Diário da Manhã
EDIÇÃO ESPECIAL
GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 16 DE MAIO 2012
OPINIÃOPÚBLICA Editora: Sabrina Ritiely
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O CHICOTE DE DEUS ARTHUR DA PAZ
nio. Mas existem os ateus, a cabeça aberta às convicções no plano da ciência clássica e fechada às ideias nas dimensões da ciência quântica. Sabem ler fluentes de cultura literária e não sabem fazer a leitura correta dos episódios divinos que mudaram a posteridade no curso da história humana e materializaram o fantástico da queda no auge da apoteose do domínio absoluto de civilizações memoriáveis. Todos os que evoluem no conhecimento mudam-se no seu conceituado. Apenas os incréus em Deus costumam mudar só às vésperas da morte lá dentro deles saindo com a sua vida.
Batista Custódio Especial para OPINIÃOPÚBLICA
A Terra se retorce, nas hecatombes sísmicas, nas catástrofes econômicas, nas convulsões sociais e em tantos outros flagelos resultantes da calamidade ética, como o corpo que se machuca como única condição para escapar dos grilhões do progresso mercenário e devorador; portanto, mais que um clamor doutra desarrumação global do materialismo malfeitor em agonia, é a súplica de socorro da vida em desespero para ser salva do holocausto moral. A avalanche de cataclismos é presságio indicador do início da decadência das civilizações no apogeu de seu esplendor nos feitos que desonram o mérito do realizado nas virtudes. Abrese a cortina dos tempos e nada fica encoberto no palco dos povos. Faz-se a lavação das podridões de todas as formas do poder na transição das épocas. Aconteceu no Egito dos Faraós (3150 a.C. – 343 a.C.). Ocorreu na mitológica Grécia de Homero (1100 a.C. – 146 a.C.). Consumou-se no Império Romano dos Césares (27 a.C. – 395 d.C.). Repete-se avassaladora na civilização contemporânea. Inexorável, cumprese o determinismo da evolução na etapa das mudanças históricas reformadoras. Só há um jeito de não ver que entramos no epicentro de uma nova era. É não querer ver. A causa do desmantelamento da estabilidade mundial não é originária na sinuosidade dos mistérios. A surpreendência dos fenômenos extemporâneos é consequência natural da sequencial ruptura dos alicerces de sustentação do caráter humano. Os poderes terrenos foram sendo roídos secularmente pelo corporativismo das corrupções nas castas da elite e nas crostas da plebe. O colosso dos dominadores encalhou os governos avariados nos remendos paliativos do autoritarismo de líderes não estadistas. As nações estão naus à deriva no largo de oceanos encarpelados de mazelas nas mentalidades ausentes de consciência cívica. Os timoneiros contornam os esbarrões nos destroços das repúblicas em suas boias salva-vidas, quando não há mais ilhas do tesouro à vista no horizonte das piratarias políticas. Os condutores de povo ouvem o tropeção das doenças incuráveis pisando em sua saúde e não escutam o tropel das tragédias escoicear a sua vida. Não há covis tão danosos quanto a atitude enganosa dos que mancham o idealismo pátrio no sectarismo das ideologias políticas e a ação duvidosa dos que sujam a fé cristã no fanatismo das teologias religiosas.
VOZ DOS TEMPOS O estigma dos castigos épicos está notório no enigma dos sintomas desse tantão de acontecimentos estranhos que deslustram a imponência triunfal
MUNDO CAÍDO
Montagem com Deus, de Miguel Ângelo, da obra A Criação do Sol, da Lua e dos Planetas
de honrarias aduladas antes. Estamos a pleno ciclo reformulador dos destinos da humanidade. As atuais transformações não sobem do chão. Elas descem do Céu. Até agora não é o princípio de novos tempos. Ainda é o fim de velhos tempos. Nem será a destruição do Planeta. Será a redenção. Mas, não, dos indignos. Mas, sim, dos honrados. Haverá a condenação dos maus que não se redimirem e a absolvição dos bons que não se perverterem. Os injustos que persistirem no mal podem se preparar para sofrer terrivelmente nos próximos 50 anos. Os justos que permanecerem no bem devem se organizar para receber as bênçãos da bonança nas épocas vindouras. Os que reconhecem na Profecia de Dom Bosco as Palavras da Salvação, de que habitará no Brasil Central a grande civilização que dominará a Terra no terceiro milênio, percebem que o presidente Floriano se inspirou no vaticínio do santo salesiano ao instituir em 1892 a
Missão Cruls para demarcar em Goiás o local da nova capital do Brasil; e compreendem também que o presidente Juscelino Kubitschek guiou-se na predição do sacerdote italiano do catolicismo ao construir Brasília em 1960. JK não apenas realizou mais obras que todos os outros presidentes juntos ou foi maior como estadista mais democrático. Fez mais. Fez a epopeia do encontro do velho Brasil com o novo Brasil no Brasil esquecido nos cerrados da visão de Dom Bosco. E fez-se maior. Está na História como o presidente da República que implantou a política desenvolvimentista geradora do enriquecimento nacional e morreu pobre. Parafraseando um dito mais repetido à boca cheia pelo governo passado: “Nunca antes se viu um país como esse.” E completo: nem depois, Lula. Pode-se dizer que, ao edificar Brasília, JK lançou a pedra fundamental da predestinada e grande civilização que irá governar a Terra a partir desse milê-
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A corrupção desabou-se e irá caindo até o último pedaço dos corruptos, dos corruptores e dos corrompidos assistindo a aproximação do seu extermínio, atrelados aos estrebuchos dos reinados do poder na Terra inteira. É-lhes chegada a undécima hora do cutelo das provações na cobrança irrecorrível dos que barganharam os custos da difícil retidão espiritual ao preço fácil das tentações pessoais. E não lhes adianta urdirem artifícios escapatórios, porque estão insoltáveis em si mesmos nas algemas que os aprisionam à consciência, onde perderam a confiança de Deus ao perderem o medo de pecar. As gorduras das falcatruas vão derretê-los de vergonha, um a um, todos eles, até de andarem nas ruas; pois cada qual deles estará receoso de sair em público e ser apontado como safado pelas pessoas. E não é sem razão, a cautela dos políticos inidôneos ante a indignação dos eleitores tapeados. Acendeu-se a luz das mudanças na zona de perigo na vida pública. Fermenta-se na ebulição dos ânimos da sociedade o clima propício à eclosão de uma rebelião popular. Por enquanto, o melado ainda está fervendo nas tachas do poder, com muita borra no meio da espuma por cima, e é de toda prudência que os líderes negocistas, demagogos e oportunistas não esperem até ser apurado o açúcar separado do merdoso. O certo é que se foram as quadras de doçuras nas cozinhas dos poderes públicos. Ou quebrem de vez as panelas da comilança oficial, ou fomentarão a alta na produção dos laranjais e das granjas. As buchas serão valiosas ao consumo nos protestos dos embuchados de revolta na população e se tornarão multidões na rebelião dos insurretos que se propagará tão alastrada e incontida, ao ponto de, a qualquer momento, provocar uma revolução até na ortografia da palavra ovação para ovoção como sinônimo mais adequado para materializar o sentido justo das aclamações nos comícios eleitorais, nas festas de inauguração de obras e nas solenidades oficiais da entrega do diploma aos agraciados com títulos de cidadania. São as congratulações que merecem os políticos eleitos que estão chocando corrupção às ninhadas nos mandatos, ou encargados nos poleiros governamentais. Muitos dos honoráveis podem começar a cantar a música de Maysa: “O meu mundo caiu”. Antes que comecem a ouvir o sucesso de Michel Teló:“Ai,se eu te pego”.
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“Os incêndios das mudanças históricas são inapagáveis e queimam todos os acervos da impunidade das leis na vegetação dos poderes.”
RESTOS DE
© HOPE GALERY / DIVULGAÇÃO
CARÁTER A sociedade moderna, onde o mais hodierno é a pouca-vergonha, está angustiada e com aquela insegurança dos intranquilos com o seu dia de amanhã. As comunidades vivem apreensivas em toda parte, como se sentissem debaixo de uma laje suspensa sobre todos os países, já com rachaduras, descendo sobre a Terra, e se dela irradiasse uma carga magnética, com tal volatização, que alterasse a atmosfera. E não é à toa essa sensação de pânico. Pois tudo que é sólido no progresso rui incrivelmente, como se a sua sustentabilidade se dissolvesse no ar, tão inevitavelmente, que nada está dando certo na civilização contemporânea. A natureza se embrabeceu. As geleiras derretem-se no Ártico. Os mares incham nos litorais. Os terremotos sacodem nações. As chuvas despencam enchentes e bebem as sequidões. Os córregos urbanos afogam populações e o Rio Negro, que é abastecido por duas estações, a do inverno irrigado pelas nuvens e a do estio aguado pelas geleiras, diminui o volume no leito. Os ventos conspiram tempestades rolantes de morros e mastigantes de cidades. As clandestinidades sitiam as metrópoles no crime. Rolam restos de caráter em todos os governos, dos cafundós nas regiões remotas do atraso aos rincões acastelados no limbo das celebridades. Não há dúvida. A farra dos corruptos acabou. A surra dos tempos chegou. E Goiás virou foco destacado no jogo dos cassinos políticos nos três poderes da República. A roleta agora é no pescoço dos honorificados. Não é mera coincidência a limpeza moral dos requintados vadios. O Estado é o centro do Brasil Central, a parte do Planeta descrita na revelação da Profecia de Dom Bosco que sediará a civilização nesse milênio o domínio dos bons que libertará a Terra do jugo dos maus. Os entortados na decência vestem a capa do silêncio. Reagem como se fossem um sururu passageiro de moralismo. Pensam que é mais um flagrante de roubação oficial que podem abafar com o conluio das leis. Não poderão. Debalde esperança. Caíram na malha do rebojo das torrentes nas águas das mudanças cíclicas. Estão sob o látego no lombo das chagas do poder, como se o cabo de um chicote invisível saísse das mãos dos que batem, por obra e graça do corretivo aplicado pela Providência Divina, porque eles é que estão precisando de apanhar. As espertezas da desonra se desentenderam com a inteligência da honestidade no mundo. Os que gemem baixinho as dores urrarão sofrimentos maiores em Goiás. Nunca o povo goiano se surpreendeu tanto com tantos adversários e correligionários unidos com tamanha hegemonia partidária entre a direita e a esquerda – com esta adorando mais a misantropia do dinheirismo dos impostos nas suítes da política – e com aquela, mais que esta, amando mais a filantropia dos dízimos nos templos da cristandade. Os goianos transitam emudecidos no meio do poeirão levantado pelos estrondos da corrupção e apenas se entreolham pasmos, como se, de súbito, abrisse um rasgo na escuridão e saíssem das fendas fantasmas vivos sendo queimados em labaredas de dinheiro. Os santificados não eram santos. Endiabraram-se no altar de Midas. Aturdidas, as pessoas de Goiânia estão
Jesus no Sermão da Montanha, obra de Carl Heinrich Bloch, pintor dinamarquês nascido na cidade Copenhaga em 1834 e falecido em 1890
paralisadas no espanto tão espectrante como seria o assombro de um vulcão vomitando pelos ares o Morro da Serrinha. Eu mesmo estou atônito de susto, o olhar parado de incredulidade ante os enxurros de supostas probidades rolando à mostra na realidade das perdições extintas. O leitor deve estar intrigado com o meu mutismo ante o despedaçamento de bandidos nos heróis. Enfrento-os altivos. Não os piso caídos. Não é de meu feitio fadigar os que estão abatidos por entristecedoras, embora merecidas, aflições. A minha formação ética não me consente machucar os que já estão feridos a não ser para evitálos de causar ferimentos a outros. Se eu bater em uma pessoa que está sendo ferida, mesmo que seja a que esteja ainda com a língua empolada de me agredir, dói-me no coração. Às vezes tenho de ser necessariamente ferino para curetar feridas deles que não saram se não for removido delas o ódio da vindita no ressentimento.
A HORA CHEGOU Um pouco nas aulas da experiência própria e demais nas lições da História, aprendi que as tragédias humanas são o currículo do colegiado das mudanças reformadoras da educação moral para melhorar o mundo. Ciclos assim são punidores rigorosos dos oportunistas e perigosos para a imprudência de julgamentos precipitados dos justiceiros. Pois é o momento de exaltações na turba de despeitados colocarem no espeto das frustrações os que lhes despertam inveja e que se os xingadores
houvessem tido a mesma oportunidade fariam igual os xingados. Nos períodos de incêndios monumentais, espero o fumaceiro dissipar-se, para entrar na paisagem arrasada e ter condição de verificar dentre as cinzas o valioso sapecado por estar no meio do ruinoso incinerado. E sofro no sentimento retido na atração à solidariedade e na repulsa à cumplicidade. A pessoa que fica alegre e feliz com a desgraça de outro, e não contribui para diminuí-la ou incentiva para aumentá-la, é uma pessoa triste e infeliz no caráter. Os incêndios das mudanças históricas são inapagáveis e queimam todos os acervos da impunidade das leis na vegetação dos poderes. Os ventos ciclópicos espalharão faíscas no vasto. As molhações com lágrimas serão evaporadas à temperatura de sofrimentos enormes nas consciências secas até a calcinação final dos hipócritas no trono do moralismo cínico. Descortinou-se a abertura de um tempo que durará anos de purgação nas amarguras crescentes até consumar-se a purificação revelada na visão de Dom Bosco. Advirão martírios incontornáveis nas lamentações dos ímpios. Jesus, sentado sobre o Monte das Oliveiras, olhando para Jerusalém, avisou: “Quando chegar esta hora, grandes aflições cairão sobre os justos e os injustos, tais como nunca aconteceu. E isto será apenas o início das dores que hão de vir.” (Mateus, Capítulo 4, versículos de 9 a 11). Regenerem-se todos do inescrupuloso, o humilde e o arrogante. E não se arrependam apenas nas palavras das orações, mas com a renúncia através da devolução do que não mereceram no excesso dos lucros no trabalho a serviço
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das opulências incúrias. Pois Cristo disse, incisivo: “Sabeis que os governadores das nações as dominam e os grandes as tiranizam. Entre vós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve.” Ecoa nos cinco continentes o soado da separação do trigo do joio para os que lavoram na corrupção. Não haverá contemporização. Os justos que não se afastarem dos injustos serão arrastados na companhia deles para as “grandes aflições das dores que hão de vir”. PINACOTECA NAZIONALE. SIENA, ITÁLIA
São Mateus, pintura barroca de Guido Reni criada em 1621, usando técnica em óleo sobre tela
São Francisco de Assis, dois anos antes (1224) de morrer em 1226, cego, doente e extremamente debilitado, ditou uma mensagem ao frade que o auxiliava, fez questão de assiná-la pessoalmente, cujo original se encontra na Biblioteca da Basílica de Assis e faz parte de “Il fioretti de San Francesco”.
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Manuscrito ditado por Francisco de Assis e assinado por ele. Hoje, protegido em museu
CARTA AOS GOVERNANTES DOS POVOS 1. A todos os podestás, cônsules, juízes e regentes no mundo inteiro, e a todos quantos receberem esta carta, Frei Francisco, mísero e pequenino servo no Senhor, deseja saúde e paz. 2. Considerai e vede que “se aproxima o dia da morte” (Gn 47,29). 3. Peço-vos, pois, com todo o respeito de que sou capaz, que, no meio dos cuidados e solicitudes que tendes neste
século, não esqueçais o Senhor nem vos afasteis dos seus mandamentos. Pois todos aqueles que o deixam cair no esquecimento e “se afastam dos seus mandamentos” são amaldiçoados (Sl 118,21) e serão por Ele “entregues ao esquecimento” (Ez 33,13). 4. E quando chegar o dia da morte, “tudo o que entendiam possuir serlhes-á tirado” (Lc 8,18). 5. E quanto mais sábios e poderosos houverem sido neste mundo, tanto maiores “tormentos padecerão no inferno” (Sb 6,7). 6. Por isso aconselho-vos encarecidamente, meus senhores, que deixeis de lado todos os cuidados e solicitudes e recebais com amor o santíssimo corpo e o santíssimo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, por ocasião de sua santa memória. 7. Diante do povo que vos foi confiado, prestai ao Senhor este testemunho público de veneração, todas as tardes mandai proclamar por um pregoeiro, ou anunciai por algum sinal, que todo o povo deverá render graças e louvores ao Senhor Deus Todo-Poderoso. 8. E se não o fizerdes, sabei que haveis de dar conta perante vosso Senhor Jesus Cristo no dia do juízo. 9. Os que levarem consigo este escrito e o observarem, saibam que são abençoados pelo Senhor Deus. O seu humilde servo e irmão em Jesus Cristo, Frei Francisco
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“Arrependam-se. E devolvam o tirado dos Erários, o levado dos sonhos, o desfeito nas esperanças, antes do acabado na honra.”
TERRA
PROMETIDA
Francisco de Assis no êxtase da morte. Tela pintada por Caravaggio
Escoou-se o tempo dos dias de tolerância aos inescrupulosos nas supremacias dos mandos terrenos. “E quanto mais sábios e poderosos houverem sido neste mundo, tanto maiores ‘tormentos padecerão no inferno’ (Sb. 6,7).” Mesmo os inocentes que não se libertarem da convivência influenciadora dos pecadores, “tudo o que entendiam possuir ser-lhes-á tirado.”
Habitar o Centro-Oeste do Brasil é uma dádiva celeste. Pois é a região escolhida para berço do povo que construirá, a partir desta década e durante esses 50 anos, a Terra Prometida na antevidência de Dom Bosco. E por estar o Planalto Central eleito para a Civilização Redentora do Planeta residir, será também a localidade dos linchamentos morais através das quedas humilhantes dos fariseus do moralismo nas casas com água furtada dos poderes públicos. Arrependam-se. E devolvam o tirado dos Erários, o levado dos sonhos, o desfeito nas esperanças, antes do acabado na honra. A renúncia aos desacertos da pessoa na vida é a remissão dos sofrimentos dolorosos nas bênçãos do perdão reparado no sidério das provocações humanas. Do contrário, as atormentações virão progressivamente ainda mais devastadoras sobre os usuários das tentações, que os atuais martírios sequer servem de amostra dos calvários que irão percorrer até o Gólgota que os espera no lugar daquele que estivera à esquerda da Cruz. A caravana dos desbravadores que irão edificar o território da civilização preconizada por Dom Bosco já começou a andar. Jornalista, professor de Filosofia, Frei Capuchino e ex-assessor da CNBB, Ton Alves abre o pergaminho santo para o leitor.
O SOPRO DO ESPÍRITO QUE MOVE E RENOVA Ton Alves Especial para OPINIÃOPÚBLICA
Desde que adquiriu a consciência de si mesmo, destacando-se dos demais animais da sua classe, é que o ser humano percebeu a existência de uma força transcendente que permeia as ações e os pensamentos. O poder admirável dessa presença sutil e permanente se revelou tão forte e sábio que outra coisa não restou à humanidade senão colocarse diante dela e a adorar. A este fenômeno convencionou-se chamar espírito. E todos os estudiosos da alma humana admitem que, por serem passíveis à dinâmica desse espírito, todas as pessoas são, de princípio, imprevisíveis. E essa imprevisibilidade é o que mais incomoda os detentores do poder. A Igreja Católica e sua luta contra o livre pensamento são um excelente exemplo disso. Tentou com discursos, mágicas, ameaças, torturas, mortes e maldições conter a liberalidade do espírito. Sem sucesso. Volta e meia, como um vento impetuoso que faz voar conceitos, tratados e leis, o espírito invade estruturas, renovando-as. Purificando com o fogo que acende as mazelas do egoísmo opressor. No caso do cristianismo, que de uma religião revolucionariamente intimista se transformou numa instituição político-econômico-ideológica pesada, poderosa e conservadora, os sopros do espírito são mais perceptíveis e temidos. E ele vem e se apodera das pessoas de mente aber-
Parte do manuscrito de uma das profecias de Dom Bosco
ta, os místicos, os profetas, os verdadeiros santos e santas. Um dos casos mais recentes desse poder do espírito que contraria doutrinas consolidadas e status aparentemente estáveis foi a vida e as visões do padre italiano João Melchior Bosco, que ficou conhecido por São João Bosco, ou mais simplesmente Dom Bosco. João Melchior nasceu em Castelnuovo d’Asti no ano de 1815 e morreu em Turim em 1888. Foi considerado santo pelos católicos logo depois de sua morte. A Igreja de Roma, como sempre, demorou para admitir publicamente a santidade desse clérigo, pois várias passagens de sua vida incomodavam bastante os cardeais da Cúria. Numa Itália efervescente de mudanças e reorganização política, com a unificação do país e a separação entre Igreja e Estado, Dom Bosco organizou sua ordem religiosa de forma corajosa. Justificava sua ousadia dizendo estar sendo acompanhado e auxili-
ado diretamente pela Mãe de Jesus Cristo, a quem chamava a Auxiliadora. Mas o que mais chamou a atenção para a singularidade desse sonho eram seus sonhos premonitórios, que ele chamava visões. Mesmo não parecendo saber muito bem como lidar com esses eventos, João Bosco decidiu dar-lhes atenção, pois muitas vezes as visões tidas nos sonhos se realizavam com extrema pontualidade. Contava seus sonhos a seu confessor ou diretor espiritual antes de contá-los aos demais. O Papa Pio IX ordenou-lhe escrevesse tudo, com seu sentido literal e de forma detalhada. Foram numerosos sonhos. Mas o que mais teve repercussão no Brasil foi o sonho onde o padre viu, quase 100 anos antes, a construção de Brasília. Segundo ele, foi levado como em transe para o centro da América do Sul, e num ponto exato os paralelos 15 e 20 do Hemisfério Sul, viu um lugar de muita riqueza,próximo a um lago.
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São João Dom Bosco
Em 1883, Dom Bosco teve outro sonho profético, devidamente registrado em suas anotações. Neste, ele viajava na visão por toda a América do Sul. Mas o principal desta profecia é o que seria referente ao planalto central brasileiro: “...Eu enxergava nas vísceras das montanhas e nas profundas da planície.Tinha, sob os olhos,as riquezas incomparáveis dessas regiões, as quais, um dia, serão descobertas. Eu via numerosos minérios de metais preciosos, jazidas inesgotáveis de carvão de pedra, de depósitos de petróleo tão abundantes, como jamais se acharam noutros lugares. Mas não era tudo. Entre os graus 15 e 20, existia um seio de terra bastante largo e longo, que partia de um ponto onde se formava um lago. E então uma voz me disse, repetidamente: ‘Quando vierem escavar os minerais ocultos no meio destes montes, surgirá aqui a Terra da Promissão, fluente de leite e mel.Será uma
riqueza inconcebível’.” Esse lugar, que segundo a geografia é Brasília, motivo pelo qual São João Bosco é um dos padroeiros daquela cidade. Além deste, o santo teve vários outros sonhos premonitórios, e, acreditam alguns estudiosos da vida de Dom Bosco, em seus sonhos foram previstas as mortes de todos os papas que sucederiam Pio XI. A Igreja, como sempre, não comenta ou dá um outro sentido menos dramático e menos revelador aos sonhos de Dom Bosco. Da mesma forma que trata os conturbados “segredos de Fátima” e outras revelações místicas que contrariam seus interesses hegemônicos. Mesmo assim, como aconteceu com Dom Bosco,o espírito sopra por entre as barricadas das instituições e desaloja posições. Afinal, é justamente o papel de tornar novo é que compete ao fogo, que destruído o velho cria outra realidade. E o fogo é o símbolo mais usado para exprimir o poder e a sutileza do Espírito.
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“O diamante existe rodeado de cascalhos e não impregna sua essência na substância dos pedregulhos.”
O QUE ERA
tonificados nos exercícios atléticos. Precisa apenas exercitar a leitura das biografias de estadistas que mudaram a face da história em seu tempo. Sinaliza-se em Marconi o esplendor da modernidade elevado ao amadurecimento aos 49 anos. Falta-lhe somente o discernimento de aluir-se do velho modelo do populismo de clientela eleitoral cativa à mercadologia partidária. Iris Rezende e Marconi Perillo vencem adversários valorosos e rendemse a correligionários pegajosos. Enxergam longe onde querem chegar, mas carecem de uma reciclagem na visão quanto à argúcia perceptiva do fantasioso no perto. O diamante existe rodeado de cascalhos e não impregna sua essência na substância dos pedregulhos. A natureza preserva a diferenciação na congenia das espécies semelhantes tanto na flora quanto na fauna. O lírio germina em terras férteis e úmidas e as flores brancas, laranjas, rosas, cor de creme e violeta são de uma leveza sedutora na beleza e no perfume, e seu fruto é alimento tradicional dos povos nativos do sudoeste africano. A Flor-Cadáver germina nos solos áridos, sua flor chega a atingir três metros, belíssima, laranja avermelhada, mas catinga como carniça, sobrevive parasitada a outras plantas e sua polpa carnuda é comestível por nativos na África do Sul. Também no meio ambiente da vida pública recende na fragrância do lirial a exalação de imponentes florescadáver a fedentina da corrupção.
NÃO SERÁ A tradição é as enchentes das temporadas de moralização submergirem as ilhas e inundarem os istmos das penínsulas, depois se esvaziarem com raros desbarrancamentos nos continentes e apressadamente salvos por miraculosos estios nos céus do poder. Era. Desta vez é o dilúvio das mudanças históricas. Os temporais irão despejando trombas-d’água no topo das cordilheiras até alagarem os castelos, e a enxurrada não parará de escorrer enquanto os arquipélagos não estiverem afundados no mundo todo. E beira à incredulidade duvidosa descrer da possibilidade que as nuvens da profecia estejam lavando primeiro as pragas nas plagas para em seguida reunirem as águas do lago que certamente chamou a atenção de Dom Bosco, por ser no agreste do Brasil Central e no centro da civilização prevista por ele, hoje Brasília. A corrupção choraminga aos estertores nos governos em todas as nações, trêmulas e indecisas com o futuro incerto dos povos jogados nas escadarias rolantes dos líderes com a honra desmontada nas orgias das devassidões sexuais; nas perversões das ganâncias pecuniárias; nas venalidades do idealismo conspurcado nas ideologias; nas profanações do cristianismo perjúrio mercadológico das religiões; enfim, nas vaidades deslumbradas com sucesso na fama postiça.
ÓDIOS
RENASCER
NO ÓDIO
OU MORRER Goiás tem servido de palco na vida pública para nulidades triunfantes e de trampolim político para milagrosas fortunas de meliantes honorificados. O Estado será o cérebro da abençoada epopeia redentora do Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, na definição do livro ditado em 1938 pelo espírito do genial escritor Humberto de Campos e psicografado pelo inigualável médium Francisco Cândido Xavier. A flor-cadáver é a maior e mais malcheirosa “flor” do mundo. Abaixo, sua semente
Capa do livro de Humberto de Campos. Será coincidência a cachoeira?
Justaposto era por demais previsível e sobretudo natural que as varreduras da austeridade seriam implacáveis no saneamento das intimidades dos regentes do moralismo retumbante nas roubalheiras caladas nos negócios públicos há décadas. Se governantes e governados houvessem lido com atenção meus artigos e as mensagens enviadas-me pelos espíritos de Fábio Nasser e de Alfredo Nasser, os que estão sendo e os que ainda serão punidos não se surpreenderiam com os castigos. Não adianta se lavarem nas lágrimas. A lama que os pe-
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gou secará com os sujos por baixo e então os limpos levantar-se-ão do pó. Transmiti no ano passado a meus queridos compadres Iris Rezende e Marconi Perillo o aviso da Espiritualidade para que se unissem acima dos ódios em volta deles, a fim de que pudessem merecer o amor divino e assumirem o comando das mudanças que inovarão a História do Mundo em Goiás. Cheguei a alertar ao Iris sobre a vinda de tempos tão doídos, que ele agradeceria a Deus por haver sido derrotado e que antes do meio do mandato o Marconi arrepender-se-ia de ter sido eleito. No dia que deixei escapar essa premonição ao compadre Iris, em uma visita que me fizera em casa à beira dos dias após as eleições, o padrinho do Fábio Nasser estava com a alma pedindo alívio, e o compadre Marconi tinha as batidas do coração insones na vigília das festas. No repasse dos meses seguintes, o padrinho do João do Sonho convidou-me ao Palácio das Esmeraldas e queixou-se: – Está muito difícil de consertar o governo. Se eu não fosse tão otimista, já teria me desanimado. Iris é temente a Deus. Às vezes se isola para debaixo de uma árvore na fazenda. Ora demorosamente até
Os lírios nascem, florescem na lama e usinam um marcante e agradável aroma
sentir dentro de si uma voz transmitindo-lhe o conforto e a orientação. Faz isso sempre desde sempremente em sua vida. Um bocado de semanas depois revisitou-me em casa, renascido na alegria, contagiado de entusiasmo, e disse, crente: – Compadre, Deus poupou-me, antes na derrota, do sofrimento depois da vitória. Os que relerem o artigo Viagem à Luz, de 26 páginas, publicado no Diário da Manhã às tampas do segundo turno, constatarão que não está acontecendo nada diferentemente, mas, sim, igualzinho ao que escrevi à época. Abrira a porta dos tempos vindouros e deixei à vista o mostruário do que estava pronto no arsenal das mudanças históricas do mundo na atual civilização nesse século. Teria sido pior para Iris Rezende num terceiro governo do que está péssimo para o governador Marconi Perillo no terceiro mandato. Não que o moço da camisa azul e o homem dos mutirões tenham medidas díspares na tabela de suas superioridades nas culminâncias do valor político. Empatam-se até no que os concorre iguais na distonia do que precisam vir a ser no que ambos estão se competindo. Sobra vigor físico no Iris aos 79 anos
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Ao prognosticar que se Iris Rezende vencesse e Marconi Perillo perdesse a sucessão de Alcides Rodrigues, o martírio seria mais penoso para o cristianopolino que é a crucificação para o palmeirense, não que um seja melhor nos méritos em ambos, mas devido aos tonéis de ódio envelhecido a ser engolido goela abaixo das destilarias nas adegas partidárias. Marconi foi sendo inebriado dose a dose no ódio estocado nas tabernas do governo nas reservas a Alcides Rodrigues e enfrenta a ressaca de porre às goladas do vinagre Leréia adicionado ao vinho que Lula teve de saborear na colheita das vinhas da ira no Mensalão. Iris teria de deglutir a contragosto a vinhoca do alcidismo em meio aos brindes servidos na bandeja do lulismo tonto de votos nas embriagantes uisquerias eleitorais. Há tanto ódio nos ódios se odiando nos políticos odiosos, que os odiados estão bebendo o odiento na própria odiosidade. É o trago amargo na taça da vida. Marconi Perillo toma o que levou na tigela do expresidente Fernando Henrique Cardoso para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na bebedeira denuncista do Mensalão. Iris bebericaria o que o ex-presidente Lula guardou do fermentado por FHC para o Marconi engolir na festança clandestina no delta de uma cachoeira. Assim é o ilícito produzido nos engenhos da política e engarrafado com rótulos diferentes nos botequins pelos usineiros que repartem o açúcar entre si e jogam os bagaços no povo. Essa tem sido a tradição na moagem das moralizações nos canaviais da corrupção nos governos parceirados aos feudos econômicos. Foi nas outras ocasiões. Não será desta vez. O fogaréu nas canas é aceso pela luz das Mudanças Divinas previstas nas profecias. Não restará um só gomo que a garapa não seja esturricada até não restar borra na tacha da depuração moral em todas as formas de poder na Terra.
Diário da Manhã
OPINIÃOPÚBLICA EDIÇÃO ESPECIAL
GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 16 MAIO DE MAIO GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 2 DE DE 2012
OPINIÃOPÚBLICA O ALERTA DE CHICO XAVIER O convívio da Espiritualidade comigo começou na tenra idade. Aos três anos e oito meses, o meu avô paterno, Anicésio José Cardoso, desencarnou em 1938 na FaAnicésio zenda Cambaúva, no município de Bom Jardim, a uns 100 quilômetros da Fazenda Paraíso, em Caiapônia. O espírito dele esteve comigo 24 horas antes de o portador chegar com a notícia e o vi durante os próximos cinco anos. Na mensagem psicografada pela médium Mary Alves no Centro Espírita Irmã Dulce, o meu avô foi carinhoso nesse tópico com o neto: “Quando vinha para cá, recordava de você, ainda criança e tão inteligente,com o seu dom de ver os mortos.” Meu pai, Antônio Custódio, moldado pela cultura no agreste dos desbravadores do sertão, ia no súbito do temperamento compreensivo ao destempero emocional. No livro SagaSoAntônio Custódio nho, referi às suas brutezas, não para feri-lo, que eu o amava, mas para ponderar a outros pais ricos a não judiarem dos filhos, e fiquei em dúvida se manteria ou se excluiria do texto a referência. Meu pai faleceu em 1994 e enviou uma mensagem, psicografada pela médium Mary Alves, também no Centro
“Todos aqueles que não lhe deram ouvidos, que o acusam de profetizar o apocalipse, mal sabem o que os aguarda.”
mandou dizer que precisava falar comigo em Uberaba. Não o conhecia pessoalmente. Embora estivesse arrastado a humilhações e indignado ante tantas viChico Xavier lezas recebidas que jamais esperaria, fui ao encontro com o médium no Grupo Espírita da Prece. Recebeu-me com uma fraternidade comovedora e, entre um rosário de revelações impressionantes de episódios que na época pareciam impossíveis e que acabaram acontecendo todos eles – dentre os quais a pessoa que fora meu espírito na França –, disse que não haveria “força nos poderes terrenos capaz” de impedir-me de “reabrir o Diário da Manhã”. No momento reagi com veemência verbosa de que havia decidido-me a não voltar no jornal. “Estimado Batista Custódio. A esposa de Carlos Baccelli, Márcia, O seu amigo Alfredo Nasser está aqui, ao meu lado. Tem urgência de salvou-me em tom enérgico da imprufazer-lhe uma ponderação. Todavia, dência destemperada: não tem ainda permissão de fazê-lo diretamente. A participação na política partidária prejudicou-o na evolução espiritual por enquanto. Está frequentando a Universidade e pediume para enviar-lhe esta carta dele. Não se filie à corrente política, nem se candidate.Você, meu amigo, desviar-se-ia da missão a que veio cumprir na imprensa. Enfrentará muitas provações, mas foi preparado aqui para o confronto dos desafios.Vencê-los-á, Carlos Baccelli e a esposa, Márcia Baccelli à custa de grandes sofrimentos.” Espírita Irmã Dulce, que tranquilizou-me nesse tópico: “Batista, meu filho, você sabe que precisava vir lhe pedir desculpas. O seu coração não guarda nada, mas afirmar que você foi muito importante para mim e continua sendo. E eu nunca soube expressar essa verdade. Só sabia reclamar e exigir atenção.” Alfredo Nasser faleceu em 26 de novembro de 1966. Em abril de 1967, recebi uma longa mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e assinada pelo espírito de Bezerra de Menezes transmitindome recomendações de Alfredo Nasser Bezerra de Menezes com esse introito:
Quando o Diário da Manhã foi fechado em 1984, por ordem do governo estadual e executado pelo juiz da então Vara de Falências, tudo se voltou contra mim com a força do fim no acabado. Após meses no degredo da exclusão até por parentes tão queridos, por amigos estimados demais, por jornalistas companheiríssimos, Francisco Cândido Xavier
“Cale-se, Batista, que você está recebendo uma homenagem.” Fiz aquele silêncio mudo dos tímidos. E Chico Xavier prosseguiu: “Assumiu o compromisso na Espiritualidade. A sua tarefa na imprensa. Reabrirá o Diário da Manhã por amor. Ou pela dor, porque os irmãozinhos LÁ DE CIMA vão bater muito em você até
convencê-lo de que não poderá falhar na missão que veio realizar no jornalismo.” À saída, Chico informou-me que havia uma médium psicógrafa que ia ser muito útil para mim no futuro e falou o nome da Mary.
RESUMO DOS AVISOS O preâmbulo discorrendo a respeito das manifestações espíritas relatadas tem o objetivo único de remover qualquer dúvida das pessoas de que a minha convivência com os espíritos desencarnados é permanente desde criança e que a mantive em segredo ao receber a primeira mensagem do meu filho Fábio Nasser, todas endereçadas a mim e dirigidas no conteúdo a todos em geral. Inúmeras são reservadas para a minha orientação na solução de questões complicadas e com a recomendação de que não podem ser divulgadas. Recentemente recebi uma de advertência para o senador Demóstenes Torres e outra para o governador Marconi Perillo em relação à Operação Monte Carlo. Nos últimos cinco anos, as mensagens de Fábio Nasser e de Alfredo Nasser têm persistido em alertar-me de que o ciclo das mudanças previstas na Espiritualidade e que varrerão da Terra nessa civilização os governantes corruptos havia começado. Com a finalidade precípua de reativar as memórias, reedito das cartas publicadas no Diário da Manhã os trechos mais incisivos quanto à inexorabilidade das Mudanças Divinas que transformarão o nosso Planeta até não ficar corrupção sobre corrupção em todos os tipos de poder na Humanidade. Releiam. Decorem. Reflitam. Repensem suas vidas. Refaçam-se dos erros cometidos. Realinhem-se ao bem. E transmitam a outros o que a Espiritualidade mandou Fábio, Alfredo e recentemente Humberto de Campos dizerem ao povo goiano.
ALFREDO NASSER A erudição universal, o estilo literário, a oratória flamejante e a elegância fina fascinavamme em Alfredo Nasser. A sua honestidade e humildade também. Ele foi um pensador que a Filosofia perdeu para a política. Em todos os estadistas que conheci, não vi líder parecido com anjo como o Nasser. Foi alma em forma de gente e a sua coragem cívica acovardava jagunços. Uma força misteriosa nos unia. Eu o irritava. Ele me contrariava. Mas os desentendimentos não nos separavam e até aproximavam-nos mais. Não entendíamos esse vínculo. Parecia um elo soldado em duas vidas. No dia em que ele morreu, o Jávier Godinho, a Consuelo Nasser e eu estávamos conversando no Cinco de Março. De repente senti um cheiro de vela acesa, que é um dos fenômenos que me tocam quando um amigo morre distante. O Jávier também notou. Fui para casa almoçar e mal sentei-me à mesa o telefone tocou. Era o Wilson Gusmão. – O Nasser acabou de falecer. E quando começou a sentir a dor no peito, falou: ‘É, meu velho, dessa vez eu vou. A primeira pessoa que quero que seja avisada é o Batista’.” Somente quando escrevia SagaSonho, uma mensagem do Fábio Nasser explicou-me que seu tio Alfredo e eu fomos companheiros na França e que, já desencarnados, era para nascer os dois em Goiás, um ligado ao outro. No livro existe material comprobatório dessa parceria espiritual. Em mensagem publicada no Diário da Manhã, meu filho Fábio avisou que o meu estilo ia mudar um pouco, porque o seu tio Alfredo Nasser e um amigo dele chamado Teotônio Segurado iam me ajudar a escrever. Alfredo Nasser orientava-me com seus conselhos na vida. Agora norteia-me qual bússola na Espiritualidade. Há meia década enviou a mensagem seguinte, que selecionei esparsamente tópicos reveladores do início dessas tragédias, nunca antes presenciadas no mundo.
Alfredo Nasser
“Prezado Batista. É, companheiro, o momento chegou. As lutas do presente serão testemunhos vivos de sua firmeza de caráter. Temos acompanhado toda a sua luta para trazer um novo aspecto ao jornalismo, sem as manchetes do denuncismo, bem diferentes de outras épocas.” Outras épocas é alusão ao semanário Cinco de Março. Eis a razão que mantenho o Diário da Manhã equidistante do sensacionalismo no noticiário do escândalo Carlos Cachoeira.
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Em outro trecho, Alfredo Nasser ressalta: “Em meu tempo aí na Terra,trouxe muito a resgatar e foi a duras penas que aprendi o valor de cada minuto vivido.” É a reiteração de sua referência feita na mensagem de Bezerra de Menezes ao desgaste que a militância partidária na política causou-lhe na evolução espiritual. Em outra carta, Alfredo Nasser diz: “Meu bom amigo e irmão, que a face de Deus lhe seja mostrada,para a glória de sua fé. É por esse ideal, meu caro, que estamos juntos desde tempos remotos. Os valores que deviam preocupar a criatura humana são justamente os que andam tão escassos. A humanidade nunca esteve tão vazia de si mesma. Àqueles que zombam de sua quase voz no deserto, respondemos: amanhã cada um vestirá a toga do espírito imortal,juiz de si mesmos. A eternidade completará algo que ainda não conhece: a era da moralidade, da decência, dos bons costumes,da honestidade. Por isso,siga em frente. As provações estão com prazo curto.” Na mensagem seguinte, Alfredo Nasser concita-me: “Meu amigo e companheiro de jornada, que Deus abençoe a sua intenção de ser fiel até o último instante. Você sente que ultrapassou a barreira dos sentidos e uma sensação de paz controla-o por inteiro. Todos aqueles que não lhe deram ouvidos, que o acusam de profetizar o apocalipse, mal sabem o que os aguarda. Não receie de magoar supostos amigos. Seja totalmente imparcial e você será respeitado. A sua razão é clara e a sua intuição é correta. Estamos juntos. Antigos companheiros de vanguarda te saúdam.”
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GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 2Diário DE MAIO DE da 2012
OPINIÃOPÚBLICA EDIÇÃO ESPECIAL
GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 16 DE MAIO DE 2012
OPINIÃOPÚBLICA
Manhã 1
“Iris Rezende e ao Marconi Perillo que estavam predestinados a comandar o processo da evolução.”
FÁBIO NASSER
A ESTRELA VIGILANTE Este filho não morreu. Foi morar no meu coração. Em pessoa, o Fábio era meu companheiro incondicional na sua bravura em meus perigos nas lutas, todas as muitas vezes que nossos combatentes abriam nas trincheiras a entrada para os dois campos adversários. Em espírito é o meu guia na luz que raia a rota segura para me desviar nos trechos escuros dos ardis dissimulados. Ele tem sido nas mais de uma centena de mensagens de uma assiduidade de plantonista vigilante. E todos os seus avisos antecipando as armações que estavam sendo preparadas contra mim, por mais absurdas que pareceram ser na época, todas aconteceram conforme o espírito do meu filho informara-me. Não mudam um milímetro do lugar, sequer uma letra da palavra do dito ou um segundo do tempo marcado. Selecionei no calhamaço de mensagens advertindo: “O Planeta grita por mudanças e elas estão acontecendo. Chegou a hora do homem milenar. Os amigos da Vida Maior revelam que o Brasil é destinado a ser o Celeiro das bênçãos do Evangelho. Novos governantes terão o olhar rigoroso dos Benfeitores Espirituais, pois é necessário que se cumpra o papel destinado à nossa Terra querida. A moralidade será instalada para todo o sempre. E a Terra será transformada para a morada da paz. E tudo isso, meu pai, não sou eu quem afirma: são as vozes dos filhos de Deus que proclamam na Terra a era da hosana divina. O tempo urge. Quem resistir verá a glória. Pai querido, caminhe um pouco mais. Dias melhores virão. E o senhor, querido pai, vem sentindo o peso da responsabilidade aumentar na exigência do dia a dia. Estamos mobilizando recursos espirituais para ajudá-lo ainda mais. O socorro virá. Não se aflija. O senhor está correto quando afirma quão é o índice de violência, de maldade e da corrupção. E a novidade é que o erro não ficará mais encoberto. Estamos aguardando sérias e drásticas mudanças. Ninguém conseguirá se mascarar e passar incólume. O degredo está começando. Continue firme. Estamos a postos. Meu pai, abençoe-me. Os amigos da Vida Maior concederam-me a oportunidade para trazer o recado a todos os corações de boa vontade que se mantenham firmes e vigilantes na oração, pois o trabalho prossegue ativo, constante, intenso, melindroso para a retirada dos irmãozinhos que ainda se prendem à ilusão do vício das drogas e levá-los aos Hospitais Espirituais. Foi realizada uma reunião entre os Trabalhadores do Senhor e foi repassada a tarefa de socorro e higienização do Planeta. As consequências dos vícios que os encarnados prosseguem chegaram no limite por aqui. Agora todo Trabalhador está repleto de tarefas. Tenho acompanhado a grande movimentação entre os dois mundos. Grandes Postos de Socorro foram instalados em todos os quadrantes da Terra. Será um trabalho gigantesco, mas todos confiam na vitória do
Fábio Nasser
bem. Informaram aqui que não existe mais a possibilidade de paliativos. Os encarnados sentirão profundas e graves mudanças, até que decidam deixar as drogas. Tenho para mim que Jesus se emocionou ante o espetáculo de degradação moral e física a que está exposto o seu rebanho. O ambiente espiritual de toda atmosfera deverá ficar um pouco tenso e por isso pediram a vigilância das orações. Sinais virão para comprovar a veracidade dos fatos. Sejamos todos uma família fraterna e unida. Pai, sinto-me emocionado ante a grandiosidade do momento que estamos vivendo. Fique confiante em suas intuições, pois a sua ponderação sempre decide o melhor e o certo. Estamos a postos. O senhor conhecerá um grande alívio. Confie e espere. Nossos familiares deixam abraços.” Em uma de suas mensagens no ano passado, meu filho Fábio Nasser comunicou que a partir daquele dia “viria pontualmente à meia-noite visitar-me”. Às vezes me dá um toque físico através de um beijo no pescoço, ou com as mãos em minha cabeça, e deixa em minha mente a intuição sugerindo o que tenho de fazer. Certa vez acordei com a premonição instigando-me a assumir um posicionamento público com relação à política de Goiás, porém fiquei temeroso, o ambiente depois das eleições estava muito conflitado. Enviei em pensamento nas orações ao deitar-me à noite para ele orientarme de como deveria proceder-me em Goiás, sob o impacto crescente das mudanças, já que os líderes mantinham-se indiferentes a tantos escombros e colocando-os cada vez mais irascíveis respectivamente. A intuição perceptiva direcionava-me para, necessariamente, esclarecer ao Iris Rezende e ao Marconi Perillo que estavam predestinados a comandar o processo da evolução; todavia, se ambos não se unissem, nenhum dos dois seria escolhido; portanto, se qualquer um deles tomasse a iniciativa, esse teria dado o passo do estadista e seria o condutor goiano do determinismo histórico que mudará o mundo. E eu havia acabado de me levantar, a médium Mary Alves entrou em minha casa com a mensagem, da qual reproduzo os tópicos. “A própria situação espiritual que encobre todo o Planeta determi-
na que as mudanças aconteçam rápidas e intensas. Para melhor ajudá-lo, certifiqueime com os Amigos Superiores a intensidade e o impacto delas sobre as criaturas na Terra. A primeira explicação que recebi foi que, devido à transformação da Terra de Mundo de Expiação e Provas para Mundo de Regeneração, todos os governantes estarão sendo vigiados de muito perto pelo Plano Superior. Aqueles que já se desvirtuaram do compromisso que assumiram, não mais permanecerão recebendo a oportunidade do bem coletivo. Com relação ao nosso amigo Goiano, seu compromisso perdura com a Nação, em compromisso assumido ao reencarnar, desde o tempo do Império. Recebeu todo o acompanhamento para o bom desempenho de seu trabalho, porém, as tentações e as armadilhas surgirão. Necessitará se resguardar em oração, permitindo que as suas ações no bem possam ser o antídoto contra toda e qualquer investida das Trevas. A Espiritualidade Superior confia a ele grandes esperanças, pois Goiás está predestinado a ser o sustentáculo moral da Nação. É a força do exemplo. Com essa explicação que recebi, compreendo quão grande é a sua responsabilidade de ajudá-lo a seguir firme nos trilhos da verdade e da ética. Investidas para que essa assistência não ocorra acontecerão, e o cansaço aparecerá como consequência, mas lembre-se do seu próprio compromisso e permaneça firme. Com relação ao meu querido irmão e padrinho, o seu coração está por demais sensível, mas a hora da verdade chegou e ele compreendeu. Nada mais é tão importante do que assumir o compromisso com a verdade interior e pautar a vida nesse princípio. Ajude-o a se recompor, meu pai. A sua intuição já o alertou como iniciar o processo.” O Fábio aprovou, de pronto, o apoio ao seu padrinho Iris Rezende e não fez referência ao padrinho do João do Sonho, Marconi Perillo. Insisti no pedido nas orações e uma semana depois ele ditou a resposta para a médium Mary Alves no Centro Espírita Mãos Unidas: “Querido pai, Deus nos abençoe. Realmente, meu pai, o seu fardo é
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de muita responsabilidade, pois suas ações sempre refletirão resultados. Com relação ao nosso amigo, o seu coração mostra o caminho a seguir. Agora, existe a responsabilidade de ajudá-lo a se firmar no caminho certo. Ele está bem-intencionado e devemos ajudá-lo a não se desviar, pois ‘o canto das sereias’ surge a todo instante. Não o deixe sozinho. Oriente-o sobre a responsabilidade assumida perante o Livro da Vida.” Não me afastei. Fui deixado a distância ao ser composto o governo, disse em pensamento ao espírito do Fábio. Na sessão seguinte do Grupo Espírita Mãos Unidas, meu filho voltou à psicografia da médium Mary Alves. “Meu querido pai, abençoe-me. Nossas ‘antenas’ estão conectadas no presente para afirmar que não se deixe vencer pelo cansaço. O corpo físico recebe o peso dos anos, mas o espírito é jovem, lúcido e não pode se cansar. Sei das perguntas que me dirige no seu silêncio com Deus, e as respostas precisam surgir de uma maneira que as compreenda. Hoje, aqui nesta outra vida, onde já presenciei tantas situações, já recebi tantos benefícios, vejo que a cada dia mais a criatura humana, quando envolta no novo corpo de carne, realmente se esquece do que assumiu por aqui. E essa é a questão mais delicada, meu pai, porque na grande maioria das vezes é o que acontece aos políticos e aos que fazem uso da riqueza. Valores são invertidos e laços de carinho deixam de existir... A amizade passa a ser uma questão secundária. O que importa é o aqui e o agora. Tola ilusão! Quão vencidos serão os que se deixam levar pela sedução da vida, no cantar das sereias... O senhor já devia estar acostumado e não deixar que o seu coração ainda se abale. É preciso honrar o compromisso com a verdade sempre. Custe o preço que custar. Não desista da obra, meu chefe, volto a repetir.Tudo tem a hora certa. Permaneça firme. Fiquei muito feliz com as novidades, principalmente em saber que o senhor está bem com os cuidados da Espiritualidade. Até a sua saúde receberá amparo. Estaremos juntos.”
Diário da Manhã
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GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 16 MAIO DE MAIO GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 2 DE DE 2012
“O olhar de Deus pousa sobre o Planeta, sugerindo mudanças necessárias à evolução que se faz esperada.”
OPINIÃOPÚBLICA
Tanila Romana
NAS ALMAS, O TESTEMUNHO Recebo muitas mensagens de meu pai, Antônio Custódio, de meus irmãos Joaquim, Américo, Aparecida, da tia Grimalda, e de minha mãe, Tanila Romana, que foi um silêncio sofrido. Em sua carta recente, dizia-me, minando emoções no coração ao relembrar de meu desespero quando criança na fazenda para vir estudar em Goiânia.
“Filho, preciso aproveitar a oportunidade para desculpar-me por não conseguir compreendê-lo àquela época. Hoje vejo o quanto poderia tê-lo ajudado, por isso permaneço ao seu lado.” O espírito de Consuelo Nasser envia-me cartas continuamente pelo Centro Espírita Irmã Dulce, psicografadas pela médium Divina Barros. Em uma de suas mensagens, foi direta: “Prezado Batista, agradeço seu carinho, mas hoje as palavras precisariam ser minhas, de mais ninguém. Sabe o porquê, meu caro? Porque somente eu conheço de sobra tudo pelo qual está passando agora, pois foram tantas dificuldades que perdi a conta. Precisava vir relembrar o brilho do seu olhar ao assumir, pela primeira vez, sua missão de jornalista. Precisava vir relembrar o seu destemor e a sua energia. Precisava vir relembrar uma promessa feita ao meu tio Alfredo que jamais seria derrotado pelo destempero das falsidades. Precisava vir relembrar a ideologia de um novo tempo traçado há tanto tempo atrás... Precisava vir relembrar o amor do nosso filho Fábio Nasser, que soube sair da dor para se entregar ao seu carinho. Precisava vir relembrar a minha própria condição vergonhosa, dos que desertam da vida, para atestar que morrer é jamais acabar.
Precisava vir relembrar que você é forte e sua visão almeja o amanhã. Deixe que as dificuldades retornem como ferro em brasa em forma de remorso aos que pisoteiam seu coração. No universo há um Deus onipresente, que a tudo vê. Prossiga firme, meu querido. Tudo passará.”
Consuelo Nasser
A jornalista Consuelo Nasser foi uma das inteligências mais agudas e afiadas de cultura. O seu idealismo transpunha em estoicismo o despojamento dos bravos. Guerreira no Cinco de Março e resis-
tente ao estilo editorial do Diário da Manhã, a incompatibilidade de gênio abriu um abismo entre a sua intolerância e a minha contemporização com as conspirações do governo do Estado contra o jornal. Realmente, instalara-se uma oficina no prédio do Centro Cívico, hoje Palácio Pedro Ludovico, funcionando como instrumento de censura econômica nas multas do Fisco estadual aos empresários que anunciassem no DM, que ia resistindo, mas a perseguição oficial acionou então a Vara de Falências da Justiça goiana. Eu articulava. Ela estremecia. Até que se tornou inviável a nossa convivência pessoal. Os que me ajudaram a reabrir o Diário da Manhã estão aí para testemunhar que jamais revidei sequer uma das incompreensões dela. E hoje na Espiritualidade, a própria Consuelo sabe, por isso, em uma de suas mensagens que me enviou, escreveu-me: “Precisava vir, a público, pedirlhe perdão pelas infinitas incompreensões e perseguições. Você soube oferecer-me a outra face, pois os seus pensamentos e suas orações alcançaram-me na escuridão absoluta que estava e amainaram a minha dor... Perdão, meu querido. Perdão.” O seu espírito sabe, também, que não precisava pedir-me perdão. Porque não a condenei. Não condeno pessoas autênticas nos ideais e que acreditam no que fazem.
HUMBERTO DE CAMPOS “Caro irmão Batista Cus- ção que se faz esperada. tódio, que Deus em toda a E a nós cabe o trabalho de sua glória toque-o em sabe- conduzir almas dormentes doria e serenidade. no corpo transitório para O amor do jovem Fábio que cumpram a missão a trouxe-me a essa pena,e jun- que vieram. tos deixamos nossas palaE nossa expectativa é para vras de incentivo e nossos que não falhem no meio do cumprimentos. caminho, que não se percam O jovem Fábio veio a mim ainda receoso das verdades espirituais que amparam o orbe e principalmente nossa Pátria. Nossos espíritos encontraram afinidade pelo trabalho a fazer e aos que trabalham pela ordem e paz dessa grande Nação. E aqui tremula a bandeira do Evangelho… E por essa tarefa estamos vigilantes para que tudo se restabeleça. E a ti,meu irmão,foi confiada a parte de estabelecer a ponte entre dois mundos, em um momento tão decisivo da Humanidade.
Humberto de Campos
ALERTA DAS MUDANÇAS Houve uma mensagem que me tocou de modo especial como jornalista, talvez por eu estar enfrentando uma carga de incompreensões irritantes por parte de colegas da imprensa. A de Humberto de Campos. O julgamento de um iluminado como Humberto de Campos conforta-me das ironias que procuram vulgarizar a seriedade da minha convivência com a Espiritualidade.
Reimprimo a mensagem da matéria de Ton Alves, jornalista, professor de Filosofia, Frei Capuchino e ex-assessor da CNBB, para que a guardem e a releiam os incréus ou agnósticos quando chegar a sua undécima hora nas Mudanças da profecia de Dom Bosco e da predição do médium Francisco Cândido Xavier. Hoje, eles riem de mim. Amanhã, eu chorarei por eles.
go Rabi da Galileia, que aguarda que as suas BemAventuranças sejam realmente recebidas por seus eleitos. Hoje o teu espírito compreende o que seja oferecer ‘o miolo do cérebro’para se adquirir ‘o miolo do pão’.
E pedimos que continue com a Lira sedutora de Orfeu, convidando a vaidades firme, ainda que tão incomabsurdas e aos desejos desca- preendido. bidos. A bandeira é do Cristo e a A maioria que procura- verdade ofuscará aos que a mos amparar, pelas compa- temem, retornando-os ao osnhias que buscaram no tracismo de seus pecados. transcorrer do dia, ao se enTeu filho é também meu fitregarem aos braços de Mor- lho.Excelente aprendiz. feu,são iludidos pelos FântaQue a força do amanhã sos e por Icelos, que se transmutam em seres angelicais sustente a luta que entravas para deixar as sementes ne- entre o bem e o mal das mazelas humanas. fastas. Como, pergunta o caro irmão,ser útil à Causa de Jesus – e respondemos que a cada um o direito da escolha termina quando necessita relembrar a que veio cumprir na Terra: uma nova chance de evolução.
O véu de Ísis foi levantado e as verdades chegam com a Nessa Pátria abençoada força do agora. pousa o olhar sereno do MeiO seu coração compreende a gravidade do momento e sofre a dor moral dos que ainda não creem.
Conquistastes um amigo. Sejas franco e não te turves nas dificuldades. Com o nosso cumprimento e o abraço do filho que o ama, pedimos a Deus que o sustente firme. Com a gratidão do
Humberto de Campos”
Confia, meu irmão, na serenidade da verdade. Os acontecimentos atuais há muito estão sendo anunciados pelos Anjos de Deus. E a hora da mudança surge como verdade absoluta. A tua parceria é benquista por todos nós que necessitamos aclamar os corações brasileiros a confiarem no correto, no justo, na ética, na moralidade. O olhar de Deus pousa sobre o Planeta,sugerindo mudanças necessárias à evolu-
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45 folhas foram utilizadas durante psicografia recebida pela médium Mary Alves, do espírito Humberto de Campos
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GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, QUARTA-FEIRA, 2Diário GOIÂNIA, DE MAIO DE da 2012
OPINIÃOPÚBLICA
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OPINIÃOPÚBLICA
Manhã 1
“Nosso Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade terrena, a iniciar-se em 20 de julho de 1969.”
NADA PODE CONTER A EVOLUÇÃO A s mudanças preconizadas pelo santo Dom Bosco, de que serão banidas da Terra neste milênio as deformações do progresso material nocivo ao desenvolvimento moral da civilização, estão ratificadas no vaticinado de Francisco Cândido Xavier, o mais importante médium da história humana, em matéria publicada na Folha Espírita. Na edição de maio passado. Como a FE é uma publicação mensal
dirigida ao universo kardecista no Brasil, e o Diário da Manhã é acessado na internet por 196 países, transcrevo a íntegra da matéria de Marlene Nobre para que os leitores de todas as religiões se ilustrem e convençam-se de que não há força entre os poderes terrenos capaz de deter o turbilhão das transformações que abalam o Planeta, porque estão sob o comando do Poder de Deus.
Fac-símile do texto de Marlene Nobre publicado no jornal Folha Espírita, ano XXXV, nº 439, na edição do mês de maio de 2011
NÃO SERÁ 2012
ANO LIMITE DO MUNDO VELHO ARQUIVO PESSOAL
Marlene Nobre Especial para OPINIÃOPÚBLICA O tema da transformação da Terra de mundo de expiação e provas para mundo de regeneração, levantado pelo próprio codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, sempre interessou e intrigou Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier, de Pedro Leopoldo (MG). Com 19 anos de idade, já tendo lido e estudado toda a obra de Kardec, conheceu o médium Chico Xavier, amigo da família desde os tempos de sua meninice em Pedro Leopoldo. “Naquela época, como já havia ouvido inúmeros casos relativos a sua mediunidade e caridade para com o próximo, tinha muita vontade de conhecê-lo e ouvi-lo pessoalmente, o que de fato ocorreu em outubro de 1981, em São Paulo”, lembra Lemos Neto. A partir daquele primeiro encontro, uma grande afinidade os ligou, conforme conta, o que fez com que o também fundador
da Editora Vinha de Luz o visitasse regularmente em Uberaba (MG), acompanhado de familiares. Em 1984, Lemos Neto casou-se com Eliana, irmã de Vivaldo da Cunha Borges, que morava com Chico Xavier desde 1968 e diagramava todos os seus livros. A partir de então, passou a desfrutar de uma intimidade maior com Chico em Uberaba, visitando-o com mais frequência e hospedando-se em sua residência. “Posso dizer que essa época foi para meu coração um verdadeiro tesouro dos céus. Recordo-me até hoje daqueles anos de convivência amorosa e instrutiva na companhia do sábio médium e amigo com profunda gratidão a Deus, que me permitiu semelhante concessão por acréscimo de Sua Misericórdia Infinita. Assim, tive a felicidade de conviver na intimidade com Chico Xavier, dialogando com ele vezes sem conta, madrugada adentro, sobre variados assuntos de nossos interesses comuns, notadamente sobre esclarecimentos palpitantes acerca da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus”, recorda. Um desses temas, como lembra Lemos Neto, foi em relação ao Apocalipse, do Novo Testamento. “Sempre me assombrei com o tema, relatando a
Chico Xavier minha dificuldade de entender o livro sagrado escrito pela mediunidade de João Evangelista. Desde então, em nossos colóquios, Chico Xavier tinha sempre uma ou outra palavra esclarecedora sobre o assunto, pontuando esse ou aquele versículo e fazendo-me compreender, aos poucos, o momento de transição pelo qual passa o nosso orbe planetário, a caminho da regeneração”, afirma. Foi em uma dessas conversas habituais, lembrando o livro de sua psicografia, “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, escrito pelo espírito Humberto de Campos, que Lemos Neto externou ao médium sua dúvida quanto ao título do livro, uma vez que ainda naquela ocasião, em meados da década de 80, o Brasil vivia às voltas com a hiperinflação, a miséria, a fome, as grandes disparidades sociais, o descontrole político e econômico, sem falar nos escândalos de corrupção e no atraso cultural. “Lembro-me, como hoje, a expressão surpresa do Chico me respondendo: ‘Ora, Geraldinho, você está querendo privilégios para a Pátria do Evangelho, quando o fundador do Evangelho, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, viveu na pobreza, cercado de doentes e neces-
Na foto, Geraldo Lemos e Marlene Nobre recebem a Comenda da Paz Chico Xavier, em 2011. Após a veiculação desta matéria no jornal Folha Espírita, eles consideraram necessário juntar todas as informações e melhor organizá-las no livro Não será 2012, de 80 páginas, publicado pela FE Editora sitados de toda ordem, experimentou toda a sorte de vicissitudes e perseguições para ser supliciado quase abandonado pelos seus amigos mais próximos e morrer crucificado entre dois ladrões? Não nos esqueçamos de que o fundador do Evangelho atravessou toda sorte de provações, padeceu o martírio da cruz, mas depois ele largou a cruz e ressuscitou para a Vida Imortal! Isso deve
servir de roteiro para a Pátria do Evangelho. Um dia haveremos de ressuscitar das cinzas de nosso próprio sacrifício para demonstrar ao mundo inteiro a imortalidade gloriosa!’”, esclareceu. Sobre essas e outras revelações feitas a ele por Chico Xavier sobre fatos relacionados ao ano em que se dará a grande transformação do nosso Planeta, Lemos Neto fala mais abaixo: ARQUIVO PESSOAL
O Apocalipse já começou Folha Espírita – No livro A Caminho da Luz, nosso benfeitor Emmanuel já havia previsto que no século XX haveria mais uma reunião dos Espíritos Puros e Eleitos do Senhor, a fim de decidirem quanto aos destinos da Terra. A reunião aconteceu e a ela compareceram Chico e Emmanuel – os missionários que trabalham abnegadamente, por séculos a fio, em favor da renovação humana. Quais os resultados dessa reunião? Geraldo Lemos Neto – Na sequência da nossa conversa, perguntei ao Chico o que ele queria exatamente dizer a respeito do sacrifício do Brasil. Estaria ele a prever o futuro de nossa nação e do mundo? Chico pensou um pouco, como se estivesse vislumbrando cenas distantes e, depois de algum tempo, retornou para d i z e r- n o s :
Chico Xavier em sua mocidade
“Você se lembra, Geraldinho, do livro de Emmanuel A Caminho da Luz? Nas páginas finais da narrativa de nosso benfeitor, no capítulo XXIV, cujo título é O Espiritismo e as Grandes Transições? Nele, Emmanuel afirmara que os espíritos abnegados e esclarecidos falavam de uma nova reunião da comunidade das potências angélicas do Sistema Solar, da qual é Jesus um dos membros divinos, e que a sociedade celeste se reuniria pela terceira vez na atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de redimir a nossa humanidade, para, enfim, decidir novamente sobre os destinos do nosso mundo. Pois então, Emmanuel escreveu isso nos idos de 1938 e estou informado que essa reunião de fato já ocorreu. Ela se deu quando o homem finalmente ingressou na comunidade planetária, deixando o solo do mundo terrestre para pisar pela primeira vez o solo lunar. O homem, por seu próprio esforço, conquistou o direito e a possibilidade de viajar até a Lua, fato que se materializou em 20 de julho de 1969. Naquela ocasião, o Governador Espiritual da Terra, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvindo o apelo de outros seres angelicais de nosso Sistema Solar, convocara uma reunião destinada a deliberar sobre o futuro de nosso planeta. O que posso lhe dizer, Geraldinho, é que depois de muitos diálogos e debates entre eles, foram dadas diversas sugestões e, ao final do celeste conclave, a bondade de Jesus decidiu conceder uma última chance à comunidade terráquea, uma última moratória para a atual civilização no planeta Terra. Todas as injunções cármicas previstas para acontecerem ao final do século XX foram
Geraldo Lemos Neto, mais jovem, em ocasião que o médium Chico Xavier cedia-lhe uma entrevista
então suspensas, pela Misericórdia dos Céus, para que o nosso mundo tivesse uma última chance de progresso moral. O curioso é que nós vamos reconhecer nos Evangelhos e no Apocalipse exatamente este período atual, em que estamos vivendo, como a undécima hora ou a hora derradeira, ou mesmo a chamada última hora.” FE – Como você reagiu diante da descrição do que acontecera nessa reunião nas Altas Esferas? Geraldinho – Extremamente curioso com o desenrolar do relato de Chico Xavier, perguntei-lhe sobre quais foram então as deliberações de Jesus, e ele me respondeu: “Nosso Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade terrena, a iniciar-se em 20 de julho de 1969, e, portanto, a findar-se em julho de 2019. Ordenou Jesus, então, que seus emissários celestes se empenhassem mais diretamente na manutenção da paz entre os povos e as nações terrestres, com a finalidade de colaborar para que nós ingressássemos mais rapidamente na comunidade planetária do Sistema Solar, como
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um mundo mais regenerado, ao final desse período. Algumas potências angélicas de outros orbes de nosso Sistema Solar recearam a dilação do prazo extra, e foi então que Jesus, em sua sabedoria, resolveu estabelecer uma condição para os homens e as nações da vanguarda terrestre. Segundo a imposição do Cristo, as nações mais desenvolvidas e responsáveis da Terra deveriam aprender a se suportarem umas às outras, respeitando as diferenças entre si, abstendo-se de se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. A face da Terra deveria evitar a todo custo a chamada III Guerra Mundial. Segundo a deliberação do Cristo, se e somente se as nações terrenas, durante este período de 50 anos, aprendessem a arte do bom convívio e da fraternidade, evitando uma guerra de destruição nuclear, o mundo terrestre estaria enfim admitido na comunidade planetária do Sistema Solar como um mundo em regeneração. Nenhum de nós pode prever, Geraldinho, os avanços que se darão a partir dessa data de julho de 2019, se apenas soubermos defender a paz entre nossas nações mais desenvolvidas e cultas!”
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“O Brasil crescerá a passos largos e ocupará importante papel no cenário global, isso terá como consequência a elevação da cultura brasileira.”
A TERRA SERÁ ABENÇOADA COM AS GLÓRIAS DA REGENERAÇÃO
FE – Quais são os acontecimentos que podemos prever com essas revelações para a Terra? Geraldinho – Perguntei, então, ao Chico, a que avanços ele se referia e ele me respondeu: “Nós alcançaremos a solução para todos os problemas de ordem social, como a solução para a pobreza e a fome, que estarão extintas; teremos a descoberta da cura de todas as doenças do corpo físico pela manipulação genética nos avanços da Medicina; o homem terrestre terá amplo e total acesso à informação e à cultura, que se fará mais generalizada; também os nossos irmãos de outros planetas mais evoluídos terão a permissão expressa de Jesus para se nos apresentarem abertamente, colaborando conosco e oferecendo-nos tecnologias novas, até
então inimagináveis ao nosso atual estágio de desenvolvimento científico; haveremos de fabricar aparelhos que nos facilitarão o contato com as esferas desencarnadas, possibilitando a nossa saudosa conversa com os entes queridos que já partiram para o além-túmulo; enfim estaríamos diante de um mundo novo, uma nova Terra, uma gloriosa fase de espiritualização e beleza para os destinos de nosso Planeta.” Foi então que, fazendo as vezes de advogado do diabo, perguntei a ele: Chico, até agora você tem me falado apenas da melhor hipótese, que é esta em que a humanidade terrestre permaneceria em paz até o fim daquele período de 50 anos. Mas, e se acontecer o caso de as nações terrestres se lançarem a uma guerra nuclear? “Ah! Geraldinho, caso a humanidade encarnada decida
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seguir o infeliz caminho da III Guerra Mundial, uma guerra nuclear de consequências imprevisíveis e desastrosas, aí então a própria mãe Terra, sob os auspícios da Vida Maior, reagirá com violência imprevista pelos nossos homens de ciência. O homem começaria a III Guerra, mas quem iria terminá-la seriam as forças telúricas da natureza, da própria Terra cansada dos desmandos humanos, e seríamos defrontados então com terremotos gigantescos; maremotos e ondas (tsunamis) consequentes; veríamos a explosão de vulcões há muito extintos; enfrentaríamos degelos arrasadores que avassalariam os polos do globo com trágicos resultados para as zonas costeiras, devido à Geraldo e Chico em outra foto de recordação elevação dos mares; e, neste caso, as cinzas vulcânicas associadas às irradia- tornar totalmente inabitável todo o Heções nucleares nefastas acabariam por misfério Norte de nosso globo terrestre.”
O QUE ACONTECERIA ESPECIFICAMENTE COM O BRASIL? KÍROM
Se nós não formos capazes de impedir, através de significativo avanço moral, uma III Guerra, as forças telúricas da natureza irão responder a proporções maiores e todo Hemisfério Norte da Terra ficará inabitável, forçando um fluxo migratório não-amigável de várias nações para, principalmente, o Brasil.
Uma última chance O intervalo entre a chegada do homem à Lua (julho de 1969) e o ano 2019 é o período no qual a humanidade precisa provar seu avanço rumo a sentimentos nobres. Faltam, então, 7 anos para a Terra iniciar uma nova fase em que, gradativamente, deixará de ser um mundo de dores para ser um lugar melhor.
1969 Mundo velho
Deve haver paz entre as nações
2019
Início da regeneração
Brasil será desfigurado e dividido em quatro nações distintas
Uma miscigenação cultural irá enriquecer moral e eticamente o País, que por sua vez ensinará o Evangelho de Jesus Cristo ao novo mundo
zação ilustrativa deri ren
Pátria acolherá a humanidade
Os espíritos recalcitrantes no mal estão sendo encaminhados desde 2000, forçosamente, à reencarnação em mundos mais atrasados, de expiações e de provas aspérrimas, ou mesmo em mundos primitivos, vivenciando ainda o estágio do homem das cavernas, para poderem purgar os seus desmandos e a sua insubmissão aos desígnios superiores. Kírom ou Quírom é um destes planetas que receberá espíritos degredados da Terra.
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Em certa ocasião, Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier, de Pedro Leopoldo (MG), fez essa mesma pergunta a Chico Xavier. Segundo o médium, “em todas as duas situações, o Brasil cumprirá o seu papel no grande processo de espiritualização planetária. Na melhor das hipóteses, nossa nação crescerá em importância sociocultural, política e econômica perante a comunidade das nações. Não só seremos o celeiro alimentício e de matérias-primas para o mundo, como também a grande fonte energética com o descobrimento de enormes reservas petrolíferas que farão da Petrobras uma das maiores empresas do mundo.” E prosseguiu Chico: “O Brasil crescerá a passos largos e ocupará importante papel no cenário global, isso terá como consequência a elevação da cultura brasileira
ao cenário internacional e, a reboque, os livros do Espiritismo Cristão, que aqui tiveram solo fértil no seu desenvolvimento, atingirão o interesse das outras nações também. Agora, caso ocorra a pior hipótese, com o Hemisfério Norte do Planeta tornando-se inabitável, grandes fluxos migratórios se formariam então para o Hemisfério Sul, onde se situa o Brasil, que então seria chamado mais diretamente a desempenhar o seu papel de Pátria do Evangelho, exemplificando o amor e a renúncia, o perdão e a compreensão espiritual perante os povos migrantes. A Nova Era da Terra, neste caso, demoraria mais tempo para chegar com todo seu esplendor de conquistas científicas e morais, porque seria necessário mais um longo período de reconstrução de nossas nações e sociedades, forçadas a se reorganizarem em seus fundamentos mais básicos.”
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Chico Xavier provou sua idoneidade moral ao longo de toda sua vida, nunca cobrando por seus trabalhos. Ao contrário, doou tudo o que podia, servindo a Jesus e exemplificando-O
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“O caminho do amor e da sabedoria nos levará a uma mais rápida ascensão espiritual coletiva.”
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MIGRAÇÕES NÃO SERÃO PACÍFICAS FE – Segundo Chico Xavier, esses fluxos migratórios seriam pacíficos? Geraldinho – Infelizmente não. Segundo Chico me revelou, o que restasse da ONU acabaria por decidir a invasão das nações do Hemisfério Sul, incluindo-se aí obviamente o Brasil e o restante da América do Sul, a Austrália e o sul da África, a fim de que nossas nações fossem ocupadas militarmente e divididas entre os sobreviventes do holocausto no Hemisfério Norte. Aí é que nós, brasileiros, iríamos ser chamados a exemplificar a verdadeira fraternidade cristã, entendendo que nossos irmãos do Norte, embora invasores a “mano militare”, não deixariam de estar sobrecarregados e aflitos com as consequências nefastas da guerra e das hecatombes telúricas, e, portanto, ainda assim, devendo ser considerados nossos irmãos do caminho, necessitados de apoio e arrimo, compreensão e amor. Neste ponto da conversa, Chico fez uma pausa na narrativa e completou: “Nosso Brasil, como o conhecemos hoje, será então desfigurado e dividido em quatro nações distintas. Somente uma quarta parte de nosso território permanecerá conosco e aos brasileiros restarão apenas os Estados do Sudeste somados a Goiás e ao Distrito Federal. Os norte-americanos, canadenses e mexicanos ocuparão os Estados da região Norte do País, em sintonia com a Colômbia e a Venezuela. Os europeus virão ocupar os Estados da região Sul do Brasil unindo-os ao Uruguai, à Argentina e ao Chile. Os asiáticos, notadamente chineses, japoneses e coreanos, virão ocupar o nosso Centro-Oeste, em conexão com o Paraguai, a Bolívia e o Peru. E, por fim, os Estados do Nordeste brasileiro serão ocupados pelos russos e povos eslavos. Nós não podemos nos esquecer de que todo esse intrincado processo tem a sua ascendência espiritual e somos forçados a reconhecer que temos muito que aprender com os povos invasores. Vejamos, por exemplo: os norte-americanos podem nos ensinar o respeito às leis, o amor ao direito, à ciência e ao trabalho. Os europeus, de uma forma geral, poderão nos trazer o amor à filosofia,
Lua, conquistada em 20 de julho de 1969
à música erudita, à educação, à história e à cultura. Os asiáticos poderão incorporar à nossa gente suas mais altas noções de respeito ao dever, à disciplina, à honra, aos anciãos e às tradições milenares. E, então, por fim, nós, brasileiros, ofertaremos a eles, nossos irmãos na carne, os mais altos valores de espiritualidade, que, mercê de Deus, entesouramos no coração fraterno e amigo de nossa gente simples e humilde, essa gente boa que reencarnou na grande nação brasileira para dar cumprimento aos desígnios de Deus e demonstrar a todos os povos do Planeta a fé na Vida Superior, testemunhando a continuidade da vida além-túmulo e o exercício sereno e nobre da mediunidade com Jesus.” Geraldo Lemos desfrutava de convivência contínua com um dos maiores benfeitores do Brasil FE – O Brasil, embora sofrendo o impacto moral dessa ocupação estrangeira, estaria imune aos movimentos telúricos da Terra? Geraldinho – Infelizmente, não. Segundo Chico Xavier, o Brasil não terá privilégios e sofrerá também os efeitos de terremotos e tsunamis, notadamente nas zonas costeiras. Acontece que, de acordo com o médium, o impacto por aqui será bem menor se comparado com o que sobrevirá no Hemisfério Norte do Planeta. FE – Por tudo que se depreende da fala de Chico Xavier, você também crê que a ida do homem à Lua, em julho de 1969, tenha precipitado de certa forma a preocupação com as conquistas científicas dos humanos, que poderiam colocar em risco o equilíbrio do Sistema Solar? Geraldinho – Sim, creio que a revelação de Chico Xavier a respeito traz, nas entrelinhas, essa preocupação celeste quanto às possíveis interferências dos humanos terráqueos nos destinos do equilíbrio planetário em nosso Sistema Solar. Pelo que Chico Xavier falou, alguns dos seres angélicos de outros orbes planetários não estariam dispostos a nos dar mais este prazo de 50 anos, que vencerá daqui a apenas oito anos, temerosos talvez de nossas nefastas e perniciosas influências. Essa última hora bem que poderia ser por nós considerada como a última bênção misericordiosa de Jesus Cristo em nosso favor, uma vez que, pela explicação de Chico Xavier, foi ele, Nosso Senhor, quem advogou em favor de nossa causa, ainda uma vez mais. FE – A reunião da comunidade celeste teria decidido algo mais, segundo a exposição de Chico Xavier? Geraldinho – Sim. Outra decisão dos benfeitores espirituais da Vida Maior foi a que determinou que, após o alvorecer do ano 2000 da Era Cristã, os espíritos empedernidos no mal e na ignorância não mais receberiam a permissão para reencarnar na face da Terra. Reencarnar aqui, a partir dessa data, equivaleria a um valioso prêmio justo,
destinado apenas aos espíritos mais fortes e preparados, que souberam amealhar, no transcurso de múltiplas reencarnações, conquistas espirituais relevantes, como a mansidão, a brandura, o amor à paz e à concórdia fraternal entre povos e nações. Insere-se dentro dessa programação de ordem superior a própria reencarnação do mentor espiritual de Chico Xavier, o espírito Emmanuel, que, de fato, veio a renascer, segundo Chico informou a variados amigos mais próximos, exatamente no ano 2000. Certamente, Emmanuel, reencarnado aqui no coração do Brasil, haverá de desempenhar significativo papel na evolução espiritual de nosso orbe. Todos os demais espíritos, recalcitrantes no mal, seriam então, a partir de 2000, encaminhados forçosamente à reencarnação em mundos mais atrasados, de expiações e de provas aspérrimas, ou mesmo em mundos primitivos, vivenciando ainda o estágio do homem das cavernas, para poderem purgar os seus desmandos e a sua insubmissão aos desígnios superiores. Chico Xavier tinha conhecimento desses mundos para onde os espíritos renitentes estariam sendo degredados. Segundo ele, o maior desses planetas se chamaria Kírom ou Quírom. FE – Praticamente só nos restam oito anos pela frente. Emmanuel fala na entrevista da década de 1950, já publicada nestas páginas, que é urgente a transformação moral da humanidade. Qual deve ser a nossa conduta frente a revelações tão assustadoras e ao conselho do mentor? Geraldinho – Então, caríssima Marlene, a última hora está de fato aí demonstrada. Basta termos “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, segundo a assertiva de Jesus. É a nossa última chance, é a última hora... Não há mais tempo para o materialismo. Não há mais tempo para ilusões ou enganos imediatistas. Ou seguiremos com a Luz que efetivamente buscarmos, ou nos afundaremos nas sombras de nossa própria ignorância. Que será de nós? A resposta está em nosso livre-arbítrio, individual e coletivo. É a nossa escolha de hoje que vai gerar o nosso destino. Poderemos optar pelo melhor caminho, o da fraternidade, da sabedoria e do amor, e a re-
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generação chegará para nós de forma brilhante a partir de 2019; ou poderemos simplesmente escolher o caminho do sofrimento e da dor e, neste caso infeliz, teremos um longo período de reconstrução que poderá durar mais de mil anos, segundo Chico Xavier. Entretanto, sejamos otimistas. Lembremonos que deste período de 50 anos já se passaram 42 anos em que as nações mais desenvolvidas e responsáveis do Planeta conseguiram se suportar umas às outras sem se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. Essa era a pré-condição imposta por Jesus. Até aqui seguimos bem, embora entre trancos e barrancos. Falta-nos hoje apenas o percurso da última milha, os últimos oito anos deste período de exceção e misericórdia do Altíssimo. Oxalá prossigamos na melhor companhia!
PROGRESSO E ASCENSÃO Como poderemos facilmente concluir, tudo dependerá, em última análise, de nossas próprias escolhas, enquanto entidades individuais ou coletivas, para nosso progresso e ascensão espiritual. É o “A cada um será dado segundo as suas próprias obras!” que o Cristo nos ensinou. Não estamos entregues à fatalidade nem predeterminados ao sofrimento. Estamos diante de uma encruzilhada do destino coletivo que nos une à nossa casa planetária, aqui na Terra. Temos diante de nós dois caminhos a seguir. O caminho do amor e da sabedoria nos levará a uma mais rápida ascensão espiritual coletiva. O caminho do ódio e da ignorância acarretar-nos-á mais amplo dispêndio de séculos na reconstrução material e espiritual de nossas coletividades. Tudo virá de acordo com nossas escolhas de agora, individuais e coletivas. Oremos muito para que os Benfeitores da Vida Maior continuem a nos ajudar e incentivar a seguir pelo Caminho da Verdade e da Vida. O próprio espírito Emmanuel, através de Chico Xavier, respondendo a uma entrevista já publicada em livro, nos diz que as profecias são reveladas aos homens para não serem cumpridas. São na realidade um grande aviso espiritual para que nos melhoremos e afastemos de nós a hipótese do pior caminho. (Marlene Rossi Severino Nobre é médica ginecologista com especialização em prevenção do câncer, além de fundadora e presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil)
Com a chegada do homem à Lua, foi dado início a uma nova era na humanidade. Como o avanço moral ficou para trás em relação ao avanço científico, a Hierarquia Celeste definiu um prazo para que a humanidade se inclinasse a sentimentos melhores
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OPINIÃOPÚBLICA O SOL DAS ERAS As tão decantadas e esperadas mudanças reformadoras entraram em vigência. O determinado na sentença da Justiça Divina apenas começou as execuções. E será cumprida com crescente vigor até à expiação final dos foragidos da decência no sentimento dos atos praticados e no pensamento indutor do falso ao verdadeiro nas pregações. A corda do cadafalso já soltou a lâmina triangular da guilhotina e irá decapitando, no decorrer desses 50 anos, os empobrecidos na dignidade que não se refizerem moralmente. Os padecimentos horríveis advirão ainda mais horrorizantes. Por enquanto, as dores cortantes são agulhadas de estiletes que ficarão cada vez mais afiados e aumentados no lancetamento dos tumores de corrupção. O extermínio cumprir-se-á totalizado nos que persistirem na honra degradada. Ainda que todos os governantes unam-se na resistência às convulsões da conflagração geral, serão expostos a suplícios terríveis. Estarão insubordinando-se às ordens do Poder de Deus. Pior que a ebriedade alcoólica é a embriaguez da vaidade. O Sol dos Tempos da Promissão saiu na alvorada das eras da Purificação e, como nas manhãs, clareando as partes escuras nos montes e, mais a pino nos dias, apagando as sombras nas furnas e, pleno no aberto das tardes, reluzentes nos vultos desfeitos nas elevações dos planaltos e nos baixios das planícies e, na descida dos crepúsculos, levando no luzeiro a mistura colorida para o ocaso os tons que perdem o brilho à noite e, nas autoridades opacas no valor pessoal e luzidias nos holofotes do poder, chegada a escuridão do ostracismo.
E CUMPRE-SE O ANUNCIADO Só o que é verdadeiro permanecerá em pé. O resto cairá. O sofrimento constrói os bons e destrói os maus. Tudo o que parecia o certo no mundo virou o errado. Todo o sólido no poder ficou solvente na sustentação. O concílio dos vendilhões de dogmas começou a ser dissolvido às portas da abertura das Mudanças convocando para o acerto de contas. “Aquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado”, advertiu Cristo. Não venero Jesus Cristo como a encarnação de Deus em pessoa, mas, sim, como o Espírito que tem contato direto com Deus, e a mais Iluminada das Almas que vieram à Terra, da qual é o seu Construtor e o Governador Espiritual. O Credo é uma das minhas preces inúmeras vezes todos os dias com devoção integral e fé absoluta. E devoto a Verdade que “Jesus Cristo tem assento ao lado de Deus no Céu, de onde virá um dia à Terra para julgar os espíritos encarnados e os desencarnados”. Esse dia chegou. Como na “multiplicação dos pães”, amanheceram nas cinco primeiras décadas deste milênio os 18.263 dias em que foi aberto o Tribunal do Juízo Final. Não é prudente fixar pelo calendário humano a data no Espaço-Tempo. Contudo, a avaliar pelos sinais emitidos pelas fatalidades despejando dos céus tragédias terrenas, dá pelo menos para os justos se tran-
quilizarem diante do arrastão dos infortúnios. “Portanto, não os temais, porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.” (Mateus 10:26). Todavia, os paladinos do povo nesta civilização devem enxergar nas calamidades a escutarem a advertência: “Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo.” (Mateus 12:36) No Evangelho, segundo São Mateus (Mt 25, 31-46), Jesus Cristo terminou dizendo: “ – Quando o Filho do Homem vier como Rei, com todos os anjos, ele se sentará no seu trono real.Todos os povos da Terra se reunirão diante dele, e ele separará as pessoas umas das outras, assim como o pastor separa as ovelhas das cabras. Ele porá os bons à sua direita e os outros, à esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo.Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa. Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar.” – Então os bons perguntarão: “Senhor, quando foi que o vimos com fome e lhe demos comida ou com sede e lhe demos água? Quando foi que vimos o Senhor como estrangeiro e o recebemos na nossa casa ou sem roupa e o vestimos? Quando foi que vimos o Senhor doente ou na cadeia e fomos visitá-lo?” – Aí o Rei responderá: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram.” – Depois ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: “Afastem-se de mim, vocês que estão debaixo da maldição de Deus! Vão para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos! Pois eu estava com fome, e vocês não me deram comida; estava com sede, e não me deram água. Era estrangeiro, e não me receberam na sua casa; estava sem roupa, e não me vestiram. Estava doente e na cadeia, e vocês não cuidaram de mim.” – Então eles perguntarão: “Senhor, quando foi que vimos o Senhor com fome, ou com sede, ou como estrangeiro, ou sem roupa, ou doente, ou na cadeia e não o ajudamos?” – O Rei responderá: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: todas as vezes que vocês deixaram de ajudar a uma destas pessoas mais humildes, foi a mim que deixaram de ajudar.” Os governantes nunca foram tão ricos antes como agora e nem foram tão pobres antes como agora. O suor alheio vira lágrima nos que o usurpam. Debalde, os poderosos penalizados e desvalidos de consciência recorrem às lamúrias do egoísmo dolorido. Pois Jesus avisou há dois mil anos que “nada acontece sem a vontade de Deus”. Antes de ouvir as palavras que chegam em nossas orações, Deus já viu os nossos atos. Urge nos arrependermos, não apenas nas boas intenções, mas nos sacrifícios dos exercícios de renúncia. E o arrependimento é um sentimento que tem de nos queimar por dentro no remorso em brasas. Dói ao desespero, igual presenciei certa vez. Eu era menino e ajudava os peões a desencoivarar os galhos que o fogo não queimara na roça da Fazenda Paraíso, de meu pai, em Caiapônia. O chão envolto em cinzas e os carvões na garrancheira impregnavam-nos os rostos suados. O Je-
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“A Misericórdia Divina pune os descaminhados da retidão dos bons princípios, para salvá-los.”
nos direitos humanos acabou. Acabou o dogma da ONG ser Organização Não Governamental e mamar recursos oficiais. O dogma de as nações, os estados, os municípios, os parlamentos e os judiciários servirem de casas de apoio da beneficência do nepotismo acabou. O dogma de a pessoa entrar pobre na política, sair milionária da vida pública, com o ilícito amostra nos escândalos e ficar impune acabou. O dogma de se dizer uma coisa nos sermões do púlpito e nos discursos da tribuna doutrinando as teorias do bem e praticando os costumes do mal acabou. Acabou o dogma do respeito às autoridades e aos cidadãos de boas ações na rua e de exemplos ruins em casa.
PERDAS MORAIS NOS GANHOS
São Judas Tadeu
rônimo bateu a foice numa coivara e os garranchos abriram um rasgo que arrancou a pele pouco acima do pulso do seu braço esquerdo. A carne sangrando, ele acendeu um fogo, pôs a foice no meio das labaredas até ficar vermelha. Colocou-a sobre a ferida aberta, que fez chuaaaa e saiu muita fumaça. Então é esse o jeito de cauterizar ferimentos causados em ambientes sujos, para evitar tétano. Depois de meses, cai a crosta dura e a pele está refeita no lugar.
O FIM DA FARSA A Misericórdia Divina pune os descaminhados da retidão dos bons princípios, para salvá-los. E costuma feri-los com o ferro que feriram: os caluniadores, com os vilipêndios da calúnia; os corruptos, com as manchas da corrupção; os hipócritas do moralismo, com o cinismo do denuncismo; enfim, cada qual colhe sob medida o que plantou. Impõe-se a salvaguarda de trazer regenerados pela dor os que não vierem purificados pelo amor. Pois é bebendo o cálice das humilhações nos escândalos que estarão preparados para saborear a taça da humildade entre os eleitos que brindarão na solenidade inaugural da civilização que governará a Terra, aqui de Goiás, a partir da quinta década deste milênio. O templário dos dogmas fechou. O sínodo das enganações nos templos do poder acabou. Acabou o dogma da sociedade organizada no tráfico de influência. O dogma das religiões que fizeram do Cristianismo uma máquina de caça-níqueis no dízimo acabou. Acabou o dogma ideológico da direita e da esquerda no centro de faturas da corrupção para oportunistas. O dogma do legal acima do moral
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Os sinais da natureza estão aterradores nas fatalidades relampejando raios no temporal das mudanças castigando a Terra inteira. Derrubam a invencibilidade duradoura de governos temidos. Desarrumam a estabilidade intocável de monopólios econômicos consolidados. Está de os defuntos dos ditadores se esconderem de medo por baixo das sepulturas ante “o ranger de dentes e choros” do Apocalipse, de Nostradamus, que é o pseudônimo adotado por São João, o apóstolo, para registrar essas revelações feitas a ele por Jesus. Não há dúvida que o tempo – dos que “ainda estiverem vivos, pedirão aos montes: ‘Caiam sobre nós’ e os mares: ‘Venham sobre nós...’ Será grande a tormenta” – é o tempo que estamos vivendo. O mundo nunca esteve tão rico nas conquistas materiais e nunca esteve tão pobre nas perdas morais como atualmente. Se aquela época de há dois mil anos viesse para o presente e esta época do ano 2012 fosse para o passado, Jesus Cristo, com aquelas suas vestes modestas, não teria nem roupa à altura do requinte de diversas catedrais do catolicismo e de vários templos dos evangélicos para pregar o Sermão da Montanha. A Terra leva tapas na cara dos ricos. As tiranias se esbagaçam desaparecidas no nada. As novidades já surgem desatualizadas na sucessão dos acontecimentos inesperados no que acabou ao começar. A segurança rola da firmeza dos morros raspando cidades do chão e deixa no rastro da destruição o símbolo do destroçamento despencando do céu a ruína sobre os governantes empedrados na corrupção. E não existem blindados em algum domínio de nenhum governante que resistirá à trituração recicladora dos lixos no poder, a não ser o caráter no íntegro e a humildade no sublime. Se a pessoa pudesse reunir num olhar o panorama de todas as calamidades dos últimos três anos, pensaria que não há atualmente lugar para se esconder na Terra e estar livre do roldão das tragédias. Mas existe, sim: na sinceridade. “Não jureis em hipótese alguma. Seja o vosso ‘sim’, sim, e o vosso ‘não’, não” (Cristo). O alvoroço dos episódios inexplicáveis é seletivo. Separa o sujo do limpo nas consciências da civilização contemporânea. Os justos podem ficar tranquilos no centro do furacão das mudanças. O ciclone não os derrubará. Poderá apenas removê-los ao passar levando a cisqueira em sua volta. Nesse tornado está o sopro da salvação das honras exatas. Não se exasperem com a fúria nas virações do tufão iroso e
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OPINIÃOPÚBLICA massacrador dos reinados endurecidos. “Ao homem pode ser impossível, mas para Deus tudo é possível” (Jesus). O lugar para os bons estarem a salvo está dentro de si mesmos: no coração. E o caminho é seguir limpo no amor entre os sujos no ódio. O que a pessoa faz é dela. A que abençoa, a graça da bênção será sua. A que perdoa, a dádiva do perdão será sua. A que se doa, a recompensa da doação será sua. Tudo que a pessoa fizer, lembre-se: Deus viu.
GOVERNOS AOS CACOS O Planeta está como todo ser vivo, pessoa ou bicho, que cruza na estrada por um redemoinho poeirento e depois sacode o corpo para se limpar do pó. É o sacolejar do mundo nas Mudanças para se livrar das criaturas ruins que emporcalham a vida nos poderes. Gente tão emproada na aparência, perversa na índole e felina no vingativo que parece ter sido gerada com carne de carrasco, cabeça de víbora, orelha de burro, pose de pavão, voo de inseto e alma de rato. Estão às últimas horas. As borrascas da higienização já penduram mundialmente nas esquinas dos malfalados. E todos eles trouxeram em suas penas, como existem-nos em todas as asas, os piolhos empoleirados, quando esses, já gordos, não os abandonaram antes. Em Goiás, a piolheira transmu-
tou-se em aves de rapina na gravitação circular em contínuos governos. Robustos nos peitos do Palácio das Esmeraldas e às ossadas no conceito público, foram e são remanejados nas escalas do rodízio no caráter adaptável nas mudanças do cenário. Quais camaleões, fizeram muito mal ao Mauro Borges, não menos ao Otávio Lage, em demasia ao Leonino Caiado, o suficiente ao Irapuan Costa Júnior, abundantes no Ary Valadão, mais famintos no Iris Rezende, dissimulados no Henrique Santillo, reagrupados no Maguito Vilela, consorciados na repetência em Marconi Perillo, mantidos e inovados no Alcides Rodrigues e, atualmente, uns reincididos, outros acrescentados, são os responsáveis diretos pela nocividade que mortifica na angústia o governador Marconi Perillo. Não enumero os nomes porque basta sair aos ouvidos da população para ouvi-los. E o martírio de Marconi mostra-se à vista geral. Mas o sofrimento é a caldeira da purificação. No entanto, se o caminheiro pisa em um espinhal e as pontas de estrepes quebram-se dentro da carne, os pés inflamam, as ferpas têm que ser removidas antes que haja a infecção generalizada. É a providência salutar em todas as situações em tudo à contaminação do benéfico no pernicioso. A honestidade é o momento integral da inteligência e a desonestidade é o instante extremado da burrice. “Se um cego conduz outro cego, ambos acabarão caindo num buraco” (Jesus Cristo). É a sabedoria consagrada no adágio popular: Diz-me com quem tu andas e dir-te-ei quem tu és.
O CÂNCER CORRUPÇÃO Há uma revolução andando nas ruas do mundo, descalça, malvestida, rangendo fome sedenta da justiça e brandindo a Espada de Dâmocles – invisível de Timaeus Tauromenium (6.356 – 260 a.C.) – suspensa sobre a cabeça dos governantes em Sicília e que Cícero se referiu a ela em Tusculan Disputations (V. 61-62) certamente inspirado na leitura de Deodoro Sículo. A Terra, esse pequeno e belo torrão no Universo, está sob a jurisdição das transformações decretadas por Deus. A Operação Sexto Mandamento é uma das feridas da corrupção aberta pelos cortes da Espada de Dâmocles desembainhada pela Polícia Federal no corpo dos Grupos de Extermínio da Polícia Militar de Goiás. Li cópia do inquérito, transcrição das gravações e constatei que o crime vestiu farda; sobretudo, concluí que a clandestinidade é delegada a Grupos de Eliminação à paisana na Polícia Civil. Em galões e nos distintivos brilha o vil metal da pistolagem, do narcotráfico e do roubo de carros. A Operação Monte Carlo é outra das feridas da corrupção lancetada pela Polícia Federal no organismo político e estanca uma cachoeira que, sozinha, é maior que todas as cachoeiras dos rios do Brasil juntas. Tive acesso ao calhamaço do inquérito ilustrado pelas gravações, cuja quantidade é de dar inveja ao estoque das discotecas comerciais, não só pela numerosidade delas, mas porque nelas os políticos faturam mais que os cantores e os compositores nos direitos autorais. Se houvesse oceanos de lavagem de dinheiro sujo, as vertentes das extorsões e das propinas teriam as nascentes nas fontes das minas oficiais. Só não existe pus escorrendo nos poros dos carnegões no corpo dos três poderes da República em todo o orga-
Espada de Dâmocles – invisível de Timaeus Tauromenium (6.356 – 260 a.C.)
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“Gente tão emproada na aparência, perversa na índole e felina no vingativo que parece ter sido gerada com carne de carrasco.”
São João Apóstolo
nismo social, porque não os há no câncer da corrupção também. Mas a chaga-mãe de todas as feridas da corrupção é a impunidade que cicatriza as perebas das úlceras morais nos intestinos judiciários. No corpo da sociedade, o Executivo é o coração do poder que mantém a circulação do sangue; o Legislativo é o pulmão que mantém o funcionamento da respiração, e o Judiciário mantém a estabilização do moral no legal. A moral se ilegalizou e o legal se imoralizou. Virou caso de polícia. Clamam pela instalação de uma Operação Impunidade pela Polícia Federal, que seja de varas em muitas, data venia, em muitas das Varas. As operações localizadas da Polícia Federal pedem uma cirurgia geral em todas as células da fisiologia social. Operação Midas nas licitações das concorrências públicas, para apurar os milagres dos deuses do enriquecimento nos altares da doutrina política na vida pública. O dom da ubiquidade, que permitia a Santo Antônio estar ao mesmo tempo em vários lugares, estendeu a benevolência ao político de estar onipresente ao mesmo tempo em múltiplos locais em toda parte da corrupção no Brasil e no Exterior. Operação Maná – era o alimento bíblico vindo do Céu aos pobres desvalidos – para desvendar o mistério da fartura de dinheiro ido da coleta das doações da pobreza e subido para a colheita nos céus da riqueza dos templos religiosos. O segredo para decifrar a magia da multiplicação dos centavos em milhões é o Imposto de Renda, que taxa salários dos trabalhadores, incluir na malha dos impostos os dízimos religiosos. Operação Caim – para alertar aos governantes a não confundirem os Abel com os Caim nas irmandades nos paraísos do poder. Operação Liberdade Censurada – para promover uma devassa das verbas de propaganda, dos órgãos públicos e das empresas privadas programadas não pela valia dos anúncios pu-
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“A descoberta do continente Cachoeira e seu arquipélago de ilhas flutuando nos remansos da corrupção...”
blicados, mas ao preço do espaço na mídia para não divulgar matérias das corrupções dos clientes. Operação Luz – para apurar a desapropriação das áreas que são inundadas pelas hidrelétricas; as construções das usinas, das redes de transmissões, das compras de material para as redes de energia; e levantar nas empresas como a Celg os responsáveis pela sua inviabilização financeira. Operação Assentamento – para apurar as desapropriações para os sem-terra que o Incra está fazendo a passeata das favelas das cidades para o favelamento dos campos. Operação Terra Ferida – para vistoriar a devastação do dinheiro público no Ibama e nas Agências Ambientais dos Estados e dos municípios e conferir as autorizações de desmatamento e o motivo das não concedidas em todos os órgãos. Operação Domicílio – para levantar o destino dado aos recursos financeiros dos Fundos de Pensão nos últimos 20 anos. Operação Imposto Renunciado – para fazer um balanço dos Programas de Incentivos Fiscais. Operação Cogumelos de Ouro – para contabilizar as fortunas dos homens públicos. Operação Impunidade – para levantar índice dos milionários no Crime Organizado. Operação Seca Cachoeira – para enxugar o Estado dos poções de servidores públicos que sugam os veios da arrecadação dos impostos com salários e aposentadorias alagadoras em quase 96% dos tributos pagos pelos contribuintes; para viabilizar a manutenção das rodovias ao custo dos pedágios; para reduzir o número de órgãos e de suas diretorias geradoras da burocracia e, sobretudo, para submeter os secretários a exames da meritocracia e, enfim, livrar o governo das alianças políticas casadas nos acasalamentos partidários. Operação Espada de Dâmocles – para enquadrar jornalistas que escrevem professando o que sabem não ser verdadeiro; dirigentes de entidades classistas que organizam arruaças cívicas, embora conscientes de que promovem movimentos de manobra O livro bíblico de Êxodo descreve o Maná como um alimento produzido milagrosamente, fornecido por Deus ao povo israelita dos inocentes úteis a serviço das exaltações patológicas de malandros envernizados de idealistas; e dos eleito- poderosos, os pingos de uma chuva gente em sua pessoa, e nele a comu- das pecadoras, é confuso ouvir a verres que os votos estão nos mandatos braba de lama e escorrendo enxurro nidade sugere uma densidade social dade na voz das versões. Assim será populares dos eleitos nas cachoeiras das suítes dos partidos políticos. superadora e a maioridade de uma com os abalroados pelo rolo comdas corrupções. Como nas inundações que os flage- população carcerária. A dinheirama pressor da Operação Monte Carlo. Só lados são recolhidos do relento para evoca a enormidade do inacreditável, o julgado no Fórum do Juiz Tempo tealojamentos em galpões públicos ou e nela os centavos soam milhões e os rá a sentença justa para cada um, particulares, os políticos colhidos pe- milhões evocam bilhões. Não há ne- conforme o seu merecimento. Talvez lo flagício no temporal da corrupção gócio rentável capaz de captar tanto o próprio Carlos Cachoeira tenha sido procuram abrigo nos aposentos das dinheiro sobrando inesgotável. Nem mais vítima de extorsões que réu nas leis, vexados, ante a firmeza da popu- mesmo ouro tirado a escavadeiras de propinas, talvez. uma mina de uma montanha de pelação às portas fechadas-lhes. A punição penalizante para os cor- pitas. Só repasses da corrupção nas Há viciados em jogo de baralho. Há viciados em drogas. Há viciados em ruptos nem é levá-los para os presídi- negociatas dos cofres públicos são roubo de carros. Há viciados em pis- os e deixar-lhes a fortuna apropriada suficientes para gerar tanto dinheiro, tolagem. Há viciados em assaltar cli- em suas casas, mas confiscar o seu como se diz, saindo pelo ladrão. A julgar pela carteira de investientes às portas dos bancos. Há até vi- patrimônio e condená-los a ficar circiados em furtar fé dos cristãos no culando ante ao escárnio popular nas mentos e a linhagem de escol dos ruas movimentadas e parando nas clientes, Carlos Cachoeira seria o ciO notório surgiu de súbito no prinóbulo das igrejas. A corrupção é que cria dependên- principais esquinas. O menosprezo dadão com credencial mais podero- cípio e não evidencia fim no inespecia a todos os vícios. A corrupção vicia no cuspe queima mais que a discri- sa para indicar (de nomeada) o pró- rado. Deixou muitos perplexos. Não ximo governador de um quinhão me surpreendeu. Tinha conhecimene dá cartas no jogo político. A corrup- minação na clausura no cárcere. nos Estados do País, não tivesse a to da macega seca da corrupção nos ção vicia e abre a entrada para as droPolícia Federal gravado as conversas espigões dos poderes e que a vegetagas. A corrupção vicia e anda nos desdas contravenções com sua fre- ção moral se estende estorricada nas manches de carros. A corrupção vicia quência e vazado para a audiência larguezas da paisagem e queimará e arma a pistolagem. A corrupção vidos ouvintes das rádios; dos teles- até o último graveto dos feudos políticia e assalta nos juros bancários. A pectadores das televisões e dos lei- cos de Norte a Sul, do Oeste ao Leste, corrupção vicia e abre a sonegação de tores dos jornais e revistas. de cima abaixo nas confrarias, por impostos nas religiões. A corrupção O material é explosivo como incên- dentro e por fora dos tronos do ilícito A descoberta do continente Cachonegocia a compra e a venda de sentenças judiciais e criou-se o vício da eira e seu arquipélago de ilhas flutuan- dio de uma trombada de carretas car- nos murados das Leis. Os que estão no centro do fogo do nos remansos da corrupção provo- regadas de dinamites com camiimpunidade dos corruptos. “A fé remove montanhas” (Cristo). cou deslocamento de ar na calmaria nhões-tanque de combustível. Não por merecimento direto em mazeA fé é o pensamento positivo. A mon- das correntes oceânicas no mar dos daria para saber nos pedaços carbo- lações do caráter, ou se regeneram tanha é a mentalidade da descrença. três poderes; as procelas levantaram nizados quem eram os condutores e enquanto estão ardendo em brasas, Cada um precisa remover a sua mon- marés sobre as esquadras ancoradas quais seriam caroneiros. Ficou assim ou serão carbonizados até às cinzas; ou navegando; e as ondas rolaram pa- a via Cachoeira. Um ônibus ia lotado e os que forem sapecados nas faístanha no otimismo. Imagine-se uma cachoeira que ra a deriva no seco os iates nos golfos de putas e outro vinha cheio de frei- cas por envolvimento indireto com houvesse no Rio Amazonas e figure na mantidos pelas adutoras jorrantes dos ras, trombaram-se, os ônibus entra- os desonrados arderão nas queimaimagem dela a proporção do escân- mananciais do dinheiro público nas ram um noutro e, no choque, ficaram duras morais até verem nas chamas dalo na queda nacional dos governan- redondezas do Planalto Central e na freiras vestidas com minissaias das a luz da salvação. Todos os que proputas e putas trajadas com hábitos pagaram o mal serão rebaixados na tes na Operação Monte Carlo; ou en- vastidão do território pátrio. O Carlos Augusto de Almeida Ra- das freiras. No sufoco da confusão, mesma medida da sua ruindade e tão vislumbre os respingos da corrupção nos telhados das coberturas dos mos, vulgo Carlos Cachoeira, é muita entre as súplicas das devotas, choros os que promoveram o bem estarão
VICIADOS
EM CORRUPÇÃO
O INCÊNDIO
DAS MUDANÇAS
AS VESTAIS DESNUDAS
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OPINIÃOPÚBLICA promovidos na exatidão da sua benevolência. A civilização atual ingressou no fogo santo do Juízo Final. Os vivos e os mortos já começaram a ser julgados. Os materialistas egoístas serão escalpelados de seu apego aos objetos terrenos. Desistam, pois, de sua incredulidade cascorenta. “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua própria vida?” (Cristo). Se não enxergam que as palavras ditas por Jesus há dois mil anos estão se cumprindo agora, então olhem para a Terra e vejam nas calamidades das nações nos cinco continentes a semelhança com as Dez pragas do Egito: 1. Águas com sangue. O sangue nos olhos vermelhos das lágrimas dos poderosos feridos por aflições humilhantes. 2. Rãs. Proliferação de insetos como o Aedes aegypti no ambiente de água limpa do ambiente das rãs e o Triatoma Infestans nos buracos das paredes das casas. 3. Piolhos. Os parentes e amigos parasitas do poder na cabeça dos governantes. 4. Moscas. A mosca azul picando de vaidade os dirigentes públicos. 5. Doenças nos animais. As carnes contaminadas de agrotóxicos consumidas pela população. 6. Sarna que rebentava em úlceras. As urticárias surgidas nos calombos das alergias causadas pelo nervosismo das apreensões continuadas e coçam insuportavelmente. 7. Saraivada com fogo. Os incêndios nas usinas atômicas do Japão, nas cidades calcinadas pelos tornados nos EUA e nas quedas dos ditadores no Oriente Médio e nas explosões de prédios em São Paulo e Rio de Janeiro. 8. Gafanhotos. Basta verificar a volta deles nas lavouras goianas no ano passado. 9.Trevas. A escuridão no destino dos governos atuais em todos os países e a insuficiência de energia elétrica do Bra-
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“As maldições estão pestes mais aterrorizantes para habitantes da Terra que foram as pragas na povoação egípcia.” cretário de Segurança Pública, imprudente nas acusações dos discursos das campanhas eleitorais, atrevido nas cobranças de austeridade de outros parlamentares e da presidenta Dilma Rousseff, e está ouvindo a sua própria voz nas conversas com Carlos Cachoeira gravadas pela Operação Monte Carlo. Foi pela certeza de haver sofrido o retorno das denúncias doloridas que fiz no Cinco de Março com a mesma veemência nas denunciações caluniosas que sofri seguidamente depois, e, sobretudo, pelas greves equivocadas que atuei como líder estudantil, é que Berlusconi não esbocei nenhuma reação contrária à invasão na sede do jornal pela recente greve dos professores da Secretaria Estadual de Educação, apesar dos xingatórios em alto-falante afirmando que “o Diário da Manhã é do Marconi Perillo”. Melhor fosse. Assim as dívidas que herdei por não ter me vendido ao governo passado seriam do atual governador. No momento da baderna mestrada e invasora já na recepção, os funcionários foram à minha sala, encontramme tranquilo e estranham: – O senhor autoriza-nos a expulsar os grevistas? – Não. – O senhor não está triste com isso? Dominique Strauss-Kahn – Estou feliz.Estaria triste se eu fosse um deles – disse ao Júlio Nasser. E determinei que o Diário da Manhã noticiasse o fato isentamente, em respeito à liberdade de imprensa, pois entendo que, se há uma greve oportuna no Júlio Nasser ensino público estadual, seria uma passeata organizada pelos pais de alunos reivindicando melhoria na qualidade didática Muammar al-Gaddafi dos professores.
sil para atender à demanda da expansão industrial aqui mesmo em Goiás. 10. Morte dos primogênitos. A proibição da adoção das proles do nepotismo na administração pública e o aumento assustador de tragédias bárbaras cometidas contra as crianças pelos pais e nas escolas por assassinos suicidas. As maldições estão pestes mais aterrorizantes para habitantes da Terra que foram as pragas na povoação egípcia. Lá vieram nos fenômenos da natureza. Aqui saem dos atos humanos que transformaram o progresso num monstro devorador e voltam nos fatos do mistério nos céus e que a Ciência Quântica tem chegado mais próxima que a Ciência Clássica. Os líderes que agem como donatários e não usuários sequer desconfiam que o seu poder foi Deus quem o deu a eles. Deveriam acreditar. Porque Deus está tirando o poder de vários deles. E de cada qual com a justeza merecida na punição ao estilo preciso do que a pessoa desmereceu a confiança de Deus no exercício da missão que o seu espírito veio cumprir na Terra. Os moralistas tombam caindo aos pedaços na honra. Silvio Berlusconi é mais poderoso no trono da mídia na Itália do que foi Roberto Marinho no Brasil, e caiu do cargo de primeiro-ministro como surubeiro sexual. Nafissatou Diallo estava mais importante para as finanças da economia mundial, como diretor do FMI, que esteve à importância do banqueiro Daniel Dantas como dono do Banco Pactual para o mercado financeiro do País. Muammar Abu Minyar al-Gaddafi luxou-se na pompa 40 anos como ditador e terminou escondido debaixo de uma vala de esgoto, matado a pauladas e aos farrapos igual os líbios sob seu despotismo. O senador Demóstenes Torres foi um denuncista militante como promotor público, policialesco como se-
A CAPA DA AUSTERIDADE RASGADA Os materialistas ateus e os apátridas serão escalpelados de seu apego cobiçoso aos objetos terrenos. Desistam, pois, de sua visão bolorenta no egoísmo. O desgoverno nos governos da atualidade, sustentando-se quase aos rastejamentos ao chão ante o turbilhão incontível no avanço das mudanças em toda a Terra, a desorganização da ingovernabilidade não é por acaso. Alguns até tentam se readequar à realidade do determinismo reformulador dos costumes e das práticas a revel dos princípios éticos. Tentativas vãs. As mudanças vêm do Altíssimo sobre os altos do poder dos condutores de nações, de Estados, de municípios e dos impérios econômicos. A vontade de Deus é imutável. E ai daquele filho que ousar utilizarse das decisões do Pai em benefício próprio ganancioso ou em benefício de projeto político para satisfazer o seu ódio nas vinditas a adversários que um dia o derrotaram. Pagará a culpa, talvez com dor ainda maior na próxima eleição. A cobrança poderá vir, quem sabe, ao perder para o maior dos seus aliados, qual força, que desistirá de se candidatar. Na época em que eclodiu o escândalo do Mensalão, percebi que o intento buscado e alcançado era derrubar o deputado federal José Dirceu do cargo de ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República. Os petistas invejosos tra-
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Golbery do Couto e Silva
Newton Cruz
José Dirceu
Delúbio Soares
maram à sombra de Carlos Cachoeira contra Dirceu à mesma feição da conjura armada às ocultas de militares da linha-dura para o também contra o genial general Golbery do Couto e Silva no cargo de
ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República no governo do general cavalariano semanal João Baptista Figueiredo. A distância entre o talento de Golbery e do general Newton Cruz era a mesma
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que há do Dirceu ao petista Delúbio. Golbery era o superdotado Dirceu da direita e Dirceu é o Golbery diferenciado da esquerda. O Mensalão sempre existiu às caladas nos caixas-dois das campanhas eleitorais. Expandiu-se no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, para financiar a emenda constitucional da reeleição e apenas volumou-se no primeiro governo do presidente Lula, para bancar deposição através de Impeachment com a aprovação remunerada a parlamentares do Congresso Nacional. A intenção da ação marqueteada como moralizadora era a de impedir que Lula se reelegesse a seu sucessor no segundo mandato. O Carlos Cachoeira é usado de novo para o que se serviu da outra vez. O próprio senador Demóstenes Torres engrossou as vozes da oposição nas cobranças para que o Supremo “agilizasse o julgamento protelado do Mensalão”. Então passaram a minar nos bastidores políticos e com repercussão estridente na imprensa informações de que o Mensalão iria a julgamento em maio. Recorreu-se novamente ao Cachoeira dos escândalos espalhando rastilhos comprometedores de personalidades influentes em todos os escalões dos três poderes da República, com tamanha proeminência na tabela dos atingidos nas gravações e nos burburinhos da boataria, que diversos dentre os políticos, que se gabam estar entre os que são poderosos nos centros de decisões do poder, devem se sentir desprestigiados, já que o consenso popular generaliza – apesar de que toda generalização é burra e odiosa – que “todo político é ladrão”.
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“Aqui, em Goiás, ali em Brasília, acolá nos outros Estados e lá em todos os países, vão estar na molhaceira derramada do dilúvio das Mudanças.” ente dos governos como o lodo é inerente à natureza das águas. Nas ventanias de austeridade sobre os reservatórios do interesse público, o surto de moralização revira o leito das vontades pessoais e acamamse ao fundo das conveniências no engodo do ímprobo acabado e no denodo asqueroso começado. Na história universal, as torrentes do verdadeiro entornam à luz do conhecimento o falso na histeria da população ao presenciar Joana D’Arc sendo queimada viva na fogueira da Inquisição Católica.
ONDE MARCONI PISOU NA BOLA Os sintomas no ambiente político, em todos os partidos, são indutores a conclusões preocupantes no motivo dessa Cachoeira, com Delta: empanar o julgamento do Mensalão e desviar a atenção dos ministros que a presidenta Dilma Rousseff pôs para rodar nas águas da corrupção no leito do governo passado. E as evidências são notórias de que Lula se vale para jogar nas correntezas à boca da Cachoeira o governador de Goiás, para vingar-se da denúncia feita por Marconi Perillo do assédio financeiro do Palácio do Planalto para que os deputados federais Sandro Mabel Lula e Raquel Teixeira votassem contra o Impeachment do Mensalão, baseado em informações reveladas fornecidas ao Palácio das Esmeraldas pelo deputado federal Marconi Perillo Carlos Leréia. Pode uma coisa dessas?!!!... Quando Marconi contou-me que havia cometido a denúncia, aconselhei-o a retirá-la imediatamente, pois além de Sandro jamais perdoálo, a Raquel ficaria ressentida. Prometeu que atenderia a minha ponderação, após eu cientificá-lo de que, caso não retirasse a denúncia contra o presidente Lula, viria a ser alvo de suas consequências ruins. A de mal imediato é que Lula não cairia e iria persegui-lo enquanto vivesse. E adiantam as alternativas da dissimulação. Lula não perdoou Marconi. A mal pior duraria a posteridade. Se o presidente Lula viesse a ser deposto, Marconi passaria à História como delator. Ainda bem que está resgatando a sua dívida em vida de sua delação. Tão certamente como Lula será cobrado pelas Leis Divinas o seu débito da perseguição vingativa ao governador Marconi. O imbróglio do Cachoeira está difuso, tanto sob a espuma à tona quanto à névoa das águas suspensas na queda, e dificulta ver a extensão da lama acamada ao fundo do leito no rio e tudo leva a crer pela correria nas margens que tem podriqueira escondida sob os barrancos. Ao contemplar o cenário dos reposicionamentos apressados dos gravados na Discoteca Caça-Níqueis, percebe-se que tem muita coisa errada por baixo. Uns desfazem delacionamentos, refazem convivências, fazem cortejamentos. Mas só a tonalidade ao vidro da garrafa é cor vinho. Olhado de fora, o líquido é purpureado. Visto dentro, água filtrada da Cachoeira. A maioria se encrespa de irritação se perguntada sobre a lavanderia de dinheiro na Cachoeira e faz o jogo da aparência do bicho jaguatirica enfurecido quando é surpreendida com a boca suja de gema de ovo ao redor do galinheiro. Falta apenas um dos gravados nos estúdios Cachoeira recorrer ao exemplo da clandestinidade da pirataria nos CDs, DVDs e fitas no mercado comercial da música sertaneja. A voz é deles. A foto é eles na cara. Não importa se as gravações do clandestino são clandestinas. O fundamental é que são autênticos como
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Juscelino Kubitschek
Joana D’Arc
estão nelas, no original como nos digitais do bom viver na política trabalhando para o povo nos serviços prestados a si próprios. Ao assistir o tromba-tromba entre o disparate de graúdos do poder e a porção de ricos empresários, uns remendando os rasgados da sua honra com os trapos da improbidade de outros, vem-me no imaginário o realismo de uma cena surreal. O panorama de uma ilha fluvial do tamanho de um Estado em um rio com a largura de dois Amazonas. Na ilha, vultos movimentamse afobados, muitos remontando edifícios; alguns montando fazendas; tantos lançando loteamentos de condomínios fechados, uma multidão depositando dízimo no templo faraônico, e a polícia correndo atrás de um bando de cavalheiros elegantes, poucos esbeltos, uma chusma gorda, no geral caprichados na aparência bem tratada, e de repente surge um bloco como que por encanto de homens vestidos do mesmo jeito, os integrantes cochicham com o grupo, entregam muitos papéis e fitas para os policiais e tudo volta a ser como antes. Na visão, eu olhava de longe a movimentação dos ajeitamentos, dos consertos e reconsertos dos moradores; e eu vendo, cansado, pois estivera nas nascentes, vira cair uma tromba-d’água nas cabeceiras e vinha descendo uma enchente que iria submergir aquela ilha toda.
A ANGÚSTIA DA ESPERA Os goianos não devem estar entendendo a razão de meu silêncio mudo e prolongado na usina de minhas ideias ante os relâmpagos, trovoadas e raios na temporada de nuvens caindo inteiras e carregadas de denúncias da Operação Monte Carlo às portas até de gente graúda que estava acima de quaisquer suspeitas e deixando pasmos os vizinhos. Eu, não. Desde a Operação Sexto Mandamento, a meteorologia pro-
metia muita chuva sobre os telhados da política em Goiás. Apenas liguei e instalei o para-raios da apreensão após receber nos meados do ano passado uma dessas mensagens ditas pelo espírito de Fábio Nasser à médium Mary Alves para a minha orientação em episódios complicados e com a recomendação de não ser publicada. Pois estava “prevista para Goiás uma ação da Polícia Federal com a prisão de autoridades, de repercussão nacional, que expandirá para os políticos, culminando ao final com um ex-governador do Estado sendo preso e que, por ironia do destino, somente o Batista Custódio irá defendê-lo por ser um jornalista com senso de Justiça”. Na época não havia ainda a Operação Sexto Mandamento e confidenciei ao Ulisses Aesse e ao João Bosco Bittencourt a minha preocupação angustiJoão Bosco Bittencourt ante por não me haver sido revelado quem seria o ex-governador. É esse o motivo que estive cauteloso no Sexto Mandamento e o sou na Operação Monte Carlo e me exponho Ulisses Aesse às incompreensões. Mas há o feio que, se explicado, é o bonito e existe o bonito, que se não explicado, é o feio. Não bato nos que já estão por baixo e apanhando e pisados pelos que estão por cima. Bato nos que estão no alto e batendo nos caídos. Nunca participo dos linchamentos morais espetaculosos teatralizados no poder. Muitos atores são retirados do elenco nos ensaios atrás das cortinas e seus atos bufos são cortados do enredo original nas encenações levadas ao palco. A corrupção é peculiar ao ambi-
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Na história brasileira, as vertentes da retidão derramaram no cristalino do esclarecimento as distorções das torturas e mortes de democratas nos porões da ditadura militar. Uma das barbaridades, dentre tantas brutalidades, foi a morte inexplicável em um acidente duvidoso do ex-presidente Juscelino Kubitschek à noite, provocada estranhamente por um veículo que saiu súbito de uma estrada vicinal e trombou com o carro de JK, alta noite, quando ia a uma reunião em São Paulo articulando a reabertura política e retornava ao Rio de Janeiro. Na história estadual, os caudais da veracidade transbordam no estuário da elucidação a vilania da cassação do mandato do prefeito de Goiânia e a suspensão por dez anos dos direitos políticos de Iris Rezende, com base no Ato Institucional nº 5, na ditadura militar, usado sordidamente como único arbítrio do totalitarismo para Iris Rezende impedi-lo de ser, pela unanimidade do eleitorado, o sucessor de Otávio Lage. Escrevi um editorial na primeira página do Cinco de Março protestando e fui preso para o 10º BC, Otávio Lage hoje 40º BIM. Reitero que esse acontecimento estarrecedor da Operação Monte Carlo é resvalado dos diques da Operação Sexto Mandamento, mas é um chuvisco em comparação com o temporal que está rasgando a corrupção no aguaceiro das mudanças proféticas. E não adiantarão de nada os guarda-chuvas abertos nas leis. Aqui, em Goiás, ali em Brasília, acolá nos outros Estados e lá em todos os países, vão estar na molhaceira derramada do dilúvio das Mudanças que lavarão a Terra para receber a civilização do terceiro milênio, prevista por Dom Bosco para governar o Planeta e sediada justo nessas terras no coração do Brasil.
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Diário da Manhã
OPINIÃOPÚBLICA
“A lucidez e a estupidez, uma dentro da outra. Mas o lúcido percebe-se no estúpido, porém o estúpido não se difere no lúcido.”
OPINIÃOPÚBLICA UNIVERSALIZAÇÃO
Logotipo e slogan da antiga gravadora RCA Victor
INDIVIDUAL DAS IRRACIONALIDADES A internet é uma arrancada da modernidade demolidora das imbecilidades resistentes nos atrasos consolidados nos néscios falantes, que, excitados pela permissividade das redes sociais, está sendo vulgarizada pelo denuncismo, qual boca de esquina. E a internet, que é um veículo de transporte do conhecimento universal, expôs-se a infiltrações de vadiagens e franquias de uma clandestinidade que instituiu o Crime Organizado da Mentalidade Doentia. A Ciência prova que toda matéria está em toda matéria. A lucidez e a estupidez, uma dentro da outra. Mas o lúcido percebe-se no estúpido, porém o estúpido não se difere no lúcido. Até na escuridão há luz, todavia os pasmos mentais não se distinguem em seus apagões na inteligência e neles a internet é a universalização das irracionalidades individuais. Não sei se por ingenuidade infantilizada, ou se por convulsão da ruindade impregnada, um cidadão divulgou na rede social que há nas gravações da Operação Monte Carlo uma ordem de alguém do Cachoeira mandando levar R$ 15 mil para o Diário da Manhã. De fato mandou. Mas não foram R$ 15.000,00, e sim, R$ 10.000,00, correspondente ao pagamento de uma publicidade na edição especial do aniversário de Goiânia. Se querem encontrar algum fato financeiro em minha vida de cidadão e de jornalista, não procurem dinheiro: procurem dívidas. Todo dinheiro que entrou em minha vida, saiu do meu suor no trabalho. Todo dinheiro que excede às necessidades decentes das premências existenciais, não presta para mim. Sou coerente em todos os meus atos em tudo que digo e faço. Respeito-me. Nas alvoradas da ditadura militar, o governo de Mauro Borges prendeume e fichou-me no DOPS como comunista. Em meu depoimento no IPM, ao ser perguntado pelo coronel Cláudio das Neves se eu era comunista, respondi: “Não sou comunista. Não sou anticomunista. Não sou monarquista. Sou um livre pensador numa república de debochados.” Passei 15 anos fichado como comunista e todas as vezes que denunciava uma corrupção documentada na ditadura, o corrupto me acusava na Polícia Federal que eu era comunista e exibia fotocópia da minha ficha. Quando saiu a Lei da Anistia, recusei Pensão
dos Anistiados, por entender que eu estaria vendendo minha parte na luta patriótica da resistência da liberdade de imprensa. Quando foi divulgada a sentença judicial anulando o ato da minha falência, após 25 anos, um quarto de século, refutei os assédios de advogados para ingressar-me com uma ação milionária de indenização contra o Estado de Goiás, por não achar justo cobrar do dinheiro público o sofrimento causado em minha vida por um juiz servil à ordem de um governador. Minha história é esta em preto e branco na realidade da legenda e em cores no fantasioso das lendas. Depois de uma longevidade nos 77 anos no caco das dificuldades, porém na alegria orgulhosa de haver me recusado a ser rico e enxotando o tempo todo as propinas milionárias que bateram à minha porta. Essa é a realidade inteira, no tamanho verdade em toda a minha vida. E vir agora alguém supor que eu aceitaria um suborno de R$ 10 mil, inflacionado pela calúnia para R$ 15 mil, convenhamos, é a pessoa ser pobre demais de imaginação. A culpa desse alarde é consequente do tratamento de regime de exceção a que está sendo submetido Carlos Cachoeira no presídio de segurança. Não escapa a possibilidade de acontecer com o homem que comprou políticos brasileiros o mesmo que ocorreu com o jornalista Herzog no cárcere do Doi-Codi, em São Paulo, por haver denunciado os líderes da ditadu-
ra que vendiam o Brasil. A prática nas democracias é autorizar os presos por crimes momentosos a conceder uma entrevista coletiva à imprensa no cárcere. Deixem-no falar, sem o benefício da denúncia premiada, por ser uma recorrência legalizada à clandestinidade. A proibição de Cachoeira revelar tudo é uma forma de censura à liberdade de imprensa, imposta zelosamente pelos graduados com o cassinado na redoma da Praça dos Três Poderes, em Brasília. As revelações do material de um dos reis dos jogos ilegais nas Américas certamente causariam estragos onde não se espera. Seria um furo de reportagem de repercussão internacional. Os grandes órgãos de comunicação do País deveriam ter escalado repórteres para ficarem acampados às portas do presídio de Mossoró. Palavra Mossoró ampliaria aos seus sinônimos abalo e rebaixo, mossoroca para melhor definir amolgadura, pisadura da corrupção no lombo de políticos.
MÁS COMPANHIAS O mundo capotou todos os comboios da corrupção que iam em alta velocidade nas curvas fechadas das encruzilhadas, transportando fortunas dos cofres dos governos para as riquezas nas algibeiras dos políticos. Há corpos es-
A REDOMA DA CORRUPÇÃO NOS PODERES
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palhados nas vias da opinião pública, alguns desenganados na UTI dos prontos-socorros das leis, muitos gemendo ou chorando ao relento moral, a maioria dos feridos se escondendo uns por baixo de outros e todos molhados na Cachoeira pela Operação Monte Carlo, ou ainda se enxugando do sangue dos Grupos de Extermínio feridos pela Operação Sexto Mandamento. Não sou fonoaudiólogo, mas o timbre das conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal nas corporações do crime organizado, tanto nas hierarquias das execuções clandestinas na pistolagem, no narcotráfico e nos roubos de carros, quanto na estufa dos caça-níqueis, evoca o slogan da antiga gravadora RCA Victor: a voz do dono. O governo federal, os governos estaduais, os governos municipais levaram o Brasil para as más companhias. O provérbio “diz-me com quem andas que te direi quem és” virou más companhias andarilhas dos moradores de rua aos ladrões de casa no País inteiro. Passou a ser vocação a mentalidade de sobreviver-se a qualquer custo da vida dos outros. Está de se trocar a figura daqueles anjinhos aos pés da imagem de Nossa Senhora da Conceição por estatuetas de guarda-costas de pé. As más companhias parecem uma bactéria no DNA transmissora da infecção generalizada na genética da natureza da nossa nacionalidade. Do mesmo jeito que os japoneses são semelhantes uns aos outros na compleição física, do mesmo modo os brasileiros estão indistinguíveis na aparência do semblante no caráter. As más companhias pegaram e estão como a lepra ficava encubada antigamente um certo tempo e só era percebível nos morféticos ao começar caírem dedos, orelhas, nariz, lábios, e familiares dos hanseniados já estavam contaminados, assim como a família brasileira pode haver sido contagiada pelos macutenas nas más companhias pelos lazarentos morais nas casas no poder. A companhia de filhos na má companhia de pais. A companhia de irmãos na má companhia de irmãos. A companhia de sócios na má companhia de sócios. A companhia de devotos na má companhia de religiosos. A companhia de juiz na má companhia de magistrados. A companhia de soldados na má companhia de oficiais. A companhia de repórteres na má companhia de editores. A companhia de amigos na má companhia de amigos. A companhia de eleitor na má companhia de candidatos. A própria companhia de pessoas na má companhia de si mesmas.
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“O teatro da corrupção está com muitos palcos e várias peças sendo representadas por diversos elencos.”
AVENIDA CORRUPÇÃO, ESQUINA COM RUA IMPUNIDADE A História de Goiás é povoada da companhia de bons governadores na má companhia de assessores de má influência às Suas Excelências. Más companhias da aptidão burocrática na vocação empreendedora. Más companhias das limitações do amadorismo na eficiência da formação profissional. Más companhias da reputação nas ruas refletida na credibilidade dos cargos. Más companhias de antipatizados nos votos do eleitorado nomeados nos pagamentos de promessas de caixas das campanhas eleitorais. Más companhias de propineiros no investimento das extorsões de milhões no superfaturamento de obras. São más companhias contaminadoras nos vícios do tráfico de influência nos santificadores dos endeusados nos governos. A marcha do continuísmo é manobrada por carroceiros que não se sabe qual dos dois é o cavalo; por carreiros, e conhece-se o carreiro pelos bois que ele canga e, assim, vão montados na máquina da modernidade – eles fingindo que estão dirigindo e o povo fingindo não estar vendo-os atropelarem o Estado de acidentes a acidentes, dia a dia, no estradão dos anos o tempo todo há décadas. Ao muito ou ao pouco, as más companhias oficiais não têm as mãos sujas no dinheiro público. Porque as lavam a todo instante. Doravante terão de ir para a esquina da Avenida Corrupção com a Rua Impunidade. A lavanderia dos ilícitos já está descendo as portas e Rio Okavango escorre 1.700 quilômetros do norte ao sul da África, empoça-se e infiltra-se em terras áridas. Não chega ao mar será fechada. O carro destas Mudanças históricas é dirigido pelo condutor do Universo. Deus. em praça pública no Império e morreu d’água de onde fora rodando as grava- rem intransponíveis pelo transbordadizendo: ções para as deltas da cachoeira. mento do levante nacional nas corren“Morre o liberal, mas não morre a O danoso total aconteceria imprevi- tes do povo contra todos os remansos liberdade.” sível. A movida corrupção. É a chuva da nuvem das O jornalista Badaró ressuscitou-se mentação das mudanças vindas do Céu com as preem Dilma. A alma do povo brasileiro águas transborvisões da meteorologia Divina promeencorpou-se no espírito público dela. A daria as gravatendo um longo período de muitas nação nas ruas, nas estradas, nas ofici- ções boiando na trombas-d’água nos temporais. O mormaço nos termômetros dos O teatro da corrupção está com mui- nas, nos sertões, nas cidades, apaixo- Operação Monobservatórios políticos registra a temtos palcos e várias peças sendo repre- nou-se pela presidenta Dilma ao ouvir te Carlo para o leito da Operaperatura de graus da febre intermitente sentadas por diversos elencos ence- o seu pedido de amor à Pátria. ção Satiagraha, no organismo petista do Lula. Os sintonando uma versão diferente dos corcomandada pemas são de que remédio receitado e ruptos para a ribalta, com plateia lotalo então delegausado de analgésicos para aliviar a dor da de espectadores aplaudindo a temdo da Polícia Feporada de moralização, enquanto baProtógenes Queiroz de cabeça do Mensalão no Supremo; deral Protógeou de se tomar doses de laxativos na tem palmas nos camarotes os protagones Queiroz nas corrupção empanzinada nos intestinizadores de outras atrações no circo enchentes de nos do governo e indigestiva no povo dos escândalos. não farão efeito dessa vez. O tratamenCada autor procura acrescentar um A Polícia Federal pôs vestais da auto- Daniel Dantas to diagnosticado é provocar a evacuaato nos capítulos no prólogo para mu- ridade para desfilarem como munda- no Banco Opção para os vasos do esquecimento andar o enredo e, como em certas teleno- nas nas passarelas dos fantoches dos portunity, antes das descargas das eleições, vai esvelas, o epílogo ter vários fins, tanto para moralistas, então maquiados nos sa- corado na ensebarrar candidaturas. os mocinhos como para os bandidos. lões de beleza do denuncismo. A tatua- ada oportuniA tábua das conjecturas pôs Lula à A Peça Mudanças está escrita por Je- gem dos hipócritas acabou nos cama- dade do govermesa de ódio na ideia fixa de vingança sus Cristo há meio século nos anais bí- rins dos Tesouros Públicos. Terão de sa- no federal que ao governador Marconi Perillo por ter blicos, com o nome original de Juízo ir com a cara que têm. E não adianta afundara na Daniel Dantas servido-lhe o prato do dia mais ardido Final. É em vão, pois, as tentações de se fugirem para o Exterior. Para onde fo- época o delegaalterarem o roteiro do texto. Não con- rem, o que os persegue está dentro de do nas margens do afastamento da PF no cardápio do Mensalão. Como nos pratos feitos, onde se misturam todas as seguiriam rasurar a tragédia com en- si. E Deus os viu como o são. Não há o atual líder do PC do B. Quaisquer navegações é entrar em iguarias, vendidos nos restaurantes poxertos de comédia, como reescreveram condimentos para retoques de impuem outros lançamentos do mesmo te- nidade nos cirurgiões plásticos, nas clí- canoa furada na água que Pilatos lavou pulares – e que Lula já cometeu muitos (ou sujou?) as mãos na absolvição de deles nas cozinhas da política –, Marcoor tragicômico em shows da pirotecnia nicas, no spar dos remédios jurídicos. burlesca nos picadeiros de honrados Essa Cachoeira tem esborrifado Barrabás na condenação de Jesus. Há ni recebeu o prato feito com lereias e o ladrões da pátria. águas putrefatas demais pelos ares, pa- muitos inocentes sendo cristianizados levou quente, sem abrir a caixinha de Os porões dos três poderes da Repú- ra que o fechamento das torneiras do nas culpas, nas águas desse encachoei- plástico para conferir o cozinhado que blica estão vazando na boca dos esgo- julgamento do Mensalão fosse sufici- rado da bacia fluvial com nascentes nas estava dentro e o entregou aos chefs da tos a fedentina política da corrupção ente para impedir que o Supremo saís- vertentes empoçadas nos desbarranca- churrascaria Mensalão. Lula o engoliu, sopitando honras pobres. A presidenta se umedecido pelos seus pingos. A tor- mentos dos sete ministros e de uma tri- mas não digeriu. Agora vomita aquela Dilma Rousseff fez no momento opor- neira enferrujou-se no uso de tantos pulação de marinheiros correlatos nas comida que azedou no seu bucho boca tuno a faxina no depósito das falcatru- detergentes cáusticos nos ajeitamentos fragatas de todos os partidos que vie- abaixo no estômago de Marconi. Perceas e escorreu mazelas nos suspiros em impuros do moralismo em suas purifi- ram velejando como navios ou como be-se pelo hálito dos arrotos do denunsubmarinos nos governos do PSDB e cismo filtrando as repercussões de todas todos os partidos, aliados ou não ao cações legais. as cascatas da Cagoverno nas negociatas do mercado Tampouco o esvaziamento da CPI do do PT, com o PMDB a estibordo. choeira concenoficial, atrás das negociações de apoio Cachoeira estancará as minações do intradas no ocultisno Congresso Nacional. decoroso na já tão ensopada imagem mo do rancor de E o canto de Dilma às liberdades pública do Congresso Nacional, com vingador possuípúblicas retumbou nesse seu verso babas das permissividades. Iria apenas do de Lula e na que não se ouvia a um cinquentená- sugar para fora o aguaceiro e destampar cabala nas encrurio no poema República: na superfície e trazer à vista o lamaçal zas do esquerdis“Prefiro ouvir a crítica da im- amontoado no fundo. O único proveito prensa livre ao silêncio de uma seria do deputado Protógenes Queiroz, Os ex-presidentes Lula e FHC não mo, definido por imprensa calada.” autor do pedido da Comissão Parla- dispõem de diques tão cimentados de Vladimir Iliych LeLíbero Badaró tombou assassinado mentar de Inquérito. Viria à tona o olho prestígio no populismo ao ponto de se- nin como doença
PEÇA ESCRITA POR CRISTO
IMAGENS TATUADAS
O PRATO FEITO DE LEREIAS
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OPINIÃOPÚBLICA
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OPINIÃOPÚBLICA infantil do comunismo, onde o sectarismo em uma banda dos petistas sofre de patologia tratada como ideologia. Marconi se deixou contagiar pelos que lhe trouxeram para beber das águas da Cachoeira na sede de vitória enraivecida com as traições do alcidismo e pagou os compromissos assumidos na campanha eleitoral aos que trouxeram as garrafas vazias de votos para enchê-las de cargos no governo. Paga sofridamente por esse mal que lhe fizeram seus supostos amigos com o mal que Lula lhe faz para desopilarse do mal que suas amizades não verdadeiras lhe causaram ao trazer das Cataratas de Sete Quedas no estuário do empresariado nacional as águas que irrigaram o Mensalão. A Lei do Retorno cobra gota a gota de Marconi a viagem nas jangadas que singram nas águas do mal e despejou-as no pote dos sacrifícios maldosos que Lula as bebeu quando o justo era levar-lhe água benta. Lula também terá o seu dia de tomar copadas do mal na Lei de Causa e Efeito, por não haver refrescado a cabeça de Marconi com as águas do batismo no perdão. Um pingo do bem é gota letal na poça do ódio. “O mal trabalha contra si mesmo” (Doutrina VIVA, p. 190, escrito pelo espírito de Francisco Cândido Xavier e psicografado pelo médium Carlos A. Baccelli). Para Lula e Marconi terem a visão do que acontece com os governantes que se desviam do poder recebido de Deus para praticar o bem na Terra, recomendo aos dois grandes líderes lerem o livro Getúlio Vargas em dois mundos, uma entrevista concedida pelo espírito ditador do Estado Novo a Eça de Queirós na Espiritualidade e psicografada pela médium Wanda A. Canutti. Assim como a maleita é uma doença crônica ou aguda causada por protozoários parasitas Pasmodium e é transmitida pela picada do mosquito Anopheles fêmea, também a chamada mosca azul transmite bactérias da corrupção aguda ou crônica nos ambientes do poder, através das picadas dos parasitas nas vaidades dos governantes. A menos que os infectados se curem na fase aguda, o único remédio para a corrupção crônica é um chá de cadeia e dieta do arresto dos bens. Os políticos alçados do anonimato nas planícies para o prestígio nos planaltos do poder ficam sem entender suas quedas abruptas e bruscas dos píncaros da aclamação calorosa para a execração popular vergonhosa. As Leis da Vida são imutáveis e iguais para todos em tudo na natureza, tanto para os rios na exuberância das águas em seu curso a grandiosidade do oceano, quanto as pessoas na importância em seu percurso no prestígio da celebridade. Há rio que não existe no que há e há no que não existe. O Rio Okavanco nasce nas terras altas de Angola, brota pequeno, fica grande, largo, percorre mais de mil quilômetros na África, torna-se perigoso na turbulência das águas, forma ilhas e o maior delta do mundo; depois infiltra-se no chão próximo ao oceano e não chega ao mar. Dá-se qual com gente nascida mínima, torna-se espaçosa, fica turbulenta na extensão percorrida, dura severo, afoga outros em seu curso, e desaparece sob os chãos de poder, já avistando o mar no oceano de suas ambições. O que lhe existia não há mais. O seu destino seco.
POR TRÁS DA APARÊNCIA Ao assistir espetáculo público na voz das rádios, na imagem das televisões, nas letras da imprensa e nas redes sociais da internet, as gravações
“As palavras da boataria revelam mais nas críticas a autocrítica que os fofoqueiros precisam fazer.”
Os políticos devem ler esse livro
de Carlos Cachoeira sendo mais ouvidas que as das discotecas, mais lidas que as revistas pornográficas e com mais audiência que as telenovelas, sem que os atores vivenciem os órgãos de comunicação com documentos para justificar suas faltas no pelotão dos indecorosos, figura um fato de batalhão imaginário em um Exército hipotético. Logo nos primeiros dias, faltou um soldado no pelotão. O sargento quis saber a razão de sua falta na manhã seguinte: – Por que você faltou ontem? – Adoeci. – Doente de quê? – Comi quelé e passei mal. – Cadê o atestado médico? – Esqueci em casa. Trá-lo-ei amanhã. Durante o ano, não havia dia que não faltasse um reservista adoecido por ter comido quelé e com a desculpa de que traria o atestado médico depois. O número dos quereleiros foi aumentando. Chegou a mais de centena dos soldados. Até que houve falta em massa. Só apareceu um reservista. Ficou de pé, empertigadíssimo lá na última fila das cadeiras vazias. O sargento ficou olhando fixo para ele e, sisudo, falou: – Está óbvio que só você compareceu. Os outros não vieram por que comeram quelé. Marquei o dia de hoje para dar falta a todo mundo que não trouxesse o atestado médico. Muitos terão que repetir o ano. O reservista permaneceu imóvel e mudo. O sargento elogiou a sua pontualidade e prometeu: – Vou indicá-lo ao coronel para ser condecorado com uma medalha de Honra ao Mérito. O sargento ordenou para o soldado ir até ele e sentou-se à mesa. O recruta, a passos em cadência de marcha, parou de frente ao sargento e fez continência. – Pode descansar, soldado. Preciso de seus dados pessoais para encher o prontuário de sua indicação à medalha. – Trabalha? – O meu serviço é atender pessoas todos os dias. – Identifique-se!
– Sou o Quelé... Só aí o sargento entendeu o motivo de os soldados não trazerem atestado médico. Seriam indecorosos. Comeram o bicha. É o jogo da tropa do exército do Cachoeira não ter documentos. Não tiveram decoro cívico. Comeram no bicho.
NÃO SOU RESSONÂNCIA DE BOATARIAS Não me fundamento nas opiniões dos que transformam em assuntos fatos entristecedores de honradezas, tidas antes como ínclitas, assim tão rasgadas agora aos trapos da desonra aos olhos dos seus antigos admiradores. As palavras da boataria revelam mais nas críticas a autocrítica que os fofoqueiros precisam fazer. Baseio-me tão-somente nas revelações dos que me orientam na Espiritualidade em suas mensagens: “Em momentos atuais, onde há uma inversão de valores, onde é permitido tudo, desde que o tudo jamais seja conhecido, é o momento para que o olho de Deus seja mostrado como a luz que na escuridão, soerguendo corações e buscando encontrar valores que se sobressaíam, para que sejam merecedores do infinito amor que equilibra todo o Universo. Todos recebem de Deus a chance de caminhar, e não compete a nós julgar quando insistem em permanecer estacionados. Pai, sei que sente uma grande responsabilidade, mas, acredite-me, tudo está escrito. Fique firme. Acompanho-o de muito perto. Pontualmente, à meia-noite eu o visito, é minha maior alegria. Depois sigo para o meu trabalho com os nossos jovens sem amanhã. A novidade é que o erro não ficará encoberto. Realmente é a hora da verdade na Terra. Toda criatura tem seu pensamen-
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to anotado e receberá de volta o que realmente merece. Estamos juntos, pai. O nosso caminhar tem sido de maior proximidade, pois pedi o privilégio de aprender um tanto a mais com a sua admirável fé em Deus.” (Fábio Nasser) Tive um amigo desses que é raro de se ver dois nos relacionamentos pessoais. Ele era marxista e nossa única distonia era apenas discursiva. Eu não o convencia de que a vida é eterna. Ele não me convencia de que vamos no corpo morto para o cemitério. Em uma carta, seu espírito discordou da sua pessoa: “Gostaria imensamente que meus familiares acreditassem que o véu da morte não desce para ninguém e que prosseguimos mais vivos do que antes. A trovoada anunciando tempestade às vezes pode ser ensurdecedora, mas não suportará o brilho do sol que virá para iluminar os caminhos. Samyr Helou Força, amigo! Você não está sozinho.” (Samyr Helou) A vida trouxe-me um amigo que gostaria de ter nascido-me ele. Eram as duas partes de uma mesma pessoa. Estimávamo-nos na admiração mútua. “Realmente as palavras de hoje precisavam ser minhas, pois o seu coração está com saudade do amigo, do companheiro de ideal. Àqueles que zombam da sua voz no deserto, respondemos: amanhã cada um vestirá a toga do espírito imortal, juiz de si mesmos. Hoje quem o critica e zomba, amanhã o reconhecerá um abençoado professor. E nossa alegria é imensa em presenciar ‘in loco’ a sua vitória: contra a corrupção, a insensatez, contra o anestésico dos que se julgam fortes para dominar suas ideias errôneas e absurdas. Por isso, siga em frente. Estaremos sempre juntos.” (Alfredo Nasser) Há instantes em que os caminhos ficam tão difíceis, que parecem ser uma encruzilhada de todas as dificuldades perversas e me sinto sozinho na solidão absoluta, como se ali não houvesse uma saída sem morrer um pouco por dentro. “Caro irmão Batista Custódio, que Deus em toda a sua glória toque-o em sabedoria e serenidade. A ti, meu irmão, foi confiada a parte de estabelecer a ponte entre dois mundos, em um momento tão decisivo da Humanidade. E a hora da mudança surge como verdade absoluta. E pedimos que continue firme, ainda que tão incompreendido. Seja franco e não te turves nas dificuldades.” (Humberto de Campos) Não adianta continuarem pressionando-me ao contrário do meu entendimento. Muitos dos que aparecem encalhados nas deltas da Cachoeira podem estar recebendo a oportunidade de se reverem de seus pecados, para serem salvos no Barco de Noé das Mudanças. Não se desanimem os que caíram no assédio das tentações nas travessias das provações. Sigam a linha do Bem, por mais que passem a ser atacados pelo Mal. Lembrem-se do que disse Jesus Cristo: “Eu não expulso pelo poder de Belzebu, chefe dos Demônios. E, sim, pelo poder de Deus. Porque, na verdade, nada acontece se não da vontade do Pai que está no Céu.” (São Mateus, 12). O mal é o nome do Demônio. É preciso que os que se sintam imola-
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OPINIÃOPÚBLICA EDIÇÃO ESPECIAL
OPINIÃOPÚBLICA dos, olhem para dentro de si mesmos. Talvez possam estar pensando que essas Mudanças tenham soluções no poder de fogo de Belzebu. Não terão. Elas estão sob a Luz de Deus. Os vergastadores da honra alheia, não contem com minhas mãos para dar pancadas em feridas sangrando, que meus braços estão estendidos para os curativos. Aos que me esperavam aumentar as aflições dos aflitos: “Venho responder que realmente as grandes mudanças são acompanhadas de muita solidão interior. Pai, o senhor tem no coração a voz que o conduz no rumo certo.” (Fábio Nasser) Todos os que estão apanhando, bateram muito em outros.
QUANDO O LEVE É PESADO Rogo a Deus nas orações horas a fio diuturnamente que me perdoe os pecados e me abençoe. E explico: Pai, mantenha-me guiado por seu Poder para eu seguir na retidão do rumo correto e iluminado pela Luz da sua Sabedoria para que eu possa distinguir o certo do errado. Reenergizo-me dos desgastes nas dificuldades materiais, para manter o Diário da Manhã e concluir a missão que o meu espírito veio cumprir no jornalismo, no claustro das meditações profundas nas solidões enormes. Às vezes me sinto tão detonado diante de tanto horror moral acontecendo à minha volta, como se nos dias atuais vieram as calamidades previstas por Nostradamus no Apocalipse bíblico: “As mães que estiverem amamentando, fujam das cidades para os montes. Porque os que ainda estiverem vivos, pedirão aos montes: ‘Caiam sobre nós’, e aos mares: ‘Venham sobre nós’. Será grande a tormenta, que haverá choros e ranger de dentes.” Então nesses momentos, que não são poucos e estão aumentados, e de aborrecimento nas emoções ante a insensibilidade de parentes amados, de amigos diletos e de companheiros no jornalismo, indiferentes às maldições rugindo para a banda deles, refaço-me do desânimo lendo Viverás, de Emmanuel para Chico Xavier.
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“Políticos não se estranham por causa de interesses públicos. Políticos se desentendem motivados por interesses pessoais.”
é o coração mole e que a tudo perdoa. Essa constatação tem motivado tantos a me agredirem e depois reaparecerem pedindo-me para defendê-los de uma injustiça. E os defendo. Alguns repisam minhas dores e retornam a mim para apoiá-los em um revés. E os apoio. Mas há momentos irritantes, uns pensam que sou mais bobo do que sou e que eles se supõem mais inteligentes do que são, e abusam além do limite da paciência. Acham que sou um ingênuo. Sou um boa-fé. E ferem-me as demonstrações de lealdade na frente das ingratidões às costas. Após tais constatações, leio também Assim mesmo, da madre Tereza de Calcutá. Muitas vezes as pessoas são egocêntricas,ilógicas e insensatas. Perdoe-as assim mesmo! Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de interesseiro. Seja gentil assim mesmo! Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vença assim mesmo! Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo. Seja honesto e franco assim mesmo! O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para a outra. Construa assim mesmo! Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja. Seja feliz assim mesmo! O bem que você faz hoje, pode ser esquecido amanhã. Faça o bem assim mesmo! Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode não ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo! Veja você que,no final das contas, é tudo entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros! Madre Tereza de Calcutá
E boa-noite, ofensor!
CLUBE DE NUDISMO DA CORRUPÇÃO
O escândalo na colônia de nudismo da corrupção despida no delta da cachoeira é um fator positivo na repercussão até na estatística do negativo. O efeito do resultado é bom para o cidadão honesto; é ainda melhor para o indivíduo que tem dúvida se vale a pena ou não ser hoNão desanimes. nesto; e ótimo para o sujeito que esPersiste mais um tanto. tá se escondendo da população esNão cultives o pessimismo. candalizada com o seu despudor Centraliza-te no bem a fazer. explícito no caráter. Esquece as sugestões do medo destrutivo. Os de honradez sólida sentir-seSegue adiante,mesmo varando a sombra dos próprios ão valorizados. Os de probidade inerros. decisa refletir-se-ão no exemplo. Os Avança ainda que seja por entre lágrimas. de dignidade frágil dividir-se-ão reTrabalha constantemente. generados ou degenerados. Os forEdifica sempre. Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o tes mudam o meio e o meio muda os fracos nos ambientes da convicoração vência humana. Não te impressiones à dificuldade. Por isso, cautelo-me. Não entro de Convence-te de que a vitória espiritual é pronto no julgamento por sucção do construção para o dia a dia. compulsivo Não desistas da paciência. nos episódios Não creias em realização sem esforço. de depuração Silêncio para a injúria. seletiva nas reOlvido para o mal. organizações Perdão às ofensas. sociais moviRecorda que os agressores são doentes. mentosas. Não permitas que os irmãos desequilibrados Assisto aos te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança. fatos até ver se Não menosprezes o dever que a consciência te impõe. a luz no final Se te enganaste em algum trecho do caminho, do túnel não é reajusta a própria visão e procura o rumo certo. do farol das Não contes vantagens nem fracassos. Jovair Arantes maquinações, Estuda buscando aprender. como é a Lei da Não se voltes contra ninguém. Ficha Limpa, Não dramatizes provações ou problemas. que transporConserva o hábito da oração tou Jovair Aranpara que se te faça luz na vida íntima. tes reeleito deResguarda-te em Deus e persevera no trabalho que putado federal Deus te confiou. e deixou Adib Ama sempre,fazendo pelos outros o melhor que Elias com passe possas realizar.Age auxiliando. livre na bagaServe sem apego. gem política foE assim vencerás Adib Elias Descobriram que a minha fraqueza ra dos trilhos
da reeleição para prefeito de Catalão, na estação das eleições. O verdadeiro está menos no que se mostra nos acontecimentos que no que se esconde nos fatos. A regra geral é entrecortada de exceções nas generalizações, sempre interpostas de minorias inautênticas nas maiorias legítimas, ou permeadas de possíveis inocentes nos banhistas da cachoeira nos impossíveis de saírem enxutos de culpas dos piqueniques no delta da corrupção. Os eventos da austeridade não merecem só as palmas da sociedade. Merecem mais que os aplausos da população. Merecem palmadas nos corruptos. Mas por enquanto as passeatas contra a corrupção lembram aquelas manifestações varrendo com vassouras as corrupções no asfalto das praças públicas, quando a varredura deveria ser nas vidraças dos prédios nas sedes dos Três Poderes da República. Então ando bastante desconfiado. Essa zoeira de moralização pode ser mais uma das promoções do queima de velhas candidaturas com modelo já em desuso nas prateleiras dos partidos. Depois são remarcadas como novidades e recolocadas nas vitrines da demagogia política com o mesmo figurino do populismo clientelista. E Carlos Cachoeira, usado como garoto-propaganda no Mensalão, é agora reprisado no marketing de uma rede de filiais e de franquias do Mensalão na CPI do Cachoeira. A julgar pela publicidade dos produtos em oferta no Supermercado Moralização, com as bancas da feira livre da oposição nas praças em frente e com a mercadoria nas seções de remédios do supermercado governista, isso parece ser propaganda enganosa. A divulgação vai acabar é como uma campanha promocional em massa das cachoeiras em todo o Brasil e incentivar a especulação imobiliária dos terrenos com cachoeira, cascata e de correntezas com o baru-
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lho gostoso das águas, igual está a dos políticos na queda do Cachoeira e o povo está gostando de ouvir.
CACHOEIRA DE LAMA POEIRENTA Políticos não se estranham por causa de interesses públicos. Políticos se desentendem motivados por interesses pessoais. No Congresso Nacional, perde-se a conta nas piscinas com água tratada de nadadores e de mergulhadores entre os que se banharam nos igarapés do Cachoeira e disputam a nado crawl com os que estão engolindo muita água e se afogando. O prudente para os torcedores que vaiam ou aplaudem é esperar para ver dentre os atletas da corrupção quais terminarão flutuando nas boias de salva-vidas das leis; os que submergirão com escafandros da impunidade, e quais os que subirão ao pódio para receber as comendas da Cascata do Ano. Durante o curso desse torneio náutico no conjunto de piscinas olímpicas da política, com trampolins que vão dos governos de Lula aos da ditadura militar; dos governos da Velha República aos da Nova República; do governo do Estado Novo aos governos do Império, e que anistiaram comunistas ou corruptos, é preciso a opinião pública ficar de olho aberto no plantel e no placar, para não deixar que a pirataria de anistiamento de bandidos empunhando a bandeira de heróis volte a ser hasteada no mastro da anistia geral. Afinal, se todos os cachoeireiros morressem juntos em um mergulho, Deus teria que mandar construir cadeia no Céu. Há duas certezas, uma suspeitando da outra. A presidenta Dilma Rousseff está esvaziando os tanques da corrupção em todos os organismos com barriga d’água (astite) contraída na esquistossomose nas vazantes dos alagoa-
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Diário da Manhã
OPINIÃOPÚBLICA
OPINIÃOPÚBLICA
“De dossiês a dossiês montados, os autores têm mostrado que podem ensinar técnicas de bandidagem aos marginais.”
dos cheios dos garimpeiros de pepitas em todas as margens oficiais. As propinas despejadas nas extorsões têm deltas de empreiteiras navegadoras de cachoeiras nas fontes luminosas. Erários jorrantes mais que moedas de caça-níqueis, e sim, dos caixas dois dos caça-fortunas nas montanhas do Tesouro Nacional. Em comparação com os guichês de arrecadação vitalícia do cartel das empreiteiras esburacadoras do subsolo dos alicerces, aos verões e às chuvas de dinheiro público nas quatro estações de anos há décadas, a fatura dos políticos na Cachoeira dos Bichos em Goiás beira a gotinhas de esmolas se confrontada à Cachoeira de Sete Quedas invisível em São Paulo, ou às Cataratas de Niágara imperceptíveis no Rio de Janeiro. O aspecto mais preocupante nem é a areia movediça com muita lama das honras de autoridades governamentais, mas é estar saindo borbulhas sopitando a hipocrisia de líderes fedendo muitos em todos os partidos políticos. O mais grave é que se percebe pela negativa dos nobres envolvidos, lidos e ouvidos nas gravações do esquema de espionagem rodante nos bastidores dos poderes, que eles estão desconversando as palavras da verdade. São notórias suas intenções. Não estão arrependidos. Após o serenamento das águas revoltas no delta da empreiteira e na cachoeira em sua segunda enchente no tombo dos mensalinhos no Mensalão, voltarão velejando nos enxurros escorridos dos esgotos das descargas nos vasos dos orçamentos dos Tesouros municipais, estaduais e federal. Cachoeiristas nasceram imprestáveis.
O MUNDO DOS DOSSIÊS Nada poderá continuar camuflado nas fontes do ilícito às sombras dos feudos políticos plantados nas oligarquias econômicas piqueteadas nos quintais de todos os governos há quinhões de séculos. O Supremo deve justiçar os banhistas do Mensalão e deve inocentar os desvalidos de justiça no covil do celebrado derrama dos confidentes do colonialismo nepótico. A CPI do Cachoeira pode cair no efeito cascata das outras Comissões Parlamentares de Inquérito arquivadas no esquecimento, mas seus membros podem ser banidos no tribunal das urnas nas eleições deste ano. Os magistrados em todas as instâncias não podem perder um instante com os processos dos sete ministros e da compadragem dos titulares dos órgãos jurisdicionados, empilhados, saindo pelos fundos dos cofres públicos ou das estatais com malas de fortunas, e também não podem deixar de confiscar os malas que levaram às escondidas para os seus bolsos os recursos destinados às obras que estão paradas. Os Ministérios Públicos Federal e Estadual podem iscar a Operação Sexto Mandamento, da Polícia Federal, e jogar o anzol nas cevas dos Grupos de Extermínio da Polícia Militar de Goiás nas águas da Operação Monte Carlo, pois poderão fisgar nas pisciculturas da clandestinidade as piranhas e os tubarões da pistolagem nas execuções ao nado livre entre os dourados fritados e os lambaris escamados que foram pescados nos confrontos com os bandidos melhor armados que os policiais. A Polícia Federal pode e deve rasgar a máscara da farsa dos dossiês montados nos galpões dos altos escalões do Planalto, para desmoralizar lideranças oposicionistas com denunciações caluniosas, e requer à CPI do Cachoeira a convocação de todos os políticos que foram vítimas das delações nas
Reprodução da página de Veja com a documentação inocentando o Marconi
maquinações ilícitas dentro do poder. O senador Fernando Collor, membro da CPI, pode explicar o Dossiê Uruguai. José Serra, candidato a governador Fernando Collor de São Paulo, pode esclarecer o Dossiê da RF. De dossiês a dossiês montados, os autores têm mostrado que podem ensinar técnicas de bandidagem aos marginais. Mas José Serra nas ante-épocas e na pós-época do Mensalão, elaborou-se um dossiê apócrifo de depósito de R$ 400 milhões do Marconi Perillo, então candidato do PSDB ao governo de Goiás, no banco suíço UBS, datado de 2003. Com uma mãozinha dada por influente e poderoso Palácio do Planalto, foram abertas as portas do Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI), seção do Ministério da Justiça encarregada de mapear no Exterior o dinheiro que sai ilegalmente do País. Após falar com o chefe de gabinete do presidente, Mabel reuniu-se também com o atual ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, a quem o DRCI está subordinado. Como o DRCI não pode agir sem o pedido de outro órgão de investigação, Mabel fez o dossiê chegar às mãos de um promotor de Goiás – que, de pronto, abriu um inquérito para investigar as supostas contas.
Em resposta às consultas do Ministério da Justiça, o promotor público suíço, Daniel Tewlin, declarou que as principais contas relacionadas no dossiê simplesmente não existem. À mensagem, ele anexou esta comunicação do banco UBS: “O banco ressalta que o documento apresentado como prova de que haveria relações comerciais (entre UBS e o Aztec Group) é uma falsificação”, escreveu o promotor de Zurique. A Veja trouxe uma entrevista de Fernando Collor e Rodrigo Rangel sobre a tramoia para tentar atingir a candidatura de José Serra. Na matéria, a revista diz que “Serra não era o único tucano que estava na mira. Há tempos, o Palácio do Planalto entrou de cabeça numa tentativa de destruir o senador Marconi Perillo, candidato ao governo de Goiás. E se deu mal.” Em um trecho da reportagem, Veja destaca: “A armação começou a ser preparada no ano passado, quando o líder do PR na Câmara, deputado Sandro Mabel (GO), aliado do governo, se encontrou no Planalto com Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, para conversar sobre ‘uma bomba’. O deputado tinha um conjunto de papéis que, entre outras coisas, mostravam a existência de uma conta secreta no exterior em nome do tucano. A papelada continha extratos bancários de um certo Aztec Group, offshore sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. Perillo seria o administrador da empresa. Um dos documentos – com timbre do banco suíço UBS – indicava que a
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Aztec seria dona de uma aplicação de 200 milhões de euros, o equivalente a mais de R$ 440 milhões. Como o material era apócrifo, era necessário que o governo lhe conferisse autenticidade. Adversário de Perillo na política goiana, Mabel saiu do Palácio com a promessa de que o caso seria investigado a fundo. À mensagem, ele anexou uma comunicação do banco UBS. ‘O banco ressalta que o documento apresentado como prova de que haveria relações comerciais (entre o UBS e o Aztec Group) é uma falsificação”, escreveu o promotor de Zurique. Há duas semanas, o coordenador-geral do DRCI, Leonardo do Couto Ribeiro, encarregou-se de informar o vexatório desfecho da empreitada ao promotor de Goiás que abriu o inquérito. Ele foi arquivado.” Sempre recusei-me a ser escriba prefaciador de dossiês, por entender que seus inventores têm encoberta na face do moralista a falta de caráter. Não como nesse prato mais nojento do que se nele fossem servidos sopa de catarro, farofa de barata e caldo de vísceras de defunto. Minha repulsa foi impressa nas páginas do Cinco de Março contra um dossiê que tentava incriminar o então coronel Mauro Borges Mauro Borges com a morte de um militar, cunhado do general Lott, na diretoria da Estrada de Ferro em Araguari. Meu protesto esbravejou-se no
Diário da Manhã
OPINIÃOPÚBLICA EDIÇÃO ESPECIAL
OPINIÃOPÚBLICA Cinco de Março, sozinho na imprensa goiana, contra o dossiê engendrado de uma suposta propina na construção da Vila Redenção, com a Iris Rezende finalidade de instituir-se um IPM na ditadura militar para depor o então prefeito de Goiânia, Iris Rezende Machado. Minha repugnância contra um dossiê asqueroso, inventando que o governador Ary Ribeiro Valadão havia contratado um pistoleiro para matar num Ary Valadão comício o candidato Iris Rezende durante a campanha da sua primeira eleição para governador, está consignada em um artigo meu no Diário da Manhã. Meu repúdio ecoou no Diário da Manhã contra um dossiê arquitetado contra o governador Henrique Santillo, de que ele era sócio de um grande Henrique Santillo hospital na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, envolvendo a participação de recursos da Secretaria da Saúde de Goiás. Só não escrevo que é dossiê faccioso, porque a palavra certa é escabroso. O fato de um deputado federal e de uma deputada federal, goianos, valerem-se da peça de um dossiê oficialmente declarado apócrifo, a usarem-no na CPI da Corrupção, com a artimanha de anexá-lo e, com isso, uma vez protocolado, criar-se foro de verdade, com o propósito sorrateiro de vingança ao governador Marconi Perillo. Uma vileza que suja a consciência, suja a alma e suja o caráter da pessoa. Não escrevo os nomes dos autores da sujeira, porque não me sujo no dedurismo. É um fato máximo no execrável e inferior ao indecente, o ato e o fato de deputados estarem informados de que um dossiê é falso e juntá-lo à CPI do Cachoeira, com a pretensão de forjar a legalidade com a ilegalidade. É um gesto que nivela os autores ao personagem e os atos aos fatos que a Comissão de Inquérito Parlamentar está apurando de Carlos Augusto Ramos, o Carlos Cachoeira. Mancha os mandatos populares. Mancha os deputados. Mancha o Congresso Nacional. Mancha a CPI. Mancha o voto do eleitor. Observem nos anais dos julgamentos da História. Todos os dossiessistas estão pendurados de cabeça para baixo nos cadafalsos da execração popular. Os que são denunciados agora, foram denunciantes antes; os atuais denunciantes serão denunciados depois em denúncias com o mesmo vilipêndio denuncista que estão denunciando. É a sentença do retorno na Lei de Causa e Efeito. Por isso, espero a caravana de Monte Carlo passar primeiro, para ver os que terminarão atropelados pela corrupção contemporânea na política brasileira. Mas é extremamente fundamental que a presidenta da República, o presi-
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“Basta o nome de uma pessoa aparecer em suas gravações, ou ser citado nelas, para estar com a reputação danificada.”
O GÊNIO AO AVESSO
Carlos Cachoeira
dente do Congresso Nacional e o presidente do Supremo contribuam para o andamento da CPI do Cachoeira, a fim de que o povo brasileiro faça suas deduções e tire suas conclusões dos que estão sendo, ou foram, molhados na Cachoeira e veja as versões no seco da verdade, ao final. Doa o que vier a doer no amigo, alivie o que aliviar no inimigo, o Diário da Manhã estampará na íntegra o teor do Relatório da CPI do Cachoeira, mesmo que com a extensão do delta de um arquipélago de ilhas no continente tão encachoeirado de corrupções. Por enquanto, não permitirei que o Diário da Manhã seja transformado em caixa de ressonância, ainda que os protestos ensurdeçam todas as praças públicas, nessa bolsa de especulações e pregões de investidores nas ações do boato e dos pregões da fofoca. O que a maioria dos jornalistas vê é o sensacionalismo dos escândalos. Eu enxergo como um jogo de cartas marcadas com baralho viciado, na reabertura do Cassino Eleições, à Rua 10 de Outubro, quadra 2.012, no Condomínio Caixa 2, bancado por todos os partidos e tendo como crupiê o PT.
RENDA PER CAPITA DA CORRUPÇÃO Carlos Cachoeira é uma mente que o Bem apanha do Mal nela. Poria em um congresso de Psiquiatria e de Psicologia: os psiquiatras, no LSD, e os psicólogos, no divã. Se ele fundasse a religião do
Pecado, com a doutrina de que é necessário pecar, porque é pecando que se sofre e é sofrendo que se purifica, fizesse o dízimo a R$ 1,99 com crediário, o Edir Macedo iria à falência, o Cachoeira venderia a maçã da Eva e entregaria a banana do Adão. Ele é o personagem típico para as últimas telenovelas da TV Globo e o elenco completo para uma série do programa Big Brother Brasil, calhado para os horários reservados pelo TRE para a propaganda eleitoral. Carlos Cachoeira é um pródigo. Distribui as rendas da corrupção. O bicheiro que virou bicho no pé dos políticos. Rasparam a sua cabeça e as cabeludas dele estão é dentro da sua cabeça. Com o cérebro do Carlos Cachoeira dá para se fazer umas oitocentas inteligências do Sérgio Caiado. Se ele continuasse mais um ano como concessionário exclusivo dos políticos, dentro de mais duas campanhas eleitorais os corruptos estariam todos quebrados em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e no Distrito Federal. Se o Cachoeira comprar um centavo do Sandes Júnior por 100 milhões de dólares, não sei explicar a lógica dessa equação, mas o Sandes teria um prejuízo grande e o Carlos teria um lucro enorme. Cuidado, pois, com o Carlos Cachoeira. Tenho a impressão de que ele usou o sistema de gravação da Polícia Federal para lançar a sua discoteca com um sucesso de audiência que nem a Som Livre jamais conseguiu. Quem deveria cantar “Ai, se eu te pego” deveria ser o Cachoeira para cada político, e não o Teló para o público.
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O raciocínio simplista é que Carlos Cachoeira não contava com a probabilidade de a Polícia Federal possuir tecnologia capaz de gravar as conversas telefônicas mantidas nos aparelhos da marca Nextel, com chip habilitado nos Estados Unidos. O tirocínio aguçado não ignora a constância com que as práticas da criminalidade têm surpreendido e superado com as ideias criativas as teorizações metodológicas dos mecanismos policiais no campo das marginalidades. Carlos Cachoeira é um gênio ao avesso e sem lapsos amnésicos para se esquecer de que fora uma gravação sua com o Waldomiro Diniz, subchefe da Casa Civil no primeiro governo de Lula, que motivou a criação do escândalo Mensalão. Não é, pois, de se descartar a hipótese de ele haver espalhado centenas de aparelhos Nextel com o propósito calculado de a Polícia Federal gravar a corrupção de ponta a ponta nos poderes da República. Claro que foi. Do mesmo modo, não há como se desprezar a suspeição de que Carlos Cachoeira organizou com seus comparsas um esquema para manterem entre si os diálogos telefônicos ensaiados, como se fossem corriqueiras ordens de trabalho sobre transações hipotéticas de negócios escusos, com a finalidade precípua de criar uma rede de líderes em todos os partidos comprometidos com seus negócios ilícitos e financiadores dos eleitos para os mandatos populares. Claro que sim. Do mesmo jeito, não há como acreditar, a não ser os retardados, que um dos sócios de Carlos Cachoeira, o manjado ex-vereador Wladimir Garcêz, seria recebido no Palácio das Esmeraldas para entregar uma propina de R$ 500.000,00 a servidor da Casa Verde e recebesse em nome do governador Marconi Perillo o dinheiro. Só um lesado mental acreditaria em um despropósito desse. Carlos Cachoeira alcançou o que sonhou: ou sair do submundo da corrupção em toda a sua vida nas atividades clandestinizadas, ou arrastar a honra nacional para a sua desonra pessoal. E conseguiu. Basta o nome de uma pessoa aparecer em suas gravações, ou ser citado nelas, para estar com a reputação danificada. Está patenteado que Cachoeira tinha ciência de que a Polícia Federal estava na escuta, pois conversava com uma desenvoltura abertíssima sobre negociações que normalmente o empresariado somente as discute em contato pessoal e direto com interlocutor. Cachoeira pode ter armado tudo. Não há dúvida de que armou. Esse cidadão é um insano no subconsciente e no consciente, com distúrbio mental e perturbação psicológica. Não pode ir para a cadeia. Precisa ser internado em um hospício de segurança máxima para doidos geniais.
INCENDIÁRIO DA LAMA A demência de Carlos Cachoeira já apresentava sintomas de que ele era caso de internação urgente, ao criar o escândalo do Mensalão que parou o governo de trabalhar e o presidente Lula ficou a serviço de aparar a crise política nas negociações com os deputados federais e senadores
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OPINIÃOPÚBLICA a fim de que o Congresso Nacional não aprovasse a CPI do Mensalão e o escândalo não evoluísse para um golpe de Estado de Impeachment, com o mesmo collorimento que depôs o Fernando Collor de Mello. No caso de Lula, melou. A psicopatia estava na fase aguda. Carlos Cachoeira permaneceu a mente na obsessão de derrubar o lulismo do governo. Alucinou-se ante a faxina da presidenta Dilma à corrupção e que, no caso, era uma perseguição ao seu mercado de compra e venda do poder. A corrupção subiria de preço na demanda do mercado da austeridade. Ele sabe, tem político de goela grande: engole Cachoeira como o Planalto inteiro. E atinou-se que se o governo lulista os deixasse passar muita fome, eles acabariam comendo per capita toda a sua renda. Essa ideia fixa provocou o avanço para o estado crônico. A solução era usar o José Dirceu mais uma vez, só que agora para derrubar a Dilma e acabar com a reeleição presidencial, com tal detonação desencadeando a explosão de minas da corrupção, que uma candidatura de Lula ou de Dirceu iria pelos ares. Em relatos do próprio Carlos Cachoeira, o bicheiro garantia que dessa vez destruiria o ex-ministro José Dirceu e a presidenta Dilma Rousseff, e vociferou: “Vou pôr fogo na República.” E pôs. Nele próprio. Cachoeira, com toda a sua água suja escorrida, está às suas cinzas em seu fogo de poder. E parece pensar que é a encarnação mitológica da deusa Fênix. Supõe que renascerá espalhando boatos de que possui gravações ainda mais incinerantes... Ameaça. Se Carlos Cachoeira mantiver sua fogueira acesa com as chamas de intimidação, poderá carbonizar-se nas brasas dela até aos carvões que lhe restam, já raleando-se aos poucos.
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OPINIÃOPÚBLICA EDIÇÃO ESPECIAL
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A alienação causa bruscas perdas de contato com a realidade e uma das características é provocar alucinações, comuns nos ataques de sede às pessoas perdidas por muito tempo ao sol escaldante nos desertos. Passam a ver água imaginária. Em Cachoeira, é a secura súbita de poder nas águas da corrupção. Não há outra alternativa. Carlos Cachoeira é um quadro indicado para o médico psiquiatra João Alberto, antes que um dos desatinados que perdeJoão Alberto ram os cachês da corrupção cometa a loucura de cobrir o seu prejuízo com a vida dele. Concebo a corrupção como uma doença da honestidade e suponho que no Cachoeira seja congênita. Mas, necessariamente, ele carece ser preservado. É um espelho que reflete a imagem, não apenas a política de corpo inteiro, mas a visão do retrato em que o desmontar da corrupção é mundial, não está acontecendo por acaso e, sim, dentro da moldura das Mudanças previstas para agora no cristianismo nas profecias do santo católico São João Bosco e do médium espírita Francisco Cândido Xavier.
O LOUCO E OS BOBOS Consumi os últimos cinco anos transmitindo mensagens da Espiritualidade avisando que a Terra entrou na época das Mudanças de
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“Concebo a corrupção como uma doença da honestidade e suponho que no Cachoeira seja congênita.”
restauração moral da humanidade e que os governos comprometidos com as corrupções iriam desmontando-se uns após outros até cair o último deles. Mas não acreditam. Mesmo meus consanguíneos ironizam-me às costas. Até jornalistas do Diário da Manhã chacoteiam uns entre os outros. Mas foi-me revelado que isso aconteceria. Catei, esparsamente, das mensagens do Fábio Nasser, as seguintes informações:
parcial e você será respeitado. Por isso, siga em frente.” Destaquei essas afirmações de Humberto de Campos:
“Caro irmão Batista Custódio, O seu coração compreende o momento Humberto de Campos e sofre a dor moral dos que ainda não creem. O olhar de Deus pousa sobre o Planeta, sugerindo mudanças necessárias à evolução que se faz es“Pai, perada. E a Terra E a hora da mudança surge será transforcomo verdade absoluta. mada para a Fábio Nasser Seja franco, não te turves nas paz do mundo. Ninguém conseguirá se mas- dificuldades.” carar e passar impune. Estou consciente de que as con O tempo urge. turbações atuais e demolidoras da Tenha paciência. estabilidade dos poderes estão fora Fique firme. Os desacertos terão passos do alcance da vontade dos governantes e irão se tornando cada vez curtos. mais drásticas até a consumação do O degredo já começou.” Apocalipse, que foi popularizado como de Nostradamus, mas foi na verDestaquei dade confidenciada por Jesus Cristo das cartas de a São João, o apóstolo. A corrupção é Alfredo Nasser jogada no chão. Poderosos tombam as revelações a humilhados. Os hipócritas são morseguir: didos pela própria língua em seus atos cínicos. Por isso, não participo “Prezado Bado jornalismo que empurra os que já tista, estão caindo. É a hora em que cada A humanidade nunca esAlfredo Nasser um será julgado conforme julgou e será punido na mesma medida que teve tão vazia. A eternidade completará algo puniu. Pois é a hora do justo. Jamais que ainda não conheceu: a era da estive tão varado por dificuldades moralidade, da decência, dos bons para manter o Diário da Manhã e enfrentando incompreensões absurcostumes, da honestidade. Todos aqueles que não lhe de- das de familiares, de amigos, de ram ouvidos, que o acusam de pro- companheiros. Mas, em compensafetizar o Apocalipse, mal sabem o ção, jamais senti tanta paz e felicidade interior, como nesses dias de torque os aguarda. A sua razão é clara e sua intui- mentos em toda parte. Chego a esção é correta. Seja totalmente im- tranhar a minha serenidade.
IDEALISMO COMO CRIME E O BANDITISMO COMO IDEAL Mede-se o valor de um estadista pela importância de seu adversário, como é a preocupação de Lula com o Marconi. Pois o que mais incomoda um estadista é a sua inveja de outro estadista. É linear a constatação de que só com outro escândalo maior abatase um grande escândalo ocorrido. E não há como disfarçar que do arsenal pavoroso de Carlos Cachoeira a detonação foi a caráter para sucatear a repercussão do julgamento pelo Supremo do Mensalão e debilitar a expectativa da ministrada alvejada na corrupção pela Dilma, com o ex-presidente com a mira apontada fixamente para a cabeça do governador e disparando-lhe a vingança de quando fora alvo dele no tiroteio das denúncias do Mensalão. Marconi errara na ocasião e Lula erra na atual. A mudança que está fumegando explosiva no Planeta foi anunciada por Jesus Cristo há dois mil e doze anos. Não adianta os governantes subirem uns nas costas de outros. Estão todos em cima de uma bomba com o fogo já no estopim. Nem resolve esse salva-salva os amigos e esse sacrifica-sacrifica os inimigos. Vão acabar é transformando o Carlos Cachoeira num herói do povo, que não gosta das propinas cobradas por policiais, com a mesma ojeriza que os empresários de turismo também não gostam das extorsões cobradas por parlamentares ao es-
Esmerino Soares de Carvalho
Enterro de Maria José de Almeida Ramos
tilo de não aprovarem a legalização dos jogos a fim das faturas no propinaço extorsivíssimo. O primeiro convocado para depor na CPI devia ser o próprio Carlos Cachoeira. E por que não? Não é preciso dizer. Todos já estão cansados de saber o motivo. Estão sob o impacto do terrorismo do medo combustado de pânico. Não se arriscaram sequer em per-
mitir que o Carlos Augusto de Almeida Ramos viesse escoltado ao enterro de Maria José de Almeida Ramos. Para o governo, ele é o bicheiro. Para ele, ela é a mãe. Mesmo nos dias de fogo da ditadura militar, o Exército conduziu o Mário Roriz para ir ao sepultamento do pai, Esmerino Soares de Carvalho. É diferente, dirão uns. De fato. E não apenas por Esmerino
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haver sido um patrimônio público e Mário, um sonho limpo. A ditadura considerava os comunistas mais perigosos do que a democracia avalia os corruptos atualmente. O ex-presidente Lula é prova dessa realidade. Tem convivência com os dois lados. É testemunha de que dossiê é o documento da denúncia deformada no denuncismo nas delações.
Diário da Manhã
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OPINIÃOPÚBLICA
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“Cachoeira foi enfático ao dizer que a publicação nos moldes que estava sendo tramada iria pôr fogo na República.”
COMÉDIA NA TRAGÉDIA
O dia em que Cachoeira xingou Marconi
Três atos de uma teatralização onde o riso chora e o gargalhado pranteia
Demóstenes e o “professor” usam adjetivos pesados contra governador por interesses contrariados Hélmiton Prateado Especial para OPINIÃOPÚBLICA
O governador Marconi Perillo viveu no ano passado seus dias de insatisfação da dupla Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira. Tudo começou com um discurso de Perillo durante uma solenidade na Saneago que regrava os contratos da Delta Construções, fato que
provocou a ira de Cachoeira, parceiro da construtora. A conversa interceptada pela Polícia Federal revelou o grau de virulência quando os interesses são contrariados. Demóstenes recomenda “jogar duro” com Marconi, que o expresidente do Detran Edivaldo Cardoso entregasse o cargo e finaliza em alto estilo supondo que àquela hora da manhã o governador ainda estivesse bêbado. A verborragia do senador que foi secretário de Marconi, entre 1999 e 2002, chega ao extremo de chamar o governador de “desqualificado”. As declarações de Marconi
com a Delta são frontalmente rechaçadas pela dupla com o senador frisando que “ele é desqualificado demais. Essa foi de pé no saco”. Adiante ele finaliza com a observação: “Tem que ter respeito né rapaz… esse cara… É maluco,né? Só pode…” Carlinhos Cachoeira, por sua vez, é um pouco mais incisivo ao asseverar: “A gente tem que explodir esse vigarista”, responde o bicheiro. Dias depois o governador marcou um horário na agenda para receber Cachoeira. Esse, para fincar pé em seu desagrado, não foi e mandou o presidente do Detran, Edivaldo Cardoso,
seu apadrinhado no governo, representá-lo na audiência com Perillo. “(Para o governador) sentir que tô contrariado”, teria dito Cachoeira. Na saída da conversa, Edivaldo liga para prestar relatório sobre a audiência: “Ele quer falar com você. Disse que quer te atender, que gosta de você, tal e tal. Ele quer uma conversa ele e você.” O relatório da PF não é completo sobre se o encontro aconteceu mesmo ou se a pendenga foi resolvida. Também não relata mais se Demóstenes e Cachoeira pararam de injuriar o governador de forma tão rasteira.
Cachoeira pautou Veja. “VAI PÔR FOGO NA REPÚBLICA” Incêndio que morreu no nascedouro
Capa da Revista Veja
Carlinhos Cachoeira tentou desestabilizar o governo da presidenta Dilma, se valendo da revista Veja e do controle sobre o jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal de Veja em Brasília. A conversa entre ele e o senador Demóstenes Torres em agosto de 2011 mostra Cachoeira dizendo “o Jairo arrumou uma fita” para Poli-
carpo “lá do hotel” onde o “Dirceu recebia o pessoal na época do tombo do Palocci” e que essa edição iria acontecer daí duas semanas. Jairo Martins é o ex-agente da Agência Brasileira de Informações (Abin) e araponga que prestava serviços para o empresário. José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula e dirigente do Partido dos Trabalhadores, foi acusado por Veja de ser o capo que comandava um ministério paralelo e tentava controlar setores do governo de Dilma Rousseff. Antônio Palocci é o ex-chefe da Casa Civil da presidenta Dilma Rousseff e que deixou o cargo em julho de 2011 após denúncias na imprensa de enriquecimento ilícito. Carlinhos Cachoeira diz ao senador Demóstenes que Jairo havia conseguido umas fotos de José Dirceu no
Hotel Naoum, onde ele se hospedara no ano passado e entregue a Policarpo Júnior para publicação. O gancho da matéria seria dizer que Dirceu mantinha um “gabinete” no hotel, que fica a poucos quilômetros do Palácio do Planalto e dali conspiraria contra o governo de Dilma Rousseff. Cachoeira foi enfático ao dizer que a publicação nos moldes que estava sendo tramada iria “pôr fogo na República” e colocaria Palocci contra Dirceu, isto porque, segundo o empresário, ficaria implícito que Dirceu teria planejado a queda de Palocci. “Isto quer dizer que nos momentos importantes da República, o Dirceu comanda”, comentou. Demóstenes, cúmplice na orquestração, concorda com tudo o que foi dito e frisa que essa maquinação tornaria o clima de guerra entre petistas
de completo conflito. “Aí é ótimo,fantástico.” Abre o diálogo com sua saudação já conhecida, “fala, professor”, e concorda integralmente com o conteúdo virulento da reportagem em curso de Veja: “Exatamente, aí é bom demais,uai,o quê que é isso?”. Realmente, na última semana de agosto de 2011, Veja estampou em sua capa a foto conseguida por Jairo e entregue a Policarpo Júnior. Nela aparece José Dirceu no corredor do Hotel Naoum abrindo uma garrafa de água, de óculos escuros e o título nada ponderado: “Poderoso Chefão”. A matéria editada por Policarpo Júnior acusa Dirceu de mafioso, conspirador e lobista, entre outros adjetivos menos elogiosos. Muito ainda será mostrado sobre a preponderância da dupla Demóstenes/Cachoeira sobre a revista Veja.
Um partido para ser comprado Empresário tentou ter uma sigla para lhe servir de braço operacional na política A estratégia de Carlinhos Cachoeira ia além do complexo empresarial de jogos, laboratório e construção civil. Ele pretendia ter ascendência sobre um partido político também para não depender de políticos que não podia controlar ou que deviam obediência a outras pessoas. Em maio de 2011, ele cogitou “comprar” a representação estadual do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), como prova conversa interceptada pela Polícia Federal, que revela que Cachoeira interpela a um amigo quem controlava a legenda em Goiás. A ideia era tirar do cargo Santana Pires,
presidente regional da sigla. Dois dias depois, o contraventor pede a Wladimir Garcêz que envie uma mensagem para alguém, cujo codinome entre o grupo é “nosso maior”, questionando se valia a pena “pegar” o PRTB. Dublê de ex-sargento da Aeronáutica e araponga de plantão, Idalberto Matias, o Dadá, também fazia parte do negócio. Em um grampo, Dadá diz a Cachoeira que falou com o advogado (possivelmente do partido) e que ele teria pedido R$ 300 mil. “Já aumentou aquele valor que falei para você. Falou que era R$ 200 mil, passou para R$ 300 mil”, diz Dadá. “Tá roubando.Que
garantia que tem?”, pergunta Cachoeira. “Disse que faz na hora. O presidente vem e faz tudo e vai para o TRE. Resolve tudo”, explica o araponga. Dadá esclarece que não teria “taxa anual de manutenção” a ser paga para os dirigentes nacionais do partido. “Falou que fica com o Estado todo na mão e nomeia os municípios”, explica o araponga. O presidente nacional do PRTB, Levi Fidelis, foi procurado para negociar e Cachoeira orientou Dadá a fechar logo o negócio: “É para fechar o negócio por R$ 150 mil. Até R$ 200 mil dá para fazer. Fecha logo, mas tem que ter garantia.”
Continua
Santana Pires
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OPINIÃOPÚBLICA EDIÇÃO ESPECIAL
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OPINIÃOPÚBLICA
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“Foram três meses de pavor com uma suposta alma penada falando que havia vindo buscar Santana.”
Cachoeira passou trote em amigo Vereador sofreu por três meses assombrado com ligações de colega morto
O gozador Carlos Cachoeira Vereador Santana Gomes
Carlinhos Cachoeira, que já dispensa apresentações por sua monumental aparição na mídia desde a eclosão da Operação Monte Carlo em 29 de fevereiro, estava longe do estereótipo de mafioso que é costume associar. Ele usou o ex-policial Gleyb Ferreira da Cruz, apontado pela Polícia Federal como araponga que servia a Cachoeira, para passar trote no vereador goianiense Santana Gomes como se fosse o espírito do ex-vereador Gari Negro Jobs, morto em março do ano passado. Santana, que assumiu publicamente ser amigo de Cachoeira, conta que em meados de abril de 2011 começou a receber ligações de um número identificado em seu celular como sendo de Negro Jobs. “A primeira ligação que recebi foi à meia-noite. Quando vi escrito que o número chamado era do Negro Jobs, quase me borrei de medo”, conta ele. O pavor foi maior, segundo o vereador, porque a voz tenebrosa do outro lado falava de modo errado e bem parecido com Jobs. Ele conta que a voz parecia de um espírito invocando sua atenção: “A alma penada falava assim ‘Santaaaaana, vim te buscar, neguinho”, revela. Naquela noite, Santana não conseguiu mais dormir de tanto medo. Ele diz que cada vez que fechava os olhos vinha à sua mente a imagem de Negro Jobs chamando por ele e dizendo ter vindo buscá-lo para levá-lo para o além. Na manhã seguinte, trôpego de sono e ainda atemorizado com o chamado macabro, Santana tentou seguir a rotina normal, mas foi novamente acionado pela voz tenebrosa. “Por volta do meio-dia, a voz me assombrou novamente. Do mesmo jeito: ‘Santaaaaaaaaaana, vim te buscaaaaaaaaar’. Ela dizia para eu almoçar para não ir para o além de barriga vazia.” Santana relata que o realismo era potencializado pelo pavor que tomou conta de si e por outras coincidências que poucas pessoas sabiam. Segundo o vereador, ele e Negro Jobs ocupavam cadeiras próximas no Plenário da Câmara Municipal e viviam fazendo brincadeiras um com o outro. Lembrou-se ainda que uma vez Jobs disse que, quando morresse, voltaria para lhe importunar. “Ele falava que sua alma iria vagar por aí para atentar os viventes e que eu seria o primeiro. Quando aconteceram as primeiras ligações, eu pensei: lascou, o excomungado do Negro Jobs voltou mesmo para me atentar.”
do e um desses era Carlinhos Cachoeira. “Eu contei para o Carlinhos que duvidei quando me falaram que o Negro Jobs tinha morrido. Não acreditei mesmo, porque o nego era danado pra mentir. No velório, eu confesso que espetei o pé do nego para ver se ele não estava mentindo, porque o infeliz era bem capaz de fazer uma molecagem daquelas e dizer que estava morto e depois levantarse do caixão durante o velório só para aparecer na mídia.” Santana hoje tem certeza de que, sabendo desse segredo, Cachoeira bolou o plano para lhe passar o trote. No terceiro dia de trotes, que eram passados quando ele estava no Plenário da Câmara, durante a madrugada e a qualquer hora do dia, ele não suportava mais. Cada vez que o telefone tocava e aparecia no visor “Negro Jobs chamando”, ele tinha taquicardia e calafrios. Santana confessa que foi a um Centro Espírita no Setor Pedro Ludovico em segredo e morrendo de medo do que poderia ser revelado pela entidade que o ouviria. “Fui para tomar um passe no Centro e ouvir uma doutrinação para o espírito. Mas estava tremendo de pa-
vor de o médium dizer que havia um nego pegando no meu pé, que havia um espírito zombeteiro me atentando de fato. Se o médium me falasse isso, provavelmente eu teria um ataque do coração. Confesso que já andava com as pernas bambas direto e não parava de pensar que o Jobs tinha vindo mesmo me buscar.” Como o médium não falou nada de algum ente do além perturbando sua existência, Santana diz que criou coragem e contou para Carlinhos Cachoeira o que estava acontecendo. Ele lembra que havia um risinho cínico na cara de Cachoeira, mas que não desconfiou de nada. “Pedi ao Carlinhos que colocasse seus arapongas para descobrir que telefone era aquele que estava me importunando. No dia seguinte, muito sério, ele disse que aquele número era de um cemitério, o que aumentou o meu pavor. Desgraçado, eu já não conseguia mais dormir.” Santana pensou que pudesse ser alguém do gabinete de Negro Jobs que estivesse fazendo a molecagem. Ele foi até o gabinete e deu uma espinafrada geral nos funcionários, que ficaram sem saber o que estava ocor-
ALFINETADA Dos detalhes que deixaram Santana mais preocupado foi o que ele fez quando soube da morte de Jobs. Ele afirma que poucos sabiam do ocorri- Vereador Negro Jobs
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rendo. Por sua vez, Cachoeira contou para alguns amigos, que procuraram Santana e disseram a ele que iriam mandar rezar missa pela alma de Negro Jobs para que parasse de atentar o vereador. “Tudo parecia muito real”, lembra. Ele mesmo, por desencargo de consciência, mandou celebrar 10 missas em memória da alma do vereador morto. “Vai que o infeliz estava vagando por aí por falta de reza. Cumpri a minha parte.” Foram três meses de pavor com uma suposta alma penada falando que havia vindo buscar Santana para levar para o além. Como o número estava armazenado no celular de Santana indicando ser do falecido vereador Gari Negro Jobs? Esta pergunta só foi respondida depois. Santana lembrou-se que, em uma ocasião, pouco antes do início das ligações, ao almoçar com Carlinhos Cachoeira e outros amigos, foi ao banheiro e esqueceu o celular de bobeira na mesa. Foi o bastante para que Cachoeira gravasse esse número no nome de Jobs que estava na agenda. Gleyb, um negão parecido com Jobs, foi o escalado para passar os trotes com uma perfeição incrível, inclusive imitando a voz e a forma de falar do falecido. “Hoje eu fico pensando no quanto esses vagabundos ficavam rindo de mim cada vez que o Gleyb me passava medo dizendo que era o Jobs.” A descoberta só aconteceu quando Santana foi se encontrar com Cachoeira em um escritório na Avenida Jamel Cecílio. Enquanto esperava o elevador, o telefone tocou: era o Negro Jobs. Com a mesma conversa de que iria buscar Santana para levar para o além. Enquanto o elevador subia, ele tentava argumentar com o suposto espírito. Quando chegou no local do encontro, alguns que lá estavam ficaram meio sem jeito. Em uma sala semicerrada, ele viu Gleyb falando ao celular de costas para a porta e flagrou que era ele quem imitava a voz de Negro Jobs. “Perdi a paciência com ele e taquei uns gritos no excomungado que estava me atazanando durante todo aquele tempo. Mandei ele ir atentar o capeta no meio do inferno, pois ele quase havia provocado em mim uma série de infartos.” Ao chegar à sala do amigo Cachoeira, Santana ficou ainda mais enraivecido, pois todos estavam morrendo de dar risada do trote pregado nele. “Um dia ainda vou devolver essa molecagem ao Gleyb e ao Carlinhos. Eles quase me mataram de susto mesmo. Confesso que prometi nunca mais brincar com os mortos e até hoje rezo para o Negro Jobs não vir me atentar de verdade”, finalizou.
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“A fantasia não se excede ao real. A imaginação apenas pensa os inventos nas descobertas do já existente.”
OPINIÃOPÚBLICA O ESPELHO CACHOEIRA
DO
A vida não tem apenas o lado único que muitos olham e veem só a parte dela voltada para a banda deles. A vida é redonda, gira na órbita da evolução no conhecimento que move a existência humana em rotação na constelação dos destinos e na transladação das pessoas nas estações das mudanças em sua galáxia. E nesse universo existem também os com luz própria, como as estrelas; os passageiros de época em época, como os cometas; os de brilho dependente, como os planetas; os atraídos para os abismos da ignorância, como os buracos negros; os com as ideias esfareladas na inteligência, como nas poeiras cósmicas; e os doidos seguindo perdidos no rumo e caem aos pedaços, como os meteoros. Na universalidade astral do mundo político, gravitam na abóboda do poder corpos abalroados no sideral das valias humanas. Planetas eclipsam estrelas. Meteoros garupam nos cometas. Buracos negros ventilam poeiras cósmicas. E o Sol não acende os dias. E cego, ou não, o que se vê é a escuridão no Olimpo do rei Mintômano e sua corte de súditos com o marquês Amuo, o barão Neófito e o conde Larapino regados com as ideias do príncipe Etílio. A fantasia não se excede ao real. A imaginação apenas pensa os inventos nas descobertas do já existente. O ser humano não cria nada. Tudo está pronto no Todo. As divindades celebradas encarnam as figuras dos mitos nos céus do poder. Mintômano simboliza Janus, o deus de duas faces da mitologia grega; Baco, da grega, o Etílio; Loki, da escandinava, o Amuo e o Neófito; e Autólico, da grega, o Larapino. Qualquer semelhança entre os personagens evocados não é mera coincidência, é vera aparência. Há identidade também entre o escabroso e o maravilhoso. Vamos agora à analogia da igualdade dos opostos. Imaginemo-nos sentados em uma sala ampla com um espelho enorme na parede à nossa frente. Esse espelho é o Carlos Cachoeira e ficamos vendo nele a imagem de todas as aprontações desse empresário ecumênico nos guetos das realezas da clandestinidade e nas maciezas dos tronos emproados, ora sendo extorquido por cavalheiros elegantes, ora distribuindo propinas a ilustres senhores. Sorrisos agradecidos, abraços repetidos, alegria dos dinheiros conferidos. Vejam! A cena mudou. Gente entrando. Gente saindo. Comitê suprapartidário? Não. Candidatos... Olhem agora! O cenário já é outro. Cachoeira entra no avião com um homem gordo. Aterrissam em lugar
com praias belíssimas. Que coisa! De repente já é noite! Estão sentados à mesa em um salão com decorações de réveillon... Onde é isso? No caribe? Parece ser Las Vegas!; pelo verde do mar, é Mônaco. Estranho!... Um iate-cassino tem uma boia escrito Monte Carlo... O Cachoeira é ligeiro. Não fica quieto. Gira o tempo todo. Também não lhe dão sossego! Seus telefones não param. A sala está um formigueiro. Ele virou chefe político? Como, não! Observem só à sua volta, o tanto de dirigentes de cargos públicos de vários governos ali num canto esperando para falar com o Cachoeira! Tem até coronéis fardados... O movimento de dinheiro deve ser de milhões e chegar a bilhões. Cachoeira é do Foro Empresarial? Será que todos vão viajar juntos? Têm malas demais espalhadas pela sala... Abriram elas e encheram todas de dinheiro. Cada qual sai levando uma de hora em hora... Trancaram todas as portas da sala. Cachoeira está recebendo um sujeito. O fulano tira da pasta uma porção de papéis impressos com aparelhos celulares, câmaras diminutas... Muitas páginas... Cachoeira observa atento... Depois os dois conversam bastante... Acertaram qualquer coisa... Despedem-se efusivos. O que é aquilo? Aquele cara está instalando só em locais que ninguém vê... Será o quê?!... Ele sai, fixa uns botões na beira dos bancos do carro na garagem e diz que está tudo montado. Como Cachoeira tem atividade atuante no ramo de todos os negócios, será que resolveu investir também no setor de discotecas? Pode ser. A certeza que se tem é que ele gravou mais artistas da vida pública do que todo o estoque do Bazar Paulistinha, do Bariani Ortêncio.
Que animação é aquela? Não acredito! Nunca se viu tantos pais acompanhados de filhas e netas tão lindas... Esperem um pouco... Os pais estão agarrando as filhas e as netas... O que é isso?! Ah!... Elas são é filhas e netas de outros pais e de outros avós! Quebrem o espelho. Rápido! As esposas desses homens não podem ver... É a comédia na tragédia. Ou é onde roubar dinheiro não é tão desonesto como vender a honra.
O ESPELHO DA CONSCIÊNCIA O espelho da vez é outro e está na parede de casa de toda pessoa. É o Espelho da Consciência. Fique diante do seu e olhe bem para a sua vida nele. Faça um ato de honestidade consigo mesmo. É jornalista? Dê uma lida no que já escreveu, sabendo que não era verdade, com ofensas caluniosas aos adversários de seu patrão político; e não deixe de ler suas matérias laudatórias a seu empregador antes e injuriosas depois a ele, após passar a ser empregado e a enaltecer o que atacara. E pergunte à sua consciência que se o Cachoeira houvesse lhe contratado para seu assessor de imprensa, não teria assinado artigos beijoqueiros a ele? É juiz? Rememore se não prolatou sentenças condenando justos e inocentando bandidos. Muitos coitados já passaram anos nos presídios pagando por crimes que não haviam cometido e foram soltos depois que os
criminosos confessaram, tempos depois, que eram os verdadeiros autores dos assassinatos, ou dos furtos, ou dos assaltos ou de latrocínios. É policial? Medite a respeito das extorsões que fez a marginais e os deixou livres, nem se esqueça das execuções que possa ter feito de facínoras, a soldo do narcotráfico, do roubo de carros e da pistolagem. É promotor público? Verifique se já não serviu de instrumento de denunciações caluniosas urdidas por maus elementos, que destruíram honra de bons pais de família e que não foram comprovadas nos processos judiciais. É líder? Faça uma reflexão sobre as vezes que fomentou movimentos populares classistas e que atualmente percebeu o seu equívoco. E se continua usando os trabalhadores como massa de manobra, e se não permanece fingindo-se de herói nas lutas sem causa no civismo. Veja-se no Espelho da Consciência, a história enforcando-o pendurado na língua. É político? Contemple a sua imagem em seu espelho. Olhe-a de novo. Observe-a bem. Tudo que denunciou quando era oposição e praticou ao ser governo. É anônimo? Contenha-se na mania de criticar a todos e de pôr defeito em tudo. O seu problema é você mesmo. Confira no Espelho da Consciência. Olhe para aquele espectro. É o seu caráter. O Espelho da Consciência de muita gente é o Espelho do Cachoeira. Às vezes, pior. Porque menos transparente. Às vezes, menos notado. Porque a madeira da moldura é mais envernizada e chama mais a atenção do que o vidro empoeirado.
Fonte: The 1911 Classic Encyclopedia (baseada na 11ª Edição da Enciclopédia Britânica, publicada em 1911)
Baco, da mitologia romana, é o Deus do vinho, da ebriedade, dos excessos, especialmente sexuais e da natureza. As festas em sua homenagem eram chamadas de bacanais, ou na acepção moderna: orgias. Na mitologia grega, é referenciado como Dionísio, com as mesmas características.
Autólico, da mitologia grega, é o mais ladino dos homens, o mais formidável ladrão e dono de façanhas como o roubo da adaga de Calisto de Xena, do cinturão de Héracles e, a mais importante façanha feita na mitologia, roubar até do próprio Zeus. Herdou de seu pai a arte de roubar e não pode ser capturado por ninguém.
Loki, da mitologia germânica, é o Deus da trapaça e da travessura. Pode assumir formas de animais, exceto as aves – e de ambos os sexos. É símbolo da maldade, traiçoeiro, de pouca confiança. Possui um grande senso de estratégia e usa suas habilidades para seus interesses, envolvendo intriga e mentiras complexas.
Continua
Janus foi o deus romano que deu origem ao nome do mês de Janeiro. Tinha duas faces, uma olhando para a frente e outra para trás. Foi o primeiro a cunhar moedas de bronze. Desejando aumentar o seu poder, ele navegou até a Itália e se instalou em uma montanha próxima de Roma.
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“A Inteligência Perceptiva atua no estímulo dos cinco sentidos e aciona o contato do sensitivo com a paranormalidade.”
O SANTO GRAAL DO INCONSCIENTE Minha alma passeia nos altos da vida, qual águia plana sobre a grandeza dos oceanos, e não adeja sob as baixezas humanas, qual mosca se afoga na água das gotas. Não habito pobrezas de sentimentos no coração. Nem hospedo ideias vazias de pensamento na cabeça. Não olho fenda nas montanhas. Apenas vejo do cimo as lindezas das distâncias nas planícies. Amo os ambientes ausentes da barulheira nas opiniões sem juízo. Apaixona-me ouvir o silêncio nos isolados da meditação. Povoa-me a quietude dos ermos calmos. Azuis, a desolação estendida aos derramamentos de sol, excluem-me as tristezas depositadas pela aridez das decepções. Bronzes, as lonjuras sonolentas dos crepúsculos chuvosos extinguem-me as cicatrizes dos estanques nas traições. Panho poemas no olhar das crianças. Viajo na saudade dos amores que não me quiseram. Vivo o eterno na imortalidade da doçura dos luares. Não estou velho na data da idade. Sou o menino desmoçado no gasto dos anos. Às vezes o mundo pesa demais em minha vida, transfiro-me de mim nas imersões reflexivas e sumo absorto para as dimensões da mente, facultadas nos infinitos ocultos nos planos da inteligência. Renasço-me lutas e volto-me uma porção de idealistas. Não sei se desço ao fundo do subconsciente ou se subo às alturas do consciente. O certo é que introspecções conduzem-me do eu pessoa para o eu espírito. Fico como se estivesse dormindo de olhos abertos, suspenso, tudo é leve e levita no alado das imensidades, como se o corpo estivesse dentro da alma, e passo a enxergar no metafísico a realidade criar as formas do imaginário. Esse prisma do conhecimento expandido além do sensorial é natural em mim e inato em todos. O psiquiatra Carl Jung captou a percepção da Inteligência Intuitiva: “Cada um de nós tem a sabedoria e o conhecimento que necessita em seu próprio interior.”
Carl Gustav Jung
A psicóloga Virgínia Marchini, fundadora do Centro de Desenvolvimento do Potencial Intuitivo, de São Paulo, constatou: Virgínia Marchini “A intuição é uma forma de conhecimento que está dentro de nós, embora nem todas as pessoas saibam utilizá-la. A mente intuitiva abre-se a respostas inovadoras e não dogmáticas, mas aprender a confiar na intuição é um grande desafio, pois o nosso senso
comum ainda considera a intuição um conhecimento de risco. As pessoas de baixa autoestima têm dificuldade em acreditar na inteligência intuitiva em função de uma desconfiança em relação a tudo o que vem de seu interior.” Não se vai ao topo e permanece por muito tempo se não se conhecer a si próprio. Maguito Vilela e Paulo Garcia deviam fazer um estágio na leitura de As 48 Leis do Poder, de Robert Greene, em sua estada no poder, a fim de perceberem a importância da Inteligência Intuitiva na fisiologia das mentalidades. Há ocasiões, não raras, que me asilo nas introjeções a chamado das premonições e retorno instruído por um compêndio de percepções, como se houvesse estado nos locais à época do apogeu e do perigeu das civilizações grandiosas. A Inteligência Perceptiva atua no estímulo dos cinco sentidos e aciona o contato do sensitivo com a paranormalidade. Esse fenômeno é de difícil sintonia para as mentes estáticas no conhecimento provisório que refuta as novas descobertas científicas.
Friedrich Wilhelm Nietzsche
Alerta Friedrich Nietzsche para os riscos de as pessoas inabilitadas de autoconhecimento tentarem penetrar no Pensamento-Percepção para desvendar os mistérios do seu mundo interior: “Pois pelo fato de agora buscarem imediatamente a razão, ou seja, o que significa, e não mais o que é, nossos sentidos ficaram embotados. Quanto mais capazes de pensar se tornam o olho e o ouvido, tanto mais se aproxima da fronteira em que se tornam sensíveis: o prazer é transferido para o cérebro, os próprios órgãos se tornam embotados e débeis, o simbólico toma cada vez mais o daquilo que é – e assim chegamos à barbárie por esse caminho, tão perigoso como qualquer outro. O homem que vê mal vê sempre menos do que aquilo que há para ver; o homem que ouve mal ouve sempre algo mais que há para ouvir. Aquele que quer aprender a voar um dia precisa primeiro aprender a ficar de pé, caminhar, correr e dançar; ninguém consegue voar só aprendendo o voo.” As asas são o pensamento. A estrada para a pessoa ir a si mesma é caminhar anos dentro dos livros que os sábios estão neles. Iris Rezende e Marconi Perillo podiam dar uma caminhada em A República, de Platão. E darem uma passada em Odisseia, de Homero, o ponto fraco dos fortes no Calcanhar de Aquiles, mudado de nome para Vaidade Delirante dos cantos de sereia em Ulisses e chamado de Desejo Pessoal nos arroubos de Menelau.
Clássica comparação do iceberg com a psiquê humana, onde a ponta é a consciência e no fundo, o subconsciente
A PATADA INVISÍVEL DA INGRATIDÃO
INTUIÇÃO, PORTAL DA REFLEXÃO
Nasci esfomeado de livros no cérebro e em uma terra empanzinada de gado nas cabeças dos fazendeiros. Éramos destinos adversos no meu fado e na sina dos ancestrais. Eles, o poder das decisões. Em mim, o dever da obediência calada. Taca de lá. Surras de cá. A minha vida teria de ser o que o mundo deles quisesse. O ardor do sonho no meu peito era mais forte que o ardido das chicotadas na pele. A vocação de jornalista no ideal era a paixão do amor que não cede – move montanhas, e a montanha na minha frente tinha a intransponibilidade do atraso cultural dos entes queridos. Mas algo em mim dizia-me para não desistir. Rolei montes de incompreensões a pino. Venci saudades doídas no sozinho do desespero ao vazio do incentivo. Embora menino recatado na discrição tímida, alheio a brinquedos, apreensivo nas leituras às escondidas dos pedaços de papel escrito que achava na fazenda; às vezes sovas e sovas imerecidas ao ser surpreendido lendo nas capinas do quintal, eu era como se fosse um estrangeiro em sua terra. Eu esperava, esperava e esperava sair daquele chão embrutecido pelo carrancismo no sertão desbravado a machados, foices e enxadas nos eitos e a revólveres e carabinas nas tocaias. Esperei, esperei e esperei. Um dia o destino buscou-me para o que sou no jornalismo. Abri a tropeções meu espaço na imprensa, na quadra do jaguncismo oligárquico no período da ditadura militar. Recebi a reabertura democrática no Diário da Manhã e o mandonismo político entregou-me ao buraco de uma falência e tive que buscar o jornal sob o aterro do lixo do autoritarismo. Caí muitas vezes empunhando o mastro e levantei-me de todas as quedas com a bandeira da liberdade de imprensa flamulando nas mãos. E cairei quantas vezes for necessário e me levantarei tantas vezes que for preciso reerguer o Diário da Manhã. Não recapitulo minha história como exaltação da legenda memorial da imprensa goiana. Mas para que não desperdicem mais tentativas de um dia pisarem de vez no pó das derrotas. Bater em mim é o mesmo que dar tapa nos ventos ou soprar luz das estrelas. O único golpe que me abala um pouco é o das ingratidões com mãos ainda quentes dos meus favores; todavia, estou com o couro grosso das relhadas da ingratidão nas emoções. Não me ressinto mais. Apiedo-me dos vergastadores. Acostumei a acolhê-los, tempos depois, dolorentos das cutiladas que me deram. Até hoje não faltou um. A minha boa sorte dá um azar danado nos meus perseguidores.
Aprendi a unir as chamas da intuição e da percepção à luz das premonições. Quando a voltagem das pressões excede à resistência dos nervos condutores das emoções e faíscam irritação é sinal da véspera de curto-circuito e então aciono o estabilizador da sensibilidade, para as alterações nas correntes da intolerância não queimarem a caixa da paciência. Se o rugir das provocações prenuncia um potencial de forças superiores às minhas condições de enfrentá-las naquele momento, fico ouvindo calado o seu avançar. Faço como o cidadão que está com a arma descarregada em uma mata com onças turrando em diversos pontos, e anda quieto, sem pisar em uma folha caída até chegar onde está a sua munição e atira com a mira certeira. No dicionário, quatro palavras são sinônimos: Intuição e Percepção, Estafa e Estresse. Todavia, possuem significados diferentes nos estímulos do cérebro. Intuição é a ação do conhecimento que vem do nosso âmago. Percepção é a reação do conhecimento do que está vindo de fora. Estafa é o cansaço mental e Estresse é reflexo dos conhecimentos externos que alteram a função normal dos órgãos, provoca hipertensão arterial, causa infarto nas coronárias, atinge os rins, desregula a glicose e, assim por diante, afeta todo organismo humano e pode matar. Como cidadão, valho-me da intuição para detectar as causas do desmantelamento administrativo e operacional da editoria do jornal. Como jornalista, recorro-me à percepção para loGeorge Moraes calizar a origem das conspirações contra o Diário da Manhã e inviabilizo-as usando as próprias forças da trama, na participação do projeto revolucionário implantado em Goiás na imprensa do Planeta. Cansaço a cansaço, contrariedade a contrariedade, de repente apareceram na pele em todo o meu corpo umas manchas róseas, com uma coceira infernal. O médico George Moraes, meu primo,
Livro Vermelho, ou Liber Novus, é um manuscrito de 205 páginas escrito e ilustrado pelo psicólogo suíço Carl Gustav Jung
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Diário da Manhã
OPINIÃOPÚBLICA EDIÇÃO ESPECIAL
GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 16 MAIO DE MAIO GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 2 DE DE 2012
OPINIÃOPÚBLICA diagnosticou alergia provocada por alimentação. Entrei no regime da dieta recomendada. Piorou. Fiz exame de sangue e de urina. Nenhuma anomalia provocada por substâncias digeridas. Isolei-me por uns dias da frequência com as pessoas inoportunas e dos problemas irritantes, para curar-me das coçantes e belas erupções rosadas da urticária. Meditei em quietação enormizada. Mentalizei um diário das perversidades vividas. O meu cérebro é uma turbina em geração contínua de ideias. E concluí. Estava estafado e, consequentemente, sem resistência imunológica na mente e, debilitado nas energias, gerou-se o estresse nas substâncias orgânicas. Trabalhei a estafa. As manchazinhas róseas desapareceram como que por encanto.
A FACE OCULTA DO INVISÍVEL Não espero a compreensão dos que gostam de julgar. Já estou julgado na lisura de vida e na coerência das lutas. Escrevi O chicote de Deus, com um autorromantismo de máquina no vigor humano até ao final em 30 de abril. A dedicação do Arthur da Paz resplandecia a incansabilidade do companheiro de outros tempos que o destino trouxe-me no filho que se tornou ao meu lado. O Célio Galdino multiplicou-se aos cansaços em três dias na diagramação. A Fátima Toledo, revisando no víCélio Galdino deo, e a Verônica Custódio, acompanhando no original datil o g ra f a d o, concluíram as 32 páginas nos dias 2 e 3. Até a maFátima Toledo nhã daquela quarta-feira, o ânimo mantinha aceso no entusiasmo.
De repente, vi-me imobilizado, como se todas as forças houvessem sido sugadas do meu organismo. Mal conseguia ficar de pé e deitei-me, esvaído nas energias. Fiquei na cama como nunca me vira tão inerte e desmotivado, desvontavado de fome, desinteressado no trabalho do jornal e submetido a uma apatia imobilizadora. Se ficasse em uma posição na cama, doía naquele lado. Se virasse, doía mais em outra parte. Mexer um pouquinho era o máximo nos estímulos da dinâmica nos músculos e nos nervos. Nada se movia nas vontades reativas ao molambamento físico. Permanecia estirado na cama, como se as pernas e os braços estivessem amarrados ao colchão por ataduras do esmorecimento. Não me conformava com a letargia. Aquela desanimação não condizia com a minha disposição de adolescente em todas as etapas da idade. A sensação de entrega sem reação à submissão não era natural nos impulsos normais na reação dos meus ímpetos inatos. Então eu continuava acamado, inválido de vitalidade, um objeto, com olhos fechados e a cabeça em atividade no cérebro conectando-me em pensamento a fatos e a pessoas por passados afora. O juízo pleno na lucidez, apenas me intrigava a constatação de que em instantes eu percorria décadas revendo os episódios e os personagens que povoaram a minha existência. Aquilo parecia-me muito estranho. Pois os acontecimentos e as criaturas estavam exatamente como os vira, mas com uma forma diferente do prisma que os enxergava agora. Os inimigos eram amigos e os amigos estavam inimigos. A visão acabrunhavame. Ao abrir os olhos, abatiame o sentimento de frustração. Fechava os olhos de novo e em minutos escutava novamente o inverso do que ouvira. Nos quatro dias em que estive como que sedado, o mundo que eu buscava não estivera como no que eu o procurei. As vozes de Fábio Nasser, do Alfredo Nasser e do Humberto de Campos mostravam o contrário. E nesse vaivém, eu, numa espécie de meditação induzida, fui conscientizado de que não podia continuar adiando a hora de uma mu-
dança que já aconteceu. Era agora ou nunca mais a oportunidade de saltar à frente do comboio da evolução, pôr para funcionar o engenho das ideias e assumir a máquina das Mudanças no jornalismo. A cabeça acelerada na intuição ligada ao Fábio, ao Alfredo e ao Humberto. O corpo refém da letargia compulsiva emanada do misterioso. Fiquei à espera do que me soltasse da inanição naquela cama. Na casa, a vigília do carinho permanente. Se solidariedade tivesse forma física, eu a teria visto na dedicação da Marly. A Maria do Céu voltou nela o menino Batista. Ergueu-me uma disposição no abraço que balançavame no aprumo. Uma noite ela abraçou-me e deixou este bilhete aberto sobre o meu peito: “Fábio, você ajudava o nosso pai antes de você falecer. Agora eu vou também ajudá-lo daqui. Daqui a muito tempo, vou ver você. Porque eu também vou falecer. Beijo! Maria do Céu.” Uma manhã, o João do Sonho foi despedir-se de mim, abraçou-me e disse: “Papai, fique com o celular ligado. Qualquer coisa, eu telefono pro senhor.” Foi para a escola e deixou este bilhete: “Papai, eu só preciso do seu amor. Sei que o senhor me ama muito. E sabe quem me contou? Foi o meu coração. Beijos do meu amor ao seu amor. João do Sonho.” A minha vida até que estava boa em relação à carga das atribulações. Preocupação, nenhuma com qualquer responsabilidade em nada das pendências materiais. Apenas rezava rogando a Deus que não afastasse da minha mente a insistência repetitiva das recomendações do Fábio Nasser, do Alfredo Nasser e do Humberto de Campos. A Sabrina Ritiely apenas abriu a porta do quarto, olhoume e se afastou tão suave quanto sua presença discreta. Lembrei-me então que havia guardado na gaveta do criadomudo algo escrito que fora deixado sutilmente na cama enquanto eu ressonava. Li. “Que Deus fortaleça o coração dos homens que vieram mudar a Terra. É difícil acordar pela manhã e vencer todos os dias a batalha contra o materialismo. Não é vencer simplesmente uma corrente ideológica, mas combater o egoísmo geral que mora nos interesses obscuros do caráter humano. Só no amor há luz suficiente para banhar o coração dos que sofrem, e só na Justiça Divina há dor o suficiente para acordar os que dormem. Que Deus te abençoe, Batista! Estamos ao seu lado, embora com a pequena força que temos.” (Marly, Arthur, Sabrina, Verônica, Karina, Pedro) Fiquei encabulado. Não creio em obras do acaso ou em coincidência nos fatos. O escrito naquele pedaço de papel era exatamente o que eu pedia a Deus nas orações. Aí, sim. Os pedidos de Fábio,
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“Mexer um pouquinho era o máximo nos estímulos da dinâmica nos músculos e nos nervos.”
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
Marly Vieira
Arthur da Paz
Verônica Custódio
Sabrina Ritiely
Pedro Nasser
Karina Borges
Maria do Céu e João do Sonho
de Alfredo e de Humberto adquiriram o tom de ordens dentro da minha cabeça. Ao fim da manhã de 4 de maio, a médium Mary Alves veio me visitar em casa e deume um passe. Melhorei um pouco. Rezei à tarde. Rezei à noite. Não podia estar doente. Pois havia tomado tantos remédios, que qualquer doença que chegasse perto de mim morria na hora. Mas logo ao amanhecer do dia 5, fiz uma bateria de exames de sangue. Tudo normal. De repente disparei a escrever. Quando saiu à tarde o resultado do laboratório, eu já estava desde cedo cumprindo, a laudas inteiras, as determinações que recebera há dias desses três espíritos e de outros Mentores da Espiritualidade. Sou insone. Minha taxa média de dormir é no máximo de cochilos esparsos durante os 30 minutos por noites. Por isso, a impressão que a experiência daquele afundamento em um sono-acordado de 96 horas me
deixou é a de que fui subcondicionado pela intromissão de algo no metafísico, ou então por uma ingerência do subconsciente nos domínios do consciente. O real é que foi mantido, durante o tempo do ressonar, ouvindo na mente o Fábio Nasser, o Alfredo Nasser e o Humberto de Campos repetindo-me trechos de suas mensagens psicografadas pela médium Mary Alves.
Mary Alves
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OPINIÃOPÚBLICA Meu filho Fábio insistia fixo: “Pai, acompanhei o seu raciocínio e por isso venho afirmar que precisamos acreditar no ser humano em sua evolução e ascensão espiritual...Venho afirmar que realmente as grandes mudanças são acompanhadas de muita solidão interior...Estamos aguardando drásticas mudanças... Acontece, meu chefe, que o tempo urge e o Brasil é predestinado a ser o Celeiro da Luz da Humanidade... Se antes muitos fatos ficavam encobertos,hoje eles serão revelados, porque é da própria seleção da vida separar o joio do trigo...E a Terra será transformada para a morada da paz... Pai querido, caminhe um pouco mais... O senhor sabe também que o momento das verdades é chegado... Ninguém conseguirá se mascarar e passar incólume... E a novidade é que o erro não ficará mais encoberto... Tola ilusão! Quão vencidos serão os que se deixarem levar pela sedução da vida,no cantar das sereias...” Ouvia calado e ao Fábio terminar, Humberto de Campos começou a falar. Eu me sentia como um aluno sendo sabatinado nas lições que iria prestar das matérias que cairão nas provas do Exame das Mudanças: “Caro irmão Batista Custódio, que Deus em toda a sua glória toque-o em sabedoria e serenidade... O olhar de Deus pousa sobre o Planeta, sugerindo mudanças necessárias à evolução que se faz esperada... E pedimos que continue firme, ainda que tão incompreendido... Sejas franco e não te turves nas dificuldades... Conquistastes um amigo...”
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Alfredo Nasser observava-me atento, aproximou-se para bem juntinho de mim, e aparentando-se preocupado com os dissabores que eu iria desafiar, ponderou paciencioso: “Meu amigo e companheiro de jornada, que Deus o ampare e fortaleça e abençoe a sua intenção de ser fiel até o último instante... É, companheiro, o momento chegou!... Siga firme com o seu ideal de liberdade e justiça... A força de suas palavras deve transmitir a pura verdade... Não receie de magoar supostos amigos... A sua razão é clara e sua intuição é correta... Seja totalmente imparcial e você será respeitado... Antigos companheiros de vanguarda te saúdam... Estaremos sempre juntos...” Foi após receber orientações desses conselheiros reiterando-me firmeza no cumprimento isento das recomendações transmitidas pelos Mentores da Espiritualidade que despertei-me das dimensões da imersão para o plano humano. Imaginem, os leitores, como me senti. Ora, como? Esmagado, como se houvesse saído do tribunal da consciência e onde testemunhando, mais que qualquer outro ensinamento, a presença da minha temeridade em me expor diante de tantas mentiras mascaradas na verdade, nos gestos e nos atos dos fatos, nos episódios despedaçantes de honorabilidades, antes endeusadas como paladinas e agora renegadas à luz das mudanças ao ser soprado o pó no verniz da hipocrisia na face das cínicas até então triunfantes e veneradas nas acomodações governamentais.
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“O ex-presidente Lula é o original do continuísmo do petismo. A presidenta Dilma é a sua sucessora e não sua fotocópia.”
Não sou um fazedor de frase. Construo o meu modelo de viver no que penso e digo. Não nascemos para viver. Nascemos para morrer. O idiota fala demais e o sábio ouve muito. Não reivindico amor de outros. Prefiro que me honrem. Não absorvo três posturas humanas:a traição,a ingratidão e delação. A discrição é postulado da elegância. Não me importa que as putas tenham filhos. Quem olha tanto para os defeitos dos outros, não tem tempo para ver as próprias culpas. A vida da pessoa reflete o resultado dos seus atos. O que não tenho coragem de falar na frente,tenho medo de dizer por trás. Não mato sequer uma formiga: defendo-a.Nem jogo fora as sementes de frutas que como:planto-as. Não pratico nada que não tenha co-
nhecimento científico e filosófico no que realizo. Sou inteiro em mim no que estou. Portanto, acreditem todos. Ainda que tão incompreendido, serei franco e não me turvarei nas dificuldades. Seguirei firme. Não receio magoar supostos amigos, ao ser totalmente imparcial, não apenas para ser respeitado, mas para estar coerente com os meus princípios éticos a respeito da explosão da Cachoeira de escândalos que estão querendo ocultar no fundo de suas águas, de vez que, se esvaziada, ficará à vista em seu leito os monturos dos que estão se escondendo de si mesmos dentro deles. Então é extremamente necessário que seja enxugada até a última gota. Pois onde há o caráter, tudo o mais se conserta, e se não há o caráter, nada mais se arruma no estuário da vida pública, tanto nas torrentes das ideologias políticas, quanto nas vertentes das teologias religiosas, para que cheguem as cheias da austeridade dos mananciais das Mudanças históricas.
DILMA PUXA O BRASIL PARA A FRENTE. LULA QUER PUXAR O PAÍS PARA TRÁS A pirotecnia bombando os aposentos das supracontravenções de Carlos Cachoeira aos olhos da opinião pública nacional é marketing político de abertura da campanha eleitoral deste ano, programado para reduzir a carvões os adversários que vinham saindo na estrada das urnas com as suas candidaturas. Derramou-se rastilhos de pólvoras. Iscou-se a faísca inicial. E como nas queimadas das glebas campesinas, o fogo provocou deslocamento de ar. O incêndio alastrou-se à revel de controle. Queima o que deve e o que não podia ser queimado em outros quinhões rurais, atingidos pelas chamas nas folhas abanadas pelos ventos. O fenômeno aconteceu no fogueirão político e as labaredas espalharam-se em todos os terreiros petistas e nos seus rancheiros à meia nos cargos e nas verbas. O esperado torrou-se no inesperado. O fósforo riscado para levantar fumaça suficiente para sufocar o julgamento do Mensalão pelo Supremo; queimar a vassoura da presidenta Dilma na faxina dos sete ministérios; desaquecer com uma cobertura de cinzas frias a temperatura do braseiro da CPI do Cachoeira e estorricar o governador Marconi Perillo tornou-se inflamável nas reservas de combustível de todos os partidos políticos. Foi a salvação do ex-presidente Lula. O estrago ter-lhe-ia sido mais fantástico na fatalidade, se o presidente do Supremo, ministro Carlos Aires; o presidente da CPI do Cachoeira, pois o deputado federal Vital do Rêgo ver-se-ia reaquecido no sonho do PT de instituir a oficialização do controle amordaçante da liberdade de imprensa; e, com isto, estaria atiçando o golpe de estado que vem fumegando há anos na disputa do poder pelo poder nas periferias governamentais, o que propiciaria o ambiente de uma guerra civil na população, tão ressequida na esperança de, um dia, ver parar de se jogar o lixo das corrupções dos governos às suas portas. O ex-presidente Lula é o original do continuísmo do petismo. A presidenta Dilma é a sua sucessora e não sua fotocópia.
Ele revolucionou o País. Ela universaliza o Brasil com a modernidade. Ele é o eleitor imbatível no eleitorado dos feudos. Ela é a evolução incontível das mudanças alinhadas aos protestos das Mudanças em todo o mundo. Ele deu moradias aos do relento e comida aos de pratos vazios. Ela possibilita as condições para os desabrigados e os desalimentados construírem em endereços e encherem as panelas de suas famílias. Ele é os galpões dos trabalhadores. Ela é a oficina dos operadores da liberdade de imprensa. O futuro está vindo da vocação libertadora do brizzolismo empurrando para trás o passado autorista dos lulistas entrevados no populismo. Percebe-se em muitos flancos petistas as tentações de arrastar o Brasil para as provações da venezuelização ao estilo das vendetas de Hugo Chávez; com requintes da argentinização ao figurino das venetas de Cristina Kirchner; retocadas com a equadorização ao molde de republiqueta de Rafael Correa, e assemelhada à bolivianização à etiqueta de Evo Morales; ou seja, um sonho de utopias de soca em tempo de quimeras floridas de democracia perfumada de povo nas repúblicas das grandes nações nos cinco continentes. Lula não merece empanar a sua legenda na História do País que elegeu um operário mecânico para presidente da República.
O QUE DILMA ENXERGA E O LULA NÃO VÊ A ilusão existe para que se perceba nela o ideal. Não se consegue ver no olhar aberto a plenitude do que se distingue no panorama. Descortinar na visão os tempos mudando uma época para outras nas eras, a imagem da transi-
ção não é notada no visível, mas somente através de premonição, que é o dom da intuição perceptiva. Para exemplificar como se enxerga no espaço-tempo as mudanças históricas, crio esse quadro no panorama dos céus: é como se estivessem a um só tempo às luzes das alvoradas na aurora e às luzes dos crepúsculos no ocaso. Muitos líderes foram à aurora e estão no ocaso sem discernir. É o caso de Lula. Resplandeceu no fulgor do populismo e não divisa no clarão de sua popularidade a luminosidade irradiada da modernidade refletindo sobre ele o brilho de Dilma. Ou ele amplia-se da galáxia do clientelismo eleitoral, ou tornar-se-á satélite Lua do planeta Terra nela girando na mentalidade universal da política, atraída pelo Sol que, no caso, é a ideia das
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Mudanças. A presidenta Dilma Rousseff não teme na órbita do governo os desgastes ante os estilhaços dos meteoritos dos corruptos abalroados. Pois compreende que serão reduzidos a poeiras cósmicas, sugados para os buracos negros no cosmos populismo clientelista. Ela percebe que socialismo é, em política, sinônimo de humanismo. E é mais uma revolução que a França faz para a humanidade ao eleger François Gérard Georges Hollande para presidente da República nessas eleições. E fez-se a página de uma mudança histórica. As pessoas da rua e as pessoas do governo unindo o povo. E não como fazem os líderes do esquerdismo. Desunem o povo. De um lado, os agitadores das plebes, e, de outro, os insufladores das castas. E Dilma sabe que as ideias salvam e as balas matam.
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“O trabalho da CPI do Cachoeira deve ser cumprido em ritmo intensivo, para que se espane de vez o véu das dúvidas.”
A QUEDA DOS CASTELOS DA CORRUPÇÃO NOS CONDOMÍNIOS POLÍTICOS Lula é o estadista mais parecido com o povo nos hábitos da humildade individual e nos arroubos coletivos, no jeito de cidadão se empolgar e no modo da massa popular acalmar-se tapeada; e é, acima de tudo, o homem que enriqueceu os pobres sem empobrecer os ricos. Contudo, será vitimado por seu carisma, caso a sua intuição falhe na percepção e continue tentando direcionar em seu proveito eleitoral a detonação do escândalo dessa cachoeira de corrupções. Não conseguirá. Todos os castelos nos condomínios do poder irão abaixo. Por que escombros fazem parte das Mudanças do calendário das profecias do Cristianismo, vaticinados por Jesus Cristo há 2.012 anos para se consumarem neste milênio. Carlos Cachoeira é apenas o instrumento que escancarou a intimidade dos poderes para servir de advertência que o próprio povo habita sob o teto das perversões consentidas às orgias eróticas; às vilezas da justiça das leis sem a justiça do justo; às prevaricações das bacanais econômicas nos eflúvios da impunidade; às bebedeiras nas alcovas dos palácios oficiais tilitando as taças ilustres e indiferentes ao vasilhame vazio de remédios nos hospitais públicos; às euforias de personagens da corrupção organizada premiando ostensivamente com os comandos de órgãos gestores da meliança estatal. Este tempo está com todos os ponteiros parados no horário do relógio das Mudanças que transformarão o mundo. Acabou a chance dos impostores fazedores de fracassos governamentais. Acabou para o povo, que terá de colocar o seu tijolo formatando no voto, até aqui colocado para reerguer as torres aluídas no alicerce dos tronos cúmplices das vadiagens eleitorais. O Supremo terá de votar em sessão solene aberta à imprensa e condenar os culpados e absolver os inocentes, para que venha à luz o brilho do idealismo de José Dirceu na escuridão do Mensalão que o confundiu entre as sombras de vultos como o de Roberto Jefferson e de outros vulgos no anonimato do PT. A CPI do Cachoeira terá de abrir os trabalhos com a presença do próprio Carlos sendo o primeiro indiciado a depor, a fim de ele abrir seu arquivo secreto na presença dos deputados federais e dos senadores gravados pela Polícia Federal.
Reprodução de matéria publicada na revista Veja
E, em seguida, sentar na cadeira dos réus o real dono da Delta, não somente para que todos conheçam seus negócios nas negociatas das licitações das obras públicas, que destas todos já são sabedores, mas, sim, para que vejam o seu rosto e o seu nome; porém, sobretudo, para que ele revele os nomes de outras empreiteiras que praticarem ou ainda cometem extorsões e propinas nos superfaturamentos das obras governamentais. E crie-se a CPI Delta para falar às empreiteiras. A CPI do Cachoeira não pode dispensar os dirigentes das empresas estatais; os gestores das autarquias; Roberto Jefferson; os titulares das secretarias de Estado; dos condutores das agências executoras dos planos de metas; tampouco dos ministros rolados por corrupção no atual governo federal; como também exibir as quebras de sigilos bancários autorizados pela Justiça, e convocar os fiscais do Incra e do Ibama para explicar as compras de terras para os assentamentos dos sem-terra e dos desmatamentos autorizados que devastam o meio ambiente em todo o território nacional. A CPI do Cachoeira tem o dever de
decretar que todos os comprovados de cumplicidade no ilícito sejam presos em flagrante e sejam arrestados seus bens. A mesma oportunidade terá de ser dada aos governadores ou aos ex-governadores a justificarem a magia de seu enriquecimento. O trabalho da CPI do Cachoeira deve ser cumprido em ritmo intensivo, para que se espane de vez o véu das dúvidas das culpas de uns que possam estar sendo culpados no lugar dos verdadeiros, outros. Urge-se pôr um fim nesse manto que paira sobre a cabeça de todos que tiveram seus nomes citados
nas gravações entre os cachoeireiros. Pois, do jeito que está o rol, o Carlos Cachoeira seria o que quisesse nas próximas eleições, tanto para governador de Estado ou, não é de se duvidar, o sucessor da Dilma Rousseff. Principalmente depois que a presidenta teve a coragem cívica de rasgar em público a cortina costurada e recosturada dos juros bancários, que em nada diferem, a não ser no espectro legal, todavia são igualmente imorais quanto às clandestinagens das lavagens de dinheiro das arrecadações disfarçadas nos caça-níqueis. O deus deles devia ter a imagem de Mamon estampada nas notas de cem reais.
Mamon
TEATRO CORRUPÇÃO
O perigo do próprio veneno. Ou o risco de todos terminarem no abraço dos afogados na Cachoeira
Fechem bem os olhos. Abram agora todas as amplitudes da imaginação. Porque o realismo do que irão ver é espetaculoso. Beira ao delírio. Não cabe no ângulo da retina óptica. Pois estarão assistindo espectros do pesadelo no sonho apresentado. Presenciarão a fantasmagoria em uma tragicomédia que faz rir nos atos da tragédia e dá para chorar nos atos da comédia. Estão no Teatro Corrupção. No palco, O Escândalo Cachoeira. Trajados a rigor, os autores superlotam os camarins decorados para noites de gala. No estrado, os atores protagonizam os papéis escritos nos roteiros para cada personagem. Na plateia, deleita-se em vaias e, aos aplausos, ora uns vão às risadas ante o constrangimento de outros, ora esses caem às gargalhadas diante do avexamento daqueles. O cenário é de Ali-Babá e Robin Hood contracenando as duas legendas na mesma lenda, onde não se distingue se tanto riso e tanto pranto vêm é das lágrimas na emoção da alegria ou se da tristeza. Por enquanto, os da ribalta não devem se empolgar demais com O Escândalo Cachoeira. Ele apenas abre uma temporada no Teatro Corrupção. A exibição tem em
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cartaz peças em que irão descendo dos camarotes os senhores do colarinho branco. E o Brasil está na fila dos frequentadores para assistir à vasta atração de capítulos riquíssimos e inspirados no banditismo interpretado ao vivo por heróis pátrios. Essa história vale realmente a pena ver de novo. No Teatro Corrupção constam exibições já conhecidas até através da literatura dos cordéis e cada qual mais hilária na dramaticidade. Vêm muitas estreias que garantem noites cheias. Não percam. A Corrupção da Agiotagem nos Juros Bancários. O enredo se baseia em fatos verídicos de investimentos bilionários para salvar banqueiros quebrados. Para se fazer uma Cachoeira proporcional às torrentes do Tesouro Federal jorrado seria necessário o volume de um oceano. A Corrupção dos Fundos de Pensão. O roteiro aborda o desvio de bilhões arrecadados das contribuições trabalhadoras, para financiar negócios faraônicos em empreendimentos particulares. Os caudais dessa dinheirama saída pelos fundos do leito da sua finalidade dariam para se construir
uma Cachoeira em cada Estado. A Corrupção Magna. A Constituição emendada com enxerto parlamentarista para ser usada integral no regime presidencialista e depois remendada com a reeleição para o presidente, os governadores e prefeitos fazerem em oito anos o que não deram conta de realizar em quatro anos. Isto é que é uma Cachoeira invocada. Nela, as águas sobem rio acima. A Corrupção Molhada nas Usinas. A usura na avaliação das áreas inundadas, o custo turbinado nas tarifas elétricas e a manutenção das redes de transmissão dariam para se irrigar todo o Nordeste e instalar energia solar. E ainda sobraria água para muitas Cachoeiras e a escuridão para iluminar lavagens das propinas nas verbas públicas. A Corrupção nas Obras das Licitadas. Se for seguida a rota das rodovias e medirem-se os desvios dos contratos aditivos, dá a quilometragem para se ir às fortunas que viajaram para os políticos. Dar-se-ia para montar Cachoeiras com fontes luminosas em todas as capitais do Brasil. Corrupção no Manto Sagrado. Contabilizado, o dízimo refletirá a imagem de uma cruz na espada
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OPINIÃOPÚBLICA fincada na boa-fé dos devotos. Ou um colocar de contas de lágrimas em volta das igrejas. Corrupção nos Incentivos Fiscais. As renúncias de impostos fomentam a indústria dos caixas das campanhas eleitorais de políticos cujo patrimônio eleitoral não chega a um boteco de votos. O cadastro dos comerciantes na política de Goiás supera o quadro de empresários do Foro Empresarial e seria suficiente para se instalar uma Cachoeira de polos do crescimento econômico em todos os municípios. Essa Cachoeira que está inundando os olhos do Brasil em Goiás tem muita água para escorrer ain-
da dos reservatórios de todos os partidos políticos e extravasa a corrupção que vem sendo represada há anos nas torneiras abertas dos Orçamentos Federais, Estaduais e Municipais. O Escândalo Cachoeira abriu as cortinas no palco do Teatro Corrupção. A programação oficiosa é para que dure somente até a quadra das eleições de outubro vindouro. A plateia são os eleitores. Devem fazer um cordão em volta do Teatro Corrupção para que as demais peças sejam postas em cartaz. O lançamento atual foi aberto com o mesmo autor e ator Carlos Cachoeira reprisando o enredo do Mensalão. Na primeira temporada,
fez-se o come-e-bebe da corrupção, para servir depois o Lula na bandeja e com tira-gosto oferecido pelo governador Marconi Perillo. Na reedição da história, com outro roteiro, o prato preparado é o governador Marconi Perillo. Houve, entretanto, um erro fatal no cardápio. No entusiasmo na preparação do banquete, o chef Lula cometeu uma gafe. Na cozinha, o Petisco era Marconi frito ao fogo lento. Bom gourmet, ele foi à despensa. A claridade estava turva. Pegou uma linguiça com muita força em uma das pontas dela. A linguiça voltou-se no ar, dando estalos na outra ponta e batendo-a no corpo dele.
SUBIU PAVÃO. CAIU PATO
que da matilha, sem perceber que, como as revoadas das aves de arribação, muitos políticos também podem bater as asas quando o tempo piora e voar de volta quando o tempo melhora. Mas cão perdigueiro não é onceiro. Eles sossegam abanando a cauda se os donos estralarem os dedos e voltam para a coleira. Agora, o pato da vez é o senador Demóstenes Torres. Teve os seus dias de cisne em águas mansas. Mas pato voa curto e baixo. Seu horizonte começa ali e acaba ali. E em toda caçada, termina em um bom prato como pato no tucupi. Já o levaram à fornalha. Sozinho. Porque a preocupação de uns é de se enxugarem ao calor do fogo que o ferventa e, de outros, é com a cascavel que o Lula está segurando sem saber como se livrar dela. Terá de matá-la. Sozinho. Pois se jogá-la para a CPI do Cachoeira, ela pode sair picando muitos. E ao final, ele próprio. Todos os perdigueiros estão com os olhos voltados para o pato nas torres do escândalo, mas ainda que ele seja alvejado nas asas e caia ferido, com as penas voando pelo ar, não estarei entre os que lhe morderão. O que eu tinha de ferir em seus defeitos, fi-lo quando alçava voo alto a bico aberto na linha ao que quisesse, arremessado pelos votos do Marconi no primei-
ro mandato de senador. Tivesse seguido o que escrevi em dois artigos na época, não estaria hoje sendo acuado na árvore mais esgalhada sobre a Cachoeira. Pena. Que pena! Subiu pavão. Adejou águia. E caiu pato. Resta-lhe agora sair andando por longe de todos os terreiros dos que gostam de pisar ao chão os que estiveram ruflando as asas nas alturas. Esses, sim. São os tipos mais miúdos das espécies que voam. Os insetos. Mantenho-me equidistante, em parte porque, pelo visto, parece que toda a corporação política, como aquele pelotão de reservistas do Exército, todos parecem ter comido Quelé. Mas, sobretudo, porque os pavões estão sendo jogados do poleiro ao chão pela chuva de granizo caindo das nuvens das Mudanças. Pode ser que Deus ainda tenha esperança de vê-los se redimirem a duras pancadas de sofrimentos e se tornarem dignos dos poderes que seus espíritos receberam para ajudar os irmãos e não para se beneficiarem tãosomente a si como pessoa. O próprio Lula perdeu em duas candidaturas e se elegeu depois duas vezes para presidente da República. Na última delas, após ser metralhado imerecidamente na toca do Mensalão. Creio firmemente que nada realmente acontece senão pela
Tudo tem seu tempo. Tempo da caça e tempo de caçador. Tivemos tempo de corruptos usando idealistas nas caçadas a socialistas e estamos no tempo de idealistas usando idealistas nas caçadas a corruptos. Nunca fui voz no brado dos delatores e jamais serei voz no coro dos denuncistas. Sou da raça de cães onceiros, os filas dão apenas um abalroado ao sentir o cheiro da pintada, partem calados no rastro dela e só latem quando a encontram e enfrentam-na. Já os cachorros perdigueiros, quando se trata de caçada de felinos, vão latindo atrás do onceiro e na hora da fera acuada, eles se afastam até que o caçador chega, atira e mata a fera. Aí os filas descansam e os perdigueiros passam a morder a onça morta. Nas caçadas humanas acontece igual. Se o bando de aves voa para a copa de uma árvore, eles ficam latindo de baixo, cada qual mirando a preferida do caçador que o mantém na coleira. Uns ladram os mutuns do PMDB; outros latem os jacus do PMDB; muitos acuam as seriemas do PT; diversos rosnam paturis dos Democratas; e a maioria forma o to-
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Manhã 1
“A maioria já pode encomendar a urna eleitoral para o seu velório no próximo dia 3 de outubro.”
Ao sair à claridade, notou que segurava no pescoço de uma cascavel. Assustado, teve de continuar apertando duro o pescoço da cobra, para que ela não mordesse em sua mão. E assim está até hoje. Os maîtres petistas, apavorados. Os garçons dos partidos aliados, espantados. Até que o chef decida o que poderá fazer com a cascavel, já começando a enrolarse em seu corpo. Mexer com cobra no poder dá sempre nisso. Foi mais ou menos o que aconteceu com Cleópatra. Essa serpente geralmente sai entre 15 e 20 anos mordendo a todos que encontra pela frente nos
governos e fazendo vítimas, como os que estão picados por esse bicho e saindo envenenados das águas da Cachoeira. Uns poderão escapar com vida. A maioria já pode encomendar a urna eleitoral para o seu velório no próximo dia 3 de outubro. Há intoxicados demais em todo o País. E os laboratórios do Mensalão não têm no Supremo, nem a farmacologia do Congresso Nacional possui estoque na CPI do Cachoeira, de soro antirrábico suficiente para vacinar todos os mordidos pela corrupção. Desta vez, a serpente é aquela mesma que o cajado de Moisés virou e saiu mordendo a corte no Império Egípcio.
Demóstenes falou, falou, falou. Ouviram-no
vontade de Deus. E é neste um dos pontos, além da inteligência e erudição que admiro a honestidade pessoal e política de José Dirceu. Ele foi o único dos deputados federais que preferiu ter o mandato cassado a renunciar para se livrar das suspensões dos direitos políticos por dez anos. Perdeu o mandato. Não perdera a honra. Merece ser absolvido pelo Supremo ao processo do Mensalão. E terá se consumado a Palavra da Salvação na separação do joio do trigo. Dirceu merece ser o próximo presidente do Brasil. Ele é o melhor trigo entre os joios do PT. Naquele tempo disse Jesus: “Um homem plantou a sua seara.À noite,veio o seu inimigo e semeou joio
no meio do trigo.Quando a lavoura cresceu, seus empregados disseram: ‘Vamos arrancar o joio do meio do trigo’. Mas o patrão disse: ‘Deixa que ambos cresçam até a hora da colheita,para que não aconteça que vocês arranquem o trigo junto com o joio’.Na hora da colheita, ceifem o trigo e arranquem o joio. Recolham o trigo ao celeiro e joguem o joio ao fogo para ser q u e i m a d o .” (Evangelho de Jesus Cristo, São Lucas, Capítulo 7 e São Mateus, Capítulo 8)
São Lucas
CACHOEIRA DA CORRUPÇÃO O Brasil molhou-se inteiro ao pé da Cachoeira da Corrupção. Suas águas cobriram geral o território dos três poderes da República e o continente da sociedade. Uns desceram rodando das nascentes. Outros passaram navegando leito abaixo. Muitos sendo afogados nas margens. E todos boiando na foz do mar dos escândalos, ao som das pororocas no encontro das ondas buliçantes nos litorais da repercussão pública. O oceano da vida pública está poluído de prestígios mortos entre as espumas de popularidades se dissolvendo ao banzeiro das honras desfeitas e flutuando quais vultos de assombrações nos gemidos das marés. E sob toda concha dos horizontes, se estende na superfície o oceano do Mensalão. Que bebeu as lágrimas dos roubados nos direitos. Que bebeu o suor dos pagadores de impostos. E que bebeu o sangue do povo nas veias abertas do Brasil. E fez-se a transfusão dos cofres públicos nas ventosas do poder para as gavetas dos enriquecidos nas corrupções. A ser verdade integral o arrombamento moral ocorrido nas águas da Cachoeira, qual um golfo percorrendo os quatro polos dos habitantes nas casas do poder no País, todos os diques do
Tela que retrata quando Cristo salvou Maria Madalena do apedrejamento
Fac-símile de infográfico publicado em O popular no dia 13/05/2012
ilícito serão rompidos. As fortunas dos políticos serão exteriorizadas nos que se entesouraram nos cifrões do Orçamento nos Erários. O que havia não mais haverá escondido nos governantes. A faxina da Dilma removerá o que estiver varrido para debaixo dos tapetes. Marconi terá de promover uma limpeza completa. Se deseja ser reeleito, terá de realizar um governo sem pensar em reeleição. As colônias eleitorais acabaram para as tribos dos papas-cargos. Essa Cachoeira tem deltas nos arquipélagos de ilhas banhadas pelas águas nos paraísos fiscais das licitações em todas as enseadas na bacia das empreiteiras
dos rios federais, dos riachos estaduais e dos ribeirões municipais. Essa Cachoeira abriu um panorama valioso. Todos viveram com ela jogando água por perto. Uns, esborrifados pela salivação dos que a beberam. Muitos, com a boca ainda molhada, cuspindo-a em alguns. Há, inclusive, câmara com gás metano vazando da vala impressa. Mas a Cachoeira vai secar. E então se verá de onde veio a fonte e para onde foi o seu manancial no reservatório nobre ou popular. São o malefício de si. Se tivessem legenda palpável à mãos limpas e houvessem figurado na cena bíblica de apedrejamento de Madalena, quando Jesus dis-
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se: “Quem nunca pecou,que atire a primeira pedra.” Eles teriam atirado as suas madalenas. Não bebi corredeira da Cachoeira. Nem comi ladeira da Serrinha. Com uma diferença diante dos altares da honra. Aquela madalena converteu-se. Essas madalenas não buscaram a remissão dos pecados. Profanaram-se. Nos perjúrios da calúnia. Nos falsos testemunhos da difamação. E nos sacrilégios da injúria. Mas, porventura, querem experimentar gota a gota do aquífero carbonário. Polêmica é a minha água. Atrai-me medir resistência na torrente das ideias. Kid Neto, secretário regional do PMDB, Kid Netto esteve com Adib Elias em minha sala dias
atrás e cobrou-me: — Gosto de ler seus artigos. Mas são muito longos! — Os temas são como os rios. Uns estreitos.Outros largos. Se são ou como o Araguaia ou como o Meia Ponte, então entro com fôlego na inspiração medida à extensão do tempo necessário. Não sou como muitos que boiam no meio e passam por cima do tema. Mergulho a fundo e vou de barranco a barranco. E não bebo em ideia na cacimba mental dos outros. Jornalista Hélmiton Prateado interrompe-me para não perder tempo com eles: – Burros não pensam! –Engano seu.Se pensam não sei. Mas escrevem.Talvez por arrogo. – Inútil dialogar com eles.Não se aprende nada. – Pode ser proveitoso.Sou teórico em corrupção. E corrupção é matéria que eles conhecem de prática.
Diário da Manhã
OPINIÃOPÚBLICA EDIÇÃO ESPECIAL
OPINIÃOPÚBLICA TOSQUEIOS
Ronaldo Caiado
bandarem com as ovelhas negras, porém não as julgo sem conhecer a sua procedência. Os carneiros têm a cabeça muito dura e brigam batendo-a no contendor a pancadas secas. Às vezes caem com o traseiro numa pedra pontuda, às vezes sentados sobre uma rodilha de jaracuçu. Certos políticos parecem ter no cére-
bro a dureza dos carneiros no osso da cabeça. Por isso vivem quebrando a cabeça com gente à-toa. É o caso de muitos que tiveram os nomes respingados ao serem citados Benedito Torres nos colóquios das clandestinidades de Carlos Cachoeira. Benedito é o promotor púO deputado federal Ronaldo blico que o cristianismo perCaiado, fraternizado na prole dos deu no padre e o seu suor Democratas, e o procurador-geral não perde para a água da pia
BOA
TRIGO
LÃ
PURO
O médico Paulo Garcia, prefeito de Goiânia, é outro cordeiro e simboliza bem aquele que a imagem de São João Batista carrega nos braços e que no Paulo configura conduzindo o próprio coração nas mãos abertas ao seu sacrifício pelos ouSão João Batista tros. Não foi outro o seu gesto ao assumir publicamente a responsabilidade pelas licitações das compras dos brinquedos do Mutirama realizadas anteriormente ao seu mandato e, também, um ato de benevolência ao não revelar que as culpas jogadas às suas costas eram diretas de amigos do peito ideológico do seu PT. A sua origem não traz sequer um tipo de capim cuja a semente não tenha sido plantada por ele. Foi tosquiado e deixado ao frio pelo silêncio dos que usaram a sua lã para se cobrir dos ventos gelantes da vergonha para eles. Paulo Garcia põe em seus passos a toada das rezas e, no comportamento, os acenos da bondade. Meses atrás esteve em minha casa,
Em nenhum outro lugar se conhece tão de perto as virtudes e os deméritos das pessoas quanto nos longos convívios com os parentes mais próximos. Maguito Vilela é dos políticos que correm em minhas artérias e jamais pingou uma gota de sangue que me machucasse no coração. Subiu de vereador em Jataí, deputado estadual, deputado federal, governador de Goiás, senador da República e está prefeito de Aparecida de Goiânia e somente não será reeleito se não quiser ou se o povo aparecidense quiser perder um grande prefeito. Maguito não é da safra de prefeitos que chegaram empregados nos farrapos nos salários a grande patrimônio. Ele veio do tamanho da herança dos pais, patronado depois de ter passado por uma das vices-presidências do Banco do Brasil, e continua o mesmo espólio que lhe fora legado pelos ancestrais. Não é sem razão que a presidenta Dilma Rousseff jamais se recusa a atender a uma das rei-
Paulo Garcia
deixou o cargo de prefeito lá fora, e tive a impressão de que ele viera comigo dentro de si, pois tudo que eu pensava em lhe falar, ele diziame antes, com tamanha identidade de pensamento que pareceu ser um monólogo de dois diálogos. Nunca deixei de declarar meu voto em artigo assinado aos candidatos que considero os melhores. Embora o deputado federal Leonardo Vilela seja meu primo, serei eleitor de Paulo Garcia no próximo pleito.
O MARCONÍRIS Todas as coisas, as frutas ou as pedras, gente ou bicho, o tudo e o nada, o feito e o não feito, emitem o seu sintoma característico de quando vão acontecer e trazem em si o seu cheiro próprio de como vai deixar o ambiente, assim como nos céus carregados de nuvens, as trovoadas têm aquele som fundo dos bombardeios distantes no início e no fim dos períodos chuvosos. Tão logo após surgir repentino o temporal da Cachoeira como se ela estivesse sido colocada dentro dos ouvidos de todos, deu para perceber que a carga de relâmpagos, quais rajadas de faíscas deixadas no rastro de raios, com os ventos soprando canalizados de Brasília para Goiás, o prenúncio trouxe o odor da vingança de Lula sobre o Marconi, enquanto que daqui do Estado subiam fumaças do fogo de iristas ainda ardendo nas brasas acesas da derrota sofrida pelo irismo no fogo da vitória do marconismo. Os que deselegeram o Iris foram os mais chegadinhos a ele e que foram jogando cinzas em seus olhos, para que não os visse escorraçando-o de seu eleitorado. Do mesmo modo, os responsáveis pelo enfraquecimento político de Marconi são os mais apegadinhos a ele e que o cegaram
Iris Rezende
vindicações da sua administração para a cidade em que se domiciliaram nela todos os monturos de problemas empurrados mais em massa de Goiânia para os municípios vizinhos. Aparecida de Goiânia é a capital de muitas cidades conglomeradas e inadministráveis entre si em seu perímetro urbano e onde se dividem inseparáveis dois municípios: a Aparecida da população dependente em tudo da prefeitura e que outros políticos não querem deixar morrer, para não ficar órfãos de votos dos carentes de favores deles; e a Aparecida que eles dificultam o seu nascimento, a fim de não vir a ser em breve um dos mais robustos polos econômicos de Goiás, para não perder a fama de ser os mais ricos do lugar. Aparecida de Goiânia é povoada por dois redutos de vida discutível: um é o dos motéis, de porte suspeito; outro é o do presídio, de suporte ao crime. Porém houve um terceiro fator bem mais comprometedor e que esquadrinhou a má sorte no destino da população: o da especulação imobiliária, que cometeu crimes mais nocivos ao urbanismo que todos os marginais reunidos da cri-
na exclusão de seus eleitores na composição do governo. Da banda do Iris, os da Delta. Do lado do Marconi, os da Cachoeira. É como se ambas as faces dos dois líderes ficassem cada qual com um dos olhos abertos para o outro, e o outro olho fechado para si mesmos. Não atinaram que o equívoco daquele está no engano desse. Ou o Iris tira muito do estilo populista do Marconi que está nele, ou o Marconi tira dele o figurino do clientelismo do Iris, e se arejem de vez da compreensão de que a meta do governante moderno é cumprir o plano de obras que motivou o eleitorado, e não para transformar os cargos públicos em alojamentos de compromissos políticos de campanha eleitoral. O estadista só pode se acercar de três tipos de pessoas. Uma que tenha muito dinheiro limpo. Outra que tenha muitos votos e o eleitorado próprio. E a terceira, que tenha muitas ideias criativas. E não empresários que apoiam o candidato para ganhar dinheiro em seu governo. E não políticos que se elejam com os votos do governador. E não intelectuais de mentalidade copiada e inacriativas. Se o Iris Rezende e o Marconi Perillo olharem bem no rodiziamento dos que os assessoram, verão que estiveram até aqui reciclando os mesmos burocratas nos remanejamentos das funções com os mes-
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“Comunicação é para jornalista formador de opinião e capaz de incendiar o emocional no mercado do leitor inteligente.”
de Justiça, Benedito Torres, irmão do senador Demóstenes Torres, que se companhianizou malíssimamente mal. Ronaldo é de uma honradez que chega a ser brutal no seu caráter e desconcertante para um homem civilizado como ele o é. Pode-se discordar de suas ideias, algumas já um pouco lá atrás no fora de uso em política, mas não de sua mentalidade do que não trai, não mente, não rouba e é sempre o primeiro a chegar para os amigos nas horas amargas.
ÀS CEGAS Ao olhar à distância e sem ver ao perto as confabulações, e ao ouvir as conversas tão descontraídas de gente tão esperta sem escutá-los, não me arrisco a entrar para apartar na Fazenda Cachoeira, no rebanho, os cordeiros de boa lã dos cabritos com pele de cordeiro, e vemme à memória o provérbio de Salomão: “Uma ovelha negra (o Carlos) Salomão põe todo o rebanho a perder.” É certo que na manada há cabras que passam de baixo e andam por cima das cercas, para entrar em qualquer pasto à sua frente, por trás e ao lado; mas há os que se mantêm magros com capim sobrando à sua porta. Contudo, cometem o erro se de-
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batismal. Ínclito, tentar manchá-lo é como usar toalha de altar ao invés de pano de chão para limpar piso. Mas, infelizmente, as pessoas só percebem à custa dos socos da vida que os seres que lhe são mais prejudiciais estão bem juntinhos delas. Às vezes chegam a ser tão doídos os golpes recebidos que dá vontade de ir embora deste mundo. E nesses momentos resta se consolar-se com uma sabedoria de Papa Pio XII, para Pio XII não se esmorecer de vez: “Não tenho medo da ação dos maus. O meu receio é que haja o desestímulo dos bons.” Jesus Cristo, que foi o mais sábio de todos os homens que já vieram à Terra, formou uma equipe de 12. No entanto, um o traiu e dois o negaram.
Maguito Vilela
minalidade urbana. Maguito é uma hóstia de trigo puro. E não feito com essa farinha do pão que o Diabo amassou e engordou políticos obesos de enriquecimento catado na miserabilidade proletária de Aparecida de Goiânia.
míssimos nomes dos próprios ou de seus filhos ou de seus netos, quando não surgem alguns ressuscitados dentre os finados no eleitorado ou extintos nas ideias ou caducos como gestores empreendedores. Marconi é o que Iris já foi e Iris poderá vir a ser o que Marconi é atualmente. Os dois precisam entender que o modelo que não for atual na França está também desatualizado para o resto do mundo. O amadorismo perdeu a validade. Cada pessoa só tem utilidade dentro do seu conhecimento específico da atividade que exerce. Comunicação é para jornalista formador de opinião e capaz de incendiar o emocional no mercado do leitor inteligente. Rodovia é para engenheiro conhecedor das rotas do crescimento econômico e que estão encantoadas em regiões com pouca produtividade em razão da inexistência de vias de acesso para os centros de consumo. Planejador é o perceptor de que chegou o momento de inverter a visão de se levar o progresso da capital para o interior e passar a investir no ciclo do desenvolvimento irradiando o crescimento do interior para Goiânia. Em resumo, uma mudança total nas práticas políticas, como provincianismo de se inventar suplentes de senador que não possuam votos sequer para se eleger a vereador e cujo prestígio é medido não pelas cédulas eleitorais, mas pelas da Ca-
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OPINIÃOPÚBLICA EDIÇÃO ESPECIAL
OPINIÃOPÚBLICA
A Ciência Clássica está para a Ciência Quântica como o carro de boi está para a espaçonave. Aquela é o aeroporto. Esta é o voo. Na Clássica, sou pessoa presa à Terra. Na Quântica, estou espírito liberto no Céu. Os que conhecem minha vida, tanto os que me presenciaram criança quanto os que me acompanharam no jornalismo, viram-me seguir em todos os mesmos percursos no rumo voltado para Deus.
Na natureza, tudo evolui. Um elétron quando excitado por qualquer energia se agita em sua posição atual e avança para órbita eletrônica superior; quando chega à última camada, realiza o salto quântico e, como num gozo divino, libera luz. Não há outra explicação. Avisaram-me antes. Ao abrir
os olhos à luz da vida no parto, já sabia que o mundo ia ser duro comigo. Eu menino era o mesmo velho que estou no mesmo menino no velho. Houve sempre dentro de mim uma tristeza que não sei a razão e uma saudade que não sei de onde. E poucos veem o mundo tão bonito como ele é belo ao meu olhar, ou ouvem músicas tão lindas como as que escuto na alma. Não houve um só instante de minha vida que não o amei agradecido a Deus. Às vezes parece-me que estou fazendo algo longe do lugar que estou. Não convivo integral nas festanças e frequento a Humanidade na pessoa à minha frente. Vivo pronto para estar morto no minuto seguinte. Nada me desanima e tudo me estimula. Os que desertam nas traições. Os que fraquejam nas ingratidões. Os que não notavam que os percebia no que estão por fora o que são por dentro. Os que os conhecia nos brabos os covardes que ignoravam sua covardia. Os que não imaginam que eu sabia que minhas culpas vinham de seus erros. Ando o tempo todo dentro da cabeça, do cérebro para o coração e no coração procuro Deus. Os meus dias estão marcados pela altivez dos insurgidos à arrogância dos poderosos e dos enternecidos com os humildes in-
Manhã 1
“A presidenta Dilma Rousseff deu o passo na direção das mudanças na História da Humanidade contemporânea.” Não está no Brasil que nasce nos jovens que morrem espalhados ao chão das esquinas abertas às drogas. Não está na orfandade dos mortos nos assaltos a caminho de casa para o trabalho. E está nos condomínios de luxo com a fome murada do lado de fora. E está na Medicina refém da indústria química que manipula a saúde do povo. E está no Brasil que nasce e morre nos assaltos, furtos e roubos das verbas públicas. E está na orfandade nacional de políticos que não sejam filhos da corrupção.
sa da Moeda nos caixas de campanha. Marconi e Iris Rezende precisam se levantar do leito do provincianismo político, ou acordarem-se dos sonhos que já se foram há décadas nos partidos políticos requentados. Tirando Iris do PMDB e Marconi do PSDB, procurar outro candidato com o valor pessoal e político dos dois dá no mesmo que se fazer concurso para eleger uma Miss Virgem em concursos de garotas de programa. Ou o Bloco dos Sujos rasgue a máscara dos Pierrôs e levante a fantasia das Colombinas, pare de cantar o samba do carnaval de 1159: “Me dá um dinheiro aí”; e feche o randevu da Casa da Mãe Joana, ou vai passar a ouvir samba carnavalesco de 1954: “As águas vão rolar” da Cachoeira, ao som dos tamborins nas algemas. E de mais deltas que imaginam. Ou Marconi Perillo e Iris Rezende tirem de seu brilho de estrelas os planetas que vivem à luz de ambos e os meteoritos que gravitam à sua volta, ou poderão sofrer um eclipse nas eleições de 2014. Iris estivera imbatível nas urnas desde vereador de Goiânia a governador de Goiás, até surgir Marconi e derrotá-lo a primeira vez para governador, segunda vez no Maguito para governador, terceira vez o Iris para senador e a quarta vez o Iris para governador. Até quando? Quando o Iris e o Marconi forem derrotados, um tirando os votos do outro para um terceiro candidato. Um novo. Porque se um desses comerciantes com mandatos populares viesse a ser candidato a governador, secaria a Cachoeira e afundaria a Delta. Quanto mais Lula bater em Marconi, mais o governador goiano crescerá. Goiano é de vocação democrática conservadora. Tampouco precisa ficar temeroso. Basta seguir a linha do bem, indiferente a todo mal que lhe vier do Lula. O caminho é do saneamento moral instituído pela presidenta Dilma Rousseff e que fê-la referência mundial a ser seguida e citada por vários chefes de Nações de primeiro mundo. E Marconi Perillo não precisa ir muito longe para se consagrar como um dos estadistas das mudanças. É só tapar os ouvidos à voz dos maus. E escutar apenas o seu coração. O próprio Carlos Cachoeira está sendo um instrumento do Poder Divino para mostrar que a maior pobreza do Brasil não está na penúria das favelas. Não está nos doentes amontoados à míngua nas portas dos hospitais públicos sem remédios.
CARRO DE BOI E ESPAÇONAVE
GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 2Diário DE MAIO DE da 2012
TRILHA À LUZ Lula abriu as comportas da Cachoeira com o objetivo de submergir o julgamento do Mensalão pelo Supremo e com o propósito de manter a barragem represando até que se evaporasse na CPI do Cachoeira toda a água suja que a Dilma trouxe à tona com a faxina nos ministérios dos ministros no leito do governo petista que transformavam o PAC em Plano de Aceleramento da Corrupção. A presidenta Dilma Rousseff deu o passo na direção das mudanças na História da Humanidade contemporânea. Lula volta para a biografia tribal do ontem. E será caminhando nesse Brasil predestinado pelas profecias – que já está raiando nos horizontes a grande civilização que governará a Terra a partir deste século – que Marconi passará triunfante sobre o ódio de todos os maus com o bem dos bons. Entre para a sua alma, Marconi, e saia derramando só bondades em seu caminho. Talvez, quem sabe, venha a ser o salvador do próprio Lula. Se Lula persistir no velho estilo de ex que não se desencarna do cargo e passa a militar em arranjos grupais na política para deter a arrancada contra a corrupção no governo do PT, o adversário que enfrentará na próxima sucessão presidencial está com o nome pronto na aprovação do eleitorado inteligente. Talvez Lula fará uma exceção à regra geral na História. Será o primeiro criMarconi Perillo ador a se voltar contra a sua própria cria.
defesos. Seja no altar das vitórias ou no sótão das derrotas, a minha posição sempre foi a do genuflexo a Deus. E é assim que quero sair da Terra no dia em que esse filho voltar para o Pai no Céu.
NO ATO, A ORAÇÃO Quando morrer, não quero que os médicos retirem minhas vísceras, para o defunto durar elegante no velório. Não façam isso comigo. Peço para ser levado com o corpo ainda quente da
cama em que falecer para a minha casa. E suplico para ser ajoelhado de mãos postas, vestido com uma das roupas que uso no trabalho e fique mantido nessa posição até a rigidez cadavérica. E não me coloquem em urna mortuária. Levem-me direto de casa e ponham-me dentro da sepultura. Rezem e não chorem por mim, para que o pesar dos meus familiares e dos meus amigos que estiverem na minha partida não entristeça a alegria dos meus familiares e dos meus amigos que estarão me esperando na minha chegada. A saudade que sinto dos de lá é a saudade que vou sentir dos daqui. Co-
lham uma rosa do pé plantado na campa do Fábio e depositem sobre o meu túmulo. E, se puderem, mandem uma oração todos os dias para o meu espírito. Pela pessoa que sou e que deixou essa vida ajoelhado de mãos postas em agradecimento a Deus. Por não haver levado nada da terra do que é da Terra. No mais, vamos ali. Venham comigo ver o futuro.
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