Diário do Comércio by Diário do Comércio

Ano 86 - Nº 23.298

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São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Dida Sampaio/AE

Conclusão: 00h10

Jornal do empreendedor

A usina de Belo Monte, no rio Xingu (PA), está orçada em R$ 19 bilhões. Vai gerar 11.233 MW, quando pronta, e 18 mil empregos diretos, em construção. A grande área a ser alagada obrigará o governo a realocar 6 mil famílias.

1º CHOQUE DA USINA BELO MONTE Com "autorização de supressão de vegetação", do Ibama, 238,1 hectares serão derrubados para o canteiro de obras. Pág. 6

Leão em cena para segurar o mínimo Governo manteve os R$ 545 em reunião com sindicalistas, mas acenou com uma correção do IR na fonte de 4,5%. Pág. 5 Divulgação

Fisgado pelo TCU Sarney terá de explicar destino de dinheiro aplicado por sua Fundação. Pág. 6

R$ 1,7 trilhão em empréstimos. Recorde Página 11

Nunca choveu tanto em janeiro Volume está está 89% acima da média na Cidade. Medição é feita desde 1943. Pág. 7 José Patrício/AE

Em cartaz nos protestos do Cairo, charges enviadas do Rio

O cartunista carioca Carlos Latuff alimenta com charges as manifestações contra o presidente egípcio, Hosni Mubarak, há 30 anos no poder. Para ele, "é fascinante participar deste momento histórico", em que já morreram seis pessoas e 860 estão presas. Pág. 9 HOJE Sol, aumento de nuvens e chuva à noite. Máxima 33º C. Mínima 20º C.

AMANHÃ Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 33º C. Mínima 20º C.

ISSN 1679-2688

23298

9 771679 268008

É partir para a revanche Ronaldo (foto) correu, chutou, levou pancada, tropeçou e caiu, mas não conseguiu levar o Timão à vitória contra o Tolima. Agora, é sair em busca da virada, na Colômbia. O jogo: www.dcomercio.com.br

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ninguém joga para perder, a não ser os interditáveis juridicamente ou time de futebol que quer prejudicar o inimigo. José Márcio Mendonça

pinião Wilson Dias/ABr

UMA QUESTÃO DE CONFIANÇA

uitos dizem que não é para se tomar pelo valor de face as previsões do mercado financeiro, contidas no Boletim Focus, do Banco Central, para uma série de números sobre a economia brasileira – inflação, juros, câmbio, em vários momentos e dimensões. O Focus é resultado de pesquisa semanal e divulgado todas as segundas-feiras, com mais de 100 analistas do setor. A desconfiança se prende ao fato de os consultados serem parte interessada nas informações e na formação de expectativas – e alguns analistas suspeitam da intenção subliminar deles de influenciar, a favor si próprios e das instituições que representam, as decisões do BC nas áreas monetária e cambial. Nessa fumaça deve haver, sim, algum fogo: essa gente sabe como ninguém ganhar dinheiro e armarse para ganhar mais e mais ainda, o que necessariamente não é nem crime, sequer um pecado. Ninguém,

JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA em sã consciência, joga para perder, a não ser os interditáveis juridicamente ou time de futebol que quer prejudicar o inimigo. Porém, mesmo que tudo fosse verdade, a tese subestima a capacidade do Banco Central – o que o trabalho da instituição para fazer do sistema financeiro brasileiro dos mais robustos do mundo, desmente. A tese faz, na verdade, parte das teorias conspiratórias que poluem até algumas das melhores mentes brasileiras. Portanto, deve o distinto público levar um pouco mais de sua atenção para o que diz o Boletim Focus. Ele nos conta muito da confiança que os agentes econômicos

depositam nas ações de suas autoridades, as monetárias e as outras. É um excelente, digamos assim, boletim político. Dizem mais, por exemplo, do que as declarações consentidas, com o nome e sobrenome assinados, de muitas agentes econômicos. Nem tudo que se lê ou que se ouve é o mesmo que se ouve na garantia do anonimato. É por isso que as forças que decidem e agem de fato em Brasília deveriam anotar, com redobrada preocupação, a mais recente projeção da inflação do Focus para 2 0 11 , e l e v a d a d e 5 , 3 1 % p a r a 5,48%, com acréscimo de 0,17 ponto percentual em apenas sete dias

– bem longe do centro da meta, de 4,5%. A previsão para 2012, mantida durante meses em 4,5%, também começou a subir.

dado mais expressivo é que tal mudança vem depois de o Banco Central ter reafirmado sua disposição de continuar perseguindo o controle rígido da inflação, com o aumento da Selic de 10,75% para 11,25% e o aviso de que a decisão do Copom é o início de um novo ciclo de alta dos juros básicos. Veio também após reiteradas promessas da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo fará um duro corte nas despesas públicas para ajudar o BC na sua luta contra o assanhamento dos preços ao consumidor. Nua e cruamente falando, o que tivemos foi, primeiro, uma demonstração de desconfiança, ainda, na disposição do novo governo de deixar o Banco Central totalmente livre para fazer com os juros o que ele acha melhor e mais ade-

Presidente terá de tomar atitudes concretas para vencer desconfianças quado. Ou seja, ainda persiste o temor de possíveis injunções políticas nas decisões da autoridade monetária em função do passado mais ou menos recente de Mantega e da própria Dilma nesse território. Os dois sempre foram críticos nada invisíveis da política monetária de Henrique Meirelles no BC, sustentada por Lula. E, segundo, uma explicitação da suspeita de analistas e agentes econômicos de que a meta de superávit primário de 3,1% do PIB estabelecida para este ano, meta cheia segundo Dilma, ou seja, sem subterfúgios, não será cumprida, seja porque há dificuldades em

cortar fundo um Orçamento engessado, seja porque cortes fundos não são assim tão do gosto dos portadores da tesoura, seja por causa das injunções de ordem político e partidária. Até agora, esta é a realidade. Embora a imprensa esteja lotada de sinais públicos da boa vontade de todos em relação ao governo, Dilma está perdendo a batalha das expectativas e da confiança. E só vai conquistá-la com ações concretas – até porque ela não tem a mesma "lábia" de Lula. JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA É JORNALISTA E ANALISTA POLÍTICO

O MITO DA COMPETITIVIDADE C

onheçam o novo clichê, igual ao antigo. O presidente Barack Obama definiu seu p rincipal tema: a competitividade. O Conselho de Assessores para a Recuperação Econômica foi rebatizado como Conselho do Presidente para Empregos e Competitividade e em pronunciamento no rádio, no último sábado, Obama declarou que "nós podemos ganhar a competição com qualquer outro país na Terra". Indiscutivelmente, Obama citou um velho clichê em prol de uma boa causa, como forma de vender um aumento – muito necessário – do investimento público para um grupo de pessoas completamente doutrinado na visão de que gasto de governo é uma coisa ruim. Mas não vamos nos enganar: falar sobre "competitividade" como objetivo é basicamente enganação. Na melhor das hipóteses, é um diagnóstico errado de nossos problemas. Na pior delas, pode levar a políticas

baseadas na falsa ideia de que o que é bom para as empresas é bom para os EUA. Sobre o diagnóstico errado: que lógica há em considerar nossas desgraças atuais como resultado da falta de competitividade? É verdade que teríamos mais empregos se exportássemos mais e importássemos menos. Mas isso é igualmente verdade para a Europa e o Japão, que também têm economias deprimidas. E não conseguiremos exportar mais e importar menos a não ser que encontremos outro planeta a quem possamos vender. Sim, poderíamos exigir que a China diminua seu superávit comercial – mas se confrontar a China é o que Obama está propondo, ele deveria dizer isso claramente. Além disso, o déficit comercial que os EUA estão administrando é menor do que era antes de começar a Grande Recessão. Poderia ajudar se conseguíssemos torná-lo menor ainda, mas, fundamentalmente, estamos nessa confusão porque

PAUL KRUGMAN tivemos uma crise financeira e não porque as empresas norte-americanas perderam a capacidade de competir com as concorrentes estrangeiras.

Estados Unidos recentemente: o emprego está caindo, mas os lucros estão atingindo novos recordes. Quem, exatamente, considera isso uma economia vitoriosa?

as não seria útil pensar em nosso país como se fôssemos os EUA Incorporation, competindo no mercado global? Não. Analisem: o líder de uma empresa que aumentou os lucros reduzindo sua força de trabalho é considerado um sucesso. Bem, isso é mais ou menos o que ocorreu nos

ontudo, pode-se dizer que a conversa sobre competitividade ajuda Obama a controlar as afirmações de que ele é "contra as empresas". Isso é bom – se ele perceber que os interesses das empresas ditas "norte-americanas" e os interesses do país, que nunca foram os mesmos, estão agora menos

alinhados do que nunca. Vejam o caso da General Electric, cujo executivo-chefe, Jeffrey Immelt, acabou de ser indicado para chefiar o rebatizado conselho de assessores. Nada contra a GE ou Immelt. Mas com menos da metade de seus trabalhadores baseado nos Estados Unidos e com menos da metade de seus lucros vindo das operações no país, as riquezas da GE têm pouco a ver com a prosperidade dos EUA. Aliás, alguns elogiaram a indicação de Immelt com base em que, pelo menos, ele representa uma empresa que realmente produz coisas, em vez de ser outro operador financeiro. Lamento estourar essa bolha, mas atualmente a GE tira mais lucros de suas operações financeiras do que da sua produção. Falando nisso, a GE Capital, que recebeu garantias do governo para sua dívida, foi uma grande beneficiária do resgate de Wall Street. ntão, o que significa para a política econômica o uso, por parte do governo, da retórica da competitividade? A interpretação favorável é que se trata apenas de um pacote para uma estratégia econômica centralizada no investimento público, um investimento que na verdade serve para criar empregos ao mesmo tempo que promove o crescimento a longo prazo. A interpretação desfavorável é que Obama e seus conselheiros acreditam realmente que a economia está mal porque eles têm sido muito duros com as empresas, e que agora o que os EUA Unidos precisam é

de cortes nos impostos corporativos e de uma ampla desregulamentação. Meu palpite é que estamos falando principalmente sobre um pacote. E se o presidente propuser um aumento sério nos gastos com infraestrutura e educação, fico satisfeito. Mas mesmo que ele proponha boas políticas, o fato de que Obama sinta necessidade de embrulhar essas políticas em metáforas ruins é um triste comentário sobre as condições de nosso discurso. crise financeira de 2008 foi um momento de aprendizado, uma aula objetiva sobre o que pode dar errado se você permitir que uma economia de mercado regule a si mesma. Não esqueçamos que economias altamente regulamentadas, como a Alemanha, fizeram um trabalho bem melhor do que o nosso para manter os empregos depois que a crise chegou. Por algum motivo, porém, o momento de aprendizado veio e se foi sem que nada fosse aprendido. O próprio Obama pode fazer tudo certo: seu índice de aprovação está crescendo, a economia mostra sinais de vida e suas chances de reeleição parecem muito boas. Mas a ideologia que provocou o desastre econômico em 2008 está de volta ao topo – e parece que ficará lá até provocar um desastre novamente.

PAUL KRUGMAN É ECONOMISTA, COLUNISTA DO THE NEW YORK TIMES, PROFESSOR E AUTOR DE VÁRIOS LIVROS E PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA 2008 TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

pinião

PALESTRAS MOTIVACIONAIS FUNCIONAM SE ACOMPANHADAS DE OUTRAS AÇÕES NAS EMPRESAS.

OLAVO DE CARVALHO ROTULAÇÃO INVERSA- PARTE II

LUIZ OLIVEIRA RIOS

Motivação no trabalho depende dos dois lados

alestras motivacionais de fato motivam ou possuem apenas força lúdica momentânea estimuladora de uma nova linha de ação do indivíduo? Várias empresas inscrevem seus funcionários em eventos divulgados como "motivacionais" (externos ou in company) na expectativa de que todos saiam desses encontros cheios de gás para enfrentar os desafios do dia a dia. Será que, no dia seguinte, a motivação da moçada que participa de um desses eventos aumenta mesmo? Imaginem a seguinte situação: o que acontece com a bateria do seu automóvel, quando não possui energia suficiente para fazer o motor funcionar, e recebe uma carga extra? Ela é ativada e ganha força suficiente para acionar a ignição e fazer operar as engrenagens mecânicas do carro. Mas até quando? Grosso modo, qualquer pessoa que participar de uma boa palestra motivacional (algumas são uma piada!) sairá do encontro "cuspindo fogo", pronta para "incendiar o mundo". Garra total. O problema é que a realidade dentro de muitas empresas é, permitamme usar um termo um tanto enviesado, broxante! Em outras palavras, tudo o que o participante ouviu sobre motivação na respectiva palestra acontece de modo exatamente contrário no ambiente onde ele trabalha – até porque, destaque-se, identificar o que de fato motiva as pessoas não é tarefa tão simples assim (Abraham Maslow, o "pai" da Teoria das Necessidades Humanas, que o diga!).

Clima hostil, chefias metidas a besta, objetivos e metas surreais, pressão que faria Sísifo desmaiar. Aviso aos navegantes: Sísifo, trágico personagem da mitologia grega, foi condenado a levar uma enorme pedra ladeira acima – mas toda vez que ele chegava ao topo, a pedra rolava morro abaixo, e o infeliz precisava recomeçar tudo ... e isso eternamente.

enhum estímulo motivacional externo resiste a fofocas, competição interna acirrada, puxadas de tapete, remuneração defasada, grau zero de perspectivas de progresso profissional. Enfim, como se sentir motivado dentro de uma pequena sucursal do Inferno descrito por Dante? De fato, as forças exógenas, isto é, os impulsores positivos externos que poderiam criar bons motivos para o funcionário se sentir movido/motivado para a ação, acabam sendo anulados por redutores negativos existentes nessas empresas. Dentre esses redutores negativos podemos destacar: 1) Monólogos que substituem o diálogo: o "chefão" fala e todos teem

de concordar. As pessoas que ali trabalham não possuem voz ativa. Não são ouvidas; logo, sentem-se frustradas e desvalorizadas como profissionais. É a empresa do "cumpra-se!", porque a diretoria assim o disse. 2) Inexistência de um quadro de carreira. Quem trabalha ali não vislumbra como galgar os degraus de uma carreira promissora. Para piorar, quando surge uma oportunidade interna, o que a empresa faz? Recruta no mercado externo um candidato em vez de dar oportunidade de crescimento a quem já integra seu quadro de pessoal. 3)Remuneração incompatível com a complexidade e a responsabilidade inerentes às funções de um dado cargo (exige-se demais, pagase "de menos"). 4) Perfil pessoal incompatível com as características técnicas e comportamentais exigidas pelas atribuições específicas do cargo. Isso, aliás, revela erro crasso no processo de seleção de pessoal. Diga-se de passagem que nenhuma palestra motivacional, por melhor que seja, conseguirá motivar alguém cujo perfil seja inadequado para o cargo que ocupa.

Empresas precisam fazer sua parte. Mas nenhuma conseguirá motivar um funcionário se dentro dele próprio não brilhar, por natureza, o facho potente da luz da automotivação.

Há, ainda, um agravante: algumas palestras bombasticamente divulgadas como "motivacionais" são ruins de doer: elas não passam, na verdade, de um amontoado de frases feitas, tonitruantes, repetidas ad nauseam, costuradas com filosofismos inócuos, oriundos do "pensamento positivista" mais superficial e mesmo tolo.

or último, mas não menos importante, convém refletirmos um pouco sobre as palavras ditas no passado pelo filósofo Schopenhauer (1788-1860): "O mais feliz dos homens é aquele que tem o bastante em sua riqueza interior e requer pouco ou nada de fora para sua manutenção". Numa paráfrase ao dito do grande pensador, nenhuma empresa conseguirá motivar qualquer funcionário se dentro dele próprio não brilhar, por natureza, o facho potente da luz da automotivação. De fato, se a pessoa for vazia por dentro, nada será capaz de movê-la em direção às mais belas realizações da existência humana. Ah, sim. O dia seguinte? Nesses casos, "tudo continuará com dantes no quartel de Abrantes". Por isso vale a pena avaliar melhor que tipo de treinamento e palestras motivacionais virão de fato a somar – e se não é o caso de outras medidas psicopedagógicas serem também implementadas com urgência no contexto organizacional. LUIZ OLIVEIRA RIOS É EMPRESÁRIO E COLUNISTA DO DIÁRIO DO COMÉRCIO OLIVEIRA.RIOS@HOTMAIL.COM

ECONOMIA É CASO DE POLÍCIA? O

presidente Washington Luiz declarou certa vez que "o social era um caso de polícia". A frase pinçada correu o Brasil e entrou para a história, embora ele se referisse apenas a manifestações violentas que ocorriam por inspiração dos comunistas, em São Paulo, como em quase todo o mundo, nos anos 20, sob pretexto de reivindicações de sentido social. Hoje, a repressão às manifestações volta a ser o centro das atenções em meio à necessidade imperiosa de os governos, especialmente os europeus, apertarem os orçamentos, cortarem privilégios de categorias, sanearem bancos públicos e fecharem estatais desnecessárias, como as centenas de tevês deficitárias de municipalidades espanholas. Afinal, todos os países em crise vêm enfrentando greves (algumas disfarçadas em "operação padrão"), manifestações de rua com quebra-quebra e carros incendiados, na tentativa de fazer

A entrada em cena da China, detentora das maiores reservas internacionais, pode ajudar a crise e, com isso, criar uma importância e uma influência política que até aqui não teve, nem mostrou interesse em ter.

ARISTÓTELES DRUMMOND E com que os governos recuem nas medidas aprovadas. s Estados mais críticos, como Grécia, Portugal, Espanha e Bélgica, são governados por socialistas, culpados na origem pelos gastos fora da realidade em salários e vantagens. Até a Inglaterra tem dificuldades, embora sua recuperação possa se dar em prazo mais curto, pois permanecem na memória inglesa as vantagens da ação da autoridade dos anos Thatcher – fundamento de décadas de prosperidade e fim de privilégios inaceitáveis no mundo moderno. A grande pergunta é se os governos saberão manter a

ordem e abortar sabotagens – como a que obrigou o governo espanhol a devolver o controle aéreo aos militares. E se os eleitores vão prestigiar a política de seriedade que se tenta implantar. No caso dos países citados, o curioso é que os conservadores, que sempre combateram a gastança, não estão no poder, e os governos de esquerda estão tentando consertar os erros do passado. Mas Itália e França, com governos mais à direita, estão até aqui fora do furacão da crise. E quem a todos sustenta é a poderosa Alemanha, com governo de centro-direita e muito dinheiro em caixa.

ste ano, portanto, não será muito tranquilo. E não tem sentido a ingenuidade dos que pensam que com os EUA e a União Europeia em recessão, os chamados emergentes podem escapar das consequências. Afinal, os dois são os maiores mercados consumidores do universo. Devemos acompanhar nossa economia, nossa política, nossos números, mas com um olho no que se passa lá fora. Tudo aqui dependerá da evolução do quadro internacional. E, nesses momentos, bons aliados costumam ser muito úteis. ARISTÓTELES DRUMMOND É JORNALISTA E VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE JANEIRO.

iguel Nicolellis é professor de neurociências na Duke University (EUA), fundador do Instituto de Neurociências Edmond e Lilly Safra (Macaíba, RN) e membro das Academias de Ciências do Brasil e da França. A esse currículo notável acrescentou-se recentemente sua nomeação, pelo Papa Bento 16, para a Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano. O site Viomundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha, apresenta-o agora em formato ainda mais atraente: o cientista seria vítima indefesa de uma vasta campanha de ódio e intimidação movida pela "extrema direita". Chocado e amedrontado ante a virulência assassina da campanha, o prof. Nicolellis, no tom de bommocismo que deve caracterizá-lo como um adepto incondicional do debate livre e democrático, alerta para os perigos da radicalização ideológica: "O seu adversário político, ideológico, passa a ser o seu inimigo. E esse inimigo é passível de qualquer tipo de punição, até mesmo a morte. Eu não consigo imaginar que essas pessoas que propagam mensagens de ódio, vingança, violência, podem ao mesmo tempo se dizer cristãs." as em que consistiu, afinal, a mortífera campanha? Em duas coisas: Primeiro, uma notícia de dez linhas, publicada no site Rorate Coeli em 5 de janeiro (v. http://roratecaeli.blogspot.com/2011/01/ pope-names-pro-abortionand-pro-gay.html), dando ciência de que o Prof. Nicolellis era um ardente defensor do abortismo e das políticas gayzistas (bem como, no ano passado, da candidatura Dilma Rousseff ), sendo portanto um pouco estranha a sua presença numa instituição vinculada à Igreja Católica. Depois, um (1,hum) artigo escrito pelo jornalista americano Matthew Cullinan Hoffman, publicado no site Last Days Watchman e depois reproduzido com ou sem acréscimos e comentários nuns poucos sites cristãos, entre os quais a versão brasileira de Lifesitenews, Notícias PróFamília, dirigida pelo escritor brasileiro Júlio Severo (voltarei a falar dele mais adiante). Hoffman, que é católico, comentava: “O Papa Benedito 16 é um inflexível defensor do direito à vida e dos valores da família, sendo improvável que estivesse ciente da biografia de Nicolellis ao indicá-lo para a Academia." Houve qualquer ameaça, qualquer esboço de planos agressivos? O prof. Nicolellis confessa: Não, não houve. Contra aquelas expressões de discordância inofensiva, como reagiu o Prof. Nicolellis? Debatendo com os adversários? Que nada. Ele próprio descreve seus procedimentos argumentativos: "O pessoal do meu laboratório contatou a Duke, alertou sobre esses sites e a polícia da universidade já começou a monitorar o caso. A

O emprego constante dessa técnica é uma das manifestações mais corriqueiras da inversão geral da realidade, característica da mentalidade revolucionária.

segurança do meu laboratório foi reforçada... Ninguém chega lá sem passar pela segurança." E adverte: ao primeiro sinal de ameaça no Brasil, chamará a Polícia Federal. Dentre os potenciais agressores do prof. Nicolellis denunciados pelo site Viomundo, um dos principais já está sob controle. Júlio Severo, procurado pela polícia brasileira pelo crime hediondo de ter dito e insistido que o homossexualismo é pecado e tem cura, está escondido no exterior, trocando de país como quem troca de cuecas, vivendo em extrema penúria com mulher e quatro filhos pequenos. repórter Luiz Carlos Azenha menciona o fato com evidente satisfação. Celebra-o também, como sinal dos progressos da democracia no Brasil, o site Fórum, do colunista Luís Nassif (http://blogln.ning.com/ forum/topics/homofobia-empreto-e-branco?page=1& commentId=2189391%3 AComment%3A502681&x= 1#2189391Comment502681). As premissas lógicas embutidas nas declarações do Prof. Nicolellis e nos sites Viomundo e Fórum não poderiam ser mais evidentes: 1) Dizer qualquer palavra contra o homossexualismo, mesmo de maneira genérica e desacompanhada de qualquer ameaça, é incitação à violência, coisa indigna de pessoas que se dizem cristãs. 2) Um cidadão esclarecido, amante do debate livre e democrático, deve reagir a essas opiniões exibindo-se em público como vítima iminente de atentado, chamando a polícia e fazendo com que os opinadores sejam perseguidos como bandidos, acossados como ratos. A reação brutalmente exagerada, espera-se, induzirá o publico a acreditar piamente que violentos são aqueles que emitiram as opiniões, não aqueles que mobilizaram contra eles a força armada do aparato repressor. Se o leitor queria uma ilustração local do que escrevi sobre a técnica da rotulação inversa, aí está. O emprego constante e obsessivo dessa técnica é uma das manifestações mais corriqueiras da inversão geral da realidade, característica da mentalidade revolucionária. Não por coincidência, mas muito significativamente, o prof. Nicolellis, algum tempo atrás, andou esbravejando contra a "direita histérica". Histeria, por definição, é reação hiperbólica a algum estímulo imaginário e postiço. Quando o prof. Nicolellis reage histericamente, histéricos são portanto os outros.

OLAVO DE CARVALHO É ENSAÍSTA, JORNALISTA E PROFESSOR DE FILOSOFIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

Giba Um

3 Como a ABIN vem sofrendo 3 processo de remilitarização, os arapongas civis agora chamam a agência de inteligência de Tropa de Elito.

gibaum@gibaum.com.br

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

MAIS: é uma irônica alusão ao chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general José Elito Siqueira.

27 de Janeiro

k Bons discursos são como as saias das mulheres: nem tão curtos Reino da plástica «

que escandalizem, nem tão longos que nos entristeçam.

JOSÉ ALENCAR // ex-vice-presidente da República, mantendo o humor, em São Paulo, quando recebeu a Medalha 25 de Janeiro do prefeito Gilberto Kassab. Fotos: BusinessNews

333 No filme O Turista , com Angelina Jolie e Johnny Deep, o personagem principal gasta US$ 20 milhões em cirurgias plásticas para mudar o rosto. E escolhe o Brasil para realizar as operações. O país, que teve em 2009 mais 645 mil cirurgias plásticas (desse total, 119 mil pacientes homens), só perdendo para os Estados Unidos, é citado diversas vezes como referencia em estética – e preços. Para quem não sabe: hoje, nos Estados Unidos, uma cirurgia de implante de prótese de silicone no busto custa, em média, US$ 40 mil.

Santa Ângela de Mérici

ilha de camponeses cristãos, Ângela nasceu em Desenzano, na Itália, em 1470. Ainda muito jovem fez-se franciscana e, toda a vida, combateu o paganismo. Dedicou-se especialmente à educação cristã de moças que deu origem à Congregação das Irmãs Ursulinas.

PAPI GENEROSO

Por: José Nassif Neto

O EX-governador Alberto Goldman não conseguiu uma secretaria no governo de Geraldo Alckmin, mas poderá ganhar alguns assentos em conselhos administrativos de estatais. O primeiro será no Metrô e Goldman pode ser brindado com mais quatro cadeiras em conselhos. Aparece uma vez por mês e a média de salário fica entre R$ 6 mil e R$ 10 mil.

333

Explorador.

Teresina, é a capital deste Estado.

'Cola', em inglês.

Construção subterrânea para sepultamento.

Enxergar.

'Sim', em russo.

(?) Hume, filósofo escocês;

OUT

Vestido chemise, estilo anos 50.

Na cartilha de Michele A presidente Dilma Rousseff poderá passar a usar nas cerimônias oficiais e em viagens internacionais roupas criadas por estilistas brasileiros especialmente para ela, caso acabe topando proposta feita, pessoalmente, na semana passada, por Paulo Borges, diretor da SP Fashion Week, que começa amanhã. Seria uma contribuição da Chefe do Governo para a indústria da moda no país. A presidente, contudo, deixou claro que os modelos deverão obedecer sua habitual linha de vestuário. Se a idéia vingar, Dilma estará seguindo a cartilha de Michele Obama, se bem que conservadas as diferenças – até físicas – de cada uma.

Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Ir ao chão.

Patrão.

Carta geográfica.

Liga de ferro com carbono.

Lúcifer. Poema lírico destinado ao canto.

Estima um custo.

Pessoas que cantam juntas. Iluminação.

Pedaço de pano.

DESAPARECE da cena principal do showbiz brasileiro o ator, diretor, roteirista e produtor John Herbert que atuou no cinema, teatro e televisão. No começo da carreira, celebrizou na antiga Tupi o programa Alô, Doçura, com Eva Wilma, sua primeira mulher. Formava, com sua segunda mulher Claudia, um dos casais mais agradáveis de São Paulo. Sobre John Herbert, Cassiano Gabus Mendes dizia que “era a versão brasileira de Jack Lemmon”.

Broto.

Ceder gratuitamente. Parceiro de dança.

Ostenta a bandeira.

333

Saia longa estampada (de novo).

h IN

Depois dos livros Ai, que loucura! , lançado em 2000 e Ai, que absurdo!, no ano passado (não se pode dizer que tenham sido bestsellers) , Narciza Tamboindeguy está preparando seu terceiro trabalho, Ai, que delicia! . Sobre o conteúdo, resume: “Esse livro só terá histórias surreais, sexuais e prazerosas”. Se precisar de um consultor, tem um à mão: continua namorando o escritor e jornalista Guilherme Fiuza.

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Ai, que delícia!

O dono da nova La Boite, Omar Peres, queria fazer uma casa noturna para “freqüentadores acima de 40 anos” e os que foram nas quatro noites de inauguração da casa, em Copacabana (dando certo, vem para São Paulo), achou mesmo que era “para quem tem mais de 50”. O novo endereço do Rio tentará trazer de volta os tempos de Hippopotamus. Receita: nada de funk e bate-estaca, mesa para sentar e apoiar o copo, pista de mármore, muito cheek to cheek, sem lata de cerveja e cartela na saída. Entre outras, estavam lá Maria Alice Celidonio (esquerda), Christiane Torloni (centro) e Kiki Garavaglia. 333

Acima de 50

Solução

ANTÔNIO Palocci, ministrochefe da Casa Civil, está tentando explicar aos aliados que esse é um governo de continuidade e a cada mudança de cargo de segundo escalão significa demitir um petista ou governista de partido aliado. Para se ter melhor idéia: o governo federal tem 6.400 cargos de confiança, com salários que podem chegar a R$ 15 mil. Quem está dentro, não quer sair; quem está fora, quer entrar.

O senador Eduardo Matarazzo Suplicy (PT-SP), por sua livre iniciativa, está agora empenhado em colocar cara a cara Cesare Battisti, no presídio da Papuda, em Brasilia, com familiares de suas vítimas. Problema: não sabe de onde sairia o dinheiro para trazer as pessoas da Itália e alojalas no Brasil. Por outro lado, não há a menor hipótese de corte alguma autorizar essa acareação.

O GRUPO português Ongoing (Brasil Econômico, O Dia) está procurando uma grande produtora para comprar: quer começar a elaborar conteúdo para vender a emissoras de televisão do Brasil, com planos de, mais à frente, comprar uma participação em alguma (pode ser indiretamente, através da produtora). 333

G C L U MB A E U I D A R P A M A O S A R O T D AMA A E S

CARA A CARA

QUE ninguém imagine que a anunciada desoneração na folha de pagamentos dos empresários nacionais não vá ganhar uma gorda compensação em outra ponta. A alternativa mais cotada é a de um novo imposto. Dependendo, uma outra versão da CPMF. Quem viver, verá.

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Dupladobarulho 333 A nomeação do ex-prefeito de Taubaté, José Bernardo Ortiz (PSDB) para a Fundação para o Desenvolvimento da Educação de São Paulo, com verba de R$ 2,5 bilhões para construção e reforma de escolas, é a primeira pedra no sapato do governador Geraldo Alckmin. Ele é condenado judicialmente por ato de improbidade administrativa. Na mesma fundação, na diretoria de Obras, está Evandro Losacco, exvice-tesoureiro da campanha de Serra, autor das denuncias contra o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Sousa, que tocava, há anos, o programa Pró-Vicinais. Dentro de semanas, deverá haver a primeira audiência de Losacco na justiça (é um dos que Paulo está processando) e, na falta de provas, seus advogados poderão propor um acordo. O ex-homem-forte do Rodoanel, se aceitar, vai querer grandes matérias pagas nos jornais à título de retratação pública, fora indenização.

MISTURA FINA

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C A O S P E R E I A A RA R

O que já se viu e o que ainda se verá nas semanas de moda, mais o que já está sendo fabricado, sinaliza que o próximo inverno, se terá poucos balangandãs, vai inaugurar uma safra de sapatos com penas e muito mais pelos. Bota de cano médio com pelos, escarpins com pelos nos saltos, ankle boots totalmente forradas com pelos que serão até coloridos ou estampados. Os sapatos continuam com um certo estilo militar (fora a influência de calçados masculinos, como o Oxford), terão cadarços como os coturnos, saltos grossos e alguns, fivelas. 333

O The New York Times acaba de publicar matéria sobre as últimas tragédias provocadas por desastres naturais em todo o mundo, dedicando grande espaço ao Brasil e ao descaso do governo. Segundo dados da ONU, nos últimos dez anos, esses acontecimentos produziram 7,5 milhões de vítimas que ficaram sem casas, com prejuízos econômicos, físicos ou psicológicos. É o equivalente a 62,5 mil flagelados por mês ou ainda dois mil por dia. Entre 2000 e 2010, 60 catástrofes naturais afetaram o país, com prejuízos bilionários. Em média, seis desastres naturais por ano: seis secas (atingiram dois milhões de pessoas), 37 enchentes (4,5 milhões de vítimas e 1,2 mil mortes), cinco deslizamentos, cinco tempestades, epidemias e um terremoto. Nesses números não estão contabilizadas as tragédias da Região Serrana do Rio e Santa Catarina em 2011. Mais: em 2010, os desastres causaram prejuízos estimados em R$ 109 bilhões.

Duas mil por dia

Nesse novo episódio das festas promovidas por Silvio Berlusconi, na Itália, com a inclusão de garotas de programa brasileiras, o que ninguém pode deixar de reconhecer é a generosidade doprimeiro-ministroitaliano. Ele mandava pagar R$ 11.800 para cada uma delas, que dormiam lá e só iam embora depois do café da manhã. A média dos honorários do chamado primeiro time europru não vai além de mil euros. 333

P P I A T A C R U A V I D S E A I R A T C O A L O R U C A Z I A A R R MB A S AIU A R R I L

PELUDOS

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O novo ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio (PTRJ) está à beira de um ataque de nervos: primeiro, ajudar a eleger Marco Maia (PT-RS) presidente da Câmara, o que não é complicado; depois, enfrentar as feras para a votação de 23 medidas provisórias na Câmara (incluindo a do salário mínimo de R$ 545). O problema é que o Planalto usava emendas parlamentares como forma de negociação. O Orçamento de 2011, com emendas de R$ 23 bilhões, tem que ser sancionado até 9 de fevereiro. E Dilma quer cortar entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões – e, no mínimo, R$ 15 bilhões em emendas parlamentares. 333

Depois de brigar com a revista GQ, que publicou fotos dela totalmente nua (jurava ter posado de lingerie cor da pele e que a publicação usara recursos de photoshop), a modelo russa Irina Shay, que surgiu na Sports Illustrated Swimsuit Issue e que namora o jogador português Cristiano Ronaldo, hoje no Real Madrid, acaba de ser eleita pelo Marca, o maior jornal de esportes da Espanha, a primeira-dama do futebol (anteriormente, brindara com o mesmo título Victoria Backham, mulher do jogador inglês do Los Angeles Galaxy). Aos 24 anos, está em alta e aparece, no mesmo mês, na capa de Glamour, InStyle e Tatler, além do novo catálogo da Intimissi.

Primeira-dama do futebol

À beira de um ataque

Mulher nobre.

Preço.

Cachorro. (plural) Mãed'água.

Preparar para confronto bélico.

Limpar.

Ardência no esôfago. As duas.

Descer de Depois de. montaria.

Cloreto de sódio.

Polir.

Balburdia. Jogo de lançamento de frutos. Tonel.

Grito no caratê.

Tem no solo da praia. Preparar a terra para o cultivo.

(126) 3-aiú (jogo popular entre os escravos de origem africana que constava de um tabuleiro com 12 concavidades, nas quais se lançavam pequenos frutos); aço; 4-trás; cães; satã; glue; orça; 5-piauí.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

5 INFLEXIBILIDADE Governo bate o pé: quer manter o valor já anunciado (R$ 545).

olítica

CONCESSÃO Centrais se dispõem a descontar o aumento adicional previsto para 2012.

Mínimo: por enquanto, só os R$ 545 Reunião entre governo e sindicalistas terminou num impasse, mas o Planalto aceita, a princípio, correção do IR na fonte em 4,5%, que é a meta da inflação para 2011 José Cruz/ABr

Carvalho e representantes das centrais: sem acordo, prevalece a proposta do governo. Marcello Casal Jr

Na defesa: "Nos parece que não é o caso de mudar", diz a ministra Miriam Belchior (Planejamento).

CÂMARA/SUCESSÃO

Mabel ameaça 'vestir o pijama' e PTB anuncia apoio a Maia Candidato avulso não aceita pressão do PR. Já o adversário amplia os aliados

candidato avulso à presidência da Câmara, Sandro Mabel (PRGO), ameaçou ontem "vestir o pijama e voltar para casa" ao ser informado de que o seu partido poderá fechar com a candidatura de Marco Maia (PT-RS), que ontem recebeu o apoio do PTB. Além disso, o parlamentar poderá ser expulso e até ter o seu mandato requerido pelo partido no Supremo Tribuna Federal (STF). Apesar das ameaças, Mabel disse que vai manter a sua candidatura: "Você acha que um partido pode ameaçar um exlíder por pressão? É legítimo uma casa aceitar um negócio desses? É difícil! " Propostas – Ontem, um dia depois de lançar a sua candidatura, o deputado já divulgava as suas propostas para modernizar a gestão da Câmara. Com o slogan "O sonho vence a imposição", Mabel pretende conquistar seus pares com promessas do tipo construção do anexo 5 – empreendimento da Casa que consumiria, no início, R$ 74 milhões já previstos no orçamento deste ano. "Vamos construir o anexo 5 para os deputados, por que temos o dinheiro e pela necessidade de criar condições para que a Casa possa trabalhar." O candidato assegurou que a construção terá início na noite do dia 1º, depois da sua posse. "Já faço uma comissão e determino que vai ser construído esse negócio. Em um ano e meio vai estar de pé." Para buscar os votos dos deputados, Mabel preparou uma cartilha na qual apresenta, em quatro páginas, as propostas e afirma ter "a coragem e a rebeldia para enfrentar todos os problemas e devolver a digni-

dade à Câmara." Ele também convoca os colegas a optar entre "a desvalorização de sempre" ou por "uma Câmara forte, que mostre o seu valor." O candidato reclama da "forma desrespeitosa" como as emendas parlamentares são "descartadas" pelo governo. "Onde está a nossa autoridade como poder independente?"

Se formos caminhar para esse tipo de ação, eu visto o meu pijama e vou para casa SANDRO MABEL, CANDIDATO. O deputado negou que sua decisão de concorrer esteja ligada à disputa por cargos no segundo escalão do governo. "Não brigo por cargos, não brigo para ser líder do partido. Eu já era o líder." Ele revelou ainda descontentamento com a comparação de que a sua candida-

tura relembra o processo eleitoral de 2005, quando desentendimentos na base do governo acabaram favorecendo a eleição do ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). "Estão escrevendo que a minha candidatura é semelhante a do Severino. Sou um cara preparado, tenho experiência de administrar um orçamento de R$ 1 bilhão. Falo inglês e espanhol e sou firme nas coisas que tenho determinação." Reação – O PTB, depois da promessa de que comandará a ouvidoria da Câmara e também ficará com uma suplência na Mesa, anunciou que está com Marco Maia. O candidato do governo já recebeu apoio de vários partidos, entre eles o PMDB, o PSDB, o DEM, o PP, o PPS, o PSB, o PDT e do PC do B. Maia também criticou as propostas de Mabel. "O cara que é candidato pode prometer o mundo, pois não tem a preocupação nem a responsabilidade com o projeto da Casa." O apoio do PTB não garante o voto de toda a bancada. Para ser eleito, o candidato precisa de 257 votos dos 513 deputados federais. (Agências)

Marcelo Camargo/Folhapress

Mabel anuncia que, se eleito, vai construir anexo para os deputados.

governo manteve posição fechada ontem, em reunião com as centrais sindicais, de um salário mínimo de R$ 545 em 2011, "sem espaço para demagogias'', mas acenou com a tendência de corrigir a tabela do Imposto de Renda na Fonte em 4,5% – núcleo da meta de inflação. A informação foi passada à imprensa pelo ministro Gilberto Carvalho (SecretariaGeral), após o encontro de cerca de duas horas com os sindicalistas, no Palácio do Planalto, que terminou em impasse. O índice do reajuste da tabela do Imposto de Renda é inferior à demanda das centrais – elas exigem 6,46% –, que representa a variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no ano passado. Ao afirmar que "essa é a tendência'' do governo sobre a correção da tabela, Gilberto Carvalho ressaltou que o governo não vai vincular uma eventual ajuste no imposto à negociação sobre o aumento do salário mínimo. "O governo nunca falou em trocar uma coisa pela outra''. Fórum – Neste ponto, o governo manteve a proposta de R$ 545, mas deixou indicado, segundo representantes das centrais, que o Congresso poderá ser o fórum para a discussão do valor final. A proposta a ser enviada pelo governo ao Congresso será mesmo de R$ 545, de acordo com o ministro. O governo está amparado no cumprimento de acordo firmado com as centrais em 2007, pelo qual o reajuste do salário mínimo seria calculado sempre pela variação do PIB de dois anos antes, mais a variação da inflação do ano anterior. Com o impacto da crise econômica de 2008 no PIB de 2009, o aumento previsto para este ano ficou aquém do que desejavam as centrais. "Esse é um governo que cumpre acordos'', afirmou Carvalho, usando o argumento central do governo para não ceder na questão do salário mínimo. O governo também se comprometeu a enviar para o Congresso uma medida provisória formalizando a regra atual de reajuste até 2015.

Nova reunião – Ao final da reunião, da qual também participaram o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e o ministro Carlos Lupi (Trabalho), os sindicalistas mantiveram a defesa dos R$ 580, mas reconheceram reservadamente que o governo dificilmente passará de R$ 550. E devem aceitar este número final. As centrais estão dispostas, inclusive, a descontar o aumento adicional do reajuste previsto para 2012, que deve ficar entre 12% e 13%. O terceiro ponto de reivindicação dos sindicalistas – o aumento de 10% para os aposentados – acabou ficando em segundo plano na discussão de ontem. Uma nova reunião foi agendada para a próxima quarta-feira, dia 2, já na esteira do resultado das eleições para as presidências da Câmara e do Senado.

No topo da pauta, segundo os representantes das centrais, estará justamente a discussão sobre a correção da tabela do IR, que os sindicalistas já encaram como o ponto mais viável de negociação com o governo. Possibilidade remota – Poucas horas antes da reunião entre governo e centrais sindicais, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou que a intenção é manter o valor já anunciado pelo governo de R$ 545. Qualquer possibilidade de mudança nesse número, segundo ela, é remota. "Vamos sentar para discutir com as centrais e vamos retomar a regra que foi negociada com eles. Esses R$ 545 são reflexo do que foi discutido com eles em 2005 e que a gente vem aplicando todos os anos. Nos parece que não é o caso de mudar", disse, após participar de entrevista durante o programa 3 a 1, da TV Brasil. (Agências)

José Cruz/ABr

Otimismo: Paulinho da Força mostra o valor pedido (R$ 580). José Cruz/ABr

Artur Henrique da Silva Santos (CUT): reivindicação frustrada

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Permite-se a supressão de 238,1 hectares de vegetação. Deste total, 64,5 hectares estão em Área de Preservação Permanente. Licença do Ibama

olítica

Autorização tem validade de 360 dias e estabelece diversas condições que deverão ser observadas pelos empreendedores, sob o risco de cancelamento da licença. A usina, que será construída no Rio Xingu, terá capacidade máxima de 11.233 megawatts (MW) e deverá operar em 2015.

Ibama autorizou ontem o consórcio Norte Energia, responsável pela obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), a implantar a infraestrutura necessária para a instalação do canteiro de obras do empreendimento. A licença, chamada de "autorização de supressão de vegetação", foi assinada ontem mesmo pelo presidente substituto do Ibama, Américo Ribeiro Tunes, e está disponível no site da instituição. Com ela, o consórcio poderá fazer todo o procedimento de acampamento, de canteiro industrial e de área de estoque de solo e madeira. No último dia 12, o então presidente do Ibama, Abelardo Bayma pediu para ser exonerado. O Ministério do Meio Ambiente informou que ele alegou motivos pessoais para sua saída e havia se comprometido com a ministra Izabella Teixeira a ficar no cargo até o dia 31 de dezembro de 2010. Antes de sua saída, Bayma vinha sofrendo pressões de outras áreas do governo por conta da concessão de licenças ambientais. O recém-empossado ministro de Minas e Ener-

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ibama libera canteiro de obras de Belo Monte Eduardo Knapp/Folha Imagem - 21.04.10

gia, Edison Lobão, criticou o atraso na emissão de licenças para usinas, especialmente a hidrelétrica de Belo Monte. Condições – A licença permite a supressão de 238,1 hectares de vegetação. Deste total, 64,5 hectares estão em Área de Preservação Permanente. A autorização vale por 360 dias e estabelece de condições que devem ser observadas pelos empreendedores, sob risco de cancelamento da licença. O Ibama proíbe o uso de fogo e produtos químicos de qualquer espécie para eliminar a vegetação, além de depósito do material retirado em aterros e mananciais hídricos. Outra condição é que o consórcio só poderá executar a intervenção nas áreas adquiridas ou com permissão do proprietário. Ainda como medida compensatória, o consórcio terá de recuperar 64,5 de hectares na área de influência do empreendimento dentro dos 360 dias da autorização. A usina, que será construída no Rio Xingu (veja no mapa) terá capacidade máxima de 11.233 megawatts (MW) de energia. A produção média será de 4.571 MW. A hidrelétrica irá operar em 2015. (AE/ABr)

Limite: licença permite a supressão de 238,1 hectares de vegetação. Destes, 64,5 hectares estão em Área de Preservação Permanente (APP).

Fundação Sarney é denunciada Acusada de desvios de recursos da Petrobras, entidade terá de explicar para onde foi o dinheiro

Mensalão mineiro: audiência adiada

Justiça de Minas Gerais adiou ontem a primeira audiência de instrução do processo contra acusados de envolvimento no esquema que ficou conhecido como mensalão mineiro. A juíza Neide da Silva Martins, da 9ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, decidiu adiar a audiência a pedido dos advogados de defesa, já que, dos dez réus no processo, apenas quatro estavam presentes e o restante não foi localizado para receber a intimação. Os presentes eram o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza; o ex-secretário de Administração do então governador de Minas,

Eduardo Azeredo (PSDB), Cláudio Mourão; o ex-diretor da Companhia Mineradora (Comig) – atual Codemig –, Lauro Wilson de Lima Filho; e o ex-diretor da Companhia de Saneamento (Copasa), Fernando Moreira Soares. A Justiça não conseguiu localizar Walfrido dos Mares Guia, R amon Hollerbach Cardoso e Cristiano de Melo Paz, Eduardo Guedes, Renato Caporali Cordeiro, e José Afonso Bicalho. Além deles, Clésio Andrade também era réu no caso, mas a juíza desmembrou o processo, já que ele se tornou senador pelo PR-MG após a mor te de Eliseu Rezende (DEM-MG). (AE)

Tribunal de Contas da União (TCU) aceitou denúncia contra a Fundação José Sarney por supostos desvios de recursos públicos de patrocínio da Petrobras. O órgão determinou ao Ministério da Cultura – que intermediou o patrocínio – que entregue, num prazo de 60 dias, uma análise da prestação de contas do convênio. A denúncia foi encaminhada ao TCU pela CPI da Petrobras em 2009, após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelar as irregularidades na fundação criada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A decisão do TCU em considerar procedente a denúncia foi tomada numa reunião reservada no último dia 19 e as determinações foram publicadas ontem no Diário Oficial da União. O tribunal retirou o sigilo do caso. O relator é o ministro José Múcio Monteiro. No dia 9 de julho de 2009, investigação feita pelo jornal O Estado revelou que a Fundação José Sarney – entidade privada instituída por Sarney para manter um museu com o acervo do período em que foi presidente da República – desviou para empresas fantasmas e outras da família do próprio parlamentar dinheiro da Petrobras, repassado em forma de patrocínio para um projeto cultural que nun-

Celso Júnior/AE - 28.07.09

Sede da Fundação, no secular Convento das Mercês, em São Luís (MA): segundo a denúncia, verba para projeto cultural seguiu para empresas da família.

ca saiu do papel. Do total de R$ 1,3 milhão repassado pela estatal, pelo menos R$ 500 mil foram parar em contas de empresas prestadoras de serviço com endereços fictícios em São Luís (MA) e até em uma conta paralela que nada tem a ver com o projeto. Uma parcela do dinheiro, R$ 30 mil, foi para a TV Mirante e duas emissoras de rádio, a Mirante AM e a Mirante FM, de propriedade da família Sarney, a título de veiculação de comerciais sobre o projeto fictício. A verba foi transferida em 2005 após ato solene com a participação de Sarney e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. A estatal repassou o dinhei-

ro à Fundação Sarney pela Lei Rouanet, que garante incentivos fiscais às empresas que aceitam investir em projetos culturais. Mas esse caso foi uma exceção. Apenas 20% dos projetos aprovados conseguem captar recursos. A Controladoria-Geral da União (CGU) decidiu então entrar no caso. Uma auditoria do órgão, concluída em janeiro de 2010, confirmou as irregularidades. Os auditores estiveram na capital maranhense e constataram que a Fundação José Sarney apresentou, em sua prestação de contas, notas fiscais de empresas com endereços falsos. É o caso do Centro de Excelência Humana Shalom, que recebeu mais de R$ 70

mil para, em tese, prestar serviços de consultoria. A CGU confirmou em seu relatório que a empresa não existe. "Não foi localizada nem no endereço indicado em suas notas fiscais nem no endereço declarado à Receita Federal", relata a auditoria, que procurou os donos da empresa. "O sócio se mostrou evasivo quando solicitado a especificar os trabalhos", afirma a CGU. A auditoria aponta fraude nos recibos. "Cinco notas fiscais possuem sequência cronológica de emissão incompatível com sua sequência numérica", afirma o relatório. Em sua defesa, Sarney alega que se mantém afastado da administração da entidade. (AE)

Manifestantes contra extradição de Battisti Grupo se reúne para apoiar decisão contra extradição do ex-ativista italiano, acusado e condenado por quatro assassinatos, preso aqui com status de refugiado Carlos Barretta/Hype

Mário Tonocchi

ela democracia e pela liberdade imediata do ativista italiano Cesare Battisti, com o fim das discussões do processo de extradição dele para a Itália. Essas foram as duas "bandeiras" defendidas ontem à noite em ato-debate que reuniu cerca de 50 intelectuais, jornalistas e simpatizantes da esquerda política brasileira e movimentos sociais em clima de confraternização. O ato foi no salão nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Amanhã, às 11h, haverá manifestação em frente ao Consulado Italiano, na Avenida Paulista.

Segundo Carlos Lungarzo, ex-professor de Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ativista da Anistia Internacional, um dos membros do debate, a partir de agora serão produzidos manifestos e declarações do movimento pela libertação do ex-guerrilheiro, protestando, também contra o que chamam de um "golpe de Estado jurídico" que ronda o caso, segundo os críticos do processo de extradição. Em seu último dia de mandato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição do terrorista. "No entanto, ele continua preso há quase quatro anos no Brasil, por uma arbitrariedade do Supremo Tribunal Federal (STF). O mi-

Cerca 50 simpatizantes ao caso enviam recados de protesto

nistro Cezar Peluso e o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, alegam agora que terão de avaliar a resolução que eles mesmos deixaram para Lula,

antes de expedirem o alvará de soltura, prorrogando, assim, indefinidamente a libertação de Battisti", diz um comunicado já lançado pelo grupo.

Foi o advogado do italiano, Luís Roberto Barroso, quem classificou a decisão do ministro Cezar Peluso de não soltar o ativista como "uma espécie de golpe de Estado". Para ele, Peluso foi voto vencido no julgamento da extradição do italiano e "não pode, legitimamente, transformar sua posição pessoal em posição do tribunal". Música – Ontem, um grupo de músicos portugueses gravou uma canção a favor de Battisti. José Mário Branco, Paulo de Carvalho, Camané, João Gil, Tito Paris, Amélia Muge, Diana & Pedro e Pedro Branco cantaram "Hoje Battisti, Amanhã Tu", de autoria de José Mário Branco e Manuela de Freitas. Em nota divulgada pela

Comissão de Apoio a Battisti, os músicos dizem que a intenção é "alertar para o perigo que pende sobre Battisti, condenado, num processo forjado, à prisão perpétua e a seis meses de privação de luz solar". Os músicos querem difundir a música em redes sociais e demais contatos da internet. UE – Em Bruxelas, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, se reuniu com as três maiores autoridades da União Europeia. E o caso Battisti não foi levantado. Para os europeus, o tema é mesmo bilateral. À noite, em encontro com José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, o assunto sequer entrou em pauta.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SUBMERSA Em Franco da Rocha, nem a delegacia escapou dos alagamentos.

idades

Chuva de janeiro bate o recorde histórico na Capital Volume no mês é 89% acima da média e chegou a 493,7 milímetros, o maior desde 1947

7 Paulo Whitaker/Reuters - 14/01/2011

cidade de São Paulo bateu o recorde histórico de chuva em janeiro. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do dia 1º até as 10 horas de ontem choveu 493,7 mm na Capital. O volume de chuva está 89% acima da média normal para o mês, que é de 261 milímetros. Esse índice supera o recorde anterior, registrado em 1947, quando choveu 481,4 mm. Os dados foram registrados na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte. A medição sobre o volume de chuvas é feita desde 1943. A maior concentração de chuvas ocorreu entre as 10h do último domingo e as 10h de anteontem, quando a precipitação chegou a 88,6 mm. Segundo o instituto Climatempo, foi o maior volume de chuvas em um período de 24 horas desde fevereiro do ano passado (90,4 milímetros). Te m po r a l – Pancadas de chuva provocadas pelo forte calor em São Paulo na tarde de ontem atingiram alguns bairros da zona leste da cidade. O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura, colocou toda a região em estado de atenção por causa de alagamentos. De acordo o radar do CGE, choveu forte nos bairros de Guaianazes, Itaim Paulista e Cidade Tiradentes. A chuva também atingiu a zona sul, entre as regiões de Campo Limpo e M'Boi Mirim, de forma moderada. Na Grande São Paulo, cujas cidades também estão sendo fortemente atingidas pelas chuvas de janeiro, choveu com intensidade ontem em Suzano, Poá e Ferraz de Vasconcelos, inclusive com queda de granizo. (Agências)

Grizar Jr./AE - 19/01/2011

SECA Em algumas partes da Bahia e do Rio Grande do Sul, o problema é a seca.

O CLIMA NO PAÍS A União Europeia vai doar 200 mil euros – cerca de R$ 450 mil – por seis meses, em ajuda humanitária para as vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. A colaboração é imediata e tem um caráter emergencial, segundo as autoridades. Já passam de cem os municípios mineiros em situação de emergência. Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, e Soledade de Minas, no sul do Estado, tiveram o decreto divulgado anteontem pela Defesa Civil de Minas Gerais, elevando o número de cidades em emergência a 102. Dezessete pessoas já morreram em Minas desde outubro de 2010 devido às chuvas. No total, 1.325.216 pessoas sofreram algum tipo de dano.

Nuvens escuras encobrem o céu do Jaçanã, na zona norte da cidade: chuva na cidade bate recorde de 1947 André Lessa/AE - 13/01/2011

Cerca de 1/3 da população de Blumenau, em Santa Catarina, está sem água há mais de três dias, segundo informações da prefeitura. Após as chuvas que voltaram a atingir a região do Alto Vale do Itajaí, o nível de lama no rio Itajaí-Açu, que abastece a cidade de Blumenau e entorno, voltou a subir. Cerca de 1 milhão de pessoas foram afetadas pelas chuvas em Santa Catarina este ano, segundo informações da Defesa Civil Estadual. Ao todo, 71 cidades foram atingidas pelos temporais, que prejudicaram 919.681 moradores.

Franco da Rocha: Grande São Paulo também está sendo fortemente atingida pelos temporais de janeiro

Em algumas regiões do País, o problema é a falta de água. A escassez de chuvas na Bahia levou 22 municípios a decretar situação de emergência. Os dados são da Coordenação Estadual de Defesa Civil. Catorze cidades do Rio Grande do Sul também estão em situação de emergência pela seca.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A gente sentava na calçada, os vizinhos conversavam, iam comer uns nas casas dos outros. Reinaldo Martines Ruiz, engenheiro e penhense

idades

Penha quer de volta seu trem da fé Fotos de Paulo Pampolin/Hype

No início do século 20, um ramal ferroviário levava romeiros à igreja de Nossa Senhora da Penha, na zona leste. Agora, o engenheiro Reinaldo Martines Ruiz quer recriá-lo. Conheça a sua proposta. Valdir Sanches

Do antigo Ramal dos egue o metrô, desça Romeiros, que na Estação Penha e levava fiéis ao faça baldeação para o Santuário da Penha, século passado. A pouco sobrou. Além estação a ser usada estará bem de um tanto de pertinho. É a Guaiaúna, que trilhos velhos, a desapareceu há muitos anos. história dessa época O engenheiro Ruiz em frente à casa de 1938, construída pelo Ministério da Agricultura: nos planos, um café A estação estará é contada por restos reconstruída, de sinaleiras (à exatamente esquerda) e de como era: postes de pequena e sinalização. graciosa, em Divulgação estilo inglês. Compre a passagem no guichê, de um ferroviário em seu uniforme clássico. E embarque no vagão puxado por uma Maria Fumaça, para conhecer a história da Penha. A bordo, a passagem deverá ser apresentada ao picotador – que, naturalmente, a picotará, Parte dos trilhos do Ramal dos Romeiros ainda pode ser vista junto à casa construída em 1938 pelo Ministério da Agricultura como manda Divulgação o figurino. Isso tudo é coisa de xiita. figueira". Algo como o do Explicando melhor: de Pátio do Colégio. penhenses xiitas, como se Os trilhos do Trem dos autodenominam, por Romeiros iam adiante da casa brincadeira, certos moradores velha. Avançavam por uma fanáticos pelo bairro. Um área com muito verde, ainda deles, o engenheiro civil hoje preservada. Nela estão Reinaldo Martines Ruiz. Ele é vestígios do passado. Trilhos o autor do projeto que, por à vista, sinalizadores, e alguns seus planos, recriará um postes de telégrafo, com trecho de ferrovia que cruzetas, muito maltratados ficou para a história, o pelo tempo. "Com algumas Ramal dos Romeiros. obras e o restauro dessas Na colina – O ramal surgiu peças teremos um memorial no começo do século passado. do ramal", diz Reinaldo. Os romeiros chegavam ao Centro do bairro – Do café, O Santuário de Nossa Senhora da Penha (ou Igreja Velha ou da Ladeira), no século passado. As procissões de romeiros eram constantes. bairro para venerar Nossa pelos planos, os visitantes Senhora da Penha e desciam seguirão para outra etapa. do trem na Estação Guaiaúna Vans os levarão até o centro (de 1894). Antes de se velho da Penha. No Largo do construir o ramal, era preciso Rosário fica a Casa da uma boa caminhada, bem uns Cultura. Também ali está a 300 metros, até a igreja, no primeira casa de tijolos, que Paulo Pampolin/Hype alto de uma colina. poderá ser o Museu da Vovó Penha é o cenário ideal No fim do ramal, surgiu a Catarina. Dona Catarina se para o projeto de reconsEstação da Penha, pertinho da debruçava à janela, e ficava trução de parte do Ramal igreja, para o desembarque olhando o largo. dos Romeiros. É um bairro sem dos fiéis. Esta estação e a de No largo começa, também, edifícios, proibidos pela Lei do Guaiaúna, e o Ramal dos a visita às igrejas. Ali está a de Zoneamento. Os vizinhos se coRomeiros, desapareceram no Nossa Senhora do Rosário nhecem e se frequentam, o coséculo passado. Ou não? dos Homens Pretos, mércio está à mão. Pelo projeto de Reinaldo, construída por escravos. Para O plano concebido pelo enuma passarela levará os ir às outras duas igrejas do genheiro Reinaldo Martines O bairro da interessados da Estação centro histórico, as pessoas Ruiz, nascido no bairro, mexe Penha, na zona Penha do metrô à tomarão um bonde. com a memória penhense. É leste. Cenário reconstruída Estação Assim poderão preciso explicar que, em outros ideal para a Guaiaúna. Enquanto esperam chegar ao Santuário de Nossa tempos, a Penha era parada reconstrução de pelo embarque, poderão ver Senhora da Penha, também obrigatória de quem ia ao Rio parte do ramal fotos e dados históricos do chamado de Igreja Velha ou da de Janeiro. A Via Dutra (de dos Romeiros. bairro. Talvez, então, a Maria Ladeira. Por fim, alcançarão a 1951) não existia. Quase uma Fumaça, como eram as Basílica de Nossa Senhora da Também chegavam moradocidade do locomotivas de antigamente, Penha, construída segundo res de municípios vizinhos, cointerior. apite. Todos a bordo! um projeto que se destinava mo Suzano e Poá. A Penha era O trem, com seu único a Aparecida. Aqui, o um centro comercial, "a rua 25 ter, o São Geraldo e o PenhoraA Penha viveu muitos anos trou para a história em 1924, vagão, seguirá por coisa de passeio termina. de Março do fundão da zona les- ma (um quarto, o Penha Prínci- abraçada por duas linhas de quando eclodiu a Revolução meio quilômetro, no rastro Apoios – O projeto tem o te", como diz Reinaldo. Por fim, pe, já havia desaparecido). trem. A antiga Central do Bra- dos Tenentes. Os insurgentes deixado pelo Trem dos apoio da Associação Viva a havia os romeiros. Em tempos O filme inesquecível, Reinal- sil bifurcava-se mais ou me- bombardearam a sede do goRomeiros. Até o ponto onde Penha, do Fórum Urbanístico modernos, uma viela surgiu ao do assistiu aos 16 anos. Marcou a nos onde hoje está a Estação verno paulista, o Palácio dos há uma casa velha e uma da Subprefeitura da Penha e da lado da área arborizada por on- data: 27 de novembro de 1977. Carrão do metrô. Os trilhos Campos Elíseos. O presidente árvore gigantesca. Trata-se de distrital local da Associação de passava o trem. Na segunda Era "007, o espião que me ama- margeavam dois lados do (governador) do Estado, Carlos uma figueira, espécie longeva Comercial de São Paulo, da casa da viela nasceu, em 1961, o va". Roger Moore podia estar bairro, e só se encontravam de Campos, embarcou em um (a da Estrada das Lágrimas, qual Reinaldo é conselheiro. engenheiro Reinaldo. brilhante, na tela. Mas na plateia em Mogi das Cruzes. Ainda trem especial e seguiu para a no Ipiranga, viu passar Ele também é coordenador Em sua infância, juventude, a havia uma moça que roubava agora é assim. Penha, onde se concentravam à sua sombra D. Pedro 1° do Fórum Urbanístico da Penha "era quase uma cidade do todas as atenções do rapaz. Ali "A Penha, hoje, é uma ilha, as forças legalistas. e está lá até hoje). Subprefeitura da Penha e interior". "A gente sentava na mesmo começou o namoro isolada pelo metrô e pelos triO trem ficou parado em Café – A casa velha tem na conselheiro municipal de calçada, os vizinhos conversa- com Rosana. Acabou em casa- lhos da CPTM", diz Reinaldo, Guaiaúna até que o conflito fachada uma inscrição: Política Urbana da Região vam, iam comer uns nas casas mento e dura até hoje. referindo-se à empresa dos terminasse, 23 dias depois de M. A. 1938. Naquele ano, Leste-1, que abrange quatro dos outros", diz. "Nas festas juniR e i n a l d o e f a m í l i a trens de subúrbio. Até 1960, iniciado. Os penhenses consiabrigava um posto de bairros da zona leste, entre nas, as ruas eram fechadas. Ain- moram em uma rua que pare- havia uma saída, uma passa- deram que a Penha foi capital controle do Ministério da eles a Penha. Preside a da hoje o bairro tem esse perfil." ce uma vila. "O morador mais gem de nível na rua Guaiaúna. do Estado durante 23 dias. Agricultura. O engenheiro Associação Leste de Programa obrigatório era ir ao novo está ali há 34 anos, tem Mas ela foi fechada. Quem pode dizer que não Reinaldo diz que ali haverá Engenheiros e Arquitetos da cinema. Havia três deles, o Júpi- netos e bisnetos." A Estação de Guaiaúna en- têm razão? (V.S.) "um café, à sombra da Cidade de São Paulo.

Por 23 dias, a capital de São Paulo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

9 WIKILEAKS Julian Assange diz que ficaria 'lisonjeado'' se o Brasil lhe oferecesse asilo

nternacional

BOLÍVIA População protesta diante da embaixada dos EUA pelo direito de mascar coca

Um brasileiro nas ruas do Cairo Ao lado de bandeiras egípcias, desenhos do cartunista carioca Carlos Latuff são destaque em protestos contra o presidente Mubarak. Kety Shapazian

Manifestantes desafiam repressão do governo

as ruas do Cairo na terça-feira passada, havia algo no ar além do desejo de derrubar o ditador Hosni Mubarak. Em diversas regiões da capital egípcia, manifestantes empunhavam cartazes desenhados pelo cartunista brasileiro Carlos Latuff. As charges, enviadas via Twitter pelo carioca, foram impressas pelos fãs egípcios do artista, adorado em várias partes do Oriente Médio graças a seus desenhos pró-palestinos. Avisado na madrugada de quarta-feira que ativistas foram vistos carregando seu trabalho, Latuff diz que "poder participar deste momento histórico, mesmo à distância, é fascinante". "Eu estou mais feliz que 'pinto no lixo' e não estou ganhando um centavo com isso", declarou ele, empolgado, ontem à tarde, após ter colocado mais duas charges à disposição na internet (twitpic.com/photos/carloslatuff). Seu envolvimento com a revolta egípcia, no entanto, não se deu por acaso. Começou em outro levante, a Revolução do Jasmim na Tunísia, na semana passada, quando uma ativista lhe pediu alguns desenhos para retratar o momento pelo qual o país atravessa. "A charge consegue expressar de uma maneira muito simples um tema complexo. Ela sintetiza de uma forma que todos entendem", explica.

A Ele não sabe se as charges foram às ruas de Túnis porque o pedido chegou após a queda do presidente Zine El Abidine Ben Ali. "Eles me chamaram em um momento secundário, o ditador já tinha fugido. No Egito, foi diferente. Eles me pediram no domingo, dois dias antes da manifestação", conta. Para Latuff, é quase uma obrigação atender os ativistas. "Eu tenho uma habilidade, uma aptidão artística, e coloco à disposição de uma causa. Eles não pagam nada. Não é o tipo de trabalho que se cobra, mas uma questão de ativismo", reflete. Nos desenhos, algumas homenagens. A charge na qual Mubarak está prestes a levar uma sapatada (o simples ato de mostrar a sola do sapato é uma ofensa enorme no mundo árabe) lembra o jornalista Muntazer al-Zaidi – o homem que atacou o então presidente dos EUA George W. Bush em uma coletiva de imprensa em Bagdá, em dezembro de 2008. Outro desenho traz o egípcio Khaled Mohamed Saeed,

Poder participar deste momento histórico, mesmo à distância, é fascinante. CARLOS LATUFF jovem morto pela polícia egípcia na cidade de Alexandria, em junho de 2010. Na charge, ele é um gigante que segura um pequeno Mubarak pela roupa, em uma espécie de Davi e Golias ao contrário. Cada desenho demora 40 minutos, no máximo, para ser finalizado. O mais recente retrata o ditador egípcio tropeçando em

fios de computador (acima), já que os protestos foram organizados via Twitter e Facebook, censurados na terça-feira. "O mais legal dessa história é que (os ativistas) queriam desenhos que levantassem a moral. Imagine você, por 30 anos vendo Mubarak na TV, com aquele grito na garganta, e agora eles tomaram coragem para colocar

a boca no trombone! Mesmo que Mubarak não caia, foi quebrada uma ordem que era mantida a cassetete. Estou recebendo várias mensagens me agradecendo. E nem árabe ou muçulmano eu sou. Mas, não tenha dúvida. Se estivesse em Cairo agora, eu iria para a rua com o povo. Ia me ferrar, mas ia", diz Latuff, rindo. No final, lembra uma música do grupo O Rappa, que diz: "Hoje, eu desafio o mundo sem sair da minha casa". Para o cartunista, essa é a melhor tradução do seu atual momento.

polícia egípcia entrou em choque ontem com milhares de pessoas que desafiaram as proibições e fizeram manifestações contra o presidente Hosni Mubarak. Pelo menos 860 pessoas foram detidas durante dois dias de protestos. Um ativista e um policial foram mortos no Cairo, elevando o total de mortos nos confrontos para seis. Os manifestantes protestam contra a pobreza, o aumento dos preços e os altos índices de desemprego. O alvo é o ditador Hosni Mubarak, há 30 anos no poder e que se reelege sucessivamente de forma fraudulenta. (Agências) Fotos e charges: Divulgação

Manifestante no Cairo segura uma das charges de Latuff (centro). Inspirados na revolta tunisiana, ativistas egípcios solicitaram os desenhos do cartunista dois dias antes dos protestos. Mohamed Azakir/Reuters

O cerco se fecha contra Ben Ali Suíça - A pedido do governo provisório tunisiano, a Suíça bloqueou na semana passada todos os bens que pertenciam a Ben Ali e a cerca de 40 pessoas vinculadas ao ex-presidente e sua esposa, confirmou ontem o porta-voz do governo suíço, Andre Simonazzi. As autoridades suíças não deram mais detalhes sobre o montante bloqueado, mas, pela primeira vez, confirmaram que se trata de vários milhões de francos, moeda que atualmente tem paridade com o dólar. Nos últimos dias, a imprensa suíça noticiou a existência de vários bens que pertenceriam a parentes do ex-presidente da Tunísia em Genebra e Friburgo, embora as autoridades ainda não tenham confirmado a veracidade da informação. Por A Tunísia emitiu um mandado internacional de prisão contra o ex-ditador e familiares

outro lado, sabe-se que a Suíça confiscou um avião que seria de um genro de Ben Ali. Protestos - Enquanto Chebbi anunciava as medidas do governo interino, a polícia reprimia nas ruas de Túnis centenas de manifestantes, disparando gás lacrimogêneo e dando golpes de cassetete nos populares, que pediam a renúncia de ministros que fizeram parte do governo do ex-ditador. (Agências)

Tensão no ar: Mikati (à esq.) reúne-se com Hariri. Entre os dois políticos, a foto de Hariri pai, morto em 2005.

Uma reunião indesejada AFP - 11/10/09

situação está cada vez mais complicada para o presidente deposto da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali. Ontem, o governo tunisiano pediu à Interpol que prenda Ben Ali e sua mulher, Leila Trabelsi, que fugiram para a Arábia Saudita, em 14 de janeiro, após 23 anos no poder. As autoridades suíças já bloquearam várias dezenas de milhões de francos suíços que pertenceriam ao ex-presidente. O ministro da Justiça tunisiano, Lazhar Karoui Chebbi, afirmou que quer processar Ben Ali e seu clã por "aquisição ilegal" de bens e "transferência ilícita de fundos para o exterior". Além dos nomes do exditador e sua esposa, Chebbi citou sete integrantes da família de Ben Ali que estariam em custódia da Tunísia, mas disse que Imed Trabelsi, um sobrinho de Leila Trabelsi, e Sakher al-Materi, genro de Ben Ali, fugiram para o exterior. Ben Ali deixou o cargo e o país após mais de um mês de protestos populares contra a pobreza, o desemprego e a corrupção.

novo primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, apoiado pelo Hezbollah, iniciou ontem as negociações para a formação de um governo no país bastante dividido politicamente. Como manda a tradição, ele reuniu-se com seu antecessor, Saad Hariri, que já anunciou que não participará de um governo lidera-

do pelo movimento xiita. Nenhuma declaração foi divulgada após o encontro entre Mikati e Hariri, cujo governo foi derrubado pelo Hezbollah porque ele se recusou a aceitar a exigência do grupo de encerrar a cooperação com um tribunal da ONU que investiga o assassinato de seu pai, o ex-premiê Rafiq Hariri, em 2005. Acredita-se que

o tribunal se prepara para indiciar membros do Hezbollah ligados ao assassinato de Hariri. A calma voltou às ruas libanesas, após violentos protestos no dia anterior contra a nomeação de Mikati. Mesmo assim, a coalizão que apoia Hariri exortou seus partidários a realizarem protestos diários no centro de Beirute. (Agências)

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Homem filma uma baleia de 25 metros que morreu encalhada na praia do parque San Rossore, em Pisa, Itália.

Fabio Muzzi/AFP

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JANEIRO

10 -.LOGO

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

T ELEVISÃO E M

C A R T A Z

Morre o ator John Herbert

VISUAIS Exposição 'São Paulo Terra da Garoa', de Suzy Gheler. Shopping Pátio Paulista, Praça de Eventos. Rua Treze de Maio, 1947, Bela Vista.

ator John Herbert morreu ontem aos 81 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital do Coração (Hcor) desde o último dia 5, com insuficiência respiratória. Herbert sofria de enfisema pulmonar e faleceu às 12h30. Astro de novelas como A Viagem, Sinhá Moça, Um Só Coração, Cabocla, Esperança e tento atuado até mesmo em Malhação, ele estava afastado das telas desde 2008, quando interpretou o vilão Excelência Gutierrez, da novela Três Irmãs. Herbert também atuou em filmes e trabalhou como diretor e produtor. Ele foi um dos fundadores do Teatro de Arena, na década de 50 e, ao lado da atriz Eva Wilma, com quem foi casado por mais de 20 anos, participou do seriado Alô Doçura, de grande audiência nos anos 50 e 60. Descendente de alemães, John Herbert nasceu em 17 de maio de 1929, em São Paulo. Ele formou-se em Direito pela faculdade do Largo São Francisco (USP), mas nunca deixou de atuar.

Paulo Pinto/AE

AFP

I NTERNET M ÚSICA

Dois bilhões de conectados

Mestrado em Beatles. Sim, existe. A canadense Mary-Lu ZahalanKennedy tornou-se a primeira pessoa no mundo a concluir um mestrado no estudo dos Beatles. Ex-finalista do concurso de Miss Canadá, Mary-Lu estava entre os primeiros 12 estudantes matriculados no mestrado sobre os Fab Four aberto em 2009 na Universidade Hope, em Liverpool, Inglaterra, e foi a primeira a se formar. "O curso foi desafiador, interessante e me fez perceber o impacto que os Beatles tiveram e

ainda têm em todos os aspectos da vida." O mestrado sobre Beatles, Música Popular e Sociedade analisa o som e composição dos Beatles e como Liverpool ajudou a moldar a música deles. O mestrado analisa o significado da música deles e como ela definiu identidades, cultura e sociedade. Mike Brocken, fundador e líder do mestrado sobre os Beatles na Universidade Hope Liverpool, disse que o curso visa formar um grupo seleto de especialistas em música popular.

T WITTER

Um pouco de silêncio no falatório L

RARO BEBÊ - Filhote de rinoceronte negro e sua mãe, Rain Kati, no zoológico de Saint Louis, EUA. O filhote nasceu em 14 de janeiro de 2011 pesando 45 kg. Rinocerontes negros são uma espécie ameaçada e quase foram à extinção entre 1970 e 1992.

T URISMO

O número de usuários de internet no mundo alcançou a marca dos dois bilhões, anunciou ontem o chefe da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Hamadun Touré. O número de assinaturas de telefones celulares também alcançou um número recorde : cinco bilhões, segundo Touré. "No início do ano 2000, havia apenas 500 milhões de assinantes de telefones celulares e 250 milhões de usuários de internet", afirmou. De acordo com as estimativas, o número de usuários de internet chegou a 2,08 bilhões no fim de 2010, contra 1,86 bilhão do ano anterior. Já o número estimado de assinaturas de celular no mundo chegou a 5,28 bilhões – contra 4,66 bilhões em 2009. M EMÓRIA

Reuters

Google no arquivo do Holocausto

Finalmente, está disponível a ferramenta que muitos usuários do Twitter sempre sonharam. Proxlet permite bloquear aplicativos, filtrar tags e, o melhor, bloquear os tuítes de alguns usuários sem precisar bloqueá-lo (e, com isso, cometer o ato mais abominável entre os tuiteiros). Disponível para quem usa o Twitter no computador e no celular. http://proxlet.com/

D ESIGN

Sofá de 8 mil palitos O Sofa_XXX é feito com 8 mil palitos de comida japonesa. A ideia é do alemão Yuya Ushida, designer recentemente graduado.

Para receber os turistas que chegarão à cidade para os Jogos Olímpicos de 2012, a prefeitura de Londres promete tirar do papel um projeto inédito: uma passarela flutuante que passará por locais históricos ao longo do rio Tâmisa (como a Tower Bridge, na imagem acima) e de difícil acesso. Assim, os turistas poderão conhecer becos e outros segredos da cidade desde os tempos medievais.

L UXO

Caixões com grife

O Google apresentou ontem em Tel Aviv um novo sistema que facilita o acesso aos arquivos fotográficos e documentais do Museu do Holocausto em Jerusalém. O novo sistema, chamado Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR, na sigla em inglês), foi apresentado na véspera do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, para que não se esqueça do massacre de 6 milhões de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Sempre que as pessoas digitarem no Google o nome de vítimas do Holocausto, elas serão encorajadas a acrescentar ao arquivo detalhes que possuam sobre essas pessoas, ajudando a identificar fotos, por exemplo. L OTERIAS

www.yuyavsdesign.com

Concurso 1109 da LOTOMANIA

O designer dinamarquês Jacob Jensen criou os caixões mais sofisticados do globo para comemorar o centenário da Tommerup Kister, que comercializa o produto. Os modelos , foram inspirados em diamantes.

Concurso 1252 da MEGA-SENA

www.tommerupkister.com

A TÉ LOGO

Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

Inscrições no ProUni passam de um milhão e batem recorde, diz MEC

Palmeiras confirma novo reforço: o volante Chico, do Atlético Paranaense

Concurso 2507 da QUINA 31

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

11 CAFÉ QUENTE O consumo de café bate recorde no Brasil em 2010, com 4,81 kg per capita.

conomia

TELEFONIA A Portugal Telecom pagou R$ 8,32 bi por 22,38% da operadora Oi.

2010 teve estoque de crédito histórico Os empréstimos para consumidor e empresas totalizaram R$ 1,7 trilhão e chegaram à marca de 46,6% do PIB.

s operações de crédito para consumidores e empresas cresceram 20,5% em 2010, acima dos 15,2% verificados um ano antes, mas abaixo dos 31,1% registrados em 2008. Com isso, o total de empréstimos chegou ao valor recorde de R$ 1,7 trilhão, o que corresponde a 46,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Há dois anos essa relação chegava a 40,5% do PIB. Os bancos públicos mantiveram a liderança no mercado, com 41,9%, seguidos pelos nacionais, com 40,7%, e estrangeiros, 17,4%. Os dois primeiros segmentos ganharam espaço, enquanto o último perdeu participação. Mais uma vez, as operações com juros subsidiados se destacaram, avançando 27,5%.

Os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) subiram 25,6%. O crédito habitacional com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e poupança avançou 50,4%. Para os analistas, é certo que a taxa de crescimento do crédito vai desacelerar neste ano, mas não o suficiente para trazer a trajetória da inflação para o centro da meta, que é de 4,5%. Segundo o economistachefe da MB Associados, Sérgio Vale, o crédito deve crescer 15% em 2011, mas com a possibilidade da inflação atingir 6% no ano. "O Banco Central pode optar pela adoção de novas medidas prudenciais, descartando uma alta maior dos juros", diz. O problema, de acordo com

Vale, é que ao atuar para restringir a evolução do crédito, o BC interfere nos preços de bens duráveis, que não são a causa da inflação, mas sim os preços de serviços. "E sobre os serviços, redução de crédito não resolve. Ninguém paga o cabeleireiro em 24 vezes", acrescenta. A solução seria um aumento de juros, que afeta toda a economia e desacelera os salários, em sua opinião. "Há quanto tempo ouvimos falar que o crédito vai

MAX.

cair? Desde 2004, quando o governo intensificou a concessão de crédito, temos visto este mercado crescer", diz. Para Vale, só agora o Banco Central começa a colocar em seu "cardápio" a preocupação com o crédito. "Mas está atuando no ponto errado,

dando força para as medidas prudenciais", explica. "Mas não vejo o crédito caindo de forma intensa porque tem uma base de renda crescendo muito forte. Tem que desacelerar a renda e atingir a economia como um todo." Para ele, a "intenção do BC é

nobre", mas desacelerar crédito só com medidas prudenciais vai atingir setores que não são os causadores da inflação, pois os preços de bens duráveis estão controlados pela taxa de câmbio baixa. E a restrição do crédito pode ser compensada com expansão de prazo. (Agências)

Consumidor paga alto por empréstimo No início daquele mês, o BC anunciou uma série de medidas para reduzir prazos e recursos para o financiamento ao consumo. Houve queda de 1,6% nas concessões totais de novos empréstimos e de 14,4% na média diária em relação a novembro. A queda se deu em todas as linhas pesquisadas pelo BC. O aumento ocorreu nos dois componentes da taxa: alta de 0,3% no

Paulistano está mais endividado após Natal

representa a maior fatia total de famílias (17%) desses endividadas na inadimplentes. Entre as cidade de São famílias inadimplentes, Paulo saltou 12,3% entre boa parte (31,6%) carrega dezembro e janeiro, dívidas que atingem a passando de 1,63 milhão renda futura por mais de no final de 2010 para 1,83 um ano. Outra parcela de milhão no início deste ano, 30,2% comprometeu sua conforme pesquisa renda por até três meses, e realizada pela Federação 21,8% das famílias têm do Comércio de Bens, dívidas que abrangem Serviços e Turismo entre três e do Estado de seis meses. São Paulo Plástico – O (Fecomercio). cartão de As famílias crédito é o com renda de principal meio até dez para contrair saláriosmilhão é número dívidas, mínimos respondendo representam de famílias por 70,8%; mais da endividadas em seguido de metade desse São Paulo, no longe pelos total (55%). Segundo o inicio de janeiro, carnês, com 24,7%, e as levantamento, diz a Fecomercio. linhas de entre os crédito endividados, pessoal, mais da 10,8%. metade A Federação atribui os (52,6%) comprometeu números acima à maior entre 11% e 50% da renda confiança do consumidor, com o pagamento de que se utilizou das linhas dívidas. Para 17% das de financiamento famílias com dívidas, esse disponíveis durante o comprometimento supera período de Natal e a casa de 50%. continuou gastando em A parcela de famílias endividadas e que está com janeiro, para aproveitar as promoções pós-natalinas. contas em atraso subiu de A pesquisa é realizada 13% em dezembro para mensalmente e entrevistou 15% em janeiro. Outra vez, a faixa de menor renda (até 2,2 mil consumidores de São Paulo. (Folhapress) dez salários-mínimos)

1,83

custo de captação de recursos e de 1,2% no "spread" bancário, parcela que inclui despesas, riscos e ganhos. Os juros para pessoa jurídica caíram para 27,9% ao ano, menor desde junho. Com isso, a taxa média entre pessoa física e jurídica subiu para 35% ao ano. Inadimplência – O Banco Central verificou que a taxa de inadimplência da pessoa física caiu para

5,7% em dezembro, a menor desde junho de 2001, quando estava em 5,5%. Para as empresas, a taxa estabilizou-se em 3,6%. O nível de atrasos, considerando também empréstimos com subsídio, como os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ficou em 3,2%, menor da série histórica. Houve queda de 1,6% nas concessões totais de novos

empréstimos e de 14,4% na média diária em relação a novembro. A queda se deu em todas as linhas pesquisadas pelo BC. Mas no acumulado deste ano os valores continuam acima das médias. As operações de crédito para consumidores e empresas cresceram 20,5% em 2010, acima dos 15,2% verificados há um ano, mas abaixo dos 31,1% em 2008. (Agências)

Sindilojas-SP obtém liminar sobre Contribuição Previdenciária do 1/3 das férias Foi concedida pela Justiça Federal de São Paulo, no Mandado de Segurança Coletivo impetrado pelo Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), uma liminar que assegura aos seus associados o direito de não efetuarem o recolhimento de Contribuição Previdenciária Patronal, do artigo 22, incisos I e II, da Lei nº 8.212/91, incidente sobre os valores pagos aos segurados empregados a título de 1/3 (um terço) de férias. O Sindilojas-SP pleiteou, ainda, a compensação dos valores já recolhidos, referentes aos últimos 5 (cinco) anos, cuja decisão será definida por ocasião do julgamento do mérito do mandado. Lembramos que as empresas optantes do Simples Nacional também são beneficiadas, uma vez que seus empregados sofrerão uma redução no desconto previdenciário, o que, de certa forma, beneficia a gestão da empresa.

Novas ações coletivas O Sindilojas-SP protocolou na Justiça Federal novas ações coletivas contra a Contribuição Previdenciária Patronal, com o objetivo de assegurar aos seus associados o direito de não recolher a contribuição sobre os seguintes títulos, que aguardam o deferimento da liminar solicitada:

Aviso Prévio Indenizado Auxílio Doença Descanso Semanal Remunerado Hora Extra

Empresas do Simples Nacional Ação coletiva em fase de recurso, no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, impetrada com a f i n a l i d a d e d e g a r a n t i r, à s e m p r e s a s o p t a n t e s p e l o S i m p l e s N a c i o n a l , o direito de parcelar seus débitos e permanecer enquadradas nessa condição. Importante: As empresas interessadas na adesão ao benefício já concedido e nas futuras decisões do Judiciário para nossos associados, devem entrar em contato com os departamentos Jurídico e Contábil do Sindilojas-SP, para obter orientações quanto aos devidos procedimentos.

Informações: 11 2858 8400 sindilojas@sindilojas-sp.org.br

www.sindilojas-sp.org.br

SINDILOJAS-SP

Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo

taxa média de juros do crédito ao consumidor passou de 39,1% para 40,6% ao ano em dezembro, a maior desde maio do ano passado, segundo dados do Banco Central. Houve alta nas principais linhas, como crédito consignado, que chegou a 27,5%; crédito pessoal, a 44,1%; cheque especial, a 170,7%, e financiamento de veículos, a 25,2%.

12 -.ECONOMIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

e Tecnologia para inovar confecção de roupas

13 Dos 543 modelos da coleção outono-inverno da Nicoboco, 5% são de reciclato e 20% de sand wash.

conomia

Divulgação/ Édson Pelence

Empresas participantes da Fenim, que será realizada até amanhã em Gramado, apresentam novidades nos tecidos. Alguns são elaborados com fibras da proteína do leite e de poliéster obtidas a partir da reciclagem de garrafas PET. Há também misturas de tramas que criam texturas como o rendado com tecido duplo. Giseli Cabrini, de Gramado (RS)

uecas boxer que exalam aroma de menta ou chocolate e confeccionadas a partir de fibras da proteína do leite. Tecidos ecológicos que misturam matéria-prima tradicional como algodão a materiais alternativos, entre eles garrafas PET recicladas. Essas são algumas das tecnologias exibidas por expositores da 15ª edição da Feira Nacional da Indústria da Moda (Fenim) outono-inverno, que acontece até amanhã, em Gramado (RS). Desde 1991 atuando no segmento de moda íntima, a Upman (marca da gaúcha Janimar) aposta na nanotecnologia – capacidade potencial de criar a partir do menor, usando técnicas e ferramentas capazes de alocar cada átomo e molécula no lugar desejado – para se destacar da concorrência. Ajustes – Tudo começou em 2007 com o lançamento da primeira cueca perfumada da marca. Embora o item tenha sido um sucesso de vendas, segundo o gestor de marketing, Diego Benech, o processo de fabricação das peças teve de passar por um aprimoramento. "Esse tipo de tecnologia não é algo simples. Após ajustes, resolvemos relançar as cuecas

com aroma agora em 2010." As essências são importadas da Europa e aplicadas nas tinturarias dos fornecedores da Upman entre as tramas dos tecidos. O perfume é exalado a partir do toque nas peças que rompem as nanocápsulas. O aroma dura, em média, duas lavagens. De acordo com a gerente de produto, Luciana Frezza, o objetivo não é lucrar, mas usar as novidades como chamariz para a marca que abrange um portfólio de cerca de 100 itens, entre eles pijamas, shorts e chinelos. Atualmente, esses lançamentos correspondem de 2% a 3% da produção de cuecas da Upman, por volta de 5 mil peças por dia. Lavagens – Com 23 anos no mercado, a Nicoboco – empresa especializada no segmento de surf, street e sport wear – aposta em matériasprimas combinadas a tecidos exclusivos que não agridem a natureza, como o reciclato e a lavagem com jato de areia conhecida como sand wash. "Nesses dois casos, temos uma longa parceria com a Pettenati", afirma o diretor de desenvolvimento de produto, Sergio Ruksenas. O reciclato foi desenvolvido

30% ante um aumento anual da ordem de 10% a 15%. "A projeção maior ocorre pelo fato de termos comprado algodão antes da alta de 40% no preço da matéria-prima. Com isso, as peças da nova coleção tiveram reajuste de 8% a 10%." O executivo adianta que a coleção primavera-verão terá outra novidade: será estendida ao público infantil de dois a oito anos. Contraponto – No caso das malharias, o acesso à tecnologia e novas matérias-primas é mais restrito. A gaúcha Friolã, por exemplo, aposta em fios com tingimentos exclusivos e sob demanda feitos por um fornecedor argentino. Também foi no exterior, mais precisamente na Alemanha, que foram adquiridas máquinas que permitem produzir uma peça praticamente sem perda de matéria-prima. "Nos últimos 15 anos, reduzimos o índice de desperdício que era de 20% para 8%", diz a estilista da marca, Rafaela Tomazzoni. A empresa utiliza como diferencial estampas exclusivas obtidas a partir de misturas de tramas que possibilitam criar texturas como o rendado com tecido duplo. A repórter viajou a convite da Expovest, organizadora da Fenim.

Todas as nossas roupas trazem na etiqueta informações sobre as tecnologias diferenciadas das peças RODRIGO DIAS, NICOBOCO

Cuecas boxer da Upman exalam aroma de menta ou chocolate

a partir de uma geração de fibras de poliéster, muito mais finas, obtidas a partir da reciclagem de garrafas PET. A preocupação ambiental também se estende aos modelos com couros produzidos com

matéria-prima sintética. No caso da sand wash, a técnica combina uma aparência de desgaste a um toque macio tipo "pele de pêssego." Dos 543 modelos da coleção outono-inverno que contem-

pla itens masculinos, femininos e juvenis, 5% são de reciclato e 20% de sand wash. "Todas as nossas roupas trazem na etiqueta informações sobre as tecnologias diferenciadas das peças. Isso é importante para educar o consumidor e mostrar que estamos sintonizados com a filosofia do surf de respeito ao meio ambiente", diz o estilista da coleção masculina, Rodrigo Dias. Outra novidade trazida para a Fenim foi a linha de produtos criada por meio de pesquisas que resultaram na escolha de novas texturas, entre elas maquineta, devorê, molinê e ringue (fio interrompido). Segundo Rusksenas, a expectativa é ampliar as vendas em

Marcos Mendes/LUZ

Vendas de artigos de carnaval começam a deslanchar Fantasias de Alice no País das Maravilhas, de Lady Gaga e da presidente Dilma Rousseff têm sido muito procuradas.

Alugo Sobrado!

Na Festas e Fantasias, os itens mais procurados têm sido os acessórios, como colares havaianos e chapéus.

do Caribe e no palhaço Tiririca. As tradicionais fantasias de presidiário, marinheiro, Fred Flintstone, Chaves e árabes

continuam sendo muito procuradas. Todas podem ser adquiridas por valores que oscilam entre R$ 45 e R$ 76. Mas há trajes mais sofisticados com preços de até R$ 600.

S u p e r- h e r ó i s – P a r a a s crianças, os preços são menores. Os conjuntos oferecidos variam de R$ 29 a R$ 200. Para as meninas, os mais comprados são os vestidos de prince-

sa com acessórios como tiaras e sapatilhas. Os super-heróis continuam na preferência dos garotos. Neste ano, a fantasia campeã é do Batman, com preço de R$ 188. (PC)

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carnaval ainda está longe, mas as vendas de produtos alusivos à festa já começaram a movimentar o varejo da capital paulista. A loja Festas e Fantasias, por exemplo, tem registrado aumento do fluxo de pessoas desde o início deste mês. No entanto, ainda menor em comparação com igual período do ano passado. Isso porque a data foi comemorada em fevereiro e neste ano será festejada somente em março. Os itens mais procurados têm sido os acessórios, como

colares havaianos (R$ 3 a dúzia) e chapéus, nos modelos de sambistas, a preços que variam entre R$ 10 e R$ 14. De acordo com funcionários da loja, grupos de compradores têm visitado o local para pesquisar preços e adquirir mercadorias como colares e paetês. Mídia – No setor de fantasias femininas, os trajes mais procurados são os de Alice no País das Maravilhas. Personalidades que se destacam na mídia também são procuradas, como a cantora Lady Gaga e a presidente Dilma Rousseff. Também são sempre compradas roupas inspiradas nos personagens do filme Piratas DC

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Jason Antony/SXC

conomia

setor bancário brasileiro começou o ano com mais um passo para a incorporação da sustentabilidade em suas atividades. A Federação Nacional de Bancos (Febraban) finalizou no início deste mês o detalhamento dos indicadores do Protocolo Verde, subscrito por 15 associados – depois de assinado um protocolo de intenções entre a entidade e o Ministério do Meio Ambiente. O documento estabelece formas de se criar linhas de financiamento e crédito que melhorem o meio ambiente e a qualidade de vida da população, além de ressaltar a necessidade de se levar em conta os impactos e custos socioambientais na gestão de ativos e riscos na análise de projetos. Além disso, o texto prevê a promoção interna do uso consciente dos recursos naturais pelas instituições e o aproveitamento da pulverização do setor para a difusão dos conceitos de sustentabilidade. No Brasil, o Banco Real (incorporado ao Santander em 2007) está entre pioneiros na adoção de parâmetros de sustentabilidade. "Para a concessão de crédito, ele já os pratica há nove anos", afirmou o superintendente de Risco Socioambiental do banco, Christopher Wells. Essa análise inclui a avaliação anual de renovação de limite de crédito do correntista pessoa jurídica. Como resultado da integração com o Santander, o banco também passou a adotar esses parâmetros para a aceitação da conta do cliente pessoa jurídica. São observados aspectos como presença de trabalho escravo e prática de desmatamento, entre outros. "Procuramos ser o mais inclusivos possível", afirmou Wells. Dessa forma, a área do superintendente-executivo de Negócios Sustentáveis do Santander, Altair Assumpção, pode sugerir, por exemplo, que a reforma do hotel de um cliente seja feita de forma sustentável, com indicação

Sustentabilidade é caminho para conseguir recursos

Sérgio Zacchi/Divulgação

Bancos buscam estabelecer critérios para balizar a concessão de créditos, levando em conta a questão socioambiental. As empresas que se destacam do ponto de vista socioambiental também são boas em outras áreas. CHRISTOPHER WELLS, DO SANTANDER REAL

25,13 bilhões de reais foram liberados pela Caixa Econômica Federal entre 2008 e 2010 para projetos que adotam a sustentabilidade

de alguns fornecedores. Crédito – Em linhas gerais, o banco utiliza os Princípios do Equador (leia mais abaixo) na análise de projetos que demandam recursos acima de US$ 10 milhões. E recorre aos padrões internos para analisar o cliente pessoa jurídica com limite de crédito acima de R$ 1 milhão e que precise de uma licença ambiental (os setores de comércio e serviço são excluídos). A avaliação socioambiental é uma

dos itens do cálculo do custo do crédito, segundo Wells. "As empresas que se destacam do ponto de vista socioambiental geralmente também são boas em outras áreas." Na Caixa Econômica Federal (CEF), as análises desse gênero feitas para orientar a concessão de crédito resultaram na contratação de R$ 25,13 bilhões entre 2008 a 2010, explicou a gerente nacional Mara Luiz Alvim Motta. São opera-

ções de clientes pessoa jurídica, com valores iguais ou superiores a R$ 10 milhões. De acordo com ela, a tendência da instituição é aprimorar os seus instrumentos internos para se adequar às mudanças na legislação. "Em 2010, por exemplo, foi aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos", disse. A criação de linhas para a logística reversa está entre as prováveis novidades na CEF, assim como o incentivo do uso de aquecedores solares residenciais. Segundo Mara, ainda neste ano poderá ser lançada uma linha destinada a buscar soluções para a questão dos resíduos da construção e demolição. A CEF já oferece o "crédito

para ecoefiência", para aquisição de máquinas e equipamentos que melhorem a eficiência energética ou reduzam o volume de insumos dos processos produtivos. E as condições são melhores que a linha convencional, com financiamento de até 100% (ante 80%), prazo de pagamento de dois a 54 meses (ante 36 meses) e carência de seis meses. Incentivo – A linha da CEF oferece a modalidade "convênio", por meio de entidades de classe do comercio, indústria ou serviços. A Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) é uma delas, com o seu projeto Garrafa Sustentável. Em Garça (SP), o proprietário dos refrigerantes São José,

João Carlos dos Santos, aderiu à iniciativa e financiou 50% da compra de garrafas retornáveis. Ele destacou o prazo de pagamento como um benefício ao pequeno empresário para inserção da nova embalagem no mercado. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também observa critérios socioambientais em seus financiamentos a clientes empresariais. De acordo com informações da assessoria de imprensa da instituição, os clientes com esse perfil se beneficiam de taxas mais vantajosas, ao mesmo tempo em que o desacordo com tais princípios ou a existência de risco socioambiental pode inviabilizar o apoio ao projeto.

FT e Bird 'reciclam' prêmio

divisão entre países desenvolvidos e emergentes será abolida a partir de 2011 da premiação Financial Times Sustainable Banking Awards, que destaca as melhores práticas de sustentabilidade das instituições bancárias. A iniciativa foi definida há duas semanas, segundo o especialista em Sustentabilidade – Mercados Financeiros Globais da International Finance Corporation (IFC), Miguel J. Martins. Braço financeiro do Banco Mundial (Bird) para o setor privado, a instituição é parceira do jornal britânico Financial Times na realização do prêmio. Martins mencionou a alteração na estrutura da premiação para ressaltar que não é apenas sua a percepção de que as instituições bancárias brasileiras vivem um estágio avançado na adoção da sustentabilidade. Para a IFC, a incorporação desses critérios deve considerar aspectos sociais, ambientais e de governança corporativa. As normas para a concessão de crédito serviram como

Divulgação

O processo já se tornou irreversível, porque o banco investe em áreas muito éticas e ganha dinheiro fazendo o bem. MIGUEL J. MARTINS, DA IFC

inspiração para a criação, em 2003, dos Princípios do Equador – conjunto de critérios socioambientais desenvolvidos e adotados voluntariamente por instituições financeiras internacionais e brasileiras em operações de financiamento de projetos, a fim de compatibilizar investimentos e operações financeiras com a sustentabilidade socioambiental. Entre seus 70 signatários estão Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú DC

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Unibanco e Santander Real. Em 2006, uma revisão dos Princípios do Equador estreitou o limite mínimo de crédito sujeito às suas regras de US$ 50 milhões para US$ 10 milhões. Oportunidades – "O que nós notamos nos bancos com os quais trabalhamos e interagimos é que há uma fase em que eles olham para a sustentabilidade não só como gestão de riscos, mas como identificação de novas oportunidades, com produtos específicos, oportunidades em novos

mercados e visão de benefícios à saude financeira da instituição", afirmou Martins. Para ele, "nessa fase, o processo já se tornou irreversível, porque o banco estará investindo em áreas muito éticas e ganhando dinheiro fazendo o bem". Martins afirmou que as principais instituições bancárias brasileiras estão na fase de perceber a questão com a visão de oportunidades. "No mundo, a evolução dessa curva varia muito conforme a região", afirmou o especialista. (FL)

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

e Transporte pressiona IPCA conomia

Carlos Cecconello/Folhapress

Preços das passagens de ônibus elevam o índice da inflação em janeiro para 0,76%.

ECONOMIA/LEGAIS - 15 Serviços devem continuar pressionando a inflação em 2011. Fábio Romão, economista da LCA

Custo da construção acumula alta de 7,42% em 12 meses

arifas de ônibus mais altas puxaram para cima o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que saltou de 0,69% para 0,76% de dezembro para janeiro. Para economistas, a taxa ficou acima do esperado, e deve ajudar a conduzir um ciclo longo de aperto monetário, com juros maiores para segurar preços. A taxa máxima esperada pelos analistas para o mês era de 0,75%. O IPCA-15 é a prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial do governo e referência para as metas de inflação – que é de 4,5% em 2011, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Até janeiro, o IPCA-15 sobe 6,04% em 12 meses, ou seja, longe do centro da meta. O aumento de 1,77% nas tarifas de ônibus urbano respondeu pelo maior impacto individual na inflação do mês, com contribuição de 0,07 ponto percentual. Já a inflação de alimentos e bebidas desacelerou de 1,84% para 1,21%, de dezembro para janeiro. Mesmo com o recuo, os produtos alimentícios responderam por 37% do IPCA-15. Para os analistas da consulto-

Segundo os economistas, a taxa ficou acima do esperado, e deve conduzir a um longo ciclo de aperto monetário.

ria Tendências, Thiago Curado e Juan Jensen, o desempenho corrobora um cenário de alerta no campo da inflação. Na análise deles, 2011 não será um ano favorável para preços administrados, porque este tipo de preço usa indicadores inflacionários acumulados do ano anterior para cálculo de reajuste – e a inflação de 2010 foi mais forte do que a de 2009. Além disso, a demanda doméstica continuou a dar sinais de estar acima da capacidade de oferta. Após a divulgação, a LCA Consultores revisou para cima a estimativa para o IPCA de janeiro, de 0,72% para 0,85%. Para o economista da LCA, Fábio Ro-

mão, a trajetória do indicador em janeiro mostra ainda uma persistência de avanço inflacionário no setor de serviços. "Este setor encerrou com inflação de 7% em 2010 e pode atingir 8% até o final do primeiro trimestre deste ano." Para Romão, o governo está tomando as medidas necessárias para conter o avanço da demanda no mercado interno restringindo a oferta de crédito; elevando juros e renovando interesse em cortar gastos públicos. "Com estas medidas, creio que a inflação de serviços pode desacelerar; mas não será uma coisa imediata", afirmou. Na avaliação do ex-diretor do

Banco Central (BC), e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, o IPCA15 de janeiro mostrou que a inflação de 2011 está caminhando para uma taxa de 6%, bem longe do centro da meta. "Não sou catastrófico, não acho que a inflação esteja fora de controle. Mas está cada vez mais difícil atingir novamente o centro da meta." O IPCA-15 de janeiro mostra pelo menos um fator positivo, na análise do economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos. O custo de alimentos, que pressionou indicadores no segundo semestre de 2010, pode ter saturação de alta. (AE)

Caixa registra recorde na captação de poupança

Caixa Econômica Federal informou ontem que registrou captação líquida de R$ 13,1 bilhões em poupança em 2010, a maior da história do produto. O volume captado supera em 21% o recorde histórico de 2008, quando o

banco obteve R$ 10,8 bilhões de captação líquida. Com o resultado, a Caixa alcança o saldo de R$ 129 bilhões em poupança, o que representa um crescimento de 115,6% em relação a 2006. Líder na poupança com participação superior a 34% do

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO PROGRAMA DE AJUDA HUMANITÁRIA PSICOLÓGICA – ABRAPAHP Convocação Ricardo Luis Martins Scalise, brasileiro, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade RG: 2.350.137 e do CPF: 040.213.398-68, na qualidade de Presidente do Rotary Clube de São Paulo - Butantã, convoca a todos os associados e demais interessados para a Assembleia Geral de Constituição da Associação Brasileira do Programa de Ajuda Humanitária Psicológica – ABRAPAHP, que se realizará no dia 24 de fevereiro de 2011, a partir das 20:00 horas, à Avenida Professor Francisco Morato nº 2.802, Butantã. São Paulo, 27 de janeiro de 2011. Ricardo Luis Martins Scalise.

mercado, a Caixa alcançou o número de 40,8 milhões de contas ativas. Segundo a instituição, o bom desempenho da poupança pode ser atribuído ao aumento de renda dos brasileiros, especialmente nas classes C e D, bem como ao melhor nível de educação

financeira alcançado nos últimos anos. Segundo a Caixa, cerca de 41% dos poupadores têm idade entre 21 e 40 anos. As mulheres são maioria na baixa renda (54%), e os homens predominam na maior renda (60%). (AE)

Xingu Auto Posto Ltda, torna público que recebeu da Cetesb a Licença de Operação 45004310 válida até 21/01/2016, para atividade de com. de produtos derivados de petróleo, R. das Cordilheiras, 134 - Vila Leopoldina - São Paulo - SP. PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI MIRIM EXTRATO DO EDITAL DO PREGÃO PRESENCIAL Nº 009/2011 Objeto: Registro de preços para aquisição de medicamentos para atender processos judiciais. Data de credenciamento e abertura dos envelopes proposta dia 10/02/2011 às 09:00 horas. Informações: Departamento de Recursos Materiais, à Rua Dr. José Alves, 129, Centro, ou pelos telefones: (19) 38141052/1059/1060. Disponibilidade do edital: Diretamente na Divisão de Licitações, mediante o recolhimento de R$ 10,00 (dez reais), conforme guia emitida pelo Setor Competente da PMMM e/ou através do site www.mogimirim.sp.gov.br, sem ônus, até o dia 09/02/2011. Pregoeira.

EMPRESA MUNICIPAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS – EMPRO Aviso de Licitação - Pregão Presencial nº 002/2011 Objeto: Contratação de empresa especializada no fornecimento de mão de obra em serviços gerais de limpeza e conservação, sob demanda, conforme postos de serviços especificados no Anexo I, do Edital. Edital completo na sede da Empro: Av. Romeu Strazzi, 199 – Bairro Vila Sinibaldi, São José do Rio Preto/SP, ou pelo site http://www.empro.com.br – Fone: (17) 3201-1201/1216. Abertura: 08 de fevereiro de 2011, às 09h30. São José do Rio Preto/SP, 25 de janeiro de 2011. Cássio Domingos Dosualdo Moreira – Pregoeiro.

BBD Participações S.A. CNPJ no 07.838.611/0001-52 - NIRE 35.300.335.295 Assembleia Geral Extraordinária Edital de Convocação Convidamos os senhores acionistas desta Sociedade a se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada no próximo dia 31 de janeiro de 2011, às 17h, na sede social, Cidade de Deus, Prédio Prata, 4 o andar, Vila Yara, Osasco, SP, a fim de homologar o aumento do Capital Social, deliberado na 15a Assembleia Geral Extraordinária realizada em 13.1.2011, no valor de R$810.000.000,00, elevando-o de R$735.612.550,05 para R$1.545.612.550,05, mediante a subscrição de 61.132.075 novas ações preferenciais, nominativas-escriturais, sem valor nominal, com a consequente alteração do “caput” do Artigo 20 do Estatuto Social. Cidade de Deus, Osasco, SP, 20 de janeiro de 2011. Lázaro de Mello Brandão - Presidente do Conselho de Administração. 21, 22 e 27.01.2011

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Convocação Ficam convocados os senhores associados da Associação Comercial de São Paulo para a Assembleia Geral Extraordinária, a realizar-se, em primeira convocação, no dia 1º de fevereiro de 2011, às 9 horas, no edifício-sede da entidade, na Rua Boa Vista, 51, 9º andar, para deliberarem sobre a seguinte: Ordem do Dia I. Ratificação dos atos relacionados à Boa Vista Serviços S/A.; II. Outros assuntos. São Paulo, 26 de janeiro de 2011. Alencar Burti Presidente

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 26 de janeiro de 2011, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Shelter Finanças, Tecnologia e Serviços Ltda. - Requerido: Ortega e Rodrigues Distribuidora de Vidros Ltda. EPP - Rua Valadolid, 81 - 1ª Vara de Falências

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Fischer S.A. - Agroindústria CNPJ nº 52.311.529/0001-20 - NIRE nº 35.300.021.703 Ata da Reunião do Conselho de Administração Realizada em 13 de Dezembro de 2010 Dia, Hora e Local: 13 de dezembro de 2010, às 09:00 horas, na sede social, na Rua João Pessoa, 305, na cidade de Matão-SP. Presença: Presente a totalidade dos membros deste Conselho de Administração. Mesa Dirigente: Maria do Rosário Fischer - Presidenta e Sérgio Adriano Gomes Machado - Secretário. Deliberações Tomadas, por Unanimidade dos Votos dos Conselheiros e Sem Reservas: (I) Aprovada a abertura das filiais a seguir relacionadas: (A) no Estado de Santa Catarina: (1) Fazenda Fraiburgo: Rodovia SC 453 km 24, s/n°, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (2) Fazenda Liberata: Rodovia SC 456 km 10, s/nº, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (3) Fazenda Rio Mansinho: Rodovia SC 453 km 26, s/nº, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (4) Fazenda Monte Carlo: Rodovia SC 456 km 15, s/n°, Bairro Interior, Monte Carlo-SC, CEP 89618-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (5) Fazenda Rio dos Patos: Rodovia SC 453 km 19, s/n°, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (6) Fazenda Marari: Linha Fraida, 1.113, Bairro Interior, Tangará-SC, CEP 89642-000. Atividade: Cultivo de Pinus; (7) Fazenda Barra: Linha da Barra, 1.110, Bairro Interior, Lebon Regis-SC, CEP 89515-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (8) Fazenda Novo Horizonte: Rodovia SC 456 km 12, s/n°, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Cultivo de Pinus; (9) Fazenda Amaralina: Rodovia SC 457 km 22, s/n°, Bairro Interior, Santa Cecília-SC, CEP 89540-000. Atividade: Cultivo de Pinus; (10) Fazenda Arpoador: Rodovia SC 457 km 13, s/n°, Bairro Interior, Lebon Regis-SC, CEP 89515-000. Atividade: Cultivo de Pinus; (11) Fazenda Olinda: Rodovia SC 457 km 05, s/n°, Bairro Interior, Lebon Regis-SC, CEP 89515-000. Atividade: Cultivo de Pinus; (12) Fazenda Boa Vista: Fazenda Boa Vista, 1.104, Bairro Interior, Monte Carlo-SC, CEP 89618-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (13) Fazenda Bom Retiro: Fazenda Bom Retiro, 1.103, Bairro Interior, Monte Carlo-SC, CEP 89618-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (14) Fazenda Monte Alto: Rodovia SC 453 km 38, s/n°, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (15) Fazenda Vista Alegre: Linha Rio dos Patos do Sul, Bairro Interior, Lebon Regis-SC, CEP 89515-000. Atividade: Cultivo de Pinus; (16) Fazenda Natureza: Fazenda Natureza, 1.101, Bairro Interior, Monte Carlo-SC, CEP 89618-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (17) Fazenda Boa Terra: Rodovia SC 456, km 28, s/n°, Bairro Interior, Monte Carlo-SC, CEP 89618-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (18) Fazenda São Miguel: Rodovia SC 457, km 21,5, s/nº, Bairro Interior, Santa Cecília-SC, CEP 89540-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (19) Fazenda Prosperidade: Rodovia SC 456 km 34,1, s/nº, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (20) Fazenda Fertilidade: Rodovia SC 302 km 23,1, s/nº, Bairro Interior, Lebon Regis-SC, CEP 89515-000. Atividade: Cultivo de outras frutas, frutos secos e plantas para preparo de bebidas; (21) Fábrica Videira: Rodovia SC 453 km 50, s/n°, Bairro Rio das Pedras, Videira-SC, CEP 89560-000. Atividade: Produção e comercialização de sucos de frutas; (22) Depósito Fraiburgo: Rodovia SC 453 km 24,4, s/n°, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Depósito de mercadorias próprias (Depósito Fechado); (23) Serraria: Rodovia SC 453 km 24,6, s/nº, Bairro Interior - Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Serrarias com desdobramento de madeira; (24) PH - Monte Carlo: Rua Carl Fischer, s/nº, Bairro Centro, Monte Carlo-SC, CEP 89618-000. Atividade: Depósito de mercadorias próprias (Depósito Fechado); (25) PH - Pomele I: Rodovia SC 456, km 38, s/nº, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Depósito de mercadorias próprias (Depósito Fechado); (26) PH - Central: Rodovia SC 453, km 24,5, s/n°, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Depósito de mercadorias para terceiros; (27) PH - Pomele II: Rodovia SC 456 km 38,5, s/nº, Bairro Interior, Fraiburgo-SC, CEP 89580-000. Atividade: Depósito de mercadorias para terceiros; (B) no Estado de São Paulo: (1) Sede Adm. São Paulo: Rua Gomes de Carvalho, 1.356, 4º Andar parte, Vila Olímpia, São Paulo-SP, CEP 04547-005. Atividade: Escritório Administrativo; (2) Fazenda Santa Carolina: Rodovia Brigadeiro Faria Lima km 297, Bairro Toriba, Matão-SP, CEP 15992-100. Atividade: Unidades administrativas locais; (I.i) Atribuir, para efeitos legais, o Capital de R$ 1.000,00 (um mil reais) para cada filial ora aberta; e (II) Autorizar a Diretoria a praticar todos os atos necessários a fim de que sejam efetivadas as deliberações acima aprovadas. Encerramento: Nada mais havendo a tratar e como nenhum dos membros do Conselho de Administração houvesse desejado fazer qualquer pronunciamento, foi lavrada a presente Ata, que lida e achada conforme, foi assinada por todos os presentes. (aa) Maria do Rosário Fischer - Presidenta e Sérgio Adriano Gomes Machado Secretário; Maria do Rosário Fischer; Bianca Helena Fischer de Moraes; Ana Luisa Fischer Marcondes Ferraz; Alessandra Fischer de Souza Santos; e Renata Fischer Fernandes. Certificamos que a presente Ata é cópia fiel da original lavrada no livro competente. Matão-SP, 13 de dezembro de 2010. Maria do Rosário Fischer - Presidenta; Sérgio Adriano Gomes Machado - Secretário. Registro JUCESP nº 14.662/11-5 em 04/01/2011. Kátia Regina Bueno de Godoy - Secretária Geral.

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC–M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou em janeiro variação de 0,37%, ante alta de 0,59% no mês anterior. No ano e nos últimos 12 meses, o índice acumulou variação de 7,42%. O INCC-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços registrou variação de 0,42%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,13%. No índice referente a mão de obra, registrou-se variação de 0,32%. Em dezembro, a taxa foi de 1,08%. No grupo materiais, equipamentos e serviços, o índice variou 0,22%. No mês anterior, a taxa chegou a 0,09%. Os quatro subgrupos tiveram alta em suas taxas, com destaque para

materiais para instalação, cuja taxa passou de 0,47% para 0,76%. Contribuiu também para o avanço da taxa o subgrupo materiais para estrutura (-0,07% para 0,04%). A parcela relativa a serviços passou de 0,25%, em dezembro, para 1,21%, em janeiro. Neste grupo, vale destacar a aceleração de serviços pessoais, cuja taxa passou de 0,32% para 2,16%. O grupo mão de obra teve variação de 0,32%, em janeiro. Em dezembro, a taxa chegou a 1,08%. Em Belo Horizonte, este grupo teve variação reduzida de 8,54% para 2,77%, à medida que se conclui a captação do efeito do reajuste anual de salários. Quatro capitais tiveram desaceleração: Brasília, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. Em sentido oposto, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. (Folhapress)

BMG tem lucro de R$ 605,7 milhões

banco mineiro BMG, especializado em crédito consignado, anunciou ontem um lucro líquido recorde de R$ 605,7 milhões em 2010, crescimento de 16% em relação ao ano anterior. Os dados do BMG não estão no padrão contábil internacional IFRS. O banco está fazendo os ajustes e promete divulgar em abril os números de 2009 e 2010 no novo padrão, segundo seu diretor de relações com investidores, Ricardo Gelbaum. A carteira total de operações de crédito (incluindo os empréstimos cedidos a outros bancos) fechou dezembro com saldo de R$ 24,5 bi-

lhões, expansão de 31% em relação a igual período de 2009. Já a geração de crédito alcançou R$ 10,8 bilhões em 2010, alta de 28%. Nos créditos gerados, R$ 7,5 bilhões (69% do total) foram de empréstimos com desconto em folha de pagamento. Apesar das medidas do Banco Central para frear o crédito, Gelbaum acredita que o empréstimo com desconto em folha ainda deve crescer. Os principais tomadores de consignado foram aposentados e pensionistas (37%), seguidos dos servidores públicos (32%). A rentabilidade sobre o patrimônio foi de 27,6%, ante 26,1% em 2009. (AE)

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SERVIÇO MUNICIPAL AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SeMAE AVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO – TOMADA DE PREÇOS 03/2011 – PROC. 012/2011 Entrega dos envelopes: até 15.02.2011, às 08h45. Abertura da licitação: 15.02.2011, a partir das 09h00. Objeto: Contratação de empresa para Elaboração de Projeto Executivo de Interceptor de Esgotos na margem esquerda de Esgotos, na margem esquerda do Córrego São Pedro, no Município de São José do Rio Preto. Custo global estimado: R$ 345.764,78 – Prazo de execução: 150 dias. Demais informações e retirada do edital com a C.L., na Rua Antônio de Godoy, 2.181, Jd. Seixas, S. J. do Rio Preto/SP, das 7h30 às 12h00 e 13h30 às 17h00, de segunda a sexta, fone/fax: (17) 3211-8105, e página do SeMAE na internet: www.semae.riopreto.sp.gov.br. São José do Rio Preto, 26.01.2011 – Gabriela Cavalcanti da Silva – Presidente da C. L.

Prefeitura do Município de Santa Gertrudes Concorrência 02/2011 A Prefeitura do Município de Santa Gertrudes, com sede à Rua 01A, 332, Centro, Santa Gertrudes/SP, CEP 13.510-000, torna público, para conhecimento de interessados, que se acha aberta a Concorrência 02/2011, que objetiva o registro de preços para prestação de serviços de manutenção, reparação e complementação da infraestrutura urbana em áreas com ocupação urbana consolidada (total ou parcialmente) e que apresentem problemas com benfeitorias públicas precárias, como pavimentos, sistemas de drenagem (córregos, galerias, canais e afins), obras de terra, pontes, viadutos e outros mobiliários urbanos. O edital poderá ser consultado e adquirido diretamente no endereço supracitado das 8:00 às 11:30 e das 13:00 às 16:00 horas, de segunda a sexta-feira, mediante o recolhimento da taxa de R$ 100,00 (cem reais). Não serão enviados editais pelo correio ou por e-mail. Os envelopes com a documentação e a proposta deverão ser protocolados até às 9:30 horas do dia 02/03/2011 sendo que a abertura dos mesmos será neste mesmo dia às 10:00 horas. Santa Gertrudes/SP, 24/01/2011. João Carlos Vitte – Prefeito Municipal.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

China e Índia começaram a ganhar espaço em Davos, o que reflete um avanço. The Economist

conomia Fabrice Coffrini/AFP

Davos chama emergentes para o debate

Para o economista Joseph Stiglitz, o lançamento de novidades no mercado financeiro, como hipotecas que não podem ser pagas, cria "valor negativo".

Fórum Econômico Mundial destaca importância global de países em desenvolvimento

o menos 35 líderes nacionais e mais de 1,4 mil executivos de alto escalão estão reunidos desde ontem para a 41ª edição do Fórum Econômico Mundial, que acontece até domingo em Davos, na Suíça. Na pauta, serão discutidos assuntos de interesse internacional, do aquecimento global até a regulação do sistema bancário. O tema oficial da reunião, "Normas Compartilhadas para a Nova Realidade", reflete um desejo de garantir que as novas potências partilhem os valores das tradicionais. A convenção também é uma oportunidade para que os executivos possam fazer contatos e fechar negócios. Com a crise mundial repercutindo mais forte nas economias avançadas, os emergentes consolidaram o camiO Brasil tem um novo governo, tem n h o p a r a re p resentar maior fatia a presidente da economia gloDilma Rousseff. O bal. Ontem, eles País tem eram apontados por executivos coexcelentes mo os impulsionapossibilidades. dores do cresciWILLIAM RHODES, mento no futuro. PRESIDENTE DO CITIBANK A China levou a sua maior representação para o Fórum neste ano. Já a Índia mostra disposição para tentar provar que é uma democracia vibrante, de forte e poderoso crescimento econômico, com a campanha "India Inclusive". A revista britânica The Economist dedicou um gráfico com dados sobre as relações mundiais representadas em Davos. "A ostentação do local do encontro é suficiente para merecer as acusações de elitismo, e, de fato, o Fórum enfrentou muitas críticas por parecer defender apenas os interesses do mundo rico. Mas nos anos recentes, China e Índia começaram a ganhar assentos na mesa de discussões, mudanças que finalmente refletem o avanço no processo econômico", afirmou. O Brasil está representado pelo ministro das Relações Exteriores,

Antonio Patriota, e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. A lista de executivos brasileiros em Davos inclui o publicitário Nizan Guanaes, do Grupo ABC, José Sérgio Gabrielli e Almir Barbassa, da Petrobras, Frederico Fleury Curado, da Embraer, Carlos José Fadiga, da Braskem, e Daniel Feffer, da Suzano. A presidente Dilma Rousseff, entretanto, não viajará à Suíça. Desafios – Os líderes políticos e empresários devem debater a falta de consenso sobre as questões climáticas e inovações tecnológicas. Os temas do fórum se misturam às preocupações em curso nas discussões do G20. Para o presiente francês Nicolas Sarkozy, que presidirá o G20 em 2011, a comunidade internacional deve debater a aprovação de uma espécie de código de conduta sobre os fluxos de capital. Ele afastou a hipóteses de se adotar um sistema de taxas fixas de câmbio e considera a reforma do sistema financeiro internacional uma prioridade. Outra preocupação em pauta é a necessidade de aumentar a produção de alimentos no mun-

do. De acordo com especialistas que elaboraram o estudo britânico Foresight Report on Food and Farming Futures, a produção global de alimentos deve ser elevada, em pelo menos, 40% nas próximas duas décadas para evitar o aumento da fome no mundo. Ao participar da abertura do

Fórum, o prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz afirmou que, ao lançarem inovações como hipotecas que os proprietários não conseguem pagar, os bancos criaram "valor negativo" à economia. "A maior parte das pessoas tenta encarar o que elas fazem como tendo valor intrínseco. O fato de

Roubini: zona do euro em perigo.

Medvedev: BRICs no fundo de reserva.

Vincent Kessler/Reuters

Christian Hartman/Reuters

economista Nouriel Roubini, notabilizado por ser um dos poucos a prever a crise financeira mundial de 2008, afirmou acreditar que a zona do euro e o Reino Unido ainda correm o risco de enfrentar um "duplo mergulho" – termo usado para indicar uma nova recessão econômica. Em palestra no Fórum Econômico Mundial, o professor enfatizou que o resultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido no quarto trimestre é um sinal de que mais fraqueza na economia pode surgir em 2011. O professor enxergou a economia como um "copo meio cheio e meio vazio", com sinais de recuperação em países desenvolvidos e em emergentes e um ritmo "anêmico" de crescimento em algumas economias avançadas com problemas de endividamento. Contágio – O economista elogiou as respostas mais agressivas aos riscos na zona do euro nos últimos dois meses. Para ele, a possibilidade de a crise se espalhar pela Espanha e a falta de habilidade dos países em crise para encontrar uma saída às dificuldades são problemas remanescentes. Diante do cenário, Roubini disse enxergar o risco de que a união monetária europeia se dissolva no futuro.

Se a Grécia afunda, é um problema. Se a Espanha afunda, é um desastre. NOURIEL ROUBINI, ECONOMISTA

"Se a Grécia se afunda, é um problema para a zona do euro", disse. "Se a Espanha se afunda é um desastre", apontou o economista, ao dizer que o país é muito grande para cair – mas, ao mesmo tempo, é muito grande para ser resgatado. Atualmente, a Espanha é a quarta economia europeia, e a sua taxa de desemprego supera os 19%. Roubini aproveitou seu discurso em Davos para relacionar crises políticas no mundo ao aumento nos preços dos alimentos. "Vejam o que aconteceu na Tunísia, no Egito, em Marrocos. Esse aumento nos alimentos está se tornando um sério problema social e político", disse. Ele ressaltou ainda que a atual alta das cotações das commodities "está afetando a renda por todo o mundo e está levando instabilidade política". (Folhapress)

que não há nenhuma evidência nesse sentido não as incomoda." O t im i s mo – O presidente do Citibank, William Rhodes, afirmou ontem ser otimista sobre a situação econômica da América Latina, que classificou como "o mercado emergente da década, junto da Ásia". "Em geral, sou otimista", afirmou. "Creio que a América Latina e o Oriente são os mercados emergentes, sem dúvida." Rhodes mencionou a situação no México, segundo ele "envolvido quase que numa guerra mortal com os cartéis do narcotráfico", mas destacou as boas perspectivas pela melhoria das economias norte-americana e do Brasil. No caso do País, elogiou suas "excelentes possibilidades". "O Brasil tem um novo governo, tem a presidente Dilma Rousseff. Ele tem excelentes possibilidades." De 27 a 29 de abril ocorrerá no Rio de Janeiro o 6º Fórum Econômico da América Latina. Em 2010, o presidente e fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, afirmou que o Brasil foi escolhido por causa do desempenho do País na América Latina. (Agências)

p re s i d e n t e r u s s o Dmitry Medvedev pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que inclua as moedas dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) no seu fundo de reserva internacional (Direito Especial de Saque ou SDR, na sigla em inglês). O discurso marcou a abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos. O SDR foi criado em 1969 para dar suporte às reservas oficiais dos países-membros do FMI. Ele é composto por uma cesta de quatro moedas escolhidas de acordo com o maior volume de exportações de produtos e serviços nos cinco anos anteriores à decisão. O FMI revisa a cesta a cada cinco anos. Na última decisão, em novembro de 2010, o dólar, o euro, a libra esterlina e o iene foram mantidos. Discurso – Medvedev reforçou as medidas que o governo está fazendo para facilitar investimentos no país e para lutar contra a corrupção. O discurso faz parte de um esforço para convencer investidores estrangeiros a apostar no rublo. "A Rússia é por vezes criticada. Algumas vezes as críticas são merecidas, mas às vezes com certeza não." A apresentação foi antecipada por um minuto de silêncio em memória às vítimas ao

A Rússia é criticada. Às vezes as críticas são merecidas, às vezes não. DMITRY MEDVEDEV, PRESIDENTE RUSSO

atentado que matou 35 pessoas no aeroporto mais movimentado da Rússia na segunda-feira. Para o presidente, os responsáveis pela tragédia achavam que ele não iria a Davos. "Calcularam mal, porque a Rússia tem seu lugar no mundo, e é um lugar que oferece possibilidades econômicas, e por isso estou falando nesta tribuna", disse. Por causa do atentado, o presidente reduziu a sua participação em Davos. Na segunda-feira, chegou a ser informado que ele cancelaria a ida ao Fórum. "Decidi participar do Fórum porque é uma plataforma mundial muito importante. Davos é um lugar conhecido, e considero que a Rússia deve estar representada no mais alto nível em eventos como este", afirmou Medvedev. (Folhapress)