ECONOMIA&EMPRESAS MAIO

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“Real ” fábrica Vista Alegre deixa família Pinto Basto 185 anos depois da fundação

A região Centro está a sair da letargia económica em que se encontrava

JUSTINO PINTO, director regional de Economia

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Economia & E M P R E S A S

30 de Maio de 2009

Franchising contra a crise até segunda-feira na FIL EXPOFRANCHISE 2009 ENSINA COMO MONTAR, NESTA FASE DE INSTABILIDADE, UM NEGÓCIO PRÓPRIO COMO ALTERNATIVA AO DESEMPREGO | Págs. 8 e 9

Casa inteligente em Viseu NO EMPREENDIMENTO DA PLANIVIS NO ATRIUM D. JOÃO A AUTOMATIZAÇÃO SIMPLIFICA AS ROTINAS DIÁRIAS DOS RESIDENTES | Pág. 10

VINHO

Aliança reúne modernidade e tradicção em Sangalhos Pág. 13

OLIVEIRA DO BAIRRO

Spidora ganha cada vez mais mercado no desporto amador Pág. 14

COIMBRA

Dielmar avança em Espanha FÁBRICA DE ALCAINS GARANTIU DIREITOS DA MARCA DO ESTILISTA CATALÃO ANTÓNIO MIRO Pág. 12

Wit Software com tecnologia para iPhone certificada pela Apple

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Economia&Empresas

Editorial

ABERTURA

EMPRESAS COM HISTÓRIA A fábrica nasceu em 1824, em Ílhavo, por alvará régio de D. João VI e iniciativa do negociante José Ferreira Pinto Basto, aproveitando as condições geográficas locais para criar a mais antiga empresa portuguesa de porcelana fina.

SOARES REBELO

Portugal e a crise As leituras sobre o estado da nação portuguesa são as mais variadas e, até, em muitos casos, absolutamente antagónicas. Atravessamos, de resto, um período de campanha eleitoral, em que o Governo procura, obviamente, minimizar a crise e a oposição, é claro, dramatizála. Têm sido tomadas, reconheça-se, algumas medidas indispensáveis, nalguns casos, inclusivamente, corajosas, mas os efeitos da maior parte delas ainda não são, de modo nenhum, entusiasmantes. Há mesmo quem duvide da eficácia de algumas deliberações, tamanha a dose de improviso que as terá ditado. E, lá está – quem se encontra fora do poder e pretende recuperá-lo não hesita em aproveitar a conjuntura para fragilizar ainda mais o Executivo. Muitos governos, face ao crescendo dos protestos, continuam a actuar como bombeiros – vão lançando água onde as labaredas da descrença, por mais intensas, possam queimá-los. Sente-se, todavia, não haver, onde quer que seja, estratégia convicta, modelo económico alternativo ao que conduziu ao descalabro. O momento não é, em suma, propenso a optimismos peregrinos. O “inimigo” não desarma: a taxa de desemprego, que atingiu os 8,9 por cento no primeiro trimestre, é, por cá, com quase meio milhão de activos sem trabalho, a mais elevada dos últimos 23 anos. Confrontamo-nos ainda com significativa quebra da actividade produtiva e alarmante escassez de financiamento. Só há, portanto, uma saída: PS e PSD entenderem-se na viabilização de um projecto, digamos, de “salvação nacional”. Para criar emprego são necessárias taxas elevadas de crescimento – e tal objectivo será impensável em ambiente de crispação política e erosão sistemática da confiança dos investidores.

“Real” Vista Alegre s pinhais existentes em volta forneciam o combustível para os fornos, o amplo espaço permitia acolher as oficinas, o barro disponível nas imediações servia de matéria-prima, o canal da ria de Aveiro, às portas da fábrica, permitia uma ligação ao porto de mar. Mão-de-obra era também algo que não faltava na região, já que a faina do bacalhau, então actividade central em Ílhavo, não chegava para mobilizar toda a população da vila. Cinco anos de operação foram suficientes para, dado o sucesso industrial registado, a unidade da Vista Alegre, fundada pelo negociante portuense José Ferreira Pinto Basto, receber o título de Real Fábrica. A empresa começou por produzir apenas vidro, mas empenhou-se depois em iniciar a produção de porcelana, tendo-lhe as boas relações com a congénere francesa de Sèvres permitido apurar as receitas da composição da pasta e do vidro. Seria, contudo, a descoberta em Aveiro, em 1832, de um jazigo de caulino – uma argila até então escassa em

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Portugal, mas essencial para a produção de porcelana – que determinou o sucesso do negócio. A fábrica intensificou então o trabalho e aperfeiçoou o fabrico da porcelana, contando com 125 operários neste ofício, acabando o fabrico de vidro por ser abandonado em 1880. Desde então, a Real Fábrica de Porcelana da Vista Alegre atravessou períodos áureos e momentos mais conturbados, sendo já na década de 1970 que se modernizou e reforçou os meios produtivos. A década de 1990 marcou o início da internacionalização da empresa, dado o esgotamento do reduzido mercado português, centrando-se a expansão nos mercados de maior proximidade geográfica ou afinidade cultural com Portugal. A Espanha, com cerca de 45 por cento, tornou-se o maior importador da empresa, que, apesar de possuir uma das mais automatizadas fábricas de porcelana do mundo, continua a apostar na porcelana feita à mão. Os seus serviços são usados oficialmente pelo Presi-

dente da República Portuguesa, mas também na Casa Branca e nas casais reais de Inglaterra, Espanha e Holanda. Em 1997, teve lugar a fusão da Vista Alegre com o grupo cerâmico Cerexport, a que se seguiu, em 2001, uma nova fusão, desta vez com o Grupo Atlantis, que deu origem ao maior grupo nacional e ao sexto maior do mundo de “tableware”: a Vista

Visabeira “salva” marca com 185 anos sucesso da Oferta Pública de Aquisição da Cerutil sobre a Vista Alegre Atlantis (VAA), “holding” que controla as fábricas de porcelanas da Vista Alegre e da Cerexport, a Cristais Atlantis e a Faianças da Capoa, significou uma hipótese de viabilização da histórica fábrica de porcelanas de Ílhavo, que emprega actualmente 750 trabalhadores. “Impunha-se uma solução e a Visabeira pode ajudar a empresa a manter-se como uma das principais marcas de Portugal”, reconheceu o presidente da VAA, Bernardo Vasconcellos e Sousa, último representante da família que há 185 anos liderava os destinos da Vista Alegre. O presidente executivo da Visabeira, Paulo Vare-

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la, já anunciou que o grupo de Viseu, que já tem 25 por cento da sua actividade no exterior, vai reposicionar a Vista Alegre no

Alegre Atlantis. Ainda assim, e apesar da reestruturação financeira entretanto efectuada – com o encerramento de fábricas e de toda a cadeia de lojas Casa Alegre, o abandono de operações no exterior e o despedimento de perto de 1.500 pessoas – os prejuízos continuaram a acumular-se a cada ano, atingindo um agravamento de 31 por cento em 2008, para um acumulado de

mercado e aproveitar as sinergias existentes para internacionalizar mais a marca. No âmbito da OPA, que decorreu entre os dias 13 e 24 de Abril, os três bancos que controlavam a VAA alienaram 40 por cento do capital da empresa à Cerutil (o BPI vendeu os 19,99 que detinha, enquanto o BCP e a CGD alienaram 10 por cento cada um).

18,4 milhões de euros. A esperança, todavia, está de volta: a Visabeira, que já detinha 40,15 por cento do capital da empresa, acaba de ficar, no decurso de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) bem sucedida, lançada pela sua subsidiária Cerutil, com 63,37 por cento, que permitiu não só a manutenção da marca Vista Alegre, mas encarar o futuro com renovado optimismo.

A Visabeira, que recentemente adquiriu, igualmente através Cerutil, a maioria do capital Fábrica de Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, das Caldas da Rainha, deu assim mais um passo no reforço da presença do grupo de Viseu no negócio da cerâmica, de que é agora, no sector, o maior produtor nacional.


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CONJUNTURA

Empresários cépticos consumidores mais confiantes O indicador de confiança dos consumidores recuperou em Abril, interrompendo a queda registada desde 2006, referem dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Após ter registado em Março o valor mais baixo da série iniciada em Junho de 1986, a melhoria em Abril dever-se-á, segundo o INE, ao contributo positivo de todas as componentes, à excepção das expectativas sobre a evolução da poupança. As expectativas sobre a evolução da situação financeira das famílias recuperaram também nos últimos dois meses, embora tenham diminuído as expectativas relativas ao emprego e baixado a perspectiva de evolução da poupança. Quanto ao indicador de clima económico, apesar de apresentar um ritmo de diminuição menos intenso do que o observado desde Maio de 2008, a ligeira quebra registada em Abril determinou um novo mínimo na série iniciada em 1989, refere o inquérito de conjuntura às empresas e aos consumidores do INE. A contribuir para a quebra esteve a descida do indicador de confiança da indústria transformadora, determinada pelos contributos negativos das opiniões relativas aos stocks de produtos acabados e das previsões acerca da procura. PIB E DÉFICE - A economia portuguesa recuou 1,5 por

cento no primeiro trimestre do ano em relação aos últimos três meses de 2008, com o Produto Interno Bruto (PIB) a cair 3,7 por cento em termos homólogos. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), “a forte contracção em termos homólogos do PIB no primeiro trimestre esteve fundamentalmente associada à redução acentuada das exportações de bens e serviços, do investimento e, em menor grau, das despesas de consumo final das famílias”. O Governo prevê, por seu turno, um défice orçamental de 5,9 por cento do PIB em 2009 e um aumento da dívida do nosso país de 70,2 por cento para 74,6 por cento. Ainda de acordo com as novas previsões do Executivo, a taxa de desemprego deverá subir para 8,8 por cento (face aos 8,5 por cento da última previsão) e a inflação deverá chegar aos 0,1 por cento, inferior em 1,1 pontos percentuais à última estimativa do Executivo. As exportações deverão registar, por seu turno, uma quebra de 11,8 por cento e o investimento (público e privado) deverá cair 14,1 por cento. INDÚSTRIA – A produção industrial caiu 7,6 por cento em Março em relação ao mesmo mês do ano anterior, uma quebra menos acentuada que a registada em Fevereiro. “Em Março, a produção industrial registou uma taxa de variação de menos 7,6 por cento, variação que, embora negativa, foi superior à observada no mês anterior, que se situou em menos 15,2 por cento (dados corrigidos dos efeitos de calendário e da sazonalidade)”, refere o INE. O sector da energia registou o único contributo positivo para a evolução da taxa de variação homóloga, acrescenta o instituto de estatística. CONSTRUÇÃO – A produção na construção caiu 4,4 por cento em Março face a igual período do ano anterior, revelou o Instituto Nacional de Estatística. “Esta evolução reflectiu variações distintas da actividade na construção de edifícios, que diminui nove por cento e a engenharia civil, que aumentou 0,6 por cento”, explica o INE. A taxa de variação média nos últimos 12 meses (dados corrigidos dos efeitos de calendário e da sazonalidade) fixou-se, em Março, em menos 2,2 por cento (-2,3 por cento em Fevereiro), sublinha o INE.

Entrega electrónica do IRC prorrogada até amanhã O Ministério das Finanças prorrogou até amanhã, domingo, 31 de Maio, o prazo de entrega das declarações de IRC, que terminava sexta-feira. “A decisão do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais destina-se a permitir que a entrega, através da declaração da Internet, seja feita até ao último dia do mês”, segundo um comunicado do Ministério das Finanças.

Confidências ❂ QUASE dois terços dos portugueses defendem que o país estaria melhor protegido contra a crise económica e financeira se a antiga moeda nacional, o escudo, ainda existisse. ❂ A ACTUAL conjuntura de crise favorece o crescimento da economia informal, com pessoas e empresas a procurarem formas alternativas de sobrevivência. O aumento do desemprego leva a que se procurem alternativas de rendimento, que passam à margem da economia formal.

❂ AS ACÇÕES para impugnar despedimentos ilícitos ou de dirigentes sindicais, grávidas, puérperas ou lactantes vão ser consideradas urgentes, quando entrar em vigor o novo Código de Processo do Trabalho. ❂ A COMISSÃO Europeia quer limitar os bónus e os denominados “pára-quedas dourados”, os prémios excessivos pagos a título de indemnização aos administradores quando estes abandonam as empresas.

❂ A CRISE económica é responsável por quadros depressivos – de “uma extraordinária desesperança e de uma descrença em que se consigam resolver os problemas”- que se notam já na população portuguesa, constituindo um “importante risco” de comportamentos auto-destrutivos, de que o suicídio é a forma mais grave. ❂ O GRUPO bancário ucraniano AS PrivatBank está a praticar na sua filial de Lisboa taxas de juro entre quatro a 6,5 por cento.

Os montantes mínimos de depósito são de 500 euros e o grande objectivo é garantir “uma ponte financeira entre a comunidade europeia e a Europa de Leste”. ❂ OS PRESIDENTES executivos das empresas com a moral afectada pela crise consideram o seu trabalho cada vez menos gratificante e uma grande maioria não acredita numa recuperação completa da economia mundial antes de 2011.

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ENTREVISTA

JUSTINO PINTO, director regional de Economia do Centro Responsável pela instituição, a viver um processo de transformações na sua missão, entende que o momento económico na região ainda é de “preocupação, mas com sinais de vitalidade, orientados para a inovação e competitividade”. Sinais esses que vêm da “inovação e competitividade”, reconhece Justino Pinto.

“Região Centro já dá sinais de vitalidade económica” ■ António Alves DIÁRIO AS BEIRAS – Que funções estão destinadas à direcção regional que preside? JUSTINO PINTO – Nós somos um órgão desconcentrado do Poder Central, tendo por Missão a representação e a actuação do Ministério de Economia e Inovação a nível regional. Como atribuições, destacamos a representação do MEI junto dos órgãos do poder local, bem como assegurar a articulação com os órgãos desconcentrados do poder central de incidência regional, garantido ainda a aplicação da legislação nos sectores da Indústria, comércio e serviços, energia, recursos geológicos e qualidade.

pologia, dimensão e natureza. Associado a esta descentralização, houve a preocupação de agilizar o processo de decisão, criando-se mecanismos de licenciamento mais expeditos. Estas mudanças não permitem, então, ver se a crise tem influência nas vossas áreas de acção? Ainda é prematuro tirar conclusões. Temos indícios de abrandamento em algumas áreas e de maiores solicitações noutras. Desse incremento podemos ti-

gião? Um dos principais indicadores dessa mudança é o trabalho desenvolvido pelas incubadoras de empresas, com resultados de grande sucesso. Estou convencido que esta dinâmica irá dar resultados muito positivos. Outro dos sinais é o conjunto elevado de projectos empresariais no âmbito do QREN e que, em média, representam volumes de investimento superiores aos de outras regiões, evidenciando uma dimensão crítica, susceptível de melhor enfrentar a crise e o pós – crise. Acresce referir o projecto de cooperação em curso entre a Região de Castilla y Leon e a Re-

Isso quer dizer que a parte mais política – desenvolvimento regional – deixou de estar sob a alçada desta direcção? Toda a política de desenvolvimento regional está, neste momento, no Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, cuja representação na região cabe à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro. Como tal, as verbas relativas ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) estão a ser geridas por esta entidade e uma comissão criada para o efeito e da qual não fazemos parte. A crise trouxe algum abrandamento ao nível dos pedidos de licenciamento? Não sentimos grande abrandamento de iniciativas de licenciamento ou pedidos de prestação de serviços. Porque é que refere até determinada altura? Porque foi o período em que passámos a atravessar duas situações concretas. De um lado, a modernização de todos os serviços com o objectivo de ir ao encontro das necessidades dos promotores, conduzindo à desmaterialização e à webização dos processos – já em curso nas áreas da indústria e comércio, suportadas por alterações legislativas. É um pouco o simplex levado à máxima do licenciamento... Correcto. E a segunda vertente é... ... a redistribuição ou partilha com as autarquias, em função da sua ti-

gião Centro (INTERREG) é uma vertente estratégica que começa a dar sinais de iniciativas conjuntas e recíprocas e que a dinamização do Porto de Aveiro, a criação da Plataformas Logísticas, como a da Guarda, o iParque de Coimbra, entre outros, aliados à melhoria dos nós rodoviários e ferroviários entre o litoral e a fronteira com Espanha, pode constituir uma linha transversal de desenvolvimento, extremamente importante para a região , esbatendo o desequilíbrio entre o litoral e interior.

A região Centro contribui com cerca de 20 por cento, sensivelmente, para o PIB. A aparente letargia que, de certo modo, a caracterizava, parece querer dar lugar a uma dinâmica digna de realce.

DB - Luís Carregã

rar a ilação de que a crise começa a dar sinais de abrandar? Não associo, necessariamente, o abrandamento da entrada de processos à crise. Como também não posso associar o aumento à recuperação da economia. Quanto à região, a sensação que eu tenho é de ainda de preocupação, mas com sinais de vitalidade, orientados para a inovação e competitividade. A região contribui em quanto para o PIB nacional? Cerca de 20 por cento, sensivelmente. A aparente letargia que, de certo modo, caracterizava a Região Centro parece querer dar lugar a uma dinâmica digna de realce. DB – Isso quer dizer que as perspectivas de futuro são boas na re-

“Sobre transferência para Aveiro não me pronuncio por questões éticas” Em que ponto está o processo de mudança da sede para Aveiro? Nessa questão, tenho mantido deliberadamente o silêncio por razões éticas, de solidariedade institucional e, naturalmente, de respeito pela hierarquia. Trata-se de uma decisão aprovada em Conselho de Ministros, à qual não me compete nem discuti-la, nem muito menos pô-la em causa. Estou preocupado, sim, em reunir as condições para dignamente dar cumprimento a esta medida.


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BLOCO DE NOTAS CAMPANHA PROMOVE PRODUTOS NACIONAIS “Portugal, a minha primeira escolha” é o lema da nova campanha da Associação Empresarial de Portugal (AEP) destinada a promover o consumo de produtos nacionais. O projecto, orçado em 1,5 milhões de euros, dá continuidade à campanha “Compro o que é nosso”, que envolveu 350 empresas, com uma facturação global de 8,5 mil milhões de euros. CRÉDITO PARA INICIATIVAS EM MOÇAMBIQUE Portugal vai criar um fundo para permitir o acesso ao crédito bonificado às iniciativas empresariais em Moçambique ligadas à cooperação portuguesa. Trata-se, segundo o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, de “um fundo do IPAD – Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, que tem como base nove milhões de dólares (6,8 milhões de euros) e vai permitir alavancar 80 milhões a 90 milhões de dólares (60,4 milhões a 68 milhões de euros) em investimento” naquele país africano, particularmente na zona da Ilha de Moçambique. 25 MILHÕES DE EUROS PARA O “PORTA 65” Vinte e cinco milhões de euros estão disponíveis, este ano, para o programa de apoio ao arrendamento jovem “Porta 65”, cujo primeiro período de candidaturas arrancou em finais de Abril. Para 2009, o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) tem disponíveis mais três milhões de euros do que a verba utilizada em 2008, que serviu para apoiar mais de 34 mil jovens, mais de 11.500 dos quais ao abrigo do “Porta 65”.

VIDA EMPRESARIAL

CONCESSIONÁRIO EM LEIRIA, POMBAL E MARINHA GRANDE

Lubrigaz vence “Troféu Excelência 2009” Vender automóveis na actual conjuntura económica e financeira não é fácil. Todavia, se as viaturas forem Audi, Volkswagen e Skoda, a tarefa fica mais facilitada. Junte-se uma capacidade de gestão acima da média e obtém-se um troféu de excelência, como aquele que recebeu a Lubrigaz. ■ António Rosado Salão Preto e Prata do Casino Estoril foi o palco escolhido para o importador nacional de automóveis SIVA distinguir Nuno Roldão, administrador da Lubrigaz e Lubriflores, as duas empresas concessionárias no distrito de Leiria, respectivamente, da Volkswagen/Skoda e Audi. No âmbito dos Troféus Excelência, Nuno Roldão foi galardoado como o Melhor Parceiro Volkswagen, Melhor Parceiro Audi e Melhor Parceiro Skoda, recebendo ainda o troféu criado especialmente para o Melhor Parceiro SIVA, estatueta que está em exposição nas instalações da empresa, pelo menos, durante o ano de 2009, até que seja encontrado um sucessor. O gestor não tem dúvidas em afirmar que “houve outros concessionários que venderam mais, mas nós fomos escolhidos porque vendemos bem”, explicando que “os nossos clientes ficaram satisfeitos”. Ou seja, foi reconhecida a boa

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performance nas áreas comercial e de após-venda, bem como a qualidade da gestão em aspectos como “a inovação, o investimento em novas tecnologias e a gestão e motivação dos recursos humanos”. Estes foram os aspectos avaliados pela SIVA que teve também em conta a dedicação e cooperação. O gestor premiado acrescenta “a reorganização interna e o sistema de controlo de qualidade implementado”. Na realidade, foram seleccionados para os Troféus de Excelência SIVA 111 colaboradores do universo de cerca de 2.600 pessoas que integram a organização comercial do importador. Em cada categoria, foram atribuídos diplomas aos cinco nomeados e um troféu ao vencedor. Nuno Roldão explicou ao DIÁRIO AS BEIRAS que “este galardão é o reconhecimento do esforço realizado por nós”, acrescentando que, “tal como costumo dizer, surfámos bem a onda”. Na sua perspectiva, a onda foi criada pelos bons produtos que os concessionários têm à sua

Nuno Roldão (ao centro) com João Pereira Coutinho e José Costa disposição, com automóveis que são um “um valor seguro e bem adaptados à fiscalidade nacional”. Sem querer distinguir os diversos modelos das três marcas de automóveis que representa, sempre vai dizendo que o Fabia e o Octavia (Skoda) são veículos que vendem muito bem, a que se acrescenta o topo de gama Superb, “que

puxa para cima o standard da marca, pela qualidade de construção e espaço interior, embora não seja um carro para vender milhares”. Ainda no que diz respeito a “modelos de nicho”, revela a sua satisfação pela carreira que os Volkswagen Tiguan, Scirocco e Passat CC têm vindo a fazer, assim como o Audi Q5.

Distinção na Turquia A Lubrigaz, concessionário Skoda da zona de Leiria, foi premiada pela Skoda Auto na XI edição do Melhor Concessionário Skoda, realizada em Istambul (Turquia), no passado dia 15 de Maio.

Dentalcare “ajuda” empresas a sorrir A PERFORMANCE dos negócios das empresas reflecte-se através da confiança e auto-estima dos seus colaboradores. Sob o slogan “Para Empresas Sorridentes”, o Grupo Dentalcare lançou no início deste ano um cartão exclusivo para empresas que, através de protocolos próprios, permite que todos os seus trabalhadores e familiares possam ter acesso a tratamentos de medicina dentária com preços acessíveis e descontos que podem ir até 50%, assim como financiamento em caso de necessidade. Para além das vantagens económicas, o Cartão Detalcare permite ainda aos seus utentes uma flexibilidade de horários

de consultas em qualquer clínica Dentalcare, compatíveis com as suas actividades profissionais. Os protocolos para as empresas são gratuitos, tendo já aderido algumas das principais empresas da região, como a Bluepharma, a totalidade de empresas do Grupo Lena, a Marcopolo e o Wall Street Institute (neste caso o cartão também é extensivo aos seus alunos), elevando-se para mais de 9.000 unidades de cartões já emitidos. Estão neste momento em estudo para assinatura de protocolos de adesão ao Cartão Dentalcare cerca de 30 empresas, que representam a emissão de mais de 18.000 unidades. O êxito desta estratégia, aliado a outras iniciativas

e ao sucesso das suas clínicas de nova geração, justifica o investimento de mais de seis milhões de euros que o Grupo Dentalcare já realizou, estando ainda

previsto mais um outro de dois milhões até final de 2.010, destinado a uma reorganização do grupo com a criação de uma SGPS. Esta reorgani-

zação é de carácter estrutural e orgânico e pretende responder ao rápido crescimento do grupo. Actualmente, as clínicas de nova geração Dentalcare empregam

50 médicos dentistas, nas mais variadas especialidades e cerca de 60 pessoas em trabalhos auxiliares, administrativos e formação. O Grupo Dentalcare tem clínicas em Coimbra Solum, Coimbra Celas, Figueira da Foz, Ílhavo e Leiria. Ainda este ano, abrirão mais duas clínicas, uma em Aveiro e outra em Cantanhede.


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EMPREG0

Meio milhão sem trabalho A taxa de desemprego atingiu os 8,9 por cento no primeiro trimestre de 2009, o que representa um agravamento face aos 7,6 por cento do período homólogo de 2008.

taxa de desemprego no primeiro trimestre do ano em curso é a mais alta dos últimos 23 anos, de acordo com as informações do Instituto Nacional de Estatística (INE). Para se encontrarem taxas de desemprego superio09/1333

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res a 8,9 por cento, como a que se registou de Janeiro a Março e que representou um agravamento de 1,3 por cento face aos 7,6 por cento do período homólogo de 2008, é preciso recuar ao primeiro trimestre de 1986, quando o valor foi de 9,2

pontos percentuais. Já no último trimestre de 1984 e de 1985, Portugal tinha uma taxa de 8,9 por cento, um valor igual ao que acaba de ser revelado pelo INE. Por outro lado, de acordo com os dados disponibiliza-

dos pelo Instituto, entre 1983 e 2008, a taxa de desemprego mais baixa encontra-se em 1991, altura em que se situava nos 3,6 por cento. Os 8,9 por cento do primeiro trimestre ficam acima das previsões do Governo para o conjunto do ano, recentemente revista em 8,8 por cento, e é pior do que esperavam os analistas do sector, que em média apontavam para que a taxa de desemprego chegasse, no máximo, aos 8,5 por cento até Março. A população empregada no final de Março – que totalizava as 5.099,1 mil pessoas – registou um decréscimo trimestral de 1,5 por cento, enquanto a população desempregada – estimada em 495,8 mil indivíduos – observou um aumento de 13,3 por cento em relação ao trimestre anterior. Estes valores significam que nos três primeiros meses do ano havia menos 77,2 mil pessoas empregadas e mais 58,2 mil desempre-

gados do que no trimestre anterior. Em termos homólogos, no primeiro trimestre deste ano havia menos 91,9 mil empregados do que em igual período de 2008 (uma redução de 1,8 por cento) e mais 68,8 mil pessoas desempregadas (aumento de 16,1 por cento). “Estes foram os maiores decréscimos registados na população empregada desde o início da actual série de dados do Inquérito ao Emprego (1.º trimestre de 1998)”, destaca o Instituto Nacional de Estatística. Para a redução homóloga da população empregada contribuíram, sobretudo, os homens, dos 15 aos 34 anos, com nível de escolaridade básico, empregados na indústria e construção, a trabalhar por conta de outrem com contrato com termo e a tempo completo. Em termos de fluxos trimestrais, do quarto trimestre de 2008 para o primeiro trimestre de 2009, 1,9 por cento dos indivíduos que estavam inicialmente empregados transitaram para o desemprego e um por cento transitou para a inactividade, totalizando os 2,9 por cento a proporção de empregados que saíram deste estado no primeiro trimestre

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de 2009. São considerados inactivos os trabalhadores com mais de 15 anos que não estão disponíveis para trabalhar nem fazem diligências nesse sentido de uma forma temporária ou permanente. Já os desempregados estão, por definição, disponíveis para trabalhar e procuram emprego. De acordo com o INE, do total de indivíduos que se encontravam desempregados no quarto trimestre de 2008, 29,2 por cento saíram dessa situação no trimestre seguinte. No entanto, apenas 14,5 por cento destes encontraram emprego, já que os restantes 14,6 por cento transitaram para a inactividade. Além disso, a percentagem de desempregados que encontrou emprego baixou em relação aos trimestres anteriores. A percentagem das pessoas que passaram de uma situação de desemprego para o emprego foi assim menor do que a que tinha sido observada nos fluxos do trimestre anterior (18 por cento), tal como a percentagem dos indivíduos que transitaram do desemprego para a inactividade (que tinha sido de 16,4 por cento).


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EXPOFRANCHISE 2009

OPINIÃO

ANDREIA JOTTA *

FRANCHISING

Oportunidades de negócio em época de instabilidade

uma época de alguma instabilidade económica, montar um negócio próprio é efectivamente uma alternativa ao desemprego. Embora o franchising não esteja imune à crise económica que vivemos actualmente, e as redes se deparem com os mesmos desafios e problemáticas que se colocam ao restante tecido empresarial, é na sua essência um sistema de crescimento. Por isso continua dinâmico, como se comprova com a entrada de 96 novas marcas em 2008, das quais 70% são nacionais, a maior parte delas no sector dos serviços e que se reflecte no número de novidades lançadas em primeira-mão na Expofranchise, a maior feira de oportunidades de negócio em Portugal, que decorrerá nos próximos dias 30, 31 de Maio e 1 de Junho, no Pavilhão 2 da FIL, em Lisboa. O franchising tem um peso muito significativo na economia portuguesa, com um volume de negócios que atingiu os 5.029 milhões de euros em 2008, o que representa 3,1% do PIB. Além disso, continua a ser um dos grandes responsáveis pela criação de emprego em Portugal. Em 2008, o sistema ajudou a criar mais 2041 postos de trabalho, empregando quase 69.000 pessoas na sua globalidade, dados estes bastante positivos numa época em que a criação de emprego está em contracção. A opção pela criação de um negócio em franchising apresenta-se como uma das hipóteses mais seguras, porque permite arrancar com um negócio em parceria, e não sozinho, beneficiando da mais-valia de apresentar conceitos vencedores já testados, das sinergias de trabalhar em rede e de uma economia de escala. Apesar das dificuldades acrescidas em encontrar soluções de financiamento junto da banca, existem boas oportunidades ao nível da compra de espaços ou do arrendamento para retalho e muitos profissionais disponíveis, com vontade de abraçar novos desafios profissionais. Por outro lado, esta pode ser a altura certa para dar o impulso necessário de forma a procurar novos mercados, levando os empresários a alargar os seus horizontes para outros países e apostar na internacionalização das suas empresas. Não existem receitas mágicas nem fórmulas garantidas para ultrapassar este contexto económico em que nos encontramos actualmente, mas a verdade é que existirão sempre empresários com ideias inovadoras e com vontade e ambição para tornar um sonho realidade: criar o seu próprio negócio. E o franchising pode ser uma forma de concretizar esse sonho, em parceria, e não sozinho! * Directora do Instituto de Informação em Franchising

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Cavaco Silva preside à Comissão de Honra O PRESIDENTE da República aceitou o convite do Instituto de Informação em Franchising para presidir à Comissão de Honra da Expofranchise 2009, que integra ainda personalidades como Paulo Antunes, presidente da Associação Portuguesa da Franchise (APF) e Basílio Horta, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). Com o slogan “Venha Plantar o seu Futuro”, a Expofranchise propõe o franchising como alternativa à crise, apresentando mais de 100 modelos de negócio testados e promovendo acções de formação para franchisadores e franchisados.

Franchising contra a crise

No decurso do certame serão entregues os prémios destinados a destinguir as melhores práticas das marcas de franchising enha Plantar o seu Futuro” é o repto lançado este ano pela Expofranchise, feira de oportunidades de negócios a decorrer, entre hoje e segunda-feira, no Pavilhão 2 da FIL, em Lisboa. A Expofranchise propõe o franchising como alternativa à crise, promovendo acções de formação e divulgando mais de 100 modelos de negócio de funcionamento comprovado e, nessa medida, credíveis em termos de financiamento. O franchising é um sistema orientado para o crescimento, apresentando resultados positivos, mesmo no actual contexto económico. De acordo com os dados do último Censo do IIF, o franchising representa 3% do PIB, com um volume de negócios de mais de quatro mil milhões de euros. Representa ainda 1,2% do emprego em Portugal – ou seja, mais de 63.000 empregos

“V

já foram criados pelo franchising. Na Expofranchise será possível conhecer esta realidade de perto. Para além dos stands de marcas que buscam parceiros de negócio, a feira inclui uma área pensada para quem pretende “Mudar de Vida”, onde os visitantes poderão aceder gratuitamente a conselhos e sugestões sobre como iniciar um negócio, conhecer os desafios que se colocam a quem abriu um negócio em tempos de crise, saber quais as linhas de financiamento disponíveis e ficar por dentro dos segredos de empreendedores vencedores. Com o propósito de dotar franchisadores e potenciais franchisados de mais e melhor formação, o programa paralelo da Expofranchise incluiu dois cursos. O primeiro, “Como estruturar e gerir uma rede de Franchising”, teve lugar no passado dia dia 28 e destinou-se a quem pretende ampliar o seu negócio

pela via do franchising e a franchisadores que pretendem optimizar a performance da sua rede. Hoje, Eduardo Miranda ministra um curso que é já clássico, com mais de 50 edições e 3.000 formandos. Intitula-se “Como montar o seu próprio negócio em franchising” e dirige-se a quem quer mudar de vida através do franchising, dando a conhecer de uma forma prática o que é o

franchising e quais os pontos-chave a ter em conta, na análise das oportunidades nesta actividade. Também em paralelo com a Expofranchise, decorrerá amanhã, domingo, no Casino de Lisboa, a Gala de Entrega de Prémios de Franchising, iniciativa da revista Negócios & Franchising, que premeia as melhores práticas das marcas de franchising que estão activas no nosso país.


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Economia&Empresas

FRANCHISING

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De “modernice estrangeira” a arma de expansão de marcas Apesar do ambiente de crise, 2008 seguiu a tendência dos últimos três anos e trouxe, uma vez mais, um grande número de novas marcas: 96 ao todo. Um feito realmente surpreendente. m pouco mais de 15 anos de história, o franchising passou de uma “modernice estrangeira” à principal arma de expansão das marcas nacionais de retalho. Tem sido o grande aliado dos empreendedores com conceitos inovadores e alguma ambição. Antes, pelo sistema de expansão

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tradicional através de redes próprias, muitos destes projectos não passariam de uma loja de bairro, ou, no máximo, depois de algumas décadas, seriam uma pequena rede de três ou quatro unidades. A falta de recursos (financeiros e humanos) era o grande inimigo dos empreendedores. Ao

Termos e conceitos FRANCHISADOR – empresa original que desenvolveu um conceito e pretende expandir-se através do franchising. FRANCHISADO – aquele que compra o direito para a abertura de uma loja/unidade individual. MASTER FRANCHISADO – aquele que compra os direitos de um franchising para todo um país ou para uma região e que, além de abrir unidades próprias, está autorizado a subfranchisar (encontrar parceiros locais). INVESTIMENTO INICIAL – valor total de que o futuro franchisado necessita para arrancar com a sua actividade. Não inclui o investimento imobiliário, mas deve incluir tudo o resto: equipamentos, obras, mobiliário, direito de entrada, fundo de maneio.

DIREITO DE ENTRADA – valor a pagar na altura da adesão à rede, normalmente na data da assinatura do contrato. Em parte, esta taxa cobre os custos que o franchisador teve para preparar o franchising, bem como outros custos que ele terá até à abertura da loja. Além disto, o direito de entrada funciona como uma espécie de “jóia” paga pelas vantagens de se tornar membro de uma cadeia já estabelecida no mercado e pelo direito ao uso da marca ROYALTIES – valor pago, em geral todos os meses, normalmente através de uma percentagem da facturação ou valor fixo, pelo uso contínuo da marca e do conceito do franchisador. Remunera também os serviços essenciais de apoio que o franchisador irá prestar ao franchisado.

aliar o espírito empreendedor do franchisador à vontade de construir um negócio próprio dos franchisados, o franchising criou uma fórmula que permitiu, em apenas alguns anos, que inúmeras marcas nacionais criassem redes com cobertura nacional. Mais ainda, actualmente, uma parcela razoável destas marcas

(22%) já deu os seus primeiros passos na internacionalização. Se alguns estudos mostram uma carência de espírito empreendedor na média da população, também é verdade que há muitos empresários com boas ideias e dispostos a colocar o seu sonho em prática, mesmo em ambientes adversos.

Foi este espírito que manteve a dinâmica do franchising em 2008 e fez com que o número de marcas crescesse e atingisse as 521 redes em operação. Um dado importante, quando alguns estudos mostram, pela primeira vez na história, uma queda no número de franchisados.


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NEGÓCIOS RESULTADO LÍQUIDO DO BCP CRESCEU 625 POR CENTO O resultado líquido do BCP nos primeiros três meses do ano cresceu 625 por cento para 106,7 milhões de euros, graças à inexistência de perdas na carteira de participações. O presidente do banco, Carlos Santos Ferreira, confirmou que o resultado apurado “beneficiou da inexistência de imparidades na carteira de participações”, destacando que “o lucro saiu muito acima das previsões dos analistas”, que apontavam para valores na ordem dos 60 milhões de euros. JERÓNIMO MARTINS AUMENTOU VENDAS EM 6,7 POR CENTO O grupo Jerónimo Martins registou vendas consolidadas de 1,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que representa um crescimento de 6,7 por cento relativamente ao período homólogo de 2008. “Confirmando integralmente as expectativas da gestão, este crescimento de vendas resulta da solidez dos formatos do grupo e da contribuição do plano de expansão concretizado em 2008”, salienta a Jerónimo Martins em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

IMOBILIÁRIO

VISEU

“Casa inteligente” chegou à cidade A Planivis construiu em Viseu a primeira “casa inteligente” da região Centro, num conceito de futuro que permite controlar à distância as funcionalidades vitais de uma habitação. ■ José Lorena s casas inteligentes são espaços residenciais, ecológicos e permitem aos seus utilizadores controlar com facilidade o acesso a funções vitais, como sistemas de alarme, aquecimento, iluminação, electrodomésticos, fechaduras de portas, entre muitas outras. Tudo pode ser feito à distância, a partir de um clique pela Internet ou telemóvel. Está a trabalhar, num dia de Inverno, e quer ter a casa climatizada quando chegar ao fim do dia? Este sistema permite-lhe programar e enviar ordens para um sistema digitalizado em casa e, após a emissão de ordens, ter tudo pronto para se sentir confortável sem ter de esperar quando chega a casa. Esta á uma das muitas possibilidades, agora disponíveis em Viseu, no empreendimento Atrium D. João, junto aos Bombeiros Municipais – um empreendimento da Planivis. No edifício, a automatização simplifica as rotinas diárias dos residentes. Através de sensores, é possível ligar ou desligar alarmes, detectar

A

intrusos, fugas de gás ou inundações, abrir e fechar estores, programar a intensidade da luz, de forma a dar a sensação de que a casa está habitada mesmo quando os seus inquilinos estão ausentes. Numa habitação onde é aplicada a domótica, o seu proprietário pode estar em qualquer parte do mundo e gerir ainda assim os espaços interiores da sua residência, no âmbito de um sistema que está a tornar-se cada vez mais utilizado na construção – o da chamada “casa inteligente”. Os apartamentos do edifício do Atrium D. João estão preparados para aceitar novos equipamentos e

serviços, de acordo com as necessidades dos residentes, tais como, a colocação e gestão de câmaras para observação dos quartos das crianças a partir de outras divisões. Esta facilidade permite aos pais, por exemplo, estarem mais sossegados enquanto os filhos descansam à noite.

FUNÇÕES Quanto à iluminação, o sistema aplicado pela Planivis permite regular a intensidade da luz, de modo a permitir a poupança de energia. Por outro lado, podem ser criados ambientes para a recepção de visitantes e até simular ambientes

para dissuadir “más visitas” quando não se está em casa. Este sistema permite também o controle à distân-

cia de aparelhos electrónicos, tais como máquinas de lavar, rádio e televisão. O mesmo sucede com a climatização, que pode ser controlada de dentro ou fora da casa. O novo conceito aplicado pela Planivis permite a detecção imediata de incêndios, intrusão, fugas de gás, inundações e até de alarmes médicos para pessoas que permaneçam sós nas casas. Através de uma chamada telefónica para números previamente registados é possível dar o alarme para situações ocorridas e até fazer o corte automático de válvulas de água e gás.

Domótica ganha adeptos O termo domótica resulta da palavra latina “domus” (casa) e de robótica (controlo automatizado que qualquer coisa). Embora só tenha sido lançada já nos finais do século XX, está a ganhar cada vez mais adeptos e a tornar-se um sistema de controlo doméstico que em breve se transformará, por certo, em regra.

INE

RESULTADOS DA EDP ULTRAPASSAM EXPECTATIVAS

Imóveis valem menos que há um ano

Os lucros da EDP subiram 0,8 por cento no primeiro trimestre face ao período homólogo de 2008, para 265,3 milhões de euros, anunciou a empresa. O resultado ficou acima do esperado pelos analistas, cuja média estimada apontava para uma queda de 8,7 por cento, para os 239,9 milhões de euros.

AS CASAS valem actualmente bem menos do que há um ano. Com o mercado imobiliário a absorver os efeitos da crise, nos primeiros três meses do ano, as habitações sofreram uma desvalorização de quase seis por cento face a igual período de 2008. Cada metro quadrado vale hoje menos 70 euros do que em Março do ano passado. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor médio da avaliação bancária caiu 5,8% para os 1.149 euros por metro quadrado, sendo o Algarve a re-

gião mais afectada: o valor das casas desceu 9,9% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, o equivalente a uma redução de 153 euros no preço do valor do metro quadrado. Para Jorge Garcia, director comercial da Era Imobiliária, a descida resulta “do ajustamento entre a oferta e a procura”. “Mesmo com a crise, a oferta aumentou”, explica o responsável, adiantando que “têm entrado no mercado muitas casas provenientes do malparado”, a que se juntam “muitos imóveis usados de pessoas que vendem a casa

porque sentem dificuldade em pagar os empréstimos”. A somar a estes factores, “a procura diminui, resultado do grande condicionamento no acesso ao crédito”. “O ajustamento faz com que os preços caiam”, explica Jorge Garcia. Em termos práticos, avança, “temos assistido a uma queda de 10% no preço das casas”. Segundo o INE, a redução fez-se sentir tanto no valor médio das moradias como no dos apartamentos. Ao nível nacional, o metro quadrado nos apartamentos passou a

valer menos 71 euros e no Algarve menos 167 euros. Nas moradias, a descida homóloga foi de 3,8%, menos 43 euros a nível nacional e menos 77 euros

CONSEQUÊNCIAS PARA AS FAMÍLIAS Em Portugal, um dos impactos da crise em que vivemos foi a queda do valor das casas, nomeadamente do valor das avaliações. Esta evolução tem várias consequências para as famílias: 1 – as famílias proprietá-

rias e detentoras de um empréstimo para aquisição de casa vêem o valor das suas casas diminuir embora o valor do empréstimo se mantenha inalterado, ficando assim mais difícil conseguir efectuar ajustamentos financeiros mediante a consolidação de créditos; 2 – as famílias que procuram crédito para aquisição de uma casa vão sentir mais dificuldades na obtenção do referido empréstimo dado que a garantia real do empréstimo (a casa) é menos valorizada.


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BANCA

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Sensível desaceleração O

duzir”.

Mais crédito malparado O crédito malparado deverá atingir este ano, por seu turno,

valores superiores aos registados em 2003, data da última recessão, revelou o Banco de Portugal, que considera no entanto que os níveis se mantiveram contidos desde finais de 2007.

“Desde o final de 2007, os níveis de incumprimento do sector privado não financeiro registaram acréscimos substanciais, ultrapassando os verificados durante a recessão de 2003, mas man-

tendo-se ainda assim em valores relativamente contidos”, sublinha o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal (BdP). O BdP revela que existe a expectativa de “um aumento significativo do incumprimento no crédito ao sector privado não financeiro”, tendo em conta a “actual conjuntura macroeconómica desfavorável e a incerteza relativa às repercussões da crise financeira sobre a actividade económica, e não obstante a descida das taxas de juro”. A instituição liderada por Vítor Constâncio considera ainda que “o expectável aumento do desemprego contribuirá para a subida do incumprimento do crédito a particulares”. Quanto às empresas, defende que “a actual conjuntura, aliada à elevada ciclicidade de alguns sectores da economia, torna expectável um aumento das taxas de incumprimento”. O BdP frisa cotundo que apesar do “expectável aumento do rácio de incumprimento” do sector privado não financeiro, a situação “não deverá pôr em causa a estabilidade financeira”.

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Banco de Portugal (BdP) prevê que este ano se registe uma “sensível desaceleração” da actividade bancária, devido ao abrandamento do crédito e na sequência do “forte crescimento” registado em 2008. “Para 2009, é de esperar uma sensível desaceleração da actividade bancária proveniente do abrandamento do crédito, depois do forte crescimento registado no ano passado”, diz o BdP no Relatório de Estabilidade Financeira de 2008. O crescimento registado no ano transacto resultou, em parte, da actividade internacional, o que, “conjugado com uma maior materialização do risco de crédito, terá repercussões negativas para a rendibilidade da actividade bancária”, justifica o BdP. A estes factores, acrescenta o banco central, “acresce a incerteza sobre a evolução dos mercados de activos financeiros e dos mercados da dívida por grosso”, apesar dos “desenvolvimentos mais favoráveis” nos primeiros meses deste ano. Segundo o BdP, estes “desenvolvimentos” são um sinal de que “a aversão extrema ao risco registada anteriormente se estará a re-


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Estado continua mau pagador uase um quinto dos serviços da administraQ ção directa e indirecta do Estado falhou os objectivos de redução dos prazos médios de pagamento (PMP) a fornecedores e, por isso, os seus dirigentes poderão não receber excelente na avaliação. As listas publicadas no sítio do Ministério das Finanças revelam que no final do quarto trimestre do ano passado, 93 organismos, de um total de 485 (19 por cento), não cumpriram a redução de prazos. A avaliação

dos objectivos para os prazos médios de pagamento de 2008 é feita pelo ministério de Fernando Teixeira dos Santos que, de um total de 485 serviços, indica que 38 organismos (oito por cento) cumpriram a redução de prazos de pagamento e 354 (73 por cento) superaram as metas definidas. A lei prevê uma possibilidade de penalização para os dirigentes que falharam os objectivos e uma compensação para os que os ultrapassaram.

MERCADO

18,5 milhões para a cortiça

Crise “aconselha” investimento

ara contrariar a concorrência dos vedantes P substitutos, o Governo de-

s empresas devem aumentar o seu investiA mento em períodos de cri-

cidiu investir 18,5 milhões de euros no financiamento de uma campanha de promoção da cortiça nos principais mercados mundiais. A Inglaterra e os Estados Unidos da América são os principais alvos da estratégia que, no âmbito no Plano de Apoio à Indústria da Cortiça (PAIC), se processa a dois níveis: uma campanha de 12,5 milhões de euros, centrada na rolha, e ou-

se para manter a posição no mercado e aproveitar oportunidades, garantem os responsáveis pela consultora espanhola Let’s Marketing. A consultora, que abriu este mês uma filial em Lisboa, designada Let’s Lusa, baseia as suas estratégias no “marketing intelligence”, ou seja, em ferramentas que permitem analisar vários dados do mercado e da empresa em causa para expli-

tra de seis milhões de euros, incentivando ao uso de materiais de construção e decoração à base de cortiça. A França, Itália, Alemanha, Rússia, China, Japão e Emirados Árabes Unidos são os outros países onde a campanha decorre.

CONFECÇÕES

Dielmar à espanhola

car e prever o comportamento dos produtos e serviços e poder aconselhar nas decisões. “Em períodos de crise económica, as empresas são obrigadas a reduzir os gastos, mas deveriam manter ou mesmo aumentar os níveis de investimento”, disse um dos fundadores da consultora, Juan Reynolds, para quem uma dificuldade comum em muitas organizações é “distinguir entre gastos e investimento”.

Exportações garantem metade da facturação

A empresa albicastrense garantiu os direitos da marca do estilista catalão António Miro, numa parceria que deverá passar a representar, brevemente, sete por cento do seu volume de negócios. A DIELMAR, com 420 trabalhadores, tem capacidade instalada em Alcains para produzir 120 mil casacos e 240 mil calças por ano. Ao nível da distribuição, mantém 220 clientes retalhistas no mercado nacional e 125 no estrangeiro, além de uma rede de 10 lojas próprias. Esta rede e as marcas que lhe confiam a produção permitiram um crescimento de dois por cento nas ven-

■ José Manuel R. Alves uís Filipe Rafael, administrador da Sociedade Industrial de Confecções Dielmar, S. A., localizada na vila de Alcains, concelho de Castelo Branco, considera que, apesar da actual crise económica que o país atravessa, os resultados empresariais têm sido, ainda assim, satisfatórios. “A conjuntura não é fácil, os pro-

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blemas são muitos, o que nos tem obrigado a um tremendo esforço para manter a Dielmar na senda do progresso”, reconhece o administrador da empresa, cuja maior preocupação reside no mercado nacional. “É onde, para nós, a crise se sente realmente com mais intensidade, nomeadamente ao nível do pequeno comércio retalhista, onde existe menos capacidade de compra à Dielmar e, posteriormen-

te, de satisfação atempada dos respectivos pagamentos”, explica Luís Filipe Rafael. Para ultrapassar as dificuldades, a Dielmar elaborou uma estratégia assente, basicamente, na criação de lojas próprias, tendo em vista manter um volume de negócios elevado. “Ao mantermos estes espaços, conseguimos controlar a imagem, as vendas e todo o canal de negócios, desde a produção até

ao consumidor final, com a vantagem das vendas serem efectuadas de imediato”, revela o administrador, para quem “este recurso alivia um pouco a área financeira, dado que as cobranças de facturas são, neste momento, aquilo que se torna mais complicado para as empresas, até porque o próprio crédito bancário está muito mais limitado”. Outra iniciativa da Dielmar contra a crise foi o acordo recentemente concluído com a marca espanhola António Miro. “Trata-se de uma parceria, em forma de royalty, que prevê que trabalhemos em conjunto na definição e desenho das colecções agora produzidas em Alcains. A nossa empresa, nesta fase, controla todo o circuito da comercialização da marca António Miro, em Espanha. Temos também esta marca em Portugal, mas estamos à espera do comportamento deste negócio no país vizinho, para posteriormente serem ponde-

das em 2008, para os l6,111 milhões de euros. “Trata-se de um valor positivo e motivante, face à actual conjuntura económica”, reconhece o administrador da empresa, Luís Filipe Rafael. Relativamente às exportações, já garantem 49 por cento da facturação e são dominadas por Espanha, França e Brasil. Venezuela e Inglaterra são outros mercados emergentes. radas as condições de adaptação ao mercado nacional”, refere Luís Filipe Rafael. Com este acordo, a Dielmar visa aumentar o seu volume de negócios em sete por cento, sobretudo em Espanha, dada a notoriedade de que já usufrui o estilista catalão.

Para ultrapassar as dificuldades, a Dielmar tem seguido ainda uma estratégia assente, basicamente, na criação de lojas próprias.


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VINHOS

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ALIANÇA – VINHOS DE PORTUGAL

80 anos de história A Aliança foi fundada em 1927, portanto, há mais de 80 anos, por 11 associados liderados por Domingos Silva e Ângelo Neves, em Sangalhos (concelho de Anadia), na Região Demarcada da Bairrada. A empresa começou a exportar de imediato para o Brasil, África e Europa e, hoje, mais de 50 por cento da sua produção destina-se aos mercados externos. A qualidade dos vinhos, espumantes e aguardentes são a imagem de marca da Aliança em Portugal e nos cerca de 60 países para onde exporta. Presente nas principais regiões vitivinícolas do país, a Aliança aposta forte na qualidade e para dar seguimento a esse objectivo, adquiriu quintas em regiões como o Alentejo, Dão, Douro, Bairrada e Beiras, explorando cerca de 600 hectares de vinhas. Nestas explorações foi encetado um profundo trabalho de reconversão e plantação, trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela experiente equipa técnica da Aliança. O investimento nas áreas da produção, com a aquisição das quin-

tas, estende-se também ao nível da vinificação com a modernização das adegas. Constituiu-se ainda um parque de barricas de carvalho de elevada qualidade para estágio dos vinhos.

Tradição e modernidade A Aliança cresceu e tem vindo a desenvolver uma estratégia de modernização a vários níveis, desde o produto à distribuição, passando pelo enoturismo. Em 2007, o comendador José Berardo adquiriu o capital maioritário da Aliança, passando esta a pertencer ao Grupo Bacalhôa. A designação social da Caves Aliança S.A. foi alterada para Aliança – Vinhos de Portugal S.A. em Março de 2008, momento em que se procedeu à mudança da imagem institucional. Ainda em 2008, as marcas da Aliança Vinhos de Portugal passaram a ser distribuídas pela Viborel Distribuição S.A. no mercado nacional. Recentemente foram realizados fortes investimentos na área do enoturismo tendo sido recu-

peradas as suas instalações em Sangalhos. A Aliança conta agora com um excelente circuito de visitas que passa pelos apaixonantes túneis de estágio de espumantes, pelo impressionante parque de 1.200 barricas para estágio dos

vinhos de quinta e pela tradicional cave de aguardentes. Os vinhos da Aliança, como o Quinta dos Quatro Ventos, Quinta da Garrida, Quinta da Terrugem e Quinta das Baceladas, já receberam vários prémios nacionais e

internacionais e a empresa foi considerada, em 2005, pela Wine Spectator, uma das 20 melhores empresas do sector a nível mundial, tendo sido a única da Península Ibérica incluída nesta classificação.

ENOTECA

Um exclusivo clube de vinhos A venda de vinhos à distância com entrega em casa do cliente, foi ensaiada na década de 80 com a proposta de um vinho aos titulares do cartão VISA e sob o controle do Banco Pinto & Sotto Mayor. Do êxito desta iniciativa nasceu em 1984 a Enoteca, um pequeno clube de vinhos que não passava de um agradável passatempo para os seus sócios fundadores e que era perfeitamente compatível com as profissões que na altura exerciam na banca, gestão de Marketing e vendas.Em 1991, a Enoteca foi convidada a formar a I.W.C.A. (International Wine Clubs Association) que hoje agrupa os 40 clubes de vinhos mais

exclusivos do mundo e representa mais de três milhões de membros e clientes.O êxito da missão da Enoteca – apresentar os melhores vinhos aos melhores preços – também se deve ao facto de ter conseguido reunir um grupo de enólogos/provadores de reconhecido prestígio e mérito profissional que, através de um trabalho de visitas e contactos permanentes com produtores, tentam encontrar as melhores opções de escolha, com um rigoroso

processo de acompanhamento do processo da vinha e do vinho, terminando com a chamada “prova cega”.e que colegialmente deverá indicar quais os melhores vinhos, que no binómio qualidade/preço, melhor poderão servir o gosto dos seus membros. De salientar que a Enoteca apenas apresenta no mercado vinhos que numa classificação até 20, conseguem uma pontuação mínima de 14, no conjunto das análises e provas da equipa dos seus enólogos.

Em colaboração com a Enoteca, as futuras publicações de ECONOMIA & EMPRESAS vão apresentar em cada edição, um Vinho de Selecção especialmente escolhido em função de qualidade/preço, pelo grupo de enólogos da Enoteca. Esta apresentação, espe-

cialmente recomendada para os bons apreciadores, permitirá também aos leitores do Economia & Empresas poderem ter acesso a informação detalhada dos vinhos apresentados através de fichas de provas e também poderem efectuar compras dos mesmos, com entrega domici-

liária no local indicado sem mais qualquer encargo. Num futuro próximo o Economia & Empresas e a Enoteca também vão poder oferecer aos nossos leitores a possibilidade de visitas a adegas, quintas e herdades, para melhor poderem apreciar todo o processo, incluindo provas de vinhos.

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Vinhos seleccionados para os nossos leitores


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INOVAÇÃO

Spidora reina no desporto amador Sem figurar entre as grandes marcas que disputam renhidamente as camisolas dos principais clubes nacionais, a Spidora conseguiu a proeza, ao fim de 28 anos, de figurar entre os equipamentos desportivos mais envergados do País. ■ Júlio Almeida Ap4 – Sociedade de Confecções Desportivas, como sede em Oliveira do Bairro, no distrito de Aveiro, tornou-se ao longo da sua existência numa das principais fornecedoras de colectividades amadoras ou semi-profissionais. Da pequena fábrica instalada na cave de uma loja comercial, saem camisolas, calções e meias ou fatos de treino para um sem número de clubes de Portugal Continental, Madeira e Açores nas mais diversas modalidades, com relevo para o futebol, basquetebol, atletismo ou, mais recentemente, futsal e BTT. Alberto Ferreira, 59 anos, conta que lançou a empresa com o sócio António Marques, 61 anos, sem nunca ter tido contacto com o sector têxtil. A escolha do nome para os equipamentos, assume sem rodeios, foi com a intenção de aproveitar a popularidade no mundo desportivo de outras marcas, no caso a Speedo e a Diadora. Em terra dominada pela indústria cerâmica, a têxtil Ap4 surgiu porque os sócios pressentiram que a ausência, na altura, de artigos no mercado “criava uma opor-

ra o merchandising, a que a marca está atenta para satisfazer as solicitações. Receitas que podem ajudar a contrabalançar as dificuldades geradas pela conjuntura económica a que os clientes da empresa, clubes e associações, não escapam, registando-se quebras de 30% este ano. Os dois sócios dão-se por satisfeitos com fecho das contas em 2008 na casa dos 600 mil euros.

CLIENTES FIÉIS

Alberto Ferreira “perde a conta” aos clientes fiéis O futebol é, ainda hoje, o desporto-rei. A Spidora compete entre si em centenas de campos de Norte a Sul do País, incluindo as ilhas, todos fins-de-semana, vestindo milhares de atletas desde as escolinhas’ aos séniores. Quando o futsal “explodiu” em Portugal abriu-se uma nova frente de vendas. Ultimamente, o crescente interesse pelo BTT tem dado mais algum trabalho às 24 costureiras.

“Temos uma boa relação preçoqualidade”, garante Alberto Ferreira que conseguiu, há pouco tempo, satisfazer um pedido de equipamento de vestuário para praticantes de motocross por menos metade do custo da roupa importada. Com exportações ocasionais para um ou outro agente, a Spidora quer usar melhor a Internet como montra e força de vendas. Os clubes, mesmo os mais pequenos, despertaram, também, pa-

Rodeado de camisolas das mais diversas cores e feitios que equipam muitas centenas de clubes, Alberto Ferreira perde a conta aos clientes fiéis. No basquetebol, por exemplo, consegue praticamente o pleno das equipas da região Centro mais conhecidas. O gerente, que foi praticante de futebol na juventude, nasceu na Venezuela para onde os pais tinham emigrado em 1943, numa das primeiras levas de portugueses para aquele País. Há trinta anos voltou a Portugal e iniciou o negócio que ainda hoje lhe ocupa o tempo, a par da presidência da Junta de Freguesia de Oliveira do Bairro, onde exerce o cargo eleito como independente numa lista do CDS.

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tunidade de negócio”. “Até foi fácil arrancar”, lembra Alberto Ferreira. Em três décadas o panorama mudou muito. As grandes multinacionais praticamente não deixam espaço para outros nas prateleiras das lojas “até de forma desonesta”, queixa-se o gerente que tem optado, de há muito, pela venda directa. Ao contrário dos concorrentes, a Spidora não recorre a encomendas do vestuário que vende em países de mão-de-obra barata para fabricar os modelos que desenha. O design também é interno, buscando “inspiração” nas tendências de feiras de referência internacional visitadas ou, com muita frequência, em sugestões que chegam dos clientes. Os tecidos usados, “cada vez mais técnicos, com claros benefícios para a prática desportiva”, são propostos pelos fornecedores. Com recurso a novas tecnologias, a partir de uma camisola branca é agora possível imprimir cores e feitios sem necessidade sequer de estampagem. Para enfrentar as marcas de indiscutível maior visibilidade, a empresa bairradina beneficia de uma proximidade ao desporto amador cultivada ao longo do tempo.

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GIFTS/EXECUTIVOS

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SUGESTÕES

LIVROS

Quimera Editores lança obras sobre a banca A Quimera Editores lançou dois livros sobre temas prementes para a Banca, sector que inspira aturada reflexão na actualidade: Marketing Bancário – Um Modelo de Imagem da Banca e ainda Fidelidade e Imagem na Banca – Influências Recíprocas, ambos de Emílio Távora Vilar. Se é verdade que o valor de uma organização depende em grande medida da sua imagem, estes dois estudos sobre o marketing e a imagem no sector bancário permitemnos perceber a forma como a imagem dos bancos influencia o comportamento dos seus clientes e, em particular, a fidelidade destes enquanto consumidores, face a factores tradicionalmente apontados como seus determinantes. Emílio Távora Vilar (nascido em 1964) é licenciado em Design de Comunicação (FBAUL, 1989), mestre em Ciências Empresariais (ISCTE, 1995) e doutorado em Gestão, com especialização em Marketing (ISCTE, 2003). É actualmente professor auxiliar na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde lecciona as disciplinas de Marketing e de Gestão do Projecto e exerce as funções de coordenador da licenciatura e mestrado em Design de Comunicação. Colabora regularmente como docente convidado na área do Marketing com o ISCTE e a Universidade Católica Portuguesa.

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TENDÊNCIAS

Funerais de luxo para animais de estimação a Fundação São Francisco de Assis, em Cascais, fazem-se cremações individuais de animais de companhia, especialmente cães e gatos, mas também há quem procure este serviço quando morre o papagaio, o periquito ou o coelho doméstico. “É como se fosse o funeral de uma pessoa”, explica Maria João Pulido, coordenadora de bem-estar animal da instituição, apoiada pela Câmara Municipal de Cascais. Tudo se passa numa instalação própria, dotada de câmara frigorífica para conservar os corpos até à cremação, a penúltima etapa antes de ser entregue aos donos a urna a que depois darão o destino que escolherem. Há quem deite as cinzas ao mar, coloque num vaso com uma planta ou enterre no jardim, no local preferido do animal para “levantar a patinha”, mas também há quem não saiba o que fazer.

N

Daí que o director-geral da fundação, Tomás Castelo Branco, esteja a pensar criar um pequeno cemitério, onde possam ser depositadas as caixinhas e colocadas as respectivas lápides. Até o processo estar concluído, é muitas vezes doloroso o “último adeus” ao animal. “Qualquer pessoa que queira fazer o funeral do seu animal não o fará de ânimo leve. Há sempre uma carga emocional muito grande. É como se morresse um ente querido. É a mesma coisa”, diz Maria João. Na sala dos velórios, que antecede a câmara de cremação, vivem-se autênticos dramas, acendem-se velas e fazem-se orações a São Francisco se os donos forem católicos. O mesmo espaço também já acolheu um culto hindu. “A pessoa chega aqui, faz o seu adeus, o seu culto, seja católico ou não”, refere. No final, ao contrário dos cadáveres dos animais mal acondi-

O corpo é velado, chorado e cremado, como se de um funeral humano se tratasse, mas as cinzas, que são depois cuidadosamente depositadas numa pequena caixa, pertencem a um animal de estimação. Custo: 190 euros.

cionados, as cinzas não representam perigo para a saúde pública. “São ossos completamente calcinados que nada trazem, enquanto os corpos enterrados ou, como se fazia e às vezes ainda se faz, deixados nos contentores do lixo, isso sim é um perigo público”, adverte. O serviço de cremação custa 190 euros, uma receita considerada fundamental para financiar o trabalho da fundação na recuperação de animais: são 200 bocas para alimentar e vacinar, além de outros cuidados veterinários sempre necessários. No ano passado, a fundação cremou 2.591 animais: 815 enviados pelos serviços do veterinário municipal de Cascais e 1.776 entregues directamente. Entre 2001 e 2008, realizava também cremações colectivas, mas o forno que existia foi desactivado e adquirido outro, ecológico, sem fumos ou cheiros, mas de menor dimensão.


16 Economia&Empresas 30 MAIO 2009

ÚLTIMA

REGIÃO CENTRO

NÚMEROS

491

55%

mil era o número de desempregados registados nos centros de emprego no final de Abril e que passou a ser o mais elevado de sempre.

dos casos de incumprimento no pagamento das prestações do crédito à habitação devem-se a divórcios.

300 mil euros/ano é quanto os clubes da II Liga pretendem receber de direitos televisivos na época 2009/2010, em vez dos actuais 50 mil.

COIMBRA

Wit Software desenvolve aplicações para o iPhone ■ Gonçalo Silva

Pedro Pereira, director de tecnologia da empresa

A empresa desenvolveu uma aplicação tecnológica, com certificação da Apple, que permite aos utilizadores de iPhone assistirem a emissões de televisão “em tempo real”. Wit Software, empresa de Coimbra na área do desenvolvimento de software, tem vindo a criar várias aplicações tecnológicas para o iPhone. A última “invenção” permite aos utilizadores do telemóvel da Apple assistirem a emissões de televisão em tempo real. “Os serviços disponibilizados pela Vodafone Portugal permitem aos utilizadores o visionamento de di-

A

versos canais. O serviço de mobile tv já existia para outros telefones, mas não para o iPhone e nós implementámos essa aplicação, que está disponível através da Vodafone”, explica o director de tecnologia da Wit. O telefone apresenta uma lista de canais que passam a estar disponíveis

ao utilizador. “Os clientes apenas têm de aceder à App Store da Apple para descarregar, gratuitamente, a aplicação e posteriormente subscrever o serviço junto da Vodafone”, acrescenta Pedro Pereira. Antes da “televisão”, a Wit Software já tinha “lançado” outras aplicações pa-

ra o iPhone, uma das quais disponibiliza aos clientes um telemultibanco no ecrã do telemóvel. “O sistema funciona como um multibanco. O interface gráfico é em tudo igual ao de uma caixa normal e permite fazer quase todas as operações bancárias, menos levantar dinheiro. O progra-

“Spin-off” do Instituto Pedro Nunes e da Universidade de Coimbra A WIT-Software é uma empresa criada em 2001 como spin-off do Instituto Pedro Nunes e da Universidade de Coimbra. Desenvolve produtos de software para operadores de telecomunicações móveis e empresas de outros sectores que pretendam fornecer serviços móveis aos seus clientes ou colaboradores.

Aposta ainda na distribuição comercial em Portugal, através da Vodafone, com a qual mantém contrato de exclusividade, e no mercado internacional, numa perspectiva de exportação. Com escritórios em Coimbra, Leiria, Lisboa e S. Rose (Califórnia, Estados Unidos da América), emprega actualmente cerca de 60

pessoas e tem consolidado a sua presença no mercado mundial, nomeadamente nos Estados Unidos, Canadá e vários países da Europa.

Antes da “televisão”, a Wit Software já tinha “lançado” outras aplicações para o iPhone, uma das quais disponibiliza aos clientes um telemultibanco no ecrã do telemóvel ma liga à SIBS e, uma vez dentro da rede, as operações são executáveis”, sublinha o responsável. Outra das “invenções” da Wit foi a criação do serviço MMS para o iPhone. “As duas primeiras versões do telemóvel não traziam esse serviço de mensagens multimédia”, adianta Pedro Pereira.

Visabeira reforça presença em Angola Grupo Visabeira, de Viseu, está a preparar O projectos na área dos biocombustíveis para Angola, que é já o seu maior mercado fora de Portugal, tendo o volume de negócios atingido no ano passado 60 milhões de euros (cerca de 15 por cento do total). “Acreditamos que o peso relativo vai continuar a aumentar. Vamos continuar a investir nesse país, é normal que assim seja”, garantiu Paulo Varela, vice-presidente da Visabeira, que tem negócios em Angola, sobretudo, nas áreas das telecomunicações, turismo e imobiliário

EFAPEL apresentou Logus 90 EFAPEL, maior empresa de capitais porA tugueses fabricante de material eléctrico de média e baixa tensão, com sede na Lousã, apresentou a sua mais recente novidade, a nova série Logus 90, uma aparelhagem de Embeber de design moderno dirigida ao mercado residencial. Trata-se de uma série completa que, associada aos mecanismos Mec 21, responde às necessidades de conforto e de uma adequada utilização da energia numa habitação moderna.

Vicaima aposta na América Latina s quebras de encomendas da Vicaima A na Europa estão a ser “muito compensadas” com as vendas do produto Portaro para a região da América Latina. Uma informação da empresa refere que, há sete anos, o México foi a porta de entrada na região da América Latina e a Vicaima tem estado a equipar com projectos residenciais e hoteleiros que já ascendem às 130.000 portas.


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