Ano 86 - Nº 23.241
Jornal do empreendedor
R$ 1,40
Mantega: "não adianta jogar dólar de helicóptero". www.dcomercio.com.br
Conclusão: 23h55
São Paulo, sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Pablo de Sousa/LUZ
Quem atira a 1ª moeda? Antonio Cruz/ABr
A guerra cambial de que falou a presidente eleita Dilma Rousseff, em suas entrevistas, espera o primeiro disparo. O exministro Mailson da Nóbrega diz que a China nada faz para manter a paz: "Não vai mexer no câmbio ou valorizar sua moeda", previu em seminário com os economistas Marcel Solimeo e Roberto Macedo, na Associação Comercial de São Paulo.
Preocupado com o que já chama de guerra cambial, ministro Guido Mantega critica decisão do FED de inundar de dólares a economia dos Estados Unidos: "Eles têm é de estimular o consumo". O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse que levará para o G20 as questões do dólar e do desequilíbrio da economia global.
Enxurrada de dólares leva emergentes à fossa O dólar cai 1,35%, para R$ 1,67, e o governo protesta contra esse fluxo, enquanto a OMC alerta o G20 sobre riscos do protecionismo à economia global. Dois aumentos de IOF não contiveram a invasão, que crescerá mais com o despejo de US$ 600 bi na economia americana.
Páginas 13 e 15
Os eleitos nem assumiram. Mas já aprovam a volta da
CPMF
A presidente eleita Dilma Rousseff deu a ideia: se os governadores quiserem... E muitos querem. Págs. 5 e 6 Divulgação
Daigo Oliveira
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cultura
A Broadway no fim de ano Nova York ferve: brilham os supermusicais, começa a contagem regressiva para o Natal. Boa Viagem! Gustavo Rampini/AE Divulgação
Tudo grátis no fim de semana! A peça O Doente Imaginário e a cantora Dani Gurgel estão entre as 200 atrações que animam a Cidade na 4ª Semana Ticket Cultura & Cultura. Mais: estreia o filme Minha Terra, África, com a bela Isabelle Huppert (abaixo); a arte de Edu Lobo no Sesc; nosso teatro na TV. E Roda do Vinho.
Salão de belezas (e de automóveis) Mostra no Anhembi termina neste domingo. Corra! Pág. 19 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 16º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 18º C.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Com o mundo desenvolvido quase parado, em 2010 o motor do crescimento brasileiro foi a demanda interna. Roberto Fendt
pinião
O QUE LINCOLN E CÍCERO DIRIAM À PRESIDENTE
EYMAR MASCARO
MISSÕES IMPOSSÍVEIS
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presidente eleita fez seu primeiro discurso após a vitória no segundo turno da eleição presidencial. O discurso foi saudado por muitos como um rol de compromissos com a estabilidade. É isso mesmo? Não sou cientista político. Já acho difícil o suficiente ser economista. Por isso, sempre que escuto propostas e promessas dos políticos, comparo o discurso com os princípios da boa governança da coisa pública enunciados pelos meus dois gurus dessa difícil arte: Marco Túlio Cícero e Abraham Lincoln. Cícero sabia o que dizia. Foi questor, cônsul e senador. São dele os seguintes princípios do governo justo e sábio: "O orçamento nacional deve ser equilibrado; as dívidas públicas devem ser reduzidas; a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada; os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir à falência; as pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública". Lincoln disse algo parecido, só que enunciado no negativo. Disse ele: "Não se criará a prosperidade desestimulando a poupança; não se fortalecerá o país subtraindo ao cidadão a iniciativa e a liberdade; não se fortalecerá os fracos enfraquecendo os fortes; não se estimulará a fraternidade alimentando o ódio de classes; não se ajudará o trabalhador arruinando aqueles que empregam; não se evitará dificuldades gastando mais que se arrecada; não se criará estabilidade permanente com dinheiro emprestado e não se ajudará os homens de maneira permanente, fazendo por eles aquilo que eles devem fazer por si próprios". Como interpretar o primeiro dis-
ROBERTO FENDT curso da presidente eleita Dilma Rousseff à luz desses princípios? A presidente Rousseff abordou a questão do desenvolvimento – a "prosperidade" mencionada por Lincoln – chamando a atenção para o fato de que, daqui para a frente, dependeremos mais de nossa própria capacidade de financiar o desenvolvimento do que do mundo exterior. De fato, com o mundo desenvolvido praticamente parado, já em 2010 o motor do crescimento brasileiro foi a demanda interna.
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ontudo, se o crescimento brasileiro foi puxado pelo consumo e pelo investimento, a poupança veio em larga medida de fora. O saldo em conta corrente do balanço de pagamentos apresentou-se fortemente negativo em 2010 e as perspectivas são de continuação em 2011. Um déficit em conta corrente
significa que estamos absorvendo recursos líquidos do restante do mundo, tanto para consumo como para custear os investimentos – tendo em contrapartida o aumento da dívida externa e do investimento estrangeiro no País.
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presidente Rousseff referiu-se também ao recado dado pelo eleitor, lá atrás, nas duas eleições perdidas pelo presidente Lula: "O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios". Foi mais além, completando o pensamento ao dizer que "o povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável". Palavras sensatas, que parecem ecoar tanto Cícero – "o orçamento nacional deve ser equilibrado" – como Lincoln – "não se evitará dificuldades gastando mais que se arrecada". Contudo, fora do discurso, e na entrevista em compa-
Conseguirá o novo governo gastar até o limite do sustentável? Isso exigirá um esforço muito grande, já que os gastos correntes do governo subiram quase 50% em relação a 2008.
nhia do presidente Lula, Sua Excelência também afirmou que pretende elevar o salário mínimo para além de R$ 600, 00 e que "no meu governo, vou buscar um nível maior de benefício (do Bolsa Família), proporcional ao que o País possa dar a esse conjunto de famílias". Como fica o déficit da previdência social com mais um aumento real do salário mínimo? Conseguirá o novo governo gastar até o limite do sustentável? O esforço precisará ser muito grande, já que os gastos correntes do governo federal cresceram quase 50% relativamente a 2008. Muito desse aumento de despesas tem caráter permanente, pelo menos no período do próximo mandato.
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muito boa a idéia da presidente de entregar a seu sucessor uma dívida pública, como porcentagem do PIB, substancialmente menor do que a que recebeu. Nada, aliás, parece refletir melhor o pensamento de Cícero sobre o tema – "as dívidas públicas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada" – ou de Lincoln – "não se criará estabilidade permanente com dinheiro emprestado". Para isso, como já se apontou mais de uma vez neste espaço, é preciso que ocorram simultaneamente um crescimento real do PIB de 5,5% ao ano, nos próximos quatro anos, e que se produza um superávit primário verdadeiro da União de pelos menos 3,3% do PIB. É saudável que a presidente eleita fale em controle de gastos e redução da dívida pública. Mais saudável ainda será a ação acompanhar a retórica. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA
efensores da tese de que é importante reconquistar a prefeitura de São Paulo, daqui a 2 anos, tucanos apressados querem que a cúpula do PSDB convença José Serra a se candidatar à sucessão de Gilberto Kassab. Os tucanos estão convencidos de que ele é o melhor candidato para ganhar a eleição. Dificilmente, no entanto, Serra cederia à pressão do partido: embora tenha perdido a eleição presidencial para Dilma Rousseff, ele saiu fortalecido das urnas, com quase 44 milhões de votos, e já declarou que vai continuar a luta, na oposição ao novo governo do PT que se instala no Planalto em 1º de janeiro de 2011. Mais extravagante ainda é a tese de alguns petistas, que sugerem que Lula transfira seu título para a Capital para concorrer à Prefeitura. Este seria o casuísmo ideal para o partido derrotar o principal adversário na sucessão de Kassab. Lula teria Aloysio Mercadante como vice e, se eleito, renunciaria ao mandato um ano após a posse, passando a Prefeitura ao vice e ficando à disposição do PT para disputar novamente a presidência da República em 2014. Por enquanto, o presidente descarta a hipótese de se candidatar nos próximos anos, incluindo a eleição para o Planalto daqui a 4 anos. Lula admite que Dilma queira ser candidata à reeleição.
s teses preparadas por tucanos e petistas, consideradas impossíveis de vingar, não são as únicas inventadas após as eleições: no PV, surgiu a proposta para a senadora Marina Silva transferir seu título para a Capital paulista e também ser candidata à Prefeitura. Os verdes querem aproveitar a excelente votação que Marina alcançou em São Paulo. A senadora, contudo, já declarou que não aceita tal missão. Ele prefere manter seu domicílio eleitoral no Acre. O objetivo de Serra é liderar a oposição ao governo de Dilma. O tucano foi claro ao declarar que não está dando "adeus" à vida pública e, sim, um "até logo". Sem pendurar as chuteiras, Serra ainda pensa que pode disputar novamente a eleição presidencial em 2014. Na verdade, Serra poderá se vingar de Aécio Neves: tucanos paulistas ainda não digeriram a acachapante derrota de Serra em Minas. Afinal de contas, quem conduziu sua campanha naquele estado foram o governador reeleito Antonio Anastásia e os senadores eleitos Aécio Neves e Itamar Franco.
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O objetivo de Serra é liderar a oposição ao governo Dilma. Sem pendurar as chuteiras, o tucano ainda acredita que pode disputar de novo o Planalto, em 2014.
Aécio já é candidato declarado ao Planalto em 2014, mas pode ser forçado a disputar outra vez a legenda do PSDB com José Serra, ou, então, ser candidato por outro partido. Nas conversas com outros tucanos, Serra ressalta a importância do montante de votos que recebeu no 2º turno: quase 44 milhões de eleitores votaram nele. nquanto isso, a cúpula tucana está prometendo que vai antecipar para 2012 a escolha do seu candidato à sucessão de Dilma Rousseff. O partido acha que errou em atrasar o lançamento da candidatura de Serra. O PT governou o País por 8 anos com Lula e vai permanecer no poder por mais 4 anos com Dilma. Os petistas alimentam o sonho de que Lula volte em 2014 e fique no comando da Nação por outros 8 anos. O partido somaria, então, 20 anos de poder.
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ecorde-se que eram os tucanos que tinham o plano de governar o Brasil por 20 anos. Esse desejo foi expresso várias vezes pelo falecido ex-ministro Sérgio Motta, sobretudo quando o PSDB manobrou o Congresso para aprovar a emenda da reeleição, permitindo a Fernando Henrique Cardoso a renovação do seu mandato. É possível que, no bojo da reforma política, a nova oposição no Congresso queira apresentar outra emenda constitucional extinguindo o instituto da reeleição.
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EYMAR MASCARO É JORNALISTA E COMENTARISTA POLÍTICO MASCARO@BIGHOST.COM.BR
Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze
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GOVERNOS DOS EUA BENEFICIARAM MAIS RICOS E EMPURRARAM CLASSE MÉDIA PARA BAIXO.
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Via expressa para a desigualdade
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explicação mais clara até agora sobre as forças que convergiram nas últimas três semanas, aproximadamente, para minar o bem-estar econômico dos norte-americanos comuns está no livro recémlançado Winner-Take-All Politics: How Washington Made the Rich Richer ? and Turned Its Back on the Middle Class (em portugùês, "Política O-Vencendor-Leva-Tudo: Como Washington Tornou os Ricos mais Ricos e Virou as Costas para a Classe Média"). Os autores, os cientistas políticos Jacob Hacker, de Yale, e Paul Pierson, da Universidade da Califórnia, afirmam convincentemente que as batalhas econômicas das classes média e trabalhadora nos EUA, desde os anos 1970, não foram basicamente resultados da globalização e das mudanças tecnológicas, mas sim de uma série de mudanças políticas no governo que preponderantemente favoreceram os muito ricos. Essas mudanças foram o resultado de esforços cada vez mais sofisticados, bem-financiados e bem-organizados dos setores financeiros e empresariais para direcionar a seu favor as políticas de governo e, assim, a favor dos muito prósperos. De leis tributárias à desregulamentação, de governança corporativa às questões de redes de segurança, a ação governamental era deliberadamente moldada para permitir que aqueles que já estivessem muito ricos recolhessem uma fatia cada vez maior dos benefícios econômicos do país. "Na última geração", escreveram os autores, "mais e mais benefícios do crescimento foram para os ricos e os super-ricos . O restante da América, dos pobres até a classe média, ficou cada vez mais para trás". Como que para destacar exatamente essa questão, foi revelado na semana passada (por David Cay Johnston, uma ex-repórter do Th e
BOB HERBERT New York Times, ganhadora do Prêmio Pulitzer) que os salários dos maiores assalariados nos Estados Unidos – um pequeno grupo de indivíduos que recebem mais de US$ 50 milhões anualmente (às vezes bem mais) – aumentaram cinco vezes de 2008 a 2009, mesmo quando o país estava sendo atingido pela pior crise econômica desde a Grande Depressão.
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ano passado foi um ótimo período para os que estão bem no topo da pirâmide. Hacker e Pierson observam, em seu livro, que os investidores e executivos das 38 maiores empresas americanas receberam um total impressionante de US$ 140 bilhões – um recorde. A firma de investimento Goldman Sachs pagou a seus empregados cerca de US$ 600 mil por pessoa, no seu melhor ano desde que foi fundada em 1869. Ou seja, algo deu gravemente errado na distribuição dos frutos da economia norte-americana. Esse lamentável distanciamento, de um longo período, de uma riqueza dividida mais amplamente, ocorreu com re-
Na última geração, mais e mais benefícios do crescimento foram para os ricos e os superricos. O restante da América, dos pobres até a classe média, ficou cada vez mais para trás.
gularidade, ano após ano, desde o final da década de 70, fossem democratas ou republicanos que estivessem controlando os instrumentos de poder em Washington. Winner-Take-All Politics explora a questão embaraçosa de como isso pode ter acontecido em uma democracia na qual – em teoria, pelo menos – o gigantesco número de eleitores que não são ricos deveria servir como uma barreira a políticas que restringissem suas oportunidades econômicas e, ao mesmo tempo, ampliassem os benefícios dos ricos sem limites.
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resposta fica clara quando se reconhece, como o livro enfatiza, que a política é em grande parte uma luta organizada. Trata-se de uma forma de guerra. "É uma disputa", disse Pierson, "entre aqueles que estão organizados, que realmente conseguem monitorar o que o governo está fazendo, num mundo bem complicado, e impor pressões efetivas para interferir nos políticos". Os eleitores, nesse tipo de sistema, entendem os autores, estão em desvantagem quando não se encontram em grupos organizados, confiáveis, que de fato os representem, que tenham influência e que possam efetivamente informar-lhes o que está acontecendo. O livro descreve uma "revolução organizacional" que ocorreu nas últimas três décadas, nas quais as grandes empresas se mobilizaram em uma escala gigantesca para se tornar bem mais atuante em Washington, cultivando políticos em ambos os partidos e lutando ferozmente para obter objetivos políticos comuns. Isso ocorreu na mesma época em
que o trabalho organizado – a mais eficiente força lutando em benefício da classe média e de outros norte-americanos trabalhadores – estava preso em uma espiral de declínio devastadora. Assim, o contrapeso do trabalho à crescente influência política das grandes empresas foi efetivamente perdido. "Não estamos afirmando que a globalização e as mudanças tecnológicas não importam", disse Hacker. "Mas eles não são, de nenhuma forma, uma explicação suficiente para essa mudança gigantesca na distribuição de riqueza e renda nos Estados Unidos". Bem mais importantes, segundo o autor, são as maneiras como o governo moldou a economia nesse período, com desregulamentação, "com mudanças nas políticas de relações industriais afetando os sindicatos, com políticas de governança corporativa que permitiram aos CEOs que basicamente estabelecessem seus próprios salários, e por aí vai." Essa hiperconcentração de riqueza e de renda, além da esmagadora influência política posta nas mãos dos endinheirados, erodiu drasticamente a capacidade do governo em responder às necessidades da classe média e de outros com renda modesta.
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ada ilustra melhor o enorme poder que acumulado nessa minúscula fatia da população do que sua contínua capacidade de crescer e prosperar apesar da Grande Recessão – que foi, em grande parte, o resultado de suas políticas "o-vencedor-leva-tudo" e que teve um efeito desastroso sobre tantos outros norte-americanos. BOB HERBERT É COLUNISTA DO THE NEW
YORK TIMES. TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA
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Quando as coisas vão mal, sempre haverá gente clamando para que o governo "faça alguma coisa". Os que pedem isso quase nunca se deram ao trabalho de verificar o que acontece quando o governo faz alguma coisa em comparação a quando o governo nada faz. Não são só os economistas adeptos da economia de livre mercado que acham que os governos, com suas intervenções, podem transformar uma grande bagunça noutra ainda maior. Ninguém menos do que Karl Marx, escrevendo a Engels, disse: "Intromissões irresponsáveis por parte das autoridades podem agravar uma crise existente".
disseminada, especialmente entre políticos, é que o mercado falhou e o governo teve de intervir para salvar a economia. A outra é que o mercado afundou e estava voltando a subir quando a intervenção federal o mandou para o fundo de novo, levando ao desemprego em massa. A primeira concepção vem vencendo os concursos de popularidade por gerações seguidas. Mas se examinados os fatos, a taxa de desemprego nunca atingiu dois dígitos em nenhum dos primeiros 12 meses seguintes à quebra da Bolsa em 1929 – à qual é atribuída toda a culpa pelo desemprego maciço da década de 30.
história do EUA está cheia de provas sobre os efeitos negativos das intervenções governamentais. Nos primeiros 150 anos de existência do país, o governo não considerava sua função intervir na economia quando estivesse enfraquecida. Todas as recessões ocorridas nesse período acabaram mais depressa do que a Grande Depressão dos anos 1930, quando o governo interveio pela primeira vez e com peso enorme. Há duas concepções conflitantes sobre o que ocorreu na Grande Depressão. A concepção mais
taxa de desemprego chegou ao pico de 9% dois meses após o crash e então começou a cair lentamente. Em junho de 1930, a tinha baixado para 6,3% – e foi então que se deu a primeira grande intervenção federal (na administração Hoover). Em seis meses, a tendência de queda no desemprego se reverteu, atingindo dois dígitos, pela primeira vez, em dezembro de 1930. O que restava aos políticos? Dizer "pisamos na bola" ou tentar uma nova e enorme intervenção depois da outra? As intervenções de Hoover foram sucedidas pelas
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CODINOME "OTÁRIO"
FERREIRA
O POSTE
CODINOME "DILMA"
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residenta Poste é a sua presidenta, você está José Serra (careca) de saber. Também conhecida como "Estela", "Wanda", "Patrícia", "Luísa", "Maria Lúcia","Pitta do Lulla", "Mulé do Lulla", pode haver outros. Só saberemos se – coloque aí um enorme "se" – a Falha de S.Paulo ganhar na Justiça o direito de abrir o cofre da Justiça Militar em que a sua (dela) ficha limpa ou suja está trancada. A Falha já perdeu duas vezes. Se limpa fosse, estaria aberta e espalhada aos quatro cantos do universo. Os cofres são marcos importantes na vida da presidenta Poste. O primeiro e mais notório é o cofre que o doutor Adhemar legou para sua namorada secreta que todo mundo sabia quem era, sob codinome "doutor Rui". Alegadamente, nele habitariam Dois Milhões e Quinhentos Mil Dólares "cash" e estaria guardado na casa da irmã do "doutor Rui", no Rio. A presidenta Poste, então supostamente "Estela" ou "Wanda", teria supostamente seduzido a filha (ou neta) da irmã do "doutor Rui", que tinha uns 16 aninhos, ganhando-a para a "causa". Adolescente dimenor enleada nas teias do seu primeiro amor (político), "vazou" para "Estela" ou "Wanda" a posição do cofre na casa. "Wanda" ou "Estela" supostamente chefiou o suposto assalto, tendo a menina como guia e escudo para neutralizar os cães de guarda, alegadamente ferozes.
alegado cofre seria supostamente muito pesado e a suposta operação teria contado com Onze Cumpanheros (um time inteiro do córintcha, do coração você sabe de quem). Um deles era alegada ou supostamente Celso Minc, mais tarde suposto ministro do Ambiente do suposto governo do alegado presidente Lulla – tendo Minc sido filmado supostamente chapado, cantando num evento alegadamente de propaganda da maconha. O suposto assalto teria sido um alegado sucesso e os supostos Dois Milhões e Quinhentos Mil Dólares sumiram nas brumas dos tempos. Sei alguns alegados nomes de supostas organizações às quais a presidenta Poste teria supostamente se filiado: Comando de Libertação Nacional (Colina) e Vanguarda Armada Popular Revolucionária (VAR Palmares), organizações pacíficas, como os nomes fazem supor. Um nome famoso, supostamente militante de uma dessas organizações, era o Capitão Lamarca, alegadamente agora general, supostamente promovido post-mortem pelo Cumpanhero Vanucchi, com todo merecimento, pompa e circunstância. Pintou também gorda indenização para a família do de cujus, por seu heroísmo patriótico ao desertar e roubar do Exército um caminhão carregado de armas e munições. Roubar
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O ERRO DE INTERVIR NA ECONOMIA uando as pessoas descobrem que você é economista, logo querem que preveja os rumos da economia. Ultimamente, tenho recebido um número de pedidos de previsão maior que o usual. Mas um economista deveria saber, melhor do que qualquer um, o risco de tais previsões. Um motivo é que aquilo que acontece na economia é afetado por aquilo que os políticos fazem em Washington – e quem é capaz de prever o que os políticos farão? Mas é possível prever o que eles não farão. O que provavelmente levaria a uma recuperação mais rápida da economia demandaria que o presidente dos Estados Unidos e os líderes no Congresso se calassem e parassem de se intrometer na economia. Mas isso é praticamente impossível. Imagine dizer aos milhões de pessoas que perderam seus empregos, suas casas ou suas empresas: "Eu realmente baguncei as suas vidas, mas ninguém é perfeito, certo? Portanto, agora vou deixar de me intrometer." Se o estímulo (centenas de bilhões de dólares dos contribuintes) não está funcionando, os fiéis precisam crer que é porque não se tentou por tempo suficiente, ou porque o volume de dinheiro foi pequeno.
NEIL
THOMAS SOWELL intervenções ainda maiores do presidente Roosevelt – e a taxa de desemprego permaneceu nos dois dígitos nos anos seguintes. recorde de queda na Bolsa, em 29, foi quebrado em 1987. Mas Ronald Reagan nada fez – e a mídia o massacrou por isso. Bem, a economia se recuperou e tivemos 20 anos de crescimento econômico firme, com inflação baixa e baixo desemprego. Você é capaz de imaginar Barack Obama agindo como Reagan? Eu não preveria isso.
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THOMAS SOWELL É AMERICANO, ECONOMISTA, AUTOR DE VÁRIOS LIVROS
TRADUÇÃO: HENRIQUE DMYTERKO. PUBLICADO EM WWW.MIDIAAMAIS.COM.BR
digo eu; eles falam "expropriar", ressalva feita andiamo via. Roubar ou "expropriar" o Exército virou ato heróico que justifica promoção, aumento de soldo, pagamento de atrasados e indenização. Para chegar ao outro cofre, o da Justiça Militar, é necessário que façamos um Flash Forward, um salto à frente de quatro décadas, do passado ao presente. Flash Forward era uma série de tevê tão incompreensível que durou só uma temporada. Era pior que Lost, que durou seis temporadas e ninguém entendeu neca de pitibiriba. Este Flash Forward que proponho é mais incompreensível ainda. presidenta Poste foi presa por participar de corajosas ações armadas para derrubar a ditadura militar e substituí-la por uma... uma o quê? Uma democracia ? Há controvérsias. Testemunhas oculares e cumpanheros d´armas como Dirceu mostram que o objetivo era implantar a ditadura deles, seja qual for. Democracia é que não era. O ministro Franklin Martins, um dos sequestradores do embaixador Ellbrick, era stalinista, e parece ser até hoje, com extrema coerência e honestidade intelectual. Coerência não é o forte da presidenta Poste e honestidade sei lá, quanto mais intelectual. Torturada, segundo ela mesma afirma, sem confirmação de nenhum cumpanhero, e condenada por participação em crimes de sangue, como assaltos a bancos, com morte de inocentes, pegou 15 anos de cana. Dali a pouco, em novos interrogatórios, a pena foi reduzida de 15 para 3 anos e dali a mais um pouquinho caiu para 28 meses. Tais reduções eram incomuns nos tempos ditos de chumbo e algum tucano de má plumagem poderia ter espalhado a suspeita de um acordo por delação premiada. A presidenta Poste alegadamente poderia (repare o verbo no condicional) supostamente ter dedurado cumpanheros em troca da redução de pena, tipo supostamente Genoíno teria feito na guerrilha do Araguaia, tanto que é o único que está aí vivo e barrigudo.
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Falha de S.Paulo correu atrás dessa documentação, mas uma Juíza do Tribunal Militar mandou trancá-la num cofre. Por coincidência, a Juíza é jaboti da presidenta Poste, de quem foi suspostamente fiel cumpanhera na Casa Civil, no alegado período áureo dos dossiês farjutos. A Falha deu com o nariz na porta do cofre. Na sua fala vitoriosa, a presidenta Poste afirmou que defende a total liberdade de imprensa. Acredite se quiser. (Escrevi tantos "alegadamente" e "supostamente" e verbos no condicional porque quem tem... tem medo. Os "conselheiros sociais" já estão aí...).
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PARA SEGUIR A SINTAXE DA MADAMA, EU DEVERIA ESCREVER PRESIDENTA POSTA. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.GERAL
Giba Um
3 Mais uma famosa que aderiu 3 a onda Stela, da novela Passione, é a jornalista Glória Maria, 55 anos (ninguém sabe ao certo).
gibaum@gibaum.com.br
k O time está ganhando, está bem colocado. Se tem problema na zaga, «
muda. Se não está bem na meia-direita, substitui.
LULA // em reunião com amigos que integram o governo, achando que Dilma deveria mexer pouco no ministério.
Fotos: BusinessNews
As grandes empreiteiras nacionais foram mais do que generosas, nessas eleições: Camargo Corrêa (a Operação Castelo de Areia está trancada na Justiça), Andrade Gutierrez, sócia da Oi, OAS e Odebrecht, juntas, doaram R$ 182,5 milhões contra R$ 60,4 milhões de doações feitas em 2006. A Camargo Corrêa saltou de 22,5 milhões há quatro anos para R$ 79,1 milhões e a Andrade Gutierrez, de R$ 18,2 milhões para R$ 58,3 milhões. Essas quatro construtoras faturaram, em 2009, R$ 12 bilhões. Junto com Queiroz Galvão, Galvão e Delta ganharam as licitações de grandes obras dos últimos dois anos. Essas sete grandes faturaram R$ 20 bilhões em 2009. 333
PRESIDENTA Os dicionários Aurélio e Houaiss prevêem a versão presidenta para o feminino de presidente. Só que não é usual e equivaleria a usar chefa para o lado feminino de chefe . A EBC – Empresa Brasil de Comunicação, do seu lado, já decidiu: só vai usar presidenta. Também o recente Vocabulário OrtográficodaLínguaPortuguesa, da Academia Brasileira de Letras, dá respaldo ao verbete. Já os acadêmicos estão divididos: NélidaPiñon,quandopresidiu a ABL pediu para ser chamada de presidente . Achava presidenta um tanto jocoso. 333
Com photoshop, podese tirar rugas, estrias e fazer desaparecer celulite. Com esse e outros tantos programas, pode-se ir mais longe, desde que contando sempre com a criatividade dos diretores das artes (e das travessuras) da computação gráfica. Há anos, o site Worth1000 vem deitando e rolando na transformação de celebrities de todo o mundo em outras figuras. Agora, com a febre de vampiros que domina o planeta, por conta da saga do Crepúsculo, já formam no bloco das apaixonadas por sangue, da esquerda para a direita, Angelina Jolie, Nicole Kidman, Lady Gaga e até a brasileira Adriana Lima, que acaba de ser eleita a modelo mais sexy entre todas as top models. 333
Queridas vampiras
333 Levantamento feito pelo PT revela que o desembarque do Papa Bento 16 nas eleições, não alterou em nada o resultado que vinha sendo preconizado pelas últimas pesquisas. O mesmo levantamento sinaliza que, se a recomendação papal tivesse sido feita com mais antecedência, até poderia ter se registrado variações no volume de votos, mas mesmo assim, nada que pudesse comprometer a vitória de Dilma Rousseff. Os bispos da CNBB que batalharam contra a petista lembram que Bento 16, como líder da Igreja Católica, não poderia ter outra atitude, especialmente no maior país católico do mundo. Mesmo perdendo cerca de 10% de seus fiéis nos últimos quinze anos, o Brasil ainda tem 125 milhões de católicos, perto de 73% do total de sua população. Uma única ressalva apresentada pelo levantamento: se o papa fosse João Paulo II, o estrago para os lados de Dilma seria inevitável.
Bento 16 nas urnas
333
333 O tesoureiro-adjunto Evandro Losacco, que denunciou Paulo Vieira de Souza, exDersa, por suposto desvio de dinheiro da campanha de Serra e que era candidato a deputado estadual, não entende até agora como só obteve 50 mil votos. Engenheiro, foi secretário-geral do PSDB entre 2003 e 2007, organizou o partido em muitas cidades (foi um dos fundadores da agremiação em 1988) e em 2007, Serra mandou nomeá-lo na Secretaria dos Transportes como coordenador do programa Pró-Vicinais, que está recuperando mais de 13 mil quilômetros de vicinais em São Paulo num total de R$ 4 bilhões em investimentos.
Ex-namorada do piloto Ayrton Senna, tragicamente desaparecido num desastre em 1994, Xuxa Meneghel (à esquerda, ao lado de Viviane Senna, que criou um instituto de incentivo à educação com o nome do irmão), ex-namorada dele, era uma das figuras famosas presentes na exibição de documentário Senna, no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo e lançamento de uma linha especial de relógios. Também lá diversos nomes ligados aos esportes no Brasil e, entre tantos, o técnico da seleção Mano Menezes (à direita, com a mulher Marinês).
Lembrando Ayrton
333
Festa de saias As mulheres deverão ocupar cargos importantes no governo Dilma – e muito mais do que se imagina. Por enquanto, são bem cotadas Maria Fernanda Ramos Coelho, hoje na Caixa; Graça Foster, que está na diretoria de Gás e Energia da Petrobras; Helena Chagas, Clara Ant, Izabella Teixeira, do Meio Ambiente; Miriam Belchior; e Ideli Salvatti, só para começo de conversa. A senadora eleita Marta Suplicy também poderá ganhar algum cargo: só que Dilma deverá condicionar a seu apoio a Aloizio Mercadante para prefeito em 2012.
333
h
MISTÉRIO
S
ão os pais de São João Batista, o precursor do Messias, que por serem justos diante de Deus receberam a graça de conceber um filho apesar da idade avançada e de Isabel ser estéril. Segundo o Evangelho de São Lucas, o milagre foi anunciado por um Anjo a Zacarias.
Condolências O candidato derrotado José Serra jantava, esta semana, no Parigi, restaurante do grupo Fasano em São Paulo, com grupo de amigos, onde ficou até às duas da manhã. A carioca efervescente Narcisa Tamborindeguy, que acaba de lançar seu segundo livro Ai, que Absurdo, estava numa mesa ao lado e, à certa altura, foi até a mesa de Serra, para cumprimentá-lo: “Quero apresentar minhas condolências e dizer que a luta não está perdida”. Aí, sem perder a chance, deu um exemplar de seu livro ao tucano.
333
São Zacarias e Santa Isabel
EM COMUM Erenice Guerra, afastada da Casa Civil devido à denuncia de uma série de irregularidades e Amaury Ribeiro Junior, o jornalistaenvolvidonoescândalo da quebra de sigilo fiscal de vários tucanos, têm algo em comum. Os dois estão pesando mais de 100 quilos e igualmente estão pensando em se submeter às cirurgias de redução do estomago. Mais: Erenice está se preparando para debutar na iniciativa privada. Conhecedora dos caminhos e subterrâneos do poder, sua idéia é prestar serviços de consultoria. 333
MISTURA FINA 333 EM JANEIRO, o casal Marcela-Michel Temer deve se transferir para a residência oficial do vice-presidente da República, o Palácio do Jaburu, que está nos trinques. Mariza, mulher do vice José Alencar, nesses últimos anos, tratou de comandar grande reforma no Jaburu, trocando tubulações e melhorando o mobiliário.
O SITE Models.com , considerado uma referência mundial no mercado de moda, acaba de divulgar sua lista anual das 20 modelos mais sexies do planeta e desta vez, uma brasileira está no topo: Adriana Lima, baiana casada com o jogador de basquete sérvio Marko Jaric e mãe de Valentina, de nove meses. Em segundo, surge a holandesa Doutzen Kroes e entre as dez primeiras, tem mais três brasileiras: Gisele Bündchen (3º), Alessandra Ambrósio (5º) e Isabeli Fontana (6º). 333
A volta de Hair O histórico musical Hair, com músicas de Galt MacDermot e texto e letras de Gerome Ragni e James Rado, montado pela primeira vez no Brasil em 1969, com metade do elenco aparecendo nu em cena (Sonia Braga, aos 18 anos, Altair Lima, Antonio Fagundes, Denis Carvalho e Aracy Balabanian, entre outros), menos de um ano depois do AI5, está de volta. Com adaptações da dupla Charles MöullerClaudio Botelho, estréia no Rio e em 2011, vem para São Paulo. Para os mais nostálgicos, um prato cheio (as músicas são inesquecíveis, de Aquarius a Let the sunshine ); para os jovens, a chance de passar pelos anos 60, pelos tempos do Faça Amor, Não Faça a Guerra.
5 de Novembro
h IN
Canetas vintage.
OUT
Míseras esferográficas.
Cara de pau, não! O ator José de Abreu, que batalhou na área artística por Dilma Rousseff, foi chamado de papagaio de pirata, ao lado do senador Magno Malta e do governador eleito do DF, Agnelo Queiroz, no primeiro pronunciamento da petista. Agora, está admitindo participar do Conselho de Desenvolvimento Econômico do futuro governo e nem sonha com o Ministério da Cultura (mesmo porque ninguém aventou essa hipótese). Sobre ter sido considerado papagaio de pirata, garante que “é cara de pau, mas nem tanto”, acrescentando que “o Zé Eduardo Cardozo é que me puxou”. 333
333 JÁ NÃO se fazem mais reis de terror como antigamente: José Mojica Marins, o Zé do Caixão, vai lançar um livro para crianças, com ilustrações de Laurent Cardon. O título é O Livro Horripilante do Zé do Caixão, voltado para o público-alvo de crianças entre 7 e 12 anos. Mojica é pai de sete filhos, tem onze netos e sabe contar histórias de terror para a garotada.
Solução N D M G A E RI T A O R A G F A O R AC S I R S A E I O O N S S E LE T O AA D T A E AM T A M E P S M E A S J T A O É AR I N H O S O C U V A T O M A TE I R E I T A NG E L A S A C O C A T O S A R A G R U I M AZ F A
Super-generosas
MAIS: acaba de reatar com Paulo Mesquita, com quem já teve um love affair no primeiro semestre. Ele tem 30 anos de idade.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Por: José Nassif Neto Cantora e compositora carioca.
É o que faz o advogado do réu.
Moradia indígena.
Pequeno pastel de massa cozida.
Moça; namorada.
Elimine; exclua. São Paulo é a terra da... Rabiscar o papel.
'Tolo', em inglês. 'Ar', em inglês.
Produto da oxidação dos açúcares.
Sigla de Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Decímetro. (abrev.)
SE na cidade de São Paulo aumenta a cada dia o número de nomes que poderão ser candidatos a prefeito em 2012, no Rio de Janeiro a situação não é diferente. Eduardo Paes tentará a reeleição, mas já conta com rivais como Índio da Costa, Wagner Montes e o próprio senador eleito Lindberg Farias, só para começar. 333
Especial. Formiga (?), desenho animado.
João C.(?), jornalista. Maluco. Jurisdição episcopal.
Fruto da videira.
Relato de uma reunião.
A flor da farinha de trigo.
Serviçal.
Desforrar.
Músico do sexteto do Jô Soares. Lingua falada pelos antigos romanos.
333
Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero
Letra do alfabeto antes do 'n'.
Cenário preparado para rodar um filme.
Em rio que tem piranha (?) nada de costas. Música de Pixinguinha
(?) Vieira, atriz.
OS 53 senadores eleitos em outubro arrecadaram R$ 222,87 milhões ao longo de suas campanhas, numa média de R$ 4,2 milhões por parlamentar. Esse valor é o triplo da média arrecadada pelos 27 senadores eleitos em 2006, que foi de R$ 1,35 milhão.
Fósforo, símbolo químico.
Ícaro tentou voar com uma de cera.
Suficientemente, bastante. Rede de pesca em forma de saco.
Porco.
Cortar os pêlos dos animais. Azoto, símbolo químico.
Admirador de outrem.
(400) 2-sé; fã; 3-air; oaf; 5-gruim; latim; assaz; 5-osona; 6-cateto; sacoca; 7-atômica.
Cada um dos lados do ângulo reto do triângulo retângulo. Olfato dos animais.
p
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
5 MOBILIZAÇÃO A CPMF acabou em dezembro de 2007, após mobilização da sociedade
olítica
Governadores eleitos defendem volta da CPMF
G
overnadores elei- do PSDB" queriam a CPMF. A governadora eleita do Rio tos do PSB defenderam ontem, após Grande do Norte, Rosalba u m a r e u n i ã o d a Ciarlini (DEM), é uma das Executiva do partido, que a poucas vozes dissonantes. presidente eleita Dilma Rous- "Sou contrária, sempre. A seff (PT) estude uma fonte de CPMF já foi criada uma vez e financiamento para a saúde, não resolveu o problema da como a recriação da Contribui- saúde. O que precisamos é que ção Provisória sobre Movi- o governo priorize a saúde, a mentação Financeira, a CPMF. questão precisa ser resolvida "É um sacrificiozinho muito com a regulamentação da pequeno para cada brasileiro Emenda 29", afirmou. "A nova em nome de um grande núme- CPMF vai apenar ainda mais o ro de brasileiros que precisa contribuinte, que não aceita m a i s i m p o sdos serviços tos", complede saúde e pretou. Para ela, é cisa que esses necessária a serviços sejam Essa questão está redistribuição de qualidade", na ordem do dia. dos recursos disse o goverfederais. nador eleito Se precisar ser em A emenda do Ceará, Cid parte ou totalmente 29 obriga Gomes. [a CPMF] vamos União, Estados Pelo menos fazer. Não vi cair o e Municípios a 13 dos 27 gopreço de nada. investirem, vernadores r e s p e c t i v avencedores EDUARDO CAMPOS mente, 10%, das eleições do 12% e 15% da mês passado já defendem a recriação de um im- arrecadação em saúde. Ação – "Defendemos que há posto nos moldes da CPMF, exnecessidade de recursos espetinta pelo Senado em 2007. Apesar de cinco governado- cíficos para a saúde. Esperares de oposição – dois do DEM mos a aprovação da emenda 29 e três do PSDB – se dizerem e da CSS", afirmou Cid Gomes. contra a medida, um tucano CSS é a sigla de Contribuição apoiou a iniciativa liderada Social da Saúde, com alíquota pelo PSB: o mineiro Antonio de 0,10% sobre as movimentações financeiras para custear Anastasia (leia mais abaixo). Quatro governadores não gastos com a saúde pública. foram localizados e quatro Ambos os projetos esperam não quiseram se manifestar aprovação do Congresso. Pelos cálculos do presidensobre o assunto. Entre esses está o alagoano Teotonio Vile- te nacional do PSB e governala, que em 2007 chegou a dizer dor reeleito de Pernambuco, que "todos os governadores Eduardo Campos, o subfinan-
ciamento do setor chega a R$ 51 bilhões. "Essa é uma questão que está na ordem do dia. Se precisar ser em parte ou totalmente [a CPMF] vamos fazer isso, porque depois que baixou a CPMF não vi cair o preço de nada", disse. "Saúde hoje é grave questão nas contas dos municípios e dos Estados. Temos recebido diária para UTI de R$ 500. Em Pernambuco, só conseguimos
Democratas lembram que aumento do IOF abasteceu os cofres públicos
O
Dilma está convocando os governadores para assumirem o movimento pela volta do imposto que o brasileiro derrubou. PAULO BORNHAUSEN sua prorrogação. O DEM conclamou a oposição no Congresso e nos Poderes Executivos e Legislativos estaduais a se unirem para impedir a volta da CPMF. O deputado tucano Luiz Carlos Hauly (PR), vice-líder da oposição, afirmou em discurso na Câmara que o presidente Lula "mente" ao afirmar que faltou dinheiro para a saúde. Citando números da Receita Federal e do Tesouro Nacional sobre aumento na arrecadação de impostos, Hauly disse que
Roosewelt Pinheiro/ABr - 09.04.10
Pelo menos 13 dos 27 governadores eleitos já fazem coro pela recriação de um imposto destinado à saúde. Alguns temem que as pessoas morram por falta de atendimento. A sugestão é ressuscitar a antiga CPMF ou a aprovar criação da Contribuição Social da Saúde (CSS).
Ailton de Freitas/ AOG
Para DEM, volta do imposto é 'capricho vingativo' de Lula DEM divulgou ontem nota em que repudia a tentativa de recriar a CPMF, qualificada pelo partido como "o famigerado imposto do cheque". Para o líder do DEM, deputado Paulo Bornhausen (SC), que assina o comunicado, a convocação feita aos governadores para assumirem o movimento pela volta do imposto é um "capricho vingativo do atual presidente da República", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bornhausen argumenta que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) logo depois do fim da CPMF e o constante aumento da arrecadação de impostos alimentaram os cofres públicos com mais recursos do que o "imposto do cheque". A CPMF acabou em dezembro de 2007, depois que a oposição se uniu a senadores governistas dissidentes e rejeitaram a proposta de
AMEAÇA Agora, o novo governo espera recriá-la, apesar da arrecadação recorde
"nem sempre os interesses do Planalto são os da nação. É o caso dessa famigerada contribuição para a saúde." Na nota assinada pelo líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), o partido destaca que "seguindo ordens, inspiradas no capricho vingativo do atual Presidente da República, a presidente eleita, Dilma Rousseff, está convocando os governadores de sua base aliada para assumirem o movimento pela volta do imposto que o povo brasileiro derrubou". "A continuidade prometida durante a campanha está privilegiando as piores características deste governo federal, a falta de competência para gerir os recursos públicos e a gana pela cobrança de impostos. A solução para o caos da saúde pública do Brasil está na regulamentação da Emenda 29 e na profissionalização da gestão. CPMF nunca mais!", diz o texto. (AOG)
contratar por algo em torno de R$ 1.400", exemplificou Eduardo Campos. "É uma questão do mundo real. Ou se discute o financiamento da saúde ou muitas pessoas poderão morrer por falta de atendimento". O senador Renato Casagrande, eleito governador do Espírito Santo, pondera que a criação de novos tributos deve ocorrer dentro de uma reforma
tributária. "Porque você onera de um lado e desonera de outro", explicou. Na última quarta-feira, em coletiva à imprensa, a presidente eleita Dilma Rousseff falou sobre o assunto. "Não pretendo enviar um projeto recriando a CPMF. Mas tenho visto a mobilização de governadores nessa direção e estou aberta a discutir", disse. (Agências)
É um 'sacrificiozinho' muito pequeno para cada brasileiro em nome de um grande número que precisa de saúde. CID GOMES
Em Minas, governador tucano se alia ao coro dos governistas Antonio Anastasia se diz favorável a tributo para custear saúde André Dusek/AE - 08.04.10
O
governador reeleito de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), disse ontem ser favorável à instituição de um novo tributo para custear a saúde, em substituição à antiga CPMF. O tucano, porém, reiterou que se trata de uma matéria do Congresso Nacional, onde o governo federal tem ampla maioria, cabendo a ele conduzir essas negociações. Anastasia observou que, quando da queda da CPMF no Senado, a "maioria esmagadora" dos governadores do País se posicionou a favor da manutenção da contribuição. Para ele, a liderança nessa discussão caberá à presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), por ser um tributo federal. "Há sempre a necessidade de nós termos um financiamento para a saúde. A saúde é a chamada política pública de demanda infinita, como eu sempre disse. Ou seja, (de) necessidade permanente de investimentos", afirmou. De acordo com Anastasia, as negociações devem levar em
Anastasia: " Todo tributo merece aperfeiçoamento permanentemente"
conta o aperfeiçoamento do modelo anterior. "Todo tipo de tributo merece aperfeiçoamento permanentemente", disse. "Nós não nos furtamos a discutir sempre com muito empenho". Viana – O governador eleito do Acre, Tião Viana (PT), é um dos futuros gestores estaduais que já se posicionou favoravelmente à cobrança da CPMF. Como argumento de seu ponto de vista, ele avalia que o fim do imposto foi um grave erro po-
lítico da oposição para com a saúde pública do Brasil. Viana afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria transferir todo recurso do imposto para a saúde pública. "Foi uma redução de R$ 120 bilhões que seriam importantes investimentos. O que for feito em termos de melhorar a saúde pública no Brasil, eu sou a favor. Inclusive porque a CPMF era um imposto que não sacrificava o povo brasileiro", concluiu o petista. (AE)
Varejistas não aceitam retorno Paulo Bornhausen diz que a solução para o caos da saúde pública do Brasil está na regulamentação da Emenda 29 e na profissionalização da gestão. "CPMF nunca mais!"
O
presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro, que reperesenta o comércio varejista, considera a reedição da CPMF uma expansão da carga tributária. "Os varejistas não aceitarão o retorno da CPMF. Os governos devem repensar sobre esse tributo. Vamos mobilizar nacionalmente o movimento lojista contra a volta da CPMF", afirmou Pellizzaro. A presidente eleita da República, Dilma Rousseff, afirmou
na quarta-feira que não vai enviar ao Congresso um projeto para reeditar a CPMF. Entretanto, acrescentou que vai negociar o assunto com os governadores. Alguns defenderam, ontem, o retorno do tributo. No ano passado, por conta da crise financeira internacional, a carga tributária brasileira recuou para 33,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na primeira queda desde 2006. Em 2010, entretanto, a carga tributária deve voltar a aumentar, em linha com o cresci-
mento do PIB. Isso porque a arrecadação de impostos federais bate recordes sucessivos há um ano. Em 2010, até setembro, somou R$ 573,6 bilhões, o que representa um crescimento real de 13,12% sobre igual período do ano passado. O crescimento estimado do PIB este ano está entre 7% e 8%. A carga tributária brasileira, que ficou em cerca de 34% do PIB em 2008, está acima de países como México (20%), EUA (27%), Suiça (29%) e Argentina (29,3%). (Agências)
p OAB diz que discussão da CPMF é 'preocupante' DIÁRIO DO COMÉRCIO
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sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Estaremos na contramão, mais uma vez, de tudo que precisamos. Em vez de desonerar, estaremos onerando. Edson José Ramon, presidente da Associação Comercial do Paraná
olítica
Marcelo Casal Jr/ABr - 08.04.10
Para presidente da OAB 'é querer jogar nos braços da sociedade a responsabilidade para manter o Estado'
O
presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, avaliou ontem como "preocupante" o fato de a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), ter declarado que já sofre pressão dos governadores no sentido de reintroduzir a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Sem se falar em uma reforma tributária, é efetivamente querer jogar nos braços da sociedade toda uma responsabilidade para manter o Estado", afirmou Cavalcante, que participou, em Curitiba, Paraná, de almoço na Associação Comercial do Paraná (ACP). De acordo com ele, a questão da saúde e do financiamento do setor precisa ser discutida por todos os brasileiros. "Mas não será à custa da sociedade que vamos resolver o
problema. O Estado precisa di- blema "deve ser enfrentado minuir o tamanho, é necessá- dentro de um contexto maior, rio que os investimentos sejam que fortaleça a cidadania e que feitos com retorno para a socie- fortaleça o pacto federativo". dade", considerou Cavalcante. "É necessário que se discuta O presidente nacional da OAB de uma forma republicana, de afirmou que o uma forma t r a b a lh a d o r t r a n s p a re n t e , brasileiro já é porque isso sacrificado não pode ser Mas não será pagando em apenas um joàs custas da impostos o g o d e p a l asociedade que c o r r e s p o nvras. Precisa dente a aprot e r u m c o mvamos resolver o ximadamente problema. O Estado promisso que cinco meses a sociedade esprecisa diminuir de p e r a d e t ode salário, e tamanho. não seria justo dos". aumentar ainR et r oc e ss o OPHIR CAVALCANTE da mais o peso – O presidente sobre eles (trada Associação balhadores) para "atender pro- Comercial do Paraná, Edson blema de caixa dos Estados". José Ramon, também condeEle acentuou que é preciso nou que o assunto sobre a muita serenidade, muita tran- CPMF tenha sido retomado. quilidade e, sobretudo, muita "Achamos muito lamentáresponsabilidade para encarar vel, um retrocesso. Nós estareessa questão. Para ele, o pro- mos na contramão, mais uma
vez, de tudo que precisamos. Ao invés de desonerar, estaremos onerando ainda mais o empresariado, mormente as empresas familiares deste País, que não aguentam mais essa alta carga tributária". Na Associação Comercial do Paraná, Cavalcante recebeu o pedido para que seja discutida pelo Conselho Federal da OAB uma proposta de maior transparência na vida política do País. Projeto semelhante ao apresentado ao presidente do órgão foi aprovado na Assembleia Legislativa do Paraná. "Tudo aquilo que vier para melhor transparência, tudo aquilo que vier por mais ética, por respeito aos princípios republicanos, às liberdades individuais e coletivas, a OAB recebe de braços abertos", afirmou seu presidente. Durante o período de campanha à Presidência, Dilma Rousseff fez duras críticas à
Ophir Cavalcante: 'Isso não pode ser apenas um jogo de palavras'.
oposição que, segundo ela, retirou R$ 40 bilhões da saúde apenas para prejudicar o governo do presidente Lula – a prorrogação da CPMF foi derrotada no Senado, em 2007. Nas primeiras entrevistas depois de eleita, Dilma prome-
teu não recriar o imposto. Agora, titubeia ("é necessário abrir um processo de discussão"). Uma de suas primeiras ações no Palácio do Planalto será convocar reunião com os governadores para tratar do tema. (Agências)
Na Câmara, imposto depende de uma votação U
Como se trata de um projeto de lei complementar, para ser aprovada, a proposta precisa de 257 votos a favor na Câmara e outros 42 no Senado
ma única votação está impedindo a conclusão na Câmara dos Deputados da criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS). Sem apoio da base e com manobra da oposição para desgastar o governo em ano de eleições municipais, a proposta saiu da pauta da Casa em 2008, quando ela já caminhava para uma derrota. Com uma margem de dois votos apenas, o plenário chegou a aprovar o artigo do projeto que cria a contribuição. No entanto, insatisfeita com a derrota, a oposição, em seguida, exigiu a votação de outro artigo fixando a base de cálculo para a cobrança. Com o risco de perder a causa, o governo esvaziou a votação. Resultado: a proposta ficou parada. A criação da CSS foi incluída
Geraldo Magela/Ag. Senado - 23.03.09
na Câmara no projeto do senador Tião Viana (PT-AC) que regulamenta os gastos da União, dos Estados e dos municípios com a saúde. Foi uma tentativa de compensar a derrota, em dezembro de 2007, do projeto que prorrogava a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O projeto de Viana cria a contribuição de 0,1% sobre a movimentação financeira com a arrecadação destinada exclusivamente para ações na área de saúde. A proposta ainda estabelece uma série de isenções, como para aposentados e para trabalhadores no limite do salário de contribuição previdenciária. No entanto, o desgaste político em votar a favor de mais aumento de impostos vem im-
pedindo a volta dessa proposta à pauta. Como se trata de um projeto de lei complementar, são necessários 257 votos a favor na Câmara e outros 42 no Senado. Repúdio – O líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), divulgou nota ontem. Na carta, ele repudia a possibilidade de recriação da CPMF. Além do DEM, o outro partido que também reagiu foi o dos tucanos. Em discurso no plenário, o deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) afirmou que a carga tributária no Brasil é, não só extremamente alta, como também injustamente distribuída. "Não faz nenhum sentido pensar em criar carga tributária adicional para o povo brasileiro", disse o tucano. (AE)
Tião Viana, cujo projeto cria contribuição de 0,1% sobre a movimentação financeira destinada à saúde
Sarney: mínimo de R$ 580 tem chance de ser aprovado Mas governo defende R$ 540; centrais sindicais, R$ 580; e oposição, R$ 600
A
o chegar ontem ao Senado, o presidente da Casa, José Sarney, sinalizou que o valor do novo salário mínimo pedido pelas centrais sindicais de R$ 580 tem chance de ser aprovado. Ele afirmou que a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), pretende atender aos pedidos das centrais sindicais e aposentados para conceder um aumento significativo no salário mínimo. Aliado da petista, o presidente do Senado disse que Dilma "vai fazer tudo para que o salário mínimo tenha um aumento substancial. Mas,
evidentemente, nós precisamos fazer as contas de maneira que mantenhamos o equilíbrio fiscal." As centrais sindicais querem o valor de R$ 580 para o salário mínimo, o governo defende um pouco menos, R$ 540, e a oposição briga por R$ 600, conforme o valor prometido pelo tucano José Serra durante sua campanha eleitoral à Presidência. Sarney recebeu a visita do presidente da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), o embaixador Jerônimo Moscardo. A Funag doou ao Senado Federal um busto do diplomata Alexandre de Gusmão, o "avô
da diplomacia brasileira". Jeitinho brasileiro – Sarney ainda informou que "na próxima semana, sempre no fim do ano e bem no jeitinho brasileiro de deixar para a última hora, vamos limpar as gavetas". Entre as propostas engavetadas estão a que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos (caso de crime hediondo) e a que regulamenta a indicação de suplentes de senadores (para evitar que seus parentes ocupem os cargos). O Senado realizou dois esforços concentrados durante o período eleitoral. E ambos fracassaram. (AE/Folhapress)
Ed Ferreira/AE
Sarney recebe busto de Alexandre de Gusmão: ele diz acreditar que Dilma fará o possível para dar aumento significativo no salário mínimo.
p Denunciados promotores do mensalão do DF Q DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
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O País espera que essa onda de corrupção seja banida de uma vez por todas. César Mattar Jr
olítica
Os promotores Leonardo Bandarra e Deborah Guerner foram formalmente denunciados, ontem, por envolvimento no esquema de corrupção no Distrito Federal Celso Júnior/AE - 07.06.10
uase um ano depois do escândalo do "mensalão" do Distrito Federal, saiu a primeira denúncia à Justiça. Os promotores Leonardo Bandarra e Deborah Guerner foram formalmente denunciados por envolvimento no esquema de corrupção em Brasília. Bandarra era, até julho deste ano, o procurador-geral de Justiça, cargo que chefia o Ministério Público (MP) local. Guerner é apontada na investigação como sua parceira de atuação dentro do esquema. A denúncia está sob sigilo judicial e foi protocolada pelo Ministério Público Federal (MPF) no gabinete do desembargador Antônio Souza Prudente, que preside o inquérito no Tribunal Regional Federal (TRF) contra os dois. Bandarra e Deborah Guerner são acusados de cobrarem propina do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) para proteger seu governo dentro do Ministério Público do DF. Outro inquérito
tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o esquema de corrupção no DF. A investigação sobre os dois corre separadamente no TRF. De acordo com a apuração, em troca de dinheiro, Bandarra usava o poder de dirigente do MP para dar informações privilegiadas sobre investigações conduzidas por promotores e barrar apurações que pudessem comprometer Arruda, como as relacionadas aos contratos de lixo. Em depoimento, Durval Barbosa – delator do esquema – disse que Bandarra recebeu R$ 1,6 milhão de propina. Deborah Guerner seria a intermediária nas negociações com o governo de Arruda (leia mais em matéria abaixo). A denúncia baseia-se em depoimentos, perícias e dados de sigilos telefônicos, entre outros elementos de investigação. Numa operação de busca e apreensão, a PF encontrou dinheiro num cofre enterrado na casa de Deborah Guerner. Ela e Bandarra já sofrem um processo disciplinar no Conselho Na-
cional do Ministério Público (CNMP). Segundo Durval Barbosa, Arruda chegou a revelar, numa conversa reservada, que Bandarra recebia R$ 150 mil mensais de propina. O promotor sempre negou as acusações. O advogado de Deborah Guerner, Pedro Paulo de Medeiros, diz que não comentará a denúncia porque o processo corre sob sigilo. Operação – Agentes da Polícia Federal cumpriram ontem, durante a Operação Terra Caída, mandados de busca e apreensão no Acre e em São Paulo, com o objetivo de investigar o financiamento irregular de campanha eleitoral no Estado do Acre. Segundo a PF, empresas privadas, que têm contratos com o poder público, estariam doando recursos não declarados à Justiça Eleitoral. Os materiais recolhidos durante as buscas, sendo seis na capital acreana e outros três no Estado de São Paulo, serão alvo de análise para posterior instrução do inquérito policial
que corre em segredo de Justiça. Nenhuma pessoa foi presa, de acordo com a PF. Depois de concluído, o inquérito será remetido à Justiça Eleitoral no Estado do Acre para continuidade da persecução penal. Aproximação – O Ministério Público (MP) vê na gestão da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), oportunidade para uma convivência amistosa. A Associação dos Membros do Ministério Público (Conamp) – que abriga 14 mil integrantes – enviou ontem carta à petista congratulando-a pela "retumbante vitória nas urnas". O documento é subscrito por César Mattar Jr., presidente da entidade. Ele destaca que os promotores estão certos de que Dilma "prestigiará os órgãos externos de controle, muito particularmente o Ministério Público, instituição inarredável ao Estado democrático de direito e às metas sociais de vosso governo (...) o País espera que essa onda de corrupção seja banida de uma vez por todas". (AE)
Bandarra: acusado de usar o poder de dirigente do MP para dar informações privilegiadas sobre investigações conduzidas por promotores e barrar apurações em do torno de José Roberto Arruda
Sérgio Lima/Folha Imagem
Arruda faz acareação com Durval Barbosa, delator do caso Confronto ocorre dentro do processo que apura o esquema do 'mensalão do DF
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ex-governador José Roberto Arruda fez na manhã de ontem uma acareação com Durval Barbosa, que delatou o esquema de corrupção em seu governo no Distrito Federal. Arruda também ficou frente a frente com o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra. As acareações ocorreram dentro do processo disciplinar do Conselho Nacional do Ministério (CNMP) que apura o envolvimento dos promotores Leonardo Bandarra e Deborah Guerner com o esquema do "mensalão do DF". Num clima tenso, Sombra confirmou, na acareação, que ouviu do próprio Arruda que havia um pagamento de propina à Bandarra para que o Ministério Público do DF não criasse problemas a seu governo. "Eu só falei o que ele (Arruda) disse, o que ouvi", disse Sombra. O jornalista contou
que foi "encarado" por Arruda na acareação. "Ele ficou me encarando e eu o encarei também", disse. Bandarra era o procuradorgeral de Justiça local – cargo que chefia o MP de Brasília – até junho deste ano. Deborah Guerner era seu braço direito e
Eu só falei o que ele [Arruda] disse, o que ouvi. Ele ficou me encarando e eu o encarei também. EDMILSON DOS SANTOS teria feito a ponte das negociações de propina com Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo de Arruda. Em depoimento ao Ministério Público, Durval afirmou que Bandarra recebia
R$ 150 mil mensais de propina do governo local. Em cima das acusações, o CNMP abriu investigação disciplinar que poderá levar à expulsão deles do Ministério Público. Barbosa ainda era secretário do governo Arruda quando, no ano passado, decidiu colaborar com a Justiça em troca de delação premiada. Sombra, por sua vez, foi o pivô da prisão de Arruda no início do ano, quando o ex-governador foi acusado de tentar suborná-lo. Conforme se apurou, Arruda, Barbosa e Sombra não trocaram nenhuma palavra. Todos mantiveram as versões sobre a atuação da promotora, com exceção de um "ponto controverso" – nas palavras de uma pessoa que esteve presente na acareação. Um inquérito corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o esquema de corrupção do DF. O escândalo do "mensa-
Olho no olho: ex-governador foi ouvido juntamente com Durval Barbosa e Edmilson Edson dos Santos
lão do DEM", como ficou conhecido o esquema, foi revelado em novembro passado na Operação Caixa de Pandora. Desfecho – Arruda chegou a ser preso, saiu do DEM e foi cassado pela Justiça Eleitoral. Em agosto, a Polícia Federal concluiu o relatório final que aponta Arruda como o chefe
de uma "organização criminosa" para desviar recursos públicos por meio de empresas contratadas pelo seu governo. A conclusão da PF afirma que Arruda e seus aliados se enquadram em "formação de quadrilha" e "corrupção passiva" para obter "vantagens espúrias".
Consultores se calam em depoimento do caso Erenice
Lula pode disputar cargo na ONU Brasil formalizou candidatura. Pode ser preenchida por Lula ou pelo ministro das Relações Exteriores.
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Brasil formalizou sua disputa pela direção-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) com o inédito cuidado de não antecipar o nome do seu candidato. A cautela se deve ao fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não ter decidido se concorrerá ao posto ou se deixará a disputa para seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Segundo autoridades brasileiras, o candidato original de Lula, José Graziano, teria chances remotas de ser o indicado pelo governo para o organismo que tem sede em Roma. A definição sobre a candidatura brasileira para a FAO terá de esperar a sucessão de Amorim. Seu pedido de ficar mais um ano à frente do Itamaraty foi negado por Lula. Entre os nomes na lista da presidente eleita, Dilma Rousseff, o do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci , é o mais cotado agora. Recentemente, foi adicionado o nome do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, um dos colaboradores de Lula que deve permanecer no governo Dilma. O nome que mais agrada Dilma é o do diplomata Antônio
O BMG, um dos bancos envolvidos no escândalo do mensalão, fez doações eleitorais no valor de R$ 13,3 milhões a 102 candidatos em 19 Estados. Nas informações disponibilizadas pela Justiça Eleitoral, não constam as doações feitas aos diretórios partidários. (AE)
Evaristo SA/AFP
Patriota, secretário-geral das Relações Exteriores e ex-embaixador do Brasil em Washington. Ele se tornou amigo de Dilma durante o governo Lula e é visto pela equipe dela como opção menos traumática para a liderança do Itamaraty, por ser membro da corporação. Das três opções, Patriota sugere continuidade da política externa de Lula-Amorim. Mas com um grau mais acentuado de pragmatismo, principalmente na relação Brasil-EUA. Palocci envolveria mudanças mais profundas, em especial na orientação da política comercial, como sinalizou no período na Fazenda. Já a posição de Meirelles sobre temas de política internacional é uma incógnita. Mas ele tem demonstrado capacidade de negociação em foros internacionais. Escolhido o chanceler de Dilma, Lula deve decidir seu destino e, portanto, a candidatura brasileira para a FAO. Há mais de um ano que ele reafirma seu interesse em montar uma entidade, no Brasil, para trabalhar a cooperação com a África e a América do Sul em políticas de combate à fome e à pobreza. Nas últimas semanas boatos afirmam que Lula está interessado na FAO. A escolha está pre-
Eles usaram direito do silêncio para evitar provas contra si
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A FAO pode ser o próximo destino de Lula. Ou o de Celso Amorim.
vista para o fim de 2011, permitindo a sucessão do atual diretor-geral, o senegalês Jacques Diouf (em seu 3º mandato na FAO), em janeiro de 2012. Embora a direção-geral da FAO seja o menos vibrante dos postos das Nações Unidas, a
presença de Lula chamaria a atenção para a organização, segundo fontes do governo. Para Lula, o cargo pode funcionar como trampolim para outros mais ousados no plano internacional. Mas essa decisão final só cabe ao próprio Lula. (AE)
assado o calor dos ânimos eleitorais, a Polícia Federal (PF) retomou ontem – com depoimento de duas testemunhas – as investigações do esquema de tráfico de influência na Casa Civil da Presidência da República na gestão da exministra Erenice Guerra. Acusados de terem montado uma empresa fantasma usada no esquema, a Sinergy, os consultores Adriano da Silva Costa e João Batista Marques de Sousa usaram o direito de ficarem calados para não produzir provas contra si mesmos. Erenice foi braço direito da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT). Isso, desde 2003, quando Dilma assumiu, primeiro, o ministério de Minas e Energia. No segundo mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Erenice substituiu Dilma na Casa Civil, de onde foi afastada em setembro, logo depois da divulgação do escândalo que acabou abalando a candidatura governista. O escândalo na Casa Civil é
apontado como o principal fator que provocou o segundo turno da eleição presidencial. Aberta em setembro, a investigação tem prazo para ser concluída em 17 de novembro. Só que o delegado Roberval Vicalvi, encarregado do inquérito, já anunciou que vai pedir mais tempo à Justiça. Isso porque ainda não foram concluídas as perícias nos computadores usados pela ex-ministra e por seus assessores acusados de tráfico de influência na Casa Civil, que foram espelhados e a seguir enviados para o Instituto Nacional de Criminalística (INC). O resultado da análise, segundo a corporação, é fundamental para o indiciamento dos envolvidos, que será o próximo passo. Pelas provas reunidas até agora está praticamente definido o indiciamento de dois filhos da ex-ministra – Israel e Saulo – por tráfico de influência e corrupção. Caso haja outros indiciados, eles também poderão ser enquadrados por formação de quadrilha. (AE)
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sexta-feira, 5 de novembro de 2010
O relato de Dilma foi registrado pela Arquidiocese de São Paulo. Ministério Público Federal
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MPF-SP pede ação contra militares
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Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) ajuizou ação civil pública visando a declaração da responsabilidade civil de quatro militares reformados – três deles integrantes das Forças Armadas e um da Polícia Militar de São Paulo – sobre mortes ou desaparecimentos forçados de pelo menos seis pessoas, além de tortura contra outras 19 pessoas, todas detidas pela Operação Bandeirante (Oban), nos anos 70, auge da repressão militar. A Procuradoria da República cita, na peça inicial, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT), presa e torturada em 1970. As páginas 30 e 31 da ação, a procuradoria dedica um capítulo à Dilma. "Seu relato foi registrado pela Arquidiocese de São Paulo no Projeto Brasil Nunca Mais, a partir do depoimento prestado à Auditoria Militar em 1970". A Oban foi criada e coordenada pelo Comando do II Exército em 1969 e 1970. A ação pede que os réus sejam condenados a pagar indenização à sociedade, tenham as aposentadorias cassadas e ajudem a cobrir os gastos da União com indenizações para as vítimas. São acusados na ação os militares reformados das Forças Armadas Homero Cesar Machado, Innocencio Fabricio de Mattos Beltrão e Maurício Lopes Lima e o capitão reformado da PM de São Paulo, João Thomaz. Subscrevem a ação o procurador regional da República Marlon Alberto Weichert e os procuradores da República Eugênia Augusta Gonzaga,
Jefferson Aparecido Dias, Luiz Costa, Adriana da Silva Fernandes e Sergio Gardenghi Suiama. A Oban visava agrupar em um único destacamento o trabalho de repressão política estadual e federal, até então disperso entre as Forças Armadas e as polícias civis, militares e federal. Criado em São Paulo após a edição do Ato Institucional 5/68 (AI-5) e sob o comando do Exército este projeto
Os episódios de tortura e morte configuram crimes contra a humanidade, considerados imprescritíveis, no campo cível e penal. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ficou conhecido pelo uso da tortura como meio rotineiro de investigação e de punição de dissidentes políticos. Com base na experiência da Oban, as Forças Armadas criaram os Doi-Codi (Destacamento de Operações de Informação dos Centros de Operações de Defesa Interna) em todo o País, unidades que a partir de 1970 centralizaram a repressão. A ação narra 15 episódios de violência estatal que vitimaram fatalmente pelo menos seis militantes políticos, entre eles Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, apontado como líder do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick.
O trabalho do Ministério Público Federal se baseou em depoimentos dados a tribunais militares por diversas vítimas da Oban e compilados no Projeto Brasil Nunca Mais, além de informações mantidas em arquivos públicos e testemunhos de algumas vítimas. Além da presidente eleita é citado o caso de Frei Tito, que se suicidaria quatro anos depois devido às sequelas da tortura. Dos episódios narrados na ação, destaca-se a violência sofrida pela família de Virgílio Gomes da Silva. R el a to – Sua mulher Ilda, seu irmão Francisco e três dos quatro filhos do casal foram presos pela Oban. Ilda não só foi torturada como obrigada a assistir a aplicação de choques elétricos em sua filha Isabel, então com quatro meses de idade, segundo a ação da Procuradoria da República. O Ministério Público Federal esclarece na ação que a lei de Anistia e o julgamento da ação 153 pelo Supremo Tribunal Federal, que reafirmou a validade da lei, não inviabilizam medidas de responsabilização civil como as propostas na nova ação. Primeiro, porque a lei de Anistia não faz menção a obrigações cíveis decorrentes de atos ilícitos anistiados pela lei. Verdade – No julgamento, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, Eros Grau, Cezar Peluso, Celso de Mello, além de Carlos Ayres Britto e Ricardo Lewandowski – que julgaram procedente a ação 153 – destacaram a importância de se buscar medidas visando a repara-
Reprodução
Ação civil pública dedica capítulo inteiro à prisão e tortura de Dilma Rousseff
ção, o esclarecimento da verdade e outras providências relacionadas ao que se passou no período abrangido pela lei – ainda que a punição criminal esteja vedada. Os episódios de tortura e morte narrados, assinalam os autores da ação, configuram crimes contra a humanidade considerados imprescritíveis, tanto no campo cível, como no penal. (AE)
Acima, documentos de Dilma Rousseff durante o governo militar. Ao lado, frei Tito, citado junto com a presidente eleita. Ele acabou se suicidando quatro anos depois por conta das sequelas de tortura.
E Dilma foi descansar das eleições em Itacaré (BA) Sarkozy e Carla Bruni estiveram no hotel em 2008
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presidente eleita Dilma Rousseff aproveita o fim da primeira semana depois de vencer a eleição no sul da Bahia. O jato modelo Citation prefixo PR-SPR, que decolou de Brasília na tarde da última quarta-feira, levando Dilma, pousou no Aeroporto Jorge Amado, de Ilhéus, litoral sul baiano, pouco mais de uma hora depois de partir da capital federal. No aeroporto, três carros da Casa Civil do governo da Bahia aguardavam a presidente eleita, de acordo com fontes da administração estadual. Os veículos foram colocados à disposição de Dilma, pelo governador Jaques Wagner (PT ), para os dias de folga. Do aeroporto, os automóveis seguiram sentido norte, onde fica Itacaré, entre outras belas praias da região. Segundo fontes anônimas no aeroporto, Dilma estava acompanhada da filha, Paula, e do neto recém-nascido, Gabriel. De acordo com integrantes
do PT na Bahia, Dilma está em Itacaré, mas seu paradeiro na cidade é incerto. Acredita-se que ela esteja hospedada no Txai Resort, um hotel de praia de luxo localizado a 17 quilômetros do centro da cidade. Jornalistas, fotógrafos e eleitores cercam o restrito estabelecimento, de apenas 14 apartamentos e 26 bangalôs, na esperança de ver a presidente eleita. Até o momento, em vão. Na estrada para Itacaré, dezenas de carros com adesivos do PT seguiam ontem para a cidade. Por causa do acesso restrito, o hotel é procurado por políticos e personalidades preocupadas em se afastar do assédio da imprensa e de fãs. Logo após o primeiro turno, por exemplo, a senadora eleita por São Paulo Marta Suplicy (PT) descansou por alguns dias no local. O presidente francês Nicolas Sarkozy e a primeira-dama, Carla Bruni, também estiveram no hotel para descansar, em dezembro de 2008. (AE)
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sexta-feira, 5 de novembro de 2010
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9 SEM DISTINÇÃO O "bullying" acontece tanto em escolas públicas como nas privadas.
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ATENTADO Para a OAB-SP, "rodeio das gordas" atenta contra a dignidade humana.
'Bullying' atinge 31,6% dos alunos de SP Fotos de Patrícia Cruz/Luz
O assédio entre alunos voltou a ocupar espaço na mídia e força algumas escolas a encarar o tema com mais cuidado, envolvendo estudantes, professores e pais em projetos de conscientização. Mesmo assim, esse movimento nas escolas ainda é incipiente. Dados recentes do IBGE mostram que 31,6% dos alunos da rede escolar paulista já foram vítimas de algum tipo de assédio por parte de colegas de escola. Psicólogos e pedagogos apontam a banalização da violência e cobram mais ação.
Alunos da Escola Pinheiro, na zona sul de São Paulo, incorporaram representações às aulas de educação física. No teatrinho, eles dramatizam situações em que alunos são assediados por outros
Mariana Missiaggia
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as últimas semanas novos casos de b ullying ocuparam espaço na mídia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), São Paulo é a sétima cidade brasileira com maior ocorrência de assédio nas escolas. Pela pesquisa, 31,6% dos estudantes de São Paulo sofreram algum tipo de bullying no ano passado. Curiosamente, de 12 escolas procuradas pela reportagem do DC, apenas duas têm programas para coibir a prática. No início do primeiro semestre, Viviane Potenza Guimarães Pinheiro Fonseca, coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental I da Escola Pinheiro, na zona sul, identificou um caso de bullying no 5º ano e ficou preocupada. A situação de assédio de muitos contra um, sem nenhuma razão, a chocou. Projeto – Sua primeira atitude foi reunir os pais e expor a situação. Além disso, como medida disciplinar, "suspendeu" alguns alunos. No entanto, foi uma suspensão às avessas: em vez de afastá-los da escola, ela os trouxe para perto e, durante três dias, participaram de atividades sobre o bullying. Com base nessa experiência, foi criado um projeto antiassédio, envolvendo alunos do 5º ao 9º ano. No início, a coordenação quis saber o que exatamente os alunos entendiam por bullying. A maioria achava que qualquer xingamento era bullying. Depois, decidiu-se que uma vez por semana o tema seria incorporado às disciplinas para ser discutido e refletido entre alunos e professores. Para Viviane, "a causa do conflito é a falta de reflexão. A violência está se tornando um valor, ficando mais popular". "Indícios" – Apesar do projeto, a coordenadora diz que lida diariamente com situações de bullying. Segundo ela, é possível notar indícios de assédio já no Ensino Infantil. Porém, os pequenos ainda não têm noção sobre seus valores e ações. A coordenadora diz que os 5º, 6º e 7º anos levam as atividades reflexivas a sério. Mas os alunos do 8º e 9º anos consideram o projeto um momento de lazer e não dão importância ao tema. Daí a necessidade de abordar o tema cada vez mais cedo. "Nossa sociedade privilegiou o conhecimento científico e a sociabilidade foi deixada de lado", disse. "Me arrependo" – RB, de 9 anos, e VC, de 10 anos, são alunas do 5º ano e admitem já ter praticado bullying. "Mas as discussões me mostraram que o bullying é uma coisa horrível e agora eu me
De acordo com as educadores da escola, a experiência tem dado bons resultados, mas precisa ser ampliada de modo a envolver alunos cada vez mais jovens nessa cruzada contra o assédio. Projeto teve origem em um caso de "bullying" ocorrido na escola. Orientadora pedagógica disse que a constatação a deixou chocada.
arrependo de ter feito", disse RB. Já GP, de 10 anos, diz ter sempre optado pelo respeito. "Não faço isso. Se fosse comigo eu não ia gostar", disse. Durante a aula de educação física, com o auxílio das professoras Maria Aldaíres Amarante e Cíntia Hortega, a turma do 5º ano simulou situações nas quais agressores se tornam vítimas e vice-versa. Maria Aldaíres afirma que depois dessa iniciativa da escola, o bullying é discutido constantemente. "Os próprios alunos comentam sobre casos que viram na TV ou trazem artigos de jornais para compartilhar com a sala. E essas situações devem ser discutidas, pois temos de parar com esse tipo de violência. Os alunos são bem conscientes e sabem exatamente o que estão fazendo", disse. Avanço – Cléo Fante, pedagoga e consultora da ONG Plan Brasil, traça um panorama do bullying. Segundo ela, na década de 1980 predominava a agressão moral. Nos anos 1990, a agressão se exacerbou com indícios de contato físico. Em 2000, as agressões invadiram o universo on-line e ganharam maior dimensão. Pesquisa da Plan Brasil diagnosticou que não há diferença quanto à incidência do bullyng nas várias regiões do Brasil, nos colégios públicos ou privados, nas capitais ou nas cidades do interior. "O bullying nasce do preconceito, da intolerância. A vítima
o suporta por um algum tempo, mas, depois, pode reagir, tornando-se um agressor", disse Cléo. Ela esclarece, contudo, que nem tudo pode ser considerado bullying. Como o tema ganhou a mídia, há um risco, uma tendência à generalização e à banalização. Comprovando a pesquisa da Plan Brasil, a rede pública também sofre com o bullying. Edson de Almeida, chefe de educação preventiva da Secretaria de Educação de São Paulo, diz que, desde 1996, o tema foi incorporado à rede pública. Em 2007 e 2008, o bullying recebeu atenção especial nessas escolas, com a entrega de livros que tratam a questão e com a capacitação dos professores. Vítima – Camila Iuspa, de 26 anos, escritora e estudante, foi vítima de bull ying no colégio e transformou sua experiência em um livro chamado "Brincadeira de Mau-Gosto". Observadora e tímida, Camila se tornou alvo de brincadeiras e de apelidos por parte de colegas. No ensino médio, com a ajuda de uma psicóloga do colégio, ela se aproximou da turma e virou o jogo. "Achei excepcional ter uma psicóloga. Ela me aconselhava e mostrava caminhos para eu me aproximar das meninas. E no fim, deu certo", disse Camila. A psicóloga Maria Isabel Leme, docente do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade, do IIPUSP, explicou a diferença
entre bullying e violência na escola. "Bullying é um tipo de violência praticada por uma ou mais pessoas (em geral crianças e adolescentes) contra alguém com características físicas distintas, como obesidade, óculos, gagueira etc". Tolerância – Segundo a psicóloga, em geral a vítima é tímida e transmite a mensagem de que não reagirá, mas se retrair, tornando-se vítima. Ela explica que a violência na escola assume várias formas, desde a depredação do patrimônio e roubo até a agressão física. A psicóloga acredita que a família deve assumir e exercer um papel mais ativo na educação dos filhos e discutir a importância do respeito e da tolerância. Ana Beatriz Barbosa Silva, psicóloga, elenca motivações diferenciadas para a prática do bullying. Entre elas estão a falta de limites no contexto familiar, a ausência de um modelo socialmente produtivo e solidário, dificuldades momentâneas como uma separação traumática dos pais, a falta de recursos financeiros e doenças na família. Amadurecimento – Há ainda uma perversa minoria de opressores. São crianças ou adolescentes que têm a desobediência como base de suas personalidades. "Falta-lhes o sentimento essencial para o exercício do altruísmo: a empatia. Nossos jovens necessitam que profundas transformações ocorram no ambiente familiar e escolar. A escola deve ser um ambiente que valorize as relações interpessoais, fundamentais para o amadurecimento adequado desses jovens", disse.
Em Araraquara, inquérito vai apurar agressão a alunas da Unesp
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Polícia Civil de Araraquara instaurou inquérito para investigar uma "competição" organizada por grupo de alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) chamada de "rodeio das gordas". A agressão ocorreu no InterUnesp 2010, jogos universitários realizados em outubro. O delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais, Jesus Nazaré Romão, pretende ouvir representantes da organização do evento, diretores da Unesp e alunos. No dia 27 de outubro, a Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos de Araraquara havia instaurado um inquérito civil para investigar o caso. O inquérito policial também vai investigar a suposta prática batizada de "bundalelê" (abaixar as calças e mostrar as nádegas) no mesmo evento. A Promotoria vai acompanhar as investigações da polícia. O objetivo do "rodeio das gordas" era agarrar alunas e tentar simular um rodeio, ficando o maior tempo possível sobre elas. Segundo Roberto Negrini, estudante do campus de Assis, um dos organizadores do "rodeio das
gordas" e criador da comunidade do Orkut sobre o tema, diz que a prática era "só uma brincadeira". Mais de 50 rapazes de diversos campi teriam participado. Primeiro, o jovem se aproximava da menina e conversava. Em seguida, começava a agressão. "O rodeio consistia em pegar as garotas mais gordas que circulavam nas festas e agarrá-las como fazem os peões nas arenas", disse Mayara Curcio, 20, aluna do quarto ano de psicologia, que participa do grupo de 60 estudantes que se mobilizaram contra o bullying. A Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo também se manifestou sobre o caso. "Essa agressão não pode ser tratada como um episódio inconsequente. Faz um simulacro do gado na arena de rodeio. Negouse às alunas seu direito mais precioso: a dignidade da pessoa humana, valor ético do qual não podemos abrir mão, especialmente dentro de uma instituição de ensino, à qual caberia observar esse valor", afirmou em nota o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso. (Folhapress)
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Essa unidade tem uma característica nova pela sua dimensão e localização. Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc
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SAIOTES PERDIDOS... Reprodução
sem-teto Raul, de idade e sobrenome ignorados, costuma passear pelo Centro Velho exibindo seus saiotes de papelão. Em geral usa um por dia, que veste no seu pouso, que também pode ser chamado de lar, aparentemente instalado na Rua José Bonifácio. Caso nos fosse possível retroagir até o dia 19 de outubro de 1956, iríamos descobrir que os saiotes de Raul têm algo de libertador e de artístico. Confirmariam igualmente que as cabeças de artistas, graças a Deus, se movimentam através de impulsos que namoram a alucinação. Naquela data o pintor Flávio de Carvalho (1899-1973) realizou uma caminhada pelo centro a partir da Rua Barão de Itapetininga – então lugar chique da cidade – vestindo uma chamativa blusa de náilon (produto que era grande novidade na época) e um saiote de bailarina. Se você imaginar um homem de 56 anos vestido dessa maneira, com óculos e cabelos grisalhos e um nome respeitado na intelectualidade, pode supor perfeitamente o rolo que causou. Naquele tempo a vida financeira da Capital girava na região, de modo que uma nuvem de office-boys caudatários do movimento dos bancos, o seguia assobiando e vaiando. Papel picado e água eram atirados dos edifícios. A alegre confusão começou por volta das 15h.
O Masao Goto Filho/8/1/2009
ONG Educa São Paulo/Divulgação
ABAIXO O ELEITOR FISIOLÓGICO Metrópole - A senhora foi candidata não-eleita à Câmara federal pelo PV. Qual foi o saldo dessa experiência, aliás inédita, da senhora? Luiza Nagib Eluf - Talvez minhas palavras possam ser interpretadas como ressentimento, por não ter sido eleita. Posso assegurar que não, pois, honestamente, eu me senti gratificada com a experiência. O principal aprendizado foi o despreparo do eleitorado para a prática cidadã e democrática. A população xinga os políticos – eu fui hostilizada ao distribuir panfletos – e despreza a atividade política como se fosse possível a um país funcionar sem parlamento. As pessoas, em geral, votam como se nada tivessem a ver
com o resultado da sua escolha. É um grau de inconsciência profundo arraigado na nossa cultura e justificado como fruto da pobreza e da ignorância. Metrópole - Mas, de fato, não é? Luiza - É claro que esses fatores contribuem. Mas a verdade é que há um traço de fisiologismo evidente do eleitor, e independente de escolaridade, que é importante e determinante e que precisa ser examinado. Nossa cultura paternalista absolve a irresponsabilidade. Metrópole - Como a senhora percebeu esse problema? Luiza - Eu me propus a fazer campanha obedecendo rigorosamente a legislação. E assim
fiz. Mas, particularmente na periferia, boa parte dos eleitores não queria ouvir propostas e nem programa e sim dinheiro. Eu fiz a campanha à base de conferências, seguida de debates. Nessas horas as pessoas me rodeavam e pediam escancaradamente doações em dinheiro. Eu respondia que comprar votos era crime. Alguns ficavam espantados e outros riam: "ah, mas todo mundo dá". Metrópole - A senhora vai continuar na política? Luiza - Vou. Se você acha que alguma coisa precisa ser mudada, deve meter a mão na massa. (Luiza Nagib Eluf, 50 anos, procuradora estadual, moradora do Alto da Lapa)
...TEMPO DA CIDADE Flávio de Carvalho se destacava pela ousadia deliberada de chocar. Está registrado que em 1931 ele marchou no sentido contrário ao fluxo de fiéis na procissão de Corpus Christi, provocando grande escândalo – quase foi linchado– uma vez que sua conduta, foi considerada na época uma espécie de profanação. Provavelmente esta irreverência tenha sido turbinada pelos seus refinados estudos na Europa – França e Inglaterra – desde os 11 anos. Filho de pais ricos, ele se formou em Engenharia Civil e Belas Artes na Universidade de Durham, em Newcastle, na Inglaterra. Talvez sua maior travessura tenha sido a de retratar as expressões da mãe, Ophelia Crissiuma de Carvalho, no leito de morte, desenhando uma coleção de nove peças a carvão sobre papel, que pertencem ao Museu de Arte Contemporânea da USP. Trata-se da célebre "Série Trágica", criada em 1947. É possível que Flávio, caso se encontrasse com o sem-tetoRaul, o convidasse imediatamente para ser modelo de um quadro.
Belenzinho recebe nova unidade do Sesc Com 50 mil metros quadrados de área útil, complexo cultural e esportivo na zona leste da Capital será uma nova opção de lazer para a população de toda a região Fotos: Patrícia Cruz/Luz
Mariana Missiaggia
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o dia 4 de dezembro, o bairro do Belenzinho, na zona leste, vai ganhar um presente antecipado de Natal: uma unidade do Sesc. Diariamente, cerca de quatro mil pessoas devem frequentar o local. Nos finais de semana, o público deverá ser o dobro. Com projeto paisagístico de Isabel Duprat e arquitetônico de Ricardo Chahin, cinza e vermelho são as cores que cobrem a ampla estrutura construída em uma área total de 50 mil metros quadrados, onde funcionava uma antiga fábrica de tecidos da Moinho Santista S/A, na década de 1930. Na entrada do complexo há uma grande praça cuja aridez é quebrada por um chafariz criado pelo artista plástico Guto Lacaz. Os três andares para uso do público contam com um teto sustentável em placas verticais de vidro para iluminação, ventilação natural e pisos nivelados adaptados para o acesso de deficientes físicos. Integração – Segundo Marina Avilez, gerente do SESC Belenzinho e representante da administração central do SESC São Paulo, a ideia é integrar ao máximo o universo infantil, adolescente e adulto com espaços e atividades que promovam a integração entre as diversas gerações. Além de duas piscinas cobertas e aquecidas – infantil e semi-olímpica –, o complexo aquático externo oferece outras opções: outra piscina infantil, uma adulta com cascata e duas destinadas aos amantes do biribol. O circuito de lazer é complementado por quadras esportivas, área de lanches, pista de caminhada, salas de ginástica, áreas de exposição, salas de es-
Além de piscinas cobertas e aquecidas (infantil e semi-olímpica), haverá outras duas para a prática do biribol
Operários dão os retoques finais na obra, que será aberta em dezembro
Miranda: localização privilegiada
petáculos e um teatro. Braile – Na parte cultural, um dos destaques é o aparelho da biblioteca que permite aos deficientes visuais lerem os 3.500 títulos disponíveis no local. Trata-se de um computador com um software específico que digitaliza as páginas do livro reproduzindo-as em áudio ou leitura em braile.
Atrações culturais e esportivas estarão divididas em três pavimentos
Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo, afirma que a nova unidade será uma boa opção de lazer e cultura para a população da região. O principal motivo, segundo ele, é a localização: no entroncamento da avenida Salim Farah Maluf e a Radial Leste, o que facilita o acesso dos usuá-
rios ao local. "A região merecia um Sesc. E assim obrigamos a indústria cultural a vir para a zona leste. Para nós, essa unidade tem uma característica nova pela sua dimensão e localização, além de ser a maior unidade do País", afirma Miranda. Transição – Segundo ele, a chegada do Sesc simboliza a
transição de um bairro industrial para uma região com foco na prestação de serviços. "Gostamos de inaugurar já funcionando, queremos muita atividade em todos os espaços e certamente teremos espetáculos e eventos significativos", completou Miranda. No que diz respeito ao atendimento, o local contará ainda com cinco consultórios odontológicos. Segundo Miranda, o bairro de Sapopemba e a região do Grande ABCD são as regiões pesquisadas no momento para
a possível instalação de novas unidades do Sesc. Após seis anos de trabalho – que incluiu o projeto, construção e acabamento – foram investidos no local cerca de R$ 150 milhões. Em 2011, o Sesc prevê a inauguração das unidades Santo Amaro e Bom Retiro. Em 2012, será a vez das instalações 24 de Maio (Centro da Capital) e Paulista. Sesc Belenzinho: Rua Padre Avelino, 1000, Belenzinho. Inauguração: 4 de dezembro
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
11 ARGENTINA Greve de pilotos da Aerolíneas Argentinas afeta voos domésticos
nternacional
E
ncerrada a contagem dos votos e contabilizado o balanço final dos prejuízos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deflagrou ontem o difícil processo de resgatar da derrota sofrida nas eleições legislativas da última terça-feira uma práxis de governo politicamente viável para os dois anos que restam de seu mandato. Com a perda da maioria na Câmara de Representantes e a manutenção de uma escassa vantagem no Senado, Obama será obrigado a negociar a sua agenda com o Partido Republicano. Para tanto, ele convocou para o próximo dia 18 os principais líderes parlamentares democratas e republicanos para um jantar na Casa Branca. "Não será uma reunião para posar para foto", garantiu Obama. "Será um encontro no qual desejo que conversemos seriamente sobre como podemos levar adiante a agenda dos norteamericanos", anunciou, depois de uma reunião com seus colaboradores mais próximos. Segundo ele, a intenção é conversar sobre como as duas forças políticas podem trabalhar juntas para melhorar o cenário econômico nacional. Outros dois encontros, no mesmo espírito conciliador, serão agendados com os novos governadores estaduais eleitos e líderes empresariais. As reuniões ocorrerão depois que Obama regressar de uma viagem à Ásia. O chefe de Estado embarca hoje para a Índia. Ele também visitará Indonésia, Coreia do Sul e Japão antes de regressar aos EUA, no dia 14. Recado - O mandatário norte-americano reafirmou ter recebido o recado do eleitor com exigências de mudanças no tom da política do governo.
Um chamado para a conciliação Mas os republicanos não querem conversa: a prioridade é evitar a reeleição de Obama em 2012. "Teremos de considerar seriamente esta mensagem e promover um sincero e consistente esforço para tentar mudar a forma como Washington funciona. Foi clara a mensagem enviada pelos eleitores: querem que nos concentremos na economia e na criação de empregos", admitiu. Obama disse desejar que o Congresso – ainda com maioria democrata nas duas Casas – comece imediatamente a trabalhar para aprovar a ampliação de algumas renúncias fiscais que estão previstas para acabar no fim do ano. O presidente afirmou que o governo também tem que trabalhar em uma série de temas econômicos, incluindo a ampliação do seguro-desemprego e medidas para reduzir a incerteza para o setor de negócios. Resistência - Os acenos de conciliação não receberam, no entanto, uma acolhida unânime e calorosa no grupo oposicionista. O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, deixou clara a determinação da oposição em dificultar as políticas do governo de Obama, e explicitou a determinação em fazer o máximo para impedir a reeleição do presidente em 2012. "Na semana passada, disse-
ram que seria indelicado de minha parte sugerir que nossa principal prioridade política nos próximos dois anos fosse a de negar ao presidente Obama um segundo mandato. Mas a verdade é que nossos objetivos legislativos primeiros são rejeitar e substituir a reforma da saúde; acabar com os planos de socorro econômico; cortar os gastos, e encolher o tamanho e o campo de ação do Estado. A única maneira de fazer isso é colocar alguém na Casa Branca que não imponha algum veto nessas questões", disparou. (Agências)
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mineiro chileno Edison Peña, um dos 33 trabalhadores que passaram 69 dias soterrados numa mina neste ano, planeja disputar neste domingo a Maratona de Nova York, menos de um mês após o fim do seu drama. Peña, de 34 anos, foi a 12ª pessoa a ser retirada da mina San José em uma cápsula através de um túnel de 622 metros, em 13 de outubro, numa operação vista por milhões de pessoas pela TV no mundo todo. Enquanto aguardava o resgate, Peña corria dez quilômetros por dia nas galerias subterrâneas, como forma de conter a ansiedade. Peña disse que espera concluir os 42.195 metros da prova em cerca de seis horas, quase o triplo do provável tempo do vencedor. "Tenho uma lesão no joelho por ter estado na mina, mas estou ávido por cruzar a linha de chegada", disse. (Reuters)
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Voos suspensos após explosão de avião da Airbus
A
MARATONA
'NÃO VAMOS PARAR'
Pouso forçado para a maior aeronave do mundo ros do mundo em três anos de operação comercial. A aeronave havia partido de Londres, feito escala em Cingapura e seguia com destino a Sydney, na Austrália. Ch am as - Quinze minutos após decolar de Cingapura, testemunhas da ilha de Batam, na Indonésia, disseram ter ouvido uma explosão e visto destroços espalhados pelo céu. Os moradores ajudaram a recolher mais de 100 peças de sucata, que caíram em 15 locais diferentes. Uma passageira, a australiana
Ó RBITA
WIKILEAKS
Roslan Rahman/AFP
s companhias aéreas Qantas Airways, da Austrália, e a Singapore Airlines suspenderam temporariamente os voos de seus superjumbos Airbus A380 ontem, depois que uma falha de motor levou a uma aterrissagem de emergência em Cingapura. No total, 459 pessoas estavam a bordo do avião da Qantas quando um dos quatro motores explodiu. Ninguém ficou ferido. O incidente de ontem foi um dos mais graves já ocorridos com o maior avião de passagei-
GRÉCIA Polícia detona pacote-bomba endereçado à embaixada da França
Bombeiros apagam fogo em um dos motores do avião da Qantas
Rosemary Hegardy, disse que escutou duas explosões e quando olhou pela janela viu chamas saindo de uma das turbinas. Segundo ela, destroços também se desprendiam do motor, do qual
saía uma fumaça preta. O avião retornou a Cingapura uma hora e 50 minutos após a explosão. Depois do pouso, as agências de notícias disseram ter visto fumaça saindo da aero-
nave, mas a Qantas disse que a "aterrissagem se deu com total êxito e não houve vítimas". Inve sti ga ção - O Departamento de Segurança do Transporte da Austrália iniciou uma investigação do incidente com o voo QF32, que está sendo acompanhada pela Agência Europeia de Segurança na Aviação (EASA, na sigla em inglês). A fabricante de motores britânica Rolls-Royce ainda pediu para que todas as operadoras do avião façam uma revisão de segurança em seus motores Trent 900. Como precaução, a Qantas e a Singapore Airlines decidiram manter no solo suas frotas deA380. Após uma inspeção de suas aeronaves, a empresa de Cingapura liberou os voos ainda ontem. (Agências)
fundador do WikiLeaks.org, Julian Assange, alerta que a administração de Barack Obama está "diretamente implicada" nas violações de direitos humanos no Iraque e pede que os casos revelados por seu site sejam investigados. Assange apresentará hoje à ONU o resultado da análise de 400 mil documentos secretos do Pentágono que foram vazados pelo seu site. Ele, porém, revelou que divulgará "centenas de novos documentos" até o final do ano. "A realidade é que não vamos parar", afirmou Assange em Genebra (foto abaixo). Além de novos dados sobre os EUA, o site pretende divulgar documentos sobre a Rússia e sobre o tribunal no Líbano para investigar a morte do expremiê Rafic Hariri. (AE) Reuters
Fotos: Behrouz Mehri/AFP
ESCÂNDALO
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Homem passeia diante de um mural na parede da ex-embaixada
Iranianos marcham contra o 'Grande Satã'
M
ilhares de iranianos gritaram "Morte à América" durante a realização de um grande protesto, ontem, contra o "Grande Satã", para marcar o 31º aniversário da invasão da embaixada norte-americana por estudantes muçulmanos em Teerã. Já o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad, por sua vez, elogiou a decisão de
Washington de incluir o grupo rebelde Jundallah em sua lista de organizações terroristas estrangeiras. Segundo Teerã, essa era a medida "certa" no caso, mas a administração voltou a acusar os Estados Unidos de apoiarem a rede sunita. Em 4 de novembro, o Irã costuma marcar o aniversário da tomada da embaixada dos EUA, na capital do país, em
Manifestantes protestam contra os EUA e Israel no 31º aniversário da invasão da missão norte-americana
1979. A ação ocorreu meses após a Revolução Islâmica, que derrubou o regime do xá apoiado pelos EUA. Ontem, várias bandeiras do Irã foram carregadas, ao lado de pôsteres do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei. A multidão aproveitou para cantar frases contra Israel. Os EUA e o Irã não mantêm relações diplomáticas desde essa invasão.
Na época, os estudantes tomaram 52 diplomatas norteamericanos como reféns por 444 dias. Eles argumentavam que agiam por causa da recusa dos EUA em entregar o xá deposto, Mohammad Reza Pahlevi. Na quarta-feira, Khamenei elogiou a tomada da embaixada, qualificando-a como um ato "intrépido" de nossa "jovem geração revolucionária".
Irã atômico - Este ano, os protestos ocorrem dias antes da retomada do diálogo sobre o programa nuclear iraniano. As potências lideradas pelos EUA temem que o Irã busque produzir armas em segredo, mas Teerã garante ter apenas fins pacíficos e se recusou a aceitar as exigências da ONU para que detenha o enriquecimento de urânio. (Agências)
primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, acenou com uma bandeira branca ontem na direção de seus rivais, enquanto vê seu governo ameaçado pelas novas denúncias de envolvimento sexual com uma adolescente. Berlusconi atribuiu o "caso Ruby" à malevolência da imprensa, dos políticos de esquerda e até da máfia. Ele disse que pretende ficar no cargo até o fim do mandato, em 2013, mas, num sinal das pressões que sofre, pediu a uma facção parlamentar rebelde, ligada ao ex-aliado Gianfranco Fini, que mantenha o apoio. "Estamos prontos para aceitar a realidade de uma proposta política diferente dentro da centro-direita", afirmou. A crise se agravou desde que a jovem marroquina disse ter recebido 7 mil euros para participar de uma festa na casa de Berlusconi perto de Milão, quando tinha 17 anos. (Reuters)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
12 -.LOGO
Logo Logo
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Imagem do cometa Hartley 2 obtidas ontem pela sonda Epoxi, da Nasa. O cometa, com sua cauda verde, se aproximou em 20 de outubro a 18 milhões de quilômetros da Terra, o mais próximo que pode chegar do planeta.
Nasa/Reuters
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NOVEMBRO Dia Internacional da Ciência
A RQUITETURA M ARKETING
De mestre para rei
P Quem fica parado é anúncio Uma empresa de São Francisco, na Califórnia, quer implantar na cidade um sistema de placas digitais para os automóveis. As Smarplates exibiriam os números da placa do carro enquanto ele estivesse
em movimento, mas depois de 4 segundos parado, os números seriam substituídos por anúncios ou notícias. www.coolestgadgets.com/20101104/digital-licenseplates-pop-ads/
G @DGET DU JOUR
Guerra nas Estrelas em versão fofa
elé recebeu ontem das mãos do arquiteto Oscar Niemeyer o desenho de um monumento a ser erguido em frente ao Museu Pelé, em construção em Santos. O projeto do arquiteto, de 102 anos, mostra uma torre de 20 metros de concreto, vazada no topo pelo contorno de Pelé comemorando um gol com o soco no ar. Uma bola de sete metros de diâmetro ficará na base da estrutura, que também mostra o ex-jogador do Santos com uma bola no pé. "Que ideia legal, eu estou controlando uma bola, dominando no peito do pé, e ao mesmo tempo tem o Pelé fazendo o gol lá em cima", afirmou o rei do futebol sobre o monumento, que ficará localizado em
uma praça em frente ao museu na região portuária de Santos. Niemeyer falou sobre sua admiração pelo tricampeão mundial com a seleção brasileira. "O Pelé é um ídolo... ninguém jamais vai esquecer o Pelé jogando, ele é uma figura fantástica". O Museu Pelé, com custo total estimado de R$ 20 milhões, tem previsão de abertura em 2012. O local terá áreas para o acervo pessoal de Pelé, para exposições, além de auditório, espaço para eventos e uma sala reservada para receber Pelé sempre que ele estiver na cidade. De acordo com os organizadores, mais de três mil peças já foram catalogadas, desde a infância humilde do ex-jogador até sua carreira vitoriosa. "Vai ser sem dúvida nenhu-
Fabio Motta/AE
ma um marco, não só para Santos mas para todo o Brasil. Dizem que o brasileiro não é muito preocupado em guardar memórias, mas agora va-
mos ter muitas coisas aqui para deixar para as novas gerações e vai ser de grande valia cultural para o Brasil", acrescentou Pelé. (Reuters)
Wagner Meier/Fotoarena/AOG
Fãs de Guerra nas Estrelas vão adorar ganhar de presente o Yoda de plush à venda na NeatoShop. Além de fofo, ele tem um daqueles botões na barriga que, quando apertados, fazem o boneco "falar". Algumas pérolas de sabedoria do personagem foram gravadas para servir de inspiração para quem ouve. www.neatoshop.com/catg/Plush-Toy
C IÊNCIA
Uma mente sem lembranças Pesquisa divulgada ontem pelo site TG Daily e realizada por cientistas da Escola de Medicina da Universidade John Hopkins, nos EUA, mostra que é possível apagar memórias do cérebro de ratos. Segundo os cientistas, proteínas que agem em neurônios que comandam o medo em ratos (e também em humanos) podem ser retiradas do cérebro. Com isso, não
apenas o medo pode ser apagado, mas também memórias a ele associadas. A pesquisa fez a mídia norte-americana se lembrar do filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004), em que os personagens interpretados por Jim Carrey e Kate Winslet decidem eliminação as memórias do romance que viveram quando o relacionamento acaba.
I NTERATIVIDADE Robert Michael/AFP
Tauseef Mustafa/AFP
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DIA DA FAVELA - Shows e a inauguração de um monumento marcaram ontem as comemorações do Dia da Favela no Rio. O monumento foi instalado no Largo da Carioca, no Centro do Rio, mas é temporário e ficará no local só até o dia 10. Quem passa por ali pode escrever sua mensagem de carinho à cidade e às comunidades.
Multa por arquivos compartilhados
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Exposição no Palácio Japonês em Dresden, na Alemanha, dedicada ao fundo do mar combina espécies vivas e instalações em tamanho natural e interativas, como a da foto. A exposição abre hoje.
M ÚSICA
SOBREVIVÊNCIA - Menino colhe flores de açafrão em Pampore, nos arredores de Srinagar, capital da Caxemira, na Índia. O país vende a mais de US$ 6 mil o quilo do açafrão e o produto é considerado importante para a recuperação econômica da região.
D ESIGN
As bibliotecas da era pós-impressão Há controvérsias, mas há quem acredite que os ebooks acabarão com os livros impressos. Se isso acontecer, como seriam as bibliotecas do futuro se o elemento que as define não existiria mais como objeto, apenas como arquivo. Algumas soluções já existem, como as da página. Outras no site. www.fastcodesign.com/1662561/alibrar y-designed-for-the-post-print-era
A TÉ LOGO
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Universidades de Amsterdã (acima) e do Texas (ao lado) já têm suas bibliotecas digitais
Uma norte-americana do estado de Minnesota foi condenada por um tribunal federal na quarta-feira a pagar US$ 1,5 milhão por ter causado prejuízos a gravadoras dos EUA ao baixar e compartilhar 24 músicas na internet sem autorização. Segundo o jornal local, Star Tribune, um júri de Minnesota pediu a Jammie Thomas-Rasset para pagar US$ 62,5 mil por música compartilhada irregularmente pela web. Jammie compartilhou os arquivos pelo programa Kazaa. O caso de violação de direitos autorais na internet foi o primeiro a ir a julgamento nos EUA. As gravadoras prejudicadas entraram com uma ação contra Jammie em abril de 2006. Antes desta decisão final, o caso foi a julgamento duas vezes, em outubro de 2007 e em junho de 2009. Os advogados vão apelar da sentença. L OTERIAS Concurso 580 da LOTOFÁCIL 01
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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:
Anvisa faz consulta para rever limite de contaminantes em alimento MPF move ação para que alunos possam usar borracha e lápis no Enem
Concurso 2439 da QUINA 01
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
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13 FATOR DILMA Para agência de classificação Fitch, escolha de nova presidente não afeta avaliação de risco do Brasil.
conomia
Entrada de dólares no País continua em alta, apesar de IOF.
Recursos rumam para o Brasil
Ingressos atingiram segundo maior resultado do ano em outubro, totalizando US$ 6,9 bilhões – dos quais a maior parte veio de operações financeiras. O montante só foi superado pelo registrado em setembro, quando houve o impacto da operação de capitalização da Petrobras.
O
s dois leilões diá- das a exportações não superarios do Banco Cen- vam as importações. tral (BC) para a Crítica – O ministro da Facompra de dólares zenda, Guido Mantega, critinão estão sendo suficientes pa- cou ontem a decisão do Federa conter a depreciação da ral Reserve (Fed, banco central moeda. No fechamento de on- norte-americano) de injetar tem, a moeda norte-americana mais dólares na economia dafechou a R$ 1,67, com desvalo- quele país. "Esse crédito não rização de 1,35%. No entanto, a está indo para a produção, o entrada de dólares no País al- consumidor norte-americano cançou em outubro o segundo não está tomando crédito, o inmaior resultado do ano, apesar vestidor não está tomando crédas medidas para taxar inves- dito para investir. Esse excesso timentos estrangeiros. de crédito acaba desvalorizanDados do BC mostram o in- do a moeda dos EUA", disse. gresso de US$ 6,9 bilhões no "O único resultado é desvamês passado. Somente em lorizar o dólar para que tenha operações financeiras foram uma competitividade maior US$ 5,1 bilhões. Esses resulta- no comércio internacional. dos estão atrás apenas dos de Tanto é verdade que hoje tesetembro, quando o fluxo de mos um déficit comercial com moeda estrangeira para o País os EUA", acrescentou, reitefoi influenciado pela capitali- rando que levará o tema para a zação da Petrobras. reunião de líderes do G20, na O BC reduziu as compras de próxima semana. dólares, mas não na mesma Ele afirmou que, embora toproporção da queda dos desejem a recuno fluxo em relação peração dos EUA, ao mês anterior. Suas "não adianta ficar jointervenções no gando dólar de heliNão mercado somaram cóptero". "Tem que adianta US$ 7,6 bilhões, tamcombinar isso com jogar bém o segundo uma política fiscal. maior resultado do Tem que estimular o dólar de ano, só atrás daquele helicóptero. consumo, o mercado mês anterior do, dar condições MINISTRO (US$ 10,7 bilhões). para o consumidor." GUIDO MANTEGA Há cerca de duas Câmbio – O presi(FAZENDA) dente do Banco Censemanas, o governo tral (BC), Henrique anunciou o aumento Meirelles, afirmou da alíquota do Imposto sobre Operações Finan- que o presidente Luiz Inácio ceiras (IOF) para investimento Lula da Silva deverá expor na estrangeiro em renda fixa para reunião do G20 suas preocu6%. O tributo já havia subido pações com a disputa cambial. de 2% para 4% no começo do "Ele está preocupado com esta mês. O governo também au- situação cambial do mundo e mentou o IOF (de 0,38% para isso certamente será objeto de 6%) sobre a margem de garan- uma discussão séria no G20 – tia para investimentos no mer- não só a questão da liquidez do cado futuro para estrangeiros. dólar, mas o desequilíbrio da O ingresso de capital exter- economia global", comentou. De acordo com Meirelles, o no leva à valorização do real, o que, entre outras consequên- presidente Lula já esperava a cias, reduz a competitividade decisão do governo nortedas exportações brasileiras. americano de emitir mais Nos últimos meses, o Brasil US$ 600 bilhões nos EUA a fim tem registrado entradas recor- de tentar reanimar a economia des de recursos externos, pu- daquele país. "Estamos obserxando a cotação da moeda dos vando, vamos ver os efeitos desta medida do Fed", destaEstados Unidos para baixo. Nas operações de comércio cou. Segundo ele, a decisão do exterior, de acordo com os nú- banco central norte-americano meros divulgados pelo BC, levou o dólar a "ceder bastanh o u v e u m a e n t r a d a d e te" no exterior. Mas ele lemUS$ 1,78 bilhão em outubro. brou que houve uma pequena Desde maio, as operações liga- recuperação. (Agências)
Renato Carbonari Ibelli
A
O dólar comercial caiu 1,35% e fechou o pregão d e ontem a R$ 1,67.
Andre Dusek/AE
Para Mantega, injeção de US$ 600 bilhões na economia dos EUA acabará desvalorizando o dólar.
Para Febraban, real seguirá elevado. J
Cenário apontado por pesquisa da entidade mostra que balança comercial deverá registrar perdas em 2011 Rejane Tamoto
á esperada pelo mercado, a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) exigirá ações no médio prazo do Brasil. "O que o Fed fez já estava previsto. As medidas não foram capazes de conter a valorização do real", afirmou o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg. De acordo com a pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado – realizada de 28 de outubro e 1º de novembro e apresentada ontem – a taxa de câmbio deve fechar o ano em
R $ 1 , 7 2 , c o m p re v i s ã o d e R$ 1,78 em 2011. "O real continuará valorizado e o cenário é de piora gradual para a balança comercial e o saldo de transações correntes", afirmou. Segundo a pesquisa, a balança comercial registrará queda em 2011. A projeção é que passe de US$ 15,7 bilhões, em 2010, para US$ 8 bilhões no próximo ano. O déficit no saldo em transações correntes aumentará de US$ 49,9 bilhões, neste ano, para US$ 64,3 bilhões em 2011. O economista-chefe da Febraban explica que o desequilíbrio na balança comercial será reflexo do aumento das importações, em relação às exportações.
Atratividade – Ele explicou que o Brasil se tornou uma economia forte e continuará recebendo recursos externos. O investimento direto estrangeiro deve chegar a US$ 30,5 bilhões neste ano, e atingir US$ 37,6 bilhões em 2011. As reservas ultrapassarão os US$ 276 bilhões deste ano, chegando a US$ 279,4 bilhões em 2011. "Os recursos externos são suficientes para financiar o déficit da conta-corrente e a formação de reservas. As projeções podem até ser conservadoras e o Brasil pode atingir um volume maior", afirmou. Segundo Sardenberg, ao atrair mais recursos, o País equilibra a dívida. O real valorizado ajuda a
combater a inflação, mas tende a levar à perda de competitividade e à queda na produção doméstica, e resultar em um déficit estrutural. "No médio
Perspectivas para 2011 são positivas
C
o m p r ev i s ã o d e u m Produto Interno Bruto (PIB) de 7,5% neste ano, a economia brasileira deve continuar em alta em 2011, segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Com a expecta-
prazo, o cenário inspira cuidado para a conta-corrente. O Brasil precisa conter a ação fiscal e trabalhar com a taxa de câmbio apreciada", disse. tiva de um PIB ajustado a 4,5% em 2011, a economia deve manter expansão no consumo e no varejo. A inflação seguirá pressionada pelo preço dos alimentos e das commodities. A Selic deste ano deve ficar em 10,75%, subindo para 11,25% em 2011. Já as operações de crédito devem fechar o ano em 21,4%, chegando a 18,5% em 2011. (RT)
tentativa de o governo norte-americano aquecer o consumo doméstico com a injeção de US$ 600 bilhões na economia deve valorizar ainda mais o real ante o dólar, já que grande parte desse montante deve ter como destino as carteiras de ativos do Brasil. Um dos principais ônus desse fluxo de capital externo tende a ser o aumento do já elevado déficit das contascorrentes do País. Há ainda a preocupação de uma eventual saída abrupta dos investimentos estrangeiros que hoje são aportados por aqui. Entretanto, economistas acreditam que as crescentes reservas brasileiras de dólar sejam suficientes para atenuar qualquer efeito nocivo do câmbio. O Brasil é um destino certo para a divisa norte-americana porque os riscos para os investidores são mais baixos além de os juros brasileiros incrementarem os ganhos. Os investimentos em dólar devem ser direcionados para a compra de ações ou aplicados diretamente no setor produtivo, em subsidiárias de multinacionais instaladas no País. Apesar da esperada inundação de dólares no Brasil, para And r é S a cEmpresas conato, podem e c o n omista da voltar Te n d ê natenção ao cias Conmercado sultoria doméstico. I n t e g r ada, o real ALEX AGOSTINI, não valoAUSTIN RATING rizará m u i t o além do patamar atual. Para o ano, a taxa de câmbio esperada por ele é de R$ 1,70 por dólar. "A injeção de dólares na economia norte-americana já era esperada pelo mercado, o que fez o real vir em uma progressiva valorização antes mesmo da medida ser posta em prática", ponderou. Ainda assim, alguns efeitos desse movimento serão sentidos. Segundo Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, a valorização do real diminui a rentabilidade das empresas brasileiras que trabalham com exportações. Além disso, Agostini salientou que os insumos e similares importados acabam ganhando espaço no mercado brasileiro, e podem gerar inflação ao aumentarem o consumo de bens complementares. "Por outro lado, essa é a oportunidade para as empresas nacionais importarem máquinas e equipamentos e assim ganharem competitividade. Elas também podem voltar os olhos para o consumo doméstico, que hoje responde por dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) do País." Para Agostini, a valorização cambial é positiva. Ele descarta a possibilidade de bolha futura. "Uma crise semelhante àquela enfrentada em 2002 não deve acontecer, porque o governo tem aproveitado o momento para comprar dólares e aumentar as reservas. Em uma eventual saída dos investimentos, as reservas podem ser usadas para colocar a economia em ordem", afirmou.
14 -.ECONOMIA
DIÁRIO DO COMÉRCIO
COMÉRCIO
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
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15 A China não deverá mexer no câmbio nem valorizar a moeda do país. Mailson da Nóbrega, economista
conomia
Divulgação
Mailson: reformas devem ficar de lado. Para economista, há 65% de chances de que seja mantida a política econômica. Pablo de Souza/LUZ
Neide Martingo
Vale (esquerda) e Carvalho discutiram as perspectivas para 2011
Estímulo do Fed pode não ser suficiente
O
anúncio do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), de injetar US$ 600 bilhões na economia dos Estados Unidos até o segundo trimestre de 2011, pode não ser suficiente para evitar uma nova recessão naquele país. A afirmação foi feita ontem por Vladimir do Vale, estrategista-chefe do Banco Crédit Agricole, durante evento na Câmara de Comércio França-Brasil, que discutiu perspectivas para a economia em 2011. "É cedo para descartarmos o risco de uma nova recessão da economia norte-americana, pois além da taxa de desemprego continuar em patamares muito acima da média, o núcleo da inflação está muito próximo de zero, o que significa que as pessoas não estão consumindo no ritmo em que faziam antes da crise", disse. Além disso, o estímulo chega em um momento em que os consumidores já estão endividados, o que pode surtir poucos efeitos no longo prazo. Para ele, essa medida seria um dos poucos caminhos para dar uma injeção de ânimo na economia norte-americana. "Entretanto, com o juro próximo de zero, a alternativa que sobrou foi o afrouxamento mo-
netário, que também ajuda na desvalorização do dólar frente a outras moedas", complementou. Devagar, mas avante – Mas nem tudo está perdido. "Apesar da incerteza com os rumos dos EUA, 2011 promete ser um ano de recuperação da economia mundial, cuja expansão média deverá ser de 4% ante 2010", afirmou o economistachefe do Banco BNP Paribas, Marcelo Carvalho. Ele salientou, entretanto, que esse crescimento será desigual: os países avançados deverão viver cenário de desaceleração em comparação com a média mundial, com uma expansão abaixo de 2%. Já os emergentes, na Ásia e América Latina, deverão crescer acima do previsto para o mundo, com média de 6%. "A expansão das economias da América Latina vai depender do principal canal de ligação entre cada país e o resto do mundo. No caso mexicano, onde 80% das exportações têm como destino os EUA, a situação é preocupante, já que não há sinais de recuperação consistente da economia norte-americana. Do lado brasileiro, entretanto, cujo principal canal de ligação são as commodities, que continuam com forte demanda por conta da China, as expectativas são bastante positivas", disse.
Mailson avalia que rumos da economia serão mantidos. No entanto, reajuste do saláriomínimo preocupa.
ACSP, Roberto Macedo, 2011 trará "mais do mesmo". "As benesses do governo podem significar uma explosão das contas públicas no médio e longo prazos", avaliou. Varejo – Para o economista-chefe e superintendente institucional da ACSP, Marcel Solimeo, o cenário para o varejo em 2011 é positivo. "A inadimplência não subiu com a alta no consumo em razão do acesso ao crédito, a elevação na renda e das vagas de trabalho. Isso não vai se alterar." Ele ressaltou que deve haver educação financeira para quem teve acesso a limite de cheque especial e cartão de crédito. "O cadastro positivo seria igualmente útil." O presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, disse ser importante ouvir as propostas e opiniões de quem entende de economia, para que as ações sejam planejadas. "A sociedade deve se organizar para pressionar e exigir as decisões necessárias, que originem as transformações positivas."
OMC alerta G20 para riscos do protecionismo à economia global Jo Yong-Hak/Reuters
ALENCAR BURTI, PRESIDENTE DA ACSP E DA FACESP
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s recentes turbulências nos mercados cambiais ao redor do mundo aumentam os riscos já crescentes do protecionismo. De acordo com alerta feito ontem pela Organização Mundial do Comércio (OMC), em relatório destinado ao G20, a adoção dessas práticas poderá afetar a estabilidade dos intercâmbios globais e a retomada econômica. "Vimos nos últimos meses um aumento perigoso das pressões protecionistas geradas pelos desequilíbrios mundiais, em um momento em que o consenso político a favor de uma abertura do comércio e os investimentos já estão sob tensão" em função do alto desemprego nos países do G20, indicou a OMC no texto. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (CNUCED), que assinaram uma carta conjunta que acompanhou o relatório da OMC, advertiram que a estabilidade do sistema financeiro pode ser ameaçada "se os movimentos de moedas se transformarem no que alguns podem perceber como a continuação deliberada de uma vantagem comparativa surgida das taxas de câmbio". As três entidades ressaltaram que a reunião do G20, que acontece nos dias 11 e 12 de novembro em Seul (Coreia do Sul), deverá se pautar pela necessidade de vigilância sobre o
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s discursos da presidente eleita foram animadores. Mas, provavelmente, as reformas mais importantes, como a tributária, não serão feitas. A avaliação é do sócio da Tendências Consultoria, Mailson da Nóbrega, que participou ontem do seminário Perspectivas da Economia, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "A dúvida já começa no momento em que a presidente anuncia a vontade de promover um aumento real do salário-mínimo e antecipar este reajuste", disse. "Não podemos esquecer que uma das principais fontes de gasto do governo Lula foi o saláriomínimo – cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB)." O economista avaliou que existem 65% de chances de o governo Dilma manter a política econômica de Lula. Um cenário positivo representa 20% das possibilidades, com reformas, recuperação de investimentos e ampliação da infraestrutura. Outros 15% se referem a uma situação de retrocesso, com ações para controlar o Banco Central. Dólar – O economista disse que ainda não existe uma guerra cambial, como mencionou a presidente eleita Dilma Roussef – mas avaliou que o problema pode acontecer. Para ele, a China não colaborará para impedir esse impasse. "Os chineses produzem mais do que consomem, com o objetivo de exportar o excedente. Por isso não mexerão no câmbio nem valorizarão a moeda do país." Para o economista da
Para organismos internacionais, reunião do G20 deve atentar para práticas prejudiciais ao comércio.
perigo do protecionismo. Para elas, o problema é um dos três maiores riscos para a economia mundial, ao qual se soma a adoção de medidas que "restringem ou criam distorções para o comércio e os investimentos", e a questão dos planos de resgate aplicados no auge da crise financeira, que agora afetam perigosamente a competitividade global. China – O país pode se unir a outras nações insatisfeitas com a queda do dólar para evitar uma depreciação excessiva da moeda. A afirmação partiu de Li Deshui, vice-diretor da Comissão Econômica da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Ele afirmou que a valoriza-
ção do yuan não impulsionará as exportações dos Estados Unidos, e avaliou que a medida do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) fortalecerá os fluxos de saída de capital do país, o que "afetará a estabilidade das economias". Contramedidas – Os formuladores de política econômica asiáticos prometeram novas medidas para conter os fluxos de capital. "Enquanto o mundo não restringir a emissão de moedas de reserva como o dólar, o que não é fácil, a ocorrência de outra crise é inevitável", disse Xia Bin, assessor do banco central chinês. O Ministério das Finanças da Coreia do Sul disse ter enviado ontem "uma mensagem
aos mercados" e que irá "agressivamente" considerar controles de capital. Já a Tailândia levantou a possibilidade de uma ação conjunta para combater a enxurrada de dólares que deve entrar nos países emergentes. "O presidente do banco central confirmou discussões com autoridades monetárias de países vizinhos, para a imposição de medidas conjuntas", afirmou o ministro das finanças, Korn Chatikavanij. Uma autoridade sênior de finanças da Índia, que preferiu não ser identificada, disse que, embora os EUA tenham o direito de estimular sua economia, outras nações também devem proteger seus interesses. (Agências)
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e Presença maior de importados na ceia Preço do conjunto de produtos alimentícios essenciais aumentou em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, em outubro.
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Expectativa dos comerciantes é de que vendas de itens vindos de fora do País cresçam até 30% neste fim de ano em comparação com 2009 Fotos: Newton Santos/ Hype
Vanessa Rosal
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ceia do brasileiro promete ser bem variada neste Natal. Com o dólar mais baixo em relação ao ano passado (R$ 1,67 ante R$ 1,74), as vendas de importados devem crescer até 30% no período. De acordo com comerciantes do Mercado Municipal de São Paulo (Mercadão), os preços de produtos típicos como vinhos, azeites, frutas secas, queijos e bacalhau estão 15% menores quando comparados a igual período de 2009. Outros fatores, como a ascensão da classe C, também devem impulsionar o consumo. Para antecipar as vendas natalinas, Andonios Kambilis – o sócio-proprietário da Barraca do Ramon, com seis pontos de vendas dentro do Mercadão – já providenciou cestas com panetones, frutas secas e champanhes, entre outros itens importados. "Com o grande movimento por causa do Salão do Automóvel e da Fórmula 1 no próximo domingo, aproveitamos para criar algo que atraia o consumidor", disse. A expectativa dele é a de que as vendas avancem 15% em relação a igual período de 2009. Segundo ele, um dos fatores é a queda de cerca de 15% nos preços dos produtos em decorrência da desvalorização da moeda norte-americana. "Se não fossem os impostos absurdos
No Mercado Municipal de São Paulo preços de produtos típicos estão 15% menores quando comparados ao fim de 2009
de importação, esses valores poderiam ser ainda menores." O grande número de consumidores que vem de outros lugares para a Capital também ajuda no movimento. O agricultor Esmael Boiami, de Iacanga (SP), sempre aproveita para visitar o Mercadão quando vem trabalhar no centro da cidade. Os produtos típicos de Natal são consumidos por ele o ano todo. "Aqui sei que posso encontrar uma grande variedade de itens importados em
qualquer época do ano." A Associação Paulista de Supermercados (Apas) também está otimista e confirma que as ceias deste final de ano serão mais refinadas e acrescenta um outro ingrediente: o aumento da renda da população. Na avaliação da entidade, a procura por itens importados deve crescer 20%. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, espera elevação de até 30% na comercialização desses produtos ante igual período do
ano passado. "A expectativa é que a venda de importados em 2010 seja uma das mais expressivas da empresa", afirmou o diretor de importações e exportações Sandro Benelli. Contratempos – Apesar do dólar mais fraco, nem todos os itens importados são beneficiados. O preço final depende de outros fatores, como reajustes de impostos feitos todos os anos, disponibilidade do produto em estoque e também de fatores climáticos.
MARCELO NUNES, SÓCIO DO EMPÓRIO LUSO-BRASILEIRO REI DO BACALHAU
"A castanha portuguesa é precificada com base no custo d o f re t e . Q u a n d o v e m d e avião, o valor é maior em relação ao cobrado pelo navio", disse o sócio do Empório Lusobrasileiro Rei do Bacalhau, Marcelo Nunes. Ontem, o quilo do produto custava R$ 40. No caso do Empório Santa Luzia, problemas na importa-
Feijão e carne foram vilões da cesta básica Epitácio Pessoa/AE
5,27%. No Rio de Janeiro e em Brasília foram observadas altas de, respectivamente, 4,82% e 3,82%. O aumento em Fortaleza foi de 4,46% e em Natal houve elevação de 4,09%. Entre as capitais que tiveram o valor médio do conjunto d e p ro d u t o s a l imentícios essenciais com altas na casa dos 3%, mereceram destaque, além da capital federal, Belém, com variação de 3,91%, e Florianópolis, com 3,18%. De acordo com o Dieese, os avanços mais significativos do feijão em outubro foram observados em Fortaleza (38,12%), Belo Horizonte (37,12%), São Paulo (35,89%), Belém (32,32%) e João Pessoa (30,68%). Apenas em quatro cidades os aumentos ficaram abaixo de 10%: Curitiba (6,11%), Porto Alegre (5%), Florianópolis (3,66%) e Aracaju (0,63%). "A prolongada seca, que provocou o atraso no plantio da safra das águas, e a falta de estoques do produto foram os causadores da alta dos preços", justificaram os técnicos. Quanto à carne, produto de
ção de frutas secas, consideradas o carro-chefe do período, elevaram em cerca de 12% o preço desses itens. "Por causa do terremoto ocorrido no Chile, seus produtores tiveram muitas dificuldades", afirmou o diretor comercial Jorge Lopes. Apesar disso, as encomendas para este Natal foram 10% maiores em relação a 2009.
Faturamento da indústria cresce 1,9%
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maior peso no custo da cesta, as altas mais expressivas foram verificadas em Florianópolis (8,05%), Rio de Janeiro (6,34%), São Paulo (4,56%) e Belém (4,53%). Já em Vitória (0,9%), Aracaju (0,49%) e Porto Alegre (0,47%) foram registrados os menores aumentos; e a única redução de preços foi anotada em Manaus (1,35%). "O aumento da demanda externa e a seca reduziram o plantel do gado bovino, tendo como efeito a alta do produto", disseram os técnicos. Contudo, conforme o Dieese, as chuvas mais regulares poderão reverter essa situação nos próximos meses. Acumulado – Entre janeiro e outubro, todas as 17 capitais
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A seca prolongada, que atrasou o plantio da safra das águas, e a falta de estoque foram os causadores da alta dos preços do feijão.
apresentaram aumento no preço da cesta. As maiores variações foram registradas em Goiânia (20,45%), Recife (14,1%) e Salvador (12,03%). Ainda segundo o Dieese, o salário-mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.132,09 em outubro para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência. (AE)
faturamento real, deflacionado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), da indústria cresceu 1,9% em setembro ante agosto, descontando a influência de fatores sazonais, informou ontem a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Sem esses ajustes, a alta foi de 2,9%. Na comparação com setembro do ano passado, a elevação foi de 10%. No acumulado do ano até setembro, ante igual período de 2009, a alta no indicador foi de 11,3%, sinal de fôlego da atividade industrial, mas também da base fraca de comparação em 2009 em virtude da crise. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) recuou no comparativo a agosto. Em setembro, a UCI foi de 81,9%, ante 82,2% no mês anterior, segundo a pesquisa da CNI. (AE).
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ção em 16 das 17 capitais pesquisadas no mês passado. A única na qual o conjunto de produtos alimentícios essenciais mostrou queda nos preços foi Aracaju: 0,67%. As maiores altas em outubro ocorreram em: Curitiba (5,78%), Goiânia (5,64%) e Belo Horizonte (5,5%). Em São Paulo, o valor médio subiu
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feijão e a carne foram os maiores responsáveis pela alta no custo da cesta básica nas capitais do País em outubro. Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o comportamento desses itens foi determinante para a eleva-
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A castanha portuguesa é precificada com base no custo do frete. Quando vem de avião, o valor é maior em relação ao cobrado pelo navio.
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17 A criança e o jovem devem ser estimulados ao sadio hĂĄbito da poupança. FĂĄbio Lenza, vice-presidente de Pessoa FĂsica da Caixa EconĂ´mica Federal
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Nova oferta do BNDEspar pode superar R$ 2 bi
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nova oferta pĂşblica de debĂŞntures simples da BNDESpar, empresa de participaçþes do Banco Nacional de Desenvolvimento EconĂ´mico e Social (BNDES), poderĂĄ chegar Ă cifra R$ 2,025 bilhĂľes. A emissĂŁo que serĂĄ realizada a partir da prĂłxima segunda feira serĂĄ de R$ 1,5 bilhĂŁo, mas tem opção de ampliação de atĂŠ 35% do montante inicial. A emissĂŁo ĂŠ a primeira operação do terceiro programa de distribuição de tĂtulos da companhia, protocolado na ComissĂŁo de Valores MobiliĂĄrios (CVM) em 24 de setembro com limite mĂĄximo de atĂŠ R$ 8 bilhĂľes. Cada tĂtulo, do tipo nĂŁoconversĂvel, da nova operação terĂĄ valor de R$ 1 mil, mas haverĂĄ trĂŞs alternativas de remuneração ao investidor: prefixada, vinculada ao Ă?ndice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) ou flutuante (fixada a cada trĂŞs meses com base em contratos de juros de curto prazo, em um mecanismo similar ao da taxa internacional Libor). O perĂodo de reserva para investidores de varejo vai atĂŠ atĂŠ o dia 1° de dezembro. A emissĂŁo foi classificada pela agĂŞncia de risco Moody’s com as notas mais altas de classificação nacional e internacional. A justificativa para a operação ĂŠ de que ela irĂĄ estimular o mercado domĂŠstico de capitais. Entre 2006 e 2009, a empresa realizou trĂŞs emissĂľes de debĂŞntures no mercado interno, somando R$ 3,2 bilhĂľes. A subsidiĂĄria do BNDES tambĂŠm tem recorrido a emissĂľes no exterior como fonte de recursos para investimentos. Neste ano, ela jĂĄ fez duas emissĂľes internacionais. (AE)
Poupança cresce 60% Captação total da Caixa Econômica Federal atingiu R$ 9,8 bilhþes entre os meses de janeiro e outubro
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Caixa EconĂ´mica Federal (CEF) encerrou o mĂŞs de outubro com captação de R$ 9,8 bilhĂľes desde janeiro. O nĂşmero ĂŠ 60% superior ao obtido nos dez meses de 2009 e representa o maior volume de dinheiro guardado pelos poupadores nos Ăşltimos dez anos. Segundo balanço divulgado ontem, o banco atingiu um saldo total de R$ 124,3 bilhĂľes. Isso significa que R$ 3,40 em cada R$ 10 guardados nas poupanças de todos os bancos do PaĂs sĂŁo da Caixa. De janeiro atĂŠ outubro, o banco abriu mais 3,3 milhĂľes de novas poupanças – e, com isso, passou a ter um total de 40,4 milhĂľes de contas ativas. R en da – Na avaliação da instituição, o bom desempenho da poupança nos Ăşltimos dois anos ĂŠ atribuĂdo ao aumento de renda dos brasileiros – verificado principalmente nas classes emergen-
tes. A poupança da Caixa Ê o principal fundo de financiamento para o credito imobi-
liĂĄrio, segmento no qual o banco responde por trĂŞs em cada quatro (76%) negĂłcios.
Educação financeira – O vice-presidente de Pessoa FĂsica da Caixa, FĂĄbio Lenza, destacou que a poupança ĂŠ o produto mais adequado para a educação financeira em razĂŁo de sua simplicidade. "O aprendizado pode começar em qualquer idade. No entanto, nĂłs acreditamos que a criança e o jovem devem ser, desde cedo, estimulados ao sadio hĂĄbito da poupança, como forma de se preparar para o futuro", afirmou. A abertura de uma conta de poupança requer a apresentação dos documentos de identidade, CPF e comprovante de endereço em qualquer agĂŞncia da Caixa. Dentro de poucos dias, o cliente jĂĄ recebe o cartĂŁo magnĂŠtico da conta em sua residĂŞncia. A poupança ĂŠ isenta de tarifa de manutenção, nĂŁo exige valor mĂnimo para abertura, aceita depĂłsitos em qualquer dia do mĂŞs e nĂŁo prevĂŞ incidĂŞncia de Imposto de Renda (IR). (AgĂŞncias).
Queiroz Galvão prepara realização de IPO
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Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), braço da empreiteira Queiroz Galvão que atua no segmento de petróleo e gås, solicitou aprovação da Comissão de Valores Mobiliårios (CVM) para realizar uma oferta pública inicial de açþes (IPO, na sigla em inglês) no mercado brasileiro. A oferta – que inclui a
emissão de açþes novas (primårias) e a venda de papÊis detidos pelos atuais sócios (secundårias) – serå coordenada pelo Itaú BBA, em parceria com o BTG Pactual e o Bank of America Merrill Lynch. A companhia apresenta-se como a maior, dentre aquelas de controle privado no Brasil, no segmento de petróleo e gås, em termos de produção diåria
EmpresĂĄrios enfrentam via-sacra em processos
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ão bastasse o tempo de espera no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), hå uma verdadeira via-sacra que os empresårios precisam e n f re n t a r n a J u s t i ç a p a r a aguardar decisþes finais de açþes envolvendo companhias brasileiras. Só no Judiciårio, esses casos levam em mÊdia 5,3 anos para serem julgados após passarem pelo órgão antitruste. A informação consta de levantamento da Sociedade Brasileira de Direito Público (SBDP) em convênio com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Cade. "O sistema não tem dado a resposta cÊlere que a atividade econômica exige atualmente e isso traz uma instabilidade tremenda", disse o coordenador da pesquisa, Fabricio Cardim de Almeida. Do total de tempo na Justiça, a pesquisa constatou que a demora mÊdia de um processo na primeira instância Ê de dois anos e dois meses, enquanto nas superiores gira em torno de três anos nos Tribunais Regionais Federais (TRFs) e um ano no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Levantamento do Cade mostra que nos atos de concentração, em que são julgadas fusþes e aquisiçþes, o tempo mÊdio de avaliação no Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) era de 252 dias em 2005 e caiu para 165 neste ano. Só no órgão antitruste, os processos demoram, em mÊdia, 40 dias – hå dois anos, eram 50. Não são raros, porÊm, casos que ficam anos no SBDC.
AlĂŠm disso, metade dos casos que vĂŁo parar na Justiça apĂłs serem decididos pelo conselho tem resultado diferente do inicial. Apenas foram levados em conta processos encerrados que nĂŁo aceitam mais recursos: foram dez contrĂĄrios e 11 favorĂĄveis. A pesquisa avaliou 39 decisĂľes do ĂłrgĂŁo que se desdobraram em 41 processos judiciais e 52 recursos analisados pela Justiça de 1994 a abril. Desfecho – De modo geral, segundo o coordenador da pesquisa, nĂŁo ĂŠ possĂvel identificar uma tendĂŞncia de sucesso ou fracasso no desfecho das demandas levadas ao JudiciĂĄrio. "Isso significa ainda, ao menos sob uma perspectiva quantitativa, que o JudiciĂĄrio brasileiro nĂŁo tem se revelado, necessariamente, mais ou menos interventivo", resumiu. Quando sĂŁo selecionados casos jĂĄ foram definidos, mas ainda podem receber recursos em uma instância superior, o nĂşmero passa para 24 (61,5%) com manutenção da decisĂŁo do conselho, contra 15. Almeida salientou que, como a maior parte dos processos jĂĄ definidos ĂŠ mais antiga, quando foi estruturado o Novo Cade, em 1994, ĂŠ comum esperar uma decisĂŁo diferente da Justiça. O presidente do Cade, Arthur Badin, disse que no inĂcio dos trabalhos ĂŠ natural que haja mais erros, quando comentou sobre a atuação do SBDC em relação ao desmonte de cartĂŠis. Atualmente, segundo Badin, as decisĂľes do Cade tĂŞm respaldo legal mais amplo e mais difĂcil de contestação ou dĂşvida pela Justiça.(AE)
em barris equivalentes de petrĂłleo no PaĂs, de acordo com os dados divulgados pela AgĂŞncia Nacional do PetrĂłleo, GĂĄs Natural e BiocombustĂveis (ANP) em dezembro de 2009. Atualmente, o grupo possui direitos de concessĂŁo sobre oito blocos exploratĂłrios na costa brasileira. Eles incluem os reservatĂłrios no prĂŠ-sal, localizados nas Bacias de
Santos e em Jequitinhonha e Camamu, alÊm de 45% de participação na concessão do Campo de Manati, localizado na Bacia de Camamu, na Bahia. Projetos – O anúncio da QGEP acontece em meio a uma corrida de empresas que atuam no segmento para investir em novos projetos – e que incluem Petrobras, HRT Participaçþes, Norskan Offshore e Karoon Petróleo e
SRB – SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA Assembleia Geral Ordinåria A Sociedade Rural Brasileira convoca, nos termos dos artigos 11º e 32º, parågrafo único, dos Estatutos Sociais, os senhores associados, para Assembleia Geral Ordinåria a realizar-se no dia 06 de dezembro de 2010, na sede social, à Rua Formosa, nº 367 – 19º andar, para eleição dos membros efetivos e suplentes do Conselho Superior da Sociedade Rural Brasileira. A Assembleia Geral Ordinåria instalarse-å, em 1ª convocação, às 09h00min., havendo número legal de presentes e, em 2ª convocação, às 10h00min., com qualquer número. São Paulo, 05 de novembro de 2010. A Diretoria.
Gås. Esta última anunciou que pretende levantar atÊ R$ 1,772 bilhão em um IPO, a ser realizado ainda neste mês. Jå a Repsol desistiu de efetuar a oferta pública de açþes de sua unidade brasileira após o grupo chinês Sinopec ter anunciado, em outubro, um acordo para comprar uma participação na subsidiåria do grupo espanhol por US$ 7,1 bilhþes. (Reuters)
Nova Profhel Ind. e Com. de Esquadrias e Mat. p/ Construção Ltda. EPP torna público que recebeu da CETESB a Licença de Operação N° 33004298, vålida atÊ 15/10/2014, para Esquadrias Metålicas, sem tratamento superficial de metais, fabricação à Av. Yervant Kissajikian, 2.325, Americanópolis, São Paulo.
Isoldi S/A Corretora de Valores Mobiliårios CNPJ/MF nº 62.051.263/0001-87 Edital de Convocação – AssemblÊia Geral Extraordinåria Ficam convidados os Srs. Acionistas desta Sociedade a se reunirem em AssemblÊia Geral Extraordinåria, a ser realizada no dia 23 de Novembro de 2010, às 10 horas, na sede social à Rua São Bento, 365 – 12º andar, São Paulo-SP, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Cancelamento de Açþes em Tesouraria; b) Aumento de Capital com incorporação de Reservas; c) Redução de Capital mediante entrega de Ativos aos Acionistas; d) Remanejamento de Diretores. e) Outros assuntos de interesse social. São Paulo, 04 de novembro de 2010. A Diretoria. 05,06,09/11/10
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAĂ‡ĂƒO
GOVERNO DO ESTADO DE SĂƒO PAULO
FDE AVISA: COMUNICADO REF.: PregĂŁo (Presencial) de Registro de Preços nÂş 36/00775/10/05 - Prestação de Serviços especializados para retirada, transporte, descontaminação e destinação final de lâmpadas fluorescentes tubulares, lâmpadas elipsoidais usadas e lâmpadas quebradas. No edital 36/00775/10/05, por equĂvoco, nĂŁo foi incluĂda a Relação das Escolas vinculadas Ă COGSP no Anexo X. A lista completa encontra-se disponĂvel no site da FDE, no link Licitaçþes-Transporte.
PREFEITURA DO MUNICĂ?PIO DE SANTA MARIA DA SERRA AVISO DE LICITAĂ‡ĂƒO LeilĂŁo nÂş 01/2010 De conformidade com a necessidade desta Prefeitura Municipal, faco pĂşblico, para conhecimento dos interessados, que se acha aberto, na Prefeitura deste MunicĂpio, o Edital de LeilĂŁo nÂş 01/2010, para realização de leilĂŁo pĂşblico para alienação de bens inservĂveis no MunicĂpio de Santa Maria da Serra, pelo tipo de maior lance por lote, regido pela Lei Federal nÂş 8.666/93, suas alteraçþes e demais dispositivos legais expressos no item 3, deste Edital. O inĂcio do leilĂŁo dar-se-a Ă s 14:00 horas, do dia 23 de novembro de 2010, na Prefeitura Municipal, sita Ă Praça Santo Zani, nÂş 30, nesta cidade. A Pasta TĂŠcnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverĂĄ ser retirada no Setor de Compras, sita Ă Praça Santo Zani, nÂş 30, Paço Municipal desta cidade, a qual serĂĄ fornecida das 09:00 Ă s 15:00 horas. Para conhecimento do pĂşblico, expede-se o presente Edital, que serĂĄ publicado pela Imprensa Oficial do Estado de Sao Paulo, do MunicĂpio de Santa Maria da Serra, em jornal de grande circulação no estado e no MunicĂpio e afixado em Quadro de Avisos, no saguĂŁo do Paço Municipal. Santa Maria da Serra, 03 de novembro de 2010. a) JOSIAS ZANI NETO - Prefeito Municipal
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FALĂŠNCIA, RECUPERAĂ‡ĂƒO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAĂ‡ĂƒO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição CĂvel do Tribunal de Justiça de SĂŁo Paulo, foram ajuizados no dia 4 de novembro de 2010, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falĂŞncia, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Mac Vesti IndĂşstria e ComĂŠrcio Derivados de PetrĂłleo Ltda. - Requerido: Ltda. - Requerido:TĂŞxtil Camburzano S/A. Ital Rent a Car Locação Fretamento - Rua Guilherme Bannitz, 126, 2Âş andar, cj. de VeĂculos e Transportes Ltda. - Av. 21 - 2ÂŞ Vara de FalĂŞncias Rodrigues Montemor, 179 - sala 02 - 1ÂŞ Requerente: Disbra Diesel ComĂŠrcio de Vara de FalĂŞncias
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Em seu processo de integração Itaú Unibanco eliminou os números de contas e agências do Unibanco e fez gradualmente a modificação visual nas agências.
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MONTANA AO MAR ara apresentar a Nova Montana, a Chevrolet irá lançar em 7 de novembro uma campanha publicitária assinada pela WMcCann que contempla filme, anúncio para mídia impressa e merchandising. Para mostrar todos os atributos da nova picape a agência que tem Washington Olivetto no comando da criação criou comercial e peças que mostram um homem conduzindo uma balsa, remando no meio do oceano rumo a uma ilha deserta. A bordo, o novo modelo, algumas amigas e mais uma infinidade de objetos: de pedaços de aço a caixas de madeira, entre outros. A voz, em off, diz: "Para uma ilha deserta, eu levaria tudo..."
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CLASSE C NA REDE
F
im das pesquisas eleitorais e a vitória prevista de Dilma Roussef nas urnas – primeira mulher a governar o País na República – o Ibope se volta para avaliar o comportamento dos consumidores. Acaba de tirar do forno pesquisa sobre o fenômeno mundial das redes sociais, revelando que a classe C – que ascendeu na era Lula – também caiu na rede mundial de computadores. Assim, a comunicação abandonou o modelo "one to one" (eu falo para você e você comigo) para o "many to many" (eu dialogo com todos e todos dialogam comigo). Consideradas um fenômeno no Brasil, as redes sociais já são acessadas regularmente por 67% do total de internautas do País e 58% o fazem há mais de três anos, principalmente os cariocas e os jovens de 20 a 24 anos. Atualmente, mais de um terço dos usuários dessas redes faz mais de um acesso ao dia. Em Campinas, interior paulista, o número chega a 48%. O líder disparado entre as redes sociais é o Orkut, com mais de 90% de penetração, justamente porque foi o primeiro do gênero a ser acessado (citado por 82% dos entrevistados, com destaque para os jovens de 10 a 14 anos). O Facebook aparece com 14% de preferência entre os pesquisados e o Twitter, com 13%.
As redes sociais tiveram papel importante como a porta de entrada das classes C e DE na internet. Atualmente, eles são os participantes mais ativos. Além disso, a maioria dos internautas com interesse em entrar nas redes também faz parte desse grupo social, mostrando sua forte representatividade nesse ambiente. Para o Ibope, os dados da pesquisa que ouviu 8.561 pessoas com mais de 10 anos em 11 regiões metropolitanas do País apontam uma grande oportunidade para as empresas incorporarem o diálogo online com os clientes. Mais da metade dos internautas não se incomoda com a utilização dessa ferramenta virtual pelas companhias para se comunicarem e conversarem com os consumidores.
Essa parcela também não se opõe que as empresas divulguem produtos e serviços. Além disso, não se importam com o fato de as companhias usarem as redes para analisar o comportamento dos consumidores. Outro destaque do levantamento mostra que 25% usam as redes sociais como auxílio na tomada de decisões de compra. Cerca de 20% desses internautas afirmaram que compraram um celular ou mudaram planos de telefonia para acessar as redes sociais com maior facilidade. Como caiu na rede é peixe e ninguém quer ficar de fora, os pescadores mais ousados já fazem parte da brincadeira que veio para ficar e a publicidade segue novos rumos e novos desafios nessa pescaria.
CHEVROLET: o que levar para uma ilha.
QUE BAZAR.... edição de Natal do Q!Bazar já está pronta e a campanha de divulgação do evento, assinada pela Lua Branca com produção da Trator Filmes, entra no ar nesta semana. Com Mayana Moura como madrinha – atriz e cantora que interpreta a vilã Melina Gouveia na novela
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"Passione" de Silvio de Abreu – o Q! Bazar anuncia sua edição de Natal que vai de 10 de novembro a 23 de dezembro no Jockey Club de São Paulo. O evento já virou tradição na cidade por reunir grandes grifes a preços baixos e repassar recursos a quem precisa de calor neste fim de ano.
MAYANA MOURA: de Melina na novela global Passione a madrinha do evento.
Fotos: Divulgação
SECRETO E SUSTENTÁVEL Pão de Açúcar acaba de lançar uma ferramenta exclusiva de amigo secreto no Facebook. O aplicativo, planejado e desenvolvido pela agência IThink, é o primeiro do gênero desenvolvido para essa rede social no mundo. A ação, pensada para o Natal, tem como objetivo estimular a troca de presentes sustentáveis. Para acessar, basta entrar na página, clicar em amigo secreto, instalar o aplicativo, selecionar o dia do sorteio e troca de presentes e enviar o convite para os amigos. Para conhecer a ferramenta, acesse: www.facebook.com/paodeacucar e clique em amigo secreto.
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ORKUT: primeiro a chegar e campeão de acessos entre internautas brasileiros.
o "bem".
AR: Natal d
C PÃO DE AÇÚ SHELL: miniatura para mimar clientes fiéis.
FERRARI NAS MÃOS o adquirir quatro litros de Shell Helix HX5 S, o consumidor vai levar de brinde uma réplica, em escala reduzida, da Ferrari F50. Lançado em 1995 para comemorar os 50 anos da marca italiana, o modelo teve produção limitada a 349 unidades.
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No entanto, quem tem o sonho de ter uma dessas em casa vai poder se beneficiar da promoção, que distribuirá 18 mil miniaturas por todo o País. O carrinho traz ainda como novidade o comando de direção programável para até 15 configurações de manobras.
O modelo estará disponível até o fim de novembro nas supertrocas, centros automotivos, oficinas mecânicas e autopeças participantes de todo o Brasil. Dessa vez, os postos não farão parte da campanha. Então para quem curte Ferrari é hora de acelerar.
Envie informações para essa coluna para o e-mail: carlosfranco@revista publicitta. com.br
Banco Real: uma marca extinta. Grupo Santader que adquiriu a instituição oficializou extinção da bandeira. No entanto, ex-clientes poderão manter números de conta, agência e senha. Eliária Andrade/ AG
Fernanda Pressinott
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rês anos depois do anúncio de venda ao Santander, os clientes d o R e a l v ã o f i n a lmente deixar de ver o logotipo do antigo banco. Ontem, o Santander anunciou o fim do processo visual de mudança nas agências do grupo e dos canais de relacionamento, como internet e terminais de autoatendimento (ATMs). Porém, diferentemente da estratégia adotada pelo Itaú Unibanco (veja matéria abaixo), os clientes poderão utilizar os números de conta, agência e senha do Real por prazo indeterminado. Até mesmo o número do antigo banco para o Sistema Brasileiro de Pagamentos (SBP) continuará em vigor. "Queremos evitar ao máximo o transtorno para o cliente. Quem quiser, poderá continuar usando os dados da conta do Real", disse o presidente do Santander no Brasil, Fabio Barbosa. No momento, seis cidades do interior paulista testam a plataforma tecnológica que permite a utilização dos dois sistemas Real e Santander. Segundo o vice-presidente executivo de finanças Carlos Galán, até fevereiro o processo estará completo em todo o País. A cerimônia de troca da facha-
da das agências ocorreu ontem com a presença do presidente mundial do Santander Emílio Botín. "Estamos compromissados com o Brasil. A agenda para o País é de crescimento, crescimento e crescimento." O grupo Santander tem 24 milhões de clientes no Brasil, 10,6 milhões de contas-correntes e 36 milhões de cartões de crédito e débito. O presidente mundial anunciou que 600 novas agências serão abertas no País até 2013. A importância do Brasil para o faturamento mundial do grupo também foi destaque na apresentação de Botín. Segundo ele, o País responde por 25% do lucro da instituição, seguido pelo Reino Unido, com 18%, e Espanha com 17%. Ele anunciou que o banco investirá R$ 750 milhões na construção de um centro tecnológico (R$ 450 milhões) e outro administrativo (R$ 300 milhões) em Campinas, no interior do Estado de São Paulo. Sobre expectativas com a presidente eleita Dilma Rousseff, Botín afirmou estar convencido de que não haverá mudanças na política macroeconômica e a estabilidade vai continuar. Ele lembrou que o mundo todo acredita nisso, tanto que o fundo soberano do Qatar comprou recentemente uma participação de 5% no Santander Brasil.
Fabio Barbosa (esquerda) e Emílio Botín (direita), comandantes do Santander no Brasil e no mundo. Objetivo é expandir cada vez mais atividades em território verde e amarelo.
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montante de R$ 1 bilhão. Para 2011, falta eliminar sistemas anteriores e migrar toda a base histórica dos clientes Unibanco para a nova plataforma. "Com a inflação do período, as despesas que eram de R$ 30 bilhões anuais para cada
Paula Cunha
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Modelo diferente no Itaú Unibanco om estratégia diferente do concorrente, o Itaú Unibanco eliminou os números de contas e agências do Unibanco e fez gradualmente a modificação visual nas agências. O processo terminou em 24 de outubro e consumiu o
Ação apoia remédio fracionado
banco deveriam ter subido para R$ 33 bilhões. Contudo dois anos depois, estamos com um total de R$ 30 bilhões", disse o diretor de relações com investidores do Itaú Unibanco, Rogério Calderon sobre as sinergias obtidas com a fusão. (FP)
onscientizar população, governo e indústria de que a venda fracionada de medicamentos pode beneficiar toda a sociedade. Esse é o objetivo da PROTESTE Associação de Consumidores e do Instituto Ethos. Juntos, eles lançaram uma campanha que começa hoje com a coleta de assinatura para aprovar o Projeto de Lei nº 7.029 de 2006, em tramitação na Câmara Federal desde 2006 e que regulamenta esse tipo de comercialização. Para aderir ao movimento basta acessar o site: www.proteste.org.br.
As entidades realizaram uma pesquisa e constataram que os consumidores não conseguem adquirir a quantidade exata de medicamentos prescrita pela falta de regulamentação específica. O levantamento foi feito a partir de 49 visitas a farmácias de em cinco capitais brasileiras: São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte e Brasília. Segundo a coordenadora institucional da PRO TESTE, Maria Inês Dolci, a aprovação do projeto de lei evitaria gastos (grande parte dos medicamentos prescritos não são consumidos integralmente) e risco de intoxicação com o armazenamento de medicamentos.
Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que, nos últimos dez anos, 28% de todos os casos de intoxicação atendidos pela rede pública hospitalar foram causados pelo uso indevido de remédios que os consumidores mantinham em casa. Até o momento, apenas 15 laboratórios solicitaram à Anvisa o registro para fabricar 175 tipos de remédios fracionados, a maioria genéricos. "Com a economia proporcionada pelos fracionados, as famílias poderia destinar o dinheiro a aquisição de alimentos ou bens de consumo", afirmou o presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew.
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Nº 341
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Ele já está no Salão do Automóvel, mas na próxima semana, dias 10 e 11, a Peugeot apresenta oficialmente o crossover 3008, na cidade de Foz do Iguaçu (PR).
Fotos: Anderson Cavalcante
A visão feminina sobre o Salão Tem até quem diga que se não houvesse dificuldades não teria graça. O Anhembi está cheio de novidades e, com certeza, valerá o esforço neste final de semana. ANDERSON CAVALCANTE
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Salão Internacional do Automóvel de São Paulo fecha suas portas no próximo domingo e vai deixar saudade. Depois, só daqui a dois anos. Então aproveite o final de semana, calce algo confortável para não judiar dos pés - eles vão levar você por uma longa caminhada - e use roupa leve, se estiver frio leve um agasalho fácil de carregar, pois lá dentro o clima esquenta. Antes de sair de casa, alimentese. Afinal, você não quer que o ronco do seu estômago dispute espaço com o mais agradável, o dos motores. Para ter uma ideia das dificuldades enfrentadas e das atrações preferidas pelo público, acompanhamos duas irmãs, Adriana e Gisele, que decidiram visitar a exposição no sábado passado. A chegada ao Anhembi foi por volta da 14h e, só para variar, o estacionamento principal já estava lotado. "Claro que isso não é um privilégio do Salão. Já passei por isso em outros eventos, como a Bienal do Livro, mas no sábado as filas estavam rodeando todo complexo do Anhembi - entre a Avenida Olavo Fontoura e a Marginal Tietê. Para piorar, muita gente deixa para tirar dinheiro nos caixas eletrônicos que ficam dentro do pavilhão e não sabe que o pagamento do estacionamento (R$ 25) tem que ser feito na entrada, piorando ainda mais o trânsito. No final, decidimos guardar o carro na rua Voluntários da Pátria que fica um pouco longe, mas que evitou maiores dores de cabeça e que custou apenas R$10", esclareceu Gisele. Por sorte, elas já haviam comprado os ingressos pela internet, o que evitou mais tempo perdido. Já dentro do Pavilhão, Adriana já tinha em sua cabeça roteiro previsto. Como noviça - era seu primeiro Salão do Automóvel - os sonhos já eram antigos: o Chevrolet Camaro, Ferraris, Lamborghinis, Porsches e, principalmente, ver a estreia no Brasil do superesportivo, em produção, mais rápido do mundo, o Bugatti Veyron Grand Sport, que atinge 417 km/h. Mas, chegando lá, outro estande que chamou muita atenção das meninas foi o da inglesa Aston Martin, e não foi somente pelos luxuosos carros, mas também pelos modelos vestidos impecavelmente para representar a marca. Bom, pelo menos na nossa frente elas não abusaram das antigas "cantadas" que alguns homens ainda usam com as modelos que trabalham em outras montadoras e que, educadamente, mantêm o sorriso no rosto mesmo após ouvir a uma das muitas frases sem graça do dia: "se eu fizer o cheque ago-
ra, levo o carro e você junto?". Mas, voltando aos carros, outro estande em que Adriana se divertiu foi o da Audi, em que as duas tiveram a oportunidade de entrar em alguns dos modelos da marca alemã. "Pena que não deu para entrar no R8 Spyder, ele é lindo por fora, e, pelo que vi nas fotos, por dentro também é sensacional". Enquanto isso, Gisele se emocionou ao entrar no Jeep Wrangler e, principalmente, ao visitar estande do Instituto Ayrton Senna, "ele estaria completando 50 anos agora, em 2010. Acho uma homenagem mais do que justa, além do filme sobre a vida dele que será lançado neste mês de novembro". Pausa - A caminhada já havia se alongado bastante, principalmente para Adriana que insistiu em usar um "saltinho", então as meninas foram procurar a Praça de Alimentação para um breve descanso. Aí a reclamação foi geral. Adriana disse que os preços são "salgados" e que deveria haver mais caixas eletrônicos e uma melhor sinalização sobre sua localização. Gisele completou: "claro que já esperávamos que o local estivesse lotado, mas além da demora no atendimento e das mesas todas ocupadas, muitas lojas não aceitavam cartão de crédito ou débito. Mas não dá só para reclamar, estas dificuldades fazem parte do passeio e dão maior graça na hora de contar as histórias. Para encerrar a visita, as irmãs deixaram para o final a visita ao estande da Volvo. O motivo é simples: "aprendi a admirar os carros da marca depois que eles estrelaram os filmes da saga Crepúsculo. Eu não podia sair daqui sem tirar algumas fotos do C30 e do XC60. É uma pena que a Aston Martin não tenha trazido o Vanquish que é um dos modelos mencionados no 4º livro da saga (Amanhecer)", completou Adriana.
ATÉ O ANHEMBI, A PÉ
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Mercedes-Benz SLS AMG GT3 e Chevrolet Camaro, outras estrelas do Salão
Ao lado, o Bugatti Veyron, um dos principais atrativos para Adriana e Gisele. Outro estande que fizeram questão de apreciar foi o da sueca Volvo, o motivo: fotografar os modelos utilizados nas filmagens da saga Crepúsculo.
POLO GT
N
á também a opção de ir de metrô e pegar o ônibus oferecido pelo evento e que sai da estação Portuguesa/Tietê. Fernanda Pressinott, jornalista do Diário do Comércio, também visitou o Salão durante o final de semana do "feriadão" e foi de metrô. Mas ao chegar na estação Tietê se assustou com a fila para o ônibus gratuito, com uma espera que chegava a até duas horas. Mesmo grávida e, por isso, caminhando sem pressa, decidiu seguir ao evento a pé e levou apenas 15 minutos até o portão principal do Anhembi. Diferente de Gisele que considerou o fato do público feminino estar, cada vez mais, se interessando por automóveis, Fernanda também observou o considerável aumento no número de mulheres visitando o evento, mas percebeu e escutou de algumas, que estavam indo ao Anhembi para paquerar. "Teve até quem dissesse que lá era a maior concentração de homens por metro quadrado, neste momento, na cidade de São Paulo".
LANÇAMENTO
O COMPACTO QUE EMOCIONA
LIVRO MOSTRA NOSSAS ESTRADAS
Gostoso e rápido, o modelo VW agrada a quem gosta de esportivos
Lançamento do "Na Estrada" será dia 10, na Livraria da Vila
o início de sua carreira, o Polo, além da versão 1.6, tinha também um modelo com motor 2.0 hatch. Este último saiu de linha e em seu lugar veio o sedan, que tornou-se campeão de vendas da linha , como ocorre com quase todos os carros que têm os dois tipos. Muita gente sentiu saudades daquele motor mais potente que permitia um dirigir mais emocionante, com boa arrancada, facilidades nas ultrapassagens dentro de um cockpit que oferece conforto de um modelo acima da categoria. Pois agora a Volkswagen está trazendo de volta o motor 2.0, desta vez na versão Polo GT, com 85 e 88 cavalos, usando gasolina e álcool, respec-
tivamente. A aparência e a potência fazem juz ao logo "GT", colocado na traseira do carro, junto com a marca de 0 a 100km/h , conquistada em menos de 10s, com álcool, naturalmente. A final varia entre 195 km/h e 197 km/h, com o etanol vencendo novamente. No porta-malas, 250 litros de capacidade, que pode mais que dobrar quando os bancos estão rebaixados. E no tanque, 50 litros de combustível. Dirigir o Polo GT é uma delícia emocionante nas "robertianas" curvas da Estrada de Santos (lembra? Música de Roberto e Erasmo, lindamente interpretada por Elis Regina). Ele responde bem ao pé direito, faz curvas com grande propriedade - as rodas de liga leve 15", na cor cinza cyclone, coadjuvadas por pneus 195/55 R15, ajudam nesta performance - e para bem com o ABS (opcional). Cara de mau -Olhado de fora o Polo GT mostra sua aparência esportiva com sua antena eletrônica no teto (haste curta), coluna B preta, faróis com duplo refletor e máscara negra. Para reforçar, os retrovisores externos
têm carcaça pintada na cor do veículo e pisca lateral integrado, o spoiler traseiro, na tampa do porta-malas, que vem apenas como decoração, já que nas velocidades atingidas ele não faz efeito, vem em preto brilhante. Na grade do radiador o logo "GT" e moldura com detalhe em vermelho e lá na traseira, saída dupla de escapamento. As carcaças dos retrovisores são pintadas em preto brilhante. Por dentro - Os bancos, do tipo Comfort" - em couro e com faixa central em tecido - têm regulagem de altura para o motorista que também pode ajustar o volante na altura e na profundidade. O painel de instrumentos recebeu design esportivo. Entre outros itens de conforto, piloto automático, abertura elétrica interna e na chave do porta-malas e arcondicionado eletrônico com regulagem digital, além de alerta na marcha à ré, quando o retrovisor do lado direito se inclina automaticamente quando esta marcha é engatada. O air bag, de série, é duplo: para motorista e passageiro. chicolelis
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elina Resende e Ricardo Ferreira, fotógrafos, lançam seu livro "Na Estrada", no próximo dia 10 na Livraria da Vila/Fradique Coutinho, a partir das 18h30, um ensaio fotográfico sobre as estradas do Estado de São Paulo e seus personagens. Segundo seus autores, "o ensaio fotográfico faz uma radiografia das rodovias paulistas e mostra três grandes temas: a estrada, a natureza morta e o humano". Com tiragem de 3 mil exemplares, o livro, com 176 páginas e 161 imagens, da Editora Beca, custa R$ 55.
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O FANTASMA DA ÓPERA O musical estreou em 1988 e é o show em cartaz por mais tempo na história da Broadway
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FAMOSOS BRILHAM NOS PALCOS DA BROADWAY Antonella Salem
Da adaptação do clássico de Shakespeare 'O Mercado de Veneza' a 'Homem Aranha' com trilha sonora do U2, o distrito dos teatros de Nova York nunca brilhou tanto Antonella Salem
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fim de ano em Nova York, época mais celebrada do calendário e, junto com as festas, muitas estreias nos palcos da Broadway. A “Grande Via Branca”, como é chamada a luminosa região dos teatros entre as Ruas 42 e 53, faz fama desde a década de 20 e viu passar e ficar grandes comédias, operetas e musicais que fizeram história. Hoje, o concorrido cardápio de produções vem sempre recheado por um time de estrelas do cinema e da música e são inúmeras as adaptações de clássicos. Al Pacino brilha na produção shakespeariana O Mercador de Veneza, com início neste fim de semana no Delacorte Theatre. No verão passado o ator atraiu milhares na pele do personagem Shylock no projeto Shakespeare in the Park. Mrs. Warren’s Profession é mais uma obra de um mestre da literatura na Broadway: George Bernard Shaw. A peça, que começou em outubro, é encenada pelas premiadas Cherry Jones e Sally Hawkins. Outra estreia que promete ser concorrida nesta nova leva é o musical Mulheres à beira de um Ataque de Nervos, uma adaptação do filme de Pedro Almodóvar, do diretor Barlett Sher. A história apresenta mulheres que se desesperam tentando encontrar seu amante. E quem não se lembra do filme vencedor do Oscar Conduzindo Miss Daisy, com Morgan Freeman e Jessica Tandy? Poucos sabem que antes de estar na grande tela foi uma peça offBroadway e acaba de entrar em cartaz novamente com Vanessa Redgrave e James Earl Jones vivendo a delicada relação entre uma senhora judia e um motorista negro. Do cinema para a “Grande via Branca” também veio Cristina Ricci, de A Família Addams, que teve seu début na Broadway no lugar de Alicia Silverstone em Time Stands St il l, um drama que está em temporada esticada sobre a fotojornalista de guerra Liney. Música – Fãs dos Beatles certamente vão aprovar a apresentação do grupo Rain, uma experiência que promete
Fotos: Divulgação
Do cinema para o palco: na equipe de 'Spider Man' , diretora Julie Taymor (no meio), The Edge (à esq.) e Bono Vox. 'Conduzindo Miss Daisy' traz James Earl Jones e Vanessa Redgrave (ao lado).
ser fiel a um show real dos rapazes de Liverpool, incluindo figurinos, penteados e músicas nunca tocadas ao vivo. Emoções estão mesmo garantidas nos teatros nova-iorquinos. No próximo dia 14 está prevista a tão aguardada estreia de Spider-Mar: Turn Off the Dark, musical sobre o superherói com canções originais de Bono e The Edge, do U2. E aproveitando o fim de ano, Sebastian Arcelus dá vida ao humano criado como elfo no Pólo Norte, que parte em busca de seu pai biológico, na hilária comédia Elf, adaptação do filme de 2003. Um programa divertido já em clima natalino.
RAIO X ONDE DORMIR Difícil encontrar hotéis econômicos em Nova York. A seguir, sugestões dos mais em conta, a partir de US$ 159, dependendo da época. . Affinia Dumont: 150 East 34th Street (entre Lexington e Terceira Avenida), www.affinia.com. Doubletree Metropolitan: 569 Lexington Avenue (com Rua 51), www.metropolitanhotelnyc.com. Hudson Hotel: 356 West 58th Street, (entre Oitava e Nona Avenidas) www.hudsonhotel.com.
Região teatral faz fama desde a década de 20. Nova leva de produções reúne estrelas do cinema e da música.
FAÇA AS MALAS Visto: todas as informações pelo www.visto-eua.com.br. Fuso: uma hora a menos em relação a Brasília.
Fotos: Divulgação
Contagem regressiva para o Natal
N Show natalino: árvore e rinque de patinação do Rockefeller Center (à esq. e à dir.) e a decoração nas ruas.
ovembro marca o início da transformação de Nova York em uma das cidades natalinas mais belas e efervescentes do mundo. Começa hoje e se estende até 30 de dezembro o tradicional Christmas Spectacular do Radio City Music Hall. O show das dançarinas Rockettes chega este ano à sua 78ª edição. Já dia 17 se inicia no Madison Square Garden a temporada do espetáculo Wintuk, do grupo canadense Cirque du Soleil. Crianças têm 30% de desconto neste show de acrobacias em torno da história de um menino em busca da neve no mundo imaginário de Wintuk – até 2 de janeiro. Pouco depois, dia 25, o 84º desfile de Ação de Graças apresenta a chegada de papai noel na Herald Street. A Macy’s Thanks-
giving Parade começa às 9h da manhã na Rua 77 com Central Park West, passa pela Columbus Circle, Sétima Avenida, Rua 42, Sexta Avenida e Rua 34. No dia seguinte, o New York City Ballet estreia O Quebra Nozes, de George Balanchine, um espetáculo mágico e imperdível que segue até 2 de janeiro. A iluminação da árvore no Rockefeller Center, dia 30, é outro dos eventos mais esperados do calendário festivo. Este ano, a decoração está mais sofisticada e ecológica, com luzes de LED e uma estrela de Swarovski. E a partir de 1º de dezembro, os grandes magazines, como Bloomingdale’s, Bergdorf Goodman, Barneys e Saks Fifth Avenue, exibem suas vitrines espetaculares e promoções de fim de ano. (AS)
'O Quebra Nozes', do New York City Ballet.
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cultura
TEATRO A Cia da Revista exibe a tragicomédia Amor de Servidão, escrita por Marçal Aquino e Marília Toledo. O grupo ocupa os palcos dos CEUs. Dia 08, (segunda-feira), às 20h, CEU Jambeiro, Avenida Flores do Jambeiro, s/nº, Guaianazes. Dia 11 (quinta-feira), às 19h30 no CEU Quinta do Sol, Avenida Luiz Imparato, 564, Penha.
Fotos: Divulgação
A arte de Ernesto Neto pode ser contemplada no Museu de Arte Moderna (Mam). O artista exibe, na grande sala, instalações possíveis de o público interagir tanto visualmente quanto tocando na obra. Parque do Ibirapuera, Avenida Pedro Álvares Cabral, portão 3.
Grátis! A Cidade é um espetáculo.
Biblioteca Móvel Itapemirim: incentivo.
Jorge Kieh/Divulgação
VISUAIS
Diversão sem limites na 4ª Semana Ticket Cultura & Esporte
LEITURA
Rita Alves
A Biblioteca Móvel Itapemirim visitará quatro unidades dos CEUs, além da Praça Vitor Civita. Quem estiver pelos locais poderá participar de diversas atividades: rodas de leitura, histórias com fantoches, oficinas lúdicas, capacitação de multiplicadores voluntários e empréstimo de livros para leitura no local. A última parada será na Praça Vitor Civita.
ESPORTE Merece atenção especial também as clínicas esportivas que estarão sob orientação de profissionais do Esporte Clube Pinheiros e da Confederação Brasileira de Judô. Neste sábado (6), às 10 horas, no CEU Jardim Paulistano (Rua Aparecida do Taboado, s/n, Brasilândia) haverá demonstrações de modalidades olímpicas (vôlei, handebol, ginástica artística, atletismo, pólo aquático, natação, esgrima e basquete).
Zauberflöte Ensemble
PLATEIA MIRIM O grupo Cia da Revista encena três peças: A Odisséia de Arlequino (foto), O Doente Imaginário e O Cortesão e o Tempo.
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eserve espaço na sua agenda. Um bom espaço. Até o próximo dia 15, acontece na cidade a 4ª Semana Ticket Cultura & Esporte. O evento reúne 200 atividades gratuitas, distribuídas em todas as regiões de São Paulo. Vinte unidades do Centro Educacional Unificado (CEU) serão sede das atrações, além de outros quatro tradicionais locais do Centro: Praça Vitor Civita, Museu de Arte Moderna (Mam), Circo Zanni Rua Augusta com Rua Caio Prado) e o Museu de Arte de São Paulo (Masp). "A cidade é um espetáculo" é o conceito da 4ª Semana Ticket Cultura & Esporte, cuja expectativa é atrair cerca de 100 mil pessoas. E o cardápio cultural do evento agrupa opções para todos os
Daigo Oliveira
gostos: circo, música, cinema, teatro (infantil e adulto), artes visuais, incentivo à leitura, educação ambiental e esporte. A cantora Mariana Aydar abriu a festa no último dia 3, no HSBC Brasil. Perdeu o show? Fique de olho para agendar outros destaques. Uma boa pedida é acompanhar a programação da Praça Vitor Civita (Rua Sumidouro, 580). Nesta edição, o público tem diversão garantida com atrações teatrais e musicais, além de atividades ligadas ao universo literário. Michel Freidenson Trio é uma das opções musicais da praça. Com seu swing marcante, Michel Freidenson (piano), Pichú Borrelli (baixo) e A.C. Dal Farra (bateria) trazem na lista do dia interpretações de músicas como Viola Violar (Milton Nascimento), Trenzinho do Caipira (Heitor Villa-Lobos) e Samba de Verão (Marcos Valle), no dia 7, às 13h30. Outro que promete encantar a plateia é o pianista, arranjador e compositor Nelson Ayres, líder desde 2000 do Nelson Ayres Trio, atração do dia 15, às 13h30. Os CEUs também receberão o projeto itinerante Biblioteca Móvel Itapemirim, cujo objetivo é incentivar à leitura. "A Biblioteca Móvel é uma carreta que vai percorrer quatro unidades dos CEUS e finalizar a viagem na Praça Vitor Civita, no dia 15", informa Rodrigo Cândido, gerente de comunicação e marketing digital da Ticket. Ele conta que o público da biblioteca é rotativo e terá a chance de emprestar livros para
Dani Gurgel: faz duo na Vitor Civita. animado Peixonauta. leitura no local, participar de rodas de No teatro, há alternativas para leitura, histórias com fantoches, adultos e crianças. Os pequenos oficinas lúdicas, entre outras poderão ocupar seus lugares tanto na atividades. A biblioteca estará de Praça Vitor Civita quanto nas unidades portas abertas tanto para o público dos CEUs. Os aplausos serão para três infantil quanto para o adulto. "A espetáculos infantis, da Cia da Revista: O família é o público alvo do evento", Doente Imaginário (no alto), A Odisséia enfatiza. Este ano os visitantes poderão aproveitar melhor Eduardo Barcellos as atividades, já que dois finais de semana farão parte dos 15 dias da 4ª Semana Ticket Cultura & Espor te. Que tal aproveitar o clima de sétima arte que a cidade respira com as opções do Festival de Jardins no Museu de Arte Moderna evento? Abasteça o reservatório de pipoca porque a programação reserva de Arlequino e O Cortesão e o Tempo, da oito longas nacionais, entre eles quatro dramaturga Marília Toledo. Já os adultos infantis: Cine Cocoricó - Uma Aventura na poderão assistir a dois espetáculos nos Cidade, Os Porralokinhas, O Ano em que CEUS: Amor de Servidão e O Buraco. Meus Pais Saíram de Férias, Romance, Menino da Porteira e Besouro – Nasce um Quer mais? Veja a programação Herói. Será possível assistir ainda a completa em diversos episódios do desenho www.semanaticketcultura.com.br
Página
CIRCO VOZ E VIOLÃO A música popular será a trilha sonora da Praça Vitor Civita durante a apresentação do duo Tatiana Parra e Conrado Goys. Rua Sumidouro, 580, Pinheiros. Dia 10, 13h. Eduardo Barcellos
Equilibristas, malabaristas e muita palhaçada é o que o público vai encontrar na participação da turma do Circo Zanni, em cartaz na Rua Augusta com Rua Caio Prado, s/nº, Consolação. Segunda a sexta, às 15h. Sábados e domingos, às 17h.
Carlos Gueller/Divulgação
2 Edu L obo ilu mina show d e talen to s . E SP revela a diver sidade música da brasile ira. Leit questõ ura: es relig iosas n a África do Sul. Página 3 Isabe Huppe lle rt, estre la do film Minha e Terra, Á frica. P 4No ca ágina rdápio , 32 cor carne. tes de Página 5 TV: astr estrela os e s do tea tro nac ional. Página 6 Discu tindo a educaç ão nos EUA.
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Zé Carlos Barreta/Hype
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Fotos: Arquivo DC
cultura
Racismo religioso na África do Sul Renato Pompeu
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MÚSICA BRASILEIRA Tradição e diversidade André Domingues
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plateia que for ao Auditório Ibi- "Cada um tem uma escola, um jeito, e rapuera neste final de semana ver todo mundo pondo isso no caldeivai perder metade, ou mais, do show rão está sendo demais!", exalta o conNa Mira da Música Brasileira, dirigido trabaixista Fábio Sá. "Cada mistura é pela produtora Miriam Taubkin (cen- sempre diferente e interessante", tro) e pelo diretor cênico Gabriel Paiva. emenda o baterista Pedro Ito. "Você coAcontece que o processo que o gerou - loca as músicas na roda e não sabe previsto para ser editado posterior- muito bem o que vai acontecer", commente em vídeo - é tão interessante pleta o sambista Rodrigo Campos. quanto o resultado final. Miriam teve a O ambiente que se podia ver nos ideia de reunir oito jovens músicos que ensaios era, de fato, dos mais estimudespontaram de 2000 para cá, segui- lantes. Havia um evidente esforço padores de estéticas bem diferentes, e ra um intercâmbio máximo de expepropor a criação coletiva de um espe- riências. Um exemplo disso se deu na táculo. Ousadia pura. O risco da pro- passagem de Quase Caindo, tema de posta, porém, foi contrabalançado pe- encerramento, em que a MC Lurdes la qualidade dos escolhidos: Rodrigo da Luz demonstrou insegurança com Campos (cavaquinho e voz), Ricardo a fusão de rap e embolada que estava Hertz (violino), Pedro Ito (bateria), Lu- testando. "Não tem nada, não, está ficas dos Prazeres (percando ótimo!", rescussão), Hugo Linns ponderam os demais, (viola dinâmica), Fábio quase em uníssono. Ao Sá (contrabaixo), Thiafinal, a garota (a única go França (sax e flauta), no projeto) derramouLurdes da Luz (MC). se em elogios à postuJuntos, eles desenvolra dos companheiros: veram números que re"Isso, para mim, é um fletem bem uma qualicrescimento artístico dade da geração desta que eu demoraria década: a busca do hi- Zé Carlos Barreta/Hype anos para ter!". bridismo sonoro. Uma outra face interessante da Miriam, que vem de uma família elasticidade musical dos convidados bastante musical (é irmã do pianista por Miriam é sua abertura para a expeBenjamin Taubkin), passou a prestar rimentação formal. O violinista Ricarmais atenção nos talentos emergentes do Herz, por exemplo, trouxe o tema da MPB em função de acompanhar os De Tudo Um Pouco, composto num inpassos iniciais da carreira da sua filha, a comum compasso de 11/4, resultado cantora Luiza Maita. Ficou logo entu- de pesquisas feitas na França. Não é, siasmada, notando uma grande capa- porém, uma música de difícil digescidade com que circulavam entre refe- tão, conforme ele próprio salienta. "É rências diversas. "O que eu acho mais uma melodia fluente, baseada numa bacana nessa geração é como eles clave bem tribal, com influências do conseguem ficar tão à vontade em lin- norte da África, mas também da rabeguagens tão diferentes", comenta. ca brasileira e da música pop na harEssa percepção, da qual nasceu o monia", explica. Um que gostou muiprojeto Na Mira da Música Brasileira, foi to desse desafio foi Rodrigo Campos, um grande acerto. A ideia caiu como que encaixou bem seu cavaco no teuma luva para os músicos convidados. ma. "É mais difícil inventar uma levada
nova para samba. Em 11/4, qualquer coisa que você fizer já fica diferente, né?", comenta. A grande pluralidade da geração focada por Miriam Taubkin, porém, não tem a ver com a falta de referênciais tradicionais na sua formação. Pelo contrário. Seu desenvolvimento se deu justamente num momento em que a pesquisa sobre manifestações brasileiras chegou ao auge. O saxofonista Thiago França, inclusive, vê uma relação íntima entre a busca da tradição e da diversidade. "Na década passada rolou uma imersão na música da gente, na tradição, o que alicerçou todo mundo e deu segurança suficiente para poder experimentar e trocar com qualquer outra linguagem", argumenta. Não há, porém, forma melhor de entender esse trânsito entre linguagens diferentes, entre tradição e modernidade, do que assistir aos shows de Na Mira da Música Brasileira. Para se aproximar do seu teor, contudo, vale acompanhar o testemunho do violeiro pernambucano Hugo Linns sobre o que foi feito da sua Alvorada. "O que eu trouxe era um baião de viola lento, mas no meio aconteceu uma coisa bem diferente: Lurdes fez uns versos, botando quente, mesmo, na rima. Aí, a galera entrou bem pesadão, com baixo, bateria, e levou a música pra outro lugar", conta. Perguntado sobre o que virou a música, Hugo responde de maneira tateante, mas conclusiva: "Rapaz, eu não sei dizer, não... Sei dizer que é bom!". Na Mira da Música Brasileira. Auditório Ibirapuera. Avenida Pedro Álvares Cabral. Portão 2 do Parque do Ibirapuera. Sexta (5). Sábado (6). 21h. R$ 30.
Zé Carlos Barreta/Hype
No alto, Herz (violino), Linns (viola dinâmica). Acima, a turma do talento em busca do hidridismo musical: Lurdes, Ito, Herz, Linns, Sá, França.
urante décadas, no século XX, setores estratégicos da sociedade brasileira diziam lamentar que o Brasil tivesse sido colonizado por um povo "atrasado", como os portugueses, e não por povos "adiantados", como os ingleses, franceses e holandeses. Esses setores comparavam o Brasil com, por exemplo, os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia - esquecendo-se da Nigéria, ou do Sudão - e apresentavam como modelar a ocupação do Nordeste brasileiro pelos holandeses. Não só a esses setores, mas a todos os brasileiros, é recomendável a leitura do livro Um Arco-Íris na Noite - A Heroica Epopeia de uma Nação Marcada por um Pesadelo Chamado Apartheid, do jornalista francês Dominique Lapierre (foto), recém-lançado pela Planeta, dois anos depois de ter sido originariamente editado na França. Trata-se de uma história da África do Sul desde que ali se instalaram, em 1652, os primeiros colonos holandeses, enviados pelas autoridades do seu país com o fim de cultivarem alimentos frescos que prevenissem o escorbuto, doença mortal causada pela falta de vitaminas e que grassava entre os marinheiros dos navios que faziam a rota Holanda-Cabo da Boa Esperança-Ásia e vice-versa. No entanto, esses chamados "plantadores de alface" para abastecer navios em trânsito estavam imbuídos dos valores da Igreja Reformada de seu país, a qual seguia a teologia do líder religioso francês João Calvino, do século XIV, um dos principais pensadores do protestantismo. Segundo Calvino, a riqueza oriunda do trabalho era uma indicação de que o indivíduo e a família tinham sido atingidos pela graça de Deus e assim recebiam uma recompensa por levarem uma vida sem pecado. Em contrapartida, a pobreza era uma indicação de
que a pessoa vivia em pecado, sendo assim castigada por Deus. Não só isso: a Bíblia dizia que Deus tinha escolhido um povo por ele eleito para receber a Terra Prometida. Se no passado esse povo tinham sido os judeus, agora, segundo a doutrina da Igreja Reformada da Holanda, esse povo eram os holandeses, que tanto haviam sofrido pela sua fé, ao serem perseguidos e torturados pelos católicos espanhóis. Os integrantes desse povo eleito, para os plantadores de alface na região do Cabo, tinham sido agraciados por Deus com as belas terras da África do Sul. O povo eleito era branco e os não-brancos não haviam, para esses holandeses pios e crentes, sido criados à imagem e semelhança de Deus. Portanto, os calvinistas holandeses, reforçados por correligionários franceses e de outras nações europeias, passaram a ocupar a África do Sul sem se misturarem com os povos que ali encontravam, todos negros, como os xhosas e os zulus. Os colonos brancos, fiéis a essas convicções de que o lucro é uma dádiva de Deus a quem vive sem pecado e de que os brancos do Norte da Europa são o povo escolhido por Deus para ocupar a Terra Prometida, transformaram pelo trabalho duro as savanas do sul da África em jardins, hortas, pomares e plantações, mantendo os negros segregados e confinados como escravos, já que, na sua concepção, pouco se distinguiam das bestas de carga ou dos animais de tração. Essa é a origem não tão remota do apartheid. Em fins do século XVIII chegaram à região os britânicos, que dominaram os brancos ali instalados e pretendiam pôr fim à escravidão. Isso era uma heresia para os descendentes de calvinistas holandeses e de huguenotes franceses que se
haviam desenvolvido num povo novo, o africânder, que falava até um idioma diferenciado em relação ao holandês. Os britânicos queriam inclusive que os negros tivessem direito a voto, desde que tivessem uma polpuda renda mínima, o que era uma heresia ainda maior para os africânderes. Estes procuraram criar países independentes em relação aos britânicos, no Transvaal e na região de Orange. Isso levou, nos fins do século XIX, à chamada Guerra dos Bôeres ("boer" significa "camponês" em africânder), em que os africânderes enfrentaram forças britânicas numericamente dez vezes maiores, as quais tiveram porém enormes dificuldades para vencer. Nessa guerra, os britânicos inventaram o campo de concentração de prisioneiros em condições que causavam mortes em massa, invenção depois imitada por nazistas e stalinistas. Os bôeres perderam a guerra, mas anos depois ganharam a paz, quando o governo britânico reconheceu seu direito à autonomia administrativa e política. Já nos anos de 1930, importantes jovens quadros bôeres foram se "aperfeiçoar" intelectualmente na Alemanha Nazista e, no pós-Segunda Guerra Mundial, adotaram contra os negros várias das leis que Hitler havia aplicado contra os judeus. Foi a instituição do apartheid, com centenas de leis discriminatórias. Daí em diante, o foco de Lapierre deixa de ser os brancos, para serem os negros que lutaram, afinal vitoriosamente, contra o apartheid. O autor narra em tom de saga e de epopeia toda essa trajetória. Há alguns problemas de revisão da tradução, como o emprego de "Picard" como se fosse nome próprio, quando se trata de "natural da região francesa da Picardia", e de "Cham", grafia francesa do nome de Cam, um dos filhos do Noé da Arca, na Bíblia.
Sérgio, Edu, Dori. Afinidades...
Sérgio Santos, Edu Lobo e Dori Caymmi: litoral, marés e mar...
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ormalmente, uma indicação ao Grammy ecoa mais entre artistas do meio pop do que entre gente menos dada a badalações. Na escolha de melhor canção brasileira deste ano, porém, houve uma pequena inversão, com o projeto de um show comemorativo com Sérgio Santos, Edu Lobo e Dori Caymmi a ser realizado no Sesc Vila Mariana. Acontece que ostrês indicados, além de amigos pessoais, têm grandes afinidades artísticas entre si, fazendo das concorrentes Litoral e Interior, de Sérgio, Quebra-Mar, de Dori, e Tantas Marés, de Edu, três ramos de um mesmo tronco musical (o mesmo que, aliás, também deu Tom Jobim, Baden Powell, Francis Hime e outros galhos fortes). Não poderia haver um título melhor para esse encontro do que Confluências, criado por Sérgio Santos, organizador do evento e compositor do tema instrumental homônimo que será tocado por todos. "É um nome sonoro e traz a ideia de rios que fluem para o mesmo leito. O Dori e o Edu são um Amazonas e um São Francisco, e eu sou um ribeirãozinho...", descreve modestamente. O autorretrato é excessivamente humilde, mas sincero. Sérgio, que já participou de trabalhos dos dois colegas, sonhava com dividir o palco com eles desde que começou a se entender por músico. "Essa geração deles é incomparável. O
que eles ajudaram a construir é o que até hoje se entende por música brasileira no mundo todo", diz. Fiel seguidor da linha de Edu e Dori, Sérgio se propôs como meta avançar naquela união do refinamento melódico e harmônico herdado da bossa-nova com o riquíssimo manancial regional brasileiro. "É preciso pegar essa linguagem e dar uma passinho adiante. Não sei se consigo, se consegui ou se vou conseguir um dia, mas não deixo de tentar, afinal, como o Brasil tem uma diversidade musical absurda, é pouco inteligente ter esse banquete à disposição e ir comer no Mc Donald's", argumenta convicto. As afinidades entre Sérgio, Edu e Dori não param no direcionamento estético, mas chegam ao próprio cotidiano de trabalho. Um caso claro disso é o fato de todos terem o letrista Paulo César Pinheiro como um dos parceiros preferidos para suas composições. Tanto que das três concorrentes, Paulo César é coautor de duas: Quebra-Mar e Tantas Marés. Dá até para dizer que a terceira, Litoral e Interior, por muito pouco não teve o mesmo fim, já que ele assinou quase todas as canções do disco em que saiu originalmente (Litoral e Interior, 2010). Outra semelhança entre eles é o tipo de músico que costumam procurar. Um ótimo exemplo disso é o contrabaixista
Rodolfo Stroeter, igualmente respeitado nos meios de música instrumental e vocal, que já tocou muito com Sérgio, Edu e Dori e que vai estar na excelente banda de Confluências, com o pianista André Mehmari, o baterista Tutty Moreno e o saxofonista Teco Cardoso. "Cada um deles é uma escola em seu instrumento", exalta Sérgio. Algo que aproxima Sérgio Santos, Edu Lobo e Dori Caymmi, por fim, é o fato de não darem muita bola para prêmios e oba-oba. Sérgio até vai para a entrega do Grammy em Las Vegas, no dia 11 de novembro, mas por mera curiosidade. "Vou lá pra ver como é isso, uma coisa muito distante para mim", comenta. A realidade é que, para esse tipo de músico, as glórias perseguidas são bem menos barulhentas e mais duradouras. É certo, por exemplo, que nem um eventual primeiro lugar no Grammy vai emocionar tanto Edu Lobo quanto a recente escolha da Osesp de incluir um frevo seu no bis da próxima turnê internacional. É uma questão de prioridades artísticas. (AD) Confluências. Sérgio Santos, Edu Lobo e Dori Caymmi. Teatro Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141. Tel.: 5080-3000. Sexta (5), sábado (6). 21h. Domingo (7). 18h R$ 30.
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ISABELLE HUPPERT ENFRENTA A GUERRA CIVIL EM UM PAÍS AFRICANO PARA MANTER SUA PLANTAÇÃO DE CAFÉ EM MINHA TERRA, ÁFRICA. CHEGA A 7ª SEQUÊNCIA DO TERROR JOGOS MORTAIS. COLLIN FARREL ENCONTRA A SEREIA ONDINE NOS MARES DA IRLANDA. CYRUS TRAZ MARISA TOMEI E JOHN C. REILLY EM DISCUSSÃO DE RELACIONAMENTO. E NO DIA 12, MAIS CHICO XAVIER NAS TELAS.
cultura
Cafezais em meio a fogo cruzado Lúcia Helena de Camargo
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ão são raros os países africanos nos quais acontecem conflitos armados que vitimam a população por muito tempo. Em maior ou menor grau, as guerras civis já atingiram Somália, Libéria, Serra Leoa, Angola, Sudão, entre outros. Em meio a diversas causas, a rivalidade de origem étnica está entre as mais comuns. Esse é o pano de fundo de Minha Terra, África, uma das estreias desta sexta (5). A francesa Isabelle Huppert encabeça o elenco, no papel de Maria Vial, dona de uma fazenda de café em um país africano no qual estoura uma rebelião.
Embora branquíssima, de olhos claros e cabelo ruivo, ela por vezes esquece que assim é sua aparência. Pragueja contra "Esses brancos arrogantes que não sabem apreciar a terra que têm." Maria se recusa a abandonar sua plantação, mesmo depois dos insistentes apelos do exército local para que deixe a província, por correr risco de ser morta pelos rebeldes. Ela acredita que abandonar a fazenda seria sinal de covardia. A propriedade rural tem se mantido na família por três gerações. "Se voltar para a França, vou me acostumar com o conforto. Lá não tenho motivos para ter
coragem", diz. Além dos pés de café, ocupa-se do filho Manuel (Nicolas Duvauchelle), jovem não muito afeito ao trabalho, que dorme o dia todo, não vê motivações na vida nem entende seu papel na sociedade. Mulher forte, Maria decepciona-se com a preguiça do rapaz e se martiriza questionando a educação que deu ao filho. Como ela, tão perseverante em seus propósitos, pode ter criado um adolescente superficial e fraco? O ex-marido de Maria, André Vial (Christopher Lambert), agora casado com uma jovem africana, com quem tem
um filho, trama algo em contrário, tentando vender a fazenda para sair do país. O prefeito local poderá ser um aliado na empreitada. Enquanto a fazendeira tenta impedir a debandada dos empregados e garantir a colheita do café – em cuja saca se lê "100% Arábica", ou seja, café de alta qualidade – um componente perigoso é adicionado à história. Um oficial rebelde pode estar escondido nas imediações. Talvez em uma das casas dos funcionários que já partiram temendo a anunciada carnificina, ou nos arredores da floresta que cerca o local. Cha-
Cartas enviadas depois da morte vier (Brasil, 2010, 87 minutos). O filme mostra conversas com famílias que procuraram Chico Xavier para que psicografasse cartas enviadas por seus filhos mortos. Acredite ou não na premissa de que o médium recebia as mensagens do além, pode-se assistir aos depoimentos com curiosidade sociológica. São investigados os sentimentos que se apoderam das mães ao identificar (ou não) nas missivas o jeito de falar de seus filhos, de que modo o fato mexe com a vida delas, como lidam hoje com a ausência, alémd e questionamentos sobre o sentido da vida. As conversas filmadas são in-
tercaladas pela leitura das cartas e por planos dos espaços vazios. A diretora e roteirista, Cristiana Grumbach, tem no currículo Morro da Conceição (2005), colaboradora de Eduardo Coutinho, foi assistente de direção e pesquisadora em Santo Forte; Babilônia 200; Edifício Master; Peões; O Fim e o Princípio , e também atuou como diretora assistente em Jogo de Cena.. As Cartas Psicografadas por Chico Xavier conta com a participação e Yolanda Cezar, Nyssia Leão de Oliveira, Sonia e David Muszkat, Thereza de Toledo Santos, Edinah e Armando Lodi, Piedade da Silva
Chapela, Maria Helena de Jesus Sonvêsso e Maura Pereira Cassiano. Não entraram no filme os casos polêmicos, nos quais mensagens psicografadas pelo médium foram utilizadas na justiça. De grande repercussão na época, uma delas foi em 1982, quando o tribunal acatou como prova o depoimento pósmorte do deputado federal Heitor de Alencar Furtado, filho de Alencar Furtado, ex-líder do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Ele teria declarado, através de Chico Xavier, que sua morte fora acidental. E assim o acusado de seu assassinato foi libertado. (LHC)
Fotos: Divulgação
espiritismo tem levado multidões às salas de exibição. Chico Xavier, lançado em abril deste ano, abriu caminho para Nosso Lar, longa-metragem inspirado no livro homônimo de Chico Xavier, que teve em setembro a maior bilheteria nacional no final de semana de estreia desde a retomada (nos anos de 1990), levando 600 mil pessoas aos cinemas. Só foi superado por Tropa de Elite, que bateu todos os recordes, com mais de seis milhões de espectadores até agora. Quem aprecia o tema, prepare-se. Na próxima sexta (12) chega o documentário As Cartas Psicografadas por Chico Xa-
rial" (título do filme em inglês), algo como "coisa de brancos" e, portanto, condenável ali. Minha Terra, África, indicado ao Leão de Ouro no Festival de Cine de Veneza 2009, é dirigido por Claire Denis, que foi feliz ao sintetizar nesse longa-metragem diversos problemas africanos que assolam o continente por muitas décadas. Minha Terra, África (White Material, França, 2009, 100 minutos). Direção: Claire Denis. Com Isabelle Huppert, Christopher Lambert, Nicolas Duvauchelle, Isaach de Bankolé, William Nadylam.
Casal em crise, o terror dos quebra-cabeças. E uma sereia irlandesa. Estrelado por Marisa Tomei (O Lutador) e John C. Reilly (Quase Irmãos; Magnólia), Cyrus faz piada com problemas de um casal maduro. A vida social de John vai mal e para completar, sua exmulher está para se casar de novo. Mas a sorte desse divorciado está prestes a mudar quando ele conhece uma mulher que pode fazer a vida valer a pena outra vez. Com participação de Jonah Hill (Superbad – É Hoje), roteiro e direção de Jay e Mark Duplass, tem no elenco Catherine Keener e Matt Walsh. Ondine (Irlanda/ Estados Unidos, 2009, 111 minutos) traz Colin Farrell como o pescador Syracuse, que um dia encontra em sua rede a sereia Ondine (Alicja Bachleda, foto abaixo, com Imagem Filmes/Divulgação Farrel). E, claro, fica perdidamente apaixonado por ela. Sua filha Annie (Alison Barry) acredita de verdade que a moça é uma criatura mágica. O conto de fadas se anuncia, mas é bom lembrar que o longa foi escrito e dirigido por Neil Jordan, então tudo pode ser diferente daquilo que parece. Ambientado nas belas costas da Irlanda, conta com fotografia assinada por Christopher Doyle (Paris, Te Amo) . Jogos Mortais - O final (Saw VII - 3D, Canadá/ EUA, 2010, 90 minutos, foto menor), promete ser o último capítulo da franquia. Agora, Bobby (Sean Patrick Flanery) une-se a um grupo de vítimas que busca superar o trauma causado por quebra-cabeças. Mas suas mentiras podem desencadear uma nova onda de terror.
Imagem Filmes/Divulgação
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mado de "boxeador" (Isaach de Bankolé), é respeitado por aqueles que pegam em armas contra o regime vigente. Entre os que empunham metralhadoras estão meninos e meninas de sete, oito anos de idade. Em uma das mais fortes cenas, um pai embrenha-se mata adentro portando um fuzil e levando o filho pequeno nos ombros, "a cavalinho". Nos olhos do homem, ódio. Nos do menino, algo como "Estou com meu pai e ele é valente." Em outra sequência emblemática, o rebelde manda o colega a jogar fora o isqueiro achado, porque seria "white mate-
Acima, Maura Pereira Cassiano, uma das mães que recebem cartas psicografadas por Chico Xavier.
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Fotos: Izabel Costa/Divulgação
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Na Massália de Pítias José Guilherme R. Ferreira
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Alcatra, carne com muitas fibras e ainda assim bem macia. A lateral vem com suculenta gordura.
m mapa (abaixo) estudado com lupa por Barry Cunliffe, professor de Arqueologia Europeia da Universidade de Oxford, mostra como o comércio de vinhos foi importante no crescimento de Massália (a atual cidade de Marselha, na França) – colônia portuária fundada em 600 a.C. por gregos da Phoacea. Os pontos pretos indicam os locais onde arqueólogos de várias expedições escavaram ânforas de vinho com o mesmo desenho das usadas comumente pelos mercadores e comerciantes de Massália, entre 540 e 350 a.C. Análises da constituição petrográfica da argila dessas vasilhas também ajudaram a indicar a localização das olarias originais. A maior parte dessas ânforas foram resgatadas na faixa de terra entre Ampurias e Nikaia (Nice), colônias vizinhas criadas depois de Massália. Mas alguns desses potes de argila "viajaram surpreendentemente para longe, para a costa da Itália, com concentração nas imediações da Baía de Nápoles, para o sul da Sicília e ao longo da Costa ibérica", escreveu Cunliffe no seu livro The Extraordinary Voyage of Pytheas the Greek (Walker & Company/2001). Pítias, o famoso massaliense que hoje tem merecida estátua bem em frente ao prédio da Bolsa de Marselha, foi um aventureiro grego que navegou não só pelo Mediterrâneo, mas pelas costas do Atlântico, alcançando as ilhas britânicas e terras geladas da Escandinávia. De suas detalhadas "crônicas científicas", reunidas na obra Peri tou Okean (No
Churrasco de qualidade em 32 cortes de carne Lúcia Helena de Camargo
Q Acima, a costela de tira, com o osso. Abaixo, a exótica
costela de tambaqui, trazida diretamente da Amazônia para a churrascaria. O peixe possui sabor característico, forte e marcado.
uem anda pela agitada avenida Rebouças sente o cheiro de churrasco ao passar nos arredores da fachada enfeitada por cavalinhos. Os aromas que escapam da churrascaria Vento Haragano, no número 1001, funcionam como convite aos carnívoros. E entregam o que prometem: carne de boa qualidade. A estrela da vez é a costela premium. Trata-se de um corte bovino situado numa região nobre, porém pouco explorada, tirada entre a segunda e a sexta costela. Conserva a maciez devido ao alto grau de marmoreio – a gordura contida entre as fibras da carne. Dica: é mais saborosa se consumida mal-passada. 32 cortes - No total, a churrascaria serve 32 cortes de carnes, todas assadas na brasa, incluindo picanha, alcatra, fraldinha, costela de ripa, bife ancho argentino, matambre recheado, carrê de cordeiro, costela de porco, leitão pururuca, tender, frango, perdiz e peixes. Entre esses a novidade é a costela de tambaqui. Trazida da Amazônia, possui sabor marcado. São consumidas, em média, 18 toneladas de carne todo mês. A picanha e a costela são as mais pedidas. Os passadores de espetos colocam nos pratos uma tonelada dessas carnes toda semana. O bufê, para começar ou complementar a refeição, dispõe de mais de 60 opções, entre saladas, frios e pratos quen-
tes. Aos sábados e quartas há a feijoada. E as entradas e guarnições servidas nas mesas incluem o recém-criado purê campeiro, arroz carreteiro, cebola empanada, batata frita, feijão tropeiro, entre outras. O rodízio custa R$ 88 por pessoa. Se optar por servir-se apenas do bufê, sai a R$ 54. Doces - Para a sobremesa, há bolo supremo (chocolate recheado com ganache e coberto com crocante e calda de cacau), tiramissu; torta tatin de maçã, limão e banana; cheese cake com geléia de frutas vermelhas, torta de morango com creme inglês. E os apreciadores de café contam agora com uma carta de cafés. Inaugurada em janeiro de 1993, a Vento Haragano, com capacidade para 350 pessoas, passou recentemente por reformas que remodelaram o bar, a área do bufê, além de troca de cadeiras e mesas e criação de uma área fechada para confraternizações e reuniões de negócios. Localizado no fundo do salão, o reservado é equipado com telão e laptop, e acomoda até 80 pessoas. Eventos maiores (120 pessoas, em média) são acomodados no auditório do andar superior. Ali também funciona (aos sábados, domingos e feriados) a sala de recreação, com jogos de videogame, brinquedos e filmes infantis, sempre com a supervisão de monitoras. E aquele cheirinho de churrasco que escapa para a rua não polui o ambiente, porque foi implantado um eficaz sistema de exaustão que neutraliza 98% da fumaça produzida.
José Guilherme R. Ferreira é membro da Academia Brasileira de Gastronomia (ABG) e autor do livro Vinhos no Mar Azul – Viagens Enogastronômicas (Editora Terceiro Nome)
Zé Carlos Barretta/Hype
Churrascaria Vento Haragano. Av. Rebouças, 1001, Jardim Paulista. Tel.: 3083-4265. www.ventoharagano.com.br Stand-up: animando comes e bebes.
No embalo do humor Armando Serra Negra
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tand up comedy e viradas de vinil nos poderosos toca-discos Technics (anos de 1980 e 90), aos sábados e terças-feiras, garantem a clientela do Bar Santa Cevada nas outras noites. Principalmente os bem-humorados, curtidores de boas risadas e baladas. No térreo de um edifício modernoso, anos 50, a fachada azul e rosa remete ao famoso arquiteto Artacho Jurado (1903-1983), uma impressão que não se confirma na pesquisa. Mas, chegando ou saindo, vale admirar o amplo painel de Cândido Portinari (19031962) – alegoria da selva amazônica com bichos – reO bufê da churrascaria: 60 opções entre saladas, queijos, frios e pratos quentes. produzido em cores leves na lateral direita do prédio, com vistas para a Avenida 23 de Maio. Toldo na entrada, as pilastras características sustentam o salão kitsch, estilo da época, inspirando a decoração dos tempos da brilhantina e rock'n roll. Currículo boêmio, o proprietário e DJ Marcelo Barreto (abaixo) animou os antigos bares Victoria Pub, Lambar e Aeroanta. Lançou bandas de sucesso, e deu um alô ausIzabel Costa/Divulgação picioso a Daniela Mercury, no início de carreira. "Ela esadega do Vento Haragano abriga seis mil garrafas de 450 tava cantando no Aeroanta; cheguei no camarote e a rótulos de vinhos de 14 países, entre nacionais, argenticonvidei para apresentar-se no Lambar". Início dos nos, chilenos, franceses, portugueses, australianos e outros. anos 1990, "um jornalista da Rede Globo entusiasmouSe quiser saber mais sobre cada um, peça a carta de vinhos se com o espetáculo, e chamou-a para animar a festa que traz, além nome, safra, mapa do local de origem da uva e de aniversário do SPTV... Ela decolou!", lembra Barreto. produção. E para escolher a garrafa que melhor acompanhá sua Zé Carlos Barretta/Hype Mesas e cadeiras claras, carne, você pode contar com a ajuda de um dos dois sommeliers de madeira maciça, duas da casa, Paulo Pereira de Lima ou Alcir de Souza Ubaldo. Entre as pin-ups grafitadas vigiam recomendações feitas por eles está um Syrah australiano, se a vaporosas o entra e sai. ideia for harmonizar com costela premium. A explicação: "esse O porteiro na calçavinho contém aroma de frutas negras, bom corpo, sutileza e tada, de olho nas comanninos presentes para contrapor as gorduras". Pretende comer das: pastel misto (R$ 20, picanha? Então vai bem um Malbec argentino, porque trata-se doze unidades), frango a de "uma carne suculenta, com fibras e boa porcentagem de gorpassarinho (R$ 20), chodura, que precisa de um vinho jovem e potente." E para compe Brahma (R$ 4), refribinar com a forte costela de tambaqui é recomendado um chargerante (R$ 3), couver t donnay do novo mundo "com passagem em carvalho". artístico (R$ 20).
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Oceano) , por volta de 320 a.C., restaram somente citações em livros de 18 escritores nos séculos posteriores, como o geógrafo grego Strabo. A vocação de Massália para o comércio vem de vários séculos anteriores a Pítias. Ânforas etruscas e utensílios para bebidas datadas de c. 650 a.C. foram encontradas em grande quatidade no delta do Rhône, bem na boca do rio, uma rota importante para o vinho, o sal, produzido em larga escala, e jóias criadas com corais, caminho em direção às terras bárbaras do Norte. Pítias ainda era menino quando Aristóteles elogiava as regras jurídicas e políticas da colônia e o Conselho formado por 600 homens, que elegiam outros 15 para levar adiante os negócios do austero governo. Funerais ostentatórios e roupas de casamento luxuosas eram proibidos, assim como o vinho para mulheres e exageros no consumo geral da bebida. Em compensação, relata Cunliffe com ironia, aqueles que desejassem cometer suicídio podiam submeter seu pleito ao Conselho (Timouchoi). Se julgado procedente, recebiam da cidade de Massalia, sem custo algum, a dose letal exata de cicuta.
450 rótulos para escolher
O DJ Vini Barcelos mistura música no tom certo, suavizando os bate papos. A comédia marcada para as 21h, não começa antes das dez. "Isso cria expectativa", aposta a humorista Carol Martin, rodeada de amigos que vão prestigiar. É ela quem escreve o próprio script, de imitações e piadas, nos intervalos do programa Pânico, da Rádio Jovem Pan FM (100,9) onde trabalha, e vai ao ar na hora do almoço. Brincando com celebridades – e emigrando para a TV – a atração foi criada pelo empresário Antonio Augusto "Tutinha" de Carvalho, veterano do humorismo e politicamente u=incorreto. Em início de carreira, apresentava sua criação, Djalma Jorge Show (1986-1991), com sucesso estrondoso. Parodiando Silvio Santos, o dono da JP irradiava as acrobacias de um calouro irreal, berrando aos domingos nos intervalos dos jogos de futebol: "He he, Lombardi... Ele morreu, ele morreu!". Esse é o tipo de gargalhada que Carol provoca, sempre convidando colegas para fazer rir ao seu lado. Quem dá as caras no Santa Cevada, por exemplo, é Kenny Lopes, rabo de cavalo e cavanhaque, bom no papel; o upgrade fica por conta de Micheli Machado, óculos vintage e saia rodada, com execelente presença de palco, e empostação de voz. A menina vai longe, encenando Humor de Salto Alto no Beverly Hills Grill & Bar (confira). "As imitações de Carol são o máximo!", aplaude um espectador. A artista improvisa o Tiririca, caprichando em Sandy, Ivete Sangalo e Xuxa, e brinca com a pinta da Angélica: vá de táxi (é difícil estacionar...) ! Santa Cevada. Rua Bernardino de Campos, 319, Paraíso. Tel.: 3262-3025. Estacionamento conveniado - R$ 12. Beverly Hills Bar & Grill. Av. Jurucê, 1001, Moema. Tel.: 5054-3815.
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cultura
Brancos Para o Verão Carlos Celso Orcesi
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inho combina com refeição, mais exatamente com o jantar. Essa regra tem merecido cada vez mais exceções em função de nosso clima. Então os brancos leves e frescos são servidos à beira da piscina, como aperitivos junto aos antepastos e 'azeitoninhas', e principalmente nas recepções, exposições, noites de autógrafo, aquilo que em francês se chama vernissage (envernizamento, no sentido de "final da preparação") ou véspera de um acontecimento. Como no verão muitos fogem do tinto, a pedida são os brancos frutados e agradáveis, como os da uva Sauvignon Blanc, com acidez picante e aromas herbáceos, ou os mais respeitados Chardonnay, com menor acidez e mais mineralidade, a par do gosto variável entre abacaxi e pera, e se contiver moderada madeira, pêssego. A SB é originária do Vale do Loire (Sancerre, caros a partir de R$ 80,00, como Alphonse Mellot muito bem avaliado pelo Guia Bettane & Desseauve a R$ 85,00 - Cellar), rendendo bons vinhos na Nova Zelândia, no Chile como o Château Los Boldos (R$ 33,00 - World Wine) e nos Estados Unidos com o diferenciado Chateau Ste. Michelle SB
por R$-59,00 (Expand). A cepa da Borgonha é a branca mais difundida mundo afora, em grande parte por ser vigorosa, produzir em boa quantidade e qualidade e adaptar-se a vários climas e condições de terreno. Numa palavra, trata-se de vinha maleável cuja uva, ademais, admite tanto o engarrafamento imediato (como nos Chablis mais comuns) como o descanso e mescla à madeira, que lhe dá gosto de creme e notas defumadas que, no limite, podem até lembrar tabaco. Daí a importância de se examinar o rótulo, atento o consumidor à palavra "reserva" (não "reservado", como se usa no Chile, que nada significa), a corresponder que a chardonnay descansou em barris de carvalho. Excelente a linha Alamos da Catena Zapata (R$ 28,00 - Mistral), o Andeluna reserva (R$ 58,00 - World Wine), ou na faixa superior o Chablis Vieilles Vignes de Magnien (R$ 85,00 -
Cellar) e o Luca de Laura Catena também a R$ 85,00 (Vinci). A provar que em se plantando a chardonnay dá, vale indicar o Gran Feudo Sobre Lias (maturado em contato com suas borras ou lias, sem madeira) de Julian Chivite da Espanha (R$ 60,00 - Mistral).
Vale a pena todavia ousar, alargar os horizontes. A uva Riesling tem sido novamente valorizada por seus aromas cítricos e fundo de petróleo, baixo teor alcoólico e ligeira doçura, ideal para o verão. Pela característica refrescante se adapta bem à culinária japonesa,
chinesa e indiana de molhos apimentados, ao oferecer contraste ligeiro (yin e yang) que não se acha num chardonnay madeirizado. Tomemos o difícil molho shoyu: se o branco tiver acidez em excesso (p. ex. da SBlanc), nalgum momento desagrada, impacta. Se a acidez for menor, ou como dissemos a uva tiver certa doçura, a tendência é de harmonia. Léon Beyer da Alemanha (R$ 85,00 Mistral) e Saint Clair da Nova Zelândia (R$ 62,00 Grand Cru) ou ainda a ótima experiência do Eroica 2006, topo do Château St-Michelle (R$ 128,00 - Mistral) são exemplos de bons riesling. Uma menção honrosa vai para... Portugal. Em matéria de frescor e maior generosidade no palato, as castas Arinto e Antão Vaz, para nem esquecer da famosa Alvarinho dos vinhos verdes, estão produzindo ótimos vinhos a custo benefício ainda melhor. Adega de
Pegões, Paulo Laureano Alentejo e o Premium (R$ 33,00 e R$ 45,00 na Adega Alentejana), o Régia Colheita da Carmin (Reguengos, Alentejo - R$ 35,00), este último com bom equilíbrio de madeira, merecem destaque. Sim, nas prateleiras dos supermercados apenas aparecem as marcas tradicionais (Periquita de JMF e Grão Vasco de Sogrape na faixa de R$ 30,00, o que é caro!) que são razoáveis, mas vale a pena arriscar algo melhor como um Quinta da Pedra Alta Reserva (R$ 46,00 na Grand Cru) ou um Prova Régia da excelente uva Arinto (na faixa de R$ 50,00 na Zahil). Há por fim algo mais a ficar atento em relação aos brancos. Sendo leves e refrescantes como devem, prestem atenção na untuosidade ou "peso" dos vinhos na boca. Quando se mostrar aguado (embora agradável) significa que não é um topo de linha; quando o vinho mostrar corpo significa que a produção foi controlada, a vinha podada para obter maior qualidade com menor produção (até 10 toneladas por hectare), resultando em vinhos frescos mas ao mesmo tempo mais estruturados. Fuja do comum, descubra o novo, porque este "passeio pela vida" está a seu alcance.
Revendo cenas (bem) paulistanas... ... além de primeiras-damas e rainhas... Regina Ricca fotos: Divulgação
A Drama de amor. Temperado com música, cinema e HQ. Sérgio Roveri
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jovem mãe e esposa, personagem sem nome, embora esteja apaixonada por outro homem, não consegue abandonar o marido e a casa por, entre outros motivos, sentir-se impossibilitada de viver longe das panelas, de um vaso de bronze e de algumas outras quinquilharias compradas por ocasião do casamento. Seu jovem marido, escritor frustrado que nos últimos meses teve seu livro recusado por no mínimo dez editoras, passa os dias e as noites estirado no sofá, na maior parte do tempo movendo apenas o braço para empurrar o carrinho do bebê. Quem os visita no pequeno, mas bem localizado apartamento em que vivem, não consegue passar mais de meia hora ali. O clima é de um indisfarçável sufoco. A tragédia se anuncia em cada um dos diálogos telegráficos e ritmados. O dramaturgo norueguês Jon Fosse, 51 anos, um dos autores estrangeiros mais encenados em São Paulo nos últimos anos, conseguiu, no espetáculo Noturnos, retratar a asfixia deste casal ao longo de
um único dia, cujo transcorrer pode ser acompanhado pelo público por meio de um grande relógio afixado em uma das paredes do cenário. Mais do que apontar as horas, o objeto parece estar ali para alertar sobre a temperatura de uma caldeira que a qualquer instante vai incinerar os personagens deste pequeno drama que estreou em 1997 na Noruega e ganha sua primeira montagem nacional neste sábado (6), no Espaço Parlapatões. A direção de Noturnos, a cargo do dramaturgo Mário Bortolotto, concentra-se na performance partiturizada dos cinco atores (capitaneados por Maria Manoella e Jiddu Pinheiro, que vivem o jovem casal), na trilha sonora construída a partir de alguns clássicos do rock e numa linguagem que combina cinema, música e história em quadrinhos. Noturnos, estreia neste sábado, dia seis, no Espaço Parlapatões, Praça Roosevelt, 158, tel.: 3258-4449. Sábado às 21h e domingo às 20h. Ingressos a R$ 30.
OLHA A LULUZINHA Aos 75 anos, a sempre graciosa e arisca Luluzinha ganha retrospectiva em SP. Criada pela desenhista americana Marjorie Henderson Buel, é atração na Fnac Pinheiros. Praça dos Omaguás, 34. Tel.: 3579-2000. Segunda a sábado: 10h/22h. Domingo: 10h/21h. Grátis. Até dia 15.
história do teatro paulistano ganha moldura visual e entra em exibição via telinha para o grande público todas as terças-feiras deste mês de novembro, às 22h, pelo SescTV. O projeto Teatro e Circunstância teve concepção e direção de Amilcar M. Claro e, em episódios, revê a trajetória de importantes encenadores e grupos teatrais por meio de depoimentos de seus próprios criadores. Em prosa e teimosia, estão registradas as lutas de diretores históricos da cena teatral paulistana como José Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, criadores do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, e Antunes Filho, diretor do CPT, Centro de Pesquisas Teatrais, mantido pelo Sesc SP. O primeiro programa com os criadores do Oficina já foi ao ar no dia 2 passado, mas poderá ser revisto em outros dois horários alternativos: no dia 6, sábado, às 18h, e no dia 7, às 22h. Comemorando em 2010 seis décadas de existência, vemos Zé Celso e Renato Borghi contar que esse sonho teatral nasceu nas Arcadas do Largo de São Francisco, quando ambos, jovens estudantes, cursavam direito na tradicional faculdade da USP. As atrizes Etty Fraser e Miriam Mehler, o ator Paschoal da Conceição e o arquiteto Edson Elito também contam histórias que viveram nas trincheiras do Oficina, principalmente durante o governo militar. Mesmo assim, o grupo conseguiu driblar a censura e fazer montagens históricas, como O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, e, em tempos mais recentes, Os Sertões, de Euclides da Cunha, outro marco do teatro brasileiro. Na terça (9), em Rastros da História (TBC e Teatro de Arena), vemos como o TBC, esse pioneiro grupo paulistano fundado em 1948, consolidou a modernização da cena brasileira e tornou-se, graças ao italiano Franco Zampari, a escola de importantes atores como Sérgio Cardoso, Cacilda Becker, Walmor Chagas e Maria Della Costa. Já o Arena tem sua trajetória revisitada pelos encenadores Antunes Filho e José Renato (fundador do grupo junto com Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal), e pelas atrizes Miriam Mehler e Nydia Lícia, pelo ator e dramaturgo Chico de Assis e pela crítica Ilka Marinho Zanotto. No dia 16, entra em cena O Teatro da Imaginação: Ilo Krugli (Teatro Ventoforte), para mostrar como o encenador,
Atriz Etty Fraser (alto), nas trincheiras do Teatro Oficina: entre preciosos documentos do SescTV. Acima, Obama e Michelle: como o amor chegou ao poder. Registro histórico numa série do GNT. ator e dramaturgo argentino, radicado no Brasil desde o início dos anos de 1960, desenvolveu no Ventoforte linhas de trabalho com teatro de animação para adultos e crianças e de atores em técnicas próprias. E, no dia 23, o ciclo se fecha com o episódio Dialética da História: Prêt-à-Porter, que disseca outro importante paradigma do teatro brasileiro contemporâneo: o método para o ator, desenvolvido, des-
de 1998, por Antunes Filho e pelos atores do grupo Macunaíma, no Centro de Pesquisa Teatral do Sesc SP. Damas poderosas Primeiras-damas especiais e duas rainhas poderosas ganham documentários especiais no GNT. Nesta sexta (5); sábado (6), às 23h; e domingo (7), às 17h, vão ao ar as reprises do episódio de estreia, o docu-
mentário Carla Bruni Sarkozy: Privacidade e Política, no qual, durante 18 meses, uma equipe de cinema teve acesso à rotina da primeira-dama da França. No dia 8, às 21h30, Obama e Michelle: Amor no Poder, constatase o impacto na sociedade americana e como a campanha presidencial do atual presidente americano foi orquestrada em função de sua imagem amorosa com a mulher. Na segunda, 15, às 21h30, Rania - A
Rainha da Internet mostra como umas das rainhas mais famosas e influentes do mundo, a da Jordânia, criou seu próprio canal no site de vídeos e estabeleceu um importante diálogo sobre o modo de vida mulçumano. E no dia 22, também às 21h30, outra rainha entra em cena em A História de Elizabeth II, que mostra como a filha do Duque de York chegou ao trono da Inglaterra, onde está há 60 anos.
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'Esperando o Super-Homem' mostra a loteria da educação
em data para estrear no Brasil, Waiting for Superman (Esperando o Super-Homem, em tradução literal) virou assunto obrigatório nas últimas semanas em tudo quanto é programa da TV americana. O devastador documentário, dirigido por Davis Guggenheim, acompanha cinco crianças e seus pais na tentativa de obter uma educação pública decente. Para conseguirem sair da escola pública, eles, no entanto, acabam tendo que entrar numa loteria em formato de bingo. Os pouquíssimos sorteados conseguem vaga numa escola charter, instituição de ensino público com gestão compartilhada pelo setor privado. Para a maioria das crianças, o sonho americano depende de uma loteria. A diferença entre uma escola charter e uma pública é o sindicato. A verba das públicas e das charters vêm do Estado, mas a direção da escola charter demite os incompetentes, contrata e paga salário extra aos bons professores, reduz dias de férias, exige horas extras durante a semana e nos sábados. O sindicato não dá palpite. Sindicato – Nas escolas públicas, onde o sindicato manda e desmanda, a maioria dos professores é atraída pelo maior número de dias de férias, pelas poucas horas de trabalho e por pensões generosas. REALIDADE CRUEL Depois de apenas três anos de traUm aluno nortebalho, é quase imamericano possível demitir um professor de esque não cola pública. termina o Ensino O documentário Médio tem oito fez com que finalvezes mais mente os nortechance de ir para americanos começassem a levar a séa cadeia rio a crise de educação no país. Um dos principais personagens do filme é Geoffrey Canada, líder comunitário que ficou conhecido nos EUA em razão de seu projeto social Harlem Children Zone, que engloba 97 quarteirões decadentes do famoso bairro novaiorquino, incluindo aí as escolas charter da região. Em Waiting for Superman, os americanos ficaram sabendo que a Finlândia, medalha de ouro em educação, estava muito pior que os EUA há alguns anos. Mas, no período de apenas uma geração, tornou-se campeã, mantendo um esquema de três professores em cada classe. O custo? Cerca de US$ 3 mil a menos do que cada aluno americano. Prisão – Estudantes americanos, antes campeões em educação, aparecem agora em 25º lugar em matemática e 21º em Ciências num ranking dos 30 países mais avançados . Na vida real, a falta de uma boa educação é cruel: um aluno americano que não termina o Ensino Médio tem oito vezes mais chance de ir para a cadeia. Segundo o relatório A Reforma Educacional de Nova York, da Fundação Itaú Social e do Instituto Fernand Braudel, avaliações americanas têm mostrado que alunos de escolas charter se saem melhor em matemática e em inglês que seus colegas de escolas públicas. Oscar – O filme anterior de Guggenheim, Uma Verdade Inconveniente, sobre o envenenamento do planeta, ganhou o Oscar e seu inspirador, Al Gore, levou o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Mas Uma Verdade Inconveniente chocou menos os americanos que Esperando o Super-Homem. A razão é a urgência do problema e a proximidade dele no dia-a-dia de cada um.
Do mesmo diretor de Uma Verdade Inconveniente, que tratava do aquecimento global, o documentário Waiting for Superman acompanha cinco crianças e seus pais na tentativa de obter uma educação pública decente.
Arianna Huffington, do Huffington Post, aderiu.
Kety Shapazian Fotos: Reprodução
Famosos, como Oprah e Bill Gates, se envolvem.
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O pôster avisa: "O destino do nosso país não será decidido num campo de batalha. Será determinado numa classe de escola". Documentário não tem data para estrear no Brasil.
Ao lado, Bill Gates e o diretor Guggenheim. Acima, Oprah e Zuckerberg, do Facebook.
ogo após o lançamento do documentário, a apresentadora Oprah Winfrey, uma das mulheres mais influentes dos EUA e que raramente repete um assunto, fez dois programas sobre o tema numa mesma semana. Num deles, o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, se juntou ao prefeito democrata de Newark e ao governador republicano de Nova Jersey (onde fica a cidade) num projeto para salvar as péssimas escolas locais e torná-las em alguns anos em referência nacional. Zuckerberg vai doar US$ 100 milhões para que a nova fundação comece a trabalhar. Nos últimos 15 anos, as escolas públicas de Newark têm aparecido entre as piores do estado. E m o p r a h . c o m / p a c k ag e s / l e s s o n s - i n - e d u c ation.html, a apresentadora dá sua contribuição. "Após 25 anos me conhecendo, está na hora de se conhecerem. Marque um encontro com outros espectadores do programa na sua comunidade e continue a conversar sobre o sistema educacional americano e o documentário Waiting for Superman. Esta é a sua chance de se envolver!", pede Oprah. 'Jogar luz' – Outra figura influente que se envolveu foi Arianna Huffington, criadora e editora chefe do Huffington Post. A mulher que reinventou o jornalismo online e é considerada a rainha dos blogueiros anunciou no último dia 4 que desenvolveu o HuffPost Education para "jogar luz neste momento educacional". "Nós queríamos fazer parte da discussão . Meu desejo é que o HuffPost Education se torne um centro para notícias sobre educação, tendências e o que precisa ser feito para consertar o sistema. Também vamos celebrar os muitos professores que, apesar de tudo, estão fazendo um trabalho heróico nas salas de aula. Educação sempre foi o grande equalizador na América. O caminho para o sucesso. Mas alguma coisa saiu muito errado e o fracasso terá profundas consequências no futuro da nação", disse Arianna. Mas um dos maiores entusiastas do documentário é o superman da Microsoft, Bill Gates. O homem mais rico do mundo tem promovido o filme desde janeiro, quando participou do Festival de Cinema de Sundance, um dos mais importantes dos EUA. Ele é também um dos entrevistados do longa. "Algumas destas escolas charters têm um custo por estudante menor do que uma escola pública convencional, e em vez de mandar menos de 5% dos estudantes à universidade, estão mandando 90%!", exalta o multibilionário. A Fundação Bill & Melinda Gates já destinou US$ 23 bilhões à educação, saúde, agricultura e outras causas tanto nos EUA quanto em diversos países ao redor do planeta.