Diário do Comércio

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São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011

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Jornal do empreendedor Ano 86 - Nº 23.286

Matthias Kulka/Corbis

Conclusão: 23h10

Um olho na segurança...

...e outro nos negócios

O Brasil só perde para o Marrocos em furtos no comércio. Mas as câmeras de segurança já não são mais usadas apenas para a segurança nas lojas.

As câmeras flagram o comportamento dos clientes, o atendimento dos vendedores e ainda monitoram os estoques, para nada faltar. Pág. 8

Eric Thayer/Reuters

EUA: atentado, 6 mortes e vigília Atirador abre fogo, atinge deputada e mata menina nascida em 11/09/2001. Pág. 9

O consumidor reclamou na rede. O que fazer? Twitter, Facebook e Orkut já são procurados por consumidores antes que o Procon. Na pág. 16, como reagir.

Asmaa Waguih/Reuters

DESAPOSENTAÇÃO É o que segurados da Previdência que continuam trabalhando fazem para obter uma aposentadoria maior. Pág. 11

PMDB dá ultimato a Dilma por cargos. E é para hoje Partido exige sinalização clara sobre nomes para o segundo escalão. Pág. 5 HOJE Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 30º C. Mínima 20º C.

AMANHÃ Muitas nuvens e chuva a qualquer hora. Máxima 26º C. Mínima 18º C.

ISSN 1679-2688

23286

9 771679 268008

Sudão: referendo, 8 mortes e independência

A fila do privilégio

População do sul do país votou pela separação. Pág. 9

A vergonha. Página 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011

Observava-se essa característica em todas as classes sociais, e até mais pronunciada nas ricas e prósperas.

pinião

Olavo de Carvalho

PAULO SAAB OLAVO DE CARVALHO

Precisei viajar um bocado pelo mundo para me dar conta de que ao falar em vontade de conhecer, Aristóteles se referia à natureza humana em geral e não à cabeça dos brasileiros.

É

natural no ser humano o d e s e j o d e c o n h e c e r. Q u a n d o l i p e l a p r imeira vez esta sentença inicial da Metafísica de Aristóteles, mais de quarenta anos atrás, ela me pareceu um grosso exagero. Afinal, por toda parte onde olhasse – na escola, em família, nas ruas, em clubes ou igrejas – eu me via cercado de pessoas que não queriam conhecer coisíssima nenhuma, que estavam perfeitamente satisfeitas com suas ideias toscas sobre todos os assuntos, e que julgavam mesmo um acinte a mera sugestão de que, se soubessem um pouco mais a respeito, suas o p i n i õ e s s eriam melhores. Precisei viajar um bocado pelo mundo para me dar conta de que Aristóteles se referia à natureza humana em geral e não à cabeça dos brasileiros. De fato, o traço mais conspícuo da mente dos nossos compatriotas era o desprezo soberano pelo conhecimento, acompanhado de um neurótico temor reverencial aos seus símbolos exteriores: diplomas, cargos, espaço na mídia. Observava-se essa característica em todas as classes sociais, e até mais pronunciada nas ricas e prósperas. Qualquer ignorante que houvesse recebido em herança do pai uma fábrica, uma empresa de mídia, um bloco de ações da Bolsa de Valores, julgava-se por isso um Albert Einstein misto de Moisés e Lao-Tsé, nascido pronto e habilitado instantaneamente a pontificar sobre todas as questões humanas e divinas sem a menor necessidade de estudo. Se houvesse lido alguma coisa no último número da Time ou do Economist, então, ninguém segurava o bicho: suas certezas erguiamse até às nuvens, imóveis e sólidas como estátuas de bronze – sempre acompanhadas, é claro, das advertências céticas de praxe quanto às

O desejo de conhecer certezas em geral, sem que a criatura notasse nisso a menor contradição. Caso faltassem os semanários estrangeiros, um editorial da Folha de S. Paulojá supria a lacuna, fundamentando verdades inabaláveis que somente um pedante viciado em estudos ousaria contestar. Dessas mentes brilhantes aprendi lições inesquecíveis: o comunismo acabou, esquerda e direita não existem, Lula é um neoliberal, a Amazônia é o pulmão do mundo, o Brasil é um modelo de democracia, a Revolução Francesa instaurou o reino da liberdade, a Inquisição queimou cem milhões de hereges, as armas são a causa eficiente dos crimes, o aquecimento global é um fato indiscu-

tível, os cigarros matam pessoas a distância, o narcotráfico é produzido pela falta de dinheiro, as baleias são hienas evoluídas e o Foro de São Paulo é um clube de velhinhos sem poder nenhum. Se continuasse a dar-lhes ouvidos, hoje eu seria reitor da Escola Superior de Guerra ou talvez um senador da República.

E

ntretanto, longe do Brasil, encontrei enfermeirinhas, caixeiros de loja e operários da construção civil que, ao saber-me autor de livros de filosofia, arregalavam os dois olhos de curiosidade, me crivavam de perguntas e me ouviam com a atenção devota que se daria a um profeta vindo dos céus.

Por incrível que pareça, interesse e humildade similares observei entre potentados da indústria e das finanças, figurões da mídia e da política. Até mesmo professores universitários – uma raça que no Brasil é imune a tentações cognitivas – demonstravam querer aprender alguma coisa. Aristóteles tinha razão: o desejo de conhecer é inato. O Brasil é que havia falhado em desenvolver nos seus filhos a consciência da natureza humana, preferindo substituí-la por um arremedo grotesco de sabedoria infusa.

OLAVO DE CARVALHO É ENSAÍSTA, JORNALISTA E PROFESSOR DE FILOSOFIA

Patrícia Cruz/Luz

MAIS SAÚDE Adorei a matéria sobre a academia de ginástica depois da ceia (Cidades, 6/1) Acho que vocês poderiam estimular ainda mais que nós, leitoras, dedicássemos um tempo para a saúde. Afinal, a vida não é feita só de abusos. Gostaria que falassem também das opções de terapias alternativas que temos na cidade. Não gosto de malhar e, por isso, depois de

comer tanto nesse final de ano, descobri alguns lugarzinhos mágicos que poderiam ser apresentados, como o Yogaflow, na Vila Nova Conceição. Sigam essa linha que será muito legal. Queria ler mais sobre pilates, yoga, massagens, assuntos sobre os quais nós, mulheres, em geral gostaríamos de saber mais. Maria Flor Nogueira de Albuquerque - São Paulo

BRASIL DE TODOS OU BRASIL DE TOLOS?

A

pergunta já deve ter sido feita por muita gente ao longo dos oito anos em que Luís Inácio Lula da Silva desfrutou do poder como presidente da República. O slogan de sua gestão, "um Brasil de todos", mostrou-se mais adequado, muitas vezes, a um governo de poucos e de amigos dos poucos – sendo o restante os tolos, ou iludidos por esmolas e cala-bocas como os que aquietaram as centrais sindicais, a Une (que ganhou mais R$ 44 milhões para sede nova) e até os movimentos criminosos invasores financiados por dinheiro público. Um país anestesiado, extasiado e devoto ficou inerte, assim como a oposição, diante dos desmandos e atos irregulares praticados de forma sequencial e insistente, até tornar-se comum e não ser objeto de indignação. A "era Lula" foi aquela em que o País perdeu a capacidade de se indignar com atos indignos. O ex-presidente da República, que tantas loas recebe ainda, foi um mestre na arte de se apropriar de tudo de bom feito por outros, terceiros e mesmo ele. Foi um mestre na arte de usar a verba pública de propaganda como instrumento de compra da simpatia da imprensa por todo o território nacional e foi de uma esperteza impar ao distribuir dinheiro arrecadado dos contribuintes, como se fosse seu, para comprar o silêncio de eventuais adversários, a anuência de amigos e a cumplicidade de quem antes passava fome. osse Lula ou não o presidente no período que a história a ele concedeu para estar no mais alto cargo executivo do Brasil, teríamos os mesmos ou melhores resultados que a situação econômica internacional e nacional permitiu. Lula se deu bem com o poder. Com o erário. Com a capacidade de mandar e ter à disposição os cofres nacionais. Choveram denúncias sobre companheiros do presidente envolvidos até o pescoço em negociatas. Sua indicada para sucedê-lo, eleita presidente e já empossada, deixou na Casa Civil uma senhora que usou do poder público para beneficiar a família. E por que não poderia ,se os jornais noticiavam a toda hora pessoas ligadas ao poder central e mesmo o filho do presidente da República, envolvidos em negociatas? Especulou-se muito, ao final da gestão de Lula, sobre como seria seu comportamento ao deixar o cargo que parecia ter sido feito para ele usufruir

F

Aplauda-se o que Lula fez de bom. Mas não se pode prosseguir com o fingimento de que ele não errou, e muito. Ele abusou do patrimônio público e dos benefícios do poder e do cargo.

eternamente. Ainda não se sabe como será. Hoje se completam dez dias de sua saída do poder. Mas foi prazo suficiente para que seguisse se beneficiando pessoalmente dos recursos públicos, ao folguear em área da Marinha no litoral paulista, como se ainda fosse presidente. Tudo pago pelo contribuinte brasileiro. a mesma maneira, mandou conceder – e o ex-ministro trapalhão das Relações Exteriores imediatamente o atendeu – passaporte diplomático, grátis, para dois filhos, na escuridão da antevéspera do fim de mandato. Como concedeu asilo ao criminoso italiano Cesare Battisti, deixando a bomba nas mãos do País, enquanto foi desfrutar um pouco mais da mordomia presidencial no Guarujá. Não será surpresa se muita coisa ainda aparecer ,feita no apagar das luzes de sua gestão. Dona Marisa Letícia, por exemplo, declarou que queria a cidadania italiana para seus filhos, dizendo que eles tinham direito de ser cidadãos de um país desenvolvido, ou algo assim. Aplauda-se o que Lula fez de bom. Mas não se pode prosseguir com o fingimento de que ele não errou, e muito. Ele abusou e vai abusar do patrimônio público e das mordomias do poder, com benefícios diretos para filhos e amigos; ou de que ele não infringiu a legislação eleitoral, a liturgia do cargo e as mais comezinhas regras de protocolo e probidade no exercício do cargo. Vai prosseguir e ficar por isso mesmo? Férias em dependências públicas, passaportes diferenciados , com privilégios de diplomata para ilustres ninguéns, (a bem dos interesses do País, segundo a absoluta cara de pau de Celso Amorim) filhos de um ex-presidente que não tem limites em sua sede de poder... E como será com a nova presidente? Brasil, um país de tolos?

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PAULO SAAB É JORNALISTA E ESCRITOR

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

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DISCUSSÃO SOBRE O TAMANHO DO ESTADO ENVOLVE A QUALIDADE DO DESEMPENHO.

pinião

JOÃO LUIZ MAUAD

Teste de Desempenho

Cornucopianos e malthusianos

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não ser que algo grande e inesperado ocorra, 2011 será consumido por um debate sobre o tamanho do governo nos Estados Unidos. Os republicanos vão lançar críticas ao "governo grande" como parte de seu esforço para cortar gastos e os democratas vão erguer as barricadas para defender os programas federais. O debate será contencioso, mas espero que não seja grosseiro. Sem contar que ele passará longe da questão principal. Os destinos nacionais não são moldados por qual porcentagem do PIB os gastos federais consomem: eles são moldados pelo caráter e pelo comportamento de seus cidadãos. O ponto crucial não é se o governo federal detém 19% ou 23% da renda nacional. O ponto crucial é: de que forma o governo influencia a forma como as pessoas vivem? Já houve casos em que um governo grande encorajou um comportamento virtuoso (o dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial) e casos em que um governo grande encorajou o comodismo e a irresponsabilidade (a Grécia atual). Houve casos em que um governo pequeno coexistiu com empreendedorismo e desenvolvimento, e casos no qual o governo pequeno provocou anarquia, corrupção e desconfiança. O tamanho do governo não nos diz o que precisamos saber; o conteúdo social e moral das ações governamentais, sim. Os orçamentistas e os técnicos talvez não gostem, mas são os valores incutidos pelas políticas o que mais importam. A melhor forma de se medir o governo não é pelo volume, mas pelo que se pode chamar de Teste de Desempenho. Ou seja, uma determinada política é capaz de despertar o ânimo, incentivar habilidades, estimular a mobilidade social e ajudar as pessoas a transformarem suas vidas? Durante anos, os Estados Unidos se beneficiaram de políticas aprovadas nesse teste, como a Lei da Propriedade Rural (Homestead Act) e o Ato de Ajuda para Ex-Combatentes (GI Bill). Ocasionalmente, o governo dos EUA iniciou programas que foram reprovados. As políticas de bem-estar social dos anos 1960 davam dinheiro às pessoas sem pedir, em troca, trabalho e responsabilidade social. Elas tiveram de ser substituídas. As reformas previdenciárias dos anos 1990 envolveram um governo grande e invasor, mas cumpriram a missão porque estavam de acordo com os valores norte-americanos, rela-

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cionando esforço à recompensa. Nas décadas recentes, os norteamericanos travaram uma guerra política como se tudo o que importasse fosse a quantidade de dinheiro indo para os cofres federais. Os combates eram sobre "diminuir o governo" ou "aumentar as receitas". Mas durante esse período, toda a sociedade sofreu uma perda de valores e quase ninguém percebeu, até que fosse tarde demais. Tanto as empresas quanto o governo começaram a privilegiar o consumo e o conforto de curto prazo e negligenciaram o investimento e o crescimento de longo prazo.

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ão se tratou de um caso de governo corrompendo o capitalismo ou vice-versa. Os dois trabalharam de mãos dadas. Os governo ergueu um Estado do bem-estar social que, como Matthew Continetti, da The Weekly Standard, observou, emprega enormes quantias nos gastos (Medicare, Medicaid, Seguridade Social, juros das dívidas) e bem menos em investimentos (educação, pesquisa, infraestrutura), ao mesmo tempo em que empurra os custos para as futuras gerações. Enquanto isso, o setor privado encorajou um enorme aumento na dívida pessoal para alimentar a bolha consumista. Os gênios foram em bando para o setor financeiro, não para o industrial. Se vamos reverter essa maré, seria útil pôr o Teste de Desempenho no centro das políticas. Isso ajudaria a focar o pensamento nacional no desafio fundamental: sair de uma economia dominada pelo consumo e orientada para satisfazer as necessidades ime-

DAVID BROOKS diatas e ir em direção a uma economia com mais equilíbrio entre investimento e consumo. Também poderia romper a guerra de trincheiras entre liberais pró-governo grande e conservadores pró-governo pequeno. Retornar ao debate sobre o desempenho não acabaria com a divisão partidária. Democratas e republicanos divergem sobre o que torna uma economia produtiva. Mas permitiria a negociação.

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omo parte do processo orçamentário, os republicanos poderiam defender que as ideias nas quais acreditam aumentarão a produtividade e a mobilidade. Muitas delas vão garantir que as pessoas tenham os incentivos para assumir riscos e a liberdade para se ajustar à concorrência estrangeira: um código tributário mais simples, mais direto, com taxas empresariais menores, endividamento menor, regulações previsíveis, direitos acessíveis. Os democratas poderiam defender que as ideias nas quais acreditam vão aumentar a produtividade e mobilidade. Muitas delas vão garantir que todo mundo tenha os instrumentos para competir: educação infantil antecipada, programas de infraestrutura para

criar empregos, políticas de imigração que recrutem talentos, incentivos para a inovação energética.

A

s duas agendas ficam em tensão, mas não são contraditórias. O palpitante neste momento é que tudo está na mesa. Milhares de propostas políticas estão aí, graças às várias comissões sobre déficit e aos planejadores de políticas. Enquanto os partidos discutem sobre os limites da dívida e sobre o resto, seria possível obter itens de ambos os partidos e pô-los num pacote que corte os gastos com consumo para tornar os gastos com investimentos mais acessíveis. O quão grande será o governo resultante? Essa é uma questão secundária. Se uma política garantir o desempenho, devemos defendê-la. Se ela retira investimentos, devemos ser céticos. Qualidade, não quantidade, é o que mais importa.

DAVID BROOKS É JORNALISTA, COLUNISTA DO NEW YORK TIMES E AUTOR DE A SOCIEDADE NA ERA DA INFORMAÇÃO E BUBOS NO PARAÍSO - BURGUESES BOÊMIOS TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

Traição à pequena empresa

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m 2011, mais de 600 mil empresas de todo o Brasil que foram acolhidas por muitos anos pelo regime de tributação SuperSimples, que deu fôlego e impulsionou a pequena empresa, serão desenquadradas dessa categoria e vão cair no buraco negro do regime tributário normal. Na penúltima semana de sessões da Câmara dos Deputados de 2010 o Projeto de Lei Complementar (PLP) 591/10, que propunha o aumento do teto da receita bruta de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões com condição de enquadramento no SuperSimples não entrou na pauta e, portanto, não foi votado no Plenário da Câmara. Ao longo do ano nos comprometemos com propostas para estimular a pequena empresa e todos os parlamentares foram favoráveis. O assunto teve a máxima atenção da Frente Parlamentar Mista da Pequena Empresa, que fez muitas reuniões para debater o tema. No mês de dezembro, os deputados aprovaram o regime de urgência para a votação do PLP 591. Havia concordância de todos os partidos, sem nenhuma exceção, segmentos da base

GUILHERME CAMPOS aliada e oposição, de diferentes vertentes ideológicas, em votar o projeto – dada sua extrema importância para estimular ainda mais a economia nacional. final, o Brasil conta hoje quase 6 milhões de micro e pequenas empresas, que correspondem a mais de 90% do setor empresarial. São aquelas empresas que começam pequenas, com apenas uma portinha, depois contratam um, dois funcionários e assim vão crescendo, gerando empregos e fortalecendo as famílias brasileiras e a economia de modo geral. O projeto original apresentava diversas mudanças importantes, como o reajuste das tabelas de impostos para vários níveis de faturamento, critério para enquadramento apenas com base na receita e não na

A

categoria profissional etc. De todas as propostas, sobrou apenas essa para ser votada: o aumento do limite, para evitar que 600 mil empreendedores perdessem o direito ao benefício. uem deu as costas para toda essa importância? A então presidente eleita Dilma Rousseff. Por determinação direta e expressa da nossa nova presidente, por meio do líder do governo, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), o projeto não foi votado. Fomos informados na ocasião que se quiséssemos reverter a situação teríamos de entrar em contato com a futura presidente. Tentamos esse encontro recorrendo a deputados de seu grupo político, como Antonio Palocci (PT-SP) e outras lideranças, mas não tivemos

Q

sucesso algum em tentar um último argumento para dissuadir Dilma Rousseff desta intervenção tão danosa. No entanto, o projeto que autorizava a volta da atividade dos bingos no Brasil foi pautado e votado pela Câmara. A presidente deu preferência aos bingos em detrimento da pequena empresa. Um projeto que apresentava divergências entre os parlamentares mobilizou Dilma; já o da pequena empresa, que era uma unanimidade entre absolutamente todos os partidos, teve seu desprezo. O projeto dos bingos acabou rejeitado, mas pelo menos entrou na pauta, foi discutido, enquanto o PLP da pequena empresa, não. descaso do governo para com a pequena empresa é motivo de lamento e preocupação com os rumos do País. Largaram o empreendedor à própria sorte, não se importaram com esta parcela fundamental para a economia. Empregadores, trabalhadores e todo o Brasil sofrerão com as tristes consequências.

O

GUILHERME CAMPOS É DEPUTADO FEDERAL PELO DEM-SP

aul Krugman publicou, no fim do ano passado, um artigo no The New York Times intitulado "O Mundo Finito", reproduzido por alguns jornais brasileiros, entre eles o Diário do Comércio. Baseado no recente aumento dos preços de algumas commodities no mercado internacional, Krugman vaticinou que, por vivermos num mundo cada vez mais escasso de recursos naturais, precisaremos "mudar gradualmente a maneira como vivemos, adaptando nossa economia e nossos estilos de vida à realidade". Tal afirmativa resume, com clareza ímpar, o mantra preservacionista. No início do século 19, quando a Terra era habitada por apenas 1 bilhão de pessoas, Thomas Malthus previu que a população mundial cresceria em proporções geométricas enquanto a produção de alimentos e outros recursos não conseguiria acompanhála: "A morte prematura visitará a humanidade em breve, que sucumbirá em face da escassez de alimentos, das epidemias, das pestes e de outras pragas". Atualmente, vivem no mundo quase 7 vezes mais seres humanos que na época do Reverendo Malthus. Depois da Revolução Industrial e do advento do capitalismo, a humanidade progrediu de maneira excepcional, aprendeu a explorar os recursos naturais de forma muito mais eficiente, a produzir alimentos e distribuílos como nunca antes na História. E, ao contrário do que sustentam os "malthusianos", mesmo com todo o progresso econômico dos últimos duzentos anos – e graças ao extraordinário avanço tecnológico –, as reservas de petróleo, minério de ferro, carvão e muitos outros recursos só fizeram aumentar. pesar das evidências em contrário, os "malthusianos" não esmorecem. Em 1968, quando a população mundial era de 3,5 bilhões, o ecologista Paul Ehrlich, colecionador de prêmios e comendas científicas, escreveu um livro (The Population Bomb) onde previu que, como resultado da superpopulação, centenas de milhões de pessoas morreriam de fome nas décadas seguintes. No primeiro Earth Day, em 1970, ele diagnosticou que "em dez anos, toda a vida animal marinha estará extinta. Grandes áreas costeiras terão que ser evacuadas por causa do cheiro dos peixes mortos." Em um discurso de 1971, ele previu que "até o ano de 2000 o Reino Unido será simplesmente um pequeno grupo de ilhas empobrecidas, habitadas por cerca de 70 milhões de famintos." De lá para cá, a população mundial quase dobrou, e, embora ainda haja problemas sociais graves a resolver, em especial ligados à pobreza, as previsões alarmistas de Ehrlich jamais se concretizaram. Pelo contrário, a proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza diminuiu bastante desde 1970. Mais: pelos dados recentes da FAO, o percentual de subnutridos nos países em desenvolvimento, em relação ao total da população, vem apresentando firme tendência

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Mesmo com todo o progresso econômico dos últimos 200 anos, as reservas de petróleo, carvão e outros recursos só aumentaram.

declinante há quatro décadas, tendo baixado de 33% em 1970 para 16% em 2004. Ficou famosa uma aposta feita entre Erlich e o economista Julian Simon. Como Krugman, Ehrlich alardeava que, num mundo finito e de população crescente, os recursos seriam cada vez mais escassos e, portanto, seus preços cada vez mais altos. Em 1980, Simon propôs-lhe a seguinte aposta: Ehrlich escolheria cinco produtos naturais que teriam seus preços acompanhados por 10 anos. Se no final do período os preços (corrigidos pela inflação) fossem maiores que em 1980 , Ehrlich venceria. se fossem menores, a vitória seria de Simon. Ehrlich escolheu cinco metais: cromo, cobre, níquel, estanho e tungstênio. Apostaram US$200 em cada um dos metais, num total de $1.000, usando os preços de 29 de setembro de 1980 como referência. Durante a década de 80, o crescimento populacional do mundo foi de cerca de 800 milhões de pessoas – o maior aumento nominal em uma só década da História. Apesar disso, em setembro de 1990, os preços de todos os metais escolhidos por Ehrlich, sem exceção, haviam caído. O estanho, por exemplo, cotado a US$ 8,72 por onça em 1980, baixou para US$ 3,70 em 1990. Em 1º de janeiro, mais um "malthusiano" perdeu uma aposta. Cinco anos atrás, John Tierney leu um artigo de Matthew R. Simmons na The New York Times Magazine onde este vaticinava que o preço do barril de petróleo, então na casa dos US$65, triplicaria nos cinco anos seguintes e passaria dos US$200 em 2010. Tierney apostou no contrário. m artigo publicado no The New York Times dia 27 de dezembro, Tierney explica por que ganhou a aposta: "Novos campos gigantes de petróleo foram descobertos nas costas da África e do Brasil. Novas reservas no Canadá fornecem agora mais petróleo para os EUA do que a Arábia Saudita. A produção doméstica americana aumentou ano passado e o Departamento de Energia projeta mais aumentos para as próximas duas décadas." Ele ressalta ainda a descoberta de vastas quantidades de gás natural, cujo preço é hoje menos da metade de cinco anos atrás ."Pode ser que algo inesperado mude estas boas tendências, mas por ora o conselho de Julian Simon permanece válido: é fácil fabricar notícias com vaticínios apocalípticos, mas pode-se ganhar um bom dinheiro apostando contra elas" .

E

JOÃO LUIZ MAUAD É EMPRESÁRIO E COLUNISTA DO SITE WWW.MIDIAAMAIS.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

Giba Um

3 Na reunião ministerial do

PAC da Miséria, Dilma usava dois notebooks. Em oito anos, Lula nunca acessou o que tinha no gabinete.

k O PMDB continua raquiticamente representado no núcleo do poder.

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gibaum@gibaum.com.br

NELSON JOBIM / / ministro da Defesa, defendendo seu partido na contramão de Dilma Fotos: BusinessNews

O que elas querem Durante o 14º America’s Body Annual Most Wanted , foi apresentada uma lista dos pedidos mais feitos por famosas, constantemente, nas clinicas de cirurgia plástica em Beverly Hills, Los Angeles. É o que as mulheres querem em termos de estética: corpo de Gisele Bündchen, Jennifer Aniston e Penélope Cruz; nariz de Natalie Portman, Emma Stone e Nicole Kidman; cabelos de Taylor Swift, Jennifer Aniston (de novo) e Kim Kardashian; olhos de Anne Hathaway e Megan Fox; lábios de Scarlet Johansson, Angeline Jolie e Cristina Aguilera; e pele de Katy Perry e Gwyneth Paltrow. 333

DE BIQUINI O transsexual Lea T. (de nascimento, Leandro Medeiros Cerezzo, filho do ex-jogador ToninhaCerezzo), revelado pela Givenchy, deverá ser a atração-extra na próxima SP Fashion Week, desfilando debiquínis criados por Alexandre Herchcovitch para a marca Rosa Chá. A empreitada, certamente, merecerá cuidados especiais. No mundo dos travestis que se apresentam em shows, já existem técnicas testadas e aprovadas. Agora, Lea T. acaba de entrar na lista das modelos mais influentes doplanetado site models.com: está em 40º lugar. 333

egundo a tradição, o ermitão viveu em Bobbio (Itália), no século VIII, e se tornou um monge beneditino. Apesar da vida retirada do mundo e dedicada a Deus, trabalhando como carvoeiro, sem dizer palavras, foi exemplo de santidade e de caridade no espírito contemplativo. Santo Aldo

Beijo na boca 333 Depois de seu terceiro insucesso nas letras (o livro Serena não vendeu nem 100 exemplares), a veterana exsexy symbol nacional Vera Fischer vai beijar, para valer, a jovem atriz Luiza Mariani, no palco, na remontagem de As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, de Rainer Werner. A primeira montagem foi em 1983 com Fernanda Montenegro e Renata Sorrah. É a história da estilista Petra que, depois de dois casamentos fracassados com homens, acaba se apaixonando por uma aspirante à modelo. Para quem tem memória curta: a peça virou filme em 1953, estrelado por Bette Davis e Natalie Wood.

KNOW-HOW O vice-presidente Michel Temer não brinca em serviço: da visita a José Alencar ao encontro com Geraldo Alckmin, passando pela missa em memória de Orestes Quércia, garantiu, fora entrevistas, presença diária nos jornais na primeira semana do novogoverno.

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MISTURA FINA 333 QUANDO voltou a Paris, depois da posse de Dilma, o ministro francês da Defesa, Alain Juppé, contou publicamente que havia conversado com o novo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota e com Nelson Jobim, titular da Defesa e os dois haviam garantido preferir os caças Rafale.

AINDA faltam quatro anos para a próxima eleição presidencial, mas o que não falta é précandidato: agora, a bancada federal de Pernambuco comenta abertamente que quer ver o governador Eduardo Campos (PSB) disputando a Presidência, em 2014.

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333 Cada vez mais, revistas dedicadas à estética, saúde, qualidade de vida, dietas e ginástica, vem trazendo em suas capas conhecidas figuras da TV sempre mostrando sua boa forma, enquanto as brasileiras ficam sonhando em ter um corpo igual. Agora, estão exibindo sua saúde Sabrina Sato (esquerda), na capa de Corpo a Corpo, Bianca Rinaldi, que começou como paquita da Xuxa (centro), na capa de Boa Forma e hoje, atriz e mãe de gêmeos; de quebra, Milena Toscano, a Manuela de Araguaia, na capa de Nova, com calcinha de onça.

Questão de saúde

Guinadaàesquerda E nem poderia ser diferente: lá fora, do Financial Times ao El País, os jornais começam a achar que, já na primeira semana de seu governo, Dilma Rousseff dá demonstrações de uma guinada efetiva à esquerda. Até a CNN internacional, através de seus analistas, mistura a Comissão da Verdade reclamada pela secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosário, mais o pito no general Elito Siqueira, chefe de Gabinete de Segurança Institucional da Presidência e o anunciado PAC da Miséria, como sintomas efetivos “de uma guinada que pode aumentar”. Já o The Wall Street Journal pondera que a tendência tem limites: de um lado, a economia; de outro, as forças heterogêneas do Congresso. 333

h

333 O novo assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, ex-presidente do PT e um dos protagonistas do mensalão , convidado por Nelson Jobim, quase foi titular da Pasta, no primeiro mandato de Lula, devido às suas boas relações com os militares. Em sua vida parlamentar, Genoino colecionou várias condecorações militares, mesmo tendo seu passado de preso político recebido várias versões de alguns pesquisadores. Genoino, ex-campeão de votos, não conseguiu se reeleger para a Câmara Federal e sua nova condição de assessor especial lhe permitirá atuar no Congresso.

S

h IN

Gravatas: 8 cm de largura.

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Gravatas: 6 cm de largura.

Boneca e máscara A presidente Dilma Rousseff acaba de ganhar uma versão boneca, criada pelo artista Marcus Baby, com seu famoso topete e a faixa presidencial (ele já criou também versões para Roberto Carlos e Preta Gil). Dependendo das negociações, a boneca, em escala industrial, poderá ser vendida através do site do PT. Por outro lado, entre as encomendas de máscaras para o carnaval feitas na tradicional fábrica Condal, a de Dilma está em segundo lugar, perdendo apenas para a máscara de Tiririca. Também estão sendo bem vendidas máscaras de José Serra, Lula, Sarney, Antonio Palocci e Marina Silva. No estoque, tem mascaras para todos os públicos: de Nelson Mandela a Michele Obama, passando por Hugo Chávez. 333

333 O PRIMEIRO almoço oferecido pelo chanceler Antonio Patriota, nos salões do Itamaraty, no final da semana passada, foi em homenagem ao ministro Nelson Jobim, da Defesa. De repente, os dois viraram amigos de infância.

333 DEPOIS da série As Cariocas, baseada na obra de Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), Daniel Filho prepara outra, com formato semelhante. Vai se chamar As Brasileiras e ele poderá usar outros textos do próprio Sérgio Porto ou encomendar minihistórias de diversos autores. E nenhum de televisão.

333 A EX-prefeita, ex-ministra e agora senadora Marta Suplicy vem se movimentando para ver se consegue emplacar seu nome da vice-presidência do Senado. Ela precisa de maior exposição nos próximos tempos, para viabilizar sua candidatura à prefeitura de São Paulo, no ano que vem. Mas, a maioria da bancada do PT no Senado, inspirada por José Dirceu, quer José Pimentel como vice.

333 O BILIONÁRIO Eike Batista deverá ganhar uma biografia feita pelo escritor e jornalista Alan Riding. Filho de pais britânicos, Riding nasceu no Brasil e foi colaborador do The New York Times e do Financial Times .

JULIANA Didone, a Lia, da novela Passione, está circulando com Bruno Mazzeo. Eles dizem que estão se conhecendo melhor – e bota conhecimento nisso. 333

Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Solução

R D E C MU S C A

QUASEMINISTRO

333 A novela da compra dos caças ganha novo capitulo. Dilma havia recebido da FAB resumo das dez mil páginas compiladas sobre os três concorrentes, mais relatório a favor dos Rafale franceses do ministro Nelson Jobim, da Defesa. Ele até já passeou, há meses, sob os céus de Paris, a bordo de um Rafale, em meio a convescote patrocinado pela Dassult. O brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, havia ficado entusiasmado quando a presidente garantiu que só iria se decidir depois de ler o material da Força Aérea. A surpresa, agora, é que ela enviou tudo para o ministro do Desenvolvimento, o ex-guerrilheiro Fernando Pimentel (seu codinome, na época, era Oscar), para que ele dê seu parecer. Saito, a propósito, defende os suecos Gripen NG: custam quase a metade dos Rafale.

Quem vai decidir

10 de Janeiro

J V C U V OR A D OR L R O LA C L T A I R A L E S T E M L T I R A L I O A MA C MP A O A A P E L A R E L N A S A I X E L A B O E S E T OS S E R AB E S I M

333 Quem se surpreende com a concessão de passaportes diplomáticos, nos últimos dias do governo anterior, pelo então ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, para Marcos Cláudio e Luis Cláudio, filhos de Lula, certamente se esquece que foi ele que, há poucos meses, entregou a comenda da Ordem do Rio Branco, a mais alta do Itamaraty (ato assinado pelo vice em exercício, José Alencar) para Marisa Letícia, “por serviços extraordinários prestados ao Brasil no exterior”. E Luis Cláudio, a propósito, é o mesmo que levou uma legião de amigos, a bordo de avião da Presidência, em junho de 2004, com tudo pago, passar um fim de semana (com direito a piscina) no Alvorada.

A nova edição da revista GQ dedica capa e recheio à modelo brasileira Emanuela de Paula, pernambucana de Cabo de Santo Agostinho, 21 anos, filha de doceira e hoje integante do elenco de angels da Victoria’s Secret (a publicação chama Emanuela de arma secreta da conhecida marca de lingerie). Segundo a Forbes, ela já forma no time das modelos mais bem pagas do mundo: faturou em 2010 cerca de US$ 3,5 milhões. Uma das raras modelos negras em ascensão no mundo da moda, seus admiradores costumam dizer que ela é da cor do pecado, lembrando a música de Bororó (1939). Mais: ela já posou nua para o Calendário Pirelli, na África, cercada por 15 elefantes. 333

Arma secreta

MAIS: achava complicado, tanto quanto o sistema de telefonia criptografada que José Dirceu tentou implantar no governo.

T A L U A B C A M A

Filhos do poder

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sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011

Por: José Nassif Neto Rejeita.

Medida de potencial elétrico.

Variedade de milho indiano.

Aquele que come com voracidade.

Língua falada no Império Romano.

Pequena pomba. Fantasma. (fig.)

O segundo elemento de uma série.

Ter como verdadeiro. Irmã do pai em relação ao filho.

'Ela', em espanhol. Ponto cardeal lá nasce o sol. Shopping.

Penalidade por uma infração.

Relação moléculagrama.

Exprime surpresa. Montgome'Gato', ry é a capiem inglês. tal deste Estado.

Criada de dama nobre; aia.

O (?), indivíduo em evidência. 3ª pess. do singular.

Peça que cobre aparelho sanitário.

Produto para aderir.

(?) Paula Arósio, atriz.

Conjunto de conhecimentos. Invocar socorro. 'Porca', em alemão.

'Menos', em inglês.

Utensílios para serviço de mesa.

Indica exclusão.

Sobra de comida. A mais baixa graduação militar. Língua falada em países muçulmanos.

Símbolo de oxigênio. (quím.)

Silício, símbolo químico.

Expulsão brusca de ar dos pulmões. Exprime consentimento; afirmação.

(380) 3-cat; sau (Säue vulgarmente: porcalhão, porcalhona); 4-mall; less; ella; volt; juar; 5-árabe.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011

5 FOLIA 87% dos vistos para deputados e parentes eram só para turismo

olítica

Marcelo Casal Jr./ABr

O governo elaborará uma espécie de 'PAC da erradicação da miséria'. Tereza Campello, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Misturar esse tema [salário mínimo] com a definição de cargos na composição natural do nosso governo é uma absurda e imperdoável irresponsabilidade. Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara O PMDB vai lutar em qualquer situação pela melhoria do salário mínimo. Garibaldi Alves, ministro da Previdência do PMDB Ricardo Marques/Folha Imagem - 09-07-2008

Neste caso [salário mínimo], quanto mais diálogo e menos movimentos bruscos, melhor para ajustar aqui na Câmara. Deputado Marco Maia (PT-RS), atual presidente da Câmara e candidato a permanecer no cargo

Alan Marques/Folhapress - 10-08-2010

Eu volto para casa de cabeça erguida e com a sensação do dever cumprido. Não vou abandonar a política. Ex-presidente Lula

Dida Sampaio/AE - 14--07-2010

O infeliz comunicado revela que Mantega age como um Robin Hood às avessas, se curvando aos especuladores e virando as costas para os menos favorecidos. Nota da Força Sindical, que defende um mínimo de R$ 580

Está havendo um açodamento dos partidos da base aliada, não apenas do PMDB, em relação à distribuição de cargos. Michel Temer (PMDB), vice-presidente da República

José Cordeiro/AE

A vida parlamentar é uma vida de dissenso, da opinião e do conflito. O consenso é uma utopia autoritária. Moreira Franco, ministro de Assuntos Estratégicos

O PMDB tem responsabilidade no governo e pretende disputar a Câmara daqui a dois anos. Se criar crise agora, daqui a dois anos nós estamos com a responsabilidade. Fernando Ferro (PE), líder do PT na Câmara dos Deputados

Atrás do passaporte vermelho

dato do pai, devolvam o documento. Um deles, Marcos Cláudio, de 39 anos, avisou pelo Twitter que vai devolver o passaporte diplomático. O Itamaraty também emitiu um passaporte especial para o bispo da Igreja Universal Romualdo Panceiro, em fevereiro de 2010, apontado como o sucessor de Edir Macedo. Amigos do rei – O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), está examinando juridicamente se cabe recurso contra a concessão dos passaportes aos filhos de Lula. "É uma forma de aplicar a lei para os amigos. Esse é o padrão de como o PT usa o Estado. O Estado é deles", disse. O deputado defende que o Ministério das Relações Exteriores justifique qual é o interesse brasileiro na emissão de passaportes diplomáticos para a família do ex-presidente. "O ex-ministro Celso Amorim tem que explicar e espero que Lula mande devolver. É o mínimo a fazer." Farra –Em busca de privilégios nos aeroportos, como fila e atendimento especiais – incluindo a liberação total das malas na alfândega sem revista ou bens a declarar – e, dependendo do país, ficar até dispensado da necessidade de visto, é que muitos deputados entraram na fila das benesses do Itamaraty e conseguiram. Alexandre dos Santos (PMDBRJ) pediu para ele e a mulher. Seguiu para Dubai (Emirados Árabes) e Nova York (EUA). Décio Lima (PT-SC) e esposa foram para Las Vegas (EUA). João Paulo Cunha (PT-SP), mulher e filha foram para Nova York (EUA). Dois filhos de Ratinho Júnior (PSC-PR) foram beneficiados só para curtir Miami (EUA). (Agências)

Peemedebistas esperam hoje por um aceno de Dilma

Neste momento, é temerário nós aumentarmos o salário mínimo para mais de R$ 540. Se vier alguma coisa diferente, vamos simplesmente vetar. Guido Mantega, ministro da Fazenda

Não se pode definir o valor do salário mínimo pela raiva, pelo ódio, vingança ou qualquer outra questão que não seja técnica. Isso não é uma brincadeira. Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara

Depois de bater o pé, exigir que os filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva devolvam seus passaportes diplomáticos – concedidos em caráter excepcional no apagar das luzes de 2010 – e conseguir que um deles, Luís Cláudio, prometesse devolvê-lo – o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Ophir Cavalcante espera o mesmo dos familiares de deputados que usaram o passaporte vermelho para fazer turismo. Segundo ele, a OAB pretende enviar à presidente Dilma Rousseff a sugestão para que seja alterada a regra que permite a emissão desses documentos especiais para quem não representa o Brasil em missões oficiais no exterior. Pelo menos dois terços desses passaportes especiais solicitados ao Itamaraty, nos últimos dois anos, foram para mulheres, maridos e filhos de parlamentares. E cerca de 87% dos vistos internacionais para esses documentos tiveram motivação apenas turística. Para Ophir Cavalcante, há uma questão de "princípios". "Esse tipo de procedimento de usar o passaporte para turismo nos remete à colônia. Ou seja, àqueles que estão no poder, tudo será dado. É necessário que se revise essa regulamentação. O parlamentar exerce um cargo elevado, de representação, que o povo lhe deu, mas isso não o legitima a esse tipo de benesses. É um contrassenso à República. "Fazer turismo com esse tipo de proteção é algo que agride ao bom senso". Devolvam já – Na sextafeira, Ophir já havia solicitado publicamente que os filhos de Lula, agraciados com passaporte diplomático dois dias antes do término do man-

PROMESSA Marcos Cláudio, filho de Lula, avisa: vai devolver o passaporte

A presidente eleita tem até hoje, na reunião de coordenação política, para dar uma demonstração clara ao PMDB sobre a divisão de cargos no segundo escalão. Grupos internos no partido já articulam, nos bastidores, como tumultuar a eleição do petista Marco Maia à presidência da Câmara. Leonardo Rodrigues - e- SIM 15.05.08

Joedson Alves/AE - 22.06.05

Antonio Cruz/ABr - 03.11.05

Lula da SilA presiva, era medente Diltalúrgico e m a R o u sfaz campaseff tem até nha com o o final desapoio de ta semana m o v im e npara recutos sociais. perar a A o m eco nf ian ça nos por endo PMDB e quanto, os tentar evipartidos de tar tumulto oposição n a s u c e snão pretensão da Câdem entrar mara dos na briga D e p u t ados goverdos, pois Sandro Mabel (PR-GO) Aldo Rebelo (PSB-SP) Júlio Delgado (PSB-MG) nistas. Cocrescem as possibilidades de sucesso de dente ainda hoje, na reunião da muitas amizades na Casa, mas mo PSDB e DEM somam apecandidaturas dissidentes ao coordenação política do go- que só oficializará seu nome "se nas 100 deputados, os líderes candidato oficial da base alia- verno. Os peemedebistas que- continuar a insatisfação existen- avaliam que não têm força suda, o petista Marco Maia (RS). rem que Dilma lhes dê a garan- te hoje nos partidos da base", in- ficiente para virar o resultado e Líderes do PMDB dizem que tia de que irão manter o co- cluindo aí o seu PR. A estratégia pôr em risco as vagas que a reestão sendo "assediados" por mando de estatais estratégi- dos insatisfeitos é multiplicar as gra da proporcionalidade lhes pelo menos três pré-candida- cas, sobretudo as do setor candidaturas para levar a dis- garante no comando da Casa e tos: o líder do PR Sandro Mabel elétrico vinculadas ao ministé- puta ao segundo turno, com das comissões técnicas. "Não temos muita capacidade para (GO) e os deputados Aldo Re- rio de Minas e Energia coman- Marco Maia (PT). belo (SP) e Júlio Delgado (MG), dado pelo senador Edison LoO líder do PR já tem até dis- nos mexer", admite o presidenambos do PSB. curso para fazer frente ao pe- te do DEM, deputado Rodrigo bão (PMDB-MA). As nomeações no segundo Plano B – A desconfiança e as tista Marco Maia. Ele tenta se Maia (RJ), para concluir: "Se tiescalão estão suspensas até o insatisfações dos partidos go- consolidar como opção da ver quatro ou cinco candidatos dia 1º de fevereiro, quando se- vernistas com o quinhão de po- bancada de empresários, que é por incompetência do goverrão eleitos os presidentes das der que lhes coube no primeiro soma quase metade dos 513 no e do PT". Para consolo da presidente duas Casas do Congresso. O escalão são os principais com- deputados, mostrando que a que o PMDB quer, e já, é evitar a bustíveis que alimentam as dis- opção por Maia significaria o Dilma, o cenário da sucessão repetição do que ocorreu na sidências na Câmara. A alterna- fortalecimento da agenda sin- no Senado não traz nenhuma montagem do primeiro, quan- tiva que os peemedebistas con- dical no Congresso, a começar preocupação ao Palácio do do os peemedebistas viram sideram mais forte hoje é a do pela redução da jornada de tra- Planalto. Afinal, depois de insua cota de poder minguar e o deputado Sandro Mabel, que já balho das atuais 44 horas para sistir em várias ocasiões que não seria candidato, o atual PT ganhar força com um placar fala como candidato. "Todos di- 40 horas semanais. de 17 ministérios contra seis, zem que o presidente da CâmaEnquanto Mabel é empresá- p r e s i d e n t e J o s é S a r n e y entre os quais duas pastas que ra fala bem com os jornalistas. rio e tem a experiência de três (PMDB-AP) trabalhou bem comandaram no governo Lu- Então, vamos conversar", brin- mandatos, Maia, iniciando o nos bastidores e hoje é o único la: Saúde e Comunicações. cou ele, ao atender por telefone a segundo mandato, tem origem nome colocado à sua própria O partido espera ter uma si- reportagem. O deputado diz no movimento sindical. Tal co- sucessão. Deverá presidir o Senalização positiva da presi- que está conversando e tem mo o ex-presidente Luiz Inácio nado pela quarta vez. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011

Depois que um governo atinge baixos índices de avaliação, a recuperação é mais difícil. Aldo Fornazieri, cientista político

olítica

'O desafio de Dilma é político' Presidente conta com a economia sob controle e uma oposição minguante, mas precisa se impor como comandante do País, avalia o cientista político Aldo Fornazieri Fotos: Pablo de Souza/LUZ

Sergio Kapustan

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om a economia nos trilhos e a oposição diminuindo seu poder de fogo no Congresso, o desafio da presidente Dilma Rousseff será eminentemente político, para garantir a governabilidade. O ponto de vista é do cientista político e diretor acadêmico da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Aldo Fornazieri, sobre a sua expectativa em relação ao novo governo. Segundo Fornazieri, Dilma não tem a liderança do seu padrinho e predecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na área política. "Ela tem um desafio: a constituição de uma personalidade política e a capacidade de governar", afirma o cientista político. A seguir, os principais trechos da entrevista ao Diário do Comércio em que ele explica os caminhos do governo petista e da oposição em 2011.

governo Lula, como o mensalão, mas o presidente se reelegeu e elegeu sua sucessora ...

Fornazieri – E o resultado obtido foi a desidratação da posição no Congresso porque ela não soube cumprir o seu papel de maneira adequada. Faltou uma estratégia de discussão das questões de governo e Estado. O pré-sal é um exemplo de agenda de Estado. Os principais partidos de oposição precisam convergir nesse sentido e não podem bloquear projetos de interesse estratégico do País. A agenda de governo é fiscalizar e combater o que está errado e, eventualmente, apoiar o que está certo.

DC – O jogo político no Congresso permanecerá inalterado no governo Dilma ? For n az i er i – Dependerá das novas lideranças de oposição. No governo que terminou, destacaram-se figuras como os senadores Artur Virgílio (PSDBAM) e Álvaro Diário do Com a oposição Dias (PSDBComércio – A enfraquecida, PR). Os dois tioposição nham uma encolheu no Dilma terá Congresso e maioria qualificada postura claramente sectáconquistou os para mudar a ria. Se Aécio governos de Constituição, Neves liderar São Paulo e se quiser. a oposição no Minas Gerais. novo governo, Qual será o ALDO FORNAZIERI certamente fapeso real dela rá uma oposino governo ção mais inteligente. Dilma? Aldo Fornazieri – A relação do governo com as forças polí- DC – Dilma herda também o tica se dá no Congresso e as apoio de sindicatos de bancadas do PSDB, do DEM e trabalhadores e da massa que se do PPS diminuíram. Com a beneficiou dos programas oposição enfraquecida, Dilma sociais..... Fornazieri – Lula fez um terá maioria qualificada para mudar a Constituição, se qui- grande aliança política e soser. Mas sempre há problemas cial. Ele atraiu os partidos de inerentes ao jogo do poder. Há, centro e direita – principalpor exemplo, um jogo fisioló- mente no segundo mandato – e gico na relação do Executivo as entidades sindicais, como com o Legislativo no Brasil. Já CUT e Força Sindical. No camos governadores precisam ter po social, ele teve grande faciuma relação mais institucional lidade pois não teve oposição. e administrativa com o gover- Lula foi um grande animador no federal. Eles não serão os do Brasil, pois liderou um proprotagonistas da oposição. No cesso que é positivo na sociemáximo, farão uma oposição dade e na economia. A oposimoderada, porque têm res- ção se resumiu à política, com o ponsabilidades administrati- PSDB e o DEM. vas. Portanto, o protagonismo da oposição ocorrerá dentro DC – Qual é o caminho da oposição ? do Congresso. Fornazieri – O PSDB deverá caminhar de fato para uma DC– A oposição fez muito refundação ou para uma reforbarulho com os escândalos do

Cabe a Dilma fazer o ajuste fiscal. O Brasil precisa de reforma de gestão. IDEM

Fornazieri: "Se Aécio Neves liderar a oposição no novo governo, certamente fará uma oposição mais inteligente".

ma interna. A reforma deve caminhar em dois sentidos: programático e organizativo. Os tucanos estão com um programa desatualizado. DC – O tema das privatizações no governo FHC sempre indica que o partido não demonstra segurança, principalmente em período eleitoral .... Fornazieri – Foi assim nas eleições presidenciais de 2006 e 2010. O PSDB não assumiu o lado correto das privatizações e não sabe fazer uma autocrítica naquilo que foi realizado de forma incorreta. De modo geral, as privatizações foram necessárias, mas nós temos o problema das tarifas elevadas de energia e de telefonia.

certo até agora. Não deu certo, em parte, pois quem assumiu a direção foram os herdeiros biológicos do velho PFL – ACM Neto e César Maia. Por fim, teve a crise do mensalão no governo Distrito Federal. Isso foi um tiro no projeto renovador do Democratas. DC – A oposição está condenada, então, a ela própria ? Fornazieri – Não está. Ela tem uma tarefa, a de se reformar. Ou se reforma, ou vai perder espaço para o bloco de partidos que está no poder. E aí, deve-se prestar atenção no PT e no PMDB.

DC – A presidente Dilma é oriunda da esquerda dos anos 60 e nunca disputou uma eleição até 2010. Seu perfil é técnico. DC – O PSDB não fez a crítica do Quais são as perspectivas de seu passado? Fornazieri – Os tucanos não governo? fizeram a crítica do passado e For na zi e ri – Do ponto de não fizeram o trânsito para o vista econômico, as perspectifuturo. O seu vas são boas. O grande desacaminho está fio, então, é repronto. É óbnovar o seu vio que haverá Aécio Neves é uma programa e um ajuste fisprovável liderança cal e isso até sua visão de Brasil. O partipoderá benefiemergente. A do precisa ciá-la. Do ponquestão é saber se mostrar a sua to de vista poele terá condições visão da inserlítico, ela tem internas para ção do País no um desafio: a reformar o PSDB. mundo globac on s ti tu i çã o lizado. Na de uma persoIDEM questão de ornalidade políganização, tica e a capaciprecisa fortalecer a sua base in- dade de governar. Em tese, se a terna. Outro vértice da organi- gente comparar o governo Luzação é a base social. O PSDB, la com o governo Dilma, ela no nome, é um partido social terá mais facilidade no Condemocrata, mas há críticas de gresso. A questão é: Dilma não que ele se afastou muito do tem a liderança de Lula. O demovimento sindical e dos mo- safio dela é político. Dilma só vimentos sociais. Para se ga- ocupou postos de natureza nhar uma eleição presidencial técnica no governo. Isso não é é preciso fazer uma aliança dos impossível, mas se ela não sousetores médios com as classes ber, de maneira satisfatória, populares emergentes. construir a sua liderança política – seja do bloco governista no Congresso, seja entre a próDC – Quem pode liderar a pria população –, então ela terá mudança no PSDB e fazer essa dificuldade. aliança ? Fornazieri – Há o nome Aécio Neves como uma provável DC – A sombra de Lula é um liderança emergente. A ques- benefício ou é uma dificuldade ? tão é saber se ele terá condições Fornazieri – Lula é intelipolíticas internas para refor- gente o suficiente para não mar o PSDB. Há uma disputa exercer uma tutoria sobre o goentre Minas Gerais e de São verno Dilma. Se ele exercer a Paulo dentro do partido. tutoria, Dilma ficará apagada e isso a impedirá de desabroDC – O DEM é uma outra força de char politicamente. Não é bom repetir o caso da Argentina, oposição que vive um momento onde a presidente Cristina Kirde incerteza. Que avaliação o sr. chner ficou completamente faz da crise democrata ? Fornazieri – O DEM é resul- subordinada à sombra de seu tado de uma tentativa de for- marido e presidente Néstor mar uma nova direita no Brasil Kirchner (que morreu em oue não foi bem-sucedida. Ele se- tubro). Sua imagem foi a de ria uma força semelhante ao uma presidente fraca. Partido Conservador Inglês e à coalizão do presidente do Chi- DC – Lula deixa o governo com le Sebastião Piñera. Foi uma 80% de aprovação e a tentativa de renovar o ideário expectativa em relação a Dilma é da antiga direita, mas não deu alta – mais de 60%. Isso é bom ?

Fornazieri – Apesar de o índice ser menor, é um bom começo de Dilma. Existe um certa relação de causa e efeito entre boa avaliação e taxa de sucesso. Se ela é bem avaliada, a perspectiva é de o governo criar um sinergia positiva com a população e a classe política. Veja o caso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ele caiu nas pesquisas e as coisas se tornam cada vez mais difíceis. Depois que um governo atinge baixos índices de avaliação, a recuperação sempre é mais difícil. Um erro pode custar caro a Dilma – e sua tarefa é de natureza política. DC – Empresários e o expresidente Lula falaram linguagens diferentes sobre corte de gastos e reforma tributária. O que se pode esperar do governo Dilma ? For n az i er i – Os empresários e o presidente Lula falaram linguagens diferentes, em termos. Os empresário foram beneficiados, por exemplo, na crise econômica de 2008 quando ocorreram as desonerações tributárias. Por outro lado, o Brasil terá uma oportunidade histórica de nos próximos anos – até 2030 – ter crescimento em virtude de a maior parte da população se concentrar na faixa de mais de 14 e menos de 65 anos, considerada economicamente ativa. Essa oportunidade se associa por circunstância ao advento do pré-sal, que pode gerar recursos para investi-

mentos em saúde, em educação e em pesquisa. O País pode dar um salto extraordinário nos próximos 25 anos. E não pode desperdiçar a oportunidade, porque significa gastar menos com Previdência Social e infraestrutura, como a construção de escolas para crianças e adolescentes. Depois de 2035 a situação se complicará porque a população envelhecerá. DC – Os empresários afirmam que o País pode crescer mais se diminuir os gastos ... Fornazieri – Cabe ao governo Dilma fazer, no início, o ajuste fiscal, reduzindo os gastos. O País precisa fazer uma grande reforma de gestão. Comparando os índices de gastos na educação e na saúde com os países asiáticos, eles são mais ou menos equivalentes. Mas os resultados são diferentes. Qual é o problema? É a forma do gasto. E isso precisa ser resolvido. O setor público precisa de mais eficiência para poder diminuir os gastos públicos.

Ou [a oposição] se reforma ou vai perder espaço para o bloco que está no poder. E aí deve-se prestar atenção no PT e no PMDB. IDEM


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sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Quase 10% da força de trabalho da Receita Federal vai ficar em Brasília, não fazendo nada. Uma vergonha. Sérgio de Castro

olítica

Tiago Queiroz/AE

Lula e parentes na mordomia

Ex-presidente Lula e parentes aproveitam o sol no Forte dos Andradas. Praia tem águas cristalinas e espécies raras da mata e da flora regional.

Acompanhado de familiares, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou muito bem o sol forte de ontem e a temperatura de até 32 graus à sombra na Praia do Monduba, no interior do Forte dos Andradas, no Guarujá. Lula não chegou a ser visto dando mergulhos na praia, mas os fotógrafos que alugaram um barco para vê-lo mais de perto captaram imagens dele sem camisa com a mulher, Marisa Letícia, e um grupo de adolescentes, provavelmente seus netos. Seus filhos e noras também estavam lá.

Luxo – Às vésperas do local ser ocupado por Lula, o Exército comprou artigos de luxo, como um freezer com porta de vidro antiembaçante de R$ 2500 e um rechaud de prata por R$ 915, além de secador de cabelos, aparelho de DVD e itens que somam mais de R$ 6.000, segundo a ONG Contas Abertas. O secretário-geral da ONG, Gil Castelo Branco, disse ser no mínimo "estranho'' a aquisição desses artigos para uma base do Exército. O Ministério da Defesa não foi encontrado para para explicar as compras. (AE)

Fronteiras: trânsito livre para qualquer coisa Falta de fiscalização em 16,8 mil km faz com que aduanas funcionem apenas por praxe Fotos: reprodução

Décio Viotto

Nem tudo poderia passar, mas tudo passa e tudo continuará passando pela extensa fronteira brasileira. Armas, drogas, munições, produtos piratas e contrabandeados, veículos roubados, remessa ilegal de dinheiro e, é claro, a entrada de criminosos no País, e também a saída. A falta de vigilância e de fiscalização em mais de 16,8 mil quilômetros transformam os 31 postos de aduana espalhadas nessa imensidão de divisas em um quase faz de conta, não fossem os atuais 596 funcionários da Receita Federal, ou 3% da sua força de trabalho, que teimam, por algum motivo, em trabalhar naquelas áreas, apesar dos riscos que correm todos os dias. Esses corredores logísticos da ilegalidade são o tema de um projeto idealizado, em 2008, pelo jornalista Rafael Neves Godoi, que virou viagem por nove meses, do Chuí ao Oiapoque, entre 2009 e 2010, e denúncia de 248 páginas, editadas no livro-reportagem Fronteiras Abertas, Um Retrato do Abandono da Aduana Brasileira, do Sindicato Nacional da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), lançado em dezembro, em Brasília. Todo o trabalho foi feito com a colaboração de Sérgio Ricardo Moreira de Castro, analista-tributário da Receita Federal. E ainda provocou mudanças no trabalho de Godoi, como assessor de imprensa do

Fronteira em Assis Brasil, no Acre, na divisa entre o Brasil e o Peru

sindicato, e no de Sérgio, como diretor de formação sindical e de relações intersindicais. Caminhos clandestinos – O bem e o mal, o certo e o errado, o legal e o ilegal trafegam livremente num vaivém do Brasil para o lado de lá, e de lá para o de cá. Lá ficam o Uruguai, a Argentina, o Paraguai, a Bolívia, o Peru, a Colômbia, a Venezuela, a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa. A travessia é facilitada por numerosas estradas de terra e também pelas rodovias federais em pontos espalhados pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso,

Avenida da Amizade, entre Tabatinga (Brasil) e Letícia (Colômbia)

Mato Grosso do Sul, Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá e Roraima. Não bastassem as vias terrestres, embarcações cruzam os rios que marcam fronteiras nas regiões Norte, CentroOeste e Sul. Elas utilizam portos clandestinos nos rios Uruguai, Paraná, Paraguai, Oiapoque e Solimões. Tudo na mais absoluta paz. A deles. E quando se pensa que a gravidade da situação havia chegado ao fundo do poço, ainda faltava desabar uma imensa pedra. Neste caso, o decreto 7.213/2010 do Poder Executivo, que retira o analista-tributário das atividades aduaneiras, reduzindo a fiscalização para os 245 auditores, quando a própria Receita Federal estima que seriam necessários 1.032 servidores para atender à demanda das 31 aduanas. "A fragilidade das fronteiras tem relação direta com a segurança nos grandes centros urbanos", afirma Godoi. Outra constatação é a de que todo o aparato de segurança precisa ser reestruturado. "Não é só o que envolve a Receita, mas a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Exército e a Vigilância Sanitária". É da competência da Receita Federal a fiscalização, a vigilância e o controle de pessoas, veículos e cargas que entram e saem do Brasil. Também são de sua responsabilidade os despachos de importação e exportação, o controle do comércio

Fronteiras Abertas, Um Retrato do Abandono da Aduana Brasileira: livro do jornalista Rafael Neves Godoi exigiu viagem por nove meses, do Oiapoque ao Chuí.

de balcão, o atendimento ao turista e o combate ao contrabando de cigarros, bebidas, combustíveis, tráfico de armas, munição, drogas e, ainda, repressão ao descaminho (transporte ilegal de mercadorias sem o recolhimento de impostos) e à pirataria. Com todas essas atribuições, nada é bem feito. Os crimes, que deveriam ser combatidos, não o são. As pessoas, turistas ou não, que deveriam ser bem atendidas, também não. Os transportadores de carga, menos ainda. Eles vivem num sufoco com a demora de seus despachos e com a falta de segurança e de infraestrutura. Tudo é muito lento, arrastado e irritante para quem faz tudo certo. Política aduaneira – Godoi e Castro são taxativos na conclusão que apresentam de que a falta de ações de vigilância e fiscalização na fronteira fortalece o crime organizado em qualquer complexo urbano, grande ou pequeno. Os autores enfatizam que não sugerem a militarização dessas áreas, muito menos a restrição ao livre trânsito de mercadorias e de pessoas. O que eles querem é uma política aduaneira atual e que atenda às necessidades e às demandas da sociedade. Como comparação, a fronteira entre o Chile e a Argentina tem apenas 51 postos para cobrir 5.140 quilômetros de fronteira. Godoi lembra que os problemas não são apenas decorren-

tes do lado de lá. "O cara no Rio de Janeiro cheira um quilo de cocaína e a culpa é da Bolívia. Rouba um carro e a culpa é do Paraguai. O Brasil precisa assumir sua responsabilidade". Precisa, mas nem mesmo as soluções mais simples são adotadas. Como explicar, por exemplo, que haja 12 postos aduaneiros no Rio Grande do Sul e apenas um no Mato Grosso. Ou ainda, que em algumas unidades poucos funcionários

dia 20 de dezembro de 2010, no apagar das luzes, foi publicado no Diário Oficial o novo organograma da Receita, nomeando chefes em Brasília". Para ele, um descalabro. Vergonha – Com isso, a Receita Federal vai começar 2011 com quase 1.200 funcionários em Brasília. "Quase 10% da força de trabalho da Receita Federal vai ficar concentrada em Brasília, não fazendo absolutamente nada. Uma vergo-

Rio Peperi-Guaçu: divisa precária entre o Brasil e a Argentina

a mais deixariam o posto dentro do que os autores classificam de "situação desejável". Um exemplo disso: o Oiapoque (AP) precisaria de um auditor – já que não tem nenhum – e de mais dois analistas. "A única coisa que cresce na Receita Federal é seu nome e sua arrecadação", afirma Sérgio de Castro, que há 26 anos trabalha no órgão federal: "No

nha", garante Castro. Para ele, boa parte da violência nos grandes centros ocorre pela omissão da cúpula da Receita Federal. "Passam a vida com a bunda sentada na cadeira e não sabem o que acontece no Brasil. Não sabem e nem querem saber. Não mexem uma palha para melhorar a situação. E nunca vão mexer."


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8

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sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011

PREJUÍZO Varejo brasileiro perdeu R$ 3,9 bilhões com furtos entre 2009 e 2010.

idades

FUNCIONÁRIOS Furtos atribuídos a funcionários somam 43,4% e a clientes, 32,8%.

O novo olhar das câmeras de segurança As câmeras de segurança não se restringem mais a impedir o furto. As funções desses equipamentos se multiplicaram para atender às novas demandas. Euler Paixão/Hype

contas de Marcos Watanabe, conAmundsen Limeira siderando somente o item câmera eletrônica, os preços variam de prevenção contra R$ 900 a R$ 15 mil, mas a instalafurtos continua pu- ção de sistemas completos de xando as vendas do acesso remoto pode custar entre crescente comércio R$ 35 mil e R$ 40 mil. Explosão – A onda de violência de câmeras de segurança, mas os comerciantes estão descobrindo que tomou conta das grandes novas utilidades para esses equi- metrópoles mais a redução dos pamentos. "O perfil do mercado preços dos produtos de alta teccomeça a mostrar sinais de mu- nologia são alguns dos fatores dança", afirma Marcos Kenji Wata- responsáveis pela explosão do nabe, diretor de marketing da Ip- mercado de segurança eletrônica set Tecnologia, especializada em no Brasil, setor que movimenta sistemas inteligentes de imagens cerca de US$ 1,5 bilhão por ano, desenvolvidos para a indústria e o estima a Associação Brasileira das comércio. "É uma mudança cultu- Empresas de Sistemas Eletrônicos ral do mercado", diz o executivo. de Segurança (Abese). Levantamento feito pela enti"Atualmente, cerca de 80% dos pedidos são de projetos focados dade mostra que havia no País, no ano passado, na melhoria do nealgo em torno gócio e apenas 20% de 650 mil imóvoltados para a seveis monitoragurança física prodos por sistepriamente dita". Atualmente, 80% mas eletrôniSegundo Watados projetos são cos de alarmes, nabe, o varejo de focados na o que corresmédio e grande melhoria do ponde a 10,5% porte, e mais recennegócio e apenas de um total de temente o de pequeno porte, tem 20% voltados para 6,18 milhões puxado a procura a segurança física. imóveis monitorados. do monitoramento MARCOS WATANABE, DA IPSET Tem contripor câmeras eletrôbuído para esnicas para melhorar se desempenho o pequeno varea produtividade das lojas. Entre outras aplicações, esses jo, "que já começa a se preocupar sistemas permitem não só reo- em investir, inicialmente, na comrientar a postura do vendedor no pra de equipamentos mais baraatendimento aos clientes como, tos, mas de boa definição de imase necessário, promover um re- gens, que vão sendo substituídos posicionamento mais atraente gradativamente por itens mais das mercadorias expostas ao pú- sofisticados", diz Guilherme Araúblico no sentido de turbinar o im- jo, gerente de contas da Dotix. A importadora, de acordo com pulso de compra. Um bom exemplo pode ser ob- Araújo, oferece mais de 200 itens, servado na rede de lojas "Futebol entre os quais 80 tipos diferentes & Cia", presente em vários shop- de câmeras, com preços entre R$ ping centers. "As câmeras tam- 80 e R$ 5 mil, a unidade. O carro-chefe é o sistema DVR, bém ajudam a controlar o estoque de mercadorias", informa um gravador digital programado Guilherme Micali. O sistema foi para gerenciar e emitir as imagens instalado há três anos, depois do acessadas remotamente por desfalque aplicado por um fun- computador ou telefone celular. cionário. Como se vê, o motivo ini- Cada DVR suporta até 16 câmeras funcionando simultaneamente. cial foi inspirado na segurança. Com 14 funcionários, a Ipset "O sistema mais simples, de quaTecnologia trabalha com mais de tro câmeras, não sai por mais de mil itens e concentra em São Pau- R$ 3 mil", informa Araújo. Sistemas geradores de imalo o seu maior mercado. Pelas

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'Revolta dos Garis' agita a zona sul

Guilherme Micali, gerente da Futebol & Cia, também utiliza as câmeras para segurança e controlar o estoque de mercadorias.

gens de acesso remoto via Ifone e Ipad são encontrados na CVI - Câmeras Via Internet, loja virtual que fornece para uma extensa gama de clientes, lanchonetes, restaurantes, pizzarias e postos de gasolina, além de casas lotéricas. Fun c io n ári os – "A grande maioria dos clientes nos procura porque quer reduzir perdas com furtos provocados pelos funcionários", diz André Luís de Araújo Jr., dono da CVI. Na loja virtual, é possível adquirir por R$ 1,6 mil o kit básico de quatro câmeras, com acesso via web ou telefone celular, instalado e funcionando. "Aqui, nós ganhamos com a manutenção" ressalta André, que chega a comercializar cerca de 20 kits básicos e pelo menos 100 câmeras, em média, por mês, no estado. Na cidade de São Paulo calcula-se que existam hoje mais de 1 milhão de câmeras espalhadas.

País sofre com furtos no comércio

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Brasil é o segundo no ranking dos países mais afetados por furtos praticados no comércio. Só perde para o Marrocos, de acordo com a mais recente pesquisa Barômetro Global de Furtos no Varejo, realizada pela organização britânica Centro de Pesquisas do Varejo. Entre os setores mais afetados estão os de peças de carros e materiais de construção, roupas, acessórios e cosméticos, enquanto os menos afetados foram os de bebidas alcoólicas, calçados, artigos esportivos, eletrônicos e computadores. Os maiores furtos são de lâ-

minas e cremes de barbear, smartphones, perfumes, bebidas, carne fresca, escovas de dente elétricas, café, DVDs, jogos eletrônicos, bolsas, tênis, óculos escuros e relógios. Em média, cada furto gera prejuízo de R$ 330 por cliente. Va l o re s – Entre julho de 2009 e junho de 2010, a pesquisa informa que os lojistas brasileiros perderam R$ 3,9 bilhões em furtos e erros administrativos. Em todo o Brasil, as perdas representam, em dinheiro, 1,64% do total das vendas no período e, proporcionalmente, só perdemos para a Índia (2,72%). Participaram do levanta-

mento 37 redes varejistas brasileiras, com 29.132 lojas. Com base nos dados, a pesquisa concluiu que 32,8% dos prejuízos foram atribuídos a fur tos por clientes, 43,4% a furtos praticados por funcionários e 7,6% a fraudes entre fornecedores e vendedores. (A.L.) Euler Paix

ão/Hype

ONG Educa São Paulo

Ó RBITA

Mariana Missiaggia

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movimento que se esboçou na zona sul durante a passagem do ano e que ainda perdura, embora com menos calor, poderia se chamar adequadamente de "A Revolta dos Garis". Um grupo deles se recusou a recolher um lote de lixo no Parque Independência por se tratar de material absolutamente repulsivo. Considerando que garis estão habituados a lidar com todo tipo de coisas repelentes, devia ser algo insuportável. E era: restos de carne crua provenientes de um açougue, atirados em uma caçamba na Avenida Moenda Velha, já em vias de decomposição. A situação, que se arrasta há cinco anos, estourou no dia 31 de dezembro. Havia grande volume de lixo no chão, isto é, carne ensacada em plástico, devidamente vasculhado por gatos e cachorros e cheirando mal. Os coletores da Eco Urbis, empresa responsável pelo recolhimento, cruzaram os braços e convocaram os empregados do açougue para explicar suas razões. "Ou o açougue volta a tirar o lixo da caçamba ou a gente vai denunciar para a Vigilância Sanitária. E falem para o dono da padaria que queremos falar com ele também", avisou um

deles em nome de todos, sem querer se identificar por temer que, no ajuste final, a corda arrebente para o lado mais fraco. Culpa – Embora, em princípio, o açougue Boi Forte pareça ser o responsável pelo problema, a reconstituição dos fatos pode absolvê-lo e mostrar que se trata de mais uma distorção do nosso sistema de coleta de li- Garis protestam contra o despejo de restos de carne em caçamba xo, e exemplo da conhecida má educação da população. pete em toda a cidade – e aca- tam o local com frequência e Há cerca de cinco anos, al- bam espalhando os restos de ameaçaram, inutilmente, mulguns comerciantes do local se carne pelo chão. tar os infratores. E como semuniram para instalar uma lixeiReginaldo Moreira da Silva, pre ocorre nessas circunstânra comunitária para armazenar gerente do açougue, desabafa: cias, o lugar está se tornando os detritos que são removidos "Sei que nem todos podem ar- um "ponto viciado" de entupela Eco Urbis às segundas, car com gastos extras. Mas uti- lho. Já começaram a jogar até quartas e sextas-feiras. lizar minha caçamba não é sofá velho ali. N ã o s a t i sO episódio do Jardim Indecorreto. Eles feita com os c h e g a m , i n- pendência é familiar a Devanir resultados, a clusive, a re- Amâncio, presidente da ONG Casa de Carmover meu li- Educa São Paulo, que vem proSei que nem todos nes Boi Forte xo para colo- curando levantar debate sobre podem arcar com alugou uma car os deles. E a questão da limpeza pública c a ç a m b a e xessa gente po- em São Paulo. No seu entengastos extras. Mas clusiva junto à deria guardar der, o serviço de coleta não utilizar minha empresa Vanseu lixo e des- conseguiu acompanhar o crescaçamba não é lix, ao preço p e j á - l o s o- cimento de São Paulo e nem correto. de R$ 420 por m e n t e d u a s promover a educação ambienmês, para leh o r a s a n t e s tal junto à população. REGINALDO MOREIRA DA SILVA, v a r s e u d e sPor seu lado, a subprefeitura d o r e c o l h iGERENTE DO AÇOUGUE carte, dia sim, mento. Já aju- de Campo Limpo informou ladia não. conicamente que a coleta é readava". Porém, outros comerciantes Multa – Moreira conta que lizada igualmente em todos os e moradores decidiram, por seu contêiner fica transbor- bairros e não há, no momento, conta própria e sem nada pa- dando mesmo nos dias em que possibilidade de aumentar o gar, utilizar o contêiner do Boi seu lixo é mínimo. Os fiscais da serviço. Tem razão o líder anôForte para fazer seus despejos subprefeitura do Campo Lim- nimo dos garis: sempre pode – mau hábito, aliás, que se re- po conhecem o problema, visi- sobrar para o lado mais fraco.

FEBRE AMARELA

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om o aumento de viagens durante as férias, a Secretaria de Estado da Saúde lançou um alerta para a vacinação contra a febre amarela. Nenhum caso da doença foi registrado no Estado de São Paulo no ano passado. Em 2009, no entanto, foram 28 –11 pessoas morreram. A vacina é prioritária para quem vai a áreas rurais e ribeirinhas das regiões Norte e Centro-Oeste, partes da Bahia, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Santa Catarina e Rio do Grande do Sul. (AE)

VOLTA DO RODÍZIO

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rodízio municipal de veículos volta a vigorar hoje, com a proibição de circulação de carros com placas finais 1 e 2 no Centro expandido da cidade. A medida vale durante os horários de pico – das 7h às 10h e das 17h às 20h – de acordo com o fim da placa: segunda-feira (1 e 2), terça (3 e 4), quarta (5 e 6), quinta (7 e 8) e sexta (9 e 0). A multa para quem desrespeitar o rodízio é de R$ 85,12, além de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação. (AE)

Paulo Pinto/AE

FUVEST – Começou ontem a segunda fase do vestibular da Fuvest. No total, 35.766 estudantes disputam 10.652 vagas na USP e 100 na Faculdade de Medicina da Santa Casa. O exame vai até amanhã.


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sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011

9 PAQUISTÃO Milhares marcham em Karachi contra mudança na lei da blasfêmia

nternacional

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Surge um novo país na África

ilhões de sudaneses do Sul do país foram às urnas ontem votar em um referendo aguardado há muito tempo para decidir a independência da região devastada por guerras, que deve tornar-se uma nova nação. A violência não deu trégua no dia da votação histórica: pelo menos oito pessoas morreram em enfrentamentos entre tribos rivais no disputado enclave de Abyei, na fronteira entre o norte e o sul do Sudão, informaram fontes dos dois lados. Analistas disseram que Abyei é o local mais provável onde poderia haver um ressurgimento da violência, mais de cinco anos após um acordo de paz que encerrou décadas de guerra civil entre o Norte e o Sul. Esse acordo permitiu que o Sul realizasse, a partir de ontem, um referendo de secessão, no qual eleitores decidirão se o país deve permanecer unido ou dividir-se em duas nações. Não há pesquisas confiáveis, mas o sentimento em Juba, capital do Sul, é claramente pró-separação. O Norte muçulmano prometeu deixar o Sul, rico em petróleo e com população de maioria cristã, decidir seu futuro. "Esse é o momento histórico que as pessoas do Sul do Sudão esperavam", declarou o presidente da região, Salva Kiir, ao votar. Cerca de 3,9 milhões de pessoas estão registradas para o plebiscito histórico. Uma maioria simples precisa favorecer a separação do Sul para que ela seja aprovada, mas 60% dos eleitores precisam apresentar seu voto para que o referendo seja validado. As urnas serão fechadas no próximo sábado, mas os resultados finais só serão oficializados em fevereiro. (Agências)

Sul cristão vota referendo para decidir sobre separação de Norte muçulmano

Cristãos do sul comemoram plebiscito (abaixo). O ator George Clooney, que abraçou a causa do Sul, estava presente na votação (abaixo, à dir.).

Thomas Mukoya/Reuters

NARCOTRÁFICO Número de mortos em Acapulco, no México, soma 27 em um só dia.

Goran Tomasevic/Reuters

MySpace/Reuters

Homenagem às vítimas do Arizona

Divulgação/AFP

Queda de aeronave mata mais de 70 no Irã

O presidente dos EUA, Barack Obama, convocou ontem os cidadãos a fazer "um momento de silêncio" hoje à tarde pelas vítimas do ataque de sábado em Tucson, no estado do Arizona. Um atirador deixou seis mortos e 13 feridos, entre eles a deputada democrata Gabrielle Giffords, que segue em estado grave (abaixo, à esq.). "Será uma chance para nos reafirmarmos como nação, seja na oração ou na reflexão, lembrando as vítimas e suas famílias", disse Obama, em comunicado. A deputada Gabrielle Giffords, a primeira vítima de um atentado político em três décadas nos EUA, mostrava sinais de recuperação ontem e já conseguia se comunicar e obedecer a ordens simples, informou a equipe médica. "Estamos muito encorajados por isso, porque sua resposta implica em níveis elevados de função cerebral", disse o neurocirurgião Michael Lemole, Jr. "Mas estamos cautelosamente otimistas, porque o estado dela ainda é crítico", reconheceu o médico. Gabrielle, de 40 anos, foi atingida com um tiro na cabeça durante um encontro com eleitores em um supermercado no sábado, na cidade de Tucson. A deputada foi alvo de uma tentativa de assassinato que terminou em tiroteio e deixou 13 feridos e seis mortos, entre eles o juiz federal do Arizona, um assessor da deputada e Christina Taylor Green, uma menina que desde o nascimento foi marcada pela tragédia: ela nasceu no dia 11 de setembro de 2001, data dos atentados que abalaram os Estados Unidos. O suspeito de ter cometido o tiroteio, Jared Loughner, de 22 anos, foi indiciado por cinco crimes: duas acusações de homicídio em primeiro grau e três por tentativa de homicídio. Segundo a polícia, o jovem (acima, à esq.) era instável e já tinha feito anteriormente outras ameaças de morte, mas nenhuma para a deputada democrata. Em vídeos colocados na internet, Loughner se classifica como "terrorista'', diz que vai criar uma moeda própria e que o governo faz lavagem cerebral na população. (Agências)

Um avião iraniano da empresa estatal IranAir com mais de cem pessoas caiu pouco antes de pousar, ontem, em meio à neblina, perto da fronteira da Turquia, deixando ao menos 71 mortos. Segundo a agência estatal Fars, foram resgatados 35 feridos. Há divergências sobre o total de vítimas, mas o Crescente Ver-

melho indica 106 pessoas, dos quais 94 eram passageiros e 12 tripulantes. O Boeing 727 partiu com mais de uma hora de atraso do aeroporto Mehrabad, ao sul da capital Teerã, para Urumiyeh, devido a problemas de visibilidade. Segundo a agência de aviação civil local, uma tormenta de neve atingiu a área. (Agências)

Arnold Schwarzenegger deixou o governo da Califórnia na semana passada como um dos mais impopulares da história recente do estado. Com apenas 22% de aprovação, o "Exterminador do Futuro" enterrou quaisquer chances de retorno ao governo ao deixar um déficit bilionário e uma taxa de desemprego acima de 10%. Ronen Zvulun/Reuters

Negociações de paz novamente demolidas Escavadoras israelenses abriram caminho para a construção de 20 novas casas para judeus em Jerusalém Oriental ao demolir um hotel histórico, ontem, como parte de um projeto de assentamento que causou revolta entre os palestinos e ganhou objeção por parte dos Estados Unidos. Para um portavoz da Autoridade Palestina, a demolição arruinou a possibilidade de retomada das negociações de paz. O Hotel Shepherd (acima)localizavase em Sheikh Jarrah, um bairro usado como local de protestos palestinos contra a polícia israelense. Pertencente aos árabes antes de 1967, o edifício se tornou propriedade do governo de Israel depois que o leste de Jerusalém foi ocupado e quase duas décadas depois foi vendido ao milionário norte-americano Irving Moskowitz. Em 2009, após anos de paralisia burocrática, o município de Jerusalém emitiu permissões para construções israelenses. A demolição deve agravar a tensão entre israelenses e palestinos, enquan-

to os EUA tentam ressuscitar as negociações de paz. Atualmente, as conversas estão em um impasse por causa das construções israelenses em Jerusalém – cidade que os palestinos pedem como capital de um futuro estado. O chefe de negociações da Palestina, Saeb Erekat, condenou o projeto. "Enquanto esse governo continuar com as construções e com atos como a demolição do Hotel Shepherd não haverá negociação", disse. Gaza - A tensão voltou a rondar a fronteira de Israel com a Faixa de Gaza. Dois anos após a ofensiva israelense no território palestino, que deixou mais de 1.200 mortos, o grupo Hamas, temendo uma nova ação militar, pediu às facções extremistas para que evitem cutucar Israel com vara curta. "Começamos a fazer contato com as facções para discutir a situação. O Hamas quer controlar a situação e apela às facções que voltem a honrar o acordo nacional", disse Ayman Taha, um dos líderes do grupo radical. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.LOGO

sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011

Logo Logo

Pessoas entram em vagão do metrô de São Paulo usando apenas a roupa de baixo para celebrar o 10º No Pants Day ontem.

www.dcomercio.com.br

JANEIRO

Felix Lima/Folhapress

10 Criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, o SENAC, em 1946.

I NTERNET M ÚSICA

Lee Jae-won/Reuters

B RAZIL COM Z

Antonio Carlos Miguel/AOG

Entre os destinos de 2011, nada de Brasil. Nada de Jericoacoara (Ceará), Pipa (Rio Grande do Norte), Foz do Iguaçu (Paraná) ou Bonito (Mato Grosso do Sul). Na lista dos lugares para se visitar em 2011 publicada pelo New York Times, o Brasil ficou de fora. Entre os 41 destinos indicados pelo jornal, aparece Santiago (Chile). Um dos motivos é que a cidade vai sediar o primeiro festival de música Lollapalooza fora dos EUA, onde é realizado há 20 anos. E, quem diria, Cali, na Colômbia, entrou na lista do NYT, que cita as salsotecas da cidade, "com um público tão sexy quanto qualquer outro na América do Sul".

Após 'tropeço', Amy consegue salvar show Amy Winehouse fez seu primeiro show no Brasil, na madrugada de sábado para domingo, em Florianópolis. Na verdade, dois shows. Porque sua apresentação se dividiu em duas partes: a primeira, fraca e confusa; a segunda, muito empolgada. Amy apareceu no palco à 0h50, diante de cerca de 12 mil fãs entusiasmados. Mais parecia uma torcida do que uma plateia. Todos

querendo ver Amy de volta à forma física e ao vozeirão que ostentava quando o álbum Back to Black (2006) conquistou o mundo. Ainda é difícil prever como será o resto da turnê da cantora, que continua hoje no Rio. A Amy que fechou a noite mandou bem, mas a Amy quase transtornada da abertura do show deixou seu fãs preocupados. (Folhapress) G @DGET DU JOUR 2 Reprodução da internet

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Fica mais fácil contar os Pais Nossos e Aves Marias neste rosário eletrônico mostrado na CES, feira de eletrônicos em Las Vegas (EUA).

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G @DGET DU JOUR 1 Reprodução da internet

Estes óculos, também na CES de Las Vegas, custam caro (US$ 1,2 mil), mas devem fazer sucesso. As lentes regulam o foco automaticamente.

Coreia do Norte 'sob fogo'

Lygia Rebello/DC

Hackers invadem contas no Twitter e YouTube; sul-coreanos reivindicam ataques.

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ackers atacaram as contas oficiais da Coreia do Norte no YouTube e no Twitter e publicaram um desenho que mostra o herdeiro de Kim Jong-il aparentemente dirigindo um carro esportivo contra uma multidão de compatriotas famintos. O ataque ocorreu no sábado, provável aniversário do próximo líder norte-coreano, Kim Jong-un, e pedia uma re-

volta contra a dinastia comunista que toma conta do país. A invasão dos hackers ocorre em meio a um momento no qual o Norte pediu diálogo com a Coreia do Sul para aliviar tensões agravadas por ataques de artilharia entre as nações e o afundamento de um navio sul-coreano em 2010. Uma das mensagens postada no Twitter oficial da Coreia do Norte informava que o con-

valescente Kim Jong-il e seu filho eram inimigos declarados. Outra pedia a saída do atual líder por realizar festas em sua luxuosa casa de campo enquanto três milhões de compatriotas morriam de fome. Várias pessoas em um fórum sul-coreano da internet reivindicaram a responsabilidade pelo ataque. Não houve comentário imediato do Norte sobre os atos dos hackers. (Reuters)

Marco Antonio Cavalcanti/AOG

C A R T A Z

DESIGN Grupo de designers expõe obras no Cartel 011. Rua Artur de Azevedo, 517, Pinheiros, tel.: 3081-4171. Grátis.

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DOMINGÃO - No primeiro domingo de sol forte no Rio de Janeiro, cariocas lotam a areia e o mar de Ipanema, na zona sul. O calor não deu trégua e moradores e turistas correram para o principal atrativo de lazer da cidade: suas praias.

F ILME

T IC-TAC

S AÚDE Daniela La Monaca/Reuters

Devanir Amâncio

'Foxy Knoxy' na telinha da TV

Ex-vice, José Alencar, deixa a UTI.

Últimas horas de um relógio em São Paulo Segundo moradores, este relógio digital ficou tombado desde quinta-feira na avenida Nove de Julho, altura do nº 2000. O relógio causou espanto e curiosidade de todo mundo que passava ali, até ser retirado ontem à tarde. A TÉ LOGO

Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Foragido, Mizael dá entrevista e não fala em se entregar.

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Brasil adquire novo teste de DNA para identificar gene

Acima, Amanda Knox, acusada de assassinato na Itália, e a atriz Hayden Panettiere (ao lado), que irá interpretar 'Foxy Knoxy' na TV.

Mario Anzuoni/Reuters

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história sensacional da estudante norteamericana Amanda Knox, que está servindo uma pena de prisão de 26 anos na Itália por assassinato, chegará à TV dos Estados Unidos no mês que vem. Amanda Knox: Murder on Trial in Italy (Amanda Knox: Assassinato em Julgamento na Itália) recria a vida da estudante apelidada de "Foxy Knoxy" pela mídia. Ela foi condenada por assassinar sua colega britânica Meredith Kercher na cidade italiana de Perugia, em 2007. Os promotores italianos alegam que o caso foi um jogo sexual desvairado que saiu de controle. (Reuters)

O ex-vice-presidente José Alencar deixou ontem a UTI cardiológica do hospital SírioLibanês, em São Paulo. Há seis dias, ele tinha voltado ao setor devido à densidade de um sangramento intestinal. As hemorragias, intermitentes porém sob controle, não impedem que ele faça quimioterapia, como ocorreu no passado. Ontem, ele passou por nova sessão de hemodiálise. Os últimos boletins médicos indicam que Alencar respira sem ajuda de aparelhos e se alimenta normalmente. Alencar combate um câncer no abdome há 15 anos. Ele está há 19 dias no hospital. No fim de semana, recebeu a visita de dois ministros: Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Alexandre Padilha (Saúde). (Folhapress)


e CAIXA 1

AGENDA

conomia

O seu consultor financeiro

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Segunda-feira

Quarta-feira

Sexta-feira

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga o IPC-S da 1ª quinzena de janeiro

Será anunciada a Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE de novembro

O Banco Central (BC) divulga suas contas analíticas de dezembro

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sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011 Riehard Dudley/SXC

O aumento da expectativa de vida da população brasileira abre espaço para um ato jurídico até então desconhecido: a "desaposentação".

Será que é a A hora de voltar ao trabalho?

FERNANDA PRESSINOTT

elevação da expectativa de vida da população brasileira para 73,2 anos, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aumentou o tempo médio necessário para os trabalhadores se aposentarem (3,2 anos mais) em função do fator previdenciário. Então, quem quiser correr para se aposentar está fadado a ganhar menos? Não necessariamente. Um ato jurídico que vem crescendo ano a ano no País pode dar um gás novo aos "aposentados jovens" que continuam trabalhando, é a "desaposentação". Isto é, o ato voluntário do segurado da Previdência Social que pleiteia na Justiça o cancelamento de sua aposentadoria visando a concessão de uma nova, mais vantajosa, incluindo o tempo de contribuição depois da primeira aposentadoria. O artifício serve para quem se aposentou mas continuou na ativa. As ações desse tipo começaram a ocorrer no início desta décad a , quando advogados refizeram as contas de quem havia se aposentado com o fator previdenciário (implantado em 1999) e com pouca idade. Também para aqueles que tinham benefício proporcional, o que era permitido até 1998, e descobriram que o benefício poderia ser aumentado se as novas contribuições fossem incorporadas ao cálculo. Controvérsias

Saiba como funciona a 'desaposentação' O que é "desaposentação"? É o ato de abrir mão de receber um benefício da Previdência Social para solicitar outro com a inclusão de novos anos de contribuição. Serve para pessoas que se aposentaram por tempo de serviço, mas, para complementar a renda, voltaram a trabalhar e a contribuir com a Previdência. Como funcionam as aposentadorias hoje? Homens podem se aposentar com benefício integral com 35 anos de contribuição e as mulheres, com 30. No entanto, quem se aposenta mais jovem tem o benefício reduzido por conta do fator previdenciário. É possível pedir aposentadoria só por idade para homens com 65 anos de idade, para mulheres a partir dos 60, respeitando a carência de 180 contribuições em qualquer dos casos. Atualmente, só pode pedir aposentadoria proporcional

– 53 anos e 30 de trabalho para homens e 48 anos e 25 de trabalho para mulheres – quem se filiou à Previdência antes de 16/12/1998. Na aposentadoria proporcional, além do tempo mínimo, é exigido trabalhar mais 40% do tempo que faltava para a aposentadoria em dezembro de 1998. Quem se filiou à Previdência após esse período, não pode mais obter aposentadoria proporcional. Qual a diferença entre "desaposentação" e revisão da aposentadoria? A revisão busca reformar ou consertar alguma irregularidade no benefício concedido, tais como erro de cálculo, tempo de contribuição, enquadramento de atividade especial, índices de correção monetária entre outros. No caso da "desaposentação", não houve erro na concessão do benefício, mas o desejo de incluir novas contribuições.

De lá para cá, a maior parte das ações foi julgada improcedente pelos juízes de primeira instância, mas algumas tiveram parecer favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a advogada mestre em direito previdenciário e membro do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante de Castro Ladenthin, ainda não há consenso sobre a questão. "Alguns juízes julgam improcedente, outros acatam a ação, mas determinam que o segurado devolva o valor recebido da aposentadoria até então. O Juizado Especial Federal, por exemplo, pacificou o entendimento que o valor recebido deve ser devolvido. O STJ é contrário a isso por entender que o ato administrativo de concessão foi válido, eficaz e legítimo na ocasião do pedido de aposentadoria." O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar a questão em setembro, mas o julgamento foi adiado por um pedido de vista do ministro Dias Toffoli. O relator do processo, o ministro Marco Aurélio Mello, votou no sentido de permitir a "desaposentação". Argumentou que o beneficiário volta a trabalhar para melhorar sua renda e é obrigado por lei a contribuir novamente com a Previdência. Não seria justo, conforme argumentou, que não tivesse direito de ver essa contribuição adicional revertida para sua aposentadoria. Hoje, esse trabalhador já aposentado, e que continua pagando a Previdência, só faz jus, em decorrência dessas novas contribuições, ao salário-família e ao auxílio-acidente. Não há previsão de decisão. O fato é que, até o momento, não se sabe se vale a pena ou não recorrer à questão . "Não há lei que permita a reversão da aposentadoria, mas também não existe proibição de se tentar um novo processo na Justiça", diz Adriane, autora do li-

vro Desaposentação, Teoria e Prática, da Juruá Editora. Para ela, a renúncia à aposentadoria é juridicamente possível por ser direito patrimonial disponível, e os valores não devem ser devolvidos ao sistema previdenciário porque não houve erro ou má-fé na aposentadoria inicial. Vale a pena? Do outro lado da questão, embora seja representante dos aposentados e pensionistas, a Federação de Aposentados de São Paulo é contrária a "desaposentação". "De acordo com a legislação, a aposentadoria é irreversível e irrenunciável a partir do recebimento da primeira parcela. Ninguém obriga o segurado a solicitá-la, da mesma forma que não se obriga um aposentado a voltar a trabalhar", diz o diretor da Federação, Francisco Delgado Moreno. Para ele, é importante pensar no sistema como um todo e ações desse tipo podem quebrar a Previdência. "Estamos aguardando a decisão do STF para saber o que recomendar." Sobre a possível devolução do dinheiro, Moreno apoia a ideia de descontar os valores "recebidos indevidamente". Segundo a Federação, há 24 milhões de aposentados no País, sendo que entre 25% e 30% continuam trabalhando. Se todos pedirem recálculo do benefício, os custos para o regime previdenciário podem aumentar cerca de R$ 3 bilhões anualmente. A Previdência Social, por meio de nota, afirma que não é contra nem a favor da "desaposentação" e esclarece que, por enquanto, "não há previsão legal para isso". E continua: "a questão foi examinada várias vezes, na Justiça e no Legislativo, e rechaçada em todas elas. Seja pela inconstitucionalidade dos projetos de lei que a preveem, quanto por infringir princípios básicos da Previdência, como da distributividade na prestação dos benefícios e a solidariedade na parti-

Não há lei que permita a reversão da aposentadoria, mas também não existe proibição de se tentar um novo processo na Justiça ADRIANE LADENTHIN, ADVOGADA

cipação. De acordo com o decreto 3048/99, a aposentadoria é irreversível e irrenunciável a partir do recebimento da primeira parcela, saque do FGTS e PIS/PASEP". Até o momento, poucas ações foram transitadas em julgado, divulga o IBDP. Alguns juízes que acataram o pedido de "desaposentação", exigiram na sentença que o segurado devolva entre 10% e 30% do novo benefício mensalmente para a Previdência como forma de quitar o débito de aposentadoria anterior. Por conta disso, é importante fazer um cálculo para saber se o segurado vai ganhar mais com o novo benefício mesmo tendo que devolver esse percentual. "Talvez para quem tenha se aposentado antes do fator previdenciário nem valha a pena pensar no assunto", afirma Adriane. Quando o STF decidir sobre a questão, terá também de regulamentar se o dinheiro do primeiro benefício precisará ser devolvido, de que forma e se a dívida ficará com os herdeiros em caso de falecimento do segurado.


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CAIXA 1 O seu consultor financeiro

Antônio Guaudério/Folhapress

BOLSA DE VALORES: Com pregão viva-voz, as operações na Bolsa de Valores de São Paulo contagiavam o operador Decio Pecequilo.

uma história rica. Luludi/LUZ

Dos quadros negros aos pregões eletrônicos, a BM&FBovespa passou por uma ampla evolução.

Atualmente, os pregões eletrônicos dão calma aparente ao mercado financeiro.

NEIDE MARTINGO

H

á exatos 120 anos, a BM&FBovespa se chamava Bolsa Livre. Em 1890, ela foi aberta. No ano seguinte, deu lugar à Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. Naquela época, as negociações de títulos públicos e ações eram registradas em enormes quadros negros de pedra. Não existiam corretoras, home brokers, pregão. Mas o objetivo sempre foi o mesmo: as empresas que precisam de dinheiro abrem capital para arrecadar recursos. Mesmo com crises nacionais e internacionais, globalização, ataques terroristas ao centro financeiro norte-americano, a opção nunca desapareceu. Muitas companhias entraram no "mercado financeiro" e saíram – ou nem existem mais, como a Ultralar, Gabriel Gonçalves, Sanderson e Lisa Li-

vros. E outras tantas, como Alpargatas, Petrobras, Vale, Banco do Brasil (BB), Unipar, e um pouco depois BRF Brasil Foods, Rossi, Audi e Antarctica continuam até hoje. Clima O operador da TOV Corretora Decio Pecequilo tem muita história para contar. Ele começou a investir na bolsa em 1969 – gostou tanto do "clima" que mudou de profissão. Há 41 anos, ele era professor e estudante. Entre uma atividade e outra, atravessava a cidade em um Fusca 66 – da Vila Carrão para Perdizes – para ver como andava o mercado financeiro. As eleitas de Pecequilo eram Ultralar, Unipar e Banco do Brasil. "Comecei a investir e não parei mais. A bolsa ficava no Pateo do Colégio, mudouse para a Rua Álvares Penteado, depois para a Rua XV de

Novembro e lá o pregão vivavoz morreu." O operador se deu tão bem que, depois de algum tempo, trocou a profissão de professor para investir e se dedicar ao mercado financeiro – os ganhos eram maiores. Hoje, estão na bolsa aproximadamente 380 empresas. Quando Pecequilo começou, o número era bem menor do que 10% desse total. "O índice Bovespa foi inaugurado no dia 2 de janeiro de 1968." O especialista observa que, para uma empresa se manter na bolsa por um longo período, sem fechar capital, é preciso, antes de mais nada, oferecer credibilidade. Pioneiros O Banco do Brasil foi um dos primeiros a ingressar na bolsa: está lá desde 1906. Para o gerente-geral de relações com investidores do banco, Gilberto

Lourenço, a relação entre investidores e empresa é igual a um casamento. "O principal é a confiança. A empresa busca recursos para gerar negócios, que se traduzem em lucro para os investidores. Eles ganham com os dividendos e com a alta no preço das ações", detalha. Lourenço afirma que a credibilidade é conquistada ao longo do tempo, mas com práticas diárias. Só assim a companhia terá o suporte do investidor toda vez que precisar de dinheiro. "As decisões da empresa se refletem no preço dos papéis. Não adianta procurar o investidor só quando se precisa de recursos." O gerente-geral afirma que em 2006 o Banco do Brasil entrou no Novo Mercado da bolsa – o que, para ele, representa mais transparência. A iniciativa se traduziu em bons negócios. Em 2006, o BB tinha 7% do capital do banco negociado.

Quando aderiu ao Novo Mercado, o índice passou para 25%. A primeira oferta aconteceu no mesmo ano, e o total pulou para 14,8%; em 2007, para 21,7%. E em julho deste ano, o montante alcançou os 30,4% de todo o capital da instituição financeira. A valorização das ações do banco, entre 31 de dezembro de 2005 e 30 de setembro de 2010 foi de 206,9%. No mesmo período, a rentabilidade do Ibovespa atingiu 107,5%. "O mercado reconheceu o que o Banco do Brasil fez. Ao aderir ao Novo Mercado, o banco optou por melhores práticas de governança corporativa, o que representa, na prática, consistência na transparência." Outra "antiga" do mercado, a BRF Brasil Foods, fez até festa para comemorar os 30 anos de listagem da companhia. O "Dia da Empresa", evento realizado recentemente pela com-

panhia, reuniu acionistas, analistas, investidores e executivos da BRF Brasil Foods. "A bolsa se tornou um mecanismo importante para que uma empresa seja competitiva no Brasil", afirma o presidente da corporação, José Antonio do Prado Fay. Blindada A credibilidade se consegue com a necessidade. Se uma companhia precisa de dinheiro, terá que demonstrar que é digna de confiança dos investidores. "A profissionalização do controle da empresa dá a certeza aos acionistas que a corporação estará 'blindada' a gestões incompetentes", afirma o professor do Procede da Fundação Instituto de Administração (FIA), Ricardo Almeida. "A transparência acaba acontecendo pela necessidade", acredita.


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e Mês de férias e de negócios na estrada O aumento do fluxo de pessoas durante as férias de verão eleva o faturamento de estabelecimentos situados nas estradas paulistas entre 20 e 25%.

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Aumento do fluxo de clientes gerado pelo movimento turístico do início do ano favorece empreendimentos localizados em rodovias do interior e do litoral Giseli Cabrini

Renato Frasnelli/Divulgação

Do réveillon até o carnaval são 53 dias para trabalhar várias ações. O consumidor está mais relaxado.

O

deslocamento de moradores da capital rumo ao interior e litoral do estado durante as férias de verão, que enfraquece o setor de comércio e serviços local, é sinônimo de faturamento até 25% maior para estabelecimentos localizados no caminho desses viajantes. Para grandes marcas – entre elas Honda, Nestlé e Itaipava – se trata de uma oportunidade ímpar para se aproximar de consumidores fiéis e conquistar novos. Para se ter uma ideia, durante a temporada de verão o Guarujá (SP), com cerca de 300 mil habitantes, atrai uma população flutuante de 1,2 milhão de pessoas. O Shopping Serra Azul – centro comercial suspenso localizado no km 72 da Rodovia dos Bandeirantes, em Itupeva (SP) – registra aumento de 30% a 40% no fluxo de pessoas durante as férias de verão. Vale lembrar que o estabelecimento integra o complexo turístico Vida Completa SerrAzul, do qual fazem parte ainda os parques Hopi Hari e Wet 'n Wild. "No caso do faturamento, a elevação é menor: de 20% a 25%. Isso ocorre porque a maior parte desses visitantes deixa para gastar dinheiro nos locais onde passarão as férias. Mas, de qualquer forma, o aumento no fluxo é sempre positivo", afirmou o gerente-administrativo do shopping, Fabio Wolf Campos. Ele ressaltou

FABIO FRONTEROTTA, DA AGÊNCIA FRONT360

Além da Vila Nestlé, a multinacional suíça tem um espaço no Grande Boulevard Hall, no Guarujá, para promover sua marca.

que essa elevação na receita não reflete o avanço no faturamento de cada uma das lojas do shopping. Ainda segundo Campos, nos últimos três anos, os negócios, mesmo durante a semana em meses que não sejam de férias, têm se intensificado. "Nós temos dois tipos de público. O executivo que trabalha e mora próximo daqui e os turistas que trazem a família nos fins de semana ou temporada de

férias. A crise financeira internacional (que teve seu auge entre os anos de 2008 e 2009) não atrapalhou nosso movimento", diz o gerente do shopping inaugurado em 1992. Praia – A agência Front360 Comunicação Total é uma das que aposta firme no potencial do deslocamento de público durante as férias, principalmente as de verão. "Do réveillon até o carnaval são 53 dias que temos para trabalhar di-

versos tipos de ações. Nas férias, o consumidor está mais relaxado e disposto a conhecer novas experiências. Além disso, ele tem mais tempo disponível", afirmou o presidente da agência, Fabio Fronterotta. Segundo o executivo, entre as estreantes na temporada 2010/11 que já comemoram resultados está a Honda. "De 27 de dezembro a 5 de janeiro, foram vendidos cinco automóveis modelo CR-V. Isso supe-

rou as expectativas da empresa que tradicionalmente registra queda na comercialização no início de cada ano." Outro exemplo de que as marcas acreditam nesse tipo de estratégia é que a agência comercializou toda as cotas promocionais no Guarujá, que variam de R$ 200 mil a R$ 1,5 milhão, atreladas ao Casa Grande Boulevard Mall. Diversidade – Variadas, as ações vão desde a distribuição

de amostras de produtos e atividades esportivas à montagem de espaços nas areias das praias do balneário. A Pitangueiras irá sediar o Vila Nestlé. O local reunirá diversas atividades de recreação relacionadas a produtos da multinacional suíça, como o Mundo Água com direito a piscina artificial. O acesso é garantido por meio de troca de embalagens de itens vendidos pela empresa. "A Itaipava (do grupo Petrópolis), por exemplo, transforma o Guarujá em uma espécie de cidade da marca. São shows que reúnem diariamente 10 mil pessoas, mais de 105 quiosques e bar premium. Isso sem contar que ela está praticamente em todos os pontos de venda do balneário." Fronterotta, no entanto, afirma que também há ações para pequenos e médios empresários. "Há mais de quatro anos trabalhamos com o Espaço Carolina Faggioni, um estabelecimento multimarcas que monta uma loja temporária no Casa Grande", disse.

Empreendimentos reforçam contratações de pessoal Concessionárias também aproveitam movimento turístico para efetuar ações institucionais

O

vaivém de turistas que saem de São Paulo também representa uma chance de emprego. Além disso, concessionárias de rodovias aproveitam o período para ações institucionais e campanhas de interesse público. No Shopping Serra Azul, há umreforço de 50% nos efetivos ligados às áreas de segurança e limpeza. "São temporários que trabalham para o estabelecimento. Mas muitas lojas também contratam mão de obra extra nesse período", afirma o gerenteadministrativo, Fabio Wolf Campos. Por sua vez, apenas no Guarujá (SP), as ações desenvolvidas pela agência

Front360 representam a abertura de cerca de 500 vagas temporárias. Embora localizada em um trecho com fraco apelo turístico no interior paulista, a Intervias – ligada ao grupo OHL – também aproveita os meses de verão para panfletagem. Segundo a assessoria de imprensa, foi iniciada em dezembro a distribuição da 14ª edição da revista Porta-Luvas, publicação sobre a cultura das cidades pertencentes às malhas viárias das quatro concessionárias paulistas do grupo OHL. Na avaliação da concessionária, o retorno é positivo , uma vez que no período trafegam pelas estradas, além do usuário do dia a dia – que usa a

rodovia para ir ao trabalho, entregar mercadorias na região e ou visitar amigos próximos –, motoristas que seguem para férias e que passam nesse trecho uma ou duas vezes ao ano. Segundo a Intervias, por meio da publicação, esse visitante não usual tem a oportunidade de conhecer a cultura do interior paulista, o que pode motivar uma próxima viagem. Também no mês de dezembro, a concessionária, em parceria com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), iniciou a distribuição de folhetos para a prevenção da dengue. (GC)

IPCA de 2010 é o maior em seis anos Indicador do IBGE foi puxado pela inflação dos alimentos, que tiveram alta de 10,39% no ano passado.

A

inflação de dezembro medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,63%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável por esse levantamento de preços. Em novembro, a inflação pelo IPCA havia sido de 0,83%. Com o resultado, o IPCA fechou o ano de 2010 acumulando inflação de 5,91%, ante a taxa de 4,31% registrada em 2009. Foi a maior alta desde 2004, quando o indicador havia subido 7,6%. De acordo com o instituto, 40% do total do IPCA do ano passado surgiram da inflação dos alimentos, que apresentaram alta de preços de 10,39% em 2010, após avançarem 3,18% em 2009. Isso significou uma contribuição de 2,34 pontos percentuais dos alimentos no IPCA de 2010. Entre os destaques de

elevação, o de 4,65% de IBGE citou o 2009. O item comportamento empregados de preços do domésticos feijão, que cresceu subiu 51,49% mostrou alta por cento foi a em 2010. No de 11,82% em entanto, a 2010, a inflação do ano maior principal passado, de acordo contribuição contribuição com dados do IBGE. individual no entre os não IPCA de 2010 alimentícios e Em 2009, o partiu das a terceira indicador havia carnes, que contribuição subiram individual no fechado em 4,31%. 29,64% no ano IPCA como passado e um todo (0,4 representaram 0,64 ponto ponto percentual). percentual do resultado total O índice engloba a variação do indicador no período. Com de preços para famílias com os preços dos alimentos em rendimentos mensais de 1 a alta, houve aumento de 40 salários-mínimos, 10,62% nos valores de residentes nas principais refeições fora de casa, que áreas urbanas do País. O foram a segunda maior IPCA também é utilizado pelo contribuição individual para Banco Central para cumprir o o IPCA do ano passado (0,46 regime de metas de inflação. ponto percentual). Recuo – No final do ano, Já os produtos nãocontudo, a perda de força da alimentícios subiram 4,61% inflação no grupo em 2010, pouco abaixo da taxa alimentação e bebidas, que

5,91

passou de 2,22% para 1,32% entre novembro e dezembro, foi a principal causa para a desaceleração do IPCA no mesmo período. Produtos que haviam impactado o índice em novembro com altas expressivas tiveram resultados mais moderados no mês seguinte. No caso das carnes, a alta passou de 10,67% em novembro para 2,25% em dezembro. O item refeição em restaurante foi a principal contribuição do mês passado – subindo 1,98% em dezembro, ante alta de 1,4% em novembro. INPC – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que apura a inflação para famílias com rendimento mensal de 1 a 6 salários mínimos, foi de 0,6% em dezembro, ante 1,03% em novembro. Em 2010, o INPC acumulou alta de 6,47%, ante os 4,11% de 2009. O INPC é utilizado em geral para os reajustes salariais. (AE)


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ECONOMIA/LEGAIS - 15

e EUA: elevação de juros só em 2012. O auxílio financeiro do FMI e da UE a Lisboa teria como objetivo proteger a Espanha, que pode ser a próxima da fila.

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Para economistas estrangeiros, banco central norte-americano deverá manter taxa atual em virtude do alto nível de desemprego no país. Bill Pugliano/ AFP

O

Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) deve manter a política de juro zero ao longo de 2011. O organismo só deve começar a subir os fed funds a partir de 2012. Essa é a avaliação feita por economistas estrangeiros. "Há uma combinação de fatores que ainda impedem a alta de juros e o principal deles é a elevada taxa de desemprego", afirma o economista-chefe de finanças da corretora Jefferies & Co, em Nova York, Ward McCarthy. A primeira reunião de política monetária do Fed do ano será em 25 e 26 de janeiro. O Fed – banco central norteamericano – tem mantido os juros na faixa de zero a 0,25% desde dezembro de 2008 e até os dias atuais não deu sinais de que irá começar o aperto monetário. Tanto que a frase sobre manter os juros em "níveis excepcionalmente baixos por um prolongado período" continua firme em todas as atas da instituição financeira. "Essa declaração não deve ser modificada pelo menos até a segunda metade do ano", acredita a economista da consultoria Stone & McCarthy Terry Sheehan. Para ela, a retirada da frase e os primeiros sinais de que um ciclo de aperto monetário pode estar a caminho devem vir apenas quando a taxa de desemprego estiver ao redor de 9%, o que ainda é um nível alto, mas reforça a percepção de retomada da economia norte-americana. De acordo com a ata da última reunião do Fomc, em 14 de dezembro e que foi divulgada na última terça-feira, "a reto-

Cresce pressão para Portugal procurar ajuda

É

Demitidos fazem manifestação em Detroit. Taxa de desemprego nos EUA ficou 9,4% em dezembro.

mada da economia é contínua, mas em um ritmo insuficiente para trazer para baixo o desemprego". Em dezembro de 2010, a taxa de desemprego no país ficou em 9,4%, ante 9,8% em novembro. Antes do colapso do Lehman Brothers, na segunda metade de 2008, o patamar estava ao redor de 6%. O analista da consultoria Idealglobal Josh Stiles também acha que uma alta nos fed funds só virá no ano que vem. No entanto, ele alerta que as chances desse movimento ser antecipado para o fim da segunda metade de 2011 devem aumentar caso o mercado de t r a b a l h o m o s t re m e l h o r a maior que a esperada. Para ele, o patamar ao redor de 9% para a taxa de desemprego também será um sinal de que a economia está bem me-

A retomada da economia é contínua, mas em um ritmo insuficiente para trazer para baixo o desemprego. ATA DA ÚLTIMA REUNIÃO DO COMITÊ DE MERCADO ABERTO DO FEDERAL RESERVE (FOMC) lhor e que o Fed poderia começar a subir os juros a fim de evitar riscos inflacionários. Contramão– No Brasil, dividida entre administrar a crise de PT e PMDB por cargos no governo e a alta dos preços, a presidente Dilma Rousseff deverá ter pouca munição para

reagir a um aumento da taxa de juros, a Selic, neste mês. Hoje, ela é de 10,75% ao ano. Considerado o melhor instrumento para conter a escalada da inflação, o Banco Centrasl (BC) trabalha com uma alta da Selic de 0,5 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nos dias 18 e 19. A nova administração não se afastou da hipótese de que com elevação de dois pontos percentuais será possível trazer a inflação para a meta de 4,5% neste ano. O presidente do BC, Alexandre Tombini, a exemplo do antecessor Henrique Meirelles, não se omitiu. Na primeira entrevista coletiva mandou um recado: não há espaço para teses como a de que é possível se conviver com um pouco mais de inflação. (AE)

crescente a pressão por parte de Alemanha, França e outros países da zona euro para que Portugal procure ajuda financeira da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Nenhuma negociação formal em matéria de auxílios começou ainda, afirmaram várias fontes da zona do euro, mas manifestações nesse sentido estão aumentando dentro do Eurogrupo, que reúne os ministros de Finanças do bloco de moeda única. Ontem, um porta-voz do governo português negou uma reportagem de uma revista alemã segundo a qual Lisboa está sob pressão de Berlim e Paris para que solicite ajuda. Muitos formuladores de política monetária esperam que o pacote de resgate da UE e do FMI para Portugal represente um revés à crise de dívida na zona do euro, na qual Grécia e Irlanda já pediram socorro. A ajuda a Lisboa teria como objetivo proteger a Espanha, que pode ser a próxima da fila. No entanto, as necessidades de financiamento de Madri levariam a capacidade de auxílio do atual fundo de ajuda da zona do euro ao limite. "A verdadeira batalha será a batalha da Espanha,

mas não acho que temos chances muito maiores de sucesso", disse uma fonte sênior ligada ao bloco de moeda única. Questionada sobre o tamanho possível de um programa de socorro a Portugal, a mesma fonte disse uma cifra superior a 50 bilhões de euros e menor que 100 bilhões de euros. "Falam algo entre 60 bilhões de euros e 80 bilhões de euros, mas esse valor é uma estimativa porque não sabemos as necessidades da área bancária desse país." Portugal é visto por muitos economistas como o país periférico da zona do euro mais provável a seguir Irlanda e Grécia, que pediram ajuda e enfrentam uma batalha para reduzirem suas dívidas e os custos dos empréstimos. Lisboa fará na próxima semana seu primeiro leilão de títulos públicos do ano, no qual ofertará um montante de até 1,25 bilhão de euros em papéis com vencimento em outubro de 2014 e junho 2020. "Esse leilão vai ser monitorado de perto", disse a fonte ligada ao bloco europeu. O rendimento do bônus de cinco anos português no mercado secundário é 6,43% e os contratos de dez anos estão saindo a 7,26%. (Reuters)

Fotos: Newton Santos/ Hype

Conselho da ACSP recebe jornalistas alemães Objetivo foi proporcionar aos visitantes visão mais ampla da América Latina André Alves

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conomia, meio ambiente e jornalismo. Esses foram os temas centrais do Seminário Brasil-Alemanha promovido pelo Conselho Sócio-Ambiental da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) na última sexta-feira. O evento teve a participação de 27 jornalistas alemães. A delegação compõe uma missão oficial enviada pela Agência Federal de Educação da nação europeia. O vice-presidente da ACSP Antonio Carlos Pela esclareceu que um dos principais objetivos da reunião foi proporcionar aos profissionais de imprensa alemães uma visão mais ampla da América Latina, particularmente do Brasil. "O interesse mútuo entre os dois países é muito grande. A

O interesse mútuo entre os dois países é muito grande. A Alemanha faz excelente parceria com o Brasil. ANTONIO CARLOS PELA, VICEPRESIDENTE DA ACSP Alemanha faz excelente parceria com o Brasil", disse. O próximo destino da comitiva será a Bolívia. De bate s – O economista Roberto Macedo, também vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, fez uma retrospectiva da história econômica brasileira desde os primeiros tempos da colonização até os dias atuais. Durante a exposição, ele

I P VA

I MPOSTO DE R ENDA

Começa em 11 de janeiro o prazo para que os donos de veículos usados licenciados no Estado de São Paulo paguem o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) deste ano. O vencimento entre os dias 11 e 24 deste mês vale para o pagamento à vista, com desconto de 3% concedido pela Fazenda paulista, e para a quitação da primeira parcela. O cronograma tem como critério o algarismo final das placas dos veículos. Assim, amanhã vence o prazo para as placas de final 1 e, assim, sucessivamente. Quem não pagar até o vencimento terá multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, e juro pela taxa Selic. Quem pretende parcelar o valor do imposto tem, obrigatoriamente, de quitar a primeira parte neste mês. Se atrasar, o contribuinte terá de arcar com o imposto de uma só vez, em fevereiro, sem direito a desconto. (Folhapress)

A Receita Federal do Brasil (RFB)) libera hoje a consulta ao primeiro lote residual do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2010. Serão creditadas restituições para um total de 79.343 contribuintes que declararam imposto a restituir, totalizando R$ 130.745.610,69 já acrescidos da taxa básica de juros – Selic – de 7,69 % (maio de 2010 a janeiro de 2011). Além disso, também serão liberadas consultas aos lotes dos exercícios de 2009 e 2008. Os valores serão creditados em 17 de janeiro. Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar o site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br) ou ligar para 146. Caso o valor não seja creditado, ele poderá contatar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para: 4004-0001 (capitais) e 0800-729-0001 (demais localidades). (Folhapress)

destacou alguns tópicos contemporâneos essenciais para o entendimento do atual cenário: o chamado "milagre econômico" da década de 1970, a intensa espiral inflacionária dos anos 1980 e, por fim, a estabilização com a criação do Plano Real em 1994. "Desde 2004, tivemos um crescimento de cerca de 5% ao ano e houve uma grande expansão do crédito. Atualmente, temos um ambiente relativamente estável no panorama macroeconômico e o País continua apurando grandes lucros com as exportações de minérios e relacionadas à produção agrícola", ressaltou o economista e professor. Macedo lembrou que um dos desafios do Brasil é aumentar a taxa de investimentos. E, nesse sentido, comparou nossa performance com o bom exemplo vindo de Pe-

Da esq. para a dir: Maria José Ribeiro, Antonio Carlos Pela, Moisés Rabinovici e Roberto Macedo.

quim: menos de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), ante participação chinesa superior a 40% da riqueza produzida. Projetos – A coordenadora do Conselho Sócio-Ambiental da ACSP, Maria José Ribeiro, mostrou detalhadamente aos jornalistas alemães a necessidade de reduzir a taxa de des-

matamento da floresta amazônica, condição intrinsecamente ligada à qualidade ambiental do planeta. Ela também apresentou aos visitantes projetos relativos à proteção de bacias hidrográficas e programas de reciclagem. O diretor de Redação do Diário do Comércio, Moisés

Rabinovici, por sua vez, falou aos presentes sobre a prática do jornalismo no Brasil, o quadro da atual mídia nacional e os novos desafios que envolvem a atividade. Entre eles, a expansão da internet, fenômeno que afeta o dia a dia de profissionais da imprensa em todas as nações.

São Bernardo do Campo, 04 de outubro de 2010. À Ford Motor Company Brasil Ltda. Av. do Taboão, 899 – Rudge Ramos, São Bernardo do Campo, SP. Prezados Senhores, Sirvo-me da presente para manifestar minha renúncia, a partir desta data, ao cargo de Diretora de Recursos Humanos, para o qual fui eleita por meio do Instrumento Particular de 60a Alteração do Contrato Social da Ford Motor Company Brasil Ltda., datado de 26 de Outubro de 2007, devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo, sob o nº 410.644/07-9, em sessão de 11.12.2007. Atenciosamente, Ana Maria Barbosa Pereira.

São Bernardo do Campo, 01 de dezembro de 2010. À Ford Motor Company Brasil Ltda. Av. do Taboão, 899 – Rudge Ramos, São Bernardo do Campo, SP. Prezados Senhores, Sirvo-me da presente para manifestar minha renúncia, a partir desta data, ao cargo de Diretor do Desenvolvimento do Produto, para o qual fui eleito por meio do Instrumento Particular de 62a Alteração do Contrato Social da Ford Motor Company Brasil Ltda., datado de 15 de Agosto de 2008, devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo, sob o nº 186.262/ 08-5, em sessão de 16.09.2008. Atenciosamente, HAU NHAN THAI-TANG

ABECAM - Associação Brasileira das Empresas de Conservação Ambiental

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA DA SERRA

C.N.P.J. nº 51.595.882/0001-16 Publicação da Ata de Registro de Chapa Única concorrente às Eleições, a ser Realizada em 17 de Janeiro de 2011, na ABECAM - Associação Brasileira das Empresas de Conservação Ambiental Às 10:00 horas do dia 22 de dezembro de 2010, na sede da ABECAM - Associação Brasileira das Empresas de Conservação Ambiental, sito à Praça da República, 270 - 6º andar - Conjunto 601 Vila Buarque - São Paulo - SP, o Sr. Rui Monteiro Marques, solicitou que lavrasse a presente ata de registro da chapa concorrente às eleições para renovação da Diretoria e Conselho Fiscal a serem realizadas no dia 17 de janeiro de 2011. Dando prosseguimento aos trabalhos o Sr. Rui Monteiro Marques acusa o recebimento de uma única chapa apresentada nesta secretaria até a presente data, assim formada: Diretoria - Executiva: Rui Monteiro Marques - Presidente; Carlos Alberto Guimarães Diretor Financeiro; Ricardo Pedrosa Sampaio Novais - Diretor-Secretário; Aldo de Ávila Junior - Diretor Institucional. Conselho Fiscal: Antonio Dias Felipe; Fabio Sandrini Baptista; Nesterson Gomes da Silva.

AVISO DE LICITAÇÃO Pregão (Presencial) nº 01/2011 De conformidade com a necessidade desta Prefeitura Municipal, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberta, na Prefeitura deste Município, o Edital de Pregão nº 01/2010, para contratação de empresa para fornecimento parcelado de medicamentos, pelo maior desconto sobre a Tabela ABCFarma, para atender as necessidades dos usuários do Departamento de Ação Social, pelo tipo de maior desconto, regida pela Lei Federal nº 10.520/2002 e Lei Federal nº 8.666/93, suas alterações e demais dispositivos legais expressos no item 3, deste Edital. A sessão de processamento do Pregão terá início às 09:00 horas, do dia 20 de janeiro de 2011, na Sala de Licitações, sita à Praça Santo Zani, nº 30, nesta cidade. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Setor de Compras, sito à Praça Santo Zani, nº 30, Paço Municipal desta cidade, a qual será fornecida das 09:00 às 11:00 e das 12:00 às 15:00 horas. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. Santa Maria da Serra, 07 de janeiro de 2011. a) JOSIAS ZANI NETO - Prefeito Municipal.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA DA SERRA

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

NOS TERMOS DO PROVIMENTO CSM CXC/84, INFORMAMOS QUE NO DIA 07 DE JANEIRO DE 2011 NÃO HOUVE PEDIDO DE FALÊNCIA NA COMARCA DA CAPITAL.

TOMADA DE PRECOS nº 01/2011 De conformidade com a necessidade desta Prefeitura Municipal, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberta, na Prefeitura deste Município, o Edital de Tomada de Preços nº 01/2011, para a contratação de empresa visando o fornecimento de cestas básicas a serem distribuidas em conformidade com a Lei Municipal 981/2005, do Município de Santa Maria da Serra, pelo tipo de menor preço global, regida pela Lei Federal nº 8.666/93, suas alterações e demais dispositivos legais expressos no item 4, deste Edital. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Compras e Licitações, sito à Praça Santo Zani, nº 30, nesta cidade, até às 9:00:00 horas, do dia 25 de janeiro de 2011. O inicío da abertura dos envelopes será às 10:00 horas, do dia 25 de janeiro de 2011, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Praça Santo Zani, nº 30, nesta cidade. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Setor de Compras, a partir do dia 10 de janeiro de 2011, sito a Praça Santo Zani, nº 30, Paço Municipal desta cidade, a qual será fornecida das 09:00 às 15:00 horas. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de Santa Maria da Serra, em jornal de grande circulação no estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. Santa Maria da Serra, 07 de janeiro de 2011. JOSIAS ZANI NETO - Prefeito Municipal.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sábado, domingo e segunda-feira, 8, 9 e 10 de janeiro de 2011

Os SACs serão cada vez mais virtuais, mas isso não excluirá os outros canais de relacionamento existentes. Evandro Trus, diretor de Produtos da Atento

conomia

Empresas de olho nas redes sociais Elas têm se mostrado cada vez mais eficazes para consumidores que querem reclamar de produtos e serviços – disseminando rapidamente o assunto na rede. CJLUC/SXC

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ara os especialistas de marketing digital, as mídias sociais fizeram surgir uma nova forma de o consumidor se relacionar com as empresas, só que ainda são poucas as que usam esse meio para se comunicar com seu cliente e, algumas, quando o fazem, cometem erros. Conforme Marina Fernandez, diretora da Firefly, a pesquisa feita pela companhia mostrou que as pessoas não gostam, por exemplo, quando a empresa pede para preencher formulários no primeiro contato com seu cliente via rede de relacionamento. "É a empresa que está entrando no território de seu consumidor. Ela precisa dar oportunidade para ele conhecê-la e liberdade para ele decidir se quer ou não se cadastrar", disse. "Esta nova forma de relacionamento deve ser encarada como uma oportunidade para as empresas entenderem a percepção, o comportamento, as expectativas e as necessidades de seus consumidores. E também para reforçar o valor da marca e de ações, além adequar o atendimento nas centrais de relacionamento", acrescentou Evandro Trus, diretor de Produtos da Atento, a primeira empresa de contact center a atuar nas redes sociais (desde 2008). Pelas redes de relacionamento, o consumidor vem interagindo com as empresas de diversas formas: para sanar dúvidas, sugerir aperfeiçoamento de produtos existentes, lançamentos de novos produtos ou serviços, ou até reclamar sobre alguma questão que o tenha deixado insatisfeito. "As mídias sociais se tornaram mais um canal de relacionamento entre as empresas e seus consumidores. Por isso, acreditamos que, cada vez mais, as companhias precisam estar prontas para interagir, se relacionar, além de conhecer muito bem o perfil e as novas necessidades do consumidor 2.0", enfatizou. Novo canal – Qualquer tipo de empresa pode utilizar as mídias sociais para falar com seus clientes. Mas, antes de entrar nesse meio, é necessário realizar um estudo de tudo que é falado sobre a empresa na internet, os tipos de ocorrências e definir como esse canal será utilizado – se para solucionar dúvidas, responder reclamações etc. Conforme Evandro Trus, o próximo passo é avaliar a infraestrutura que a empresa possui para interagir com os consumidores, se tem agilidade e eficiência para suportar o atendimento nas mídias sociais ou se naquele momento específico outro canal de relacionamento é o mais indicado para ter a excelência em cada contato realizado. "Acreditamos que os SACs serão cada vez mais virtuais. Isso pode ser uma tendência, mas não excluirá os outros canais de relacionamento existentes. O importante é que as empresas acompanhem a evolução constante do perfil de seu consumidor, proporcionando cada vez mais conveniência, agilidade e assertividade em cada contato realizado", afirmou.

Para Marina Fernandez (abaixo), da Firefly, as empresas devem saber se comunicar de forma adequada com os usuários de redes sociais. Paulo Pampolin/Hype

sua indignação com seu grupo. Pesquisa da E.life, empresa de inteligência de mercado e gestão do relacionamento nas redes sociais, revela que 80% de todas as declarações colocadas no Twitter por consumidores são negativas. Posicionamento – Qual deve ser o comportamento das empresas ou marcas diante desse consumidor que reclama, mas também compra, comenta e pede orientações pelas redes sociais? O estudo As marcas e a dinâmica do consumidor nas redes sociais, feito pela Firefly, do Grupo Ibope, mostra que o consumidor não é mais um mero espectador de uma marca, produto ou serviço. Por meio das redes de relacionamento ele participa de forma efetiva e exige que as empresas o tratem como um amigo. "Não um amigo pessoal, porque não se pode invadir o território no primeiro contato. A empresa tem de se submeter às regras do meio e colocar para 'falar' com seu

Fique por dentro

Ano errado no cheque é comum

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Relacionamento tem suas regras

reencher cheques no primeiro mês do ano é dar vez para o erro. Muitos consumidores acabam por colocar no campo do ano o número errado, com consequências para os dois lados do balcão. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) sugere que as instituições financeiras sejam tolerantes e não devolvam os cheques com ano errado até 31 de janeiro após a verificação da sequência numérica. De qualquer forma, o ideal é que tanto o emissor do cheque como aquele que o receber estejam bastante atentos ao erro, para que este seja identificado antes que chegue ao banco. Especificamente aos correntistas, a recomendação é, em caso de errar na data do ano, não rasurar o documento.

cliente pessoas bem treinadas", explicou Marina Fernandez, diretora de pesquisa qualitativa da Firefly. Números – Conforme estatísticas divulgadas pela consultoria Sysomos, 95% dos usuários do Twitter têm menos de 500 seguidores. Outro dado interessante é que 44% dos tuiteiros entraram no site entre janeiro e agosto de 2010. Antes de janeiro de 2010, apenas 4,7% do total criaram perfil. O primeiro dado da Sysomos, a princípio, pode parecer insignificante – mas com certeza um post no Twitter impacta muito mais consumidores do que uma reclamação no Procon ou uma ação no Juizado Especial Cível. Ou seja, uma pequena mensagem conectada com outras mensagens gera uma avalanche de opiniões. Já a segunda informação da Sysomos mostra o potencial de crescimento das redes sociais, e revela o quanto elas farão parte da vida de consumidores e empresas.

O QUE DIZ O CDC Artigo 1 O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e artigo 48 de suas Disposições Transitórias. Artigo 2 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Artigo 3 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 1° - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2° - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de nature-

za bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Artigo 4 A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios (redação estabelecida pela lei 9.008/1995): I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a) por iniciativa direta; b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; c) pela presença do Estado no mercado de consumo; d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibili-

zação da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (artigo 170 da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo; V- incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo; VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores; VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

Divulgação

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oi-se o tempo em que o consumidor relatava seus desapontamentos com as empresas para amigos e famílias ou para os órgãos de defesa. Hoje ele espalha suas impressões – positivas ou negativas – sobre empresas, marcas, produtos ou serviços nas redes de relacionamento, como Twitter, Facebook e Orkut. O Brasil já é o quinto país em acesso a esses canais. O fato de os consumidores se fazerem cada vez mais presentes no mundo virtual para tratar de relações de consumo não significa que tenham descartado os órgãos públicos de defesa do consumidor. Os Procons continuam sendo muito demandados, mas são usados para resolver pendências que de alguma forma não foram sanadas no contato com a empresa, inclusive os feitos de forma virtual. O Procon continua sendo a instituição legal para fazer valer os mandamentos do Código de Defesa do Consumidor (CDC). É a lei consumerista que estabelece as normas de proteção e defesa, definindo o que é consumidor e fornecedor (artigos 1, 2 e 3), além de traçar a Política Nacional de Relações de Consumo, que tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança e a proteção de seus interesses econômicos (artigo 4). Reclamações – As redes sociais têm se mostrado muito eficazes para consumidores que querem colocar a "boca no trombone". É nesse quesito que as empresas devem ficar atentas, uma vez que, postada uma informação em uma rede, em instantes centenas de pessoas comentam o assunto. E os consumidores usam muito as redes de relacionamento para reclamar e dividir

Para Evandro Trus, da Atento, companhias devem se preparar para interagir com o 'cliente 2.0'.

Angela Crespo é jornalista especializada em consumo E-mail: doislados@dcomercio.com.br


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