Diário do Comércio - 17/10/2010

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Ano 86 - Nº 23.270

Conclusão: 23h55

Jornal do empreendedor

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São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Norberto Duarte/AFP

Miguel Gutierrez/AFP

Autólatra Autócrata Lula se idolatra: "Puxa vida, queria governar depois do governo Lula". Nunca antes...

Chávez ganha mais poder, mas ainda quer superpoderes. "Por causa das chuvas..."

Página 5

Página 14

William Volcov/News Free/AE Mujica

Sua Excia., deputado Paulo Maluf

SHOW! Grátis: Egberto Gismonti, na Praça Dom José Gaspar, e Mariana Aydar, no CCSP. Pág. 27

TSE autoriza diplomação. Pág. 6

Divulgação

Disney Enterprises/Divulgação

O novo Omega, diferente é por dentro Página 26

FILME!

NA CASA DE PAPAI NOEL Visite Penedo, no RJ: é uma pequena Finlândia, onde o bom velhinho mora bem (foto) e é uma atração. Boa Viagem, pág. 15 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 18º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 29º C. Mínima 19º C.

ISSN 1679-2688

23270

9 771679 268008

Tron - O Legado: espetacular aventura virtual. Pág. 28 Divulgação

HO-HO-HO! 12% MAIS DE HO-HO-HO! O Papai Noel de 2010 já não esconde mais o mistério para seu amigo secreto – o comerciante. Será o mais gordo da década. A previsão é da ACSP. Pág. 17

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cultura

ARTE! 6 mil lâmpadas cheias de água. Por Vinícius S.A. Pág. 32


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Rigorosamente, não há nada de novo sob o sol em matéria orçamentária. Roberto Fendt

pinião

O VALOR DOS CORTES NO ORÇAMENTO

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firmou o senhor presidente que, caso o Congresso não aprove os cortes no orçamento recomendados pela presidente eleita, ela terá inevitavelmente que contingenciar os gastos na sua execução. O alerta foi feito em alto e bom som em São José das Piranhas, Paraíba, onde o presidente visitava obras de transposição do Rio São Francisco. Ficou no ar a sensação de que no orçamento da União para 2011 havia algo de profundamente errado – e que competia ao Congresso corrigir o erro. A opção seria o contingenciamento das verbas pela nova presidente. Ora, além do alerta presidencial, o que há de novo na matéria? Rigorosamente, não há nada de novo sob o sol em matéria orçamentária. O contingenciamento ocorre todos os anos, por diversas razões. Em primeiro lugar, porque o orçamento deve ser elaborado com grande antecedência, quer por determinação constitucional, quer pelo volume de trabalho necessário para preencher o enorme número de rubricas contidas no projeto de lei orçamentária. As determinações constitucionais estabelecem que as normas de elaboração da lei orçamentária de cada ano devem estar contidas em uma outra lei que a precede, denominada Lei de Diretrizes Orçamentárias. Essa lei dá os grandes parâmetros que norteiam as projeções de receita e despesa, bem como as prioridades da lei orçamentária. O projeto de lei de diretrizes orçamentárias deve ser enviado ao Congresso até dia 15 de abril, e a lei orçamentária, até 31 de agosto de cada ano.

ROBERTO FENDT

nas limita a capacidade de gastar do Executivo. Não há obrigação de realizar gastos, exceto com relação às rubricas que a Constituição proíbe cortar: salários e encargos dos servidores públicos, benefícios previdenciários e despesas com o serviço da dívida pública. A essa determinação constitucional soma-se a meta de superávit primário que o Executivo deseja atingir. Essa meta é importante porque ela é que determina a trajetória da dívida pública ao longo do tempo. E é o superávit primário que permite o pagamento dos ju-

ros da dívida pública, impedindo o seu crescimento explosivo. Como a presidente eleita já deixou claro que pretende reduzir substancialmente a dívida pública como proporção do PIB até o final de seu mandato, essa nova restrição sobre os gastos deve também ser obedecida na execução dos orçamentos de 2011 até 2014. Portanto, todas as demais despesas podem ser "contingenciadas", isto é, cortadas, se não houver razoável expectativa de que se poderão atender as restrições de natureza constitucional e de redu-

ção da dívida pública. A discussão, portanto, não se restringe à possibilidade de contingenciamento de despesas, mas sim ao valor desse contingenciamento.

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stá se formando consenso de que o excepcional desempenho da economia em 2010 teve muito a ver com fatores que poderão não repetir-se em 2011, entre eles capacidade produtiva ociosa – já recuperada este ano – e uma retomada mais vigorosa da economia mundial, sujeita a chuvas e trovoadas.

Fará bem a presidente eleita, por conseguinte, se explicitar logo no início de seu mandato o valor dos cortes que pretende aplicar no orçamento aprovado pelo Congresso. Se assim o fizer, reforçará as diversas manifestações que já fez no sentido de que pretende dar à sua gestão um cunho de maior responsabilidade fiscal. Agregará esse sentido de austeridade com os gastos às repetidas manifestações de compromisso com a meta de inflação. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA

Com isso, as hipóteses sobre variáveis como crescimento econômico, inflação e câmbio podem ficar obsoletas e levar a estimativas irrealistas no interregno, principalmente das receitas tributárias. A essa possibilidade se junta uma certeza: a tendência de exagerar-se no crescimento da receita, de maneira a melhor acomodar emendas parlamentares e outras despesas de interesse dos congressistas.

E

xemplo claro disso está ocorrendo agora. A Receita Federal está prevendo um menor crescimento da receita tributária da União em 2011. No mês passado, a arrecadação de tributos, deflacionada pelo IPCA, caiu 11% relativamente a outubro e 12% a novembro de 2009. Qualquer estimativa da arrecadação de 2011 que tomasse por base o forte crescimento de 2009 até agosto deste ano estaria fadada a superestimar a receita tributária de 2011. Em segundo lugar, os orçamentos brasileiros são apenas indicativos e não impositivos, já que ape-

Fará bem a presidente eleita se explicitar, logo no início de seu mandato, o valor dos cortes que pretende aplicar no orçamento que for aprovado pelo Congresso.

LULA VOLTA A PÔR O PÉ NA ESTRADA L

ula diz que vai usar ônibus, avião e até caminhão, se for necessário, para voltar a percorrer o País depois que transmitir o cargo de presidente a Dilma Rousseff, reativando, assim, a Caravana da Cidadania. Isso, de acordo com a oposição, não passa de campanha eleitoral. Evidências à parte, Lula garante que não será candidato ao Planalto em 2014. Dilma Rousseff acredita na promessa de Lula e pretende exercer um mandato que agrade a população, para garantir a candidatura à reeleição. A presidente eleita pode estar cometendo um erro de avaliação, porque o sonho de Lula é voltar a ser presidente. Na cruzada pelo País com a Caravana da Cidadania, o presidente pretende passar mel na boca dos eleitores, principalmente naqueles que dependem de programas sociais do governo e que descarregaram votos na sua candidata. Mas a oposição está

ciente de que em 2014 enfrentará outra vez uma candidatura musculosa, indicada pelo PT e, por isso, o PSDB mantém a disposição de lançar um candidato ao Planalto dois anos antes das eleições, isto é, em 2012. s tucanos de Minas, por exemplo, já esboçam o lançamento da candidatura de Aécio Neves, entendendo ter chegado a hora de um candidato mineiro. A tese defendida pelos tucanos mineiros é que se o candidato do PSDB em outubro passado tivesse sido Aécio Neves e não José Serra, o partido teria alcançado melhor desempenho nas urnas. Apesar da vitória de Dilma Rousseff, os tucanos de São Paulo não admitem comer o "prato feito": não querem aceitar a escolha antecipada de Aécio Neves. Para os paulistas, Serra enfrentou, na verdade, a popularidade de Lula, que deve deixar o cargo com 80% de aprovação. Além disso, os serristas lembram que

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EYMAR MASCARO seu candidato obteve 44 milhões de votos. Serra já perdeu duas eleições presidenciais, uma delas para Lula, mas sonha em tentar um novo desafio em 2014. Para impedir que o partido seja controlado por um paulista, Minas não aceita que José Serra seja o substituto do senador Sérgio Guerra na

presidência do PSDB. Aécio sugere que Serra forme com outras lideranças tucanas o "Grupo dos Notáveis". Para Aécio, Sérgio Guerra deve continuar presidindo o partido. O PSDB vai realizar as convenções municipais, estaduais e nacional em março, abril e maio do próximo ano. Portanto, o presidente do

Na cruzada pelo País, o presidente pretende passar mel na boca dos eleitores, em especial naqueles que dependem de programas sociais do governo e que descarregaram votos na sua candidata.

partido a ser eleito em 2011 ficará encarregado também de coordenar o grupo que indicará o candidato a concorrer nas eleições presidenciais de 2014. No momento, Serra está em desvantagem porque ficou sem mandato e sem dispor de um palanque para fazer oposição ao governo de Dilma, enquanto Aécio será alvo dos holofotes no Senado.

cúpula tucana, assim que se instalar o governo de Dilma, em 1º de janeiro, é fazer com que Serra e Aécio voltem a fumar o cachimbo da paz. O partido admite que precisa dos dois para afinar o discurso da oposição. Para o PSDB é fundamental estar coeso, pois só assim será mais fácil evitar que o PT se eternize no Poder. EYMAR MASCARO É JORNALISTA E

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governador mineiro se prepara para, a partir de 2011, assumir o posto nº 1 da oposição ao governo petista. Serra e Aécio ainda não se encontraram depois das últimas eleições. A falta de sintonia entre eles enfraquece a política café com leite. O desencontro entre os dois tem sido fator de preocupação para o ex- presidente Fernando Henrique Cardoso. Os tucanos acreditam que também em 2014 a eleição presidencial passará, forçosamente, por Minas e São Paulo. A primeira providência da

COMENTARISTA POLÍTICO MASCARO@BIGHOST.COM.BR

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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EXISTE UMA IDEIA EQUIVOCADA DE QUE AUMENTO DAS IMPORTAÇÕES VAI PREJUDICAR O PIB.

pinião

NEIL TÔ FORA FERREIRA

O "SAINTE"SAI, MAS FICA

Comam as suas castanhas em paz

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rezado leitor: o amigo provavelmente ainda não sabe, mas aquela castanha importada que você comprou recentemente para a ceia de natal da família está prejudicando enormemente o crescimento do Brasil; "roubando" pontos preciosos do nosso PIB. Quem sabe, você não deveria comprar umas batatas doces, ao invés das castanhas, e, dessa forma, ajudar o crescimento do país. Acha que estou brincando? Pois então leia a notícia publicada no site do jornal O Estado de São Paulo, no dia 10 deste mês: "A disparada das importações 'roubou' três pontos porcentuais do PIB do terceiro trimestre. Se as compras externas tivessem se mantido no mesmo patamar do ano passado, o crescimento econômico no período, em relação ao terceiro trimestre de 2009, teria ficado em torno de 10%, bem acima do resultado de 6,7% apurado pelo IBGE. O cálculo, feito pelo economista Paulo Levy, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), leva em conta o crescimento da demanda interna, que bateu 10,1% no terceiro trimestre, na mesma base de comparação. 'As exportações líquidas (exportações menos importações) contribuíram com 3,3 pontos porcentuais do resultado..., que inclui o consumo das famílias, do governo e os investimentos, incluindo a variação de estoques da indústria', explica Levy". Parece brincadeira, mas é a mais pura verdade. Qualquer pessoa menos informada que se depare com tais notícias sairá com a firme impressão de que, quanto mais produtos importados consumir,

JOÃO LUIZ MAUAD menor será o PIB do país. Se confiarmos no que dizem os especialistas, ficaremos convictos de que, ao comprarmos aquelas belas nozes, passas, avelãs, amêndoas e castanhas para a mesa de Natal, estaremos contribuindo para a ruína de nosso país. Mas fique tranquilo, meu caro amigo, porque a coisa não é bem assim. A origem dessa falácia, disseminada, boa parte das vezes, até involuntariamente, está na famosa identidade contábil, utilizada mundo afora para o cálculo do Produto Interno Bruto: PIB = C + I + G + X - M. O problema não está na fórmula em si. Como método de aferição, ela é largamente aceita. O volume do PIB, calculado pelo lado da demanda, é equivalente ao somatório do consumo das famílias e empresas (C), dos investimentos (I), dos gastos do governo (G) e das exportações (X), menos as importações (M). A confusão é provocada exatamente pelo sinal de subtração antes das importações (M), o que induz os desavisados a pensar que elas diminuem o valor

do PIB. Aquele sinal (-), no entanto, está ali justamente para fazer com que as importações tenham peso neutro no cálculo do Produto INTERNO Bruto; afinal de contas, elas estão presentes (com sinal positivo) tanto em C (consumo), quanto em I (investimento) ou X (exportações), e até mesmo em G (gastos públicos). Sup onha que uma determinada empresa adquira R$ 1.000,00 em mercadorias do e x t e r i o r, com objetivo de revenda no mercado interno. No final do negócio, ela vende todas as mercadorias por R$ 1.200,00, obtendo um lucro de 20% sobre o investimento. No cálculo do PIB, estes R$ 1.200,00 farão parte de "C" - Consumo das famílias -, embora os produtos consumidos não tenham sido fabricados dentro do país. Para corrigir esta distorção, já que o PIB deve espelhar somente a riqueza gerada domesticamente, o volume dessa importação (R$ 1.000,00) aparece com sinal negativo na fórmula de

cálculo, deixando um saldo líquido de R$ 200,00, que é o acréscimo real no Produto Interno Bruto decorrente da operação. A coisa fica ainda mais perigosa quando alguns cismam de utilizar a mesma fórmula de apuração do PIB, acima mencionada, como ferramenta teórica para demonstrar supostos benefícios econômicos decorrentes do aumento dos gastos públicos (G). Não é raro, por exemplo, encontrar economistas heterodoxos defendendo o aumento do funcionalismo público ou das transferências de renda como formas eficientes de fomentar (eles adoram esta palavra) o crescimento do país.

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falha dessa "teoria" está no fato de que quaisquer aumentos em "G" decorrem necessariamente de reduções equivalentes nas demais variáveis, principalmente "C" e "I" - onde deixam de ser gastos, inevitavelmente, os recursos dos impostos e dos empréstimos que o governo toma da sociedade. Portanto, os gastos dos governos são recursos que deixam de ser utilizados pelos consumidores, investidores e produtores. Existe apenas uma redistribuição forçada desses recursos, cujo resultado é a alocação ineficiente dos mesmos. Desejo, portanto, um Feliz Natal a todos – de preferência com uma mesa farta e recheada de deliciosos produtos importados. JOÃO LUIZ MAUAD É EMPRESÁRIO E COLUNISTA DO SITE WWW.MIDIAAMAIS.COM.BR

TRAGÉDIA (OU DESAFIO?) DO ENSINO

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á não muito tempo, a China era considerada uma das nações mais atrasadas do mundo. População imensa e ensino de baixa qualidade eram responsáveis por isso. Agora, entre os 65 participantes do Pisa (exame internacional de avaliação de alunos de 15 anos de idade), a China alcançou o primeiro lugar, com 556 pontos, nos testes de conhecimentos em leitura, matemática e ciências. Isso não é milagre, mas um esforço consciente. No Brasil, embora tenha havido um pequeno aperfeiçoamento da nossa performance, ficamos num incômodo 53º lugar, atrás de países como o Chile, a Colômbia e Trinidad e Tobago. Fizemos 412 pontos, o que está longe de ser um resultado sequer razoável, pois há um fator meio escondido nisso tudo: quase 20% dos nossos jovens de 15 anos não participam do exame, pois são vítimas do que chamamos de distorção idade/série (eles não alcançaram a primeira das séries avaliadas pelo Pisa, que é o 7o ano). Isso representa tragédia ou desafio? Para alguns analistas, crescendo devagar, como está acontecendo, será difícil

ARNALDO NISKIER chegar perto das nações mais desenvolvidas do planeta. Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, "estamos numa luta franca para a redução das desigualdades e temos resultados extremamente positivos nas escolas federais de ensino médio e na política de incentivo às licenciaturas, especialmente em ciências e matemática." Ele vai além: "Se pudermos antecipar a meta de investimento de 7% do PIB em educação para 2015, poderemos dar um salto nesse tipo de avaliação." Paulo Pinto/AE

O fato concreto é que se vive um clima de penúria, no setor que deveria ser o mais importante do país. A disputa nos estados é amplamente desequilibrada. O Distrito Federal está na frente e Alagoas fica em último lugar, com índices verdadeiramente vergonhosos. Pode-se argumentar que o DF tem o apoio do governo federal, por ser capital, mas a verdade é que há muito a ser feito em todo o Brasil. Se Xangai venceu Hong Kong, a Finlândia, Cingapura, a Coreia e o Japão, qual é o segredo desse sucesso, que se faz nas três vertentes

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Cara sai dia 31, se Deus quiser. Mas o Cara não quer, logo Deus não quer. "Sainte" foi o Cara quem falou que é, para descolar-se do Poste, "entrante" que será. O Cara ficou dois mandatos trepado no palanque pedindo, implorando, chorando para ficar e todos estamos José Serra (carecas) de saber que não vai "desencarnar" da carne seca tão fácil assim. Foi o Cara quem falou esse "desencarnar", referindo-se ao "sainte" que é ou deveria ser – eu não inventei nada disso aí. O Cara não vai largar o osso do pudê. "Sainte" que é sem ter sido, ficante ficará até o fim dos tempos. O Cara vai ficar urubuzando (urubuzar está no Houaiss: fixar em algo ou alguém um olhar malévolo, dar azar, agourar, azarar) a cadeirona por mais um mandato, o terceiro. O Poste vai quentá o lugar e em 2014 a choldra vai cantar "bota o retrato do Véio ôtraveis, bota no mesmo lugar..." Vai ser "O Cara de novo nos braços do povo". Não povo nem braços, mas polvo e tentáculos. Deus nos livre e guarde, tesconjuro, mangalô treisveis, rogai purnóis pecador agora i na hora da nossa morte amém. Cantaram essa mesma musiquinha "bota o retrato do Véio ôtraveis, bota no mesmo lugar..." para o Getúlio, ditador deposto e depois eleito presidente e todos nós estamos José Serra (carecas) de saber que o Cara é o Getúlio redivivo, Pai dos Pobres Mãe dos Ricos, além de ser o Perón, o Tiradentes e Jesus Cristo, segundo ele mesmo não se cansa de afirmar.

exploradas nos exames internacionais? Seriedade, formação e remuneração de professores e especialistas estão na linha de frente dos seus vitoriosos e rápidos procedimentos. Há alguns pormenores sobre os quais devemos nos deter: o pior resultado é em matemática, corroborando o que aconteceu nos estados; as meninas têm melhores notas do que os meninos; São Paulo está em quinto lugar no Brasil, enquanto o Rio ficou em oitavo; ainda o sistema é pressionado pelas altas taxas de reprovação, nas séries iniciais do ensino fundamental; livros em casa podem ajudar a melhorar os estudos etc. oluções caseiras ou de pouca densidade, positivamente, não irão modificar a curto prazo esse quadro melancólico. Conviria que nossos técnicos procurassem estudar as soluções encontradas pelos países que se encontram à frente. Seguramente terão grandes surpresas. Eis aí o desafio.

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ARNALDO NISKIER É INTEGRANTE DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E PRESIDENTE DO CIEE/RIO Brasil ficou em 53º lugar entre os 65 participantes do exame internacional. A China ficou em 1º.

a reincarnação do Padim Padi Ciço, segundo eu mesmo não me canso de apregoar. No Canadá, na Grande Nação do Norte, beijam o chão em que ele pisa. "Tu negarás meu Nome três vezes antes que o galo cante", disse Jesus a Pedro, a pedra sobre a qual ergueu a Sua Igreja. "O Cara será traído pelo Poste em dois anos", anteviu Hugo Studart, jornalista, professor e pesquisador de Brasilia. "Qual criatura não se opôs ao seu criador ?" pergunta-se, e ao mundo, o guru José Nêumanne, com todo o ar de quem de antemão conhece a resposta de trás para diante. Há quem espere que o Poste negue o Cara três vezes antes do galo cantar – ouvi esse galo cantar mas não sei onde. Casas de apostas de Londres aceitam apostas pesadas na traição. De Lúcifer para cá, as Sagradas Escrituras confirmam que Criatura e Criador nunca terminam em bons termos, por mais que se esforcem para evitar os pitis. "Contra il suo Fautore alzó la ciglia"– "Contra o seu Criador franziu o cenho" –, escreveu Dante sobre o Anjo da Luz e por isso, por seu Orgulho, foi precipitado. Lúcifer suplicava ao Pai a graça de ser enviado à Terra para sofrer e morrer para salvar a Humanidade, mas por Amor o Pai não permitiu e escolheu seu próprio Filho, Luz da Sua

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bondade e Carne da Virgem Maria, para a cruel e divina Missão. Inconformado, Lúcifer rebelou-se, foi precipitado e hoje convive com a escória da escória, dono das suas almas, mercadoria sem o menor valor. Por coincidência, esse o prêmio dado ao Poste: passar a eternidade com a escória da escória, dona das suas almas, mercadoria sem o menor valor. Só ao Poste servem mercadorias avariadas como as almas do mermão Paloffi, do Mantega, Paulo Berrnardo, Ideli Salvati, Gilberto Carvalho, Temer, Mercadante, e demais Aloprados Cavaleiros das Trevas; até Ciro Gomes seria um deles, depois de gravar o que gravou sobre o PMDB, de quem passa a ser um dos paladinos mais supimpas. O Poste, então, foi mesmo catapultado para baixo, para o fogo do Inferno e não para cima, como a principio se pensou, em ledo engano. Cumprirá o Poste seu papel histórico de Judas Iscariotes, dando por 30 dinheiros o beijo de traição nas fauces de Nosso Senhor Jesus Cara 51, para fazer caixa para pagar a "herança bendita"? e Judas tivesse se acovardado e fugido ao papel que por Deus Pai lhe foi destinado, Jesus não teria sido preso, torturado, crucificado e revolucionado o Mundo, seria apenas mais um palestino anônimo como milhares que tombam absurdamente explodidos em Gaza ou explodindo-se em absurdos atos terroristas. Mas peraê, sô. Eu não aposto déreal no Poste por um motivo simples: o Poste não existe, basta olhar para não ver – e crer. O Poste é uma ilusão de ótica criada pelo Cara, a mão é mais rápida do que os olhos "now you see, now you don´t..." Os nove dedos velozes embaralham os olhos do país dos "mais de 80%" e aquilo que não existe passa a existir num passe de mágica, é o Ser do não-se –, por quem sois se entendes uma só vírgula do que escrevo, eu mesmo não entendo nem um só gole deste whiskylikis, é por isso que eu bebo. "Só sei que nada sei", como o Sublime Grego deixou mais do que claro há séculos, e hoje sei menos ainda, mas uma coisa fundamental eu sei e denuncio, não me acreditam, mas repito, repita comigo :"O Poste não existe". Se existe, a Criatura trairá o Criador e pode desde já contar com o meu apoio. Inimigo do meu inimigo é meu amigo. Vou pendurar uma faixa no Poste: "O Poste é meu amigo".

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SÉRGIO MALANDRO, FINÍSSIMO GOVERNADOR DO RIO, DISSE: "QUEM É QUE NÃO TEVE UMA NAMORADINHA QUE TEVE QUE ABORTAR?". OS DEPUTADOS DERAM-SE UM AUMENTO DE 62%. NUNCA ANTES NEÇEPAÍZ, FALA SÉRIO. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO

Não éo último ano de Lulla


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

Giba Um

3 Núbia

Oliver, 37 anos, ex- Casa dos Artistas e apresentadora de canal erótico, vai bater recorde nacional de nudez.

gibaum@gibaum.com.br

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MAIS: estará em Sexy em fevereiro, tirando a roupa pela 15ª vez e superando Nana Gouvea, Viviane Araújo e Scheila Carvalho.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

17 de Dezembro

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k A gente canta de galo na rua, mas quem manda em casa é a Olho no mensalão mulher. E se vacilar, ela manda na rua também .

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LULA // argumentando que é difícil mandar em mulher, mesmo no governo. Fotos: Paula Lima

Umanofora Lula passou em seus oito anos de mandato, um ano fora do Brasil: foram 262 viagens internacionais, sendo 28 delas para a África. São quase 33 viagens ao Exterior por ano ou ainda, em média, perto de três viagens por mês.

Recordistas 333 H á v á r io s r e c o r d istas na cena política: H enr ique Meirelles é o primeiro presidente do Banco Central a permanecer oito anos seguidos na mesma cadeira. Já Nelson Jobim foi ministro da Justiça do governo FHC, virou ministro da Defesa no governo Lula e continuará no governo Dilma. José Sarney deverá se candidatar à reeleição na presidência do Senado e o próximo governo será a sétimo apoiado por sua família, incluindo a época dos militares.

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Gravata azul marinho.

OUT

333 DEPUTADOS e senadores do PMDB ameaçam rebelião contra o desembarque de Ciro Gomes no governo Dilma e, do seu lado, Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, avisa que não indicou Ciro para nenhum cargo.

333 NÃO CHEGA a ser novidade a quantidade e variedade dos toques de chamadas dos celulares. Contudo, surgem a cada dia novas e surpreendentes alternativas. Agora, para os adeptos do mundo sertanejo, está em alta toques que misturam trechos de algum hit de dupla conhecida com som de berrante e mugidos.

333 PATRÍCIA Pillar, que faz questão de se manter à distância do universo político onde Ciro Gomes navega, acaba de acertar sua volta à televisão: será em abril, numa participação especial, no primeiro episódio da futura série O Divã.

Gravata rosa ou roxa.

Carregar mala, jamais! Lula pretendia inaugurar uma obra até mesmo na manhã do próximo dia 31, só que não vai dar: o próprio Cerimonial do Planalto dá como certo que seu último dia de atividades será mesmo dia 29. Os dois dias seguintes serão reservados a despedidas internas e preparativos de sua partida do Planalto e Alvorada. Detalhe: até agora, o Chefe do Governo ainda não resolveu onde irá descansar nos primeiros dias de janeiro, enquanto não chega a hora da viagem internacional que prometeu à patroa. O que Lula não quer é carregar malas em aeroportos. 333

CONFORME a coluna antecipou, Lula faz a primeira viagem no teleférico no Morro do Alemão no próximo dia 21. Mas, como já está no Rio, vai à Rocinha entregar 146 casas e inaugurar o alargamento de uma rua. O prefeito Eduardo Paes insiste que ele seja o convidado de honra no reveillon da praia de Copacabana.

Solução

L A N S O T MA

333 Enquanto cai na rede uma inédita foto de Gisele Bündchen, toda nua, escondida atrás dos lençóis e ocultando parte do busto com os dedos, a marca de lingerie Hope prepara sua nova campanha, onde a pièce de resistence é a modelo, de calcinha e sutiã, fazendo bola com goma de mascar. Na próxima SP Fashion Week, ela fará sua despedida da Colcci e desfilará ao lado de Alessandra Ambrósio e do ator Ashton Kutcher, o marido de Demi Moore, que estará na fila do gargarejo, vigiando de perto seu titular.

Sempre Gisele

O MINISTRO Carlos Eduardo Gabas, que está se despedindo da Previdência, era do conselho fiscal da Cooperativa Habitacional dos Bancários, que lesou centenas de famílias que compraram apartamentos nunca entregues. Na Bancoop, Gabas substituiu Ricardo Berzoini e assinava os balanços da cooperativa. 333

A R R A O R A A S

Quem foi à pré-estréia do filme De Pernas pro Ar , de Roberto Santucci, inspirado numa vendedora de produtos eróticos, viu as duas protagonistas Maria Paula e Ingrid Guimarães cantarem, em prosa e verso, os brinquedinhos usados no cinema – e na vida real. Maria Paula vive Marcela, vendedora: “Somos almas animadas e gostamos muito da coisa”. Ingrid vive Alice , workaholic que muda sua vida depois de usar um vibrador em forma de coelho: “Não salva casamento, mas apimenta. Para as solteiras, é ótimo: chega do trabalho e dá aquela aliviada”. No filme, experimenta uma calcinha vibratória que responde a estímulos sonoros. E quando ela está usando, no meio de um jogo de futebol com o filho, vai à loucura debaixo do hino do Flamengo. 333

NA NOITE de entrega dos prêmios da revista IstoÉ, em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) era o mais sorridente e distribuía abraços a todos os amigos e admiradores que encontrava. Horas antes, havia emplacado seu líder José Police Neto (PSDB) na presidência da Câmara Municipal. 333

M C T A D O D E R I T ME I MA I R D C O L O E A B A T ME L A E L T A N D A A I S U A

BRINQUEDINHOS

MISTURA FINA

333

Sem-emprego 333 Sabrina Sato, num microvestido branco com rendas, entrevistava preferivelmente políticos na festa da Editora Três, em São Paulo e acabou encontrando Paulo Maluf, satisfeito porque deverá mesmo assumir seu novo mandato na Câmara Federal. De repente, Sabrina pergunta: “Maluf, no ano que vem, de qual sem-emprego você terá saudades? Lula, Hebe ou o pessoal do Casseta & Planeta” Veterana raposa, Maluf deu a volta: “Eu sentiria saudades de você, caso você desaparecesse!” Para a câmera, Sabrina repetia: “Paulo Maluf foi o único brasileiro que passou no Enem!”

333 No encontro de despedida de Lula com todos seus ministros e ex-ministros, esta semana, José Dirceu, perguntado se não sentia saudades do Planalto, respondeu: “Mas, eu nunca sai daqui!”. Muita gente ficou surpresa.Sóquefoiainda mais longe. Recusando falar com um repórter, justificou: “Eu não vou falar nada porque tudo o que eu falo vira manchete”.

L

Na festa da revista IstoÉ, a presidente eleita Dilma Rousseff, eleita a Brasileira do Ano, usava calça comprida e afunilada em baixo, tecido preto brilhante e um minicasaco verde, pouco abaixo da cintura. E – surpresa – estava muito mais magra do que no final da campanha, resultado da dieta sem carboidratos que Lula lhe ensinou. No final do seu discurso, enfiou futebol no meio. Aí, um dos presentes, gritou: “Corinthians!” E Dilma, no ato: “Eu sou Inter!” Quem estava lá, achou mau momento para a confissão. 333

Na festa de entrega dos prêmios Brasileiros da revista IstoÉ, no Monte Líbano, em São Paulo, Lula e Dilma Rousseff entraram praticamente juntos, mas o Chefe do Governo logo tomou a dianteira e ela, mais atrás, vinha ao lado de Marisa Letícia, que dirigiu-se à mesa. Em seu discurso de improviso, Dilma lembrava a insegurança demonstrada na campanha, repetindo frases e quase não conseguindo alinhavar começo, meio e fim. E, em momento algum, usou a expressão “presidente Lula”: referiu-se apenas “a um metalúrgico que chegou à Presidência”. Lula foi o último a falar: leu e depois, improvisou e, como sempre, sobrou para FHC. Ele salientou que “finalmente, ninguém vai fugir e a faixa presidencial será passada” (Fernando Henrique Cardoso fez o mesmo com ele) e encerrou: “Dilma, eu gostaria de ter recebido um governo como você está recebendo agora de mim”. 333

Eterna sombra

HE-MAN

O

MAISMAGRA

333

G A

333 “Na festa de entrega dos prêmios da Editora Três, no Monte Líbano, em São Paulo, a primeira a ser anunciada por Mônica Waldvogel foi Maitê Proença, a Stela da novela Passione. Passou reto na frente de Lula e Dilma Rousseff, não citou nenhum deles em seu discurso e ofereceu seu prêmio a Fernanda Montenegro (não compareceu e estava no lançamento do livro Vaudeville, de Ricardo Amaral, no Rio) e Tony Ramos. Nos últimos quinze dias da campanha do segundo turno, Maitê disparou sua metralhadora giratória contra o presidente e sua então candidata (na volta, os dois cumprimentaram a atriz).

Como acontece todos os anos, a Editora Três (IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e IstoÉ gente) entregou seu prêmio Brasileiros em diversas categorias, reunindo, nos salões do Monte Líbano, em São Paulo, um mix de políticos, empresários, esportistas e artistas, num evento comandado por Caco Alzugaray (seu pai, Domingo Alzucaray, era o grande ausente). Entre famosos, premiados e convidados, no palco e na platéia, viam-se, da esquerda para a direita, Eike Batista e a namorada Flávia Sampaio, Sabrina Sato, Desirée e Galvão Bueno, Maitê Proença e a sempre estimulante Guilhermina Guinle, com sua rendas e transparências.

Noite de prêmios

São Lázaro de Betânia

D L E V M P O P C O R G A L T E C I S Z B A L C U P A I O S

Saia justa

O Ministério Público está desembarcando, de novo, no processo do mensalão: o procurador-geral da Republica, Roberto Gurgel, está pedindo, por oficio, ao ministro Joaquim Barbosa, do Supremo, degravação de depoimentos, juntada de documentos e última declaração de renda dos réus, para evitar que, em caso de multas, os valores possam ser “irrisórios” ou “abusivos”. Quer também folha corrida de cada mensaleiro e cópias de todos os procedimentos administrativos instaurados pelo Banco Central em relação ao esquema, réus e Banco Rural. O mensalão só foi para o STF porque o exprocurador-geral, Antonio Fernando de Souza, ofereceu denúncia e rotulou tudo de “organização criminosa”. 333

ázaro vivia com as irmãs Marta e Maria, em Betânia, na Judeia. A família teve a honra de merecer a amizade de Jesus, que costumava se hospedar na casa deles. Quando Lázaro morreu, Jesus o ressuscitou. O evangelista João faz referências ao milagre.

Por: José Nassif Neto Ação de poder emanado do povo.

Revoltado; amotinado.

Papel que Tronco representa grosso de moeda. madeira.

'As', em espanhol.

Departamento de Estradas de Rodagem.

Sozinho; solitário.

Popular.

Símbolo do metro. (metrologia)

Conjunto de jogadores de futebol. Estado inconsciente da pessoa. Ator que faz papel de mocinho.

Atrai ferro. Peça de Fêmea 'Os', em madeira p/ fértil do francês. pendurar sauveiro. roupas. Pescoço e ombros. Roer no imperativo.

Sorri; acha graça. Digno; honesto.

Planeta Água. Dissensão; dissidência.

Etiqueta, em inglês.

Mulher formosa. Objetivo visado por alguém.

Projétil de arma de fogo.

Secreção dos olhos. (?) XVI, imperador. Navio; embarcação.

(?) Cid, herói espanhol.

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Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Interrompido; censurado.

Cobre, símb químico. Benfeitor; protetor.

Réptil que habita lugares sombrios.

Parte do calçado com que se pisa. Espaço reservado em exposiçoes.

24 horas.

Inicia-se ao telefone. Grito de dor. Pertencente a ela.

(1007) 2-el; 3-tab; las; les; pop; pai; imã; içá; 4-osga (design. comum de pequenos lagartos, geralmente de hábitos noturnos, insetívoros e trepadorores); 5-stand; cisão; 6-ramela; 9-levantado.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

5 VOZ DO POVO Prioridade do futuro governo deve ser a melhoria da saúde pública

olítica

VOZ DO CARA Lula diz que o Brasil é mais justo, solidário e democrático hoje

Dilma herda boas expectativas do povo De acordo com a CNI/Ibope, 62% dos brasileiros têm expectativas de que o governo de Dilma Rousseff será ótimo ou bom, por herança do presidente Lula William Volcok/News Free/AE

A

expectativa em relação ao governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, é ótima ou boa para 62% dos entrevistados, segundo pesquisa divulgada ontem pela CNI/Ibope. Já 9% consideram que o próximo governo será ruim ou péssimo. Ainda segundo o levantamento, 18% acreditam que o governo Dilma será melhor que o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto 58% acham que a próxima gestão será equivalente à atual. Já 14% acreditam que o governo Dilma será pior que o governo Lula. A expectativa positiva para o próximo governo na região Nordeste chega a 70%, enquanto nos municípios com até 20 mil habitantes esse índice atinge 65%. A previsão é de que o governo Dilma seja melhor ou igual ao do governo Lula para 79% das mulheres, enquanto entre os homens o porcentual é de 73%. Entre as prioridades para o governo Dilma, 51% dos entre-

vistados elegem a aérea de Saúde como a principal. Em seguida, vem a Educação como meta prioritária para 11% dos entrevistados e Segurança Pública fica em terceiro lugar, com 7% dos entrevistados. Segundo o levantamento, o combate às drogas e o enfrentamento da fome e da pobreza empatam em quarto lugar, vistos como prioridade por 6%. O combate à inflação e as reformas política e trabalhista são considerados prioridade apenas por 1% dos entrevistados. Itens como as reformas agrária, da Previdência e tributária não atingiram nem 1%. Diplomação – Dilma Rousseff e o vice eleito, Michel Te-

mer, serão diplomados hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em cerimônia às 17 horas, na sede do tribunal, em Brasília. A diplomação atesta a vitória nas urnas e torna os eleitos aptos a serem empossados no dia 1º de janeiro de 2011, no Congresso Nacional. A participação na cerimônia é restrita a convidados - um total de 250 pessoas entre autoridades, familiares e amigos dos diplomados. Mas apenas 100 deles poderão assistir à cerimônia do plenário. Os demais serão transferidos para o auditório. O presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, fará a abertura da sessão solene. (AE)

Dilma Rousseff recebe o prêmio de 'Brasileira do Ano', promovido pela revista IstoÉ, no clube Atlético Monte Líbano, em São Paulo

Lula confessa: queria ser presidente depois dele Ao receber o prêmio 'O Brasileiro da Década' , presidente lamenta que esteja fora do governo depois de deixar seu legado para sucessora administrar Mister Shadow/Folhapress

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Lula é eleito 'o Brasileiro da Década' pela revista IstoÉ: "Não tem faculdade que ensine ninguém a ser presidente", ressaltou.

Aprovação atinge novo recorde e chega a 87% Na pesquisa anterior, o governo Lula tinha 77% de aprovação de ótimo e bom

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai encerrar os oito anos de mandato com chave de ouro: uma aprovação de 87% da população brasileira. O melhor desempenho continua no Nordeste. A pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem revela que 95% da população da região tem avaliação positiva de Lula e 86% avaliam o governo como ótimo ou bom. O pior desempenho está na região Sul, onde a aprovação do presidente é de 80% e a do governo, de 75%. Em geral, 80% dos brasileiros fazem uma avaliação positiva do governo. A pesquisa foi feita entre os dias 4 e 7 de dezembro. Foram

entrevistados 2.002 eleitores maiores de 16 anos, em 140 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos. Na pesquisa anterior, entre 25 e 27 de setembro, o governo Lula tinha 77% de aprovação entre ótimo e bom. Des aprova ção – Só que a maioria dos brasileiros desaprova as políticas públicas do governo do presidente Lula nas áreas de saúde e tributária. O levantamento mostra que 54% desaprovam a atuação do governo na área de saúde, contra 42% que a aprovam. O porcentual de brasileiros que desaprova a política de arrecadação de impostos chega a 51%,

contra 39% que avaliam positivamente esse quesito. Melhorias na área de saúde foram apontadas como o item que deve merecer atenção prioritária do futuro governo Dilma por 51% dos entrevistados. Em contrapartida, mudanças no sistema tributário não são consideradas prioritárias nem por 1% da população. Após a eleição, Dilma Rousseff ouviu apelos de um grupo de governadores eleitos para que o próximo governo recriasse a CPMF. Mas em recente reunião com especialistas do setor, realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, sede do governo de transição, ela afastou essa possibilidade. (AE)

uxa vida, como eu gostaria de ter herdado o País para governar depois do governo Lula", comentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia "Os Brasileiros do Ano", premiação da revista IstoÉ, da Editora Três, na capital paulista, realizada na noite da última quarta-feira. Lula comentou que o País "é mais justo, solidário e democrático hoje", momento em que Dilma Rousseff vai assumi-lo, diferentemente do que ocorreu com ele no início de 2003, mencionando também que tal dificuldade foi encontrada por Aécio Neves quando tomou posse no governo de Minas Gerais, também em 2003. Lula, que ganhou o prêmio o "Brasileiro da Década", destacou que os avanços econômicos e sociais registrados pelo País nos últimos oito anos não são "mérito de uma única pessoa", mas de toda a sociedade, dos empresários que acreditaram no Brasil e continuaram a investir, inclusive durante a crise internacional de 2008, que levou nações desenvolvida a uma forte recessão. "Isso também foi fruto de boas decisões econômicas", lembrou Lula, destacando a firme atuação do governo para fazer fluir o crédito quando bancos, no final de 2008 e início de 2009, retraíram de forma substancial a concessão de financiamento para empresas e famílias no Brasil. FMI – Lula ironizou o FMI, pois disse que quando países emergentes enfrentavam dificuldades, no passado recente, o Fundo ditava regras sobre como deveriam administrar suas economia, e no entanto, quando os Estados Unidos lutavam, há dois anos, contra uma forte recessão, o FMI nada falou. "Eu até pensei que o FMI não existisse mais", comentou o presidente, ressaltando que ele só percebeu que o Fundo Monetário Internacional continuava operando porque "o ministro (Guido) Mantega ia na minha mesa e dizia que precisávamos emprestar US$ 14 bilhões ao FMI". Lula ressaltou que a pujança da economia nacional hoje se deve ao combate à inflação, ao crescimento e redistribuição de renda, o que levou 35 milhões de pessoas a ascenderem à classe média nos oito anos de

sua era. E frisou que os pobres, hoje, têm uma vida melhor, e disse que os ricos também continuam ricos, "o que é bom". "Alguém me pergunta por que os banqueiros ganham tanto dinheiro de seu governo ?" E Lula respondeu para a plateia dizendo que "ainda bem que os bancos deram lucro, pois se tivessem dado prejuízo quem iria cobrir tais buracos financeiros seria o governo". O presidente também ironizou aqueles que duvidavam que ele faria uma boa adminis-

Ainda bem que os bancos deram lucro, pois se tivessem dado prejuízo quem iria cobrir tais buracos seria o governo. PRESIDENTE LULA tração por ser um metalúrgico de origem que não havia chegado à universidade. "Não tem faculdade que ensina ninguém a ser presidente", ressaltando que um bom governante se faz com decisões sensatas e corretas em momentos exatos. Casa e senzala – O presidente acrescentou que a melhoria econômica do País com distribuição de renda permitiu um

A distribuição de renda e o avanço expressivo do consumo nacional resgatou a autoestima do brasileiro. IDEM avanço expressivo do consumo nacional, e isso resgatou a autoestima do brasileiro, pois, ele começou a perceber que o País é grandioso e tem um potencial extraordinário. E fez uma menção a políticos corajosos e pioneiros como Getúlio Vargas, que lançou o Brasil na era industrial, ao mesmo tempo que apoiou a expansão substancial do mercado de consumo interno em vez de ouvir "vozes" que defendiam

que o Brasil continuasse a lógica histórica da "casa grande e senzala". Em menção a Getúlio por ter criado a Petrobrás, Lula lembrou quando muitos diziam que o Brasil não tinha vocação para explorar petróleo. E destacou que muitos hoje sussurram para que as riquezas minerais do pré-sal sejam entregues às multinacionais, em vez de mantê-las como patrimônio nacional. Ao final, emocionado, Lula manifestou que acredita que a presidente eleita Dilma Rousseff fará mais do que seu governo, pois as bases do País são melhores do que quando assumiu. Além disso, lembrou que ela é muito preparada e foi uma ministra muita trabalhadora que participou ativa e diretamente ao longo dos oito anos de construção do seu próprio governo. Premiados – O evento ocorreu no clube Monte Líbano, na capital paulista, e foi organizado para 980 convidados, entre ministros de Estado, governadores, deputados, empresários, artistas e personalidades. O encontro entre o presidente eleito e o seu sucessor repetiu a premiação da revista em 2002, quando Fernando Henrique Cardoso e Lula se encontraram, semanas antes da posse do petista. Dilma ganhou o prêmio de 'Brasileira do Ano'. Na lista de premiados estiveram presentes ainda o apresentador Marcelo Tas, como "Brasileiro do Ano na Televisão", o ator Tony Ramos, como "Brasileiro do ano na Cultura", e o nadador Tiago Pereira, "Brasileiro do Ano no Esporte". O senador eleitor por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) foi escolhido o "Brasileiro do Ano na Política". No mesmo evento, a revista IstoÉ Dinheiro entregou o prêmio de "Empreendedor do Ano" a Rubens Ometto, proprietário da Cosan, maior exportadora mundial de açúcar e alcool e detentora da marca Esso no Brasil. No setor de infraestrutura, o prêmio foi para Eike Batista. O da telefonia ficou com Roberto Lima, presidente da Vivo; da indústria com Marcos Molina, da Marfrig Alimentos; dos serviços foi para Edson de Godoy Bueno, da Amil, e das comunicações para Luiz Lara, da Lew Lara . (Agências)


p Festim salarial: começou o efeito cascata DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O que eu desejo para mim é o que eu quero para um trabalhador. Ninguém quer ser injustiçado. Anthony Gartinho

olítica

Cientistas políticos condenam aumento aprovado no Congresso e alertam para os gastos sequenciais. No Rio, já saiu reajuste para governador, vice e secretários Tasso Marcelo/AE - 04.10.10

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Primeiro da fila: governador Sérgio Cabral Filho: a Assembleia Legislativa do Rio já aprovou um aumento de 28.36% de aumento para ele, o vice e o secretariado.

TSE autoriza. E Maluf assume Ministro concede liminar que garante ao deputado ser diplomado para um novo mandato na Câmara Sérgio Lima/Folhapress - 14.12.10

O

ministro Marco Aurélio Mello, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu ontem uma liminar que garante ao deputado federal Paulo Maluf (PPSP) o direito de ser diplomado para um novo mandato na Câmara. Ao decidir a favor de Maluf, Marco Aurélio levou em conta o fato de o Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo ter anulado no início da semana uma condenação que existia contra o deputado. Antes da decisão do TJ, Maluf era considerado um político ficha-suja já que tinha sido condenado num processo em que foi acusado de improbidade e fraude à licitação na aquisição de frango no período em que foi prefeito de São Paulo. "As idas e vindas no campo eleitoral geram sempre perplexidade. No entanto, o que incumbe perceber é que o motivo do indeferimento do registro já não subsiste, ante a decisão prolatada pela Sétima Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (que absolveu Maluf)", afirmou o ministro no despacho favorável ao político. "Havendo sido alcançada a vitória pelo ora autor – presentes o quociente eleitoral e o partidário–, que se concretize a cabível diplomação". Marco Aurélio tomou a decisão a favor de Maluf um dia após o plenário do TSE ter resolvido que os partidos e as co-

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Lavanderia: TSE decide que ficha-suja de Paulo Maluf agora é fichalimpa e ele pode ser diplomado normalmente, hoje.

ligações não podem herdar os votos dados a candidatos fichas-sujas que não conseguiram o registro de suas candidaturas até agora. A decisão de quarta-feira foi tomada durante o julgamento de um recurso do candidato a deputado estadual Ocivaldo Serique Gato (PDT-AP). Num primeiro momento, o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá tinha concedido o registro a ele. Mas no dia 6 de outubro o TSE concluiu que o político não poderia ter o registro.

Gato não tinha conseguido reverter essa última decisão até quarta-feira e por isso o TSE concluiu que ele não poderia mesmo ser diplomado nem o seu partido poderia ficar com os votos. Mais um – O TSE também decidiu ontem deferir o registro de candidatura de Pedro Henry (PP-MT) ao cargo de deputado federal nas eleições deste ano. O recurso analisado foi feito com base no indeferimento do pedido de registro pelo TRE

(Tribunal Regional Eleitoral) de Mato Grosso por dois fatos: a cassação do mandato de Henry em 2007, por compra de votos, e pela prática de abuso de poder econômico e de autoridade por uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições municipais de 2008. Com relação à condenação por compra de votos nas eleições de 2006, o TSE reverteu a decisão regional por considerar que não houve, no caso, comprovação da materialidade da denúncia. No caso do uso indevido de meios de comunicação, o deputado foi condenado por – durante as eleições municipais de 2008, quando não concorreu a nenhum cargo – ter dado uma entrevista a uma canal de televisão, considerada abusiva pelo tribunal regional. Ao votar, a relatora, ministra Cármen Lúcia, ressaltou que essa condenação se deu no dia 20 de julho de 2010, ou seja, 15 dias após o pedido de registro de candidatura feito por Henry, sendo, portanto, uma inelegibilidade que aconteceu após a data do pedido de registro. Cármen Lúcia destacou que o artigo 11 da Lei das Eleições estabelece que as condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento do pedido de registro. A diplomação dos eleitos será amanhã. (AE/Folhapress)

Rosinha Garotinho volta à prefeitura

iminar concedida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) anteontem à noite determinou o retorno de Rosinha Garotinho (PR) ao comando da Prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Rio. A decisão, proferida pelo ministro Marcelo Ribeiro, foi consequência da anulação da ação do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral), que também ameaçava a posse do marido de Rosinha, o deputado federal eleito Anthony Garotinho (PR). O TSE determinou que o TRE-RJ julgasse novamente o processo que condenou o exgovernador por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. O caso refere-se a uma entrevista feita por Garotinho como radialista de uma rádio de Campos com Rosinha. Os ministros entenderam que houve irregularidade na primeira fase do processo. Para o TSE, o tribunal regional julgou o mérito do caso sem que o juiz eleitoral, na primeira instância, tivesse analisado a

questão por completo. que compõem a lisura de A decisão de terça-feira ga- um julgamento. O que eu derantiu a posse de Garotinho. sejo para mim é o que eu queRosinha obteve a liminar em ro para um trabalhador. Ninseguida. A decisão também guém quer ser injustiçado", determina o retorno de Fran- afirmou. cisco Oliveira ao cargo de vicePara Rosinha Garotinho prefeito de Campos. A eleição (PMDB), "a justiça foi feita com marcada para o dia 6 de feve- prejuízos". "O ritmo que estava reiro de 2011 foi suspensa pela implantando na prefeitura foi liminar. i n t e r r o m p i' Ví t im a ' – O do", disse ela. c a s a l G a ro t iRejeição – nho comemoMas se o casal O próprio TSE nem rou a vitória no tinha motivos analisou o caso. TSE durante a para comemoSomente pelo diplomação rar, o mesmo aspecto jurídico viu não aconteceu dos deputados estaduais, fecom a senadoque o processo no derais e goverra eleita por Rio feriu o nador do Rio. São Paulo, processo legal. Garotinho disMarta Suplicy. ANTHONY GAROTINHO se que o TSE o O TRE (Tribul i v ro u d e s e r nal Regional "vítima de um processo de per- Eleitoral) de São Paulo desaseguição política". provou ontem as contas de "O próprio TSE nem anali- campanha da senadora eleita sou o caso. Somente pelo as- Marta Suplicy (PT). pecto jurídico viu que o proO tribunal se baseou em um cesso no Rio feriu o processo parecer técnico que apontou legal. Feriu o princípio do juiz irregularidades na contratanatural e outros ingredientes ção de uma empresa para pro-

mover panfletagem, mas que na Receita Federal tem registro para fazer serviços de limpeza. O valor estipulado no contrato foi de R$ 533 mil. Segundo a assessoria do TRE, a desaprovação não impedirá, no entanto, que Marta seja diplomada senadora hoje, como previsto. O tribunal enviará os autos para o Ministério Público, que poderá ou não abrir uma investigação. Com mais de 8 milhões de votos, Marta conseguiu a 2ª cadeira do Senado – à frente do companheiro de chapa, Netinho de Paula (PCdoB), que angariou 7,7 milhões de votos. Buscas – A Polícia Federal cumpriu ontem, em Macapá, vários mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva, numa continuidade da Operação Mãos Limpas. O alvo foi a Assembleia Legislativa do Estado. Os mandados foram cumpridos em gabinetes de deputados, residências e no anexo da Assembleia onde funciona a Secretaria de Finanças. (Agências)

Essa realidade poderá dea p r o v a ç ã o , a nt e o n t e m , p e l o sencadear reivindicações de Congresso Nacio- aumentos em cascata, o que nal, do projeto que "poderá criar problemas no dá tratamento isonômico aos primeiro ano do governo [da salários de parlamentares; do presidenta eleita, Dilma Rouspresidente da República e do seff]" que, conforme já anunvice-presidente; e dos minis- ciou, "pretende cortar gastos". A exemplo de Nildo Viana, o tros de Estado mereceu críticas de cientistas políticos. O decre- professor David Fleischer, da to aprovado iguala os venci- U n i v e r s i d a d e d e B r a s í l i a mentos no Executivo e Legisla- (UnB), disse que haverá tamtivo aos dos ministros do Su- bém um movimento em cadeia premo Tribunal Federal que, a nos legislativos estaduais e municipais por partir de 1º de feaumentos de savereiro de 2011, lário. "Os prefeificarão em R$ tos vão ter difi26,7 mil. A proOs prefeitos culdades, porposta foi aprovaque não terão da sem o corte, vão ter inicialmente codificuldade: não caixa para poder atender aos augitado, na verba terão caixa para mentos que foin de niz ató ri a, os aumentos rem aprovados usada pelos parque forem nas câmaras lolamentares para cais para os vepagar os gastos aprovados. readores". com o exercício DAVID FLEISCHER R i o é o p r ido mandato em m e i r o – A C oseus Estados. Na Câmara, essa cota men- missão de Orçamento da Alerj sal varia de R$ 23.033,13, para (Assembleia Legislativa do os deputados eleitos pelo Dis- Rio de Janeiro), por exemplo, trito Federal, a R$ 34.258,50, aprovou ontem mesmo um aupara os de Roraima. O valor é mento no salário do governadiferenciado por causa do cus- dor, do vice e dos secretários de to das passagens aéreas dos di- Estado. Governador reeleito, Sérgio ferentes Estados para Brasília. Com esse dinheiro, os deputa- Cabral ganha hoje R$ 13,4 mil. dos e senadores podem pagar Com o reajuste, seus vencias despesas com o escritório mentos subiriam, a partir de 2011, para R$ 17,2 mil – um inpolítico. O professor Nildo Viana, da cremento de 28,36%. Secretários e vice-governaUniversidade Federal de Goiás (UFG), avaliou que, en- dor passam de R$ 10 mil para quanto essa isonomia pode ser R$ 12,9 mil (29% de reajuste). Os valores precisam virar considerada "justa para os cargos nos Três Poderes, contra- projeto de lei para, então, seria, no entanto, a tendência do rem submetidos à votação dos governo federal em relação aos deputados estaduais. Isso desalários dos servidores públi- ve ocorrer na segunda-feira, segundo a Alerj. (Agências) cos, que são baixos".

PF prende três desembargadores no TJ de Tocantins

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Polícia Federal prendeu ontem três desembargadores do Tribunal de Justiça do Tocantins: a presidente Willamara Leila, o vice-presidente Carlos Souza e Liberato Póvoa. Os três foram ouvidos ontem, na Superintendência da PF, em Palmas. Liberato Póvoa é o mesmo desembargador que no final de setembro decidiu censurar o jornal O Estado de S. Paulo e outros 83 órgãos de comunicação do Tocantins para evitar que publicassem notícia sobre suposto envolvimento do

governador Carlos Gaguim (PMDB) com uma quadrilha especializada em fraudar convênios com Estados e municípios. A censura caiu três dias depois, por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Juntamente com seis advogados, os desembargadores são suspeitos de envolvimento em venda de decisões judiciais e participação em uma máfia que frauda precatórios, conforme os mandados de prisão, busca e apreensão cumpridos pela Operação Maet, da Polícia Federal, que usou 120 policiais. (AE)

Patrícia Cruz/LUZ

Retorno: Rosinha reassume comando em Campos dos Goytacazes


p Franklin: 'Regulação não será atentado’ DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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O sistema brasileiro é moderno, eficiente, contempla a liberdade de expressão e o pluralismo. Luiz Roberto Antonik, diretor-geral da Abert

olítica

Ministro diz ser urgente que o País pactue novo marco legal para a comunicação. Ou "a radiodifusão será atropelada pela 'jamanta' das telecomunicações". Marcello Casal Jr/ABr

D

e acordo com o ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, "é urgente que o País pactue um novo marco legal para o setor de comunicação, pois, sem regulação, o setor de radiodifusão será atropelado pela 'jamanta' das empresas de telecomunicações". A opinião do ministro foi dada ontem, ao participar de debate na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) sobre a criação de um marco legal para as comunicações. Franklin Martins afirmou que o setor de radiodifusão – emissoras de rádio e tevê – fatura R$ 13 bilhões, enquanto o setor de Telecomunicações fatura R$ 180 bilhões. Para ele, a regulação do setor é uma necessidade para que haja equilíbrio nas relações. "Se for deixado ao mercado, prevalecerá a lei do mais forte". O ministro lembrou que "esse marco regulatório trata somente das comunicações eletrônicas, e não das comunicações em geral. Por isso, não entra na discussão, por exemplo, a imprensa escrita". Segundo Martins, as leis em vigor não conseguem dar conta da convergência de mídias e da oferta de novos produtos de comunicação. Ao falar aos senadores, resssaltou que a regulação não representa um atentado à liberdade de imprensa. "Em todos os países existe a regulação, e nem por isso não há liberdade de imprensa". A audiência se deu por requerimento dos senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Roberto

Cavalcanti (PRB-PB) e Antonio Carlos Junior (DEM-BA). Mal entendido – A poucos dias de deixar o cargo de ministro, o jornalista Franklin Martins tentou reduzir a desconfiança provocada pela iniciativa do governo do presidente Lula de criar o marco regulatório da comunicação. Para ele, a regulação "não será um atentado à imprensa". E alegou que a regulação do con-

Sou jornalista, filho de jornalista, me criei num ambiente de liberdade de imprensa que, para mim, vem da alma. FRANKLIN MARTINS teúdo não pode ser entendida como censura, descartando o uso de medida provisória na adoção de medidas para o setor. "Sou jornalista, filho de jornalista, me criei num ambiente de liberdade de imprensa, para mim, a liberdade de imprensa não é questão de circunstância, vem da alma". Decisão final – O ministro anunciou que até o final deste mês, antes de deixar o governo, entregará à presidente Dilma Rousseff a minuta do anteprojeto de regulação. "A presidente vai dizer se dará prosseguimento ou não, se vai pegar o grupo de trabalho já existente e recomendar que trabalhem mais em cima do texto, abrir audiência pública e depois enviar (o projeto) ao Congresso".

Depois, disse que a proposta "não pode, de jeito nenhum, ser enviada ao Congresso sob a forma de medida provisória. "Por enquanto, temos uma minuta do texto, que não é definitiva. Esperamos ter o anteprojeto até 31 de janeiro". O ministro acrescentou que, quando isso ocorrer, Dilma "decidirá o que fazer: se vai dar prosseguimento ou não, se vai determinar que se trabalhe mais no texto". Martins ainda ressaltou que, caso a presidente decida realmente dar prosseguimento à iniciativa, o anteprojeto ainda deverá ser aberto à consulta pública para, só então, ser enviado ao Congresso. Ao argumentar que a proposta não pode ser enviada como medida provisória, ele afirmou que o marco regulatório "não é assunto para urgência constitucional" e precisa de tempo para ser debatido. Ele pregou a necessidade de atualizar a "legislação absolutamente ultrapassada" das telecomunicações, instituída pelo Código de Telecomunicações de 1962. "O diploma legal regulou para um outro ambiente que mudou radicalmente". Foi contestado pelo diretorgeral da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert), Luiz Roberto Antonik. "Todos os dias são acrescentadas normas, portarias e leis. É um pouco de exagero dizer que se trata de obra antiga e superada. Nosso sistema regulatório merece aperfeiçoamento, mas o sistema brasileiro é moderno, eficiente, contempla a liberdade de expressão e o pluralismo".(Ag. Senado/AE)

Franklin Martins: "Esse marco regulatório só trata das comunicações eletrônicas, não da imprensa escrita"

Cartaxo diz que foi 'ao chão da fábrica' para pacificar Receita

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secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, apresentou ontem um balanço de sua administração à frente do órgão. Ele afirmou que assumiu em um período turbulento, quando a antecessora Lina Vieira foi demitida, e teve de "ir ao chão da fábrica" para pacificar o Fisco e implementar mudanças de procedimentos. Cartaxo assumiu de forma interina em julho do ano passado, e foi confirmado em agosto do mesmo ano. Mas sua permanência para 2011 foi inviabilizada após o escândalo do

vazamento de dados sigilosos de líderes tucanos, que foram achados com integrantes da campanha de Dilma Rousseff. Cartaxo (que será substituído por Carlos Alberto Freitas Barreto), disse que quando assumiu a Receita era questionada por quedas de arrecadação e problemas na atuação da antecessora. Além de pacificar o órgão, Cartaxo afirmou que tinha como missões recuperar a arrecadação e modernizar a atuação do Fisco. "Tivemos ainda de enfrentar a esteira da crise econômica mundial. E tivemos ganhos de

gestão. Não houve aumento de impostos, então nós tivemos de melhorar o controle e fechar as brechas. Foram medidas normativas e operacionais", disse, para justificar as seguidas altas de arrecadação interrompidas mês passado. Sem culpar os antecessores pelo que classificou de deficiências operacionais em todas as áreas do Fisco, ressaltou a importância da implementação de melhorias tecnológicas. Disse que priorizou o atendimento dos contribuintes e a fiscalização para evitar perdas de arrecadação. (Folhapress)


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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Lula disse que criou 24 milhões e 600 mil hectares de unidades de conservação. Na minha gestão, foram 24 milhões. Marina Silva

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Mercosul: um cargo para Lula? Ministros aprovam criação de representante do Mercosul. Amorim diz que ele próprio não cogita assumir, mas que Lula pode ocupá-lo, apesar de estar acima dele. Antonio Scorza/AFP

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criação do cargo de alto representante d o M e rc o s u l f o i aprovada ontem pelos ministros que participam da reunião do Conselho do Mercado Comum, em Foz do Iguaçu (PR). A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "É para o Mercosul ter uma cara, para o Mercosul poder se apresentar. [Ele] é quem vai falar em nome do Mercosul, por exemplo, nas consultas políticas com a Turquia e a Rússia". O ministro negou ser candidato ao cargo e comentou a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumi-lo. "Ele [Lula] pode exercer qualquer um desses cargos, mas, na minha opinião, ele está acima deles. Mas quem pode mais, pode menos". O alto representante do Mercosul exercerá funções de articulação política, formulação de propostas e representação das posições do bloco. Ele representará o bloco mundialmente e também vai coordenar a implementação de metas previstas no Plano de Ação para um Estatuto da Cidadania do Mercosul, também aprovado no Conselho do Mercado Comum, em Foz do Iguaçu. A criação do cargo, que é rotativo, ainda precisará ser ratificada pelos legislativos dos

Presidentes dos países que integram o Mercosul se reúnem em Foz do Iguaçu (PR) para reunião do Conselho do Mercado Comum

quatro países membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Unificação de placas – Dentro de até dez anos, os países do Mercosul terão uma placa unificada em todos os veículos. A partir de 2018, os veículos novos já ganharão novas placas ao receberem a sua primeira identificação. O acordo da nova placa do bloco foi assinado ontem, durante a reunião de

ministros das Relações Exteriores da região. A aprovação da criação da p l a c a M e rc o s u l , s e g u n d o Amorim, tem por objetivo facilitar o trânsito e aprofundar o processo de integração da região. Ontem, os presidentes dos países que integram o Mercosul foram transportados para o encerramento da Cúpula social do bloco, em um ônibus que pode ser movido a

Cumprir ou não cumprir, eis a decisão do Brasil Corte Interamericana de Direitos Humanos e STF têm divergências

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o contrário das manifestações de ministros do Supremo Tr i b u n a l Fe d e r a l (STF), professores e advogados dizem que o Brasil deve cumprir a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) que condenou o País por não ter punido os responsáveis por de sap are cim entos e mortes durante a Guerrilha do Araguaia durante o regime militar. Signatário da Convenção Americana de Direitos Humanos e voluntariamente submetido às decisões da Corte Interamer icana desde 1998, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, o Estado brasileiro deve cumprir a sentença, confor- Zilberman me entendimento da professora da Faculdade de Direito da PUC de São Paulo e procuradora do Estado, Flávia Piovesan, e do professor da Fundação G etúlio Vargas (FGV) Oscar Vilhena. "O Brasil, por um ato de soberania, ratificou a convenção e se submete à jurisdição da Corte Interamericana, Um Estado quando ratifica um tratado deve cumpri-lo de boa-fé. E os três poderes devem cumpri-lo", argumentou Piovesan. 'Pepino' –Vilhena cita um dos artigos da Convenção ratificada pelo Brasil para mostrar que não haveria espaço para descumprimento sem possíveis sanções. O texto diz que "os Estados-partes na Convenção comprometem-se a cumprir a decisão da Corte em todo caso em que forem partes". "Aplicar essa decisão será um pepino", admitiu. "Mas a priori regimes democráticos cumprem decisões judiciais", acrescentou.

Entre os ministros do Supremo, o argumento usado é de que a decisão sobre a constitucionalidade da Lei de Anistia e seu benefício a agentes de Estado que mataram e torturaram presos políticos durante o regime militar não pode ser descumprida pelo Estado brasileiro. Por isso, afirmou o presidente do STF, Cezar Peluso, se alguém for processado e

condenado pelos crimes que foram anistiados, no entendimento do STF, poderá recorrer ao tribunal por meio de habeas corpus. E ele já adiantou qual deverá ser o resultado. "O Supremo vai conceder (o habeas corpus) na hora, na hora". Mas a decisão da Corte Interamericana contradiz o entendimento da maioria dos ministros do STF que entenderam estarem anistiados agentes de Estado. A sentença contra o Brasil diz expressamente que a Lei de Anistia não pode servir de empecilho para a investigação e punição dos responsáveis. Imprescritíveis – No entendimento da CIDH, esses crimes são de lesa humanidade e, por isso, imprescritíveis. "Os crimes que foram entendidos como cobertos pela Lei de Anistia não são anistiáveis pela legislação internacional", explicou o juiz da CIDH Roberto

Caldas. Apesar das divergências entre as duas decisões, o governo brasileiro adiantou que cumprirá a sentença. "Muitas das iniciativas empreendidas pelo Brasil correspondem ao determinado na sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos e continuarão sendo implementadas. O Brasil também envidará esforços para encontrar meios de cumprir as determinações remanescentes da sentença", informou o Itamaraty em nota divulgada ontem. O descumprimento da decisão geraria prejuízos para a imagem do Brasil, conforme Flávia Piovesan. "Se o precedente se abre, o Brasil estará se equiparando à Venezuela" afirmou. Se o Brasil quiser se tornar um marginal no âmbito internacional, ele pode resistir à sentença e não cumpri-la", acrescentou Oscar Vilhena Revisão – Uma saída apontada pelo professor da FGV para o cumprimento da decisão, sem que signifique o descumprimento da Lei de Anistia, seria o Congresso aprovar uma nova legislação sobre o assunto. Essa possibilidade foi aventada pelo relator do processo no Supremo, ministro Eros Grau, em seu voto. "O acompanhamento das mudanças do tempo e da sociedade, se implicar necessária revisão da Lei de Anistia, deverá ser feito pela lei, vale dizer, pelo Poder Legislativo, não por nós. Ao Supremo Tribunal Federal, repito-o, não incumbe legislar", afirmou. Vilhena lembra que a Argentina revogou e aprovou uma nova Lei de Anistia, para permitir que os militares acusados de mortes e torturas fossem julgados e punidos. (AE)

etanol ou a eletricidade, com a placa 001 do Mercosul. O embaixador Antônio Ferreira Simões, subsecretário geral de América do Sul e Caribe, explicou que, hoje, mais de cem veículos que transportam cargas e trafegam nas rodovias dos quatro países possuem duas ou três placas para facilitar a circulação. Com isso, eles passariam a ter uma única placa, com a qual atravessariam as

fronteiras sem problemas. Atualmente, caminhões e ônibus habilitados ao transporte internacional no âmbito do Mercosul são obrigados a circular com o Certificado de Inspeção Técnica Veicular (CITV), atestando que o veículo atende às condições de segurança do país de origem. Por isso, os veículos que já usam esses documentos serão os primeiros a serem identificados

com a placa do bloco, a partir de 2016. Os outros circularão com a placa Mercosul em 2018, ano em que os carros emplacados em seus países já receberão a nova placa do bloco. Com a unificação do cadastro de veículos entre os quatro países, os motoristas que cometerem infrações em outros países receberão as multas em suas casas. "A criação da placa não tem objetivo de penalizar ninguém, mas de botar o Mercosul na garagem de todos", disse o embaixador Simões, ao ressaltar que isso dará maior segurança jurídica nos deslocamentos fora do país de origem, pois aumenta o controle por parte das autoridades onde o carro estiver trafegando. O acordo assinado prevê que a placa Mercosul tenha "suas especificações técnicas harmonizadas entre os Estados Partes, além de contar com o dístico representativo do bloco". A combinação alfanumérica da placa continuará a ser determinada por cada uma das autoridades nacionais, de acordo com as necessidades de cada país. Para o governo brasileiro, a placa terá um caráter simbólico, em razão da importância do transporte rodoviário em todos os países do bloco, particularmente no comércio regional (leia mais sobre Mercosul na página 25). (Agências)

Marina se despede e se emociona ao falar de sua saída do PT Senadora conta que deixou o governo ao perder apoio contra o desmatamento

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senadora Marina Silva (PV-AC) fez ontem seu discurso de despedida do Senado. Em meio às recordações de sua vida política nos últimos 16 anos, quando exerceu dois mandatos de senadora, ela embargou a voz uma só vez: ao lembrar sua saída do PT, partido no qual começou sua militância política há 30 anos e que ajudou a projetá-la. "Vivenciamos momentos difíceis de divergências, mas devo dizer que minha saída do PT não tem a ver com minha bancada. A minha saída do PT, que vem em seguida à minha vinda para o Senado, tem a ver com aquilo que considero uma falta de percepção do partido para não deixar ficar no que já conquistamos e fechar as portas a novos desafios. A questão da sustentabilidade ambiental é a utopia desse século e nenhum partido foi capaz de perceber isso, inclusive o PT". Ela relembrou ainda seus melhores e piores momentos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no qual foi ministra do Meio Ambiente. Segundo ela, a saída do governo ocorreu quando deixou de ter apoio para as ações contra o desmatamento na Amazônia. Marina afirmou que não havia a opção de recuar nessas ações. Foi por isso que resolveu voltar ao Senado. A senadora também falou sobre sua participação na solenidade de balanço dos oito anos do governo presidente

Lula Marques/Folhapress

Marina: partido algum notou que sustentabilidade é a utopia do século

Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira, no Palácio do Planalto. Decidiu participar porque "não guarda mágoas". "Eu ouvi da boca do presidente Lula que, durante seus oito anos de governo, ele criou 24 milhões e 600 mil hectares de unidades de conservação. Durante a minha gestão [no ministério] foram 24

milhões de hectares." Marina disse que a decisão de se tornar candidata a presidente foi difícil, mas necessária. "Sabia que esse era o chamado ao qual se eu não atendesse me sentiria faltosa comigo mesma e com as bandeiras que defendo." Ela foi parabenizada pelos senadores que estavam no plenário. (Folhapress)

Supremo nega sigilo para juiz

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ecano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Celso de Mello acabou com o sigilo que impedia acesso a uma petição na qual um exestagiário do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acusa o presidente da Corte, Ari Pargendler, de tê-lo injuriado. Em despacho assinado ontem, Celso de Mello afirma que a regra é dar publicidade às investigações. Para ele, o fato de o investigado ser um

juiz não garante o sigilo da apuração. Segundo o ministro, tratamentos diferenciados são incompatíveis com o princípio republicano. "O Supremo Tribunal Federal tem conferido visibilidade a procedimentos penais originários em que figuram, como acusados ou como réus, os próprios membros do Poder Judiciário, pois os magistrados, também eles, como convém a uma

República fundada em bases democráticas, não dispõem de privilégios nem possuem gama mais extensa de direitos e garantias que os outorgados, em sede de persecução penal, aos cidadãos em geral", disse. Celso de Mello afirmou que nada autoriza o desequilíbrio e o tratamento seletivo para garantir privilégios a agentes públicos. "Não vejo motivo para que os autos tramitem em segredo de justiça'. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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9 Monalisa Lins/AE - 11/01/2007

LANÇAMENTO Livro discute origens da violência no trânsito brasileiro.

idades

REAJUSTE Prefeitura pode aumentar a tarifa de ônibus em São Paulo para R$ 3.

José Luis da Conceição/AE - 18/10/2006

Diferenças sociais interferem na violência do trânsito Antropólogo explica como heranças aristocráticas influenciam no volante Fabio Rossi/AOG - 02/05/2005

Marcos Gomes

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m entrevista ao Diário do Comércio, o antropólogo Rober to Da Matta, 74 anos, fala sobre seu novo livro - "Fé em Deus e pé na tábua - Ou como e por que o trânsito enlouquece no Brasil" (Editora Rocco). Ele nasceu a partir de um projeto para o qual Da Matta foi contratado como consultor do governo do Espírito Santo para estudar problemas de caráter sociológico no Estado. O trânsito e o comportamento das pessoas nele inserido refletem um grave e perverso defeito estrutural da sociedade brasileira, que é seu traço aristo c r á t i co d i s to rc i d o. " E s s a mentalidade provoca a disjunção de uma sociedade que quer ser igualitária, mas não tem condições para isso porque predominam conceitos aristocráticos", diz Da Matta. "E por que o trânsito enlouquece?", comenta, a propósito do subtítulo da obra. "Porque as pessoas não foram desenhadas para espaços igualitários, como são necessariamente as vias e avenidas". No fundo, trata-se do país do "você sabe com quem está falando?" no qual predomina a ideia de que há pessoas acima das leis devido à sua posição social – distorção que inviabiliza a aplicação igualitária do aparelho legal e paralisa as discussões judiciárias. Da Matta foi professor da Notre Dame University, nos Estados Unidos e pesquisador de respeitáveis instituições, como a Fundação Ford, a Guggenheim e Gulnenkian. Mora no Rio, leciona na PUC e é colunista dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo.

Diário do Comércio – Qual a razão do título "Fé em Deus e pé na tábua?" Roberto da Matta – Porque remete de modo direto a um velho ditado brasileiro que é alusivo ao trânsito, mas que resume perfeitamente o nosso modo de construir e conceber o espaço público (ou da "rua") no Brasil. Confiamos em Deus, que nos colocou no mundo sob a mentalidade dos nobres e nessa condição nós enfiamos o pé na tábua sustentados pelos nossos privilégios decorrentes. E o resto que se dane. Ao volante do seu veícu-

Da Matta: defeito estrutural da sociedade brasileira prejudica o trânsito

Em livro recente, antropólogo faz uma análise social dos problemas que ocorrem no trânsito brasileiro

Antonio Milena/AE - 05/06/2008

Tarifa de ônibus pode ir a R$ 3

lo, o condutor se sente dono da rua e coloca o espaço público sob seus interesses. DC – No livro, o senhor diz que, se os motoristas consideram os pedestres como obstáculos que atrapalham o trânsito e não como cidadãos com direitos iguais, por outro lado os pedestres desrespeitam as leis, atravessam com sinal fechado ou fora das faixas e esgueiram-se entre carros. O caos no trânsito brasileiro se deve a esse descarado descumprimento das leis? Da Matta – De um lado, há o descumprimento das leis universais cívicas e, de outro, o cumprimento de regras estabelecidas culturalmente que dizem respeito ao grau de importância de algumas pessoas em relação às outras na sociedade brasileira. Se as leis situam as pessoas como iguais, elas pensam de modo desigual ou hierarquicamente. O trânsito, na prática, apenas revela essa incongruência de modo mais claro. DC – O que leva um motorista a cometer infrações cotidianas, tipo avançar no sinal, fazer conversões proibidas, estacionar em fila dupla etc? Da Matta– Esta situação reflete a confusão existente entre as normas de uma sociedade aristocrática e escravocrata, escritas no coração e na alma das pessoas e as normas modernas, cívicas e liberais, que valem para todos. Eis o ponto chave a ser examinado. DC – Essa lógica de desrespeito às leis do trânsito pode ser estendida para a sociedade

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Segundo antropólogo, pessoas não sabem dividir as ruas e avenidas

como um todo? Da Matta – Penso que sim. Na verdade, nossa história de séculos passados explica o comportamento atual. Somos uma sociedade muito mais ibérica, talvez, do que americana. Não se trata de uma oposição, mas de uma dialética que o sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987) foi o primeiro a tentar decifrar. Modernizar nunca foi fácil. Agora: modernizar uma sociedade que teve imperadores, fidalgos e ricaços que não seguiam as leis é muito mais complicado. DC - O senhor acredita que, apesar do peso dessa cultura aristocrática distorcida, nós podemos mudar ou estamos condenados à desigualdade e à bagunça no trânsito? A educação pode interferir nessa herança histórica? Da Matta – A imobilidade somente existe se uma sociedade se recusa a ver a si mesma nas suas qualidades e fragilidades. As dificuldades do trânsito e no campo político demonstram claramente que nosso viés aristocrático precisa ser muito mais

politizado, debatido. Em todo caso, estamos mudando muita coisa. Por exemplo: as pessoas usam cinto, seu uso está consolidado e é indiscutível; as pessoas também bebem muito menos ou nada quando estão dirigindo ou vão dirigir. As agressões no trânsito, que até pouco tempo não eram delituosas, foram criminalizadas exemplarmente. Temos caminhado e apontar paradoxos é um modo de acelerar esse caminho. DC – "Sempre ficamos em dúvida entre respeitar o sinal ou simplesmente reconhecer que temos a capacidade de estruturar a situação pessoalmente", escreve o senhor no seu livro, referindo-se à indecisão do motorista entre cometer ou não uma infração. Em que medida essa indecisão permeia a sociedade? Da Matta – Eis um ponto chave. Em todas as situações publicas, da "rua", esse paradoxo surge claramente. Volto a repetir: nós não pensamos nos outros. Ocupamos os espaços de modo pessoal, guardando um

Secretaria Municipal dos Transportes quer que a tarifa dos ônibus urbanos de São Paulo passe a custar R$ 3 em 2011. O estudo foi encaminhado ao prefeito Gilberto Kassab no início deste mês. Hoje, a tarifa é de R$ 2,70. Kassab deve lugar para os nossos. Isso tem que ser revelado e admitido para ser transformado. DC - Os rachas praticados por jovens também estão nesse contexto? Da Matta - Sim, pela impunidade que os caracteriza. Acresce a juventude, o sentimento de onipotência e a ignorância de que só se vive uma vez. DC – Este universo do trânsito pode ser transplantado para as mazelas da política brasileira? Da Matta – Ele está todo lá. Mas este assunto exigiria um outro livro. DC - O senhor se referiu com empenho à nossa herança escravocrata. A abolição se deu em 1888. O saldo é tão pesado e ainda vivo? Da Matta - Joaquim Nabuco (1849-1910) afirma que a sociedade escravocrata nos legou um sistema. Um sistema cultural que, como digo eu, permeia ou é imanente a toda a nossa moralidade. Esse sistema vai do favor à extorsão e abençoa o populismo

autorizar o reajuste para começar a valer a partir de janeiro, mas ainda não há data para sair a decisão. Os cálculos estão sendo feitos pela Secretaria de Planejamento com base no Orçamento, já aprovado na Câmara Municipal, mas ainda não sancionado pelo prefeito Kassab. (Agências) mais amoral. Vai do apadrinhamento até a mais bela amizade; do amor ao favorecimento que permite o assalto ao dinheiro público. Podemos pedir um copo d'água com a mesma desfaçatez com que solicitamos um emprego público para um cunhado. Aliás, toda a lógica do serviço público é a da filiação: empregos vitalícios, aposentadorias integrais que ficam com a família e altos salários com pouco trabalho. Se o sujeito não pode ser responsabilizado, como a sociedade pode cobrar e responsabilizar? A maior representação social da lógica escravocrata é a relação entre patrões e empregados domésticos. DC - Qual é o paradigma? Da Matta - Muita gente nem se levanta da poltrona para ir à geladeira. Manda que a empregada traga um copo de água. O caso de uma mulher no Paraná que contratou um jardineiro, deixando-o morar em cima da garagem, é exemplar. Quando ele pediu que pagasse pelo trabalho, ela respondeu: "Mas por que tenho de pagar, se lhe dou casa e comida?"

Chuva, pane no metrô e congestionamentos A

chuva e uma nova pane no metrô, que fechou três estações da linha 1-Azul por mais de duas horas, na manhã de ontem, ajudaram a complicar ainda mais o já difícil trânsito da Capital. Os congestionamentos foram intensos, com registros acima da média, e atingiram os corredores Norte-Sul e Leste-Oeste. Por problemas técnicos, as estações Jabaquara, Conceição e São Judas da Linha 1Azul foram fechadas às 6h40 e reabertas apenas às 9h10. Todas as outras linhas do sistema foram afetadas, o que lotou as composições e as

Ayrton Vignola/AE

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress

Aglomeração de passageiros na estação Saúde do metrô paulistano

Muitos usuários deixaram o metrô e seguiram a pé em busca de ônibus

plataformas. Muitos usuários deixaram as estações e seguiram a pé para os pontos de ônibus mais próximos. Por volta das 6h40, um dos trens que havia saído

apresentar problemas na estação Conceição, com fortes estrondos, até parar totalmente no meio da linha. Funcionários da Companhia do Metrô

da estação Jabaquara e seguia até a Tucuruvi apresentou defeito e parou próximo à estação São Judas. Segundo passageiros, o trem começou a

instruíram os passageiros a sair da composição e andar pelos trilhos até a estação São Judas. De acordo com outros usuários do metrô, houve passageiros que entraram

em pânico. Na estação, os usuários afetados pela falha foram reembolsados e tiveram de seguir de ônibus até a próxima estação. Até as 9h10, a Linha 1Azul funcionou apenas entre as estações Saúde e Tucuruvi, com atraso de cerca de 10 minutos entre os trens. Passageiros que estavam na estação Saúde relataram confusão devido à grande quantidade de pessoas que tentavam embarcar. De acordo com algumas delas, vindas das estações Jabaquara, Conceição e São Judas, o Metrô não forneceu nenhuma alternativa de transporte. (Agências)


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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O tempo passa e as coisas continuam as mesmas, só mudam as vítimas. José Carlos Blat, sobre a morte de Afonso José da Silva

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Leonardo Wen/Folhapress 30/10/2009

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

PICHAÇÃO NA TRAGÉDIA

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s pichadores levaram seu emporcalhamento até o topo do Edifício Andraus, na esquina da São João com a Rua Pedro Américo. A sujeira ganhou um tom obsceno, pois numa das lajes se refugiaram centenas de pessoas em 24 de fevereiro de 1972. Foram 330 feridos e16 mortos. Destes, muitos saltaram de lá para a morte, cruzando a altura dos 32 andares. A Cidade assistiu somente a um outro incêndio mais pavoroso: o Edifício Joelma, na Avenida Nove de Julho, em 1º de fevereiro de 1974: 300 feridos e 188 mortos!

AMOR INÚTIL

Arquivo/AE

Metrópole - No Natal, o senhor redobra sua campanha contra doação de esmolas na rua. Por quê? Floriano Pesaro - A época é propícia para revelar que por trás da mendicância estão as drogas, as bebedeiras e a exploração do

BARREIRAS DO SILÊNCIO

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oradores de Tamboré ganharam na Justiça, na quarta-feira, o direito de terem barreiras acústicas para os protegerem do barulho produzido pelo Rodoanel, que corta as imediações. A vitória pôs em foco um tema que está entrando na pauta do País. Essas barreiras são paredões laterais que podem chegar a sete metros de altura e, conforme o caso, possuírem painéis de alumínio, vidro ou lã de vidro para absorverem a sonoridade. A necessidade é determinada por medições de padrão internacional. Nos já temos exemplos perto de nós, como no km 14 de rodovia dos Bandeirantes, sentido Capital. Às vezes é necessário fechar em cima, à moda de túnel. O engenheiro Marco Juliani suspeita que isso vai ocorrer quando a Linha 2 do Metrô estiver em plena operação na Vila Prudente. "As barreiras são necessárias se houver gente por perto", diz ele.

trabalho infantil. Mães alugam filhos a R$ 20 por dia. Criança tem jornada de oito a 10 horas, levantando a média de R$ 100. Metrópole - Mas no fundo as pessoas pensam que estão fazendo o bem... Pesaro - É a pior forma de ajudar. Essas crianças sofrem de tudo: violência física e psicológica, desrespeito e até estupros. Trata-se de um negócio lucrativo. A Cidade

NA ONDA...

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assustadora expansão do crack no País, já classificada de epidemia, está dando popularidade a uma palavra restrita ao dicionário dos "nóias": pitilho. Vem a ser um cigarro de maconha temperada com pó ou lascas daquela pedra, proveniente de restolhos da cocaína. Esses fragmentos são misturados às folhas e flores secas da Cannabis, de modo que o usuário consome as duas

substâncias ao mesmo tempo. Em princípio, o pitilho deveria ser benéfico ao dependente, de acordo com a polêmica e discutível política de redução de danos. Facilitaria, por exemplo, a aceitação social do 'sacizeiro' – designação do submundo ao viciado em crack, devido o uso do cachimbo para fumá-lo – pois a maconha não é tão estigmatizada como a pedra.

... DO PITILHO

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ma segunda vantagem do pitilho seria a suposta redução de dosagem do crack, que eliminaria gradativamente a dependência. Além disso, a presença da maconha diminuiria a anorexia que acomete a turma do cachimbinho. Mas, na prática, os traficantes o estão tornando um instrumento de ampliação dos danos, contrabandeando a terrível

tem 180 cruzamentos cadastrados. Metrópole - O senhor, quando foi secretário municipal do Desenvolvimento Social (20052008), lançou uma campanha a respeito. Qual foi o resultado? Pesaro - O conteúdo da campanha foi modificado. O slogan original – "Não de esmola. Dê futuro" – tornou-se "Dê mais que esmola. Dê futuro". Foi solicitação de meios religiosos sob o

pedra para os jovens que vão comprar apenas trouxinhas de maconha. Sabe-se que a capacidade de viciar do crack é quase que imediata: a dependência ocorre após duas ou três fumadas; em cada uma são consumidas de 15 a 20 unidades. Uma trouxinha custa R$ 5 e a pedra pode variar desse preço a R$10. Calcula-se que há no País 1,2 milhão de viciados.

argumento de que o outro criaria trauma entre os fiéis. Metrópole - Como deve agir a pessoa que quer ajudar o próximo? Pesaro - Procurar a indicação de uma instituição idônea no Fundo da Criança e do Adolescente. ( Tel.3113-9804) (Floriano Pesaro, 42 anos, vereador do PSDB, morador na Vila Mariana).

Camelô sofria ameaças, diz promotor O sindicalista Afonso José da Silva, morto na quarta-feira, procurou a polícia e o Ministério Público para registrar ameaças. Corpo será enterrado em Pernambuco. Mario Ângelo/AE

José Patrício/AE - 31/08/2005

Marisa Folgato *

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corpo do presidente do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo, Afonso José da Silva, de 41 anos, vai ser enterrado na cidade pernambucana de Espírito Santo, hoje. O sindicalista foi morto a tiros na quarta-feira, na sede do sindicato, no Brás, onde foi velado ontem. Silva denunciou, em 1999, o maior esquema de corrupção já descoberto na administração pública paulistana, que ficou conhecido como a Máfia dos Fiscais, e envolvia o pagamento de propinas por ambulantes a funcionários da Prefeitura, que repassavam o dinheiro a superiores e vereadores. Um dos responsáveis pela apuração do caso, na época, o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público Estadual (MPE) disse ontem que ficou chateado com a morte de Afonso. "O tempo passa e as coisas continuam as mesmas, só mudam as vítimas." Fico desiludido", desabafou Blat que, junto com outros promotores do Gaeco, atuou em conjunto com a Polícia Civil nas investigações do caso. Um dos delegados responsáveis pelas apurações na época era o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior. Execução – Três testemunhas do crime foram ouvidas ontem e a polícia vai investigar a hipótese de execução, motivada por disputa de pontos-de-venda de bancas de ambulantes na região central da Capital. "É uma morte lastimável, uma demonstração de que os problemas no comércio informal de São Paulo persistem e faltam ações do poder público", afirmou o promotor. Segundo Blat, Afonso o procurou em setembro para regis-

Afonso José da Silva foi preso na Bahia em 2005, acusado de extorsão Michel Filho/AOG - 19/10/2010

Corpo de Afonso José da Silva chega ao Sindicato dos Camelôs. Camelô será enterrado hoje em Pernambuco.

trar as ameaças que vinha sofrendo. "Ele também havia formalizado a denúncia na polícia." De acordo com o promotor, o advogado que o acompanhava ficou de retornar com novos dados, mas isso não ocorreu. Um membro do sindicato garantiu que as ameaças eram constantes. O promotor ressaltou que o sindicalista "arrebanhou muitos inimigos" ao longo da vida. Desde os envolvidos na Máfia dos Fiscais e camelôs envolvidos em disputas territoriais a membros de outras associações representantes da categoria. Em 2006, Afonso ficou preso por seis meses acusado de extorsão: era suspeito de lotear pontos para vendedores ambulantes e cobrar por eles. Em 2008, o sindicato denunciou que havia um esquema de extorsão de camelôs em duas subprefeituras: Mooca, que le-

vou 11 pessoas à prisão, e São Miguel Paulista, na zona leste. Coragem – "Afonso foi muito corajoso ao denunciar o esquema da Máfia dos Fiscais na sua região há 11 anos", disse Blat. Mesma coragem, de acordo com ele, que teve Soraia da Silva ao denunciar a cobrança de propina de R$ 30 mil, em 1998, pelo ex-fiscal da então Administração Regional de Pinheiros (atual subprefeitura) Marco Antônio Zeppini. O fiscal cobrou o dinheiro para autorizar a abertura de uma academia de ginástica na Rua Augusta. "Eles desencadearam a maior investigação da história de São Paulo: foram denunciadas e processadas criminalmente mais de 600 pessoas e 1.100 servidores foram demitidos ou removidos de seus cargos", disse Blat. Vereador – A investigação

resultou ainda na cassação (a primeira da Câmara Municipal) e a prisão do vereador Vicente Viscome, em 1999 (condenado a 16 anos de detenção, ele cumpriu 4 anos e meio da pena). A ex-vereadora Maeli Vergniano também perdeu o cargo por participar do mesmo esquema, mas não foi presa. Outro vereador acusado de participar do sistema, Hanna Garib, elegeu-se depois deputado, mas foi cassado e condenado a 20 anos de prisão (ainda não cumpridos, segundo Blat). Em novembro de 2000, Garib teve prisão decretada, acusado de tentar subornar testemunhas da investigação, mas foi solto em março de 2001. Em 1999, a Polícia Civil, o Ministério Público do Estado e uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal identificaram esquemas de extorsão contra came-

José Carlos Blat: sindicalista o procurou para denunciar ameaças

lôs em pelo menos três administrações regionais (hoje subprefeituras): Sé, Lapa e Penha. As regionais eram controladas por vereadores da base de sustentação do ex-prefeito Celso Pitta. O presidente da CPI era o futuro ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, então vereador paulistano pelo PT. A resposta dos eleitores à corrupção dos vereadores veio rápido. A Câmara de São Paulo sofreu um grande abalo nas eleições do ano seguinte. Houve uma renovação de 50% das 55 vagas. Atentado – Por conta das denúncias que fez, Afonso sofreu um atentado em 1999, levou

quatro tiros, mas conseguiu se recuperar. Ele participou do programa de proteção à testemunha entre 1999 e 2000. Mas, depois, abriu mão do benefício. Atualmente, ele tinha dois seguranças particulares. No momento do crime, porém, eles tinham saído, a pedido do sindicalista, para comprar ingredientes para uma festa. Apesar da única testemunha do crime, uma cozinheira, ter dito à polícia que um homem armado e desconhecido entrou no sindicato, rendeu Afonso e anunciou um assalto, mas nada foi roubado. Isso reforça a hipótese de execução. (* Colaborou Marcus Lopes)


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WIKILEAKS 1 Assange ficou detido por nove dias na prisão de Wandsworth

nternacional

WIKILEAKS 2 Ao ser solto, ele foi a um bar, tomou um dry martini e brindou com amigos.

Assange respira o ar fresco de Londres

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Fundador do WikiLeaks é libertado sob fiança, mas permanecerá em prisão domiciliar em uma mansão rural, onde 'há uma boa conexão de internet'. Além do pedido de extradição para a Suécia, uma nova batalha judicial pode surgir no horizonte: os EUA querem acusá-lo por conspiração.

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

13 Espero prosseguir com meu trabalho e continuar a defender minha inocência. Julian Assange

nternacional Ben Stansall/AFP

Carl Court/AFP

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fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, foi libertado sob fiança na Grã-Bretanha ontem, após uma semana conturbada em que lutou contra o pedido de extradição para a Suécia, onde ele enfrenta acusações de crimes sexuais. Os Estados Unidos também analisam a possibilidade de acusar Assange pelo vazamento de milhares de telegramas confidenciais diplomáticos norte-americanos. O australiano de 39 anos afirma ser vítima de uma perseguição política, e prometeu continuar revelando segredos governamentais. Com ar triunfal, mas cansado, Assange falou a uma multidão de jornalistas que o aguardava no meio da neve, em frente à Alta Corte britânica, cinco horas após um juiz autorizar sua liberdade condicional. "É ótimo respirar o ar fresco

de Londres outra vez", disse Assange, ao lado dos advogados. "Espero prosseguir com meu trabalho e continuar a defender minha inocência neste assunto, e a revelar conforme obtivermos, o que ainda não fizemos, as evidências dessas alegações", afirmou ele, agradecendo seus partidários, seus advogados e as pessoas que doaram dinheiro para sua fiança de 200 mil libras (US$ 315 mil). Ele disse que seus advogados ouviram rumores de que ele havia sido indiciado por espionagem nos EUA. O jornal The New York Times noticiou que promotores estariam procurando provas de que Assange conspirou com um ex-analista militar de inteligência suspeito de entregar-lhe os documentos. Enquanto aguarda uma audiência de extradição, Assange deve permanecer na mansão Ellingham Hall, 195 quilôme-

Jewel Samad/AFP

Assange comemora sua libertação (à esq.), assim como seus apoiadores (à dir.). Sua prisão domiciliar será numa mansão (acima).

tros a nordeste de Londres, onde terá que respeitar a prisão domiciliar e vestir uma pulseira de monitoramento. A propriedade pertence ao ex-jornalista Vaughan Smith.

O porta-voz do WikiLeaks, Kristinn Hrafnssson, lembrou que Assange vai poder continuar a trabalhar enquanto estiver sob "prisão domiciliar virtual" na Inglaterra. "Há uma boa

conexão de internet lá", disse. A Suécia quer extraditar o ativista para que ele deponha em um caso de crimes sexuais contra duas mulheres. Assange afirma ser inocente. (Agências) AFP - 04/09/99

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Doença de Fidel é desvendada

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m telegrama diplomático norte-americano, vazado pelo site WikiLeaks e divulgado pelo jornal espanhol El País, mostra que o então líder cubano, Fidel Castro, teve uma hemorragia em um avião que fazia a rota de Holguín a Havana, distantes 743 quilômetros e sem médico a bordo. A aeronave aterrissou com urgência para que o dirigente do Partido Comunista pudesse ser tratado. Fidel está afastado do poder há quatro anos e sua doença é segredo de Estado na ilha. O documento norte-americano, emitido pela Seção de Interesses dos Estados Unidos em Havana, baseia-se em um informe médico cubano. Hoje com 84 anos, Fidel foi afastado quando teve uma enfermidade originada no intestino grosso. Em 14 de março de 2007, um documento dos EUA afirmou que Fidel "atravessa um estado terminal", mas que "não vai morrer imediatamente". O texto é firmado por Michael Parmly, então chefe da missão diplomática norte-americana na ilha. O informe diz que Fidel teve uma diverticulite. Segundo o texto, ele precisava de uma colostomia – operação na qual se abre uma parte do abdômen para retirada de fezes –, porém se recusou a se submeter ao procedimento. Com o tempo, Fidel teve uma infecção no cólon e foi submetido a uma nova operação. Os médicos encontraram ainda uma fístula – conexão anormal entre dois órgãos –, que teria sido tratada com um aparato sul-coreano "sem muito êxito". O documento indicava que, na idade do paciente, as complicações não são curáveis. A seção de interesses chega a afirmar no documento que Fidel quase morreu entre "julho e outubro de 2006", ressalvando, porém, que é difícil fazer uma previsão para o futuro do caso. Em outro despacho diplomático revelado pelo WikiLeaks, o escritório norte-americano levanta hipóteses sobre o que pode ocorrer após a morte do ex-líder. O documento não prevê nenhuma convulsão social, mas sim que a liderança comunista buscará mostrar que segue no comando da ilha. (AE)


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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Estamos fazendo consideráveis avanços em relação aos nossos objetivos militares. Barack Obama nternacional Reuters - 14/12/10

Um presente A de Natal para Hugo Chávez Corrida contra o relógio: a Assembleia Nacional da Venezuela inicia votação de pacote que prevê superpoderes para o presidente, além de garantir fidelidade partidária.

Assembleia Nacional da Venezuela, dominada pelo governo, iniciou ontem regime de sessões extraordinárias para aprovar um vasto pacote legislativo, encabeçado pela chamada Lei Habilitante, que permite ao presidente Hugo Chávez governar por decreto. Na terça-feira, os deputados aprovaram em primeiro turno os superpoderes para o presidente por um ano. Sob críticas da oposição, Chávez alega que necessita legislar por decreto para lidar com a crise provocada pelas chuvas que atingem o país.

No entanto, a sessão de ontem foi dominada por outro projeto de lei polêmico: o que prevê punição até de perda do cargo aos legisladores que mudem de partido. Na noite de quarta-feira, Chávez defendeu o projeto de lei como "muito importante". "Se eu sou eleito deputado por um partido e no dia seguinte vou para o outro lado, trata-se de uma fraude", disse o mandatário, lembrando que em muitos países uma atitude dessas pode resultar na perda do mandato. A oposição denunciou a proposta como antidemocrática. "Pensar que um legislador que

Chávez deixará de ter maioria qualificada na nova Assembleia que toma posse em janeiro

pertence a um partido será desqualificado porque mudou de ideia é inconstitucional e inaceitável num país democrático",

disse o deputado eleito Eduardo Gomez, em nome da coalizão de oposição, a Mesa da Unidade Democrática. (Agências)

Massoud Hossaini/AFP

Violência, corrupção e falta de autoridade. Mas Obama está otimista e mantém sua promessa de retirar as tropas norte-americanas do Afeganistão a partir de julho de 2011. Transferência completa às forças afegãs será concluída em 2014.

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presidente dos EsDestaques - Segundo o relatados Unidos, Bara- tório do governo, o avanço das ck Obama, confir- milícias talibãs foi detido ao lonmou ontem o início go dos últimos anos na maior da "retirada responsável" das parte do país, e inclusive regretropas norte-americanas do diu em algumas zonas imporAfeganistão em julho de 2011. tantes, "ainda que permaneçam Baseado em um relatório de re- frágeis e reversíveis". visão da estratégia norte-ameriO texto aponta ainda que o cana no conflito, divulgado on- alto comando da Al-Qaeda no tem pela Casa Branca, a transfe- Paquistão foi enfraquecido e rência do controle da segurança submetido a uma maior e mais das tropas da Organização do constante pressão desde que Atlântico Norte (Otan) para as fugiu do Afeganistão, em 2001. forças locais afegãs foi mantida Segundo a estratégia nortepara 2014. O mandatário norte- americana, os maiores entraves americano admitiu que subsis- estão na difícil reconstrução do tem numerosos e difíceis obstá- Afeganistão e na necessidade culos a serem superados – prin- de uma colaboração mais eficipalmente a corrupção e a fra- ciente do Paquistão na luta congilidade do governo tras os rebeleuters de Cabul –, Kevin Lamarque/R des em seu mas acresterritório – centou, oticonsiderada mista, que por analisos EUA estas militares tão no rumo e dos servicerto para alços de intecançar as meligência cotas estipulamo ponto . ia extraordinár das e derrotar Obama: dificuldade chave para a insurgência vencer o conflito. do Al-Qaeda e dos talibãs. Protestos - Inconformados "Estamos em uma melhor com a guerra no Afeganistão – posição para dar às nossas for- conflito que causou a morte de ças no Afeganistão o apoio e os mais de 700 soldados estranrecursos de que necessitam pa- geiros neste ano –, cerca de 100 ra concluir a sua missão. Esta- manifestantes protestaram mos fazendo consideráveis em passeata até a Casa Branca. avanços em relação aos nossos Entre os ativistas detidos pela objetivos militares", disse polícia estava Daniel Ellsberg, Obama à imprensa, ao lado o ex-analista militar que vados secretários de Estado, Hil- zou os famosos "Papéis do lary Clinton, e de Defesa, Ro- Pentágono" – documentos ofibert Gates. "Mas, isso continua ciais secretos sobre a guerra a ser uma dificuldade extraor- no Vietnã – ao jornal The New York Times, em 1971. (AG) dinária", ressalvou.

Tropas norte-americanas patrulham vilarejo na província de Helmand, no Afeganistão. Cerca de 100 mil soldados dos EUA estão no país. Karen Bleier/AFP

Insurgência não dá trégua. Atentados continuam.

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violência no Afeganistão não deu trégua para o presidente dos EUA, Barack Obama. No dia em que ele exaltou progressos na guerra contra a AlQaeda, uma bomba deixada em uma estrada matou 14 civis e deixou outros quatro feridos, ontem, no oeste do país, uma região outrora pacífica, mas onde é cada vez mais forte a presença de insurgentes islâmicos. Shafiq Behroozyan, porta-voz do governo provincial de Herat, disse que um microônibus foi atingido pela explosão no distrito de Kesh-e Kohna, perto da fronteira com o Turcomenistão. Segundo ele, as vítimas eram ligadas por laços de parentesco e se dirigiam para uma festa de noivado. Duas outras bombas foram encontradas nas proximidades e desarmadas por policiais afegãos, acrescentou ele. A violência no Afeganistão está em seu pior nível desde a invasão dos EUA, que levou à deposição do regime Talibã, há nove anos. Só no primeiro semestre deste ano, 1.270 civis foram mortos, segundo dados da ONU – alta de 21% em relação a 2009. Na quarta-feira, a Cruz Vermelha Internacional alertou para uma piora da situação, e disse que nos últimos 30 anos nunca foi tão difícil chegar até os afegãos que necessitam de ajuda. (Agências) Manifestantes protestam diante da Casa Branca contra guerra que já matou 700 soldados

Sia Kambou/AFP

Soldados leais ao presidente derrotado nas eleições entram em choque com apoiadores do presidente eleito, em Abidjan. Além das tropas, Gbagbo controla a TV estatal.

Um país com dois presidentes

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ários manifestantes morreram e dezenas ficaram feridos ontem, depois que o Exército e a polícia dispararam contra partidários do homem reconhecido internacionalmente como o presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara. O escritório do líder derrotado nas eleições de 28 de novembro, Laurent Gbagbo, afirmou ontem que os confrontos deixaram 20 mortos, dos quais 10 eram soldados e 10 civis. Tropas da missão de paz da ONU foram despachadas para o hotel onde está Ouattara para protegê-lo de qualquer violência. A ONU, os EUA, a União Africana e a França reconheceram a vitória de Ouattara, que havia sido apontada pelas autoridades eleitorais locais, mas Gbagbo alega ser o vencedor e tomou posse com apoio da Corte Constitucional do país. (Agências)


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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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15 COLÔNIA FUNDADA EM 1929 De lojas de artesanato a comida tradicional , os ares da Finlândia estão preservados por toda parte em Penedo.

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Fotos: Divulgação

Penedo, a casa brasileira de Papai Noel

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O Natal é especial neste distrito de Itatiaia, no Rio de Janeiro, que combina ares da cultura finlandesa e atrações em torno do 'bom velhinho' Flavia Perin

m nenhum outro lugar do Brasil Papai Noel se sente tão à vontade como em Penedo, distrito da cidade de Itatiaia, no Rio de Janeiro. Isso porque a história do lugar começa em 1929, com a fundação de uma colônia finlandesa denominada Fazenda Penedo. Imigrantes conterrâneos do bom velhinho vieram em busca de um clima que permitisse uma vida mais ligada à natureza e regrada por hábitos vegetarianos. Hoje, o destino ainda exibe ares da Finlândia, com sua arquitetura e artesanato espalhados em charmosas lojinhas e boa variedade de restaurantes de culinária típica, mantendo, Flavia Perin também, o Museu Finlandês e o Clube Finlândia, dois centros de preservação e difusão da cultura deste povo. E, já que estamos em época natalina, nada melhor do que visitar Noel para começar a imersão na história e no modo de vida dos finlandeses que criaram Penedo – dos quais alguns seguem lá, representados por suas gerações. No Parque Pequena Finlândia, minishopping a céu aberto nos moldes de uma cidade finlandesa, está instalada a Casa de Papai Noel, réplica da residência oficial em seu país de origem. Feita de troncos de madeira, como as casas primitivas do interior da Finlândia, acolhe os turistas em sua sala de estar, onde as crianças conversam e tiram fotos com o ilustre dono. Um lago e uma agência dos correios (onde os pequenos postam cartas com os pedidos de presentes) compõem o espaço, que ainda dispõe da "sauna do Papai Noel", para ser conhecida pelos curiosos e reforçar, assim, que se trata de uma invenção finlandesa. Feita a visita ao mais importante cidadão de Penedo, a dica é percorrer sem pressa as quase três dezenas de lojas do local, todas com nomes de origem finlan-

desa e cada qual com sua diversidade de artigos, entre souvenirs, objetos de decoração, sapatos e roupas. No museu, estão expostas mais de mil peças vindas da Finlândia com os primeiros moradores, principalmente o casal Eva e Marcus Hildén, cuja coleção particular foi doada em 1993 à comunidade e representa a maior parte do acervo. Estão ali tapeçarias, trajes característicos de diferentes regiões do país, bijuterias, pinturas, trabalhos em madeira e vidro – uma especialidade dos artistas finlandeses –, além de fotografias, livros e revistas na língua nativa, pela qual Finlândia se diz "Suomi". A jornada pelas tipicidades desta terra ao norte da Europa deve ser concluída com uma apresentação de dança no Clube Finlândia, realizada nas noites de sábado. O colorido das vestes e a alegria dos passos contagiam até os menos animados. Natureza – As atrações naturais que serviram de imã para os imigrantes europeus continuam à disposição dos visitantes. É possível fazer passeios a cavalo pelas redondezas e, de quebra, tomar um banho de cachoeira. As trilhas verdes também são percorridas em quadriciclos. Outros pontos imperdíveis? O balneário das Três Cachoeiras, formado por seguidas quedas d'água, a Cachoeira de Deus, com uma queda de 15 metros, a piscina natural da Banheira de Pedra e o Pico do Penedinho, mirante que ostenta a réplica da cruz centenária originalmente erguida por escravos. Quem estiver à procura de mais adrenalina e trajetos bem ecológicos tem um leque de alternativas pela região, onde está localizado o Parque Nacional de Itatiaia. Seu pico mais alto, das Agulhas Negras, ocupa a quinta posição no ranking brasileiro, com 2.787 metros.

No Parque Pequena Finlândia (acima), minishopping a céu aberto nos moldes de uma cidade finlandesa, está instalada a Casa de Papai Noel (fotos no topo), réplica de sua residência oficial ao norte da Europa. Todo sábado à noite, o programa é conferir as apresentações de dança típica (à esq.) no Clube Finlândia. Flavia Perin

Viagem a convite do Hotel Girassol

Fotos: Flavia Perin

RAIO X

Natureza cativou os imigrantes europeus em Penedo. Há muitas trilhas e cachoeiras (à dir.) pela região onde está o Parque Nacional de Itatiaia. Hotéis, como o Girassol (fotos à esq.), acolhem com conforto. COMO CHEGAR De carro, a partir de São Paulo, siga pelas rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto até a Presidente Dutra, em Taubaté, e depois em direção ao Rio de Janeiro. ONDE DORMIR Hotel Girassol: Av. Casa das Pedras, 766, tel. (24) 3351-1237, www.girassolpenedo.com.br. Diárias para o casal a partir de R$ 170, com café da manhã. No período do Natal, o pacote de três dias para o casal sai por a partir de R$ 1.050, com café e ceia no dia 24 – bebidas não estão incluídas. Hotel Pequena Suécia: Rua Toivo Suni, s/nº, tel. (24) 3351-1275, www.pequenasuecia.com.br. Diárias a partir de R$ 250 por casal, com café. O pacote de Natal para o casal, de 23 a 26/12, custa R$ 2.500 no chalé standard, e

inclui a julbord (ceia natalina típica sueca), chegada do Papai Noel e concerto de Natal, além de uma rápida massagem (por quarto) no spa. Hotel do Campanário: Rua do Lago, 62, tel. (24) 33511166, www.hoteldocampanario.com.br. Fecha no Natal. No Ano Novo, o pacote mínimo para o casal, com café da manhã, sai a R$ 660 (apartamento) e R$ 1.000 (chalé). Em janeiro e fevereiro, o casal paga a partir de R$ 150 a diária, com café. ONDE COMER Restaurante Jardim Secreto: Estrada das Três Cachoeiras, 3899, tel. (24) 3351-2516. Integrante da Associação do Prato da Boa Lembrança, serve comida contemporânea e "imaginativa". Restaurante Pequena Suécia: Rua Toivo Suni, 33,

tel. (24) 3351-1275. No Hotel Pequena Suécia, serve pratos suecos, comida indiana e vegetariana. À noite, nos fins de semana, o hotel costuma promover shows em seu charmoso bar Jazz Village. AONDE IR Museu Finlandês e Clube Finlândia: Av. das Mangueiras, 2601, tel. (24) 3351-1374. A entrada para o show de dança nas noites de sábado custa R$ 10 por pessoa. From Penedo (cavalo, charrete e quadriciclo): Rua Finlândia, 150, tel. (24) 3351-1380, www.penedo.com/frompenedo. Os passeios custam R$ 50 (cavalo por 1h30), R$ 45 (charrete, 30 min), R$ 80 (quadriciclo, uma pessoa) e R$ 120 (duas pessoas no mesmo quadriciclo).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Logo Logo

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Crianças brincam com coelhinhos vestidos com trajes tradicionais da Coreia do Sul em um parque de Yongin, ao sul de Seul.

Jung Yeon-Je/AFP

www.dcomercio.com.br

18 Dia Internacional dos Migrantes

DEZEMBRO

16 -.LOGO

C IÊNCIA M ÍDIA

Um 'sim' para a vida artificial

A

Casa Branca anunciou ontem que o campo da biologia sintética ou da manipulação de DNA de organismos para criar novas formas de vida, traz riscos limitados e seu avanço deve ser permitido. A Comissão Presidencial para o Estudo de Questões Bioéticas, um painel de especialistas

reunido pelo presidente norteamericano, Barack Obama, recomendou vigilância e autorregulação enquanto os cientistas procuram formas de criar novos organismos que pudessem resultar em inovações úteis em energia limpa, controle da poluição e medicina. "Os desenvolvimentos futuros podem despertar novas ob-

jeções, mas a Comissão não encontrou razões para endossar regulações federais ou uma moratória no trabalho neste campo por enquanto", diz a comissão em seu primeiro relatório. O painel de 13 cientistas, criado por Obama no ano passado, tece como primeira missão foi considerar a questão da biologia sintética, depois que o

Instituto J. Craig Venter anunciou, em maio, ter desenvolvido a primeira bactéria autorreplicável controlada por um genoma sintético. Para os críticos, a descoberta era o equivalente a "brincar de Deus", criando organismos sem o entendimento adequado sobre as consequências, perturbando a ordem natural.

Soe Zeya Tun/Reuters

VOGUE Todas as capas em uma só Muitas revistas em uma. Essa é a mensagem da capa da revista Vogue em suas diversas edições mundo afora. A capa foi produzida pela sobreposição de todas as capas de 2010 em cada país (sem o texto). O resultado é uma imagem fantasmagórica, experimental, produzida para chamar a atenção. Especialistas em mídia dizem que a ideia, que pode parecer estranha, na verdade revela muito sobre as escolhas, as fórmulas e as intenções que se repetiram nas capas da revista ao longo do ano. Entre essas repetições: mulheres de cabelos escuros, brancas e magras, e imagens sempre centralizadas. http://community.livejournal.com/ fashin/5814290.html

C RIATIVIDADE

L

SACRIFÍCIO - Muçulmano xiita caminha sobre brasas no festival de Ashura, na mesquita do centro de Yangon, Mianmar. O festival é o mais importante do calendário xiita e relembra a morte do imã Hussein, neto do profeta Maomé, na sétima batalha de Karbala.

Kirill Kudryavtsev/AFP

F UTEBOL

Pênalti é injusto, diz pesquisa

L

Estudo da Escola das Ciências Econômicas e Políticas de Londres (LSE, na sigla em inglês), na Inglaterra, divulgado ontem, indica que as cobranças de pênaltis no futebol dão uma vantagem psicológica à equipe que inicia as cobranças, o que torna o sistema injusto. Os autores estudaram 2.820 cobranças em grandes partidas na Inglaterra e internacionais entre 1970 e 2000. Eles concluíram que a equipe que inicia as cobranças vence em 60% dos casos. Por isso, os cientistas sugerem que, em vez de pênaltis as decisões sejam no esquema "tie-break" do tênis.

NO XADREZ - Jogo de xadrez que representa a guerra de 1812 tem Napoelão e seus marechais como peças. O jogo está exposto no Museu Etnográfico de São Petersburgo, Rússia, e é feito em ouro e prata e tem 6,7 mil diamantes, 9,4 mil rubis e 3,2 mil safiras.

N ATAL

deste texto usando apenas uma velha máquina de escrever mecânica. A técnica exige precisão na hora de datilografar e certo cuidado na hora de sobrepor letras e caracteres. veja outras criações da artista em seu site. www.keirarathbone.com

BABY FACES

L OTERIAS

meninas com os rostos pintados participaram ontem de um concurso de beleza para crianças durante a feira natalina da cidade siberiana de Krasnoyarsk, na Rússia. A TÉ LOGO

O site de US$ 3,7 bilhões O Twitter anunciou que recebeu uma nova rodada de investimentos. O valor não foi divulgado, mas o blog AllThingsD, do diário The Wall Street Journal, cita números na casa dos US$ 200 milhões, elevando o valor da empresa para US$ 3,7 bilhões. Dick Costolo, executivo-chefe do Twitter, escreveu no blog da companhia que "nos últimos 12 meses, os usuários do Twitter enviaram impressionantes 25 bilhões de tuítes e adicionamos mais de 100 milhões de novas contas registradas".

Fotos: Ilya Naymushin/Reuters

Sim, as máquinas de escrever já não nos servem para muita coisa, desde que inventaram os computadores. Mas a artista Keira Rathbone descobriu um jeito de utilizá-las de um modo único e artístico. Ela produz imagens como as que aparecem acima e abaixo

I NTERNET

Concurso 592 da LOTOFÁCIL 01

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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Adriano despista, mas Luís Paulo Rosenberg confirma que Corinthians o quer

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Vereador quer mudar nome do Minhocão para Elevado Presidente Néstor Carlos Kirchner

Concurso 2474 da QUINA 11

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

e

17 COPA DE 2014 Prorrogada linha de financiamento do BNDES para estádios

conomia

EUROPA UE criará fundo permanente de socorro financeiro à Zona do Euro

O NOEL MAIS GORDO DA DÉCADA De acordo com dados da ACSP, o Natal de 2010 trará crescimento de 12% nas vendas do varejo – superando a expansão de 7,8% verificada em 2007.

Renato Carbonari Ibelli

D

ados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) apontam que este será o melhor Natal da década para o varejo. Os números do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), acumulados na primeira quinzena de dezembro, apontam para esse caminho positivo ao revelarem alta de 13,5% na média das compras à vista e a prazo, comparando com igual período do ano passado. Tendo esse resultado como base, a ACSP projeta alta de 12% para dezembro ante igual mês de 2009. Até então, o melhor resultado dos últimos dez anos para um dezembro fora registrado em 2007, quando auferiu-se alta de 7,8% ante 2006. Para o ano, a expectativa é de crescimento de aproximadamente 10% na média das compras à vista e a prazo na comparação com 2009. Considerando apenas a evolução das compras à vista, avaliadas pelo SCPC, a estimativa de alta para o ano é de 10,3%. Para as compras a prazo, medidas pelo SCPC Cheque, a elevação esperada é de 8,1%. Marcel Solimeo, superintendente institucional da ACSP, explicou que o bom resultado para o varejo em 2010 foi estimulado principalmente pelo avanço do emprego – e, consequentemente, da massa salarial, além da maior oferta de crédito no mercado. "Junto com a alta no volume de crédito, houve também a ampliação dos prazos de pagamento, o que fez as prestações ficarem menores. Parcelas menores em uma realidade de aumento de renda resultam em crescimento das vendas." Ele disse ainda que o resultado de 2010 deve ser observado considerando-se a base fraca do ano passado, que distorce a comparação entre os dois anos. Outro ponto a ser destacado é o dólar desvalorizado ante o real, que promoveu a entrada de importados no varejo brasileiro. Isso obrigou os fabricantes nacionais a reduzirem os preços, impulsionando ainda mais as vendas.

I n ad i m pl ê n c ia – Mesmo com o avanço expressivo do consumo, a inadimplência do ano medida pela ACSP permanece em um nível considerado bom, em 5%. Ao longo de 2010 os registros recebidos (carnês em atraso) tiveram ligeira alta de 0,3%, enquanto os registros cancelados (carnês quitados ou renegociados) registraram elevação de 8%. "O grande volume de crédito colocado no mercado foi diluído com a entrada de pelo menos 30 milhões de novos consumidores no mercado

nos últimos anos, o que ajudou a segurar a inadimplência", avaliou Solimeo. Além disso, o superintendente lembrou que grande parte do volume de crédito oferecido neste ano no mercado foi direcionado para a aquisição de veículos (40,7%), modalidade em grande parte respaldada por alienação fiduciária – o bem a ser financiado é tomado como garantia pelo credor caso o consumidor não cumpra com a dívida. Esse tipo de garantia, segundo Solimeo, também ajuda a conter a

inadimplência. O crédito consignado, que representou 28,3% da participação do volume de empréstimo no ano, também é seguro para o credor, uma vez que é debitado diretamente do salário do tomador. E xp e ct a ti v a – Para 2011, a ACSP espera desaceleração do consumo, levando à redução do ritmo de crescimento das vendas. A média da expansão das transações à vista e a prazo para 2011 fica entre 6,5% e 7%, respectivamente. Vale lembrar que o governo federal já come-

çou a emplacar medidas de contenção do consumo para evitar o avanço da inflação. Para Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), o avanço das vendas esperado para 2011 é positivo e dentro da realidade do País. "É preciso que o governo continue a vigilância sobre a inflação e sobre o crédito, que tem de ser liberado de maneira racional no mercado para evitar que a inadimplência não dispare entre as classes as-

cendentes", disse. "O próximo ano será bom para o varejo, embora não seja tão exuberante quanto este ano." Para 2011 se espera a elevação dos juros e o fim de incentivos fiscais, como a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns bens. A taxa básica de juros (Selic) projetada pela ACSP para o ano que vem é de 11,5%, ante os 10,75% que fecham 2010. Com relação ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2011, a expectativa é de 4,5%, ante os 7,5% deste ano.

Vendas mantêm alta, com sol ou chuva. Varejistas do Brás, da Rua João Cachoeira e do Bom Retiro comemoram movimento do consumo. Shopping centers também estão otimistas. Pablo de Souza/LUZ

Neide Martingo

A

pesar dos prejuízos trazidos pela chuva dos últimos dias ao comércio, os lojistas não têm reclamado. O resultado das vendas já está acima do que foi projetado para o mês de dezembro. Nos primeiros quinze dias deste mês, as vendas no bairro do Brás, um dos mais movimentados de São Paulo, tiveram crescimento de 7%, em relação a igual período de 2009. "Depois da queda no movimento registrado nos meses de julho, agosto, setembro e outubro, os consumidores se animaram e voltaram a comprar. O índice de alta, até agora, está acima da expectativa inicial, que era de no máximo 4%", afirmou o diretor da Associação de Lojistas do Brás (Alobrás), Jean Makdissi Junior. Segundo ele, o aumento será mantido para todo o mês de dezembro, se comparado à data do ano passado. "Mesmo com a chuva, que

atrapalha a mobilidade dos consumidores e as vendas, os negócios vão indo bem. As pessoas se endividaram com a aquisição de bens duráveis, como geladeiras e automóveis, e ficaram com a renda comprometida. Agora, com o pagamento do 13º salário, a vontade de consumir voltou com força total", detalhou o diretor. A região reúne aproximadamente 6 mil lojistas. Mais faturamento – Os cerca de 120 comerciantes da Rua João Cachoeira, zona sul de São Paulo, investiram R$ 90 mil para decorar os quatro quarteirões do local. E pelo jeito, valeu a pena. De acordo com a presidente da associação que reúne os empresários, Fátima Caffaro, o aumento no faturamento, na primeira quinzena de dezembro, chegou a 15%, em comparação aos primeiros 15 dias do mês em 2009. "A chuva atrapalha um pouco, mas os preços cobrados no local são, em média, 20% mais em conta do que os encontrados nos shoppings", observou Fátima.

O investimento feito pelos lojistas da Rua João Cachoeira tem se refletido no aumento das vendas

Também no Bom Retiro a chuva não tem interferido na movimentação do varejo. "A rua continua lotada – os consumidores não perdem tempo, vêm de guarda-chuva", disse a secretária-geral da Câmara de

Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, Kelly Cristina Lopes. "A expectativa era de que o crescimento nas vendas, na primeira quinzena de dezembro, fosse de aproximadamente 10%. A projeção se tor-

nou realidade. E para todo o período de Natal, a alta no faturamento poderá chegar a 12%, em relação à data de 2009. Os consumidores aproveitam também a semana que antecede o Ano Novo para

comprar", afirmou Kelly. "As peças de vestuário são as preferidas para dar de presente, em razão do valor – que cabe no orçamento", completou. Centros de compras – Os lojistas de shopping centers esperam que as vendas sejam 12% maiores neste Natal. A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) estima que o tíquete médio dos consumidores neste final de ano fique entre R$ 80 e R$ 110. Entre os produtos mais cobiçados, os de perfumaria e cosméticos aparecem em primeiro lugar, com 17%. Em seguida vêm livros, CDs e DVDs, com 14%, assim como eletroeletrônicos; brinquedos, com 13%; supermercados, com 11%; vestuário masculino e feminino, com 10%; e calçados, moda esportiva, assim como joalherias e relojoarias, com 9%. Por último vem o segmento de móveis e decoração, com 8%. Os 725 centros ativos no Brasil investiram R$ 420 milhões neste ano em decoração – o que representa um aumento de 5% em relação ao Natal passado.


18 -.ECONOMIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vinhos enfrentam a concorrência dos importados Cristiane Passarin, presidente do Sindivinho

conomia Luludi/LUZ

Renato Carbonari Ibelli

O

Mercado aposta em expansão de 35% nas vendas de cerveja, carro-chefe do setor, entre os meses de dezembro e fevereiro.

Indústria de cerveja espera crescer 15% Varejo também acredita que festas e verão devem estimular o consumo de bebidas alcoólicas

Brasileiro come mal em casa, diz IBGE.

O

brasileiro está comendo mal em casa. As frutas e verduras, que deveriam corresponder a uma proporção entre 9% e 12% das calorias diárias ingeridas, representam 2,8%. Já os alimentos essencialmente calóricos (óleos e gorduras vegetais, gordura animal, açúcar de mesa e refrigerantes), atingem 28% da caloria consumida. Entre os 20% mais ricos, o consumo desses alimentos ultrapassa a proporção recomendada por nutricionistas, que é de 30%, e essa porcentagem alcança 31,8%. Os dados fazem parte do levantamento Avaliação Nutricional da Disponibilidade Domiciliar de Alimentos no Brasil, feito por pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009. Comparando-se com a POF anterior, de 20022003, a despesa com alimentação fora de casa saltou de 24,1% para 31,1%, crescimento de sete pontos percentuais. Entre uma pesquisa e outra, a disponibilidade média per capita de alimentos passou de 1.791 calorias diárias para 1.611 calorias diárias, mas a diferença pode ser atribuída à troca de alimentos consumidos fora do domicílio. Segundo o trabalho, o brasileiro diminuiu drasticamente a compra de itens básicos, como arroz, feijão e açúcar, em

sua alimentação. De 1975 para 2009, o arroz teve redução de 60% na quantidade anual per capita adquirida – de 31,6 quilos para 12,6 quilos, quando se analisa as regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Brasília. A aquisição do feijão para consumo em casa caiu de 14,7 quilos anuais para 7,4 quilos (redução de 49%). Já o açúcar caiu de 15,8 quilos para 3,3 quilos (menos 79%). O refrigerante de guaraná subiu de 1,3 quilos anuais para 6 quilos. Essa comparação histórica é possível porque são levados em consideração dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (19741975). Comparações com pesquisas mais recentes mostram que essa queda se acentuou mais recentemente. De 2002-2003 para 20082009, a aquisição anual de arroz polido caiu 40,5%, a de feijão, 26,4% e a aquisição do açúcar refinado, 48,3%. Nesse mesmo período, subiu o consumo de alimentos preparados e misturas industriais (o que não era computado no Estudo Nacional dos anos 1970). Hoje a média nacional está em 3,5 quilos anuais, alcançando 8,3 quilos entre os 20% mais ricos. Entre os 20% mais pobres, o consumo desse tipo de alimento corresponde a 2,1% das calorias consumidas diariamente. Já entre os 20% mais ricos, as refeições prontas correspondem a 8,3% das calorias ingeridas.

mantes nessa conta. À despeito do otimismo no varejo, os fabricantes de vinhos não acreditam em resultados tão expressivos. Segundo Cristiane Passarin, presidente do Sindicato da Indús-

tria do Vinho do Estado Rio Grande do Sul (SindivinhoRS), os números de 2010 não serão tão destacados dos resultados do ano passado, tanto para as vendas de final de ano quanto para as do acumu-

lado. Conforme suas projeções, o setor venderá 240 milhões de litros de vinhos – finos e de mesa – em 2010, resultado igual ao do ano passado. Segundo Cristiane, as vinícolas enfrentam problemas

DISTRITAL SÃO MIGUEL

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NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS

DC

Pão de Açúcar estima avanço de 15% nas vendas nesse final de ano. Esse mesmo percentual de crescimento para as vendas de vinhos é esperado pela rede de hipermercados Carrefour, que inclui os espu-

(11) 2297-5060 antonioabrao@terra.com.br Av. Tenente Laudelino do Amaral, 116 Vl. Jacuí - São Miguel Pta. - São Paulo/SP R

DC

consumo de bebidas alcoólicas ganha impulso agora no final do ano. Com o estímulo das festas e do calor, as vendas de cerveja, carro-chefe desse segmento, devem crescer 15% entre dezembro e fevereiro, na comparação com igual período do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). No varejo, as projeções são ainda mais otimistas, com expectativa de expansão de até 35% para cerveja. Já no caso dos vinhos, as perspectivas são mais modestas, resultado da concorrência com os importados, que ganham espaço no País por causa do dólar baixo. O final de ano e as férias (dezembro a fevereiro) representam um terço das vendas de cerveja no País. Os negócios concretizados no período acabam refletindo o resultado do ano. O crescimento esperado nas vendas do setor em 2010 é de 14%, totalizando 12,3 bilhões de litros comercializados no mercado ao longo do ano. De acordo com o Sindicerv, para acompanhar a demanda aquecida os fabricantes do setor investirão até R$ 8 bilhões em novas fábricas e na ampliação de unidades já existentes. Esse valor supera em R$ 2 bilhões o investido em 2010. O Grupo Pão de Açúcar espera crescimento de 35% nas vendas de cervejas nacionais, e o mesmo percentual de alta para as importadas, em dezembro, na comparação com igual mês do ano passado. No caso das chamadas cervejas especiais, o grupo destaca um crescimento esperado de 100%. Quanto aos vinhos, o Grupo

com os importados. Com o dólar fraco, os vinhos finos nacionais vêm perdendo espaço para os importados, sendo que hoje é possível encontrar produtos chilenos e argentinos por preços menores que os nacionais. Além disso, a expansão das cervejas especiais – que hoje representam 5% das vendas de cervejas no País – também rouba espaço dos vinhos. finos. Quanto aos vinhos de mesa, que representam 90% das vendas do setor no mercado nacional, estes vêm perdendo espaço para as chamadas sangrias (bebidas que levam ao menos 50% de vinho), segundo a presidente do Sindivinho-RS. A boa notícia é esperada para os espumantes, para os quais estima-se crescimento de 20% nas vendas em relação ao ano passado, chegando a 13 milhões de litros negociados. Esse mesmo percentual de crescimento é esperado para as vendas de espumantes no final de ano. "A boa qualidade do espumante nacional, que hoje é reconhecido mundialmente, fez o consumidor brasileiro se interessar pelo produto", diz Cristiane. Os fabricantes de vinho t e n t a m re v e r t e r e s s a f a s e ruim ampliando as ações de marketing. Segundo Cristiane, nos últimos anos, o setor direciona R$ 3 milhões para propaganda, sendo que o governo arca com 25% desse montante por meio de renúncias fiscais concedidas aos fabricantes. "Queremos aumentar esse percentual do governo para 50%, até porque, legalmente, esse percentual pode chegar a 75%", diz. "Além disso, estamos tentando modernizar o setor", complementa a presidente do Sindivinho-RS.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

e Câmbio prejudica novas contratações Está se forjando um consenso no Brasil de que juros sozinhos não resolvem o problema. Octávio de Barros, do Bradesco

conomia

Real valorizado e efeitos sazonais fazem dados de novos empregos em novembro caírem para menor número do ano

P

ela primeira vez no ano, em novembro, o mercado do trabalho sentiu o impacto da valorização cambial do real frente ao dólar. Com a melhora dos salários e o barateamento de produtos importados, os brasileiros estão optando por comprar mercadorias que vêm de fora neste final de ano e isso reflete em produção menor das empresas brasileiras e, consequentemente, em um número inferior de contratações. A avaliação é do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, ao divulgar ontem o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Além da valorização do real, efeitos sazonais – entressafra e período de chuvas – fizeram com que o número de contratações formais líquidas registrasse em novembro o menor nível do ano. Foram criados 138.247 empregos, o que representa incremento de 0,39% do estoque de assalariados com carteira assinada em relação ao o mês anterior. Na comparação entre meses

de novembro, o País registrou o segundo melhor número de empregos formais. Com isso, no acumulado de janeiro a novembro, as contratações líquidas somaram 2,544 milhões. O melhor resultado para meses de novembro foi em 2009, com a geração de 246.695 postos formais. Mas o ministro lembrou que esse resultado foi decorrente da recuperação de empregos, com o fim da crise financeira internacional. "Isso é a fotografia do momento. Não estou culpando o dólar pela redução de empregos. Estou dizendo que foi um dos fatores que influenciaram", frisou o ministro. Para Lupi, o dólar não deve influenciar negativamente as contratações do próximo ano. O governo, segundo o ministro, tem vários instrumentos para impedir que isso aconteça, como adotar uma sobretaxa no importado ou criar isenções de tributos na compra de produtos nacionais. Apesar de o ministro comemorar a meta cumprida para o ano de 2,5 milhões de empre-

Elza Fiúza/ABr

Não estou culpando o dólar pela redução de empregos. Estou dizendo que foi um dos fatores que influenciaram. CARLOS LUPI, MINISTRO DO TRABALHO

Ministro Carlos Lupi diz que meta de 2,5 milhões de contratações formais neste ano já foi cumprida

gos formais líquidos, isso só foi possível com a incorporação dos dados da RAIS (que considera empresas que entregaram informações sobre empregos com atraso e tam-

bém servidores públicos). O acumulado deve cair em dezembro, devido às demissões de temporários. A previsão de Lupi é que as demissões líquidas em dezembro fiquem

abaixo da média histórica de 300 mil. Mas o ministro manteve a estimativa de criação de 3 milhões de postos de trabalho formais em 2011. Ele acredita que a desacele-

ração da economia não deve impactar fortemente o mercado de trabalho porque parte do efeito negativo deve ser compensada pela aceleração nas obras públicas. (AE)

Celso Junior/ AE

Ata do Copom não descarta medidas mais enérgicas

O

Aluguel residencial pressionou índice, ao lado dos alimentos, levando o resultado do ano para 11,6%.

Último IGP-10 de 2010 bate recorde de seis anos

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inflação medida pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) atingiu em 2010 o maior patamar dos últimos seis anos. Pressionada por alimentos com maior valor no atacado e no varejo, o indicador finalizou o ano com alta de 11,16%, bem acima da taxa de 2009, que encerrou em deflação (-1,68%). Na margem, o indicador também avançou, saltando de 1,16% para 1,27% de novembro para dezembro, da mesma forma devido a alimentos mais valorizados, segundo informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Responsável pelo cálculo do indicador, o coordenador de Análises Econômicas da fundação, Salomão Quadros, não descartou novas

ondas de aumentos de preços nos alimentos para 2011. O atacado, que representa 60% do IGP-10, foi o setor que mais contribuiu para o avanço do índice em 2010. A inflação atacadista encerrou o ano acima da média, com alta de 13,73% em 2010, também a mais forte elevação anual desde 2004, e em trajetória oposta à deflação de 4,36% apurada em 2009. O grande destaque entre as altas no atacado foram as matérias-primas agropecuárias – e, em especial, as commodities agrícolas. A continuidade no aumento da demanda internacional por commodities agrícolas, que se intensificou no segundo semestre, é um dos fatores da alta de preços no mercado

brasileiro, visto que o aumento da oferta interna não acompanha o ritmo das demandas nacional e internacional. "Não conseguimos dar grandes saltos na oferta como conseguimos na demanda", avaliou o especialista da FGV. Entre os fatores internos, Quadros citou várias adversidades climáticas. Na avaliação do técnico, não há sinais visíveis de que possa ocorrer um recuo na demanda internacional por commodities, principalmente no setor agrícola. "No longo prazo, eu não vejo muita calmaria no mercado de commodities em 2011", avaliou. No curto prazo, porém, pode ocorrer uma suavização nos preços das matérias-primas agropecuárias no atacado, na avaliação de Quadros. A opinião é compartilhada pelos analistas da consultoria Tendências, Gian Barbosa e Thiago Curado, que preveem avanços menos intensos na inflação agrícola no atacado para as taxas de dezembro dos Índices Gerais de Preços (IGPs), como o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) e o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M). O comportamento dos preços agrícolas no atacado foi fundamental para compor a inflação varejista apurada pelo IGP-10, que finalizou o ano com taxa de 5,83%, a mais elevada desde 2008 (6,05%). As maiores altas individuais de preços no varejo vieram de alcatra, açúcar refinado, aluguel residencial, carne moída e contrafilé. (AE)

Banco Central (BC) avalia que as medidas anunciadas há duas semanas para segurar o aumento do crédito ao consumo podem ser seguidas de um aumento da taxa básica de juros para segurar a inflação. A informação faz parte da ata da reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom) da semana passada, quando a instituição manteve a taxa básica (Selic) em 10,75% ao ano, patamar em que está desde julho. No documento, embora a autoridade reconheça que outras ações de política mac r o e c o n ô m i c a p o d e m i nfluenciar a trajetória dos preços, o BC reafirma a visão de que cabe especificamente à política monetária "manterse especialmente vigilante" para segurar a inflação. Há duas semanas, o banco anunciou o aumento do com-

pulsório (dinheiro dos bancos que fica depositado no BC) para tirar R$ 61 bilhões da economia e restringiu financiamentos ao consumo com prazo superior a 24 meses. Na ata, o BC diz que há expectativa de moderação no ritmo de expansão do crédito devido a essas medidas, mas que elas não podem ser vistas como "substitutos perfeitos" de uma alta dos juros. O BC afirma que recuou a probabilidade de que se observe alguma influência desinflacionária do ambiente externo sobre a inflação doméstica. Avalia também que as perspectivas para a evolução da atividade econômica doméstica continuam favoráveis e que a expansão da oferta de crédito tende a persistir, embora em ritmo mais moderado, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas. De acordo com o BC, desde

a penúltima reunião (setembro) do Copom, a inflação foi "forte e negativamente" influenciada pelos preços de alimentos, que, em parte, repercutiu choques de oferta domésticos e externos. "Cumpre destacar a persistência do descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda", reporta a ata. Os diretores do BC observam, porém, que os aumentos de juros adotados em meados deste ano, até julho, "ainda não foram integralmente transmitidos à dinâmica dos preços". Ou seja, a economia ainda reflete a taxa de juros adotada há um semestre. Considerando o cenário mais pessimista para a inflação, o Comitê relata que "identifica riscos para a concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta". (Folhapress)

Bradesco duvida de alta de juros em janeiro

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esmo inferindo que o diagnóstico da ata da reunião de dezembro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sugere elevação da taxa de juros complementar às medidas macroprudenciais divulgadas recentemente, se necessário, o diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octávio de Barros, trabalha com 60% de chances de a Selic permanecer estável em 2011. "Em nossa leitura prevalece a expectativa de que os juros fiquem estáveis em 2011 ou que haja uma pequena elevação a partir de março (125 pontos base), cenário ao qual atribuímos 40% de probabilidade. Em outras palavras, se o BC optar por iniciar um ciclo de aumento de juros, esse processo começaria em março e não em janeiro", afirma Barros. Na leitura que fez da ata, o diretor do Bradesco diz ter detectado preocupações do Copom

com a inflação corrente e com os efeitos secundários associados ao choque de alimentos observado recentemente. "Complementarmente, o Copom avaliou também que o cenário global é menos desinflacionário do que se antecipava e que a economia brasileira segue em um ambiente de descompasso entre a oferta e a demanda, contribuindo, portanto, para que os riscos à concretização de um cenário de convergência da inflação brasileira às metas tenha se elevado", analisa Barros. Para ele, apesar dessa deterioração no balanço de riscos, o BC espera que sejam tomadas ações de política fiscal e parafiscal e avaliou que as medidas macroprudenciais tomadas recentemente devem cumprir um papel equivalente a um aperto da política monetária. "Em resumo, me parece uma ata coerente com um BC que, temporariamente, concede o benefício da

dúvida ao ajuste fiscal a ser apresentado pelo novo governo e à maturação dos efeitos das medidas complementares na área de crédito", afirma. "Se julgarem pertinente aumentar juros, o fariam a partir de março, muito possivelmente, com a cumplicidade e apoio retórico do Ministério da Fazenda." Estendendo a análise, Barros disse que não acredita na continuidade das tensões entre Fazenda e Banco Central. "Tenho a intuição de que, no governo Dilma, o Executivo estará mais engajado no tema da estabilidade, ajudando mais concretamente o BC." "Está se forjando um consenso no Brasil de que juros sozinhos não resolvem o problema. Um novo mix de política econômica deverá ser implementado. Mas, no curto prazo, acho que aumento de juros em janeiro está ficando cada vez mais fora do radar" acrescentou o diretor do Bradesco. (AE)


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e Melhor ano da história da construção

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Nós vamos fechar o ano com 900 mil unidades contratadas em execução. Paulo Safady Simão, da CBIC

conomia

No mais positivo dos últimos 24 anos, riqueza do setor deve crescer 11%, acima dos 9% que eram previstos no primeiro semestre. Foram gerados 340 mil empregos.

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Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic) divulgou ontem que o setor registrou o melhor momento da história em 2010. O Produto Interno Bruto (PIB) do setor da construção civil deve crescer 11% em 2010, acima da previsão feita pela entidade no início do ano, de crescimento de 9%. O resultado é considerado o melhor dos últimos 24 anos. Segundo relatório da Cbic, a opção de utilizar a construção civil para "alavancar o desenvolvimento tem importante destaque do ponto de vista socioeconômico, no enfrentamento do déficit habitacional e na superação dos

gargalos na infraestrutura". O setor gerou 340 mil empregos formais em todo o País só nos primeiros dez meses do ano, contribuindo, segundo a entidade, para o nível de 2,6 milhões de postos gerados no País até novembro. Outro destaque foi o crédito imobiliário em expansão que, só com recursos da caderneta de poupança, pode ultrapassar a soma de R$ 50 bilhões. O presidente da Cbic, Paulo Safady Simão, destacou os estímulos do governo para o programa Minha Casa, Minha Vida. "Nós vamos fechar o ano com 900 mil unidades contratadas em execução. E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou mais 2 mi-

lhões de unidades. Não é à toa o nosso otimismo." A indústria da construção civil, com nível de utilização da capacidade instalada em 87%, também se comportou bem neste ano, na opinião de Simão. Entre os desafios que o setor precisa enfrentar, foram destacadas a necessidade de aumento dos investimentos em inovação e produtividade; a sustentabilidade dos negócios, com a produção de edificações inteligentes e ambientalmente corretas; e a escassez e o alto custo de terrenos nos grandes centros urbanos. "Nem tudo são rosas e sabemos que temos gargalos e dificuldades. Mas isso faz parte do dia a dia', disse Simão. (ABr)

Vendas de imóveis ficam estáveis A s vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo somaram 3.034 unidades em outubro, aumento de 22,8% em relação a igual mês de 2009, segundo levantamento do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) divulgado ontem. Na comparação com o mês de setembro, o volume de vendas do setor avançou 8,9%. Em setembro, foram comercializadas 2.785 unidades novas. Já de janeiro a outubro, as vendas de imóveis estão praticamente estáveis ante igual intervalo de 2009, com ligeira alta de 0,3%, equivalente a 27.639 unidades. Em outubro, os imóveis com dois dormitórios lideraram as vendas, respondendo por 46,7% do total, seguidos pelas unidades de três dormitórios. Assim, 83% das vendas no mês se concentraram no mercado de dois e três quartos.

Em valores, o volume de vendas está acumulado em R$ 10,9 bilhões, montante 23,6% superior ao dos dez primeiros meses de 2009. A velocidade de vendas, medida pela relação de vendas sobre oferta, ficou em 23,5% em outubro, abaixo dos 26,4% no mês anterior, mas acima do ritmo apurado de 18,1% um ano antes. Foram lançadas no mercado 5.143 unidades em outubro, avanço de 104,3% na comparação anual e de 77,7% sobre setembro. De janeiro a outubro, os lançamentos somaram 25.818 unidades, acima das 20.970 lançadas em igual período de 2009. A entidade projeta fechar o ano com estabilidade ante 2009, sendo comercializados entre 35 mil e 36 mil imóveis, enquanto os lançamentos devem ser de 33 mil a 34 mil. (Reuters)

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

e Unica quer apelar à OMC

É chegado o momento para que a OMC resolva a questão, à luz do direito internacional e de medidas cabíveis. Marcos Jank, presidente da Unica

conomia

Cade encerra ano com balanço positivo

Entidade critica a decisão dos Estados Unidos de prorrogar a tarifa sobre o etanol importado

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presidente da União da Indústria de Cana-deAçúcar (Unica), Marcos Jank, criticou, ontem, a decisão do Senado dos Estados Unidos de aprovar a manutenção, ao menos até o fim de 2011, da tarifa de US$ 0,54 por galão (3,17 litros) de etanol importado e os subsídios estimados em US$ 6 bilhões à indústria norte-americana de álcool. O executivo avaliou que a decisão aponta para o fim do diálogo com o governo norte-americano e definiu que a questão será levada à Organização Mundial do Comércio (OMC). "É chegado o momento para que a OMC resolva a questão, à luz do direito internacional e de

54 centavos de dólar por galão é a taxa cobrada pelos nor te-americanos para o álcool impor tado

medidas cabíveis", informou. As medidas protecionistas para o etanol norte-americano estão na lei de corte de impostos de US$ 858 bilhões, origina-

d a n o g o v e r n o d e G e o rg e Bush, e agora prorrogada por 81 votos a favor e 19 contra. A decisão deve ser ratificada pela Câmara dos Deputados. "Como afirmamos anteriormente, a Unica discutirá com o governo brasileiro o início de um processo legal na OMC, já que foram exauridas todas as opções para resolvermos nossas diferenças por meio do diálogo bilateral e dentro do processo legislativo dos Estados Unidos", ratificou. Segundo o presidente da entidade, vários apelos foram feitos nos EUA pelo corte dos subsídios, o que não sensibilizou os parlamentares americanos. "Por 30 anos, eles têm subsidiado os produtores de etanol de

O

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apresentou balanço positivo das atividades de 2010. O órgão realizou julgamentos de 743 processos entre atos de concentração, processos administrativos e outros casos, um aumento de 38% em relação a 2009. Os números foram apresentados pelo presidente interino do Cade, Fernando Furlan. Neste ano, 810 novos processos foram distribuídos entre os conselheiros, um aumento de 47% em relação a 2009. Os dados referem-se ao período entre 1 de janeiro e 14 de dezembro de 2010. Dados da sessão do dia 15 de

milho e mantido barreiras comerciais sobre o produto importado com tarifas. Nos últimos três anos, a Unica tem procurado dialogar com diversas entidades públicas e privadas dos EUA, em um esforço pela revisão da política vigente, buscando reduzir as distorções comerciais causadas pelo protecionismo e evitar conflitos comerciais", informa. Jank lembra ainda que "após não ter obtido sucesso por duas vezes – primeiro com a proposta de legislação agrícola de 2008, durante a administração Bush, e agora, está claro que os EUA não estão comprometidos com um comércio livre envolvendo energias limpas." (AE)

dezembro não foram incluídos nas estatísticas. O Cade informa que a maior parte dos casos tratou de fusões e aquisições. Um total de 640 deles eram relativos a atos de concentração, sendo que destes, 573 foram aprovados sem restrições, 1 foi reprovado e 25 receberam alguma restrição. Os 41 casos restantes são de não-conhecimento ou desistência das partes. O único caso reprovado foi o pedido da Polimix para a aquisição de ativos da Tupi, relacionados a prestação de serviços de concretagem em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nessa operação, o Cade determinou que a Polimix devolva à Tupi todos os ativos adquiridos. (AE)

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Abitrigo pretende levar uma proposta ao governo federal para aumentar o consumo do cereal

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Fotos: Divulgação

MAMA MIA, É NATAL!

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undada em 1926 por João Ce- tas mulheres dessas classes. "3, 2,1, Cereser. De comemoração a reser, a empresa sediada em Jundiaí tornou-se sinônimo gente entende" é o slogan da campade espumante popular no Brasil. Li- nha em uma clara referência à contadera as vendas de fim de ano com a gem regressiva que antecede o essua popular Sidra, quando 80% da touro da bebida, especialmente na produção anual do produto deixa o virada de ano. O imigrante italiano Santo Cereser município do interior paulista para os todos os lugares do País, em especial desembarcou no Brasil em 1886. Dois os lares das classes C, D e E, emergen- anos depois com mulher e filhos inites no consumo e, agora, alvo de di- ciou o cultivo de uvas Niagara, aqueversas ações empresariais. Réveillon las também populares nas mesas nasem Cereser é como torcida do Corin- talinas. Assim, garantiu o sustento da prole, entre os quais o filho Humberthians, sem a Gaviões da Fiel. Esses consumidores que sempre to, pai de João, que fundaria a empregarantiram as vendas da Cereser são sa agora líder de espumantes. contemplados todos os anos com campanhas que revigoram o seu jeito de ser e agir. Por isso, a agência NaMosca escalou a ex-BBB Irís Stephanelli, a popular "Siri", como garota-propaganda das ações desse fim de ano. A agência explica que escalou a agora apresentadora de TV Fama, da Rede TV!, por essa se identificar com o público-alvo da sidra, que são "Siri" para reforçar vendas da sidra mulheres de 24 a 39 anos. O levantamento feito pela NaMosca chegou à conclusão que a exNão é a única história de empreBBB está associada à imagem de mu- sa de descendentes de italianos lher de caráter, batalhadora, vitorio- que participam das mesas brasileisa. Iris, antes de ser escalada para pro- ras de Natal. A Bauducco é outra. O grama global que faz a alegria das italiano Carlo Bauducco desembarclasses C, D e E, atuava em Uberlân- cou no Brasil em 1948 para cobrar dia, Minas Gerais, como sacoleira, da- uma dívida de venda de máquina quelas que fazem compras no Para- de torrefação. Recebeu parte do diguai para vender no mercado ambu- nheiro e decidiu não regressar a Tulante e de porta a porta, perfil de mui- rim, mas produzir aqui panetones

de olho na grande comunidade italiana. Atualmente, a empresa criada por ele é líder de mercado e, como a Cereser, tornou-se sinônimo de festas de fim de ano. Na publicidade, a Bauducco mira no público de mais alta renda, mas as classes C, D e E também compram da mesma forma que engrossam as vendas do premium Omo. Maria de Lourdes da Silva, faxineira no bairro de Higienópolis e moradora do popularíssimo Campo Limpo, tem uma explicação simples: "Não posso errar. Compro o que é melhor para não comprar duas vezes'. E também não dispensa a Sidra Cereser nem o garrafão do vinho tinto Sangue de Boi, quando chegam as festas. São produtos de memória afetiva, de tempos duros e nem se tivesse muito dinheiro, Maria de Lourdes trocaria seu aparelho de celular chinês parecido com o iPhone por um de verdade, da Apple. "Com um dinheirão desses, eu iria, com meu filho, para Porto Seguro, comer do bom e do melhor por uma semana". As empresas ainda precisam, é claro, conhecer mais esse mercado das classes C, D e E, de onde veio a garotapropaganda da Cereser, a 'Siri", que andou para frente. Feliz Natal a todos! Época que os descendentes de Cereser e Bauducco ganham muito dinheiro, assim como os italianos da Ceratti, mas aí já são outras histórias de sucesso da 'Pauliceia'.

FIUK AVANÇA desodorante Avanço Mob chega ao mercado com quatro versões inspiradas em diferentes tribos. O Avanço Mob Ink é para os irreverentes, que gostam de quebrar regras e preconceitos e chamam a atenção pelas tatuagens espalhadas pelo corpo. Já o Avanço Mob Wall é para os grafiteiros e artistas que têm intimidade com a arte de desenhar. O Avanço Mob Style é para aqueles que têm estilo e curtem a noite na companhia de amigos, enquanto o Avanço Mob Nitro é a dos originais, que customizam seus objetos pessoais, de forma a torná-los únicos. Fiuk, estrela da festa de lançamento do produto, de que tribo é? Não importa, tem fama e um séquito de seguidores querendo despertar nas meninas os mesmos suspiros das que o rodeiam ao som do pai, Fábio Jr.

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DESODORANTE para várias tribos

DELL ANNO: aliando moda e móveis.

BELA MOBÍLIA s tendências da moda estão presentes em todas as criações da Dell Anno, empresa de móveis planejados. É por isso que a marca terá mais uma supermodel brasileira de sucesso internacional em sua nova campanha. Depois de Isabeli Fontana, em 2009, e Alessandra Ambrósio, em 2010,

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Carol Trentini foi eleita para personificar o estilo da Dell Anno em 2011. "Os móveis são pensados para vestir a casa, em um misto de moda e arquitetura que se traduz em ambientes que representem a extensão da personalidade. A moda tem influência direta nos lançamentos da marca", afirma

Edson Busin, gerente de marketing da Dell Anno. A top foi fotografada em São Paulo por Gui Paganini no cenário de um luxuoso loft, criado especialmente com móveis Dell Anno para uma pessoa habituada a conviver nas maiores cidades do mundo.

CERVEJA PARA BRINDAR Stella Artois, uma das cervejas mais apreciadas em todo o mundo, com 500 anos de tradição, traz ao Brasil uma novidade: uma garrafa para celebrar as festas de fim de ano. O produto, importado da Bélgica, será comercializado em edição especial em pontos selecionados de São Paulo, a partir da próxima semana. Em formato similar ao de uma garrafa de champanhe, a bebida pode ser encontrada em embalagens individuais de 750 ml e em caixa com seis garrafas. A embalagem especial faz parte de uma ação global e está sendo lançada em vários países do mundo como Estados Unidos, Reino Unido, Bélgica, Argentina, Rússia, Canadá, entre outros. A edição comemorativa de Stella Artois celebra a história da marca, criada em 1366, em Leuven (Bélgica), especialmente para brindar as festas natalinas. Para o fim de ano, também foi desenvolvida uma ação diferenciada no site da marca (www.stellaartois.com), onde o consumidor pode enviar um cartão musical customizado para família e amigos.

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PEUGEOT 207 para futuros universitários

NA LOUSA agência Loducca criou ação publicitária inusitada para a Peugeot nas salas mais lotadas desse fim de ano, as dos cursinhos pré-vestibulares. Ao chegarem nas classes, em São Paulo, os alunos eram surpreendidos por uma ilustração de um Peugeot 207 na lousa, com títulos como: "Eles vão raspar sua cabeça, pintar seu rosto e pôr uma saia. É, voltar pra casa de ônibus, não é uma opção." "Geneticamente falando, um Peugeot 207 pode transformar seu "aa" em "AA". "Se você está interessado em humanas, aqui cabem quatro confortavelmente", entre outros. A ação foi filmada e promete gargalhadas em redes sociais.

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Envie informações para essa coluna para o email: carlosfranco@revistapublicitta. com.br

Mais trigo na mesa do brasileiro Giseli Cabrini

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Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) deseja mais do que ampliar o consumo do cereal no País. A prioridade para 2011 é tornar o trigo um elemento indispensável para a nutrição da população brasileira a partir da inclusão do grão e derivados em programas governamentais como merenda escolar. A campanha está em fase de formatação. Investimentos e o nome da ação, por exemplo, ainda não foram definidos. "Fizemos um levantamento de programas de nutrição em outros países como Cuba e Equador e esperamos nos primeiros meses do próximo ano levar

uma proposta ao governo", disse o presidente da Abitrigo, embaixador Sérgio Amaral. Ainda segundo ele, o projeto envolve uma parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e com o nutricionista Mauro Fisberg. O consumo per capita de trigo cresce de 2,5% a 3% ao ano. Em 2009, esse índice era de 48,83 quilos por habitante. Na avaliação de Amaral, o aumento de consumo atrelado à melhoria do grão produzido no Brasil beneficiam a cadeia – produtores e moinhos – e o poder público. "A população está com um poder aquisitivo mais alto e interessada em produtos mais diversificados. No caso do governo, ele não vai mais precisar ser obrigado a comprar um trigo de qualidade in-

ferior que ninguém deseja." Em virtude da melhoria da qualidade, segundo o presidente da Abitrigo, tudo indica que o cereal nacional irá prevalecer no abastecimento dos moinhos. Porém, vale destacar que embora a safra brasileira na temporada 2010/11 seja de 5,6 milhões de toneladas (maior do que a anterior de 5,4 milhões de toneladas) o consumo é de cerca de 9 milhões de toneladas. "O trigo importado é mais para complementar do que para substituir o nosso. A ordem de fornecedores externos para o ano que vem deve ser o Mercosul – Argentina, Uruguai e Paraguai – e depois terceiros mercados." Dentro dessa avaliação, o executivo classificou como prematura e temerária a deci-

são de entidades da região Sul de encaminhar nesta semana ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o documento técnico "Propostas do Setor Produtivo para as Culturas de Inverno". Entre elas, está a proibição de importar trigo e derivados durante os meses de comercialização do produto nacional, entre 1 de setembro e 31 de janeiro. "É um pouco arriscado fazer uma coisa dessas, uma vez que os preços do trigo no mercado internacional estão em alta devido a problemas climáticos na safra passada argentina e atualmente presentes na Rússia e Austrália." De julho a dezembro houve avanços de, respectivamente, 25% no trigo argentino e de 47% no norte-americano.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

e Mercosul quer fim de barreiras

A consolidação do Mercosul como união aduaneira foi apoiada por todos. Chanceler Celso Amorim

conomia

Em reunião do Conselho de Mercado Comum, ministros antecipam conclusão do processo.

O

s ministros das Relações Exteriores do Mercosul decidiram ontem, na reunião do Conselho do Mercado Comum, realizada em Foz do Iguaçu (PR), antecipar em quatro anos, de 2015 para 2011, a conclusão do processo de identificação das barreiras ao livre comércio de serviços dentro do bloco. Com isso, os integrantes do bloco podem iniciar o processo de eliminação das barreiras

de maneira a alcançar, em mais breve prazo, a livre circulação de serviços prevista no Tratado de Assunção. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, destacou a importância da assinatura dos acordos não apenas entre os países do Mercosul, mas também com outras nações, lembrando do tratado assinado com Cuba. Segundo Amorim, o acordo com Cuba refere-se a consultas políticas e, se possível, transformar o

ECONOMIA/LEGAIS - 25

Evaristo Sá/AFP Photo

Ministros e representantes dos países do bloco anunciaram intenção de integrar cadastros de previdência social e trabalhista

país em membro associado do Mercosul no futuro. Ele assegurou que não há convite para Cuba se tornar membro permanente do bloco. Em relação à entrada da Venezuela, que depende de aprovação do Paraguai, Amorim disse que acredita que os problemas, que classificou como "normais" e "parte da democracia", serão vencidos ainda no primeiro semestre de 2011. S uc e s so r – Na reunião de ontem, o novo ministro das Re-

lações Exteriores, Antônio Patriota, agradeceu o apoio dos integrantes do bloco à sua nomeação. Ele confirmou a disposição do novo governo de prosseguir os compromissos assumidos com o Mercosul. O embaixador Antônio Ferreira Simões, subsecretário geral de América do Sul e Caribe do Itamaraty, falou da importância da consolidação da união aduaneira e avisou que os governos dos países estão trabalhando também para me-

lhorar a vida das pessoas por meio de uma série de medidas. Estão em estudo a facilitação do reconhecimento de diplomas, de integração de cadastros de previdência social e trabalhista, e a criação de um espaço comum de livre circulação de pessoas no Mercosul. Oriente Médio – O funcionário do governo argentino Luis Kreckler disse a jornalistas que o Mercosul abriu conversações para acordos de livre comércio com a Síria e a

Autoridade Nacional Palestina. Segundo ele, representantes dos países do Mercosul assinaram ontem acordos formais para a abertura dessas conversações. Os tratados se seguem ao reconhecimento de um Estado palestino por Brasil, Argentina e Uruguai. EUA e Israel manifestaram sua contrariedade a essa posição, embora ela seja consistente com as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU). (AE)

Enrique Marcarian/Reuters

Amorim comemora negociações

O

ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, comemorou o estabelecimento de cronogramas de eliminações de exceções às tarifas externas comuns no Mercosul em dez anos. "Nós sabemos que isso não é uma coisa simples porque ao eliminar exceções precisamos de medidas compensatórias e tem de haver prazos, mas isso será feito", afirmou logo após participar da reunião do Conselho do Mercado Comum. "O entendimento de que é necessário consolidar o Mercosul como união aduaneira passou para todos os países

de uma forma muito clara e foi apoiado por todos, com o estabelecimento do prazo de dez anos para ser completado", comentou Amorim. O ministro reconheceu dificuldades para que sejam eliminadas as exceções tarifárias, mas ressalvou que "os países que fazem parte da união aduaneira têm mais a ganhar do que aqueles que têm exceções à união aduaneira". Ele destacou a necessidade de adoção de políticas industriais, de integração industrial durante todo esse processo e lembrou que hoje foram assinados acordos nesse sentido. "Era uma coisa totalmente absurda que nós negociássemos com a

PF investiga banco

A

Ministro destacou necessidade depolíticas industriais comuns

União Europeia e quase negociamos na Área de Livre Comércio das Américas (Alca) acordos que têm mais profundidade do que os acordos que existem entre nós. Então houve decisão importante de antecipar todas as listas de restrições e garantir

que não serão criadas novas." Para o ministro, "é claro que ainda vai se levar uns três ou quatro anos para se completar isso tudo, mas vai ser feito". Contudo, ele admitiu que "naturalmente vai sempre surgir uma ou outra exceção". (AE)

gentes da Polícia Federal (PF) iniciaram ontem uma operação para cumprir nove mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto de Sanctis, para esclarecer a fraude no Banco PanAmericano. Por meio de nota, a PF informou que as investigações do caso entraram em uma nova etapa após o órgão ter recebido documentos do Banco Central (BC). Com base nos dados analisados foi solicitada a autorização da Justiça para realizar buscas e apreensões nas casas dos principais ex-diretores estatutários

do Banco PanAmericano. “Acredita-se que ainda possam ser encontrados indícios dos crimes financeiros apontados pelo BC, provas da autoria e, também, documentos que levem ao rastreamento da quantia bilionária supostamente desviada do banco”, assinalou a nota da PF. O banco PanAmericano, pertencente ao Grupo Silvio Santos, recebeu um aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir um rombo em sua contabilidade. O banco vendeu carteiras de crédito, mas continuava registrando-as como ativos. (ABr)

Aumenta ocorrência de fraudes contábeis Rejane Tamoto

A

pressão por resultados e respectivos bônus, os controles ineficientes e a quebra de valores éticos e morais tornam mais comuns os casos de crimes econômicos dentro das empresas. O que ocorre com mais frequência, segundo especialistas, é a fraude contábil, que pode ter sido a causa do rombo de no banco PanAmericano (veja texto acima). A venda de carteiras do PanAmericano, sem a devida baixa contábil, está sendo investigada pelo

Conselho Regional de Contabilidade (CRC-SP). A fraude contábil pode ser definida por diversos atos, entre eles a sonegação de impostos, o desvio de dinheiro e a maquiagem de balanços. Casos como o do PanAmericano mostram que a auditoria pode não ser suficiente para detectar o problema. É importante que o empresário verifique, constantemente, todos os controles da empresa. A recomendação vale mais ainda para empresas de médio e de pequeno portes, que não são obrigadas por lei a contratar o serviço de auditoria. O

gestor deve prestar atenção em áreas como a tesouraria, o financeiro, setor de compras, de contratação de serviços e a folha de pagamento. De acordo o advogado especializado em direito Penal e Empresarial, David Rechulski, a auditoria trabalha com a meta de verificar procedimentos. "As maiores fraudes econômicas ocorreram em empresas submetidas a auditorias regulares. Por isso, é preciso um trabalho de auditoria voltado ao risco de fraude", disse. Segundo pesquisa da Pricewaterhouse Coopers, divulgada em 2009, a fraude contá-

bil é o segundo crime econômico de maior ocorrência no País, atrás do roubo de ativos. Outro estudo, também publicado no ano passado, da auditoria KPMG, mostra que 70% das empresas brasileiras sofreram fraude nos últimos dois anos e 50% delas acreditam que o problema é crescente no País. Em 29% dos casos, a fraude contábil foi feita por meio da falsificação de cheques, de documentos e de balanços. O levantamento mostra que aumentou o número de empresas que sofreram prejuízos entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões em razão de fraudes. Em

BNT S.A.

Webtrust Empreendimentos S.A.

CNPJ nº 60.780.038/0001-56 – NIRE 35.300.021.436 Ata da Reunião da Diretoria realizada em 11 de novembro de 2010 No 11º dia do mês de novembro de 2010, às 10:00 horas, reuniu-se a totalidade dos membros da Diretoria da BNT S.A., infra assinados, em sua sede social, na Capital do Estado de São Paulo, na Rua São Felipe, n.º 787, sala 4, Parque São Jorge, CEP 03085-900, dispensada a convocação nos termos do Artigo 17, Parágrafo 1°, do Estatuto Social. Assumiu a presidência dos trabalhos o Dr. Ernesto Assad Abdalla que convidou a mim, Flávio Elias Jabra, para secretariá-lo. O Presidente esclareceu que a presente reunião tinha por ordem do dia deliberar a respeito da alteração da sede social da Companhia. Após debates sobre a matéria, a Diretoria, nos termos do Artigo 3º, Parágrafo Único, do Estatuto Social, e por votação unânime, aprovou a alteração da sede social da Companhia, que passará a localizar-se na Capital do Estado de São Paulo, na Rua Gomes de Carvalho, n.º 1.507, Edifício Tenerife, Bloco B, 4º andar, conjuntos 41 e 42, Sala 1, Vila Olímpia, CEP 04547-005. Nada mais havendo a tratar, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e como ninguém se manifestou, foram encerrados os trabalhos e lavrada a presente ata, que lida e aprovada, foi assinada por todos os presentes. São Paulo, 11 de novembro de 2010. Presidente da Mesa: Ernesto Assad Abdalla. Secretário: Flávio Elias Jabra. Diretores: Ernesto Assad Abdalla (Diretor Presidente). Flávio Elias Jabra (Diretor Superintendente). A presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio e registrada na Jucesp conforme certidão: Secretaria da Fazenda. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o Registro sob o número 438.274/10-6 em 09/12/2010. Kátia Regina Bueno de Godoy – Secretária Geral.

CNPJ/MF nº 03.582.303/0001-58 – NIRE nº 35.3.00360052 Ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária Realizada em 28 de Abril de 2010 (1) Data, Horário e Local: Aos 28/04/10, 17hs, na sede social da Cia., na R.Luis Coelho, 338/340, conj.42, em SP/SP. (2) Convocação: Todos os acionistas da Cia.foram devidamente convocados para a presente assembléia, nos termos do inciso I do art. 294 da Lei nº 6.404/76. O relatório da adm. sobre os negócios sociais e principais fatos administrativos da Cia. e a cópia das demonstrações financeiras foram colocados à disposição dos presentes. (3) Presenças:Estiveram presentes à assembléia os acionistas descritos ao final desta ata, representando a maioria do capital social da Cia. necessária para a tomada das deliberações. (4) Mesa: Assumiu a presidência o Sr. Leandro Kenski, que nomeou a mim, Luiz Augusto Guimarães Barros, para secretariá-lo. (5) Ordem do Dia: Em AGO:(i) Discussão e aprovação do relatório da Adm.e das demonstrações financeiras correspondentes ao exerc. social encerrado em 31/12/09; (ii) Deliberação sobre a destinação do resultado do exerc. social encerrado em 31/12/09; (iii) Aprovação da eleição dos membros do Cons. de Adm.; e (iv) Fixação da remuneração anual global dos administradores da Cia.. Em AGE: (i) Deliberar sobre o aumento do capital social da Cia.; e (ii) Aprovar a consolidação do Estatuto Social. (6) Deliberações tomadas pela unanimidade dos presentes: Em AGO: (i) Foram aprovados pela unanimidade dos presentes o relatório da Adm. e as demonstrações financeiras relativas ao exercício social findo em 31/12/09. (ii) Como o resultado do exerc. social da Cia. findo em 31/12/09 foi negativo, o mesmo foi destinado, consubstanciado nas demonstrações financeiras, para a conta de “Prejuízos Acumulados”. (iii) Foi aprovada a eleição dos seguintes Srs.como membros do Cons.de Adm., para um mandato de 1 ano contado a partir desta data, permanecendo eleitos até a posse de seus sucessores: (a) Marcelo Rodrigues Almeida, brasileiro, divorciado, empresário, residente e domiciliado em RJ/RJ, à R. Lúcia de Castro e Silva, n° 110, apto 102, Recreio,RG n° 08014791-1 e CPF/MF n° 026.165.937-50; (b) Alexandra Catherine de Haan, holandesa, solteira, economista, R. Visconde de Pirajá nº 572, s/ 401/parte, Ipanema/RJ, V310807C (RNE) e CPF/MF nº 057.137.397-67; e (c) Leandro Kenski, brasileiro, solteiro, empresário, residente e domiciliado em SP/SP, à Al. Fernão Cardim, nº 161, ap. 63, Jardins, RG nº 09.993.280-8 (DETRAN/RJ) e CPF/MF nº 035.559.447-11; (iv) Foi aprovada a fixação da remuneração anual global máxima dos administradores, de até R$ 27.900,00 para o Cons.de Adm., e de até R$ 504.000,00 para a Diretoria a serem distribuídas em duodécimos entre os administradores de acordo com o que for deliberado pelo Cons.de Adm..Em AGE:(i) Deliberam os acionistas aumentar o capital social da Cia.em razão da integralização dos Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital (AFAC) avençados na forma de Instrumentos Particulares de Compromisso de Emissão e Subscrição de Ações celebrados entre a Brands Group Participações S.A. e a Companhia que totalizam o montante de R$ 4.084.689,97, mediante a emissão de 268.200 ações, ao valor unitário por ação de R$ 15,23 totalmente subscritas e integralizadas neste momento pela sócia Brands Group Participações S.A. Dessa forma, o caput do Art. 5º do Estatuto Social da Cia. passará a vigorar com a seguinte redação:“Art. 5° O Capital Social é de R$ 4.087.973,87, dividido em 301.039 ações ordinárias, nominativas, totalmente integralizadas, em moeda corrente nacional, pelos Acionistas.” (ii) Foi aprovada a consolidação do Estatuto Social da Cia., que passa a fazer parte integrante da presente ata sob a forma de Anexo I, autenticado pela Mesa.(7) Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi autorizada pelos acionistas a lavratura da presente Ata, que após ter sido lida e achada conforme, foi assinada por todos os acionistas presentes.RJ, 28/04/10.Leandro Kenski, Presidente, Luiz Augusto Guimarães Barros, Secretário, Brands Group Participações S.A., Carlos Ceferino Estigarribia,.Certifico que a presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio.Certifico o registro sob o nº 322.961/10-5 em 08/09/2010.Katia Regina Bueno de Godoy, Secretária Geral. Leandro Kenski - Presidente, Luiz Augusto Guimarães Barros - Secretário. Estatuto Social - Cap. I – Da Denominação, Sede, Objeto e Duração - Art. 1° A sociedade denomina-se Webtrust Empreendimentos S.A. - Art. 2º A sociedade tem sua sede na R. Luis Coelho, 338/340, conj. 42, CEP 01309-000, na Cidade e Estado de São Paulo, podendo abrir e manter filiais, escritórios e representações no País ou no exterior, mediante deliberação unânime da diretoria.§ Único - A Sociedade possui uma filial no seguinte endereço: Filial localizada na Cidade e Estado do Rio de Janeiro, à Avenida das Américas, 500, Blc 23, sala 207, RA:24, Barra da Tijuca, CEP 22640-100 (‘Filial Rio de Janeiro”). Art. 3° A sociedade tem por objeto: (i) O licenciamento e/ou cessão de direito de uso de programa de computador; (ii) A intermediação de mídia, através do agenciamento de espaços para anúncios em veículos de comunicação; (iii) A prestação de serviços de publicidade e/ou propaganda por meio da internet; (iv) A criação e produção de material publicitário, de conteúdo artístico e/ou cultural; (v) A prestação de serviços de elaboração de sites e projetos semelhantes para a internet, bem como gerenciamento e funcionamento de domínios de internet; (vi) A execução de serviços de planejamento e consultoria de comunicação online; (vii) A prestação de serviços correlatos na internet; e (viii) A participação no capital de outras sociedades de qualquer tipo e com qualquer fim.Art.4° O prazo de duração da sociedade é indeterminado.Cap.II – Do Capital Social - Art. 5° O Capital Social é de R$ 4.087.973,87 (quatro milhões oitenta e sete mil novecentos e setenta e três reais e oitenta e sete centavos), dividido em 301.039 (trezentas e uma mil e trinta e nove) ações ordinárias, nominativas, totalmente integralizadas, em moeda corrente nacional, pelos Acionistas. § 1º – As ações são individuais em relação à sociedade, que reconhecerá apenas um possuidor para cada uma delas. Cada ação dá direito a um voto nas deliberações sociais. § 2º – Fica vedada a emissão de partes beneficiárias e a existência destes títulos em circulação.Art. 6° A sociedade poderá adquirir ações do seu capital para cancelamento ou permanência em tesouraria e por doação podendo alienar as ações adquiridas nesses casos.Cap. III – Da Administração - Art. 7° A sociedade será administrada pelo Conselho de Administração e pela Diretoria, na forma da Lei e deste Contrato. Cap. IV – Do Conselho de Administração - Art. 8° O Conselho de Administração será composto por um colegiado de 5 (cinco) membros, eleitos em Assembléia Geral, para mandato de 1 (um) ano, permitida a reeleição por igual período. Os seus Presidente e Vice-Presidente serão escolhidos entre os Conselheiros na primeira reunião do órgão, que se realizará logo após a investidura nos cargos. Art. 9° O Conselho de Administração reunir-se-á na sede, ou em qualquer uma das filiais ou escritórios da sociedade, sempre que convocado pelo seu Presidente ou por, no mínimo, 2 (dois) Conselheiros, podendo um Conselheiro ser representado por outro Conselheiro, através de procuração, carta ou telegrama. § 1° - O Conselho de Administração instalar-se-á com a presença de, no mínimo, 3 (três) Conselheiros, pessoalmente ou devidamente representados.§ 2° - As decisões do Conselho serão tomadas pela maioria dos votos.§ 3° - Da reunião do Conselho lavrar-se-á a Ata que será submetida à aprovação dos presentes, dela constando destacadamente as

S. Magalhães S.A. Logística em Comércio Exterior CNPJ (MF) 58.130.089/0001-90 - NIRE 35.3.0005542-0. Ata de Reunião da Diretoria Realizada em 29 de Outubro de 2010. Local e Hora: Praça da Republica, 62 - 2. Andar - Santos - SP - 9:00 Horas. Presença: Todos os Diretores. Composição da Mesa: Presidente: Fernando da Cunha Magalhães Junior; Secretário: Guilherme Souza Magalhães. Deliberações: Presidente: Fernando da Cunha Magalhães Junior; Secretário: Guilherme Souza Magalhães. Foi discutido e aprovado pela diretoria o seguinte: 1 - A extensão da unidade de negócios localizada na Praça da Republica, 62 - 2° andar, Centro na cidade de Santos/SP, inscrito no CNPJ 58.130.089/0001-90 NIRE 35.3.00055420, para a sala n° 11-A - 1° andar e sala n° 33 - 3° andar, localizadas no mesmo endereço e permanecendo com as mesmas atividades. 2 - O encerramento das atividades da nossa Filial localizada na Cidade de Limeira/SP à Rua Estrada Municipal Missionária Aimee Simple Mepherson Km 01 - (parte) - Bairro do Pinhal - CEP - 13.486-970 - inscrita no CNPJ sob nr. 58.130.089/0018-39 - NIRE 35.9.03783877. Encerramento: Nada mais havendo a tratar foram encerrados os trabalhos para ser lavrada a presente ata, que foi lida, aprovada e vai por todos os presentes assinada. Santos, 29 de Outubro de 2010. Fernando da Cunha Magalhães Junior - Presidente; Guilherme Souza Magalhães - Secretário. Fernando da Cunha Magalhães Junior - Presidente em Exercício; Guilherme Souza Magalhães - Diretor; Luiz Henrique Magalhães Ozores - Diretor; Odair dos Santos - Diretor. JUCESP nº 443.917/ 10-3 em 14/12/10. Kátia Regina Bueno de Godoy - Secretária Geral.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL NOS TERMOS DO PROVIMENTO CSM CXC/84, INFORMAMOS QUE NO DIA 16 DE DEZEMBRO DE 2010 NÃO HOUVE PEDIDO DE FALÊNCIA NA COMARCA DA CAPITAL.

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68% dos casos, os valores não foram recuperados. Em 2004, este índice era de 49%. Responsabilidade – Segundo o presidente do CRC-SP, Domingos Orestes Chiomento, a responsabilidade pela fraude pode ser do próprio empresário em conivência com contabilistas ou de funcionários de confiança da empresa que visam o benefício próprio. "Recebemos, em média, 200 denúncias por mês, a maioria de empresas de pequeno e de médio portes. Agora, chegam casos de grandes, como o do PanAmericano." Se após a apuração do con-

selho for comprovada a responsabilidade do contabilista na fraude, a punição varia de multa até a cassação do registro profissional. Segundo o advogado, é feito um trabalho de inteligência para apurar os fatos, que são levados para a abertura de um inquérito policial e de um processo criminal contra o autor da fraude. "É importante que a empresa não só demita o funcionário, mas leve o caso às últimas consequências, para recuperar os valores da empresa e mostrar aos funcionários que o crime não compensa", disse Rechulski.

ocorrências pertinentes à reunião em pauta.Art.10 Em caso de vacância do cargo de Conselheiro, caberá aos acionistas elegerem o substituto, em assembléia geral convocada especificamente para este fim. Em caso de vacânciado cargo de Presidente ou de VicePresidente, os seus substitutos serão escolhidos na sebsequente reunião do Conselho de Administração.Art.11 Compete ao Conselho de Administração: (a) determinar a política e fixar a orientação geral dos negócios da sociedade e de suas subsidiárias; (b) fiscalizar a gestão dos Diretores e manifestar-se sobre as contas da Diretoria e o relatório da administração; (c) escolher e destituir os auditores independentes; (d) autorizar a aquisição ou oneração de bens do Ativo, assim como a contratação de empréstimos com a prestação de garantias respectivas, assim como investimentos, quando igual ou superior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e; (e) apresentar propostas à Assembléia Geral que tratem de: (e1) reformas do Estatuto Social; (e2) transformação, fusão, incorporação ou cisão da sociedade, sua dissolução ou liquidação; (e3) destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício; (e4) aumento de capital; e (e5) distribuição de dividendos.Cap.V – Da Diretoria - Art.12 A Diretoria será composta por até 5 (cinco) Diretores, sendo 4 (quatro) Diretores Executivos e 1 (um) Diretor Financeiro, todos eleitos pelo Conselho de Administração. A sociedade poderá ter, também, um Controller. § 1° - Os Diretores serão pessoas residentes no País, sendo obrigatoriamente um deles acionista da sociedade. § 2° - Os Diretores ficam dispensados de prestar caução.Art.13 Ocorrendo vaga em cargo de Diretor, definitiva ou temporária, caberá ao Conselho de Administração eleger seu substituto se assim entender necessário.§ 1° - Findo o ano social, a Diretoria permanecerá no exercício do mandato até a realização da reunião do Conselho de Administração que deliberar sobre a eleição dos novos Diretores. Art. 14 A Diretoria funcionará como órgão colegiado nas deliberações sobre todas as matérias que, por força de Lei e deste Estatuto Social, tenham que ser submetidas ao Conselho de Administração, notadamente, para emissão do parecer, do Relatório Anual e das Demonstrações Financeiras, os Balancetes Mensais, os Planos de Metas e de Investimentos, e quaisquer outras deliberações que transcendam os limites ordinários das atribuições específicas de cada Diretor. Art. 15 A Diretoria reunir-se-á na sede social, ou em qualquer uma das filiais ou escritórios da empresa, quando necessário. Art. 16 Compete à Diretoria, na forma prevsta no Art. seguinte, a representação ativa ou passiva da sociedade, em Juízo ou fora dele e a prática dos atos da administração e gerência dos negócios regulares da Sociedade, ressalvados aqueles que, por este Estatuto Social, sejam de competência privativa do Conselho de Administração. § 1° Compete a 2 (dois) Diretores, em conjunto, o poder de receber citações, intimações e/ou notificações judiciais ou extra-judiciais. Art. 17 Todos os atos e documentos que envolvam responsabilidade para a sociedade ou isentem terceiros de obrigações para com a sociedade, incluindo contratos e rescisões de contratos, a emissão e endosso de notas promissórias, a emissão de aceite e endosso de letras de câmbio e duplicatas, a emissão e endosso de cheques e ordens de pagamento, os avais e garantias, serão assinados por 2 (dois) Diretores em conjunto ou por 1(um) Diretor juntamente com um procurador nomeado na forma do § seguinte. § 1° - Os Diretores, sempre no mínimo de 2 (dois) poderão, conjuntamente, nomear procuradores para, em conjunto de dois ou em conjunto com um dos Diretores da sociedade, praticarem qualquer ato a ela inerente sendo que em todos os casos, deverão ser especificados nos respectivos instrumentos de mandato os atos e operações que os procuradores poderão realizar e o prazo de validade dos mesmos, excetuando-se desta regra, inclusive quanto ao prazo de validade, os mandatos “ad judicia”, os quais poderão ser outorgados a único advogado isoladamente ou a mais de um, sem prazo de validade, observandose quanto à representação da Sociedade, para a outorga “ad judicia”, qualquer uma das formas previstas neste §, sendo que para que esses mandatários venham a ser constituídos através de Procuradores da Sociedade, nos mandatos deverá constar poderes para constituir advogado. § 2° - A alienação dos bens móveis e imóveis do ativo permanente, bem como a constituição de ônus reais sobre os mesmos, devem ser obrigatoriamente assinadas por 2 (dois) Diretores da sociedade, sem prejuízo da indispensabilidade de autorização do Conselho de Administração para os casos previstos neste Estatuto Social. Cap.VI – Do Conselho Fiscal - Art. 18 A sociedade terá um Conselho Fiscal que entrará em funcionamento nos exercícios sociais em que for instalado a requerimento de acionistas e será composto de 3 (três) membros efetivos e 3 (três) membros suplentes, eleitos pela Assembléia Geral em que for requerida a sua instalação. Os membros do Conselho Fiscal terão mandato até a primeira Assembléia Geral Ordinária que se realizar após a sua instalação. § 1° - O Conselho Fiscal terá atribuições e poderes que a Lei lhe confere. § 2° - A remuneração dos membros do Conselho Fiscal será fixada pela Assembléia Geral que os eleger. Art. 19 Nos impedimentos ou faltas e em caso de vaga, os membros efetivos do Conselho Fiscal serão substituídos pelos suplentes, em ordem de idade, a começar pelo mais idoso. Cap. VII – Do Exercício Social, do Balanço e dos Lucros - Art. 20 O exercício social terminará em 31 de dezembro de cada ano. Art. 21 No fim de cada exercício, será levantado um balanço patrimonial e demonstrações dos lucros ou prejuízos acumulados, do resultado do exercício e das origens e aplicações dos recursos, observadas as disposições legais e vigentes. § Único – Poderão ser levantados balanços semestrais e distribuídos dividendos intercalados por decisão do Conselho de Administração, bem como dividendos intermediários à conta dos lucros acumulados ou de reservas de lucros ou de capital existentes no último balanço anual ou semestral, também a critério do referido órgão de direção. Art. 22 A destinação do lucro líquido do exercício deverá ser deliberada na Assembléia Geral Ordinária, na forma do Art. 132 da Lei 6.404/76, por propostas do Conselho de Administração. Cap. VIII – Da Transformação, Incorporação, Fusão ou Cisão - Art. 23 A sociedade poderá transformar-se, incorporar outras sociedades, ser incorporada, fundir-se ou cindir por deliberação da maioria dos acionistas. Cap. IX – Das Disposições Finais - Art. 24 O acionista que pretender ceder ou transferir, a qualquer título, ações da sociedade deverá enviar notificação aos demais acionistas ou publicar aviso informando os termos e condições da cessão e concedendo prazo de 30 (trinta) dias para exercício de direito de preferência. O silêncio dos acionistas após o decurso deste prazo implicará em renúncia ao exercício do respectivo direito de preferência e as ações a eles ofertadas poderão ser livremente transferidas nas mesmas condições ofertadas. Cap. X – Das Disposições Finais - Art. 25 Os casos omissos serão regulados pelas disposições da Lei n° 6.404/76 e demais disposições legais aplicáveis. Cap. XI – Da Arbitragem - Art. 26 A Companhia, seus acionistas, Administradores e os membros do Conselho Fiscal obrigamse a resolver, por meio de arbitragem, toda e qualquer disputa ou controvérsia que possa surgir entre eles, a ser conduzida na Câmara de Arbitragem do Mercado instituída pela BOVESPA, podendo as partes escolher de comum acordo outra câmara ou centro de arbitragem para resolver seus litígios.


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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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CHICOLELIS

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oi por dentro a maior transformação que o Omega sofreu na mudança de ano. O modelo 2011 teve discretas modificações na sua aparência: um farol que lhe dá mais agressividade, um spoiler traseiro, novas rodas e o adesivo do campeão Fittipaldi (Emerson), que dá nome à nova versão. Nada excepcional. Mas, por dentro, especialmente naquela peça fundamental, de alumínio, que fica sob o capô, e que faz o carro andar, a transformação foi para valer. O motor Alloytec V6 3.6 litros SIDI (injeção direta) ganhou quase 40 cavalos, passando dos 254 do carro de 2010, para os quase 300 (são exatos 292 cv). O novo câmbio, o AT6, também mudou e agora tem 6 marchas. Ele chega aos 100 km/h em apenas 6,8s e sua velocidade foi limitada eletronicamente em 235 km/h. Além das modificações de mecânica, o carro ganhou mais espaço interno, oferecendo muito conforto para uso de quatro pessoas. Na questão segurança, além de air bags frontais e laterais para todos os ocupantes, ele dispõe de ESC, tecnologia responsável pelo gerenciamento de outros módulos, como ABS, EDB (controle de distribuição da frenagem), EBA (sistema eletrônico de assistência na frenagem) e TCS (controle de tração). A única coisa que não mudou no Omega foi a oferta de cores: só tem preto e prata.

Por fora, poucas mudanças. Mas, escondidos sob o capô, estão 292 cavalos de potência.

A elegância das linhas esconde o "motorzão"

Vendas: 100 mil - A história do Omega no Brasil começou em 1992 e seguiu sendo fabricado aqui até 1998, vendendo 93.282 unidades no período, incluindo-se os números da Suprema, a SW da linha. Eles usavam motor 3.0 e também 2.0, passando depois para o motor 4.1, o mesmo do seu antecessor, o Opala. Em 1998, o carro começou a ser importado da Austrália, onde é produzido pela GM Holden, usando motor 3.8 V6 de 200 cavalos.

Na traseira, spoiler ajuda na estabilidade

Emerson - O nome do campeão Emerson Fittipaldi está associado há muito tempo à General Motors. Ele deu seu nome para o Monza 500 EF, um dos primeiros carros brasileiros a ser produzido com injeção eletrônica de combustível, em 1989, ano em que o piloto ganhou pela primeira vez as 500 Milhas de Indianápolis e foi campeão da F Indy, nos Estados Unidos. Neste ano em que Emerson comemora seus 40 anos de pista, a GM resolveu adotar seu nome no Omega 2011 para homenageá-lo.

Internamente, espaço e sofisticação

HYUNDAI ACREDITA

A PROPAGANDA É A ALMA DO NEGÓCIO Hyundai aposta em publicidade, nova fábrica e carro popular para crescer ainda mais no Brasil

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conteúdo de suas propagandas é polêmico e eles recebem críticas de outras montadoras, de associações de consumidores e de órgãos de autorregulamentação publicitária, mas os resultados da publicidade utilizada pela Hyundai Caoa, no Brasil, têm sido positivos e o crescimento nas vendas da marca parece justificar os investimentos em marketing. Até mesmo o contato com a imprensa nunca foi muito fácil, mas com o crescimento nas vendas, o grupo decidiu ampliar seu quadro de Comunicação o que, segundo o vice-presidente da Hyundai Caoa do Brasil, Annuar Ali, deve facilitar ainda mais o acesso dos jornalistas aos

executivos da empresa. Em entrevista para o Diário do Comércio, Annuar explicou que quando a parceria foi iniciada, a imagem da Hyundai estava péssima, prejudicada principalmente pelos antigos importadores da marca, na década de 90. "Tínhamos clientes bravos revela o executivo - e abandonados sem nenhuma assistência. Fizemos um trabalho para limpar a imagem da marca até meados de 2005. Depois disso começamos a trabalhar visando um maior crescimento". Em 2007 a Hyundai Caoa inaugurou sua fábrica na cidade de Anápolis, GO, e ampliou consideravelmente seu investimento em propaganda, somando R$ 247,6 milhões. Neste mesmo ano já aconteceu um crescimento nas vendas com a comercialização de 19 mil carros. Em 2008, o setor de veículos teve grande aumento no investimento em publicidade, cerca de 35%. Mas a Hyundai Caoa elevou o seu em 82%, gastando mais de R$ 451 milhões, como resultado suas vendas tiveram um ótimo incremento atingindo a marca de 44 mil unidades. Em 2009 o volume subiu ainda mais e a montadora utilizou o montante de R$

Grupo Hyundai Caoa garante que em 2011 investimentos em propaganda continuarão

744,5 milhões em anúncios, número, no Brasil, só ultrapassado por Casas Bahia, Unilever Brasil, Ambev e Caixa Econômica Federal. Suas vendas subiram novamente até 74 mil unidades no ano, ou seja, se compararmos as vendas e o investimento publicitário, a marca gastou quase R$ 10 mil em propaganda para cada modelo comercializado no Brasil Claro que esta é uma conta simplista e estes gastos não são voltados apenas para a venda do produto, mas também para agregar valor à marca. "Nossa propaganda,

em si, é institucional, mesmo divulgando nossos produtos, não fazemos um 'varejão' e não indicamos preços e as peças publicitárias sempre são focadas na marca", explicou Annuar Ali. Ainda segundo o executivo, em 2010 a Hyundai Caoa deve fechar com 105 mil veículos vendidos e, de acordo com o instituto Ibope, somente de janeiro a junho deste ano, a Hyundai já investiu R$ 577,7 milhões em publicidade. Aparentemente, a ideia é não parar por aí, já que, no último Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro, a marca

anunciou que sua meta de vendas para o ano de 2013 é de 300 mil veículos. Para isso, a Hyundai não contará apenas com publicidade. O grupo coreano já prepara a inauguração de mais uma fábrica, em Piracicaba (SP), onde produzirá um novo hatch compacto, com motor 1.0 e 1.4, e que deve custar em torno de R$ 30 mil. O mais complicado neste momento é entender a fórmula do grupo para continuar seu trabalho no Brasil. Já existe quem aposte que a parceria está sendo

desfeita e que o grupo coreano já adquiriu os direitos de distribuição da marca por aqui. Mas Annuar Ali nega e garante que a parceria continua muito bem fundada. "Seguiremos com a fábrica de Anápolis e os coreanos cuidarão dos investimentos e desenvolvimentos em Piracicaba, além disso, não teremos mudanças na forma de aplicarmos em publicidade para o próximo ano. Segundo Annuar, o ix35, que hoje é importado da Coreia do Sul, deve passar a ser produzido na fábrica de Anápolis entre 2012 e 2013, ao lado do Tucson, do pequeno caminhão HR e do caminhão de 7 toneladas, HD, que terá sua montagem iniciada nos próximos meses. Vale lembrar que esta planta em Goiás foi erguida com investimentos próprios do grupo Caoa, sem a colaboração financeira da Hyundai. Como seguirá a parceria continua sendo uma incógnita, mas fato é que o grupo coreano já esteve no Brasil fazendo pesquisas e clínicas, sem a presença dos representantes da Caoa, para saber as preferências e ideias do público e da imprensa brasileira ligada ao setor automotivo. Anderson Cavalcante


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MÚSICA SOLTA NA PRAÇA Brasileiro famoso e cansado de pompa abre o coração para o público. E toca de graça no Projeto Piano na Praça.

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cultura

Artista carismático, instrumentista de amplos recursos, compositor, pensador da música. Corre mundo, aplaudido nos polos culturais mais importantes. Conquista intelectuais assim como leva alegria aos mais simples. Ele faz de São Paulo a sua própria casa. E conta por quê.

GISMONTI

Divulgação

Todos livres para ouvir André Domingues

Egberto Gismonti - Piano na Praça. Praça Dom José Gaspar. Sábado (18), às 16h. Às 15h, apresenta-se a pianista Mel van Langendonk. Grátis.

Na vitrine de bons espetáculos, jovens estrelas, o balanço do afrobeat e o melhor da nostalgia reciclada.

ESCOLHA ENTRE MÚLTIPLAS VOZES

MARIANA AYDAR

MARIA RITA

Show: 1, 2, 3, Testando! Talento em ascensão. Centro Cultural SP. Rua Vergueiro, 1000. Tel.: 33974002. Sábado (18), 19h. Grátis. Ingressos na bilheteria.

FEMI KUTI Jazz, funk, ritmos nigerianos, improvisações vocais e ao sax. Nascido em Londres, é um legítimo afrobeat. Espaço de Eventos do Sesc Santo André. Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Sábado (18) e domingo (19), 17h às 22h30. R$ 24.

Volta à Cidade, agora numa casa maior, o Citibank Hall, depois de uma temporada no pequeno e aconchegante Tom Jazz. Provavelmente mais descontraída, programou canções de seus três discos. Canções como Tá Perdoado, de Franco e Arlindo Cruz, e Caminho das Águas, de Rodrigo Maranhão, estão na lista. Espere também momentos intimistas da intérprete, nos clássicos da MPB. Citibank Hall. Avenida dos Jamaris, 213. Tel.: 4003-6464. Sexta (17) e sábado (18), às 22hh. R$ 70 a R$ 170.

ARNALDO ANTUNES

o que envolve a arte. Daí que tenha resolvido buscar ao máximo sua independência, seja artística, econômica ou até jurídica. E com sucesso. Seus discos vendem bem em mais de 35 países, sua agenda é tão cheia quanto o bem estar permite, seu selo Carmo (nome da cidade natal, no interior fluminense) está atuando em parceria com a renomadíssima ECM Records alemã e sua reputação no meio musical é

excelente. O respeito que tem com os outros músicos, aliás, é digno de nota. Para se ter uma ideia, ao contrário da maioria dos artistas famosos, Egberto conta que ouve e comenta detalhadamente cada disco que recebe há 10 anos. São muitos e muitos discos, como se pode imaginar, recebidos pessoalmente ou pelo correio. Ele organiza todos por ordem de chegada (sem deixar os amigos furarem a fila!) e escuta um por um, conforme sua disponibilidade. Contando por cima, ele calcula em 1200 os trabalhos que já passaram por essa apreciação. "Em cada cidade que vou é normal me aparecer um cara para agradecer por eu ter comentado o disco, ou dizendo que não concorda muito, mas que está feliz por eu ter dado uma resposta. É muito legal! Só que eu não faço isso pra ser bonzinho: é a melhor maneira de conhecer o Brasil, o mundo inteiro, sem sair de casa", diz. Como se nota, por trás dessa volumosa escuta de discos, está uma vontade de se sentir integrado ao ambiente cultural que o cerca. É algo que tem muito a ver, inclusive, com o entusiasmo de Egberto com a apresentação programada para este sábado. Afinal, segundo ele, "o importante não é o piano, o repertório; o importante é a praça. Os que estiverem por ali vão ouvir, mais ou menos, uma hora de música sem nenhuma obrigação. No fim, quem gostar vai sair dizendo que foi bacana e quem não gostar vai sair com a certeza de que não gosta mesmo daquele tipo de música... e só. Isso é muito mais importante para a música do que a maioria dos shows comuns!".

Fotos: Arquivo DC

particular. Atualmente, ele tira, apenas, cerca de duas horas diárias para estudar, divididas entre o piano e o violão. Não fica revendo suas músicas ou divagando sobre o som de uma nova abertura de um acorde; estuda só o que está fazendo falta, trazendo dificuldade. Por conta disso, Egberto criou, também, uma forma muito pessoal de estudar piano, que exercita a independência das mãos, tão fundamental em sua música. Acontece que, ao contrário de usar uma mão para fazer melodia e outra para acompanhamento, o arroz-com-feijão dos pianistas, ele mira a execução de vozes autônomas. Seu treino, então, é tocar melodias diversas em cada mão ou tocar a mesma, mas em tempos diferentes. Embora diga "isso não serve pra nada, só pra me divertir", esses exercícios são profundamente reveladores da sua maneira polifônica de pensar o piano. Mais do que tocar instrumentos, porém, Egberto está preocupado em praticar o que chama de "tocar a vida", isto é: tornar harmonioso tudo

Mojica

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ocar piano na praça, sem a acústica, o conforto, a atenção e o glamour de um grande teatro, costuma dar arrepios em músicos cerimoniosos. Em Egberto Gismonti, não. Fazer algo como a apresentação deste sábado (18) pela série Piano na Praça, na Praça Dom José Gaspar, é o que ele mais quer: um lugar informal em que possa tocar à vontade, como faz quando está em casa. Nesse espetáculo aberto, vai definir o repertório na hora, conversar com as pessoas; passar longe, o mais longe possível, do peso e da pompa que acompanham as grandes estrelas. "Você não tem dimensão do que é, para um cara que roda o mundo todo sob pressão nas orquestras, o fato de chegar em São Paulo, sentar numa praça e simplesmente tocar piano. É uma enorme alegria", afirma. Com dezenas de discos lançados no Brasil e no exterior, passando pelo menos seis meses de cada ano em turnê pelos mais prestigiosos palcos do mundo, Egberto já não se deslumbra com nada. "Por mais que eu esteja envolvido com a vida profissional de músico, eu não me sinto envolvido com o métier de música, com aqueles condicionamentos todos, entende?" Assim, só mesmo a garantia de uma apresentação prazerosa o tira de casa - uma cobertura transformada por ele em casa do interior, cheia de árvores e plantas nas varandas, situada no bonito bairro carioca do Jardim Botânico. A busca de Egberto por uma relação mais natural com a atividade artística é mesmo séria. Suas exigências para se apresentar não envolvem toalhas brancas ou banquetes no camarim, mas apenas requisitos para se sentir bem no palco: "A essa altura da vida, eu não aceito convites que trazem a obrigação de repetlç ir meus trabalhos antigos ou de dividir o palco com um determinado músico. Também não topo apresentações em que o emblema que mais aparece é o de uma grande gravadora ou produtora. Nada contra quem topa, mas, para mim, se tiver meio problema, eu já não vou". Outra postura interessante é a sua aversão por certos hábitos de automistificação dos artistas. "Não crio mais muita história pra tocar, sabe como é? Fazer aquele negócio de ficar concentrado, em silêncio, de cabeça baixa antes do show... Eu só subo e toco", conta, despachado. A relação de Egberto com a música se tornou algo bem

Sempre provocador e surpreendente, Arnaldo Antunes lança, agora, DVD Ao Vivo Lá Em Casa em que revive o balanço do Iê Iê Iê, marca da Jovem Guarda nos anos de 1960. No repertório, Invejoso, Sua Menina e Vou Festejar, entre outras canções. Sesc Belenzinho. Rua Padre Adelino, 1000. Tel.: 2076-9700. Sexta (17) e sábado (18), 21h. R$ 32.

Na página 2, concertos e recitais deste fim de semana. Sinfonia de Bruckner com a Osesp, obras natalinas com o Allegro Coral e Orquestra, Balé O Quebra-Nozes com a Filarmônica Bachiana e música de câmara com o Quarteto de Cordas Penderecki.


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Disney Enterprises/Divulgação

AVENTURA Jornada filosófica pelo mundo virtual

FINALE A música divina de Bruckner

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Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Osesp, encerra, nesta semana, mais uma temporada primorosa. Realizou cerca de 100 concertos, além de ciclos de câmara, e uma turnê pela Europa, durante a qual se apresentou em salas nobres como a Musikverein, da Filarmônica de Viena. Por tradição, os mais importantes conjuntos sinfônicos do mundo fecham o ano com espetáculos "leves", dedicados a valsas, polcas, mazurcas, árias famosas e peças ligeiras, de certeiro apelo popular (Abertura 1812, de Tchaikovsky, por exemplo). A Osesp tem sido um pouco diferente em relação a esse clímax. Houve, sim, no começo da década, um fim de ano em que o maestro John Neschling promoveu divertido happining dedicado à Família Strauss. Reuniu,

também, em outros fins de ano, a Osesp e a Banda Mantiqueira: receita bem-vinda, documentada, aliás, em um ótimo DVD (2007). Em 2010, o regente principal, Yan Pascal Tortelier, optou por um repertório portentoso. Mais: corajoso e desafiador. Vai dirigir a Sinfonia Nº 9 em Ré Menor, WAB 109 Inacabada, do austríaco Anton Bruckner (1824-1896). A vida de Bruckner foi uma notável combinação de excelência e humildade: organista excepcional, trabalhou durante 13 anos na Catedral de Linz; ganhou fama em toda Europa pelo talento de improvisador (comparável ao de Bach); inspirou discípulos e também gerou críticas grosseiras e injustas. "As composições de Bruckner são como migalhas engorduradas que caíram da mesa de Wagner", escreveu Eduard Hanslick, que idolatrava

Lúcia Helena de Camargo

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ecnologia, ação e muitos efeitos especiais. Se esse é seu tipo de filme, já pode comprar o ingresso para Tron - O Legado, uma das estreias desta sexta (17). A aventura traz Sam Flynn (Garrett Hedlund), jovem adepto dos bytes e bits que acaba entrando no mundo digital no qual o pai – que ele não vê desde criança – está preso. Jeff Bridges vive Kevin Flynn – de codinome Criador. Desfila com seu ar zen, vestindo uma túnica branca e falando sobre os infortúnios de ficar confinado na realidade virtual. Em determinado momento, o filho opta por embarcar na jornada que representa um autossacrifício, em prol do bem maior. Completa a trindade Quorra (Olivia Wilde), protegida do pai e protetora do filho. Faz você lembrar de outra história, que pode ter ocorrido há cerca de dois mil anos? Não será por acaso. Bridges, vencedor do Oscar de Melhor Ator por Coração Louco, aparece em dois tempos. No papel do Flynn pai, e 16 anos mais moço. O responsável pelo truque é Eric Barba, supervisor de efeitos visuais premiado com o Oscar pelo trabalho em O Curioso Caso de Benjamin Button, no qual engendrou transformações "etárias" em Brad Pitt.

Brahms. Por que Hanslick tabelou com Wagner para ridicularizar Bruckner? É que este era fascinado pela eloquência wagneriana. Bruckner dividia, sim, a sua fé entre Deus e Wagner. Adequado e digno, porém, é atribuir-lhe a mesma dimensão de Bach e Beethoven. A Deus, dedicou missas e motetos fervorosos; a Wagner (Bach e Beethoven) nove sinfonias de poderoso impacto emocional: verdadeiras "catedrais de sons". Em especial na Nona, com três movimentos, permeados de misticismo (Feierlich/Solene, Misterioso; Scherzo-Trio; Adagio). É uma sinfonia majestosa, espiritualmente íntegra e emocionante. Ouvir Bruckner não será nunca menos do que um exercício de contrição e paixão. (MMJ)

CÂMARA Sesc Vila Mariana: quarteto polonês.

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uarteto de Cordas Penderecki. Fundado na Polônia (1986), presta homenagem ao compatriota Krzystof Penderecki (1933), compositor e regente. Programa: Quarteto em Fá Maior (Maurice Ravel); Quarteto Nº 2 (Penderecki, na foto). (MMJ) Teatro Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141. Tel.: 5080-3000. Sexta (17), 21h. R$ 20.

Embora não exatamente original no argumento, Tron inova na forma. "O filme inaugura toda uma nova maneira de fazer cinema", diz Bridges, no programa What's On do canal da TV paga Universal Channel, que vai ao ar nesta sexta (17), às 22h55. Talvez a equação não seja assim tão acachapante, mas os efeitos são de fato interessantes. Das roupas aos cenários, das corridas nas futuristas motocicletas às batalhas travadas no ciberespaço, o visual convence. E você crê que as interações estão de fato ocorrendo, embora se saiba que os atores fazem suas cenas contra um fundo verde, para depois toda a ação ser incluída. Talvez, se lá por 2040 os bons roteiros estiverem escassos e se decida refilmar Tron, achemos ridículo o futurismo exibido hoje. Já que o primeiro filme, de 1982, embora inovador para época, tinha computadores com telas escuras e letrinhas verdes, os comandos eram simplórios e figurinos, risíveis. Além de Bridges – presente no elenco dos dois filmes – foi mantida a ideia central, expressada na filosofia que rege ambos. "Será que um dia os programas vão pensar e as pessoas vão parar de pensar?", questiona o primeiro Tron. No atual, você verá que essa premissa vai além.

Tudo muito rápido e sem excesso de reflexões, porque afinal o longa pretende apenas entreter. O ritmo acelerado das imagens em sistema de videoclipe é complementado pela trilha sonora, que ficou a cargo do dueto Daft Punk, formado pelos DJs Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter, respeitados no nicho de música eletrônica e vencedores de um Grammy. Eles definem seu som como "uma mistura singular de sons dançantes com house, funk, eletro e techno progressivos com toques estilizados de hip-hop e samples." Como toda grande produção que atiça o fetichismo dos fãs, Tron chega também às lojas em dezenas de produtos licenciados. Além do CD com a trilha, bonecos, mochilas, nécessaires, cadernos, um brinquedo que reproduz o disco luminoso acoplado às costas dos personagens, quebra-cabeças, óculos e, evidentemente, jogos para videogames. Tron - O Legado (Tron - The Legacy, Estados Unidos, 2010, 127 minutos). Direção: Joseph Kosinski. Com Garrett Hedlund, Jeff Bridges, Bruce Boxleitner.

DOCUMENTÁRIO

NATAL

Playarte/Divulgação

Allegro Coral e Orquestra, com a mezzo-soprano Adriana Clis (foto): obras clássicas de Natal. Banco Pan Americano. Avenida Paulista, 2240. Tel.: 3074-3446. Sexta (17). 12h e 19h. Grátis. Filarmônica Bachiana, dirigida por João Carlos Martins. Programa: Balé O Quebra-Nozes ( Tchaikovsky); trilhas de cinema (Nino Rota). Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, 16. Tel.: 3223-3966. Domingo (19). 11h. Grátis.

Mergulho profundo F

Em busca da felicidade

scrita há exatos cem anos, a peça As Três Irmãs, do dramaturgo russo Anton Tchekhov (1860-1904), condensou, em suas três horas de duração divididas em quatro atos, tudo aquilo que se tornaria a pesada grife das sociedades contemporâneas: o niilismo que atravessa a vida das pessoas comuns suavizado por uma esperança geralmente inócua de que algum fato realmente novo será capaz de dotar o futuro de um conjunto de cores mais vívidas do que as que tingem os dias presentes. Até que a passagem do tempo, implacável e vagarosa, finalmente irá nos ensinar que tudo foi em vão, já que, no momento seguinte à nossa morte, começaremos a ser esquecidos. Pode soar uma visão trágica, mas nas tintas

Sérgio Roveri sempre suaves de Tchekhov, é como se a dor de viver fosse recebida por seus personagens como um visitante querido. Sobre esta característica inconfundível do dramaturgo russo, o libanês Wadji Mouawad, diretor do grupo canadense Théâter Le Trident, com sede em Quebec, gosta de dizer que seus personagens "cultivam o hábito ridículo de acreditar que a felicidade é possível, enquanto de fato costumam errar sobre tudo, primeira e principalmente sobre o amor". É justamente esta faceta que Mouawad procura explorar em sua montagem de As Três Irmãs, em cartaz de hoje, sexta (17), até domingo, dia 19, no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros. A minitemporada faz parte das comemorações pelos 150 anos de

nascimento de Tchekhov. Nesta obra-prima que estreou em Moscou em 1901, Tchekhov descreve o cotidiano arrastado das irmãs Irina, Macha e Olga que, após a morte do pai, sonham em abandonar a vida pacata que levam no interior para voltar a Moscou, provavelmente em busca da felicidade que conheceram lá nos anos de infância. As Três Irmãs, em montagem do Théâtre Du Trident, de Quebec, desta sexta (17), a domingo (19), no Sesc Pinheiros, Teatro Paulo Autran, Rua Paes Leme, 195. Tel.: 30959400. Sexta e sábado às 21h e domingo às 18h. R$ 20.

oram necessários quatro anos de filmagens em mais de cinqüenta lugares ao redor do globo para fazer a hora e meia do documentário Oceanos. Com uma equipe de mergulhadores, cientistas e técnicos, os diretores Jacques Perrin e Jacques Cluzaud captaram imagens pelos sete mares do planeta. A vida marinha já estrelou outros documentários do gênero. Essa empreitada, no entanto, contou com mais câmeras adaptadas para funcionar debaixo da água salgada, uma grande equipe e produção da Walt Disney. Foram também utilizadas câmeras tradicionais 35 mm e digitais, além dos minihelicópteros elétricos telecomandados de Fred Jacquemin, chamados de Birdfly. O filme segue a mesma linha dos anteriores Terra (2008) e Balé Vermelho (2009), que mostravam animais e paisagens vistos por ângulos inusitados. Entre as mais exuberantes locações estão as ilhas Cocos, no litoral do Costa Rica, a Ilha de Coburg no norte do Arctique, e a Ilha Fernandina no Oeste do arquipélago dos Galápagos, no Equador. O que chega às telas é de uma beleza ímpar. A música de Bruno Coulais, combinada com a narração (do próprio Jacques Perrin),

claramente têm intenção de emocionar o espectador. E conseguem. É fácil maravilhar-se com o mundo subaquático e os mais diferentes seres que o habitam: peixes grandes e pequenos, cardumes monumentais, arraias desconfiadas, tubarões nada amistosos, corais lindíssimos, o lento balé das águas-vivas, golfinhos, baleias, seres estranhos, a vida curiosa debaixo das geleiras. E na superfície, focas preguiçosas, leões marinhos descansando ao sol, o mar furioso atacando navios, migrações de aves marinhas e pinguins com seu caminhar engraçado. Em paralelo às cenas estupendas, chegam informações. A básica e ponto inicial do projeto: aproximadamente três quartos da superfície terrestre são cobertos pela água. Outra: as tartarugas marinhas nascem na terra, mas passam a maior parte de sua vida na água. Enquanto ficamos sabendo disso, vemos a ninhada de filhotes que acabou de deixar o ovo caminhando em Playarte/Divulgação

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Últimos concertos da Osesp, encerrando a temporada de 2010. No programa, a última obra do austríaco Anton Bruckner (foto): Sinfonia Nº 9 em Ré Menor, sob a batuta do regente principal da orquestra, o francês Yan Pascal Tortelier. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, 16. Tel.: 3223-3966. Sexta (17), 21h. Sábado (18), 16h30. R$ 32 a R$ 122.

Fotos: Arquivo DC

Osesp encerra 2010 e anuncia temporada 2011, que abrirá dia 17 de março com a Sinfonia Nº 9 (Coral), de Beethoven. Estão abertas também as assinaturas para 2011 da Sociedade de Cultura Artística e do Mozarteum.

cultura

direção às ondas do mar. E mais uma: lulas gigantes têm olhos do tamanho de um prato de comida. Há grandes chances de você se deliciar com com as imagens – principalmente em 3D. Vai ter vontade de se inscrever em um curso de mergulho para ir ao fundo do mar e entrar em contato ao vivo com a vida marinha. O documentário estreou nos Estados Unidos em 22 de abril, dia da Terra. Em lojas e sites americanos, já está disponível para compra em formato DVD e Blue-Ray, mas vê-lo na tela grande é melhor. Oceanos (Océans, França/ Suíça/ Espanha, 2009, 104 minutos). Direção: Jacques Perrin e Jacques Cluzaud.


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cultura

DE BOM GOSTO Livros que agradam tanto na leitura como no visual

Sempre um bom e elegante presente Marcus Lopes

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Natal está chegando e o livro é sempre um bom presente. Melhor ainda quando é uma obra que vai proporcionar agradáveis momentos de lazer. Alguns

livros podem cair como uma luva na hora de escolher a lembrança daquela pessoa especial ou para presentear a si próprio. São publicações de tirar o fôlego pela qualidade do material e que

aliam a boa leitura a belas imagens. Dois tratam da história e da cultura do queijo, com indicações sobre as melhores marcas e gostos. Outro percorre a trajetória do uísque, com mais de 700

marcas e roteiros em todo o mundo, em especial na Escócia. Para os amantes da fotografia, um ensaio com mais de 500 imagens de um ícone francês: Robert Doisneau.

ALMA FRANCESA

Fotos: Reprodução

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Lembro-me de Paris boinas e chapéus-coco Paris revoltad e de a, Paris humilh a da, Paris caro burguesas, Pa lasris putas, mas Paris secreta e barricadas, P ta m bém aris embriaga da de alegria. Robert Doisnea u

difícil não se emocionar com uma imagem produzida pelo francês Robert Doisneau. Sua imagem mais famosa – "Le Baiser de I' Hôtel de Ville" (O Beijo do Hotel de Ville) –, de 1950, tornou-se símbolo máximo do romantismo da França pós-guerra. De tão famosa e desejada, não faltaram especulações de que foi uma montagem. Seja lá como for, a imagem encanta e foi incluída em Paris Doisneau (Cosac Naify, 400 páginas, R$ 110). Publicado originalmente na França, em 2009, o livro reúne 500 imagens do fotógrafo, selecionadas em um acervo de mais de 400 mil negativos. Como um autêntico flâneur, Doisneau perambula pelas ruas parisienses captando o cotidiano da população através dos seus tipos, das suas calçadas, cafés, bistrôs, monumentos famosos e um sem fim de cenas e situações. "Caminhei tanto sobre os paralelepípedos e depois sobre o asfalto de Paris, sulcando a cidade em todos os sentidos durante meio século. Exercício que não requer meios físicos muito excepcionais. Paris não é Los Angeles, graças a Deus, e a condição de pedestre não é aqui um sinal de indigência", sintetiza o artista, em um texto de julho de 1984 e incluído no livro. A obra é dividida em cinco capítulos: Paris por acaso, Paris se diverte, Paris Concreto, Paris se revolta (com flagrantes da Segunda Guerra Mundial) e Paris dos parisienses. Neste último, Doisneau faz um grande passeio pelos mercados populares da cidade, ruas, metrô e as calçadas do Sena.

No Brasil, o bourbon mais conhecido é o Jack Daniel's. Mas há muitas outras variedades do uísque destilado a partir do milho, muito popular nos Estados Unidos. Um deles é o Wild Turkey, do estado de Kentucky.

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UNIVERSO DO QUEIJO Camembert, gorgonzola, mozzarella, roquefort e brie. Assim como os vinhos e as cervejas, os queijos possuem diversidades que tornam cada marca ou tipo um produto especial. Pois quem deseja mergulhar de cabeça nesse delicioso universo e não dispensa um bom naco de queijo, uma boa sugestão é O Livro do Queijo (Editora Globo, 352 páginas, R$ 89,90). A obra reúne 20 especialistas no produto que ensinam como degustar, servir e apreciar mais de 750 queijos de todo o mundo, todos eles fotografados e catalogados em detalhes nesse que é uma verdadeira enciclopédia alimentar. De quebra, uma mostra como montar uma perfeita tábua de queijos para uma reunião de amigos e a família. (ML)

Imagine pagar R$ 4.032 por um queijo importado. Se você não tivesse um paladar tão exigente, o preço cairia para R$ 882 por um queijo minas nacional, parecidos com os que encontramos no supermercado. Uma rodada de queijos e vinhos para os amigos, então, levaria qualquer um à falência, já que um pequeno barril de vinho sairia por R$ 50.400. Pois esses eram os preços praticados nas vilas de Minas Gerais no ano de 1703. Os preços foram coletados pelo jornalista, escritor e fazendeiro João Castanho Dias em Uma Longa e Deliciosa Viagem (Editora Barleus, 168 páginas, R$ 130). Fartamente ilustrado com fotografias, rótulos e muitas peças, trata-se do primeiro livro que conta a história do queijo no Brasil, desde o primeiro registro de fabricação no território nacional, em 1581, até as variedades atuais, como o catupiry, parmesão, requeijão e o famoso minas, que foi elevado a patrimônio brasileiro. Considerado pelo padre José de Anchieta um alimento "dos ricos", Castanho revela como o queijo percorreu um longo caminho até tornar-se um alimento tão popular. Nos primeiros tempos, o principal problema era a falta de matéria-prima, em especial o sal e o coalho líquido necessário para a confecção do alimento. Depois vieram as dificuldades de conservação, transporte etc. Mas no fim tudo deu certo e hoje podemos nos dar ao luxo de escolher entre dezenas de marcas e tipos quando fazemos compras ou degustamos o alimento com os amigos, com quem, aliás, o leitor poderá contar diversas histórias. Uma delas é a do queijo prato, inventado por dinamarqueses imigrantes em Minas Gerais e que recebeu esse nome porque no começo tinha o formato de um prato. Só depois é que veio o formato quadrado, para facilitar o consumo em sanduíches. (ML)

ingle malte ou blend, envelhecimento de oito, 12, 18 ou 21 anos. Para os amantes do uísque, tudo e mais um pouco sobre o assunto está em O Livro do Whisky (Editora Globo, 352 páginas, R$ 89,90). Em uma edição luxuosa, estão reunidas mais de 700 marcas de todo o mundo, sendo que apenas o design das garrafas catalogadas já torna a obra mais do que interessante. O destaque, claro, são os maltes escoceses, mas o organizador Charles Maclean selecionou destilarias da Irlanda, Alemanha e até da Índia, que têm apresentado alguma qualidade. Também não foram esquecidos os bourbons dos Estados Unidos. Os especialistas, longe de ser puristas, também ensinam a fazer deliciosos coquetéis com a bebida. (ML)

Y K S I H W

Glenflarcas é uma das várias marcas escocesas pouco conhecidas no Brasil. Fundada por Jonh Grant em 1865, é a destilaria mais antiga nas mãos da mesma família na Escócia.


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Mauro Holanda/Divulgação

Som na caixa, Dioniso José Guilherme R. Ferreira

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Peru, pernil e mais: a mesa natalina sob encomenda.

s plantas gostam de música, têm fé os viticultores da DeMorgenzon, uma das mais antigas vinícolas de Stellenbosch, colônia fundada pelo governador holandês Simon van der Stel, em 1679, na África do Sul, durante a conquista do Cabo da Boa Esperança. A área dos atuais vinhedos fazia parte de uma fazenda, a Uiterwyk, cedida a Dirk Cauchet em 1699. Um ano depois, as primeiras videiras foram plantadas. A terapia de música às vinhas foi implantada recentemente, a partir de 2003, quando a propriedade foi comprada pelo casal Wendy e Hylton Appelbaum. DeMorgenzon, ou "Sol da Manhã", foi assim batizada porque suas fileiras de plantas, graças a altitude e geografia, são as primeiras a serem iluminadas ao amanhecer. Pois os Appelbaum espalharam caixas de som por todo o vinhedo e ininterruptamente o expõe principalmente à música barroca. E por que barroca? É um estilo de precisão harmônica e de muita matemática, justificam. A lista de compositores abriga dezenas de nomes menos ou mais conhecidos, de Johann Sebastian Bach a Domenico Cimarosa, de Luigi Boccherini a Georg Friedirich Handel, de Franz Joseph Hayden a Charles Avison. E, não poderia faltar, Wolfgang Amadeus Mozart (veja relação completa no site da vinícola). Os Appelbaum acreditam que os frutos de suas videiras crescem mais saudáveis e com mais vigor graças à música, e têm comprovado no dia a dia da cultura que há conexões entre som, vibrações e a realidade física de seus vinhedos. A prova final são seus respeitáveis vinhos das uvas Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e Shiraz,

Ceia da Dona Deôla (alto), com pernil e peru. E cuscuz de camarão do Amadeus.

Lúcia Helena de Camargo de ceia é brasileira e tradicional, com peru, lombo e farofa para acompanhar. Preparada para atender de dez a 12 pessoas, custa R$ 1.250, com entradas, pratos, acompanhamentos e sobremesas. O pedido pode ser feito até 12h30 de segunda (20). A entrega custa R$ 50. E a padaria Bella Paulista complementa a ceia com o panetone trufado de maracujá e o trufado de chocolate meio amargo. No tamanho família, com um quilo, é vendido a R$ 35 (maracujá) e R$ 36 (chocolate). Os mini panetones de 100 gramas custam R$ 5,60 cada e o de 500 gramas, R$ 19,70.

Cerqueira César. Tel.: 3214-3347 Domitila. Rua Clodomiro Amazonas, 99, Itaim Bibi. Tel.: 3078-7434. Dona Deôla. Rua Conselheiro Brotero, 1422. (Pompéia, Lapa e Granja Viana).

Tel.: 3061-2859.

La Vera Pasta. Rua Canário, 501 - Moema.

Bella Paulista. Rua Haddock Lobo, 354,

Tel.: 5051-3912.

José Guilherme R. Ferreira é membro da Academia Brasileira de Gastronomia (ABG) e autor do livro Vinhos no Mar Azul – Viagens Enogastronômicas (Editora Terceiro Nome)

www.lavigne.co.za

Tel.: 3826-4648. Mais três endereços

Amadeus. Rua Haddock Lobo, 807, Jardins.

PAULO MOURA

O sono de um gênio Aquiles Rique Reis

Fotos:Divulgação

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rrume uma mesa bonita para receber a ceia de Natal. Escolha os pratos que vão ser degustados pela família. Mas sem trabalho. Listamos aqui alguns restaurantes e bufês que preparam tudo sob encomenda, da entrada à sobremesa. Na tarefa de montar uma bela mesa, pode ser útil o livro A Mesa Posta - História Estética da Cozinha (Editora Senac), que investiga historicamente a modalidade de "comer com os olhos" e ensina desde como colocar flores e velas até a melhor maneira de acondicionar a comida. A rede de padarias Dona Deôla vende por quilo os pratos da ceia. Para começar, entradas frias como terrine bicolor, de manjericão e tomate cereja (R$ 53,60) e mousse de salmão (R$ 70,30); massas como agnolotti de funghi e ricota (listrado verde e branco) ao bechamel com prosecco (R$ 53,80) e sfogliatti de mussarela de búfala ao molho sugo, tomate cereja e manjericão (R$ 53,80). As carnes: Fiesta (R$ 75,80); tender (R$ 242); peru (R$ 238,50); filé mignon (R$ 106,60); pernil (R$ 46,10) e roll de frango (R$ 35,10). Como acompanhamento, farofas, purês, arrozes. E para sobremesa, bolo de Natal (R$ 48,90). As encomendas podem ser feitas até segunda (20). Os pratos precisam ser retirados até 17h do dia 24. Papai Noel na massa - No cardápio da rotisserie La Vera Pasta a especialidade são as massas, que ganham formato de Papai Noel e árvore de Natal. O kit vem com três unidades recheadas com mussarela de búfala. E há a opção de pacotes de meio quilo em formato de árvore (R$ 25,50). Também faz assados: peru; filé mignon com molho de cogumelos (R$ 75,90 o quilo); tender (R$ 99), pernil ou camarão com catupiry. Farofa doce e salgada e risotos são vendidos para acompanhar. Na sobremesa, bolo de nozes (R$ 95 o quilo) e baba de moça, cheescake de goiaba ou frutas vermelhas, entre outras. O prazo para encomenda termina nesta sexta (17). A vedete da ceia do Amadeus é o cuscuz de camarão. A receita eles não divulgam, para manter o charme. Sabese apenas que o prato leva palmito, ervilha, azeitona e muito camarão. O médio custa R$ 190 e serve de dez a 12 pessoas; e o grande, R$ 295, servindo de 15 a 18 pessoas. Os pedidos podem ser feitos até o quarta (22), para retiradas até sexta (24), às 12h, no restaurante. No restaurante Domitila, a sugestão

produzidos, antes de tudo, com impecável respeito ao meio ambiente. Wendy e Hylton têm consciência de que os estudos científicos sobre o intrigante assunto ainda são esparsos. Mas já se apegam a algumas pesquisas realizadas pelo mundo, como a descrita na bíblia do casal The Sound of Music and Plant, livro no qual cientistas de Denver, Colorado, demonstram que, com música, as plantas crescem mais rápido. Falam também da semaphore, uma planta que até responde aos estímulos, dançando com harmonia. Sem contar os efeitos da música – e aí já estamos no terreno das aberrações – nos tomates, gigantes de 2 kg nascidos na França, e das beterrabas inglesas que alcançaram 13 kg, depois de "ouvirem" um belo som. Os estudos japoneses, comandados pelo cientista Masaru Emoto, comprovaram que a música tem efeitos positivos nas moléculas de água. Como o vinho tem 80% de água, outro vinicultor da África do Sul, o norueguês Robert Jorgensen, da vinícola La Vigne (veja rótulos nesta página) resolveu é colocar som na própria adega, para que os vinhos nos barris de carvalho recebam a emanação positiva da música clássica. Para que a música chegue a todos os barris e não se perca no caminho, as músicas são executadas em alto volume, som a mais de 90 decibéis.

La Vera Pasta: massa em, forma de Papai Noel e Árvore de Natal.

PRESENTE Uma degustação que vale a experiência Quer presentear amantes da gastronomia? Uma opção é a caixa Viva! Experiências. Vendida a R$ 199, vem em duas modalidades: na Gourmet, a dupla presenteada escolhe entre 18 restaurantes da Cidade, de diferentes cozinhas, como árabe, asiática, italiana, contemporânea, francesa, e agenda uma refeição no local. Tudo está coberto pelo presente, do couvert às bebidas; alguns incluem até o estacionamento. Já a caixa Viva! Degustação (R$ 99) traz 18 opções de comidinhas para degustar. Há vinhos, saquês, azeites e, entre outras, doces artesanais, como os macarons (foto) da SóDoces. A degustação, para duas pessoas, é de dez macarons por pessoa, acompanhados de água e taça de vinho francês de sobremesa mais uma caixa de acrílico com duas unidades de macarons. A loja, comandada pelo chef Flavio Federico, oferece sabores de macarons como caipirinha e sex on the beach. Viva! Tel.: 5504-6688. www.vivaexperiencias.net.

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aulo Moura viveu a vida para tocar clarineta (ele também tocava saxofone), e de sua essência, personificada pelo estilo único, inconfundível, criou o som que o abençoou e que nos comoverá para sempre. Alguns anos atrás fui ao Sesc Pompeia, São Paulo, assistir a um show em que Paulo Moura lançava um CD com o forrozeiro Josildo Sá. Depois da apresentação fui ao camarim para trocar um dedo de prosa com o Paulo. Foi quando ele me fez uma confidência. "Puxa, vida, Aquiles, me lembro tanto daquele show que fizemos juntos com o Chico Buarque... Mas vou contar uma coisa pra você agora que nunca contei pra ninguém. Até porque nem eu sei exatamente o que aconteceu. Mas se você se lembrar do caso, talvez possa me ajudar a descobrir o que de fato aconteceu naquela noite." "Meu Deus, o que será que aconteceu?", pensei. Paulo Moura continuou: "Acho que era um sábado. Depois de um encontro social com alguns amigos, depois de já ter bebido uns uísques, fui direto pro show. Cheguei meio que em cima da hora. Logo fomos para o palco e eu me sentei no meu lugar, um banco que ficava num cantinho do palco, perto de uma pilastra. Toquei a primeira música, a segunda... E dormi. Com a cabeça encostada na pilastra, só acordei quando vocês todos já agradeciam os aplausos no final do show. Ninguém falou nada comigo. Fiquei arrasado. No dia seguinte, cheguei para o show e esperei alguma repreensão, alguma gozação, qualquer coisa. Nada. Como na noite anterior, ninguém disse nada. Foi aí que me veio a dúvida que me acompanha desde aquela noite: será que eles nem perceberam que eu

dormi e não toquei praticamente o show inteiro? Ou será que sacaram e preferiram não dizer nada pra não me deixar encabulado?" Não respondi, ri, e rimos, e eu desconversei, até porque, passados tantos anos, eu já não me lembrava do caso que acabara de ouvir. Mas ficou em mim, e no ar, a provável resposta que não dei: quem sabe não dissemos nada, nem muito menos pensamos em acordá-lo, por temer interromper o sono de um gênio justamente quando ele estava precisando tanto de um bom cochilo? Após um período de internação numa clínica na zona sul do Rio de Janeiro, no dia 13 de julho de 2010 um câncer no sistema linfático tirou Paulo deste círculo e o levou embora. Restaram na garganta um nó e um gosto de saudade da música e de dor pela perda. Dois dias antes, numa tocante e emocionada roda de choro realizada na clínica, Paulo tocou pela última vez, ao menos aqui nesta esfera. Com isso, certamente pretendeu marcar a sua inexorável passagem com um legado de paixão pelo seu ofício que a todos cativou e seduziu. Estavam com ele Halina, sua mulher, Domingos, seu filho, Gabriel, seu sobrinho, e também alguns músicos. Era como se, ao se despedir da música e dos amigos, Paulo Moura desse o recado: seguirei tocando; sigam a música, nela eu serei. PS. Este texto é um condensado do artigo publicado no Livro do Ano da Barsa - 2010.

Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4.


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cultura

CARNE, FOGO E VINHO (2) Carlos Celso Orcesi

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omo escrevemos na semana passada, a carne transformou o primata vegetariano e aborígene na espécie dominante do planeta. A civilização ainda tem muito a alcançar na direção do justo (vide a babel da COP-15 em Copenhague e agora em Cancun), como o equilíbrio ecológico e o respeito às outras espécies, mas já foi melhor do que continuar de galho em galho na selva africana. Voltar ao vegetarianismo tem suas inconveniências: os fósseis do australophitecus apresentam dentes abrasivos pela ingestão de raízes, a par do que nossos ancestrais não passavam dos 30 anos. Em nenhum país do mundo a civilização da carne alcançou patamar de excelência como na vizinha Argentina. Certa vez houve greve nos aeroportos, pelo que atravessei 1400 kilómetros de Buenos Aires a Las Leñas, a oeste na direção dos Andes. Enquanto os esquiadores faziam algazarra colei os olhos no vidro do ônibus. Perto de Buenos Aires ainda havia alguma criação de cavalos, mas depois apenas gado e mais ovelhas no horizonte infinito, de repente uma sede de arquitetura espanhola, a estância ou lugar de estar. Ficou fácil entender porque a carne argentina (tanto quanto a do sul do Rio Grande e do Uruguai) é perfeita: o gado caminha boas

distâncias, se exercita, mas sem forçar a musculatura como nas serras ou nos pântanos. Há também a invernada (pastos especiais de inverno), a pastagem natural e orgânica, nada de agrotóxico, hormônio e antibióticos, e muito menos dietas "energéticas" que misturam ossos triturados à ração, como na Inglaterra que já nos presenteou com o mal da vaca louca. A humanidade já esqueceu? Há dezenas de explicações, sempre a partir do clima frio e dos espaços quase infinitos. A carne argentina tem a consistência ideal, nem mole como a do gado confinado, nem dura como a do gado serrano ou pantaneiro a subir, descer e atolar. A definir com uma só palavra... tradição. Se falássemos de vinho o resumo seria terroir, o conjunto do solo, clima e ambiente cultural em torno da lida. Não há pampas na Inglaterra e na França, nem frio moderado nas planícies congeladas da Rússia. O

tempo continua passando desapressado nos infinitos horizontes prateados; basta dizer que os cães são treinados para o aparte sem latir ou atropelar o rebanho. Como o Brasil português, a Argentina espanhola sonhou com os metais preciosos. Descobriram a prata

(argento) que deu nome ao país e ao maior rio que o atravessa. Assim como o Brasil encontrou o café, os terratenientes ganharam fabulosa quantidade de dinheiro exportando gado em pé. Raças européias (Shorton, Lincoln, Angus) foram cruzadas com a criolla, fazendo com que a carne superasse a lã como

principal produto de exportação. Tanto que vieram a Buenos Aires construir palacetes ao estilo francês, os mesmos que sobrevivem na Recoleta (p. ex. a embaixada do Brasil), frequentar a ópera no Colon, viajar à Europa. O gado continuava a se reproduzir quase sozinho, permitindo aos chamados proprietários ausentistas cultivarem vida luxuosa. No início de 1880 capitalistas ingleses desenvolveram os primeiros frigoríficos, um deles a Cia. River Plate (Rio da Prata em inglês), origem do clube de futebol da elite que além de rica sonhava ser inglesa. O congelamento mais do que dobrou a exportação de carne à Europa, alcançando 65% das exportações em 1895, além de produtos agrícolas, trigo e milho (31%), e 14% industrializados como lã (Mario Rapoport - Historia Económica, Política y Social de La Argentina, Ed. Emecé 2007). E como falamos do São Paulo ou Fluminense de lá, lembremos também

do Corinthians argentino, o Boca Juniors. Foi no excelente Patagonia Sur no bairro da Boca, quase em frente ao famoso Caminito que preserva as casas de zinco dos primeiros imigrantes, que conheci a cozinha de Francis Mallmann. À noite a região da "boca" do Rio da Prata é deserta e mal iluminada, semelhante aos bairros paulistanos entre o Tietê e a radial como Brás e Pari, até que se chega ao oásis do bonito restaurante. Começamos com o denso branco Lágrima Canela 2006 de Walter Bressia para o "pescado alla plancha" e terminamos com um potente Rutini Antologia 2004 para o "ojo de bife com chimichurri y papas da Patagônia". Muitos, muitos quilômetros de estrada não estragaram em mim o prazer da textura da carne. "Carne" como se diz lá é expressão reservada ao gado vacum. Isso de dizer carne de frango ou de cordeiro é antiquado. Carne com cabernês selvagens (sauvignon é corruptela de sauvage) que têm estrutura tânica para a perfeita harmonia. Me desculpem os vegetarianos, mas a ingestão de carne e o fogo fez o cérebro humano dobrar de tamanho em 3 milhões de anos. Porque retornar aos galhos ancestrais? Estarei errado? Quem sabe mude de ideia quando o Guia Michelin atribuir a famosa estrela para algum restaurante de comida vegetariana.

A psicanálise dos transtornos alimentares Arquivo DC

Renato Pompeu

BEETHOVEN

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ão cada vez mais comuns os casos de anorexia e de bulimia, mas não é suficientemente reconhecida a eficácia do tratamento psicanalítico dessas condições. Para esclarecer o assunto, a Primavera Editorial lançou o livro Psicanálise de Transtornos Alimentares, uma coletânea de artigos de especialistas brasileiros e estrangeiros, organizada pelas psicanalistas Ana Paula Gonzaga e Cybelle Weinberg. Esta, doutoranda em psicologia clínica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP, explica que os transtornos alimentares incluem anorexia e bulimia e não devem ser confundidos com os transtornos da alimentação que ocorrem na infância, quando a criança come pouca quantidade de alimentos ou quando os seleciona, comendo apenas um ou outro alimento. Pelos textos psicanalíticos disponíveis, ficamos sabendo que a anorexia não é um mal da modernidade. Há registros de que ocorria na Antiguidade e, particularmente, na Idade Média. A diferença é que na Idade Média as mulheres não jejuavam querendo emagrecer e sim para cumprir preceitos religiosos. Por isso se deve distinguir a "anorexia santa" da "anorexia nervosa". Mas o comportamento é idêntico, conforme se constata no livro Do Altar às Passarelas, de Cybelle Weinberg, editado pela Anna Blume e esgotado. São mulheres determinadas, perfeccionistas, boas filhas, estudiosas e obedientes, que querem controlar os outros. Aspiram a um ideal impossível, como o de pesar 40 ou 30 quilos, com uma altura incompatível para esse peso e/ou idade. Como controlam os outros? Quando filhas de pais separados, elas os forçam a se unir de novo para tratar da filha que pode morrer. Quando oriundas de famílias estáveis, em que não aparecem claramente os conflitos interpessoais, elas podem se aliar a um dos pais e aí os conflitos e diferenças aparecem. Muitas mães, inclusive,

O alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827), referência da cultura ocidental, mereceu do pesquisador e professor Daniel Bento (pós-doutor em música pela Unesp) um livro valioso sobre a conexão entre a Sinfonia Nº 9 (Coral) e a Sonata para Piano Nº 29 em Si Bemol Maior, Op. 106 (Hammerklavier). A sua leitura (útil não só para especialistas) estimula de forma gratificante a nossa motivação para reestudar as duas monumentais composições de Beethoven. (Lançamento da Unesp/225 págs./2010.) (MMJ) deixam de trabalhar para cuidarem delas, e pais ausentes são convocados, pela doença da filha, a participarem mais da vida familiar. Na Idade Média, o poder era exercido junto aos confessores e superiores. Jejuavam durante semanas e mantinham atividades, sendo admiradas como santas por tudo isso. A primeira descrição do quadro é de 1691, pelo médico inglês Richard Morton. Recebeu o nome de "anorexia nervosa" em 1873, dado pelo médico francês Charles LaSègue. Já a bulimia foi descrita pela primeira vez em 1979, por Russell. Essa doença também é associada à vontade de emagrecer. Mas a pessoa bulímica ingere grande quantidade de alimento em pouco tempo e em seguida recorre a laxantes, a vômitos, a exercícios compulsivos para eliminar as calorias que ingeriu. Não existem medic amentos psiquiátricos para a anorexia. O único remédio para essa condição é comer. Se recomendam remédios se a anorexia está associada a outras condições, como a depressão, ou se a bulimia está associada a comportamentos impulsivos e/ou compulsivos. O acompanhamento deve ser por uma equipe multidisciplinar, incluindo além do acompanhamento médico o acompanhamento psicológico e o acompanhamento por nutricionista. A chamada Terapia Cognitiva Comportamental-TCC funciona num primeiro momento para eliminar ideias sem base na realidade, como a de que "pipoca não engorda porque é leve", ou de que água engorda. A TCC acontece em um nú-

mero limitado de sessões, geralmente 12. O tratamento psicanalítico é mais demorado, porque a anorexia ou a bulimia é entendida como manifestação de algo mais profundo, de que algo na vida pessoal ou familiar não vai bem, de que há algum conflito inconsciente, algo que desencadeia e sustenta a vontade de emagrecer. O psicanalista deve ser mais ativo, acompanhando se a paciente perde peso. Deve manter contato com a família e usar pouco o divã, para acompanhar a paciente face a face; a psicanalista deve executar a função espelho, deve ser mais acolhedora, não fria e distante como na psicanálise ortodoxa. Se passa para o divã quando há condições de interpretação. Antes disso a paciente sentiria a interpretação como mais uma invasão em sua vida, ela que sempre foi obediente e passiva, imitativa - a psicanalista é então vista "como mais uma pessoa que diz como eu devo pensar e o quê eu devo querer". Em 1963, a psicanalista judia alemã Hilde Bruch, radicada nos Estados Unidos, desenvolveu a tese de que, nos casos de transtorno alimentar, é muito comum o comportamento imitativo, que ela chamou de comportamento "me too" ("eu também", em inglês), em que se imita a amiga, a prima. Assim, por exemplo, devem ser evitadas palestras para alunas em escolas, que poderiam passar a imitar os exemplos citados. As palestras devem ser dirigidas a pais e professores, e a donos de agência de modelos. Em suma, o livro é uma oportunidade para se entender um pouco mais o que é transtorno alimentar.


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cultura

Caixa Cultural abriga a instalação Lágrimas de São Pedro – Acalento ao Sertão Nordestino, com seis mil lâmpadas cheias de água. Obra é criação do artista plástico Vinícius S.A.

Fotos: Divulgação

Chove chuva Rita Alves

Q

ual a previsão do tempo até o dia 20 de fevereiro de 2011? Sol? Frio? Se o destino for a Caixa Cultural, na Praça da Sé, a previsão é de chuva até lá. Mas a água contínua que cai de cima é poética e foi criada pelo artista plástico soteropolitano Vinícius Almeida, conhecido como Vinícius S.A. Trata-se da instalação Lágrimas de São Pedro – Acalento ao Sertão Nordestino. O trabalho faz referência à novena de São José, período no qual o sertanejo oferece ao santo cantigas e orações para receber, em troca, as lágrimas de São Pedro, a chuva milagrosa. Essa é apenas uma das manifestações populares, ocorridas na cidade de Salvador, que fizeram parte da vida de Vinícius e o inspiraram a criar. O artista conta que seu avô é fundador de um distrito chamado Ubiraitá. "Ele foi o primeiro morador e um dos responsáveis pela construção da igreja". O local é sede anual da festa de Santo Antônio. "A história da novena veio em paralelo ao surgimento (digo surgimento porque o resultado final das lágrimas se deu por etapas) da instalação Lágrimas de São Pedro, entre 2004 e 2005. A festa de São José é comemorada nos dias 19 de março, é o período que se espera a chuva para que sejam plantados milho e feijão, assim a colheita acontece no período de Santo Antônio/São João. A inserção como obra de arte se deu de

região é a reação do público diante da chuva de vidro. Quando estava em cartaz na capital baiana, por exemplo, transpareceu a intensa ligação do visitante com a religiosidade. Já em Brasília, a reação de um admirador marcou o artista. "Um senhor escreveu que meu trabalho o dava orgulho de ser brasileiro! Essa foi a coisa mais deliciosa que li até hoje nos livros de assinatura." Vinícius ainda conta que o espaço expositivo influencia a reação do visitante. "Em São Paulo, o espaço não é de imersão, com isso, a relação sujeito x objeto é mais estabelecida, gerando

um tipo de fruição diferente com outras características de reação." O público mirim também é fã da instalação. "As crianças são mais espontâneas: deitam no chão, pegam, colocam o dedo dentro. Mas também tem adultos que reagem dessa maneira. As reações são sempre surpreendentes." Quando a obra foi instalada em Curitiba, Vinícius criou um blog para contar sobre a experiência (http:// lagrimasdesaopedro.blogspot.com/). A intenção dele é voltar a postar em breve. Em maio deste ano, o artista comentou no blog sobre um desejo antigo: instalar as Lágrimas de São

Pedro em algum espaço da Chapada Diamantina. Em São Paulo, depois do término da exposição, as gotas paradas no ar, na Caixa Cultural, ainda estão sem destino, segundo seu criador. "Agora entro de cabeça em outro projeto que precisa de uma atenção especial." É hora de Vinícius sair da chuva. Caixa Cultural São Paulo (Sé). Galeria Octogonal (térreo e 1º andar). Praça da Sé, 111, tel.: 3321-4400. Terça-feira a domingo, das 9h às 21h. Grátis.

TV Globo/M

árcio Nunes

TV Globo/João Pedro Januário

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maneira natural, por uma questão humana, que ao meu ver é indissociável da obra de arte." A instalação exibe uma série de lâmpadas incandescentes, cheias de água, presas ao teto do local. Quem chega pelo andar térreo do prédio tem uma bela visão das gotas de vidro. Melhor ainda é quem experimenta subir ao 1º andar para contemplar a chuva do alto, mais perto do "céu". Seis mil lâmpadas incandescentes formam as Lágrimas de São Pedro. E, desde o início, Vinícius não pensou em outro objeto para compor a instalação. "Na verdade, a forma do objeto que determinou o insight". Segundo o artista, o material foi doado por diversas pessoas e instituições. "O vidro usado na fabricação de lâmpadas incandescentes é o único que não pode ser reciclado, o que torna um objeto nulo." Antes de passar pela capital paulista, a instalação do jovem artista passou por Salvador, Brasília e Curitiba. E, em cada local, foi montada em diferentes tempos. Em São Paulo foram quatro dias de trabalho. "O tempo muda de acordo com a necessidade do espaço. Cada montagem é uma nova obra com novos desafios de suspensão. Em São Paulo, se você reparar, vai ver que a tela está suspensa sobre uma 'teia de aranha'." O que difere também em cada

Arquivo DC

Riso e rock no embalo das festas

rande sucesso teatral de Juca de Oliveira, a peça Qualquer Gato Vira-Lata Tem Uma Vida Mais Sadia que a Nossa estreou nos palcos em 1998 e foi vista por 1 milhão de pessoas em mil representações. Em janeiro de 2011, com Cléo Pires no elenco, está programada a estreia do filme baseado na peça de Juca. Antes disso, porém, a comédia testa seu poder de fogo com o telespectador, que vai poder conferir a adaptação da obra para a TV no próximo dia 22, na Globo. Adaptada pelo próprio Juca e com direção de

Regina Ricca Marcos Paulo, a peça ganhou o nome de Diversão.com e tem na trama central uma empresa de eventos onde trabalha Luciana (Mariana Lima), que tem um caso com o chefe, Rodolfo (Márcio Garcia), que é casado. Na empresa, também trabalham Tales (André Gonçalves) e Paula (Christine Fernandes). A confusão se forma quando todos eles se juntam para organizar uma festa de Réveillon. Outro especial de fim de ano da Globo, a comédia Papai Noel Existe (acima, esq.) , que vai ao ar no mesmo

dia 22, uma hora antes de Diversão.com, leva o telespectador para o comércio popular do Saara (a 25 de Março dos cariocas). Em uma loja da região trabalha a alegre e hilariante Francis, vivida por Regina Casé. Francis vai disputar as vendas de natal com o camelô Robson Luiz (Rodrigo Santoro) e com sua concorrente na loja Suelen (Katiucia Canoro) e dessa competição vai nascer uma amizade especial. O grupo ExaltaSamba também participa do especial, que é dirigido por Estevão Ciavatta e redação final de Guel Arraes.

No dia 23, a temperatura do Ibope Global deve esquentar com Tal Pai Tal Filho (acima, no centro), um encontro de gerações no embalo rock and roll no qual Fábio Jr. e seu filho, o cantor-galã teen Fiuk se encontram na telinha pela primeira vez. No especial, o primeiro projeto artístico de Fiuk é um DVD que ele lança com seu pai, uma proposta do próprio Fábio Jr. Só que o produto não vai ser bem recebido pela renomada jornalista musical Bárbara Leão (Alessandra Negrini), que publica uma crítica arrasadora em seu popular site

BrLeão Ponto Rock. O garoto não se dá por vencido e humilde, pede conselhos à própria jornalista para encontrar o caminho certo para sua carreira. Encorajado por ela, decide montar sua própria banda de rock. No domingo (19), às 21h, o assinante do Canal Brasil ganha de presente o show Beijo Bandido, com o qual o cantor Ney Matogrosso (acima, dir.) rodou o País durante todo o ano de 2010. O show foi gravado em agosto, quando o recémreformado Teatro Municipal do Rio abriu suas portas para receber Ney

Matogrosso. Baseado nas canções do álbum homônimo lançado pelo cantor em 2009, no show estão presentes as canções A Distância (de Roberto e Erasmo Carlos), Nada por Mim (Herbert Vianna e Paula Toller), Bicho de Sete Cabeças (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha), As Ilhas (de Astor Piazzolla e Geraldo Carneiro) e Medo de Amar (Vinicius de Moraes). Ney interpreta também Da Cor do Pecado (de Bororó), Tema de Amor de Gabriela (Tom Jobim) e Fala (de João Ricardo e Luli, do primeiro álbum do Secos & Molhados).


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