Os Caras-Pintadas Nessa Parada de 7 de Setembro

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Diário da Manhã

OPINIÃO

GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 8 DE AGOSTO DE 2011

OS CARAS-PINTADAS NESSA PARADA DE 7 DE SETEMBRO Batista Custódio Diário da Manhã www.dmdigital.com.br

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Á os que realmente não conseguem ver os fatos nas coisas que eles olham. São os ingênuos tolados. E tem os que aparentam não enxergar os fatos que irão acontecer nas coisas que estão ocorrendo a seus olhos. São os comprometidos dissimulados. Mas existem os que percebem os fatos que irão acontecer nas coisas que estão correndo a vista. São os intuitivos atentos. Sou dos que vislumbram visível no panorama geral o oculto no parcial da paisagem normatizada. A sociedade organizada está fedida de corrupção. Toda vez que os políticos do poder põem em moda a generalização massificada de uma palavra até então de pouco uso, está se dando ao contrário. Na ditadura militar entrou em voga consenso no lugar de arbitrário. Na democracia utiliza-se transparência nos locais da corrupção. Corrompeu-se no poder até o verdadeiro sentido das palavras.

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TUALMENTE, sempre que vejo a foto de Dilma Rousseff enxergo a imagem de Joana D’Arc e duas fogueiras, uma acesa em Paris, outra fumegando em Brasília. A heroína francesa sendo sacrificada como bruxa pela Inquisição e como patriota pelo rei Henrique I. A brava brasileira sendo martirizada como insurreta da corrupção no poder e como traidora da impunidade dos reinados do ilícito no governo e na oposição. A saúde de Dilma sarou a sua doença maligna e como presidente trata do governo para curar o câncer da corrupção no Brasil. O remédio adotado por Dilma Rousseff é o diagnosticado na bula do idealismo honesto dos estadistas, ministrado em doses maciças das liberdades públicas e no receituário da visão universal de que revolução se faz com ideias inovadoras e não com a mentalidade das armas. “A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios” (Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu – La Bréde, 1.6898 - Paris, 1775 –, filósofo e escritor francês). Dilma não veste esse modelo dos populistas demagogos. É obstinada na ética do caráter. Mantém-se trancada na responsabilidade dedicada ao trabalho. A coerência na liturgia do cívico aparenta antilulismo para os que confundem o PT como Partido de Trambiques, o PR como Partido da Roubalheira, o PP como Partido da Prevaricação e assim por diante todos os partidos políticos como siglas da Perdição Pública. “Corrupção, a partir de certo nível, exige que todos sejam corruptos. Quem se recusa é alvo de pressões insustentáveis. É um processo negativo de seleção moral” (Ladislau

A INQUISIÇÃO Dowbor, doutor em economia política pela Universidade de Lausanne, Suiça; em ciências econômicas pela Escola de Planejamento e Estatística de Varsóvia, Polônia, e professor de finanças públicas na Universidade de Coimbra, Portugal). Dilma faz a diferença adversa ao mundanismo politiqueiro no poder. Rebela-se para se libertar das amarras da corrupção que encurrala o governo, qual águia debate-se no cativeiro e se tentarem mantê-la prisioneira ela voa com a gaiola nas costas para o aberto das multidões nas praças públicas. A fogueira que queimou viva Joana D’Arc liberou nos tempos a chama da tocha que apenas ilumina Dilma Rousseff e reduzirá a cinzas a fogueira dos corruptos na política brasileira. Veem o fogo que a presidente está no centro dele e não enxergam no clarão o facho de luz das mudanças. Os castelos da corrupção estão sendo derrubados um a um e irão caindo uns após outros. Ruíram todas as torres de frente no Ministério dos Transportes. Tombaram as dependências de fundo no Ministério da Agricultura. Ministros rolaram nos costados blindados pelo tráfico de influência política. E irão se esborrachando todos os ratoeiros engordados nas rações do dinheiro público. Dilma Rousseff está trocando as chaves, com cópias avulsas no governo, por cadeados com segredo monitorado diretamente por ela.

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presidente do Brasil está certa ao não tirar os olhos do cofre, centavo a centavo dos bilhões de reais arrecadados nos impostos. Não dá

mesmo para se confiar na quase unanimidade dos políticos. O mensalão pariu uma prole de mensalinhos no berço dos partidos aliados, a tais disparates, que a genealogia atual dos líderes brasileiros serve como indício para ilustrar a teoria do médico e filósofo Charles Robert Darwin de que o homem é descendente natural do macaco, mas que, entre os políticos contemporâneos do Brasil, a progenitura ampliase para a espécie dos ratos, das raposas, dos morcegos, dos porcos e não raro dos insetos. “Sou obrigado a reconhecer que, com toda a corrupção que vejo de um tempo para cá, aquilo que encontramos no governo Collor deveríamos ter enviado para o juizado de pequenas causas” (Pedro Simon). A definição do senador, se dita com realismo, enquadraria o escândalo colorido como coisa de trombadinhas se comparado aos atuais marajás combatidos por Dilma na vida pública. A presidente Dilma Rousseff deu-me vontade de pedir ao povo brasileiro para voltar a cantar o Hino Nacional. Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido, De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada Entre outras mil És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo És mãe gentil,

A CORRUPÇÃO Pátria amada, Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores, “Nossos bosques têm mais vida”, “Nossa vida” no teu seio “mais amores”. Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - Paz no futuro e glória no passado. Mas se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada Entre outras mil És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo És mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

Vamos fazer do Hino Brasileiro a voz uníssona em toda a nação nesse 7 de Setembro, pois Dilma deu o grito da nova Independência do Brasil da corrupção. Antes dela só os corruptos podiam cantar: “Brasil,um sonho imenso...” E cada corrupto cantarolando em coro: “Deitado eternamente em berço esplêndido...”

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povo brasileiro não deve nem pode deixar a presidente Dilma Rousseff sozinha na luta patriota contra os políticos que tentam sitiá-la no governo. Os Caras-Pintadas, onde estão eles? É hora de se organizarem e saírem em passeatas contra a corrupção em todas as praças públicas das capitais brasileiras, empunhando cartazes com nomes dos políticos corruptos, como símbolo da bandeira hasteada em todo o Brasil contra a

ladroagem oficializada. A nação morre quando os moços se calam. Cadê os Caras-Pintadas que fizeram o Brasil ferver contra a ditadura nas Diretas-Já e sacodiram o governo até o Congresso Nacional depor no impeachment o presidente Fernando Collor? Muitos corruptos fantasiaramse de idealistas àquela época. Os que restam daqueles, conspiram agora contra a austeridade da presidente Dilma Rousseff. É a hora de os Caras-Pintadas desfilarem seu patriotismo no 7 de Setembro. Ou se calem ante o hino da Independência da Corrupção. Para sempre. Porque o brado das mudanças está vindo do Céu. A última mensagem do jornalista Fábio Nasser, psicografada pela médium Mary Alves, recomendada a mim por Francisco Cândido Xavier, traz o alerta: “E o alarmante é que os corações invigilantes não se impressionam com as estatísticas. O degredo está começando”. Degredo no plano dos vivos é desterro, exílio, banimento, expatriação de pessoas de um país para outra nação. Nas dimensões da Espiritualidade é deportação dos maus da Terra para a penação em outro planeta.

O

povo brasileiro está com saudade dos Caras-Pintadas. Quer revê-los inflamando o País de rebeldia nas praças públicas. Em Brasília, com o corpo envolto pela Bandeira Nacional. Nas demais capitais, com o peito coberto pelo Pavilhão dos respectivos Estados. E em todo o País, ouvir-se o seu brado retumbante contra a corrupção nessa parada de 7 de Setembro. E gritando: CONFISCO AOS BENS DOS CORRUPTOS!!!


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