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“O conto da ilha”
from Edição 847
Maria De Lourdes Camilo Souza
Numa ilha isolada e ensolarada, lá nos confins do Oceano, morava um jovem. Vivia no farol, e cuidava de oferecer luz para as embarcações que por ali passavam.
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Não muito longe do farol tinha uma pequena vila de pescadores.
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O povo que ali morava nunca adoecia, mas tinham um médico que vinha de barco periódicamente para revisar os moradores. Era uma ilha muito bonita, muito arborizada, e cheia de cabras.
As casas eram muito coloridas e o povo vivia feliz. Uma noite veio uma grande tempestade e um barco naufragou perto da ilha.
Na manhã seguinte, como estava calor, o jovem, morador do farol saiu dar um passeio.
Quando chegou perto da praia para dar um mergulho, viu o corpo inerte de uma jovem desconhecida. Foi correndo até ela.
Estava desacordada, tentou reanimá-la.
Na segunda tentativa ela acordou.
Tinha um machucado na cabeça. Que sangrava um pouco.
Era uma linda jovem , e ele levou-a para Vila dos pescadores ver se por acaso o médico estava por lá para revisá-la.
Quando o viram trazendo a moça correram curiosos.
O médico não estava por lá, mas tinha uma velha curandeira que morava um pouco retirada mas, fazia seus unguentos e pomadas caseiras. Levaram a moça até a casa da velha, que os recebeu meio arredia, dizendo que a moça que vinha do mar trazia mau agouro.
Puseram-na sobre um catre que lá havia.
E a velha senhora foi buscar as ervas para por no machucado.
A moça em confusão mental, nem lembrava seu próprio nome ou o que lhe tinha sucedido.
O moço que a tinha encontrado deixou-a aos cuidados da curandeira.
E voltava sempre que podia para vê-la.
Ela seguia desmemoriada. Mas a curandeira com seus chás, unguentos e rezas a estava curando devagarinho.
Um dia, olhando o mar que estava bravio, ela teve um lampejo, como uma visão, algo em sua cabeça começou a fazer sentido.
E se lembrou de seu nome.
Naquela noite, teve sonho que a apavorava. Gritou muito.
Acordou assustada com a velha senhora tentando acalmá-la.
Ela dizia em seu sonho que todos na sua cidade tinham ficado doentes com uma doença desconhecida, depois que um grupo de chineses tinha chegado.
E que ela e seu pai tinham fugido de lá para se salvarem da doença.
Foram pegos em plena tempestade. O pai foi lançado ao mar e ela na tentativa de salvá-lo tinha se aproximado da vela do barco que virou, batendo forte em sua cabeça. Quando médico veio e soube de sua estória foi vê-la e aí contou a todos sobre o vírus chinês que se espalhava pelo mundo inteiro, matando muita gente.
Como a moça estava saudável e não apresentava sintoma da doença deixaram-na morar lá com eles.