1ª Edição - Diário da Chape

Page 1

tel: (49) 98407-4387

DIÁRIO DA CHAPE | QUARTA-FEIRA, 30/9/2020

Da arquibancada às telas

SIRLI FREITAS

e-mail: diariodachape@gmail.com

DESTAQUE DA SEMANA Conheça o escolhido e veja os números


ÍNDICE

DIÁRIO DA CHAPE

Índice 04

03

08

Carta ao leitor

Com muito carinho, do Diário da Chape a você

05

O vestiário Athos relembra as características dos times de 2012 e 2013

09

A amizade do acesso A sintonia de Athos e Bruno Rangel, uma das duplas mais completas da história da Chape

11

Destaque do mês Descubra quem é o jogador que está chamando atenção no Oeste Catarinense

12


DIÁRIO DA CHAPE

CARTA AO LEITOR Há anos em atuação, o Diário da Chape chegou às principais redes sociais com o intuito de entreter, informar e engajar a torcida Chapecoense. O perfil surgiu quando as conversas durante os intervalos das aulas, as análises em botecos e preces em silêncio deixaram de ser suficientes. Era preciso fazer mais. Falar mais. Sob uma perspectiva "de torcedor para torcedor", sem ligações diretas com a administração do time, o Diário da Chape realiza um trabalho voluntário em prol da instituição. Vivemos o hoje na urgência de sermos melhores do que ontem. Mas a sua companhia e atenção nas redes sociais é fundamental e indispensável para que o perfil possa existir. Saiba que estamos juntos pelo mesmo propósito. Como diz o lema do nosso perfil: Abençoada seja (sempre) a Associação Chapecoense de Futebol. Abaixo, você encontrará o material que preparamos com carinho para nossa torcida. Esperamos encontrá-los muitas vezes nesta jornada.


AMOR VERDE E BRANCO

ATHOS

Não há como falar sobre protagonistas em uma

Ele tocou, encantou e viveu Chapecó. Assim como tantas pessoas que passaram por essas terras sonhando e se apaixonando por cada esquina da cidade. Se tornam bairristas, querem voltar mais uma vez, e juram de pé junto que nunca se sentiram tão em casa, quanto em Chapecó.

epopeia escrita por um clube e uma região. Quando aprofunda-se em uma história de

O diferencial do nosso time é acolher e mudar a vida

vitórias e suor, se enxerga uma união que

de cada um que se propõe a sentir esse amor verde e

realizou em conjunto uma das décadas mais

branco - e com Athos não poderia ser diferente.

vitórias de todos os tempos no futebol

Por fim, a Chapecoense é aquilo que quase ninguém

catarinense. O segredo? Athos não quis revelar.

de fora vê. É tradição, superação, dores e sucessos de

Mas garantiu, nada do que vivemos tem sentido,

uma região que vive pela Associação. O nosso Verde

se não tocarmos o coração das pessoas. É difícil

é gigante, porque as histórias que são vividas nesse

falar da Chape sem se lembrar de Athos. E é

time (e por esse time), são eternizadas. E não há

impossível falar de Athos sem dizer sobre

nada mais rico do que ter algo a contar - e se

Chapecoense.

orgulhar.

NÔMADE | 24


A diretoria mágica e o pré-requisito perfeito Sob o aval de Cadu Gaúcho e Maurinho, Athos pertenceu ao grupo que conquistou os acessos para a Série B e Série A, respectivamente. O meia conta que, naquela época, a maior sacada da diretoria foi contratar atletas que estavam comprometidos com o clube, com a cidade e com o torcedor. “O vestiário era muito bom, o ambiente era bom. 2012 nós passamos um perrengue antes de começar a Série C. No estadual a equipe não estava bem, tinha empatado quase todos os jogos e poderia não classificar. Tanto que o meu contrato no primeiro momento era por apenas sete jogos, sem renovação de contrato, que era o que faltava pra acabar a primeira fase do Catarinense. O clube não estava bem, tinha trocado o treinador e o Itamar Schulle pediu a minha contratação. Em sete jogos nós conseguimos classificar a equipe, ficamos invictos nessas sete partidas e chegamos na final”, conta Athos.

Em 2012, a Série C passou por uma polêmica com clubes acionando a justiça para disputar a série pelo "tapetão". Com isso, houve um atraso até que os jogos fossem iniciados, mas o momento negativo fortaleceu ainda mais o grupo. "Dentro do que eu passei na Chape, foi o único momento que o time atrasou ou pagou somente parte de salários, mas mesmo assim dentro do vestiário houve uma ajuda entre nós. Os jogadores que tinham um pouco mais de condição ajudaram aqueles que tinham menos. Eu me lembro que teve um atleta que não tinha nem dinheiro para comprar fralda pro filho e eu emprestei dinheiro pra ele na época. E isso gerou o vínculo.”

"O time tinha amor pela camisa, representava o torcedor dentro do campo"

Foto: Sirli Freitas/Agência RBS

Com a diretoria e elenco em união, o reflexo da boa sintonia dentro do campo refletiu nas arquibancadas. O apoio da torcida empurrava o time e fortalecia o elo entre clube e cidade. “Na época dos dois acessos com certeza houve química muito grande da torcida com todos os atletas. Também acho que a gente tinha um diferencial, que era se envolver com o torcedor. Andávamos nas ruas, conversávamos com eles. Então isso criou essa sintonia e a torcida se sentia parte do nosso grupo. E pra eu falar de torcedor da Chapecoense é muito especial. Naquela época com certeza fez a diferença em muitos jogos. Eu particularmente tinha prazer de fazer gols, ganhar jogos e ir na torcida, ter contato com o torcedor"


Identificação com clube, torcida e cidade A identificação com um lugar é um processo natural quando se sente bem-vindo. As corridas no Ecoparque, as visitas na antiga livraria Cometa e as tardes de domingo ensolaradas na Coronel Bertaso aos poucos deixam de ser novidade e passam a ser rotina. Mas uma rotina que você quer repetir por anos e anos. "Em 2013 eu tive a oportunidade de fazer o gol pra uma torcedora mirim e ficou marcado na história. Eu estava aquecendo e ela gritou que me amava da arquibancada. Acho que isso se perdeu um pouco, essa conexão, de torcedor com jogador..."

"... Mas naquele dia eu escutei e agradeci pra ela aquele carinho, e prometi que se eu fizesse o gol, eu iria oferecer pra ela. E graças a Deus tive a oportunidade de marcar naquele jogo e ir lá falar que o gol era pra ela, porque ela me amava. A garotinha estava com os familiares, foi um momento extraordinário que está marcado no filme do acesso. A torcida da Chape é maravilhosa, não tem nem o que falar, sempre tiveram muito respeito com nós atletas, porque também viam naquela época que a gente vestia a camisa com muito amor. É muito especial pra mim, eu sou suspeito pra falar do torcedor da Chape, porque eu tenho muito carinho e muito afeto por eles”

Foto: Sirli Freitas/Agencia RBS


Sem favoritismo, mas com o acesso Para Athos, o jogo contra a Luverdense, que garantiu o acesso da Chape à Série B, foi um dos mais importantes da sua carreira. Mas o simbolismo da partida vai além do acesso nos gramados. O time catarinense havia sido contestado pela imprensa dos adversários. O resultado você já sabe: subimos para a Série B e deixamos para trás o favorito ao acesso.

AS LEMBRANÇAS DE ATHOS "A Luverdense classificou bem na primeira fase, eles javiam ganhado vários jogos importantes na outra chave, e quando pegaram a gente eles acharam que iriam ganhar de qualquer jeito. O presidente deles era muito "falastrão", falou algumas coisas em entrevistas, o próprio treinador deu algumas brechas. E com certeza o Gilmar Dal Pozzo, com sua inteligência, usou isso como motivação para nós. Entramos com a faca nos dentes para fazer o resultado"

O QUE DIZIA O PRESIDENTE DA LUVERDENSE "O nosso adversário não vai fazer a festa aqui em Mato Grosso, em nossa casa. Aliás, nós vamos vingar o Araguaia, que não subiu em 2009 à Série C por conta da arbitragem a favor deles. Aqui eles não vão fazer isso com o Luverdense", disse Lawisch NOSSO TIME EM CAMPO Nivaldo; Fabiano, André Paulino, Rafael Lima, Gilton; Wanderson, Paulinho Dias, Athos, Neném; Jô, Henrique Dourado. Técnico: Gilmar Dal Pozzo


Foto: Rodrigo Goulart

A luta pelo mesmo objetivo Quando questionado o segredo para dois acessos consecutivos, Athos não esqueceu de mencionar o poder em conjunto que toda a Associação nutria. Naquela época, a Chape realizava confraternizações com as famílias dos atletas, dirigentes e funcionários. O bom relacionamento fora de campo chegava ao vestiário e o clube se tornava uma família. Quando o Verdão alcançou a Série B, Sandro Pallaoro comemorou dizendo: "É uma alegria enorme, é histórico. Eu tô emocionado mesmo, realizamos o sonho de uma cidade, de uma região. É o sonho de todo mundo"

Na noite do acesso para a Série B, o então presidente havia viajado no dia anterior com o Dr. Mendonça e Maringá, pagando as passagens do próprio bolso para assistir a partida em Lucas do Rio Verde. Sem vaidades, a diretoria, funcionários, atletas e cidade andavam juntos pelo mesmo objetivo. Para Duda Pallaoro, viúva de Sandro, o lema "Do roupeiro ao presidente" regeu o clube durante toda a caminhada naquela época, e impulsionou o time a alcançar muito mais do que haviam sonhado algum dia.


DIÁRIO DA CHAPE

A amizade do acesso à elite Sintonia, amizade e cumplicidade. Quem frequentou o Índio Condá em 2013 viu com os próprios olhos uma das duplas mais completas da história da Chapecoense. O armador Athos deu passe para mais de 60% dos gols de Rangel naquele ano. Por efeito, o centroavante goleador foi consagrado como maior artilheiro da Série B e, juntos, contribuiram para que a Chape vivesse pela primeira vez a elite do futebol brasileiro.

"Se não fosse tu eu não estaria onde estou hoje. Eu tenho no meu coração uma gratidão pela tua vida”

"O meu melhor amigo do futebol" Com emoção, Athos se lembra da amizade com Rangel com carinho e saudade. A parceria de ambos ia além das quatro linhas, passava pela amizade das famílias, esposas e da igreja. “A gente fica feliz de ter participado da carreira do Rangel, infelizmente hoje ele não está conosco mais, mas o tempo que ele esteve aqui a gente ficou muito feliz em ter ajudado ele a chegar em lugares maravilhosos profissionalmente. E tudo passou pro aquela Série B. Uma história legal para contar dele é que, de dois em dois meses, me chamava para perguntar: Tá precisando de chuteira aí? Escolhe duas, três chuteiras que eu vou te dar. Porque se não fosse tu eu não estaria onde estou hoje. Eu tenho no meu coração uma gratidão pela tua vida”.


A ligação que mudou a história Além da ajuda em campo, Athos também foi peçachave para o retorno de Bruno Rangel à Chapecoense para a Série A. Os atletas mantiveram contato após se despedirem do Verdão em 2013. “A gente continuou se falando nesses anos seguintes, quando eu sai da Chape o Rangel foi pra fora do Brasil, a gente conversava direto. Inclusive antes dele voltar ele falou comigo, disse estava pensando em voltar e o que eu achava… Eu falei pra ele que se não estava bem lá, ele devia voltar para o lugar que é casa dele. Graças a Deus ele acabou voltando, e virou o maior artilheiro da história da Chapecoense”

Posteriormente, em 2016, quando retornou a Chapecó após a tragédia, Athos pôde conhecer pessoalmente o ex-zagueiro Neto, sobrevivente do acidente e atual superintendente de futebol da Chape. "O Rodolpho, ex-goleiro, me apresentou a ele: “Esse aqui é o Athos, jogou aqui na Chape!”. E o Neto respondeu com surpresa: “Tu que é o Athos!? Cara, o Rangel falava que o melhor meia que ele jogou na vida foi tu. Sem ti ele não chegaria onde chegou”. É maravilhoso poder participar da carreira de alguém e ajudar, principalmente ter essa sintonia. Com certeza o Rangel foi meu melhor amigo dentro do futebol e isso se alastrou para fora dos gramados”


DESTAQUE DO MÊS WILLIAN OLIVEIRA SE TORNOU PEÇA FUNDAMENTAL NA CHAPECOENSE DE LOUZER

Após rescindir com o Botafogo-SP e assinar com a Chape, Willian Oliveira conquistou aos poucos o seu espaço no meio de campo alviverde. Com maestria, Willian controla a intensidade do time e distribui as jogadas. Posicionamento, interceptação de bola e passes longos são as características do volante. Nos últimos seis jogos, Willian atingiu a marca de 21 bolas longas certas, 35 disputas ganhas, 18 interceptações e 20 cortes.

Foto: Márcio CUnha


Sonho de criança O caminho percorrido até o melhor momento da carreira de Willian

No Verdão, Willian já contabiliza um título Catarinense e foi considerado 'craque do jogo' na partida diante do América-MG, pela Série B. Na competição nacional, o volante tem cerca de 90% de eficácia por jogo e chama atenção no meio de campo alviverde. Para o pai, Sr. Osmar Aparecido, a Chapecoense é motivo de orgulho na família Oliveira. "Estamos muito felizes por ele estar vestindo e honrando esse manto sagrado. Chapecó é uma cidade com um povo hospitaleiro, uma torcida maravilhosa abraçou o meu filho. Ele está vivendo o melhor momento da carreira com essa camisa que tem história", afirmou o pai do volante.

Nascido em Junqueirópolis (SP), Willian cresceu na pequena cidade com cerca de 20 mil habitantes. Ganhou a primeira chuteira aos 6 anos de idade e, ao lado do pai, saiu em busca do sonho da primeira oportunidade no futebol. "Aos 8 anos de idade eu já o levava para participar de peneiras. Nós rodamos muito até surgir uma chance. Inicialmente ele foi aprovado no Paraná Clube, um ano depois um empresário o levou para o Madureira. E, já no Fluminense, ele foi vice-campeão da taça São

Após ser lançado no profissional pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, Willian passou por times como Sport, América-MG e Guarani, onde foi treinado por Umberto Louzer. Neste ano, a convite do treinador e sob os esforços de André Martins e Neto, o volante chegou a Chapecó.

Foto: Chapecoense

Paulo de 2012", conta Sr. Osmar, pai de Willian.


O CANAL DO VERDÃO

YouTube/ACFCHAPECOENSE chapecoensereal chapecoensereal

++++ ++++ ++++



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.