Diário do Comércio

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OS PRIMEIROS ~ R$100 BILHOES 5 4 h

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Ano 86 - Nº 23.297

www.dcomercio.com.br

R$ 1,40

São Paulo, terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

Ayrton Vignola/AE

Conclusão: 23h00

Jornal do empreendedor

Uma festa como nunca antes em São Paulo A festa pelos 457 anos da Cidade reuniu Kassab, Lula, Alencar, Dilma, Temer, Alckmin e d. Odilo Scherer. Págs. 5, 9 e 10 Rodrigo Coca/Ag. O Globo

Reprodução

Quem éo sombra? Na homenagem ao ex-vice José Alencar, Lula se comportou como ex-presidente, e o primeiro plano ficou para a presidente, Dilma Rousseff. Mas sombra, ele ainda faz. Joseph Eid/AFP

O 'Brazil' no Oscar Lixo Extraordinário, dirigido pela inglesa Lucy Walker e codirigido pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley, concorre a melhor documentário. O filme mostra o trabalho do artista plástico paulistano Vik Muniz (à esq., em autorretrato) com catadores de lixo em Duque de Caxias, no Rio. Pág. 12

Mohamed Abd El-Ghany/Reuters

O NOVO CONSUMIDOR É jovem, internauta, ligado em tecnologia e influenciado pelas redes sociais. O impacto desse novo perfil, visto pela conferência da NRF, em NY, na pág. 13

O Egito quer fazer a 2ª revolução tunisiana HOJE Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 33º C. Mínima 21º C.

AMANHÃ Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 33º C. Mínima 22º C.

ISSN 1679-2688

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9 771679 268008

O fogo já está aceso em Beirute Libaneses pró Hariri (filho deposto, pai assassinado) acendem protestos. Pág. 8

Armados de Facebook e Twitter, egípcios se reuniram em Suez, Cairo e Alexandria para protestar. Em Túnis, a revolução foi eletrônica. Mas no Egito, as redes são censuradas. Pág. 8

Os livros que todo empresário precisa ler Chaves do sucesso. Pág. 18


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

Dilma foi eleita com uma plataforma que incluía a condenação a todas as formas de desrespeito aos direitos humanos. Roberto Fendt

pinião

IVONE ZEGER

USAR OS FILHOS CONTRA EX É ILEGAL

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Política externa: o que está valendo, afinal?

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a entrevista que concedeu ao jornal americano Washington Post em três de dezembro último, a senhora presidente foi extremamente clara quanto ao reposicionamento de nossa política exterior. Perguntada por Lally Weymouth , do Post, se o fato de ter experimentado a condição de prisioneira política a tornava mais simpática a outros prisioneiros políticos, a senhora presidente foi incisiva: "Tenho um compromisso histórico com todos os que foram ou são prisioneiros simplesmente por ter expressado seus pontos de vista ou opinião". A pergunta seguinte se impôs naturalmente: como esse compromisso afeta a política brasileira com relação ao Irã, país que prende jornalistas e permite que pessoas sejam condenadas à morte por apedrejamento? Mais uma vez a senhora presidente foi extremamente clara. Respondeu que é necessário distinguir dois aspectos da pergunta: o apoio aos esforç o s d a c o n s t ru ç ã o d a p a z n o Oriente Médio, com o repúdio às intervenções armadas no Afeganistão e no Iraque, do respeito aos direitos humanos na região: "Eu não endosso a morte por apedrejamento. Não concordo com práticas medievais de tratamento das mulheres. Não há nuances [nessa questão]; não farei qualquer concessão nessa matéria". E completou, respondendo a uma questão sobre a abstenção do Brasil em recente votação de uma resolução sobre direitos humanos nas Nações Unidas: "Não concordo com a forma com que o Brasil votou. Não é a minha posição". Em vista da forma contundente com que a senhora presidente respondeu à pergunta sobre o desres-

ROBERTO FENDT peito aos direitos da mulher no Irã, preocupa a forma como o senhor assessor internacional da Presidência tratou do mesmo tema em longa e recente entrevista (23/01) à Folha de São Paulo.

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urante a entrevista, o senhor assessor internacional afirmou que o Brasil vai "trabalhar melhor as coisas" nesse tema, mas não será um "altofalante giratório que vai denunciar todas as violações" nem um "tribunal de opiniões" sobre países árabes e africanos. Antes que alguém conclua que eu possa estar usando palavras fora do contexto, deixo claras as qualificações feitas pelo próprio senhor assessor ao que disse. Ele afirma que a prioridade da senhora presidente à defesa intransigente dos direitos humanos não deve nos transformar em um país que "vai denunciar todas as viola-

ções dos direitos humanos todo o tempo com igual intensidade". Quanto à abstenção brasileira na votação na Terceira Comissão da Assembleia Geral da ONU, que havia contrariado a senhora presidente a ponto de ter ela mencionado explicitamente a questão na entrevista ao Washington Post, o senhor assessor limitou-se a dizer que já havia um debate instalado no Itamaraty sobre o assunto para que "as coisas sejam mais bem trabalhadas".

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le explicou que alguns países encaram a questão de forma seletiva, sempre condenando as violações de direitos humanos no hemisfério sul. E conclui que esse um tema não foi ainda resolvido, quer pelo Brasil, quer pelos demais atores político s, tanto na Terceira Comissão da ONU como no Conselho de Direitos Humanos.

É imprescindível que o Itamaraty tenha claro que a presidente Dilma Rousseff foi explícita na condenação a todas as violações de direitos humanos, ponto final.

É imprescindível que o Itamaraty tenha claro que a senhora presidente foi explícita na condenação a todas as violações de direitos humanos, ponto. Essa clara posição não transforma o País em juiz de tudo que se passa em todos os países, o tempo todo. Mas deve nortear todas as votações, em qualquer âmbito, em que a questão da violação de direitos humanos esteja colocada.

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or não usar linguagem diplomática, e com saudável franqueza, a senhora presidente não deixou margem a dúvidas com relação ao que disse sobre a lamentável omissão de votar na Terceira Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas: "Não concordo com a forma com que o Brasil votou. Não é a minha posição". A senhora presidente foi eleita com uma plataforma que incluía a condenação a todas as formas de desrespeito aos direitos humanos. É motivo de conforto saber que Sua Excelência mantém, depois de eleita, o que disse durante a campanha eleitoral. Será também motivo de conforto para os amantes da liberdade que Sua Excelência faça o Itamaraty cumprir sua decisão, de forma não seletiva e não discriminatória. E que a nossa diplomacia pare de procrastinar indefinidamente definir uma posição quanto a uma decisão transparente da senhora presidente – a de votar sempre a favor dos direitos humanos, em qualquer foro em que o tema for submetido– quer as violações em questão ocorram no hemisfério norte ou sul, no Irã, na Venezuela ou em Guantánamo. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA

uitos pais divorciados já passaram – ou ainda passam – por isso. Chega o dia de visitar os filhos, e o pai dá com a cara na porta porque a mãe decidiu sair com as crianças sem avisar. Ou, então, os meninos retornam de um fim de semana na casa do pai – e a mãe percebe que eles parecem distantes, ou enfurecidos com ela, devido a comentários pouco lisonjeiros que o pai andou fazendo a seu respeito. Isso para não falar em outros estratagemas utilizados por ex-maridos ou ex-mulheres ressentidos com a separação, e que incluem invariavelmente usar os filhos como arma para ferir o "ingrato" ou a "ingrata" que ousou se separar. Pois bem, de agora em diante, quem fizer isso estará infringindo a lei. Mais especificamente, a Lei nº 12.318/10, conhecida como "Lei da Alienação Parental", sancionada pelo presidente Lula. Por alienação parental entende-se a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou por quem detiver a guarda dos menores, com o intuito de fazê-los repudiar o pai ou a mãe ou desestabilizar os vínculos familiares. ão exemplos de alienação parental fazer "campanhas de desqualificação" contra os pais, dificultar o exercício da autoridade parental, o contato de criança ou adolescente com o genitor, atrapalhar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar, omitir deliberadamente do genitor informações relevantes sobre a criança ou adolescente – pessoais, escolares, médicas e alterações de endereço. Também é considerado alienação parental apresentar falsa denúncia contra o genitor, familiares ou contra avós, e mudar o domicílio para local distante sem justificativa, com o objetivo de dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, avós ou familiares. As penalidades para quem

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descumprir a lei variam de advertência, pagamento de multas e até à perda da guarda dos filhos. Para isso, o pai ou a mãe que se sentir prejudicado deve ingressar com ação judicial, que será julgada com prioridade. Se o juiz entender que as alegações constituem indício de alienação parental, ele poderá solicitar perícia psicológica, ou seja, avaliação feita por psicólogo ou equipe multidisciplinar, durante a qual, entre outros procedimentos, serão ouvidos todos os envolvidos, inclusive as crianças. Por fim, será emitido um laudo indicando se houve ou não alienação parental. m tese, todos nós sabemos que usar as crianças como armas contra o próprio pai ou mãe é uma atitude que causa sérios danos psicológicos ao menor – e que podem perdurar por toda sua vida. No entanto, foi preciso introduzir uma nova legislação para deixar claro que "a prática de ato de alienação parental fere o direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda", conforme afirma o Artigo 3º da Lei. Espera-se, com isso, que pais, mães e outros familiares pensem duas vezes (ou mil vezes) antes de transformar as crianças em instrumento de vingança. A nova lei deu nomes aos bois: atitudes como essa constituem abuso moral. E o infrator corre o risco de responder por seus atos no tribunal e de pagar por eles, inclusive com a perda da guarda dos filhos.

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IVONE ZEGER É ADVOGADA, CONSULTORA JURÍDICA EM

DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÃO, AUTORA DOS LIVROS "HERANÇA: PERGUNTAS E RESPOSTAS" E "COMO A LEI RESOLVE QUESTÕES DE FAMÍLIA" - DA MESCLA EDITORIAL WWW.PARASABERDIREITO.COM.BR

ERRATA Por erro de digitação, a palavra "noviço", que deveria constar no texto, foi substituída por "mestiço" na linha que encerra a entrevista

dada pelo historiador Antonio Penteado Mendonça à coluna Metrópole, na edição de 21/01/2011, a respeito da fundação de São Paulo.

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

CONSELHO EDITORIAL Alencar Burti, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos (tmatos@acsp.com.br) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos (josemaria@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), chicolelis (chicolelis@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima (luiz.octavio@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br) e Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro (aribeiro@dcomercio.com.br) Editores: Cintia Shimokomaki (cintia@dcomercio.com.br), Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) e Vilma Pavani (pavani@dcomercio.com.br) Subeditores: Fernanda Pressinott, Kleber Gutierrez, Marcus Lopes, Rejane Aguiar e Tsuli Narimatsu Redatores: Adriana David, Anna Lucia França, Eliana Haberli ,Evelyn Schulke, e Sérgio Siscaro Repórteres:Anderson Cavalcante (acavalcante@dcomercio.com.br), André Alves, Fátima Lourenço, Geriane Oliveira, Giseli Cabrini , Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mário Tonocchi, Neide Martingo, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vanessa Rosal, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira (soliveira@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

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terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

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GASTO PÚBLICO E CONSUMO ALTO PUXAM INFLAÇÃO E CAUSAM ALTA DO JURO, O QUE ATRAI CAPITAL EXTERNO.

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s leitores devem se lembrar de John Smith, fictício -cidadão americano, ferroviário aposentado e fazendeiro, que vive no Nebraska e me ajudou, em dois artigos anteriores, a explicar a arapuca dos juros em que o Brasil está metido. Pois bem, o simpático senhor Smith está internado na UTI, após ter sofrido um enfarte do miocárdio aqui mesmo em São Paulo. Como todo início de ano, ele veio ao Brasil para dar uma espiada e, claro, gastar um pouco da pequena fortuna que amealhou ao aproveitar a elevada taxa de juros brasileira. Afinal de contas, como ele bem sabe, é o olho do dono que engorda o boi... O motivo do enfarte não foi a taxa de juros real brasileira (taxa de juros nominal descontada a inflação), que está em 5,5% e é a maior do mundo. A título de comparação: a taxa real de juros americana é negativa (-1,2%). Ele não aguentou mesmo e sucumbiu foi ao constatar, no bolso, que o mesmo Brasil que era tão generoso com suas economias, agora tomava de volta sua rica poupança, com os preços inacreditáveis que estava pagando nos seus gastos habituais de turista. No ano passado, a inflação chegou a 6%. Os preços dos alimentos cresceram 10,4% – e podem aumentar mais por causa das chuvas desse verão que comprometem os produtos agropecuários – e os de serviços, 7,6%. Não por acaso, o setor de serviços e o de alimentação são conhecidos no jargão econômico como produtores de bens não-comercializáveis. Ou seja, regra geral, os produtos desses setores não podem ser importados e, portanto, não sofrem a concorrência de bens e serviços produzidos no exterior – que, com o câmbio sobrevalorizado, acabam se tornando mais baratos e contribuindo para segurar os preços desses produtos aqui no Brasil.

Mais do mesmo ou a volta do sr. Smith Ao elevar a taxa de juros, o BC tenta frear a escalada da inflação – só que no escuro, pois embora o governo fale em cortar gastos, não sinalizou quanto nem quando o fará.

Como já explicamos em outros artigos, o real valorizado é decorrência da entrada de capitais estrangeiros, como o do senhor Smith, que vem para o Brasil em busca da remuneração propiciada pela nossa taxa astronômica de juros. Hoje, na ponta do lápis, os preços paulistanos estão mais altos do que, por exemplo, em Nova York, para onde o senhor Smith viaja de vez em quando para visitar amigos – e, nos últimos tempos, tem se deparado ali com uma verdadeira invasão brasileira, o que dá

um bom parâmetro de onde estamos nos metendo com os juros e a política cambial atuais.

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s brasileiros se engalfinham para comprar i-Pads, i-Pods e i-Phones e transformam a bela loja da Apple, na 5ª Avenida, numa espécie de quartel general tupiniquim. O nova-iorquino já se acostumou com essa efervescência e, em tempos de crise, dá boas vindas aos turistas e sorriem enquanto salvam seus empregos, sugerindo: "Take

two. The price is a half than Brazil", algo com o: "Leve dois. O preço é a metade do que você paga no Brasil". A situação vem se estendendo há mais de um ano e a autoridade monetária, talvez por causa do momento político pelo qual o país passava, limitou-se a tomar medidas paliativas, como a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que foi triplicado em duas semanas, passando de 2% para 6%, em outubro de 2010. Três meses depois, o mercado continua a todo o vapor e o dólar se mantém no mesmo nível.

MANUELITO MAGALHÃES JÚNIOR

Como investidor bem informado, o Sr. Smith sabe que o cenário econômico brasileiro é bem mais complexo: gasto público elevado e consumo em alta forçam a elevação de preços (inflação), cuja contenção se dá, na ausência de outras medidas, pelo aumento dos juros, o que atrai o capital externo em busca de maior rentabilidade e valoriza a moeda local. Essa valorização, por sua vez, atrapalha a exportação e favorece a importação, derrubando a indústria nacional. Além disso, juros altos também podem ocasionar desemprego e inadimplência. Ao aumentar a taxa de juros de 10,75% para 11,25% ao ano, o Banco Central tenta frear a escalada da inflação – só que no escuro, porque, embora o governo tenha falado em cortar gastos, ainda não sinalizou o quanto nem quando pretende fazê-lo. Certamente, quando estiver recuperado, o senhor Smith ficará feliz

em saber que a taxa Selic subiu 0,5% na semana passada e vai sorrir imaginando o tilintar das moedas e calculando quantos Big Macs (sua comida favorita, lembram-se?) comprará, tão logo receba alta médica. De preferência, que não seja em São Paulo, onde um Big Mac custa R$ 10,00, mas que seja nos Estados Unidos, onde pode pagar pouco mais de R$ 7,00, graças à persistência dessa nossa política econômica de "mais do mesmo" – que, se não traz novidades, pelo menos nos diverte com as aventuras do Sr. Smith. MANUELITO P. MAGALHÃES JÚNIOR É ECONOMISTA E PRESIDENTE DA EMPLASA (EMPRESA PAULISTA DE PLANEJAMENTO METROPOLITANO

S/A). FOI SECRETÁRIO ADJUNTO E TITULAR DE PLANEJAMENTO DA CIDADE DE SÃO PAULO ENTRE 2005 E 2009.

AMERICANOS SE ENDIVIDAM COM PLÁSTICAS

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urante o ano de 2009, os norte-americanos gastaram 10,5 bilhões de dólares com cirurgias plásticas de todos os tipos. É muito, mas muito dinheiro mesmo. É mais ou menos a mesma coisa que os governos do mundo inteiro decidiram destinar às vítimas do terremoto no Haiti. Ou a metade do que deverá custar o nosso trem bala, entre Campinas e Rio de Janeiro. A cirurgia plástica virou moda nos Estados Unidos não porque as pessoas tenham descoberto detalhes do seu corpo para corrigir, mas porque tiveram acesso ao crédito (nem sempre barato) para isso. Essa facilidade começou há bastante tempo, ainda no governo de Ronald Reagan, entre 1981 e 1989, quando o governo reduziu impostos, entre eles o imposto de renda de pessoas físicas. No ano seguinte, a Suprema Corte permitiu que os médicos pudessem anunciar seus serviços, e então a festa começou. Daí em diante, americanos de todas as classes começaram a fazer mais lipoaspirações, correções de nariz, sobrancelhas, e aumentos e diminuições em tudo o que achavam de mais ou de menos. A professora de sociologia Laurie Essig, uma especialista em sociologia dos gêneros da universidade de Middlebury, no estado do Vermont, reuniu informações suficientes para escrever um livro sobre o assunto: American Plastic: Boob Jobs, Credit Cards, and Our Quest for Perfection (em português, a melhor tradução seria "Plástica

PAULO BRITO americana: cirurgia nos seios, cartões de crédito e nossa busca pela perfeição", Beacon, 219 páginas). Ela acha que em 1990 a desregulamentação dos bancos, iniciada no governo Clinton, permitiu que estes concedessem crédito a muito mais gente. Aí é que as mulheres de baixa renda teriam passado a ver os implantes de mama e as abdominoplastias como estratégia para a melhoria na sua carreira profissional, embora ao custo do comprometer sua renda. tualmente, o volume de dinheiro gasto com isso pelos americanos está caindo: as despesas de 2009, embora elevadas, já foram 20% inferiores às de 2007, possivelmente por causa da recessão. Isso pode ter feito muita gente optar por dietas e spas, que custam bem menos. Mesmo assim, o valor continua sendo gigantesco. No Brasil, no mesmo ano de 2009, foram realizadas 457 mil cirurgias plásticas. Com esse número, somos o país

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recordista mundial, graças a uma reputação construída durante décadas pelo dr. Ivo Pitanguy – e arranhada periodicamente por erros de alguns médicos sem especialização nem escrúpulos. aurie Essig buscou as causas para esse fenômeno em seu país e o que descobriu não é muito diferente do que já sabemos empiricamente: a maioria das pessoas busca na cirurgia plástica um remédio para as inseguranças que se

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originam dos corpos, seja no campo profissional ou no afetivo. Como o padrão de beleza e de saúde disseminado pela mídia é de corpos jovens, longilíneos, musculosos, brilhantes e com índice de massa corpórea construído nas telas dos computadores pelo Adobe Photoshop, é inevitável que uma multidão corra aos consultórios para se adaptar a esse modelo. sse movimento, no entanto, já transformou radicalmente as relações entre essas pessoas e os médicos: se antes elas se viam como pacientes de um cirurgião, agora são obrigadas a se ver como consumidores diante de prestadores de serviço – e pelo qual pagarão caro. Tanto lá quanto no Brasil, nada é barato nesse território: os bons médicos daqui costumam cobrar cerca de R$ 18 mil por um aumento de mamas e uma correção de abdome não fica por menos de R$ 13 mil. Uma pesquisa feita em 2005 pela Associação Americana de Cirurgia Plástica mostrou que 30% dos pacientes ganhavam

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menos de US$ 30 mil por ano, ou seja, gente de poucas posses, enquanto 41% estava na faixa de US$ 30 mil a US$ 60 mil. Em resumo: 70% de todos os pacientes ganham no máximo US$ 40 mil por ano, o que nos EUA é a renda dos pobres e da classe média baixa. Pior, todas essas cirurgias foram financiadas com empréstimos obtidos a juros bem altos. que Laurie Essig descobriu também é que investir milhares de dólares para corrigir uma barriga é uma reação do instinto da sobrevivência profissional. "Os corpos da classe trabalhadora tendem a ser maiores, e ela tem menos acesso a coisas como aparelhos para os dentes ou dermatologistas para manter apele impecável. Esses corpos também provocam mais rejeição do que os mais bem cuidados, das pessoas ricas", diz ela. Passar por rico, garante, acaba sendo uma defesa contra a mobilidade descendente. E às vezes isso requer uma transformação física. A prova disso é que ao

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entrevistar 140 candidatos a cirurgia plástica, a autora descobriu que quase todos iam entrar na faca por insegurança econômica. Parte deles com medo de perder o emprego, parte para disfarçar a idade porque tinham acabado de assumir um novo posto, ou iriam assumi-lo. Uma das pacientes, mulher com pouco mais de 50 anos, que trabalha na indústria hoteleira, afirmou a Laurie Essig que hoje nem sempre importa o que você faz – importa mesmo é o que você parece. E que em 90% dos casos, as mulheres com os melhores corpos pegam os melhores empregos. ode não ser cem por cento verdade, mas em certos setores a aparência é mesmo fundamental: ninguém ficará muito confortável, por exemplo, de frequentar um dermatologista que tenha a pele marcada pela acne.

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PAULO BRITO É JORNALISTA, GRADUADO EM

ECONOMIA E MESTRE EM COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA


DIÁRIO DO COMÉRCIO

k Eu virei uma agência de empregos e estou fugindo de todo o mundo.

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gibaum@gibaum.com.br

JOSÉ EDUARDO DUTRA // presidente do PT e um dos três porquinhos, que não conseguiu ainda sua boquinha, perseguido por aliados que querem cargos no governo. Fotos: Paula Lima

Desastre à brasileira 333 A tragédia das enchentes e desmoronamentos da Região Serrana do Rio, mais novas áreas em Santa Catarina, tem sido exibida, todos os dias, pela CNN internacional, para o mundo inteiro e sempre surgindo a discussão sobre o que o governo faz em matéria de prevenção aos desastres naturais. Esta semana, a The Economist dedica grande matéria ao assunto, observando que menos de 1% da verba destinada a áreas propensas a enchentes foi parar no Rio no ano passado, enquanto a Bahia levou 54% do fundo da catástrofe. “Coincidentemente, é o mesmo estado de Geddel Vieira e João Santana, ambos ex-ministros da Integração Nacional (que inclui a defesa civil)”.

FORA DA PISCINA Para renovar seu contrato com Flamengo, o campeão olímpico e mundial César Cielo quer receber R$ 250 mil mensais pela nova temporada (recebia R$ 150 mil) e a presidente do clube, Patrícia Amorim, apesar de também ter praticado o mesmo esporte, não vai topar. Ela esperava que, com Cielo, resgataria a natação rubronegra e levaria mais sócios para o Flamengo, o que não aconteceu. Aos mais chegados, Patrícia acha que os números dos contratos publicitários provocaram certo delírio na cabeça de César Cielo. 333

333 E começa tudo de novo: figuras conhecidas do showbiz já estão participando dos ensaios das escolas de samba, entre São Paulo e Rio de Janeiro, onde desfilarão como musas, rainhas ou madrinhas das baterias. E há quem aposte que elas formam em dois blocos: as escolhidas pelas escolas e as que escolhem as escolas, pagando um preço para estrelar parte do desfile (pode até superar a casa dos R$ 100 mil). Nas quadras, da esquerda para a direita, Anna Hickmann e Cris Vianna (Grande Rio), Lia Khey (Vila Isabel), Renata Santos (Mangueira) e Mirella Santos (também Grande Rio).

Famosas na avenida

333 Barack Obama recebeu em Washington o presidente chinês Hu Jintao, tratou de alfinetá-lo sobre direitos humanos, só que lhe ofereceu um jantar de Estado, black-tie, com a presença da elite política, empresarial e cultural do país. Na diplomacia, ficou valendo a festa, uma maneira dos Estados Unidos estenderem o tapete vermelho ao gigante asiático. Lula nunca recebeu um jantar de Estado, mesmo Obama tendo lhe chamado de o cara (muito ao contrário, sempre tratou o ex-governante brasileiro até friamente). Em março, Dilma Rousseff fará uma visita oficial a Washington e nos meios diplomáticos, já se aposta que deverá se contentar com uma conversa na Casa Branca: jantar de Estado, nem pensar. Até mesmo porque, na noite de gala oferecida a Hu Jintao, Michele Obama protagonizou seu show particular, esbanjando elegância e savoir faire, usando um aplaudido vestido de Sarah Burton, estilista que sucedeu Alexander McQueen. E Dilma só usou um longo em sua festa de formatura no colégio.

Sem gala, sem pompa

Encantado 333 Ainda a visita oficial do chinês Hu Jintao a Washington: no Brasil, acompanhando pela televisão, o ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, ficou literalmente encantado com a tintura de cabelos usada pelo presidente da China. Nunca conseguiu um tom semelhante em suas diversas incursões no mundo das tinturas nacionais. O problema é como conseguir o nome do produto que o chinês usa.

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Botinhas com fivelas.

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Botinhas com cordas.

Até tu,Tânia 333 Quem diria: Tânia Bulhões, que pagou R$ 1,7 milhão para instituições de caridade, por conta de sua delação premiada e outro R$ 1,2 milhão para a Receita Federal (na época, alegou que “era 0,1% do grupo”, incluindo a Grendene, de seu marido Pedro e do cunhado Alexandre), acabou capitulando e colocou uma grande placa na porta de sua mansão de móveis e objetos de decoração nos Jardins, em São Paulo, anunciando sua liquidação de 50%. Outra loja de São Paulo, Cecília Dale (mais móveis e objetos), igualmente em São Paulo, anuncia outra liquidação “de verão”. É a primeira vez que mesas, cadeiras, sofás e até porta-retratos custarão menos por causa do calor.

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333 Pela primeira vez, publicamente, desde a campanha eleitoral, Dilma Rousseff e Lula estarão juntos, lado a lado, com direito a pronunciamentos, na festa de aniversário do PT, dia 10 de fevereiro, em Brasília. O ex-presidente é um dos fundadores do partido e a presidente, originalmente, pertencia ao PDT, bandeandose para o bloco petista em 2001, dois anos antes de virar ministra do governo Lula. Os festejos, a propósito, não serão monumentais: ainda não se apagou da memória a dinheirama torrada pelo Banco do Brasil na super-festa do PT no primeiro-mandato de Lula, com direito a shows sertanejos e coordenação da dupla Delúbio Soares-Marcos Valério.

e origem greco-romana, viveu a riqueza e a glória antes se tornar viúva e, tocada pela graça, consagrar-se a Deus no mosteiro de Marcela. Desde então, dedicou-se à vida de oração, penitência e caridade e chegou a ser orientada por São Jerônimo. Morreu em Belém, no ano 404.

Santa Paula Romana

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ATÉ GERSHWIN 333 Se Lady Gaga (US$ 62 milhões de faturamento em 2010 com US$ 9,7 milhões de vendas digitais de BadRomance)jáhavia se exibido em DVD onde aparece cantando e tocando piano num estúdio, revelando que é muito mais do que a nova diva do pop, agoraelafoilonge:hádias,noOak Room, famoso bar de Nova York, onde foi assistir o show de Brian Newman, cantor de jazz e trompetista, ela resolveu dar uma canja e desfiou alguns clássicos do gênero. E quando cantou Someone to Watch Over Me, dos irmãos Gershwin, a platéia foi ao delírio.

MISTURA FINA O SENADO recusa-se a revelar o nome dos passageiros que utilizaram sua cota de passagens aéreas em 2010, bem como trechos voados, datas das viagens ou se cada senador voou sozinho ou levou junto a namorada: apenas informa ter gasto, no ano passado, R$ 5,69 milhões. Equivale a torrar quase R$ 480 mil por mês

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Demorou: afinal, só agora, aos 65 anos, é que Gal Costa, reclamou, via Twitter, que os baianos são preguiçosos. “Técnicodear condicionadonão pode terminar o trabalhoporque está com dor de cabeça”, postou a baiana. O que não chega a ser novidade. Para se ter melhor idéia, o maior problema dos hotéis de luxo em Salvador é conseguir que seus funcionários baianos trabalhememperíodo de festas de final de ano, feriados prolongados emesmoduranteo carnaval. Nos dois primeiros casos, eles acham que também têmdireitoadescanso; nafolia, reclamam que também têm direito a brincar nas ruas. Muitos preferem ser demitidos a cumprir escalas de trabalho.

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A veterana Cyndi Lauper, 58 anos, que acaba de ser eleita pela Entertainment Weekly a quinta pop star mais influente de todos os tempos e a quarta cantora que jamais será esquecida pelo The Sun, chega ao Brasil para uma série de apresentações (São Paulo, dia 23 de fevereiro e Rio, dia 25, mais BH, Recife, Florianópolis e Porto Alegre). Ela acaba de participar de campanha mundial ao lado de Lady Gaga (à esquerda) para levantar fundos para o combate a Aids, já lançou 11 albuns de estúdio e 40 singles, vendendo mais de 30 milhões de discos em todo o mundo. E é considerada a cantora que mais marcou com seus cortes de cabelos.

Veterana popstar

26 de Janeiro

Lado a lado

O TRANSSEXUAL Lea T. (Leandro, de nascimento e filho do ex-jogador Toninho Cerezzo) deverá ser uma das atrações da nova SP Fashion Week e receberá R$ 30 mil para desfilar para Alexandre Herchcovitch.

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BAIANIDAD

MAIS: hoje, sócios que pagam R$ 40 por mês, sofrem por mais de 20 dias para conseguir um DVD de lançamento.

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Outros tempos Trecho do livro de memórias do ex-governador, ex-presidente do São Paulo F.C. e ex-vicepresidente do Bradesco, Laudo Natel, aos 90 anos: “Antigamente, havia o costume de visitar as pessoas, tomar um cafezinho e colocar o papo em dia. Hoje, a TV e o computador acabaram com isso. Até para telefonar, você tem receio de atrapalhar o amigo que está vendo novela, o filme ou qualquer outra coisa. E se não bastasse a televisão, tem o computador. Eu, por exemplo, moro numa rua que tem cento e poucos metros e nunca vejo um vizinho visitar o outro. Com isso, acabou o hábito de tomar café em casa com os amigos”.

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ABÍLIO Diniz e Michael Klein atravessam novo período de ruptura da paz selada. Klein era contra o fechamento de todas as 53 lojas do Ponto frio em Salvador: defendia que algumas fossem mantidas com a bandeira da Casas Bahia. E prevaleceu a decisão de Abílio.

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BISPOS de diversas regiões do país começam a se movimentar contra a nova campanha do desodorante Axe Excite , protagonizada por diversas modelos, com as pernas de fora e com certa sensualidade, transformadas em anjos, com direito a asas e tudo mais. Nas mãos, as anjas exibem uma luminosa auréola, feita de néon e embaixo, a frase: “Até os anjos cairão”.

Solução

D L F E A R I A L MO L P C A A D OS A R MA L U V O S S A R O L A I R M I AD O S O A R I A A L ÇA M N ME U A

rede Blockbuster (de Jorge Paulo Lemann e sócios) ruiu por falta de DVDs. A versão da internet poderá ter o mesmo fim.

R C O L E S D O E R A S O A L A G A S S

Giba Um

3A

terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

T ME L P E F S O T H O G B R A A F I R A

4 -.GERAL

Por: José Nassif Neto Arte de fotografar a grande distância.

Exprimir Serve para por meio iluminar de à noite. palavras.

Harmônico; Delete concorde. (abrev.)

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ESTÁ sendo organizado um abaixo-assinado entre os prefeitos do PMDB de todo o interior de Minas Gerais para enviar à presidente Dilma Rousseff pedindo que o exministro e candidato derrotado ao governo mineiro, Hélio Costa, seja brindado com a presidência de Furnas. Ele é capaz de jurar que nem sabia desse movimento dos prefeitos a seu favor. 333

Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Loja de secos e molhados.

Temperatura elevada.

Árvore ulmácea. Determinar a porção de um medicamento.

Atleta do século XX.

Departamen to de Estradas de Rodagem.

Aqui; neste lugar.

Inspiração de um poeta. Fazer modificação, alterar.

(?) e Gomorra, cidades castigadas.

Ícaro voou com uma de cera.

Chão; pavimento.

Segunda pessoa do plural. Anel; argola. O âmago; o íntimo.

60 minutos (plural).

Ir de dentro para fora. Cumprimento.

50, em algarismo romano. Voz do gato. Cômodo principal. Emite som. Combustível de fogão.

Pão de fubá de milho.

Instituto Pássaro Militar de preto; Engenharia. chupim.

Sorria. "A mão que (?) é a mesma que apedreja."

Coisa que pertence à pessoa que fala.

Suspensório. Submeter à ação do calor.

(1025) 3-anu; imo; del; 4-Pelé; alça; olmo (árvores cultivadas pela madeira e para arborização urbana); musa; broa; 5-coeso; afaga; 7-lâmpada.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

5 ANSIEDADE Alencar queria participar das solenidades, mas só foi a uma

olítica

EMOÇÃO Dilma chora durante discurso em homenagem ao ex-vice

Dilma e Lula na homenagem a Alencar Ambos prestigiaram entrega da Medalha 25 de janeiro ao ex-vice- presidente, que se recupera de cirurgias e faz tratamento quimioterápico e hemodiálise Maurício Lima/AFP

E

m cerimônia que reu- com o coração". De improviso, niu partidos adversá- contou que, fora da Vice-Presirios, o prefeito de São dência, já não anda com os baPaulo, Gilberto Kas- tedores da segurança e que, sab (DEM), entregou ontem a por isso, tem observado a cidaMedalha 25 de Janeiro ao ex- de e seus carros luxuosos, o vice-presidente José Alencar. que, na opinião dele, é uma O evento foi o primeiro encon- prova de que o País vai bem. tro público da presidente Dil"Me perdoem. Eu fiz parte ma Rousseff e do ex-presiden- desse governo, mas o Brasil vai te Luiz Inácio Lula da Silva bem graças à dedicação exapós a posse. traordinária do presidente LuDebilitado, Alencar chegou la", disse, diante de uma plade cadeira de rodas acompa- teia de tucanos e democratas. nhado de equipe de médicos. Ansiedade – A mulher do O ex-vice-presidente, emocio- ex-vice-presidente, Mariza nado, admitiu que chorou ao Gomes da Silva, comentou onsaber que Dilma e Lula esta- tem que ele estava "muito anriam juntos na homenagem. sioso" para receber a Medalha "Eles vieram e eu achava que 25 de Janeiro na Prefeitura. não poderia deixar de vir." "Eu senti uma ansiedade Diante de muito grande parentes e polínele", afirmou ticos de diverMariza, que sos partidos, participou Se eu morrer A l e n c a r d i scom o filho cacursou sentado çula, Josué Goagora, é um e disse que não mes da Silva, privilégio para está totalmente da missa que mim porque a recuperado, faz parte da situação está tão mas que "está festa dos 457 boa que não tem bem melhor". anos da capital "São 90 dias paulista, na como melhorar. de internação, Catedral da Sé, JOSÉ ALENCAR exceto dois n o c e n t ro d a dias em Brasícapital. lia e um dia no meu apartaDe acordo com ela, Alencar mento, em São Paulo", justifi- estava inquieto com o risco de cou, ao lembrar que, durante o não se sentir bem durante a cetratamento contra o câncer, te- rimônia. "Ele estava preocupave enfarte, edema pulmonar e do em não dar conta". Alencar até hemorragias. Alencar foi acompanhado por dois méagradeceu o carinho de Kassab dicos do Hospital Sírio-Libae do governador Geraldo Al- nês – um deles ersa o cardiolockmin (PSDB). "Para mim, [a gista Roberto Kalil Filho. homenagem] é uma honra Mariza também contou que muito grande". o ex-vice-presidente queria Bem-humorado, o ex-vice- muito participar da celebração presidente brincou com os religiosa, mas, como demora convidados. "Os discursos de- mais de uma hora, a família vem ser como vestido de mu- acabou achando mais prudenlher. Não devem ser nem tão te que ele só estivesse presente curtos que nos escandalizem, na homenagem. nem tão longos que nos entrisA entrega da medalha aconteçam". Alencar destacou que, teceu às 11h30, no Edifício Mamesmo com as dificuldades, o tarazzo, na República, sede da tratamento evolui. "Se eu mor- administração municipal. A rer agora, é um privilégio para participação da presidente mim porque a situação está tão Dilma, do ex-presidente Lula e boa que não tem como melho- do chefe da Casa Civil, Antôrar, está todo mundo orando nio Palocci, enterneceu o vice. por mim. Seja qual for o resulEle esticou sua saída do Sírio-Libanês e, com permissão tado, será uma vitória nossa". Durante o discurso de 9 mi- médica, pôde dormir ontem nutos e 40 segundos, Alencar em seu apartamento nos Jardispensou o texto que havia dins, zona sul da capital paupreparado, por preferir "falar lista. (Agências)

Reverência: presidente Dilma coloca medalha em José Alencar, observada pelo ex-presidente Lula, que fez questão de comparecer ao evento

Presidente chora ao enaltecer ex-vice Dilma se emociona no discurso em reconhecimento a Alencar e ressalta que ele dá 'exemplo de dignidade'

A

presidente Dilma Rousseff disse ontem que o ex-vice p re s i d e n t e J o s é Alencar "dá um exemplo de dignidade" em sua longa luta contra o câncer. Durante seu discurso, Dilma ficou com olhos marejados e chegou a chorar. Ela entregou ao ex-vice a medalha 25 de janeiro, comenda conferida a personalidades pelos 457 anos da cidade de São Paulo. "Ele foi, sem dúvida nenhuma, um grande vice-presidente ao lado de um grande presidente", afirmou Dilma, em referência aos oito anos de parceria entre Lula e Alencar. A presidente enalteceu a trajetória de Alencar que, a exemplo de Lula, nasceu em família pobre. "A gente deve reconhecer a importância desse homem que saiu de baixo e construiu um império econômico,

mas não perdeu jamais o comGafe – O prefeito da capital, promisso com a soberania do Gilberto Kassab (DEM), e o goPaís e com o resgate de milhões vernador Geraldo Alckmin de brasileiros da miséria". (PSDB) foram mais diplomátiDilma elogiou a equipe mé- cos com Dilma. No discurso, dica do político e disse que ele Alckmin a cumprimentou e trava "uma luta destacou "a tenaz" pela vialegria de receda – ele combabê-la em São te um câncer no Paulo" e deseAlencar virou abdome há 15 jou a ela "um referência nacional grande mananos e está há três meses em dato." (...) construiu um idas e vindas Já Kassab império econômico no Hospital Síagradeceu a sem perder o rio-Libanês. p ar t ic ip a çã o compromisso com d e D i l m a n o Dilma, que a soberania do País evento. E covisita São Paulo pela primeimeteu uma gaDILMA ROUSSEFF ra vez desde fe ao se referir a que assumiu o ela como "quegoverno, ressaltou que o País rida vice-presidente". está no rumo certo graças à Dilma falou mais que o hoparceria entre ele e o ex-presi- menageado (10 minutos e 45 dente Luiz Inácio Lula da Sil- segundos). Segundo ela, o exva. "Alencar foi um parceiro vice não só sobrevive com honnessa trajetória". radez, mas com energia".

Agenda de Obama no Brasil já está lotada Entre os temas das discussões estão o pré-sal, programas sociais, clima e câmbio

A

reunião do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que estará em março em Brasília, com a presidente Dilma Rousseff incluirá temas que vão desde os programas de transferência de renda até questões de energia, investimentos em projetos do pré-sal, comércio exterior, direitos humanos e mudanças climáticas, além da crise cambial e do desenvolvimento sustentável. Negociadores norte-americanos e brasileiros preparam a agenda de discussões. Inicialmente, eles organizam as conversas de Dilma e Obama em duas fases: uma em que todos participam – os presidentes e assessores; e outra em que apenas os dois conversam. Em geral, as reuniões a sós entre chefes de Estado duram cerca de uma hora. Obama desembarcará com uma comitiva que deve reunir ministros, assessores e empresários. Do lado brasileiro, Dilma também estará acompanhada de assessores. A comitiva norte-americana inclui representantes do Tesouro, do Departamento de Estado (o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores) e autori-

dades em segurança nacional, energia e meio ambiente. Os governos do Brasil e dos Estados Unidos já sinalizaram que estão entre as prioridades as propostas de uso de energia limpa e recursos renováveis. Do lado norte-americano, houve ainda indicação sobre articulações para as parcerias de projetos do pré-sal e ações

de cooperação para os países pobres, em especial o Haiti. Mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável são outros itens das conversas. Na área econômica, um dos principais assuntos será a desvalorização da moeda americana – gerada por medidas unilaterais, inclusive por parte dos Estados Unidos – para o Jewel Samada/AFD fo rt al ec im en to da economia interna, mas que causa o desequilíbrio global. U m a d a s p re o c u p a ç õ e s nos Estados Unidos, segundo assessores, é que os investidores estão perdendo espaço para os chineses no Brasil. Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, mas durante anos os norte- americanos foram os primeiros investiObama: conversas junto com dores no Brasil. assessores e encontro a sós com Dilma (ABr)

Ela também disse que sua homenagem se estendia à mulher de Alencar, Mariza Gomes da Silva, e a toda sua família pelo apoio dado a ele. "A dona Mariza é uma grande mulher por trás de um grande homem que é José Alencar " Dilma lembrou que "Alencar e Lula não têm diploma universitário e fizeram um grande governo". Alencar foi liberado por médicos para comparecer à cerimônia. A mesma equipe proibiu, no começo do ano, que ele viajasse para testemunhar a posse de Dilma, em Brasília. O atual vice-presidente, Michel Temer (PMDB), também estava no palco com Alckmin, Kassab, Dilma e o Lula, na Prefeitura de São Paulo. A cerimônia terminou sem que Lula discursasse. O expresidente saiu sem falar com a imprensa, em um helicóptero junto com Dilma. (Agências)

Sucessão interrompe programas nos Estados Falta de continuidade administrativa provoca corte em projetos sociais

E

m estados onde os go- dos servidores, entre outras vernadores não foram pendências. reeleitos, a falta de conGaguim afirma que deixou tinuidade administrativa vem R$ 400 milhões em recursos provocando corte de progra- vinculados e que o Tocantins mas e suspensão de projetos. recebeu, dia 10, a primeira parA interrupção mais brusca cela de R$ 135 milhões do Funfoi no Tocantins, estado que do de Participação dos Estaestá parcialmente paralisado dos (FPE) e dia 20, a segunda. após a demissão de 15,6 mil Claudio Gonçalves/Folhapress - 02.08.10 dos 24 mil funcionários comissionados. O tucano José Wilson Siqueira Campos, no quarto mandato como governador de Tocantins, suspendeu praticamente todos os programas do antecessor, Carlos Henrique Gaguim (PMDB), a quem acusou porcometer "irresponsabilidades e crimes". Em carta aberta, Siqueira responsabilizou o ex-governador por dívidas que ultrapassariam R$ 60 milhões na Saúde, R$ 35 milhões na Educação, R$ 25 milhões naSiqueira suspende projetos em TO construção da ponte que liga Lajeado a M iracema, R$ 30 milhões para o Banco "As denúncias não passam de Mundial e R$ 70 milhões refe- "desculpa de quem não conserentes a empréstimos consig- gue cumprir as promessas". nados não repassados aos No Rio Grande do Norte, a bancos e contribuições sociais governadora Rosalba Ciarlini

(DEM) decidiu acabar com o programa Cheque Reforma, implantado na administração de Wilma de Faria (PSB) e continuado no governo Iberê Ferreira (PSB). "É um programa de grande assistencialismo que não se enquadra na nossa diretriz", comentou o secretáriochefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes. O programa dava recursos para famílias carentes reformarem suas casas. Para Fernandes, a continuidade ou não de programas depende de análise criteriosa. "Vamos dar seguimento ao Restaurante Popular (refeições subsidiadas) e ao Programa do Leite (que distribui leite para famílias carentes)". "A falta de continuidade administrativa é um problema quase estrutural", disse Roberto Piscitelli, economista da Universidade de Brasília. Para Armando Cunha, professor da Fundação Getúlio Vargas, "no Brasil quase não há estudos para avaliar a eficácia dos programas governamentais. Fica difícil saber se devem ser mantidos".(AE)


p Centrais e ministro discutem o mínimo hoje

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

Esperamos que essa reunião trate da pauta que apresentamos. Quintino Severo, secretário-geral da CUT

olítica

José Cruz/ABr - 20.12.07

Dilma pede simulação para mínimo de R$ 580

A

Sindicalistas reivindicam R$ 580 e pedem correção da tabela do IR em 6,47%

A

scentrais sindicais sentamos. A pauta da recupevão discutir o au- ração real do salário mínimo, mento do salário da correção do imposto de renmínimo e a corre- da e da correção do salário dos ção da tabela do imposto de aposentados que ganham acirenda com o secretário-geral ma do mínimo. Nossa expectada Presidência da República, tiva é a de que esse processo coGilberto Carvalho, hoje. mece de fato e que possamos As centrais reivindicam um ter, nos próximos dias, um desmínimo de R$ 580 e pedem que fecho favorável". a tabela do imposto de renda Quintino disse que o goverseja corrigida no ainda não em 6,47%, vasinalizou ofilor da inflação cialmente as de 2010 medicentrais sobre a A correção do pelo Índice correção da tasignifica mais Nacional de bela do imposdinheiro para Preços ao Conto de renda. As s u m i d o r c e n t r a i s p eos trabalhadores (INPC). dem a correção (...) ficará mais Segundo o esse ano para dinheiro para s ec re t ár io -g eque os trabao consumo. ral da Central lhadores não Única dos Trapercam o auQUINTINO SEVERO balhadores mento real de (CUT), Quintisalário que tino Severo, essa será a primeira veram em 2010: conversa dos representantes "A correção significa mais dos trabalhadores com o novo dinheiro para os trabalhadogoverno. A meta é negociar res. Eles vão deixar de desemum aumento maior do que o bolsar dinheiro com a Receita valor já anunciado – R$ 545. Federal e ficará mais dinheiro "Esperamos que essa reu- para o consumo, para estimunião trate da pauta que apre- lar a economia".

Gilberto Carvalho: governo defende mínimo de R$ 545, com base em limite orçamentário.

Outro ponto a ser tratado é o aumento do valor dos benefícios da Previdência Social para aqueles que recebem valores acima do salário mínimo. Em 14 de janeiro, após a primeira reunião ministerial do governo Dilma, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o salário mínimo será de R$ 545 a partir de 1º de fevereiro. Apesar de ser superior aos R$ 540 anunciados inicialmente, o valor ainda está distante dos R$ 580 reivindicados pelas centrais sindicais. Sem troca – A Força Sindical afirma, em nota, que não aceitará a proposta de trocar o reajuste do salário mínimo pela correção da tabela do IR. E reafirma a proposta de aumento do salário mínimo para R$ 580, a correção de tabela do Imposto de Renda em 6,5% e o reajuste de 10% para os aposentados e pensionistas que ganham acima do mínimo.

Cada R$ 1 de aumento no salário mínimo eleva em R$ 286,4 milhões as despesas orçamentárias impactadas pelo aumento. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO A nota afirma ainda que as centrais sindicais vão defender essa proposta na reunião de hoje com Carvalho. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, admitiu que as centrais aceitam negociar um mínimo de R$ 560. O governo tende a aceitar valor de R$ 550 – R$ 5 a mais que os R$ 545 já estabelecidos. Parlamentares ligados aos movimentos sindicais, com o apoio de aposentados e pen-

sionistas aguardam a reunião de hoje com expectativa. Paulinho da Força disse saber da dificuldade do governo em bancar os R$ 580 propostos pelas centrais e admite que "R$ 560 é um valor que poderá caminhar para um consenso". Estudo feito em 2010 pelas consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado mostram a evolução do poder de compra do salário mínimo com aumentos reais permanentes. Em 2003, o percentual de ganho real foi de 1,23%; em 2004, 1,19%; em 2005, 8,23%; em 2006, 13,03%; em 2007, 5,11%; em 2008, 4,04%; em 2009, 5,79%; e, em 2010, 6,02%. Segundo o Ministério do Planejamento, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo eleva em R$ 286,4 milhões as despesas orçamentárias impactadas pelo aumento. Com o reajuste para R$ 540, o aumento já atinge R$ 8 bilhões. (Agências)

presidente da República, Dilma Rousseff, pediu ao Ministério da Fazenda que faça uma simulação de gastos com as propostas de salário mínimo para este ano. Os valores variam de R$ 545 a R$ 580. Na segunda-feira, ela esteve com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, encarregado de negociar a questão com as centrais sindicais. Segundo a assessoria de Carvalho, Dilma quer ser informada sobre o impacto de um eventual reajuste da tabela do Imposto de Renda (IR) em 6,47%, como foi proposto pelos sindicalistas. Hoje, Carvalho receberá líderes sindicais para iniciar as negociações do salário mínimo e do IR. Enquanto o governo defende uma correção do mínimo para R$ 545 a partir de fevereiro, os movimentos sindicais reivindicam um aumento maior – para R$ 580. Segundo informação da assessoria de Carvalho, Dilma pretende ouvir os líderes sindicais antes de apresentar uma nova proposta. Em várias entrevistas, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), ameaçou entrar na Justiça contra o governo se não houver reajuste da tabela de imposto de renda. Para Paulinho da Força – como é chamado– a não correção da tabela é o mesmo que um "confisco" de salários. (Agências)

Custódio Coimbra/AOG

CÂMARA/SUCESSÃO

Sandro Mabel entra na disputa Mesmo sem o apoio do seu partido, o PR, parlamentar vai concorrer e anuncia que tem 130 votos prometidos

O

deputado Sandro Mabel (PR-GO) oficializou ontem a sua candidatura avulsa à presidência da Câmara dos Deputados, marcada para o dia 1º de fevereiro, e acabou com a estratégia do governo de trabalhar com a candidatura única de de Marco Maia (PT-RS). Para intensificar o diálogo com as bancadas, o parlamentar se afastou da liderança do PR. Em seu lugar assume Lincoln Portela, de Minas Gerais. Mabel destacou que, se eleito para a presidência da Câmara, vai trabalhar pela valorização política e administrativa da Casa. Ele defende que é preciso fazer com que a Câmara assuma "a importância que realmente tem". O deputado reafirmou que ao longo dos seus cinco anos de mandato "só tenho visto a coisa piorar." Mesmo contra a vontade do seu partido Mabel decidiu, a uma semana das eleições, disputar a presidência com o atual titular Marco Maia (PT-

G

Daniel

Iglesias

-

o/AO O Temp

RS) – até então candidato único e com o apoio institucional de quase todos os partidos. Votos prometidos – Em entrevista, Mabel afirmou que entra na disputa com 130 votos prometidos. Para eleger-se, necessita, no mínimo, de 257 votos. Ele ressaltou que a sua candidatura não representa oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. "Se for eleito, quero ajudá-la muito. Não sou um candidato que se coloca contra o governo." Maia, o candidato mais cotado para vencer as eleições, conta com o apoio oficial do próprio PR e de mais nove partidos, entre PT, PMDB, PP e PSB. Ao seu lado estão também as maiores bancadas da Câmara (PT, PMDB, PSDB, PP, PR, PDT e PSB). Já o PTB continua neutro na campanha e o PSOL não deve apoiar ninguém. Mabel, que atua na área de biscoitos, negou que tivesse entrado na disputa principalmente por Maia não contar com o apoio dos empresários.

"Não é o empresário contra o trabalhador. Até porque as pautas não sou eu quem decido e sim o colégio de líderes." Um dos coordenadores da campanha de Maia, o deputado Odair Cunha (PT-MG), não vê ameaça ao favoritismo do petista no lançamento da candidatura de Mabel. "Vamos manter nossa tática de campanha. Não haverá mudança pelo fato de haver outro candidato. Continuamos buscando o apoio de outros partidos e parlamentares". Entre demos e tucanos – Marco Maia reuniu, ontem em almoço em Belo Horizonte, até democratas e tucanos, como o presidente do PSDB miniero, Narcio Rodrigues,entre outros. No evento, no qual participaram 30 parlamentares de 14 partidos, Maia declarou-se a favor da independência do Congresso e disse que, apesar de ser correligionário da presidente Dilma, seu papel à frente da Câmara será o de "garantir que os debates aconteçam com

Marco Maia (à esquerda) tem o apoio do governo e dos principais partidos da base e da oposição. Mesmo assim, e sem contar com o seu partido, Sandro Mabel resolveu oficializar a sua candidatura.

a maior tranquilidade." Maia declarou que "é importante dizer que não vou ser presidente da Câmara da oposição ou da situação. Se as matérias serão votadas de acordo com o interesse do governo ou da oposição. O que vai determinar é o bom debate e a votação no plenário." Para ele, "o parlamento precisa ser independente, autônomo." Agenda Brasil – Apesar do discurso, Maia não escondeu que o parlamento vai priorizar a agenda do governo. "O grande tema que está colocado para o Brasil é o combate à pobreza absoluta." O parlamentar ressaltou que a presidente colocou isso na pauta e "nós queremos ser coparticipantes nesse processo", disse, acrescentando que "a Câmara vai auxiliar em todos os projetos do Executivo, mas também vai votar as propostas dos parlamentares." Sobre a viagem a Minas Gerais, Maia disse que estava pedindo votos. Não sabia ainda da decisão de Mabel. (Agências)

Ailton d

e Freita

s/AOG

Jobim diz que os russos não têm chance de voltar à disputa.

Caças: governo nega reabertura de licitação

O

ministro da Defesa, Nelson Jobim, desmentiu ontem que a licitação para compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) tenha sido reaberta. Em visita ao Complexo do Alemão, no Rio, o ministro negou que a presidente Dilma Rousseff tenha anunciado a reabertura do processo de escolha, o que possibilitaria a entrada de novos candidatos. Jobim atribuiu essa informação a uma suposta "balbúrdia criada pelos concorrentes já eliminados e que estariam tentando voltar de alguma forma." O ministro também negou que o negócio tenha ficado para 2012. "Escolhidos os três, abre-se uma negociação (para chegar ao vencedor) que normalmente dura 12 meses", explicou. Estão na disputa pela venda de 36 caças ao Brasil, a francesa Dassault (tida até o fim de 2010 como favorita para ganhar a concorrência), com o Rafale; a norte-americana Boeing, com o F-18 Super Hornet; e a sueca Saab, com o Grippen. A russa Sukhoi foi eliminada na primeira fase da licitação, mas poderia voltar, caso ocorresse a reabertura da licitação. Outra empresa que também já demonstrou interesse em entrar no processo foi a Lockheed, dos Estados Unidos.

Rússia não – Mas a Rússia não irá, defintivamente, participar da licitação para equipar a FAB com novos aviões. A garantia foi dada por Jobim. De acordo com o ministro, apenas as três empresas que foram anteriormente habilitadas continuarão na disputa. Ele lembrou que os russos não foram qualificados em fases anteriores da licitação. "Não tem isso não, de a Rússia entrar. Os únicos que estão no páreo são os três já anunciados. Os americanos, com a Boeing, a sueca Saab e a Dassault francesa. Os russos foram desqualificados lá atrás. Ficaram no meio do caminho." Jobim acrescentou que não há nenhuma decisão ou deliberação da presidente Dilma para incluir novas empresas na licitação. Segundo o ministro, "isso foi algo dito por vocês, pela imprensa. Não tem nenhuma deliberação nesse sentido. Não há fundamento." O ministro explicou ainda que a reabertura do processo de escolha foi apenas temporariamente adiada por causa das fortes chuvas que atingiram as regiões Sudeste e Sul do País. "Agora não é a hora de decidir. Estamos numa situação de emergências, chuvas e desastres. Agora não é hora de tomar essa decisão." (Agências)


p Battisti: ministro italiano reitera extradição DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

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É precisamente para proteger o direito fundamental que a Itália está lutando pela extradição de Battisti Angelino Alfano, ministro da Justiça da Itália

olítica

Ayrton Vignola/AE

Angelino Alfano faz coro aos sucessivos pedidos para que o Brasil extradite o ex-ativista, acusado de 4 assassinatos

O

ministro da Justiça da Itália, Angelino Alfano, reiterou ontem que a expectativa do governo italiano é a de que o Brasil reveja a sua decisão e determine a extradição do ex-ativista político Cesare Battisti, de 52 anos, preso aqui, para que ele cumpra lá as pe-

nas pelos quatro assassinatos de que é acusado. O apelo em favor da extradição foi feita durante a reunião do conselho de ministros da Itália, depois de o Parlamento Europeu ter aprovado a moção italiana que faz um pedido para que o Brasil mude a decisão de manter o ex-ativista no País,

Antonio Scorza/AFP - 10.12.09

tomada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa moção foi aprovada no dia 20 deste mês por 86 votos a favor da Itália (dos quais 77 foram dados por deputados italianos), 1 contra a moção e 2 abstenções. Não compareceram à votação 650 deputados do Parlamento Europeu. "É precisamente para proteger o direito fundamental que a Itália está lutando pela extradição de Battisti com base em tratado bilateral com o Brasil e os princípios do direito internacional", afirmou Alfano em comunicado publicado na página do Ministério da Justiça da Itália na internet. O caso Battisti deve ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro. No último dia 20, o Parlamento Europeu aprovou a moção encaminhada pelo governo italiano. O Brasil deverá ser comunicado oficialmente. A decisão tem o peso de uma recomendação do governo italiano. A comunicação será feita à presidente Dilma Rousseff e aos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS), além do presidente da Comissão Parlamentar do Mercosul,

Battisti: depois da moção do Parlamento Europeu, ministro da Justiça pede sua extradição.

Passaporte diplomático, agora mais difícil Governo fixa novas regras de emissão do documento para parentes de políticos

O

Diário Oficial da União publicou ontem as novas regras para a emissão do passaporte diplomático, anunciadas pelo governo um dia antes. Daqui para frente, o rigor será maior. O órgão que requisitar o documento deverá informar de forma detalhada a razão pela qual faz a solicitação. Além disso, a pessoa que receber o passaporte terá de provar o motivo para o uso do documento e o nome do beneficiado será publicado no Diário Oficial da União. As regras foram aprovadas depois de uma reunião da presidente Dilma Rousseff com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Os dois analisaram a normatização, definida nos últimos dias, por uma equipe do Ministério das Relações Exteriores. A Portaria 98 do Ministério das Relações Exteriores estabelece normas e diretrizes para concessão de passaportes di-

plomáticos. O uso do passaporte diplomático, segundo especialistas, facilita a imigração para alguns países evitando a necessidade de a pessoa enfrentar filas, mas não autoriza tratamento diferenciado por parte da Embaixada do Brasil no país visitado. As novas regras foram definidas depois de polêmicas envolvendo a emissão de passaportes para parentes de políticos, como filhos e esposas. De acordo com o Itamaraty, há no País, atualmente, cerca de 6 mil passaportes diplomáticos. A decisão de conceder o documento é do ministro das Relações Exteriores. A sua concessão seguia a definição do Decreto 5.978, de 4 de dezembro de 2006. Por este decreto, têm direito ao documento o presidente de República, o vice-presidente, os ministros de Estado, os senadores e os deputados, além de chefes de missões diplomáticas e fun-

cionários de carreira. Também têm direito ao passaporte diplomático os ministros dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas União, assim como o procurador-geral da República, subprocuradores-gerais, juízes brasileiros em tribunais internacionais judiciais ou arbitrais. A regra de concessão do passaporte diplomático inclui ainda os expresidentes e seus dependentes – filhos até 24 anos. Pelo decreto, há seis artigos estabelecendo as mudanças. Uma das principais alterações é que a solicitação para obter o documento deve ser encaminhada ao ministro das Relações Exteriores com antecedência mínima de 15 dias. Em relação à controvérsia sobre a concessão de passaporte diplomático para mulheres e maridos, o Artigo 4º é claro: só será autorizado o documento se o cônjuge estiver presente na missão oficial. (ABr)

s e n a d o r S é rg i o Z a m b i a s i (PTB-RS). Também na última semana, a Presidência da República confirmou que Dilma recebeu uma carta do presidente da Itália, Giorgio Napolitano, a respeito do caso Battisti. Na correspondência, Napolitano reitera o pedido pela extradição do ex-ativista. Mas a carta foi enviada antes da decisão do Parlamento Europeu e do Senado da Itália. O caso Battisti gerou polêmica e reações na Itália, que considera o ex-ativista um criminoso comum. Na Itália, ele é acusado de envolvimento em quatro assassinatos e foi condenado à revelia à pena de prisão perpétua. No último dia 31, o então presidente Lula decidiu manter Battisti no Brasil com base nas argumentações da Advocacia-Geral da União. Há pouco mais de três anos, Battisti está preso preventivamente no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Ele fugiu da Itália rumo à França e, em 2004, chegou ao Rio de Janeiro. Ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), o italiano nega todos os crimes que lhe são atribuídos. Ato pró-Battisti – O Movimento Battisti Livre-SP realizou ontem, na Faculdade de Direito da USP, um ato-debate a favor do asilo político a Battisti e discussão do tema: "O que está em jogo na democracia brasileira?". (ABr)

Marina: lesão ao patrimônio público deve ser imprescritível

Marina sugere rigor contra desvio de dinheiro

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senadora Marina Silva (PV-AC) apresentou uma proposta para que a Lei de Improbidade Administrativa sofra mudanças e passe a punir com maior rigor os envolvidos em desvio de verbas públicas. O projeto, que tramita atualmente na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), torna imprescritível a ação motivada por lesão ao patrimônio público ou enriquecimento ilícito de servidores, autoridades e também de terceiros contratados pelo Estado. Segundo Marina, a ideia de endurecer o combate à corrupção na administração pública partiu de projeto elaborado, em 2001, pelo então senador pelo Ceará, Lúcio Alcântara. Como foi arquivado sem ter sido analisado, ela decidiu atualizar e reapresentar a proposta no final de 2010. O projeto amplia para dez anos as punições previstas para os fraudadores. Atualmente, a suspensão dos direitos políticos dos condenados por improbidade dura de cinco a oito anos e as proibições de contratação

com o poder público e de recebimento de incentivos fiscais duram cinco anos. Além disso, a proposta reúne três grupos de alterações à Lei de Improbidade Administrativa. O primeiro alvo é a contratação de serviços externos desnecessários ou destinados a beneficiar determinados servidores, reprimindo pagamentos indevidos por esses serviços. O segundo foco é reforçar a exigência de apresentação de declaração de bens pelos agentes públicos. O projeto determina a exigência de apresentação de dívidas e ônus reais do declarante e seus dependentes, além da variação patrimonial – com a indicação da origem dos respectivos recursos – ocorrida durante o mandato ou exercício do cargo público. Por fim, o projeto de Marina promove ajustes no processo de investigação e julgamento dos atos de improbidade. A intenção é imprimir maior eficiência a esses procedimentos, de modo a tornar mais efetivo o ressarcimento de prejuízos aos cofres públicos. (Folhapress)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

ESTADO DA UNIÃO Obama defende congelamento parcial de gastos por cinco anos

nternacional

GUANTÁNAMO O primeiro ex-detento da base militar é condenado à prisão perpétua

Fotos: Anwar Amro/AFP

O FOGO ACENDE NO LÍBANO

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entenas de manifestantes queimaram pneus e bloquearam estradas no Líbano, ontem, depois que um político apoiado pelo Hezbollah foi nomeado primeiro-ministro, levando o equilíbrio do poder do país em direção à Síria e ao Irã. A nomeação de Najib Mikati

é percebida como uma vitória do Hezbollah, que tenta cancelar um tribunal criado em 2005 com o apoio da ONU para processar os assassinos do ex-premiê Rafiq Hariri. Acredita-se que a corte acuse formalmente integrantes do grupo xiita. Os muçulmanos sunitas leais ao premiê que deixa o poder,

Saad Hariri – o filho de Rafiq que tem o apoio do Ocidente e da Arábia Saudita –, protagonizaram um "dia de fúria" para protestar contra a indicação do bilionário sunita Mikati. O novo premiê disse que iniciaria as conversações para a formação do governo na quinta-feira e apelou às facções para

que superem as diferenças. A nomeação de Mikati gerou descontentamento entre a comunidade sunita, apesar de o próprio Mikati ser um sunita. A visão dessa comunidade é que a intenção do Hezbollah é isolar Hariri, um popular líder sunita, para tomar o controle do governo. Grupos de sunitas

Mikati estende a mão

protestaram queimando pneus e ateando fogo a um veículo da emissora de televisão Al-Jazira. Reação - A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que a ascensão de um governo do Hezbollah afetaria as relações com Washington, já que os EUA classificam o grupo como terrorista. (Agências)

Mohammed Abed/AFP

Inspirado na Tunísia, o Egito inicia a sua revolução. Milhares de egípcios foram às ruas do país, ontem, para exigir o fim do governo do presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos. Três pessoas foram mortas nas manifestações do "Dia de Ira", uma jornada inspirada na recente revolta tunisiana contra a pobreza e a repressão. O movimento foi convocado pela internet, que se tornou um dos mais ativos focos de críticas a Mubarak. Pela rede e pelo Twitter, ativistas convocaram os protestos coincidindo com um feriado em homenagem à polícia. Posteriormente, o serviço de microblog foi bloqueado.

"Abaixo, abaixo Hosni Mubarak", disseram os ativistas em frente a um complexo judicial no Cairo, que ficou cercado por policiais (acima). "Gamal, avise o seu pai que os egípcios o odeiam", gritaram os manifestantes, referindo-se ao filho de Mubarak, que muitos consideram estar sendo preparado para suceder o pai, de 82 anos. Também houve protestos em outras partes do país, incluindo a cidade mediterrânea de Alexandria e em cidades do sul como Aswan. Dois ativistas morreram em Suez e um policial foi morto após sofrer ferimentos no Cairo. (Agências)

Reuters

Imagens do circuito interno do aeroporto mostram o momento da explosão

Putin promete dura retaliação Enquanto o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, responsabilizava as falhas na segurança dos aeroportos pelo atentado de segunda-feira e prometia liquidar os mentores do ataque, investigadores da polícia de Moscou anunciavam que a explosão que matou 35 pessoas – das quais, oito estrangeiros – no terminal de desembarque do aeroporto Domodedovo foi provocada provavelmente por duas pessoas: uma mulher-bomba e um homem de feições árabes. Fazendo coro a Medvedev, o premiê Vladimir Putin assegurou que haverá vingança contra os responsáveis pelo atentado suicida. "É um crime abominável. A represália é

inevitável", advertiu. Por sua vez, Medvedev cobrou que a segurança em todos os aeroportos seja incrementada e afirmou que haverá demissões entre os responsáveis pela segurança do local. Ontem, mais detalhes sobre o atentado começaram a emergir. Segundo a Fran ce Press, a explosão equivalente a sete quilos de TNT ocorreu no momento em que a suposta terrorista abriu sua bolsa, espalhando uma grande quantidade de pedaços de metais e destroços. A mulher era acompanhada por um homem de cerca de 30 anos, que foi decapitado pela detonação. Os investigadores não descartam que os terroristas que-

riam deixar a bomba no aeroporto, e que a explosão tenha sido espontânea ou acionada por um controle remoto. Além de russos, dois britânicos, um alemão e cidadãos da Bulgária, Quirguistão, Tadjiquistão, Uzbequistão e Ucrânia morreram no ataque. Outras 110 pessoas ainda estavam no hospital, e receberam a visita de Medvedev e Putin. Apesar de nenhum grupo ter reivindicado o ataque, a polícia garante que a ação foi cometida segundo a técnica utilizada por grupos separatistas islâmicos do norte do Cáucaso, que usam mulheres-bomba para realizar seus ataques, e já começou a procurar os culpados na região. (Agências)


terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

9 TAVERNA, O RESISTENTE Walter Taverna, 79 anos, honra sua missão de preservar as tradições do Bixiga. Ontem, do próprio bolso, ele custeou 10 mil pedaços de bolo para comemorar o aniversário de São Paulo.

idades

Fotos de Marcos Mendes/Luz

PARA OS PAULISTANOS Os 457 anos de São Paulo foram comemorados ontem com muita música, passeios com bichinhos de estimação, diversão no Anhangabaú e cultura. Houve até passeios em um trólebus antigo. Claro, não faltou a chuva no fim da tarde. Paulo Pinto/AE

Filipe Araújo/AE

Sem bagunça: este ano, o bolo do Bixiga veio embrulhado em pedaços e foi entregue em mãos

No aniversário da cidade, bolo do Bixiga encolhe, mas resiste

A baiana Ivete Sangalo (à esq.) animou a festa no Anhembi. Pouco antes, sete mil ciclistas participaram da terceira edição da World Bike Tour São Paulo. Cris Komesu/Folhapress

No Vale do Anhangabaú, os paulistanos puderam ver shows gratuitos de música e outros entretenimentos

Walter Taverna banca manutenção de uma tradição num dos bairros italianos de SP

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os 79 anos, Walter Taverna é, antes de tudo, um sobrevivente. Ou, se vocês preferirem, um resistente ao qual couberam as ruas do Bixiga como campo de luta. Por ali já morou ao relento, foi meninoengraxate, tornou-se barbeiro aos 15 anos e acabou se ajeitando na vida, como acontece em algumas canções de Adoniran Barbosa. Hoje possui três restaurantes no bairro, todos italianos, para ser fiel à tradição do local, (quem arriscaria servir outro tipo de comida lá?) e à sua própria origem, de raízes sicilianas. Mas no momento seus embates são mais amenos e até curiosos. Ontem, por exemplo, no aniversário de 457 anos São Paulo, ele combateu com farinha de trigo, ovos, leite, açúcar e tudo mais que possa entrar em uma guloseima. É uma batalha à qual se dedica há três anos, desde quando foi impedido de fazer, e oferecer gratuitamente, o célebre bologigante, que desde 1985 participava dos festejos da Cidade. Talvez vocês ainda se lembrem dele. Origem – Bancado por Taverna, começou com 431 metros de comprimento, correspondente aos anos da de São Paulo na ocasião, para ir crescendo um metro a cada aniversário, de acordo com o projeto inicial. Com o passar do tempo, foi agregando patrocinadores, até chegar à interrupção, aos 454 m em 2008, devido à fuga das empresas, preocupadas com o rumo da distribuição. É que nas últimas edições vinha-se avolumando a disputa pouco civilizada entre os beneficiados, fartamente mostrada nas televisões, traduzida em guerra de bolo e outros desperdícios.

André Lessa/AE

Walter Taverna: um idealista e resistente em defesa da tradição

Recheios e glacê – Em vez de acabar com a festa, "seu" Taverna, como é conhecido, voltou a custeá-la do próprio bolso, fazendo uma correção de rota indispensável para evitar a bagunça: pedaços de bolo devidamente embalados e entregues em mãos, em vez de permitir o avanço desordenado das milhares de pessoas, como ocorria antes, que resultava naquela orgia de recheios e glacê. Ontem, foram 10 mil, sabor laranja e chocolate, oferecidos a partir do meio-dia. Na verdade, os bolos foram parte de uma vasta programação que teve música, encontro de sósias de celebridades e apresentação das candidatas a Miss Bixiga/2011. Tudo isso foi organizado pela Sociedade de Defesa das Tradições e Progresso da Bela Vista, da qual Taverna é presidente. Homenagem – "Eu nasci

Na festa de ontem, 10 mil pedaços sabor laranja e chocolate

aqui no Bixiga, gosto daqui. Eventos como esse são uma forma de festejar com a população, agradecer a São Paulo e homenagear meu amigo Armadinho", diz ele. Taverna está se referindo a Armando Pugliese (1931-1994) uma espécie de mestre-decerimônias do bairro e criador, entre outras coisas, do Museu do Bixiga. Não por acaso, foi lembrado com destaque no samba-enredo "Vai no Bixiga Pra Ver", da Escola de Samba Vai-Vai, no Carnaval dos 450 anos de São Paulo. "Balbúrdia" – É curioso que os maus momentos vividos na infância não interfiram na paixão de Taverna pelo lugar, a ponto de inventar tanta festa. É verdade que ele se comove ao lembrar dos meses de morar na rua, quando sua família foi despejada por não poder pagar o aluguel. Mas parece que ele encontrou recursos pessoais para exorcizar as recordações dolorosas. Um deles é o "Funiculi, Funiculá", título que emprestou da famosa canção napolitana. Trata-se se uma espécie de concerto à base de tampas de panela, inclusive aquelas industriais, com um metro de diâmetro – promovido em certa hora da noite nos seus restaurantes. É uma balbúrdia ruidosa, como convém às cantinas da buona gente. (M.M.) Na página 10, mais sobre os 457 anos de São Paulo

Menina brinca em tirolesa montada no Vale do Anhangabaú. Não faltou esporte radical no aniversário de São Paulo. Isadora Brant/Folhapress

Na avenida Paulista (à esq.), junto ao Trianon, foi dada a largada para o passeio "Conhecendo São Paulo", que reuniu moradores e seus mascotes

JF Diorio/AE

André Lessa/AE

No fim da tarde, como tem acontecido há dias, o tempo fechou e choveu pesado na Capital, que chegou a ficar em estado de atenção Robson Fernandjes/AE

O tobogã foi outra das atrações montadas pela Prefeitura no Vale do Anhangabaú, para homenagear a cidade de São Paulo

Como consequência da chuvarada de verão, mais inundação, mais trânsito congestionado e mais árvores caídas


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

É preciso começar a pensar na preservação do ser humano. Paulo Saldiva, médico

idades

De trólebus, um nostálgico passeio pela história de SP Ivan Ventura

Fotos: Marcos Mendes/Luz

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m comemoração ao aniversário de 457 anos de São Paulo, a Prefeitura ofereceu, ontem, passeios pelo Centro Velho da cidade a bordo de novos e antigos trólebus, também conhecidos como ônibus elétricos. O passeio foi gratuito e reuniu quase duas mil pessoas, entre paulistanos e turistas. A atração começou a funcionar às 9h. Logo cedo, casais, grupos de amigos e famílias enfrentaram uma enorme fila embaixo de sol forte pelo simples prazer de um passeio de 40 minutos a bordo de um trólebus. Em alguns momentos, o passeio lembrou o cotidiano enfrentado pelo paulistano. Além da fila, passageiros ameaçaram a g re d i r o rg a n i z a d o re s d o

No dia do aniversário da cidade, ônibus elétricos percorreram locais históricos paulistanos, como o Mosteiro de São Bento e o Viaduto do Chá

evento após serem impedidos de entrarem no trólebus – algo parecido com o ocorrido na semana passada na estação Itaquera do Metrô. O motivo: o passeio terminou às 16h, mas o acesso à fila terminou antes, por volta das 15h.

Quem entrou no trólebus, aprovou o passeio. Sentados, os passageiros ouviram histórias da cidade contadas por divertidos guias turísticos, como foi o caso de Regina Silva. A partir de suas brincadeiras, Regina contava histórias de São

Paulo. Ela lembrou, por exemplo, da visita ao Brasil do Papa Bento XVI e sua estada no Mosteiro de São Bento. Depois cantarolou Sampa, música de Caetano Veloso que cita as Avenidas São João e Ipiranga, outro conhecido ponto turístico do

passeio de trólebus. Os turistas ainda viram a Galeria do Rock, o prédio onde funciona o sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, e o Largo São Francisco, entre outros. Já próximo à Praça da Sé, os turistas viram outra atração bem

conhecida de São Paulo: a forte chuva. "Gente, a chuva também é uma conhecida atração da cidade", brincou Regina. O temporal atrapalhou um pouco a visibilidade dos turistas no ônibus, mas nada que desanimasse os passageiros. Moradora do município de Diadema, a estudante de pedagogia, Luciana Rodrigues Martins, de 27 anos, afirma conhecer os pontos mostrados na viagem, mas aprendeu coisas novas. "Vi coisas que não havia prestado atenção em outras visitas a São Paulo. Foi o caso da fonte dos desejos, na Praça Ramos de Azevedo", disse. Morador da cidade de Franca, no interior paulista, Allan Santos Carvalho, de 14 anos, adorou tudo o que viu. "Principalmente o jardim suspenso do prédio da Prefeitura. É lindo", atestou.

Riscos de vida na cidade pouco saudável Fotos de Patrícia Cruz/Luz

Morar em São Paulo reduz a expectativa de vida por causa da poluição atmosférica e do estresse. É o que explica o médico Paulo Saldiva, autor do livro Meio Ambiente e Saúde: O desafio das metrópoles Filipe Marcel

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espire fundo, mas não muito. Os números divulgados ao longo de 2010 sobre o aumento da poluição atmosférica nas grandes cidades indicam que morar em São Paulo pode reduzir em até dois anos o tempo de vida de uma pessoa saudável. Outros levantamentos apontam que o simples ato de respirar faz o paulistano fumar o equivalente a três cigarros por dia, e que passar mais de duas horas atrás do volante, mergulhado nos congestionamentos quase que diários, pode dobrar as chances de parada cardíaca em um indivíduo normal. Só a capital paulista registra, em média, 4 mil mortes por ano por causa da fumaça cinza que cobre a cidade, uma quantidade duas vezes maior do que as vítimas da Aids (1 mil) e tuberculose (500), juntas. O médico patologista Paulo Saldiva só precisou reunir estes e outros estudos realizados na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), onde trabalha e leciona, para comprovar o que muita gente já sabe: a cidade de São Paulo cresce em um ritmo insustentável do ponto de vista ambiental. Em seu novo livro, Meio Ambiente e Saúde: O desafio das metrópoles, o médico de 56 anos oferece uma infinidade de dados alarmantes que servem para explicar não apenas o aumento dos casos de doenças pulmonares, como também os distúrbios de sono, conjuntivite e os altos níveis de estresse e depressão observados na população de São Paulo. "O paulistano que vive na periferia sofre para salvar a geladeira da enxurrada, sofre diariamente com os ônibus lotados e continua sendo invisível, mesmo pagando uma conta maior do que os outros", compara Saldiva. Seu principal desafio como pesquisador foi encontrar o máximo de informações disponíveis para reforçar a falta de preocupação com a

No trajeto diário, o médico observa a quantidade crescente de carros que disputam as ruas paulistanas Helvio Romero/AE - 28/03/2007

Saldiva é adepto do transporte saudável para ir de casa ao trabalho

saúde do ser humano que vive nas grandes cidades e chamar a atenção das autoridades. "O homem urbano tem sido deixado de lado nessa questão do meio ambiente. Não podemos nos preocupar apenas com a vida dos animais silvestres. É preciso começar a pensar na preservação do ser humano", emenda. Patinete – Desde 1972, Saldiva é o único em toda a Faculdade de Medicina da USP, para não dizer o primeiro médico do Hospital das Clínicas, que faz o percurso de ida e volta ao trabalho em cima de uma bicicleta. Todos os dias, ele sai de sua casa pedalando seu patinete ou sua bicicleta e aproveita o vento no rosto para refletir sobre a qualidade de vida cada vez mais baixa nas grandes cidades. No trânsito carregado, ele observa atento a chegada de 800 novos carros por dia – que lutam por um espaço que não existe mais em meio a 7,8 milhões de veículos já

existentes (um para cada dois habitantes segundo a CET). Nos céus da Capital, o médico repara quase sempre uma cor acinzentada, que classificou São Paulo como o céu mais sujo do País, com índices de poluição que extrapolam em dez vezes os limites tidos como normais pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Fuligem – Já na chegada ao trabalho, na região da avenida Doutor Arnaldo, na zona oeste, Saldiva segue direto para uma de suas árvores prediletas, que exibe uma faixa de fuligem negra em um dos lados. "Isso mostra como está o pulmão de quem passa por aqui todos os dias ou fica parado no ponto de ônibus por muito tempo", sentencia o médico, apontando o tronco. A inspiração para escrever o livro veio do ar que ele respira e dos estudos divulgados pela USP, considerada uma das cinco universidades que mais publicam pesquisas no mundo.

Poluição: respirar o ar paulistano equivale a fumar três cigarros por dia

Só a poluição atmosférica representa hoje cerca de 70% das internações por doenças pulmonares nos cadernos de registro do Hospital das Clínicas. Já o trânsito parado, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV), traz um prejuízo anual de 33 bilhões de reais para a economia do município. Mas o trabalho de Saldiva se destaca por reunir, com primazia, outros obstáculos não tão conhecidos que a nossa cidade, lamentavelmente, terá de enfrentar nos próximos anos, mesmo que a poluição do ar

seja controlada. Nos próximos 20 anos, por exemplo, a área urbana ocupada hoje deverá dobrar de tamanho se a Região Metropolitana de São Paulo continuar apresentando os mesmos índices de crescimento. Isso significa mais asfalto, mais calor, mais solos impermeáveis, mais enchentes, menos pessoas felizes. "Estão usando o solo como mercadoria, enquanto deveriam usá-lo para benefício do ser humano. A nova Faria Lima, por exemplo, é uma avenida que só serve de ponte entre escritórios. Não existe

planejamento adequado para evitar a formação dessas ilhas de calor na cidade", acrescenta o médico, lembrando que São Paulo já atinge um índice de cobertura vegetal menor do que do semi-árido nordestino. "O mundo inteiro conta apenas com sete litros de água por pessoa todos os dias. Aqui, só uma descarga gasta o equivalente a cinco litros de água. Já temos menos água disponível entre a população paulistana se comparado a quem vive no sertão do Cariri, no Ceará". Áreas de risco – Atualmente, 30% das pessoas que vivem na Região Metropolitana estão em áreas consideradas de risco. Entre elas, as regiões de Cidade Ademar, Jardim Ângela, Capão Redondo e Cidade Dutra (zona sul); Jaguaré (zona oeste); Perus, Pirituba, Jaraguá, Freguesia do Ó e Tremembé (zona norte); e Sapopemba, São Mateus, Aricanduva, Vila Prudente e Itaquera (zona leste). Além dos riscos de enchentes, o cidadão sofre ainda com a falta de saneamento básico e com as calçadas esburacadas que, segundo Saldiva, seria o melhor caminho para iniciar o árduo processo de recuperação da saúde da população. "Com mais gente andando a pé, a quantidade de veículos e de casos de paradas cardiorrespiratórias iriam reduzir drasticamente. Além de promover uma opção de mobilidade mais segura e mais saudável, as pessoas passariam a ver a cidade de outra maneira", enfatiza. "O homem precisa deixar de ser visto somente como agressor e passar a ser visto também como vítima", conclui o médico.


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ADESÃO Cerca de 77% dos funcionários das fábricas aderiram ao programa

setor

EXPECTATIVA Atender mais de 20 mil pessoas, entre trabalhadores e familiares

Fotos: Zé Carlos Barreta/Hype

Funcionários do Grupo Papaiz, em Diadema, aproveitam o tempo livre para ler, pesquisar e se distrair. Abaixo, o acervo com mais de 650 títulos da literatura brasileira e estrangeira.

Cultura na hora do trabalho Programa Leitura nas Fábricas, da Prefeitura de Diadema, no ABC, disponibiliza livros e internet para estimular funcionários e familiares a interagirem com o mundo literário. Kelly Ferreira

O

metalúrgico Rodrigo Hernandez Ta v a r e s , d e 2 4 anos, leu três livros de títulos variados no último mês. Para muitos, isso pode ser pouco. Para ele, que não dispõe de recursos para comprar livros e só lia quando tinha tempo de ir a uma biblioteca, é um avanço. A mudança de hábito aconteceu no ambiente de trabalho, graças ao programa Leitura nas Fábricas. O projeto, iniciativa da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Diadema, na região do ABC paulista, tem o objetivo de estimular a leitura no ambiente de trabalho. Além de oferecer o acesso direto aos livros, o programa prevê ainda que funcionários das empresas atuem como agentes de leitura para desenvolver atividades que estimulem seus colegas e a família a interagir com o mundo literário. “Lia bastante quando criança. Sempre emprestava livros das bibliotecas. Com o passar do tempo, a disponibilidade para freqüentá-las ficou menor. Também não tenho di-

nheiro para comprar livros. E assim, o hábito da leitura foi muito reduzido. Estou adorando esse espaço. É uma das melhores coisas que a empresa fez para os funcionários”, disse Tavares, funcionário há três anos do Grupo Papaiz. O projeto Leitura nas Fábricas foi lançado em junho do ano passado e marcou o início das atividades da campanha Diadema, Cidade de Leitores. Foram investidos cerca de R$ 200 mil vindos do Ministério da Cultura (MinC) para a aquisição dos kits de implantação que inclui 650 livros, duas estantes, uma mesa, uma cadeira, três puffs, um computador com internet e uma impressora. No acervo, literatura brasileira, estrangeira, infantil e juvenil, além de DVDs, livros didáticos e enciclopédias, entre outros. Ficou a cargo da Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura, cuidar da implantação, que inclui a formação dos agentes de leitura, indicados pelas fábricas participantes, e acompanhar o projeto. Os Sindicatos dos Químicos do ABC

Mauro Pedroso/Divulgação PMD

No espaço para leitura do Grupo Papaiz, além dos livros, estão disponíveis para os funcionários jornais, revistas e o acesso gratuito a internet.

e da Construção Civil também participam da iniciativa. Instalação - O programa que busca incentivar o trabalhador a ler, instalou o primeiro ponto de leitura em julho do ano passado, na fábrica IGP, em Diadema. Ao todo, dez fábricas, entre elas Apis Delta, Delga, IGP, Autometal, Legas e Grupo Papaiz, já aderiram ao programa nesta primeira etapa e seis já inauguraram seus pontos de leitura. Nas demais, os pontos de leitura irão começar a funcionar em fevereiro deste ano. A expectativa é que nesta fase o programa atenda mais de 20 mil pessoas, entre trabalhadores e familiares, que também terão acesso ao acervo para leitura e empréstimo. No grupo Papaiz, que montou o espaço para leitura em setembro do ano passado, os funcionários já se habituaram a ler. “Recebemos em média 30 a 40 funcionários por dia que emprestam livros, aproveitam o espaço para ler ou usar a internet. Por mês, são emprestados entre 200 e 250 livros. O sucesso é tão grande que o MinC

já disponibilizou um kit para instalarmos mais uma sala de leitura na Bahia, onde temos uma unidade”, disse a membro do conselho administrativo do Grupo Papaiz, Sandra Papaiz. A funcionária do Grupo Papaiz, Andréa Chagas Santos, de 34 anos, está na empresa há apenas dois meses e emprestou 20 livros. “Gosto de ler e incentivo meus filhos a lerem também levando livros para eles”, disse. Já Maria do Carmo da Silva, de 37, não é tão fã da leitura mas empresta cerca de 25 livros por mês para levar para casa e ler para a filha de 5 anos. “Lendo pra ela aprendo sempre uma palavra nova”. De julho a setembro, nas seis fábricas onde o Leitura nas Fábricas já funciona, foram feitos 6.851 atendimentos (incluindo funcionários e familiares atendidos com empréstimos de livros). “Cerca de 77% dos funcionários das fábricas participantes aderiram ao programa. A expectativa, com a instalação dos outros quatro pontos até fevereiro, é atingir a média

de 20 mil pessoas. Não queremos só emprestar livros, mas expandir a cultura literária”, disse a coordenadora do Programa Leitura nas Fábricas, Eliana Maria Marques. Os resultados do programa estão sendo tão positivos que no fim do ano passado o Ministério da Cultura anunciou a expansão do programa para outros municípios do ABCD, como Santo André, São Bernardo, Rio Grande da Serra, Mauá e Ribeirão Pires. Serão instalados 24 novos pontos de leitura, quatro em Diadema. Leitura - A ideia do programa Leitura nas Fábricas nas-

ceu em 2009, quando foi realizado o seminário A Biblioteca que Queremos, em Diadema. A meta era transformar o município em uma cidade de leitores. Foi então que a Secretaria Municipal de Cultura começou a buscar parcerias para tornar realidade este projeto pioneiro. O apoio foi encontrado no Ministério da Cultura e nos sindicatos da região. Cerca de 18 funcionários das primeiras dez empresas parceiras passaram por processo de capacitação na sede regional do Sindicato dos Metalúrg i c o s d o A B C . O s f u t u ro s agentes de leitura foram escolhidos de acordo com o interesse pessoal na leitura para se tornarem orientadores dos pontos de leitura em seus ambientes de trabalho. No curso de quatro módulos com 30 horas cada um, os agentes receberam orientação sobre a organização do acervo que as fábricas iriam receber, de como atender os companheiros para utilizar o espaço e como despertar o interesse pela leitura. Os horários de funcionamento dos pontos de leitura são definidos pelas fábricas participantes. Para requerer a parceria com o MinC , o município interessado deve aderir ao Programa Mais Cultura. Para isso, é necessário entrar em contato com a Coordenação Geral de Articulação e Integração Federativa da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura por meio do telefone (61) 2024-2625.

Li três livros no último mês. O espaço para leitura é uma das melhores coisas que a empresa já fez para os funcionários RODRIGO HERNANDEZ TAVARES


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Logo Logo

terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

Árvore decorada com lanternas vermelhas em Pequim, para a comemoração do ano-novo chinês. Pelo calendário lunar, o Ano do Coelho começa na China em 3 de fevereiro.

Frederic J. Brown/AFP

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JANEIRO

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O brasileiro na Academia

George VI, favorito no Oscar

Fernando Moraes/Folha Imagem

Reuters

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Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou ontem a lista de indicados ao Oscar 2011. O grande favorito à estatueta de melhor filme da 83ª edição do prêmio é O Discurso do Rei, que traz Colin Firth como um gago, o rei George VI. O filme, líder de indicações no Globo de Ouro e vencedor do Producers Guild of America Awards (PGA) 2011. O filme recebeu, ao todo, nomeações em 12 categorias do Oscar. Juntamente com Bravura Indômita, que teve dez indicações, a produção histórica desbancou o favoritismo de A Rede Social, que conta a história do criador do Facebook e vem sendo apontado como favorito do público, mas recebeu oito indicações, assim como A Origem. Cisne Negro, O Vencedor, O Discurso do Rei, A Rede Social e

Ator britânico Colin Firth interpreta o rei gago George VI em 'O Discurso do Rei'

Bravura Indômita concorrem na categoria melhor direção. Três produções concorrem ao Oscar de melhor animação: Como Treinar o seu Dragão, O Mágico e Toy Story 3 – que também con-

corre ao prêmio de melhor filme do ano. O ator Javier Bardem concorre a melhor ator por Biutiful, de Alejandro González Iñárritu , que está na lista de melhor filme

estrangeiro. Completam a lista na categoria melhor ator: Jeff Bridges (Bravura Indômita), Colin Firth (O Discurso do Rei), Jesse Eisenberg (A Rede Social) e James Franco (127 Horas). Na categoria melhor atriz, a disputa será entre Natalie Portman (Cisne Negro), Annette Bening (Minhas Mães e Meu Pai), Nicole Kidman (Reencontrando a Felicidade), Michele Williams (Namorados para Sempre) e Jennifer Lawrence (Inverno da Alma). Os indicados foram revelados pelo presidente da Academia, Tom Sherak, e pela atriz Mo'Nique, que levou a estatueta no ano passado por Preciosa. Os vencedores da 83ª edição do Oscar serão conhedidos em 27 de fevereiro, em cerimônia que acontece no teatro Kodak, em Los Angeles. Veja os indicados em todas as categorias e o trailer de Lixo Extraordinário

O documentário Lixo Extraordinário, que mostra o trabalho do artista plástico Vik Muniz [foto] em um aterro sanitário do Rio de Janeiro, está na lista de concorrentes ao Oscar de melhor documentário. Dirigido pela britânica Lucy Walker e pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley, o filme acompanha três anos de trabalho do artista plástico em um projeto social com catadores do lixão de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ). Lixo extraordinário concorre pelo prêmio com os documentários Exit through the gift shop, do artista plástico Banksy; GasLand, de Josh Fox; Trabalho interno, de Charles Ferguson; e Restrepo, de Tim Hetherington e Sebastian Junger. O documentário sobre Muniz, cujos

trabalhos puderam ser vistos na abertura da novela Passione, já recebeu o prêmio no Festival de Berlim. Os fãs da produção apostam na capacidade que a história dos catadores tem de emocionar. O filme representará o País na 83ª edição do prêmio. Lula, o Filho do Brasil, não foi indicado pela Academia na categoria de filme estrangeiro. Para os críticos da candidatura do filme sobre o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma curiosa ironia. É que Lula tem uma relação de proximidade com o movimento dos catadores e, ao fim de seu mandato, se emocionou ao participar de um encontro com eles em São Paulo.

em www.dcomercio.com.br

Patrick Pleul/AFP

M ÚSICA

T ECNOLOGIA

AFP

Paulistanos na mira do Google O Google colocou novamente em circulação os carros do Street View, serviço que estreou no Brasil em setembro mostrando imagens de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Os carros têm um novo equipamento fotográfico, com 15 câmeras em vez de nove e estão circulando pela cidade de São Paulo, em fase de teste. Em seu blog oficial, o Google Brasil informa que o novo equipamento permitirá registrar imagens com melhor definição. F UTEBOL 1

Messi é multado por homenagem L

Diagnóstico de Chopin A imagem mostra um esboço de retrato do famoso músico polonês Frederic Chopin (1810-1849), com uma dedicatória de próprio punho para seu professor Jozef Elsner em 1839. Ontem, especialistas espanhóis divulgaram um estudo que aponta que o compositor sofria de um tipo de epilepsia do lóbulo temporal, que nunca foi diagnosticada. Segundo o relatório publicado na revista Medical Humanities, as alucinações do artista, que se refletem em muitos de seus escritos eram verdadeiras e uma consequência da doença. E M

CASÓRIO - Os "noivos" Matij Koch (centro) e Jasmin Scheppan durante o “casamento dos pássaros”, em Sielow, no leste da Alemanha. O ritual é uma tradição para comemorar o fim do inverno entre a comunidade sorbiana, minoria eslava que vive na Alemanha.

C ELEBRIDADES

Médico de Jackson enfrentará julgamento

O

médico de Michael Jackson, Conrad Murray, vai a julgamento a partir de 28 de março, por homicídio culposo, disse ontem seu advogado, depois da audiência na Corte Superior de Los Angeles, durante a qual foi lida a acusação formal. "O doutor Murray, que alegou inocência, aguarda a

oportunidade de contar finalmente a própria versão dos fatos", acrescentou. A promotoria acusa Conrad Murray, 57 anos, de ter administrado propofol, um forte analgésico, para ajudar Michael Jackson a dormir, provocando a morte do cantor, além de não chamar a emergência assim que Michael passou mal.

C A R T A Z Charles Platiau/Reuters

M ODA

SÃO PAULO

O Comitê de Competição da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) optou ontem por multar em 2 mil euros e ainda aplicar um cartão amarelo no atacante argentino Lionel Messi, do Barcelona, por ter levantado a camisa ao comemorar um gol na vitória por 3 a 0 sobre o Racing Santander, no último sábado. Ao levantar a camisa, logo após marcar, de pênalti, o segundo do jogo, Messi exibiu às câmeras a frase "Feliz cumple (aniversário), Mami", numa homenagem à dona Célia, sua mãe. F UTEBOL 2

Copa de 2022 pode ser em dezembro A Copa do Mundo de 2022, no Catar, poderá ser disputada no começo ou no fim do ano, disse ontem o presidente da Fifa, Joseph Blatter. Desde que o Catar ganhou o direito de sediar a competição, com o plano de recebê-la em junho e julho, Blatter tem dito que o torneio de 2022 pode ser realizado no inverno para evitar o forte calor do país. A ideia tem provocado críticas e vários representantes de ligas pelo mundo, que reclamam que o calendário dos clubes teria que ser ajustado.

François Guillot/AFP

L OTERIAS

Arquitetura para vestir

Concurso 936 da DUPLA-SENA

O estilista francês Stephane Rolland substituiu a moda pela arquitetura, apontando esta como uma tendência, em sua coleção A TÉ LOGO

pontuados pela fuidez de tecidos como a seda. para estruturar as roupas, cabos de ouro puro e colunas de arames internas.

Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

Primeiro sorteio 16

Site traz relação com 155 mil interações possíveis entre remédios

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CBF promete protestar contra racismo no Sul-Americano Sub-20

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Adriano é submetido a cirurgia para reparar fratura no ombro direito

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Segundo sorteio 10

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Exposição São Paulo Blues exibe fotos de Klaus Mitteldorf. Museu da Imagem e do Som. Avenida Europa, 158, tel.: 2117-4777. Grátis.

Primavera-Verão 2011, apresentada ontem em desfile realizado em Paris. Os tecidos deram lugar a materiais como metal e vidro, mas

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Concurso 2506 da QUINA 44

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

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13 OFERTA DE AÇÕES Para bancos, operações devem movimentar R$ 50 bi em 2011.

conomia

AVES Missão europeia visitará setor avícola da região Sul em fevereiro

Tecnologia e sustentabilidade Em sua centésima edição, a conferência da NRF, realizada em Nova York, reforçou a importância desses temas para o varejo mundial. Andrei Bonamin/LUZ

Fátima Lourenço

ções – como as que a NRF apresenta por meio de suas palestras e na feira de produtos. A recorrência de um tema no utilização do telefone celular como evento não é incomum, seguninstrumento de si- do o especialista em varejo, dinergia no processo retor da Trade Marketing e de venda e de relacionamento professor de MBA da Fundacom o cliente, assim como as ção Instituto de Pesquisas questões pertinentes à susten- (FIA) e da Escola Superior de tabilidade, foram os dois gran- P ro p a g a n d a e M a r k e t i n g des destaques da centésima (ESPM), Francisco Alvarez. edição da convenção e exposi- Ele acompanhou a comitiva da ACSP como ção da Natiocoordenadornal Retail Fedetécnico, com a ration (NRF). missão de Maior enconanalisar o tro mundial do O varejo, evento e as vivarejo, o evenhoje, é mais sitas guiadas to ocorreu na do que um do grupo ao primeira quinvendedor. varejo de Nozena de janeiro É um prestador va York. em Nova York "A feira (EUA). "Esses de serviço. funciona coassuntos perNELSON KHEIRALLAH, DA mo um labomearam granCOMISSÃO DE VAREJO DA ACSP ratório. Se o de parte das tema lançado palestras", disse o coordenador da comissão é relevante, ele vai se consolide varejo da Associação Co- dando nos anos seguintes", mercial de São Paulo (ACSP) e justificou Alvarez. A sustentada comitiva que a entidade le- bilidade, exemplificou, é um vou à exposição, Nelson Khei- assunto consolidado, mas a inserção dos seus conceitos no rallah. Em 2010, os especialistas de varejo ainda não está resolvivarejo comentavam que a con- da. Ao tratar do tema, as aprevenção da NRF traduziu mui- sentações deste ano mostrato os efeitos da crise mundial, ram que a incorporação dos sentidos de forma mais drásti- conceitos de sustentabilidade ca nos Estados Unidos e na Eu- traz bons resultados financeiropa. Naquele momento, o va- ros para o negócio, destacaram rejo estaria mais preocupado Alvarez e Kheirallah. Segundo o professor, nas em fazer bem o que já conhecia do que em apostar em inova- versões anteriores da feira

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A chegada dos consumidores da classe C traz ao varejo brasileiro um público semelhante ao dos países desenvolvidos, mais cauteloso e atento.

também se falou muito da experiência de compra. "Hoje não se discute mais a sua importância, se ela deve ou não ser aplicada. Mas se fala em como aplicá-la e em como melhorar a experiência." Encantamento – Kheirallah observou que atualmente muitos dos produtos do varejo são

Patrícia Cruz/LUZ

No Brasil, o uso das redes sociais ainda é incipiente para o pequeno varejo. Mas o seu uso pode tornar a divulgação muito mais barata. FRANCISCO ALVAREZ, DA ACSP

commodities. Assim, o que irá pesar na decisão do consumidor? "O serviço, o atendimento. O varejo, hoje, é mais do que um vendedor. É um prestador de serviço", afirmou. Ele lembrou que esse ponto não foi muito explorado na exposição, mas quem o explorou nas palestras buscou reforçar sua im-

do Kheirallah, dos clientes do restante do mundo. "Ter passado por uma crise é como ter vivido uma guerra. A pessoa fica mais atenta a tudo: consulta sites na internet, pesquisa preços. Nesse sentido, o consumidor da classe C fica semelhante ao do mundo afetado pela crise."

portância. O representante da ACSP comentou que o consumidor – mesmo o da classe C, que ascendeu ao mercado de consumo brasileiro e de outros países emergentes – chega sabendo o que quer, não é mais o consumidor passivo do passado. E isso não o diferenciaria, segun-

Pablo de Souza/LUZ

O 'novo consumidor' está chegando

Comitiva do Brasil, a maior do evento.

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comitiva da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) viajou com 120 pessoas para acompanhar a centésima convenção e exposição da National Retail Federation (NRF). É a terceira vez que a entidade vai ao evento. O coordenador da comitiva, Nelson Kheirallah, explicou que visitas técnicas foram organizadas por meio de parceria da ACSP com o Consulado dos Estados Unidos. A maior parte dos participantes era composta por empresários de vários estados brasileiros e diferentes segmentos de negócios. Também compunham a comitiva representantes da Boa Vista Serviços, gestora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Como no ano passado, o total de brasileiros no evento destacou a delegação do País como a maior no ranking da mostra. (FL)

A

consumidor passará por mudanças drásticas na próxima década, segundo apontou estudo da Deloitte apresentado na convenção e exposição da National Retail Federation (NRF). No Brasil, o sócio-líder no atendimento às empresas do setor verejista da consultoria, Reynaldo Saad, comentou que a crise internacional definiu uma contraposição muito grande entre consumidores de países emergentes e desenvolvidos, com impactos maiores nas nações mais ricas. Nesses mercados, ele afirmou que há uma estagnação etária da população. "A nova geração (mais jovem nos países emergentes ) impactará o perfil do consumidor da próxima década. A tecnologia será o direcionador dessa geração." Para ele, esse novo consumidor virá com uma filosofia diferente. "Será que ele terá fidelidade? Ele exigirá sustentabilidade e será mais realista, influenciado pelas mídias sociais. Ele tem que ser ouvido e isso implica em mudanças na forma de venda. São muitas questões se interagindo." A propósito das mídias sociais, o coordenador-técnico da comitiva da ACSP ao evento, Francisco Alvarez, lembrou que o tema foi destacado na convenção da NRF como relevante tanto ao grande quanto ao pequeno varejo. "No Brasil, isso ainda é incipiente para o pequeno varejo. Mas o seu uso pode tornar a divulgação muito mais barata", recordou. (FL)

Kheirallah: visitas organizadas com o consulado dos EUA.

Miguel Ugalde/SXC

Internauta já paga por 'intangíveis'

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Segundo pesquisa da Pew, 65% dos consultados aceitam comprar conteúdo disponível na web.

o contrário do que se poderia supor, os internautas não são resistentes à ideia de pagar pelo acesso a conteúdo "intangível" disponível na web – como artigos de jornais, música, e-books, jogos ou aplicativos. De acordo com uma pesquisa feita pela consultoria norte-americana PewResearchCenter, 65% dos 755 usuários da rede consultados pagaram para obter algum tipo de conteúdo digital. Segundo o levantamento, o interesse maior desses internautas tem sido comprar música, programas de computador e aplicativos para telefones celulares ou tablets. O gasto médio desses consumidores foi de aproximadamente US$ 47 por mês – valor

que inclui tanto despesas com assinatura de serviços online quanto o custo do acesso aos arquivos. No entanto, essa média foi puxada para cima por usuários que pagam mais. A maioria dos consultados direciona cerca de US$ 10 por mês para a compra de conteúdo. Ao comentar os resultados, a Pew constatou que a web se tornou "um canal de distribuição viável para uma varidade de conteúdo online, especialmente na era da banda larga". Novo modelo – A constatação de que a maior parte dos internautas está disposta a pagar pelo conteúdo digital é positiva para a indústria de publicações, que tem perdido leitores para a internet – e nem sempre tem conseguido encontrar uma for-

ma de cobrar pelo conteúdo que oferece na rede. Afinal, o estudo da Pew mostra que 18% dos consultados pagaram pelo acesso a sites de notícias. "Esse percentual é positivo. Agora, se as empresas do setor serão capazes de migrar para o modelo online é outra questão", avaliou o autor da pesquisa, Jim Jansen, ao site especializado E-Commerce Times. Para ele, a questão é se modelar um formato de cobrança que funcione. "Se houver um bom modelo, as pessoas ficam mais receptivas a pagar pelo conteúdo. O caso da música é um bom exemplo", disse. Ele ponderou ainda que isso deverá levar a mudanças na forma de se vender publicidade na internet.


14 -.ECONOMIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

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15 Os jovens apostam em cidades que têm boa infraestrutura. Flavio Amary, Secovi-SP

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Sonho da casa própria, agora também em 3D. Vale tudo na hora de conquistar um cliente. Até mesmo mostrar como o futuro apartamento pode ficar quando estiver completamente decorado e pintado, direto na tela de um computador, tablet ou smartphone. Barbara Oliveira

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Alexander Walina/SXC

omprar um apartamento vai ficar mais cômodo. Antes de fazer sua proposta, o cliente poderá ver o imóvel em 3D na tela de seu computador, tablet ou smartphone, calcular as medidas dos cômodos e até fazer uma decoração virtual, pintando paredes e colocando os móveis dentro. Tudo isso pode facilitar muito uma negociação e evitar surpresas futuras. Esta é apenas uma das facilidades do aplicativo criado pelo estúdio MAD FX, especializado em animações 3D e plataformas digitais para vários tipos de aplicações e combinações: games, realidade aumentada, entretenimento, e-commerce, jogos e mídias sociais. O estúdio foi criado há pouco mais de um ano, justamente para atender o interesse das empresas em conteúdos 3D, vídeos e realidade aumentada para diversos dis-

Aplicativo foi criado pela empresa MAD FX, especializada em animações 3D e plataformas digitais.

positivos e sites de e-commerce, redes sociais, portais, etc. "Muitas companhias usam os aplicativos para divulgar suas marcas em várias plataformas", explica um dos sócios do MAD FX, Rick Pimentel. "Podem ser usados jogos sociais para divulgar a empresa, o produto ou a marca, como o conhecido FarmVille, do Facebook", acrescenta. A plataforma digital para venda de imóveis em 3D levou oito meses para ser desenvolvida e será lançada no começo deste ano, tanto para web como para iPad. E está sendo negociada com construtoras, incorporadoras e imobiliárias. A ideia, com essa ferramenta, é ampliar as possibilidades de negócios dentro de um portal com a criação também de um canal de ecommerce. Ou seja, serão feitas parcerias com lojas para a decoração dentro do imóvel em escala real, exatamente como ela ficará no plano físico, explica Pimentel. "Teremos uma biblioteca de fotos em medidas exatas. Se o cliente quiser comprar uma mesa, já puxa o móvel do site da loja e aplica no apartamento para ver como ficará a decoração", explica o executivo. É um serviço adicional prestado ao cliente, como se o usuário estivesse dentro de um shopping 3D. Segundo o executivo, o mercado precisava de um estúdio especializado em 3D que assimilasse a linguagem de maneira

Estúdio foi criado há um ano para atender interesse de empresas em conteúdos 3D. RICK PIMENTEL, SÓCIO DA MAD FX.

mais interativa. A empresa aposta na convergência das mídias, integrando games sociais com a realidade aumentada, e a arquitetura ao e-commerce (caso do apartamento virtual), tendências fortes para os próximos anos na internet. "Queremos também fazer games ou mundos virtuais 3D como se fossem uma segunda geração do Second Life (um mundo virtual onde os usuários podem interagir e criar personagens usando a voz e textos com outros personagens), ou um FarmVille, mas com objetivo comercial." Esses jogos sociais servem para qualquer tipo de cliente, uma construtora, uma fábrica de refrigerantes, uma loja de roupas ou um site de flores. O usuário interage com ele e seus amigos dentro do game e pode até enviar presentes. Todos os aplicativos feitos pela MAD FX são baseados na Unity 3D, uma ferramenta especial para criação de conteúdos tridimensionais. "Ela é um engine (motor) que conecta todas as informações de um aplicativo 3D (modelos, imagens, vídeos, áudio) com a vantagem adicional de ser multiplataforma. Assim, podem ser criados conteúdos para Mac, Windows, iPhone, iPad, Nintendo, Android, PS3, Xbox." Rick Pimentel e o sócio Elvio Cavalcanti trabalharam em publicidade antes de criarem a MAD FX em 2009. Participaram da produção e coordenação de mais de 400 comerciais nos últimos anos. O estúdio emprega 27 profissionais entre designers, diretores de arte, ilustradores, programadores, arquitetos e já desenvolveu 40 projetos para empresas como a Petrobras, Esso, UOL, McDonald's, Cielo, Amil, Medial, 2001 Vídeos, Tirolez e Uniban.

Mercado imobiliário agitado no interior Cidades com grandes universidades registram alta de 40% na procura por locação

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início do ano já é tradicionalmente uma época de grande agitação no mercado de locação – e até mesmo de comercialização – no interior do Estado de São Paulo. Mas em alguns municípios paulistas, com campus universitário, como Sorocaba, Bauru, São José do Rio Preto e Campinas a procura por moradia chega a saltar até 40% neste período, segundo o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). "Um fator que movimenta ainda mais o segmento nesta época do ano é a busca de imóveis por estudantes", observa Flavio Amary, vice-

presidente do Interior do Secovi-SP e diretor-geral em Sorocaba. Segundo ele, o atual número de estudantes, muitos vindos de fora de Sorocaba, mostra a necessidade de atenção especial para este mercado. "Temos mais de 50 instituições na cidade, entre escolas técnicas, faculdades e universidades. O mercado imobiliário precisa atender a esse público." O vice-presidente do Secovi-SP acredita que o jovem passou a apostar em Sorocaba – e também em outros municípios de perfil semelhante – devido à questão da infraestrutura. Campinas – De acordo com Rosana Chiminazzo, diretora de Locação do Secovi-SP em Campinas, a movi-

mentação estudantil no município e entorno começa já a esquentar no final de dezembro. "Em janeiro, a demanda dispara, cerca de 30% acima da de outros meses", comenta. Rosana acrescenta que a procura segue aquecida até o mês de fevereiro. A maior busca no segmento, na região, é destinada para imóveis de um e dois dormitórios, mais especificamente. Em Piracicaba, Angelo Frias Neto, membro da vice-presidência de Locação do Secovi-SP, informa que, devido aos universitários, um contingente formado por mais de 14 mil pessoas, os estoques de imóveis para locação estão normalmente zerados no início de março.

Em Rio Preto, nesta época acontece uma verdadeira busca por imóveis por parte dos pais de estudantes de todos os níveis, e de praticamente todas as partes do País, segundo o diretor-geral da unidade do Secovi-SP no município, Joaquim Ribeiro. "Muitos chegam a comprar imóveis para, além de servir os filhos durante o período de formação acadêmica, ter um ponto de apoio para a realização de seus negócios na área urbana", revela o diretor. Atualmente, a demanda para esse segmento está voltada para as unidades de um ou dois dormitórios, próximas a bolsões de serviços. "A região Sul de Rio Preto é uma das mais disputadas", considera ainda o diretor.

Já em Bauru, o crescimento médio de empreendimentos de perfil acadêmico chega a aproximadamente 500 unidades por ano, grande parte para atender a demanda dos cerca de 40 mil estudantes fixados em Bauru e entorno. "A locação é garantida, e há tempos registra-se escassez de imóveis no eixo das Nações Unidas (zona Sul), por exemplo", ilustra Fernando Pegorin, diretor de Vendas e Locação da unidade regional do Secovi-SP na cidade. Segundo Pegorin, o crescimento do mercado de locação bauruense para estudantes cresce paulatinamente, "nunca menor do que aproximadamente 500 unidades por ano", diz.

Racionalização da infraestrutura Damian Searles/SXC

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necessidade de instalação de setores de informática, partiu para o campo da tecnologia, chegando a fabricar PCs de 1982 a 1992. "Cada vez mais as empresas precisam de equipamentos por um prazo limitado para treinamentos e tarefas específicas", diz. No caso de empresas que participam de feiras e exposições, deslocar

computadores e notebooks pode ser contraproducente, uma vez que existe o risco de danos e perda de dados. "Por isso, a locação é recomendada", explica o executivo. Além de equipamentos de informática, a empresa também oferece a locação de aparelhos de TVs de LCD e plasma, filmadoras, câmeras digitais e roteadores.

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epois de oferecer ao mercado, por mais de 18 anos, a locação de equipamentos de informática, a Sector Rental Technology decidiu ampliar seu negócio e incorporou o portfólio de serviços de timing sharing. Pelo novo modelo, diversas empresas passam a compartilhar um equipamento de infraestrutura essencial, e não só aparelhos de informática, pagando apenas pelo aluguel. A nova estratégia visa atrair pequenos e médios grupos que querem ter acesso a maquinário moderno, mas não tem como fazer altos investimentos sozinhos. Um bom exemplo disso é uma pequena gráfica que necessitava de impressoras para grandes formatos, com custo estimado de mais de US$ 250 mil. A solução foi identificar outras gráficas que também estivessem perdendo clientes pela carência do mesmo equipamento e que pudessem compartilhar este uso. Para o diretor-presidente da Sector, Alberto Scolnik, oferecer esse tipo de solução é uma evolução natural para a empresa, que surgiu na década de 1950 no ramo da construção, e que, a partir da


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Tributação faz roupa nacional ter o custo final mais elevado do mundo. Julio Viana, diretor da Fenim

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Temporada de outono-inverno Fenim, em Gramado (RS), mostra as tendências do setor de confecções de outono e inverno deste ano, como sobreposições e militarismo.

A Dzarm aposta em uma ladylike moderna. Ou seja, uma mulher romântica e, ao mesmo tempo, com muita atitude. A marca traz sobreposições (esq.) que misturam peças delicadas com casacos mais pesados. O militarismo é outra tendência forte para os acessórios (acima à esq.). A coleção infantil da Tulye e Charpey (acima à direita e abaixo), voltada ao público das classes A e B, apresenta um mix de peças que reproduzem o guarda-roupa de executivos para as crianças.

20% nos negócios em relação ao ano passado. Baixinhos – Há 16 anos no segmento de confecção, a Alenice apresenta na Fenim a segunda coleção da Tulye e Charpey, marca para crianças até oito anos voltada para o público das classes A e B. "O objetivo é oferecer um mix de peças idêntico aos que os pais usam no dia a dia. São peças clássicas, sem estampas e em cores neutras. Elas reproduzem os guardaroupas de executivos mirins", resume o gerente de marketing, Carlos Junker. Segundo ele, a aceitação tem sido tão positiva que a marca irá estender os itens para crianças até 12 anos na próxima coleção, a primavera-verão.

artefatos de couro, a Fasolo também comprova o crescimento do apelo dos acessórios no universo masculino. "O homem moderno já enxerga o cinto como uma peça que irá compor o modelo que está vestindo e não um mero pedaço de couro ou outro material usado exclusivamente para segurar calças ou bermudas", diz o gerente comercial da Novapelli, licenciada da marca Fasolo, Maurício Berselli. Paralelamente ao reposicionamento do mix de produtos que – além dos modelos tradicionais de cintos e carteiras – abriu espaço para novos materiais, cores, estampas e fivelas, a empresa criou há oito anos uma marca feminina: a Carolina Fasolo. Segundo Berselli, a expectativa é ter um aumento de 15% a

A jornalista viajou a convite da Expovest, organizadora do evento.

Fenim reflete maturidade do setor

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Feira Nacional da Indústria da Moda (Fenim) chega à 15ª edição longe de ser uma debutante no calendário da moda brasileira. A versão Outono Inverno 2011, que acontece até 28 de janeiro no Serra Park, em Gramado (RS), exibe números maduros. Segundo a Expovest Feiras e Eventos – grupo responsável pela organização – são cerca de 600 expositores e 1,2 mil marcas distribuídos em 23 mil m² e 3 mil empregos diretos e indiretos. A expectativa é de que os negócios cresçam cerca de 15% em relação a 2010 e alcancem pelo menos, R$ 850 milhões. Em relação a visitantes, a perspectiva é atrair até 35 mil pessoas e superar os 31 mil da última edição, voltada a

dias mais frios. Segundo o diretor da feira, Julio Viana, entre os diferenciais da feira está o suporte oferecido a quem visita o evento para fazer negócios. "A infraestrutura consome R$ 1,5 milhão. Paralelamente à essa mesma quantia, um montante idêntico é investido para hospedar cerca de 6 mil compradores. A estratégia foi decisiva para o nosso crescimento." A preocupação em garantir retorno aos expositores é tamanha que fez o executivo suspender, em 2008, a realização da primeira edição da Fenim fora do Estado do Rio Grande do Sul. "Estava com todos os estandes vendidos, mas em virtude da crise financeira internacional senti que não ha-

veria compradores", afirmou versão gaúcha do evento priViana, que trabalha na organi- mavera-verão que também zação e realização de feiras da ocorre em Gramado. indústria têxtil e de confecção Para o executivo, mais do nacionais desde 1981. que incentivos para exportaA ideia, no ção e de meentanto, não didas que f o i a b a n d ocontenham a nada e a Exva lo riz aç ão povest já inido real, a inciou a prosdústria de mil visitantes deverão pecção da ciconfecções conferir a Fenim neste dade que irá necessita de sediar a verações firmes mês. Em 2010, a versão são "nordestique reduzam outono-inverno da feira na" da Fenim a pesada carPrimaveraga tributária recebeu 31 mil pessoas. Ve r ã o e m que incide 2012. sobre essa caA Fenim "nordestina" ocorre deia. "Não temos preço para também em virtude da de- exportar. A roupa nacional manda reprimida percebida tem o custo final mais elevado pelo diretor da feira a partir da do mundo." (GC)

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com meia-calça por baixo." Sobreposições – "A Dzarm aposta em uma ladylike moderna. Ou seja, uma mulher romântica e, ao mesmo tempo, com muita atitude. Em nossa coleção predominam sobreposições que misturam peças delicadas – como tricôs finíssimos com detalhes em renda e brilhos ou estampas florais – a casacos mais pesados", afirma a gerente de comunicação institucional da Cia. Hering, Amélia Malheiros. Aliás, o militarismo é outra tendência forte tanto para elas quanto para os homens. Mas também é algo que pode ser identificado no acabamento de mangas, lapelas e bolsos, diz a gerente da Hering. Ainda no universo masculino, algo que tem se destacado é a maior procura por acessórios. "A cada temporada, o número de itens aumenta. Nessa terceira coleção de acessórios que inclui peças masculinas, oito de um total de 23 são para eles." Uma vez que a Dzarm faz parte da Cia. Hering – companhia de capital aberto com ações negociadas em bolsa – a marca não divulga expectativas sobre vendas ou negócios. Segundo comunicado divulgado ao mercado, a empresa apresentou no quarto trimestre de 2010 alta de 41,6% na receita bruta total comparada a igual período de 2009. No caso específico da Dzarm, a bandeira – até então comercializada em estabelecimentos multimarcas – ganhou a primeira loja-conceito, inaugurada em dezembro na capital paulista. "O objetivo é fazer um reposicionamento da marca. Percebemos, por exemplo, que além das pessoas de 18 a 25 anos, os adolescentes também se identificam bastante com a bandeira", afirma Amélia. Caminho oposto – Desde 1917 atuando no segmento de

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eggings, minishorts e sobreposições. Tendências herdadas de coleções passadas que continuam a ter espaço no guarda-roupa feminino no outono-inverno 2011. Entre as novidades, destacam-se as coleções de jeans com lavagens, modelagens, cores e peças diferenciadas da temporada anterior. Os tons tradicionais – preto, vermelho, café e marfim – dividem espaço com o rosa fechado e o degradê violeta que vai do lilás ao roxo. As estampas estão mais discretas e menos presentes. Para quebrar a seriedade, o floral liberty – estrela do verão – continua presente. No caso dos homens, destaque para os acessórios. E os pequenos ganham modelos "clonados" dos pais. Essa é uma breve descrição do que predomina nos corredores da 15ª edição da Feira Nacional da Indústria da Moda (Fenim), que acontece até o dia 28, em Gramado (RS). O modelo de jeans saruel, embora ainda presente, dá lugar a peças bem ajustadas como o skinny que pode fazer o papel de legging combinado a um microvestido, bata ou camisa mais larga. Mas se a opção for algo mais folgado, quem ganha espaço é a modelagem boyfriend. No caso das cores, as lavagens mais abertas foram substituídas por tons mais escuros como azul, preto e cinza, apesar de que algumas marcas continuem a apostar nos chamados estonados. "Para o jeans vale tudo", resume a gerente de marketing da Sawary, Larissa Serra Dutra. Ela, no entanto, adianta algumas novidades das passarelas europeias. "A jaqueta jeans usada com a calça voltou com força total. Outra tendência é a cintura alta com blusa cropped. Outro retorno é do sobretudo jeans usado como vestido

Divulgação/Edson Pelence

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Giseli Cabrini, de Gramado (RS)


DIà RIO DO COMÉRCIO

terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

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17 Em 2007, 2006 e 2005, a arrecadação atingiu os R$ 100 bilhþes nos dias nove, 14 e 18 de fevereiro, respectivamente.

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Leão começa ano faminto e engole R$ 100 bi Em apenas 26 dias, governos jå arrecadaram R$ 526,29 de cada brasileiro. Rejane Tamoto

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a tarde de hoje, precisamente Ă s 17h45, o ImpostĂ´metro – que fica no prĂŠdio da Associação Comercial de SĂŁo Paulo (ACSP), no centro da Capital – registra a arrecadação de R$ 100 bilhĂľes em impostos pelos governos municipais, estaduais e federal, segundo projeção do Instituto Brasileiro de Planejamento TributĂĄrio (IBPT). Isso significa que cada brasileiro jĂĄ contribuiu com R$ 526,29 apenas neste mĂŞs em tributos. A marca serĂĄ atingida em tempo recorde – o menor desde 2005 – quando começou a parceria entre a ACSP e o IBPT para medir a fome do fisco brasileiro. Em 2010, o valor foi alcançado em 27 de janeiro, um dia mais tarde. Em 2009 e 2008, o LeĂŁo mordeu essa soma no dia dois de fevereiro, e nos dois anos houve uma estabilização da data em razĂŁo da crise financeira internacional. Em 2007, 2006 e 2005, a arrecadação atingiu a cifra de R$ 100 bilhĂľes nos dias nove, 14 e 18 de fevereiro, respectivamente. Segundo o presidente do

MAX.

Siscomex: mais 45 dias de vida.

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revisto para deixar de funcionar no dia 31 de janeiro, o Sistema Integrado de ComÊrcio Exterior (Siscomex) continuarå em operação por mais um mês e meio. Portaria do MinistÊrio do Desenvolvimento, Indústria e ComÊrcio Exterior (MDIC) prorrogou o prazo de funcionamento do atual sistema atÊ 15 de março. AtÊ lå, o Siscomex coexistirå com o Novoex, novo sistema que permite o registro das operaçþes de comÊrcio exterior por meio da internet e que estå em vigor desde o dia 17 de novembro do ano passado. De acordo com o MDIC, 34,7 mil operaçþes de comÊrcio exterior haviam sido registradas por meio do novo sistema atÊ a primeira semana de janeiro. A portaria alterou ainda o cronograma de transição pa-

ra a substituição do sistema antigo pelo novo. Desde o último dia 20, as exportaçþes sujeitas a cotas só podem ser registradas no Novoex. Para as exportaçþes do regime drawback (que isenta de impostos insumos importados para fabricação de produtos voltados exclusivamente à exportação), o registro pelo novo sistema só passa a ser obrigatório a partir de 1º de fevereiro. Para as vendas externas financiadas com crÊdito público ou privado, a exigência só valerå a partir de 15 de março. A portaria anterior estabelecia 20 de janeiro o prazo final para a migração desses três tipos de registro. Criado em 1993, o Siscomex exige a instalação de um programa no computador das empresas que operam

com comÊrcio exterior. No Novoex, porÊm, o registro Ê feito diretamente pela internet. No novo sistema, as transaçþes de comÊrcio exterior deixarão de ser armazenadas nos servidores do Banco Central e passarão para a plataforma do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Segundo o MDIC, o Novoex proporciona registros de exportação mais ågeis. E tambÊm permite a simulação de operaçþes e a transmissão de registros em lotes. Em caso de dados incompatíveis, o próprio sistema aponta as divergências depois da totalização online dos valores e das quantidades. De acordo com o ministÊrio, não haverå necessidade de recadastramento. Todos os usuårios do Siscomex es-

Expectativa industrial continua estĂĄvel

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�ndice de Confiança do Empresårio Industrial (Icei) foi de 62 pontos em janeiro, ante os 61,5 pontos em dezembro de 2010. O número foi divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com o resultado, o Icei retoma o patamar verificado em novembro de 2010. AlÊm disso, o índice estå acima da mÊdia histórica, de 59,7 pontos. A CNI esperava um resultado melhor. O Icei de janeiro de 2011 caiu 6,7 pontos em relação ao índice de janeiro de 2010, quando atingiu 68,7 pontos. Por porte, os grandes industriais são os mais otimistas, com Icei de 63,5 pontos; seguidos pelos de mÊdio porte, com 61,4 pontos. Para os empresårios da indústria de pequeno porte, o Icei de janeiro deste ano alcançou 60,6 pontos. Os empresårios do Nordeste

Paulo Pampolin/Hype

ImpressĂŁo: mais confiantes.

e Centro-Oeste são os mais otimistas com Icei de 65,2 pontos e 64,7 pontos, respectivamente. Os industriais do Sul apresentaram Icei de 61 pontos; os do Sudeste, 60,5 pontos; e os do Norte, 60. O setor em que os empresårios demonstraram maior confiança foi o de edição e impressão, com 64,8 pontos. O Icei varia em uma escala entre zero e 100 pontos. Valores superiores a 50 pontos representam empresårios confiantes. (AE)

tão automaticamente habilitados a operar o Novoex, com a mesma senha de acesso. Assim como no sistema atual, somente são registradas as operaçþes comerciais. As alfandegårias continuam sob responsabilidade da Receita Federal. Por meio do Novoex, os comerciantes podem gravar os registros de exportação (RE) e os registros de crÊdito (RC), no caso de exportaçþes financiadas com recursos privados ou públicos. Quem tiver feito o registro de crÊdito no sistema antigo deverå atualizar as informaçþes no Novoex. Não serå possível vincular os registros de exportação e de crÊdito criados em sistemas diferentes. Os RC precisarão ser refeitos para que o saldo restante possa ser usado. (ABr)

Não à 'importação desnecessåria'

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ara melhorar o saldo co- lo, o governo vai acelerar as inmercial e proteger a in- vestigaçþes e ampliar a quantidĂşstria local, o governo dade de medidas antidumvai ampliar as medidas de de- ping. "Vamos fazer mais do fesa comercial. Foi o recado da- mesmo, com mais velocidade do pelos secretĂĄrios do Minis- e mais intensidade", disse. tĂŠrio do DesenvolMedidas de devimento, IndĂşstria e soneração da folha ComĂŠrcio Exterior de pagamentos e (MDIC) ontem. mudanças na polĂ­Vamos fazer O secretĂĄrio da tica industrial deCâmara de ComĂŠr- mais do mesmo, vem ser tomadas. c i o E x t e r i o r ( C a- com mais De acordo com a mex), EmĂ­lio GarĂł- velocidade e nova secretaria de falo, informou que o mais D e s e n v o lv i m e n t o objetivo ĂŠ "substida Produção, Heintensidade. tuir importaçþes loĂ­sa Menezes, a d e s n e c e s s ĂĄ r i a s " . EMĂ?LIO GARĂ“FALO, polĂ­tica industrial "Vamos defender CAMEX terĂĄ açþes para toda produtos que poa indĂşstria, como dem ser fabricados no Brasil de incentivo Ă inovação, desonemaneira adequada." raçþes e nova regulação. "TeEle explicou que as medidas mos que olhar os setores com de proteção serĂŁo tomadas maior alavancagem. Mas nĂŁo contra produtos importados serĂŁo sĂł quatro setores (benefique ferem a competição legal e ciados). SerĂĄ algo mais amplo", justa no PaĂ­s. Segundo GarĂłfa- afirmou HeloĂ­sa. (Folhapress)

IBPT, João Eloi Olenike, assim como no ano passado, em 2011 novos recordes devem ser alcançados em termos de arrecadação. A previsão do instituto Ê que, no final deste ano, a mordida do Leão seja de R$ 1,4 trilhão em impostos, ou 10% a mais que em 2010, quando o montante foi de R$ 1,27 trilhão. "O aumento na arrecadação decorre da elevação do Produto Interno Bruto (PIB), do arrocho na fiscalização eletrônica por parte da Receita Federal, com a Nota Fiscal Eletrônica e o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que resulta no controle de livros fiscais eletrônicos", diz. Conforme o presidente do IBPT, quem estava na informalidade e agora faz os controles eletrônicos Ê obrigado a recolher contribuiçþes, como do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) dos funcionårios. O painel do Impostômetro Ê uma ferramenta eletrônica que calcula em tempo real os valores arrecadados por todas as esferas de governo. Para saber mais sobre os números de arrecadação de impostos, basta acessar o site www.impostometro.com.br.

Deficit nas contas externas em 2010 foi de US$ 47,5 bi

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aumento nas viagens um, com cerca de US$ 5 bilhþes internacionais, nas re- para o aumento do deficit de messas de lucros e nas 2010 em relação a 2009. Tamimportaçþes levou o Brasil a bÊm pesou a alta de gastos com registrar um deficit recorde serviços no exterior. nas contas externas em 2010 de O gasto de brasileiros com US$ 47,5 bilhþes. viagens e cartão O valor Ê quase o de crÊdito no exdobro registrado terior chegou ao em 2009 (US$ 24,3 valor recorde de bilhþes), quando a US$ 16,4 bilhþes desaceleração da em 2010. Houve bilhþes de economia ajudou aumento de 50% dólares foram a segurar esse reem relação ao vesultado negativo. rificado em 2009. investidos por Na comparação Os investimenestrangeiros com o Produto Intos estrangeiros em 2010 terno Bruto (PIB), diretos tambÊm o deficit passou de bateram recorde 1,52%, em 2009, no ano passado. para 2,28%, no ano passado, Em relação ao PIB, porÊm, esmaior desde 2001 (4,2%), de tão abaixo do verificado antes acordo com informaçþes do da crise do final de 2008. EntraBanco Central (BC). ram no País US$ 48,5 bilhþes, Viagens, lucros e comÊrcio quase o dobro do registrado exterior contribuíram, cada em 2009. (Folhapress)

48,5

PREFEITURA DO MUNICĂ?PIO DA ESTĂ‚NCIA HIDROMINERAL DE Ă GUAS DE SĂƒO PEDRO Tomada de Preços 01/2011 A Prefeitura do MunicĂ­pio da Estância Hidromineral de Ă guas de SĂŁo Pedro, localizada Ă Praça Prefeito Geraldo Azevedo, 115, Centro, Ă guas de SĂŁo Pedro/SP, CEP: 13.525-000, torna pĂşblico, para conhecimento de interessados, que se acha aberta a Tomada de Preços 01/2011, que objetiva a contratação de empresa especializada para o fornecimento de sistema de ensino composto por material didĂĄtico para alunos e professores da rede municipal. O edital completo poderĂĄ ser retirado das 13:00 Ă s 17:00 horas, de segunda a sexta-feira, mediante o recolhimento da taxa de R$ 50,00 (cinquenta reais). SerĂĄ exigido cadastramento prĂŠvio e caução de participação. Os envelopes com a documentação e a proposta deverĂŁo ser protocolados no Paço Municipal atĂŠ Ă s 13:30 horas do dia 03/03/2011, sendo que a abertura dos mesmos serĂĄ neste mesmo dia Ă s 14:00 horas. Ă guas de SĂŁo Pedro/SP, 25/01/2011. Antonio Sergio Antunes - Presidente.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira e quarta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2011

A leitura do livro fornece uma lição de vida que fará do leitor um empreendedor mais consciente do seu papel e um cidadão mais responsável Alencar Burti, presidente da ACSP

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Fotos: Divulgaç

Livros para quem quer viver de empreender ATITUDE Marcelo Cherto reúne no livro saborosas crônicas sobre fatos pessoais e profissionais. Advogado e consultor sabe apontar lições relevantes do mundo dos negócios em detalhes do dia a dia. Nesse 12º livro, o autor usa um texto leve e informal, que facilita a leitura. agBook, R$ 34,86.

NO DIVÃ Jaime Troiano apresenta artigos acerca da conexão que há entre os consumidores e as marcas, e de como esse vínculo pode criar valor para as empresas. Troiano tem 25 anos de experiência no mercado e não fala apenas na teoria. Editora Globo, R$ 39,90.

Empresários, consultores e economistas indicam aos leitores do Diário do Comércio quais livros não podem faltar na estante do empreendedor que deseja ser bem-sucedido. Ricardo Osman

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estante de um empreendedor deve ter obrigatoriamente os livros Somos todos responsáveis, do empresário Antônio Ermírio de Moraes, O futuro chegou, do ex-ministro Mailson da Nóbrega, e Super dicas de networking para sua vida pessoal e profissional, de José Augusto Minarelli. Essas são indicações de livros que líderes empresariais, consultores de negócio e economistas deram ao Diário do Comércio para fazer parte da estante de um empreendedor. O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, citou a obra de Antônio Ermírio de Moraes. "O importante na leitura dessa obra é perceber que um empresário do porte de Antônio Ermírio de Moraes não administra apenas grandes cifras financeiras, projetos econômicos ou interesses comerciais, mas também valores", disse Burti. "A leitura do livro em profundidade fornece uma lição de vida que fará do leitor um empreendedor mais consciente do seu papel e um cidadão mais responsável." O economista Emilio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da ACSP, recomenda a leitura de O Futuro Chegou, de Mailson da Nóbrega, e de A Era da Turbulência, escrito pelo ex-presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan. Alfieri elogia a obra de Nóbrega como fundamental para quem quer se aprofundar no conhecimento do processo econômico brasileiro. "Trata-se de um livro que fornece uma visão histórica do processo econômico. É para se ler e meditar", afirmou. "O livro mostra ao empreendedor que o Brasil já está no caminho certo, que já vive em uma economia de mercado", acrescentou ele. Turbulências – Sobre a obra de Greenspan, o economista diz que é essencial para se conhecer a história desse ex-comandante da economia americana e os fatores que

interferiram nas turbulências recentes na economia internacional. O consultor do Sebrae, Renato Fonseca de Andrade, sugere três livros para a coleção dos empreendedores: Super dicas de networking para sua vida pessoal e profissional, o Educação Empreendedora, da professora Rose Mary Lopes, e um livro de sua autoria, publicado pela Editora Gente, Conexões Empreendedoras, que fala sobre as redes sociais. "Super dicas é um texto muito interessante, que proporciona ao leitor conhecimento para a prática de atitudes que o levam a aprimorar sua habilidade de fazer networking", disse Andrade, referindo-se a uma prática que é principal característica dos empreendedores no início do século 21. Sob encomenda – O consultor Marcelo Cherto, do Grupo Cherto, incluiu seu 12º livro na estante do empreendedor, a obra Sucesso é uma questão de atitude. O livro reúne artigos de Cherto sobre as lições que retirou de fatos triviais e relevantes ao longo de sua trajetória como advogado e consultor. A obra tem como particularidade o fato de ser publicada sob demanda. Cherto procurou a agBook, divisão de livros e publicação da AlphaGraphics, que imprime o exemplar apenas depois de solicitado pelo comprador. somente pelo site www.agbook.com.br/marcelocherto). "Isso evita desperdício de papel", afirmou. O colunista do Diário do Comércio, Luiz Oliveira Rios, e membro da Associação Brasileira de Recursos Humanos, sugere a leitura de O Significado da Marca – como as marcas ganham vida na mente dos consumidores, de Mark Batey. "É uma leitura fascinante sobre o impacto das inúmeras marcas no mercado de consumo desse nosso mundo globalizado", disse Rios. O consultor Jaime Troiano, sócio-diretor da Troiano Consultoria de Marca, indicou a leitura do livro O jogo das marcas, de Fernando Jucá e Francisco Tortorelli, e de sua obra As marcas no divã.

RESPONSÁVEIS O empresário Antônio Ermírio de Moraes dedica esse livro aos jovens do País. O subtítulo da obra fala de sua finalidade: "De que tipo de juventude o Brasil precisa? De que tipo de país a juventude precisa?" É considerada obra de consulta obrigatória para jovens e adultos que se sentem responsáveis pela construção de um Brasil melhor. Editora Gente, R$ 36,90

REDES SOCIAIS Temas como empreendedorismo, redes sociais e novas mídias digitais estão entrelaçados na obra de Renato Fonseca de Andrade. O autor apresenta um painel de reflexões aos que desejam abraçar o desafio de empreender no Brasil. Editora Gente, R$ 39,90.

EDUCAÇÃO PARA EMPREENDER MARCAS VIVAS

O tema do livro de Rose Mary Lopes desperta cada vez mais interesse entre os empresários e até executivos. A educação empreendedora interessa também a quem é do mundo corporativo. Editora Campus-Elsevier, R$ 65.

Mark Batey dirigiu inúmeras agências de publicidade e desenvolveu estratégias de marketing bem-sucedidas. No livro, ele defende que o significado de uma marca é dado pelas pessoas e não pelas empresas que a criaram. Editora Bestbusiness, R$ 55.

NETWORKING O livro de José Augusto Minarelli fornece dicas de como aprimorar sua habilidade de fazer networking, uma das principais características dos empreendedores nesse início do século 21. Editora Saraiva, R$ 11,90.

O FUTURO É AGORA Nessa obra, o ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega, analisa profundamente a história econômica do Brasil e afirma que estamos vivendo em uma economia de mercado. Leitura fundamental para quem quer ter uma visão abrangente do processo econômico. Editora Globo, R$ 45

BOCA A BOCA

TURBULÊNCIA Greenspan esteve por 18 anos à frente do Federal Reserve Board (Fed), o banco central norte-americano, e conta no livro sua visão sobre um tempo de transformações radicais. Aborda a trajetória que o levou de estudante de músicas à comandante da maior economia do mundo. Editora Campus, R$ 85,90

Os autores Fernando Jucá e Francisco Tortorelli analisam mais de 100 casos de gestão de marcas do País. O livro trata de conceitos fundamentais para o desenvolvimento de marcas e analisa pontos específicos como o poder da comunicação "boca a boca". Editora Cultrix, R$ 34.

LIÇÕES COM FRACASSOS Os autores Paul B. Carroll e Chunka Mui escrevem sobre os graves erros cometidos por altos executivos de todo o mundo e o que se pode aprender com eles. No total, são descritos 750 fracassos. Editora BestBusiness, R$ 59,90


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