DIÁRIO DA MANHÃ PASSO FUNDO E CARAZINHO
SÁBADO E DOMINGO, 10 e 11 DE AGOSTO DE 2019
ato de amor
Amamentação: conexão entre mãe e filho O leite materno atende todas as necessidades nutricionais para o crescimento e desenvolvimento da criança. Em Passo Fundo, diversos projetos realizam ações para incentivar a amamentação | Págs 4 e 5
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endereços Centro de Saúde (Posto Central) Rua Fagundes dos Reis, 757
Oncologista palestra em Conferência Brasileira de Melanoma
(54) 3311-6494
O médico oncologista do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, especialista na área de Melanoma, Dr. Rodrigo Ughini Villarroel, ministrou duas aulas na 13ª Conferência Brasileira sobre Melanoma, que foi realizada em Florianópolis, nos dias 01, 02 e 03 de agosto. O evento contou com cerca de 500 médicos de diversas especialidades, como cirurgiões, dermatologistas, oncologistas e patologistas. Na ocasião, foram abordadas atualizações sobre diagnóstico e tratamento do Melanoma e do Câncer de Pele não Melanoma. Dr. Rodrigo salienta que a Conferência teve a presença de palestrantes
Central de Vacinas Rua Uruguai, 667 Hospital São Vicente de Paulo Rua Teixeira Soares, 808 - Centro (54) 3316-4000 Hospital São Vicente de Paulo - IOT Rua Uruguai, 2050 - Centro (54) 3045-9700 Hospital de Clínicas de Passo Fundo Rua Tiradentes, 295 - Centro/Annes (54) 2103-3333 Hosp. Psiquiátrico
Mães recebem cupcakes alusivos a amamentação no HSVP
Bezerra de Menezes R. Ouro Preto, 240 - Vila Dona Eliza
Rua Alcides Moura, 100 - Centro (54) 3316-4500 Hospital de Olhos C.L. Dyógenes A. Martins Pinto Campus I - UPF - Bairro São José (54) 3318-0200 Prontoclínica Tv. Dr. Arthur Leite, 58 - Centro (54) 3313-5100 Bombeiros 193
Foto Assessoria de Comunicação HSVP/Caroline Silvestro
(54) 3046-7501 Hospital Municipal
da Alemanha, Dr. Axel Hauschild e da Holanda, Dr. Alexander Van Akkoi. O especialista participou de um curso pré-Conferência no dia 01, direcionado para oncologistas, coordenado pelo médico Dr. Rafael Schmerling (SP), com o tema “Tratamento do Melanoma Metastático - Imunoterapia”. Ainda, no dia 03, palestrou também na mesa-redonda sobre Câncer de Pele não Melanoma juntamente com os médicos Dr. Rogério Izar (EUA), Dr. Rodrigo Guedes (BA), Dr. Marcus Maia Ferreira (SP), Dr. Rodrigo Munhoz (SP) e Dra. Andréia Melo (RJ), apresentando uma aula com o tema “Carcinoma de Merkel: o quanto antes, melhor”.
Durante o mês de agosto órgãos de saúde e profissionais, divulgam, esclarecem e evidenciam a importância da Amamentação. Conhecido como Agosto Dourado a campanha incentiva o aleitamento materno. No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, as equipes multiprofissionais do
Centro Obstétrico, Maternidade, CTI Neonatal e Pediatria intensificam o trabalho que é permanente, com o objetivo de atualizar conhecimentos, chamar atenção para a causa e celebrar junto com as famílias o importante momento da amamentação. De 05 a 09 de agosto, várias atividades foram promovidas. Uma delas, é a entrega de cupcakes com formato de seio e o pé do bebê, sinalizando a ligação entre mãe e filho, para as pacientes da Maternidade. Ao realizar a entrega, a equipe levou também informações e as felicitações para as mães que estão encarando e vencendo o desafio de amamentar. “O leite materno é considerado padrão ouro na alimentação, pois oferece todos os nutrientes que o bebê precisa. Além disso, amamentar
Carazinho (54) - 3329-9898 Ambulatório Municipal Av. Pátria – próximo a Secretaria Municipal de Saúde (54) 3329-2506 / 3329-2448 Hospital de Caridade de Carazinho Centro de Especialidades Médicas (CEM) Av. Pátria – próximo a Sec. Municipal de Saúde e HCC (54) 3331-4510 Bombeiros 193
é benéfico para a mãe. Sabemos que para a amamentação ser exitosa, a mãe e família precisam da orientação correta dos profissionais e também, da disposição e persistência da mãe, por isso o mimo que entregamos é para homenageá-las”, enaltece a enfermeira coordenadora da Maternidade Francielle Bonkevich Zanetti. Com paciência, apoio da família e equipe da Maternidade, Carine Ribas está tendo sucesso na amamentação do pequeno Lucas. O pai Fernando Schemmer acompanha o momento. “Não é fácil, mas com persistência e ajuda dos profissionais estamos conseguindo. É um momento de conexão muito especial”, relata a mãe, que ficou agradecida com o cupcake entregue pela equipe multiprofissional.
aconteceu
ainda
Abertas as inscrições para extensionistas voluntários do Projeto Acampamento da Criança com Diabetes
Alteração no horário da Biblioteca Biomédica
Hospital de Caridade Rua General Câmara 70
Foto Divulgação
Passo Fundo
aconteceu
O Centro Universitário de Saúde Coletiva (Ceusc) divulga o edital de seleção de extensionistas voluntários para o Projeto Acampamento da Criança com Diabetes. Interessados podem se inscrever a partir desta quarta-feira, 7 de agosto. Estão sendo disponibilizadas quatro vagas: três para os cursos da área da saúde e uma para o curso de Jornalismo. Os interessados devem enviar um e-mail para acampamentodiabetes@upf.br com o boletim acadêmico e o memorial descritivo em formato PDF, apontando as experiências com extensão e motivações para participar do projeto. O prazo Diretora Comercial: Eliane Maria Debortoli EditorES InterinoS: Kleiton Vasconcellos - RP 10.791 Matheus Moraes - RP 18.498
segue aberto até às 18 horas do dia 14 de agosto. Podem participar da seleção acadêmicos regularmente matriculados nos cursos de graduação da UPF e com disponibilidade para reuniões de trabalho nas terças-feiras, às 18 horas, e eventuais finais de semana. O Ceusc é um órgão da Universidade de Passo Fundo (UPF) ligado à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC). Já o Projeto Acampamento da Criança Com Diabetes é organizado pela UPF, pelo Lions Club e pelo Hospital São Vicente de Paulo.
jornalista responsável Aline Prestes - RP 19.015 Foto de Capa: Freepik
O horário de funcionamento da Biblioteca Biomédica, campus II da Universidade de Passo Fundo (UPF), a partir de 12 de agosto de 2019, será de segunda a sexta-feira, das 7h45min às 19h30min.
Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 - Passo Fundo Contato: (54) 3316-4800
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XXIII Congresso da SBTMO
“É necessário atualização constante”, diz Hematologista Moema Nenê Santos
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Fotos Divulgação
Na foto a Dra. Moema Nenê Santos e o autor do livro Esquadrão dos Anjos Dr. Vanderson Rocha
mes Mielodisplásicas e Neoplasias Mieloproliferativas vêm em crescente evolução dos critérios de risco e com isto a avaliação da melhor terapia a ser utilizada em cada paciente, individualmente, aumenta o sucesso do tratamento. Sobre as Leucemias Agudas e Crônicas, também um tema muito discutido
Com muita doçura na narração, os autores transmitem de forma leve, doce e consciente cada etapa do tratamento, assim como suas consequências. Desta forma, a criança, até então insegura, se transforma em um ser confiante, pois está amparada em um círculo de amor
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ntre os dias 31 de julho e 3 de agosto ocorreu, em Brasília, o XXIII Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, o XIII Board Review – Curso de Atualização em Transplante de Medula Óssea do Hospital Israelita Albert Einsten / MD Anderson Câncer Center e 1ª Highlights of Terapia Celular in Latin America. A membro do Instituto do Câncer do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, hematologista Dra. Moema Nenê Santos, esteve presente nestes eventos. As temáticas abordadas foram as terapias atuais no tratamento de Doenças Hematológicas como Linfomas Não Hodgkin, Linfomas de Hodgkin e suas indicações terapêuticas de imunoterapia em associação a quimioterapia. Também, as indicações corretas do momento e tipo de Transplante de Medula Óssea. Doenças onco-hematológicas como o Mieloma Múltiplo, Síndro-
Reynaldo Gianecchini
escreve ator em prefácio do livro
Dedicatória do Dr. Vanderson Rocha no exemplar do livro da Dra. Moema Nenê Santos
e extremamente relevante, foram discutidos os novos e atuais tratamentos e as respostas clínicas da utilização de terapias que levam o paciente a alcançar remissões completas destas doenças e com isto elevam a possibilidade da cura. Na ocasião a Dra. Moema pode prestigiar, também, a divulgação do livro Esquadrão dos Anjos da jornalista e escritora Nalu Saad e do Professor Dr. Vanderson Rocha, chefe do Serviço de Hematologia e Terapia Celular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e Coordenador do Setor de Transplante de Medula Óssea do Hospital Sírio Libanês/ SP. A obra trata, de forma lúdica e sensível, o processo de transplante de medula óssea em meio ao cotidiano de quem depende de uma
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Falar de transplante de medula óssea em crianças é sempre muito difícil e no livro este tema é abordado de maneira sensível e delicada.
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A médica hematologista do Instituto do Câncer do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, Dra. Moema Nene Santos, participou de Congresso que reuniu autoridades nacionais e internacionais na área de Hematologia
Dra. Moema Nenê Santos
Hematologista
medula para sobreviver. No livro, quem conta a história são os personagens Maria Flor e Pedro Jardim, duas crianças que estão à espera do transplante. O prefácio do livro foi escrito pelo ator Reynaldo Gianecchini, que também passou pelo procedimento médico quando
teve um linfoma, em 2012. Em um trecho do prefácio o ator comenta: “Com muita doçura na narração, os autores transmitem de forma leve, doce e consciente cada etapa do tratamento, assim como suas consequências. Desta forma, a criança, até então insegura, se transforma em um ser confiante, pois está amparada em um círculo de amor. Eu recomendo esta leitura a todos os corações infantis de corpo doente e espero que ela transmita todas as energias necessárias para que o desfecho dos autores seja semelhante a história”, escreve Reynaldo Gianecchini. Este é o primeiro livro infantil a tratar sobre o tema. A Dra. Moema Nenê Santos reforça a importância de participar de um evento desta magnitude: “Para todo médico é muito importante a atualização constante e estes espaços de Congressos são ideais para a troca de conhecimentos em busca de tratamentos mais eficientes para os nossos pacientes”. Sobre o livro Esquadrão dos anjos comenta: “Um belo trabalho realizado pelo meu amigo Dr. Vanderson e pela Nalu. Falar de transplante de medula óssea em crianças é sempre muito difícil e no livro este tema é abordado de maneira sensível e delicada. O livro já é um grande aliado ajudando a desmistificar o procedimento”, conclui a hematologista Dra. Moema Nenê Santos.
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mês de conscientização
Amamentação: ato de amor
Foto Freepik
Mês do aleitamento materno, reforça os benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê. Em Passo Fundo, diversos projetos são realizados para salientar a importância da amamentação por ALINE PRESTES aline@diariodamanha.com ANA CAROLINE HAUBERT anacaroline@diariodamanha.com
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m um primeiro momento, a amamentação pode ser vista como um gesto simples, uma mãe alimentando o seu filho. Mas amamentar, além do que se pode imaginar, é criar um vínculo permanente, uma conexão que só existe entre mãe e filho. A primeira hora de vida do bebê, conhecida como a ‘hora de ouro’, é denominada assim, não só pela importância da sua chegada ao mundo, mas também por ser a primeira mamada na vida do bebê. Momento tão essencial para mãe e filho. Acontece que, muitas mulheres apresentam dificuldades e até mesmo sofrem na hora de amamentar. Em prol da causa, a primeira semana do mês de agosto, é considerada a Semana Mundial de Amamentação 2019 (SMAM), que incentiva as mães a amamentarem. A causa acontece em 171 países e no Brasil, o Ministério da Saúde lançou uma campanha, com o destaque para a importância do amparo de toda a rede de apoio (família, amigos, profissionais de saúde, empresários) aos pais, em especial às mulheres que estão amamentando. Em Passo Fundo, também acontecem ações que buscam orientar e ajudar as
A amamentação traz benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê
mulheres que apresentam dificuldades na hora de amamentar. SOS MAMÃE
O projeto surgiu, quando a então enfermeira Cleusa de Carvalho, observava dificuldades pontuais de algumas mães durante a amamentação, como a falta de leite, trauma mamilar ou por sentirem dores. Após se aposentar, deu início ao projeto que tem por objetivo ajudar as mães em casos de
dificuldade, em relação a amamentação e que hoje completa quatro anos de existência. “Trabalhei a vida toda em maternidade no Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) pediátrica, neonatal e sempre observava as dificuldades das mães, que muitas vezes não tinham para onde ir quando surgia alguma dificuldade em relação a amamentação. Com ações feitas no hospital, surgiu a ideia do projeto, para apoiar essas mães”, relembra.
Cleusa enfatiza a importância de como projetos assim podem ajudar as mães a superarem suas dificuldades na hora de amamentar. “É muito importante, sem o projeto muitas mães deixariam de amamentar na primeira dificuldade que surge. Amamentar tem que ser prazeroso para os dois lados, para mãe e para o bebê, é uma troca. Tem toda a questão da saúde, do físico e emocional. A importância do projeto é poder auxiliar as mães a
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amamentar, que nem sempre é fácil, ela é natural, mas pode não ser simples, quem passou por esse processo sabe. Tem bastante gente engajada que trabalha em Passo Fundo com o mesmo projeto, de incentivo a amamentação. Trabalhamos todas pelo mesmo objetivo, que possa fornecer o melhor alimento que existe para seu filho, que é o leite materno”, explica. Sobre os atendimentos, Cleusa explica que realiza tanto no hospital quando necessário, e também a domicílio. “Eu acompanho a amamentação na recuperação, têm algumas mães que entram em contato e pedem para acompanhar na ‘hora de ouro’. Nesse período, eu entro para auxiliar as mães nesse processo, faço orientação sobre posições, explico o que é uma mamada efetiva, o que não é”, completa. Para quem tiver interesse em obter mais informações, basta entrar em contato pelo telefone (54) 996114883 ou pela página no Facebook ‘SOS MAMÃE’. MEU BEBÊ, MEU TESOURO
Há ainda, o programa Meu Bebê, Meu Tesouro, que oferece atenção integral à saúde da mãe e do bebê até seu primeiro ano de vida. O projeto criado pela Prefeitura Municipal em 2013, auxilia as mães desde a gestação, com acompanhamento durante o pré-natal. O programa propícia ainda, orientações sobre o aleitamento, cuidados com o bebê, entrega de kit de enxoval e atendimento em casos de gestação de risco e problemas de saúde da criança – realizadas pela Secretaria da Saúde e pelas Estratégias de Saúde da Família (ESF), entre outros. Os atendimentos são voltados à mulheres que têm alguma vulnerabilidade social e a inserção delas no programa acontece durante a gestação, sendo referenciada pelas unidades básicas de saúde. Atualmente o programa se estende à 150 gestantes cadastradas, conforme explica a enfermeira Cássia Comin que atua no Centro de Referência à Saúde da Mulher. “O objetivo do programa é o bem-estar da mãe e do
bebê, o ideal é que essa gestante seja inserida no programa com até 22 semanas, para o vínculo educativo permanente. No decorrer do acompanhamento, a gente esclarece assuntos voltados a amamentação. Primeiro a gente trata questões educativas da gestação, cuidados pós-parto, com a amamentação e depois a gente continua cuidando dessa mulher e do bebê de forma que a gente consiga ter esse vínculo”, comenta. No programa, são realizados acolhimentos, cadastramento e a realização dos grupos educativos, das mulheres participantes do programa, enfatiza a relevância das ações promovidas pelo projeto. “O programa é destinado para uma população que tem um pouco mais de dificuldade de acesso, então facilitamos essa questão, encaminhando para consultas, exames, para que essa mãe não espere tanto tempo para fazer o acompanhamento”, explica. MAMAÇO
O mamaço é uma iniciativa mundial e acontecerá a 3° edição em Passo Fundo, no próximo dia 17, na Praça Santa Terezinha, às 14h30. O encontro tem como propósito reforçar a importância da amamentação. A enfermeira Cássia, que atua no programa Meu Bebê, Meu Tesouro, salienta a importância do encontro para as mulheres da cidade. “É fortalecer o hábito da amamentação, esse é o objetivo principal, primordial, é mostrar os benefícios e promover essa cultura de amamentação, porque existe bastante mitos e preconceitos com o ato de amamentar. As pessoas vão lá na praça, amamentam de forma livre, sem preconceitos, porque é uma atitude bonita, importante e que deve ser estimulado, o Mamaço vem nesse sentido, fortalecer a amamentação. Nós do programa, em parceria do Bem Acolher, nos reunimos junto com profissionais de iniciativa privada, que se dispõem a apoiar essa causa”, finaliza Cássia. SALA DE COLETA HSVP
Para aquelas mães que por algum motivo não estão junto com seus
filhos em alojamentos conjuntos, o Hospital São Vicente de Paulo proporciona a oportunidade de retirar o leite na sala de coleta, de forma mecânica. Segundo a Enfermeira Especialista em Materno-Infantil e Coordenadora da
Maternidade do Hospital São Vicente, Francielle Bonkevich Zanetti, essa é uma forma de garantir que a criança receba o padrão ouro do aleitamento materno. A sala de coleta de leite materno é aberta todos os dias.
Benefício para mãe e bebê
A enfermeira salienta que a amamentação é considerada um padrão ouro, pois o leite materno “é um alimento completo que sacia a fome e a sede do bebê, sendo esse o único e exclusivo alimento até os seis meses de idade e complementando como alimentação até os dois anos de idade” afirma. O aleitamento materno, conforme Francielle, traz muitos benefícios para a saúde da criança: “eleva o QI, protege com seus anticorpos, sendo considerado uma “vacina” para os bebês, prevenindo doenças alérgicas e infecciosas, diminuindo o risco de diabetes e obesidade, além de acalmar o bebê”. A amamentação deve ser de livre demanda. Para Francielle, não deve haver um horário “é a hora que ele quiser mamar, em média de oito a 12 vezes por dia, quer dizer que a cada duas ou três horas o bebê vai querer mamar, com uma duração que também pode variar conforme a necessidade dele”, relata. A dieta alimentar da mãe também é importante. Francielle explica que “a alimentação deve ser equilibrada. Ingerir dois litros de água por dia, mais chá e suco, frutas e verduras. Deve evitar ingerir alimentos cafeinados como café preto, chá preto, chimarrão, chocolate, refrigerante em grande quantidade”. Amamentar também traz diversos benefícios para a saúde da mãe. “Ajuda na recuperação pós-parto, auxilia o útero a voltar ao seu tamanho normal mais rápido, diminui sangramento pós-parto e, também, auxilia na perda de peso da mãe”, conta a enfermeira.
Posição correta para amamentar
A enfermeira do HSVP, orienta que a posição da mãe para amamentar é a que fique confortável. Deve-se lavar as mãos antes de amamentar, escolher um ambiente calmo e tranquilo e cuidar para que o bebê esteja desenrolado, assim ele fica mais livre para ficar aconchegado no colo da mãe. “O bebê deve estar voltado para o corpo da mãe, o rosto sempre de frente para a mama, os lábios virados para fora. O bebê não pode fazer barulho quando está sugando e sempre deve abocanhar o mamilo e a aréola” instrui a profissional. Além disso, Francielle diz que cuidar sempre a pega e a posição é o mais importante para ter sucesso na amamentação.
Problemas na amamentação
Segundo a enfermeira, os problemas mais frequentes na amamentação são as fissuras, os machucados, e o ingurgitamento ou empedramento do seio. Francielle destaca que para ajudar o seio, o melhor remédio é o próprio leite. “Apertar o seio e passar o leite ao redor é considerado uma pomada natural e vai ajudar nas fissuras”. De acordo com a profissional, passar produtos no seio, além do uso de bicos, chupetas, mamadeiras são alguns dos fatores que podem contribuir para a cessação da amamentação. Para prevenir os problemas, Francielle destaca que a pega e a posição precisam estar corretas e deve-se sempre tentar esvaziar uma mama e depois a outra.
Dicas para evitar o empedramento do seio
A enfermeira evidencia que deve-se dar de mamar sempre que o bebê quiser, de livre demanda. Além disso, “retirar o excesso de leite da mama, massageando, tentando desempedrar e amolecendo o seio e tirando o primeiro leite que é o leite magro, que mata a sede do bebê, deixando o leite gordo, que mata a fome do bebê, vai fazer com que a mama fique mais macia e ele consiga abocanhar melhor o mamilo e a aréola”, avalia Francielle.
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Hospital de Clínicas inaugura Sala de Amamentação Fotos: Natieli Batistela| Assessoria de Imprensa HC
Espaço qualificado é destinado à orientação para o aleitamento materno
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Sala de Amamentação foi apresentada à equipe multiprofissional e pacientes do HC no dia 07 de agosto
a Semana Mundial do Aleitamento Materno, o Hospital de Clínicas (HC) de Passo Fundo preparou um espaço qualificado para a atenção à mãe e ao bebê durante o período de aleitamento materno. Uma Sala de Amamentação foi apresentada à equipe multiprofissional e pacientes do HC no dia 07 de agosto. A amamentação desde as primeiras horas de vida é incentivada pelo Serviço de Maternidade do HC. Através de uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, nutricionistas, entre outros especialistas, os pais recebem as principais orientações sobre a importância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses do bebê. “A Sala de Amamentação no ambiente hospitalar promove um am-
biente calmo, uma assistência qualificada da equipe multiprofissional, facilitando a prestação dos cuidados assistenciais e a promoção da educação em saúde, em um binômio envolvendo mãe e bebê.” destaca a enfermeira da Maternidade do HC, Josiele Carlotto. A cerimônia de inauguração teve a presença da equipe de atendimento materno-infantil do HC e da Direção Médica e Administrativa da instituição. “A cada vez que eu venho aqui eu fico emocionado porque a gente vê o crescimento desta entidade que é fruto, nada mais nada menos, da dedicação, do trabalho e do empenho que todos demonstram nesta missão de servir. Crescemos todos juntos para o bem da comunidade.” evidencia o presidente do Conselho Administrativo, Nelso Trevisan. A presença de uma equipe multipro-
fissional é decisiva para a orientação dos pais e suporte à amamentação. O Hospital de Clínicas possui um Programa de Residência Multiprofissional na área Materno-Infantil/Neonatologia que conta com profissionais das áreas de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia e Serviço Social, responsáveis por favorecer a amamentação e esclarecer as dúvidas da família sobre esta fase com o apoio da equipe médica obstétrica e pediátrica. “É fundamental a atuação da equipe multiprofissional no papel da amamentação fornecendo à puérpera e lactante uma maior rede de apoio e orientações neste período. A equipe multiprofissional trabalha promovendo o incentivo do vínculo afetivo e a importância da amamentação até o sexto mês de vida.” explica Josiele.
ATUAÇÃO DE DOULAS A atuação de doulas no Hospital de Clínicas oferece ainda atenção individual e apoio durante o parto e pós-parto dedicados ao bem-estar e conforto da mãe. Duas profissionais com formação técnica na área de enfermagem e atualização específica atuam como doulas na instituição. “A doula é a parte fundamental quando a mãe está em trabalho de parto ou até antes do trabalho de parto iniciar, é o suporte que ela tem no momento do nascimento e depois no puerpério, que pode ser um dos momentos mais difíceis que a mãe encontra após o nascimento do bebê, incluído a amamentação e a convivência com o bebê fora do útero. A doula é a parte que atinge o psicológico da mãe quando ela passa por esta fase.” explica Daniela Pavani Ferreira, técnica de enfermagem do HC que realizou o Curso de Formação de Doulas.
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Divertículos do intestino, diverticulose, diverticulite: conceitos sempre em evolução Miguel Duda Schmitz
Chamamos de divertículos pequenas hérnias na parede do intestino grosso
Assim como em muitas condições médicas, nossa compreensão sobre a doença diverticular do intestino grosso tem evoluído de forma significativa nas últimas duas décadas. Os divertículos do intestino grosso são comuns na população ocidental e desenvolvemos essa anormalidade ao longo da vida. Chamamos de divertículos pequenas hérnias na parede do intestino grosso, como uma pequena bexiga nesse segmento do tubo digestivo. Dados norte-americanos mostraram que, recentemente, a taxa de portadores de divertículos no intestino aos 40 anos de idade passou de 5 para 20%. Já nos indivíduos com 80 anos de idade, a
porcentagem chega aos 80%. Mas apesar dessa grande incidência na população, temos notícias boas sobre essa condição. A principal é que a vasta maioria dos pacientes portadores de divertículos no cólon, que chamamos de diverticulose, nunca terá sintoma ou complicação relacionada a essa anormalidade. Complicações como a diverticulite ou o sangramento do trato digestivo causado pelos divertículos tiveram suas incidências menores que as apresentadas em estudos populacionais prévios. Assim, apesar do aumento do número de pessoas que tem divertículos, os problemas que ocorrem
em decorrência de ser portador de divertículos não são comuns. A inflamação dos divertículos é chamada de diverticulite e acontece em cerca de 4% das pessoas portadoras. Ela geralmente afeta pessoas idosas, já que é nessa época da vida que os divertículos são comuns. Como são mais frequentes no lado esquerdo do intestino, é nesse local que o paciente relata dor, muitas vezes acompanhada de febre e alteração nos exames de sangue. A diverticulite pode variar em intensidade desde um agravo leve com tratamento domiciliar (grande maioria), até uma condição grave com necessidade de internação e cirurgia de urgência. Dado curioso, que até bem pouco tempo estava presente na literatura médica, era a associação entre consumo de sementes e a diverticulite. Essa relação de causa não existe, então portadores de divertículos não precisam evitar sementes. Inclusive, o que se observa em dados recentes, é que o consumo baixo de fibras (grãos, frutas, legumes) e alto de carnes vermelhas e gorduras predispõe o paciente a desenvolver a diverticulite. O sangramento causado pelos divertículos pode acometer até 15% dos indivíduos portadores. A queixa do paciente é observar sangue vivo na evacuação de forma aguda, com tendência a ser um grande volume, podendo causar aumento da frequência cardíaca e pressão arterial baixa. Geralmente o tratamento é realizado
Foto Divulgação UPF
Foto Divulgaçãp
Médico e professor de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF)
em ambiente hospitalar, com utilização de colonoscopia e clipamento ou cateterismo e embolização do vaso sanguíneo que está no divertículo causando a hemorragia. Entretanto, como já foi dito, vale ressaltar que as complicações em quem é portador de divertículos ocorrem numa minoria, a grande maioria das pessoas com diverticulose passam toda a vida sem qualquer sintoma relativo a essa condição. A boa saúde do intestino grosso passa por hábitos de vida saudáveis, reforçando uma boa quantidade de fibras na dieta, uma boa ingestão de água, exercícios físicos regulares, acompanhamento médico e exames de prevenção.
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Meu filho não sai do celular, o que fazer?
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Especialista traz algumas dicas para retirar as crianças do aparelho tecnológico e evitar o vício dos pequenos
m 2018, o canal da Galinha Pintadinha ultrapassou em visualizações até mesmo grandes nomes da música mundial como Rihanna e Justin Bieber, ficando no ranking entre os mais populares do YouTube, e isto não foi à toa. Uma pesquisa divulgada em setembro de 2018 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil mostrou que 85% das crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos são usuárias de internet, o equivalente a 24,7 milhões que estão nesta faixa etária em todo o País. Se em 2012, 21% das crianças acessaram a rede por meio do celular, em 2018 são 93%. O aumento impressionante do acesso tem preocupado cada vez mais os pais e profissionais que lidam com os pequenos e coloca em questão o possível vício infantil em celulares. O que fazer?
A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner é uma das especialistas Ensinar a criança a lidar com o tédio
“É necessário em primeiro lugar ensinar a criança a lidar com o tédio, para que comecem a entender e trabalhar algo que acontecerá na vida, que é a frustração. Aprender a lidar com frustrações é pedagógico e terapêutico. Nosso cérebro se devolve de trás para frente. Portanto, não tenha medo de conversar e explicar as formas de lidar com a rotina e disciplina dentro dos sistemas familiares. A área de Wernicke responsável pela compreensão, interpretação da fala, fica pronta antes da área de Broca, responsável pela emissão da fala. As crianças mesmo não falando tudo corretamente, compreendem tudo o que lhes é explicado de forma simples”.
que tem estudado esta guinada no comportamento infanto-juvenil: “Precisamos considerar que a tecnologia, já está incorporada à vida. O celular hoje é mais que uma ferramenta, tornou-se uma dimensão humana muito frequentada. O smartphone hoje é mais que televisão, é “biblioteca”, é jornal, cinema, é playlist, dicionário. Estamos reféns dele. No entanto, embora seja inevitável a presença e o uso do celular no cotidiano, é necessário explicar e fazer a criança entender que a tecnologia é um meio para um fim, e não o contrário”. Transações bancárias, notícias, imagens, e até consultas médicas. Tudo está ali na palma da mão. Basta um toque. “Todos nós devemos aprender a usar a tecnologia com parcimônia. Isto é, encarar como uma ferramenta de resolução de problemas de ordem prática, rápida e superficial. Esta ferramenta tecnológica pode ser usada inclusive com fins recreativos, porém, nós não devemos usá-la abusivamente, para não Explique, converse e estabeleça limites
“Dar limites é dar amor. Crianças precisam compreender o funcionamento do mundo. Cabe aos adultos, pais, cuidadores, explicar. Identificar no seu filho para quais atividades que ele tem pré disposição, gosto ou aptidão pode ajudar muito a produzir uma rotina onde ele possa se adequar. E ter prazer nesta atividade. Ensinar que um bom dia começa com a organização do seu espaço, o quarto em que dorme, produzir uma convivência de união familiar, onde todos os sistemas (sistema conjugal, parental, etc.) devem ser tido como uma ‘equipe’. Onde cada um pode colaborar com uma tarefa, colocar a mesa, retirar as louças, levar o lixo. Tudo isto tem a ver com limites e educação”.
Foto Divulgação Internet
alerta
Aumento impressionante do acesso tem preocupado cada vez mais os pais e profissionais
virarmos dependentes. A dependência é uma ‘doença comportamental’ em todos os seus aspectos, logo retirando o comportamento, retiramos também a Dê atividades para o seu filho
doença”, salienta a médica. Confira algumas dicas da médica para reduzir o uso dos aparelhos tecnológicos em crianças e adolescentes:
“Crianças gostam de ar livre. Leve seu filho para atividades ao ar livre, como pedalar, passear, caminhar, praia, piscina. Terlazer, atividades intelectuais, responsabilidades e até mesmo bom sono. Além disso, elas gostam de estar com outras crianças, em acampamentos, noite do pijama, sessão de cinema, piquenique. Crianças amam animais. Visitar o zoológico, dar de presente um animal de estimação que ele possa ‘cuidar’, dentro de suas possibilidades iniciais. Conforme vai crescendo, vai se apropriando e tomando mais responsabilidades sobre este ‘ser vivo’ que exige cuidados e carinho. Todas essas atividades irão retirando o ‘tempo de uso’ do smartphone. Claro que a retirada total é quase que impossível, pois, há uma ‘necessidade’ do uso da tecnologia, inclusive por ser uma forma rápida, prática de ‘estudar’, fazer trabalho de aula e afins”.
Qual a melhor forma de prevenção do vício em celular?
“A Dependência Digital é de difícil tratamento, mas a melhor prevenção é a Psicoeducação, no sentido de desenvolvermos uma rotina saudável desde crianças, pois, os ‘nativos digitais’, nascidos na era ‘virtual’ são mais propensos a tornarem-se ‘adictos virtuais’. Então ainda que as crianças não sejam capazes de emitir, falar todas as palavras de forma correta. Elas estão aptas a compreender quase tudo, por isso, é preciso acompanhá-las em todas as fases de seu desenvolvimento. Ensinando, preparando, guiando e amando”.