Carazinho Expodireto 2019

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Foto Matheus Moraes

EDIÇÃO ESPECIAL SEGUNDA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2019


DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO E CARAZINHO, SEGUNDA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2019

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Foto Divulgação Cotrijal

Expodireto comemora 20 anos com surpresas para o público

No ano em que a Expodireto Cotrijal chega à 20ª edição, a organização brinda o público e os expositores, os grandes responsáveis pelo sucesso da feira, com atividades especiais dentro do parque, em Não-Me-Toque. “ Espaço para reconhecer personalidades do agro A calçada da fama da Expodireto Cotrijal será inaugurada nessa segundafeira, 11/3, logo após a abertura oficial da feira. Nela estarão gravados os nomes de 20 personalidades com trabalho relevante para o agronegócio e a Expodireto. “Vamos eternizar as personalidades que fazem do agronegócio o setor que sustenta a economia brasileira e que fazem o Brasil dar certo”, ressalta Manica. Duas décadas em uma experiência 360° Outra novidade, que promete emocionar o público entre os dias 11 e 15 de março, é a experiência 360°, com uma retrospectiva dos principais momentos dos 20 anos de feira. A atração poderá ser prestigiada através de óculos de realidade virtual disponibilizados para os visitantes. Cada sessão tem cerca de dois minutos. A Casa da Família Cotrijal, espaço destinado para

os associados da cooperativa, vai abrigar um painel com a linha do tempo recordando os momentos marcantes da Expodireto até chegar em 2019.

PROGRAMAÇÃO do dia 11.03 09:00 - 10:00 - Auditório Central Abertura Oficial 10:00 - 11:00 - Área Central Inauguração da Calçada da Fama do Agro 13:45 - 14:45 - Auditório da Produção - Debate Segurança no Campo 14:00 - 16:30 - Auditório Central 11º Fórum Nacional do Milho 15:00 - 17:00 - Auditório da Produção - Seminário Famurs pelo Rio Grande – 3º Prêmio Boas Práticas 17:00 - 18:00 - Auditório Central Prêmio Semente de Ouro 2019

Fundador Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979) PresidenteS-EméritoS Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)

Casa Diário Expodireto sediará debates sobre o futuro do Agro A Expodireto Cotrijal já se notabilizou como um grande palco de discussões sobre o setor primário. Nesse sentido, a partir desta terça-feira, a Casa Diário Expodireto, sede do Grupo Diário da Manhã no Parque promove debates sobre temas pertinentes ao agronegócio. Serão três painéis mediados pelo jornalista Alessandro Tavares com convidados especiais, transmitidos ao vivo pela Rádios Diário AM 780 e 570, de Carazinho e Passo Fundo e na página do Grupo no Facebook. Além dos debates, as rádios estarão com um programação especial voltada à feira durante a semana. Confira abaixo os temas dos três Painéis Agro Terça-feira (12/03) Tema: Novo modelo de seguro e crédito rural Quarta-feira (13/03) Tema: O agronegócio no governo Bolsonaro Quinta-feira (14/03) Tema: Cooperativas agrícolas e a tendência de mercado liberal

Presidente Janesca Maria Martins Pinto

Diretora Comercial PF: Eliane Maria De Bortoli

Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto

Diretor Comercial CZO: Carlos Munhoz

DIRETOR EXECUTIVO Túlio Pretto Martins Pinto

CADERNO ESPECIAL Edição: Nadja Hartmann Diagramação: Henrique Peter

SUMÁRIO Caderno especial 2000-2018 MEMÓRIA

PÁGINAS 3-22

PERSPECTIVAS

PÁGINAS 23-36

A FEIRA EM 2019 PÁGINAS 37-40

rEPORTAGENS: Alessandro Tavares; Ana Cláudia Capellari; Daniel Rohrig, Isabella Westphalen; Matheus Moraes; Rodolfo Silva; Vinicius Coimbra; Colaboração: Mara Steffens Nogueira www.diariodamanha.com


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MEMÓRIA

2000-2018

Um divisor de águas para o agronegócio Direção da Cotrijal reconhece que não imaginava que a Expodireto alcançasse patamar internacional e tivesse tamanha importância para o agronegócio brasileiro. Em 20 anos de história feira também foi importante propulsora da agricultura familiar

Destaques das 19 edições

2012

2000 O pontapé inicial da Expodireto Cotrijal, um divisor de água na agricultura brasileira, que projetou a Cotrijal, o município de Não-Me-Toque e a agricultura gaúcha para o mundo.

2013

Foto Arquivo

2002

Presidente Nei César Mânica abre oficialmente a Expodireto Cotrijal 2000

H

á 20 anos o mundo ganhava a Expodireto Cotrijal. A feira que pretendia aproximar os produtores rurais das tecnologias e com isso desenvolver ainda mais o setor primário nasceu para o Rio Grande do Sul, mas rapidamente internacionalizou-se. O presidente Nei César Mânica recorda que quando a ideia de se realizar um evento para o agronegócio, não se imaginava que ele seria reconhecido nos quatro cantos do planeta. “Nesta caminhada tivemos muitos momentos importantes para o agronegócio. A Expodireto foi um divisor de águas. Se tornou palco para debates importantes como a questão da transgenia, o endividamento agrícola, as águas... Muitos temas

foram discutidos e da feira saíram reivindicações de todas as entidades”, menciona ele. “Além de ser uma feira de tecnologia, de inovação, de negócios, ela se tornou uma feira de sugestões e reivindicações importantes para o setor produtivo do Brasil”, reconhece. O presidente da Cotrijal também reconhece o papel da Expodireto para a economia regional como um todo. “Tudo o que há de novidade no agronegócio no mundo é concentrado na feira É importante também que gera uma economia forte, na rede hoteleira, nos transportes, na comunicação, nos restaurantes, enfim, traz muito benefício para a população toda”, pontua.

Ano do primeiro Fórum do Jovem Cooperativista, ideia sugerida pelo Grupo Diário da Manhã, prontamente aceita pela Cotrijal e que passou a fazer parte da programação oficial da Expodireto.

Na terceira edição, a feira passava a sediar o Fórum Nacional da Soja, até então realizado sempre em Porto Alegre. Força da Cotrijal e da Expodireto fez com que o evento ganhasse nova casa. A terceira edição também começava a ultrapassar fronteiras e se consolidar no Mercosul. A Expodireto Cotrijal também começava a despertar o espírito empreendedor da região. Municípios passaram a realizara eventos paralelos para aproveitar o grande público que visitava Não-Me-Toque. Victor Graeff realizava seu primeiro Festival da Cuca com Linguiça.

A mais internacional das feiras, com a participação de 74 países.

2014

Emater-RS/Ascar recebeu a notícia da manutenção do Certificado de Entidade Beneficente, a chamada filantropia. Também foi a feira recordista em comercialização, somando 3.203.318.000,00

2016

A edição com maior número de expositores da história: 554.

2007

Nei César Mânica considerou aquela edição como marco da internacionalização, quando 20 países participaram das 30 rodadas de negócios no Pavilhão Internacional.

2008 Ano em que o Pavilhão da Agricultura Familiar foi inaugurado.

2017

Edição marcada por forte protesto dos agricultores que consideram injusta a Reforma da Previdência, durante a audiência do Senado Federal dentro do parque.

2018

A edição com maior número de visitantes: 265.600 pessoas.

Patrocínio Ouro

Venha para a feira que há 20 anos, faz do nosso

Patrocínio Prata

Patrocínio Bronze

O agronegócio consolidou-se com importantes resultados, fortalecendo o Brasil para o futuro. Em 2019, temos um compromisso, um encontro marcado com você e com o futuro do nosso agronegócio.

RS 142, Km 24 • Não-Me-Toque, RS, Brasil Caixa Postal 02-99.470-000 • Telefone (54) 3332.2200 Pa ra sab e r ma i s, ace sse : w w w.e x p o di re to.co t ri jal.co m.b r face b o o k .co m/E x p o di re to O f i c i al


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2000-2018

MEMÓRIA

Os 20 anos de um marco A feira que começou em um espaço de 32 hectares e para um público regional alcançou proporções mundiais com a internacionalização

O

mundo busca conhecimento sobre o agronegócio na Expodireto Cotrijal de Não-Me-Toque. A feira começou pequena se comparada com as proporções que possui hoje. Ela não cresceu só em espaço físico ou no número de participantes. Depois de 20 anos alcança produtores e empresários dos setores em praticamente todos os cantos do planeta. Antes mesmo da primeira edição começar, em 2000, o presidente Nei César Mânica já apontava o sucesso dela. O evento inaugurava uma nova fase da tecnologia no agronegócio na região. Uma área da cooperativa havia sido transformada com infraestrutura capaz de abrigar 114 empresas. A ideia era ser a maior feira do Rio Grande do Sul. Depois de 20 anos, tornou-se conhecida mundialmente, tanto que há um espaço específico para mesas de negócios internacionais, com a presença de personalidades do agronegócio de várias partes do planeta.

Em entrevista ao Grupo Diário da Manhã, veiculada no caderno especial de abertura da feira, Nei César Mânica estava empolgado. A projeção inicial era para a participação de 30 a 40 empresas e um público de 20 mil pessoas. Quando o evento iniciou esta expectativa já estava maior, tamanha a repercussão do evento. O número de empresas expositoras havia saltado três vezes e o público estava sendo estimado em 30 mil visitantes. O presidente declarou na época que a Cotrijal havia cumprido o desafio de transformar a Expodireto numa grande feira de negócios. Mânica cuidou pessoalmente das negociações junto a instituições financeiras para que recursos não faltassem para concretizar a comercialização. Gelson Lima, gerente da unidade de grãos, abria a feira dizendo que o objetivo da Cotrijal era que o produtor absorvesse as ideias oportunizadas na feira. Ele disse que a Expodireto era uma forma de aproximar os produtores das tecnologias e dos avanços científicos. Acrescentou que ofertar as informações aos agricultores era fundamental, pois o agronegócio é a essência da região.

A Expodireto demonstrou ser palco para reivindicações

Linha do tempo 2000-2018

2006

as parcelas das dívidas referentes aos meses de março e abril, beneficiando produtores de arroz, algodão, milho, soja, sorgo e trigo.

Nascia uma grande aposta da Cotrijal para alavancar o

2000

foi montada em 34 hectares onde 114 expositores mostraram seus produtos e serviços. A ideia era fazer da feira a maior do Rio Grande do Sul, mas ela ultrapassou todas as fronteiras. Entre as presenças ilustres, estava a do Governador Olivio Dutra.

confirmaram. Foram negociados R$ 150 milhões. Os produtores rurais estavam ansiosos por um anúncio de medidas contra a seca por parte do Governo Federal, o que não ocorreu, mesmo com a presença Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, no parque.

Somente em dois dias foram comercializados R$ 4,5

2001

Moraes e o secretário estadual de Agricultura, José foi inaugurado a placa oficial do parque, denominado “Parque Centro de Difusão Tecnológica Cotrijal”.

2002

2005

A feira já era considerada a terceira maior do país na área do agronegócio. O parque da Expodireto transformou-se na Casa do Governo. O Governador

A segunda edição começou demonstrando força. Somente

começava a ganhar forma com a construção de um lago,

cenário de crise no setor, lideranças e agricultores cobraram soluções por parte dos governos e foram atendidos. Houve até enterro simbólico dos setores

Ocorreu o primeiro grande marco da Expodireto. O Fórum da Soja, até então realizado em Porto Alegre, passou a fazer parte da programação da feira em Não-Me-Toque, diante da importância que a Expodireto já alcançava.

2004

abertura, recebeu reivindicações de lideranças regionais no espaço especialmente montado para abrigar as autoridades estaduais. Também marcaram presença os secretários de Agricultura e Abastecimento Odacir Obras Públicas e Saneamento, Frederico Antunes, e do Meio Ambiente, José Alberto Wenzel.

A transgenia começou a nortear muitos debates, inclusive durante a feira, mais especificamente no Fórum da Soja. Temia-se, inclusive que os produtores não poderiam comercializar sua produção. Eles realizaram um “tratoraço” para pressionar as autoridades para liberar os transgênicos.

2003


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MEMÓRIA

2000-2018

para o agronegócio Os 50 anos da Cotrijal e a idealização da feira

2007

países no Pavilhão Internacional. organizado tradicionalmente pela Emater.

A Agricultura Familiar teve destaque naquela edição. Os pequenos agricultores passaram a contar com um espaço específico para expor seus produtos. O Pavilhão da Agricultura Familiar foi inaugurado.

2009

2008

Destaque para o GPS. A tecnologia até então pouco conhecida no meio rural representava a grande inovação tecnológica dos maquinários da época. Os produtores puderam conhecer de perto durante as dinâmicas realizadas pelas empresas. O Ministro da Agricultura Reinhold Stephannes recebeu a Carta do Setor Primário Gaúcho, com 20 sugestões para o enfrentamento da crise financeira do setor. Também naquele ano, o produtor passou a contar

Uma das primeiras edificações fixas foi inaugurada durante a 11 edição. Foi o Mundo Ocergs/Sescoop. O Pavilhão da Agricultura Familiar foi ampliado oportunizando a mais produtores a exposição de seus produtos.

2011

Foi considerada a mais internacional

2010

O Código Florestal esteve no centro dos debates. O deputado Aldo Rabello (PCdoB-SP) havia proposto mudanças no texto original, alegando que quase 100% dos agricultores poderiam estar sendo colocados na ilegalidade. A comercialização naquela edição quase alcançou R$ 1 bilhão, o que se confirmou na edição seguinte.

fizeram missões oficiais na feira e conheceram as potencialidades

2014

familiar, um dos assuntos que mais preocupam o meio rural.

2012

Destacando que a economia gaúcha é fruto da pujança do agricultor, o Governador Tarso Genro esteve no parque, acompanhado pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Naquele ano 19 embaixadas marcaram presença no Pavilhão Internacional. Também foi

Expodireto. As negociações no Pavilhão Internacional representaram 50% de toda comercialização da feira. Enquanto o Governador José Ivo Sartori pedia a união os gaúchos para o desenvolvimento do Estado, a Ministra da

2015

A Casa da Família Cotrijal foi concluída.

2016

Naquele ano, O Governador José Ivo Sartori assinou decreto para agilizar licenciamentos ambientais para irrigação, construção de açudes e barragens. Um dos espaços que tem crescido (parceria da Cotrijal com a Emater/RS-Ascar) é o Pavilhão da Agricultura Familiar. Naquele ano, 220 expositores fecharam R$ 956 mil em negócios nos cinco dias da feira, 12% a mais que o de 2014.

O Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, esteve no parque acompanhado por uma delegação com mais de 30 embaixadores e representantes de também foi destaque. Milhares de produtores

2017

na Aposentadoria Rural. A mobilização foi tamanha que foi necessário disponibilizar um telão do lado de fora do auditório para que todos pudessem acompanhar o evento.

A Expodireto ganha o Fórum do Jovem do Grupo Diário da Manhã, respaldada

2013

2018

A atenção ao Funrural, o fim do Estatuto do Desarmamento e a relevância do agronegócio para a economia nacional foram alguns dos temas que nortearam os discursos de abertura da edição passada. Personalidades como o Governador José Ivo Sartori e o Ministro Chefe da entre os presentes.


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2000-2018

MEMÓRIA

Plantio Direito, a base da agricultura moderna Quando a Expodireto Cotrijal iniciou, o plantio direto já estava consolidado no Brasil há pelo menos 20 anos. A técnica, criada inicialmente para evitar a erosão, revelou-se muito eficaz, embora cara. Mesmo assim, alguns agricultores arriscaram o custo e acabaram descobrindo novos horizontes para o agronegócio. Em 2000 já eram mais de dois milhões de hectares em plantio direto no Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura iniciou as pesquisas em 1971, nas culturas de trigo e soja, no Paraná. Em 1975 o processo chegou ao Rio Grande do Sul. Entre os principais argumentos a favor do sistema estavam a conservação do solo, a redução de custos da lavoura, o aumento da produtividade e a redução do tempo de plantio. Estimava-se economia de 60% a 70% na constituição da lavoura.

2010: A feira do meio bilhão de reais Um dos momentos marcantes da 11ª edição foi a inauguração do Mundo Cooperativo, uma iniciativa da Ocergs/Sescoop. O espaço fixo dentro do parque tem mais de 500m² e conta com participação de outras cooperativas gaúchas. Somente em três dias de evento, quase 100 mil pessoas passaram por Não-Me-Toque. Uma pesquisa apontou que 47,43% do público era composto por produtores rurais, 18,29% por profissionais ligados ao agronegócio, 13,24% por estudantes e 21,03% somavam o público em geral. Os dados comprovaram a Expodireto como uma feira especificamente voltada a negócios e tecnologia e que recebe pessoas interessadas em conhecer tecnologias, inovações e adquirir conhecimento sobre o setor. Naquele ano o ex-ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, declarou que a Expodireto Cotrijal já era considerada a feira das feiras, diante dos sucessivos recordes de público, comercialização e expositores. Já eram 11 anos de evolução constante. Em números gerais, a edição de 2010 foi a feira do meio bilhão de reais, já que chegou a R$ 512.326, crescimento de 43,45% em relação a edição anterior. No Pavilhão da Agricultura Familiar, novo recorde. O espaço foi ampliado para abrigar mais expositores e a comercialização atingiu R$ 320 mil. No Pavilhão Internacional, uma das grandes apostas daquele ano, o crescimento foi de 260,25%, com comercialização de R$ 12.969 milhões, o que consolidou a feira como internacional.

Cinco continentes em 84 hectares A Expodireto Cotrijal 2015 abrigou os cinco continentes em 84 hectares. O maior interesse das delegações internacionais estava voltado a produtos como arroz, soja, frango, carne bovina e máquinas e implementos agrícolas. Os acordos fechados no Pavilhão Internacional representaram 50% das vendas. A infraestrutura do parque melhorou. A Casa do Produtor da Cotrijal foi concluída e o gramado recuperado. Participando da abertura da feira, o Governador José Ivo Sartori pediu o apoio da sociedade gaúcha para que, a exemplo do que ocorre com a Expodireto, ocorresse uma união de esforços em prol do desenvolvimento do Estado. A Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, Kátia Abreu, anunciou na ocasião a manutenção de R$ 1,5 bilhão para custeio e investimento, com taxa de juros a 4,5% ao ano.

Fotos Arquivo

Mesmo com estiagem, expectativas superadas em 2005 Crescendo ano a ano, a Expodireto Cotrijal chegou a edição de 2005 em um momento especial para a cooperativa. Movida pela força da feira, a Cotrijal aumentava sua área de atuação entrando em Passo Fundo. O Governador da época, Germano Rigotto, esteve em Não-Me-Toque e procurou animar os produtores que estavam preocupados com a estiagem, uma das piores da história, que poderia comprometer a produção. “A Expodireto e a força dos produtores são maiores que os problemas da seca. A classe produtora estava ansiosa por um anúncio de medidas para amenizar os efeitos da estiagem por parte do então Ministro Roberto Rodrigues, que também esteve no parque, o que acabou não se confirmando. As projeções negativas de que seria um ano sem grande comercialização não se confirmaram. Naquele ano foram 117 mil visitantes e a comercialização alcançou R$ 150 milhões, números considerados excelentes tendo em vista as dificuldades enfrentadas pelos produtores na época.

11ª edição foi marcada pela inauguração do Mundo Cooperativo, uma iniciativa da Ocergs/Sescoop

Embora organização esperava crescimento maior, feira teve incremento, especialmente no Pavilhão Internacional

A feira em números

R$ 2,2 BI

R$ 2,1 BI

265 mil

230 mil

Valor em milhões de R$

Público em milhares de pessoas

530

Expositores

527

168 mil

117 mil Fontes: Arquivo Diário e Cotrijal

Números empolgantes No segundo dia de feira, a direção da Cotrijal já garantia a realização da segunda edição para o ano seguinte. No primeiro dia 6,4 mil visitantes passaram pela feira que acontecia em 31 hectares de uma antiga área experimental da cooperativa. As dinâmicas envolvendo as máquinas foram um show à parte. Além de adquirir informações, os produtores conferiam de perto o desempenho dos maquinários. A primeira edição encerrou com sucesso de público e vendas. Durante quatro dias a feira recebeu 41.400 pessoas e o volume de negócios chegou a R$ 12 milhões.

328 278

R$ 512 mi 41 mil

114 R$ 105 mi

R$ 21 mi

2000

2005

2010

2015

2018


7 DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO E CARAZINHO, SEGUNDA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2019

IMPERADOR 3.0 ÚNICODO DO

MUNDO 3 EM 1

PULVERIZADOR, DISTRIBUIDOR DISTRIBUIDOR EE SEMEADOR SEMEADOR PNEUMÁTICO PNEUMÁTICO PULVERIZADOR,

semeadura no final do ciclo da soja

emergência pré-colheita

lavoura pós-colheita

com o sistema ponte verde

a sua lavoura fica sempre protegida respeite os princípios do plantio direto e aumente o controle de plantas daninhas, matéria orgânica e ainda diminua a erosão, garantindo máximas produtividades. Av. Stara, 519 - Bairro Stara - Não-Me-Toque/RS Fone: 54 3332 2800


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2000-2018

MEMÓRIA

Janesca Maria Martins Pinto

Um grupo de comunicação protagonista

Janesca Maria Martins Pinto diz que o Grupo Diário da Manhã continuará inovando na cobertura da Expodireto Cotrijal para continuar levando a melhor informação ao público

da sucessão aparece como um dos principais desafios. “Abraçar essa ideia junto com a Cotrijal veio corresponder a uma das premissas do Grupo Diário da Manhã, baseada na convicção que a comunicação não apenas informa, mas forma cidadãos e, por isso, desempenha um papel voltado à educação”, constata. “Assim como temos compromisso de formar jovens leitores, nos comprometemos a auxiliar na formação de jovens gestores rurais. Esse é o objetivo do Fórum que recebe a cada ano mais de 300 jovens cooperativistas”, completa.

principais empresas do agro”, analisa Janesca. Para ela, o potencial da feira como propulsora de negócios e conhecimento é imensurável. “O que justifica a nossa escolha por fazer de cada edição um momento ímpar para o Grupo Diário da Manhã, trazendo novidades na cobertura jornalística e ampliando a nossa participação. Para nós, nunca é apenas mais uma Expodireto. Apesar da expertise da nossa equipe na cobertura da feira, tratamos cada edição como única”, argumenta.

Orgulho de contar as histórias da feira Ao analisar os 20 anos de Expodireto Cotrijal e de cobertura do Diário da Manhã sobre a feira, a diretora presidente destaca que a história da região se divide em dois momentos: antes e depois da Expodireto Cotrijal. “A feira representa um divisor de águas para o desenvolvimento regional, garantindo que hoje a região do Alto Jacuí seja conhecida e reconhecida internacionalmente. Além disso, o conhecimento adquirido pelos produtores durante a feira e aplicado nas propriedades garante com que hoje a região tenha alcançado um dos maiores índices de produtividade”, constata. Janesca diz que o Diário tem orgulho de fazer parte dessa história de 20 anos. “Acompanhamos e vivenciamos a evolução da feira de regional à internacional, da brita ao calçamento dos corredores, da primeira bandeira nacional hasteada no Parque até a bandeira gigante que hoje tremula ao lado da também gigante bandeira do Rio Grande do Sul, da criação do açude, do espaço do Meio Ambiente, a inauguração do Pavilhão da Agricultura Familiar, das primeiras edições dos Fóruns da Soja e do Milho e a chegada das primeiras delegações estrangeiras”, enumera. Além disso, ela lembra que o Grupo também vivenciou a feira como grande palco de reivindicações do setor, desde a luta pela liberação dos transgênicos até mais recentemente as discussões envolvendo questões agrárias. “Acompanhamos e transmitimos a emoção dos discursos de abertura do presidente Nei César Mânica a cada edição, assim como no final de cada feira, comemoramos os números juntamente com a equipe da cooperativa e expositores. Mas o mais importante é que depois que se fecham os portões e se apagam as luzes no último dia de feira, nós continuamos a contar essa história”, orgulha-se.

Novos produtos editoriais O Grupo Diário da Manhã mais uma vez foi pioneiro, sendo o primeiro veículo de comunicação a lançar um Anuário bilíngue voltado ao setor durante a feira. “E não poderia ser diferente, já que a Expodireto é sinônimo de inovação e palco de lançamento de produtos das

Fotos Reprodução Diário

Grupo Diário da Manhã possui forte identificação com o agronegócio e com a comunidade regional. Talvez por isso não se limita apenas a informar, sua missão primeira, mas também se envolve em ações que contribuem para o desenvolvimento. Um exemplo forte disso é a participação na Expodireto Cotrijal. A diretora presidente do Grupo, Janesca Maria Martins Pinto, lembra que antes mesmo da feira nascer, os veículos da marca já acompanhavam de perto as ações da cooperativa, tamanha a importância dela para a região. “Assumimos um protagonismo de uma forma natural, uma vez que vivemos a Expodireto Cotrijal 365 dias por ano e não apenas no período do evento. Isso nos transformou no jornal oficial da feira, único autorizado a circular dentro do Parque”, pontua, citando iniciativas em parceria com a Cotrijal que engrandecem a feira. “Desde a primeira edição da feira, o Grupo Diário da Manhã não se limitou à cobertura jornalística, promovendo eventos especiais como o Troféu Destaques do Agronegócio, realizado em 2009 em parceria com a Cotrijal. Além disso, lançamos Anuários do Agronegócio durante a feira, e há oito anos viemos marcando a nossa participação na programação oficial com o Fórum do Jovem Cooperativista, idealizado e realizado pelo Diário da Manhã e Cotrijal”, menciona. A necessidade de envolver os jovens O Fórum do Jovem Cooperativista, evento consolidado, dentro da Expodireto Cotrijal e realizado sempre no último dia de feira, traz à tona uma das grandes preocupações do meio rural: a sucessão familiar. Janesca aponta que a forte identificação do grupo com o agronegócio permitiu constatar a necessidade de um debate sobre o assunto. “Nossa forte identidade com o setor primário nos permitiu constatar a necessidade de trazer o tema da sucessão rural para o debate, quando esse tema ainda não fazia parte da agenda da maioria dos veículos de comunicação”, recorda a empresária, acrescentando que, como feira de negócios, a Expodireto se constitui em um importante espaço de reflexão sobre a gestão da propriedade rural, onde a questão

Foto Arquivo Diário

O

Diário da Manhã tem por tradição envolver-se em ações em prol do desenvolvimento regional. Identificada com o setor primário, jornal da marca tornou-se o oficial da feira

Chegamos a nossa 20ª cobertura da feira consolidados como o veículo de comunicação que possui o “DNA” da Expodireto Cotrijal, e sem dúvida, continuaremos a honrar essa conquista

“ Anuários do Agronegócio bilíngues foram lançados durante a Expodireto de 2014 e 2015


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MEMÓRIA

Projetando o futuro Janesca Maria Martins Pinto acredita que a Expodireto Cotrijal não parará de evoluir. “Acompanho a história de Nei Mânica como liderança cooperativista por tempo suficiente para afirmar com toda a certeza que a Expodireto Cotrijal não vai parar de evoluir. Como presidente, Mânica sempre faz questão de repetir que a Expodireto não tem a pretensão de ser a maior, mas a melhor feira de agronegócio do país. Essa meta já foi alcançada, mas como grande empreendedor que é, temos certeza que o presidente agora vai dobrar a meta”, afirma, destacando também a competência de toda equipe de colaboradores da cooperativa. “A equipe de colaboradores da Cotrijal garante o suporte necessário para que isso aconteça. Depois de ter se consolidado como internacional, com a presença de cerca de 70 países na última edição, acredito que o grande salto que está sendo preparado para os próximos anos é a feira se tornar 1-2 Página Jn Diário da manhã.pdf 1 20/02/2019 14:20:31 referência em agricultura digital de alta pre-

2000-2018

cisão e tecnologia. Porém, tenho certeza que a Expodireto nunca vai perder a sua principal característica, que é além de ser uma feira de negócios, um espaço de difusão de conhecimento”, coloca. Inovação também no Diário Janesca garante que, assim como a Expodireto Cotrijal, o Diário da Manhã também não deixará de inovar. “Nunca deixaremos de inovar na nossa cobertura, investindo cada vez mais na informação em tempo real, permitindo assim que quem nos acompanha através do Portal diariodamanha. com, redes sociais ou ainda, através das rádios possam se sentir dentro do Parque, independentemente de onde estejam”, explica. Ela cita também o caderno especial Diário Expodireto Cotrijal produzido diretamente

Localizada no coração do Parque, Casa Diário Expodireto sedia atividades do grupo no evento

do Parque, durante os cinco dias do evento, como ferramenta importante para propagação das novidades. “Ele cumpre papel de aprofundar as informações, através de uma equipe especializada de jornalistas escalados para a cobertura”, sintetiza. Além disso, a diretora presidente acrescenta que o Grupo pretende continuar mantendo-se como protagonista no evento. “Não apenas testemunhando os principais fatos da feira, mas fazendo parte deles, através de Seminários, Fóruns e debates promovidos na Casa Diário Expodireto Cotrijal”, diz. Janesca finaliza dizendo que “chegamos

a nossa 20ª cobertura da feira consolidados como o veículo de comunicação que possui o “DNA” da Expodireto Cotrijal, e sem dúvida, continuaremos a honrar essa conquista, que possui uma importância ímpar para o Grupo Diário da Manhã. Quero aproveitar para fazer um agradecimento especial ao presidente Nei César Mânica pela confiança no nosso trabalho, assim como toda a direção e quadro de colaboradores da Cotrijal. Meu agradecimento especial também a equipe Diário, que não mede esforços para fazer de cada cobertura, a melhor delas”.

Foto: Leonid Streliaev

O Badesul impulsiona o progresso do Rio Grande do Sul apoiando a inovação, investindo em projetos do agronegócio, de empresas privadas e do setor público através de consultorias especializadas e soluções financeiras de longo prazo. Bons projetos significam desenvolvimento; um Estado melhor para se viver e trabalhar. Venha conversar conosco sobre alternativas para o desenvolvimento sustentável do Rio Grande do Sul.

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A gente dá valor para o Rio Grande crescer.

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MEMÓRIA

NEI CÉSAR MÂNICA

“Eu aprendi uma coisa na vida: peça perdão, mas não peça permissão”

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Presidente da feira relata detalhes dos bastidores das duas décadas da feira que colocou Não-Me-Toque no centro das atenções do agronegócio para o Brasil e o mundo

DIÁRIO: Quais fatos marcantes estas duas décadas de feira lhe fazem relembrar? Mânica: O primeiro fato é a questão do rigor da feira. O segundo é o foco muito claro da Expodireto. O que nós vemos aqui é que o expositor vem aqui para vender os seus produtos e fechar

DIÁRIO: Qual é a história da primeira Expodireto, há 20 anos? Nei César Mânica: O falecido Gilberto veio aqui nos propor uma parceria de fazermos uma exposição em conjunto, porque ele já tinha feito no ano de 1999, em Carazinho. Aí nós perguntamos ‘que tipo de feira vamos fazer?’. Fazer uma tradicional, todo mundo faz. Ai eu disse o seguinte: ‘vamos buscar um modelo de uma feira diferente!’. Aí eu lembrei e liguei para o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, em outubro de 1999. Eles tinham o Show Rural, há mais de dez anos, e eu falei para ele que queríamos fazer uma feira aqui, mas que não entendia muito bem e que precisava entender um pouco do negócio. Fomos lá eu e mais três colegas e passamos um dia inteiro lá visitando a cooperativa e o parque. Aí ele nos mostrou aquela área, assim como é a Expodireto hoje, a céu aberto. Voltamos para o escritório e eu perguntei ao Grolli quanto ele havia gasto naquilo tudo. Ele me respondeu que o valor passava de um milhão de reais. Eu me surpreendi, até porque estava tudo pronto, mas aquele valor era investido apenas em manutenção e ajustes. Minha ideia era gastar no máximo cem mil reais. Foi assim que nasceu a primeira concepção da feira, englobando a área de sementes, químicos e maquinário. Já há 20 anos nós fixamos que o foco da feira teria de ser em inovação, tecnologia e oportunidade de negócios.

Foto Alex Wiroski | Diário

uas décadas se passaram desde a primeira realização da Expodireto Cotrijal. Hoje, a estrutura gigantesca do parque da feira, em Não-Me-Toque, carrega além de tecnologia e inovação, uma infinidade de histórias que datam o período em que o evento – hoje considerado um dos maiores da América Latina – era apenas um sonho ousado. Uma a uma, as lembranças foram contadas pelo presidente da Cotrijal e da Expodireto Cotrijal, Nei César Mânica, em entrevista do Diário. Da ligação que deu início ao projeto até as dificuldades enfrentadas, Mânica jamais imaginou o crescimento exponencial da feira nem mesmo a importância que teria para o agronegócio do país. Confira na íntegra:

Se alguém me perguntar se eu tinha noção do que a Expodireto se tornaria, minha resposta é não

negócios. E aquilo começou a pegar no primeiro ano, no segundo ano, terceiro ano, e hoje chegamos aos 20 anos, com um saldo positivo de grandes eventos, como o Fórum da Soja, do Milho, das Mulheres, de solos, reivindicações, dos transgênicos, de áreas indígenas. Ela virou um palco político. E teve muitos outros fatos marcantes. Nessa questão da soja transgênica, por exemplo, nós fizemos uma reunião das entidades com a Farsul, Fetag, Fecoagro, cooperativas, e cada uma [das entidades] queria disputar quem seria a porta-voz do tema. E eu questionei à todas ‘quem era o governador do Estado?’. Na época era o Germano Rigotto. Aí falamos com o governador e foi ele quem pegou a mala e foi até à China para resolver a questão. Então são coisas que saíram da Expodireto. Foram alguns fatos marcantes.

DIÁRIO: Antes da primeira feira, houve muita resistência por conta do segmento da Expodireto? Mânica: “O que é isso?”, “Isso não vai dar certo”, “Você é louco”, tudo isso eu ouvi. Mas, eu aprendi uma coisa na vida: peça perdão, mas não peça permissão. Eu disse, “vamos fazer essa feira!”. E como ela deu certo de cara e foi um sucesso acima do esperado, logo quem era contra já virou à favor. Agora, realmente, se alguém me perguntar se eu tinha noção do que a Expodireto se tornaria, minha resposta é não. Se alguém disser que sim, é mentira. Nenhum de nós tinha. Ela começou regional, logo em seguida estadual, depois nacional, Mercosul e aí virou uma feira internacional. Tudo em uma sequência muito rápida. Hoje, vocês sabem, mais de 70 países estão presentes na feira. Lá atrás, teve muitos desafios de investimentos, que tivemos de buscar recur-

sos. Hoje, tudo isso que o pessoal conhece foi resultado da construção de um parque dos sonhos. Sem modéstia, todo aquele parque saiu praticamente da minha cabeça, com inspirações que pegamos de todo o mundo. E a segmentação da feira é muito importante. Pega todo o setor de máquinas, de produção agro vegetal, produção animal, pequena propriedade com agroindústria e meio ambiente. DIÁRIO: Uma das marcas da Expodireto são as bandeiras gigantes do Brasil e do Rio Grande do Sul. De onde veio esta ideia? Foi de alguma feira que o senhor visitou? Mânica: Na verdade não foi bem de uma feira. Eu lembro de Brasília, quando eu vi aquela bandeira do Brasil, eu pensei “poxa, mas nós em uma feira temos de ser patriotas, vamos botar uma bandeira aqui”. Aí nós colocamos uma bandeira grande, no tamanho oficial, contratamos um guindaste e botamos em um ano a bandeira do Brasil. Isso não foi na primeira feira, foi nas seguintes. Em uma das edições, nós fazíamos a abertura da feira lá no gramado, no lado de fora. O governador da época, Germano Rigotto olhou para bandeira do Brasil e me perguntou onde estava a bandeira do Rio Grande do Sul. Respondi para ele que no próximo ano ela estaria lá. Hoje, temos a bandeira do Rio Grande e a do Brasil. E depois ela se disseminou. Agora, se você vai em outras feiras você também as bandeiras lá. DIÁRIO: E sobre a organização da Expodireto, quantos meses antes vocês começam a trabalhar cada edição? Mânica: O primeiro momento da feira é a venda dos espaços. Depois, começamos o planejamento dos eventos que terão na feira, além dos tradicionais. O que é que vamos buscar para reivindicar ao governo estadual e federal? Então nós aguardamos até janeiro, fevereiro, para avaliar o que o agronegócio precisa. Junto com entidades, senadores, ministros, nós discutimos esse tema e levamos em pauta na Expodireto. A feira tomou uma proporção tão grande que todo mundo quer participar e, cada um que participa, quer tirar o seu proveito. Mas há uma disciplina dentro do espaço que ali ele [expositor] pode fazer o que bem entender, mas fora dele não pode fazer nada. Algumas empresas já tentaram fazer e nós eliminamos. Então todos sabem que há um regulamento rígido, claro, com a sensibilidade de algum ajuste sempre, mas os expositores adoram isso, pois sabem que há disciplina.


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DIÁRIO: A gente nota como tudo na Expodireto funciona como um “relógio”, assim como acontece aqui na Cotrijal. Isso muito devido à tua liderança. De onde vem esta disciplina? Mânica: São dois fatos marcantes, para mim. Quando eu era jovem, estudava em

COOPERATIVISMO INOVAÇÃO A PARTIR DA INTERAÇÃO. O cooperativismo é um modelo econômico que interliga pessoas, incentiva a inovação e produz resultados. E o Sescoop/RS é quem qualifica as cooperativas para uma gestão mais eficiente. Esteja onde você estiver, o cooperativismo também é para você. Confira alguns depoimentos de sucesso do cooperativismo em historiasreais.coop.br e saiba mais em sescooprs.coop.br.

A Expodireto é o sucesso de um trabalho de 20 anos de uma equipe que a gente lidera e coordena. Eu me sinto muito orgulhoso e feliz por ter uma equipe qualificada que faz isso tudo acontecer.”

DIÁRIO: Esses últimos dois meses que antecedem a feira, durante toda essa agitação pré-Expodireto, o que passa pela sua cabeça nessas visitas ao parque? Mânica: É uma sensação muito agradável. A gente faz isso há 20 anos e toda a vez que eu vou à Expodireto eu me sinto rejuvenescido, cheio de energia, porque a Expodireto, quando nós iniciamos, não tinha nada lá, não tinha um marco, não tinha uma história, e hoje eu posso dizer que passados todos esses anos, junto com uma equipe, nós estruturamos uma grande feira do agronegócio brasileiro e da América Latina, conhecida internacionalmente. E eu acompanho isso desde o primeiro tijolo, primeira planta de grama, onde nós planejamos em cima de outras exposições que visitamos no Brasil e no mundo. Nós prezamos muito pela disciplina, limpeza e bem-estar do nosso expositor e do nosso visitante. E também com os eventos muito focados ao agro.

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Porto Alegre e fui jogar nas categorias de base do Grêmio. Fiquei lá por dois anos e, na sequência, fiz alistamento para o quartel em Tapera, porque sou natural de lá. E aí me mandaram para Cruz Alta, onde descobriram que eu jogava futebol. Levei todos os tipos de atestados para ser liberado e por conta de eu ser jogar não me liberaram. E lá no quartel, eu aprendi muitas coisas. Então o esporte, ele te ensina muito. União de grupo, liderança. E o quartel foi uma escola para mim. Fiquei lá contrariado em um primeiro momento, mas depois adquiri um grande aprendizado. Lá todos são iguais, tem disciplina, pontualidade, lá você aprender a ser gente, com respeito e responsabilidade. Isso, depois, na minha vida profissional,

eu procurei usar isso que eu aprendi. Me considero uma pessoa determinada, de diálogo, gosto de dar autonomia, mas não abro mão do comando. Não podem ter dois comandos. Quem quer agradar dois senhores, acaba por não agradar ninguém. DIÁRIO: O senhor é um dos mais influentes líderes cooperativistas da região. Como é ter essa responsabilidade? Mânica: Quando eu comecei em 1972 no cooperativismo, desde sempre acreditei que cada um aqui tem uma missão para fazer e deixar um legado. Eu tenho esse viés no setor primário. Comecei na cooperativa e fui construindo uma rede de relacionamentos, hoje não só regional, é estadual, nacional e internacional. A gente

tem relação com a entidade, imprensa, indústria, bancos, ministérios, secretarias. Construímos uma história de confiança, de trabalho e isso abre qualquer porta. Então, hoje, o nosso sucesso da Expodireto é o sucesso de um trabalho de 20 anos de uma equipe que a gente lidera, coordena. Sempre temos que ter alguém para coordenar e liderar, e eu me sinto muito orgulhoso e feliz por ter uma equipe qualificada que faz isso tudo acontecer. DIÁRIO: Qual será o papel do cooperativismo – e aqui colocamos a Expodireto como protagonista – no futuro? Mânica: O cooperativismo, não resta dúvidas, é o melhor sistema de integração. É um sistema que atende a parte social, econômica, é o cooperativismo que congrega a pequena, média e grande propriedade. É o cooperativismo que puxa frente sempre nas reivindicações, tem o melhor índice de desenvolvimento humano nas cidades em que ele é aplicado. O mundo mostra que o cooperativismo é essencial para todos. Precisamos que este sistema faça cada vez mais gestão, profissionalização, integração, pense no pequeno produtor, no médio e no grande. O cooperativismo é a casa onde podemos fazer todas essas ações em benefício de todos os produtores.


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Os atores que fazem o espetáculo acontecer

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Cotrijal mantém uma equipe numerosa atuando para que o show do agronegócio seja um sucesso. Alguns colaboradores viram a feira nascer e todos se orgulham de fazer parte do sucesso do evento

quer diminuir o espaço que tinha disponível na feira anterior, abre-se uma área para que outra companhia do mesmo segmento se instale. Passa por uma análise da comissão organizadora que observa outros requisitos”, enumera. Patrícia reconhece que a função que desempenha é de grande responsabilidade. “São muitos anos de atuação e não é somente a comercialização que está em jogo. É todo contato feito com elas, a prestação de assessoria para elas, para as montadoras quando elas chegam, para as comissões internas da Cotrijal, enfim. Acabamos fazendo as relações públicas da feira também”, destaca. A colaboradora revela que se dedica muito para que tudo saia com perfeição. “É comum me acordar no meio da noite e lembrar que no dia seguinte tenho determinada tarefa para fazer, ou recordar de algo que ainda não consegui realizar e não posso esquecer. A Expodireto é nossa segunda casa, porque você passa a viver a feira”, menciona ela, que é auxiliada por mais duas pessoas. RESPONSABILIDADE Patrícia acompanha a evolução da Expodireto enquanto feira há uma década e meia e ao se

dar conta de que faz parte do processo de construção do evento se sente gratificada. “É muito bom ver que nosso trabalho tem dado resultado pois a feira está crescendo e a gente faz parte disso. A Expodireto é o que é todo pelo trabalho de todos, desde o pessoal operacional que prepara o parque o ano todo até nós da parte administrativa. É uma cadeia pois o trabalho de todos é importante para que o resultado seja positivo. E quando a feira começa e você percebe que tudo saiu conforme o planejado e realizado durante o ano todo é muito recom-

A percepção de quem viu a Expodireto nascer Valmir Dapont já atuava no parque da Expodireto antes mesmo da feira nascer. É que a Cotrijal mantinha naquele local a sua área experimental, antes de transformá-la no complexo que é hoje. “Em 1999 participei de uma viagem junto com a direção para a Coopavel, feira que ocorre no Paraná, para conhecer como a feira era organizada. Na volta, o presidente Mânica pediu que a gente traçasse um esboço de como seria uma feira aqui. Trocamos a ideia e decidiu-se que seria nesta área da cooperativa”, recorda ele que é colaborador da cooperativa há 22 anos. Depois da decisão de realizar a feira, segundo Dapont, começaram os trabalhos para a estruturação do parque, junto com a equipe operacional, com a medição de lotes, planejamento de irrigação. “Inicialmente tínhamos apenas os dois primeiros blocos de parcela e no ano seguinte mais um bloco te parcelas, no lado de baixo”, acrescenta. Dapont e sua equipe auxiliam o coordenador do parque, Marlon

Lauxen, cuidando a parque técnica do gramado e nas parcelas de demonstração. “Nas parcelas temos algumas que são da cooperativa e alguns trabalhos de tecnologia de produtos. No restante da parte vegetal damos suporte para as empresas expositoras, prestando informações técnicas”, conta. Quando a feira termina, todo o material é retirado para a realização de um manejo com o plantio de cobertura de inverno. “Isso ocorre a partir de maio, já pensando no preparo da palhada para a feira seguinte. As empresas voltam para trabalhar na dessecação e no plantio, a partir de outubro”, acrescenta. De acordo com Dapont, é um trabalho minucioso e ao mesmo tempo primitivo. “Ainda plantamos com aquele antigo saraquá, para garantir a produtividade. Assim quando a planta emerge deixamos suas plantinhas para que fica as mais vigorosas. Depois de 15 dias retira-se mais uma, para garantir as plantas mais bonitas e as demonstrações durante a feira serem eficientes”, enumera. No início, segundo Dapont, foi bastante trabalhoso, até porque a experiência não era tão grande. “Para a primeira feira sofremos com estiagem e tivemos de improvisar a irrigação, puxando água com bombas, mas deu tudo certo. Tivemos uma ajuda muito grande da equipe operacional”, relata ele, que coordena uma equipe de cinco pessoas. Analisando a evolução da feira, o colaborador revela que fez um pedido para Nei César Mânica. “Quando colocamos as primeiras leivas de grama no parque, pedi que ele colocasse o pé direito sobre uma delas”, coloca. “Sei que meu trabalho foi importante, mas mais importante é a empresa acredita na gente. É uma satisfação para mim ver que a Cotrijal aproveita o meu trabalho e crescemos juntos. Sou muito feliz”, diz, orgulhoso.

Uma logística em perfeita sintonia Operador de balança na sede da Cotrijal, Marcelo Ritter ganha uma outra função nos trinta dias que antecedem a Expodireto Cotrijal. Ele é o coordenador da comissão de máquinas, responsável pela entrada e logística das máquinas até os respectivos estandes dentro do parque. Ele comanda uma equipe de 16 pessoas. Algumas são funcionários da própria cooperativa, mas a maioria – geralmente associados ou filhos de associados – são contratados para o trabalho temporário. Ritter explica que a entrada no parque ocorre conforme a chegada das máquinas. De acordo com as necessidades de cada empresa, os equipamentos são deslocados até o estande. “Com a experiência que temos já sabemos como fazer para dar certo, e as empresas já conhecem nossa sistemática e que ela é eficiente”, relata. O trabalho da equipe de Ritter inicia 30 dias antes da feira começar, com todo o planejamento necessário. Também é a época que o parque abre para as montadoras contratadas pelos expositores para a montagem dos estantes. No entanto, é na semana que antecede a feira é que a maioria das máquinas chega no local e é instalada nos espaços de cada empresa. Neste período entram entre 1200 e 1300 unidades no local. “Já sabemos quais empresas tem as máquinas maiores, os estandes mais distantes ou de acesso mais difícil. Tudo isso precisará de uma logística mais elaborada. Temos os tratoristas que nos auxiliam para que tudo dê certo”, menciona. O coordenador destaca também que a experiência da equipe permite que os problemas sejam antecipados e as soluções

É muito bom ver que nosso trabalho tem dado resultado pois a feira está crescendo e a gente faz parte disso Patrícia Kayser

Sei que meu trabalho foi importante, mas mais importante é a empresa acredita na gente, afirma Valmir Dapont

Fotos Divulgação

uem chega na Expodireto Cotrijal percebe facilmente que tudo funciona em perfeita harmonia. A organização é a palavra chave de uma equipe grande em número de pessoas, mas também em competência, pois trabalham o ano todo para garantir que o espetáculo do agronegócio seja um sucesso. A assistente administrativa Patrícia Kayser está na Cotrijal há 15 anos e desde que entrou na cooperativa trabalha no Parque da Expodireto. Ela é responsável pela comercialização dos lotes para as empresas expositoras oferecendo também todo o suporte necessário para elas. “Anualmente, a partir do mês de agosto, quando iniciamos as negociações para uma nova feira entramos em contato com as empresas. Ligamos para todos os expositores, a exceção da agricultura familiar que é de responsabilidade da Emater e a Fetag”, conta ela, revelando que existe lista de espera em todos os segmentos do parque, mas existe uma série de critérios observados para determinar quais empresas se tornam expositoras na feira. “O primeiro deles, para este ano, por exemplo, é se ela já expôs no ano passado. Se algum espaço vagar em função da desistência de uma empresa ou que

pensador”, orgulha-se, acrescentando que alguns detalhes podem estar falhos. “Somos muito detalhistas, procuramos deixar tudo perfeito, mas eventualmente acontece de alguma coisa não ter ficado como gostaríamos. Se há condições de repararmos para os demais dias de feira, a gente faz, senão fica o aprendizado para a próxima edição. No entanto, são coisas pequenas que só quem está no dia a dia percebe, o público geralmente não nota”, relata. Ainda segundo Patrícia, embora já desempenhe a função há 15 anos, não há comodidade. “Todo ano é diferente, são responsabilidades e metas diferentes, o que faz com que não nos acomodamos e busquemos desempenhar nosso trabalho com excelência”, finaliza.

encontradas imediatamente. “Mesmo estando na função há muito tempo, todo ano temos um aprendizado”, avalia, pontuando que tudo precisa estar pronto até a sextafeira que antecede a Expodireto Cotrijal, pois os dois últimos dias antes da abertura são dedicados ao retoque final no local. Ritter confessa que ao longo dos anos muita coisa foi mudando em relação a ver, mas diz ser gratificante perceber a dimensão que a feira alcançou depois de 20 anos. “É muito bom ver que em todas as edições deu tudo muito certo e os resultados foram muito bons também”, diz. O coordenador acredita ser necessário um trabalho em sintonia com as demais equipes envolvidas na organização para que o resultado final seja satisfatório. “Se fizermos um serviço bem feito, as equipes que atuam depois da minha também terão êxito. O contrário também. Então se trabalha em sintonia para que na Expodireto tudo saia muito bem”, destaca.

É muito bom ver que em todas as edições deu tudo muito certo e os resultados foram muito bons também, disse Marcelo Ritter


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ENIO SCHROEDER

“O cooperativismo faz bem às pessoas”

Qual era a ideia inicial? Schroeder: Era fazer um dia de campo melhorado. Fomos crescendo, fomos ampliando, e hoje está aí esta feira maravilhosa, fantástica, que é admirada por todo mundo que passa por lá. A feira é organizada pela Cotrijal, mas ela é do Rio Grande do Sul, ela é do país e do mundo. Então, realmente se aprende muito. A edição de 2019, nós estamos muito otimistas e com certeza será, mais

uma vez, um grande espetáculo tecnológico que vai fortalecer e vai, cada vez mais, trazer segurança para o homem do campo, quando se fala em produção, produtividade.

A feira é organizada pela Cotrijal, mas ela é do Rio Grande do Sul, ela é do país e do mundo

DIÁRIO: Ao levar em consideração a sua história dentro da Cotrijal, qual é o sentimento que predomina nesta 20ª edição da Expodireto? Enio Schroeder: A Expodireto completa 20 anos em 2019. O crescimento da feira é algo extraordinário, em todos os sentidos. Em credibilidade, ela cresceu também em tamanho do próprio parque, mas fundamentalmente, com relação às empresas. A qualidade que tem lá. As empresas procurando levar até a Expodireto o que tem de melhor. Ficamos impressionados, a cada ano que passa, com a preocupação que as empresas têm, o cuidado que todas as entidades têm, de mostrar durante a Expodireto para os agricultores aquilo de melhor que existe em tecnologia no mundo. A feira não perde em absolutamente em nada para o resto do mundo. Temos lá o que tem de melhor em tecnologia, inovação, temos as nossas indústrias que fabricam máquinas da melhor qualidade possível, com alta tecnologia, alta precisão. As empresas também, os pesquisadores vão lá, os eventos que ocorrem lá, são de alta qualidade. A Expodireto atingiu patamares que ninguém jamais imaginava quando fizemos a primeira edição.

Fotos Divulgação | Cotrijal

Vice-presidente da Cotrijal projeta 20ª edição da feira sob o prisma da filosofia do cooperativismo na integração entre pequenos, médios e grandes produtores rurais

A Expodireto é promovida pela Cotrijal, uma das mais importantes cooperativas do Estado. O que, na sua visão, o cooperativismo faz de diferença na vida das pessoas? Schroeder: Toda a minha vida faz parte do cooperativismo. Eu iniciei minha vida profissional aqui dentro da cooperativa, e por este motivo, com certeza, através de uma experiência neste ramo, falar da importância desse sistema junto com as famílias e comunidades se torna tão válida. Nós percebemos que cada vez mais as pessoas cooperam mais. Ele é um sistema que une as pessoas, não importa o ramo no qual ele esteja vinculado. Nós temos, aqui na Cotrijal, um quadro de mais de 7,5 mil associados que atuam no agro, nas atividades de grãos, produção animal e somos todos uma família só. Isto é fruto do cooperativismo, da cooperação ao longo desses anos, que aquelas pessoas que iniciaram a Cotrijal com esta filosofia do cooperativismo, e nós mantivemos essa essência. Ele, como um todo, está espalhado pelo mundo todo, onde muitas pessoas

participam. Temos os mais variados ramos. Temos o cooperativismo de produção, de crédito, entre tantos outros ramos. Mas o que se percebe-se é que onde o cooperativismo está, nestes lugares, existem os maiores índices de desenvolvimento humano. Então, não há nenhuma dúvida, que o cooperativismo faz muito bem às pessoas. Os associados da Cotrijal, conseguiram melhorar suas atividades, sua renda, a produtividade e hoje, temos um quadro de associados muito consciente. No cooperativismo, pessoas são mais importantes que os resultados? Schroeder: Com certeza que nós temos que ter este foco nas pessoas. É lógico que temos de ter resultados, porque ninguém

mais sobrevive sem isso. Como cooperativa, competimos com demais segmentos da mesma atividade. Mas como cooperativa, conseguimos ser mais fortes, porque as grandes, médias e pequenas propriedades consigam viver de forma harmoniosa e fazer com que todos tenha acesso as mais variadas tecnologias que existem. Os frutos dessa relação nós percebemos no campo. Então, se nós não tivéssemos uma cooperativa como a Cotrijal, não teríamos a produtividade que é alcançada entre os associados. Cada um deles tem acesso a uma agrônomo, a um veterinário, tem acesso às mais modernas tecnologias, sementes, insumos de alta qualidade. Quanto mais juntos e unidos, mais fortes ficamos.


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Palco para importantes discussões

ara o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, o crescimento da feira ao longo de 20 anos impressiona. “Não imaginávamos na época em que a lançamos, que a Expodireto se transformaria num evento tão importante, que reúne tatas pessoas e traz tantos benefícios para a Cotrijal e para a região”, aponta, destacando que nenhum outro evento levou tantas pessoas e tantas autoridades importantes para Não-Me-Toque. “Neste período que passou vimos muitas coisas acontecendo, muitas mudanças e o palco destes acontecimentos foi a feira. É algo extraordinário. Em nenhuma região no mundo tivemos a oportunidade de acompanhar ano a ano o crescimento do agro, as coisas acontecendo tão próximas a nós”, orgulha-se. Foco e evolução Schroeder diz ser difícil destacar apenas um momento como importante

nestas duas décadas de evento. “Cada ano que passou se tornou importante, com grandes avanços. Considero imprescindível para que a Expodireto tivesse a credibilidade que tem hoje, o fato de fazermos bem feito desde as primeiras edições. Mesmo com muitas dificuldades na época, porque não entendíamos absolutamente nada de organização de feira e não havia tanta tecnologia para se realizar um evento como este”, recorda. “Foi um grande aprendizado. Hoje está tudo diferente. No início os expositores chegavam com um telefone, computadores grandes, hoje somente com notebook e celular. As mídias estão diferentes. A assessoria de imprensa era uma sala pequena com apenas um jornalista e mais uma pessoa, hoje temos uma grande assessoria, com boa estrutura, setorizada. Este crescimento possibilitou que a feira também fosse grande”, acrescenta.

Propulsora da Agricultura familiar

Mânica destaca que a agricultura familiar passou por um crescimento interessante a partir da Expodireto Cotrijal. O trabalho desenvolvido pela Emater junto às pequenas propriedades passou a ser ainda mais próspero quando a Cotrijal oportunizou que este público demonstrasse suas potencialidades, ganhando inclusive um espaço próprio para isso. “Não existiam muitas agroindústrias familiares. A partir do momento que a Expodireto fez este trabalho, oportunizando, muitas foram criadas em nossa região e em nível de Estado. Teremos mais de 200 este ano participando dentro do pavilhão, mostrando seus produtos. Também foi um desafio que fez com que os produtores tivessem coragem e junto com seus familiares transformar a produção primaria em agregação de valor. Ficamos muito felizes porque a Expodireto foi propulsora da agroindústria familiar”, comemora. As agroindústrias familiares passaram a ter mais visibilidade na feira a partir de 2009 quando foi criado o Pavilhão da Agroindústria Familiar. No novo espaço os pequenos produtores ganhavam melhor estrutura para mostrar suas potencialidades e a importância da diversificação das atividades da pequena proprie-

dade, com transformação do que é produzido em produto final para venda ao consumidor. Naquele ano foram comercializados R$ 250 mil, 30% a mais que em 2008. Em 2010 uma nova ampliação do espaço permitiu o aumento de produtores participantes e a comercialização, que fechou em R$ 320 mil. Na edição de 2012 a Emater-RS/Ascar dedicou-se a divulgar a agricultura familiar. No espaço da Família Rural, a entidade apresentou suas atividades com foco no setor, em especial na diversificação da produção e alternativas para a geração de renda. Naquele ano, o artesanato também passou a fazer parte deste cenário e o Pavilhão da Agricultura Familiar abriu espaço para 81 agroindústrias familiares, 50 produtores de artesanato e 15 de flores e folhagens. Os expositores comemoraram o incremento de 5% nas vendas em relação a edição anterior, superando os R$ 440 mil. Em 2013, o espaço teve 150 expositores que comercializaram mais do que em 2012: R$ 650 mil foi o resultado, ou seja, aumento de 48%. Em 2015, novo crescimento: os 172 fecharam R$ 854 mil nos cinco dias da feira, volume 5% superior a 2014.

Internacionalização A internacionalização, conforme Nei César Mânica, foi sendo construída com o intercâmbio da Cotrijal com outros países, enviando representantes para feiras no mundo e divulgação a Expodireto. “Buscamos fazer com que outros países trouxessem empresas e autoridades governamentais para cá, para trocarmos informações, tecnologias... Isso se espalhou pelos cinco continentes e hoje temos essa discussão, essa troca de experiências durante a feira. Além disso, empresas nossas que antes eram apenas regionais passaram a exportar seus produtos. A Expodireto teve papel importante nessa relação e no crescimento da produtividade agrícola no Rio Grande do Sul”, orgulha-se. A edição de 2007 foi considerada o marco da internacionalização, quando 20 países participaram das 30 rodadas de negócios. Ano a ano esta participação foi crescendo. Em 2009, 35 países estiveram representados. No ano seguinte, o faturamento só neste setor da feira

cresceu 260%, com comercialização de mais de R$ 12 milhões. A mais internacional das feiras foi a de 2013, quando as rodadas de negócios tiveram a participação de representantes de 74 países. Embaixadores de Nigéria e Palestina fizeram missões oficiais na naquela edição. O ano de 2014 também foi importante para a internacionalização da Expodireto Cotrijal. Dezenove embaixadas estiveram representadas na feira. Já em 2015 foi possível afirmar que os cinco continentes estiveram em Não-MeToque. Dos mais de R$ 2 bilhões comercializados nos cinco dias de feira, metade, ou seja 50% ocorreu em negociações dentro do Pavilhão Internacional. A edição de 2017 também registrou a maior comitiva de embaixadores da história da feira e a participação de 70 países. Em apenas um dia, a Expodireto recebeu 33 embaixadores e sete diplomatas, acompanhados pelo ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.


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Fotos Divulgação | Cotrijal

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Área da Expodireto Cotrijal em 2000, com 32 hectares

Nos últimos anos parque teve 84 hectares

Parque retrata a evolução da feira em 20 anos Expodireto Cotrijal já começou em uma área considerável. Em 2000 era 32 hectares. No ano em que completa 20 anos, este espaço está três vezes maior. Em 2019 serão 98 hectares, entre área de exposição e estacionamento. “Da primeira para a segunda edição aumentamos o espaço do parque em hectares, passando de 32 para 34. Aí sentimos a necessidade de aumentar mais para comportar o número de empresas que já era muito grande. Lá por 2004, compramos um espaço ao lado e alugamos a parte da frente para fazermos o estacionamento. Aumentamos para 84 hectares. E agora chegamos a 98 hectares”, recorda o coordenador do parque, Marlon Lauxen. Os 14 hectares a mais em relação a 2018, segundo ele, comportarão estacionamento. “Agora compramos a área frontal ao parque, que antes era arrendado, e conseguimos ampliar mais um pouco”, informa. Lauxen analisa que todos os aspectos da feira foram crescendo ao longo dos anos, e o aumento da área física foi sendo cada vez mais necessária. “Aumentou o número de expositores, o público, o número de negócios, enfim, foi uma evolução muito grande. Para se ter uma ideia, a primeira edição teve 114 expositores, hoje estamos com 530”, compara. O coordenador revela que é perfeitamente possível que a área do parque seja aumentada. Ele está realizando um estudo que

Marlon Lauxen: área do parque acompanha crescimento da feira

pretende viabilizar a instalação de expositores na área frontal do parque, usada até o ano passado como estacionamento e espaço para dinâmica de máquinas. “Pretendo apresentar este estudo para a direção em março, pois com a aquisição da área frontal, poderemos manter o estacionamento e abrir espaço para empresas. Pretendo conversas com os expositores para ver o que eles acham e ver também que investimento que precisa ser feito”, detalha. Ainda refletindo sobre a evolução da Expodireto em duas décadas e, consequentemente a ampliação do espaço físico, Lauxen faz alguns comparativos: “Em 2000 tínhamos uma caixa d’água de 20 mil litros. Hoje temos duas de 100 mil litros cada. O consumo de água aumentou 1000%. Neste sentido também aumentamos outros setores para atender os visitantes. Construímos mais banheiros, a área de alimentação ficou maior com a edificação de mais uma lancheria. Então não é só a área que cresceu, tivemos de disponibilizar a infraestrutura condizente com este crescimento para que público fosse bem atendido”, relata. TERCEIRIZAÇÃO de funcionários A terceirização de serviços veio alguns anos mais tarde. “No começo tínhamos até 900 pessoas trabalhando nos cinco dias de feira. Hoje estamos com cerca de 700, mesmo que a área esteja muito maior que nas primeiras edições. No entanto, tudo ficou mais fácil, fomos conhecendo nosso espaço e sabendo administrar o que temos”, pontua. Atualmente muitos serviços estão terceirizados porque a Expodireto Cotrijal coincide com a safra e não há como o quadro de funcionários da cooperativa dedicar-se somente ao evento. “Acontecia que deixávamos de atender nosso associado em função da feira. Então terceirizamos muita coisa como o estacionamento, limpeza, manutenção de banheiros, lancheria e restaurante da produção. Somente ainda está sob nossa responsabilidade a praça de alimentação ao lado do auditório”, enumera.

Paisagismo chama a atenção dos visitantes

Limpeza e ajardinamento São dois aspectos que ganham atenção especial da equipe de manutenção do parque da Expodireto Cotrijal. “São áreas que demandam muito trabalho. As flores e a limpeza é que faz o brilho do parque. É preciso escolher o tipo de planta mais adequada, colocar água a disposição delas... Tudo foi estudado para que ficasse bonito. No início foi mais trabalhoso mas com o passar do tempo passamos a trabalhar esta parte mais no centro do parque. Então a demanda por flores não aumentou muito, mas o trabalho de manutenção continua”, coloca Lauxen Novidades para 2019 Quem visitar a 20ª Expodireto Cotrijal notará algumas melhorias. “Realizamos

algumas reformas. O restaurante foi totalmente rebocado por dentro e por fora, melhoramos o banheiro central, em frente ao auditório, dobramos a capacidade do banheiro da rampa, reformulamos o auditório da produção com a colocação de cadeiras estofadas”, cita Marlon Lauxen. Além disso, uma reivindicação antiga dos visitantes também foi atendida. “Fizemos a Casa da Produção Animal. Até então fazíamos uma construção temporária através de uma montadora. Percebemos a necessidade de se ter um espaço próprio, bem ao lado do auditório da produção animal”, revela. Conforme Lauxen, neste espaço os colaboradores da Cotrijal atenderão os produtores, comercializarão produtos das lojas de insumos, entre outras atividades.

A área da feira (em hectáres)

98 ha

84 ha

84 ha

84 ha

84 ha

2005

2010

2015

2018

32 ha Fonte: Cotrijal

A

Na primeira edição feira foi montada em 32 hectares. A 20ª edição ocorre em um espaço de 98 hectares

2000

2019


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2000-2018

MEMÓRIA

20 anos vivendo a Feira era apenas um projeto quando começou a ser documentada pelo Grupo Diário da Manhã. Cobertura ininterrupta transformou o jornal no impresso oficial da feira, único autorizado a circular dentro do Parque

A

s duas décadas de Expodireto Cotrijal foram acompanhados de perto pelo Grupo Diário da Manhã. Mesmo quando a feira era apenas um projeto, ela já era notícia nos veículos do grupo. Desde então já foram impressas quase duas mil páginas de jornal e veiculadas aproximadamente 300 horas de programação em rádio somente sobre o show do agronegócio. Com a popularização da internet e o advento das redes sociais, o conteúdo também passou a ganhar a rede mundial de computadores, expandindo ainda mais o trabalho dos profissionais do grupo, bem como a própria feira.

Antes, durante e depois do evento, os colaboradores dos mais diversos setores do Grupo estão engajados para levar informação com qualidade a leitores, ouvintes e internautas, afinal de contas, reconhece a importância da Expodireto Cotrijal para o desenvolvimento da região e do agronegócio como um todo. Os preparativos para a feira, como o lançamento oficial – geralmente na capital do Estado, os ajustes do parque, a programação, as expectativas para a presença de autoridades estaduais e nacionais, entre outros aspectos, são destacadas nos veículos do grupo. No dia da abertura da Expodireto, uma edição extra do Jornal Diário

da Manhã traz um caderno especialmente dedicado a feira, antecipando as discussões que serão destacadas durante a semana. Confortavelmente instalado na Casa Diário Expodireto, no coração do parque, o Grupo atua diariamente durante a Expodireto, de segunda a sexta-feira para informar tudo o que acontece no parque. Os jornais ganham caderno exclusivo, as rádios realizam debates e programas especiais e a internet, através do site e das redes sociais do grupo, ganha conteúdo específico. A presença de autoridades importantes como secretários de estado, ministros, embaixadores e representantes de países dos cinco continentes foi documentada pelo Grupo Diário da Manhã nestes 20 anos de Expodireto Cotrijal. Todos os acontecimentos que movimentaram o parque em quase

2000

duas décadas, estão documentadas nos veículos de comunicação da empresa, especialmente nos jornais, que ficam arquivados para a posteridade. Numa época em que é comum pesquisar na internet sobre qualquer assunto, os arquivos do Jornal Diário da Manhã ganham importância especial, uma vez que principalmente as primeiras edições não foram documentadas na internet, afinal de contas, esta ferramenta recém ganhava popularidade no Brasil. Mas não só de notícias viveu a cobertura especial do Diário da Manhã na Expodireto em 20 anos. O Grupo assumiu papel de destaque propondo debates, lançando novos produtos editoriais e propondo o Fórum do Jovem Cooperativista, que se tornou parte da programação oficial da feira e chega a sua oitava edição em 2019

2002

Em 2000, na edição que antecedia a primeira edição da feira, a capa do Jornal Diário da Manhã já chamava atenção para a grandeza da feira. “Inicia hoje a maior vitrine tecnológica do Estado” era a manchete principal. O caderno especial que circulou naquele primeiro dia de evento ofereceu todas as informações da feira, especialmente a expectativa das personalidades do agronegócio e de liderança políticas da região, como prefeitos das cidades vizinhas a Não-Me-Toque.

2004 Em 2004 o Diário da Manhã homenageou o Embaixador da China no Brasil, Jiung Yuande. A iniciativa teve grande repercussão entre empresários do agronegócio e autoridades governamentais. Naquele encontro proporcionado pelo grupo de comunicação permitiu contatos para futuros negócios entre Brasil e China. O Diário da Manhã também lançou caderno especial com a participação de convidados que avaliaram as relações comerciais entres os dois países naquela época.

2009 A partir de 2009, o Diário da Manhã organizou junto com a Cotrijal o Prêmio Destaques do Agronegócio, em reconhecimento às personalidades que atuam pelo setor primário. A trajetória destas personalidades também rendeu cadernos especiais.

Em 2002 as páginas do jornal apresentavam a expansão da feira para o Mercosul. Naquela edição, embaixadores e cônsules de Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai estiveram em Não-Me-Toque. Uma delegação da Indonésia e da Argentina também participaram do evento.

2007

2005

Uma das edições de 2007 mostrou a homenagem do parlamento gaúcho ao presidente da Cotrijal e da Expodireto, Nei César Mânica. O dirigente foi agraciado com a Medalha Mérito Farroupilha, maior distinção do legislativo do Rio Grande do Sul.

A edição que apresentou os números finais de 2005 mostrou um dos vários recordes que a feira alcançou ao longo dos anos: comercialização de R$ 105milhões.

2012

A partir de 2012, o Diário da Manhã coloca sua marca na programação oficial da Expodireto Cotrijal com o Fórum do Jovem Cooperativista, proposto pelo Grupo e bem aceito pela direção da cooperativa. A sucessão rural passa a fazer parte das discussões anuais na feira.


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Expodireto Cotrijal 2014

PERSONALIDADES IMPORTANTES

A dedicação dos profissionais do Grupo rende prestígio e reconhecimento ao longo dos anos. A visita de personalidades políticas e do agronegócio são constantes durante na feira. Em 2014 a abertura, que costumeiramente ocorre na manhã da segundafeira, foi transferida para a tarde. Assim, o primeiro compromisso oficial do Governador Tarso Genro, do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e do secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, foi visitar a Casa Diário Expodireto Cotrijal, onde concederam entrevista exclusiva. Os pronunciamentos, assim como o do presidente da feira Nei César Mânica que acompanhava o grupo, foram uma espécie de préabertura oficial da Expodireto daquele ano. Também em 2014 o Diário da Manhã também lançou um novo produto editorial: o Anuário Perspectivas do Agronegócio. A solenidade oficial ocorreu na Casa Expodireto Cotrijal e contou com a participação de várias personalidades políticas e do setor primário. Uma segunda edição foi lançada em 2015, também muito prestigiada por personalidades políticas e do agronegócio.

Ao longo de todas as edições da feira, nada passou despercebido ao olhar dos profissionais do Diário da Manhã. Certamente o que sempre chama bastante atenção é a participação de personalidades importantes. Até hoje, nenhum Presidente da República participou do evento, mas o Governo Federal sempre prestigiou a Expodireto através de Ministros de Estado. Em âmbito estadual, praticamente nenhum Governador faltou com sua presença, assim como deputados (especialmente os diretamente ligados ao agronegócio) e secretários.

Governador Olivio Dutra em 2000

Ministro do Agricultura Roberto Rodrigues em 2005 e Governador Germano Rigotto em 2005

Secretário Estadual da Agricultura, José Hermeto Hoffmann em 2001

Governadora Yeda Crucius em 2007

Fotos Reprodução Diário

O GRUPO

Engajamento dos profissionais do Grupo sempre em destaque

Ministro da Agricultura Wagner Rossi em 2011

Ministros Carlos Marun e Eliseu Padilha representaram o então presidente da República, Michel Temer, em 2018, e não deixaram de experimentar as delícias do Pavilhão da Agricultura Familiar

INSCRIÇÕES

ABERTAS www.upf.br/especializacao

ESPECIALIZAÇÃO

MBA


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Sucessão Rural ganha atenção especial na feira Tema passou a ser discutido com mais ênfase a partir de 2012, com a criação do Fórum do Jovem Cooperativista, uma parceria entre Grupo Diário da Manhã e Cotrijal

N

ão é novidade ouvirmos manifestações de que o Brasil se consolidará como o “celeiro do mundo”, tornando-se o principal responsável pela produção de alimentos no planeta. Mas, com altos índices de êxodo rural, como garantir que este patamar seja atingido? Neste sentido, a preocupação com a sucessão rural tem permeado vários debates há vários anos. A partir de 2012, numa parceria entre Grupo Diário da Manhã e Cotrijal, e com apoiadores como Ocergs/Sescoop, este assunto ganhou grande ênfase Em sete edições, mais de 3 mil jovens já participaram do Fórum

Em sete edições do Fórum participaram quase 4 mil jovens. Eles ouviram o estímulo de quem um dia sonhou e hoje colhe os frutos do sucesso. Ao longo das edições várias foram as personalidades que contribuíram com o Fórum do Jovem Cooperativista, inclusive de renome mundial. O presidente da Stara Gilson Trennephol e o presidente da Coprel, Jânio Stefanello, contaram suas trajetórias de sucesso. O campeão mundial de futebol Cafu e os medalhistas olímpicos Paulão e Nalbert também motivaram os jovens a buscar seus sonhos. Foto Divulgação Cotrijal

dentro da Expodireto com o Fórum do Jovem Cooperativista. Realizado costumeiramente no último dia de feira, o evento atrai os herdeiros das propriedades para a reflexão, buscando motivá-los a seguir os passos das famílias e tocar o trabalho no campo. Por concordar com esta preocupação e pensar que enquanto órgão de imprensa o Grupo Diário da Manhã não deve se limitar apenas a informar, mas contribuir com o desenvolvimento regional, é que a empresa idealizou o evento e teve apoio da Cotrijal e do Sistema Ocergs/ Sescoop. “Esse grande encontro tem como finalidade justamente o debate de temas pertinentes ao jovem do meio rural e que ele não tenha no êxodo sua única solução e que possa optar por uma vida melhor em sua propriedade”, declarou na época da primeira edição, a diretora presidente do Grupo. O vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, que acompanha o fórum desde os preparativos até a realização, destaca que é imprescindível pensar nas próximas gerações. “Sem dúvida o fórum é um destaque na feira. Temos que pensar nas futuras gerações. A feira é excelente por oportunizar este desenvolvimento, o sentimento de pertencer a uma família. O jovem precisa estar estimulado a ficar perto da família e na atividade rural”, analisa. Schroeder destaca que é preciso estimular os jovens com esta reflexão. “O êxodo rural existe, é preocupante. Temos que ter quem continue na propriedade, tocando o projeto que os pais iniciaram”, reflete.

Medalhista olímpico Paulão foi um dos palestrantes do Fórum;


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Um evento de sucesso através da participação ativa dos jovens durante e após o evento. “Outra prova do sucesso do Fórum é que a cada edição novos parceiros se aliam a ele. O tema da sucessão rural não se esgota, trazendo sempre novos desafios. Por

isso, temos a certeza que o Fórum ainda vai fazer parte da programação da Expodireto por muitas e muitas edições”. Para o Grupo Diário da Manhã, segundo Janesca, é uma honra contar com a confiança do presidente Nei

Fotos Reprodução Diário

A diretora presidente do Grupo Diário da Manhã, Janesca Maria Martins Pinto, avalia que o Fórum do Jovem Cooperativista é um evento consolidado dentro da Expodireto Cotrijal e os resultados positivos dele podem ser mensurados

Fórum é destaque na Expodireto e nas páginas do Diário

Foto Arquivo

Uma parceria em nome das novas gerações

“O Diário da Manhã é nosso parceiro desde quando lançamos o desafio de realizar a Expodireto”, presidente Nei César Mânica

Estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgadas em 2017 mostravam que em 30 anos o êxodo rural aumentou. Em 1980 a população vivendo no campo, no Rio Grande do Sul, era 37% maior do que em 2010. Eram 2,5 milhões contra 1,5 milhões. Em Carazinho, por exemplo, no início da década de 1980, a população rural era de 10.640 pessoas. Em 2010 era apenas 1.640. Neste sentido, discutir o futuro das propriedades rurais e discutir quem irá continuar produzindo alimento é fundamental. O presidente da Cotrijal, Nei César Mânica reconhece que o Diário da Manhã tem papel fundamental neste debate, assim como na própria cobertura da feira. “O Diário da Manhã é nosso parceiro desde quando lançamos o desafio de realizar a Expodireto. Caminhamos juntos neste sentido e por sua competência do Diário da Manhã conquistou seu espaço. Em relação ao Fórum do Jovem Cooperativista mostrou seu protagonismo

propondo este evento tão importante para o meio rural. O fórum já se tornou tradicional e cada vez mais mostra sua força no sentido de inserir os jovens na feira”, destaca. Enio Schroeder, vice-presidente da Cotirjal, também aponta o protagonismo do Grupo Diário da Manhã envolvendose nos debates, além de cumprir com sua função primeira de informar. “O Diário da Manhã está junto conosco desde a primeira edição da Expodireto, fazendo um trabalho de excelência. As coberturas do grupo são sempre muito precisas e mostram a eficiência da equipe que sempre é muito comprometida”, coloca. Sobre a participação na promoção do Fórum do Jovem Cooperativista, Schroeder menciona que o Diário da Manhã tem papel marcante. “Ao se envolver neste debate, o grupo marca presença na Expodireto pelo seu dinamismo diante de temas tão importantes que precisam ser abordados, como é a permanência do jovem no campo”, aponta.

César Mânica que escolheu a empresa como parceira para um dos eventos mais importantes da feira, uma vez que trata sobre o futuro do agronegócio e a formação de novos gestores e lideranças do setor.


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Forte identificação com o agro garante cobertura diferenciada feira ainda melhor. Portanto, é muito difícil ficar indiferente ao que acontece no Parque, mesmo que tenhamos participado de 20 edições”, menciona. Nadja avalia que a característica do Grupo como veículo regional de comunicação diferencia o Diário da Manhã de outros grandes grupos de mídia, já que ele está efetivamente inserido na comunidade. “Através de nossos veículos, conseguimos potencializar os anseios locais, as reivindicações e as conquistas, não apenas noticiando os fatos, mas atuando como agentes de transformação. Além disso, o Diário da Manhã sempre se posicionou como um parceiro de todas as iniciativas empreendedoras de lideranças locais e regionais, e nesse contexto, a Expodireto Cotrijal é o melhor exemplo”, analisa, acrescentando que a identidade do Grupo com o setor primário permite sentir as inquietações desse setor antes mesmo delas virarem temas de reportagens em outros veículos. “É o caso da sucessão rural, que há muito tempo viemos sentindo como um dos grandes desafios do agronegócio, tornando-se assim um tema obrigatório de debate durante a feira”, afirma.

O dia a dia da equipe Nadja revela que a preparação da cobertura da Expodireto Cotrijal inicia com cerca de seis meses de antecedência. “Começamos cedo com a formatação da edição especial de abertura, a produção dos programas radiofônicos que começam a ser transmiti-

dos ainda no mês de janeiro e ainda todo o conteúdo digital, já que começamos a falar da Feira muito antes dela acontecer”, conta, destacando a edição especial que circula no parque e entre os leitores no primeiro dia da feira como um dos pontos altos. “Ela traz não só a programação, mas adiantando os principais temas que devem estar no centro dos debates, as principais inovações que serão apresentadas em pesquisa e os principais lançamentos das empresas”, informa. Conforme a jornalista, outro grande diferencial da cobertura é que no período da Feira são dedicadas cerca de 100 páginas dos jornais de Passo Fundo e Carazinho exclusivamente à Expodireto. “Ou seja, não são algumas poucas notícias espalhadas, mas reportagens especiais produzidas diretamente da Redação instalada na Casa Diário Expodireto Cotrijal, onde instalamos também o estúdio da Diário AM, responsável por mais de seis horas de programação diária direto da Feira. Na Redação da Casa Diário ainda são produzidos todos os conteúdos digitais para o portal e redes sociais do Grupo, como infográficos, vídeos e podcasts”, revela. Nadja destaca que todo este trabalho exige produção que envolve todos os setores do Grupo, mesmo os administrativos. “É claro que todo esse trabalho exige uma organização de logística, já que envolve cerca de 20 profissionais de Passo Fundo e Carazinho, incluindo jornalistas, comunicadores, diagramadores, operadores técnicos, suporte de informática, e ainda a equipe de

Fotos Arquivo Pessoal

jornalista e professora do curso de jornalismo da Universidade de Passo Fundo, Nadja Hartmann participa da cobertura do Grupo Diário da Manhã na Expodireto Cotrijal desde a primeira edição. É dela a função de comandar a equipe que atua dentro do parque em Não-Me-Toque para levar a melhor informação sobre um dos principais eventos de agronegócio do mundo nas plataformas digitais e no tradicional jornal impresso. Colunista política dos veículos em Carazinho e Passo Fundo, a profissional também lança seu olhar crítico sobre os principais fatos da feira e assina uma coluna diária especial no Diário Expodireto Cotrijal. Fascinada pelo jornalismo rural, Nadja sempre se dedicou a esta área, mesmo antes de atuar no jornalismo político. “ Por isso, quando fui escalada primeiro como repórter e depois como editora para trabalhar na Expodireto encarei como um caminho natural. Porém, a grandiosidade da feira nos impõe novos desafios a cada edição. O fato de estar acompanhando a Expodireto como jornalista há 20 anos traz a vantagem de conhecer a dinâmica da feira com certa expertise”, conta, garantindo que mesmo depois de tanto tempo não perde o poder de se deslumbrar com o evento. “Me esforço para poder passar essa vibração para a equipe e para nossos leitores e ouvintes. Felizmente, o presidente Nei Manica e a sua equipe sempre nos surpreendem, fazendo a cada edição uma

É um privilégio fazer parte disso e poder levar a melhor informação para quem nos acompanha tanto nos jornais, rádios ou Internet”

A

Jornalista Nadja Hartmann aponta esta característica como um diferencial do Diário da Manhã, além do protagonismo que o leva a potencializar os anseios e as conquistas regionais

circulação, que ingressa no Parque ainda de madrugada para iniciar a entrega dos jornais nos estandes. Para isso, é fundamental o suporte dos jornalistas que permanecem nas redações produzindo as edições dos jornais, do setor administrativo, que garante toda a estrutura necessária e a direção da empresa que não mede esforços para proporcionar às condições ideais para a equipe realizar o trabalho”, coloca.

Diário AM leva a feira a milhares de ouvintes de todo o país A Rádio Diário AM 780Khz, em parceria com as emissoras do Grupo Diário da Manhã em Passo Fundo, também marca forte presença na Expodireto Cotrijal. A exemplo do jornal impresso e das mídias sociais do Grupo, que começam a preparação para a feira meses antes de ela iniciar, os profissionais da emissora também começam cedo o incremento da programação visando o evento do agronegócio. O coordenador da Rádio Diário AM 780Khz, Alessandro Tavares, explica que com a proximidade da Expodireto, começam a ser veiculadas entrevistas especiais sobre os principais assuntos que estarão em destaque na semana da feira. O programete “Minuto Expodireto”, rodado várias vezes ao dia na programação diária da emissora, apresenta

informações importantes especialmente para quem está se preparando para visitar o parque em Não-Me-Toque. Conforme Tavares, toda a estrutura disponível para os profissionais do grupo na sede da empresa é reproduzida na Casa Diário Expodireto, dentro do parque, para garantir a excelência do trabalho que é marca do Diário da Manhã. “Repórteres e técnicos especializados se dedicam para levar através das ondas do rádio, veículo de propagação de informações de forma instantânea, antes, durante e depois da Expodireto”, garante. O coordenador destaca que um dos diferenciais da emissora é promover debates sobre os temas mais relevantes e atuais que envolvem o agronegócio. “A Expodireto recebe em cinco dias as princi-

pais autoridades estaduais e nacionais da área e temos a chance de abordá-los, fazer questionamentos, tirar dúvidas, sobre inúmeros temas. Neste sentido, os debates promovidos pela Diário AM são muito importantes, pois reúnem um variado número de personalidades para esclarecer tudo o que os interessados no agronegócio querem saber”, pontua Tavares. A exemplo das edições anteriores, os assuntos que estão em voga durante a Expodireto começam a ser repercutidos cedo, nas primeiras horas da manhã, com boletins ao vivo no primeiro noticiário do dia, o Agenda de Notícias. Mais tarde, a partir das 11h, ocorrem os debates e quando o dia se encaminha para o encerramento, os jornalistas repercutem os principais fatos do dia.

“Os debates promovidos pela Diário AM são muito importantes, pois reúnem um variado número de personalidades para esclarecer tudo o que os interessados no agronegócio querem saber” Alessandro Tavares, coordenador da Diário AM Carazinho


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Semente de ouro reconhece trabalho pelo agronegócio Fotos Arquivo

O

Prêmio Semente de Ouro foi instituído pela Lei Municipal nº 3.046 e premia pessoas que contribuíram para o sucesso da Expodireto Cotrijal – feira de negócios e agrodinâmica – e também para o agronegócio brasileiro. A proposição é de autoria de José Aloísio de Souza (MDB), vereador por duas legislaturas. “Existe Não-Me-Toque antes da Expodireto e existe Não-Me-Toque depois da Expodireto. Então pensei em criar este projeto para homenagear as pessoas ou as entidades que contribuem para o desenvolvimento da feira e consequentemente do município. A partir da Expodireto, Não-MeToque passou a ser o palco da tecnologia e passou a se desenvolver numa velocidade incrível”, justifica Souza que é servidor público municipal. Ele diz que o projeto não é somente seu, pois foi aprovado por unanimidade, passando a ser, portanto, do Legislativo como um todo. A escolha de quem será agraciado com a comenda é feita pelo Poder com ajuda do Executivo e a Cotrijal, organizadora da feira. Souza destaca a importância da Expodireto para a região observado, entre outros aspectos, o crescimento de empresas ligadas ao agronegócio. “É só comparar a gama de produtos que elas tinham antes da feira, a área física que mantinham para o que elas têm hoje. A expansão provocada pela Expodireto fez com que essas empresas sentissem a necessidade de ampliar também, gerando mais emprego, mais renda. Não-Me-Toque cresceu e se tornou referência”, orgulha-se, acrescentando que a feira contribuiu para o desenvolvimento de toda região. “Para se ter uma ideia os municípios no entorno e até um pouco distantes ganham com ela. Cruz Alta, distante 100 quilômetros de Não-Me-Toque, tem hotéis lotados durante a feira”, compara. Primeiro agraciado com o Prêmio Semente de Ouro, o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica reconhece a iniciativa como

Iniciativa do Legislativo de Não-Me-Toque premia personalidades desde 2005

Nei César Mânica foi o primeiro a se agraciado com o Prêmio, entregue na época pelo vereador autor do projeto José Aloisio de Souza

fundamental. “É importante reconhecer o trabalho que estas personalidades fazem pelo desenvolvimento do setor primário”, pontua. A mais recente homenagem foi concedida em 2018 a Carlos Rivaci Sperotto, falecido no final de 2017 vítima de câncer. O prêmio foi recebido pela esposa dele, Mariana Sperotto, e o filho, Carlos Eduardo Sperotto. Sperotto foi presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul – Farsul por mais de 15 anos. Em comunicado divulgado na época, o filho Carlos Eduardo disse que foi gratificante receber todas homenagens como fruto do trabalho do pai no agronegócio. “Estamos gratificados por ter herdado esse legado de valores e de respeito que ele nos deixou pela sua postura aguerrida”, ressaltou.

Em 2018, esposa e filho de Carlos Spertotto receberam homenagem concedida ao ex-presidente da Farsul, falecido meses antes

Homenageado de 2019 Neste ano, o Prêmio Semente de Ouro será entregue ao professor e pesquisador, Elmar Floss. A Câmara de Vereadores de Não-MeToque fez o anúncio do agraciado da 15ª edição do Prêmio no início de fevereiro. Formado em Agronomia e em Ciências pela Universidade de Passo Fundo – UPF, Floss é doutor em Agronomia (solos e nutrição de plantas) pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Foi professor de cursos de Agronomia, Ciências Biológicas, Técnicas em Agropecuária e Administração Rural da

Universidade de Passo Fundo, entre 1976 e 2009. Também foi professor e orientador do programa de Pós-graduação da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária/UPF, entre 1996 e 2009. Atualmente, é diretor técnico do Instituto de Ciências Agronômicas Professor Elmar Luiz Floss e consultor da SEEDS – Análise de Sementes e Pesquisa Agrícola e da FLOSS – Consultoria e Assessoria em Agronegócio. A indicação de Floss para o Prêmio foi decidida em conjunto entre Legislativo e Executivo de Não-Me-Toque e Cotrijal.

Elmar Floss é o 15º homenageado pelo Prêmio Semente de Ouro

Homenageados com o Prêmio “Semente de Ouro” 2005

Presidente da Cotrijal, Nei César Manica

2006

Revista Plantio Direto

2007

Ex-Governador, Germano Rigotto

2008

Emater/RS-Ascar

2009

Ex-Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues

2010

Ex-Governadora, Yeda Rorato Crusius

2011

Senadora Ana Amélia Lemos

2012

Ex-Ministro da Agricultura, Francisco Sérgio Turra

2013

Empresário Rural e Comunicador, Breno Pinheiro Prates

2014

Empresário e Jornalista, Paulo Sérgio Pinto

2015

Diretor-Presidente da Stara, Gilson Trennepohl

2016

Vice-presidente do BRDE, Odacir Klein

2017

Sócio fundador da Brasoja Corretora de Cereais, Antonio Sartori

2018

Ex-presidente da Farsul, Carlos Sperotto (in memorian)


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2000-2018

MEMÓRIA

De pai para filho: história de 20 anos sendo construída na feira

Família de produtores rurais de Tapera acompanha a Expodireto desde a primeira edição

“Não me vejo em outra profissão” Jardel, que trabalha um turno na propriedade de 100 hectares da família e no outro faz faculdade, conta que resolveu seguir os passos do pai e da mãe pelo grande incentivo deles. “Desde muito pequeno a gente já ia na cabine das máquinas junto, sempre nos deram tudo, aqui temos tudo o que precisamos e hoje não me vejo em outra profissão, fazendo outra coisa, prefiro ficar aqui, gosto e tenho prazer”, afirma. O jovem ajuda em todas as atividades da fazenda, que aposta na diversificação de culturas – hoje eles semeiam soja, milho, trigo, cevada e feijão – para continuar na atividade. Além do incentivo dado dentro de casa para ficar no campo, os pais de Jardel levavam o filho ao parque da Expodireto quando ele era ainda um bebê. Leonísio e Julia relembram que quando criança, Jardel gostava de ir no Espaço Temático da Emater, um local destinado a contar, de forma interativa, a história de algum tema escolhido pela entidade. Essa lembrança de brincar, correr e conhecer mais sobre os assuntos escolhidos pela Emater ainda se faz presente na memória do jovem. Ao completar duas décadas de vida junto a Expodireto, Jardel ressalta que sente orgulho em fazer parte de uma história tão vitoriosa. Na comemoração dupla da Familia Henn no mês de março, Jardel resume em uma frase o sentimento: “Eu e Cotrijal temos muito a comemorar”. Daqui 20 anos Com brilho nos olhos, Jardel tem a esperança de que as próximas duas décadas sejam de prosperidade aos produtores rurais e que a Expodireto seja – cada vez mais – referência no agronegócio mundial. “De 20 anos atrás para hoje já evoluiu de uma forma que não tem explicação, imagina aqui 20 anos como vai estar, vai estar voando, quando a gente imagina que uma tecnologia já esteja no seu fim, cada ano vem com alguma outra coisa”.

Leonísio e Julia, que juntos viram e construíram uma família sob os moldes da constante evolução da Expodireto, pontuam que o grande desafio para produtores rurais como eles, é o de adaptar as diversas tecnologias para a sua região. “Esse é um ponto chave, uma vez nós exportávamos para o Mato Grosso, hoje a tecnologia vem de volta para cá. Eu imagino que daqui 20 anos, um operador de uma colheitadeira vai sumir, vão acompanhar o trabalho por um smartphone, não tem mais o que não esteja em um celular, daqui um tempo vamos ter uma máquina colhendo na lavoura e ‘nós’ iremos acompanhar de casa, pelo celular”. “Hoje se fala muito em drones, drones para aplicação de defensivos, drones para analisar a lavoura, esse tipo de coisa, o que iremos falar de drone daqui a 20 anos? Será que vai estar completamente ultrapassado? Não sabemos”. “Tinha coisas que as vezes a gente via e nunca imaginava que pudesse chegar aqui na nossa região, em Tapera e hoje está aqui, coisas como por exemplo agricultura de precisão, piloto automático, que eram coisas que a gente pensava que só tinha ‘lá pra cima’ e hoje está aí com toda a força”, frisa Jardel, que destaca que a Expodireto é pioneira nesse sentido, de trazer para perto do produtor tecnologias que antes pareciam distantes.

Pontos marcantes Para Julia, não há uma feira que tenha marcado de forma especial, pois para ela ‘todas foram marcantes’. “Em todas as feiras tem novas coisas para ver, uma marca diferente, todas elas têm algo que marca”. Já para o pai, a organização do parque – que é referência para outras feiras de agronegócio – é algo que merece ser valorizado. “Isso marca, se entra no parque as 09h e não se vê um toco de cigarro no chão, tu nada, o banheiro sempre muito limpo”. Ele acredita que isso é um reflexo do que a Cotrijal, organizadora da feira, é. E acrescenta: “Uma vez eu ouvi em uma palestra e é verdade: o produtor rural está em uma ponta e o consumidor está em outra e vocês [agricultores] vão receber cada vez menos pelos produtos de vocês e o consumidor vai pagar mais caro porque cada vez mais está entrando gente ‘no meio’ de vocês, é indústria, atravessadores e diversos outros. Isso me marcou muito”. Corroborando a fala do pai Jardel cita de forma positiva a parte de alimentação na feira, que é feita com cuidado e pensada para o visitante. Fórum do Jovem Cooperativista Uma das programações da feira que Jardel mais acompanha é o Fórum do Jovem Cooperativista, uma parceria entre o Grupo Diário da Manhã e a Cotrijal. No fórum voltado aos jovens com a temática da sucessão rural e da inclusão deles no meio, Jardel participa há cerca de três anos, quando se associou na cooperativa. Ele destaca que a programação, sempre com uma linguagem atual, é uma oportunidade de buscar conhecimento e trocar experiências com outros jovens e amigos. “Eles incentivam o jovem a ficar no campo e isso é muito importante, pois muitos jovens hoje em dia não querem permanecer, muitos estão desinteressados. A única diferença do campo para a cidade é de que na cidade se ‘você’ tem um emprego, tem um salário no final do mês e no interior, às vezes, passa uma ou duas safras que é só prejuízo e depois se tem lucro, essa é a única diferença, não se tem uma estabilidade”, observa.

Foto: Arquivo Pessoal | Família Henn

ardel já nasceu com o amor pela agricultura no sangue. Não poderia ser diferente vindo de uma família que trabalha no campo e tem na atividade rural o sustento, mas a história da família Henn, de Tapera, não se resume somente a isso. Os filhos de Leonísio e Julia Cristina, Jardel e Cristhian, cresceram junto com a Expodireto. Quando a feira completava seu primeiro ano, Jardel também completava o seu primeiro aniversario. Com o passar do tempo, ir na feira que se consolidou como uma das maiores do Brasil se tornou mais que um programa de família, virou comemoração de aniversário. Nesse ano, o filho mais velho do patriarca Henn completa 20 anos e a história da Expodireto se funde com a da família. Cristhian, que está prestes a completar 19 anos, também tem a mesma ligação com a feira que o irmão. Os meninos, por causa da pouca idade, não estiveram na primeira edição e ficaram em casa com a mãe, Julia. Representando a família Henn, Leonísio participou da Expodireto em 2000 em busca de conhecimento e tecnologias para o trabalho. “Era bem menor naquela época e foi evoluindo, tomando corpo e desde a primeira feira acompanhamos a evolução, o avanço da tecnologia, somos associados da Cotrijal há mais de 30 anos e lá no começo a Expodireto era basicamente maquinário e alguma coisa de cultura de verão e inverno”, relembra. No entanto, já na segunda edição os meninos participaram e desde então nenhuma Expodireto é perdida. Entre tratores, colheitadeiras, plantadeiras e diversas outras máquinas grandes, os olhos dos meninos foram se encantando com aquele mundo e despertaram, desde muito cedo, o interesse em permanecer no campo. A sucessão rural foi algo que aconteceu de forma natural e hoje, tanto Jardel quanto Cristhian, estudam Agronomia e aplicam os conhecimentos aprendidos em sala de aula na propriedade. Para a família, o trabalho da cooperativa de realizar uma feira como a Expodireto, voltada a geração de negócios, divulgação de tecnologias e aperfeiçoamento do trabalho rural, fizeram com que os jovens carregassem a convicção de continuar o trabalho dos pais. Leonísio acredita que uma das principais evoluções que a Expodireto ajudou a trazer para as propriedades do interior, como a dele em Tapera, foi em relação aos maquinários; antes pequenas, hoje máquinas que ultrapassam a altura de um prédio. Nas primeiras edições a família adquiriu uma plantadeira; e mesmo nas edições que a família não fez novas aquisições para a propriedade, Leonísio ressalta que a feira proporcionpu a ele conhecer outras máquinas, marcas e troca de experiências. “Eu vou lá para conhecer, ver o que tem de novo e melhor e o que se adapta para a minha realidade, buscar preço também. Então acredito que muitos dos negócios acontecem em função da feira”. Além disso, o patriarca destaca que um diferencial da feira é que ela é voltada, com programação de segunda a sextafeira, ao produtor rural.

Foto: Ana Cláudia Capellari | Diário

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Os caminhos para seguir na agricultura foram trilhados entre as máquinas do parque da feira

O amor pelo agronegócio foi crescendo e hoje os filhos se especializam para dar continuidade no trabalho desempenhado pelos pais a vida toda


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Agronegócio não suporta juros variáveis Estudos recentes sobre o índice de confiança do agronegócio medido pela Fiesp/OCB e USP apontam que um dos temas que já não estava mais entre as preocupações latentes dos produtores, voltou a figurar, o crédito agrícola. Junto com ele a elevação dos custos de produção em diferentes culturas. Para o presidente da Fecoagro/RS Paulo Pires, mais do que qualquer política agrícola foram às iniciativas, a competência e empreendedorismo dos produtores, em especial os gaúchos que fizeram o agronegócio ser o fenômeno que é. Para Pires, produtores, cooperativas e empresas souberam aproveitar as oportunidades que o agronegócio abriu e fizeram deste um dos principais setores na contribuição com o PIB brasileiro. O presidente da Fecoagro reconhece que houve ferramentas na politica de crédito que foram importantes, principalmente na última década como os Mais Alimentos e Pronaf e cita que juro fixo para atividade primária é algo do que não se pode abrir mão. “Tem este sentimento no ar que de muitas coisas que foram importantes, principalmente nos últimos 10 anos, não é prioridade no atual governo. A questão do juro fixo, por exemplo, temos brigado bastante, pois o setor não concebe juros variáveis, houveram experiências no passado que foram negativas e não se tem rentabilidade suficiente para se ter juro liberal” diz Pires. Percepção ambiental e geração de tecnologias Para Pires, além do debate em relação ao crédito, outros dois temas devem ser tratados, um deles é a percepção ambiental que sociedade e mundo têm do agro brasileiro, o outro é a geração de tecnologia nacional. “Temos o desafio de fazer esta conciliação com a sociedade no que se refere ao meio ambiente, o agronegócio tem feito muito, e não é compreendido, poucos preservam tanto quanto o produtor brasileiro, poucos tem regras tão rígidas para cumprir, e mesmo assim somos taxados em relação ao meio ambiente. Há países que nos chamam

a atenção para preservação e que não fazem o que se faz aqui. Temos que trabalhar nisto. Outro tema é que temos um número que é pequeno de fornecedores, e maioria é multinacional, isto implica em custos. Quase não temos pesquisa. Tínhamos a Embrapa, mas que hoje precisa se reinventar, o domínio da tecnologia é fundamental. O presidente da Fecoagro lembra que o Fórum da soja, iniciou 10 anos antes da Expodireto Cotrijal, na Capital do Estado e quando a feira foi criada, agregou-se a exposição. “Todos os temas desenvolvidos nestes 30 fóruns da soja foram pertinentes ao período em que seriam realizados, ele é sempre contemporâneo. Mas um dos temas mais importantes entre os já debatidos nestes últimos 20 anos é transgenia. Já são quase 19 anos de transgênicos, sem que haja problemas, e isto mostra que o debate que se fazia naquela época estava no caminho certo” diz Pires. O presidente lembra que no caso da produtividade que as tecnologias passaram a permitir tiveram peso imensurável no desempenho positivo do setor nas últimas décadas. Neste ano dentre os assuntos a serem trazidos para o debate no 30° Fórum da Soja estão a nanotecnologia eletrônica e biológica. Muro com México mudou tema do Fórum deste ano Pires revela que para edição deste ano um dos temas que se pretendia abordar era a relação Estados Unidos e China, porém segundo o presidente da Fecoagro o impasse sobre a construção do muro entre EUA e México impediu a confirmação de agenda com técnico do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. “Tentamos muito trazer um técnico da USDA, mas não conseguimos dado ao imbróglio jurídico e econômico do orçamento americano que o Trump criou com esta questão da permissão para construção muro na fronteira do México, mas este tema da guerra comercial aflorou com força e pode ter forte impacto na formação do preço produtos” comenta Pires.

de ultrapassar 250 milhões de toneladas de grãos. Porém, as próximas décadas impõem novos desafios para o agronegócio. Para manter-se entre os principais exportadores mundiais e garantir a demanda interna crescente de alimentos, o agronegócio brasileiro precisa dar um novo salto tecnológico. Além disso, gargalos crônicos como a estrutura loFoto Arquivo | Diário

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o olhar para trás, a Expodireto Cotrijal chega a sua 20ª edição comemorando importantes conquistas e avanços no setor. Responsável por 23,5% do PIB nacional, o agronegócio se consolidou como a alavanca para a economia brasileira. A área é responsável por cerca de 1/3 de todos os empregos do país e estamos perto

gística e de armazenagem precisam ser superados, assim como a alta carga tributária que incide sobre o setor. São questões que afetam diretamente a competitividade, especialmente fora das porteiras das propriedades. Como uma feira que projeta o futuro, a Expodireto Cotrijal se volta para esses temas e os coloca no palco de debates do país.

Já são quase 19 anos de transgênicos, sem que haja problemas, e isto mostra que o debate que se fazia naquela época estava no caminho certo

Foto Divulgação

Lideranças projetam desafios para a próxima década

Paulo Pires

presidente da Fecoagro/RS


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PERSPECTIVAS

Liberalismo no crédito agrícola deve ser gradual P

ara o presidente da Aprosoja/ RS, Luis Fernando Fucks, um dos temas que merece um debate profundo do agronegócio é o crédito agrícola. Fucks, destaca que embora este seja um tema não bem equalizado nas últimas décadas, o crédito com subsidio foi importante para a expansão do agronegócio em todo o território nacional. “Ao longo da história, o crédito agrícola sempre teve seus momentos de altos e baixos acompanhando as crises e os momentos de bonança da economia. Em vários momentos a agropecuária foi a atividade produtiva chamada para gerar dividendos para o país, e houveram momentos que sofreu com isso , um caso clássico é o Plano Collor que foi muito marcante, e para alguns ainda presente. Muitos ficaram pelo caminho sem conseguir superar aquela crise. O crédito

agropecuário sempre foi um instrumento importantíssimo e foi fundamental para o avanço da agropecuária no país” destaca Fucks. O presidente lembra que o Brasil é o único país do mundo que planta soja em praticamente todos os meses do ano dadas as condições geográficas e climáticas no território, que permite e nos quais a cultura foi difundida, o produtor destaca que o crédito agrícola foi importante para fomentar tal realidade. “O Brasil é o único país do mundo que planta soja o ano inteiro e para esta alavancagem sempre foi importante a questão do juro barato. No mundo inteiro a agricultura é o setor mais protegido pois esta sujeito a muitas variações, preço, clima, mercado. O crédito é uma politica de segurança nacional, além das questões de desenvolvimento econômico. O subsídio que existe hoje esta basicamente relacionado

Foto Divulgação

Aprosoja/RS entende que o custo Brasil é muito alto para se acabar com o subsídio agropecuário

a equalização dos juros do credito e diga-se de passagem o produtor tem pago juros mais caros pelo crédito agropecuário do que a taxa Selic” diz o presidente que observa com certa preocupação os encaminhamentos do governo quanto ao crédito agrícola que tendem a seguir por linhas de crédito de mercado. Fucks lembra que para o financiamento do ano agrícola são necessários algo entorno de R$ 400 bilhões e destaque que lideranças do setor já trabalhem a pauta com o governo. Outro apontamento feito pelo presidente da Aprosoja/RS é em relação as garantias para tomada de crédito com a chamada Cédula Imobiliária Rural pelo qual o proprietário de imóvel pode separar uma parte da propriedade para dar como garantia ao pedir um empréstimo em valor equivalente ao da negociação. A separação em frações também poderia ser feita para emissão de Cédula Imobiliária Rural (CIR), que funcionaria como um título de crédito que poderia ser negociado, mas que no entendimento do presidente da Aprosoja/RS é preocupante já que no caso de inadim-

plência passaria ser de execução cartorial com transferência de patrimônio para o credor. O presidente lembra que nos últimos anos o endividamento de agricultores cresceu e pondera que o liberalismo de crédito embora seja uma tendência, no caso da agropecuária deve ser feito de forma gradual e em vários aspectos dos elos das cadeias, uma vez que o ambiente que se tem no país para o setor é de pouca competitividade. Fucks cita como exemplos os preços das máquinas agrícolas que são mais caras que nos outros países da América Latina, o número empresas que fornecem tecnologia dos produtos, legislações ambientais, impostos e outros. “Mecanismos para liberação são bem vindos em situação de mercado liberal, hoje nos temos algumas amaras que o resto do mundo não tem, por isto ainda precisamos de subsídio, inclusive com subsidio ao seguro agropecuário” diz Fucks que destaca que a agropecuária tem sido eficiente em gerar divisas e em movimentar a economia, mas que o produtor não tem conseguido manter o nível de renda.


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Crescimento menor da China exigirá mais eficiência para competir infraestrutura precária, o que se paga em serviços, químicos e outros que influenciam na margem de lucratividade dos negócios agropecuários também tem sido desproporcionais quando comparados a outros países produtores. Um gigante por despertar Sobre a maior aproximação que o Governo Bolsonaro demonstra pretender com os Estados Unidos, o economista diz não perceber a relação como prejudicial aos interesses do

A Índia vai ser a poupança dos nossos filhos, mas precisa confirmar

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mundo está em um movimento de mudanças nas relações econômicas e o Brasil também entrou em tal ritmo, a opinião é do economista chefe da Farsul, Antônio da Luz, que entende como interessante a postura que o governo brasileiro vem indicando, considerando o fluxo global da economia. Em relação ao agronegócio, Luz explica que a China está diminuindo paulatinamente seu ritmo de crescimento, o país asiático de quase 1,4 bilhão de habitantes deve continuar crescendo e consumindo, porém em ritmo menor que do que vinha nos últimos 20 anos, taxas de 10% ao ano tendem a ter ficado no passado. Fato que deve aumentar a competitividade entre os países que lhe fornecem produtos como soja. Para a nação verde amarela, caso a voracidade no consumo de soja do país asiático diminuir, não se vislumbra a médio prazo outro país com tal potencial de compra. “Isto irá aumentar o nível de competição entre nós e os americanos e exige um alto nível de eficiência. Não necessariamente dentro da porteira, pois já somos mais eficientes que os americanos, mas precisamos levar a soja até os portos com um custo menor” comenta o economista. “Acho que jogamos fora muita lucratividade. Daqui há 50 anos vamos olhar para trás e não vamos acreditar como fazíamos algumas coisas. Temos o maior custo de produção do mundo para produzir soja, justamente no momento em que o consumo mais cresceu” comenta Luz que cita além da

Foto Arquivo Diário

Soja brasileira vai precisar chegar aos portos com custo menor

Antônio da Luz

economista chefe da Farsul

agronegócio. “Não vejo problema. O pior acordo que o Brasil tem é o Mercosul e ele já tem. Acredito que o Brasil seria muito melhor sucedido se ao invés de manter relação como estas tivesse acordos bilaterais dentre eles com os Estados Unidos, com a China, enfim com quem compra da gente” comenta o profissional. “Acho que a Índia vai ser a poupança dos nossos filhos, mas precisa confirmar. A Índia ainda é um país muito pobre e tem muito a crescer para que seu consumo tenha impacto global. Para

isto precisa de uma trajetória de crescimento que não é simples. São mudanças estruturais fortes como as que ocorreram na China que precisam acontecer, na China porém ocorreu a força, o que não acho que acontecerá na Índia. Não tenho dúvidas que um dia a Índia vai desabrochar para o consumo, mas ninguém sabe ao certo quando vai acontecer ” diz o economista. Plano safra Sobre as alterações na modalidade de custeio da atividade primaria, Antônio da Luz, comenta que o modelo em uso já não é o mais adequado. “Já está faltando dinheiro

para o plano safra que está em vigor, não tem dinheiro, e tem um monte de problemas. Para que se tenha uma ideia comparando o plano safra de 2018 com o de 2014, o plano safra agora tem 10% menos recursos e o custo de produção no período cresceu 22%, se tem hoje um terço a menos de recursos do que se tinha há quatro anos. Temos 25% menos produtores acessando o crédito e o nível de endividamento esta como nunca esteve. A situação do jeito que esta não é boa, precisam ocorrer mudanças, e acho que não tem que se ter medo das mudanças, tem de se ter medo de continuar do jeito que está” comenta o economista.


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Menos governo e política para os pequenos produtores venha na bodega dele comprar; e que, se os clientes não vierem, o produto dele perde valor”, exemplifica. Desse modo, o governo deve ser um estimulador, criar regras claras, que devem ser respeitadas, tanto pelo estado quanto pelos executores. Sobre o novo governo, Bacaltchuk afirma que, nos primeiros meses de governo, Jair Bolsonaro tem um discurso favorável aos produtores, mas que isso não teve reflexo nas decisões até o momento. “A maior parte das pessoas ainda não viu qual é a política desse governo, viram discursos. As ações em si, nós não vimos”, comentou. “Não ouvi um discurso do ministro da economia sobre a agricultura. Eu vi uma tendência de manter as taxas de juro estáveis, para não criar uma superdemanda - e está correto - e para que haja investimentos.” Agricultura familiar Um dos pontos destacados pelo professor é quanto à agricultura familiar, para a qual, conforme ele, também não há uma definição sobre como o governo Bolsonaro se relacionará com os pequenos produtores. Benami afirma que,

Foto Divulgação UPF

governo deve meramente regulamentar e não interferir. A agricultura deve se tornar um processo no qual o governo encontre ou ofereça uma legislação facilitadora, e não as dificuldades, as restrições, como historicamente estão sendo feitas”, diz Benami Bacaltchuk, engenheiro agrônomo e professor da Faculdade de Agronomia da Universidade de Passo Fundo (UPF), quando perguntado sobre qual é o principal desafio da agricultura brasileira neste momento. Para ele, o setor ‘vive muito bem sem interferências de governo’. O poder público deve, desse modo, deixar o campo produzir e apenas definir regras claras para as partes envolvidas na produção. Isso não significa ignorar meio ambiente, um debate que também ocorre neste momento. Para o professor, os produtores precisam entender que essa pauta não é um debate meramente ideológico, mas algo que precisa ser discutido no país. “É um problema real. O agricultor precisa entender que ele tem de ser participativo no processo de comercialização, e não meramente passivo, esperando que alguém

O agricultor precisa entender que ele tem de ser participativo no processo de comercialização, e não meramente passivo, esperando que alguém venha na bodega dele comprar; e que, se os clientes não vierem, o produto dele perde valor Benami Bacaltchuk

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Professor e engenheiro agrônomo afirma que a agricultura brasileira vive ‘muito bem’ sem a interferência governamental; ele entende também a necessidade de um política voltada para a agricutura familiar

engenheiro agrônomo e professor da Faculdade de Agronomia da UPF

por vezes, a agricultura familiar é associada – erroneamente – à incompetência, porque os produtores são pequenos. Entretanto, nesse tipo de produção, é necessária uma maior eficiência no processo produtivo do que as grandes empresas que têm melhores máquinas e mais empregados. “Eles [pequenos agricultores] têm de fazer

renda em menos espaço, precisam ser mais cuidadosos sobre o futuro da sobrevivência; enquanto outros têm acessos a créditos e outras coisas”, explica. E é para esse tipo de produtor que, neste momento, não há uma definição da atuação do governo. “O grande vazio é: qual é a política para o pequeno sistema produtivo familiar?”


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Revogação da Lei Kandir é o desastre do agronegócio de liberalismo de mercado no que se refere a crédito. No entanto, o tema que Pereira observa com maior apreensão é o que se refere à Lei Kandir, assunto sob o qual o Congresso Nacional teve prazo estabelecido para regulamentar os repasses, e do qual os estados pressionam por um posicionamento ao passo que os executivos entendem que os recursos que deixam de arrecadar poderiam estar sendo utilizados para sanear as contas dos entes em dificuldades. “O pior possível é a queda da Lei Kandir. Seria um desastre para o agronegócio, ninguém exporta imposto. Se tivermos de pagar ICMS nas exportações haverá uma queda muito forte” diz Pereira que destaca que tal fator só agravaria ainda mais a falta de competitividade da porteira pra fora. O presidente revela, no entanto, que dado ao grau de impacto que poderá ter no setor e nos futuros resultados da balança comercial, deve se chegar a um consenso razoável em relação ao tema.

Sobre as questões que afetam a competitividade do setor, Pereira também cita o tabelamento do frete, assunto que considera mal resolvido.

Seria um desastre para o agronegócio, ninguém exporta imposto Gedeão Pereira

Foto Divulgação Farsul

ara o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul – Farsul, Gedeão Pereira, o agronegócio é um fenômeno que em 2018 mais uma vez teve recordes de exportações e colaborou expressivamente para com a balança comercial do país, no entanto, é um segmento que tem desafios por enfrentar. Pereira entende que o que considera o “fenômeno” do agronegócio se deu muito mais pela competência de seus produtores, do que qualquer política voltada ao setor. Pereira reconhece, no entanto, que politica agrícola com juros condizentes para cada período foram importantes, mas pondera que o atual modelo esta esgotado e precisa ser reformulado, isto junto do seguro agrícola são temas que precisam ser tratados a médio prazo e se espera que o plano safra de 2020 venha com alterações expressivas enquanto o próximo a ser lançado ainda adote um sistema hibrido entre o que se tem hoje adaptando mecanismos

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Para o presidente da Farsul - Gedeão Pereira, se avançar, a alteração que está em pauta inviabilizará as exportações do agronegócio

Presidente da Farsul,

Cobrança da água e ICMS de químicos Outro assunto que o presidente da Farsul demonstra preocupação com o tema que se põem em pauta, é em relação ao uso da água. “É algo que precisa ser bem discutido. O agronegócio não suporta qualquer pagamento extra. Temos alguns setores que estão razoavelmente equilibrados que é o caso do setor da soja, mas temos setores como a pecuária,

a orizicultura, triticultura que não tem lucratividade para fazer frente a qualquer outra nova despesa” afirma Pereira. A ampliação do percentual de ICMS sobre produtos utilizados na produção primaria também é tema que esta em observação. “Preocupa-nos muito, Santa Catarina é o primeiro estado que fez isto e a partir de abril estará cobrando 17% de

ICMS de todo produto químicos ou defensivos utilizados na agricultura, o que nos preocupa é que isto vire modismo. A agricultura se modernizou e esta alimentando o mundo e para sustentar isso não se consegue sem utilizar produtos agroquímicos. Temo que se este modismo pegue, seja um desastre para o agronegócio” diz Pereira.

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ara presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, se a Lei Kandir for alterada, será cada vez mais preciso agregar valor ao que se produz Com a Lei Kandir em discussão, uma das soluções possíveis para o futuro do agronegócio pode estar na industrialização e o processamento dos produtos que o campo gera. O presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Frederico Perius, destaca que embora as cooperativas tenham evoluído no processo de industrialização nos últimos anos, em especial no que se refere ao leite,

o tema poderia ter avançado mais. O bom momento que as commodities vinham registrando talvez tenha sido fator que desacelerou o processo, porém diante do cenário de lei que pode afetar as exportações agrícolas, é conveniente que o tema volte à pauta de discussões das cooperativas agrícolas. Perius comenta que na Expodireto Cotrijal deste ano o assunto deve estar em discussão entre as lideranças do setor. Este aliás, ser palco de debates, é elencado pelo presidente do sistema Ocergs-Sescoop como o principal patrimônio da Expodireto em suas duas décadas de

exposição. No atual cenário, Perius lembra que os custos dos defensivos agrícolas, a assistência técnica contínua e que é ofertada pelas cooperativas, serviço do qual se busca compensação tributaria junto ao governo, já que se tem estudos acadêmicos que segundo Perius, confirmam que onde a assistência técnica das cooperativas é efetiva, tem-se um ganho de no mínimo 10% de produtividade dependendo da cultura, o serviço no entanto pesa no orçamento das cooperativas que buscam uma compensação do governo, e a agroindústrias, são temas que devem estar na pauta. Tudo isto, de acordo com Perius, tendo como pano de fundo a intenção de interpretar e compreender de que forma o setor precisará se adequar a politica agrícola que o governo federal tem pensado. O presidente do sistema lembra que até então, politica agrícola, sempre foi tema tratado principalmente pelo Ministério da Fazenda, Banco Central com pitacos do Ministério da Agricultura, neste ano, é o ministro Paulo Guedes da Economia, também dada a reestruturação do governo, que esta encabeçando o encaminhamento. Perius opina que embora a Lei

“ Este ano será preciso saber como se a ajusta o agronegócio aos ajustes da política federal do novo governo. Isto está no nosso consciente de que temos de esclarecer nesta feira, que é palco de grandes debates. Como nos ajustar e como será a política agrícola para os próximos quatros anos Vergilio Perius

Foto Arquivo | Diário

Agroindustrialização pode ganhar espaço com Lei Kandir em pauta

Presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS

Kandir pareça colocar em cheque o futuro do agronegócio em um primeiro momento, ao passo que se pende para agroindustrialização se agrega maior valor aos produtos. Perius frisa que dentre as cooperativas agrícolas 82% dos produtores associados tem áreas de até 50 hectares, característica que se adapta bem ao contexto focado na geração de commodities, mas também de fácil adaptação ao foco agroindustrial. Perius pondera que mesmo em períodos em que a economia vem ritmo lento, como nos últimos quatro anos, o sistema cooperativista segue em uma crescente e hoje

os resultados das cooperativas nos mais diferentes segmentos já somam 11% do PIB do Estado. Energia forte Perius destaca que outro tema que ainda precisa ser enfrentado para que o agronegócio continue pujante, é energia com qualidade e constante. O presidente cita que cerca de 80 mil consumidores rurais, do Estado tem energia monofásica. Para Perius, são famílias que tem acesso a luz, mas não energia suficiente para garantir desenvolvimento. Internet nas áreas rurais também é serviço que tem nichos para expandir.


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Presidente da ABAG aponta infraestrutura e seguro rural como principais desafios

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oje temos o reconhecimento do agronegócio como o setor mais dinâmico e competitivo da economia brasileira, mesmo o país tendo atravessado profundas crises.” A afirmação é de Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio - ABAG. Para ele, as perspectivas continuam sendo de aumento na produção, na produtividade e no volume de vendas no exterior. “Por exemplo, as projeções para a safra de grãos 2018/19 são de 237 milhões de toneladas. Apesar desse crescimento, o setor possui carência de melhorias, principalmente em infraestrutura, para ganhar produtividade e seguir com crescimento mais sustentável”, diz ele sobre o atual cenário do setor primário do Brasil. Neste sentido, para o presidente do ABAG, o país ainda tem um longo caminho pela frente, mas certamente já se destaca no cenário internacional. “O Brasil está ga-

nhando mercados importantes, mas ainda temos muito potencial para explorar e crescer. Para que isso aconteça temos que começar a fazer determinadas correções”, opina. As correções às quais Brito se refere estão relacionadas a três pontos fundamentais: infraestrutura, conectividade e seguro rural. “Há anos se fala da questão da infraestrutura no Brasil e agora chegamos em um gargalo. Em algumas regiões do País não é possível expandir mais porque não tem infraestrutura no transporte e de armazenagem. Somos muito competitivos até a porteira da fazenda, passando dela perdemos toda a competividade porque não temos boas estradas, hidrovias ou ferrovias para transportar a produção até o porto”, frisa. Em relação a conectividade, o presidente da ABAG lamenta a falta de sinal de celular na maioria das regiões produtoras, não havendo também acesso à internet. Outro ponto destacado por ele é o seguro

Foto Divulgação

Marcello Brito afirma que país ainda tem um longo caminho pela frente e muito potencial para explorar e crescer

Somos muito competitivos até a porteira da fazenda, passando dela perdemos toda a competividade porque não temos boas estradas, hidrovias ou ferrovias para transportar a produção até o porto

LÍDER DO AGRONEGÓCIO 2019 11 de março - 20:30h Bier Site Carazinho

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Rio Grande do Sul

Marcello Brito

rural. “Eu morei nos Estados Unidos e o produtor de soja de lá sabe que, se tiver uma nevasca, chover ou se tiver uma estiagem ele perde a produção, mas ele está segurado. Aqui o produtor conta com a sorte, com Deus, mas se ele perde a produção por razões climáticas, quebra e não consegue pagar o financiamento, aí criam-se o perdão de dívida, são anistias dentro de um círculo vicioso, ao invés de ter o seguro rural”, aponta. Olhando para o futuro Projetando as próximas décadas do agronegócio brasileiro, Brito é bastante otimista. “Na década de 1970 importávamos alimento, hoje somos um dos maiores exportadores do mundo, mas ainda longe do potencial disponível. Entre 2000 e 2017, as exportações totais do agronegócio brasileiro passaram de US$ 20,6 bilhões ao ano, para US$ 96 bilhões. Foi uma expansão cinco vezes maior em 17 anos”, contextualiza. “O feito é ainda mais relevante quando

se lembra que, nesse período, houve a grave crise financeira global entre 2008 a 2010, quando o comércio mundial teve um refluxo significativo. Atualmente, exportamos para mais de 140 países”, acrescenta. “Precisamos continuar evoluindo para merecer o título de celeiro mundial. Essa é uma alusão repetida há décadas, mas que não reflete e verdadeira posição brasileira, apenas o potencial ainda inexplorado. O Brasil tem todas as condições para continuar avançando e ficar entre os principais produtores de alimentos, fibras e energia renovável nas próximas décadas”, reflete. Neste cenário, conforme Brito, o aumento do potencial produtivo é favorecido. “Esses avanços na genética e na nutrição, junto com o manejo, como o plantio direto (PD) e a integração, lavoura, pecuária e floresta (iLPF), aceleram o aumento do potencial produtivo da atividade agropecuária. Imagine todo esse conhecimento sendo administrado no processo de digitalização. Essa era está apenas no princípio, com inteligência artificial, big data e blockchain”, coloca. Brito acredita que embora outras culturas ganhem espaço no Brasil, é interessante olhar para a importância adquirida pela soja. “Por ser, ao mesmo tempo, fonte de proteína e de óleo. Mas, é sempre bom lembrar que a oleaginosa mais produzida no mundo é a palma (dendê). De qualquer forma, principalmente na América do Sul, Europa e Estados Unidos, a soja deve prosseguir um caminho de expansão, tanto na linha horizontal (expansão de área), como vertical (ganho de produtividade)”, projeta.


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PERSPECTIVAS

Mudanças no crédito rural pode deixar agro em xeque Para o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, sem crédito rural, o agronegócio não estaria no atual patamar e sem ele as cadeias não se sustentam

É primordial destacar o crédito rural, pois sem ele não estaríamos no atual patamar; sem ele o agronegócio não se sustenta

Foto Divulgação UPF

PRONAF como um bom exemplo de política pública. Além do crédito, é possível citar programas de seguro agrícola, tais como o Proagro, bem como os programas de compras institucionais como PAA e PNAE” diz Silva. O presidente da Fetag destaca no entanto, de que há alguns pontos que, historicamente, travaram o crescimento do agronegócio brasileiro. E cita que talvez o maior deles sejam as altas cargas tributárias que, muitas vezes, tiram o poder de competição de importação dos produtos frente a países com menores taxas. Além disso, não raras vezes altamente subsidiados pelo estado, afetando inclusive o mercado interno. “Outro grande entrave são as políticas de importação de produtos primários do Mercosul, sendo que o ingresso desses produtos acaba afetando os agricultores nacionais” diz Silva. Para o presidente da Federação a

Q

uando observados os dados do PIB e do saldo da balança comercial, verifica-se que o agronegócio é uma das principais atividades econômicas do Brasil e nos últimos anos tem favorecido o avanço da economia colocando o país como um dos maiores produtores e exportadores do mundo, em especial na produção e exportação de alimentos. No entanto, para o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul, Carlos Joel da Silva, para que o ritmo continue assim é preciso haver crédito, e em moldes semelhantes ao que se tem hoje, porém aperfeiçoado. “Quando se fala em políticas públicas que fortaleceram o segmento, é primordial destacar o crédito rural, pois sem ele não estaríamos no atual patamar; sem ele o agronegócio não se sustenta. Dentro do crédito rural, podemos citar as linhas de crédito do

Carlos Joel da Silva presidente da Fetag /RS

manutenção e o fortalecimento do crédito rural, a garantia de linhas de créditos especiais ao segmento são imprescindíveis para a continuidade e o sucesso do agronegócio brasileiro. “Ainda, há outros pontos que são de extrema importância para setores produtivos, tais como o escoamento da produção, principalmente na malha viária que, além de deficitária, está sempre em más condições. Repensar o sistema tributário para

o segmento, reforçar o controle sanitário e fomentar, cada vez mais, a pesquisa em nível nacional” frisa o presidente como temas cruciais a serem tratados a médio prazo pelo agronegócio. No ano em que Expodireto chega a 20° edição, Silva pondera que durante o ciclo o movimento cooperativista, teve contribuições importantes para soluções de

situações problemas na condução do trabalho do campo. “Sem dúvida é merecido destacar a importância da feira em demonstrar a diversidade de atividades e produtos que o movimento cooperativista pode trazer. Durante esse período é notório o fortalecimento e o sucesso dos mais variados segmentos de cooperativismo” diz o presidente da Fetag.

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PERSPECTIVAS

Os avanços na agricultura em 20 anos de Expodireto A feira apresenta tecnologias ao produtor e ajudou nesse tempo a moldar o cenário da agricultura brasileira uas décadas se passaram desde que a primeira feira foi realizada em NãoHá 30 anos, por exemplo, Me-Toque, cidade do interior do Rio trabalhávamos com o Grande do Sul, conhecida como a capital da agricultura de precisão. Em 20 anos, foram milho a 45 mil plantas por incontáveis as melhorias e transformações hectare e hoje se trabalha que o mundo passou. Na agricultura, com a com quase o dobro, modernização de máquinas, acesso ampliado a internet e uma tecnologia cada vez mais é uma produtividade acessível a todos os produtores, os avanços espetacular, e isso se são ainda mais visíveis. O chefe geral da Embrapa Trigo de Passo Fundo, Osvaldo deve muito a formação Vieira, destaca duas grandes mudanças em 20 e informação que o anos. “Uma das grandes coisas que aconprodutor tem. teceu nesse período foi realmente a entrada de novos obtentores nas diferentes culturas Osvaldo Vieira onde a soja seria o principal, entra novos chefe geral da Embrapa Trigo obtentores de genética, a introdução da soja e de Passo Fundo com isso aumenta a competição no mercado, proporcionando ao agricultor mais opções de índices de produtividade para o futuro com a que ambos podem expor demandas, FÓRUNS escolha, de genética”, argumenta. informação e tecnologia disponíveis para os inquietações e dificuldades e procurar “O que eu vejo muito desafiador nos produtores rurais. “Há 30 anos, por exemplo, fóruns são os cenários futuros. O que meios para atingir um bem comum. “VEJO MAIS COMO UM EMPRESÁRIO RURAL” trabalhávamos com o milho a 45 mil plantas “Ali muita coisa é decidida, às vezes a leva o produtor rural aos fóruns são as “Nesses 20 anos, o produtor se profissiopor hectare e hoje se trabalha com quase o gente esquece essa parte fora da portendências para o futuro. O produtor nalizou ainda mais. Hoje vejo mais o produdobro, é uma produtividade espetacular, e teira e dentro da porteira o produtor é vê os cenários apresentados e pode se tor rural como um empresário rural, desde isso se deve muito a formação e informação posicionar frente a esses cenários, além muito bom, o produtor brasileiro é um o pequeno até o grande, eles estão muito que o produtor tem. Eles estão muito bem dos melhores do mundo, mas fora da das discussões, principalmente sobre mais informados, tem mais lugares para informados e a disponibilidade de tecnoloporteira o produtor tem que fazer mais legislações vigentes, não só no Brasil, buscar a informação, de olhar a questão de gia cada vez maior. Ele tá usando muito a presença, via órgãos representativos, mas no exterior”, ressalta o pesquimercado, estoques mundiais. Isso hoje está informação, que está no celular. Ele olha ali e sador, que observa os fóruns como cooperativas, federações, para fazer a na palma da mão do agricultor, no smartpode ver o que está sendo usado nos Estados sua voz ser ouvida por quem decide, o um importante meio de debate entre o phone”, salienta Vieira, que crê em maiores Unidos, na Argentina, na Austrália”. fórum é um local adequado para isso”. setor produtivo e as autoridades, em

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Foto: Embrapa Trigo

a média naquela safra tinha ficado em 43 sacas /hectare no Estado, 47,3 na média nacional e os produtores Cotrijal já tinham avançado para 51,7 sacas. Ele conta que, embora a safra brasileira venha de quatro ciclos de safras consideradas positivas, a média Brasil em 2017 ficou em 56,1 sacas, o Estado em 56 e a Cotrijal em 70,5 sacas/ hectare. “O que queremos dizer com isso é que, embora ninguém é melhor que ninguém, vejo pelos números que a média brasileira se mantém nos últimos anos, algumas regiões até caíram na produtividade da principal cultura, no estado a média ficou igual ou maior. O Rio Grande do Sul apesar de ter um número muito grande de produtores, diferente do Mato Grosso em que as propriedades são grandes, mas o número de produtores é pequeno, e por isso é mais difícil manter medias, pois as características são diferentes, já a média da Cotrijal tem experimentado rendimentos em patamar de 13 a 14 sacas de soja acima das médias de Estado e país”, destaca. Para Lima, o avanço no desempenho das lavouras da região se deve a vários fatores, porém a consciência de que é preciso que a gestão da lavoura seja profissional é algo que deve ser considerado. “

A média da Cotrijal tem experimentado rendimentos em patamares de 13 a 14 sacas de soja acima das médias de Estado e país.

Estudos agronômicos indicam que são cerca de 53 os fatores que definem rendimento da soja, e cada um de forma isolada tem seu peso, porém dentre estes; água, temperatura e luminosidade são alguns elencados como os principais, e dos quais o produtor não tem o controle sob sua mão. “Produção é uma atividade complexa, é uma indústria a céu aberto que por si só justifica a importância que cada país deve ter com a produção de alimentos” diz o superintendente de Produção Agropecuária da Cotrijal e engenheiro agrônomo, Gelson Melo de Lima. O superintendente lembra que no ano de 2000, ano em que a Expodireto Cotrijal teve realizada sua primeira edição, a média de produção de soja por hectare no Rio Grande do Sul era 27,5 sacas. Já na área de abrangência da cooperativa a média era de 33,5 sacas. A média Brasil chegava a 40,2 sacas. “Naquele momento o Rio Grande do Sul era um dos últimos estados em produtividade e a Cotrijal já vinha colocando uma média de seis sacos acima da média estadual, mesmo assim, abaixo da média Brasil” relembra Lima. O profissional destaca que na safra de 2013 para 2014 o país inaugurava um novo patamar de produtividade, quando

Foto: Arquivo | Diário

Conhecimento transformado em produtividade

Gelson Melo de Lima

superintendente de Produção Agropecuária da Cotrija

O DIFERENCIAL DE UMA COOPERATIVA

O superintendente observa que para crescer em produtividade, é preciso que o processo ocorra de forma sustentável, de modo que os custos também sejam acompanhados. Um dos focos da cooperativa, de acordo com Lima, é de aproximar e estimular o produtor a buscar soluções que agreguem valor e rentabilidade as atividades. O agrônomo lembra que diante da economia globalizada e capitalista é preciso que o produtor rural se mantenha competitivo e, para tanto, é preciso que como cooperativa se tenham fornecedores confiáveis. “Buscar parceiros que invistam em pesquisa e na sua difusão também é essencial no processo e a envergadura que o sistema cooperativo pos-

sibilita uma aproximação maior de parceiros com interesse mutuo”. Ele comenta que como organização em que o cooperado é o dono do negócio, alguns pilares são fundamentais, entre eles de que a atividade garanta ganho econômico. “Como cooperativa também deve se observar o aspecto social, mas não o social de filantrópico, e sim o que se preocupa com o desenvolvimento do cooperado ao passo que com lado profissional bem resolvido o retorno econômico gerado pela atividade lhe permita uma interação social de melhor qualidade junto de sua comunidade ao passo que faz a economia girar ao investir, ou oportunizando, por exemplo, a possibilidade de ofertar estudos aos filhos”. cita Lima.


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PERSPECTIVAS

Iniciativa privada precisa investir em logística Lopes garante que nada poderá ser feito sem o investimento privado e lamenta o investimento de apenas 1% do PIB na malha ferroviária. “A infraestrutura é carente nisso. O mínimo que deveríamos ter, na pior das hipóteses é 2% do PIB. Mas pelo levantamento do PPI apresentado no fim do ano passado que trata do investimento em portos, aeroportos e rodovias, e o pelo projeto da Associação Brasileira de Rodovias de rodovias que serão duplicadas e pedagiadas, teremos uma proposta de investimento na ordem de R$ 2 bilhões em rodovias”, informa, acrescentando que o estudo também aponta o investimento em portos, aeroportos e ferrovias. “Este seria na ordem de R$ 700 milhões, o que quer dizer que em números redondos teremos para negociação R$ 1 trilhão para somente o básico. Nem estão previstas outras rodovias federais, estaduais e vicinais”, completa. Neste sentido o debate de assuntos pertinentes a logística e que interferem no

A área logística será tendência natural de projetos neste ano de 2019

Pedro Lopes

agronegócio é tão importante. “Não é uma questão de pressionar, mas de mostrar a importância do que está envolvido na produção agrícola como um todo, não somente grãos”, frisa. Lopes acrescenta que as projeções de safra reforçam esta necessidade de investimento. “Temos uma projeção de crescimento muito grande. Estamos num patamar de 224 milhões de toneladas de grãos. A expectativa para esta safra é de R$ 237 milhões e a projeção para 2025 é de 300 milhões de toneladas de grãos no país”, argumenta. “Vejam a grandeza e o volume do que precisa ser feito para atender toda esta demanda. A área logística será tendência natural de projetos neste ano

de 2019”, prevê ele, ao projetar o agronegócio para os próximos anos.

Foto Divulgação | ABTC

presidente da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga – ABTC, Pedro Lopes, acredita que a Expodireto Cotrijal é o palco ideal para o debate de questões importantes do agronegócio brasileiro, como por exemplo, a infraestrutura. Ele cita que existem debates em nível federal que trazem de volta a importância do investimento em ferrovia. “Uma questão importante para a região sul, especialmente aquela que está próxima da BR 285 é a carência de uma logística mais adequada. Montamos a Câmara Setorial de Transporte e Logística para despertar a cabotagem, que servia não somente para o transporte marítimo, mas também para o fluvial. Este é o tema do momento”, sinaliza. “Além disso, precisamos integrar a ferrovia, o que vai demorar, mas de qualquer maneira tem que sair, junto com o transporte fluvial. Ainda temos portos que podem ser aproveitados e receber investimento para a exportação, como em Santa Catarina e no Paraná”, acrescenta.

O

Presidente da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga cita investimentos necessários para a melhoria da logística no Brasil e o consequente desenvolvimento do agronegócio


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O desafio de garantir a permanência dos jovens no campo Entidades ligadas ao trabalho no campo avaliam a diminuição gradativa de jovens nas propriedades rurais e estudam estratégias para reverter realidade

O

s dados preliminares do Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao longo de 2017 revelam que no Rio Grande do Sul, o número de pessoas que trabalham em estabelecimentos agropecuários ultrapassa 983 mil pessoas. São 365.052 estabelecimentos espalhados por todo o Estado. Dentro deste universo, 87% dos trabalhadores são homens e 13% são mulheres, em que mais

da metade (57%), declararam ter entre 30 a 60 anos de idade. Logo atrás no quesito quantidade por idade, estão os trabalhadores com 60 anos ou mais que somam 39%. A terceira e última parcela é composta pelas pessoas com menos de 30 anos que moram no campo, que representam apenas 4% do total. O número preocupa entidades ligadas ao agro, já que a sucessão das propriedades dependem na nova geração de agricultores.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo, Airton Ferreira dos Santos, a constatação da entidade converge para a diminuição cada vez mais gradativa do jovem na propriedade rural, “O jovem hoje permanece na propriedade se ele tiver renda e essa renda tem que ser mensal, mais próxima da realidade de vida dele. A gente vê hoje que as propriedades estão muito mais diversificadas e este processo aumentou essa realidade. Ou seja, não estão hoje somente voltadas à monocultura e isso poderia contribuir para a permanência desse jovem no campo”, avalia. Contudo, se por um lado existem fatores que atraiam o população jovem à permanecer no campo, da mesma forma, outras questões contribuem para a debandada. “Existe a questão da mecanização. As propriedades estão bem equipadas e isso reduz a necessidade de mão de obra, ao trocar o homem pela máquina. Ajuda, também, para que o jovem procure uma alternativa de trabalho. Mas o que pesa mesmo é a questão da renda. Para os mais jovens ficarem na zona rural é necessário uma renda mais dinâmica, rápida, e isso dificulta um pouco” entende Santos. A saída do jovem do campo provoca um verdadeiro efeito dominó. Sem o interesse de permanecer no campo, o jovem agricultor passa a atuar em outras áreas ao buscar qualificação nos grandes centros urbanos. Segundo Santos, a pequena propriedade passa a correr o risco de ser extinta ou integralizada a áreas maiores. “Há uma preocupação muito grande quanto a sucessão da propriedade. Se não der essa continuidade dentro da própria família, ela corre o risco de ir se extinguindo, como já em muitos locais as pequenas propriedades já estão sendo vendidas para os produtores maiores. A questão da capacitação, de estarem buscando uma qualificação para voltarem a trabalhar dentro da propriedade também existe, porém, atualmente nós observamos que que o jovem que sai para estudar, depois de formado ele procura sempre um mercado maior e melhor. Às vezes não na sua própria cidade e nem até mesmo no seu Estado. Hoje, por exemplo, a questão da agronomia, os pessoal vai para Goiás, Bahía, onde existe uma extensão maior do leque agrícola, até porque aqui na nossa região já está ficando meio que apertado essa colocação no mercado de trabalho”, revela o presidente da entidade

Atrativos no campo Por mais que a tecnologia de ponta já figure dentro das lavoras e na mecanização da propriedade, um dos atrativos que mais pesam na permanência do jovem no campo – o acesso a internet – ainda requer muitos avanços. Uma estimativa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo, baseado em um levantamento feito pelo próprio órgão em parceria com empresas do ramo em 2017, aponta que apenas 44% das propriedades rurais da cidade têm acesso à internet. O número representa cerca de 340 famílias. “Permanecer dentro da propriedade tem todas essas questões, claro, geralmente, este cenário é observado em propriedades maiores. Aqui no sindicato, nós trabalhamos com propriedades um pouco menores, mas que também tem seus atrativos. Por outro lado, nessa dimensão de prós e contras, a gente vê que algumas questões ainda são precárias no campo, como o sinal de internet, a dificuldade de se ter sinal de telefone, a própria estrutura de estradas, estrutura de acesso às propriedades é complicado. Isso também desestimula a permanência do jovem no campo, porque hoje se tu tiver em um ambiente onde que tu tenha estrutura para trabalhar, para se ter conformo e lazer, isso favorece a permanência dele”, comenta Santos em relação aos dados apurados nas propriedades. Estratégias A entidade que representa os trabalhadores do campo já trabalha em ações estratégicas para tornar a vida no interior mais atrativa. Neste caso, a aposta é na diversificação das atividades. “Nós, sindicato, trabalhamos junto com a Emater em relação ao estímulo da diversificação dentro da propriedade. De não trabalhar apenas um tipo só de atividade. Hoje, além do grão, a maioria das pequenas propriedades tem o leite, tem o frango, tem o horti junto. Procuramos colocar uma outra alternativa dentro da propriedade que traga um renda mais em curto prazo para o campo. As despesas são diárias, semanais e se você fica atrelado a uma atividade que te dá um retorno em seis meses, em quatro meses, se torna complicado. Por isso nós buscamos fomentar outras formas de renda nas propriedades, que faça esse retorno”, conclui o presidente.


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Sistema de gestão como tendência para o futuro

Informações em tempo real para o melhor aproveitamento no campo: empresas focam na modernização de máquinas para alcançar boa produtividade

Essa geração cresceu na era conectada. Isso serve como uma grande oportunidade para as propriedades rurais, em implementar, aperfeiçoar novas tecnologias, assim como vem acontecendo a agricultura de precisão

Foto: Divulgação | Stara

o sistema. Isso fará com que seja tudo mais preciso, seja no mapa da colheita, no mapa de pulverização ao mapa de plantio. Todos os dados irão se cruzar. Um sistema que é totalmente automatizado com máquinas que informam o sistema de gestão”, explica. A Stara acredita que a automatização no sistema de gestão, que já é uma realidade na indústria, deverá ser uma tendência de futuro para aplicar em outros segmentos, como o próprio agronegócio. Segundo o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Stara, a empresa já consegue contabilizar custos, desperdícios, informações para todo seu sistema em tempo real. De acordo com Paim, a empresa se volta para agregar essa tecnologia em suas máquinas para disponibiliza-la aos produtores. “É uma realidade na indústria, exemplo de uma máquina de corte a laser, que faz corte de chapas, totalmente automatizada, que informa a gestão dezenas de informações de sua operação. Conseguimos contabilizar todas as informações necessárias de rendimento, disponibilidade e eficiência. Em nível estratégico, enxergamos isso como tendência para o Agro também. Trabalhamos forte nisso, com os novos desenvolvimentos, focando na tecnologia de informação”, completa.

E

m nível de investimentos, um dos exemplos de busca pelo aperfeiçoamento na agricultura digital, também conhecida como agricultura 4.0 é a Stara, de Não-Me-Toque, que sempre apresenta novidades no ramo maquinário na Expodireto Cotrijal. O diretor de pesquisa e desenvolvimento da Stara, Cristiano Paim Buss, relata que a empresa trabalha forte na agricultura digital. Para isso, suas máquinas já apresentam computadores de bordo, que geram centenas de informações diárias. “Essas informações, o produtor, bem como o seu sucessor já podem ter na palma da mão, num smartphone, num tablet. Em qualquer dispositivo conectado na internet”, comenta. Nessa linha de captação de informações para geração de resultados, o trabalho automatizado de sensores entra em questão. De acordo com Paim, o sistema integrado de gestão empresarial (ERP) possibilita precisão de informações com foco na diminuição de custos, melhor controle de estoques e melhor gestão no consumo de insumos. “O produtor, hoje, começa a também querer ter a informação dentro de um sistema de gestão. Com o uso de máquinas que coletem dados por meio de sensores, elas podem transmitir as informações para todo

Cristiano Paim Buss

Diretor de pesquisa e desenvolvimento da Stara

meteorologia em tempo real Pensando nos desafios do agronegócio para o futuro, a Stara apresentará algumas novidades de pulverizadores autopropelidos, Imperador 3000 e 4000. Essa nova máquina da Stara possui um alto nível de automação, como exemplificado por Paim, a máquina é capaz de reduzir sua velocidade e manobrar automaticamente no final do talhão. Também é equipada com um sistema inédito de linha dupla de pulve-

rização, onde o computador da máquina automaticamente aciona a melhor ponta de bico para a aplicação naquele momento (velocidade x pressão), outra grande novidade é o chamado sistema Conecta, onde a máquina é equipada com um software que permite a fábrica acessar a máquina remotamente (via internet) e verificar ajustes, calibrações e configurações necessárias antes da visita de um técnico, conclui Paim.


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Stara considera um “gol de placa” a parceria com a Expodireto foi transferida para Não-Me-Toque. Foi um momento em que ela deixou de ser local, de um raio de 50 quilômetros, para aplicar um gol de placa, porque conseguimos trazer grandes empresas, consequência de um trabalho espetacular da família Cotrijal. Transformamos todos juntos, com os expositores, a Expo na maior e melhor feira do agronegócio mundial. A Expodireto é a oportunidade de conhecer negócios novos, visitar as empresas e alinhar parcerias”, completa o diretor-presidente da Stara.

A gente aproveita muito a oportunidade para demonstrar às pessoas que vêm para a Expodireto o quão importante é o agro para o cenário brasileiro, para o PIB brasileiro Gilson Trennepohl

diretor-presidente da Stara

Mais do que negócios, os cinco dias de Expodireto Cotrijal possibilitam estreitar os laços com os clientes. De acordo com Gilson Trennepohl, o momento é de fazer clientes e amigos. “A gente sempre quer fazer um atendimento nota mil ao nosso cliente. Temos conquis-

Foto Arquivo | Stara

esde a primeira edição da Expodireto Cotrijal, a Stara possui um vínculo forte com a Expodireto Cotrijal. Hoje considerada uma potência no ramo de maquinários agrícolas, a empresa de NãoMe-Toque apresenta novas tecnologias de nível mundial a cada edição. Com um estande rodeado de máquinas, a empresa utiliza a Expodireto como uma grande vitrine para expor as novidades do setor. De acordo com o diretor-presidente da Stara, Gilson Trennepohl, a parceria da empresa com a feira do agronegócio é considerado um “gol de placa”. Ele conta que a cada ano, o número de visitações no estande da Stara cresce, assim como o sucesso do evento. “A Expodireto é, para nós, uma oportunidade de mostrar a nossa tecnologia. É um evento que podemos trazer lideranças do agro para Não-Me-Toque, para conhecer o que é feito na região, que é um polo metal-mecânico e agrícola. A gente aproveita muito a oportunidade para demonstrar às pessoas que vêm para a Expodireto o quão importante é o agro para o cenário brasileiro, para o PIB brasileiro”, explica. No embalo de aproveitar as oportunidades, Gilson Trennepohl destaca que a Stara obteve seu crescimento em conjunto com a feira do agronegócio, que ele a considera a maior e melhor feira em céu aberto do setor em todo o mundo. “Nós estamos desde a primeira Expodireto. Fomos mensageiros, ajudamos muito quando

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Presente desde a primeira edição, empresa de Não-Me-Toque cresceu em conjunto com a feira do agronegócio e virou referência no ramo de máquinas agrícolas

tado clientes que são nossos amigos de Expodireto. É hora da gente rever esses amigos. Sempre guardamos na manga alguns lançamentos, porque a Expodireto e Não-Me-Toque são a nossa casa. Queremos que o público nos visite, nos prestigie. Podemos fazer bons negócios nesta grande semana”, destaca. Dos quase 20 mil habitantes de NãoMe-Toque, a Stara gera emprego para quatro mil pessoas no Município. Além disso, o diretor-presidente enfatiza que 22 municípios da região acabam atingidos com a geração de emprego e de produção da empresa.

Novidades logo no primeiro dia Com visão na apresentação de tecnologia na feira, Gilson adianta que a Stara prepara quatro lançamentos especiais para a Expodireto com o objetivo de reduzir custos e aumentar a produtividade na lavoura. A empresa apresentará o sistema de comunicação integrado entre máquinas, denominado de máquina a máquina (M2M), que possibilitará a troca de informações de cada maquinário em tempo real. “Isso não existe no Brasil. É a primeira empresa a fazer esse lançamento. A gente vai mostrar isso para o produtor rural, de que temos que caprichar cada vez mais. Nós vamos investir pesado nesse ano”, completa.

Badesul possibilitará excelentes negócios na Expodireto 2019 Badesul, agência de fomento do Estado, está preparado para realizar ótimos negócios na Expodireto 2019. Presente na feira desde a primeira edição, realizada em 2000, a agência vem ao longo dessa trajetória consolidando sua atuação na região Norte do estado através do evento, que oportuniza um amplo espaço para promover a cadeia produtiva do agronegócio gaúcho. - A Feira é um ótimo espaço para captação de negócios no segmento do agronegócio e para o fortalecimento da marca Badesul como fomentador desse setor e da sua modernização e inovação, aspectos importantíssimos para o desenvolvimento do RS – avalia a diretora-presidente do Badesul, Jeanette Lontra. Ao longo dessas duas décadas de Expodireto, o Badesul também estabeleceu um próspero vínculo com a Cotrijal, promotora do evento, assim como com o público da feira e os demais expositores. “Nosso relacionamento com todos esses elementos que constituem a feira é excelente e a organização da Expodireto é primorosa. Neste ano, em especial, a Expodireto celebra 20 anos, assim como o Badesul, então, podemos afirmar que temos uma trajetória conjunta de atuação no agronegócio do nosso estado”, observa Jeanette.

Estrutura e serviços ofertados Destaque na difusão de tecnologias e inovação no país, a Expodireto reúne os melhores players do setor agrícola para apresentar aos seus visitantes. Por conta disso, para participar da feira, o Badesul organizou sua estrutura em um excelente estande com profissionais especializados para o melhor atendimento dos clientes. - O Badesul planeja muito bem as suas ações na Expodireto, pois a feira tem uma relevância muito grande para a agência e representa um momento importante para o fortalecimento institucional e de nossos negócios, já que conta com a participação dos melhores players do agronegócio - avalia a diretora da agência. O estande do Badesul está localizado no Lote 914 do Parque da Expodireto Cotrijal. A instituição disponibilizará recursos para o desenvolvimento do agronegócio e não cobrará taxa de análise para projetos de financiamento captados e protocolados até 22 de março de 2019, período considerado de prospecção comercial pelo Badesul para a Expodireto 2019. Financiamentos direcionados à aquisição de colheitadeiras, tratores, implementos

agrícolas, equipamentos de irrigação, açudes, correção de solos, armazenagem e para tantos outros fins serão oferecidos para modernização do setor primário gaúcho. Tendo em vista que aproximadamente 40% da carteira de financiamento do Badesul é oriunda de projetos do agronegócio, outra condição especial que a agência oferecerá será destinada para clientes rating AA, A, B para operações de crédito em equipamentos isolados através dos programas Pronamp, Moderfrota, Moderinfra e Fundo Clima. Estes terão a garantia de alienação fiduciária e prazo de 5 anos de amortização sem carência. As condições especiais serão válidas para as operações aprovadas até 28 de junho de 2019, estando condicionadas à disponibilidade de recursos dos programas do BNDES, desde que todos os documentos sejam entregues para análise até o dia 31 de maio de 2019. - Trabalhamos acreditando que a constante modernização do segmento traz desenvolvimento, progresso e um protagonismo diferenciado em qualidade e produtividade para o Rio Grande do Sul - finaliza a diretora-presidente do Badesul Jeanette Lontra.

Foto: Ascom | adesul

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Agência de fomento do Estado também celebra 20 anos de existência e comemora participação na feira

“ Neste ano, em especial, a Expodireto celebra 20, anos assim como o Badesul, então, podemos afirmar que temos uma trajetória conjunta de atuação no agronegócio do nosso Estado” Jeanette Lontra , diretora-presidente do Badesul


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PERSPECTIVAS

Conhecimento na prática tuição. Segundo ele, existe muito alinhamento nas linguagens entre o orientador e o agricultor. “Grande parte do associado da cooperativa é um assistido da Emater. Existe coincidências, que permitem o alinhamento de linguagens que são técnicas para o produtor. A feira é um grande palco de debates importantes, por meio dos fóruns, das atividades que lá acontecem”, destaca. Ao longo de toda a história, a Emater -RS/Ascar contribuiu muito para que a Expodireto se tornasse um evento referência em agronegócio no Brasil. Segundo Adami, houve participação da instituição em diversos pontos da feira, como o Pavilhão da Agricultura Familiar. “Hoje a Expodireto é uma referência nacional e internacional. Temos uma parceria longa, de 20 anos. Tratamos diversos temas, abordamos para a comunidade a vida agrícola. Participamos do crescimento do Pavilhão, que foi uma ideia do Nei e da Cotrijal, que nos desafiou em abrir mais um espaço para a agricultura

Hoje a Expodireto é uma referência nacional e internacional Oriberto Adami

diretor regional da Emater-RS/Ascar

familiar, que é onde o produtor mais se enxerga. No nosso espaço, conseguimos tratar de temas relacionados a diversificação, a agricultura familiar. Pra Emater é algo muito importante. Nos permite atingir um grande número de famílias, de agricultores.

Fotos Divulgação | Emater-RS

ma das principais expositoras da feira do agronegócio, a Emater-RS/ Ascar acredita muito na força do produtor rural. Por isso, nada melhor que um evento como a Expodireto para aproximar os vínculos entre a pesquisa, o conhecimento, o produtor rural e o desempenho na lavoura. Ao todo, a instituição atende cerca de 230 mil famílias. Numa parceria de 20 anos com a Cotrijal, a Emater-RS/Ascar possui mais uma área extensa no Parque, com 16 parcelas, num envolvimento de mais de 80 profissionais para receber os grupos de agricultores. Neste ano, a Emater-RS/Ascar irá abordar diversos temas, como a produção florestal, tecnologia de aplicação, conservação de solo, culturas de verão, instalação de armazenagem de grãos, acompanhamento de projetos, entre outros. O diretor regional da Emater-RS/Ascar, Oriberto Adami, destaca que o público da Expodireto é muito semelhante ao da insti-

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Emater-RS/Ascar proporciona espaços de fomento à informação e troca de experiências com os produtores rurais nos mais diferentes segmentos do agronegócio

Casa da Família Rural - casa construída por meio da parceria entre Emater/RS-Ascar e Cotrijal

Os números são expressivos”, aborda o diretor regional. Com visão às inovações de mercado, a instituição investe em parcelas de tecnologia de aplicação e em energia fotovoltaica, que é uma demanda que cresce constantemente. “É uma novidade, o público tem interesse em entender o funcionamento. Tem gente na feira dando prioridade para esse tipo de investimento. Então, sempre buscamos inovar, mesmo dentro de sistemas tradicionais que não podemos deixar de abordar. Mas sempre trouxemos novidade, e assim vai ser. É claro que temos outros temas importantes também, como o controle de doenças, a questão da cobertura do solo, estruturação, descompactação. A gente busca inovar, mas sem deixar

de lado o que é muito importante para nós também”, completa Adami. Um dos espaços mais destacados pela instituição é o recanto temático, que aborda um tema diferente a cada edição. É um ambiente de circulação interna para as pessoas observarem informações, estatísticas e avaliações sobre determinado assunto relacionado ao agro. “Nós tivemos já nesse espaço a história do cooperativismo, o ciclo da Soja no Rio Grande do Sul. Esse ano vamos abordar a história da erva mate, desde os primórdios, dos indígenas, até a evolução, com sua importância ao mercado para a economia gaúcha crescer”, informa. Segundo Adami, mais de 50 mil pessoas passam por esse espaço durante a semana de feira.

Senar-RS alinha conhecimento com inovação Para o presidente, é difícil mensurar a importância da trajetória do Senar na Expodireto em números. Mas o crescimento é notável. “É emblemático que cada vez que voltamos da Expodireto, cada vez que tivemos lá, tudo se volta mais moderno na agricultura brasileira, efetivamente voltamos com novas ideias, capacidade de inserir novas turmas e novas informações nos nossos cursos. Voltamos com proposta de novas discussões, de um passo a mais rumo a agricultura agropecuária de ponta”, pontua. Ao longo dos últimos anos, o Senar-RS teve a preocupação de trazer conhecimento para o produtor rural. Em algumas edições, de forma mais institucional, em outras, com questões especificamente técnicas, como será neste ano também. O presidente do Serviço Nacional destaca que na 20a edição da Expodireto, a novidade será o foco no tema da deriva na aplicação de produtos fitossanitários. “Esse é o nosso principal mote da nossa participação. A preocupação é evitar a deriva. É o deriva zero, com a ideia de associar e levar ao produtor, através de demonstrações práticas, o conhecimento, a informação, mostrando que a maioria

dos problemas que nós encontramos a campo não resultam necessariamente do produto em si, mas da inadequada forma de aplicação”, afirma. A ideia da forma de aplicação é evitar com que o produto seja aplicado em um determinado lugar para fazer efeito numa área diferente por meio de migração. “Queremos a migração por efeito de deriva. A ideia é o produto migrar para uma área vizinha. Portanto, nossa ideia é levar inovação no sentido de garantir aquilo que foi recomendado para uma determinada área, com aplicação efetiva e na dosagem recomendada”, completa Condorelli.

Caminhando lado a lado O Senar-RS define vários momentos como marcantes ao longo da caminhada lado a lado com a Expodireto. Uma edição, no entanto, é considerada a mais especial. Foi em 2013, quando o Senar-RS completou 20 anos de história. Segundo Condorelli, aquela edição foi diferente. “Entendemos que a Expodireto sempre é um momento importante da nossa história. Tivemos vários momentos marcantes, que chamaram atenção. Mas 2013 foi diferente, foi especial. Completamos 20 anos

Foto: Divulgação | Alessandra Bergmann

Com mais de 10 mil ações por ano, dentro de um atendimento que chega a marca de 150 mil pessoas por temporada, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar -RS) vê na Expodireto Cotrijal a chance de agregar conhecimento junto aos produtores rurais. Responsável por criar e promover ações de formação profissional e também atividades de promoção social às famílias rurais, o Senar está junto com a Expodireto desde a primeira edição. O presidente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, elenca que a participar da feira do agronegócio significa potencializar conhecimento no meio rural. Segundo ele, a Expodireto serve como uma vitrine para participar do que é mais moderno para a produção agrícola. “É importantíssimo estar presente junto com o que há de mais moderno em termos de tecnologia para a agricultura brasileira. O Senar, com abordagem em termas de interesse do meio rural, também faz parte de toda essa apresentação. É uma feira que tem a particularidade de tratar do novo, da inovação, da modernidade. Estamos tratando de agricultura de futuro”, enfatiza.

“ É emblemático que cada vez que voltamos da Expodireto, tudo se volta mais moderno na agricultura brasileira” Presidente do Senar-RS, Eduardo Condorelli

na Expodireto e tivemos uma participação diferente das demais. A Expodireto, de maneira geral, tem um cunho diferente a cada ano, uma forma diferente. A cada ano, ela soma mais um pedaço na história do Senar”, finaliza o presidente.


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PERSPECTIVAS

Melhorar o aproveitamento no inverno é desafio na região dagens da Embrapa junto aos produtores e cooperativas. “Temos de mudar os modelos produtivos, tentando se infiltrar em todas as cadeias para que isso seja percebido pela sociedade”, diz o pesquisador. Cultivo da soja e problemas no solo O Brasil é hoje o segundo maior produtor de soja no mundo. Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2017/2018, o país produziu 119,3 milhões de toneladas do grão em uma área plantada de 35,1 milhões de hectares. Os bons resultados e o destaque do país na produção geram problemas no solo. O representante da Embrapa explica que o solo gaúcho não é estruturado e há uma compactação apenas superficial. Ele destaca outros pontos. “O plantio direto não está sendo feito adequadamente, perdemos o conceito. Temos de recuperar, unidos com cooperativas e empresas”, disse. Para

O plantio direto não está sendo feito adequadamente, perdemos o conceito. Temos de recuperar, unidos com cooperativas e empresas

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primeiro desafio apontado por Paulo Roberto Pereira, agrônomo, pesquisador e chefe adjunto administrativo da Embrapa/Trigo de Passo Fundo, é claro: melhorar o plantio no inverno na região. Ele apresenta um dado que exemplifica a situação: a área agricultável reduziu 70% no período. Segundo ele, pesquisas indicam que o produtor que planta trigo no inverno tem uma melhor safra de verão, porque são utilizadas menores quantidades de insumos e adubação da soja. Isso ocorre somado também com o retorno financeiro da venda do trigo. “Deveríamos pensar em um sistema de produção e não em um cultivo só de verão. É uma batalha que a gente tem enfrentado bastante. Buscamos trazer isso à mente, para prestar atenção e usar melhor o inverno”, afirma o pesquisador. Melhorar essa situação traria um ganho “muito grande” para o solo. Ele explica que essa conscientização é uma das abor-

Foto Divulgação

Pesquisador fala da necessidade do aproveitamento da área agricultável no período mais frio do ano; busca por autossuficiência no trigo também deve ser objetivo

Paulo Roberto Pereira

agrônomo, pesquisador e chefe adjunto administrativo da Embrapa/Trigo de Passo Fundo

melhorar a situação, a Embrapa realiza um programa de capacitação na cadeia produtiva em cereais de inverno, realizado em parceria da empresa com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). “Cooperativismo é muito importante. É através dele que nós conseguimos disseminar o nosso conhecimento, da mesma maneira que nós servimos às necessi-

dades deles. Eles nos trazem demandas para que possamos trabalhar melhor, usar nossa força técnica para resolver essas demandas; é um troca de serviços, de experiência”, disse Paulo Roberto Pereira. “É fundamental para que o produtor tenha sucesso. E é mais fácil ele ter sucesso sendo cooperado do que produzindo sozinho, principalmente os menores.”

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Pavilhão da Agricultura Familiar terá 182 expositores agricultura familiar sempre é um dos destaques da Expodireto Cotrijal. Em 2019 serão 182 estandes, 40 de artesanato e flores e 142 de agroindústrias. Os expositores são oriundos de 116 municípios gaúchos. O assessor de política agrícola da Federação dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul – Fetag, Jocimar Rabaioli, garante que a variedade de produtos oferecidos será grande. “Doce de leite, queijo especial para assar, cogumelos, molhos especiais, geleias sem açúcar, picolé artesanal, entre outros. Todos que estarão oferecendo seus produtos no Pavilhão da Agricultura Familiar na Expodireto recebem assessoria da Fetag e da Emater”, enumera. Rabaioli considera que a visibilidade proporcionada pela feira é muito grande, um dos maiores canais de comercialização. “É uma cadeia curta porque coloca o produtor diretamente com o consumidor. A principal estratégia é fazer da feira um espaço para abrir mercado. O produtor não pode ir para Não-Me-Toque pensando

somente na comercialização, mas em abrir novos mercados”, explica. Os ganhos financeiros obtidos com a comercialização de produtos na feira garantem aos produtores novos investimentos em infraestrutura em suas agroindústrias. “Quase todas as feiras oferecem subsídios. O que o produtor gasta indo para a Expodireto é pouco porque existe uma junção de esforços de entidades que garantem isso. Em Não-Me-Toque, por exemplo, os expositores não pagam pelo estande e possuem ajuda de custo para se deslocar até a hospedagem, por exemplo”, menciona. Ao reconhecer a Expodireto Cotrijal como importante vitrine para a agricultura familiar, Rabaioli recorda o esforço empregado para que os pequenos produtores participassem da feira oferecendo seus produtos. “Em 2007 acompanhamos o presidente Nei Mânica quando ele lançou o desafio para a Fetag. Se a entidade junto com a Emater enchesse o pavilhão com expositores um espaço específico seria

Foto Divulgação/Cotrijal

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Produtores de 116 municípios apresentam produtos de agroindústrias dos mais diversos segmentos.

Agricultura familiar é sempre destaque na Expodireto Cotrijal

construído. E foi o que aconteceu, em 2008 já tínhamos o pavilhão próprio com 80 empreendimentos na época”, conta. “A agricultura familiar está inserida em todo lugar e estar na maior feira do agronegócio da América Latina é importante tanto para ela quanto para a própria feira”, acrescenta.

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Rabaioli diz ainda que é impossível apontar um único produto como aquele que mais faz sucesso entre o público. “Acredito que a diversidade é o grande segredo. Sem ela o pavilhão da agricultura familiar não seria o sucesso que é”, finaliza.


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Fórum do Milho debate a produção para atender a indústria de proteína animal

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ilho e Proteínas Animais será o tema da 11ª edição do Fórum do Milho, marcado para a tarde do primeiro dia de Expodireto Cotrijal. Odacir Klein, ex-secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul e ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho – Abramilho coordena o evento. Ele adianta que no evento serão apresentados dados colhidos pelo Instituto de Pesquisa Gianelli Martins e reunidos numa revista que trata do abastecimento de milho, principalmente para a criação de animais, com vistas à produção de proteínas nos estados do Sul, onde a demanda pelo grão é significativamente superior à oferta. Klein relata como exemplos a produção de cada um dos estados do sul. “Temos três situações distintas. O Paraná é autossuficiente, produz milho na

primeira e na segunda safra, tem condições de abastecer toda sua indústria de proteína animal e ainda é exportador”, comenta. Santa Catarina é altamente importadora. “Tem indústria expressiva nas áreas de suinocultura e avicultura e não tem produção de milho suficiente”, diz. Quanto ao Rio Grande do Sul, Klein destaca que o estado consome mais milho do que produz. “São consumidos 6 milhões de toneladas de milho, mas produz pouco mais de 5 milhões. Sempre tem a necessidade de ingresso do grão na ordem de 1,5 milhão de tonelada por ano”, informa. Este cenário, conforme o coordenador do Fórum, é bastante preocupante. No entanto, a indústria está disposta a estimular a produção. “A indústria tem interesse em estabelecer canais que possam estimular a produção de milho no Rio Grande do Sul, inclusive ofe-

Foto Divulgação | Cotrijal

Coordenador Odacir Klein adianta que serão apresentados números da produção

Odacir Klein: discussão do Fórum do Milho deve ultrapassar os limites da Expodireto

recendo garantias para que o produtor. Ela se propõe a analisar a possibilidade de contratos antecipados para entrega futura”, coloca. Klein acrescenta que mesmo assim existem pelo menos dois problemas. “O primeiro está relacionado com a liquidez, compra na hora da colheira, pois o produtor colhe num lapso de cerca de um mês e o Estado tem praticamente uma sofra do grão. O segundo tem a ver com armazenagem, tanto do produtor, quanto dos cerealistas, cooperativas e da própria indústria”, contextualiza, chamando atenção para a necessidade de resolução destes gargalos. “Quem sabe com uma linha de financiamento para armazenagem, para aquisição de milho com contrato celebrado antecipadamente. Vamos discutir isso e não queremos que o fórum seja simplesmente de imposições e que depois dele não ocorram desdobramentos”, sugere. Alimentar a discussão Os dados que serão apresentados no fórum, conforme Klein, servirão para alimentar a discussão acerca do assunto. “Depois do fórum continuaremos coletando pontos de vista do que foi discutido em Expodireto para concluirmos um documento sobre as práticas que serão necessárias para resolvermos estes gargalos”, adianta. Ao analisar os motivos que levam o Estado a não conseguir produzir milho suficiente para atender a demanda de consumo, o ex-secretário de Agricultu-

ra aponta que se trata de uma questão de mercado. “No Rio Grande do Sul o plantio de milho é na primeira safra por fatores climáticos. Se compararmos dados de primeira safra para a segunda na última década a diferença é assustadora. Há 10 anos era plantado na primeira safra”, recorda. “Quando criamos a Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho, fundada em 2007 diante da necessidade de organização diante dos desafios) a produção nacional era de 58 milhões de toneladas e quase toda de primeira safra. Agora o centro-oeste e o norte do Paraná produzem em segunda safra e a produção na primeira diminuiu porque coincide com o plantio da soja”, compara. Por isso, para Klein, não se trata simplesmente de política pública incentivadora. “É competição com a soja. No entanto sabemos que é necessário ter rotatividade de cultura e a discussão em torno do assunto, não olhando simplesmente para a competição entre soja e milho e o que é melhor plantar. Precisamos superar isso”, acredita. Klein reitera a necessidade de que os debates não fiquem apenas no momento. “Não será um fórum para usarmos o auditório, mostrarmos números e sairmos de lá com a missão cumprida. É um fórum para embasar este debate que já começou e deve continuar. Temos que tratar esta questão com seriedade, criar um mecanismo de interação entre os diversos elos da cadeira produtiva da proteína animal”, analisa.


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Fórum da Soja é um marco para o agro brasileiro Foto Divulgação | UPF

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Elmar Floss será o primeiro palestrante do Fórum

segundo dia de Expodireto Cotrijal é reservado para um dos eventos mais tradicionais da feira, o Fórum da Soja, que em 2019 chega a 30ª edição. A primeira palestra, com início marcado para as 9h15min, é sobre os “Altos rendimentos da soja, da calagem à nanotecnologia eletrônica e biológica”. O tema será desenvolvido pelo engenheiro agrônomo Elmar Luiz Floss. Paulo Cezar Pires, presidente da Fecoagro, será o moderador. O segundo tema da manhã será abordado pelo engenheiro agrônomo André Pessôa, que falará sobre as “Perspectivas para o mercado da soja”. O moderador deste debate será o presidente da CCGL, Caio Cézar Vianna. Paulo Cézar Pires, presidente da Fecoagro, diz que a rentabilidade obtida com a soja motiva os produtores a aumentarem o investimento na cultura todos os anos. Neste sentido um dos

desafios que devem ser enfrentados está relacionado justamente com o crescimento da produtividade. “O produtor precisa estar atento ao cenário mercadológico. É normal o custo da lavoura aumentar ano a ano, mas ele não pode deixar de se valer da assistência técnica oferecidas especialmente pelas cooperativas para garantir a rentabilidade”, menciona. Diante da necessidade constante de atualização, Pires destaca que o Fórum da Soja é um marco para o agronegócio brasileiro. “Antigamente ele ocorria em dois dias, hoje é realizado de forma mais objetiva, no formato desejado pelos participantes. Ele representa um marco no agronegócio brasileiro por trazer à tona temas importantes. Todo produtor, técnico e comercial deve participar pois é uma atração na Expodireto”, coloca.

Foto Divulgação

Evento ocorre no segundo dia de Expodireto e terá duas palestras

André Pessôa abordará questões voltadas ao mercado

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A FEIRA EM 2019

cipação do vice-presidente Hamilton Mourão, que atendendo um convite do presidente da Expodireto, Nei César Mânica, entrará na história da feira, como o primeiro Vice-Presidente da República a prestigiar a abertura do evento. A comitiva do Governo Federal na solenidade ainda contará com o ministro Chefe da Casa Civil, Ônix

Lorenzoni e a ministra da Agricultura Teresa Cristina. Além do Executivo Federal, também confirmou presença na abertura, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia e o senador Luiz Carlos Heinze. O Governo do Estado se fará presente com o governador Eduardo Leite e um grande número de secretários. Para o presi-

dente Nei César Mânica, a presença de importantes autoridades do país na abertura da feira é uma demonstração não só da valorização da Expodireto Cotrijal, mas do agronegócio como um todo. Diante da participação de tais personalidades, há grande expectativa de anúncios importantes para o setor durante a feira.

Foto Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Fotos Divulgação Cotrijal

solenidade de abertura da Expodireto Cotrijal 2019, marcada para as 9 horas da manhã dessa segunda-feira, contará com a presença de autoridades e lideranças nacionais e internacionais, representantes dos mais de 70 países presentes na feira. Entre as autoridades, destaque para a parti-

Foto Leonardo Prado / Agência Câmara

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Autoridades prestigiam abertura da 20ª edição

Vice-presidente Hamilton Mourão aceitou convite pelo presidente da Expodireto Nei César Mânica, feito em Brasília

Comitiva federal ainda contará com a presença da ministra da Agricultura e do ministro Chefe da Casa Civil

Senado debate crédito rural e seguro agrícola

Se o produtor pagará 4,5% no que contratou, queremos que seja somente isso, e não um monte de penduricalhos que aumenta o juro que está no contrato Luiz Carlos Heinze vice-presidente da Comissão de Agricultura do Senado

Foto Divulgação

Heinze chama atenção para a necessidade de oferecer garantias de renda para os produtores, especialmente aqueles que atuam em atividades sensíveis como frutas, arroz, trigo e leite. “O Ministério da Agricultura e a área econômica estão discutindo a redução do volume do subsídio que é dado hoje. O valor para seguro agrícola está em R$ 400 milhões e nós defendemos aumentar este recurso para que mais gente tenha acesso. Queremos garantias de rendas para algumas atividades tipo arroz, trigo, leite, frutas, que são atividades sensíveis e precisam de uma política de garantia”, detalha, ressaltando que esta questão é uma das pautas da audiência. “Queremos discutir isso com produtores, Fetag, Farsul, Fecoagro, cerealistas, segu-

O vice-presidente da Comissão de Agricultura do Senado, Luiz Carlos Heinze (PP-RS) será o coordenador da Audiência Pública marcada para a última tarde de Expodireto Cotrijal, entre as 14h e as 16h30min, no Auditório Central do Parque. Desta vez o debate será em torno do Crédito Rural, Seguro Agrícola e as perspectivas para o setor produtivo com o novo governador. Heinze detalha que estão convidadas entidades representativas, bancos, seguradoras e comércio “O pessoal está preocupado. Quer sabe quais serão as regras, se haverá recurso para custeio, para investimentos, como será o seguro, as taxas de juros para a safra 2019/2020. Hoje nós temos as regras para a atual safra e está faltando dinheiro. Como será para a próxima?”, questiona ele, destacando que existe grande expectativa quanto ao tema em função do novo governo que está aí. O senador reconhece a Expodireto como palco de importantes debates e por isso acredita que a audiência pública terá grande repercussão e efeito. “Já tivemos a discussão de temas fundamentais na feira: dívida, securitização, transgenia, indígenas, código florestal, entre outros. A Expodireto sempre foi fundamental neste sentido. Por isso queremos debater estas questões para que possamos levar para Brasília o pensamento do Rio Grande do Sul”, menciona.

Heinze defende maior disponibilidade de recursos para o seguro agrícola

radoras, bancos, Ministério da Agricultura, enfim, todos os atores que estarão presentes, para que possamos alinhavar as ideias e leva-las para Brasília”, acrescenta. Uma das queixas dos produtores, segundo o político, é o aumento dos juros previstos nos contratos. “Se o produtor pagará 4,5% no que contratou, queremos que seja somente isso, e não um monte de penduricalhos que

aumenta o juro que está no contrato”, sugere, salientando que todos poderão opinar. “Queremos ouvir todos os lados. Boa parte dos financiamentos passam por cooperativas, cerealistas, revendas. Queremos que elas deem garantias para as multinacionais que entram. Enquanto queremos analisar como fazer para que mais pessoas tenham acesso ao crédito mais barato”, finaliza.


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