Diário do Comércio

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Ano 86 - Nº 23.330

Novo atentado da Al Qaeda: uma revista feminina. Página 12

Conclusão: 23h55

Jornal do empreendedor

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São Paulo, terça-feira, 15 de março de 2011 Yuriko Nakao/Reuters

Mundo respira radiação, jasmim e medo

ÚLTIMA NOTÍCIA Japoneses abandonam usina nuclear e casas num raio de 20 km

Roberto Schmidt/AFP

Digital Globe/Reuters

Uma nova explosão, a 3ª na Usina de Fukushima (no alto, à esq.), corroborou a moratória nuclear que Alemanha e Suíça já adotaram, e que outros países também examinam, enquanto a tragédia se desdobra no Japão. A radioatividade no Extremo Oriente se mistura ao Jasmim da rebelião no Oriente Médio, que envolve agora tropas da Arábia Saudita no Bahrein, vizinho do Irã, enquanto na Líbia rebeldes rezam (acima) à espera da batalha final. O medo está no ar. Págs. 8, 9 e 10

Ralph Orlowski/Reuters

Depois do terremoto, tsunami atinge economia Bolsas da Europa e dos EUA despencam. Países asiáticos devem sentir ressaca da tragédia com preços mais altos do petróleo e dos alimentos. Pág. 13 HOJE Sol à tarde. Garoa de manhã e à noite. Máxima 24º C. Mínima 18º C.

AMANHÃ Sol à tarde. Garoa de manhã e à noite. Máxima 24º C. Mínima 16º C.

ISSN 1679-2688

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9 771679 268008

Striptease do iPad 2 Site desnuda o tablet mais desejado do momento, para ver o que a Apple fez de novo. Logo, pág. 12

RFID abre nova janela ao varejo Informática, pág. 20

or, d i m u s n o C No Dia do gem a n e m o h a um . s e t n a i c r e m dos co Caderno Especial, com 16 páginas, mostra como o Código de Defesa do Consumidor, que faz 21 anos em 2011, se transformou num código de respeito – e bons negócios.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 15 de março de 2011

Um segundo efeito importante de uma taxa anual de inflação cadente é a redução das taxas de juros. Roberto Fendt

pinião

2013 COMEÇA EM JUNHO O

governo vai definir em junho próximo a meta de inflação para 2013. Nos últimos cinco anos, a meta fixada ficou em 4,5% ao ano. Dois economistas, Ilan Goldfajn e Marcelo Kfouri estão propondo que o governo fixe em junho metas de inflação declinantes – de 4% para 2013, 3,5% entre 2016 e 2020, e de 3% para os anos subsequentes. A proposta encontra-se no livro 2022: Propostas para um Brasil Melhor no Ano Bicentenário, editado por Fábio Giambiagi e Cláudio Porto, a ser lançado no próximo dia 31. A proposta é engenhosa. Os sistemas de metas de inflação têm por objetivo sinalizar aos agentes econômicos a firme intenção dos governos em utilizar os instrumentos da política econômica para fazer a inflação convergir para uma determinada taxa, previamente anunciada. Essa tarefa é delegada aos bancos centrais, que em muitos casos gozam de autonomia operacional para fazer valer a meta. O problema com a fixação de uma meta relativamente alta – a brasileira tem valor médio 4,5% ao ano, com um intervalo de confiança de dois pontos percentuais para cima e para baixo – é tornar inflexível a inflação. Nos últimos cinco anos, a média da taxa de inflação medida pelo IPCA ficou em 4,47%, superando a meta nos cinco anos, exceto em 2006. Poucos questionam que o sistema de metas tenha contribuído de forma decisiva para manter a inflação brasileira em um dígito e próxima do centro da meta. Mas há que reconhecer também que a meta atual acaba se tornando um valor em torno da qual gravita a inflação anual. O valor de 4,5% praticado como meta nos últimos anos não tem servido para conduzir a alta dos preços para o limite inferior, de 2,5% ao ano. Pelos padrões internacionais, a

ROBERTO FENDT taxas de juros praticadas. Essa talvez seja uma característica interessante dos valores propostos para os valores das metas a serem fixadas em junho pelos autores citados. Se a meta levar a inflação aos valores propostos, a taxa de juros real cairia para cerca de 3% ao ano em 2020. Essa taxa estaria muito próxima da taxa de juros praticada pelo BNDES em seus financiamentos – a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).

S meta de 4,5% é alta. Na Nova Zelândia, país pioneiro na aplicação do regime de metas de inflação, ela está situada entre 1% e 3% ao ano. Na vizinha Austrália, a meta fica numa amplitude e 2% a 3%. Em um grande número de países, a meta atual é de 3%, com um intervalo de 1% para cima ou para baixo (Chile, Colômbia e Coreia do Sul). Em outros, é ainda mais severa, com o intervalo centrado em 2% e uma margem de tolerância de um ponto percentual (Peru, Reino Unido, República Checa e Suécia praticam essa meta). A originalidade da proposta é tornar flexível para baixo a meta inflacionária, quebrando a rigidez

da meta fixa que ora praticamos. Dessa forma, o governo como que poderia conduzir as expectativas dos agentes econômicos em uma direção de baixa, contrariamente à formação de expectativas de que a inflação se manterá sempre no atual patamar.

É claro que é desejável que a inflação seja cadente. Ela é um tipo de imposto disfarçado sobre os ativos monetários da população, originado na expansão monetária promovida pelo governo e pelo sistema bancário. Trata-se de um imposto não le-

Pelos padrões internacionais, a meta de inflação de 4,5% é alta. Na Nova Zelândia, pioneira na aplicação do regime de metas, fica entre 1% e 3% ao ano. Em muitos países, é de 3%.

gislado, já que burla a intenção do Congresso Nacional em definir a política tributária. E trata-se, também, de um imposto injusto, uma vez que tributa mais a parcela da população que não capacidade de manter os seus ativos monetários sob a forma de depósitos bancários remunerados. Um segundo efeito importante de uma taxa anual de inflação cadente é a redução das taxas de juros praticadas no mercado. Tanto a taxa básica de juros (Selic) como todas as demais taxas de juros ativas e passivas partem e incorporam a expectativa de inflação futura. Quanto menor essa expectativa, menores serão as

e isso viesse a ocorrer, o mercado de crédito seria unificado à taxa TJLP e desapareceria a necessidade de recursos do Tesouro para subsidiar os tomadores dos empréstimos do BNDES. Tudo isso, é claro, dependeria da credibilidade do governo em fazer cumprir as metas apontadas. Na ausência dessa credibilidade, o sistema de metas de inflação perderia o seu mais importante ativo: a capacidade de sinalizar, para os agentes privados, o curso da inflação. Aí, de fato, reside o maior desafio da proposta. Por essa razão, ficarei agradavelmente surpreso se ela for encampada pelo governo em junho próximo. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA

A BRASÍLIA QUE AMAMOS E ODIAMOS B

rasília é uma grande incógnita para a maioria dos brasileiros. Pode pesquisar, caro leitor. Ela provoca um misto de orgulho e raiva, em função de seu aparente esplendor e de todos os desvios de comportamento e dinheiro público que lá ocorrem, para citar apenas dois exemplos. Quem mora em Brasília, ao menos os que estão bem acima da linha da pobreza, dizem não haver melhor qualidade de vida, especialmente nos finais de semana, quando a horda de visitantes, seja lá de que unidade da federação for, volta às suas origens, deixando a capital federal aos que vivem nela todos os dias. Aliás, vale destacar, esse esvaziamento já começa na quinta-feira, quando a maioria dos congressistas e mesmo ministros e equipes de governo, volta aos seus estados de origem, na falácia

denominada "contato com as bases". Essa maioria havia chegado na terça-feira. Com a "autoridade" de quem vai à Capital Federal ao menos a cada quinze dias (já cheguei a ir, por necessidade profissional, duas vezes por semana, por quase dez anos) conheço os pontos de vista sobre a cidade daqueles que a amam e dos que a odeiam. esmo os que a amam deploram, por exemplo, o inchaço de miséria – atribuído a Joaquim Roriz, quando importou populações sem qualificação para abrigálas nas periferias e garantir votos nas eleições. Aplaudem, todavia, o clima, mesmo com o ar seco do meio do ano, e o equipamento sócio (clubes, cinemas, restaurantes, áreas de lazer, segurança etc.) para os que têm condições de pagar. Já os que odeiam Brasília– e grande parte deste

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PAULO SAAB sentimento decorre da má imagem que respinga na cidade pelo baixo nível da política e elevado nível de corrupção, em todas as suas formas, argumentam que a vista mais bonita que por lá se tem é quando o avião decola, deixando para trás o que já se chamou de ilha da fantasia tupiniquim. onheço alguns parlamentares – e não são de São Paulo (deve havê-los também) – que simplesmente odeiam ter de ir para lá toda terça-feira e voltar toda quinta (é o calendário político legislativo) para cumprir o

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mandato de deputado federal ou senador da República. Prefeririam fazer isso sem sair de suas "bases". Alguns até o fazem. oder-se-ia falar, ou escrever, horas sobre os aspectos positivos e os negativos da antigamente chamada Novacap. Com preconceitos ou sem. Em todas as direções, todavia, é difícil deixar a emoção de lado. Quem a visita pela primeira vez fica deslumbrado ao ver ao vivo e em cores a paisagem largamente difundida nos telejornais, principalmente

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os prédios, como o do Banco Central, os Palácios da Alvorada e do Planalto, a Esplanada dos Ministérios, a Catedral e por aí afora. uem, entretanto, e de forma permanente, fica deslumbrado, são os nossos políticos e governantes, que sabem, entre eles, onde ficam as chaves que abrem os cofres públicos de forma generosa para quem consegue se eleger nos distantes rincões da pátria. Não há muita novidade nisso tudo para quem acompanha, por obrigação ou interesse, o que se passa (e só se vê a ponta do "iceberg") no Planalto Central. O que mantém acesa a chama da indignação (ainda, porquanto a mesmice vai diminuindo até a vontade de reclamar) são notícias como a do Estadão de domingo, verdadeiro espelho de como políticos e governantes usam corporativamente o dinheiro

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do contribuinte. Ali se lê: "Inchaço cria 'Esplanada oculta' e gasto de R$ 100 milhões por ano para União". E afirma-se: "Contas Públicas: para acomodar estruturas administrativas de novos ministérios – eram 26 no governo FHC e 37 no governo Lula – e um volume crescente de servidores, governo federal paga aluguéis exorbitantes em imóveis já espalhados por toda a capital federal". que também não é nada, diante da verdadeira farra que se pratica no País com o chamado "erário".

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Significado de Erário – s.m. Tesouro público; dinheiro público; os bens oficiais. Na Antiguidade, edifício onde se guardava o tesouro público (do latim aerarium). PAULO SAAB É JORNALISTA E ESCRITOR

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

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terça-feira, 15 de março de 2011

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ESTAFA PROVENIENTE DO TRÂNSITO FAZ COM COM QUE CIDADÃOS PERCAM QUALIDADE DE VIDA.

pinião

Anderson Barbosa/AE

JOÃO LUIZ MAUAD

ASSIM É SE LHE PARECE

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O trânsito intenso na cidade de São Paulo faz com que chegar ao trabalho ou voltar para casa seja um fator de estresse.

EM SÃO PAULO, A PÉ

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odo mundo estranhou quando um amigo, advogado, resolveu se mudar da Granja Viana para um apartamento na Vila Buarque. "Mas ele vai morar no centro?" -disse um conhecido. "Vila Buarque é na região da República, não é? Credo..." -exclamou outro. Confesso que fiquei preocupado, pensei até em algum problema financeiro que poderia tê-lo afetado, Mas, que nada, o escritório ia muito bem, tudo certinho. A diferença que se deu foi no estilo de vida dele: meu amigo passou a ir a pé para o trabalho. A isso, ele deu o nome de "qualidade de vida". Alfredo, digamos que seja este o nome dele, comprou um daqueles apartamentões que só existem na região de Higienópolis. Chamou decorador, reformou o imóvel. A sensação de estranhamento com a vizinhança durou uma, duas semanas. Logo já o estavam cumprimentando, como se tivesse sido aceito num grupo especial. Sua decisão, radical numa primeira impressão, foi se tornando palatável até que, outro dia, lendo uma manchete de jornal, comecei a considerar Alfredo o sujeito mais inteligente do planeta. Li que a frota de veículos em São Paulo chegou a 7 milhões de veículos no mês de fevereiro. Um veículo para cada morador e meio. É impressionante. Se um carro fosse estacionado atrás do outro, juntos, somariam 26 mil quilômetros de extensão. A cidade tem 17 mil quilômetros de ruas pavimentadas (é isso mesmo: não cabe todo mundo...). Em 1970, havia 965 mil veículos para 14 mil quilômetros de ruas. E já havia trânsito. Nem precisaria recorrer à cabala para fazer a associação clara entre o "7" de São Paulo e o "7,5" do Brasil, porcentagem que atingiu o nosso Produto Interno Bruto em 2010, segundo o governo. O paulistano, pelo menos, tem preferido gastar a riqueza que produz em carros.

JOÃO CARLOS BELDA Curiosa essa nossa cultura... E, sejamos sinceros, o que faz uma pessoa que começou a ganhar melhor e ter acesso a crédito decidir-se a comprar um automóvel não é bem a boa ou má qualidade do transporte público. Não estou querendo dizer aqui que o transporte público paulistano seja uma maravilha, mas na decisão de contrair um empréstimo para adquirir um carro pesam muitos outros fatores.

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embro bem quando o meu amigo Alfredo comprou o seu primeiro carro, um Fusca. Foi uma alegria, uma conquista. Hoje, ele prefere deixar o seu Honda Accord na garagem. Poder trabalhar a pé é comemorado por ele com tanto entusiasmo quanto a compra do popular da Volkswagen. Ele contou que não aguentava mais as horas no trânsito, que para se recuperar do stress precisava de algumas horas e doses de uísque, falou do desespero de marcar uma reunião, sair uma hora antes e, mesmo assim, chegar atrasado; enfim, de tudo aquilo que todo paulistano enfrenta todo dia. Ouço muitas reclamações a respeito da verticalização excessiva, que destroi bairros da capital, entupindo-os de carros; da falta de investimento em pontes e viadutos, em corredores de ônibus, da carência de estacionamento...Mas me desculpem, o que gera trânsito é carro mesmo, e não prédios. É fato, São Paulo tem regiões muito adensadas e verticalizadas, sim, porque uma coisa não é sinôni-

mo da outra. Mas a cidade inteira é, na verdade, espraiada, ocupando quase a totalidade do território. Por isso, há tanto congestionamento. As pessoas precisam se deslocar em enormes distâncias da casa para o trabalho, para a faculdade, para o médico, para qualquer lugar. E se tudo ficasse pertinho: trabalho, casa, médico, mercado? Isso é o que os urbanistas chamam de cidade compacta. Em vez de se espalhar pelo território, em vez de se expandir, a ordem é crescer para dentro, é adensar onde há infraestrutura. Li muitos artigos acadêmicos a respeito. É dessa forma que se consegue aposentar o carro e passar a usá-lo apenas para o lazer.

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uando ouvi falar disso pela primeira vez, pensei: lá vêm mais arranha-céus. Mas não é bem isso. Porque São Paulo consegue a façanha de verticalizar bairros e diminuir o número de moradores. Sim, é verdade. Há bairros que ganharam inúmeros edifícios de alto padrão, desses de um por andar e cinco vagas de garagem para cada unidade, e viu diminuir sua população. Adensar é outra coisa. Por esse motivo, passei a considerar iniciativas como as operações urbanas Lapa-Brás e Mooca-Vila Carioca, e mesmo a concessão urbanística da Nova Luz, que prevê aumentar o número de moradores daquela região, ideias muito interessantes. Direcionar o crescimento urbano para a região central da cidade, para áreas muito bem localizadas, dota-

das de infraestrutura, transporte público de qualidade, pode ser a única solução para o trânsito. E são regiões cheias de galpões e grandes glebas de terra subutilizadas, um luxo a qual nenhum paulistano tem direito nos dias de hoje, praticamente um desperdício.

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á na operação urbana Rio Verde-Jacú se atinge o mesmo objetivo de outra forma: em vez de moradores para onde há muito emprego, mais emprego para onde há muitos moradores, já que a operação prevê incentivo à instalação de indústrias no bairro da zona leste, evitando que os seus habitantes sejam obrigados a se deslocar quilômetros para trabalhar. Há outras áreas da cidade que podem ser objeto de iniciativa, criando várias São Paulos dentro dessa imensa metrópole, onde cada um escolhe a sua para viver. O meu amigo escolheu a da Vila Buarque. E vive feliz da vida. E sclarecimento: Em virtude da polêmica causada pelo meu artigo anterior: Projeto Nova Luz: qual o temor? , de 28/2) , esclareço que faço parte de diversas entidades voltadas à comunidade, inclusive da Associação Comercial de São Paulo, pela defesa que faz da livre iniciativa, da propriedade privada e da defesa do cidadão, do contribuinte e do comerciante em particular. São coisas nas quais acredito e defendo – também tenho um pequeno comércio. Sou também conselheiro da Distrital Pinheiros da Associação Comercial há 20 anos, onde sempre lutamos pelos interesses dos moradores e comerciantes da região, e do empreendedorismo em geral. Mas meus artigos refletem minha opinião pessoal, não implicando qualquer opinião ou endosso da entidade ao que escrevo. JOÃO CARLOS BELDA É EMPRESÁRIO

"revolução" no Egito, com justíssima razão, ocupou vasto espaço na mídia nas últimas semanas. As reações flutuaram deste o júbilo até o ceticismo em relação ao futuro da nação. Alguns, para não variar, misturaram análise e ideologia, uma salada quase sempre indigesta. Entre eles, o destaque vai para Paul Krugman, para quem o imbróglio egípcio teve como pano de fundo a inflação dos alimentos, de cujas importações aquele país é grande dependente. Mas o Prêmio Nobel não parou por aí: defendeu a tese de que os altos preços tinham como causa principal fenômenos climáticos, ocasionados pelo aquecimento global. Segundo ele, o gélido inverno do Hemisfério Norte, o ciclone na Austrália e secas alhures são as principais causas de um problema tão sério, que é capaz de fomentar revoluções. Não existe maneira mais execrável de mentir do que através de meias verdades. É evidente que fenômenos climáticos severos podem causar aumentos de preços localizados e temporários. Geadas no sul do Brasil e no norte da Flórida certamente têm influência, a curto prazo, nos preços do café e da laranja. Entretanto, seus efeitos são restritos aos itens diretamente atingidos pelas intempéries e sua duração não vai além de uma safra. Por outro lado, em relatório de 2001, o IPCC admitiu que o aumento da quantidade de CO2 (responsável, segundo o próprio IPCC, pelas mudanças climáticas) na atmosfera e o ligeiro aumento do calor eram benéficos para a agricultura em geral – nada muito diferente daquilo que nossos professores de ciência já nos diziam nos bancos escolares. O que temos testemunhado atualmente é a elevação generalizada e constante dos preços das commodities, inclusive das que, por sua própria natureza, não são afetadas pelo clima. Exemplo: como o senhor Krugman justificaria a alta consistente dos minérios, desde 2009? Será que o aquecimento global e as mudanças climáticas explicam a alta do petróleo, do minério de ferro, do ouro e outros minerais? claro que não. O problema é que, queira a ideologia intervencionista do Dr. Krugman ou não, há muito dinheiro sobrando no mundo hoje, boa parte dele a procura de bons investimentos rentáveis e seguros, imunes à inflação que, segundo os bons economistas, virá - mais cedo ou mais tarde. Não por acaso, além das commodities, alguns países emergentes com boas oportunidades de negócios tornaram-se extremamente atrativos. O Brasil, por exemplo, fechou o ano de 2010 com um superávit recorde de 49 bilhões de dólares no balanço de pagamentos, provenientes principalmente do ingresso de 98 bilhões de dólares em investimentos diretos, ações e títulos de renda fixa. No caso dos alimentos, no entanto, a inflação monetária explica apenas uma parte do problema. A entrada de bilhões de pessoas no mercado de consumo, graças ao fantástico crescimento econômico alcançado pelos gigantes China e Índia, após sua adesão ao sistema capitalista, é outro importante fator que não pode ser descartado em qualquer análise séria. Mas há ainda outras razões

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Não por acaso, além das commodities, alguns países emergentes com boas chances de negócios ficaram muito atrativos.

para a crescente alta do preço dos alimentos, e elas estão intimamente ligadas – para espanto dos "ecochatos" de plantão – à eclosão das políticas ambientalistas ao redor do mundo. Se não, vejamos: Incentivos governamentais aos biocombustíveis: só nos Estados Unidos, graças aos incentivos do governo daquele país, praticamente 30% da área cultivada de milho está voltada para a produção de etanol. No Brasil, onde o preço ao consumidor é altamente subsidiado, vastas extensões de terra estão ocupadas pela cultura da cana, boa parte dela dirigida também ao etanol. Não esquecer que estamos falando aqui de dois dos maiores produtores de alimentos do planeta. oicote aos alimentos geneticamente modificados: embora não se tenha demonstrado cientificamente, até hoje, qualquer dano à saúde ocasionado pelos alimentos geneticamente modificados, a turma "verde" conseguiu banir o seu consumo em vários mercados, além de obstaculizar a sua utilização nas lavouras de muitos países, especialmente naqueles onde a produtividade já é muito baixa, como na África. Cruzada contra o agronegócio: há muito se sabe que a agricultura intensiva e mecanizada – além do uso de sementes geneticamente modificadas e adubos químicos de última geração – é inúmeras vezes mais eficiente e produtiva do que a chamada "agricultura familiar" de pequenas propriedades. Estudos demonstram que a produtividade do agronegócio e das lavouras mecanizadas chega a ser até dez vezes maior que a de pequenas propriedades, onde, não raro, impera a mão de obra intensiva. Malgrado tudo isso, boa parte das políticas de esquerda, por motivos puramente ideológicos, continua apostando na ineficiência, pregando reformas agrárias extemporâneas e improdutivas. Legislação ambiental restritiva: Vários países têm aprovado legislações sobre o uso da terra altamente restritivas à agricultura. No Brasil, o Código Florestal atual reduz enormemente as áreas agricultáveis, em prol de reflorestamentos que provavelmente jamais irão acontecer. Não por acaso, o novo projeto de lei (cuja autoria é de ninguém menos que do comunista Aldo Rebelo), que alivia um pouco esta situação, tem sofrido ataques diuturnos por parte dos ambientalistas. Como se pode ver, os ambientalistas e intervencionistas deveriam fazer uma séria análise de suas próprias políticas e bandeiras, antes de sair por aí vendendo a esdrúxula tese de que a inflação dos alimentos é decorrente das mudanças climáticas, pois não há nada mais falso.

B

O AUTOR É EMPRESÁRIO E COLUNISTA DO SITE WWW.MIDIAAMAIS.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

Giba Um

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gibaum@gibaum.com.br

José Dirceu estava na gravação de Hebe porque negocia os 30% de Marcelo Carvalho na RedeTV! para grupo português.

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MAIS: a propósito, a apresentadora ficou surpresa com o photoshop em seus anúncios. "Fiquei com 30 anos a menos".

terça-feira, 15 de março de 2011

15 de Março

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egundo os Apóstolos, era o centurião do exército que reconheceu Cristo como o "Filho de Deus" no momento da Crucificação. Convertido, abandonou seu posto e foi viver como monge peregrino. É invocado como o santo para ho uin encontrar objetos perdidos. ng Lo São

k O Brasil, que tem uma taxa de imposto de 40% da riqueza criada, Intimates, não «

já é um país socialista.

EIKE BATISTA // do alto dos seus US$ 30 bilhões, que mora numa mansão de 3.500 metros quadrados e só viaja em seu Gulfstream de US$ 63 milhões.

Fotos: BusinessNews

Independente da nova configuração da Assembléia Legislativa de São Paulo, a oposição vai à guerra contra Geraldo Alckmin e recolhe assinaturas para novas CPIs. Quer investigar publicamente o Rodoanel, as calhas do Tietê, a licitação do metrô e o histórico caso de propinas ao tucanato de São Paulo proporcionado pela francesa Alstom também na área de metrô e equipamentos para hidrelétricas. O PT garante ter material para detonar até integrantes do atual governo paulista. No caso da Alstom tem provas contra a Siemens, supostamente aliada e que é investigada lá fora por pagamentos suspeitos de US$ 2 bilhões em vários países. Na lista dos alvos, está também José Luiz Alquéres, ex-presidente da Alstom no Brasil.

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MACHO MAN Macho man, hit dos anos 70 consagrado pelo Village People, é o título da nova série da Globo, prevista para estrear no começo de abril. É a história de um cabeleireiro gay que, atingido por um globo de espelhos numa boate, acha que é heterossexual e começa a desejar mulheres. Ou seja: não é exatamente um ex-gay. O texto é de Alexandre Machado e FernandaYoungeopersonagem será vividopor JorgeFernando,o diretor de Ti-ti-ti que,apropósito, não acreditar em ex-gay: “Quem sai do armário, quebra a porta para nunca mais voltar para lá”. 333

Bloco anti-couve Da conversa entre as centrais sindicais e a presidente Dilma Rousseff, na semana passada, sobra um resultado doloroso para os 26,6 milhões de aposentados brasileiros da iniciativa privada: ela não modificará o Fator Previdenciário e tampouco alterará o percentual de reajuste do bloco para os que ganham acima do salário mínimo. Por outro lado, além de posar na foto com Paulinho Pereira da Silva, que virou seu amigo de infância, levará mais sindicalistas para o Conselhão e para conselhos de estatais – e até prometeu convidar os dirigentes das centrais para o almoço com Obama. “Ainda bem – festejou Antonio Neto, da CGTB – porque os empresários convidados já estavam por aí arrotando couve”. 333

25 GRAUS Na manhã de sábado, uma jovem da GloboNews ancorava o noticiário sobre a tragédia do Japão e entrevistava o geólogo Miguel Tupinambá, da Uerj. À certa altura, disparou: “E agora, como vai ficar essa mudança de 25 graus no eixo da Terra?” O outro arregalou os olhos: “Você deve estar falando na mudança de 25 centímetros...” E ela: “É, acho que eles escreveram errado aqui (na ficha)”.

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333 Ela costuma dizer que “é mais brasileira do que americana”. Camilla Belle, 25 anos, filha do americano Jack Routh e da santista Cristina Gould e pouco conhecida no Brasil, que esteve no Carnaval do Rio (destaque), vem conquistando seu lugar ao sol em Hollywood. Depois de participações no primeiro Jurassic Park e no suspense Quando um Estranho Chama, ela será a protagonista de Mary Mother of Christ, ao lado de Al Pacino, Jessica Lange e Peter O’Toole. Fala português fluentemente, mora em Los Angeles, aparece em ensaios de moda, de lingerie a vestidos inspirados no Oscar, é a garota-propaganda do perfume Princess (Vera Wang) e até jura que gosta de feijoada e brigadeiro.

Gosta até de feijoada

Hoje, na Livraria da Vila, nos Jardins, em São Paulo, será lançado o livro Rousseff – A história de uma família búlgara marcada por um abandono, o comunismo e a presidência do Brasil, dos jornalistas Jamil Chade, correspondente em Genebra e o búlgaro Momchil Indjov. Fala sobre a conturbada trajetória da família Russev (no Brasil, virou Rousseff), começando pelos fatos que levaram Petar (veio a ser o pai de Dilma) a abandonar seu país e sua primeira mulher, grávida, em Sofia e desaparecer por 18 anos, por razões até hoje consideradas controversas. Depois, em 2005, a então ministra Dilma Rousseff tenta retomar contato com irmão Luben, que nunca conhecera e ajuda-lo financeiramente. Ele morreu duas semanas antes de Dilma visitar a Bulgária e sofreu a vida toda as conseqüências do regime autoritário comunista instalado lá. 333

Álbum defamília

ATÉ HIDRO 333 As novas compras da Presidência da República estão voltadas para a toalete. Foram comprometidos R$ 6,3 mil para aquisição de diversos acessórios, entre eles cubas de embutir, conhecidas como pias ou lavatórios, tampas e assentos de vasos sanitários, saboneteiras e duchas. Também faz parte da relação uma banheira com hidromassagem, na cor branca e com acessórios cromados, que custará R$ 1,4 mil e que poderá ser de uso da presidente Dilma Rousseff.

MISTURA FINA DEPOIS das coleções de Stella McCartney (mais conservadoras, mais usáveis e mais bonitas), quem estará de volta à rede C&A é a modelo Gisele Bündchen. Ela dará palpites, criará modelos e já emprestou muitas roupas suas para inspirar as coleções. E terá um percentual nas vendas. 333

ROSSANO Maranhão, do Banco Safra, não quer saber da futura Secretaria da Aviação Civil (terá status de ministério) e agora, o novo mais cotado é Luis Eduardo de Falco, da Oi e ex-TAM.

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O PRESIDENTE da OABAcre, Florindo Poersch, achou que poderia fazer piada em torno da tragédia que desabou sobre o Japão. No Twitter, ele resolveu pilheriar: “No Japão, como é que sabem quem está desaparecido? São todos iguais!!! Rsrsrsrsrs”.

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333 Enquanto houver fotógrafos das revistas de celebridades, as famosas nacionais não recusarão convites. No desfile das campeãs do Rio, entre os camarotes das cervejarias, circulavam entre tantos, a sempre polêmica Luana Piovani (esquerda), agora morena, que barrou em seu camarote o ex-namorado Felipe Simão, que a trocou por Alinne Moraes; a cantora Paula Fernandes (centro), que vendeu 130 mil cópias de DVDs solo em 15 dias (por conta dos suspiros de Roberto Carlos); e a veterana e sexagenária Rosemary, revelando estar em grande forma.

Adeus ao Carnaval

R$ 28 mil por dia No último mês do governo Lula, ou seja, dezembro de 2010, a Presidência da República gastou R$ 884,8 mil (cerca de R$ 28 mil por dia) com a utilização dos cartões corporativos. É um valor maior do que a média de R$ 512 mil mensais durante todo o ano. Esses dados são protegidos por sigilo para “garantia da segurança da sociedade e do Estado”. Resumo da ópera: ninguém fica sabendo onde foi gasta a dinheirama.

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ContraAlckmin

Xuxa Meneghel leiloará dia 30, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, parte em beneficio do Hospital do Câncer de Barretos e parte para a fundação que leva seu nome, peças de seus figurinos apresentados em anos de programa, como vestidos, botas e jóias. Nada de intimates, como sutiãs e calcinhas. A justificativa é que ela nunca se apresentou em público dessa forma. Xuxa protagonizou em sua carreira sucessivos ensaios de nudez em revistas masculinas (todas as fotos foram recolhidas) a agora, a justiça deverá liberar para exibição o filme Amor Estranho Amor, de 1982, onde aparece igualmente nua e na cama com um menino. A apresentadora estima que conseguirá arrecadar R$ 500 mil, ou seja, cerca de 50% de seu salário na Globo, com publicidade incluída. 333

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Listras horizontais para eles.

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Listras verticais para elas.

Propaganda proibida Quem esteve no carnaval do Rio, passando quase despercebida, foi a modelo australiana de nascimento, Elle Macpherson, 46 anos, integrante do famoso grupo de Linda Evangelista, Cindy Crawford e Claudia Schiffer, as top models dos anos 90. Ela está tentando montar uma estrutura para trazer ao Brasil sua linha de lingerie (Elle Macpherson Intimates ) e outra, de produtos para o corpo. Tentou o cinema em Alice, de Woody Allen e Batman & Robin, mas preferiu desistir. Ao ver a festa de nudez no sambódromo, acha que poderia usar, entre nós, um comercial de 2004, proibido pela Advertising Standard Authority de seu país (era vulgar demais). 333

333 A TRANSEXUAL Lea T., que circulava pelo camarote da Brahma no carnaval, ainda está esbravejando depois de saber que outros convidados, especialmente os internacionais, ganharam cachê (Jude Law levou US$ 300 mil e Pamela Anderson, outros R$ 100 mil) e ela nada. “Eu valho muito mais”.

A PRIMEIRA-dama da França, ex-modelo e cantora Carla Bruni deverá mesmo fazer um show em São Paulo, dia 16 de maio, no Clube A, com participação especial de Toquinho. La Bruni vem ao Brasil para participar da inauguração do núcleo de robótica do Hospital do Câncer de Barretos. 333

RODRIGO Santoro, que vai aparecer na nova campanha da Forum, ao lado de Adriana Lima, está filmando nos Estados Unidos Hemingway and Gellhorn, sobre o romance entre o escritor Ernest Hemingway (Clive Owen) e a jornalista Martha Gellhorn (Nicole Kidman). Santoro será um professor que leva o escritor à Espanha pela primeira vez. 333

Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Solução


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 15 de março de 2011

5 NOVO PARTIDO O prefeito Gilberto Kassab deve formalizar, em breve, o PDB.

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NOVA TURMA A partir de hoje, 94 deputados iniciam seus mandatos na Assembleia de SP.

Werther Santana/AE

Deputados tomam posse em SP. E tucano deve comandar a Casa A primeira tarefa dos 94 parlamentares estaduais é eleger a Mesa Diretora. O favorito para assumir a presidência é Barros Munhoz. Como na eleição passada, deverá derrotar Carlos Giannazi. Sergio Kapustan

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nquanto o Congresso Nacional já trabalha há 45 dias, toma posse hoje a 17ª Legislatura da Assembleia Legislativa de São Paulo, eleita em 3 de outubro do ano passado. A primeira tarefa dos 94 deputados será eleger a Mesa Diretora para o biênio 2011-2013. Como de praxe, desde 1995, quando o PSDB assumiu o governo paulista, os tucanos devem conquistar a presidência com folga, graças ao apoio de diversas bancadas, entre elas, o PT, o PV, o PDT, o PSB, o PTB, o DEM e o PMDB. Somente em 2005 os tucanos foram derrotados, quando foi eleito o democrata Rodrigo Garcia. Ele superou Edson Aparecido por apenas dois votos – 48 contra 46. O indicado para assumir a presidência hoje é Barros Munhoz. O tucano presidiu a Casa na segunda metade da legislatura passada – de 15 de março de 2009 a 14 de março de 2011 – em chapa única. Seu adversário é o "candidato alternativo", Carlos Giannazi (PSol). Barros Munhoz e Carlos Giannazi já haviam disputado a eleição naquela ocasião. O tucano obteve 92 votos e Giannazi, dois. Em comparação ao pleito passado, a composição de forças políticas na Assembleia não mudou em favor de Giannazi. Petistas e tucanos, por exemplo, que somam cerca de 50 votos, estão fechados com Munhoz. Ao lançar sua candidatura, o parlamentar de oposição afirmou que a Assembleia "é um anexo" do Palácio dos Bandeirantes", numa referência à maioria governista que, segundo ele, prejudica a independência do Legislativo paulista. "A Assembleia não legisla, não fiscaliza e não representa a população nos seus interesses mais importantes", criticou Giannazi. Consenso – Barros Munhoz foi ministro da Agricultura no governo Itamar Franco, prefeito de Itapira e líder do governo José Serra. Segundo reporta-

A Assembleia não legisla, não fiscaliza e não representa a população nos seus interesses mais importantes. CARLOS GIANNAZI

gem da Folha de São Paulo veiculada na sexta-feira passada, ele é acusado num processo sigiloso de participar do desvio de R$ 3,1 milhões dos cofres da Prefeitura de Itapira, em 2004. A investigação, de acordo com o jornal, provocou o bloqueio do seu patrimônio pessoal. Munhoz negou a acusação. Segundo o presidente, a denúncia tem motivação política. Aliados do tucano saíram em defesa do presidente e reforçaram o apoio à sua candidatura. O líder do governo, Samuel Moreira (PSDB), por exemplo, afirmou ontem à noite que a candidatura de Munhoz não sofreu qualquer tipo de restrição. "Sua candidatura está estável." Costura – Para iniciar um novo mandato, o presidente costurou, primeiro, o apoio dentro do PSDB. Logo após a eleição, especulou-se internamente a candidatura de Bruno Covas, neto do governador Mário Covas, e deputado estadual mais votado. Bruno foi convidado a assu-

mir a Secretaria do Meio Ambiente e deixou o caminho livre para o companheiro de partido. Paralela à negociação partidária, o tucano articulou o apoio do PT e dos demais partidos para dirigir a casa. Maior bancada, com 24 deputados eleitos, o PT manteve a primeira secretaria, com a indicação de Rui Falcão, e a quarta-secretaria, com a indicação de Telma de Souza. A primeira secretaria é o segundo cargo mais importante, pois cuida da parte administrativa da Assembleia. O DEM e o PV devem indicar os nomes para a segunda e terceira secretarias. As quatro vice-presidências serão preenchidas por PTB, PPS e PSB. Durante o final da legislatura, Barros Munhoz defendeu o fortalecimento do parlamento. Uma de suas ações foi liderar uma aliança com os presidentes de outras assembleias para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que desse mais autonomia legislativa aos parlamentares regionais. Ma iori a – Segundo a proposta, as Assembleias Estaduais poderão legislar sobre algumas matérias de competência da União e do Congresso, como, por exemplo, transporte, saúde e educação. Eleição interna à parte, o governador Geraldo Alckmin terá maioria folgada na Assembleia Legislativa, com mais de 60 cadeiras. Na sessão de hoje, o vice-governador, Guilherme Afif Domingos, entregará ao presidente a mensagem do governador.

Barros Munhoz tem o apoio da maioria dos partidos para mais um mandato de presidente da Assembleia.

Gilberto Kassab evita falar sobre o seu novo partido. Certo mesmo é a sua saída dos Democratas.

Kassab já definiu seu futuro político. Só falta anunciar.

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prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deve viajar hoje pela manhã para Brasília, onde será realizada a convenção nacional dos Democratas. A expectativa é a de que o prefeito aproveite para anunciar a sua saída do partido, com aliados, para fundar a nova sigla, o Partido Democrático Brasileiro (PDB). A assessoria de Kassab informou que o prefeito só vai desistir da viagem se ocorrer algum imprevisto que o obrigue a ficar em São Paulo. D es c o nf i a nç a – Kassab tem mantido contatos com o presidente do PSB, o govern a d o r d e Pe r n a m b u c o, Eduardo Campos; com o PMDB, por intermédio do vice-presidente da República, Michel Temer; e tem se aproximado do PT, pois, como anunciou, pretende colaborar com o governo da presidente Dilma Rousseff. A aproximação de Kassab com a base governista vem causando desconfianças no PT. A provável saída do prefeito do DEM, que antes era comemorada, agora seria motivo de preocupação. Para os petistas, a movimentação de Kassab pode ser interpre-

Leonardo Rodrigues/Hype - 12/01/2006

Senado inicia debate da reforma

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comissão criada para discutir a reforma política no Senado começa a analisar quatro propostas nas duas reuniões marcadas para esta semana. Hoje, será debatida a proposta que pede o fim dos suplentes dos senadores e a que tira do dia 1ª de janeiro a posse do

presidente e governadores. Na quinta-feira, os senadores irão debater o voto facultativo e o fim da reeleição para cargos do Executivo. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também vai propor, nesta semana, mudanças na tramitação das

medidas provisórias no Congresso. Ele quer que o Senado tenha autonomia para retirar das MPs os chamados 'jabutis' ou 'contrabandos' incluídos no texto pelos deputados. Ou seja, os artigos que não têm relação direta com os temas das MPs. (AE/Folhapress)

tada como uma tentativa de tirar a estabilidade de antigas alianças do PT com velhos parceiros, como o PSB e o PC do B. Por isso, às vésperas da criação do PDB, o prefeito já teria recebido a mensagem de que o apoio a Dilma é bem-vindo, pois pode ajudar a reduzir a sua dependência do PMDB, mas não significa a aber tura para alianças regionais com o PT. O temor – As incertezas dos petistas paulistas giram em torno da relação entre Kassab e o tucano José Serra. Custa a aliados da presidente Dilma Rousseff entender se a aproximação de Kassab seria real ou ocasional e, na pior das hipóteses, se serviria aos interesses diretos de José Serra – como já apontou a senadora Marta Suplicy (PT-SP). "A entrada dele é bem-vinda no plano federal, mas se o objetivo for se contrapor conosco e prestar serviço ao Serra, daí entenderemos que ele virá para criar problemas com nossas alianças", disse o líder do PT na Câmara, o deputado Paulo Teixeira (SP). "Ele não terá nossa aceitação se for para minar nossa relação com a base."

O maior temor é o de que o PDB venha a ser incorporado pelo PSB e ganhe força suficiente para se tornar uma terceira via nacional. "Se houver a fusãoe se eles tiverem 70 ou 80 deputados, aí as coisas começam a mudar de figura", disse Emídio de Souza (PT), prefeito de Osasco. Mas Emídio não acredita que Kassab tenha força política suficiente para, sozinho, tornar-se uma opção ao PT e ao PSDB. "Ninguém toma essa posição da Marina Silva (PV) no curto prazo", prevê. Debandada – Em Brasília, José Agripino Maia terá como principal missão, após a sua provável escolha para presidir o DEM, a de salvar a sigla, que já deteve a maior bancada na Câmara e ficou por oito anos na vice-presidência, entre 1995 e 2002. É que a saída de Kassab e de aliados terá repercussão nas eleições de 2012 (prefeitos e vereadores) e de 2014 (deputados, senadores, governadores e presidente). Mesmo assim, Agripino evitou falar de Kassab. "Só depois da convenção." O problema é que não se sabe quem fica ou quem vai para o futuro PDB. (Agências)


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terça-feira, 15 de março de 2011

A gente não tem essa visão personalista, presidencialista, de ter um ''mandão'' no partido. Governador Geraldo Alckmin

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Monica Alves/AE

Saúde: Alckmin vai pedir verba a Dilma Em reunião com a presidente, o governador de São Paulo pedirá recursos para reduzir a defasagem de cerca de R$ 1,1 bilhão do atual teto, que é de R$ 5,7 bilhões ao ano.

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secretário estadual da Saúde, Giovanni Guido Cerri, informou ontem que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, terá uma audiência nesta semana com a presidente Dilma Rousseff, quando pedirá o reajuste do teto de recursos do governo federal repassados para custear a saúde em São Paulo. O esforço do governo estadual, segundo o secretário, é o de reduzir a defasagem de cerca de R$ 1,1 bilhão do atual teto, que é de R$ 5,7 bilhões ao ano. "O que nós estamos pedindo é que esse teto seja reavaliado e que nós possamos receber essa diferença. O governador está indo a uma audiência com a presidente Dilma Rousseff reforçar essa solicitação." O secretário explicou que a elevação do teto compensaria a expansão da rede de atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, o total de atendimentos da rede pública cresceu em torno de 20%, nos últimos três anos. "Esse reajuste vem ajudar no financiamento da saúde em São Paulo. Esse teto é só uma parte dos R$ 14 bilhões que o governo estadual investe em saúde. Esse reajuste ajuda a compensar o custeio da saúde, já que houve uma grande expansão da rede de atendimentos do Estado de São Paulo ao longo dos últimos anos."

Governador Alckmin em evento na Santa Casa: o total de atendimentos da rede pública cresceu em torno de 20% nos últimos três anos.

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presidente Dilma Rousseff inquieta-se com os índices de violência contra a mulher no País. No programa semanal de rádio Café com a Presidenta ela classificou o ato como 'inaceitável' e lembrou seu compromisso de campanha de garantir que a Lei Maria da Penha seja cumprida. Destacou a obrigatoriedade, por parte de profissionais de saúde da rede pública e privada, de notificar os casos de mulheres agredidas. "Quem não notificar, está sujeito à punição administrativa e corre o risco de ser punido por seu conselho profissional", advertiu.

Dia da Mulher – Seis mulheres perseguidas durante o regime militar (1964-1985) serão homenageadas hoje pelo Ministério da Justiça, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Duas são ex-companheiras de prisão da presidente. Entre elas estão Rita Sipahi, conselheira da Comissão de Anistia, e Rose Nogueira, presidente do grupo Tortura Nunca Mais, em São Paulo, que acompanhou a posse da presidente em Brasília. Maria Thereza Goulart, viúva do expresidente João Goulart (1961-1964), deposto pelos militares, também está entre as homenageadas. (Folhapress)

Eduardo Martins/AE-01/03/2011

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Violência contra a mulher preocupa a presidente

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SECRETARIA DA SAÚDE

Conselho político – O governador de São Paulo mostrou-se favorável, ontem, à criação de um conselho político no PSDB. Ou seja, uma instância que seria formada por líderes da sigla, sem funções administrativas, para discutir a atuação do partido em esfera nacional. Nos bastidores, essa iniciativa tem sido defendida pelo ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, como uma maneira de botar panos quentes em torno da disputa pela presidência nacional do PSDB. "Eu sou totalmente favorável", disse Alckmin, depois do anúncio de repasses da ordem de R$ 94 milhões para santas casas e hospitais filantrópicos na capital paulista. "Nós, que somos parlamentaristas, a gente não tem essa visão personalista, presidencialista, de ter um ''mandão'' no partido. Mas uma gestão colegiada, participativa e moderna", disse o governador. O atual presidente do PSDB, o deputado federal Sérgio Guerra (PE), vem articulando a sua reeleição, enquanto aliados do ex-governador de São Paulo, José Serra, defendem a sua indicação, apesar de ele negar publicamente o desejo de assumir o comando da legenda. Alckmin negou que o conselho tenha como objetivo apaziguar os ânimos em torno da disputa. (Agências)


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terça-feira, 15 de março de 2011

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Estive algumas vezes no escritório de Durval Barbosa, para receber recursos que não foram contabilizados. Jaqueline Roriz

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Kevin Lamarque/Reuters

Barack Obama, presidente dos EUA, estará sábado em Brasília e domingo no Rio, onde cumprirá uma extensa agenda de compromissos, que culminará com discurso com tradução para o português na Cinelândia.

Obama nos braços do povo brasileiro Ele vem acompanhada acompanhado da mulher, Michelle, e das filhas, Malia e Sasha. Domingo, no Rio, a programação começa com visita ao Corcovado.

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arack Obama, presidente dos Estados Unidos, visitará o monumento do Cristo Redentor, irá à favela Cidade de Deus e fará um discurso na Cinelândia. Tudo no próximo domingo, no Rio. A agenda final foi acertada em reunião na manhã de ontem entre o embaixador Thomas Shannon, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. Obama chegará ao Rio na manhã de domingo, acompanhado da mulher, Michelle, e das filhas, Malia e Sasha, após passar o dia anterior em Brasília, primeira parada na visita ao Brasil. Segundo informações do Itamaraty e da embaixada americana, quatro compromissos estão confirmados – encontro no Planalto com a presidente Dilma Rousseff, almoço e encontro com diretores de grandes empresas e um fórum com 400 empresários. O jantar entre as famílias de Obama e da presidente no Palácio da Alvorada ainda não está confirmado. Obama, a mulher Michelle, e as duas filhas, Sasha e Malia, chegam a Brasília por volta das 8h. No Rio, a agenda começa

Fabio Motta/AE

com a visita ao Corcovado, na zona Sul, onde fica o Cristo Redentor. De lá, Obama segue para a Cidade de Deus, favela celebrizada pelo filme homônimo, de Fernando Meirelles. A Cidade de Deus é uma das comunidades na cidade que receberam as UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora), mas é considerada pelo governo do Estado a mais problemática das comunidades pacificadas.

Queremos dar o maior conteúdo possível a essa visita, construindo sobre uma base que já é muito ampla. ANTONIO PATRIOTA O governo preferia que Obama visitasse outra comunidade pacificada, a do Chapéu Mangueira, e usou como argumento o fato de lá ter sido filmado Orfeu Negro – em um de seus livros, Obama relata o fascínio de sua mãe pelo filme. Prevaleceu, no entanto, o parecer de agentes de segurança

americanos de que a Cidade de Deus, por ser plana, oferece melhores condições. Obama finalizará sua visita ao Rio com um discurso "ao povo brasileiro", na Cinelândia O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse ontem que o governo ainda está preparando um comunicado conjunto com os EUA sobre a visita de Obama. Segundo Patriota, o Brasil negocia acordos de ciência e tecnologia com os EUA, principalmente na área espacial. "Gostaríamos de enfatizar, em particular, a cooperação na área espacial durante a visita", afirmou o ministro. "Queremos dar o maior conteúdo possível a essa visita, construindo sobre uma base que já é muito ampla de relacionamento na área econômica, comercial, no diálogo político e em programas que envolvem a dimensão social." Desde quinta-feira da semana passada, funcionários do governo americano, inclusive agentes do Serviço Secreto da Casa Branca, estão no Rio mapeando os locais por onde Obama passará. Sua segurança será feita pelo Serviço Secreto em parceria com as polícias Federal e Estadual. (Agências)

Em plena Cinelândia, a atração principal

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Cinelândia, onde o presidente dos EUA Barack Obama fará seu "discurso ao povo brasileiro" com tradução para o português, é uma das praças mais tradicionais do Rio. Ao redor dela estão a Biblioteca Nacional, o Theatro Municipal e a Câmara dos Vereadores. Por questões de segurança, a praça superou opções oferecidas pelo governo do Rio, como Copacabana, O horário do discurso não tinha sido confirmado até ontem, mas convite divulgado pelo consulado dos EUA no Rio diz que o evento ocorrerá "à tarde" e que a entrada será liberada a partir das 11h30 – normalmente, a Cinelândia tem acesso liberado, mas no dia do discurso, será adotado um esquema especial de segurança.

Evento na Cinelândia, no centro do Rio, será aberto ao público.

Leia mais sobre a visita de Obama na pág. 15

Dida Sampaio/AE - 02/03/2011

Jaqueline se defende: 'Dinheiro de caixa 2'

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cusada e pressionada a renunciar, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) encontrou uma defesa para o dinheiro recebido das mãos de Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção no Distrito Federal. Em nota divulgada ontem, ela afirmou que os recursos são caixa dois de campanha eleitoral. A tese, porém, deve ser combatida pelo Ministério Público Federal. Para o ProcuradorGeral da República, Roberto Gurgel, o que importa é a origem do dinheiro, fruto de desvios dos cofres públicos do DF. A defesa de Jaqueline é semelhante ao discurso adotado pelo comando do PT na época do escândalo do mensalão petista. Então tesoureiro do partido, Delúbio Soares disse que o dinheiro repassado aos parlamentares era "recursos não contabilizados", uma forma de

afastar acusações de corrupção, desvios dos cofres públicos. Gurgel disse que o Ministério Público tem poucas dúvidas sobre a origem do montante repassado por Durval à Jaqueline Roriz no vídeo, revelado pelo portal do Grupo Estado em 4 de março. "Tudo aponta no sentido de que seja ilícita (a origem)". Segundo ele, o Ministério Público já identificou o crime de peculato, mas pode acrescentar outros durante a investigação. Segundo Gurgel, Jaqueline teria recebido outros repasses de Durval , além do dinheiro que aparece no vídeo. Ele disse, em depoimento, que os recursos entregues à Jaqueline não ficaram restritos apenas aos que aparecem nas imagens. "Durval se referia àquelas imagens e faz referências de que teria havido outros pagamentos". Segundo Gurgel, o relato de Durval

sobre Jaqueline "não é rico em detalhes", por isso será necessário aprofundar as investigações. Na nota divulgada ontem, Jaqueline Roriz afirma que foi Durval Barbosa quem a convidou para entregar o dinheiro. "Durante a campanha eleitoral de 2006 estive algumas vezes no escritório do senhor Durval Barbosa, a pedido dele, para receber recursos financeiros para a campanha distrital, que não foram devidamente contabilizados na prestação de contas da campanha", afirmou a deputada. Jaqueline anunciou ainda que vai tirar uma licença médica de cinco dias da Câmara dos Deputados. A deputada ainda apresentou um atestado médico, emitido um uma clínica localizada no Rio de Janeiro, para justificar cinco dias de licença médica e seu afastamento do Congresso. (AE)


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terça-feira, 15 de março de 2011

nternacional

AMEAÇA DE RADIAÇÃO RONDA OS JAPONESES Explosões e incêndio atingem usina de Fukushima. O governo minimiza riscos, mas pede ajuda dos EUA e da ONU. NHK/AFP

Imagens da TV estatal japonesa mostram momento da explosão do reator 3 da usina de Fukushima. O maior temor é o superaquecimento das varetas de urânio, que pode levar a um alto risco de contaminação. Yuriko Nakao/Reuters

U

Moradores de Nihonmatsu passam por testes para avaliar se foram expostos à radioatividade. Autoridades distribuem iodo para evitar câncer.

'Clima de catástrofe é exagerado' Brasil diz que está preparado para enfrentar acidentes e chama de 'emocionais' decisões da Alemanha e Suíça.

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egundo Leonam Guimarães, assessor especial da presidência da Eletronuclear, braço da Eletrobras, o Brasil está preparado para enfrentar acidentes nucleares e não deverá retroceder nos planos de aumentar o seu parque nuclear por causa dos acidentes no Japão. Ele já prevê que o assunto dará munição aos opositores da expansão da energia nuclear no Brasil. Para Guimarães, o clima de catástrofe que está se dando à questão é "exagerado e fazer um paralelo com o Brasil é ainda mais complicado". O País pretende decidir este ano o local para a construção de quatro novas usinas nucleares de 1 mil megawatts cada, que devem estar prontas até 2030. Finaliza também a usina Angra 3, a terceira usina nuclear brasileira, com capacidade para gerar cerca de 1,3 mil MW. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu, no entanto, a rediscussão do uso da energia nuclear no Brasil depois do acidente no complexo nuclear Fukushima Daiichi. Sarney disse que o Brasil terá que refletir sobre as usinas nucleares como fornecedoras de energia. Atualmente, 22 países operam 442 reatores nucleares. Há 65 usinas atômicas em construção. Até 2030, entre 10 e 25 novos países devem se juntar a esse grupo, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A organização revela que nos últimos anos foi procurada por 65 governos que demonstraram interesse em produzir energia nuclear em suas nações – 21 apenas no continente africano. Mas agora diversos países já repensam seus programas nucleares. Afinal, se isso pode acontecer no Japão, onde en-

genheiros constroem prédios que não caem e automóveis modernos e seguros, ninguém está livre de uma tragédia na mesma proporção. Diferenças – Segundo Guimarães, 65% das 442 usinas em operação no mundo usam sistema de água pressurizada, como o Brasil, e 25% utilizam água fervente, como o Japão. Apenas 10% usam grafite ou moderador ou gás com fluído de resfriamento, que foi o caso de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia. Conforme o assessor, o Brasil está preparado para enfrentar eventuais fenômenos naturais de médio porte. As usinas Angra 1 e 2 aguentariam terremotos de até 7 graus e ondas de até 6 metros, assim como estão preparadas para ciclones de alta velocidade. Inviável – Mas um abalo sísmico daquele porte é inviável no Brasil. "O que acontece no Japão é o choque de placas tectônicas no Pacífico. No Atlântico é inviável, porque aqui existe também o encontro de duas placas tectônicas, mas as placas estão se afastando e isso não dá tsunami", ele explica. Guimarães, no entanto, não mencionou o maior risco às usinas nucleares brasileiras – os frequentes apagões. Quedas abruptas de energia causam problemas no núcleo do reator, como aconteceu há apenas um mês, quando uma falha no medidor de pressão paralisou Angra 1 e 2. Atentados terroristas e a queda de um avião não são descartados também. Para a revista alemã D er S piegel, "Fukushima marca o fim da era nuclear". E o comissário da Uniao Europeia para Energia, Gunther Oettinger, chegou a afirmar que o acidente japonês "mudou o mun-

Vanderlei Almeida/AFP

m incêndio e novas japonesas, permanece intacta. explosões foram A agência de notícias Jiji citou vistos na terça-feira o ministro do Comércio dizen(horário local) na do que após a explosão a radiausina de Fukushima que foi ção continuava em nível baixo. abalada pelo recente terremoto A Organização Mundial da no Japão, aumentando o risco Saúde (OMS) também avaliou de uma escalada de radiação. ontem que o risco à saúde públiDesta vez, o fogo atingiu o rea- ca no país é, até agora, mínimo. tor 4 e explosões no reator 3 inAjuda - O Japão solicitou o terromperam o bombeamento auxílio dos Estados Unidos pade água para outro reator, o 2, ra resfriar os reatores nucleares. expondo varetas de combustí- As autoridades japonesas já pevel e elevando os riscos de que diram mais equipamentos para elas derretam por superaqueci- resfriar os reatores danificados. mento – o maior temor das au- A comissão regulatória nuclear toridades. O governo japonês, dos EUA, conhecida pela sigla porém, afirma que não há evi- NRC em inglês, já enviou dois dência de exposição grave à ra- especialistas em reatores do diação, mas ordenou a retirada mesmo tipo que apresentaram dos funcionários considerados problemas no Japão. não essenciais da usina. Além disso, a NRC monitora O nordeste japonês, onde fica a situação nos reatores de sua sea usina, é a região mais devasta- de em Maryland 24 horas por da pela combinação de terremo- dia, porém "não irá comentar de to e tsunami que atingiu o país hora em hora os acontecimentos na sexta-feira e deixou ao menos dos reatores japoneses". 1.886 mortos, segundo dados A Agência Internacional de oficiais – estimativas apontam Energia Atômica (AIEA) tammais de 10 mil mortos. bém informou que Tóquio soO maior temor é de um gran- licitou uma equipe de especiade vazamento de radiação da listas da agência da ONU para usina em Fukushima, 240 qui- ajudar no caso. lômetros ao norte de Tóquio, Ch erno byl - Mais cedo, o onde os engenheiros têm luta- chefe da AIEA, o japonês Yudo desde o fim de semana para kiya Amano, disse que a crise evitar um colapso nos reatores nuclear no Japão não deverá se do complexo. transformar em uma nova Já foram reChernobyl, o gistradas duas pior acidente explosões que nuclear da arrancaram alHistória – em É improvável que gumas telhas 1986, na Ucrâo incidente se da instalação, nia (então parmas sem danite da União desenvolva ficar os vasos Soviética). como ocorreu do reator, disÉ "improváem Chernobyl. seram autorivel que o inciYUKIYA AMANO, DA AIEA. dades. Não hadente se desenvia informação volva" como imediata sobre ocorreu em danos após a terceira explosão. Chernobyl, disse Amano, aponContaminação - No fim da tando para algumas diferenças, noite, o nível da água usada no entre elas o projeto e a estrutura sistema de resfriamento do das usinas nucleares. reator 2 foi restaurado, mas vaDe acordo com André-Clauretas continuavam parcial- de Lacoste, da agência nuclear mente expostas. francesa, o nível de gravidade Usadas como combustível, no caso de Fukushima é de, no as varetas contêm urânio e ou- mínimo, 5. No acidente de tros elementos. "Expostas'' sig- Chernobyl, o nível era 7, o mais nifica sem refrigeração (devi- alto da escala. do à redução do nível de água) Precaução - O governo alerdentro do reator, não que este- tou as pessoas que vivem em jam ao ar livre. um raio de 30 quilômetros em "Perdendo a refrigeração, torno da usina de Fukushima a pode acontecer degradação de não saírem de casa. Segundo a algumas das varetas. Isso pro- agência Kyodo, 80 mil pessoas fovoca a liberação de material ra- ram retiradas da área, somandioativo'', explicou Laercio Vi- do-se a outros 450 mil desabrinhas, da Comissão Nacional gados do terremoto de 9 graus de magnitude e do tsunami. de Energia Nuclear. Além disso, o governo japoNo caso extremo, as varetas podem se fundir, o que é cha- nês forneceu 230 mil unidades mado de derretimento – se- de iodo estável para abrigos de gundo Vinhas, esse é o pior aci- pessoas que foram obrigadas a dente possível, com alto risco deixar suas casas pelo terremoto e tsunami, como medida de contaminação. Mas o especialista afirma cautelar na emergência nuque, ainda assim, o derreti- clear vivida no país. "O iodo ainda não foi minismento não significaria necessariamente grande liberação trado às pessoas dos abrigos; a d e m a t e r i a l r a d i o a t i v o . distribuição é uma medida de "Tudo vai depender das con- precaução", disse a AIEA. O iodo pode ser usado para dições da contenção''. O reator é envolvido por ajudar a proteger contra cânuma parede de contenção de cer de tireóide no caso de expoconcreto e aço, com 15 cm – sição radiativa em um acidenque, segundo as autoridades te nuclear. (Agências)

Foto aérea de 2005 mostra as usinas de Angra 1 e 2 (Rio de Janeiro)

do", assim como os atentados de 11 de setembro. 'Seguro e controlável' – Em entrevista à rádio alemã Deutschlandfunk, Oettinger afirmou que a revisão da segurança dos reatores europeus pode demorar dias. "Eu não descartaria nada", disse ao ser perguntado se as inspeções podem levar ao fechamento de algumas unidades. "Se nós formos sérios e dissermos que esse evento mudou o mundo e colocou sob questão muito do que nós, como uma sociedade industrial, acreditávamos ser seguro e controlável, então não podemos descartar nada." Os atuais eventos reacenderam em vários países o debate sobre o uso da energia nuclear, com protestos, pressões de ambientalistas e ameaças de freio à expansão do seu uso. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel decidiu fechar temporariamente as duas usinas mais antigas e reestudar a lei que prorroga o funcionamento das outras 15. No ano passado, Merkel havia aprovado uma sobrevida de em média 12 anos para as usinas, cujo fechamento fora fixado pela gestão anterior para 2021. A decisão tem motivação

eleitoral: em duas semanas, o Estado de Baden-Wuerttemberg, onde 60 mil saíram às ruas anteontem contra o uso de energia nuclear, vai às urnas. Referendo – Na Suíça, o governo decidiu suspender todas as licenças para a construção de novas instalações. Na França, campeão da Europa em número de reatores (58), o Partido Verde pediu referendo para discutir a dependência do país da energia nuclear. O representante da Eletronuclear classificou essas decisões como "puramente emocionais". A Áustria, que não usa energia atômica, quer que a União Europeia faça teste de segurança em todos os reatores do continente, presentes em 14 dos 27 países do bloco. Já nos EUA, a Casa Branca afirmou que o presidente Barack Obama segue comprometido em usar a energia nuclear como parte do pacote energético do país, apesar das preocupações com segurança. O país é o maior fornecedor mundial de energia nuclear comercial. Suas 104 usinas respondem por quase 20% do consumo de eletricidade do país. (Agências)


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nternacional Yomiuri Shimbun/AFP

O drama ainda não acabou para os sobreviventes Milhões de pessoas estão sem água, comida, remédios e calefação.

Em meio à tragédia, um momento de realização: soldado segura bebê de quatro meses que sobreviveu ao tsunami, em Ishinomaki. Toru Yamanaka/AFP

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Itamaraty sai em busca de brasileiros

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m consulado brasileiro itinerante vai começar a funcionar a partir de hoje nas regiões mais afetadas pelo terremoto no Japão, segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. O objetivo é levar mantimentos e suprir outras necessidades básicas, completou o chanceler. Em Fukushima, residem cerca de 400 brasileiros, de acordo com o ministério. Em entrevista coletiva ontem na Fiesp, o titular da pasta disse ainda que os três consulados e a embaixada no país asiático estão funcionando em regime de plantão. O Itamaraty informou ainda que a equipe em busca dos brasileiros deve ser composta por sete pessoas e ficar na área por pelo menos três dias. Ao todo, há 254 mil brasileiros vivendo no país atualmente, dos quais mais de 80%, segundo Patriota, fora da região mais afetada pelo abalo. (Folhapress)

Morador de Sendai procura por bens em seu carro, após a passagem do tsunami. Jiji Press/AFP

Jiji Press/AFP

Soldados tentam retirar caça que invadiu prédio

Homem consola moça que perdeu casa, em Watari.

Luiz Prado/LUZ

ilhões de pessoas da devastada região nordeste do Japão passaram a quarta noite seguida sem água, comida ou aquecimento para enfrentar as temperaturas baixas, enquanto dezenas de milhares de membros de equipes de resgate se esforçavam para chegar até elas. A polícia japonesa elevou ontem para 1.886 o número de mortos pelo terremoto de 9 graus de magnitude e pelo tsunami que atingiram o país na última sexta-feira. Outras 2.329 pessoas estão desaparecidas, enquanto as autoridades estimam que o saldo final de vítimas ultrapasse os 10 mil. Ao mesmo tempo em que corpos eram encontrados na costa, sobreviventes feridos, crianças e idosos se apertavam em abrigos improvisados, em geral sem medicamentos. Até ontem, 550 mil pessoas haviam sido desalojadas de suas casas por conta da tragédia. A crise humanitária se amplia em múltiplos fronts – do súbito aumento no número de crianças órfãs à escassez de água, alimentos, combustível e eletricidade; dos banheiros inundados nos abrigos superlotados ao

cuidado irregular com os sobreviventes traumatizados. "Os idosos foram os atingidos com mais severidade", disse Patrick Fuller, da Federação Internacional da Cruz Vermelha, em um memorando escrito desde Ishinomaki, uma das cidades devastadas pela tragédia. "O tsunami engolfou metade da cidade e muitos estão tremendo descontroladamente debaixo dos cobertores. Eles sofrem de hipotermia depois de ficarem presos em suas casas sem água nem eletricidade." As autoridades locais perderam contato com cerca de 30 mil pessoas, de acordo com uma pesquisa feita pela Kyodo Ne ws. Com isso, aumenta a preocupação com o possível drástico aumento no número de mortos, enquanto as autorid a d e s e n f re n t a m a m a i o r emergência do Japão desde a Segunda Guerra Mundial. Rodovias e ferrovias, energia e portos foram prejudicados em boa parte do nordeste da principal ilha do Japão, Honshu, prejudicando o trabalho das equipes de resgate. Cem mil soldados foram mobilizados para distribuir comida, água e combustível. Cerca de 70 países ofereceram assistência. (Agências)

Newton Santos/Hype

Rede de notícias, via Liberdade. Geriane Oliveira

P

elo menos metade das 500 famílias pertencentes à Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil, com sede na Liberdade, não havia conseguido contato com seus parentes no Japão até a tarde de ontem. "A chamada telefônica não completa, muitas cidades japonesas estão sem energia elétrica, mas as famílias continuam tentando contato pelas redes sociais, disse ontem a nissei paulistana Rosa Sato Shubaci. Ela ainda não conseguiu falar por telefone com os dois irmãos, que moram há quinze anos no Japão, mas mas já teve notícias. "Todos estão bem, apesar dos abalos. Além dos irmãos, tenho também uns 50 parentes, entre tios e primos, morando na província de Miyagi", contou. Segundo Rosa, a notícia chegou por meio de uma prima que estava em Sendai, capital dessa província situada no nordeste do Japão – uma das regiões mais atingidas pelo terremoto e pelo tsunami. "Ela conseguiu fazer uma chamada por orelhão para o seu irmão de Nagoya e também nos avisou que, apesar do clima de pânico, todos estão bem", disse Rosa, enquan-

to atendia pessoas em busca de informações sobre vítimas da tragédia na sede da Associação. Solidariedade e doações - A Associação já dispõe de uma conta bancária para receber doações. "As pessoas também estão trazendo doações de alimentos não perecíveis e roupas. Por isso, vamos organizar um grande bazar para reverter esses donativos em dinheiro", informou. Na quinta-feira, dia 17, a Associação Miyagui promoverá uma cerimônia budista aberta a todos as pessoas que quiserem rezar pelas vítimas do terremoto japonês. Na sede da Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil - Kenren, na Liberdade, Akeo Uehara Yogui, de 67 anos, presidente da entidade, atende desde sexta-feira diversos telefonemas, e responde a e-mails e torpedos via celular de familiares da comunidade nipo-brasileira em busca de informações, ao mesmo tempo em que acompanhava o noticiário da TV japonesa NHK. Segundo Yogui, dez famílias procuram informações de parentes radicados em Sendai, a capital de Miyagi, que fica a 300 km de Tóquio. "No geral, os nossos dekasseguis estão fora de pe-

Koichi Nakazawa, presidente da Associação Miyagui

Clima de preocupação na Liberdade: em busca de informações.

rigo porque a maioria mora em províncias da região central do Japão, como Kanagawa e Tóquio, menos atingidas". Em termos comparativos, Yogui explicou que Sendai poderia ser considerada como Recife. "É a maior cidade do nordeste do Japão, fi-

ca no do litoral e é vista como um centro pesqueiro, é como Recife", disse ele. A maior preocupação das autoridades japonesas agora é a possibilidade de vazamento nas usinas nucleares danificadas pelo terremoto, segundo relatou um jovem conhecido

de Kamagua. "Ele contou do aparecimento de 300 corpos na praia de Sendai e do temor dos japoneses com as usinas". De acordo com o rapaz, o Japão inteiro já passa por racionamento de combustível e desabastecimento. "Mas o governo está agindo rápido, emitindo alertas e orientando a população porque possui oficiais altamente preparados para enfrentar a situação; por isso, cremos que o Japão vai se recuperar logo dessa tragédia", disse Yogui. Para contribuir com as vítimas, a entidade, em conjunto com a comunidade japonesa de São Paulo, iniciou a campanha "SOS para a reconstrução do Japão" e espera grande participação brasileira. Segundo ele, atualmente 270 mil dekasseguis e brasileiros vivem no Japão; já no Brasil, o número de japoneses e seus descendentes é superior a 1,5 milhão de pessoas, sendo que um 1 milhão

vive na capital paulista. SERVIÇO Campanha SOS Japão Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil - Kenren Banco do Brasil Agência: 1196-7 Conta corrente: 29921-9 CNPJ - 46.568.895/0001-66 Doações pela Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil Banco Bradesco Agência: 0131-7 Conta corrente: 120459-9 A cerimônia budista será realizada na quinta-feira, dia 17, às 18h, na sede da Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil. Rua Fagundes, 152 Liberdade, São Paulo. Tel: (11) 3208-5780.


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nternacional

Bahrein pede ajuda. Guerra à vista?

Tropas sauditas entram em território do Bahrein com a missão de dar suporte a uma dinastia sunita que governa o país há mais de dois séculos: oposição xiita alerta para uma guerra.

T Kadafi retoma duas importantes posições no leste e oeste da Líbia Aviões bombardearam o porto de Ajdabiya e atacaram a cidade de Zwara. Obama pede a renúncia de ditador. Patrick Baz/AFP

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ma força militar formada por soldados sauditas e de outros países do Golfo Pérsico entrou ontem no Bahrein para dar apoio à monarquia sunita local em razão dos protestos, liderados por xiitas, que exigem a redução do poder monárquico. A chegada dessa força marca a primeira operação militar a cruzar fronteiras para conter distúrbios desde que os levantes no mundo árabe tiveram início, em dezembro. Os principais grupos de oposição do Bahrein denunciaram a intervenção externa como uma "ocupação" que coloca o país perigosamente perto de um estado de guerra. A oposição disse que planeja escrever ao secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e aos membros permanentes do Conselho de Segurança para protestar contra a chegada de tropas estrangeiras ao Bahrein. "A entrada no Bahrein da Arábia Saudita e de outros exércitos do Golfo Pérsico para enfrentar o povo desarmado significa que o povo do Bahrein corre grande risco de uma guerra lançada por um exército de fora, sem uma declaração formal de guerra", afirma os opositores. Segundo eles, trata-se de uma "flagrante ocupação do país, contrária a todos os acordos internacionais em épocas de paz ou guerra". Logo depois de a informação se espalhar pelo país, manifestantes bloquearam ruas da capital Manama e milhares se dirigiram para a Praça da Pérola, o centro simbólico dos protestos, que já duram um mês. "Não à ocupação", gritaram manifestantes. As dinastias sunitas do Golfo temem por seus destinos com a onda de manifestações que pedem mudanças na região. Elas também veem qualquer ganho obtido pelos xiitas no Bahrein como um apoio para o aumento de influência do Irã (majoritariamente xiita). Um funcionário saudita revelou que as unidades enviadas ao Bahrein, estimadas em mil homens, compõem as forças especiais dos seis países do Conselho de Cooperação do Golfo, formado por Bahrein, Arábia Saudita, Kuwait, C a t a r, O m ã e E m i r a d o s Árabes Unidos. Choques - A chegada da força militar estrangeira ocorre um dia depois de um dos maiores distúrbios provocados pelos manifestantes em um mês de protestos e confrontos que deixaram sete mortos. No domingo, manifestantes bloquearam a principal via que leva ao distrito financeiro do Bahrein e combateram grupos pró-governo na principal universidade da capital, onde as aulas foram suspensas por tempo indeterminado. Os xiitas, que correspondem a 70% da população do Bahrein, reclamam da discriminação sistemática da dinastia sunita que governa o país há mais de dois séculos. (Agências)

AFP/Bahrein TV

Forças militares da Arábia Saudita e de outros países do Golfo chegam para dar suporte à monarquia sunita; oposição xiita denuncia 'ocupação'.

Rebelde líbio dirige um tanque próximo ao porto de Ajdabiya, bombardeado ontem por forças leais a Kadafi.

Abbas Momani/AFP

ropas leais ao ditador líbio, Muamar Kadafi, bombardearam ontem o porto de Ajdabiya, no leste do país. Ao mesmo tempo, no oeste da Líbia, atacaram a cidade de Zwara, a 110 km de Trípoli, perto da fronteira com a Tunísia. Em Brega, que o governo disse ter retomado no domingo, a situação parece menos clara. Cerca de 2 mil combatentes da insurgência, em grande parte soldados amotinados, mantinham sob controle a área residencial de Brega, enquanto as forças de Kadafi controlavam o terminal petrolífero, disse um porta-voz dos insurgentes, Abdul-Bari Zwei. Ontem, os aviões de Kadafi bombardearam pelo menos três alvos em Ajdabiya. Said Ali Bouhilfaya, um engenheiro em Ajdabiya, disse que ocorreram mais bombardeios contra a cidade no começo da noite de ontem. "É uma guerra de aniquilação. Kadafi quer ficar no poder de qualquer jeito, mesmo que governe cemitérios", afirmou. O general Abdel Fatah Yunis, que se demitiu do posto de ministro do Interior de Kadafi pouco após o início da rebelião, em fevereiro, afirmou a repórteres em Benghazi que Ajdabiya é "uma cidade vital". "Está na rota para o leste, para Benghazi e Tobruk e também para o sul. A defesa de Ajdabiya é muito importante e nós vamos defendê-la", afirmou. Zwara tem 45 mil habitantes e foi completamente cercada

por forças leais a Kadafi. Segundo moradores, o bombardeio começou de manhã e se estendeu por várias horas. Limpeza - Um porta-voz do Exército líbio, coronel Milad Hussein, disse a repórteres em Trípoli que suas forças estavam "marchando para limpar o país" dos rebeldes, qualificados por ele como "ratos e terroristas". Mas o general Yunis disse que a retirada dos rebeldes foi tática. "Nós sentimos que ele (Kadafi) terá sérios problemas logísticos e sérias dificuldades para suprir suas tropas, porque estão avançando todo o tempo", afirmou. Exclusão aérea - Grã-Bretanha e França insistiram na urgência da imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, para impedir que a aviação de Kadafi continue a bombardear os insurgentes. Segundo a França é urgente agir contra a "barbárie" das forças de Kadafi. Em Londres, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse ao Parlamento que o tempo é curto para agir. "Todos os dias Kadafi brutaliza o seu próprio povo". A secretária de Estado norteamericana, Hillary Clinton, seguiu ontem para a Europa e o Oriente Médio, para conversas sobre a crise na Líbia. Em Paris, reuniu-se com o presidente Nicolas Sarkozy e se encontrará com representantes da oposição líbia. Em Washington, o presidente Barack Obama alertou Kadafi a renunciar e deixar o país. (AE) Mohammed Salem/Reuters

Gaza quer união

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m dia antes do previsto, pelo menos 1.500 palestinos se reuniram ontem na Cidade de Gaza em uma manifestação pela unidade. Os ativistas marcharam até o centro da cidade gritando "o povo quer encerrar a divisão", em referência à separação entre o Hamas, que governa Gaza, e a Autoridade Nacional Palestina, dominada pelo Fatah e que governa a Cisjordânia. Oficialmente, os protestos estão programados para hoje em Ramallah e na Cidade de Gaza, em uma campanha orquestrada por uma coalizão de jovens por meio do Facebook. (AE)


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11 PRÉDIOS MAIS ALTOS Prefeitura decidiu construir apartamentos populares mais altos, de seis andares, aumentando o índice de aproveitamento de cada terreno.

Newton Santos/Hype

idades Newton Santos/Hype

Ó RBITA

NOVO GENÉRICO

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s medicamentos genéricos, que têm preços mais acessíveis ao público, conquistam um espaço cada vez maior no País. A empresa Germed Pharma obteve o registro sanitário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a comercialização do medicamento genérico do Crestor (a rosuvastatina cálcica), indicado para a redução dos níveis de colesterol e triglicérides no sangue. A falta de controle dessas substâncias gordurosas pode elevar o risco de doenças como o infarto e o derrame cerebral. Além dos remédios, que devem ser consumidos apenas com autorização médica, é recomendável a prática de exercícios físicos. A Astrazeneca, proprietária da patente do Crestor, ajuizou ação perante a Justiça Federal do Distrito Federal cujo pedido é a determinação de que a Anvisa se abstenha de conceder registros sanitários para medicamentos genéricos ou similares ao Crestor®, à base de rosuvastatina cálcica até a expiração da patente PI 0003364-2 (04/08/2020), sob o argumento de que a Anvisa, em tese, "autoriza, indevidamente, a produção e comercialização do medicamento genérico rosuvastarina cálcica, em afronta ao direito de propriedade industrial". (Da Redação)

Pierre Duarte/AE

TRÂNSITO RECORDE

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cidade de São Paulo bateu ontem o recorde de lentidão pela manhã neste ano. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a capital paulista registrava, às 8h30, 143 quilômetros de congestionamento, equivalente a 16,5% dos 868 quilômetros de vias monitoradas. O índice de engarrafamento ultrapassou o recorde anterior, do dia 3 de março, quando, às 9h30, a cidade registrou 128 quilômetros de morosidade. (AE)

EMBRIAGUEZ

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Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou que a embriaguez de motoristas pode ser comprovada pelo bafômetro e não apenas por exame de sangue. O STJ rejeitou recurso de um motorista preso em 2009 em flagrante após ter feito o teste do bafômetro. (AE)

Com até nove andares, prédios de Heliópolis terão elevadores Divulgação

Croqui mostra o mesmo conjunto popular com prédios de seis andares

Na comunidade de Heliópolis, prédios populares com espaço reservado para a instalação de um elevador

Para zerar o déficit habitacional na Capital, a Prefeitura de São Paulo passará a construir prédios populares de até nove andares. Seus futuros moradores vão dispor de elevador, em respeito à acessibilidade e para atender à legislação municipal. O modelo de elevador a ser utilizado é semelhante aos que existem no estádios de futebol da Europa: amplos, despojados, à prova de balas e de vândalos.

Prédios populares terão elevador Newton Santos/Hype

Paulo Pampolin/Hype

Ivan Ventura

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dona de casa Maria Laurineide Borges, de 38 anos, mora há sete anos na 'cobertura' de uma habitação popular da Cohab, na comunidade de Heliópolis, zona sul. Morar no apartamento localizado no ponto mais alto do prédio pode parecer vantajoso, mas, nesse caso, as aparências enganam. Para chegar a sua casa, Maria e sua família são obrigados a enfrentar 64 degraus. "Morar aqui é bom, mas falta um elevador", disse. Assim como a família de Maria Laurineide, muitas outras enfrentam o mesmo problema todos os dias. Mas essa situação pode mudar, e para melhor: a Cohab promete instalar elevadores em todas as futuras habitações populares na cidade de São Paulo. A iniciativa é inédita em prédios da Cohab e é apontada como o ponto de partida para uma mudança no já antiquado modelo de habitação popular de São Paulo. Hoje, os prédios populares têm, no máximo quatro andares, apartamentos de 50 metros quadrados e o acesso a eles é feito apenas por escadas. Os novos modelos de moradia popular em prédio terão elevador e espaço suficiente para a construção de uma cozinha americana. Déficit - Segundo explicou o secretário municipal de habitação, Ricardo Pereira Leite, a adoção de elevador em prédios populares surgiu da necessidade do cumprimento das metas do Plano Municipal de Habitação, criado na gestão de Marta Suplicy (2001 a 2005). O plano tem como meta zerar o déficit habitacional na Capital até 2024. Para tanto, a Cohab prevê a construção de moradias nas chamadas áreas de interesse social que, somadas, chegam a 17 quilômetros quadrados em toda a cidade. Ocorre que, pelas contas da

Maria Laurineide Borges: dona de casa mora no último andar de seu prédio e se queixa das escadas. Acima, área de interesse social para a construção de prédios populares na avenida Jornalista Roberto Marinho

Prefeitura, a quantidade de áreas disponíveis na cidade é insuficiente para zerar o déficit habitacional, caso a Cohab mantenha o atual modelo de prédios, ou seja, de quatro andares. Tal modelo, exigiria outros 15 quilômetros quadrados de áreas de interesse social, num total de 32 quilômetros quadrados. "Não existe esse espaço na cidade, evidentemente", afirmou o secretário Pereira Leite. A Prefeitura, então, decidiu construir apartamentos populares mais altos, de até nove andares, e, dessa forma, aumentar o índice de aproveitamento de cada terreno. A partir daí, em respeito à acessibilidade e para atender a legislação municipal, os elevadores se tornam obrigatórios. Construção - "Daqui para frente, todos os prédios populares terão elevadores. No C e n t ro d e S ã o P a u l o , p o r exemplo, está em curso a desapropriação de 53 imóveis. E todos terão elevadores", garantiu o secretário. Na zona sul da Capital, a Cohab já trabalha na construção dos dois primeiros imóveis com elevadores. Um deles está localizado junto à avenida Jornalista Roberto Marinho e ao lado da Ponte Octávio Frias, a ponte estaiada. O outro está na comunidade de Paraisópolis.

Há também um prédio em Heliópolis que, inicialmente, não será entregue às famílias com os elevadores. Mesmo assim, a arquiteta responsável pelo projeto nessa comunidade carente da zona sul, Renata Semin, disse os elevadores serão instalados no futuro. "Em razão das irregularidades do terreno, o projeto possui diferentes andares térreos. Mesmo assim, foi incluído um espaço para a instalação de um elevador", afirmou Renata. Problemas - A arquiteta vê com bons olhos os elevadores nas habitações populares, muito embora defenda a construção de espaços mais simples e acessíveis para famílias de baixa renda. Nesse sentido, alertou para os custos de manutenção dos elevadores. "É a população quem vai pagar. É importante encontrar uma tecnologia não muito onerosa. O objetivo desse tipo de imóvel é ser barato para famílias com renda não superior a três salários mínimos", disse. Nesse sentido, o elevador eleito pela Prefeitura de São Paulo é semelhante aos usados em estádios de futebol da Europa. Seu interior é grande, sem detalhes. Há proteções internas, são à prova de bala e os botões são feitos de uma material mais resistente. O equipamento é conhecido

por ser resistente a atos de vandalismo. Segundo o secretário de Habitação, esses elevadores devem custar R$ 95 mil a unidade e sua manutenção seria bancada pela empresa fornecedora do equipamento. Isso, pelo menos, num primeiro momento. "Queremos que a empresa dê uma garantia de até cinco anos. Num primeiro momento, nenhum morador pagaria pela manutenção, mas, depois, o custo médio da manutenção seria de R$ 25 por família", disse o secretário Pereira Leite. Custos – Ao tomarem conhecimento do projeto da Prefeitura, moradores lamentaram a ausência de elevador no prédios populares atuais. Com o elevador, eles acreditam que o custo do imóvel seja maior em relação ao prédio sem o equipamento. "No meu apartamento eu pago R$ 40 mil. São R$ 40,80 por mês pelo financiamento e outros R$ 17,50 pelo condomínio. Acho que custo será maior para as outras famílias", acredita a moradora Maria Laurineide. E ela está certa. "O custo de construção será de aproximadamente R$ 80 mil, mas deverá sair por um pouco menos para a população", disse o arquiteto responsável pelo projeto, Eduardo Colonelli.

17 quilômetros quadrados é a área que a Prefeitura paulistana dispõe para zerar o déficit habitacional na cidade

32 quilômetros quadrados seriam necessários para zerar o déficit habitacional, seguindo os critérios atuais de construção


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iPad 2, visto por dentro o site, apesar de mais fino e mais leve do que a primeira versão, o tablet usa a mesma bateria, com 10 horas de duração, do iPad original. Por isso, qualquer percepção de melhora no desempenho deve ser atribuída a melhorias no software e outros componentes de hardware. www.ifixit.com/Device/iPad_2_Wi-Fi

Logo Logo

Componentes e montagem do iPad 2 são descritos em detalhes no site, que propõe um manual de consertos do gadget

www.dcomercio.com.br

S ISMOLOGIA C ONCEITO

Alerta de terremoto em ação

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terremoto que atingiu o Japão na manhã de sexta-feira foi considerado o pior do país nos últimos 300 anos. Por isso, nunca antes o atual sistema de alertas havia sido desencadeado. O sistema, segundo o blog da publicação Technology Review, do Massachusetts Institute of Technology (MIT) é um dos mais seguros e precisos do mundo e envia alertas via telefones celulares e televisão logo após o primeiro sinal de tremor, por detectar as ondas de choque menos nocivas. Esse alerta dá tempo para que as pessoas se preparem para o terremoto e também faz com que as instalações industriais interrompam as atividades e os serviços de transporte automaticamente. Veja ao lado como funciona o sistema de boias DART II, que detecta a movimentação das ondas do mar.

Nem tão longe, nem tão perto A proposta é da Peugeot: o modelo conceitual XB1 é uma tentativa de oferecer um veículo que sirva para aqueles momentos em que você quer chegar a um lugar que é perto demais para ir de carro e longe demais para ir a pé. Totalmente elétrico, o carro tem serviço de comunicação

baseado em aplicações para smartphones, GPS e pode atingir a velocidade máxima de 35 km/h. Entre as vantagens, a economia de espaço: numa vaga comum de estacionamento cabem três Peugeot XB1. www.yankodesign.com/ 2011/03/11/peugeot-xb1/

M ODA Stefan Sauer/AFP

Satélite Iridium

MARÇO

A equipe do site I Fix It desmontou o iPad 2 para revelar aos consumidores do novo modelo como é feito o gadget mais desejado do momento. Os especialistas oferecem um verdadeiro guia de desmontagem para quem quiser abrir seu iPad 2 por curiosidade ou para tentar alterar os componentes. Segundo

15 Dia Mundial do Consumidor

Controle e comunicação bidirecionais

C IÊNCIA

Antenas Iridium e GPS Alça de suspensão

Atlântida encontrada Sistemas eletrônicos e baterias

Defletor de radar

Boia de superfície 2,6m de diâmetro 400 kg de tonelagem

1,8m

Transdutores acústicos Cabo de Nilspin de mais de 100 metros e componentes

Registro de pressão sob a água Telemetria acústica bidirecional

1.000 - 6.000m

Flotação com bolas de vidro 75 m

19 mm de nylon e 13 mm de correntes

Âncora de 3,1 ton

Transdutor acústico

Baterias do transdutor

Âncora de 340kg

Amit Dave/Reuters

www.technologyreview.com/blog/editors/

Uma equipe que reúne pesquisadores de diversos países sob a liderança do arqueólogo norte-americano Richard Freund, da Universidade de Hartford, nos EUA, afirma ter encontrado a localidade da cidade perdida Atlântida. A lendária cidade da antiguidade, que teria sido afundada no oceano após um grande tsunami, foi localizada a partir de fotografias aéreas, ondas penetrantes de radar e tomografia de resistividade elétrica. Segundo esses métodos, as ruínas do que seria Atlântida estariam localizadas na costa sul da Espanha, próximas ao parque Doña Ana. I NTERNET

140 milhões de tuítes por dia

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Participantes do concurso "Top Model of the World 2011" em trajes de banho na ilha de Usedom, no mar Báltico, Alemanha. Mais de 40 mulheres participam do concurso.

M ÍDIA

A Cosmopolitan da Al-Qaeda

Mark Ralston/AFP

PULA FOGO - Soldado do exército indiano salta de motocicleta entre um anel de fogo em uma exibição organizada para atrair mais jovens para as Forças Armadas do país na cidade de Ahmedabad.

Albert Einstein totalmente on-line

L OTERIAS

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ESCULTURAS NATURAIS - Vista do Tribunal dos Patriarcas, no Parque Nacional de Zion, em Utah. O parque é considerado um dos mais belos dos EUA por suas formações geológicas, como monolitos e desfiladeiros.

A TÉ LOGO

Concurso 617 da LOTOFÁCIL 01

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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Londres inicia contagem regressiva de 500 dias para Olimpíada de 2012

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Exposição 'Palco' traz imagens de espetáculos e personalidades do teatro brasileiro feitas por Bob Sousa. Reitoria da Unesp. Rua Quirino de Andrade, 215, Centro, tel.: 5627-0235. Grátis.

H ISTÓRIA

O arquivo de Albert Einstein será digitalizado e disponibilizado na internet dentro de um ano, informou ontem a Universidade Hebraica de Jerusalém. Einstein, que morreu em 1955, deixou seus arquivos em herança para a universidade: são mais de 80 mil documentos. A universidade disse que a coleção, que inclui cadernos de pesquisa, cartas e artigos será disponibilizada em um site público que a instituição está desenvolvendo.

C A R T A Z

PALCO

E M

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A revelação é dos jornais revista, protege contra os raios britânicos Daily Mail e The nocivos do sol e ajuda a manter a Independent: a Al-Qaeda lançou pele saudável. A revista também no fim de semana uma revista faz propaganda religiosa: "O Islã Yves Herman/Reuters direcionada ao público precisa de mulheres que feminino, com saibam a verdade conselhos de sobre a sua compor tamento religião, a e beleza batalha em específicos para curso e aquilo as necessidades que se espera das mulheres delas", diz um islâmicas. artigo que A publicação, incentiva as intitulada Aljovens a se casarem Shamikha (algo como com muhajedines, "mulher majestosa") traz na os combatentes da jihad. sua primeira edição conselhos A primeira edição traz ainda sobre os benefícios do uso do entrevistas com mulheres de niqab (o véu islâmico, na foto) bombistas-suicidas, que elogiam para a pele. O véu, explica a as ações dos falecidos maridos.

Para celebrar o 5º aniversário, o Twitter revelou ontem números que mostram o crescimento do microblog nos últimos anos. O Twitter levou 3 anos, 2 meses e um dia para chegar a 1 bilhão de tuítes. Hoje, os usuários do microblog levam uma semana para alcançar a marca de 1 bilhão de tuítes. Agora, os internautas estão enviando cerca de 140 milhões de tuítes por dia. Há um ano, o número era de 50 milhões. Conforme o microblog, 572 mil contas foram criadas em 12 de março de 2011 e 460 mil novas contas foram registradas por dia, em média, no último mês.

Santos quer contratar Muricy para jogo do dia 6 de abril contra Colo Colo

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Prefeitura do Rio quer diminuir número de foliões e blocos no carnaval

Concurso 2545 da QUINA 01

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NO AZUL Fundo de Amparo ao Trabalhador tem saldo positivo de R$ 11 bi em 2010

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PETRÓLEO E GÁS Inglês BG Group estabelecerá centro tecnológico de pesquisas no Rio

Tragédia no Japão afeta outras economias Impacto negativo sobre países asiáticos deverá ser sentido nas próximas semanas, segundo analistas.

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Yoshikazu Tsuno/AFP

s problemas que afetarão o Japão após o terremoto e o tsunami devem ter repercussões na Ásia nas próximas semanas, complicando mais o quadro econômico da região em um momento em que os países já sofrem com os preços mais altos do petróleo e dos alimentos. Segundo o jornal norte-americano The Wall Street Journal, a Ásia deve apresentar crescimento vigoroso neste ano, com estimativas de expansão de 7,5% a 8% do Produto Interno Bruto (PIB), excluindo o Japão. Mas os economistas já projetam que a expansão irá desacelerar em relação ao ano passado, quando o aumento do PIB regional superou 9%. O desastre no Japão adicionou mais uma série de incertezas ao quadro, pelo menos no curto prazo. O terremoto dizimou infraestruturas vitais em partes do país e pode deixar muitas indústrias sem fonte confiável de energia por semanas, colocando em risco cadeias de alguns dos maiores exportadores da Ásia. Produtoras de aço, papel e eletrônicos estão entre as empresas que seguiam paralisadas nesta segunda-feira. "Portos estão fechados e entregas foram interrompidas, especialmente no setor elétrico – os contêineres estão parados nos portos", disse Fu Wing Hoong, presidente da Associação de Eletroeletrônicos da Malásia. O país é um grande produtor de componentes eletrônicos, e alguns dependem de partes feitas no Japão. Economistas disseram que a boa notícia é que os pesados gastos que serão direcionados a projetos de reconstrução podem eventualmente ajudar a restaurar a economia japonesa, o que, por sua vez, pode resultar em uma forte alta da demanda por alguns produtos

Presença japonesa em mercados vizinhos levará à desaceleração nas taxas de crescimento da Ásia

asiáticos, tais como madeira e outras commodities (veja abaixo). Mas nenhuma recuperação é esperada até a parte final do ano, com uma sensível desaceleração ou até contração no próximo trimestre ou nos próximos dois trimestres.

Queda – O comércio entre o Japão e outros países asiáticos pode cair drasticamente no curto prazo, disse Tim Condon, economista do ING em Cingapura. Combinado com outros problemas, tais como a inflação, isso significa que "a

Demanda por carvão, madeira e aço deve subir.

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nalistas destacaram que algumas companhias podem ser chamadas a agir para ampliar o abastecimento ao Japão, incluindo as produtoras de carvão, madeiras, aço e possivelmente gás natural, segundo noticiou o jornal The Wall Street Journal. Esse esforço de reconstrução no Japão "pode ser o catalisador para dar o impulso cíclico ao início de residências, setor que está deprimido, resultando em um aumento rápido e sustentável na demanda por materiais de construção, como toras, madeiras e painéis estruturais" para um dos maiores mercados mundiais de residências com estrutura de madeira, avaliou Peter Ruschmeier, analista do Barclays Capital. Mas outros setores, como turismo, podem enfrentar dificuldades para se ajustar. Na Tailândia, por exemplo, cerca de 70 mil pessoas já cancelaram reservas de viagens ao Japão por causa do medo de vazamentos radiativos, disse Charoen Wangananont, presidente da Associação de Agentes de Viagem da Tailândia. William Heinecke, presidente e executivo-chefe da Minor International PCL, companhia que atua nas áreas de hotel a varejo com sede em Bangcoc, disse esperar que a

queda nas viagens ao Japão não sejam um problema. Muitos turistas podem redirecionar suas viagens para outros destinos na região. "Continuamos prevendo um ano muito bom", disse. Menos importações – A demanda japonesa por milho norteamericano pode cair entre 3% e 7% e a da soja pode afundar 8%, após o terremoto e o tsunami terem afetado ou destruído portos, processadoras de ração e instalações de processamento de carne. As importações de milho pelo maior comprador do produto norte-americano podem cair em 500 mil toneladas, para 1 milhão de toneladas, enquanto as importações de soja pelo Japão, terceiro maior comprador do produto dos Estados Unidos, podem recuar em 250 mil toneladas, conforme Dan Basse, analista da AgResource Co. Há expectativa de que as importações de trigo permaneçam estáveis, já que a maior parte do produto que o país compra é para moagem, e não para ração animal. O Japão importa cerca de 15 milhões de toneladas de milho e perto de 3 milhões de toneladas de soja e 3 milhões de toneladas de trigo todo ano, segundo dados do Departamento de Agricultura nor te-americano.

próxima rodada de revisões das estimativas de crescimento na Ásia será para baixo". O Japão continua sendo parte crítica da economia regional, apesar de ter perdido para a China seu lugar como segunda maior economia do mundo.

É grande fonte de investimento estrangeiro direto em algumas partes da Ásia e um gerador importante de receita turística, especialmente para países como Tailândia. Também é responsável pelo envio de recursos para locais como as Filipinas, que atualmente têm mais de 200 mil de seus cidadãos trabalhando no Japão – incluindo milhares nas áreas mais atingidas pelo terremoto e pelo tsunami. O Japão é também um dos parceiros comerciais mais críticos da região, comprando boa parte de seu minério de ferro, carvão, gás natural e outras commodities produzidas na Indonésia, Austrália e outras partes, e responde por cerca de 10% das exportações totais da região, segundo o ING. Impacto – Autoridades do governo chinês e analistas disseram acreditar que a economia do país será marginalmente afetada pelas consequências do terremoto no Japão. Mas alertaram que a incerteza do mercado pode levar o governo a adiar as ações de aperto monetário e qualquer desaceleração prolongada no Japão pode criar problemas. A China é o maior destino de exportações do Japão, e este é o terceiro maior comprador das exportações chinesas, segundo relatório do Bank of America Merrill Lynch. O Ministério de Economia da Coreia do Sul avaliou que as exportações do país podem ser prejudicadas se as condições no Japão piorarem. O ministério citou vários componentes fundamentais importados do Japão que podem estar entre os primeiros a serem afetados, incluindo aço para construção de navios, sistemas integrados de chips para produtos eletrônicos e componentes para telas planas. (AE) Leia mais sobre o Japão em Internacional, nas páginas 8 e 9.

Alf Ribeiro/AE

Materiais como toras, madeiras e painéis estruturais deverão ser necessários para a reconstrução das residências afetadas pelo terremoto e pelo tsunami no Japão.

Nenhum embarque de grãos foi cancelado ou desviado por enquanto, mas algumas navios destinados ao norte do Japão, região mais afetada pelo terremoto, devem seguir para outros portos japoneses, de acordo com Basse. O impacto do desastre sobre a demanda de grãos do Japão é di-

fícil de se calcular, pois as informações com relação à extensão do estrago sobre os rebanhos e a infraestrutura de cultura aquática ainda estão vindo. Cerca de 17% das fábricas de ração animal estão no norte do Japão, e muitas foram severamente prejudicadas pelo terremoto. (Agências)

Preocupação com impacto derruba mercados

A

s bolsas de valores da Europa fecharam ontem no menor nível em mais de três meses, derrubadas por companhias de seguros, com preocupações sobre o impacto econômico da tragédia no Japão. Também nos Estados Unidos os mercados recuaram, com quedas no Dow Jones (0,43%), S&P (0,6%) e Nasdaq (0,54%). No Brasil, a bolsa fechou na contramão dos mercados externos, em uma alta puxada principalmente pelos papéis da Petrobras e siderúrgicas. "O desastre é outro fator negativo para o crescimento econômico em 2011. O setor de seguros está sob pressão, pois o terremoto pode apagar uma grande porção dos ganhos do setor neste ano", disse Don Fitzgerald, gestor de fundos europeus de ações da Tocqueville Finance. A tragédia também afetou os preços do petróleo, que ficaram estáveis com a perspectiva de que a redução na atividade econômica do Japão provocará queda na demanda. O Japão é o terceiro maior consumidor da commodity. O contrato do petróleo para abril negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) fechou em alta de 0,03%, a US$ 101,19 por barril, enquanto o petróleo Brent caiu 0,15%, para US$ 113,67. Ações – Os papéis de empresas do setor de urânio caíram ontem, diante das notícias de superaquecimento e possível derretimento de combustível nuclear de reatores no Japão. As ações da Cameco Corp, maior mineradora de urânio pública do mundo, caíram 17,9% na Bolsa de Nova York. Por outro lado, as ações de empresas que atuam com energias alternativas podem se firmar como uma opção aos investidores. "Qualquer coisa relacionada ao setor nuclear está sob pressão, com operadores apostando em uma regulação mais dura. Ao mesmo tempo, o setor de energia renovável está favorecido", afirmou o gestor Don Fitzgerald, da Tocqueville Finance. (Agências)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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15 Acordo (de moeda local com o Brasil) traz uma vantagem relativa interessante. José Mujica, presidente do Uruguai

conomia Dida Sampaio/AE

Nova página nas relações EUA-Brasil Vinda de Obama pode renovar comércio com o País

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m novo momento poderá ser inaugurado nas relações entre Brasil e Estados Unidos nos próximos dias, quando o presidente norteamericano Barack Obama dará um giro pela América Latina. A avaliação foi feita em reportagem do jornal Miami Herald, segundo a qual a ocasião será uma oportunidade para que possa se estabelecer um novo modelo de relacionamento entre Washington e as economias da região, com destaque para Brasil e Chile. Essa avaliação é feita em um momento no qual esses dois países buscam novos parceiros comerciais, aumentando suas ligações com a China – que já superou os EUA como

principal parceiro brasileiro no exterior. "Em sua primeira viagem internacional do ano, Obama escolheu um poder mundial emergente, o Brasil; um aliado com sólida economia, o Chile; e uma nação centro-americana, El Salvador." Com relação ao Brasil, o jornal avaliou que o momento atual "oferece uma oportunidade de se virar uma página". Isso seria possível em razão da mudança de interlocutor do lado brasileiro. O Miami Herald lembrou que, nos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a política externa do País assumiu uma posição constantemente em oposição àquela de Washington. "A nova presidente, Dilma Rousseff, indicou que quer uma relação

Em sua visita ao Brasil, o presidente norte-americano Barack Obama deve discutir iniciativas de cooperação na área de energias renováveis.

mais próxima e mais pragmática com os EUA." Para reforçar esse argumento, o jornal citou a opinião do diretor do Brazil Institute do Woodrow Wilson Center, Paulo Sotero. "Brasil e EUA têm agora de reaprender como se relacionar um com o outro, e este é um passo importante", ponderou.

Uruguai quer uso de moeda local

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presidente do Uruguai, José Mujica, disse que o seu país e o Brasil estão próximos de fechar um acordo que permita o uso das moedas locais para exportações e importações em substituição ao dólar. "Estamos trabalhando nessa agenda e ambicionamos conseguir esse acordo que permitirá o intercâmbio em nossa própria moeda", afirmou ontem após participar do Encontro Empresarial Brasil-Uruguai, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Tenho confiança de que de alguma forma poderemos alcançar esse acordo porque ele traz uma vantagem relativa interessante." De acordo com o ministro da Economia do Uruguai, Fernando Lorenzo, todos os trâmites desse acordo já foram aprovados em seu país. "Falta apenas a aprovação do Congresso brasileiro", disse. No ano passado, a corrente comercial entre os dois países atingiu US$ 3 bilhões, com US$ 1,5 bilhão em exportações para cada um, conforme o diretor-titular-adjunto de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Thomaz Zanotto. No encontro de ontem, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o Brasil deve enviar uma missão ao Uruguai em breve para discutir o mode-

Paulo Whitaker/Reuters

Cooperação – Segundo a reportagem, o principal ponto da visita de Obama deverá mesmo ser o estabelecimento de uma nova relação comercial entre os dois países. No entanto, a reportagem destacou alguns tópicos que poderão surgir nas discussões – como a questão das tarifas norte-americanas ao etanol brasileiro.

O jornal lembrou que, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deverão ser discutidas iniciativas que promovam a cooperação bilateral nos campos do desenvolvimento sustentável e da produção de energias renováveis. Outro ponto que deverá integrar os discursos oficiais de Obama é, segundo autorida-

China já é líder manufatureira

tudo do centro de pesquisas econômicas IHS Global Insight, divulgado ontem. A produção industrial norteamericana representou 19,4% do total global em 2010, ao passo que a da China atingiu 19,8%. O valor da produção do país asiático atingiu US$ 1,995 trilhão, ante US$ 1,952 trilhão

A

China ultrapassou os Estados Unidos no ano passado e se tornou a maior potência manufatureira do mundo. A constatação partiu de um es-

Mujica (à esquerda) e Skaf discutiram parceria por meio do Senai

lo de TV digital para a região. Também de acordo com ele, os países discutiram a visita que a presidente Dilma Rousseff fará ao país no dia 16 de maio. Convênio – O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que uma das prioridades da indústria é aumentar a presença de produtos brasileiros no Uruguai, no lugar dos chineses. Além disso, a Fiesp ofere-

ceu, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a possibilidade de um convênio para a qualificação profissional de uruguaios. Ainda não foi definido se o Senai formará professores e multiplicadores para cursos de qualificação profissional no Brasil, no Uruguai ou por meio de parceria com outras instituições. (AE)

Balança tem superávit

Emergente puxa comércio

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saldo da balança comercial nas duas primeiras semanas de março foi positivo em US$ 841 milhões, segundo informou ontem o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Desse total, as exportações responderam por US$ 6,477 bilhões, e as importações, por US$ 5,636 bilhões. No acumulado de 2011, a balança comercial registra um superávit de US$ 2,463 bilhões – valor 211% maior que o de igual período de 2010. As vendas de produtos básicos cresceram 47,6%, com destaque para as exportações de minério de cobre, trigo em grão, minério de ferro, milho em grão, carne de frango, bovina e suína, café em grão e farelo de soja. Já as de semimanufaturados tiveram aumento de 42,1% e as principais vendas foram de ferro fundido, semimanufaturados de ferro e aço, óleo de soja em bruto, couros e peles, celulose, ferro-ligas e açúcar em bruto. Com relação aos manufaturados, que registraram incremento nas vendas de 22,7%, o destaque ficou por conta de suco de laranja, óleos combustíveis, polímeros plásticos, partes de motores para veículos, açúcar refinado, automóveis e autopeças. (AE)

valor do comércio mundial de mercadorias apresentou um incremento de 17% no quarto trimestre de 2010, em comparação com igual período do ano anterior. Esse movimento foi impulsionado pelas potências emergentes e com destaque para o Brasil, de acordo com as informações divulgadas ontem pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Os dados de dezembro sinalizam que o valor do comércio teve uma recuperação e voltou aos níveis registrados no período anterior à crise financeira internacional, que eclodiu em 2008. De acordo com os dados da OMC, os mercados emergentes continuam operando como propulsores do comércio internacional. As exportações brasileiras aumentaram 38% entre o quarto trimestre de 2009 e igual período do ano seguinte. A Índia exportou 28% a mais no período analisado e a China, 25%. Com aumento de 18% entre os quartos trimestres de 2009 e 2010, as exportações dos Estados Unidos tiveram um desempenho próximo da média. Já as vendas externas feitas por países europeus tiveram uma expansão de apenas 10% no período avaliado. (AE)

des de Washington citadas pelo Miami Herald, o reconhecimento do novo lugar ocupado atualmente pela economia brasileira no mundo. Também virão ao Brasil os secretários norte-americanos de Energia, Steven Chu, e de Comércio, Gary Locke. Leia mais sobre a visita de Obama em Política, na página 7.

no caso dos EUA. O IHS avaliou que a expansão econômica chinesa e a valorização do yuan permitiram-lhe superar os EUA. "A produção manufatureira norte-americana registrou forte recuperação em 2010, com alta de 12,6% em valor agregado", acrescentou. (Agências)


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O setor de construção sente necessidade de ter mão de obra mais especializada Maria Luiza Salomé, Fiesp

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Alta nas vendas de material de construção

Custo de vida sobe menos em SP

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Resultado do setor deve crescer 8,5% neste ano por causa de programas como o Minha Casa, Minha Vida. Paulo Pampolin/Hype - 30-3-2009

O déficit de 6 milhões de moradias no Brasil e os planos de reforma de residências por parte das famílias pesam na demanda do segmento.

dústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Maria Luiza Salomé, ressaltou a importância da qualificação da mão de obra neste estágio de evolução da economia brasileira e que este é um gargalo importante que impede um avanço mais expressivo do setor. "As oportunidades de negócios são muitas, em especial pelo déficit de 6 milhões de moradias em todo o País, e devem ser exploradas com um bom planejamento que passa pela mão de obra especializada por meio de cursos específicos", explicou. Também otimista, Eduardo Zaidan, diretor de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon), lembra que o Produto Interno Bruto (PIB) da construção cresceu 13,5% em 2010 frente ao ano anterior. Em 2009, o avanço foi de 3,4% sobre 2008. Sustentabilidade – A feira do setor espera movimentar cifras equivalentes a dois ou três meses da produção de cada um de seus

segmentos. Liliane Bortoluci, diretora da Feicon Batmat, explicou que o evento terá como destaque as empresas que apresentarão produtos e métodos de trabalho sustentáveis, com novos materiais e técnicas inéditas. A executiva ressaltou também a importância das palestras técnicas que discutirão novos métodos de trabalho e as rodadas de negócios. Duas delas terão o patrocínio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Outro destaque deste ano são os exibidores estrangeiros, como os da Itália e da Espanha. Os dois países aumentaram sua participação. O primeiro terá estande de 400 m² e o segundo trará mais de 20 empresas. Outros visitantes virão do México, Emirados Árabes, Alemanha, Reino Unido, Áustria, Malásia, Portugal, Argentina e Turquia. A Feicon deve receber 15 mil pessoas, apresentar 2,5 mil lançamentos e ter a participação de 750 empresas.

Cresce atividade da indústria Divulgação/ Nilson Konrad

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atividade industrial continua com alta moderada em 2011. Segundo dados divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o nível de utilização da capacidade instalada (UCI), na conta dessazonalizada, foi de 82,6% em janeiro ante 82,4% registrados em dezembro do ano passado. Quando comparada a janeiro do ano anterior, a utilização do parque instalado cresceu 1,4 ponto percentual. Nos resultados dessazonalizados, foram descontados os efeitos do Natal, quando a demanda é maior. No faturamento real, os índices foram negativos. O percentual de janeiro foi 1,3% menor que o de dezembro. Esta é a segunda queda registrada na base comparati-

A utilização da capacidade instalada subiu para 82,6% em janeiro

va com o mês anterior. As horas trabalhadas aumentaram 0,6%. Mesmo positivo, o número é 3,3% menor do que o registrado no período pré-crise, em setembro de 2008. Na comparação

com igual mês de 2010, o crescimento foi de 3,7%. O emprego cresceu 0,2% em janeiro, frente ao mês anterior. O número mostra aumento da contratação mesmo com a ativi-

dade industrial em ritmo moderado. A massa salarial real do segmento industrial apresentou queda de 15% em janeiro ante o mês anterior, sem ajuste sazonal. Segundo a CNI, o recuo é normal para a época do ano. Os segmentos com alta superior a 7% são equipamentos de transporte, papel e celulose, produtos de metal, máquinas e equipamentos e madeira. Segundo a CNI, dos 19 setores pesquisados, 12 tiveram aumento no emprego acima da média da indústria de transformação. O segmento de veículos automotores e máquinas e equipamentos teve maior destaque, com alta de 9,6%, seguido por metalúrgica básica e outros equipamentos de transporte, com 8,9%. (ABr)

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setor de material de construção espera crescimento de 8,5% nas vendas neste ano frente ao resultado de R$ 49,08 bilhões de faturamento em 2010. No ano passado, houve uma expansão de 10,6% sobre 2009. A previsão foi apresentada ontem durante a abertura da 19ª edição da Feicon Batimat – Salão Internacional da Construção, que acontece de hoje a sábado no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na Capital paulista. A projeção baseia-se em dados da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), que indicam como principais estímulos desse desempenho, o crescimento do poder aquisitivo das classes C e D, a manutenção da desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os itens do setor neste ano, as obras do programa

Minha Casa, Minha Vida e os grandes projetos de infraestrutura, como a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016. De acordo com pesquisa encomendada pela Anamaco, 77% dos lares brasileiros necessitam de reformas. Deste total, a pesquisa detectou que 39% pretendem executá-las. O levantamento foi feito pela Latin Panel em 8,2 mil domicílios brasileiros, que equivalem a 81% da população domiciliar do País e 90% do potencial de consumo. Para o presidente da Anamaco, Cláudio Conz, esses números indicam um enorme potencial a ser explorado se o poder aquisitivo da população continuar crescendo. Ele ressaltou que as vendas de materiais básicos, como brita, são significativas neste começo de ano e já há relatos de dificuldades por parte dos varejistas para encontrar estes itens. Mão de obra – A diretora de Relações Institucionais da área de construção da Federação das In-

DC

Paula Cunha

Índice do Custo de Vida (ICV) registrou alta de 0,41% em fevereiro na Capital paulista, conforme informação divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O resultado mostrou forte desaceleração, de 0,87 ponto porcentual, ante a inflação verificada em janeiro, de 1,28%. Em fevereiro de 2010, o índice havia apresentado taxa de 0,59%. No primeiro bimestre de 2011, o ICV acumulou alta de 1,7%. Nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, o acumulado atingiu 6,26%. De acordo com o Dieese, os grupos que mais pesaram na taxa de inflação de fevereiro foram Transporte (0,76%), Alimentação (0,39%), Despesas Pessoais (2,5%) e Habitação (0,18%). Juntos, eles contribuíram com 0,36 ponto porcentual no cálculo do ICV de fevereiro. Em janeiro, quando a taxa foi de 1,28%, esses mesmos grupos haviam representado, juntos, 0,86 ponto porcentual da inflação. Mas a alta do grupo Alimentação apresentou importante desaceleração em fevereiro em comparação com janeiro: 0,39% ante 1,17%, respectivamente. Nas demais variações pesquisadas em fevereiro, os impactos menores foram dos grupos Saúde (0,29%), Educação (0,19%) e Recreação (0,18%). No terreno negativo, o grupo Despesas Diversas apresentou deflação de 0,44%; o grupo Equipamentos recuou 0,22%; e o grupo Vestuário teve baixa de 0,34%. Com maior representação individual na composição do ICV, de 0,12 ponto percentual na taxa geral, o grupo Transporte foi influenciado tanto pelo segmento individual (alta de 0,69%) quanto pelo coletivo (avanço de 0,9%). No transporte individual, o aumento ocorreu nos combustíveis (1,28%), com destaque para o etanol (alta de 4,4%). No coletivo, os aumentos vieram do metrô (2,76%), ônibus intermunicipais (2,96%), trens de subúrbios (4,72%) e táxis (8,29%). Essas variações ocorreram principalmente a partir da segunda quinzena de fevereiro e devem ainda elevar a taxa de março. Semelhança – O levantamento de fevereiro do Dieese captou cenários muito semelhantes para as famílias de maior e menor poder aquisitivo da Capital paulista. Enquanto o indicador do custo de vida teve alta de 0,41% no mês passado, o índice específico para os mais pobres registrou alta de 0,43%. Já o índice dos mais ricos apresentou um resultado próximo, com inflação de 0,41%. (AE)

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Em 2008, o BC regulamentou a conta com serviços essenciais, que inclui o cheque, mas não DOC e TED. Ione Amorim, economista do Idec.

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Juros do cheque sobem em março Taxas cobradas para os empréstimos pessoais também apresentaram leve alta no início do mês, segundo levantamento divulgado pelo Procon-SP.

Conta eletrônica é alternativa para iniciantes

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Rejane Tamoto

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9,31

dito, apesar da queda na média geral, a taxa de juros do cheque especial subiu de 7,63% para 7,68% ao mês de janeiro para fevereiro. Já a taxa média do cartão de crédito se manteve em 10,69% ao mês. Uma queda mais acentuada foi verificada na taxa do empréstimo pessoal, de 4,85% para 4,65% ao mês no período. Entre as empresas, a taxa média do capital de giro caiu de 3,17% para 3,07% ao mês em fevereiro. A taxa do desconto de duplicata recuou de 3,15% para 3,09% ao mês. A única exceção entre as linhas de crédito para pessoa jurídica pesquisadas pela Anefac foi a da conta garantida, que subiu de 5,33% para 5,43% ao mês. A Anefac lembra que a redução na taxa de juros das operações de crédito ocorreu

mesmo sob o impacto das medidas implementadas pelo BC para frear o consumo e reduzir a inflação. Neste caso, o impacto sobre os juros será sentido apenas nos próximos meses. Segundo avaliação do coordenador da pesquisa da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a redução da taxa de juros das operações de crédito foi motivada pelo bom momento da economia brasileira, com crescimento no nível de emprego e renda, estabilidade nos índices de inadimplência e maior competição no sistema financeiro. Apesar da queda recente, a entidade prevê alta nas taxas de juros ao longo de 2011. "Nossa expectativa é de que o BC continue elevando a Selic nos próximos meses, para reduzir a demanda interna e a inflação", afirmou Oliveira. (Agências)

conta-corrente isenta de mensalidade, e que só pode ser movimentada eletronicamente, é uma alternativa para quem vai começar a usar o banco e não pretende emitir cheques, segundo especialistas. O Banco Central (BC) autorizou neste mês as instituições financeiras a oferecerem a conta eletrônica, mas a oferta é facultativa. "O BC divulgou uma orientação, não uma norma, por isso os bancos não são obrigados a oferecer esse tipo de conta", diz a economista do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim. Desde janeiro, o Itaú Unibanco oferece a conta eletrônica. As instituições HSBC/Losango, Bradesco, Caixa e Banco do Brasil informaram, por meio da assessoria de imprensa, que estão estudando a possibilidade de lançar esse tipo de produto. Na conta eletrônica os serviços isentos são os saques, depósitos, extratos e transferências entre contas (DOC e TED), desde que os procedimentos sejam realizados pela internet, telefone ou caixa eletrônico. As instituições podem cobrar uma tarifa para início de relacionamento a novos clientes. Caso o correntista precise falar com um atendente ao telefone, emitir um cheque ou utilizar o guichê de caixa ou correspondente bancário, terá de pagar tarifas à parte. Segundo o BC, em caso de sistema inoperante, o cliente é isento de tarifa se utilizar o serviço de

um atendente pelo telefone ou pessoalmente. A economista do Idec diz que o BC não especificou como o cliente vai provar que o sistema estava inoperante para não pagar a tarifa. "A intenção da medida é boa, mas falta uma norma que a detalhe e a torne mais transparente", diz. Uma desvantagem da utilização de meios eletrônicos é a falta de segurança. Segundo o Idec, esta reclamação apareceu em 4º lugar no ranking do BC em janeiro. O professor do curso de especialização em Gestão de Operações e Serviços Bancários (MBA) na Fundação Vanzolini, Carlos Alberto Widonsck, afirma que essa questão deve ser medida e aperfeiçoada pelos bancos. "Não só por causa dessa questão, não vejo praticidade na conta eletrônica. A isenção deveria ser estendida a quem já tem a conta-corrente comum", diz o professor. Serviços – Ione afirma que o BC regulamentou, em 2008, uma modalidade de conta-corrente sem tarifa com serviços essenciais, que oferece número de saques, extratos e transferências limitados. O produto não é divulgado pelos bancos. "A conta com serviços essenciais tem a vantagem de incluir o cheque, que ainda é um meio de pagamento usado no Brasil. Essa conta, porém, não inclui DOC e TED." Para escolher a conta que mais atende às necessidades, uma dica da especialista é consultar o extrato consolidado do ano anterior. O documento traz todos os serviços e tarifas pagas. DC

s taxas de juros do cos pesquisados trabalham empréstimo pes- com esse prazo. O levantasoal e cheque espe- mento, feito nos dias 1 e 2 deste cial apresentaram mês, envolveu as seguintes leve alta em março, segundo instituições financeiras: Banco levantamento do Procon-SP do Brasil, Bradesco, Caixa Ecodivulgado ontem. No cheque nômica Federal, HSBC, Itaú especial houve acréscimo de Unibanco, Safra e Santander. 0,02 ponto percentual, enA data do levantamento desquanto no empréstimo pessoal te mês coincidiu com a da sea alta foi de 0,03 ponto. gunda reunião do Copom (CoA taxa média mitê de Polítido empréstimo ca Monetária), pessoal ficou na qual as auem 5,42% ao toridades momês, superior à netárias decido mês anterior, diram elevar de 5,39% ao novamente a por cento é a taxa mês. O único taxa Selic para média cobrada pelos 11,75% ao ano. banco a elevar a taxa foi o HSBC, A ne f a c – A bancos no cheque passando de Associação Naespecial em março, 4,3% para 4,5% cional de Exeao mês, um cutivos de Fiacima dos 9,29% acréscimo de nanças, Admicobrados 0,2 ponto pernistração e em fevereiro. centual, repreContabilidade sentando uma (Anefac) divulvariação de gou ontem as 4,65% em relação à taxa de feve- taxas de juros das operações de reiro. Mesmo com a alta, o crédito em fevereiro, que caíram HSBC é o que tem menor taxa, pela primeira vez em 2011. enquanto a maior é praticada Segundo a entidade, a taxa pelo Itaú Unibanco, com 6,3%. de juros média para pessoa fíCheque especial – O cheque sica caiu de 6,85% ao mês em teve taxa média de 9,31% ao janeiro para 6,73% ao mês em mês, ante a taxa de fevereiro de fevereiro – uma redução de 9,29% ao mês. A única altera- 0,12 ponto porcentual. Em deção foi promovida pela Caixa zembro, a taxa média havia siEconômica Federal, que ele- do de 6,79% ao mês. vou a taxa de 7,15% para 7,31% No caso das empresas, houao mês, uma variação de 2,24% ve redução na taxa de juros em relação à taxa de fevereiro. média de 3,88% para 3,86% ao O Procon-SP destaca que, mês de janeiro para fevereiro, "considerando que existe a o que representa uma queda possibilidade de variação da de 0,02 ponto porcentual. Em taxa do empréstimo pessoal dezembro de 2010, a taxa méem função do prazo do contra- dia da pessoa jurídica estava to", foi estipulado o período de em 3,80% ao mês. 12 meses, já que todos os banEntre as modalidades de cré-

Bancos JBS e Matone anunciam fusão Ayrton Vignola/AE

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Joesley Batista, presidente do conselho da JBS fala sobre a fusão, durante coletiva de imprensa.

grupo JBS anunciou ontem a assinatura de um memorando de entendimentos para realizar uma fusão entre o banco JBS e o banco Matone, com atuação no varejo e mais forte no sul do País. O JBS é um banco múltiplo especializado em crédito para o setor do agronegócio, enquanto o Matone é uma instituição múltipla com carteira comercial. Os dois bancos serão controlados por uma holding, a ser constituída, com participação majoritária da JF Participações Financeiras, empresa pertencente a holding da família Batista, dona do frigorífico JBS. O balanço consolidado dos dois bancos deve apresentar patrimônio líquido de R$ 550 milhões e uma carteira de crédito de R$ 2,5 bilhões, segundo comunicado divulgado pelas instituições. (Folhapress)

Iguatemy: R$ 300 mi em debêntures.

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rede de shopping centers Iguatemi deu início à oferta pública de 33 mil debêntures simples – títulos de dívida privada que rendem juros – nãoconversíveis em ações, no valor base de R$ 300 milhões, que poderão ser aumentados para R$ 330 milhões conforme a procura. O prazo das debêntures, que fazem parte da segunda emissão do Iguatemi, é de cinco anos, com vencimento para março de 2016. Os papéis pagarão a variação acumulada do Depósito Interfinanceiro (DI) acrescida de 1,35% ao ano. De acordo com a empresa, os recursos obtidos com a emissão serão mantidos, inicialmente, em caixa e aplicações financeiras. Em seguida, serão utilizados em oportunidades de negócios, que podem incluir a aquisição de participação em shopping centers e imóveis. Os bancos Itaú BBA e BTG Pactual coordenam todo o processo de emissão das debêntures sob o regime de garantia firme de colocação. (Agências)

alta das ações das siderúrgicas sustentou a bolsa brasileira ontem, apesar da queda das principais ações nos Estados Unidos. O Ibovespa subiu 0,73%, fechando a 67.169 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 5,04 bilhões de reais. As ações ordinárias da Usiminas – envolta em especulações sobre eventuais fusões ou aquisições – tiveram alta 9,55%, encerrando a R$ 31,55. É o segundo dia seguido de alta dos papéis, diante da volta das especulações sobre o interesse de Gerdau e da CSN na empresa. Mas o mercado, no entanto, reagiu mal à notícia de redução das estimativas traçadas para este ano e o próximo pela construtora e incorporadora Cyrela Brazil Realty. O movimento derrubou as ações da companhia, que recuaram mais de 6% ontem. Na sexta-feira, a companhia informou que prevê lançamentos de R$ 7,6 bilhões a R$ 8,5 bilhões em 2011, ante projeção anterior de R$ 8,3 bilhões a R$ 9,1 bilhões. Procurada, a empresa preferiu não comentar as informações. (Reuters)

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Alguns processos de produção levavam semanas, mas hoje podem ser feitos em poucas horas. Leandro Balbinot, diretor de Tecnologia da Renner

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Gestão cada vez mais high-tech Lojas Renner apostam na tecnologia como ferramenta essencial na administração do dia a dia do varejo em suas 134 lojas espalhadas pelo País Paulo Pampolin/Digna Imagem

Barbara Oliveira

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e d u z i r d r a s t i c amente o tempo de planejamento de uma coleção de roupas. Saber que tipo de casaco é o mais vendido e qual o perfil do consumidor nas várias regiões do País. Perceber as curvas de demandas por determinadas mercadorias. Estas são apenas algumas das vantagens que as lojas Renner começaram a desfrutar com o uso da tecnologia em seus processos. As ferramentas de gestão de varejo hoje fazem parte das políticas de Tecnologia da Informação na rede, que tem 134 lojas espalhadas pelo País. Os investimentos na chamada "computação na nuvem" (ou cloud computing) e em novos softwares, como os pacotes Oracle E-Business e Oracle Retail, foram responsáveis pelos ganhos de produtividade na empresa, que está ampliando suas lojas, segundo seu diretor de Tecnologia e Gestão, Leandro Balbinot. No ano passado, a rede inaugurou 14 unidades e há uma previsão de outras 30 até o final de 2011. Balbinot lembra que alguns processos de produção do grupo podiam levar semanas. Mas hoje, com a tecnologia integrada de softwares de gestão e cloud computing, o mesmo trabalho foi reduzido para poucas horas. Além da gestão da retaguarda proporcionada pelo sistema E-Business – com controle de compras e estoques, contas a pagar, contabilidade, distribuição e emissão de notas fiscais – o pacote Oracle Retail traz módulos para gerenciar o planejamento da coleção de roupas e outros artigos, emissão dos pedidos para os fornecedores, alocação desses pedidos (definição do número de peças para as lojas) e um

Saber qual produto vende mais ou o tempo de planejamento de uma coleção são apenas algumas das vantagens obtidas com o uso de software de gestão pela rede varejista.

conhecimento mais apurado do perfil dos consumidores. "Com esses módulos é possível ao comerciante acompanhar a mercadoria desde o seu lançamento, em uma gestão mais eficiente", explica o executivo. O varejista pode avaliar as demandas de cada região para determinado tipo de produto e estabelecer os critérios de distribuição para as lojas no País todo, acrescenta Dagoberto Gabriel, diretor de operações Oracle na HCL Technologies, provedora de serviços de TI e parceira de empresas na implantação de softwares de gestão, como Oracle, IBM e SAP. Responsável pelo suporte e

manutenção dos softwares junto a 15 clientes no País que utilizam ambientes Oracle, Gabriel explica que o modelo estatístico do pacote permite analisar a base histórica das vendas, se a receita e a margem eram as esperadas, e ainda a definição de preços diferenciados de acordo com a região. Uma das vantagens, segundo ele, é o banco de dados que armazena os erros mais frequentes e permite corrigir falhas de avaliação. "A loja manda um lote de casacos femininos de inverno para um ponto de venda apostando que 90% das compradoras serão mulheres, mas descobre que metade das

compras para esse tipo de roupa é feita só por homens. Então, o software corrige essa falha rapidamente para o próximo ciclo", observa Gabriel. "Isso aumenta a confiabilidade e qualidade dos dados transmitidos entre os sistemas e aumenta o nível de satisfação dos clientes internos e externos." Neste ano, a HCL também fechou parceria de suporte e manutenção de sistemas de gestão Oracle com a rede Ricardo Eletro, que é especializada no varejo de produtos eletroeletrônicos e tem forte atuação na região Nordeste, por meio de mais de 200 pontos de venda.

NF-e terá nova versão em abril

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partir do dia 1 de abril será obrigatória a emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) na versão 2.0. Segundo a Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz), os contribuintes credenciados devem atualizar o software emissor até 31 de março, uma vez que depois dessa data os documentos fiscais eletrônicos emitidos na versão anterior (1.10) não serão mais aceitos. As empresas que não adaptarem seus sistemas poderão ter interrupções de faturamento. Na versão 2.0 da NF-e

Sergio Kulpas

foram implementadas novas validações e criados campos para preenchimento. A Secretaria da Fazenda recomenda que os contribuintes que são obrigados a emitir a nova nota fiscal efetuem testes na versão 2.0 e façam a atualização com antecedência. O download da versão 2.0 é gratuito para quem utiliza o programa emissor disponibilizado pela secretaria. As instruções de instalação estão disponíveis no endereço w w w . e m i s s o r n f e . f a z e nda.sp.gov.br. (AE)

sergiokulpas@gmail.com

RFID nos EUA: evolução?

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ma das maiores promessas de transformação na logística de cadeia de suprimentos do varejo está custando muito tempo e dinheiro para se materializar. No começo da década passada, as etiquetas com microtransmissores de rádio (RFIDs) foram anunciadas como uma grande revolução no varejo, um salto na eficiência e velocidade de circulação das mercadorias, desde o fabricante até o consumidor final. Dez anos depois, essa visão ainda não se realizou. O que aconteceu? Segundo Dan Gilmore, editor-chefe da publicação especializada Supply Chain Digest, a implementação dos RFIDs pelo varejo mundial está praticamente paralisada. O setor de vestuário parece ser o único onde a aplicação dessa tecnologia continua avançando, com o uso de etiquetas individuais nas peças de roupas. Gilmore aponta como muito significativo que o Walmart, um grande proponente da tecnologia, também não tenha avançado em seus programas de RFIDs. Há alguns anos, a maior rede de supermercados do mundo lançou programas ambiciosos para obrigar seus fornecedores a incluir RFIDs em todos os paletes e caixas de mercadorias enviados aos centros de distribuição da rede. Segundo um porta-voz

da Procter & Gamble, uma das maiores produtoras de itens de consumo do mundo, disse que o Walmart não tem programas atuais para os RFIDs. A P&G, por seu lado, desenvolveu padrões amplamente aceitos para equipar caminhões e caixas com RFIDs. As redes Tesco nos EUA e Metro na Alemanha, que continuaram a manter programas de RFIDs, também não apresentaram nenhuma novidade nos últimos anos. Custo alto Segundo especialistas em cadeia de suprimentos, mesmo com o preço individual da etiqueta eletrônica chegando entre 5 e 7 centavos de dólar, esse custo ainda é muito alto – seria equivalente ao custo de embalagem de muitos produtos. Esse custo somado ao encolhimento das margens de lucro causado pela crise financeira torna o RFID pouco atraente para a aplicação generalizada nas gôndolas de mercados e supermercados. Segundo Gilmore, o avanço dos RFIDs foi retardado por uma série de fatores: 1) As empresas de produtos de consumo e o Walmart não fizeram as contas corretamente para avaliar o retorno depois do considerável investimento na tecnologia. As outras redes de varejo ficaram esperando os resultados do Walmart, e não se animaram a aderir. 2) Uma certa "mentalidade

de rebanho" contribuiu para essa situação, com um alto grau de "hype" alimentado pelos fabricantes de etiquetas e aparelhos, partes da mídia e consultorias especializadas. 3) Muitas empresas de produtos industrializados de consumo continuam a acreditar que existe um grande potencial para retorno de investimentos (ROI) em categorias específicas de produtos (itens de valor adicionado mais alto, por exemplo). Mas o Walmart suspendeu esses programas sem dar explicações e outros varejistas não quiseram arriscar. Os fabricantes não podem prosseguir sem a parceria com os varejistas. 4) O Walmart errou ao tentar impor normas generalizadas de adoção de RFIDs para centenas de fornecedores. A Procter & Gamble e outras empresas argumentam que seria melhor uma abordagem individual, baseada no valor dos produtos. O foco no uso de RFIDs em peças de vestuário é prova de que essa estratégica pode funcionar. 5) As firmas de capital injetaram centenas de milhões de dólares em programas de RFID, esperando colher frutos com a adoção generalizada. Isso não ocorreu, mas o dinheiro serviu para fazer a tecnologia evoluir consideravelmente nos últimos anos. Leia mais sobre RFID em Informática na pág. 20


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e Varejo fatura R$ 8,8 bilhões em janeiro conomia

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Vocês publicam um balanço com R$ 30 bilhões de lucro e não querem pagar R$ 4 bilhões de royalties? Ministro Edison Lobão para o empresário Roger Agnelli Masao Goto Filho/e-SIM

Para a decisão de comprar, os juros crescentes pesam menos do que elevação do emprego e da renda.

Lojas de eletrodomésticos e eletrônicos vendem 42,4% mais que em janeiro de 2010

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setor de varejo na região metropolitana de São Paulo registrou faturamento de R$ 8,8 bilhões em janeiro, aumento de 6,6% em relação a igual mês de 2010. O resultado foi puxado pelas categorias de lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos e de comércio eletrônico, que tiveram crescimento de 42,4% e 27,4%, respectivamente. Os dados são de pesquisa da Federação do Comércio de Bens,

Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), feita em parceria com a e-bit. A Fecomercio destaca que o resultado da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) indica um "bom nível" de consumo para 2011, principalmente se forem levados em conta os fatos de a massa salarial real estar em elevação – em alta de 2,8% em relação a janeiro de 2010, segundo a entidade – e o nível de ocupação na região metropolita-

na estar elevado. "São fatores que têm se mostrado mais decisivos para determinar o consumo do que a taxa de juros, que apesar de crescente não tem reduzido o acesso ao crédito", diz a entidade. O crescimento foi verificado em todos os ramos, com exceção de Lojas de Departamento e de Vestuário, nas quais as vendas caíram 0,4% e 4,2%, respectivamente, ante janeiro do ano passado. Já se comparado a dezembro de 2010, o fa-

turamento de janeiro apresentou queda nos setores lojas de departamentos (19,7%); eletrodomésticos e eletroeletrônicos (30,5%); vestuário (51,4%); supermercados (23,4%) e farmácias e perfuma-

Dilma autoriza 'aperto' na Vale

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governo entrou na briga entre a Vale e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em torno do valor dos royalties de mineração devidos pela empresa a estados e municípios produtores com um propósito: o de forçar a mineradora a reconhecer sua dívida de cerca de R$ 4 bilhões para, então, negociar o parcelamento dos débitos em até 60 meses. Com o sinal verde da presidente Dilma Rousseff para "dar um aperto" no presidente da Vale, Roger Agnelli, o ministro de Minas e Energia Edison Lobão foi duro na abordagem. Na reunião de ontem à tarde com Agnelli, ele deixou claro que o governo não aceita mais

"essa conversa de não pagar". "Vocês publicam um balanço com R$ 30 bilhões de lucro e não querem pagar R$ 4 bilhões?", cobrou Lobão. Uma fonte que acompanha o assunto desde o governo passado diz que o Planalto está convencido de que a Vale "planejou" o impasse para pagar menos royalties e acertar a diferença quando fosse cobrada. O governo federal está sob pressão de municípios da Bahia, Pará e Minas Gerais, mas o assunto ganhou destaque na presidência da República quando a superintendência do DNPM no Pará cassou o alvará da Vale para explorar Carajás. A decisão foi cancelada pela direção do departamento por or-

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINA AVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO Processo nº 27/2011 - Pregão nº 14/2011 OBJETO: Registro de Preço para contratação futura de empresa para execução de serviços comuns de recapeamento asfáltico, com fornecimento de material e mão de obra, em conformidade com anexo I – termo de referência. TIPO: MENOR PREÇO GLOBAL. VENCIMENTO: 10(dez) horas, do dia 28 de março de 2011. Edital por meio eletrônico e sem custo - (licita.andradina@hotmail.com) e na forma impressa - taxa no valor de R$ 11,00. Informações: Prefeitura - Rua Dr. Orensy Rodrigues da Silva n°341, fone/fax (18) 3702-1029, de 2° a 6° feira, das 08h30 às 16h. Andradina, 14 de março de 2011. JAMIL AKIO ONO – PREFEITO

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINA EXTRATO DE HOMOLOGAÇÃO Processo nº 021/11 – Pregão nº 09/11 Objeto: Aquisição de materiais asfálticos para uso em Operação Tapa Buracos. Considerando a adjudicação constante da ata dos trabalhos da sessão pública de julgamento, lavrada pelo Sr. Pregoeiro, designada pela portaria nº 11.110/2011, de 10/03/2011; e a regularidade do procedimento, hei por bem, com base na lei federal nº 10520, de 17 de julho de 2002, HOMOLOGAR, os itens do objeto licitado, às empresas: Casa do Asfalto Distribuidora, Indústria e Comércio de Asfalto Ltda (Item ganho: 03); C B B Indústria e Comércio de Asfaltos e Engenharia Ltda (Item ganho: 02); Mineração Grandes Lagos Ltda (Itens ganhos: 01, 04, 05). Andradina, 14 de março de 2011. JAMIL AKIO ONO – Prefeito

Prefeitura do Município de Santa Gertrudes Pregão Presencial 07/2011 A Prefeitura do Município de Santa Gertrudes torna público que, no dia e hora especificados, nas dependências do Paço Municipal, à Rua 01A, 332, Centro, Santa Gertrudes/SP, realizar-se-á licitação, na modalidade Pregão Presencial 07/2011, do tipo menor preço global mensal, para montagem, distribuição e fornecimento parcelado de cestas básicas de alimentos ao funcionalismo público municipal. O edital completo poderá ser retirado no endereço supracitado, no horário das 8:00 às 11:30 e das 13:00 às 16:00 horas, sendo necessária a retirada no local. Não serão enviados editais pelo correio ou por e-mail. Os envelopes com as propostas e os documentos de habilitação devem ser protocolados até às 9:30 horas do dia 28/03/2011, no Paço Municipal. A sessão de lances e julgamento será neste mesmo, dia às 10:00 horas. Santa Gertrudes/SP, 14 de março de 2011. (a) Danielle Zanardi Leão – Pregoeira.

COOPERATIVA HABITACIONAL HAB-COOP EDITAL DE CONVOCAÇÃO O Conselho Administrativo da Cooperativa Habitacional Hab-Coop, de acordo com os atributos que lhes foram conferidos pelo artigo 51 do Estatuto Social, aprovado em 03 de agosto de 2003, convoca V.Sa a participar da Assembleia Geral ORDINÁRIA e Assembleia Geral EXTRAORDINÁRIA a ser realizada no próximo dia 26 de Março de 2011, no salão de eventos do Hotel San Raphael, localizado no Largo do Arouche, nº 180 – Centro – São Paulo-SP, a fim de deliberar sobre os seguintes: a) Prestação de Contas Ano Base-2010; b) Prestação de Contas Janeiro/Fevereiro/ Março-2011; c) Eleição e Posse do novo Conselho Administrativo; d) Eleição e Posse do novo Conselho Fiscal; e) Convalidação das Atas de 2009; f) Desistência de cooperados; g) Palavra da Presidente; h) Assuntos Gerais. São Paulo, 15 de Março de 2011. Conselho Administrativo (Rosangela Dias, Everaldo Vitorazze Felipe).

Avnet Technology Solutions Brasil S.A. CNPJ 06.135.938/0001-03 - NIRE 35.300.314.131 Edital de Convocação de Assembleia Geral Extraordinária São convidados os acionistas da Avnet Technology Solutions Brasil S.A. (“Companhia”) a se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, que ocorrerá em 21 de março de 2011, às 10:00 horas, na sede social, na Av. Paulista, 2.006, 2º andar, conjunto 201, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de deliberar sobre um aumento de capital da Companhia no valor de até R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais), mediante a emissão de novas ações ordinárias nominativas pela Companhia, por um preço de emissão equivalente ao valor patrimonial de cada ação da Companhia, a ser determinado na data da realização da referida Assembleia Geral. Será assegurado aos acionistas da Companhia, proporcionalmente à participação que detiverem no capital da Companhia, o direito de preferência para a subscrição de novas ações ordinárias, nos termos e condições mencionados acima, em atenção ao disposto no Artigo 171 da Lei 6.404/76, conforme alterada. São Paulo, 11 de março de 2011. Diretoria: Alexandre dos Santos Barbosa - Diretor Presidente.

COOPERATIVA FÊNIX ÁGAPE – COOPERATIVA DE PRODUÇÃO, RECICLAGEM E COMERCIALIZAÇÃO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS CNPJ Nº 08.646.909/0001-23 EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Através do presente EDITAL DE CONVOCAÇÃO, Eu, Francisca Cosma Gomes Rabelo, com os poderes que me atribui o art. 25º, do Estatuto em vigor, convoco todos os cooperados da Cooperativa, supra citada, que estejam em pleno gozo de seus direitos e deveres estatutários a participarem da ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA, a se realizar no dia 31(trinta e um), de março de dois mil e onze; às 9:00 (nove) horas, em primeira convocação com 2/3 dos cooperados nas condições acima, conforme o art. 27º-a); às 9:30 (nove e trinta) horas, em segunda convocação com 50% mais um, art. 27º-b); ou às 10:00 (dez) horas em terceira convocação com 10 (dez) cooperados, conforme o art. 27º-c), na sede social da Cooperativa, sita à Rua Manoel Bueno da Fonseca, 503 A – Jd. São Luiz – Itaim Paulista – São Paulo – SP; para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: • De acordo com a seção II, artigo 38º, do Estatuto; a) Prestação de Contas da Diretoria, acompanhada do parecer do Conselho Fiscal; 1. Relatório da Gestão; 2. Balanço Geral; 3.Demonstrativo das sobras ou perdas apuradaS, e o parecer do Conselho Fiscal; 4. Plano de atividades para o exercício seguinte. d) Eleição e posse de cooperado para preenchimento de vaga existente na diretoria, conforme estabelece o art. 43º e §s (parágrafos). Para contagem do quorum de instalação da ASSEMBLEIA GERAL, a cooperativa FÊNIX ÁGAPE, conta com 24 associados. São Paulo, 05 de março de 2011. Francisca Cosma Gomes Rabelo - Presidente.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 14 de março de 2011, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Requerente: Ferraço Indústria e Comércio Ltda. - Requerida: AP Comercial de Aços e Hidráulica Ltda. - Rua Damásio Pinto nº 281 - Parada XV de Novembro - 2ª Vara de Falências

dem do ministro Lobão, mas o Planalto quer aproveitar a oportunidade para rediscutir os compromissos da Vale com o desenvolvimento brasileiro. Queixas – Também está em jogo, no debate, a permanência de Agnelli à frente da empresa. Interlocutores da presidente Dilma já dão sua saída como certa. Um dos mais cotados para o cargo é o presidente da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, que tem a simpatia do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. A queixa geral contra a mineradora se dá pela opção da empresa por exportar o minério bruto e não investir em

produtos com valor agregado, forçando o Brasil a pagar caro para importar chapas de aço, por exemplo. Na avaliação do governo, a Vale privilegia as expor taç õ e s, b e n e f i c i a n d o - s e d a isenção tributária da Lei Kandir. Irrita o Planalto a autossuficiência da empresa, comparada à da Petrobras. As reclamações cresceram depois que o governo federal decidiu investir na retomada da indústria naval. A principal queixa do Planalto vem desde o governo Lula, com a resistência de Roger Agnelli em patrocinar a construção de uma siderúrgica no Pará, para que a Vale passasse a exportar chapas de aço. (AE)

POSTO DE SERVIÇOS CCS LTDA., torna público que requereu da Cetesb a Renovação da Licença de Operação, para atividade de comercio de produtos derivados de petróleo Avenida Conselheiro Carrão -3002 - Vila Carrão -São Paulo - SP.

Richard Saigh Indústria e Comércio S.A. Companhia Fechada - CNPJ/MF nº 61.206.397/0001-67 - NIRE 35.300.042.174 Aviso aos Acionistas Em cumprimento ao disposto no artigo 133 da Lei nº 6.404/76 e alterações posteriores, a Administração da Richard Saigh Indústria e Comércio S.A. (“Companhia”) comunica que os documentos a que se referem os incisos I a IV do referido artigo, relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010, se encontram à disposição dos Senhores Acionistas na sede da Companhia, na cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua Heloísa Pamplona, 842. São Caetano do Sul, 11 de março de 2011. Edgard Nassif Saigh - Diretor Vice-Presidente.

Prefeitura do Município de Santa Gertrudes Pregão Presencial 08/2011 A Prefeitura do Município de Santa Gertrudes torna público que, no dia e hora especificados, nas dependências do Paço Municipal, à Rua 01A, 332, Centro, Santa Gertrudes/SP, realizar-se-á licitação, na modalidade Pregão Presencial 08/2011, do tipo menor preço global mensal, objetivando a contratação de empresa especializada para fornecer a licença de uso por tempo determinado (incluindo manutenção e suporte técnico) de uma solução de informática (programas de computador) e serviços abrangendo instalação, implantação, migração de dados e treinamento de usuários. O edital completo poderá ser retirado no endereço supracitado, no horário das 8:00 às 11:30 e das 13:00 às 16:00 horas, sendo necessária a retirada no local. Não serão enviados editais pelo correio ou por e-mail. Os envelopes com as propostas e os documentos de habilitação devem ser protocolados até às 9:30 horas do dia 30/03/ 2011, no Paço Municipal. A sessão de lances e julgamento será neste mesmo dia, às 10:00 horas. Santa Gertrudes/SP, 14 de março de 2011. (a) Danielle Zanardi Leão – Pregoeira.

DECLARAÇÃO À PRAÇA FÁBIO BLESSA FERNANDES LINO, brasileiro, solteiro, eng. eletrônico, RG 35.945.278-4 da SSP/SP - CPF 318.930.928-01, e ROBSON VIEIRA PEDROSO, brasileiro, divorciado, empresário, RG nº 22.000.215-0 da SSP/SP - CPF 107.434.888-57, ambos residentes em São Paulo - Capital, DECLARAM; para que produza os efeitos legais de NULIDADE de ASSINATURA da ALTERAÇÃO CONTRATURAL Nº 1º da Sociedade Empresarial Limitada - TORAA REFRIGERAÇÃO LTDA cad. CNPJ do MF nº 10796.003/0001-37 - INSC. EST. 148.584.778-111 - NIRE 35-223.123.471 seção de 20/03/2008 da JUCESP - São Paulo - SP, sendo o Sr. TSI CHUNG YU, brasileiro, naturalizado de Tawain, solteiro, prof. eng. de produção, RG 52.837.970-7 do SSP/SP - CPF 213.380.778-05, e PAULA ARAKAKI, brasileira, solteira, eng. de profissão, ambos residentes em São Paulo - Capital, únicos sócios em exercício na empresa citada, foram informados em 24/01/2010, de que a ALTERAÇÃO CONTRATUAL, já estava à disposição para assinatura, várias tentativas infrutíferas foram feitas, de 17/02/2010 os sócios proponentes, decidirão assinar a ALTERAÇÃO, reconhecerão as firmas, e após 20 (vinte dias), de comum acordo, enviarão a ALTERAÇÃO CONTRATUAL em mãos, através do Sr. GENSHO ARAKAKI - engenheiro (Sergio) pai da Srta. PAULA ARAKAKI, documentos por ela recebido em 20/03/2010; QUE Não Assinou, Não Devolveu e muito menos deu Notícias sobre a Recusa. Assim sendo, consideram-se as assinaturas na ALTERAÇÃO sem efeito legal. São Paulo, 23 de setembro 2010.

COOPSUPORTE - Cooperativa de Trabalho em Suporte e Apoio na Área de Transporte CNPJ nº 06.083.419/0001-30 Edital de Convocação - Assembleia Geral Ordinária - 2011 O Diretor-Presidente da COOPSUPORTE - Cooperativa de Trabalho em Suporte e Apoio na Área de Transporte, inscrita no CNPJ sob o nº 06.083.419/0001-30, com sede no município de São Paulo, Estado de São Paulo, no exercício dos poderes que lhe são atribuídos pelo Estatuto Social da Entidade, CONVOCA seus associados cooperados em nº de 2.062 (dois mil e sessenta e dois), para efeito de quorum, para se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, a ser realizada no dia 30 de março de 2011, na sua sede sita à Rua Maria Cândida nº 442, Vila Guilherme, São Paulo, Capital, em primeira convocação às 07:30 (sete horas e trinta minutos), com a presença de 2/3 (dois terços) dos seus associados em pleno gozo dos seus direitos sociais; em segunda convocação às 08:30 (oito horas e trinta minutos), com a presença de ½ (metade) mais um de seus associados em pleno gozo dos seus direitos sociais; e em terceira e última convocação às 09:30 (nove horas e trinta minutos), com a presença mínima de 10 (dez) dos seus associados em pleno gozo dos seus direitos sociais, para que seja deliberada a seguinte Ordem do Dia: 1. Prestação de contas do Órgão de Administração, seguida de parecer do Conselho Fiscal compreendendo Balanço Geral do exercício de 2010, demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da sociedade, Contas de Sobras e Perdas, Parecer do Conselho Fiscal e do Relatório da Diretoria, documentos esses que estão à disposição dos cooperados, em sua sede social; 2. Destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes das insuficiências das contribuições para cobertura das despesas da sociedade; 3. Eleição dos membros do Conselho Fiscal; 4. Deliberação sobre o plano de trabalho formulado pelo Conselho de Administração para o próximo exercício; 5. Outros assuntos de interesse da sociedade. São Paulo, 11 de março de 2011 Alexsandro Silva Conti - Diretor-Presidente

VOTORANTIM CIMENTOS S.A.

CNPJ/MF Nº 01.637.895/0001-32 - NIRE 35300370554 ATA DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA 15 DE FEVEREIRO DE 2011 1. HORÁRIO E LOCAL: às 10:00 horas, na sede social situada na capital do Estado de São Paulo, na Praça Professor José Lannes, nº 40, 9º andar. 2. PRESENÇA: a unanimidade dos acionistas. 3. MESA DIRIGENTE: Walter Schalka, como presidente e Luiz Alberto de Castro Santos, como secretário. 4. CONVOCAÇÃO: Dispensada em virtude da presença da totalidade dos acionistas. 5. ORDEM DO DIA: I – ratificar a distribuição de dividendos à conta de Lucros Acumulados, por sociedade controlada já incorporada e ratificar eventual pagamento já realizado; II - aprovar a distribuição de dividendos à conta de Lucros Acumulados da própria Sociedade; III – outros assuntos correlatos e de interesse social; 6. DELIBERAÇÕES: submetidos os assuntos constantes da ordem do dia à discussão e, logo depois, à votação, os presentes, à unanimidade, deliberaram: I – ratificar a distribuição de dividendos aos acionistas da Sociedade à conta de Lucros Acumulados da controlada VOTORANTIM CIMENTOS BRASIL S.A., incorporada por esta Sociedade através de Assembleia Geral Extraordinária realizada em 31/08/2010 e arquivada na JUCESP sob o nº 329.430/10-5, e ratificar o pagamento já realizado aos acionistas em 25/05/2010, no montante de R$ 1.237.396.822,73 (hum bilhão, duzentos e trinta e sete milhões, trezentos e noventa e seis mil, oitocentos e vinte e dois reais e setenta e três centavos), apurado com base em balanço patrimonial de dezembro 2009, devidamente aprovado, respeitandose a participação proporcional que cada acionista detinha no capital social na referida data; II aprovar a distribuição de dividendos aos acionistas da Sociedade à conta de Lucros Acumulados da Sociedade, no montante de R$ 849.321.474,18 (oitocentos e quarenta e nove milhões, trezentos e vinte e um mil, quatrocentos e setenta e quatro reais e dezoito centavos), a ser pago em moeda corrente nacional, bens ou compensação de créditos, respeitando-se a participação proporcional que cada acionista detém no capital social da Sociedade, atualmente ou desde quando a referida distribuição tenha sido contabilizada ou lançada como expectativa de recebimento pelos acionistas; III – as referidas distribuições de dividendos intercalares são feitas com base no saldo da conta de lucros acumulados já postos à disposição da Assembléia Geral, cujos registros constam em balanços devidamente aprovados; 7. ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente ata que, lida e achada conforme, foi por todos assinada. São Paulo, 15 de fevereiro de 2011. aa) Walter Schalka, presidente. Luiz Alberto de Castro Santos, secretário. Por VOTORANTIM INDUSTRIAL S.A.: Alexandre Silva D’Ambrosio e João Carvalho de Miranda, diretores. Por LATIN AMERICA CEMENT INVESTMENTS LIMITED: Marcus Olyntho de Camargo Arruda e Nelson Koichi Shimada, diretores. Por INECAP INVESTIMENTOS S.A.: Raul Calfat e Gilberto Lara Nogueira, diretores. Confere com o original lavrado no livro próprio. São Paulo, 15 de fevereiro de 2011. LUIZ ALBERTO DE CASTRO SANTOS - Secretário. SECRETARIA DA FAZENDA – JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO – Certifico o Registro sob o nº 96.856/11-7 em 10.03.11. (a) Kátia Regina Bueno de Godoy, Secretária Geral.

rias (16,1%). Para a Fecomercio, porém, a retração é "natural dado o estímulo ao consumo inerente ao mês do Natal". Q u a n t o a o c re s c i m e n t o maior das lojas de eletrodomésticos sobre as vendas pela

internet, a Fecomercio disse que, mesmo com o comércio online cada vez mais comum, o consumidor ainda prefere analisar o produto na loja antes de comprar bens duráveis como os de linha branca. (AE)

Gol tem bom fevereiro

A

Gol anunciou ontem crescimento de 4,4% na demanda por voos domésticos em fevereiro na comparação com igual mês do ano passado, mesmo com o calendário do carnaval em março e não em fevereiro, como tradicionalmente ocorre. Segundo comunicado da companhia aérea, isso antecipou o fim da alta temporada de férias de verão no Brasil, tornando o mês de fevereiro menos sazonal que o do ano anterior. Por isso, o calendário deve favorecer o mês de março, com a criação de uma pequena temporada de férias estimulando o tráfego aéreo no período. Na comparação com janeiro, houve queda de 18,8% (redução de 10,1% na comparação pela demanda diária), em função, entre outros fatores,

de questões sazonais e do menor número de dias operados entre os meses (28 dias em fevereiro e 31 em janeiro). No mercado internacional houve aumento de 5,9% em comparação ao ano anterior, devido ao período de estabilidade da economia da América Latina, além de fatores como a abertura de novos destinos internacionais como Punta Cana, na República Dominicana, Bridgetown, em Barbados, e Buenos Aires/Aeropaque, na Argentina. Além disso, houve intensificação das operações internacionais com as empresas aéreas parceiras em acordos de code share. Em relação ao mês anterior, houve queda de 17,8%, com a sazonalidade do mês de janeiro e o menor número de dias operados. (AE)

FOZ DO BRASIL S.A. NIRE 35300358775 – CNPJ/MF 09.437.097/0001-79

Ata de Assembleia Geral Extraordinária Dia, hora e local: Em 31 de janeiro de 2011, às 16:00 horas, na sede da Companhia, localizada na Avenida Rebouças, nº 3.970, 31º andar, parte, Pinheiros, São Paulo, Estado de São Paulo, CEP 05402-920. Presenças: Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas constantes no Livro de Presença de Acionistas. Convocação: Dispensada a publicação de Edital de Convocação, na forma do artigo 124, § 4º, da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei das S.A.”). Mesa: Marcelo Bahia Odebrecht, Presidente; Renata Pereira Lobo e Silva, Secretária. Deliberações: por unanimidade: 1) autorizada a lavratura da presente ata na forma de sumário dos fatos ocorridos, conforme faculta o artigo 130, § 1º, da Lei das S.A.; 2) os acionistas tomaram conhecimento, através de cartas dirigidas à Companhia nesta data, das renúncias apresentadas pelos Srs. Paulo Henyan Yue Cesena, brasileiro, casado, engenheiro químico, portador da Cédula de Identidade RG nº 19.951.448-3 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 173.429.088-94, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Av. Rebouças, nº 3.970, 31º andar, parte, Pinheiros, CEP 05402-920, São Paulo, SP, e Wellington Moreira Franco, brasileiro, casado, sociólogo, portador da Cédula de Identidade RG nº 1.833.927-5, inscrito no CPF/MF sob o nº 103.568.787-91, residente e domiciliado na Cidade de Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, com endereço na Av. Epitácio Pessoa, nº 2.870, apto. 1102, Lagoa, CEP 22471-001, Rio de Janeiro, RJ, aos cargos de membros efetivos do Conselho de Administração da Companhia, bem como das renúncias dos Srs. Adriano Chaves Jucá Rolim, brasileiro, casado, advogado, portador da Carteira de Identidade nº 11.320 OAB/BA, inscrito no CPF/MF sob o nº 508.511.015-34; Álvaro Pereira Novis, brasileiro, casado, administrador de empresas e economista, portador da Cédula de Identidade RG nº 9.519.693-6 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 024.595.407-44; e Ismael Campos de Abreu, brasileiro, casado, contador, portador da Cédula de Identidade RG nº 00.716.820-90 SSP/BA, inscrito no CPF/MF sob o nº 075.434.415-00, todos residentes e domiciliados na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Av. Rebouças, nº 3.970, 31º andar, parte, Pinheiros, CEP 05402-920, São Paulo, SP, aos cargos de membros suplentes do Conselho de Administração da Companhia. Tendo em vista as renúncias apresentadas, os acionistas aprovaram, por unanimidade, a eleição, como membros efetivos do Conselho de Administração, dos Srs. Luciano Nitrini Guidolin, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Carteira de Identidade RG nº 23.655.538-9 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 268.477.068-99, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Av. Rebouças, nº 3.970, 31º andar, parte, Pinheiros, CEP 05402-920, São Paulo, SP, em substituição ao Sr. Paulo Henyan Yue Cesena, e Joaquim Lima de Oliveira, brasileiro, casado, administrador, portador da Carteira de Identidade RG nº 501.303 SSP/DF, inscrito no CPF/MF sob o nº 152.230.001-53, com endereço comercial no Setor Bancário Sul, Edifício Matriz I (Caixa), 21º andar, na Cidade de Brasília, Distrito Federal, em substituição ao Sr. Wellington Moreira Franco, e aprovaram, ainda, as substituições dos conselheiros suplentes, Srs. Adriano Chaves Jucá Rolim, Álvaro Pereira Novis e Ismael Campos de Abreu, acima qualificados, respectivamente pelos Srs. Paulo Oliveira Lacerda de Melo, brasileiro, casado, engenheiro civil, portador da Carteira de Identidade RG nº 762.473 SSP/PE, inscrito no CPF/MF sob o nº 069.488.394-87; Cláudio Melo Filho, brasileiro, casado, administrador, portador da Carteira de Identidade RG nº 1.867.619 SSP/ BA, inscrito no CPF/MF sob o nº 358.882.885-00; e Mauro Motta Figueira, brasileiro, casado, engenheiro de produção, portador da Carteira de Identidade RG nº 11.335.092-2 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 115.134.858-90, todos com endereço comercial na Av. Rebouças, nº 3.970, 31º andar, parte, Pinheiros, CEP 05402-920, São Paulo, SP. Os Conselheiros ora eleitos serão investidos em seus cargos mediante a lavratura e assinatura de termo de posse no Livro de Atas de Reunião do Conselho de Administração da Companhia. Atendendo ao disposto no artigo 1.011, § 1º, da Lei 10.406/2002 e artigo 147 da Lei das S.A., os Conselheiros ora eleitos declaram, sob as penas de lei, não estarem impedidos de exercerem a administração da Companhia, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa de concorrência, contra as relações de consumo, fé pública, ou a propriedade. Como consequência, a composição do Conselho de Administração da Companhia, até o dia 09 de outubro de 2011, passa a ser a seguinte: Membros Efetivos: (i) Presidente – Marcelo Bahia Odebrecht, brasileiro, casado, engenheiro civil, portador da Cédula de Identidade nº 25.393-D CREA/BA, inscrito no CPF/MF sob o nº 487.956.235-15; (ii) VicePresidente – Newton Sérgio de Souza, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 03.604.882-5 SSP/RJ, inscrito no CPF/MF sob o nº 261.214.417-04; (iii) Conselheiro – André Amaro da Silveira, brasileiro, casado, engenheiro civil, portador da Cédula de Identidade RG nº 1.238.071 SSP/MG, inscrito no CPF/MF sob o nº 520.609.346-72; (iv) Conselheiro – Felipe Montoro Jens, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade RG nº 17.032.674-3 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 166.417.478-83; (v) Conselheiro – Marcos Wilson Spyer Rezende, brasileiro, casado, jornalista, portador da Cédula de Identidade RG nº 6.940.046 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 387.604.288-72; (vi) Conselheiro – Luciano Nitrini Guidolin, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Carteira de Identidade RG nº 3.655.538-9 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 268.477.068-99; todos com endereço profissional na Av. Rebouças, nº 3.970, 31º andar, parte, Pinheiros, CEP 05402-920, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo; (vii) Conselheiro – Joaquim Lima de Oliveira, brasileiro, casado, administrador, portador da Carteira de Identidade RG nº 501.303 SSP/DF, inscrito no CPF/MF sob o nº 152.230.001-53, com endereço comercial no Setor Bancário Sul, Edifício Matriz I (Caixa), 21º andar, na Cidade de Brasília, Distrito Federal; e (viii) Conselheiro – Paulo Eduardo Cabral Furtado, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 3.526 OAB/PA, inscrito no CPF/ MF sob o nº 093.364.432-91, com endereço na SQN 311, bloco B, apto. 606, CEP 70059-900, na Cidade de Brasília, Distrito Federal; Membros Suplentes (respectivamente): (i) Cláudio Melo Filho, brasileiro, casado, administrador, portador da Carteira de Identidade RG nº 1.867.619 SSP/BA, inscrito no CPF/ MF sob o nº 358.882.885-00; (ii) Mônica Bahia Odebrecht, brasileira, casada, advogada, portadora da Cédula de Identidade RG nº 02.598.721-64 SSP/BA, inscrita no CPF/MF sob o nº 541.080.715-49; (iii) Carla Gouveia Barretto, brasileira, casada, administradora de empresas, portadora da Cédula de Identidade RG nº 03.191.314-83 SSP/BA, inscrita no CPF/MF sob o nº 617.162.195-15; (iv) Paulo Oliveira Lacerda de Melo, brasileiro, casado, engenheiro civil, portador da Carteira de Identidade RG nº 762.473 SSP/PE, inscrito no CPF/MF sob o nº 069.488.394-87; (v) Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, brasileiro, separado judicialmente, químico e advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 7.298.135 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 067.609.880-00; (vi) Mauro Motta Figueira, brasileiro, casado, engenheiro de produção, portador da Carteira de Identidade RG nº 11.335.092-2 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 115.134.858-90; todos com endereço profissional na Av. Rebouças, nº 3.970, 31º andar, parte, Pinheiros, CEP 05402-920, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo; (vii) Flávio Eduardo Arakaki, brasileiro, solteiro, economiário, portador da Cédula de Identidade RG nº 25.769.192-3, inscrito no CPF/MF sob o nº 283.844.958-31, com endereço na Rua Hester, nº 49, Jd. Santa Maria, CEP 03576-010, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo; e (viii) Roberto Carlos Madoglio, brasileiro, casado, economiário, portador da Cédula de Identidade (RG) nº 16.380.297, inscrito no CPF/MF sob o nº 048.066.338-60, com endereço na Rua Marquês de Itu, nº 181, apto. nº 58, Vila Buarque, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. Quorum das deliberações: Todas as deliberações foram aprovadas por unanimidade, sem reservas ou restrições, abstendo-se de votar os legalmente impedidos. Documentos arquivados: Foram arquivados os documentos referidos nesta ata, após numerados e seguidamente autenticados pelos membros da Mesa. Após lida e aprovada por unanimidade, a presente ata foi assinada por todos os presentes. São Paulo, SP, 31 de janeiro de 2011. Mesa: Marcelo Bahia Odebrecht, Presidente; Renata Pereira Lobo e Silva, Secretária. Acionistas: Eduardo José Mortani Barbosa e Ticiana Vaz Sampaio Marianetti pela acionista Odebrecht Engenharia Ambiental S.A. e Roberto Carlos Madoglio e Flávio Eduardo Arakaki pelo acionista FI-FGTS. São Paulo, 31 de janeiro de 2011. Renata Pereira Lobo e Silva, Secretária. Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o número 94.398/11-2, em 02.03.11. Kátia Regina Bueno de Godoy, Secretária Geral.


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terça-feira, 15 de março de 2011

O cliente escolhe o produto e a antena faz a leitura de forma instantânea Grasiela Tesser, gerente comercial da NL

nformática

n GADGETS

Tablet da chinesa BenQ BenQ, de Taiwan, está lançando na China o seu tablet R100 com tela de 10 polegadas e resolução de 1024 x 600. Ele roda a versão 2.2 do Android, tem 8 GB de memória interna, câmera de 3 Mpixel com um cartão SD Card, Bluetooh, Wi-Fi e porta HDMI. Pesa 720 gramas e a bateria tem autonomia para 12 horas quando o dispositivo estiver em modo leitura. A tela touchscreen permite ao usuário fazer anotações com uma caneta stylus em inglês ou em chinês. Preço sugerido de US$ 470.

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A RFID aparece com sucesso em alguns segmentos industriais. No varejo, os projetos continuam em testes.

ACESSÓRIOS

Para o iPad não morrer ara garantir que o iPad estará sempre ligado, a Mobimax está lançando três carregadores para o tablet da Apple que se conectam ao carro: o CarPower, o DoublePlay e o FreePower. O primeiro modelo vem com cabo espiral para facilitar transporte e manuseio e carrega também iPhones e todos os iPods com conexão dock. O DoublePlay vem com duplo USB, com circuito de proteção contra sobrecargas e pode servir a outros aparelhos com essa entrada. Por último, o FreePower, que pode ser ligado no carro ou em tomadas de paredes e tem duas entradas USB para carregar dois dispositivos ao mesmo tempo. Preços de R$ 89 a R$ 129.

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Ela ainda vai seduzir o varejo BARBARA OLIVEIRA tecnologia de Radio Frequency IDentification (RFID - Identificação por Radiofrequência), pela qual uma etiqueta é capaz de armazenar diversas informações sobre um item e ser lida por antenas, está substituindo o código de barras em vários segmentos: na cadeia produtiva, na identificação de pessoas, no controle de estoques e expedição de mercadorias, em pedágios, órgãos públicos, entrada e saída de shows, estádios e eventos. Para chegar à boca do caixa do varejo, porém, a RFID ainda tem um caminho lento a percorrer. A diversidade de itens a serem controlados e o custo elevado em todas as etapas do rastreamento (em contraposição às apertadas margens de lucro do varejo) são as dificuldades apontadas pelo segmento. A NL Informática, especializada em software de gestão, lançou um projeto-piloto para mostrar a aplicação dessa tecnologia aos seus clientes do comércio. Criou uma loja conceito em Caxias do Sul (RS) com identificação por radiofrequência. No showroom é simulada a venda de roupas em que as peças e embalagens são dotadas de tags inteligentes (com o chip de identificação) e lidas remotamente por antenas e coletores RFID nas mãos de funcionários. Essas informações seguem para um computador no caixa que confere a compra e fornece o preço, explica a gerente comercial da NL, Grasiela Tesser. "Ao entrar na loja, o cliente escolhe o produto e uma antena faz a leitura da mercadoria de forma instantânea enviando as informações para o caixa para a emissão do cupom fiscal e pagamento". O software de gestão de vendas da NL (para check-out, retaguarda e prévenda) está integrado à RFID da loja. Outra aplicação da tecnologia é auxi-

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liar no inventário. Os produtos etiquetados são lidos pelos coletores ao serem aproximados da gôndola e contados de uma só vez, compondo o inventário. Dois clientes varejistas da NL (que ainda não podem ser revelados) estão testando a integração da RFID no seu inventário. Carnaval - Um chip maleável com ID será aplicado em abadás de blocos carnavalescos a partir de 2012, na Bahia. Alguns testes estão sendo feitos desde o ano passado, submetendo os abadás com a tag a variações de temperatura e lavagem. "A aplicação será em larga escala no próximo carnaval", informa Luciana Cabrini, diretora de Marketing da Saint Paul. A empresa fornece as etiquetas, além de leitores e antenas. Seus parceiros são a TopCode (responsável pelo middlware), o Senai, que fará a validação dos abadás, e a Digita, com o Tracker ID, para gerenciar o sistema, a segurança, banco de dados e o acesso das pessoas. Segundo Cabrini, a Central do Carnaval, que controla vários blocos famosos na Bahia, quer identificar os usuários para garantir segurança no acesso das pessoas e evitar falsificações dos abadás. A etiqueta com um código é colada ao tecido da camisa para ser rastreado por antenas e leitores colocados num portal posicionado na entrada dos camarotes. O processo dispensa cartões, pulseiras ou catracas. A leitura é feita à distância. Além disso, a organização saberá, em tempo real, onde cada segurança ou coordenador encontra-se num determinado camarote, permitindo a redistribuição de pessoas, se for o caso. O Exército brasileiro é outro importante usuário da RFID no 21º Depósito de Suprimentos (em São Paulo), que atende a 61 bases militares. A unidade de logística adota, há mais de um ano, tags inteligentes em seus

materiais de acampamento, uniformes, capacetes e calçados e já investiu no processo R$ 312 mil (parte desse valor foi aplicado em outros setores de logística). O projeto foi integrado pela Seal Tecnologia, cujo middleware aciona a leitura das etiquetas. O comandante da unidade, tenente-coronel José Maurício Sá Fernandes, explica que são controlados os suprimentos que entram e saem do 21º Depósito. São 150 tipos de produtos de centenas de fornecedores. O objetivo da gestão com RFID é obter informações mais precisas sobre a disponibilidade de materiais e, a partir daí, evitar perdas de estocagem e planejar melhor os gastos. O próximo passo será estender o rastreamento aos gêneros alimentícios, o que, segundo o tenente-coronel Sá, será um "desafio por causa da peculiaridade dos suprimentos (itens armazenados em baixas temperaturas e em ambientes úmidos) e a diversidade de gêneros secos (arroz, macarrão, enlatados)". Ou seja, a mesma dificuldade enfrentada pelos supermercados na adoção da tecnologia. No segmento industrial, um dos cases de sucesso é o da Fatec, produtora de suplementos alimentares para animais. A empresa rastreia todo o material que entra na fábrica até a expedição. "O sistema lê as etiquetas das matérias-primas, separação, estoque, produção, pesagem, colocação em paletes, armazenamento e transporte", diz o diretor da Top Code, Denilson Alexandre da Silva, fornecedor do middleware no projeto. Os coletores móveis são conectados à rede wireless. Todas as informações são enviadas para o servidor e os dados associados à gestão da Fatec. Silva conta que foram eliminadas 830 mil etiquetas/ano de códigos de barras e substituídas por 4 mil tags acrílicas retornáveis. Além da redução de pa-

pel, a Fatec conseguiu diminuir o tempo de produção em 30%, alguns processos passaram de 25 minutos para apenas 2 minutos, e a expedição ganhou 40% em agilidade. O gerente de soluções da IBM Brasil, Rogério Aversa, lembra que apesar das vantagens – economia, tempo e precisão na gestão – alguns setores ainda avaliam a adoção da tecnologia, especialmente o varejo. "A RFID envolve logística, diminuição de estoques e o tempo em que o produto fica armazenado, mas, no caso do comércio, exige investimentos a mais para facilitar a vida do consumidor na boca do caixa". Segundo Aversa, o varejo tem margens de lucro apertadas e não pode esperar muito pelo retorno do que foi investido. Etiquetas nas gôndolas - Enquanto a RFID não vinga no comércio, a alternativa pode ser a etiqueta eletrônica de prateleira (Electronic Shelf Label ESL). A Seal Tecnologia está integrando a solução para o grupo Pão de Açúcar. Três lojas (duas em Brasília e uma em São Paulo) estão testando as ESL da francesa Pricer. São telas de cristal líquido colocadas nas gôndolas que exibem preços, promoções e características dos produtos. Segundo o diretor de Marketing e Vendas da Seal, Wagner Bernardes, elas se comunicam por infravermelho com o sistema de gestão do varejista. O ERP capta os dados de vendas no caixa e também detalha o estoque aos supervisores e gerentes. O gerente da loja pode atualizar até 300 mil etiquetas por hora, agilizando as promoções diárias do supermercado e a reposição de mercadorias nas gôndolas. Redes como o Carrefour, Casino, Sonae, Metro, Castorama já utilizam a solução da Pricer em seus supermercados em vários países. No Brasil, o Pão de Açúcar não quis comentar o projeto porque ainda está em fase piloto.

SMARTPHONES

Nokia quadrado e musical o formato quadrado e compacto, que deve agradar aos mais jovens, o Nokia X5 foi desenhado para quem usa muito as redes sociais, microblogs e ouve músicas. O teclado é QUERTY e deslizante e o aparelho vem com 200 MB e um cartão microSD de 2 GB, capaz de armazenar até mil músicas gravadas via computador ou baixadas na Ovi Música, loja musical da Nokia. Para controlar mensagens e as canções basta agitar o telefone. O aplicativo Surprise Me responde a movimentos do usuário para trocar de música aleatoriamente. Por R$ 549.

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PORTÁTEIS

Netbook com sotaque baiano Daten Computadores está lançando o netbook Mobile NTV00, fabricado em Ilhéus (BA), com design fino e acabamento black piano. O modelo vem em duas opções de memória: 1 e 2 GB, ambas com módulos DDR3, três capacidades de HD (250, 320 e 500 GB) e sistemas operacionais Linux ou Windows 7. O netbook pesa 1,3 kg, tem 1,85 cm de espessura, Wi-Fi, tela de 10.1 polegadas e webcam. Na rede varejista e em sites de comércio eletrônico (Casas Freire, Comercial PB, Dantas Moveis, Eletro, Infotech, Magazine Liliane, Magazine Yamada, Multidata Distribuidora, Hard Cooler, Speed Tech, Speed Distribuidora, Supremo Distribuidora) a partir de R$ 699.

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TECNOLOGIA

Comunicação ilimitada Motorola i786, da Nextel, é um modelo clássico push-to-talk para usuários de rádio e celular. Com design no formato flip, câmera de 2 MP, MP3 e memória interna de 180 MB (vem com cartão de 2 GB), o telefone permite aos usuários o serviço conexão direta para a comunicação ilimitada com colegas de trabalho, fornecedores e clientes Nextel com um toque do botão. Serviços de localização e conexão direta internacional (para falar com Estados Unidos, Canadá, México, Argentina, El Salvador, Peru e Chile) são outros recursos. Preço sugerido R$ 529.

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