ENEM LEVA BOMBA PELO 2º ANO
Ano 86 - Nº 23.243
Conclusão: 23h45
www.dcomercio.com.br
Jornal do empreendedor
R$ 1,40
São Paulo, terça-feira, 9 de novembro de 2010
TODOS CONTRA Um "tapa na cara" dos eleitores e dos contribuintes, e "com a mão de gato", resumiu o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen, ao repor no ar o Xô, CPMF, site usado para derrubar a CPMF em 2007. Os protestos de entidades de classe e da OAB já se somam para chegar ao Congresso nos próximos dias. Pág. 13
Por que somos contra a volta da CPMF: leia artigo de Alencar Burti, na página 2 Newton Santos/Hype
Porta da CEF digital esquecida aber ta Um consultor em segurança de BH achou o "cofre" digital da CEF aberto. Estava lá o mapa da "mina" para hackers. A falha já foi consertada. Pág. 19
Tecnologia para um shopping inteligente Novas ferramentas de inovação em shoppings melhoram o atendimento a clientes, como controle de estacionamento e gestão de lojas. Pág. 18 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 33º C. Mínima 18º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 17º C.
ISSN 1679-2688
23243
9 771679 268008
Falhas no exame nacional, que avalia alunos de ensino médio, prejudicam candidatos. Enem é suspenso pela Justiça. Pág. 10. Em Opinião: "O descaso com a educação". Pág. 3
Músicos de 10 países tocam no metrô. Grátis. É convite de alegria para três milhões de usuários do metrô paulistano. Até dia 12 (sexta), festival reúne instrumentistas em 13 estações. Melodia e harmonia à vontade. Leia na pág. 10
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2
o
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Será que a questão da má qualidade dos serviços de saúde à população resulta apenas de carência de recursos? Alencar Burti
pinião
JOSÉ L.
FILME ANTIGO
CARVALHO
A FORMIGA PUBLICANA
ALENCAR BURTI
M
al terminou a segunda etapa das eleições, com a vitória de Dilma Rousseff para a Presidência da República, os discursos ouvidos durante a campanha eleitoral, da necessidade da realização da reforma tributária e de redução da tributação, parecem ter sido esquecidos e, em seu lugar, ressurge a proposta da volta da CPMF como solução para os problemas enfrentados na área da saúde. Atribuída a alguns governadores eleitos ou reeleitos, os argumentos em favor da proposta lembram um filme antigo, do qual ficamos apenas com uma vaga lembrança, porque o enredo era fraco e o final decepcionante. As justificativas de que a saúde pública precisa de mais recursos, de que isso somente ocorrerá com um imposto cuja arrecadação seja exclusivamente para o setor, que com uma alíquota baixa pesaria pouco para todos e ajudaria aos mais necessitados, foram exaustivamente apresentadas em 1993 . Referendadas pela credibilidade do doutor Adib Jatene, resultaram na criação do IPMF – Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira. Com uma alíquota inicial de 0,25% sobre lançamentos a débitos em contas bancárias, o IPMF vigorou até dezembro de 2004. Transformado em Contribuição, em 1996, s CPMF vigorou de janeiro de 1997 até o final de 2007, quando o Senado rejeitou nova prorrogação, depois de existir por onze anos com caráter provisório. Antes de qualquer observação a respeito, cabe indagar se os governadores eleitos que defendem a volta da CPMF, travestida de Contribuição Social para a Saúde, manifestaram durante a campanha eleitoral a intenção de propor au-
O
mento da tributação, ou se apenas agora estão dando ciência a seus eleitores e à população de seus esta dos sobre essa intenção. Outra observação é saber se eles fizeram algum estudo sobre o desempenho do setor de saúde de seus estados para verificar a possibilidade de melhorar a gestão e aumentar a eficiência no uso dos recursos disponíveis. Procurar solucionar qualquer dificuldade com aumento de recursos, antes da racionalização das atividades, não parece ser a melhor forma de se administrar qualquer organização, seja uma empresa, um estado ou município. Será que a questão da má qualidade dos serviços de saúde prestados à população resulta apenas de carência de recursos? Será que a criação de um tributo exclusivo para o setor é uma solução, ou, mesmo, a única solução? Cabe lembrar que após a extinção da CPMF o governo elevou a alíquota e ampliou o campo de incidência do IOF, a pretexto de compensar, ao menos parcialmente, a receita perdida com o fim da Contribuição.
A
experiência de onze anos de vigência da CPMF mostrou que isso não corresponde à realidade, pois o volume de recursos carreados para a saúde no período não resultou em melhora substancial do atendimento à população. Outro ponto relevante é que aumentou o montante destinado à saúde como proporção do PIB após a extinção da Contribuição. Isso porque destinar recursos para a saúde, ou para qualquer setor, é uma decisão do governo, executivo e legislativo, a quem cabe fixar as prioridades sobre o destino da receita pública. Neste aspecto, o governo não pode se queixar do desempenho da arrecadação tributária, pois mesmo sem a CPMF, ela tem crescido de forma sistemática e significativa, especialmente no ano em curso, quando o IMPOSTÔMETRO da Associação Comercial de São Paulo registrou, em 26 de outubro, a marca de um trilhão de reais de receita tributária, 45 dias antes do observado em 2009. Deve-se destacar que o aumento da arrecadação se deu nos três níveis de governo. A carga tributária brasileira apresentou nas últimas duas décadas um crescimento expressivo, que a coloca entre as mais elevadas do mundo e, seguramente, a maior em países de renda semelhante a do Brasil. A mobilização da sociedade impediu, no final de 2007, que a CPMF fosse novamente prorrogada. A aprovação da criação da CSS logo após as eleições, sem que a proposta tenha sido apresentada durante a campanha, se afigura como uma traição aos eleitores. O que ouvimos de todos os candidatos, seja ao Legislativo, seja ao Executivo, estadual e federal, foi, sim, a necessidade de uma reforma política e tributária, visando a redução dos impostos e da burocracia. Caso não cumpram o prometido, as entidades representativas da sociedade estão prontas e dispostas a uma grande mobilização contra qualquer aumento ou criação de tributos, como querem agora recriar a famigerada CPMF. ALENCAR BURTI É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO (ACSP) E DA FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FACESP)
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora, Dilma Rousseff não querem votar a recriação da CPMF neste ano, mas vão trabalhar para que o Congresso defina, em 2011, uma nova fonte de receitas para a saúde. Assessores de Lula disseram à Folha de S. Paulo que essa nova fonte pode ser a CSS (Contribuição Social para a Saúde), em tramitação no Congresso e cópia do antigo imposto do cheque, ou uma taxa sobre o consumo de cigarro, bebida e combustível. Se alguém tinha dúvida de que o novo governo ressuscitaria a CPMF, agora tem a certeza de que, se não houver uma reação forte da sociedade, esse imposto voltará a azucrinar a vida do pacato cidadão brasileiro. Muitos analistas defendem esse tipo de imposto por ser de aplicação não declaratória e pelo fato da máquina administrativa do governo já haver desenvolvido um sistema automático de arrecadação deste tributo, eufemisticamente chamado de "contribuição".
cobrir as despesas previstas em um envelope, a dona de casa recorria ao marido para cobrir o déficit – sem que antes fosse discutido se aquele aumento de despesas era transitório ou permanente, e se a família precisaria cortar gastos para evitar endividamento futuro. O comportamento disciplinador das despesas familiares é muito diferente dos procedimentos da administração dos recursos públicos no Brasil. A administração pública federal age como se não fosse preciso controlar seus gastos. O papel do provedor de recursos limitados à renda familiar, exercido folcloricamente pelo marido, é consistentemente preenchido por aumentos de impostos, aumentos da dívida pública e, eventualmente, pela emissão de dinheiro. Mais impostos hoje implicam a retirada de renda do contribuinte compulsório. Mais endividamento público hoje, implica maiores impostos no futuro. Mais emissão de moeda hoje implica em retirar poder de compra da renda do consumidor pelo decorrente aumento de preços.
introdução de um imposto cuja receita esteja vinculada a um determinado tipo de despesa é um dos males do nosso sistema tributário. Embora não seja o mal maior de nosso remendado sistema, receitas vinculadas a despesas específicas definidas no orçamento público são uma péssima prática administrativa. No passado distante, conta-nos a tradição oral, era comum que zelosas donas de casa alocassem, todos os meses, recursos monetários em diversos envelopes, com o objetivo de administrar seus orçamentos. No momento de efetuar os pagamentos, os recursos em excesso em alguns envelopes eram remanejados de modo a evitar insuficiência de fundos em outros. Se ainda assim faltassem recursos para
A
s políticos enaltecem os benefícios dos aumentos de gastos e camuflam o fato de que é o pacato cidadão que precisa trabalhar mais para sustentar tais aumentos. Nesse sentido, um imposto como a CPMF vem a calhar. Tal como formigas, a CPMF carregará para os cofres do governo uma boa parte de nosso bolo. Assim como não fazemos uma única transação financeira por mês, não é uma formiga que ataca nosso bolo, mas, sim, muitas. Inicialmente, cada uma carrega uma pequena porção, mas com o passar do tempo elas se desenvolvem e passam a carregar parcelas maiores.
O
JOSÉ L. CARVALHO É VICEPRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
CARGA TRIBUTÁRIA CONTRA O SOCIAL N
ovo Congresso eleito, novo presidente e, novamente, pensamos que chegou o momento das reformas completas e necessárias para que o País realmente se fortaleça definitivamente na democracia e no crescimento econômico sustentável. As reformas de que precisamos, são, além da política, com a implantação do voto distrital, a previdenciária e, sem dúvida, a reforma fiscal e tributária. Já se passaram 16 anos do decisivo Plano Real. Fernando Henrique Cardoso, que governou por 8 anos, há tempos está fora do
cargo; Luiz Inácio Lula da Silva já está na porta de saída e até agora todas as reformas que fizemos foram paliativas. Aliás, nem podemos chamá-las de reformas. Um novo governo vai assumir, depois de uma campanha eleitoral em que não se discutiu um projeto de país para o futuro e já se fala de um velho novo imposto, o CPMF, um completo absurdo. Novamente tentarão aprovar a CPMF – não bastasse a absurda carga tributária, que vai chegar em 2010 a 38% do PIB, além da burocracia tributária a que as empresas e os cidadãos deste País
ROBERTO VERTAMATTI estão aprisionados. Sem dúvida, é uma burocracia sem precedentes na história e com relação a qualquer país da face da terra. Pasmem! Devemos chegar ao final de 2010 com uma arrecadação de impostos da ordem de R$ 1,25 trilhão. E não é só isso: além da complexidade da
carga tributária, com mais de 80 tributos, contribuições e taxas, o retorno desta gigantesca arrecadação – com obras úteis, estradas decentes, mais saúde, mais segurança – é completamente pequeno. Pelo que se arrecada, é vergonhoso o retorno dado à população.
Outro aspecto importante a comentar é a injustiça da nossa carga tributária, em função dos muitos impostos incidentes um sobre os outros, o que sobrecarrega muito mais os cidadãos de menor renda. Isso mesmo: em proporção à renda, os que ganham menos são os que mais pagam tributos, em especial nas incidências dos mesmos sobre o consumo. Sem dúvida ouviremos de novo muitos políticos dizerem que faremos justiça social, que não aumentaremos a carga tributária, que vamos redistribuí-la. Na essência são
falatórios bonitos mas que encobrem a verdade: nosso sistema tributário é totalmente anacrônico e burocrático, altamente desestimulante para quem quer investir. ostaria de estar enganado, mas –neste quadro político, em que os interesses pessoais continuam mais importantes do que os interesses públicos, mas não acredito em qualquer mudança significativa no atual cenário fiscal e tributário.
G
ROBERTO VERTAMATTI É VICE PRESIDENTE DE ECONOMIA DA ANEFAC
Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze
CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos (tmatos@acsp.com.br) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos (josemaria@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), chicolelis (chicolelis@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima (luiz.octavio@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br) e Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro (aribeiro@dcomercio.com.br) Editores: Cintia Shimokomaki (cintia@dcomercio.com.br), Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) e Vilma Pavani (pavani@dcomercio.com.br) Subeditores: Kleber Gutierrez, Marcus Lopes, Rejane Aguiar e Tsuli Narimatsu Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Giseli Cabrini e Sérgio Siscaro Repórteres: Anderson Cavalcante (acavalcante@dcomercio.com.br), André Alves, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Geriane Oliveira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mário Tonocchi, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vanessa Rosal, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira (soliveira@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60
FALE CONOSCO E-mail para Cartas: cartas@dcomercio.com.br E-mail para Pautas: editor@dcomercio.com.br E-mail para Imagens : dcomercio@acsp.com.br E-mail para Assinantes: circulacao@acsp.com.br Publicidade Legal: 3244-3175. Fax 3244-3123 E-mail: legaldc@dcomercio.com.br Publicidade Comercial: 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894 Central de Relacionamento e Assinaturas: 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355
REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911, São Paulo PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046, (011) 3244-3123 HOME PAGE http://www.acsp.com.br E-MAIL acsp@acsp.com.br
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
o
3
TRANSFERÊNCIA DE DÍVIDAS PARA A PRÓXIMA ADMINISTRAÇÃO ATINGE NÍVEIS ALARMANTES.
pinião
E
m 2003, eleito presidente, Luiz Inácio Lula da Silva queixava-se acerbamente da "herança maldita" que alegava ter recebido do governo anterior. Eram R$ 6,6 bilhões de Restos a Pagar de obras federais, iniciadas na gestão que antecedera a sua e cujo pagamento havia sido "pendurado" para pagamento em seu governo. Se a queixa era procedente ou não é assunto que até hoje dá pano para manga, em discussões infindáveis. O fato é que a gestão FHC deixou para o sucessor, em 2002, uma conta para pagar de R$ 6,6 bilhões (em valores atualizados pelo IPCA para novembro de 2010), correspondente a investimentos realizados e não pagos. Pagar essa conta implicaria ter menos dinheiro para gastar com seus próprios projetos de investimento. Se o partido do senhor presidente tinha razão ao falar da "herança maldita" recebida do antecessor, o que dirá a presidente eleita Dilma Rousseff da herança que ela própria está recebendo do antecessor? Há R$ 50,8 bilhões de pagamentos pendentes de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os Restos a Pagar deste ano, transferidos para o exercício de 2011. Os números constam do site Contas Abertas (http://contasabertas.uol. com.br/WebSite/Noticias/D etalheNoticias.aspx?Id=319), onde estão detalhados os pagamentos remanejados para o próximo exercício. É bem verdade que a prática de transferir para o orçamento do exercício seguinte despesas com investimentos iniciados no exercício atual não é nova nem privilégio do governo atual ou do de seu antecessor. Tecnicamente, na linguagem da contabilidade pública, os Restos a Pagar constituem despesas empenhadas (ato de autoridade competente que cria
ROBERTO FENDT para o Estado a obrigação de pagamento pendente), cujo pagamento não foi efetuado até o dia 31 de dezembro de um exercício fiscal.
H
á abundante base legal para esse procedimento, incluindo-se na legislação que rege a matéria os artigos 36 e 37 da lei, de 17 de março de 1964 (dos últimos dias do governo João Goulart) e o artigo 58 da mesma lei, que define o empenho de despesas; o artigo 76 do decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, do final do governo Castello Branco; e os artigos 67 e seguintes, do decreto-lei 93.872, de 23 de dezembro de 1986, do segundo ano do governo
do presidente José Sarney. O que se discute, portanto, não é a base legal do procedimento. É o valor dos Restos a Pagar transferidos deste exercício para o próximo. Convenhamos, trata-se de soma sem precedentes na história fiscal desse País.
A
té 2002, o tema esteve restrito ao debate técnico dos profissionais da administração pública. Foi o crescimento da transferência sistemática desses passivos de um exercício para outro que trouxe a discussão para o público mais amplo. E não foi o presidente Lula a primeira autoridade a censurar o procedimento. Em 2007, o ministro Ubiratan
Aguiar, do Tribunal de Contas da União (TCU), ao relatar as contas de 2006 do governo Lula, criticou o já elevado volume de transferências de despesas de um ano para o outro, chamando essa sistemática de criação de um "orçamento paralelo". Mais incisivo, o atual presidente, no início de seu primeiro mandato, já havia denominado em 2003 o passivo recebido pelo seu governo de “herança maldita”. Não se esperam comentários sobre essa conta pendente pela presidente eleita, que deve conhecer sobejamente o tema, gestora que é do PAC. Provavelmente se repetirá em 2011 o que já vem ocorrendo, com a rolagem dos pagamentos pendentes para o exercício seguinte. A presidente eleita poderia dar uma grande contribuição à boa gestão da coisa pública se começasse, a partir de seu primeiro ano de mandato, a reduzir progressivamente esse passivo acumulado nos últimos oito anos, eliminando o "orçamento paralelo" e conferindo mais transparência à administração da coisa pública.
P
ara tal, fará bem se escutar as ponderações do atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, no sentido de conter a expansão da despesa pública. O seu conselho de que todo o Orçamento da União precisa sofrer ajustes deveria ser levado a sério. As tentativas de aumentar os gastos no projeto de lei orçamentária de 2011 devem ser contidas pela base de sustentação do governo no Congresso. Afinal, já basta para a presidente eleita a herança que está recebendo do governo a que serviu nos últimos oito anos. Se não for bem sucedida nesse seu primeiro desafio, o excesso de despesas será transferido para o segundo ano de seu próprio mandato. Com todas as consequências perversas que essa marcha da insensatez trará para seu governo. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA
O FED FALHA DE NOVO H
á oito anos, Ben Bernanke, já diretor do Federal Reserve, embora ainda não presidente, discursou numa conferência em homenagem a Milton Friedman. Ele encerrou seu pronunciamento citando a célebre frase de Friedman de que o Fed foi responsável pela Grande Depressão porque falhou ao não fazer o que era necessário para salvar a economia. "Você está certo", disse Bernanke, "nós falhamos e sentimos muito. Mas, graças a você, não vamos falhar novamente". Ótimas últimas palavras. Não obstante, nós estarmos, na verdade, falhando novamente. É verdade que a situação não está tão ruim quanto estava no pior da Depressão. Mas isso não quer dizer muito. E, como nos anos 1930, toda proposta de se fazer algo para melhorar a situação é recebida com uma explosão de oposição e críticas. Como resultado, quando a política atual surge, ela já está tão diluída que praticamente se tem a certeza que vai fracassar. Nós já vimos isso ocorrer com a política fiscal: temendo a oposição no Congresso, o governo Obama ofereceu um plano inadequado, somente para ver o plano ser mais enfraquecido ainda no Senado. No final, o pequeno aumento nos gastos federais foi efetivamente compensado por cortes nos níveis estadual e local, então não houve nenhum estímulo real à economia. Agora a mesma coisa está ocorrendo com a política monetária. A defesa por uma política mais expansionista do Fed é esmagadora. O desemprego está
desastrosamente alto, enquanto os índices de inflação dos Estados Unidos nos últimos anos coincidem quase perfeitamente com os dos estágios iniciais da descida inexorável do Japão rumo a uma deflação corrosiva. Infelizmente, a política monetária convencional não está mais disponível: as taxas de juros de curto prazo que o Fed normalmente movimenta já estão perto de zero. Então o Fed está mudando sua política tradicional de só comprar dívidas de curto prazo e agora está comprando dívidas de longo prazo – uma política geralmente conhecida como "alívio quantitativo". (Por quê? Não perguntem.) ão há nada estranho nessa atitude. Como Bernanke tentou explicar sábado, "é apenas política monetária", completando: "Ela vai funcionar, ou não, da mesma maneira que uma política monetária simples, mais convencional, funciona ou não". Contudo o Grupo da Dor – o termo que uso para aqueles que se opõem a qualquer esforço para nos livrar de nossa armadilha econômica – está ficando feroz. Desta vez, grande parte do barulho está vindo dos governos estrangeiros, muitos dos quais estão reclamando enfaticamente que as ações do Fed enfraqueceram o dólar. Tudo o que posso dizer sobre essa linha de crítica é que a hipocrisia é tanta que pode ser cortada com uma faca. Afinal, temos a China, que está comprometida com uma manipulação cambial em uma escala sem precedentes na história
N
mundial – e prejudica o resto do mundo ao fazer isso – atacando os Estados Unidos por tentar pôr sua própria casa em ordem. Temos a Alemanha, cuja economia é mantida viva por um superávit comercial gigantesco, criticando os Estados Unidos por administrarem déficits comerciais – que está atacando severamente uma política que pode, ao enfraquecer o dólar, realmente fazer algo para reduzir esses déficits. Como questão prática, entretanto, essas críticas estrangeiras não importam muito. O dano verdadeiro está sendo provocado pelos inflacionistas domésticos – as pessoas que passaram cada passo de nossa marcha rumo a uma deflação estilo japonesa alertando sobre uma inflação desenfreada que estaria logo ali na esquina. Elas estão agindo novamente – e já obtiveram sucesso em emascular a nova política do Fed. grande preocupação em relação ao alívio quantitativo não é que ele vai aliviar muito: é que ele vai conseguir bem pouco. Estimativas sensatas sugerem ser pouco provável que a nova política do Fed reduza as taxas de juros o suficiente para fazer mais do que um simples amasso no desemprego. A única forma com que o Fed pode conseguir mais é mudando as expectativas – especialmente levando as pessoas a acreditarem que de alguma forma teremos uma inflação acima do normal nos próximos anos, o que reduziria o incentivo para que se sentem em cima do dinheiro. A ideia de que uma inflação maior possa ajudar não é bizarra;
A
PAUL KRUGMAN ela tem sido cultivava por muitos economistas, por alguns presidentes regionais do Fed e pelo Fundo Monetário Internacional. Mas nas mesmas considerações nas quais defendeu sua nova política, Bernanke – claramente tentando tranquilizar os inflacionistas – prometeu não mudar a meta do Fed: "Rejeito qualquer sugestão de que nós iremos tentar aumentar a inflação para um nível supra-normal a fim de obter resultados na economia". assim se vai a melhor esperança de que o plano do Fed realmente pudesse funcionar. Pensem dessa forma: Bernanke está recebendo o tratamento de Obama e apresentando as respostas de Obama. Ele está enfrentando uma intensa oposição automática a seus esforços para salvar a economia. Num esforço para abafar essas críticas, ele está redimensionando tanto os seus planos que eles vão fracassar. E os quase 15 de norteamericanos desempregados, metade dos quais está sem trabalho por 21 semanas ou mais, vão pagar o preço, enquanto a recessão prossegue.
E
PAUL KRUGMAN É ECONOMISTA, COLUNISTA DO NEW YORK TIMES E PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA DE 2008 TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA
Margarida Neide/A Tarde
A verdadeira herança maldita
Alunos fazem a prova do Enem: falhas inadmissíveis, que minam a credibilidade do exame
PAULO SAAB
ENEM: O DESCASO COM A EDUCAÇÃO
A
cada ano a situação do Enem fica mais complicada. Além de vazamento e fraudes em anos anteriores e de todos os defeitos de logística e operação, esta prova para os alunos do ensino médio, destinada a abrir caminho para vagas nas universidades públicas e descontos na particulares, quase substituindo o vestibular, acumula frustração e fracasso, em vez de se aprimorar. Mais uma vez, neste último fim de semana, houve problemas com as provas, quando o gabarito de respostas de parte delas teve seu enunciado trocado, causando confusão. Sem mencionar as acusações de vazamento e de desorganização, novamente, o que levou o MEC a admitir reaplicação da prova para alguns. Isso tira credibilidade do exame e compromete sua idoneidade, ainda que por dolo e não culpa. A grande verdade, que todos ignoram ou fingem ignorar – inclusive nem fez parte do debate entre os candidatos à Presidência e não consta como prioridade da presidente eleita – é que a questão da educação no Brasil é relegada a segundo plano, dentro de um descaso comprometedor para o desenvolvimento do País.
uando se fala da má qualidade do ensino no Brasil, generalizando-se os níveis, bem como o público e o particular, deve-se falar, sem nenhuma dúvida, sobre a prioridade que o tema merece do poder público e da própria sociedade, que não se mobiliza em busca de reformas e redefinições exigidas pela questão educacional. Não fosse – e disso sou testemunha – o empenho , a dedicação, de boa parte de quem participa do processo educativo brasileiro, como professores, coordenadores, diretores, alunos e pais, e o caos já teria predominado no ambiente educacional. A falta de prioridade se reflete na falta de respeito para com os professores, as escolas, a definição de prioridades, grades e metas. É muito mais fácil – escapismo barato – falar mal de professores mal remunerados, sem plano de carreira nem investimento no
Q
A situação vexatória do Enem é só uma das pontas desatadas de uma demanda que clama há anos por atenção e só recebe migalhas dos nossos governos.
aperfeiçoamento de sua formação , do que elaborar um grande plano nacional de educação com o envolvimento de toda a sociedade, na busca de objetivos, metas, resultados, em determinado período de tempo. Isso acima de governos, de partidos, mas como assunto de absoluto interesse nacional. ertamente o tema educação exige debate, estudos, análises, muito mais profundas e por parte de especialistas . A situação vexatória desse exame, o Enem, é só uma das pontas desatadas de uma demanda pátria que clama há anos por atenção e só recebe migalhas dos outros interesses que são a verdadeira prioridade de nossos políticos e governantes. Quase sempre, todas elas, distantes dos reais anseios da Nação. O descaso com que a educação é tratada assemelha-se ao caso da saúde pública. Temo até mencionar esses assuntos. Como o governo eleito deseja de novo achacar a população com a volta da famigerada CPMF, é capaz de algum luminar da República, na ânsia de mais dinheiro público para seus delírios pessoais, inventar uma outra contribuição para a educação. É um circulo vicioso. A sociedade não educada elege pessoas descomprometidas com a educação, na profundidade exigida, e por isso estas não mudam a situação, até para perpetuar sua eleição à custa da ignorância e das deficiências educativas da própria sociedade. Haja!
C
PAULO SAAB É JORNALISTA E ESCRITOR
DIÁRIO DO COMÉRCIO
A mais generosa Entre todas as empreiteiras nacionais, a que mais abriu seus cofres para triplicar doações de campanha (R$ 79,1 milhões contra R$ 22,5 milhões em 2006) foi a Camargo Corrêa, alvo da famosa Operação Castelo de Areia. Hoje, ao contrário do que áreas da mídia nacional vem publicando, a construtora tenta a anulação da Operação no Superior Tribunal de Justiça, onde ainda depende do voto de um desembargador. O advogado da Camargo Corrêa é o exministro Márcio Thomaz Bastos e atualmente, o processo corre sob sigilo de justiça. Quando deflagrada, a Castelo de Areia incluiu entre seus investigados conhecidas figuras da República, até mesmo o vice-presidente eleito Michel Temer, que logo apresentou suas versões. 333
SEM CHAPÉU As empresas JBS e Marfrig estão informando que o vicepresidente do Banco do Brasil, Allan Toledo, nunca foi procurálas em busca de doações para a campanha de Dilma Rousseff. Toledo é funcionário de carreira do BB, chegou à vice-presidente da área internacional e está envolvido na compra de um banco em New Jersey, com intermediação do Royal Bank of Canada. O Banco do Brasil está de olho no 1,5 milhão de brasileiros que vivem nos EUA. 333
Make Love not War
A grande platéia mais jovem da remontagem de Hair, o histórico musical de Ragni-Rado, ambientado nos anos 60 nos Estados Unidos, com hippies protestando contra a guerra do Vietnã e defendendo o slogan Make Love not War, em cartaz no Rio, só conhece toda essas cenas de ouvir falar. Poucos viram o filme de Milos Forman e se tantos já conheceram drogas, não foi o LSD. Mesmo assim, a montagem da dupla Charles Möeller-Claudio Botelho empolga: na platéia da estréia, entre tantos, Claudia Raia (esquerda, com Fernanda Souza atrás); Ingrid Guimarães (centro) e Elba Ramalho (direita), que malgrado os cabelos, nunca foi hippie na vida. 333
Quem matou SalomãoAyala? Mais do que o assassinato de Odete Roitman (Beatriz Segall) na novela Vale Tudo, que está sendo reexibida pelo canal Viva, entre os anos 1977 e 1978, o Brasil vivia uma febre coletiva para ver quem conseguia acertar a pergunta mais em voga: Quem matou Salomão Ayala? Salomão Ayala era vivido por Dionísio de Azevedo (1922-1994) na novela O Astro, de Janet Clair, na Globo. E o assassino era Felipe (Edwin Luisi), amante de Clô (Teresa Raquel, hoje um tanto afastada), casada com o então assassinado.
333 Depois que Dilma Rousseff apelidou José Eduardo Dutra, Antonio Palocci e José Eduardo Cardozo de Os Três Porquinhos, o presidente nacional do PT foi logoaoTwitter garantir que“ele era o Prático” (o que construiu uma casa de tijolos, resistente aos sopros do Lobo Mau ). Cardozo e Palocci ficaram com os porquinhos que sobraram: Heitor, que ergueu uma casa de madeira e Cicero, que fez uma casa de palha, liquidadas pelo soprador.
MISTURA FINA 333 NO PERÍODO eleitoral, tucanos e demais integrantes da base de Gilberto Kassab na Câmara Municipal de São Paulo batalharam contra a entrega do título de Cidadão Paulistana a Dilma Rousseff: alegavam que havia “caráter eleitoreiro”. Agora, o autor do projeto, vereador Antonio Donato (PT), vem se mobilizando para entregar o título antes de janeiro.
ESTÃO mais do que rompidas as atrizes Mariana Ximenez (Clara ) e Carolina Dieckmann (Diana) do elenco de Passione. E tem algo mais no meio além de suas participações na história de Silvio de Abreu.
VIN Diesel, ator de Velozes e Furiosos, que veio ao Brasil filmar cenas do quinto filme da série, conheceu, na semana passada, a panicat Juju Salimeni, eleita pela revista Vip “a mulher mais sexy do mundo”. No dia seguinte, conheceu também Renata Frisson, a Mulher Melão . Além de musculoso, Vin Diesel é rápido no gatilho. 333
333
h IN
Relógios: zircônio e borracha.
OUT
Relógios: ouro rosê e aço.
Resistência psicológica Para estudantes de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina) que, em vários grupos de formandos, estudam o comportamento de Lula, no traço de Kácio, nesses seus oito anos de poder, o desencontro e mesmo a contradição das frases cometidas pelo presidente, nas últimas semanas, em relação a seu futuro, incluindo-se as confissões de que não gostaria de estar deixando o governo, tudo pode ser resumido numa “resistência psicológica a uma mudança que obriga a enfrentar uma situação desconhecida”. E isso, para os universitários, provoca outras situações: da camisa esporte e chapéu de palha em pleno expediente a insistência em tônicas de combate da campanha (agora desnecessárias). 333
Elisabete da
2 PORQUINHOS
333
h
333 Isso sim é que é herança maldita : quando assumir a Presidência da República, Dilma Rousseff terá de encarar nada menos do que R$ 50,8 bilhões em restos a pagar , ou seja, pagamentos que vieram sendo rolados de anos anteriores referentes a investimentos em estradas, portos, aeroportos e projetos do PAC, que representam 98% dos R$ 52 bilhões previstos no orçamento para investimentos do governo federal em 2011. Se resolver pagar os atrasados, Dilma terá apenas R$ 2,8 bilhões para aplicar em seu primeiro ano em novos projetos de infraestrutura.
Cresce o elenco de mulheres que estarão ao lado de Dilma Rousseff no governo: Helena Chagas, Clara Ant, Miriam Belchior, Maria das Graças Foster (vai mesmo para a presidência da Petrobras, como esta coluna antecipou há meses), Maria do Rosário, Manuela D’Àvila, Tereza Cruvinel, Ideli Salvati, Maria Fernanda Coelho (Caixa), Gleisi Hoffman, Vanessa Graziotin e até mesmo sua filha Paula, procuradora em Porto Alegre. Na área da família, mais duas mulheres entrarão em cena: sua mãe, Dilma Jane e uma de suas cinco tias, Arilda, que irão morar com ela no Alvorada. Dilma Jane, a propósito, já está avisando que vai acabar com o galinheiro instalado por Marisa Letícia no palácio presidencial.
333
UMA COISA é absolutamente erta: Dilma Rousseff não é corintiana e tampouco gosta de rabada com polenta.
Solução
C E I U O D D O
OUTRAHERANÇA
333 Os grupos organizados em ONGs que defendem direitos de homossexuais (casamento, delegacia especial e, com o tempo, uma outra versão da lei Afonso Arinos, que impediria até gozações em cima das bibas nacionais), estão atentos aos nomes que estão sendo cogitados para formar no ministério do governo Dilma: acham que, pelo menos, dois seriam gays e eles querem convencer um deles a assumir a vocação publicamente. Apostam que seria uma vitória da causa . No governo Lula, já há quem garanta que um ministro poderia ser gay, mas ainda se mantém no armário. No governo de Fernando Henrique Cardoso, segundo avaliação dele próprio, tinha “vários” e até no governo Sarney, mais dois.
Ministério colorido
Galinheiro, não
S
A mansão do empresário paulista João Paiva Neto, em Itacaré (área construída de 1.500 metros quadrados, construída numa estrutura suspensa, com projeto de Cláudio Bernardes e encravada no meio da Mata Atlântica), onde Dilma Rousseff ficou hospedada na semana passada, recuperando-se da campanha, também tem problemas com o Ibama. O dono cobra diárias entre R$ 8 mil a R$ 10 mil para quem quiser alugá-la e ele já tentou conseguir licença para a construção de superresorts lá, mas o Ibama sempre vetou. Dilma ficou lá de graça, acompanhada por seguranças oficiais: quem apresentou a presidente eleita para João Paiva Neto foi o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. 333
Apelidada de girafa (alta e magra, embora com curvas) até pelas demais angels do elenco da grife Victoria’s Secret (no desfile de amanhã, em Nova York, carregará uma asa de 28 quilos), a paulista de São Carlos, Izabel Goulart, 26 anos de idade, acaba de exibir suas intimidades num novo ensaio de revista espanhola DT. Ela já foi capa de revistas de todo mundo, e estrelou campanhas da Diesel, Dolce&Gabbana (vai suceder Madonna), Wolford, Armani, Ungaro e outras. Ela já participou da série 24 Horas, agora entrará num capítulo de Mad Men e é a nova jurada do programa Project Runway, comandado por Heidi Klum. E ganhou um quadro só seu no Fantástico. 333
Agirafa poderosa
ara a Igreja, a monja do Carmelo Descalço de Dijon, na França, que morreu aos 26 anos (1906), é um modelo de entrega total ao mistério da Santíssima Trindade. As suas cartas e anotações tornaram-se uma sólida obra de espiritualidade para o a mundo moderno. Bem-Aventurad Trindade
T
Casa na Mata
P
M MI N R MI B MU
Fotos: BusinessNews
9 de Novembro
S R A D A F E L A M T A D I A S O M R Ã O A M C A MO E MU L L AS A N S E V OG D A L C E
LULA // em reunião ministerial, avisando que, em 2011, será caixeiro-viajante da reforma política.
MAIS: e fez questão de não dizer que a porta do seu governo "estará sempre aberta, se Lula resolver bater".
O R A T T UM E O R R I T R T A V L A
k Vou lutar como um leão para não morrer como veado.
«
gibaum@gibaum.com.br
3
A D E O C S C B A N S O
apostam que Dilma deu seu recado , de cara, quando disse que "gostaria de bater na porta de Lula e ser atendida."
O
Giba Um
3 Analistas
terça-feira, 9 de novembro de 2010
C
4 -.GERAL
Por: José Nassif Neto Grande quantidade de mineiros.
Destinado às crianças.
'(?) Homens de Preto'. O filme.
Tronco humano da cintura para cima.
333
Espírito.
Atrai ferro. Tempo do sol. Senhora. (abrev.)
Privado do uso da fala. Amarre; prenda.
Folga no trabalho.
Qualquer ruído captado pela audição.
Vazio por dentro. Museu de Arte Moderna. (abrev.)
Hábito regular.
Que pode causar a perda da vida.
A fêmea do burro. (plural)
(?)-tam; louco. Senhor; patrão.
Pequeno tonel.
Símbolo da região Oeste.
Pedra-(?); alume. Matriz da empresa.
Seguir. Interj.:que pena! (fr) Plantio de nogueiras.
Área próxima ao mar.
333
Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero
Devasso.
Grande amargor.
333
A AUDIÊNCIA da Fórmula Um, domingo, alcançou apenas 18 pontos na região da Grande São Paulo, contra 26 pontos do ano passado. E pior: quase metade dos 33 pontos de 2008.
Usa-se para tratamento da tireóide.
Indicação de época.
Idolatrar.
DEPOIS de 12 anos de casado com Juliana Serbeto, com quem tem duas filhas pequenas, o ator e cantor Daniel Boaventura, do elenco de Passione, resolveu se separar. Também o cantor Paulo Ricardo rompeu com Luciana Figaro (iam se casar no ano que vem) e a modelo Carol Trentini assume seu romance com o fotógrafo Fábio Bartelt.
O azul infinito.
Estado de aflição. Terreno entre montanhas.
Osvaldo Cruz; médico e sanitarista. (402) 3-imã; mib; ume; las (do francês); 5-nogal; 6-transe.
Governo. (abrev.) Erga, Objetivo.
p
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
5 EM AÇÃO Michel Temer viaja com Henrique Alves (PMDB) e Vacarezza (PT)
olítica
EM ESPERA Dilma sai de cena e delega negociações antes de definir nomes
Equipe de Dilma põe as contas na mesa Dida Sampaio/AE
Primeira reunião da equipe de transição do governo Dilma discute orçamento da União e o reajuste do salário mínimo
D
urou cerca de uma hora a primeira reunião da equipe de transição do governo, ontem, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). O grupo decidiu marcar um encontro com o relator do orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF) para discutir o texto final e a questão do mínimo. A presidente eleita, Dilma Rousseff, não participou. O relator manteve na proposta, entregue na última sexta-feira, o salário mínimo em R$ 538,15 – como quer o governo. Mas em conversas com jornalistas Argello já sinalizou a possibilidade de elevar o valor para R$ 540. Em outra frente, lideranças das centrais sindicais pressionam para que o salário mínimo suba para R$ 580. O vice presidente Michel Temer confirmou para hoje a reunião com os líderes partidários para definir a votação das 12 medidas provisórias que trancam a pauta da Câmara. "O ex-ministro e deputado Antonio Palocci e o deputado José Eduardo Cardozo cuidarão dessa questão de natureza administrativa e também discutiremos projetos de lei para o futuro. A parte mais política, de conjugação política com os vários partidos será conduzida por mim e pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra. Isso ficou estabelecido em definitivo. Ao longo do tempo vamos definindo posições", afirmou Temer. Questionado se a equipe já teria prazos para anunciar nomes do novo ministério, Temer brincou: "Não houve fixação de prazo, mas necessariamente será antes de 1º de janeiro". Além da equipe de Dilma participaram, do lado do governo, os ministros Paulo Bernardo (Planejamento), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o chefe de gabi-
n e t e d o p re s i d e n t e L u l a , Gilberto Carvalho. Definições – Esta semana, o grupo vai se reunir com a base aliada para definir a atuação desses partidos na composição do novo governo. Enquanto isso, Dilma estará em Seul acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião do G20 – o grupo das 2 0 m a i o re s e c o n o m i a s d o mundo (leia mais na página 8). Ontem, Dilma viajou para São Paulo para seguir, em avião de carreira, para Frankfurt (Alemanha) e, depois para a capital da Coreia do Sul. Nomes – Portaria publicada ontem pelo Diário Oficial da União e assinada pelo ministro interino da Casa Civil, Carlos Esteves Lima, traz a nomeação de sete integrantes da equipe de transição do governo. Farão parte da equipe: Clara Levin Ant, Helena Maria de Freitas Chagas, Giles Carriconde Azevedo, Paulo Leonardo Martins, Marly Ponce Branco, Cleonice Maria Campos Dorneles e Anderson Dorneles. Três deles vão viajar com Dilma e Lula para Seul, para a reunião do G20: Helena Maria de Freitas Chagas, Anderson Braga Dorneles e Cleonice Maria Campos Dorneles. O ministro interino da Casa Civil irá coordenar a transiçãono governo. Dilma poderá nomear até 50 pessoas para fazer parte da equipe. Na semana passada, na abertura da reunião ministerial, o presidente Lula pediu que os ministros "facilitem" todo processo do governo de transição e estejam disponíveis, inclusive, para atender, individualmente, a equipe de sua sucessora. Lula afirmou ainda que é preciso "criar todas as facilidades possíveis para a transição ser a mais tranquila e transparente possível". (AE/Folhapress)
Temer (PMDB) e Dutra (PT): comando da Câmara de será dividido, um biênio para cada partido. A discórdia é: quem vai liderar de 2011 a 2012?
Começa o processo de barganha Presidente do PT espera concluir reuniões com partidos aliados até o fim da semana
E
scalado para fazer a interlocução do governo de transição com as lideranças dos partidos aliados, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, pretende concluir nesta semana as reuniões com os dirigentes partidários. O objetivo desses encontros é demarcar o espaço de atuação das 11 siglas aliadas no futuro governo Dilma Rousseff. Dutra já tem duas conversas agendadas para hoje com o presidente nacional do PDT e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo. Entre hoje ou amanhã, ele pretende se encontrar também com os
presidentes do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), e do PP, senador Francisco Dornelles (RJ). Por ora, PMDB e PR travam um dos principais embates em torno da formação do próximo governo, tendo como alvo o Ministério dos Transportes, que herdará – junto com o Ministério das Cidades – a maior parte das receitas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por causa das obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. A pasta é cobiçada pelo senador eleito pelo Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), e pelo senador eleito pelo Mato Grosso, Blairo Maggi (PR).
Na semana passada, Dutra deflagrou a rodada de conversas com o presidente do PMDB e vice-presidente eleito, Michel Temer, e com o presidente do PSB e governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos. Embora o PTB tenha se coligado ao PSDB do candidato José Serra, Dutra vai se encontrar com os líderes do partido na Câmara, Jovair Arantes (GO), e no Senado, Gim Argello (DF), porque as respectivas bancadas apoiaram Dilma nos Estados. Michel Temer embarca hoje para Buenos Aires, onde participa do VI Foro Iberoamericano de
parlamentares. Em um primeiro gesto para construir um entendimento entre PMDB e PT, que travam acirrada disputa pela presidência da Câmara, ele convidou os dois principais postulantes ao cargo para acompanhá-lo: o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, e o líder do governo, Candido Vaccarezza (PT). Temer firmou um acordo com Dutra para que os dois partidos – que elegeram as maiores bancadas – dividam o comando da Câmara na próxima legislatura (20112014), cabendo um biênio a cada um. O problema é: nem PT nem PMDB abrem mão deste primeiro biênio. (AE)
Nelson Antoine/ Fotoarena- 25.10.10
Temer diz que ordem da presidente é diminuir despesas E ele propõe a manutenção da atual divisão de ministérios entre os aliados
O
Reajustes a servidores tiram o sono da presidente eleita, Dilma Rousseff. Impacto nas contas deve ser alto.
Projetos de R$ 126 bilhões Deputados e senadores querem promover 'bondades' com o dinheiro público
N
a reunião que precedeu ontem a instalação da equipe de transição do próximo governo, em sua residência no Lago Sul, em Brasília, a presidente eleita, Dilma Rousseff, expôs a preocupação com o conjunto de projetos em tramitação no Congresso Nacional que, somados, podem causar um impacto de R$ 125,9 bilhões no orçamento da União. Entre eles, a proposta de elevar o salário mínimo acima da regra em vigor, que fixa o reajuste em R$ 538,15. "Querem fazer bondades com o chapéu alheio", reclamou um membro da equipe de transição, que revelou deta-
56% de reajuste podem sair para o Judiciário. Equivale a R$ 6 bi. lhes da reunião com Dilma, ocorrida no fim da manhã. Uma das principais preocupações dos coordenadores da equipe de transição é com as propostas de elevar o salário mínimo para R$ 560, como defende o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ou até para
R$ 580, como pleiteiam as centrais sindicais. Insônia – Os outros projetos que tiram o sono da presidente eleita e dos coordenadores da equipe de transição são: o aumento de 56% para os servidores do Judiciário, orçado em R$ 6,35 bilhões, a fixação de um piso nacional para policiais militares e bombeiros, estimado em R$ 20 bilhões, a recomposição do valor das aposentadorias pagas pelo INSS, avaliada em R$ 88,3 bilhões – projeto do senador reeleito Paulo Paim (PT-RS) –, e a regulação da jornada de trabalho de até seis horas diárias ou 30 horas semanais para enfermeiros. (AE)
vice-presidente eleit o , M i c h e l Te m e r (PMDB), afirmou ontem, que a equipe de transição recebeu da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), uma mensagem de redução de gastos do governo – o que deve se refletir na análise do Projeto de Lei Orçamentária que será feita pelo grupo. Temer não citou pontos específicos de preocupação, mas disse que "não há ideia de aumento de despesas", apesar de as discussões sobre os gastos do próximo governo estarem em fase inicial. "Ela (Dilma Rousseff) quer reduzir despesas. Não há ideia de aumento de despesas, mas é preciso verificar o que vai acontecer neste fim de ano, especialmente com os projetos que estão na Câmara e no Senado, para verificar se existe necessidade ou não de algum ajustamento", afirmou o peemedebista. Após uma cerimônia em que recebeu uma comenda do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, Temer reforçou que o orçamento ainda será avaliado pela equipe de transição, mas que espera aprová-lo este ano. Sugestão – Na sexta-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, Temer sugeriu que o novo governo mantenha a atual divisão dos espaços no primeiro escalão – contrariando as aspi-
Wilton Junior/AE
Michel Temer recebe comenda do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro
rações dos partidos aliados que traçam estratégias para ampliar suas fatias na Esplanada dos Ministérios durante a gestão da presidente Dilma. "A coalizão político-eleitoral que se fez agora foi com muitos partidos. Mas são os mesmos partidos da base do governo atual. O ideal seria manter esse mesmo quadro
para o futuro", disse. Michel Temer, que também é presidente nacional do PMDB, admite que possa haver "alguma adaptação", como "tirar um ministério de determinado partido e trocá-lo por outro de outra legenda". "A equação dessa coalizão será a mesma do atual governo", afirmou. (Agências)
p Alckmin divulgará secretariado na semana que vem
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Ele [Alckmin] se empenhou mais na minha eleição do que na dele, sinceramente. José Serra
olítica
Epitácio Pessoa/AE
Governador eleito diz que anunciará nomes aos poucos. Alguns podem ficar.
O
governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciará, a partir da próxima semana, os primeiros nomes de seu futuro secretariado. Depois de reunião do governo de transição, na capital paulista, Alckmin salientou que os anúncios serão feitos aos poucos. Ele reafirmou que alguns secretários da atual gestão podem permanecer. Mas não citou nomes. O governador eleito foi evasivo ao responder se o ex-governador José Serra (PSDB) teria lugar em sua equipe. "Pergunte isso a ele", devolveu aos jornalistas. O governador eleito de São Paulo defendeu uma secretaria que focalize as questões metropolitanas. O objetivo da
pasta, de acordo com Alckmin, não seria a realização de ações voltadas a combater as vulnerabilidades sociais. "A questão metropolitana é uma das nossas prioridades", assegurou. Na primeira reunião oficial do gabinete de transição, que durou aproximadamente três horas, o governador eleito encontrou-se com nove integrantes da equipe – entre eles o vicegovernador eleito Guilherme Afif Domingos (DEM) e os atuais secretários da Fazenda, Mauro Ricardo, e de Economia e Planejamento do Estado, Francisco Vidal Luna. A avaliação que o governador eleito fez do encontro foi positiva. De acordo com Alckmin, a reunião tratou, principalmente, de questões orçamentárias, além de ter discuti-
do operações de crédito para a nova gestão. "Conversamos sobre questões orçamentárias do Estado porque temos um bom orçamento para o ano que vem", afirmou, observando que a previsão orçamentária para 2011 é de R$ 140,6 bilhões. Segundo Alckmin, dessa quantia, R$ 29 bilhões serão transferidos para as prefeituras. Quanto às operações de crédito, o governador eleito detalhou que o governo de São Paulo já assinou em torno de R$ 10 bilhões e acrescentou que ainda existe a possibilidade da assinatura de empréstimos no valor R$ 4,7 bilhões Serra decide – Pressionado a falar sobre o assunto, Alckmin afirmou ontem que cabe ao exgovernador José Serra (PSDB)
Geraldo Alckmin foi evasivo ao responder se José Serra teria lugar em sua equipe: "Pergunte isso a ele".
responder se terá participação na próxima gestão do Palácio dos Bandeirantes. O tucano tergiversou quando indagado se o ex-candidato do PSDB à sucessão presidencial seria indicado para o novo secretariado estadual, cujos nomes serão divulgados a partir da semana que vem. "O Serra é um dos melhores quadros que nós temos da política brasileira, um dos melhores quadros", elogiou o governador eleito. "Mas, enfim, cabe a ele responder à sua indaga-
ção", afirmou quando interrogado por um jornalista. De acordo com Alckmin, Serra é "preparadíssimo" e o PSDB tem motivo de "orgulho" por ter uma liderança nacional como o ex-governador. Companheiros – Eleito logo no primeiro turno, Alckmin fez questão de postergar o início do processo de transição no Estado, a fim de poder se dedicar ao trabalho de campanha em prol do correligionário José Serra, que disputou o Palácio do Planalto.
O esforço na tentativa de angariar votos ao tucano acabou envolvendo até mesmo uma agenda paralela para o novo governador paulista. O gesto foi muito bem avaliado por Serra, que agradeceu o "querido companheiro de muitas jornadas Geraldo Alckmin", no discurso em que reconheceu a vitória de sua adversária Dilma Rousseff (PT). "Quero dizer que (ele) se empenhou mais na minha eleição do que se empenhou na dele, sinceramente". (AE)
Luiz Fernandes Menezes/Foto aérea/AE 14.10.10
Goldman volta a cobrar solução para aeroportos de São Paulo Governador insiste: demanda está perto do limite, 35 milhões de pessoas ao ano
O
governador do Estado, Alberto Goldman, voltou a cobrar do governo federal solução para a questão dos aeroportos na Região Metropolitana de São Paulo. Após reunião com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab – em que anunciaram que o Corinthians formalizou a intenção de ampliar seu projeto de estádio de 48 mil para 65 mil lugares, necessária para concorrer à abertura da Copa do Mundo – Goldman lamentou a falta de um representante do governo federal para tratar do assunto. Ao lado de Kassab, Goldman garantiu que governo e Prefeitura farão todos investimentos necessários para que o futuro estádio do Corinthians
Quando falamos de aeroportos não se trata de Copa, se trata de todo dia. A Copa é um ponto da curva, talvez um dos mais difíceis. ALBERTO GOLDMAN receba a abertura da Copa do Mundo – entre eles a ampliação de avenidas da região e da estação de Itaquera, na linha 3Vermelha do Metrô, além dos trâmites necessários para a concessão de licenciamento ambiental (EIA-Rima). "A questão dos aeroportos o governo federal terá que resolver", afirmou. Goldman disse SECRETARIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
COMUNICADO A Procuradoria Geral do Município de São Paulo, torna público que fará realizar o credenciamento para habilitação de entidades públicas ou privadas para a realização de alienação judicial eletrônica de que trata o art. 689-A do CPC, pelo proc. 1997-0.081.012-7, de acordo com os dispositivos do Provimento do CSM 1625/09 do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, publicado no Diário da Justiça no dia 09/02/09. O requerimento solicitando o credenciamento e a documentação deverão ser protocolizados no período de 10/11 a 10/12/10, na PGM, localizada na R. Maria Paula, 270, 8º and., no horário das 09:00 às 17:00 hs. Os documentos referentes ao credenciamento deverão ser entregues em envelope fechado e lacrado, com a identificação do interessado, contendo em sua face externa a relação da documentação que o integra.
SECRETARIA DE HABITAÇÃO SEÇÃO DE LICITAÇÃO - SEHAB.12 Tomada de Preços nº 001/2010-SEHAB Processo nº 2010-0.160.308-3 Objeto: Execução de obras de drenagem para o loteamento Primeiro de Maio. Entrega dos envelopes até as 10:00 horas, sessão abertura às 10:30 horas do dia 25/11/2010. O Edital poderá ser consultados no site http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br. O edital estará disponível para aquisição a partir do dia 10/11/2010, de 2ª a 6ª no horário das 10:00 horas às 17:00 horas, no endereço abaixo, mediante o pagamento de R$ 20,00 (vinte reais) pelo Caderno de Licitação em CD-ROM, através de guia de recolhimento emitida pela SEHAB.12 para pagamento na rede bancária. Seção de Licitações: SEHAB.12, Rua São Bento, nº 405 - 22º andar - sala 221-A, Centro - São Paulo/SP. Telefone 3397-3507 e Telefone/Fax: 3397-3509.
SECRETARIA DA SAÚDE DIVISÃO TÉCNICA DE SUPRIMENTOS - SMS.3 ABERTURA DE LICITAÇÕES Encontra-se aberto no Gabinete: PREGÃO PRESENCIAL 325/2010-SMS.G, processo 2010-0.251.463-7, destinado ao registro de preços de MEDICAMENTOS MANIPULADOS II, para a Central de Distribuição de Medicamentos e Correlatos - CDMEC/Área Técnica de Medicamentos, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá às 14 horas do dia 23 de novembro de 2010, a cargo da 4ª Comissão Permanente de Licitações da Secretaria Municipal da Saúde. RETIRADA DE EDITAL O edital do pregão acima poderá ser consultado e/ou obtido nos endereços: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, ou, no gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, na Rua General Jardim, 36 - 3º andar - Vila Buarque São Paulo/SP - CEP 01223-010, mediante o recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital, através do DAMSP, Documento de Arrecadação do Município de São Paulo. DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO PRESENCIAL Os documentos referentes ao credenciamento, os envelopes contendo as propostas comerciais e os documentos de habilitação das empresas interessadas, deverão ser entregues diretamente ao pregoeiro, no momento da abertura da sessão pública de pregão.
acreditar que o problema dos aeroportos será solucionado, ao menos de forma provisória, para atender às necessidades da Copa de 2014. Mas cobrou uma solução definitiva para a Região Metropolitana de São Paulo, que conta com dois aeroportos – Congonhas e Guarulhos – cuja demanda cresce a cada ano e está próxima de seu limite, que é de 35 milhões de pessoas por ano. "Pelo que acompanho, já avançou nessa direção com uma solução para o terminal de Guarulhos, que não vai ser a solução definitiva, me parece, mas provisória, e que vai permitir que na Copa nós tenhamos a possibilidade de atender as necessidades de aeroportos aqui em São Paulo". O governador lembrou já ter enviado uma carta ao governo
Para Alberto Goldman, cabe ao governo federal ou ampliar Guarulhos ou construir um novo aeroporto
federal, sem resposta até o momento, solicitando autorização para iniciar a concessão para a construção de um terceiro aeroporto na Região Metropolitana de São Paulo. O objetivo, de acordo com ele, vai além da Copa de 2014.
"Quando falamos de aeroportos não se trata de Copa, se trata de todo dia. A Copa é um ponto da curva, talvez um dos pontos mais difíceis da curva, mas temos problema nos aeroportos todos os dias, ontem, hoje e amanhã, enquanto não for
resolvido, definitivamente, pelo governo federal, ou a ampliação de Guarulhos ou a construção de um novo aeroporto". As discussões sobre a construção de um terceiro aeroporto começaram em 2007. Até agora não foram concluídas. (AE)
Déda e vice podem ser cassados PRE pede cassação de governador reeleito de Sergipe e de seu vice por conduta vedada a agentes públicos
A
Procuradoria Regional Eleitoral em Sergipe (PRE-SE) pediu a cassação do diploma do governador reeleito, Marcelo Déda (PT), e de seu vice, Jackson Barreto (PMDB), por conduta vedada a agentes públicos. Ambos são acusados de terem utilizado a residência oficial para promover um almoço na Casa de Veraneio – residência oficial do governador – para anunciar a candidatura à reeleição, meses antes da campanha eleitoral. Nesse evento, foi anunciada a candidatura à reeleição de Marcelo Déda, meses antes da convenção partidária e da campanha eleitoral deste ano. O almoço para cerca de 300 pessoas foi realizado no dia 15 de maio. O evento foi amplamente divulgado pela imprensa local. Inclusive parte do discurso feito pelo governador na ocasião foi tornado público graças ao programa de rádio Jornal da Ilha, da emissora Ilha FM. A gravação mostrava Marcelo Déda conclamando seus aliados e as lideranças políticas a trabalharem para que ele fosse reeleito. O procurador eleitoral auxiliar Pablo Coutinho Barreto, autor da ação, explicou que, além de utilizar a Casa de Veraneio, o almoço ainda foi custeado com verbas públicas.
Leopoldo Silva/Folhapress - 02.02.07
Mais: servidores e secretários de Estado trabalharam na organização do evento. A legislação eleitoral permite que o transporte e as residências oficiais possam ser usados na campanha de candidatos à reeleição durante o período de campanha eleitoral. "Não foi o caso dos representados que nem sequer ostentavam a condição de pré-candidatos, porquanto ainda não haviam sido indicados em convenção partidária, cujo período de realização nem mesmo havia se iniciado", ressalta o procurador na ação. Punições – Caso sejam condenados, além de perderem seus mandatos, Marcelo Déda e Jackson Barreto podem ser obrigados a pagar uma multa no total de R$ 60 mil. O governador Marcelo Déda ainda poderá pagar uma outra multa por conduta vedada, caso seja condenado em representação movida pela PRESE. É que em fevereiro, durante inauguração da Rodovia SE100 que dá acesso à praia da Costa, foi afixado um coração estilizado – que é logomarca da administração de Déda. O procurador Pablo Barreto ressalta que a afixação é permanente, desta forma, o candidato à reeleição incorreu em conduta vedada a agentes públicos por realizar publicidade
Marcelo Déda: almoço para 300 pessoas pago com verbas públicas
institucional nos três meses que antecederam o pleito. Explicações – Procurara pela imprensa, a assessoria do governador informou que o pedido do Ministério Público não foi comunicado oficial-
mente, mas que o setor jurídico analisará a ação, para assim se pronunciar de forma "consistente". Déda está em férias de 20 dias, após ter se submetido a uma cirurgia de hérnia, no último sábado. (Agências)
p
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
7 A era do aquário acabou. Estamos na era da rede. Franklin Martins, ministro da Comunicação Social
olítica
Ed Ferreira/AE
'Blogosfera já fiscaliza imprensa' Afirmação é do ministro Franklin Martins, ao defender a liberdade total da imprensa
0 9.1
dos por vários tipos de crime. "Podem ser enquadrados por crime de racismo, com pena de dois a cinco anos e multa, mas o Ministério Público também pode instaurar o procedimento de injúria racial, que tem uma pena mais branda. Ainda é possível alegar apologia ao contra, com pena de até seis meses de reclusão". O Ministério Público informa que espera laudo de sua área técnica para comentar o assunto. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, isso pode ocorrer até o fim desta semana. (Folhapress)
Na última reunião da comissão, em setembro, os conselheiros aplicaram uma censura pública à exministra Erenice por falta ética. Ela não mostrou, quando assumiu a chefia da Casa Civil, documentos sobre sua evolução patrimonial e lista de parentes em
6.0
Ganhou notoriedade a publicação da estudante Mayara Petruso, 21, que inseriu, no Twitter, um pedido no mínimo, de mau gosto: que os nordestinos fossem afogados. De acordo com Thiago Tavares, mais de 10 mil denúncias foram recebidas por sua entidade na ocasião. "Somente contra a estudante Mayara foram 800 denúncias", contou ele ao jornal Folha de S.Paulo. Filtradas as duplicidades, sobraram 1.037 perfis, levados a conhecimento do Ministério Público. Tavares afirma que os tuiteiros podem ser condena-
A
Comissão de Ética Pública da Presidência adiou mais uma vez, ontem , a discussão sobre o envolvimento da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, em esquema de tráfico de influência na Casa Civil. Em outubro, a reunião que iria analisar o caso foi cancelada por falta de quorum. O presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, apontou dois motivos para esse cancelamento: a ausência do relator da investigação, Fábio Coutinho, em viagem oficial, e a espera por documentos solicitados a órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Procuradoria-Geral da República. Segundo ele, apenas a Controladoria-Geral da União (CGU) enviou as informações solicitadas – o prazo para a entrega ainda não terminou.
G-1
M
ais de mil perfis de Twitter foram apresentados ao Ministério Público Federal em São Paulo pela organização SaferNet – que trata dos direitos humanos na internet – sob a alegação de que esses usuários cometeram crimes como o racismo, a apologia a crimes contra a vida e ainda mensagens predatórias. Logo após a eleição da presidente Dilma Rousseff, uma onda de mensagens contra os residentes da região nordeste do País começaram a se disseminar através das redes sociais.
Comissão da Presidência adia discussão sobre caso Erenice Guerra
AO
ONG encaminha denúncias de racismo no Twitter ao Ministério Público
Erenice ganha mais tempo
tas/
ONG denuncia racismo no twiter
Franklin Martins alerta para a necessidade de regulamentar os serviços de telecomunicações no Brasil
Frei
teprojeto de lei para ser encaminhado à presidente eleita, Dilma Rousseff, a quem caberá fazer um debate público. "A presidente eleita tem todo o direito de fazer o que quiser", disse. O ministro defende que o Estado tem "o dever" de regulamentar serviços objeto de concessão pública e comparou a reforma que o governo pretende fazer no setor de radiodifusão à mudança no setor elétrico feita na gestão Lula. "A radiodifusão faturou R$ 13 bilhões no ano passado e as telecomunicações, R$ 180 bilhões. Se não tiver uma repactuação, a radiodifusão vai ser atropelada por uma jamanta", alertou. (Folhapress)
n de
lhos estaduais de comunicação, ele afirmou que, se for só para observar, não há problema, mas ponderou que a imprensa já é fiscalizada pela blogosfera, que, às vezes, age de forma "selvagem". "A era do aquário acabou. Estamos na era da rede". O ministro apresentou o seminário internacional das comunicações eletrônicas e convergência de mídias, que será realizado hoje e amanhã, em Brasília. Com 300 convidados, representantes de agências reguladoras, de países da comunidade europeia, da Argentina e da Unesco, o evento irá discutir um novo modelo de regulação. O governo prepara um an-
Ailto
O
ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, disse ontem ser contra o Judiciário censurar a imprensa ou fazer qualquer tipo de restrição ao conteúdo publicado pela mídia. A liberdade, segundo ele, deve ser total, porém a imprensa não está acima da crítica. "A imprensa deve ser livre. Se ela romper com um segredo de Justiça responderá sobre isso. Cada um publica o que quer. O Brasil não vive ameaça à liberdade de imprensa, basta abrir os jornais. O governo é espinafrado por quem quer que seja e quem bem entende". Já sobre a criação de conse-
cargos públicos. No mesmo mês, deixou a Casa Civil. No final de setembro, a Casa Civil abriu sindicância. O prazo para apuração das denúncias acabou em 17 de outubro, mas uma portaria prorrogou os trabalhos por mais 30 dias. (Folhapress)
p
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8
terça-feira, 9 de novembro de 2010
É preciso um instrumento multilateral para fiscalizar a alavancagem do sistema financeiro mundial. Presidente Lula
olítica
Wilson Dias/ABr - 05.11.10
À
s vésperas de participar da Cúpula do G20, grupo das m a i o r e s e c o n omias do mundo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que os líderes mundiais ainda não conseguiram solucionar a crise financeira internacional de 2008 e que a retomada do crescimento e a controvertida questão cambial deverão ser a prioridade do encontro, além da retomada das discussões sobre a Rodada Doha, de negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), que visam diminuir as barreiras comerciais. Lula disse que é preciso "dinamizar" a economia, principalmente nos mercados internos dos Estados Unidos e da Europa. "E dinamizar a economia significa aquecer o comércio. Aquecer o comércio significa a gente não impor barreiras para o livre comércio". Durante o programa de rádio "Café com o Presidente", ele disse que "todo mundo sabe" que a desvalorização das moedas chinesa e americana tem causado uma guerra cambial e que o G20 precisa encontrar uma solução de equilíbrio. "Queremos discutir o compromisso de todos os países com a política cambial, que deixe todo mundo confortável e todo mundo em igualdade de condições na disputa comercial". Controle – Lula também defendeu a criação de um instrumento de controle do sistema financeiro, para evitar a especulação, que levou à crise de 2008. "É preciso, no mínimo, que haja um instrumento multilateral que possa fiscalizar a alavancagem do sistema financeiro mundial, para evitar especulação, sobretudo como aconteceu no mercado imobiliário americano, ou no mercado futuro, sobretudo de commodities". A presidenta eleita, Dilma Rousseff, também irá à
Queremos discutir o compromisso de todos os países com a política cambial, que deixe todo mundo confortável e todo mundo em igualdade. PRESIDENTE LULA
Lula: G20 tem de atacar na guerra cambial Questão deverá ser a prioridade do encontro do grupo, que acontecerá nos dias 11 e 12, em Seul reunião do G20. Em dois dias, o presidente Lula e a presidenta eleita chegam a Seul, na Coreia do Sul, para as reuniões do G20. Depois de Maputo, em Moçambique, Lula e Dilma ficam nos dias 11 e 12 em Seul. Ações coletivas – Para o governo brasileiro, é fundamental adotar ações coletivas de
combate à manipulação cambial. Em diversos momentos, as autoridades brasileiras criticaram decisões individuais, alertando que medidas isoladas não trarão os efeitos desejados nem gerarão resultados concretos. Na semana passada, Lula e Dilma avisaram que irão para o G20 com a disposição de brigar e defender a po-
sição do Brasil. Especialistas que acompanham as discussões afirmam que a expectativa é de que os líderes mundiais, reunidos em Seul, firmem um compromisso concreto de ações políticas que serão executadas para evitar o agravamento do quadro. Os alvos das preocupações são os Estados Unidos, a China, a
Coreia do Sul e a Indonésia . Na tentativa de conter a desvalorização do dólar e a subvalorização do yuan (moeda chinesa), o Ministério da Fazenda e o Banco Central do Brasil adotaram medidas para a preservação do real. Houve, por exemplo, o aumento de impostos para as aplicações estrangeiras. Paralelamente, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mantêm a luz de alerta sobre os desdobramentos no cenário mundial (leia mais na página 17). No último dia 23, representantes das 20 maiores economias do mundo reuniram-se em Gyeongju, na Coreia do Sul, para uma série de discussões prévias para a Cúpula do G20. Os ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais destacaram a preocupação com os excessos de volatilidade e fluxos desordenados de capital que ocorrem em alguns países emergentes. Também fizeram um apelo para evitar o protecionismo. Paralisia – O apelo se refere às posições de países ricos, como os Estados Unidos, nos debates referentes à Rodada Doha. Desde meados de 2008, o processo de negociação de Doha está parado devido às divergências entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento sobre questões agrícolas e industriais. As autoridades brasileiras afirmam que a proposta como está não traz benefícios ao País sobre os produtos industriais e no que se refere à agricultura, não há avanços. Os negociadores e funcionários da OMC esperam que os líderes do G20 consigam retomar os debates em Seul. As principais discussões da reunião do G20 começam na próxima quinta-feira. Lula viajou ontem pela manhã para Moçambique. Chegou à noite para inaugurar três núcleos de uma universidade aberta, um deles na capital, Maputo. O presidente também visitou uma nova fábrica de antirretrovirais – medicamentos específicos para tratar a aids – e participa hoje de reuniões com representantes de empresas brasileiras instaladas no país africano. (AE/ABr)
Renato Araujo/ABr- 06.10.10
Presidente e Dilma apoiam ampla reforma do FMI Proposta brasileira é dar maior espaço aos países em desenvolvimento no Fundo
O
Teotônio Vilela tem um argumento: o Estado tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) bem baixo
Vilela defende moratória da dívida de Alagoas Governador pede que governo federal abra mão de R$ 40 milhões mensais
N
a primeira entrevista coletiva que concedeu à imprensa depois de reeleito, o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB) defendeu uma espécie de moratória para dívida do Estado com a União. Ele quer contar com o apoio da bancada federal, na Câmara e no Senado, para conseguir, junto à presidente eleita Dilma Rousseff, a renegociação da dívida de Alagoas com a União, que passa de R$ 7 bilhões. "Queremos que o governo federal abra mão da cobrança mensal de R$ 40 milhões, que Alagoas paga à União pelo serviço da dívida, para que este dinheiro seja investido no Estado, em educação, saúde, segurança pública e infraestrutura". Ele acrescentou que essa "ajuda da presidente Dilma" seria justificada levando em consideração os baixos indica-
dores sociais do Estado. Segundo ele, a reivindicação fora aceita pelo candidato derrotado José Serra (PSDB), quando esteve em Alagoas em campanha eleitoral este ano. "O Serra já tinha se comprometido a atender essa reivindicação, se fosse eleito. Como a eleita foi a ex-ministra Dilma vamos levar esse pleito para ela". Vilela, complementou que não apoiou Dilma, mas sempre teve um bom relacionamento com o presidente Lula. Para conseguir renegociar a dívida de Alagoas com a União, Vilela vai pedir ajuda aos senadores Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor (PTB). Collor disputou o governo do Estado e não passou do 1º turno. Já Renan apoiou o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), derrotado por Vilela no 2º turno, por margem de 5% dos votos.
Vilela argumenta que a proposta de Alagoas poderia ser estendida a outros Estados com IDH abaixo da média nacional. "Seria uma forma de o governo federal ajudar os Estados mais pobres, sem ter que estender essa ajuda aos demais Estados. R$ 40 milhões por mês não é muito para o Brasil, mas faz muita falta para Alagoas". De acordo com Vilela, Alagoas destina, por mês, cerca de 17% da sua receita líquida para o pagamento do serviço da dívida com a União. O governador disse também que o perfil da dívida poderia ser alongado, para reduzir o porcentual das parcelas pagas por mês. "São quase R$ 500 milhões por ano que Alagoas perde da sua receita líquida por conta do débito com a União. Para um Estado pobre como o nosso, isso é uma sangria". (AE)
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta eleita, Dilma Rousseff, reforçarão, em Seul, na Coreia do Sul, a decisão de ampliar o espaço dos países em desenvolvimento no Fundo Monetário Internacional (FMI), assim como os planos de ação de desenvolvimento para as regiões mais pobres do mundo. As discussões em torno desses temas são as menos polêmicas durante a Cúpula do G20 (que reúne as 2 0 m a i o re s e c o n o m i a s d o mundo). Ao participar da última reunião do G20 como presidente, Lula deverá destacar a posição do Brasil de país receptor de doações para doador, ampliando a chamada cooperação prestada. O presidente pretende destacar as ações definidas pela política externa brasileira que envolvem a assistência humanitária e também o perdão da dívida externa em relação a vários países. As medidas mais expressivas envolveram o Haiti e países africanos, como Angola e Moçambique. O Conselho Consultivo do FMI é formado por 24 assentos, dos quais os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão ocupam de forma individual cada assento. Os outros 21 lugares são ocupados de forma agrupada pelos demais membros do fundo. A tendência, segundo especialistas, é que dois países europeus percam lugar em favor de uma nação africana e outra asiática. O processo de decisão para definir quem vai ceder lugar para os países em desenvolvimento deve levar um ano, sendo encerrado apenas no fim de 2011. Os maiores acionistas atualmente são Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Brasil,
Rússia, Índia e China. Com a nova reorganização da distribuição dos votos e a participação de 187 países-membros do fundo, o organismo sofrerá a mais profunda das reformas desde que foi criado, depois da 2ª Guerra Mundial. Integram o G20 os seguintes países: Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, África do Sul, Turquia e a União Europeia. Paralelamente, os líderes mundiais, reunidos em Seul, debaterão planos de ação destinados aos países em desenvolvimento. Na prévia da cúpula, no Canadá, o alvo foi o
Haiti. O presidente do Haiti, René Préval, agradeceu o apoio recebido da comunidade internacional após o terremoto de 12 de janeiro, mas ele pediu a ampliação dos recursos externos. Cancelamento – Os novos problemas com a aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que fizeram a Justiça Federal do Ceará a cancelar o concurso em todo o País, levaram o ministro da Educação, Fernando Haddad, a cancelar a viagem que faria a Maputo junto com o presidente Lula. Haddad participaria da cerimônia de instalação do polo Universidade Aberta do Brasil em Maputo, capital de Moçambique. (AE/ABr)
Delegado e índios trocam tiros: 5 feridos
Í
ndios da etnia Guajajara balearam ontem um delegado durante confronto na rodovia federal que passa dentro da reserva indígena próxima a Barra do Corda (456 km de São Luiz). Quatro índios também ficaram feridos durante o tiroteio. Segundo nota do site do governo do Maranhão, armados com facões e espingardas, o grupo indígena da aldeia Canabrava fazia um "pedágio" na BR-226. O delegado Edmar Cavalcanti, que passava pelo local, foi impedido de passar com sua moto
pelo trecho. Houve então a troca de tiros. Cavalcanti foi atingido por quatro disparos – dois nas pernas, um no braço e um no tórax. Ele conseguiu atingir quatro índios. Além dos disparos, o delegado teve um dedo de uma das mãos decepado pelo grupo. Os feridos foram levados para um hospital em Presidente Dutra, cidade próxima à aldeia. O delegado foi transferido para um hospital em Imperatriz devido a gravidade dos ferimentos. A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão enviou reforço policial à região. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
c
9
L.C.Leite/Luz - 11/05/2010
NOVO PERFIL Evento deverá abordar as duas novas operações urbanas na cidade.
idades
Cesar Diniz/Hype - 16/06/2009
Experiência de Turim pode ser ponto de partida
O
Trilhos na região da Lapa passariam a correr sob a terra, liberando a superfície para a construção de uma nova avenida. Para Antonio Carlos Pela, da ACSP (acima), a cidade será beneficiada.
Seminário mira na SP do futuro Operações urbanas serão tema de encontro promovido pela ACSP. Na pauta, uma avenida que poderá substituir o Minhocão. Ivan Ventura
Em debate, o modelo de operação
S
ão Paulo tem hoje em curso quatro propostas de operações urbanas que preveem a requalificação de áreas degradadas da cidade, sendo que nenhuma delas se assemelha às operações adotadas em outras cidades do mundo. A capital paulista é o único caso que vende títulos na Bovespa que permite a construção de imóveis acima do limite estabelecido por lei municipal, o chamado Certificado de Potencial Adicional de Construção (Cepac). Em outros países, optouse pela criação de uma empresa responsável pela compra de imóveis e pelo uso de recursos públicos nesses espaços, como ocorreu em Paris, que criou a Empresa de Economia Mista de Operações Urbanas (Semapa). Essas e outras diferenças em relação a modelos de operações urbanas em São Paulo e no mundo também serão apresentadas e discutidas no evento que acontece hoje no Hotel Renaissance. Serão vários os temas em pauta, sendo que um deles irá abordar "As Operações Urbanas como instrumento para a transfor mação de áreas degradadas na cidade de São Paulo". Um dos convidados a debater esse tema é o arquiteto Renato Balbim, ex-coordenador do Programa de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais, do Ministério das Cidades, atualmente técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pe s q u i s a s E c o n ô m i c a s Aplicadas (Ipea). No encontro de hoje, Balbim promete defender mudanças pontuais no atual modelo de operação urbana na cidade, como, por exemplo, a necessidade de criação de um projeto urbanístico simultaneamente ao projeto de operação urbana, o que não ocorreu até o momento nas quatro operações em andamento. E isso deverá mudar com as operações Mooca/ Vila Carioca e Lapa/Brás. Hoje, as operações urbanas visam a captação de recursos financeiros, mas não preveem um projeto urbanístico definido,
c u t a r ã o a s o p e r a ç õ e s L apa/Brás e Mooca/Vila Carioca, com as quais a Prefeitura pretende corrigir o equívoco das operações anteriores. O evento contará com a participação do secretário de Desenvolvimento de Turim, Franco Corsico, que dará seu depoimento sobre o caso prático des-
Paulo Pampolin/Hype - 01/03/2010
E
liminar um trecho da orla ferroviária da cidade, debater duas novas operações urbanas e discutir a demolição do Elevado Costa e Silva, o Minhocão. São esses alguns dos temas a serem debatidos hoje no seminário "As Operações Urbanas e a Nova Orla Ferroviária", evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pela 9ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Em linhas gerais, o evento deverá abordar as duas novas operações urbanas que a Prefeitura promete licitar em breve e que deverá alterar profundamente o perfil da cidade. São as operações Lapa/Brás e Mooca/Vila Carioca. No caso da Operação Lapa/Brás, a Prefeitura pretende transformar em subterrânea a ligação ferroviária entre os dois bairros, numa extensão de 12 quilômetros. Na superfície, o espaço liberado daria lugar a uma nova avenida, boulevares e praças. Essa nova avenida substituiria o Minhocão, que, num segundo momento, seria demolido. Pelo menos essa foi a proposta do prefeito Gilberto Kassab. No caso da Operação Mooca/Vila Carioca, o debate de hoje deverá girar em torno da utilização da área atualmente dominada por uma série de galpões. Outro tema a ser debatido será o uso do instrumento "operação urbana" na revitalização de áreas degradadas. Os especialistas que participam do evento defenderão esse instrumento de gestão pública, mas criticam alguns pontos das quatro operações em vigência na cidade (Água Branca, Água Espraiada, Centro e Faria Lima). Afirmam que as propostas anteriores não possuem projetos urbanísticos ou paisagísticos específicos, mas possibilidades genéricas de obras, sem especificar onde e quando elas vão ocorrer - nem se elas são possíveis. Um dos críticos presentes ao evento será o curador da próxima Bienal de Arquitetura e diretor do curso de arquitetura da Universidade Mackenzie, Valter Caldana. Ele afirma que as duas novas operações deverão ser fundamentalmente "urbanísticas e não apenas financeiras", afirmou. Segundo Caldana, as operações em vigência carecem de um detalhamento das obras e não serem apenas instrumentos de captação de recursos financeiros. O prefeito Gilberto Kassab participará do encontro de hoje, bem como o secretário municipal de desenvolvimento, Miguel Bucalen, outro debatedor. Bucalen deverá ainda aproveitar o evento para apresentar o texto do edital de contratação das empresas que exe-
O Minhocão: nova avenida com praças e boulevares seria opção ao elevado construído nos anos 70
em detalhes. No fundo, são meras possibilidades de obras públicas. "Até o momento, as operações não partiram de um projeto urbano, de um projeto para a cidade, mas de modelos de viabilidade econômica. A operação deve contemplar os interesses de revitalização e a valorização de uma determinada área, pois isso interessa ao mercado. É preciso conciliar os interesses da população e do mercado", disse. A mesma opinião tem o di-
sa cidade italiana que, atualmente, transforma em subterrânea a sua orla ferroviária. Um dos idealizadores do evento e que atuará como mediador dos debates é o superintendente do Conselho de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo, Antonio Carlos Pela. Segundo
retor da faculdade de arquitetura da Universidade Mackenzie e curador da próxima Bienal de Arquitetura, Valter Caldana. Ele defende que a adoção de operações urbanas é importante, mas critica os equívocos no nascedouro do projeto. Segundo ele, as atuais operações urbanas são apenas operações jurídico-financeiras e não urbanísticas. "Elas devem ser projetos para um bairro que, por sua vez, geram um instrumento jurídi-
ele, São Paulo precisa eliminar essas barreiras que separam a cidade. "Os trilhos criaram uma barreira natural. Esse aterramento é importante porque teremos avenidas largas, boulevares e praças. Além disso, há um interesse do mercado imobiliário. Em suma, a cidade será beneficiada", disse.
co-financeiro", disse. Na opinião dos especialistas, o atual modelo de operação urbana é equivocado a partir do momento que prevê a captação de recursos para as obras viárias. As novas operações devem privilegiar outras obras. "Vivemos em uma metrópole viária. Londres, Paris, Berlim e Buenos Aires fizeram um projeto de cidade. No nosso caso, temos uma metrópole viária e isso precisa mudar", afirmou Valter Caldana. (I.V.)
S ERVIÇO Evento: "As Operações Urbanas e a Nova Orla Ferroviária". Data: Hoje, das 8h30 às 17h30. Local: Hotel Renaissance - Sala das Américas. Alameda Santos, 2233, Jardim Paulista.
secretário de Desenvolvimento de Turim, na Itália, Franco Corsico, é um dos participantes do evento promovido hoje pela ACSP, em parceria com a 9ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Corsico é o responsável pelo trabalho de aterramento de quase 12 km da linha férrea da cidade italiana, todo ele financiado pelo poder público e que deve ficar pronto em 2011. No evento, ele dará detalhes do trabalho em desenvolvimento na Itália, bastante semelhante ao proposto para São Paulo. Na véspera de sua viagem ao Brasil, concedeu a seguinte entrevista ao DC. Diário do Comércio - Como foi feito o aterramento da linha férrea em Turim? Franco Corsico - A linha corta Turim na direção norte-sul. Nela foram adicionadas novas pistas e novas estações, num total de 7. A linha funciona abaixo do nível do solo e sobre ela foi criada uma avenida larga e arborizada, onde há uma pista para os carros, corredores de ônibus, ciclovias e amplas calçadas. Não se trata apenas de um caminho rápido para o tráfego, uma via expressa. DC - Em São Paulo, o recurso do aterramento virá da iniciativa privada. Como foi em Turim? Corsico - O projeto inicial do "Caminhos de Ferro do Estado" previa apenas a expansão do serviço ferroviário (sem cobertura de faixa e avenida). O projeto foi financiado pelo Estado. Depois, a cidade de Turim pediu uma mudança no projeto, com a cobertura de faixas e a construção do boulevard, em conformidade com as disposições do novo Plano Diretor (Master Plan, de 1995). Para realizar o projeto com as novas funcionalidades foi assinado um convênio entre as ferrovias do Estado, a região do Piemonte e a Câmara Municipal de Turim. A cidade de Turim tem de suportar os custos mais elevados que se relacionam com o "ambiente urbano" (que abrange as faixas e a construção da avenida), mas a cidade não é mais separada entre as regiões leste e o oeste da ferrovia. Além disso, as antigas zonas industriais ao longo dos trilhos estão sendo reabilitadas. DC - Quando o aterramento ficará pronto? Corsico -No total, o trecho ferroviário é de 12 quilômetros, dos quais cerca de 8 quilômetros são subterrâneos. O trabalho vai ter minar em 2011. Hoje as obras já estão nas pistas. DC - Qual o custo da obra? Corsico -O custo total da obra é de 1,6 bilhão de euros. Penso que o importante no planejamento de intervenções na infraestrutura urbana (transporte ferroviário, estradas etc) é a oportunidade de criarmos novos lugares com boa imagem, para que possamos atrair os cidadãos e tornar a vida na cidade mais agradável e segura. (I.V.)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
10
c
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O erro, infelizmente, é do MEC, não meu. Laurentino Gomes, sobre o erro na questão de história do Enem
idades
Renato Cobucci/Hoje em Dia - 06/11/2010
Metrô: música para uma plateia de três milhões Até sexta-feira, músicos se apresentam em festival realizado nas estações Newton Santos/Hype
Alunos protestam contra a falta de energia, que atrasou a realização do Enem em uma faculdade de Minas Gerais. Exame foi marcado pela confusão.
Medida foi tomada pela juíza federal Carla de Almeida, da 7.ª Vara do Ceará. Governo pode recorrer da decisão.
Laurentino aponta erro histórico
lizar provas apenas para os que reclamaram administrativamente, não resolve o problema". Para a juíza, "novas provas poriam em desigualdade todos os candidatos remanescentes". A magistrada finaliza a decisão afirmando que "essa transgressão dos direitos públicos subjetivos dos candidatos requer que se suspenda o processo do Enem a fim de se avaliar, de modo percuciente, as soluções efetivas". O procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho, autor da representação, disse que espera que a Justiça anule o Enem e corrija as falhas ofere-
Alexandre Batibugli - 28/05/2010
Haddad disse ainda que o MEC vai levar ao conhecimento da Justiça Federal do Ceará as informações que dispõe de que o número de alunos atingidos pelas falhas no sábado foi pequeno. Além disso, destacou o ministro, o MEC vai mostrar que as provas que vierem a ser reaplicadas serão rigorosamente comparáveis com as aplicadas no sábado. "Essa é a força que o Enem tem: poder ser refeito para os casos onde ocorreu qualquer tipo de falha", afirmou o ministro, acrescentando estar confiante de que, com os dados técnicos que serão apresentados à Justiça, a decisão poderá ser revista. Haddad disse ainda que somente a quebra de isonomia caracteriza a revisão de uma prova, o que, na sua avaliação, não ocorreu. O ministro disse ainda que, assim que soube do ocorrido, relatou o fato ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que solicitou a sua permanência no Brasil. Fernando Haddad iria acompanhar o presidente na viagem a Moçambique, na África. Segundo ele, Lula ouviu seu relato e pediu que todas as providências fossem tomadas para que se preserve os direitos dos estudantes. (Agências)
Laurentino: data está errada
Haddad – Horas depois de a Justiça Federal do Ceará ter suspendidor o Enem em todo o Brasil, o ministro da Educação, Fernando Haddad, concedeu entrevista minimizando os problemas constatados na aplicação da prova e atribuindo parte deles, como a encadernação equivocada, à gráfica responsável pela impressão. Haddad também disse que o MEC não cogita reaplicar a prova do último sábado a todos os estudantes, como recomendou a Defensoria Pública da União (DPU). Na opinião do ministro, não há problema em aplicar a prova para o universo de estudantes prejudicados, por se tratar de um número "relativamente pequeno de casos".
da Comissão de Educação no Senado, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), pretende apresentar hoje um requerimento convidando o ministro da Educação, Fernando Haddad, a depor sobre os problemas ocorridos com o Enem. Segundo ela, a prova deste ano foi "desastroso e lamentável". Em discurso na tribuna, a senadora lembrou que o exame foi novamente marcado por muita confusão e desorganização, a tal ponto de a Defensoria Pública da União recomendar ao MEC a anulação das provas realizadas no primeiro dia da avaliação. (Agências)
cendo às universidades federais públicas o direito de fiscalizar as possíveis novas provas. A gráfica RR Donnelley Moore, responsável pela impressão dos cadernos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em nota oficial divulgada ontem, informou que a impressão dos cadernos foi feita dentro de rigorosos controles e que o erro encontrado representa apenas 0,003% das 10 milhões de provas impressas. O Ministério da Educação afirmou ontem que sua consultoria jurídica vai prestar esclarecimentos à Justiça Federal do Ceará. Senado –A vice-presidente
os de 19 ane Conforto! uinte
Mariana Missiaggia
D
esde ontem, dez estações do metrô abrigam o 1.º Festival Internacional de Músicos do Metrô/ Red Bull Souderground Festival. Trata-se de uma nova atração para um público estimado em 3 milhões de pessoas por dia. Nem todos param para ver as atrações que vêm de várias partes do mundo, mas muitos usuários aproveitam o horário do almoço para ouvir uma boa música. O evento reúne nove músicos de São Paulo e 11 vindos de Barcelona, Berlim, Londres, Cidade do México, Montreal, Moscou, Nova York, Paris e São Petersburgo. Marcelo Beraldo, de 36 anos, empresário, foi quem idealizou o festival. Sua pesquisa envolveu os 17 maiores metrôs do mundo onde comprovou que, formalmente, eles não cedem espaços para músicos de qualidade. "Trabalhei um ano e meio exclusivamente para esta semana. E está exatamente como eu visualizava", disse Beraldo. As exigências para a inscrição dos artistas se resumiam a preencher um currículo musical e postar um vídeo no site oficial do evento. Os jurados foram: Pena Schmidt, superintendente do Auditório Ibirapuera; Danilo Caciavilani, da Coordenadoria de Ação Cultural do Metrô; e Lívio Tragtenberg, compositor experimental e saxofonista. Eles foram os responsáveis pela seleção dos vinte participantes do evento. Cachê – Os artistas receberão R$ 900 para tocar duas horas por dia. Nenhum tipo de contribuição financeira adicional aos músicos é permitida. Aluízio Gibson, chefe do Departamento de Marketing Corporativo do Metrô, acredita que iniciativas deste tipo valorizam os artistas. "Desde 1978 incentivamos atividades culturais. Antes de autorizarmos o festival queríamos ter garantia da qualidade do artista", explicou. O estudante Rafael Masgrau, de 22 anos, apresentará seu heavy metal com composições próprias. Aos 13 anos, ele começou a ter aulas de mú-
sica e morou um ano na Alemanha. No entanto, suas influências são as bandas inglesas e norte-americanas. "A música é um hobby, mas gostaria muito de transformá-la em profissão. Por isso, toco de acordo com as oportunidades. Conforme o clima do público eu altero o repertório", disse. Nas noites de sábado, é possível encontrá-lo na esquina da Rua da Consolação com a Avenida Paulista, onde já ganhou de R$ 8 a R$ 50 em duas horas. Já o som do músico Pedro Loop, de 24 anos, é resultado da combinação entre um contrabaixo e inserções musicais que lembram tons regionais como o de Luiz Gonzaga. Assim como Masgrau, seu contato com a música começou aos 13 anos. "A reação do público é fantástica porque as pessoas não estão preparadas para ver uma apresentação musical no meio do metrô", disse. Público – A plateia de Pedro Loop incluía ontem a estudante australiana Abby Cone, de 19 anos, e a estudante, Helena Cristina de Souza, de 22 anos. "Gosto deste som que vai se compondo aos poucos", disse Helena. "O evento é bem interessante porque em Sidney, por exemplo, há muitos músicos que não têm espaço para mostrar sua arte", completou Abby. A multidão que passava pela estação Anhangabaú parecia esquecer a hora e andava em sintonia com o som de jazz e MPB que saía do saxofone da advogada Ana Góes, de 35 anos. Patrícia Krehovske, 28 anos, consultora técnica, desembarcou na estação especialmente para ouvir o som de Ana. Ela acredita que este é o caminho para valorizar artistas desconhecidos. "Quando a música é boa, todos param e participam", disse.
S ERVIÇO 1.º Festival Internacional de Músicos do Metrô . Apresentações nas estações Luz, Paraíso, Ana Rosa, Vila Madalena, CorinthiansItaquera, Tatuapé, Brás, Sé, Anhangabaú, República e Palmeiras-Barra Funda, até 12 de novembro (sexta-feira), das 11h às 13h e das 17h às 19h.
V. J. SILVA Assessoria e Consultoria de Publicidade e Telecomunicações
Req
Tels.: (11) 2097-5961 9970-5779 Visite nosso site e verifique nossas acomodações.
Av. Celso Garcia, 5.671
www.asturiasmotel.com.br
www.sahck.com.br
DC
O
jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor do livro 1808, afirmou ontem que a equipe do Enem deveria ter checado melhor as informações utilizadas na prova. Em seu blog, o autor comentou a reclamação de estudantes de que uma das questões da prova de história cita o ano de 1810 como sendo a data da abertura dos portos brasileiros por D. João VI. O livro de Gomes foi usado como fonte para a prova. "O erro, infelizmente, é do MEC, não meu. A data correta, que aparece no capítulo Salvador do livro, pág. 116, é 28 de janeiro de 1808", afirmou. Em outro texto do blog, comenta: "Erros de revisão e checagem acontecem. São os fantasmas que assombram escritores, jornalistas e todos os que se dedicam à árdua tarefa de escrever. Num texto de jornal, que no dia seguinte servirá para embrulhar peixe, são quase inócuos. Numa prova do Enem podem ter consequências desastrosas ao comprometer o desempenho do estudante que faz o teste", registrou Gomes. Na correção da prova, a professora de história do Objetivo Selma Rossino reparou o erro, mas afirmou que ele não deve ter comprometido a resposta da questão.
DC
A
juíza federal da 7ª Vara do Ceará, Carla de Almeida Miranda Maia, suspendeu ontem o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) até o julgamento do mérito da representação do Ministério Público Federal do Ceará (MPFCE), que pede a anulação do concurso em todo o Brasil. O exame nacional, que avalia alunos do ensino médio para o ingresso em universidades federais, foi marcado por erros de impressão, confusão no uso de lápis e falhas na segurança, a ponto de um repórter conseguir entrar no local da prova com um celular. Em sua decisão, a juíza aponta que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o consórcio Fundação Cesgranrio e Fundação Universidade de Brasília são os culpados por erros na aplicação das provas do Enem no último fim de semana. Ela esclarece que cabe recurso por parte do Ministério da Educação (MEC). No despacho, a juíza enumera as falhas na aplicação do Enem. Primeiro, ela relaciona erro de impressão: "O cartão de resposta tinha a mesma divisão de cabeçalho, porém a ordem destes mesmos cabeçalhos estava trocada... e o caderno de cor amarela estava com vários erros de impressão, tais como: quatro perguntas estavam duplicadas; a ordem das perguntas demonstrava ausência de várias questões". Depois, a magistrada fundamenta sua decisão citando erro de aplicação e cita o caso do repórter do Jornal do Commercio "que entrou na sala de aula para fazer a prova portando um celular ligado no bolso e conseguiu informar de dentro das dependências da escola qual era o tema da redação". A juíza disse estranhar que, "apesar de todas as falhas havidas", o presidente do Inep ter declarado na mídia que o certame havia sido "um sucesso" e que "falhas acontecem". Segundo ela, "a disponibilização de requerimento àqueles estudantes prejudicados pela prova correspondente ao caderno amarelo, e a intenção de rea-
Apresentação da saxofonista Ana Góes na estação Anhangabaú
DC
Justiça Federal suspende Enem por causa de falhas
lima.ivan@uol.com.br Fones: 11 7824-3793 / 3945-0443 Engº Ivan Renato de Lima Fone: 11 3816-6689
asturias@asturiasmotel.com.br Avenida Nações Unidas, 7.715 - Pinheiros - São Paulo/SP
• Implantação e Certificação das normas ISO 9001:2008 - Qualidade e ISO 14001 - Ambiental. • Logística Integrada (Suprimentos, Inventário de Estoques, Carga Máquina, PCP, Atendimento aos Clientes) • Sistema de Gestão Corporativa - Módulos - Cadastros, Vendas, Estoques, Compras, Indústria, Financeiro Rua Blás Parera, 356 - CEP: 02996-130
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
11 NADA MUDOU Explosão mata dois mineiros no Chile, menos de um mês após resgate de 33 trabalhadores.
nternacional
GRÉCIA O Partido Socialista, atualmente no poder, vence disputa local; não deve haver eleição geral.
Jim Young/AFP
Nova 'provocação' de Israel Ó RBITA
O
ARGENTINA
O
ex-almirante argentino Emilio Eduardo Massera, um dos líderes do golpe militar de 1976 e membro da junta que derrubou a ex-presidente argentina Isabel Perón e governou entre 1976 e 1978, morreu ontem em Buenos Aires. Massera, de 85 anos, sofria de demência e tinha problemas cardíacos, o que evitou que fosse julgado por crimes contra a humanidade pela Justiça. As TVs Crônica e C5N informaram que ele morreu de ataque cardíaco. Muitos consideram Massera o cérebro da repressão que se seguiu ao golpe, na chamada "guerra suja", na qual pelo menos 13 mil pessoas foram mortas pelos militares. (AE) Obama em momento descontraído com autoridades indianas, incluindo o premiê Manmohan Singh (à esq.): parceria estratégica. AFP
Um gosto amargo para o Brasil Apoio do presidente dos EUA para vaga a Índia no Conselho de Segurança da ONU surpreende Lula
IÊMEN
O
clérigo radical Anwar alAwlaqi (acima) pediu que os norte-americanos sejam mortos "sem hesitação", em vídeo postado na internet. "Não consulte ninguém ao matar norte-americanos", declarou o religioso muçulmano, que tem cidadania norte-americana e iemenita, em mensagem de 23 minutos. "Para matar o demônio não é preciso nenhum fatwa (decreto religioso)", enfatizou. Awlaqi é procurado pelo governo iemenita "vivo ou morto" por instigar a violência contra estrangeiros. (Agências)
PARAGUAI
O
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou-se ontem favorável a uma cadeira permanente para a Índia no Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas. A afirmação surpreendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse, ao desembarcar ontem à noite em Maputo, que espera que Obama assuma o compromisso de "abrir o Conselho de Segurança a outros países". O Brasil também busca uma vaga permanente no órgão. Atualmente, os membros permanentes são EUA, França, R ú s-
sia, China e Grã-Bretanha. Falando ao Parlamento indiano ontem, Obama disse estar ansioso por "um Conselho de Segurança reformado que inclua a Índia como um membro permanente". A declaração foi a mais aplaudida do discurso do mandatário. Em outro gesto importante, Obama abordou a ameaça do extremismo no Paquistão, arquirrival da Índia. "Nós continuaremos a insistir com os líderes do Paquistão que santuários para os terroristas são inaceitáveis", disse ele, acres-
centando que os EUA ficariam "feliz em ter um papel" em ajudar na melhora das relações entre os dois países. Brasil - Para Lula, a decisão de os EUA apoiarem a Índia não invalida a pretensão brasileira de conseguir seu assento no CS. O importante, disse, é que haja uma reforma. "Os EUA são apenas uma voz dentro do Conselho de cinco", acrescentou, lembrando que há outros países que apoiam o Brasil, como França, GrãBretanha e a China. Lula destacou ainda que
o Brasil também defende a participação da Índia no CS, já que ambos integram o G4, juntamente com a Alemanha e o Japão, que reivindica a reforma da instituição. (Agências)
Cidades sagradas sob ataque
D
O
oposicionista Partido Colorado obteve 132 das 238 prefeituras nas eleições municipais de domingo. Com isso, analistas destacaram que a sigla "demonstrou um grande poder de recuperação, após sair do poder central em 2008 frente a Fernando Lugo". Para os especialistas, as eleições foram uma mostra do que pode ocorrer na disputa presidencial de 2013. O modelo de aliança partidária de Lugo, dizem, deve se esgotar, pois a polarização entre colorados e liberais é muito forte no país. (AE)
Batalha campal no Saara
Chaiwat Subprasom/Reuters
R
Tentativa das forças marroquinas para desmantelar acampamento acaba em violência 2M TV/AFP
MIANMAR
ebeldes étnicos entraram em confronto com tropas do governo em Myawaddy, no leste de Mianmar, ontem, um dia após a realização de eleições, deixando três civis mortos e outros 11 feridos. Segundo funcionários, pelo menos 10 mil pessoas fugiram para o lado tailandês da fronteira (acima), levando a ONU a montar um campo para os refugiados. Mianmar é controlado por uma junta militar há quase 50 anos. Um militar tailandês, sob anonimato, disse que uma granada também caiu no lado tailandês, em Mae Sot, ferindo várias pessoas. (AE)
governo israelense aprovou mais de 1.300 novas moradias para famílias judias na ocupada Jerusalém Oriental, informou o grupo Peace Now ontem, qualificando a medida como "uma grande provocação". O Ministério do Interior de Israel confirmou mais tarde que deu o sinal verde para que as construções sigam em frente. Enquanto o governo dos Estados Unidos se disse "profundamente decepcionado" com a medida israelense, a Autoridade Nacional Palestina (ANP), afirmou que houve "má fé" e que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que está nos EUA nesta semana, é responsável por "destruir" as negociações de paz. A porta-voz do Ministério do Interior israelense, Efrat Orbach, afirmou que os planos foram tornados públicos, ultrapassando outro estágio nos procedimentos para a construção. Ela afirmou, porém, que a população ainda poderá fazer objeções ao projeto e que o início das obras poderá demorar bastante. Sabotagem - O governo palestino reagiu à novidade ontem. Segundo a ANP, Netanyahu está trabalhando para sabotar o diálogo de paz. "Mais uma vez, quando ele teve a escolha, ele escolheu os assentamentos", lamentou o negociador palestino Saeb Erekat, acrescentando que os palestinos pensavam que o Netanyahu "estivesse nos EUA para retomar as negociações, mas está claro para nós que ele está determinado a destruí-las". (Agências)
D
ois paramilitares, um bombeiro e um ativista foram mortos e quase 100 pessoas ficaram feridas ontem, quando forças marroquinas invadiram um acampamento onde ocorreram os maiores protestos das últimas décadas contra o controle de Marrocos sobre a região do Saara Ocidental. Segundo a agência oficial de notícias MAP, as forças de segurança entraram no campo de Gdim Izik, 10 quilômetros ao leste de Laayoune, detendo "elementos que ameaçavam" as pessoas que estavam no campo com cerca de 12 mil pessoas. A MAP disse que um gendarme e um bombeiro foram mortos na incursão ao campo. Um outro paramilitar foi esfaqueado à morte nos tumultos que ocorreram depois em Laayoune. O governo do Saara Ociden-
Imagem de TV marroquina mostra choque entre ativistas e a polícia no campo de refugiados
tal no exílio informou que um ativista foi morto nos tumultos. O Saara Ocidental, uma excolônia espanhola, foi anexada
pelo Marrocos nos anos 1970. Ainda ontem, representantes do governo marroquino e da Frente Polisário se reuni-
ram em Nova York, sob mediação da ONU, para discutir esse conflito territorial, o mais antigo de toda a África. (Agências)
ois carros-bomba que tinham como alvo fiéis xiitas nas cidades sagradas iraquianas de Kerbala e Najaf mataram ao menos 16 pessoas ontem, enquanto outro automóvel com explosivos fez ao menos mais cinco vítimas numa área de lojas e restaurantes no centro petrolífero do país. Segundo a polícia local, seis peregrinos iranianos e três iraquianos morreram e pelo menos 35 pessoas ficaram feridas em uma explosão numa das entradas de Kerbala, que abriga dois dos santuários mais sagrados para os xiitas. A explosão ocorreu no estacionamento usado por peregrinos. Extremistas sunitas preferem desfechar os ataques nos estacionamentos, uma vez que as mesquitas xiitas estão sob cerrada vigilância. Em Najaf, outro carro-bomba matou sete pessoas, incluídos dois peregrinos iranianos, e feriu outras dez ao explodir perto de um ônibus que transportava fieis ao santuário de Imam Ali, um dos santos mais reverenciados do xiismo, que foi genro e primo do profeta Maomé. Os fiéis são alvos frequentes dos grupos islâmicos sunitas, como a Al-Qaeda, no Iraque, que consideram apóstatas os muçulmanos xiitas. Em um ataque separado, um outro carro-bomba explodiu em uma área de restaurantes e lojas na cidade de Basra, centro das instalações de petróleo no sul do país, deixando ao menos cinco mortos e 30 feridos. Inicialmente, as autoridades acreditavam que 12 pessoas tinham morrido neste ataque. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
12 -.LOGO
Logo Logo www.dcomercio.com.br
terça-feira, 9 de novembro de 2010
9
NOVEMBRO Dia do Inventor
T ECNOLOGIA C OPA 2014
Street View processado
O
engenheiro mecânico Hevaldo Dias Duarte abriu um processo na 35ª Vara Cível de Belo Horizonte (MG) contra o Google depois que teve uma imagem sua publicada no serviço de mapas de ruas da companhia, o Street View. O processo foi aberto em 13 de outubro, mas só agora foi re-
velado. A Justiça mineira ainda não se pronunciou sobre o caso, que deverá ser analisado e despachado pela juíza Luzia Divina de Paula Peixoto na próxima semana. Na imagem, captada pelo serviço na esquina da avenida Getúlio Vargas com a rua Tomé de Souza, no bairro Savassi, em BH, Duarte estaria aparentemente passando mal e teria
vomitado na rua. A advogada do engenheiro, Genoveva Martins de Moraes, afirma que a divulgação da imagem prejudicou seu cliente, tanto na e m p re s a e m q u e t r a b a l h a quanto na internet. O processo pede a retirada imediata da imagem do ar, assim como uma indenização de R$ 500 mil por danos morais. O Google não quis comentar o assunto.
Loïc Venance/AFP
Abertura no estádio do Corinthians? O governo do Estado de São Paulo e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) afirmaram ontem que a abertura da Copa do Mundo de 2014 ocorrerá em São Paulo, no estádio a ser erguido pelo Corinthians. Apesar do anúncio, o projeto do estádio corintiano ainda não segue os padrões exigidos pela Fifa. A entidade determina que o estádio da abertura tenha ao menos 65 mil lugares, mas o projeto apresentado em agosto pelo Corinthians prevê uma arena para 48 mil pessoas, ao custo de R$ 350 milhões. A adequação do projeto deve custar entre R$ 120 milhões e R$ 200 milhões, valor ainda sem financiamento garantido. F UTEBOL
Jornal indenizará Cristiano Ronaldo
ARTE L
Ciclo de debates 'Como Nasce uma Obra Prima'. Centro Cultural Banco do Brasil, Rua Álvares Penteado, 112, tel.: 31133651, 19h. Grátis.
Ciclo discute o conceito de arte no passado e seu significado hoje
A NIMAIS
E SPAÇO Nasa/AFP
Visto do céu, o Nilo é pura luz
Chimpanzé fumante vem para o Brasil O chimpanzé Ômega, de 12 anos, que foi resgatado em Ansar, no sul do Líbano, será enviado para o Brasil. Segundo a ONG Animals Lebanon, quando jovem, Ômega era a atração de um restaurante dentro de um zoológico particular. Mas ele cresceu e foi trancado na jaula onde, além do espaço pequeno, adquiriu o hábito de fumar cigarros jogados pelo público. Ômega pesa cerca de 60
TOUCHÉ - A esgrimista francesa Laura Flessel-Colovic (esquerda) enfrentou ontem a romena Loreda Iordachioiu durante o Campeonato Mundial Feminino de Esgrima no Grand Palais, em Paris.
O português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, receberá uma indenização do jornal britânico Daily Telegraph, que o acusou de pôr em risco sua recuperação de uma lesão no joelho dançando e bebendo em uma discoteca de Los Angeles. O craque português sempre declarou ser abstêmio. O valor "substancial" da indenização não foi revelado e o jornal ainda precisará pagar os custos do processo, após admitir que dados importantes publicados na matéria estavam errados.
Imagem do Observatório da Terra, da Nasa, divulgada ontem mostra a concentração populacional no vale do rio Nilo, no Egito. A linha e o delta iluminados foram registrados por astronautas a partir da Estação Espacial Internacional na noite de 28 de outubro. Durante o dia, a densa vegetação não permite que a área do rio seja facilmente visível a partir do espaço.
quilos e nunca subiu em uma árvore nem teve contato com outros animais da espécie. Ontem ele foi sedado para ser encaminhado para o santuário de Vargem Grande, São Paulo, onde viverá em um ambiente mais adequado e poderá interagir com outros chimpanzés. O dono do zoo libanês fechou as portas após uma campanha de seis meses contra o estabelecimento.
G @DGET DU JOUR I NTERNET
Camiseta para espionagem
A rainha Elizabeth no Facebook
Esta camiseta é o trunfo dos espiões que não querem levantar suspeitas. Criada pelos gênios da ThinkGeek. A Electronic Spy Camera Shirt custa apenas US$ 40 e tem uma câmera escondida na estampa. Basta remover a câmera para lavá-la normalmente.
Menos de um dia depois de ganhar um perfil oficial no Facebook, a rainha britânica Elizabeth II já contabilizava mais de 100 mil fãs. O perfil da rainha Elizabeth na rede social estreou ontem e não permite que usuários se tornem "amigos" ou enviem mensagens, mas oferece atualizações sobre notícias e eventos diários da monarquia britânica. Em 2008, a rainha publicou um vídeo no YouTube. Em 2009, foi lançada a conta da monarquia britânica no Twitter. Neste ano, foi a vez da criação de uma página real no Flickr.
www.thinkgeek.com/tshir tsapparel/interactive/e60c/
P ATRIMÔNIO
Seis bens tradicionais preservados
L OTERIAS
http://nascapas.blogspot.com/2010/11/paul-covers.html
A TÉ LOGO
Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:
Protesto de moradores e comerciantes marca filmagens de filme no Rio
L
caso de patrimônios materiais) e de registro (para os imateriais) é formada por 22 conselheiros de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia, e trabalham em diferentes instituições. O conselho decidiu ainda pelo tombamento do Encontro das Águas, em Manaus, do conjunto urbanístico e paisagístico da cidade de São Félix (BA), do Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, no Rio, e do conjunto histórico e paisagístico de Santa Tereza (RS).
Fãs do astro Paul McCartney, que está em turnê pela América Latina, podem incrementar a tietagem acompanhando a seleção que o blog Nas Capas fez dedicada ao músico. O blog traz capas de revistas que retratam o músico em diversas fases de sua carreira. Paul, que iniciou a turnê no domingo em Porto Alegre (RS), apresenta-se amanhã em Buenos Aires, e depois volta ao Brasil para tocar em São Paulo nos dias 21 e 22, no estádio do Morumbi. Os ingressos estão esgotados para as duas datas e o público estimado é de 60 mil pessoas em cada dia. Quem não conseguiu ingressos poderá ver o show pela TV. O canal pago Multishow terá os direitos de transmissão da apresentação de McCartney no dia 21, em São Paulo.
L
O mais importante rito dos índios enawenê nawê – tribo que ocupa uma reserva entre o cerrado e a floresta amazônica, em Mato Grosso – é agora é patrimônio cultural brasileiro. Trata-se do yaokwa, ritual de pesca que dura cerca de sete meses. O sistema de saberes locais de cultivo da mandioca na região do Rio Negro também entrou para a lista de patrimônios imateriais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A comissão que avalia os processos de tombamento (no
Várias facetas de Paul
Fifa indeniza goleiro de Togo ferido a bala em ataque terrorista em Angola
Os números sorteados nos concursos 2442 da QUINA e 581 da LOTOFÁCIL foram divulgados com atraso ontem. Para conferir os resultados dos sorteios acesse o site da Caixa Econômica Federal (CEF). www.caixa.gov.br/loterias
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
e
13 FUNDOS Captação atinge recorde de R$ 20,1 bi em outubro
conomia
CONSTRUÇÃO Vendas de material no varejo caíram 7% em outubro ante setembro
XÔ, CPMF RESSUSCITADO! Repúdio à volta do imposto faz a oposição reativar movimento que derrubou a cobrança em 2007
U
ma semana depois do segundo turno das eleições, a oposição encontrou a bandeira que parece ter faltado na campanha. Na iminência do retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o "imposto sobre os cheques", o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), já reativou o "Xô, CPMF". O movimento fez barulho em 2007, época em que a contribuição foi extinta após derrota no Senado. Ontem, o site do movimento (www.xocpmf.com.br) foi reativado. Diversas entidades, como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), já se manifestaram contra o retorno do tributo. Pelo menos 13 dos 27 novos governadores se mostram favoráveis à reedição da CPMF para
financiar a área da saúde. Bornhausen já montou estratégia para mobilizar a sociedade civil contra o retorno da cobrança. Na próxima semana, um evento do "Xô, CPMF" deve ser realizado no Congresso. "Essa volta da CPMF é um sanatório geral. Temos de reagir e mobilizar a sociedade civil de fora para dentro", disse. Com ampla maioria no Congresso, o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, tem grande chance de reeditar o tributo. "Daí a necessidade de as entidades e a sociedade encamparem novamente a ideia do Xô CPMF", reforçou. Para ele, a volta do tributo é um "tapa na cara com mão de gato". "Se o governo quer mais recursos para a saúde, ele que tire dinheiro de estradas que não constrói e coloque na saúde que não atende", afirmou. "A prioridade deve ser a saúde. As estradas podem ser feitas por meio de concessões, mas falar em volta da CPMF só pode ser deboche." (AE)
Todos unidos contra a volta da contribuição
E
ntidades de classe, como associações comerciais e da indústria, além de governadores eleitos e economistas, se posicionaram contrários à volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "A mobilização da sociedade impediu, no final de 2007, que a CPMF fosse novamente prorrogada. A aprovação da criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS) logo após as eleições, sem que a proposta tenha sido apresentada durante a campanha, se afigura como uma traição aos eleitores", avaliou o presidente da Associação Comercial de São Paulo
César Diniz/Hype
Delfim Netto: melhorar eficácia.
(ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti (leia artigo sobre o assunto na página 2). Sem brecha – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse ontem que a entidade não terá limites na luta contra o possível retorno da CPMF. Para ele, a volta da contribuição abriria brecha para a criação de impostos em outras áreas específicas. Em evento promovido pela Fiesp, ele afirmou que, se o assunto for adiante no Congresso, a entidade mobilizará a sociedade contra o projeto. "Vamos reagir fortemente." Skaf, que foi candidato ao governo paulista pelo PSB e apoiou a candidatura da presidente eleita Dilma Rousseff, criticou os que sonham com o retorno da CPMF. "Tenham cuidado. Vamos fazer com que
esses sonhos virem pesadelos", ameaçou. "Aberração" – Com uma das maiores cargas tributárias do mundo, o Brasil não precisa da CPMF. Em nota à imprensa, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) protestou contra o possível retorno da contribuição. "O imposto sobre o cheque é uma das maiores aberrações do sistema tributário brasileiro", disse seu presidente, José Paulo Dornelles Cairoli. A CACB irá liderar, nesta semana, uma mobilização para pressionar o Congresso contra a reedição da CPMF. " Es te l io n at o" – Durante o evento da Fiesp, economistas fizeram coro contra a CPMF. "Não é necessário nenhum aumento de imposto. Temos que trabalhar para melhorar a eficácia do gasto público", disse o economista e ex-ministro Antônio Delfim Netto. Já o economista Paulo Rabello de Castro classificou a iniciativa de recriação da CPMF como "estelionato eleitoral". "É inútil porque não resolverá o problema da saúde. " Ele lembrou que o retorno da contribuição não fazia parte da plataforma de governo dos que saíram vitoriosos das urnas. Orçamento – O governador eleito por São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), engrossou o coro contra a volta da CPMF. Para ele, ocorreria atualmente uma espécie de "subfinanciamento" na área de saúde. "O ideal seria resolver isso no próprio orçamento", disse. "(Para) evitar criar outro tributo ou aumentar a carga tributária", acrescentou Alckmin. De forma semelhante, o governador eleito de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), defendeu a reforma tributária e criticou a volta da CPMF. Para ele, a presidente eleita pode aproveitar seu prestígio político para buscar o entendimento com governadores e empresários sobre a questão. "Vamos torcer para que o País faça seu dever de casa, a reforma tributária e a reforma política, que é a mãe de todas as reformas, que haja coragem para mexer na questão previdenciária e mexer na gastança", afirmou. (Com AE)
Reforma tributária pode não sair Economistas e empresários acreditam ser mais viável a realização de mudanças na estrutura atual Renato Carbonari Ibelli
A
indústria nacional quer a reforma tributária nos primeiros seis meses de governo Dilma. "Reformas têm de ser feitas em início de governo", disse ontem Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), durante o Congresso da Indústria 2010. No entanto, é consensual entre economistas e empresários que a reforma possível pode não ser a desejada, em razão da oposição dos governos estaduais. O mais provável é que sejam emplacadas mudanças pontuais no sistema tributário brasileiro. Limites – Embora alguns economistas, como Paulo Rabello de Castro, ainda apostem em mudanças
dramáticas – sugerindo, por exemplo, o "empacotamento" de vários impostos em um único, o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) –, dificilmente haveria espaço político para tal mudança. Para o ex-ministro e economista Antônio Delfim Netto, a maioria dos estados se opõe a uma reforma ampla, já que esta afetaria o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Para ele, o caminho mais viável para se chegar a uma simplificação do sistema tributário do País seria encampar reformas pontuais – como a implementação do ICMS no destino e desonerações de tributos como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), entre outros. "Conquistas pontuais de redução de tributos são
positivas, e resultam em aumento da arrecadação, como vimos durante a crise." Simplificação – A necessidade de se simplificar o sistema tributário brasileiro é tida como fundamental para que as empresas brasileiras ganhem competitividade global. O sistema tributário brasileiro é extremamente complexo. Um estudo recente realizado pelo Banco Mundial apontou que os empresários brasileiros gastam, em média, 2,6 mil horas para cumprir obrigações tributárias, enquanto a média mundial é de cerca de 180 horas. "Há legislações diferentes para tributos semelhantes que são cobrados juntos, como para o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) . Podemos começar fazendo
simplificação infraconstitucional para depois pensarmos em uma reforma maior", disse o advogado Helcio Honda durante o evento. Dissonância – Essa mesma realidade pode ser expandida para o ICMS, que tem 27 legislações, cada uma regida de acordo com os interesses de um dos estados brasileiros. Isso, segundo Honda, gera situações abusivas, que prejudicam a indústria nacional. Exemplos desse abuso são os abatimentos no ICMS para produtos importados acabados, praticados por estados como Santa Catarina. "É preciso proibir isso. No Supremo Tribunal Federal (STF), há mais de 60 ações de inconstitucionalidade relativas a essa questão, mas que não são julgadas", comentou Honda.
Indústria perde ritmo e espaço no mercado A
busca para reduzir o déficit nominal das contas do governo é tida como fundamental para garantir a competitividade da indústria nacional. A avaliação partiu do presidente do Instituto de Estudo pelo Desenvolvimento Industrial (Iedi), Pedro Passos, que vê a diminuição desse saldo negativo como o melhor caminho para redução das taxas de juros vigentes no País. De acordo com dados do Iedi, desde maio a indústria nacional perde ritmo. Em setembro a atividade industrial caiu 0,1% na comparação com agosto. Para o instituto, isso resulta do deslocamento da demanda por bens produzidos no mercado doméstico para produtos vindos de fora. A evolução dos gastos do governo é maior do que a
geração de riquezas na economia. Nos últimos dez anos, segundo Paulo Francini, diretor da Fiesp, esses gastos cresceram 6% ao ano, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) subiu em média 3% ao ano. Ele cobrou mais eficiência no trato dos recursos públicos. "Não adianta reduzir as despesas governamentais sem que essas despesas sejam usadas de maneira mais eficiente. É preciso fazer o mesmo com menos", disse. Concorrência – Segundo Passos, o processo de desvalorização de várias moedas nacionais, efetuado em razão dos impactos da crise financeira mundial, também afeta o cenário de concorrência. "Estamos deixando espaço para que outros ocupem nosso mercado." Enquanto a indústria perde espaço, o consumo está em
alta. Dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostram que as
consultas ao SCPC em setembro cresceram 5,9% ante agosto. (RCI)
14 -.ECONOMIA
DIÁRIO DO COMÉRCIO
COMÉRCIO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
e Emprego mantém elevada a confiança do consumidor conomia
Diante de percepção positiva sobre geração de postos, o INC ACSP/Ipsos ficou praticamente estável, aos 152 pontos em outubro. Fátima Lourenço
O
otimismo do brasileiro se manteve estável em outubro com 152 pontos, um a menos na comparação com o mês anterior. No entanto, se trata de um patamar próximo ao recorde da série (155 pontos) detectado em agosto pelo Índice Nacional de Confiança (INC) ACSP/Ipsos. Na comparação anual houve crescimento de 16 pontos sobre os 136 pontos registrados em outubro de 2009. "Todos os últimos indicadores de confiança reafirmam que as vendas de final de ano deverão superar as nossas expectativas iniciais", afirmou o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti. Na avaliação do economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da ACSP, Emilio Alfieri, o índice se manteve graças à percepção de que a geração de emprego está realmente ocorrendo na economia. "Esse sentimento é me-
dido pelo número médio de desempregados que cada um dos 1 mil entrevistados declarou conhecer (3,1 em outubro ante 3,5 em setembro). É um recorde absoluto de baixa desde o início da série", destacou.
Todos os últimos indicadores de confiança reafirmam que as vendas de final de ano deverão superar as nossas expectativas. ALENCAR BURTI, PRESIDENTE DA ACSP E DA FACESP A percepção sobre a oferta de emprego, disse o economista, gera maior propensão às compras de bens duráveis. Segundo Alfieri, apesar do estímulo que a oferta de crédito pode dar à movimentação do comércio, as pessoas vão às compras quando se sentem se-
guras. "O emprego proporciona esse respaldo. Há crédito em abundância e o dólar baixo, com queda de preços nos eletrodomésticos, é mais um incentivo. As pessoas irão às compras", afirmou o economista do IEGV da ACSP. Em outubro, 47% declararam estar mais favoráveis à compra de eletrodomésticos, ante 45% no mês anterior. O grupo dos consumidores menos dispostos recuou de 27% para 24%. A confiança em alta também apareceu na avaliação sobre o futuro imediato. A pesquisa mostrou queda de 13% para 12% no número dos que consideram a possibilidade de alguém da família ou de um conhecido perder o emprego nos próximos seis meses. Também aumentou para 49% ante 39% o contingente dos que consideram essa probabilidade muito pequena. Ainda de acordo com a pesquisa ACSP/Ipsos, as regiões Norte e Centro-Oeste se mantiveram como as mais otimistas, com 182 pontos, ante 181
Otimismo empresarial tem leve recuo
O
Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 0,9% entre setembro e outubro, ao passar de 133,3 para 132,2 pontos, segundo informações divulgadas ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador é elaborado em uma escala de 0 a 200 pontos. Isoladamente, o Índice da Situação Atual (ISA-S) teve elevação de 3,7%, para 125 pontos, o maior da nível da série histórica. O Índice de Expectativas (IE-S) registrou queda de 4,6% em relação a setembro. Com o resultado de outubro, o ISA-S e o IE-S situaram-se 16,3 e 2,7 pontos acima das respec-
tivas médias históricas. O quesito nível de demanda atual foi o que mais contribuiu para a elevação do ISA-S entre setembro e outubro, ao passar de 110,8 para 118 pontos. Das 2.196 empresas consultadas, 28,8% avaliam a demanda atual como forte e 10,8% como fraca. Em setembro, essas parcelas haviam sido de, respectivamente, 22,9% e 12,1%. O indicador que mede a tendência dos negócios para os próximos seis meses foi o que mais influenciou negativamente o IE-S, (-5,7%), ao passar para 137,9 pontos em outubro, o menor valor desde julho de 2009 (137 pontos).
Na avaliação do economista da FGV Sílvio Sales, a performance sinaliza "um momento de passagem de um período de crescimento para um de estabilidade". Segundo ele, embora o desempenho em outubro tenha sido o menor em três meses, o nível é mais elevado do que o registrado em outubro de 2009 (126 pontos). "Os empresários tiveram uma melhor avaliação da situação atual por conta das expectativas de Natal. Ao mesmo tempo, as expectativas futuras caíram porque eles não esperam que os próximos seis meses sejam tão bons quanto agora." (Agências)
Autos: sinal amarelo na exportação. Divulgação
Anderson Cavalcante
A
produção de veículos no Brasil em outubro seguiu em alta, de 5,5%, ante setembro. Em igual período, o número de licenciamentos caiu 1,3%, mas a causa foi o menor número de dias úteis (21 contra 20). Na media diária, as vendas também seguiram em crescimento: 3,7%. O volume de exportações foi 6,8% maior e, em valores, o avanço foi de 11,6%. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Mesmo com números positivos, o discurso foi de preocupação. "Se verificarmos os números desde 2005 vamos observar que as importações passaram de 5,1% para quase 20% neste ano, enquanto isso as exportações caíram, em igual período, de 30,7% para 17,5%. O sinal amarelo está aceso, precisamos ter competitividade, mas estamos perdendo espaço com a valorização do real", explicou o presidente da entidade, Cledorvino Belini. O executivo ainda defendeu a adoção, pelo governo, de in-
Produção cresceu 5,5% em outubro, mas vendas caíram 1,3%.
centivos para as exportações, assim como ocorreu durante a crise global para que as vendas se mantivessem aquecidas. As exportações de autoveículos no mês passado somaram 78.072 unidades, acumulando, no ano, 649.302 veículos vendidos ao exterior – 74,8% mais que em 2009. Espera-se encerrar 2010 com aumento de 57,9% para 750 milveículos exportados e alta de 54% em valores para US$ 8,3 bilhões. Durante outubro foram produzidos 321.814 veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus). O acumulado do ano, entre janeiro e ou-
tubro, soma 3,04 milhões de unidades, número 15,3% superior a igual período de 2009, quando foram fabricados 2,63 milhões. A previsão da Anfavea é de que as montadoras estabelecidas no Brasil atinjam a produção total, de janeiro a dezembro, de 3,6 milhões, estabelecendo alta de 13,1%. No mês foram licenciados 303.172 veículos. No acumulado até outubro, as vendas somam 2,8 milhões, 8% acima ao apurado nos dez primeiros meses do ano passado. A expectativa é encerrar 2010 com 3,4 milhões de unidades licenciadas, crescimento de 8,2%.
15 Precisamos ter competitividade, mas estamos perdendo espaço com a valorização do real. Cledorvino Belini, presidente da Anfavea
pontos em setembro. O Sudeste manteve a pontuação (161). Já no Sul, houve queda de 167 para 155 pontos. No Nordeste, o otimismo dos entrevistados subiu de 128 para 130 pontos. Os recortes do INC mostram a manutenção da classe C na liderança do otimismo, com 161 pontos em outubro ante 163 do mês anterior. As classes A/B ocupam a segunda posição desse ranking, mas com queda na pontuação, de 147 em setembro para 140. É um grau de otimismo bem próximo dos 139 pontos das classes D/E. Pesquisa – A pesquisa ACSP/Ipsos c o n s u l t a m e n s a lmente 1 mil domicíl i o s e m n o v e R egiões Metropolitanas (RM) e 70 cidades do interior do País. O índice varia de zero a 200 pontos, com faixa de pessimismo situada abaixo de cem e de otimismo acima desse patamar. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Masao G
otto Filho/
Disposição para adquirir itens como eletrodomésticos cresceu para 47%.
e-SIM - 1
5/01/2
008
DIÁRIO DO COMÉRCIO
16
e
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O que esperar de um governo que afirma não haver ajuste político a ser feito? Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados
conomia
Economistas: inflação fora do centro da meta. Pressão de alimentos e serviços sobre o IPCA faz com que indicador volte a apresentar aceleração no mês de outubro Patrícia Büll
Patrícia Cruz/LUZ
R
D
epois de alguns meses de pequenas variações, a expectativa de economistas é que a inflação de outubro, que será divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), volte a acelerar. O motivo, mais uma vez, é a pressão dos preços de alimentos que tiveram alta em setembro, com pico no mês passado. As previsões variam de alta de 0,6% a 0,72%. Se confirmada essa expectativa, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá encerrar o ano com variação entre 5,1% e 5,5%, distante do centro da meta fixada pelo governo para 2010 que é de 4,5%. Ainda assim, o índice ficará dentro da estimativa, que prevê variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. A projeção do economista da Tendências Consultoria Integrada Gian Barbosa é que o IPCA de outubro acelere para 0,7%, uma variação muito forte em comparação com o aumento de 0,45% de setembro. "A alta dos preços de alimentos teve seu pico no mês passado. A combinação de impacto climático com forte demanda está pressionando essas cotações", afirmou. Como exemplo, ele citou a carne bovina, que sofreu com a seca nas regiões de produção pecuária impedindo o bom desenvolvimento dos rebanhos e, assim, o abastecimento. Outro caso de forte pressão foi o feijão, que teve colheita menor por conta do excesso de chuvas na Bahia, uma das principais regiões produtoras. Para se ter uma ideia, o Índice de Preços ao Consumidor
Redução de gastos leva a juro menor
Os preços dos alimentos sofreram o impacto de variações climáticas e da elevação da demanda, o que faz com que pressionem a inflação.
de Brasil (IPC-Br), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontou elevações de, respectivamente, 14,97% no preço do contrafilé e de 76,76% no feijão carioquinha no perído de 12 meses encerrados no mês de outubro. Em virtude dessas pressões, a projeção feita pela Tendências é que 2010 encerre com uma inflação de 5%, mas com viés de alta. A economista do Itaú Unibanco Laura Cecília Haralyi Mittelsdorf destacou ainda a elevação de preços de serviços pessoais e de combustíveis como outros dois itens que colaboraram para elevar o IPCA no mês passado. "Nossa proje-
ção é de uma variação de 0,72%, sendo que 0,41 ponto percentual se refere somente a alimentos e bebidas. Entretanto, serviços pessoais e combustível – por conta do aumento do preço do etanol – também virão acima do resultado de setembro", disse. Longe da meta – Ainda que os alimentos deixem de pressionar a inflação nos próximos dois meses, os economistas são unânimes em dizer que as chances do IPCA encerrar 2010 no centro da meta são praticamente nulas. "No cenário em que vivemos atualmente, fecharmos o ano em 4,5% (de inflação) é um número que não está na conta de ninguém.
Acredito que nem na do Banco Central (BC)", afirmou a economista do Itaú Unibanco. O banco projeta para 2010 uma inflação de 5,5%. "Mesmo que o grupo alimentos volte a ter deflação, a exemplo do que ocorreu entre junho e agosto, outros itens exercerão pressão, especialmente aqueles ligados à sazonalidade de final de ano, como produtos duráveis e vestuário", avaliou a economista do Santander Tatiana Pinheiro. Assim, em sua avaliação, a inflação manterá a tendência de alta até o final do ano, mas por motivos distintos dos que irão aparecer em outubro. A expectativa do Santander
5,5
por cento é o percentual de alta da inflação projetado por economistas do Itaú Unibanco e do Santander é de que o IPCA suba 0,67% em outubro, mantenha-se na casa de 0,4% e 0,5% em novembro e dezembro, respectivamente. Dessa forma, o indicador encerrará o ano em alta de 5,2%.
Mercado dará 'trégua' de seis meses a novo governo
O
mercado financeiro deverá se manter complacente com relação ao governo de Dilma Rousseff enquanto a nova gestão se mantiver aderente ao perfil do governo do presidente Lula. Isso significa dizer, segundo o economistachefe da MB Associados, Sérgio Vale, que a paz entre os agentes financeiros e a nova administração deve durar, no máximo, uns seis meses. A discussão sobre a relação do mercado financeiro e o novo governo ganhou força com a informação divulgada neste final de semana pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que a presidente eleita poderá tirar o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, do cargo. Segundo a reportagem, apesar de avaliar que Henrique Meirelles desempenha um papel impor tante no combate à inflação e na contenção dos efeitos da crise econômica global de 2008 na economia brasileira, Dilma não pretende deixá-lo à frente da condução do BC. Um dos motivos que podem explicar a atitude é a vontade, já externada pela presidente eleita, de reduzir a taxa de juro real para 2% até 2014. Com isso, ela deverá priorizar a formação de um governo de pessoas com um perfil desenvolvimentista. O problema, na visão de Vale, está na contradição entre o discurso e a prática.
Ajuste fiscal – Para o economista, não há a menor possibilidade de a taxa de juro real chegar a 2% ao final dos próximos quatro anos se for mantida a atual política fiscal expansionista que Dilma indica que deverá seguir. "Ela não tem a menor noção da importância de um ajuste fiscal", afirmou. Ele salientou que isso não surpreende, uma vez que Dilma, quando era ministra,
Dilma já deu mostras de que não consegue conviver com opiniões diferentes. SÉRGIO VALE, ECONOMISTACHEFE DA MB ASSOCIADOS foi contra a proposta de ajuste fiscal defendida pelos ministros Antônio Palocci e Paulo Bernardo. "O que esperar de um governo que afirma não haver ajuste político a ser feito?", questionou. Na sua opinião, é preciso avaliar a Dilma ministra e não a candidata. "Como ministra ela nunca enganou ninguém. Sempre demonstrou o seu perfil des e nvo l v i m e n t i s t a . E n ó s nunca pensamos que Palocci e Meirelles fossem ter voz ativa em seu governo."
Para Vale, Dilma poderá, após seis meses, se cercar de pessoas com perfil heterodoxo. Ele lembra que em 2003, quando o governo Lula fez o ajuste fiscal, as figuras que coordenaram o programa seguiam esse perfil, como Palocci, Meirelles e Marcos Lisboa – o grande formulador de política microeconômica do governo Lula. Apesar das informações de que Dilma pretende tirar Meirelles do BC, o mercado só irá partir para cima do novo governo quando a presidente eleita impor o seu ritmo sobre a instituição. "Isso poderá ser perigoso", afirma o economista. Do ponto de vista político, Vale considerou que o presidente Lula, até em razão de sua vivência dentro do sindicalismo, é uma pessoa de perfil mais conciliador. "A arbitragem de opiniões diferentes foi a síntese do governo Lula. Ele soube administrar bem as divergências entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central. No governo de Dilma Rousseff isso não deverá acontecer, porque ela já deu mostras de que não consegue conviver com opiniões diferentes", disse. Além do mais, a necessidade de um ajuste fiscal hoje se dá em função do equilíbrio de longo prazo. Não é como o de 2003, quando o governo Lula foi forçado pela premência do curtíssimo prazo, avaliou Vale. (AE)
esultado de sondagem feita pelo Banco Central junto a analistas do mercado, divulgado ontem, dá respaldo à posição da autoridade monetária de que um aumento do esforço fiscal do governo contribuiria para conter a elevação dos preços, abrindo espaço para juros mais baixos. Segundo a pesquisa, economistas avaliam que, se o setor público reduzisse seu gasto em 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no período de 12 meses, a taxa Selic poderia cair em 1% no mesmo período sem que a inflação sofresse alteração. Os números correspondem à mediana da resposta dada por 64 instituições que responderam à consulta do BC. O impacto da política fiscal sobre os preços tem sido motivo de discórdia explícita entre Banco Central e Ministério da Fazenda. Nova equipe – A divulgação da sondagem inédita do BC ocorre em meio a especulações em torno da montagem do novo governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, e da preponderância que terão na equipe economistas mais ou menos ortodoxos. Segundo o BC, a pesquisa foi feita para "reduzir a assimetria de informações entre os participantes do mercado, bem como entre estes e o Banco Central". No último relatório de inflação, divulgado no final de setembro, o BC destacou que no próximo ano uma esperada recuperação das contas fiscais, com consequente aumento do superávit primário, contribuiria para conter a inflação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, crítico do patamar dos juros e dos seus efeitos sobre a valorização do real, afirmou recentemente que não faz sentido vincular a redução dos juros a um aperto fiscal. Ainda de acordo com a pesquisa divulgada ontem, os analistas avaliam que um aumento de um ponto percentual da Selic por 12 meses reduziria a inflação em 0,25 ponto percentual. Já a contração fiscal de 1% do PIB reduziria a inflação em 0,32 ponto no mesmo período. A taxa Selic está atualmente em 10,75% ao ano. Analistas de mercado estimam que ela deverá chegar ao final de 2011 em 11,75%, segundo sondagem semanal Focus, também divulgada ontem pelo BC. (Reuters)
DIà RIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
e
17 Segundo OCDE expansĂŁo econĂ´mica ganha força em paĂses que se recuperam de recessĂľes, como Estados Unidos e JapĂŁo.
conomia
OCDE alerta sobre desaceleração
O
ritmo de crescimento da economia brasileira estĂĄ em desaceleração, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento EconĂ´mico (OCDE) divulgados ontem. A medição de setembro do Indicador Composto Avançado (ICA ou CLI, na sigla em inglĂŞs), calculado pela organização, mostra recuos consecutivos desde maio no ritmo em que a atividade econĂ´mica brasileira avança no PaĂs. Em contrapartida, a OCDE aponta que a expansĂŁo ganha força em naçþes que se recuperam de recessĂľes, como os Estados Unidos e o JapĂŁo. A redução de ritmo seria "moderada" no Reino Unido, CanadĂĄ, França, Ă?ndia e ItĂĄlia, e "fortemente" acentuada no Brasil e na China. Essa tendĂŞncia jĂĄ havia sido observada pelo organismo no mĂŞs passado. O ICA se baseia em sĂŠries histĂłricas de crescimento da produção industrial de cada paĂs para calcular, mensalmente, as tendĂŞncias econĂ´micas dos 33 integrantes da OCDE e de outros seis emergentes. O nĂvel de 100 pontos ĂŠ utilizado como referĂŞncia para classificar a intensidade da atividade econĂ´mica das naçþes. Brasil e China sĂŁo os Ăşnicos paĂses avaliados a ficar abaixo desse patamar (com 98,6 e 99,3 pontos, respectivamente). Ainda assim, o saldo brasileiro no ICA ĂŠ positivo em 0,8 ponto percentual nos Ăşltimos 12 meses. Segundo o relatĂłrio, a desaceleração nĂŁo ĂŠ a tendĂŞncia predominante entre as economias mundiais. O organismo destaca que o ICA para o mĂŞs de setembro mostra "divergĂŞncias no ritmo de crescimento econĂ´mico dos paĂses analisados". Para a OCDE, os ciclos de crescimento da Alemanha, JapĂŁo, EUA e RĂşssia "continuam em expansĂŁo". A economia alemĂŁ mostra que se recupera de maneira sĂłlida da crise mundial, mantendo o ritmo de crescimento estĂĄvel em setembro. Com 102,4 pontos, os EUA tĂŞm atualmente uma "expansĂŁo estĂĄvel". A RĂşssia ĂŠ o Ăşnico emergente a figurar entre os que devem manter um ritmo de crescimento sĂłlido, segundo a OCDE. (AgĂŞncias)
Guerra cambial ameaça G20 Reunião de cúpula terå como desafio buscar formas de evitar o surgimento de pråticas protecionistas
A
possibilidade de uma "guerra cambial" ameaça a frĂĄgil coesĂŁo entre potĂŞncias ricas e paĂses emergentes na reuniĂŁo de cĂşpula do G20, que acontece nesta semana em Seul (Coreia do Sul). Os representantes dos paĂses que participarĂŁo do encontro concordam com a necessidade de evitar esse conflito – que poderia acabar com todos os esforços coordenados desde novembro de 2008 para tirar o mundo de sua pior crise financeira em 80 anos. Essa questĂŁo ĂŠ particularmente importante para os paĂses emergentes, que tĂŞm sido afetados pela batalha cujos protagonistas sĂŁo Estados Unidos e China, e que afeta sua competitividade a partir da intervenção de seus parceiros comerciais para fragilizar moedas e favorecer exportaçþes. O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva afirmou que os principais responsĂĄveis sĂŁo os governos dos EUA, "que querem resolver seu problema de dĂŠficit fiscal", e da China, que "sabe que nĂŁo pode continuar com sua moeda desvalorizada como estĂĄ". A presidente argentina, Cristina Kirchner, tambĂŠm afirmou que pretende solicitar a cooperação dos colegas do G20 conter a crise. Fed – Mas os sinais nĂŁo sĂŁo muito auspiciosos, como demonstrou o anĂşncio da semana passada do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de uma nova injeção de US$ 600 bilhĂľes no mercado para sustentar a recuperação naquele paĂs. A decisĂŁo so-
Banco Mundial defende volta do padrĂŁo-ouro
D
epois de perder seu papel de padrĂŁo nas trocas internacionais no inĂcio da dĂŠcada de 1970, o ouro pode voltar a assumir um lugar de importância no sistema financeiro global. A avaliação partiu do presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, para quem o mundo necessita de um novo sistema para suceder ao que ele chama de "Bretton Woods II" – que ĂŠ o regime de trocas flutuantes em vigor desde o abandono da convertibilidade do dĂłlar em ouro, em 1971. Segundo ele, este novo cenĂĄrio deveria incluir o dĂłlar, o euro, o iene, a libra esterlina e o renminbi (yuan chinĂŞs). Zoellick avaliou ainda que o sistema internacional "deveria tambĂŠm considerar empregar o ouro como um ponto de referĂŞncia internacional ligado Ă s previsĂľes do mercado e de valor futuro das moedas", conforme publicado ontem pelo jornal britânico Financial Times. Fera – A onça do ouro subiu nos Ăşltimos dias a nĂveis nunca antes atingidos, ultrapas-
A
Jay Directo/AFP
Isoldi S/A Corretora de Valores Mobiliårios CNPJ/MF nº 62.051.263/0001-87 Edital de Convocação – AssemblÊia Geral Extraordinåria Ficam convidados os Srs. Acionistas desta Sociedade a se reunirem em AssemblÊia Geral Extraordinåria, a ser realizada no dia 23 de Novembro de 2010, às 10 horas, na sede social à Rua São Bento, 365 – 12º andar, São Paulo-SP, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Cancelamento de Açþes em Tesouraria; b) Aumento de Capital com incorporação de Reservas; c) Redução de Capital mediante entrega de Ativos aos Acionistas; d) Remanejamento de Diretores. e) Outros assuntos de interesse social. São Paulo, 04 de novembro de 2010. A Diretoria. 05,06,09/11/10
Bulent Kilic/AFP
'(&/$5$dÂ2 '( 3523Ă?6,72
Zoellick: ouro como referĂŞncia.
sando ontem pela primeira vez o patamar de US$ 1,4 mil. Essa disparada foi sustentada pelo enfraquecimento da divisa norte-americana ante o anĂşncio de medidas de retomada econĂ´mica do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Para Jean Pisani-Ferry, diretor do 'think tank' europeu Bruegel, as propostas do presidente do Banco Mundial sĂŁo "polĂticas". Isso porque, no dia seguinte Ă derrota dos democratas nas eleiçþes de metade do mandato nos Estados Unidos, "ele se dirige aos republicanos, que sĂŁo tradicionalmente muito interessados no ouro". (AgĂŞncias)
Novas regras de sigilo Receita Federal publicou ontem no DiĂĄrio Oficial da U ni ĂŁo (DOU), a portaria 2.166, na qual apresenta alteraçþes a uma portaria anterior (a 1.860) que regulamentava os procedimentos internos do ĂłrgĂŁo para acesso a dados fiscais sigilosos. De acordo com o assessor tĂŠcnico do gabinete da Secretaria da Receita, JoĂŁo MaurĂcio Vital, as atualizaçþes jĂĄ estavam previstas e servem para adequar melhor os procedimentos internos Ă s determinaçþes da MP 507 que, alĂŠm de regulamentar questĂľes sobre sigilo, tambĂŠm estabelece puniçþes por acesso indevido a esses dados. "Logo apĂłs a edição da
freu crĂticas do Brasil, da UniĂŁo Europeia (UE) e da China. Por essa razĂŁo, as possibilidades de que a cĂşpula de Seul resulte em uma volta da coordenação entre as maiores economias mundiais parecem reduzidas. "Otimista? É muito difĂcil. Estamos enfrentando temas de grande complexidade", afirmou o presidente francĂŞs Nicolas Sarkozy na Ăşltima sexta-feira, ao comentar ambiçþes de seu paĂs para o G20 – entre as quais estĂĄ a reforma do sistema monetĂĄrio internacional. A falta de coordenação fragiliza o G20, mas tambĂŠm ameaça a recuperação da economia mundial. A empresa de consultoria Capital Economics, sediada em Londres, advertiu que, sem compromissos tangĂveis dos principais paĂses, hĂĄ mais possibilidades de um salto para o protecionismo. Se a origem do problema ĂŠ, para muitos, a desvalorização do yuan, que fez disparar o desequilĂbrio da balança comercial entre EUA e China, a questĂŁo ĂŠ como fazer com que Pequim participe de forma ativa na solução. "A China tem as cartas na mĂŁo para que o crescimento sustentĂĄvel e duradouro recomendado pelo G20 nĂŁo exija muitos sacrifĂcios dos EUA ou da UE", afirmou a analista Silvie Matelly, especialista em economia internacional do Instituto para as Relaçþes Internacionais e EstratĂŠgicas (Iris). Para ela, as opçþes sĂŁo aceitar uma reavaliação do yuan, moderar as exportaçþes e acelerar o consumo interno. (AgĂŞncias)
MP jĂĄ tĂnhamos de lançar uma portaria para operacionalizar as mudanças. Passado o primeiro momento, voltamos a fazer estudos para aperfeiçoar a portaria, nos quais recebemos sugestĂľes de servidores, sindicatos. Por essa razĂŁo estamos editando uma nova portaria." U m a d a s a l t e ra ç Ăľ e s abriu a estagiĂĄrios que atuem nas unidades da Receita o acesso a alguns dados protegidos por sigilo fiscal. AlĂŠm disso,outra mudança ampliou o nĂşmero de casos em que o acesso a dados protegidos por sigilo ĂŠ justificado. A partir de agora, as informaçþes poderĂŁo ser consultadas para a elaboração de trabalhos acadĂŞmicos, por exemplo. (Folhapress)
LAZAM-MDS CORRETORA E ADMINISTRADORA DE SEGUROS S.A. $SHVVRD MXUtGLFD DEDL[R VXEVFULWD QD FRQGLomR GH TXRWLVWD FRQWURODGRU SRU LQWHUPp GLR GR SUHVHQWH LQVWUXPHQWR '(&/$5$ VXD DTXLVLomR GR FRQWUROH VRFLHWiULR GD /$5,0 &255(725$ '( 5(66(*8526 /7'$ HP GHFRUUrQFLD GH ,QVWUXPHQWR 3DUWLFXODU GH FRPSUD H YHQGD D TXDO SDVVDUi D IXQFLRQDU FRP DV FDUDFWHUtVWLFDV DEDL[R HVSHFLILFDGDV QHJyFLR FXMD FRQFUHWL]DomR GHSHQGH GD DSURYDomR GD 686(3 'HQRPLQDomR 6RFLDO /$5,0 &255(725$ '( 5(66(*8526 /7'$ /RFDO H 6HGH $Y *UDoD $UDQKD ¹ ž DQGDU ¹ SDUWH &HQWUR ¹ 5LR GH -DQHLUR 5- &(3 &DSLWDO 6RFLDO 5 TXLQ]H PLO UHDLV 3DWULP{QLR /tTXLGR 5 TXLQ]H PLO UHDLV 'DWD EDVH &RPSRVLomR 6RFLHWiULD /$=$0 0'6 &RUUHWRUD H $GPLQLVWUDGRUD GH 6HJXURV 6 $ TXH GHWpP TXRWDV UHSUHVHQWDWLYDV GH GR &DSLWDO 6RFLDO H /XL] &DUORV 5RFKD /RXUHQoR TXH GHWpP FRWD UHSUHVHQWDWLYD GH GR &DSLWDO 6RFLDO 2EMHWR 6RFLDO D ,QWHUPHGLDomR QD FRQWUDWDomR GH UHVVHJXURV H UHWURFHV V}HV E VHUYLoRV WpFQLFRV UHODFLRQDGRV j FRQWUDWDomR H HVWUXWXUDomR GH SURJUDPDV GH UHVVHJXURV H JHUHQFLDPHQWR GH ULVFRV &RQWUROH 1tYHO &RQWURODGRUD GD /DULP &RUUHWRUD GH 5HVVHJXURV /WGD /$=$0 0'6 &RUUHWRUD H $GPLQLVWUDGRUD GH 6HJXURV 6 $ &13- TXH GHWpP TXRWDV UHSUHVHQWDWL YDV GH GR &DSLWDO 6RFLDO GD /DULP &RUUHWRUD GH 5HVVHJXURV /WGD 1tYHO &RQWURODGRUD H DFLRQLVWD FRP SDUWLFLSDomR TXDOLILFDGD GD /$=$0 0'6 &RUUHWRUD H $GPLQLVWUDGRUD GH 6HJXURV 6 $ $ 0'6 6*36 6 $ 6RFLHGDGH 3RUWXJXHVD &13- TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV QRPLQDWLYDV VHP YDORU QRPLQDO TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO H % 0'6 ¹ &255(725 '( 6(*8526 6 $ 6RFLHGDGH 3RUWXJXHVD TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV QRPLQDWLYDV VHP YDORU QRPLQDO TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO 1tYHO $ &RQWURODGRUD H DFLRQLVWD FRP SDUWLFLSDomR TXDOLILFDGD GD 0'6 6*36 6 $ 6RFLHGDGH 3RUWXJXHVD , 621$( 6*36 6 $ 6RFLHGDGH 3RUWXJXHVD TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV QRPLQDWLYDV VHP YDORU QRPLQDO TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO H ,, ,3)/ +ROGLQJ 6 $ &13- TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV QRPLQDWLYDV VHP YDORU QRPLQDO TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO 1tYHO % &RQWUROD GRUD GD 0'6 ¹ &255(725 '( 6(*8526 6 $ 0'6 6*36 6 $ 6RFLHGDGH 3RUWXJXHVD TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV QRPLQDWLYDV VHP YDORU QRPLQDO TXH UHSUHVHQWDP GR FDSLWDO VRFLDO 1tYHO , &RQWURODGRUD H DFLRQLVWD FRP SDUWLFLSDomR TXDOLILFDGD GD 621$( 6*36 6 $ 6RFLHGDGH 3RUWXJXHVD L (IDQRU ,QYHVWLPHQWRV 6*36 6$ 6RFLHGDGH 3RUWXJXHVD TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV QRPLQDWLYDV VHP YDORU QRPLQDO TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO LL %DQFR %3, 6 $ 6RFLHGDGH 3RUWXJXHVD TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV QRPLQDWLYDV VHP YDORU QRPLQDO TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO 1tYHO , &RQWURODGRUHV GD ,3)/ +ROGLQJ 6 $ )DQQ\ )HIIHU TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV H Do}HV SUHIHUHQFLDLV VHP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV SUHIHUHQFLDLV TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO H %HWW\ 9DLGHUJRUQ )HIIHU TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV H Do}HV SUHIHUHQFLDLV VHP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV SUHIHUHQFLDLV TXH UHSUHVHQWDP GR FDSLWDO H 'DQLHO )HIIHU TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV H Do}HV SUHIHUHQFLDLV VHP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV SUHIHUHQFLDLV TXH UHSUHVHQWDP GR FDSLWDO VRFLDO H 'DYLG )HIIHU TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV H Do}HV SUHIHUHQFLDLV VHP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV SUHIHUHQFLDLV TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO H -RUJH )HIIHU TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV H Do}HV SUHIHUHQFLDLV VHP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV SUHIHUHQFLDLV TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO H 5XEHQ )HIIHU TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV H Do}HV SUHIHUHQFLDLV VHP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV SUHIHUHQFLDLV TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO 1tYHO LL ¹ $FLRQLVWD FRP SDUWLFLSDomR TXDOLILFDGD GD (IDQRU ,QYHVWLPHQWRV 6*36 6 $ %HOPLUR 0HQGHV $]HYHGR TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO 1tYHO LLL ¹ $FLRQLVWD FRP SDUWLFLSDomR TXDOLILFDGD GR %DQFR %3, 6 $ *UXSR /D &DL[D TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO H *UXSR ,WD~ TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO H 6DQWRUR TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO H *UXSR $OOLDQ] TXH GHWpP Do}HV RUGLQiULDV FRP GLUHLWR D YRWR UHSUHVHQWDWLYDV GH GR WRWDO GH Do}HV RUGLQiULDV TXH UHSUHVHQWDP GR &DSLWDO 6RFLDO 2XWURV DFLRQLVWDV TXRWLVWDV GHWHQWRUHV GH RX PDLV GR FDSLWDO GD /DULP &RUUHWRUD GH 5HVVHJXURV /WGD QmR Ki $GPLQLVWUDomR /XL] &DUORV 5RFKD /RXUHQoR &3) 'LUHWRU H 7LDJR -RUJH 5RFKD H 6LOYD 0DWHXV GDV 1HYHV &3) 'LUHWRU 4XH QmR SRVVXHP TXDLVTXHU UHVWULo}HV FDGDVWUDLV GHVIUXWDP GH UHSXWDomR LOLEDGD TXH QmR IRUDP FRQGHQDGRV SRU FULPH LQFRPSDWtYHO FRP DWLYLGDGH HFRQ{PLFR ILQDQFHLUD H DLQGD TXH QmR IRUDP QHP HVWmR VHQGR UHVSRQVDELOL]DGRV HP DomR MXGLFLDO RX SURFHVVR DGPLQLVWUDWLYR MXQWR DR 3RGHU 3~EOLFR
6mR 3DXOR 63 GH QRYHPEUR GH 7,$*2 -25*( 52&+$( 6,/9$0$7(86 '$6 1(9(6 'LUHWRU /8,= &$5/26 52&+$ /285(1d2 'LUHWRU
FALĂŠNCIA, RECUPERAĂ‡ĂƒO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAĂ‡ĂƒO JUDICIAL NOS TERMOS PROVIMENTO CSM CXC/84, INFORMAMOS QUE NO DIA 8 DE NOVEMBRO DE 2010 NĂƒO HOUVE PEDIDO DE FALĂŠNCIA NA COMARCA DA CAPITAL.
Falta de coordenação fragiliza o G20 e ameaça a recuperação da economia global, em um momento marcado por desvalorização de moedas em diversas partes do mundo. SCĂ“RPIOS INDĂšSTRIA METALĂšRGICA LTDA torna publico que requereu na CETESB de forma concomitante a Licença PrĂŠvia e a Licença de Instalação para Fabricação de Peças e AcessĂłrios para Outros VeĂculos, na Av. Forte do Leme, 999 - Pque. Industrial SĂŁo Lourenço, SĂŁo Paulo - SP.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAĂ‡ĂƒO
GOVERNO DO ESTADO DE SĂƒO PAULO
FDE AVISA: COMUNICADO A pedido da ĂĄrea tĂŠcnica, comunicamos a SuspensĂŁo da sessĂŁo de processamento do PregĂŁo (Presencial) de Registro de Preços nÂş 36/00775/10/05, cujo objeto ĂŠ a Prestação de Serviços especializados para retirada, transporte, descontaminação e destinação final de lâmpadas fluorescentes tubulares, lâmpadas elipsoidais usadas e lâmpadas quebradas. ASSOCIAĂ‡ĂƒO DOS TÉCNICOS EM PRĂ“TESE DENTĂ RIA DO ESTADO DE SĂƒO PAULO – APDESP CNPJ nÂş 48.878.789/0001-04 Edital de Convocação – Assembleia Geral ExtraordinĂĄria – Reforma do Estatuto Social O presidente da Associação dos TĂŠcnicos em PrĂłtese DentĂĄria do Estado de SĂŁo Paulo (APDESP), em conformidade com as disposiçþes do Estatuto Social, convoca todos os associados da APDESP para a Assembleia Geral ExtraordinĂĄria, que realizar-se-ĂĄ na sede da APDESP, na Avenida Brigadeiro LuĂs Antonio, nÂş 2.050 - ala A - 13Âş andar, Bela Vista, em SĂŁo Paulo, no dia 16 de novembro, Ă s 19:30 horas, em primeira convocação com a presença de 2/3 dos sĂłcios e, em segunda convocação, Ă s 20:00 horas, com os presentes, tendo como tema Ăşnico de pauta a aprovação da reforma do Estatuto Social da Associação dos TĂŠcnicos em PrĂłtese DentĂĄria do Estado de SĂŁo Paulo. SĂŁo Paulo, 9 de novembro de 2010. TOSHIO UEHARA - Presidente da APDESP
ABS Consulting Ltda. CNPJ n° 65.695.207/0001-73 Convocação para assemblÊia de sócios Prezado Sócio Convocamos V.Sa., na qualidade de sócio da ABS Consulting Ltda. para AssemblÊia de Sócios a realizar-se em 19 de novembro de 2010, em primeira convocação às 11H00 e em segunda convocação às 12H00, na Avenida Professor Alfonso Bovero, 218 - Bairro SumarÊ, Cep 01254000, com a seguinte Ordem do Dia: a) discutir e deliberar sobre a exclusão da sociedade do sócio Ricardo Borges Pires, conforme previsto na clåusula 10ª do contrato social, em razão da pråtica de atos graves que colocaram em risco a continuidade da empresa; b) conseqßente alteração do contrato social; Atenciosamente. Luines Macedo do Lago e Vital Fogaça Balboni - Sócios Administradores. São Paulo, 08/11/10. 09,10,11/11/10
ABS Consultoria Ltda. CNPJ n° 50.995.778/0001-56 Convocação para assemblÊia de sócios Prezado Sócio Convocamos V.Sa., na qualidade de sócio da ABS Consultoria Ltda. para AssemblÊia de Sócios a realizar-se em 19 de novembro de 2010, em primeira convocação às 8H00 e em segunda convocação às 9H00, na Avenida Professor Alfonso Bovero, 218 - Bairro SumarÊ, Cep 01254-000, com a seguinte Ordem do Dia: a) discutir e deliberar sobre a exclusão da sociedade do sócio Ricardo Borges Pires, conforme previsto na clåusula 10ª do contrato social, em razão da pråtica de atos graves que colocaram em risco a continuidade da empresa; b) conseqßente alteração do contrato social; Atenciosamente. Luines Macedo do Lago e Vital Fogaça Balboni - Sócios Administradores. São Paulo, 08/11/10. 09,10,11/11/10
SAINT-GOBAIN DO BRASIL PRODUTOS INDUSTRIAIS E PARA CONSTRUĂ‡ĂƒO LTDA. CNPJ 61.064.838/0001-33 – NIRE 35.218.745.515 Comunicado de Re-Ratificação de publicaçþes anteriores (DOE 1Âş, 2 e 6 de Abril/2010) Saint-Gobain do Brasil Produtos Industriais e para Construção Ltda., estabelecida na Avenida Santa Marina, 482, 1Âş Andar, CEP 05036-903, na cidade de SĂŁo Paulo – SP, comunica a quem possa interessar, que houve um erro nas publicaçþes ocorridas nos dias 1Âş, 2 e 6 de Abril de 2010, motivo pelo qual: Onde se lĂŞ: “(...) comunica a quem possa interessar, o cancelamento do Livro de DiĂĄrio Geral de nĂşmeros 927 a 930 entregues em microfichas, em razĂŁo da obrigatoriedade de registrĂĄ-lo via SPED-ECD a partir do perĂodo de 01/01/2008â€?. Leia-se: “(...) comunica a quem possa interessar, o extravio do Livro de DiĂĄrio Geral de nĂşmeros 927 a 930, entregues Ă Junta Comercial de SĂŁo Paulo (JUCESP) em microfichas, sendo necessĂĄria sua reemissĂŁo, em atendimento Ă s normas contĂĄbeisâ€?.
COOPERATIVA DE CONSUMO DOS EMPRESĂ RIOS DE LOCADORAS DE VEĂ?CULOS CNPJ nÂş 08.641.892/0001-11 EDITAL DE CONVOCAĂ‡ĂƒO ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINĂ RIA O Diretor Presidente, conforme previsto no Artigo 29 do Estatuto Social da ALUGUE BRASIL – Cooperativa de Consumo dos EmpresĂĄrios de Locadoras de VeĂculos, no uso de suas atribuiçþes que lhe confere o Estatuto Social, convoca os associados em condição de votar, para se reunirem em Assembleia Geral ExtraordinĂĄria, a realizar-se no hotel TransamĂŠrica, Rua Vieira de Morais,1.960, Campo Belo, CEP 04617-006, SĂŁo Paulo, SP, no dia 25 de novembro de 2010 Ă s 12h00min, com a presença de 2/3 (dois terços) dos associados em primeira convocação, Ă s 13h00min, com a presença de metade mais um dos associados e Ă s 14h00min, com a presença mĂnima de 10 (dez) associados em terceira convocação, para deliberar sobre os seguintes assuntos em ORDEM DO DIA: 1) Aplicação de Sançþes aos Inadimplentes; 2) Confirmaçþes de eliminação de Cooperados. 3) Assuntos Gerais. SĂŁo Paulo, 09 de novembro de 2010 Luiz Henrique Mendes - Diretor Presidente.
! " # $ %& % ' ()* + , (- . / &
0 1 23 / 1 & 4 - % &23 1 5 6 (* + 27 4 & 23 1 %8 9 %866 : 23 % & %8 + (9 9: 9 ;% & & 1 %8) : 6 6 / % 1 , <& % 1
" %8 (+ 6+ ( % 1 23 = , > ) 6(:* 9 ) %869 6 9 ) % % ? 23 , 05 1 @ 6, 9* *:+ %869 (+: :() : % = ? &23 = % 23 A 27 B& / 23 4 )- & & =1C )+ *)+ & 23 ! D , E & 1 E 1C = . + & & 1<5 >.< ? ? =5= @% FG< AH >& . B& AH & AH ' D % C 5 0 & . B& AH ' D 1 AH I 4 & 1
5 4& AH > 3
DIÁRIO DO COMÉRCIO
18
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Com o mercado de shoppings centers em expansão, o que mais se vê é a tecnologia, chegando por meio de produtos e principalmente serviços.
nformática
s vendas em shoppings centers em 2010 devem crescer 15% em relação ao ano de 2009, quando esse mercado faturou R$ 71 bilhões. Os dados são da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce). Por trás dessa soma, estão pessoas que procuram conforto, segurança e facilidade ao realizar compras – o que esses centros de comércio tem, e muito, a oferecer. Para atender a toda essa demanda e atrair mais consumidores, donos de shoppings investem em tecnologia, que está presente desde um "levantar de cancela no estacionamento" até "leitores de código de barra que se comunicam com o caixa". Boa parte das inovações está aplicada ao estacionamento, uma das áreas que provocam mais stress aos clientes por causa do entra e sai de carros e das filas dos caixas. A DBTrans, empresa de tecnologia voltada a pagamentos e passagem automática, recentemente reposicionou seu serviço Auto Expresso. "Trata-se de um chip de passagem automática, que já está presente em seis rodovias e 18 shoppings centers", conta Nielsen Seixas, diretor do Auto Expresso da DBTrans. O serviço é composto por uma etiqueta eletrônica colada no parabrisa do veículo, que permite a identificação por meio de antenas instaladas nos estacionamentos – como em pedágios – que utilizam a tecnologia de radiofrequência RFID para transmitir dados. Com ele, há redução nas filas em guichês de pagamento e controle de rotativos, credenciados e mensalistas. Os consumidores conseguem entrar e sair das garagens sem precisar de tíquetes. A Nepos, especializada em comunicação entre entrada de garagem e centrais de shopping, inova ao trabalhar com diferentes tipos de transmissão de dados. Com mo-
A
n GADGETS
O tablet da ZTE e o BlackBerry que desliza
SÉRGIO VINICIUS delos padrão de cancela e terminais, as tecnologias oferecidas pela empresa são: smart card, RFID hands free, códigos de barras reutilizável e código de barras descartável (nestes dois últimos, o código impresso é o responsável por autorizar a entrada dos veículos). Avançado, o smart card é um sistema de controle que, com um chip embutido, trabalha de modo online (via protocolo TCP-IP) e offline (para garantir o bom funcionamento em caso de falha na transmissão) e carrega embutido o conjunto de informações do usuário. Já o RFID hands free é um controle de acesso automático com etiquetas inteligentes que operam sem bateria – similares a etiquetas de bagagem das companhias aéreas. Um leitor UHF é responsável pela troca de informações. Software de gestão Do ponto de vista de software,
o Grupo Ease mantém um programa de controle e gerenciamento total de shoppings centers que ganhou algumas inovações recentemente. O "Módulo AC" foi desenvolvido inicialmente para atender administradoras de centros de compras de pequeno, de médio e de grande porte. A estrutura do "Módulo AC" contribui muito na divisão de tarefas e na organização das informações, criando até mesmo uma ordem para cada etapa. Além das necessidades comuns a qualquer escritório administrativo, o aplicativo oferece mecanismos específicos à área de shopping center: Com o módulo é possível gerar o cadastro dos espaços locáveis com detalhes de localização, medidores de consumo das lojas, gerenciamento completo das vendas com guias de declarações e valores lançados diretamente na ficha financeira, consumo da loja
e acompanhamento completo pós-faturamento. Com soluções mais simples de operar, a Cosiensa mantém, além de equipamentos para gestão de parques, softwares para caixa manual e central de gestão. Com programas intuitivos, é possível realizar a gestão de todos os meios de pagamentos – cheques, dinheiro, cartões de desconto. O aplicativo conta ainda com suporte a proteção por senhas, turnos de trabalho independentes (na estação de trabalho dos caixas), emissão automática ou manual de listagem de fim de turno.
S ERVIÇO www.dbtrans.com.br www.nepos.com.br www.grupoease.com.br www.cosiensa.com
O poder das redes sociais
E
mbora o mercado de shoppings centers tradicionais – do mundo real e palpável, com tijolo, janelas, vitrines de vidro e pessoas se esbarrando – esteja em franca ascensão, estudiosos de internet acreditam que sistemas de redes sociais, como Twitter e Facebook, podem fazer as vezes de centros de compras. Estes "futurólogos" se apóiam em pesquisas para defender a tese: de acordo com o instituto Nielsen, 74% internautas ao redor do mundo usam essas novas mídias e
comunidades para pesquisar. "As redes sociais são grandes shoppings, em que empresas podem apresentar produtos e serviços ao consumidor", comentou Cyril Zimmerman, dono do Fotolog.com.br, no ad:tech London, evento sobre tecnologia realizado em setembro, em Londres, Inglaterra. De acordo com o estudo da Nielsen, esses 74% de usuários da web ao redor do mundo passam, em média, mais de 5 horas mensais no Twitter, no Facebook e em páginas semelhantes a elas.
Ainda no ad:tech London, uma empresa de médio porte de vestuário chamada Asos apresentou seus resultados quando começou a interagir com seus cliente via Facebook: houve um acréscimo de 15% em suas vendas. Gigantes do entretenimento também apostam na força das redes sociais para divulgar e conseguir consumidores. Prova disso é que a Disney foi a primeira a entrar nos trending topics (assuntos mais comentados) patrocinados no Twitter ao divulgar o filme Toy Story. (S.V.)
A ZTE anunciou seu novo tablet, o V9, que só deve chegar em 2011 ao Brasil, depois de acordos feitos com operadoras locais. O V9 tem tela de 7 polegadas e pesa 400g. Vem com rede 3G para ligações telefônicas e acesso à internet, Wi-Fi, Bluetooth e GPS, além de câmera de 3 MP e entradas para cartões. Roda o sistema Android 2.1, do Google. Outro lançamento da ZTE é o smartphone V880, também Android, que traz tela touch screen super AMOLED, 4 GB de memória interna e Wi-Fi. Deslizante – O primeiro BlackBerry no formato deslizante (slider) e em versão híbrida, combinando teclado QUERTY com tela touchscreen de 3,2 polegadas, foi lançado pela RIM durante a Futurecom. O Torch 9800 também roda o novo sistema operacional 6.0 da marca e um navegador baseado em WebKit. O modelo também vem com clique duplo para ampliar a imagem e um zoom
para colocação de textos em uma coluna ma tela. Foram mantidos no novo modelo os botões abaixo da tela para chamadas e o trackpad, marcas registradas dos aparelhos da RIM. Além de suporte às redes 3G do mundo todo e Wi-Fi, o aparelho traz GPS. A câmera é de 5 MP com autofoco contínuo, estabilizador de imagens e zoom. O produto chega ao preço sugerido de R$ 2.600 nos planos pré pagos, mas nos pós, e dependendo da operadora, pode sair por R$ 1.000. Barbara Oliveira
EQUIPAMENTOS
GADGETS
Por ta-retratos mais versátil otos em papel perderam o sentido depois que os portaretratos eletrônicos assumiram seu lugar na sala. Este, da Clone, tem memória interna de 16 MB, liga/desliga em horários programados, calendário e relógio com despertador, suporta imagens em JPEG e formatos de vídeos em DAT, MPEG e AVI. Possui entrada USB 2.0 e para cartões de memória SD/MS/MMC, alto-falante e saída A/V para TV e aparelho de som. Preço sugerido: R$ 237.
F Impressora compacta s pequenas e médias empresas ganham nova multifuncional com design compacto. O modelo KXMB2030, da Panasonic, traz monofone acoplado, scanner e PCFax em rede, além da impressora a laser. Faz impressões coloridas e preto-ebranco com velocidade de 24 páginas por minuto. Como se conecta à internet, permite visualização prévia de arquivos de fax recebidos e os envia diretamente para o computador. Preço sugerido: R$ 1.099
A
WEB PAPER
Sistema gratuito para controlar o PABX s clientes que adquirem a linha de telefonia PABX IP da Digistar, receberão gratuitamente a instalação, em todos os ramais, do sistema Mesa PC - MP / Virtual Key. O software possibilita várias funções, como chat, gravação de voz, programação e monitoração via web e operação plena de linhas e
O
ramais, com transferência rápida, tanto para troncos digitais como para analógicos. Outra vantagem do Virtual Key é o acesso rápido aos dados de bilhetagem do sistema – ramal que mais usa o telefone, tempo de atendimento, números ligados, entre outros. Informações: tel. (11) 2147.8800 ou site www.digistar.com.br
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
19 O Brasil é estratégico para os investimentos da SAP Axel Saleck, vice-presidente global da empresa
nformática
Conteúdo da CEF aberto para hackers
sergiokulpas@gmail.com
O futuro do varejo
H
BARBARA OLIVEIRA* conteúdo do disco rígido do ser vidor do website da Caixa Econômica Federal (com os nomes de todos os diretórios e arquivos, no formato DOS) estava disponível até ontem em um arquivo txt (texto) e pode ser encontrado numa busca apurada no Google ou por algum hacker esperto. De posse dessas informações, o mínimo que pode acontecer é uma invasão ao site da CEF e até a clonagem do portal, já que os invasores teriam como acessar toda a estrutura dos arquivos e pastas do servidor para atacar a URL. Com a clonagem do portal, é fácil induzir os milhões de clientes que fazem suas transações pela internet, a inserirem seu número de contas e senhas no falso site do banco. A revelação é do consultor de segurança Marcos Flávio Araújo Assunção, professor e também diretor da empresa Defhack.com de Belo Horizonte. Assunção descobriu essa falha, no dia 30 de outubro, durante o curso sobre Hacker Ético, ministrado em sua empresa, e que visa a descobrir falhas em sistemas, identificar vulnerabilidades e tratar essas informações com ética, aplicando o conhecimento na profissão de administrador de redes. "Estava ensinando aos meus alunos a pesquisarem no Google por tipos de arquivos, planilhas, documentos, e quando mandei pesquisar por arquivos txt (texto) e coloquei os sites com GOV.BR, achei o arquivo", conta o consultor e ex hacker, agora trabalhando com segurança de sites e redes. Assunção postou ontem no
Sergio Kulpas
O
Link na busca do Google para o disco rígido do site da Caixa Econômica Federal: um convite para hackers Twitter: "Como confiar em um banco que expõe seus arquivos no google? Veja o conteúdo do servidor da Caixa Econômica Federal: http://migre.me/24TSV" Outros analistas de segurança também comentaram o post (http://twitter.com/fe_aragon) A assessoria de imprensa da Caixa informou que o arquivo já foi retirado do ar, e que por causa da atualização de sistemas feita neste fim-de-semana, houve "algumas intermitências de acesso". Só que como o Google salva uma cópia das páginas que ele cataloga em cache (espaço temporário), o link deve ainda ficar disponível por mais um dia (até hoje). Para a CEF, o arquivo disponível no Google "não é um fato grave ao ponto de provocar problemas de segurança, só mostrou alguns caminhos". De qualquer forma, o banco vai analisar por que o arquivo foi parar no Google. Assunção diz que mesmo que não gerasse nenhum ataque direto, esse é um tipo de informação extremamente sensível e o fato de ter ficado exposto mostra que a segurança do internet banking da instituição não é assim tão "fechada". "O que mais pode haver se alguém pesquisar a fundo? Eu encontrei esse arquivo com uma simples pesquisa no Google".
Segundo o consultor, essa vulnerabilidade exibe várias vantagens para um hacker (do mal). Permite que ele identifique o tipo de servidor e as aplicações que a Caixa usa e toda a estrutura de diretórios e scripts utilizados. "Se compararmos esse arquivo a uma planta de um banco, o invasor agora saberia onde estão todos os pontos vitais, entradas, tubulações, cofres, etc. e daí para bolar um plano é um passo", avalia Assunção. A vulnerabilidade das informações pode levar a vários tipos de ações dos hackers, entre eles uma cópia duplicada do website da CEF - por onde transitam milhares de internautas que acessam suas contas e aplicações diariamente. As informações contidas neste arquivo dão um mapa para entender como o website e as aplicações da Caixa funcionam, pelo menos em parte. As tecnologias utilizadas, o nome dos scripts, os módulos, e isso tudo permite ataques futuros, como clonagem do site e criação de um espelho idêntico, substituição de um script ou aplicação por malware; realização de técnicas de man in the middle (sequestro), uma técnica na qual o hacker intercepta a comunicação do banco com o cliente e faz a in-
termediação entre os dois, obtendo a senha de acesso. Segundo o consultor, os invasores podem, ainda, fazer "uma análise detalhada de cada um dos scripts encontrados, procurando falhas mais profundas e que, dependendo da gravidade, permitiriam o acesso ao banco de dados do sistema e às contas de todos os usuários. Assunção presta consultoria com a ferramenta Penetration Test, em que são feitos testes de estresse da segurança de um site ou servidor da empresa e simulados ataques de hackers. A partir daí, são detectadas falhas no sistema e gerados relatórios para que elas corrijam essas vulnerabilidades. "Quando descobrimos essa falha da CEF, eu estava ensinando aos alunos como é perigoso deixar um site na internet desprotegido contra pesquisas do Google". Se a empresa não sabe como ocultar pastas e arquivos restritos, pode-se facilmente encontrá-los no buscador: números de cartões de crédito, planilhas de funcionários, dados de contas de banco, etc. O professor Marcos Flávio Assunção já escreveu seis livros, o mais conhecido é o Segredo do Hacker Ético, que está na terceira edição.
á cerca de quinze anos, o quiosque era visto como o "primo pobre" do varejo, uma loja de segunda (ou terceira) categoria. Vender produtos ou serviços em um quiosque indicava falta de recursos para montar uma loja "de verdade". O quiosque era considerado um espaço comercial mais próximo do camelô de rua, informal. Hoje tudo isso mudou. Os quiosques de 2010 fazem parte da vanguarda do varejo. Nos últimos anos, essas lojas minimalistas, que podem ser instaladas nos corredores de qualquer centro comercial, perderam a má fama de precariedade e amadorismo. Um número cada vez maior de grandes marcas e grifes estão adotando os quiosques como estratégia de vendas, em sintonia com o ritmo cada vez mais apressado dos consumidores. E os "quiosques 2.0" se beneficiam da evolução tecnológica da última década. De produtos como celulares e roupas a serviços como venda de pacotes turísticos, os quiosques de hoje brilham como operações de varejo enxutas, eficientes e altamente lucrativas. Podem ser montados dentro de shopping centers e outras áreas comerciais por uma fração do custo de uma loja tradicional, funcionam com equipes muito pequenas e se beneficiam de todas as vantagens tecnológicas da era digital. Em vários casos, os quiosques podem ser apenas a "vitrine de átomos" de um varejista online. Nesse caso, o quiosque é como um "iceberg" do varejo moderno: os 10% que aparecem no mundo real, para que o cliente pode retirar sua encomenda ou interagir com um funcionário ou porta-
voz da marca, enquanto 90% da operação permanecem submersos no mundo da internet. No mundo todo é possível constatar esse fenômeno. Basta passear em um shopping center em São Paulo, Londres, Nova York ou Tóquio para ver nos corredores a profusão de "barraquinhas high-tech", que vendem de alimentos a passagens aéreas, de acessórios de moda a aparelhos eletrônicos. Lojas completas, em muitos casos representantes de marcas bilionárias, funcionam em espaços com menos de 20 metros quadrados – e essa dimensão reduzida não é obstáculo para um atendimento personalizado de boa qualidade. Pop-up – Outra tendência importante nesse cenário são as chamadas lojas "pop-up". É uma evolução do quiosque, e não da loja tradicional. São operações de varejo sazonais ou temporárias, que lucram com eventos e datas específicas, ou são voltadas para modismos passageiros. As lojas pop-up podem ocupar uma área maior de um centro comercial – a diferença é o tempo de ocupação. O consumidor brasileiro já é familiarizado com lojas que existem apenas no período de festas de fim de ano -mas há uma gama de opções, para todos os tipos de ocasiões. Veremos em breve o amadurecimento de lojas efêmeras, voltadas para a Páscoa, Dia das Mães, etc. E também pop-ups sazonais, de produtos específicos de inverno ou verão. Diversas marcas passarão a ter presença física apenas ocasional, em certos períodos do ano – no restante do tempo, contarão majoritariamente com a tecnologia digital para manter suas operações.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
20
e
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Os estabelecimentos comerciais precisam inovar no visual para atrair clientes em meio à concorrência. Ana Paula Briza, arquiteta
conomia
Fotos: Paulo Pampolin/ Hype
O design da produtividade Casa Cor Trio sugere ideias inovadoras para comércio e serviços Vanessa Rosal
A "Sensorial Office", de Cláudia Andrade, aposta nos cinco sentidos reunidos em apenas um ambiente.
Empório Gourmet: espaço mistura vários conceitos de quitanda a bistrô em um único lugar.
decoração de escritórios e ambientes c o m e r c i a i s i nfluencia a produtividade dos funcionários e pode ser fator decisivo na escolha dos consumidores por determinada marca ou empresa. Design com tecnologia, móveis confortáveis, sustentabilidade e beleza visual fazem a diferença no mundo corporativo. De olho nesse conceito, os organizadores da Casa Cor Trio, que começou ontem e vai até 30 de novembro no Jockey Club de São Paulo, sugerem algumas ações inovadoras para lojas, supermercados e até salas vip em aeroportos. De acordo com o presidente do evento, Angelo Derenze, os visitantes podem conhecer exemplos de como deixar o ambiente de trabalho menos estressante na mostra "Casa Office", com soluções para aproveitamento dos espaços e tendências que conciliam qualidade de vida ao cotidiano corporativo. "Atualmente, boa parte da população passa muito tempo no trabalho. Nada mais natural do que deixar
esse ambiente cada vez mais confortável, personalizado e acolhedor", afirmou. É o caso do "Sensorial Office", espaço projetado pela arquiteta Cláudia Andrade. Na construção do ambiente, foram utilizados materiais que proporcionam experiências sensoriais por meio da transformação do local de trabalho em um espaço visual, olfativo, auditivo e tátil. Elementos como música, controladores de iluminação, projeção de imagens e aromas, além de pufes confortáveis, podem estimular a criatividade dos funcionários dentro do escritório. Segundo ela, esses são os conceitos da chamada "economia criativa", um novo modelo de empresas do século 21. "A decoração é um investimento do empresário capaz de recarregar a energia dos colaboradores, proporcionando a eles maior valorização e autoconfiança", disse. Decorar um escritório como o de Cláudia, em um espaço de 108 metros quadrados, pode custar de R$ 100 mil a R$ 300 mil. Já supermercados de pequeno porte podem ganhar sofisticação com soluções inovadoras. As arquitetas Ana Paula
Briza e Fernanda Takadashi criaram o Empório Gourmet, com decoração rústica e adega de vinho climatizada. A inspiração surgiu de pesquisas feitas junto ao segmento de alimentação. "Unimos o conceito de mercado, quitanda, bistrô e e m p ó r i o e m u m s ó l u g a r. Atualmente, os estabelecimentos comerciais precisam inovar no visual para atrair clientes em meio à concorrência", disse Ana Paula. Quem quiser investir em um projeto como esse, deverá desembolsar cerca de R$ 150 mil. A Casa Cor Trio reúne outras duas mostras simultâneas à Casa Office: o Casa Boa Mesa, com as novidades em decoração e arquitetura para o prazer de cozinhar e receber amigos, e o Casa Festa, com soluções para todos os tipos de comemoração, recepções e eventos.
CASA COR TRIO 2010 Período: até 30 de novembro. Local: Jockey Club de São Paulo, Av. Lineu de Paula Machado, 1.075, Cidade Jardim. Preços: R$ 30 (ingresso único) ou R$ 50 para visitar o evento quantas vezes desejar.
Grife italiana investe no conceito 'para poucos' Diferentemente de outras marcas, a Ermenegildo Zegna descarta parceria com redes varejistas. Kety Shapazian
Paulo Pampolin/ Hype
N
ão importa onde – se em Paris, Pequim ou São Paulo –, a grife italiana de moda masculina Ermenegildo Zegna é sinônimo mundial de elegância. Os cobiçados ternos da marca chegam a custar R$ 14 mil no Brasil, praça no qual o conglomerado possui seis lojas. As peças de maior valor são chamadas de premium suits e ainda nos dias atuais continuam a ser produzidas como no passado: sob medida. Depois de o cliente escolher entre cerca de 450 tipos de tecido, as medidas são tiradas e enviadas à Suíça. Lá, artesãos confeccionam cada terno utilizando tecelagens de fabricação exclusiva, como o traveller mic ro ns p he re que não amassa e possui tratamento para repelir líquidos e sujeiras. Contudo, o su misura – serviço de alfaiataria personalizado criado em 1972– está ao alcance de pouquíssimos clientes. Na última sexta-feira, Ermenegildo Zegna, neto do fundador e diretor-executivo (ou na sigla em inglês Chief Executive Officer, CEO) do grupo – que completa cem anos em 2010 – esteve na Capital. Ele foi convidado para dar uma palestra a alunos da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Zegna falou sobre vários assuntos e tentou explicar como a grife centenária conseguiu se globalizar mantendo a totalidade de seu capital nas mãos da família fundadora. Atualmente, o grupo tem 550 pontos de venda em 86 países sem abrir o capital e fez da China seu principal mercado. Segundo o CEO, a quinta geração da família– atualmente estudando na Europa e nos Estados Unidos – já se prepara para trabalhar no grupo.
Nova geração: com o neto no comando, marca mantém tradição, mas sabe apostar no futuro. Abaixo, loja na cidade de Xangai, China: pioneirismo.
Fotos: Reprodu
ção
Divulgação
Na mira – Além da China (veja matéria ao lado), Brasil, Índia, Rússia e Oriente Médio são as bolas da vez. No País, a grife existe desde 1998, quando foi trazida pela Daslu. Depois, em 2001, abriu a primeira loja em regime de franchising, mas há dois anos assumiu a operação e abriu outros cinco endereços próprios. O primeiro estabelecimento comercial da marca localizado fora do eixo Rio-São Paulo foi inaugurado neste ano no Distrito Federal, em Brasília. A unidade ocupa um espaço de 230 me-
tros quadrados com atendimento personalizado para as autoridades que vivem ou trabalham na Capital do País. Na Índia, país no qual a Zegna inaugurou a primeira loja própria em 2008, as vendas praticamente dobraram desde então. No Oriente Médio, cresceram 50%. O grupo planeja abrir outras dez lojas na Índia nos próximos três anos. No Brasil, as vendas apuraram aumento de 14% no último ano e a expectativa é inaugurar mais quatro endereços em território nacional. "O País vai estar entre os nossos dez ou 12 melhores mercados no próximo ano", revelou o CEO da marca italiana. Em dezembro, a grife vai começar a trabalhar com comércio eletrônico, tendo como alvo a Europa, a América do Norte e o Japão, por enquanto. "A inovação é o futuro do mercado do luxo. Estamos investindo muito em tecnologia voltada à internet e acho que vamos perder dinheiro nos dois primeiros
anos. Mas isso não quer dizer que não deveríamos ir para esse canal de vendas online", disse Zegna. No final da palestra realizada aos alunos da Faap, o executivo falou ao Diário do Comércio. O CEO disse que parcerias com redes de fast fashion não fazem parte dos planos do empreendimento. Na semana passada, por exemplo, a rede sueca Hennes & Mauritz (H&M) mostrou modelos que o estilista Alber Elbaz, da grife francesa de alta costura Lanvin, desenhou e que estarão à venda nos próximos dias nas milhares de lojas que a varejista possui espalhadas por diversos países. Não é a primeira vez que a alta costura namora o varejo popular operado pela H&M. Parcerias com Karl Lagerfeld (Chanel), Comme des Garçons, Stella McCartney e Viktor & Rolf já resultaram em casamento e fizeram a felicidade de fashionistas mundo afora. O executivo terminou aconselhando àqueles homens que só podem sonhar com a elegância de seus ternos. "Invista no tecido e compre pelo menos uma boa peça de roupa que vai durar bastante", finalizou o herdeiro dos Zegna.
Empreender: um lema herdado.
O
espírito empreendedor levou a Ermenegildo Zegna a ser uma das pioneiras no segmento do luxo masculino a abrir operações na China, em 1991. Atualmente, são mais de 60 pontos em dezenas de cidades do gigante asiático. "Logo, a demanda chinesa vai representar mais da metade de todas as nossas vendas mundiais. Naquele país, os clientes vão às lojas de quatro a seis vezes a cada coleção. Lá, os homens fazem compras como as mulheres", afirmou o CEO, Ermenegildo Zegna. A expectativa é abrir mais 20 lojas no próximo ano e registrar crescimento anual entre 30% e 40%. Sobre o perfil do negócio, ele disse que:
O fundador Ermenegildo Zegna nos anos 1950. História centenária.
"há famílias e famílias. Nós somos unidos. Temos uma empresa verticalizada, com espírito pioneiro, que transmite o know-how a cada geração, mantendo a qualidade e a independência financeira." E acrescentou. "Não damos passos maiores que a perna. Não procuramos instituições financeiras. O banco diz não quando você precisa dele e sim quando não." (KS)