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Diário da Manhã
ESPECIAL – PSICOGRAFIA
GOIÂNIA, QUINTA-FEIRA, 22 DE JUNHO DE 2017
Fábio Nasser Psicografia recebida no último dia 20, pelo espírito do jornalista Fábio Nasser, traz o consolo ao seu pai ante as provações vigentes, reforça a importância da reforma pessoal de caráter que cada um deve fazer nos tempos atuais, diz que o caminho do Diário da Manhã exige cuidado e atenção e reforça que a voz de mudanças profundas, que o mundo as clama, deve ser amplificada para despertar as consciências adormecidas
O CHAMADO DE UM NOVO TEMPO Antonio Olegário Especial para
Meu querido pai, abençoe seu filho. A saudade é um ímã por demais poderoso a atrair nossos corações. E por isso estar ao seu lado é motivo de júbilo intenso. É impressionante quando o seu coração chama o meu, na certeza das letras esperadas. É o caminho que seguimos, pautando e burilando nossos corações, fazendo com que cresçamos em força e determinação. E precisava vir afirmar ao seu coração que toda reforma segue sob o cuidado atento de nossos amigos e seus amigos de outrora. Os dias que se sucedem refletem o esforço da recuperação. Porém, o percalço ainda exige cuidado e atenção. O senhor tem ao seu lado o mesmo Meurice do L’Èvènement na figura do nosso querido Arthur, que precisa ser moldado a te ajudar para o futuro como o fez no passado. É necessário, meu pai, alma de poeta e coração de sonhador para dar continuidade a um ideal. lista Batista Custódio, agora é um dado passado sobre o menino Arthur da Paz, atual diretor de Redação deste Diário. Fábio diz que Arthur é um antigo parceiro de Batista, citando seu nome de vida pretérita como Meurice (leia mais informações abaixo), que trabalhara no periódico L’Èvènement, um jornal fundado em Paris, em 1º de agosto de 1848, para apoiar a candidatura de Louis-Napoléon Bonaparte, que seria proclamado mais tarde Napoléon III, primeiro presidente da segunda república francesa. O jornal existiu até 1851. Fábio retorna para reaquecer o coração do seu genitor: “É necessário,meu pai,alma de poeta e coração de sonhador para dar
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Mensagem psicografada na noite de 20/6/2017, nas Obras Sociais Mãos Unidas, pela médium Mary Alves
Meus irmãos estarão sempre a sua volta. Espero que compreenda a sutileza dessa assertiva, pois corações que ainda precisam ser burilados não estão aptos a executar um acorde perfeito. Estaremos juntos nessa Odisséia do amanhã. Busquemos levantar nossa voz às consciências adormecidas, conclamandoas ao chamado de um novo tempo. Vovó Bina pede dizer que não o esqueceu. São muitas tarefas em família. Com o amor imenso e a gratidão a cada um de vocês, serei sempre o seu filho
Fábio Nasser Custódio dos Santos” continuidade a um ideal”, valores os quais Batista Custódio transmite diuturnamente dentro da Redação do Diário da Manhã; pergunte lá quem quiser. O espírito acrescenta ainda que seus irmãos “estarão sempre a sua volta”. No caso, os filhos do jornalista que buscam auxiliar o pai, cada qual à sua maneira, no projeto de sustentação do veículo; mas alerta que ainda muito precisa ser burilado para que a sinfonia seja regida em harmonia desejada, onde Fábio consola o pai: “Estaremos juntos nessa Odisséia do amanhã”. Batista, em estado de oração, dias antes de receber a mensagem, questionou o filho nas suas
ão é desconhecido, da sociedade goiana, o esforço colossal que o jornal Diário da Manhã – empunhado como bandeira nas mãos de seu editor-geral – produz para sustentar os caros ideais da liberdade absoluta de imprensa. Apesar das falências impostas por ditaduras e asfixias econômicas e jurídicas escancaradas, a História vai tratar como honra a sobressaída hercúlea, não da empresa, mas do sonho embutido nela, de compartilhar ideias de livres pensadores, livres de qualquer censura. Embora as ten-
tativas de boicotes persistam: é esperado, é natural, que a luz atraia para si as mariposas. A Ciência desconstruiu a matéria quando explodiu o interior do átomo e avançou para a descoberta das ondas. Converter-se-ia, agora, o Universo em um domínio de fenômenos elétricos, magnéticos, perpassados por ondas e raios de variada natureza. Assim, os cientistas destruíram o materialismo que acorrentava o homem ao limite da carne; e no seio das novas ciências, como a Quântica; aproxima o homem de seu fundamento: o espírito. As psicografias que chegam diariamente ao mundo, já se consolidaram como prova irrefutável da imortalidade da alma e da pluralidade das existências. Contudo, ante a alvorada
das novas ideias, há sempre as sombras de um mesmo velho atraso, que tenta impor combate e freio às mudanças paradigmáticas que vêm, inexoráveis, e transformam o entendimento humano acerca do Universo. Foi assim com Galileu. Foi assim com Kardec. Será assim com qualquer nova ciência, até que amadureçamos como civilização. A criatura humana, acomodada em valores estáticos, não aceita de imediato a demolição do edifício confortável que outrora lhe pôde sustentar. E assim, ignorantes, tentamos desacelerar a marcha da evolução, até sermos, finalmente, engolidos por ela, que é Lei.
PSICOGRAFIAS
Na última mensagem psicografada pela médium Mary Alves, no dia 20 de junho, nas Obras Sociais Mãos Unidas, tivemos mais um estreitamento entre o Lá e o cá. Além das dezenas de psicografias que a médium psicografa por sessão, foi permitido, ainda, outra carta para o jornalista Batista Custódio, com conteúdo revelador, que percorreu desde o conhecimento de outra reencarnação, até as necessidades morais dos homens de agora. “É impressionante quando o seu coração chama o meu, na certeza das letras esperadas”, escreveu Fábio explicando o fenômeno do laço infinito que unem dois afetos: o amor. E acrescentou que esta possibiliARQUIVO DM
dade é “o caminho que seguimos, pautando e burilando nossos corações,fazendo com que cresçamos em força e determinação”. Novamente, o filho Fábio reafirma ao pai Batista que os espíritos que o auxiliaram em outra existência, e nesta, como o do Alfredo Nasser, continuam em “cuidado atento” sobre a questão da “reforma” do Diário da Manhã. “Os dias que se sucedem refletem o esforço da recuperação”, sentencia com um aviso claro, logo adiante: “Porém,o percalço ainda exige cuidado e atenção”. A novidade, em relação as outras psicografias, mas que muitas também trouxeram informações sobre a vida pregressa do jorna-
Diário da Manhã
meditações onde estaria sua avó, Felisbina Josefa dos Santos, que foi casada com seu avô Anicésio Cardoso. “Vovó Bina pede dizer que não o esqueceu.São muitas tarefas em família”. Batista já confessou que “Bina” foi muito importante em sua vida e que antes de dormirsemprefazumaprecepara a avó que lhe salvou a infância. O abraço de despedida, temporária, de Fábio, veio na última frase da missiva: “Com o amor imenso e a gratidão a cada um de vocês,serei sempre o seu filho”. Antonio Olegário da Cruz Filho, membro titular da Academia Espírita de Letras, cadeira nº 36, cujo patrono é Victor Hugo
ÊÊ QUEM É MEURICE, CITADO NA PSICOGRAFIA DE FÁBIO NASSER
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EURICE, François Paul, nascido 5 de fevereiro de 1818 em Paris e morto 11 de dezembro de 1905 (aos 87 anos), na mesma cidade, era um dramaturgo francês conhecido pela amizade que o ligava a Victor Hugo por muitos anos. Em 1836, aos seus 18 anos, Paul Meurice foi apresentado a Hugo por seu amigo Auguste Vacquerie, e logo se tornou um firme seguidor. Ele tinha ambições literárias e embarcou na carreira de dramaturgo. Em 1848, Hugo fez dele redator chefe do jornal L’Èvènement (em livre tradução do francês ao português: O Evento), o que rendeu a Meurice ser preso por 10 meses em 1851. Sua cumplicidade com Hugo foi enorme: o poeta foi testemunha de casamento do seu amigo com Palmyre Granger, filha do pintor Pierre Granger. Além disso, durante os vinte anos de exílio
de Victor Hugo, Meurice cuidou dos interesses financeiros e literários do escritor degredado. Enquanto isso, ele continuava sua própria carreira literária, publicando romances, alguns em colaboração com Alexandre Dumas, para quem ele também escreveria como ghostwriter. Adaptou Notre-Dame de Paris, Os Miseráveis e Noventa e Três (Quatrevingt-treize) para o palco. Com Vacquerie e Charles, filho de Victor Hugo, Meurice fundou o jornal Le Rappel em 1869. Com a morte de Hugo em 1885, Meurice e Vacquerie foram nomeados executores testamentários de Hugo. Nas suas possibilidades, Meurice compilou uma coleção de poemas póstumos de Hugo. Em Paris, ele fundou a Maison de Victor Hugo, um museu, em 1902. Meurice está enterrado na 26º divisão do cemitério de Père-Lachaise.
Meurice tinha uma casa na costa da Normandia em Veules-les-Roses (uma comuna francesa na região administrativa da Alta-Normandia) quando ele morou entre 1868 a 1905 e onde se encontrou inúmeras vezes com Victor Hugo. Três bustos de bronze do Monumento Parisiense para Victor Hugo, criados pelo escultur Louis-Ernest Barrias (eregidos em 1902) e salvos da destruição durante a Ocupação, foram instalados próximo a casa para comemorar estas visitas à residência de Meurice, e as peças são ornamentadas por um medalhão esculpido por Denys Puech.
JORNALISMO Na obra A Victor Hugo Encyclopedia, o autor John Andrew Frey, conhecido por sua profundidade em investigações biográficas, confirma que François Paul Meurice era um
fervoroso e leal admirador de Victor Hugo, e que era um participante ativo das causas esposadas pelo poeta. “Em primeiro lugar devem ser mencionados os esforços jornalísticos de Meurice em favor das opiniões de Hugo”, escreveu o autor na enciclopédia hugoniana. Por ter servido Victor Hugo como amigo e devoto fiel – e não pelos esforços como romancista –, é que Meurice é principalmente lembrado na História. Nas suas obras, tendenciou ao drama histórico, como em Benvenuto Cellini (1852). Já a sua Falstaff (1842) está de acordo com Shakespeare, assim como está a sua própria variação de Hamlet, escrita em 1847. Sua Antigone (1844) é derivada da filosofia de Sófocles. Naturalmente esperado, ele se inclinou a Hugo como inspiração, e entre 1878 e 1881 ele realizou as adaptações das principais obras hugonianas, já supracitadas, para os palcos.