DIÁRIO DA MANHÃ PASSO FUNDO E CARAZINHO
SÁBADO E DOMINGO, 1 E 2 DE JUNHO DE 2019
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Mais de 35 mil pessoas esperam pelo sim dos familiares De acordo com a Adote, apenas um doador é capaz de salvar mais de vinte pessoas, podendo doar córneas, coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas, ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões e cartilagem | Págs 4 e 5
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endereços Passo Fundo Centro de Saúde (Posto Central) Rua Fagundes dos Reis, 270 (54) 3311-6494 Hospital São Vicente de Paulo Rua Teixeira Soares, 808 - Centro (54) 3316-4000 Hospital São Vicente de Paulo - IOT Rua Uruguai, 2050 - Centro (54) 3045-9700 Hospital de Clínicas de Passo Fundo
acontece
Em benefício do Hospital de Olhos, 21º Festival do Porco a Pururuca ocorre em junho Um dos eventos mais esperados do ano já tem data marcada: o XXI Festival do Porco a Pururuca será realizado no próximo dia 08 de junho, a partir das 20 horas e 30 min no CTG Lalau Miranda em Passo Fundo. Solidariedade e boa gastronomia estarão lado a lado na ação promovida pelo Lions Clube 2000. Parte do lucro arrecadado será revertido ao Hospital de Olhos Dyógenes A. Martins Pinto Lions. No palco de mais uma tradicional edição do evento, a Banda Exclusiva ficará a cargo da animação da festa. Os ingressos, que dão direito
ao jantar e ao baile, já são vendidos pelo valor de R$ 75,00 e podem ser adquiridos com integrantes do Lions Clube 2000. Na edição de 2018, a promoção reuniu mais de 450 pessoas entre companheiros leões e convidados. Ao todo, treze leitões foram preparados e consumidos pelos participantes, que enfrentaram o frio para apreciar a boa gastronomia e ainda colaborar com uma das principais instituições de saúde da visão da região. Todos os recursos arrecadados por meio de doações são revertido em melhorias em prol
do Hospital de Olhos Dyógenes Martins Pinto, que passa atualmente pelo processo de ampliação e modernização de sua estrutura. Além de possuir uma área total de 4.000 m², com área física construída já existente de 2.560 m², o plano de modernização e ampliação vai tornar possível uma área construída de 3.807m², quando tudo pronto. O Hospital de Olhos é referência em atendimentos para uma área que compreende 143 municípios de toda a macrorregião Norte, em que se localizam 76 clubes de Lions do Distrito LD-7.
Rua Tiradentes, 295 - Centro/Annes
aconteceu
(54) 2103-3333 Hosp. Psiquiátrico Bezerra de Menezes R. Ouro Preto, 240 - Vila Dona Eliza
Alunos fazem aula de pilates
HSVP recebe dois carrinhos elétricos da General Motors
(54) 3046-7501
Foto Assessoria de Comunicação HSVP/Caroline Silvestro
Hospital Municipal Rua Alcides Moura, 100 - Centro (54) 3316-4500 Hospital de Olhos C.L. Dyógenes A. Martins Pinto Campus I - UPF - Bairro São José (54) 3318-0200 Prontoclínica Tv. Dr. Arthur Leite, 58 - Centro (54) 3313-5100 Bombeiros 193
Carazinho Hospital de Caridade Rua General Câmara 70 (54) - 3329-9898 Ambulatório Municipal Av. Pátria – próximo a Secretaria Municipal de Saúde (54) 3329-2506 / 3329-2448 Hospital de Caridade de Carazinho Centro de Especialidades Médicas (CEM) Av. Pátria – próximo a Sec. Municipal de Saúde e HCC (54) 3331-4510 Bombeiros 193
Em comemoração a Semana Mundial do Brincar e o Dia do Desafio a Escola Municipal de Educação Infantil Menino Deus – Professor Bandana realizou uma programação especial para os alunos. No dia 29, aconteceu a atividade de pilates kids, ministrada pela Fisiocenter, com a fisioterapeuta Taisa D. Mader Spinello. A aula contou com os exercícios do tatu, do pinguim, do sapo e do caracol, entre outros, O pilates kids, com metodologia voltada para escolas, tem como objetivo ensinar o Método Pilates para crianças, tendo em vista que estão em crescimento
e amadurecimento neurológico, esquelético, muscular, hormonal e emocional. Segundo a fisioterapeuta Taisa, atualmente, observa-se um aumento significativo na incidência de problemas posturais em crianças de todo mundo. “As causas mais comuns a má postura durante as aulas, o uso incorreto da mochila escolar, a utilização de calçados inadequados, o sedentarismo e a obesidade. Padrões posturais inadequados assumidos durante a fase escolar podem se tornar permanentes na fase adulta, caso não haja uma intervenção”, afirma.
A direção do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, recebeu no dia 24 de maio, dois carrinhos elétricos que foram doados pela General Motors (GM). A iniciativa da GM surgiu após a divulgação pelas redes sociais do projeto da “Cirurgia Pediátrica Motorizada”, desenvolvido pelo HSVP em parceria com os médicos cirurgiões Dr. Gustavo Castro, Dr. João Isidro e um grupo de médicos que atuam no hospital. A entrega dos carrinhos foi realizada na Sponchiado, conces-
Diretora Comercial: Eliane Maria Debortoli
jornalista responsável Aline Prestes - RP 19.015
Editor CHEFE: Édson Coltz - RP 17.059
Foto de Capa: Foto: Freepik
sionário da Chevrolet em Passo Fundo. Os carrinhos elétricos são miniaturas licenciadas do modelo superesportivo da Chevrolet, Camaro, fabricados pela Brinquedos Bandeirante. Eles são utilizados para amenizar a angústia e o medo das crianças que precisam de cirurgia. Da sala de espera, até sala cirúrgica eles vão dirigindo os carros e esquecem da dor e vão ficando mais tranquilos. A GM doou um Camaro rosa e um azul, que com certeza, farão a alegria dos pequenos.
Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 - Passo Fundo Contato: (54) 3316-4800
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ginecologia
Principais dúvidas sobre o mioma uterino
A
umento de cólicas menstruais, maior volume abdominal, acréscimo de frequência urinária e do fluxo menstrual e dores na hora da relação sexual podem ser sintomas relacionados ao mioma, tumor benigno que cresce nas musculaturas do útero. O ginecologista e obstetra, com formação em neurolinguística e autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”, Domingos Mantelli, afirma que o mioma se desenvolve dos 18 aos 55 anos. “O mioma atinge, na maioria das vezes, as mulheres que estão em idade reprodutiva, mas que nunca tiveram filhos”. Para evitar as dúvidas, Domingos responde perguntas relacionadas ao tema: Por que os miomas aparecem?
Não existe uma explicação óbvia para explicar o porquê que os miomas aparecem. É provável que algumas modificações hormonais, genéticas e vasculares influenciem em seu surgimento. No entanto, não é possível comprovar isso por enquanto. A maioria das mulheres desenvolve mioma?
Pelo menos 80% delas, sim. Mas, dentro dessa porcentagem, nem todos os quadros são graves.
A partir dos 30 anos, a mulher deve ficar mais atenta em relação à presença de miomas
Quais são os tipos de miomas e quais suas diferenças?
Existem cinco tipos de mioma uterino e eles podem desenvolver-se dentro, fora, entre as paredes do útero ou dentro da cavidade uterina e são classificados como: subserosos, pediculados intramurais, intracavitários ou submucosos. Mioma Subseroso: Localiza-se na parte de fora das paredes do útero e é nutrido por um vaso sanguíneo (pedículo vascular) e por isso pode ser chamado de pediculado. Miomas Pediculados: São ligados à superfície uterina por uma ponte fibromuscular e por onde vem também sua circulação. Mioma Intramural: Localiza-se entre as paredes do útero. Miomas intracavitários: Se localizam totalmente dentro da cavidade uterina. Mioma Submucoso: Localiza-se na parede interna do útero podendo afetar o endométrio. O mioma pode chegar a se transformar em um câncer?
Não. O mioma é um tipo de tumor benigno, e não existe possibilidade, nem comprovação, de avançar para um estado maligno. O mioma pode crescer caso não seja tratado?
Sim. O mioma, além de crescer, pode comprometer o bom
funcionamento de outros órgãos como intestino e bexiga, além de causar anemia, por exemplo. Qual o tratamento para o Mioma? O tratamento vai depender do desejo reprodutivo, do local, do tamanho e se há ou não sintomas. Nem todos os miomas devem ser retirados e também não são todos que apresentam sintomas. E depois do tratamento, o mioma continua crescendo?
É sempre importante fazer um acompanha-
mento médico, já que muitas pessoas tem o quadro do mioma regredido. No entanto, muitas vezes, como não continuam o tratamento, o mioma pode crescer até quatro vezes mais do que era, e numa velocidade muito rápida. É nessa hora que o problema pode se agravar. Mioma pode causar infertilidade? Depende do local em que se instala. Alguns miomas podem causar aborto espontâneo. Em muitos casos não é necessário fazer nenhum tratamento porque o mioma é minúsculo e não atrapalha, e nem desencadeia sintomas.
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DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Ato de amor e altruísmo Fotos Divulgação
Apesar de a frase “doe órgãos, salve vidas” parecer clichê, a decisão de uma pessoa pode salvar e transformar mais de vinte vidas. No Brasil, são mais de 35 mil pessoas que esperam por um transplante
U
Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o país são financiados pelo Sistema Único de Saúde
m dia você acorda e vê a pessoa que mais ama no mundo sendo diagnosticada com morte cerebral. Entre todos os pensamentos de medo e desespero, os médicos pedem se você aceita doar os órgãos do familiar. Mas como isso é possível? Ainda bate o coração, os pulmões aparentemente ainda espiram o ar e, mesmo assim, ele já é considerado
morto para a medicina. Neste momento, você precisa lidar com a sua dor e pensar no outro. Pensar que o corpo desse alguém pode salvar mais de vinte vidas, podendo doar córneas, coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas, ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões e cartilagem. Considerando todo o sofrimento e medo, essa pode ser a decisão mais difícil que tomará. Pelo lado
prático, um familiar ou conhecido pode estar nesta situação, precisando de um órgão para poder voltar viver naturalmente. Em números, no Brasil, são mais de 35 mil pessoas que esperam que sua decisão seja positiva. Então porque é tão difícil aceitar que a pessoa querida partiu e pode salvar vidas? Vale ressaltar que, em nosso país, a decisão da doação é da família,
mesmo que tenha deixado dito ou escrito em vida o desejo de doar, conforme explica o coordenador da Organização Por Procura de Órgãos (OPO4RS) do HSVP, Cassiano Crusius. “Geralmente o processo de morte encefálica acontece de forma repentina para a família e como muitas vezes eles não sabem a vontade do familiar, acabam não realizando a doação. Outro fator é em relação a dú-
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vidas e receios, por isso, é fundamental que as pessoas falem e pesquisem sobre o assunto”, enfatiza. Além da questão a decisão, o médico pontua que outra dúvida da família é em relação a morte encefálica. “A morte encefálica, comumente conhecida como morte cerebral, representa a perda irreversível das funções vitais que mantêm a vida, como perda da consciência e da capacidade de respirar, o que significa que o indivíduo está morto. O coração permanece batendo por pouco tempo e é neste período que os órgãos podem ser utilizados para transplante. Os exames que identificam a morte encefálica são seguros e seguem protocolos nacionais”, ressalta o neurologista, salientando ainda que, o processo de confirmação de morte encefálica é feito por dois profissionais médicos. Cassiano explica também sobre a retirada dos órgãos que é realizada em centro cirúrgico, como qualquer outra cirurgia. “Uma das preocupações da família é quanto ao corpo do doador. Após a reti-
Cassiano Crusius é coordenador da Organização Por Procura de Órgãos (OPO4RS) do HSVP
O QUE PODE SER DOADO
rada dos órgãos, é feita a recomposição do corpo e o doador poderá ser velado normalmente”, ele comenta também que no Hospital São Vicente de Paulo foram transplantados 13 de córneas, nove de fígado e seis de rins em 2018. “Além disso, captamos quatro fígados, 10 rins, 17 córneas e um coração que são disponibilidades na lista do Estado”. O TRANSPLANTE NO BRASIL O Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo segundo o Ministério da Saúde. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o país são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA. Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante, pela rede pública de saúde. TIPOS DE DOADOR Cassiano também explica que existem dois tipos de doadores, quando vivo e falecido: Doador vivo: Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação com mais de 21 anos, tenha boas condições de saúde e não prejudique sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. No caso de não familiares, a doação só acontece mediante autorização judicial. Doador falecido: São pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).
Lista de Espera - Brasil 23.789
9.417
286
1246
Coração Fígado
188 Pulmão
28 Rim
642
1
3
Pâncreas Pâncreas/Rim Intestino Multivisceral
Total geral: 35.600
Córneas
Fonte: SIG SNT e SIG SP Data de atualização, 30 de abril de 2019
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alerta
Tabaco mata 428 pessoas por dia no Brasil o Brasil, são cerca de 20 milhões de fumantes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O tabagismo é responsável por mais de 150 mil óbitos por ano no Brasil, ou seja, 12,6% do total de mortes anuais. Isso também significa que 428 pessoas morrem por dia no país por causa do tabagismo, 1 morte a cada 3 minutos. O tabaco continua liderando o ranking de fatores de risco para o desenvolvimento de tumores e está associado a mais de 10 tipos de câncer, sendo responsável por cerca de 30% das mortes por câncer. Um dos principais cânceres associados ao tabagismo é o câncer de pulmão. Todos os anos sete milhões de mortes no mundo são causadas pelo tabagismo, e há um custo global em saúde e perda de produtividade para os governos de 1,4 trilhões de dólares. Das mortes anuais causadas pelo uso do tabaco no Brasil, cerca de 35 mil correspondem a doenças cardíacas, 31,1 mil a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), cerca de 27 mil por outros cânceres, 24 mil por câncer de pulmão, 18 mil mortes por tabagismo passivo, 11 mil por pneumonia e 10,8 mil por Acidente Vascular Cerebral (AVC). O tabaco é responsável por até 90% de todos os cânceres de pulmão. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), fumantes chegam a ter vinte vezes mais chances de ter esse tipo de câncer que não fumantes. A fumaça do cigarro tem mais de 4,7 mil substâncias tóxicas. O alcatrão, por exemplo, tem mais de 40 compostos cancerígenos, que são substâncias que desencadeiam, promovem ou aceleram as alterações celulares que
Foto Divulgação
N
Principal fator de risco para o câncer de pulmão, o tabaco é considerado a principal causa de morte por câncer em homens e a segunda em mulheres
Na região Norte do RS, são registradas por ano cerca de 300 mortes por câncer de pulmão, que tem como principal fator de risco o tabaco
resultam no câncer. “As causas de câncer de pulmão incluem tabagismo, fumo passivo, exposição a determinadas toxinas e histórico familiar. Mas em mais de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco”, enfatiza um dos oncologistas clínicos do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alex Seidel. Em 2019, são estimados 33 mil novos casos desse tipo de câncer no Brasil. No Rio Grande do Sul, esse é o segundo tumor mais incidente em homens e o
terceiro em mulheres, e, apesar da constante evolução nos tratamentos, continua sendo um dos que mais mata, considerado a principal causa de morte por câncer em homens e a segunda em mulheres. Na região Norte do RS, foram mais de 300 mortes neste mesmo ano. “No Brasil, o câncer de pulmão é muito comum e ainda temos elevada prevalência de tabagismo na população. No Rio Grande do Sul, ainda se fuma muito. Precisamos intensificar as campanhas antitabaco. O câncer de pulmão é potencialmente evitável em 30 a 40% dos casos”, afirma a
também oncologista clínica do CTCAN, Dra. Maria Augusta Zaffari Safro. Fique atento aos sinais de alerta A oncologista Dra. Mariana Laloni, diz que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresentam sintomas relacionados ao próprio aparelho respiratório, tais como: tosse, falta de ar, escarro com sangue e dor no peito. Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de
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15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença. Segundo a médica, existem dois tipos principais de câncer de pulmão: carcinoma de pequenas células e de não pequenas células. “O carcinoma de não pequenas células corresponde a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo mais comum no Brasil e no mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes”, destaca.
Tratamento O tratamento do câncer de pulmão se baseia em cirurgia, tratamento sistêmico (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia) e radioterapia. Sempre que possível, a cirurgia é realizada na tentativa de se retirar uma parte do pulmão acometido. Atualmente, os procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, por vídeo (CTVA) são cada vez mais realizados com menor tempo de internação e retorno mais rápido do paciente às suas atividades. A indicação da cirurgia depende principalmente do estadiamento, tipo, do tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente. Após a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia são indicadas para destruir células tumorais microscópicas residuais ou que estejam circulando pelo sangue. Para a Dra. Mariana, a combinação de tratamento sistêmico e radioterapia também pode ser administrada no início do tratamento para reduzir o tumor antes da cirurgia, ou mesmo como tratamento definitivo quando a cirurgia está contraindicada. A radioterapia isolada é utilizada algumas vezes para diminuir sintomas como falta de ar e dor. Mas o grande avanço dos últimos anos, ainda de acordo com a oncologista do CPO, é a imunoterapia. Baseado no princípio de que o organismo reconhece o tumor como um corpo estranho desde a sua origem, e de que com o passar do tempo este tumor passa a se disfarçar para o sistema imunológico e então se aproveitar para crescer, a imunoterapia
busca reativar a resposta imunológica contra este agente agressor. “Atuando através do bloqueio dos fatores que inibem o sistema imunológico, as medicações imunoterápicas provocam um aumento da resposta imune, estimulando a atuação dos linfócitos e procurando fazer com que eles passem a reconhecer o tumor como um corpo estranho”, explica a Dra. Mariana. Outras doenças envolvidas com o tabaco Além do câncer de pulmão, o tabagismo causa: leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer nos rins; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); e câncer de estômago. Dia mundial sem tabaco O Dia Mundial Sem Tabaco, que ocorre no dia 31 de maio, foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Você sabia? Mesmo após anos de tabagismo, bastam apenas 20 minutos sem consumir o cigarro para a pressão arterial voltar ao normal e a frequência do pulso cair a níveis adequados, assim como a temperatura das mãos e dos pés. Em oito horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco relacionado ao fumo diminui e em apenas 48 horas as terminações nervosas começam a se recuperar, e os sentidos do olfato e do paladar melhoram. De duas semanas a três meses a circulação sanguínea melhora consideravelmente, caminhar se torna mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%. A partir de um a nove meses, os sintomas comuns em fumantes, como tosse, rouquidão e falta de ar ficam mais tênues. Os cílios epiteliais iniciam o crescimento e aumentam a capacidade de eliminar muco, limpando os pulmões. A pessoa fica mais disposta para
realizar atividades físicas. Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Quinze anos após
parar de fumar, especialistas afirmam que torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.
Tabaco em números
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saúde visual
Glaucoma afeta um milhão de pessoas no Brasil Glaucoma é uma doença que atinge o nervo ótico, tendo início na periferia do campo visual, ela prossegue em direção ao centro, de forma que, haja uma perda visual progressiva e irreversível. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo, até 2020, a estimativa é de que 80 milhões de pessoas sejam afetadas pela doença. No Brasil, o problema abrange cerca de um milhão de pessoas e, pensando nisso, na semana em que se lembra o Dia Nacional do Combate ao Glaucoma, 26 de maio, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de Passo Fundo, atenta para a importância do diagnóstico precoce da doença. Conforme o Cirurgião Oftalmológico, Dr. Alexandre Higuchi, que atua no Corpo Clínico do HSVP e na Garbin Oftalmoclínica, os fatores de risco para essa doença são: “pressão intraocular elevada, histórico familiar (genética), idade, alta miopia, doenças sistêmicas, como hipertensão arterial, diabetes e outras”. A idade acima de 40 anos, também é um fator de risco. Para o médico, 7,5% das pessoas acima de 80 anos, podem ter a doença.
Sintomas Inicialmente, o paciente pode não sentir nenhum sintoma. Alexandre destaca que, “a elevação da pressão intraocular é lenta, assim como a perda do campo visual. Já nas fases mais avançadas, o paciente pode sofrer quedas, acidentes de trânsito, tanto na direção quanto como pedestre, por não enxergar a periferia lateral e inferior do campo visual”. Na fase final da doença, o médico explica que “pode haver uma visão central de 100%, mas sem campo visual, seria como olhar pelo buraco de uma fechadura, seguido da perda total da visão, nos casos mais graves, agressivos e/ou não tratados”. De acordo com Alexandre, “o glaucoma de ângulo estreito, que representa 20% dos glaucomas, pode vir acompanhado de dor ocular forte, dor de cabeça, náuseas, dificuldade visual e aversão a luz”.
Fotos: Divulgação Assessoria de Comunicação HSVP
O
Segundo a OMS, no mundo, até 2020, a estimativa é de que 80 milhões de pessoas sejam afetadas pela doença
Para Alexandre, no caso do glaucoma, quando se pensa em saúde visual, deve-se ter em mente consultas médicas e exames de diagnóstico precoce
Diagnóstico, tratamento e prevenção A suspeita do diagnóstico se dá na consulta de rotina, através da medição da pressão nos olhos e avaliação do nervo óptico. A suspeita pode ser confirmada pelos exames subsidiários específicos: Paquimetria, Campo Visual, Retinografia Colorida e Tomografia de Nervo Óptico (OCT). Não existe cura para o Glaucoma, por isso a importância do diagnóstico precoce. Alexandre ressalta que há tratamento e “e este tratamento quando bem seguido impede ou retarda muito a progressão da doença”. O tratamento é feito, inicialmente, com colírios que abaixam a pressão intraocular. O médico revela que “as cirurgias minimamente invasivas (MIGS) vêm ganhando espaço, indicadas para a redução da necessidade do uso dos colírios, trazendo mais segurança, conforto e qualidade de vida ao paciente glaucomatoso”. Há, também, a cirurgia con-
vencional “indicada para casos mais graves ou com perda da função dos colírios”, avalia o cirurgião. Em relação a prevenção, Alexandre diz que “o diagnóstico precoce é primordial para a manter a qualidade de vida do paciente. Devem ser feitas consultas regulares ao oftalmologista, anual ou a cada dois anos, conforme orientação indicada”. Estima-se que metade dos pacientes que tem a doença, não tem o diagnóstico. “A causa para isso pode ser a falta de acesso a medicina, a falta de consultas regulares, a ausência de sintomas iniciais”, analisa Alexandre.
Procedimento inovador realizado no HSVP Em fevereiro deste ano, foi iniciado no HSVP as cirurgias minimamente invasivas para glaucoma (MIGS), com o menor implante já utilizado na medicina, o iStent (Glaukos). Segundo o médico, “trata-se de uma cirurgia
moderna, com riscos e complicações diminuídas quando comparadas as cirurgias convencionais, que ainda são indicadas para casos onde a medicação não funciona mais”. No Rio Grande do Sul, a Garbin Oftalmoclínica foi pioneira neste tipo de cirurgia e, hoje, com o apoio do HSVP, que disponibilizou os primeiros implantes, equipe de enfermagem especializada, equipe de anestesia, já somam nove cirurgias realizadas, todas com sucesso, baixando em média 4mmHg da pressão inicial e diminuindo a necessidade de dois colírios e meio para cada paciente. Alexandre ressalta que “esta cirurgia de glaucoma pode ser feita ou associada a cirurgia da catarata. O estudo de aprovação realizado pela Food and Drug Administration (FDA) mostrou que a cirurgia o implante do iStent não acrescentou riscos a cirurgia da catarata, quando feito no mesmo procedimento”, destaca o cirurgião.