Diário do Comércio

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São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

R$ 1,40

Um grande problema para o País.

Conclusão: 23h35

Ano 86 - Nº 23.294

www.dcomercio.com.br

Jornal do empreendedor

1º pequeno passo do Copom.

Desde ontem a 11,25% ao ano, mas com destino final de 12,25%, a progressão da Selic deverá atrair dólares e dar mais força ainda ao real, com prejuízos à indústria, agricultura, ao consumo e investimentos das empresas. O 0,5 ponto do 1º aumento da era Dilma foi a receita unânime para tentar conter a inflação, projetada em 5,42% para 2011. Página 11 Filipe Araújo/AE

Reprodução

Olha a cabeleira do Assange.

O penteado vitorioso do homem do WikiLeaks na página 9

E o Oscar não foi para o cara Lula, o Filho do Brasil, escolhido para nos representar em Hollywood, está fora da lista da Academia. Página 10

Foi um córrego que passou... Morador de Mauá, em São Paulo, chora ao ver o chuvas chegou a 743, o comércio da região serrana que restou de sua casa, atingida pelas águas do calcula os prejuízos. Só em Nova Friburgo, 90% Corumbé. No Rio, onde o número de mortos pelas dos estabelecimentos foram atingidos. Página 8

Fotos: Reprodução

HOJE Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 28º C. Mínima 20º C.

AMANHÃ Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 31º C. Mínima 19º C.

ISSN 1679-2688

23294

9 771679 268008

Novo serviço da ACSP: certificados digitais. Claudio Queiroz (foto), executivo financeiro da ACSP, explica como associados farão contratos. Página 13

Zé Carlos Barretta/Hype

José Carlos Barretta/Hype

Um mundo fora do tempo, com 190 relógios. Tique-taque... e o tempo passa: 47 anos da Galeria do Relógio Antigo. Página 16


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O pano de fundo para alimentar a insatisfação é o repique da inflação, mais alta e perniciosa para as classes de renda menor. José Márcio Mendonça

pinião

UMA ELETRICIDADE NO AR Anderson Barbosa/AE

JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA

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ara os padrões das manifestações públicas que as principais centrais sindicais brasileiras, em seus tempos de "protesto contra" (nos últimos tempos passaram para a inovação do "protesto a favor") o ato promovido sob o comando da CUT e da Força Sindical na terça-feira foi pífio. Elas armaram encontros em várias capitais para defender um salário mínimo superior aos R$ 545 que o governo quer dar, reajuste de 10% para as aposentadorias do INSS superiores ao mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda na Fonte. Mesmo com esta agenda, não reuniram mais de 500 pessoas na capital paulista, sempre uma vanguarda nesse tipo de protesto. Os sindicatos, além dessas questões emergenciais, têm outros pontos em sua agenda legislativa e com o governo federal neste ano: a aprovação da redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas, evitar alterações nas regras trabalhistas, inclusive redução das contribuições sociais na fo-

lha de pagamentos e aprovar o fim do fator previdenciário. Adicionalmente, estão de olho para brecar qualquer mudança no sistema previdenciário, seja o privado, seja o público – mas este a presidente Dilma já providenciou descartar, pelo menos de início.

Incomoda aos sindicalistas o que já classificam como falta de diálogo com a nova mandatária. Acostumados com a afabilidade de Lula, ressentem-se da formalidade da presidente.

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ão se deve considerar, porém, que o pouco entusiasmo da primeira manifestação do "contra" em relação ao governo federal em muitos anos, desde quando Fernando Henrique Cardoso deixou a presidência da República, seja demonstração de que as centrais sindicais, como postas agora, com o bolso cheio de Imposto Sindical, perderam a embocadura e vão ficar como doidos de hospício, imprecando sozinhas em praça pública. Embora o clima geral seja de satisfação – clima este que a criação de mais de 2,5 milhões de empregos formais no ano passado, com um crescimento médio real da massa salarial de superior a 5% sustenta – há uma eletricidade estranha no ar. Os incômodos nascem mais das impressões iniciais deixadas pela presidente Dilma Rousseff e pela diferença de estilo entre ela e o presidente Lula, uma das marcas que a primeira mulher a chegar ao poder máximo no Brasil está fazendo questão de estabelecer. Incomoda os sindicalistas o que alguns deles já classificam como falta de diálogo da catego-

ria com a mandatária chefe. Acostumados com a afabilidade de Lula, a informalidade do presidente com os seus pares, ressentem-se da formalidade da presidente, que com eles ainda não se encontrou, e voltam a suspeitar que as "elites" estão de volta em detrimento deles. O deputado Paulinho da Força Sindical verbalizou esta orfandade na manifestação de São Paulo. Na parte mais objetiva, os sindicatos apontam movimentos para a mudança de enfoque das políticas oficiais, de um "governo do po-

vo", de Lula, para um "governo das forças influentes", de Dilma: o discurso da austeridade fiscal, a "mesquinhez" do salário mínimo e do reajuste dos aposentados, a retomada da elevação dos juros e tudo o mais relatado acima.

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pano de fundo para alimentar a insatisfação é o repique da inflação, mais alta e mais perniciosa para as classes de renda menor do que o número oficial de 5,9% indica. Há ainda o temor de que os apertos que o governo está promovendo –

na política monetária – e prometendo – na política fiscal – venha reverter a tendência de alta na oferta de empregos. Há um caldo de cultura que, se Dilma não tiver habilidade para contornar, pode lhe trazer aborrecimentos tão grandes quanto aqueles com que seus parceiros partidários, o PMDB e o PT. ameaçam presenteá-la, Já se espalham, aliás, germes de insatisfações por toda América Latina, depois de períodos de bonança em vários países. E todos colocando o governo nas cordas.

Há duas semanas, Evo Morales, na Bolívia, teve de voltar atrás em aumentos na gasolina e no óleo diesel, para parar manifestações de rua que engrossavam a cada dia. Nesta semana foi a vez do presidente Sebastião Pinera, do Chile, que se viu obrigado a fazer a mesma coisa após um reajuste do gás no país – seria de 16% e ficará em 3%. Alguns ajustes exigidos pela economia brasileira também implicam sacrifícios de gosto impopular. JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA É JORNALISTA E ANALISTA POLÍTICO

AS CHUVAS E AS RESPONSABILIDADES Jorge Araújo/Folhapress

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horror a que assistimos estes dias no Rio de Janeiro expôs de forma contundente o drama brasileiro das ocupações irregulares. É difícil escrever debaixo da comoção que naturalmente se instala num momento desses. Descaso do poder público? Irresponsabilidade do cidadão? Falta de investimento? Não há condição de analisar com frieza o que levou a essa tragédia enquanto contamos os mortos. Mas o drama trouxe à memória a reportagem do jornal Folha de S. Paulo que já comentei nesse espaço, na qual o repórter acusava o Secretário Municipal de Habitação de São Paulo de pregar a retirada das famílias das áreas de risco mesmo sem uma solução habitacional definitiva para elas. Em nome da preservação da vida, seriam subsidiadas com auxílio-aluguel e não correriam risco de morrer. Será que o repórter mudou de ideia depois das notícias sobre a região serrana do Rio? A verdade é que a lição carioca vai muito além. Parece óbvio que faltou tudo ali: carta geológica atualizada do território, defesa civil equipada, investimentos, política habitacional. Podem me acusar de bairrista, mas São Paulo vive situação muito melhor, embora haja mais famílias vivendo em área de risco do que no Rio, até porque a população é consideravelmente maior.

Áreas de risco são um problema que não pode ser cobrado só dos governos ou só dos moradores.

Costumo dizer que os jornais paulistanos odeiam São Paulo – ou, talvez, a amem demais – porque transtornos muito menores, aqui, já teriam levado ao impeachment do prefeito e do governador juntos. Aqui é descaso, lá é acidente natural. A série de deslizamentos de terra na região de Teresópolis trouxe à tona a realidade das ocupações irregulares em todos os seus matizes. Rico, pobre, todos viviam em área de risco. Mesmo em São Paulo: duas das quatro mortes contabilizadas na cidade por conta das chuvas eram de mãe e filha, moradoras de uma casa regular mas construída em área de encosta, sem a

JOÃO CARLOS BELDA devida prevenção do risco. Nossas cidades se expandiram de forma vertiginosa no processo de urbanização da população, sem haver planejamento público. Mora-se como bem se aprouver, da forma construtiva que quiser; mas, quando há mortes, por que a culpa é sempre do governo? Não há registro na história de deslizamento de terra que tenha matado índios. Será porque o índio, em sua infinita e sábia ingenuidade, nunca pensou em morar em barranco ou beira de rio?

Assim como a região serrana do Rio, São Paulo cresceu vertiginosamente e, atualmente, a conta da falta de planejamento significa 800 mil famílias vivendo de forma inadequada, 130 mil das quais em área de risco de deslizamento ou inundação (29 mil em área de risco extremo), segundo o Plano Municipal de Habitação, que está em debate. Falta investimento ? Falta. Mas a capital paulista pelo menos tem isso: um plano; sabe-se quantos e onde vivem os cidadãos sob risco. Também os moradores sabem desse risco. Reportagens recentes sobre as cheias na cidade mostraram famílias que, mesmo recebendo subsídio da Prefeitura,

retornaram às suas casas em áreas alagáveis. O jornalista cobrava fiscalização do poder público. E do cidadão, quem vai cobrar responsabilidades? Quem cobrará o mínimo de bom senso desse chefe de família que expõe os seus ao risco de morte, mesmo tendo R$ 300 mensais no bolso para ajudá-los a ir para local mais seguro? Cidades alemãs obrigam todas as construções a ter sistema de drenagem que capte 100% da água da chuva. Por isso, é comum se ver na Alemanha casas com telhado de grama e quase nenhum cimento no quintal. bem da verdade, o problema habitacional das capitais não é só falta de moradia, mas também falta de renda para comprar uma casa. Mas há que se cobrar o mínimo de responsabilidade do cidadão. Nas fotografias dos jornais, há cenas deprimentes: montanhas de lixo que despencam ribanceira abaixo, lixo doméstico lançado no barranco sem nenhuma preocupação e, muitas vezes, em locais onde há coleta da Prefeitura; casas erguidas no sistema de autoconstrução que mais parecem edifícios, na quarta ou quinta laje; canos que lançam esgoto morro abaixo, ou, pior, morro adentro, encharcando a encosta e fazendo o morro virar uma espécie de mousse de terra. Será que o nosso jornalismo cumpre seu papel social

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ao imputar toda a culpa ao poder público, reafirmando a irresponsabilidade da população e levando-a a acreditar que não existe motivo de preocupação, que o "municípiomãe" há de protegê-la de tudo? E por que não dá os nomes e não cobra quem incentiva (ou se elegeu incentivando) invasões em áreas de risco ou de proteção ambiental? Acho que o debate sobre áreas de risco está apenas começando e deveria ser enriquecido pelos formadores de opinião. A exemplo de São Paulo, é preciso, primeiro, saber a extensão do risco, o número de pessoas ameaçadas, o custo dessa fatura. Se não é possível solucionar tudo, que se faça ao menos um plano e se comece a agir. e for muito difícil ou demorado retirar as pessoas das encostas e beiras de córregos, que pelo menos se construa um sistema de alerta, para avisar a todos ao menor sinal de tempestade. E que haja planejamento antecipado das ações e fortalecimento da Defesa Civil –até porque sempre irá chover. E, principalmente, que o problema das áreas de risco no País deixe de ser apenas "do governo" ou da população pobre que constitui a maioria nessa situação – e passe a ser de toda a sociedade.

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JOÃO CARLOS BELDA É CONSELHEIRO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO.

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos (tmatos@acsp.com.br) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos (josemaria@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), chicolelis (chicolelis@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima (luiz.octavio@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br) e Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro (aribeiro@dcomercio.com.br) Editores: Cintia Shimokomaki (cintia@dcomercio.com.br), Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) e Vilma Pavani (pavani@dcomercio.com.br) Subeditores: Fernanda Pressinott, Kleber Gutierrez, Marcus Lopes, Rejane Aguiar e Tsuli Narimatsu Redatores: Adriana David, Anna Lucia França, Eliana Haberli ,Evelyn Schulke, e Sérgio Siscaro Repórteres:Anderson Cavalcante (acavalcante@dcomercio.com.br), André Alves, Fátima Lourenço, Geriane Oliveira, Giseli Cabrini , Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mário Tonocchi, Neide Martingo, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vanessa Rosal, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira (soliveira@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

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A QUESTÃO DA SEXUALIDADE DEVE SER DISCUTIDA NA ESCOLA DENTRO DE UM AMPLO ESPECTRO.

pinião

Erotismo e educação sexual S

e pornografia educasse alguém, bastaria à molecada ir a uma banca de jornal, assistir novelas ou acessar um hot site e pronto: todos tirariam nota 10 com louvor em "educação sexual". No ano passado causou furor, no meio escolar, o conto erótico Obscenidades para uma dona de casa escrito pelo consagrado escritor Ignácio de Loyola Brandão e que faz parte da coletânea Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século, distribuída pela Secretaria Estadual da Educação aos alunos da terceira série do Ensino Médio. Como em toda polêmica ("polemos" = guerra), os opositores cavaram trincheiras e dispararam opiniões como metralhadores a cuspir balas. Mas no calor das emoções, parece que o fulcro da questão, que é a educação sexual pelas escolas, ficou um grito parado no ar. "E agora, Ignácio?" Muitos pais que vociferaram contra o conto de Loyola Brandão com certeza se chocariam mais se acessassem as ondas da web nas quais seus pimpolhos navegam (ou naufragam?) livremente no sagrado recinto de seus lares. Aliás, reagindo às críticas, Loyola Brandão tocou na questão dos sites pornográficos escancarados nas janelas virtuais que os jovens (e quem quiser) podem acessar livremente. Mas seria o conto, que às vezes flerta com o chulo, pedagógica ou andragogicamente recomendável como suporte às aulas de educação sexual nas escolas – ou até para os pais, em casa, abrirem um diálogo franco com os filhos sobre a sexualidade? Apesar da "grife" Ignácio de Loyola Brandão, este conto não é o melhor da lavra desse nosso bom escritor. Não faz muito tempo, aliás, outro autor, imortal da Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro, também enveredou pelo caminho das obscenidades explícitas num livro que também não é sua melhor criação (A Casa dos Budas Ditosos). Ele, com certeza, será lembrado por outras (boas) obras suas, e não por essa. Precisamos ter coragem de admitir que nem tudo o que um consagrado escritor escreve – ou qualquer tipo de produção artística – é sempre de boa qualidade. Ou a fama contribui para cegar o senso crítico de todos nós? O incensado Paulo Coelho, por exemplo, um best-seller man, escreve

livros ruins paca! Aliás, na opinião deste escrevinhador, o Paulo Coelho letrista de música, que escreveu vários hits para Raul Seixas, é muito superior ao Paulo Coelho escritor.

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em delongas: o conto erótico de Loyola Brandã, não é bom e não serve para fim de educação sexual de ninguém. Há quem goste, mas e daí? Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. E uma pergunta: se esse conto erótico não fosse escrito por ele, mas por alguém menos conhecido, será que a opinião de quem é favorável seria a mesma? Será que esse conto seria adotado nas escolas? Reflitamos sobre isto. A educação sexual nas instituições de ensino é algo muito sério, e por isso mesmo deve – ou deveria – abordar a sexualidade humana plena, indivisível, isto é, inserir-se na visão holística (global) do indivíduo, da pessoa enquanto ser complexo, trazendo a discussão dos comportamentos sexuais para a perspectiva correta. Sejamos francos: contos eróticos ou pornôs (muitos autores não sabem estabelecer a linha demarcatória entre um e outro) vão espicaçar os hormônios da molecada (e de todos os lei-

SAMIR KEEDI

MULTIMODALIDADE E DESINTERESSE

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tores), mas servem como mote para a educação sexual? Sem as diretrizes educacionais que deem suporte ao ensino da sexualidade humana, a resposta é absolutamente "não". Vão, isso sim, é vulgarizar ainda mais o sexo. E numa época em que as pessoas e os afetos são coisificados, do que menos precisamos é o reforço à banalização do sexo – pois isso a televisão atual, liderada pelas novelas da Globo e pelo seu execrável BBB, já o faz "com louvor".

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ensino da sexualidade humana nas escolas carece do suporte interdisciplinar de outras matérias dos saberes humanos , como por exemplo: (1) Filosofia; (2) Antropologia; (3) Sociologia; (4) Psicologia; (5) Biologia – com suas respectivas ramificações. O indivíduo, seus desejos, seus afetos, suas necessidades de ordem sexual, seja pelo imperativo de perpetuar a espécie ou apenas pelo prazer em si mesmo, somente é pleno, completo, quando há reciprocidade do outro – que vá além do côncavo e convexo, e que haja simbiose de (e no) respeito mútuo. Urge uma discussão serena das pessoas de bom siso das escolas e da comunidade.

LUIZ OLIVEIRA RIOS Em breve as aulas recomeçarão em toda a rede escolar nacional. Há que se repensar tanto no material didático a ser adotado nas escolas como na linguagem adequada para o ensino de tão importante assunto.

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om um senso crítico desenvolvido através da correta aprendizagem de matérias afeitas à sexualidade humana, certamente nossos jovens saberão deletar leituras que fazem apologia do grotesco, de pseudoliteraturas que fazem aflorar com ímpeto os sentidos primários, mas embotoam as finas emoções da alma. E saberão por fim, esses jovens, que o erotismo de fato e de direito (e não a pornografia) tempera a vida sexual. Querem uma prova? Leiam Cantares, de Salomão (Velho Testamento), uma obra-prima de todos os tempos sobre o erotismo verdadeiro. LUIZ OLIVEIRA RIOS É EMPRESÁRIO E COLUNISTA DO

DIÁRIO DO COMÉRCIO. OLIVEIRA.RIOS@HOTMAIL.COM

HORA DE ABOLIR ABSURDOS E

ste Brasil que demora em reparar erros e distorções, nos remete à oportunidade de, agora que teremos presidente e governadores empossados, alterar a infeliz data para o início dos mandatos. Uma bobagem que salta aos olhos, diminui o prestígio e a solenidade das posses e transtorna a vida dos envolvidos. A data deve coincidir com a dos parlamentares federais e estaduais e ponto final. E não deve ser 1º de março já que, às vezes, este dia cai no Carnaval. Mas poderia ser dia 31 de janeiro, como na Constituição de 46 – uma das melhores que tivemos, diga-se de passagem. Outro fato que merece reparo, por ser razoável e democrático, seria alterar, como ocorre em diversas democracias, o conceito de maioria para vencer o pleito majoritário. Deveria ser 40%; não a metade mais um dos votos. Na área fiscal, temos uma coleção de absurdos. A começar pelo Imposto de Renda, que ainda exige dos contribuintes declarar linhas de telefone fixo, que já não possuem valor algum. A água mineral portuguesa Pedras Salgadas, entre as melhores do mundo, deixou o mercado brasileiro em função de a embalagem ter sido modificada e a burocracia para aprovar a nova ser tão grande, que o importador desistiu. As sardinhas defumadas da Finlândia,

concessionária da BR 040, a única que não integra o sistema de cobrança eletrônica de todas as demais. Certamente por teimosia. As distribuidoras de energia elétrica, que lutam para reduzir a fraude pela via de novas tecnologias de medição de consumo, sofrem nas mãos do INMETRO, lento em aprovar equipamentos consagrados no mundo e de responsabilidade de empresas altamente conceituadas aqui e no exterior.

ARISTÓTELES N DRUMMOND presentes há décadas no Brasil, não são mais permitidas, para tristeza dos clientes do sofisticado Santa Luzia de São Paulo. São coisas que não combinam com um Brasil que disputa a direção de tantos organismos internacionais. s agências reguladoras, criadas para a defesa do consumidor, normalmente são omissas em casos concretos e detalhistas em criar dificuldades aos empresários. No caso das estradas com pedágio, por exemplo, nada faz em relação à

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m 19 de fevereiro de 1998 – portanto, há quase 13 anos– foi aprovada e publicada a Lei 9611 estabelecendo a multimodalidade no Brasil e criando a figura do OTM Operador de Transporte Multimodal, após mofar no Congresso Nacional por cerca de 10 anos. Esta lei foi regulamentada em 12 de abril de 2000 pelo Decreto 3411, com "apenas" 20 meses de atraso, já que a lei falava em prazo de 180 dias para isso. A norma rezava que a multimodalidade teria um documento de transporte único. Acreditamos que qualquer um de nós o teria criado em meia hora. Ou menos, simplesmente adaptando o conhecimento de transporte marítimo, o nosso querido e conhecido Bill of Lading. Este documento único, no entanto, levou mais de cinco anos para ser criado, e o foi pela norma Ajuste Sinief 6 em 2003. A Lei também Imputava ao OTM a obrigatoriedade da contratação do seguro para o transporte da carga. Nunca foi possível ser contratado por qualquer empresa interessada em ser um OTM. As seguradoras não ofereciam o produto. Com isso, nenhuma empresa conseguia se registrar como OTM. No final de 2004, pelo decreto 5.276, esta exigência foi eliminada, possibilitando às empresas obterem seu registro na ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres. Ainda em 2004, logo depois, a ANTT publicou a Resolução 794 sobre a habilitação do OTM. Agora tudo certo, e com as empresas pretendendes a tal fazendo seus registros na ANTT, tudo parecia bem. Passamos a ter algumas centenas delas registradas como OTM e aptas a operar e, assim, ajudar o País.

ada mais irritante e ridículo, ainda, do que a fúria com que fiscais da Agricultura revistam as bagagens dos passageiros dos voos internacionais em busca de inocentes – e saborosos – queijos e embutidos que os mais gulosos teimam trazer na bagagem. Com esse comportamento, nem podemos condenar as revistas rigorosas e desconfortáveis aos passageiros nos aeroportos americanos e europeus. Muito embora, nestes casos, a prevenção ao terrorismo tenha o seu sentido. ARISTÓTELES DRUMMOND É JORNALISTA E VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE JANEIRO. ARI.DRUMMOND@YAHOO.COM.BR

omo se vê, a luta para se chegar a ter um OTM no Brasil levou quase duas décadas – quase uma somente a partir da publicação da lei, em 1998. Nunca entendemos porque no Brasil, tudo parece ser para amanhã, ou quiçá para a próxima década. Quando não mais. Quando se pensava que não havia mais obstáculos, e que o OTM funcionaria a "pleno vapor", ou como um foguete, eis que até hoje está no papel. Ninguém tem como entender esta situação, e porque tudo se passa dessa maneira. Para termos uma ideia melhor do que ocorre, basta mencionar que o OTM e a multimodalidade no Mercosul foram criados no longínquo ano de 1995 – e até hoje também não funcionam. Sem querer entender muito, mas partindo para sua utilidade, qual seria ela? Todos sabemos que o OTM é aquele instrumento fantástico para ajudar as pequenas empresas no comércio exterior. Sabe-se que no Brasil o comércio exterior é muito caro. Nosso sistema logístico é de arrasar as tentativas de pequenas e médias empresas que desejam fazer comércio exterior. E todos sofrem , até as grandes empresas.

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É urgente a implementação de fato da multimodalidade, que poderá ser um instrumento para ajudar o Brasil no crescimento das suas exportações.

É de não entender ou acreditar, quando se ouve falar sobre os custos internos – em que uma mercadoria enviada de algum lugar a duas ou três centenas de quilômetros do porto de Santos até uma cidade nos EUA, a duas ou três centenas de quilômetros do porto de destino, ter 60% de custo logístico no Brasil. E 40% do nosso porto até o destino final. É de arrepiar. Isso se deve, obviamente, à pior matriz de transportes do mundo, como já expusemos em diversos artigos. Aqui, até taxa de utilização do Siscomex - Sistema Integrado de Comércio Exterior, criado pelo governo para controlar tudo, se paga para registrar a importação. Esperamos que nunca chegue à exportação. É no mínimo um contrassenso pagar para usar um sistema eletrônico. É urgente a sua implementação de fato, visto que poderá ser um dos instrumentos mais adequados para ajudar o Brasil no crescimento das suas exportações, meta almejada por todos. Acreditamos que o país tem perdido muito com esta morosidade, e é claro, por consequência, todos nós. multimodalidade é uma grande arma para as pequenas empresas, que tanto precisamos introduzir no comércio exterior ,pelo menos na exportação, para aumentarmos a quantidade de empresas exportadoras (que, todos sabemos, representam uns 3% das nossas exportações) e, com isso, aumentarmos nosso comércio exterior e nossa importância no mundo. De de quebra, reduzirmos a nossa dependência em relação aos grandes players. Como no Brasil exportar é muito caro e pequenas exportações ficam inviabilizadas pelos custos, o OTM pode ser a solução. Com a multimodalidade, os pequenos exportadores, e aqueles que não querem ou não gostam de se preocupar com a logística e entrega da mercadoria, teriam mais uma opção. Elas teriam nesse operador a sua grande chance de exportar, ou importar, com redução de custos pela quantidade trabalhada por este. Assim, fazemos aqui a pergunta que todos gostariam de fazer: a quem interessa que não funcione a multimodadlidade?

A

SAMIR KEEDI É PROFESSOR, AUTOR DO LIVRO TRANSPORTES E

SEGUROS NO COMÉRCIO EXTERIOR E TRADUTOR DO INCOTERMS 2000 SAMIR@ADUANEIRAS.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

Giba Um

3 Mais

dois musicais para 2011: um é Violinista no Telhado, repleto de canções judáicas, que estreou na Broadway em 1964.

gibaum@gibaum.com.br

k Um pedido de extradição é da competência do Supremo, em instancia

«

única. Não pode ser transferido para outro poder. Lei não se transfere.

FRANCISCO REZEK // ex-ministro do Supremo, ex-chanceler e ex-membro da Corte de Haia, sobre a novela Cesare Battisti Fotos: Steven Meisel

333

MISTURA FINA A MINISTRA Ana de Holanda, da Cultura e irmã de Chico Buarque, está renegociando, pessoalmente, despesas que herdou dos tempos de Juca Ferreira, estimadas em meio bilhão de reais.

333

Solução

Proteção trilionária Como dilúvios e demais desastres naturais não são privilégio do Brasil, grupo de economistas do Banco Mundial discutiu possíveis linhas de financiamento para a reconstrução e prevenção de desastres em todo o planeta, chegando à conclusão de que seria necessário um esforço equivalente a 2% do PIB mundial, durante dez anos, para proteger a humanidade. A dinheirama corresponderia a cerca de US$ 1 trilhão, que é mais ou menos o PIB do Brasil. No país, a propósito, de 2004 a 2010, para cada quatro reais previstos no orçamento para programas de prevenção de danos e prejuízos provocados por desastres naturais, menos de um real foi aplicado.

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Lichia.

ATÉ MESMO alguns secretários do governo paulista brincam e acham que deve ser influência de Aécio Neves: Geraldo Alckmin vem servindo, até em despachos normais, em seu gabinete, além de cafezinho, pão de queijo. E não é de hoje: mesmo depois da posse, fornadas e mais fornadas de pão de queijo foram servidas aos convidados. 333

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CRESCEM na internet movimentos de declarado amor e admiração pela atriz Paola Oliveira que é, realmente, uma festa para os olhos quando aparece em Insensato Coração. O mais recente louva e aplaude as pernas da atriz. E faz questão de determinar exatamente a área que entende por pernas: é aquela entre o joelho e o tornozelo. 333

É GRAVE o estado de saúde de Chico Anysio, internado na CTI do Hospital Samaritano, no Rio. Também inspira cuidados o estado de saúde do escritor Moacyr Scliar, membro da Academia Brasileira de Letras, vítima de um AVC.

A O M

333 Será hoje, na Casa Fasano, com convites rigidamente controlados à porta por sistema digital e apresentação de documento, a Top Night 2011 da Mercedes-Benz, para a avant-première do modelo CLS 63 AMG. Completando a apresentação do bólido, fotos assinadas por Luiz Tripoli, o que já está virando uma tradição, com figuras conhecidas: entre outras, Mayana Moura, a Melina de Passione (esquerda), Paola de Orleans e Bragança (direita), Lara Gerin, Maurren Maggi, Bruno Barreto e Helena Rizzo.

Noite da Mercedes

C A

O Brasil pagou, no ano passado, perto de R$ 160 bilhões de juros de sua dívida pública, o que equivale a perto de R$ 443 milhões escoados pelo ralo por dia. Agora, o governo decidiu ajudar a Região Serrana do Rio com R$ 100 milhões, que chegarão em parcelas, provavelmente em mais de um ano. É menos de um quarto da dinheirama de juros pagos por dia.

OdeputadoEduardoCunha (PMDB-RJ) resolveu provocar o Planalto que pretende retirar a Funasa, onde teria ocorrido desvio superior a meio bilhão de reais, das mãos dos peemedebistas, via Twitter: “Defendo apuração rigorosa, doa a quem doer, de qualquer denuncia.SejaFunasa,Erenice, seja Cardeal, seja qualquer outro de qualquer lugar”. Erenice Guerra era braço-direito de Dilma na Casa Civil e Valter Cardeal, diretor da Eletrobrás, sempre foi o homem de total confiança da presidente no setor elétrico.

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O MINISTRO Luiz Sérgio, das Relações Institucionais, o primeiro a cair no desagrado da presidente Dilma devido a seu desempenho pífio na briga com o PMDB por mais cargos e igualmente na novela do novo salário mínimo, agora quando fala repete o bordão “A presidente Dilma e eu...”. Mais: ele já acha que, com a exposição que ganhará na mídia, poderá ser um candidato natural ao governo do Rio em 2014.

Por: José Nassif Neto Nome da loja que vende óculos. Pano para envolver o busto dos orixás.

Pessoa que sofreu mutilação. Teimoso; obstinado.

Local do fogão onde se colhe as cinzas.

Fruto do cafeeiro. Triturar Companhia. com (abrev.) os dentes.

Ponto final; término. Roedor grande. Assento duro. Rocha, em francês.

Moer, 3ª pess. sing. afirmativo imperativo.

É observado do alto. Mistura gasosa que forma a atmosfera.

Seiva, em inglês.

Que se aproxímou; rodeou. (femin.).

Matériaprima do Lou Reed, cantor. tijolo. Símbolo do rádio. Placa; lâmina; chapa.

Sigla do Acre. Símbolo do Boro.

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OUT

Kiwi.

Para comparar 333

PROVOCAÇÃO

B

333 A Petrobrás, segundo a ANP, é a maior investidora em exploração de petróleo do país com 59% do total do segmento: em 2010, até o terceiro trimestre, desembolsara R$4,9bilhões, seguidapelaCGX, de Eike Batista, com R$ 1,2 bilhão. Só que a Petrobrás também é a maior empresa importadora do Brasil: no ano passado, comprou US$ 19,5 bilhões de fornecedores estrangeiros, ou seja, 10,7% do total importado pelo país. Entre 236 empresas que compraram cada uma mais de US$ 100 milhões, a Vale, maior exportadora do Brasil, aparece em 31º lugar na lista.

São Sebastião

S U A O

NO TOPO

A eliminação de Ariadna (Thiago, de nascimento), primeira transsexual do BBB , provocou reações na internet dos simpatizantes da categoria. Entre eles, Aguinaldo Silva, 66 anos, novelista e criador do primeiro jornal gay brasileiro, O Lampião, nos anos 70: “Tirar Ariadna é o mesmo que matar o protagonista da novela no primeiro capítulo. Eu se fosse Boninho, virava a mesa e trazia a bicha de volta”. Na saída, Ariadna jurou que não voltará a ser garota de programa e que seu sonho é ser fotografada nua no centro da cidade, “para todo mundo me ver”. 333

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Pobreza, nem tanto 333 Vinte anos depois de ter governado o Rio Grande do Sul, o senador Pedro Simon (PMDB) requereu aposentadoria por ter ocupado o cargo. Já recebeu R$ 52 mil referentes a novembro e dezembro de 2010, ao mesmo tempo que recebia R$ 16,5 mil mensais no Senado (seu mandato vai até 2015), vencimentos agora reajustados para R$ 26,7 mil por mês. Pedro Simon é católico fervoroso, integra a Ordem de São Francisco e há alguns anos, fez voto de pobreza.

riundo da Gália (atual França), era o capitão predileto do imperador Diocleciano. Denunciado como protetor dos cristãos, foi condenado ao martírio por flechadas em 288, mas, milagrosamente curado. Depois, açoitado até a morte. É invocado como o protetor contra a peste e a guerra.

Solidariedade

O J A O T C I T I R R A D N C O F I A E R E O R A T A S AB L R A D O A R P R H A R D A C S P O A O R C L A R I O P I S A I Ã O

O governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, já tem uma nova visão dos problemas que assolam o Estado: está circulando com novos óculos, mais leves e modernos, da grife francesa Mauris Maurel, em metal, escolhidos com a consultoria ótica e estética de sua mulher, Maria Lucia Alckmin. A primeira-dama paulista, a propósito, já reassumiu o programa das Padarias Artesanais, com distribuição de kits. 333

A tragédia que assola a Região Serrana do Rio gerou, só nesta semana, 250 mil tweets e a média, no período, tem sido de 1.620 posts por hora, ligados às enchentes, desmoronamentos e procura de vítimas em meio a montanhas de lama e detritos (em algumas áreas, chegam a atingir até quatro metros de altura). Metade deles, lista pontos de arrecadação e dá informações sobre o clima nas regiões afetadas e outra metade é recheada de comentários pessoais sem a menor utilidade. Eike Batista e Abílio Diniz também entraram no Twitter: o primeiro, dizendo que mandou helicópteros da empresa EBX para ajudar; o segundo, divulgou pontos de recolhimento e relatou ter enviado os primeiros três caminhões com mercadorias.

Twitter na tragédia

O

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NOVAVISÃO

Zodíaco chinês

20 de Janeiro

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Cada ação estabelecida nas reuniões ministeriais ou nos despachos individuais com ministros é devidamente registrada nos computadores pessoais da presidente. E igualmente é fixado o prazo de seis meses para os resultados começarem a aparecer. Resumo da ópera: em julho, nem antes e nem depois, o desempenho individual de cada ministro será avaliado por Dilma Rousseff. E ela avisou que não tolerará quaisquer tipos de justificativas. Se não agradar a chefe (Dilma não gosta que alguém se refira a ela usando essa expressão), será substituído, sem direito a choro.

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Com inspiração na cantora Donna Summer, ícone mundial dos anos 70 e no Zodíaco Chinês (em fevereiro, termina o Ano do Tigre e entra o Ano do Coelho), a brasileira Raquel Zimmermann (ela está chegando para o SP Fashion Week, contratada da Animale), com cabelos avermelhados, a dinamarquesa (e um tanto assexuada) Freja Beha Erichsen (é a nova contratada da Santa Lolla) e a veterana Kristen McMenamy, 44 anos, que surgiu, fazendo o estilo andrógina, no final dos anos 80, estrelam a nova campanha mundial da Louis Vuitton. Leques e muitas cores compõem uma produção fantástica e as fotos são de Steven Meisel. 333

MAIS: outro é uma versão do filme O Mágico de Oz, de 1939, quando Judy Garland imortalizou a canção Over the Rainbow.

F A E N B A D R O O C A C E P AR C B A

Tem até prazo

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Veterano sedutor No casamento de Natalia Jereissatti, filha de Tasso Jereissati, a senadora Patrícia Saboya, 48 anos, elegante e usando um vestido tomara-que-caia, sentou-se ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que está chegando aos 80 anos. Logo que viu FHC se esmerando em atenções, Tasso foi até a mesa e já preparava uma brincadeira quando a própria Patrícia se antecipou: “Estou ao lado de um dos homens mais sedutores do país”. Patrícia, aliás, é ex-mulher de Ciro Gomes, que não morre de amores pelo ex-presidente. 333

GABRIEL Chalita (SP) queria ser líder do PSB na Câmara, mas não teve nem chance: a posição será de Ana Arraes (PE), mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ela tem respeito dentro e fora do partido. 333

Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Batata-derama. (angiosperma). Comedido nas despesas e na comida.

13ª letra do alfabeto francês.

Pergaminho de pele de vitela.

Símbolo de ampereespira. (eletric.) Apetite sexual intenso dos mamíferos.

Designa um tipo de silogismo legítimo.

Sinal gráfiSólido, em co usado inglês. em uma citação.

Diz-se do vento quente do sul/sudeste.

Músculos de dois pares do abdome.

Descendentes de ancestrais. Caçote; jia.

Símbolo do rutênio. Onde se lava a louça.

Elem. 'Ba'. (quím.) 1º homem na bíblia.

Vestuário antigo usado pelos guerreiros.

(1022) 2-rã; ru; 3-oja; clã; aco; sap; roc; 4-hard; saio; 5-psoas; oídio 6-fanado; 8-cará-do-ar (cará robusto,nativo da Ásia e Austrália é comestível e diurético).


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

5 NO BOLSO Parlamentares aumentam o próprio salário e discutem contenção de gastos

olítica

NA JUSTIÇA PSTU protocola ação popular contra os aumentos no Congresso

PSTU: 'aumento de 62% é um escândalo' Partido protocola ação popular contra aumento salarial do Legislativo e do Executivo, que varia de 62% a 149%. 'Equiparação entre poderes não tem sentido' Paulo Pampolim/Digna Imagem - 27.09.04

O Zé Maria, do PSTU: "Enquanto aprovam um reajuste milionário dos seus salários, esses mesmos parlamentares alegam ser impossível dar um aumento de mais de R$ 30 ao mínimo".

PSTU entrou ontem com ação popular contra o reajuste salarial dos próprios salários aprovado pela Câmara e pelo Senado no final do ano passado. Os salários dos parlamentares foram reajustados em 62%. Ao mesmo tempo, o novo valor, de R$ 26,7 mil, foi reajustado também para o presidente da República (um reajuste de 134%) e para os ministros (149% de aumento), equiparando todos os salários aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação do PSTU foi protocolada na 5ª Vara Federal, em Brasília, junto ao juiz Paulo Ricardo de Souza Cruz. O partido contesta a necessidade de equiparação dos salários nos três poderes. Segundo a ação, os ministros do Supremo devem ser considerados funcionários de car-

'Serei incansável na luta contra a corrupção', diz Hauschild

reira, e não funcionários com função de governo, como é o caso dos ministros e do presidente da República. Dessa forma, se não são equiparáveis as funções dos ministros do STF e as funções dos titulares do Poder Executivo, também não há razão para uma equiparação obrigatória dos vencimentos. "Não são equiparáveis as funções de ministro do Supremo Tribunal Federal com as exercidas por agentes políticos em exercício de mandato. Os parlamentares e os membros do Governo (...) não podem ser equiparados aos cargos públicos de natureza estatal", argumenta a ação. O PSTU lembra ainda que não há qualquer previsão na Constituição Federal também para a necessidade dessa equiparação. Para o PSTU, o aumento salarial dos parlamentares viola

os princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa. Na opinião de Zé Maria de Almeida, presidente nacional do PSTU, o reajuste dos parlamentares é "um escândalo": "Isso mostra o que é prioridade deste governo e do Congresso. Enquanto aprovam um reajuste milionário dos seus salários, esses mesmos parlamentares e governantes alegam ser impossível dar um aumento de mais do que R$ 30 ao salário mínimo, alegando falta de recursos". O advogado do PSTU ,Aristeu Pinto Neto, justifica que a equiparação salarial também é imoral. "Ninguém teve reajuste nem perto de 62%. Os parlamentares, no momento em que falam em corte de orçamento e com tantos problemas para serem resolvidos, como essa calamidade das chuvas, promovem esse reajuste". (AE/AOG)

pulação brasileira, existe a necessidade de se debater a gestão de receitas e despesas previdenciárias para garantir a sustentabilidade das contas no longo prazo. "É necessária uma ampla e democrática discussão com a sociedade sobre a previdência". Ele acrescentou ainda

que, no curto prazo, é possível aumentar as receitas por meio, por exemplo, do combate à fraude e à sonegação. Estavam na cerimônia o secretário-executivo e ex-ministro Carlos Eduardo Gabas; o ministro do STF Gilmar Mendes e o diretor-geral da Polícia Federal. (AE/ Folhapress)

Elza Fiúza/ABr

Novo presidente do INSS promete melhoria no atendimento e no combate às fraudes

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o tomar posse, ontem, o novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Hauschild, destacou que vai concentrar esforços no aprimoramento do atendimento ao cidadão, na inclusão de novos co ntr ibu intes no sistema e no combate às fraudes. "Nesse último quesito, destaco que serei incansável na luta contra a corrupção e contra os desvios éticos e de conduta", afirmou Hauschild, que anteriormente ocupava o cargo de

chefe de gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli. Hauschild entra no lugar de Valdir Simão – que atualmente é secretário de Fazenda no Distrito Federal. O novo presidente do INSS ressaltou ainda, em auditório cheio de servidores, que vai dar continuidade ao projeto de modernização do instituto e de valorização dos servidores, especialmente no que se refere às ações de formação e qualificação profissional. "Estou certo de que esses investi-

mentos se refletem, diretamente, na melhoria do atendimento prestado à sociedade". "Reitero a importância de concentrar esforços em medidas de incentivo à inclusão no sistema e de recuperação de créditos previdenciários e não previdenciários". E ressaltou a necessidade de dar continuidade ao processo de modernização do INSS e da valorização dos servidores públicos. Na solenidade, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, reforçou que o governo Dilma Rousseff vai dar continuidade às ações de melhoria ao atendimento ao público, iniciada pela equipe do ex-presidente Luiz Inácio Lula

Hauschild diz que quer aprimorar o atendimento , incluir novos contribuintes e combater fraudes.

da Silva, por meio de abertura de novas agências. Além disso, reforçou que vai buscar formas de ampliar a cobertura previdenciária no país. Uma das metas é formalizar 5,3 milhões de empregados domésticos. O ministro da Previdência Social afirmou ainda que, com o envelhecimento da po-


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Até hoje, nenhuma suspeita foi provada. A empresa trabalha com padrões para lutar contra a corrupção. Declaração da Alstom

olítica

Newton Santos/Hype - 19.05.09

CASO ALSTOM

Suíços e ingleses dão a rota da propina Ministério Público da Suíça acusa a empresa de dificultar as investigações

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Ministério Público da Suíça acusa a Alstom de estar dificultando as investigações sobre suspeitas de pagamento de propinas a funcionários públicos de diversos países, entre eles o Brasil. A crítica vem um dia depois que o Escritório de Fraude do Reino Unido confirmou a suspeita de que pelo menos dois altos funcionários estariam envolvidos em um "sistema mundial de corrupção" para garantir contratos públicos. Parte das descobertas de suíços e ingleses está sendo repassada para a Justiça no Brasil que, segundo Berna e Londres, já sabe de parte da rota suspeita da propina. A Alstom, via assessoria de imprensa, rejeita todas as acusações. Suíços e ingleses têm trabalhado em conjunto na investigação, lançada depois que um ex-banqueiro suíço revelou o esquema e que as propinas envolviam países como Brasil, Venezuela e México. Em maio de 2010, o diretor do grupo Alstom na Suíça, Andreas Koopmann, foi convocado a depor. O MP suíço confirma que "a cooperação do sr. Koopmann foi limitada e mesmo insuficiente". Segundo o MP, do ponto de vista da investigação, as suspeitas apenas foram "reforça-

A cooperação do sr. Andreas Koopmann [diretor do grupo Alstom, na Suíça], foi limitada e mesmo insuficiente. MINISTÉRIO PÚBLICO DA SUÍÇA das" sobre a Alstom depois que a enquete foi aberta em 2008, com o descobrimento de detalhes das transações. Brasil – Tanto suíços quanto britânicos insistem que o avanço do caso na Europa terá repercussões no Brasil. Os funcionários da empresa, segundo britânicos, teriam pago mais de US$ 120 milhões em propinas para garantir contratos públicos no mundo todo. Parte teria vindo ao Brasil, num caso em que a Justiça suíça já informou ao MP do País que as suspeitas são de que a rota do pagamento de propinas passava por Paris, Londres e chegava a funcionários públicos brasileiros, entre outros. Um dos contratos suspeitos seria o do Metrô de São Paulo. A informação era a de que empresas fantasmas e contratos de consultoria de trabalhos existentes eram o método usado pela Alstom para fazer chegar o pagamento das comissões milionárias.

A Justiça suíça confirmou que teve reuniões com a Justiça brasileira sobre o caso e que já havia informado que uma das rotas da corrupção passava pelo Reino Unido. A suspeita é a de que o dinheiro sairia da matriz em Paris, seguiria para o escritório na cidade de Rubgy e de lá, para os brasileiros. Bloqueio – Na Suíça, contas em nome de 19 pessoas físicas e jurídicas brasileiras estão bloqueadas. No ano passado, em Genebra, o Ministério Público congelou US$ 7,5 milhões em nome de Jorge Fagali Neto, exsecretário de Transportes do governo de Luiz Antonio Fleury Filho, em São Paulo, em 1994. Suspeita-se que o dinheiro seja fruto de pagamentos de propinas da Alstom a funcionários públicos brasileiros durante os anos 90 para garantir contratos públicos. Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e chefe da Casa Civil do governador Mário Covas entre 1995 e 1997, está sendo investigado. A Alstom responde às acusações com dureza e insiste que, "até hoje, nenhuma suspeita foi provada" e que "a empresa trabalha com padrões para lutar contra a corrupção". Sobre o processo na Suíça, a empresa rejeita as acusações e garante que está colaborando. Segundo o jornal suíço Le Temps, uma investigação interna também foi aberta. (AE)

Davos cobra empenho do Brasil contra a corrupção

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F ó r u m Eco n ô m i co Mundial coloca o pagamento de propinas nas economias emergentes como um dos focos na próxima semana em Davos. Quer a palavra do governo brasileiro e de empresas de lutar contra a corrupção no País. A ideia dos organizadores do evento é reunir empresas e governo para fechar uma espécie de compromisso no Brasil: empresas não aceitariam o pagamento de propinas e governos não pediriam comissões. O encontro na estação de esqui na Suíça, a partir de quarta-feira que vem, prevê presença de mais de 30 chefes de

Estado. A presidente Dilma Rousseff declinou do convite. A luta contra a corrupção entrou na agenda de Davos com força nos últimos anos e a meta do grupo é desenvolver politicas e iniciativas específicas para cada país. Michael Pedersen, diretor da Iniciativa, revelou que um encontro será realizado já na próxima semana para tratar do assunto. A ideia é de que, com o número de empresas investindo nos emergentes em expansão, a questão do pagamento de propinas seja alvo de políticas para frear a tendência. Segundo os cálculos do Fórum de Davos, a corrupção in-

crementa em até 10% o custo de se fazer negócio em um país. No total, cerca de US$ 1 trilhão é pago em propinas, mundo afora, todos os anos. Em abril, no Rio de Janeiro, encontro entre governos e CEOs de empresas será realizado e a meta é a de que, a partir dessas iniciativas, um grupo seja formado no Brasil para fechar compromissos entre setores produtivos e governo para acabar com o pagamento de propinas. "Queremos dar muita atenção a esse tema". Entre as mais de cem companhias que aderiram ao projeto, apenas duas são brasileiras: Petrobras e Ipiranga. (AE)

Jorge Fagali: em 2010, em Genebra, o Ministério Público congelou US$ 7,5 milhões em conta com seu nome

Operação Geleira prende sete prefeitos no Piauí PF, CGU e MPF dão cumprimento a 84 mandatos de busca, apreensão e prisões

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ma ação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União deflagrou a Operação Geleira para dar cumprimento a 84 mandados de busca e apreensão e de prisão em 13 municípios do Piauí. A PF prendeu sete prefeitos e dois ex-prefeitos, assessores, secretários e ex-secretários acusados de participarem de um esquema de desvio de dinheiro público que chega a R$ 20 milhões em dois anos. A operação mobilizou 325 policiais federais de vários Estados e 28 servidores da Controladoria Geral da UniãoCGU, que usaram aeronaves e vans para transportar os 30 presos. Os agentes da Federal prenderam os prefeitos de Uruçuí (Valdir Soares da Costa -PT), de Landri Sales (Joedison Alves Rodrigues-PTB), de Caracol (Isael Macedo Neto-PT), de Eliseu Martins (Teresina de Jesus Miranda Dantas de Araújo-PSDB), de Ribeira do Piauí (Jorge de Araújo CostaPTB), de Miguel Leão (Bismarck de Arêa Leão-PTB), e de Porto (Domingos Bacelar de Carvalho-PMDB). Os ex-prefeitos de Urucuí, Francisco Donato de Araújo Linhares Filho (PMDB), a mãe

do prefeito de Landri Sales, Juraci Alves Rodrigues (ex-prefeita de Eliseu Martins) e o filho da atual prefeita de Eliseu Martins, Teresinha Araújo, também foram presos. A PF atuou nos municípios de Landri Sales, Marcos Parente, Uruçuí, São Raimundo Nonato, Várzea Branca, Caracol, Eliseu Martins, Ribeira do Piauí, Porto, Amarante, Miguel Leão, Floriano e Teresina. Apreendeu documentos, computadores, veículos e dinheiro. Segundo dados do delegado regional de combate ao crime organizado da PF, Janderlyer Gomes de Lima, somente em três municípios, em dois anos a quadrilha movimentou mais de R$ 5 milhões. Desvios – Ele explicou que o grupo usava notas fiscais frias, empresas fantasmas para atuar como fornecedores nos municípios e desviar recursos públicos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A investigação durou mais de dois anos e contou com a atuação do Ministério Público Federal, por meio do procurador da República, Tranvanvan da Silva Feitosa, do representante da CGU no Piauí, Luis Fernando Menescal, e do supe-

rintendente da PF no Piauí, Marco Antônio Farias. Em entrevista coletiva na sede do Departamento da PF no Piauí, o delegado Janderlyer Gomes informou que todos os acusados responderão por crimes de sonegação fiscal, desvio de dinheiro público, apropriação de dinheiro público, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha ou bando. Intermediação – Os agentes da PF ainda fizeram uma busca e apreensão no gabinete da deputada estadual Ana Paula Linhares (PMDB) em documentos e computadores. Ela é irmã de Chico Filho, exprefeito de Uruçuí e ex-deputado estadual. O delegado explicou que não havia nada contra a deputada, mas o gabinete dela atuou para intermediar contatos quando Chico Filho era prefeito – a investigação acontece desde 2008. Segundo a PF, homens que tenham direito a prisão especial serão encaminhados à penitenciária Major Cezar e mulheres em mesma situação irão para a penitenciária feminina. Os demais seguirão para a Casa de Custódia. Para o advogado de defesa de dois prefeitos, Lúcio Tadeu, a soltura de seus clientes deverá acontecer nas próximas horas. (Agências)

Thiago Amaral Piauiimagens/Folhapress

Empresário confirma: Erenice recebeu recursos ilícitos Quícoli diz que ouviu pedido pde repasse de R$ 5 mi para campanha de Dilma Ailton Freitas/AOG - 16.09.10

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empresário Rubnei Quícoli incluiu o nome da ex-ministra Erenice Guerra (Casa Civil), em depoimento à Polícia Federal, como suposta beneficiária de recursos ilícitos. No último dia 12, ele manteve as informações que havia dado em setembro de 2010 no inquérito que investiga suposto tráfico de influência da ex-ministra. Quícoli repetiu ter ouvido de Marco Antonio de Oliveira, ex-diretor dos Correios, solicitação para repasse de R$ 5 milhões – valor que seria destinado ao pagamento de dívidas da campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT). Segundo Quícoli, o dinheiro seria usado na quitação de dívida de Erenice e do então candidato ao governo de Minas,

"As credenciais de Quícoli não o autorizam a fazer ataques", diz advogado de Erenice (foto ao lado) .

Hélio Costa. "As credenciais pessoais dele [Quícoli] não o autorizam a fazer ataques contra ninguém", reagiu Mário de Oliveira Filho, que defende a ex-ministra. De acordo com o criminalista, "no primeiro de-

poimento à Polícia Federal, Quícoli disse que o dinheiro era para quitar dívidas de campanha de Dilma e de Hélio Costa". "Agora, do nada, incluiu o nome de Erenice. É uma grande bobagem". (AE)

Agentes recolhem documentos, computadores, veículos e dinheiro. Suspeitos são acusados de participar de um esquema de desvio de dinheiro público que chega a R$ 20 milhões nos últimos dois anos.


p Mínimo: centrais abrem espaço para negociação DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

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A gente tem que entender que quando a presidente coloca uma proposta, a gente tem que acatar . Ministro do Trabalho, Carlos Lupi

olítica

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epois de um intenso movimento político que acabou em protestos nas ruas das principais cidades do País, as centrais conseguiram avançar. O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), afirmou ontem que o governo abriu negociação para elevar o valor do salário mínimo. Segundo o deputado, assessores do ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, ligaram ontem mesmo para as seis centrais sindicais a fim de marcar conversas sobre o assunto para a próxima quartafeira. "Essa é uma boa notícia. Acho que as coisas, as linhas de conversas, melhoraram muito no governo". Na terça-feira, as seis centrais sindicais – CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central, CGTB e CTB – protestaram em diversas regiões do país pelo

salário mínimo de R$ 580 e pela correção da tabela do Imposto de Renda. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou após reunião da presidente Dilma Rousseff com todo o ministério, o aumento de mais R$ 5 no valor do salário mínimo para este ano. Em vez dos R$ 540 fixados em medida provisória no último dia de 2010, o governo pagará R$ 545, a partir de 1º de fevereiro. Segundo Mantega, o ajuste no valor foi feito porque a inflação em 2010 ficou maior do que a que havia sido estimada pela equipe econômica na época em que o salário mínimo foi calculado. Em visita ao Congresso, ontem, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que agora cabe ao Congresso discutir o valor. "Acho que o governo foi até onde podia ir, porque tem

suas limitações orçamentárias. Eu sou integrante do governo, defendi até uma posição diferente. Mas a gente tem que entender que quando a presidente coloca uma proposta, a gente tem que acatar [a decisão dela]", pregou. No último dia de 2010, o governo também confirmou que a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física – que, desde 2007 é corrigida pela meta de inflação, de 4,5% – não teve mudança para o ano-base 2011. A defasagem desde 1995, que já superava 64%, deve passar de 70%, segundo cálculos do Sindifisco Nacional. Paulinho disse que já ingressou com ações na Justiça Federal de 20 Estados como forma de "corrigir esta injustiça com os trabalhadores". "É bom ressaltar que milhares de trabalhadores passarão a pagar IR após os reajustes salariais do ano passado". (Folhapress)

Após pressões na Câmara e no Senado pela aprovação de um salário mínimo de R$ 580 e de atos de protestos em 20 Estados, sindicalistas comemoraram ontem a possibilidade de discutir diretamente com o governo o aumento e a correção da tabela do Imposto de Renda

José Cruz/ABr

Ministro Carlos Lupi com Paulinho da Força e correligionários do PDT: avanço nas revindicações

Ed Ferreira/AE - 18.01.10

Estrela do PT ainda enfeita jardim da Granja do Torto... Arranjo criado por dona Marisa Letícia permanece no paisagismo palaciano

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Destaque: com 5 metros de diâmetro, estrela é maior que mapa regional do País (que também ocupa jardim)

...e Lula será a estrela do Fórum Social Mundial Ex-presidente é apresentado como a principal atração do evento, na África

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ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai voltar a viajar. Pelo menos é isso que anunciam os organizadores do Fórum Social Mundial, que neste ano será realizado em fevereiro, em Dacar, capital do Senegal. Lula é apresentado no evento como a principal estrela das comemorações do décimo aniversário do fórum. Nos últimos anos, o Fórum Social Mundial passou a ser conhecido como o encontro do movimento antiglobalização e de questionamento do sistema internacional. A viagem de Lula ao Senegal seria, ainda, a sua primeira viagem ao exterior como ex-presidente. No início de seu mandato, há oito anos, Lula decidiu viajar tanto para o Fórum Econômico Mundial de Davos, na

Suíça, quanto ao Fórum Social, naquele momento realizado em Porto Alegre. Com o passar dos anos, Davos o adotou como uma forma de argumento para aqueles que criticavam a entidade por convidar apenas a elite mundial e deixar a visão dos emergentes de fora. Em 2010, Davos chegou a criar um prêmio de melhor estadista do ano, dado exatamente para Lula. Em 2011, nem Lula nem Dilma Rousseff irão para a Suíça (leia mais na página 6). A opção de Lula, segundo o sociólogo Jean Ziegler, teria sido a de voltar às suas origens e participar do evento em Dacar. Lula dividia a cena com o presidente da Bolívia, Evo Morales, além de políticos de esquerda da França, como Martine Aubry (primeira-secretária

do Partido Socialista) e sua arquirrival Ségolène Royal. No centro do debate, Lula será convidado a falar sobre "a crise do sistema e das civilizações" entre os dias 6 e 11 de fevereiro. Parte importante do debate ainda estará centrado na questão do desenvolvimento da África, um dos pontos de interesse também do ex-presidente Lula. Gilberto Carvalho, ex-assessor de Lula e, atualmente, no governo de Dilma, admitiu que a África seria um dos pontos principais do trabalho do Instituto Lula, que será criado em São Paulo. A comemoração dos 10 anos do Fórum também será um momento de reflexão. O encontro será usado para debater qual o caminho ele deve seguir nos próximos anos. (AE)

presidente Dilma Rousseff herdou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Marisa Letícia uma estrela do PT, feita de flores. Ela está plantada na residência oficial da Granja do Torto, atual moradia da presidente. A estrela tem cerca de 5 metros de diâmetro. É maior do que o mapa do Brasil, dividido por regiões, que também enfeita o jardim. Num sobrevoo feito na última terça-feira sobre a Granja do Torto, percebe-se que a estrela está muito bem cuidada. A grama ao redor foi cortada recentemente e as plantas rasteiras com folhas amarelas que destacam as bordas da estrela também foram podadas há pouco tempo. Em nota, a Presidência informou que Dilma desconhece essa estrela e "não caminha" no jardim de sua atual moradia. O plantio do símbolo do PT nos jardins do Palácio da Alvorada, residência oficial dos presidentes da República, foi alvo de polêmica no governo Lula. Em 2004, a ex-primeira dama Marisa Letícia mandou fazer com sálvias vermelhas a estrela petista nos jardins do Alvorada, onde residiu por oito anos com Lula. Houve reação de entidades ligadas à preservação do patrimônio da cidade e de senadores da oposição. Foi qualificada como "símbolo do aparelhamento do Estado". Com as críticas, Marisa Letícia viu-se obrigada a retirar a estrela do Alvorada em 2005. Na época, o PT envolvera-se no escândalo do mensalão – esquema no

qual parlamentares recebiam, mensalmente, para votar a favor de projetos de interesse do governo. To mb ame nt o – O projeto do jardim do Palácio da Alvorada foi doado ao ex-presidente Juscelino Kubitschek (19561960) pelo imperador japonês Hiroito. Por serem tombados, os jardins de Brasília e os dos palácios do governo são mantidos desde a fundação da cidade pela Novacap, vinculada ao governo distrital.

ro. Ele foi detido e levado à Polícia Federal. Outra tentativa de invasão ocorreu em outubro de 2008. A segurança da Presidência baleou com munição não letal um homem que chegou aos jardins do palácio. Voos na alvorada – A Advocacia-Geral da União (AGU) garantiu o pouso e a decolagem de aeronaves que transportam a presidente da República e o Grupo de Transporte Especial da Aeronáutica no Aeroporto Internacional de Congonhas, em São Paulo, durante a madrugada. O pedido da AGU foi aceito pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região. É que a Justiça Federal de São Paulo havia proibido a movimentação de aeronaves no local das 23h às 6h, sob pena de multa de R$ 50 mil por descumprimento – com exceções feitas apenas para transporte de feridos, para órgãos para transplantes vitais e para casos de busca ou salvamento. O funcionamento do aeroporto sofreu restrições após pedido ajuizado pela Associação dos Moradores e Amigos Moema (Amam), com o objetivo de garantir o descanso noturno de pessoas que moram no bairro, próximo ao local. O argumento da AGU se baseia no artigo 84 da Constituição Federal que estabelece que "o Chefe de Estado brasileiro tem o direito a mobilidade excepcional, no interesse público de que seus atos sejam praticados com presteza, celeridade e com a segurança necessária à proteção do funcionamento do regime democrático e do sistema republicano". (AE/ABr)

Por serem tombados, os jardins dos palácios do governo e de Brasília são mantidos pela Novacap, vinculada ao governo distrital.

Segundo historiadores, as ex-primeiras damas Lucy Geisel (1974-1979) e Dulce Figueiredo (1979-1985) fizeram algumas alterações nas flores dos jardins do Alvorada, mas respeitaram os canteiros estabelecidos no projeto original. Já a ex-primeira-dama Ruth Cardoso (1995-2002) não fez alteração alguma. I nvas ã o – O Alvorada sofreu uma tentativa de invasão na madrugada de ontem, segundo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. Por volta das 2h15, um homem tentou entrar no palácio com um car-

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

TURISMO Quase 100% das reservas em hotéis na região serrana foram canceladas.

idades

ANIVERSÁRIO São Paulo começa a se preparar para o seu aniversário, em 25 de janeiro.

Rio: comércio contabiliza prejuízos Em Nova Friburgo, cerca de 90% dos estabelecimentos comerciais foram atingidos. Empresários solicitam R$ 500 milhões para reerguer a economia da cidade. Valter Campanato/ABr

Ivan Ventura *

País tem cinco milhões em áreas de risco

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comércio nas cidades da região serrana do Rio de Janeiro começaram a contabilizar os prejuízos causados pelas fortes enchentes que castigam os municípios. Em Nova Friburgo, a Associação Comercial, Industrial e Agrícola da cidade (ACIANF) estima que 90% dos quase seis mil estabelecimentos comerciais locais foram afetados. Em Teresópolis, o volume de negócios sofreu uma queda de 50%. De acordo com o presidente da ACIANF, Claudio Santos Verbicário, o comércio de Nova Friburgo reabriu as portas apenas na última segunda-feira e, por esse motivo, ainda há uma escassez de informações sobre os prejuízos sofridos pelos comerciantes. Segundo Verbicário, a maior preocupação dos lojistas, no momento, é com a ausência de funcionários nas lojas. Em alguns casos, sabe-se que alguns comerciários morreram nas enchentes. "Há lojas que perderam quatro funcionários aqui em Friburgo", explicou. Queda – Em Teresópolis, o comércio da cidade não foi destruído. No entanto, há registros de queda de até 50% no volume de negócios, em função da pouca circulação de pessoas nas ruas da cidade. Segundo o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis, Henrique Carregal, a maciça presença

Ao lado, funcionários de supermercado em Teresópolis verificam prejuízos com as chuvas. Movimento caiu 50% no comércio da cidade, uma das mais atingidas pela tragédia.

de jornalistas na cidade ajuda a movimentar um pouco a economia da cidade. "Nenhum comércio foi destruído. O que temos é a menor presença de pessoas nas ruas", explicou. Empréstimos – Para minimizar os prejuízos de Nova Friburgo, empresários da cidade se reuniram com representantes de diferentes entidades para pedir linhas de crédito no valor de R$ 500 milhões, para reeguer a economia da cidade. Os empresários querem empréstimos com bancos por intermédio da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro para (Firjan). Segundo o presidente do

Sindicato do comércio da cidade, Braulio Rezende, o dinheiro deve ser utilizado na reconstrução de lojas, fábricas e hotéis. "Vamos pedir um empréstimo de R$ 500 milhões com prazo para começar a pagar daqui a um ano. Precisamos também que os juros sejam baixos, de, no máximo, 3%, disse. Rezende explicou ainda que a cidade é o principal polo da indústria da moda íntima no País, com um faturamento anual de R$ 600 milhões. Turismo – Outra importante fonte de renda das cidades serranas, o turismo, também registrou um alto prejuízo. Estima-se

SÃO PAULO, 457 ANOS

que 95% das reservas até o fim de janeiro, e 80% até o final do verão, foram canceladas. No total, o setor contabiliza perdas de R$ 50,4 milhões e a recuperação só deve ocorrer na temporada de inverno, em meados deste ano. Teleférico – A pior situação é no centro de Nova Friburgo. A maior atração, o teleférico, foi danificada, e hotéis tiveram desabamentos ou estão com o acesso comprometido. Os prejuízos, porém, não se restringem ao turismo. A Firjan calcula perdas de R$ 153,4 milhões na produção, em matériaprima e produtos estocados nos

municípios atingidos. Segundo a entidade, 62% das indústrias sofreram com falta de energia, alagamentos, problemas de acesso, escoamento da produção e falta de funcionários. Mortes – A Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro atualizou o número de mortos em decorrência das fortes chuvas. Até as 22h, o número de mortos chegava a 741. Pelo menos 200 pessoas ainda estavam desaparecidas ontem. As cidades que tiveram óbitos são Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Sumidouro. (* Com Agências)

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pedido da presidente Dilma Rousseff, o vicepresidente Michel Temer e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniram ontem para começar a definir uma série de mudanças na legislação para evitar que tragédias como a que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro se repitam. Segundo o ministro da Justiça, o objetivo é "buscar uma política efetiva de natureza preventiva" para "fechar as portas da ocupação irregular". A estimativa do governo é de que existam, hoje, 5 milhões de pessoas em áreas de risco em todo o Brasil. Cardozo salientou que a ideia inicial é "premiar" os prefeitos e Estados que fizerem o dever de casa e acabar com as ocupações. Mas a legislação pode prever punições a quem não cumprir as novas regras. "Queremos também responsabilizar os responsáveis, sem punir o povo", afirmou o ministro da Justiça. (AE)

Grizar Júnior/AE

Newton Santos/Hype

ALERTA – O temporal que caiu em São Paulo ontem à tarde deixou toda a cidade em alerta, além de derrubar árvores na região da avenida Paulista, interromper o serviço de energia elétrica em algumas regiões e destruir o telhado de uma loja de automóveis no Centro, provocando um prejuízo de R$ 150 mil. Kobra e sua equipe de muralistas preparam mais dois murais para comemorar o aniversário da cidade

CAMISINHAS EM BARES E PADARIAS

Pintando a São Paulo antiga lá em cima Mariana Missiaggia

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quilibrando-se em um balancim a 40 metros de altura, o muralista Eduardo Kobra, 34 anos, está experimentando as mesmas sensações já conhecidas pelos lavadores de janelas dos edifícios, que tantos calafrios provocam nas pessoas cá embaixo. Seu posto de trabalho, no qual dá expediente desde a semana passada, é um prédio do Senac, na Avenida Tiradentes, altura no número 822, no Bom Retiro. Dali ele controla sete outros artistas distribuídos em mais três balancins. Este grupo luta contra o relógio, pois deverá deixar pronto até o dia 25 dois amplos painéis, respectivamente de 30 x 13m e 18 x 16, reproduzindo duas cenas nostálgicas de São Paulo. O primeiro retrata a Rua Direita na década de 1920, com aquele burburinho que lhe era próprio, e o segundo, o Viadu-

to do Chá nos anos 1950. As duas cenas dão prosseguimento ao projeto intitulado "Muro da Memória", criado por Kobra, exatamente para lembrar aos paulistanos os ares da sua cidade no passado próximo, vistas quando crianças ou pelos seus pais e avós. Os pincéis de Kobra são responsáveis por mais de 20 pinturas semelhantes, que vem animando e enfeitando São Paulo desde 2006, ponto de partida do projeto. Como as intempéries não parecem ser amigas das artes, a maioria deles já perdeu as cores e até as figuras, salvo exceções como o mural da Avenida 23 de Maio, na altura da Rua Tutóia. Porém, as pinturas em andamento serão em preto e branco. "Esses tons nos remetem ao passado e possibilitam uma atmosfera nostálgica à obra. É essa a sensação que o Muro de Memórias quer transmitir", justifica Kobra. Referências – Para fazer o trabalho, Eduardo Kobra bus-

cou referências no grupo norte-americano Art Fx Murals, especializado nesse tipo de operação, incluindo os itens de segurança. Ele e sua equipe tiveram aulas de manejo do balancim movido à eletricidade, como se fosse um elevador ao ar livre, mas com dispositivo manual caso venha faltar energia. Todos usam cintos de segurança e possuem uma corda de rapel em caso de emergência. Não há risco de queda. Galões – Ao final do trabalho, serão consumidos 40 galões de tinta de 3,6 litros cada. Esse material é acondicionado em caixas especiais lá em cima para não respingar em carros, fachadas ou pessoas. O método para pintar esse tipo de mural começa com a escolha de uma imagem que se ajuste ao espaço. Nesse tópico, Eduardo tem um rico acervo de fotos antigas. Depois, a imagem é desdobrada em quadros e, na sequência, Kobra vai montando o quebra-cabeça.

A Ó RBITA

INDENIZAÇÃO

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Justiça do Rio Grande do Sul determinou que o município de Dom Pedrito (407 quilômetros de Porto Alegre) pague indenização no valor de R$ 80 mil e uma pensão de dois terços do salário mínimo a Magda Regina Verdum Bálsam, que perdeu o filho Luiz Valber, então com 12 anos, em um alagamento causado pela chuva no dia 15 de janeiro de 2007. O menino estava indo visitar a avó quando caiu num bueiro sem tampa e escondido pela rua alagada. Em 2005, em outro processo semelhante, a Justiça beneficiou a família pela morte de um menino em Porto Alegre. (Folhapress)

cidade de Campinas (SP) começou a implantar máquinas de distribuição gratuita de camisinhas em bares, restaurantes, boates e até em padarias e saunas. A primeira foi instalada ontem no Café Regina, tradicional estabelecimento do centro da cidade. O projeto, batizado de "Vista-se", é coordenado pela ONG RNP (Rede Nacional de Pessoas Vivendo com

HIV/Aids), em parceria com o Programa Municipal de DST/Aids. As máquinas também serão instaladas em estabelecimentos comerciais fora do centro. Antes do projeto, a distribuição de camisinhas gratuitas na cidade ocorria nos serviços públicos de saúde ou em eventos de prevenção. (Folhapress)

Lucas Lacaz Ruiz/AE

VIA DUTRA, 60 ANOS – A rodovia foi inaugurada no dia 19 de janeiro de 1951, para um tráfego diário de mil veículos por dia.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

9 IMPASSE União Africana anuncia fracasso de mediação na Costa do Marfim

nternacional

REPRESSÃO Renomado jornalista do Afeganistão é atacado com ácido

Mohamed Azakir/Reuters

WIKILEAKS De super vilão a engomadinho

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fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, foi alvo de uma nova polêmica – desta vez com o seu cabelo. O site 99designs lançou um concurso para atualizar o visual "diabólico" do australiano, que, segundo o site, varia de "super vilão a baterista grunge". O vencedor? O estilo engomadinho do rei Louis XVI da França.

Reprodução

O campeão: o visual 'Que rei sou eu?'... Bandeira saudita tremula diante de foto do ex-premiê Rafiq Hariri, em Beirute. O rei saudita disse que estava 'retirando sua mão' dos esforços de paz.

FALTA O PRIMEIRO TIRO Arábia Saudita abandona mediação da crise no Líbano e faz um alerta: a situação está 'perigosa'.

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diplomacia norte-americana sofreu mais um revés no Oriente Médio ontem, depois que a Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos, abandonou os esforços para mediar a crise política no Líbano, onde o grupo xiita Hezbollah e seus aliados cristãos derrubaram o governo pró-ocidental na semana passada. O chanceler saudita, Saud alFaisal, qualificou a situação de "perigosa". A retirada da poderosa casa real saudita é o mais recente sinal de que a competição por influência no Líbano está pendendo a favor do Hezbollah e dos aliados do grupo, o Irã e a Síria. Em entrevista à emissora estatal de TV Al-Arabiya, o ministro das Relações Exteriores saudita afirmou ontem que o rei Abdullah e o presidente

sírio, Bashar al-Assad, haviam mantido contatos para ajudar "a acabar com todo o problema libanês", mas que, quando isso não aconteceu, o rei disse que estava "retirando sua mão". Influência - A atual crise política libanesa está em grande parte ligada ao trabalho do Tribunal Especial para o Líbano, que investiga o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafiq Hariri, morto em um atentado em Beirute, em 2005. Rafiq Hariri tinha laços muito próximos à casa real de Saud. Espera-se que o tribunal da ONU acuse integrantes do grupo xiita Hezbollah pelo assassinato. Historicamente, a Arábia Saudita apoia os muçulmanos sunitas do Líbano. O Hezbollah abandonou neste mês o governo de coalizão nacional, em protesto contra o pos-

sível indiciamento de seus integrantes. Isso levou à queda do gabinete comandado por Saad Hariri, que é filho do político assassinado. Irã - A coalizão 14 de março, apoiada pelos EUA e pela Arábia Saudita, emitiu ontem um comunicado, no qual afirma que o Hezbollah e seus aliados tentam transformar o Líbano em uma "base iraniana" na região. Em resposta, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que o Líbano precisa evitar que "mãos maldosas" interfiram nos assuntos internos do país, em clara referência aos EUA e seus aliados ocidentais. "Tirem suas mãos do Líbano", disse Ahmadinejad. "Se vocês não pararem, o Líbano e outros países da região cortarão fora suas mãos sujas", afirmou. (Agências)

... em segundo, o estilo feminino...

... seguido pelo corte 'estrela de rock'...

Eduardo Munoz/Reuters

O ex-ditador do Haiti é acusado de tortura e violações de direitos humanos

A vez das vítimas de 'Baby Doc'

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pós ser acusado pela Procuradoria haitiana por corrupção, o ex-ditador Jean-Claude Duvalier, o "Baby Doc" – que segundo seu advogado, planeja permanecer no Haiti –, deve agora enfrentar uma enxurrada de processos por violações de direitos humanos movidos pelas vítimas de seu regime, entre 1971 e 1986. Ontem, quatro haitianos entraram com processo por crimes contra a humanidade, em um passo que pode complicar ainda mais a situação do ex-ditador, mantido sob custódia em um hotel da capital haitiano. "Entramos com processos por tortura, prisão arbitrária, exílio, destruição de propriedade e violência contra direitos civis e políticos", informou Michele Montas, ex-porta-voz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. Terra natal - Ontem, o advogado do exditador, Reynold Georges, disse que autoridades haitianas querem que "Baby Doc" deixe o Haiti por temerem uma desestabilização política. O ex-ditador voltou inesperadamente ao país no domingo passado, após 25 anos exilado na França. Georges afirma que o político está livre para sair do país, mas pretende ficar em sua terra natal. "Ele ficará no Haiti para sempre, é sua história. E tomar parte na política, isso é certo. Um político nunca morre", afirmou. (Agências)

Alessandro Garofalo/Reuters

TUNÍSIA novo governo da Tunísia começou a libertar O prisioneiros políticos ontem e

Ó RBITA POLÊMICA Empresários bolivianos lançam bebida energética à base de folha de coca, a Coca Brynco.

a tomar medidas para rastrear os ativos no país e no exterior do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali e sua família. A tensão nas ruas diminuiu, na medida em que a atual administração mostra que está se distanciando do governo anterior. A ONU disse que mais de cem pessoas morreram nos distúrbios. (AE)

INOCENTE Kharima ElMarough, ou "Ruby", a jovem marroquina de 18 anos que está no centro das investigações sobre uma rede de prostituição que envolveria o premiê da Itália, Silvio Berlusconi, disse ontem que não fez sexo com o líder italiano.

... e, por último, dose dupla da ...

... pós-modernidade da era da internet.

Ex-banqueiro em apuros

A

polícia suíça prendeu ontem o ex-banqueiro Rudolf Elmer devido às novas acusações de ter violado a lei de sigilo bancário ao entregar dados ao WikiLeaks. Elmer foi detido no início da noite, horas depois de ter sido considerado culpado por violar o sigilo bancário ao publicar dados de clientes e de ameaçar um funcionário no banco onde trabalhava, o Julius Baer. O juiz havia sentenciado Elmer a uma pena de 7.200 francos (US$ 7.505), com sursis (suspensão da pena) de dois anos. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

No lugar do logo do Google, Cézanne.

Logo Logo

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www.dcomercio.com.br

O Hino Nacional do Brasil, composto por Francisco Manuel da Silva, é oficializado. Em 1890.

JANEIRO

O Google já homenageou artistas (como a mexicana Frida Kahlo) usando imagens computadorizadas misturadas a seu logotipo, mas ontem, pela primeira vez, o mais famoso site de busca do mundo tirou seu nome da página e no lugar colocou uma tela à oleo (ao lado) feita a partir de um quadro (acima) do pintor francês Paul Cézanne. O motivo foi a comemoração do aniversário de 172 anos do nascimento do pós-impressionista.

P REMIAÇÃO M ULHER-CORAGEM

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Nada de Oscar para 'Lula'

Ilya Naymushin/Reuters

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A temperatura era de 31 graus negativos na vila de Ust-Mana, na Sibéria (Rússia), mas isso não impediu os moradores de celebrarem ontem o feriado da Epifania, conforme o calendário gregoriano. À meia-noite, diversos cristãos ortodoxos entraram no gélido Rio Mana.

M ULHER-GATO Valerie Macon/AFP

Anne Hathaway é confirmada em Batman A atriz Anne Hathaway, 28 anos, foi escalada para o principal papel feminino de The Dark Knight Rises, novo filme da franquia Batman, anunciou ontem a Warner. Para conseguir a parte de Mulher-Gato, a atriz bateu concorrentes como Jessica Biel e Keira Knightley. Hathaway (ao lado, no tapete vermelho do Globo de Ouro) vai suceder Michelle Pfeiffer, que interpretou a personagem em Batman – O Retorno, de Tim Burton. (Folhapress)

filme Lula, o Filho do Br as il, escolhido para representar o país nas indicações ao Oscar 2011, está fora da lista da Academia para seguir na disputa pela estatueta de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Segundo comunicado divulgado ontem no site do Oscar, nove produções foram pré-selecionadas entre as 66 previamente indicadas. O longa do diretor Fábio Barreto (na foto, ao lado de Lula), foi escolhido em setembro para ser o representante do país, que ainda busca seu primeiro Oscar. Cinebiografia – A cinebiografia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva percorre a trajetória dele desde a infância até a fase adulta em São Bernardo do Campo, onde tornou-se operário e sindicalista,

Helia Scheppa/AE

Meryl Streep será a Dama de Ferro A atriz americana Meryl Streep visitou o Parlamento britânico ontem para assistir às disputas entre os políticos mais importantes do país. Ela está estudando para fazer o papel da única mulher a já ter sido primeira-ministra britânica: Margaret Thatcher. Streep, premiada com o Oscar, será a protagonista de The Iron Lady, filme sobre os dias que antecederam a Guerra das Malvinas, de 1982 – um conflito em que a Grã-Bretanha repeliu uma invasão argentina do território remoto no Atlântico sul, disputado pelos dois países. A vitória ajudou Thatcher a elevar seus índices de popularidade, após a recessão do início dos anos 1980, contribuindo para a vitória eleitoral de seu partido, o Conservador, na eleição de 1983. (Reuters)

Tiago Queiroz/AE

antes de entrar para a política. Barreto, que sofreu um grave acidente de carro em dezembro de 2009, permanece desde então em coma. Ele deixou o hospital em maio de 2010 e é observado em casa por enfermeiros. (Agências)

David Grey/Reuters

R ETRATO Benoit Tessier/Reuters

P ROJEÇÃO Ivan Alvarado/Reuters

No leilão, a musa de Pablo Picasso. L E M Obra de arte é projetada nas águas do Rio Mapocho, no centro de Santiago (Chile), durante o evento Arte Luz.

R IO 2016

TÊNIS - Após uma maratona de 3 horas e 13 minutos de confronto contra o francês Gilles Simon, o suíço Roger Federer distribui autógrafos para fãs no Aberto da Austrália. Federer superou Simon por 3 sets a 2 e avançou à terceira rodada do campeonato. C A R T A Z

ARTE

ONG dos EUA suspeita de plágio A ONG americana Telluride Foundation vai cobrar esclarecimentos do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 sobre a suspeita de que a marca olímpica seja plágio do símbolo da instituição. "Embora seja um grande

Exposição Troyart exibe trabalhos criados por artistas de todo o mundo. Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), rua Alemanha, 221, Jardim Europa. Grátis.

elogio que o Rio use um logotipo semelhante à nossa marca, é preocupante, já que tivemos um incidente semelhante", disse o presidente, Paul Major, referindo-se ao episódio da logomarca do carnaval de Salvador, em 2004. (AE)

G @DGET DU JOUR

A TÉ LOGO

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Concurso 1250 da MEGA-SENA

Polícia prende 5 envolvidos em tentativa de compra de bebê no Rio Grande do Sul

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TAM é multada em R$ 5 mil no Pará por maltratar dois periquitos australianos

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O divertido fantasma esconde um porta-cinzas, não de cigarros, mas daquelas outras cinzas...

Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

Um retrato sensual feito por Pablo Picasso em 1932 de sua jovem amante Marie-Therese Walter, capturando a obsessão romântica que o pintor sentia por ela, começou a ser exposto ontem na Sotheby's de Paris, antes de ir a leilão em fevereiro. É a primeira vez em 80 anos que é exibida na Europa a tela La Lecture (A Leitura). Especialistas preveem que a tela seja arrematada por entre US$ 19 a US$ 29 milhões. No ano passado, outro retrato feito por Picasso de MarieTherese foi vendido pela casa de leilões rival Christie's, em Nova York, por US$ 106 milhões, um recorde absoluto para um leilão de arte. (Reuters)

Ingressos do carnaval de São Paulo já estão à venda por telefone e pela internet

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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11 FEBRABAN Novo presidente da entidade será Murilo Portugal, executivo do FMI.

conomia

ELEKTRO Grupo espanhol de energia Iberdrola comprou brasileira por US$ 2,4 bi

COPOM VOLTA A ELEVAR SELIC Temor de inflação e necessidade de firmar posição do novo presidente do BC, Alexandre Tombini, fizeram com que os juros passassem para 11,25% ao ano.

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a p r i m e i r a re união sob o comando de Alexandre Tombini, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu ontem elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual. Com isso, ela volta a ser de 11,25% ao ano, mesmo patamar de março de 2009 – quando, em razão da crise financeira, o Banco Central (BC) passou a ser mais flexível na política monetária. A decisão foi unânime, e reflete a preocupação do BC com a elevação das expectativas inflacionárias para este ano – que, segundo a última pesquisa Focus, já apontam o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 5,42% em 2011. Esse percentual está acima do centro da meta de 4,5% (veja texto abaixo). O BC tem reconhecido recentemente que boa parte da inflação decorre de choques de oferta, especialmente de alimentos. No entanto, a decisão de ontem mostra que há o temor de que essas altas de preços possam contaminar o restante da economia. A elevação dos juros anunciada ontem interrompe uma sequência de três manutenções seguidas na Selic (nas reuniões de setembro, outubro e dezembro) em 10,75% ao ano. Agora, a aposta do mercado financeiro é que o juro voltará a subir nas duas próximas reuniões do Copom, marcadas para 2 de março e 20 de abril. Com isso, 2011 poderá terminar com uma Selic de 12,25%. Essa taxa só cairia no ano seguinte. A decisão do Copom também buscaria transmitir um sinal de força do novo presidente da autoridade monetária, que ainda precisa consolidar uma reputação de que não vai ceder na luta para manter a inflação na meta. Prejuízos – Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comer-

Com a alta, vamos atrair mais dólares que podem valorizar mais o real e prejudicar a indústria e a agricultura. ALENCAR BURTI, DA ACSP

André Coelho/AOG

Primeiro plano: Tombini inicia sua gestão elevando a Selic. E coloca o Brasil disparado na frente do ranking com o maior juro real do planeta.

Fim de trégua deve levar inflação de volta ao centro da meta Giseli Cabrini

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maioria dos economistas consultados pelo Diário do Comércio entendem que o fim da "trégua" do Banco Central (BC) à taxa básica de juros, a Selic, deve colaborar para levar a inflação em 2011 de volta ao centro da meta (4,5%). Eles, no entanto, ressalvam que o efeito do aumento "nos juros na ponta", ou seja, para o consumidor, é de longo prazo e demora cerca de seis meses para ser absorvido. Na avaliação feita por eles, medidas anteriores adotadas pelo BC – elevação da alíquota dos depósitos compulsórios (que retira R$ 61 bilhões da economia) e aumento da exigência de capital para empréstimos mais longos nas linhas de aquisição de veículos – são insuficientes para esfriar a economia e o consumo. Para o sócio-diretor da RC Consultores, Fabio Silveira, a alta de 5,91% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2010 não deixou opção que não fosse a elevação da Selic para 11,75% ao ano. "Infelizmente o BC não tem ajuda do Tesouro para reduzir gastos e também não pode diminuir a carga tributária e outras variáveis que têm impacto

direto no custo dos produtos. Então, o único instrumento que ele dispõe é a política monetária, ou seja, elevar a taxa de juros", disse o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), Fabio Pina. Dissonância – Já o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emilio Alfieri, tem opinião contrária. "Acredito que a autoridade monetária deveria aguardar a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em março para elevar os juros. Esse tempo seria melhor para avaliar os efeitos das medidas prudenciais já adotadas para conter o consumo e também a entrada da nova safra de grãos." Alfieri também ressaltou que o conceito de inflação é de aumento generalizado de preços. "Enquanto os alimentos subiram 10,3% em 2010, os produtos eletrônicos caíram 12,2%. A diferença está no peso desses itens no Índice de Custo de Vida (ICV)." O economista do IEGVchamou a a atenção para outro fato. "Juros mais altos exercem efeito nulo sobre o preço dos alimentos uma vez que eles não são vendidos a prazo."

ciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, a decisão de ontem do Copom gera apreensão. "Fico preocupado com esse aumento dos juros , porque temos hoje uma situação econômica um pouco diferente do passado recente. Embora a inflação esteja em alta, o Brasil continua sendo um porto seguro para os investimentos estrangeiros. E, com essa alta dos juros, vamos atrair mais dólares que podem aumentar a valorização do real, causando prejuízos à nossa indústria e à nossa agricultura", disse. Na avaliação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), o aumento da Selic prejudicará o consumo e os investimentos das empresas. Em nota divulgada ontem, o presidente da entidade, Abram Szajman, salientou que a medida "é negativa e atrapalha o bom ritmo da atividade econômica do País". R an ki ng – A elevação da Selic fez o Brasil "disparar" no ranking mundial dos juros reais (medida que desconta a inflação). Segundo levantamento da Cruzeiro do Sul Corretora, a taxa subiu para 5,5%, ante 1,9% da Austrália, a segunda colocada. Segundo o analista responsável pelo estudo, Jason Vieira, a distância do Brasil para o segundo colocado vem aumentando desde que a Turquia passou a baixar seus juros. E tende a aumentar mais ao longo de 2011. (Com agências)

Aluguel e serviços: novos vilões. Para economistas, preços administrados serão principais responsáveis pela inflação em 2011.

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reços administrados como aluguel e serviços pessoais – entre eles cabeleireiro – prometem ser os novos vilões da inflação em 2011. Já os alimentos que puxaram os índices em 2010 devem passar por uma fase de arrefecimento ao longo do primeiro semestre. Ou seja, a expectativa não é de queda, mas que eventuais elevações nesse grupo sejam menos expressivas. Essa é a avaliação partiu de economistas consultados pelo Diário do Comércio. "O IGP-10 (Índice Geral de Preços – 10) referente aos primeiros dez dias de janeiro mostra que o aumento nos preços dos alimentos já começa a perder força. No atacado, a alta foi de 0,6% ante 3,39% em dezembro. No varejo, a elevação atingiu 1,52% ante 2,45% no mês anterior", disse o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV ) da Associação C o m e r c i a l d e S ã o Pa u l o (ACSP), Emilio Alfieri. Segundo ele, a entrada da nova safra de grãos brasileira – entre fevereiro e março – deve colaborar ainda mais para esse processo de desaceleração dos itens alimentícios. "Embora o cenário externo de alta nas commodities deva perdurar em 2011, já houve um arrefecimento nas cota-

ções da carne bovina. O que deles é considerado commopode ocorrer é uma pressão de dity –, os preços administraitens in natura em virtude das dos, entre eles aluguel e tarifas chuvas", afirmou o analista da de água e luz, têm outra dinâTendências Consultoria Inte- mica. Eles são reajustados grada, Rafael Bacciotti. Na ava- com base no comportamento liação dele, tradicionalmente, a do ano anterior. "O IGP-M (Índice Geral de inflação costuma ser maior no primeiro trimestre em virtude Preços do Mercado), principal de eventos como reajuste de referência para reajuste de alutarifas de transporte público guel, subiu 11,32% em 2010", (janeiro), mensalidades escola- afirmou Bacciotti. O analista res (fevereiro) e salário-mínimo chamou a atenção para o fato de que os ser(março). viços estão O sócio-diatrelados a retor da RC preços nãoConsultores, comercializáFábio Silveiveis e que ra, também não podem estimou que por cento é o IPCA ser importao Índice de previsto para o final d o s . " Vo c ê Preços ao deste ano, de acordo não tem coCon su mi do r mo adquirir, Amplo (IPCcom as apostas de por exemplo, A) irá subir de economistas. O um ser viço modo mais de manicure expressivo percentual supera a no exterior." de janeiro a meta de 4,5%. Esse seria abril: alta de o lado posi0,7%. "Além da continuidade dos alimen- tivo do fortalecimento do tos em patamares elevados real. Para o economista-chenos primeiros quatro meses fe do Banco Fator, José Frando ano, outros grupos de pro- cisco de Lima Gonçalves, didutos como os administrados versos produtos passaram a e os serviços pessoais também chegar ao Brasil com preços menores não apenas em vão exercer pressão altista." Compor tamento – Dife- função do dólar fraco, mas rentemente dos alimentos su- também porque esses artijeitos a intempéries e à volati- gos estão com valores infelidade do mercado internacio- riores em seus próprios mernal – uma vez que boa parte cados. "A influência do câm-

5,5

bio valorizado na inflação é indiscutível." Projeções – A aposta dos economistas ouvidos é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPC-A), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), encerre o ano com alta de até 5,5%, mais uma vez acima da meta de 4,5%. Na última segunda-feira, segundo analistas consultados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus previam IPCA de 5,42% em 2011, acima da estimativa anterior para o período, de 5,34%. Foi a sexta vez consecutiva que o prognóstico foi elevado. Também foram ampliadas as expectativas para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) e IGP-M em 2011, de respectivamente, 5,52% e 5,6%. No levantamento anterior, as taxas projetadas equivaliam a 5,5% e 5,53%. No caso do Índice de Preços ao Consumidor (IPCFipe), foi conservada a perspectiva de aumento de 4,9%. Em janeiro, segundo o Focus, o IPCA deve marcar inflação de 0,66%. Tanto o IGP-DI como o IPC-Fipe devem ter 0,6% de elevação. Quanto ao IGP-M, a previsão é de incremento de 0,59%. Todas as taxas foram revistas para cima na comparação com a sondagem anterior. (GC com agências)


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e ACSP já emite certificados digitais O e-CPF agiliza os processos, assegura a identidade e elimina papéis. Claudio Queiroz, executivo financeiro da ACSP

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Associados podem contratar o novo serviço ao lado do local no qual são realizadas as aberturas de empresas, dando mais agilidade e segurança ao processo. Rejane Tamoto

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Associação Comercial de São Paulo (ACSP) conquistou a posição de Autoridade de Registro e expande o mix de produtos e serviços aos associados com a inauguração de uma loja para emissão de certificados digitais hoje, ao lado de sua sede, no centro da Capital. Em parceria com a Certisign, o espaço tem capacidade de emitir de 1 mil a 2 mil certificados digitais por mês, em um tempo recorde, de cerca de 20 minutos cada, dependendo da complexidade do caso. Além deste diferencial, o cliente pode optar pela validação externa, a emissão do certificado no lugar que ele quiser, com um custo adicional. O a t e n d imento na nova loja é realizado após o pagamento e agendamento antecipados pelo site da ACSP. "Hoje, o cliente pode abrir a empresa na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) e, ao lado, adquirir o certificado digital na loja. Até o final do primeiro semestre, também poderá emitir a Nota Fiscal Eletrônica. Reunimos tudo no mesmo lugar, como em um complexo, para facilitar a vida dos associados", disse o executivo financeiro da ACSP, Claudio Queiroz.

Fotos: Zé Carlos Barretta/Hype

Além do atendimento na loja, a entidade passa a emitir certificados digitais em 15 endereços na Capital, nas sedes distritais localizadas nas regiões Norte, Sul, Leste e Oeste da cidade. Segurança – O certificado digital funciona como uma identidade que garante a autenticidade de documentos eletrônicos gerados por pessoas e empresas. Seu uso é obrigatório em empresas do comércio, da indústria, de prestação de serviços e para profissionais liberais que sejam equiparados a empresas, como dentistas e médicos, por exemplo. A exigência de uso do certificado digital é estabelecida por diferentes esferas governamentais, pela Prefeitura, pela Secretaria da Fazenda do Governo do Estado e pela Receita Federal. Para saber se ele é obrigatório para cada empresa é preciso consultá-la na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), no site do Ministério da Fazenda. Outro grupo que tem de ter certificado digital é o que emite Nota Fiscal Eletrônica, com exceção de cadastrados no Simples Nacional. A exigência abrange empresas e prestadores de serviços que devem enviar obrigações acessórias à Receita. A mais recente obrigatoriedade de utilização do certificado digital é para o envio da Declaração

de Serviços Médicos (DMED), por prestadoras de serviços de saúde ou operadoras de planos privados ou pessoa física equiparada à jurídica, até 31 de março. Benefícios – Além de ser exigência do governo, o certificado traz vantagens para empresas – como a validação de assinaturas digitais para fechar contratos, emitir certidões e acompanhar processos fiscais de maneira rápida, eficiente e segura. A nova loja da ACSP emitirá certiReunimos tudo no mesmo lugar para facilitar ficados com valia vida dos associados. dade de um a três CLAUDIO QUEIROZ, EXECUTIVO FINANCEIRO DA ACSP Loja passa a operar a partir de hoje anos em diversos formatos. Há os móveis, parecidos com os carS ERVIÇO tões de banco, com chip com o eCNPJ e o e-CPF, além do disposiRua Boa Vista, 57 – Centro tivo Token, e que são personalim levantamento divulgado ontem pelo SinFuncionamento: 8h30 às 17h30 zados. "Uma grande empresa dicato das Empresas de Compra, Venda, LoTel.: (11) 3244-3130 pode encomendar um certificacação e Administração de Imóveis Residenciais e Agendamento no site www.acsp.com.br do digital específico para seus Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) mostra que a parceiros participarem de uma cidade de São Paulo vem perdendo lançamentos Confira se deve ter certificado licitação, por exemplo", disse. de moradias para os municípios vizinhos. No enPara pessoas físicas, o executitanto, tem aumentado o número de unidades covo destaca a importância do emerciais na Capital. Nota fiscal de produtos: info.fazenda.sp.gov.br/NXT/gateway.dll/legislacao_ CPF, no qual é possível consultar De acordo com dados da Empresa Brasileira de tributaria/portaria_cat/pcat1622008.htm?f= informações pessoais no site da Estudos de Patrimônio (Embraesp) divulgados petemplates&fn=default.htm&vid=sefaz_ Receita – como, por exemplo, delo Secovi-SP, foram lançados na Região Metropotributaria:vtribut clarações de imposto de renda de litana 5,1 mil conjuntos comerciais de janeiro a noNota fiscal de serviços: anos anteriores. "É um instruvembro de 2010, sendo 4,1 mil apenas na Capital. ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/ mento que agiliza os processos, No mesmo período, foram lançadas 57,044 mil financas/legislacao/Portaria-072-2006.pdf assegura a identidade e elimina unidades residenciais, sendo 29,788 mil na Capital Receita Federal: papéis. Há uma tendência cada e 27,256 mil nas demais cidades. www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/ vez maior por parte do governo Segundo o estudo, em 2004 a participação da Ins/2009/in9692009.htm de assegurar a relação com quem Capital nos lançamentos de moradias na região está do outro lado", afirmou. metropolitana era de 80%. (Agências)

Mais escritórios

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Brasil tem 202,944 milhões de telefones celulares

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Passageiro Vip

Divulgação

AA: o que está por trás da crise? Bruno Omori

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novo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo (ABIH-SP), o paulistano Bruno Hideo Omori, é administrador de empresas. Aos 33 anos, já tem uma carreira recheada de experiências diversificadas, inclusive como auditor internacional da Ernst Young. Mas os negócios de família o trouxeram à hotelaria, onde hoje é diretor de negócios do Hotel Lorena, em São Paulo, além de liderar a sua consultoria na área. O seu grande envolvimento associativo no Instituto de Desenvolvimento, Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente (IDTCEMA) o levou à direção executiva, cargo semelhante ao que ocupou na ABIH-SP a

partir de 2007. A promoção do turismo e hotelaria no Estado de São Paulo, assinatura de convênios, qualificação de mão de obra, implantação de canais de comunicação, apoio logístico aos associados e ampliação da representatividade junto a órgãos oficiais o credenciaram à presidência da associação. Bruno também teve papel fundamental na classificação dos meios de hospedagens, uma iniciativa do Ministério do Turismo. E o futuro? "Vou manter as atividades profissionais atuais e à frente da ABIHSP. E estimular a atuação de comitês com os hoteleiros, parcerias com o governo e integração com o trade", revela.

Contatos com o autor pelo e-mail: fabio@steinberg.com.br

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ão se fala em outra c o i s a . D e s d e d ezembro, a American Airlines (AA), a terceira maior companhia aérea dos Estados Unidos, começou uma batalha de vida e morte, inicialmente com duas das maiores agências de viagens on line, Expedia e Orbitz – ambas, não por coincidência, controladas por sistemas de distribuição global, os chamados GDS. A retaliação veio de um deles, o Sabre, ironicamente ex-filhote da própria AA, o que promete remover a ex-mãe do seu sistema a partir de agosto. O que a empresa pretende? Forçar as agências a se utilizarem de seu sistema de Direct Connect. Dá a impressão de que se trata de uma ousada jogada comercial. Mas como a American Airlines não é dirigida por birutas irresponsáveis, convém entender o que está por trás antes de um juízo final. Não temos aqui a intenção ou capacidade para fazer esse trabalho, após tantas análises brilhantes de especialistas internacionais e brasileiros. Entre elas destaco a de Paulo Salvador em seu blog Tendências e Tecnologias, no site da Panrotas (www.panrotas.com.br). Mas dá para tirar algumas conclusões. A mais importante delas é que o viajante não

Carlos Barria/Reuters

precisa ver esse movimento como negativo para ele. É claro que a American Airlines (assim como concorrentes), graças à democratização do acesso à internet, aposta na "desintermediação", no contato com o cliente final. Hoje, as vendas diretas por telefone, balcão ou internet ao passageiro representam quase 36% dos negócios da AA. Ao mesmo tempo, a empresa cansou de ser vista pelo consumidor como mais uma nas comparações, e ser avaliada apenas pela conveniência da rota, horário e preço, rejeitando seu histórico e diferencial de mercado. Valor agregado – Sejamos francos: se essa abordagem resultar em melhores serviços, programas de milhagem mais

sense. Sabe o que dá a impressão? Que essas agências, felizmente as menos bemresolvidas, incapazes de transferir para o passageiro o ônus de seu trabalho, revoltaram-se justamente contra a sua fonte de renda, as companhias aéreas. E em um inexplicável desserviço ao cliente são capazes de dizer que não vão mais vender determinadas passagens. E se alguém quiser ir para a Holanda? Deve abrir mão do voo direto da KLM com a qual sua agência está às birras, e aceitar voar feito sardinha em lata na TAM para Frankfurt ou outra cidade europeia, para depois fazer conexão? Perguntar não ofende: com quem essas agências mantêm laços de lealdade – com seus clientes ou com elas mesmas?

atraentes e custos mais baixos, ponto para o passageiro! Mas há muita gente desconfiando dessa intenção. Afinal, todos sabem pegar o telefone ou entrar no site da empresa aérea para escolher o voo. Se os intermediários forem capazes de agregar valor e prestar um serviço complementar como o antigo sabonete, que vale quanto pesa, ótimo. Senão, obrigado, pode deixar que o consumidor faz isto sozinho, de forma barata e prática. Da mesma maneira, a ideia de algumas agências de viagens brasileiras boicotarem a venda de bilhetes da Air France, KLM, Lufthansa, Swiss e Alitalia por deixarem de pagar comissão, como em outras partes do mundo, soa para o consumidor no mínimo como non-

Tem mais celular que brasileiro no País que lidera o ranking de densidade, com 155,51 acessos para cada 100 habitantes. Em segundo lugar ficou o código "61", de Brasília, com 147,32 acessos para cada 100 habitantes. Durante todo o ano passado, o País colocou em operação um total de 28.984.665 novos terminais móveis. É o maior número de habilitações desde 2008, quando foram adicionados 29.661.300 celulares. Em dezembro passado, ocorreram 5.410.047 habilitações de terminais móveis. Do total de celulares em operação ao final de 2010, parcela de 82,34% era formada por prépagos. O Rio Grande do Sul é onde os pós-pagos têm a maior participação, representando 25,46% das 12,304 milhões de linhas móveis gaúchas. No Maranhão, está a maior presença dos pré-pagos, que correspondem 92,57% dos 3,981 milhões de celulares do estado.

Mercado – A Anatel divulgou também o cenário de divisão de mercado entre as operadoras. A Vivo ficou em primeiro lugar, com 29,71% de participação; seguida pela Claro, com 25,44%. A TIM ocupou o terceiro lugar, respondendo por 25,14% dos acessos; e a Oi ficou na quarta posição, com 19,35% das linhas. São Paulo é o estado com o maior número de celulares: 50.590.165 acessos, cerca de 25% do País. Em São Paulo, 78,98% das linhas móveis são pré-pagas e 21,02%, pós-pagas. A área de registro "11" ocupa a terceira posição no ranking de densidade, com 131,91 acessos para cada 100 habitantes. Em situação inversa no conceito de densidade, na área de registro "97", de Coari (AM), há 23,5 celulares para cada 100 habitantes. Na área de registro "99", de Imperatriz (MA), a densidade é de 48,8 celulares para cada 100 habitantes. (AE)

(11) 2215-5422 / 5244 / 5499

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lares antes do fim do ano. Os números comprovam que a "teledensidade" avança cada vez mais. Em novembro, havia uma média nacional de 101,96 celulares para cada grupo de 100 habitantes. Em dezembro, o índice saltou para 104,68 celulares para cada 100 habitantes. Já são 16 as unidades da federação que têm mais de um celular por habitante: AP, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PE, PR, RJ, RN, RS, RO, SC, SP e TO. A área de registro "71", da região de Salvador (BA), é a

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Brasil terminou o ano de 2010 com um total de 202,944 milhões de telefones celulares, o que representa crescimento de 16,66% em relação a 2009. Os dados foram liberados ontem pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O último balanço, divulgado em novembro, indicava que o País tinha 197,53 milhões de linhas ativas. Naquele mês, a agência considerava como certo que o Brasil ultrapassaria os 200 milhões de celu-


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ECONOMIA/LEGAIS - 15

e Crédito para quem sofre com as chuvas CEF oferece empréstimo para capital de giro com taxa de 0,87% ao mês para quem teve prejuízo com enchente no Rio de Janeiro.

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Instituições financeiras se mobilizam e já oferecem recursos para micro e pequenos empreendedores poderem recuperar seus negócios após calamidades. Moacyr Lopes Júnior/Folhapress

Com juro baixo e prazo longo, pequenos negócios, como essa agência de carros destruída em São Paulo, podem voltar à atividade.

Geriane Oliveira *

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s chuvas que atingem a região Sudeste desde o final do ano passado, causando muitos prejuízos à população, já mobilizam as instituições de crédito do País. O São Paulo Confia, banco de microcrédito da cidade de São Paulo, anunciou ontem a autorização da extensão de prazos de pagamento para as operações à população prejudicada pelas enchentes em regiões como Itaim Paulista e Jardim Pantanal, ambos na zona Leste da capital paulista. Criada em 2001, a instituição empresta dinheiro a juros baixos para pessoas físicas e jurídicas de baixa renda. Segundo o presidente do Conselho de Administração do banco, Hugo Duarte, o público é formado por microempreendedores, como donos de quitandas, bares e salão cabeleireiro, além de profissionais que exerçam atividades de vendas,

os chamados "sacoleiros". "A prorrogação dos prazos será autorizada mediante a avaliação de um agente de crédito do programa", explica o executivo, acrescentando que o atendimento será feito em uma das 19 agências do banco espalhadas pela cidade, onde são obtidos os empréstimos. Em 2010, o volume de operações do São Paulo Confia aumentou 17%, se comparado ao número do ano anterior, totalizando 22 mil contratos. Neste período, os empréstimos somaram R$ 43 milhões. O valor das concessões varia entre R$ 1,2 mil e R$ 1,8 mil, em média. Rio – As micro e pequenas empresas da região serrana do Rio de Janeiro terão acesso a uma linha de crédito diferenciada. A decisão da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis) também visa acelerar a recuperação dos municípios que enfrentam uma das maiores tragédias ambientais ocorridas no País.

Fazenda Sete Lagoas Agrícola S/A CNPJ nº 52.746.419/0001-90 – NIRE 35300026683 Aviso aos Acionistas Comunicamos que encontram-se à disposição dos senhores acionistas, na sede social da Companhia localizada na Avenida Prefeito Nelson Cunha, 800 – frente – sala 1 – Jardim São Luiz, CEP 13835-000 – Conchal – SP, os documentos a que se refere o Artigo 133, da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social iniciado em 01/01/2010 e encerrado em 31/12/2010. A Administração. Conchal (SP), 20 de janeiro de 2011. 20,21,22/01/2011 EMPRESA MUNICIPAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS – EMPRO AVISO DE LICITAÇÃO PREGÃO PRESENCIAL Nº 005/2010 Objeto: Aquisição de um scanner de produção, conforme especificação técnica no Anexo I, deste Edital. Edital completo na sede da Empro: Av. Romeu Strazzi, 199 - Bairro Vila Sinibaldi, São José do Rio Preto/SP, ou pelo site http://www.empro.com.br - Fone: (17) 3201-1201/1216. Abertura: 02 de fevereiro de 2011, às 09h30. São José do Rio Preto/SP, 19 de janeiro de 2011. Cássio Domingos Dosualdo Moreira - Pregoeiro.

OAS Empreendimentos S.A. CNPJ/MF nº 06.324.922/0001-30 – NIRE 35.300.363.337 – Subsidiária Integral de Capital Fechado Ata de Assembleia Geral Extraordinária de Acionista com Reforma e Consolidação do Estatuto Social 1. Data, hora e local: a 1º/12/2010, às 10:00 horas, na sede social da Cia., sociedade anônima de capital fechado com sede na Av. Angélica, nº 2.248, 8º, Consolação, CEP 01228-200, em São Paulo-SP, que é seu Foro, registrada na JUCESP sob o NIRE 35.3.0036333-7, por despacho de 13/11/2008, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 06.324.922/0001-30 (“Cia.”). 2. Presença: acionista representando 100% do capital votante da Cia., conforme se verifica pelas assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas. 3. Convocação: dispensada na forma do art. 124, § 4º, da Lei nº 6.404/76. 4. Mesa: Cesar de Araújo Mata Pires (Presidente) e José Adelmário Pinheiro Filho (Secretário). 5. Ordem do Dia: (i) ratificação da nomeação da IGAF LM Auditores Independentes, empresa especializada com registro no Conselho Regional de Contabilidade sob o nº CRC-RJ 1284, com sede na Rua México, nº 11, 13º andar, no Rio de Janeiro-RJ, inscrita no CNPJ/MF sob nº 29.184.207/000145 (“Empresa Avaliadora”), como empresa responsável pela elaboração do laudo de avaliação do patrimônio líquido da Novo Humaitá Empreendimentos Imobiliários S.A., sociedade anônima de capital fechado com sede na Rua Mostardeiro, nº 366, sala 802 (parte), Independência, CEP 90430-000, em Porto Alegre-RS, que é seu Foro, registrada na JUCERGS sob o NIRE nº 43.3.0005047-5, por despacho de 05/03/2009, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 10.938.773/0001-77 (“Novo Humaitá”), cujas ações serão aportadas na Cia., bem como os critérios de avaliação; (ii) deliberação acerca do laudo de avaliação referido no item (i) acima (“Laudo de Avaliação”); (iii) deliberação acerca do aporte das ações representativas do capital social da Novo Humaitá na Cia. (“Aporte”); (iv) deliberação acerca do aumento do capital social da Cia. em virtude do Aporte e da capitalização dos créditos detidos pela acionista OAS Engenharia e Participações S.A. contra a Cia.; (v) reforma e consolidação do Estatuto Social da Cia., de acordo com as deliberações tomadas; e (vi) autorização para os Administradores da Cia. tomarem todas as medidas necessárias para implementação das deliberações aprovadas. 6. Deliberações: instalada a Assembleia, foram tomadas as seguintes deliberações, aprovadas pela acionista detentora de 100% do capital social da Cia. sem quaisquer ressalvas: (i) Ratificação da Nomeação e Contratação da Empresa Avaliadora: Ratificar a nomeação e contratação da Empresa Avaliadora como sociedade especializada contratada para a avaliação das ações representativas do capital social da Novo Humaitá a ser aportado na Cia., pelo valor patrimonial contábil, bem como para a elaboração do Laudo de Avaliação. (ii) Aprovação do Laudo de Avaliação: Aprovar o Laudo de Avaliação, que consta como Anexo I à presente ata, o qual fica arquivado na sede da Cia.. (iii) Aprovação do Aporte da Novo Humaitá: Aprovar o aporte da integralidade das ações da Novo Humaitá detidas pela acionista OAS Engenharia e Participações S.A. no capital social da Cia., com observância das deliberações aqui contidas. (iv) Aumento do Capital Social: Aumentar o capital social da Cia. em R$ 4.842.979,00, correspondente à emissão de 4.842.979 novas ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, de acordo com o boletim de subscrição e integralização que compõe o Anexo II da presente ata, mediante: (a) a capitalização do valor de R$ 1.250.999,00, decorrente da conferência da totalidade das 1.250.999 ações detidas pela acionista OAS Engenharia e Participações S.A., representativas de 99,99% do capital social da Novo Humaitá; e (b) a capitalização dos créditos detidos pela acionista OAS Engenharia e Participações S.A. contra a Cia., no valor de R$ 3.591.980,00, registrados na conta de Passivo denominada Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital (AFAC). Em razão da presente alteração, o capital social da Cia. passa de R$ 78.692.887,00, dividido em 78.692.887 ações, para R$ 83.535.866,00, dividido em 83.535.866 ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, totalmente subscritas e integralizadas em moeda corrente nacional. Dessa forma, a acionista decidiu alterar o Artigo 4º do Estatuto Social, que passa a ter a seguinte nova redação: Art. 4º – O capital subscrito é de R$ 83.535.866,00, dividido em 83.535.866 ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, totalmente integralizadas em moeda corrente nacional. (v) Reforma e Consolidação do Estatuto Social: Reformar e consolidar o Estatuto Social da Cia., na forma do Anexo III da presente ata, de forma a refletir as deliberações tomadas nos itens acima. (vi) Autorização para a Administração da Cia.: Autorizar os Administradores da Cia. a tomarem todas as medidas necessárias para implementação das deliberações ora aprovadas. 7. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, a sessão foi suspensa para lavratura da presente ata, que foi lida, aprovada e assinada por todos, dela se tirando cópias autênticas para os fins legais. Cesar de Araújo Mata Pires (Presidente); José Adelmário Pinheiro Filho (Secretário); Acionista: OAS Engenharia e Participações S.A., p/ Cesar de Araújo Mata Pires e José Adelmário Pinheiro Filho. A presente ata, redigida sob a forma de sumário, nos termos do art. 130, § 1º, da LSA, é cópia fiel daquela constante do livro de atas de Assembleias Gerais da Cia., ficando autorizado pela unanimidade de acionistas seu registro e publicação. São Paulo (SP), 1º/12/2010. (ass.) Mesa: Cesar de Araújo Mata Pires – Presidente; José Adelmário Pinheiro Filho – Secretário. Acionista presente: OAS Engenharia e Participações S.A., p. Cesar de Araújo Mata Pires / José Adelmário Pinheiro Filho. A presente Ata e o Estatuto Social da Cia. encontram-se arquivados na JUCESP sob nº 463.019/10-6, protocolo 2.174.602/10-6 em sessão de 29/12/2010. Kátia Regina Bueno de Godoy – Secretária Geral.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 19 de janeiro de 2011, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Inconel Indústria e Comércio de Aços Ltda. - Requerido: D.B.I. Distribuidora Brasileira de Inox Ltda. - Rua Samuel Grimberg, 02, Vila Bertioga, - 1ª Vara de Falências Requerente: Polimold Industrial S.A. - Requerido: Speed Erosão Comércio, Importação e Ex-

portação de Metais Ltda. - Rua Antonio Frederico, 159 - 1ª Vara de Falências Requerente: Mancha Mecânica de Motos e Borracharia Ltda ME - Requerido: Sisal Editora Ltda. - Alameda dos Araes, 11 - Planalto Paulista - 2ª Vara de Falências

Os limites de empréstimo ainda não foram definidos, mas a liberação mais rápida de recursos e taxas de juros menores que as cobradas pelo mercado vão pautar a ação da agência de fomento, Investe Rio, ligada à Sedeis. Já a Caixa Econômica Federal (CEF) divulgou na última terça-feira as condições diferenciadas de atendimento às empresas da região serrana carioca. Para crédito de capital de giro foram liberados recursos da ordem de R$ 20 milhões, com limite de empréstimo de R$ 50 mil por empresa e taxa de TR mais 0,83% ao mês, a menor aplicada pela Caixa. As empresas locais poderão ter acesso a essa linha sem necessidade de comprovação de relacionamento. Além disso, o prazo de empréstimo foi ampliado para até 36 meses, incluída a carência de até seis meses. Investimentos – Para empréstimos destinados a investimento, foram apresentadas taxas especiais nas linhas de crédito do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Automático e do Finame. Os processos de financiamento oriundos da região serão tratados como prioridade máxima no protocolo junto à entidade. A Nossa Caixa Desenvolvimento, agência de fomento do Estado de São Paulo, informou ontem que – no ano passado, quando ocorreu a tragédia em São Luís do Paraitinga, interior do estado – o governo criou uma linha especial para emergências em calamidade. E, a qualquer momento, ela pode ser reaberta, assim que alguma cidade do estado esteja nessa situação. (* com Agências)

S ERVIÇO São Paulo Confia www.saopauloconfia.org.br Investe Rio www.investerio.com.br CEF www.caixa.gov.br Nossa Caixa Desenvolvimento www.nossacaixa desenvolvimento.com.br

MRS LOGÍSTICA S.A. torna público que recebeu da CETESB a Licença de Operação N° 25000746, válida até 30/12/2015, para TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGA à Rodovia Piaçaguera Guarujá, Km 264, Piaçaguera, Cubatão.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA CONCORRÊNCIA A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para execução obras: CONCORRÊNCIA Nº - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA (se houver) - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/17219/10/01 - Reforma de Prédio Escolar - EE Dr. Deodato Wertheimer - Rua Eng. Sebastião Gualberto, 150 - 08770-300 - Vila Industrial - Mogi das Cruzes/SP - 210 - R$ 158.815,00 - R$ 15.881,00 - 09:30 - 23/02/2011. 05/17272/10/01 - Construção de Prédio Escolar - Terreno Verava II/Sorocamirim - Rua 9 c/ Estrada SP-250/Condominio Bela Vista, s/nº - Sorocamirim - Ibiúna/SP - 30 (Demolição) / 240 (Obra Nova) - 1.988,58 - R$ 314.443,00 - R$ 31.444,00 - 10:00 - 23/02/2011. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI, na SEDE DA FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 – República – CEP: 01046-001 - São Paulo/SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 20/01/2011, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até às 17:00 horas do dia 21/02/2011, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo a PROPOSTA COMERCIAL e os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

OAS Empreendimentos S.A. CNPJ/MF nº 06.324.922/0001-30 – NIRE 35.3.0036333-7 – Subsidiária Integral de Capital Fechado Ata de Assembleia Geral Extraordinária de Acionista com Reforma e Consolidação do Estatuto Social 1. Data, hora e local: 17/12/2010, às 10:00 horas, na sede social da Cia., sociedade anônima de capital fechado com sede na Av. Angélica, nº 2.248, 8º andar, Consolação, CEP 01228-200, em São Paulo-SP, que é seu Foro, registrada na JUCESP sob o NIRE 35.3.0036333-7, por despacho de 13/11/2008, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 06.324.922/0001-30 (“Cia.”). 2. Presença: acionista representando 100% do capital votante da Cia., conforme se verifica pelas assinaturas lançadas no Livro de Presença de Acionistas. 3. Convocação: dispensada na forma do art. 124, § 4º, da Lei nº 6.404/76. 4. Mesa: Cesar de Araújo Mata Pires (Presidente) e José Adelmário Pinheiro Filho (Secretário). 5. Ordem do dia: (i) deliberação acerca do Protocolo e Justificação de Incorporação (“Protocolo”) da Multicorp Patrimonial Ltda., sociedade empresária do tipo limitada com sede na Av. Angélica, nºs 2.330/2.346/2.364, 9º andar, sala 906, Consolação, CEP 01228-200, em São Paulo-SP, que é seu Foro, registrada na JUCESP sob o NIRE 35.2.1784992-9, por despacho de 08/10/2002, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 00.747.283/0001-30 (“Multicorp Patrimonial”); (ii) ratificação da nomeação da IGAF LM Auditores Independentes, empresa especializada com registro no Conselho Regional de Contabilidade sob o nº CRC-RJ 1284, com sede na Rua México, nº 11, 13º andar, no Rio de Janeiro-RJ, inscrita no CNPJ/MF sob nº 29.184.207/0001-45 (“Empresa Avaliadora”), como empresa responsável pela elaboração do laudo de avaliação do patrimônio líquido da Multicorp Patrimonial, que será incorporado pela Cia., bem como os critérios de avaliação; (iii) deliberação acerca do laudo de avaliação referido no item (ii) acima (“Laudo de Avaliação”); (iv) deliberação acerca da incorporação da Multicorp Patrimonial e a transferência do seu patrimônio líquido para a Cia. (“Incorporação”); (v) deliberação acerca do aumento do capital social da Cia. em virtude da Incorporação e do aporte de moeda corrente nacional pela acionista da Cia.; (vi) reforma e consolidação do Estatuto Social da Cia., de acordo com as deliberações tomadas; e (vii) autorização para os Administradores da Cia. tomarem todas as medidas necessárias para implementação das deliberações aprovadas. 6. Deliberações: instalada a Assembleia, foram tomadas as seguintes deliberações, aprovadas pela acionista detentora de 100% do capital social da Cia. sem quaisquer ressalvas: (i) Aprovação do Protocolo e Justificação de Incorporação: Aprovar o Protocolo, celebrado nesta data pelos Administradores da Cia. e da Multicorp Patrimonial, anexo a presente ata na forma do Anexo I, com versão do patrimônio da Multicorp Patrimonial à Cia.. (ii) Ratificação da Nomeação e Contratação da Empresa Avaliadora: Ratificar a nomeação e contratação da Empresa Avaliadora como sociedade especializada contratada para a avaliação do acervo líquido contábil da Multicorp Patrimonial a ser incorporado pela Cia., pelo valor patrimonial contábil, bem como para a elaboração do Laudo de Avaliação. (iii) Aprovação do Laudo de Avaliação: Aprovar o Laudo de Avaliação, que consta como Anexo II à presente ata, o qual fica arquivado na sede da Cia.. (iv) Aprovação da Incorporação da Multicorp Patrimonial: Aprovar a Incorporação da Multicorp Patrimonial pela Cia. de acordo com os termos e condições do Protocolo e com observância das deliberações aqui contidas. (v) Aumento do Capital Social: Aumentar o capital social da Cia. em R$ 64.821.829,00, correspondente à emissão de 64.821.829 novas ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, de acordo com o boletim de subscrição e integralização que compõe o Anexo III da presente ata, mediante: (a) a capitalização do valor de R$ 60.621.829,00, decorrente da absorção integral do patrimônio líquido da Multicorp Patrimonial, devido à Incorporação; e (b) a capitalização, em moeda corrente nacional, do valor de R$ 4.200.000,00. Em razão da presente alteração, o capital social da Cia. passa de R$ 83.535.866,00, dividido em 83.535.866 ações, para R$ 148.357.695,00, dividido em 148.357.695 ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, totalmente subscritas e integralizadas em moeda corrente nacional. Dessa forma, a acionista decidiu alterar o Art. 4º do Estatuto Social, que passa a ter a seguinte nova redação: Art. 4º – O capital subscrito é de R$ 148.357.695,00, dividido em 148.357.695 ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, totalmente integralizadas em moeda corrente nacional. (vi) Reforma e Consolidação do Estatuto Social: Reformar e consolidar o Estatuto Social da Cia., na forma do Anexo IV da presente ata, de forma a refletir as deliberações tomadas nos itens acima. (vii) Autorização para a Administração da Cia.: Autorizar os Administradores da Cia. a tomarem todas as medidas necessárias para implementação das deliberações ora aprovadas. 7. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, a sessão foi suspensa para lavratura da presente ata, que foi lida, aprovada e assinada por todos, dela se tirando cópias autênticas para os fins legais. Cesar de Araújo Mata Pires (Presidente); José Adelmário Pinheiro Filho (Secretário); Acionista: OAS Engenharia e Participações S.A., p/ Cesar de Araújo Mata Pires e José Adelmário Pinheiro Filho. A presente ata, redigida sob a forma de sumário, nos termos do art. 130, § 1º, da LSA, é cópia fiel daquela constante do livro de atas de Assembleias Gerais da Cia., ficando autorizado pela unanimidade de acionistas seu registro e publicação. São Paulo (SP), 17/12/2010. (ass.) Mesa: Cesar de Araújo Mata Pires – Presidente; José Adelmário Pinheiro Filho – Secretário. Acionista presente: OAS Engenharia e Participações S.A., Cesar de Araújo Mata Pires / José Adelmário Pinheiro Filho. A presente Ata e o Estatuto Social da Cia. encontram-se arquivados na JUCESP sob nº 462.463/10-2, protocolo 2.173.498/10-1 em sessão de 29/12/2010. Kátia Regina Bueno de Godoy – Secretária Geral.

Seguradoras montam centrais na serra fluminense

A

um levantamento na região s seguradoras e promete divulgar nos montaram bases de próximos dias os resultados atendimento na sobre prejuízos. Só em Nova região serrana do Rio de Friburgo estimam-se perdas Janeiro para cuidar dos de R$ 300 milhões. sinistros que ocorreram A Porto Seguro após as fortes chuvas no emprestou guinchos para a local. Bradesco, Banco do Defesa Civil e ainda levou Brasil, Porto Seguro, para a região um veículo SulAmérica e Allianz especial, chamado Unimog, anunciaram a transferência para rebocar carros na lama. de executivos, guinchos e A seguradora informa que já peritos para apurarem os foram prejuízos. retirados Apesar de veículos até já estarem de dentro de prestando rios. atendimento A Bradesco aos sinistros, montou uma todas as milhão de reais foi central em seguradoras o tamanho do Petrópolis dizem que para cuidar ainda não dá prejuízo de uma dos casos da para ter uma cervejaria região. estimativa Segundo o das perdas, artesanal com diretorque devem alagamentos presidente da ser de Bradesco milhões de Auto/RE, reais. A razão Ricardo Saad, a empresa já é que o acesso aos locais recebeu comunicados de afetados ainda é sinistros, mas o número complicado. A Allianz, forte em autos e deve aumentar nos próximos dias. outros ramos como vida e O Itaú Unibanco abriu residências, não conseguia uma linha exclusiva (0800chegar à cidade de Nova Friburgo e montou base em 703-9360) para acelerar as indenizações de seguro de Teresópolis e Petrópolis. vida, automóvel, residencial Alguns grandes sinistros já começaram a aparecer. Uma e comercial. O banco vai doar ainda R$ 1 milhão para cervejaria artesanal teve perdas de R$ 1,5 milhão por as vítimas da chuva. No geral, as apólices de causa das chuvas, que automóveis cobrem danos alagaram sua fábrica e causados por alagamento e paralisaram a produção. O Sindicato dos Corretores de soterramento. Já no seguro residencial, essa cobertura é Seguros do Estado do Rio opcional. (AE) de Janeiro (Sincor-RJ) faz

1,5

DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE NF Ferreira Bentes Comércio de Medicamentos Ltda., CNPJ 72.955.891/0016-27, inscrição estadual 115.455.348.110, declara ter sido extraviada a Nota Fiscal Fatura em formulário contínuo de número de controle nº 130444 (em branco). DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE NF Ferreira Bentes Comércio de Medicamentos Ltda., CNPJ 72.955.891/0022-75, inscrição estadual 636.262.311.119, declara terem sido extraviadas as Notas Fiscais Fatura em formulário contínuo de números de controle: nº 137477, nº 137478 e nº 137479 (em branco).

EAA Administração e Participações S.A. CNPJ n.º 11.493.109/0001-24 – NIRE 35.300.376.021 Edital de Convocação Assembléia Geral Extraordinária Ficam os acionistas da EAA Administração e Participações S.A. (“Companhia”) convocados a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a realizar-se no dia 28.01.2011, às 11:00 horas, na sede social da Companhia, situada na Capital do Estado de São Paulo, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, n.º 1.364, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: (i) aceitação da renúncia do Diretor Vice-Presidente e de um Diretor sem designação específica da Companhia; (ii) extinção do cargo de Diretor Vice-Presidente da Companhia e aprovação da alteração da forma de representação da Companhia para que esta possa ser representada também isoladamente pelo Diretor Presidente em atos de administração ordinária e extraordinária, com a conseqüente alteração dos Artigos 14 e 18, exclusão do Artigo 23, renumeração do parágrafo único do Artigo 19 e dos Artigos 20, 21 e 22, e alteração do Artigo 26, do Estatuto Social; (iii) eleição dos cargos vagos na Diretoria; (iv) consolidação do Estatuto Social da Companhia. Encontra-se à disposição dos acionistas, na sede da Companhia, o projeto de Estatuto Social referido em “iv”, supra. São Paulo, 18 de janeiro de 2011. Ernesto Assad Abdalla - Diretor Presidente. 19,20,21/01/2011

VOTORANTIM CIMENTOS S.A. CNPJ/MF Nº 01.637.895/0001-32 - N IRE 35.300.370.554 ATA DE ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 01 DE DEZEMBRO DE 2010 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 01 de dezembro de 2010, às 09:00 horas, na sede social da Votorantim Cimentos S.A. (“Companhia”), localizada na Praça Professor José Lannes, nº 40, 9º andar, Cidade Monções, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. CONVOCAÇÃO - Dispensada em virtude da presença da totalidade dos acionistas. 3. PRESENÇA - Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas lançadas no livro Presença de Acionistas. 4. MESA DIRIGENTE – Marcelo Chamma, Presidente, e Edvaldo Araújo Rabelo, Secretário. 5. ORDEM DO DIA – A ordem do dia da presente Assembléia Geral Extraordinária compreende a deliberação pelos acionistas quanto ao aumento do capital social da Companhia, mediante a emissão pela Companhia de 5.500.007 (cinco milhões, quinhentas mil e sete) ações ordinárias nominativas e sem valor nominal, pelo valor total de R$ 237.490.302,26 (duzentos e trinta e sete milhões, quatrocentos e noventa mil, trezentos e dois reais e vinte e seis centavos), com a correspondente alteração ao Estatuto Social da Companhia. 6. DELIBERAÇÕES – (i) Foi aprovado o aumento do capital social da Companhia de seu valor atual, qual seja, R$ 2.089.722.158,20 (dois bilhões, oitenta e nove milhões, setecentos e vinte e dois mil, cento e cinquenta e oito reais e vinte centavos), para o valor total de R$ 2.327.212.460,46 (dois bilhões, trezentos e vinte e sete milhões, duzentos e doze mil, quatrocentos e sessenta reais e quarenta e seis centavos), resultando em um aumento efetivo no valor total de R$ 237.490.302,26 (duzentos e trinta e sete milhões, quatrocentos e noventa mil, trezentos e dois reais e vinte e seis centavos), mediante a emissão de 5.500.007 (cinco milhões, quinhentas mil e sete) novas ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, com preço de emissão por ação no valor de R$ 43,18 (quarenta e três reais e dezoito centavos), determinado conforme o critério estabelecido pelo Art. 170, parágrafo 1º, II, da Lei nº 6.404/76, conforme alterada, a serem totalmente subscritas e integralizadas pela acionista VOTORANTIM INDUSTRIAL S.A., com a expressa anuência dos demais acionistas da Companhia e renúncia aos seus direitos de preferência na subscrição das ações ora emitidas, conforme os termos do boletim de subscrição de ações assinado nesta data e arquivado na sede social da Companhia, da seguinte forma: (A) mediante a capitalização de créditos de naturezas diversas detidos pela Votorantim Industrial S.A. contra a Companhia, conforme contabilizado nas demonstrações financeiras da Companhia de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 234.340.600,21 (duzentos e trinta e quatro milhões, trezentos e quarenta mil, seiscentos reais e vinte e um centavos); (B) mediante a capitalização de créditos de naturezas diversas detidos pela acionista Votorantim Industrial S.A. contra a VOTORANTIM CIMENTOS N/NE S.A., sociedade anônima com sede na Rua Madre de Deus, nº 27, na cidade de Recife, Estado de Pernambuco, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 10.656.452/0001-80, contabilizado no balanço patrimonial da Votorantim Industrial S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 423.979,27 (quatrocentos e vinte e três mil, novecentos e setenta e nove reais e vinte e sete centavos); (C) mediante a capitalização de créditos de naturezas diversas detidos pela acionista Votorantim Industrial S.A. contra a VOTORANTIM CIMENTOS AMÉRICA S.A., sociedade anônima com sede na Rua Amauri, nº 255, 13º andar, sala C, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 06.276.009/0001-06, contabilizado no balanço patrimonial da Votorantim Industrial S.A. de 30 de novembro de 2010, no valor de R$ 2.725.690,02 (dois milhões, setecentos e vinte e cinco mil, seiscentos e noventa reais e dois centavos), e (D) o pagamento em moeda corrente nacional, nesta data, de R$ 32,76 (trinta e dois reais e setenta e seis centavos). Em virtude do aumento de capital social ora deliberado, fica alterada a redação do 5º do Estatuto Social, que passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 2.327.212.460,46 (dois bilhões, trezentos e vinte e sete milhões, duzentos e doze mil, quatrocentos e sessenta reais e quarenta e seis centavos), dividido em 110.183.988 (cento e dez milhões, cento e oitenta e três mil, novecentos e oitenta e oito) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal.”. As demais disposições do Estatuto Social da Companhia não expressamente alteradas pelos acionistas restam ratificados e em vigor e efeito conforme os seus termos. 7. ENCERRAMENTO – a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não havendo, todavia, nenhuma manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelo Presidente e pelo Secretário. São Paulo, 1º de dezembro de 2010. SECRETARIA DA FAZENDA – JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO – Certifico o Registro sob o nº 18.590/11-1 em 11.01.2011 (a) Kátia Regina Bueno de Godoy, Secretária Geral.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

16

e

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Cerca de 90% dos relógios que consertamos são bens de família que têm muita história. Paulo Sergio Tavares, empresário.

conomia

As pequenas engrenagens que controlam o tempo Uma lojinha na Zona Sul de São Paulo mantém a eterna magia dos antigos relógios com suas cordas, pêndulos e peças delicadas. Fátima Lourenço Fotos: Zé Carlos Barretta/ Hype

O engenheiro Paulo Sergio Tavares se apaixonou pelo ofício de seu sogro, que iniciou o negócio há 47 anos, e nunca mais largou os relógios antigos.

Q

uem passa apressado ou distraído pela Rua Afonso Brás, na Vila Nova Conceição, na Zona Sul da Capital paulista, pode achar que a pequena loja em meio ao comércio local seja apenas um estabelecimento comum. Contudo, ao atravessar o pequeno corredor que dá acesso à Galeria do Relógio Antigo certamente será tomado pela magia dos artefatos que o homem criou ao longo dos anos para contar o tempo. Com um acervo de cerca de 190 modelos disponíveis para a venda, o local respira a tradição e a credibilidade construídas ao longo de 47 anos de atividade. Referência no conserto, restauro e comércio de relógios antigos, diversos tipos de equipamentos passam pelas delicadas mãos de relojoeiros da casa, acostumados a revisar engrenagens construídas há séculos e até a moldar minúsculas pecinhas especialmente para repará-las. De sogro para genro – "Esse é o nosso grande diferencial", ressalta o empresário Paulo Sergio Tavares, responsável pela gestão do negócio, em dobradinha com o fundador João Scarabichi. "É um negócio familiar, mas não é de pai para filho. É de sogro para genro",

brinca. A empresa fundada por Scarabichi foi inspirada no comércio de joias e relógios – Ao Rubi Oriental – que o seu sogro, João Bellizia, montou em 1927 na Rua do Seminário no centro de São Paulo. Foi ali que Scarabichi aprendeu o ofício que lhe permitiu abrir uma pequena oficina de conserto, depois transformada na loja onde ainda hoje, com mais de 80 anos, ele faz questão de c o m p a re c e r d i a r i am e n t e . " É u m a p a ixão" declara. Ta v a r e s , engenheiro mecânico por formação, se aproximou do universo profissional de Scarabichi quando descobriu, ainda como namorado de sua filha, que o futuro sogro poderia restaurar um relógio antigo da família, que tanto lhe atraia quando criança. Muito delicado, o aparelho tinha no topo de uma caixa de madeira um pequeno

padre que batia o sino para anunciar a hora. A parceria no negócio, entretanto, aconteceu depois de muitos anos, quando o Plano Collor causou o fechamento da fábrica onde Tavares trabalhava como engenheiro. "Por dez anos eu e minha mulher participamos da feirinha de antiguidade do Shopping Iguatemi para vender relógios antigos. Era como uma extensão da loja", conta Tavares. Hoje, confessa, o universo da Galeria está totalmente incorporado à sua vida. "É difícil dividir o que é negócio com o que é paixão", define. Por isso, explica, quando percebe certo desconforto no cliente que o procura para se desfazer de um relógio de herança, ele recomenda que a pessoa primeiro tente consultar alguém da família. "Às vezes, nós restauramos a peça e depois algum parente recompra". Discrição – Histórias não faltam nesse negócio, mas os envolvidos nelas preferem o anonimato. E o respeito à p ri v a ci d a de , em mercado tão pequeno,

Na oficina da Galeria do Relógio Antigo, os técnicos usam equipamentos especiais para o conserto de objetos com máquinas mecânica, à corda, bateria ou elétricas.

como dimensiona Tavares, é fundamental para preservar o negócio e cultivar a fidelidade da clientela, formada majoritariamente por público de alto poder aquisitivo. "A peça que o cliente traz é um bem de família. Os relógios de tradição representam 90% dos serviços que fazemos", explica Tavares. Os consertos, incluindo trabalhos de marcenaria para o restauro das caixas de madeira dos relógios antigos, representam 70% do faturamento da empresa e atraem pessoas de todo o País. A especialidade com as engrenagens movidas à corda também atrai à loja proprietários de outras peças raras. Chegam por lá até coisas inusitadas como um gramofone, uma caixa de música de 1886, um curioso relógio portátil utilizado para monitorar corridas de pombos-correio, além de um cofre da época do Império. Pela Galeria do Relógio Antigo passam pessoas interessadas em se desfazer de relógios avulsos, ou até mesmo coleções deles. "Todos são revisados e vendidos com garantia", assegura o empresário, que também oferece um mix com-

pacto de relógios modernos (de pulso e despertadores) para a venda, além do serviço de conserto e manutenção deles. "Hoje consertamos todo tipo de relógio. Os mecanismos mudam (máquina mecânica, à corda, bateria ou elétrico), mas o princípio é o mesmo", diz Tavares. Es pec iali zad a – Os serviços têm preços variados. A revisão técnica de um relógio antigo de pequeno porte, sem troca de peças, custará de R$ 300 a R$ 400. Mas o mesmo serviço em um exemplar da tradicional marca Patek Phillip não sairá por menos de US$ 1 mil. O empresário justifica que o preço inclui a parte

de seguro e responsabilidade, porque caso perca um relógio da marca terá dificuldades para encontrar outro e, caso o encontre, pagará, pelo menos, US$ 5 mil por ele. "Eu só vi na Holanda uma loja semelhante à nossa, exclusiva de relógios. O que há são antiquários, que também vendem outras coisas, e muitas relojoarias, mais voltadas ao relógio de pulso. Os penduleiros (como eram chamados os relojoeiros) estão na faixa de 70 anos. Temos que formar mão de obra especializada", afirma o empresário. Segundo ele, os poucos cursos para formação de relojoeiros são voltados ao relógio de pulso.

C ONFIRA Rua Afonso Braz, 618 – São Paulo Telefone: (11) 3842-4000


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