaka Washizu e Secretário da Mesa – Yasushi Nagai. (Aa). ITOCHU Corporation - Pp. Yutaka Washizu; e Yutaka Washizu. A Presente é cópia fiel do original. São Paulo, 27 de agosto de 2010. (Aa) Yutaka Washizu – Presidente da Mesa; Yasushi Nagai – Secretário da Mesa. Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 349.653/10-0 em 28/09/2010. Kátia Regina Bueno de Godoy – Secretária Geral.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira e quarta-feira, 2 e 3 de novembro de 2010

É hora de adotar ferramentas fáceis de serem implementadas. Diego Cenzano, Innovation Group

conomia Divulgação

Os desafios da mídia no futuro Consultoria orienta jornais de todo o mundo a abusarem de textos, imagem e som

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O NYT usou gráfico para mostrar se era vantajoso comprar ou alugar

O espanhol ElMundo ajudou leitor a decorar virtualmente uma casa

Sandra Silva, de Barcelona

Associação Mundial de Jornais e News Publishers divulgou recentemente um relatório sobre as inovações ocorridas em jornais pelo mundo no processo de transformação das empresas de mídia em companhias de engenharia da informação, de leitores em audiência e, finalmente, em comunidades. Uma das conclusões do levantamento realizado pela consultoria Innovation International Media Consulting Group é que as companhias de mídia devem migrar da simples promoção e venda de produtos jornalísticos para o foco de marca, com soluções para consumidores em qualquer plataforma, seja celular, TV, computador, etc. A pesquisa realizada pela Innovation, que tem presença nos Estados Unidos, Reino Unido, foi responsável pelo novo projeto do Diário de São Paulo e possui clientes no Nordeste do Brasil, conta com artigos de especialistas em comunicação e foi tema de uma das discussões no fórum de editores da Associação Mundial de Jornais, que aconteceu no mês passado em

Hamburgo, na Alemanha. Ao avançar na aplicação da estratégia MMM (multimídia, multicanal e multiplataforma), o relatório incentiva jornais de todo o mundo a se tornarem especializados em todo tipo de apresentação, seja de texto escrito, imagem ou som, em variados canais (como entrega de jornal impresso porta a porta, satélite, TV a cabo ou conteúdos em redes de telefonia com conteúdos, TV, o computador ou smartphone). Segundo o relatório, no século XXI, não é mais possível falar apenas de um único produto (o jornal), mas de uma gama de produtos jornalísticos embaixo de uma marca guarda-chuva, buscando uma nova interpretação do público-alvo. Para o grupo Innovation, a função das companhias de informação deste século é fazer a vida dos membros das comunidades e cidades mais fácil e completa, criando um sentimento de que não é possível viver sem aquela determinada marca. Sobre o conteúdo, o relatório aponta que, no futuro, os leitores estarão dispostos a pagar por material altamente exclusivo ou com grande

Dizer que nós sempre fizemos deste jeito não funciona para os equipamentos, como mobile e tabletes digitais. JUAN SENOR, DO INNOVATION GROUP relevância profissional. Histórias – O consultor especializado em design do Innovation International Media Consulting Group, Chiqui Esteban, repete a máxima para a utilização de infográficos em conteúdo: "jornalismo é contar histórias e boas histórias são bom jornalismo". E para chegar a isso, continua ele, a mídia digital tem as ferramentas ideais online, para celular e, em um futuro próximo, em tabletes digitais e e-readers para construir storytellings (histórias contadas) integradas. Um dos exemplos vem do N YTimes.com, que publicou gráfico de orientação para calcular se é mais vantajoso comprar ou alugar uma casa e por quanto tempo esta alternativa será realmente a melhor. Outro

exemplo é o espanhol ElMundo.es, que tentou ajudar o leitor a decorar virtualmente moradias de apenas 25 metros quadrados. Outra tendência é a de envolver a comunidade na criação de conteúdo. A rede nacional de TV da Espanha (RTVE) resolveu pedir aos internautas para enviarem "emociones" (emoções) aos jogadores espanhóis de tênis durante a Copa Davis. Em outro exemplo, do NYTimes.com, o internauta podia escolher imagens, movendo o cursor, para relacioná-las ao discurso do candidato à presidência John McCain, durante a última campanha presidencial dos Estados Unidos. Para o sócio do Innovation Group, Juan Senor, a chegada dos novos tabletes digitais está forçando a reorganização do fluxo de trabalho e gerenciamento em redações. "Dizer apenas que nós sempre fizemos deste jeito não funciona para os novos gadgets (equipamentos), como celular e tabletes digitais. Esses são as novas narrativas do século XXI, criadas para ler, assistir e tocar com os dedos em experiências sensoriais", diz.

Integração – Trabalhar a marca em vez de produtos requer mais proximidade entre o editorial e a equipe de vendas. No mundo das marcas, a Procter & Gamble é uma das companhias que mais se aproxima desse universo. Entre as companhias de mídia, também há exemplos. No diário venezuelano Líder, especializado em esportes, a equipe de vendas divide fisicamente o espaço com a redação. O relatório do Innovation International Group aponta três novos modelos para a área de vendas: plataforma de mídia central (times de vendas são organizados por plataforma – jornal, TV, internet, etc), marcas cêntricas (times de vendas vendem determinadas marcas em todas as plataformas) e cliente cêntrico (equipes de vendas dedicam-se às necessidades especificadas dos clientes). "A evolução natural é ir do modelo um para o modelo dois e, então, três, focado no cliente, independente das marcas que serão vendidas", afirma o relatório. A necessidade de constante atualização da informação em

tempo real leva também as áreas de engenharia da informação a funcionarem como um radar, olhos e ouvidos da companhia de mídia ao redor do mundo. A companhia multimídia polonesa Gazeta Wyborcza criou um grupo de 16 profissionais responsáveis pela apresentação de pesquisas e tendências ao redor do mundo para várias áreas da empresa. Um exemplo deste novo tipo de companhia de mídia vem de Portugal: o diário "i", que já ganhou o prêmio de Jornal Europeu do Ano, concedido pela Sociedade de Novos Designers de Jornais Europeus, pelo design e conceito. Lançado com o modesto investimento de 18 milhões de euros pelo grupo Sojormedia, em maio de 2009, e com equipe de 75 jornalistas, o veículo português conseguiu atrair jovens leitores. E pesquisa realizada após seis meses de atividade indicou que 25% desses leitores não eram leitores regulares de jornais antes da chegada do "i". O maior desafio das empresas de comunicação do século XXI é esse: não envelhecer e atrair jovens.

Jornais de esportes são campeões

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a Espanha, o jornal impresso com maior audiência é o Marca, de Madri, com 2,8 milhões de leitores, enquanto o generalista El País contabiliza 2,08 milhões. Na internet, o Marca é o segundo do país, sendo ultrapassado apenas pelo ElMundo.es em total de visitantes únicos. Na Catalunha, Espanha, o sucesso do Barcelona Futebol Clube também animou o crescimento da circulação do Sport (8%) e Mundo Deportivo (3,7%) em 2009. Na Itália, o La Gazzetta dello Sport é o líder de audiência, com 3,6 milhões de leitores e ao redor de 8 milhões de visitantes. O relatório do grupo In-

Divulgação

Lance é citado em relatório

novation cita o diário esportivo Lance! como o "rei" do Brasil. Lançado em 1997, o jornal foi inspirado no argentino Olé. Ao utilizar a estratégia "show, dont tell" (mostre, não conte), o assunto esporte é ideal para mostrar a paixão nacional com imagens e detalhes. (SS)

Novos hábitos exigem soluções mais rápidas

N

os Estados Unidos, um em cada três usuários de celular já acessa notícias por meio do aparelho, o que confirma a sua importância para o jornalismo, segundo pesquisa da Innovation. De acordo com levantamento da empresa, 30,8% dos usuários acessaram redes sociais, como o Facebook, pelo celular em janeiro deste ano, o que representa um crescimento de 8,3 pontos percentuais na comparação com a pesquisa anterior. No ano passado, o acesso ao Facebook pelo celular cresceu 112%, e do Twitter, 347%. Outra pesquisa, da empresa Pew Internet, indica que 26% dos usuários americanos verificam a previsão do tempo no celular, 25% buscam notícias e informações sobre eventos e 18% fazem downloads que possibilitam a leitura de notícias no equipamento. Com todas essas mudanças, o consultor do Innovation Group, Diego Cenzano, afir-

ma que não é momento de "grandes soluções ou planos de cinco anos nas empresas de mídias, mas da adoção de ferramentas fáceis de ser implementadas e que sejam interconectadas". O relatório sugere que a produção de reportagens para o ipad, por exemplo, seja 70/10/20. Ou seja, 70% do conteúdo pode vir da edição impressa; 10% das seções tradicionais – as palavras cruzadas, por exemplo, podem ser muito interessantes no meio digital – e 20% podem ser pacotes exclusivos de experiências produzidos para o ipad. Durante o caos aéreo decorrente da erupção de um vulcão na Islândia, neste ano, em vez de se concentrar no episódio, foi mais útil para o usuário do ipad ter os canais de contato com companhias aéreas, telefones de informações e acessar fóruns sobre acomodações ou alternativas mais confortáveis do que passar a noite no aeroporto.


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