Ano 86 - Nº 23.290
Conclusão: 23h25
Jornal do empreendedor
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São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Em memória aos que não escaparam da maior tragédia do Brasil
Ilair Souza foi salva por vizinhos enquanto a enxurrada derrubava a sua casa, em São José do Vale do Rio Preto (reprodução de imagens feitas por Rogério de Paula para a TV Globo).
Até a noite de ontem, os balanços das prefeituras de Teresópolis, Nova Friburgo, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto e Itaipava (distrito de Petrópolis) somavam 501 mortes em consequência das chuvas na região serrana do Rio. E o número crescia à medida em que as equipes de resgate avançavam nas regiões devastadas pelas águas. 8.320 pessoas tinham sido retiradas de áreas de risco e 6.270, perdido suas casas. O socorro sequer tinha conseguido chegar a várias cidades ilhadas. Na sua primeira aparição pública desde a posse, a presidente Dilma visitou Nova Friburgo. "Em tese, esse não é o papel das Forças Armadas, mas, se for necessário, colocaremos à disposição." Em São Paulo, o governador Alckmin anunciou a construção de quatro piscinões em Franco da Rocha e de moradias para quem vive em locais perigosos. Páginas 8 a 10
Mark Blinch/Reuters
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 20º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 19º C.
ISSN 1679-2688
23290
9 771679 268008
Poderosos e fantasmas do hotel mais famoso de Miami Boa Viagem, página 18.
Campeão em Detroit É o elétrico Chevrolet Vollt. Página 20
Roteiro de fim de semana em SP Páginas 21 a 26
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 - OPINIÃO
o
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Somente nos EUA há mais de dois trilhões de dólares à cata de oportunidades de investimento. José Márcio Mendonça
pinião
GUERRAS CAMBIAIS
ROBERTO FENDT
U
m dos grandes temas da próxima reunião do G-20, que deverá ocorrer no mês de fevereiro, será o controle dos fluxos de capital no mercado internacional e seus efeitos econômicos sobre os países que hospedam esses recursos. Discute-se se o FMI deveria ou não regular a matéria, estabelecendo políticas a que deveriam se submeter os países membros. Pesados os prós e os contras, a inevitável conclusão é que o Fundo deveria abster-se de fazê-lo. Vamos primeiro aos fatos e depois à conclusão. Em países com economias maduras, Estados Unidos à parte, a população poupa mais que consome. Além disso, justamente por serem economias altamente capitalizadas, o retorno de novos investimentos é baixo. O oposto ocorre nas economias emergentes. Ali, as oportunidades de investimentos são grandes e rentáveis, justamente porque há muito que fazer e investimentos são necessários. O cardápio é variado: recuperação e ampliação da infraestrutura; pesados investimentos em mineração; aumento do capital na agricultura produtiva e de larga escala; novas fábricas para explorar as vantagens comparativas de proximidade de recursos naturais (caso do Brasil) ou mão de obra abundante e barata (China). Os fluxos de capitais dos países onde há excesso de poupança e carência, e oportunidades lucrativas para o investimento do capital pa-
ra os países emergentes, onde a situação se inverte, é boa para as duas partes. O problema atual, contudo, é de outra natureza. Para evitar que a Grande Recessão de 1998 se tornasse um novo episódio de uma Grande Depressão nos moldes da década de 1930, os Estados Unidos e os principais países desenvolvido inundaram de liquidez seus mercados de capitais – e, por extensão, todo o mundo.
S
omente nos EUA há mais de dois trilhões de dólares à cata de oportunidades de investimento. Seria uma grande surpresa se todo esse dinheiro ficasse "empoçado" nos caixas dos bancos e não buscasse mercados no exterior para aplicação a taxas mais elevadas que os 0,5% a 1% anuais obtidos nos títulos do Tesouro dos estados Unidos. Todo o mundo sofreu os efeitos dessa inundação de liquidez, potencializada mais recentemente pelo denominado quantitative easing norte-americano – uma dose adicional de lenha na fogueira da liquidez monetária. Esses gigantescos fluxos de ca-
pitais em busca de retorno lucrativo causaram a forte valorização das moedas da quase totalidade dos países emergentes. O problema não é só brasileiro, como se poderia imaginar à primeira vista. E não somente os países emergentes estão padecendo das consequências da inundação de liquidez americana e europeia. Também padecem do mal a Coreia do Sul, o Japão e, pasme-se, a Suíça. A excessiva valorização da
maioria das moedas frente ao dólar traz todo tipo de consequências. A rentabilidade da indústria dos países que sofrem com esta valorização do câmbio cai, impedindo a expansão dessas atividades econômicas. Em diversos países, somente as atividades resistentes a essa valorização, como no caso da mineração e do agronegócio, não são afetadas. Por outro lado, com as exportações tornadas artificialmente mais
Para evitar uma repetição nos moldes da Grande Depressão dos anos 30, os EUA e outros países desenvolvidos inundaram de liquidez os mercados de capitais do mundo.
baratas, cai o superávit da balança comercial e aumenta o déficit em conta corrente dos países afetados pela valorização do câmbio. Acumulam-se assim passivos externos, que eventualmente podem se converter em problema quando a situação inevitavelmente mudar.
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ara conter os efeitos danosos da valorização do câmbio, muitos países, o Brasil aí incluído, estão acumulando reservas internacionais com um grande custo fiscal, que com certeza será cobrado mais adiante. Além disso, a política econômica começou a desincentivar o ingresso de capitais externos. Está correto assim fazer – e não terá qualquer sentido agir de outra forma. A opção, ao deixar que esses recursos continuassem a ingressar sem controle no país, como uma enchente, seria um ajuste fiscal de proporções simples-
É HORA DE FECHAR O BICO G
eraldo Alckmin não tem motivo, por enquanto, para dar sustentação política à eventual candidatura de Aécio Neves ao Planalto, em 2014. Alckmin não pode se comprometer com tanta antecedência com tal proposta, sobretudo porque ele próprio, por força do cargo que ocupa, também se torna mais um presidenciável no PSDB. Os tucanos estão com a idéia fixa de que precisam fazer até piruetas para voltar ao poder, impedindo que o PT se eternize na Presidência da República. Eleito senador por Minas Gerais com expressiva votação, Aécio Neves passou a ser um candidato em potencial no partido para concorrer ao Planalto na próxima eleição. Mas a indicação de Aécio não é tão pacífica como imaginam os mineiros. Embora derrotado por Dilma Rousseff, José Serra ainda não pendurou as chuteiras e pode tentar nova
EYMAR MASCARO candidatura em 2014, amparado pelos 44 milhões de votos que alcançou em outubro do ano passado. Se o PSDB tivesse que escolher hoje seu candidato a presidente, o favoritismo seria de Aécio. O ex-governador de Minas tentou ser candidato à presidência em 2010, mas o partido optou por Serra em função de sua preferência nas pesquisas. Aécio foi obrigado a recuar, candidatando-se ao Senado para garantir um mandato até 2018. Os mineiros não admitem que Aécio não seja o presidenciável do PSDB na sucessão de Dilma Rousseff e, para pavimentar sua candidatura, o senador pretende se transformar no
condutor da oposição no Congresso. Assim que assumir sua cadeira, Aécio começa a atrair o interesse dos holofotes. O Senado será para ele um importante palanque para exercer a função de opositor e fiscalizador do governo petista. lckmin já concorreu uma vez à Presidência da República e foi derrotado por Lula. De volta ao governo no principal estado brasileiro, Alckmin será incluído novamente na lista dos presidenciáveis tucanos. O PSDB pretende indicar seu candidato dois anos antes das eleições, isto é, em 2012. Até lá, José Serra terá de decidir de que forma pretende
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se colocar na vitrine com boa viabilidade, se quiser lutar por nova candidatura. Serra gostaria de presidir o PSDB, mas Aécio Neves é contra a idéia de entregar a condução do partido a um paulista, até porque o próximo presidente do PSDB terá influência na escolha do candidato ao Planalto. O PSDB precisa se preparar melhor para enfrentar outra vez um adversário difícil indicado pelo PT, seja Lula, seja Dilma Rousseff. Se Dilma estiver com a cotação em alta nas pesquisas em 2014, ela deve assegurar a candidatura à reeleição. Mas, se o seu Ibope for arranhado por uma administração pífia, o PT vai pressionar Lula para ser candidato pela quarta vez. Lula deixou a Presidência com mais de 80% de aprovação. O PT governou o País por oito anos com ele e vai permanecer no poder por mais quatro anos com Dilma Rousseff. O sonho do partido é responder pela
mente inviáveis. Não estamos conseguindo fazer um ajuste fiscal modesto, o que dizer então de um ajuste de grandes proporções? Diferentemente de outros episódios, a origem do problema não é interna, mas decorre de políticas de ajustamento dos países desenvolvidos.
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or todas essas razões, fará bem a diplomacia brasileira em se opor a quaisquer tentativas de restringir o uso de controles moderados de capital para minimizar os efeitos da enorme liquidez monetária mundial sobre a nossa taxa de câmbio. Enfrentar o desafio de conter a valorização do real não resolverá todos os problemas do nosso comércio exterior, mas deixar de fazê-lo somente agravará esses problemas. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA
CHUVAS E ANCHIETA Sobre a manchete desta quinta feira do DC("451 Anos de Enchentes"), com a carta escrita pelo padre José de Anchieta, gostaria de comentar que sou historiadora, e por uma daquelas coincidências incríveis, ainda ontem estava falando com meu marido sobre as enchentes comentadas pelos jesuítas em suas cartas ao reino!
Presidência por 20 anos. Detalhe: quem pretendia governar o Brasil por tanto tempo era o PSDB, como chegou a profetizar o exministro (de FHC) Sérgio Motta, que se encarregou de conseguir no Congresso, de forma tumultuada, a aprovação da emenda da reeleição, permitindo a Fernando Henrique permanecer mais quatro anos na Presidência.
Maria Antonieta Scarpe - São Paulo GGG
Muito boa a matéria de ontem sobre as chuvas em São Paulo e no Rio. Parabéns ao excelente site e ao jornal Diário do Comércio. Marcos Savoy - São Paulo:
ula tem repetido que vai apoiar a reeleição de Dilma, mas por via das dúvidas, decidiu reativar pelos estados a Caravana da Cidadania, depois de uma temporada de descanso. PT e PSDB estão cada vez mais convencidos de que voltarão a polarizar a eleição presidencial em 2014. Os dois partidos não acreditam no aparecimento de uma terceira via.
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GGG
COMENTARISTA POLÍTICO
É necessária uma politica de ocupação do solo com novas técnicas, para não deixar o solo impermeável pelos excessos de pavimentação. A natureza age conforme seu cronograma e não vai adequar-se à falta de infraestrutura habitacional. Exemplo: todo o entorno das marginais são várzeas, onde nenhum tipo de edificação deveria ser construído. O resultado está aí. As soluções são: conscientização; política habitacional; leis modernas e bons candidatos escolhidos a cada eleição
MASCARO@BIGHOST.COM.BR
Regina Ferrarez - São Paulo
EYMAR MASCARO É JORNALISTA E
Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
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OPINIÃO - 3
CERCA DE 80 PESSOAS MORREM BALEADAS POR DIA E MUITAS MAIS FICAM FERIDAS NOS EUA.
pinião
Brinquedos, mais controlados que armas
NICHOLAS D. KRISTOF
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ared Loughner foi considerado muito instável mentalmente para frequentar a faculdade de sua comunidade no Arizona. Ele também foi rejeitado pelo Exército. Mas para comprar uma pistola Glock com um tambor de 33 disparos, nenhum problema. Para proteger o público, controlamos carros e brinquedos, remédios e fundos mútuos. Assim, até por uma questão de saúde pública, não deveríamos tomar alguma atitudes para reduzir os incentivos à nossa indústria de armas nacional? Vejam, eu sou um garoto de uma fazenda no Oregon, que ganhou um rifle 22 de presente no 12.º aniversário. Ainda atiro ocasionalmente quando visito a fazenda de minha família e compreendo o apelo das armas: elas são divertidas. Também é verdade que os trapaceiros às vezes exageram os riscos de qualquer arma. Os autores de Freakonomics observaram que uma casa com piscina é consideravelmente mais perigosa pa-
ra crianças pequenas do que uma casa com uma arma. Eles afirmaram que para cada 11 mil casas com piscina morre uma criança afogada por ano, enquanto uma criança morre baleada a cada 1 milhão de armas.
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ito tudo isso, as armas são mais mortíferas nos Estados Unidos simplesmente porque existem muitas delas aqui. Há cerca de 85 armas para cada 100 pessoas nos Estados Unidos e somos particularmente inundados por pistolas. (O único país que conheci mais armado do que os EUA foi o Iêmen. Perto da cidade de Sadah, fui a uma feira de armas onde me ofereceram desde lançadores de granada, metralhadoras, minas antitanque e até uma arma antiaérea. Sim, um sonho para a Associação Nacional de Rifles! Nenhum fiscal irritante. Só terrorismo e uma pequena guerra civil.) Desde que ocorreu o recente o massacre de Tucson, no Arizona, as estatísticas dizem que outros 320 norte-americanos foram mortos por
armas – anonimamente, quase sem receber atenção. Até amanhã (hoje) serão 400 mortos.
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iariamente, cerca de 80 pessoas morrem baleadas e muitas mais ficam feridas. As vendas de pistola no Arizona aumentaram 60% na última segunda-feira, segundo a Bloomberg News, quando os compradores procuraram se antecipar a qualquer endurecimento na lei sobre armas. As pessoas muitas vezes também compram armas na esperança de ficar mais seguras. Mas as evidências são muito fortes de que as armas, na verdade, põem em risco quem as possui. Um pesquisador, John Lott Jr., publicou um livro sugerindo que mais armas provocam menos crimes, mas muitos estudos atuais derrubaram essa ideia (embora também seja verdade que um boom de armas ocultas não provocou o banho de sangue que os liberais tinham previsto). Um cuidadoso artigo que será publicado em breve no American Journal
of Lifestyle Medicine, de autoria de David Hemenway, um professor de Harvard que escreveu um livro brilhante há alguns anos, reclassificando o debate sobre armas como um desafio de saúde pública, deixa claro que uma arma em casa aumenta bastante a probabilidade de alguém ser baleado – por acidente, suicídio ou homicídio.
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s chances de que uma arma seja usada para deter uma invasão à casa são incrivelmente remotas. E ligar para a emergência é mais eficaz para reduzir ferimentos do que exibir uma arma, afirma o artigo. E o texto completa dizendo que as crianças norte-americanas têm 11 vezes mais probabilidade de morrer em um acidente com armas do que em outros países desenvolvidos por causa dessa prevalência. Da mesma forma, as taxas de suicídios a bala são maiores nos estados que possuem mais armas. E como a maioria dos homicídios em casa é praticada por membros da família ou por conhecidos
– e não por um invasor – a presença de uma arma em casa aumenta o risco de um assassinato a tiro nessa casa. E o que pode ser feito? Eu perguntei a Hemenway como ele administraria uma abordagem de saúde pública para reduzir as mortes e os ferimentos por armas de fogo. Ele sugeriu: " Limitar as compras de armas para uma ao mês por pessoa, a fim de reduzir o tráfico de armas. E, assim como o governo reprimiu os comerciantes que vendiam cigarros a menores, pegar pesado com os comerciantes de armas que vendem para traficantes".
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utras sugestões que ele deu são: pressionar por mais cofres para as armas e tornar os números de série mais difíceis de serem apagados; melhorar a investigação sobre antecedentesdos compradores e imitar o Canadá na exigência de um período de espera de 28 dias para comprar uma pistola. E proibir tambores exagerados, como aquele de 33 balas supostamente usado em Tucson.
Se o atirador tivesse de recarregar após disparar dez balas, acredita Hemenway, ele poderia ter sido contido antes. Outra ideia é investir em novas tecnologias, como as "armas inteligentes", que podem ser disparadas apenas quando estão perto de uma determinada pulseira ou após uma checagem de impressão digital.
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ós também podemos aprender com a Austrália, que em 1996 baniu armas de assalto e começou a comprar de volta 650 mil delas. O impacto é controverso e às vezes tem sido distorcido. Mas o Journal of Public Health Policy observa que após a proibição, o índice de suicídio com arma de fogo caiu pela metade nos sete anos seguintes e a taxa de homicídio com arma de fogo foi reduzida em quase 50%. Na quarta-feira, o Congresso ecoou com discursos em homenagens aos baleados em Tucson. Isso é ótimo – mas é vazio. A melhor homenagem seria controlar as armas de fogo tão seriamente quanto controlamos automóveis ou brinquedos. NICHOLAS D. KRISTOF É COLUNISTA DO NEW YORK TIMES TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA
RELAXA E BOIA A
no 1dL, segunda semana dL (depois do Lulla). Depois do Lulla ? Quem chutou "depois", chutou fora. O Cara, mais do que nunca, está aí – e "daqui não saio, daqui ninguém me tira..." como canta a antiga marchinha de carnaval. Sua missa de corpo presente foi transmitida pela tevê para o Brasil inteiro. Houve salva de tiros, Virundum, discurseira e tudo o mais; eu vi uns pedaços e os closes do Poste, do Sarney, do Collor, eram de tirar qualquer
Celso Junior/AE
vislumbre de esperança, por mixinha que fosse. A Vice Presidenta Marcela roubou a cena, eis o que notei de importante e dei um tempo, duas semanas, para ver se essa minha primeira impressão se confirmava. Confirmou-se, mas resvalou na cumpanhera Erenice –que surgiu e em matéria de roubo de cena ela é PhD, lembre-se da cena na Casa Civil. Depois daquela lambança, reapareceu retumbante e beijou o Poste, quase caí da cadeira. Eu não estava sozinho na
minha impressão. A imprensa mundial foi só elogios; o maior deles é que Marcela é a "Carla Bruni brasileira", embora não saiba de ninguém que tenha visto a Marcela como a Carla Bruni foi vista, por inteiro, na internet inteira (existe o termo "inteira" para internet?). Ou há alguma sequência de fotos por aí, que me foi sonegada e mais cedo ou mais tarde aparece na rede ? A rede não perdoa – mostra. á desencavaram fotinhas da Marcela, adolescente, 16 ou 17 anos; fazia figuração no programa do Gugu, no SBT, para ganhar R$ 50,00 de cachê. Sabe-se lá se em alguma gaveta do Silvio Santos, trancada a sete chaves, há fotinhas naquela banheira famosa? Informação é poder. "Livre pensar é só pensar", disse Millor Fernandes e qualquer invejoso como eu pensa logo em maldade; cabeça vazia, oficina do demônio. A Vice Presidenta Marcela nos seus 23 aninhos, quando alegadamente foi pescada pelo então sexagenário Temer, hoje septuagenário (ela tem 27), era Miss Campinas e Vice Miss São Paulo, e podemos intuir a quais rigores são submetidas essas cabecinhas presumidamente povoadas de vácuo, na luta para ganhar notoriedade e subir na vida, além de serem, obrigadas a ler O Pequeno Príncipe, as pobrezinhas, e todas leram, como constatei nas entrevistas que concedem. I love Marcela é o "selinho" que uso na coluna depois da
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posse do Poste – vou nomeá-la Madrinha da Coluna, à revelia. o Houaiss, revelia é "falta de contestação por parte do réu em relação à ação proposta em face dele". Quer dizer, "acionei-a" para ser Madrinha da Coluna, ela não contestou, foi indigitada e não se defendeu, abriu mão do seu direito inalienável, garantido na Constituição. Madrinha será até que o Temer acione sua tropa de choque de criminalistas Cinco Estrelas da OAB, doutor Thomaz Bastos à frente, para desalojá-la da coluna. A guerra será cruenta: resistirei com todas as minhas forças para manter o "selinho" I Love Marcela, embora nenhum dos meus data-vênias seja Cinco Estrelas, paciência.
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o Cara desceu a rampa, caiu nos braços da claque, fingiu que chorou, pegou o aerolulla, foi para São Bernardo, pegou mala, cuia e isopor cheio de cervas e foi para a suíte presidencial que mandou o Exército construir para ele mesmo numa praia privada do Guarujá (privada aqui é o mesmo que particular, não pense besteira, ô cabeça torta). Houve chiadeira da zelite gorpista, "como um expresidente, cidadão comum, usa propriedade do Exército como se fosse dele, ora bolas?". No problem. Jobim, sinistro da Defesa, ex-juiz do Supremo que agora se fantasia com aquela farda de camuflagem, como quem vai para uma
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guerra nas selvas, determinou : "ele (o Cara) é meu convidado" e transformou-se ad hoc em proprietário da propriedade do Exército. A praia é dele, tudo é deles. (Alguém aí sabe o que é ad hoc ? Usei direito ou chutei? Acho que chutei.) Talequá presidente de fato e de direito, o Cara está aboletado com a famiage Çilva completa, sem faltar um lullinha sequer, a intalianadinha inteira (da cidadania italiana e do passaporte diplomático) – daí o codinome Família Soprano. Pois há quem chame os da Çilva de Família Soprano, uma série de tevê de tremendo sucesso que beirou os "mais de 80%", sobre uma poderosa famiglia mafiosa que, por coincidência, durou também oito temporadas. Vive passando em reprise a toda hora, a nossa tevê insiste em reprisar o passado, como se valesse a pena ver de novo de novelas a presidentes. uase todos os sinistérios foram devorados pelo PT e PMDB, e o restinho da ossaiada, que caiu da mesa, é roída pelos nanicos da "base de apoio". O da Çienssa e Téquinologia caiu para o "doutor" Mercadante; na aleluia que foi feita entre a cumpanherada derrotada, o da Pesca caiu para a Baleia Você Sabe Quem É,
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NEIL ABESTADO FERREIRA nada mais apropriado. O tiroteio é agora travado no chamado segundo escalão, acho que uns seiscentos empregos em Fundos de Pensões e Estatais, que é onde reside a grana grossa. Mas há luz no fundo das inundações tucanas, todas culpa do Serra como se sabe. Os estudantes voltaram a pintar as caras e estão nas ruas, corajosamente protestando contra o fechamento do cine Belas Artes. Relaxa e boia. O POSTE PERMANECE EM ELOGIADO SILÊNCIO. "BURRO CALADO PASSA POR SISUDO", AFIRMA A VOX POPULI /VOX DEI. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 - GERAL
Giba Um
3 Segundo a Forbes, Lady
Gaga deverá faturar, esse ano, US$ 100 milhões, graças a novo disco, turnê mundial e cachê reajustado.
gibaum@gibaum.com.br
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k Não é possível fazer obra em 24 horas.
GERALDO ALKMIN // governador de São Paulo recém-empossado, que já ocupou o mesmo cargo por seis anos (2001-2006).
Fotos: Paula Lima
333
Algoemcomum Observadores mais atentos garantem que há algo em comum entre a presidente Dilma Rousseff e as cantoras Amy Winehouse e Janelle Monáe: elas parecem ter freqüentado o mesmo cabeleireiro.
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Boquinha, não Entre idas e vindas, Jards Macalé namora a ministra Ana de Hollanda há quase quinze anos. Aos mais chegados, sempre exibe composições feitas, nesse tempo todo, especialmente para ela. Agora, boquinha no Ministério da Cultura, nem pensar. Ana de Hollanda já sabe que cairiam em cima dela, sem dó, nem piedade. 333
Katie Holmes, a sra. Tom Cruise, é o novo rosto da grife Ann Taylor: ela entra no lugar da modelo e apresentadora de televisão Heidi Klum e estará em toda a publicidade da rede de lojas de moda feminina, espalhadas por todos os Estados Unidos. Katie está em alta: acaba de posar para um ensaio insinuante nas páginas da Elle americana, onde exibe pernas e deixa à mostra o sutiã. Na matéria, Katie conta que a filha Suri, de 3 anos, palpita nas suas escolhas de roupas. 333
Tucanos divididos 333 O PSDB é, quase historicamente, um partido dividido, devido às aspirações de suas principais figuras. Com a festa de demissões de funcionários do governo José Serra, promovida por Alckmin, a tendência é da divisão ganhar maior volume, o que, no futuro, acabará beneficiando novos vôos eleitorais de Gilberto Kassab. O prefeito de São Paulo, habilmente, tem abrigado serristas na administração paulistana e até mesmo o ex-governador Alberto Goldman, que não conseguiu nenhuma secretaria, pode ganhar no bloco de Kassab um novo posto.
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A compra de 29% do UOL pela Hypermarcas foi feita através de um fundo privado de investidores liderados por João Alves de Queiroz Filho, o Junior, que, desde a venda da Arisco, coleciona uma série de marcas do mercado. Por outro lado, com dinheiro em caixa, o UOL prepara grande reformulação, especialmente em sua operação de TV com novas contratações e uma programação no estilo da TV aberta. O investimento será de R$ 100 milhões.
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Também Evandro Losacco, vice-tesoureiro da campanha de Serra, autor das denúncias contra Paulo Vieira de Sousa, exDersa e que não conseguiu se eleger, perdeu seu posto no governo,queocupavaháanos (eraindicaçãodopróprioSerra). Coordenador do Pró-Vicinais, programa com verba de R$ 4 bilhões para construção e recuperação de estradas vicinais, deverá se contentar com a diretoria de obras do FDE – Fundo de Desenvolvimento da Educação, cargo de segundo escalão, embora em área onde ele tem know-how. 333
MISTURA FINA NESSE episódio de censura aos livros de Paulo Coelho no Irã (ele já vendeu mais de seis milhões de livros por lá, em 12 anos), o escritor e membro da Academia Brasileira de Letras está totalmente órfão de qualquer ação do Itamaraty. Agora, a agência IBNA – Iran Book News Agency, que pertence ao Ministério da Cultura da terra dos aiatolás, decidiu acusar Paulo Coelho de “praticante de magia negra”.
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333 EX-CAMPEÃ brasileira de natação (28 vezes em diversas categorias) e ex-vereadora, a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, já acha que, com a contratação de Ronaldinho Gaúcho e contando com a torcida rubro-negro, crescem as possibilidades de disputar a prefeitura do Rio já em 2012 pelo PSDB.
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TV UOL
KNOW-HOW
OUT
Bandana.
Mais brinquedinhos 333 Devido ao sucesso de De pernas pro ar, com Ingrid Guimarães e Maria Paula, já assistido por mais de 1,6 milhões de pessoas, as sex shops de São Paulo e Rio atravessam período de grande prosperidade e mais ainda para Erica Rambalde, dona da SexyDelicia, que inspirou o filme com seus produtos eróticos. A famosa calcinha vibratória, peça pela qual Maria Paula ficou encantada (vibra quando toca alguma música) teve seus estoques zerados e o não menos famoso Rabbit, agora tem fila de espera. Mais: a produtora Mariza Leão (16 longas no currículo) já prepara De pernas pro ar 2. Terá filmagens em Nova York e a participação de Heloisa Perissé.
AS SURPRESAS (algumas, decepcionantes) do final de Passione, de Silvio de Abreu, ainda não terminaram; no final (hoje), Brígida (Cleyde Iáconis) fica com Diógenes (Elias Gleiser), com direito a ter o jardineiro Benedetto (Emiliano Queiroz) na reserva, como amante. 333
GRANDE amiga da presidente Dilma, Maria das Graças Foster, diretora de Gás e Energia da Petrobrás e que, até o segundo turno, estava cotada para a presidência da estatal, no lugar de José Sérgio Gabrielli, acabou sendo barrada no baile. Motivo: a divulgação de que a empresa de seu marido tem bons contratos com a Petrobrás. 333
Solução
V G A S P O
Os camelôs do Rio de Janeiro foram mais do que rápidos: já estão vendendo aquelas dentaduras de plástico, que podem ser usadas sobre os dentes naturais, semelhantes ao sorriso de Ronaldinho Gaúcho. Nessa fase de lançamento, custam R$ 10 e podem ser compradas também numa espécie de kit, que inclui a famosa bandana usada pelo jogador ou aquele grande boné, sempre ostentado por Ronaldinho – e virado para trás. E desnecessário seria dizer que as fábricas de máscaras de carnaval começam a despejar no mercado, na semana que vem, estoque reforçado das que reproduzem (com exagero nos dentes) a figura do novo integrante do elenco do Flamengo.
Dentadura da moda
Nolugar deHeidi
São Pedro Donders
santo nasceu em 1809, no sul da Holanda. Em 1839, já sacerdote, foi como missionário a Paramaribo (Suriname) onde se dedicou por 45 anos a um intenso apostolado: formação de catequistas, assistência aos escravos e aos cuidados de leprosos. Morreu no país, aos 78 anos.
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Luto até na moda
Doença da miséria Malgrado a existência de poderosos medicamentos, que podem garantir a cura de 95% dos casos, a tuberculose é ainda a doença infectocontagiosa que mais mata no mundo: todos os dias, no planeta, 20 mil pessoas ficam doentes e cinco mil morrem. No Brasil, são cerca de 100 mil casos por ano, com seis mil óbitos. Esses números colocam o país em 15º lugar entre os 22 que concentram 80% de todos os registros de tuberculose no mundo. Os médicos consideram-na a doença da miséria: afeta gente mal alimentada, que vive amontoada em moradias insalubres e respirando ar contaminado.
A mãe do PAC não é, certamente, a mãe dos flagelados e tampouco dos familiares de quase 300 mortos da Região Serrana do Rio, vítimas das enchentes e soterrados por desmoronamentos. E se, na Presidência da República, imprime um estilo muito diferente de seu antecessor (aparece pouco, gosta de planejamento, estabelece metas e cobra), em momentos de tragédia, Dilma Rousseff reza na mesma cartilha de Lula, que só apareceu para espiar (do alto) em Angra dos Reis, no ano passado, quatro dias depois – e de helicóptero.
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H C O S N H P R O E A R T A R I I B R R A O D D A S O U I A S R MA
A novata Adriana Prado, a Laura de Passione ( f o i contratada para dois ou três capítulos e viu seu papel ir crescendo muito até o final) é poliglota, já morou em Nova York e trabalhou na ONU. E na novela acabou também caindo nogostodos homens,devidoàs curvas e generosidade na área dobustoedos quadris.Oquejá levou a revista Playboy a iniciar sondagens para que debute sua nudez em suas páginas, especialmente nessa fase que a revista está saturada de inusitadas popozudas e festivais de silicone.
333
O
Criador e criatura
X N I I S A R L O L H B A O A C O A X A
LAURA NUA
14 de Janeiro
S U B L A A S A R L A C MA
Lula já havia decidido que voltaria ao sambódromo do Rio, para assistir o desfile das escolas. Agora, está pensando se aceita convite da Tom Maior, de São Paulo, para sair de destaque na escola, dia 4 de março. A Tom Maior vai apresentar um enredo que homenageia São Bernardo do Campo, onde Lula mora. A cidade também é sede de várias montadoras de automóveis (o que sempre facilita patrocínio) e empresas do ramo de metalurgia. Foi em São Bernardo que Lula trabalhou como torneiro mecânico e comandou as greves do ABC nos anos 80.
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Com a cidade enlutada pela tragédia das enchentes e desmoronamentos, a Rio Fashion também é abalada, embora nos desfiles apresentados no Píer Mauá até agora, não tenha sido nada de novo. Hoje, estilistas são contratados para criar coleções para grandes redes de varejo. As celebridades, contudo, fazem o recheio da platéia, na falta de vigor na passarela. Entre outras, na Rio Fashion, da esquerda para a direita, Ellen Jabour; Mônica Martelli, aplaudida em Ti-ti-ti; Gloria Maria, presença diária; a sempre estimulante Guilhermina Guinle; e Adriana Prado, a Laura de Passione.
MAIS: para quem não tem idéia, ela está cobrando agora U$ 800 mil por apresentação. Em 2010, faturou US$ 64 milhões.
I O R R T I T C A B F I L V I D MA D G E
Destaque na escola
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Por: José Nassif Neto Probabilida -de para ficar furioso.
Objeto côncavo de barro.
Doze, em algarismos romanos.
Respeito; virtude; sensatez.
Relativo aos orgãos. (plural)
Fósforo, símbolo químico.
Cloreto de sódio.
Extremidade da perna serve para andar. A favor; em defesa. Peça p/tapar garrafa.
Objeto que serve de modelo. (plural)
Canoa sem quilha.
Polir; lustrar.
Grito de dor.
333 DEVERÁ ser no primeiro semestre o lançamento da versão brasileira da revista masculina GQ (Gentlemen’s Quarterly), produto de largada da parceria entre as editoras Globo e Condé Nast. Atualmente, tem versões em dez países e no Brasil deverá concorrer com a Alfa (Editora Abril). Depois, virão Vogue , Vanity Fair e outras.
Invólucro da lagarta do bichoda-seda.
O MARFRIG acaba de entrar com um pedido do Banco Central de carta-patente: ou seja, o frigorífico de Marcos Molina quer criar um banco próprio e seguir o JBS, seu maior rival na área de bovinos, que já possui uma instituição financeira. Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero
'Mau', em inglês. Peça circular que gira em torno de um eixo.
Mulher honesta; virtuosa. Borda das saias. Fruto do araçoeiro.
Pessoas postas em linha indiana.
Parte da perna entre o quadril e o joelho. O sentido da vista. Pessoa chata. (fig.)
A parte amarela do ovo.
Assumir expresão de alegria.
Amarrar; atar; prender.
'As', em espanhol.
Compaixão; pena. Emitem sons.
Estirpe; geração; origem. (plural)
United States of America. (abrev.) Símbolo de Oxigênio. (quím.)
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Calção esportivo.
Transitar de um lugar para outro.
(?) do Sul, Cidade do Rio Grande do Sul. Escudo de insígnias e divisas.
(1013) 3-ubá; las; pró; bad; 4-arma; 5-araçá; raças; short; visão; 9-orgânicos.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
5 AD VALOREM Ex-presidentes têm direito a proteção – e a diversas regalias de alto custo
olítica
AD ETERNUM Dois carros de luxo e combustível livre estão entre os privilégios
40 funcionários de R$ 2,7 milhões por ano Cada ex-presidente da República tem o direito de ter oito funcionários a seu dispor. Até o fim da vida. E mais dois carros de luxo, gasolina de uso ilimitado...
O
ex-presidente Lula foi convidado pela escola de samba Tom Maior para desfilar como destaque este ano. O enredo de 2011 da Tom Maior é uma homenagem à cidade de São Bernardo do Campo, onde mora Lula. São Bernardo é sede de várias montadoras de automóveis e de empresas do ramo de metalurgia. Foi ali que Lula trabalhou como torneiro mecânico e dirigiu as históricas greves do ABC na década de 80, que ajudaram a enfraquecer o regime militar. "O convite faz parte de uma homenagem ao Lula, que cresceu e viveu em São Bernardo", explica o presidente da Tom Maior, Marko Antônio da Silva. Lula ainda não confirmou se aceitará o convite da escola de samba que desfilará no dia 4 de março, às 0h10, no sambódromo de São Paulo. Fim de férias – Lula deixou o Forte dos Andradas, no Guarujá, na Baixada Santista, na tarde de ontem. Segundo o Exército, ele estava dentro de uma
Hyundai Tucson preta, com placas de Brasília, mas como o carro era todo filmado não foi possível identificar Lula dentro dele. O veículo foi escoltado por uma Ford Fusion. Parte da família já havia deixado o local, como o filho caçula de Lula, Luís Claudio Lula da Silva, de 25 anos, que no último sábado escreveu na sua página na rede de microblogs Twitter que deixava o Guarujá e passava por Santos, antes de seguir para São Bernardo. Lula foi criticado por usufruir do benefício de se hospedar em área militar após deixar a Presidência da República. O decreto 6.381, de 27 de fevereiro de 2008, que regulamenta a legislação que dispõe sobre medidas de segurança aos ex-presidentes da República, não trata da possibilidade de exmandatários se hospedarem em dependências do Exército. Entretanto, o expresidente foi convidado pelo Ministro da Defesa Nelson Jobim, a hospedar-se lá. (AE)
Alexandre Campbell/Folha Imagem
Sarney Foi o primeiro presidente civil após o movimento militar de 1964. Ocupou a Presidência da República do Brasil entre 1985 e 1990, em virtude do falecimento do presidente Tancredo Neves. É senador e preside, atualmente, o Senado Federal. Está no sexto mandato e soma mais de 40 anos, descontínuos, como senador.
Moreira Mariz/Agência Senado
Collor
FHC
Alan Marques/Folhapress
Presidente entre 1990 a 1992, elegeu-se senador em 2006, após o fim de sua inelegibilidade ocasionada pelo impeachment . Foi o primeiro presidente eleito pelo voto popular depois de 25 anos do regime militar.
Fernando Henrique Cardoso, chefe de Estado entre 1995 e 1º de janeiro de 2003, optou por dar palestras e se tornar consultor internacional. Vez ou outra emite opiniões sobre a política brasileira.
Itamar Sucedeu Fernando Collor após o impeachment, em 1992. Permaneceu no cargo até 1995. Nas últimas eleições, Itamar Franco conseguiu ser eleito pelos mineiros para ocupar uma cadeira no Senado.
Lula No cargo desde 2003, acabou de eleger sua sucessora, Dilma Rousseff. Já afirmou que prefere andar pelo País e se dedicar a aprovar a reforma política. Quanto a um possível retorno à Presidência em 2014, deixa uma dúvida no ar, ao responder que é um político nato: "A gente nunca pode dizer nunca".
Ciro e Jader, entre os 10 campeões de ausência Os dois parlamentares fazem parte da lista dos que menos compareceram à Câmara nos últimos quatro anos
A
penas um entre 633 deputados compareceu a todas as sessões na Câmara: o capixaba Carlos Manato (PDT) – (leia abaixo). Houve quem faltasse a 240 (56,9%) dos 422 dias com sessões plenárias – como Nice Lobão (DEM-MA), que se limitou a justificar apenas quatro faltas e alegou problemas de saúde para explicar parte das ausências. É o que mostra o levantamento do site Congresso em Foco, de fevereiro de 2007 a dezembro de 2010. O segundo lugar ficou para Jader Barbalho (PMDB-PA) – que renunciou ao mandato em novembro, após ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa –, com 216 faltas. Além das ausências e de não apresentar propostas legislativas, ele ainda ostenta outro título negativo: o de não comparecer a nenhuma reunião de comissão na atual legislatura. Dos dez mais ausentes, quatro não apresentaram projeto algum de lei ou proposta de emenda constitucional durante os quatro anos: Jader Barbalho, Ciro Gomes (PSB-CE), Vadão Gomes (PP-SP) e Nice Lobão. Os demais apresentaram ao menos uma proposta no período. Três voltarão para novo mandato na Câmara: Nice, Silas Câmara (PSC-AM) e Alexandre Silveira (PPS-MG). Os dez menos – A lista dos deputados mais faltosos da Câmara ainda inclui Marina Magessi (PPS-RJ), Marcos Antonio (PRB-PE), Miguel Martini (PHS-MG) e Fernando de Fabinho (DEM-BA). Embora figurem na relação dos que menos compareceram às sessões, dois deles apresentaram número considerável de projetos nesse período. Caso dos mineiros Miguel Martini e Alexandre Silveira. Martini apresentou 12 projetos de lei. Silveira, 11 projetos de lei e duas propostas de emenda à Constituição. Ligado ao movimento da renovação carismática, da Igreja Católica, Martini propôs, entre outras coisas, a inclusão entre os crimes hediondos do induzimento ou auxílio ao suicídio
Andre Dusek/AE - 29.07.10
e ao aborto. Em outro projeto, sugeriu a obrigatoriedade de produtos comercializados para a detecção de gravidez trazerem a seguinte inscrição: "Aborto é crime; aborto traz risco de morte à mãe; a pena de aborto provocado é de 1 a 3 anos de detenção". Ele foi também um dos que pressionou a votação do projeto que originou a Lei da Ficha Limpa. Exemplos – Além do caso único de presença integral, Carlos Manato, os deputados Sérgio Lima/Folha Imagem - 17.02.02
Ciro Gomes (acima) e Jader Barbalho (ao lado): além de ausentes, não apresentaram projeto algum de lei. Nem proposta de emenda constitucional.
que mais se aproximaram do campeão em assiduidade foram José Genoino (PT-SP) e Jofran Frejat (PR-DF), com apenas quatro faltas no período. Esses três parlamentares encabeçam o grupo de 32 deputados que registraram mais de 400 presenças durante esses últimos quatro anos, de acordo com o levantamento do Congresso em Foco. Esses congressistas tiveram assiduidade igual ou superior a 95%. A bancada dos mais assíduos na Câmara reúne representantes de 14 partidos políticos de 16 estados e do Distrito Federal. O PT e o PP – com cinco nomes cada – são as legendas representadas por parlamentares entre os mais presentes. PMDB e PSDB, com quatro, vêm em seguida. Na lista dos campeões de assiduidade, São Paulo e Goiás figuram como os estados com mais parlamentares presentes: quatro cada. Na sequência, aparecem o Distrito Federal, Ceará e Paraná – cada qual com três. (Folhapress)
Carlos Manato, o único que nunca faltou
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capixaba Carlos Manato (PDT-ES) foi o único deputado federal que compareceu em todos os 422 dias em que houve sessões deliberativas. "É um compromisso que tenho comigo mesmo e com meus eleitores. Eu me considero um Caxias". Ele conta que recusou convite para acompanhar a comitiva do presidente Lula no ano passado ao Espírito Santo porque a visita coincidia com votações no Congresso. Reeleito para o terceiro mandato consecutivo, o médico de 53 anos diz que manterá esta meta. "Eu justifico o meu salário, porque estou sempre trabalhando. Mesmo porque trabalho mais na base do que em Brasília, onde há menos pressão".
Manato critica a facilidade oferecida aos deputados para abonar ausências por motivações políticas. "Deveria ser como na Consolidação das Leis Trabalhistas. Falta abonada, só por questão de saúde ou morte". Em 27 de setembro de 2005, ele faltou. "Porque meu pai morreu. Cheguei ao plenário depois do fim da sessão". (Agências) Brizza Cavalcante/Ag. Câmara
Lula pode virar destaque de escola de samba paulista
EX-PRESIDENTES QUE GOZAM DO PRIVILÉGIO Valter Campanato/ABr
solicitado, ter porte de arma institucional. Para isso, precisam passar por avaliação que ateste a capacidade técnica e a aptidão psicológica. Os ex-presidentes não recebem remuneração ou ajuda de custo, segundo a Casa Civil. Antes, recebiam subsídio no mesmo valor do salário embolsado enquanto presidentes, mas a regalia foi cortada há cerca de dois governos. Regulamentação – Em caso de falecimento, o benefício é interrompido e as eventuais viúvas passam a contar com uma pensão especial vitalícia e intransferível (Lei 8.400/92), equivalente à pensão paga a viúvas de ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), no valor de R$ 26,7 mil. No caso das viúvas, é proibido, contudo, acumular o benefício com quaisquer outros recebidos do Tesouro Nacional, resguardado o direito da opção por outra benfeitoria. De acordo com o cientista político Antonio Flávio Testa, ouvido pelo Contas Abertas, "os ex-chefes de Estado merecem tratamento diferenciado e proteção especial do Estado, devido à relevância das funções que exerceram". Em 2008, o então presidente Lula editou o decreto 6.381 para regulamentar a Lei 7.474, de 1986, sobre as medidas de segurança dos ex-presidentes da República e validar a Lei 10.609, de 2002, que ampliou de seis para oito a quantidade de servidores disponível aos ex-presidentes. (DC/Agências)
Sergio Neves/AE
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ela legislação brasileira, cada um dos exchefes de Estado tem à disposição, em caráter permanente, oito funcionários, distribuídos nas funções de seguranças, assessores e motoristas. Somada, apenas a remuneração dos funcionários cedidos aos ex-presidentes da República deve chegar a R$ 2,7 milhões por ano, com a inclusão da cota laboral de Luiz Inácio Lula da Silva. José Sarney (PMDB-AP), Fernando Collor de Mello (PTB-AL), Itamar Franco (PPSMG) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) utilizam integralmente a cesta de benefícios concedidas por lei que, além dos funcionários, inclui também dois veículos oficiais de luxo e combustíveis à vontade. Tudo por conta dos cofres públicos. A informação foi divulgada ontem pelo site da ONG Contas Abertas. Os 40 servidores que hoje estão à disposição dos ex-presidentes são escolhidos por eles e recebem treinamento especial do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência para exercerem a nova atividade. Os cargos são distribuídos da seguinte forma: quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal, dois motoristas e dois assessores para cada ex-presidente. Os salários individuais variam entre R$ 2,1 mil (DAS-1) e quase R$ 9 mil (DAS-5) por mês e são pagos pela Presidência. Os servidores em atividade de segurança podem, caso seja
Manato só não compareceu um dia, quando o pai morreu.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
É difícil imaginar, um governo que mais tenha investido na cultura da morte. Padre Luiz Carlos Lódi
olítica
Ó RBITA
PDT acionará Sabesp Partido processará a companhia por conta do alagamento em Franco da Rocha, agravado com abertura das comportas da Represa Paiva Castro.
MOVIMENTO CONTRA ABORTO VOLTA A ATACAR DILMA padre Luiz Carlos Lódi, presidente do movimento denominado PróVida, divulgou nota ontem pela internet atacando o novo governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo o padre, ministros recém-empossados estariam defendendo a "descriminalização do aborto e o uso de drogas". O padre também acusa o novo governo de defender a ampliação dos direitos dos homossexuais, usando como escudo para suas propostas o "combate à homofobia" e as resoluções contidas na 3ª edição do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), que provocou polêmicas no período préeleitoral de 2010. O Pró-Vida, sediado em Anápolis, interior de Goiás, é um dos movimentos católicos mais radicais do País contra a descriminalização do aborto. Na campanha eleitoral passada, o padre Lódi fez campanha a favor do candidato José Serra (PSDB), utilizando argumentos do fundador do movimento e arcebispo emérito de Anápolis, dom Manoel Pestana Filho, segundo o qual a eleição do tucano representaria a escolha por um "incêndio limitado", enquanto Dilma seria a "catástrofe incontrolável". Dom Manoel morreu na semana passada. Seu sucessor, o padre Lódi, conti-
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nua em campanha. Na nota que distribuiu pela internet, ele menciona trecho de uma entrevista da ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, na qual ela afirma não ver como obrigar alguém ter um filho que não se sente em condições de ter. Para a ministra, ter filho, ou não, seria uma decisão individual. A nota também menciona entrevistas concedidas pelos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Maria do Rosário, de Direitos Humanos. O primeiro é citado por defender uma discussão pública, de toda a sociedade, sobre a descriminalização do uso de drogas. Já Maria do Rosário é lembrada por ter anunciado, em seu discurso de posse, que pretende adotar medidas de combate à homofobia. Na opinião do padre, essas declarações fariam parte de uma escalada contra a vida, que estaria em curso no País: "O governo brasileiro se destaca, desde a ascensão do PT em 2003, por uma campanha ininterrupta e onipresente em favor da corrupção das crianças, da destruição da família e da dessacralização da vida. Para nossa vergonha, é difícil imaginar, em todo o planeta, um governo que mais tenha investido na construção da cultura da morte". (AE)
Elias Oliveira
Alckmin quer 'apuração absoluta' sobre cunhado Governador argumenta que denúncias contra Paulo César Ribeiro devem ser investigadas com todo o rigor Dorival Rosa/ABCDigipress/AE
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governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu ontem a realização de uma "investigação absoluta" sobre o suposto esquema de doações para campanhas eleitorais em troca de contratos para fornecimento de merenda escolar no interior do Estado. Um dos cunhados do tucano, o empresário Paulo César Ribeiro, irmão da primeira-dama Lu Alckmin, é apontado pelo Ministério Público (MP) como lobista do esquema. Após café da manhã com representantes de sete centrais sindicais no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista, o governador pregou que uma apuração do episódio é necessária "independente de quem seja [o apurado]". "Eu já falei, investigação total para qualquer pessoa, independente de quem seja", disse. "Se é uma denúncia, ela envolve coisa pública. Uma investigação absoluta", completou. Alckmin também avaliou como "equívoco" o pedido da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP) de abertura de processo de investigação judicial contra 17 candidatos eleitos em 2010 no Estado, entre eles o tucano. A PRE-SP indica irregularidades na captação de recursos para a campanha eleitoral, sustentando que por intermédio do comitê financeiro do PSDB Alckmin recebeu R$ 700 mil da UTC Engenharia S.A. A Procuradoria adverte que a Lei 9.504-97 reconhece como fonte vedada de recursos concessionárias e permissionárias de serviço público, como estaria enquadrada, conforme a denúncia, a UTC. De acordo com Alckmin, os recursos são
"totalmente legais". "A empresa que fez a doação dentro da lei não é concessionária. Há um equívoco, isso vai ser esclarecido", justificou, destacando que não vê nenhuma irregularidade na doação. Mínimo maior – Alckmin aproveitou para anunciar que o projeto de lei de reajuste do salário mínimo regional será enviado à Assembleia Legislativa "no começo de março" e levará em conta a inflação acumulada de 2010. Alckmin evitou detalhar o valor para as três faixas do piso re g i o n a l , q u e h o j e s ã o d e R$ 560, R$ 570 e R$ 580. Uma das reivindicações das centrais sindicais é a de que a primeira faixa suba para R$ 600 ou acima disso, já que esta foi uma das promessas do candidato derrotado do PSDB à Presidência da República, José Serra, durante a campanha. "O piso vai ser discutido e será superior ao processo infla-
Se é uma denúncia, ela envolve coisa pública. É necessário fazer uma investigação absoluta. GERALDO ALCKMIN cionário", antecipou Alckmin. "Mas ainda não há definição sobre o assunto", completou. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 6,47% em 2010. Desde o início dessa semana, as centrais sindicais fazem esforço concentrado para pressionar por um reajuste dos vencimentos regionais em encontros com governadores. A estratégia é também pressionar o governo federal a ele-
var o mínimo, que foi fixado em R$ 540 desde o dia 1º de janeiro, para R$ 580. O governador disse que em sua gestão manterá um canal com as centrais e que nos próximos anos pretende antecipar as negociações para o reajuste do mínimo regional para janeiro. Alckmin disse ainda que irá criar um Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, formado por empresários, trabalhadores e representantes do terceiro setor. A expectativa é que o órgão funcione nos moldes do Conselhão do governo federal. Participaram do encontro a Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Nova Central Sindical de Trabalhadores, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Tr a b a l h a d o r e s d o B r a s i l (CGTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Conlutas. (AE)
Esfria o namoro entre Kassab e o PMDB Prefeito prioriza comando do DEM. Fontes do PMDB dizem que Temer assumiu as negociações com Kassab. Siqueira Campos: demissões permitirão economia de R$ 210 mi
GOVERNADOR DO TOCANTINS EXONERA 15 MIL COMISSIONADOS governador do Tocantins, José Wilson O Siqueira Campos (PSDB), determinou a exoneração de 15.565 funcionários comissionados do Estado. O anúncio foi feito na manhã de ontem pelo secretário de Administração, Lúcio Mascarenhas. Segundo o secretário, a medida vai representar uma economia de R$ 210 milhões neste ano. "Não é segredo que a máquina pública está realmente inchada e que
conta com grande número de servidores". De acordo com ele, a exoneração foi tomada depois de um "pente-fino" nas secretarias estaduais. "Cerca de 3.000 funcionários nós não encontramos [trabalhando]". O secretário também afirmou que os serviços públicos serão ofertados normalmente. Outros 8.500 servidores comissionados continuam a trabalhar no Estado. (Folhapress)
SECRETARIA DE ESPORTES, LAZER E RECREAÇÃO
PROCESSO MODALIDADE TIPO OBJETO
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DATA: 09/02/2011 HORÁRIO: 14:30 LOCAL:
PREGÃO PRESENCIAL Nº 001/SEME/2011 2009-0.270.148-3 Pregão Presencial Menor Preço Prestação de serviços de limpeza, asseio e conservação predial, visando a obtenção de adequadas condições de salubridade e higiene, com a disponibilização de mão de obra, saneantes domissanitários, materiais e equipamentos, nas dependências do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho - Pacaembu.
Auditório B do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa COTP da Secretaria de Esporte Lazer e Recreação - SEME, situada na Alameda Iraé, nº 35 - Moema. VISTORIA PRÉVIA: Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, situado à Praça Charles Miller s/nº Estádio, telefones: 3664-4654 e/ou 3664-4660, no dia 01 de fevereiro de 2011, às 10:00 horas, a qual será acompanhada pelo Sr. Mauro Sernardes. A SEME faz saber que a partir de 13/01/2011, inclusive, encontra-se disponível o caderno de licitação, composto de edital e anexos, que poderá ser adquirido mediante o recolhimento, na rede bancária credenciada da importância correspondente a R$0,15 por folha, aos cofres públicos, através do Documento de Arrecadação do Município de São Paulo, a ser fornecida pelo Setor de Licitações. O Caderno de Licitação, também poderá ser obtido via internet no site: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br. As informações administrativas, técnicas e guias relativas ao presente Pregão, poderão ser obtidas junto à SEME - Setor de Licitações na Alameda Iraé, 35, Moema, sala 59, fones: (00xx11) 3396-6514 e 3396-6580, das 09:00 às 17:00 horas, até o último dia útil imediatamente anterior àquele marcado para a abertura do certame.
O
plano de Gilberto Kassab (DEM) de assumir a presidência nacional do Democratas e a indefinição sobre o controle do PMDB paulista, após a morte do então presidente Orestes Quércia, esfriaram o namoro entre o prefeito de São Paulo e os peemedebistas no Estado. A informação de que os dois lados deram "um tempo" é de interlocutores com acesso ao democrata e aos dirigentes do PMDB. Segundo essas mesmas fontes, Kassab e o PMDB só voltarão a conversar formalmente sobre a hipótese de mudança de legenda após a convenção nacional do DEM, marcada para 15 de março. "Caso Kassab não assuma o comando nacional do DEM, como quer, voltaremos a con-
versar", disse uma fonte ligada ao vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), que assumiu as negociações com o prefeito paulistano. Então candidato ao Senado, Quércia queria fazer de Kassab seu herdeiro político no PMDB. Com sua morte, Temer assumiu, ao menos informalmente, o controle do PMDB em São Paulo e caminha para tentar indicar seu escudeiro, o deputado estadual Baleia Rossi, para a presidência do partido em São Paulo. A ida de Kassab para o PMDB atrapalharia os planos de Rossi – filho do ministro da Agricultura, Wagner Rossi – de assumir a presidência do partido em São Paulo. Com a indefinição até março, o deputado Rossi teria tempo para conseguir o seu objeti-
SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS A PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, pela Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras - SMSP torna público que, na data, horário e local abaixo assinalados, fará realizar licitação na modalidade de PREGÃO ELETRÔNICO, do TIPO MENOR PREÇO GLOBAL, em conformidade com as disposições do Edital e respectivos anexos. PREGÃO ELETRÔNICO nº 001/2011/COGEL PROCESSO: 2010-0.176.815-5 DATA DA ABERTURA: 31/01/2011 HORÁRIO: a partir das 10h00 OBJETO O presente pregão tem por objeto a Locação de 10 (dez) Escavadeiras Hidráulicas sobre esteiras com caçamba de no mínimo 1,50 m³, ano 2001 ou mais recente, incluindo operador, combustível e transporte para os locais de trabalho, através de empresa especializada, com carga horária mínima mensal de 2.200 horas/mês pelo período de 06 (seis) meses, equivalente a 13.200 horas, cujas características e Especificações Técnicas encontram-se descritas no ANEXO I. EDITAL DE LICITAÇÃO, DO ACESSO A INFORMAÇÕES E IMPUGNAÇÃO DO EDITAL. O Edital de licitação, assim como seus anexos poderão ser fornecidos mediante pagamento correspondente ao custo da cópia reprográfica no valor de R$ 0,15 (quinze centavos de real) por folha, de acordo com a Tabela Integrante do Decreto Municipal nº 52.040/10, valor este a ser recolhido aos cofres públicos através do documento de arrecadação do Município de São Paulo - DAMSP, que será fornecida pela SMSP/COGEL, Rua Líbero Badaró, 425, 37º andar, das 09h30 às 17h00, até o último dia que anteceder a data designada para a abertura do certame. O Edital juntamente com seus Anexos, estarão ainda disponíveis no sítio eletrônico da Prefeitura do Município de São Paulo, endereço http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, e www.comprasnet.gov.br.
Almeida Rocha/Folhapress - 10.01.11
Kassab diz que conversa com Temer não incluiu questões partidárias
vo. Assim como Kassab, para tentar o comando do DEM. Após conversar com Temer, na última semana, o prefeito desconversou, ontem, sua mudança para o PMDB. Q u e s t i o n a d o s o b re s u a aproximação com a legenda e a visita do vice-presidente, Kassab afirmou que o encontro foi "protocolar" e que Temer veio a São Paulo "como vice-presidente da República, representando a presidente Dilma". "Nem foi conversado sobre questões político-partidárias, não seria elegante". Kassab confirmou o convite de dirigentes peemedebistas, mas negou que haja pressão para mudar de legenda. Identidade – Menos de um mês após a morte de Quércia, as palavras de ordem no PMDB paulista são união, reformulação e adaptação à nova realidade política, com foco na busca de uma identidade para a sigla. Uma ala do partido que, sob a batuta de Quércia apoiou os tucanos nas sucessões estadual e presidencial, já
admite a influência do vicepresidente da República, Michel Temer, no diretório estadual e cobra a fatura pelo apoio na eleição de Geraldo Alckmin no Estado, reivindicando participação na administração estadual paulista. Mas alguns nomes de peso da sigla, como o do prefeito de Barueri, Rubens Furlan, defendem um novo caminho para a legenda. "A nossa realidade hoje é que a Dilma é a presidente, o Michel é o vice, e o Alckmin governa São Paulo", argumenta Marcelo Barbieri, prefeito de Araraquara, um dos caciques do PMDB paulista. Com esse argumento, ele espera conter qualquer tentativa de levante interno e provar que o partido continua sendo o 'bom e velho PMDB': de olho em suas ramificações na esfera federal e com um pé no governo estadual. O discurso também é um aviso aos que questionam o possível controle de Temer e do deputado estadual Baleia Rossi, na direção regional do partido. (AE)
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
7 O presidente não está aprovando um parecer, está resolvendo uma controvérsia. Luis Inácio Adams, chefe da AGU
olítica
Roosewel Pinheiro/ABr
Passaportes: presidente exige revisão do decreto Dilma cobra do Itamaraty mudança nas regras de concessão do documento
A Contestação: Luis Inácio Adams prevê que Supremo nem irá analisar o mérito do pedido
Caso Battisti: Adams indica que STF descartará ação do DEM Advogado geral da União diz que argumentos da legenda não se sustentam
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ação direta de inconstitucionalidade em que o DEM questiona a legalidade do parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) em relação a não extradição de Cesare Battisti deve ser descartada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sem chegar à análise do mérito. É a opinião de Luis Inácio Lucena Adams, chefe da AGU, para quem a ação está embasada em argumentos que não se sustentam. "A ação ignora o básico do processo de que tem que ser contra um ato normativo. A decisão [do caso Battisti] é um caso específico. Não cabe nesse caso qualquer ação de controle constitucional", afirma Adams. O DEM pede ao STF que declare a inconstitucionalidade
A decisão [do caso Battisti] é um caso específico. Não cabe nesse caso qualquer ação de controle constitucional. LUIS INÁCIO ADAMS do documento. Segundo o parecer da AGU, o presidente tem amplos poderes para avaliar o agravamento da situação de Battisti, caso seja extraditado, observando sua condição social e pessoal. Para o DEM, o Judiciário não poderia verificar o acerto ou equívoco da decisão do presidente da República.
Entretanto, Adams afirma que o parecer da AGU está fundamentado em juízo geral, em uma recomendação. "O presidente não está aprovando um parecer para a administração, está resolvendo uma controvérsia que foi levada ao seu conhecimento. Há clareza de que não se fala em ato normativo". Como exemplo de parecer que assumiu uma vinculação normativa – tipo que poderia ser contestado por uma ação direta de inconstitucionalidade –, Adams cita um ato da AGU do ano passado que limitou a venda de terras brasileiras a estrangeiros ou empresas brasileiras controladas por estrangeiros. "Esse é um parecer que traduz interpretação geral que orienta toda a administração", explica. (ABr)
presidente Dilma Rousseff determinou ao Itamaraty a revisão do decreto que trata da concessão de passaportes diplomáticos. Apesar de o Ministério das Relações Exteriores já ter tomado a iniciativa de rever a legislação, o pedido de Dilma dá força a uma versão mais restritiva da norma. A presidente quer evitar futuros desgastes com as brechas que existem hoje e permitiram, por exemplo, que todos os filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e três de seus netos renovassem o documento dois dias antes de ele deixar o cargo. O Itamaraty confirmou ontem que outros dois filhos de Lula – Fábio Luiz, o Lulinha, 35 anos, e o publicitário Sandro Luiz, 31 anos –, também tiveram seus passaportes diplomáticos renovados. Marcos Cláudio, 39 anos, e Luiz Cláudio, 26, além de três netos menores de idade também possuem o documento. O Itamaraty também confirmou ontem que Lurian, a filha mais velha de Lula, também tinha o passaporte. Dilma quer uma regra que dê menos abertura para "exceções", como a usada no caso dos filhos do ex-presidente. Por serem maiores de 21 anos e
saudáveis, nenhum dos quatro teria direito a passaporte diplomático. No entanto, o chanceler Celso Amorim se valeu de uma exceção prevista no decreto que o autorizava a conceder o documento em caso de "interesse nacional". Nem tanto assim – A mudança no decreto apenas começa a ser estudada pelo Itamaraty. A intenção é apertar de vez as regras, mas não tanto que impeça até ocupantes de altos cargos de ter o documento. Ou mesmo de fazer uma exceção para casos reais de interesse nacional, como o de um chefe de missão humanitária ou um funcionário que vá para regiões de conflito, como o Afeganistão. Ao mesmo tempo, que não seja tão frouxa que permite a parlamentares e toda a sua família passear nos Estados Unidos não apenas portando um passaporte diplomático, como também usar o MRE para pedir o visto americano. Ao contrário dos passaportes regulares, um pedido de visto em um documento diplomático precisa que seja enviada uma nota diplomática para a embaixada responsável. Só depois disso é feito o processo de preenchimento de formulário e entrevista, mas com tempo mais curto de espera e sem o risco de ter o visto negado. Ho-
je, o Itamaraty tem um setor inteiro apenas para fazer essas notas diplomáticas. Ética – Dilma Rousseff abre hoje, às 14 horas, no Palácio do Planalto, a primeira reunião ministerial do seu governo. No encontro, ela alertará a equipe sobre a necessidade de adotar "procedimentos éticos" e dividir com os ministros da área econômica ônus políticos que podem ser provocados por cortes orçamentários. O ajuste nas contas de cada pasta é considerado "inevitável" por ela. A previsão é de que o encontro se estenda até as 18 horas. A abertura da reunião será feita pela própria Dilma. Em uma explanação que deverá ser transmitida ao vivo pela NBR, emissora do governo, ela tentará demonstrar uma postura de "gestora" preocupada com contas e números de cada órgão da administração federal, segundos fontes do Planalto. Durante o encontro, ela exigirá dos ministros que dividam com Guido Mantega (Fazenda) e Mirian Belchior (Planejamento) os desgastes que podem ser causados pelo ajuste orçamentário. Após a fala da presidente, o ministro Guido Mantega apresentará um quadro da situação econômica e mostrará limites orçamentários, para evitar discussões futuras. (AE)
Alex Grimm/Reuters - 14.10.08
Brasil e Argentina 'muy amigos'
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ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, elogiou a decisão do governo brasileiro de impedir a parada estratégica, no Porto do Rio de Janeiro, de dois navios de bandeira inglesa que seguiam para as Ilhas Malvinas. Timerman classificou a decisão de "gesto que demonstra a aliança estratégica e de fraternidade" com a Argentina. As informações são da agência oficial de notícias da Argentina, a Telam.
"Este movimento mostra a nossa estreita relação. É parte desta relação de construção que fizemos, uma aliança estratégica e de fraternidade, demonstrada não só por intermédio do comércio, mas do reconhecimento da soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas", afirmou o ministro. O Itamaraty confirmou que os navios Clyde e Glowcester não receberam autorização para uma "visita operativa", que é conhecida como parada obrigatória, no final de dezem-
bro de 2010. A rejeição ao pedido se baseou em um acordo que o Brasil mantém com a Argentina que proíbe o apoio a embarcações e aeronaves oriundas do Reino Unido, que se destinam à exploração de bens naturais nas Malvinas. Em 3 de agosto de 2010, o então presidente Lula assinou uma declaração em que o Brasil se compromete a reconhecer que não só as Ilhas Malvinas, mas também Geórgia do Sul e Sanduich do Sul pertencem aos argentinos. (ABr)
Procurador apura doações na BA Entre os beneficiários da UTC Engenharia está o governador Jaques Wagner (PT)
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procurador regional eleitoral auxiliar da Bahia, Vladimir Aras, instaurou, ontem, um procedimento para apurar se as doações feitas pela UTC Engenharia a campanhas de alguns dos principais candidatos no Estado se enquadram nos critérios do artigo 24 da lei 9.504/97 – que impede empresas concessionárias de serviço público de fazer doações a campanhas. Segundo a assessoria da procuradoria, Aras tomou a atitude depois de ler a reportagem
publicada no jornal O Estado de S. Paulo, que aponta o governador baiano, Jaques Wagner (PT), e os deputados ACM Neto (DEM-BA) e Jutahy Magalhães Júnior (PSDB-BA) entre os principais beneficiados pelas doações. A campanha de Wagner teria sido a que mais recebeu recursos diretos da UTC no País, R$ 2,4 milhões. Para instaurar a investigação, Aras disse que se valeu da ação direta de inconstitucionalidade enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que questiona o artigo 30-A da lei 9.504/97, que dá prazo de 15 dias, a partir da diplomação dos eleitos, para que haja representações na Justiça Eleitoral sobre irregularidades em relação à arrecadação e gastos de recursos. Segundo a assessoria do governador da Bahia, todas as prestações de contas relativas à campanha foram feitas dentro dos parâmetros estabelecidos pela lei eleitoral. (AE)
Raul Spinassé/A Tarde/AOG
Governador baiano com a esposa, em caminhada à Igreja do Bonfim: doações de concessionária de serviço público
Planalto retira mural com política de apadrinhamentos
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administração do Palácio do Planalto retirou da parede de um dos corredores do prédio anexo ao que a presidente Dilma Rousseff despacha, um mural que expunha a política de apadrinhamentos no governo. Numa operação "Ctrl C - Ctrl V", um distraído burocrata colou no mural perfis nada lisongeiros para os 37 ministros escolhidos por Dilma. A maioria dos históricos de cada integrante do ministério "técnico" e "ético" do governo inclui o nome do padrinho político do escolhido. Os textos aõ da Wikipedia, site que foi a fonte dos demais perfis. Apelidado de "Mural da Transparência", o trabalho foi feito numa sala da Coordenação de Relações Públicas do Planalto. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão foi apresentado como um homem que, durante a trajetória, sempre deu "atenção à liderança política de José Sarney, que manteve o controle da seção maranhense da legenda (PFL) embora filiado ao PMDB". Sobre o ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, o texto diz que ele não era unanimidade no PMDB. Entrou no governo graças a um padrinho de peso. "A indicação deveu-se à sua proximidade com o vice-presidente Michel Temer, apesar da reprovação de certas alas do PMDB". No mural estavam dados que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, gostaria de esquecer. Em 2002, ele ficou em 10º lugar na disputa por uma cadeira no Senado pelo Rio de Janeiro: 4 anos antes, como candidato a 1º suplente ao Senado na chapa de Saturnino Braga, levou uma rasteira. "Saturnino prometeu dividir o mandato de oito anos com Lupi, e não cumpriu". (AE)
Escritor agradeceu em blog a liberação de seus livros no Irã
Irã nega que determinou censura aos livros de Paulo Coelho
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utoridades do governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, informaram ontem ao Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, que os livros do escritor Paulo Coelho estão liberados. As autoridades negaram qualquer tipo de veto às publicações do autor. Segundo Coelho, o editor de seus livros no Irã, Arash Hejazi, informou sobre o veto. No Brasil, houve reações e críticas. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, solicitou oficialmente informações sobre a proibição dos livros de Paulo Coelho. Até quarta-feira, o Itamaraty aguardava informações, que
foram remetidas na manhã de ontem. O escritor, no seu blog internacional, agradeceu a mobilização do governo brasileiro em favor das suas obras. "Aproveito a oportunidade para agradecer ao governo brasileiro – o Ministério da Cultura, o Ministério de Relações Exteriores e a presidenta Dilma Rousseff – pelo apoio firme e decisivo durante todo o processo. Foi mais decisivo do que imaginam". Coelho disponibilizou, no blog, links para a leitura de oito de seus livros em farsi (persa) – idioma no Irã. Com o anúncio de veto às obras de Coelho, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, pediu providências para evitar o veto. (ABr)
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
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8 RECORDE Desastre no Rio é a maior tragédia natural da História do Brasil.
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OCUPAÇÃO Morar em área de risco no País é regra e não exceção, afirmou Dilma.
Ana Carolina Fernandes/Folhapress
Vista aérea do bairro Campo Grande, em Teresópolis, na região serrana do Rio, uma das cidades mais atingidas pelas enchentes no estado
1 Fotos: Reprodução/TV Globo
Rio não para de contar os mortos. Dilma promete todo o apoio necessário. Em sua primeira aparição pública após a posse, presidente visitou áreas atingidas por aquela que já é considerada a maior tragédia climática brasileira.
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4 Ilair Pereira de Souza, 53 anos, passou momentos de pavor até ser salva pelos vizinhos, que jogaram uma corda para que escapasse da enxurrada que derrubava a sua casa, em São José do Vale do Rio Preto, no Rio. O cachorro Beethoven, que estava com ela, sumiu na água.
seis ministros e pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Em seguida, embarcou com a comitiva para a capital fluminense, onde concedeu uma entrevista coletiva. Com o semblante fechado e se dizendo bastante sensibilizada com o que viu na visita que fez a Nova Friburgo, Dilma declarou que sua vinda ao Rio teve como objetivo garantir a realização de ações concretas conjugadas com o Estado e os municípios para "aliviar, socorrer, amparar
Pedro Kirilos/AOG
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medida que as equipes de resgate avançam por áreas devastadas pelas chuvas, a tragédia na região serrana do Rio ganha contornos ainda mais dramáticos. As prefeituras contabilizavam, às 23h de ontem, 501 mortos em cinco municípios – Teresópolis, Nova Friburgo, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto e Itaipava (distrito de Petrópolis). São 8.320 desalojados (retirados de suas casas) e 6.270 desabrigados (que perderam suas casas). Os números ainda podem crescer drasticamente nos próximos dias. Em Teresópolis, a prefeitura não conseguiu chegar a três bairros muito castigados pelas chuvas. Há cidades completamente isoladas. São José do Vale do Rio Preto, próximo a Teresópolis, está ilhada. Telefones não funcionam e a estrada de acesso está interrompida por quedas de barreira. Pelo menos 60 casas foram arrastadas pelas águas do Rio Preto, que corta a cidade. Ainda não há nem estimativas do número de mortos na cidade que ficou conhecida graças a uma música de Tom Jobim. Foi lá, às margens do Rio Preto, onde passava longas temporadas, que Tom compôs "Águas de março". A casa do filho de Tom, Paulo Jobim, foi atingida pela enxurrada. Mas não havia ninguém lá na hora da tragédia. Outras cidades atingidas, onde há milhares de desalojados, foram Bom Jardim, Areal e Sapucaia. Dilma – A presidente Dilma Rousseff visitou Nova Friburgo ontem acompanhada por
e cuidar das vítimas". "É um momento muito dramático, as cenas são muito fortes, e é visível o sofrimento das pessoas. O risco é muito grande", disse a presidente, em sua primeira ação pública após a posse. Ela ressaltou que será necessário um esforço muito grande para reerguer as áreas atingidas. "Em tese, este não é o papel das Forças Armadas, já que há empresas nacionais especializadas para recompor esta infraestrutura. Mas se for necessário,
colocaremos à disposição", afirmou a presidente. Regra – Dilma também afirmou que a construção de moradias em áreas de risco é a regra, e não a exceção, no Brasil. "Quando não se tem políticas de habitação, a pessoa que ganha até dois salários mínimos vai morar onde? Vai morar onde não pode", disse Dilma. Questionada sobre a diferença nos investimentos feitos pelo governo federal em 2010 na prevenção e na recuperação dos desastres, ela afirmou que é necessário articular políticas. "Geralmente, olham pra questão da Defesa Civil e acham que são problemas pontuais. Mas a prevenção não é uma questão de Defesa Civil apenas, ela é uma questão de saneamento, drenagem e política habitacional." Cabral – Já o governador Sérgio Cabral culpou as prefeituras das cidades da região serrana pelo incentivo à moradia em áreas de risco. "Lamentavelmente, o que nós tivemos em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, da década de 1980 pra cá, foi um problema muito semelhante com o que ocorreu na cidade do Rio, que é a desgraça do populismo. Deixar a ocupação pelos mais pobres em áreas de risco", disse. Cabral disse ainda que, apesar de haver mortos que estavam em casas de alto padrão, a maioria das vítimas são "pessoas humildes". (Agências) Dilma, ao lado de Cabral, durante visita a Nova Friburgo: ações concretas
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
O que preocupa são as encostas, nós temos aqui famílias em área de risco. Geraldo Alckmin, governador.
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SP: Alckmin anuncia mais piscinões O governador vai construir quatro reservatórios em Franco da Rocha, além de moradias para quem vive em áreas de riscos. André Lessa/AE
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governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou, ontem à tarde, vários projetos para conter os estragos causados pelas chuvas em Franco da Rocha, uma das cidades mais afetadas em todo o Estado de São Paulo. Durante visita ao município, o governador disse que vai autorizar a construção de quatro piscinões, o desassoreamento do Rio Juqueri e a construção de moradias para famílias que vivem em áreas de riscos. Pelo menos 150 delas serão atendidas. Elas também receberão auxílio-aluguel de R$ 300. O programa para as novas casas demandará cerca de R$ 21 milhões. Alckmin pediu ainda para que as pessoas saíssem imediatamente das áreas de encostas. "Uma coisa que nos preocupa muito é o problema das encostas, nós temos aqui famílias em área de risco", disse. O governador informou ainda que o desassoreamento do Juqueri deverá começar até o fim deste ano, mas não precisou quando terão início as obras dos piscinões. Trem – A circulação de trens da linha 7-Rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) foi restabelecida no início da noite de ontem em Franco da Rocha, mas em via única, segundo a empresa. O sistema Paese (transporte gratuito por ônibus) foi acionado, mas o alagamento que atinge toda a região dificultou o tráfego dos ônibus. Represa – A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) reduziu desde a manhã de ontem a vazão da represa Paiva Castro, que chegou a ser de 80 m3 por segundo, para 10 m3/s. O au-
O nível da enchente que inundou Franco da Rocha está baixando de forma gradativa, mas o tempo continua chuvoso na região e não há previsão de conclusão para todo o escoamento.
mento do volume de água liberada prejudicou ainda mais os alagamentos causados pelas chuvas em Franco da Rocha. Entre os prédios alagados estava o da Prefeitura. A chuva também não deu trégua a outras cidades do in-
terior. As rodovias que ligam Amparo a Morungaba (SP360) e a Pedreira (SP-95) foram interditadas. Em Atibaia, há 176 famílias desabrigadas e 927 desalojadas, de 16 bairros atingidos. Não houve vítimas. Em Jaguariúna foram registra-
Márcio Fernandes/AE
dos alagamentos em 15 bairros e 30 famílias foram removidas de suas casas. Na cidade de Pedreira, havia ontem quatro pontos de alagamento e ao menos 13 deslizamentos. O prejuízo em Sumaré é estimado em R$ 8,6 milhões, com 179 fa-
mílias desabrigadas e 3.928 desalojadas. No total, 37 bairros atingidos pelas enchentes. Zona Leste – O bairro Vila Itaim, em São Miguel Paulista, ainda apresentava ontem oito ruas alagadas em razão das chuvas de segunda-feira. Entre
as vias, a Agostinho Alves Marim tinha uma lâmina de 50 cm em quase um quilômetro de extensão. A Vila Aimoré também tinha grande parte das ruas alagadas, assim como a Chácara Três Meninas e as ruas do Jardim Maia. (Agências).
Luís Moura/AE
Vila do Itaim continua com oito ruas alagadas, como essa na Estrada do Itaim.
As chuvas também atingem o interior, como o Jardim Califórnia, em Bragança Paulista.
Nas ruas, a água cai e o lucro sobe Mariana Missiaggia
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uilherme Terenso, 26 anos, estava numa posição estratégica, na terça-feira, na Rua XV de Novembro, no Centro. Eram quase 16 horas e ele precisava começar a ganhar o dia. Camelô, olhava com esperança para o céu carregado. Precisava vender todos aqueles guarda-chuvas. Seus clientes habituais são os bancários, que geralmente encerram o expediente por volta daquele horário. Não se sabe bem o motivo, mas eles esquecem com facilidade dos seus guarda-chuvas. "Tem gente que compra três por semana comigo", diz ele, admirado com a própria constatação. O desperdício da clientela é justificada pelo preço de cada peça, em torno de R$ 6 - a sombrinha sai por R$ 5. Porém, não se trata de preço tabelado. O valor tem uma escala que se
L.C.Leite/LUZ
baseia na "simples ameaça" até a "plena chuvarada". Em certas ocasiões, o preço sobe para R$ 8. O modelo "casarão", mais largo e resistente, não entra nessa conta. Vale R$ 10, sem chuva, ou R$ 12, com chuva. Marketing – Terenso calcula que vende, em dias chuvosos, mais de 50 guarda-chuvas. Quando a tempestade retrocede e passa para a categoria garoa, a quantidade cai para 30. Alguns metros à sua frente, o colega Mário dos Santos Peroli, 37 anos, também não se queixa. Ele até criou um marketing para cultivar a freguesia que parece dar certo. "Em três horas eu faturo, no mínimo, R$ 200 e ganho cliente com a estabilidade do meu preço", afirma. Porém, quem não quiser comprar de camelô gastará bem mais em uma loja convencional, também no Centro. Na Oliveira Guarda-Chuvas, na Rua Barão de Itapetininga, o modelo mais vendido,
O comércio de guarda-chuva tem clientela fiel no Centro de São Paulo
provavelmente por ser o mais barato, é um guarda-chuva feminino dobrável, no valor de R$ 18. O proprietário da loja, Jorge Oliveira Neto, 63 anos, não escondia o seu contentamento. "As vendas aumentaram 90% em relação aos dias de sol", assegurava. Capas – Quem trabalha com capas de chuva também não tinha do que reclamar do mau
tempo. Vicente Toledo, 40 anos, gerente-comercial da Indústria Caperê, localizada em Interlagos, é um bom exemplo. "Com a estação das chuvas nossa produção aumenta em 60%. Aproveitamos essa época para ajustar o orçamento anual da empresa", informa ele, sem revelar os números de confecção. O arco de produtos vai desde a capa descartável, que
custa R$ 1,60, àquela feita com de PVC laminado que é vendida a R$ 6 no atacado. Ga lo ch as – Ricardo Silva Martins, 28 anos, faz parte dessa minoria para a qual as chuvas são sempre bem vindas. Ele é sócio-proprietário da Cobequi, distribuidora de capas e botas de borracha de Barueri e chama a atenção particularmente para o último item, cujo par sai por R$ 27. "Quando a água começa a cair, vendem 30% a mais na Capital", diz. Talita de Carvalho Silva, 29 anos, gerente de produto da indústria Sete Léguas, comemora idêntico percentual de aumento para as galochas femininas decoradas com estampas coloridas, que se tornaram moda a partir de 2008. Mas, neste caso, os passos entre as poças são bem mais dispendiosos, pois o valor médio do par, de cano longo, está em torno de R$ 130 nas lojas de calçados. A propósito, a pala-
vra galocha faz lembrar um antigo artefato de borracha que se constituía em uma espécie de embalagem para proteger sapatos nos dias de chuva. Tinha o seu formato e chegava mais ou menos até a altura do peito do pé. Deve-se ao seu uso a expressão "chato de galocha", que alguns mais jovens repetem sem saber, naturalmente, a sua origem, pois as velhas galochas saíram de moda há muito tempo. Mas os interessados poderão adquirilas na Casa de Couro Mezzalira, em Porto Alegre. Trata-se de coisa rara, uma vez que nem em São Paulo é possível encontrá-las. Certamente Alberto Mezzalira, 47 anos, que com esse nome é claramente o dono do negócio, deve ser um dos últimos a disponibilizá-las. E ele o faz justamente para satisfazer os nostálgicos, ao preço de R$ 31. Sai bem em conta para quem quer matar a saudade.
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
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10 Mais de 500 pessoas podem ter morrido em Caraguatatuba, soterrada em um deslizamento da Serra do Mar, em 1967.
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TRAGÉDIAS PASSADAS
Caraguatatuba: o dia em que a serra caiu No dia 18 de março de 1967, a cidade localizada no Litoral Norte foi arrasada por um deslizamento da Serra do Mar. Número de mortos pode ter passado de 500. Arquivo/AE
"O
nde está Caraguá? – perguntei a um grupo de bombeiros sobre um mar de lama. - Aqui embaixo, sob seus pés – um deles respondeu. Era sábado, tarde da noite, 18 de março de 1967. O repórter Hamilton de Almeida foi enviado a Caraguá pelo mar. E eu, por terra, as estradas da Serra do Mar sepultadas. Manchete do Jornal da Tarde, talvez o primeiro a chegar à tragédia: AQUI JAZ UMA CIDADE." O Diretor de Redação do Diário do Comércio, Moisés Rabinovici, que em 1967 trabalhava como repórter do JT, lembra as primeiras cenas daquela que era considerada, até anteontem, a maior tragédia da História do Brasil provocada por
chuvas, em apenas um dia. Após dois dias de chuvas constantes, a manhã daquele sábado ficaria marcada para sempre na história de Caraguatatuba, Litoral Norte de São Paulo, quando uma avalanche de pedras, árvores e lama desceu da Serra do Mar e destruiu a cidade. O episódio, conhecido na época como hecatombe, provocou muitas mortes. Segundo as autoridades, teriam passado de 500, embora nunca tenha sido contabilizado um número oficial. A cidade ficou isolada e 3 mil dos 15 mil moradores perderam suas casas. Um balanço feito em 21 de março apontava que 30 mil árvores haviam descido as encostas e se espalhado pela cidade. O rio Santo Antonio, que
Onde está Caraguá? – perguntei a um grupo de bombeiros sobre um mar de lama. MOISÉS RABINOVICI
Caraguatatuba: após catástrofe, governo estadual criou a Defesa Civil
corta a cidade, passou de 40 para 200 metros de largura. Para qualquer lado que se olhasse, a Serra do Mar apresentava deslizamentos como os que afetaram Angra dos Reis e Ilha Grande,
no litoral sul do Rio de Janeiro, no ano passado. Ofício – Mesmo que a enchente de 1967 tivesse levado as últimas construções históricas de Caraguatatuba, a documen-
tação sobre chuvas na cidade é bastante farta. Um ofício do então presidente da província de São Paulo José Joaquim Fernandes Torres, datado de 21 de fevereiro de 1859, já alertava
Wilton Júnior/AE - 03/01/2010
que "devido aos repetidos temporais de pesadas chuvas, que há mais de um mês desaba em todo o município, em especial um que houve no dia 20 de janeiro, por um pouco não arrasa Caraguatatuba." O "por um pouco", citado no livro Santo Antonio de Caraguatatuba - Memória e Tradições de Um Povo, do historiador Jurandyr Ferraz de Campos, acabou acontecendo 108 anos depois e apenas 20 anos após a elevação da cidade a estância balneária, em 30 de novembro de 1947. A tragédia foi tão impactante que o governo decidiu criar a Defesa Civil Estadual, uma resposta à falta de coordenação dos órgãos públicos para tratar de catástrofes como aquela, que também é lembrada como o dia em que a serra caiu. (DC) José Patrício/AE - 06/01/2010
ANGRA DOS REIS – No primeiro dia do ano passado, após três dias de chuvas intensas na região, um deslizamento de terra atingiu várias casas no Morro da Carioca, no centro de Angra dos Reis, no litoral sul fluminense. Ao mesmo tempo, na praia do Bananal, perto do centro, seis casas e uma pousada, a Sankay, foram destruídas. No total, 53 pessoas morreram – 33 na Bananal e 20 no Morro da Carioca.
SÃO LUIZ DO PARAITINGA – Também em janeiro de 2010, em São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, o rio Paraitinga subiu 12 metros acima do nível normal e as águas praticamente destruíram a cidade histórica, deixando um saldo de nove mil desabrigados, além de levar ao chão parte considerável do patrimônio histórico luizense, como a Igreja Matriz de São Luiz Tolosa. Até hoje a cidade não se recuperou totalmente do episódio. U. Dettmar/Folhapress-22/01/1982
Newton Santo
s/Hype
Patrícia Cruz/Luz
TIROTEIO À BRASILEIRA
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NA FITA DO TEMPO
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Metrópole - Sim. Mas e "Tropa de Elite" um e dois? Se fosse hoje, José Padilha não poderia fazer. Como apresentar algo que é ilegal? E futuros filmes sobre o crime organizado, envolvendo, por exemplo, a facção criminosa PCC? Máximo - Nesse caso há uma solução: colocar um aviso aos espectadores, dizendo que a história do filme que irão ver se passou antes de janeiro de 2011. Pelo menos nos filmes os policiais tentarão parar os criminosos à bala ou deles se defender.
Metrópole - Mas este recurso não seria um tanto limitador? Máximo - No meu entender, limitadora em todos os sentidos é a decisão do Ministério da Justiça. Os policiais precisarão criar novos procedimentos para deter os bandidos. Ocorre-me que poderão utilizar um megafone para irem ordenando "parem em nome da lei!" durante a perseguição policial. Também podem gritar a plenos pulmões: "Parem, senão eu não atiro!" (Máximo Barro, 80 anos, professor da FAAP, morador em Higienópolis)
aso se confirme o fechamento do Cine Belas Artes (à dir.), que tem atrás de si 67 anos de cinema, a confluência da Consolação com a Paulista, onde a casa se assenta, deveria se chamar "esquina do esquecimento" em alusão à memória cultural da Cidade. O primeiro golpe se deu em 2006, quando o Bar Riviera (acima), do outro lado, sentido Consolação-bairro, fechou as portas após 57 anos de boemia romântico-política, pois foi ao longo desse tempo ponto de encontro de estudantes da direita, do centro, da esquerda e dos alienados, como eram chamados aqueles que supunham ser Lênin uma marca de vodca. Agora é a vez
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R Patrícia Cruz/Lu
olhaImagem /F Jarbas Oliveira
do Belas Artes, que antes foi Cine Ritz e depois Trianon. Restará apenas a Passagem Literária (acima, foto menor),
inaugurada em 1973, sob a Consolação, como testemunha da tentativa inútil de dar ares de Quartier Latin ao local.
COFRE ANTI-INVASÃO
O FOGO DA SAUDADE Quem gosta de implicar com iluminação acesa durante o dia iria ferver de indignação se passasse ontem à tarde pelo Pátio do Colégio. Um lampião a gás (à dir.) ardia vivamente junto ao Marco da Paz - ele faz parte de um lote de peças restauradas (à esq.) que foram postas para funcionar em 2001 para lembrar os velhos tempos. Mas, ao contrário do que apregoam os versos da valsa "Lampião de Gás", composta por Zica Bergami, em 1958 ("...da sua luzinha verde-azulada/ que iluminava minha janela..."), seu fogo era amarelado com línguas azuis, talvez porque não ostentasse a camisa que daria os tons anunciados pela canção. O sistema de lampiões foi inaugurado em 1872. A propósito, dona Zica vai bem, aos 97 anos. Mora aqui em São Paulo.
Reprodução
etrópole - O Ministério da Justiça acaba de proibir que policiais federais atirem em carros que furem barreiras ou durante perseguições. O senhor, como professor de cinema, não acha que isso foi um tiro no pé dos filmes policiais brasileiros? Máximo Barro - A rigor, não temos tradição em filmes desse tipo. Lembro-me de raros exemplos. Em 1950, José Carlos Burle fez para a Atlântida um filme sobre mafiosos que se passava no Rio. O elenco suava e bufava sob aqueles chapelões de feltro, ternos e jaquetões pesados. O espectador sentia as camisas coladas às costas. Em toda minha vida, e sempre fui montador, só montei uma fita policial no Brasil: "Conceição", contracenado por Hélio Souto (1929-2001), que, à semelhança de José Lewgoy (19202003), era o bandidão de plantão, e Norma Bengell. Depois, em 1974, Oswaldo Massaini (1920-1994) fez "O Marginal", estrelado por Tarcisio Meira e Darlene Glória. Só isso.
aras pessoas sabem que a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a PUC-SP, mantém em lugar secreto e seguro, do conhecimento de poucos, os seus documentos mais importantes. Foi a saída encontrada para preservar o acervo e a memória da instituição contra as sucessivas invasões de reitoria por
parte de alunos. Como é de conhecimento geral, esses protestos acabam em papéis picados, computadores avariados, móveis depredados e restos de comida espalhados. É bem possível que outros estabelecimentos do gênero tenham feito a mesma coisa, igualmente na moita.
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
11 ARIZONA 1 Deputada atingida em tiroteio de Tucson abre os olhos e mexe as pernas
nternacional
ARIZONA 2 Funeral de menina de 9 anos morta no atentado atrai centenas de pessoas
Divulgação/AFP
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah (segundo, da esq. à dir.), reúne-se com aliados para discutir a situação política no Líbano. Negociações sobre o novo governo de unidade começarão na segunda-feira.
Entre a tensão e a calmaria Após a queda do governo, líderes do Líbano e da comunidade internacional tentam assegurar que o país não mergulhará em uma nova guerra civil. Miguel Medina/AFP
U
m dia após o colapso do governo do Líbano, líderes do país e estrangeiros procuraram acalmar os temores de que o país mergulharia em uma nova guerra civil. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, assegurou que "nunca haverá uma guerra entre sunitas e xiitas no Líbano", informou a rede Al-Jazira. E o líder do Parlamento, Nabih Berri, tentava dar um ar de normalidade à situação ao anunciar que as consultas para indicar um novo primeiroministro começarão na segunda-feira da próxima semana. Berri fez a declaração após o presidente do Líbano, o cristão
Michel Suleiman, ter dito que até a escolha do novo primeiroministro, o atual premiê Saad Hariri permanecerá como interino. Berri é xiita e ligado ao Hezbollah, que deixou na quartafeira a coalizão de governo com seus aliados, em uma disputa sobre a investigação do assassinato do pai de Hariri em 2005. O escritório do presidente disse que aceitou as demissões dos 11 ministros, um a mais do que o necessário para derrubar o governo, que é de um terço do gabinete de 30 integrantes. A lei libanesa determina que, caso mais de um terço dos ministros renunciem, o governo é automaticamente dissolvido,
Nunca haverá uma guerra entre sunitas e xiitas no Líbano. HASSAN NASRALLAH
cabendo ao presidente fazer consultas ao Parlamento para indicar um líder capaz de formar um novo gabinete – o que significa o recrudescimento de disputas políticas e sectárias. As autoridades não quiseram
dizer se Hariri será solicitado a formar um novo governo ou se outra pessoa seria nomeada. O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, disse estar preocupado com a possibilidade de o Líbano entrar no caos. "Isso é ruim, tenso, ameaçador", disse. "Todos nós temos de trabalhar juntos para chegarmos a algum tipo de acordo", afirmou ele em Doha, no Catar. Após se reunir com líderes dos EUA e da França, o premiê libanês, o sunita Saad Hariri, viajou à Turquia, que tenta mediar a crise, após o fracasso da Síria e da Arábia Saudita em manterem a coalizão. O líder do Hezbollah culpou
Hariri pela atual crise. Em críticas ao premiê em sua busca por apoio estrangeiro, Nasrallah, apoiado pela Síria e pelo Irã, exortou Hariri a permanecer no exterior e não retornar ao país. O Hezbollah acusa o grupo de Hariri de se curvar ao Ocidente. No centro da disputa está a denúncia de que o Tribunal Especial para o Líbano, das Nações Unidas, que investiga o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafiq Hariri, pai do atual premiê, é uma conspiração dos EUA com Israel e pede que Hariri rejeite os resultados da investigação. É possível que o tribunal indicie membros do Hezbollah no atentado. (Agências)
O francês Sarkozy e Hariri
Torsten Blackwood/AFP
Austrália: cenas de pós-guerra.
A
s águas das enchentes que devastaram a terceira maior cidade da Austrália começaram a recuar ontem, depois de atingirem um nível inferior ao previsto, mas a reconstrução em Brisbane e em outras áreas atingidas levará anos, e há ameaças de mais enchentes devido à possível formação de um ciclone no Pacífico. A primeira-ministra do Estado de Queensland, cuja capital é Brisbane, comparou a situação a uma "zona de guerra". "Tudo o que eu podia ver eram seus telhados... sob cada um deles há uma história de horror", afirmou Anna Bligh, após sobrevoar áreas atingidas. "Não só a capital, mas três quartos do meu Estado (precisam de) um esforço de reconstrução de proporções de um pós-guerra", avaliou.
A enxurrada encheu de lama a cidade de 2 milhões de habitantes. Cerca de 12 mil casas foram inundadas, e 118 mil edifícios ficaram sem eletricidade. O número de mortos chega a 25 e ao menos 61 pessoas estão desaparecidas. Estradas e ferrovias foram destruídas e a tragédia deve se tornar a mais cara da Austrália, já que as estimativas eram de US$ 5 bilhões antes mesmo de Brisbane ter sido afetada. O Departamento de Meteorologia previu que uma tempestade na costa norte de Queensland deve se tornar um ciclone nas próximas horas. Embora isso deva causar mais chuvas, a previsão é de que o ciclone se afaste da costa. Mas, como o solo está encharcado, quaisquer novas chuvas representam uma ameaça ao Estado. (Agências)
Chuva dá trégua e águas começam a recuar em Brisbane. A reconstrução, a mais cara da história da Aústrália, deve durar vários anos. Reuters - 05/10/10
Berlusconi cada vez mais mortal
Mãos ao alto, Cristina!
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N
Corte Constitucional da Itália decidiu ontem que uma lei que vem protegendo o primeiro-ministro Silvio Berlusconi da possibilidade de ir a julgamento por corrupção e fraude é parcialmente inválida e que juízes podem ordenar que o premiê vá a julgamento. A decisão foi buscada por juízes de Milão, onde o premiê enfrenta três julgamentos por supostos delitos ligados a seu império de comunicações Mediaset. (Reuters)
Presidente argentina inicia giro pelo Oriente Médio de bolsos vazios
em o dinheiro da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, está resguardado da ação dos bandidos. Um funcionário da Presidência foi assaltado na quarta-feira por três homens no bairro de Palermo, na capital argentina, depois de sacar da Tesouraria Geral da Presidência US$ 68 mil e 17 mil euros destinados às diárias da viagem da líder ao Oriente Médio. Foi aberta uma investigação para saber se um servidor facilitou a informação aos bandidos. (Agências)
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Carl de Souza/AFP
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Quadros da Princesa Diana e do Príncipe Charles, pintados por Andy Warhol em 1982, estão à venda em Londres por US$ 3,1 mi.
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Em 1914, Henry Ford anuncia um novo sistema na linha de montagem de sua fábrica.
JANEIRO
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M ÚSICA G ASTRONOMIA
I NOVADOR
As esquisitices de Michael
Josep Lago/AFP
Truth Leem/Reuters
Audiência revela que astro tentava esconder a calvície e a descoloração da pele
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ichael Jackson pode ter descrito o anestésico propofol como seu "leite", mas, em lugar de lhe dar força, a substância o deixou em estado tão vulnerável que sua urina era coletada através de um aparelho usado em pacientes incontinentes. Esse foi um dos fatos sobre os últimos dias de vida de Jackson e as medidas extremas que ele tomou em sua vida para manter
sua imagem pública de belo superastro reveladas em uma audiência de seis dias sobre sua morte, em 2009. A audiência chegou ao fim esta semana. Na terça-feira passada, a Corte Superior de Los Angeles ordenou que o médico de Jackson, Conrad Murray, vá a julgamento pelo homicídio culposo (não intencional) do cantor, devido a uma overdose de remédios. Outros detalhes divulgados foram que Jackson dormia de
touca cirúrgica para cobrir sua calvície, além dos muitos tubos de creme branqueador que ele usava para esconder o vitiligo, doença que provoca a descoloração da pele. Mas também foi revelado um lado mais agradável do rei do pop. Jackson foi descrito como pai que amava seus três filhos e que, mesmo vivendo sob a perseguição de paparazzi, se esforçava para lhes proporcionar uma vida normal. (Reuters)
Rupak De Chowdhuri/Reuters
41º, a nova casa do genial Ferran Adrià. acessíveis. A nova casa, em Barcelona, tem tudo para ser o mais quente endereço da cidade. Alguns tapas que serão servidos: ostras com gelatina de limão, e ainda gordura de jamón ibérico defumado com purê de raiz forte e lichia. E mais: morangos "impregnados" de Campari, mandarina e menta; bocadillo (sanduichinho) de merengue de água de tomate com pancetta.
O mais recente filme do sulcoreano Park Chan-wook, Night Fishing, provocou uma agitação em seu país de origem por ter sido filmado com 10 iPhones 4 – três das câmeras eram controladas por ele. Vídeos gravados com celulares já existem na web, mas essa é a primeira vez que um diretor renomado tentou esse tipo de produção. Park, cujos filmes são conhecidos pelo enquadramento cuidadoso e pela temática pesada, disse que as limitações de uma câmera pequena trouxeram uma nova criatividade e vida ao filme. S MARTPHONE
Vem aí o Dakota, o novo Blackberry.
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Um dos nomes mais festejados da gastronomia, o espanhol Ferran Adrià, surpreendeu meio mundo quando avisou que iria fechar seu restaurante (El Bulli) em julho do ano passado. Nesta semana, ele e o irmão, o não menos genial pâtissier Albert, inauguraram o 41º, um bar de tapas que servirá drinques e comidinhas no mesmo estilo gastronômico que fez a fama de Adrià, mas com preços mais
Diretor produz filme com iPhone
INFÂNCIA - Menina tenta se proteger do frio enquanto pede esmola numa praia da ilha Sagar, ao sul de Calcutá (Índia). Peregrinos e monges hindus estão fazendo a viagem anual à região para se banharem na confluência do rio Ganges e o Golfo de Bengala.
F ÓRMULA
Heineken quer recriar cerveja do século 19
Eodromaeus, o mini dinossauro predador.
A empresa holandesa Heineken pretende ganhar um contrato de licença para recriar a fórmula do que pode ser a cerveja mais antiga do mundo, encontrada em julho do ano passado, em um naufrágio no Mar Åland da Finlândia. A origem da cerveja é indeterminada, mas estima-se que data dos anos 1820-1830. Os cientistas estão examinando o fermento de quatro garrafas de cerveja recolhidas dos destroços. "Neste momento, acreditamos que elas são as mais antigas cervejas engarrafadas no mundo que podem ser consumidas", disse Rainer Juslin, integrante do governo autônomo das ilhas Åland. Se o fermento na cerveja permanece vivo ou inativo, o governo pretende vender os direitos para recriar a cerveja.
Descoberto na Formação Ischigualasto, um local árido conhecido como "Vale da Lua", na Argentina, o dinossauro pesava entre cinco e sete quilos e media um pouco mais de um metro. Há 230 milhões de anos.
O site de tecnologia Boy Genius Report publicou ontem detalhes sobre um novo smartphone da Research In Motion (RIM) com tela touchscreen e teclado, que estaria sendo desenvolvido sob o codinome BlackBerry Dakota. Segundo o site, o novo aparelho conta com tecnologia near-field communication (NFC), que permite uma forma de pagamento em que o celular é aproximado de um terminal para registrar o débito. Uma foto mostra um aparelho no mesmo estilo do BlackBerry Bold, com uma tela touchscreen de 2,8 polegadas, além do famoso teclado físico tradicional da RIM. A empresa não quis comentar a informação. (Reuters) L OTERIAS Concurso 600 da LOTOFÁCIL
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Concurso 2496 da QUINA 03
V ULCÃO
C ARNAVAL
Antonio Parrinello/Reuters
Ognen Teofilovski/Reuters
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O Monte Etna, na Sicília (Itália), entrou em erupção durante a noite de quarta-feira e madrugada de ontem, expelindo uma coluna de fumaça e levando ao fechamento de alguns aeroportos no país.
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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:
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1/3 dos cursos superiores do país é de baixa qualidade
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Mulher comanda a PM na região de Sorocaba
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Turista morre após acidente de buggy no RN
Músicos mascarados desfilam pelas ruas da vila de Vevcani, na Macedônia. O carnaval de tradição ortodoxa é celebrado há cerca de 1,4 mil anos na região e um dos pontos altos do desfile é uma paródia política de eventos atuais.
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13 SWAP Banco Central (BC) compra hoje US$ 1 bilhão no mercado futuro
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MERCADO R$ 2,26 bilhões entraram na Bovespa até o dia 11, via estrangeiros.
Zanone Fraissat/Folhapress
Muitos acreditam que conceder à iniciativa privada a operação dos aeroportos seria a melhor maneira para evitar o estrangulamento do setor aéreo. Outros não acham que seja tão simples assim.
Aeroportos: nas asas do descontrole. Aproximação de grandes eventos, como Copa e Olimpíada, reacende as discussões em torno dos problemas da falta de infraestrutura aeroportuária brasileira. Moacyr Lopes Júnior/Folhapress
Renato Carbonari Ibelli
F
alta de estrutura, superlotação e atrasos. Essas dificuldades já se tornaram rotineiras para os passageiros dos aeroportos brasileiros, que há anos vivem à beira do caos. Mas a expectativa de grandes eventos como a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016, ampliam as dimensões dos problemas e aquecem as discussões sobre como o País pretende melhorar a estrutura aeroportuária local. As opiniões se dividem entre especialistas em infraestrutura e representantes de companhias aéreas. Muitos acreditam que conceder à iniciativa privada a operação dos aeroportos seria a melhor maneira de evitar o estrangulamento do setor aéreo do País – posicionamento já defendido até pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Outros não acham que a solução seja tão simples. O fato é que o volume de passageiros tem crescido 25% ao ano. Nesse ritmo, a movimentação atual, de aproximadamente 128 milhões de passageiros anualmente, praticamente dobraria até 2014. Assim, sem investimentos pesados e imediatos para estruturação do modal aéreo, não haverá como comportar o crescimento da demanda. Segundo Mário Luiz Ferreira de Mello, diretor-presidente da Aeroservice Consultoria e Engenharia de Projeto, o poder público não teria a agilidade necessária para adequar os aeroportos já existentes ou construir outros. "A melhor solução seria delegar a operação dos aeroportos à iniciativa privada", diz Mello. O diretor da Aeroservice sugere que a administração dos a e ro p o r t o s re n t á v e i s s e j a transferida à iniciativa privada por meio de concessão onerosa. No caso daqueles que não são lucrativos, a saída seria elaborar Parceria Público Privada (PPP). Para tornar possível a cessão das operações aeroportuárias ao setor privado, o pri-
Estima-se que para adequar os aeroportos à demanda esperada seria preciso o aporte de R$ 12,2 bilhões.
meiro passo seria a criação de uma corporação pública, aos moldes da Petrobras, que substituiria a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) na administração dos aeroportos. "Diferentemente da Infraero, essa corporação teria dispositi-
vos contratuais, aos moldes dos da Petrobras, podendo escolher parceiros para eventuais PPPs e realizar a cessão das operações de aeroportos", explica. Estima-se que para adequar os aeroportos à demanda esperada para os próximos anos seria preciso o aporte de R$ 12,2
bilhões, sendo que nessa conta não entram investimentos para a construção de novos aeroportos. Tendo como meta a Copa de 2014, o governo Federal prevê destinar pouco mais de um terço do montante considerado necessário. Para Paulo Godoy, presi-
Mais autonomia para Infraero
A
A zul Linhas Aéreas não considera adequada a privatização dos aeropor tos. Segundo Adalberto Febeliano, diretor de Relações Institucionais da companhia aérea, a entrada da iniciativa privada tende a encarecer as operações aeroportuárias. Para o executivo da Azul, a solução para os problemas de infraestrutura no setor seria dar mais liberdade de atuação para a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero). Segundo Febeliano, exemplos internacionais mostram que houve encarecimento e precarização dos serviços em aeroportos que saíram das mãos do estado para as do setor privado. Ele cita o caso do
principal aeroporto da Inglaterra, o Heathrow, que após ser assumido pela empresa espanhola Ferrovial, passou a ter uma das maiores tarifas do mundo. O mesmo aconteceu no México e na Argentina. "Os aeroportos brasileiros cobram tarifa de pouso, de permanência e embarque. Não adianta imaginar que as companhias aéreas arcam com esses custos. Eles são repassados aos passageiros. Se isso subir, muitos passageiros vão parar de voar", afirma o executivo. Já nos Estados Unidos, de acordo com Febeliano, os principais aeroportos são do governo. "E esse modelo funciona bem por lá", diz. Em geral, os aeroportos norte-ame-
ricanos pertencem aos municípios. Segundo o executivo, o maior aeroporto municipal americano, o de Dallas, no Texas, lucra tanto que isenta as companhias aéreas de algumas taxas. Mais investimentos – Febeliano acredita que a Infraero precisaria ter mais autonomia para fazer investimentos. Segundo ele, há leis nos Estados Unidos que impõem que todo dinheiro gerado em um aeroporto tem de ser direcionado para melhorias no próprio local. "Por aqui, o destino para aquilo que a Infraero arrecada é duvidoso. Metade do recolhido com a taxa de embarque internacional, por exemplo, vai para o Tesouro Nacional", afirma. (RCI)
dente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), a expansão da capacidade do setor aeroportuário brasileiro passa pela adoção do modelo de concessão dos aeroportos, a exemplo do que ocorre em diferentes setores de infraestrutura. "Não podemos aceitar que a culpa dos problemas esteja no excesso da demanda, mas sim na falta de eficiência e de agilidade para promover investimentos", diz Godoy. O presidente da Abdib defende a entrada da iniciativa privada na gestão dos aeroportos. "A operação e a administração seriam regidas por contratos com metas de investimento, obrigações e penalidades, com fiscalização técnica e independente realizada por agência reguladora." A s e m p re s a s a é re a s , a s maiores afetadas com a possível entrada da iniciativa privada no setor, têm opiniões divergentes. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) informa que só haverá consenso depois que o governo incluir as empresas do setor na discussão, o que ainda não aconteceu. A posição particular da Azul Linhas Aéreas é contrária à entrada da iniciativa privada no controle dos aeroportos. Segundo a empresa, exemplos internacionais dessa interferência acarretaram em aumento de custos para as empresas (veja texto à esquerda). Por outro lado, a Gol se coloca até como possível interessada em investir. "Se isso for necessário para a melhoria do setor", pondera a empresa em nota enviada pela assessoria de imprensa. Ainda não há notícia de qualquer empresa que tenha demonstrado interesses claros em operar os aeroportos do País. Mas, em um primeiro momento, o empresariado vê de forma positiva a possibilidade. As oportunidades de obter retorno em investimentos de ampliação, e até de construção de aeroportos, viria de taxas cobradas das empresas aéreas e da exploração de pontos comerciais e estacionamento.
Demanda por voos sobe 23% no País
A
s companhias aéreas brasileiras registraram crescimento de 23,47% no fluxo de passageiros transportados no País em 2010 na comparação com o ano anterior, segundo dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Só em dezembro, o avanço foi de 18,62% em relação a igual período de 2009. Embora positivos, os índices confirmam a tendência de desaceleração no crescimento do setor, que havia atingido quase 43% no segmento doméstico em fevereiro passado. A taxa de ocupação dos voos domésticos foi de 68,81% em 2010, ante 65,76% do ano anterior. Entre as seis maiores empresas aéreas nacionais, a que obteve maior ocupação foi a Azul, com 79,6%. Ao fim de 2010, a TAM respondeu por 42,81% do mercado, um crescimento de 16,31% em relação a 2009. O grupo Gol/Varig registrou participação de 39,51%, com alta semelhante à primeira colocada, de 16,99%. A Anac informou também que a demanda por voos internacionais operados por companhias brasileiras cresceu 20,38% em 2010 em relação a 2009. Só em dezembro, a demanda internacional teve alta de 17,66% em relação a igual periodo de 2009. (AE)
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COMÉRCIO
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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15 No Brasil, as transações de 2010 da PSA somaram 90.326 unidades, resultado 10,35% superior ao obtido em 2009.
conomia Clayton de Souza/AE
Indústria de SP cria 114 mil vagas Estudo da Fiesp mostra que novos empregos formais aumentaram 4,74% em 2010, mais que a projeção de 4,5%. Paula Cunha
A
indústria paulista registrou desempenho positivo em 2010, com a criação de 114 mil vagas, o que indica elevação de 4,74% sobre o comportamento de 2009, que terminou com recuo de 4,5%. O resultado é considerado um recorde desde julho de 2005, início da série histórica do indicador elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e ficou acima da sua própria estimativa de aumento de 4,5% divulgada em dezembro. Para Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade, 2010 foi um ano de recuperação após um desempenho negativo da indústria em 2009. Apesar do resultado melhor, o setor continua afetado pelas importações, mas ajustou-se para reduzir o impacto da concorrência com os produtos estrangeiros de valor inferior aos itens nacionais. Ele lembrou que a maior alta do índice anual havia sido de 4,56% em 2007. Entre os segmentos que mais criaram postos de trabalho em 2010, estão os de equipamentos de informática e produtos eletrônicos e ópticos, com alta de 11,4%, metalurgia (10,2%) e móveis (9,3%), seguidos de máquinas e equipamentos (8,3%). No caso desse último, o movimento no ano de 2010 não foi de crescimento, mas de recuperação, já que em 2009 foi o que apresentou o pior comportamento. O de-
sempenho negativo restringiu-se ao de produtos alimentícios (0,9%) e itens de couro, de viagem e calçados (1,4%). Dezembro – O relatório apresentado pela Fiesp aponta também o índice de nível de emprego de dezembro. O último mês do ano apresentou recuo de 2,34% sem ajuste sazonal ante novembro, o que equivale à eliminação de 65 mil postos de trabalho, com o fim da colheita de cana-deaçúcar no final do ano. Levando-se em conta o ajuste, houve pequeno avanço de 0,94%. O comportamento já era esperado por Francini.
2,34 por cento foi o decréscimo do nível de emprego no mês de dezembro na indústria do Estado de São Paulo Dentre os 22 setores pesquisados mensalmente, apenas dois tiveram resultado positivo, três permaneceram estáveis e 17 registraram recuo. No último mês de 2010, o segmento de máquinas e equipamentos registrou alta de 0,4%, enquanto o de produtos de minerais não-metálicos avançou somente 0,1%. Entre os que eliminaram postos de trabalho, destaca-
ram-se o alimentício (11,3%), artigos de couro, de viagem e calçados (5,4%) e de fabricação de coque e produtos derivados de petróleo (3,8%). Análise e expectativas – O número maior de empregos criados em 2010 na indústria paulista não foi suficiente para alcançar os níveis observados antes da crise econômica internacional que se iniciou em setembro de 2008. Por isso, os estudos indicam que a recuperação só acontecerá no final de 2011. De acordo com o diretor, a expectativa era de melhora de índices no primeiro trimestre deste ano, porém o avanço nas importações, estimulado pela queda das cotações do dólar, está colocando um freio no ritmo da retomada das atividades industriais. Para este ano, a federação espera uma elevação de 3,4% no nível do emprego industrial no Estado de São Paulo. Na avaliação de Francini, em 2011, o destaque será o segmento da construção civil, que avançará 6,6%. Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa é de avanço de 4,6% enquanto a indústria de transformação crescerá 4,7%. Em razão desses números, o diretor da Fiesp acredita que serão criados mais postos de trabalho na indústria que em 2010. Dilma – Além disso, Francini acredita que as primeiras medidas do governo da presidente da República, Dilma Rousseff, foram positivas, e que iniciativas para conter a demanda por crédito são uma alternativa para combater a inflação. Ele ressaltou que é totalmente contra o processo in-
Setor continua afetado pelas importações, no entanto ajustou-se para reduzir a concorrência estrangeira.
flacionário, pois pune a todos e desorganiza a economia. Outro fator positivo é que a equipe de Dilma atua de maneira mais coesa que a do governo Lula, especialmente na considera proposta de redução dos juros para 2% em 2014.
Para alcançar essa meta, espera-se um conjunto de medidas que inclui o ajuste fiscal. Ele acredita que não haverá aumento da taxa básica de juros (Selic) na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima quarta-
feira, mas brincou dizendo que seus prognósticos nunca se realizam. "O governo federal já sinalizou que tem outros instrumentos para controlar a inflação. A Selic é um instrumento mais grosseiro e de alto custo", concluiu Francini. Elza Fiuza/ABr
País mantém nível de empregos
O
emprego industrial viveu em novembro do ano passado o quarto mês consecutivo de estagnação. A Pesquisa Industrial Mensal: Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou estabilidade no número de trabalhadores na indústria brasileira em novembro ante outubro do ano passado – cenário idêntico ao apurado no mês anterior. Analistas alertam que o mercado de trabalho industrial sofre com a forte concorrência dos importados, que reduz o dinamismo da indústria e, por consequência, reduz ritmo de contratações. Na comparação com igual mês do ano anterior, o emprego industrial subiu 3% em novembro do ano passado, com aumentos de 3,4% no ano; e de 2,9% em 12 meses. Os resultados superam todas as variações anuais do emprego industrial desde 2001, quando começou a série histórica da Pi-
mes. Mas essas taxas são elevadas devido a uma base de comparação baixa, referente ao ano de 2009, quando a indústria ainda sofria os impactos negativos da crise global, de acordo com o economista da coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo. Segundo ele, os sinais de estabilidade no pessoal ocupado são perceptíveis desde agosto de 2010, principalmente dentro da indústria de transformação. "Não podemos dissociar o que ocorre no emprego industrial com o que acontece na produção industrial. E a indústria da transformação tem contribuído mais para esse cenário do que a indústria extrativa", afirmou Macedo. Na análise por regiões, Macedo informou que, mais uma vez, São Paulo foi a localidade que deu a principal contribuição na formação do pessoal ocupado na indústria, até novembro. Lembrou que, além de o estado ser intensivo na atividade de indústria da transformação, representa 35% do
emprego industrial no País. Para o consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) Rogério Souza, o emprego industrial ficou "parado" em novembro. "É difícil falar que a economia brasileira não está boa, em algum campo. A indústria não participou muito do crescimento da economia brasileira – em comparação com a contribuição de comércio e de serviços", avaliou. Souza observou que os fatores que levaram a esse cenário, como o dólar mais fraco em comparação com o real, favorecendo a entrada de manufaturados estrangeiros no mercado doméstico brasileiro; e entraves competitivos de carga tributária elevada permanecem em 2011. Ele comentou, no entanto, que os investimentos da indústria da transformação continuam "firmes". Isso pode sinalizar interesse dos empresários em investir em aumento de competitividade, para concorrer com o avanço dos importados. (AE)
Sebastien Bozon/AE
Peugeot Citroën investirá 700 mi de euros no mercado latino
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A francesa PSA Peugeot Citroën quer vender 50% dos veículos fora da Europa até 2015
LUPI PROJETA 3 MILHÕES DE EMPREGOS EM 2011 – O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou ontem que a geração de empregos formais no País em 2010 ultrapassou os 2,55 milhões, o que deve confirmar um resultado histórico. O número oficial do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de dezembro e do ano será divulgado na próxima semana. No acumulado do ano até novembro, foram criados 2.544.457 empregos formais. Lupi disse que apesar da perspectiva de desaceleração da economia neste ano, a geração de empregos deve superar os 3 milhões em 2011. "O ciclo virtuoso vai continuar com o aumento dos investimentos em obras de infraestrutura e nas obras para a Copa do Mundo e a Olimpíada", disse o ministro. (AE)
montadora francesa PSA Peugeot Citroën, que aumentou em 26,5% suas vendas na América Latina em 2010 com 294,3 mil veículos, vai investir 700 milhões de euros na região em três anos, segundo anunciou ontem o diretor das marcas, Jean-Marc Gales. A Peugeot comercializou 173 mil unidades na América Latina enquanto o resto corresponde às vendas da Citroën, segundo os números apresentados em entrevista coletiva em Paris sobre
os resultados comerciais da PSA. No Brasil, país importador prioritário da empresa na América Latina, as transações de 2010 somaram volume recorde de 90.326 unidades, resultado 10,35% superior ao de 2009. A projeção da companhia é crescer acima da média do mercado brasileiro ao longo de 2011. A previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), é de alta de 5% nas vendas. A companhia anunciou sua
estratégia comercial "mais agressiva e adaptada aos mercados locais" como a América Latina. A montadora espera que os mercados de veículos na América Latina e na China cresçam em 2011. A PSA vendeu 39% de seus carros e comerciais leves fora da Europa em 2010, em comparação com os 34% em 2009, informou a companhia em comunicado ao mercado ontem. A companhia tem meta de gerar 50% de suas vendas fora da Europa até 2015. (Agências)
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14,2 milhões de novas conexões de banda larga foram feitas no Brasil no último ano.
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A FORÇA DA CAIXA mote da campanha da rede Starbucks no País até março é "Descubra o seu Frappuccino favorito". A bebida, à base de café ou creme, batida com leite (integral, desnatado, soja ou soja STARBUCKS e o Frappuccino light), gelo e diversas possibilidades, como essências ou caldas, neste verão poderá ser ainda mais personalizada e ficar com o sabor preferido do consumidor. E em uma ousadia na terra líder na produção do melhor café do mundo, que é o Brasil, a rede norte-americana continua a impor, como sinônimo de qualidade, o café em grão "Colombia Nariño Supremo". Como os produtores locais nada fazem para evitar tal distorção, há quem acredite na supremacia colombiana. Para compensar, a rede começa a oferecer brigadeiros, só falta o cacau usado ser importado.
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COM CONTRATO renovado, ator apresenta sonhos em inglês.
SANTORO AGAIN Wise Up acaba de renovar pelo terceiro ano consecutivo o contrato com o ator Rodrigo Santoro. No novo comercial, "Tire seus sonhos do papel", assinado pela agência Yeah!, com produção da Mindset Films, Santoro anda por um corredor repleto de folhas de papel com planos para o novo ano, muitos dos quais nunca serão cumpridos. A ideia é mostrar que, aprendendo inglês, as chances de crescimento profissional, como as do próprio Santoro, aumentam. Faz sentido.
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LADO A LADO agência NeogamaBBH, de Alexandre Gama, dá continuidade ao conceito "Lado a Lado", que reforça o posicionamento Presença criado para o Bradesco. A PRESENÇA em todo lugar primeira campanha do ano do banco é voltada à sua capilaridade. "A ação evidencia o compromisso do Bradesco em estar presente na vida de seus correntistas em todos os momentos, e leva em conta o fato de que no verão a conveniência e eficiência dos serviços é ainda mais esperada, uma vez que as pessoas querem usufruir desse período principalmente para descansar e se divertir", explica o diretor de Marketing do Bradesco, Jorge Pohlmann Nasser. O comercial mostra uma colagem de imagens de pessoas fazendo uso dos canais de conveniência sem deixar de aproveitar o verão.
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Fotos: Divulgação
VERÃO COM CAFEÍNA
á 150 anos, D. Pedro II criou a Caixa Econômica e um Monte de Socorro na Corte. O objetivo era conceder empréstimos e estimular a população, desde aqueles idos, a poupar. As classes menos abastadas também deveriam ter acesso à Caixa, o que permitiu que escravos depositassem as economias, recebendo juros de 6% ao ano, recursos com os quais poderiam comprar suas alforrias. O Monte Socorro, que na realidade era o serviço de penhor, garantia outros trocados a quem passava por aperto imediato. Os juros cobrados, como ainda hoje, eram baixos e a joia ou o bem entravam como garantia. Assim, o imperador esperava colocar fim a milhares de "Casas de Prego" que se espalhavam pelo País que não ofereciam garantias reais e se tornavam motivo de disputas judiciais, especialmente entre as classes mais baixas. O nome dessas instituições, até então informais, tem a ver com o fato de os bens dados como garantia ficarem dependurados em pregos à vista dos interessados em comprar as joias em leilões, caso os donos não conseguissem resgatá-las a tempo. Hoje, a Caixa Econômica Federal continua a manter as portas abertas à população de baixa renda e ampliou seu papel ao assumir o pagamento de benefícios sociais como o Bolsa Família, dada a sua capilaridade por meio de casas lotéricas e correspondentes bancários em todos os municípios. Em um país que, segunCAMPANHA da Caixa é assinada pela agência Fischer+Fala do dados divulgados esta semana pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 40% da população não tem conta em banco, a çudos", personagens que rejuvenesceram um dos primeiCaixa cumpre há 150 anos importante papel de inclusão, ros produtos financeiros da Caixa. tanto que entre as dez primeiras contas do século 19, quaAo longo dos anos, a comunicação da Caixa vem tro pertenciam a crianças, expressão do conceito de pou- mantendo, porém, uma marca, que é o reforço da poupança pretendido naquela época. pança, ainda que a aplicação tenha sofrido abalo com o Em 1962, a Caixa assumiu as operações dos jogos loté- confisco do governo Collor. Desde o Império, as caderricos e em 1986 incorporou o Banco Nacional de Habita- netas eram consideradas aplicações garantidas pelo ção (BNH), que o economista Octávio Gouvêa de Bulhões, governo. Passado o susto, elas reconquistaram a crediuma das primeiras fontes de informação do colunista, la- bilidade, para a alegria de todos. E é revendo esses 150 mentou ter matado ao instituir a correção monetária para anos que a Caixa encontrou motivos de sobra para coo pagamento das prestações da casa própria, que acabou memorar e brindar os brasileiros com duas produções, por espalhar, como rastro de pólvora, a indexação por toda que têm como pano de fundo as belíssimas canções e a economia, inflacionando-a ao extremo. poemas de Chico Buarque, a minissérie "Amor em 4 É de erros e acertos que a história da Caixa vem sendo tempos" (parceria entre TV Globo e Academia Filmes), e escrita. Na publicidade, a instituição cuja a campanha dos o filme "Olhos nos olhos", do moçambicano Mia Couto, 150 anos é assinada pela agência Fischer+Fala!, teve dois com estreia prevista para o meio do ano. momentos recentes marcantes, assinados por publicitários respeitados: Nizan Guanaes e Jader Rossetto. O priEnvie informações para essa meiro é um dos responsáveis pelo famoso bordão "Vem coluna para o e-mail: pra Caixa, você também", que de tão forte ainda é insinuacarlosfranco@revistapublicitta. com.br do nos jingles da instituição. Já Rosseto criou os "poupan-
ELA DE NOVO arnier Nutrisse vai patrocinar as principais ações de Ivete Sangalo em 2011, a começar pelas apresentações da "musa do axé" em São Paulo e Rio neste início de ano. O ingresso pode ser obtido mediante a apresentação de duas embalagens de Garnier Nutrisse em pontos espalhados pelas duas cidades. A relação completa dos postos de troca está disponível no site www.nutrisse.com.br/carnaval. Com o mote "Acelere o Carnaval", a ideia é trazer a famosa festa de Salvador direto para as duas maiores capitais do sudeste. "Queremos presentear nossas consumidoras e fãs de Ivete Sangalo acelerando o carnaval, que em 2011 só vai acontecer em março", explica o diretor de marketing da Garnier, Pedro Janowitzer. A primeira apresentação acontece dia 25 de janeiro, no Parque do Anhembi, em São Paulo, e faz parte das comemorações pelo aniversário da cidade. Já na capital carioca, o show de Ivete Sangalo acontece no dia 6 de fevereiro, no Riocentro. Cada evento terá capacidade para um público de cerca de 30 mil pessoas. Haja axé!
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BOM HUMOR da China
TUDO DÁ FOME esponder a 500 perguntas dos filhos por dia, piscar 21,5 mil vezes em 24 horas ou respirar 300 litros de ar por segundo e tantas outras atividades do dia a dia dão uma fome, né? E "Tudo pede um China in Box". Como esse tema, a agência Babel lança uma campanha bem-humorada e versátil para a rede de culinária chinesa mais famosa do Brasil. A ação nacional inclui cinco filmes para TV, anúncios regionais para mídia impressa, material de PDV, participação em eventos, assim como novas embalagens e cardápio. Explora mídias indoor e out of home e peças online.
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Banda larga cresce 71% em 2010
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s acessos de banda larga no Brasil cresceram 71% em 2010. Balanço divulgado ontem pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), que representa as operadoras de telefonia privadas, mostra
que a base de acessos de internet rápida chegou a 34,2 milhões. Essa expansão é consequência da inclusão de 14,2 milhões de novas conexões – o que, segundo o sindicato, representa o acréscimo de 27 acessos por minuto ao longo do ano. O levantamento considerou os acessos em banda larga
fixa, modens de conexão à internet móvel e terminais de terceira geração (3G), como os smartphones, que foram o destaque de 2010, com taxa de crescimento de 257%. Entre o fim de 2009 e o fim do ano passado, os acessos via 3G por smartphones saltaram de 4 milhões para 14,6 milhões. Nesse mesmo período, o número de terminais de banda larga fixa subiu de 11,4 milhões para 13,6 milhões, um incremento de 20%, e o número de modens subiu 31%, de 4,6 milhões para 6 milhões. No quarto trimestre de 2010, melhor período de vendas no ano para as operadoras por causa do Natal, 3,6 milhões de novos acessos foram ativados, entre conexões fixas e móveis,
número 12% maior que no terceiro trimestre do ano passado. Em 2010, o acesso à internet via banda larga móvel pelas redes 3G ultrapassou a banda larga fixa. O levantamento mostra que o número de acessos nesse segmento, entre smartphones e modens, passou de 8,7 milhões em 2009 para 20,6 milhões no fim do ano passado, representando aproximadamente 50% a mais que o número de conexões pela banda larga fixa. A velocidade média das conexões é de 1,3 megabits por segundo. Os serviços de banda larga são oferecidos em 1.059 cidades, nas quais há pelo menos duas prestadoras presentes. (AE)
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Crise fiscal europeia pode gerar consequências negativas a emergentes. Andrew Burns, gerente do Banco Mundial
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América Latina e os dilemas do câmbio A situação relativamente confortável dos países latinoamericanos – que conseguiram se livrar rapidamente dos efeitos da crise financeira mundial e agora veem suas economias crescerem em ritmo superior ao das nações desenvolvidas – traz um problema: as moedas locais tornaram-se valorizadas diante do dólar, levando as empresas da América Latina a perderem competitividade no mercado externo e estimulando os governos a adotarem medidas para segurar a apreciação de suas divisas. A avaliação foi feita na reportagem "Waging the currency war" ("Travando a guerra cambial", na tradução do inglês), incluída na última edição da revista britânica The Economist, que chegou ontem às bancas. O texto ecoou as preocupações levantadas nos últimos dias em veículos da imprensa como o Financial Times e a agência Bloomberg de que os emergentes têm agora que escolher as ferramentas monetárias adequadas para resolver o pro blema. O texto lembrou que, no quadro atual, a América Lati-
Reportagem da revista britânica The Economist avalia que a pujança econômica e a valorização da moeda trazem um novo conjunto de dilemas aos governos da região
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na se tornou atrativa para o capital externo – o que levou o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, a falar em "guerra cambial", responsabilizando a política monetária dos Estados Unidos e a recusa da China em elevar o yuan como principais fatores que teriam levado o País a aumentar seu nível de importações e a manter o real sobrevalorizado. A The Economist citou as reclamações recentes de empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre o risco de "desin-
dustrialização" do País em razão da situação. Outro ponto levantado pela publicação britânica foi a situação de superaquecimento da economia dos emergentes. "No Brasil, houve demora por parte do governo em retirar os estímulos fiscais adotados durante a crise. O novo governo do País disse que irá diminuir
seu déficit fiscal, ainda que muitos economistas sejam céticos a esse respeito. O sr. Mantega agora aceita que a política fiscal expansionista ajudou a elevar as taxas de juros e a cotação da moeda, algo que ele anteriormente negava." F er r am e nt as – O uso de meios menos ortodoxos para conter a entrada de capitais foi lembrado pela revista. O texto citou a introdução da alíquota de 2% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a compra de bônus por estrangeiros no Brasil, que depois foi
elevada para 6%. A eficácia dessas medidas foi destacada na reportagem, que ouviu a esse respeito Marcelo Carvalho, economista do BNP Paribas em São Paulo. "Se você se esforçar para afastar os investimentos externos, você pode conseguir", disse. Tam-
bém foi citado o caso colombiano, onde os estrangeiros poderão ter de depositar 30% do valor de seus investimentos por um ano no banco central do país, sem receberem juros. O texto concluiu afirmando que a diminuição da competitividade das empresas latinoamericanas seria melhor resolvida com a adoção de reformas tributárias, trabalhistas e redução da burocracia. Leia mais sobre o assunto em Opinião, na página 2.
Emergentes impulsionarão economia global
46 por cento da expansão do PIB global em 2011 virão dos países emergentes, de acordo com estudo do Banco Mundial.
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studo divulgado ontem pelo Banco Mundial (Bird) indica que os países emergentes serão responsáveis por 46% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2011. De acordo com a estimativa, deverá haver uma redução no ritmo do crescimento da economia em 2011, depois de uma expansão de 3,9% em 2010 – que se seguiu à crise financeira mundial do ano anterior. Ao todo, a economia deverá apresentar crescimento de apenas 3,3% neste ano, e de 3,6% em 2012. O estudo avalia que a econo-
mia mundial vem passando "de uma fase de recuperação pós-crise para um crescimento mais lento, porém ainda sólido neste ano e no próximo". Brasil – Em média, o crescimento econômico dos países desenvolvidos deverá ser de 2,4% neste ano, ao passo que os emergentes terão expansão média de 6%. No caso do Brasil, o relatório do Banco Mundial prevê um crescimento do PIB real de 4,5% em 2011, seguido de uma expansão de 4,1% em 2012. "É um sinal encorajador, não apenas da saúde dessas econo-
Para Fiesp, alta da Selic é forma 'grosseira' de controle.
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diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, afirmou ontem que não espera um aumento da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC) na próxima semana – quando acontecerá a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). "A elevação dos juros é uma forma grosseira de reduzir o nível de atividade da economia. Há outros mecanismos que podem ser utilizados e que não causam efeitos tão ruins, inclusive com aumento da dívida pública, como a alta da Selic – que é uma verdadeira bomba arrasa-quarteirão." Francini fez a ressalva de que normalmente seus prognósticos sobre a reunião do Copom nunca se confirmam, e admitiu que sua opinião é diferente da mediana das estimativas, colhidas pela Pesquisa Focus do BC – segundo a qual a taxa deve subir 0,5 ponto percentual na reunião da próxima semana.
Há outros mecanismos que podem ser utilizados e que não causam efeitos tão ruins. PAULO FRANCINI, DA FIESP
Ele destacou que, entre os instrumentos que podem ser utilizados pelo governo para conter a demanda agregada, há medidas que dificultam a concessão do crédito, como as que já foram adotadas recentemente pelo Poder Executivo. Inflação – Francini ressaltou que é totalmente contrário ao aumento dos preços da economia. "Tenho pavor de inflação. Desorganiza a vida econômica e estimula os pequenos a entrar no jogo junto com os grandes, um jogo no qual geralmente os pequenos perdem. É como uma corrida entre uma Ferrari e uma car-
roça. Portanto, é socialmente muito injusta", afirmou o diretor da Fiesp. Segundo ele, é oportuna a ampliação do debate sobre algumas questões que influenciam a inflação. Uma delas, de acordo com Francini, é a alta dos preços dos alimentos, que vem ocorrendo nos últimos meses motivada em parte por problemas climáticos. "O aumento da Selic vai fazer a chuva parar?", questionou. Francini também afirmouque a discussão que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, iniciou recentemente sobre os núcleos dos índices de inflação é adequada. De acordo com a consultoria LCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma alta média de 4,7% de 2006 a 2010. Contudo, se forem retirados alimentos, que representam 23% do índice, a elevação cai e atinge uma alta média de 4%. "Os preços das indústrias estão muito comportados e são até um freio para a taxa de inflação. É preciso encontrar o remédio certo para a respectiva moléstia", disse Francini. (AE)
mias, mas também do crescente papel que elas vêm desempenhando na economia global", afirmou Andrew Burns, gerente de Macroeconomia Global do Grupo de Perspectivas de Economias de Desenvolvimento do Banco Mundial. Ele alertou, contudo, que poderá haver mudança no cenário positivo caso se verifique um agravamento da crise fiscal que assola alguns países da Europa. "Essa possibilidade não apenas reduziria o potencial de crescimento da economia europeia, como também poderia resultar em con-
sequências negativas para países emergentes." América Latina e Caribe – De acordo com o documento do Banco Mundial, os países latino-americanos e caribenhos conseguiram sair da crise de maneira positiva. Em 2010, o organismo prevê que o PIB regional tenha crescido para 5,7%, "semelhante à média registrada no surto de crescimento verificado no período 2004-2009". A leve redução do ritmo de crescimento regional prevista para 2011 (para cerca de 4%), se deveria, segundo o re-
latório, a fragilidades na conjuntura econômica em outras partes do mundo. Inflação – O texto do relatório divulgado pelo Banco Mundial chamou a atenção para a pressão inflacionária enfrentada pelos emergentes, especialmente China e Índia. "Aumentos de dois dígitos nos preços de alimentos básicos nos últimos meses estão exercendo pressão em alguns países, especialmente em parcelas da população que já sofrem um pesado ônus de pobreza e desnutrição", afirmou Burns. (Agências)
Juro: 119,97% ao ano.
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taxa de juros média das operações de crédito para pessoa física caiu 1,99 ponto percentual em 2010, segundo a Pesquisa de Juros divulgada ontem pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Em janeiro do ano passado, a taxa média era de 121,96% ao ano e, em dezembro, de 119,97% ao ano. Nas operações de crédito para empresas, houve uma alta de 0,36 ponto percentual, e a taxa média atingiu 56,45% ao ano em dezembro. No mesmo período, a taxa básica de juros (Selic) teve uma elevação de dois pontos percentuais, chegando a 10,75% ao ano. Pessoa física – Apesar da queda no acumulado do ano, a taxa média de juros para pessoa física voltou a
6,61 pontos percentuais foi a alta do cheque especial em 2010, quando chegou a 140,05% ao ano.
subir em dezembro de 2010, com alta de 0,05 ponto percentual em relação a novembro. De acordo com o vicepresidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, as altas podem ser atribuídas a três fatores: a elevação dos depósitos compulsórios promovida pelo Banco Central (BC); o aumento do requerimento de capital para as operações de crédito a pessoas físicas com
prazos superiores a 24 meses (fator de ponderação de risco); e a provável elevação da Selic por conta da alta dos índices de inflação. A maioria das linhas de crédito para pessoa física teve suas taxas de juros reduzidas em 2010. As exceções foram o cheque especial (alta de 6,61 pontos percentuais, para 140,05% ao ano) e o cartão de crédito (aumento de 1,1 ponto percentual, para 238,3% ao ano). Entre as linhas de crédito para empresas, a taxa de juros da conta garantida subiu 4,16 pontos percentuais, para 84,36% ao ano. Perspectivas – Segundo Oliveira, tendo em vista as medidas introduzidas pelo BC no início de dezembro, as taxas de juros das operações de crédito devem aumentar nos próximos meses. (AE)
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urismo
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O EMPREENDEDOR George Merrick criou Coral Gables, uma das primeiras comunidades planejadas dos EUA, e o luxuoso hotel
HISTÓRIAS DO BILTMORE Com 85 anos, um dos hotéis mais famosos de Miami, queridinho dos poderosos, continua a brilhar em Coral Gables Fotos: Kety Shapazian
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Biltmore Hotel tem tantas histórias para contar que dificilmente elas caberão nesta página, caro leitor. Em 85 anos de existência, sua construção viu quase de tudo. Testemunha ocular do século XX, primeiramente nasceu hotel de luxo. Virou hospital durante a Segunda Guerra Mundial e, depois, sede da primeira faculdade de medicina da Universidade de Miami. Voltou a ser hotel. Fechou durante décadas. Reabriu. Voltou a ser ícone da hotelaria e da arquitetura norte-americana, queridinho de presidentes, reis, rainhas, celebridades e endinheirados. O 'pai' do Biltmore é George Merrick, o quixotesco empreendedor de Coral Gables e ainda fundador da Universidade de Miami. Coral Gables, apelidado de "Cidade Formosa", antigamente era um minúsculo subúrbio da cidade. Hoje, seus moradores habitam belíssimas mansões com telhados de terracota e exuberante vegetação em meio a campos de golfe e country clubs. A região, uma das primeiras comunidades planejadas dos EUA, também é sede de mais de 150 grandes empresas e multinacionais, além de diversos consulados. Na criação de Coral Gables, Merrick buscou inspiração nos movimentos Garden City e City Beautiful, do final do século XIX e início do XX, e nos estilos espanhol e italiano do século XVI. Em 1925, ele se juntou ao magnata John McEntee Bowman para construir um "grande hotel, um lugar que também servisse de centro esportivo e fashion". A abertura – Em janeiro de 1926, após dez meses de construção e US$ 10 milhões gastos, o Biltmore abriu as portas. Convidados de diversas cidades do norte do país embarcaram em trens marcados do lado de fora como 'Miami Biltmore Specials'. As luzes da Torre Giralda, na época o prédio mais alto da Flórida, foram acesas pela primeira vez enquanto homens e mulheres bebiam champanhe e dançavam ao som de jazz. Três orquestras tocaram sem parar para os convidados. O hotel atravessou o fim da década de 20 e os primeiros anos da década seguinte sob as luzes de todos os holofotes. Em volta de sua gigantesca pisci-
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Fotos: Reprodução
na, até 3 mil pessoas iam todas as tardes de domingo assistir a shows de nado sincronizado da companhia de Alexander Ott, o grupo Water Follies. O público se maravilhava com o filho de Alexander, o pequeno Jackie, que pulava na água do topo de uma plataforma de 25 metros de altura. A piscina sozinha renderia um capítulo à parte. Naqueles dias, era uma das maiores do mundo, com 2 mil m². Hoje, continua sendo a maior em solo norte-americano. Além dos shows do Water Follies, Johnny Weissmuller, antes de virar Tarzan nas telas de cinema, treinava suas braçadas na água e trabalhava como instrutor para os hóspedes. Ah, os hóspedes! Entre os mais frequentes estava a realeza, tanto da Europa como a de Hollywood. O duque e a duquesa de Windsor, Ginger Rogers, Judy Garland, Bing Crosby etc. eram vistos trocando figurinhas com milionários americanos, como os Vanderbilt. O presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt era outra figura fácil no hotel, inclusive transformando sua suíte numa extensão da Casa Branca em Coral Gables. Suíte Al Capone – Mas apenas um desses ilustres ganhou uma suíte para chamar de sua: Al Capone, maior gângster de todos os tempos, a-do-ra-va o Biltmore. Quando não estava contrabandeando bebida em Chicago, era visto para cima e para baixo no hotel. O quarto fica no 13º andar e é o segundo maior do prédio, perdendo apenas para a Suíte Merrick, em homenagem ao empreendedor. A diária da Suíte Al Capone pode chegar a custar US$ 4 mil. Até histórias do além o Biltmore proporciona. Vez ou outra hóspedes relatam ter visto fantasmas em seus quartos e corredores... Em 1942, na Segunda Guerra Mundial, o Departamento de Guerra do governo transformou o hotel num hospital para os soldados americanos feridos e os corredores de mármore travertino foram cobertos com piso de linóleo. Depois, veio a escola de Medicina da Universidade de Miami. Tanto o hospital quanto a universidade funcionaram no prédio até 1968. Foi quando o Biltmore fechou. Reaberto em 1987, após quatro anos de restauração e investimentos de US$ 55 milhões, ele funcionou por apenas três anos, voltando a fechar em 1990 em meio à recessão pela qual passava os EUA. Em 1992, um consórcio multinacional reabriu o hotel. Só no campo de golfe foram gastos US$ 3 milhões. A torre, de onde o pequeno Jackie pulava décadas antes, foi substituída por uma queda d'água. A piscina foi esvaziada (2, 6 milhões de litros d'água) e reformada com mármore polido. Segundo Danielle Finnegan, diretora de Relações Públicas, o Biltmore voltou a ser o queridinho de poderosos. "Presidente Obama fez um jantar para arrecadar fundos aqui recentemente. Clinton sempre vem. George W. Bush esteve aqui há algumas semanas. Seu irmão, Jeb Bush, ex-governador da Flórida, mantém um escritório no hotel. Muitos políticos da América Latina também frequentam o Biltmore. O Dalai Lama esteve aqui há pouco mais de um mês. Mas ele não se hospedou conosco. Parece que o dono do Mandarin Oriental é budista e o Dalai Lama ficou lá", sorri a simpática diretora. Viagem a convite da American Airlines
S ERVIÇO Além de golfe, aulas de culinária (no topo) e um concorrido brunch aos domingos (à dir.) fazem parte da programação.
Anos 20 e 30: ao redor da piscina (no topo), de 2 mil m², até 3 mil pessoas iam todo domingo assistir a shows de nado sincronizado do grupo Water Follies. Al Capone (na foto à dir., de terno escuro) foi hóspede tão frequente que ganhou uma suíte em sua homenagem. Já no passado, o campo de golfe (acima) era atração.
Biltmore Hotel: 1200 Anastasia Avenue, Coral Gables, Flórida, www.biltmorehotel.com. São 273 quartos com diárias a partir de US$ 280. Além de campo de golfe, possui spa e academia de ginástica e oferece aulas de tênis e culinária e programação para crianças no verão americano. Entre os restaurantes, destaque para o Palme D'Or, considerado pelo guia 'Zagat' o melhor francês no sul da Flórida. Aos domingos, o brunch é concorrido (US$ 75 mais taxa e serviço). Quem quiser privacidade à beira da piscina pode alugar uma cabana (com salinha de almoço, espreguiçadeiras e sofás) por US$ 149 a diária.
Nova rota Brasil-Miami
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esde o dia 18 de novembro, a American Airlines (www.aa.com.br) está operando mais quatro voos diretos entre o Brasil e os EUA. Partindo de Brasília às 10h28, as aeronaves chegam no mesmo dia a Miami, às 15h05 (hora local). "O Brasil representa um mercado em constante expansão na América do Sul. Além disso, o nosso serviço de Brasília a Miami é o primeiro, depois de um longo período, a ser realizado por uma companhia aérea americana", disse Will Ris, vice-presidente sênior da American para assuntos governamentais. Para embarque em Brasília após 17 de janeiro até 6 de março, a passagem em classe econômica custa a partir de US$ 959, mais taxas de embarque e emissão.
Em janeiro de 1926, após dez meses de construção e investimentos de US$ 10 milhões, o Biltmore abriu as portas pela primeira vez. Acima, lobby grandioso.
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19 A Fecomercio salienta que as guias enviadas pela Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp), são indevidas, e não devem ser pagas.
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necessidade de as empresas recolherem até 31 de janeiro a Contribuição Sindical dá margem à sua cobrança indevida por instituições fantasmas ou entidades mal-intencionadas, que enviam boletos bancários cobrando taxas como a "Contribuição Empresarial da Associação Comercial do Estado de São Paulo (Acesp)" ou a "Con-
Entidade alerta para taxa indevida Segundo a Fecomercio, prazo de pagamento da Contribuição Sindical estimula instituições fantasmas. tribuição Associativa do Sindicato Nacional Comercial". A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) alertou ontem para a co-
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: PREGÃO (ELETRÔNICO) DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 67/00007/10/05 OBJETO: Aquisição de leitor de código de barras. A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação de Registro de Preços para aquisição de leitor de código de barras. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 14/01/2011, no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br ou, na sede da FDE, na Supervisão, de Licitações na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 - São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br, no dia 01/02/2011, às 10:00 horas e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designados nos autos do processo em epígrafe e indicados no sistema pela autoridade competente. Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital e seus anexos e serão encaminhadas, por meio eletrônico, após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantes previamente cadastrados. A data do início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 14/01/2011, até o momento anterior ao início da sessão pública. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente
brança indevida dessas "taxas caça-níquel". A entidade oferece há seis anos um serviço simples e rápido de enquadramento e localização da entidade correta à qual deve ser paga
a contribuição. Para ter acesso, basta entrar no hotsite enquad ra me n to . fe co m erci o .c o m. br e fornecer o CNPJ da empresa. A entidade lembrou ainda que, no que se refere aos con-
EDITAL Carlos Roberto Rodrigues Pinto, primeiro oficial de Registro de Imóveis da Comarca de Santo André, Estado de São Paulo, na forma da lei, etc... FAZ SABER aos que o presente edital virem ou dele conhecimento tiverem que foi apresentado por Incosul Incorporação e Construção Ltda, na qualidade de credora fiduciária, referente ao imóvel constituído pelo apartamento 104, do Residencial Paineiras, situado na Rua das Paineiras, 357, nesta cidade, requerimento para as intimações dos fiduciantes Wagner Isidoro Tasca e Rosana Augusta Franco da Costa Tasca, para cumprimentos de suas obrigações contratuais em atraso. Tendo em vista a não localização pessoal, procede por este edital as INTIMAÇÔES de Wagner Isidoro Tasca e Rosana Augusta Franco da Costa Tasca para que, no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da última publicação deste edital, dirigiram-se ao Cartório, na Rua Xavier de Toledo, 183 – 1° andar, no horário das 11.00/17.00 horas, de segunda a sexta-feira, a fim de dar cumprimento à sua obrigação contratual, encargos, posicionados em 07/01/2011, no valor de R$ 101.014,72 (cento e um mil e catorze reais e setenta e dois centavos), acrescidos das despesas de cobrança por parte do credor de R$ 83,35 (oitenta e três reais e trinta e cinco centavos), mais atualizado monetária e juros de mora até a data do efetivo pagamento, somando-se também, o(s) encargo(s) que vence(em) no prazo desta intimação, tudo em cheque visado ou administrativo, nominal a Incosul Incorporação e construção Ltda. Nada mais. Santo André 07 de Janeiro de 2011. Carlos Roberto Rodrigues Pinto ( Oficial ) 14,15,18/01/2011
VOTORANTIM INDUSTRIAL S.A.
SEACROWN DO BRASIL COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO S.A. CNPJ/MF Nº 06.306.911/0001-28 - NIRE 35.3.0034265-8 ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 30 DE NOVEMBRO DE 2010 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 30 de novembro de 2010, às 09:00 horas, na sede social da SEACROWN DO BRASIL COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO S.A. (“Companhia”), localizada na Rua Barão de Jaceguai, nº 509 - 9º andar - cj. 91 - CEP 08710-160, na cidade de Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo. 2. CONVOCAÇÃO - Dispensada em virtude da presença da totalidade dos acionistas. 3. PRESENÇA - Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas lançadas no livro Presença de Acionistas. 4. MESA DIRIGENTE – Walter Schalka, Presidente, e Luiz Alberto de Castro Santos, Secretário. 5. ORDEM DO DIA – A ordem do dia da presente Assembleia Geral Extraordinária compreende a deliberação pelos acionistas quanto ao aumento do capital social da Companhia, mediante a emissão pela Companhia de 3.525.882 (três milhões, quinhentas e vinte e cinco mil, oitocentas e oitenta e duas) ações ordinárias nominativas e com valor nominal de R$1,00 (um real), pelo valor total de R$3.525.882,00 (três milhões, quinhentos e vinte e cinco mil, oitocentos e oitenta e dois reais), com a correspondente alteração ao Estatuto Social da Companhia. 6. DELIBERAÇÕES – (i) Foi aprovado o aumento do capital social da Companhia de seu valor atual, qual seja, R$ 20.951.116,00 (vinte milhões, novecentos e cinqüenta e um mil, cento e dezesseis reais), para o valor total de R$ 24.476.998,00 (vinte e quatro milhões, quatrocentos e setenta e seis mil, novecentos e noventa e oito reais), resultando em um aumento efetivo no valor total de R$ 3.525.882,00 (três milhões, quinhentos e vinte e cinco mil, oitocentos e oitenta e dois reais), mediante a emissão de 3.525.882 (três milhões, quinhentas e vinte e cinco mil, oitocentas e oitenta e duas) novas ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, a serem totalmente subscritas e integralizadas pela acionista VOTORANTIM CIMENTOS S.A., com a expressa anuência dos demais acionistas da Companhia e renúncia aos seus direitos de preferência na subscrição das ações ora emitidas, conforme os termos do boletim de subscrição de ações assinado nesta data e arquivado na sede social da Companhia, mediante a capitalização de créditos detidos por VOTORANTIM CIMENTOS S.A. contra a Companhia, conforme contabilizado nas demonstrações financeiras da Companhia de 31 de outubro de 2010, no valor de R$ 3.525.881,81 (três milhões, quinhentos e vinte e cinco mil, oitocentos e oitenta e um reais e oitenta e um centavos). Em virtude do aumento de capital social ora deliberado, fica alterada a redação do artigo 4º do Estatuto Social, que passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 4º - O capital social é de R$ 24.476.998,00 (vinte e quatro milhões, quatrocentos e setenta e seis mil, novecentos e noventa e oito reais), dos quais R$ 23.647.464,00 (vinte e três milhões seiscentos e quarenta e sete mil, quatrocentos e sessenta e quatro reais) encontram-se totalmente integralizados e R$ 829.534,00 (oitocentos e vinte e nove mil quinhentos e trinta e quatro reais) serão integralizados, em moeda corrente nacional em 30 de abril de 2011, representado por 829.534 (oitocentos e vinte e nove mil e quinhentos e trinta e quatro) ações ordinárias, nominativas, do valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma”. As demais disposições do Estatuto Social da Companhia não expressamente alterados pelos acionistas restam ratificados e em vigor e efeito conforme os seus termos. 7. ENCERRAMENTO – a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não havendo, todavia, nenhuma manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelo Presidente, Secretário e demais acionistas presentes. São Paulo, 30 de novembro de 2010. (a.a.) Walter Schalka, Presidente; Luiz Alberto de Castro Santos, Secretário; acionistas. SECRETARIA DA FAZENDA – JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO – Certifico o Registro sob o nº 461.550/10-6 em 28.12.2010 (a) Kátia Regina Bueno de Godoy, Secretária Geral.
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 13 de janeiro de 2011, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Reqte:Taasa Indústria do Vestuário Ltda. - Reqdo: Blue Marlin Indústria e Comércio de Confecções Ltda. - Rua Américo Brasiliense, 1.256 Chácara Santo Antonio - 2ª V. de Falências Reqte: Taasa Indústria do Vestuário Ltda. - Reqdo: Nice Wind Confecções Ltda. - Rua Américo Brasiliense, 1.256 - Chácara Santo Antonio - 1ª V. de Falências Reqte: Aços 2000 Ltda - Reqdo: Walmak Indústria de Máquinas Ltda. - R. Sanches de Aguiar, 206 - Vila Prudente - 2ª V. de Falências Reqte: Banco Sofisa S/A - Reqdo: Ciwal Acessórios Industriais Ltda. - Rua Terceiro Sargento João Soares Faria, 220 e 254 Parque Novo Mundo - 2ª V. de Falências Recuperação Judicial Reqte:Sailaway Confecções Ltda. - Reqdo Sailaway Confecções Ltda. - Largo da Concórdia, 87 - 2° andar - Brás - 2ª V. de Falências
Menor preço pelo mesmo espaço, só no DC 2 -RUQDO GR (PSUHHQGHGRU
PUB L I C I D A D E FONE: 11 3244-3175 legaldc@dcomercio.com.br
domínios do Estado de São Paulo e suas administradoras, a contribuição sindical deste ano deve ser paga à Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Isso ocorre porque a
entidade assumiu em caráter transitório a representatividade desta categoria. Mesmo assim, a Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp), entidade não representativa do setor, tem enviado indevidamente cobrança da contribuição aos condomínios. A Fecomercio ressalta que essas guias não devem ser pagas.
CNPJ/MF Nº 03.407.049/0001-51 - NIRE 35.300.313.216 ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 05 DE NOVEMBRO DE 2010 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 05 de novembro de 2010, às 14:00 horas, na sede social da Votorantim Industrial S.A. (“Companhia”), localizada na Rua Amauri, nº 255, 13º andar, Conjunto “A”, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. CONVOCAÇÃO - Dispensada em virtude da presença da totalidade dos acionistas. 3. PRESENÇA - Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas lançadas no livro “Presença de Acionistas”. 4. MESA DIRIGENTE – Alexandre Silva D’Ambrosio, Presidente, e João Carvalho de Miranda, Secretário. 5. ORDEM DO DIA – A ordem do dia da presente Assembléia Geral Extraordinária compreende a deliberação, por parte dos acionistas, quanto (i) à aprovação da incorporação da VOTORANTIM COMERCIAL EXPORTADORA E IMPORTADORA LTDA., sociedade limitada localizada na Rua Amauri, nº 255, 11º andar, conjunto C, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 01.428.233/0001-52, com seu Contrato Social arquivado na JUCESP sob o NIRE 35.214.036.579 (“VOCEX”) por esta Companhia, ocasionando o cancelamento da totalidade das quotas representativas do capital social da VOCEX; (ii) ao exame, discussão e aprovação do “Protocolo e Justificação de Incorporação”, celebrado em 05 de novembro de 2010 (“Protocolo”), entre a Companhia e a VOCEX; (iii) à aprovação da indicação da empresa especializada que procedeu à avaliação do acervo líquido da VOCEX para os fins de sua incorporação pela Companhia; (iv) ao exame, discussão e aprovação do Laudo de Avaliação do acervo líquido da VOCEX, preparado pela referida empresa especializada datado de 01º de novembro de 2010 (“Laudo”). 6. DELIBERAÇÕES – (i) Foi aprovada unanimemente a incorporação da VOCEX pela Companhia; (ii) Após a leitura do Protocolo, que passa a fazer parte integrante desta Ata como Anexo I, o Protocolo foi unanimemente aprovado pelos acionistas; (iii) Aprovou-se a indicação da empresa especializada que procedeu à avaliação do patrimônio da VOCEX a ser vertido para a Companhia. O Laudo integra a presente ata como Anexo II; (iv) O Laudo apresentado confirmou os valores dos bens, direitos e obrigações que compõem o acervo líquido da VOCEX a ser incorporado pela Companhia, sendo avaliados, pelo valor contábil, em R$ 12.739.949,02 (doze milhões, setecentos e trinta e nove mil, novecentos e quarenta e nove reais e dois centavos). Uma vez que a Companhia é detentora de todas as quotas representativas do capital social da VOCEX, o valor do patrimônio líquido da VOCEX é integralmente absorvido pela Companhia, e a totalidade das quotas representativas do capital social da VOCEX é neste ato cancelada, em conformidade com os termos da Ata de Deliberação de Sócio da VOCEX, realizada nesta data. Ademais, o acréscimo patrimonial resultante da incorporação ora aprovada não resultará em um aumento de capital na Companhia, restando, pois, inalterado o seu capital social. O Laudo foi colocado em votação e unanimemente aprovado pelos acionistas. Ainda em conseqüência de tal incorporação, a Companhia passa a suceder a VOCEX em todos os direitos e obrigações, a título universal e para todos os fins de direito, sem qualquer solução de continuidade, ficando a administração da Companhia desde logo autorizada a praticar todos os atos complementares e/ ou decorrentes da incorporação ora aprovada, com amplos e gerais poderes para proceder todos os registros, transcrições, averbações ou comunicações que se fizerem necessários de modo a complementar a operação ora aprovada. 7. ENCERRAMENTO – a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não havendo, todavia, nenhuma manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelo Presidente, Secretário e demais acionistas presentes. São Paulo, 05 de novembro de 2010. SECRETARIA DA FAZENDA – JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO – Certifico o Registro sob o nº 462.970/10-3 em 28.12.2010 (a) Kátia Regina Bueno de Godoy, Secretária Geral.
VOTORANTIM INDUSTRIAL S.A. CNPJ/MF Nº 03.407.049/0001-51 - NIRE 35.300.313.216 ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 30 DE NOVEMBRO DE 2010 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 30 de novembro de 2010, às 09:00 horas, na sede social da Votorantim Industrial S.A. (“Companhia”), localizada na Rua Amauri, nº 255, 13º andar, Conjunto “A”, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. CONVOCAÇÃO - Dispensada em virtude da presença da totalidade dos acionistas. 3. PRESENÇA - Acionista representando a totalidade do capital social, conforme assinatura lançadas no livro Presença de Acionistas. 4. MESA DIRIGENTE – João Carvalho de Miranda, Presidente, e Alexandre Silva D’Ambrosio, Secretário. 5. ORDEM DO DIA – A ordem do dia da presente Assembléia Geral Extraordinária compreende: (i) retificar a ata da Assembléia Geral Extraordinária da Companhia realizada em 18 de outubro de 2010, para ajustar o número de ações emitidas em decorrência do aumento de capital da Companhia aprovado naquela ocasião, bem como o valor de emissão de cada ação ordinária nominativa emitida; (ii) o aumento do capital social da Companhia, mediante a emissão pela Companhia de 3.572.067.370 (três bilhões, quinhentos e setenta e dois milhões, sessenta e sete mil, trezentas e setenta) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal, pelo valor total de R$ 5.108.056.339,10 (cinco bilhões, cento e oito milhões, cinqüenta e seis mil, trezentos e trinta e nove reais e dez centavos), a ser integralizado mediante a conferência de bens por parte da acionista Votorantim Participações S.A., (iii) a aprovação e ratificação da nomeação dos peritos que elaboraram o laudo de avaliação dos bens que serão conferidos ao capital social da Companhia como integralização pelas ações a serem subscritas pela acionista Votorantim Participações S.A. (“Laudo”), e (iv) a aprovação do Laudo. 6. DELIBERAÇÕES – (i) Foi aprovada a retificação da ata da Assembléia Geral Extraordinária da Companhia realizada em 18 de outubro de 2010, para constar que o número de ações ordinárias nominativas sem valor nominal efetivamente emitidas em decorrência do aumento de capital ali aprovado foi de 110.816.976 (cento e dez milhões, oitocentas e dezesseis mil, novecentas e setenta e seis), ao preço de emissão de R$ 1,42 (um real e quarenta e dois centavos), totalizando o aumento de capital de R$ 157.382.704,00 (cento e cinquenta e sete milhões, trezentos e oitenta e dois mil, setecentos e quatro reais). Desse modo, fica também retificada a referência à quantidade total de ações emitida pela Companhia após o aumento de capital deliberado em 18 de outubro de 2010, para constar que o total de ações emitidas pela Companhia naquela data era de 11.812.160.022 (onze bilhões, oitocentos e doze milhões, cento e sessenta mil e vinte e duas) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal, ficando o Artigo 5º do Estatuto Social da Companha com a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 11.858.725.750,00 (onze bilhões, oitocentos e cinquenta e oito milhões, setecentos e vinte e cinco mil, setecentos e cinquenta reais), representado por 11.812.160.022 (onze bilhões, oitocentos e doze milhões, cento e sessenta mil e vinte e duas) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal. Parágrafo Único – Cada ação ordinária dará direito a um voto nas deliberações das assembléias gerais.”; (ii) Foi aprovado o aumento do capital social da Companhia de seu valor atual, qual seja, R$ 11.858.725.750,21 (onze bilhões, oitocentos e cinqüenta e oito milhões, setecentos e vinte e cinco mil, setecentos e cinqüenta reais e vinte e um centavos), para o valor total de R$ 16.966.782.089,31 (dezesseis bilhões, novecentos e sessenta e seis milhões, setecentos e oitenta e dois mil, oitenta e nove reais e trinta e um centavos), resultando em um aumento efetivo no valor total de R$ 5.108.056.339,10 (cinco bilhões, cento e oito milhões, cinqüenta e seis mil, trezentos e trinta e nove reais e dez centavos), mediante a emissão de 3.572.067.370 (três bilhões, quinhentos e setenta e dois milhões, sessenta e sete mil, trezentos e setenta) novas ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, pelo preço de emissão de R$ 1,43 (um real e quarenta e três centavos) por ação, determinado em conformidade com o critério estabelecido pelo art. 170, §1, II, da Lei nº 6.404/76, a serem totalmente subscritas e integralizadas pela acionista Votorantim Participações S.A., conforme os termos do boletim de subscrição de ações assinado nesta data e arquivado na sede social da Companhia, da seguinte forma: (A) mediante a conferência à Companhia pela acionista Votorantim Participações S.A. dos seguintes bens, avaliados em R$ 1.995.972.906,54 (um bilhão, novecentos e noventa e cinco milhões, novecentos e setenta e dois mil, novecentos e seis reais e cinquenta e quatro centavos), conforme o Laudo, anexo à presente como Anexo I: (a) 21.502 (vinte e uma mil, quinhentas e duas) ações ordinárias nominativas sem valor nominal de emissão da PROMETEU PARTICIPAÇÕES S.A., sociedade anônima com sede na Rua Jerônimo da Veiga, nº 384, 12º andar, Itaim Bibi, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/ MF sob o nº 03.461.300/0001-66, representando 99,9% do seu capital social, com valor patrimonial, conforme o Laudo, de R$ 96.723.020,07 (noventa e seis milhões, setecentos e vinte e três mil, vinte reais e sete centavos); (b) 5.000 (cinco mil) quotas representativas do capital social da VCJ PARTICIPAÇÕES LTDA., sociedade limitada com sede na Rua Amauri nº 255, 12º andar, cj. D, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 10.267.908/0001-10, representando 50% do seu capital social, com valor patrimonial, conforme o Laudo, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais); (c) 128.297 (cento e vinte e oito mil, duzentas e noventa e sete) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal e 22.177 (vinte e duas mil, cento e setenta e sete) ações preferenciais nominativas classe “B”, todas de emissão da VOTORANTIM CIMENTOS N/NE S.A., sociedade anônima com sede na Rua Madre de Deus, nº 27, na cidade de Recife, Estado de Pernambuco, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 10.656.452/0001-80, representando conjuntamente 0,47813% do seu capital social total, com valor patrimonial, conforme o Laudo, de R$ 13.693.454,94 (treze milhões, seiscentos e noventa e três mil, quatrocentos e cinquenta e quatro reais e noventa e quatro centavos); (d) 31.005.075 (trinta e um milhões, cinco mil e setenta e cinco) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal de emissão da VOTORANTIM CIMENTOS S.A., sociedade anônima com sede na Praça Prof. José Lannes nº 40, 9º andar, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 01.637.895/0001-32, representando 29,62% do seu capital social, com valor patrimonial, conforme o Laudo, de R$ 1.571.130.526,02 (um bilhão, quinhentos e setenta e um milhões, cento e trinta mil, quinhentos e vinte e seis reais e dois centavos); (e) 99 (noventa e nove) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal de emissão da VOTORANTIM INVESTIMENTOS LATINO-AMERICANOS S.A., sociedade anônima com sede na Rua Amauri nº 255 - 13º andar - conj. B, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 06.276.938/0001-15, representando 12,01% do seu capital social, com
valor patrimonial, conforme o Laudo, de R$ 314.420.905,51 (trezentos e quatorze milhões, quatrocentos e vinte mil, novecentos e cinco reais e cinquenta e um centavos); (B) mediante a capitalização de créditos de diversas naturezas detidos pela acionista Votorantim Participações S.A. contra a Companhia no valor total de R$ 1.728.829.414,64 (um bilhão, setecentos e vinte e oito milhões, oitocentos e vinte e nove mil, quatrocentos e quatorze reais e sessenta e quatro centavos), conforme contabilizado no balanço patrimonial de abertura da Companhia de 30 de novembro de 2010; (C) conferência de créditos de naturezas diversas detidos pela acionista Votorantim Participações S.A. contra a VOTORANTIM METAIS LTDA., sociedade empresária limitada com sede na Praça Ramos de Azevedo, nº 254, 6º andar, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 01.580.746/0001-84, contabilizado no balanço patrimonial de abertura da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 62.038.099,13 (sessenta e dois milhões, trinta e oito mil, noventa e nove reais e treze centavos); (D) conferência de créditos de naturezas diversas detidos pela acionista Votorantim Participações S.A. contra a VOTORANTIM SIDERURGIA S.A., sociedade anônima com sede na Avenida Professor Darcy Ribeiro, nº 4.300, sala “A”, Casa da Lua, na cidade de Resende, Estado do Rio de Janeiro, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 60.892.403/0001-14, contabilizado no balanço patrimonial de abertura da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 978.139.622,38 (novecentos e setenta e oito milhões, cento e trinta e nove mil, seiscentos e vinte e dois reais e trinta e oito centavos); (E) conferência de créditos de naturezas diversas detidos pela acionista Votorantim Participações S.A. contra a VOTORANTIM METAIS ZINCO S.A., sociedade anônima com sede na Rodovia BH/Brasília, BR 040, KM 284,5, na cidade de Três Marias, Estado de Minas Gerais, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 01.637.895/0001-32, contabilizado no balanço patrimonial de abertura da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 40.889.231,90 (quarenta milhões, oitocentos e oitenta e nove mil, duzentos e trinta e um reais e noventa centavos); (F) conferência de créditos de naturezas diversas detidos pela acionista Votorantim Participações S.A. contra a VOTORANTIM CIMENTOS S.A., sociedade anônima com sede na Praça Professor José Lannes, nº 40, 9º andar, Cidade Monções, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 01.637.895/0001-32, contabilizado no balanço patrimonial de abertura da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 229.997.888,49 (duzentos e vinte e nove milhões, novecentos e noventa e sete mil, oitocentos e oitenta e oito reais e quarenta e nove centavos); (G) conferência de créditos de naturezas diversas detidos pela acionista Votorantim Participações S.A. contra a VOTORANTIM METAIS INVESTIMENTOS LTDA., sociedade limitada com sede na Praça Ramos de Azevedo, 254, 6º andar, sala “C”, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 09.007.929/0001-17, contabilizado no balanço patrimonial de abertura da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 7.743.489,67 (sete milhões, setecentos e quarenta e três mil, quatrocentos e oitenta e nove reais e sessenta e sete centavos); (H) conferência de créditos de naturezas diversas detidos pela acionista Votorantim Participações S.A. contra a VOTORANTIM INVESTIMENTOS LATINO-AMERICANOS S.A., sociedade anônima com sede na Rua Amauri, nº 255, 13º andar, conj. B, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 06.276.938/0001-15, contabilizado no balanço patrimonial de abertura da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 23.390.491,18 (vinte e três milhões, trezentos e noventa mil, quatrocentos e noventa e um reais e dezoito centavos); (I) conferência de créditos de naturezas diversas detidos pela acionista Votorantim Participações S.A. contra a VOTORANTIM METAIS NÍQUEL S.A., sociedade anônima com sede na Avenida Dr. José Artur Nova, nº 1.309, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 18.499.616/0004-67, contabilizado no balanço patrimonial de abertura da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 41.055.194,60 (quarenta e um milhões, cinqüenta e cinco mil, cento e noventa e quatro reais e sessenta centavos); (J) o valor em moeda corrente nacional, integralizado nesta data, de R$ 0,57 (cinqüenta e sete centavos). (iii) Os acionistas aprovam e ratificam a nomeação, por parte dos administradores da Companhia, da empresa especializada contratada como responsável pela elaboração do Laudo. (iv) Os acionistas deliberaram aprovar, integralmente e sem ressalvas, o Laudo apresentado pela empresa especializada apontada acima, o qual avaliou os bens conferidos ao capital social da Companhia pela acionista Votorantim Participações S.A. como integralização pelas ações ora subscritas em R$ 1.995.972.906,54 (um bilhão, novecentos e noventa e cinco milhões, novecentos e setenta e dois mil, novecentos e seis reais e cinqüenta e quatro centavos). (e) Em virtude do aumento de capital social ora deliberado, fica alterada a redação do artigo 5º do Estatuto Social, que passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 16.966.782.089,31 (dezesseis bilhões, novecentos e sessenta e seis milhões, setecentos e oitenta e dois mil, oitenta e nove reais e trinta e um centavos), representado por 15.384.227.392 (quinze bilhões, trezentos e oitenta e quatro milhões, duzentas e vinte e sete mil e trezentas e noventa e duas) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal. Parágrafo Único – Cada ação ordinária dará direito a um voto nas deliberações das assembléias gerais.”. As demais disposições do Estatuto Social da Companhia não expressamente alterados pelos acionistas restam ratificados e em vigor e efeito conforme os seus termos. 7. ENCERRAMENTO – a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não havendo, todavia, nenhuma manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelo Presidente, Secretário e pela acionista presente, conforme Livro de Presença de Sócios da Companhia. São Paulo, 30 de novembro de 2010. (a.a.) Alexandre Silva D’Ambrosio, Presidente; João Carvalho de Miranda, Secretário. SECRETARIA DA FAZENDA – JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO – Certifico o Registro sob o nº 461.690/10-0 em 30.11.2010 (a) Kátia Regina Bueno de Godoy, Secretária Geral.
VOTORANTIM INDUSTRIAL S.A. CNPJ/MF n0 03.407.049/0001-51 - NIRE 35300313216 ATA DE ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 17 DE DEZEMBRO DE 2010 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL: Dia 17 de dezembro de 2010, às 10:00, na sede da Companhia, situada à Rua Amauri, nº 255, 13º andar, Cj.”A”, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo.2. CONVOCAÇÃO: Dispensada tendo em vista a presença de todos os acionistas. 3. PRESENÇA: Acionista representando a totalidade do capital social da Companhia, conforme assinaturas no Livro de Presença de Acionistas. 4. MESA DIRIGENTE: Alexandre Silva D’Ambrósio, Presidente; e João Carvalho de Miranda, Secretário. 5. DELIBERAÇÕES: a) A acionista presente aprovou o aumento de capital da Companhia de R$ 16.966.782.089,31 (dezesseis bilhões, novecentos e sessenta e seis milhões, setecentos e oitenta e dois mil, oitenta e nove reais e trinta e um centavos) para R$ 19.367.126.613,27 (dezenove bilhões, trezentos e sessenta e sete milhões, cento e vinte e seis mil, seiscentos e treze reais e vinte e sete centavos), com um aumento efetivo de R$ 2.400.344.523,96 (dois bilhões, quatrocentos milhões, trezentos e quarenta e quatro mil, quinhentos e vinte e três reais e noventa e seis centavos), com a emissão de 1.726.866.564 (um bilhão, setecentos e vinte e seis milhões, oitocentas e sessenta e seis mil, quinhentas e sessenta e quatro) novas ações ordinárias sem valor nominal, ao preço de emissão unitário de R$ 1,39 (um real e trinta e nove centavos), determinado em conformidade com o critério estabelecido pelo art. 170, §1, II, da Lei nº 6.404/76. A.1) As 1.726.866.564 (um bilhão, setecentos e vinte e seis milhões, oitocentas e sessenta e seis mil, quinhentas e sessenta e quatro) novas ações ordinárias são, neste ato, subscritas e totalmente integralizadas pela VOTORANTIM PARTICIPAÇÕES S.A. conforme o termo do boletim de subscrição de ações assinado nesta data e anexo à presente ata como Anexo I, da seguinte forma: (i) mediante a capitalização de créditos de diversas naturezas detidos pela acionista Votorantim Participações S.A. contra a Companhia no valor de R$ 334.979.119,30 (trezentos e trinta e quatro milhões, novecentos e setenta e nove mil, cento e dezenove reais e trinta centavos), conforme contabilizado nas demonstrações financeiras da Companhia de 30 de novembro de 2010 e conforme o Laudo de Avaliação, anexo à presente como Anexo II; (ii) mediante a conferência à Companhia pela acionista Votorantim Participações S.A. dos seguintes bens, avaliados em R$ 1.065.365.404,66 (um bilhão, sessenta e cinco milhões, trezentos e sessenta e cinco mil, quatrocentos e quatro reais e sessenta e seis centavos), conforme o Laudo de Avaliação, anexo à presente como Anexo II: (ii.a) a totalidade das ações detidas na VOTORANTIM GmbH, sociedade Austríaca, registrada sob o FN 195181g perante o registro do comércio do Foro Comercial de Salzburg, com sede em Salzburg e endereço na Hubert-Sattler-Gasse 1, 4ter Stock, Apartamento 42, 5020 Salzburg contabilizado no balanço patrimonial da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010 no valor de R$ 1.004.417.902,45 (um bilhão, quatro milhões, quatrocentos e dezessete mil, novecentos e dois reais e quarenta e cinco centavos); (ii.b) a totalidade das ações detidas na VOTO-VOTORANTIM OVERSEAS TRADING OPERATIONS III LIMITED, sociedade constituída e existente em conformidade com a legislação de Cayman Island, com sede na Walker House, Mary Street - PO BOX 908Gt, George Town, Grand Cayman, Cayman Islands, contabilizado no balanço patrimonial da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010 no valor de R$ 1.716,10 (um mil, setecentos e dezesseis reais e dez centavos); (ii.c) a totalidade das ações detidas na VOTO-VOTORANTIM OVERSEAS TRADING OPERATIONS IV LIMITED, sociedade constituída e existente em conformidade com a legislação de Cayman Island, com sede na Walker House, Mary Street, PO BOX 908Gt, George Town, Grand Cayman, Cayman Islands, contabilizado no balanço patrimonial da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 20.689.037,37 (vinte milhões, seiscentos e oitenta e nove mil, trinta e sete reais e trinta e sete centavos); (ii.d) a totalidade das ações detidas na VOTO-VOTORANTIM OVERSEAS TRADING OPERATIONS V LIMITED, sociedade constituída e existente em conformidade com a legislação de Cayman Island, com sede na Walker House, Mary Street - PO BOX 908Gt, George Town, Grand Cayman, Cayman Islands, contabilizado no balanço patrimonial da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 23.606.841,05 (vinte e três milhões, seiscentos e seis mil, oitocentos e quarenta e um reais e cinco centavos); (ii.e) a totalidade das ações detidas na VOTO-VOTORANTIM LIMITED, sociedade constituída e existente em conformidade com a legislação de Cayman Island, com sede na Walker House, 87 Mary Street, George Town, Grand Cayman KY1-9005, Cayman Islands, contabilizado no balanço patrimonial da Votorantim Participações S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 16.649.907,69 (dezesseis milhões, seiscentos e quarenta e nove mil, novecentos e sete reais e sessenta e nove centavos). Ficam autorizados os Diretores desta Companhia a refletir todas as alterações e deliberações pertinentes nos registros da VOTORANTIM GmbH, VOTO-VOTORANTIM OVERSEAS TRADING OPERATIONS III LIMITED, VOTO-VOTORANTIM OVERSEAS TRADING OPERATIONS IV LIMITED, VOTO-VOTORANTIM OVERSEAS TRADING OPERATIONS V LIMITED e da VOTOVOTORANTIM LIMITED a fim de convalidar o deliberado neste instrumento; e (iii) o pagamento de R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais), em moeda corrente nacional, até o dia 31.12.2010. A.2) Em virtude do aumento de capital social ora deliberado, fica alterada a redação do artigo 5º do Estatuto Social, que passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 19.367.126.613,27 (dezenove bilhões, trezentos e sessenta e sete milhões, cento e vinte e seis mil, seiscentos e treze reais e vinte e sete centavos), representado por 17.111.093.956 (dezessete bilhões, cento e onze milhões, noventa e três mil, novecentas e cinqüenta e seis)ações ordinárias nominativas, sem valor nominal. Parágrafo Único – Cada ação ordinária dará direito a um voto nas deliberações das assembléias gerais.”. As demais disposições do Estatuto Social da Companhia não expressamente alterados pelos acionistas restam ratificadas e em vigor e efeito conforme os seus termos. 6. ENCERRAMENTO: a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra aos presentes, contudo não houve manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para que fosse lavrada a presente ata, a qual foi lida, aprovada, assinada pelo Presidente, Secretário e a acionista presente. São Paulo, 17 de dezembro de 2010. (a.a.) Alexandre Silva D´Ambrosio, Presidente; João Carvalho de Miranda, Secretário; p. Votorantim Participações S.A., Marcus Olyntho de Camargo Arruda e Raul Calfat. SECRETARIA DA FAZENDA – JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO – Certifico o Registro sob o nº 462.635/10-7 em 29.12.2010 (a) Kátia Regina Bueno de Godoy, Secretária Geral.
VOTORANTIM INVESTIMENTOS LATINO-AMERICANOS S.A. CNPJ/MF Nº 06.276.938/0001-15 - NIRE 35.300.320.956 ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 30 DE NOVEMBRO DE 2010 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 30 de novembro de 2010, às 11:00 horas, na sede social da VOTORANTIM INVESTIMENTOS LATINO-AMERICANOS S.A. (“Companhia”), localizada na Rua Amauri, nº 255, 13º andar, conj. B, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. CONVOCAÇÃO - Dispensada em virtude da presença da totalidade dos acionistas. 3. PRESENÇA - Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas lançadas no livro Presença de Acionistas. 4. MESA DIRIGENTE – Raul Calfat, Presidente, e João Carvalho de Miranda, Secretário. 5. ORDEM DO DIA – A ordem do dia da presente Assembléia Geral Extraordinária compreende a deliberação pelos acionistas quanto (i) à destituição de membro do Conselho de Administração e eleição de seu substituto; (ii) ao desdobramento das ações da Companhia, passando cada 1 (uma) ação ordinária nominativa e sem valor nominal de emissão da Companhia a ser representada por 1.000 (mil) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal de emissão da Companhia; (iii) ao aumento do capital social da Companhia, mediante a emissão pela Companhia de 117.019 (cento e dezessete mil e dezenove) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal, pelo valor total de R$ 371.199.480,47 (trezentos e setenta e um milhões, cento e noventa e nove mil, quatrocentos e oitenta reais e quarenta e sete centavos) com a correspondente alteração ao Estatuto Social da Companhia. 6. DELIBERAÇÕES – Foi aprovada por unanimidade de votos (i) a destituição do Membro do Conselho de Administração da Companhia, Luiz Carlos Angelotti, brasileiro, casado, bancário, portador da Cédula de Identidade RG nº 10.473.334, inscrito no CPF/MF sob nº 058.042.738-25, a quem a Companhia e o Conselho de Administração agradecem pela inestimável contribuição prestada, sendo eleito para ocupar referido cargo de Membro do Conselho Alexandre Silva D’Ambrosio, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 7.124.595 SSP/ SP e do CPF/MF nº 042.170.338-50. Dessa forma, fica o Conselho de Administração da Companhia constituído a partir da presente data até 30.04.2011, como segue: (a) o Sr. JOÃO BOSCO SILVA, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 50.667.667 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 044.001.436-00, domiciliado nesta Capital, na Praça Ramos de Azevedo, nº 254, 6º andar, como Presidente do Conselho de Administração; (b) o Sr. JOÃO CARVALHO DE MIRANDA, brasileiro, casado, economista, portador da Cédula de Identidade RG nº 52.238.193 IFP/RJ, inscrito no CPF/MF sob nº 772.120.887-49, domiciliado nesta Capital, na Rua Amauri, nº 255, 13º andar, como Vice-Presidente do Conselho de Administração e, (c) o Sr. ALEXANDRE SILVA D’AMBROSIO, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 7.124.595 SSP/SP e do CPF/ MF nº 042.170.338-50, domiciliado nesta Capital, na Rua Amauri, nº 255, 13º andar, como membro do Conselho de Administração. O membro do Conselho de Administração ora eleito, bem como os demais membros, declaram que não estão impedidos por lei especial ou condenados por pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou processo falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade; (ii) a proposta de desdobramento das ações da Companhia, passando cada 1 (uma) ação ordinária nominativa e sem valor nominal de emissão da Companhia a ser representada por 1.000 (mil) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal de emissão da Companhia após o desdobramento, recebendo os acionistas 999 (novecentas e noventa e nove) novas ações ordinárias nominativas e sem valor nominal de emissão da Companhia para cada ação ordinária nominativa e sem valor nominal de emissão da Companhia que possuíam, nesta data, sendo que as ações advindas do desdobramento participarão em igualdade de condições de todos os benefícios, inclusive dos dividendos e de quaisquer remunerações de capital, mas não a tanto se limitando, que vierem a ser distribuídos pela Companhia a partir da data presente, Em razão do desdobramento ora aprovado, o capital social da Companhia passa a ser representado por 824.000 (oitocentas e vinte e quatro mil) ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal. (iii) o aumento do capital social da Companhia de seu valor atual, qual seja, R$ 2.476.783.994,20 (dois bilhões, quatrocentos e setenta e seis milhões, setecentos e oitenta e três mil, novecentos e noventa e quatro reais e vinte centavos), para o valor total de R$ 2.847.983.474,67 (dois bilhões, oitocentos e quarenta e sete milhões, novecentos e oitenta e três mil, quatrocentos e setenta e quatro reais e sessenta centavos), resultando em um aumento efetivo no valor total de R$ 371.199.480,47 (trezentos e setenta e um milhões, cento e noventa e nove mil, quatrocentos e oitenta reais e quarenta e sete centavos), mediante a emissão de 117.019 (cento e dezessete mil e dezenove) novas ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, com preço de emissão por ação R$ 3.172,13 (três mil, cento e setenta e dois reais e treze centavos), determinado com base no critério estabelecido pelo Art. 170, parágrafo 1º, II, da Lei nº 6.404/76, conforme alterada, a serem subscritas e integralizadas pelos seguintes acionistas: (a) VOTORANTIM METAIS ZINCO S.A. subscreve 26.886 (vinte e seis mil, oitocentas e oitenta e seis) ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, pelo valor total de R$ 85.285.887,18 (oitenta e cinco milhões, duzentos e oitenta e cinco mil, oitocentos e oitenta e sete reais e dezoito centavos), e as integraliza mediante a capitalização de créditos diversos detidos por VOTORANTIM METAIS ZINCO S.A. contra a Companhia, conforme contabilizado nas demonstrações financeiras da Companhia de 31 de outubro de 2010, no valor de R$ 85.284.665,67 (oitenta e cinco milhões, duzentos e oitenta e quatro mil, seiscentos e sessenta e cinco reais e cinqüenta e sete centavos), e o saldo de R$ 1.221,51 (mil, duzentos e vinte e um reais e cinqüenta e um centavos) será integralizado nesta data, em moeda corrente nacional, (b) VOTORANTIM CIMENTOS S.A. subscreve 90.133 (noventa mil, cento e trinta e três) ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, pelo valor total de R$ 285.913.593,29 (duzentos e oitenta e cinco milhões, novecentos e treze mil, quinhentos e noventa e três reais e vinte e nove centavos), e as integraliza mediante a capitalização de créditos de diversas naturezas detidos por VOTORANTIM CIMENTOS S.A. contra a Companhia no valor de R$ 285.911.563,95 (duzentos e oitenta e cinco milhões, novecentos e onze mil, quinhentos e sessenta e três reais e noventa e cinco centavos), e o saldo de R$ 2.029,34 (dois mil e vinte e nove reais e trinta e quatro centavos) é integralizado nesta data, em moeda corrente nacional. Em virtude do aumento de capital social ora deliberado, fica alterada a redação do caput artigo 5º do Estatuto Social, que passa a vigorar com a seguinte redação: “O capital social totalmente subscrito é de R$ 2.847.983.474,67 (dois bilhões, oitocentos e quarenta e sete milhões, novecentos e oitenta e três mil, quatrocentos e setenta e quatro reais e sessenta centavos), representado por 947.019 (novecentos e quarenta e sete mil e dezenove centavos) ações ordinárias, nominativas sem valor nominal”. As demais disposições do Estatuto Social da Companhia não expressamente alterados pelos acionistas restam ratificados e em vigor e efeito conforme os seus termos. 7. ENCERRAMENTO – a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não havendo, todavia, nenhuma manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelo Presidente, Secretário e demais acionistas presente, conforme Livro de Presença de Acionistas. São Paulo, 30 de novembro de 2010. SECRETARIA DA FAZENDA – JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO – Certifico o Registro sob o nº 461.551/10-0 em 28.12.2010 (a) Kátia Regina Bueno de Godoy, Secretária Geral.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
20 Nº 351
DCARR
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Lá, como aqui, mulheres nos estandes. Mas as nossas são muito mais belas
SALÃO 2011
Detroit esquenta o inverno Carros americanos diminuiram de tamanho, mas há quem siga o caminho contrário. E Detroit voltou a sorrir, mesmo sem hot dog. JOSIAS SILVEIRA(*)
A
Carro do Ano Mesmo sem hot dog, o Salão tradicionalmente abre para os jornalistas com eleição do Carro do Ano. E em 2011, os americanos foram patriotas, elegendo dois representantes das americanas Ford e GM. Para a Ford a honra ficou para o SUV Explorer, eleito Truck of the Year, enquanto a GM ganhou o título de Car of the Year com o Volt. Em ambos os títulos, a votação também teve caráter ecológico: o Explorer, remodelado para 2011, não teve grandes mudanças estéticas, mas seu motor se tornou bem mais econômico. Os consumidores, ainda em crise, hoje julgam bem mais as despesas com combustível. Já no Chevrolet Volt - que só veio para as ruas americanas em dezembro, após três longos anos de sua primeira aparição em Detroit - o recado ecológico foi ainda mais claro, já que se trata de um carro elétrico, como sugere seu nome. Aliás, coube aos jornalistas brasileiros o privilégio de ser o segundo grupo a testar o Volt, logo após os americanos. Rodamos quase 80 quilômetros com o Volt, um carro diferente de tudo que já se viu, no qual o motor 1.4 serve apenas para recarregar as baterias. A tração é sempre
Volkswagen Passat
Fotos: Divulgaç
ão
Fiat 500
Josias Silveira
feita pelo motor elétrico. Aliás, esta tendência econômica e ecológica foi a tônica em Detroit entre quase todos os fabricantes, mostrando que os americanos finalmente se voltam para carros mais "europeus", ou seja, menores e que gastem menos combustível. Tanto que o lançamento principal da GM foi outro carro pequeno, o Chevrolet Sonic, do porte de um Corsa, para ser um concorrente direto do Ford Fiesta. Algo inimaginável alguns anos atrás: dois carros pequenos das duas grandes americanas concorrendo nos Estados Unidos. O Sonic não chega a ser uma novidade, pois se trata do Ave o, fe i to p e l a co re a n a Daewoo (do grupo GM). A inovação, além do rebatismo, está no fato de que agora vai ser feito nos Estados Unidos e no tamanho de seus motores quatro cilindros, de 1.4 e 1.8 litro, uma minicilindrada na ex-terra dos enormes V8 de pelo menos 5.0 litros. Além disso, devese prestar bastante atenção no Josias Silveira
pesar da neve, o Salão de Detroit mostra um panorama quente para os automóveis, com recuperação das montadoras e cerca de 40 lançamentos. Vão do pequeno Fiat 500 mexicano até um VW Passatão especial para os americanos Ainda que Detroit não seja mais a Capital do Automóvel nos Estados Unidos, seu Salão continua um termômetro da saúde financeira dos americanos. O NAIAS (North American International Auto Show) é sempre a primeira mostra internacional do ano, em meio à neve e ao frio do Michigan, bem ao Norte dos Estados Unidos, na fronteira com o Canadá. Aberto ao público de 15 a 23 de janeiro, esta edição 2011 mostra a recuperação do setor desde o "fundo do poço" de 2009, em meio à crise financeira americana. Os números não mentem: mesmo com um 2010 otimista, foram apenas 18 lançamentos em Detroit, contra cerca de 40 agora em 2011. Para boa parte dos milhares de jornalistas internacionais que cobrem a mostra, só falta um último sinal da recuperação em Detroit: a volta da barraquinha de hot dog Rhode Island no estande da GM, o que não aconteceu este ano. Mas continua o charme de se poder escrever vendo a neve caindo pela janela, algo difícil de fazer no Brasil. Talvez olhando a chuva forte cair e inundando a cidade.
Chevrolet Volt
Chevrolet Sonic
Chrysler 200C
Sonic, pois ele pode indicar os caminhos da nova família Ônix que a GM desenvolve para o Brasil. Da Bahia para o mundo O clima na apresentação da Ford para os jornalistas (na Joe Louis Arena, um estádio esportivo) foi de vitória no final de campeonato. Entre vários modelos, a Ford mostrou cerca de 10 carros que terão versão híbrida ou elétrica até 2013. Começando com o novo Focus Eletric, também houve a estreia de dois modelos C-MAX, minivans para até sete lugares, além do primeiro híbrido elétrico "plug-in" da Ford (PHEV).
Em Detroit também aconteceu a primeira exibição global do conceito Ford Vertrek, um utilitário esportivo global. Aliás, a Ford deu um show também de globalidade, colocando até um brasileiro no palco da Arena em Detroit. Era um engenheiro da Petrobrás, empresa que comprou o primeiro Fusion Híbrido no Brasil. Além disso, nos bastidores não faltaram elogios a Camaçari, onde o Centro de Design da Ford desenvolve o novo EcoSport, o primeiro projeto baiano que vai ser feito em vários países. Italiano e alemão Mesmo sendo a segunda vez
Ford C-MAX
que Fiat e Chrysler se apresentam juntas em Detroit, mostrando sua associação, o choque visual entre a cultura italiana e americana continua muito interessante. A maior novidade é o inicio da venda e fabricação do Fiat Cinquecento mexicano nos Estados Unidos. Ainda que visualmente o 500 pareça não ter mudado muito, existem centenas de alterações no Fiat Made in México. Além de pequenas novidades visuais, o Cinquecento teve de se adequar aos padrões de crash test americanos, bem diferentes dos europeus. De quebra, o pequeno e charmoso Fiat já ganhou uma linha de acessórios com a assinatura Mopar, a divisão esportiva da Chrysler. Da mesma forma, o novo Chrysler 200C, um compacto médio, também teve sua personalização by Mopar. Não deve ter sido fácil para os engenheiros trabalharem em carros de dimensões tão radicalmente diferentes. E sobram novidades para o
Brasil. Assim que a produção mexicana se estabilizar, o Cinquecento exportado para o Brasil deixará de ser o produzido na Polônia. E o Fiat mexicano terá preços mais atraentes, beneficiado pela isenção de impostos de importação entre México e Brasil. Seu preço deverá cair algo como 15% ou até 20%, mas ainda ficará longe dos EUA, onde os baixos impostos permitem que seja vendido a partir de U$ 15 mil. Apesar do sotaque alemão dos executivos, a VW mostrou um novo Passat "Born in USA" (nascido nos EUA). Inaugurando uma nova fábrica numa cidade e estado bem americanos, com nomes cheios de letras em dobro (em Chattanoog a , n o Te n n e s s e e ) , a germânica VW pretende voltar aos velhos e bons tempos, quando o Golf era um best seller. Para isso, ela adiantou uma nova plataforma que ainda nem saiu na Europa e criou o Passat USA apenas para o mercado americano. Segundo a
empresa, se trata do maior Passat já fabricado, indo em direção contrária aos outros fabricantes, que diminuem o tamanho de seus veículos. No entanto, os alemães acham que este é o caminho certo, tanto que esperam triplicar a venda do sedan em poucos anos. De novo, um brasileiro na história: o projeto do Passatão, da equipe de Walter de Silva, também tem a assinatura do design José Carlos Pavone, um paulista que mora em Wolfsburg, na Alemanha. E as boas vendas do Passat são até possíveis, já que uma das campeãs de vendas nos EUA, a Toyota, se encontra parcialmente nocauteada. Sua imagem de qualidade está seriamente abalada devido ao número recorde de recalls nos últimos tempos. Este ano, a marca japonesa ficou em terceiro lugar na Terra do Tio Sam, atrás da novamente líder GM e da festiva Ford. (*)o jornalista viajou a convite da Anfavea
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
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Gulliver chega às telas e não é cultura para questionar. Os russos se divertem com os russos. E Clint desaba: a vida é a morte.
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Jack Gulliver Black Lúcia Helena de Camargo Fotos: Fox Film/Divulgação
Clint compõe e ainda põe clássicos no filme
A trilha de O Concerto: direta para o coração.
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M
á na primeira cena, o Andante (2º movimento) do Concerto Nº 21 em Dó Maior para Piano e Orquestra, K. 467, de Mozart (ele escreveu 27), fisga o espectador. É um dos momentos mais sublimes da sua criação. Ouça-o na íntegra com o pianista Christian Zacharias e a Orquestra de Câmara de Lausanne (selo DG). A peça de resistência do filme, no entanto, é o Concerto para Violino e Orquestra em Ré Maior, Op. 35 (de Tchaikovsky, foto), que sustenta ação narrativa até o clímax. Vale a pena ouvila com a violinista Kyung Wha Chung, acompanhada pela Sinfônica de Montreal, regência de Charles Dutoit
Fotos: Arquivo DC
G
Titã: Mahler.
ulliver é cínico e desbocado. Parece ser o tipo de gordinho desencanado que não se importa com a própria aparência nem com o que os outros pensam sobre ele. Vivido por Jack Black, Lemuel Gulliver do novo filme As Viagens de Gulliver, incorpora os trejeitos do ator ao personagem. Neste longa-metragem dirigido por Rob Letterman, o herói é o entregador de correspondências de um jornal nova-iorquino. Apaixonado pela editora da seção de viagens (Amanda Peet, foto), não tem coragem de declarar seus sentimentos à moça, por se considerar em um patamar inferior ao dela, profissional e financeiramente. Sua falta de coragem e ambição é notada até pelo colega recém-chegado à empresa (Chris O'Dowd), que passa, após apenas um dia de trabalho, de subordinado a chefe de Gulliver. Malandragem Porém, é justamente a falta de ousadia – somada a certa malandragem – que o leva a empreender sua primeira viagem
como repórter de turismo. Mandado ao Triângulo das Bermudas para escrever uma matéria sobre os mistérios que cercam a região, naufraga e vai parar na ilha de Lilliput, onde os habitantes são minúsculos. Ou, sob outra perspectiva, é a terra na qual ele é gigante. Paródias As amarras com que os pequenos o prendem não são suficientes, como se espera. Porém, Gulliver, em vez de ser o monstro que destrói castelos e vilas, revela-se o sujeito que ajuda Lilliput nas tarefas cotidianas e na guerra contra o reino vizinho. Aclamado, ele aproveita para "vangloriar-se" dos seus feitos, como ter navegado (e afundado) com o Titanic; resolvido intrincadas tramas em apenas 24 Horas como Jack Bauer, encontrado tesouros, como o capitão Sparrow, e lutado com seu sabre a laser na Guerra das Estrelas. Na sua condição declarada de presidente do mundo, é questionado se não fará falta no comando durante o tempo em que está na ilha. E responde: "Tenho certeza de que o vice-presidente Yoda
conseguirá cuidar de tudo na minha ausência". Suas aventuras são encenadas e os lilliputianos o adoram. A princesa (Emily Blunt) é de suas fãs mais ardorosas. Nem todos, porém, compartilham dessa devoção. Em determinado momento, ele terá que lutar contra um monstrengo mecânico que parece saído do filme Transformers. Como usou de artimanhas nada louváveis para chegar ali, Gulliver enfrentará revezes, incluindo cair em outro lugar, totalmente diferente, no qual ele é a pessoa em miniatura. Em tempo: lembremos que trata-se de uma comédia. Com final feliz garantido. E algumas esparsas cenas em formato 3D, seguindo a moda.
nho animado exibido no Brasil durante a década de 1960 e 70. E Gulliver inspirou até música. Há Gulliver Suite (para violinos), composta pelo alemão Georg Philipp Telemann e o funk Leaving Lilliput, da banda No More Kings, entre outras. O livro, recentemente lançado em nova edição no Brasil pelo selo Penguin, tem seu forte no questionamento sobre a mesquinhez e a falta de tolerância dos seres humanos, sejam eles diminutos ou gigantescos. A atual adaptação cinematográfica, felizmente nem tenta ser uma transposição exata da obra. Contenta-se em contar uma história divertida.
As Viagens de Gulliver (Gulliver's Travels, 2010, Estados Clássico da literatura briUnidos, 93 minutos) tânica escrito pelo irlandês Fox Film/Divulgação Direção: Rob Jonathan Swift, As Viagens de Gulliver já ganhou dezenas de versões Letterman. Elenco: Jack Black, tanto para a tela grande quanto para a Jason Segel, Emily Blunt, pequena. É bastante conhecido o deseAmanda Peet, Chris O'Dowd.
úsico aplicado culto, Clint Eastwood dá sempre à trilha de seus filmes uma função interativa. Não é diferente em Além da Vida. Não só compôs temas principais da ação e as vinhetas, como recorreu (jamais gratuitamente) à música erudita para enfatizar certos momentos magnos da narrativa. Árias conhecidas e impactantes de óperas famosas e o Concerto Nº 2 em Dó Menor, Op. 18, de Rachmaninoff (foto), dialogam com o score original de Clint. O Rach 2, como é conhecido o concerto de Rachmaninoff, sublinha momentos tensos do filme, em que a dúvida paira como personagem soberana. E as árias? Todas
O livro
Turandot: Maazel.
Russos. E investigações de Clint. Ken Regan/Warner Bros/Divulgação
Paris Filmes/Divulgação
Kyung: Tchaikovsky. Van Cliburn: fiel. (selo Decca). O Concerto, uma comédia dramática (de erros) foi premiada ainda por outros temperos musicais carimbados (e belos): a popular Dança do Sabre (Balé Gayane), de Khatchaturian; e a Sinfonia Nº 1 em Ré Maior, Titã, de Mahler (em DVD, com a Orquestra do Festival de Lucerna, sob a regência de Claudio Abbado, edição EuroArts). (MMJ)
A
ndrei Filipov (Aleksey Guskov), no passado respeitado maestro do Bolshoi, hoje é o faxineiro do teatro. Seus antigos colegas músicos exercem funções como motorista de ambulância (Dmitri Nazarov, foto), vendedores e alguns acabaram sem teto. Ele está sozinho, limpando a sala do chefe quando chega um fax convidando a Orquestra do Bolshoi para tocar no Teatro du Châtelet, em Paris. Andrei intercepta o documento e a aventura começa em O Concerto (2009, França/ Itália/ Romênia/ Bélgica/ Rússia, 123 minutos). O regente/faxineiro tentará reunir, em 15 dias, os músicos da orquestra original e levá-los para a França, onde se farão passar pela Orquestra do Bolshoi. O motivo: há
anos, foram interrompidos no meio de uma apresentação, por motivos políticos. Filipov quer reger a peça até o fim. Os membros atuais, segundo ele, não sabem tocar. O filme, dirigido por Radu Mihaileanu, tem no elenco Mélanie Laurent (a dona do cinema em Bastardos Inglórios) como a violinista francesa. Com forte crítica à carestia e à falta de informações deixados como rastro pelo comunismo na Rússia, pode ser pouco verossímil e algo exagerado no humor pastelão em certas partes, mas emociona e é engraçado a maior parte do tempo. E sempre funciona colocar a audiência para torcer pelos oprimidos, em uma fábula sobre o talento genuíno vencendo a presunção e a burocracia. (LHC)
C
lint Eastwood arrisca-se ao contar histórias sobre o que há depois da morte, em Além da Vida, filme em cartaz na Cidade desde a semana passada. Faz sucesso principalmente entre pessoas adeptas do espiritismo, e com qualidade muito superior à de produções como Nosso Lar, por exemplo. Mas o filme pode ser visto sem sacrifício também por quem não crê que, ao morrer, entramos em um mundo habitado por ectoplasmas e luzes brancas. E conta com atuações excelentes de Matt Damon (foto) e Cécile de France (de Um Lugar na Plateia). Ele vive George, médium relutante, e ela, a jornalista francesa Marie LeLay, que passa pela experiência de "morrer" por alguns segundos
arrastada por um tsunami. A cena, aliás, é tecnicamente impecável. Você se sente em meio à avalanche da onda gigante que leva consigo carros, casas e pessoas. A segunda catástrofe relembrada é o ataque terrorista ao metrô de Londres. O longa traz ainda sequências tocantes, por retratar o amor sem mácula entra os gêmeos Marcus (George McLaren) e Jason (Frankie McLaren), que lutam juntos para recuperar a mãe drogada. Aos 80 anos, é evidente que uma das intenções de Clint Eastwood é investigar o que poderia acontecer depois desta vida. Se todos estamos sujeitos à inescrutabilidade da morte, um senhor com oito décadas na Terra talvez pense um pouco mais no assunto. (LHC)
elas pontuam reflexões flutuantes na costura do ótimo roteiro (escrito por Peter Morgan, fiel companheiro de Clint). Ópera, convenhamos, é sempre um drama superlativo, que mexe com a psicologia humana. Clint selecionou, entre outras: Turandot (Nessum Dorma) e La Bohème (Che Gelida Manina), ambas de Puccini; L´E lisir D´Amore (Una Furtiva Lagrima), de Donizetti; e Carmen (La Fleur Que Tu M´avais Jetée), de Bizet. No filme, Nessum Dorma soa na voz de Tito Beltrán. Sugestão: ouça e veja a versão integral de Turandot em DVD, dirigida por Lorin Maazel, com a Ópera Estatal da Viena (selo TDK). Quanto ao Rach 2: interpretação antológica de Van Cliburn/ Orquestra RCA, sob a regência de Fritz Reiner (selo RCA). (MMJ)
Página 2 Ciclos especiais de cinema. Teatro: experimente ser dramaturgo. Página 3 Amy Winehouse em SP! Página 4 Quem se lembra do Paribar? Página 6 Visuais: a beleza sutil das cidades. Em fotos.
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Deborah Kerr é a irmã Clodagh em Narciso Negro, filme de 1947 que integra a mostra do CCBB.
CICLOS
O prazer de rever os clássicos Lúcia Helena de Camargo
d
As mostras especiais cultura oferecem opções para quem prefere fugir do cinemão ou apenas rever aquele filme antigo na tela grande. Este é o último final de semana para a aproveitar The Archers - O Cinema De Michael Powell e Emeric Pressburger, no Centro Cultural Banco do Brasil. Iniciada no final de dezembro de 2010, segue até domingo (16), exibindo filmes como Narciso Negro (Black Narcissus, Reino Unido, 1947), obra que revelou a atriz Debora Kerr. O longa encerra o ciclo, na sessão das 19h30 do domingo. A principal atração desta sexta (14), às 19h30, é Um Conto de Canterbury (A Canterbury Tale, Reino Unido, 1944), filme ambientado em um vilarejo inglês durante a Segunda Guerra Mundial, sobre um estranho homem que ataca moças que namoram soldados, jogando cola em seus cabelos. Amanhã, sábado (15), a programação começa às 15h com Nas sombras da Noite (Contraband, Reino Unido, 1940), mostrando os constantes blackouts em Londres devido à guerra. Continua com a comédia romântica Sei Onde Fica o Paraíso (I Know Where I´m Going, Reino Unido, 1947), às 17h, e às 19h30, E Um dos Aviões Não Regressou (One of Our Aircraft is Missing, Reino Unido, 1942). Rua Álvares Penteado, 112. Tel.: 31133651. www.bb.com.br/cultura.
Sérgio Roveri
O
paulista Grupo XIX de Teatro, responsável por espetáculos memoráveis como Hysteria e Higyene, e o grupo Espanca, de Belo Horizonte, de onde saíram as peças Por Elise e Amores Surdos, consolidaram-se como duas das mais importantes companhias teatrais surgidas no Brasil na última década. Embora a matéria-prima de sua dramaturgia localize-se em polos diferentes - enquanto ao Espanca interessa a sutileza das relações humanas, o XIX esmiúça a história do Brasil a partir do ponto de vista da ocupação do espaço urbano - as duas companhias decidiram juntar forças para criar o espetáculo Marcha Para Zenturo, um painel sobre a passagem do tempo e suas inevitáveis consequências na vida dos personagens. A peça, que tem dramaturgia de Grace Passô, do Espanca, e direção de Luiz Fernando Marques, do grupo XIX, entra em
cartaz nesta sexta (14), no Centro Cultural, após ter seu processo colaborativo aprimorado durante nove meses de ensaios. A ideia do espetáculo nasceu a partir da leitura de A Resistência, um dos últimos livros do argentino Ernesto Sabato, publicado em 2000, quando o escritor já contava 89 anos. A obra é composta por uma série de cartas endereçadas ao próprio leitor, e versam sobre temas como a internet, a influência da televisão e o crescimento do terrorismo no mundo contemporâneo. O livro, no entanto, representou apenas um farol, já que a dramaturgia de Marcha Para Zenturo navegue por um caminho muito mais específico: o correr do tempo. A peça transcorre numa festa de réveillon que reúne cinco amigos. Para animar o evento, eles contratam a apresentação de um grupo de teatro. Os atores convidados
decidem encenar alguns trechos das peças do dramaturgo russo Anton Tchecov, entre elas As Três Irmãs, não por coincidência uma obra prima universal que focaliza justamente o insuportável peso dos anos na vida de três irmãs cujo maior sonho jamais realizado - é o de voltar a viver em Moscou, de onde saíram no início da adolescência. A encenação da peça provoca nos amigos uma série de reflexões sobre o que o tempo fez de suas próprias vidas: o que eles eram, o que gostariam de ser e no que efetivamente se transformaram. Marcha Para Zenturo. Estréia nesta sexta (14). Sala Jardel Filho do Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. Tel.: 33833402. Sexta e sábado. 21h. Domingo. 20h. Ingressos: R$ 20.
Tati Para ilustrar a França dos anos de 1950 foi escolhido Meu Tio (foto), de Jacques Tati, produção de 1958 que integra não apenas o ciclo do CCBB (onde será exibido na próxima sexta, dia 21, às 19h30) como também a mostra especial do Cine Belas Artes, onde passa nesta sexta (14), às 18h30. O tradicional cinema da esquina da avenida Paulista com rua da Consolação, ameaçado de fechar as portas até o final de fevereiro por ter sido despejado do prédio no qual funciona, pode ser
transformado em patrimônio histórico e assim talvez continuar funcionando. O processo começou a correr esta semana. E a mostra, que segue até o dia 27, traz ainda A Regra do Jogo (1939) de Jean Renoir); Paixão Selvagem (1976), de Serge Gainsbourg e Sargento Getúlio (1983), do cineasta brasileiro Hermanno Penna. Cinemateca E na Cinemateca Brasileira, até 27 de fevereiro acontece o Verão de Clássicos, que vai exibir filmes como Hiroshima, Meu Amor, de Alain Resnais; O Testamento do Dr. Mabuse, de Fritz Lang. Além de uma rara cópia em 35 mm da versão original do clássico King Kong, rodado em 1933 com Fay Wray no papel da loira por quem o macaco gigante se apaixona. Entraram ainda na programação Vozes Distantes (1988) Distant Voices, Still Lives), de Terence Davies, cuja história se passa na cidade inglesa de Liverpool nos anos 1940. Ingressos a R$ 8. Largo Senador Raul Cardoso, 207 (próxima ao metrô Vila Mariana). Tel.: 3512-6111. www.cinemateca.org.br.
Renato Mangolin/Divulgação
das Adagas Voadoras (2004), do chinês Zhang Yimou, o charme são os figurinos orientais belíssimos, vestidos por atrizes e atores não menos belos, que vivem histórias sobre amor e honra lavada com sangue em cenários de sonho.
Moda Na terça (18), o CCBB inicia a Mostra Cinema de Moda, tendo como objetivo aproximar o grande público do universo chamado fashion, usando uma série de atividades culturais. A programação inclui exibições de filmes, performances, mesas redondas e palestras com grandes nomes do mundo da moda. Com ingresso gratuito, segue até o dia 30. A programação completa está no site www.galeriacentral.org. Vai exibir filmes como Bonequinha de Luxo (1961), de Blake Edwards, que traz Audrey Hepburn em um dos seus conhecidos papeis, como a garota de programa decidida a se casar com um milionário; The Rocky Horror Picture Show (1975), de Jim Sharman; Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977), de Woody Allen, que exibem trajes urbanos, além de longas que tratam mais especificamente de moda, como Coco Chanel & Igor Stravinsky (2009), de Jan Kounen. Já em O Clã
No réveillon do tempo
King Kong, de 1933, em rara cópia de 35 mm, na Cinemateca.
Tenha o seu dia de dramaturgo N
Paris Filmes/Divulgação
No CCBB, últimos dias do evento The Archers e começa a Mostra Cinema de Moda, com filmes como Bonequinha de Luxo. Na Cinemateca Brasileira, Verão de Clássicos. E Belas Artes pode continuar.
Fotos: Divulgação
O Clã das Adagas Voadoras: figurinos e cenários magníficos. Na China.
ãotemnemnome é o tipo de peça que, por mais que se aprecie, é impossível recomendar aos amigos, já que, no dia seguinte, aquilo que se viu na sessão anterior não será mais repetido - o espetáculo, que entra em cartaz no teatro do Sesc Pompeia na próxima quarta-feira (19), muda a cada apresentação - e o responsável por esta mudança é o próprio público, que terá seu dia de dramaturgo. Isto posto, vamos às explicações. Criado pelos grupos Cia das Inutilezas e Pangéia Cia. de Teatro, formado por atores do Rio e São Paulo, Nãotemnemnome é desenvolvido em duas etapas. Na primeira delas, os atores da companhia entrevistam, durante aproximadamente 40 minutos, pessoas que se mostraram interessadas em participar da criação do espetáculo - o agendamento é feito por meio de
telefonemas. Esta espécie de senso dramatúrgico preserva a intimidade do público - cada pessoa fala reservadamente com um ator da companhia, que terá em mãos perguntas previamente elaboradas. As respostas obtidas pelo elenco serão a base da história a ser contada em cena na noite seguinte. Além dos relatos pessoais da plateia, as peças incluem, desta vez em todas as apresentações, fragmentos de textos do dramaturgo irlandês Samuel Beckett e da escritora brasileira Adriana Falcão. O cenário é uma sala de estar onde ocorre uma festa de amigos - atores e público compartilham deste mesmo ambiente. Para que o resultado final da peça não soe uma radiografia pessoal dos entrevistados, as perguntas não poderiam ser mais genéricas. São questionamentos do
tipo: qual foi o primeiro susto que você levou na vida ou até que ponto as palavras são precisas para traduzir nossos medos e angústias. Desta forma, diz a atriz Liliane Rovaris, é altamente provável que alguém que veja o espetáculo sem ter participado das entrevistas reconheça em cena grandes semelhanças com suas próprias histórias. Quem quiser participar das entrevistas, deve agendar um horário por meio do telefone 7377-7282. Já as sessões do espetáculo, com duas horas e meia de duração, ocorrem de quarta a sábado, abertas ao público em geral. Nãotemnemnome. Estréia na quarta (19). Espaço Cênico do Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93. Tel.: 38717700. De quarta a sábado. 20h30. Ingressos: R$ 12.
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Flávio Florido/Divulgação
Os grupos Mawaca e Uakti e as cantoras Cyndi Lauper e Rihanna: atrações internacionais e nacionais prometem agitar a Cidade neste ano. 2011 promete!
Temporada de shows internacionais está aberta. Atrações vão do rock pesado ao pop dos anos 80. É música para todos os gostos.
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cultura
Privilégios da Capital André Domingues
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my Winehouse deixa os seios escaparem do biquíni no Rio. Amy Winehouse tropeça no palco e esquece letras em Florianópolis. Amy Winehouse canta para uma plateia enorme e febril em Recife. Está aberta a temporada de shows internacionais de 2011! O pontapé inicial foi dado justamente pela atração mais interessante do ano, a polêmica Amy, que termina sua turnê em São Paulo neste sábado (15) no Summer Soul Festival, antecedida por Miranda Kassin, Instituto, Mayer Hawtorne e Janelle Monáe. Depois dela, ainda tem mais de uma dezena de grandes estrelas do pop-rock para subir aos palcos brasileiros só no primeiro semestre. A capital paulista, novamente, ocupa um lugar privilegiado na recepção dos principais, mas, dessa vez, está acompanhada pelo Rio de Janeiro, que terá um Rock in Rio inteiro para curtir na primavera. Melhor para o público, que garante ainda mais oportunidades para curtir as novidades do exterior ou reencontrar velhos ídolos. O show de Amy merece mesmo atenção especial. Além de a inglesa ser uma artista de ponta na sua geração, a passagem pelo Brasil marca sua volta aos palcos, depois de mais de dois de ausência, em função das numerosas encrencas em que veio se metendo. Agora, ela volta à estrada para defender os hits Rehab, You know I'm no Good, Love Is a Losing Game e Tears Dry on Their Own, além de, possivelmente, arriscar alguma canção inédita. É um repertório que vale a pena. Sem falar que, como os sinais de reabilitação na
Fotos: Divulgação
sua vida pessoal não têm sido muito firmes, essa pode ser uma chance rara de vê-la ainda em forma. O primeiro semestre de 2011 também reserva outras atrações de peso. Um caso inquestionável (inclusive ao pé da letra, em se tratando da sonoridade) é a banda de heavy metal Iron Maiden, que passa por aqui em março com a turnê The Final Frontier. Tão pesado e fundamental quanto o Iron é o lendário Ozzy Osbourne, exBlack Sabbath, que chega no início de abril. No mesmo mês, a série de bandas capitais se completa com o U2, que volta ao Brasil com a turnê 360°. Além desses ícones do rock, o roteiro paulistano ainda traz três nomes que tiveram presença marcante décadas atrás: Cyndi Lauper, Hoodoo Gurus, Roxette (foto) e Ian Anderson. A exótica voz da americana Cyndi entoará True Colors, Time After Time e outros hits em fevereiro. No mesmo mês, a banda australiana Hoodoo Gurus vem relembrar antigos sucessos e apresentar seu nono disco, Purity of Essence. A dupla sueca Roxette, por sua vez, aporta em abril para uma apresentação ancorada em Listen to Your Heart e outras canções famosas dos anos 80. Já Ian Anderson, vocalista e fundador do Jethro Tull, estará em maio na cidade para mostrar Aqualung, Locomotive Breath e outras canções em roupagem acústica. As gerações mais novas, porém, não ficaram de fora da programação. Logo no mês que vem, estará por aqui a combinação de eletrônica e punk rock do LCD Soundsystem, enquanto, em março, vem
a colombiana Shakira, protagonista principal do Pop Music Festival. Se o primeiro semestre de 2011 está agitado, o segundo promete ainda mais. Afinal, o Rock in Rio, que será realizado entre os dias 23 de setembro e 2 de outubro, é uma garantia de grandes atrações. O elenco já conta com Red Hot Chili Peppers, Snow Patrol, Metallica, Motörhead (que toca antes, em São Paulo, no mês de abril) e Coldplay, entre outros. No decorrer do ano, muitos outros shows internacionais ainda devem ser anunciados. Para a alegria do público adolescente, por exemplo, já é praticamente certa a presença da cantora Rihanna e do cantor Justin Bieber. Tanta movimentação em torno dos estrangeiros, porém, pode deixar de orelhas em pé os defensores da arte nacional. É inegável, afinal, que durante a visita desses artistas, Ivete Sangalo e outras estrelas do País têm virado coadjuvantes. A extroversão do mercado, contudo, não deve causar tanto alarde. Primeiro, porque a presença dos estrangeiros ajuda em muito na atualização musical e técnica dos artistas brasileiros, acrescentando novas experiências. Segundo, porque, quando houve momentos semelhantes, mas com pouca presença dos grandes nomes internacionais no Brasil, disseminou-se por aqui o hábito da imitação - lembra-se das bandas de cover dos anos 80? -, uma verdadeira praga. Os originais são bem melhores. Summer Soul Festival . Miranda Kassin, Instituto, Mayer Hawtorne, Janelle Monáe e Amy Winehouse. Arena Anhembi. Av. Olavo Fontoura, 1209. Tel.: 40031527. Sexta (15). A partir das 18h. Ingressos: R$ 200 (pista comum) e R$ 500 (pista Premium - esgotado)
Amy Winehouse: atração mais interessante do ano se apresenta em São Paulo neste sábado (15).
E também no palco o melhor da nossa música P
ensar que os mega shows internacionais prejudicam a música brasileira é uma bobagem. Basta ver que no fim de semana da badalada apresentação de Amy Winehouse a capital paulista tem um vasto e variado cardápio de shows nacionais. Sobretudo em função da afinada programação da rede Sesc. No recentemente reformulado Sesc Belenzinho, as atrações são Badi Assad (foto) e Luiz Melodia. Badi canta na Comedoria, mostrando o repertório do DVD que leva seu nome, com obras próprias, como O ndas, e alheias, como Joana Francesa (Chico Buarque) e Bachelorette (Björk). Melodia, por sua vez, sobe ao palco do Teatro com canções românticas, como Quase Fui Lhe ProcurareLeros Leros e Boleros, além de sucessos antigos. O tradicional Sesc Pompéia não fica atrás, dedicando o espaço do teatro a uma grata revelação: o cantor Mateus Sartori, que mostra, nesta sexta (14), seu terceiro CD, Franciscos. Sábado (15) e domingo (16), na choperia, quem se apresenta é o consagrado grupo mineiro de percussão Uakti, lançando o álbum 4 Tempos. A unidade Pinheiros pôs o largo Teatro Paulo Autran à disposição do Mawaca, grupo especializado em música étnica. No sábado (15), o programa gira em torno do disco Rupestres Sonoros, que envereda por sonoridades indígenas, enquanto, no domingo (16), o tema é uma antologia dos seus 15 anos de carreira. Já no Sesc Vila Mariana, a atração principal é o pernambucano Otto, que vem reerguendo sua carreira com o álbum Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos. Como participações especiais, ele traz Junio Barreto, no sá-
Fotos: Divulgação
bado (15), e Lirinha, no domingo (16). Menos lembrado do que os anteriores, o Sesc Consolação também tem uma ótima atração para a tarde deste sábado (15): Rubi. Ladeado pelas cordas de Estevan Sinkovitz, o performático intérprete mostra o CD Infinito Portátil. Fora dos Sescs, é possível ver Fafá de Belém no Auditório Ibirapuera na sexta (14), sábado (15) e domingo (16). Porém, não se pode deixar de destacar o show de Virgínia Rosa e Ogair Júnior, agendado para o Teatro Cleyde Yáconis. Acontece que, afora a qualidade dos dois protagonistas, a apresentação tem uma nota dramática, pois faz parte do lançamento do CD Voz & Piano, que Virgínia gravou com o pianista gaúcho Geraldo Flach, infelizmente falecido há 10 dias. A coragem de manter o espetáculo, apesar da dificílima circunstância, faz dele uma homenagem muito especial a Geraldo. (AD) Badi Assad - DVD Badi Assad. Comedoria Sesc Belenzinho. Rua Padre Adelino, 1000. Tel.: 20769700. Sexta (14) e sábado (15). 21h30. Ingressos: R$ 24. Luiz Melodia - Música Romance. Teatro do Sesc Belenzinho. Rua Padre Adelino, 1000. Tel.: 2076-9700. Sexta (14) e sábado (15). 21h. Domingo (16).18h. Ingressos: R$ 24. Mateus Sartori - Franciscos. Teatro do Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93. Tel: 3871-7700.
Sexta (14). 21h. Ingressos: R$ 16. Uakti - 4 Tempos. Teatro do Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93. Tel.: 3871-7700. Sábado (15). 21h. Domingo (16). 18h. Ingressos: R$ 20. Mawaca - Rupestres Sonoros e 15 Anos de Carreira Teatro Paulo Autran - Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195. Tel.: 3095-9400. Sábado (15). 21h. Domingo (16). 18h. Ingressos: R$ 15. Otto - Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos Teatro Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141. Tel.: 5080-3000) Dias 15, às 21:00h, e 16, às 18:00h Ingressos: R$ 20,00 Rubi - Infinito Portátil. Hall de Convivência Sesc Consolação. Rua Dr. Vila Nova, 245. Tel.: 3234-3000. Sábado (15). 15h. Ingressos: grátis Virgínia Rosa e Ogair Júnior. Teatro Cleyde Yáconis. Av. do Café, 277. Tel.: 5070-7018. Sábado (15). 21h. Domingo (16). 19h. Ingressos: R$ 30. Fafá de Belém Auditório Ibirapuera. Parque do Ibirapuera, portão 2. Tel.: 3629-1075. Sexta (14) e Sábado (15). 21h. Domingo (16). 19h. Ingressos: R$ 30.
Fafá de Belém é a atração do Auditório Ibirapuera.
Luiz Melodia: Teatro do Sesc Belenzinho.
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Fotos: Wellington Nemeth/Divulgação
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cultura
Filé à Meninão: Chateaubriand ao molho madeira que presta homenagem ao colunista Álvaro Luiz Assumpção.
Happy Hour com sabor na Praça Dom José Gaspar
Fotos: Arquivo DC
Fellini, Petri, Chabrol. Clássicos do cinema europeu. A poesia de Federico Fellini, a filosofia de Elio Petri e o humor negro de Claude Chabrol.
O
carisma de Gilulieta Masina (Julieta dos Espíritos, 1965, Versátil) e Gian Maria Volonté (A Classe Operária Vai ao Paraíso, 1971, Versátil); e o charme de Jean-Claude Brialy (Os Primos, 1959, Luma) podem ser revistos (e reavaliados?) em DVDs relanlçados neste mês, num trabalho que merece aplauso - afinal voltar ao clássicos é mais do que um desfrute. Com toda certeza, esse ato encerra lições de bom gosto e amplia conhecimentos. Do italiano Federico Fellini, Julieta dos Espíritos provoca uma pergunta inevitável entre os que conhecem bem a sua obrai: por que sempre ficou à margem de obrasprimas obviamente consagradas (e sempre citadas) como A Doce Vida (1960), Oito e Meio (1963) e Amarcord (1973, este, talvez, o trabalho mais "fácil" e poético do diretor, lembrado, principalmente, pela música tema composta por Nino Rota. Mas Julieta dos Espíritos, um ensaio intimista e comovido sobre a psiquê, tem (demais) Giulietta Masina, atriz contidamente expressiva, avessa às tentações do estrelato. De Elio Petri, outro italiano, A Classe Operária Vai ao Paraíso se destaca por passar dignamente ao largo do panfletário: ao contrário, seguindo caminho oposto, enfeixa no protagonista
Lúcia Helena de Camargo
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Paribar foi reaberto no mesmo endereço no qual, no passado, foi frequentado por boêmios paulistanos: a Praça Dom José Gaspar, atrás da Biblioteca Municipal Mário de Andrade, que também tem previsão de em breve voltar a funcionar integralmente. E para celebrar o aniversário de São Paulo, no dia 25, começa a servir, nesta sexta (14), um cardápio especial. O menu Clássicos do Paribar, que continua até o dia 29, traz Filé à Meninão, que é um filé Chateaubriand com molho madeira e arroz com açafrão (R$ 39,20). O filé alto vem com molho preciso. O nome homenageia o colunista social e importante figura da noite paulistana, Álvaro Luiz Assumpção, apelidado de "Meninão”. Para quem prefere frutos do mar, há camarão à dorê com salada de batata (R$ 58,30); pescada branca com molho de camarão e brócolis alho e óleo (R$ 49,50) e polvo e lula à provençal (R$ 52,40). Chope Como sugestão para acompanhar o menu especial, há vinhos em taça e em garrafa e o ótimo chope feito em uma microcervejaria no interior de São Paulo (Indaiatuba). Custa R$ 3 o caçulinha com 200 ml e a caneca com 340 ml é vendida a R$ 4,50. E drinques clássicos,
Zé Carlos Barreta/Hype
como Whisky Sour (uísque, suco de limão, açúcar e açúcar na borda da taça), vendido a R$ 21,90; Meia de Seda, à base de licor de cacau, leite condensado, conhaque (R$ 19,90); Kir Royal, que nesta versão leva vinho branco, licor de cassis e cereja (R$ 22,50) e Daiquiri, um dos preferidos do escritor Ernest Heminguay, drinque com rum prata, suco de limão e grenadine (R$ 18,60). O cardápio normal da casa conta com risotos, como o de aspargos com camarão e mascarpone (R$ 29,10); carnes como o medalhão com molho de mostarda Dijon (R$ 33,50); frutos do mar, entre os quais o camarão ao mel (R$ 38,60) e o badejo ao molho de alho poró (R$ 37,80). Atenção especial às massas, feitas ali mesmo, seguindo outra tradição, já que no Paribar funcionava um pastifício. Exemplos: fettuccini Alfredo (R$ 23,40), que leva molho branco e presunto cru; penne com bacalhau e brócolis (R$ 30,10); nhoque de batata ao molho bolonhesa (R$ 20,80); espaguete ao alho e óleo e camarão (R$ 29,10); ravióli duas cores recheado com queijo brie, ao molho de manteiga e amêndoas. E saladas: a S alapaccio (R$ 22,30) leva carpaccio, há a clássica Caesar (R$ 20,40) e a Caprese (R$ 17,80), com alface O ótimo chope e mesas com vista para a Praça Dom José Gaspar, que combinam com Happy Hour. Acima, o drinque Kir Royal.
americana, mussarela de búfala e tomates. A salada Dom José Gaspar (R$ 26,80) é à base de folhas verdes, endívias e lulas grelhadas. Happy Hour Na hora do almoço, a casa lota. Mas é no Happy Hour, quando o sol cai, que a região fica mais charmosa. Então, as vedetes são as porções. Na seção Petiscos do Mercadão, o bar oferece seleção de salames (R$ 14,30); prato de azeitonas (R$ 9,50); chips de provolone (R$ 12,20); queijo brie marinado com pimentas (R$ 10,20) e até uma porção intitulada Viagra, que leva à mesa uma tigela com um misto de amendoins (R$ 5,90). Todo o cardápio conta com descrições também no idioma inglês. Assim, é possível levar lá aquele seu amigo estrangeiro sem precisar ficar explicando a composição de cada item. O bar abre de segunda a sábado às 11h30. De segunda a quarta, fecha à meia-noite; às quintas e sextas, vai até 0h30, e aos sábados, até 23h. Fecha aos domingos.
Nasce uma estrela Aquiles Rique Reis
Paribar. Praça Dom José Gaspar, 42, Centro. Tel.: 3237-0771. www.paribar.com.br
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Zé Carlos Barreta/Hype
HISTÓRIA O
riginalmente inaugurado em 1949, o estabelecimento ganhou seu nome usando as primeiras sílabas do título Pastifício Ristorante Bar. Assim, virou Paribar. Funcionou até 1983, tendo seu auge nas décadas de 1950 e 60. O bar atual foi reaberto em abril do ano passado, depois de funcionar no local por alguns anos o Santa Fé, de propriedade do mesmo dono atual, Luiz Campiglia (foto). "Surgiu uma questão em relação ao nome Santa Fé e fazendo uma pesquisa descobrimos que 'Paribar' estava disponível. Foi o destino. Adorei poder reabrir esse lugar histórico." Segundo Campiglia, entre os clientes do antigo Paribar já estiveram o músico Mick Jagger e
até Che Guevara, que passou para tomar um drinque quando veio ao Brasil receber a medalha dada por Jânio Quadros. Ele relata ter entre seus clientes antigos frequentadores, filhos e netos desses. "Muita gente passava por aqui e me perguntava sobre o Paribar", conta. Entre os funcionários da casa está José Oliveira, que foi garçom ali de 1967 a 1979 e agora assumiu a função de maitre. Ele ajudou o dono na tarefa de elaborar o menu especial de aniversário da Cidade. Além do cardápio extraordinário, a festa no Paribar vai contar, a partir do dia 25, com uma exposição de fotografias e objetos relacionados ao passado do bar.
Volonté eternos teoremas que marcam a condição humana, sem considerar o debate simplista sobre as diferenças entre classes sociais. Petri assina filmes antológicos como Alta Infidelidade (1964); A Décima Vítima (1965); Um Lugar Tranquilo no Campo (1968) e Investigação de Um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita (1970). Já Os Primos, do francês Claude Chabrol, falecido no ano passado, é um marco da Nouvelle Vague, movimento que agitou o cinema europeu na década de 1960 e exportou modelos de técnica e sintaxe para o mundo inteiro. Chabrol foi critico e ensaísta da revista Cahiers du Cinéma, ao lado de Godard e Truffaut. Realizou obras que resistem ao tempo, sustentadas por indiscutível universalidade. Entre seus melhores títulos estão Uma Festa de Prazer (1974); Os Inocentes de Mãos Sujas (1974); Alice Ou a Última Fuga (1976); Afinidades Eletivas (1981) e A Vida do Próximo (1983). (MMJ)
Zé Carl
os Barr
eta/Hy
pe
uem ouvir Juliana Caymmi cantar proporcionará a si mesmo surpreendentes momentos de felicidade. Seu canto tem a suavidade de quem sabe que pode encantar quem quiser. Ele pode ser dramático, ou mesmo mordaz; mas o que mais impressiona nele é a simplicidade com que soa, mesmo sendo tudo isso e mais aquilo. Com jeitinho meio maroto, a voz de Juliana Caymmi veio sambar; com seu modo de interpretar, a roda se abre para melhor vê-la gingar; e até o tempo interrompe o seu passar para que ela esteja pronta para mudar sem que ele, o tempo, ao menos perceba que ele, para ela, não vai passar. Ainda que seu sobrenome revele que ela é uma Caymmi (filha de Danilo, compositor de boa linhagem, e de Ana Terra, compositora de talento, além de neta do grande Dorival e sobrinha de Nana e de Dori), Juliana arrebata quem a escuta pela primeira vez. Sua voz é poderosa, de arrepiar os pelos. E para ainda mais realçar seu timbre e sua afinação, os bons arranjos de Ricardo Matsuda, assim como os instrumentistas que os reproduzem, estão à altura da excelente cantora que a moça é. Além dos violões, da viola caipira e do baixo de Matsuda, a acompanhá-la estão Sizão Machado (baixo), Ramon Montagner, Chico do Pandeiro e Lucas da Rosa (percussão); Cleber Almeida e Pepa D’Elia (bateria); Mané Silveira (flauta e sax tenor); Tiago Costa (teclados); Luis Kalau (violão de sete cordas); Rubinho Antunes (flugel horn e trompete); Daniel Romanetto (cavaquinho) e Beto Kobayashi (guitarra). Para abrir Para Dançar a Vida (Kalamata), seu primeiro CD, Juliana uniu Vento Noroeste (Elpídio dos Santos e Juraci Rago) a Flecha de Prata (Danilo Caymmi): o poder da voz ampliando a força dos cantos praieiros. A delicadeza da flauta e do violão estão em Moço (Juliana Caymmi). A flauta se destaca em intermezzo arrebatador. Juliana brilha. Porque Sou Carioca (Juliana Caymmi e Ana Terra) é letra de mãe para filha. Coisa de craque. Em Não Só Pela Chuva (Fred Martins e Marcelo
Diniz), o trompete em surdina é vigoroso. A bateria e o baixo pontuam. Apenas a viola caipira e o violão ponteiam suavemente. Juliana emociona no clássico Desenredo (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro). Em Coco Praieiro (Eudes Fraga e Paulo César Pinheiro), o pandeiro dá a pisada, a zabumba vai, a viola brilha... Meu Deus! Pra Dançar a Vida (Juliana Caymmi) começa com o violão e o baixo fretless. A bateria logo se junta a eles. Bela canção. Piano, violão, baixo acústico e a bateria, tocada com vassourinhas nos pratos, criam a atmosfera para Juliana se deliciar com a linda "Guanabara" (Fred Martins). E ela segue com Paixão Latina (Selma Boradian); Aonde o Tempo Vai (Ricardo Matsuda); Sempre Viva (Amor Perfeito) (Luis Perequê); e com a sua amorosa O Tempo. Ao fechar com Flor de Ir Embora, de Fátima Guedes, Juliana Caymmi canta: "E lá vou eu/Flor de ir embora/Eu vou/Agora esse mundo é meu". De fato, o mundo é seu, moça: cantando desse jeito, sua sina é ser reconhecida como uma grande intérprete.
Juliana arrebata quem a escuta pela primeira vez. Sua voz é poderosa, de arrepiar os pelos.
Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
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Fotos:Arquivo DC
O vibrante campeonato de crônicas sobre futebol, entre Coelho Neto e Lima Barreto.
Renato Pompeu
A
ideia imaginosa do pesquisador Mauro Rosso rendeu um seu livro ao mesmo tempo importante e saboroso, Lima Barreto Versus Coelho Neto - Um Fla-Flu Literário, editado pela Difel. Trata-se da reprodução da polêmica mais indireta do que direta que ocorreu entre esses dois escritores tão diferentes um do outro, sobre a desejabilidade ou não do futebol que então se estava implantando no País, nas duas primeiras décadas do século XX. Rosso intercalou crônicas, artigos e contos de Lima Barreto com textos de Coelho Neto, sempre sobre futebol, e incluiu suas próprias observações explicativas e comentários. De um lado, Coelho Neto, membro da elite branca, conservador, cultor de um classicismo que procurava imitar os
gregos antigos, um dos principais nomes da alta cultura da época, capaz de fazer e desfazer reputações com uma penada, defendia o futebol recémintroduzido como uma atividade reforçadora das energias físicas e morais dos brasileiros, através não só do desempenho atlético como principalmente pela solidariedade, pelo companheirismo e pelo cavalheirismo. Comparava os jogadores, muito particularmente os rebentos da juventude dourada local que constituía a prática totalidade do elenco das principais equipes cariocas de então, a guerreiros, ou a deuses da Antiguidade. Lima Barreto, de sua parte, mestiço, mulato ou talvez cafuzo, anarquista militante, crítico implacável das mazelas do Brasil republicano, irado contra a marginalização de seu talento, defensor
da linguagem compreensível pelos Coelho Neto estava mais próximo dos pobres e pelos oprimidos que pretendia antigos ideais olímpicos, de prática de mobilizar, atacava o futebol como esportes só por amadores (ou seja, estrangeirismo elitista, prejudicial à pessoas ricas que tinham condições de saúde física e à ética, por causa das dedicar-se gratuitamente a brigas com feridos e mortos, frequentes treinamentos sem prejuízo de sua não só entre os jogadores, como entre sobrevivência) integrantes das elites, os torcedores e dentro de suas famílias. que por meio de esportes se Afinal, um século depois, nos sentimos preparariam para posições de liderança tentados a dar razão a Coelho na sociedade. Neto, pois o futebol triunfou, não Era contra esse elitismo que cultura Lima Barreto se voltava, embora só no Brasil como mundialmente. Mas um exame mais acurado ele não tenha percebido as indicaria que o futebol que possibilidades, ainda latentes em triunfou não foi o que Coelho sua época, de o futebol Neto defendeu. funcionar, como efetivamente Embora fosse um torcedor funcionou, como fator de integração e apaixonado do Fluminense, e embora de afirmação das camadas mais conste que até comandou a invasão de populares da Nação. campo durante um jogo de seu time, Além disso, outras coisas se notam na para protestar contra um pênalti, polêmica entre Coelho Neto e Lima
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Barreto: o linguajar de Coelho Neto é hoje muito menos legível do que o de Lima Barreto, embora na época Coelho Neto fosse considerado um mestre do idioma e Lima Barreto fosse acusado de incorreções. Isso se explica porque Coelho Neto empregava o idioma culto dos escritores portugueses clássicos, enquanto Lima Barreto cultivava a língua efetivamente falada pelas pessoas cultas da sociedade carioca de então. Hoje Lima Barreto é muito mais considerado como escritor do que Coelho Neto. Acima de tudo, o que se pode notar na polêmica tão inteligentemente reproduzida por Mauro Rosso, é que, enquanto Coelho Neto, na sua defesa do futebol como atividade nobilitante, apresentava muito mais frases sonoras e alambicadas de elogio às glórias
esportivas, ao mesmo tempo Lima Barreto, numa linguagem muito mais simples, apresentava muito mais fatos concretos que abonavam suas conclusões. Assim Coelho Neto vai falando abstrata e poeticamente, embora de modo empolado, sobre façanhas muitas vezes imaginárias dos atletas, ou as descrevia com exageros, enquanto Lima Barreto vai desfiando fatos: crianças morriam após jogar futebol, adultos quebravam pernas e pés, torcedores brigavam às centenas, insuflavam-se as rivalidades regionais. Ele porém mal viveu para acompanhar a vitória do time só de negros do Vasco da Gama no Campeonato Carioca de 1922, fator decisivo para o progressivo desaparecimento do racismo como ideologia oficial no Brasil.
SISTEMA SOLAR NO TETO Sistema Solar é tema do Férias na Cultura. Sons espaciais, estrelas e planetas pendurados pelo teto integram a atração. No Shopping Market Place. Domingo (16), 15h.
Fotos: Divulgação
Reis, TVs e letras
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omingo (16), o CineSesc (Rua Augusta, 2075, Cerqueira César, tel.: 3087-0500) apresenta um bom motivo para que o passeio com a criançada seja lá. O projeto CineClubinho, com sessões gratuitas voltadas para o público infantil, exibe o filme O Rei e o Pássaro (1980, 87 minutos, à esquerda), do diretor francês Paul Grimault, às 11h. A animação, ambientada em um reino chamado Taquicardia, mostra um rei vaidoso e cruel, acostumado a caçar passarinhos. Mas não é só o rei que se diverte, da maneira dele. Durante uma misteriosa noite, estátuas e personagens dos retratos do rei ganham vida e isso é só o começo da diversão. Já no Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195, tel.: 3095-9400, 15h), quem atrai o olhar dos pequenos é João, personagem da peça E Agora João? (acima, à esq.). Com texto criado pelo músico Marcelo Villa Boas, apresenta uma história inspirada no filho dele. João, o protagonista da aventura, é fã de televisão e passa horas na frente da telinha. Se a cena lhe pareceu familiar, saiba que na peça o inesperado acontece: João é engolido pelo aparelho de TV, enquanto todos da família assistem seus programas prediletos, cada um em um cômodo da casa. Já em outra unidade, no Sesc São Caetano (Rua Piauí, 554, Santa Paula, São Caetano do Sul, tel.: 4223-8800), a brincadeira é com as palavras. Quem comanda a garotada com canções e poesias é o grupo Balaio de Dois, formado pelo escritor e recitador Paulo Netho e pelo compositor Salatiel Silva. A dupla é protagonista de Uma Palavra Puxa Outra (acima, à dir.), espetáculo baseado no universo dos vocábulos. A imaginação do público mirim é estimulada por meio de cenas interativas feitas de forma lúdica e sonora. Poesias de Manoel de Barros e José Paulo Paes integram a montagem. (RA)
CINE PIPOQUINHA Sesc Pinheiros promove exibições gratuitas de curtas e médias metragens no Sesc Pinheiros. Na programação filmes como Ícarus (SP, 2007, 10 minutos) e O Natal do Burrinho (RS, 1984, 5 minutos). Rua Paes Leme, 195, tel.: 3095-9400. Quarta (19), 15h.
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Fotos: Diego Kuffer/Divulgação
Obra Asa, de 2008, feita na cidade de São Paulo. As abelhas de Oh, Honey... (2007), na Chapada Diamantina. Esta Barra, Quilombera, de 2009, no Boca Juniors, em Buenos Aires. E, em São Paulo, Sorria-se, de 2010.
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cultura
Exposição Cadernos de Anotações exibe a sutil beleza das cidades capturadas pelas lentes do fotógrafo paulistano Diego Kuffer
Vestígios urbanos Rita Alves
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iajar está entre seus planos de férias? Que tal antes fazer um passeio inspirador? Independente do destino, vá até a Galeria de Arte A Hebraica para contemplar a individual Caderno de Anotações, do fotógrafo Diego Kuffer. A mostra exibe 13 fotografias de metrópoles brasileiras e estrangeiras, clicadas entre 2007 e 2010. Mas não espere encontrar no local fotografias de pontos turísticos. O artista passou por lugares como São Paulo, Buenos Aires e Nova York e mostra em imagens um novo olhar sobre as cidades. Na obra Oh, Honey..., por exemplo, feita na Chapada Diamantina, Bahia, Kuffer mirou sua máquina na direção de um copo cheio de abelhas. Em São Paulo, duas escovas que parecem formar um sorriso também chamaram a atenção do fotógrafo. Mas foi na Argentina, no estádio do Boca Juniors, que saiu a foto mais difícil do conjunto, intitulada Esta Barra, Quilombera. Segundo Kuffer, o estádio estava vazio, sem jogo, mas alguns turistas, como ele, zanzavam por entre as cadeiras. "Acho que foi coisa de meia hora até conseguir uma janela de tempo em que não aparecesse ninguém em meu enquadramento", diz. No momento ideal do clique, o mais importante para ele é o contexto. "O que me interessa é o contexto. Uma cena que contenha elementos – pessoas, objetos, animais etc – e que a sua composição traga algum tipo de reflexão, equilíbrio ou textura que agrade meus olhos e que evoque algum tipo de emoção, principalmente aquelas que não podem ser nomeadas", explica o artista.
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ara o visitante, a cor forte das imagens pode ser um atrativo. "Em algumas fotos, procuro exagerar as cores, para tornar a cena mais etérea, menos mundana. A ideia é deslocar o público do simples do dia a dia, para que o impacto visual abaixe um pouco da guarda que não nos deixa sonhar acordados. Acho que deve ser por isso que as crianças parecem gostar muito das fotos." E apesar de as fotos terem sido feitas em locais diferentes, todas têm algo em comum: vestígios urbanos. "Perguntaram outro dia por que estas fotos não têm pessoas, e eu disse que em todas o ser humano está presente, mas na maioria, ele está representado por seus vestígios. No caso, vestígios urbanos. E estes vestígios escondem uma beleza, seja por sua geometria ou pelas cores, que o cotidiano metropolitano parece não ver ou não querer ver, não importa a cidade." O título da mostra, Cadernos de Anotações, remete aos registros de viagem dele, feitos por meio de fotos. No passado, Kuffer escrevia. "Antes de fotografar, eu escrevia por horas a fio. Andava para cima e para baixo em viagens ou mesmo em São Paulo, sentava em algum café e escrevia em pequenos cadernos. Estes cadernos me eram extremamente importantes, pois era neles que eu organizava o mundo que havia dentro de mim; neles, eu registrava minha existência", conta. Depois da fotografia, mudanças. "Eu até continuo escrevendo, mas não com a mesma forma intempestiva como antigamente. Agora, o vigor eu deixo para as fotos. A fotografia é meu caderno de anotações."
Solar: túnel clicado em Nova York, em 2010. E, abaixo, a obra 4 Sale, feita também em 2010, em San Francisco.
A Hebraica. Rua Hungria, 1000, Jardim Europa, tel.: 3818-8888. Terça a domingo, das 8h às 20h. Grátis.
tos, mas fo u lg a m E r as xagera e o r u c pro nar a ara tor p , s e r o c a, is etére a m a n ce na. munda menos uffer Diego K
OUTRAS Red Bull/Photofiles
Anhangabaú, sede atual do Red Bull House of Art. O projeto agrupou os jovens Clara Ianni, Felipe Salem, Guilherme Peters (foto), Jaime Lauriano, Marcos Brias e Sofia Borges para uma residência artística. A reunião de talentos foi feita no fim do ano passado, durante seis semanas. Agora chegou a hora de o visitante ver o resultado. Esculturas, instalações e projeções estão entre as obras. Edifício Sampaio Moreira. Rua Líbero Badaró, 346, Vale do Anhangabaú, térreo. Galeria Transitória, 10º andar. De segunda a sábado, das 10h às 20h. Grátis.
R
obôs coloridos feitos de acrílico, ferro ou plástico integram a Troyart. A mostra traz obras vindas de vários lugares do mundo, reunidas no MuBE graças à comunicação dos artistas via internet. Museu Brasileiro da Escultura. Sala Pinacoteca. Rua Alemanha, 221, Jardim Europa. Terça a domingo, das 10h às 19h, tel.: 2594-2601. Grátis.
E
ty Fefer, artista peruana, residente em Barcelona, é autora de um trabalho bem peculiar. Ela uniu artes cênicas e visuais para criar Los Grumildos, pequenos bonecos articulados como marionetes, feitos de massa para modelar. O grupo de títeres, inspirado em personagens marginais que vivem no centro de Lima, no Peru, está disposto no Sesc em pequenas vitrines, com curtas cenas teatrais. A trilha sonora contempla gêneros como blues, jazz e eletrônico. Antes de chegar a São Paulo, Los Grumildos fez sucesso quando foi
visto durante o primeiro Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos (Mirada), em setembro de 2010. Agora estão no Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93, tel.: 3871-7700. De terça a sábado, das 12h às 21h. Domingos, das 12 às 20h. Grátis.
Divulgação
público da Cidade tem mais um lugar na região central para contemplar obras de arte. Trata-se do Edifício Sampaio Moreira, no Vale do
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