Coimbra e o Centro têm futuro 2018

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COIMBRA E O CENTRO TÊM FUTURO

2018

patrocínio:

Este suplemento faz parte integrante do DIÁRIO AS BEIRAS de 17|02|2018 e não pode ser vendido separamente


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abertura O Centro continua a ter futuro

P

elo terceiro ano consecutivo, o Di-

Agostinho Franklin diretor

se que a região está a mexer, que 2018 ário As Beiras publica o caderno vai ser rico de ações e propostas que, Coimbra e o Centro têm futuro. conjuntamente, vão tornar a região Nele pretendemos fazer a anteCentro mais dinâmica! cipação do que de mais significa- O crescimento exponencial do Turismo tivo vai ser e acontecer na nossa região, verificado na região, os 2709 finanem 2018, num esforço de síntese mas, ciamentos aprovados no Compete igualmente, de apresentação do que de 2020, o evento europeu EUSA Games, qualidade e de distintivo nos vai afirmar. em Coimbra, as medidas previstas na área do ambiente, na região, os Este é um exercício que continua a investimentos que irão ser feitos no ter características de inovação e que representa a preocupação de serviço e planeamento urbano, a implementação das salas de aula do futuro, a profusão de informação de qualidade do Diário de eventos de entretenimento e de As Beiras. E, folheando este documento, percebe- carácter cultural, na região, os projetos

de investigação científica em desenvolvimento durante este ano, incluindo os investimentos financeiros na área do medicamento, a atenção dedicada à floresta, à sua organização e manutenção, o cuidado dado aos ‘cuidados de saúde’ e a Cimeira Mundial da Saúde, que terá lugar em Coimbra, são razões para percorrer este documento - e para o guardar, porque se trata de um documento com valor para isso. Que, ainda por cima, está apoiado num leque de comentadores de luxo, em cada um dos temas! Uma edição a não perder!

apoios o centro tem futuro ‘2018

Conselho consultivo

Ana Abrunhosa, Carlos Cortes,João Cardoso, João Nuno Calvão da Silva, Paulo Júlio, Pedro Machado

opiniões

Ana Abrunhosa || Manuel Machado || João Ataíde || Pedro Machado || João Gabriel || Jorge Conde || Fernando Regateiro || Carlos Cortes || Luis Menezes || Ana Lehemn || António José Figueiredo || Mário Santos || António Arnaut || Jorge Paiva || João Vaz || Madalena Alarcão || Antonio Tavares || Amílcar Falcão || Clara Almeida Santos || Joaquim Ramos de Carvalho || Miguel Freitas || Sílvia Ferreira

Coimbra e o Centro tem futuro‘2018 o meu jornal, a minha região

DIRETOR Agostinh o Franklin | CHEFE DE REDAÇÃO Dora Loureiro | Coordenação / Paulo Marques //Turismo |António Alves //Empresas |António Rosado //Desporto | Bruno Gonçalves; Bernardo Parra // Saúde |Dora Loureiro //Ambiente |Cátia Vicente //Planeamento urbano |Jot’Alves // Ensino |José Armando Torres //Cultura|Entretenimento |Lídia Pereira //Investigação Científica |Patrícia Cruz Almeida //Floresta |Paulo Marques //Economia Social |Rute Melo // Fotografia |Carlos Jorge Monteiro | Luís Carregã

PUBLICIDADE Ana Paula Ramos, Mónica Palmela PROPRIEDADE Sojormedia Beiras SA PAGINAÇÃO Carla Fonseca, João Dias, Mário Pinto, Victor Rodrigues CONTACTOS: SEDE: Rua Abel Dias Urbano, n.º 4 - 2.º 3000-001 Coimbra, tel. 239 980 280, 239 980 290, Telem: 962 107 682, administrativos@asbeiras.pt REDAÇÃO Tel. 239 980 280, redaccao@asbeiras.pt PUBLICIDADE tel. 239 980 287publicidade@asbeiras.pt CLASSIFICADOS tel. 239 980 290, classificados@asbeiras.pt ASSINATURAS tel. 239 980 289, assinaturas@asbeiras.pt


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Síntese

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CENTRO DATA

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Indicadores segundo o posicionamento da Região Centro face às restantes regiões NUTS II (ordenação por dimensão e por posição relativa) Exportações de bens no PIB

Consumo de energia primária no PIB Emissão de gases com efeito de estufa no VAB

dezembro de 2017 Investimento em I&D no PIB

2

Regional Innovation Scoreboard

Energias renováveis no consumo de energia elétrica

2

3

Doutorados por habitante

2

2

Rendimento familiar (coef. variação)

Empresas gazela

3

6 6

Variação populacional (desvio padrão)

5

Criação líquida de sociedades

4

6 Rendimento total (coef. Gini)

1

6 Beneficiários do RSI por habitante

5 PIB por habitante

Produtividade do trabalho

2

4ª 3ª

1

Crescimento real do PIB

1

Taxa de desemprego jovem

3

6

Abandono escolar precoce

2

2

Taxa de desemprego

População jovem com formação superior

2

Variação da população

1

Resultados de exames nacionais

Aprendizagem ao longo da vida

Beneficiários do RSI por habitante

1

Variação populacional (desvio padrão)

1

Rendimento total (coef. Gini)

Produtividade do trabalho

1

Resultados de exames nacionais

1

PIB por habitante

Emissão de gases com efeito de estufa no VAB

Taxa de desemprego jovem

Abandono escolar precoce

2

Consumo de energia primária no PIB

5

Variação da população

6 6

6

6 6

2

7ª 6ª

4

2

3

3

Rendimento familiar (coef. variação) Investimento em I&D no PIB

Crescimento realMetodológica do PIB Nota

Energias renováveis no consumo de energia elétrica

Exportações de bens no PIB

2

3ª 2ª

Doutorados por habitante

2

3

Criação líquida de sociedades

Aprendizagem ao longo da vida

Indicador global de avaliação

5

Empresas gazela

2

2

2

População jovem com formação superior Regional Innovation Scoreboard

Taxa de desemprego

O Indicador Global de Avaliação da Região Centro foi calculado com base na matriz dos 25 indicadores que integram o Barómetro. Para além deste índice sintético, são também disponibilizados valores agregados para cada uma das suas cinco dimensões: crescimento e competitividade, potencial humano, qualidade de Nota Metodológica vida,com coesão e sustentabilidade e energética. O Indicador Global de Avaliação da Região Centro foi calculado base na matriz dos 25ambiental indicadores que integram o Barómetro. Para além deste índice sintético,

| 5 cinco dimensões: crescimento e competitividade, potencial humano, qualidade de são também disponibilizados valores agregados para cada uma das suas O cálculo destes seis indicadores sintéticos (indicador global de avaliação e cinco indicadores por dimensão) vida, coesão e sustentabilidade ambiental e energética.partiu da atribuição de pontuações ao posicionamento que a Região Centro assumia face às restantes regiões BARÓMETRO O cálculo destes seis indicadores sintéticos (indicadordoglobal avaliação cinco indicadores por dimensão) da atribuição ao país. Ade cada um doseindicadores do barómetro foi atribuída partiu uma pontuação de 1 de a 7 pontuações por interpolação CENTRO DE PORTUGAL posicionamento que a Região Centro assumia face às restantes regiões doos país. A cada um dos indicadores do barómetro foi atribuída uma pontuação 1a linear considerando valores máximo e mínimo registados pelas regiões NUTS II por indicador: 7 node caso daeregião serregistados a melhor, 1pelas no caso da região terII por o pior desempenho, sendo posições ascaso que 7 por interpolação linear considerando os valores máximo mínimo regiões NUTS indicador: 7 no caso daas região ser aintermédias melhor, 1 no resultam desta interpolação. No caso de dois indicadores específicos ("crescimento do cos investimento direto da região ter o pior desempenho, sendo as posições intermédias as que resultam desta interpolação. No caso de dois indicadores específi (“crescimento estrangeiro" e "indicador de satisfação dos residentes"), em que apenas se possuía informação para a do investimento direto estrangeiro” e “indicador de satisfação dos residentes”), em que apenas se possuía informação para a Região Centro e Portugal, foi Região Centro e Portugal, foi calculado o valor da região em percentagem da média nacional e seguidamente calculado o valor da região em percentagem da média nacional e seguidamente convertido numa pontuação também de 1 a 7: convertido numa pontuação também de 1 a 7:

fonte barómetro CCDRC Janeiro 2018

Região Centro como < 80% % da média nacional Pontuação

1

80% - 90% 90% - 100% 100% 100% - 110% 110% - 120% >120% 2

3

3,5

4

5,5

7

Posteriormente, as pontuações de todos os indicadores foram ponderadas pela importância que o Conselho Regional atribuiu a cada um deles, obtendo-se um índice global que permite avaliar o desempenho da região. Este procedimento foi replicado para cada uma das cinco dimensões do barómetro.


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7

Taxa líquida de criação de empresas e sociedades na Região Centro entre 2008 e 2015 60

crescimento e competitividad crescimento e competitividade

Criação líquida de empresas %

8 | Coimbra e o Centro têm futuro ‘2018

diário as beiras | 17-02-2018 30,1

30

28,5

13,2 Taxa líquida6,0de criação de empresas e sociedades na Região Centro entre 2008 e 2015

criação líquida de empresas

CENTRO DATA

0 60 %

-12,1

12,3

-12,3

-12,6

-17,9

-8,3

-30 30

-25,3

-2,3

30,1

-27,2

-30,5

28,5

-31,7

13,2

6,0

-60 0

2008

2009

2010

-12,1

-25,3

-60

2008

-27,2

2009

2010

201312,3

2012

-12,6

-17,9

Empresas

-8,3

-30

2011

-12,3

Taxa líquida de criação de empresas e sociedades na região Centro e 2008 e 2015

-2,6

2014

Sociedades

-30,5

-31,7

2011

2012

2015

-2,3

-2,6

jul 2017 2013

2014

2015

Taxa líquida de criação de empresas e sociedades na Região Centro face ao valor do país Empresas Sociedades (Região Centro – Portugal) entre 2008 e 2015

Taxa líquida de julde2017 criação empresas p.p. 3,4 4 e sociedades na 2,4 região Centro, face 1,3 2 Taxa líquida de criação de empresas e sociedades na Região Centro face ao valor do país ao valor do país 0,0 (região Centro 0 (Região1,1 Centro – Portugal) entre 2008 e 2015 Portugal) Nascimentos e mortes de sociedades na Região Centroentre entre 2008 e 2015 -1,0 2008 e 2015 -2

Dinâmica empresarial

Criação líquida de empresas

-3,6

-4 p.p. -5,6 4 -6 1,3 -5,8 2 -8 0 Dinâmica empresarial -10 Dinâmica empresarial 2008 2009-1,0 -2

-5,2 -4,0

2,4

7.000

-3,6

n.º

3,4 -4,1

6.000

1,1

-7,8 5.000

5.621

5.334

2010

2011

Empresas Criação-4 líquida de empresas

-5,2

-5,6

-6

-4,0

-4,1

-4,6 2009

6.000

6.000 5.675

5.000

5.334 5.000

-7,8

n.º

2008

5.014

2009

2010

5.621

6.088

5.730 Empresas 5.340

5.340

4.754

2012

2013

6.172

5.730

5.637 Sociedades

5.717

5.637

Taxa líquida de criação de empresas, 2015

| 27

5.409

5.409

5.334

CENTRO DE PORTUGAL 4.000 4.000

2011

6.088

5.675

5.621

BARÓMETRO

3.000

5.014

4.962

4.942

4.858

4.754

4.942

4.858

%

4.414

Portugal Norte

3.000 2008

2009

2008

2010

2011

2012

2009

2013

2010

2011

Nascimentos de sociedades

2014

CENTRO

2015

AM2013 Lisboa

2012

Alentejo

Mortes de sociedades

|

Nascimentos de sociedades 27

Açores Madeira

CENTRO DE PORTUGAL

Posicionamento da Região Centro Posicionamento na região Centro Taxa líquida de criação de empresas, 2015

Portugal Norte

Posicionamento da Região Centro

Nascimentos de empresas, 2015

Mortes de empresas, 2015

Taxa líquida de criação de % total empresas, 2015 n.º n.º

Face à média nacional (p.p.)

%

barómetro CCDRC Janeiro 2018

2,8 -3,1

nacional

Açores Madeira

Taxa líquida de criação de

3.893

-6,9 1,0

Nascimentos de

2,2

6,4

20,6

12.870

7,1

-6,9

-9,7

3.653

2,0

1,0

-1,9

3.893

2,2

Mortes de empresas, Face à média % 2015 nacional (p.p.)

nacional

28,5 % total

nacional 33,8

Nascimentos de sociedades, 2015 % total nacional

n.º

0,0

34.577

100,0

51.234

29,3

11.953

6,8

9.847

5,6

3.905

2,2

3.856

2,2

Mortes de sociedades, 2015

jul 2017 % total n.º

nacional

24.727

100,0

30,8 AM Lisboa 57.153 24,5

32,7 -4,0

11.464

33,2

8.652

35,0

20,1 Alentejo 37.088 35,9

21,2

7,4

2.010

5,8

1.289

5,2

5,6 56.637

31,4

29,3

11.522

6,4

12.870

7,1

-9,7

3.653

-1,9

3.893

7,1

23,5

31,4

11.522

21,2

6,8 36.161

6,4 -5,411.953

-1,9

6,7201556.637 -6,6

32,7

37.088

29,3 55.433

31,4 -6,051.234

Algarve

9,52014 -3,7

57.153

32,0

11.522 -2,6

1,0

20,1

17,9

-6,6

-3,7

30,8

36.161

7.903

-3,7 CENTRO

Alentejo

55.433

-5,4

4.414

Alentejo

2,0

-6,0

-2,6

100,0

34,5

56.637 -3,1

3.653

-3,1

175.036

17,9

6,7

12.870 9,5

100,0

6.172

-5,4

-9,7

180.169

11.943

9,5 Norte

-6,9

0,0

% total nacional

5,3

AM Lisboa

23,5 AM Lisboa 20,6

4.414

2,8

n.º

100,0 0,0

CENTRO

Madeira

2015

100,0 CENTRO 175.036 28,5

2,8 36.161

Algarve

2014

Mortes de empresas, 2015

% total nacional

n.º

líquida de criação de julTaxa 2017

0,0 180.169 100,0 100,0 % total Portugal Face à média175.036 % n.º n.º nacional (p.p.) -6,0 55.433 30,8 57.153 32,7 nacional Norte 20,1

nacional (p.p.)

sociedades, 2015

Nascimentos de % total empresas, 2015

Portugal -2,6

Açores

2013

Nascimentos de empresas, 2015

4.962 Face à média

Mortes Algarve de sociedades 23,5

BARÓMETRO

fonte

2012

crescimento e competitividade

n.º

2011

-5,4

4.414

Mortes de sociedades Nascimentos e mortes de sociedades na região 2014 2015 Centro 6.172 Posicionamento da Região Centro entre 2008 5.717 e 2015

crescimento e competitividade

7.000

2010

4.962

-5,8 Nascimentos e mortes de sociedades na Região Centro entreNascimentos 2008 ede2015 sociedades

Nascimentos e mortes de sociedades na Região Centro entre 2008 e 2015 -8 7.000 -10

2015

-3,6

2008

7

4.942

4.858

4.754

5.717

5.637

0,0 5.409

2014

Sociedades

3.000

-5,4

7

2012 4.000 2013

-3,6

5.730

5.340

5.014

Criação líquida de empresas

6.172

6.088

-4,6

5.675

0,037.088 180.169 21,2

6,7 9.847 -6,6 20,6

3.905 3.856

2,2 2,2

Mortes de sociedades,

Algarve

Açores Madeira

51.234 11.953

19,8

52,2

-14,3

6,8

9.847

5,6

2,0

3.905

2,2

2,2

3.856

2,2

-8,7

1.746

5,0

1.401

5,7

23,7

529

1,5

253

1,0

-42,8

713

2,1

815

3,3


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17-02-2018 | diário as beiras

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10 | o centro tem futuro ‘2018

Ana Abrunhosa

Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro

O que necessitam as Empresas para terem Futuro?

O

Centro é uma Região muito heterogénea e diversa, tanto na paisagem natural, como na construída. Não é diferente no que à atividade económica diz respeito. Temos territórios da Região especialmente dinâmicos, como a Região Aveiro, de Leiria e alguns polos da Região de Viseu. Temos setores tradicionais (no sentido de termos know how e pessoas qualificadas) competitivos a nível internacional, como é o caso da metalomecânica, dos moldes e do agro-alimentar e temos setores de ponta com grande potencial, pois baseiam-se em conhecimento e tecnologias que algumas empresas transformam em produtos, serviços ou soluções inovadoras de mercado. Não existem setores mais importantes do que outros. As empresas locais podem ser tão boas ou melhores do que as empresas de outros países para as quais tentamos criar fatores de localização atrativos e incentivos. A diversidade deve ser encarada como fonte de riqueza e não uma fragilidade. As monoculturas, sim, são um risco. Contudo, a competitividade de todas as empresas, de todos os setores, está cada vez mais dependente de uma gestão profissional, de pessoas qualificadas, da incorporação de conhecimento e tecnologias na resolução dos problemas, na criação de produtos inovadores, na forma de comercializar e vender esses produtos, numa concorrência sã e justa. A Região Centro possui um Sistema Científico e Tecnológico (Centros de Conhecimento, centro tecnológicos, incubadoras de empresas,...) de elevado nível e bem distribuído por toda a Região, que de forma crescente tem trabalhado com a comunidade (empresas, municípios, IPSS,...). Estas interações têm que ser mais frequentes e que se fortalecer, o que exige abertura, vontade de interação e parceria, derrubar preconceitos, quer do lado das empresas e da sociedade, quer das entidades do sistema científico e tecnológico (SCT). O setor agroalimentar tem beneficiado muito da entrada de atores mais qualificados no sistema e das referidas parcerias com o SCT. O reconhecimento internacional do nosso vinho evidencia bem a importância de preservarmos a tradição, e da utilização do conhecimento e da tecnologia para criar e retirar maior valor. A envolvente às empresas tem que ser fortemente melhorada. Criemos um verdadeiro SIMPLEX para as empresas, tornando, de uma vez por todas, claros e transparentes os múltiplos incentivos ao investimento e à I&D, criando mecanismos que evitem a economia paralela, que obriga o Estado a sobrecarregar com impostos uma percentagem reduzida de empresas, fazendo funcionar o mercado em áreas onde as empresas têm custos muito elevados e um mau serviço, que decorrem do facto de não termos verdadeiramente um mercado, como é o caso da Energia. Muito importante, devemos assegurar trabalhadores com qualificações adequadas às necessidades das empresas (responsabilidade conjunta das escolas e das empresas), assegurar uma redução drástica do abandono escolar, o que implicará certamente formações muito diversificadas, desde as mais profissionalizantes às mais teóricas. Trata-se de um percurso longo, com resultados nem sempre visíveis no imediato e que necessita de medidas integradas, e, portanto, de que haja coordenação das várias políticas que têm impacto na competitividade das empresas. Muito tem sido feito, muito falta fazer. De quem é a responsabilidade? De todos nós. Do Governo, das instituições e dos cidadãos.

diário as beiras | 17-02-2018

Manuel Machado

Presidente da Associação Nacional de Municípios

Hoje, o maior desafio é descentralizar Portugal!

A

descentralização de competências da Administração Central para a Administração Local é fundamental para a reforma do Estado, o desenvolvimento dos territórios e a melhoria das condições de vida das populações. É, por isso, que a descentralização foi assumida como um desígnio nacional no XXIII Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), realizado no dia 9 de dezembro de 2017, em Portimão, e, é também por isso que é o verdadeiro leitmotiv do atual mandato autárquico ( 2017 - 2021 ). Por ser essencial para o futuro do nosso País, a descentralização tem de envolver todos os agentes políticos: Governo, Assembleia da República, Presidência da República, Autarquias Locais e Entidades Intermunicipais. E, a seu tempo, as competências descentralizadas terão de ser transferidas juntamente com os meios humanos, técnicos e financeiros correspondentes. Até ao momento, a ANMP não conhece os montantes necessários à execução eficiente das novas competências que, de acordo com os anteprojetos de decretos lei da descentralização, serão entregues às Autarquias, nem tem conhecimento, tão pouco, do modo como poderão ser executadas, uma vez que há constrangimentos que decorrem da lei de finanças locais em vigor para os Municípios. Neste contexto, a ANMP tem pedido a clarificação das competências a transferir para as Autarquias, dos modelos de transferência e dos meios necessários, assim como tem estado em diálogo com o Governo acerca do anteprojeto de lei de finanças locais, trabalhando no sentido de garantir o fundo de financiamento da descentralização que assegure um serviço público de proximidade, com a eficácia e a qualidade merecida por todos, independentemente de pertencerem a Portugal continental ou às ilhas, ao Norte, ao Centro ou ao Sul, ao litoral ou ao interior, às grandes cidades ou às pequenas aldeias, às regiões densamente povoadas ou às comunidades de baixa densidade. Somos todos Portugal Somos todos Portugal! Somos todos Estado, central, regional ou local. Os Municípios portugueses são Estado, são o poder local democrático, próximo das populações, que, nos últimos 40 anos, desenvolveu o País e que, nos últimos quatro, se colocou no centro de uma nova geração de políticas que ajudou Portugal a vencer a crise económica e social e, desse modo, a livrar-se das medidas impostas por uma troika de credores e pelo anterior Governo. Nos anos da troika, a ANMP reivindicou o fim da asfixia da austeridade, que impedia uma gestão estratégica dos Municípios. Agora, é o tempo de reinventar a forma de gestão, de recriar a intervenção nos territórios, de apoiar a atividade económica e de ajudar a concretizar o potencial natural das comunidades. Um dos instrumentos fundamentais para alavancar o esforço dos Municípios e das Regiões, e para reforçar a coesão nacional, é o Quadro Comunitário de Apoio Portugal 2020. A ANMP apresentou, ao Governo, um conjunto de propostas de ajustamento e de reprogramação do Portugal 2020, que contemplam, nomeadamente, a criação de um instrumento financeiro para o setor municipal, o reforço das verbas destinadas à regeneração urbana e a reformulação dos mecanismos de diferenciação dos territórios de baixa densidade. A concretização destas propostas da ANMP, enquanto entidade representativa dos Municípios portugueses, é determinante para que os fundos europeus do Portugal 2020 sejam aproveitados e se constituam como promotores de investimento, de produtividade e de crescimento do nosso País e, bem assim, de desenvolvimento dos Municípios e das Regiões, bem como de melhores condições de vida para os cidadãos. Em termos concretos, os fundos do Portugal 2020, a par com outras receitas, constituem-se como apoios decisivos - quer no seu período de vigência, quer mesmo no período pós 2020 - a algumas das obras fundamentais para o nosso País (embora um olhar menos atento possa crer que apenas respeitam à Região Centro): a renovação da Linha da Beira Alta, a modernização da Estação de Coimbra B e a resolução definitiva da gravíssima situação do IP3. Estas são obras indispensáveis, tanto para as nossas comunidades de residentes, como para os estrangeiros que, cada vez mais, visitam Portugal, muitos por via terrestre, a partir de Espanha, e não encontram a qualidade e a segurança adequada em matéria de mobilidade rodoviária. Estes investimentos são também importantes para aproximar Portugal e Espanha, desenvolver a cooperação entre os Municípios portugueses e espanhóis, numa lógica de comunidade de vizinhos. A ANMP, depois da primeira cimeira ibérica, decorrida em junho ( 2017 ), em Coimbra, tem vindo a trabalhar com a Federação Espanhola de Municípios e Províncias (FEMP) e, durante este ano, terá nova reunião em Madrid, precisamente para potenciar a cooperação. A ANMP acredita que este é o caminho a seguir por Portugal.


o centro tem futuro’ 2018 | 11

17-02-2018 | diário as beiras

João Ataíde Presidente Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra

Os desafios da região de Coimbra em 2018

A dimensão territorial, populacional e económica da Região de Coimbra é prova inequívoca da influência crescente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC) no futuro da região Centro do nosso País, nos referenciais de crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, bem como no cumprimento das metas nacionais. Neste contexto, a CIM Região de Coimbra emerge como força indiscutível no contexto da região Centro na programação e concretização da estratégia de desenvolvimento, no apoio à criação de valor efetivo nos setores da educação, turismo, cultura, empreendedorismo, mobilidade urbana, ambiente, eficiência energética e apoio social/inclusão e modernização administrativa. A concretização, em 2018, de grande parte dos fundos estruturais contratualizados é um desafio da CIM Região de Coimbra. Em paralelo, iremos incrementar o nosso papel na reabilitação dos territórios afetados pelos incêndios de 2017 contribuindo para o seu renascimento e, simultaneamente, para o aumento da sua resiliência. A valorização económica dos recursos naturais e patrimoniais, em setores como o da energia, turismo e indústria, integra a lista de prioridades da CIM RC para os próximos anos, estando esta CIM determinada no combate à tendência de despovoamento e envelhecimento populacional e à persistência de dificuldades de acesso às principais bolsas de emprego e serviços, bem como na resolução dos constrangimentos ao nível de mobilidade ainda existentes na região. Sempre atenta ao surgimento de novos nichos de atividade, a região de Coimbra irá em 2018 incrementar a sua estratégia de apoio aos setores da saúde e ciências da vida, educação, energia, agricultura, indústria agroalimentar, silvicultura e produtos florestais e turismo. Os perfis, densidades e dinâmicas populacionais e económicas muito diferenciadas têm consequências no acesso às principais bolsas de emprego e consumo, provocando desequilíbrios nas fontes de financiamento às empresas, aos serviços e equipamentos sociais. Perante este cenário, a CIM Região de Coimbra está determinada na criação de condições para que todos os grupos e territórios beneficiem da estratégia de desenvolvimento regional, ainda que de diferentes formas e em diferentes graus incrementando para isso a sua presença junto das pequenas e médias empresas. A implementação de projetos decisivos para a aplicação da visão estratégica que definimos para o nosso território é um dos grandes objectivos para 2018 tendo como pano de fundo a vontade manifestada pelos 19 Municípios que compõem a CIM Região de Coimbra no sentido da criação de uma região exemplar na gestão eficiente dos recursos naturais e do património, orientada para a redução dos custos energéticos suportados pelas organizações e famílias e para a sustentabilidade dos valores ambientais e culturais. Queremos uma região pioneira e líder na construção de um sistema educativo, científico e tecnológico de referência nacional, orientado para o aumento da capacidade inovadora, produtiva e exportadora do tecido empresarial regional. Comprometida com a diversidade das identidades e modos de vida locais, através da valorização do potencial endógeno, a Região de Coimbra inclui nos horizontes do futuro a facilitação da mobilidade e a garantia de equidade nas condições de acesso ao emprego, saúde, educação e proteção social. Em 2018 iremos também iniciar o debate das nossas prioridades para 2030 incluindo, para tal, as forças vivas da sociedade para que num processo inclusivo e atempado possamos preparar-nos para o pós 2020. Este é um desafio que desejamos comum, partilhando da ambição e da visão política que todos os atores da Região de Coimbra consigam maximizar.

Pedro Machado

Presidente da Turismo do Centro

Desafios do Futuro do Centro de Portugal

 Qualificação dos Recursos Humanos O capital humano é um dos fatores-chave para o sucesso da estratégia de recuperação e revitalização económica da região. Os recentes acontecimentos vêm agravar a tendência de despovoamento e envelhecimento populacional nos concelhos afetados, aumentando a dificuldade de acesso às bolsas de emprego e serviços qualificados. Neste sentido, torna-se urgente uma visão e ação diferenciada na valorização e qualificação dos recursos humanos, elemento fundamental para a competitividade da oferta turística. A complementaridade e transversalidade da atividade turística no território, a sazonalidade, o volume da atividade turística e o impacto do turismo no território e na sua população requer uma qualificação dos profissionais do sector orientada para as necessidades específicas, assente na motivação e envolvimento no processo de relançamento da economia. Enquadrada na Linha Estratégica de Ação - Desenvolvimento e Qualificação da Oferta/ Agentes Turísticos, a ERTCP propõs-se reforçar os programas de intervenção constantes do Plano e Orçamento apresentado para o exercício de 2018, nomeadamente: Programa Academia TCP: Em articulação com as Instituições de Ensino e Formação Profissional da Região, com o IEFP, com as Associações Empresariais e de Desenvolvimento Local (AHRESP) promover a formação de ativos na área da hotelaria e restauração, a formação de profissionais de turismo orientados para os novos desafios destes territórios; Centro de Portugal Acessível: Dando continuidade ao BRENDAIT, desenvolver o modelo de Destino de Turismo Acessível no território afetado, através da formação e qualificação dos profissionais de turismo e agentes económicos no domínio do Turismo para Todos; Programa “Rede Integrada de Turismo em Espaço Rural” : considerando a relevância estratégica do TER neste território a ERTCP propõe-se em parceria com os atores do território dinamizar a rede no sentido da sustentabilidade dos recursos. Cooperação Transfronteiriça e Diáspora Enquadrada na Linha de Desenvolvimento Estratégica - Sustentabilidade e Coesão Territorial do Plano de Atividades e Orçamento da TCP de 2018, propõs-se o reforço das parcerias de cooperação transfronteiriça, nomeadamente no âmbito do EUROACE e RESOE, promovendo ações de desenvolvimento turístico conjunto e eventos que contribuam para a reanimação e recuperação turística dos territórios afetados. Propõs-se ainda ações de valorização da diáspora na promoção do destino e na captação de investimento turístico para os territórios afetados pelos incêndios, nomeadamente em encontros de embaixadores da diáspora e empresários a realizar nos territórios em causa. Valorização dos Produtos Regionais e da Gastronomia Local No âmbito da LEA 2 do PAO de 2018 Desenvolvimento e Qualificação de Produtos/ Posicionamento propõs-se, em parceria com as Associações Empresariais, conceber e implementar um programa de ação que permita a valorização dos produtos endógenos do território, a reanimação dos estabelecimentos que se dedicavam ao comércio tradicional e que foram afetados pelos incêndios, estimulando a adoção de novos modelos de negócio orientados para procura turística. A preservação da identidade local e a valorização do património histórico, económico e cultural dos territórios são fatores de diferenciação e uma mais-valia para a oferta turística da região. Apoio a investidores e dinamização de ações de divulgação Na sequência de uma consulta dirigida a todos os empreendimentos e estabelecimentos turísticos da região Centro de Portugal (empreendimentos turísticos, alojamento local, agentes de animação turística), após os incêndios de Outubro, reforçada pelos contactos estabelecidos no decurso de reuniões individuais e com os municípios (que permitiu recolher informação sobre empreendimentos de restauração e bebidas), foram divulgadas, informações sobre todas as medidas disponibilizadas às empresas. Paralelamente foram - e continuarão a ser, ao longo de 2018 - realizadas reuniões de acompanhamento a vários investidores instalados incluídos numa lista de cerca de 70 empresas turísticas direta e indiretamente afetadas pelos incêndios (em anexo), com necessidades específicas relacionadas com a deteção dos sistemas de incentivo a que poderão recorrer e na preparação de candidaturas a esses mesmos incentivos. (Contexto) Prioridades para a Região Centro Portugal No que à Região Centro de Portugal diz respeito, permanecem intatas as prioridades desde a década de 70, altura dos “famigerados” Planos de Fomento que, projetados para fazer cumprir o desígnio da criação de uma Região Intermédia entre as duas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, ainda estão por cumprir. Alguns exemplos: Cimentar a atratividade e posicionamento desta Região, valorizando territórios e atraindo investimento, passa por, já em 2018, prever investimentos que projetem a região e, ajudem a minimizar o “colapso das áreas metropolitanas”, nomeadamente, na mobilidade terrestre, a ligação de Viseu a A-1, seja a norte de Coimbra ou a Sul de Coimbra; Ligação Castelo Branco (A-24) à Fronteira de Espanha, passando por Idanha, única forma de desenvolver económica e turisticamente a Beira Interior, ficando a cerca de 3 horas da grande Madrid; O túnel da Serra da Estrela, entre Seia e Covilhã ou alargamento e novo traçado da ligação atual a Penhas da Saúde – sendo certo que não haverá desenvolvimento e verdadeiro destino de Neve na Serra sem a resolução de um destes constrangimentos; Na Acessibilidade Aérea, deveremos bater-nos por uma solução aeroportuária viável, direcionada primordialmente para utilização de voos charts e voos low-cost; Na Mobilidade por Ferrovia, falta concretizar a ligação ferroviária em velocidade alta da ligação Aveiro-Viseu-Salamanca-Madrid. É enorme a importância para o Centro desta ligação direta a Madrid por comboio, pela dimensão dos fluxos gerados para a região centro, mas também para o Porto e mesmo para Lisboa. No que respeita à Mobilidade Marítima, é verdadeiramente relevante a concretização, até 2030, de um Terminal de Cruzeiros, para embarcações de dimensão e exigência alternativas a Porto e Lisboa, mercado cada vez a crescer mais, avaliando as conddições de Aveiro e/ou Figueira da Foz.


12 | Coimbra e o Centro têm futuro ‘2018

João Gabriel Reitor

da Universidade de Coimbra

O mundo é grande e cheio de oportunidades

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e olharmos em volta, as perspetivas para o ensino superior na região centro não são boas. A evolução demográfica em Portugal para a próxima década indica que vai diminuir em cerca de 25% o número de jovens com 18 anos, o que constitui uma verdadeira catástrofe populacional. Para a região centro o cenário é ainda mais negro por causa da acentuação da tendência de concentração nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, que só poderia ser revertida com uma política intensa de atração para a região de Coimbra de atividade económica e os concomitantes empregos, mas infelizmente essa política não existe. Para a Universidade de Coimbra é uma situação inédita em toda a sua história, pois será a primeira vez que se vê confrontada com falta de alunos. Em contrapartida o mundo está cheio de oportunidades. Nos países de língua portuguesa há um enorme défice de ensino superior de qualidade. Só no Brasil existem todos os anos cerca de 7 milhões de candidatos ao ensino superior, e destes só cerca de 1 milhão consegue colocação em escolas com razoável qualidade. A Universidade de Coimbra está ao nível das melhores universidades brasileiras e tem, portanto, uma capacidade de atração ímpar. Mas o interesse pela língua portuguesa extravasa os limites dos países de língua portuguesa. Sendo estes muito relevantes no comércio internacional, há inúmeras empresas e outras instituições pelo mundo fora que necessitam de quadros qualificados que dominem a língua portuguesa. Na China, em particular, sendo o primeiro parceiro comercial dos países de língua portuguesa, essa procura é enorme. A Universidade de Coimbra é única. Não há nenhuma outra que tenha sido, durante tantos séculos, o centro universitário e intelectual de um espaço planetário como é o espaço de influência portuguesa. Nenhuma outra teve, sozinha, um papel tão central no desenvolvimento de uma língua e uma cultura globais, como a Universidade de Coimbra teve em relação à língua e cultura portuguesas. No mundo do conhecimento em língua portuguesa não há, portanto, outra universidade que possa mostrar uma ligação tão forte e tão antiga a essa língua, o que é um fortíssimo argumento para quem vem de fora do país escolher Coimbra. O próximo decénio é, assim, um momento de viragem para a Universidade de Coimbra, tal como para as outras instituições de ensino superior da região centro. Ou se conseguem internacionalizar, atraindo estudantes de todo o mundo, ou ficarão reduzidas a uma dimensão cada vez mais limitada, acompanhando a diminuição da procura interna. Para responder bem às necessidades dos estudantes portugueses só a via da internacionalização é viável, pois de outra forma a diminuição de recursos que decorre da diminuição do número de estudantes vai resultar, inevitavelmente, na diminuição da qualidade do ensino dos próprios estudantes portugueses. Atrair estudantes internacionais é, além disso, uma forma de lutar contra a diminuição demográfica, pois embora a larga maioria regresse aos seus países de origem, alguns ficarão em Portugal. É também uma forma de promover a prosperidade da região, quer com os recursos que por esta via se trazem para Portugal, quer porque para responder à procura internacional é necessário ter padrões de qualidade exigentes, de nível internacional, que ajudam a que a qualidade noutros setores também seja elevada. No próximo decénio o ensino superior da região centro ou se torna um setor exportador, ou definhará e a região com ele.

diário as beiras | 17-02-2018

Jorge Conde Presidente do Instituto Politécnico de Coimbra

Coimbra, a região e o ensino superior

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ensino superior continua a ser a principal atividade económica da cidade de Coimbra e da região centro. Mais de 35.000 alunos no distrito de Coimbra e cerca de 70.000 na região das beiras, e um considerável número de professores, de docentes convidados e de trabalhadores não docentes, fazem com que a importância secular do ensino superior continue a evidenciar-se nos dias de hoje. Mas se é certo que essa importância é inequívoca, também é verdade que está muito centrada no número de alunos e nas atividades económicas por estes geradas. Os diversos rankings que hierarquizam as instituições de ensino, fazem-no quase exclusivamente baseando-se na produção científica e na qualificação do corpo docente. Ora o cidadão comum, aquele que depois de obtido o seu diploma, se desligou da vida académica e das suas ligações valoriza pouco estes números. Importa, pois, mudar o foco e no que ao ensino politécnico diz respeito, temos de recentrar a ação das instituições na valorização do território onde nos inserimos, fazendo dos Politécnicos motores de desenvolvimento. O Politécnico de Coimbra está a fazer esse caminho e procura cada vez mais ligar-se às empresas, às autarquias, ao setor social e a todas as instituições que precisam de “saber fazer” na sua área de produção e de intervenção económica. Quer pela via dos projetos de investigação, quer pela prestação direta de serviços, o Politécnico de Coimbra tem hoje vontade e saber para ajudar a mudar a região, colocando nas empresas novos processos e novos produtos, baseando essa ação nas estratégias de investigação e desenvolvimento. Olhando para a região, importa que esta queira ser efetivamente uma região, organizando-se em redor das suas mais valias, que passam pela qualidade dos seus serviços, onde se destacam o ensino superior e a saúde, mas também pelos produtos endógenos que vão do que retiramos do mar, ao “queijo da serra”, passando pela fantástica gastronomia entre todos os outros. O Politécnico de Coimbra na conjugação do saber das suas escolas pode participar no desenvolvimento de todas estas mais valias, desenvolvendo-as, diversificando-as, promovendo-as, levando-as mais longe. Mas a região tem de saber também alterar a forma como se promove do ponto de vista económico, nomeadamente garantindo melhores acessibilidades rodoviárias especialmente ao interior, potenciando a sua porta pelo mar através do porto da Figueira da Foz, ou a porta ferroviária que a liga à Europa. E claro que nos falta a porta por ar, que só os agentes políticos e económicos em conjunto, aliados aos cidadãos podem conseguir. Temos de olhar para o que a região já oferece, para o que pode oferecer e de que forma o podemos fazer melhor, trabalhando em conjunto e garantindo que todos contribuímos de forma esclarecida para o objetivo de não deixar que a natural apetência das pessoas e das organizações pelas grandes metrópoles, vá fazendo esquecer a região com o natural prejuízo para todos os que aqui vivem e trabalham. Precisamos de viver cada vez mais da inovação e desenvolvimento, mesmo sabendo da importância do património histórico. Precisamos de ver a qualidade de vida da região como uma mais valia e não como uma fatalidade só porque, a agenda cultural não é diária. Precisamos de saber segurar os jovens, a competência e o conhecimento, pois só assim a região voltará a ser um motor económico do Pais.

António José Figueiredo

Diretor da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra

Coimbra 2018 Com o início de um novo ano

renovam-se as expetativas relativamente à possibilidade de vivenciar o fenómeno desportivo naquilo que ele tem de mais puro e socialmente relevante. Coimbra e a região Centro preparam-se para desfrutar de um conjunto de manifestações desportivas de elevado reconhecimento e de onde se espera, até, um acentuado envolvimento emocional. O grande destaque de 2018 serão os Jogos Europeus Universitários, a realizar em Coimbra. Não se pode perder esta flagrante oportunidade para que Coimbra retire daqui múltiplas vantagens, destacando-se a possibilidade de, positivamente, se projetar internacionalmente, assim como aproveitar para redimensionar as suas ligações aos restantes parceiros organizativos. Outros eventos surgirão como polo de interesse, como é o caso do Campeonato do Mundo de velocidade, organizado pela Federação Portuguesa de Canoagem no CAR de Montemor-o-Velho. Espera-se que a realização de eventos desportivos deste calibre, em Coimbra e região Centro, possam constituir-se como um catalisador do crescimento da captação dos mais novos para a prática desportiva. Gostaria ainda de fazer referência à realização da Conferência Anual da Athlete as Student – Dual Career Network, a realizar em Setembro na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, momento que ajudará a enquadrar algumas questões que vão surgindo na tentativa de otimizar o novo paradigma da Universidade de Coimbra no que ao Desporto Universitário diz respeito. O ano de 2018 será ainda importante, espera-se, na revisão das políticas educativas que possam conduzir a uma redimensionação positiva da Educação Física e do Desporto Escolar nos currículos impostos pelo Ministério da Educação.


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17-02-2018 | diário as beiras

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14 | Coimbra e o Centro têm futuro ‘2018

Fernando J. Regateiro

Catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra; Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC)

Coimbra – para uma capitalidade da saúde com futuro

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m questionamento datado de 2010 e retomado em 2015 entendia, como continuo hoje a entender, que Coimbra deve deixar-se do tempo dos “porquês”, do debate diletante e sem consequências e, como adulta e culta, perguntarse “porque não?”. E apontava, como objectivo major a perseguir, a aposta de Coimbra numa “forte capitalidade (…) inquestionável pelo que é capaz de dar, confiante no futuro, com ambição, com gosto pelo risco, corajosa, empreendedora, rebelde e incómoda para os poderes instalados, irreverente contra a resignação”. E tendo, como suportes desta ambição, o conhecimento, os serviços de saúde, os produtos de vanguarda tecnológica, a cultura, o ímpar património edificado. Nesta reflexão, restringir-me-ei à área da saúde e, nesta, ao papel da produção de conhecimento para a sustentabilidade e reforço da qualidade da oferta de cuidados de saúde hospitalares. É indiscutivelmente marcante, a favor de Coimbra, a qualidade e a capacidade resolutiva dos cuidados de saúde hospitalares aqui prestados, em particular, quando se trata de doenças graves e de grande complexidade, exigindo, por isso, elevada diferenciação e o concurso de equipas multidisciplinares constituídas por profissionais com muito e raro saber e muita e rara experiência, a par de recursos tecnologicamente avançados. Ao longo dos anos, de séculos, Coimbra tem vindo a acumular um capital único de confiança, para doentes oriundos das mais diversas partes do País, que demandam os seus hospitais, quantas vezes, como última esperança. E isto, porque as sucessivas gerações que nos antecederam, na liderança das ofertas de saúde e no exercício da Medicina, souberam agregar funções assistenciais redundantes e dispersas, concentrar massa crítica, perseguir a eficiência e a qualidade, evoluir em eficácia, instalar, com apuros, soluções trazidas doutras paragens, imaginar e investigar novas soluções, ensinar e treinar as novas gerações de médicos, acrescentar, ao seu legado, algo mais do que receberam em mãos. Hoje, cabe-nos valorizar a diferença herdada, fazendo mais e fazendo melhor. O que exige o privilegiar do conhecimento assente na “poiesis”, e não uma prática que se contente apenas com a “mimesis”. Tem sido pela “poiesis” na área médica, no sentido da produção de conhecimento e de inovação, e no acumular, por via dela, de rara “expertise” médica e cirúrgica, diagnóstica e terapêutica, que Coimbra tem vindo a sustentar e a robustecer a atração e a confiança dos doentes nos cuidados de saúde hospitalares que aqui são prestados. Contudo, a capitalidade de Coimbra assente nas externalidades geradas pela qualidade dos cuidados de saúde, não se manterá no futuro, se fizermos usura delapidante do prestígio herdado. Ter consciência da natureza perecível desta herança é a primeira exigência de todos os que querem bem à Coimbra de hoje e do futuro. A segunda exigência para a geração actual é o cumprimento do dever de solidariedade com o futuro – preservar a capitalidade da saúde intocada e robustecida –, acrescentando algo à herança recebida que a faça maior e melhor.

diário as beiras | 17-02-2018

Carlos Cortes Presidente da Secção

Regional do Centro da Ordem dos Médicos

Que Saúde para a região Centro?

Ao contrário de muitas outras áreas, em que Portugal tem demonstrado progressos assinaláveis, o setor da Saúde atravessa um período preocupante de estagnação e, nalguns casos, de degradação. E sem qualquer sinal de mudança à vista. O Orçamento Geral do Estado e o Produto Interno Bruto continuam abaixo do que é recomendado internacionalmente para este setor, demonstrando que a Saúde deixou de ser uma prioridade. Há uma falta constrangedora de decisões que são camufladas por intenções que nunca se concretizam. Existe uma irresponsável desorganização e falta de planeamento estratégico para os recursos humanos. Há, sobretudo, falta de médicos por má gestão, já que têm sido criadas todas as condições para serem empurrados para o setor privado ou para a emigração. E continua a fazer-se de conta que o Serviço Nacional de Saúde consegue resistir a tudo sem perigos e sem impacto sobre os doentes e os utentes. A paralisia na intervenção e a incapacidade de dar respostas aos doentes e aos utentes tornaram-se a imagem de marca do Ministério da Saúde. O caso da região Ce ntro é ainda mais preocupante nesta área. Preferia ter encontrado outro título para este artigo. Mas a interrogação é elucidativa sobre a incógnita face ao caminho que estamos a trilhar. Não vale a pena descansarmos sobre um passado glorioso para fazer crer que o presente também o pode ser ou que o futuro o será certamente. A Saúde, na região Centro, está aceleradamente a perder influência no contexto nacional. E existe uma vontade deliberada do poder central para que isso se acentue. Desde logo, na questão dos investimentos em infraestruturas. Um dos exemplos mais ilustrativos é a degradação dos edifícios a que estão sujeitos muitos centros de saúde e hospitais por toda a região. O Centro de Saúde de Fernão de Magalhães, para não citar outro, é o exemplo paradigmático do abandono a que a região Centro tem sido remetido. Quem o conhece sabe que está mais próximo de um país do terceiro-mundo do que seria desejável num país da União Europeia. Por outro lado, a atração exercida por outras zonas do país e o desinvestimento em recursos humanos desencadeado pelo Ministério da Saúde são responsáveis pela fuga dos profissionais de saúde. Têm sido criadas situações de verdadeira calamidade em muitos serviços, tanto dos hospitais do interior como do litoral. Urge, pois, coletivamente, levar a cabo um conjunto de medidas e de iniciativas de forma a inverter rapidamente esta tendência. A região Centro tem de voltar a apostar na capacidade de emergir no contexto nacional e internacional, também na Saúde, sem nos esquecermos de que, nesta área, a atuação primordial se centra – sem exceção - para o bem-estar da pessoa. E para o bem-estar da pessoa, não podemos estar a aguardar por uma inversão do pensamento hipercentralista do Ministério da Saúde. Cabe à região Centro lutar para o seu desígnio e demonstrar o seu enorme valor. Cabe aos dirigentes locais exigir e pugnar para que a região Centro seja valorizada. Cabe, também, a todos os profissionais de Saúde defender o enorme legado e mais-valia que receberam dos seus antecessores. Cabe-nos, a todos, estarmos juntos na valorização no enorme potencial que carateriza esta região. Compactuar com o que está a acontecer na área da Saúde na região Centro é querer prejudicá-la. Estou certo de que saberemos estar à altura do desafio e não cair na inação.


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turismo

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Receitas O aumento de dormidas na região terá de corresponder ao crescimento das receitas, ultrapassando o valor de 300 milhões de euros

4 1 A Universidade de Coimbra tem sido uma das impulsionadoras do crescimento do Centro em termos turísticos 2 As necessidades do mercado obrigam a mais e melhor formação de profissionais no presente ano 3 A Quinta da Cortiça, em Alvaiázere, irá abrir no primeiro trimestre do ano 4 O Centro de Portugal será o destino nacional convidado da edição 2018 da BTL 5 A FIT realiza-se na Guarda no final do mês de abril 6 A segurança dos turistas pode ficar acessível nos smartphones

Guarda A quinta edição da feira ibérica de turismo promete tornar-se um caso de sucesso ao nível do turismo ativo

Aplicações A aplicação securis, que venceu o prémio tcp de empreendedorismo, pode chegar este ano às lojas dos principais sistemas operativos

Centro de Portugal quer continuar a crescer a dois dígitos 111 Depois de ter ultrapassado a barreira das seis milhões de dormidas no ano transato, o Centro de Portugal quer manter esta tendência de crescimento a dois dígitos no presente ano de 2018. A entidade regional, presidida por Pedro Machado, entende que existem condições para a região bater esta fasquia e, como tal, haver um aumento das receitas obtidas com a presença de turistas em todos os 100 municípios. “Era fundamental ultrapassarmos a barreira dos 300 milhões de euros de receitas diretas”, frisou o responsável. Tendo em vista a concretização destes objetivos, o presidente da Turismo Centro de Portugal (TCP) considera fundamental que o Poder Central dê sinais importantes de desenvolvimento de

áreas como a mobilidade terrestre, mobilidade ferroviária, mobilidade portuária e acessibilidade aérea. Num texto publicado na revista “Publituris”, Pedro Machado apontava como fundamentais a ligação de Viseu à A1, a ligação de Castelo Branco (A24) a Espanha, o túnel da Serra da Estrela, a ligação ferroviária melhorada a Espanha, a concretização de um terminal de cruzeiros (de segunda linha) em locais como Figueira da Foz ou Aveiro e a definição de uma solução aeroportuária em Monte Real ou Coimbra para os voos low-cost. Numa altura em que se começa a debater a reprogramação do atual quadro comunitário ou até a pensar no próximo quadro com duração até 2030, são investimentos como este que podem

ajudar a aumentar o fluxo de turistas e, desta forma, crescer as receitas diretas na região. De salientar que é fundamental o desenvolvimento de um conjunto de roteiros de descoberta dos recursos turísticos da Região Centro com a finalidade de promover o alargamento da estada média, bom como combater a sazonalidade e a litoralização do turismo, em articulação com a estratégia definida pelos Produtos Turísticos Integrados consensualizados com as Comunidades Intermunicipais. Mais e melhores recursos humanos O segundo mais importante desafio da região diz respeito à qualificação dos recursos humanos, “quer do ponto de vista das competências, quer

do ponto de vista da escassez de recursos para dar resposta às necessidades que o mercado criou”. Fundamental nesta matéria é o trabalho que as Escolas de Hotelaria e Turismo de Coimbra e Oeste terão de fazer ao longo do ano para produzir profissionais com grande aptidão e conhecimentos para a indústria hoteleira. Afinal, e como refere a secretária de Estado do Turismo Ana Mendes Godinho, “Portugal está refém do seu sucesso”. Sinal disso mesmo foi a eleição em 2017 de Portugal como o Melhor Destino Turístico do Mundo. Maior investimento na oferta turística O ano de 2018 vai ficar marcado em toda a região pela abertura de novas unidades hoteleiras. Segundo a Associação

de Hotelaria de Portugal (AHP), o Centro irá contar com a abertura de oito novas unidades, sendo uma delas uma pousada, e a reabertura de três novas unidades. Na lista fornecida pela entidade regional, é de assinalar a remodelação da “Quinta da Cortiça” na freguesia de Pussos S. Pedro (Alvaiázere). Um investimento de quase um milhão de euros e que pretende aproveitar uma quinta com séculos de história para um albergue para os peregrinos de Santiago de Compostela, um espaço para eventos, uma casa de turismo rural, uma habitação de turismo de família e uma zona de cavalos. No primeiro trimestre deste ano, está prevista a abertura das obras de remodelação do Natura IMB Hotéis na Covilhã (ex


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TURISMO

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opinião

Luis Menezes Vice-reitor da Universidade de Coimbra

2018: e depois do meio milhão?

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m 2017 a Universidade de Coimbra recebeu mais de meio milhão de turistas, posicionando-se no top 10 dos monumentos mais visitados do país (fonte: DN 2701-2018 ). O crescimento dos últimos anos deve-se à classificação pela Unesco em 2013 como Património Mundial, ao aumento do Turismo no país e à aposta da universidade na profissionalização deste setor, criando um serviço específico dedicado ao Turismo na Universidade de Coimbra. Em 2018 vai continuar a apostar-se na diversificação da oferta, com a abertura a visitas da estufa do Jardim Botânico e o lançamento de exposições temporárias nos vários espaços visitáveis. É a divulgação de um longo percurso histórico que influenciou o mundo, num espaço que foi berço da língua portuguesa e que foi (e é) escola de referência ao longo de mais de sete séculos. Este passado é o alicerce sólido de um futuro promissor, onde a qualidade no ensino e na investigação catapultou, no início de 2018, a Universidade de Coimbra para um grupo de elite, ao se tornar a primeira universidade portuguesa a obter cinco estrelas no rating da QS Stars. Esta classificação é mais um motivo de orgulho para a Universidade e para a cidade de Coimbra, que deve ser amplamente divulgada também a quem nos visita.

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Covilhã Parque Hotel Business & Family), que permitirá aumentar a oferta na zona da Serra da Estrela em mais 103 quartos. A reabilitação do emblemático Convento de Nossa Senhora do Seixo, datado do século XVI, vai abrir este ano. O Convento do Seixo Design Hotel & Spa é uma unidade quatro estrelas com 16 quartos, quatro suites, quatro villas exteriores, duas piscinas (interior e exterior), spa, sala de reuniões, espaço para eventos com capacidade para 60 pessoas e um restaurante de cozinha tradicional portuguesa. Na vila de Óbidos, o Grupo Pestana acaba de investir dois milhões de euros para ampliar a oferta na Pousada Castelo. Quando reabrir no segundo trimestre do ano, esta unidade irá triplicar o número de quartos e criar 15 novos postos de trabalho. O presente ano significa, também, o arranque das obras do resort turístico em Penalva do Castelo. Este investimento de um milhão de

euros é repartido entre uma empresa brasileira e uma empresa nacional e contará, numa 1.ª fase, com um complexo de 120 apartamentos de residência periódica. Todas estas unidades irão ajudar a região a ser mais atrativa através da tão necessária inovação, formação e sustentabilidade fundamentais para o futuro. Promoção externa e interna da TCP Tal como tem acontecido nos últimos anos, a promoção da região tem sido feita nos principais certames nacionais e internacionais. Em Madrid – por ocasião da FITUR –, a Turismo do Centro apresentou uma estratégia conjunta de promoção turística com o Porto e Norte, a Galiza, as Astúrias, a Cantábria e Castela e Leão, bem como a estratégia “EUROACE 2018”, um programa que junta o Centro de Portugal, o Alentejo e a Extremadura espanhola para criar um posicionamento nos mercados turísticos dos Estados Unidos e da China.

Em final de fevereiro, tem lugar em Lisboa a 30.ª edição da BTL, onde a TCP é o destino nacional convidado. Um certame que se estende até ao dia 4 de março e onde os profissionais e o mercado esperam “uma resposta positiva” da região, depois dos incêndios de junho e outubro do ano passado. “Há uma curiosidade natural de perceber como é que o Centro se está a reerguer depois daquelas duas tragédias”, frisou o responsável. No mesmo certame, o município da Pampilhosa da Serra sucede a Viseu como destino nacional convidado. Para Fátima Vila Maior, dirigente da FIL,a escolha deste município “premeia a dedicação, a força e o excelente trabalho desenvolvido pelo município na reconstrução da zona e na promoção do destino com base na sua oferta natural, histórica e cultural”. “A presença na BTL é uma excelente oportunidade para promover a imagem e a oferta do concelho”, referiu o presidente da

câmara José Brito Dias. A Guarda irá aproveitar a presença na capital portuguesa para promover a quinta edição da FIT – Feira Ibérica de Turismo, a ter lugar entre os dias 28 de abril e 1 de maio no Parque Urbano do Rio Diz. Devido ao aumento de expositores e de visitantes, a organização reconhece que esta iniciativa pode tornar-se “um caso sério de sucesso em termos de turismo ativo e de natureza e de ligação ao mercado espanhol”. Antes do verão (de 23 de junho a 1 de julho), a FIL acolhe mais uma edição da Feira Internacional de Artesanato (FIA) e onde a TCP irá marcar presença com a deslocação de artesãos da Serra da Estrela, Região de Aveiro e Fátima e Mira de Aire. A nível externo, a entidade regional e a agência de promoção, presididas por Pedro Machado, irão marcar presença nos certames de Berlim (março), Xangai (maio), Brasil (setembro), Londres (novembro) e Seul. “Feiras temáticas com

forte aposta da região na conquista de novos mercados”, afirmou Pedro Machado. Andar em segurança e a “pegada” ecológica Depois de ter ganho em 2017 o Concurso de Empreendedorismo Turístico / Prémio José Manuel Alves, instituído pela TCP, o projeto Securis deve surgir este ano nas lojas de aplicações dos telemóveis. Trata-se de uma app (aplicação) que assinala “zonas desaconselháveis” ou menos seguras em todo o mundo. O sistema apresenta também os tipos de riscos por área, os recursos e as formas de os mitigar, permitindo ainda um botão de “pânico” para chamar as forças de segurança. Já o projeto Invisiwall, também premiado neste concurso, pretende replicar de forma virtual a necessidade instintiva que todos temos de assinalar a nossa passagem por locais, seja através de grafites urbanos, de rabiscos no mobiliário das escolas ou hotéis. | António Alves


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17-02-2018 | diário as beiras

Coimbra e o Centro têm futuro ‘2018 | 19


20 | Coimbra e o Centro têm futuro ‘2018

diário as beiras | 17-02-2018

empresas Projetos financiados pela Eur alavancar a produção empre Navigator paper A Navigator Paper Figueira e Navigator Pulp Cacia vão colaborar com as Universidades de Coimbra e Aveiro e o Raiz – Instituto de Investigação da Floresta e Papel. Um investimento de 14,6 milhões de euros, para investigação de pastas de papel com características inovadoras

Lusiaves O grupo Lusiaves inaugurou em dezembro um investimento de 10 milhões de euros no fabrico de alimentos compostos para animais: a Racentro. Localizada em Monte Redondo, a fábrica tem capacidade para produzir 60 mil toneladas mensais: um aumento de 50%

1 1 1 Com 2.709 projetos empresariais aprovados através do Programa Operacional Regional do Centro (PO Centro) e outros 649 – igualmente referentes e à região Centro – aprovados através do Compete 2020, os fundos comunitários têm sido uma alavanca fundamental para o desenvolvimento do tecido empresarial, essencialmente, nas áreas da inovação e competitividade. Ao todo (PO Centro 2020 e Compete 2020), o valor de investimento aprovado pelas empresas nas oito comunidades intermunicipais (CIM) da região Centro (NUT II) – desde que abriu o recente quadro comunitário de apoio – ascende a 2.438 milhões de euros, financiado pela Europa em pouco mais de 50% (em média), o que resulta em 1.284 milhões de fundo atribuído. Este valor correspondente a 34 por cento do território nacional que tem acesso a fundos comunitários, o que exclui, como se sabe, Lisboa e Vale do Tejo. Neste âmbito a região Norte vai à frente, porque bene-

ficiou, até agora, de 44 por cento do financiamento total. Por NUT III, ou seja por cada uma das CIM, a região de Aveiro é a que tem maior fundo aprovado (33,8%), seguindo-se a Região de Leiria, com 19% e depois a Região de Coimbra (ver quadro específico por cada um dos 19 concelhos desta CIM). Os outros dois quadros apresentados neste trabalho mostram os maiores projetos por empresa, através do PO Centro e do Compete 2020 na CIM Região de Coimbra. De acordo com o serviço de comunicação do Compete 2020, “os projetos aprovados neste âmbito do Compete 2020 são totalmente independentes dos aprovados no Centro 2020, com exceção de alguns de I&D, onde podem existir dois Programas Operacionais a financiar o mesmo projeto por estar em co-promoção”. No contexto do “Regulamento Específico do Domínio da Competitividade e Internacionalização” (RECI), o Compete 2020 apoia empresas de maior di-

Operações aprovadas pelo Sistemas de Incentivos às empresas, na área da Comunidade Intermunicipal da região de Coimbra, por concelho: tabela por ordem decrescente dos investimentos à data de 21 de dezembro de 2017, fornecida pelos serviços da CCDRC. Concelho

TOTAL CIM RC

N.º operações aprovadas

Custo Total Aprovado

Fundo Aprovado

421 126.706.000 63.676.606

mensão ou projetos de inovação de maior investimento e com um grau de inovação nacional. 25 maiores investimentos apoiados pelo Compete 2020 Assim constata-se que o primeiro dos cinco maiores projetos de inovação apresentados ao Compete2020 entre 2015 e 2017, é da celulose Celbi, na Figueira da Foz, com um financiamento de apenas 10% do total do investimento. A seguir surgem empresas, com menor investimento, mas mais financiamento, como é o caso da fábrica de mobiliário de Tábua, Aqui-

nos; a fábrica de produção de carvão vegetal da Zona Industrial de Montalvo, em Mira, Graciouscircle, que abriu em abril de 2017; a unidade de equipamento elétrico Efapel, na Lousã, e o fabricante de produtos metálicos LWC-Metal, localizado em Mortágua. Alguns destes projetos já estão concluídos e pagos, outros a concluir em 2018, representando exemplos de um potencial aumento da capacidade produtiva da região. 45 maiores investimentos aprovados pelo PO Centro No quadro dos 45 maiores projetos do PO Centro, des-

PO Centro 2020 - Designação Entidade Beneficiária

taca-se a Findfresh, de aquacultura de enguias na Figueira da Foz, que abriu em 2016 e agora investe mais quatro milhões de euros. Entre os quatro maiores investimentos seguintes na tabela situa-se a unidade farmacêutica Bluepharma, com sede em Coimbra; a Fábrica de Papel do Prado, na Lousã; a Maxividro, transformadores e distribuidores de vidro com sede na Mealhada; e a IMP-Indústria de Munições de Portugal, em Mira. De acordo com a secretária de Estado da Indústria, Ana Lehmann, “na região encontramos também destacadas incubadoras e instituições

Custo Total Fundo Aprovado aprovado

Concelho

FINDFRESH S.A.

4.232.335

113.273

Figueira da Foz

BLUEPHARMA - INDÚSTRIA FARMACÊUTICA S.A.

2.978.441

1.016.204

Coimbra

PRADO - CARTOLINAS DA LOUSÃ S.A.

2.495.391

1.203.235

Lousã

MAXIVIDRO - TRANSFORMADORES E DISTRIBUIDORES DE VIDRO S.A.

2.490.479

1.470.783

Mealhada

2.336.119

1.609.800

Mira

J.CARRANCA REDONDO LDA

2.309.730

572.740

FARMALABOR - PRODUTOS FARMACÊUTICOS, S.A.

2.298.662

804.094

GRANDE HOTEL DE LUSO S.A.

2.257.458

911.519

Lousã Condeixa-aNova Mealhada Vila Nova de Poiares Cantanhede Oliveira do Hospital Penela

IMP - INDUSTRIA DE MUNIÇÕES DE PORTUGAL, LDA

NUTRIVA - PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR, LDA

2.175.350

1.631.513

PAUL STRICKER, S.A.

2.038.716

1.223.230

SOCIEDADE DE AZEITE E DESTILARIA DIAS LDA

2.002.241

1.437.930

CENTROSTONE, LDA

1.996.600

1.482.488

SEW - EURODRIVE PORTUGAL, LDA

1.930.061

841.500

Mealhada

PLASTDIVERSITY - COMÉRCIO DE ARTIGOS DE PLÁSTICO LDA

1.834.580

939.934

Figueira da Foz

FEEDZAI - CONSULTADORIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, S.A.

1.758.244

1.266.653

Coimbra

SENHA & CONTRA SENHA, LDA

1.578.758

1.086.033

Coimbra

I. M. C. L. - INDÚSTRIA DE MOLDES CERÂMICOS LIMITADA

Cantanhede

1.566.368

917.321

ACTIVE SPACE TECHNOLOGIES - ACTIVIDADES AEROESPACIAIS, S.A.

1.424.914

834.797

Coimbra

Horizonte Fusão - Betuminosas, Lda

1.393.796

817.678

Mealhada

1.314.726

975.132

Penela

CERAGNI, LDA

1.304.500

815.150

Mealhada

SIMÕES & RODRIGUES S.A. VIDRARIA MORTÁGUA - VIDROS E ESPELHOS, S.A.

1.303.322

893.635

Mortágua

FEEDZAI - CONSULTADORIA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, S.A.

1.251.205

500.000

Coimbra

TEANDM - TECNOLOGIA, ENGENHARIA E MATERIAIS S.A.

1.172.199

702.839

Coimbra

LEAL & SOARES, S.A.

1.138.737

561.119

Mira

CLIPER CERÂMICA, S.A.

1.110.442

547.843

Figueira da Foz

DOM MIRA LDA

1.062.500

677.361

Mira

SENSING FUTURE TECHNOLOGIES, LDA

1.046.273

746.980

Coimbra Cantanhede

ALCIDES DOS SANTOS ANTUNES LDA

1.043.470

469.449

TMIP - TRANSPORTES E LOGÍSTICA, LDA

1.037.884

317.800

Soure

CONVERDE, S.A.

1.006.200

452.790

Cantanhede

COIMBRA

152

36.262.653

18.904.470

CBRA GENOMICS, S.A.

982.372

716.036

Não aplicável

CANTANHEDE

46

16.354.007

8.002.830

IMMUNETHEP, S.A.

960.573

280.558

Cantanhede

MEALHADA

23

12.796.832

6.561.009

AZULEJIBERICA-COMERCIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LDA

955.725

410.951

Soure

MIRA

24

8.831.952

4.918.194

949.840

712.380

Vila N. de Poiares

FIGUEIRA DA FOZ

38

13.326.471

4.582.982

REG4LIFE REGENERATION TECHNOLOGY, S.A.

923.316

551.970

Cantanhede

OLIVEIRA DO HOSPITAL

32

4.723.540

3.021.885

PLASTIFOZ - PLÁSTICOS TÉCNICOS E ENGENHARIA LDA

920.687

266.647

Figueira da Foz

LOUSÃ

21

7.837.928

2.999.859

SERRIALU - SERRALHARIA CIVIL LDA

905.590

402.431

Vila N. de Poiares

VILA NOVA DE POIARES

10

4.353.574

2.908.844

IGENMAI, UNIPESSOAL LDA

892.588

392.157

Coimbra

PENELA

11

4.430.413

2.875.818

ACTIVE SPACE TECHNOLOGIES - ACTIVIDADES AEROESPACIAIS, S.A.

879.509

627.602

Coimbra

NÃO APLICÁVEL

5

3.091.810

2.169.775

DASCAT, SOFTWARE, LDA

865.505

304.427

Coimbra

860.244

378.385

Cantanhede

841.269

438.383

Mortágua

SERRIALU - SERRALHARIA CIVIL LDA

MORTÁGUA

13

4.241.985

2.116.203

Y FARMA, S.A.

SOURE

10

4.089.889

1.813.561

CIPECA - REPRESENTAÇÕES DE MATERIAIS PARA A CONSTRUÇÃO

7 7 7

2.910.741 1.663.455 629.223

1.114.182 796.707 301.161

ACTIVE AEROGELS, LDA

825.785

461.786

Coimbra

AZULEJIBERICA-COMERCIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LDA

823.500

571.847

Soure

CONDEIXA-A-NOVA ARGANIL MONTEMOR-O-VELHO PENACOVA

3

533.300

244.525

TÁBUA

3

383.600

188.350

MIRANDA DO CORVO

7

140.000

105.000

GÓIS

2

105.073

51.251

45 maiores projetos da área da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC), que obtiveram aprovação do Sistema de Incentivos às empresas do Programa Operacional do centro desde 2015: tabela por ordem decrescente do custo total aprovado à data de 31 de dezembro de 2017, fornecida pelos serviços da CCDRC.


17-02-2018 | diário as beiras

Coimbra e o Centro têm futuro ‘2018 | 21

EMPRESAS

ropa prometem esarial da região Centro

opinião de promoção do empreendedorismo, como o Instituto Pedro Nunes (que incuba empresas como a Feedzai) e o Biocant Park, assim como centros de interface e tecnologia, universidades e institutos politécnicos, que muito têm contribuído para reforçar o papel da região como polo de desenvolvimento de novas tecnologias”. Biocant de Cantanhede passa para mãos privadas A este propósito, destaque para as alterações em 2018 de propriedade e gestão do Biocant, com sede em Cantanhede, que vai ser priva-

tizado, deixando de estar sob a alçada da respetiva Câmara Municipal. A gestão passa para uma empresa do grupo internacional Green Innovations (GI) através de um negócio que deverá ser assinado nos próximos dias, depois de ter sido anunciado para o passado mês de janeiro. O grupo internacional deverá investir, por agora, 3,3 milhões de euros, de um total final de 20 milhões, incluindo a aquisição de participações no capital de diversas empresas instaladas, funcionando como capital de risco para elas, para que possam desenvol-

Compete 2020 - Beneficiário CELULOSE BEIRA INDUSTRIAL (CELBI) NOVAQUI - EQUIPAMENTOS E MOBILIÁRIO DE CONFORTO

ver-se tecnologicamente e internacionalizarem-se ainda mais. O Biocant alberga 40% das empresas nacionais de biotecnologia e mais de 270 postos de trabalho qualificado em empresas sedeadas no núcleo do Biocant Park, para além de se estar a assistir ao alargamento do seu campus para o setor da biotecnologia industrial e para o setor farmacêutico. Produção de canábis para fins medicinais em 2018 Entretanto instalou-se também no Biocant a empresa norte americana

Resumo Projeto C17 Produtos inovadores de I&D interna (registo de patentes) e ampliação da industrial existente

GRACIOUSCIRCLE - ENERGY UNIPESSOAL

Charcoal - Mira

EFAPEL - EMPRESA FABRIL DE PRODUTOS ELÉCTRICOS

Diferenciação para a internacionalização

LWC METAL TRIA - SERVIÇOS, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS MAÇARICO II - CONSERVAS ALIMENTARES

Nova unidade industrial de produtos inovadores, sustentáveis e de elevado valor acrescentado Produção de bens e serviços comoo de perfis em aço inovadores. Alargar o leque de produtos como o tremoço cozido, condimentos e molhos.

KEMI - PINE ROSINS PORTUGAL

KEMI - Resinas inovadoras

UNITED BIOPOLYMERS

Bioplastic 2.0

VIDRARIA MORTÁGUA - VIDROS E ESPELHOS CIMPOR - INDÚSTRIA DE CIMENTOS

Vidro duplo de grandes dimensões para fachadas de grandes projetos Alteração da operação de combustíveis alternativos para coprocessamento de CDR-RSU

Concelho(s)

Tilray, para produção de canábis. Este negócio medicinal implica igualmente um investimento de 20 milhões de euros, incluindo investigação sobre a eficácia da canábis em várias doenças, como stress póstraumático (PTSD), doença pulmonar obstrutiva crónica, epilepsia pediátrica e náuseas provocadas pela quimioterapia. Os campos de cultivo, unidades fabris e laboratórios da Tilray em Cantanhede empregam cerca de 100 pessoas e o volume de produção deverá superar as 60 toneladas anuais, até final de 2018. | António Rosado

Total Incentivo Data Elegível Comunitário Aprovação

Figueira da Foz 40.040.000

4.004.000

27-10-2016

Tábua

14.251.569

6.413.206 09-05-2017

Mira

8.766.251

5.259.751 16-06-2016

Lousã

8.615.763

3.877.093 04-10-2016

Mortágua

7.961.667

5.573.167 07-08-2015

Mortágua

5.393.575

3.236.145

12-06-2017

Cantanhede

4.981.680

2.490.840

18-07-2017

Cantanhede

4.843.380

3.390.366

12-08-2016

Figueira da Foz

4.372.398

3.279.298 30-09-2015

Mortágua

4.369.816

3.277.362

Coimbra

3.650.666

2.007.866 30-09-2015

12-08-2016

LITOGRAFIA COIMBRA

Offset UV

Coimbra

3.088.000

1.852.800

12-08-2016

CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA

Modernizar sistemas de informação

Coimbra

2.964.271

2.519.630

18-01-2016

FAPRICELA - INDÚSTRIA DE TREFILARIA

Novo Processo de Fabrico de Arame de Molas

Cantanhede

2.585.409

1.163.434

05-042016

Coimbra

2.423.424

1.454.055 05-04-2017

Coimbra

1.543.062

1.311.603

18-01-2016

1.498.991

972.900

29-11-2016

1.197.896

826.915

30-082016

1.151.975

500.000

31-08-2015

1.121.372

683.579

20-10-2015

Cantanhede

1.115.188

500.000

31-08-2015

Cantanhede

1.111.205

500.000

20-12-2016

Lousã

1.095.564

493.004

31-08-2015

Oliveira do Bairro, Aveiro, Coimbra

1.018.561

587.576 22-02-2016

Figueira da Foz

1.016.705

457.517

TÍTULO ALARGADO UNIVERSIDADE DE COIMBRA INTERMOLDE-MOLDES VIDREIROS INTERNACIONAIS TECNIMEDE-SOCIEDADE TECNICO-MEDICINAL DOMINO-INDUSTRIAS CERAMICAS BA GLASS PORTUGAL PAUL STRICKER PAUL STRICKER J.CARRANCA REDONDO RECER-INDUSTRIA DE REVESTIMENTOS CERAMICOS MICROPLÁSTICOS

Produção de três tipologias: unidades modulares-saúde e boxes para cavalo PMA-UC .: PMA-UC - Projeto para a Modernização Administrativa da UC PROCOATING .: Processos avançados de revestimentos (Advanced processes for coating) Impuct 2 .Implantes Poliméricos para Libertação Prolongada de Fármacos 2 Reforço das competências para presença ativa da Dominó no mercado global. Effi-World Glass .:Novos conceitos e materiais para moldes para embalagens de vidro. Plano de Internacionalização Paul Stricker 2016-2018: Plano de qualificação e capacitação para posicionamento competitivo International Licor Beirão CERU4 .: Pavimentos cerâmicos de elevada resistência ao desgaste Qualificação 2016-2018: Plano de capacitação da Empresa no mercado global

Marinha Grande, Coimbra Torres VedrasCoimbra Condeixa-aNova Marinha Grande, Coimbra

09-01-2017

25 maiores projetos da área da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC) que obtiveram aprovação de financiamentos comunitários através do programa Compete 2020, desde 2015: tabela por ordem decrescente do total elegível, em pesquisa realizada pelo DIÁRIO AS BEIRAS a 31 de janeiro de 2018.

Ana Lehemann , secretária de Estado da Indústria

Indústria em crescimento

A

região Centro tem apresentado, ao longo dos últimos anos, um dinamismo empresarial que merece destaque, em múltiplas vertentes. Desde logo, na afirmação de empresas de excelência, que representam o que de melhor existe nos respetivos setores (tanto a nível nacional como internacional); no contributo para o crescimento económico através do aumento de valor acrescentado, da intensidade exportadora e do investimento; não esquecendo a capacidade inovadora e também a resiliência dos empresários e gestores, que têm vencido com distinção os desafios de um panorama competitivo global cada vez mais exigente. A região representa cerca de 20% do PIB nacional e as empresas aqui instaladas – muitas de referência, como a The Navigator Company, a PSA, a Iberomoldes, a Labesfal ou a Critical Software – são responsáveis por 25% do total do volume de negócios das empresas industriais. Não é por acaso que o IAPMEI atribuiu o prémio PME Excelência 2016 a 495 empresas localizadas na região, que corresponde a quase 30% das PME Excelência nacionais - um motivo de orgulho para a comunidade empresarial da região. Na região encontramos também destacadas incubadoras e instituições de promoção do empreendedorismo, como o Instituto Pedro Nunes (que incuba empresas como a Feedzai) e o Biocant Park, assim como centros de interface e tecnologia, universidades e institutos politécnicos, que muito têm contribuído para reforçar o papel da região como polo de desenvolvimento de novas tecnologias. Não podia deixar de referir o sucesso da realização dos programas de investimento e captação de fundos comunitários nesta região. A região Centro já definiu como prioridades, até 2020, reforçar a criação de valor e a transferência de conhecimento, promover um tecido económico industrializado e exportador e reter talento qualificado. Ações que estão alinhadas com as prioridades do Governo, expressas em programas como o Interface, para a transferência e co-criação de conhecimento, a Indústria 4.0 para a digitalização e modernização da economia, a estratégia Startup Portugal para a promoção do empreendedorismo ou o INCode 2030 para a formação. Os empresários do Centro têm conseguido estes resultados que orgulham o país em condições por vezes muito adversas. Impõe-se, neste contexto, uma palavra final para a tragédia que assolou a região este ano: os incêndios de junho e outubro. Cerca de 500 empresas foram afetadas e o Governo tem estado a trabalhar ativamente para apoiar a recuperação do tecido empresarial, com equipas do IAPMEI no terreno e o estabelecimento de linhas de financiamento. Com o nosso apoio e o dinamismo dos empresários e do ecossistema empreendedor acredito que a região Centro saberá ultrapassar este desafio e reforçar o crescimento e o peso relevante que já assume na indústria nacional.


22 | Coimbra e o Centro têm futuro ‘2018

diário as beiras | 17-02-2018

DESPORTO Maior evento multidesportivo al Cidade a mexer O quartelgeneral da prova é o estádio universitário de Coimbra, que recebe jogos de todas as modalidades, à exceção do remo e do ténis de mesa

Campeões A Universidade de Coimbra já conquistou sete medalhas de ouro em competições europeias universitárias

111 “O maior evento multidesportivo realizado em Portugal”. É desta forma que, orgulhosamente, os Jogos Europeus Universitários (JEU) de Coimbra gostam de ser falados. De 15 a 28 de julho são 13 as modalidades em prova (no masculino e feminino): andebol, badminton, basquetebol, canoagem, futebol, futsal, judo, ténis, ténis de mesa / ténis de mesa adaptado, remo, râguebi e voleibol. Ao todo, são esperados mais de 4.500 atletas, em representação de mais de três centenas de universidades, de 40 países. Só

ganização, denotou um “enorme interesse” na participação. As equipas podem, ainda assim, continuar a inscrever-se, uma vez que decorre, até 15 de fevereiro, a segunda fase de inscrições. No entanto, já são poucas as vagas. Coimbra é a quarta cidade a receber esta prova, depois de Córdoba (Espanha), em 2012; Roterdão (Holanda), em 2014; e Zagreb (Croácia), em 2016. A Comissão Organizadora dos European Universities Games 2018 é composta pela Universidade de Coimbra (UC) – que coordena o evento –, pela Federação

Uma organização que requer a colaboração de cerca de um milhar de voluntários.

treinadores e dirigentes devem estar perto de meio milhar, para além de três centenas de árbitros. A primeira fase de inscrições para as equipas terminou a 15 de janeiro e, segundo a or-

Académica de Desporto Universitário (FADU), pela Associação Académica de Coimbra (AAC) e pela Câmara Municipal de Coimbra (CMC), sob a égide da European Universities Sports Association (EUSA).

bem como os campos relvados e o complexo de ténis (indoor e outdoor). Mas há mais infraestruturas do concelho a receber jogos. Os pavilhões Mário Mexia, do União de Coimbra, dos Olivais, do Vigor (em

De Montemor aos Olivais Durante os 13 dias dos JEU, não só a cidade de Coimbra vai andar em alvoroço, já que os eventos se estendem até Montemor-o-Velho. É no Centro de Alto Rendimento daquele concelho que se desenrolam as competições de canoagem e remo. O grande “quartel-general” dos JEU será, naturalmente, o Estádio Universitário de Coimbra, com os pavilhões 1 e 3 sempre em grande atividade,

Expectativas altas Não será por acaso que Coimbra e a Associação Académica de Coimbra foram escolhidas para receber esta edição dos JEU. A cidade já se tinha candidatado para receber a edição de 2016, mas acabou por ser Zagreb a cidade escolhida. Chegou (finalmente) a vez da “cidade dos estu-

jaram sete medalhas de ouro em provas europeias de desporto universitário. As primeiras duas em 2010, em futsal feminino e râguebi de sevens feminino. Em 2011 a equipa de râguebi de sevens feminina repetiu o ouro. Seguiu-se, em 2013, Jorge Fernandes, no judo, no 2.º Campeonato Europeu Universitário (CEU) da modalidade, que se disputou em Coimbra. Em 2016 a equipa feminina de ténis subiu ao 1.º lugar do pódio e, no ano passado, novamente em Coimbra, no 4.º CEU, a equipa de kata-no-nage de judo e Catarina Costa, também

dantes”, que tem habituado a Europa a grandes resultados no desporto universitário. Recorde-se que, em 2011 e 2012, Coimbra foi eleita a melhor universidade pela FADU. Para Coimbra já via-

no Judo, conquistaram também o metal precioso. Para além destas, há mais nove medalhas de prata e outras tantas de bronze, em modalidades como judo, râguebi, futsal, natação, badminton e remo.

Fala), do São João (em Pé de Cão) e do CAIC (em Cernache), vão também receber competições. O futebol vai também, por exemplo, ter partidas agendadas para a Academia Briosa XXI.

Abrangente Para além do desporto, há várias iniciativas “à volta” dos Jogos

Centro Náutico de Montemor

16-18 Julho

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Coimbra e o Centro têm futuro ‘2018 | 23

lguma vez realizado em Portugal DESPORTO Não é só desporto As primeiras comitivas começam a chegar no dia 12, mas a cerimónia de abertura está marcada apenas para dia 15. Para além das competições desportivas propriamente ditas há um programa variado de conferências e workshops, subordinados a temas como Antidopagem, Inclusão, Carreira Dual, e ainda uma conferência de reitores. Nos dias 14 e 15 de julho, os reitores das várias universida-

des europeias vão refletir sobre o desporto universitário, nomeadamente preocupações como financiamento, organização e gestão da carreira desportiva. Antes mesmo do início dos jogos, estão previstas várias conferências. A primeira, a 11 de abril, denominada “AntiDoping”. Em maio há, dia 8, uma intitulada “Expert in the Field of Sports”, dia 22, sob o tema “Sports Disability”. Para junho está marcada, dia 27, a “Sports University Confe-

rence”. Já depois de terminados os JEU, está prevista para setembro uma conferência sobre a “Carreira Dual” e, ainda sem data, há várias outras atividades, como sessões de treino para voluntários e workshops sobre fair-play e desenvolvimento sustentável. Haverá ainda exposições com a mascote dos JEU, com selos alusivos ao desporto e ainda uma exposição arquitetónica “Em volta do Estádio”, sobre o Estádio Universitário de Coimbra.

Julho

Pav. Olivais

15-20

Estádio Universitário Coimbra 16-18

O vasto programa à volta dos JEU contempla ainda atividades como a iniciativa Experimenta, o Torneio InterResidências e a iniciativa “Desporto nas Residências” com o objetivo de criar hábitos de prática desportiva entre a comunidade académica. O programa educacional, pretende ainda envolver a cidade de Coimbra, nomeadamente com atividades nas escolas básicas e secundárias. | Bruno Gonçalves

16-18

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Academia Briosa XXI 22-28

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Pav. União de Coimbra 22-28 Julho

14-19 Julho

Pav. Mário Mexia 14-19 Julho

S.João (Pé de Cão) 22-28 Julho

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Vigor (Fala) Vigor (Fala)

CAIC (Cernache)

22-28 Julho

22-28 Julho

14-19 Julho

14-20 Julho

opinião

Mário Santos, Presidente da Comissão Organizadora EUSA

O legado dos Jogos

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ecorrerá de 15 a 28 de Julho deste ano, em Coimbra, a 4.ª Edição dos Jogos Europeus Universitários (EUG). O evento trará a Coimbra mais de 4000 estudantes de 40 países europeus, que competirão em 13 modalidades, representando mais de 400 Instituições de Ensino Superior. Considerando estes números, o desafio é enorme. No entanto, e sem menosprezar o repto, a maior e mais difícil tarefa será deixar um legado. Um legado material e imaterial. O legado material traduzir-se-á na intervenção em infraestruturas desportivas, centrado maioritariamente na reabilitação do Estádio Universitário de Coimbra (EUC), que irá contribuir para aumentar qualitativamente e quantitativamente a prática desportiva e dotar a FCDEF de ferramentas para um melhor ensino. Ficam para trás outros equipamentos que podiam, e deviam, estar ao serviço da cidade. O maior desafio será o legado imaterial. Os EUG serão uma oportunidade única para Coimbra reformar um modelo único de envolvimento da comunidade e da academia através do desporto. Numa solução que a todos deve envolver e comprometer, permitindo potenciar uma tradição única e a mais valia traduzida em pessoas qualificadas, conhecimento e infra estruturas. Coimbra poderá proporcionar a todos os estudantes que nos visitarão em Julho uma experiência única através do desporto. Vivendo numa verdadeira cidade universitária, dos estudantes, do conhecimento, com história e tradição. Os EUG, a par do programa desportivo, terão igualmente um programa educacional e cultural, convidando a uma visitação do desporto como um espaço de cultura e valores ao serviço do desenvolvimento humano. Dificilmente teremos outra oportunidade de criar um legado desta dimensão. A oportunidade está criada para mostrar Coimbra ao Mundo. Saibamos aproveitá-la e vivê-la com espírito de missão e superação.


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saúde

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Urgência do CHUC A requalificação da Urgência Polivalente de adultos do polo dos HUC custará cerca de 4,2 milhões de euros e jo financiamento comunitário já foi aprovado

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IPO de Coimbra No IPO será demolido o antigo edifício da área cirúrgica e, no seu lugar, surgirá um novo bloco, preparado para as necessidades atuais

Telemedicina Teleconsultas entre o Estabelecimento Prisional de Coimbra e o Centro Hospitalar de Coimbra vão iniciar-se em breve

Coimbra recebe Cimeira Mundial de Saúde e obras melhoram os serviços 111 No setor da saúde, a cidade de Coimbra está, comprovadamente, entre os melhores do mundo. Não admira, pois, que o consórcio constituído pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e Universidade de Coimbra (UC) representem Portugal na Aliança M8 – o G8 da Saúde – e na Cimeira Mundial de Saúde. Este papel fulcral atribuído a Coimbra, na área da saúde, permitiu que a cidade seja a anfitriã, já no próximo mês de abril, nos dias 19 e 20, da realização da Cimeira Mundial de Saúde Intercalar, cuja organização caberá ao CoimbraHealth – Centro Académico e Clínico de Coimbra –, um consórcio entre a UC e o CHUC. O consórcio é presidido por João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, e Fernando Regateiro, presidente do conselho de

administração do CHUC. Com o tema “Medicina de Fronteira”, a Cimeira Mundial de Saúde Intercalar trará a Coimbra cerca de 700 especialistas provenientes de todo o mundo – da Europa à Ásia, passando pela África, Médio Oriente, América do Norte, Central e do Sul –, que se vão reunir no Convento São Francisco. A Cimeira Mundial de Saúde é a conferência anual da Aliança M8, uma associação internacional que tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global e que é considerada o G8 da Saúde. Reúne investigadores, profissionais de saúde, decisores políticos, organizações não governamentais e organizações de saúde. Telemedicina a inovar

Quando o objetivo é perspetivar o futuro na saúde, é obrigatório falar da tele-

medicina, uma mais-valia permitida pelas novas tecnologias. Na Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), o desenvolvimento da telemedicina, área coordenada pelo médico Fernando Gomes da Costa, afirma-se como um exemplo para o país. Com o apoio do Centro Nacional de Telemedicina e TeleSaúde, do Ministério da Saúde, são vários os projetos com sucesso no terreno, como a Via Verde do AVC, e outros estão preparados para avançar este ano. Um dos projetos mais inovadores é o início das teleconsultas entre o Estabelecimento Prisional de Coimbra e o CHUC, previsto para muito breve. O projeto, que é de âmbito nacional e deverá também avançar na prisão de Caxias, vai possibilitar realizar teleconsultas em diversas especialidades,

como as doenças infecciosas, a psiquiatria e a urgência, as áreas em que são solicitadas mais consultas, podendo depois ser alargado a outras áreas. A teleconsulta para reclusos irá reduzir a necessidade de efetuar transportes de alta segurança entre a prisão e o hospital. A consulta de cardiologia por telemedicina, que é feita há cerca de um ano entre o Serviço de Cardiologia B do CHUC e os centros de saúde de Condeixa-a-Nova, Montemor-o-Velho, S. Martinho do Bispo e Soure, em articulação com a ARSC, vai este ano ser alargada a mais cinco ou seis centros de saúde. Também o Hospital Rovisco Pais - Centro de Medicina da Reabilitação da Região Centro (CMRRC), localizado na Tocha, Cantanhede, está a desenvolver a teleconsulta no âmbito da Via Verde da Reabilitação

do AVC. A teleconsulta coneçou a ser realizada com o Serviço de Neurologia do CHUC, dedicada a doentes que sofreram um AVC e necessitam de fazer reabilitação mais específica, e o projeto será alargado a outros hospitais. Entre o Serviço de Dermatologia do CHUC e vários centros de saúde está a ser desenvolvido também um projeto inovador utilizando a telemedicina. Tratamse de pedidos de consulta que são efetuados com o envio de fotografias, o que permite ao serviço hospitalar solicitar exames antes da consulta. Nova maternidade

Na área da saúde, apesar de algumas dificuldades, em Coimbra, são muitos os projetos para 2018. O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) mantém a aposta em áreas clínicas de ponta, como a


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SAÚDE

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1 Remodelação da urgência do CHUC vai custar 4,2 milhões de euros 2 Teleconsultas irão chegar à cadeia de Coimbra 3 Equipamentos de ponta no IPO 4 Novo edifício vai ser construído no IPO 5 CHUC lidera em várias áreas clínicas e é o hospital de última linha 6 Ligada à Idealmed, surge a Globall IGHS 7 Cimeira Mundial de Saúde Intercalar realiza-se em Coimbra

opinião

António Arnaut Ex-ministro, responsável pela criação do Serviço Nacional de Saúde

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O desígnio da Saúde

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esejo que Coimbra seja uma grande região de saúde. Uma grande região de saúde não se impõe pela sua extensão, mas pela sua qualidade, e Coimbra tem, de facto, um dos melhores hospitais da Europa. A escola de Coimbra tem uma grande tradição na saúde, que por vezes se foi perdendo, mas pode recuperá-la, o que implica algumas reformas, a que uma nova Lei de Bases da Saúde não é alheia, mas exige sobretudo uma vontade, um desígnio. Portugal precisa de ter um desígnio, a região Centro precisa de ter um desígnio. E esse desígnio, em Coimbra, pode ser justamente a saúde. Coimbra faz agora parte do G8 da Saúde, o grupo das grandes universidades e hospitais da saúde. Estas ligações internacionais, a posição de Portugal no Mundo lusófono, e especialmente o peso da Universidade de Coimbra no Mundo lusófono, aliadas à tradição coimbrã na prestação de uma saúde de qualidade, podem fazer com que as autoridades académicas, as autoridades médicas, as autoridades municipais e os cidadãos possam começar a interiorizar esta ideia e a trabalhar para a concretizar. Coimbra, que tem muitas potencialidades em vários setores, tem uma situação privilegiada na saúde, com séculos e séculos de história. Tem uma grande tradição no ensino e na prestação de cuidados de saúde - o segundo hospital público do país foi feito na cidade, na Praça Velha, por D. Manuel -, possui um conjunto de equipamentos de saúde dos melhores que há no País e na Europa. Portanto, é possível aproveitar todas as suas capacidades, que estão inaproveitadas, e criar esse desígnio, interiorizar esse desígnio, para fazer com que Coimbra possa ser a Capital da Saúde. Mas é preciso um pouco mais de vontade e essa vontade tem que ser desenvolvida pelas autoridades académicas, médicas e municipais.

transplantação, que reforçou e lidera a nível nacional em várias áreas, como nos transplantes cardíacos, renais, da córnea e hepáticos. A par dos investimentos em avanços tecnológicos e inovação dos serviços – como a renovação do parque de equipamentos de diagnóstico e terapêutica; dos espaços e equipamentos das enfermarias e do ambulatório; dos sistemas de informação; e o fomento da inovação diagnóstica e terapêutica; entre outros – este ano está previsto o arranque de obras de vulto, adianta Fernando Regateiro. Um dos grandes projetos é o início da construção da nova maternidade do CHUC, orçada em 16,8 milhões de euros, que irá concretizar a fusão entre as duas maternidades da cidade: a Dr. Daniel de Matos e a Bissaya Barreto. A localização da nova maternidade, prevista para o campus hospitalar do CHUC, gerou alertas sobre os já enormes constrangimentos que o trânsito e a falta de espaço para estacionamento provocam na zona dos HUC. O presidente da Câmara de Coimbra chegou a sugerir que a nova maternidade fosse construída no espaço do Hospital Geral (Covões), na margem esquerda da cidade. Justamente devido ao grande

fluxo de trânsito e automóveis na zona do CHUC, uma das grandes obras de que se falará este ano é a construção de um silo auto com 1200 lugares, junto aos HUC, que está em fase de elaboração de projeto e orçamentação. Remodelação da urgência

Outras grandes obras previstas, que se repercutirão na melhoria do atendimento dos utentes, é a requalificação e apetrechamento da Urgência Polivalente de adultos do polo dos HUC, intervenção que custará cerca de 4,2 milhões de euros e cujo financiamento comunitário já foi aprovado. Também importante é a construção de um edifício destinado a integrar a resposta de Cuidados Intensivos e da Unidade de Queimados. No distrito, o projeto para expansão da capacidade do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais, com um orçamento de previsto de 3,46 milhões de euros. Demolir e construir no IPO

O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra entrou em 2017 com instalações renovadas: a área da Oncologia Médica e Hospital de Dia, onde são realizados os tratamentos de quimioterapia, foram ampliadas e requalificadas. As

obras integram-se num conjunto de intervenções que rondam os 37 milhões de euros e englobam projetos de renovação dos equipamentos para tratamento de doentes com cancro e a remodelação de instalações. Este ano deverá iniciar-se a obra maior e mais complexa deste conjunto de investimentos: a construção de um novo edifício para as especialidades cirúrgicas, e respetivos internamentos, que envolve um investimento de 21,5 milhões de euros, cujo concurso de construção já foi lançado. Assim, no campus hospitalar do IPO será demolido o antigo edif ício da área cirúrgica e, no seu lugar, surgirá um novo bloco, preparado para as necessidades atuais. Para manter a atividade cirúrgica do IPO durante estas obras, o hospital vai construir um bloco operatório temporário e provisório no terraço de um dos edif ícios, onde as equipas de profissionais possam continuar a operar, durante as obras. Novo centro de saúde Fernão de Magalhães

Na área dos cuidados de saúde primários são também muitas as obras em curso e outras que irão arrancar em 2018, nos vários distritos da região Centro, beneficiando utentes e profissionais. As obras são promovidas pela ARSC com o apoio de

fundos comunitários. Entre outras obras, para Coimbra, anuncia-se para este ano o início da construção do Centro de Saúde Fernão de Magalhães, obra reclamada há muito tempo e orçada em 3,6 milhões de euros, bem como a requalificação do Centro de Saúde Cruz de Celas, que custará 1,8 milhões de euros. Idealmed em Muscat e no mundo

A Idealmed - Unidade Hospitalar de Coimbra está a participar na construção do primeiro hospital privado em Muscat (Oman). Desde o projeto arquitetónico, conceção do conteúdo clínico e recursos humanos, até ao modelo de gestão, o Idealmed Muscat Hospital será idealizado pelo grupo de saúde privado de Coimbra. Neste novo projeto no Médio Oriente, o Grupo Idealmed junta-se à Oman Brunei Investment Company, e ao Grupo Suhail Bahwan na joint venture Al Afia Healthcare Development and Investment Company. Ligada à Idealmed, e com estes mesmos parceiros, surgiu recentemente a Globall IGHS - Integrated Globall Healthcare Services, gerida por José Alexandre Cunha, que se propõe gerir ativos na ordem dos 860 milhões. | Dora Loureiro


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AMBIENTE

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Desassoreamento O Mondego vai ser devolvido à cidade, desassoreado, ainda este ano. A intervenção, iniciada em agosto, evita cheias e valoriza o rio

Alerta costeiro Travar a erosão da costa litoral está entre as prioridades deste ano. O Governo tem 60 milhões para investir nesta área

Seca A seca extrema vivida no país em 2017 levou a uma maior sensibilização para a necessidade de poupar água e há já novas medidas em curso

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1 ETAR do Choupal vai ser remodelada. Obra avança ainda este ano 2 Coimbra vai ter oito autocarros elétricos. Os veículos que reforçam a frota dos SMTUC visam promover a eficiência energética 3 900 mil euros é o valor previsto para a construção de nova captação de água do subsistema Alagoa/Feijoal, em Arganil 4 A erosão costeira é uma das prioridades para 2018 5 O desassoreamento do rio Mondego deverá ficar concluído em 2018 6 Em Coimbra, a limpeza urbana e a recolha e transporte de resíduos representam este ano um investimento superior a oito milhões

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Medidas que garantem a sustentabilidade am 1 1 1 Depois de um ano de duros ataques ambientais, quer pelos incêndios que afetaram a região, quer pela seca extrema, 2018 será um ano de reorganização. Estão já projetadas ou mesmo em implementação diversas ações transversais que visam a sustentabilidade ambiental, uma necessidade urgente e que se impõe cada vez mais no território da região.

agosto de 2017, a dragagem entre a Ponte Rainha Santa Isabel e o Açude Ponte visa “repor a geometria do fundo do leito do rio às cotas” programadas e, simultaneamente, “repulsar os sedimentos para encher os fundões”, entretanto formados no leito do Mondego, a jusante do Açude Ponte, nas imediações da Mata Nacional do Choupal.

Desassoreamento avança no Mondego O desassoreamento do rio Mondego, que está em curso, deverá ficar concluído em setembro de 2018. A data é avançada pela Mota-Engil, empresa responsável, que reduz para metade o prazo contratualmente previsto para a conclusão da obra, que era de dois anos. A empresa está a proceder à extração de cerca de 700 mil metros cúbicos de sedimentos do leito do Mondego, em Coimbra, numa extensão de cerca de 3,2 quilómetros, e a efetuar a sua deposição a jusante do Açude Ponte Consignada em 11 de

Autocarros elétricos A cidade de Coimbra terá a circular já este ano oito autocarros elétricos, que integram a frota dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC). O investimento no valor de 3.799.200,00 euros (mais IVA) inclui os veículos e o sistema de carregamento. Esta aquisição surgiu na sequência de uma candidatura da autarquia ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR ) para “Promoção da eficiência energética nos transportes

coletivos de passageiros incumbidos de missões de serviço público”. Os autocarros elétricos têm 12 metros de comprimento, chassis totalmente rebaixado e bateria de lítio/fosfato de ferro, com uma tensão de 512V e uma capacidade de 348kWh. A lotação total será superior a 80 passageiros. Limpeza urbana A autarquia de Coimbra vai gastar este ano mais de seis milhões de euros na recolha e transporte de resíduos urbanos indiferenciados e mais de dois milhões em serviços de limpeza urbana. A adjudicação foi feita à empresa Suma – Serviços Urbanos e Meio Ambiente SA. Também o movimento ambientalista “Não Lixes” pretende continuar a lutar para evitar a utilização dos carrinhos de compras nas festas dos estudantes e que muitas das vezes acabam por terminar no leito do rio Mondego. As ações têm surtido efeito e tem-se verificado, nos últimos

anos, menos carrinhos nas festas académicas. 14 mil novos contadores inteligentes A Águas de Coimbra (AC) iniciou em janeiro deste ano a instalação de 14.140 contadores de água com telemetria de longo alcance, aumentando, no final desta 2.ª fase, para 20.814 o número de clientes da empresa municipal com este tipo de tecnologia. Na primeira fase foi abrangida a Cumeada, que contempla as zonas residenciais da Baixa, da Alta, de Celas e de parte da Solum. Neste segundo momento, a instalação chega ao sistema de Pinhal de Marrocos, que inclui grande parte da Solum, Bairro Norton de Matos e Quinta da Portela. Segundo a AC, entre outras vantagens, o sistema permite uma faturação com base na leitura real e detetar e resolver mais rapidamente perdas de água na rede. ETAR do Choupal remodelada A empresa Águas do

Centro Litoral (AdCL) lançou, no final de dezembro do ano passado, o concurso para a empreitada de conceção/construção da remodelação da ETAR do Choupal. O valor base é de 12,5 milhões de euros e os candidatos têm até ao dia 16 de março para apresentar uma proposta. A empreitada será lançada até ao final deste ano. Os 12,5 milhões de euros são divididos pela parte de conceção/ construção, de exploração e de reaproveitamento elétrico (produção de biogás). A nova ETAR do Choupal será construída no local da atual instalação, aproveitando boa parte das infraestruturas atuais, e servirá a população da zona de Coimbra (freguesias de Botão, Souselas, Brasfemes, Torre de Vilela, Barcouço, Trouxemil, Antuzede, São Paulo de Frades, Eiras, Santa Cruz, Santo António dos Olivais, Ceira, Sé Nova, Castelo Viegas, Assafarge, Santa Clara, São Martinho do Bispo, Almedina e São Bartolomeu).


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AMBIENTE opinião

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Jorge Paiva Biólogo

Festividades e lixo sólido

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mbiental impõem-se na região Centro Captação de água em Arganil Foi lançado já este ano o concurso para a construção de nova captação de água do subsistema Alagoa/Feijoal, em Arganil pela empresa AdCL. A empreitada tem um valor de 900 mil euros e inclui a construção do edif ício de exploração. A obra visa a construção de uma nova captação, a reabilitação da captação existente e a construção do edifício de exploração. O concurso está aberto até 26 de fevereiro e a empreitada será iniciada ainda este ano. Para concluir o abastecimento de água ao concelho de Arganil, a AdCL irá lançar, também no decorrer de 2018, a “Empreitada de abastecimento de água de Arganil – SAA de Alqueve, Pomares e Vila Cova do Alva”. Estas intervenções integram um conjunto de cinco grandes obras que a AdCL tem previsto para o concelho. Investimento em saneamento Para 2018 os investimentos em águas, saneamento e resíduos sólidos urbanos são um dos vetores que maior relevo assume para os municípios da

região Centro. De entre os investimentos de maior expressão destaca-se o previsto para Condeixa. “Apesar dos custos de desenvolvimento de boas práticas ambientais, é dada prioridade a estas políticas, através do incremento de medidas de eficiência energética, do aumento da cobertura da rede de saneamento no concelho para 95% (através da execução das candidaturas já aprovadas, num investimento de 2,8 milhões de euros cofinanciados em cerca de 80% pelo POSEUR)”, refere o autarca Nuno Moita. Também a autarquia da Lousã tem em curso uma empreitada de instalação de infraestruturas para águas residuais, renovação da parcial da rede de abastecimento e instalação de reguladores de pressão de água no Tojal e nas Relvas, na freguesia de Serpins. Seca O Governo vai investir 3,5 milhões de euros para limpar, aumentar a capacidade de armazenamento e melhorar a qualidade da água de oito albufeiras. O objetivo é evitar que se repitam os efeitos da seca ocorridos no ano passado. No Centro a única

albufeira contemplada será a de Petrarouca, em Lamego, no distrito de Viseu. A Barragem de Fagilde, que abastece os concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo, no final de outubro de 2017, devido à seca, registou níveis de tal modo baixos que foi necessário por no terreno uma operação de reforço de abastecimento público de água. A “curtíssimo prazo” serão implementadas algumas medidas para evitar que o cenário de seca extrema se repita. São elas “a instalação das ensecadeiras, que vão permitir aumentar num milhão e meio a capacidade de reserva”, a adjudicação de “furos diagonais” para poder ter mais capacidade de abastecimento no furo alternativo feito junto à barragem, explica o autarca de Viseu, Almeida Henriques. Segundo o responsável está também a ser estudada a possibilidade de, juntamente com os municípios de Nelas e de Mangualde, haver uma captação junto ao Rio Dão, cuja água possa ser usada para a indústria. Proteger o litoral Este ano está previsto um investimento de 60 milhões

de euros em várias intervenções que visam proteger o litoral da erosão. Uma das ações em destaque no grupo das primeiras 140 até 2020 é a que fará o desassoreamento da ria de Aveiro, um projeto que está orçamentado em 23,5 milhões de euros, e cujos inertes - as areias retiradas do fundo da ria - serão utilizados na zona imediatamente a sul, para fazer a realimentação sedimentar, numa zona onde a erosão costeira é já uma realidade. O eixo mais suscetível é o que está entre Ovar e Marinha Grande. Estas ações são financiadas em 75% pelo POSEUR (Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos), sendo o restante suportado pelo Orçamento do Estado. Na Figueira da Foz não está prevista nenhuma intervenção de fundo, mas o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, já deu luz verde para serem “realizadas todas as diligências necessárias para estarem a postos, em caso de agravamento da situação, as quantidades suficientes de pedra e areia para travar a invasão da duna pelo mar”. | Cátia Vicente

á imensos exemplos da enorme quantidade de lixo sólido lançada para a via pública durante festividades como, por exemplo, festivais musicais de verão, feiras, procissões e maratonas públicas. É o que acontece em Coimbra duas vezes por ano, uma em Outubro (Latada) e outra em Maio (Queima das Fitas), que mais não são do que atentados ambientais pelo lixo sólido, às toneladas, lançado para a via pública e para o leito do rio Mondego. Nas latadas e queimas da fitas, acontecem também actos inqualificáveis, como, por exemplo, o furto de carros de compra nas grandes superfícies comerciais. Em 2016, por exemplo, após a latada, foram recolhidos mais de mil desses carrinhos. Quando não havia esta iniciativa de recolha, os carrinhos eram abandonados na via pública ou muitos eram lançados no leito do rio. Por exemplo, em 2013, o movimento “Não Lixes” retirou do leito do Mondego mais de duas centenas desses carros. Actualmente, apesar de acções de recolha, ainda vão parar ao leito do rio algumas dezenas. Nas latadas, além deste crime cívico e ambiental, há o lançamento de lixo sólido na via pública (mais de cinquenta mil latas de refrigerantes vazias, milhares de copos de plástico, além de garrafas vazias, muitas delas deliberadamente arremessadas ao solo com força de modo a partiremse). Neste caso, os Serviços Camarários, têm o cuidado de recolher todo esse lixo. Com o cortejo da Queima das Fitas, a quantidade de lixo sólido lançado dos carros alegóricos é muitíssimo maior. Basta referir que cada carro alegórico (± cem) transporta cerca de 4.000 latas e garrafas de refrigerantes, que depois de consumidas ou do líquido ser aspergido sobre o público, são lançadas para a via pública. Isto é, cerca de 400.000 latas vazias e garrafas, a maioria das quais, estilhaçadas de encontro ao solo. Façamos ardentes votos para que o problema não se resolva através de leis punitivas, como acontece, por exemplo, com a condução sob o efeito do álcool. É através de comportamentos como estes, tremendamente incivilizados, que os oceanos estão repletos de lixo sólido flutuante, que as correntes marinhas agregaram em cinco ilhas de plástico flutuante: duas no Pacífico (uma a Norte e outra a Sul), duas no Atlântico (Norte e Sul) e uma no Índico, tendo, neste momento, a do Pacífico Norte uma superfície equivalente a 38 (trinta e oito) vezes a área de Portugal Continental.


30 | Coimbra e o Centro têm futuro ‘2018

ensino Autonomia Aderiram ao projeto de autonomia e flexibilidade curricular 230 agrupamentos de escolas e escolas públicas e privadas, 37 dos quais da região Centro

Salas do futuro O projeto salas de aula do futuro já funciona em alguns locais do país e deve em breve arrancar também na zona Centro

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1 Na Sala de Aula do Futuro os alunos tornam-se investigadores 1 Aprender a partilhar e comunicar, recebendo feedback pelo trabalho desenvolvido. A aprendizagem passa também por saber usar de forma responsável os recursos online, percebendo questões ligadas a direitos de autor e propriedade intelectual. Nesta zona, é dedicada às apresentações, os alunos dispõem de ferramentas para criar, partilhar, receber feedback e publicar as suas produções ou resultados

ativos, desenvolvendo capacidades de pensamento. A investigação pode acontecer de várias formas: leitura, observação, realização de experiências científicas, organização de pesquisas, uso de robôs, entre outras. Na zona Investigar, os estudantes podem pesquisar, construir modelos, recolher dados, testar ideias e avaliar resultados

1 Neste espaço, o professor pode recorrer à tecnologia para melhorar a interação e participação dos alunos, mesmo que estes se encontrem em zonas de aprendizagem tradicionais. São sugeridas dinâmicas que passam por uma reconfiguração da forma como os estudantes estão sentados, mas também como são envolvidos nas atividades. Dispositivos e conteúdos de aprendizagem interativa permitem a contribuição de todos os estudantes e maior envolvimento nas tarefas propostas.

Autonomia e flexibilidade curricular e salas d 111 Os projetos de autonomia e flexibilidade curricular e Salas de Aula do Futuro são (apenas) alguns dos desafios da área da educação para o ano em curso, mas com consequência que se adivinha no futuro. A implementação do projeto de autonomia e flexibilidade curricular (PAFC) dos ensinos básico e secundário no ano escolar de 2017/2018 foi autorizada pelo Despacho n.º 5908/2017, de 5 de julho. Em regime de experiência pedagógica, a iniciativa foi considerada uma das prioridades do programa do 21.º Governo Constitucional para a área da educação. Segundo informação publicada no site da Direção-Geral da Educação, trata-se de um

projeto que “abrange os estabelecimentos de ensino da rede pública e privada, cujos órgãos de direção, administração e gestão manifestem interesse na implementação do mesmo”. Visa a promoção de “melhores aprendizagens indutoras do desenvolvimento de competências de nível mais elevado, assumindo a centralidade das escolas, dos seus alunos e professores, e permitindo a gestão do currículo de forma flexível e contextualizada, reconhecendo que o exercício efetivo de autonomia em educação só é plenamente garantido se o objeto dessa autonomia for o currículo”. Alinhar o sistema educativo português com as exigências do futuro e as experiências de

sucesso de outros sistemas educativos é então o objetivo do PAFC, ao qual aderiram já 230 agrupamentos de escolas e escolas públicas e privadas, 37 dos quais da região Centro, entre os quais estão cinco que pertencem ao distrito de Coimbra, nomeadamente: Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria, Colégio Bissaya Barreto, Colégio da Rainha Santa Isabel, Colégio de S. José e Colégio São Teotónio. A fase-piloto aplica-se apenas aos anos de início de ciclo (1.º, 5.º, 7.º e 10.º anos, portanto) e às escolas aderentes foi dada a autonomia de decidir quais os anos e turmas a inscrever, turmas essas que irão constituir uma amostra para a monitorização deste projeto. Para muitas das escolas

públicas e privadas esta iniciativa é uma continuidade de práticas que já estavam a ser aplicadas. Duas perguntas Como é o jovem que se pretende que a escola eduque? Como é a escola que pretende educar esse jovem? É a resposta a estas duas perguntas que se espera surja deste projeto. Já se sabe que conhecimento está permanentemente a ser atualizado, entendendo o ME que a aprendizagem de qualidade não deve assentar apenas na transmissão de conhecimentos. Isto tendo em conta que é cada vez mais dif ícil perceber como vão ser as profissões e o mercado de trabalho num futuro próximo.

Salas de Aula do Futuro Inspiradas no projeto Future Classroom Lab, desenvolvido pela European Schoolnet, as Salas de Aula do Futuro (SAF) estão aos poucos a ser implementadas por toda a Europa e Portugal não é exceção. Os “Ambientes Educativos Inovadores” – é este o nome oficial das SAF –, têm vindo a ser adotados por um número cada vez maior de escolas portuguesas, mas nenhuma delas a funcionar ainda na região Centro. No entanto, a previsão é que, durante o corrente ano – o mais tardar no próximo ciclo letivo -, o projeto possa arrancar em alguns dos estabelecimentos de ensino, numa iniciativa articulada entre a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra e os


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1 A Sala de Aula do Futuro

ENSINO

permite aos alunos planear, projetar e produzir o seu próprio trabalho. Requer interpretação, análise, trabalho em equipa e avaliação como fatores importantes do processo criativo. Nesta zona, os alunos estão ativamente envolvidos na produção e criação do seu próprio conteúdo

opinião

O Ensino na Universidade de Coimbra Madalena Alarcão Vice-reitora Universidade de Coimbra

1 Na Sala de Aula do Futuro importa também aprender a colaborar e a trabalhar com outras pessoas, seja de forma síncrona ou assíncrona. Neste espaço, os alunos trabalham em pares ou em equipa, enquanto investigam, criam ou apresentam

1 Zona de aprendizagem informal e autorreflexão. Aos estudantes é permitido trabalhar de forma independente, ditando o seu próprio ritmo e usando dispositivos pessoais (netbooks, tablets, etc) . Os alunos têm autonomia para pesquisar os seus próprios temas, construir portefólios de aprendizagem ou realizar, de forma independente, outras atividades de aprendizagem.

1 Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria 2 Colégio Bissaya Barreto 3 Colégio Rainha Santa Isabel 4 Colégio de São José 5 Colégio São Teotónio

de aula do futuro municípios. Nesta altura, o projeto encontra-se em fase de planeamento e avaliação, que permita decisão próxima dos locais e ambientes a instalar. A expetativa é que possa existir um destes inovadores e futuristas locais em, pelo menos, uma escola de cada agrupamento, sempre numa perspetiva de crescimento e desenvolvimento futuro. O que são as SAF? Nada mais do que espaços que pretendem constituir-se como laboratórios de aprendizagem. Locais de inovação de inovação, tanto para professores como alunos, propícios à utilização de novas metodologias, nomeadamente ProjectBased e Inquiry-Based Learning. |José Armando Torres

5

1

2

4

3

A reflexão e a meta-reflexão são fundamentais na produção de novo conhecimento mas também no exercício autónomo e inteligente de qualquer atividade profissional. O ensino superior foi sempre um espaço prínceps para o desenvolvimento deste tipo de competência. Com a reforma de Bolonha, a preocupação em colocar o aluno no centro do processo de ensino-aprendizagem chamou a atenção para a importância do trabalho autónomo do estudante e para o desenvolvimento de competências. A qualidade do trabalho autónomo depende muito do empenho do estudante mas também da qualidade do feedback dado pelo professor. Este feedback deve ser atempado e detalhado, identificando os pontos fortes e os aspetos a corrigir. A dimensão formativa e sumativa são, hoje em dia, requisitos da avaliação e a Universidade de Coimbra (UC) tem vindo a fazer um esforço consistente para colocá-los no centro do processo avaliativo. O foco no desenvolvimento de competências visa tornar claro aquilo que o futuro diplomado pode apresentar como CV académico. Qualquer empregador está interessado em saber o que é que o candidato sabe fazer, como pensa os problemas, como gere o stresse e se adapta à mudança e à inovação, como comunica, como trabalha em equipa, como lidera. Na UC o desenvolvimento das “soft skills” faz-se no âmbito do ensino formal mas, também, da formação extracurricular. No que diz respeito à oferta formativa, a UC tem optado por: 1 ) manter oferta de qualidade nas suas áreas tradicionais e 2 ) criar oferta em áreas emergentes, sempre que possível com a marca da interdisciplinaridade e, consequentemente, da associação com outras instituições de ensino. A internacionalização do ensino, não só pela mobilidade dos estudantes e docentes, mas também pela internacionalização dos conteúdos programáticos, é uma aposta forte da UC, convicta de que é essa a forma de formar diplomados para o mundo global. Num mundo global e em constante mudança, o digital assume um papel de relevo. Com a criação do Consórcio Universidade de Coimbra - Universidade Aberta, a aposta é feita na criação de oferta formativa a distância mas também na formação dos docentes para a integração, mesmo no ensino presencial, de conteúdos que podem ser disponibilizados online, como recursos para o trabalho autónomo e como oportunidades para a utilização de novas estratégias de ensino. A reflexão sobre estratégias de ensino-aprendizagem e sobre pedagogia no ensino superior faz parte das preocupações da UC pelo que é um assunto cada vez mais debatido pelos Conselhos Pedagógicos, pelos docentes e pelos estudantes. A própria Universidade criou um curso online para o docente presencial que estará brevemente disponível para ser usado pela sua comunidade docente. Mas o desafio, no processo de ensino-aprendizagem não está apenas do lado dos docentes. Se as estratégias de ensino se devem diversificar, também é verdade que os estudantes precisam de refletir sobre a forma como querem ser parceiros ativos num processo que é cada vez mais coconstruído pelas várias partes interessadas.


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1

CULTURA E ENTRETENIMENTO

2 1 Igreja do Convento 2 3 4 5 6

Conímbriga Meio milhão de euros vão ser investidos no sítio arqueológico, com o restauro de uma das muralhas e a melhoria do atendimento aos visitantes

São Francisco, Coimbra Festival das Artes, Coimbra Casa do Passal, Cabanas de Viriato Insomnia Electronic Music Festival, Oliveira do Hospital Universidade de Coimbra RFM Somnii Figueira da Foz

4

Casa do Passal Residência de Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, continua a ser intervencionada para ser casa-museu

X Festival das Artes No Ano Europeu do Património Cultural, o X Festival das Artes decorre entre 14 e 22 de julho, em Coimbra, com o tema “Amores & Desamores”

pela região ral actividade cultu em destaque

stival Penacova: Fe23 a 25 a, da Lamprei iro re ve fe de

Uma cidade com dois mil anos e uma re 111 A cidade que guarda parte fundamental da memória contemporânea da fotografia em Portugal – contada através da história e do espólio ímpares dos Encontros de Fotografia de Coimbra [1980 - 2000] –, parece agora preparar-se para acolher a Coleção de Fotografia do Novo Banco [antigo BES], o que deverá acontecer no espaço do Convento São Francisco. Depois de uma hipótese “frustrada” de trazer para Coimbra as 85 obras de Joan Miró [do ex-BPN], num projeto defendido pela CDU, esta nova oportunidade de fazer do Convento São Francisco o lugar de apresentação de uma grande e valiosa coleção de arte contemporânea parece amparada numa consistência especial, sobretudo depois de o primeiro-ministro ter

assegurado, na assinatura do protocolo do Estado com o Novo Banco, que o seu destino não passaria “nem por Lisboa nem pelo Porto”, e de o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, o ter afirmado, precisamente numa visita que fez ao CAV há duas semanas. A Coleção de Fotografia Contemporânea, a “joia da coroa” – como lhe chamou António Costa –, é constituída por cerca de um milhar de peças de 280 artistas, de 38 nacionalidades, como Jeff Wall, Cindy Sherman, Wolfgang Tillmans, Robert Frank, Christian Boltanski, John Baldessari, Thomas Struth, Candida Höfe, Willie Doherty, Irving Penn, Stan Douglas, Vik Muniz ou Nan Goldin. Há ainda fotógrafos portugueses, como Gérard Castello-Lol

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Coimbra: Festdaas da Cidade e lho Rainha Santa, ju

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a: Condeixa-a-Nov a nt Sa Festas de o Cristina, julh

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Figueira da Foi,z: RFM Somni o de 6 a 8 de julh

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AME Mealhada: FEST8 a 16 Mealhada, deo de junh

pes, Helena Almeida, Jorge Molder, Paulo Nozolino, Vasco Araújo, Daniel Blaufuks, Filipa César, Adriana Molder, João Tabarra e a dupla Pedro Paiva e João Maria Gusmão. Coimbra | 2000 anos Entretanto, a cidade prossegue a sua rotina, de que, a tempos, sobressaem propostas a que importa responder. Assim é com o projeto Coimbra | 2000 anos, iniciativa da Coimbra | Rede de Museus para decorrer ao longo de 2018. Aberta a 27 de janeiro com a proposta “O Criptopórtico de Aeminium: Um outro olhar”, no Museu Nacional de Machado de Castro, a proposta prossegue, sempre com entrada gratuita, com uma sessão agendada por cada mês. Assim, cabe ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

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vo: Miranda do Cora, nd ira -M Expo junho

acolher a sessão de 24 de fevereiro, às 10H00, com o tema “Conservar e restaurar o Património”. Seguem-se o Museu da Santa Casa da Misericórdia, a 31 de março; o Museu Municipal de Coimbra | Edifício Chiado, a 28 de abril, com as “deslumbrantes novidades”; o Museu da Água a 29 de setembro, com “O milagre da torneira em Coimbra: história do abastecimento de água à cidade do Mondego”; a Casa Museu Bissaya Barreto, a 27 de outubro, com “A Casa e a cidade”; o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, a 24 de novembro, com “Percursos do Iluminismo”; encerrando no Memorial Irmã Lúcia, a 15 de dezembro, com o tema “De Coimbra para o Mundo - a correspondência da Carmelita”. Da música ao cinema,

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Tábua: FACIT lh– o Festas Concelho, de Tábua, ju julho

passando pela banda desenhada, pelo teatro, pela dança e pelos livros, mas também pelo património imaterial e construído, Coimbra e toda a sua região vão multiplicar-se em eventos culturais durante todo o ano de 2018. Eventos na área das artes multiplicam-se na região Temos, assim, que logo após as festas de carnaval – mais ou menos tradicionais, atente-se aos de Cabanas de Viriato ou da Figueira da Foz –, e um pouco por toda a região, seguem-se encontros, eventos, feiras e festivais para satisfazer todos os gostos e reunir públicos da região e do país. Numa nota mais indicativa que exaustiva, ficam alguns “alertas” para outros tantos eventos a não perder no ano de 2018. Logo

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Mira: Festas deo S. Tomé, julh

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Oliveira do Hos, ExpOH julho

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Cantanhede: de po Ex facic, de 26osto julho a 5 de ag

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Góis: Conce Internacio Motos, a


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CULTURA E ENTRETENIMENTO opinião

António Tavares, escritor

6

5

Papel singular na autoestima de um povo

É

egião com um património ímpar

cultural aque

entração onal de agosto

a 1 de março – Dia da Universidade de Coimbra (UC) –, tem início a XX Semana Cultural da UC, desta feita a partir do mote “Oh as casas” [pedido de empréstimo a um poema de Ruy Belo, para se prolongar até 27 de abril. A Coimbra BD – III Mostra Nacional de Banda Desenhada realiza-se entre 8 e 11 de março, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, seguindose o Prémio Estação Imagem Coimbra 2018 – exposições, slideshows, documentários, workshops – entre 16 de abril e 31 de maio, no Convento São Francisco, Casa Municipal da Cultura, Museu Municipal de Coimbra - Edif ício Chiado e CAPC - Círculo Sereia. A Feira Cultural de Coimbra chega entre 1 e 10 de junho ao Parque Dr. Manuel Braga, seguindo-se a Feira Medieval de Coimbra, nos dias 15, 16 e 17 de junho, no Largo Sé Velha. Os Sons da Cidade voltam a

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ira Pamp. Serra:eFeGaso at Artesan to tronomia, agos

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as Mortágua: Festde ho el nc Co do to Mortágua, agos

celebrar Coimbra Património Mundial, no 5.º aniversário da classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia a Património Mundial da Unesco, a 22 e 23 de junho, chegando logo depois – de 29 junho a 8 de julho – as Festas da Cidade de Coimbra e da Rainha Santa Isabel. Em setembro, entre os dias 18 e 23, Coimbra volta a acolher os seus Encontros Mágicos - XXII Festival Internacional de Magia, para, na segunda quinzena de outubro, regressar o [XVI] Jazz ao Centro – Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra. RFM Somnii na Figueira A Expofacic, em Cantanhede, um dos mais importantes certames nacionais realiza-se este ano entre 26 de julho e 5 de agosto, palco para alguns dos grandes concertos nacionais e internacionais do verão. Já a Figueira da Foz volta a acolher o RFM Somnii de 6 a

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S. Soure: Feira deCIS, TA FA lho: Mateus – o Montemor-o,- 1Vea 9 de setembr no Feira do A o setembr

8 de julho, o mês em que o X Festival das Artes se realiza em Coimbra, de 14 a 22, sob o tema “Amores & Desamores”. De volta à Figueira da Foz, o Festival de Cinema, já na sua quinta edição, acontece entre os dias 27 de agosto e 2 de setembro. O Festival Forte estará de regresso entre 30 de agosto e 2 de setembro a Montemoro-Velho, que deverá ainda acolher o Festival Citemor. Em novembro, a Orquestra Clássica do Centro voltará a brindar Coimbra com os seus Encontros Internacionais da Guitarra, regressando ainda mais uma edição do festival Caminhos do Cinema Português. “Oh as casas” no centro da XX Semana Cultural da UC “Oh as casas” – a partir do verso e título de um poema de Ruy Belo – é o tema escolhido para a XX Semana Cultural da Universidade de Coimbra

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V. N. de Poiare, s: Poiartes setembro

l

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ira e Arganil: Ficabet’Alto, on M Feira do o setembr

(UC), a partir de 1 de março e até 27 de abril, representando os vários “momentos fortes” que irão marcar a universidade e a cidade ao longo deste ano. 2018 é o Ano Europeu do Património Cultural. A Universidade de Coimbra, Património Cultural por excelência reconhecido como sendo da Humanidade, assume na sua Semana Cultural essa “ligação primordial aos edif ícios que a receberam como casa”. Também em 2018 acontece em Coimbra o maior evento polidesportivo de sempre em Portugal: os Jogos Europeus Universitários. Este ano, Coimbra acolhe ainda a reunião intermédia do World Health Summit, dedicado a políticas globais de saúde, com particular atenção à prestação de cuidados de saúde em zonas de fronteira. 2018 é, portanto, um ano pródigo em momentos fortes e pretextos para iniciativas agregadoras. | Lídia Pereira ral actividade cultu em destaque

Lousã: Feira doha, Mel e da Castan novembro

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Penela: , io Penela Presép dezembro

sabido que a cultura desempenha um papel singular na autoestima de um povo, que promove a inclusão e a coesão social e que confere identidade aos territórios e às comunidades. Apresenta-se, pois, como um fator de desenvolvimento económico e de bem-estar, ao qual acresce uma já demonstrada criação de valor, própria das chamadas indústrias criativas. A profundidade e a eficácia com que o faz dependem, naturalmente, da estratégia e do modelo a seguir. A este propósito convém relembrar, no âmbito das políticas culturais, os principais modelos de intervenção. O primeiro assente no património material construído e preservado, o segundo no desenvolvimento das indústrias culturais e na valorização económica das prestações dos criadores e o terceiro baseado na relação dos criadores com os consumidores e na vivência do ato criativo a todos os que se libertam pelo seu exercício. Os dois primeiros foram alvo de programas específicos da administração central, tendo o segundo obtido maior impacto ao nível dos resultados, sobretudo porque vivemos num país pautado por uma forte centralização, com assinalável desgaste, isolamento e envelhecimento das comunidades que escapam à macrocefalia das áreas metropolitanas. Se é imperioso, na implementação das medidas, articular os três modelos, não restam dúvidas de que falta desenvolver o terceiro, hoje com maior cuidado porque vivemos até mais tarde e temos mais disponibilidade. É importante, neste sentido, dar importância crescente ao ensino informal, tornar acessíveis e multiplicar os espaços e as oportunidades de criação, cruzar o rural com o urbano, os saberes populares com os clássicos e eruditos, mesclar cultura e contracultura, criar escolas culturais, implementar a figura do dinamizador cultural, verdadeiro agente de desenvolvimento. Assim sendo, parece difícil dar resposta à plena libertação dos espíritos se o caminho seguido continuar a ser o de mercantilizar e centralizar a actividade cultural, perante a indiferença da maioria de todos nós.


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planeamento urbano

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1 As obras de requalificação da Baixa da Figueira da Foz iniciam-se este ano 2 Cantanhede vai consignar as obras de requalificação da rua D. Afonso Henriques, orçadas em 377 mil euros 3 Em Coimbra, o Parque Dr. Manuel Braga será alvo de obras no valor de 824,6 mil euros 4 Oliveira do Hospital candidatou vários projetos

Cantanhede A empreitada para a construção da primeira fase da rede ciclável urbana, tendo um preço base de cerca de 500 mil euros e um prazo de execução de 360 dias, deverá ser consignada em maio. A rede ciclável, a executar em duas fases, terá uma extensão de 12,2 quilómetros

Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano aumenta qualidade através da criação de espaços pedonais e mobilidade suave

Figueira da Foz O PEDU terá impacto particular na zona industrial degradada (estaleiros navais) do Cabedelo, situada margem sul da foz do Mondego, área com elevado potencial turístico e umas das principais estâncias de surf da Região Centro

111 O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) é um instrumento que suporta a contratualização com os municípios dos centros urbanos de nível superior, ao abrigo de fundos comunitários do programa Portugal 2020, cotando com uma comparticipação de Bruxelas de 85 por cento. Aquele quadro de financiamento europeu dá prioridade aos projetos de mobilidade urbana sustentável, regeneração urbana e regeneração urbana associada a comunidades desfavorecidas. Na Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra, foram abrangidos pelo PEDU as cidades de Coimbra, Figueira da Foz, Cantanhede e Oliveira do Hospital, totalizando cerca de 33 milhões de euros em projetos. Avaliando pelo histórico, sempre que há investimento público, os

privados investem nas zonas intervencionadas, cujo património edificado e atividades económicas ligadas ao comércio e serviços passam a ser mais valorizadas. Foi também a pensar nesta reação que o PEDU foi idealizado. Da Alta até ao rio com paragem na Baixa Coimbra soube aproveitar as verbas do atual quadro comunitário de apoio para mudar a face da cidade e dotá-la de melhor qualidade de vida, através de obras que têm como objetivo reduzir as emissões de carbono, através da criação de zonas pedonais e áreas de mobilidade suave e a diminuição do peso das viaturas nos espaços públicos. A requalificação do Parque Manuel Braga é um dos exemplos da aposta da autarquia para dotar a urbe de uma utilização mais saudável e amiga do

ambiente. A intervenção no referido parque está articulada com outras obras da Câmara de Coimbra. Por exemplo, a estabilização da margem direita do Mondego e o desassoreamento do rio. Por outro lado, a autarquia não se esqueceu da zona histórica da cidade, com a ampliação dos espaços de restauração e a requalificação das zonas envolventes do Parque Verde do Mondego, vizinho do Parque Manuel Braga, uma empreitada de 824,6 mil euros. A Encosta da Sofia (requalificação da Rua Pedro Rocha, Rua e Travessa do Montarroio e Ladeira do Carmo), por seu turno, arrancará este ano. De facto, o vasto conjunto de obras candidatado pela Câmara de Coimbra ao PEDU atravessa a cidade, com intervenções nas zonas mais emblemáticas e históricas. As empreita-

das do programa Rua Para Todos abrangem a Alta, a Baixa e beira-rio. Quando as obras realizadas ao abrigo daquele programa cofinanciado pela União Europeia estiverem concluídas, a cidade dos estudantes terá ainda mais encanto, na hora da chegada e, sobretudo, para quem lá vive. Urbanismo com vistas para o mar A Figueira da Foz candidatou várias obras de requalificação urbana ao PEDU, tendo como áreas definidas a zona da estação de comboios e a área junto ao Coliseu Figueirense (obras já realizadas), frente marítima de Buarcos, Cabedelo, uma ciclovia entre a plataforma intermodal de transportes e Vila Verde, as praças da Baixa e ruas adjacentes. Estas quatro últimas obras arrancam este ano, fazendo antever uma

revolução urbanística com mais passeios para peões e menos estrada para os automóveis. Na cidade da Praia da Claridade, o PEDU terá impacto particular na zona industrial degradada (estaleiros navais) do Cabedelo, a joia da coroa da antiga Rainha das Praias de Portugal, situada margem sul da foz do Mondego, área com elevado potencial turístico e umas das principais estâncias de surf da Região Centro. A desejada requalificação daquela área urbana, retirando densidade automóvel das zonas mais próximas dos sistemas dunares, tem por finalidade criar mais e melhores condições para as atividades económicas, estruturas e serviços relacionados com os desportos de onda e o turismo. As praças 8 de Maio e General Freire de Andrade, as ruas Combatentes da


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PLANEAMENTO URBANO

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opinião

João Vaz consultor de ambiente e sustentabilidade

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PEDU novas e velhas soluções

O

grande desafio das cidades de pequena e média dimensão é levar a população a vivenciar os espaços urbanizados. Vivenciar quer dizer “andar a pé e de bicicleta”, “entrar na loja do comércio local”, “promover a convivência saudável entre vizinhos, “dar mais espaço a crianças e idosos”, “aproximar as cidades dos espaços naturais e históricos”. As cidades foram ocupadas pelos “carros” nos últimos 40 anos. As acessibilidades construíram-se exclusivamente para os cidadãos motorizados. Tudo foi desenhado em função dos 6 metros de largura da rodovia. Esta conceção levou os cidadãos a considerar que o espaço público só existe se for acessível de carro. E por isso temos a mais elevada motorização da Europa, 6 carros para 10 portugueses. O PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano agora em início de execução pretende “alterar o padrão de mobilidade” e levar as pessoas a andar a pé, bicicleta (i.e. modos suaves nas deslocações quotidianas), abandonando o carro. Andar faz bem à saúde das pessoas e das cidades. O desafio colocado ao PEDU é enorme: redução do espaço dedicado ao automóvel. Contudo, os investimentos apresentados, e mesmo os indicadores de sucesso, não apontam para este objetivo, mas sim para mudanças cosméticas, servindo apenas “os amigos da bicicleta”. Oxalá, consiga o PEDU melhorar, pelo menos, a qualidade dos passeios, alargando-os à custa da redução da rodovia e renovando o piso, como acontece em Lisboa (menos calçada portuguesa), tornando-os mais seguros e confortáveis.

Grande Guerra, Bombeiros Voluntários e Santos Rocha, assim como as vias adjacentes, por seu lado, serão alvo de uma intervenção que visa tornar mais apetecível a Baixa da cidade, tanto para residentes como para agentes económicos e turistas. A autarquia espera que a Baixa da cidade passe a ser mais procurada para habitação. As obras arrancam este ano. No total, serão investidos mais de cinco milhões de euros. Rede ciclável liga pontos nevrálgicos Cantanhede candidatou-se ao PEDU para promover a mobilidade sustentável, a reabilitação urbana e a regeneração f ísica, económica e social das comunidades desfavorecidas. Para este ano, estão previstas várias obras. A empreitada para a construção da primeira fase da rede ciclável urbana, tendo um preço base de cerca de 500 mil euros e um prazo de execução de 360 dias, deverá ser consignada em maio. A rede ciclável, a executar em duas fases, terá uma extensão de 12,2 quilómetros e permitirá a ligação entre o centro da cidade, a Zona Industrial de Cantanhede, o Biocant Park e as escolas, criando condições para gerar vias de mobilidade cicláveis entre o núcleo urbano e a

envolvente.O processo da reabilitação das antigas instalações da antiga escola técnico-profissional de Cantanhede e Casa da Cultura encontra-se em fase de lançamento de concurso público, prevendo-se que a obra seja iniciada no segundo semestre de 2018. Para esta empreitada estão afetados 1,7 milhões de euros. Entretanto, a Câmara de Cantanhede preparase para consignar as obras de requalificação da rua D. Afonso Henriques, orçada em cerca de 377 mil euros. O início dos trabalhos está previsto para abril ou maio. Para aqueles meses está prevista a conclusão da requalificação da rua Marquês de Pombal, em curso, contando com uma verba que ronda os 500 mil euros. Novos ares urbanísticos na serra Na cidade de Oliveira do Hospital já foram executadas obras no âmbito do PEDU. Por ter sido alcançado o objetivo de realização de 15 por cento de pelo menos um dos projetos até final do ano de 2016, o município teve direito a uma majoração de 10 por cento da verba candidatada. Entretanto, foram adjudicadas a requalificação e refuncionalização do Colégio Brás Garcia de Mascarenhas e da Casa da Cultura

encontram-se em fase, um investimento de 1,4 milhões de euros. Por sua vez, a requalificação e beneficiação da rua Virgílio Ferreira e rua Alexandre Herculano foram alvo de recurso judicial, por parte de

um dos concorrentes. No entanto, a autarquia lançou novo concurso, que decorre neste momento. Nesta obra, serão investidos 801,5 mil euros. Por sua vez, a empreitada para a requalificação e beneficiação da área

norte da cidade - ligação da rua engenheiro António Campos ao Mercado Municipal, Central de Camionagem, Bombeiros Voluntários e avenida Carlos Campos, arranca este mês. | Jot’Alves

PI FINAL CENTRO URBANO

04.05

09.08

TOTAL GERAL

CANTANHEDE

480.250,00€ 3.604.000,00€ 561.000,00€

4.645.250,00€

COIMBRA

5.451.632,47€ 10.380.690,35€ 1.067.677,18€ 19.900.000,00€

FIGUEIRA DA FOZ

1.045.500,00€

O. DO HOSPITAL

229.500,00€

TOTAL CIM RCOIMBRA TOTAL GERAL

06.05

5.554.500,00€

ª 6.600.000,00€

4.360.505,00€ 309.995,00€ 4.900.000,00€

7.206.882,47€ 23.899.695,34€ 1.938.672,00€ 33.045.249,99€ 31.164.306,26€ 143.185.202,32€ 19.954.241,42 194.303.750,00€ 04.05 Promoção das estratégias de baixo teor de carbono para todos os tipos de territórios, nomeadamente as zonas urbanas, incluindo a promoçã da mobilidade urbana multimodal sustentável e medidas de adaptação relevantes para a atenuação

06.05 Adopção de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo zonas de reconversão, a reduzir a poluição do ar e a promover medidas de redução do ruído

09.08 Cocessão de apoio à regeneração física, econímica e social das comunidades desfavorecidas em zonas urbanas e rurais


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investigação científica

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1 Novo edifício da Bluepharma vai ser construído num terreno de 23 mil metros quadrados 2 Supercomputador da UC funciona desde 2015 com a configuração atual 3 Projeto FOCUS visa contribuir para a gestão da floresta 4 Marcos Mariz e Paula Ferreira, promotores do InEye

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Projeto Focus É liderado pela Universidade de Coimbra e conta com parceiros belgas e noruegueses. Objetivo é dotar o setor florestal de um serviço sustentável

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Bluepharma investe 15 milhões de euros na construção de uma nova unidade industrial em Coimbra

Astropreneurs É coordenado pelo IPN, que vai gerir um orçamento de dois milhões de euros para alavancar ideias de negócio direcionadas ao mercado espacial

Novos projetos de investigação confir bom desempenho da região Centro na 111 A produção científica em Portugal nas últimas décadas tem aumentado exponencialmente. Multiplicaram-se os centros de investigação e os apoios à ciência. Chegou também ao meio empresarial e ao setor privado, onde se dedicam cada vez mais recursos às atividades de Investigação & Desenvolvimento. Na região Centro, o cenário não é diferente: é, aliás, a segunda região portuguesa com melhor desempenho em termos de inovação, sendo apenas superada pela área metropolitana de Lisboa. Esta foi, em 2017, uma das conclusões da 8.ª edição do Regional Innovation Scoreboard, um painel de avaliação da inovação regional, elaborado pela Comissão Europeia. Seguem alguns exemplos de projetos que vão marcar a investigação na região durante este e os próximos anos. Bluepharma investe 15 milhões em nova unidade A empresa farmacêutica Bluepharma vai investir 15 milhões

de euros na construção de uma nova unidade industrial em Coimbra, junto às atuais instalações, projeto que vai criar uma centena de postos de trabalho. O novo edif ício vai ser construído num terreno de 23 mil metros quadrados e deverá estar concluído dentro de três anos. Segundo o CEO do grupo, Paulo Barradas Rebelo, a nova unidade destina-se a aumentar a produção de medicamentos, sobretudo comprimidos e cápsulas, libertando as atuais instalações para a ampliação do Centro de Investigação e Desenvolvimento e incubadora de novas tecnologias. Além de se dedicar à investigação, desenvolvimento e registo de medicamentos, o grupo farmacêutico produz medicamentos próprios e para terceiros e comercializa fármacos genéricos. LCA deve mudar para novo centro de dados em 2018 O Laboratório de Computação Avançada da Universidade de Coimbra (UC-LCA) fornece

serviços de computação de alto desempenho (HPC em inglês) em domínios científicos muito variados. Desde 2007 tem fornecido tempo de computação a investigadores portugueses cientistas e apoio a formação especializada em HPC a utilizadores, bem como na utilização eficiente do supercomputador, e apoio a projetos de formação avançada (mestrado e doutoramento). Desde 2010, o UC-LCA é o representante português na infraestrutura europeia de supercomputação PRACE (Partnership for Advanced computing in Europe), e tem participado nos projetos europeus da sua implementação desde 2008. De acordo com Pedro Alberto, coordenador do UC-LCA, espera –se que o supercomputador da universidade mude para um novo centro de dados no campus no início deste ano. O supercomputador funciona desde 2015 com a configuração atual. Dotar o setor florestal de um serviço sustentável Chama-se projeto FOCUS, é

liderado pela Universidade de Coimbra (pelo investigador Vasco Mantas), e conta com parceiros belgas e noruegueses. O objetivo é dotar o setor florestal de um serviço sustentável (novos produtos de dados) que permita aos utilizadores e gestores deste setor detetarem surtos de doenças nas manchas florestais. O desenvolvimento deste serviço de dados será implementado através de parâmetros biofísicos dos dados do Sentinel-2 (escala regional) e dos dados adquiridos com os sistemas de UAV (escala local). O projeto FOCUS contribuirá de forma muito positiva para a gestão da floresta na Europa contribuindo para os desafios sociais, ambientais e climáticos e para a inovação no setor florestal. O orçamento do consórcio é de 1.946.553,75€, sendo que o investimento da UC é de 463.125,00€. Tooling 4G é outro consórcio (de 31 entidades liderado pela empresa Aníbal H. Abrantes, Indústrias de Moldes e Plásticos S.A.) que conta com a participação da UC. O projeto visa a


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opinião

opinião

Joaquim Ramos de Carvalho Vice-reitor da Universidade de Coimbra

Clara Almeida Santos Vice-reitora da Universidade de Coimbra

Coimbra dos estudantes de todo o mundo

Uma Universidade Única

Coimbra sempre foi destino de muitos estudantes estrangeiros. O prestígio da Universidade e a sua extensa rede de parcerias, aliada à atração própria de uma cidade universitária, fez de Coimbra um destino preferencial de estudantes de mobilidade a nível europeu enquanto o seu prestígio no mundo lusófono sempre atraiu estudantes de países de língua portuguesa. A publicação do Estatuto do Estudante Internacional, em 2014, veio alterar de forma muito significativa a procura da UC por estudantes internacionais. Passou a ser possível aceitar estudantes estrangeiros diretamente do ensino secundário dos países de origem, que obtêm o seu primeiro grau superior entre nós e pagam o custo total da sua formação, permanecendo entre 3 a 5 anos em Coimbra. São estudantes oriundos, na sua maioria, de classes média-altas, com padrões de consumo elevados e que permanecem na cidade por vários anos. Desde 2014 já ingressaram perto de 1000 estudantes na UC ao abrigo do novo estatuto, e em cada ano o número de candidatos aumenta. Tipicamente um estudante internacional de grau deixa na cidade, entre propinas, habitação e consumo, um valor entre 15.000 a 20.000 euros por ano, perto do dobro de um estudante de mobilidade tradicional. Todos juntos, os cerca de 4000 estudantes não portugueses da Universidade devem gerar cerca 50 milhões de euros anuais de receitas na cidade. Para além do impacto económico, a cidade internacionaliza-se em sectores cada vez mais variados de serviços, reforçando os processos de qualificação que o turismo também está a induzir, mas de forma mais estrutural e com impacto na vida de todos os cidadãos. A atração de talento jovem é hoje objeto da mais sofisticada competição entre cidades e países. Coimbra está muito bem posicionada nessa área. Mas é imprescindível desenvolver uma articulação eficaz entre universidade, cidade, instituições de ensino e agentes económicos. Lisboa reconheceu já este potencial, com uma verba de 5 milhões de euros no orçamento municipal para internacionação das universidades da capital. Coimbra não se deveria deixar encantar pelo sucesso que tem tido com pouco esforço de articulação entre os agentes locais. O potencial é enorme, mas a competição também.

rmam a área da inovação capacitação das empresas do setor de moldes e plásticos, permitindo-lhes criar conhecimento interno que lhes possibilite concorrer a nível global e vencer os desafios do mercado. O paradigma do bigdata e da modulação inteligente veio trazer novos desafios e oportunidades à indústria da manufatura, em particular aos processos aditivos. A Universidade de Coimbra, através da coordenação de Teresa Vieira, estará envolvida em questões relativas ao desenvolvimento de ferramentas para o fabrico de produtos multimaterial utilizando processos inteligentes para promover a eficiência do fabrico – produtos just in time e com “0”defeitos. O orçamento do consórcio é de 7.701.512,46€. InEye inicia testes clínicos em humanos este ano O projeto InEye, que está a ser desenvolvido no departamento de Engenharia

Química da Universidade de Coimbra, consiste num dispositivo esférico, semelhante a uma pequena pérola, que é colocado no interior da pálpebra inferior do olho, substituindo a aplicação de gotas. O fármaco pode ser libertado durante sete a 300 dias, não havendo desperdício – ao contrário das gotas –, tendo como maior exemplo da sua aplicabilidade o glaucoma, doença que afeta 80 milhões de pacientes no mundo e que implica a autoadministração de gotas oftálmicas. Durante este ano, o projeto InEye, que os investigadores Marcos Mariz e Paula Ferreira tentam transformar numa ideia de negócio, irá entrar na fase de testes clínicos em humanos. Também na área da saúde, o projeto SleepApneia ID visa o desenvolvimento de um novo sistema de diagnóstico através de um teste sanguíneo que, não apenas

INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Escolher uma universidade para estudar em Portugal é, felizmente, uma tarefa complicada. Digo “felizmente” fundamentalmente por dois motivos: desde logo porque existem várias alternativas; em segundo lugar pela qualidade de ensino que grande parte do ensino superior português oferece hoje em dia. Escrevo estas linhas no dia em que foram divulgados os resultados do rating da QS Stars (iniciativa da QS Intelligence Unit, responsável pelo conhecido QS World University Ranking). A Universidade de Coimbra (UC) obteve cinco estrelas (a pontuação máxima) na avaliação global e nas principais dimensões analisadas: investigação, ensino, internacionalização, empregabilidade, instalações, inovação e inclusão. A UC passa, assim, a ser primeira universidade portuguesa a integrar o grupo restrito das universidades mundiais que detêm esta classificação, tendo superado com distinção a rigorosa auditoria externa a que foi sujeita. Atrevo-me a dizer que na UC há coisas que os rankings não podem medir. Por exemplo, a singularidade desta Universidade. Coimbra é a única cidade universitária do país. A UC é uma das cinco universidades no mundo classificadas como Património Mundial. Frequentar a Universidade é ter a possibilidade de fazer (e aprender) desporto, teatro, rádio, música, dança e de conhecer o mundo através das cerca de 90 nacionalidades que aqui aportam. Escolher Coimbra é ter a certeza de estudar numa Universidade Única.

possibilitará um diagnóstico específico e de elevada fiabilidade de apneia do sono numa fase precoce, como ainda providenciará informação importante relativa ao prognóstico e potencial de resposta ao tratamento. O projeto está a ser desenvolvido em parceria entre o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra e o Centro de Medicina do Sono do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), numa investigação liderada por Cláudia Cavadas, investigadora do CNC. Ideias de negócio para o mercado espacial De salientar, ainda, o projeto europeu de aceleração para 150 startups que encontrem no Espaço novas oportunidades de negócio, que será coordenado pelo Instituto Pedro Nunes. O Astropreneurs arrancou no dia 9 de janeiro com a primeira reunião dos vários parceiros

envolvidos. O Astropreneurs gere um orçamento de dois milhões de euros para alavancar novas ideias de negócio direcionadas ao mercado espacial ou que incorporem tecnologia espacial em aplicações terrestres. Financiado pela Comissão Europeia, através do Programa H2020, este projeto vai criar novos negócios, gerar emprego e estimular o crescimento económico em cooperação com a indústria, investidores e instituições nacionais e europeias. O Astropreneurs é coordenado por Portugal, através do IPN, e reúne diversos parceiros da Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Reino Unido e República Checa. O projeto é liderado pelo VCI - Departamento de Valorização do Conhecimento e Inovação, que coordena igualmente as atividades do IPN relacionadas com a economia do espaço. | Patrícia Cruz Almeida

opinião

Amílcar Falcão Vice-reitor da UC (Investigação)

Investigação 2018

T

udo indica que teremos um ano de 2018 pleno de novidades relativamente à investigação. O Ministro Manuel Heitor “disparou” em várias direcções e estão em curso várias iniciativas que permitem perspectivar um ano bastante agitado. Está já no terreno o processo de avaliação das Unidades de I&D, fundamental para que tenhamos uma base de sustentação para o normal funcionamento das instituições que produzem ciência. A criação dos Laboratórios Colaborativos decorre a bom ritmo, sendo certo que irão permitir a criação de redes institucionais que responderão de forma mais eficaz aos desafios societais. A implementação do roteiro das infraestuturas irá apetrechar as instituições de equipamento pesado indispensável à produção de conhecimento. Estão prestes a ser divulgados os resultados do último concurso para projetos lançado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). A tudo isto soma-se o enorme desígnio que é o emprego científico. A Universidade de Coimbra irá responder de forma eficiente a todos estes desafios. Tem sido assim e assim continuará a ser. Se há local onde o investimento tem de ser prioridade, pois esse local é a investigação. A investigação é o motor de todas as grandes universidades por esse mundo fora. A Universidade de Coimbra para ser global tem de perceber isto e tem de agir em conformidade. Tem-no feito e só pode reforçar essa aposta. A Universidade de Coimbra tem para 2018 uma carteira recheada de projetos aliciantes. Temos vindo de forma consistente a aumentar o financiamento europeu com a consequente diminuição da dependência dos fundos nacionais. Queremos contratar os melhores e queremos que os melhores desejem vir para Coimbra. Precisamos de continuar a discriminar positivamente os grandes eixos estratégicos para onde a nossa investigação deve convergir. Temos de continuar a olhar para o território e para o tecido empresarial, porque transferir conhecimento tem de ser uma prioridade e não uma atividade acessória.


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economia social

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O que é É na economia social que se pode encontrar a maior capacidade de responder a novos desafios sociais

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investimento Na área da intervenção social dos idosos e dos incapacitados e que precisam de cuidados específicos, estão previstas diversas intervenções

Objetivo Reduzir as desigualdades através do combate à pobreza e à exclusão social, privilegiando os grupos mais vulneráveis

Esforço para reforçar a igualdade e a coesão social com investimentos em várias áreas 111 Na sua pluralidade e diversidade, a economia social é um lugar de encontro onde se entrelaçam o económico com o social, o empreendedorismo com a cidadania, o coletivo com o individual, a tradição com a modernidade, o passado com o futuro. É na economia social que se pode encontrar a maior capacidade de responder a novos desafios sociais, inovando, avançando, juntando recursos e vontades, em particular em áreas em que o combate às desigualdades e à exclusão e pobreza exigem soluções solidárias e de mobilização das comunidades. A economia social é uma

força económica e social que abre caminho a um outro modo de produzir e consumir, respeitador das pessoas e do ambiente. Integra o conjunto de atividades com expressão social e económica, geridas por entidades sem fins lucrativos e que visam a satisfação de necessidades não satisfeitas pelos mecanismos de mercado. Ora, um dos “responsáveis” pela melhoria das condições da economia social é o Estado, através das opções e ações do Governo. Nas medidas para este ano, e numa perspetiva de futuro e que não se centra apenas em 2018, mas em medidas que têm

repercussão no futuro. O Governo pretende reduzir as desigualdades através do combate à pobreza e à exclusão social, privilegiando os grupos mais vulneráveis; reduzir as desigualdades através de medidas propiciadoras da elevação do rendimento disponível das famílias e de uma maior justiça e equidade fiscais e a redução das desigualdades através da promoção do acesso de todos os cidadãos a bens e serviços públicos de primeira necessidade, articulando as atuações na área da saúde, educação e demais serviços e reforçando esta vertente no combate ao empobrecimento e na garantia da dignidade

humana. A prevalência de alguns fatores geradores de fenómenos de pobreza e exclusão social em Portugal tem vindo a exigir uma intervenção multifacetada e estruturada ao longo do tempo, que abranja áreas tão diversas como a educação - alargando a sua abrangência e reforçando a sua importância na diminuição das desigualdades nos rendimentos primários e na quebra da transmissão intergeracional da pobreza - um mercado de trabalho mais justo e inclusivo, capaz de responder às situações mais dif íceis de integração, uma repartição de rendimentos mais equilibrada,

uma melhor distribuição da carga fiscal ou um sistema de proteção social abrangente, capaz de responder e ajustar-se às necessidades e mutações da realidade social. Inclusão de pessoas com deficiência A inclusão das pessoas com deficiência ou incapacidade constitui, igualmente, uma prioridade, considerando-se que estes cidadãos se encontram entre os grupos populacionais mais excluídos em qualquer sociedade. Este ano, e face a esse grande desafio que é a de articulação de diversas medidas apostando em medidas de proximidade,


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1 A região vai aumentar os lugares da Rede Nacional de Cuidados Continuados 2 A inclusão das pessoas com deficiência ou incapacidade constitui, hoje, uma prioridade 3 Vão surgir novos lugares nos Cuidados Continuados Integrados na área da Saúde Mental 4 CoimbraMaisFuturo desenvolve uma intervenção diversificada em várias áreas

ECONOMIA SOCIAL opinião

Silvia Ferreira Professora e investigadora da FEUC

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Novos espaços para a economia social e solidária

A

com foco no combate à pobreza das crianças e jovens, dirigidas em particular à primeira infância. A inclusão das pessoas com deficiência ou incapacidade constitui uma prioridade considerando-se que estes cidadãos se encontram entre os grupos populacionais mais excluídos em qualquer sociedade. Este ano será intensificado, pelo Governo, um conjunto de políticas que procuram promover, a curto prazo, uma efetiva igualdade de oportunidades e garantir o exercício pleno de direitos nas áreas da mobilidade, da aprendizagem ao longo da vida, do combate à violência e discriminação e o acesso à saúde. Aumento de camas na rede de cuidados continuados E no que à região Centro diz respeito, na área da intervenção social dos idosos e dos incapacitados que precisam que cuidados específicos, estão previstas diversas intervenções. A região contempla um total de 2.258 camas na Rede Nacional de Cuidados Continuados, estando previsto um aumento este ano com a celebração de oito acordos para o funcionamento de 56 novos lugares. Os acordos serão celebrados com a San-

ta Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande, de Pinhel, de Porto de Mós, da Batalha, de Castelo Branco, de Ílhavo, de Idanha-a-Nova e com a Acredita - Associação de Solidariedade de Travassos de Baixo. Já nos Cuidados Continuados Integrados na área da Saúde Mental vão ser criados oito lugares para internamento, oito lugares para serviço de apoio domiciliário e 30 lugares em Unidade Sócio Ocupacional. Entretanto, na Rede Nacional de Cuidados Paliativos foi autorizada, já este ano, a criação de uma unidade no Hospital de Leiria. Com o apoio de fundos comunitários há várias obras que arrancam este ano ou que já estão em curso, no que aos investimentos em hospitais e de cuidados de saúde primários diz respeito. Em relação a estes últimos, no distrito de Coimbra, há várias intervenções previstas ou a decorrer, nomeadamente: construção do novo Centro de Saúde Fernão de Magalhães, com um custo de 3,6 milhões de euros; requalificação do Centro de Saúde Cruz de Celas orçada em 1,8 milhões de euros, 473 mil euros para a unidade de Saúde de Granja do Ulmeiro e 190 mil euros para a extensão de Saúde de S. Martinho da Cortiça, estas duas últimas

estando já a decorrer a obra. No Centro Hospitalar de Leiria está em fase de concurso a obra da unidade de cuidados paliativos no Hospital de Alcobaça (477 mil euros) e a remodelação das instalações de hidroterapia e áreas complementares do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, encontra-se em fase de ajuste de projeto e tem um custo de 948 mil euros. Acesso à informação De forma a proporcionar melhor acesso à informação, aumentar a transparência e a comunicação, bem como a reforçar a qualidade dos serviços prestados, serão desenvolvidas (também)novas funcionalidades que permitam a consulta da carreira contributiva e o histórico de prestações auferidas, a previsão do valor da pensão a receber através de um simulador, e a submissão online de requerimentos, assim como a exploração do potencial dos dispositivos móveis enquanto canais emergentes de comunicação, garantindo-se a possibilidade de uma interação permanente entre contribuintes e beneficiários e a Segurança Social. Coimbra (tem) mais futuro Também na senda do desenvolvimento a Coimbra-

MaisFuturo (CMF) – Associação de Desenvolvimento Local de Coimbra, que tem como objetivo de promover o desenvolvimento local em meio rural e urbano e a melhoria da qualidade de vida das populações através de processos sustentáveis de dinamização sociocultural e económica do território, em parceria com diversos agentes, possui verbas que levem ao desenvolvimento do concelho e que se estendem até 2020. . A CoimbraMaisFuturo é um dos 54 Grupos de Ação Local (GAL) do Continente, reconhecida para a implementação de uma estratégia de DLBC rural, dispondo de uma dotação financeira de 3,1 milhões de euros para financiamento de iniciativas a concretizar no concelho de Coimbra (exceto na freguesia de Santo António dos Olivais e União de Freguesias de Coimbra), enquadradas em medidas do PDR 2020 e do Centro 2020. A CoimbraMaisFuturo desenvolve ainda uma intervenção diversificada nomeadamente nas áreas da promoção do conhecimento e da inovação, da gestão sustentável do capital e ativos do território, da dinamização socioeconómica e da cooperação, da capacitação institucional e do trabalho em rede. | Rute Melo

ssociações culturais, desportivas, científicas, de desenvolvimento local, ambientais, de moradores, estudantis, humanitárias, cooperativas, fundações, caixas de crédito agrícola mútuo, congregações religiosas, misericórdias, associações mutualistas, instituições de solidariedade social, associações empresariais e sindicatos, organizações cívicas e de defesa de direitos, etc. compõem a economia social, segundo a Conta Satélite da Economia Social – que contabiliza o seu contributo para as contas nacionais. Também as entidades dos subsetores comunitário e autogestionário a integram, segundo a Lei de Bases da Economia Social. Estas podem ser enquadradas na economia solidária, que inclui também bancos e feiras de trocas, comércio justo, moedas sociais, etc. Daí falar-se em economia social e solidária (ESS). Ao todo, em 2013, eram 61.268 entidades formais ( 3465 na Região de Coimbra), gerando 6% do emprego remunerado e contribuindo para 2, 8% do VAB na economia nacional. Depois das políticas nacionais de parceria, do aprofundar da retração das políticas sociais e da reação da sociedade às crises, os papéis da ESS de promoção do bem-estar, da coesão social e da democracia jogam-se nos níveis regional, municipal e local. Por todo o mundo emerge um “novo municipalismo” enquanto nova forma de ação pública envolvendo o poder Iocal, a ESS e os/as cidadãos/ãs no governo do bem comum e do interesse geral, sendo Nápoles, com um departamento municipal para a gestão coletiva dos comuns, e Barcelona, com um plano de desenvolvimento da ESS, dois bons exemplos. O futuro dos territórios e das cidades em Portugal passa por incluir na discussão sobre a descentralização os papéis da ESS. Para tal há muito a aprender e a mudar no modo como poder politico, organizações da ESS e cidadãos se percebem mutuamente e aos respetivos papéis.


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floresta Escala

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As novas orientações políticas têm em conta a dimensão supra municipal, com especial relevo na área da política florestal

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Espécies As ações de arborização e rearborização com recursos a espécies florestais deixam eucalipto de fora

Entre a reforma da floresta e a tragédia dos fogos a prioridade nacional é a necessidade Mercado Linhas de crédito de rapidamente agir onde não ardeu garantidas para a comercialização (3 milhões de euros) e parqueamento (5 milhões) de madeira queimada de resinosas

111 A 2017 foi um ano de contrastes extremos na relação do país com a Floresta. Por um lado, foi o ano do desmoronar de todas as precariedades – físicas e humanas –, com as tragédias de junho e outubro. Por outro lado, foi o primeiro ano após a aprovação da profunda reforma legislativa, aprovada pelo Governo. É essa panóplia de medidas para a fileira da Floresta – há muito,uma aposta estratégica da economia nacional – que a seguir se discrimina. Entidades de Gestão Florestal Promover e facilitar a gestão conjunta dos espaços florestais, preferencialmente no minifúndio, segundo os princípios da gestão florestal sustentável,

é o principal objetivo das Entidades de Gestão Florestal e das Unidades de Gestão Florestal, que terão acesso a um regime específico de benefícios fiscais. Zonas de Intervenção Florestal A legislação veio simplificar o processo de constituição das ZIF. Na prática, a superfície mínima, o número de proprietários e o número de prédios para a sua constituição passam a ser menores. Abre ainda a possibilidade de as autarquias serem parceiras prioritárias dos núcleos fundadores e de se constituírem como entidade gestora, em parceria com uma organização associativa de proprietários e produtores florestais ou outra pessoa coletiva. As ZIF passam a

ter incentivos fiscais, através da redução das taxas sobre os lucros provenientes da atividade florestal e de um conjunto de benefícios fiscais em sede de IRC, IRS, IMT, Imposto de Selo e Mais-Valias. Plantação de eucaliptos Desde 1 de janeiro, está impedida a plantação de eucaliptos em áreas antes ocupadas por outras espécies. Está previsto, ao nível do PDR, a abertura de concurso para apoiar a instalação de espécies folhosas de crescimento lento. Programas Regionais de Ordenamento São instrumentos de gestão territorial, que estabelecem normas específicas de utilização e exploração florestal dos seus espaços. O

objetivo é garantir a produção sustentada do conjunto de bens e serviços a eles associados. Avaliam as potencialidades dos espaços florestais, do ponto de vista dos seus usos dominantes, e definem as espécies a privilegiar nas ações de expansão e reconversão. Numa lógica de simplificação e de maior racionalidade, o número de PROF passou de 21 para 7. A discussão pública já teve início para os PROF de Lisboa e Vale do Tejo e do Alentejo. A discussão dos PROF de Entre Douro e Minho e de Trás-os-Montes começa em fevereiro, sendo seguida pela dos PROF do Algarve, do Centro Interior e Centro Litoral. Gabinetes Técnicos Intermunicipais Potenciam o funciona-

mento integrado dos GTF municipais, uma transposição homogénea dos PROF para os Planos Diretores Municipais e a identificação à escala intermunicipal de unidades de planeamento e gestão. O concurso para a criação destes gabinetes, no âmbito do Fundo Florestal Permanente, está aberto até 8 de fevereiro. Sapadores Florestais O Governo abriu um concurso para a contratação de 100 novas equipas de sapadores florestais num total de 500 efetivos. O prazo para candidaturas termina a 14 de fevereiro. Parte destas equipas destinam-se a criar brigadas de sapadores florestais com ação na rede primária de defesa da floresta contra incêndios, nas ações de consolidação


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1 Parques de madeira queimada vão ser estimulados nas zonas mais afetadas pelos fogos 2 Mapa das áreas prioritárias para intervenção florestal em 187 municípios identificados como de maior perigosidade 3 Está aberto concurso para contratação de 100 novas equipas de sapadores florestais num total de 500 efetivos 4 Desde 1 de janeiro que é proibida a plantação de eucaliptos em áreas antes ocupadas por outras espécies

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FLORESTA opinião

Miguel Freitas Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Regional

Tempo de olhar em frente

E

e pós fogo, bem como nas ações de estabilização de emergência. As restantes equipas terão como objetivo o aumento da área de intervenção com ações de redução de combustível e a resiliência do território aos incêndios florestais, bem como o reforço da vigilância armada antes e pós incêndio e a primeira intervenção em incêndios nascentes. Rede primária Está aberto, no âmbito do PDR, um concurso no valor de 17 milhões de euros destinado a executar ações que tornem a floresta mais resiliente a incêndios em territórios de perigosidade muito alta. Outros 15 milhões destinam-se a executar este ano 500 quilómetros de rede primária e manter 20 mil hectares da rede que está já executada. Fogo controlado Foram disponibilizados 1,2 milhões de euros para aplicação desta técnica numa área estimada de cerca de 10.000 hectares. O concurso está a decorrer até 5 de fevereiro. Ao longo de 2018 será aberto um novo concurso destinado a uma área de execução de 15.000 hectares. Cadastro Simplifica e agiliza a identificação dos donos dos prédios rústicos e mistos e a localização georreferenciada desses prédios. Este projeto iniciou-se em 10 concelhos-piloto, entre os quais, Figueiró dos Vinhos, Góis, Castanheira de Pera, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela, Proença-a-Nova e Sertã, a criação do Balcão Único do Prédio (BUPi) como plataforma eletrónica que reúne toda a informação relevante sobre o prédio, disponível na Administração pública. | Paulo Marques

m 2018, a prioridade, no que respeita à floresta, é a necessidade de rapidamente agir onde não ardeu. E a primeira medida passa por termos, já este ano, um equilíbrio na afetação de verbas para a prevenção e para o combate. No ano passado tivemos cerca de 20 milhões de euros e este ano temos 57 milhões, o que é motivo de satisfação. Vamos também ter um programa para a Rede Primária de Defesa da Floresta Contra Incêndios, o que vai permitir executar cerca de 500 novos quilómetros de grandes aceiros e também garantir a manutenção de 20 mil hectares com meios integrados, isto é, através de meios mecânicos, através de fogo controlado e através das cabras sapadores. É claro que há ainda muito para fazer. Basta ver que temos cerca de 120 mil hectares planeado para a rede primária e apenas 40 mil executados. Portanto, este ano de 2018 é fundamental, para a ação, nos 187 municípios identificados como de maior perigosidade. Outra novidade é a constituição das Brigadas de Sapadores Florestais. Trata-se de uma inovação, em Portugal, e resulta do trabalho conjunto com as CIM – comunidades intermunicipais. No que respeita à limpeza da floresta, vamos cumprir a parte do Estado e vamos também trabalhar com os baldios no sentido de ter um programa similar de limpeza das florestas. Com os novos parques de madeira ardida, já estamos a intervir no mercado do pinho. E acreditamos que, nos próximos três anos, esta medida vai permitir estabilizar o mercado. Para além disso, estamos a construir o Observatório dos Preços e vamos ainda procurar novas soluções para garantir o reequilíbrio de forças entre a indústria e a produção.


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