Ficha Limpa e fichas sujas de molho Nem a lei da Ficha Limpa nem os fichas sujas estão prontos para valer depois de clareados pelo STF. A lei poderá ainda ser questionada e "mais esvaziada", enquanto o TSE avisa que as posses dos fichas sujas "não serão imediatas". O presidente do Senado, José Sarney, se disse "frustrado" como a sociedade que quis "purificar" as eleições. Pág. 6 Ano 86 - Nº 23.338
Jornal do empreendedor
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Conclusão: 23h55
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São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 2011
DE MUDANÇAS
A presidente Maria Fernanda Ramos Coelho foi substituída por Jorge Hereda, ligado ao PT. Também houve trocas nas vice-presidências. O peemedebista Geddel Vieira Lima ficou com uma. Pág. 15 Apu Gomes/Folhapress
Ahmed Jadallah/Reuters
Lá vai o rebelde à guerra À esq., garoto de 6 anos em mais um dia de batalha contra o exército de Kadafi. À dir., menino em funeral de seguidores do ditador líbio mortos pela coalizão internacional. Na Síria, o governo admite fazer concessões na tentativa de conter a revolta crescente. Págs. 8 e 9
Olha quem o espera
Brasil agora apoia investigação da ONU no Irã Depois de 10 anos de abstenções, Brasil vota a favor do envio de relator da ONU ao país para investigar denúncias de violações de direitos humanos. Pág. 7 Europa Filmes/Divulgação
João Caldas
Fotos: divulgação
Novos Jetta e Corolla: pela liderança.
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cultura
Págs. 22 e 23
Quando o hotel é a atração Hospede-se num Boeing ou num quarto de sal. Boa Viagem, pág. 24 HOJE
Arquivo DC
Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 30º C. Mínima 19º C.
AMANHÃ Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 30º C. Mínima 20º C.
ISSN 1679-2688
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9 771679 268008
Semanão biográfico Nos cinemas, a história de Dorian Gray (acima, esq.), um dos maiores textos de Oscar Wilde. Megamusical Evita chega à Cidade, prometendo polêmica e lágrimas: não chores por mim, Argentina... Liz Taylor (dir.), bela e fera, é charme, talento e saudade em uma página inteira.
Da velha Eldorado, nasce a Rádio Estadão ESPN. Temperatura do mercado sobe e agita ouvintes: espaço total para a notícia.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Não estamos falando de curiosidades contábeis, mas de valores acumulados que superam 3% do PIB. Roberto Fendt
pinião
EYMAR MASCARO
KASSAB QUER PSD COM A FÉ DE JK
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A esperteza do gato e a inflação C
resce no mercado a disparidade das projeções econômicas para 2011. Para o crescimento do PIB, por exemplo, as projeções no mercado variam entre 3% e 6,15%. As estimativas para o IPCA situam-se entre pouco mais de 5% a quase 7%. Há quem veja nessa falta de consenso entre os analistas a respeito das principais variáveis da economia o momento de uma mudança de direção na atividade econômica. Vínhamos, até 2010, de uma fase de aceleração do crescimento, mercê das medidas tomadas pelo governo anterior com o objetivo de eleger o seu sucessor. Com a posse e a perspectiva de uma forte aceleração da inflação, as primeiras medidas de contenção foram tomadas para desaquecer a economia. Essa mudança de direção da política econômica estaria confundindo os analistas. Dentre as decisões tomadas ainda no final do ano passado, a introdução das chamadas medidas macroprudenciais pelo Banco Central não contribuíram para melhorar o consenso entre os especialistas. A novidade das medidas e o fato de que somente agora em março essas medidas começam a produzir seus efeitos, também está causando diferenças de opinião. Tudo isso é verdade, mas há outras verdades que vêm sendo paulatinamente apontadas como causa, não somente da perplexidade dos analistas, como de reais efeitos econômicos negativos, que já começam a se fazer sentir.
Refiro-me não somente às diversas operações "criativas" na área fiscal para mascarar o superávit primário. Essas operações, já exaustivamente abordadas na imprensa, incluíram, entre outras, o encobrimento de despesas do governo federal da ordem de R$ 25 bilhões. Essa colocação de despesas "debaixo do tapete" se deu com a compra de ações da Petrobras, com a interveniência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), que usou os recursos para empréstimos, aumentando as despesas da União.
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gora, chama-se com muita propriedade a atenção para a gestão dos chamados Restos a Pagar na execução orçamentária do governo federal. O tema requer explicação. O orçamento da União aprovado pelo Congresso estabelece tetos para as despesas com a totalidade das rubricas que o compõe. Ao longo do ano, o Executivo vai paulatinamente autorizando gastos em cada
rubrica dentro dos tetos determinados pelo orçamento. O primeiro passo consiste no chamado "empenho" da despesa. Ele consiste na garantia de que o dinheiro será liberado a um contratado desde que o produto vendido ou o serviço contratado sejam executados nas condições estipuladas na licitação.
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mpenhado o recurso, o desembolso dos recursos poderá dar-se ou não dentro do exercício correspondente. O caso mais banal consiste na não execução da obra ou entrega do produto, em cujo caso não cabe pagamento e a despesa é cancelada. O caso de maior vulto, contudo, ocorre quando o serviço é executado ou o produto entregue e aceito, mas o pagamento não é efetuado. Terminado o exercício fiscal em 31 de dezembro, tudo o que deixou de ser pago passa, como dívida, para o exercício seguinte. Daí a expressão orçamentária Restos a Pagar, já que constituem dívida líquida e certa. Problemas de natureza contábil permitem manobras
Problemas de natureza contábil permitem manobras com os restos a pagar de forma a mascarar os resultados fiscais, quando eles são piores do que os que se gostaria de mostrar.
ROBERTO FENDT com os restos a pagar de forma a mascarar os resultados fiscais, quando eles são piores na realidade do que os que se gostaria de mostrar. Pela metodologia em vigor, o Tesouro Nacional registra as despesas em regime de caixa, contabilizando apenas o que foi de fato desembolsado. Adiar o pagamento de despesas produz, nos números apurados pelo Tesouro Nacional, um resultado melhor do que o ocorrido na realidade. E, por não constituírem dívida financeira, os seus valores não são também capturados no cálculo do déficit pelo Banco Central.
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ão estamos falando de curiosidades contábeis, mas de valores acumulados que ultrapassam 3% do PIB. O pior de toda essa história é que as próprias autoridades acabam sendo iludidas na avaliação que fazem da política econômica. Com esse tipo de "espertezas" vai-se perdendo o real senso das coisas e são enganados o público e seus analistas, e mesmo as próprias autoridades. A sabedoria popular diz que esperto é o gato, que já nasceu de bigode. Mas a esperteza excessiva, muitas vezes, produz resultados não pretendidos, como o autoengano dos próprios espertos. E também ajuda a explicar porque os analistas estão perplexos e confusos em suas projeções para os resultados da economia brasileira em 2011. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA
epois de anunciar a criação do novo partido, o PSD, Gilberto Kassab espera, no prazo de três meses, conseguir reunir o número suficiente de assinaturas de eleitores para legalizar a legenda no TSE. Simultaneamente, o prefeito começa a implantar os diretórios estaduais, municipais e o nacional, preparando o partido para enfrentar o primeiro teste nas urnas, concorrendo com candidatos próprios às prefeituras dos principais municípios do País, no ano que vem. O prefeito deseja ainda eleger expressivas bancadas nas câmaras municipais. O PSD vai engordar, de início, com a adesão de deputados, vereadores, vice-governador e até um governador que migrarão de outros partidos, especialmente o DEM, legenda à qual ainda pertence Kassab. Ele espera que o novo partido tenha uma representatividade à altura nas duas casas do Congresso, Câmara e Senado. O prefeito ainda não decidiu se o PSD fará a fusão com outra legenda, principalmente o PSB, como tem sido noticiado. O PSD –Partido Social Democrático – já existiu no Brasil de 1945 a 1964, quando foi extinto pelo comando revolucionário militar de 31 de março de 64. Foi o partido, por exemplo, do ex-presidente Juscelino Kubitschek e de Ulysses Guimarães. Os criadores do PSD querem que o partido tenha o espírito empreendedor de JK. Suas campanhas serão inspiradas nos itens da campanha que levou Juscelino ao poder em 1955.
ma das aspirações de Gilberto Kassab é eleger seu sucessor na prefeitura e o principal nome que o partido vai dispor é o do vicegovernador Guilherme Afif Domingos. Em 2006, Afif disputou pelo DEM o Senado e alcançou 8 milhões de votos, a maioria na Capital. Se vier a ser candidato , Afif deve quebrar a polarização das eleições na Capital entre PT e PSDB. As duas legendas têm disputado não só a prefeitura da capital como o governo do estado. Nem o PMDB, que é um partido robusto em São Paulo conseguiu evitar a polarização das campanhas entre petistas e tucanos nos últimos anos. Um dos motivos que levaram Kassab a deixar o DEM e criar um novo partido é que ele pretende ser candidato a governador em 2014. No DEM, sua
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Os criadores do PSD querem reviver o espírito empreendedor de JK. As campanhas deverão ser inspiradas nos itens que levaram Juscelino ao poder em 1955.
candidatura seria inviável, porque o Democratas está comprometido e atrelado ao PSDB. Em 2014, o DEM deve apoiar o candidato tucano, seja ele Geraldo Alckmin, seja José Serra. Kassab espera contar com a colaboração de lideranças municipalistas para implantar o PSDB no interior paulista. Detalhe: o interior de São Paulo é constituído de 645 municípios, concentrando 20 milhões do total de 30 milhões de eleitores em todo o Estado. lckmin tem colaborado com o DEM, tentando evitar que o partido emagreça com a revoada de deputados e vereadores rumo ao partido de Kassab. Alckmin, na verdade, não gostaria de enfrentar Gilberto Kassab nas urnas em 2014.
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s dois já bateram chapa uma vez, em 2008, ano em que o prefeito conseguiu a reeleição. Naquela eleição, a nota de destaque foi o apoio que Kassab recebeu do tucano José Serra, que era governador. Alckmin sentiu o golpe e até hoje não perdoa seu companheiro de partido. O PSD deve se aproximar da presidente petista Dilma Rousseff. Kassab criticou o DEM porque não concordava que o partido fizesse oposição sistemática ao governo do PT. O prefeito acha que o País está acima dos partidos. Apesar das críticas de Gilberto Kassab, o novo presidente do DEM, senador José Agripino, promete manter o mesmo ritmo de oposição a Dilma Rousseff.
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EYMAR MASCARO É JORNALISTA E COMENTARISTA POLÍTICO MASCARO@BIGHOST.COM.BR
Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze
CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos (tmatos@acsp.com.br) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos (josemaria@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), chicolelis (chicolelis@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima (luiz.octavio@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br) e Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro (aribeiro@dcomercio.com.br) Editores: Cintia Shimokomaki (cintia@dcomercio.com.br), Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) e Vilma Pavani (pavani@dcomercio.com.br) Subeditores: Fernanda Pressinott, Kleber Gutierrez, Marcus Lopes, Rejane Aguiar e Tsuli Narimatsu Redatores: Adriana David, Anna Lucia França, Eliana Haberli ,Evelyn Schulke, e Sérgio Siscaro Repórteres:Anderson Cavalcante (acavalcante@dcomercio.com.br), André Alves, Fátima Lourenço, Geriane Oliveira, Giseli Cabrini , Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mário Tonocchi, Neide Martingo, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vanessa Rosal, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente Executiva Sonia Oliveira (soliveira@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60
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A OPINIÃO PÚBLICA ESTÁ FARTA DE PARTIDOS QUE SÓ ATENDEM A QUESTIÚNCULAS ESTADUAIS.
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criação de um novo partido deve responder, preliminarmente, à seguinte questão: ao que veio? Qual é o seu objetivo? Se a resposta for: sua razão de ser consiste na necessidade de criação de espaços para os seus membros, que, pelas mais distintas causas, já não se sentem confortáveis em seus partidos, o seu campo futuro de atuação será necessariamente muito restrito. Não que não se trate de um problema legítimo, mas o que o diferenciaria da enorme e inútil lista dos partidos existentes? A maioria dos partidos existentes é fruto de acomodações regionais, com lideranças saindo de alguns para entrar em outros, em um troca-troca que só mostra a vacuidade dessas agremiações. A opinião pública, em particular, já está farta de partidos que só atendem a questiúnculas estaduais ou de vaidades, o que tem certamente contribuído para o desprestígio atual da maioria desses partidos. A movimentação, pelo menos até agora, de criação do PSD, está parecendo reproduzir um processo deste tipo, onde questões estaduais são prioritárias. Não houve apresentação de nenhuma ideia, de um programa partidário mínimo, que dissesse a que veio essa nova agremiação. Se isto não for feito, o seu destino será provavelmente o de um partido que conseguirá um número X de políticos, com ou sem mandato, que poderão se acomodar segundo seus distintos interesses. Seu espaço de crescimento será muito pequeno, incapaz de se colocar como uma terceira via. O vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, deu um passo na direção certa ao apresentar alguns "mandamentos", alguns princípios, que deveriam orientar o novo partido. Recorreu, como não poderia deixar de ser, considerando sua trajetória política, a princípios liberais. Houve uma sinalização que, no entanto, ainda é muito embrionária, dada a imagem de partido "janela" ou "dormitório" que está sendo colada à nova agremiação. Há tempo para reverter essa situação, mas houve uma série de equívocos que já está pesando, e uma de suas razões consiste na sua falta de ideias. De nada adianta dizer que o prefeito Kassab, de viva voz, não fez, por exemplo, nenhuma declaração de que efetivamente se uniria ao PSB no futuro próximo. Politicamente, o que conta é a versão e, sobretudo, a versão não desmentida. Seria por demais bizarro que "liberais" do dia para a noite se tornassem "socialistas", sobretudo considerando que o PSB não fez qualquer
A que vem o novo partido?
DENIS LERRER ROSENFIELD de "bem-estar", não ser uma criação da "esquerda", mas da "direita". Ele surge das necessidades das lideranças europeias em enfrentar os graves problemas do pós-guerra, com órfãos, viúvas e idosos desamparados, além do desemprego e da carestia generalizados.
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revisão doutrinária, tendo permanecido um partido atrasado do ponto de vista ideológico, ainda rezando em muitos pontos pela cartilha marxista. Não fez um movimento semelhante ao do Partido Trabalhista inglês, que abandonou a sua 4ª cláusula, que advogava pela estatização dos meios de produção, adotando explicitamente a economia de mercado. Empreendeu tal transformação em 1995, sob a batuta de Tony Blair e, um ano depois, chegou ao Poder. Não reviu, aliás, nenhuma das privatizações da era Thatcher, contra as quais, no passado, o
mesmo partido havia se insurgido. Ademais, o prefeito Kassab, em sua entrevista à revista Veja, se disse de "centro-esquerda", porque tinha preocupações sociais. Do ponto de vista partidário, o PSD seria um outro partido de centro-esquerda, isto quando todos os partidos brasileiros, com exceção do DEM, dizem seguir essa orientação. Qual seria, então, a novidade? Seria apenas mais um de uma longa lista. O espaço partidário já está por demais preenchido nessa posição. Além disso, há uma razão de mon-
ta. A esquerda não guarda nenhum monopólio sobre o social. A ex-União Soviética e a China, por exemplo, com suas políticas "sociais", produziram a fome, a miséria generalizada e a mortandade de boa parte de sua população. A agricultura cubana está em frangalhos. A Venezuela de Chávez enfrenta desabastecimento, importa alimentos e tem uma inflação galopante que só prejudica os mais pobres. Se seguirmos a cartilha liberal, na figura de um Hayek, por exemplo, veremos que ele defende, em situação de necessidade e emergência, pro-
gramas como o do bolsa-família. Sua ênfase, no entanto, reside em como sair dessa situação de necessidade e não em nela permanecer, tornandose esses favorecidos em uma clientela política cativa. Historicamente, no caso da GrãBretanha, foram os governos liberais de Asquith, no início do século 20, que criaram os esquemas embrionários de pensão e previdência pública. O seguro-desemprego foi criado em 1911 neste país. Mais decisivo ainda é o fato de o Estado previdenciário, também dito
Estado dito previdenciário corresponde a uma necessidade dos líderes europeus ocidentais, alguns claramente de "direita", como De Gaulle na França e Adenauer na Alemanha, de darem satisfação material às suas distintas populações. A Europa emergia de uma guerra onde projetos totalitários estavam em cena, um morto, o nazista, e o outro bem, vivo, o comunista, emergindo como vitorioso desse enfrentamento. Diferentes opções colocavam-se à mesa, seja no sentido de uma vitória ainda maior do comunismo, que ocupava já os países do Leste Europeu, que se tornaram os países do "socialismo real", seja de um soerguimento a partir de uma sociedade democrática, desenvolvendo uma economia de mercado e atendendo a cidadãos famintos, em busca de trabalho e bem estar. Ou seja, não se trata aqui, estrito senso, de um projeto que depois veio a ser denominado de "social-democrata", mas de um projeto situado acima de clivagens partidárias e ideológicas. O que estava em questão era sair das agruras da guerra, da desordem social e dos perigos do totalitarismo comunista. Paradoxalmente, poder-se-ia dizer que esse projeto dito "social-democrata" foi, não de esquerda, mas de "direita", se é que essas denominações são pertinentes. DENIS LERRER ROSENFIELD É PROFESSOR DE
FILOSOFIA NA UFRS
MINORITÁRIOS DA VALE, UNÍ-VOS A
cumpanherada quer meter a mão na Vale, ameaçando derrubar Roger Agnelli, que fez dela a principal empresa privada brasileira e uma das maiores do mundo, para transformá-la num covil de boquistas corruptos do PT, como é a Petrobras. Todo cuidado é pouco, quem avisa amigo é. Dito isto, faço um brinde ao cumpanhero Obrahma com uma Kaiser. Não merece coisa melhor, nem mesmo um gole da Devassa morna, da Sandy. Vi e ouvi a fala do cumpanhero Obrahma, no Theatro Municipal do Rio, com e sem tradução simultânea (traduttore traditore). Li a íntegra em inglês distribuída na internet . Li as "interpretações"de jornalistas de renome. Li as falas de Brasília, as reais e as imaginárias, "vazadas". Não há jornal que não tenha publicado sua versão daquilo que o cumpanhero Obrahma "queria" falar – alguns deles mais de uma e até conflitantes entre si. Nenhum admitiu que por baixo daquele angú não havia caroço algum. O New York Times se perguntou o que ele estaria fazendo aqui. Eu sei, meu Ci.Ai.Êi descobriu. O cumpanhero Obrahma foi direto do Rio para Santiago do Chile, pulou Buenos Aires. Mandou de chaleira La
Jason Reed/Reuters
Hermana Kirchner prá escanteio. Foi o que veio fazer, mostrar-lhe cartão amarelo. Obrahma falou aqui exatamente o que queria -nada. Vento puro, com citações superficiais aos pensadores brasileiros Jorge Ben Jor e Pal´Coelo (acho que era o Paulo Coelho) e umas frases em português, dessas que os megastars da pop music costumam pronunciar na abertura dos seus shows, para conquistar a simpatia do público, tipo "Bôoouuaaa notche Brazilll..." Mas o português dele era quase tão bom quanto o da rebolativa Shakira, ai Jesus, a sua dança do ventre, ela sim uma tremenda simpatia. odas as "interpretações" que li, até as mais díspares, tinham em comum a intenção de levantar a bola do Poste. Essa visita, mesmo sem nem um pouquinho de arroz, feijão e bife no prato, colocou o Poste lá em cima, na condição de Estadista, mas pra mim, sem chance, continua Poste. Nem o cumpanhero Obrahma me prega essa peta. Por falar em bife no prato (eu quis dizer tutano nas ações conjuntas Estados Unidos Brasil, que não vi, repito), o Cara não foi ao almoço que o Poste ofereceu ao visitante, com as presenças dos expresidentes FHC, Itamar, Collor
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e Sarney. Uns disseram que não foi porque não suportaria não ser a prima-dona do espetáculo. Outros, que não suportaria almoçar com quem mandara bombardear seu "amigo, ermão e líder" Kadafi. Outros, que não suportaria ver FHC falando inglês com o cumpanhero Obrahma sem entender nada, o Cara só fala sindicalês. FHC, um lorde, nunca faria isso. Cara não foi porque sabia que a ausência teria mais espaço na mídia do que a presença, necessariamente em segundo plano, e teve. Até eu estou falando nele. Dou um exemplo dessas "traduções" que li dos obamismos. Um blog governista pediu a respeitado jornalista, residente em Washington DC e familiarizado com o misterioso jargão diplomático, que "intepretasse" o que o cumpanhero quis dizer quando afirmou que "tem apreço" pela reivindicação brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança da Onu. No meu Houaiss véideguerra, apreço é "estima, consideração que se tem por alguém ou alguma coisa; admiração". Meu Houaiss fala brasileiro e o cara que batizou o Cara fala americano, então apreço quer dizer coisa muito
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diferente. "Apreço", segundo o jornalista consultado, teria o mesmo teor da afirmação enfática em apoio ao assento permanente da Índia no Conselho de Segurança, quando o cumpanhero Obrahma falou com todas as letras: "Sou a favor". "Tenho apreço" é igual a "Sou a favor", entendeu ? (rsrsrs). Os postistas comemoram o apoio disfarçado na inócua expressão "tenho apreço". o ler o discurso do cumpanhero Obrahma, descobri que o ex- ministro da Supressão da Verdade Franklin Martins (vi na Veja que o cargo dele era esse no governo Lulla) assumiu o posto de Jon Favreau, como novo Chief Speechwriter do Presidente americano. Só Franklin Martins poderia ter obrado aquela bajulação ao Lulla e seu governo, que levou "metade do país" ao Paraíso da crasse mérdia (rsrsrs) e ao Poste, que teve sua biografia reescrita para a campanha presidencial, reconfirmada como ex-guerrilheira (sabemos que era ligada a assaltos a cofres e bancos e comandada por Lamarca).
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NEIL TÔ ESPERTO
FERREIRA Será que o Poste tem visto de entrada nos EUA ? Franklin Martins e Fernando Gabeira, sequestradores do embaixador Elbrick, não têm e foram "companheiros de armas" na mesma "luta" do Poste. Para mim, sobra que o cumpanhero, em pleno vôo para o Brasil ordenou o ataque de mísseis a Trípoli, à revelia do seu Congresso. Depois, foi com a família orar por dois minutos pelos mortos na ação, ao pé do Cristo Redentor. Os cruzados cristãos declararam mais uma guerra aos islâmicos. AUGUSTO NUNES NO SEU BLOG: "O CASO DOS MINISTROS REVISTADOS CONFIRMA QUE UM POLICIAL BEM TREINADO RECONHECE DE LONGE QUEM TEM CULPA NO CARTÓRIO." NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.GERAL
gibaum@gibaum.com.br
Andressa Soares, a Mulher Melancia , vai posar nua pela quinta vez: agora, em Sexy, promete "mais ousadia".
k A vida é ter uma mulher do lado e seja o que Deus quiser.
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Giba Um
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OSCAR NIERMEYER // arquiteto reverenciado em todo o planeta, do alto dos seus 103 anos de idade. Fotos: David Sims/Business News
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MAIS: se alguém lhe pergunta se não é excesso, devolve: "Sou como a melancia, farta, para muitos e para muitas vezes".
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ssa festa celebra o "Sim" da humilde Virgem de Nazaré, na Galileia, à missão de dar a luz ao Messias, conforme o plano de Deus. Ao anúncio do Arcanjo Gabriel Ela responde: "Faça-se em mim segundo a Vossa palavra". E do o Verbo se fez carne, como narra o o çã cia Anun à Arcanjo Gabriel Evangelho de São João (1,14). Maria
Vôo de kamikaze 333 A vitória da Rede TV!, sem nenhuma tradição em esportes, na licitação pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2012 e 2014 foi considerada pelo sócio minoritário, Marcelo Carvalho, um legitimo vôo de kamikaze. A investida significará uma operação de mais de R$ 1,5 bilhão que a emissora, segundo ele, jamais conseguiria viabilizar. É uma ação conduzida pelo sócio majoritário, Amilcare Dallevo e serviu para aumentar o racha entre eles. A propósito: Luciana Gimenez já estaria negociando sua ida para o SBT.
Virgem
ALÔ, ALÔ Guerra à tucana 333 A auditoria de todos os contratos celebrados pela Dersa nos últimos tempos, será deflagrada diretamente sob inspiração do secretário de Logística e Transportes de São Paulo, Saulo Abreu, ex-Segurança Pública e homem muito ligado ao governador Geraldo Alckmin. No inicio do governo Mário Covas, o próprio Saulo protagonizou uma devassa desse tipo e o resultado foi a suspensão de contratos, renegociação, pagamentos de longo prazo e com deságio. No caso da Dersa, Saulo também quer checar ligações incestuosas de empreiteiras com figuras do governo José Serra. Se aparecerem, nem mesmo figuras do alto tucanato serão poupadas.
CHILIQUE 333 Dias depois de dizer que não tinhaidoaoalmoço,noItamaraty, para Barack Obama, “para não ofuscar Dilma” e resmungar da presença de Fernando Henrique Cardoso na mesma principal e dos salamaleques entre a presidente e FHC, Lula quase teve umchiliquequando soube que suapupilahaviaenviado um telegrama ao ex-governador José Serra, dando parabéns por seu aniversário (ela acaba de completar 69 anos).
Quem folhear a nova edição de Vogue francesa, a primeira assinada pela editora Emmanuelle Alt, que substituiu a polêmica Corine Roifeld (acaba de ser contratada pela Barney’s de Nova York para cuidar das campanhas, catálogos e vitrines), pode imaginar que Django ou qualquer outro herói do tipo spaghetti western tenha desembarcado nas páginas da revista. É a brasileira Isabeli Fontana, fazendo o gênero rápida no gatilho, num surpreendente ensaio de moda onde, além do revolver, usa Hermés, Ralph Lauren, Gareth Pugh, Diesel Black Gold, Balmain e acessórios Harpo.
Django na moda
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333 Dilma Rousseff vai à China, principal parceiro comercial do Brasil e o número 2 no ranking das potências econômicas e a caminho do topo. É convidada do governo de Hu Jintao e, como qualquer caixeira viajante que se preza, tentará aumentar as importações de produtos brasileiros pelo país. Enquanto isso, trata de melhor conhecer costumes dos chineses: as refeições são longas e arrotar é uma forma de dizer que está satisfeito; deixar um pouco de bebida no copo é considerado ofensa; no café da manhã, eles tomam sopa de arroz, leite de soja, ovos cozidos e pastel frito; assoar o nariz na rua ou cuspir são sinais de higiene (nem na Olimpíada, conseguiram impedir o costume); chineses são supersticiosos (andares 4, 14 e 24 não existem em muitos prédios porque o ideograma do 4 é parceiro com o da morte); e a gastronomia é, digamos, exótica (come-se de tudo, ninho de andorinha, gafanhotos, escorpião, ratos, gatos, cachorros, cobras e até casulos de bicho-da-seda).
Cartilha da China
Outra semanal O grupo português Ongoing, que tem um brasileiro como dono, para evitar problemas com a legislação e que está mantendo entendimentos, através de José Dirceu, para comprar os 30% de Marcelo Carvalho na Rede TV!, além dos jornais Brasil Econômico e O Dia, pretende lançar nova revista semanal, com circulação nacional, para concorrer com Veja , Época e IstoÉ . 333
Ninguém se atreve a duvidar que, no Brasil, há gosto para tudo. De um lado, a modelo Alessandra Ambrósio na capa e no recheio da primeira GQ (Gentlemen’s Quarterly) brasileira (finalmente, uma revista competente e inteligente), publicação de largada da parceria Globo-Conde Nast. É publicada há 55 anos e em 18 países diferentes, incluindo, agora, o Brasil. De outro lado, a transexual Lea T, na primeira capa de uma revista nacional, a ffw mag!, dedicada às semanas de moda no país. Lea T usa vestido branco, casaco de pele e a chamada diz: Transreal – O dom de iludir. 333
Uma e outra
Fim do mundo Na internet, os blogueiros cheios de humor já estão prevendo que o apocalipse está chegando: Sandy, devassa; Faustão, magro; Silvio Santos, pobre; Lázaro Ramos, galã e pegador ; Paulo Maluf e Fernando Collor na Comissão da Reforma Política; Tiririca, na Comissão da Educação; Dilma fazendo omelete no programa de Ana Maria Braga; e last but not least , Lula recebendo o título de doutor honoris causa na Universidade de Coimbra. 333
h IN Barba rala.
333 O NOVO apelido do ministro Guido Mantega, que anda no meio da novela da Vale, é Reizinho. É o nome de antigo herói de HQ que, mesmo rei, vivia fazendo trapalhadas.
NÃO falam mais a mesma língua o ator Malvino Salvador e a atriz Sophie Charlotte. 333
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Entre as razões pessoais que provocaram o pedido de demissão de Maria Fernanda Coelho da presidência da Caixa Econômica Federal, está a convivência e a condição de subordinadaaGuidoMantega,da Fazenda.Quandoassumiu aCEF, MariaFernandafoi umaindicação da então ministra Dilma Rousseff. Mais: muitos apostam que ela levará cópias de documentos que registram a recomendação de Mantega para a compra de 49% do Banco Panamericano, quando já estava bichado . 333
AOS 79 anos e até mesmo internada no hospital, Elizabeth Taylor, fã do Twitter, não deixava de disparar seus posts. Um dos últimos: “Diamantes não aquecem você à noite, mas são divertidos quando o sol brilha”. Sua paixão por jóias, levou a atriz a criar uma coleção com seu próprio nome.
O MINISTRO de Minas e Energia, Edison Lobão, quer integrar a comitiva de Dilma Rousseff à China e perguntar pessoalmente a Hu Jintao qual a tintura de cabelos que ele usa.
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CAINDO FORA
MISTURA FINA 333
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Hora da mágica Dentre as novas manias até adotadas por grandes empresas por melhor gestão dos negócios e na área de marketing, a mágica é a última palavra nos Estados Unidos. A idéia básica é que, quando alguém vai fazer uma mágica à sua frente, você sempre pressupõe o que vai acontecer – o que acaba não acontecendo. Um dos gurus da novidade é o consultor, palestrante e, claro, mágico, Andy Cohen. Para ele, “mágica empresarial é pensar diferente para encontrar soluções”. Entre seus clientes, da Apple a Merrill Lynch.
333 Também no Chile, Barack Obama acabou se reunindo com ex-presidentes do país (os democráticos, claro), a convite de Sebartián Piñera. E também lá, uma ausência: Michele Bachelet, que hoje pilota a ONU Mulher e que era companhia de Lula e Chávez no famigerado Forum de São Paulo, recusou o convite, alegando ter outros compromissos. De quebra, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner (Obama quer distância dela), telefonou a Lula e Bachelet, cumprimentando os dois pela recusa.
333 COM A IDA de Índio da Costa, candidato a vice-presidente da chapa de José Serra pelo DEM, para o PSD de Gilberto Kassab, o panorama pré-eleitoral para a prefeitura do Rio muda: César Maia, com o qual Índio começou na política, será obrigado a lançar a candidatura do filho, deputado federal Rodrigo Maia, com um vice indicado por Anthony Garotinho (PR), que poderá ser sua filha, Clarissa.
OUT
Barba grande.
Questão de estilo Além de ter sido o voto que decidiu o tirateima do Supremo em torno do Ficha Limpa, o novo ministro Luiz Fux, carioca e torcedor do Fluminense, acaba de dar um toque de elegância especial na Alta Corte. Usa cabelão, comprido atrás e nas laterais, mais topete, ternos bem cortados confeccionados em alfaiate, camisa com abotoaduras, todas com colarinho preso sob o nó da gravata (muitos que usam, podem unir os lados do colarinho com uma espécie de alfinete de ouro) e sapatos superengraxados. Os nós das gravatas são grandes e ultimamente, Fux vem preferindo as mais finas – e de crochê, que estão de volta.
OS PACOTES para quem quiser participar do Projeto Emoções em Jerusalém, com Roberto Carlos de anfitrião, em setembro, começam em R$ 5 mil, esticam para R$ 15 mil e atingem R$ 30 mil por pessoa. Serão sete noites, com passeios por Jerusalém, Belém, Mar da Galiléia, Mar Morto e Nazaré. No final, um show de RC nas Piscinas do Sultão, no Vale do Hinnon, ao lado da Torre de David, que vai virar um especial da Rede Globo. 333
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A GLOBO acaba de fazer um acordo com a Mixer e O Sitio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, sem censura para os lados de Tia Nastácia, deverá voltar à grade da emissora na forma de desenho animado. Fica mais fácil para vender lá fora.
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Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero
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Solução
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 25 de março de 2011
5 REAÇÃO Contra Kassab, DEM destitui comando do partido em São Paulo.
olítica
A decisão tem relação direta com o prefeito Gilberto Kassab, que deixou a sigla e fundou o Partido Social Democrático (PDS). Segundo o Democratas, a ideia é formar uma direção partidária com nomes alinhados com Agripino Maia e com o governador Geraldo Alckmin.
A
Executiva Nacional do Democratas ( D E M ) a p ro v o u ontem de manhã, em Brasília, a dissolução do diretório regional do partido em São Paulo. O diretório era controlado pelo prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, que está deixando a legenda para criar o Partido Social Democrático (PSD). A nova direção regional do DEM poderá ser definida na próxima semana. Na segunda-feira, ACM Neto anunciou, pela rede social Twitter, que iria propor uma intervenção imediata da Executiva Nacional do DEM para tirar o controle de Kassab sobre o diretório paulista. "Temos de tirar o DEM, imediatamente, da influência do prefeito Kassab, o político que tem 43% de rejeição na cidade que administra", escreveu o parlamentar da Bahia. E provocou: "E aí, Kassab? O povo de SP, que o conhece, deu 43% de rejeição à sua administração. Assim, vai acabar como um dos piores prefeitos do Brasil", disse, em referência à pesquisa Datafolha que apontou a pior avaliação do prefeito desde que foi reeleito. Recomposição – Ao mesmo tempo em que dissolveu o diretório, o partido abriu um prazo de sete dias para que os seus representantes paulistas possam conversar e recompor o novo comando do DEM no estado. "Temos 70 prefeitos,
DEM dissolve diretório do partido em São Paulo Beto Barata/AE
A chance de se emplacar algum político próximo de Kassab no novo diretório do partido em SP é zero. ÔNIX LORENZONI, DA EXECUTIVA NACIONAL DO DEM uma bancada representativa e, agora, vamos buscar o entendimento", disse o deputado Ônix Lorenzoni (RS), integrante da Executiva Nacional. Para ele, a partir de agora, acaba qualquer influência de Kassab sobre os democratas de São Paulo. "A chance de se emplacar algum político próximo de Kassab no novo diretório é zero", afirmou Lorenzoni. O comando do partido vai definir a nova comissão provisória do estado, para fazer uma intervenção no diretório municipal. A executiva não indicou nomes para a comissão provisória, mas pretende concluir as escolhas até a semana que vem. Devem ser indicados políticos ligados ao novo presidente do DEM, José Agripino Maia, além de nomes alinhados ao governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). Bem cotado – O deputado federal Rodrigo Garcia é um dos cotados para assumir a presidência do DEM em São
Paulo. Aliado histórico de Kassab, Garcia diz ter rompido com o prefeito. Como prova maior do afastamento, permaneceu no DEM e não acompanhou o padrinho político na criação do PSD. Evitar baixas – Depois da crise que quase implodiu o partido e resultou na saída de Kassab, o DEM se articula para evitar novas baixas na sigla. O comando do Democratas trabalha para evitar a cooptação de novos parlamentares por Kassab e seus aliados, mesmo que de legendas governistas, como forma de fortalecer o novo partido do prefeito. Agripino disse que a prioridade da sigla neste momento é solucionar os problemas em São Paulo e, posteriormente, contornar eventuais dissidências em outros estados. "O que eu quero é dar rumo ao partido", afirmou Agripino. A missão prioritária do DEM, contudo, é estancar novas baixas, materializadas após o movimento liderado pelo prefeito de São Paulo. Na contabilidade do partido, o Democratas deverá perder pelo menos 7 de seus 43 deputados federais, mas existe a avaliação de que, à exceção de Kassab, os quadros perdidos não faziam parte da linha de frente da legenda. Indio – Agripino informou à executiva que o deputado Indio da Costa (DEM_RJ) deixou ontem a sigla. (Agências)
Alan Marques/Folhapress
Agripino Maia (acima): empenhado em solucionar o problema do Democratas em SP e, ainda, em evitar novas baixas na sigla em âmbito nacional. ACM Neto (à esq.): defesa da tese de que Kassab deve perder toda influência no DEM de São Paulo.
Kassab volta a criticar antigo partido Ele diz que saiu do DEM porque não concordava com a oposição feita pelos democratas ao governo Dilma Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Sergio Kapustan
C
inco dias depois de anunciar a fundação do Partido Social Democrático ( PSD), o prefeito Gilberto Kassab voltou ontem a criticar o seu antigo partido – o Democratas (DEM). De acordo com Kassab, ele estava numa "camisa de força" por não concordar com a oposição radical que os democratas fazem ao governo de Dilma Rousseff (PT). Desde que abandonou os antigos aliados, o prefeito prega um modelo de oposição moderada e de propostas, sem trocar de lado. "Eu não poderia permanecer num partido que torce pelo insucesso do governo Dilma. Não é possível não concordar com nada. O PSD terá compromisso com a governabilidade", declarou o prefeito de São Paulo em palestra na Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil. Kassab insistiu em que a aliança com o PSDB paulista é sólida e admitiu apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin, em 2014. "Todos sa-
bem que nosso grupo político torce para que Geraldo Alckmin faça um bom governo e, se ele se sair bem, nos sentiremos à vontade para apoiá-lo". Durante a palestra, Kassab explicou aos empresários que o PSD não existe juridicamente, pois antes deve cumprir uma série de exigências legais, como 101 assinaturas necessárias para o início da formalização do partido na Justiça Elei-
toral (já cumprida). Reforços – Segundo Kassab, o PSD já conta com o apoio de 11 deputados federais. O prefeito também articula a adesão das bancadas do DEM na Câmara de SP (sete vereadores) e na Assembleia Legislativa (oito deputados). Kassab concordou com a dissolução dos diretórios do DEM no estado. "O partido tem que ter uma direção", justificou.
Eu não poderia ficar num partido que torce pelo insucesso do governo Dilma. Não é possível só discordar. GILBERTO KASSAB
Kassab diz que já mantém contato com a família do ex-presidente, e que a intenção é apenas homenageá-lo
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Democratas denunciam ação do Planalto para beneficiar nova sigla
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Prefeito quer criar Fundação JK prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que deixou o DEM para recriar o Partido Social Democrático (PSD), disse ontem que pediu à família do ex-presidente Juscelino Kubitschek autorização para fundar uma entidade com seu nome. Kassab negou que tenha se apropriado do domínio na internet www.JK.org.br. "Falei com a filha do Juscelino. Caso tudo dê certo, disse que iríamos consultá-la para ver se a
CONCILIAÇÃO Kassab diz que PSD não é contra Dilma, e que sigla defende a governabilidade.
família liberaria a marca. É apenas uma reserva de domínio para uma fundação. A ideia é homenagear o Juscelino, dando o nome dele à fundação", afirmou o prefeito, após almoço na Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, em São Paulo. Kassab não deu detalhes do projeto. Na segunda-feira, ao lançar a nova sigla, Kassab disse que a escolha do PSD era uma homenagem ao ex-presidente por sua administração
desenvolvimentista na década de 1950. A legenda que o prefeito pretende recriar surgiu em 1945 e abrigou os ex-presidentes JK e Eurico Gaspar Dutra. Foi extinta durante a ditadura e recriada na década de 1980. Em 2003, foi incorporada ao PTB, um partido que agora ameaça questionar na Justiça o uso da sigla por Kassab. Durante o almoço, Kassab foi questionado por empresários sobre os motivos de sua saída do DEM. O
prefeito relembrou a história do DEM (ex-PFL) e sua importância para a redemocratização do País. "Mas foi um partido que no decorrer do tempo foi perdendo o rumo", justificou. Segundo Kassab, o novo PSD surge como uma legenda "conciliadora". "Criar um novo partido é demonstração de coragem, e isto fortalece a democracia", elogiou o presidente da Câmara Portuguesa, Manuel Rodrigues Tavares. (AE)
comando nacional do Democratas acusou ontem o governo federal de estar por trás da "segunda onda" de assédio sobre os parlamentares do partido. Depois da primeira reunião da nova Comissão Executiva Nacional do DEM, o presidente do partido, senador José Agripino Maia (RN), disse que o Palácio do Planalto está pressionando governadores e parlamentares de vários partidos para acompanharem o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no seu projeto de formação do PSD (Partido Social Democrático), como forma de enfraquecer a oposição. "O Planalto está atuando pessoalmente. É uma luta desigual", criticou Agripino. Segundo os dirigentes do partido, a estratégia do governo seria pressionar diretamente não apenas políticos do DEM, como, por exemplo, a deputada federal Nice Lobão (MA), que é casada com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB). E garantem que essa ação tem ocorrido também sobre outras legendas partidárias. Os dirigentes do Democratas citam os casos do governador do Amazonas, Omar Aziz, e do senador Sérgio Petecão (AC), ambos do PMN, além do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, do PTB, como exemplos dessa operação governista a favor do PSD. Por essa avaliação, o
plano do governo federal seria inflar o PSD com políticos de outros partidos, para fortalecer a nova legenda e balançar a resistência dos integrantes do Democratas que hesitaram em se desfiliar assim que Kassab anunciou sua disposição de criar a nova sigla par tidárias. Outro fator que tem provocado a segunda onda são as insatisfações regionais, de acordo com a avaliação do DEM. Em vários estados, políticos locais têm aproveitado a situação de incerteza para reivindicar maior espaço dentro dos diretórios municipais e estaduais, segundo o DEM. Citam como exemplo o caso do ex-deputado federal Indio da Costa (RJ), que concorreu em 2010 como candidato a vicepresidente indicado pelo DEM na chapa presidencial encabeçada pelo tucano José Serra. Reivindicando o direito de disputar a prefeitura do Rio em 2012, o exdeputado teve a pretensão negada pelos dirigentes locais do partido. No Rio, o partido é comandado pelo ex-prefeito César Maia e pelo seu filho, o deputado federal Rodrigo Maia. Sem esse espaço, Indio da Costa se desfiliou e tudo indica que acompanhará Kassab no PSD. Goiás – Em Goiás, o deputado federal Vilmar Rocha também cobra mais espaço no diretório local, que considera concentrado com o deputado federal Ronaldo Caiado. (AE)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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sexta-feira, 25 de março de 2011
O problema ocorreu antes, com o Supremo incapaz de resolver uma questão que poderia ter resolvido. Claudio Abramo
olítica
LEI DA FICHA LIMPA
Andre Dusek/AE
NÃO HÁ GARANTIAS NEM PARA 2012
Decisão frustrou a sociedade, que se mobilizou para purificar o processo eleitoral. JOSÉ SARNEY, PRESIDENTE DO SENADO
Do jeito que está, a lei será questionada. O alerta é do presidente do TSE
N
o mesmo dia em re "riscos reais de ser ainda que a decisão do mais esvaziada", pois a sua Supremo Tribunal constitucionalidade poderá Federal (STF) so- ser questionada no futuro, anbre a Lei da Fites de 2012. cha Limpa D e a c o rd o "frustrou a soc o m L e w a nciedade que se dowski, neste No futuro, a Lei da mobilizou pafuturo, a Lei Ficha Limpa terá ra purificar o da Ficha Limprocesso eleipa "terá de ser de ser fatiada toral", como fatiada como como um salame avaliou o preum salame e e analisada alínea sidente do Seanalisada alípor alínea nado, José Sarn e a p o r a l íney (PMDBnea"" Sem essa RICARDO LEWANDOWSKI, AP), o presiposição do PRESIDENTE DO TSE dente do TriSTF "não é cerb u n a l S u p eto que a lei varior Eleitoral (TSE) e ministro l e r á p a r a 2 0 1 2 " , a f i r m o u do STF, Ricardo Lewandows- Lewandowski. ki, admitiu ontem que a lei corO presidente do TSE disse
ainda que não tem uma lista disponível com os nomes dos "fichas sujas" que poderão tomar posse, mas garantiu que elas "não serão imediatas". Cada caso terá de ser analisado pelos ministros relatores. Vã esperança – O ministro Marco Aurélio Mello, integrante do TSE e do STF, afirmou que o tribunal "deu uma esperança vã à sociedade" ao determinar a aplicação da Ficha Limpa em 2010. Na opinião do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, o STF construirá jurisprudência e, com isso, "a Ficha Limpa vai evoluir", afirmou. Até lá, o que não vai faltar é frustração na sociedade, que se
mobilizou na coleta de assinaturas – 1,6 milhão – para que fosse votada no Congresso. De acordo com Sarney, embora a medida não "deve ser discutida, mas cumprida", o resultado também "não deve ter sido bem recebido pelos senadores". Era um projeto, segundo o presidente do Senado, que tinha como "objetivo purificar o processo eleitoral". Clareza – Para o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), o resultado da votação do STF tornou mais claro o processo eleitoral. "Havia uma certa instabilidade porque a decisão não tinha sido tomada no seu todo, o que ocorre agora e estabiliza". Em relação
às prováveis mudanças na bancada, Renan disse que eles serão tratadas com "naturalidade". Devem sair de cena os senadores Gilvan Borges (PMDBAP) e Wilson Santiago (PMDBPB) para que assumam João Capiberibe (PSB-AP) e Cassio Cunha Lima (PSDB-PB). No lugar de Vicentino Alves (PRTO) deve assumir Marcelo Miranda (PMDB-TO) e na vaga da senadora Marinor Brito (PSol-PA), Jader Barbalho (PMDB-PA). Euforia – Quem também comemorou a decisão do STF, foi o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Na sua opinião, o
resultado reafirma o compromisso com a democracia e com o Estado democrático de direito. "Uma lei não pode retroagir para punir. Não é correto mudar a lei no meio do jogo". De acordo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu o respeito à decisão do STF, mas se disse "totalmente favorável" à iniciativa que deu origem à lei e pregou que a determinação do STF seja incluída na legislação eleitoral para evitar dúvidas sobre a sua aplicação em 2012. "Talvez a sociedade quisesse que já tivesse vigência nessa eleição de 2010, mas decisão judicial se cumpre", disse Alckmin. O governador sugeriu que "agora é preciso preparar a legislação para a eleição do ano que vem, de 2012, para não ter nenhuma dúvida sobre a vigência da Ficha Limpa". Nada a dizer – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, evitou opinar sobre o assunto. Ele justificou que, na sua posição, ameaçaria o princípio da independência dos poderes. "No dia em que o membro de um poder fizer análises sobre repercussões maléficas ou benéficas das decisões de outro poder, o princípio de independência entre os poderes será violado", afirmou. "Então, jamais comentarei a decisão de outro poder." Cardozo lembrou que foi relator do Ficha Limpa na Câmara. Há ainda no STF 30 recursos de políticos barrados para serem analisados. (Agências)
Werther Santana/AE - 26.02.2010
Mendes diz que era uma aventura
O
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu criticar ontem o Congresso por ter aprovado a Lei da Ficha Limpa em pleno ano eleitoral. Para o ministro, os parlamentares aprovaram a lei para evitar constrangimento com os eleitores e acabaram criando na sociedade e nos candidatos eleitos uma expectativa que não se confirmou.
"O tribunal mostrou que não vai chancelar aventuras", disse. Mendes foi o relator do caso da Ficha Limpa no STF e votou para que a lei não tivesse efeito no pleito do ano passado. Um dos argumentos que usou é que a lei não pode antecipar a punição de uma pessoa antes de a ação judicial ter sido concluída. "Se você apanhar fatos da vida passada para atribuir a fatos futuros, talvez não haja
mais limites. A lei tem que anteceder a esse fatos. É preciso ter essa dimensão", justificou. Na dimensão do também ministro Carlos Ayres Britto, defensor da aplicação imediata da lei, a decisão da Corte foi um "acidente de percurso" e acredita que a regra será aplicada integralmente no próximo ano. "Resta este consolo para a sociedade", disse. Outro lado – O vice-presi-
dente Michel Temer, que na época da votação do Ficha Limpa presidia a Câmara, rebateu as críticas, observando que os poderes Legislativo e Judiciário atuaram estritamente dentro de suas perspectivas e, por isso, "ninguém merece" ser criticado. "Era um projeto de iniciativa popular e aplicar agora ou não é uma questão jurídica e não política", disse. (Agências).
Gilmar Mendes relatou a lei no STF e votou contra. "Tem de ter limites".
Renato Araújo/ABr - 22.06.10
Movimentos sociais e entidades lamentam decisão do Supremo
SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS NOTIFICAÇÃO O Subprefeito de Vila Maria/Vila Guilherme, ANTONIO DE PADUA PEROSA, em conformidade com o disposto no artº 5º, parágrafo 1º do Decreto 15.627/79 de 15/12/79 e item 2.4 da Portaria nº 022/SMSP/GAB/2005, notifica os proprietários dos veículos abaixo relacionados a comparecerem a esta Subprefeitura à Rua General Mendes nº 111, no prazo de 30 dias a contar
A
da data desta publicação, para providenciarem sua retirada, satisfeitas as exigências legais, sob pena de ser alienado por meio de leilão: MARIA CRISTINA DO NASCIMENTO Placa CEM 9401 - São Paulo Chassi 5N69DKB163207 GM/OPALA COMODORO MOD./FAB. 1980 - Preta Processo 2010-0.284.410-6
CAR RENTAL SYSTEMS DO BRASIL LOCAÇÃO DE VEÍCULOS LTDA. Placa EBA 2176 - São Paulo Chassi 9BGXL80808B203842 GM/MONTANA CONQUEST MOD./2008 - FAB./2007 - CINZA Processo 2010-0.284.467-0
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Ophir Cavalcante: "A sociedade quer uma ética maior dos políticos"
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Foragido da Justiça vai assumir mandato em AL
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decisão do Supremo Tr i b u n a l F e d e r a l (STF) de não validar a Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2010, votada anteoontem, altera uma das 27 vagas na Assembleia Legislativa de Alagoas. Com a decisão do STF, o deputado João Beltrão (PRTB) deve ter seus votos validados, já que não foi diplomado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL), por ter sido considerado ficha suja. Beltrão está com prisão preventiva decretada e é considerado foragido da Justiça. Ele é
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Antes considerado ficha suja, João Beltrão vai virar deputado em Alagoas
acusado de participar de um 'consórcio de deputados' para matar o ex-cabo da Polícia Militar José Gonçalves, em 1996. Além dele, respondem pelo crime o deputado estadual Antônio Albuquerque (PT do B) e o ex-deputado federal Francisco Tenório (PMN), o único que se encontra preso. Gonçalves foi morto, segundo consta no processo, por "motivo torpe". O ex-militar teria se recusado a realizar um crime de mando. A polêmica agora é saber quem cede a vaga para a entrada de Beltrão. (AE)
decisão do Supremo Tribunal Federal de validar a Lei da Ficha Limpa apenas a partir das próximas eleições, marcadas para 2012, não deve ser vista como um retrocesso. Para a organização não governamental (ONG) Transparência Brasil, o mal maior já foi feito: não resolver a questão na época das eleições no ano passado, dando insegurança jurídica ao resultado do pleito. A avaliação é do diretor executivo da ONG, jornalista Claudio Abramo. "A decisão de aplicar a lei apenas em 2012 não significa o fim do mundo. Não há grande problema quanto a isso. O problema ocorreu antes, com o Supremo incapaz de resolver uma questão que poderia ter resolvido", observa. Abramo disse que a Lei da Ficha Limpa só existe porque o Judiciário não funciona direito. Para ele, se a Justiça fosse eficaz, não seria necessário criar uma legislação específica. Como isso não ocorre, Abramo defende a lei. "Não é uma lei para inglês ver. Ela pretende proteger o sistema político e o eleitor da invasão de aventureiros que a política estava sofrendo". Segundo ele, o debate a respeito da vigência da lei e as controvérsias que surgiram, por si só, já ajudaram a depurar candidaturas nas eleições do ano passado, reduzindo a presença de candidatos com condenações judiciais. "Isso já é um benefício", disse Abramo.
Críticas – A decisão do Supremo também foi criticada por integrantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), responsável pela coleta de assinaturas para a criação da lei. "Respeitamos a decisão, mas lamentamos o adiamento da introdução de patamares mais éticos nas eleições", disse o juiz Marlon Reis, um dos coordenadores do MCCE. "Mas estamos de cabeça erguida e vamos mobilizar a sociedade em busca de uma reforma política", acrescentou. O STF abriu repercussão geral sobre o caso, o que significa que todos os processos sobre o assunto deverão acompanhar a decisão de ontem. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, também fez coro às lamentações pela decisão tomada pelo STF. Ele ressalvou, no entanto, que a partir de agora é preciso olhar para frente. "Não podemos ficar aqui chorando essa decisão. Posso não concordar, mas essa é a decisão. Precisamos, agora, olhar para o futuro", disse. Segundo Ophir, o processo de reforma política já começou, com a criação da Lei da Ficha Limpa. "A sociedade deu o primeiro passo, quer uma ética maior por parte de todos aqueles que estão na cena política". Ophir Cavalcante e Marlon Reis participaram ontem de audiência pública sobre reforma política na Câmara dos Deputados. (Agências)
p Brasil apoia envio de relator especial da ONU ao Irã
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 25 de março de 2011
7 Não olhar a origem partidária dos prefeitos é fundamental se queremos uma democracia forte. Dilma Rousseff
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Fabio Motta/AE - 02.10.10
Após 10 anos de abstenção em sanções ao país, Brasil reviu sua posição, ontem.
O
Brasil mudou sua posição em relação ao Irã e votou, na manhã de ontem, a favor de uma resolução no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, proposta pelos Estados Unidos para investigar as violações do governo persa. O órgão aprovou o envio de um relator especial ao país. A criação de uma relatoria especial para analisar abusos de direitos humanos no Irã não é uma condenação em si, mas chega perto disso. Até hoje oito
países passaram por medida semelhante, entre eles Sudão, Coreia do Norte e Camboja. A avaliação brasileira é que o CDH é o local adequado para essa discussão e a criação de um relator especial, uma medida eficaz. Nos últimos 10 anos, o Brasil se absteve em votações que condenavam o Irã ou era contrário a resoluções, como no caso das últimas sanções aprovadas no Conselho de Segurança da ONU, em junho. Nas abstenções anteriores, na Assembleia-Geral das Na-
Bulent Kilic/AFP - 08.06.10
Ahmadinejad: Brasil volta a se comportar como "país pequeno".
ções Unidas, a alegação brasileira era a de que esse não era o fórum adequado para a discussão. Em 2010, o Brasil aplicou as sanções aprovadas para tentar interromper o avanço do programa nuclear iraniano, mas foi contrário na votação com a justificativa de que as medidas "não eram um instrumento eficaz". 'Relação madura' – A votação contra o Irã no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas não irá afetar o relacionamento do Brasil com o país. A avaliação do chanceler Antonio de Aguiar Patriota é que a relação entre os dois países é "madura para não ficar refém de uma ou outra decisão", de acordo com informações passadas pelo porta-voz do Itamaraty, ministro Tovar Nunes. Até a noite de ontem não havia chegado ao Ministério das Relações Exteriores brasileiro nenhuma reação formal do Irã em relação à votação, tanto pela embaixada iraniana em Brasília quanto do governo de Mahmoud Ahmadinejad para a embaixada brasileira em Teerã. "Se chegar alguma mani-
Antonio Patriota: "[A relação com o Irã] é madura para não ficar refém de uma ou outra decisão."
festação, vamos registrar com carinho e dar a resposta diplomática cabível", disse Tovar. Apesar de a via diplomática formal não ter sido usada, pelo menos por enquanto, para uma reclamação, a delegação iraniana na ONU deixou claro seu descontentamento depois da votação, afirmando que o Brasil voltava a se comportar com "país pequeno", "curvando-se aos Estados Unidos". Natural – Para o Itamaraty, é uma reação "natural", mas o Brasil "tem consciência clara da sua posição sobre direitos humanos. A violação dos direitos humanos é muito grave e não pode se abrigar no conceito de soberania". O Brasil justifica o voto favorável ao envio de um relator especial para analisar a situação dos direitos humanos no Irã
pelo fato de, desde 2005, diversos pedidos de visitas de relatores terem sido feitos, sem resposta do governo iraniano. Além disso, diz o voto brasileiro, o País considera que a situa-
Se houver manifestação, vamos registrar com carinho e dar a resposta cabível. TOVAR NUNES
ção dos Direitos Humanos no Irã "merece atenção". "Nossa explicação de voto é muito clara. Já havíamos registrado que gostaríamos de um movimento por parte do Irã,
que não houve. A situação é tal que fomos levados a pedir esse movimento no CDH", disse o porta-voz do Itamaraty. Questão nuclear – A votação de ontem, no entanto, não altera a posição brasileira sobre a questão nuclear iraniana. O Itamaraty vai continuar defendendo o direito do Irã de ter um programa nuclear com fins pacíficos, desde que siga as regras internacionais. A posição brasileira também não será a norma daqui para frente. Cada caso será analisado à parte. Cuba, por exemplo, não precisa temer uma condenação. A avaliação do Itamaraty é a de que a ilha de Fidel Castro tem feito movimentos favoráveis e, além disso, Cuba teria uma situação social muito melhor que outros países latinoamericanos. (AE)
Uéslei Marcelino/Reuters
Presidente fala em reforma tributária 'fracionada' Propostas virão fatiadas, já que tentativas anteriores não deram certo, argumenta ela
N Água fria: estudantes invadem espelho d'água para exigir mais recursos para a educação no País.
Estudantes protestam. E Dilma promete recursos. Presidente se comprometeu a elevar investimentos na educação para 7% do PIB
A
o receber lideranças estudantis ontem, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff se comprometeu a elevar os investimentos na educação para 7% do PIB até o final de seu governo. Os estudantes, no entanto, querem um aumento bem maior – dos atuais 4% para 10% do PIB. A reivindicação está entre as 59 emendas ao Plano Nacional de Educação propostas pelos estudantes e que foram reunidas em um documento entregue à presidente. Outra reivindicação dos líderes estudantis é a aprovação do projeto que destina 50% do Dida Sampaio/AE
Olhos nos olhos: Dilma recebe o presidente da UNE, Augusto Chagas, para discutir ampliação de verbas para o setor.
fundo social do pré-sal para a educação. Segundo nota emitida pela Secretaria-Geral da Presidência da República, "a presidenta disse aos estudantes que a pauta a respeito da aplicação dos recursos do présal em educação é uma luta legítima". "Faz todo sentido apostar a riqueza do País no futuro do País", disse Dilma. O encontro com as lideranças da União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) também contou a presença do secretário-geral da
Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, e do ministro da Educação, Fernando Haddad, segundo a nota da Secretaria-Geral. Durante o protesto, os estudantes invadiram o espelho d'água do Congresso, de onde passaram a gritar palavras de ordem . De acordo com a representante da Ubes, Gabrielle D'Almeida, somente realizando protestos os estudantes conseguem ser atendidos pelos governos. "Tem que haver algum diferencial pra que essas pautas sejam avaliadas. Por isso usamos a irreverência da juventude", completa Gabriella. (AE)
a primeira reunião do conselho político, com a presença de lideres de 17 partidos da base aliada, a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que vai encaminhar ao Congresso propostas "fatiadas" referentes à reforma tributária, lembrando que as duas tentativas anteriores, no governo passado, foram em vão. Mas ela não citou qual seria o primeiro tema que
gostaria de ver aprovado. Segundo avaliação feita por Dilma, relatada pelos parlamentares, uma "reforma tributária fracionada" será "mais fácil de aprovar" e "mais fácil de discutir". Na reunião, Dilma assegurou ainda aos parlamentares que os restos a pagar referentes a obras já em andamento e de grande interesse do governo, como as incluídas no PAC, se-
rão honrados pelo governo e a definição de quais serão elas será anunciada em até duas semanas. Prejuízos – Segundo o líder do PDT, deputado Giovanni Queiroz (PA), a presidente disse que "não cometeria o equívoco"de paralisar obras em andamento, não pagando os restos a pagar" porque isso representaria "enormes prejuízos ao país". (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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sexta-feira, 25 de março de 2011
nternacional
Anwar Amro/AFP
Promessas para seduzir os sírios
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presidente da Síria, Bashar Al-Assad, acenou ontem com maiores liberdades políticas e até a suspensão do estado de emergência vigente há 48 anos para tentar conter as revoltas no sul do país, especialmente na cidade de Deraa. Ativistas afirmam que centenas de pessoas foram detidas pelo governo durante a repressão, incluindo um importante ativista pró-democracia. Eles também afirmam que mais de cem pessoas foram mortas pelo governo em Deraa, grande parte na quarta-feira, que parece ter sido o dia mais sangrento desde o começo da revolta na cidade, na sexta-feira passada. Segundo fontes médicas, pelo menos 37 pessoas foram mortas em Deraa na quarta-feira, quando as forças de segurança abriram fogo sobre manifestantes. Quinze pessoas foram mortas antes. O governo sírio reconhece apenas dez mortes. Ao anunciar concessões inimagináveis há três meses na Síria, a principal assessora de Assad, Bouthaina Shaaban, afirmou em entrevista coletiva que o presidente não havia or-
denado pessoalmente que as forças de segurança abrissem fogo contra os manifestantes. "Fui testemunha das instruções de Sua Excelência para que não fossem disparadas balas reais – mesmo se policiais, forças de segurança ou oficiais estivessem sendo mortos", disse. Ela admitiu, porém, que "ocorreram, talvez, alguns erros". Assad, disse a assessora, redigiria uma lei para permitir a criação de movimentos políticos além do Partido Baath, que governa o país há meio século. Ela afirmou que outro decreto buscaria "pôr fim urgentemente à lei de emergência". No poder desde 2000, Bashar Al-Assad – que sucedeu a seu pai, Hafez Al-Assad, ditador por 29 anos – ainda anunciou um aumento nos salários dos funcionários públicos e prometeu permitir mais liberdade de imprensa no país. Ceticismo - As supostas concessões do ditador são vistas com ceticismo pela oposição e por analistas. Segundo eles, Assad promete reformas desde que assumiu o poder, mas vem ignorando os crescentes protestos contra a repressão políti-
A mesquita de al-Omari (acima), sob controle do governo, após os protestos da semana passada. Assessora anuncia liberdades (abaixo). Khaled al-Hariri/Reuters
ca e a lei de emergência. Além disso, os acenos do governo parecem ter o objetivo imediato de esfriar os protestos previstos para hoje, dia de orações para os muçulmanos. Prova disso é que enquanto a assessora de Assad lia em Damasco a lista de decretos, um grupo de direitos humanos denunciou que um importante ativista pró-democracia, Mazen Darwish, havia sido preso. Abdul-Karim Rihawi, que chefia a Liga Síria dos Direitos humanos, disse que as autoridades começaram uma campanha nacional de detenções contra ativistas, escritores e blogueiros em várias regiões do país. "Essas detenções vão apenas aumentar as tensões".
Tensão - Ontem, cerca de 20 mil pessoas se reuniram para os funerais de nove dos mortos na quarta-feira, cantando frases de liberdade e rejeitando as afirmações do governo de que infiltrados e "quadrilhas armadas" estariam por trás das mortes e da violência em Deraa. "Deus, Síria, Liberdade. O sangue dos mártires não é derrubado em vão!", diziam. Tropas patrulhavam as ruas da cidade do sul do país, e assumiram o controle total do bairro onde fica a mesquita de al-Omari, onde começaram os protestos na sexta-feira passada. O governo levou fotógrafos à mesquita, para mostrar que ela estava sob controle. O local estava vazio. (Agências)
Reuters
Crianças, mas nada infantis.
Imagem de vídeo mostra choques em Deraa
Prisão de menores que picharam palavras contra o regime inspira protestos Kety Shapazian
sada, eles picharam em um muro da cidade a frase que virou o mote das revoltas no Oriente Médio e norte da África: "O povo quer derrubar o regime". Todos foram presos. O castigo coletivo imposto ao grupo foi o que levou as primeiras pessoas às ruas de Deraa, mostrando ao regime, tão autoritariamente confiante, o gosto amargo da oposição. "A população de Deraa ficou horrorizada com a prisão das crianças. Elas foram soltas há alguns dias, com marcas de tortura pelo corpo", conta Sarah, de 30 anos, estudante. Nome, idade e ocupação são fictícios para protegê-la de um dos regimes mais opressores do mundo. Depois que os protestos começaram, três de seus amigos já foram presos, apenas por estarem na internet escrevendo sobre o assunto. "Não sabemos quando
D
eraa, a 130 quilômetros ao sul de Damasco, pode entrar para a história, caso os protestos na Síria realmente se tornem uma revolução – nos moldes de Tunísia e Egito – e derrubem mais um ditador, Bashar Al-Assad. A pequena cidade e outras quatro vilas próximas (Inkhil, Jasim, Khirbet Ghazaleh e Harrah) sempre foram leais a Assad, mas hoje formam o principal núcleo de oposição ao governo. Nos últimos dias, sírios têm rompido a barreira do medo e ido às ruas exigir mudanças. Os responsáveis pelo começo da revolta no país, no entanto, não foram blogueiros ou ativistas, mas 15 crianças e adolescentes, nenhum com mais de 17 anos. No começo da semana pas-
eles serão soltos ou se irão a julgamento. Eu tenho muito medo", disse a jovem, em entrevista por e-mail.
DC - Você ficou surpresa com os protestos ou sabia que, mais cedo ou mais tarde, eles chegariam à Síria? Sarah - A Tunísia nos deu Diário do Comércio - Os esperança e o Egito, força. protestos na Síria já Mesmo assim, muitos são uma revolução e de nós não achávaela recebeu um nome? mos que o povo sírio fosse para a rua. Mas Sarah - Não, não é foi. Mesmo em Deraa, uma revolução ainda. com a histór ia das Um número muito pecrianças, que nos "corqueno de pessoas A Tunísia ta os corações", ficaprotestou nas cinco nos deu mos surpresos de ver cidades desde o dia esperança milhares pedindo pelo 15. Precisamos ver fim do regime. Aqui na muitos milhares de e o Egito, Síria temos acesso à manifestantes em vá- força. informação, assistirias cidades antes de SARAH, mos Al-Jazeera, BBC chamar os protestos ATIVISTA. Árabe, France24 Árade revolução. Eu não be, e, ultimamente, gosto de dar nome à Orient TV, um canal inrevolta. "Revolução do Jasmim", entre outros, são dependente sírio transmitido nomes controversos e muitos de Dubai. Todos estão vendo o acreditam que acabam por ro- que acontece em Deraa e estão horrorizados. mantizar a revolução.
DC - Além de Deraa e algumas vilas naquela região, aconteceram manifestações em outros lugares? E qual a importância das mídias sociais em tudo isso? Sarah - Há pequenos protestos nas cidades de Banias, Qamishli, Homs, Dez Eassor, Madaya, Zabadani e Damasco. Twitter, Facebook e YouTube são ferramentas importantes porque ninguém da imprensa tem liberdade para entrar e fazer uma cobertura dos eventos. Mas nós podemos derrubar o regime sem essas ferramentas também. A revolução no Egito não foi a "Revolução do Facebook", assim como na Tunísia não aconteceu a "Revolução do Wikileaks". DC - O governo recebeu uma lista de exigências e foi avisado que, se todas elas não forem
aceitas, hoje será a Sexta-Feira dos Mártires, com grandes manifestações em todo o país. O que vocês desejam? Sarah - O direito de realizar protestos pacíficos; o fim do estado de emergência; a libertação de todos os presos de consciência e os manifestantes detidos nos últimos dias; eleições livres; imprensa livre; o direito de formar par tidos políticos e participar da vida política; e a distribuição de renda entre todos os sírios e não somente entre aqueles que pertencem ao regime. A condição de vida está cada vez pior no país e a corrupção permite àqueles com dinheiro que fiquem mais ricos enquanto o resto do país empobrece. Quanto à educação, aqueles que têm mais dinheiro mandam seus filhos para estudar no Líbano.
Khaled Abdullah/Reuters
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esmo sem admitirem publicamente, o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, e o general mais graduado do país, Ali Moshen al-Ahmar, estão discutindo um acordo político no qual ambos renunciarão aos seus cargos em dias, em favor de um governo de transição liderado pelos civis iemenitas, de acordo com três fontes familiarizadas com a situação.
Sombra da renúncia no Iêmen
Eles discutem o acordo enquanto permanece alta a tensão política no país da Península Arábica, informa o Wall Street Journal. Os dois, segundo as fontes, terão um plano de transição até amanhã. Al-Ahmar, no começo desta semana, disse que estava se juntando com suas tropas à oposição, que exige o fim do regime de 32 anos de Saleh. Emboscada – Ontem, um policial foi morto em Áden, no sul do país, e pelo menos outros sete foram feridos quando
a patrulha foi emboscada dentro da cidade. Na sexta-feira passada, a polícia e francoatiradores mataram mais de 50 manifestantes em Sanaa, a capital do país, onde ocorrem protestos contra Saleh. "Uma bomba explodiu no momento em que o veículo passava na rua", disse um policial. O Iêmen afirmou ontem que expulsou a rede de televisão do Catar Al-Jazeera, que segundo o governo iemenita, estava distribuindo "informações falsas". (AE)
Protestos em frente à Universidade de Sanaa: à espera da renúncia.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 25 de março de 2011
9 As revoltas estão em torno de nós, é a nossa vez, Jordânia. Gritos dos manifestantes jordanianos
nternacional
JAPÃO
Pedras para impedir o levante na Jordãnia
Trabalhadores expostos à alta radiação são hospitalizados
Confronto em Amã terminou com vários manifestantes feridos pelo ataque de partidários do governo Muhammad Hamed/Reuters
E
studantes que protestavam ontem em Amã foram atacados e feridos por partidários do governo da Jordânia. Várias pessoas ficaram feridas no confronto. Segundo informou a AFP, as forças de segurança não impediram a violência ficaram apenas observando o ataque aos manifestantes. Uma testemunha informou ainda à AFP que os defensores do governo aproveitaram o corte de energia, feito pela polícia na Praça Gamal Abdel Nasser, para apedrejar os estudantes. Segundo um dos manifestantes, a maioria sofreu ferimentos na cabeça e teve de ser hospitalizada. O confronto violento na praça, no centro de Amã, teve início quando centenas de estudantes da Jordânia acamparam no local e começaram a fazer um protesto, exigindo reformas no regime e "julgamento para os corruptos". Cerca de 500 jovens de diferentes movimentos, incluindo a poderosa oposição islâmica, enfrentaram a chuva e o tempo frio para acampar perto da Praça Gamal Abdel Nasser, na capital. "O povo quer uma reforma no regime. Nós queremos julgamento para os corruptos. As revoltas estão
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Manifestantes em Amã exigem reformas e combate à corrupção
em torno de nós, é a nossa vez, Jordânia", gritavam os manifestantes, com grandes bandeiras do país. "Nós queremos emendas
constitucionais para ter governos parlamentares", disse Alaa Fazaa, do grupo Jayeen. Frias Mahadin, que é diretor de cinema e integrante
do Grupo Juventude, afirmou que o protesto "irá continuar até que nossas demandas sejam atendidas". "Nós trouxemos nossas barracas para acampar aqui", disse. Um universitário, Nehad Zaher, declarou à AFP que se uniu aos protestos para "exigir nossos direitos como jovens". "Nós queremos justiça e empregos. Queremos combater a corrupção e o nepotismo", acrescentou o manifestante jordaniano. Corrupção – Os opositores realizam protestos desde janeiro, exigindo reformas e mais esforços no combate à corrupção. Por enquanto, porém, não há pedidos por uma mudança de regime. O governo formou um comitê nacional de diálogo para apressar as reformas, mas o órgão enfrenta problemas após os islâmicos e outros movimentos rejeitarem participar da iniciativa. (Agências)
rês trabalhadores tiveram a exposição mais séria à radiação já confirmada na usina nuclear de Fukushima Daiichi, com dois deles sendo hospitalizados para tratamentos nos pés ou nas pernas. Enquanto isso, o trabalho para restabelecer a eletricidade para as salas de comando e os sistemas de resfriamento foi retomado ontem. Os três trabalhadores foram expostos a níveis moderadamente altos de radiação, enquanto levavam um cabo de energia ao reator 3 e tiveram contato com água radioativa no chão, informou o principal porta-voz do governo do Japão, Yukio Edano. Funcionários da Agência de Segurança Nuclear e Industrial disseram que o trio foi exposto à radiação entre 170 mil e 180 mil microsieverts. Em um trabalho geral de prevenção a desastres, o limite oficial é de 50 mil microsieverts para trabalhadores e bombeiros.
Duas semanas depois que um terremoto e um tsunami danificaram as instalações de Fukushima e deixaram cerca de 27 mil pessoas mortas ou desaparecidas no Japão, os engenheiros ainda estão tentando estabilizar a usina, que possui seis reatores e se localiza 240 quilômetros da capital japonesa. Mas, em um sinal de que avanços foram feitos para controlar os reatores, a Tokyo Electric Power (Tepco) informou que pretendia religar o sistema de resfriamento do reator 3 ainda ontem para resfriar o núcleo do reator. A eletricidade foi restabelecida na sala de controle do reator 1 e do reator 3. (Agências)
Yomiuri Shimbun/AFP
LÍBIOS INICIAM DIÁLOGO Membros do regime de Kadafi e da insurgência reúnem-se hoje na Etiópia Aris Messinis/AFP
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Exposição à radiação atingiu mais de 170 mil microsieverts
Reprodução
Reuters
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A batalha vist
Colombianas de Kadafi
Otan, Anders Fogh Rasmussen, a aliança não vai realizar ataques contra alvos em terra. Mas prosseguem as negociações para que a organização fique com o comando de toda a operação militar na Líbia. A França resistia a que a Otan assumisse o comando político e militar das ações. A solução deixa a coordenação política a cargo de um conjunto de países aliados que inclua também a Liga Árabe e União Africana. A Turquia, por sua vez, demonstrava desconfiança em endossar uma missão que ulFone:
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trapassasse os objetivos aprovados na resolução da ONU – uma zona de exclusão aérea e o fim dos ataques contra civis. Bombardeios - No front de batalha, as forças aliadas realizaram ontem o sexto dia seguido de ataques aéreos. Segundo os EUA, a coalizão lançou 14 mísseis Tomahawk na noite de ontem e realizou 130 voos. A França revelou ontem que Emirados Árabes Unidos irão contribuir com 12 aviões à força de coalizão, aumentando significativamente a participação árabe na campanha. (Agências)
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m boato agitou o Twitter ontem: duas mercenárias colombianas teriam sido capturadas em Misurata. Em vídeo no YouTube, feito pelo Freedom Group na quartafeira, um homem narra a batalha entre forças pró-regime e rebeldes. No final, diz: "Duas mercenárias colombianas foram presas e estão sob investigação. Kadafi... usa mulheres da América Latina para matar seu próprio povo". A informação foi confirmada em áudio de suposto médico. (K.S.) Veja o vídeo no www.dcomercio.com.br
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Contudo, ontem, outras três regiões (Chiba, Ibaraki e Saitama) também detectaram contaminação. Na cidade de Kawaguchi, em Saitama, foram registrados 210 becquerels por litro de água. O anúncio da contaminação da água provocou uma nova corrida da população aos mercados. (Folhapress)
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ovos testes realizados ontem por autoridades japonesas constataram uma diminuição nos níveis de radiação no sistema de distribuição de água de Tóquio. A redução tornou a água apropriada ao consumo para crianças com menos de um ano de idade.
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Enquanto o cessar-fogo não vem, rebeldes resistem em Ajdabiya.
DC DC
epresentantes de Muamar Kadafi e dos rebeldes que querem a deposição do líder líbio se encontrarão hoje em reunião da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia, afirmou o secretáriogeral da ONU, Ban Ki-moon, ontem. O encontro faz parte dos esforços para a articulação de um cessar-fogo entre as partes, que estão em conflito desde meados de fevereiro. Segundo Ban, participarão do evento o seu enviado especial à Líbia e representantes regionais, em uma tentativa de estabelecer um diálogo entre as duas partes. O secretário-geral alertou, porém, não haver nenhum indício até agora de que o regime do ditador líbio esteja mantendo um cessar-fogo. O ta n - Também ontem, os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) chegaram a acordo para que o controle da zona de exclusão aérea na Líbia, hoje sob a responsabilidade dos Estados Unidos, seja transferida à aliança no fim de semana. Segundo o secretário-geral da
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sexta-feira, 25 de março de 2011 Zé Carlos Barretta/Hype
BICICLETAS Nova estação terá bicicletário à disposição dos passageiros.
idades
COMÉRCIO Expectativa dos comerciantes é o aumento das vendas na região.
Fotos de Zé Carlos Barretta/Hype
Funcionários do consórcio Via Quatro dão os retoques finais na parte externa da estação Butantã (esq.). Na parte interna, três andares subterrâneos até as plataformas de embarque e desembarque
Com jeito de shopping center, estação Butantã abre na segunda Por enquanto, o horário de funcionamento da estação Butantã, da Linha 4-Amarela do metrô, será reduzido, das 8h às 15h. Mesmo assim, o comércio da região está otimista e já espera um aumento no movimento. Ivan Ventura
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a próxima segunda-feira começa a funcionar em caráter experimental a estação Butantã, a terceira da Linha 4 - Amarela do metrô paulistano. Construída e administrada pelo consórcio Via Quatro, ela ligará a Vila Sônia à Luz. Ontem, foi dia de concluir ajustes na fiação e dar alguns retoques na jardinagem. Ao mesmo tempo, na parte externa da estação, o comércio se prepara para recepcionar possíveis novos clientes atraídos pelo metrô. Num primeiro momento e por tempo indeterminado a estação Butantã, instalada na avenida Vital Brasil, funcionará em horário reduzido, das 8h às 15h, de segunda a sexta-feira. Mesmo assim, pelos cálculos da Secretaria Metropolitana de Transportes, 35 mil pessoas deverão circular diariamente pela nova estação. Após a inauguração da estação Pinheiros, prevista para maio (leia box), estima-se que 240 mil pessoas/dia passem a utilizar a nova linha. Shopping -A estrutura da estação Butantã lembra a de um shopping center, porém sem lojas. A partir do térreo, os três andares superiores serão de uso exclusivo dos funcionários do consórcio Via Quatro. Do térreo para baixo, outros três andares são destinados à circulação de passageiros. No primeiro subsolo ficam as bilheterias e as catracas. Após ultrapassá-las, o passageiro terá ainda três lances de escadas rolantes (ou de elevadores, de uso preferencial de pessoas com necessidades especiais) até chegar à área de embarque e
A viagem de metrô desde a estação Butantã à Paulista levará, no máximo dez minutos, segundo cálculos do consórcio Via Quatro. De carro, em condições normais de trânsito, esse mesmo percurso, ao longo da avenida Rebouças, pode levar até uma hora. De ônibus, esse tempo pode ser acrescido em 30 minutos.
Pinheiros, só em maio Filipe Araújo/AE - 14/01/2007
Cratera de Pinheiros: tragédia na obra deixou sete mortos em 2007
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secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, informou ontem que a expectativa do governo estadual é de que até maio seja inaugurada a Estação Pinheiros, da Linha 4-Amarela do Metrô. De acordo com o secretário, a partir da abertura da nova estação será possível, até junho, fazer a integração da Linha 4-Amarela com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), por meio da Estação Pinheiros da Linha 9-Esmeralda. Em 2007, um acidente durante as obras na Estação Pinheiros abriu uma cratera de 80 metros de diâmetro e deixou sete mortos. "Vamos
desembarque. No segundo subsolo, o passageiro encontrará uma das novidades da estação: o "steel deck", uma plataforma de aço sobre a área de embarque e desembarque, de onde é possível acompanhar a chegada e a partida dos trens. Para evitar acidentes, o "steel deck" é cercado por armações de vidro temperado. Redes de nylon
inaugurar a Estação Butantã na (próxima) segunda-feira (28) e a nossa ideia é, em até 45 dias, inaugurar a Estação Pinheiros, mas sem integração ainda", explicou Fernandes, após cerimônia de entrega da nova Estação Carapicuíba da Linha 8-Diamante da CPTM. Em junho, o horário de funcionamento da Linha 4 será modificado. Segundo o Metrô, o horário, que hoje é das 8h às 15h, será ampliado e os trens circularão das 4h40 à meia-noite, de segunda a sexta-feira. Essas estações só devem operar nos fins de semana no segundo semestre, quando serão inauguradas as estações Luz e República. (AE)
complementam o esquema de segurança e são projetadas para amortecer eventuais quedas de passageiros. Fora da estação, a São Paulo Transportes instalou um terminal de ônibus com espaços destinados à montagem de lojas. Elas funcionarão tão logo a estação Butantã seja aberta, na segunda-feira. Em contraste com as modernas instalações da estação, a
Ricardo Leal, da bicicletaria Ciclo Caravelle: otimismo
Entre nossos clientes, há muitos estudantes. Para atrair esse público, encomendamos bicicletas dobráveis, RICARDO LEAL, COMERCIANTE avenida Vital Brasil ainda exibe seu problema com buracos, denunciado inúmeras vezes por moradores e comerciantes da zona oeste da Capital. Comércios - A estação Butantã do metrô terá ainda um bicicletário destinado aos moradores da região e aos estudantes da Cidade Universitária, localizada a menos de dois quilômetros dali. De olho nesses passageiros, a bicicletaria Ciclo Caravelle, situada em frente à estação, prepara-se para oferecer um novo produto: a bicicleta dobrável, ideal para ser
Rosa Tosar, dona de uma banca de jornal: "Agora vai"
transportada no interior dos trens do metrô. "Entre os nossos clientes, há muitos estudantes da Universidade de São Paulo. Para atrair esse público, encomendamos bicicletas dobráveis, que podem ser transportadas com facilidade no interior das composições. Em breve, vou expô-las na vitrine", disse o gerente Ricardo Leal. Na banca de jornal de dona Rosa Tosar, de 64 anos, a expectativa é de mais pessoas interessadas em revistas e jornais. Hoje, boa parte de sua renda vem da venda de jornais e, principalmente, da recarga de telefones celulares prépagos e da venda de biscoitos. "Não via a hora. O governo prometeu a estação Butantã para dezembro e, depois, para janeiro. Agora, eu acho que a coisa vai. Com a chegada do metrô e de um novo público, eu acredito que a venda de revistas e de jornais vai crescer", disse Rosa. Ao lado da banca de dona
O governo prometeu a estação Butantã para dezembro e, depois, para janeiro. Agora, eu acho que a coisa vai. ROSA TOSAR, COMERCIANTE Rosa, cerca de 10 operários se apressam para terminar a construção de uma churrascaria. Localizada na avenida Vital Brasil, a obra deverá estar concluída em dois meses. Até lá, os funcionários esperam que o consórcio Via Quatro autorize o quanto antes o funcionamento da estação Butantã após as 15h. Hoje, em condições normais de trânsito, o trajeto Butantã-avenida Paulista, feito de carro, pode chegar a uma hora. De metrô, o mesmo percurso será feito em no máximo dez minutos, segundo o consórcio.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 25 de março de 2011
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11 Uma redução de 10 km/h faz diferença (em acidentes). Mauro Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego
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Divulgação/Educa SP
Reuters/Carlos Barria
AFP/Yomuri Shimbnun
Reuters/Kyodo
UMA MÃOZINHA À PREFEITURA
O PÂNICO E A GUERRA...
...DOS CIFRÕES NO JAPÃO
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m consultor econômico de alta estirpe, intimamente ligado ao Japão, disse à coluna que, no momento, para o governo japonês, o maior risco do país é a possibilidade de pânico. Caso venha se manifestar em larga escala – a população é de 127.560.000 pessoas – poderia inviabilizar todo esforço de sobrevivência e de reconstrução. Não por acaso, houve um acordo informal para que as imagens exibidas fossem comedidas. Por isso, ninguém viu cenas apocalípticas de pessoas correndo desesperadas pelas ruas, como ocorreu na Indonésia em dezembro de 2004, e nem de pessoas mortas. Aliás, essa tragédia foi tomada como referência para orientar a divulgação. De fato, no atual desastre japonês, raramente há imagens de vitimas e gente sofrendo; mostra-se apenas prejuízos materiais e equipes de socorro em ação. Parece que está dando certo e o melhor indicador disso, segundo o consultor, é que membros da colônia brasileira, em princípio serenados, têm se surpreendido com a ansiedade e pavor dos parentes que lhes telefonam de cá.
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osso homem nos bastidores do drama japonês esclarece que o pânico tem sido mais turbinado pela mídia ocidental, em particular a norteamericana. Neste caso, existe uma apreensão difusa e obsessiva: a Califórnia pode ser a província de Miyagi – a mais devastada – amanhã, ou pior, em breve, devido à célebre falha de San Andrés, sem que os Estados Unidos tenham a tecnologia e aparato necessários para aguentar o repuxo. E cita o exemplo bem sucedido da arquitetura contra sismos, que evitou uma infinidade de mortes, e a experiência coletiva acumulada do povo japonês para enfrentar as piores adversidades, algo que a sociedade americana ainda não testou. Por outro lado, há uma corrente no Japão que defende a ideia de que o noticiário estaria sendo influenciado por setores interessados em questionar a segurança das usinas nucleares do país, no sentido de abalar o prestigio do know-how japonês na construção desses edifícios. Seria o capítulo negro de uma batalha comercial que envolve o erguimento de 1.700 usinas nucleares no planeta, orçadas em 10 bilhões de dólares cada uma.
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Patrícia Cruz/LU
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arto de aguentar o mau cheiro de um bueiro entupido próximo ao seu estacionamento na Rua Pedro Américo, no Centro, o advogado Leopoldino Pereira Neto, 67 anos, teve seu dia de burgomestre na segunda-feira passada. Contratou um pedreiro por conta própria para remover a sujeira e promover os arremates, que consistiam em refazer as bordas e colocar uma nova grade de ferro já que a anterior havia sumido. (Provavelmente deve estar em algum ferro-velho depois de ter sido furtada para render algumas pedras de crack). Leopoldino gastou R$ 650, pagos à vista e sem bufar, mas o serviço ficou pela metade. É que, coincidência ou não, funcionários da Subprefeitura da Sé o procuraram e lhe disseram que deixasse o trabalho por conta deles. E assim ficou combinado. Na falta de coisa melhor a fazer com a grade pronta, o advogado decidiu doá-la à Municipalidade.
BATER PERNA A QUATRO PATAS
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etrópole - O senhor é um dos pioneiros em passear cachorros, em 1997. Dá para viver disso? João Dias - Trabalho é que não falta. Começo às 6h40 e vou até as cinco. Trabalho por casa. Tenho 22 residências. Antes eu era funcionário de um colégio. Metrópole - E quanto essas casas se traduzem em cifrões? João - Conforme a quantidade de animais, cobro de R$ 180 a R$ 250
Radial Leste: CET quer o pé mais leve no acelerador
por mês de cada uma. Tem uma casa com um terra nova grandão. Dá um trabalho! O engraçado é que ele sai com um pequeno chow chow. Metrópole - Quer dizer que é comum ter casa como mais de um cachorro? João - Ah é ! Começo o dia com um pit bull e um husky siberiano. E fecho com uma dupla de gold retriever. Cada passeio é de meia hora. Metrópole - No caso do pit bull, vai
de focinheira? João - Aqui a gente segue a lei. Focinheira, cocô recolhido etc. Metrópole - Você tem cachorro? João - Um vira-lata. Metrópole - No fim do dia você está com mais vontade de latir ou de conversar? João - De conversar, é lógico. (João Dias, 34 anos, morador no Jardim São Luiz)
Luiz Guarnieri/AE - 24/03/2011
A partir de abril, limite de velocidade na via será reduzida para 60 km/h. Medida será estendida para outras avenidas importantes da cidade. pera-se que velocidades mais baixas contribuam para reduzir o número de acidentes e a gravidade deles. "Uma redução de 10 km/h faz diferença. Um atropelamento causado por um carro a mais de 60 km/h tem chances quase nulas de deixar sobreviventes", diz o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Mauro Ribeiro. Outras vias estão na mira da CET e também devem ter velocidade reduzida no futuro. São elas: Luís Dumont Villares, General Ataliba Leonel, Santos Dumont, Washington Luís, Teotônio Vilela, Duque de Caxias, Brás Leme, Abraão de Morais, Pacaembu e Rio Branco. Placas – A partir do ano que vem, todos os veículos nacionais deverão usar, obrigatoriamente, placas refletivas nos emplacamentos, segundo resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicada ontem no Diário Oficial da União. Os veículos fabricados a partir de 1º de janeiro de 2012 já deverão utilizar obrigatoriamente as placas e tarjetas confeccionadas com películas refletivas. Os demais veículos deverão adequar-se até o fim do ano. (Agências)
Trânsito intenso na Radial Leste. Objetivo da CET ao diminuir a velocidade dos motoristas é reduzir o número de acidentes em, pelo menos, 20%. Nacho Doce/Reuters
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limite de velocidade na Radial Leste será reduzido de 70 km/h para 60 km/h, a partir do dia 1.º de abril. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também está realizando mudanças em todas as vias que formam os 33,8 quilômetros do eixo leste-oeste, que terão as mesmas restrições (60 km/h). Com as mudanças, terão esse mesmo limite de velocidade as avenidas Francisco Matarazzo, Conde Frontin, José Pinheiros Borges (Nova Radial), Rua Melo Freire, Dr. Luís Aires e o Elevado Costa e Silva (Minhocão). O mesmo vai ocorrer nas vias embaixo do elevado, como a avenida São João. Radares – A CET já começou a instalar novas placas ao longo da Radial. A nova sinalização, no entanto, está provocando confusão em alguns motoristas, que ainda não foram informados sobre as alterações. Os radares de velocidade serão aferidos e já começarão a fiscalizar no dia em que a nova regra entrar em vigor. As mudanças fazem parte de uma política de padronização das velocidades e começaram a ser adotadas no início de 2010, nas avenidas 23 de Maio e Rubem Berta. Além disso, es-
CONSCIÊNCIA – Novos personagens estão habitando a avenida Paulista nestes últimos dias: colocados em pontos estratégicos, mímicos ajudam pedestres e motoristas a criar uma nova cultura em relação à importância dos sinais de trânsito. A ideia, apresentada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), é criar a consciência de que o respeito às leis de trânsito significa menos acidentes e uma cidade mais segura. São Paulo tem sete milhões de veículos em circulação e esse número cresce à razão de 650 novos carros por dia, segundo dados fornecidos pelo Detran.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
12 -.LOGO
Ars Erotica
Robô fêmea
Relógios em ouro rosa 14 quilates com pinturas eróticas de Lugrin, produzidos por volta de 1890, vão a leilão na casa Antiquorum, em Genebra, Suíça.
Denis Balibouse/Reuters
sexta-feira, 25 de março de 2011
Logo Logo 25 Dia Nacional da Comunidade Árabe
MARÇO
www.dcomercio.com.br
Robbixa, a versão fêmea do robô industrial da empresa ZigZag foi lançada ontem na Innovo, feira de tecnologia industrial que acontece em Lion, na França. A máquina é uma versão com "traços femininos" do humanoide já produzido pela empresa, o "Robbix", desenhado a partir de equipamentos pneumáticos.
Philippe Merle/AFP
E CONOMIA C ELEBRIDADES
L INGUAGEM
São Paulo no topo
Escola de Madonna em crise A fundação criada pela popstar norte-americana Madonna para construir uma escola só para meninas pobres no Malauí entrou em colapso depois que US$ 3,8 milhões foram gastos em "despesas estranhas". A informação é do jornal norte-americano The New York Times. Segundo o site da publicação, auditores encontraram no balanço da organização "Raising Malawi" gastos com carros, uma associação de golfe e moradia para o diretor da escola. Segundo o jornal, o projeto da escola para educar 400 meninas do país, recebeu apoio financeiro de círculos de Hollywood e do Kabbalah Centre International, organização dedicada ao misticismo judaico, mas não evoluiu. Até o
empresário brasileiro Eike Batista investiu no projeto. Em novembro de 2009, em um encontro com a popstar no Rio de Janeiro, ele doou US$ 7 milhões para a escola. A própria Madonna empenhou seu nome e US$ 11 milhões no projeto para ajudar o país onde ela adotou duas crianças. Ontem, Madonna emitiu um comunicado dizendo que ainda tem a intenção de criar a escola. "Há uma crise verdadeira educação no Malauí", disse ela. "E 67% das meninas não vão à escola secundária. Nossa equipe vai trabalhar duro para abordar este problema". O comunicado, entretanto, não traz explicações sobre as irregularidades nem sobre as medidas a serem adotadas.
S
ão Paulo será a 15ª metrópole em participação no Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2025. Além disso, será então o 4º maior centro urbano em número de domicílios, o 8º em população e o 14º em número de crianças. As previsões estão em artigo publicado ontem pela revista norte-americana Foreign Policy. De acordo com a publicação, 136 cidades de países hoje considerados em desenvolvimento estarão na lista dos centros urbanos mais importantes do mundo em 2025. Para entender melhor
como será esse cenário, a revista montou um ranking com as 25 principais metrópoles do futuro. Dessas, dez são de países como Brasil, México e China – e São Paulo aparece com destaque. Hoje, segundo a revista, 600 cidades geram 60% do PIB global. Em 2025, a relação deve permanecer exatamente a mesma. Mas daqui pouco menos de 15 anos, portanto, São Paulo contribuirá mais para toda a produção de produtos e serviços do planeta do que cidades como São Francisco e Boston, nos EUA, Hong Kong, na China,
Moscou, na Rússia e a Cidade do México. A capital mexicana, aliás, é a outra cidade latinoamericana a integrar o ranking das 25 metrópoles mais importantes do planeta em 2025. A revista Foreign Policy afirma que essa ascensão de metrópoles dos países em desenvolvimento na lista das maiores responsáveis pelo PIB mundial deve representar uma profunda transformação do equilíbrio do poder econômico do mundo. E, pelo que o ranking indica, parte desse poder vai estacionar por aqui. www.foreignpolicy.com/ar ticles/
LOL e OMG, agora no dicionário Um dos mais influentes dicionários da língua inglesa, o Oxford, adicionou em sua nova edição dois verbetes que são, na verdade, siglas usadas na internet. LOL (sigla de "Laughing Out Loud", algo como "rindo alto" em português), OMG (de "Oh, My God", ou "Oh, meu Deus") agora são termos oficiais do idioma. Em comunicado divulgado ontem, a editora do Oxford diz que a inclusão se justifica porque palavras como essas e ajudam a "falar mais nos meios de comunicação onde há um limite no número de caracteres por mensagem".
2011/03/24/rise_of_the_middle_class_city
Reuters
G AFE Alberto César Araújo/Folhapress
Schwarzenegger no 'México' O ex-ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger participou ontem em Manaus (AM), da abertura do o Fórum Mundial de Sustentabilidade, um evento de discussão de questões ambientais voltado a empresários. O ex-ator criticou o estilo de ambientalismo do Prêmio Nobel da Paz, Al Gore, e propôs transformar as preocupações ambientais em algo sexy. Segundo ele, o que
atrairia mais pessoas para a preservação ambiental seria "tornar sexy a ideia de ser verde". Depois, ele cometeu a gafe do evento. Ao pedir aplausos para o ex-governador e atual senador amazonense Eduardo Braga, ele confundiu o Brasil com o México. Ele disse que Braga havia estado nos EUA liderando a "delegação mexicana" num encontro internacional de governadores, mas prontamente se corrigiu.
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H ISTÓRIA Eric Cabanis/AFP
MULTIDÃO - Pessoas cruzam a ponte Tai Ping durante um evento tradicional em da cidade de Mianyang, na província de Sichuan. Os moradores da região jogam roupas e moedas de cima da ponte, construída há 200 anos, num ritual para atrair felicidade e boa saúde.
A RQUITETURA
Eloy Alonso/Reuters
Niemeyer na Espanha
E SPAÇO
Em busca de genomas de ETs Cientistas norte-americanos estão desenvolvendo um instrumento para analisar a possível existência de organismos vivos com genes comuns em Marte e na Terra, informou ontem o Massachusetts Institute of Technology (MIT). A "Busca de Genomas Extraterrestres" (SETG) é realizada no Departamento de Ciências Terrestres, Planetárias e Atmosféricas do MIT. As premissas do estudo são que o clima na Terra e em Marte eram similares na origem do sistema solar e que várias rochas marcianas chegaram aqui após o choque de asteroides. Os cientistas analisarão também a possibilidade de os humanos descenderem de marcianos.
Guerreiros imperiais da China Painel pintado durante a Dinastia Qianlong (1736-1795), representando centenas de guerreiros imperiais da China, com 24 metros de comprimento e 69 centímetros de altura, vai a leilão em 26 de março em Toulouse, na França. M ODA Jason Lee/Reuters
L OTERIAS Será inaugurado amanhã na cidade de Avilés (norte da Espanha) o Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer. O complexo, desenhado pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer é formado por quatro edifícios e, embora a abertuA TÉ LOGO
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Modelo apresenta uma das peças da nova coleção da grife LANCY para a temporada outono/inverno durante a Semana de Moda da China, em Pequim.
ra oficial seja no sábado, hoje já acolherá seu primeiro evento, um concerto de Woody Allen e sua banda de jazz para cerca de 10 mil pessoas. A cúpula, a torre-mirante, o auditório e a sala polivalente custaram US$ 62,3 milhões e abriga-
rão uma programação que abrangerá todas as facetas da expressão artística. O próprio Niemeyer, que acompanhou a obra, felicitou a equipe através de uma carta na qual revela sua plena satisfação pelo resultado da construção.
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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:
Revisão de valores dos pedágios em São Paulo deve ficar para 2012 Fóssil encontrado no Pampa gaúcho explica a evolução dos mamíferos
Concurso 2554 da QUINA 03
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13 MARCHA LENTA Governo pode adiar pela segunda vez leilão do trem-bala
conomia
EMBRAER Lucro líquido da fabricante de aviões apresentou queda 37% em 2010
Outono Tributário não reduz preço Contudo, baixa na alíquota do ICMS para alguns setores favorece a indústria, diminuindo proporcionalmente o crédito do tributo resgatado pelo varejo. Renato Carbonari Ibelli
Newton Santos/Hype
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Bahia poderá recolher tributo no destino
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Os produtos da linha branca foram beneficiados com redução do ICMS de 18% para 7% na versão 2011 do Outono Tributário.
Ao reduzir os custos, a indústria pode aumentar a capacidade produtiva, e gerar mais emprego no estado. WELINTON MOTA, CONFIRP
com redução da alíquota do ICMS de 18% para 7%. O consumidor poderia ser beneficiado da redução dos preços para a indústria caso fosse possível comprar os produtos diretamente da fábrica com a alíquota reduzida. Porém, o texto das benesses fiscais indica que no caso dessa prática, a alíquota do
ICMS incidente deve ser a cheia, ou seja, 18%. Segundo informações de Mota, ainda que sem a abrangência desejada, a medida do governo estadual é positiva porque ao desonerar o setor industrial se aquece a economia local. "Ao reduzir os custos, a indústria pode aumentar a capacidade produtiva, e
gerar mais emprego no estado", afirma o consultor. A indústria têxtil foi uma das que teve benefícios fiscais
prorrogados e ganhou outros, como a desoneração do ICMS para mais seis produtos do setor, entre eles, almofada, edredom e travesseiro. "Embora não atinja o consumidor final, os benefícios são importantes para manter a competitividade da indústria paulista. Há dez anos, São Paulo detinha 50% do PIB (Produto Interno Bruto) do setor têxtil, hoje, 35%. O restante foi perdido para a guerra fiscal", diz Alfredo Bonduki, presidente do Sindicato da Indústria Têxtil do Estado de São Paulo (Sinditêxtil). O "Outono Tributário" foi criado em 2005. Trata-se de um pacote de medidas que envolvem redução de alíquotas e ampliação de prazos para recolhimento do ICMS, entre outras. Celal Teber/SXC
s benefícios fiscais do "Outono Tributário", pacote de medidas anunciado na semana passada pelo Estado de São Paulo, não chegam ao varejo e, em consequência, não reduzem o preço para o consumidor final, no entanto o setor manufatureiro se beneficia. Em grande parte, as medidas reduzem a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para a indústria de diferentes setores. O problema é que a estrutura de incidência desse tributo impede que desonerações em uma única ponta da cadeia se alastrem pelo restante dela. De maneira simplificada, o que acontece é que, ao baixar a alíquota do ICMS para o setor industrial, reduz-se proporcionalmente o "crédito de ICMS" resgatado pelo varejo. Assim, se o varejista quiser manter sua margem de lucro, não poderá cortar os preços. De acordo com Clóvis Panzarini, ex-coordenador da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), "reduções das alíquotas no meio da cadeia não têm efeito prático para o varejo e não mudam nada para o consumidor". Panzarini defende medidas mais amplas, que diminuam as alíquotas para toda a cadeia, ou seja, desonerem o ICMS. Desse modo, o consumidor poderia ser beneficiado. Substituição tributária – Além disso, vários produtos fabricados no Estado de São Paulo estão sujeitos ao regime de substituição tributária, no qual todo o ICMS da cadeia é antecipado pela indústria. Segundo Welinton Mota, diretor da Confirp Consultoria Contábil, "o regime de antecipação anula qualquer efeito da desoneração para o restante da cadeia". Nessa situação estão os produtos da linha branca, como fogão, geladeira, freezer e máquinas de lavar e secar, que na versão 2011 do "Outono Tributário" foram contemplados
Estados querem mudar tributação no comércio pela internet
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iderados pelos governos da Bahia, Ceará e Mato Grosso, um grupo de estados vai propor na próxima semana, durante reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), no Rio de Janeiro, mudanças no modelo de tributação nas vendas feitas pela internet. O movimento quer evitar que apenas os estados que têm centros de distribuição do comércio eletrônico arrecadem Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). "Queremos forçar uma negociação para iniciar a discussão de uma legislação para a tributação do comércio eletrônico," afirmou Carlos Martins, secretário de Fazenda da Bahia. Segundo o fisco baiano, que promoveu nesta semana uma reunião para discutir uma proposta conjunta para o Confaz, o movimento já tem o apoio de 17 estados que se sentem prejudicados na arrecadação e se comprometeram a assinar um protocolo pela divisão do ICMS.
O que não pode existir é essa lacuna penal, que gera insegurança jurídica. FÁBIO FERNANDES, ADVOGADO
"Queremos forçar uma negociação para iniciar a discussão de uma legislação para a tributação do comércio eletrônico", afirma Carlos Martins, secretário da Fazenda baiana. Bahia, Ceará e Mato Grosso começaram a cobrar o ICMS sobre vendas diretas ao consumidor pela internet, cuja mercadoria sai de outros estados. A iniciativa desagradou as empresas pontocom que foram à Justiça para tentar derrubar o que consideram bitributação. No Ceará, a cobrança na "porteira" é feita desde 2008 e, conforme a
Secretaria da Fazenda, gerou em 2010 uma receita adicional de R$ 30 milhões. O governo da Bahia, que desde fevereiro, passou a tributar as compras online em 10% assim que os produtos entram no seu território, tenta pressionar pela assinatura de um protocolo de partilha do tributo. (leia mais ao lado). Os estados que se sentem prejudicados sugerem um acordo semelhante ao do movimento ocorrido com as vendas diretas de automóveis, onde o ICMS cabia apenas ao estado de origem. Pelo convênio assinado no Confaz em 2000, as alíquotas passaram a ser divididas entre estado produtor (55%) e estado de destino (45%). "É uma proposta viável para resolução definitiva do comércio eletrônico, que cresce exponencialmente e deixou de ser irrelevante em termos de arrecadação de tributos", diz Martins. Segundo o secretário, a divisão do ICMS é uma questão de "justiça fiscal". A Câmara Brasileira de
Comércio Eletrônico, que reúne empresas do setor, considera a cobrança de ICMS no destino ilegal pela legislação atual e defende uma solução para a disputa via lei complementar ou uma regulamentação. "O que não pode existir é essa lacuna penal, que gera insegurança jurídica, nem empresas tendo que pegar duas vezes o mesmo tributo", diz o advogado Fábio Fernandes, que representa a entidade.
Na opinião do diretor do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Fernando Steinbruch, tão importante quanto uma regulamentação para o comércio eletrônico é a unificação das legislações existentes e a redução da carga tributária como um todo. "Hoje, o ICMS é o tributo que mais arrecada no País. É preciso discutir também a redução dessas tarifas", afirma. (Agências)
governo do Estado da Bahia obteve na Justiça as duas primeiras decisões que autorizam o recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) nas vendas pela internet, cuja mercadoria tem como origem outros estados, onde o tributo também é cobrado. O estado se sente prejudicado pelo atual sistema de tributação no comércio eletrônico, e desde fevereiro passou a tributar os produtos em 10% assim que entram no seu território. Para evitar a cobrança, várias empresas decidiram ir à Justiça para não pagar o tributo em mais de um estado, e ao menos dez delas já tinham conseguido liminar favorável. "Essas decisões são um marco, pois demonstram que nossa reivindicação é justa e tem força para se estender para outros estados", disse Carlos Martins, secretário da Fazenda baiana. O governo da Bahia defende uma divisão da cobrança entre estado de origem e de destino. Mato Grosso e Ceará também começaram a cobrar ICMS sobre entregas de vendas online a partir de empresas de outros estados. O secretário estima que a Bahia deixou de arrecadar R$ 83 milhões em 2010 por causa do comércio eletrônico. "As empresas descobriram uma forma logística de reduzir seus custos operacionais e acabam competindo deslealmente com o comércio local", afirmou o secretário. Pelas decisões da presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Telma Britto, foram suspensos os efeitos de uma liminar e de uma antecipação de tutela concedidas a três empresas que questionavam a cobrança do tributo nas entregas de compras feitas pela web. O mérito das ações ainda não foi julgado. "A proibição, ainda que temporária, de a Bahia exigir o ICMS sobre tais vendas implicará em redução significativa na receita estadual", escreveu a presidente do TJ na sua decisão. (Agências)
14 -.ECONOMIA
DIÁRIO DO COMÉRCIO
COMÉRCIO
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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e Governo nega, mas PanAmericano derrubou Fernanda.
15 O Brasil é o segundo maior produtor e consumidor mundial de cerâmica para revestimento
conomia
Elza Fiúza/ABr
Vice-presidente assume e até Geddel Vieira Lima ganha cargo na Caixa Mario Miranda/LUZ
O
O novo comandante Jorge Hereda: mudança nas diretorias da Caixa
governo anunciou ontem a saída da presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, e sua substituição pelo vice-presidente de governo da instituição, Jorge Hereda, nome ligado ao PT. Além da troca no principal posto da Caixa, foi promovida uma grande mudança nas vicepresidências, que foram preenchidas por técnicos, mas também pelo peemedebista Geddel Vieira Lima, o que desagradou a ex-presidente. A saída de Maria Fernanda do comando da Caixa ocorre menos de seis meses depois da descoberta da megafraude no balanço do Banco PanAmericano, instituição que teve 49% de seu capital adquirido pelo banco federal e que depois teve que ser salva pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Mas diversas fontes do governo, consultadas ontem, negaram a vinculação entre os dois episódios e dizem que Maria Fernanda saiu porque quis, apesar da intenção do governo em mantê-la no cargo.
Vendas de brinquedos reforçadas em 15%
Zé Carlos Barretta/Hype
Setor aposta em desonerações tributárias para alavancar faturamento no Brasil neste ano.
Vanessa Rosal
A
indústria brasileira de brinquedos deve faturar R$ 4,5 bilhões neste ano, valor 15% superior ao desempenho de 2010, incentivada, principalmente, pelo lançamento de 1,5 mil produtos entre carrinhos, bonecas, jogos e eletrônicos. A alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), mantida em 12% para o setor de brinquedos, também contribui com o otimismo dos fabricantes nacionais – animados, ainda, com a alta de 20% para 35% da alíquota do Imposto de Importação no início do ano. Para a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), o aumento no valor da mão de obra chinesa em 15%, que elevou na mesma proporção o preço do brinquedo produzido naquele país, é outro ponto positivo. "A mão de obra na China começa a faltar por causa da demanda do setor eletroeletrônico", observa o presidente da entidade, Synésio Batista da Costa. Segundo ele, o mercado está divi-
dido em 60% de importados e 40% de produção nacional. O varejo comemora. A PBKIDS Brinquedos, por exemplo, fechou 2010 com faturamento de R$ 234 milhões e crescimento de 21% ante o ano anterior. Para o gerente comercial da rede, Renato Floh, no ano passado, o tíquete médio da empresa cresceu 4,6% e chegou a R$ 90,54, quando a rede vendeu 3,5 milhões de itens. "Isso é reflexo do aumento de renda da população, que passou a comprar mais produtos em todos os setores de consumo, incluindo brinquedos. A tendência em 2011 é de continuidade no aumento desse tíquete", disse. A expectativa inicial da companhia é de que as vendas evoluam 15% neste ano em relação a 2010. No entanto, por causa do aumento na alíquota do imposto de importação no início do ano, o preço final ao consumidor de alguns produtos poderá ter alta de 4%. Tecnológicos – "O impacto deverá atingir grande parte dos brinquedos tecnológicos. Cerca de 70% da nossa variedade de produtos vêm da China. São itens impossíveis de se-
rem fabricados aqui por causa da matéria-prima utilizada, incluindo componentes eletrônicos", explica o executivo. Na opinião de Floh, os brinquedos ficarão com preços mais elevados a partir da chegada das encomendas para o Dia da Criança, já feitas pelas grandes redes de varejo. No caso da PBKIDS, os pedidos começam a chegar a partir do mês de junho. "Nossa ideia não era aumentar o preço neste ano. Vamos tentar baixar a nossa margem para manter os valores do ano passado, mas creio que será muito difícil." Entre os brinquedos que tiveram alta da alíquota do imposto estão triciclos, patinetes, carros de pedais, carrinhos para bonecos e bonecos com mecanismos de corda ou elétricos. A elevação deve vigorar até 31 de dezembro de 2011. Evento – A 28ª Feira Brasileira de Brinquedos (Abrin 2011), que será realizada de 13 a 16 de abril, vai reunir 200 empresas nacionais no Expo Center Norte, em São Paulo. Haverá novidades em brinquedos em geral, educativos e pedagógicos, jogos eletrônicos, pelúcias, miniaturas e fantasias.
Bônus: após saída considerada lenta por parte do mercado, Maria Fernanda vai representar o Brasil no BID.
Esta é uma versão dos fatos. Outras fontes admitem que esse desejo de sair que vinha sendo manifestado por Maria Fernanda foi alimentado pelo forte desgaste gerado pela operação do Banco PanAmericano, que pertencia ao empresário Silvio Santos, do SBT. Afinal, por muito pouco, a Caixa não teve um prejuízo gigantesco com a aquisição de uma instituição que quase foi liquidada, o que redundou em duros comentários e questionamentos sobre a competência de Maria Fernanda no comando. O argumento principal usado pelas fontes para desvincular a saída dela da operação do Banco PanAmericano é que o vice-presidente de Finanças da instituição, Marcio Percival, responsável direto pela transação, continuava ontem
à noite no posto. Maria Fernanda vai representar o Brasil no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Habitação – As mudanças no comando da Caixa, apesar de fazerem alguma acomodação política, também mostram disposição de reforçar a atuação do banco no programa Minha Casa, Minha Vida, segundo avaliações feitas por fontes do governo. Há dois indicativos nesse sentido. Primeiro, a indicação de Jorge Hereda, que já foi secretário nacional de Habitação e coordenou a implantação do programa Minha Casa, Minha Vida na Caixa. E, segundo, a nomeação para a vaga então ocupada por Hereda de José Urbano Duarte, um superintendente e funcionário de carreira da instituição que atuou na linha de
frente da implementação do principal programa habitacional do governo federal. Dentre as mudanças nos principais cargos de comando do banco, uma das inesperadas foi a saída de Clarice Copetti, que era vice-presidente de Tecnologia. Uma fonte disse que houve problemas de relacionamento com Hereda e que, com ele alçado à presidência, a saída de Clarice seria natural. Outra fonte, contudo, afirmou que havia uma certa insatisfação com a área de tecnologia da Caixa. Nas próximas semanas, a Caixa deve divulgar seus resultados do primeiro trimestre deste ano, em que deve contabilizar as perdas com o Banco PanAmericano, no qual foram detectadas fraudes contábeis na casa dos R$ 4 bilhões. (AE)
Cerâmicas vão faturar 6% a mais Gisele Cabrini*
P
aralelamente à morosidade na troca de comando da Caixa Econômica Federal (CEF) que chegou a represar contratações no programa "Minha Casa, Minha Vida", as vendas no varejo continuam a deslanchar e colaboram para o crescimento de nichos mais segmentados, entre eles o de cerâmica para revestimento. Após apurar um avanço de 9% no faturamento, para R$ 9 bilhões em 2010, o faturamento deve crescer 6% neste ano. A projeção é da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer). "Além das transfor mações estruturais que a economia brasileira tem passado há quase 20 anos, os fa-
bricantes de cerâmica para revestimento incorporaram avanços tecnológicos que permitem praticamente customizar esse tipo de acabamento", afirmou o superintendente da Anfacer, Antonio Carlos Kieling. Segundo o executivo, essa indústria já produz itens a partir da nanotecnologia que tornam possíveis inovações em relação a texturas, cores, desenhos, formatos, tamanhos e espessuras. "Um exemplo disso está nas placas de cerâmica com três milímetros de espessura. A novidade traz ganhos ambientais, pois reduz o gasto de energia em um terço e facilita o transporte e o trabalho dos operários." A Anfacer informa que em 2010, a produção de cerâmica para revestimento foi de 750 milhões de m² e o consumo chegou a 648 milhões de m². O Brasil é o se-
gundo maior produtor e consumidor mundial desse tipo de revestimento. Indicadores – Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), as vendas no varejo cresceram 6,35% no primeiro bimestre ante igual período de 2010. O resultado sinaliza que a previsão de crescer 9% neste ano será cumprida. Nos últimos 12 meses, o faturamento do segmento subiu 10,6% ante os 12 meses anteriores. No intervalo, a venda de materiais básicos aumentou 7,95%, enquanto a de acabamentos avançou 15,15%. "O bom momento é reflexo do aumento da renda e da expansão do mercado imobiliário, além das cham a d a s p e q u e n a s r e fo rmas", explicou o economista da Fecomercio, Altamiro Carvalho. (*com AE)
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Câmbio favorável aumentou número de fornecedores estrangeiros Sussumo Honda, presidente da Abras
conomia
A DAMA DO SOFÁ
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ebe nunca saiu de cartaz Assis Chateaubriand, o Chatô, para a desde 1950, quando a tele- empreitada. Mas acabou cedendo a visão chegou ao Brasil. Há vez a Lolita Rodrigues para encontrarmais de 60 anos no ar é um dos ativos se, naquele mesmo dia, com um namais reluzentes da telinha brasileira. morado. Coisas do coração e Hebe Agora, na Rede TV!, representa para tem fama de se entregar de corpo e alemissora um caixa que o mercado pu- ma às suas paixões. Mas se perdeu a estreia, não perdeu blicitário estima em torno de R$ 10 milhões anuais, resultado de cotas de pa- seu lugar na televisão e no mesmo trocínio, merchandising (ela sempre ano. No programa "Rancho Alegre", lá mostra algum produto ao seu público estava Hebe, de cabelos negros, é clafiel como, por exemplo, purificadores ro, cantando ao lado de Ivon Curi. Cinde água) e anúncios que começam a co anos depois, em 1955, ela inaugurava o seu programa na TV em "O ser veiculados em seu horário. Mundo é das A Nestlé foi a Mulheres". Dez primeira a atrelar anos depois, na a marca ao proTV Record, gagrama. É que Henhava programa be vende e concom o próprio vence seu públinome, Hebe Caco cativo a commargo, onde tiprar. E no bloco UMA "gracinha" há 60 anos nha a compaque a Nestlé conhia de Caçulilocou na avenida, capitaneado por Roberto Carlos, uma nha e seu regional nos números mude suas intérpretes e madrinhas na sicais. Depois passou por quase todas as emissoras e, desde 1986, estava no carreira não poderia ficar de fora. A filha de seu Fego (Sigesfredo SBT, de Sílvio Santos até a estreia desse Monteiro de Camargo) e dona Ester, ano na Rede TV!. Foram mais de 1 mil que nasceu em Taubaté em 8 de mar- programas na emissora do "Baú". No ço de 1929, desde pequena aprendeu último ano de SBT, enfrentou publicaa lidar com o público e estabelecer la- mente a luta contra o câncer. Deu a volta por cima e está, agora, ços afetivos, sempre retribuídos e em doses adocicadas como o bombom ampliando o faturamento publici"Sonho de Valsa", que é cara de Hebe e tário da Rede TV!. É que Hebe sabe como ninguém levar as pessoas pade suas roupas vaporosas. Da dupla caipira "Rosalinda e Floris- ra o seu sofá, conversar, brincar e, bela", que formou ainda na infância, assim, conquistar o público. A mãe do colunista, que tem 85 com a irmã Stella, Hebe passou logo para os sambas e boleros ao perceber anos e é residente em Uberlândia, é que o mercado mudara. Foi com cabe- uma dessas milhares de brasileiras que los negros como os das asas da graúna ligam a televisão, sentam no sofá e se de José de Alencar que ela enfiou a ca- sentem amigas de Hebe e, em retribuição, compram o que a apresentadora ra na telinha e nunca mais saiu. Seria ela a cantar, inclusive, o "Hino anuncia e acreditam no que embala, da Televisão" na estreia desse meio de tudo muito brilhante e tudo parte de comunicação no Brasil, nas ondas da um mundo rosa como os bombons TV Tupi, no dia 3 de abril de 1950. Hebe "Sonho de Valsa", que são a cara dessa havia sido escalada pelo então mag- campeã de audiência e ativo precioso nata e visionário das comunicações, da televisão brasileira.
Divulgação
PARA ELAS
PETROBRAS reforça imagem
COMO UMA GOTA om o anúncio intitulado "Gota", criado pela Heads e produzido pela NutsLocomotyva, a Petrobras quer mostrar a garantia que o consumidor tem ao adquirir cada produto da empresa. A peça revela que a Petrobras investe na modernização do seu parque e planeja a construção de novas refinarias. Além de maior capacidade de produção, esses investimentos ajudam a gerar produtos de qualidade ainda melhor. Faturando como nunca, a Petrobras busca com a peça publicitária reforçar a sua imagem.
C CONSAGRADA no cinema e na publicidade
LIZ DE DIAMANTES iz Taylor se foi aos 79 anos. A atriz que se consagrou no cinema em filmes como "Cleopatra" e "Quem tem medo de Virginia Wolf", onde exibia seus belos olhos quase violeta, também foi um ícone da publicidade mundial. Desde pequena estampou produtos, foi uma das estrelas de Lux e brilhou nos comerciais da J. R. Wood & Sons que vendia às americanas aquilo que ela achava que combinava bem e ajudava a destacar as mulheres: os diamantes. Em 1987, por meio de acordo com a Unilever, vendeu ao público o perfume Passion, o que a encorajou para lançar a própria linha de produtos. Mas Liz emprestou também sua beleza, sua coragem e determinação às campanhas de combate à AIDS, tão logo teve conhecimento de que a doença havia ceifado a vida de Rock Hudson, o belo galã com o qual contracenou em "Assim caminha a humanidade", filme no qual se destacava também o rebelde e eterno ícone Montgomery Clift. Liz Taylor sai de cena, mas a publicidade e o cinema mantiveram intactos o brilho de seus belos olhos para sorte de todos nós e das futuras gerações.
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PARA ELES
Envie informações para essa coluna para o e-mail: carlosfranco@ revista publicitta. com.br
om o tema "Cuidado real para o homem real", a Ogilvy assina campanha de Dove Men + Care. Como no caso das mulheres, o comercial apresenta um homem real a procura de um produto que ofereça proteção e conforto durante todo o dia. O destaque fica por conta do garoto-propaganda da campanha, o fotógrafo Feco Hambuguer, ganhador de diversos prêmios profissionais, que troca agora de posição.
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MODELO brasileira faz campanha para Amsterdam Sauer
POR FALAR EM BELEZA Amsterdam Sauer acaba de contratar e fotografar Amanda Lopes para sua campanha de Dia das Mães e dos Namorados. A modelo brasileira, residente em Nova York, foi clicada por Fernando Lazlo em clima bem intimista, numa casa no alto do Jardim Botânico, no Rio, sob a direção de arte de Mari Stockler. Uma beleza, tanto quanto as joias que faziam a alegria de Liz Taylor.
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Páscoa anima supermercados
DC
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poder aquisitivo dos salários deverá ser mantido. Neste ano, o setor espera crescer 4%. Abras Mercado – A cesta de 35 produtos de largo consumo, acompanhada pela GFK, registrou recuo de 1,74% em fevereiro frente a janeiro. Em relação a igual período de 2010, o índice teve elevação de 11,34% ao passar de R$ 268,25 para R$ 298,68. Os itens que registraram as maiores altas sobre o primeiro mês do ano foram tomate (10,84%), em razão de alterações climáticas, creme dental (2,54%) e café (2,51%). As quedas mais expressivas foram do feijão (7,64%), que já havia registrado elevações expressivas no ano passado e estão entrando em fase de ajuste, carne (5,6%) e batata (3,77%), pela volatilidade do mercado.
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2010. Em relação a janeiro, houve recuo de 7,1%, provocado pela redução do consumo, já descontados pelo Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nominalmente, o Índice de Vendas da Abras registrou elevação de 8,95% em fevereiro comparado a igual período do ano passado e retração de 6,35% em relação ao primeiro mês de 2011. No bimestre, o índice acumulado ficou em 9,44% comparado a 2010. Na avaliação de Honda, os consumidores ainda estão com o orçamento comprometido com pagamento de impostos e outros compromissos do início do ano. Entretanto, as perspectivas são de retomada do consumo nos próximos meses, pois o
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Páscoa, comemorada em abril, contribuirá para o bom desempenho dos supermercados brasileiros em 2011. A expectativa é de crescimento de 10,6% nas vendas em relação ao ano passado. A previsão foi divulgada ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que aponta a data como a segunda melhor do ano para o segmento, perdendo apenas para o Natal. Sussumo Honda, presidente da Abras, afirma que o setor está sendo favorecido pelo câmbio, com aumento de fornecedores estrangeiros. "Temos 103 milhões de habitantes na classe C e que estão consumindo mais. O mercado está
de olho neles", diz Honda. Animados com as perspectivas de boas vendas, os supermercados aumentaram as encomendas de produtos de Páscoa. O bacalhau registrou maior crescimento frente a igual período do ano passado (de 11,8%), seguido de peixes em geral (11,7%), ovos de Páscoa (9,7%), refrigerantes e cervejas (8%), azeites (7,8%) e vinhos nacionais (6%). Quanto aos preços dos produtos importados frente aos da Páscoa de 2010, as variações não foram significativas, ficando em uma média de 2,3%, sendo que os vinhos subiram 2%; os azeites, 0,3%; e o bacalhau, 1,4%. Desempenho mensal – Em fevereiro, as vendas reais dos supermercados cresceram 2,77% frente a igual mês de
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Paula Cunha
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licor Amarula lançou uma embalagem especial ideal para quem gosta de criar novos drinks e brincar com as possibilidades de sabores. Acompanhando o tradicional licor, a embalagem traz dois copos shot/twist, perfeitos para misturas entre o Amarula e outros tipos de bebida. O produto originário da África do Sul tem no Brasil um dos seus grandes mercados, onde, além de puro, é misturado com outras bebidas e usado também com café e até sorvete. A nova embalagem pode ser encontrada nos principais pontos de venda da marca e tem o mesmo preço sugerido das edições convencionais, R$ 54,90.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 25 de março de 2011
ECONOMIA/LEGAIS - 17
AutoPosto Almirante Cursino Ltda, torna público que recebeu da Cetesb a Licença Prévia e de Instalação 45000388 e requereu a Licença de Operação para com. varejista de combustíveis e lubrificantes á Av. do Cursino, 970 -Cursino - São Paulo - SP.
Casa de Saúde Santa Rita S/A. CNPJ/MF nº 60.882.289/0001-41 AVISO AOS ACIONISTAS Acham-se à disposição, na sede social, documentos do Art. 133, Lei 6404/76, do exercício findo 31/12/2010. SP, 23/3/2011. A Diretoria. (24, 25, 26/03/2011)
Auto Posto Ibérico Ltda, torna público que recebeu da Cetesb a Licença de Operação, 30006624, válida até 24/03/2016 para comercio varejista de Combustíveis e Lubrificantes, Avenida Aricanduva, ,5008 - - Vila Aricanduva - São Paulo - SP.
EAA Administração e Empreendimentos S.A.
HSBX Bauru Empreendimentos S/A
CNPJ n.º 11.493.109/0001-24 – NIRE 35.300.376.021 Aviso aos Acionistas Documentos à disposição: Acham-se à disposição dos Srs. Acionistas, naAlameda Gabriel Monteiro da Silva, n.º 1.364, nesta Capital, os documentos a que se refere o art. 133, da Lei n.º 6.404/76, relativos ao exercício de 2010. São Paulo, 24 de março de 2011. Ernesto Assad Abdalla - Diretor Presidente 25,26,29/03/2011
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 24 de março de 2011, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
CNPJ N°67.760.702/0001-44 Aviso aos Acionistas Acham-se à disposição do Srs.Acionistas na se social da empresa sita à Rua Araújo Leite,s/n ,Quadra 18 ,Lado Par,cidade de Bauru,Estado de São Paulo,os documentos à que se refere o Artigo n°133,da Lei n° 6.404/76,relativos ao exercício social encerrado em 31.12.2010.São Paulo, 22 de Março de 2011.A Diretoria 23,24,25/03/2011
Hidroservice Amazõnia S.A Agropecuria e Industrial CNPJ n° 05.054.358/0001-10 Aviso aos Acionistas Acham-se à disposição dos Srs. Acionistas na sede social da empresa, os documentos a que se refere o artigo n° 133 da lei n° 6.404/76,relativos ao exercício social encerrado 31.12.2010. São Paulo, 22 de Março de 2011 - A Diretoria. 23,24,25/03/2011
Requerente: Locar Guindastes e Transportes Intermodais S/A - Requerida: Blato Equipamentos e Montagens Industriais Ltda. - Avenida Osvaldo do Valle Cordeiro nº 1.419 - Jd. Brasília - 1ª Vara de Falências
YOKI ALIMENTOS S.A. CNPJ/MF Nº 61.586.558/0013-29 Edital de Convocação Ficam convidados os Senhores Acionistas da Yoki Alimentos S.A., a se reunirem em Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, a realizar-se no dia 29/04/2011, às 09:00 horas, em sua sede social na Av. Miro Vetorazzo, 1661/1681, Bairro Demarchi, Cidade de São Bernardo do Campo, Estado de SP, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1) Matéria Ordinária: a) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e voltar as demonstrações financeiras; b) deliberar sobre a destinação do resultado líquido do exercício; c) outros assuntos de interesse da sociedade. 2) Matéria Extraordinária: a) alteração do artigo 5º do Estatuto Social com a capitalização das reservas apuradas; b) outros assuntos de interesse da sociedade. Os documentos a que se refere o artigo 133 da Lei 6404/76, relativo ao exercício encerrado em 31/12/2010, encontram-se a disposição dos acionistas na sede da sociedade. São Bernardo do Campo/SP, 25/03/ 2011. Mitsuo Matsunaga-Diretor Presidente. (25, 26 e 29)
York Indústria e Comércio de Produtos Plásticos S.A.
Requerente: Tyco Eletronics Brasil Ltda. - Requerida: Reletrônica Indústria e Comércio Ltda. - Rua Casa do Ator nº 650 - Vila Olímpia - 2ª Vara de Falências
CNPJ n.º11.520.001/0001-83 – NIRE 35.3.00376013 Aviso aos Acionistas Documentos à disposição: Acham-se à disposição dos Srs. Acionistas, na Rua Marechal Deodoro, n.º 450, no Município de Salto, Estado de São Paulo, os documentos a que se refere o art. 133, da Lei n.º 6.404/76, relativos ao exercício de 2010. Salto, 24 de março de 2011. Flávio Elias Jabra - Diretor Presidente 25,26,29/03/2011
CNPJ nº 49.799.943/0001-15
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Em atenção às disposições estatutárias e à legislação vigente, estamos apresentando as demonstrações financeiras, relativas aos exercícios findos em 31 de dezembro de 2010, 31 de dezembro de 2009 e balanço de transição para os novos CPCs em 01 de janeiro de 2009. São Paulo, março de 2011. A Administração
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS - (Valores Expressos em Milhares de Reais) DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
BALANÇO PATRIMONIAL
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 31/12/2010 31/12/2009 01/01/2009 31/12/2010 31/12/2009 01/01/2009 CIRCULANTE 35.342 87.197 159.357 CIRCULANTE 1.989 45.759 122.565 Caixa e equivalentes de caixa (nota 4) 10.881 41.120 42.339 Empréstimos e financiamentos (nota 11) 37.178 109.763 Contas a receber de clientes (nota 5) 3.921 21.639 38.459 Fornecedores 103 6.048 2 Estoques 5.391 8.633 Obrigações com pessoal 81 239 399 Valores a receber (nota 6) 67 65 57.978 Contas a pagar (nota 12) 616 2.143 2.100 Dividendos a receber 10.285 11.017 2.123 Impostos e contribuições 151 240 Impostos e contribuições a Dividendos 1.189 10.061 recuperar (nota 7) 9.595 6.529 9.222 NÃO CIRCULANTE 49.142 44.949 48.266 Demais créditos 593 1.436 603 Partes relacionadas (nota 9) 177 8.497 NÃO CIRCULANTE 50.699 96.767 121.439 Provisões para contingências (nota 13) 48.958 44.618 39.623 Partes relacionadas (nota 9) 17 5 I. de renda e contribuição social Depósitos vinculados 544 460 4.512 diferidos (nota 8) 184 154 146 Valores a receber (nota 6) 12.971 1.216 645 PATRIMÔNIO LÍQUIDO (nota 14) 34.910 93.256 109.965 Créditos com plano de previdência 542 453 428 Capital social 10.297 70.000 43.000 I. de renda e contribuição Reservas de capital 3.873 3.873 3.873 social diferidos (nota 8) 9.092 8.150 5.912 Reservas de lucros 29.719 25.902 63.092 Investimentos em controladas (nota 10) 27.533 86.488 109.922 Ajustes de avaliação patrimonial (8.979) (6.519) Imobilizado 15 TOTAL DO PASSIVO E TOTAL DO ATIVO 86.041 183.964 280.796 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 86.041 183.964 280.796
31/12/2010 31/12/2009 RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 36.814 84.537 Custo de mercadorias vendidas (27.133) (62.141) LUCRO BRUTO 9.681 22.396 Despesas com vendas (6.229) (15.202) Despesas gerais e administrativas (1.262) (998) Honorários da Administração (81) (82) Outros resultados operacionais, líquidos 951 (5.392) LUCRO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO 722 FINANCEIRO E EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 3.060 Receitas financeiras 742 11.875 Despesas financeiras (3.553) (23.621) Equivalência patrimonial 4.782 1.027 LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 5.031 (9.997) Imposto de renda e contribuição social correntes (nota 15) (851) (47) Imposto de renda e contribuição social diferidos (nota 15) 826 (8) LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 5.006 (10.052) Lucro (prejuízo) líquido por ação básico e diluído 17,94 (16,73)
DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO ABRANGENTE
ATIVO
Descrição Saldo em 31 de Dezembro de 2008 Ajuste do plano de previdência complementar Transferência entre reservas Isenção da diferença acumulada de conversão Saldo em 01 de Janeiro de 2009 Resultado abrangente do exercício Prejuízo do exercício Variação cambial de controladas - exterior Total do resultado abrangente do exercício Aumento de capital com reservas Complemento de dividendos de 2008 Transferência do resultado do exercício Saldo em 31 de Dezembro de 2009 Resultado abrangente do exercício Lucro líquido do exercício Variação cambial de controladas - exterior Total do resultado abrangente do exercício Redução de capital Destinação do lucro líquido do exercício: Constituição de reserva legal Dividendos Transferência do resultado do exercício Saldo em 31 de Dezembro de 2010
Capital Social 43.000 43.000
Reservas de Capital 3.873 3.873
27.000 70.000
3.873
(59.703) 10.297
Reservas de lucros 62.500 282 310 63.092 (27.000) (138) (10.052) 25.902
Ajustes de avaliação patrimonial 310 (310) -
Lucros acumulados 282 (282) -
(6.519) (6.519) (6.519)
(10.052) (10.052) 10.052 -
(10.052) (6.519) (16.571) (138) 93.256
Total 109.683 282 109.965
-
-
(2.460) (2.460) -
5.006 5.006 -
5.006 (2.460) 2.546 (59.703)
3.873
250 3.567 29.719
(8.979)
(250) (1.189) (3.567) -
(1.189) 34.910
NOTAS EXPLICATIVAS NOTA 1 – INFORMAÇÕES GERAIS Com sede social em São Paulo - SP, a Duratex Comercial Exportadora S.A. Companhia de capital fechado, controlada pela Duratex S.A., tem como atividade principal a comercialização, importação e exportação de painéis de madeira e seus derivados, louças e metais sanitários. NOTA 2 – RESUMO DAS PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTÁBEIS As principais políticas contábeis aplicadas na preparação destas demonstrações financeiras estão definidas abaixo. Essas políticas foram aplicadas de modo consistente nos exercícios apresentados. A Companhia não está apresentando demonstrações financeiras consolidadas, pois não possui instrumentos de capital ou de dívidas negociadas em mercado aberto, nem está em processo de registro, e sua controladora disponibiliza ao público demonstrações financeiras consolidadas em conformidade com os CPCs. 2.1 – Base de preparação As demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. A preparação das demonstrações financeiras requer uso de certas estimativas contábeis críticas e também o exercício de julgamento por parte da Administração da Companhia no processo da aplicação das políticas contábeis da Companhia. Estas são as primeiras demonstrações financeiras apresentadas pela Companhia de acordo com os novos CPCs e os ajustes efetuados estão apresentados na nota 16. 2.2 – Conversão em moeda estrangeira (a) Transações e saldos As operações com moedas estrangeiras são convertidas na moeda funcional, utilizando as taxas de câmbio vigentes nas datas das transações ou da avaliação, na qual os itens são remensurados. Os ganhos e as perdas cambiais resultantes da liquidação dessas transações e da conversão pelas taxas de câmbio do final do exercício, referentes a ativos e passivos monetários em moedas estrangeiras, são reconhecidos na demonstração do resultado como receita ou despesa financeira exceto quando contabilizados no Patrimônio Líquido quando qualificados como operações de hedge de investimentos líquido. (b) Investimentos em controladas Os resultados e a posição financeira das empresas sediadas no exterior (nenhuma das quais tem moeda de economia hiperinflacionária), cuja moeda funcional é diferente da moeda de apresentação (Reais), são convertidos na moeda de apresentação, como segue:
• ativos e passivos, convertidos pela taxa de cambio da data do balanço; • receitas e despesas, convertidas pela taxa média de câmbio; • todas as diferenças de câmbio resultantes são reconhecidas no patrimônio líquido, na rubrica Ajustes Acumulados de Conversão. 2.3 – Caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa incluem o caixa, os depósitos bancários, outros investimentos de curto prazo de alta liquidez, com vencimentos originais de três meses, ou menos e que estão sujeitos a um insignificante risco de mudança de valor. 2.4 – Ativos financeiros 2.4.1 – Classificação Sua classificação é determinada pela Administração no seu reconhecimento inicial e depende da finalidade para o qual foram adquiridos. São duas categorias nas quais os ativos financeiros são classificados, ativos financeiros mensurados ao valor justo através do resultado e empréstimos e recebíveis. 2.4.2 – Impairment de ativos financeiros A Companhia avalia no final de cada período do relatório se há evidência objetiva de que o ativo financeiro ou o grupo de ativos financeiros está deteriorado. Um ativo ou grupo de ativos financeiros está deteriorado e os prejuízos de impairment são incorridos somente se há evidência objetiva de impairment como resultado de um ou mais eventos ocorridos após o reconhecimento inicial dos ativos (um “evento de perda”) e aquele evento (ou eventos) de perda tem um impacto nos fluxos de caixa futuros do ativo financeiro ou grupo de ativos financeiros que pode ser estimado de maneira confiável. 2.5 – Contas a receber de clientes São registradas e mantidas pelo valor nominal dos títulos decorrentes das vendas de mercadorias. As contas a receber de clientes referemse na sua totalidade a operações de curto prazo e assim não são trazidas a valor presente por não representar ajustes relevantes nas demonstrações financeiras. A provisão para impairment é constituída com base na análise dos riscos de realização dos créditos em montante considerado suficiente pela Administração para cobrir eventuais perdas na realização desses ativos. 2.6 – Estoques Os estoques são demonstrados ao custo médio das compras ou da produção, inferior aos custos de reposição ou aos valores de realizações e, quando aplicável, reduzido por provisão para cobrir eventuais perdas. 2.7 – Impairment de ativos não-financeiros A Companhia realizou teste para verificar se o valor contábil de seus ativos não-financeiros excede ao seu valor recuperável. Nesse sentido são considerados os efeitos de obsolescência, demanda, concorrência e outros fatores econômicos. Para fins de avaliação do impairment, os ativos são agrupados nos níveis mais baixos para os quais existam fluxos de caixa identificáveis separadamente (Unidades Geradoras de Caixa - UGC).
2.8 – Empréstimos Os empréstimos são reconhecidos, inicialmente, pelo valor justo, no recebimento dos recursos, líquidos dos custos de transação. Em seguida, os empréstimos tomados são apresentados pelo custo amortizado, isto é, acrescidos de encargos e juros proporcionais ao período incorrido (“pro rata temporis”), utilizando o método da taxa de juros efetiva, exceto aqueles que tem instrumentos derivativos de proteção, os quais serão avaliados ao seu valor justo. 2.9 – Contas a pagar a fornecedores e provisões As contas a pagar aos fornecedores são obrigações a pagar por bens ou serviços que foram adquiridos de fornecedores no curso normal dos negócios, sendo classificadas como passivos circulantes se o pagamento for devido no período de até um ano. Caso contrário, as contas a pagar são apresentadas como passivo não circulante. As provisões são reconhecidas quando há uma obrigação presente legal ou não formalizada como resultado de eventos passados e que seja provável a necessidade de uma saída de recursos para liquidar a obrigação e o valor possa ser estimado com segurança. As provisões não são reconhecidas com relação às perdas operacionais futuras. 2.10 – Imposto de renda e contribuição social corrente e diferido São calculados com base no resultado do exercício, antes da constituição do imposto de renda e contribuição social, ajustado pelas inclusões e exclusões previstas na legislação fiscal. O imposto de renda e a contribuição social diferidos são reconhecidos sobre as diferenças temporárias entre as bases fiscais dos ativos e passivos e seus valores contábeis nas demonstrações financeiras. Na prática as inclusões ao lucro contábil de despesas, ou as exclusões das receitas, ambas temporariamente não tributáveis, geram o registro de créditos ou débitos tributários diferidos. Esses tributos são reconhecidos na demonstração do resultado, exceto na proporção em que estiver relacionado com itens reconhecidos diretamente no patrimônio. Nesse caso, o imposto também é reconhecido no patrimônio. Os impostos e contribuições diferidos são reconhecidos somente se for provável a sua compensação com lucros tributários futuros. 2.11 – Benefícios aos empregados (a) Planos de previdência privada A Companhia oferece plano de contribuição definida a todos os colaboradores, administrados pela Fundação Itaúsa Industrial. O regulamento prevê a contribuição das patrocinadoras entre 50% e 100% do montante aportado pelos funcionários. A Companhia já ofereceu Plano de Benefício Definido a seus colaboradores, mas esse plano está em extinção com acesso vedado ao ingresso de novos participantes. Em relação ao de Contribuição Definida, a Companhia não tem nenhuma obrigação adicional de pagamento depois que a contribuição é efetuada. As contribuições são reconhecidas como despesa de benefícios a empregados, quando devidas. As contribuições feitas antecipadamente são reconhecidas como um ativo na proporção em que essas contribuições levarem a uma redução efetiva dos pagamentos futuros. (b) Participação nos lucros A Companhia remunera seus colaboradores mediante participação no lucro líquido, de acordo com o desempenho verificado no período. Esta remuneração é reconhecida como passivo e uma despesa operacional no resultado quando o colaborador atinge as condições de desempenho estabelecidas. 2.12 – Capital social As ações ordinárias e preferenciais são classificadas no patrimônio líquido. 2.13 – Apuração do resultado A receita compreende o valor justo da contraprestação recebida ou a receber pela comercialização de produtos no curso normal das atividades da Companhia. A receita é apresentada líquida dos impostos, das devoluções, descontos e abatimentos concedidos, sendo reconhecida quando o valor desta pode ser mensurado com segurança, que seja provável que os benefícios econômicos futuros fruirão para a entidade e quando critérios específicos tiverem sido atendidos para cada uma das atividades. 2.14 – Distribuição de dividendos A distribuição de dividendos para os acionistas da Companhia é reconhecida como um passivo nas demonstrações financeiras, ao final de cada exercício ou em períodos intermediários, e seu saldo é apurado considerando como base o dividendo mínimo estabelecido no Estatuto Social da Companhia, portanto líquido de valores aprovados e pagos durante o exercício. NOTA 3 – GESTÃO DE RISCO FINANCEIRO A Companhia está exposta a riscos de mercado relacionados à flutuação das taxas de juros e de crédito. Assim a Companhia dispõe de procedimentos para administrar essas situações e pode utilizar instrumentos de proteção para diminuir os impactos destes riscos. Tais procedimentos incluem o monitoramento dos níveis de exposição a cada risco de mercado, além de estabelecer limites para a respectiva tomada de decisão. Todas as operações de instrumentos de proteção efetuadas têm como propósito a proteção de suas dívidas e investimentos.
Lucro Líquido do exercício Outros componentes do resultado abrangente Variação cambial de investimentos em controladas Resultado abrangente do exercício, líquido de impostos
31/12/2010 5.006
31/12/2009 (10.052)
(2.460)
(6.519)
2.546
(16.571)
NOTA 4 – CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA 31/12/2010 31/12/2009 01/01/2009 Numerários 46 362 Bancos conta movimento 151 112 2.339 Fundo de renda fixa 4.195 40.461 39.638 Certificado de depósito bancário 6.535 501 TOTAL 10.881 41.120 42.339 NOTA 5 – CONTAS A RECEBER DE CLIENTES O saldo desta conta refere-se a contas a receber de clientes no exterior.
31/12/2010 Atividades Operacionais: Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício Itens que não afetam o Caixa: Depreciação Juros, variações cambiais e monetárias líquidas Provisões, baixa de ativos Equivalência patrimonial Investimentos em Capital de Giro: (Aumento) Redução em Ativos Contas a receber de clientes Estoques Demais Ativos Aumento (Redução) em Passivos Fornecedores Obrigações c/ pessoal Contas a pagar Impostos e Contribuições Demais passivos Caixa Gerado (Utilizado) pelas Atividades Operacionais Atividades de Investimentos: Dividendos recebidos Caixa Utilizado nas Atividades de Investimentos Atividades de Financiamentos: Ingressos de financiamentos Amortizações de financiamentos Mútuo com a controladora Dividendos Caixa Gerado (Utilizado) nas Atividades de Financiamentos Variação Cambial sobre Disponibilidades Aumento (Redução) do Caixa no Exercício Saldo Inicial Saldo Final
31/12/2010 Adiantamento à controladora Duratex S.A. para fornecimento de produtos para exportação Adiantamento p/ aumento de capital em controlada Outros valores a receber TOTAL
CIRCULANTE 31/12/2009
67 67
01/01/2009
2
(2.231) 9.063 (4.782)
964 (4) (1.027)
(20.437) 5.391 (15.023)
(55.626) 3.242 60.346
(5.945) (158) (1.527) (151) (177)
6.046 (162) 133 (28) 4.995
(30.971)
8.829
732
4.943
732
4.943
(30.239) 41.120 10.881
18.130 (4.790) (8.316) (10.199) (5.175) (9.816) (1.219) 42.339 41.120
65 65
55.947 2.031 57.978
12.000 971 12.971
1.216 1.216
645 645
NOTA 7 – IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES A RECUPERAR CIRCULANTE 31/12/2010 31/12/2009 01/01/2009 I. renda e c. social a compensar 2.056 1.112 1.827 PIS e COFINS a compensar 7.539 5.417 7.395 TOTAL 9.595 6.529 9.222
31/12/2010 31/12/2009 01/01/2009 Provisão fiscais 8.791 8.051 5.394 Provisões diversas 301 61 438 TOTAL 9.092 8.150 5.912 Passivo não circulante I. Renda e c. social s/ benefícios a empregados 184 154 146 184 154 146 NOTA 8 – IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DIFERIDOS TOTAL NOTA 9 – PARTES RELACIONADAS 31/12/2010 31/12/2009 01/01/2009 As transações entre partes relacionadas, substancialmente vendas de Ativo não circulante produtos, foram realizadas a preços e condições usuais de mercado. Os Provisão trabalhistas 38 80 contratos de mútuo estão atualizados com base na variação da taxa selic. NOTA 10 – INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS
Deca Piazza 10.446 45,01 5.876 5.014 17
Ações/Quotas Possuídas (Mil) Participação Capital social Patrimônio líquido Lucro líquido do exercício Movimento dos investimentos Saldo em 01 de janeiro de 2009 Equivalência patrimonial Variação cambial Dividendos recebidos Saldo em 31 de dezembro de 2009 Equivalência patrimonial Variação cambial Dividendos recebidos Baixa de investimentos Saldo em 31 de dezembro de 2010
Duratex Europe 1 99,62 19.904 22.159 1.278
TCI Trading 2.460 82,00 3.000 3.783 1.981
5.218 (1.305) (1.460) 2.453 14 (195) -
38.537 (1.101) (9.152) (5.339) 22.945 1.278 (2.064) -
2.651 8.880 (8.510) 3.021 1.856 (1.775)
2.272
22.159
3.102
Deca Ind. Com.
Total -
63.516 (5.447) 58.069 1.634 (59.703) -
109.922 1.027 (10.612) (13.849) 86.488 4.782 (2.259) (1.775) (59.703) 27.533
NOTA 11 – EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS Modalidade A.C.C. (*) Total em moeda estrangeira Cambiais descontadas TOTAL (*) adiantamento de contrato de câmbio
Encargos US$ + 4,7% a.a.
NOTA 12 – CONTAS A PAGAR CIRCULANTE 31/12/2010 31/12/2009 01/01/2009
Amortização até dez/2010
31/12/2010 -
CIRCULANTE 31/12/2009 24.806 24.806 12.372 37.178
01/01/2009 87.894 87.894 21.869 109.763
O saldo destinado a reserva especial estatutária, será utilizado para expansão dos negócios da Companhia, via aumento de capital, ou para pagamento de dividendos aos acionistas.
(c) dividendos Aos acionistas é garantido estatutariamente um dividendo mínimo obrigatório correspondente a 25 % do lucro líquido ajustado. Por proposta da Administração, foi destinado à distribuição de dividendos o valor de NOTA 13 – PROVISÕES PARA CONTINGÊNCIAS R$ 1.189, relativo ao exercício de 2010, que corresponde a R$ 396,33 A Companhia é parte em ações judiciais e processos administrativos por ação. perante vários tribunais e órgãos governamentais de natureza tributária, decorrente do curso normal de seus negócios. NOTA 15 – IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL As respectivas provisões para contingências foram constituídas (a) As despesas de impostos de renda e contribuição social apropriadas ao considerando a avaliação da probabilidade de perda pelos assessores resultado do exercício podem ser demonstradas como segue: jurídicos e quando necessário, foram efetuados depósitos judiciais. 31/12/2010 31/12/2009 A Administração da Companhia, com base na opinião de seus Resultado antes do Imposto de renda e assessores jurídicos, acredita que a provisão para contingências Contribuição social 5.031 (9.997) constituída no montante de R$ 48.958 (R$ 44.618 em 31/12/2009 e Imposto de renda e Contribuição social R$ 39.623 em 01/01/2009) é suficiente para cobrir as eventuais perdas sobre o resultado às alíquotas de com processos judiciais. 25% e 9% respectivamente (1.711) 3.399 NOTA 14 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO Resultado de investimentos 1.626 (3.075) (a) Capital social Outras adições e exclusões 60 (379) Em Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária de 28.04.2010 foi Imposto de renda e Contribuição social (25) (55) aprovado uma redução de capital no montante de R$ 59.703, passando No Resultado: o capital social de R$ 70.000 para R$ 10.297, representado por 3.004 Imposto de renda e Contribuição social correntes (851) (47) ações nominativas, sem valor nominal, sendo 1.155 ordinárias e 1.849 Imposto de renda e Contribuição social diferidos 856 preferenciais. Imposto de renda e Contribuição social (b) Reservas do patrimônio líquido diferidos - CPCs (30) (8) As reservas do patrimônio líquido estão compostas por: NOTA 16 – CONCILIAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO E DO RESULTADO 31/12/2010 31/12/2009 01/01/2009 DE 31 DE DEZEMBRO DE 2009 COM OS AJUSTES DOS CPCs Reservas de capital 3.873 3.873 3.873 31/12/2009 Ágio na subscrição de ações 3.240 3.240 3.240 Patrimônio Incentivos fiscais 561 561 561 Resultado Líquido Art. 297 - Lei nº 6.404/76 72 72 72 Frete de exportação Outras contas a pagar TOTAL
Reservas de lucros Legal Especial estatutária Ajustes de avaliação patrimonial
PRESIDENTE
Lúcia Helena Videira Raul Penteado de Oliveira Neto Roberto Szachnowicz
-
NÃO CIRCULANTE 31/12/2010 31/12/2009 01/01/2009
592 24 616
693 1.450 2.143
1.366 734 2.100
29.719 5.048 24.671 (8.979)
25.902 4.798 21.104 (6.519)
63.092 4.798 58.294 -
BR GAAP anterior publicado Ajustes de benefícios a empregados (CPC 33) I. renda e contribuição social s/ajustes CPC’s Novo BR GAAP com CPCs
DIRETORIA Alexandre Coelho Neto do Nascimento Antonio Joaquim de Oliveira Antonio Massinelli Flávio Marassi Donatelli
(10.052)
NOTA 6 – VALORES A RECEBER
ADMINISTRAÇÃO DIRETORES EXECUTIVOS
5.006
31/12/2009
Henri Penchas
Roberto Frederico Battaglioli – Contador – CRC 1SP109479/O-0
DIRETORES GERENTES Flávio Dias Soares Francisco de Assis Guimarães Marco Antonio Milleo
Renato Aguiar Coelho Roney Rotenberg
(10.069) 25 (8) (10.052)
92.957 453 (154) 93.256
DIÁRIO DO COMÉRCIO
18
e
sexta-feira, 25 de março de 2011
Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, que reúne as autoridades financeiras da zona do euro, sugeriu ajuda a Portugal de 75 bilhões de euros.
conomia
Sergio Leopoldo Rodrigues
Inflação, moeda e importações na mira.
A
nossa economia vai bem, com destaque para o varejo ainda aquecido. Embora já haja uma pequena desaceleração na massa salarial, que poderá impactar as vendas mais à frente. Apenas três fatores, que ainda não representam risco iminente para o Brasil, preocupam os integrantes da reunião mensal de avaliação de conjuntura, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizada ontem. O recrudescimento da inflação – que pode fechar 2011 acima da meta de 6,5% estipulada pelo governo – e o real valorizado frente ao dólar, que dificulta nossas exportações e favorece as importações, fato que ameaça desindustralizar alguns setores instalados no País, por exemplo, no setor têxtil. O terceiro fator, consenso entre todos, são as dúvidas sobre a eficiência das medidas adotadas pelo governo no combate à inflação. De um lado, eles
Essas são as maiores preocupações de empresários e economistas que fazem parte da reunião mensal de avaliação de conjuntura da ACSP.
acham a política fiscal "frouxa" e, de outro, questionam a eficácia da política monetária, baseada na elevação dos juros. Participam da reunião economistas e lideres empresariais de todos os setores da economia. Há uma outra preocupação constante, igualmente creditada ao dólar barato: o descompasso entre o crescimento de 0,2% na produção industrial nacional e a alta de 8,3% nas vendas no varejo, em janeiro passado. "Essa diferença está sendo
suprida pelas importações", disse um economista. No setor de aços, a produção que era de, aproximadamente, 34 milhões de toneladas ano, foi reduzida para 23 milhões de toneladas, sendo a diferença ocupada pelas importações. "Se o câmbio não mudar, essa situação vai continuar", alertou. E não é de agora que o setor têxtil reclama do câmbio e das importações asiáticas. "Os produtos da China chegam aqui abaixo dos nossos custos de
produção", enfatizou outro empresário. Ele deu um exemplo: embora as exportações de fibras de algodão tenham crescido de US$ 140 milhões em janeiro deste ano (ante US$ 129 milhões em igual período em 2010), as importações saltaram de US$ 339 milhões para US$ 463 milhões, no mesmo período. Como reflexo disso a capacidade de ocupação do setor industrial recuou de 81% em janeiro de 2010, para 78,8% em janeiro de 2011. O setor de embalagens ali-
mentícias e de higiene pessoal vai muito bem, segundo seu representante, pois "o consumo não fica abaixo dos dois dígitos e o faturamento crescendo entre 5% e 6%". Contudo, ele retomou o tema câmbio. "Não há importação de embalagens, mas cresce a de produtos já embalados de fábricas de outros países, sobretudo, da América do Sul", explicou o empresário. A maioria dos relatos é positiva: o setor de colchões prevê um crescimento de 10% a 15%
no faturamento, com avanço médio de 15% nas vendas neste ano. Os produtos químicos, especialmente os ligados à construção civil e higiene pessoal, devem crescer 5% e nas importações, a previsão é de 22%, em ambos os casos, no trimestre deste ano, sobre igual período em 2010. "A produção interna de pets, por exemplo, já não atende à demanda", relatou um líder da indústria química. O varejo em geral vai muito bem. Uma grande cadeia de lojas de roupas masculinas prevê aumento de 10% nas vendas e a inauguração de mais 50 lojas neste ano, muitas delas nas regiões Norte e Nordeste. Outra rede de lojas de roupas populares contabiliza, só na capital paulista, aumento de 22% das vendas no primeiro trimestre (ante igual período em 2010). O setor de cartões (crédito, débito e de lojas) prevê um salto no primeiro quadrimestre deste ano, comparado a igual período em 2010: crescimento de 10% no volume de cartões, 17% nas transações e 20% no faturamento.
Sergio Moraes/Reuters
Dívida sobe 2,6% em fevereiro e atinge R$ 1,67 tri
O
A Petrobras foi uma das empresas beneficiadas pelos desembolsos do banco de fomento brasileiro
BNDES desembolsa R$ 17,2 bilhões
O
Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) desembolsou R$ 17,2 bilhões em recursos para empresas neste primeiro bimestre do ano de 2011, numa expansão de 7% sobre os números de 2009 para igual período. Desse total, uma fatia de 45% foi direcionada para micro, pequenas e médias empresas, uma participação recorde, conforme os registros do banco para esse período, divulgados ontem no Rio de Janeiro.
Por setor da economia, infraestrutura recebeu a maior parte, cerca de 41% dos recursos liberados pelo BNDES e algo em torno de R$ 7,1 bilhões; seguido pelo setor industrial, com R$ 5,5 bilhões, e serviços, com R$ 3,1 bilhões, conforme levantamento do banco Acumulado – Em um período de 12 meses, encerrados no mês de fevereiro, os desembolsos do banco de fomento alcançaram R$ 169,6 bilhões. Sem considerar a capitalização específica da Petrobras, esse montante che-
ga a R$ 144,8 bilhões. O banco também revela dados sobre o enquadramentos e consultas, que sinalizam a demanda das empresas por recursos. No caso dos enquadramentos, o BNDES registrou um montante em torno de R$ 23,7 bilhões, em um crescimento de 18% sobre os valores do primeiro bimestre de 2010. Já as consultas, o estágio mais preliminar na avaliação dos empréstimos, somaram R$ 24,6 bilhões, o que representa um decréscimo de cerca de 5%.
Novos recursos – O Tesouro Nacional brasileiro injetou na semana passada mais R$ 5,2 bilhões no BNDES, o que eleva o valor a ser colocado no banco este ano dos R$ 55 bilhões previstos para mais de R$ 60 bilhões, conforme informações do governo. Uma medida provisória no mês de setembro do ano passado autorizava o Tesouro a emitir títulos para transferir até R$ 30 bilhões ao banco. O dinheiro seria utilizado para que a instituição pudesse participar ativamente
da operação de capitalização da Petrobras. Foram necessários, no entanto, apenas R$ 24,75 bilhões na operação. Agora, aproveitou-se essa diferença para destinar mais recursos para que o banco possa oferecer ao mercado. No total, a instituição já recebeu cerca de R$ 210 bilhões desde o ano de 2008 para aumentar sua capacidade de empréstimos. Já existe também uma nova autorização para uma injeção de mais R$ 55 bilhões para 2011. (Folhapress)
s aumentos da inflação e da taxa básica de juros elevaram o custo da dívida pública federal acumulado em 12 meses, que passou de 11,43% ao ano em janeiro para 11,7% em fevereiro, segundo dados do Tesouro Nacional. Em fevereiro de 2010, esse custo era de 9,4% ao ano. No mês passado, a dívida do governo federal subiu de R$ 1,63 trilhão para R$ 1,67 trilhão, um aumento de 2,6%. A previsão é terminar o ano com um endividamento entre R$ 1,8 trilhão e R$ 1,9 trilhão. A participação de estrangeiros na dívida teve um pequeno recuo, de 11,8% para 11,4%. Desde que o governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para essas aplicações, essa participação se mantém praticamente estável. O Tesouro informou que não foi percebida saída de investidores japoneses por conta das tragédias que abalam o País asiático. A avaliação do governo, baseada também em relatórios de bancos e consultorias, é que não deve haver um grande fluxo de repatriação de recursos japoneses que afetem a dívida brasileira. (Agências)
ERRATA A matéria "Demanda cresce e anima fábrica de móveis", publicada no dia 8 de março, se referia à Bortolini Móveis, do Rio Grande do Sul, e não à Bertolini, como foi escrito. O nome correto do seu diretor-executivo é Rogério Bortolini.
Bruxelas contra a austeridade Thierry Roge/Reuters
C
anhões de água, barricadas, tropas de choque e troca de hostilidades. As imagens, tornadas comuns no norte da África e no Oriente Médio, se repetiram ontem na capital da União Europeia, Bruxelas. Entre 20 mil e 30 mil manifestantes, conforme as versões da polícia e de organizações sindicais, se reuniram no centro da metrópole para aproveitar a presença de chefes de Estado e de governo e protestar contra os programas de austeridade, que derrubaram o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, na quarta-feira. O choque violento entre manifestantes e forças de ordem aconteceu durante a Euromanif, um protesto organizado para acontecer durante a reunião
de cúpula do Conselho Europeu. Para Anne Demelenne, secretária-geral da Federação Geral do Trabalho da Bélgica (FGTB), os protestos marcam a volta das atividades sindicais às ruas contra o recuo da proteção social na Europa. "Nós estamos de volta", afirmou ao jornal belga Le Soir, dizendose pronta a lutar contra os partidos de direita "que organizam o recuo social". Ajuda – A cúpula dos líderes europeus, que ocorre em Bruxelas, está sendo dominada pelas discussões sobre um socorro a Portugal. Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, que reúne as autoridades financeiras da zona do euro, disse que não pode descartar uma ajuda a Portugal e sugeriu que 75 bilhões de euros
seria um valor adequado. O ministro das Finanças da Bélgica, Didier Reynder, afirmou antes da reunião que "talvez fosse conveniente dar ajuda, simplesmente porque isso permitiria a Portugal pagar menos juros sobre sua dívida enquanto o país aplica reformas, exigindo, portanto, menos esforços do povo". Rating – A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou o rating da dívida soberana de Portugal em dois graus, para BBB, com perspectiva negativa, citando o aumento da incerteza política no país e uma potencial redução na confiança do mercado como fatores que podem aumentar o risco de refinanciamento da dívida portuguesa. (AE)
Enquanto manifestantes protestam, líderes europeus discutem ajuda a Portugal.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 25 de março de 2011
ECONOMIA/LEGAIS - 19
Brasmotor S.A.
CNPJ/MF nº 61.084.984/0001-20 – NIRE 35.300.026.667 Companhia Aberta Av. das Nações Unidas nº 12.995 – 32º andar – São Paulo-SP RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Senhores Acionistas, Submetemos à apreciação de V.Sas. as Demonstrações Financeiras da Brasmotor S.A., referente ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010. 1. Cenário Econômico Mercado Interno A atividade econômica em 2009 sofreu contração como reflexo da crise financeira internacional, desencadeada no último trimestre de 2008. O PIB brasileiro registrou queda de 0,6% em 2009 comparativamente a 2008. Nos primeiros meses de 2009, a atividade econômica sofreu maior contração, revertendo essa tendência no segundo semestre em decorrência das medidas de afrouxamento da política monetária e de desoneração tributária, principalmente com a redução do IPI, iniciada em abril. Essas medidas estimularam a demanda no mercado interno e foram consideradas fatores determinantes na retomada da recuperação. O ano de 2010 foi marcado pelo forte crescimento da economia brasileira. Mesmo com a política de aperto monetário, levando a taxa Selic de 8,75%, em janeiro, a 10,75% no final do ano, a economia manteve-se aquecida. O crescimento do PIB de 2010 foi de 7,5%. O aquecimento econômico também desencadeou uma tendência de alta de preços. A inflação medida pelo IPCA fechou o ano em 5,9%, acima do centro da meta de 4,5%. Graças à contínua expansão na disponibilidade do crédito e ao aumento na renda real do trabalhador, o poder aquisitivo da
população, especialmente das classes C e D, continuou a crescer, o que fez com que o mercado 2. RESULTADOS Lucro Líquido e Dividendos interno representasse a maior alavanca da economia. O lucro líquido do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010 alcançou R$ 267 milhões A conjuntura macroeconômica em 2011 parece mais incerta. A previsão de crescimento anual (R$ 161 milhões 2009), equivalente a R$ 0,0932 por ação (R$ 0,0563 em 2009). do PIB é de 3,9%, segundo analistas do mercado, abaixo da projeção do governo de 4,5%. Esse Em reunião do Conselho de Administração realizada em 26 de outubro de 2010, conforme resultado deve decorrer de cortes nos gastos do governo e da continuidade no aumento da taxa disposição estatutária foi autorizado o pagamento de dividendos, respectivamente, relativos ao Selic, projetada em 12,75% para o fim de 2011. O intuito dessas medidas é conter a inflação que exercício de 2007, 2008 e 2009, no montante de R$ 272 milhões. segue em alta e está projetada em 5,9% para o ano. 3. RELACIONAMENTO COM AUDITORES INDEPENDENTES A auditoria das demonstrações contábeis é de responsabilidade da Ernst & Young Terco Auditores. Mercado externo Essa política visa preservar a independência e objetividade dos auditores. Durante 2008 e 2009, vivenciamos desafios no cenário macroeconômico, devido à crise financeira No exercício de 2010 a Brasmotor S. A. não utilizou outros serviços prestados pela Ernst & Young internacional, que impactaram a economia global, os mercados de capitais e a demanda pelos Terco Auditores que não fossem de auditoria externa. nossos produtos. As atividades mais dependentes do mercado internacional e das expectativas 4. AGRADECIMENTOS quanto ao panorama econômico e à evolução do crédito foram as mais impactadas. No entanto, Agradecemos a nossos parceiros – acionistas, colaboradores, clientes, fornecedores, instituições em 2010, os países que conseguiram se recuperar rapidamente da crise, graças à força de seu financeiras e outros – que, por mais um ano, colaboraram para o desempenho da Companhia, e mercado interno, consolidaram sua posição no cenário econômico mundial. que nos ajudaram a, cada vez mais, superar as dificuldades impostas pelo mercado, em busca No cenário externo, destaca-se a apreciação do real em relação ao dólar que atingiu, no último da lealdade de nossos consumidores. A Administração Março 2011 trimestre de 2010, seu menor valor desde setembro de 2008 (1,67 BRL/USD).
BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010, 2009 E 1º DE JANEIRO DE 2009 (Em milhares de Reais) 2010 2009 1/1/2009 2010 ReapreReapreAtivo sentado sentado Passivo e patrimônio líquido Circulante Circulante Caixa e equivalentes de caixa 168 388 269 Impostos, taxas e contribuições a pagar 1.518 Impostos a recuperar e antecipados (Nota 8) 1.062 3.341 1.558 Dividendos a pagar (Nota 11) 720 Outros créditos (Nota 6) – – 4.086 Partes relacionadas (Nota 5) 550 Total do ativo circulante 1.230 3.729 5.913 Outros débitos (Nota 9) 1.184 Não circulante Total do passivo circulante 3.972 Realizável a longo prazo Não Circulante Impostos a recuperar e antecipados (Nota 8) 8.744 5.030 5.030 Provisão para demandas judiciais e administrativas (Nota 10) 4.605 Depósitos para recursos e outros (Nota 10) 12.299 12.292 12.284 Total do passivo não circulante 4.605 Imposto de renda e contribuição social diferidos (Nota 7) 1.719 2.585 2.685 Patrimônio líquido Partes relacionadas (Nota 5) 16.439 25.721 84.737 Capital social 577.400 Outros créditos (Nota 6) 4.946 4.086 – Reserva de lucros 198.765 Total do realizável a longo prazo 44.147 49.714 104.736 Ajuste de avaliação patrimonial 19.294 Investimentos (Nota 4) 714.409 718.477 690.717 Ajustes acumulados de conversão (44.250) Imobilizado – 48 93 Total do patrimônio líquido (Nota 11) 751.209 Total do ativo não circulante 758.556 768.239 795.456 Total do passivo e patrimônio líquido 759.786 Total do ativo 759.786 771.968 801.459
2009 Reapresentado
1/1/2009 Reapresentado
112 592 421 1.192 2.317
98 505 265 1.367 2.235
4.605 4.605
4.605 4.605
577.400 204.160 25.713 (42.227) 765.046 771.968
577.400 287.795 (70.576) – 794.619 801.459
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO E DO RESULTADO ABRANGENTE EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010, 2009 E 1º DE JANEIRO DE 2009 (Em milhares de Reais, exceto informação por ação expressa em Reais) Reservas de lucro Ajustes Ajustes de Capital Reserva Retenção Lucros acumulados avaliação Resultados social legal de lucros acumulados de conversão patrimonial Total abrangentes Saldos em 1º de janeiro de 2009 reapresentado 577.400 68.253 219.542 – – (70.576) 794.619 – Ajustes de conversão reflexo da coligada – – – – (42.227) (42.227) (42.227) Ajsute de avaliação patrimonial da coligada – – – – – 96.289 96.289 96.289 Dividendos intermidiários – – – – – – – – Ações ordinárias (R$ 0,0628 por ação) – – (61.925) – – – (61.925) – Ações preferenciais (R$ 0,0691 por ação) – – (129.796) – – – (129.796) – Lucro líquido do exercício – – – 161.408 – – 161.408 161.408 Reserva legal – 8.070 – (8.070) – – – – Juros sobre capital próprio – – – – – – – – Ações ordinárias (R$ 0,0096 por ação) – – – (9.466) – – (9.466) – Ações ordinárias (R$ 0,0106 por ação) – – – (19.911) – – (19.911) – Dividendos Ações ordinárias (R$ 0,0079 por ação) – – – (7.790) – – (7.790) – Ações preferênciais (R$ 0,0086 por ação) – – – (16.155) – – (16.155) – Retenção de lucros – – 100.016 (100.016) – – – – Saldos em 31 de dezembro de 2009 (reapresentado) 577.400 76.323 127.837 – (42.227) 25.713 765.046 215.470 – – – – (2.023) – (2.023) (2.023) Ajuste de conversão reflexo da coligada Ajsute de avaliação patrimonial da coligada – – – – – (6.419) (6.419) (6.419) Dividendos intermediários Ações ordinárias (R$ 0,0413 por ação) – – (40.695) – – – (40.695) – Ações preferenciais (R$ 0,0454 por ação) – – (85.278) – – – (85.278) – Lucro líquido do exercício – – – 267.087 – – 267.087 267.087 Reserva legal – 13.354 – (13.354) – – – – Juros sobre capital próprio Distribuição de dividendos Ações ordinárias (R$ 0,048 por ação) – – – (47.331) – – (47.331) – Ações preferenciais (R$ 0,0528 por ação) – – – (99.178) – – (99.178) – Retenção de lucros – – 107.224 (107.224) – – – – Saldos em 31 de dezembro de 2010 577.400 89.677 109.088 – (44.250) 19.294 751.209 258.645 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 E 1º DE JANEIRO DE 2009 (Em milhares de Reais, exceto quando indicado de outra forma) 1. Contexto operacional (b) Distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio A distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio para os acionistas da Companhia é A Brasmotor S.A. (doravante denominada Companhia ou Brasmotor) é uma sociedade anônima, reconhecida como um passivo nas demonstrações financeiras da Companhia ao final do exerdomiciliada em São Paulo, Capital, e suas ações são negociadas na BM&F Bovespa (sob códigos cício, com base em seu estatuto social. Qualquer valor acima do dividendo mínimo obrigatório de negociação BMT03 e BMT04). previsto no estatuto da Companhia, somente é provisionado na data em que é aprovado pelos A Companhia tem por objeto a participação, como sócia ou acionista, em outras empresas. acionistas, em Assembléia Geral. A emissão das presentes demonstrações financeiras foi autorizada pela Diretoria da Companhia Os juros sobre capital próprio são reconhecidos na demonstração de resultado conforme prevê em 24 de março de 2010. a legislação tributária, todavia revertidos e classificados no patrimônio líquido para fins de 2. Políticas contábeis atendimento as normas contábeis. As demonstrações financeiras da Companhia para os exercícios findos em 31 de dezembro (c) Lucro por ação de 2010, 2009 e 1º de janeiro de 2009 foram preparadas de acordo com as práticas contábeis A Companhia efetua os cálculos do lucro por Lote de mil ações – utilizando o número médio adotadas no Brasil que compreendem as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ponderado de ações ordinárias totais em circulação, durante o período correspondente ao os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). resultado conforme pronunciamento técnico CPC 41. As demonstrações financeiras da Brasmotor S.A. foram elaboradas com base em diversas 2.6. Perda por redução ao valor recuperável de ativos não financeiros bases de avaliação utilizadas nas estimativas contábeis. As estimativas contábeis envolvidas na A Administração revisa anualmente o valor contábil líquido dos ativos com o objetivo de avaliar preparação das demonstrações financeiras foram baseadas em fatores objetivos e subjetivos, eventos ou mudanças nas circunstâncias econômicas, operacionais ou tecnológicas, que possam com base no julgamento da Administração para determinação do valor adequado a ser registrado indicar deterioração ou perda de seu valor recuperável. Quando tais evidências são identificadas, nas demonstrações financeiras. e o valor contábil líquido excede o valor recuperável, é constituída provisão para deterioração A liquidação das transações envolvendo estimativas poderá resultar em valores significativamente ajustando o valor contábil líquido ao valor recuperável. divergentes dos registrados nas demonstrações financeiras devido ao tratamento probabilístico Pela análise e julgamento efetuados, a conclusão da Administração é de que não é necessária inerente ao processo de estimativa. A Companhia revisa suas estimativas e premissas pelo a constituição de uma provisão para redução para recuperação de ativos. menos anualmente. 2.7. Instrumentos financeiros 2.1. Investimentos Os instrumentos financeiros somente são reconhecidos a partir da data em que a Companhia Os investimentos em empresas coligadas estão avaliados pelo método de equivalência patrise torna parte das disposições contratuais dos instrumentos financeiros. Quando reconhecidos, monial. Uma coligada é uma entidade sobre a qual a Companhia exerça influência significativa. são inicialmente registrados ao seu valor justo acrescido dos custos de transação que sejam A Administração da Companhia e de sua principal coligada é a mesma. diretamente atribuíveis à sua aquisição ou emissão, exceto no caso de ativos e passivos finanCom base no método da equivalência patrimonial, o investimento na coligada é contabilizado ceiros classificados na categoria ao valor justo por meio do resultado, quando tais custos são no balanço patrimonial ao custo, adicionado das mudanças após a aquisição da participação diretamente lançados no resultado do exercício. Sua mensuração subsequente ocorre a cada societária na coligada. data de balanço de acordo com as regras estabelecidas para cada tipo de classificação de ativos A demonstração do resultado reflete a parcela dos resultados das operações da coligada. Quando e passivos financeiros em: (i) ativo e passivo financeiro mensurado ao valor justo por meio do uma mudança for diretamente reconhecida no patrimônio da coligada, a Companhia reconhece resultado, (ii) mantido até o vencimento, (iii) empréstimos e recebíveis e (iv) disponível para venda. sua parcela nas variações ocorridas e divulga esse fato, quando aplicável, na demonstração Ativos financeiros das mutações do patrimônio líquido. São classificados entre as categorias abaixo de acordo com o propósito para os quais foram Não existem ganhos e perdas não realizados, resultantes de transações entre a Companhia adquiridos ou emitidos: e a coligada. a. Ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado: incluem ativos financeiros As demonstrações financeiras da coligada são elaboradas para o mesmo período de divulgação mantidos para negociação e ativos designados no reconhecimento inicial ao valor justo por meio que a Companhia. do resultado. São classificados como mantidos para negociação se originados com o propósito Não existem diferenças entre as políticas contábeis adotadas pela Companhia e sua coligada. de venda ou recompra no curto prazo. Os juros, a correção monetária, a variação cambial e as Após a aplicação do método da equivalência patrimonial, a Companhia determina se é necesvariações decorrentes da avaliação ao valor justo são reconhecidos no resultado quando incorsário reconhecer perda adicional do valor recuperável sobre o investimento da Companhia em ridos na linha de receitas ou despesas financeiras. A Companhia classifica caixa e equivalentes sua coligada. A Companhia determina, em cada data de fechamento do balanço patrimonial, de caixa e outros créditos nessa categoria. se há evidência objetiva de que o investimento na coligada sofreu perda por redução ao valor b. Investimentos mantidos até o vencimento: ativos financeiros não derivativos com pagamentos recuperável. Se assim for, a Companhia calcula o montante da perda por redução ao valor recufixos ou determináveis com vencimentos definidos para os quais a Companhia tem intenção perável como a diferença entre o valor recuperável da coligada e o valor contábil e reconhece positiva e a capacidade de manter até o vencimento. Após reconhecimento inicial são mensuo montante na demonstração do resultado. rados pelo custo amortizado pelo método da taxa efetiva de juros. Esse método utiliza uma 2.2. Caixa e equivalentes de caixa taxa de desconto que quando aplicada sobre os recebimentos futuros estimados, ao longo da Os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa expectativa de vigência do instrumento financeiro, resulta no valor contábil líquido. Os juros, a de curto prazo, e não para investimento ou outros fins. A Companhia considerada equivalentes atualização monetária, a variação cambial, menos perdas do valor recuperável, quando aplicável, de caixa uma aplicação financeira de conversibilidade imediata em um montante conhecido são reconhecidos no resultado quando incorridos na linha de receitas ou despesas financeiras. de caixa e estando sujeita a um insignificante risco de mudança de valor. Por conseguinte, um A Companhia não possui itens classificados nessa categoria. investimento, normalmente, se qualifica como equivalente de caixa quando tem vencimento de c. Empréstimos (concedidos) e recebíveis: ativos financeiros não derivativos com pagamentos curto prazo, por exemplo, três meses ou menos, a contar da data da contratação. fixos ou determináveis, porém não cotados em mercado ativo. Após reconhecimento inicial são 2.3. Impostos mensurados pelo custo amortizado pelo método da taxa efetiva de juros. Os juros, a atualizaImposto de renda e contribuição social – correntes ção monetária, a variação cambial, menos perdas do valor recuperável, quando aplicável, são Ativos e passivos tributários correntes do último exercício e de anos anteriores são mensurados reconhecidos no resultado quando incorridos na linha de receitas ou despesas financeiras. A ao valor recuperável esperado ou a pagar para as autoridades fiscais. As alíquotas de imposto Companhia classifica os mútuos com partes relacionadas e outros créditos nessa categoria. e as leis tributárias usadas para calcular o montante são aquelas que estão em vigor ou subsd. Disponíveis para venda: ativos financeiros que não se qualificam nas categorias 2.7a. a 2.7c. tancialmente em vigor na data do balanço. acima. Na data de cada balanço são mensurados pelo seu valor justo. Os juros, atualização Imposto de renda e contribuição social correntes relativos a itens reconhecidos diretamente monetária e variação cambial, quando aplicável, são reconhecidos no resultado quando incorno patrimônio líquido são reconhecidos no patrimônio líquido. A Administração periodicamente ridos, e as variações decorrentes da diferença entre o valor do investimento atualizado pelas avalia a posição fiscal das situações nas quais a regulamentação fiscal requer interpretação e condições contratuais e a avaliação ao valor justo são reconhecidas no patrimônio líquido na estabelece provisões quando apropriado. conta de ajustes de avaliação patrimonial enquanto o ativo não for realizado, sendo reclassificadas Impostos diferidos para o resultado após a realização, líquida dos efeitos tributários. A Companhia não possui itens Imposto diferido é gerado por diferenças temporárias na data do balanço entre as bases fiscais classificados nessa categoria. de ativos e passivos e seus valores contábeis. Impostos diferidos passivos são reconhecidos Passivos financeiros para todas as diferenças tributárias temporárias, exceto: São classificados entre as categorias abaixo de acordo com a natureza dos instrumentos • quando o imposto diferido passivo surge do reconhecimento inicial de ágio ou de um ativo ou financeiros contratados ou emitidos: passivo em uma transação que não for uma combinação de negócios e, na data da transação, a. Passivos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado: incluem passivos finannão afeta o lucro contábil ou o lucro ou prejuízo fiscal; e ceiros usualmente negociados antes do vencimento, passivos designados no reconhecimento • sobre as diferenças temporárias tributárias relacionadas com investimentos em controladas, inicial ao valor justo por meio do resultado. A cada data de balanço são mensurados pelo seu em que o período da reversão das diferenças temporárias pode ser controlado e é provável valor justo. Os juros, a atualização monetária, a variação cambial e as variações decorrentes da que as diferenças temporárias não sejam revertidas no futuro próximo. avaliação ao valor justo, quando aplicáveis, são reconhecidos no resultado quando incorridos. Impostos diferidos ativos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias dedutíveis, A Companhia não possui itens classificados nessa categoria. créditos e perdas tributários não utilizados, na extensão em que seja provável que lucro tributável b. Passivos financeiros não mensurados ao valor justo: passivos financeiros não derivativos que esteja disponível para que as diferenças temporárias dedutíveis possam ser realizadas, e créditos não são usualmente negociados antes do vencimento. Após reconhecimento inicial são mensurae perdas tributários não utilizados possam ser utilizados, exceto: dos pelo custo amortizado pelo método da taxa efetiva de juros. Os juros, a atualização monetária • quando o imposto diferido ativo relacionado com a diferença temporária dedutível é gerado e a variação cambial, quando aplicáveis, são reconhecidos no resultado quando incorridos. A no reconhecimento inicial do ativo ou passivo em uma transação que não é uma combinação Companhia classifica os mútuos com partes relacionadas e outros débitos nessa categoria. de negócios e, na data da transação, não afeta o lucro contábil ou o lucro ou prejuízo fiscal; e 2.8. Julgamentos, estimativas e premissas contábeis significativas • sobre as diferenças temporárias dedutíveis associadas com investimentos em controladas, Julgamentos impostos diferidos ativos são reconhecidos somente na extensão em que for provável que as A preparação das demonstrações financeiras requer que a Administração faça julgamentos e diferenças temporárias sejam revertidas no futuro próximo e lucro tributável esteja disponível estimativas e adote premissas que afetam os valores apresentados de receitas, despesas, ativos para que as diferenças temporárias possam ser utilizadas. e passivos, bem como as divulgações de passivos contingentes, na database das demonstraO valor contábil dos impostos diferidos ativos é revisado em cada data do balanço e baixado na ções financeiras. Contudo, a incerteza relativa a essas premissas e estimativas poderia levar a extensão em que não é mais provável que lucros tributáveis estarão disponíveis para permitir que resultados que requeiram um ajuste significativo ao valor contábil do ativo ou passivo afetado todo ou parte do ativo tributário diferido venha a ser utilizado. Impostos diferidos ativos baixados em períodos futuros. são revisados a cada data do balanço e são reconhecidos na extensão em que se torna provável Estimativas e premissas que lucros tributáveis futuros permitirão que os ativos tributários diferidos sejam recuperados. As principais premissas relativas a fontes de incerteza nas estimativas futuras e outras imporImpostos diferidos ativos e passivos são mensurados à taxa de imposto que é esperada de ser tantes fontes de incerteza em estimativas na data do balanço, envolvendo risco significativo aplicável no ano em que o ativo será realizado ou o passivo liquidado, com base nas taxas de de causar um ajuste significativo no valor contábil dos ativos e passivos no próximo exercício imposto (e lei tributária) que foram promulgadas na data do balanço. financeiro, são discutidas a seguir. Imposto diferido relacionado a itens reconhecidos diretamente no patrimônio líquido também é Perda por redução ao valor recuperável de ativos não financeiros reconhecido no patrimônio líquido, e não na demonstração do resultado. Itens de imposto difeUma perda por redução ao valor recuperável existe quando o valor contábil de um ativo ou unidade rido são reconhecidos de acordo com a transação que originou o imposto diferido, no resultado geradora de caixa excede o seu valor recuperável, o qual é o maior entre o valor justo menos abrangente ou diretamente no patrimônio líquido. custos de venda e o valor em uso. O cálculo do valor justo menos custos de vendas é baseado Impostos diferidos ativos e passivos são apresentados líquidos se existe um direito legal ou em informações disponíveis de transações de venda de ativos similares ou preços de mercado contratual para compensar o ativo fiscal contra o passivo fiscal e os impostos diferidos são menos custos adicionais para descartar o ativo. O cálculo do valor em uso é baseado no modelo relacionados à mesma entidade tributada e sujeitos à mesma autoridade tributária. de fluxo de caixa descontado. Os fluxos de caixa derivam do orçamento para os próximos cinco 2.4. Provisões anos e não incluem atividades de reorganização com as quais a Companhia ainda não tenha Geral se comprometido ou investimentos futuros significativos que melhorarão a base de ativos da Provisões são reconhecidas quando a Companhia tem uma obrigação presente (legal ou não unidade geradora de caixa objeto de teste. O valor recuperável é sensível à taxa de desconto formalizada) em consequência de um evento passado, é provável que benefícios econômicos utilizada no método de fluxo de caixa descontado, bem como aos recebimentos de caixa futuros sejam requeridos para liquidar a obrigação e uma estimativa confiável do valor da obrigação esperados e à taxa de crescimento utilizada para fins de extrapolação. possa ser feita. A despesa relativa a qualquer provisão é apresentada na demonstração do resultado, líquida 3.2.1. Balanço de abertura em 1/1/2009 de qualquer reembolso. Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas Ativo As provisões são constituídas para todas as contingências referentes a processos judiciais para Circulante os quais é provável que uma saída de recursos seja feita para liquidar a contingência/obrigação e Caixa e equivalentes de caixa uma estimativa razoável possa ser feita. A avaliação da probabilidade de perda inclui a avaliação Impostos a recuperar e antecipados das evidências disponíveis, a hierarquia das leis, as jurisprudências disponíveis, as decisões Imposto de renda e contribuição social diferidos (a) mais recentes nos tribunais e sua relevância no ordenamento jurídico, bem como a avaliação Outros créditos dos advogados externos. As provisões são revisadas e ajustadas para levar em conta alterações Total do ativo circulante nas circunstâncias, tais como prazo de prescrição aplicável, conclusões de inspeções fiscais ou exposições adicionais identificadas com base em novos assuntos ou decisões de tribunais. Não circulante 2.5. Ações ordinárias e preferênciais, dividendos e lucro por ação Realizável a longo prazo (a) As ações ordinárias e as preferenciais são classificadas no patrimônio líquido. Impostos a recuperar Os custos incrementais diretamente atribuíveis à emissão de novas ações ou opções são Depósitos para recursos e outros (b) demonstrados no patrimônio líquido como uma dedução do valor captado, líquida de impostos. Imposto de renda e contribuição social diferidos (a) Quando alguma empresa do Grupo compra ações do capital da Companhia (ações em tesouraria), Partes relacionadas o valor pago, incluindo quaisquer custos adicionais diretamente atribuíveis (líquidos do imposto Total do realizável a longo prazo de renda), é deduzido do patrimônio líquido atribuível aos acionistas da Companhia até que as Investimentos (c)/(f) ações sejam canceladas ou reemitidas. Quando essas ações são, subsequentemente, reemitiImobilizado das, qualquer valor recebido, líquido de quaisquer custos adicionais da transação, diretamente Total do ativo não circulante atribuíveis e dos respectivos efeitos do imposto de renda e da contribuição social, é incluído no Total do ativo patrimônio líquido atribuível aos acionistas da Companhia.
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 (Em milhares de Reais, exceto informação por ação expressa em Reais) 2010 2009 Reapresentado Participação em sociedades coligadas 275.426 159.382 (Despesas) receitas operacionais Gerais e administrativas (178) (748) Receitas financeiras (Nota 12) 6.207 7.975 Despesas financeiras (740) (605) Outras despesas, líquidas (2.775) (3.367) 2.514 3.255 Lucro antes dos impostos e das participações 277.940 162.637 Imposto de renda corrente e diferido (Nota 7) (7.971) (897) Contribuição social corrente diferida (Nota 7) (2.882) (332) (10.853) (1.229) Lucro líquido do exercício 267.087 161.408 Número de ações no final do exercício 2.864.444.110 2.864.444.110 Lucro líquido básico e diluído por ação – R$ 0,0932 0,0563 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 (Em milhares de Reais) 2010 2009 Fluxo de caixa das atividades operacionais: Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social 277.940 162.637 Ajuste por: Equivalência patrimonial (275.426) (159.382) Depreciação 22 45 Baixa imobilizado 26 Variações nos ativos e passivos Impostos a recuperar (1.435) (6.180) Outros créditos (867) Partes relacionadas 9.411 59.173 Dividendos recebidos 271.052 185.684 Dividendos pagos (272.354) (244.956) Impostos e contribuições (4) 4.369 Outros débitos (8) (9) Caixa proveniente das atividades operacionais 8.357 1.381 Pagamento de imposto de renda e contribuição social (8.577) (1.262) Caixa líquido proveniente das (aplicado nas) atividades operacionais (220) 119 Aumento (redução) de caixa e equivalente de caixa (220) 119 Caixa e equivalente de caixa no início do exercício 388 269 Caixa e equivalente de caixa no final do exercício 168 388 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 (Em milhares de Reais) 2010 Insumos adquiridos de terceiros Materiais, energia, serviço de terceiros e outros (933) Valor adicionado bruto (933) Depreciações (22) Outros (4) Valor adicionado líquido produzido pela entidade (959) Valor adicionado recebido em transferência Resultado de equivalência patrimonial 275.426 Receitas financeiras 6.207 Despesas financeiras (740) Valor adicionado total a distribuir 279.934 Distribuição do valor adicionado 279.934 Impostos, taxas e contribuições 12.847 Dividendos distribuídos 146.509 Juros sobre capital próprio – Lucros retidos e reserva legal 120.578 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
2009 (748) (748) (45) (711) (1.504) 159.382 7.975 (605) 165.248 165.248 3.840 23.945 29.377 108.086
Impostos Existem incertezas com relação à interpretação de regulamentos tributários complexos e ao valor e época de resultados tributáveis futuros. Dado o amplo aspecto de relacionamentos de negócios internacionais, bem como a natureza de longo prazo e a complexidade dos instrumentos contratuais existentes, diferenças entre os resultados reais e as premissas adotadas, ou futuras mudanças nessas premissas, poderiam exigir ajustes futuros na receita e despesa de impostos já registrada. A Companhia constitui provisões, com base em estimativas cabíveis, para possíveis consequências de auditorias por parte das autoridades fiscais das respectivas jurisdições em que opera. O valor dessas provisões baseia-se em vários fatores, como experiência de auditorias fiscais anteriores e interpretações divergentes dos regulamentos tributários pela entidade tributável e pela autoridade fiscal responsável. Essas diferenças de interpretação podem surgir numa ampla variedade de assuntos, dependendo das condições vigentes no respectivo domicílio da Companhia. Imposto diferido ativo é reconhecido para todos os prejuízos fiscais não utilizados na extensão em que seja provável que haja lucro tributável disponível para permitir a utilização dos referidos prejuízos. Julgamento significativo da Administração é requerido para determinar o valor do imposto diferido ativo que pode ser reconhecido, com base no prazo provável e nível de lucros tributáveis futuros, juntamente com estratégias de planejamento fiscal futuras. Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas As provisões são constituídas para todas as contingências referentes a processos judiciais para os quais é provável que uma saída de recursos seja feita para liquidar a contingência/obrigação e uma estimativa razoável possa ser feita. A avaliação da probabilidade de perda inclui a avaliação das evidências disponíveis, a hierarquia das leis, as jurisprudências disponíveis, as decisões mais recentes nos tribunais e sua relevância no ordenamento jurídico, bem como a avaliação dos advogados externos. As provisões são revisadas e ajustadas para levar em conta alterações nas circunstâncias, tais como prazo de prescrição aplicável, conclusões de inspeções fiscais ou exposições adicionais identificadas com base em novos assuntos ou decisões de tribunais. Provisões As provisões são reconhecidas quando a Companhia tem uma obrigação presente como consequência de um evento passado, cuja liquidação requer uma saída de recursos que é considerada provável e que pode ser estimada com confiabilidade. Essa obrigação pode ser legal ou tácita, derivada de, entre outros fatores, regulamentações, contratos, práticas habituais ou compromissos públicos que criam perante terceiros uma expectativa válida de que a Companhia assumirá determinadas responsabilidades. A determinação do montante da provisão está baseada na melhor estimativa do desembolso que será necessário para liquidar a obrigação correspondente, tomando em consideração toda a informação disponível na data de encerramento, incluída a opinião de peritos independentes, como consultores jurídicos. Devido às incertezas inerentes às estimativas necessárias para determinar o montante das provisões, os desembolsos reais podem ser diferentes dos montantes reconhecidos originalmente com base nas estimativas realizadas. Valor justo de instrumentos financeiros Quando o valor justo de ativos e passivos financeiros apresentados no balanço patrimonial não puder ser obtido de mercados ativos, é determinado utilizando técnicas de avaliação, incluindo o método de fluxo de caixa descontado. Os dados para esses métodos se baseiam naqueles praticados no mercado, quando possível, contudo, quando isso não for viável, um determinado nível de julgamento é requerido para estabelecer o valor justo. O julgamento inclui considerações sobre os dados utilizados como, por exemplo, risco de liquidez, risco de crédito e volatilidade. Mudanças nas premissas sobre esses fatores poderiam afetar o valor justo apresentado dos instrumentos financeiros. 2.9. Ajuste a valor presente de ativos e passivos Os ativos e passivos monetários de longo prazo são ajustados pelo seu valor presente, e os de curto prazo, quando o efeito é considerado relevante em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto. O ajuste a valor presente é calculado levando em consideração os fluxos de caixa contratuais e a taxa de juros explícita, e em certos casos implícita, dos respectivos ativos e passivos. Dessa forma, os juros embutidos nas receitas, despesas e custos associados a esses ativos e passivos são descontados com o intuito de reconhecê-los em conformidade com o regime de competência. Posteriormente, esses juros são realocados nas linhas de despesas e receitas financeiras no resultado por meio da utilização do método da taxa efetiva de juros em relação aos fluxos de caixa contratuais. As taxas de juros implícitas aplicadas foram determinadas com base em premissas e são consideradas estimativas contábeis 3. Adoção dos pronunciamentos contábeis aplicáveis a partir de 1º de janeiro de 2009 Em todos os exercícios anteriores, incluindo o exercício findo em 31 de dezembro de 2009, as demonstrações financeiras da Companhia eram apresentadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, normas complementares da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitidos até 31 de dezembro de 2008 e disposições contidas na Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76, Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09). As demonstrações financeiras para o exercício findo em 31 de dezembro de 2010 são as primeiras apresentadas considerando a aplicação integral dos CPCs. Desta forma, a Companhia preparou suas demonstrações financeiras cumprindo as normas previstas nos CPCs para os períodos iniciados em, ou após 1º. de janeiro de 2010, bem como preparou o seu balanço de abertura com data de transição de 1º de janeiro de 2009. Esta nota explica os impactos, as exceções obrigatórias e certas isenções opcionais de aplicação retrospectiva, conforme estabelecido nos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações Técnicas emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e aprovadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O CPC 37 R exige que uma entidade desenvolva políticas contábeis baseadas nos padrões e interpretações do CPC em vigor na data de encerramento de suas primeiras demonstrações financeiras e que essas políticas sejam aplicadas na data de transição e durante todos os períodos apresentados nas primeiras demonstrações do CPC (aplicação de todas as normas). A Companhia adotou como data de transição 1º de janeiro de 2009. A Companhia adotou todos os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações do CPC emitidos até 31 de dezembro de 2010. As principais diferenças entre as práticas contábeis adotadas na data de transição, incluindo as reconciliações do Patrimônio Líquido e do Resultado, com aquelas adotadas na apresentação das demonstrações financeiras comparativas estão descritas na Nota 3.2. 3.1. Exceções obrigatórias e isenções à aplicação retrospectiva O CPC 37 R permite às empresas a adoção de certas isenções voluntárias. A Companhia, com base em suas operações anteriores efetuou análise de todas as isenções voluntárias permitidas e verificou que tais isenções não são aplicáveis e não impactam nas demonstrações financeiras na data da adoção inicial. 3.2. Conciliação das práticas contábeis aplicadas na elaboração das demonstrações financeiras anteriormente apresentadas Em conformidade ao CPC 37 R, a Companhia apresenta a conciliação do ativo, passivo, resultado, patrimônio líquido e resultado abrangente dos exercícios tornados públicos anteriormente nas informações anuais referente aos períodos de 1.1.2009 (data de transição) e 31/12/2009, preparados de acordo com as práticas adotadas no Brasil (BRGAAP) vigentes até 31 de dezembro de 2009, considerando os CPCs vigentes em 2010. Conforme publicação 31/12/2008 269 1.558 1.068 4.086 6.981
5.030 7.679 1.617 84.737 99.063 685.970 93 785.126 792.107
Ajustes do balanço de abertura – – (1.068) – (1.068)
– 4.605 1.068 – 5.673 4.747 – 10.420 9.352
Balanço de abertura em 1/1/2009 269 1.558 – 4.086 5.913
5.030 12.284 2.685 84.737 104.736 690.717 93 795.546 801.459
DIÁRIO DO COMÉRCIO
20 -.ECONOMIA/LEGAIS
sexta-feira, 25 de março de 2011
Brasmotor S.A.
CNPJ/MF nº 61.084.984/0001-20 – NIRE 35.300.026.667 Companhia Aberta Av. das Nações Unidas nº 12.995 – 32º andar – São Paulo-SP ...continuação das Nota às Demonstrações Financeiras em 31 de dezembro de 2010 e 2009 e 1º de janeiro de 2009 (Em milhares de Reais, exceto quando indicado de outra forma) Passivo e patrimônio líquido Circulante Impostos, taxas e contribuições a pagar Dividendos a pagar Partes relacionadas Outros débitos Total do passivo circulante Não circulante Provisão para demandas judiciais e administrativas Total do passivo não circulante Patrimônio líquido Capital social Reserva de lucros Ajuste de avaliação patrimonial Ajustes acumulados de conversão Total do patrimônio líquido Total do passivo e patrimônio líquido
Conforme publicação 31/12/2008
Ajustes do balanço de abertura
Balanço de abertura em 1/1/2009
98 505 265 1.367 2.235
– – – – –
98 505 265 1.367 2.235
– –
4.605 4.605
4.605 4.605
(b)
577.400 264.629 (70.289) 18.132 789.872 792.107
(c)/(d)/(f) (e) (d)
23.166 (287) (18.132) 4.747 9.352
577.400 287.795 (70.576) – 794.619 801.459
3.2.2. Balanço de Abertura em 31/12/2009 Ativo Circulante Caixa e equivalentes de caixa Impostos a recuperar e antecipados Imposto de renda e contribuição social diferidos Total do ativo circulante Não circulante Realizável a longo prazo Impostos a recuperar Depósitos para recursos e outros Imposto de renda e contribuição social diferidos Partes relacionadas Outros créditos Total do realizável a longo prazo Investimentos Imobilizado Total do ativo não circulante Total do ativo Passivo e Patrimônio Líquido Circulante Impostos, taxas e contribuições a pagar Dividendos a pagar Partes relacionadas Outros débitos Total do passivo circulante Não Circulante Provisão p/ demandas judiciais e administrativas Total do passivo não circulante Patrimônio líquido Capital social Reserva de lucros Ajuste de avaliação patrimonial Ajuste acumulado de conversão Total do patrimônio líquido Total do passivo e patrimônio líquido
Conforme publicação 31/12/2009
Ajustes do balanço de abertura
388 3.341 1.068 4.797
(a)
(b) (a)
(c)/(f)
– – (1.068) (1.068) – 4.605 1.068 – – 5.673 624 – 6.297 5.229
5.030 12.292 2.585 25.721 4.086 49.714 718.477 48 768.239 771.968
112 591 421 1.193 2.317
– – – – –
112 591 421 1.193 2.317
– –
4.605 4.605
4.605 4.605
577.400 183.587 27.763 (24.328) 764.422 766.739
(a) Imposto de renda e contribuição social diferidos: De acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil até 31 de dezembro de 2009, os valores de imposto de renda e contribuição social diferidos eram classificados no ativo circulante ou não circulante, conforme a expectativa de realização. Para atender o disposto no CPC 32, os tributos diferidos foram reclassificados do ativo circulante para o ativo não circulante. Além destas reclassificações, o imposto de renda e contribuição social decorrente dos ajustes dos CPCs foram classificados como ativo não circulante. (b) Depósitos judiciais: De acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil até 31 de dezembro de 2009, os valores de depósitos judiciais dados em garantia a processos judiciais cíveis, trabalhistas e tributários eram apresentados no balanço patrimonial como redutores dos respectivos passivos. Para atender o disposto no CPC 25, a Companhia reclassificou os referidos depósitos judiciais para o ativo circulante e não circulante, conforme a expectativa de realização (Nota 10). (c) Equivalência patrimonial: Refere-se aos efeitos de equivalência patrimonial sobre os ajustes de adoção dos CPCs efetuados pela coligada Whirlpool S.A. (d) Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis: Refere-se aos efeitos reflexos nos ajustes da adoção do CPC 2 e 37 no patrimônio líquido da coligada Whirlpool S.A. (e) Ajuste de avaliação patrimonial: Refere-se aos efeitos reflexos sobre os outros resultados abrangentes contidos no patrimônio líquido da coligada Whirlpool S.A. (f) Baixa de deságio: Refere-se à baixa do deságio contra lucros acumulados, conforme atendimento ao CPC 15 e ICPC 09.
388 3.341 – 3.729
5.030 7.687 1.517 25.721 4.086 44.041 717.853 48 761.942 766.739
(b)
(c)/(d)/(f) (e) (d)
Balanço de abertura em 31/12/2009
– 20.573 (2.050) (17.899) 624 5.229
577.400 204.160 25.713 (42.227) 765.046 771.968
3.3. Reconciliação dos ajustes no patrimônio líquido e resultado do exercício Nota 2009 1/1/2009 Patrimônio líquido divulgado de acordo com as práticas contábeis anteriores: Efeitos decorrentes das novas práticas: Baixa de deságio Equivalência patrimonial Patrimônio líquido apurado de acordo com as novas práticas contábeis:
(f) (c)/(d)/(e)
764.422 624 14.464 (13.840)
789.872 4.747 14.464 (9.717)
765.046
794.619
Nota
2009 Lucro líquido do exercício divulgado de acordo com as práticas contábeis anteriores: 164.049 Efeitos decorrentes das novas práticas: (2.641) Equivalência patrimonial (c) (2.641) Lucro líquido do exercício de acordo com as novas práticas contábeis: 161.408 3.4. Reconciliação das informações trimestrais ajustadas pelos efeitos da adoção aos novos pronunciamentos contábeis Em janeiro de 2011 a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deliberou que as companhias abertas que, até a data da apresentação das demonstrações financeiras do exercício social iniciado a partir de primeiro de janeiro de 2010, não tiverem reapresentado os seus ITR de 2010, deveriam incluir nessas demonstrações anuais nota explicativa evidenciando, para cada trimestre de 2010 e 2009, os efeitos no resultado e no patrimônio líquido decorrentes da plena adoção das normas de 2010.
Os efeitos oriundos da adoção dos CPCs estão demonstrados abaixo: Nota Patrimônio líquido divulgado de acordo com as práticas contábeis anteriores: Efeitos decorrentes das novas práticas: Baixa de deságio Equivalência patrimonial Patrimônio líquido apurado de acordo com as novas práticas contábeis:
(f) (c )/(d)/(e)
Nota Lucro líquido do exercício divulgado de acordo com as práticas contábeis anteriores: Efeitos decorrentes das novas práticas: Equivalência patrimonial Lucro líquido do exercício de acordo com as novas práticas contábeis:
(c )
4. Participações em sociedades coligadas 4.1 Movimentação dos Investimentos
30/6/2010
937.926 (1.089) 14.464 (15.553)
901.317 (363) 14.464 (14.827)
31/3/2010 866.517 379 14.464 (14.085)
30/9/2009 930.932 1.386 14.464 (13.078)
30/6/2009 894.328 2.066 14.464 (12.398)
31/3/2009 842.986 2.770 14.464 (11.694)
936.837
900.954
866.896
932.318
896.394
845.756
9 meses findos em 30/9/2010
6 meses findos em 30/6/2010
3 meses findos em 31/3/2010
9 meses findos em 30/9/2009
6 meses findos em 30/6/2009
3 meses findos em 31/3/2009
172.140 (2.199) (2.199) 169.941
154.228 (1.473) (1.473) 152.755
99.621 (731) (731) 98.890
89.153 (2.127) (2.127) 87.026
56.160 (1.447) (1.447) 54.713
24.553 (743) (743) 23.810
6. Outros créditos Whirlpool S.A. 714.677
2010 Total 718.477
2009 Total 690.717
Outros No início do exercício 3.800 Ajustes de avaliação patrimonial em controladas (8.441) (1) (8.442) 54.062 Equivalência patrimonial 275.365 61 275.426 159.382 Juros sobre capital próprio e dividendos recebidos e propostos (271.052) – (271.052) (185.684) No fim do exercício 710.549 3.860 714.409 718.477 4.2 Nossa participação Quantidade de ações possuídas e participação no capital social da Whirlpool S.A.: Participação Quantidade de Ações /Quotas No capital (%) Ordinárias Preferenciais Total Votante 454.958.734 212.116.767 44,39 44,23 Whirpool S.A. em 31/12/2010 Patrimônio Receita Lucro líquido Passivo líquido Bruta do período (2.876.509) (1.636.693) 5.666.301 620.332
Ativo 4.513.202 5. Partes relacionadas A Brasmotor S.A. é controlada pela Whirlpool do Brasil Ltda., a qual participa em seu capital em 77,85%. Indiretamente, a Brasmotor S.A. tem como sua investidora, a Whirlpool Corporation, com sede nos Estados Unidos da América. A Companhia mantém operações de mútuo e conta corrente com sua coligada Whirlpool S.A. sem vencimento determinado. Os mútuos entre as companhias foram firmados com a finalidade de financiar o capital de giro necessário a manutenção de suas operações. O grupo adota, para estas operações, taxas de juros praticadas no mercado de forma a não prejudicar os acionistas não controladores. Para referidas transações não existem garantias e nem provisão para liquidação de créditos duvidosos. Ativo não circulante Encargos 2010 2009 1/1/2009 Whirlpool S.A 100% CDI 16.439 25.716 66.500 Whirlpool Eletrodomésticos AM S.A. 100% CDI – 5 18.237 25.721 84.737 Ativo não circulante 16.439 Passivo circulante Encargos 2010 2009 1/1/2009 Whirlpool S.A. 550 421 265 Passivo circulante 550 421 265 Passivo não circulante
Whirlpool S.A
30/9/2010
receita de juros
Resultado financeiro 2010 2009 2.301 7.821 2.301 7.821
Por não haver funcionários ou pessoas-chaves registrados na Companhia, não há divulgação da remuneração do pessoal-chave conforme requerido pelo CPC 05. Os Diretores e Conselheiros são remunerados pela coligada Whirlpool S.A., logo, não há remuneração especificamente na Brasmotor S.A.
2010 2009 1/1/2009 2.000 2.000 2.000 2.071 2.071 2.071 875 15 15 4.946 4.086 4.086 Ativo circulante – – 4.086 Ativo não circulante 4.946 4.086 – (i) Refere-se à venda de imóvel efetuada em dezembro 2005, cuja realização se dará após decisão judicial. (ii) Refere-se à conta de holdback sobre operação de venda de investimento realizada em novembro de 2005. 7. Imposto de renda e contribuição social O imposto de renda e a contribuição social diferidos ativos e passivos foram constituídos considerando as alíquotas vigentes e têm a seguinte composição: 2010 2009 1/1/2009 Imposto de renda diferido ativo sobre: Provisões temporariamente não dedutíveis 296 298 298 Contribuição social diferida ativa sobre: Bases negativas 1.316 2.181 2.280 Provisões temporariamente não dedutíveis 107 106 107 Total impostos diferidos 1.719 2.585 2.685 Foram registrados no resultado do exercício os seguintes montantes de imposto de renda e contribuição social correntes e diferidos: 2010 2009 Variação no: Imposto de renda corrente (7.950) (897) Imposto de renda ajuste exercício anterior (21) – Imposto de renda diferido – – Imposto de renda (7.971) (897) Variação na: Contribuição social corrente (2.010) (232) Contribuição social ajuste exercício anterior (6) Contribuição social diferida (866) (100) (332) Contribuição social (2.882) A realização do crédito tributário se dará por meio de geração de lucros tributáveis futuros que ocorrerão quando do recebimento de juros sobre capital próprio da coligada Whirlpool S.A., oriundos de distribuição mínima obrigatória de lucros de exercícios futuros. O prazo previsto para a realização integral destes créditos tributários é de até 4 anos. A conciliação dos tributos lançados ao resultado do exercício da Companhia é como segue: 2010 2009 Imposto Contribuição Imposto Contribuição de renda social de renda social Resultado contábil antes dos impostos e da participação estatutária 277.940 277.940 162.637 162.637 Juros sobre capital próprio – – (69) (69) Diferenças permanentes: Equivalência patrimonial (275.426) (275.426) (159.382) (159.382) Outras 29.370 29.509 402 500 Base de cálculo 31.884 32.023 3.588 3.686 Alíquotas 25% 9% 25% 9% (2.882) (897) (332) Sub total (7.971) Títulos a receber – Imóveis (i) Adiantamentos (ii) Outras contas a receber
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
CONTADORA
DIRETORIA
Andrea Bertoluzzi CRC 1SP 216.643/O-0
8. Impostos a recuperar e antecipados 2010 2009 1/1/2009 – 488 – – 122 – 8.744 5.030 5.030 1.062 2.731 1.558 8.371 6.588 9.806 Ativo circulante 1.062 3.341 1.558 Ativo não circulante 8.744 5.030 5.030 A realização dos impostos a recuperar se dará através de pedidos de compensação com imposto de renda e contribuição social a pagar e demais tributos de natureza federal. O saldo remanescente realizar-se-á no prazo de até 2 anos. 9. Outros débitos 2010 2009 1/1/2009 Imposto de renda e contribuição social (i) 176 176 175 Provisão despesa com imóvel (ii) 701 701 701 Honorários advocatícios (ii) 307 316 316 Outras contas a pagar – – 175 1.193 1.367 1.184 (i) O valor devido a título de imposto de renda e contribuição social será quitado através de compensação com ativos recolhidos antecipadamente de natureza federal. (ii) Referem-se a despesas para liquidação de processo de venda com imóvel, citado na Nota 6. 10. Provisão para demandas judiciais e administrativas A Companhia efetua uma avaliação permanente dos riscos envolvidos em processos cíveis, trabalhistas e tributários que surgem no decorrer de suas atividades. Essa avaliação é efetuada com base nas informações disponíveis e nos fatores de riscos presentes em cada processo, incluindo a opinião dos assessores jurídicos da Companhia. Suportada por este processo de avaliação, a Administração, constituiu provisão em montante considerado suficiente para cobrir as perdas prováveis no desfecho das ações em curso, como segue: Provisão para demandas judiciais e administrativas relacionadas a causas: 2010 2009 1/1/2009 Trabalhista 4 4 4 Tributária 4.601 4.601 4.601 4.605 4.605 Total 4.605 Não houve movimentação nas provisões nos exercícios. Abaixo estão demonstrados os depósitos judiciais vinculados e não vinculados a processos provisionados classificados no grupo de ativo não circulante: Depósitos Judiciais 2010 2009 1/1/2009 Trabalhista 564 557 549 Tributária 11.735 11.735 11.735 12.299 12.292 12.284 • Em 1994,a Brasmotor S.A. interpôs uma ação judicial (Mandado de Segurança) pleiteando o reconhecimento do expurgo do Plano Verão (fevereiro de 1989), na base de cálculo do IR e da CSLL. O pleito na ação é o reconhecimento do referido expurgo inflacionário na alíquota de 70,28% para o mês de fevereiro de 1989, sendo que foi reconhecido o direito, pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no percentual de 42,72%. O referido entendimento foi mantido pelo STJ, que negou provimento a recurso da União. Paralelamente a essa ação foi interposta uma Medida Cautelar Incidental ao Mandado de Segurança para o depósito das quantias em discussão, o que foi feito em 29 de dezembro de 1994 nos valores de R$2.424 e R$2.601 a título de IR e CSLL, respectivamente, valores esses que correspondem ao efeito do expurgo na alíquota de 70,28%. Tais valores foram inicialmente provisionados pela Companhia e parcialmente revertidos em 2004 com relação aos valores incontroversos (diferença para o percentual de 42,72% já ganho), portanto, encontra-se provisionado um residual de R$4.601, conforme demonstrado no quadro acima, para o qual existe depósito judicial equivalente. 11. Patrimônio líquido a) Capital social O capital social, subscrito e integralizado, é representado por 2.864.444.110 ações escriturais, todas sem valor nominal, sendo 986.060.042 em ações ordinárias e 1.878.384.068 em ações preferenciais. Do montante do capital social, R$102.489 são de acionistas residentes no exterior. b) Reservas de lucros i) Reserva legal - constituída em montante equivalente a 5% do lucro líquido do exercício, até o limite de 20% do capital realizado atualizado. ii) Retenção de lucros - corresponde ao remanescente de lucro visando, principalmente, atender ao plano de investimentos da Companhia e ao reforço do capital circulante. c) Ajuste de avaliação patrimonial e Ajuste acumulado de conversão Refere-se aos efeitos reflexos sobre os ajustes de outros resultados abrangentes contidos no patrimônio líquido da coligada Whirlpool S.A. d) Juros sobre capital próprio e dividendos Aos titulares de ações são atribuídos, em cada exercício, dividendos ou juros sobre o capital próprio não inferiores a 25% do lucro líquido. A partir de 1997, são destinados às ações preferenciais dividendos ou juros sobre o capital próprio em valor 10% superior àqueles destinados às ações ordinárias. Em reunião do Conselho de Administração, em reunião realizada em 26 de outubro de 2010, ficou aprovada a distribuição de dividendos intermediários, para todas as ações integrantes do capital social atual (beneficiando os acionistas que se encontravam inscritos nos registros da Companhia em 26 de outubro de 2010, correspondente a 2.864.444.110 ações), da seguinte forma: 1. (a) R$ 0,04800 por ação, para todas as ações ordinárias; e (b) R$ 0,05280 por ação, para todas as ações preferenciais, relativos aos lucros apurados no balanço levantado em 30 de junho de 2010; 2. (a) R$ 0,04127 por ação, para todas as ações ordinárias; e (b) R$ 0,04540 por ação, para todas as ações preferenciais, relativos aos lucros disponíveis em Reservas de Lucros, conforme balanço levantado em 30 de junho de 2010; O cálculo dos dividendos mínimos obrigatórios segue demonstrado abaixo: 2010 2009 Lucro Líquido do exercício 267.087 161.408 Constituição da Reserva Legal (5%) (13.354) (8.070) Lucro Líquido Ajustado 253.733 153.338 Dividendos mínimos obrigatórios (25%) 63.433 38.335 Distribuição dos juros sobre o capital próprio Juros sobre o capital próprio distribuídos para as ações ordinárias (R$) – 9.466 Juros sobre o capital próprio distribuídos para as ações preferenciais (R$) – 19.911 – 29.377 Distribuição dos dividendos Dividendos distribuídos para as ações ordinárias (R$) 47.331 7.790 Dividendos distribuídos para as ações preferenciais (R$) 99.178 16.155 146.509 23.945 Total de dividendos e juros sobre o capital próprio distribuídos 146.509 53.322 Quantidade de ações Ações ordinárias 986.060.042 986.060.042 Ações preferenciais 1.878.384.068 1.878.384.068 2.864.444.110 2.864.444.110 Juros sobre o capital próprio distribuídos por ação Ações ordinárias – 0,0096 Ações preferenciais – 0,0106 Dividendo distribuídos por ação Ações ordinárias 0,0480 0,0079 Ações preferenciais 0,0528 0,0086 A movimentação dos dividendos e juros sobre capital próprio é como segue: Saldos em 1º de janeiro de 2009 505 (+) Distribuição de dividendos do exercício 23.945 (+) Distribuição de juros sobre capital próprio 29.377 (+) Distribuição de dividendos de saldo de lucros retidos 191.721 (-) Pagamentos (244.956) Saldos em 31 de dezembro de 2009 592 (+) Distribuição de dividendos do exercício 146.509 (+) Distribuição de dividendos de saldo de lucros retidos 125.973 (-) Pagamentos (272.354) Saldos em 31 de dezembro de 2010 720 d) Lucro por ação Básico e diluído O lucro básico e diluído por ação é calculado mediante a divisão do lucro atribuível aos acionistas da sociedade, pela quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas durante o exercício., excluindo as ações ordinárias compradas pela sociedade e mantidas como ações em tesouraria. Em 2010 e 2009 não houve emissão de novas ações para circulação aos acionistas. 2010 2009 1/1/2009 Lucro atribuível aos acionistas da sociedade 267.087 161.408 325.428 Quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas (milhares) 1.502.786 1.502.786 1.502.786 Lucro básico por ação 0,1777 0,1074 0,2165 12. Receitas financeiras Resultado Financeiro 2010 2009 Atualização monetária de Impostos 3.906 154 Receita de juros 2.301 7.821 7.975 6.207 13. Relacionamento com auditores independentes Com objetivo de atender à Instrução CVM n.381 de 14 de janeiro de 2003, a Brasmotor S.A. informa que a Ernst & Young Terco Auditores Independentes SS prestadora dos serviços de auditoria independente das demonstrações financeiras da Companhia, não prestou serviços não-relacionados à auditoria externa. IRPJ antecipado Contribuição social antecipada PIS a compensar IRRF a compensar
RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Responsabilidade dos auditores independentes financeiras tomadas em conjunto. Aos Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras com Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa Administradores e Acionistas da base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de audiopinião. Brasmotor S.A. toria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria São Paulo - SP Examinamos as demonstrações financeiras da Brasmotor S.A., que compreendem o balanço patri- seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações Opinião sobre as demonstrações financeiras Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas apresentam adequadamente, monial em 31 de dezembro de 2010 e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado financeiras estão livres de distorção relevante. abrangente, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado, para Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Brasmotor S.A. em 31 de respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos dezembro de 2010, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. notas explicativas. relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras A Administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, assim como pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.
Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas Auditores Independentes S.S. contábeis feitas pela Administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações CRC-2SP015199/O-6
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, 25 de março de 2011
ECONOMIA/LEGAIS - 21
Shopping Center Ibirapuera S.A. - CNPJ/MF nº 58.579.467/0001-18 Aviso aos Acionistas Acham-se à disposição dos Srs. Acionistas, na sede social, os documentos a que se refere o artigo 133 da Lei nº 6.404, de 15/12/1976, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010. São Paulo, 23/03/2011. Armando de Angelis Filho - Presidente do Conselho de Administração.
José Kalil S/A Participações e Empreendimentos CNPJ nº 60.937.653/0001-23 Aviso aos Acionistas Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, na sede social, na Rua Professor Cesare Lombroso nº 259, nesta Capital, os documentos a que se refere o artigo 133 da Lei nº 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010, São Paulo, 24 de março de 2011. João Carlos Piccelli - Diretor Presidente. 24,25,26/03/2010
Alfa Holdings S.A. Sociedade Anônima de Capital Aberto CNPJ/MF nº 17.167.396/0001-69 - NIRE 35 3 0002375 7 Aviso Encontram se à disposição dos Senhores Acionistas, na sede social, na Alameda Santos, 466, nesta Capital, os documentos de que trata o Artigo 133 da Lei 6.404/76, relativos ao exercício de 2010. São Paulo, 24 de março de 2011. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Diretor Presidente.
COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA DE SÃO PAULO - CODASP CNPJ Nº 61.585.220/0001-19 AVISO AOS ACIONISTAS Comunicamos, para os devidos fins, que se acham à disposição dos Srs. Acionistas desta Companhia, em sua sede social, na Av. Miguel Estéfano, 3.900, Capital, os documentos a que se refere o art. 133 da Lei 6404 de 15.12.76, relativos ao exercício social encerrado em 31.12.2010. São Paulo, 24 de março de 2011- Petrônio Pereira Lima - Diretor Presidente.
Consórcio Alfa de Administração S.A. Sociedade Anônima de Capital Aberto CNPJ/MF nº 17.193.806/0001-46 e NIRE 35 3 0002366 8 Aviso Encontram-se à disposição dos Senhores Acionistas, na sede social, na Alameda Santos, 466, nesta Capital, os documentos de que trata o Artigo 133 da Lei 6.404/76, relativos ao exercício de 2010. São Paulo, 24 de março de 2011. Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro - Diretor Presidente
BBD Participações S.A. CNPJ no 07.838.611/0001-52 - NIRE 35.300.335.295 AVISO - Comunicamos que se encontram à disposição dos acionistas, a partir desta data, na sede social, na Cidade de Deus, Prédio Prata, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, Departamento de Contadoria Geral, os documentos de que trata o Artigo 133 da Lei n o 6.404, de 15.12.1976, relativos ao exercício social encerrado em 31.12.2010. Osasco, SP, 24 de março de 2011. 25, 26 e 29.3.2011 Diretoria.
Cidade de Deus - Companhia Comercial de Participações CNPJ no 61.529.343/0001-32 - NIRE 35.300.053.800 AVISO - Comunicamos que se encontram à disposição dos acionistas, a partir desta data, na sede social, na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, Departamento de Contadoria Geral, os documentos de que trata o Artigo 133 da Lei no 6.404, de 15.12.1976, relativos ao exercício social encerrado em 31.12.2010. Osasco, SP, 24 de março de 2011. Diretoria. 25, 26 e 29.3.2011
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINA Processo nº 27/2011 - Pregão nº 14/2011, que tem por objeto Registro de Preço para contratação futura de empresa, para execução de serviços comuns de recapeamento asfáltico, com fornecimento de material e mão de obra, em conformidade com anexo I - termo de referência. Fica excluído do edital o item 7.2.1 - Certificado de Registro e regularidade da empresa junto ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura ou Agronomia - CREA, dentro de seu prazo de validade, comprovando o seu registro e dos responsáveis técnicos. As demais cláusulas, condições e prazos permanecem inalterados. Andradina, 24 de março de 2011 Jamil Akio Ono - Prefeito
BNT S.A. CNPJ 60.780.038/0001-56 Edital de Convocação e Aviso aos Acionistas Assembléia Geral Ordinária Ficam os Srs. Acionistas desta Sociedade convocados a se reunirem em Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se no dia 26 de abril de 2011, às 15:00 horas, na sede social da empresa, situada na Capital do Estado de São Paulo, à Rua Gomes de Carvalho, 1.507, Edifício Tenerife, Bloco B, 4º andar, cjs. 41 e 42, sala 1, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: a) - Exame, discussão e votação do Relatório da Diretoria, das Demonstrações Financeiras e do Parecer do Conselho Fiscal, referentes ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010. b) - Destinação do resultado do exercício; c) - Eleição do Conselho Fiscal para o exercício de 2011; d) - Fixação dos honorários da Diretoria e do Conselho Fiscal.Documentos á Disposição - Acham-se à disposição dos Srs. Acionistas, na Rua Gomes de Carvalho, 1.507, Edifício Tenerife, Bloco B, 4º andar, cjs. 41 e 42, sala 1, nesta Capital, os documentos a que se refere o Art. 133, da Lei nº 6404/76, relativos ao exercício de 2010. São Paulo, 23 de Março de 2011 - Ernesto Assad Abdalla - Diretor Presidente 24,25,26/03/2011
Organização Médica Cruzeiro do Sul S/A. C.N.P.J. nº. 61.613.287/0001-10 ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA - CONVOCAÇÃO Ficam convocados os Senhores Acionistas desta sociedade para se reunirem em AGO, a realizar-se no dia 27/04/2011 às 08:00 horas, em sua sede social, na Av. dos Autonomistas, 2502 na cidade de Osasco/SP, a fim de tomarem conhecimento e deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: AGO a) Exame, discussão e votação das contas da diretoria, do balanço geral e das demais demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31/12/2010; b) Fixação da Remuneração dos Administradores; c) Destinação do Resultado Liquido do Exercício; d)Eleição dos membros do Conselho de Administração para o triênio 2011/2014 ; e) Outros assuntos de interesse social. Aviso: Achamse à disposição dos Senhores Acionistas na sede da sociedade os documentos a que se refere o art. 133 da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2010. Osasco, 22 de março de 2011. Dr. Roberto Cavalieri Costa - Presidente do Conselho de Administração. (24, 25 e 26)
SULEIBRA ADMINISTRADORA E COMERCIAL S/A CNPJ/MF nº 60.105.145/0001-89 - NIRE 35.300.178.131 Edital de Convocação de Assembleia Geral Ordinária Ficam convocados os Srs. Acionistas para se reunirem em Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se, às 10:00 horas, do dia 04/04/2011, na Sala Brooklin, do Hotel InterCity, sito à Rua Alcides Lourenço da Rocha, nº 136, Brooklin Novo, CEP 04571-110, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, para deliberar sobre a seguinte Ordem do Dia: (a) exame, discussão e votação do Relatório da Diretoria, do Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010, publicados nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio” dos dias 26/02/2011 e 26, 27 e 28/02/2011, respectivamente; (b) exame, discussão e votação da proposta da Diretoria para a destinação do lucro do referido exercício, (c) eleição da Diretoria e (d) outros assuntos de interesse da Companhia. Os Srs. Acionistas poderão ser representados na Assembleia por procuradores constituídos na forma do artigo 126, parágrafos 1º e 2º da Lei das Sociedades Anônimas. São Paulo, 10 de março de 2011. Ibrahim Suleiman - Diretor-Presidente.
Froma Administração e Participações S/A CNPJ/MF nº 65.771.636/0001-82 Retificação Na publicação do Balanço Pratimonial encerrado em 31/12/2010 efetuado neste jornal na edição de 03/03/2011, no Ativo na linha de Investimento onde se lê: 7.928.407, leia-se 7.938.407, na linha de Total não Circulante onde se lê: 8.788.449, leia-se 8.798.449, na linha de Total do Ativo onde se lê: 8.822.812, leia-se 8.832.812, no Passivo na linha Capital Social onde se lê: 1, leia-se 10.000, na linha do Total do Patrimônio Líquido onde se lê: 8.415.908, leia-se 8.425.907, na linha do Total do Passivo e Patrimônio Líquido onde se lê: 8.822.812, leia-se 8.832.812, nas Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido faltou a linha Aumento de Capital Em espécie na coluna Capital Social o valor 9.999 na coluna Patrimônio Líquido o valor 9.999, na linha de Saldo em 31 de Dezembro de 2.010 onde se lê: 1, leia-se 10.000 e onde se lê: 8.415.908, leia-se 8.425.907, nas Demonstração do Fluxo De Caixa, na linha de Contas a Pagar onde se lê: 590, leia-se 591, na linha do Total das Atividades Operacionais onde se lê: 1.090.375, leia-se 1.090.376, na linha de Investimentos onde se lê: 407.681, leia-se 417.681, na linha do Total das Atividades de Investimentos onde se lê: 411.578 leia-se 421.578 e também não constou a linha de Aumento de Capital com 9.999 na coluna de 2010, na linha do Recursos Líquidos Utilizados nas Atividades de Financiamento onde se lê: (782.252), leia-se (772.253).
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: PREGÃO (PRESENCIAL) Nº 05/00183/11/05 OBJETO: FORNECIMENTO EVENTUAL E TRANSPORTE DE ÁGUA POTÁVEL ATRAVÉS DE CAMINHÃO PIPA PARA ABASTECIMENTO DE UNIDADES ESCOLARES DA REGIÃO GUARULHOS / SUZANO / ARUJÁ A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para fornecimento eventual e transporte de Água Potável através de Caminhão Pipa para Abastecimento de Unidades Escolares da Região Guarulhos / Suzano / Arujá. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, situada na Av. São Luis, 99 - 1° andar - Centro - São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas ou através do site www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na SEDE DA FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 07/04/2011, ou no primeiro dia útil subsequente, no mesmo horário, na hipótese de não haver expediente naquela data. Esta Licitação será processada em conformidade com a Lei Federal Nº 10.520/02, Decreto Estadual Nº 47.297/02 e Resolução CEGP-10/02, aplicando-se subsidiariamente, no que couberem, as disposições contidas na Lei Federal Nº 8.666/93 e Lei Estadual Nº 6.544/89, com alterações posteriores e demais normas regulamentares aplicáveis à espécie. As propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. José Bernardo Ortiz Presidente
Webtrust Empreendimentos S.A. CNPJ/MF nº 03.582.303/0001-58 – NIRE 35.300.360.052 Ata de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 07/03/11 1. Dia, Hora e Local: Assembléia realizada às 10hs do dia 07/03/11, na sede da Webtust Empreendimentos S.A. (“Cia.”), em SP/ SP, R. Luis Coelho, 338/340, cj. 42. 2. Composição da Mesa e Instalação da Assembléia: Presidente: Cedric Tanguy Pierre Chicoyneau de Lavalette; Secretário:Leandro Kenski, 3. Presença e Quorum de Instalação: acionistas representando a maioria do capital social, conforme se verifica pelas assinaturas constantes do “Livro de Presenças de Acionistas”. 4. Convocação: Todos os acionistas da Cia. foram devidamente convocados para a presente Assembléia, conforme edital de convocação publicado no DOESP em 24, 25 e 26/02/11 e no Diário do Comércio em 24, 25 e 26/02/11. 5. Ordem do Dia: (i) ratificar a renúncia da Srª. Alex Catherine de Haan ao cargo no Cons. de Adm. e (ii) eleger os Srs. Leandro Kenski, Cedric Tanguy Pierre Chicoyneau de Lavalette e Gabriel Kenski para o Cons. de Adm.. 6. Deliberações: Por unanimidade de votos dos acionistas presentes, foi deliberado: 6.1. Aprovar a lavratura da ata na forma de sumário dos fatos ocorridos, conforme faculta o Art. 130, § 1º, da Lei das Sociedades por Ações. 6.2. Ratificar a renúncia da Srª. Alexandra Catherine de Haan, holandesa, solteira, economista, residente e domiciliada na R. Visconde de Pirajá, n° 572, 401/parte, Ipanema, RJ/RJ, RNE n° V310708C e CPF/MF n° 057.137.397-67. 6.3. Eleger os Srs. Leandro Kenski, brasileiro, solteiro, empresário, residente e domiciliado na Alameda Fernão Cardim, n°. 161, apartamento 63, Jd, SP/SP, RG nº 09.993.280-8 (IFP/RJ) e CPF/MF nº 011.064.967-28, para o cargo de Conselheiro; Cedric Tanguy Pierre Chicoyneau de Lavalette, francês, solteiro, empresário, residente e domiciliado na R. Ayres de Oliveira Castro, nº20, V. Olímpia, SP/SP, RNE n° V352051-7, e CPF/MF n° 229.189.698-93, para o cargo de Conselheiro; Gabriel Kenski, brasileiro, casado, empresário, residente e domiciliado nesta na R. Iperoig, nº 418, apto 92 Jd, SP/SP, RG nº 09.993.281-6 (IFP/RJ) e CPF/MF nº 011.064.367-14, para o cargo de conselheiro.Todos os eleitos terão mandato de 1 ano. 6.4. Os conselheiros ora eleitos declaram: (i) estarem aptos a exercer o cargo para o qual foram eleitos; (ii) que não se encontram impedidos para exercer o respectivo cargo, não estando presentes quaisquer dos impedimentos de que trata o Art. 147 da Lei nº 6.404, de 15/12/76, conforme alterada, ou condenação criminal, ou sob os efeitos de tal condenação, a uma pena que impeça, mesmo que momentaneamente, ter acesso a cargos públicos, ou ainda que não há qualquer condenação por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade; e (iii) que empregarão, no exercício de suas funções na Sociedade, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios.6.4.1.Estando todos os eleitos presentes na Assembléia Geral e tendo os mesmos aceito os respectivos mandatos, foram eles investidos nos seus cargos mediante a assinatura do termo de posse no Livro de Atas do Conselho de Administração. 7. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, a Assembléia foi encerrada, lavrando-se a presente ata no Livro próprio, que, depois de lida e aprovada, foi por todos assinada. SP, 07/03/11.Certificamos que a presente é cópia fiel da ata arquivada no livro próprio e encaminhada ao registro do comércio. Cedric Tanguy Pierre Chicoyneau de Lavalette - Presidente - Leandro Kenski - Secretário - LeadMedia Participações Ltda. Jucesp 103.403/11-5 em 22/03/2011. Kátia R. B. de Godoy - Secretária Geral.
CNPJ 43.216.357/0001-14 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO De acordo com as disposições estatutárias, estamos apresentando aos Senhores Acionistas as demonstrações financeiras relativas aos exercícios encerrados em 31/12/2010 e de 2009. Rio Claro, 25/03/2011. A ADMINISTRAÇÃO. Balanços Patrimoniais Levantados em 31 de Dezembro de 2010 e de 2009 (Valores em milhares de reais - R$) Demonstrações do Resultado para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2010 e de 2009 Ativo Nota explicativa 2010 2009 Passivo e Patrimônio Líquido Nota explicativa 2010 2009 (Valores em milhares de reais - R$, exceto o lucro líquido por ação) Circulante Circulante Receitas (Despesas) Operacionais Nota explicativa 2010 2009 Caixa e equivalentes de caixa ........................... 10 5 Imposto de renda retido na fonte sobre (3) 26.779 3.138 Juros sobre o capital próprio a receber ............. 6.738 1.100 juros sobre capital próprio ................................ (7) 50 60 Participação no resultado de controlada ........... ( 592) ( 555) Impostos a recuperar e outros ........................... 178 235 Obrigações fiscais e outros ............................... 69 109 Gerais e administrativas .................................... 7 16 Total do circulante ............................................. 6.926 1.340 Juros sobre o capital próprio a pagar ................ (7) 5.553 340 Receitas financeiras .......................................... (726) ( 102) Não Circulante Imposto de renda e contribuição social a pagar 9 Despesas financeiras ........................................ ( 6.533) ( 400) Realizável a longo prazo: Provisão Férias e encargos sociais ................... 21 - Juros sobre o capital próprio ............................. ( 1) ( 7) Depósitos judiciais ........................................... 27 27 Dividendos a pagar ........................................... (6) 500 660 Outras despesas operacionais, líquidas ............ Investimentos: Partes relacionadas ........................................... (6) 667 475 Lucro Antes da Reversão dos Juros sobre Capital Próprio ..................................... 18.934 2.090 Investimento em controlada ............................. (3) 187.448 169.409 Total do circulante ............................................. 6.860 1.653 Reversão dos Juros sobre o Capital Próprio (7) 6.533 400 Deságio de empresas relacionadas ................. (3) ( 16.166) ( 16.166) Patrimônio Líquido Imobilizado ........................................................ (4) 764 859 Capital social ..................................................... (7) 66.425 66.425 Lucro Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social .................................. 25.467 2.490 Intangível ........................................................... (5) 322 318 Reserva legal .................................................... (7) 11.978 10.705 Total do ativo não circulante .............................. 172.395 154.447 Reserva para retenção de lucros ...................... (7) 94.782 77.621 Provisão para Imposto de Renda e ( 9) Ajuste de avaliação patrimonial ......................... (7) ( 724) ( 617) Contribuição Social ....................................... 25.467 2.481 Total do patrimônio líquido ................................. 172.461 154.134 Lucro Líquido do Exercício ............................ Total .................................................................. 179.321 155.787 Total do Passivo e do Patrimônio Líquido ..... 179.321 155.787 Lucro Líquido por Lote de Mil Ações Componentes do Capital Social ao Final do Período - R$ ... 267,80 26,09 Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido para os Exercícios Findos em 31/12/2010 e de 2009 (Valores em milhares de reais - R$) Demonstrações dos Fluxos de Caixa para os Exercícios Findos em Nota Capital Ajuste de avaliaReserva Reserva para 31 de Dezembro de 2010 e de 2009 (Valores em milhares de reais - R$) explicativa social ção patrimonial legal retenção de lucros Total 2010 2009 Saldos em 31 de Dezembro de 2008 .................................... 66.425 10.581 76.324 153.330 Fluxo de caixa de atividades operacionais: Lucro líquido do exercício .............................................. 25.467 2.481 Lucro líquido do exercício ........................................................ 2.481 2.481 Ajustes para conciliar o lucro líquido ao caixa líquido: Reserva legal .......................................................................... (7) 124 ( 124) Provisão para imposto de renda e contribuição social . 9 9 Juros sobre o capital próprio ................................................... (7) ( 340) ( 340) Depreciação e amortização .......................................... 95 94 Imposto de renda sobre juros sobre o capital próprio .............. (7) ( 60) ( 60) Equivalência patrimonial .............................................. (26.779) (3.138) Dividendos propostos .............................................................. (7) ( 660) ( 660) ( 1.208) ( 554) Ajuste de avaliação patrimonial ............................................... (7) (617) - ( 617) Saldos em 31 de Dezembro de 2009 .................................... 66.425 (617) 10.705 77.621 154.134 Variação nos ativos operacionais: Juros sobre o capital próprio a receber .......................... ( 5.638) (1.100) Lucro líquido do exercício ........................................................ 25.467 25.467 Impostos a recuperar e outros ....................................... 57 ( 14) Reserva legal .......................................................................... (7) 1.273 ( 1.273) - ( 1) Juros sobre o capital próprio ................................................... (7) ( 5.553) ( 5.553) Depósitos judiciais ......................................................... Imposto de renda sobre juros sobre o capital próprio .............. (7) ( 980) ( 980) Variação nos passivos operacionais: Dividendos propostos .............................................................. (7) ( 500) ( 500) Imposto de renda retido na fonte sobre juros sobre capital próprio ..................................................... ( 990) Ajuste de avaliação patrimonial ............................................... (7) (107) - ( 107) Imposto de renda e contribuição social a pagar ............. ( 18) Saldos em 31 de Dezembro de 2010 .................................... 66.425 (724) 11.978 94.782 172.461 Provisão de férias e encargos sociais ............................ 21 Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras para os Exercícios Findos em 31/12/2010 e de 2009 (Valores em milhares de reais - R$) 40) 100 1. Contexto Operacional: a) A Montebel Empreendimentos e Participações (a) Conforme mencionado na nota 7, a sociedade reconheceu nesta rubrica, Obrigações fiscais e outros ............................................ ( Partes relacionadas ....................................................... 192 ( 555) S.A. (“Sociedade”) dedica-se à promoção e participação em empreendi- em contrapartida ao patrimônio líquido, o efeito reflexo de ajuste de avalia( 6.416) (1.570) mentos agropecuários, comerciais e industriais. b) Eventos societários: Em ção patrimonial, no montante de R$ 724, proveniente de variação cambial 04/01/2010, para melhorar a eficiência operacional e administrativa, a Con- sobre investimento no exterior. Em 01/10/2010, foi alterada a razão social da Caixa aplicado nas operações ........................................ ( 7.624) (2.124) trolada Inaceres Agrícola Ltda. incorporou a Unacau Agrícola Ltda. e a controlada de Agroceres Nutrição Animal Ltda., para Agroceres Multimix Fluxo das Atividades de Investimentos - ( 152) Unacau Indústria e Comércio Ltda.. Em 24/08/2010 a controlada Agroceres Nutrição Animal Ltda. As informações relevantes sobre o investimento na Aquisição de imobilizado ................................................. 4) ( 24) Multimix Nutrição Animal Ltda. adquiriu a totalidade de quotas da empresa controlada Agroceres Multimix Nutrição Animal Ltda., para os exercícios fin- Aquisição de intangível ................................................... ( Dividendos recebidos ...................................................... 8.633 8.005 Multimix Nutrição Animal Ltda. Em 01/10/2010, a controlada indireta dos em 31/12/2010 e de 2009, são como segue: Disp. líquidas aplicadas nas atividades de investimentos 8.629 7.829 Multimix Nutrição Animal Ltda. foi incorporada pela Agroceres Multimix Nutri% PartiCapital Patrimônio Lucro ção Animal Ltda. Nesta mesma data foi alterada a razão social da controlada cipação social líquido líquido Fluxo das Atividades de Financiamentos de Agroceres Nutrição Animal Ltda., para Agroceres Multimix Nutrição Ani- Agroceres 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 Pagamentos de dividendos ............................................. ( 1.000) (5.706) Disp. líquidas aplicadas nas atividades de financiamentos( 1.000) (5.706) mal Ltda. 2. Apresentação das Demonstrações Financeiras e Sumário Multimix Aumento (redução) no caixa e equivalentes de caixa ..... 5 ( 1) das Principais Práticas Contábeis: Estão sendo apresentadas as de- Nutrição 5 6 monstrações financeiras da Sociedade, preparadas de acordo com as práti- Animal Ltda. 100% 100% 63.976 63.976 187.448 169.409 26.779 3.138 Caixa e equivalentes de caixa no inicio do exercício ....... 10 5 cas contábeis adotadas no Brasil (“BR GAAP”) e com observância às dispo- O deságio sobre investimento em controlada, no montante de R$ 16.166 em Caixa e equivalentes de caixa no fim do exercício .......... 5 ( 1) sições contidas na Lei das Sociedades por Ações, que incorporam as altera- 31/12/2010 e de 2009, refere-se à aquisição de participações societárias, 25% 25% ções trazidas pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09 e os pronunciamentos em 1997 e 1999, em empresas posteriormente incorporadas pela controla589 emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (“CPC”), aprovados da Agroceres Multimix Nutrição Animal Ltda.. O referido deságio está basea- Dividendo mínimo obrigatório ............................................ 6.048 500 660 pelo Conselho Federal de Contabilidade. As demonstrações financeiras es- do em outras razões econômicas e, dessa forma, será amortizado somente Dividendo Proposto ........................................................... 400 tão apresentadas em Real, que é a moeda funcional da Sociedade e foram quando da alienação do investimento. Sua controlada Agroceres Multimix Juros sobre o capital próprio ............................................. 6.533 preparadas com base no custo histórico, exceto se indicado de outra forma. Nutrição Animal Ltda. tem como principal objeto social a produção e comer- Imposto de renda sobre juros sobre capital próprio ........... ( 980) ( 60) 340 As principais práticas contábeis adotadas na elaboração das demonstra- cialização de produtos agropecuários para nutrição animal de diversas es- Juros sobre capital próprio, líquido do imposto de renda .. 5.553 ções financeiras foram as seguintes: a) Impostos a recuperar: Referem-se, pécies. As rações, concentrados e suplementos são produzidos pela contro- Proposta de dividendos ..................................................... 6.053 1.000 principalmente, a antecipações de imposto de renda pessoa jurídica e con- lada Agroceres Multimix Nutrição Animal Ltda. nas plantas de Rio Claro e Conforme determina a legislação vigente, os juros sobre o capital próprio tribuição social, as quais estão sendo utilizadas na compensação de débitos Campinas - SP e Patos de Minas - MG, sendo comercializados tanto para foram pagos aos acionistas, já deduzidos do imposto de renda na fonte, à alíquota de 15%. Ajuste de avaliação patrimonial: A Sociedade reconhece de tributos federais incidentes sobre as operações da Sociedade. b) Investi- terceiros quanto para outras empresas do grupo. mentos: Em controlada, é avaliado pelo método da equivalência patrimonial. 4. Imobilizado Taxas anuais de 2010 2009 nessa rubrica o efeito negativo, observado no patrimônio líquido da sua conO deságio sobre investimento está baseado em outras razões econômicas depreciação % Custo Depreciação Líquido Líquido trolada Agroceres Multimix Nutrição Animal Ltda, referente ao ajuste de avae, dessa forma, será amortizado somente quando da alienação do investi- Meios de Transporte ....... 10 952 (188) 764 859 liação patrimonial reflexo, que provem da variação cambial sobre o investimento. c) Imobilizado: Demonstrado ao custo de aquisição ou construção e 5. Intangível: A composição do valor em 2010 de R$ 322 (R$ 318 em 2009), mento que a controlada indireta Agroceres PIC Suínos Ltda. possui na deduzido da depreciação acumulada. A depreciação é calculada pelo méto- refere-se a Marcas e Patentes. 6. Partes Relacionadas: Os saldos a pagar Agroceres PIC Argentina S.A., a qual mantém registros contábeis em moedo linear, de acordo com a vida útil estimada dos bens descritos na nota a partes relacionadas, em 31/12/2010 e de 2009, referem-se a dividendos da funcional diferente da moeda de sua controladora. O valor reconhecido explicativa nº 4. d) Atualização monetária de direitos e obrigações: Os direi- aos acionistas e mútuo para a controlada Agroceres Multimix Nutrição Ani- na controlada Agroceres Multimix Nutrição Animal Ltda., no montante de tos e as obrigações, legal ou contratualmente sujeitos a reajustes pelos efei- mal Ltda., totalizando R$ 1.167 (R$ 1.135 em 2009). 7. Capital Social e R$ 724 (R$ 617 em 2009), é proporcional ao seu percentual de participação tos da inflação ou câmbio, foram atualizados até a data dos balanços. As Destinação dos Resultados: O capital social em 31/12/2010 e 2009, no na controlada indireta Agroceres PIC Suínos Ltda. Esse efeito acumulado contrapartidas dessas atualizações foram reconhecidas no resultado dos valor de R$ 66.425, é representado por 95.096.420 ações sem valor nomi- será revertido para o resultado do exercício como ganho ou perda somente exercícios a que se referem. e) Lucro por ação: Calculado com base no nú- nal, sendo 47.486.084 ordinárias e 47.610.336 preferenciais. Por definição em caso de alienação ou baixa do investimento. 8. Instrumentos Financeimero de ações em circulação nas datas dos balanços. 3. Investimentos: A do Estatuto Social da Sociedade, aos titulares de ações de qualquer espécie ros: Os instrumentos financeiros da Sociedade encontram-se registrados composição dos investimentos em 31/12/2010 e de 2009, bem como o re- é atribuído, em cada exercício, um dividendo mínimo, não inferior a 25% do em contas patrimoniais e estão relacionados principalmente, às transações sultado da equivalência patrimonial registrado nos exercícios findos naque- lucro líquido, calculado nos termos da lei societária. A seguir é demonstrado com partes relacionadas. A Sociedade não mantém transações com instrulas datas, são como segue: 2010 2009 o cálculo dos dividendos mínimos obrigatórios e dos juros sobre capital pró- mentos financeiros derivativos ou outros instrumentos de risco. 9. Seguros Investi- Equivalência Investi- Equivalência prio proposto em substituição aos dividendos mínimos obrigatórios, referen- (Não Auditado): A Sociedade mantém contratos de seguro para cobertura Agroceres Multimix mentos patrimonial mentos patrimonial te aos exercícios findos em 31/12/2010 e de 2009: R$ R$ de riscos operacionais, compreendendo seus ativos imobilizados e responNutrição Animal Ltda. (a)187.448 26.779 (a)169.409 3.138 2010 2009 sabilidade civil. Referidos contratos possuem cobertura determinada por oriDeságio sobre Lucro líquido do exercício .................................................. 25.467 2.481 entação de especialistas levando em conta a natureza e o grau de risco por investimento ............. ( 16.166) - ( 16.166) - Constituição da reserva legal ............................................ (1.273) (124) montantes considerados, por sua Administração, suficientes para cobrir Total dos investimentos 171.282 26.779 153.243 3.138 Lucro líquido ajustado ....................................................... 24.194 2.357 eventuais perdas significativas sobre seus ativos e/ou responsabilidades. Conselho de Administração: Urbano Campos Ribeiral - Presidente • Neyde Bittencourt de Araujo - Conselheira • Nice Araujo Ribeiral - Conselheira • Ricardo Araujo Ribeiral - Conselheiro • Vitor Vanetti de Araujo - Conselheiro Diretoria: Guilherme Vanetti de Araujo-Diretor Presidente•Marcelo Araujo Ribeiral-Diretor Vice Presidente•Fernando Antonio Pereira-Diretor•Vitor Vanetti de Araujo-Diretor • Erika Meissner Nakata-Contadora-CRC 1SP192872/O-1
ATENTO BRASIL S.A. CNPJ nº 02.879.250/0001-79 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Senhores Acionistas: Em cumprimento às disposições legais e estatutárias submetemos à apreciação de V.Sas., as Demonstrações Contábeis, referentes aos exercícios em 31 de dezembro de 2010 e 2009 e 01 de janeiro de 2009, permanecendo à disposição para quaisquer outras informações. São Paulo, 17 de março de 2011 BALANÇOS PATRIMONIAIS Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 e 01 de janeiro de 2009 (Em milhares de reais) ATIVO Ativo circulante Caixa e equivalentes de caixa Contas a receber de serviços, líquidas Tributos a recuperar Adiantamento a funcionários Ganhos com operações de derivativos Outros créditos Total do ativo circulante Ativo não circulante Contas a receber de serviços, líquidas Tributos diferidos e a recuperar Depósitos judiciais Outros créditos Imobilizado, líquido Intangível, líquido Total do não circulante Total do ativo
2010 _______ 2009 _________ 01/01/2009 _______ 75.843 37.522 39.632 331.274 234.086 196.183 4.503 6.570 7.002 16.461 25.994 24.295 3.892 8.915 _______ 11.496 _________ 23.416 _______ 436.996 315.668 294.420 85.184 77.896 1.118 204.123 66.547 _______ 434.868 _______ 871.864 _______ _______
1.786 97.952 68.347 1.343 177.426 41.137 _______ 387.991 _______ 703.659 _______ _______
1.319 112.356 54.194 2.953 149.484 30.543 _________ 350.849 _________ 645.269 _________ _________
PASSIVO Passivo circulante Empréstimos e financiamentos Fornecedores Impostos, taxas e contribuições Juros sobre capital próprio a pagar Pessoal, encargos e benefícios sociais Perdas com operações de derivativos Outras obrigações Total do passivo circulante Não circulante Provisões Outras obrigações Total do passivo não circulante Patrimônio líquido Capital social Reserva de capital Reservas de lucros Total do patrimônio líquido Total do passivo e patrimônio líquido
2010 _______ 2009 _________ 01/01/2009 _______ 53.096 20.706 41.696 95.318 94.668 107.350 25.895 22.934 24.443 9.690 4.165 174.992 129.173 120.225 1.186 170 4.230 _______ 455 _________ 2.186 _______ 354.717 277.796 300.065 54.731 48.060 34.341 19.953 _______ 11.072 _________ 11.362 _______ 74.684 59.132 45.703 152.171 100 290.192 _______ 442.463 _______ 871.864 _______ _______
152.171 152.171 100 100 214.460 _________ 147.230 _______ 366.731 _________ 299.501 _______ 703.659 _________ 645.269 _______ _______ _________
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 e 01 de janeiro de 2009 (Em milhares de reais) Reservas de lucros _______________________ Reserva para Capital Reserva de Reserva retenção social capital legal de lucros _________ __________ _________ ____________ Saldos em 01 de janeiro de 2009 152.171 100 13.361 133.869 Lucro líquido do exercício Reserva legal 5.678 Dividendos exercícios anteriores (28.886) Juros sobre capital próprio Reserva de retenção de lucros 90.438 _________- __________- _________- ____________ Saldos em 31 de dezembro de 2009 152.171 100 19.039 195.421 Lucro líquido do exercício Reserva legal 6.690 Dividendos exercícios anteriores (42.822) Juros sobre capital próprio Reserva de retenção de lucros 111.864 _________- __________- _________- ____________ Saldos em 31 de dezembro de 2010 152.171 __________ 100 _________ 25.729 ____________ 264.463 _________ __________ _________ ____________ _________ As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 (Em milhares de reais, exceto lucro por ação) 2010 _________ 2009 _________ Receita operacional líquida 2.102.712 1.807.412 Custo dos serviços prestados (1.769.065) _________ (1.516.516) _________ Lucro bruto 333.647 290.896 Receita (despesas) operacionais Comercialização de serviços (9.537) (8.802) Gerais e administrativas (120.365) (93.984) Outras receitas (despesas) operacionais líquidas 1.511 _________ (11.988) _________ Lucro operacional antes das receitas e despesas financeiras 205.256 176.122 Receitas financeiras 12.388 12.328 Despesas financeiras (22.715) _________ (24.494) _________ Lucro antes dos impostos 194.929 163.956 Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro (61.125) _________ (50.390) _________ Lucro líquido do exercício 133.804 _________ 113.566 _________ _________ _________ Ações em circulação no final do exercício (em milhares) 152.171 152.171 Lucro por lote de mil ações do capital social no final do exercício (em Reais) 0,88 0,75 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 (Em milhares de reais)
Lucros acumulados ___________ 113.566 (5.678) (17.450) (90.438) ___________ 133.804 (6.690) (15.250) (111.864) ___________ ___________ ___________-
2010 ________ 2009 ________ Caixa gerado pelas atividades operacionais Total _________ Lucro líquido do exercício 133.804 113.566 299.501 Despesas (receitas) que não representam 113.566 movimentação no caixa 64.806 ________ 47.645 ________ Depreciações e amortizações 58.516 49.629 (28.886) Variações cambiais de empréstimos 678 (2.072) (17.450) Valor residual do imobilizado baixado 907 88 _________Provisão para crédito de liquidação duvidosa 4.705 366.731 (82.482) ________ (21.898) ________ 133.804 Aumento no ativo operacional: Contas a receber de clientes líquidas (100.107) (38.370) (42.822) Adiantamentos a funcionários 9.533 (1.699) (15.250) Outros ativos circulantes 4.648 16.307 _________Outros não circulantes 3.444 1.864 442.463 Aumento (redução) no passivo operacional: 69.773 ________ 6.624 _________ ________ _________ Pessoal, encargos e benefícios 45.819 8.948 Fornecedores 650 (12.682) NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 (Em milhares de reais) Impostos, taxas e contribuições 2.961 (1.509) Outros passivos circulantes (2.175) (916) 1. Contexto operacional: A Atento Brasil S.A. é uma Companhia e requisitos estabelecidos pelos mesmos diferem substancialmente Provisões trabalhistas, tributárias e cíveis 6.671 13.719 controlada integralmente pela Atento NV, pertencente ao grupo Telefônica das práticas contábeis até então adotadas no Brasil. A adaptação das Outros passivos não circulantes 15.847 ________ (936) ________ e que tem por objeto social a prestação de serviços de telemarketing, demonstrações contábeis à normativa contábil internacional foi realizada Total do caixa gerado pelas atividades telesserviços e atendimento em geral, prestação de serviços de tecnologia aplicando-se a Resolução CFC nº 1.306/10, que aprovou a NBC T 19.39 operacionais 185.901 145.937 da informação, a prestação de serviços de consultoria e treinamentos, a Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade, que tem por locação de infraestrutura, podendo também prestar serviços de consultoria base o Pronunciamento Técnico CPC 37R. A Companhia elaborou seu Caixa (utilizado) nas atividades de e assessoramento técnico especializado a terceiros, elaborando projetos de balanço de abertura com a data de transição de 01/01/2009. 2.1. Isenções investimentos tele-atendimento e treinamento especializado para operadores. Atualmente e exceções aplicadas na adoção inicial das CPC’s 15 a 43 no balanço Receita na venda de ativo imobilizado 347 (184) opera em 15 cidades brasileiras, sendo: São Paulo, São Bernardo do de abertura: A Resolução CFC 1.306/10 dispõe sobre casos de isenções Aquisições de imobilizado e intangível (111.877) ________ (88.253) ________ Campo, São Caetano do Sul, Santo André, São José dos Campos, opcionais para a adoção retroativa das CPC’s no balanço de abertura. Total do caixa utilizado pelas atividades Campinas, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Neste sentido, destacamos a opção aplicada pela Companhia na data de investimento (111.530) (88.437) Salvador, Santos, Florianópolis, Curitiba e Goiânia. de transição: Resolução CFC nº 1.177/09, que aprovou a NBC T 19.1. - Caixa gerado (utilizado) nas atividades 2. Base de elaboração e apresentação das demonstrações contábeis: Ativo Imobilizado (CPC 27): A Companhia optou por não remensurar de financiamento As demonstrações contábeis em 31 de dezembro de 2010 e 2009 foram seus ativos Imobilizados e Intangíveis pelo valor justo, consequentemente Amortização de empréstimos (21.217) (59.408) elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, que foram mantidos pelo mesmo custo de aquisição de acordo com as práticas Captações de empréstimos 52.929 40.609 compreendem as disposições da legislação societária prevista na Lei contábeis adotadas no Brasil em 31 de dezembro de 2008. As exceções de Juros sobre o capital próprio pagos (24.940) (11.925) nº 6.404/76 com as alterações das Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09 e adoção obrigatória previstas na Resolução CFC nº 1.306/10, que aprovou Dividendos pagos (42.822) (28.886) ________ ________ em conformidade com as normas, interpretações e comunicados técnicos a NBC T 19.39 Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade Total do caixa utilizado nas atividades do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em consonância com as (IFRS) não são aplicáveis à Companhia. 2.2. Conciliação das práticas de financiamento (36.050) ________ (59.610) ________ Normas Contábeis Internacionais (IFRS) emitidas pelo International contábeis aplicadas na elaboração das demonstrações financeiras Accounting Standards Board - IASB, exceto pelo investimento em anteriormente apresentadas: Em conformidade ao CPC 37R a Companhia Aumento no caixa e equivalentes de caixa 38.321 ________ (2.110) ________ ________ ________ sociedades controladas avaliado pelo método de equivalência patrimonial. A apresenta a conciliação do ativo, passivo e patrimônio líquido dos exercícios 37.522 39.632 aplicação das normas, interpretações e comunicados técnicos do CFC, em tornados públicos anteriormente nas informações anuais referente aos Caixa e equivalentes no início do exercício 75.843 ________ 37.522 ________ consonância com as Normas Contábeis Internacionais (IFRS) emitidas pelo períodos de 01 de janeiro de 2009 (data de transição) e 31 de dezembro de Caixa e equivalentes no final do exercício 38.321 ________ (2.110) ________ ________ IASB, na elaboração das demonstrações contábeis implica em algumas 2009, preparados de acordo com as práticas adotadas no Brasil (BRGAAP) Variação do caixa no exercício ________ alterações relacionadas às formas de apresentação e avaliação que vinham vigentes até 31 de dezembro de 2009 e com os CPC’s vigentes em 2010. As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. sendo aplicadas até 31 de dezembro de 2009, pois determinadas políticas Não houve efeito no resultado decorrente da adoção dos CPC’s.
Em 01/01/2009 ___________________________ Em 31/12/2009 ___________________________ BRGAAP BRGAAP Balanço ReclassiSaldo Balanço ReclassiSaldo Nota _________ publicado ________ ficações _______ CPC’s _________ publicado ________ ficações _______ CPC’s ______ Ativo circulante 317.305 (22.885) 294.420 336.083 (20.415) 315.668 Disponibilidades 39.632 39.632 37.522 37.522 Créditos (a) 254.257 (22.885) 231.372 287.065 (20.415) 266.650 Outros 23.416 23.416 11.496 11.496 Ativo não circulante 323.920 26.929 350.849 356.382 31.609 387.991 Ativo realizável a longo prazo (a)/(b) 143.893 26.929 170.822 137.819 31.609 169.428 Ativo permanente 180.027 ________- _______ 180.027 _________ 218.563 ________- _______ 218.563 _________ Ativo total 641.225 4.044 645.269 _________ 692.465 11.194 703.659 _________ _________ ________ ________ _______ _______ _________ ________ ________ _______ _______ Passivo circulante 300.065 - 300.065 277.796 - 277.796 Dividendos a pagar 4.165 4.165 9.690 9.690 Outros passivos 295.900 - 295.900 268.106 - 268.106 Passivo não circulante 41.659 4.044 45.703 47.938 11.194 59.132 Passivo exigível a longo prazo (b) 41.659 4.044 45.703 47.938 11.194 59.132 Patrimônio líquido 299.501 ________- _______ 299.501 _________ 366.731 ________- _______ 366.731 _________ Passivo total 641.225 ________ 4.044 _______ 645.269 _________ 692.465 ________ 11.194 _______ 703.659 _________ _________ ________ _______ _________ ________ _______ a) Reclassificação dos impostos diferidos: Atendendo o CPC 37R, a Companhia efetuou a reclassificação do imposto de renda diferido que estava classificado no ativo circulante para o imposto de renda diferido no ativo não circulante. b) Reclassificação dos depósitos judiciais: De acordo com as práticas contábeis anteriormente adotadas no Brasil os depósitos judiciais para os quais não houvesse a possibilidade de resgate, eram deduzidos do valor do passivo. Conforme CPC 37R, uma entidade não deve apresentar ativos, passivos, receitas ou despesas líquidas a menos que requerido ou permitido pela legislação. O entendimento do pronunciamento é de que no caso de depósitos judiciais uma entidade deve apresentar separadamente os ativos e passivos, uma vez que o depósito judicial não atende o critério de apresentação líquida. Portanto, a Companhia efetua a reclassificação dos saldos registrando no grupo de ativo não circulante os valores de depósitos judiciais. 3. Imobilizado, líquido Taxa anual Saldo em TransfeDepre- Saldo em Saldo em de depr. % 31/12/2009 Adições _________ rências ______ Baixas _______ ciação _________ 31/12/2010 _________ 01/01/2009 __________ _________ ________ Instalações até 10,00 12.566 1.419 (101) (766) (3.825) 9.293 14.345 Móveis e utensílios 10,00 37.471 12.893 (475) (212) (6.658) 43.019 26.483 Computadores e equipamentos de informática 20,00 56.062 40.185 263 (7) (23.289) 73.214 44.537 Benfeitorias em imóveis de terceiros até 10,00 45.741 20.282 411 (35) (9.048) 57.351 21.454 Futuros gastos com desmantelamento até 5,00 2.986 7.765 (1) (1.177) 9.573 2.325 Imobilização em curso 20.892 (11.279) 9.613 38.939 Outros 4,00 a 20,00 _________ 1.708 ________ 669 _________- ______ (117) _______ (200) _________ 2.060 _________ 1.401 Total 177.426 ________ 71.934 _________ 98 ______ (1.138) _______ (44.197) _________ 204.123 _________ 149.484 _________ _________ ________ _________ ______ _______ _________ _________ DIRETORIA
CONTADORA
Nelson Armbrust - Presidente
Giane Francisca de Abreu - CRC 1SP 199900/O-0
4. Intangível, líquido
Taxa anual Saldo em TransfeAmor- Saldo em Saldo em de amort. % _________ 31/12/2009 ________ Adições _________ rências ______ Baixas _______ tização _________ 31/12/2010 _________ 01/01/2009 __________ Sistema de informática 20,00 41.137 10.310 (98) - (13.387) 37.962 30.543 Outros (a) 10,00 _________- ________ 30.000 _________- ______- _______ (1.415) _________ 28.585 _________Total 41.137 40.310 (98) (14.802) 66.547 30.543 _________ ________ _________ ______ _______ _________ _________ _________ ________ _________ ______ _______ _________ _________ (a) Os valores registrados em Outros Ativos Intangíveis correspondem ao pagamento de incentivo estabelecido com cliente e que atendem os requisitos do CPC 04 - Ativo intangível. 5. Empréstimos e financiamentos Saldo em Saldo em Saldo em Natureza Moeda Taxa média de juros ___________ Vencimento ________ 2010 ________ 2009 01/01/2009 ________________ ______ _____________________ _________ Resolução 2770 US$ 0,38% à 8,80% a.a. + V.C. 2009 à 2011 42.662 9.942 13.799 Resolução 2770 JPY 1,00% à 2,80% a.a. + V.C. 2009 12.027 Cédula de crédito bancária BRL 108,5% à 129,5% do CDI 2009 à 2011 ________ 10.434 ________ 10.764 _________ 15.870 Total 53.096 ________ 20.706 _________ 41.696 ________ ________ ________ _________ A Administração da Companhia possui notas promissórias como parte acessória aos contratos de empréstimos e financiamentos que mantém junto aos bancos. 6. Patrimônio líquido - a) Capital social - O capital social realizado em 31 de dezembro de 2010 e 2009 é de R$ 152.171. O capital subscrito e integralizado está representado por 152.171 mil ações, sem valor nominal nos dois exercícios. b) Destinação do resultado - De acordo com o Estatuto Social a Companhia deverá, do lucro apurado, deduzir 5% para a constituição da reserva legal, a qual não excederá a 20% do capital social, e a percentagem que a Assembleia Geral aprovar para ser distribuída como dividendos aos acionistas, observando o mínimo de 25% dos dividendos obrigatórios. Nos termos do artigo 202, parágrafo 3º, inciso II, item da Lei 6.404 de 15/12/1976 (Sociedades Anônimas), a Assembleia Geral deverá pronunciar-se sobre a distribuição ou não dos dividendos. Os acionistas e a administração da Companhia deliberaram aprovar o reconhecimento dos Juros Sobre Capital Próprio relativos ao exercício de 2010 conforme segue: Data da Montante Imposto de renda Montante Data do deliberação Período aprovado na fonte - 15% __________ líquido pagamento _______________ ________ ____________ ________________ _____________ 30/04/2010 jan/10 1.200 180 1.020 16/06/2010 30/04/2010 fev/10 1.300 195 1.105 16/06/2010 30/04/2010 mar/10 1.350 202 1.148 16/06/2010 30/04/2010 abr/10 3.200 480 2.720 16/06/2010 13/06/2010 mai/10 1.550 233 1.317 27/10/2010 01/09/2010 jun/10 1.550 233 1.317 27/10/2010 01/09/2010 jul/10 1.550 233 1.317 27/10/2010 08/10/2010 ago/10 2.000 300 1.700 09/12/2010 08/10/2010 set/10 1.550 232 __________ 1.318 09/12/2010 ____________ ________________ 15.250 2.288 __________ 12.962 ____________ ________________ __________ ____________ ________________ Os acionistas e a administração da Cia. deliberaram aprovar o reconhecimento dos dividendos conforme segue: Data da Montante Data do 7. Receita operacional líquida deliberação Período _______ aprovado pagamento _________ _______ ________ 2010 2009 _________ _________ 30/04/2010 2009 9.522 16/06/2010 1.958.824 12/11/2010 2008 7.396 09/12/2010 Receita operacional bruta 2.282.524 (179.812) (151.412) 12/11/2010 2007 _________ 25.904 09/12/2010 Deduções Receita operacional líquida _________ 2.102.712 1.807.412 _________ 42.822 _________ _________ _________ _________ A Companhia optou pela publicação resumida das Demonstrações Contábeis que estão disponíveis na sede da empresa, em sua íntegra, acompanhadas do parecer sem ressalvas dos auditores independentes da Ernst & Young Terco Auditores Independentes S.S.
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22 Nº 361
DCARR
sexta-feira, 25 de março de 2011
Até a próxima segunda-feira (28), a Caixa Econômica Federal terá uma linha especial de crédito para compra de veículos, novos e usados, no Estado de São Paulo.
LINHA 2012
Corolla quer manter liderança No motor do 1.8 está a grande atração do líder entre os sedans. Mas ele também ganhou mudanças no estilo. Pequenas.
A
maior atração do Corolla 2012 está sob o capô, onde o motor 1.8 16V ganhou a tecnologia Dual VVT-i, que antes só aparecia no 2.0, e também o novo câmbio manual de seis velocidades. No mais, pequenas alterações externa e internamente, como detalhes em madeira, novo painel e tecidos que tornam mais confortável o sentar, mesmo nas altas temperaturas do nosso verão. A fábrica quer manter a liderança no segmento de sedans médios. A mudança mais significativa no estilo do carro ficou na frente, que ganhou grades, faróis e para-choques renovados, bem como as entradas de ar. Na traseira, as lanternas ficaram mais estreitas. São quatro as versões do líder de vendas: XLi e GLi, com transmissões automática e manual e motor de 1.8L 16V Flex; e XEi e Altis, com câmbio automático e motor de 2.0L 16V Flex. Motores - O novo motor 1.8 16V, Dual VVT-i, ganhou quase 10 cavalos extras, passando dos 136 anteriores para os atuais 144, quando abastecido
Fotos: Divulgação
CHICOLELIS
Corolla manteve a elegância
com álcool. A gasolina o ganho foi menor: de 132 para 139 cv. E o 2.0 16V Dual VVT-i continua com potência de 153 cv, com álcool, e de 142 cv, com gasolina.
Ele permitiu melhora no desempenho do carro, que faz de 0 a 100 km/h em 12,17s. Considerando a versão GLi equipada com câmbio auto-
mático, o modelo anterior, com álcool, precisava de 12,58 segundos para cumprir a prova, contra 12,17 segundos utilizados pelo novo modelo. A ace-
leração de zero a 100 km/h das versões 2.0L Dual VVT-i Flex é feita em 11,6 segundos. O consumo na cidade, usando álcool, também melhorou,
dos 6,43 km/l na versão anterior para 7,46 na atual. Na estrada melhorou de 9,97 km/l, para 10,95 km/l. Nenhuma alteração registrada no 2.0: continua seu consumo de 6,17 km/l e 10,17 km/l, respectivamente na cidade e estrada. As rodas do Corolla 2012, em liga leve, têm 16 polegadas e são "calçadas" com pneus 205/55, menos na versão XLi, com rodas de 15 polegadas com calotas e pneus 195/65. Preços - A partir do dia 29, o Corolla 2012 estará na rede da marca custando: Altis 16V Dual VVT-i Flex transmissão automática: R$ 86.570; XEi 2011 2.0 16V Dual VVT-i Flex transmissão automática: R$ 76.770; GLi 2011 1.8 16V VVT-i Flex transmissão automática: R$ 70.570; GLi 1 . 8 1 6 V V V T- i F l e x transmissão manual: R$ 67.070; XLi 2011 1.8 16V VVT-i Flex transmissão automática: R$ 67.570; XLi 2011 1.8 16V VVT-i Flex transmissão manual: R$ 63.570. Vale destacar que o modelo mais luxuoso, o Altis, teve seu preço (R$ 86.570) reduzido, já que o anterior custava R$ 89.180, fato que reposiciona o carro no mercado.
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sexta-feira, 25 de março de 2011
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DCARR NOVO JETTA 2011
Melhor e com Mas o motor 2.0 TSI com 200cv continua no modelo VW
P
ara quem faz questão do motor bicombustível, a Volkswagen oferece a opção de motor Flex no Jetta 2011. Mas a fábrica não frustrou os fãs do carro, que vão continuar contando com o ótimo motor 2.0 TSI de 200 cv de potência e transmissão DSG com dupla embreagem e seis marchas. Um verdadeiro espetáculo. O carro teve sua plataforma totalmente reprojetada. Ficou maior na largura e comprimento, oferecendo mais conforto aos usuários. E mantendo a sua aparência esportiva que tanto agrada ao consumidor. A intenção da fábrica é ampliar sua participação no segmento de sedans médios São duas as versões que chegam da Alemanha para o mercado brasileiro: a Highline, motor 2.0 TSI com 200 cv, o mais potente da categoria, apenas com o câmbio automático DSG, que custa R$ 89.520, e a Comfortline, com motor 2.0 Total Flex e opção de transmissão automática de seis marchas, por R$ 69.990, ou manual de cinco, R$ 65.755. Por fora, o Jetta 2011 difere, em muito, do modelo anterior, ganhando aparência mais robusta e toques do Passat CC, como os espelhos retrovisores externos. Seu comprimento total, 4.644 mm, o maior da categoria, lhe permite, além do bom conforto interno, oferecer um porta-malas de 510 litros. Para quem gosta de mecânica, a versão Highline é uma grande atração, com seu motor
motor flex
Fotos: Divulgação
Dois momentos do novo Jetta: o do impulsivo 2.0 TDI, com 200 cv e o 2.0 que você pode abastecer com álcool ou gasolina
2.0 TSI de 200 cv, equipado com turbocompressor, sistema de injeção direta de combustível, quatro válvulas por cilindro, comando de válvulas varíavel, com uma curva de torque plana a partir de baixas rotações. Ele se enquadra no conceito de downsizing (alta performance com baixa cilindrada e baixo consumo de combustível), já utilizado em outras marcas, como a Fiat, com o Bravo TJet. Ele mostra eficiência no consumo e baixo nível de emissões de CO2. O câmbio, com suas seis marchas, permite trocas, tanto usando a alavanca no console, quanto as "borboletas", colocadas junto ao volante. A embreagem dupla permite uma troca de marchas mais rápida e com muita suavidade. Ele faz de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e atinge a máxima de 238 km/h. E na estrada tem consumo médio de 14, 8 km/l. Em sua versão top de linha o Jetta 2011 oferece uma série de equipamentos eletrônicos de segurança e lazer, como o novo rádio MP3 touchscreen com Bluetooth, freios ABS, ASR, EDL e controle eletrônico de estabilidade ESP, rodas de liga com 17 polegadas, ar-condicionado com duas zonas, piloto automático, sensores de es-
tacionamento dianteiro e traseiro, sensor crepuscular e sensor de chuva e bancos revestidos em couro. Além disso, abriga seis airbags - dois dianteiros, dois laterais para os ocupantes da frente e dois do tipo cortina, que protegem a área das janelas laterais de todo o veículo.
Mas tem o comportado flex - Com 80 cv (120cv) a menos, a Comfortline é a opção para quem quer um carro mais calmo, mas que não dá vexame. O motor é o mesmo que equipa outros modelos da marca, como o Golf, por exemplo. Ele é oferecido com transmissão manual MQ250, de cinco marchas, ou, opcionalmente, com a automática AQ250 Tiptronic (segunda geração) de seis marchas. E no quesito segurança, o Comfortline também faz bonito, com seus freios ABS, ASR, EDL e airbags para o motorista e passageiro da frente (este último pode ser desativado na sua ausência) laterais nos bancos dianteiros.
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sexta-feira, 25 de março de 2011
HOTEL DO FUTURO Nos aeroportos de Londres e Amsterdã, o Yotel hospeda em cápsulas inspiradas na primeira classe dos aviões. O check-in é automatizado.
urismo
A VIAGEM É O HOTEL Imagine um jumbo desativado transformado em hotel high tech e uma hospedaria inteiramente feita de sal. Para quem já viu de tudo e adora excentricidades, o DC selecionou alguns dos hotéis mais inusitados do mundo
Dog Bark Inn, Cottonwood (EUA)
S
eu nome já sugere o tema a esperar neste bed & breakfast simples e excêntrico em Idaho, no noroeste dos Estados Unidos. Só quatro pessoas hospedam-se dentro de um beagle gigante, criado por um casal especialista na arte de esculpir em madeira. E tudo ali gira em torno de cachorros – da decoração, com uma coleção de livros e cachorrinhos em miniatura, aos cookies sobre a cama toda noite. De manhã, espere cereais caseiros. Sua estada, aliás, será coroada por um tratamento familiar por parte de Dennis e Francis, que mantêm um ateliê. O programa, porém, não se restringe a cães e inclui, por exemplo, a visita a um centro de lobos e passeios a cavalo, além de tours de barco pela região do Hell's Canyon e história e cultura indígena. Diárias a partir de US$ 92 por casal. Site www.dogbarkparkinn.com.
Jumbo Hostel, Estocolmo (Suécia)
Antonella Salem Fotos: Divulgação
Yotel, Londres, Amsterdã e Nova York
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tenção passageiros: se tiverem de dormir uma noite nos aeroportos de Gatwick e Heathrow, em Londres, ou no Schiphol, em Ams terdã, procurem pelo Yotel. Nome revolucionário em conceito de hotéis, propõe hospedar em cápsulas superconfortáveis e modernas, inspiradas nas cabines de primeira classe dos aviões. Tudo a preços acessíveis, feito para viajantes executivos e repleto de facilidades do século XXI em 16 metros quadrados. Ou seja, internet wi-fi, tevê de tela plana, 80 estações de música, menu com serviço de "bordo" e check-in e check-out automatizado. Se o destino for Nova York, aliás, Yotel prevê inaugurar em maio seu primeiro hotel fora de aeroportos. Serão 669 estilosas cabines em um prédio de 60 andares na Times Square, Rua 42 com 10ª Avenida, que incluirá um terraço imenso, além de um complexo com unidades residenciais e um teatro do arquiteto Frank Gehry. Diárias começam em 61 libras. Em Nova York, a partir de US$ 150. Site www.yotel.com.
Beckham Creek Cave Lodge, Parthenon (EUA)
Dasparkhotel, Ottensheim, (Áustria)
Q
uem imaginaria que dutos de esgoto pudessem um dia ser confortáveis? Às margens do Danúbio, em um parque na cidade austríaca de Ottensheim, esses renovados tubos de concreto, limpos e funcionais, compõem unidades de hospedagem minimalistas – projeto do jovem artista austríaco Andreas Strauss. O hóspede reserva pela internet e recebe um código para abrir a porta. Lá en-
contra uma cama para dois, saco de dormir leve, cobertor e até tomada. Uma área pública ao redor oferece banheiros, chuveiros, minibar e café. A fórmula ousada deu certo. Tanto é que está por vir ainda este ano no Bernepark, em Essen, na Alemanha, um novo hotel da marca que funcionará nos mesmos moldes. Diárias, alias, funcionam no esquema 'pague o quanto quiser'. Site. www.dasparkhotel.net.
Aeroporto de Estocolmo, na Suécia, serve de cenário para este hotel instalado dentro de um jumbo desativado, modelo 747-212B, produzido em 1976 originalmente para a Singapore Airlines e usado pela Pan Am e a sueca Transjet. O Jumbo Hostel, como foi batizado há pouco mais de um ano, acolhe em 27 acomodações de categorias diferentes para uma a quatro pessoas com banheiro próprio ou para dividir. A bordo, decoração futurista. Destaque para a concorrida suíte que foi criada na cabine de comando (foto acima) e tem vista panorâmica. Se não quiser passar a noite na aeronave, é possível visitá-la e tomar um drinque ou lanche no Jumbo Café – são só cinco minutos de ônibus até os balcões de check-in. No verão, "passageiros" podem experimentar a sensação de andar sobre uma das asas, onde foi montado um deque de observação. Inesquecível. Diárias a partir de US$ 58 por pessoa, www.jumbohostel.com.
Woodlyn Park, Otorohanga (Nova Zelândia)
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este complexo situado a cerca de duas horas e meia de Auckland, cercado pelas cavernas de Waitomo e Glow Worm, a acomodação é feita de diversas formas inusitadas e históricas. A começar por um vagão de trem e um avião de guerra usado pelos aliados no Vietnã, ambos datados de 1950. Também é possível escolher um quarto em um barco de patrulha fabricado em 1942 durante a Segunda Guerra Mundial e batizado de Waitanic. O Titanic Room acolhe com pompa até seis pessoas. Já para os fãs da trilogia 'O Senhor dos Anéis', filmada em terras neozelandesas, o Woodlyn abriga quartos inspirados nos hobbits, os pitorescos homenzinhos de menos de um metro de altura apresentados nas obras de J.R.R. Tolkien. Experiência cinematográfica. Diárias a partir de US$ 147, www.woodlynpark.co.nz.
Hotel de Sal, Uyuni (Bolívia)
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C
onforto e tecnologia dentro de uma caverna preservada. É o que propõe o Beckham Lodge. Em meio a 214 hectares de rocha do Estado do Arkansas, na região de Buffalo National River, o 'hotel caverna' foi finalizado em quase quatro anos. Não à toa: amplos espaços com paredes e tetos de pedra, que deixam transparecer a luz natural em alguns pontos, acolhem salas de estar e de jogos, cozinha e cinco quartos – alguns deles equipados com jacuzzi. Há aquecimento central e luxos como TV de tela plana na sala principal. Para completar, casais românticos contam com uma suíte de lua-demel, separada dos demais ambientes. Atividades na propriedade envolvem a rica natureza ao redor e incluem pesca, passeios a cavalo e escalada. Diárias sob consulta. Site www.ozarkcave.com.
m imenso deserto de sal no sudoeste boliviano, o Salar do Uyuni tem o seu segredinho: uma hospedaria inteiramente erguida com blocos de sal nos princípios do Feng Shui. As 27 suítes decoradas individualmente possuem água quente, aquecimento e cobertas feitas especialmente para as frias noites comuns no destino. Detalhe: os encostos das camas exibem arquétipos da astrologia aimara, confeccionados em sal por artistas locais. O restaurante, com vista para o salar, serve iguarias típicas como carne de lhama e risoto de quinoa (grão regional). E não faltarão programas nesta imensidão de sal. Entre os serviços, há aulas de pilates e ioga e terapias relaxantes com sal, é claro. No menu de excursões, passeios ao mercado de Uyuni e às lagoas ao redor, onde se observam lindos flamingos. Melhor época para se aventurar? Na seca, de julho a novembro. A partir de US$ 55 por pessoa por noite. Site www.hosteldesal.com.
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sexta-feira, 25 de março de 2011
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cultura
Fotos: João Caldas/Divulgação
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SEMANA DE CELEBRIDADE No palco, a volta da mítica Evita, personagem histórica no cenário político e social argentino. No ar, a herdeira da Rádio Eldorado. E Liz Taylor...
Evita, do tango ao rock. Sérgio Roveri
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squizofrênico talvez não seja o adjetivo mais recomendado para qualificar uma obra musical. Mas é este termo, ironicamente empregado de forma positiva, que o diretor Jorge Takla lança mão sempre que fala da partitura do musical Evita, superprodução baseada na vida da ex-primeira dama argentina Eva Perón (19191952), que entra em cartaz neste sábado (26), no Teatro Alfa. "A partitura deste espetáculo é totalmente esquizofrênica porque combina, de maneira alucinante, ritmos tão diversos quanto tango, valsa, milonga, bolero, samba e rock", diz o diretor, que há quatro anos deu início ao processo de compra dos direitos autorais da obra escrita pelos compositores Tim Rice e Andrew Lloyd Weber. "Só que esta mistura não resulta em mero entretenimento. O espetáculo, desde sua cena inicial, que mostra o enterro de Evita diante de uma Buenos Aires paralisada pela dor, é um soco no estômago. Eu estava precisando disso, e acho que o público também". Definida, à época de sua estreia em Londres, em 1978, como uma ópera-rock, o musical Evita emprega pouquíssimos diálogos na condução de sua história – que é feita basicamente por números musicais. Entre os anos de 2006 e 2007, Lloyd Weber e Tim Rice voltaram a se reunir para criar novos arranjos e orquestrações para o espetáculo – e é esta partitura atualizada que Jorge Takla utiliza na atual montagem. "De todos os
musicais de Lloyd Weber, Evita foi o que melhor envelheceu", atesta Takla. "A razão disso é que se trata de um espetáculo revolucionário tanto do ponto de vista dramatúrgico quanto musical. Seus personagens vão além de um contexto político localizado. Eles falam de poder, de sucesso, de traição, de ditaduras. Representam muito mais do que meros ícones argentinos". O trio de protagonistas do musical – Paula Capovilla (Evita), Daniel Boaventura (general Juan Perón) e Fred Silveira (Che Guevara) – teve seus nomes, currículos e testes encaminhados para aprovação dos autores em Londres. "O grande desafio deste trabalho é o de representar uma mulher que veio do nada e, em pouquíssimo tempo, se tornou a principal líder política de uma nação", diz Paula Capovilla, atriz nascida em Brasília que deixou o elenco do musical Mamma Mia! para participar de Evita. "Ela teve uma trajetória excepcional". Além das canções, a vida de Evita é desvendada por meio de projeções de imagens verídicas coletadas pessoalmente por Takla em museus de Buenos Aires e por uma estupenda coleção de vestidos criados pelo figurinista Fábio Namatame a partir de alguns originais de Christian Dior, o estilista predileto da ex-primeira dama. Dividido em dois atos que somam 130 minutos, o musical leva ao palco do Alfa um elenco de 45 atores e cantores, orquestra de 20 músicos e 350 peças de figurinos. A trajetória de Evita Perón é narrada em flashbacks sob o ponto de vista
crítico do guerrilheiro Che Guevara, para quem a primeira-dama não passava de uma falastrona oportunista, uma mulher que, assim que chegou ao poder, revelou toda sua habilidade de trair o povo argentino. "Che Guevara é o condutor deste espetáculo, é aquele homem que vê tudo aquilo que o povo argentino não vê", diz Fred Silveira. "Apesar de sua animosidade em relação à figura da primeiradama, havia muita coisa em comum entre Che Guevara e Evita. Os dois morreram jovens, foram grandes líderes políticos e carregaram com eles as esperanças de milhões de necessitados". A história de Evita Perón já foi mostrada nos palcos brasileiros em 1983, em montagem encabeçada pela cantora Cláudia. Segundo Takla, o espetáculo não passava de uma franchising da Broadway, com produção mexicana, destinada a realizar turnês pela América Latina. A peça que estreia agora, afirma ele, representa o primeiro licenciamento da obra para uma produção completamente brasileira. "Tivemos autonomia na hora de criar os figurinos, a coreografia e a versão para o português, a cargo de Cláudio Botelho", diz o diretor, que está em negociação com algumas gravadoras para lançar, ainda neste semestre, a trilha do musical em português. Evita. Estreia neste sábado (26). Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro. Tel.: 5693-4000. Quinta. 21h. Sexta. 21h30. Sábado. 17h e 21h. Domingo. 16h e 20h. R$ 40 a R$ 185.
NÃO CHORES POR MIM ARGENTINA
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ão vai ser fácil /Por Deus eu sei / Quando eu for explicar a razão / De por que teu amor é tão forte pra mim / E dele eu vivo / Mesmo vestida de ouro que estou / Se olhar lá no fundo sou eu / Eu juro que nada mudou/ Abriram tantas portas / E eu entrei / Cansei de dizer sempre não / Quando a vida lá fora clamava por mim / E fui bem longe / Cheguei bem mais alto que alguém já sonhou / Mas meu coração ainda é teu / A chama jamais se apagou / Não chores por mim, Argentina / Eu nunca deixei teus braços / No meu caminho / Amargo e doce Vieste junto / Por onde eu fosse / E pela fama / Que tem valor / E o brilho então me cobriu / Mas eu não planejei/ Eu apenas servi / Vesti o manto / Mas sei que no entanto / Foi só ilusão / O que eu procurei está aqui / Contigo, o amor está aqui / Não chores por mim, Argentina / Não chores por mim, Argentina / Eu nunca deixei teus braços / No meu caminho Amargo e doce / Vieste junto / Por onde eu fosse / Já falei demais / Já não tenho mais pra dizer aqui / E quem olhar pra mim / Bem nos olhos meus / Verá que eu não menti. (Versão de Claudio Botelho)
Uma comédia de riso não tão fácil
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té o momento, a palavra o termo poderá também ser localizamenecma não costumava do nos roteiros de jornais frequene, dependendo do sucestar outros círculos so da empreitada, ainda além das páginas servir de assunto para o dos dicionários, onpúblico de teatro. Mede seu uso é emprenecma é a primeira (e gado para definir alaté onde se sabe, úniguém que carregue ca) peça escrita por uma assombrosa seBráulio Mantovani, melhança física com premiado roteirista outra pessoa. Mas a atriz Lefevre/Divulgação dos filmes Cidade de Deus, Be partir deste sábado (26) Tropa de Elite e O Ano em que meus Pais
Saíram de Férias. O espetáculo entra em cartaz no Teatro do Sesi sob a direção de outro nome igualmente mais próximo das telas do que dos palcos, a cineasta Laís Bodansky, dos longas Bicho de Sete Cabeças e As Melhores Coisas do Mundo. Escrito em 1999 e revisto posteriormente em 2008 e 2010, o texto de Menecma, de inegável pegada cinematográfica, se utiliza de vários clichês dos filmes de suspense – como ambiente escuro, personagens misteriosos e ruí-
dos incessantes – para compor uma comédia de riso não tão fácil. A história é ambientada em um casarão sombrio, iluminado por trovões e pela luz de um pequeno lampião carregado pelo jovem cineasta Guilherme Polônio. Nos raros momentos em que não é interrompido por uma mulher misteriosa e sexy, ele tenta concluir um documentário em homenagem ao seu pai, o renomado ator teatral Cláudio Polônio, morto há pouco menos de um mês e que teve um enterro indigno de sua
Nesta edição: Leitura: Ferreira Gullar. TV: no La Scala. Cinema: estreia Dorian Gray
grandiosidade nos palcos – menos de dez pessoas compareceram à cerimônia. O trabalho de Guilherme é perturbado pelo som de um piano pessimamente executado que, a exemplo da mulher misteriosa, também parece vir do pavimento superior do casarão. O documentário no qual o cineasta está trabalhando é uma tentativa explícita de dar um contorno mais afetivo à relação que ele mantinha com o pai, um homem duro e introspectivo que jamais assistiu a qualquer um de
seus filmes e nem teve paciência para ler seus roteiros. No elenco da peça estão os atores Gustavo Machado, Paula Cohen e Roney Facchini. (SR) Menecma, estreia neste sábado, 26, no Teatro do Sesi, Avenida Paulista, 1313. Tel.: 3146-7405. Quinta a domingo às 20h. Grátis nas sessões de quinta e domingo e R$ 10 nos fins de semana.
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sexta-feira, 25 de março de 2011
Ecos da Eldorado. E nasce a Rádio Estadão ESPN. Arthur Gebara
Neste domingo (26), ciclo importante da história do rádio paulistano irá se encerrar. Uma velha conhecida dos ouvintes de bom gosto, a Rádio Eldorado AM, transmitirá os seus últimos momentos, após 53 anos de serviços prestados à música e à informação de qualidade. Responsável por numerosas campanhas de responsabili-
dade social, marcou o dia a dia da nossa Cidade, inicialmente com uma programação musical de muita categoria e, depois, com ações promocionais inéditas e muita criatividade na cobertura jornalística. Como herança, deixará um novo estilo de fazer rádio, que, nos últimos anos, tem sido revisitado por emissoras de todo
o País. A partir de segunda (27), seu dial, o célebre 700 KHZ, passará a ser ocupado por uma nova rádio, produto da associação entre O Estado de S. Paulo, Estadão, fundador e proprietário da Eldorado, e a rede americana ESPN, emissora de TV a cabo, pertencente à Disney Corporation que opera no Brasil desde 1995.
Fotos: Arquivo/DC
Informação noite e dia
A
Rádio Estadão ESPN vai concorrer com as emissoras chamadas all news, como CBN e Bandnews, com 24 horas de notícias e esporte, programação replicada também no 92,9, antigo dial da Eldorado FM, que, entretanto, sobreviverá em 107,3 KHZ, graças a uma fusão com a fundação Brasil 2000 das Faculdades Anhembi. A nova Eldorado Brasil 3000 (assim será rebatizada) transmitirá parte da atual programação da FM, além de novos programas com foco na cultura e educação. Esporte - Segundo Márcio Lino Gonçalves, atual diretor executivo da Rede Eldorado, e, também, do novo projeto, a nova emissora terá no esporte o DNA, especialmente, nas transmissões de futebol, que já ocorriam na Eldorado AM, em parceria com a ESPN. Além disso, o novo projeto deverá refletir a força e a qualidade do conteúdo do Grupo Estado, hoje integrado por uma equipe de cerca de 800 jornalistas. "Vamos para o mercado com um produto de primeira qualidade, e estamos otimistas em relação à receptividade do público e do mercado publicitário". Para os envolvidos, as perspectivas são positivas, ao levar-se em consideração o possível aumento da participação da emissora em um mercado que, cada vez mais, vê crescer a audiência em automóveis e nas rádios all news. Por outro lado, para muitos fãs, será o fim de uma era.
Formal, elegante, contidamente irônica, e surpreendente, a Eldorado criou um prefixo clássico, que virou sua marca: o dobrado Paris Belfort, do francês J. Farrigoul. (Música que fora, antes, sinal de frequência da Revolução Constitucionalista de 32.) O traço ao lado, do artista Max, é uma leitura da verve daqueles tempos charmosos.
Anos dourados - Nascida em 4 de pelo crítico musical J. Jota de Moraes, interesse do ouvinte na programação, a direção da emissora janeiro de 1958 (foto acima), no auge entre outros. Formou também, ouvintes de ópera, o famoso Música decidiu não aceitar jingles, algo dos anos dourados, marcados pela Lírica, que transmitia óperas completamente estranho ao bossa- nova, e pela euforia completas. Mais. A Eldorado mercado publicitário, num tempo em desenvolvimentista do Brasil-JK, a Rádio Eldorado AM é parte valiosa da promoveu, também, os inesquecíveis que a musiquinha de 30 segundos já concursos de música clássica, era uma ferramenta-chave de vendas. história cultural e da memória (Concurso Eldorado de Piano), nos Engana-se, porém, quem imagina musical de São Paulo. Ali nasceram anos de 1960, revelando artistas que uma restrição como aquela programas como Concerto do Meiocomo João Carlos Martins e Caio poderia indicar fuga de anunciantes. Dia, Um Piano ao Cair da Tarde, Pagano; e o Prêmio Eldorado de Ao contrário, foi exatamente naquela Música Francesa, Música Lírica, Noite de Jazz, entre outros clássicos, que se Música; um concurso para músicos de época que a Eldorado começou a ter orquestra que, 20 anos depois, entre filas de empresas interessadas em transformaram em referências 1985 e 1996, premiou, entre outros, o associar sua marca a uma educativas e de lazer, para encanto hoje prestigiado maestro Roberto programação de classe. Programação da elite paulistana. A Eldorado foi a que atingia em cheio o primeira emissora de chamado "público São Paulo a divulgar o formador de opinião e LP Chega de Saudade, de alto poder gravado por João aquisitivo", Gilberto, e marco da considerado sempre escalada da bossaum dos focos do nova. mercado publicitário. Discoteca - Num Muitos jingles de tempo em que o nosso sucesso da época mercado editorial e foram apenas lidos discográfico ainda pelos locutores da engatinhava, a incrível própria rádio que, no discoteca da Eldorado seu estilo formal, (mais de 50 mil títulos) Banda no dia da inauguração: suave descontração. transformava-os em incluía, além de Minckzuk (diretor artísitico e regente verdadeiras peças dramáticas. lançamentos locais, discos raros titular da Orquestra Sinfônica Locução - Como moldura para importados, proporcionando acesso Brasileira); a cantora Celine Imbert, o esse quadro, a Eldorado criou um a obras dos mestres da música violinista Cláudio Cruz (spalla da novo padrão de apresentação, com erudita e popular. Osesp) e o clarinetista Paulo Sérgio locutores de voz grave, pronúncia Aliás, foi na chamada música de Cunha. correta de inglês, alemão, francês e concerto que a Eldorado também Publicidade - A Eldorado também espanhol, idiomas frequentes nos inovou, ao produzir programas que começou inovando nos anos 50. títulos clássicos. Foi um tempo de traçavam um alentado painel da Driblando os modelos da época, belas vozes, que a Eldorado cultivava história da música, como o Concerto investindo num público-alvo que, sob a coordenação da mais do Meio-Dia, inicialmente assinado hoje, classificaríamos como classe A. carismática de todas, a de José de por Carlos Vergueiro, fundador e Para evitar o ruído e concentrar o Ávila Barroso. (AG) primeiro diretor da rádio, e, depois,
Anos 80. Tudo vai mudar de novo.
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m 1982, João Lara Mesquita, músico e jornalista, assumiu a direção da Rádio Eldorado, e promoveu uma reformulação total na programação da FM. Fundada em 1976, a FM mantinha uma linha ainda bem próxima à AM: concertos, jazz, MPB. Apoiada pela locução sóbria, à imagem da AM. A nova diretoria substituiu os locutores tradicionais por jovens que, mais informais, subiam a temperatura da emissora. A Eldorado FM modernizou-se bastante: novos equipamentos; promoções; distribuição de ingressos; aposta na interatividade com o ouvinte. Jornalismo na AM - Em 1988, a Eldorado AM contratou o experiente jornalista e radialista Marco Antonio Gomes, responsável por ousada (e eficaz) transformação da AM em
emissora totalmente dedicada jornalismo: 24 horas de notícias; a primeira experiência do modelo all news no Brasil, já consagrado em outros países. Correspondentes - Equipe de jornalistas de peso integrou time distribuído pelos polos mais importantes do mundo. Por exemplo, Milton Blay (Paris); José Carlos Santana (Londres); Moisés Rabinovici (Oriente Médio); Luiz Recena (Moscou). "A Eldorado é a CNN do rádio", escreveu a revista Veja, quando da cobertura ao vivo da Guerra do Golfo (1999) - a primeira emissora a anunciar o fim do conflito, antes mesmo das TVs a cabo. Na China - Antes, a Eldorado foi, também, um dos únicos veículos brasileiros a cobrir, ao vivo, o episódio da Praça da Paz Celestial,
quando estudantes chineses saíram à rua, em junho de 1989, enfrentando os tanques do governo. Ambiente - A Eldorado fez história, também nesse departamento. Histórica: reportagem especial sobre a despoluição do Tâmisa, no final de 1980. Pela primeira vez, questionou-se: por que não fazer o mesmo com o nosso Tietê? Estava ali o estopim da mais importante campanha ambientalista da Eldorado, que culminou com um abaixo-assinado de mais de 1 milhão de cidadãos e consequentes obras de despoluição do rio, sob a responsabilidade de sucessivos governos estaduais. Outros temas conexos, liderados pela emissora: Pintou Limpeza, sobre reciclagem do lixo; e preservação da Mata Atlântica, além de campanhas políticas como o
Premio Cara de Pau, troféu para os políticos mais corruptos da cidade, eleitos pelos ouvintes. Especialistas - A Eldorado AM, naquela fase de mudanças, também investiu em comentaristas especializados em análise política e econômica (Carlos Chagas, Celso Ming, Marco Antonio Rocha, Denise Campos de Toledo, Alberto Tamer e José Márcio Mendonça, atualmente editorialista do DC). Simultaneamente, a rádio ampliou a cobertura da cidade de São Paulo, com ênfase no serviço de trânsito. No final dos anos 80, concontratou um helicóptero exclusivo, patrocinado, para entradas ao vivo com o até hoje repórter aéreo da Eldorado, Geraldo Nunes. Este novo serviço agitou a concorrência e virou referência. Depois, surgiram os ouvintes-
repórteres que, com seus celulares, informavam sobre o trânsito da Cidade a partir dos seus veículos. Foi mais uma inovação, imitada até hoje. Também como parte da sua revolução na linguagem do rádio, a Eldorado AM contratou meteorologistas do Ministério da Agricultura e os treinou para transmitir boletins do tempo com dados mais precisos e maior credibilidade, o que deu origem a empresa Climatempo, a mais importante do setor, e que hoje distribui conteúdo para muitos veículos de comunicação. Foi no dia... - Naquele 4 de janeiro de 1958, no 7º andar do antigo prédio do Estadão, na Rua Major Quedinho, Centro de São Paulo, aconteceu, às 18h, o início das transmissões da Rádio Eldorado, com
a presença de políticos, personalidades e uma centena de convidados que assistiram às suas primeiras transmissões, com um concerto da pianista Magda Tagliaferro. Na primeira página do Estadão daquele dia, lia-se: "Hoje às 18h, em 700 quilociclos, estará no ar a Rádio Eldorado de São Paulo". Cinco décadas depois, podemos dizer que a Eldorado, ao assumir novos rumos, foi mesmo, como dizia seu slogan, A Rádio Cidadã. (AG)
Na págin 3: pioneir os, mais histó rias. E Jo sé Márcio M endonça .
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sexta-feira, 25 de março de 2011
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Memória, nostalgia, audácia. Tudo vivo. Arthur Gebara Fotos: Arquivo/DC
Vergueiro, Viotti, Jô Soares...
O Adoniran e Nogueira, produtor. Viotti: timing sonoro.
Sofá do Adoniran
Eldorado atual
De engravatados e cabeludos
N
as fotos da sua inauguração, em 1958, e nos registros do dia a dia, dos estúdios e escritórios da Eldorado, daquele tempo, é curioso observar que a formalidade que caracterizava a locução da rádio, não estava só no formato da programação. Funcionários de estúdio, jornalistas, locutores, técnicos, todos de terno e gravata, circulavam em um ambiente sóbrio e de bom gosto, que incluía obras de arte de artistas importantes e até um belíssimo painel de Clóvis Graciano (1907-1988) no saguão. Até meados dos anos 70, a Eldorado ainda mantinha a sobriedade característica. Numa época em que os costumes começavam a se transformar radicalmente, a rádio ainda era fiel à formalidade do velho Estadão. Mas, a inauguração do Estúdio Eldorado, dirigido pelo locutor e jornalista Mário Lima, e da Eldorado FM, ainda
nos anos 70, contribuíram para decisivas mudanças no ambiente da emissora. Começavam a frequentála artistas "estranhamente" cabeludos; jovens músicos, criadores famosos da MPB e eruditos. Afinal, o Estúdio Eldorado, com 16 canais de gravação, era a última palavra em tecnologia do ramo. Caetano, Gil, Gal Costa, Milton Nascimento, Roberto Carlos, todos passaram por lá. O estúdio gravava discos, trilhas sonoras, jingles. Era de se esperar, portanto, que, nos anos 80, a informalidade já havia se tomado a tônica. As mudanças se acentuaram com a chegada do novo diretor, João Lara Mesquita, a partir de 1988. Entre todas as incríveis personagens que frequentaram a Eldorado, nesse período, a figura de Adoniran Barbosa é inesquecível. O compositor visitou a rádio, diariamente, durante os últimos
Vergueiro: o começo.
anos de vida, sempre após o almoço, aproveitando para tirar uma soneca no sofá do hall de entrada da rádio. Os funcionários acostumaram-se, carinhosamente, à presença dele, já na época um artista consagrado.
Discoteca: 50 mil.
Márcio Lino, diretor.
Luta pela transparência política
F
ilho de Ruy Mesquita, João Lara chegou à Rádio Eldorado, como o "Filho do Dono", um personagem, nem sempre dos mais simpáticos, conhecido nas empresas familiares. Não foi difícil aderir ao seu projeto de mudanças, desenvolvido a partir de 1982 na FM e, anos depoi,s na AM. João era uma "usina de ideias" e, com a ajuda de sua equipe, transformou a velha Eldorado na Nova Eldorado
Textos narrados por Paulo Autran: documento.
Lara: riscos assumidos.
AM, em 1988 - forte no jornalismo; e empenhada na responsabilidade social, na luta pela transparência política e pela defesa do meio ambiente. A rádio foi, também, pioneira em questionar a validade de transmitir um noticiário oficial diariamente em rede com todas as emissoras do País. Começava a campanha contra Voz do Brasil às 19h. Emissoras de todo o País apoiaram.
Velho estúdio: Rua Major Quedinho.
Compromisso total com a notícia E u sou 300, sou 350” escreveu um dia o paulistano Mário de Andrade, o poeta de Paulicéia Desvairada como a definir o multifacetado homem de cultura que foi ele, um dos líderes da Semana de Arte Moderna de 1922. Parece a imagem perfeita para a Eldorado, com seus mais 50 de anos de luta para transformar a Paulicéia em alguma coisa menos desvairada e mais amigável para sua população. Se aqui estivesse, Mário certamente seria um ouvinte e um colaborador AM 900, dial onde São Paulo costumou se encontrar desde quando ela foi pela primeira
vez ao ar. Como Mário, a Eldorado também foi “300, 350” por suas múltiplas ações, como se recorda aqui, nos textos que cercam este comentário. Foi a pioneira das campanhas cívicas, inaugurando rádio da cidadania muito antes desta palavra entrar para o anuário das modas politicamente corretas no Brasil. Foi a rádio que começou a salvar o Rio Tietê e que começou a ajudar os paulistanos a driblar os labirintos de seu trânsito. Foi a rádio das músicas de qualidade, da música brasileira de muita qualidade, com um sofá eterna-
mente aberto para refúgio do boêmio Adoniran Barbosa quando trem da onze já havia passado. E que fez gerações de paulistanos sonharem com um piano ao fim da tarde. Inovadora e conservadora ao mesmo tempo, um dos símbolos da “paulistanidade” (será que tal vocábulo dicionarizado?) a partir da segunda metade do século XX, a Eldorado 900 AM terá, deixado no imaginário de seu público mais fiel, quase constrito, uma ou duas marcas características das “300, 350” que foi. Mas nada representa tanto e tão
bem a marca Eldorado AM que seu irrepreensível e intocável compromisso com a notícia – a informação de qualidade, base inegociável de um Estado democrático de direito. Informações sem concessões e sem medo de censuras e patrulhamenros, oficiais e oficiosos, de direita e de esquerda, do governo e da oposição. Informação apenas, sem adjetivos. Princípios herdados de quem lhe deu a costela para os primeiros passos – centenário O Estado de S. Paulo. Para registro dos historiadores, um desses momentos, ainda mais ou me-
ator, pianista e compositor Carlos Vergueiro (19201998) foi, durante muito tempo, uma espécie de guardião da qualidade da programação da Rádio Eldorado AM. Como um dos fundadores e como diretor artístico, Vergueiro - oriundo de tradicional família paulista - ofereceu à rádio (foram 30 anos!) toda a sua formação clássica, seu trânsito social na Cidade, e sua experiência como ator e crítico musical do Estadão. Vergueiro criou os programas Um Piano ao Cair da Tarde (registrados em belos discos pela gravadora Eldorado); Concerto do MeioDia; Música Lírica e Noite de Jazz. Em todos conseguiu reproduzir muito da sua sofisticação e elegância. Pensando em continuar essa filosofia, convidou a trabalhar com ele Sérgio Viotti (1927-2009), radialista, ator, escritor e formidável narrador. Viotti reorganizou a programação da Eldorado e planejou a grade musical para o lançamento da Eldorado FM, em 1976. Posteriormente, Vergueiro, contratou, também, o jornalista, ensaísta e compositor Aluizio Falcão, conhecedor profundo das raízes musicais brasileiras. C o n t r a t a r n omes de destaque no cenário cultural e algumas celebridades, sempre foi uma estratégia da Eldorado. Já nos anos 60 o ator Paulo Autran interpretava textos literários e poéticos em programetes diár i o s, o s f a m o s o s Cinco Minutos com Paulo Autran. Um acervo único de interpretações de poemas e textos clássicos relançados em disco, nos anos 80, pela Gravadora Eldorado. Nos anos 80, em plena revolução do jornalismo da rádio, João Lara Mesquita levou para a programação da AM e FM o talento do humorista, cantor, e showman Jô Soares, para apresentar Jô Soares Jam Session, produzido por José Nogueira Neto, alma gêmea do Jô.
José Márcio Mendonça nos recente, deu-se na durante a votação da emenda das diretas já. A Eldorado começou a cobrir os comícios pelo país desde o primeiro momento, antes da maioria de seus concorrentes. No dias da votação no plenário, o governo Figueiredo fechou o cerco e limitou, quase censurou as notícias sobre o tema. O general Newton Cruz, vestido de uniforme de campanha e postado em cima do um cavalo, patrulhava a capital para conter as manifestações favoráveis à volta das eleições diretas. Foram dias difíceis para o trabalho jornalístico.
Mas a Eldorado, sem bravatas, sem provocações, não deixou os paulistanos sem informações reais sobre o que se passava na capital. Informação, como se diz hoje, em tempo real. A emenda não passou mas abriu caminho posteriormente para a derrota do regime militar nas eleições indiretas do ano seguinte. Não é por nada, mas é por essas e outras que o poder pode até tolerar, mas nunca gosta da imprensa. A Eldorado AM não agradava aos fortes, mas tinha o respeito deles. E a adesão de seus ouvintes
GNT repaginado. E a nova Carmen. Regina Ricca
C
anal com alma feminina por excelência, o GNT andou fazendo pesquisas qualitativas em 2010, em cinco estados, com cerca de 400 mulheres das classes AB, de 25 a 49 anos. O foco, claro, era agradar a sua audiência cativa, mas o olho grande dos executivos do canal estendia-se mesmo na direção de uma nova fatia que vem agitando o mercado consumidor nesses anos de boom econômico – as mulheres da emergente classe C. E foi assim que, desde a semana passada, o GNT tomou um "banho de loja", ao estrear nova programação e colocá-la em novo formato – cada noite da semana dedicada a programas de um mesmo segmento. "As pesquisas mapearam
quem são essas mulheres, o que elas querem, para descobrir o que faltava no GNT. Conseguimos um espectro importante principalmente das mulheres fora do eixo Rio-São Paulo. A partir daí juntamos uma equipe interna para fazer o que chamamos de nova programação, mas não é um novo GNT. É o GNT que você conhece da maneira que você nunca viu. Não é uma mudança na linha editorial", ressaltou Letícia Muhana, diretora do canal. Na segunda-feira, o assunto será dedicado à moda e beleza. Julia Petit dá dicas sobre maquiagem, roupas e quetais no Base Aliada, às 20h45. Mariana Weickert ensina como andar na moda no Vamos Combinar (21h30); Luana Piovani ensina truques de beleza no Superbonita (22h) e Lilian Pac-
ce continua antenando as telespectadoras com o mundo fashion daqui e do exterior no GNT Fashion (22h30), um dos poucos programas da safra antiga que sobreviveram. Na terça, a pauta recai sobre saúde e bem-estar, com Mãe & Cia (21h30), apresentado por Diana Bouth; Perdas e Ganhos (22h), no qual Cynthia Howlett ajuda telespectadores a perder quilinhos indesejáveis, e o Alternativa Saúde, programa veterano na grade apresentado por Patricya Travassos. Na quarta, o horário nobre do GNT está
com atrações voltadas para comportamento e relacionamento, como o Saia Justa (22h) e o novo Chegadas e Partidas (21h30), no qual Astrid Fontenelle (foto) acampa em aeroportos do País garimpando histórias e dramas de passageiros e seus familiares. Na quinta o dia é dedicado à casa e cozinha, como Decora (20h45), apresentado por Bel Lobo, o Nos Trinques (21h), com Guto Requena, o Que Marravilha!(22h), tocado pelo chef Claude Troisgros e o Diário do Olivier (22h30). Documentários e séries interna-
cionais ocupam agora as noites de sexta. Outra novidade do GNT: as vinhetas ganharam uma repaginada. Saem as mulheres seminuas que apareciam nos intervalos e entram mulheres reais em cenas que remetem ao cotidiano. Nova Carmen no La Scala - A curiosidade desta exibição da ópera de Bizet comandada pelo maestro Daniel Barenboim, que abriu a temporada 2010 do La Scala, de Milão – e que o canal Film&Arts exibe amanhã, sábado, às 18h – foi a revelação da mezzo-sprano Anita Rachvelishvili, de 25 anos, natural da Geórgia, no papel principal da montagem. Barenboim a descobriu quando realizava testes para um papel menor desta nova versão do clássico de Bizet. Foi en-
tão que apresentou-se para a seleção a desconhecida mezzo-soprano que acabara de sair da academia de La Scala. Ao escutá-la, Barenboim percebeu que estava diante da sua Carmen. "Esta Carmen será uma lenda", apostou o maestro. Ao final da sessão na qual La Scala abriu sua a temporada, Anita Rachvelishvili foi de fato fervorosamente aplaudida e ganhou uma chuva de flores por sua performance como a cigana que usa seus talentos de dança e canto para enfeitiçar e seduzir os homens. Nesta apresentação, Rachvelishvili faz parceria com o tenor alemão Jonas Kaufmann, e tem a companhia da Orquestra e Coral de La Scalla de Milão regidos, naturalmente, por Daniel Barenboim.
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Esculturas de terroir no Castello di Ama José Guilherme R. Ferreira
Chegam lanches. E viram refeições. Lúcia Helena de Camargo
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ambúrguer com queijo, bacon, salada, feijões, cogumelos, ovo frito e molhos variados. Todos esses podem ser ingredientes do lanche do PJ Clarke's. Eleito o melhor hambúrguer da Cidade pela revista Veja São Paulo nos dois últimos anos, tem 200 gramas de carne e é servido com uma rodela de cebola crua e picles, além de acompanhamentos como fritas, salada ou onion strings – as sequinhas e apetitosas cebolas empanadas. O carro-chefe é o hambúrguer The Cadillac. Entre as duas metades de pão, escoltando o hambúrguer, vêm american cheese, bacon, alface e tomate. Custa R$ 33,90. Se preferir variar nos queijos, há a opção Mini Cooper, composta de três pequenos hambúrgueres, cada um com um queijo diferente: emental, americano e mussarela. Antes de começar, vale pedir uma entrada. Os Eggs Benedict (R$ 21,90) são dois caprichados ovos pochê, com lombo canadense e molho holandês. Há ainda porções de pastel (R$ 17,40) e as elogiadas Chiken Wings (asinhas de frango fritas), servidas com molho barbecue ou blue cheese. A porção com 12 unidades custa R$ 19,50. Com 24 asinhas, sai por R$ 29,50.
No ambiente informal com luz indireta, são servidos também sanduíches como Club Turkey (foto), que leva peito de peru, bacon e brie (R$ 35,70). E pratos como Steak Tartar (R$ 36,30), que faz a alegria de quem aprecia carne crua; Pork Ribs (costelinhas de porco) com molho barbecue (R$ 43,90) e New York Steak (R$ 46,70), que embora nomeado pelo local de origem do PJ, consiste em 300 gramas de contra-filé argentino. Alto e suculento, chega ao prato rosado por dentro, se você pedi-lo ao ponto recomendado pela casa. O acompanhamento você escolhe: batata frita ou assada, saladas, creme de espinafre, purê de batata, vegetais, entre outros. Para beber, cervejas (Bohemia no balde, com cinco unidades, R$ 30); limonada em jarra (R$ 18,80), chopes Guinness (half pint, R$ 15) e Brahma (R$ 6,50), além de vinhos em taça. Na sobremesa, o carro-chefe é o NY Cheese Cake (R$ 14,90), servido com calda de frutas vermelhas. Esse foi eleito o melhor cheese cake pela revista Época, na edição do guia 2009-2010. O PJ Clarke's integra o Restaurant Week, que segue até a próxima semana em 300 restaurantes servindo al-
moço a R$ 29,90 e jantar a R$ 39,90, com menu incluindo entrada, prato principal e sobremesa. No cardápio do festival figuram salada de peito de peru, galeto e sanduíche de carne louca na baguete, além de torta de limão ou de abóbora. Mas os hambúrgueres estão fora da promoção. Outra lanchonete na cidade serve lanches de qualidade é o Milk & Mellow. Desde o hambúrguer tradicional (R$ 8,90) até beirute especial de peru defumado (R$ 29,40), além de omeletes, saladas (rosbife, mix de folhas e tomate, R$ 20,50) e grelhados, como a picanha maturada, que sai por R$ 41,60. Para sobremesa, a sugestão são os waffles, que vêm com coberturas como doce de leite e pêssego (R$ 15,30), manteiga e geleia (R$ 16,60) e mel e castanhas (R$ 16,60). Outro ponto forte da casa são os milk-shakes. Nos sabores chocolate, morando, creme, coco ou flocos, custam de R$ 18,70 a R$ 21,80.
ssim como Marco Pallanti trata seus vinhos – obras-primas da uva Sangiovese com todo o DNA da Toscana –, artistas por ele convidados também têm criado esculturas com a alma da sua propriedade, o Castello de Ama, cravado a 500 metros numa das colinas da comuna de Gaiole, em Chianti, província de Siena. A vinícola de Pallanti, no coração da zona histórica do Chianti Classico, foi fundada em 1972, sociedade de famílias romanas amantes da viticultura. Além dos vinhedos, cuidam de oliveiras e seus azeites. Mas como Pallanti e a mulher, Lorenza, também são apaixonados por arte, patrocinam com vivacidade de bons mecenas, desde o ano 2000, um verdadeiro museu de esculturas, com assessoria de Lorenzo Fiaschi e da Galleria Continua de San Gimignano. "Tínhamos a certeza de que o terroir dos nossos vinhos, este mágico canto da terra, teria o poder de falar ao coração dos artistas, estimular suas sensibilidades, e, através de um genius loci (a habilidade original de criação somada à especificidade de um lugar), ampliar os horizontes do conhecimento". Esculturas e
Divulgação/Ela Bialkowska
The Cadillac: hambúrguer com queijo americano, bacon, alface e tomate. No PJ Clarke's.
Divulgação/Carlo Borlenghi
A
instalações podem ser vistas ao lado de vinhedos (Daniel Buren), na capela do castelo (Anish Kapoor), e mesmo como pano de fundo da fileira de barricas (Kendell Geers).
José Guilherme R. Ferreira é membro da Academia Brasileira de Gastronomia (ABG) e autor do livro Vinhos no Mar Azul – Viagens Enogastronômicas (Editora Terceiro Nome)
Divulgação/Carlo Borlenghi
http://www.castellodiama.com/english/index.php
No embalo da nossa boa músca instrumental
Milk & Mellow. Av. Cidade Jardim, 1085, Itaim Bibi. Tel.: 3168-4516. PJ Clarke’s. Rua Dr. Mário Ferraz, 568, Jardim Paulistano. Tel.: 3078-2965.
Aquiles Rique Reis
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Cheeseburguer da Milk & Mellow
Milk-shake de chocolate: também Milk & Mellow.
Fotos: Divulgação
O ambiente do PJ Clarke's: informal, com luz indireta. Bom para reunião de amigos.
ntegrado por Alex Buck (bateria), Bernardo Ramos (guitarra e violão), Bruno Aguiar (baixo acústico), Josué Lopez (sax tenor) e Vitor Gonçalves (piano e acordeom), o Bamboo lançou seu primeiro disco (Brasilianos), que tem como título o nome do grupo. Você aí, que está lendo este texto, eu sugiro que busque ouvi-los. Ótimos músicos; bons temas compostos por eles; arranjos inspirados; solos, duos e improvisos plenos de criatividade. Intensos, mas irreverentes, experimentados, tão virtuosos quanto eficientes, eles se juntaram para iniciar um ótimo trabalho instrumental. Maracatu no Bambu (composição e arranjo de Bernardo Ramos) se inicia com o belo sopro do sax. O piano apoia e o maracatu soa esperto, em levada estilizada. O baixo, a bateria e o piano antecedem o improviso do sax. Logo a bateria, precisa, trisca nos pratos. O piano muda a concepção inicial e toca o tema de forma menos formal, mais desprendido da harmonia. Um rufo da bateria leva ao final. Sem Início, Sem Fim (composição e arranjo de Bernardo Ramos) vem com a arguta sonoridade da guitarra. O poderoso baixo acústico se junta ao piano e à bateria. O intermezzo fica a cargo do piano e do baixo. A guitarra assume o improviso, amparada por piano e bateria. O sax volta a solar, também escudado por bateria e piano, este que passa a improvisar. A bateria dá início a um quase solo, posto que a mixagem a coloca no mesmo plano do baixo. E o sax volta, e a guitarra sola... Meu Deus!
Márcio Bahia (composição e arranjo de Alex Buck) conta com participação do bandolim de Hamilton de Holanda, que, junto com o sax, começa. Em poucos compassos, o baixo improvisa (!) sobre toques da bateria. Em ritmo alucinado, o acordeom brilha. O bandolim inicia um solo contido, mas logo se solta e arrasa. O acordeom e o sax tocam em duo. Acompanhada de bandolim, acordeom e sax, a bateria sola... Que baita improviso, Deus do céu! Em revezamento, todos tocam para encerrar. Gratidão (composição e arranjo de Bernardo Ramos) é um tema extremamente doce. O violão dá o clima. Cuidadosamente, junto com o baixo, a bateria risca os pratos. O piano improvisa. Baixo e bateria pegam leve. Como se chorasse, o sax sola. A bateria cadencia e logo assume o ritmo de fato. O sax continua. O piano se une ao baixo e à bateria que toca nos pratos. Voltam sax e piano, e logo todos estão juntos novamente. Show! Nova Bossa (composição de Josué Lopez e arranjo de Josué Lopez e Bernardo Ramos) começa com piano, guitarra e bateria. Ao sax cabe o tema. A bossa nova assume sua cara. Para improvisar, a guitarra dispensa o ritmo. Piano e sax desenham. A guitarra volta à bossa nova. O duo agora é de guitarra com o sax, até que este se solta para improvisar. A bateria se agita e reúne todos para o final... Você pensa que acabou? Não, ainda há muitas mais. O que acabou foi o espaço para continuar a enaltecer um disco que engrandece ainda mais a música instrumental brasileira. Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4.
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O Americano na França: "Eu Quero Merlot" Carlos Celso Orcesi
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arlat-la-Canéda vale cada uma das três estrelas que lhe dá o Guia Michelin. Incrivelmente preservada, é uma viagem no tempo, tanto que sempre escolhida para filmagens da época medieval. Situa-se no sudoeste da França, no Perigord, terra dos patos e do foie-gras (foa-grá), patê de fígado dos gansos super alimentados que muita gente adora. Prefiro o magret de canard, o filé ou carne magra (donde maigre e magret) do pato gordo. Naveguei dez minutos pelo saite oficial de Sarlat, revendo as construções medievais e renascentistas, o símbolo real da salamandra, tentando encontrar o Restaurante Le Ciel de Algo, palco do acontecimento que pretendo relatar. Sem sucesso! Em compensação encontrei, na Place Liberté 9, centro da vila, um restaurante de curioso nome: "Da Costa Carlos". Meu exato nome vindo do pai Philomeno Costa, grande mestre da USP, dos Costa portugueses
do litoral que se atreveram pelos mares, assim como os Silva da selva ou Campos e Prados do interior. Voltarei ao Perigord para conhecer meu próprio restaurante. À noite a vila se ilumina magicamente, as luzes na medida exata, tudo com classe francesa. Fosse no Brasil e as ruas estariam escuras; nos Estados Unidos iluminadas demais. Pelas ruelas cada restaurante é mais acolhedor do que o outro, servindo ótima comida francesa sem assalto ao bolso. Sarlat é feita para turistas desapressados que preferem deitar o olhar aos detalhes. Tudo estaria perfeito se não surgisse um estranho no ninho: sua excelência o turista norteamericano. Ele e a esposa chegaram ao Le Ciel tensos, meio incomodados com a pequena mesa que lhes coube. Passou longamente os olhos pela carta de vinhos e nada! Chamou o garçom e pediu: "Merlot". Depois de repetir duas vezes o jovem garçon fez
sinal de que não entendia, apontou o dedo para a carta, tentando se comunicar na sua língua que o turista ignorava. Repetiu devagar: "I want merlôú"! Não era apenas sintonia de línguas, mas uma questão cultural: na França não se pede vinhos a partir do tipo da uva, mas pela denominação de origem ou região. Do gênero à espécie pede-se um Bordeaux da grande região, um Medoc, Pomerol ou Sauternes das sub-regiões, um Pauillac ou Margaux das comunas (municípios) ou, descendo na escala, este ou aquele vinho específico de Bordeaux, por exemplo Chateau Latour ou Potensac. Quase intervi recomendando ao vizinho de mesa que pedisse SaintEmilión ou, se estivesse disposto a gastar um pouco mais um Pomerol, vinhos com predominância da Merlot. Acontece que o turista foi mal educado (isso acontece com qualquer nacionalidade) e não merecia ser
esclarecido. Como diz a canção 'Ironic' da canadense Alanis Morissette it's a black fray in your chardonnay, it's like rain in your wedding day. Também Alanis chama o vinho pela espécie da uva e não pela região. Traduzindo o "Irônico", aquele turista mal humorado era "a mosca no seu chardonnay" (no Brasil seria "na sua sopa", conforme a canção de Raul Seixas) ou "a chuva no dia de seu casamento", quer dizer um malasem-alça, uma chateação insuperável. "Oooh, in America... uí dû réve merlôu". "De volta ao Kentucky não recomendaremos a França aos nossos amigos do bairro". Que paisinho de pessoas mal humoradas que atendem mal os turistas, não tem uva merlot e não sabem falar inglês! Mudei de freqüência. Não me recordo se o casal mudou de restaurante ou se - embora a magia da noite de Sarlat - terminou bebendo coca-cola com 'much', 'plenty', 'full'... bastante gelo.
Os poemas jovens do veterano Gullar Renato Pompeu
A
A síndrome da juventude eterna Lúcia Helena de Camargo
T
odos envelhecemos. Não há escapatória. Cada pessoa lida de maneira diversa com a decadência física. O botox traz alento temporário a celebridares e afins. Gente mais radical recorre à cirurgia plástica. Os belos jamais deixaram de ser cultuados, é verda-
de. Mas nesta época em que a humanidade persegue a juventude eterna a todo custo, a refilmagem de O Retrato de Dorian Gray chega aos cinemas atual como nunca. Baseado no livro escrito por Oscar Wilde (foto à esquerda), o filme conta a história de Dorian (Ben Barnes, foto no alto), jovem que herda propriedades e dinheiro e é apresentado à sociedade, na Inglaterra vitoriana do século XIX. Entre jantares e festas, conhece o cínico Henry Wotton (Colin Firth), que o toma como pupilo, iniciando o rapaz em hábitos como fumar e seduzir mulheres. Dorian, encantado consigo mesmo, toma gosto pelos prazeres aos quais passa a ter acesso. Ao ganhar de presente o quadro com seu retrato pintado pelo amigo Basil Hallward (Ben Chaplin), ocorre a mágica transferência: a pintura passa a envelhecer em seu lugar. E ele permanece jovem por décadas. Até o conhecido e trágico final.
Documentários de 29 países
O
s documentários tem ganhado mais atenção do público nos últimos tempos. Quem quiser ver algumas das melhores produções recentes no gênero pode anotar na agenda: na próxima semana começa oÉ Tudo Verdade 2011 – 16º Festival Internacional de Documentários. Com entrada gratuita, o festival acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre os dias 1º a 10 de abril. Vai exibir 92 documentários de 29 países, sendo 18 brasileiros inéditos, de curta, média e longa-metragem. Contará ainda com retrospectivas
para celebrar Marina Goldovskaya e poetas brasileiros. A direção do evento é de Amir Labaki. Entre as obras, Carne, Osso (foto), de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros (SP, 2010, 56 minutos), que mergulha no mundo nos frigoríficos brasileiros. E Dois Tempos, de Dorrit Harazim e Arthur Fontes (RJ, 2010, 82 minutos), que traça o perfil de uma família moradora na paulistana Vila Brasilândia. Os filmes serão apresentados no Cine Livraria Cultura, que fica no Conjunto Nacional. Av. Paulista, 2073. Tel.: 3285-3696. (LHC)
O ator Ben Barnes, bonito (mas não do tipo de parar o trânsito), tem desempenho irregular. Nos primeiros momentos após a incorporação das mazelas físicas pelo quadro, ele dá show, com sorrisos sutis, ao achar que por ter beleza, juventude e dinheiro, é seu próprio deus. E tudo pode. Porém, na segunda fase, soa exagerado ao demonstrar os efeitos do mergulho no hedonismo destrutivo e encarnar o aristocrata que não consegue livrar-se do cinismo nem ao se apaixonar por Emily Wotton (Rebecca Hall), filha de seu antigo mestre. Talvez seja um problema da direção de Oliver Parker. De todo modo, os trejeitos de Barnes chegam a incomodar. Publicado em 1890, o romance O Retrato de Dorian Gray teve uma segunda edição no ano seguinte, na qual o autor acrescentou seis novos capítulos e mudou o prefá-
cio. A obra provocou escândalo à época. Inicialmente, por sua crítica à superficialidade. E mais ainda depois que a relação homossexual de Wilde com o Lord Alfred Douglas se tornou pública, em 1891. No novo prefácio, o escritor alfineta os críticos: "Aqueles que encontram intenções feias nas belas coisas são corrompidos sem sedução. E isso é um crime". E para de certa maneira se justificar, pontuou: "Não existem livros morais ou imorais. Os livros são mal ou bem escritos. É tudo." O tempo mostrou que sua tese fazia sentido, já que a polêmica passou, mas a obra – de inegável qualidade literária – não foi esquecida. O Retrato de Dorian Gray (Dorian Gray, 2009, Reino Unido, 112 minutos). Direção: Oliver Parker. Com Ben Barnes, Colin Firth, Ben Chaplin, Rebecca Hall.
os 80 anos, e onze anos depois de seu livro anterior de poesias mais recente, o maranhense Ferreira Gullar, ao lado da mineira Adélia Prado o mais consagrado poeta vivo brasileiro, lançou no ano passado mais um volume de poemas, Em Alguma Parte Alguma, pela José Olympio Editora, que agora já chega à quarta edição. Essa "alguma parte" pode ser a cidade de São Luís em sua infância e adolescência, enquanto a "parte alguma" pode ser o fato de que essa cidade de décadas atrás só vive na memória. Mas pode ser que o título também reflita a vida de exilado do regime militar. Afinal, para um exilado que retornou, toda parte é ao mesmo tempo "alguma parte" e "parte alguma". Também pode ser uma parte do mundo, ou uma parte da memória. Esse 16º volume poético de Gullar, em mais de 60 anos de carreira, com introduções críticas de dois membros da Academia Brasileira de Letras, o ensaísta e crítico Alfredo Bosi e o poeta Antonio Carlos Secchin, traz um entusiasmo pela vida e pela poesia, que, não fosse pela técnica apurada e depurada, poderia ser de um poeta estreante. Já nas primeiras estrofes de "Fica o não dito pelo dito", o poema de abertura da primeira parte, se nota esse entusiasmo: "O poema/ antes de escrito/ não é em mim/ mais que um aflito/ silêncio/ ante a página em branco// ou melhor/ um rumor branco/ ou um grito/ que estanco/ já que/ o poeta/ que grita/ erra/ e como se sabe/ bom poeta (ou cabrito)/ não berra". Note-se a predominância da vogal "i" na primeira estrofe e da vogal "o" na segunda estrofe; esta segunda predominância é interrompida pelo "e" aberto de "erra" e o "o" e o "i" se encontram no penúltimo verso da segunda estrofe, num encontro também inusitado entre o que representa um "poeta" e o que representa um "cabrito", com o "e" aberto se reiterando em "poeta" e finalizando a segunda estrofe em "não berra". Notemos que, no texto de jornal, não é possível reproduzir os grafismos com que Gullar sublinha a poeticidade de seus trabalhos. Seguindo a leitura, embora Gullar reivindique, com razão, que é um poeta diferente a cada livro, encontramos temas recorrentes em suas obras, temas
que vêm desde seus primeiros trabalhos. Um deles é o das frutas podres. Os jovens de hoje, que só sentem repulsa ou nojo diante de uma fruta podre no supermercado, na feira, na geladeira e à mesa, talvez não saibam como é poética a visão e como é agradável o aroma de uma laranja ou banana caída da árvore no quintal e apodrecida ao sol, pulsando de vida e brilhando em reflexos luminosos. Mas Gullar conhece muito bem essa experiência, e só com o título Bananas podres, já usado antes pelo autor, aparecem no novo livro três poemas, o 3, o 4 e o 5. Bananas podres 4 diz, lembrando-se que fica preta a casca da banana apodrecida e que, dentro, a banana fica cor de mel e ainda continua saborosa para quem é veterano em apreciá-la: "É a escuridão que engendra o mel/ ou o futuro clarão no paladar/ (como quase luz na saliva e mais:/ em alguma parte da vida)/ a escuridão/ engendra/ o olhar no corpo ansioso de abrir-se/ à luz". Até a melancolia é entusiasmada em Gullar, como se vê no poema A propósito do nada: "sou/ para o outro/ este corpo esta/voz/ sou o que digo/ e faço/ enquanto passo// mas/ para mim/ só sou/ se penso que sou/ enfim/ e sou/ a consciência/ de mim// e quando/ vinda a morte/ ela se apague/ serei o que alguém acaso/ salve do olvido". Note-se que aqui Gullar resvala, talvez ironicamente, pela prosa apresentada graficamente como poesia, mas a poeticidade está garantida não só pelos cortes rimados – "faço" e "passo", "mim", "enfim" e "mim" – como pela omissão da pontuação, omissão que dá um ritmo bem particular ao enunciado como um todo. Uma mostra final do entusiasmo juvenil do Gullar que já era septuagenário quando escreveu esses versos: como sua última dádiva ao leitor, na última página ele repete, manuscrito, o poema Uma corola: "Em algum lugar/ esplende uma corola/ de cor vermelho-queimado/ metálica// não está em nenhum jardim/ em nenhum jarro/ da sala/ ou na janela// não cheira/ não atrai abelhas/ não murchará// apenas fulge/ em alguma parte alguma/ da vida". Viva a vida, viva entusiasticamente a memória, viva a aspiração a um mundo melhor!
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SUPER STAR
O adeus da doce megera Liz Taylor carregou na máscara de fera. E, mais ainda, de bela. Sua ação dramática talvez feche um ciclo de talento (para valer) em Hollywood.
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Lúcia Helena de Camargo
cultura
Com Mickey Rooney
Com Paul Newman
Com Clift: racismo em A Árvore da Vida (57). Com Richard Burton
Cleópatra, com Burton.
Em Cerimônia Secreta (1968).
Em De Repente, no Último Verão (59). A força de um personagem criado por Tennessee Williams, e recriado por Liz.
Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?
A Mocidade é Assim Mesmo (44)
D Com Spencer Tracy
Com Monty Clift
Com Gassmann
E
ntre os filmes estrelados por Elizabeth Taylor que podem ser encontrados em formato DVD está Cleópatra (1963), que representou um marco em sua carreira. Por pelo menos dois bons motivos. O longa lhe rendeu o inédito pagamento de um milhão de dólares pela atuação. O valor máximo até então já pago a uma atriz havia sido a Audrey Hepburn, que recebeu US$ 750 mil por Bonequinha de Luxo, em 1961. Os outros custos foram proporcionais ao cachê. Cleópatra é considerado um dos filmes mais caros de todos os tempos. Ini-
ona dos olhos cor de por ela e Paul Newman, que também violeta mais famosos do recebeu sua primeira indicação ao mundo, Elizabeth Taylor Oscar pela interpretação de Brick. (1932-2011) deixou sua O filme De Repente, No Último Verão marca no cinema. Com pais americanos, (Suddenly, Last Summer, 1959) rendeu a nasceu na Inglaterra, mas quando ela Liz sua terceira indicação ao Oscar. E tinha sete anos de idade a família mais uma vez Montgomery Clift como mudou-se para os Estados Unidos, onde colega, no papel do neurologista Dr. estreou no cinema aos dez anos, em Cukrowicz. Ela vive a perturbada There's One Born Every Minute, de 1942. Catherine Holly, sobrinha de Violet Logo ficaria mundialmente conhecida Venable (Katherine Hepburn). Na por Lassie e a Força do Coração (Lassie direção está ninguém menos do que Come Home, de 1943), longa-metragem Joseph L. Mankiewicz. Um filme em que vive a menina Priscilla, memorável, para ser visto ou revisto. companheira da ilustre cachorra. Três O primeiro prêmio Oscar viria com anos depois, em 1946, voltaria à Disque Butterfield 8 (Butterfield 8, parceria canina em A Coragem de Lassie 1960). Dirigida por Daniel Mann, ela (Courage of Lassie). encarna Gloria Liz Taylor, como era Wondrous, moça que um chamada, estrelou, nos dia acorda em um anos de 1950, grandes luxuoso e desconhecido filmes como Um Lugar ao quarto. Alguém deixou Sol (A Place in the Sun, US$ 250 na cabeceira da 1951), com Montgomery cama. Ela escreve com Clift; e Assim Caminha a batom uma mensagem Humanidade (Giant, pouco simpática no 1956), com Rock Hudson, espelho e sai, levando ambos atores consigo o casaco de homossexuais de quem peles que encontrou no viria a tornar-se armário. O filme narra a amiga íntima. trajetória de uma garota Em Ivanhoé Com A Árvore da Vida de programas que (Raintree County, 1957), receberia sua enfrentará muitos dilemas morais e primeira indicação ao Oscar de melhor problemas de ordem social em razão atriz. Nesse drama de guerra pontuado da natureza de seu trabalho. por romance, ela trabalhou sob a E Quem Tem Medo de Virgínia direção de Edward Dmytryk, tendo Woolf? (Who's Afraid of Virginia novamente Montgomery Clift como Woolf?), lançado em 1966, lhe daria a companheiro de tela. A segunda segunda estatueta. Na direção estava indicação viria no ano seguinte com de Mike Nichols. Ela, magistral no Gata em Teto de Zinco Quente (Cat on a papel da ferina Martha, atua ao lado Hot Tin Roof, 1958). Sua personagem, de Richard Burton, além de George Maggie Pollitt, é uma mulher Segal e Sandy Dennis. Dois casais insatisfeita, desprezada pelo marido. confinados em uma casa em um final São intensas as cenas protagonizadas de semana trocam confidências,
transbordam rancores e o quarteto entra em um bizarro jogo de sedução. Cinco vezes indicada para o Oscar; ganhou duas, ambas com personagens de mulheres assertivas, por alguns consideradas verdadeiras megeras. E em 1993 ainda foi distinguida pela Academia de Hollywood com o Jean Hersholt Humanitarian Award, por suas ações sociais no combate à aids. Até o fim da vida, Elizabeth Taylor jamais deixou de ser personalidade que conferia prestígio a qualquer obra. Tanto que nos anos de 1990 representou a si própria em diversas produções, para a TV e o cinema. Entre as mais festejadas estão o desenho animado Os Simpsons, em 1993, e o seriado The Nanny, em 1996. E em 1994 integrou o elenco do filme Os Flintstones. A causa de sua morte, ocorrida na última quarta-feira, foi "insuficiência cardíaca congestiva", de acordo com as informações do hospital Cedars-Sinai – no qual estava internada há seis semanas. Ela sofria da doença desde 2004. Na prática, o coração da atriz não era capaz de bombear sangue suficiente para suprir as necessidades dos outros órgãos. Se vale a metáfora de que o coração seja o responsável pelos sentimentos, os problemas de saúde
acabaram por resumir sua atribulada vida amorosa. Liz Taylor se casou oito vezes. Duas delas com o mesmo homem, Richard Burton. Ambos de personalidades fortes, enfrentaram alcoolismo, traições e conturbadas idas e vindas, até conseguirem encontrar serenidade no segundo casamento. Um apaixonado Burton disse certa vez que os olhos de Liz eram "tão sexies que equivalem a pornografia".
LIZ EM DVD, NA TV, NA INTERNET. E BONECA. cialmente foi previsto um orçamento da ordem de US$ 2 milhões, mas sua produção consumiu US$ 44 milhões, em quantias da época. Segundo contas atualizadas em 2005, o filme custou US$ 286,4 milhões em valores atuais. O longa quase levou a Fox à falência. A bilheteria foi de US$ 58 milhões. O segundo fato importante para Liz foi ter conhecido e se apaixonado por Richard Burton durante as filmagens. Ele fez o papel de Marco Antônio. Ali começaria o primeiro casamento do casal, que durou uma década. Muitos filmes estrelados pela diva po-
dem ser encontrados em boas locadoras e à venda. Assim Caminha a Humanidade é fácil de achar a preços justos, assim como Um Lugar ao Sol e A Megera Domada (1967), dirigido por Franco Zeffirelli. De olho no interesse provocado por sua morte, sites de vendas online preparam verdadeiras compilações de filmes de Liz Taylor. Não será difícil ter acesso a alguns de seus melhores trabalhos. T V - Quem assina TV a cabo pode aproveitar ainda a homenagem que o canal TCM vai prestar à grande atriz neste sábado (26). Às 16h, será exibido A Cora-
gem de Lassie(Courage of Lassie, de 1946); às 17h40, chega Adoráveis Mulheres (Little Women, 1949); às 19h50 é a vez de Ivanhoé(Ivanhoe, 1952); às 22h passa o fenomenal Gata em Teto de Zinco Quente (Cat on a Hot Tin Roof, 1958). A programação segue na madrugada, com De Repente, no Último Verão, exibido à meia noite e cinco, e Nossa Vida com Papai (Life With Father, 1947), às 2h15. Boneca - Em Porto Alegre pode-se ver Liz Taylor em forma de Barbie. A atriz inspirou duas bonecas que integram a exposição Mundo Encantado Barbie, em
cartaz até 3 de abril no Shopping Iguatemi da capital gaúcha. Ela aparece vestida de Cleópatra (foto) e Katherine, da comédia O Pai da Noiva, de 1950. Twitter - Adepta das mensagens de 140 caracteres do microblog Twitter, Liz Taylor relatava ali seu dia-a-dia. Sua última postagem, em 9 de fevereiro, antes de ficar incapacitada pela doença, foi um chamado para os fãs sobre a recém-publicada entrevista com ela na revista Bazaar. O microblog foi o canal usado também por amigos e conhecidos que decidiram prestar suas últimas homenagens.
"Acabamos de perder um gigante de Hollywood e, mais importante, perdemos um incrível ser humano", disse Elton John. O ator britânico Stephen Fry resumiu: "Certamente um ícone para gerações". A cantora Kylie Minogue lembrou palavras da própria atriz: "Doe. Lembre-se sempre de doar. É isso que vai fazer você crescer". E Boy George exultou: "Incrível Taylor, deusa, atriz, ativista e uma das verdadeiras belezas do mundo!"