Diário do Comércio

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No trilho Ao inaugurar um pátio em Porto Nacional, Lula voltou à carga: "Liberdade de imprensa não significa que se deve inventar"

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PT e sindicatos conclamam manifestação contra mídia golpista. E surge a resistência democrática. A violenta escalada de Lula contra a imprensa, como se ela fosse culpada dos escândalos na Casa Civil e Receita, renderam o protesto marcado para amanhã, às 19h, no Sindicato dos Jornalistas, em SP. Pág. 8. Um manifesto em defesa da democracia será lançado hoje, às 12h, no Largo São Francisco. Leia-o na pág. 3

Contas do governo: o pior mês desde 1947 Economia 1

Ano 86 - Nº 23.211

Conclusão: 23h50

www.dcomercio.com.br

Jornal do empreendedor

R$ 1,40

São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Clarín e La Nación perto da manchete: donos presos. Página 13

Rivaldo Gomes/Folhapress

Dia de caos no metrô. Acaso ou sabotagem?

Filipe Araújo/AE

Falha de sinalização em composição da Linha 3-Vermelha paralisa sistema: passageiros em pânico, 17 trens depredados. Governo do estado investiga. Pág. 10 Agliberto Lima/DC

Símbolo da união dos povos, Marco da Paz comemora 10 anos. Data foi celebrada ontem na Secretaria da Justiça. Pág. 11 Zé Carlos Barretta/Hype

HOJE Parcialmente nublado Máxima 30º C. Mínima 15º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 31º C. Mínima 15º C.

ISSN 1679-2688

23211

9 771679 268008

Há 200 anos, D. João abolia o rebuço A mantilha que escondia a mulher trazia insegurança em tempo de bandidagem. Hoje, em São Paulo, muçulmanas usam seus véus em respeito ao Alcorão. Pág. 9

Gaetano Luigi, Alencar Burti, Norma Burti e padre Carlos Contieri


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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Não será um superávit saudável, pois não será alcançado na base da economia de desperdícios, José Márcio Mendonça

pinião

IVONE ZEGER

DESAPOSENTAÇÃO: VOCÊ SABE O QUE É?

I

magine a seguinte cena. Dois amigos na casa dos sessenta anos, que não se veem há algum tempo, de repente se reencontram. Conversa vai, conversa vem, um deles pergunta: "E então, já se aposentou"? O outro responde: "Já. E agora vou me desaposentar." Você acha estranho? Pode ir se acostumando à ideia, pois a desaposentação existe mesmo. Trata-se da renúncia à aposentadoria. E por que alguém faria algo assim? É isso que vou explicar agora. Apesar do tão falado "rombo" na Previdência, o fato é que, no Brasil cerca de 80% dos aposentados recebem até dois salários mínimos. Face a essas quantias pouco animadoras, muitas pessoas que se aposentam optam por – ou simplesmente são obrigadas a – continuar trabalhando para se sustentar e, se possível, para manter o padrão de vida, pois, na maioria das vezes, a aposentadoria é inferior ao salário que se recebia na ativa. Acontece que se você continuar trabalhando com carteira assinada depois da aposentadoria, continuará contribuindo com o INSS. E não irá usufruir desse dinheiro, uma vez que já se aposentou. Até meados dos anos noventa, pessoas nessa situação podiam receber a quantia acumulada durante o período de trabalho posterior à aposentadoria, o que recebia o nome de pecúlio. Com a extinção do pecúlio, porém, esse dinheiro deixou de ser devolvido.

aqui que entra a desaposentação. A ideia, defendida por muitos advogados especializados em previdência, é que a pessoa pode renunciar à aposentadoria para que seja feito um novo cálculo, somando-se o valor acumulado com as contribuições feitas

É

depois de aposentado. Como seria de se esperar, o Ministério da Previdência não gostou nem um pouco dessa história. E alega que, de acordo com o Decreto 2.172/97, não é possível renunciar a aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial. Contudo, muitos juízes têm entendido de outra forma. Sentenças expedidas por diversos tribunais regionais, favoráveis ao aposentado, argumentam que o decreto é uma norma regulamentar da Previdência e, portanto, não pode criar uma lei que não existe – a de que não é possível renunciar à aposentadoria. inda assim, a desaposentação não é assunto regulamentado, e nem todo juiz está de acordo com ela. Alguns até a a dmitem, mas desde que o aposentado devolva parte da aposentadoria que já recebeu – o que, obviamente, só vale a pena se a soma a ser recebida for maior do que a soma a ser paga. É importante frisar que a desaposentação não é uma revisão de valores, mas a renúncia à aposentadoria atual para recebimento de outra, mais vantajosa para o segurado. Se ela não for vantajosa para você, nem tudo está perdido. Há, ainda, a possibilidade de ingressar com uma ação judicial pedindo a devolução dos valores pagos à Previdência depois que você se aposentou. Antes de decidir, consulte um advogado especializado e faça as contas na ponta do lápis.

A

IVONE ZEGER É ADVOGADA, CONSULTORA JURÍDICA EM DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÃO, AUTORA DOS LIVROS "HERANÇA: PERGUNTAS E RESPOSTAS" E "COMO A LEI RESOLVE QUESTÕES DE FAMÍLIA" WWW.PARASABERDIREITO.COM.BR

TRUQUES ELEITORAIS

E

m artigo neste mesmo espaço, ontem, o professor e economista Rob e r t o F e n d t " e s t r anhou", nos discursos dos principais presidenciáveis, a falta de informações mais específicas, mais detalhadas sobre a questão das contas públicas brasileiras. De acordo com boa parte dos especialistas, um bom ajuste se fará necessário pois, nas palavras de Fendt, "o que o (atual) governo está fazendo é aumentar a dívida bruta". E de forma equivocada, ampliando as despesas correntes em ritmo muito maior do que os investimentos. "Um dia", diz Raul Veloso, um especialista em contas oficiais, "a casa cai". De fato, a situação está ficando mais complicada a cada dia. Nas duas reprogramações orçamentárias dos dois primeiros bimestres do ano, o governo anunciou um contingenciamento (suspensão de despesas orçadas) de R$ 29,4 bilhões, para manter garantido o superávit primário de 3,3% prometido para este ano. Deu até a impressão de que em 2010, apesar as eleições e do compromisso de Lula de eleger sua sucessora, o governo seria mais austero do que havia sido nos dois anos anteriores. Foi só ilusão. Pode ser mera coincidência, mas quando a campanha começou a esquentar, o propósito mudou. Com base no crescimento previsto de receitas, mais a reformulação nos parâmetros econômicos, conseguiu (pelo menos no papel) encontrar recursos para liberar gastos, sem parecer que renunciou aos propósitos de moderação fiscal. Na terceira reprogramação, o governo soltou R$ 2,5 bilhões, para alegria de ministros e candidatos. Ontem, no quarto ajuste, faltando menos de 15 dias para o vôo as urnas, abriu espaço para encaixar mais R$ 1,7 bilhão de despesas. Diz que ainda assim não fugirá da meta dos 3,3% do PIB de economia para abater a dívida. Até o mês passado guardou apenas pouco mais de 2% do PIB. Tudo indica, como aponta o anunciado ontem, que manobras contábeis e outros truques vão ser úteis para fechar as contas. O Fundo Soberano do Brasil foi autorizado a ajudar na contabilidade, se necessário. As estatais e os bancos públicos vão entrar com mais R$ 3 bilhões do que o inicialmente previsto com seus dividendos para os cofres do Tesouro. E há, ainda, a possibilidade de sobrar algum da

Há sempre a possibilidade de Dilma estar apenas fazendo um discurso eleitoral, para não assustar a sua principal clientela de votos. Depois de eleita, ela faria então o que Antonio Palocci tem dito para seletas platéias o que ela de fato fará neste terreno.

JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA capitalização da Petrobras para os cofres da viúva. Não será, portanto, um superávit saudável, pois não será alcançado na base da economia de desperdícios. Talvez esteja sendo plantada para o sucessor de Lula uma nova "herança maldita". É preciso saber então como a provável futura ocupante do Palácio do Planalto vai enfrentar a questão, antes que a situação fuja definitivamente do controle. A prevalecer o

que Dilma diz de público, as perspectivas não são das melhores, como se pode sentir por recentes declarações dela em Porto Alegre: "O papo de ajuste fiscal é a coisa mais atrasada que tem. Não se faz ajuste fiscal porque se acha bonito. Faz porque precisa. E eu quero saber: com a inflação sob controle, com a dívida caindo e com a economia crescendo, vou fazer ajuste fiscal para contentar a quem? Quem ganha com isso? O povo não ganha."

R

esta pensar se ela terá o fôlego para enfrentar sua clientela preferencial logo no início do governo, jogando fora boa parte do capital eleitoral que conquistou com a ajuda de Lula. Falta-lhe o jogo de cintura e o carisma de Lula para desdizer o que disse sem se desgastar. A questão fiscal é econômica; seu desdobramento, porém, é político. JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA É JORNALISTA E ANALISTA POLÍTICO JOSE.MARCIO@DCOMERCIO.COM.BR

MAUS EXEMPLOS C

hile, Colômbia e Peru se constituem hoje democracias respeitadas e incontestadas no mundo. Todos tiveram problemas no passado, de intervenções militares ao terrorismo mais cruel. O Chile quase vira satélite de Cuba pela via do voto equivocado. Basta lembrar que Salvador Allende venceu por menos de 2% dos votos. O Brasil é uma democracia consolidada e nosso presidente tem boas relações em todo o continente, embora tenha cometido o erro de Honduras. Mas tem de refrear as relações com países que estão na

direção do autoritarismo com destino ao totalitarismo. A crise na Argentina vai esquentar. As classes produtoras estão acuadas e enfraquecidas, mas não estão fora do jogo. A imprensa está claramente ameaçada. O mesmo ocorre com os militares, que erraram muito no passado. Hoje, há uma nova geração equilibrada e consciente de que intervir em último caso, para repor a ordem nas ruas, é dever inalienável da carreira militar. Não há mais como esconder a inflação e a queda na produção. A Venezuela, como se diz na

gíria, "já rasgou a fantasia" e, além de agir internamente, não resiste a tumultuar a vida dos vizinhos, inclusive com ameaças. O problema interno, inclusive no abastecimento de gêneros alimentícios, se agrava a cada dia. O mesmo ocorre na Bolívia, que perde oportunidade de aproveitar suas riquezas minerais. O próprio gás, o Brasil terá muito em breve, e pode deixar de comprar o produto contratado por um preço e que já está sendo vendido por outro. O Paraguai quer resolver seus problemas criando dificuldades ao Brasil. Força preços novos na

energia de Itaipu – onde não colocou um dólar – e faz restrições a milhares de produtores brasileiros (os brasiguaios) na titulagem de suas terras. Uruguai vive tentando mexer no seu passado, em que o terrorismo foi ativo, e agora quer acertar contas com a repressão, que foi competente e heróica. O país é dividido e não vai se colocar um governo revanchista e radical ali sem uma reação vigorosa de suas forças vivas. O Equador é outro que compromete o seu petróleo,

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ARISTÓTELES DRUMMOND rompendo contratos, inclusive com empresas brasileiras. Vai agravar o quadro de pobreza e deve voltar à instabilidade política. Logo, o Brasil, que está navegando tão bem na crise mundial, deve tomar maior cuidado nas relações de intimidade com quem está no caminho errado. Nessa hora, a

conta vem rápida. Quem tem acertado tanto, agradado tanto, não precisa criar zonas de atrito por mero capricho ideológico ultrapassado. ARISTÓTELES DRUMMOND É JORNALISTA E VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO

RIO DE JANEIRO. ARI.DRUMMOND@YAHOO.COM.BR

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos (tmatos@acsp.com.br) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos (josemaria@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), chicolelis (chicolelis@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima (luiz.octavio@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br) e Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro (aribeiro@dcomercio.com.br) Editores: Cintia Shimokomaki (cintia@dcomercio.com.br), Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) e Vilma Pavani (pavani@dcomercio.com.br) Subeditores: Kleber Gutierrez, Marcus Lopes, Rejane Aguiar e Tsuli Narimatsu Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Giseli Cabrini e Sérgio Siscaro Repórteres: Anderson Cavalcante (acavalcante@dcomercio.com.br), André Alves, Fátima Lourenço, Fernanda Pressinott, Geriane Oliveira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mário Tonocchi, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vanessa Rosal, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira (soliveira@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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ACIMA DOS POLÍTICOS ESTÃO AS INSTITUIÇÕES, PILARES DOS REGIMES DEMOCRÁTICOS

pinião

MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA Este é o texto do manifesto que será lançado hoje, às 12 horas, na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, em defesa da democracia, do estado de direito, da liberdade de imprensa e dos direitos individuais

E

m uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo. Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático. É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais. É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos. É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle. É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza

da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade. É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há "depois do expediente" para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no "outro" um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia, mas um inimigo que tem de ser eliminado.

É

aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses. É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o

trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo. É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.

C

umpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo. Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade. Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos.

A armadilha do câmbio P

ara começar meu raciocínio, quero convidá-lo a imaginar a seguinte situação: o senhor John Smith é um ferroviário aposentado que mora em Nebraska, nos Estados Unidos, e que hoje se dedica à pecuária. Ao longo da vida juntou algumas economias e agora tem ouvido conselhos de diversos analistas que apontam o Brasil como porto seguro para ganhar algum dinheiro extra. John resolve, então, aplicar US$ 100 mil de suas reservas nos trópicos. Cumpridos os trâmites burocráticos, John adquire o equivalente a R$ 170 mil (ao câmbio de R$ 1,70 para U$ 1,00) e os aplica em fundos de renda fixa. Ao final de um ano, nosso rico aposentado do Nebraska vê seus recursos engordarem cerca de R$ 17 mil, referentes ao rendimento de 10% que um fundo de renda fixa proporciona. Seu capital, sem contar a variação cambial do período, passou dos US$ 100 mil iniciais para US$ 110 mil. Se aplicasse a mesma quantia nos EUA, teria lucrado só US$ 2 mil em igual período. Aplicar no Brasil lhe rendeu um "bônus" equivalente a US$ 8 mil, antes de descontar os tributos. Nesse exemplo, a relação dólarreal manteve-se estável em R$ 1,70 para cada US$ 1,00. Se, no mesmo período, o real se desvalorizasse e atingisse, digamos, R$ 2,00 para cada US$ 1,00, o sr. Smith amargaria prejuízo de US$ 6,5 mil. Ocorrendo o contrário, ou seja, o real se valorizando perante o dólar, com a cotação de R$ 1,65 para cada

MANUELITO MAGALHÃES JÚNIOR US$ 1,00, seus lucros seriam ampliados para mais de US$ 13 mil. "Brasileiro é tão bonzinho", diria, com sotaque característico, a atriz Kate Lyra e sua personagem de antigos programas humorísticos. Essa história, embora fictícia, guarda estreita relação com a realidade, com a diferença que os dólares chegam em centenas de milhões, diariamente, aplicados por fundos de investimentos que representam milhares de Johns Smiths. A parcela de investidores estrangeiros na dívida pública interna brasileira nunca foi tão alta: em julho, detinham 9,4% dos papéis. Em 2006, essa parcela era de 1,8%.

A

entrada em ritmo constante desses dólares dá garantia adicional aos investidores, ao reduzir os riscos de uma variação cambial brusca que transforme ganhos em prejuízo – pois o que ocorre a partir da maior captação de recursos externos é que o real se valoriza perante o dólar. Agora, imagine o Banco Central (BC) atuando para baixar os juros no Brasil. Essa montanha de recursos, com a perspectiva de menores lucros, inverte o sentido

e começa a deixar o País. Tal situação causaria um grave desequilíbrio, desvalorizando o Real.

I

sso traria reflexos na economia de todo o País, que precisaria de muitos reais para comprar os dólares necessários para fazer frente aos compromissos internacionais. Além disso, a súbita desvalorização do real causaria inflação e o final dessa hipotética história seria aumento de juros para fazer retornar as aplicações estrangeiras e neutralizar as pressões inflacionárias. Pense, então, numa situação mais próxima. A economia está aquecida e baixar os juros é sinônimo de aumentar ainda mais o consumo, elevando a inflação e forçando o BC a retomar a escalada de alta dos juros para comprimir o risco inflacionário. Bem, esse é o momento em que quem teve a paciência de ler o artigo até agora, pergunta: "Então não há saída? Estamos presos a uma armadilha?". A resposta não é simples, envolvendo riscos e oportunidades. Em primeiro lugar precisamos lembrar a opção do governo federal no enfrentamento da crise mundial de 2008/2009, que foi estimular o

consumo. Tal estratégia facilitou o caminho eleitoral, ao espalhar bonança e felicidade, mas traz embutida em si a necessidade de "freios". E, o pior, algumas medidas que deveriam ser transitórias, em resposta à crise, acabaram por permanecer, agravando riscos futuros. Outro ponto diz respeito à característica do nosso BC nesse faroeste: ele é rápido como um coiote para subir os juros ao menor sinal de desequilíbrio, mas se comporta como um velho índio apache para baixálos. Isso fez com que perdêssemos boas chances de praticar taxas mais sóbrias de juros. O resultado é que mesmo numa situação "como nunca antes se viu na história deste país", a julgar pela propaganda oficial que martela nossos ouvidos todas as noites, continuamos a deter o recorde mundial na taxa de juros, tanto em termos nominais quanto reais (descontada a inflação). A ideia, recém anunciada, de usar recursos do Fundo Soberano (saldos orçamentários passados) para tentar conter a já escancarada sobrevalorização do real é outro artificialismo que não se sustenta no tempo, pois embute dois péssimos negócios: 1) trocar moeda forte (real)

natais está no governo federal fazer a sua parte, contribuindo para pôr ordem nas contas públicas e conter a gastança.

É por moeda fraca (dólar) e; 2) trocar remuneração de 10% ao ano (real) por juros de 2% ao ano (dólar). Temos pela frente desafios a vencer: o déficit nas contas correntes dá sinais importantes de alta, os compromissos do governo estão degraus acima do que o caixa permite e a situação internacional não parece caminhar para um horizonte tranquilo. Nada disso ameaça este Natal, que promete um cenário realmente festivo para consumidores, indústria e comércio, mas a chave para os próximos

de vital importância desmontar os mecanismos que propiciam a valorização excessiva do real, como a diferença de custo de capital entre o Brasil e o resto do mundo. Governo nenhum faz isso por pura e espontânea vontade. Cabe a todos nós, portanto, zelar pelas conquistas passadas e fazer as escolhas certas no presente, para não comprometer o futuro. MANUELITO P. MAGALHÃES JÚNIOR É ECONOMISTA, PRESIDENTE DA EMPLASA (EMPRESA PAULISTA DE PLANEJAMENTO METROPOLITANO S/A) E FOI SECRETÁRIO ADJUNTO E TITULAR DE PLANEJAMENTO DA CIDADE DE SÃO PAULO (2005/2009).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

Giba Um

3 Wagner Moura, que viveu 3 o Capitão Nascimento em Tropa de Elite 1, está de volta como Coronel e cachê à altura da patente.

k Se entregarmos a Erenice, que cabeças pedirão depois?

«

gibaum@gibaum.com.br

FRANKLIN MARTINS // ministro da Comunicação Social, antes de Lula determinar o afastamento de Erenice Guerra, virando as costas à moralidade pública. Fotos: Paula Lima

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

MAIS: pegou R$ 500 mil e participação na bilheteria na segunda versão do filme que estréia no começo de outubro.

22 de Setembro

N

o ano 286, Maurício era o comandante da legião de soldados cristãos da Tebaida que servia ao governador Maximiano Hercúleo, no Egito. Como estes soldados se recusaram a participar de uma festa aos deuses pagãos, foram massacrados por ordem de o Maximiano. Santos Mauríci s

Tipos de República A mídia brasileira rotulou o curto período de Fernando Collor na Presidência de República de Alagoas. Quanto Itamar Franco assumiu, virou República do Pão-de-queijo . O período FHC escapou de quaisquer rótulos e, no começo do governo Lula, até se arriscou em chamar os primeiros anos de República da Jabuticaba . Agora, votação feita pela internet, dividiu os participantes entre três alternativas: República dos Mensaleiros, República dos Sanguessugas e República dos Aloprados. 333

e Companheiro

BEM GUARDADA

h

Longos muito justos. O DONO do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, agora está decretando que a “fatura está liquidada” em Minas Gerais e que Antonio Anastasia será eleito governador, ao lado de Aécio Neves e Itamar Franco para o Senado. Ainda tentando reverter a situação, o QG da campanha de Dilma poderá optar pela realização do comício de encerramento em Belo Horizonte – e não São Paulo.

O D E T A X L LA A MT A N U O I A N TO I L A E Z C I A NO E R A I A O J L MO E M

Grandes fendas laterais.

OUT

A

h IN

333 A RECEITA Federal deverá enviar uma carta a quem teve seus dados pessoais acessados ilegalmente, com o devido pedido de desculpas. E perguntará se, em decorrência do esquema de venda de informações fiscais, o contribuinte sofreu algum tipo de assédio, até mesmo tentativa de extorsão. Se teve, a Receita se dispõe a correr atrás, com a Polícia Federal, de quem se aproveitou da quebra do sigilo. Ressarcimento, contudo, nem pensar.

Por: José Nassif Neto Sentir ternura; paixão.

Artenocatecismo Milo Manara, italiano considerado um mestre no quadrinho erótico, será um dos convidados especais da Rio Comicon, evento voltado para o gênero HQ, que acontece na primeira quinzena de novembro. Trará mais de 100 de seus originais, que serão expostos e depois, virão para São Paulo, para nova mostra no Instituto Tomie Ohtake. Criador de trabalhos como Click, Verão Índio, Kama Sutra, Borgia e outros. Manara forma no mesmo bloco de Guido Crepax ( Valentina ) e Jean-Claude Forest ( Barbarella). Também virá Melinda Gebbie, criadora dos álbuns Lost Girls, que narram as aventuras sexuais de Wendy ( Peter Pan ), Dorothy ( O Mágico de Oz ) e Alice (do País das Maravilhas ). 333

Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Membrana do olho.

Árvore que se extrai o quinino. Trombeta de madeira dos índios bororós. Órgão que regula a pressão arterial.

Incapacitar (alguém) de perceber algo. Sem religiosidade. 'Universo', em alemão.

Saída do reto. (medicina)

'Para', em inglês. Make-up de artista,sgl.

Ódio; rancor. Anual.

'Ego', em inglês.

Avanço. Boi novo. Capital de Portugual.

Dança do fandango brasileiro. Émile Zola, escritor francês.

Território formado pelos Estados de Portugal e Espanha. Esbelto; distinto.

Gafe; fiaco. Ceia farta, abundante.

'Sorte', em inglês.

Aldeia indígena. Posição; ponto.

333

333

T

Inspiradas na atriz pornô Cicciolina que, em 1987, conseguiu se eleger para o Parlamento italiano, as candidatas da área à Câmara Federal e às Assembléias Legislativas são muitas, além da Mulher Pêra (Suéllen Rocha) e Cameron Brasil, estrela das produções de Brasileirinhas. Em Vitória, Andréia Schwartz (PRP-ES), cafetina nos Estados Unidos e tida como responsável pela queda do governador de Nova York, Eliot Spitzer, em 2006, quer ser deputada estadual e no Rio, tem ainda a Mulher Melão (Renata Frisson), que disputa uma vaga na Câmara Federal pelo PHS. Ela tem, a propósito, um litro de silicone nos seios. 333

A

Estilo Cicciolina

A R

333 QUEM vem ao Brasil em novembro é o mestre budista Soyal Rinpoche, autor do Livro Tibetano do Viver e do Morrer, do qual já foram publicadas dois milhões de cópias em 56 países e 31 idiomas. No Brasil, sairá a 13ª edição por conta da vinda do lama, que faz palestras em todo o mundo sobre a sabedoria oriental que ensina à preparação dos humanos para a morte.

T

Perguntaram ao assessor de Lula, Marco Aurélio Garcia, quando o partido registraria no TSE o verdadeiro programa de governo da candidata petista e ele respondeu: “Nunca!” Marco Aurélio é o formulador desse projeto que, apresentado inicialmente ao TSE, teve de ser recolhido menos de 24 horas depois (foi substituído por outro, genérico), por conter ações inspiradas no Plano Nacional de Direitos Humanos e na Conferência Nacional de Comunicação – Confecom.

333 Podendo ser presa à qualquer momento, por desobedecer determinações judiciais, a polemica Lindsay Lohan, 24 anos, é a capa da nova Vanity Fair e dentro, aparece num ensaio comportado, lembrando estrelas dos anos 50. Na entrevista, reclama de sua relação conturbada com seu pai. Ao mesmo tempo, posa para a nova campanha da grife Fornaria. Ela vem aí na pele de atriz pornô Linda Lovelace, ícone dos anos 60, em Inferno e também em Machette, onde vive uma socialite que acaba se vestindo de freira (e com uma metralhadora na mão). No elenco, Robert DeNiro e Jessica Alba.

Lindsay no ataque

Solução A

NUNCA!

PARA QUEM não tem idéia do que é a estrutura da Casa Civil da Presidência: fora funcionários devidamente concursados, a repartição tem menos do que 628 assessores especiais em cargos de comissão e com funções gratificadas, quase todos com salários altos. 333

O

O grupo Armani quer alterar seus negócios no Brasil e colocar as mãos na gestão das marcas Armani Exchange, Giorgio Armani e Empório Armani, hoje controladas por Michele Nasser e André Brett. O contrato com os detentores dos direitos dessas marcas ainda está em vigor mas a matriz italiana quer montar outra empresa, com nova estrutura acionária, na qual os dois poderiam ter, no máximo, uma participação de 25%. A intenção do grupo Armani é criar no Brasil um complexo que cuidará das marcas numa nova investida nas Américas do Sul e Central. Há algum tempo, a Ermenegildo Zegna fez a mesma coisa com Ladislau Brett, irmão de André.

333 EM DEBATE promovido, esta semana, pelo Jornal do Commercio de Pernambuco, o candidato à Presidência do Psol, Plínio de Arruda Sampaio, já apelidado de garoto travesso , apesar de seus 80 anos, resolveu investir contra José Serra, garantindo que o tucano “é apoiado” pelos senadores “Fernando Collor e José Sarney”. O apoio dos dois à candidata Dilma Rousseff tem sido demonizado pelo próprio partido de Plínio.

H

Guerra na moda 333

MISTURA FINA

D

333 Ainda o ataque de Dilma: José Henrique Reis Lobo, que comanda o PSDB em São Paulo, o tesoureiro José Gregori e até Eduardo Jorge, que aparece na matéria, já afirmaram, publicamente, que desconhecem a suposta ação do ex-diretor da Dersa, o que a candidata preferiu ignorar. Mais: ela chamou Paulo de Souza de “presidente da Dersa”, que nunca foi. Ele foi o tocador das obras do Rodoanel, como Diretor de Engenharia. Quando estava lá, o presidente da Dersa era Delson José Amador, indicação de conhecidafiguradoalto tucanato e que também foi afastado pelo governador Alberto Goldman. Hoje, o presidente da Dersa é José Max Reis Alves.

333 Cresce a cada dia o volume de eleitores que estão dispostos a dar seu voto para o palhaço Tiririca (PRSP) para deputado federal. Dois institutos de pesquisas estimam que, na reta final, ele poderá superar a casa de um milhão de votos, transformando-se em recordista nacional. Agora, seu partido (o mesmo do mensaleiro Valdemar Costa Neto) está distribuindo uma revistinha com quadrinhos, onde convoca crianças para que “peçam à mamãe e ao papai” que votem em Tiririca. Em outra página, em meio a um festival de preciosidades, garante que “o que Tiririca aprendeu no circo, vai aplicar na política”. E enumera: 1. Equilíbrio nas decisões; 2. Coragem ao se lançar na política; 3. Firmeza para domar os altos impostos; 4 – Habilidade nas negociações; 5. Capacidade de dar grandes passos; e 6. Uso dos poderes em favor do povo.

No país de Tiririca

A procuradora pública Eliana Vendramini, responsável pelo andamento do processo que apura o assassinato de Celso Daniel, exprefeito de Santo André e que se recupera de um possível atentado que sofreu em via expressa de São Paulo, ganhou segurança redobrada: oito homens da Polícia Militar, que já se revezaram no hospital onde esteve internada, cuidam de sua casa e não desgrudam dela.

333

E

PRESIDENTE,NÃO

333

N

A candidata Dilma Rousseff, em contra-ataque à investida de José Serra que, por conta do escândalo na Casa Civil, garantiu que “ou ela é incapaz ou é cúmplice”, resolveu desenterrar o episódio envolvendo o ex-diretor do Dersa, Paulo Vieira de Souza, acusado por Evandro Losacco, tesoureiro-adjunto do QG serrista, de, supostamente, ter desviado quatro milhões de reais da campanha. Ele e outros tucanos que apareceram na matéria de IstoÉ estão sendo processados (e a revista também) por Paulo Souza, que contratou o advogado José Luiz de Oliveira Lima, o Juca, que defende José Dirceu (é amigo dele) no processo do mensalão e tem outros clientes peso-pesados. 333

Não poderia estar mais recheada de mulheres bonitas e poderosas, a noite de aniversário do stylist Matheus Mazzafera (nos destaques, ao lado do ator Benício del Toro, convidado especial), em seu apartamento nos Jardins, em São Paulo. Entre tantas, da segunda foto à esquerda para a direita, a cantora Wanessa; Alexia Deschamps e Ana Paula Junqueira, em campanha para deputada federal (PV-SP); Sabrina Sato; Ana Maria Braga e Donata Meirelles.

Noitebem recheada

O Q U A C I MI R I N A R I R E S A B A D L I S B O A TAR R AG UL E L A J A ME L N EGRA T AR DO ME A A

Contra-ataque

Mangueiren -se, um dos precursores do samba.

Diz-se de Referente boi gordo, a Eça de pronto paQueirós. ra o corte.

Mau-(?); afito. Machado de pedra. Onda pequena.

Raça predominante na África. Sem pressa. '(?)culpa'.

Leito conjugal. Narrativa breve de Casa das um fato mulheres engraçado. do sultão. Vento brando e intermitente.

(376) 2-to; 3-lot; all; 4-ânuo; 5-atman; 6-tálamo; exania; 7-jamelão.

Natural de Moji das Cruzes.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

5 NOS BASTIDORES Mudanças na gestão do Ecad irritam músicos e compositores

olítica

EM CENA Artistas denunciam autoritarismo na gestão do Ministério da Cultura

Nelson Antoine/AOG

Serra recebe de repórter do programa CQC, da Band, um boneco vodu de sua adversária, a petista Dilma Rousseff

Sergio Kapustan

O

candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou ontem que as suspeitas de irregularidades na Casa Civil envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra e familiares apontam para a existência de um "esquema de quadrilha". Serra fez a colocação ao comentar a entrevista de Dilma Rousseff (PT) ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, em que ela afirmou que não poderia ser responsabilizada "pelo que faz o filho ou o parente de alguém" no governo. Para o tucano, qualquer pessoa tem o direito de se defender de denúncias, independente de ser filho ou não, mas, nesse caso, segundo ele, os fatos são graves. "O problema que tem no governo federal não é de filho, é de sistema. O que se armou na Casa Civil, que é o ministério ao lado da Presidência da República, foi um esquema de quadrilha, de corrupção", disse. Serra condenou também o ato de amanhã, em São Paulo, das principais centrais, partidos governistas e movimentos sociais contra a imprensa. Eles avaliam que a cobertura da eleição é prejudicial a Dilma. "Vejo isso como uma coisa fascista. Tem toda a liberdade para dizer o que quiser, quem é cupincha. Quem é independente, é perseguido". Mobilização – Ao lado do candidato ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, Serra se encontrou com um grupo de artistas e intelectuais no cinema da Livraria Cultura, na Avenida Paulista, que deu apoio à sua candidatura. Em seu discurso, Serra criticou "o corporativismo bolchevique" do PT, numa alusão ao autoritarismo e a ocupação de cargos no governo federal. Ele fez um paralelo com o governo do presidente João Goulart (1961-1964) com o atual governo petista. Conforme o candidato, Goulart foi acusado injustamente de montar uma "República sindicalista", porém o atual governo é quem faz esse tipo de política

Serra denuncia 'quadrilha na Casa Civil' E a tentativa de aparelhar o Ministério da Cultura para abrigar 'petistas e cupinchas'

O PT quer criar a Ecadebrás, mais uma estatal cabide de emprego e o dinheiro dos artistas e autores vai para cupinchas. JOSÉ SERRA ao distribuir verbas e cargos às centrais. Nesse sentido, citou uma frase do candidato do PV ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, de que "a esquerda não governa mais para o proletariado, mas para curtir o poder".

Apesar do tom das críticas, o tucano afirmou que seu discurso não era de um candidato derrotado e que estava confiante de disputar o segundo turno e se eleger presidente. Serra defendeu a mobilização de setores da sociedade que querem mudanças no comando do País. "A eleição não está definida. Eleição é uma partida que se trava no dia. Se estivermos mobilizados, nós poderemos ganhar". Serra acrescentou que está na nona eleição e que nunca foi tão bem recebido pelos eleitores no País como agora. Esses eleitores, segundo ele, o questionam por desconhecer os eleitores da petista. "As pessoas chegam para mim e falam: 'Escuta, quem vota na Dilma?

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É lamentável que um candidato ao cargo máximo do País trate a cultura de maneira tão superficial e sectária. MINISTRO JUCA FERREIRA Franco citou como exemplo de gestão autoritária as mudanças na gestão do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), instituição responsável pelo pagamento de direitos autorais. Segundo Walter Franco, a classe artística não é ouvida

Tucano diz que corrupção no País é questão de caráter

Déficit em conta corrente em 2011 é preocupante, diz presidenciável previsão do Banco aqueles que precisam ser Central (BC), divulga- criados. E só acontece com a da ontem, segundo a economia crescendo de maqual o Brasil deve ter um dé- neira sustentada", afirmou o ficit nas transações corren- tucano . O candidato demonstrou tes de US$ 60 bilhões em 2011 foi classificada como ainda preocupação com o "preocupante" pelo candi- fato da previsão de que o dato do PSDB à sucessão déficit para 2011 será maior presidencial, José Serra. "É que o previsto para este um problema e é um obstá- ano pelo Banco Central, de US$ 49 bilhões culo para o (2,49% do PIB). crescimento No ano passafuturo do do, o déficit foi País", disse o É um problema, de US$ 24,302 tucano, após sem dúvida, bilhões (1,54% se reunir com do PIB). artistas, na camuito, muito " Au m ent a r pital paulista. grande, que o déficit exter"É um probleaumenta o no nesse ritmo ma, sem dúviendividamento é sem dúvida da, muito, muido País. uma fragilidato grande, que de. Chegando aumenta o enJOSÉ SERRA ao governo, d i vi d a m ento vou enfrentar do País. Seja o endividamento direto, por essa situação, porque isso empréstimos, seja aquele enfraquece a economia que decorre da entrada de brasileira. Não se pode deidinheiro estrangeiro para a xar essa questão solta", afirBolsa, que é basicamente di- mou (veja mais na E 1). 13º salário – O tucano nheiro especulativo", destapropôs a criação do "13.º Bolcou ele. Serra disse que vem aler- sa Família", que seria dado tando sobre a questão do dé- aos beneficiários no fim de ficit na conta corrente há cada ano e custaria 8% do ormuito tempo. "É um proble- çamento anual destinado ao ma não para hoje, mas para programa. "Não é nada exoramanhã, e a gente tem que bitante. Quando chegar depensar no amanhã para man- zembro, você dá uma Bolsa ter os bons empregos e criar Família extra". (AE)

Porque eu não conheço ninguém'. É claro que é um exagero de linguagem, mas eu vejo isso pelo Brasil inteiro". Sem autoritarismo – O evento com os tucanos foi organizado pelo Comitê Nacional de Cultura e Direitos Autorais (CNCDA). Estiveram presentes, entre outros artistas, Glória Menezes e Juca de Oliveira, além de escritores, músicos e compositores. Juca de Oliveira gravou um depoimento de apoio ao tucano. Nana Caymmi, Maitê Proença, Nicete Bruno, Paulo Goulart e Beatriz Segall mandaram mensagens de apoio. O tom do encontro foi a rejeição ao "autoritarismo na gestão do Ministério da Cultura". O compositor e cantor Walter

pelo governo. "O País está caminhando para o embrutecimento", alertou. "O PT quer criar a Ecadebrás. Será mais uma estatal que vai virar cabide de emprego de petistas e o dinheiro dos artistas e autores vai para cupinchas", respondeu Serra, ao comentar as críticas do compositor. Glória Menezes defendeu a criação de um programa nacional para levar as peças de teatro aos estados. Os artistas também cobraram a aprovação da PEC 150, que fixa metas para o repasse de recursos na Cultura pelas três esferas de governo e o não contingenciamento do dinheiro destinado ao ministério. Serra lembrou aos artistas que deu apoio à cultura quando foi prefeito de São Paulo e governador do Estado. Citou como exemplos de ações a Virada Cultural, que se iniciou no capital e foi estendida para o interior, e os investimentos na área. Segundo Serra, o orçamento estadual para a pasta em 2009 superou o governo federal em R$ 100 milhões. Durante o evento, o candidato tucano prometeu, se eleito, triplicar os investimentos na pasta. Ao final do encontro, no entanto, não quis se comprometer com valores. Ministro comenta – Em nota oficial, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, lamentou "que a cultura tenha entrado no debate eleitoral por meio de chavões e inverdades". "É lamentável que um candidato ao cargo máximo do País trate a cultura de maneira tão superficial e sectária", escreveu. O projeto da nova lei de direito autoral, segundo o ministro, aumenta a transparência do sistema de arrecadação do Brasil. "A suposta estatização do Ecad não existe, é apenas uma leitura marota", afirmou ele.

José Serra disse que esse é o problema na política brasileira, "vale para as pessoas, vale para o País"

O

candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, abriu ontem sua propaganda no horário eleitoral gratuito questionando os últimos escândalos envolvendo tráfico de influência na Casa Civil. "Mais uma vez, é aquela história: 'Não vi nada, não sei de nada'", criticou. O candidato disse que é preciso refletir sobre os episódios de corrupção e afirmou que o problema da política atual está no caráter. "Se isso vale para as pessoas, vale para o País. É isso que eu defendo". Na tentativa de se aproximar do eleitor mais humilde, a campanha questionou também a política de juros, na qual o governo acaba "pagando mais para os mais ricos" quando "poderia" reajustar, com esse recurso, o salário mínimo nacional para R$ 600. "Quero assumir um compromisso: como presidente, quero reajustar o benefício em 10%", prometeu o candidato, num discurso direto aos aposentados, os quais, segundo Serra, foram tratados com respeito quando ele foi ministro da Saúde. O programa mostrou a trajetória humilde do candidato, projetos e ressaltou que Serra é "o homem que conhece melhor o Brasil, melhor do que Dilma". Além de ressaltar progra-

Paulo Liebert/AE

José Serra em encontro com artistas na livraria Cultura: "Mais uma vez, é aquela história, não vi nada, não sei de nada".

mas que criou, como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem (Profae), Serra promete um reajuste de 10% para aposentados e pensionistas do INSS. A candidata Dilma Rousseff (PT) abriu o programa apresentando os números do IBGE, que mostram o crescimento econômico e seu reflexo na sociedade brasileira. "O resultado prova: a vida do brasileiro melhorou", enfatizou a petista, ao comparar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o do antecessor, o ex-

presidente Fernando Henrique Cardoso. A campanha petista listou números que evidenciam o aumento do consumo das famílias, a abrangência do fornecimento de energia elétrica e água encanada. "Temos agora a obrigação e o dever de avançar mais", disse a petista, que se apresentou como a candidata que esteve ao lado de Lula e, portanto, "sabe o que precisa ser feito" e "sabe como fazer". O programa petista apresentou aos eleitores as metas de obras do PAC 2 e mostrou o depoimento de um casal dekassegui que morou por 10 anos

no Japão e voltou porque a situação econômica melhorou no Brasil. "Temos recursos para seguir crescendo. É hora de acelerar e seguir em frente, para oferecer uma vida melhor para todos os brasileiros ". Em pouco mais de um minuto, Marina Silva (PV) mostrou a trajetória política e se apresentou ao eleitor como a "responsável" pelas políticas que derrubaram o desmatamento no País. A candidata não deixou de mencionar o motivo de sua saída do Ministério do Meio Ambiente. "Preferi sair e manter minha coerência", justificou. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

olítica

Erenice Guerra perde cadeira nos conselhos da Eletrobras e BNDES

Ailton de Freitas/AOG

Ficha Limpa chega ao STF Julgamento sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa nestas eleições começa hoje e pode ir até quinta

R Aos poucos, Erenice vai deixando todas as suas fontes de poder

Sem a Casa Civil e a Eletrobras, agora Erenice deve sair do BNDES

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epois de deixar a Casa Civil na semana passada – sob a suspeita de nepotismo e favorecimento a um suposto esquema de tráfico de influência no governo com a participação de seu filho – a ex-ministra Erenice Guerra também deve perder sua cadeira no Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A substituição da ex-ministra é dada como certa. Erenice, que fazia parte do Conselho Fiscal do banco desde abril de 2008, foi transferida para uma posição mais importante, no Conselho de Administração, em maio deste ano, após substituir a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, na Casa Civil. Ela chegou a participar da última reunião trimestral do conselho do BNDES, em agosto, mas a informação que circula no banco é de que ela não participará mais da próxima. A demora em substituir Erenice, mesmo depois de ela ter pedido demissão sob uma série de denúncias, é atribuída apenas ao fato de o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, estar em viagem oficial aos Estados Unidos. Ele é o

responsável pela indicação de Erenice para a posição no conselho e deverá indicar o substituto dela na volta ao Brasil. Ontem, Erenice Guerra formalizou seu afastamento definitivo do Conselho de Administração da Eletrobras. A carta de renúncia de suas funções como conselheira do BNDES também já foi encaminhada à entidade de fomento, embora o desligamento definitivo da ex-sucessora e ex-braço direito de Dilma Rousseff só deva ser formalizado hoje. A assessoria de imprensa do BNDES, no entanto, não quis comentar o assunto, alegando que não é atribuição da diretoria executiva do banco nomear membros do Conselho de Administração. A indicação deles é do MDIC, ao qual o BNDES está subordinado. Além do cargo no BNDES, pelo qual recebe remuneração de R$ 5,1 mil, Erenice mantinha até hoje cadeira na Eletrobras. Ontem, a Polícia Federal começou a tomar depoimentos relacionados às denúncias de tráfico de influência no governo envolvendo Israel Guerra, filho da ex-ministra. O primeiro interrogado foi o repórter Diego Escosteguy, autor de reportagens publicadas na revista Veja. (AE)

esponsável por afastar das eleições deste ano os candidatos com ficha corrida na Justiça, a Lei da Ficha Limpa deve começar hoje a ser "esvaziada" pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Resultado de um projeto de iniciativa popular, aprovada por todos os senadores e pela maioria dos deputados, a lei tem o apoio de 85% dos eleitores, conforme pesquisa da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgada ontem. Mesmo assim, a lei pode ser derrubada ou passar a valer apenas para as próximas eleições, em 2012. Os ministros julgam, a partir de hoje, o recurso do candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que barrou sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa. Roriz é inelegível, conforme a nova lei, porque renunciou ao mandato de senador em 2007 para escapar de um processo de cassação por quebra de decoro, ao ser flagrado em conversa telefônica discutindo a partilha de R$ 2,2 milhões com um empresário. No processo, os advogados de Roriz pedem que a nova lei só tenha validade a partir das próximas eleições. Argumentam que, em 2007, não havia previsão de que a renúncia deixaria Roriz inelegível e, por isso, a lei não poderia se aplicar ao seu caso. Mas o resultado do processo dependerá, inicialmente, da discussão entre os

Werther Santana/AE - 26.02.10

Ministro Gilmar Mendes, do STF, pede para que não se confundam os eventuais governantes com o Estado

ministros. Parte deles defende gãos colegiados da Justiça ana discussão da constitucionali- tes de sua aprovação. dade da lei – entre eles o relator Dois grupos – Ontem o mid o c a s o , m inistro Gilmar nistro Carlos Mendes lemAyres Britto. brou que é "coOutra parm u m s e c o nA luta contra o te, incluindo fundir o evenos advogados tual governangovernante e de Roriz, art e c o m o Estado às vezes gumenta que Estado e travacompromete bastaria dizer se a luta contra competências que, de acorele, o que às vepróprias do d o c o m a zes acarreta o Constituição, co mprome tiinteresse público. a lei só podemento de comGILMAR MENDES ria valer para petências próas próximas prias do inteeleições e não resse público poderia gerar efeitos sobre com o Estado brasileiro". candidatos que renunciaram No cerne da discussão está a ou foram condenados por ór- estratégia dos dois grupos de

ministros. Os que não escondem críticas à lei argumentam que o STF deve julgar o caso sem declarar a inconstitucionalidade da lei da Ficha Limpa. Assim, em caso de empate, o presidente do órgão, o ministro Cezar Peluso, poderia votar novamente. Peluso é um dos que contestam a lei e cita, inclusive, julgamentos ocorridos em pleno regime militar contra a inelegibilidade de políticos que não tenham sido condenados em definitivo. Os ministros que, ao contrário, defendem a aplicação da Lei da Ficha Limpa nestas eleições, querem julgar sua constitucionalidade. A polêmica pode levar o julgamento até a quinta-feira. (AE/ABr)

ONGs: propostas aos presidenciáveis Ideia era trazê-los para debater, mas só participaram os coordenadores de campanha dos candidatos Mário Tonocchi

S

ete organizações não governamentais (ONGs) reuniram ontem, em São Paulo, quatro representantes de campanhas de candidatos à Presidência deste ano, para apresentar propostas sobre combate à corrupção, desen-

volvimento sustentável, saúde e educação. Participaram do encontro os coordenadores de campanha do PSDB, PT, PSol e PV. Todos os convidados concordaram e aplaudiram as deliberações e sugestões das ONGs, que ainda entregaram dezenas de perguntas sobre os temas aos representantes das candidaturas. As organizações também apresentaram propostas e questionaram os coordenadores a respeito de temas como reforma política, transparência de gestão do governo federal, regulamentação do trabalho de lobistas no governo e no Congresso Nacional. Também colocaram na pauta formas de aumento nos repasses financeiros estatais para as ONGs e cobraram, dos candidatos, projetos voltados para a inclusão de jovens por meio do esporte.

Primeiro a comentar as propostas e responder as perguntas, o coordenador geral da campanha de José Serra (PSDB), Xico Graziano, disse que não havia recebido as listas das questões antes do encontro e que não seria possível responder a tudo em seus 30 minutos de intervenção. "Claro que todos os coordenadores aqui vão dizer que concordam com vocês em tudo o que foi apresentado". Mesmo assim, ele elogiou a iniciativa das organizações e disse que todas as boas sugestões são bem-vindas. Já o coordenador da campanha de Plínio de Arruda Sampaio (PSol), o deputado estadual por São Paulo, Raul Marcelo, manteve o discurso da campanha de Plínio, pregando a reforma agrária radical e a estatização das grandes empresas que foram privatizadas.

Também afirmou que se o candidato do PSol vencer, será realizada uma auditoria na dívida pública brasileira. O coordenador do programa de governo da candidata à presidência do PT, Dilma Rousseff, Alexandre Teixeira, também se fixou nos temas amplos da campanha da petista e aproveitou para fazer propaganda do que chamou de "grandes conquistas" do PT no governo federal. "O PT trabalha alinhado com o pensamento das ONGs", observou. O coordenador da campanha de Marina Silva, João Paulo Capobianco, antes de falar, já tinha em mãos todas as repostas dos questionamentos das organizações. Disse que toda preocupação das sete organizadoras do evento ou cabem dentro do programa de Mariana ou podem ser incluídas sem restrições.

Campanha de Alckmin denuncia boca-de-urna

A

coligação de apoio ao candidato tucano ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, acusou ontem adversários de "arregimentar e contratar pessoas" para fazer boca de urna e pediu providências ao Tribunal Regional Eleitoral paulista. "Temos informações (de contratação) não só do PT, mas de outros partidos também", afirmou o coordenador de campanha de Alckmin, deputado estadual Sidney Beraldo. Segundo ele, as denúncias foram colhidas por candidatos a deputado e coordenadores regionais do PSDB no interior do Estado. "Conversei na sexta-feira com vários coordenadores regionais e anteontem fizemos uma reunião com nossos principais candidatos. Confirmamos informações de que tinha essa movimentação", reiterou.

William Volcov/News Free

Alckmin: pedido de voto nas ruas

Em ofício encaminhado ao presidente do TRE-SP, desembargador Walter de Almeida Guilherme, a coligação de apoio ao tucano pede que o magistrado "determine aos juízes eleitorais que procedam à rigorosa fiscalização no dia da eleição para coibir o descumprimento da lei".

O documento cita o artigo 39-A da Lei das Eleições, que veda manifestação coletiva de apoio a qualquer candidato no dia de votação. "Estamos trabalhando preventivamente", afirmou o coordenador. Dentro da lei – "Só pode ser piada", reagiu o presidente do PT de São Paulo, Edinho Silva. "Só posso atribuir isso a desespero eleitoral". O dirigente rechaçou as acusações de que o partido estaria organizando boca de urna. "A determinação do diretório nacional e estadual é seguir a lei até o fim", garantiu. Segundo a última pesquisa Ibope, realizada no dia 17 de setembro, Geraldo Alckmin tem 56% dos votos válidos. Ele precisa de ao menos 50% para vencer no primeiro turno. Aloizio Mercadante (PT) atingiu 28%, índice insuficiente para afrontá-lo. (AE)


p Dilma quer distância dos escândalos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

7 O que está nas ruas é maior do que está nas pesquisas. Marina Silva, presidenciável do PV

olítica

Lúcio Távora/AOG

Ainda assim, ela defende investigação na Casa Civil

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candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, procurou ontem se distanciar do escândalo na Casa Civil, que provocou a demissão da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, ex-assessora da presidenciável quando era ela quem comandava a pasta. Questionada durante entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, por ter se referido inicialmente como um factóide à denúncia que já causou a demissão de quatro pessoas do governo, inclusive da própria Erenice, Dilma lembrou que a "a primeira denúncia dizia respeito ao filho dela". E repetiu o argumento de que não pode ser responsabilizada pelos atos "do filho ou de parente de alguém". "Hoje, as respectivas pessoas envolvidas vão ser objeto de uma investigação", anunciou, como medida governamental. Mas confrontada com o que teria sido a admissão de um dos envolvidos de que teria recebido dinheiro indevidamente, Dilma disse que, nesse caso, ele estaria admitindo culpa e terá que pagar por isso. "Daí a fazer qualquer ilação

com a minha campanha são outros quinhentos", disse. "Minha campanha não está envolvida nesta história". Erenice Guerra deixou a chefia da Casa Civil na semana passada, após denúncias publicadas na imprensa de que Israel Guerra, seu filho, comandaria um esquema de lobby para favorecer empresas que têm negócios com o governo, em troca de dinheiro. Va nta gem – Dilma é líder disparada nas pesquisas eleitorais –que mostram que ela tem chances de vitória já no primeiro turno –, seguida pelo candidato do PSDB, José Serra. A vantagem da petista se manteve mesmo em meio às notícias sobre a quebra de sigilos fiscais de pessoas ligadas a Serra, incluindo sua filha Verônica. Mas só as pesquisas a serem divulgadas nos próximos dias poderão medir melhor o impacto do novo escândalo sobre as intenções de voto de Dilma. "É fundamental a gente ter a clareza, antes de condenar, faz parte da civilização a gente provar e julgar depois", defendeu a candidata. Pro messas – No âmbito econômico, a petista foi ques-

Petista grava no Farol da Barra, em Salvador: "Fazer qualquer ilação [de denúncia] com a minha campanha são outros quinhentos"

tionada sobre se pretendia elevar o papel do Estado, seguindo o exemplo do governo Lula que criou novas estatais, e também se o modelo econômico de Lula não se assemelhava ao do regime militar (1964-1985). "Nós acreditamos na força da iniciativa privada no Brasil", disse. "Só não achamos que o Estado, por isso, não tenha de estar presente dando as condições para investimento". Dilma foi confrontada sobre a viabilidade de algumas de suas promessas de campanha e de realizações do governo Lula. A petista tem prometido, por exemplo, construir 6 mil creches, 2 milhões de moradias

"herança male 500 unidades dita" do início de pronto do governo a te nd i me nt o Lula. de saúde em É fundamental a " Ti v e m o s quatro anos. gente ter a clareza, um período, Bem mais do antes de condenar. tanto no que q u e o p r e s iFaz parte da se refere à dente Lula educação, realizou em civilização a gente quase oito quando no provar e que se refere à anos. julgar depois. in fr ae st ru tu" N o m oDILMA ROUSSEFF mento em que ra, de falta de i n v e s t i m e nnós iniciamos, o Brasil ainda tinha uma gran- to", acrescentou, em uma nova de dificuldade, tanto no que se crítica ao governo do tucano refere às contas públicas, Fernando Henrique Cardoso. quanto à inflação, que estava Para Dilma, o governo Lula em 12 %", disse a petista, em conseguiu "colocar investiuma repetição do discurso de mento na ordem do dia".

"Conquistamos todas as condições para gerar mais emprego e colocar o Programa de Aceleração do Crescimento no segundo período do governo Lula. A gente tinha uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto em torno de 3,5%, 4%. Agora, o Brasil está crescendo. Estamos fazendo um cálculo até conservador de uma taxa de crescimento da economia de 5,5%, taxa de inflação entre 4,5% e 5% e uma tendência decrescente de endividamento público, chegando no final de 2014 com 28%. Fazendo esses cálculos, é consistente o gasto que eu apresento", afirmou. (Reuters/AE)

Paulo Pinto/AE

Governador diz que não foi interrogado. Mas PF nega

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Candidata visita a Bienal: "onda verde" cresce e vai levá-la ao segundo turno, acredita.

Marina pede o voto-cidadão, em lugar do voto-gratidão

A

candidata do PV à Presidência, Marina Silva, fez ontem um apelo aos jovens, considerados por ela como seus principais eleitores, para que continuem o trabalho de convencimento da população e transformem o que chamou de voto-gratidão em voto-cidadão. Para Marina, o voto-cidadão seria a opção consciente por sua candidatura e propostas, enquanto o voto-gratidão seria a escolha da petista Dilma Rousseff como uma forma de agradecimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Estou chamando os jovens para que apostem no voto-cidadão", disse Marina, em visita à Bienal de São Paulo. Segundo a candidata, existe uma "onda verde" em todo o País, o que indica o reconhecimento do eleitor de que sua candidatura "continua coerente até o fim e conseguiu se firmar como a terceira via". "É essa via que vai para o segundo turno", apostou ela. Marina afirmou que nesses

Estamos colhendo os resultados de uma ação que marcada pelo debate de propostas e fuga do embate eleitoreiro. JOÃO PAULO CAPOBIANCO

últimos dias de campanha, ela vai continuar debatendo propostas e não vai basear sua conduta no "vale-tudo" para ganhar a eleição. "O que está nas ruas é maior do que está nas pesquisas. E o que está nas ruas vai começar a aparecer nas pesquisas." A estratégia de campanha de Marina para os próximos dias será conciliar a agenda de gravações de programas eleitorais, treinamento para os últimos debates presidenciáveis na televisão e as visitas aos Estados. O encerramento de sua

campanha prevê duas caminhadas, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo. O foco das viagens na reta final serão as regiões Sul e Sudeste. De acordo com João Paulo Capobianco, coordenador de campanha do PV, a "onda verde" mostra que a estratégia de Marina é a mais correta. "Estamos colhendo os resultados de uma ação que foi desde o início marcada pelo debate de propostas e fuga do embate eleitoreiro e da guerra de currículos. Discutimos o que interessa ao País." Invasões - A coordenação de campanha de Marina deve encaminhar ao Ministério Público Eleitoral um pedido de investigação dos três furtos ocorridos em dois diretórios (São Paulo e Brasília) e um comitê de campanha (Rio Branco). Segundo Capobianco, os advogados do partido vão encaminhar os boletins de ocorrência para o Ministério Público Eleitoral, que poderá solicitar o apoio da Polícia Federal na apuração dos crimes. (AE)

governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), preso na Operação Mãos Limpas no dia 10, disse ontem que, apesar de ter passado nove dias preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília, não foi interrogado em momento algum. E afirmou ainda que não há comprovação de que tenha cometido irregularidades. Seu pronunciamento, transmitido pela emissora do governo, foi contestado pela Polícia Federal. Segundo fontes da PF, ele foi interrogado, mas se recusou a falar, recorrendo ao direito de só dar declarações em juízo. "Fiquei nove dias em isolamento forçado, sem o direito de conhecer o processo e de me defender, então voltei para o meu Estado sem ser ouvido", afirmou ele, no pronunciamento. Segundo o governador, no dia 10, ele foi acordado às 6 horas da manhã, com um mandado de prisão e teve a casa vasculhada diante dos filhos. "O que eu passei não desejo para ninguém." Protestos – Candidato à reeleição, o governador perguntou: "A quem interessa minha derrocada? Quem se beneficiou?". Enquanto falava, cerca de 50 pessoas iniciaram o Movimento Mãos Limpas na frente do Palácio do Setentrião (sede do governo). Em um carro de som, os manifestantes, em discursos inflamados, chamaram o governador de "ladrão", "bandido" e "corrupto". O movimento se dispersou com a prisão de um dos líderes. O enfermeiro Dorinaldo Malafaia foi levado ao Centro de Operações Integradas. Um boletim de ocorrência foi aberto. Malafaia prestou depoimento e foi liberado. 'Grupo da Harmonia' – Oposição enfraquecida, cooptação de lideranças de poderes que deveriam fiscalizar o Exe-

Erich Macias

Pedro Paulo Dias: "O que eu passei não desejo para ninguém"

Fiquei nove dias em isolamento forçado, sem o direito de conhecer o processo, então voltei ao Estado sem ser ouvido. PEDRO PAULO DIAS

cutivo, pouco espaço para denúncias na imprensa local. A hegemonia política do chamad o " G ru p o d a h a r m o n i a " , aliança feita no Amapá entre as principais autoridades locais, tem ajudado a transformar o Estado em palco de escândalos e prisões sucessivos, sem perspectivas de mudanças. A eleição atual vai contar com candidaturas de presos em operações da Polícia Federal no Amapá desde 2004. Além das candidaturas de Waldez Góes (PDT) ao Senado e da tentativa de reeleição do

governador Pedro Paulo Dias, ambos presos na Operação Mãos Limpas, também concorrem ao cargo de deputado estadual João Henrique Pimentel (PR), ex-prefeito de Macapá pelo PT, e o deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT), ex-senador e secretario de Saúde, ambos presos na Operação Pororoca, de 2004. Fraudes em sequência – As fraudes na saúde são apontadas desde a Pororoca, sem que quase nada mudasse. Em 2007, durante a Operação Antídoto I e II, outros dois secretários foram presos por suspeitas em fraudes na compra de remédios – Uilton Tavares e Abelardo da Silva Vaz. O favorito na corrida para o governo, Lucas Barreto (PTB) – que é considerado um outsider no grupo – conta com as bênçãos do senador José Sarney (PMDB-AP). Entre 2007 e 2008, Barreto foi um dos beneficiados por um dos mais de 600 atos secretos assinados no Senado com salário de R$ 7 mil. (Agências)


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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Lula jamais criticou o trabalho jornalístico quando as informações tinham implicações negativas a seus opositores. Nota da Associação Nacional de Jornais (ANJ)

olítica

Ed Ferreira/AE

Centrais farão ato contra a mídia PT divulga evento contra ‘golpismo midiático’ em São Paulo. Recebe críticas.

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epois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou a imprensa de agir como partido político, as centrais sindicais, alguns sindicatos, partidos governistas e movimentos sociais farão um "Ato contra o golpismo midiático", reforçando a posição de Lula. O ato será amanhã, às 19 horas, no auditório do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo, na capital. O convite para o evento, divulgado pelo PT, acusa a imprensa de "castrar o voto popular", "deslegitimizar as instituições" e destruir a democracia. Mas não faz menção explícita à onda de denúncias de corrupção que atingem a Casa Civil da Presidência. Diz que a imprensa tenta "forçar a ida do candidato do PSDB ao segundo turno". E avisa que "boatos de campanha" sinalizam que o "jogo sujo" tende a piorar até a eleição. Sem citar as denúncias de tráfico de influência e cobranças de propinas na Casa Civil, o convite acusa os jornais de combinar suas manchetes com o programa eleitoral de José Serra (PSDB) na televisão. Diz o texto: "Conduzida pela velha mídia, que nos últimos anos se transformou em autêntico partido político conservador, essa ofensiva antidemocrática precisa ser barrada". Segundo o site do PT, estarão presentes líderes de sindicatos e movimentos sociais: CUT, Força Sindical, CTB, CGTB, MST e UNE. Também irão políticos de PT, PCdoB, PSB e PDT, todos partidos da coligação da candidata à Presidência, Dilma Rousseff. Ação e reação – Em comício em Campinas, no sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou a imprensa de não agir democraticamente. Segundo ele, a população não precisa mais de formadores de opinião. "Nós somos a opinião pública. Não vamos derrotar apenas nossos adversários tucanos. Vamos derrotar alguns

jornais e revistas que se comportam como partido político (...) não têm coragem de dizer que têm candidato, não são democratas e pensam que são". O discurso provocou reações da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e da Ordem dos Advogados do Brasil

Conduzida pela velha mídia, que se transformou em partido político (...), essa ofensiva antidemocrática precisa ser barrada. TEXTO DO PT (OAB). Em nota, a ANJ diz ser "preocupante" que Lula manifeste desconhecimento em relação ao papel da imprensa em sociedades democráticas. "O papel da imprensa, é o de levar à sociedade toda informação, opinião e crítica que contribua para as opções informadas dos cidadãos, mesmo as que desa-

Esse é um País onde a imprensa é livre. Denúncias sempre existiram, hoje e antes, quando o presidente estava na oposição. OPHIR CAVALCANTE gradem os governantes. "Ele [Lula] jamais criticou o trabalho jornalístico quando as informações tinham implicações negativas para seus opositores", destacou a entidade. Para Ophir Cavalcante, presidente da OAB, "esse é um País onde a imprensa é livre. Denúncias sempre existiram, hoje e antes, quando o presidente estava na oposição". José Serra, candidato tucano à Presidência, classificou o ato

como um atentado contra a liberdade de pensamento. "Eu vejo uma coisa fascista. Esse pessoal quer liberdade de palavra para a turma deles. Como todo pessoal autoritário, tem liberdade para dizer o que pensa. Quem for independente tem que ser perseguido." Inversão de papéis – Para o presidente do PPS, Roberto Freire, "o objetivo do PT, ao usar movimentos sociais como correia de transmissão de seus interesses, é transformar aquele que sofreu agressão em agressor, a vítima, em algoz". "A inversão de papéis e valores é uma marca registrada no governo Lula e de dona Dilma." Em nota, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, repudiou a iniciativa. "A convocação de um ato destinado a esse fim explicita a vocação autoritária desses apoiadores. Querem uma imprensa e uma opinião pública subordinadas." O texto também afirma que, ao falar em golpismo midiático, os organizadores do ato se preparam para "tentar tirar a legitimidade de uma vitória de Serra". O que está em jogo é a liberdade de opinião. "Ao convocar um ato para intimidar a imprensa, têm a cara de pau de evocar a democracia, quando o que querem é abalar um de seus pilares: a liberdade de expressão e de informação." Oficialmente, o encontro foi organizado pelo Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé, organização que teria como principal objetivo lutar pela "democratização dos meios de comunicação". Seu principal dirigente é o jornalista Altamiro Borges, do comitê central do PCdoB, um dos principais partidos da base de apoio do governo e integrante da coligação de Dilma Rousseff (PT). Para Borges, "não vamos fazer um ato contra a liberdade de imprensa (...) mas em defesa da liberdade de expressão, da legitimidade do voto popular e da democracia. É bem diferente." (AOG/AE)

Lula visita obras da Ferrovia Norte-Sul e promete: "As ferrovias serão como 'espinha de peixe' atravessando Brasil. Até 2013, 6 mil km serão construídos."

Lula volta a criticar a imprensa 'Liberdade de imprensa não significa que se deve inventar', diz presidente

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a investir contra a imprensa. "Acho que liberdade de imprensa é uma coisa sagrada. Agora, a liberdade de imprensa não significa que você pode inventar coisa o dia inteiro, significa que você deve orientar corretamente a opinião pública. A ofensiva se deu durante cerimônia de inauguração de trecho da ferrovia Norte-Sul, em Porto Nacional (TO), ao visitar as obras da Ferrovia Norte-Sul. Lula vem numa escalada de ataques aos meios de comunicação. Motivo: as recentes denúncias que ligam a Casa Civil da Presidência a tráfico de influência. O caso derrubou a ministra Erenice Guerra, cujo filho atuava em lobby para aprovar projetos dentro do governo, por meio

de cobrança de altas comissões. Ela era a sucessora da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. No discurso, Lula ignorou as evidências de irregularidades da Casa Civil divulgadas pela mídia brasileira e redirecionou o tema: "Não tem uma revista internacional que não tenha a capa elogiando a economia e o governo brasileiros". Lula lembrou que o projeto de construção da Ferrovia Norte-Sul foi apresentado na gestão do presidente José Sarney, em 1987, e que até 2003, ao assumir o governo, as obras andaram devagar devido a falta de interesse dos governantes. Mas reconheceu que ele também fez críticas ao projeto na ocasião, por considerar que os trilhos ligariam "o nada ao nada". "Em 17 anos, andou apenas

215 quilômetros. Vários governos não se interessaram pela obra". Segundo ele, 6 mil km de ferrovia serão construídos no Brasil até 2013. "O objetivo da finalização das ferrovias é interligar todos os Estados brasileiros, como se fosse uma espinha de peixe, uma grande ferrovia atravessando todo território. Tributos – A iminência do fim de mandato do presidente despertou uma onda de tributos da imprensa europeia nesses últimos 10 dias. Ontem, um dossiê temático sobre "o presidente que modernizou o Brasil" e dois documentários sobre a emergência do País como potência mundial foram publicados e veiculados na França. As reportagens elogiam a transformação econômica vivida pelo País na última década. (Agências)


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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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cHá 200 anos, paulistanas tiravam o rebuço Agliberto Lima/DC

ALCORÃO Uso do véu pelas mulheres está no Alcorão, diz o sheikh Juma Momade.

idades

SEGURANÇA Motivo alegado para a proibição é que a roupa escondia o rosto dos bandidos.

Decreto de D. João VI proibiu as mulheres de usarem o rebuço, a mantilha que cobria todo o corpo e o rosto. A roupa, uma herança medieval, fazia sucesso na sociedade. Reprodução

Marisa Folgato

Fotos de Agliberto Lima/DC

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ma mulher segue pela rua Direita embrulhada em sua mantilha escura que lhe cobre da cabeça até quase a barra da saia, e mal deixa os olhos à mostra. Mas ela não chama a menor atenção dos outros moradores que passam por ali. Impossível? Não. O figurino é muito comum em São Paulo (como se vê nas pequenas fotos nesta coluna), Não na São Paulo de hoje, claro, mas na cidade ainda acanhada do início dos anos 1800. A circulação livre com esse tipo de traje enigmático, herança da Europa medieval e que remete às burcas usadas pelas muçulmanas mais radicais atualmente, porém, está com os dias contados. O príncipe regente d. João VI, então estabelecido no Rio de Janeiro com a Família Real, resolve dar um basta a esse hábito já abandonado há tempos em Portugal e mesmo nas cidades litorâneas brasileiras, como Rio e Salvador. Decreta a proibição do chamado rebuço e impõe multa e até prisão para quem desobedecer a ordem. O decreto completa 200 anos hoje (22 de setembro de 2010), segundo algumas publicações. Outras, como o Registro Geral da Câmara Municipal de São Paulo, dão como certa a data de 30 de agosto. Seja como for, há dois séculos o principal motivo oficial alegado foi segurança: a bandidagem da época se aproveitava do anonimato proporcionado pela mantilha para agir. Mesma razão que já havia levado à proibição da tal mantilha, feita em geral de baeta (tecido grosseiro de lã ou algodão), outras vezes antes. Segundo o historiador Luís Soares de Camargo, especializado em história de São Paulo, uma lei de 20 de agosto de 1649 vetara uso de rebuços e chapéus pelas mulheres e um alvará, de outubro do mesmo ano, ampliara a restrição: "elas tampouco poderiam sair às ruas com as caras encobertas, ou meio encobertas". Mas, segundo ele, o então governador da Capitania, Martim Lopes Lobo Saldanha, encontrou a mesma situação mais de um século depois. E, em 1775, retomou a caça a esse hábito paulistano tão arraigado e determinou que "as mulheres de São Paulo deveriam andar com o rosto descoberto até o peito". D. João – Elas, porém, ignoraram as punições previstas em lei mais uma vez e continuaram a usar seus mantos e tapar suas faces. "E ntret ant o, esta situação iria sofrer uma alteração com a proximidade do rei (antes em Lisboa e agora no Rio de Janeiro), o que redundava numa facilidade de comunicação entre o governo local e a corte. Não por outro motivo, o novo governador da Capitania, Antônio José da Franca e Horta (que governou de 1802 a 1811), considerou o assunto e alertou d. João VI, que emitiu a ordem régia em 1810 banindo as mantilhas", explica o historiador.

Na Escola Islâmica Brasileira, alunas têm o hábito de cobrir a cabeça durante a aulas e as orações

Dom João VI baixou decreto em 1810 proibindo as antigas mantilhas Don Emmert/AFP Photo

Muçulmanas usam o véu em respeito às regras do Alcorão No Ocidente, por razões de segurança, hábito de cobrir o rosto sofre restrições

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NIcolas Sarkozy, presidente da França, país que proibiu o uso de véus

Isolamento e pobreza da cidade explicam o costume

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as por que as paulistanas insistiam em desobedecer a lei? "Deve se levar em conta que a São Paulo daquela época, por ser a única cidade de planalto, era uma comunidade isolada, de difícil acesso, mais tradicional, por isso sobreviveu a cultura das mantilhas", afirma o historiador Luís Soares Camargo. Um costume tão ultrapassado que espantava os viajantes. "As cidades brasileiras litorâneas eram mais integradas à Europa." O isolamento não justificava, sozinho, a manutenção da vestimenta. "São Paulo era muito pobre e as mulheres usavam o artifício do rebuço para disfarçar a pobreza." O historiador cita a análise de Maria Odila Leite Silva, no livro Quotidiano e Poder em São Paulo no século XIX: "Por trás da moda furtiva de mantos e baetas negras, para esconder a pobreza, desvendava-se o processo de multiplicação de moças pobres e brancas; ... a roupa era um bom artifício para as mulheres que saíam misteriosamente à rua, à noite, para

cumprir misteres como buscar água ou fazer compras, tarefas que cabiam antes a escravos." Há ainda outra possibilidade: disfarçar as marcas da varíola. "Tinha um cunho religioso também porque doença, na época, era considerada castigo de Deus e, se a pessoa carregava essas cicatrizes, devia ter feito algo de muito errado." A ordem de D. João VI colocou a prática em desuso. Mas não de imediato. Houve uma certa resistência, não só no Brasil. O Almanaque Luso-Brasileiro de 1860 conta que, ainda em 1838, na região portuguesa do Algarve, havia mulher com rebuço, "que a envolvia toda, e fazia assim um comprido canudo, mais próprio para meter medo a crianças do que para aformosear o corpo e recrear a vista". Uma curiosidade é que só deixava os pés à mostra, cobertos por meias brancas. Diz a publicação que muitos "janotas" se sentiam atraídos pelos pezinhos, mas podiam se surpreender ao dar de cara com "uma feia e aposentada matrona". (M.F.)

inda hoje, o hábito de cobrir o rosto causa polêmica e motiva leis e restrições. A França do presidente Nicolas Sarkozy, por exemplo, acaba de proibir as muçulmanas de usar alguns tipos de véus em locais públicos, como os niqabs (que só deixam os olhos à vista) e as burcas (que cobrem todo o rosto). O curioso é uma das justificativas usadas pelos defensores da medida: é um risco para a segurança, uma vez que dificulta a identificação de quem está por trás deles. A mesma do século 17. Segundo o sheikh Juma Momade, o uso do véu (hijab) pelas muçulmanas está no Alcorão. "Deus ordenou que as mulheres cubram todo o corpo, exceto a face e as mãos. É uma tradição de 1.431 anos", diz. Não se deve, de forma alguma, chamar a atenção dos homens. Já a burca e o niqab não são usados porque o Islã ordenou; são instrumentos de quem quer ir além do que determina o livro sagrado. Ele ressaltou ainda que o uso de véu é um costume de outras civilizações, até as mais antigas. "Está na Bíblia, no Torá. Judias usavam, há mais de 5 mil anos, e não se pode esquecer de Maria, mãe de Jesus. E as freiras católicas, não colocam até hoje?" Para completar o traje, não é preciso usar apenas os tradicionais vestidões de mangas compridas e cores discretas. Calças também são permitidas, desde que largas. É proibido revelar as formas femininas. A professora Rosângela França, formada em letras e com pós-graduação em linguística, já se acostumou a comprar peças pelo menos dois números maiores do que o seu manequim 42. "Já o lenço, eu só usei três anos depois de virar muçulmana. Colocava só quando ia à mesquita." Hoje não vai até a janela de sua casa sem o hijab (ele deve ter um metro de lado, costuma ser amarrado sob o queixo, a face fica toda de fora, mas a nuca não deve aparecer). "Não cubro o

Véu só pode ser tirado da cabeça na presença dos homens da família

Uma tradição: segundo as palavras do Alcorão (o livro sagrado dos muçulmanos), explicadas pelo sheikh Juma Momade, "Deus ordenou que as mulheres cubram todo o corpo, exceto a face e as mãos."

rosto. Sigo o Alcorão." Católica praticante até os 25 anos, ela é muçulmana há 20. Diz-se revertida. Não será convertida? "Não porque reverter, para nós, é voltar ao seu início, acreditamos que todos são muçulmanos." Foi a primeira da família a mudar. Depois foi a vez do filho. "O pai dele também mudou de religião. Só aí voltamos a manter um relacionamento e casamos na mesquita."

Rosângela prefere também chamar o véu de lenço. "Véu tem transparência e não é o caso do hijab." A peça só pode ser retirada na presença dos homens da família. No caso dela, marido, pai, tio, filho. Removido o lenço, uma surpresa: um cabelo black power, corte moderno, curto, tingido de castanho claro. "Temos liberdade para isso", diz. (M.F.)


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Um funcionário ... observou que na porta do último carro existia um objeto. Conrado Grava de Sousa, diretor de Operações do Metrô.

idades

O transporte coletivo da Capital viveu ontem um dia de caos, depois que uma composição da Linha 3 -Vermelha do Metrô do Metrô parou entre as estações Sé e Pedro II. Muitos passageiros deixaram os vagões e passaram a caminhar pela lateral dos trilhos. Para evitar acidentes, o Metrô cortou a energia elétrica, provocando a parada de outras composições. Uma blusa teria impedido o fechamento da porta da composição de número 309, que vinha da zona leste para o Centro. Além disso, botões de emergência foram acionados. A polícia vai investigar se houve sabotagem.

Moacyr Lopes Júnior/Folhapress

Na zona leste, próximo à estação Tatuapé, passageiros da Linha 3-Vermelha do Metrô andam pela lateral dos trilhos, depois da pane que parou o sistema por cerca de duas horas

Polícia vai investigar se pane no metrô foi acaso ou sabotagem

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a manhã de ontem, uma falha no sistema de portas levou à paralisação por mais de duas horas, em pleno horário de pico, das 18 estações da Linha 3 -Vermelha do Metrô de São Paulo, prejudicando diretamente 250 mil pessoas e levando o caos à zona leste. Centenas de pessoas que ficaram trancadas dentro dos trens, no escuro e sem ar-condicionado, acionaram o botão para abertura das portas e caminharam sobre os trilhos. Houve quebra-quebra e 18 trens foram danificados. O governador de São Paulo, Alberto Goldman, disse que uma sindicância vai apurar se a pane no metrô foi acidente ou proposital. Acrescentou que a polícia vai investigar o caso. Após admitir que falhas recentes no transporte público da Grande São Paulo têm preocupado o governo, ele deixou no ar a hipótese de que a paralisação de ontem tenha sido uma sabotagem. Os problemas começaram às 7h50. A composição 309, que vinha da zona leste para o Centro, apresentou falha no sistema de sinalização de portas, antes de chegar à Sé. O painel dentro da cabine indicou ao operador que havia portas abertas ou não travadas. O trem parou para checagem. O diretor de Operações do Metrô, Conrado Grava de Sousa, disse que uma blusa impediu o fechamento das portas. "Um funcionário foi rapidamente para a região do trem e observou que na porta do último carro existia um objeto", afirmou. A versão de que seria uma blusa, no entanto, apresenta lacunas. A companhia não informou como o trem deixou a estação anterior, se havia algo travando as portas e por que o sistema de sinalização só apontou esse obstáculo quando a composição estava em movimento. "Em tese, uma composição não pode partir de porta aberta nem circular e a porta abrir. Uma falha pode levar a uma situação dessas", disse o presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo (Aea-

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Joel Silva/Folhapress

Apu Gomes/Folhapress

Composição parada entre as estações Sé e Pedro II do Metrô: passageiros abandonaram o trem

Passageiros contam sua aventura para escapar do caos Mariana Missiaggia

Filipe Araújo/AE

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Passageiros se arriscaram ao deixar os trens e caminhar pela via

mesp), José Geraldo Baião. Ele afirma que a companhia está levantando detalhes na base de dados que dispõe para identificar o que provocou o incidente, classificado como "gravíssimo. Passageiros relatam que a composição ficou parada por cerca de 30 minutos. Após esse tempo, o chamado botão "soco" para a abertura das portas foi acionado. Usuários desceram dos vagões, tomando conta dos trilhos. O Centro de Controle Operacional cortou a energia elétrica para evitar acidentes na linha. Um trem que vinha atrás também ficou parado e os passageiros, trancados. Era uma das novas composições da Linha 3, com sistema de ar-condicionado e, por isso, sem janelas. Sem energia, o sistema desligou e cortou a ventilação. Estima-se que a falta de circu-

lação de ar gerou desconforto. Por isso, os passageiros também acionaram o botão de emergência. Foi cortada a energia de toda a linha e 17 trens ficaram parados. As estações foram fechadas e uma nova leva de passageiros passou a caminhar ao lado dos trilhos - alguns por três quilômetros. Para saírem dos trens, pessoas quebraram portas e janelas. Todas as composições danificadas foram recolhidas para reparos. O Metrô informou que cinco pessoas apresentaram leves escoriações e outras 26 precisaram ser atendidas pelos agentes da companhia. Destacou que "não houve falha técnica de nenhuma natureza". O Metrô insistiu que foi encontrada uma blusa no último vagão, mas não esclareceu por que a roupa não foi detectada ainda na estação. (AE)

eria uma manhã como qualquer outra para Viviane Milania da Silva, 31 anos, recepcionista. Ela saiu de casa às 7h30. Às 7h50 embarcou na estação Arthur Alvim em direção ao Centro. Dez minutos depois, o trem em que ela estava parou entre as estações Carrão e Tatuapé. Por mais de uma hora ela testemunhou parte do caos que ontem tomou conta do sistema. Bem a seu lado, uma criança chorava e uma mulher de mais ou menos 30 anos desmaiou. Sem saber como ajudá-la, alguns passageiros acionaram o botão de emergência na esperança de que algum funcionário da empresa viesse socorrê-la. Lotado e sem energia, a situação no vagão só piorava. A dificuldade para respirar era grande. Na tentativa de escapar, outros passageiros encontraram no fundo do vagão uma saída de emergência. "Sufocada" – Após pular a janela, ela se deparou com uma pessoa deitada nos trilhos sendo assistida por outros passageiros. Viviane caminhou pela via lateral dos trilhos até a estação Tatuapé, onde chegou às 10h. "A sensação era horrível. Me senti sufocada. É complicado ver alguém passando mal e você sem poder ajudar. Eu ouvia uma sirene e sabia que tinha mais gente precisando de socorro", disse. Viviane pegou um ônibus lotado no Tatuapé e só chegou ao Centro duas horas depois.

Hélvio Romero/AE

Várias pessoas passaram mal com o corte na ventilação dos vagões. Para escapar da aglomeração, muitos passageiros preferiram deixar as composições e seguir a pé.

Normalmente, ela faz esse percurso em 40 minutos, utilizando metrô e lotação. Costuma chegar ao trabalho às 8h30. Ontem, chegou 12h. Rodrigo Toshiaki Moraes , de 23 anos, analista de suporte, passou por uma situação semelhante à de Viviane. Ele mora em Aricanduva e trabalha no Paraíso. Diariamente ele cobre essa distância em 45 minutos. Ontem, às 8h10, na estação Arthur Alvim, o trem do metrô nem chegou a sair. Em pé, Rodrigo permaneceu no vagão por 40 minutos. Desmaios – Durante esse tempo, duas senhoras desmaiaram e tiveram a

assistência de funcionários do Metrô. Quando as portas se abriram, ele esperou mais 25 minutos, sem sucesso, para ver se o trem andava. Depois de esperar um ônibus por 40 minutos, voltou para casa. Às 11h retornou à estação e conseguiu viajar num metrô já vazio e lento. Na estação Tatuapé, o movimento era intenso. Sara de Souza Martins, de 23 anos, é balconista na lanchonete Vitta Pane. Ele disse que a lanchonete tem duas balconistas e que o movimento, de segunda a sexta-feira, tem seu auge às 9h. Ontem, havia clientes até as 11h.


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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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11 O mundo precisa dessa cultura de paz, inclusive nos negócios. Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo

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Fotos de Zé Carlos Barretta/Hype

Na foto acima, da esquerda para a direita, Gaetano Brancati Luigi, Alencar Burti, Norma Burti e o padre Carlos Alberto Contieri durante a celebração dos dez anos do Marco da Paz. Na foto à direita, Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo, exibe uma reprodução do monumento, que estará presente nos cinco continentes. Ele já está em cinco países: Brasil, México, Argentina, Uruguai e China.

Marco da Paz celebra seu 10º aniversário Símbolo da paz no mundo fez ontem dez anos. O presidente da ACSP, Alencar Burti, disse que todos devem cooperar na formação de uma cultura da paz. Ivan Ventura

UM MARCO NO MUNDO

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DC

ímbolo da luta pela paz no mundo, o monumento Marco da Paz comemorou ontem 10 anos de existência. Ao longo desse período, o símbolo formado pelo arco, pela pomba e pelo sino ganhou o mundo e marcará presença nos cinco continentes (veja arte nesta página). Atualmente, são 11 monumentos espalhados por cinco países (principalmente pelo Brasil, que possui cinco deles). Além do Brasil, o Marco da Paz está no México, na Argentina, no Uruguai e na China. Para os próximos anos, o Marco da Paz continuará a levar a mensagem de paz, desta vez para Israel, Itália, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Suíça, Costa Rica e Gana, na África. A celebração pelos 10 anos de existência do Marco da Paz foi realizada na noite de ontem no auditório da Secretaria de Justiça do Estado. Inicialmente, a festa ocorreria no Pátio do Colégio, onde existe um Marco da Paz. No entanto, a chuva impediu a realização do evento ao ar livre. Rapidamente, a celebração foi transferida para o auditório da Secretaria de Justiça, também localizada no Pátio do Colégio. O evento foi organizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), patrona do projeto, e pelo idealizador do Marco da Paz, o assessor especial da presidência da entidade, Gaetano Brancati Luigi. No evento, Luigi preferiu não discursar sobre os 10 anos do Marco da Paz. No entanto, parte de sua infância foi lembrada no evento, em especial o episódio sobre um sino que

Garotas do Coral da LBV fazem uma pomba com as mãos, símbolo da paz

O Marco da Paz foi idealizado por Gaetano Brancati Luigi, assessor especial da presidência da Associação Comercial de São Paulo

soou em parte de sua Itália natal, no final Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, Luigi tinha apenas oito anos. "Era 1945, lembro bem do toque de um sino. Era o sino da paz. Era o fim da guerra", lembra ele. O público ouviu atentamente a comovente história de Luigi, entre eles o presidente da ACSP, Alencar Burti. "É uma bela história. Especificamente sobre o Marco da Paz, a ideia surgiu há dez anos. Na época, a semente foi plantada, cresceu e virou esta bela árvore. O mundo precisa dessa cultura de paz, inclusive nos negócios. Na paz é que os negócios são fechados", afirmou.

Em seu discurso, Burti agradeceu a cessão do auditório pelo secretárioadjunto de Justiça e da Defesa da Cidadania, Gustavo Húngaro. Por sua vez, o secretário, que substituiu o governador Alberto Goldman no evento, agradeceu o convite e enviou sua mensagem de paz aos convidados. "Foi um prazer receber a ACSP e o Marco da Paz nesta importante data. Lembro-me bem da inauguração do primeiro Marco da Paz, há dez anos, aqui no Pátio do Colégio, pois já trabalhava na secretaria. Para todos, a mensagem que levo é: o importante é que sem paz não há Justiça", disse.

Outro convidado foi o padre Carlos Alberto Contieri, que lembra com carinho da chegada do Marco da Paz. Responsável pela paróquia no Pátio do Colégio, o padre disse que a paz é fruto de um esforço humano em busca de algo em comum. "São Paulo nasceu desse esforço, algo parecido com o esforço empreendido pelo Marco da Paz. Isso deve continuar", avaliou Contieri. Além dele, outros religiosos estiveram presentes ao evento. Eles falaram sobre os conflitos armados no mundo, alguns deles com motivação religiosa. Falaram em união pela paz. Mais tarde, foram homenageados com a

entrega de miniaturas do Marco da Paz, semelhante ao monumento existente no Pátio do Colégio. Os dez anos do Marco da Paz contou com diversas apresentações musicais. A cerimônia foi aberta pela Orquestra Juvenil de Violinos. Depois se apresentaram o Coral Infantil da Legião da Boa Vontade (LBV), o Coral Batista e a cantora lírica Paula Zamp. A celebração

terminou com a Aleluia, de Handel, cantada pelo Coral Batista. "Quero agradecer à grande família ACSP, ao atual presidente Alencar Burti e ao anterior, Guilherme Afif Domingos. Agradeço a todos que possibilitaram a criação do Marco da Paz, um símbolo que deseja um mundo melhor. Deseja a paz no mundo", disse Luigi, ao final do evento já emocionado.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

12

3 Cidadania no trânsito º

setor

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

MILHARES Até o mês de dezembro, 4 mil alunos participarão do projeto.

também se aprende na escola O projeto DER nas Escolas ensina regras de segurança no trânsito às crianças, mas também com o foco voltado para os pais Fotos: L.C.Leite

Kelly Ferreira

A

estudante da 4ª série do ensino fundamental, Letícia Maria, de 10 anos, só viaja de carro no banco traseiro e com o cinto de segurança. A menina também já sabe que não pode dirigir e falar ao celular ao mesmo tempo. Mas foi em uma atividade sobre leis de trânsito, com representantes do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e da Polícia Rodoviária, que ela aprendeu que é preciso diminuir a velocidade se tiver óleo na pista e ao se aproximar de um pedágio. Divulgar e multiplicar os conhecimentos sobre leis de trânsito é o objetivo do projeto DER nas Escolas que, nesta semana, quando se comemora a Semana Nacional do Trânsito, visitou a Escola Estadual Maria Adelaide, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

A nossa esperança é que os adultos absorvam o que as crianças aprendem. Só assim teremos motoristas melhores. REINALDO FRÉ, ENGENHEIRO DO DER

"Eu conheço algumas coisas que podem ser feitas e outras que são proibidas quando se está dirigindo. Mas existem regras que aprendi agora. Isso vai me ajudar a ser uma boa motorista", disse Letícia. O projeto DER nas Escolas tenta, há um ano, conscientizar os adultos, pelas mãos dos pequenos, sobre os perigos do trânsito. Voltado para alunos de 5 a 11 anos, o projeto utiliza materiais educativos – jogos e vídeos –, panfletos e palestras sobre segurança nas estradas. O objetivo é reduzir acidentes nas regiões onde atua.

Alunos de São Bernardo participam de palestra na escola

A recepção por parte dos estudantes é sempre muito boa, garante Reinaldo Fré, engenheiro do DER. "Eles acabam cobrando dos pais e de outros familiares o respeito às leis e alertando sempre que alguém faz algo errado. A nossa esperança é que os adultos também absorvam o que as crianças estão aprendendo. Só assim teremos melhores motoristas nas ruas e estradas", disse. Tabuleiro – O ensinamento das leis de trânsito começa com brincadeiras. O jogo de tabuleiro gigante, onde as crianças são as peças principais, é um dos recursos para ensinar como deve ser o comportamento dos motoristas nas estradas. As crianças pulam as casas conforme o número tirado no dado. A cada rodada uma recomendação, como por exemplo: "Óleo na pista! Diminua a velocidade" ou "Esqueceu o cinto? Fique uma rodada sem jogar". Um totem, por sua vez, traz o jogo da memória com a sinalização do trânsito. A interatividade com os alunos continua com os desenhos. Com lápis de cor e papel, as crianças mostram o percurso que fazem de casa até a escola. A idéia é que eles usem o traço para mostrar, dentro do trajeto cotidiano, os locais onde deveria haver passarela ou semáforo. Além disso, eles também mostram as atitudes erradas que mais percebem nas ruas, como ultrapassagem irregular e avanço no farol vermelho. Os desenhos são encaminhados para uma comissão

Promoção do Bem segue até sexta

T

ermina nesta semana ação social que beneficia os pacientes atendidos pelo Instituto de Apoio à Criança e aos Adolescentes com Doenças Renais (Icrim). A Promoção do Bem realizada pelo Shopping Frei Caneca, distribui caixas com quatro sabonetes florais perfumados. A cada R$ 70,00 em compras, pagando mais R$ 4,00, o consumidor ganha o presente e ajuda a quem precisa. A renda arrecadada na troca dos brindes irá para o Icrim. Para participar é necessário comparecer ao balcão do Programa de Fidelidade (1º Piso), fazer um cadastro e apresentar as notas fiscais ou os comprovantes do cartão. A promoção é válida até sexta-feira. O Shopping Frei Caneca fica na Rua Frei Caneca, 569, região central da capital.

Encontro de inclusão cultural

O

Letícia Maria, de 10 anos, só viaja com cinto no banco traseiro: "vai me ajudar a ser uma boa motorista"

julgadora e os melhores recebem um brinde, em casa, que pode ser até mesmo a miniatura de uma viatura rodoviária. Começo – No ano passado, quando foi realizado o projeto piloto na cidade litorânea de Mongaguá, para comemorar a

Semana Nacional do Trânsito, houve a participação de 1.897 estudantes de seis municípios de São Paulo. As unidades mais visitadas pelo projeto são aquelas que estão em locais onde há um grande índice de acidentes por atropelamento. Até dezembro, a expectativa é que 4 mil alunos, representando seis escolas, participem do programa.

"Temos a preocupação com os nossos futuros motoristas. Estamos orientando as crianças para que dirijam bem e também para que possam cobrar respeito no trânsito dos pais. A nossa esperança é de que as crianças sejam agentes multiplicadores de valores como responsabilidade, cidadania e solidariedade", disse Reinaldo Fré.

Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural – que desenvolve projetos para pessoas com deficiência intelectual (Síndrome de Down, autismo etc) realiza no Centro da Cultura Judaica, em outubro, o 1º Encontro Olga Kos de Inclusão Cultural, com o tema Igualdade pela Arte: Um caminho para inclusão. O evento acontece em comemoração ao mês da paz e é patrocinado pelo prêmio Areté, do Ministério da Cultura. As palestras e oficinas acontecerão às sextasfeiras, a partir do dia 8. Serão abordados temas associados à arte e à cultura. Inscrições e informações no telefone (11) 3081-9300. A participação é gratuita.

Universo sustentável entra no ar

A

O jogo do tabuleiro (acima) e os desenhos são usados para ensinar as regras do trânsito às crianças.

O cinto e a cadeirinha

A

redução de acidentes e mortes no trânsito com uso de cinto de segurança traseiro e a cadeirinha para crianças é o tema principal da Semana Nacional do Trânsito, que prossegue até o dia 25. Os acidentes de trânsito representam a principal causa de mortes de crianças entre 1 e 14 anos no Brasil. No ano de 2008 foram registradas 22.472 vítimas não fatais em acidentes de trânsito, com

ESTUDANTES Participam do programa estudantes entre 5 e 11 anos.

idade entre 0 e 12 anos, e 802 vítimas fatais, na mesma faixa etária, segundo dados divulgados pelo Departamento Nacional do Trânsito (Denatran). De acordo com pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), existem cinco fatores que causam o maior número de mortes e lesões no trânsito, entre eles está a não utilização do cinto de segurança. No Brasil, segundo pesquisa da Sociedade

Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), 88% dos ocupantes dos bancos dianteiros de veículos automotores usam cinto de segurança, reduzindo em 50% o risco de morte no caso de colisão de trânsito. Em contrapartida, apenas 11% dos passageiros fazem a utilização do cinto no banco traseiro. De acordo com o American College of Emergency Physicians, de Dallas, no Texas

(EUA), 44% dos passageiros que viajavam sem cinto e que morreram foram ejetados, parcial ou totalmente, do veículo. Por isso a importância do uso do cinto nos assentos traseiros e do bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação, que pode diminuir drasticamente as chances de lesões graves – e de morte – no caso de colisão. O uso do cinto de segurança foi desenvolvido para pessoas com, no mínimo, 1,45m.

Universidade São Judas, com sede na Mooca, zona leste da cidade, criou um portal para a divulgação de projetos e notícias voltados para a sustentabilidade. O Portal Universo Sustentável (www.ussaojudas.edu.com) será lançado hoje , com transmissão ao vivo pelo portal da Universidade. A nova ferramenta será totalmente colaborativa. No site, serão apresentadas ações de instituições que envolvam o meio ambiente, produção mais limpa, entre outros assuntos relativos. Além da elaboração de notícias voltadas para o setor, o site trará a agenda de eventos, concursos e premiações e contará com a publicação de artigos de jornalistas e profissionais da área. O lançamento do portal faz parte da programação do XVI Simpósio Multidisciplinar, que este ano traz o tema Universidade e Responsabilidade Social.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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UM ANO DEPOIS...

AFP

nternacional

Simpatizantes do líder deposto de Honduras, Manuel Zelaya, entregaram ontem uma placa à embaixada brasileira em

agradecimento ao apoio dado a Zelaya durante os quatro meses em que ele permaneceu como 'convidado' da missão.

Tyler Hicks/NYT

Violência sem trégua no Afeganistão

A

insurgência não dá trégua no Afeganistão. Após um sábado de eleições violento, militantes do Taleban voltaram a trocar tiros com soldados norte-americanos ontem, em Kandahar, na tentativa de controlar posições no sul do Afeganistão, onde a presença da insurgência é mais forte (foto). Apesar da promessa do Taleban de atrapalhar o pleito de sábado, o Pentágono afirmou que a violência caiu em um terço, em comparação às eleições de 2009. Mas não há motivos para comemorar. Segundo a ONU, a violência no Afeganistão aumentou 69% no terceiro trimestre deste ano, ante o mesmo período do ano passado. Além disso, o ano de 2010 tornou-se ontem o ano mais violento para os soldados estrangeiros no país (leia mais nesta página).

Vitória cada vez mais distante Otan tem ano mais mortífero na guerra contra o Taleban

N

o Dia Internacional da Paz, as forças estrangeiras no Afeganistão atingiram um marco sombrio. Nove soldados da coalizão liderada pelos Estados Unidos morreram, ontem, na queda de um helicóptero no sul do país. O incidente elevou para 529 o número de soldados estrangeiros mortos neste ano no país, de acordo com a contagem realizada pelo site icasualties.org, superando as 521 mortes registradas em todo o ano de 2009 e fazendo de 2010 o ano mais mortífero da guerra. No total, 2.097 militares morreram desde a invasão de 2001, que depôs o governo do Taleban e deu início a uma brutal insurgência que já matou milhares de afegãos. A queda do helicóptero foi considerada um acidente e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) informou que, em princípio, não havia sinais de fogo inimigo. Segundo os militares, problemas técnicos podem ter causado a queda. O Taleban, porém, reivindicou a autoria do ataque, que está sob investigação.

Massoud Hossaini/AFP

Garoto afegão brinca com balões

O helicóptero caiu no distrito de Daychopan, na província de Zabul. Um "grande número" de militares dos Estados Unidos está entre os mortos, de acordo com um militar graduado em Washington, que falou sob anonimato porque nem todos os parentes já foram notificados sobre as mortes dos soldados. Os Estados Unidos e a Otan aumentaram em quase 150 mil o número de tropas que lutam contra a insurgência, que se es-

palhou por todo o país. Atualmente, o Taleban está presente em quase todas as 34 províncias do país. A influência do grupo é mais forte nas províncias do sul e do leste, que fazem fronteira com o Paquistão, onde acredita-se que a liderança do Taleban esteja refugiada e de onde ataques contra alvos no território afegão são planejados e financiados. O presidente dos EUA, Barack Obama, ordenou um reforço extra de 30 mil soldados em dezembro para a guerra afegã, como parte de uma renovação na estratégia, com foco maior no sul do país. O secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, disse na semana passada que a estratégia norteamericana parece estar funcionando, e que ele estava cautelosamente otimista diante de sinais de progresso. Obama estabeleceu um prazo para o meio de 2011 para que as forças dos EUA comecem a retirada, dando um senso de urgência a tarefas como o treinamento de forças afegãs, para que estas assumam a responsabilidade da segurança do país. (Agências)

Imprensa argentina em xeque

U

Governo quer prender donos de jornais por violar direitos humanos

m dia antes de embarcar rumo a Nova York, onde participará da Assembleia Geral da ONU, a presidente argentina, Cristina Kirchner, apresentou uma denúncia no Juizado Criminal Federal de La Plata, capital da província de Buenos Aires, contra os jornais Clarín e La Nación pela suposta apropriação ilegal da empresa Papel Prensa, vendida pela família Graiver em 1976. O documento solicita à Justiça que sejam condenados os exditadores Jorge Rafael Videla e Emilio Massera; a dona do grupo Clarín, Ernestina Herrera de Noble e o diretor do La Nación, Bartolomé Mitre, entre outros. O grupo Clarín possui 49% das ações da Papel Prensa, o Est a d o a rg e n t i n o é d o n o d e 27,46% e o La Nación detém outros 22,49%. Em meio à guerra

AFP - 08.12.09

Cristina declara guerra à mídia

com seus sócios privados, o governo solicitou a intervenção da empresa no início deste ano, mas a medida foi anulada pela Justiça. Os representantes dos jornais envolvidos foram acusados de terem integrado uma as-

sociação ilícita que cometeu violações dos direitos humanos com o objetivo de "apropriar-se da Papel Prensa, e através da empresa controlar a informação que circulava no país". Segundo explicou uma fonte do La Nación, o futuro do caso dependerá do juiz Arnaldo Corazza de La Plata, que deverá decidir se os acusados serão convocados a depor. O passo seguinte seria que o juiz ordenasse o processamento e detenção das pessoas denunciadas. "Se a Justiça funcionasse corretamente, esta denúncia não deveria prosperar", avaliou a fonte. Funcionários do Clarín também rechaçaram a denúncia de Cristina. "A versão do governo sobre a Papel Prensa é absolutamente falsa e busca destruir a imprensa privada", assegurou outra fonte, do Clarín. (AG)

PROVOCAÇÕES AO ANFITRIÃO 'Os EUA não conhecem a guerra', diz Ahmadinejad em solo norte-americano.

E

m sua primeira apresentação na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) deste ano, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou ontem que seu país está pronto para retomar o diálogo com as potências mundiais. Apesar das declarações de conciliação, feitas em solo norte-americano, o líder iraniano não deixou de cutucar a Casa Branca: poucas horas antes, ele declarou que, se os Estados Unidos iniciarem um conflito com o Irã, será uma guerra "sem limites". "Os Estados Unidos nunca entraram numa guerra séria e nunca foram vitoriosos", afirmou Ahmadinejad durante uma reunião com proprietários de meios de comunicação e editores norte-americanos. "Os Estados Unidos não entendem a aparência de uma guerra. Quando uma guerra começa,

Chris Hondros/AFP

Líder iraniano defende diálogo, mas não descarta ataque dos EUA.

ela não conhece limites", disse o presidente, segundo participantes do encontro. Capital - Ahmadinejad ainda culpou o capitalismo pela crise atual, afirmando que está na hora de se adotar um novo sistema econômico. "A ordem discriminatória do capitalismo

e as hegemonias estão diante da derrota e estão chegando perto de seu fim", disse Ahmadinejad à Assembleia da ONU. Ele não ofereceu nenhuma alternativa clara ao capitalismo, mas disse que o mundo precisa de uma "ordem justa e humana". (Agências)

Novo escândalo abala o Vaticano J á acossado por acusações contínuas de abusos sexuais de menores por clérigos que mergulharam a Igreja Católica em sua maior crise das últimas décadas, o Vaticano viu-se ontem envolvido em mais um escândalo com potencial destrutivo para sua imagem. Um tribunal de Roma decretou o sequestro de 23 milhões de euros depositados pelo Banco do Vaticano, o Instituto para Obras Religiosas (IOR), no banco italiano Credito Valtellinese. Segundo os

magistrados, o IOR não respeitou as normas europeias contra a lavagem de dinheiro. A Santa Sé se declarou "perplexa e surpreendida" pela investigação. Um diretor e o presidente do IOR, Ettore Gotti Tedeschi, deverão revelar aos juízes os nomes dos dois clientes que depositaram a quantia, e explicar por que o IOR não informou a identidade e a finalidade da operação. Tal ato é requerido pelas regras da União Europeia contra a reciclagem do dinheiro sujo da

máfia e de grupos terroristas. No total, foram bloqueados dois depósitos: um de 20 milhões de euros e outro de 3 milhões de euros. Em comunicado, a Santa Sé demonstrou toda a confiança no presidente do banco, acrescentando que trabalhava há tempos para tornar suas finanças mais transparentes. Para punir violações como as cometidas pelo IOR, a lei prevê prisão de seis meses a um ano e uma multa entre 5 mil e 500 mil euros. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.LOGO

URBANO

Logo Logo

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Mostra 'Maldicidades – Marco Zero' exibe cenas urbanas clicadas ao redor do mundo por Miguel Rio Branco. MIS. Avenida Europa, 158, tel.: 2117-4777. Grátis.

Dia Mundial Sem Carro

22

SETEMBRO

I NTERNET D ESIGN

Tuítes infectados

BELEZA DISTORCIDA

Twitter foi atacado ontem por hackers, que se aproveitaram de uma falha de segurança para prejudicar a postagem de mensagens pelos usuários. O problema começou às 6h54 (de Brasília) e foi resolvido pouco antes das 11h. Durante esse período, os usuários viram estranhas mensagens em código em sua caixa de entrada, que eram passadas a sua lista de contatos a um simples movimento do mouse. Tratava-se de um vírus, ativado ao se passar o cursor do mouse

O O holandês Imme Van der Haak é o designer dessas joias banhadas a ouro que distorcem olhos, orelhas e narizes. A ideia é mesmo ser estranho e distorcer as formas do rosto humano. Uma intervenção radical no corpo.

por uma mensagem infectada, que tentava redirecionar os visitantes para um site pornográfico japonês.

A falha de segurança foi causada por um ataque XSS, que consiste em colocar o código de um site não confiável em

um outro. O Twitter explicou que havia descoberto e corrigido o problema no mês passado, mas uma recente atualização do site fez com que a falha retornasse. O comunicado diz ainda que a atualização não tem ligação com o novo Twitter e que a falha não teve impacto no site ou nos aplicativos móveis, nem nos computadores e nas contas dos usuários. O Twitter afirmou que não há necessidade de alterar senhas, pois as informações das contas não foram comprometidas pelo ataque e a falha foi sanada.

AFP

www.immevanderhaak.nl

C IÊNCIA

Nova descoberta com Grande Colisor Cientistas que trabalham no maior acelerador de partículas do mundo afirmaram ontem a descoberta de um fenômeno nunca antes observado em sua busca por elucidar os maiores segredos do universo. Depois de quase seis meses de exploração do Grande Colisor de Hádrons (LHC), as experiências começam a revelar que "certas partículas são intimamente ligadas, de uma maneira que nunca foi observada nas colisões de prótons",

continuou. "O novo fenômeno apareceu em nossas análises em meados de julho", disse o físico Guido Tonelli, que trabalha no projeto. Com 27 quilômetros, o acelerador de partículas é uma estrutura circular construída a 100 metros de profundidade na fronteira franco-suíça, ao custo de US$ 5,2 bilhões. Com ele, cientistas tentam recriar condições próximas às que produziram o Big Bang, que deu origem ao Universo.

C OMPORTAMENTO

Cuidado, sua vida pode ser dominada instantâneas, pode assumir o controle de suas vidas, caso o uso não seja administrado devidamente", disse Eric Darr, diretor da universidade. A instituição de 800 alunos determinou a suspensão para que pudesse averiguar de que maneira a tecnologia afeta as vidas dos estudantes e do corpo docente. Alguns alunos que participaram da experiência descobriram que a tecnologia podia dominar suas vidas, mas muitos disseram se sentir menos estressados porque a distância das mídias sociais lhes deu tempo para fazerem outras coisas. M EIO AMBIENTE

Homenagem a John Ford no CCBB

Google lança projeto verde no Brasil

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) inicia hoje uma mostra de filmes do cineasta norte-americano John Ford (1894-1973). Serão exibidos 35 longas - entre eles Como Era Verde Meu Vale, Vinhas da Ira e Depois do Vendaval - e um curta, todos com a assinatura de Ford. Também está na programação o documentário Directed by John Ford, de Peter Bogdanovich. A mostra acontece de amanhã até 17 de outubro e haverá um curso gratuito sobre o diretor. Rua Álvares Penteado, 112, Centro.

O Google Brasil anunciou ontem o projeto Doodle4Google no País, um concurso em que estudantes criam um novo logotipo da empresa (conhecido como Doodle). A cada inscrição recebida, o Google plantará uma árvore, que poderá ser vista via Google Earth, na Mata Atlântica. As inscrições serão divididas em três faixas etárias (6 a 9, 10 a 12 e 13 a 15 anos). O desenho vencedor ficará na home do Google no País por um dia e o vencedor também ganhará uma bolsa de estudos de R$ 30 mil e um laptop.

www.bb.com.br/cultura

http://google.com.br/d4g

PEIXE GRANDE - Um grupo de pescadores chineses é fotografado ao retirar da água uma rede com mais de 30 toneladas de peixes no lago Qiandao, na província de Zhejiang. A industrialização de peixes é uma das atividades econômicas que mais cresce na China.

T EMPESTADE M ÚSICA

Robson Fernandjes/AE

Hebe e João Donato no Grammy

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C INEMA

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Manter a conexão com mídias sociais pode causar estresse, debilitar relações pessoais e até causar perda de sono, de acordo com uma universidade dos EUA. Depois de impor suspensão de uma semana no uso de Facebook, Twitter, mensagens instantâneas e outras mídias, a Harrisburg University of Science and Technology, no centro da Pensilvânia, constatou que a onipresença da tecnologia oculta armadilhas. "Os estudantes compreenderam que a mídia social, especialmente o Facebook e os serviços de mensagens

Chuva de granizo mudou ontem à tarde o panorama de várias regiões de Guarulhos (na foto, a Rua Maria Valderez Conti, no Jardim Tranquilidade). Tratores foram usados para a retirada do gelo.

A RTE

Contemporâneos pelo mundo

Charles Platiau/Reuters

Tomasz Stanczak/Reuters

Em São Paulo, a Bienal de Arte abre hoje suas portas ao público. Mas a arte contemporânea também domina o cenário mundial. No Centre Pompidou, em Paris, a tela Madison Avenue (esquerda) é um dos destaques da retrospectiva do artista Arman. No Museu Reina Sofia, uma das esculturas é o David moderno (abaixo). Na galeria Atlas Sztuki, em Lodz, Polônia, a brasileira Regina Silveira exibe Abyssal.

L OTERIAS

Obra de 1962 de Arman, no Centre Pompidou

A TÉ LOGO

A apresentadora Hebe Camargo e o músico João Donato estão entre os premiados do Grammy Latino 2010, segundo anunciou ontem a Academia Latina de Gravação. O músico brasileiro se destacou por suas composições instrumentais e fusões de funk, soul, jazz e ritmos afro-cubanos, enquanto Hebe se consagrou na televisão no comando de vários programas de sucesso. Outro homenageado será Jorge Oñate, compositor de 46 álbuns, dos quais 25 lhe renderam disco de ouro. "Em 2010 damos início a uma nova década do Grammy Latino, mas mantemos a tradição de homenagear e reconhecer o talento inovador de indivíduos que, ao longo de sua carreira, enriqueceram a música latina", afirmou no comunicado Gabriel Abaroa Jr., presidente da academia. A entrega dos prêmios será em uma cerimônia particular no dia 10 de novembro no Hotel Four Seasons, de Las Vegas, como parte das celebrações do Grammy Latino.

Concurso 900 da DUPLA-SENA Primeiro sorteio 09

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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

Segundo sorteio

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EUA vão repatriar obras de arte de ex-banqueiro

L

Presidente do Palmeiras passa por cateterismo

Regina Silveira (ao lado) e o David moderno, à direita

10 Dominique Faget/AFP

L

Mancha de poluição do Tietê regride 40km

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Concurso 2403 da QUINA 10

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

e

1 VALE Empresa anuncia compra de 51% de empresa ferroviária na África

conomia

PORTOS Movimentação sobe 9,6% no 2º tri, com 182 milhões de toneladas.

BC anuncia seu pior mês Saldo negativo da conta-corrente do balanço de pagamentos registra o agosto menos favorável desde o surgimento da série histórica, iniciada em 1947.

O

déficit na conta-corrente do balanço de pagamentos somou em agosto US$ 2,861 bilhões, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). Este foi o pior resultado para os meses de agosto desde o início da série histórica, em 1947, segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. O BC também informou suas projeções para as contas externas de 2011. Para a conta-corrente do balanço de pagamentos, a autoridade monetária projeta déficit de US$ 60 bilhões, o equivalente a 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB). entre janeiro e agosto de 2010, o resultado foi de 2,4% do PIB. "Já tivemos nessa relação valores muito maiores no passado. Havia uma carga de juros elevada. A carga de juros deixou de ser um peso, um componente que causava muita volatilidade para as transações correntes", ressaltou chefe do Departamento Econômico do BC. Investimentos – O fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) para o Brasil somou, em agosto, US$ 2,428 bilhões. Em igual mês do ano passado, o fluxo foi de US$ 1,903 bilhão. No acumulado do ano até agosto, o saldo de IED soma US$ 17,13 bilhões, ou 1,32% do PIB. Lopes disse que a projeção do BC para o déficit em conta-corrente em setembro é de US$ 3,8 bilhões. Ele disse ainda que em sebi de dólares tembro até ontem, o foi o rombo fluxo de IED para o Brasil é de US$ 2,1 biem agosto lhões Ele previu que o mês deva se encerrar com saldo positivo em US$ 2,7 bilhões. Para o chefe do Departamento Econômico do BC, o crescimento do déficit em contabi de dólares corrente é gradual e é a projeção não tem trajetória exdo déficit em plosiva. Segundo ele, esse movimento está 2010 relacionado à expansão da economia brasileira em um ritmo mais acelerado do que o de outros países. A carga de Projeções – De acorjuros deixou do com o BC, a balança comercial no ano que de causar vem deve ter superávit volatilidade de US$ 11 bilhões e a para as conta de serviços e rentransações da deve ter déficit de correntes. US$ 75 bilhões. Do lado das fontes ALTAMIR LOPES, BC de financiamento, o BC projeta ingressos de investimentos estrangeiros diretos de US$ 45 bilhões, o equivalente a 2,08% do PIB. Além disso, o BC espera investimentos em papéis domésticos e ações de US$ 36 bilhões em 2011. Também prevê financiamentos de médio e longo prazos de US$ 46 bilhões. Para 2010, a projeção para o déficit em contacorrente foi mantida em US$ 49 bilhões, com superávit comercial de US$ 15 bilhões, déficit na conta de serviços e renda de US$ 67,5 bilhões, e saldo negativo na rubrica viagens de US$ 10 bilhões. O BC reduziu ainda sua projeção para o ingresso de IED (veja matéria abaixo). Apesar de trabalhar com uma previsão mais elevada de déficit em conta-corrente para 2011, o BC espera um cenário de melhor financiamento das contas externas. A estimativa foi acompanhada de uma previsão mais otimista de IED, de US$ 45 bilhões. Com isso, projeta que o capital estrangeiro investido na produção cobrirá 75% do déficit externo no ano que vem. (AE)

Daniel Marenco/Folhapress

2,861

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Despesas de brasileiros em viagem ao exterior somaram, de janeiro a agosto, US$ 9,8 bilhões – valor recorde para o período na série histórica do BC.

AUMENTAM GASTOS NO EXTERIOR

A

s despesas de brasileiros em viagem ao exterior continuam a crescer. Segundo dados do Banco Central (BC) divulgados ontem, de janeiro a agosto deste ano, elas ficaram em US$ 9,888 bilhões, ante US$ 6,414 bilhões de igual período de 2009. As despesas registradas nos oito meses do ano são recorde para o período na série histórica do BC, iniciada em 1947. Somente no mês passado, esses dispêndios chegaram a US$ 1,302 bilhão. Neste mês, até ontem, as despesas de brasileiros no exterior estão em US$ 1,012 bilhão.

Os gastos de estrangeiros no Brasil ficaram em US$ 3,867 bilhões nos oito meses do ano, enquanto que em igual período de 2009 chegaram a US$ 3,467 bilhões. No mês passado, os estrangeiros deixaram no País US$ 489 milhões. Em setembro, até hoje, estrangeiros gastaram no Brasil US$ 293 milhões. Devido ao aumento das despesas de brasileiros no exterior maior do que as receitas deixadas por estrangeiros no Brasil, o BC revisou a projeção de déficit na conta de viagens de US$ 8 bilhões para US$ 10 bilhões. Para 2011, a previsão de déficit é de US$ 11,5 bilhões.

Roosewelt Pinheiro/ABr

Fatores positivos compensam déficit Para analistas do mercado, conjuntura favorece ingresso de financiamentos nos próximos anos.

P Para Altamir Lopes, do BC, crescimento do déficit não tem trajetória explosiva.

Robson Fernandjes/AE

Setor automotivo foi um dos que adiaram aportes

De janeiro a agosto deste ano, o déficit ficou em US$ 6,021 bilhões, ante US$ 2,947 bilhões registrados em igual período de 2009. Esse resultado de oito meses também é o maior da série do BC para o período. O déficit de US$ 813 milhões do mês passado também é o maior para o período. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a renda dos brasileiros tem tido crescimento, e por isso há um aumento das viagens ao exterior, "sem a contrapartida relacionada ao turista estrangeiro no Brasil". (ABr)

Crise gerou queda de IED

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chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, explicou ontem que a queda na previsão de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2010 teve como principal causa a decisão de algumas empresas estrangeiras de postergar investimentos no Brasil. "Embora nós tivéssemos anúncios importantes de investimentos, alguns foram postergados porque dependem da dinâmica da economia mundial que apresenta crescimento inferior ao previsto inicialmente", disse. No relatório mensal do setor externo divulgado ontem, a previsão de ingresso de IED em 2010 caiu de US$ 38 bilhões para US$ 30 bilhões. Segundo o chefe do BC, metalurgia, automotivo e petróleo e gás estão en-

tre os setores da economia que mais postergaram seus investimentos produtivos no Brasil. "É um problema da dinâmica da economia dos países que são fonte dos investimentos e não no destino, que é o Brasil", argumentou. Reto mada – O chefe do departamento econômico defendeu que a queda da previsão de ingresso de IED se deve à postergação e não ao cancelamento dos projetos. De acordo com Lopes, fatores como a grad u a l re c u p e r a ç ã o d a e c o n o m i a mundial e a realização de grandes eventos no Brasil, como a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, além da exploração do pré-sal, deverão em breve acelerar o ingresso de investimentos externos no País. (AE)

ara analistas do mercado, as perspectivas positivas de financiamentos para os próximos anos deverão compensar o crescimento do déficit na conta-corrente. O estrategista-chefe do banco alemão WestLB, Roberto Padovani, destacou que não preocupa o incremento do déficit de transações correntes devido a uma conjunção de fatores domésticos e externos. Ele lembrou que o Brasil possui grau de investimento e já conquistou uma boa reputação de gestão macroeconômica e estabilidade política que estimula o ingresso de várias modalidades de recursos, como os investimentos estrangeiros diretos (IED), empréstimos e financiamentos a empresas por emissão de bônus, ingresso de capitais de portfólio e aplicações em ações na bolsa. Das projeções para o déficit de transações correntes para este ano e 2011 realizadas pelo BC, boa parte deve ser coberta pelos investimentos estrangeiros diretos (IED). "O mundo apresenta uma dinâmica de fraca recuperação, o que faz com que o crescimento do Brasil se destaque

em relação à média global", ressaltou o economista-sênior do BES Investimento, Flávio Serrano. Segundo Padovani, outro fator que estimula o forte ingresso de capitais estrangeiros são os preços de ações e a alta remuneração de aplicações em renda fixa. O juro real no Brasil, calculado pelo critério ex-ante, está hoje em 5,8%, patamar distante da taxa negativa registrada nos EUA, zona do Euro, Japão e Reino Unido. O economista da Tendências Felipe Salto destacou que o cenário favorável à entrada de capitais está relacionado com a confiança dos investidores de que o próximo presidente da República manterá as linhas mestras da condução da economia: política fiscal responsável, sistema de metas de inflação e câmbio flutuante. Para Salto, contudo, é preciso elevar os investimentos no País para conter a rápida velocidade do aumento do déficit de transações correntes. Ele destacou que a forma mais adequada para incrementar a Formação Bruta de Capital Fixo é com um ajuste fiscal mais firme. (AE)


2 -.ECONOMIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

quarta-feira, 22 de setembro de 2010


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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O comprometimento da renda com despesas básicas tem diminuído a compra de gêneros que não sejam de primeira necessidade.

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Após pico, consumo deve refrear. Disposição do brasileiro em ir às compras, principal fator que deve levar o PIB a crescer até 8% em 2010, promete sofrer desaceleração em 2011. Vanessa Rosal

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fase de forte expansão do consumo das famílias brasileiras em 2010 deverá sofrer um desaquecimento no início de 2011, o que promete trazer reflexos para o resultado final do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano. A projeção consta do Relatório sobre Indicadores Antecedentes de setembro de 2010 elaborado pelo Silcon Estudos Econômicos para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). De acordo com estimativas de especialistas, a riqueza gerada no País neste ano deve crescer de 7% a 8%. Segundo o professor e economista Cláudio Contador, autor do relatório, no primeiro semestre de 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) teve o melhor resultado da história, crescendo 8,9%. Para 2011, embora os indicadores apontem para um ambiente econômico ainda tranquilo, o avanço deverá ser menor entre 4,5% e 5%. "Apesar de sofrer uma desaceleração, a demanda interna brasileira continuará a ser um dos fatores de sustentação da economia", disse o economis-

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Newton Santos/ Hype - 05/11/2007

ta. Ainda segundo ele, um dos motivos é a ascensão da classe C que passou a ter maior participação no consumo de bens, entre eles os duráveis. De acordo com o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Emilio Alfieri, após um longo período de crise financeira internacional, a previsão de crescimento menor em anos subsequentes já era esperada. "Em 2009, a economia brasileira praticamente parou. Então, é natural esse aumento de 7% ou 8% em 2010. A desaceleração prevista para o ano que vem não significa recessão, mas uma acomodação.

A demanda interna brasileira continuará a ser um dos fatores de sustentação da economia. CLÁUDIO CONTADOR, DA SILCON ESTUDOS ECONÔMICOS Turbinada: com renda em alta, a nova classe C brasileira tem adquirido mais bens duráveis.

A volta de um crescimento que vinha ocorrendo antes da crise", afirmou Alfieri. Comércio – No varejo, o desempenho positivo ou negati-

vo varia de um segmento para outro (veja tabela). O desaquecimento do comércio de São Paulo, de modo geral, foi encerrado em outubro de 2009.

No fim do primeiro semestre deste ano, a taxa de crescimento do volume de vendas acumulada em 12 meses atingiu 10%. Segundo o Relatório sobre Indicadores Antecedentes, a expansão deve perdurar até o fim de 2010. No entanto, previsões preliminares indicam que é provável uma reversão no primeiro trimestre de 2011 com uma fase de desaquecimento. "O índice vem baseado em dados econômicos de vários indicadores, incluindo pesquisas da ACSP sobre o otimismo dos consumidores. Muitos já sentem que o crescimento será mais tímido no ano que vem", disse o economista da ACSP. Me tod ol ogi a – O sistema de indicadores antecedentes é

A desaceleração prevista para o ano que vem não significa recessão, mas uma acomodação. EMILIO ALFIERI, DO IEGV DA ACSP

divulgado trimestralmente a partir da análise de diversas variáveis macroeconômicas – entre elas salário real, emprego, juros e otimismo dos consumidores – que sejam capazes de prever ou gerar mudanças em fases cíclicas.

Lucas Lacaz Ruiz/ AG - 20/05/2010

Financiamentos lideram gastos de brasileiros Patrícia Büll estabilidade econômica e melhora do nível de emprego na passagem de 2009 para 2010 fez com que os brasileiros comprometessem uma maior parcela de rendimentos com financiamentos e pagamentos de prestações. Pesquisa realizada pela IPC Marketing, especializada em dados de mercado e que substitui a empresa que realizava o IPC Target, aponta que, dos R$ 2,2 trilhões projetados para o consumo neste ano – entre todas as classes sociais – 26,1% ou cerca de R$ 545 bilhões serão destinados para essas modalidades de compras. No ano passado, a proporção foi de 21,4% do orçamento doméstico. Segundo Marcos Pazzini, diretor da empresa e responsável pelo estudo, feito a partir da Pesquisa de

Orçamento Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (POF-IBGE), essa elevação do empenho da renda com financiamentos está diretamente relacionada à expansão da compra de imóveis e de itens ligados a eles, como material de construção. De acordo com a pesquisa, entre os 21 dados analisados (veja gráfico), cinco tiveram redução na projeção de consumo entre 2009 e 2010. Entre eles, o destaque foi a alimentação no lar, que caiu de R$ 251 bilhões em 2009 para R$ 222 bilhões neste ano. Na direção contrária, 16 apresentaram variação positiva na passagem de um ano para outro. Itens como gastos com saúde, alimentação fora do lar e veículos próprios estão entre os que tiveram maiores aumentos. A expectativa de gastos com saúde (incluindo medicamentos) passou de R$ 93 bilhões para R$ 124

bilhões; alimentação fora do lar, de R$ 78 bilhões para R$ 109 bilhões e gastos com veículo próprio, de R$ 78 bilhões para R$ 102 bilhões. "O comprometimento da renda do brasileiro com despesas básicas tem diminuído o que permite a ele comprar produtos e serviços que não são de primeira necessidade", afirma Pazzini. Além disso, ele salienta que o fato de as famílias terem menos filhos atualmente permite que mais mulheres trabalhem fora de casa o que reflete a ampliação dos gastos com alimentação fora do lar. Diferencial – Para atrair esses consumidores dispostos a gastar, Pazzini sugere que os varejistas ofereçam algum diferencial. "Ele deve oferecer algum atendimento diferenciado e apostar na comunicação constante e adequada aos hábitos de compra dos clientes", diz o especialista.

Preços das frutas passaram de alta de 0,82% em agosto para 3,17% em setembro, segundo o IPCA-15.

Alimentos: vilões da inflação.

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s preços dos alimentos voltaram a ficar elevados e prometem ser os vilões da inflação em setembro. A avaliação parte de resultados preliminares divulgados ontem referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,31% em setembro acelerando frente à deflação de 0,05% em agosto. De janeiro a setembro, acumulou elevação de 3,53%. Nos últimos 12 meses até setembro, houve alta de 4,57% ante avanço de 4,44% observado no período imediatamente anterior. Os alimentos tiveram alta de 0,3%, contribuindo com 0,07 ponto percentual no índice, a maior dentre todas. Nos meses anteriores, esses itens estavam em queda (0,68% em agosto e 0,8% em julho). As carnes exerceram maior pressão e apuraram avanço de 3,4%. Também subiram em setembro o óleo de soja (de queda de 0,01% em agosto para alta de 5,08%), açúcar cristal (de retração de 8,1% para aumento de 4,83%), frutas (de 0,82% para 3,17%) e pão francês (de 0,04% para 2,11%). Os custos dos não-alimentícios também aceleraram, com alta de 0,31% em setembro, ante 0,14% no mês anterior. Álco-

ol e gasolina mais elevados influenciaram o grupo Transportes, que teve aumento de 0,33%, ante 0,02% em agosto. Os preços do IPCA-15 foram coletados de 14 de agosto a 13 de setembro e comparados com os vigentes de 14 de julho a 13 de agosto. Ele mede os gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários-mínimos. I GP -M – Pressionada por aumentos nos preços agrícolas no atacado e inflação de alimentos no varejo, a segunda prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) acelerou em setembro com alta de 1,03%. Foi quase o dobro da taxa de 0,55% apurada em igual prévia em agosto. A inflação dos produtos agrícolas no atacado foi de 3,47%, mais de 20 vezes superior à alta de 0,13% verificada

na segunda medição preliminar do mesmo índice em agosto. No período, houve mudança de trajetória nos preços dos alimentos, que pararam de cair de 1,33% para avançar 0,28%. Entre os destaques, estão os acréscimos nas taxas de variação de preços de trigo (de 0,25% para 7,02%); bovinos (de 2% para 4,66%); milho (de 0,01% para 12,25%); e algodão em caroço (de queda de 2,28% para elevação de 33,3%). Na segunda prévia de setembro, o período de três meses de deflação no varejo também chegou ao fim. Os preços junto ao consumidor subiram 0,24%, após caírem 0,28% em igual medição de agosto. Isso porque o repasse dos aumentos de preços agrícolas atacadistas para o varejo ocorre em ritmo rápido. (Agências)

SECRETARIA DA SAÚDE DIVISÃO TÉCNICA DE SUPRIMENTOS - SMS.3 ABERTURA DE LICITAÇÃO Encontra-se aberto no Gabinete: REABERTURA - PREGÃO PRESENCIAL 246/2010-SMS.G, processo 2009-0.310.244-3, destinado à CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA EM CONSTRUÇÃO, MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE CÂMARA FRIA PARA ARMAZENAMENTO DE IMUNOLÓGICO, para a Coordenação de Vigilância em Saúde - COVISA/Centro de Controle de Doenças - CCD, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá a partir das 14 horas do dia 06 de outubro de 2010, a cargo da 3ª Comissão Permanente de Licitações da Secretaria Municipal da Saúde. RETIRADA DO EDITAL O edital do pregão acima poderá ser consultado e/ou obtido nos endereços: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, ou, no gabinete da Secretaria Municipal da Saúde, na Rua General Jardim, 36 - 3º andar - Vila Buarque São Paulo/SP - CEP 01223-010, mediante o recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital, através do DAMSP, Documento de Arrecadação do Município de São Paulo. DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO PRESENCIAL Os documentos referentes ao credenciamento, os envelopes contendo as propostas comerciais e os documentos de habilitação das empresas interessadas, deverão ser entregues diretamente ao pregoeiro, no momento da abertura da sessão pública de pregão.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Se proposta não for aprovada, a greve poderá ser iniciada no dia 29. Juvandia Moreira Leite, presidente do sindicato dos bancários

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Sindicato dos bancários ensaia greve no Centro de São Paulo Trabalhadores reivindicam aumento salarial, mais participação nos lucros, plano de carreira e outros benefícios. Roberto Parizotti/Divulgação

Categoria tem obtido ganhos

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Segundo dados do sindicato dos bancários, manifestação reuniu cerca de 6 mil integrantes da categoria.

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Mantega: Fundo Soberano atuará em leilões cambiais.

Oferta traz mais dólares ao País

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movimentação em torno da oferta de ações da Petrobras levou o Brasil a registrar a maior entrada de dólares no País em 11 meses. Dados do Banco Central mostram um fluxo de US$ 11 bilhões em setembro até a última sexta. Somente na semana passada, entraram US$ 9 bilhões. Esse é o maior valor registrado desde outubro de 2009, quando entraram US$ 14,6 bilhões. Na época, o resultado foi influenciado pela oferta de ações da operação do Santander no Brasil. Para evitar uma queda maior da moeda no país, o BC comprou na semana passada US$ 5 bilhões. No acumulado do mês, já foram adquiridos US$ 5,9 bilhões, maior volume desde outubro do ano passado. "Esse volume muito grande da semana passada é dinheiro para a capitalização da Petrobras, com os investidores se antecipando'', disse o economista Mario Battistel, da Fair Corretora de Câmbio.

DALLEMAQ

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Fundo Soberano está pronto para atuar na área cambial, informou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O fundo passou a ser habilitado a participar de leilões de compra de dólares caso seja necessário. O ministro não quis antecipar se a alternativa será utilizada no momento. "Ele está pronto. Isso [se é necessário fazer a compra dólares para equilibrar o câmbio], não vou dizer. Temos que avaliar as condições, mas ele não começou a atuar ainda", afirmou. O ministro não revelou se há um valor de referência para as atuações do governo. "Não tem referência porque é flutuante e depende da valorização e da desvalorização." Um das grandes preocupações é com a valorização excessiva do real e, por outro lado, com a queda no valor do dólar depois que o Brasil pass o u a re c e b e r u m v o l u m e grande de investimentos, a ter uma taxa de juros atrativa para os investidores e a atrair recursos por causa da capitalização da Petrobras. (ABr)

Segundo BC, entraram US$ 11 bilhões no Brasil em setembro.

O aumento nas compras de dólares é uma das estratégias do governo para tentar evitar que o preço de venda da moeda fique abaixo de R$ 1,70. Para Battistel, a atuação do BC e do Fundo Soberano (veja matéria ao lado) deve contribuir para evitar uma valorização maior do real e reduzir a volatilidade nesse mercado nos próximos meses. O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, avalia que o dólar vai continuar sendo

pressionado pelas captações externas de empresas brasileiras e pela entrada de capital estrangeiro em busca de maior rentabilidade. "Enquanto os estrangeiros vêm aqui procurar juros de 10,75% para aplicar, nós vamos lá fora atrás de taxas de 2% ao ano para captar.'' O Banco Central também informou que os bancos reduziram as apostas na valorização do real e estão hoje "vendidos'' em US$ 11 bilhões, ante US$ 13,7 bilhões no final de agosto. (Folhapress)

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homens são obrigados a usar gravata e calça social. O valor l í q u i d o c a i p a r a c e rc a d e R$ 800. Isso não dá para viver", analisou a dirigente. Fenaban – De acordo com a assessoria de imprensa da Fenaban, a manifestação realizada ontem de manhã pelos bancários não se justifica, em razão do processo atual de negociações feitas entre a entidade patronal e a categoria.

Vanderlei Almeida/AFP

RE Instituto de Beleza

cos. Ela afirma que as seis maiores instituições financeiras do País tiveram rentabilidade média de 25% no primeiro semestre deste ano. "O índice do Itaú, por exemplo, chegou a 29%." Outra reclamação manifestada pelos bancários é em relação ao valor do piso salarial, atualmente de R$ 1.074. "Os bancários estudam e têm que se vestir de modo clássico – os

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riores, os banqueiros ouviram as reivindicações. Agora, apresentarão uma proposta, que será colocada em análise numa assembleia, no dia 28 de setembro. Se ela não for aprovada, a greve poderá ser iniciada no dia 29", detalhou a presidente do sindicato. A dirigente diz que o aumento salarial tem que acontecer na mesma proporção do crescimento do lucro dos ban-

panhas salariais realizadas nos últimos anos. Em 2007, ela situou-se em 80% do salário fixo mais adicional de R$ 878. No ano seguinte, 90% e R$ 966. Em 2009, os bancários obtiveram um percentual de 90% mais R$ 1.024. Outras reivindicações – De acordo com o sindicato, outras reivindicações foram incorporadas aos ganhos dos bancários nos últimos anos. Entre elas, destacam-se o auxílio-creche, que foi conquistado em 1981 para crianças de até 70 meses de idade (e ampliado em 1992 para 83 meses). No caso do vale-alimentação, sua garantia foi oficializada durante a campanha salarial de 1994. Na época, o valor do benefício foi fixado em R$ 80. A igualdade de oportunidades profissionais, independentemente de sexo, raça ou religião, foi estabelecida em 2000. Em 2007, foi a vez da 13ª cesta-alimentação, inclusive para gestantes em período de licença-maternidade. Esta última teve o seu período ampliado de quatro para seis meses em 2009.

paralisação de ontem deu início à campanha salarial dos bancários de 2010. De acordo com o sindicato da categoria, existem 130 mil trabalhadores atuando na cidade, e 460 mil em todo o País. Os bancários têm uma trajetória positiva de reivindicações atendidas nos anos anteriores. Em 2009, por exemplo, eles obtiveram 6% de reajuste salarial, o que resultou em aumento real de 1,5%. O reajuste foi proposto pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e aceita após uma greve que durou 15 dias. Em 2008, conseguiram aumento real de 5%, auxílio-creche de R$ 415, vale-refeição diário de R$ 17,50 e participação nos lucros e resultados de três salários, acrescida de mais R$ 3,5 mil fixos. No ano anterior, a categoria obteve reajuste salarial de 6%, com aumento real de 1,13% e, em 2006, o resultado foi de 3,5% (reajuste) e 0,63% (aumento real). Quanto à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a categoria também obteve ganhos sucessivos nas cam-

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manifestação realizada ontem de manhã pelos bancários pode ser a prévia de uma greve na próxima quarta-feira. Durante o Dia Nacional da Luta da categoria, as agências da região central de São Paulo ficaram fechadas até as 11 horas. Os dirigentes do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região chegaram por volta das 7 horas ao centro paulistano e, aos poucos, os trabalhadores foram aderindo à manifestação. De acordo com a presidente do sindicato, Juvandia Moreira Leite, 6 mil funcionários de 63 agências e cinco centros administrativos participaram do movimento. As principais reivindicações são 5% de aumento salarial real (11%, se incluída a reposição da inflação), participação nos lucros de três salários mais R$ 4 mil, plano de carreira, cargos e salários, vales alimentação e refeição, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche no valor de um salário-mínimo (R$ 510), além de auxílio-educação para graduação e pós. Negociações – Hoje acontece a quinta reunião entre a categoria e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). "Nos quatro encontros ante-

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DIà RIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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5 O metro quadrado mais elevado se manteve com a Quinta Avenida, em Nova York: US$ 1,7 mil por mĂŞs.

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Iguatemi: um dos aluguĂŠis mais elevados do mundo.

Receita de aĂŠreas estĂĄ em ascensĂŁo

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s companhias aĂŠreas mundiais devem lucrar US$ 8,9 bilhĂľes em 2010 ante estimativa preliminar de US$ 2,5 bilhĂľes apresentada em junho. A nova previsĂŁo foi divulgada ontem pela Associação Internacional de Transporte AĂŠreo (Iata, na sigla em inglĂŞs). "A recuperação da indĂşstria foi mais forte e mais rĂĄpida do que qualquer um previu", disse o diretor-geral da entidade, Giovanni Bisignani. Segundo ele, a lucratividade que a associação estĂĄ projetando representarĂĄ uma recuperação em relação Ă perda de US$ 50 bilhĂľes registrada durante a dĂŠcada anterior. A Iata prevĂŞ ainda que o faturamento subirĂĄ para US$ 560 bilhĂľes, ante US$ 545 bilhĂľes previstos inicialmente. A projeção ĂŠ levemente menor que a receita de US$ 564 bilhĂľes alcançada em 2008, quando o ciclo econĂ´mico anterior atingiu o pico. Bisignani afirmou que, apesar da forte recuperação observada neste ano, "uma revisĂŁo da realidade estĂĄ a caminho". A estimativa inicial da associação para 2011 aponta uma queda da lucratividade do segmento para US$ 5,3 bilhĂľes. "HĂĄ ligeiras dĂşvidas sobre o quanto essa tendĂŞncia de alta cĂ­clica durarĂĄ. Mesmo se ela for sustentĂĄvel, as margens de lucro que nĂłs operamos sĂŁo tĂŁo estreitas que, mesmo que eles aumentem em 3,5 vezes, isso gerarĂĄ somente uma margem de 1,6%", disse o executivo. De acordo com ele, o nĂşmero ĂŠ menor que a margem de 2,5% registrada no pico do ciclo anterior em 2007 e bem abaixo da quantia que cobre o custo de capital. O segmento de aviação esteve entre os mais duramente atingidos pela crise financeira mundial entre 2008 e 2009. Mesmo as mais lucrativas companhias entraram no vermelho, afetadas pela queda significativa de negĂłcios e da demanda por viagens de lazer. De modo geral, a procura por deslocamentos aĂŠreos em 2010 deverĂĄ crescer 11% neste ano, ante previsĂŁo anterior de alta de 10,2%. JĂĄ a capacidade deverĂĄ aumentar 7% na comparação com os 5,4% previstos originalmente. Brasil – Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂ­stica (IBGE), foi verificada alta de 7,25% nos preços dos bilhetes aĂŠreos, na segunda prĂŠvia do Ă?ndice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) em setembro. A variação superou a elevação do Ă­ndice como um todo, que ficou em 0,31% neste mĂŞs. TambĂŠm ontem, a companhia brasileira TAM e a empresa japonesa ANA (All Nippon), membros da Star Alliance, anunciaram que vĂŁo ampliar parceria por meio de um acordo de compartilhamento de voo, que terĂĄ inĂ­cio em 15 de outubro, apĂłs aprovação governamental. Elas vĂŁo conectar diariamente TĂłquio e SĂŁo Paulo via Londres. A TAM passarĂĄ o cĂłdigo de voo JJ para os voos da ANA entre o aeroporto de Narita (TĂłquio) e Heathrow (Londres). JĂĄ a ANA vai colocar o cĂłdigo NH nos voos da TAM de Heathrow para Guarulhos (SĂŁo Paulo). O compartilhamento tem por objetivo aumentar a presença das companhias nos respectivos mercados e facilitar a viagem de passageiros que se dirigem a outras cidades da Ă sia e da AmĂŠrica do Sul. Desde maio, clientes das duas empresas e participantes do "TAM Fidelidade" e do "ANA Mileage Club". Eles jĂĄ acumulam e resgatam pontos em ambas. (AgĂŞncias)

Custo do metro quadrado do centro de compras ocupa 11ª posição entre as åreas comerciais de maior valor

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o tÊrmino da reunião de setembro do comitê de mercado aberto (Fomc, na sigla em inglês), o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) indicou que estå ficando desconfortåvel com a perspectiva para a economia em 2011, mas evitou adotar procedimentos para estimular a recuperação em meio a um intenso debate interno sobre o que fazer a seguir. Assim, o Fed manteve, ontem, a taxa de juro na

PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 097/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6614/5900/2010. OBJETO: BISCOITO DOCE TIPO SEQUILHOS SABOR LEITE. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 10:00h do dia 06 DE OUTUBRO DE 2010. PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 098/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6616/5900/2010. OBJETO: BISCOITO WAFER CHOCOLATE COM RECHEIO SABOR BAUNILHA. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 14:30h do dia 06 DE OUTUBRO DE 2010. PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 099/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6617/5900/2010. OBJETO: BISCOITO WAFER CHOCOLATE COM RECHEIO SABOR MORANGO. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 10:00h do dia 07 DE OUTUBRO DE 2010. PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 100/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6610/5900/2010. OBJETO: BEBIDA LACTEA U.A.T. OU U.H.T. SABOR MORANGO. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 14:30h do dia 07 DE OUTUBRO DE 2010. PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 101/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6611/5900/2010. OBJETO: BEBIDA LACTEA U.A.T. OU U.H.T. SABOR CHOCOLATE. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 10:00h do dia 08 DE OUTUBRO DE 2010. PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 102/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6612/5900/2010. OBJETO: BEBIDA LACTEA U.A.T. OU U.H.T. COM FRUTAS. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 14:30h do dia 08 DE OUTUBRO DE 2010. PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 103/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7525/5900/2010. OBJETO: PĂ“ PARA PREPARO DE REFRESCO SABOR PESSEGO. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 10:00h do dia 13 DE OUTUBRO DE 2010. PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 104/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7526/5900/2010. OBJETO: PĂ“ PARA PREPARO DE REFRESCO SABOR MANGA. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 14:30h do dia 13 DE OUTUBRO DE 2010. PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 105/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7527/5900/2010. OBJETO: PĂ“ PARA PREPARO DE REFRESCO SABOR MAMĂƒO COM LARANJA. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 10:00h do dia 14 DE OUTUBRO DE 2010. PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 106/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7529/5900/2010. OBJETO: PĂ“ PARA PREPARO DE REFRESCO SABOR TANGERINA. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 14:30h do dia 14 DE OUTUBRO DE 2010. PREGĂƒO (presencial), para Registro de Preço DSE nÂş 107/10 RP. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7536/5900/2010. OBJETO: SUCO DE LARANJA INTEGRAL. A SessĂŁo PĂşblica do PregĂŁo serĂĄ realizada no Departamento de Suprimento Escolar, na Rua Treze de Maio, 1.413 Bela Vista - SĂŁo Paulo/SP, com inĂ­cio previsto Ă s 10:00h do dia 15 DE OUTUBRO DE 2010. Edital completo Ă disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ÂŞ a 6ÂŞ feira, no horĂĄrio das 8h Ă s 17h.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAĂ‡ĂƒO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 21 de setembro de 2010, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Auto Serviço Suelly Ltda. - Requerido: Crisciuma Comercial e Construtora Ltda. - Praça Tókio, 20, sala 01 - 1ª Vara de Falências Requerente: Arnirubber Indústria e ComÊrcio de Borrachas Ltda. - Requerido: Vibrasil Indústria de Artefatos de Borracha Ltda. - Rua Coriolano Durand, 758 - 1ª Vara de Falências Requerente: Banco Safra S/A. - Requerido: Do It Tecnologia e Consultoria em Informåtica Ltda. - Rua Guararapes, 2.064 - 2ª Vara de Falências

Custo-benefĂ­cio: estabelecimento ĂŠ referĂŞncia do mercado de luxo do Brasil, que estĂĄ concentrado na capital paulista.

Cushman & Wakefield, John Strachan. O relatĂłrio destacou que as economias emergentes, sobretudo na Ă sia, devem continuar puxando o segmento para cima. Na AmĂŠrica Latina, o destaque ĂŠ o Brasil – em especial a ĂĄrea dos Jardins, em SĂŁo Paulo – na qual a rua Haddock Lobo registrou a maior elevação global no valor do aluguel: 92%. "A maior parte do mercado de luxo do Brasil – 70% – estĂĄ concentrada em SĂŁo Paulo. A demanda por lojas tem aumentado nas ruas Oscar Freire, Haddock Lobo e Lorena, assim como no Shopping Iguatemi", disse a gerente de Pesquisa da agĂŞncia na AmĂŠrica

do Sul, Mariana Mokayad Hanania. "A disponibilidade nessas ĂĄreas estĂĄ extremamente

reduzida e o valor dos aluguĂŠis estĂĄ aumentando de forma contĂ­nua." (BBC Brasil)

Fed mantĂŠm taxa de juros

GOVERNO DO ESTADO DE SĂƒO PAULO

FALĂŠNCIA, RECUPERAĂ‡ĂƒO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAĂ‡ĂƒO JUDICIAL

Newton Santos/Hype

aluguel de um metro quadrado no Shopping Iguatemi de SĂŁo Paulo jĂĄ ĂŠ o 11Âş mais elevado entre todas as principais ĂĄreas de comĂŠrcio do mundo, segundo ranking divulgado ontem pela agĂŞncia imobiliĂĄria internacional Cushman & Wakefield. Ao custo de cerca de US$ 360 por mĂŞs, o espaço de compras no centro comercial paulista supera o valor de qualquer outra locação comercial entre os paĂ­ses emergentes. Com cerca de US$ 17,3 a mais por mĂŞs, ĂŠ possĂ­vel pagar por um metro quadrado na Kaufingerstrasse, em Munique, que ocupa a 10ÂŞ posição na lista. O topo do metro quadrado mais elevado se manteve neste ano com a Quinta Avenida, em Nova York: US$ 1,7 mil por mĂŞs. A segunda posição tambĂŠm se repete com a Causeway Bay, em Hong Kong: US$ 1,5 mil (veja tabela). A novidade quanto Ă inversĂŁo de posiçþes estĂĄ relacionada a dois pontos de compra da Europa – a New Bond Street, em Londres, e a Avenida Champs ElysĂŠes, em Paris. Um metro quadrado na avenida londrina custa US$ 750 por mĂŞs, enquanto o mesmo espaço na locação parisiense atinge US$ 710 mensais. O relatĂłrio acompanha o valor dos aluguĂŠis em 269 pontos comerciais em 59 paĂ­ses e se define como um barĂ´metro do segmento varejista. "Os efeitos da recessĂŁo econĂ´mica global ainda estĂŁo sendo sentidos, mas nos principais locais de compra do mundo a demanda tem continuado a superar a oferta e o apetite pelas marcas internacionais tem resultado em aumentos da renda", disse o diretor de Varejo da

SISTRAN INFORMĂ TICA LTDA. CNPJ/MF nÂş 59.941.393/0001-80 Edital de Convocação para ReuniĂŁo de SĂłcios - Ficam convocados, os senhores quotistas, dentro dos prazos estipulados em lei, para a ReuniĂŁo de SĂłcios a realizar-se Ă s 10h do dia 30 de setembro de 2010, na sede da Sistran InformĂĄtica Ltda., localizada na Alameda Araguaia nÂş 762 - Loja 15-Superior, CondomĂ­nio Flamingo Mall, Alphaville, na cidade de Barueri, Estado de SĂŁo Paulo, para deliberar sobre a seguinte pauta: (i) aprovação da remuneração do Administrador; (ii) reporte da administração acerca da situação da Sistran InformĂĄtica Ltda. apĂłs a mudança de Administrador; (iii) reporte do status do levantamento do balanço especial, com data-base de 16/8/2010; (iv) ratiďŹ cação da contratação de Auditor Independente; (v) contratação de Controller; (vi) ratiďŹ cação da agenda, do escopo de trabalho e das atribuiçþes do Grupo de Trabalho para a discussĂŁo e equalização dos negĂłcios de Sistran InformĂĄtica Ltda. e Sistran Consultores S.A.; e (vii) ratiďŹ cação do pedido de desistĂŞncia da representação na Ordem dos Advogados do Brasil movida pela Sistran InformĂĄtica Ltda. Barueri/SP, 20 de setembro de 2010. Ă ureo Sandoval Crespo - Administrador.

Para anunciar Ligue: 11 3244-3175

faixa de zero a 0,25% ao ano, o recorde de baixa em que estå desde dezembro de 2008, conforme era esperado. A autoridade monetåria dos Estados Unidos indicou que estå insatisfeita com os recentes níveis muito baixos de inflação e disse que espera que a recuperação de uma profunda recessão seja modesta no curto prazo. Na opinião de alguns analistas, mais compras de bônus para estimular o aumento podem ocorrer.

"As medidas de inflação subjacente estĂŁo atualmente em nĂ­veis algo abaixo daqueles que o comitĂŞ julga mais consistente, no longo prazo, com seu mandato para promover emprego mĂĄximo e estabilidade de preço", informa o comunicado. TĂ­tulos – Para combater a recessĂŁo que começou em dezembro de 2007 e terminou em junho de 2009, o Fed primeiramente cortou o juro para prĂłximo de zero. Entre outras

COMUNICADO DE EXTRAVIO A empresa SEGPORT SERVIÇOS DE PORTARIA LTDA-ME, situada na Rua Giuseppe Tartini, n° 878 - Jd. SĂŁo Bernardo/ SĂŁo Paulo (SP), CEP: 04844-300, CNPJ nÂş 10.172.824/0001-00, CCM: 3.783.008-2, comunica o Extravio do talĂŁo de NFS sĂŠrie “Aâ€? de ordem n° 1, do nĂşmero 001 ao 050, de AIDF 4935.

Posto de Serviços D’Alcântara Ltda, torna pĂşblico que recebeu na Cetesb a Licença de Operação 29004822 vĂĄlida atĂŠ 20/09/2015, para atividade de comĂŠrcio de produtos derivados de petrĂłleo, sito Ă R. Alcântara,590 - Vila Maria - SĂŁo Paulo - SP. Auto Posto Novo Perus Ltda, torna pĂşblico que recebeu da Cetesb a Licençade Instalação 29003197 e requereu a Licença de Operação para ativ. de com. de produtos derivados de petrĂłleo, Av. Fiorelli Peccicacco, 1243 - Vila Malvina CEP: 05201-050- SĂŁo Paulo - SP. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAĂ‡ĂƒO

GOVERNO DO ESTADO DE SĂƒO PAULO

FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS A FUNDAĂ‡ĂƒO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAĂ‡ĂƒO - FDE comunica Ă s empresas interessadas que se acha aberta licitação para Reforma de PrĂŠdio Escolar: TOMADA DE PREÇOS NÂş - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAĂ‡ĂƒO - PRAZO - Ă REA (se houver) - PATRIMĂ”NIO LĂ?QUIDO MĂ?NIMO P/ PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAĂ‡ĂƒO - ABERTURA DA LICITAĂ‡ĂƒO (HORA E DIA) 05/15544/10/02 - EE Frederico Vergueiro Steidel - Rua Atlântida, 8 - Vila CarrĂŁo - SĂŁo Paulo - SP - 90 - R$ 45.521.00 - R$ 4.552.00 - 09:30 - 13/10/2010. As empresas interessadas poderĂŁo obter informaçþes e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI, na SEDE DA FDE na SupervisĂŁo de Licitaçþes, na Av. SĂŁo LuĂ­s, 99 - RepĂşblica - CEP: 01046-001 - SĂŁo Paulo/SP ou atravĂŠs da Internet, pelo endereço eletrĂ´nico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderĂŁo adquirir o Edital completo atravĂŠs de CD-ROM, a partir de 22/09/2010, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horĂĄrio das 08:30 Ă s 17:00 horas, mediante pagamento nĂŁo reembolsĂĄvel de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverĂŁo estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada Ă SupervisĂŁo de Licitaçþes da FDE, atĂŠ Ă s 17:00 horas, do dia 07/10/2010, conforme valor indicado acima. Os invĂłlucros contendo a PROPOSTA COMERCIAL e os DOCUMENTOS DE HABILITAĂ‡ĂƒO deverĂŁo ser entregues na SEDE DA FDE, atĂŠ 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação serĂĄ processada em conformidade com a LEI FEDERAL nÂş 8.666/93 e suas alteraçþes, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAĂ‡ĂƒO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAĂ‡ĂƒO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAĂ‡ĂƒO - FDE. As propostas deverĂŁo obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FĂ BIO BONINI SIMĂ•ES DE LIMA Presidente

Companhia Aberta CNPJ nº 97.837.181/0001-47 - NIRE 35.300.154.410 Ata Sumåria da Reunião do Conselho de Administração, realizada no dia 04 de Agosto de 2010

DTEX3

Local e Hora: Av. Paulista, 1.938 - 5Âş andar, na cidade de SĂŁo Paulo, Estado de SĂŁo Paulo, Ă s 09h. Mesa: Salo Davi Seibel - Presidente; Andrea Ferreira - SecretĂĄria. Quorum: Totalidade dos membros eleitos. Deliberaçþes Tomadas por Unanimidade dos Presentes: 1. Aprovadas as Informaçþes Trimestrais da Companhia, referentes ao 2Âş trimestre de 2010, as quais serĂŁo divulgadas na forma da legislação e demais normas que regulamentam a matĂŠria. 2. Aprovada, “ad referendumâ€? da AssemblĂŠia Geral, nos termos do artigo 29.2 do estatuto social, a distribuição e o pagamento de juros sobre o capital prĂłprio no valor total de R$ 65.623.736,78, aos titulares de açþes escriturais em 04/08/2010, a razĂŁo de R$ 0,1433208 por ação. O pagamento terĂĄ inĂ­cio no dia 13/08/2010, pelo valor lĂ­quido de R$ 0,1218227 por ação, jĂĄ deduzido o imposto de renda na fonte de 15%, exceto para acionistas pessoas jurĂ­dicas que comprovarem atĂŠ a data do inĂ­cio do pagamento, a sua condição de imune ou que estejam desobrigadas da retenção por disposição legal, sendo que as açþes a partir de 05/08/2010, inclusive, serĂŁo negociadas na BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros “ex-juros sobre o capital prĂłprioâ€?. A importância correspondente ao referido pagamento, serĂĄ imputada no cĂĄlculo do dividendo obrigatĂłrio do exercĂ­cio de 2010, em conformidade com a Lei nÂş 9.249/95. 3. Aprovada a nomeação de Renato Aguiar Coelho, brasileiro, casado, engenheiro, portador da CĂŠdula de Identidade RG nÂş 13.254.429-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nÂş 096.729.988-80, domiciliado na cidade de SĂŁo Paulo, estado de SĂŁo Paulo, na Av. Paulista nÂş 1.938 - terraço, eleito Diretor Gerente por este ĂłrgĂŁo, em 07/05/2010, para exercer o cargo de Diretor Executivo da Sociedade, a partir desta data, com mandato atĂŠ a posse dos diretores a serem eleitos em 2011. SĂŁo Paulo, 04 de agosto de 2010. (aa) Salo Davi Seibel - Presidente, Andrea Ferreira - SecretĂĄria, Alcides Lopes TĂĄpias, Alfredo Egydio Arruda Villela Filho, FĂĄbio Schvartsman, Helio Seibel, Olavo Egydio Setubal JĂşnior, Ricardo Egydio Setubal, Rodolfo Villela Marino e RogĂŠrio Ziviani. Certifico que a presente ĂŠ cĂłpia fiel da original lavrada no livro prĂłprio. Andrea Ferreira - SecretĂĄria. JUCESP nÂş 309.990/10-5 em 26/08/2010. KĂĄtia Regina Bueno de Godoy - SecretĂĄria Geral.

medidas, na reuniĂŁo de agosto, as autoridades do banco central norte-americano informaram que irĂŁo reinvestir os recursos dos tĂ­tulos lastreados em hipotecas que estĂŁo vencendo em Treasuries. O presidente do Fed de Kansas City, Thomas H. Hoenig, foi novamente o Ăşnico voto discordante entre os membros que votaram na reuniĂŁo do Fomc. Foi contrĂĄrio Ă decisĂŁo do banco central pela sexta vez neste ano.

COMUNICADO

Telecom Net S.A. Logística Digital, estabelecida na Rua Bandeira Paulista, 600, conj. 121/122, Itaim Bibi, São Paulo/SP, inscrita no CNPJ sob nº 03.282.579/0001-10 e no Estado de São Paulo sob nº 149.424.880.110, comunica o extravio da 1ª e 3ª via das Notas Fiscais modelo 1 com numeração: 034773, 034774, 034811, 034812, 034825, 035128 e 035130, as quais foram extraviadas durante o transporte, conforme declaração de extravio emitida pela transportadora em 17/09/10.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SĂƒO JOSÉ DO RIO PRETO SERVIÇO MUNICIPAL AUTĂ”NOMO DE Ă GUA E ESGOTO DE SĂƒO JOSÉ DO RIO PRETO – SeMAE AVISO DE ABERTURA DE LICITAĂ‡ĂƒO – PREGĂƒO PRESENCIAL 12/2010 – PROC. 101/2010. Data de realização: 05.10.2010, a partir das 08h30. Custo global estimado: R$ 1.953.278,47. Objeto: Contratação de empresa especializada para a cessĂŁo de conjunto de aferição remota do consumo de usuĂĄrios do Serviço Municipal AutĂ´nomo de Ă gua e Esgoto – SeMAE do MunicĂ­pio de SĂŁo JosĂŠ do Rio Preto/SP, incluindo os Distritos de Talhados e de Engenheiro Schmidt, com fornecimento de materiais, equipamentos, softwares e serviços necessĂĄrios Ă execução desses. Demais informaçþes e retirada do edital com a C.L., na Rua AntĂ´nio de Godoy, 2.181, Jd. Seixas, S. J. do Rio Preto/ SP, das 7h30 Ă s 12h00 e das 13h30 Ă s 17h00, de segunda a sexta, no fone/fax: (17) 3211-8105, e pĂĄgina do SeMAE na internet: www.semae.riopreto.sp.gov.br. S. J. Rio Preto, 21.09.2010 – Alan Sinibaldi Cornachioni – Pregoeiro – SeMAE.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Se (o IGF) passar no Congresso, grande parte do patrimônio será repassada ao governo. Ives Gandra Martins, jurista

conomia

Reforma tributária urgente

O governo deveria gerir seus gastos da mesma forma que um empresário administra seu negócio, com eficiência na busca de cortar custos.

98% dos participantes do seminário do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) querem mudanças já. Para 79% deles, é essencial o fim da guerra fiscal. Sílvia Pimentel

ALENCAR BURTI, ACSP E FACESP Patrícia Cruz/LUZ

A Temos uma política de arrecadação porque não há vontade do governo em tempo algum de promover mudanças. IVES GANDRA MARTINS, Piti Reali/Divulgação

JURISTA

reforma tributária deve ser feita com urgência no próximo governo na opinião de 98% dos empresários. Esse foi o resultado de uma enquete realizada ontem, na capital paulista, com 172 dirigentes de empresas reunidos no seminário do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), que teve a participação do jurista Ives Gandra Martins. Para 70% dos participantes do evento, a reforma tributária deve priorizar a redução do peso dos impostos. Dos entrevistados, 79% defendem a eliminação de incentivos fiscais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), a guerra fiscal. Depois de fazer uma retrospectiva das tentativas frustradas dos últimos governos de aprovar alterações no modelo atual, Ives Gandra afirmou que, no Brasil, não existe uma política tributária. "Temos uma política de arrecadação porque não há vontade do governo em tempo algum de promover mudanças". Essa falta de disposição, na opinião do jurista, decorre do fato de a União deter quase 60% do total de tributos arrecadados no País. Outra barreira é a insistência dos estados em continuar com a guerra fiscal, com

intuito de não perder a arrecadação. "Estamos na estaca zero, apesar de inúmeras propostas apresentadas no Congresso Nacional", disse. Monstro – Além de vontade política, defendeu o jurista, o governo precisa reduzir gastos para implementar com sucesso uma reformulação do atual sistema. "No Brasil, os tributos são condicionados à carga burocrática, da qual o governo não quer abrir mão", afirmou Ives, ao lembrar que, embora a arrecadação de tributos represente quase 35% do Produto Interno Bruto (PIB), os investimentos públicos respondem por apenas 1%. "Os impostos são usados para sustentar a carga burocrática. Precisamos vencer esse monstro", afirmou. Na opinião do jurista, isso só será possível com a pressão da sociedade junto ao Congresso Nacional. Durante o encontro, ele lembrou que as últimas mudanças no modelo tributário, que transformaram, por exemplo, o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) em tributos não-cumulativos, só trouxeram benefícios ao governo na forma de aumento de arrecadação. "As receitas com o PISCofins tiveram um aumento de 50%", calculou. Grandes fortunas – Sobre as eleições e uma possível vitó-

ria de Dilma Rousseff à presidência da República, o jurista alertou os empresários para a volta da discussão da cobrança do Imposto sobre Grandes Fortunas, ou IGF, a ser aplicado sobre o patrimônio superior a R$ 2 milhões e com alíquota de até 5%. A proposta para incluir o tributo no sistema foi aprovada por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. "Se passar no Congresso, grande parte do patrimônio de vocês será repassada ao governo", finalizou. Presente ao encontro de empresários, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, disse compartilhar com as opiniões de Ives Gandra. "Elas sintetizam o desejo do País", completou. Na opinião do dirigente, a complexidade do atual sistema de cobrança de impostos e a dimensão da carga tributária escondem principalmente das pessoas de baixa renda o quanto elas recolhem aos cofres públicos. "Acho que o governo deveria gerir seus gastos da mesma forma que um empresário administra seu negócio, com eficiência na busca de cortar custos. Só assim o País estará bem preparado para competir com outras nações", concluiu Burti.

Polícia mira boletos falsos Nove empresas suspeitas de enviar falsas cobranças são investigadas.

A

prática de supostas entidades empresariais de enviar boletos de cobrança a empresários que acabaram de obter o CNPJ e pior, usando nomes de entidades conhecidas no mercado para confundir o destinatário, virou caso de polícia. O chamado "golpe do boleto" está sendo investigado pelo Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). De acordo com o delegado Antônio Carlos Menezes Barbosa, pelo menos nove empresas estão sob investigação e vários inquéritos já foram abertos. Apesar disso, os empresários de primeira viagem, ou que acabaram de abrir seu negócio, devem se cercar de cuidados para não cair na armadilha. A Associação Comercial e Empresarial do Brasil está entre as investigadas, mas continua agindo porque o inquérito ainda não foi finalizado. Há casos recentes de empresários que receberam boletos no valor de R$ 259,80, referentes à contribuição associativa anual. O delegado afirma que o tamanho do processo é monstruoso pelo número expressivo de vítimas, inclusive fora do Estado de São Paulo. Sem entrar no mérito dos serviços oferecidos, o fato é que muita gente pagou, pensando se tratar da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "A ACSP, por ser tradicional, idônea e conhecida, é usada para esses clones", diz o delegado. Outra suposta entidade na mira da polícia pelo número de reclamações registradas é a Associação Comercial e Empresarial do Estado de São Paulo. Mais ambiciosa, há boletos emitidos recentemente

Marcela

Spinosa

/AE

Recomendação da Associação Comercial é que os novos empresários fiquem atentos às cobranças.

no valor de R$ 479,98, referentes à contribuição anual. Os endereços das empresas que acabam de ser formalizadas, em geral, são apanhados no Diário Oficial do Estado (DOE), onde a Junta Comercial, pela legislação em vigor, é obrigada a informar. As supostas entidades empresariais não dão trabalho apenas aos empresários que pagam por descuido o boleto. A polícia também enfrenta dificuldades para coibir esse golpe, porque sempre aparecem empresas usando a mesma tática. Muitas vezes são abertas pelos responsáveis das empresas fechadas pela polícia na gestão, que usam laranjas para continuar atuando. Sendo assim, por ora, a recomendação é ficar atento aos avisos de cobrança e, na dúvida, procurar o contador. (SP)

Adesão à ACSP

A

Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com 116 anos, possui uma divisão interna específica para captar sócios. O Departamento de Novos Associados (UNA) tem equipes de profissionais responsáveis em promover visitas aos empresários com o intuito de mostrar os serviços voltados à proteção do crédito. Para ser associado de fato, o empresário precisa preencher e assinar uma ficha de filiação. A captação de novos membros também é feita por indicação de pessoas que já conheçam os serviços ou durante cursos, palestras e eventos promovidos na sede da entidade, na região central, ou nas suas 15 distritais espalhadas pela cidade. "Não enviamos qualquer tipo de cobrança para quem não é associado", reforça o economista Marcel Solimeo, do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da ACSP. (SP)


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