Caderno Força Livre do Jornal Diário da Manhã – Mais que Utilidade Pública, Voz ao Cidadão. 1 Simone Antoniaci Tuzzo 2 Lívia Marques Ferrari de Figueiredo 3
Resumo Esta pesquisa formulada por análise quantitativa e qualitativa foi realizada com a totalidade de matérias publicadas no Caderno Força Livre do Jornal Diário da Manhã no período de 25 de setembro a 22 de outubro de 2011. O objetivo principal é caracterizar a fala dos líderes de bairro e a sua relação com a formação de opinião pública. A hipótese central é de que os líderes de bairro caracterizam-se como formadores de opinião diante de um grupo determinado geograficamente. A partir da produção de um caderno de jornal impresso que veicula a fala desses representantes, configura-se também a hipótese de legitimação da voz, para aquele que possuía um limite de divulgação de fala determinado e dirigido quando fora dos meios de comunicação de massa e que encontra ampliação de público para suas ideias e conceitos ao serem divulgados pela mídia, multiplicando o alcance de sua voz e consequentemente ampliando o número de receptores de suas mensagens. Palavras-chave: Jornal Impresso; Formadores de Opinião; Opinião Pública.
INTRODUÇÃO
No período de 25 de setembro a 22 de outubro todas as matérias veiculadas no Caderno Força Livre do Jornal Diário da Manhã foram analisadas qualitativa e quantitativamente. No total, foram identificadas 130 matérias com referência a líderes 1
Pesquisa realizada pelo Grupo de Pesquisa Sociedade Midiática em Goiás, cadastrado no CNPQ, sob a coordenação da Profa. Dra. Simone Antoniaci Tuzzo, com a participação dos alunos do 4º período do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Relações Públicas da UFG, na Disciplina Teorias da Opinião Pública: Ana Gabriela de Almeida Fernandes; Déborah Brito Bombonate; Enya Cristina Neves Café e Castro; Franciele Toledo Ferreira; Gleyce Kelly de Jesus Camargo; Laura Santos Chaves; Mariana de Oliveira Gomes; Vinícius Borges Silva. 2
Simone Antoniaci Tuzzo é Professora Efetiva do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia – FACOMB, da Universidade Federal de Goiás – UFG. Doutora em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Mestre e Graduada em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo – UMESP. Líder dos Grupos de Pesquisa Mídia, Imagem e Cidadania da UFG e Sociedade Midiática em Goiás – CNPQ. Autora dos livros: Deslumbramento Coletivo: Opinião Pública, Mídia e Universidade e Célebre Sociedade. E-mail: simonetuzzo@hotmail.com 3
Lívia Marques Ferrari de Figueiredo é Mestranda e Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Goiás – UFG. Pesquisadora dos Grupos de Pesquisa Mídia, Imagem e Cidadania da UFG e Sociedade Midiática em Goiás – CNPQ. Autora do Livro: Célebre Sociedade. Email: liviamarquesferrari@hotmail.com
de bairro, sendo 58 matérias com fotos, 46 matérias sem fotos, 24 matérias positivas ao líder do bairro e 2 matérias contrárias ao líder de bairro. O principal objetivo do Caderno Força Livre do Jornal Diário da Manhã é o destaque aos bairros e às suas lideranças, como forma de valorização do local e daqueles que se destacam na construção diária de uma sociedade mais digna e envolvida com a sua realidade. Esta pesquisa parte da hipótese de que os líderes de bairro são personagens com voz diante de um grupo social, demarcado geograficamente. Contudo, esse alcance de voz está sempre limitado aos meios propagadores como os veículos dirigidos de comunicação ou simplesmente a fala humana. Em uma sociedade caracterizada pela socialização a partir dos meios de comunicação de massa, encontrar um veículo de mídia que dê voz aos líderes de bairro é uma forma de legitimar as suas falas, transformando-os em celebridades locais, capazes de representar os integrantes do espaço geográfico por eles compreendido. Além disso, a exposição de ideias e pensamentos das falas dos líderes de bairro é uma forma de multiplicação de suas vozes, ampliando o número de receptores e o intercâmbio de informações entre os vários bairros distantes geograficamente.
ANÁLISE DOS DADOS
A primeira semana de análise compreendeu os dias 25 de setembro a 01 de outubro de 2011. Quantitativamente, foram publicadas 24 matérias com citações de líderes de bairro. A matéria “De olho na natureza” (25/09), produzida por Leydiane Alves traz a reivindicação de líderes de bairro de diferentes setores em prol da preservação dos mananciais que vem sofrendo com empreendimentos indevidos em suas nascentes. O presidente da Associação de Moradores do Jardim América, o geólogo João José destaca a situação do Córrego Cascavel que vem sendo destruído e a importância de sua preservação através de quatro (4) falas diretas. Com o subtítulo “Outro Local” o jornal apresenta o depoimento de Jair Dias Damasceno morador de campinas que também é afetado pela poluição do Córrego Cascavel, em duas falas diretas ele relata a importância da preservação dos mananciais para as gerações futuras. O jornal não apresenta resposta dos órgãos governamentais responsáveis, apenas reivindicação dos líderes de bairro que são afetados pelo problema. “Comunidade une-se política” (26/09), de Grazielle Balbino, apresenta a
proposta de Claudino Valadão, líder do bairro Cidade Jardim, de inserir no calendário do município o aniversário de seu bairro, contando com o apoio do vereador Deivison Costa. O jornal apresenta no final da matéria um entretítulo (“Deu certo”) em que o líder, de forma indireta, reconhece que a parceria com o parlamentar tem sido efetiva para melhorias na região e faz um agradecimento a ele. A matéria não apresenta o discurso de forma direta do líder de bairro e dá ênfase nas ações realizadas pelo vereador. A matéria possui duas fotos, sendo uma do líder de bairro junto ao vereador Deivison e outra somente do líder de bairro. A matéria de Patrick Cândido, “Aceleram a educação” (26/09), traz o líder do Bairro Residencial Itaipu 1 e 2, Albino de Souza cobrando das autoridades a abertura de 600 vagas em Cmeis, até que sejam construídas as novas unidades. Como uma forma de resposta a reivindicação do líder de bairro, a matéria apresenta a fala da Presidente Dilma Rousseff e outros líderes políticos que afirmam que haverá construção das Cmeis até o ano de 2016. Percebe-se a utilização do discurso direto e indireto, através de duas citações diretas e duas indiretas do líder de bairro e uma citação direta da moradora Alice Machado. A matéria possui uma foto com líder de bairro e outra do local onde deveriam ser construídos dois Cmeis. “Antigas Queixas” (27/09), de Patrick Cândido, traz o presidente da Associação dos moradores da Vila Rezende, Mauro Soares, relatando em três citações diretas, a falta de sinalização de seu bairro e como consequência os vários acidentes que ocorreram. Mauro diz ainda que foram entregues assinaturas de moradores para o presidente da AMT, mas que nada foi feito. O jornal publica uma nota divulgada pela assessoria de comunicação da AMT, que divulga de forma direta o número “118” como contato para se formalizar reclamações e a partir de então uma equipe deverá ir ao local para fazer a contagem de veículos, pedestres e acidentes. “Profissão: Líder comunitário” (28/09), de Fabianne Costa, traz uma reportagem sobre o líder comunitário com subtítulo: “…O trabalho, que é feito como sacerdócio, auxilia parlamentares no controle e desenvolvimento da cidade ao atender pedidos diretos dos cidadãos”. O significado da palavra sacerdócio é missão ou profissão honrosa. Desta forma o jornal qualifica a atividade mesmo que não seja regularizada, lhe atribuindo o título de profissão. A matéria aborda detalhes da atividade comparando-a com funções de políticos,
buscando mostrar o que um líder comunitário faz e sua importância para comunidade. O corpo do texto é formado por falas dos líderes de bairro Wilson Sodré (presidente da associação de moradores do Setor Center Ville), Janivaldo Aureliano (presidente da associação de moradores do Residencial do Itamaracá) e Valdemir Ferreira (que não é presidente da associação de moradores, mas é referência no setor). O jornal ainda abre espaço para os líderes comunitários reivindicarem a falta de remuneração e a regulamentação da atividade, utilizando como principal argumento os gastos para atender a comunidade. “A cada passo, um novo risco” (28/09), de Camila Cecílio, aborda três problemas do Jardim Novo Mundo, um deles referente à ligação entre duas ruas, outro a respeito da quantidade de lixo e o terceiro sobre a falta de segurança. A reportagem apresenta falas diretas, sendo uma fala de Francisco Tavares (líder de bairro do Jardim Novo Mundo) e três falas de moradores que apresentam as dificuldades de locomoção, segurança e limpeza no bairro. A matéria apresenta como forma de resposta para a comunidade, a fala do diretor de fiscalização da Secretaria Municipal de Planejamento que afirma se tratar de uma área irregular e não se pode fazer muito para ajudar. A matéria de Fabianne Costa, “Rua vira área de lazer” (29/09), traz uma reivindicação dos moradores do Garavelo B, por meio do líder de bairro William Carlos, reivindicando um espaço de lazer para as crianças da região. William alega abandono e esquecimento em relação às crianças da região que são obrigadas a brincar nas ruas por falta de opção. A matéria apresenta quatro citações diretas e quatro citações indiretas do líder de bairro no corpo do texto. Para dar ênfase à fala do líder, o jornal coloca como “olho” da matéria a seguinte fala: “ Não sei o que vamos fazer com o dia das crianças. Eu gostaria de realizar uma gincana, preparar uma festinha bem legal para toda comunidade”, enfatizando a preocupação do líder com as crianças de seu bairro. Como legenda de uma das fotos o jornal destaca uma das falas diretas, em que Willian, de forma irônica, diz que a única área verde que as crianças têm para brincar é o tabuleiro de botão. A matéria de Camila Cecílio e Fabianne Costa “Cada vez mais verde” (29/09) apresenta um caráter diferente da primeira. Retrata a satisfação dos moradores do Residencial Center Ville com a iniciativa da Prefeitura de Goiânia em plantar mais de 140 mudas de árvores no bairro. A matéria traz depoimentos do líder do bairro (com duas falas diretas) e ainda a fala de dois moradores que vivem na região a fim de dar
maior veracidade à notícia. A matéria de Fabianne Costa, “Associação de moradores sem teto” (30/09), traz o presidente da Associação dos moradores do Conjunto Uirapuru (Senador Canedo), Ivanildo de Paiva Oliveira, presente na foto da matéria, mostrando a área que será doada para uma igreja ao invés de ser doada para a construção de uma sede da associação para o município. O líder se mostra insatisfeito com a situação já que a associação não possui uma sede e ele precisa de um espaço para colocar em prática o projeto de sua construção. A matéria apresenta três citações diretas; em uma delas Ivanildo diz que alugou uma sala com seus recursos para atender as pessoas e que esta atitude não deveria ser dele e sim do prefeito e dos vereadores. O jornal divulga a resposta da assessoria de comunicação que confirmou a doação da área e que o processo de permuta está dentro da lei. Fabianne Costa em “Pedestres disputam espaço com carros” (30/09), mostra a reivindicação do presidente da associação de Moradores do Conjunto Uirapuru, Ivanildo de Paiva Oliveira, apontando a falta de sinalização da rua 11 de Senador Canedo. A matéria destaca a fala de um morador sobre os riscos de se passar pela rua. O DM publica a resposta para a reivindicação em que a assessoria do Departamento Municipal de Trânsito (DMT) diz que a sinalização horizontal da rua 11 está deficiente, porém, as que já existem serão revitalizadas e que levará uma equipe de fiscalização para desenvolver um trabalho de conscientização junto aos moradores, já que lombadas ou redutores de velocidades fixos são vedados pela CTB. Percebe-se que a reivindicação surtiu efeito e que o pedido do líder de bairro será atendido. A matéria de Fabianne Costa “Habilitação: os excluídos da legalidade” (30/09), traz o presidente da Associação dos moradores do Conjunto Uirapuru (Senador Canedo), Ivanildo de Paiva Oliveira, questionando o fato de 200 pessoas da comunidade ficarem fora das entregas das escrituras e teme que este assunto caia no esquecimento. O líder explica que a situação está gerando desentendimento entre os moradores da comunidade e o agravante é de que as pessoas que ficarem sem as escrituras não poderão receber os benefícios do governo. O jornal apresenta uma informação da Gerência de Regularização Fundiária da Agência Goiana de Habilitação (Agehab) afirmando que 282 imóveis são prioridades do Estado e os outros 200 possuem pendências de hipoteca junto a Caixa Econômica Federal. A orientação dada é para que os moradores procurem a Agehab para verificar a situação de seus imóveis. A matéria mostra uma possível solução para a reivindicação do líder comunitário e para os moradores do Conjunto Uirapuru.
A matéria de Fabianne Costa, “Senador Canedo: obras paradas” (01/10), traz uma reivindicação da presidente da Associação de Moradores do Jardim das Oliveiras, Valdecy Meireles sobre a demora para a construção de uma Praça Esportiva do bairro e os transtornos dessa construção, como poeira, por exemplo. A reportagem apresenta duas falas diretas do líder de bairro e uma indireta dando ênfase à amplitude do problema. Logo em seguida, o jornal traz a resposta do órgão responsável pela Assessoria de Comunicação da Seplam, esta afirma, de forma indireta, que as obras não estão paradas e que tudo depende de licitações. Fabianne Costa em “Senador Canedo: sinalização” (01/10), em continuidade a matéria anterior referente aos problemas do bairro Jardim Liberdade e região da cidade de Senador Canedo, apresenta o líder de bairro Valdecy Meireles reclamando da falta de sinalização de trânsito do bairro. A matéria é composta por duas falas diretas e uma indireta do líder de bairro. Para finalizar a questão, o jornal também traz a resposta do órgão responsável, a Diretoria Municipal de Trânsito, nesta, de forma indireta destaca-se a dificuldade em ampliar faixas de pedestres devido aos excessos de curvas. Na matéria de Fabianne Costa, “A passos lentos” (01/10), o líder de bairro Wilson Sodré, do Residencial Center Ville, reclama da demora na conclusão das obras de uma escola, pois a obra deveria ter sido concluída no início de 2011. O discurso do líder de bairro se dá através de duas falas diretas e de duas indiretas, nestas Wilson reclama que apenas três profissionais trabalham na construção e também sobre o não posicionamento dos responsáveis. Como resposta a estes apontamentos a matéria coloca a fala da Agência Goiana de Transporte e Obra, que destaca, de forma indireta, uma pareceria com a Secretaria da Educação e afirma que a obra está dentro dos prazos.
Gráfico representativo da análise de conteúdo da 1ª semana do período analisado
A segunda semana de análise compreendeu os dias 02 a 08 de outubro de 2011. Quantitativamente foram publicadas 44 matérias com citações de líderes de bairro. A matéria “Bases do Atraso” (02/10), produzida por Patrick Cândido, relata vários problemas que vem acometendo os moradores do setor São Judas Tadeu. Evanelice Araújo, moradora e presidente da Associação dos moradores do setor, afirma que o bairro necessita de melhorias no transporte, educação e sinalização. Através de duas citações diretas e uma indireta a líder comunitária ganha espaço no jornal para reivindicar melhorias no transporte coletivo do setor, explicações para a paralisação das obras do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) e também pede mais sinalização nas ruas do bairro, pois, de acordo com ela, muitos acidentes poderiam ser evitados se a sinalização estivesse compatível com as necessidades. Na mesma reportagem, a líder recebe as respostas da Secretaria Municipal de Educação (SME) e da Agencia Municipal de Transito (AMT). “Festa: Jardim Nova Esperança” (02/10) produzida por Camila Cecílio sobre as festividades em comemoração aos 32 anos do bairro Jardim Nova Esperança, conta com as considerações do atual presidente da Associação dos Moradores do bairro, Manoel Francisco da Silva. A matéria é marcada por duas citações diretas do líder comunitário, elogiando a festa e a importância de tais comemorações para o setor. “Prejuízos do passado” (02/10) de Grazielle Balbino traz a solicitação de apoio financeiro feita pelo atual presidente da Associação dos Moradores da Vila Santa Helena, Jayme Arantes, para sanar as dívidas deixadas pela gestão anterior. Além disso,
o presidente visa recuperar a associação e tornar o espaço útil para os moradores. Na matéria é colocada uma citação indireta do líder comunitário na qual ele deixa claro seu interesse em reabrir a associação de moradores, que se encontra abandonada e cercada de mato, tornando hoje o espaço inútil para os moradores do bairro. A coluna “O Líder da Vez” (02/10) de Fabianne Costa, tem como objetivo homenagear os líderes comunitários, contando suas histórias e falando sobre seus interesses. O homenageado da vez é o presidente da Associação dos Moradores do Jardim Nova Esperança, Manoel Francisco da Silva. A matéria apresenta a foto do líder, além de outras quatro citações diretas, nas quais ele expressa o seu prazer em ajudar as pessoas e trabalhar em atividades voluntarias, além de deixar claro não ter interesse em ingressar na vida política. A matéria “Residencial Itamaracá arrecada fundos para construção de Igreja” (02/10), de Camila Cecílio, fala da festa realizada pela comunidade e pelo líder comunitário do residencial Itamaracá Janivaldo Aureliano, com o intuito de arrecadar fundos para a construção da igreja do bairro. No dia 03 de outubro não foram publicadas matérias de interesse para esta pesquisa. “Criminalidade. Má fama do Setor” (04/10) de Patrick Cândido alerta às autoridades da defesa civil sobre os furtos a residências, a estabelecimentos e a pedestres que viraram rotina na vida dos quase dez mil moradores do setor Fama, em Goiânia. A matéria conta com duas citações diretas do presidente da Associação dos Moradores do setor, Gilmar Manzan, e uma citação indireta, nelas o líder comunitário, além de cobrar maior esquema de segurança para o bairro, dá relatos da ação dos assaltantes e esclarece sobre os medos e receios da população local. “Avenida da Morte ganha semáforo” (04/10) de Amanda Fernanda fala sobre a comemoração dos moradores da Vila São José por conta da instalação dos tão esperados sinaleiros na Avenida Cinquentenário, que de acordo com os moradores era mais conhecida como avenida da morte, por conta dos frequentes acidentes que vinham ocorrendo no local, pelo fato de não haver sinalização adequada. Além de comentários dos moradores locais, a matéria conta com uma citação indireta do ex-líder comunitário Carlos Caetano e da atual presidente da Associação dos Moradores do setor, Carmelucia Marques Ramos que afirma ter enviado vários ofícios a Agencia Municipal de Trânsito (AMT) para que colocassem os sinaleiros na avenida. A reportagem ainda é marcada pela fotografia da líder comunitária ao lado dos moradores locais. “Comunidade pede praça” (04/10) de Camila Cecílio relata o anseio dos
moradores do bairro Vitória pela construção de uma praça na região. A reportagem é seguida de duas citações indiretas e uma direta do atual presidente da Associação dos Moradores do bairro Vitória, Bruno Borges, nas quais o líder deixa claro os problemas causados pela má conservação da atual área de lazer do bairro. Além disso, a matéria ainda conta com a fotografia do líder comunitário acompanhado de um morador local reivindicando melhorias para a região. “Esgotados de tanto esperar” (04/10) de Patrick Cândido relata a indignação dos moradores do setor Gentil Meirelles por ser o único setor da região nordeste de Goiânia que ainda não possui rede de esgoto. A matéria conta com duas citações diretas e uma indireta do atual presidente da Associação dos Moradores do bairro Mozart Messias que deixa claro a revolta da população local por conta do descaso dos órgãos responsáveis pelo assunto e ainda explica que a luta com a Saneago já se arrasta por mais de uma década, com vários ofícios entregues ao órgão, mas até hoje a situação continua a mesma. A partir dessa publicação o líder consegue receber uma resposta da Saneago para as suas solicitações. “Caravana da renegociação no Conjunto Vera Cruz I” (04/10) trata-se de um anúncio da gerência de comunicação da agência goiana de habitação (Agehab), com o intuito de divulgar as datas e horários de atendimento aos mutuários inadimplentes da antiga Cohab, no conjunto Vera Cruz I, eles desejam renegociar suas dívidas com a carteira imobiliária. A matéria apresenta o exemplo do atual líder comunitário local, João Batista de Miranda, que tinha um débito e aproveitou a caravana para renegociar a sua dívida. “Velocidade para roubar” (05/10) produzida por Patrick Cândido narra o crescente número de roubos e furtos em bairro da região leste de Goiânia. Quem representa a população na matéria é a presidente da associação dos moradores do Residencial Sonho Dourado, Sirlene Mourão. Na matéria, há quatro citações diretas da líder de bairro. O jornal procurou o 30º Batalhão da Polícia Militar, onde o Tenente Coronel Luiz Carlos Alencar, outro líder de opinião, se posicionou frente às reclamações da líder comunitária, há ainda uma publicação do número de contato para denúncias. Não existem fotos da líder comunitária, apenas do bairro em si. Percebe-se que apesar do jornal conceder espaço para a líder comunitária expor o problema do bairro, este a desqualifica, visto a citação do Tenente Coronel escolhida para ser divulgada, uma vez que a mesma contrapõe a citação da líder comunitária. “Problemas das escrituras” (05/10) produzida por Patrick Cândido relata o problema dos setores (Vila Redenção e Pedro Ludovico) que estão em área de
preservação ambiental. Quem apresenta o assunto é o presidente da associação dos moradores, Carlos Sulim. O jornal publica duas citações diretas do líder comunitário, porém não traz respostas quanto ao problema. O DM explica os perfis existentes de áreas públicas ocupadas segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo e Planejamento (Seplam) da Divisão de Fiscalização de Áreas Públicas (Dvfap), e percebe-se que a população teve espaço no texto através de expressões como “intimidadas, vivem um pesadelo”, reforçando os problemas levantados. Na matéria aparece a foto de morador do bairro. “Autodestruição” (05/10) produzida por Fabianne Costa relata problemas no bairro Itaipu, onde os canteiros centrais estão abandonados pela companhia de urbanização de Goiânia (Comurg). Quem faz a reclamação é o presidente da associação dos moradores Albino de Souza Cruz. O jornal divulga a resposta da Assessoria de Comunicação da Comurg para o problema levantado. O jornal cede espaço para o líder comunitário expor os problemas através de duas citações diretas, além de qualificá-lo reforçando a problemática e mostrando que o líder comunitário está se esforçando para resolver a situação. O jornal divulga também a foto do líder comunitário mostrando os referidos canteiros. “Invasões bárbaras” (05/10) produzida por Grazielle Balbino apresenta pessoas que moram na antiga associação e pessoas que construíram no terreno da associação do Setor Parque Anhanguera II. O 1º secretário da associação, Diego de Carvalho Peres, não possui falas diretas no jornal. O ex-presidente da associação Domingos Neto teve uma citação direta. O jornal afirma que não conseguiu nenhuma resposta da assessoria de comunicação da Seplam, porém percebe-se que os líderes comunitários tiveram espaço no jornal mesmo sem as respostas esperadas. Na foto aparece o 1º secretário da associação em frente a uma casa (entende-se ser o terreno ocupado). “Panorama do Finsocial” (06/10) produzida por Patrick Cândido expõe os problemas do bairro como: deficiência na segurança, no transporte, no saneamento básico, na educação e na saúde. Quem fala em nome dos moradores é a secretária da associação dos moradores, Alaídes Damasceno, com cinco citações diretas, além das indiretas. O jornal publica a resposta do órgão responsável por cada problema levantado por Alaídes Damasceno. Existem três fotos: a primeira mostra o transporte público no bairro, a segunda retrata o esgoto, mostrando ruas com poças e a terceira a secretária da associação dos moradores. Percebe-se que o jornal concede espaço para o líder comunitário expor o problema do bairro e o qualifica, uma vez que reforça todas as suas
falas no jornal. “Ladrões de fios” (06/10) produzida por Fabianne Costa aborda a falta de fios nos postes do Residencial Itaipu, que foram roubados e em oito anos ainda não foram repostos. É o líder de bairro Albino de Souza Cruz que fala sobre o problema com duas citações diretas e também indiretas. O jornal não obteve resposta da Celg até o fechamento da edição e reforça as falas do líder de bairro, com palavras como “cansaram de ligar”. O jornal concedeu espaço ao líder comunitário com publicação de duas fotos. “Comunidade no controle” (06/10) produzida por Grazielle Balbino aborda a reivindicação de providências que diminuam a quantidade de acidentes. Quem fala ao jornal é João Canhoto, presidente da associação dos moradores do Setor Perim. Com duas citações diretas e também indiretas percebe-se o espaço que é concedido pelo jornal ao líder comunitário. O jornal divulga a resposta da Agência Municipal de Trânsito (AMT), resposta positiva para os moradores. A foto que aparece na matéria é do líder apontando para a rua que está com problemas. O jornal se posiciona a favor da comunidade. “A mercê” (06/10) produzida por Grazielle Balbino relata a ineficiência do transporte coletivo no Setor Perim. Quem fala em nome dos moradores é o presidente da associação dos moradores, João Canhoto. O espaço é aberto pelo jornal para o líder comunitário expor os problemas do bairro, através de três citações diretas e duas fotos, uma delas de pessoas esperando no ponto de ônibus, e a segunda foto da rua sem calçada para pedestres caminharem (outro problema levantado pelo líder comunitário). “Pouca absorção, muita água” (07/10) produzida por Fabianne Costa relata a cobrança, dos moradores e da líder comunitária, por novos escoadouros no Conjunto Caiçara. Vanderlei Azevedo, diretor e secretário da associação de moradores é quem fala ao jornal. Com duas citações diretas, vê-se o espaço concedido ao líder comunitário, o jornal explica a importância da boca-de-lobo, mas não divulgou nenhuma resposta dos órgãos responsáveis. A primeira foto que aparece na matéria é da rua com uma poça d’água, a segunda foto de uma rua limpa sem buracos. A matéria “Onde deixar os filhos” (07/10), produzida por Patrick Cândido, faz referencia à falta de vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei). Quem fala em nome dos moradores é Maria de Fátima, líder comunitária do Jardim Lageado. O jornal publica a resposta da Secretaria Municipal de Educação (SME) sobre o problema levantado, com foto do Cmei. “Marcas da falta de sinalização” (07/10) produzida por Camila Cecílio relata
as reivindicações dos moradores do Jardim Novo Mundo que exigem maior sinalização na região. Quem esclarece é o líder comunitário da região leste de Goiânia Francisco Tavares Filho, que aparece com citações indiretas e uma direta. O jornal divulga a resposta e as providências que a Agência Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Goiânia (AMT) tomará, bem como qualifica o líder de bairro confirmando sua fala através de dois moradores. A primeira foto que aparece na matéria é do líder comunitário, a segunda da moradora entrevistada e a terceira de um morador em recuperação após ter sofrido um acidente. “Preço da liberdade” (07/10) produzida por Patrick Cândido retrata usuários de drogas que cobram pedágio para permitir que as pessoas usem a passarela da BR-153 que corta os setores Bairro Feliz e Vila Morais. A líder comunitária, Maria Dalva, confirma as reclamações com duas citações diretas na matéria. A matéria é ilustrada com duas fotos da passarela. Em “Perigo na ponte” (07/10) a repórter Fabianne Costa destaca os riscos de acidentes fatais em ponte estreita na divisa de Senador Canedo e a Capital. Obras estão paradas há dois anos e quem confirma o descaso é o líder comunitário da região, David Moreira. Com três citações diretas, vê-se o espaço concedido ao líder comunitário. Além disso o jornal também o qualifica visto a foto publicada que demonstra a veracidade do problema, e reforça a fala do líder ao citar que a obra já deveria estar concluída. O jornal não publicou nenhuma resposta do órgão responsável. “Jardim Novo Mundo recebe o projeto cidadania nos bairros” (08/10) de Camila Cecílio aborda o projeto cidadania nos bairros, com inúmeros serviços como confecções de documentos pessoais e orientação jurídica, prestados durante a ação na Praça George Washington. O líder comunitário da região leste de Goiânia, Francisco Tavares Filho, destaca que muitos líderes de bairro estão envolvidos com a ação, ajudando com o transporte de moradores para o local. Percebe-se o espaço concedido ao líder comunitário, com uma fala direta na matéria, bem como o posicionamento do jornal em publicar o esforço dos representantes para que as ações nos bairros sejam eficientes. A primeira foto que aparece na matéria é de uma moradora com seus filhos, e a segunda foto de uma mão segurando alguns documentos. “Jardim do Cerrado II pede a conclusão de asfalto” (08/10) de Fabianne Costa relata as reivindicações do líder comunitário João Banana em relação à entrega do asfalto no bairro. O jornal publica a resposta da Agência Municipal de Obras (Amob) sobre o problema levantado. O líder possui citações indiretas e três diretas no jornal, o que se traduz em um amplo espaço concedido pelo jornal ao líder. O jornal reforça a
fala do líder comunitário uma vez que utiliza a frase “a prefeitura havia prometido a entrega do asfalto para antes do período chuvoso, mas não foi isto que aconteceu”. A foto exposta na matéria apresenta uma rua enlameada do bairro com poças d´água. “Presidente de bairro reclama da falta de assistência da frente de serviço” (08/10) de Grazielle Balbino ressalta a reclamação de João Barros, presidente da associação dos moradores da Vila Mauá. O líder comunitário relata que já haviam sido feitas algumas solicitações por meio de um ofício e o DM destaca que a pauta já havia sido abordada em matéria do Jornal do dia 2 de agosto. O jornal divulga a resposta da assessoria de comunicação da Agência Municipal de Trânsito (AMT), porém a assessoria de imprensa da Agência Municipal de Obras (Amob) não enviou nenhuma resposta até o final da edição.
Gráfico representativo da análise de conteúdo da 2ª semana do período analisado.
A terceira semana de análise compreendeu os dias 09 a 15 de outubro de 2011. Quantitativamente, foram publicadas 33 matérias com citações de líderes de bairro. A matéria “Manchas da falta de lazer” (09/10) produzida por Camila Cecílio relata a falta de revitalização da Praça Simon Bolivar, no Bairro Jardim Novo Mundo. A praça serviria para a população, principalmente idosa, como meio de praticar exercícios físicos e para as crianças como espaço de recreação. É a população quem expõe o problema do bairro; o líder comunitário da região leste de Goiânia, Francisco Tavares
Filho, também reforça o problema levantado pela comunidade através de uma citação. Não existem fotos do líder comunitário, como também não há respostas do órgão responsável pelo problema. “No ponto de ônibus e o tempo passa” (09/10) produzida por Patrick Cândido relata problemas com o transporte coletivo nos setores Urias Magalhães, Vila Roriz e Criméia Oeste. Segundo a presidente da Associação dos Moradores Pró-Melhoramento do setor e adjacências, Gerci Dias, os moradores estão insatisfeitos com os serviços prestados, devido à falta de educação dos motoristas, como também pelas longas esperas. Não existem fotos da líder comunitária como também não há respostas do órgão responsável pelo problema. A matéria apresenta três citações diretas da líder comunitária. A editoria “O líder da vez” (09/10) produzida por Fabianne Costa relata a figura do líder comunitário, Ulisses de Souza, da Vila União, na região sudoeste de Goiânia. O jornal cede espaço para Ulisses expor a sua vida enquanto representante do bairro e as dificuldades que enfrenta exercendo o papel de liderança e assim buscando resolver problemas da comunidade. Ulisses também ressalta a importância dos líderes comunitários para um bairro: “Nós líderes, somos a ponte que liga a comunidade às autoridades federais, estaduais e municipais. Sem esta ponte as coisas ficariam muito mais difíceis para a população”. A matéria de cunho social é uma forma de conscientização e esclarecimentos sobre a função desse representante de bairro. “Bairro pede auxílio” (09/10) produzida por Patrick Cândido relata atrasos na construção de Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil) e de posto de saúde do Setor Morada do Sol. Segundo Marcelo de Souza, presidente da Associação dos Moradores do Setor Morada do Sol, a obra do novo Cmei é aguardada há 12 anos por quase 22 mil pessoas dos bairros Morada do Sol, Vila Finsocial, Parque Tremendão e Recanto do Bosque. O líder comunitário também relata a falta de estrutura do PSF (Programa da Saúde da Família) do setor. Não existem fotos do líder comunitário, mas o jornal buscou resposta junto ao órgão responsável pela manutenção dos problemas levantados. “Bairro entulhado” (10/10) produzida por Patrick Cândido traz as precárias condições do setor Recanto das Minas Gerais, expostas pelo líder comunitário, Valdemir Ferreira Filho. O líder apontou as deficiências do bairro e reivindicou soluções junto ao poder público em nome de toda a comunidade. Na matéria são transcritas falas do Valdemir e o seu posicionamento diante dessas problemáticas. A consciência dos
problemas do bairro e as consequentes reivindicações feitas pelo líder comunitário ajudam a construir uma imagem positiva dele. “Travessia arriscada” (10/10) produzida por Fabianne Costa traz uma reivindicação do líder comunitário do Bairro Residencial Itamaracá, Janivaldo Aureliano, bem como de outros moradores da região a respeito do atraso na entrega da passarela para pedestres sobre o córrego Anicuns. Na matéria percebemos a interferência que o líder tem na descrição dos fatos por meio das citações diretas utilizadas pelo jornalista como forma de apresentação da situação vivenciada pela comunidade, bem como de reivindicação junto a Amob (Agência Municipal de Obras) para que esta se posicione frente às necessidades dos moradores. Apesar da notoriedade que o líder recebe dentro da matéria publicada, não há fotos suas, apenas fotos referentes ao problema central enfrentado pela comunidade local. “Não é o que parece” (10/10) de Grazielle Balbino traz um questionamento do líder comunitário da Vila Mauá, João Barros, à prefeitura municipal em relação à melhoria do bairro, pois a frente de serviço que aconteceu na primeira semana de agosto naquele local havia sido ineficiente, já que as solicitações dos moradores do bairro não foram atendidas. Junto às reivindicações do morador, há uma foto sua. É com base na publicização da voz do líder por meio do Diário da Manhã que a comunidade obtém resposta do órgão responsável pela revitalização do local (AMT - Agência Municipal do Trânsito), que se prontifica a analisar a possibilidade de solução dos problemas reivindicados. No momento em que a matéria mostra-o como porta-voz dos moradores, o Jornal cria uma imagem positiva do líder comunitário. “Chuva expõe problemas” (10/10) de Patrick Cândido mostra os contratempos decorrentes da chuva no Bairro Boa Vista. Quem esclarece é o líder comunitário Adelubes Barbosa, que se faz ouvir por meio da publicação no jornal da sua opinião a respeito das péssimas condições e abandono do bairro que há tempos não recebe a devida atenção por parte da prefeitura. A matéria é ilustrada com uma foto do líder expondo os problemas que o bairro vem enfrentando, já que não há nenhuma iniciativa da prefeitura em solucioná-lo. “Perigos na porta da escola” (10/10), produzida por Fabianne Costa, traz o líder comunitário do Residencial Itamaracá, Janivaldo Aureliano, reivindicando ao poder público a sinalização do bairro, sobretudo, nas portas das escolas. Esta matéria transcreve um desabafo do líder, que ganha voz pelo Jornal e solicita um maior comprometimento da AMT (Agência Municipal do Trânsito) em atender às reivindicações e necessidades dos moradores da região. Diferentemente da primeira
matéria “Travessia Arriscada” que não trazia nenhuma foto do líder, esta apresenta uma foto de Janivaldo em posição de protesto e questionamento às condições que estão tendo que vivenciar no bairro, em virtude do descaso das autoridades em resolver os problemas. “Banho de água fria” (11/10) de Fabianne Costa, o líder comunitário de Itamaracá, Janivaldo Aureliano, apresenta os problemas no bairro em decorrência das chuvas. Em mais de quatro citações diretas, tanto o líder quanto os moradores do bairro questionam, lamentam e desabafam sobre o caos que o bairro se encontra. A matéria afirma que o líder pressiona a Amob (Agência municipal de obras) para tomar as providências necessárias para a melhora das condições do setor, mas até então nada foi resolvido. Ao final da matéria percebemos a construção que o jornal faz da personalidade do líder, colocando a força e posicionamento que ele assume frente à situação, expondo que tanto ele quando os demais moradores do setor já entraram com uma ação na justiça contra a prefeitura e a Amob em virtude da falta de compromisso que os dois órgãos apresentam. O DM publica um retorno em nota da Amob, declarando que os problemas do bairro serão resolvidos após o término de outra obra, tendo em vista que o projeto da rede pluvial do bairro Itamaracá já está pronto. “Mais espaço à saúde” (11/10) de Patrick Cândido aborda uma reivindicação do líder comunitário do Setor Parque Amazônia, que utiliza o espaço concedido para solicitar da SMS (Secretaria Municipal da Saúde) a ampliação do centro de saúde do setor. Apesar de a matéria não trazer nenhuma foto do líder, o jornal lhe dá abertura por meio da publicização de três citações para que ele explique as condições do posto de saúde, a demanda de pessoas que o Centro de Saúde atende e os motivos para a extensão local. O líder tem a sua solicitação ouvida e atendida, já que o secretário da SMS informa que um projeto de reforma e ampliação do posto de saúde do Parque Amazônia está sendo elaborado. “Solução imediata” (11/10) de Camila Cecílio traz as reivindicações do líder comunitário do bairro Jardim América, João José de Souza, o qual tem sua voz publicada e ouvida pelo órgão solicitado (Celg), que se responsabiliza em resolver de imediato o problema de postes de luz em condições precárias no bairro. O jornal publicou duas fotos sobre a pauta, uma com o líder junto a outro morador mostrando o tipo de poste de luz que há no local, e outra com o líder indicando as precárias condições dos postes de madeira. “Organizar para prosperar” (11/10) a repórter Fabianne Costa destaca a versatilidade e criatividade dos líderes comunitários em desenvolverem métodos que
contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos moradores. Esta matéria ganha destaque com o posicionamento do presidente da Associação dos moradores do Conjunto Uirapuru, Ivanildo Pereira, que informa estar implantando uma “carteira de associado”, como forma de facilitar a vida dos moradores do bairro, uma vez que o cartão viabilizará descontos em vários pontos de comércio credenciados. Apesar de não haver fotos do líder, o jornal apóia a iniciativa de Ivanildo por meio da publicização das suas ideias para a comunidade, e pela divulgação da aceitação e apoio dos moradores ao líder. Em “Vila Romana realiza festa do Dia das Crianças” (11/10) de Camila Cecílio quem ganha destaque é a líder comunitária Ester Lurdes Ribeiro que é prestigiada pelo Jornal Diário da Manhã, pelo fato de promover uma festa em comemoração ao dia das crianças. Apesar da matéria não trazer fotos da líder, o Jornal congratula a sua iniciativa, consequentemente ajuda a formar uma boa imagem de Camila como representante da comunidade da Vila Romana. “Má educação do trânsito” (12/10) produzida por Patrick Cândido expõe os problemas enfrentados pelos moradores do bairro Jardim Europa, que, segundo a líder comunitária Luiza Lemes Gonçalves, se concentram na falta de sinalização e fiscalização entre os cruzamentos da Av. Milão com a Av. Veneza. Luíza tem sua voz publicada por meio de quatro citações diretas em que solicita veementemente melhores condições no bairro, reivindicando assim uma postura mais enérgica por parte da AMT (Agência Municipal de Trânsito), requerendo que se responsabilize pela intensificação da fiscalização no cruzamento e revitalização da sinalização do bairro. Em nota ao Jornal a AMT responde às reivindicações da líder e informa que está ciente do problema e tomará as devidas providências para solucionálo. “Situação apertada” (12/10) produzida por Patrick Cândido apresenta os problemas decorrentes da quantidade (exacerbada) de carros que estacionam nas estreitas ruas do Setor Negrão de Lima. O problema ganha destaque e conhecimento público na voz do líder comunitário Daniel Soares, que se apropria do espaço concedido para expor o problema e reivindicar um posicionamento eficaz por parte da AMT (Agênia Municipal de Trânsito), para que sejam revitalizados os sinais de trânsito. A assessoria da AMT responde à solicitação do líder informando-o que em breve o problema deverá ser solucionado. Em “Fora de faixa” (13/10) produzida por Fabiane Costa são relatados problemas relacionados à falta de sinalização nas ruas do Conjunto Uirapuru, em
Senador Canedo. A falta de sinalização coloca em risco a vida dos moradores do bairro, que frequentemente presenciam acidentes graves no local. Ao expor o problema, o presidente da Associação de Moradores do Conjunto Uirapuru, Ivanildo de Paiva, exige atitudes por parte do DMT (Departamento Municipal de Trânsito), responsável pela sinalização do local. Apesar da DMT, na matéria, não responder as reivindicações devido ao feriado que antecedeu a publicação da edição do jornal, constata-se que o líder teve espaço na reportagem retratando os problemas do bairro, como prenuncia a própria legenda da foto em que ele aparece: “O líder comunitário Ivanildo de Paiva é quem expõe o problema”. “Lotes doados para comunidade estão dentro de cemitério” (13/10), produzida por Fabianne Costa, relata o descumprimento, por parte da Prefeitura de Goiânia, de um acordo estabelecido, no ano de 2005, com os moradores do bairro Parque dos Buritis. Segundo a presidente da Associação de Moradores, Deuselina Luisa de Oliveira, o acordo baseava-se na ideia de que em troca da construção do Cemitério Vale do Cerrado, no mesmo bairro, seriam doados dois lotes para a comunidade. Sete anos se passaram e a Prefeitura ainda não cumpriu o acordo quanto à doação dos lotes, já que o cemitério já foi criado. O problema é que os lotes que seriam doados encontram-se dentro do cemitério. A matéria não traz fotos da líder comunitária, mas publica três falas de Deuselina. O DM publica a resposta da Seplam (Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo) que afirma estar se inteirando sobre o assunto para posteriormente enviar uma resposta. “O futuro parou” (13/10) produzida por Patrick Cândido há o relato da paralisação das obras de uma escola integral no bairro Jardim Curitiba II que gera transtornos para a comunidade, porque muitos estudantes tem que se deslocar para bairros adjacentes, para frequentar outras escolas.
O presidente da Associação de
Moradores, Sebastião Marcelino, mais conhecido como Tiãozinho do Curitiba, é quem apresenta informações sobre o problema. Não existem fotos do líder comunitário, como também não há respostas de nenhum órgão sobre o problema relatado. “Moradores reclamam de administração” (13/10) produzida por Fabianne Costa relata problemas de má administração da Prefeitura de Senador Canedo em seus setores, a partir de entrevista com o presidente da Associação de Moradores do Jardim Liberdade e Parque Alvorada II, Valdecy Meireles. Percebemos que o jornal abre espaço para que o líder comunitário exponha os problemas dos bairros que representa, e que não foram solucionados da primeira vez. “Sem praça e sem lazer” (13/10), produzida por Patrick Cândido, relata
atrasos no término da construção da Praça das Mães no Bairro Floresta. O projeto prevê a construção ao longo da Rua BF-08 até a Rua do Anil, de uma pista de cooper, uma academia popular e uma quadra poliesportiva. O presidente da Associação dos Moradores do bairro, Josimar Soares, é quem relata por meio de citações diretas os problemas com os atrasos das obras. Não existem fotos do líder comunitário, como também não existem respostas de nenhum órgão responsável pela obra. “Muita gente, pouco ônibus” produzida por Fabianne Costa (14/10) relata problemas enfrentados por moradores do Conjunto Caiçara com a linha de ônibus que abastece o bairro. O diretor e secretário da Associação de Moradores do Conjunto Caiçara, Wanderlei Azevedo Gomes, ressalta a insatisfação da comunidade local em relação ao transporte coletivo do bairro. Existe apenas uma linha que atende o bairro e o intervalo de tempo entre um ônibus e outro é muito grande. Esclarece também que os motoristas não têm paciência com o desembarque de idosos, crianças e deficientes físicos. O jornal busca respostas para os problemas levantados junto ao órgão responsável pelas reclamações. “Sem data para melhorias” produzida por Camila Cecílio (14/10) relata a espera da comunidade do bairro Jardim Aritana para o início das obras do novo PSF. A presidente da Associação de Moradores do Jardim Aritana, Cleusa Antônia Rodrigues Silva, ressalta a insatisfação da população, afirmando que a demanda para a unidade de saúde é muito grande e o espaço físico existente hoje já não mais suporta a demanda. O prazo estipulado para o início das obras era de 90 dias terminando no dia 28/10 e ainda não há sinais do início da construção. Além do espaço concedido pelo jornal, para que a líder comunitária e também a presidente do Conselho de Saúde da Família no bairro exponha os problemas enfrentados pela comunidade, o jornal busca resposta para os problemas apresentados com o órgão responsável pelo problema. “Legitimação da comunidade” (15/10) produzida por Grazielle Balbirno relata a atividade do Ugomoc (União Goianiense do Movimento Comunitário), cujo papel é apoiar as associações de bairros articulando o movimento comunitário na Capital, com força na participação nas medidas públicas, com nível de atuação de mediador entre as causas da população e o poder político. Para reforçar a importância do Ugomoc, para o direcionamento tanto da população como dos líderes comunitários dos rumos legais da busca por soluções dos problemas enfrentados, a presidente da Associação de Moradores do Residencial Bouganville, Marizete Teixeira, através de uma citação, define que a associação é importante para orientar os líderes dos direitos que são adquiridos pelas comunidades.
“Sob as águas” (15/10) produzida por Patrick Cândido, relata problemas com inundações na Rua 91 do Setor Sul. Segundo o presidente da Associação de Moradores do Setor Sul, Nuno Costa, quando chove os moradores ficam apreensivos. Nuno afirma que o problema já foi relatado à Amob (Agência Municipal de Obras), mas nada foi feito. Não há fotos do líder comunitário, mas o DM abriu espaço para que Nuno, através de duas citações diretas, apresentasse os problemas enfrentados no seu bairro, além de buscar resposta para o problema levantado. “Comunidade cobra revisão nas linhas de ônibus” (15/10), Patrick Cândido relata reivindicações dos moradores do Bairro Feliz sobre a linha de transporte coletivo que alimenta o bairro. O líder do Bairro, Daniel Soares, ressalta que o ônibus fazia uma rota que beneficiava a todos, agora a rota causa problemas que dificultam a locomoção da população. Não existem fotos do líder comunitário, mas há duas citações diretas que pedem por soluções. O jornal também busca resposta para os problemas levantados com o órgão responsável pelo problema. “Acusações colocam associações de bairro em situações de crise” (15/10), Fabianne Costa relata a posição do diretor-secretário Vanderlei Azevedo, do Conjunto Caiçara, sobre a localização de três famílias em uma área que, segundo ele, é de preservação ambiental, como também uma área de risco, já que se localiza próximo a um córrego perigoso em épocas de chuva. Em oposição à fala, o jornal publica a opinião de uma moradora do bairro, afirmando que tudo não passa de implicância de alguns moradores com essas famílias. Percebemos a partir do título e da retranca da reportagem: “Ninguém sabe, ninguém viu – Acusações colocam associação de bairro em situação de crise”, que o jornal apresenta uma gestão de líder de bairro que está sob acusações, questionando que ele pode não estar representando a opinião de todos os moradores, mas apenas de alguns. “Palco de perigos” (15/10) de Patrick Cândido apresenta reivindicações dos moradores da Vila Mauá quanto à revitalização de sinais de trânsito. Segundo o líder comunitário Paulo Mauá, a comunidade corre riscos e está sempre preocupada porque o número de acidentes é elevado. Afirma que foram feitas diversas reivindicações a AMT (Agência Municipal de Trânsito), mas nada foi realizado. Mesmo não havendo fotos do líder comunitário, o jornal concede espaço para que Paulo, através de três citações, relate os problemas enfrentados pela população. Observamos também que o jornal busca respostas para os problemas levantados, junto ao órgão responsável.
Gráfico representativo da análise de conteúdo da 3ª semana do período analisado
A quarta semana de análise compreendeu os dias 16 a 22 de outubro de 2011. Quantitativamente, foram publicadas 29 matérias com citações de líderes de bairro. A matéria “Chuvarada de problemas” (16/10) de Fabianne Costa relata a cobrança da comunidade para mais investimentos nos conjuntos habitacionais do Cerrado e Mundo Novo. Em subtítulo, a reportagem destaca: “Comunidade cobra mais investimentos nos conjuntos habitacionais Jardins do Cerrado e Mundo Novo”. Rozendo Conceição, presidente da associação de moradores dos Residenciais Jardins Cerrado I, II, III e IV e Mundo Novo III, destaca problemas na área da saúde, educação, asfalto e transporte. A reportagem dá “voz” ao presidente publicando matéria de uma página, com 14 citações. Algumas falas dão força à reportagem: “os políticos nos acham com cara de bobos, deve ser pela fama de carentes, isso pode fazer com que as pessoas pensem que somos ignorantes, mas sabemos dos nossos direitos, das nossas responsabilidades e obrigações. Por isso estamos reivindicando o que é nosso”; sobre o asfalto: “Deixamos aqui o convite para ele visitar o nosso bairro (embora duvidamos muito que ele queira pisar na lama)...”; sobre a educação: “as crianças caminham sob sol forte, calor intenso. Elas já chegam cansadas na escola, isso interfere no aprendizado”; sobre a saúde: “Não é engraçado? Se não for o dia de minha rua, e eu ficar doente, tenho que procurar atendimento fora do setor”; sobre transporte: “Fizemos um abaixo-assinado com mais de 3 mil assinaturas, na esperança de conseguir uma linha direto do Jardim Cerrado Padre Pelágio.
A editoria “O líder da vez” (16/10) de Fabianne Costa conta a história de Jonas Rocha, que em um comício do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no setor Novo Horizonte, se sentiu inspirado pela emoção do momento e teve vontade de ser um líder comunitário. São destacadas 7 citações diretas do líder, tais como: “Orgulho-me do Faiçalville e das coisas que conquistamos para nosso bairro. São 13 anos de cuidados, desde que vim morar aqui, inclusive, na época, nem asfalto tinha”; “É uma coisa de Deus, os presidentes de associações são anjos na vida das pessoas. Estamos sempre por perto, ajudamos, socorremos, damos o suporte necessário para quem nos procura”; “Levava jeito para a coisa comecei então a ajudar a comunidade da minha região”. “Perto do perigo” (16/10) de Camila Cecílio conta sobre o perigo vivido por moradores do Setor Perim na época das chuvas, causado por um determinado lote. O subtítulo do texto destaca; “A chuva cai e o lote alaga. Assim é o local que está tirando o sono de alguns moradores do Setor Perim”. João Canhoto é o líder de bairro destacado na reportagem que apresenta uma citação direta: “As famílias estão correndo risco neste local e acredito que a solução é prevenir, antes que um acidente mais grave aconteça por aqui”. “Por uma vida melhor” (16/10) de Patrick Cândido traz como subtítulo o assunto central: “Comunidade cobra revitalização de praça no Jardim Conquista”. Com uma citação do presidente de bairro, Evaristo José, “A praça já não é freqüentada pelas famílias. À noite, o perigo fica ainda maior com os transtornos causados pela falta de iluminação”. A matéria é pequena, mas de destaque para Evaristo. “Itamaracá também aponta problemas com sinalização” (17/10) de Patrick Cândido traz alguns apontamentos sobre as precárias condições no Residencial Itamaracá. Faltam placas de sinalização, bem como redutores de velocidade. Janivaldo Aurélio é o presidente da associação de moradores que se destaca nesta matéria com 3 citações diretas. Além disso, são abordados outros dois assuntos: pedido de indenização por danos causados pelas chuvas e o projeto Parque Macambira Anicuns. “Problemas do conjunto vera cruz” (17/10) de Fabianne Costa traz uma reivindicação do presidente da associação de moradores, João Batista de Miranda, em relação à construção de um posto de saúde 24 horas. Com quatro citações a matéria expõe as ideias do líder de bairro. “Terra de ninguém” (17/10) de Fabianne Costa traz o presidente da Associação de Moradores do Conjunto Vera Cruz, João Batista de Miranda, reivindicando a agilidade na entrega das escrituras para os moradores. A matéria cita 3 citações diretas do líder.
“Comunidade cobra ajustes no trânsito nas proximidades do bairro capuava” (17/10) de Patrick Cândido mostra reivindicação de soluções para o trânsito e, Manoel Francisco da Silva, presidente da associação de moradores do Jardim Nova Esperança, é o porta voz dos problemas. Na reportagem existem 3 citações diretas do líder. “À espera de Soluções” (18/10) de Patrick Cândido aponta diversos problemas de estrutura básica no Setor Cândida de Moraes, “Setor Cândido de Morais é um dois bairros da capital que também apresenta problemas em toda estrutura básica que garante o mínimo de qualidade de vida. Problemas da comunidade vão desde transporte coletivo até a educação”. Walter Alves de Faria, presidente da associação dos moradores, ajudou a explicar os problemas. Em “Situação com cheiro de problema” (18/10) de Camila Cecílio, através do Líder comunitário da região, Jonas Rocha, os moradores têm a oportunidade de reclamar do mau cheiro causado por esgoto. O subtítulo da reportagem destaca o problema “Moradores do Faiçalville reclamam de mau cheiro causado por esgoto a céu aberto”. No texto não há citações diretas do líder, mas sim de uma moradora e da assessoria de imprensa da Saneago. O jornal também conta indiretamente que o líder informa que várias reclamações já foram feitas, que o problema existe desde 2010, mas continua sem solução. Na matéria “Área verde abandonada” (18/10) de Grazielle Balbino, o assunto é o descaso com a área natural no Setor Sul. A matéria apresenta construções indevidas no bairro. Nuno Costa, presidente da Associação de Moradores do Setor Sul é o líder destacado na reportagem, que traz duas citações diretas: “É inaceitável a negligência dos órgãos responsáveis. Queremos solução”, “Pagamos imposto, por sinal muito caro, e nada está sendo feito no nosso bairro. É inaceitável a negligência dos órgãos responsáveis. Queremos solução, não é um pedido, é uma exigência para que os nossos direitos sejam atendidos”. A diferença nesta reportagem é justamente o impacto que a citação direta da fala do líder causa, neste caso em destaque a palavra “exigência”, que corrobora com a construção de imagem de liderança e posicionamento de Nuno. “Parque Amazônia” (19/10) de Grazielle Balbino em parceria com lideranças comunitárias do bairro destaca inúmeros problemas. Célio Silva, presidente da Associação de Moradores do Parque Amazônia é o líder citado na reportagem. Sua opinião foi citada 3 vezes, de maneira direta. Em “A voz da Educação” (19/10) de Fabianne Costa o tema destacado é a cobrança da população de Senador Canedo em investimentos na área da educação.
Ivanildo de Paiva, líder do bairro, é citado diretamente duas vezes, além de outras falas indiretas do líder. Em “Lazer na rua para as crianças” (19/10) de Fabianne Costa, o líder de bairro em pauta é Ivanildo de Paiva e o assunto em destaque é um convite para uma homenagem no dia das crianças. Com uma citação direta, o líder se desculpa pelo atraso do evento. “Bairro pelo esporte” (19/10) de Patrick Cândido dá espaço para a presidente da associação de moradores do Bairro Feliz, Maria Dalva, para trazer a importância do programa de esporte intitulado Segundo Tempo. Em citação direta da líder, possível notar que o programa contribuirá com o desenvolvimento intelectual e físico dos moradores do Bairro. “Urias Magalhães” (20/10) produzida por Fabianne Costa relata diversos problemas sofridos pela comunidade do setor. Problemas com o transporte coletivo, como poucos ônibus para atender a demanda de transporte de pessoal, a demora de circulação destas linhas, até mesmo problemas de postura dos motoristas. A matéria não publicou posicionamento das empresas responsáveis. Também foi mencionado o problema de má sinalização das ruas, o que provoca acidentes diários e transtorno aos pedestres, neste caso houve resposta da AMT, não satisfatória. Quanto à área da saúde, a líder de bairro, Gerci Dias, relata o descaso das instalações do Ciams do bairro, para este caso a Secretaria Municipal de Saúde se posicionou de forma complacente à causa. Gerci também ressalta que o setor sofre com problemas de saneamento básico, pois as redes são antigas e não atendem mais a necessidade do bairro, sendo assim a regulamentadora Amob se posicionou de forma positiva para tentar sanar a problemática. Nesta matéria é perceptível que o jornal foi um meio favorável para que a comunidade se expressasse e conseguisse resposta para seus anseios. Portanto, o DM mostra-se um veículo de exposição de opiniões e o líder de bairro tratado como importante porta-voz da comunidade. Nesta matéria o jornal coloca 7 citações diretas e diversas citações indiretas do líder de bairro, bem como cita o seu nome várias vezes. “Falta de energia, presença de crimes” (20/10) produzida por Patrick Cândido relata o problema da frequente falta de energia no Residencial Ilhas do Caribe, o que propicia o aumento da violência e dificulta os afazeres domésticos. O líder de bairro Albino de Sousa cita alguns exemplos das dificuldades sofridas. O jornal se posiciona apenas como meio de divulgação da informação, mencionando que o problema ocorre
há anos e a empresa competente não solucionou o problema. O líder de bairro expõe suas idéias em 2 citações diretas. “Tempo aberto para problemas” (20/10), produzida por Patrick Cândido apresenta depoimento do líder de bairro Albino de Sousa sobre os problemas sofridos pela população do setor Residencial Itaipu com o transporte coletivo. Problemas típicos como: demora dos ônibus, lotação e má postura dos motoristas são mencionados. Neste caso o líder de bairro se torna mediador dos interesses da população local e o jornal o meio de transmissão dessas reivindicações, publicando 3 citações diretas do líder de bairro e uma citação indireta. “Bairro molhado de lama” (20/10) produzida por Patrick Cândido expressa a exigência dos moradores do Bairro Cardoso 2, em Aparecida de Goiânia, sobre a pavimentação das ruas, feita pelo porta voz do bairro Domingos Monteiro, que alega esperar há muito tempo um posicionamento dos poderes competentes para resolver a questão, não tendo recebido nenhuma resposta. Nesta reportagem o jornal dá espaço ao líder do bairro para expor e fazer suas exigências como representante da comunidade. O líder comunitário apresenta 2 citações diretas e 1 indireta. “Setor Perim” (21/10) produzida por Camila Cecílio relata os diversos problemas sofridos pela comunidade do Setor. Problemas como saneamento básico precário; asfalto em péssimas condições que geram riscos à comunidade; mau atendimento da saúde pública local são divulgados. O jornal dá voz ao líder de bairro João Canhoto, expressando sua opinião com 3 citações indiretas e 5 citações diretas. Também, o jornal dá oportunidade aos órgãos responsáveis pelas soluções dos problemas para responderem sobre as ações a serem tomadas, publicando citações indiretas. “Comunidade contra o barro” (21/10) produzida por Patrick Cândido traz uma reivindicação do líder comunitário do Bairro Jardins do Cerrado e Mundo Novo, Sebastião Machado, relativa à pavimentação das ruas, pois no período de chuva os moradores ficam ilhados pela lama e no período de seca sofrem com a poeira. O jornal dá voz ao líder a partir de 4 citações diretas. Também, uma citação direta ao órgão responsável pelas obras. “O preço da fé” (21/10) de Fabianne Costa traz uma reivindicação da líder comunitária do Jardim Petrópolis, Auzirene Machado, pela desocupação do Morro do Mendanha, pois a ocupação indevida do local tem provocado a degradação da natureza. Além disso, algumas instituições religiosas estão fazendo ocupação com intuito
comercial. A líder comunitária tem espaço expressivo na reportagem com 3 citações diretas. “Bairro Capuava” (22/10) de Patrick Cândido apresenta a voz do líder comunitário do bairro Capuava, César Alcântara que narra os diversos problemas sofridos pela comunidade como falta de segurança, educação insuficiente, sinalização deficiente, atendimento à saúde precário, problemas com transporte coletivo e falta de ambientes de lazer. O jornal dá amplo espaço para o líder de bairro expor todos os problemas sofridos pelos moradores, anseios e projetos de melhoria. A matéria publica 9 citações diretas do líder A matéria “Tudo igual” (22/10) produzida por Camila Cecílio, relata mais uma vez a reivindicação dos moradores do bairro Vila Aurora, para substituição dos postes de luz de madeira por postes de concreto, pois os velhos ameaçam cair a qualquer momento. O líder de bairro, Luiz Antônio, tem nesta reportagem sua solicitação enfatizada com 3 citações diretas de sua fala. Em “Sinalização confusa” (22/10), a repórter Grazielle expõe reivindicações dos moradores do Jardim Nova Esperança, relativas à precariedade da sinalização do bairro que tem como consequência a existência de diversos acidentes graves. O líder de bairro Mateus Corrêa é mencionado em citação direta, além de destaque para opiniões de moradores. “Medo ronda as ruas” (22/10), de Camila Cecílio, ressalta o problema sofrido pelos moradores do Jardim Novo Mundo no que tange à falta de segurança, assaltos constantes e demora no atendimento das ocorrências. Francisco Tavares, líder comunitário, expõe o problema e se coloca como representante da comunidade, os moradores cometam os fatos. O jornal dá espaço de duas citações diretas do líder e uma citação indireta. Nesta matéria o representante pela segurança do Bairro tem amplo espaço para considerações.
Gráfico representativo da análise de conteúdo da 4ª semana do período analisado
Gráfico representativo da análise de conteúdo de todo o período analisado (25/09 a 22/10).
CONCLUSÃO O Caderno Força Livre não é somente um espaço de Utilidade Pública, que por si só já seria também algo importante, mas é muito mais do que isso, o ponto alto do Caderno Força Livre é a possibilidade de voz àqueles que não tem voz, ou seja, os líderes de Bairro. Além disso, a forma ética de apresentar a visão dos responsáveis por cada assunto reclamado, ou seja, órgãos públicos ou privados citados em cada fala dos representantes dos Bairros, garantindo a publicação das versões do fato apresentadas por todos os envolvidos. O Caderno Força Livre corrobora com uma das questões mais eminentes da mídia na sociedade moderna que é a de que os receptores aceitam passivamente aquilo que os meios de comunicação de massa os impõem. Na verdade a passividade não é um estado de inércia da sociedade, mas sim, uma falta de espaço de manifestação. A pesquisa comprova que todas as vezes que os meios de comunicação de massa abrem espaço para a manifestação da sociedade, os seus representantes defendem seus interesses frente aos diversos órgãos legitimados e posicionam-se como agentes ativos do processo.