Diário do Comércio

Page 1

Jornal do empreendedor

Ano 86 - Nº 23.296

Conclusão: 23h45

www.dcomercio.com.br

R$ 1,40

São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

Tudo pela Liber tadores Dentinho (foto) marcou no empate contra o Noroeste (1 a 1). Quarta, no Pacaembu, espera abrir a defesa do Tolima, da Colômbia, e empurar o Timão para a vitória. Esporte, pág. 19

Nosso presente para São Paulo

Paulo Pampolin/Hype

ESPECIAL

No caderno do aniversário da Cidade, os feitos do nosso 1º prefeito, os desafios que SP tem de enfrentar, a homenagem de Theo de Barros, o bolo da festa... Quer a receita? www.dcomercio.com.br/especiais/bolo/

Miguel Schincariol/Perspectiva/AE

Sérgio Neves/AE

Vaza versão palestina do processo de paz com Israel. "A paz está morta". Papéis secretos de 10 anos de negociaçõesde paz serão revelados pela TV al-Jazira e pelo The Guardian. As revelações são explosivas. Abaixo, parte antiga de Jerusalém. Pág. 7 Menahem Kahana/AFP

Jorge Silva/Reuters

São Paulo nas alturas O artista Eduardo Kobra concluiu seu painel no prédio do Sesc em homenagem aos 457 anos de SP. Pág. 8 HOJE Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 32º C. Mínima 20º C.

AMANHÃ Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 31º C. Mínima 20º C.

ISSN 1679-2688

23296

9 771679 268008

José Alencar: sem festa e sem boletim. Homenageado de SP, ex-vice fica internado, sem boletim médico. Pág. 8

Venezuela: festa da democracia. Democracia? Na celebração dos 53 anos do fim da ditadura de Marcos Perez Jimenez houve protestos contra Chávez. O oposicionista Peña Esclusa vai depor na 5ª. Autoridades brasileiras fazem campanha em sua defesa. Pág. 7


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2

o

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

Sem dúvida, trata-se do mais enxuto programa de administração da sociedade brasileira que pode ser concebido. Delfim Netto

pinião A firmeza fiscal dará musculatura ao BC e maior liberdade à Secretaria do Tesouro para definir um programa mais adequado de financiamento da dívida.

PAULO SAAB

IMPRESSÃO INICIAL SOBRE DILMA

N

Para recortar e guardar

C

omentei recentemente a forma objetiva como a presidente Dilma Roussef definiu, em seu discurso inaugural, alguns princípios de governança que vai obedecer. Vale a pena "guardar para cobrar". Ela falou, de modo simples e direto, como se segue: 1 ) O povo brasileiro não aceita que os governos gastem acima do que seja sustentável; 2) Os chefes de governo devem zelar pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência no serviço público; 3 ) É preciso lutar permanentemente pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora do nosso empresariado e a criatividade de nosso povo; 4) Os governos devem cuidar para que se garanta a mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa; 5) Igualmente, devem zelar pela mais ampla liberdade religiosa e de culto; 6) É obrigatória a observação criteriosa e permanente dos direitos humanos, tão cla-

DELFIM NETTO ramente consagradas em nossa Constituição e, enfim, 7) É dever maior da Presidência da República zelar pela obediência à Constituição. Sem dúvida, trata-se do mais enxuto programa de administração da sociedade brasileira que pode ser concebido. Basta observar: a) A combinação dos dois primeiros enunciados acima será suficiente para colocar em ordem, definitivamente, as finanças públicas brasileiras e dar ao Estado condições de cumprir bem o seu papel. É claro que está implícita a hipótese de que os brasileiros não aceitam, também, um nível de impostos acima do que já estão pagando. Cumpridos à risca, os dois princípios garantirão o equilíbrio fiscal com o déficit nominal convergindo para ze-

ro; a dívida pública/PIB convergirá para o nível desejado se o PIB crescer mais do que a taxa de juro real; b) O subproduto mais interessante da firmeza fiscal é que ela dará mais musculatura ao Banco Central (operacionalmente autônomo) e maior grau de liberdade à Secretaria do Tesouro Nacional para estabelecer um programa mais adequado de financiamento da dívida, o que permitirá reduzir a taxa de juro real. De um lado, isso reforçará a própria situação fiscal. De outro, tenderá a dar à taxa de câmbio real o seu velho papel de equilibrar o valor do fluxo de bens e serviços exportados com o do fluxo da importação de bens e serviços. Isso reduzirá a sobrevalorização cambial que nos acompanha há muito tempo e

está destruindo parte da sofisticada estrutura industrial que possuímos. c) Os princípios dois e três, combinados, produzirão uma substancial redução da ineficiente burocracia que entope os canais de comunicação entre o setor público e o privado. Diminuirão o custo absurdo dos excessos de regulação (que não regula e cria dificuldades), que só reduzem a nossa produtividade. Possibilitarão ainda aumentar a taxa de crescimento do PIB com os mesmos recursos, o que deverá acelerar a redução da relação dívida pública/PIB; d )Finalmente, os princípios quarto a sétimo assegurarão uma sociedade democrática, republicana e mais justa, como quer a nossa Constituição. Assim, olhados num simples artigo, podem parecer um exagero, mas tudo isso é verdade! ANTONIO DELFIM NETTO É PROFESSOR EMÉRITO DA

FEA/USP, EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO CONTATODELFIMNETTO

@TERRA.COM.BR

ão são dados de institutos de pesquisa e nem existe, nestes comentários aqui, cientificismo para justificar seu conteúdo. Trata-se do resultado de observações, conversas e respostas obtidas a, certamente, perguntas formuladas. Refere-se a como, num ambiente de nítida conotação empresarial, têm sido vistos os primeiros passos da gestão presidencial de Dilma Roussef. Não houve, nessa constatação, quem dissesse que ela começou mal. Alguns indicadores de bom início de gestão foram apontados aleatoriamente e algumas ressalvas foram feitas. Por exemplo: quem votou em Dilma, exulta. Assegura sua prévia certeza de que o comportamento da sucessora de Lula seria aplaudível. Não dá maior importância, ao menos no momento, para as composições politicamente lamentáveis feitas na formulação do ministério. Quem não votou em Lula reconhece que a primeira avaliação, mais baseada ainda em fatos do que em atos de governo, é positiva. Evidentemente ressalvam que se a presidente tivesse voltado atrás na escolha de ministros como o do Turismo, pelo escândalo do motel, teria dado maior credibilidade à sua linha declarada de energia na gestão da coisa pública.

quase nenhuma ocupação de mídia em busca do aparecimento gratuito. Este ponto é de fácil entendimento. O Brasil tomou um fartão de exposição pública de Lula, que gera uma inevitável comparação com a forma mais eficiente – aparentemente – e menos populista num embate direto entre ambos. Embora criatura sucessora do criador, reconhece-se que Dilma tem buscado ser mais discreta – ou é assim mesmo, mais técnica e menos política. Jargão que a acompanha desde antes de ser eleita. Para os ouvidos e olhos em geral, a pausa da saída de cena de Lula é um alívio. Quanto tempo durará, não se sabe. E não se sabe se Dilma manterá esse estilo mais "low profile". Lula não era nem "high profile". Sempre foi desmedidamente adepto da exposição pública superlativa. esa em favor dessa avaliação inicial (comportamental) de Dilma a sensação de silêncio , de quietude, que se percebe diante do barulho que Lula fazia. Pode-se imaginar que muitos dos integrantes da equipe mantidos na atual gestão devam estar notando, ou sentindo falta ou aprovando as diferenças. As manchetes também diminuíram. Pode-se dizer que estão num nível de melhor adequação. Até 31 de dezembro a caixa de reverberação estava num tom que agredia a sensibilidade. Serviu para eleger Dilma, mas apenas seu trabalho eficiente e sério manterá a boa receptividade de seu governo. É torcer, agora, para que as coisas continuem andando bem e a presidente consagre um estilo mais discreto e bem mais eficiente. Sem desastres da natureza, nem ações predatórias de políticos e governantes.

P

ida da presidente ao cenário da tragédia na chamada região serrana do Rio de Janeiro, de forma discreta e solidária, contou pontos de forma geral. Atribuiu-se, inclusive, à um suposto chamado dela a volta ao País do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que desfrutava de férias no exterior enquanto o estado descia enlameado morro abaixo. O que se destaca é, mais do que ações de governo propriamente dito, o comportamento pessoal de Dilma – discreto, com poucas aparições e

A

PAULO SAAB É JORNALISTA E ESCRITOR

DE OLHO NA ECONOMIA EM 2011 A

pós muitos malabarismos para apresentar índices oficiais em 2010 mostrando que a economia ia muito bem, obrigado, é o próprio governo Lula que deixa para sua sucessora a verdadeira herança maldita. Os economistas já estão alertando, há alguns meses, que a economia será difícil em 2011 e agora vamos conferir se a nova presidente terá capacidade e vontade política para colocar as contas em ordem e a inflação sob controle (uma das grandes conquistas do governo FHC) ou se será negligente como seu antecessor. O novo governo começa anunciando investimentos no Trem de Alta Velocidade e nos aeroportos, inclusive com privatização, demonizada na campanha, para atender a

Copa de Mundo de 2014. Mas qual foi o rumo das verbas federais em 2010? No ano passado foi batido o recorde de pagamento de juros do Governo Federal da década. Foram R$ 175,8 bilhões para o pagamento de juros, o maior valor desde 2001. De janeiro a novembro o IPCA, que corrige cerca de 30% da dívida bancária em títulos do Governo Federal, foi de 5,25%. No mesmo período de 2009 o índice chegou a 3,93%. Sem falar do IGP-M que reajusta os aluguéis e tarifas de energia que fechou novembro em 10,56% . O impacto da alta da inflação anulou o ganho do governo com a queda da taxa Selic, que corrige mais de 60% da dívida pública. Enquanto a despesa com os juros cresceu em 2010 a economia necessária para abatê-

GUILHERME CAMPOS

folha de pagamento cresceram 113%. Mesmo com aumento da receita não financeira, oriunda de impostos e taxas, de 131% em sete anos, o governo teve déficit em todo esse período. projeto de Antonio Palocci era buscar déficit zero. Já a então ministra Dilma Rousseff considerou "rudimentar" a melhor ideia na área fiscal do governo Lula. Alguma atitude será tomada para todo esse rombo não aumentar ou será mantida a farra do ano eleitoral? Descontar despesas do Programa de Aceleração do Crescimento para cumprir o superávit primário, usar a capitalização da Petrobras, que transformou títulos da dívida em receita primária para inflar o superávit de setembro são artifícios que deixam os

O

la não seguiu o mesmo ritmo e o superávit primário está abaixo do ideal. Em 2011 o governo precisa economizar o equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado do ano passado o índice chegou a 2,51% do PIB, ou seja, dificilmente será possível cumprir a meta esse ano. Agora o mais impressionante: com o forte crescimento da economia em 2010, aumento de receitas de 28%, com todas as condições favoráveis para a redução da dívida e do déficit,

o governo conseguiu a proeza de não cumprir a meta de superávit primário. O que foi feito com o dinheiro? Apenas 26% dos investimentos previstos foram executados. O orçamento permitia investimentos de R$ 69,5 bilhões, mas até o final de dezembro só R$ 18,4 bilhões foram pagos. Todavia, as despesas do Governo Federal com custeio aumentaram 140% entre 2002 e 2009. Os gastos com

índices maravilhosos, mas dão sinal verde para o aumento de gastos e só contribuem para a formação da bolha. amos acompanhar ao longo do ano todas as medidas do novo governo para saber a que veio a nova presidente. 2011 será decisivo para confirmar se o governo terá responsabilidade com suas atitudes que trazem impacto ao dia a dia de todos os brasileiros ou se continua com o gasto desenfreado, arriscando toda nossa estabilidade. Esperamos que as promessas de campanha sejam, mais uma vez, esquecidas e impere o bom senso da época de Fernando Henrique Cardoso.

V

GUILHERME CAMPOS É DEPUTADO FEDERAL (DEM-SP)

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos (tmatos@acsp.com.br) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos (josemaria@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), chicolelis (chicolelis@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima (luiz.octavio@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br) e Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro (aribeiro@dcomercio.com.br) Editores: Cintia Shimokomaki (cintia@dcomercio.com.br), Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) e Vilma Pavani (pavani@dcomercio.com.br) Subeditores: Fernanda Pressinott, Kleber Gutierrez, Marcus Lopes, Rejane Aguiar e Tsuli Narimatsu Redatores: Adriana David, Anna Lucia França, Eliana Haberli ,Evelyn Schulke, e Sérgio Siscaro Repórteres:Anderson Cavalcante (acavalcante@dcomercio.com.br), André Alves, Fátima Lourenço, Geriane Oliveira, Giseli Cabrini , Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mário Tonocchi, Neide Martingo, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vanessa Rosal, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira (soliveira@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

FALE CONOSCO E-mail para Cartas: cartas@dcomercio.com.br E-mail para Pautas: editor@dcomercio.com.br E-mail para Imagens : dcomercio@acsp.com.br E-mail para Assinantes: circulacao@acsp.com.br Publicidade Legal: 3244-3175. Fax 3244-3123 E-mail: legaldc@dcomercio.com.br Publicidade Comercial: 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894 Central de Relacionamento e Assinaturas: 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355

REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911, São Paulo PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046, (011) 3244-3123 HOME PAGE http://www.acsp.com.br E-MAIL acsp@acsp.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

o

3

A SATISFAÇÃO DO POVO CHINÊS ESTÁ NO NÍVEL MAIS BAIXO EM 11 ANOS.

pinião

Pintura de Antônio Parreiras,1913

D

urante alguns anos trabalhei com um senador italiano, Dr. Lelio Basso, que além de político era brilhante intelectual. No início da década de 70 o senador visitou longamente o Vietnã em guerra. Ao retornar a Roma fez um relatório ao Papa Paulo VI sobre o que viu e conseguiu documentar. No início da audiência entregou ao Pontífice um crucifixo mutilado que os católicos de uma aldeia vietnamita enviaram ao Papa. Era o que sobrara de uma capela bombardeada. "E por que bombardearam uma capela ?"– indagou Paulo VI. "Os aviões, com precisão cirúrgica, lançam suas primeiras bombas sobre as bases da resistência moral do povo: capelas, escolas, postos de saúde... É preciso eliminar o líder religioso, a professora, o enfermeiro" – respondeu o corajoso e lúcido senador. Como trabalho junto ao Pátio do Colégio, recordo-me com frequência desse diálogo entre os queridos e saudosos Paulo VI e Lelio Basso. Por que? Porque a nossa cidade começou assim: os missionários jesuítas construíram no planalto de Piratininga uma capela, uma escola e um posto de saúde, que era também uma hospedaria. Esse foi o núcleo a partir do qual foi se fortalecendo a aldeia até tornar-se cidade e, hoje, a maior cidade da América do Sul e uma das maiores do mundo. Durante toda a sua história São Paulo foi marcada pela presença missionária da Igreja Católica e posteriormente por outras confissões através dessas dimensões: oração, instrução, saúde, acolhida, demonstrando preocupação com o ser humano na sua integralidade. Tanto para o indígena quanto para o africano e o europeu. Nenhum historiador poderá dizer que São Paulo foi fundada sobre o sangue dos vencidos, o suor dos reduzidos ou os discursos justificativos dos vencedores. Dentro das condições de possibilidades da realidade americana do século 16, nossa cidade nasceu de um intercâmbio entre raças e culturas. O paulistano de hoje mal pode ava-

DOMINGOS ZAMAGNA santa (cf Ap 21,10), deixou de ser a cidade que matava os profetas e apedrejava os que lhe foram enviados (cf Lc 13,34). Anchieta e sua equipe de missionários são gente de uma nova estirpe, fundando cidades baseadas em novos paradigmas. Graças a eles, e aos que neles se inspiraram, hoje somos essa grande metrópole.

N

Uma cidade nascida sob o alicerce da fé liar o que significava conviver com os africanos e indígenas, aprender suas línguas, distinguir suas nações, entender seus costumes tão diversos, (quando necessário) prover sua subsistência e ainda suportar a pressão do colonialismo português, que abrigava instituições tão arcaicas como a escra-

vidão, e dentro dos limites – mas também dos alcances – da Igreja da Contra-Reforma. O Padre Manuel da Nóbrega e o jovem seminarista José de Anchieta, ao lado de seus companheiros, lançaram as mais genuínas e generosas sementes da Palavra de Deus e da civilização

em Piratininga. Não consideraram como estranhos nenhum ser humano e nenhuma terra. Por isso, será anacrônico quem os considerar como estranhos em nossa terra. O Antigo Testamento colocou os fundadores de cidades entre os descendentes de Caim, e não de Abel, o

Justo (cf Gn 4,17). A "cidade" tornou-se um símbolo ambíguo, muitas vezes sinônimo de opressão. O Novo Testamento superou essa dubiedade a ponto de vislumbrar como cidade a morada celeste de Deus, como se lê no último livro da Bíblia: civitatem sanctam Hierusalem. Jerusalém, a cidade

o remoto 1554, nossa cidade teve um início de extrema simplicidade. Anchieta descreveu esse empreendimento "in pauperrimo et vetustissimo sed felici tuguriolo" (paupérrimo e velhíssimo, mas feliz tugúrio). Tudo começou com a capela-escola-posto de saúde-hospedaria, que não ultrapassava os 14 passos de comprimento por 14 de largura.... Um povo só é feliz, maduro e civilizado quando tem saúde e educação, e quando pratica a convivialidade alicerçada sobre os valores da justiça e da equidade, cuja melhor garantia – salvo melhor juízo, para além de todos os relativismos – ainda é a fé teologal. Aí estão os fundamentos da paz. Vamos sonhar, nessa comemoração dos 457 anos de São Paulo, com Manuel da Nóbrega e Anchieta repetindo sobre São Paulo as palavras de Jesus sobre Jerusalém: "Ah! Se nesse dia também tu conhecesses a mensagem de paz!" (Lc 19,42). DOMINGOS ZAMAGNA É JORNALISTA E PROFESSOR DE FILOSOFIA.

AS AMBIGUIDADES CHINESAS Kevin Lamarque/Reuters

Q

uando Deng Xiaoping fez uma visita memorável aos Estados Unidos em 1979, ele se sentou perto da atriz Shirley MacLaine. Segundo vários relatos– que MacLaine confirmou na semana passada – ela falou com entusiasmo a Deng sobre uma viagem que tinha feito à China durante a Revolução Cultural. Ela descreveu um encontro que teve com um professor universitário que fora enviado para trabalhos forçados no campo, mas que falava elogiosamente sobre as alegrias do trabalho braçal e sobre a fantástica oportunidade de aprender com os camponeses. Deng retrucou: "Ele estava mentindo?". Nesse espírito direto, permitam-me oferecer um guia rápido sobre algumas das questões postas na mesa durante a visita de Estado do presidente Hu Jintao a Washington, num momento em que as relações sinoamericanas estão bastante tensas e provavelmente vão piorar. A opinião pública norteamericana tende a se dividir entre os abraçadores de panda ("A China é fantástica!") e os agressores de panda ("A China é o mal!"), mas a verdade fica entre este yin e yang. O comércio está no centro das tensões, e a China sem dúvida mantém sua moeda artificialmente baixa (e provavelmente vai continuar a fazer isso) num esforço para preservar os empregos no país. Isso está desestabilizando o sistema internacional – mas não vamos exagerar o impacto em nossa própria economia. A maioria dos bens chineses compete com produtos do México, Coreia do Sul e outros países, e ela está roubando empregos desses países mais do que dos Estados Unidos. Os números do comércio também exageram as

poucos anos e o governo dá às pessoas comuns bem mais liberdade e um espaço individual maior do que quando eu vivi no China nas décadas de 80 e 90. Dito isso, o Partido Comunista tem, nos últimos anos. perseguido muito os dissidentes e as minorias étnicas como os tibetanos e os uighrus. A prisão do grande escritor Liu Xiaobo e o chilique do partido depois que ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz no ano passado arranharam a imagem chinesa. O presidente Barack Obama tinha de falar alto: como um laureado com o Prêmio Nobel da Paz pode ficar calado, quando se encontra com o homem que prendeu o vencedor seguinte? O apoio a países malvados como Coreia do Norte, Irã, Myanmar, Sudão e Zimbábue tornam conflitos e a proliferação nuclear mais prováveis. Mas, justiça seja feita, a China tem bem menos influência nesses países do que os norte-americanos presumem. E nos últimos meses ela desempenhou um papel positivo tanto no Sudão quanto na Coreia do Norte. Relações entre os presidentes Hu Jintao e Obama estão tensas e devem piorar.

exportações chinesas. Por exemplo, a China monta iPhones, assim o valor total desses produtos conta como exportação chinesa. Mas, na verdade, menos de 4% do valor desses telefones foram fornecidos pela China, segundo um estudo do Instituto do Banco de Desenvolvimento da Ásia. Uma fatia maior é fornecida pelo Japão, Alemanha, Coreia do Sul e Estados Unidos. Reivindicações territoriais agressivas por parte de Pequim estão enervando tanto os

vizinhos da China quanto Washington. A China tem um exemplo histórico forte de reivindicar as ilhas disputadas no Leste do Mar da China conhecidas como Senkaku em japonês e Diaoyu em chinês. Mas as reivindicações da China por uma parte do Sul do Mar da China são absurdas e sua beligerância está levando os vizinhos para mais perto dos Estados Unidos. Existe também o risco real que uma perseguição chinesa a barcos e aviões norte-americanos em águas

internacionais provoque um conflito acidentalmente. A colisão entre um avião militar chinês e um norte-americano em 2001 levou a uma crise que foi neutralizada só porque o então presidente Jiang Zemin estava determinado a preservar as relações com Washington. Se um incidente desse ocorresse hoje, Hu provavelmente ficaria relutante ou incapaz de resolver a crise. Os direitos humanos são uma questão complexa. Os cristãos são perseguidos menos do que costumavam ser há

arrogância, especialmente dos militares , está envenenando as relações sino-americanas. Até Xi Jinping, um pragmático que foi escolhido para substituir Hu como próximo líder supremo da China, pronunciou um discurso grosseiro em outubro acusando falsamente os Estados Unidos de usarem armas biológicas durante a Guerra da Coreia. Na verdade, Xi parece admirar os Estados Unidos – ele acabou de enviar sua filha única para se formar em Harvard – mas aparentemente ele sente necessidade de se unir à parada nacionalista.

A

NICHOLAS D. KRISTOF Obama começou muito conciliador em relação à China, mas Pequim considerou isso como fraqueza e se aproveitou. Agora Obama está mais duro, como deve mesmo ser. eu palpite é que a China vai passar por um período semelhante à era Bush nos Estados Unidos: os falcões e os linha-dura ganharam terreno na política interna e zombam dos diplomatas do país, chamando-os de tímidos. O Ministério das Relações Exteriores da China mal parece um ator participante. As preocupações internas superam todo o resto, em parte porque os líderes chineses estão nervosos com a estabilidade e com a delicada transição para Xi e sua equipe em dois anos. Uma pesquisa chinesa mostrou que a satisfação do povo está no nível mais baixo em 11 anos. E o primeiro-ministro Wen Jiabao incomoda os linhas-duras ao pedir publicamente mais pluralismo (ele foi censurado). O resultado é que esses defensores exaltados da China – as versões chinesas de Dick Cheney – têm uma voz forte. Preparem-se.

M

NICHOLAS D. KRISTOF É COLUNISTA DO NEW YORK TIMES TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

Giba Um

3 Depois

de seis anos juntos, o cantor Latino e a dançarina Mirella Santos (ela ficou na casa da Barra) estão separados.

gibaum@gibaum.com.br

k O vice só age por delegação da presidente. Alguém escreveu: «

“O Michel tem prestígio, mas não tem caneta”. É verdade.

MICHEL TEMER // vice-presidente da República, melhor definindo sua posição. Fotos: Paula Lima

3

MAIS: a milionária Lucília Diniz, que patrocinou o último CD do artista, está jurando que não tem nada a ver com a história.

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

24 de Janeiro

N

Poder reduzido 333 O ministro Luiz Sérgio, das Relações Institucionais, cujo rendimento não entusiasma a presidente, tem sido procurado muito menos por congressistas do que o vice-presidente Michel Temer. No geral, parlamentares acham que ele não resolve nada e defende seu grupo no Congresso. Agora, para ajudar no encaminhamento de propostas de Dilma na Câmara e no Senado, ela tirou das férias Gilberto Carvalho, secretáriogeral da Presidência. E casos mais complicados, Antonio Palocci é quem entra em campo.

São Francisco de Sales

asceu no Castelo de Sales (França), em 1567. Antes de ser eleito Bispo de Genebra, já era grande teólogo, pregador e diretor espiritual. Na esfera pública, venceu muitos teólogos protestantes pela pregação e pela imprensa. É o fundador da Ordem da Visitação e patrono dos jornalistas.

MAIS BARATO

Tornado – e o Estado do Rio acaba de registrar, pela primeira vez, um desses poderosos redemoinhos – não chega a ser novidade em outras regiões do país: em 2005, um dos mais violentos atingiu Indaiatuba,aoladode Campinas, teve ventos de mais de 250 km/h, destruiu indústrias e virou vagões de um trem. Quando um tornado acontece no mar ganha o nome de tromba d’água. Não deve ser confundido com furacão ou tufão. Os Estados Unidos são o país mais afetado do planeta por tornados: tem cerca de mil por ano. Surpresa: a mídia brasileira vem se recusando a usar a expressão tornado para o fenômeno do interior do Rio.

333

Gado carimbado Com mais de quatro décadas na GM e onze como vicepresidente da empresa, José Carlos Pinheiro Neto, que se aposentou, já abriu sua empresa de consultoria e o primeiro cliente é a mesma General Motors. Apontado como a cara da GM, Pinheiro Neto fez até comerciais para a companhia e o pessoal de lá também tem saudades das histórias que ele vivia contando. Uma delas: nos tempos em que James Francis Waters Jr. presidia a GM, Pinheiro foi até uma concessionária no interior do Maranhão que havia falido e a única coisa que tinha para pagar era gado. Recebeu os animais, mandou para um frigorífico em Belém e quando chegou, ficou esperando a bronca. Mas, a primeira providencia de Waters surpreendeu. Ele disse: “Mandem carimbar no gado GM, marca de excelência ”. 333

Quem estava perto, lembrou o filme Esqueceram de mim!, com Macaulay Culkin: no recente encontro que teve com Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, usando seu habitual tom que mistura galhofa com ironia, acabou se queixando com a presidente de seu sumiço da mídia nacional. E avisou que, terminando seu período de férias, voltará à cena política. Por enquanto, está procurando funcionário com total domínio de informática, que lhe dará condições para ter um blog e se comunicar, quando bem entender, no Twitter. Esse novo assessor (ex-presidentes têm direito a quatro seguranças e quatro assessores ou dois motoristas e dois assessores) também deverá redigir os artigos que Lula quer colocar na mídia (ele ditaria, exporia sua idéia e o outro daria forma).

Esqueceram de mim!

333

Diamonds are girl’s best friends , já cantava Marilyn Moroe em Os Homens Preferem as Louras (a canção é de Jule Styne e Leo Robin). Agora, Fernanda Machado, a Luciana da novela Insensato Coração, protagoniza ensaio sensual clicado por Fernando Torquato (o make-up é dele também) com styling de Sam Jaradech, onde mistura sua nudez, peças masculinas e, claro, diamantes. Além de novelas, Fernanda estava no elenco do primeiro Tropa de Elite e nesse trabalho, Torquato procurou estabelecer uma relação “entre poder e luxo”. 333

Best friends

Lar, doce lar 333 Só agora é que se sabe que, nos oito anos que ocuparam o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto, o ex-presidente Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia trocaram, por seis vezes, o staff doméstico de funcionários, das cozinheiras aos copeiros. Oficialmente, na época, atribuía-se a obrigatoriedade da troca de servidores por motivos ligados à segurança do casal presidencial. No duro mesmo, as trocas estariam diretamente ligadas aos supostos bate-bocas de ordem doméstica entre os dois protagonistas. Para os mais chegados, nunca chegou a ser novidade: apesar das juras de amor, a vida inteira foi assim.

h IN

Natalie Portman.

OUT

Angelina Jolie.

ÁGUA FRIA Quando Dilma Rousseff decidiu fazer nova concorrência internacional para a compra dos caças para a FAB, enterrando a preferência da Dassault francesa, houve quem apostasse que o ministro Nelson Jobim, da Defesa, que tentava empurrar os Rafale, iria pedir demissão. Nada disso: Jobim tentou uma contra-ofensiva com Lula e o ex-presidente jogou um balde de água fria no assunto: “É ela quem decide”.

333

MISTURA FINA A CEMIG e a Andrade Gutierrez topam comprar a Cesp, agora presidida por Mauro Arce, com o governo federal. E já mandaram avisar que estão dispostas a superar qualquer oferta de outro poderoso grupo elétrico.

333

AO LADO da cerveja e do derrière, o celular já pode se orgulhar de ser a nova supermania nacional: o país acaba de superar a casa dos 200 milhões de aparelhos. Só em São Paulo, com seus 41 milhões de habitantes, há nada menos do que 50,5 milhões de celulares em uso. 333

333 O PLANALTO já recebeu sinais de que terá pela frente complicada discussão comercial e diplomática. A China prepara a imposição de barreiras alfandegárias para frear a importação de soja.

h

ALMANAQUE

Anoiteda Mercedes

Agnellipodeficar Dilma Rousseff tem muita simpatia por Roger Agnelli, presidente da Vale, que Lula adoraria demitir da empresa. Se os acionistas confirmarem a permanência dele, Dilma apoiará e o episódio pode se transformar em novo round da criatura contra o criador. Na semana passada, ela ficou irritada com nomes supostamente cotados para o lugar de Agnelli, que jamais passaram por sua cabeça. Um dos candidatos tem um esquema de comunicação, através do qual espalha boatos que os menos avisados acabam até publicando. Mais: a CVM agora está atenta a essa novela, ciente de que tem gente ganhando dinheiro com a plantação de notícias. 333

333 POR SORTEIO, o novo deputado federal Romário (PSB-RJ) demonstra ter estrela: estreante da Câmara Federal, vai trabalhar no mesmo gabinete ocupado, na época de elaboração da Constituição de 88, pelo estão deputado federal Luis Inácio Lula da Silva. É o gabinete de número 825, que tem mordomias: elevador próprio e banheiro privativo.

333 O NOVO chanceler Antonio Patriota, sem maiores alardes, vem trocando, com muita diplomacia, todo o pessoal de seu gabinete. Quer se livrar de todos os protegidos de Celso Amorim.

EM OITO anos de Lula, as despesas confidenciais do governo superaram R$ 132 milhões. No período, gastos da Abin – Agência Brasileira de Inteligência ficaram em R$ 51 milhões, superando os da Secretaria de Administração da Presidência, com R$ 43,8 milhões. A Polícia Federal aparece em seguida com R$ 35,8 milhões.

Solução R A O A L D A D O S O I I U R SA P A R A T A R M A A T C O I O S R O B O R M D E A U R E B A C A U A I N A R Ç M C C I A P I A U L O B A R N I E X A

Se o Ministério de Minas e Energia não conseguiu incluir no PAC – Plano de Aceleração do Crescimento, seu plano de radares para detectar desastres naturais, conforme denúncia do secretário demissionário de Políticas e Programas de Pesquisa, outros ministérios (Integração Nacional e Cidades) também enfrentaram a mesma situação em relação a verbas para prevenção e socorro. Só que ninguém abre a boca. Mais: quem barrou a inclusão desses programas no PAC só pode ter sido o Planejamento (na época, nas mãos de Paulo Bernardo) ou diretamente Dilma Rousseff, naqueles tempos rotulada de mãe do PAC . 333

333 O grupo Bandeirantes prepara-se para entrar no mercado de TV por assinatura: quer criar uma operadora que leve mais canais para as classes de menor poder aquisitivo. A idéiaélançar novadistribuidora de conteúdo em junho com um pacote de 27 canais e ao preço de R$ 20 por mês, o que será possível apenas com o apoio do grupo sueco NGB. As imagens não usarão redes físicas e serão transmitidas por meio de sinal de UHF.

Por: José Nassif Neto O fruto do chocolate.

Entre povos da Indochina.

Sujeito maléfico.

Sigla do estado do Pará.

O MINISTRO Pedro Novais, do Turismo, que ganhou popularidade antes de tomar posse por conta do episódio da festinha num motel, telefonou para o governador Sérgio Cabral, oferecendo recursos de sua Pasta para a reconstrução da Região Serrana do Rio. Menos para motéis, claro. Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Arranjo de flores artif. c/ pedras finas.

Fora de moda ou praxe.

Liga o ósmio ao tungstênio.

Advinhar por meio de exame de ovos.

Rasteiro; rente.

Ceder. Feminino de urso.

Suntuoso. Satélite natural da Terra. Ari Toledo, humorista.

333

333

C MA C A L U A S B U A R R I B R A R

Barrados no PAC

Com uma super-produção, a Mercedes-Benz reuniu centenas de convidados na Casa Fasano, em São Paulo, para apresentar seu novo modelo CLS 63 AMG, em mais uma Top Night, comandada pelo presidente Kurgen Zieger e com direito a mostra de fotos de famosos feitas por Luiz Trípoli (na primeira foto à esquerda, com Maria Fernanda Candido, apresentadora do evento). Foram fotografados e estavam lá, da segunda foto à esquerda para a direita, a chef Helena Rizzo, Mayana Moura (inaugurando novos cabelos), Maurren Maggi e Bruno Barreto, além de Ivi Mesquita (Vai-Vai), José Possi Neto, Pedro Lourenço e Paula de Orleans e Bragança. 333

Esacavar para afofar a terra. Alameda (abrev.). Escrivaninha.

Misturar soda com outra bebida.

Indivíduo tolo. Uma das Ato ou Que marchas efeito de obedece do arar a mecanica automóvel. terra. mente. Maria (?), cantora filha de Elis Regina.

Porção de cacos; cacada.

Pomba campestre, natural do nordeste. 15ª letra do alfabeto espanhol.

Atmosfera. Via pública urbana. Símbolo do Iodo (Quim). A parte restante de um charuto.

Casa de candomblé.

Central Telefônica Privada.

Rainha ou princesa da Índia.

Agressão física; surra.

Unidade de área equivalente a 10-²4 cm² serve para Símbolo medir choNão Sem vodo Exprime que de vestido; lume; Érbio. dor. colisão. despido. fino. (química) (fís.nucl.) (1024) 2-ré; 3-ilê; out; 4-coió; barn; rani; piau; adiá; 5-osram (usado em filamentos de lâmpada incandescente); airão (diacronismo antigo); 6-rebaçã; aração; bureau (originário do francês); 7-cacaria; 8-oomancia (suposta arte de advinhar);surribar.


p

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

5 PRÓ Presidente italiano se manifesta a favor da extradição de Cesare Battisti

olítica

CONTRA Lula deu a última palavra no último dia de governo: o italiano fica.

"Fabricaram um monstro", diz Battisti. Em entrevista ao jornal "Brasil de Fato", Battisti tenta se eximir. E crescem as manifestações pró e contra ele. Lula Marques/Folha Imagem – 19.3.2007

Evaristo Sa/AE

A natureza não vai se adaptar a nós. Nós é que temos que nos adaptar a ela, e para isso é preciso investimento. Senadora Marina Silva (PV)

O Estado do RJ, o mais afetado, recebeu em 2010 só R$ 900 mil do governo federal para prevenir enchentes! José Serra (PSDB), ex-governador de São Paulo. Deve ser por isso que a oposição ganhou a eleição. José Eduardo Dutra, presidente nacional do PT, em resposta a Serra.

Dida Sampaio/AE

Dilma tem vontade de criar a secretaria para aeroportos, mas vai executar a ação no momento que achar adequado. Miriam Belchior, ministra do Planejamento.

Paulo Pampolin/Hype

À

medida que se aproxima o novo julgamento do Sup re m o Tr i b u n a l Federal (STF), em fevereiro, sobre o pedido de extradição do ativista político Cesare Battisti pelo governo da Itália, cresce a mobilização de setores da esquerda brasileira a favor de sua libertação, aprovada pelo ex-presidente Lula no último dia de seu governo (31 de dezembro de 2010). Mas no território livre da internet também crescem as manifestações a favor de sua extradição. Na quarta-feira, às 19h, o Movimento Battisti Livre-SP, realizará, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, um ato-debate pró concessão de asilo a Battisti e a discussão do tema: "O que está em jogo na democracia brasileira?" No dia 27, o jornal de esquerda Brasil de Fato publica entrevista exclusiva com Battisti, preso no Brasil em março de 2007. Nela, ele afirma ser "perseguido pelo Estado italiano e pelo Judiciário brasileiro", e que seu julgamento fugiu da esfera jurídica depois que virou "moeda de troca da política internacional" e munição para atacar o governo federal, a ponto de colocar em xeque a soberania nacional e as competências da Presidência da República. Para ele, "o objetivo da direita brasileira, nesse caso, é afetar o governo Dilma". E, na sexta-feira, às 11 horas, o Movimento Battisti Livre realiza manifestação em frente ao consulado da Itália na Av. Paulista, 1993. A coordenação do movimento informa que várias regionais pelo País se organizam para fazer uma mobilização nacional a favor da permanência de Battisti no Brasil.

Battisti se diz perseguido por ter imagem pública: "Virei moeda de troca da política internacional".

Se Lula desse essa decisão [não extradição] antes, iam em cima dele, porque me derrotar também é derrotar o Lula. CESARE BATTISTI

Monstro fabricado – Na primeira entrevista concedida depois que o presidente Lula negou sua extradição, Battisti disse que a repercussão do caso no Brasil e na Itália o deixou traumatizado: "Precisei de um psiquiatra. Só de ver alguma coisa que não tem muito diretamente a ver comigo eu já fico... meu coração dispara, já não me controlo, fico em um estado semi-consciente. (...) Fabricaram um monstro que não tem nada a ver comigo." O italiano disse ser perseguido porque é escritor e tem imagem pública. "Se eu não fosse is-

so, seria mais um, como vários italianos que saíram do país pelo mesmo motivo. Sou perseguido pelo Estado italiano e pelo Judiciário brasileiro. Essa perseguição não é grátis. Não se desrespeitaria por nada uma decisão do presidente da República. Não existe país no mundo onde a extradição não é decidida pelo chefe do Executivo. Imagina se essa decisão tomada pelo Judiciário brasileiro acontecesse em outro país, como na França, por exemplo. Seria um absurdo, impensável. E quando eu virei um caso internacional, virei uma moeda de troca para muitas coisas. Se Lula desse essa decisão antes, iam em cima dele, porque me derrotar também é derrotar o Lula. Agora, o objetivo principal da direita brasileira, nesse caso, é afetar o governo Dilma." Para Battisti, a decisão de Lula foi ato de coragem. "Por ser chefe de Estado do tamanho do Lula, com a responsabilidade que tem, envolvido na geopolítica. Claro que a escolha do momento não foi por acaso. O caso Battisti foi usado

com outras razões políticas." Bate-boca – A publicação de resumo da entrevista no site do Brasil de Fato provocou bateboca entre internautas. Vários são a favor da extradição. Letícia Martelle, 28 anos, apresentada como funcionária pública federal, diz que Lula "negou asilo político aos boxeadores cubanos, negou ajuda aos presos políticos de Cuba, mas cínica e indevidamente deu abrigo ao terrorista e assassino Battisti". O internauta Edson comenta: "Esse senhor Battisti brinca com as instituições brasileiras da mesma forma que Lula e o governo "de esquerda" que ele comandou brincam com as instituições italianas e europeias. (...) Porque Lula deixou pra ultima hora a decisão de manter Battisti no Brasil?". Tommaso Bartolini pede que o criminoso não seja defendido. "Quando a pessoa é condenada por homicídio, deve cumprir sua pena, como qualquer outra, ainda que na época acreditasse fazer um bem para a humanidade." (DC)

Divulgação

Para Celso de Mello, Corte de Haia não pode ser acionada.

A Os mesmos deputados que reajustaram seus salários em mais de R$ 10 mil querem dar apenas R$ 30 ao salário mínimo. Zé Maria, presidente nacional do PSTU.

Mantenho a disposição de continuar conferindo à questão dos direitos humanos um lugar central em nossa política externa, sem seletividade e tratamento discriminatório. Presidente Dilma Rousseff

Milton Mansilha/Luz

Queremos que o governo italiano faça todos os esforços pela extradição de Battisti, percorrendo todo o caminho necessário, se preciso até o Tribunal Penal Internacional de Haia. Sabina Rossa, deputada e ex-senadora do Partido Democrata, filha do sindicalista Guido Rossa, executado pelas Brigadas Vermelhas em 1979. A invasão é um desserviço à reforma agrária (...) A boa bandeira da reforma fica maculada pelas invasões de propriedade, que causam enorme insegurança no campo. Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo, em reação às ações do MST.

Outra hipótese seria a previameaça feita pelo governo da Itália de re- são expressa no tratado de excorrer à Corte de Haia tradição firmado entre Brasil e caso o Brasil não extradite o ex- Itália para que eventuais conativista italiano Cesare Battis- flitos fossem resolvidos pela ti, confirmada em carta do pre- Corte de Haia. No texto do trasidente italiano Giorgio Napo- tado não há menção a isso. "Ainda que a República ital i t a n i à p re s i d e n t e D i l m a Rousseff, pode ser um blefe. liana recorra a Haia, busque Estudo feito por juristas do go- processar o Brasil perante a verno e a análise do ministro Corte Internacional de Justiça do Supremo Tribunal Federal por conta desta controvérsia (STF) Celso de Mello mostram que emerge do pedido de exque o tribunal internacional tradição, tudo indica que a cornão tem competência para in- te provavelmente não reconheça sequer o terferir no propleito italiacesso. Assim, no", afirmou o se o STF deciministro Celdir que não poso de Mello. de mexer na Tudo indica Confi rmada decisão do exque a corte de Haia e s s a a v a l i apresidente Luprovavelmente não ção, que coinla de negar-se a entregar Batreconheça sequer o c i d e c o m a s análises levatisti, o caso espleito italiano d a s à p r e s itará encerra[de processar o dente Dilma do. Brasil]. Rousseff, o caCelso de so Battisti será Mello afirmou MINISTRO CELSO DE MELLO concluído deque o processo pois que o STF de Battisti não se enquadra em qualquer das julgar o pedido da defesa do hipóteses que permitiriam que ex-ativista para que ele seja sola Corte de Haia fosse acionada to imediatamente e, eventualpara julgar se o Brasil violou ou mente, se resolver julgar a leganão o tratado de extradição fir- lidade do ato do ex-presidente mado com a Itália, quando se Luiz Inácio Lula da Silva de nerecusou a entregar o ex-ativis- gar a extradição, mesmo que o ta. Os advogados do governo tribunal não tenha sido provoque estudaram a matéria che- cado para isso até agora. De acordo com ministros do garam à mesma conclusão. O processo de Battisti pode- Supremo, já há maioria formaria ser revisto pela Corte Inter- da no plenário para não mexer nacional de Justiça, caso os go- na decisão do ex-presidente Luvernos brasileiro e italiano la de não entregar Battisti. De concordassem em levar o pro- acordo com alguns desses micesso para a instância interna- nistros, o STF deixou para Lula a última palavra neste caso. (AE) cional. Esse pacto não existe.

Governador: remanejar quem mora em área de risco é projeto de Serra.

Alckmin minimiza articulação de Serra

O

governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), considera natural a articulação do candidato tucano derrotado à Presidência da República José Serra. Ele vem se manifestando na rede de microblogs Twitter com duras críticas ao governo federal. Em solenidade de entrega de 32 casas construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) no Bolsão 7 do Jardim Nova República, em Cubatão, a moradores de áreas de risco, Alckmin disse: "Acho que é

mais comum falarmos primeiro das mudanças municipais (...), para depois falarmos na sucessão estadual, em abril, e depois na nacional, prevista para maio". Bem humorado, o governador falou sobre o projeto iniciado por Serra de remanejar a população que mora nas encostas da Serra do Mar, consideradas áreas de risco, para locais seguros, "com toda infraestrutura", como o Residencial Vila Harmonia. O conjunto tem escolas, áreas de lazer e unidades de saúde, entre outros benefícios. (AE)

Brasil luta por cargo na FAO

A

primeira batalha diplomática do governo Dilma Rousseff será aberta, oficialmente, hoje. Depois de protocolar a candidatura do ex-ministro José Graziano à direçãogeral do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) na sexta-feira, a briga pelo cargo estará aberta.

Sem brasileiro em cargo de destaque em organismos internacionais, a candidatura de Graziano, apresentada pelo ex-presidente Lula é vista como confirmação do status que o País conquistou nos últimos anos: tem o engajamento do ex e da atual presidente. O tema central da FAO, combate à fome, interessa ao Brasil. (AE)


p Laudo Natel, o são-paulino que enalteceu São Paulo. DIÁRIO DO COMÉRCIO

6

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

Pensei em comprar uma bicicleta e dar para qualquer criança, só para poder dizer: comprei uma bicicleta! Laudo Natel

olítica

Vitor Salgado/Divulgação

Filho dileto do Bradesco, onde fez carreira, ex-governador ganha reconhecimento em vida por seu espírito bandeirante. André Alves

N

ascido na pequena São Manuel, interior de São Paulo, Laudo Natel soube aproveitar as oportunidades que o destino lhe reservou. De simples funcionário em um dos mais importantes bancos do País, ele construiu uma sólida carreira na instituição. Também exerceu a presidência do São Paulo Futebol Clube (SPFC), durante a qual construiu o Estádio do Morumbi, e ocupou por duas vezes o governo de São Paulo. Esses fatos, entre outros, estão no livro "Laudo Natel – Um bandeirante" (Imprensa Oficial do Estado, 320 páginas), escrito pelo jornalista Ricardo Viveiros. Ao apresentar a trajetória de vida de Laudo Natel, o autor revela um conteúdo rico em registros históricos sobre política, economia e esportes do Brasil nos últimos 50 anos. Além disso, ajuda a esclarecer questões como o relacionamento entre Laudo e o governo militar e o processo de construção do Estádio do Morumbi. Infância – De origem humilde, Laudo Natel nasceu em 1920 e é o caçula de quatro irmãos. Filho de um administrador de fazenda e de uma dona de casa, ele começou seus estudos aos sete anos, na cidade de Mirassol. Um de seus sonhos de criança sempre foi ter uma bicicleta. Hoje, com certa nostalgia, comenta no livro: "Eu já pensei em comprar uma bicicleta e dar para qualquer criança, só para poder dizer a mim mesmo: eu comprei uma bicicleta!" Na verdade, Laudo, já na diretoria do SPFC, comprou uma bicicleta e deu a um menino de futuro promissor: Muricy Ramalho, ex-jogador e hoje técnico de futebol. Outro sonho de Laudo era estudar Direito. No entanto, com a morte do pai, ele se mudou para Pirajuí, onde passou a morar com os tios. Por indicação deles, começou a trabalhar na agência do Banco Noroeste

na cidade, fazendo serviços de Nessa época, em 1962, a eleição escriturário e cobranças. para governador e vice-goverBradesco – Em 1940, o Ban- nador era direta, porém com co Noroeste resolveu transferi- votos não vinculados. lo para a cidade de Lins. Lá, Para ter chances reais de viL a u d o c o n h e c e u A m a d o r tória, Laudo logo pôde contar Aguiar, então gerente da agên- c o m a a j u d a d e A m a d o r cia bancária. Três anos mais Aguiar e do próprio Bradesco. tarde, na cidade de Marília, "Meu partido foi o Bradesco", Amador fundou o Bradesco, lembra Laudo. Realizadas as levando Laudo para trabalhar eleições, Adhemar de Barros na nova instituição. foi eleito para o governo do esSob a direção de Amador tado e Laudo Natel para vice, Aguiar, o Bradesco saltou, em com 1,2 milhão de votos. menos de um ano, de seis para Conforme mostra o livro, dezessete agências. Entre as Laudo não participou das consestratégias adotadas, estava a pirações que precederam a quede ampliar o leque de corren- da de João Goulart. Adhemar, tistas, aceitando clientes que ao contrário, se mostrava eufóantes eram recusados pelas rico com o sucesso da "Revoludemais instituições. "Amador ção" e acreditava que estava gaAguiar, logo de cara, gostou rantido seu futuro político sob o de Laudo Nanovo regime. tel, transforGoverno – mando-o em Junto com a seu braço dieleição de Amador Aguiar, reito. Laudo Castelo Branlogo de cara, gostou co pelo Conera o filho que ele não teve. gresso Naciode Laudo Natel, Juntos eles nal, veio o Ato transformando-o criaram o In st it uci on al em seu braço chamado n º 2 , e x t i ndireito. Era o filho marketing guindo os que ele não teve. bancário mopartidos políderno", conta ticos e instiRICARDO VIVEIROS Viveiros. tuindo eleiM u d an d o ções indiretas se posteriormente para São para o governo dos estados e Paulo, Laudo ocupou a função para a Presidência da Repúblide secretário da diretoria, se- ca. Durante conversa no Palácio cretário-geral e diretor do ban- das Laranjeiras, Castelo pediu co. A experiência adquirida na que Laudo assumisse o governo vida profissional logo permiti- paulista, já que não queria fazer ria a Laudo acumular mais intervenção em São Paulo. uma função: diretor responsáAdhemar foi cassado sob a vel pela tesouraria do SPFC, alegação de que se preparava sua grande paixão no futebol. para tomar medidas econômiACSP – Laudo Natel, repre- cas temerárias, e Laudo assusentando o Bradesco, também miu o governo de São Paulo tomou parte, como diretor, na por oito meses. Associação Comercial de São Em um primeiro momento, a Paulo (ACSP), onde o jovem prioridade do novo governador economista Antônio Delfim Neto trabalhava como assessor. De acordo com o livro, a entidade era, até meados da década de 1940, a associação de classe mais influente do País. Segundo depoimento de Delfim Neto, "havia na Associação uma reunião todas as terças-feiras. Existia um corpo de diretores extremamente competentes, eram todos profundos conhecedores de teoria econômica. Foi um órgão muito importante". Eleições – Por sua trajetória, Laudo Natel tornou-se um personagem não apenas conhecido, mas também respeitado. Essas características o credenciaram a se tornar candidato a vice-governador do estado pelo Partido Republicano (PR). Viveiros: compilação de uma longa trajetória que inclui vida bancária, política e futebol.

foi a economia. Logo nos primeiros dias, Laudo suspendeu diversos pagamentos e cortou despesas determinadas pelo governo anterior. Ao lado dos cortes nos gastos do governo, Delfim Neto começou a se preocupar com o aumento na arrecadação de tributos, ação que passava pelo combate à sonegação. Outras conquistas do curto mandato de Laudo foram a criação da Centrais Elétricas de São Paulo (Cesp), as melhorias nos sistemas de água e de esgoto, a recuperação do Banco do Estado de São Paulo (Banespa) e os investimentos no interior do estado, levando-o a ser conhecido, carinhosamente, como o "governador caipira". Laudo Natel deixou o governo do estado no dia 31 de janeiro de 1967, retornando às atividades como diretor do Bradesco e presidente do SPFC. No entanto, sua carreira política não estava acabada. Gozando de grande prestígio entre os paulistas, Laudo foi indicado pela Arena e pelo presidente Garrastazu Médici como o candidato da situação para o governo de São Paulo nas eleições indiretas de 3 de outubro de 1970. Eleito, Laudo tomou posse em 15 de março de 1971. Seu segundo governo, além do controle da gestão financeira, destacou-se pelo crescimento da arrecadação do estado, investimentos na educação, principalmente na região do Vale do Ribeira, na saúde, agricultura e telecomunicações, entre outras áreas. Também criou a Ferrovia Paulista S/A (Fepasa). Um de seus grandes méritos foi o Plano Rodoviário de Interiorização do Desenvolvimento (Proinde). Foram construídos, reconstruídos, pavi-

Com Ernesto Geisel, em 1974: longe das conspirações, mas respeitado pelos governos militares por sua capacidade administrativa.

Na biblioteca: plenitude e recordações de atividades em 90 anos.

Com Castelo Branco, assinando a criação da Unicamp.

mentados ou recapeados cerca de 10 mil quilômetros de estradas estaduais, beneficiando todas as regiões. Em depoimento no livro, Laudo afirma: "Interiorizar significava criar oportunidades no interior e humanizar um pouco o crescimento da capital". Assim como no primeiro mandato, o governador manteve o hábito de visitar, pessoalmente, as cidades e as obras no interior do Estado. Ele deixou o governo em março de 1975, sucedido pelo empresário Paulo Egydio Martins. Ao sair do governo, Laudo voltou para suas atividades no banco. Amador o transferiu para a Sul América Seguros, empresa que, naquele tempo, estava associada ao Bradesco. Lá, Laudo foi uma espécie de diretor para Assuntos Institucionais. Ficou na empresa durante 25 anos.

Convenção – Laudo tentou ser governador mais uma vez, mas perdeu a conturbada convenção da Arena em 1978 para Paulo Maluf. Hoje, aos 90 anos, Laudo mora sozinho na mesma casa que mandou construir em 1950 e é constantemente visitado pelos filhos, netos e bisnetos. Ele ainda presta consultoria ao Bradesco. "Laudo Natel fez um trabalho inovador, com marcas até hoje. Ele não deixou somente uma marca de ética e honestidade, mas de independência, mesmo em época de ditadura. A história do Laudo é uma história de superação", conclui Viveiros.

Laudo Natel – Um bandeirante (Imprensa Oficial do Estado, 320 páginas): registro histórico

Morumbi, a grande empreitada. A

relação de Laudo Natel com o São Paulo Futebol Clube sempre foi de muito carinho. Em 1952, quando assumiu o cargo de diretor do departamento de Finanças do clube, ele eliminou uma série de despesas e adotou medidas para equilibrar a situação interna da agremiação. Nesse mesmo ano, o São Paulo comprou um terreno de 150 mil metros quadrados no Jardim Leonor. Pouco depois foi lançada a pedra fundamental do que seria, futuramente, o Estádio do Morumbi. Em abril de 1958, Laudo Natel foi eleito presidente do São Paulo pela primeira vez. O Estádio Cícero Pompeu de Toledo, conhecido como

Morumbi, levou dezoito anos para ser construído. Sua inauguração ocorreu em 1970, com a presença do então presidente Garrastazu Médici. De acordo com Viveiros, um dos méritos do livro é o fato de esclarecer que o Morumbi não foi construído com dinheiro público. Algumas fontes de renda para a empreitada foram as vendas de espaços publicitários, de cadeiras cativas, de títulos patrimoniais e do campo do Canindé. No entanto, a medida mais polêmica ainda estava por vir. Um advogado do clube trouxe a ideia de lançar ao público um carnê que, sendo pago em dia, permitiria ao cidadão concorrer ao sorteio de

prêmios. Havia, porém, um grande obstáculo: esse tipo de título de capitalização havia sido proibido pelo governo federal, por conta dos riscos de fraudes e de prejuízos à economia popular. Só existia um caminho para vencer este entrave, que era convencer o ministro da Fazenda. Ocorre que, em 1968, o ministro da Fazenda era Delfim Neto – ex-secretário da Fazenda do estado durante o primeiro governo Laudo Natel. Após uma série de tratativas, nasceu o "Carnê Paulistão", que contribuiu para a conclusão do estádio. (AA)

Estádio Cícero Pompeu de Toledo: 18 anos para ser construído num terreno de 150 mil metros quadrados no Jardim Leonor.


sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 HAITI O ex-ditador 'Baby Doc' quer 'doar' sua conta de US$ 5,7 milhões congelada na Suíça

nternacional

ISRAEL Oriente Médio: um processo de paz moribundo.

PORTUGAL Presidente Aníbal Cavaco Silva vence eleição e terá segundo mandato

Um dos líderes da oposição venezuelana irá à Justiça nesta semana, acusado de ligações com terroristas. Intelectuais e políticos brasileiros, incluindo o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, se mobilizam a seu favor.

PEÑA ESCLUSA Leonardo Rodrigues/Hype - 25/09/06

Newton Santos/Hype - 12/01/11

AFP - 21/05/09

Para o vice-governador de São Paulo (à esq.), as acusações contra Peña Esclusa (à dir.) 'surpreendem': em suas conferências e livros, o opositor sempre baseou-se 'na mais absoluta legalidade e não violência'. Papéis secretos revelam que os palestinos ofereceram ceder o controle de locais sagrados em Jerusalém

O

s negociadores palestinos ofereceram secretamente a Israel a anexação de quase todos os assentamentos judeus construídos ilegalmente em Jerusalém Oriental e admitiram ceder o controle de locais sagrados na parte antiga da cidade a uma comissão mista. Estas são as primeiras revelações de 1,6 mil documentos confidenciais referentes a dez anos de negociações, obtidas pela TV Al-Jazira e repassados ao jornal britânico The Guardian, que continuarão a publicar nos próximos dias o que qualificam como "o maior vazamento de documentos confidenciais da história do conflito do Oriente Médio". Segundo o diário britânico, os "Papéis Palestinos" oferecem uma visão detalhada da desintegração do processo de paz de 20 anos, que agora "é

considerado quase morto". O Guardian promete revelar informações embaraçosas, incluindo "a fraqueza e o desespero" dos líderes da Autoridade Palestina ao fazerem concessões que seriam as mais generosas já realizadas em todo o processo de paz. O jornal revela que os documentos, datados de 1999 a 2010, mostram as dificuldades da Autoridade Palestina em alcançar um acordo ou suspender os assentamentos judaicos, prejudicando sua credibilidade em relação aos seus rivais do Hamas – o grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza e que se opõe às negociações com Israel. A proposta palestina permitia que Israel anexasse todos os assentamentos de Jerusalém Oriental, exceto o de Har Homa. Além disso, os palestinos sugeriram que um comitê con-

junto assumisse locais sagrados de Jerusalém, como o Monte do Templo/Haram alSharif – um dos temas que levou ao fracasso das negociações de Camp David, em 2000, depois que Yasser Arafat se recusou a conceder a soberania das mesquitas de Al-Aqsa. A oferta foi feita pelo principal negociador palestino, Saeb Erekat, em 2008, após a conferência de Annapolis, promovida pelo ex-presidente dos EUA George W. Bush. Erekat chegou a dizer que estava oferecendo "o maior Yerushalayim (Jerusalém, em hebraico) da história judaica, o retorno de 'um número simbólico de refugiados' e um Estado desmilitarizado". "O que mais posso oferecer?", indagou. Apesar das concessões palestinas, Israel, com o apoio dos Estados Unidos, considerou a oferta inadequada. (Agências)

Em defesa da democracia N

o dia do aniversário da instauração da democracia na Ve n e z u e l a , m i l h a re s d e pessoas fora m às ruas ontem em protesto à repressão contra a dissidência. "Em um país onde constantemente se ataca a dissidência, não há democracia de verdade", disse Virginia Zamora, uma das organizadoras da manifestação. A situação ficará ainda mais tensa nesta quintafeira, quando ocorrerá a audiência de um dos líderes da oposição venezuelana e presidente da UnoA-

mérica, Alejandro Peña Esclusa, apontado como um "terrorista" pelo governo de Chávez. A u t o r i d a d e s , i n t e l e ctuais e empresários brasileiros iniciaram uma campanha em defesa de Peña Esclusa, entre eles o vicegovernador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. Em declaração, Afif ressalta que "nas diversas oportunidades em que esteve conosco em São Paulo, Peña Esclusa jamais manifestou qualquer opinião ou posição em relação à situação de seu país, que não fosse pacífica e

baseada na Constituição venezuelana ou nas normas do direito internacional". O vice-governador somase a outras vozes brasileiras que defendem a democracia e a liberdade de expressão na Venezuela. Já circula um manifesto que pede a libertação de Peña Esclusa, preso há mais de seis meses. O líder opositor é acusado de laços com terroristas. A polícia teria encontrado explosivos em seu apartamento. Segundo a esposa do opositor, Indira Ramirez de Peña, as provas teriam sido "plantadas".

AFP - 28/05/10

Leia o manifesto na íntegra no: www.dcomercio.com.br

Manar TV/AFP

LÍBANO

O navio Mavi Marmara tentava furar o bloqueio à Gaza. Inquérito diz que ação para impedi-lo foi legal.

Forças Armadas absolvidas

A

comissão criada por Israel para investigar o ataque a um navio humanitário turco que tentava furar o bloqueio à Faixa de Gaza divulgou ontem seu relatório, inocentando as Forças Armadas israelenses e dizendo que a ação foi completamente legal. O ataque israelense à flotilha que levava ajuda humanitária ocorreu em 31 de maio de 2010. Forças israelenses abordaram o navio turco Mavi Marmara, matando no confronto que se seguiu nove cidadãos turcos,

um deles também com cidadania norte-americana. A comissão que produziu o relatório é liderada por um exjuiz da Suprema Corte de Israel. Ela era formada por cinco israelenses e dois observadores internacionais. A ação contra a flotilha gerou condenação internacional a Israel e forçou o país a relaxar o bloqueio na Faixa de Gaza, uma área controlada pelo grupo palestino Hamas. Reação - Uma comissão da Turquia que investiga o mesmo incidente condenou ontem

o relatório israelense, afirmando que o bloqueio à Faixa de Gaza corresponde a "uma punição coletiva" ilegal aos 1,5 milhão de habitantes da região. Ela também acusou Israel de uso desnecessário e excessivo da força. "Nossa comissão está surpresa, horrorizada e consternada de que o processo de inquérito nacional em Israel tenha resultado na exoneração das forças armadas israelenses", disse o ministério do Exterior turco em comunicado. (Agências)

O líder do grupo xiita, Hassan Nasrallah, disse que não pretende governar o país sozinho.

Hezbollah pede união O

líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse ontem que o grupo xiita e seus aliados buscam a formação de um governo de unidade nacional e não pretendem governar sozinhos o Líbano.

"Nós não queremos um governo para apenas um lado e nem a exclusão de qualquer partido político", disse. A declaração, feita um dia antes das negociações para a escolha de um novo primei-

ro-ministro, aparentemente foi uma tentativa de acalmar as tensões entre a oposição, chefiada pelo Hezbollah, e o bloco político pró-ocidental, liderado pelo atual premiê, Saad Hariri. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.LOGO

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

Logo Logo

JANEIRO

www.dcomercio.com.br

24

Em 1984, a Apple lança o Macintosh, que viria a revolucionar a história da computação.

R ECUPERAÇÃO E M

C A R T A Z

N ARCOPOMBO

MOSTRA

Mostra fotográfica Centenário do Teatro Municipal de São Paulo homenageia o centésimo aniversário do Teatro Municipal. Passagem da Consolação. Rua da Consolação, esquina com a avenida Paulista (Metrô Paulista). Grátis. C URIOSIDADE

Serpentário, o novo signo do zodíaco... Segundo o astrônomo Parke Kunkle, um 13º signo deveria fazer parte do zodíaco por causa de mudanças no alinhamento da Terra.

Veja como ficaria seu signo

Sete vidas de Alencar Leo Drumond/Folha Imagem

N

o seu leito, no Hospital Sírio-Libanês, o e x - v i c e - p re s idente José Alencar estava enfrentando um sofrimento para o qual, em princípio, não havia remédio e nem tratamento, que era uma permanente e insuportável exaustão. Trata-se certamente de mais uma das muitas sequelas do câncer na região abdominal que o acomete desde 2000 e que já o levou à mesa de cirurgia por mais de 15 vezes. Como todo País sabe que José Alencar não é homem de se queixar à toa, seu lamento na manhã de sábado passado dava a entender que o cansaço extraordinário havia passado dos limites. "Eu sinto uma exaustão completa. Você não pode fazer ideia de como me sinto cansado", disse ele por telefone ao Diário do Comércio. A frase ganha maior dimensão se for considerado que ele se encontrava deitado desde antes do Natal, ocasião em que o agravamento do estado de saúde o recolheu ao hospital, impedindo-o de participar de posse de Dilma Rousseff. A intensidade da má disposição dificilmente permitirá que José Alencar vá à Prefeitura, no prédio do Banespinha, amanhã à tarde, às 15 horas, para participar da cerimônia em que será homenageado pela cidade no

José Alencar está exausto, mas não desiste da sua luta e, outra vez, quer dar a volta por cima.

dia do seu 457º aniversário. Na mão de Deus – Em todo caso, tudo pode acontecer se depender da tenacidade de José Alencar. Ele somente não foi à festa de Dilma devido à proibição médica. Por sua vontade, teria ido, como o faria agora. "Estou estou deixando ao encargo de Deus", resignou-se. O telefonema de José Alenc a r o c o r re u p o r v o l t a d a s 11h30. A voz não apresentava o conhecido vigor que caracterizava seus pronunciamentos quando se referiu à doença nos momentos em que ela ganhava suas formas mais agudas. Ao contrário, as palavras foram ditas pausadamente, em tom baixo, mais para grave. Mas ninguém deve se enganar: o ar-

Reuters

rojo continuava o mesmo. "De minha parte, eu prossigo lutando. É o que me resta e o que eu quero fazer. De outra, entrego meu destino a Deus." Oponente imediato – Neste momento José Alencar voltou a ressaltar sua exaustão, sugerindo que era ela seu oponente imediato. E como derrotá-la se nem o sono, a arma mais poderosa e definitiva, consegue superá-la? É possível que esses dias de hospital o tenham feito pensar mais na vida, a fazer suas reflexões. Ele disse que, apesar dos atuais desconfortos, está contente por ter cumprido a missão de haver sido vice-presidente do Brasil até 31 de dezembro, ao longo de oito anos. Nesse sentido, recordou dos dias em que estudava o Brasil, ainda menino, ouvindo a professora falar da imensa extensão territorial, das diferentes particularidades do povo, das riquezas naturais e da sua própria emoção, décadas depois, em ser o vice daquele País que arregalava seus olhos. "Uma grande honra, uma grande honra", repetiu. Também lhe foi uma grande honra estar sendo lembrado por São Paulo. Ele, particularmente, acredita que não merece, que há um exagero nisso tudo. "Sinceramente, acho que não". (José Maria dos Santos).

Depois de treinar pombocorreio para levar cartões de memória de celular, criminosos de um presídio de Bucaramanga, cidade localizada no nordeste da Colômbia, resolveram utilizar a ave para transportar cocaína não refinada e maconha para dentro do presídio. O animal foi encontrado pela polícia nos arredores da prisão, com 45 gramas da droga presa ao seu corpo por um alfinete. Policiais disseram que o peso excessivo da carga impediu que o "narcopombo", apelido que ganhou, transportasse a droga para dentro da cadeia. As autoridades foram alertadas pelos vizinhos do presídio e a ave capturada na terça-feira. O animal está sendo cuidado pelas autoridades ambientais. (AE) I NVENTOR

Um selo para Landell de Moura Elza Fiúza/ABr

Sergio Neves/AE

Capricórnio: de 20 de janeiro a 16 de fevereiro Aquário: de 16 de fevereiro a 11 de março Peixes: de 11 de março a 18 de abril Áries: de 18 de abril a 13 de maio Touro: de 13 de maio a 21 de junho Gêmeos: de 21 de junho a 20 de julho Câncer: de 20 de julho a 10 de agosto Leão: de 10 de agosto a 16 de setembro Virgem: de 16 de setembro a 30 de outubro Libra: de 30 de outubro a 23 de novembro Escorpião: de 23 a 29 de novembro Serpentário: de 29 de novembro a 17 de dezembro Sagitário: de 17 de dezembro a 20 de janeiro R ECAÍDA

G @DGET DU JOUR

L

Steve Jobs, mais uma vez, se afastou da Apple para cuidar dos problemas que afetam a sua saúde. A saída do icone do mercado de tecnologia ganhou ilustração do consagrado Kichika com a sugestiva pergunta: Você tem certeza que quer sair?

ARTE NAS ALTURAS - O artista Eduardo Kobra e sua equipe concluíram o painel que retrata um cenário da Rua Direita, em 1905, e o Viaduto do Chá na década de 50. As imagens, pintadas no prédio do Senac, são em preto e branco. Pelos 457 anos da cidade.

Em comemoração aos 150 anos do nascimento do padre Roberto Landell de Moura, inventor do rádio, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) emitiu um carimbo e um selo para lembrar o autor da primeira transmissão radiofônica com sucesso, em 1872, dois anos antes da exibição pública de Guglielmo Marconi, em Bolonha, na Itália. A transmissão do padre Landell pode ser ouvida a oito quilômetros do experimento. Sua invenção recebeu duas patentes nos Estados Unidos e uma no Brasil e, mesmo assim, foi o nome de Marconi que ficou imortalizado. Há um movimento na internet (Movimento Landell de Moura – MLM) que pede o reconhecimento do padre como verdadeiro inventor do rádio.

E STILO

Senhor dos Anéis em pelúcia

Mostra explora o universo dândi Exposta no Museu Nordiska, em Estocolmo (Suécia), a mostra Dândi explora o fascinante universo do estilo que o poeta francês e teórico da arte Baudelaire definiu, na segunda metade do século XIX, como "o dandismo não é um deleite excessivo com roupas ou elegância material. Para o dândi perfeito, essas coisas nada mais são do que o símbolo da superioridade aristocrática de sua mente". Na exposição, há roupas – coletes e calças mais justos ditavam o estilo – e outros acessórios que marcam o dandismo. Em cartaz até 1º de maio.

Para o pequeno nerd que existe dentro de cada um, versões fofas de Frodo, Gandalf e de personagens da trilogia Senhor dos Anéis. www.enter tainmentear th. com/hitlist.asp?searchfield =lord+of+the+rings+plush& eeshop=&x=0&y=0

Fotos:Reprodução

Bateu as asas e caiu com a cocaína

A TÉ LOGO

Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Toyota amplia capacidade produtiva em 60% no Brasil e na Argentina

L

FHC diz que Brasil não tem estratégia industrial, cambiária e comercial.

L

China pode valorizar yuan em 2011, analisa Henry Kissinger.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

9

Gravura de Luís Céspedes Xeria, de 1628, retrata o colégio erguido pelos jesuítas. No texto, a identificação: "La Villa de San Pablo en el Brazil".

Parabéns, São Paulo De uma acanhada vila fundada pelos padres da Companhia de Jesus a uma das maiores e mais cosmopolitas metrópoles mundiais se passaram 457 anos, que serão festejados amanhã. Para celebrar o aniversário, o Diário do Comércio oferece aos leitores o bolo da festa da Cidade. Nas próximas páginas, reportagens especiais sobre a Capital, como o primeiro prefeito que a governou, os desafios para o enfrentar futuro e uma bela homenagem do músico e jornalista Theo de Barros.

Paulo Pampolin/Hype

Mariana Missiaggia

Amandda Lopes com o bolo criado especialmente para os leitores do Diário do Comércio

E

mbora pareça exagerada, a comparação é pertinente: um diploma do Instituto Paul Bocuse e da École Lenôtre, na sua especialid a d e – g a s t ro n o m i a – equivale a uma graduação em Harvard ou na Sorbonne. Trata-se do melhor. A paulistana Amandda Lopes, 33 anos, encontra-se no primeiro caso. Ela assina este bolo, cuja receita o Diário do Comércio oferece aos seus leitores para celebrar o 457º aniversário de São Paulo. Se for aceitável fazer outra comparação aparentemente insensata, é uma joia sob forma de guloseima, que faria bela figura na casinha de doces de João e Maria. Atualmente, Amandda responde pela carta de sobremesas no Le Marais Bistrot, na

Rua Jerônimo da Veiga, no Itaim Bibi. Mas em 2004 ela estava fazendo o curso dedicado exclusivamente ao uso do açúcar e à elaboração de petit gateau na École Lenôtre, em Plaisir, cidadezinha próxima à Paris, especializada em doces. Talvez seja oportuno refrescar a memória a respeito de Gastón Lenôtre (1920-2009). Ele provocou uma profunda revolução nas sobremesas durante o século XX, pesquisando novos sabores e levezas nas massas, que podem ser resumidos na descoberta da célebre mistura – café e chocolate – batizada como "opéra". Um sabor da Cidade–Em 2006, Amandda estava de volta à Paris, desta vez para fazer estudos na doçaria de Pierre Hermé, à Rua de Bonaparte, St. Germain-des-Près. Pierre, dis-

cípulo de Lenôtre, a quem considerava um Deus descido na Terra, produziu, por sua vez, nova espécie de revolução nos doces, que pode ser traduzida no "ispahan", sua mais per feita criação de macaron (bolo granulado). Nesse mesmo ano, ela foi aluna do Instituto Paul Bocuse, na cidade de Lyon. Bocuse, 86 anos, para os não-iniciados em gastronomia, foi o pai da famosa "nouvelle cuisine" nos anos 60 e 70, e seu restaurante Auberge du Pont de Collonges, na cidade de Lyon, coleciona diplomas de três estrelas do Guia Michelin. Portanto, além do talento de Amandda, este bolo da Cidade tem lições de mestres atrás de si. Amannda informa que, para conceber a receita, preocupou-se em introduzir sabores da Cidade, no caso, o café que está inserido na

sua trajetória e a laranja, presente no dia a dia dos paulistanos, ao mesmo tempo em que pomares imensos cobrem o interior. Batizou-o de Bartira, em homenagem à filha do cacique Tibiriçá que aqui se encontrava quando os jesuítas chegaram em 1554. Na verdade, Bartira é a primeira presença feminina a ser registrada na Cidade. Casou com João Ramalho (1493-1580), dando possivelmente a primeira prole de 11 mestiços (mamelucos), para formar a população da Cidade. Por que não chamá-la de nossa Eva?

Veja a receita do bolo no site www.dcomercio.com.br/especiais/bolo/


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10

O pioneiro a gente nunca esquece

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

Mesmo com a República, Prado fez questão de manter o título de conselheiro

Não bastasse ser o autor do texto da Lei Áurea, Antonio Prado, o primeiro prefeito de São Paulo, foi o responsável por sua modernização

Q

uando Antonio Prado deixou o cargo há 100 anos, após 12 anos de administração, os paulistanos ignoravam estar se despedindo do prefeito mais visionário que a Cidade já teve, com a vantagem de administrar com os pés no chão. Entregava uma Capital bonita, fresca, ajardinada e, sobretudo, moderna. É surpreendente que não seja lembrado na mesma proporção de Pereira Passos, no Rio, ou do mítico Barão de Haussmann (Georges-Eugène 1809-1891), que transformou Paris. Ninguém melhor do que gente entendida para contar sua história como deve ser. "Antônio Prado era da família mais rica do Brasil e, mesmo depois da República, fez questão de manter o título de conselheiro, que era o mais alto grau na hierarquia política do Império", explica o historiador Nicolau Sevcenko, professor da USP, ensinando atualmente como titular da Universidade de Harvard, nos EUA. Na juventude estudou em Paris. Lá, ele assistiu às incríveis reformas do Barão de Haussmann. Na verdade, algumas ideias de Haussman já vinham sendo praticadas em São Paulo, como a abertura da Avenida Paulista, em 1890, e o desenho do bairro de Higienópolis, entre 1890 e 98. Mas Antônio Prado estendeu a contemporaneidade pelo município, lembra a historiadora e escritora Maria Cecília Naclério Homem, pesquisadora do Instituto de Estudos Brasi-

leiros da USP, membro do Instituto Histórico e Geográfico e do Conselho Cívico e Cultural da Associação Comercial de São Paulo. Em 1899, Antonio Prado foi nomeado intendente-mor, isto é, administrador da Cidade, pelo então presidente (na República Velha equivalente ao posto de governador) do Estado, Fernando Prestes. Continuaria no cargo durante os mandatos de Rodrigues Alves (1900-02), Domingos de Moraes (1902), Jorge Piratininga (l904-08) e Albuquerque Lins (1808-1912). Em 1904, a denominação intendente-mor foi substituída pela de prefeito. Prado conseguiu unir recursos do governo com os da iniciativa privada para garantir o sucesso da reforma paulistana. O conselheiro concebeu a urbanização com base em amplas áreas públicas. Um cinturão de parques –Aclimação, Independência, Dom Pedro II, Vale do Anhangabaú, o antigo Jardim da Luz (século XVIIII), Praça da República – envolveriam a Cidade. "Ampliou o Largo do Rosário, a atual praça que leva seu nome. Ali se instalaram cafés, confeitarias e lojas frequentadas pela elite", diz Sevcenko. O historiador também conta que Prado fazia passeios pelo Jardim da Luz para dar o exemplo. "A ideia era disseminar o comportamento de cidadão: não jogar lixo no chão, não depredar equipamentos públicos." Sua obra mais retumbante

1910: esquina da XV de Novembro, onde ficava o gabinete do prefeito

Rua do Carmo em 1910, antes do alargamento e reforma do Convento do Carmo

Modernização continua: abertura da Praça do Correio, em 1914

Rua Boa Vista nos anos 30: concentração de prédios no centro teve início com Antonio Prado

foi a eletrificação de São Paulo e a introdução dos bondes elétricos, em 1900. Prado aproveitou para negociar com a Light a construção da Estação da Luz, em 1901. E foi nesse ano que ele inaugurou a larga e ajardinada Avenida Tiradentes. Do seu gabinete, na esquina da Rua do Tesouro com a XV de Nove mbro, remodelou a Praça da República em 1904, urbanizou o Largo do Paissandu e dirigiu a construção do Theatro Municipal, inaugurado em 1911. Levantou a Pinacoteca, entregue à Cidade em 1905, e incentivou a industrialização. "Outra preocupação foi com a saúde pública", conta Maria Cecília. "Ele trabalhou em conformidade com as diretrizes do sanitarista Emílio Ribas (1862-1925) para eliminar habitações insalubres e estabeleceu controle de qualidade para a água que abastecia São Paulo, vinda da Cantareira". No entanto, com todas essas credenciais, deixou o poder decepcionado por não conseguir tolher a especulação imobiliária. "Teve uma luta notável contra a Companhia City, que detinha um terço do solo da Cidade e passou a loteá-lo sem atentar para o interesse público", diz Sevcenko. "O conselheiro denunciou as taxas abusivas da companhia e o controle que ela tinha sobre os vereadores, mas acabou derrotado pelo lobby da empresa, que reunia capitais ingleses, canadenses e americanos." O historiador Hernani Donato, presidente de honra do Instituto Histórico e Geográfico e membro da Academia Paulista de Letras, confirma o traço de empreendedor. "Ele coordenou o grupo que, em 1878, criou a Companhia Paulista de Estrada de Ferro, que presidiu por 30 anos. Colocouse na linha de frente contra a escravidão. Depois, promoveu a vinda de imigrantes europeus para atender nossa agricultura nascente. Em l882, comprou o jornal Correio Paulistano para veicular suas idéias." Antonio Prado nasceu em berço nobre, filho de Martinho (1811-1891) e Dona Veridiana Prado (1815-1910), neto de Antonio da Silva Prado, Barão de Iguape (1778-1875). No II Império, ele foi deputado e senador por São Paulo . Em l888, ganhou o título de conselheiro, que fez questão de conservar até o fim. Também foi Ministro da Agricultura de Dom Pedro II (18251891). Caso não tivesse esse extenso e rico currículo, bastaria apenas um dos seus atos para entrar para a História: é o autor do texto que deu forma à Lei Áurea, que, em 1888, extinguiu a escravidão.

Reynaldo Ceppo/AE

Marcos Gomes


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

11

Minha São Paulo matreira Por Theo de Barros Patrícia Cruz/Luz

E

u cheguei aqui em 1954, aos 11 anos de idade. Achei tudo muito cinzento. A garoa não correspondia aos meus devaneios tropicais, mas o bonde camarão (*) era interessante. Minha mãe e eu moramos uns meses num hotel, na então inocente Rua Aurora e depois nos mudamos para um apartamento no fim da Conselheiro Nébias. Na esquina ficava a mansão do Conde Prates (*), de onde um jenipapeiro vencia muro e desperdiçava seus frutos na calçada. As diferenças começaram a emergir na escola. No Rio, os garotos usavam calças curtas, mas a praxe daqui exigia calças compridas. Como ninguém me avisou, fui de bermuda. Foi um escândalo. O preconceito e o bairrismo renderam muitos "espera lá fora" e muitas brigas de rua. A minha roda de amigos ficara no Rio. Durante um bom tempo, meu único parceiro foi o violão. Como eu passava férias lá, costumava preparar alguns solos para impressionar a turma. Foi o primeiro presente que São Paulo me deu: o isolamento necessário para desenvolver a musicalidade. Aos poucos, fui conhecendo através do Ginásio Riachuelo ("entra burro e sai camelo"), rival do Colégio Maria José ("entra ômi e sai muié"), os colegas que se tornaram amigos para sempre. "São Paulo e eu fomos crescendo. Mudei de colégio..."

L

embro que fiquei impressionado com a imponência dos cinemas. Ipiranga, Marabá, Marrocos e Paissandu. E mesmo o padronizado Metro era diferente. Parecia, e devia ser, mais asseado do que o da Rua do Passeio; era mais clean. E o uso de gravata era obrigatório, inclusive para pirralhos como eu. Nós tínhamos uma prima que morava na Água Rasa com a família e íamos visitá-la uma vez por semana. Era uma viagem sem fim. O ônibus demorava cerca de uma hora para chegar. Foi uma forma cansativa, mas compensatória, de avaliar o tamanho da cidade. As ruas de terra vermelha imprimiam um tom campestre nas roupas. Ali existiam crianças diferentes dos inevitáveis colegas de classe. Além do

má-los aos 40 anos, casado e com filhos. O famoso Ponto dos Músicos era na também notória esquina da São João com a Ipiranga. Em noites de lua, eu vim muitas vezes a pé do fim da Rua Augusta até o Ponto. A melhor maneira de se conhecer qualquer lugar é caminhando. Nunca s e n t i q u e c o r r i a a lgum perigo. Foi uma lição de vida saber que entre os vampiros da noite existia uma certa ética, um respeito mútuo.

mais, aquele recreio não acabava nunca. São Paulo e eu fomos crescendo. Mudei de colégio, fui para o Oswaldo Cruz. Esse tinha um lema oficial e menos ofensivo: "Não esmorecer para não desmerecer". Alguns alunos do Riachuelo também se transferiram. A roda de amigos paulistas estava se alicerçando. "Em noites de lua, eu vim muitas vezes a pé da Augusta..."

F

oi durante o segundo Clássico "São Paulo tem uma que a noite me sabedoria matreira, seduziu. Eu estudava capaz de no período noturno e harmonizar..." minha classe tinha um Theo de Barros, em frente baterista que ia trabaao Pátio do Colégio lhar numa boate nas o m o c o n t r a'bocas' depois da aula. b a i x i s t a , t oUma vez ele me conviquei em quase dou para ir até lá. Apesar de ainda não termos todas as casas noturnas dos anos 60. Em alguns 18 anos, eu e meu comparsa Waldomiro fica- "inferninhos" (*) também. Mas eu dava prefemos escondidos no canto mais escuro, bancan- rência aos lugares de jazz e de bossa nova. do os adultos e ouvindo o Dinho tocar. Aquele Enfim, eu na Conselheiro Nébias, Waldomimundo fascinante reunia duas de minhas pai- ro na João Teodoro, as boates da Augusta e xões: a música e a noite. Eu já fazia bailes, jam- Praça Roosevelt, a prima na Água Rasa, as resessions e shows, ora acompanhando alguém, feições na Salada Paulista (*), no Gato Que Ri, ora mostrando minhas composições. Logo es- depois no Gigetto, no Parreirinha, no Patatava com um pé na cozinha e outro no quarto. chou, um amigo em Santo Amaro, a namorada Foi então que recebi um convite para tocar na na Casa Verde, um ensaio na Vila Mariana... A boate Lancaster, no fim da Rua Augusta. Éra- cidade foi se revelando. mos César Camargo Mariano; Flavinho no Então veio a era das reuniões de bossa, dos trompete; Roberto Escalante na bateria e eu, às festivais e musicais da TV-Excelsior e da TVvoltas com um contrabaixo de três cordas em- Record e do saudoso Quarteto Novo. Através prestado, sem ter a menor noção do instrumen- de shows, conheci lugares que não pareciam to. Comecei a fazer os baixos dos acordes, coisa pertencer a São Paulo, tais como Eldorado e a que eu conhecia do violão. E assim começou a Cantareira, sem falar nas incontáveis cidades minha carreira profissional, pelejando contra do interior paulista. São Paulo tem uma sabeaquele baixo acústico e enchendo os dedos de doria matreira, capaz de aliciar e harmonizar calos. Tive que largar os estudos e só fui reto- pessoas e lugares discrepantes. A intolerân-

C

cia no Oriente Médio desaparece nas praias do Guarujá. Hoje eu sinto uma ponta de orgulho ao ensinar o melhor trajeto para um taxista iniciante. Confesso que conheço a cidade, embora ela nunca pare de se expandir e de me surpreender, às vezes até de uma forma negativa. Demolir um casarão para edificar uma torre envidraçada machuca a tradição e magoa o coração. Porém, a função do progresso é progredir a despeito dos apegos sentimentais de quem quer que seja. O antigo cede lugar ao novo e tudo muda. É a nova paisagem. É a nova fisionomia. É a metamorfose em acelerada dinâmica. É São Paulo! E daí que não tem praia? Paris também...

A

vida gira em torno de pessoas e de lugares. Tenho uma irmã, uma esposa, uma filha e um filho paulistas – nessa ordem. Uma roda de amigos paulistas e uma cidade que me acolheu, protegeu e me viu crescer. Creio que o amor verdadeiro perdoa os defeitos e enaltece os méritos de alguém ou de alguma coisa. Assim como o amor de um pai não se divide quando nasce um novo filho – o amor simplesmente se desdobra de tamanho, meu afeto pelas duas cidades também segue essa regra. Ainda amo o Rio de Janeiro, mas amo com igual intensidade São Paulo de Piratininga. E daí, que não tem mar? Paris também não tem! (Theo de Barros, 67 anos, compositor, músico e jornalista, autor de muitas canções entre elas "Disparada", "Menino das Laranjas", "Angola", "Vim de Santana", morador na Vila Madalena) (*) Tratava-se de um bonde fechado, da cor vermelha, que inspirou seu apelido. Foi introduzido em 1927. (**) Eduardo da Silva Prates - 1860-1928 - foi um operoso empreendedor. Além de empresas fundou o Automóvel Clube de São Paulo, a Sociedade Hípica Paulista e a Sociedade Rural Brasileira. Em 1896 ocupou a presidência da Associação Comercial de São Paulo. (***) O termo nasceu nos anos 50 com a expansão das casas noturnas na Cidade. Referia-se às boates nas quais as chamadas "damas da noite" faziam ponto.

Museu Paulista

O tesouro vai virar presente Pintura de Almeida Júnior sobre São Paulo passa por restauração Por Selma Viana

O

presente já começou a ser preparado, porém, só ficará pronto dentro de 18 meses. Tempo tão longo exige esforço do homenageado para conter sua ansiedade. Mas quem está fazendo 457 anos, com certeza tem paciência para esperar. Na verdade, este presente já havia sido dado há 122 anos e está sendo embrulhado para ser oferecido mais uma vez. Esta história, para ser melhor entendida, pede um exercício de imaginação em direção ao passado, baseado na documentação da Cúria Metropolitana. Portanto, vamos supor que você esteja entrando na Praça da Sé nos últimos dias de 1911. O lugar tem um ar de Ouro Preto devido à igreja barroca que domina a praça. Naturalmente, é modesta aos olhos modernos. Mas quando foi inaugurada, em 1764, deve ter provocado orgulho nos 35 mil moradores da cidade. Inclusive porque o levantamento de sua torre, feita de pedra sob uma estrutura de taipa – blocos de barro socado – mais do que um desafio, configurava uma temeridade. A rigor, somente foi aceita porque era tamanha a confiança no mestre de obras Joaquim Pinto de Oliveira Thebas, cuja última designação, segundo crônicas da época, virou gíria corrente como símbolo de qualidade. Ele era um mestiço escravo.

A Conversão de São Paulo na Estrada de Damasco saiu do teto para ser recuperada

Ao entrar na velha igreja da Sé, você iria deparar com seis altares laterais – três de cada lado – conduzindo ao altar-mór; um coreto, que fazia às vezes de púlpito; o assoalho de tábuas largas, com frinchas pronunciadas e, se der as horas, soarão os quatro sinos. Dos dois que sobraram, um está hoje na Igreja de São Geraldo, em Perdizes, e o outro na de Santa Cecília. Atrás, no coro, encontrava-se o órgão dourado de nove registros, instalado agora na Igreja de São José, no Ipiranga. Se você voltar o rosto para cima, ficará impressionado com a imensa pintura (4,3 X 3,7m) incrustada no teto da nave. Pena que ameace um torcicolo para ser admirada. Tratase da conversão de São Paulo

na estrada de Damasco, pintada por Almeida Júnior (18501899) no ano de 1889. Observe tudo com atenção, pois daqui a menos de um mês essa igreja começará a ser demolida para dar lugar à atual catedral. A quebradeira começará no dia 25 de janeiro de 1912. Naquela prévia distribuição do acervo, antes que o prédio viesse abaixo, o quadro coube ao Museu Paulista, que existia apenas há 16 anos. Recebeu-o bastante danificado e todas as tentativas de expô-lo foram frustradas. Por isso, devido ao mau estado, o melhor foi mantê-lo recolhido. Neste ano, "A Conversão de São Paulo na Estrada de Damasco" está entrando em restauro, coincidindo com o aniversário da cida-

de. Mas os paulistanos não precisarão aguardar 18 meses –estimativa do trabalho – para vê-lo. É que a delicada tarefa está sendo executada sob os olhares dos visitantes. 12 de janeiro de 2011 – "Nós estamos limpando as camadas pictóricas, fazendo a nivelação, o repinte e a reentelagem da pintura. A obra está bem danificada", informa a arquiteta Yara Ligia Petrella, responsável pela restauração. O quadro de Almeida Júnior é um exemplo clássico de academicismo. Aliás, toda a sua obra deixa ver que ele foi fiel ao seu

mestre, o francês Alexandre Cabanel (1823-1889), um puro pintor clássico, com quem estudou em Paris, bancado pessoalmente pelo imperador D. Pedro II. Mas é interessante observar que o ano de 1889, em que São Paulo foi pintado, marcou uma divisão na trajetória do artista. Dali em diante, iria abandonar os temas religiosos e mitológicos, característicos do classicismo, para se dedicar à fase regionalista, que encantaria o Brasil e do qual a tela mais exuberante é o Caipira Picando Fumo (1893). P o r i s s o , n u m p r i m e i ro

olhar, Almeida Júnior foi um corajoso ao retratar a conversão de São Paulo, pois mestres de altíssimo quilate, como Michelangelo (1542), já o haviam feito. Para o retrato, utilizou o rosto de Pedro Alexandrino (1856-1942), que era seu discípulo na época e bem diferente de São Paulo (1-64/65). Pelos relatos do século II, o apóstolo, de origem grega, puxaria por uma perna, tinha raros cabelos e, bem medido, não passava de 1,50m. Mas a visão exuberante do religioso não foi exclusiva de Almeida Júnior. Todos os outros fizeram a mesma coisa.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

Patio do Colégio: berço de SP em imagem do Museu do Pátio do Colégio e visto de satélite

Aviso aos navegantes: São Paulo pode parar Diretora do Centro de Estudos da Metrópole aponta o que deve e precisa ser feito

A

s projeções para a cidade de São Paulo são assustadoras. Esta afirmação vem de quem entende do assunto. Marta Arretche é diretora do Centro de Estudos da Metrópole do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e professora de Ciências Sociais da USP. Ela diz mais: se o número de carros continuar a crescer como hoje – três novos carros para cada novo habitante –, e as ruas e avenidas continuarem as mesmas, "o tráfego da cidade tende a paralisar no médio prazo". Estudo recente diz que o nosso é o sexto pior trânsito do mundo.

Quais são as soluções para a Cidade? Marta Arretche – "Não vejo ações que possam produzir esperanças críveis de que esses problemas sejam solucionados no médio prazo. A solução que as pessoas estão encontrando é sair da Cidade." DC – De tudo, o que é mais grave? Marta – Os dois problemas urbanos mais graves são o custo dos deslocamentos – que não são devidamente encarados como um problema social de grandes proporções (há os custos econômicos, mas também os humanos, de até cinco horas diárias em veículos lota-

dos) - e o problema o ambiental, derivado da ocupação desordenada, do desmatamento, da emissão de carbono. É um problema coletivo que se distribui desigualmente. Mas é certamente um problema de grandes proporções. O que pode acontecer quando a Cidade parar, ou o que fazer para não parar? Marta –Só é possível fazer projeções com base no que conhecemos hoje. Se forem mantidas todas as condições presentes, a qualidade da vida na Cidade tende a se tornar crescentemente inviável. Para que São Paulo não pare, seria necessário alterar algum ou alguns dos fatores desta máquina que gera congestionamentos intermináveis, degradação da vida urbana, taxas elevadas de emissão de carbono. Isto, entretanto, supõe adotar alguma solução que seja politicamente sustentável e respeite as características do território. Por exemplo... Marta – O modelo londrino, que supõe a restrição do acesso ao cent r o , p o r p a g amento de pedágio, poderia melhorar os c o ng e s t io n amentos. Contudo, não re-

solveria o problema na escala metropolitana. O pedágio seria para segurar a entrada de carros, ou também para financiar projetos? Marta –Tem de ser acompanhado da expansão do acesso ao transporte público. Caso contrário, os deslocamentos se tornam inviáveis. Esta solução, entretanto, supõe respeito às características do território. As cidades que construíram o metrô antes de se tornarem grandes centros conseguiram fazer uma rede capilarizada. Este é o caso de Moscou e Paris. Entretanto, nas cidades que já estão densamente ocupadas, os custos de construção de um metrô são proibitivos. Não há outra solução, mudar o modelo do carro para algo simples e individual? Marta – O ponto central é que a necessidade de reformas urbanas abrangentes, que melhorem as condições de vida na cidade, lamentavelmente não é condição su fi ci en te Marta Arretche, do Centro de Estudos da Metrópole Divulgação

para que essa reforma aconteça. Há soluções técnicas para o problema urbano no mundo: metrô, fechamento do centro urbano, expansão do transporte coletivo, criação de corredores de ônibus, ciclovias, etc. Qualquer solução, contudo, tem custos econômicos e políticos. O pedágio urbano no centro de Londres sempre foi criticado. Em 2007, após consulta popular, o prefeito Boris Johnson reduziu o perímetro da área sujeita ao pagamento de pedágio. Houve muita pressão? Marta – Sim. Pressões contra cada medida que mexa no território são inevitáveis, pois alteram padrões estabelecidos de sua ocupação e uso. Quando (o urbanista e então prefeito) Jaime Lerner implantou os corredores urbanos para ônibus, em Curitiba, também enfrentou grande resistência. E quanto ao metrô? Marta –A construção de uma linha de metrô tem custos econômicos e políticos envolvidos nas desapropriações e no rearranjo de áreas ocupadas. Portanto, qualquer solução requer uma liderança forte. Esta liderança deveria ter capacidade de sustentação política. Incluindo a população? Marta –A população e uma coalizão de grupos com capacidade para garantir mudanças.

Tecnologia e sociedade

O

resultado das pesquisas tecnologias em andamento poderão ajudar a Cidade nas próximas décadas? O professor João Furtado é coordenador justamente da área de Pesquisa para a Inovação da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Ele diz: "Sem mudanças substanciais na organização da sociedade, do trabalho, da vida social, é impossível criar soluções que dependam apenas e exclusivamente da tecnologia. A tecnologia é um pedaço da solução, mas ela não é a solução." A criação de solução, afirma, não pode nascer na universidade e nos institutos de pesquisa de modo isolado da sociedade. "Os conhecimentos que a universidade vai produzindo podem tornar-se soluções mais consistentes e eficazes quando elas estão ligadas às demandas sociais, à

Não existe no horizonte uma tecnologia que mude o conceito? Marta –Soluções desse tipo têm duas dimensões. Uma é a técnica, que estabeleça metas a serem atingidas, tais como reduzir a emissão de carbono e de carros circulando em tais e tais quantidades. Entretanto, qualquer solução técnica se

Uma mãozinha da ciência N

um futuro próximo, técnicas e produtos recém criados poderão aliviar os problemas de São Paulo e outras cidades. Veja exemplos. Carro movido a lixo Engenheiros britânicos criaram um carro que usa como combustível gás metano extraído de lixo orgânico e dejetos humanos. O Bio Bug (abaixo), dizem os inventores, ultrapassar a marca dos 100 km/h. O gás é gerado pela digestão das bactérias, que consomem oxigênio e afetam as moléculas dos materiais biodegradáveis. Isto não é novo, mas é a primeira vez que é usado em um carro. A empresa GENeco, que o desenvolveu, diz que os motoristas não sentirão diferença entre o Bio Bug e um carro convencional.

Alerta contra enchente A Universidade de São Paulo, a USP, desenvolveu o protótipo de uma rede de sensores sem fio que prevê cheias e lança alertas à população. Na margem do rio, fica um computador do tamanho de uma caixa de fósforo. A ele se liga um sensor, deixado no fundo do rio. Ele mede a pressão das águas: mais pressão, mais possibilidade de cheias. A cada cinco minutos, as informações são passadas para outro computador, na sede do projeto. Ele pode avisar aos moradores da área quando a enchente é iminente disparando uma sirene e enviando "torpedos" para os celulares. Ruas porosas Hoje, em nossas ruas e avenidas asfaltadas, á água da chuva não se infiltra no solo. Corre diretamente para córregos e rios, que transbordam. Agora, pesquisadores da Escola Politécnica da USP criaram um pavimento que, embora pareça com o velho (seja de asfalto ou blocos de concreto), é permeáveis. O asfalto é o comum, misturado a aditivos

que criam pequenos orifícios na superfície. Depois vem uma camada de base de pedras, de 30 cm, que armazena a água por algum tempo. Abaixo dela, uma manta de borracha ajuda nesse propósito. A água, por fim, sai por uma série de drenos. Um dos coordenadores do trabalho, José Rodolfo Scarati Martins, tem explicado o seguinte: "A água infiltrada passa pelas camadas de revestimento, acumula-se na base do pavimento e sai pelos drenos, reduzindo o impacto da impermeabilização causado pela pavimentação convencional." O novo pavimento "capta e armazena a água antes dela correr para as bocas de lobo". Testes feitos no verão passado, quando choveu por quarenta dias seguidos, comprovaram as qualidades do novo asfalto. "Ele conseguiu aliviar pela metade os efeitos locais de uma forte chuva." Carro a água Uma empresa japonesa, a Genepax, desenvolveu o protótipo de um carro movido a água. Isso mesmo. Você enche o tanque com H²O, ou seja, a boa e velha água. Um processo

dinâmica da cidade, das famílias, dos indivíduos." Furtado diz que "os dispositivos, os artefatos, as soluções materiais" podem ajudar muito a melhorar a qualidade de vida na cidade. "O trânsito pode melhorar com soluções mais inteligentes, que organizem melhor os fluxos de veículos e pessoas." Mas pondera que diante das tragédias produzidas pelas enchentes, hoje, "precisamos reconhecer que a tecnologia não pode ignorar os limites naturais e não pode violentar certos princípios básicos". "A natureza pode ser compreendida, a tecnologia pode ajudar a cidade a utilizar de modo adequado e sustentável os recursos da natureza, mas nós não podemos imaginar que tendo mais, muito mais tecnologia, ela pode darnos o meio para ignorar a natureza (física) e a organização social."

aplica a um território. Portanto, essas soluções têm que ser adaptadas a esse território. No final dos anos 90, havia a meta técnica de se construir 140 piscinões na região metropolitana contra os alagamentos. Mas não existe área disponível neste território para este número de piscinões.

Divulgação

Valdir Sanches

especialmente desenvolvido quebra as suas moléculas. Separa o hidrogênio do oxigênio, e interfere neles, de modo a gerar energia. Os fabricantes garantem que o carro (acima) anda uma hora com um litro de água a uma velocidade de 80 km/h. Ao apresentar o protótipo, há dois anos, a empresa disse que estava ele pronto para ser produzido em série. A Coisa Um patinete com motor elétrico, que roda por 40 quilômetros a uma velocidade de 20 km/h sem recarregar (o que pode ser feito em uma tomada qualquer). O nome do invento, nos Estados Unidos, é Thing (coisa). A versão brasileira é do empresário Guilherme Hannud Filho, que usa a seguinte lógica: não é preciso construir um veículo de 1,5 tonelada para levar pessoas com menos de cem quilos. Guilherme está otimista com as vendas.


e CAIXA 1

AGENDA

conomia

O seu consultor financeiro

26

27

28

Quarta-feira

Quinta-feira

Sexta-feira

O IBGE divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

A Fipe publica o resultado do IPC na terceira quadrissemana do mês de janeiro.

A Fundação Getúlio Vargas informa a terceira prévia do IGP-M de janeiro.

13

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

Investir em fundos ou imóveis?

Risco diluído e liquidez

Que tal unir as duas coisas, sem o ônus de administrar um imóvel? Pois é essa a opção de muitos investidores desde 2009.

E

REJANE TAMOTO

C

omprar um apartamento para alugar ou partes de vários imóveis? Entre os investidores experientes, habituados a diversificar o portfólio, a resposta está na segunda opção. Por isso, o investimento em fundos imobiliários mais do que dobraram de 2009 para 2010. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão federal que regula e fiscaliza o mercado de ações, esta é a maior alta nos 15 anos de existência deste tipo de operação. Segundo o gerente de Acompanhamento de Fundos Estruturados da CVM, Claudio Maes, a quantidade de dinheiro nos fundos imobiliários subiu 128%, passando de R$ 3,5 bilhões, em 2009, para R$ 8 bilhões em novembro de 2010. "Como os rendimentos de pessoas físicas são isentos de Imposto de Renda (IR), houve aumento de procura por este público", diz Maes. Segundo ele, existem 105 operações no mercado, cada uma com regras próprias, como se fossem empresas diferentes. "A tendência é que continue em crescimento", diz. Outro fator que atrai as pessoas físicas é a não exigência de um capital inicial alto. Segundo especialistas, a popularização dos fundos imobiliários deve aumentar porque eles são fáceis de entender.

128%

MAX

A médica Mila Flavia Linjardi Vieira de Moraes, de 37 anos, começou a comprar cotas no valor de R$ 1,47 cada, em outubro do ano passado. "Já aplicava em renda fixa e investia em ações. A opção por fundos imobiliários se mostrou boa e vantajosa. O risco é menor do que investir em ações, que podem despencar de uma hora para outra", diz. Atualmente, Mila tem 2.570 cotas de prédios comerciais famosos, avaliadas hoje em cerca de R$ 3,8 mil. Todo mês ela recebe na conta-corrente o rendimento de R$ 27 e reaplica na compra de mais cotas com o objetivo de ter uma renda futura para se aposentar. A médica diz que quem direciona os recursos é o marido, o agente autônomo de investimentos, Arthur tem, maior é o rendimento mensal, Vieira de Moraes, de 33 anos. "Com- que vem dos aluguéis dos imóveis. A pensa mais investir em cotas de fun- maioria dos fundos oferece rentabidos imobiliários do que comprar um lidade mensal de 0,75% sobre o valor apartamento e alugar, por causa do das cotas, o que corresponde 9% ao rendimento menor, de 0,5% ao mês, e ano. "Abaixo deste percentual não da incidência de IR", diz Moraes. Se- vale a pena para o investidor", diz o gundo ele, o investimento inicial nos sócio e diretor da Fundo Imobiliário fundos imobiliários pode ser peque- Consultoria de Investimentos, Sérno, mas o rendimento é melhor para gio Belleza. quem começa aplicando uma soma Há fundos que chegam a oferecer de R$ 10 mil. até 12% de rendimento anual. Um Nesse tipo de investimento, um ou bom exemplo é o da Caixa Econômimais imóveis coca Federal, que comerciais ou residenmercializou 68 mil ciais, construídos ou cotas, cada uma a R$ não, novos ou usa1 mil para a construdos, são divididos ção de um prédio em cotas, que são para a Companhia vendidas para inEstadual de Águas e Foi o salto das vestidores (pessoas Esgotos (Cedae), do aplicações em fundos física ou jurídica). Rio de Janeiro. "O imobiliários no Brasil, Toda a operação poprédio está sendo de ser realizada por construído sob meaté novembro de bancos ou corretodida para a Cedae, 2010, totalizando R$ 8 ras. que se compromebilhões em recursos. Para que o investeu a pagar o aluguel tidor tenha isenção por 10 anos. Como de IR, ele deve partihavia risco adiciocipar de um fundo com no mínimo nal, inerente à construção, oferece50 cotas e ser proprietário de apenas mos maior retorno, de cerca de 12% 20% do patrimônio total. A taxa de ao ano", diz o gerente Nacional de administração oscila entre 1% a 1,5% Fundos Especiais da Caixa, Vitor e cobre todas as despesas com a con- Hugo dos Santos Pinto. servação dos imóveis. Em torno de Segundo ele, no primeiro trimes3% do valor total do patrimônio é di- tre deste ano o banco deve lançar um recionado a um fundo de reserva e fundo de ativos logísticos no merca95% são distribuídos em rendimen- do. Até o final de 2011, serão mais tos aos investidores. dois outros fundos de investimentos Quanto mais cotas um investidor imobiliários. "Estes fundos oferecem

Patricia Cruz/LUZ

Vantagem

ganho real de 7% a 10% ao ano, enquanto um de renda fixa tem retorno médio real, descontados o IR e a inflação, de 3% a 5% ao ano", diz o gerente da Caixa. Segundo estudo do consultor Sérgio Belleza, de 25 fundos de renda destinados às pessoas físicas, tradicionais na Bolsa de Valores, o que apresentou maior rentabilidade bruta, de 59,61%, foi o do prédio Continental Square Faria Lima. O fundo administrado pela BR Capital detém quatro andares e meio de escritórios comerciais do prédio e 75% de um hotel cinco estrelas. "Este fundo, criado em 2001, demorou para dar rentabilidade. Ele dependia da expansão da avenida Faria Lima, que atrasou em mais de dois anos. É um exemplo de como o investimento imobiliário pode ser de longo prazo", acrescenta Belleza. Segundo o consultor, o cálculo foi feito com base na taxa interna de retorno, que representa a aquisição da cota no início do ano, adicionada aos rendimentos e a venda no final do ano. A partir deste cálculo, a taxa média de retorno dos fundos analisados foi de 26,87% ao longo de 2010.

Compensa mais investir em fundos imobiliários do que em imóveis, por causa do rendimento e da incidência de Imposto de Renda. ARTHUR VIEIRA DE MORAES, AGENTE DE INVESTIMENTO.

m geral, a comparação entre aplicar o dinheiro em renda fixa ou em fundos de investimentos imobiliários não deve ser feita para medir os riscos. Isso porque os fundos imobiliários são de renda variável e estão sujeitos às mudanças do mercado imobiliário. Se a aplicação em renda fixa garante o retorno do que foi investido, nos fundos há possibilidade de se ganhar ou perder. "É um investimento moderado, mas que não tem grande volatilidade", afirma o educador financeiro, Mauro Calil. Mesmo assim, o risco de investir em um fundo imobiliário pode ser diluído, se comparado ao de receber rendimentos de aluguel de apenas um inquilino. O cotista é dono de vários imóveis e tem muitos inquilinos, que podem ser de shoppings, de imóveis comerciais e residenciais. "Se estiver com um deles vago, não vai fazer tanta diferença", diz o especialista em finanças do MoneyFit, André Massaro. Em vez de comprar uma sala comercial por R$ 100 mil, o investidor pode comprar quatro cotas e dividir o risco. "Depois, ele pode vender uma cota para comprar um carro, em vez de um imóvel inteiro", diz Calil. Liquidez – As regras de cada fundo de investimento imobiliário são bem particulares. Cada um estipula o seu prazo, que pode ser determinado ou indeterminado. Outros oferecem rendimento semestral em vez de mensal. Mas a maioria têm uma regra comum: uma vez que adquiriu a cota não é possível resgatá-la do fundo. Assim, se o investidor precisa de dinheiro com urgência deve vender o equivalente em cotas na Bolsa de Valores ou na Sociedade Operadora do Mercado de Acesso (Soma). Para Calil essa é a razão pela qual os fundos imobiliários apresentam melhor liquidez do que um imóvel. Segundo ele, é mais fácil e rápido comercializar uma cota do que um imóvel inteiro. Por outro lado, os fundos de investimentos imobiliários não têm liquidez diária e são considerados investimentos de médio prazo, na opinião do sócio-diretor da Divisão de Consultoria de Gestão da Crowe Horwath RCS, Mauro Johashi. "Dependendo dos movimentos do mercado, as cotas podem ou não se valorizar. O risco está em precisar do dinheiro com urgência em um momento ruim do mercado", afirma Massaro. (RT)


14 -.ECONOMIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

e

15

Fotos: Newton Santos/Hype

conomia

CAIXA 1 O seu consultor financeiro

Cartão de crédito na mão é vendaval Dinheiro de plástico favorece a compra de itens supérfluos no supermercado. Previna-se!

PAULA CUNHA era reforçada pela possibilidade de adiar o pagamento via cartão. Agora, ela afirma pagar suas compras sempre à vista, e ter aprendido a vigiar seus gastos, anotando em um caderno os preços dos produtos adquiridos. "Sou mais atenta a cada detalhe." Mais acesso, menos controle Para os especialistas em finanças pessoais, casos como esse são cada vez mais comuns, em razão do aumento do poder de consumo dos brasileiros, que passaram a ter mais acesso ao crédito. No entanto, essas pessoas estão ainda na fase inicial do aprendizado de como lidar com os meios eletrônicos de pagamento, e podem exagerar no seu uso. A passadeira Faraildes Dias está dando os primeiros passos com o dinheiro de plástico. Ela diz temer se exceder quando utiliza o cartão para pagar as compras mensais. Mesmo assim, ela afirmou que tem conseguido refrear o impulso de consumir com o temor de que, utilizando o cartão sem controle, poderá contrair muitas dívidas. Já a dona de casa Karina Dal Porto, que comprou itens como salgadinhos, disse que paga esse tipo de produto geralmente com cartão. Mas ressal-

A compra de itens supérfluos nos supermercados tende a ser fortalecida pela possibilidade de se adiar o pagamento

tou que a modalidade de pagamento não influenciaria sua decisão de adquirir esses itens. Aprendizado Para Evaldo Alves, professor de economia da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV), meios de pagamento como cartão de crédito e cheque especial são menos tangíveis que o dinheiro em espécie, e dão a sensação de que esses comprometimentos do orçamento doméstico foram adiados. Essa sensação alia-se ao ato de com-

CÉLIA CELESTE DE ABREU OKADA, PROFESSORA

Pagar com cartão de crédito não influencia minhas compras. KARINA DAL PORTO,

Rua Pedro Padovani, 127 - Parque Bristol

- 2ª via de certidões: casamento, nascimento e óbito. - 2ª via de contas - 2ª via do CPF - Atestado de antecedentes - Boletim de ocorrência - Consulta DETRAN - Consulta SPC (nacional e estadual) - Controlar (emissão de boleto e agendamento) - Cópia de CD e DVD - Digitação de currículo - Digitação por folha - Fax (envio e recebimento) - Gravação de CD, DVD e músicas no celular - Impressão pb, colorida e fotografia - Jogos de vídeo game - Previdência social - Recarga de bilhete único e celular - Xerox pb e colorida

DC

DC

DONA DE CASA

Tel.:(11) 2331-5936 E-mail: lh.orlando@yahoo.com.br

Novo comportamento Apesar de não existir estudo sobre o consumo em supermercados no Brasil para basear suas avaliações, o diretor da Faculdade de Administração da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Tharcísio de Souza Santos, ponderou que o cartão de crédito passou a ser mais utilizado por grande parte da população. Essa expansão também alterou o comportamento dos seus usuários. Para Santos, o consumidor precisa saber que não se financia crédito rotativo com o cartão de crédito, já que os juros no Brasil variam de 8% a 12% ao mês. Outros consultores ressaltam que a aquisição de itens mais supérfluos, como doces e salgadinhos, também pesa na conta final, principalmente quando os pais vão ao supermercado com os filhos – que sempre pedem mais um pacote de batatas fritas ou chocolate. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) não tem uma pesquisa sobre o consumo deste tipo de alimento, mas confirma o crescimento na aquisição de todos os itens comercializados em função do expressivo avanço do poder aquisitivo da população, principalmente da classe C.

Agora, sou mais atenta a cada detalhe das compras.

CURTO CIRCUITO Lan House

prar novos itens – e as duas podem acabar aumentando a conta final do supermercado. Entretanto, Alves ressaltou que todo este processo no Brasil pode ser considerado uma fase de aprendizado para os novos consumidores, e que ela é normal. Ele lembrou que os atuais níveis de inadimplência estão dentro do que pode ser considerado razoável, e que a diversificação e o aumento na aquisição de alguns tipos de itens podem ser estabilizados com campanhas para a administração do orçamento familiar.

Especializada em atendimento de pequeno e médio varejo!

Empresa saudável, com 10 anos de tradição no mercado, no ramo de distribuição de alimentos, trabalhando e proporcionando, a seus clientes, os melhores produtos.

Ligue agora!

Fone:

11

2761 0458

GESTÃO gestão de negócios e liderança A empresarial não são monopólio de administradores. A Faculdade Armando Alvares Penteado (Faap) de São Paulo acaba de abrir as inscrições para o curso de pós-graduação "Estratégia Militar para Gestão de Negócios". A ideia é trazer uma análise do assunto feita por oficiais das forças armadas, além de diplomatas. Mais informações no site www.faap.br ou pelo telefone (11) 3662-7449.

SEGURO Itaú Unibanco acaba de lançar uma O modalidade de seguro para viagem com coberturas nacional e internacional. O Seguro Itaú Viagem dá aos segurados acesso a uma central de atendimento 24 horas em português, onde quer que esteja. Além disso, o produto oferece reembolso ao segurado em caso de necessidade de atendimento médico. O seguro pode ser contratado para viagens de avião, navio, carro, moto, trem ou ônibus.

GRIGOLETO ADVOGADOS

DC

O

uso do cartão de crédito ou débito para pagar as contas do supermercado estimula a aquisição de itens supérfluos, como doces e salgadinhos. Esta é uma das conclusões de pesquisa realizada por cientistas da Cornell University e da University of Buffalo (EUA), que estudaram os hábitos de consumo de 1 mil famílias. Eles constataram que quem utiliza cartão compra mais alimentos pobres em nutrientes – a chamada junk food. "Pagamentos em dinheiro são psicologicamente mais dolorosos que aqueles feitos com plásticos, o que pode refrear a impulsividade na compra de supérfluos", disseram à publicação Journal of Consumer Research. No Brasil, especialistas em finanças pessoais concordam que o uso de cartões proporciona a sensação de perda de limite no consumo e essa tendência é especialmente forte no que se refere aos itens supérfluos. E não é difícil comprovar isso em qualquer supermercado de São Paulo. A professora Célia Celeste de Abreu Okada é um exemplo de quem já se descontrolou com o cartão. Salgadinhos, bolos e sobremesas prontas – itens de preço mais alto do que frutas ou alimentos mais saudáveis – eram presença garantida em seu carrinho. Ela contou que esquecia as regras da boa nutrição ao passar pelas gôndolas desses produtos – e a vontade de adquiri-los

Trabalho, ética e competência TRABALHISTA - PREVIDENCIÁRIO - CÍVEL EMPRESARIAL - FAMÍLIA E SUCESSÕES

www.grigoleto.adv.br Rua Marconi, nº 131 - Ed. Dr. Walter Seng - 2º andar - República - Tel/Fax (55) 11 3337 5015


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16

e

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

As pessoas não estão pessimistas com a economia como em 2009. Cliff Young, analista do Ipsos

conomia Patrícia Cruz/LUZ

Para Valdemar Junior, tão importante quanto fazer uma pós-graduação em Negócios foi definir o que queria de fato fazer de sua vida profissional.

Como chegar ao topo da carreira Corrida por melhores posições no ambiente corporativo passa necessariamente pela aprimoração pessoal, por meio de cursos de atualização e relacionamentos.

P

articipar de uma seleção de emprego e ser o candidato escolhido. Dentro da empresa, a carreira começa a deslanchar. As promoções são questão de tempo. E chegar ao patamar máximo, o que permite ao executivo permanecer na companhia, aceitar o convite de várias que o assediam ou montar o próprio negócio. O sucesso é tanto, que o felizardo é sempre destacado para ser capa de revista. Esse é um cenário desejado por muita gente. Mas tem que ser construído. O problema é como. São vários os cursos, especializações e viagens in-

dicadas para quem quer se destacar na profissão. Um profissional que conseguiu cumprir todas as metas que se impôs é o diretor de negócios e marketing da MedSalva Emergências Médicas, Valdemar Batista Junior, de 38 anos. Há 15, ele trabalha em empresas de saúde. Fez duas faculdades na área de exatas, e atuava com estatística nas companhias. Em uma visita a um cliente, acompanhando um gerente comercial, se apaixonou pelo setor de vendas. O executivo continuou no segmento de saúde, mas mudou de área. Para isso, ele fez uma pósgraduação de Negócios com ênfase em Marketing. E teve sucesso. "Meu primeiro objetivo

era ser gerente comercial até os fissional, é preciso mais do que 30 anos; consegui aos 26. De- fazer cursos, faculdades e espois, decidi que ocuparia um pecializações. "As pessoas precargo de diretor comercial até os cisam descobrir o que as dei40 – plano conxam felizes, o cretizado aos que tem a ver 35. O próximo com elas. Eu passo é assumir pensei que fosOs funcionários uma presidênse um econoque apresentam cia, antes dos mista. Mas me 50", detalha. "Eu senti realmenequilíbrio nos consegui unir o te realizado relacionamentos e meu conheciquando descoautocontrole se mento na área bri que meu destacam para fazer o que perfil era o de realmente gosvendas." CHRISTIAN SCHUES, INSTITUTO tava. Ou seja, Pelo jeito, a ECOSOCIAL antes eu criava próxima meta os produtos; dedo executivo pois, passei a vendê-los." tem tudo para dar certo. Os Junior construiu um belo especialistas dizem que Jucurrículo. Mas, na opinião de- nior agiu certo ao priorizar a le, para ter sucesso na vida pro- satisfação na vida profissio-

Brasileiros têm mais confiança na economia

O

s habitantes de economias emergentes são muito mais confiantes sobre suas perspectivas financeiras do que os habitantes de economias avançadas, com 78% dos brasileiros otimistas em comparação a apenas 4% da população francesa. Dos 24 países pesquisados pelo grupo Ipsos, os cidadãos do Brasil foram claramente os mais confiantes sobre a força da economia nos próximos seis meses. A Índia ficou em segundo lugar, com 61% de otimismo, seguida pela Arábia Saudita, com 47%, de acordo com a sondagem "Pulso Econômico do Mundo", conduzida em dezembro. Depois da França, os países menos otimistas foram Japão, Hungria e Reino Unido, alimentando questionamentos sobre os hábitos de consumo de longo prazo de seus cidadãos. "As pessoas não estão pessimistas como em

2009. Mas há apenas uma confiança morna neste momento", disse Cliff Young, analista do Ipsos . O panorama da economia global será o principal tema na agenda do Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça), que acontece entre a quarta e a sexta-feira desta semana. A Alemanha, cuja economia teve, em 2010, o maior crescimento desde a reunificação, foi a nação mais otimista da Europa. Mesmo assim, apenas 27% dos alemães acreditam que a economia irá se fortalecer mais. Apesar da recuperação econômica, o gasto dos consumidores alemães continua baixo. A região mais otimista foi a América Latina, com 52%. Os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) registraram 50% de otimismo, enquanto Oriente Médio e África atingiram 32%. A Europa foi a região mais pessimista, com 16%. (Reuters)

nal. É o que afirma o consultor do Instituto EcoSocial, Christian Schues. De acordo com e l e , a e s c o l h a d a c a r re i r a acontece quando a pessoa descobre o que gosta. A EcoSocial fez uma pesquisa, Liderança: Desafios e Desenvolvimento, com executivos de grandes companhias durante o primeiro semestre de 2010. Do total, 74% disseram que comprometimento, disciplina, dedicação, persistência e responsabilidade são os principais fatores que proporcionam o sucesso na carreira. A acomodação foi apontada também por 74% como o item que impede o sucesso. Schues observa que os destaques são "sutis" – mas fortes. "O autoconhecimento deve ser

encarado como prioridade. Os funcionários que apresentam equilíbrio nos relacionamentos e autocontrole se destacam." O executivo afirma que o conhecimento e o estudo ajudam a deslanchar a carreira: as viagens, leitura e os cursos. Dos executivos consultados na pesquisa da EcoSocial, 80% são fluentes em um segundo idioma, e 50% possuem o domínio de uma terceira língua; 75% têm entre 42 e 56 anos e 77% possuem pós-graduação. "Para 54% dos entrevistados, as maiores fontes de aprendizado são os desafios. Para 25%, são as crises. A formação acadêmica e profissional ainda é considerada diferencial, mas está se tornando apenas uma forma de entrar no mercado."

Calçado traz ventilação interna

L

ançada na Couromoda 2011, em São Paulo, a Nevano Ventilator promete refrescar os pés dos homens brasileiros. Desenvolvida com tecnologia testada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a nova linha da Nevano, uma pequena indústria de calçados de Franca (SP), possui no solado um sistema que funciona como um pequeno ventilador interno, que não deixa o pé ficar suado. "Conforme você anda, esse sistema faz com que o ar entre e saia do calçado. Ele também ajuda a evitar mau cheiro e combater frieiras e outras doenças", afirmou Diego Ferreira, sócio da empresa. O calçado é revestido por couro dentro e fora e deve chegar ao consumidor final por um preço médio de R$ 160 já em fevereiro. A Nevano está há 18 anos no mercado. De acordo com Ferreira, inovar sempre foi preocupação da empresa. Já lançou no mercado os sapatos anti-estresse, entre outros modelos. A marca produz 600 pares por dia, emprega 70 pessoas, entre funcionários diretos e indiretos, e possui 14 mil clientes cadastrados. A Nevano é uma das 48 empresas que participaram do estande coletivo de Franca na Couromodas, evento encerrado na última quinta-feira em São Paulo. "Nosso objetivo com tudo isso é crescer em 2011 cerca de 20%. Por isso, estamos aumentando o investimento em publicidade e inovação", afirmou Ferreira. (Agência Sebrae)

(11) 2215-5422 / 5244 / 5499

www.CASACRUZFERRAMENTAS.com.br casacruzferramentas@hotmail.com

Ferramentas QUÍMICOS: Marcador Industrial, Pasta Ajuste e Diamantada; CORTE: Bedame, Bits, Serra Circular, Fresa; MANUAL: Lima KF e Diamantada, Retificado; ABRASIVOS: Rebolos, Pedras, Discos e MUITO MAIS. Rua Silva Bueno, 2.719 - Ipiranga

DC DC

Neide Martingo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

e

17 Mudamos nossa estratégia para nos concentrarmos nos emergentes. Akira Okabe, diretor da Toyota

conomia

Turismo vai crescer com chuva e tudo Para ABAV, movimento de verão terá alta de pelo menos 10%.

O

Alexandre Rezende/ Folhapress

faturamento do setor turístico brasileiro deve ficar entre 10% e 15% superior ao do verão de 2010, apesar das chuvas e da catástrofe na região serrana do Rio de Janeiro, estima Leonel Rossi Junior, diretor de relações internacionais da Associação Brasileira de Agencias de Viagens (Abav). Mesmo que as chuvas estejam ocorrendo em excesso em algumas regiões do País e provocando enchentes catastróficas, o movimento de turistas na grande temporada de férias continua normal, na avaliação do executivo. "Nada demonstra que o verão deste ano deixará de ser melhor do que o de 2010. Quem viaja no verão sabe que a chuva está na programação. Chove e depois faz sol", afirma Rossi. Não há cancelamentos significativos de pacotes, nem de reservas no setor hoteleiro, até o Nada demonstra momento, segundo que o verão deste ele. Apenas nas áreas ano deixará de ser em situação de calamimelhor do que o de dade, como Nova Friburgo, Petrópolis e Te2010. Quem viaja resópolis, no estado sabe que a chuva fluminense, é que houestá na ve desistências. Nessa programação. região, o turismo gera ocupação de pousaLEONEL ROSSI JR, DA ABAV das, explica o repre-

sentante do setor. "Grande parte das pessoas que para lá se dirigem possui casas e apartamentos para veraneio." O diretor da Abav destaca que as vendas internacionais foram muito fortes. Outro aspecto que chama a atenção é o fato de os brasileiros estarem comprando muito nos países visitados. "Voltamos à situação de anos atrás. Os turistas brasileiros estão viajando e comprando por causa da confiança na economia, da estabilidade no emprego e do dólar barato", justifica. Em relação ao carnaval, a expectativa do setor é positiva, porém não é alta. "As pessoas estão gastando no verão, e como o carnaval é em março, talvez viajem menos nessa ocasião", diz Rossi. A novidade é que a capital paulista se tornou um novo polo carnavalesco nos últimos três anos. "Os desfiles são bons e há boa agenda na cidade.". Na movimentação de turistas estrangeiros no País, entretanto, a situação é inversa. "Nos últimos três anos, o Brasil estagnou em 3 milhões de estrangeiros por ano", diz Rossi. "Somos um destino muito caro, ficamos mais caros do que Nova York e Paris." Ele avalia como muito altos, especialmente, os custos de hotelaria no Rio de Janeiro. Já o número de navios estrangeiros na costa brasileira em 2011 aumentou de 16 para 20. (Agência Sebrae)

Marcos Porto/ Folhapress

Toyota amplia presença no Brasil e na Argentina

A

Toyota vai ampliar sua capacidade produtiva em 60% no Brasil e na Argentina nos próximos dois anos. Líder mundial em vendas, com 7,5 milhões de veículos em 2010, o grupo japonês decidiu investir mais nos países emergentes, mercado que tem sido alvo da atenção da marca. "Mudamos nossa estratégia para nos concentrarmos nos países emergentes", disse Akira Okabe, diretor da Toyota Motor Corporation, que esteve em São Paulo para participar da transição da presidência da empresa no Mercosul para Shunichi Nakanishi. Juntos, os dois países terão capacidade produtiva de 230 mil carros por ano, ante os 140 mil atuais. Os investimentos somam US$ 640 milhões – a maior parte ficará no Brasil, onde a Toyota constrói sua segunda fábrica. A unidade de Sorocaba, que será inaugurada em 2012, terá capacidade inicial para 70 mil veículos ao ano e permitirá à marca atuar no segmento de carros compactos. Hoje, o único modelo feito no Brasil é o Corolla. (AE)

China Unicom e Telefónica fecham acordo

A

espanhola Telefónica e a China Unicom anunciaram ontem que chegaram a um acordo para ampliar a cooperação estratégica entre as duas empresas, o que inclui a compra de ações entre si. Após a conclusão dessa operação, o grupo espanhol terá uma fatia acionária de 9,7% no capital votante da China Unicon, enquanto a empresa chinesa deterá 1,37% do capital votante da Telefónica. Pelos termos do acordo, a Telefónica irá adquirir um número de ações não revelado da China Unicon no valor de US$ 500 milhões, ao longo de nove meses. Por sua vez, o grupo chinês irá comprar, nos próximos dias, 21.827.499 ações da companhia espanhola, ao preço de 17,16 euros por ação, totalizando também US$ 500 milhões. A Telefónica também se comprometeu a propor na assembleia geral de acionistas que a empresa asiática tenha um diretor na companhia, segundo o fato relevante divulgado pela empresa espanhola à Comissão de Valores Mobiliários. (AE)

Empenho na reforma dos bancos espanhóis

A A queda de movimento de turistas é muito pontual – apenas nas cidades que sofreram as tragédias dos deslizamentos e enchentes.

ASSOCIAÇÃO DOS ESCREVENTES TÉCNICOS JUDICIÁRIOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Assembleia Geral Ordinária - Edital de Convocação Ivo Ribeiro de Oliveira, presidente da Associação dos Escreventes Técnicos Judiciários do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, no uso das suas atribuições, nos termos do art. 37, § único c/c artigo 39 do estatuto social da Entidade, convoca os associados para se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, marcada para o dia 08/02/2011, na sede da Entidade, na Praça da Sé nº 96, 2 º andar, conjunto 201 - Capital, às 10h. em primeira chamada e, 30 minutos após, em Segunda chamada, para o fim de: 1 - examinar as contas da diretoria referentes ao exercício de 2010; 2 - outros assuntos de interesse. São Paulo, 20 de janeiro de 2011. (a) Ivo Ribeiro de Oliveira - Presidente

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto - SeMAE Aviso de Abertura de Licitação – Tomada de Preços 02/2011 – Proc. 011/2011 Entrega dos envelopes: até 09.02.2011 às 08h45. Abertura da licitação: 09.02.2011 a partir das 09h. Objeto: Contratação de empresa para adaptação das instalações hidráulicas para individualização da rede de água fria potável no Conjunto Habitacional São José do Rio Preto “C-1” e “C-2”, com 640 apartamentos , localizados em diversas ruas do Bairro C.A.I.C., e no Conjunto Habitacional São José do Rio Preto “J”, com 128 apartamentos, localizado na rua Amador Rodrigues nº 100 no Bairro Parque das Aroeiras, construídos pelo CDHU, no município de São José do Rio Preto, para distribuição e medição individualizada do consumo de água, incluindo fornecimento de todos os materiais, mão de obra, máquinas e equipamentos necessários à execução dos serviços. Custo global estimado: R$427.070,63 – Prazo de execução: 03 meses. Demais informações e retirada do edital com a C.L., na Rua Antônio de Godoy, 2.181, Jd. Seixas, S. J. do Rio Preto/SP, das 7h30 às 12h00 e 13h30 às 17h00, de segunda a sexta, fone/fax: (17) 3211-8105, e página do SeMAE na internet: www.semae.riopreto.sp.gov.br. Aviso de Abertura de Licitação – Tomada de Preços 01/2011 – Proc. 010/2011 Entrega dos envelopes: até 10.02.2011 às 08h45. Abertura da licitação: 10.02.2011 a partir das 09h. Objeto: Contratação de empresa especializada para execução de serviços de perfuração e instalação de poços tubulares profundos, com revestimento de aço carbono e filtros espiralados galvanizados, exploratório do Aquífero Bauru, situados: no Bairro Jardim Yolanda, no Distrito Industrial Ulisses Guimarães e no Bairro Jardim Schimidt (Distrito de Engenheiro Schimidt), no município de São José do Rio Preto/SP, subdividos em LOTES 1 e 2. Custo global estimado: R$710.406,09 – Prazo de execução: 80 dias. Demais informações e retirada do edital com a C.L., na Rua Antônio de Godoy, 2.181, Jd. Seixas, S. J. do Rio Preto/SP, das 7h30 às 12h00 e 13h30 às 17h00, de segunda a sexta, fone/fax: (17) 3211-8105, e página do SeMAE na internet: www.semae.riopreto.sp.gov.br. S. J. Rio Preto, 21.01.2011 – Gabriela Cavalcanti da Silva – Presidente da C. L.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que achase aberta licitação para execução de obras: TOMADA DE PREÇOS Nº - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA (se houver) - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/ PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/17110/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Irmâ Iria Kunz - Rua Mal. Floriano Peixoto, 83 - 06820-200 - Jd. Pres Kennedy - Embu/SP - 150 - R$ 66.792,00 - R$ 6.679,00 - 15:30 - 16/02/2011. 05/17111/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Jor. Francisco Mesquita - Av. Wenceslau Guimarâes, 5 - 03823000 - Ermelino Matarazzo - São Paulo/SP - 120 - R$ 51.301,00 - R$ 5.130,00 - 15:30 - 16/02/2011. 05/17112/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Prof. Pedro de Alcântara Marcondes Machado - Av. Manoel dos Santos Braga, 8 - 03807-320 - Vila Paranaguá - São Paulo/SP - 120 - R$ 86.648,00 - R$ 8.664,00 - 16:00 - 16/02/2011. 05/17113/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Profa Irene Ribeiro - Rua Cel. Amaro Sobrinho, 303 - 03448-120 Vila Carrão - São Paulo/SP - 150 - R$ 87.004,00 - R$ 8.700,00 - 16:30 - 16/02/2011. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI, na SEDE DA FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 São Paulo/SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 26/01/2011, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até às 17:00 horas do dia 11/02/2010, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo a PROPOSTA COMERCIAL e os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. FÁBIO BONINI SIMÕES DE LIMA Presidente

FÁBIO MOTTA MARQUES, torna público que requereu da Cetesb a Licença Prévia e de Instalação, para atividade de comercio de produtos derivados de petróleo, Av. Condessa Elizabeth de Rubiano - 2222 - Penha -São Paulo - SP. Auto Posto Lotus Ltda., torna público que requereu da Cetesb a Licença Prévia e de Instalação, para atividade de comercio de produtos derivados de petróleo, Estr. do M Boi Mirim - 237 - Jd. das Flores - São Paulo - SP. BRASMETAL WAELZHOLZ S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO torna público que recebeu da CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, a Licença de Operação nº 48000741, válida até 30/10/2012, para sua unidade de Relaminação de Fitas de Aço na Rua Goiás nº 501 - Vila Oriental - Diadema - SP.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS - DIEESE CNPJ nº 60.964.996/0001-87 AVISO DE LICITAÇÃO Objeto: Contratação de empresa especializada para prestação de serviços de emissão, cotação de preços e reservas de hotelaria e serviços (incluindo alimentação, traslados, locação de salas e equipamentos), para atender as necessidades do Convênio Ref. n° 010/2010 - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Modalidade: PREGÃO ELETRÔNICO. Tipo: Menor Preço. Recebimento das Propostas: Das 09:00 (nove horas) do dia 24/01/2011 até às 18:00 (dezoito horas) do dia 03/02/2011, horário de Brasília. Início da Sessão Pública de Disputa de Preços: 14:00 (quatorze horas) do dia 04/02/2011. Referência de Tempo: Horário de Brasília. Endereço Eletrônico: www.terceiropregao.com.br. Edital: DIE02/2011, disponível a partir de: 24/01/2011. Informações: contato@terceiropregao.com.br. Fone: (11) 3262-3291. São Paulo, 24 de janeiro de 2011.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS - DIEESE CNPJ nº 60.964.996/0001-87 AVISO DE LICITAÇÃO Objeto: Contratação de empresa especializada para prestação de serviços de emissão, cotação de preços e reservas de passagens aéreas nacionais, para atender as necessidades do Convênio Ref. n° 010/2010 Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Modalidade: PREGÃO ELETRÔNICO. Tipo: Menor Preço. Recebimento das Propostas: Das 09:00 (nove horas) do dia 25/01/2011 até às 18:00 (dezoito horas) do dia 03/02/2011, horário de Brasília. Início da Sessão Pública de Disputa de Preços: 15:00 (quinze horas) do dia 04/02/2011. Referência de Tempo: Horário de Brasília. Endereço Eletrônico: www.terceiropregao.com.br. Edital: DIE03/2011, disponível a partir de: 24/01/2011. Informações: contato@terceiropregao.com.br. Fone: (11) 3262-3291. São Paulo, 24 de janeiro de 2011.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS - DIEESE CNPJ nº 60.964.996/0001-87 AVISO DE LICITAÇÃO Objeto: Contratação de empresa especializada na prestação de serviços de transporte de passageiros por intermédio de táxi, com a finalidade de transportar funcionários, diretores e clientes do DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS - DIEESE, assim como outros que se fizerem necessários para a realização das atividades decorrentes do Convênio n° 010/2010, firmado com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Modalidade: PREGÃO ELETRÔNICO. Tipo: Menor Preço. Recebimento das Propostas: Das 09:00 (nove horas) do dia 25/01/2011 até às 18:00 (dezoito horas) do dia 03/02/2011, horário de Brasília. Início da Sessão Pública de Disputa de Preços: 11:00 (onze horas) do dia 04/02/2011. Referência de Tempo: Horário de Brasília. Endereço Eletrônico: www.terceiropregao.com.br. Edital: DIE01/2011, disponível a partir de: 24/01/2011. Informações: contato@terceiropregao.com.br. Fone: (11) 3262-3291. São Paulo, 24 de janeiro de 2011.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL NOS TERMOS DO PROVIMENTO CSM CXC/84, INFORMAMOS QUE NO DIA 21 DE JANEIRO DE 2011, NÃO HOUVE PEDIDO DE FALÊNCIA NA COMARCA DA CAPITAL.

Maior cobertura pelo menor preço

PUBLICIDADE Fone: 11 3244-3175 - legaldc@dcomercio.com.br

Espanha vai "acelerar" nesta semana a reforma dos bancos de poupança, que foram bastante atingidos pela crise hipotecária espanhola e geram receios sobre a economia local, de acordo com o vice-primeiroministro do país, Alfredo Perez Rubalcaba. Ele disse que esta semana será "muito importante" para a economia da Espanha, às voltas com as reformas financeiras, e anunciou que há planos para "aumentar a solvência e a credibilidade" das instituições. Os maiores bancos da Espanha conseguiram contornar a crise financeira de 2009, já que não podem investir muito em empréstimos de alto risco. Os bancos menores, no entanto, que geralmente são controlados por políticos locais, foram amplamente atingidos pelo colapso do mercado de imóveis espanhol porque concederam grande volume de crédito às construtoras e também abusaram das hipotecas. Quarenta bancos regionais, de um total de 45, estão no processo de reestruturação conduzido pelo Banco da Espanha, o banco central do país. (AE/Dow Jones)

Fazenda Sete Lagoas Agrícola S/A CNPJ nº 52.746.419/0001-90 – NIRE 35300026683 Aviso aos Acionistas Comunicamos que encontram-se à disposição dos senhores acionistas, na sede social da Companhia localizada na Avenida Prefeito Nelson Cunha, 800 – frente – sala 1 – Jardim São Luiz, CEP 13835-000 – Conchal – SP, os documentos a que se refere o Artigo 133, da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social iniciado em 01/01/2010 e encerrado em 31/12/2010. A Administração. Conchal (SP), 20 de janeiro de 2011. 20,21,22/01/2011

Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Multisetorial SM LP CNPJ nº 09.239.216/0001-89 Edital de Convocação de Assembléia Geral Extraordinária Socopa, Sociedade Corretora Paulista S.A., instituição financeira devidamente autorizada para tanto, com sede na cidade de São Paulo, na Av. Brigadeiro Faria Lima nº 1355, 3º andar, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 62.285.390/0001-40 na qualidade de Administradora do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Multisetorial SM LP, CNPJ nº 09.239.216/0001-89, vem, pelo presente edital, convocar todos seus quotistas para realização de Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 02 de fevereiro de 2011, às 10:00hs, em primeira convocação e às 10:30hs em segunda convocação, na sede da Administradora, na Av. Brigadeiro Faria Lima, 1355, 3º andar, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo com a seguinte pauta: 1. Examinar Proposta da Administradora para Alteração do Regulamento; 2. Outros Assuntos de Ordem Geral.

ABECAM - Associação Brasileira das Empresas de Conservação Ambiental C.N.P.J. nº 51.595.882/0001-16 Comunicado Comunicamos aos Senhores Associados que, em eleição realizada em nossa sede, em 17 de janeiro de 2011, foi eleita a diretoria que dirigirá os destinos da ABECAM - Associação Brasileira das Empresas de Conservação Ambiental, para o biênio de 2011 a 2013, os membros da diretoria eleita são os seguintes: Diretoria Executiva: Rui Monteiro Marques - Presidente; Carlos Alberto Guimarães Diretor Financeiro; Ricardo Pedrosa Sampaio Novais - Diretor Secretário; Aldo de Avila Junior Diretor Institucional. Conselho Fiscal: Antonio Dias Felipe, Fabio Sandrini Baptista e Nesperson Gomes da Silva. Atenciosamente, Rui Monteiro Marques - Presidente.

BBD Participações S.A. CNPJ no 07.838.611/0001-52 - NIRE 35.300.335.295 Assembleia Geral Extraordinária Edital de Convocação Convidamos os senhores acionistas desta Sociedade a se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada no próximo dia 31 de janeiro de 2011, às 17h, na sede social, Cidade de Deus, Prédio Prata, 4 o andar, Vila Yara, Osasco, SP, a fim de homologar o aumento do Capital Social, deliberado na 15a Assembleia Geral Extraordinária realizada em 13.1.2011, no valor de R$810.000.000,00, elevando-o de R$735.612.550,05 para R$1.545.612.550,05, mediante a subscrição de 61.132.075 novas ações preferenciais, nominativas-escriturais, sem valor nominal, com a consequente alteração do “caput” do Artigo 20 do Estatuto Social. Cidade de Deus, Osasco, SP, 20 de janeiro de 2011. Lázaro de Mello Brandão - Presidente do Conselho de Administração. 21, 22 e 27.01.2011

PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI MIRIM EXTRATO DO EDITAL DO PREGÃO ELETRÔNICO Nº 001/2011 Objeto: Aquisição de balança antropométrica mecânica. Recebimento das propostas comerciais a partir do dia 26/01/2011, até às 16:30 h do dia 07/02/2011. Abertura e julgamento das propostas: das 07:30 às 09:00 h do dia 08/02/2011. Abertura dos lances a partir das 09:01 horas do dia 08/02/2011. Retirada do Edital: Diretamente no site www.bbmnet.com.br e ou, gratuitamente, através do site www.mogimirim.sp.gov.br para consulta. Demais Informações: Departamento de Recursos Materiais, à Rua Dr. José Alves, 129, Centro, ou pelos telefones: (19) 3814-1052. Pregoeira EXTRATO DA REABERTURA DO EDITAL DO PREGÃO PRESENCIAL Nº 005/2011 A Prefeitura de Mogi Mirim torna público que, devido a alteração nas especificações do objeto do referido Pregão, reabre-se todos os seus prazos conforme segue. Objeto: Aquisição de veículo. Data de credenciamento e abertura dos envelopes proposta dia 07/02/2011, às 14:00 horas. Informações: Departamento de Recursos Materiais, à Rua Dr. José Alves, 129, Centro, ou pelos telefones: (19) 38141052/1059/1060. Disponibilidade do edital: Diretamente na Divisão de Licitações, mediante o recolhimento de R$ 10,00 (dez reais), conforme guia emitida pelo Setor Competente da PMMM e/ou através do site www.mogimirim.sp.gov.br, sem ônus, até o dia 04/02/2011. Pregoeira. EXTRATO DO EDITAL DO PREGÃO PRESENCIAL Nº 008/2011 Objeto: Aquisição e instalação de cortinas tipo persiana rolô screen. Data de credenciamento e abertura dos envelopes proposta dia 07/02/2011 às 09:00 horas. Informações: Departamento de Recursos Materiais, à Rua Dr. José Alves, 129, Centro, ou pelos telefones: (19) 3814-1052/1059/1060. Disponibilidade do edital: Diretamente na Divisão de Licitações, mediante o recolhimento de R$ 10,00 (dez reais), conforme guia emitida pelo Setor Competente da PMMM e/ou através do site www.mogimirim.sp.gov.br, sem ônus, até o dia 04/02/2011. Pregoeira.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

18

e

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

A lei consumerista foi propositadamente elaborada de forma genérica. Maria Inês Dolci, advogada da Associação ProTeste

conomia

O

Código de Defesa do Consumidor irá passar por revisão, 20 anos depois de sua entrada em vigor. Para tanto, o presidente do Senado, José Sarney, convocou uma comissão de juristas comandada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Herman Benjamin, um dos autores da Lei 8.078/90. A relatoria será da professora Cláudia Lima Marques, re s p o n s á v e l p e l a re d a ç ã o d o CDC-Modelo das Américas. Participam também do grupo que irá preparar o anteprojeto de alteração do CDC os juristas Ada Pellegrini Grinover – uma das principais autoras da Lei de Ação Civil Pública e copresidente da comissão responsável pelo anteprojeto do CDC original –, Leonardo Roscoe Bessa – promotor do Distrito Federal especialista em serviços financeiros – e Roberto Augusto Castellanos Pfeiffer, ex-diretor executivo do Procon-SP e ex-conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O prazo para a apresentação do anteprojeto é de seis meses, o que deverá ocorrer entre junho e julho. O alvo da reforma do CDC é "zerar" lacunas como a do comércio eletrônico, do superendividamento e do crédito sem perder as características principais da legislação consumerista, que são informação, transparência e boa-fé nas relações de consumo. O ministro Benjamin, em várias oportunidades após receber o convite para presidir a comissão, declarou que "o compromisso é aperfeiçoar o CDC para que se avance nas garantias do consumidor que, à época da edição da norma, não podiam ser antevistas". Receios – As entidades que representam as empresas, como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e o Sindilojas-SP, receiam que a revisão venha a engessar mais a legislação consumerista. Para Marcel Solimeo, economista da ACSP, alguns temas até poderiam ser revistos, principalmente aqueles que dificultam a atividade econômica, mas ele teme que, ao se abrir a discussão, a probabilidade maior é de se ter mais restrições do que propriamente limpar o CDC. "Temo que se abra uma caixa de Pandora; se comece com o pretexto de regulamentar alguns assuntos e se avance para outras mudanças." Ele lembra que na época da elaboração do texto da Lei 8.078/91 foram vários anos de discussão e não faltaram sugestões, propostas e detalhamentos estapafúrdios. Para o economista, vivemos um momento de intervenções econômicas. Como exemplos, ele cita a determinação de troca imediata de celular com defeito ou da entrega com dia e turno marcados. "Esta última é uma intervenção de difícil aplicação prática, mas por remeter ao CDC gera multas pesa-

Patrícia Cruz/LUZ

Maxime Perron Caissy/SXC

Solimeo: não há clareza sobre o que compete ao BC ou ao CDC.

Temas: crédito, endividamento e e-commerce.

O

Vinte anos depois, CDC será revisado. Entidades temem que mudanças engessem ainda mais a legislação de consumo Divulgação

das. Quanto ao aparelho celular, se é tão essencial, como é que cobram 40% de imposto? É contraditório", cutuca ele. "Toda revisão é preocupante. Por analogia, pensemos numa reforma de um imóvel. Nunca se sabe quando e a que custo a obra será encerrada", alertou Ruy Nazarian, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP). Para o dirigente, todas as partes interessadas terão de cuidar para que o que foi conquistado com o CDC seja mantido nesse processo de revisão, embora esteja convencido de que só serão examinados os temas já anunciados. Preocupação idêntica tem a representante da Proteste Associa-

ção de Consumidores. A advogada Maria Inês Dolci diz que a entidade de defesa do consumidor não é contra a revisão, mas que ela não é necessária, uma vez que os assuntos que serão discutidos já estão contemplados no CDC. "A lei consumerista foi propositadamente elaborada de forma genérica. Nossa preocupação não é com a comissão que irá realizar o trabalho, mas o que poderá ocorrer no momento em que o anteprojeto chegar à Câmara Federal. Ali poderá ser alterado por parlamentares que não têm compromisso com os direitos do consumidor. Sabemos que por trás da tramitação de um projeto há interesses e lobbys", afirma a advogada da Proteste.

Fique por dentro

consumidor de ter acesso a informações pessoais arquivadas sobre ele e de exigir a imediata correção de dados inexatos. "Com o avanço da tecnologia, é cada vez mais comum que as informações pessoais sejam obtidas e utilizadas sem o conhecimento do seu titular. Esses dados merecem uma tutela forte e específica pelo ordenamento jurídico", justifica o ministério no texto de apresentação da consulta pública. Consentimento – Pela proposta em discussão, a coleta, o armazenamento e a utilização de dados pessoais, bem como seu repasse a terceiros, só poderão ocorrer após o consentimento expresso do titular. Entre pessoas jurídicas de direito público, o fornecimento das informações também poderá ocorrer quando for necessário

RUY NAZARIAN, PRESIDENTE DO SINDILOJAS-SP

O QUE DIZ O CDC

Banco de dados em consulta pública O Ministério da Justiça promove até 31 de janeiro consulta pública sobre o anteprojeto de lei que trata da proteção de informações pessoais em bancos de dados. O objetivo é garantir o direito constitucional à privacidade, inclusive na internet. Não há data ainda para a proposta ser encaminhada à Câmara dos Deputados. O texto deverá regular, por exemplo, as ações de redes sociais, como Facebook e Orkut, de bancos de dados de proteção ao crédito e de departamentos de marketing. Também normatizará o tratamento de dados pessoais pelo setor público. De acordo com a Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, não existe no Brasil uma lei que trate especificamente da proteção de dados, sendo o tema abordado de forma incidental no Código de Defesa do Consumidor (lei 8.078/90). O Código assegura, por exemplo, o direito do

Toda revisão é preocupante.

s três temas que serão discutidos pela comissão de reforma do Código de Defesa do Consumidor não estão contemplados na legislação que entrou em vigor em março de 1992. O CDC trata apenas da cobrança de dívidas, estipulando as regras (artigo 42), e define como devem ser os cadastros de restrição ao crédito (artigo 43). Quando da elaboração do CDC, o crédito no país era restrito, razão pela qual não se falava também em superendividamento. Hoje, além de haver disponibilidade de dinheiro e crédito, o Brasil ganhou mais 50 milhões de consumidores que ascenderam à classe C e se constituíram potenciais compradores. Mas para o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, os assuntos não precisam estar presentes de forma detalhada na legislação. "O crédito sempre foi uma área cinzenta. Não há clareza do que compete ao Banco Central e ao CDC." O superendividamento, por sua vez, diz o economista, é muito mais um problema de educação do que de legislação. "Não vejo como irá se regular esse assunto. Se o tema não for bem discutido, o resultado poderá abalar o outro lado, de quem empresta", enfatizou Marcel Solimeo, para quem o superendividamento é um problema do consumidor. O comércio eletrônico era algo inimaginável quando da elaboração do CDC, mas o tema acabou sendo abraçado pelo artigo 49, que trata das compras realizadas pelo consumidor fora do estabelecimento físico e lhe garante o direito de desistência no prazo de sete dias. "As alterações serão bem-vindas se ampliarem as garantias", alerta a advogada Maria Inês Dolci, da Proteste.

para a realização das competências institucionais. No caso de crianças, a coleta de dados apenas poderá ocorrer com a permissão dos responsáveis legais, além de ser vedado o uso dessas informações para fins comerciais. Conforme o texto, no momento da coleta de dados pessoais, o titular deverá ser informado, de forma clara e explícita, sobre a finalidade da operação e sobre a forma como os dados serão tratados. Além disso, serão fornecidas informações como a natureza obrigatória ou facultativa do fornecimento dos dados; as consequências de uma eventual negativa em fornecê-los; e o âmbito de difusão das informações. A indicação de um diretor responsável pelo tratamento dos dados será obrigatória para as empresas com mais de 200 empregados.

Angela Crespo é jornalista especializada em consumo E-mail: doislados@dcomercio.com.br

Artigo 42 Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. Artigo 42-A Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente (incluído pela lei 12.039/09). Artigo 43 O consumidor, sem prejuízo do disposto no artigo 86, terá acesso às informações existentes em

cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes. § 1° - Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos. § 2° - A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. § 3° - O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas. § 4° - Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados

entidades de caráter público. § 5° - Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. Artigo 49 O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.


sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

e

DIÁRIO DO COMÉRCIO

19 REFORÇO TRICOLOR São Paulo aguarda liberação da CBF para escalar Rivaldo. Pág. 4

sporte

SUL-AMERICANO Brasil Sub-20 empata com Bolívia, mas garante classificação. Pág. 3

AGORA, A LIBERTADORES P

ara enfrentar o Noroeste, no Pacaembu, domingo, pelo Campeonato Paulista, o Corinthians resolveu não poupar nenhum dos titulares que deverão estar em campo também na quarta-feira, no mesmo Pacaembu, contra o Deportes Tolima, da Colômbia, pelo jogo de ida da primeira fase da Libertadores. Mas mesmo com Ronaldo, Roberto Carlos & Cia. em campo, a equipe não conseguiu ir além de um empate por 1 a 1 com o time de Bauru. Agora, preocupa a torcida, menos pelo resultado do jogo, mais pelo fraco futebol apresentado. No primeiro tempo, o Corinthians errou muitos passes. Mesmo jogando com três atacantes — Dentinho, Ronaldo e Jorge Henrique, esquema consagrado em 2009, nas conquistas da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista —, o time teve muita dificuldade para penetrar na defesa adversária. À base de contra-ataques esparsos, o Noroeste perdeu duas chances claríssimas antes de o Corinthians abrir o placar, já aos 40 minutos. Mesmo marcado de perto por um zagueiro, Dentinho arriscou o chute da entrada da área. A bola desviou no adversário e entrou. Na segunda etapa, o Noroeste empatou logo aos 12 minutos, com Thiago Marín, depois que Roberto Carlos errou um passe e acabou ligando o contra-ataque adversário. Ainda houve um lance em que o corintiano Marcelo Oliveira dividiu a bola com Aleílson dentro da área e o árbitro não marou pênalti. “Vamos precisar jogar melhor. Atuamos abaixo do esperado contra o Noroeste. Erramos muitos passes, fomos um pouco displicentes”, reclamou Dentinho, o autor do gol corintiano. “Cometemos muitos erros e predominou o egoísmo durante o jogo”, criticou Ronaldo, irritado por não ter recebido mais bolas no ataque. “Temos de conversar e resolver isso internamente. Na quarta isso tem de ser diferente.” Roberto Carlos, outro líder da equipe, também criticou a postura diante do Noroeste. “A vitória nos daria moral para quarta-feira, mas não deu”, explicou. “O Noroeste veio fechadinho atrás. É mais ou menos isso que a gente vai enfrentar diante do Tolima. A gente tem de saber que vai ter dificuldade sempre. Precisamos melhorar. Mas assumo minha falha, dei o gol para eles.” O lateral, que herdou a braçadeira de capitão de Ronaldo quando o atacante saiu do jogo, pede que o time tenha mais determinação no jogo da Libertadores do que apresentou no domingo no Pacaembu. “O único time do mundo que joga bonito e dá espetáculo sempre é o Barcelona. Os outros ganham seus jogos na base do talento, mas também do esforço. O Tolima pode vir fechado, mas nós temos de atropelá-los e levar a vantagem para a Colômbia.” Para o jogo de quarta, o Corinthians já não poderia contar com o lateral-direito Alessandro, que teve catapora e ainda está se recuperando. Agora, o técnico Tite ganhou outro problema: Moacir, o substituto de Alessandro, sentiu lesão muscular e talvez também não tenha condições de atuar. Durante o jogo com o Noroeste, Tite colocou o volante Paulinho improvisado no lugar de Moacir, mas o time perdeu força ofensiva por aquele lado do campo. “É uma preocupação. Vou esperar para definir como vamos jogar”, disse o treinador corintiano.

Miguel Schincariol/AE

Dentinho faz o seu, mas o Corinthians não vai além do empate (1 a 1) com o Noroeste, pelo Paulista. Quarta tem o Deportes Tolima, da Colômbia, pela competição sul-americana Luiz Fernando Martinez/Folhapress

Elano garante o Santos 100%

T

Volante fez os dois primeiros nos 4 a 2 sobre o Grêmio Prudente

rês vitórias nos três primeiros jogos. Somente duas entre as vinte equipes que disputam o Campeonato Paulista podem se orgulhar desse aproveitamento de 100% dos pontos disputados: o líder Santos e o Americana, segundo colocado. Depois de duas belas vitórias - 4 a 1 sobre o Linense, fora de casa, e por 3 a 0 no Mirassol, no Pacaembu -, o Santos foi a Presidente Prudente e não tomou conhecimento do Grêmio local: conquistou a terceira vitória seguida, por 4 a 2, e mais uma vez de forma convincente. Mesmo sem Neymar, na seleção brasileira sub-20, Paulo Henrique Ganso e Arouca, em fase de recuperação física, a equipe do técnico Adílson Batista já assume ares de favorita ao bicampeonato estadual. Adriano, Pará, Robson e Maikon Leite se movimentam

muito e velozmente, criando espaços. Os gols saem naturalmente: foram nada menos de 11 em três jogos, média de 3,6 gols por partida. Como o próximo adversário é o São Caetano, que tem um início de campeonato difícil, a tendência é tornar seus números ainda mais expressivos. O jogo, com mando santista, acontecerá na Arena Barueri, já que o gramado da Vila Belmiro ainda passa por reformas. Mas quem mais brilhou nos 4 a 2 sobre o Grêmio Prudente foi o volante Elano, autor dos dois primeiros gols, que quase marcou um terceiro, olímpico. “O Santos criou um estilo de jogo”, definiu Elano, jogador que deu força ofensiva e equilíbrio ao meio de campo. Ele se referia não só ao ágil grupo que conquistou a Copa do Brasil e o Paulistão no ano passado como ao seu próprio, de 2000, com

Robinho, Diego e companhia. “O mais importante é que dificilmente o Santos perde uma oportunidade de gol. Numa partida você tem três chances de gol e o Santos faz dois.” No domingo, conseguiu quatro. Já aos 13 minutos, Elano fez 1 a 0, depois de ficar cara a cara com o goleiro Sidney, após receber passe de Keirrison. Aos 21, o árbitro Luís Flávio de Oliveira apitou pênalti controverso no eficiente Maikon Leite,que Elano converteu: 2 a 0. No segundo tempo, já aos 8 minutos, no contra-ataque, Keirrison aproveitou rebote do goleiro, depois de chute forte de Robson, e fez 3 a 0. Apenas 8 minutos depois, Maikon Leite ampliou: 4 a 0. Com a guarda baixa, o Santos permitiu ao Prudente marcar dois gols. Aos 25 minutos, Rômulo fez de pênalti, e aos 36 Bruno Ribeiro fez um gol olímpico.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

20

e

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

Não podemos ficar tão expostos como estamos. Gosto de equipes seguras." Paulo César Carpegiani

sporte

CAMPEONATO PAULISTA

PELO BRASIL Rudy Trindade/AE

SORTE DE UM, AZAR DO OUTRO César Greco/AE

T

oda a sorte que faltou ao São Paulo no sábado, contra a Ponte Preta, no Morumbi, sobrou ao Palmeiras no domingo, contra o Oeste, em Itápolis. No primeiro tempo do jogo de sábado, contra a Ponte, o Tricolor deu a impressão inicial de que envolveria facilmente um adversário à beira da crise depois de duas derrotas seguidas nas duas primeiras rodadas do Campeonato Paulista. Mas o que se viu depois de duas chances criadas, com Fernandinho e Dagoberto, foi uma Ponte competitiva, firme na marcação e objetiva. A equipe de Campinas teve ainda a competência de suportar a pressão inicial e também obrigou o goleiro Rogério Ceni a fazer algumas defesas, principalmente em finalizações do meia Renatinho, seu principal jogador na primeira etapa. Aos 31 do segundo tempo, o golpe de misericórdia: Renatinho levou a melhor sobre Juan pela direita e bateu forte. Rogério Ceni defendeu parcialmente e Thiago Luiz, livre de marcação, cabeceou a bola para a rede, aos 31 minutos. “Um time como o São Paulo, com todo respeito à Ponte, não pode jogar desta forma dentro de casa. Precisamos ter atenção, senão a gente vai pagar caro no futuro”, alertou o zagueiro Alex Silva. “Não vou dar desculpa, nós realmente não atuamos bem. Não foi um time seguro. Uma equipe grande tem de tomar a iniciativa. Agora cabe a mim encontrar a solução e eu já tenho uma ideia. O Xandão deve ser mantido entre os titulares”, adiantou o técnico Paulo César Carpegiani sobre o próximo jogo, contra o Americana, fora de casa, na quarta-feira.

O jogo de domingo contra o Oeste, em Itápolis, era para o Palmeiras confirmar a sua ascensão no Campeonato Paulista. E o time acabou confirmando essa expectativa. Com um gol aos 41 minutos do segundo tempo, marcado por Patrik, venceu por 1 a 0, em sua segunda vitória na competição após três rodadas disputadas. O jogo começou muito disputado, sob forte calor. O Palmeiras não deixou de lado uma velha jogada: a bola parada com Marcos Assunção. Apesar de levar perigo ao adversário em alguns lances, o volante não conseguiu visitar a rede. O time palmeirense se mostrava confuso em alguns lances, enquanto o Oeste apertava a marcação e quase sempre levava vantagem. A impressão que ficava é que os jogadores do Palmeiras faziam de tudo para “cavarem” uma falta para Marcos Assunção acertar um chute salvador. O segundo tempo começou com uma substituição. O técnico Luiz Felipe Scolari trocou o inoperante Dinei (que ainda por cima levara um cartão amarelo) por Patrik. E, como se viu depois, foi feliz em sua opção. O Palmeiras surpreendeu no início, com o zagueiro Danilo acertando uma bola na trave, mas depois o jogo continuou “amarrado”. Enquanto o Oeste seguia marcando firme e apelando para faltas quando necessário, o capitão Kléber se enroscava com os adversários. Até alguns “coices” foram vistos em disputas de bola, sob o olhar complacente da arbitragem. Mas, a exemplo de outras partidas, Luan surgiu como o salvador. Aos 41 minutos, ele fez um cruzamento perfeito para a área, Patrik se antecipou à zaga e desviou para a rede.

O Campeonato Carioca

começou no meio da semana passada, mas o Fluminense só recebeu as faixas de campeão brasileiro de 2010 antes do jogo de ontem, em que goleou o Olaria por 6 a 2. Fred, Rodriguinho e Marquinho fizeram dois gols cada. O Botafogo também goleou: 5 a 0 na Cabofriense, em Cabo Frio. Os dois primeiros gols botafoguenses foram contra, marcados pelo mesmo jogador: Goeber, da Cabofriense. Ainda no domingo, o Vasco perdeu seu segundo jogo seguido: 3 a 2 para o Nova Iguaçu, em Volta Redonda. No sábado, o Flamengo Dorival Rosa/AE

No sábado, São Paulo perdeu para a Ponte com falha de Rogério Ceni. No domingo, Palmeiras ganhou do Oeste, em Itápolis, com um gol de Patrik já no fim do jogo

fez 3 a 1 no América e assumiu a liderança do Grupo A da Taça Guanabara. O líder do Grupo B é o Botafogo, superando o Fluminense no saldo de gols. Roberto Vinícius/AE

COPA SÃO PAULO DE JUNIORES Célio Messias/AE

Mauro Horita/AE

A festa é toda dos visitantes

A

manhã, dia do aniversário da cidade, Flamengo e Bahia farão a decisão da tradicional Copa São Paulo de Juniores no Pacaembu. São dois clubes de fora, mas que mesmo assim contam com grandes torcidas na capital paulista. Ambos se classificaram para essa final jogando no sábado. No estádio da Rua Comendador Souza, na Lapa, Flamengo e Desportivo Brasil empataram por 0 a 0. Nos pênaltis, deu Flamengo, 3 a 0, com direito a uma cobrança defendida pelo goleiro rubro-negro Alexandre. Na outra semifinal, disputada em São Carlos, o Bahia ganhou do América-MG por 2 a 1 e classificou-se para a decisão contra o Flamengo. O destaque da partida foi o lateral Madson, autor dos dois gols da vitória baiana, o primeiro de pênalti e o segundo em uma cobrança ensaiada de falta em dois lances. Os clubes de maior torcida de São Paulo foram muito mal na Copinha deste ano. No fim de semana anterior, o Palmeiras, que jamais foi campeão, e o Corinthians caíram logo na primeira fase dos mata-matas, que reunia ainda 32 equipes. O Palmeiras perdeu do Nacional, também da capital (2 a 0), enquanto o Corinthians foi eliminado pelo Desportivo Brasil. Nas oitavas de final, o São Paulo perdeu para o Flamengo (1 a 0). Nas quartas de final, o Santos foi o último a dar adeus à competição, ao ser derrotado pelo Bahia por 2 a 1.

Pelo Campeonato Gaúcho,

o Grêmio, com os reservas, derrotou o Universidade, em Canoas, por 1 a 0, gol de Júnior Viçosa (à esq. na foto, comemorando com o lateral Lúcio). Também com o time B, sábado, no Beira-Rio, o Inter fez 1 a 0 no Santa Cruz. Com dois gols do lateral Madson, Bahia faz 2 a 1 no América-MG

Flamengo do goleiro Alexandre elimina Desportivo Brasil nos pênaltis

Geraldo Bubniak/AE

No primeiro clássico do

Campeonato Paranaense, o Coritiba, de Rafinha, e o Paraná, de Luiz Camargo, empataram: 1 a 1. No sábado, o Atlético fez 2 a 1 no Iraty, em Curitiba.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

e

Tivemos uma incompetência muito grande para vencer o jogo.” Ney Franco, técnico da seleção sub-20

sporte

ITALIANO Alessandro Garofalo/Reuters

21

SUL-AMERICANO SUB-20 Cezar Loureiro/Agência O Globo

Em casa, Udinese venceu por 3 a 1

Inter perde 1ª com Leonardo

A

cabou a invencibilidade de Leonardo como técnico da Inter de Milão: após cinco vitórias seguidas, a equipe foi batida por 3 a 1 pela Udinese e se manteve em quinto lugar, com 35 pontos. A Inter perdeu inclusive a chance de passar a Lazio, que ficou nos 37 ao perder por 3 a 1 para o Bologna, e chegar à zona de classificação para a Liga dos Campeões. “Começamos bem o jogo, mas a partida saiu do nosso controle e, infelizmente, não conseguimos retomá-la. Além disso, a Udinese está em uma boa fase e é difícil jogar em seu estádio”, conformou-se o técnico brasileiro. O líder Milan ampliou sua vantagem com a ajuda do astro Ibrahimovic, que mais uma vez salvou a equipe num dia ruim: o time venceu o Cesena por 2 a 0, com um gol contra marcado por Pellegrino em disputa com o sueco, e o outro marcado pelo próprio Ibrahimovic. Com 44 pontos, o time manteve quatro de vantagem para o Napoli, que fez 2 a 0 no Bari, e seis pontos à frente da Roma, que derrotou o Cagliari por 3 a 0. PELO MUNDO

Protagonista de uma crise

durante a semana, o francês Karim Benzema salvou o Real Madrid neste domingo e fez o gol da suada vitória por 1 a 0 sobre o Mallorca. Kaká, um dos críticos da falta de dedicação do meia, jogou mal e saiu no intervalo. Com 51 pontos, o time permanece quatro atrás do líder Barcelona, que fez 3 a 0 no Racing Santander com facilidade, gols de

Willian e os demais atacantes brasileiros sofreram com a marcação boliviana e o Brasil ficou no 1 a 1, mas conseguiu a classificação para a fase final do torneio, disputado no Peru

EM RITMO DE TREINO C

om um futebol bem distante de suas primeiras apresentações, praticamente em ritmo de treino, o Brasil não passou de um empate por 1 a 1 com a Bolívia, neste domingo, em sua terceira partida pelo Sul-Americano Sub-20, que está sendo disputado no Peru e vale duas vagas na Olimpíada de Londres-2012. O resultado, contudo, foi suficiente para a equipe garantir a vaga na segunda fase, que contará com seis seleções. O técnico Ney Franco não escondeu a frustração com o mau desempenho da equipe. “A gente teve uma incompetência enorme para vencer o jogo, em todos os setores. Criamos as oportunidades ofensivamente, mas nossa bola não entrou. E cometemos alguns erros defensivamente”, reclamou, antes de lembrar que o Brasil chegou a mandar quatro bolas na trave da Bolívia e tomou o gol de empate num vacilo da defe-

sa após um contra-ataque. Principal estrela da seleção sub-20, o atacante Neymar afirmou que o empate com a Bolívia serve de “lição” para o Brasil. “Foi bom ter acontecido isso agora”, admitiu o jogador, que ficou longe das boas atuações contra o Parraguai, quando fez quatro gols, e a Colômbia, quando marcou um. O atacante Diego Maurício, que entrou no segundo tempo, foi outro a admitir o dia ruim. “Faltou acertar o pé, perdemos chances que a gente não costuma perder”, disse. Recuperado das dores no pé esquerdo, o meia Lucas foi escalado e Ney teve força máxima à disposição. Optou pelo esquema tático 4-3-3, mas os atacantes Neymar, Willian e Henrique não estavam numa tarde muito inspirada. Mesmo assim, o Brasil mandou duas bolas na trave no primeiro tempo, com Casemiro e Willian, antes de abrir o placar aos 40 minutos: Danilo cruzou pa-

ra a área e Henrique chutou para marcar, contando com falha do goleiro boliviano. Na segunda etapa, o domínio do jogo continuou sendo do Brasil, com chances perdidas e mais uma bola na trave, dessa vez com Juan. Aí, Rios aproveitou falha do zagueiro Bruno Uvini e, num rápido contra-ataque, aos 31 minutos, marcou o gol de empate boliviano. A seleção ainda mandou mais uma bola na trave, aos 39, com Diego Maurício, mas não conseguiu marcar novamente. No outro jogo do dia, o Equador derrotou o Paraguai por 1 a 0, com o gol de Edson Montano. A seleção volta a jogar na m a d ru g a d a d e t e rç a p a r a quarta-feira, a partir da 0h10 (horário de Brasília), quando enfrenta o Equador, em Tacna, e encerra a participação na primeira fase. Uma vitória garante o primeiro lugar na chave, o que serve como critério de desempate na etapa final.

ABERTO DA AUSTRÁLIA Petar Kujundzic/Reuters

Pedro, Messi e Iniesta.

A musa vai embora

O Manchester United

O

voltou à liderança isolada no Inglês, com 48 pontos, ao vencer o Birmingham por 5 a 0. O time foi beneficiado pelo tropeço do Manchester City, que levou 1 a 0 do Aston Villa, parou nos 45 e perdeu até a vice-liderança, superado pelo Arsenal, que foi a 46 ao derrotar o Wigan por 3 a 0, com três gols de Van Persie, que ainda perdeu um pênalti.

Sharapova perdeu nas oitavas de final para a alemã Andrea Pètkovic, que havia eliminado Venus Williams

Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam do ano, perdeu parte de sua beleza neste domingo, com a eliminação da musa Maria Sharapova, que perdeu por fáceis 6/2 e 6/3 para a alemã Andrea Pètkovic, nas oitavas de final. A vencedora já havia batido a norte-americana Venus Williams, na fase anterior, e agora pega a chinesa Na Li. A dinamarquesa Caroline Wozniacki, líder do ranking mundial, avançou às quartas de final ao bater Anastasija Sevastova, da Letônia, e agora terá pela frente, na luta por seu primeiro título na principal série do tênis, a italiana Frances-

ca Schiavone, atual campeã de Roland Garros, que bateu um recorde: sua vitória sobre a russa Svetlana Kuznetsova por 2 a 1, parciais de 6/4, 1/6 e 16/14, é o jogo mais longo da história de um Grand Slam entre mulheres: 4 horas e 44 minutos. No masculino, Roger Federer igualou um recorde de Jimmy Connors e chegou pela 27ª vez seguida às quartas de um Grand Slam ao bater o espanhol Tommy Robredo por 6/3, 3/6, 6/3 e 6/2. O último a deixá-lo de fora dos oito melhores de um torneio de ponta foi Gustavo Kuerten, que o venceu na terceira rodada de Roland Garros, em 2004.

OUTROS CAMPOS

O norte-americano Evander

O Brasil terminou em 21º lugar no

O prefeito de Melbourne, Robert

O Unilever venceu o Vôlei Futuro

Holyfield fracassou ao tentar mais

Mundial masculino de handebol,

Doyle, afirmou que a cidade

por 3 a 1 (25/15, 25/18, 15/25 e

um retorno ao boxe: o combate

disputado na Suécia, após a

sediará o GP da Austrália de F-1

25/16), em Araçatuba, e manteve-

ficou no 1 a 1 com o

contra Sherman Williams foi

vitória por 28 a 18 sobre o Chile,

pela última vez em 2015. Segundo

se como líder invicto da Superliga

Stuttgart, mas está

interrompido no terceiro assalto,

neste domingo. Foi a mesma

ele, a situação econônica do

feminina, com nove vitórias.

tranquilo no Alemão, 11

sem vencedor, depois do

posição conquistada em 2009, na

evento está "insustentável", uma

“Erramos muito nos pequenos

pontos à frente do Bayer

ex-campeão levar uma cabeçada

Croácia. A equipe venceu apenas

vez que a prova recebe recursos

detalhes”, lamentou William,

Leverkusen (47 a 36).

involuntária no olho esquerdo.

dois em sete jogos que disputou.

públicos e não dá lucro.

técnico do time paulista.

O Borussia Dortmund


DIÁRIO DO COMÉRCIO

22 -.ESPORTE

sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23 e 24 de janeiro de 2011

FIM DE JOGO

L

Em prova na Austrália, Lance Armstrong se despede do ciclismo internacional

L

Após morte, Justiça proíbe torcidas organizadas no Campeonato Alagoano

L

1 a 1 com EUA pode marcar adeus de Marcelo Bielsa à seleção do Chile

L

Vídeo em destaque - Petkovic, de saia, faz sua dança - www.dcomercio.com.br www.dcomercio.com.br/esporte/

EM CAMPO PONTE ROUBA A FESTA

São Paulo tem novo presidente

O

São Paulo anunciou, sábado, a contratação de Rivaldo, 38 anos, por empréstimo, até 31 de dezembro, com preferência para a prorrogação por mais um ano. A apresentação oficial do jogador, um dos destaques do Brasil na campanha do

quinto título mundial em 2002, ainda depende da regularização do seu registro na CBF. Rivaldo, eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo em 1999, é presidente do Mogi Mirim e deixou de jogar pelo Bunyodkor, do Uzbequistão, em agosto de 2010. O clube passa

por crise financeira e não cumpriu os compromissos com o craque brasileiro. Rivaldo recorreu, então, à Fifa para se desvincular do Bunyodkor e, em seguida, assinou contrato como jogador do Mogi Mirim, mas nem chegou a entrar em campo. Agora, espera a liberação para poder jogar pelo São Paulo. Na véspera do anúncio, o diretor de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, admitiu que o clube não tinha pensado em contratar Rivaldo, mas começou a estudar essa possibilidade depois da repercussão positiva do encontro do jogador com o goleiro Rogério no dia da partida São Paulo 2 x 0 Mogi: "Começamos a ser questionados por muitos conselheiros sobre isso e passamos a examinar o caso." O acerto foi feito diretamente com o presidente Juvenal Juvêncio, que, curiosamente, ensaia os primeiros passos para tentar o terceiro mandado seguido, à revelia do estatuto do clube.

No Morumbi, a expectativa é de que Rivaldo siga os passos de outros craques que chegaram no fim da carreira e brilharam no Tricolor, como Sastre, Zizinho e Toninho Cerezo. "Todos tinham uma forma física muito boa, se cuidavam, não eram de ir para a balada. E isso foi importante para o sucesso deles aqui", lembra João Paulo. Rivaldo se encaixa nesse perfil: é veterano, brilhou em todos os times em que jogou e sempre foi um atleta responsável. Pensava em encerrar a carreira no Mogi Mirim, quando surgiu o convite. "Quando o entendimento é direto com o cartola, fica mais fácil", brinca João Paulo, em referência á dupla condição de jogador/presidente da nova estrela tricolor. O acordo prevê ações de marketing para explorar a imagem do jogador. "O Rivaldo já foi o melhor do mundo, o seu nome tem ressonância internacional, é uma referência, tem uma bela imagem e trabalharemos isso tudo quando ele vestir a camisa do São Paulo", anima-se o vice-presidente de marketing, Julio Casares.

Aos 38 anos, Rivaldo troca a presidência do Mogi pelo desafio de reger o meio-de-campo tricolor

Antes do jogo, os torcedores

Piervi Fonseca/Folhapress

são-paulinos fizeram festa para comemorar os 38 anos de Rogério Ceni. No que a bola rolou no Morumbi, porém, a festa foi da Ponte Preta, que venceu por 1 a 0. Renatinho chutou forte, Rogério espalmou mal e a bola sobrou para Tiago Luís completar de cabeça para as redes. "Tentei rebater para longe, mas a bola não saiu pela linha de fundo como eu queria", lamentou o aniversariante. Sábado, 22

DESTINO: ITÁLIA Luiz Fernando Menezes/AE

Zé Eduardo troca Santos pelo Genoa

C

oncentrado com a equipe que mais tarde venceria o Grêmio Prudente por 4 a 2, o atacante Zé Eduardo é liberado pelo Santos para viajar à Itália e realizar exames médicos no Genoa. Autor de três gols nas duas primeiras rodadas do do Paulistão, o santista vai para o futebol italiano por R$ 10 milhões.

O Santos ficará com 60% do valor da transferência. O restante é do Pinheiros, de Santa Catarina. No Santos, a negociação com o Genoa é classificada como "ótima", pois, no início de 2010, o clube pagou R$ 700 mil por sua parte nos direitos econômicos do jogador. Domingo, 23

GRÊMIO NERVOSINHO Edu Andrade/AE

Artilheiro e torcida não se entendem

N

o último compromisso dos titulares antes do Liverpool, do Uruguai, na quarta-feira, pela Libertadores, o jogo contra o São José, pelo Gauchão, caminhava para mais uma decepção gremista, mas, em cinco minutos, Jonas garantiu a virada por 2 a 1. Ao comemorar, foi até a torcida que o vaiava, gesticulou raivosamente e ouviu mais vaias. Até o fim do jogo. Sexta-feira, 21

CONCA Divulgação/Photocamera

O craque de 2010 volta a bater bola

M

elhor jogador do Brasileirão de 2010, o argentino Dario Conca reeencontra a bola no descontraído rachão que marcou o final da preparação, nas Laranjeiras, para o jogo do dia seguinte, contra o Olaria, no Engenhão (6 a 2 para o Flu). Conca passou por uma artroscopia no joelho esquerdo no fim de 2010 e, pela primeira vez, treinou com os companheiros. Sábado, 22

Reprodução/Arquivo Celso Unzelte

almanaque Celso Unzelte

Há 11 anos: Rivaldo, o melhor do mundo

H

á exatos onze anos, no dia 24 de janeiro de 2000, a Fifa anunciava, em Zurique, na Suíça, o ganhador do prêmio de melhor jogador do mundo do ano anterior (1999): o brasileiro Rivaldo Vito Borba Ferreira. Meia-atacante, ele tinha, então, 27 anos de idade, e jogava no Barcelona, da Espanha. Agora, aos 38 anos, Rivaldo é o presidente do Mogi Mirim e prepara-se para trocar a equipe do interior pelo São Paulo.

Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.” Rivaldo, ao receber da Fifa o prêmio de melhor jogador do mundo em 1999, no dia 24 de janeiro de 2000.

R

ivaldo nasceu no Recife (PE), em 19 de abril de 1972. Em 1999, alcançou 543 pontos na indicação ao prêmio de melhor jogador do mundo, seguido pelo inglês David Beckham (194 pontos) e pelo argentino Gabriel Batistuta (79). Tornava-se, assim, o terceiro jogador brasileiro a ser indicado como o melhor do planeta até então, ao lado de Romário (ganhador do prêmio em 1994) e Ronaldo (eleito em 1996 e 1997). Posteriormente, também ganhariam o prêmio os brasileiros Ronaldo, novamente em 2000, Ronaldinho Gaúcho, em 2004 e 2005, e Kaká, em 2007. Em 2002, Rivaldo ganhou a Copa do Mundo pelo Brasil..

10

CURTAS

Morreu na terça-feira,

18, em São Paulo, aos 62

anos, o lateral-esquerdo eu como clubes Rivaldo defend Pedro Rodrigues, profissional: ex-jogador do Corinthians Mogi Mirim (1991/93), ), 94 3/ 99 (1 s Corinthian de 1967 a 1970. ), 96 4/ 99 (1 Palmeiras 97), La Coruña-ESP (1996/ No domingo, 23, também 2002), Barcelona-ESP (1997/ em São Paulo, morreu Milan (2002/2003), aos 82 anos Fábio Crippa, Cruzeiro (2004), ), 07 20 4/ o goleiro titular do Olympiakos-GRE (200 r-UZB. ko od ny Bu e 8) 00 (2 E AEK-GR Palmeiras campeão da Copa Rio em 1951.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.