Saúde

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DIÁRIO DA MANHÃ PASSO FUNDO E CARAZINHO

SÁBADO E DOMINGO, 3 E 4 DE AGOSTO DE 2019

Cuidado com o próximo pelas ondas do Rádio

Nesta semana, a Rádio Diário AM 780, de Carazinho, contou a história do menino Gustavo de Oliveira Maia, portador de mielomeningocele. A criança precisava de uma cadeira de rodas para se locomover. Após a repercussão comunidade se mobilizou para ajudar a família | Págs 4 e 5


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endereços Rua Fagundes dos Reis, 757 (54) 3311-6494 Central de Vacinas Rua Uruguai, 667 Hospital São Vicente de Paulo Rua Teixeira Soares, 808 - Centro (54) 3316-4000 Hospital São Vicente de Paulo - IOT Rua Uruguai, 2050 - Centro (54) 3045-9700 Hospital de Clínicas de Passo Fundo Rua Tiradentes, 295 - Centro/Annes (54) 2103-3333 Hosp. Psiquiátrico Bezerra de Menezes R. Ouro Preto, 240 - Vila Dona Eliza (54) 3046-7501 Hospital Municipal Rua Alcides Moura, 100 - Centro (54) 3316-4500 Hospital de Olhos C.L. Dyógenes A. Martins Pinto Campus I - UPF - Bairro São José (54) 3318-0200 Prontoclínica Tv. Dr. Arthur Leite, 58 - Centro (54) 3313-5100 Bombeiros 193

Carazinho Hospital de Caridade Rua General Câmara 70 (54) - 3329-9898

Projeto Acampamento da Criança com Diabetes é apresentado para ONG de Moçambique O projeto Acampamento da Criança com Diabetes, que integra o programa de extensão ComSaúde da Universidade de Passo Fundo (UPF), em parceria com diversas instituições de Passo Fundo, foi apresentado ao diretor da Associação da Criança Segura de Moçambique, Nelson Mabjeca. A visita aos representantes do projeto ocorreu no dia 26 de julho, na Universidade de Passo Fundo (UPF). A ideia do encontro foi compartilhar as experiências do projeto Acampamento da Criança com Diabetes com o diretor da ONG de Moçambique, contribuindo para a política infantil do país dele. A visita foi intermediada pelo consultor do Instituto Brasileiro de Trânsito (IBT), socorrista do Samu Passo Fundo e socorrista da Argos Emergências Médicas, Marcelo Fabra. “O diretor da ONG veio a convite do ITB e da Argos conhecer entidades em Passo Fundo que possam formar parcerias e contribuir para a estruturação da política infantil de Moçambique, que possui deficiências em relação as políticas para a segurança das crianças”, explicou a coordenadora do projeto Acampamento da Criança com Diabetes, professora da UPF, Me. Mônica Krahl.

Foto Divulgação

Centro de Saúde (Posto Central)

O diretor da ONG de Moçambique recebeu informações sobre o Acampamento da Criança com Diabetes, assistiu ao vídeo do projeto e ganhou o ursinho Lino, mascote do projeto. “Nelson (diretor da ONG) ficou emocionado com o projeto. Com essa internacionalização, queremos plantar sementinhas em outros lugares do mundo para que outras crianças sejam beneficiadas”, comentou Mônica.

Também participaram do encontro o diretor consultor do IBT, Fernando Ernest, a coordenadora do Programa ComSaúde, professora da UPF Me. Cristiane Barelli, o representante do Hospital São Vicente de Paulo, Luiz Antonio Dalmagro, as representantes do Lions Club Distrito LD7, Miriam Trombini e Maria Leonora Ribeiro Martins, e o acadêmico de Direito da UPF e bolsista Paidex, André Scheibler.

Hospital de Clínicas de Passo Fundo tem novo contrato com o SUS Foi assinado no dia 30 de julho, o novo contrato de prestação de serviços do Hospital de Clínicas de Passo Fundo. Por ano, a entidade receberá R$ 61 milhões para o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O documento foi firmado entre a secretária-adjunta da Secretaria da Saúde, Aglaé Silva, e o administrador do hospital, Luciney Bohrer. Dos recursos a serem aplicados na casa de saúde, R$ 5,8 milhões são estaduais, de acordo com os incentivos que o hospital recebe pelo cofinanciamento da rede de atenção ao parto e nascimento, atendimento a gestantes de alto risco, plantão presencial em traumato-ortopedia, ser

porta de entrada para urgências e emergências e complementação de diárias de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) adulta. O restante dos repasses é oriundo do Ministério da Saúde como pagamento pelos procedimentos realizados e outros incentivos. Com mais de um século de história, a instituição era conhecida até 2018 como Hospital da Cidade. A entidade tem capacidade instalada de 300 leitos, sendo 244 destinados ao SUS. A estrutura é composta por leitos cirúrgicos em 10 especialidades (como cirurgia geral, ortopedia, neurocirurgia e transplante), UTI neonatal e adulta, obstetrícia, entre outros.

Foto: Divulgação | SES

Passo Fundo

aconteceu

Ambulatório Municipal Av. Pátria – próximo a Secretaria

ainda

Municipal de Saúde ‎(54) 3329-2506 / 3329-2448 Hospital de Caridade de Carazinho Centro de Especialidades Médicas (CEM) Av. Pátria – próximo a Sec. Municipal de Saúde e HCC (54) 3331-4510 Bombeiros 193

HSVP recruta pacientes para duas pesquisas A Unidade de Pesquisa Clínica (UPC) do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, está recrutando pessoas para dois estudos clínicos ambulatoriais, para identificar pacientes com o Vírus Sincicial Respiratório e Vírus da Influenza Tipo A.

Os requisitos para participar são pessoas com idade de 13 a 85 anos, com sintomas gripais, como por exemplo: tosse, dor de garganta, congestão nasal, dores de cabeça, dores no corpo e estado febril, com início dos sintomas de até cinco dias.

Diretora Comercial: Eliane Maria Debortoli EditorES InterinoS: Kleiton Vasconcellos - RP 10.791 Matheus Moraes - RP 18.498

jornalista responsável Aline Prestes - RP 19.015 Foto de Capa: Nathan Schultz | Diário

Se você é um potencial paciente, gostaria de participar ou ter mais informações, entre em contato com a Pesquisa Clínica do HSVP, nos telefones 54 3316 4076 ou 54 3581 1831, de segunda a sexta feira das 08h às 12h e das 13h30min às 17h30min. Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 - Passo Fundo Contato: (54) 3316-4800


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o que devo saber?

Cuidados com a pele no inverno Para evitar problemas é importante fazer hidratações e investir em uma alimentação saudável

ANA CAROLINE HAUBERT anacaroline@diariodamanha.com

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aior órgão do corpo humano, a pele merece atenção especial durante os dias frios. No decorrer do inverno, a pele tende a ficar mais sensível, apresentando quadros de ressecamento, aspecto mais esbranquiçado e rachadura nos lábios. Além disso, nesta época, é comum tomarmos banhos mais quentes, que provocam uma remoção da oleosidade natural de forma mais intensa, diminuindo o Ressecamento Entre alguns fatores que contribuem para o ressecamento da pele no inverno, está a baixa umidade do ar e as temperaturas mais frias, que diminuem a transpiração corporal.

manto lipídico que retém a umidade da pele. Tanto a pele do rosto quanto a do corpo estão sujeita ao ressecamento no inverno. O clima frio e seco pode deixá-las com aspecto esbranquiçado, o que indica a desnaturação das proteínas. Não é porque a exposição ao sol é menor que o cuidado com a pele deve diminuir. Em razão disso, o Diário conversou com a médica dermatologista do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Camila Ferron, que explica as causas das principais complicações dermatológicas e indica os principais cuidados para os dias frios: Aspecto esbranquiçado Com a diminuição da oleosidade natural, a pele fica com um aspecto esbranquiçado, que indica a desnaturação das proteínas. Essa pele ressecada e esbranquiçada é mais propensa a lesões e geralmente causa coceira, podendo levar ao aparecimento de vermelhidão e até feridas.

Lábios rachados

No inverno, também estamos mais propensos a quadros respiratórios alérgicos ou infecciosos, que levam a obstrução nasal e consequente respiração pela boca. Isso, associado às características do clima, propiciam o ressecamento dos lábios. Uso de hidratantes labiais e controle desses quadros respiratórios são fundamentais para evitar esse sintoma.

Doenças comuns Todo esse ressecamento da pele, cabelos e lábios facilita o aparecimento de algumas doenças, entre elas dermatite seborreica (caspa), dermatite atópica, eczemas, psoríase e ictiose. Água muito quente ao lavar o rosto Os banhos mais quentes removem a oleosidade natural da pele, diminuindo o manto lipídico que retém a umidade da pele.

Foto Divulgação Internet

por ALINE PRESTES aline@diariodamanha.com

Umidade do ar baixa e temperaturas mais frias levam à diminuição na transpiração corporal e ressecamento da pele

Procedimentos Cuidados estéticos “Para evitar tais sintomas, devemos controlar a Apesar de o inverno predistemperatura da água do banho, utilizar sabonepor ao ressecamento da pele tes hidratantes, evitando a fricção excessiva da e aparecimento de algumas pele (uso de esponja e bucha), e utilizar hidratandoenças, é uma boa época tes mais intensos, que devem ser aplicados logo para a realização de tratamenapós o banho para maior absorção. Além disso, tos dermatológicos, principalnão podemos descuidar da ingestão de líquidos mente os que requerem que e devemos buscar uma dieta rica em vitaminas e o paciente evite exposição ao antioxidantes. Apesar da exposição solar ser mesol, como peelings, tratamen- nos intensa no inverno, não devemos descuidar do tos a laser, indução percutâ- uso do protetor solar, pois a radiação (UVA e UVB) nea de colágeno com agulhas, continua presente e é responsável por manchas, dermoabrasão, subcisão para câncer de pele e envelhecimento”, salienta a médicelulite e depilação a laser. ca dermatologista, Camila Ferron.


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ação social

Solidariedade nas ondas do rádio Foto Nathan Schultz | Diário

Apelo de mãe de menino de 10 anos comove a região e família consegue cadeira de rodas por NATHAN SCHULTZ redação.carazinho@diariodamanha.com

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esta semana a Rádio Diário AM 780 de Carazinho, contou a história do menino Gustavo de Oliveira Maia de 10 anos, cuja mãe pediu ajuda da reportagem para conseguir uma cadeira de rodas para que o filho possa se locomover e voltar à escola. Gustavo é portador de uma doença chamada mielomeningocele, caracterizada por uma falha no fechamento do tubo neural, que compromete a medula, os arcos vertebrais e o manto cutâneo. Após passar por uma cirurgia no Hospital de Caridade de Carazinho (HCC), o menino recebeu alta médica no domingo, 28 de julho e está se recuperando em sua casa, onde recebe cuidados da mãe Luana Aparecida Vargas de Oliveira de 26 anos, que atualmente está desempregada. De acordo com a mãe, o menino tem uma cadeirinha, porém, ela está muito pequena para o tamanho dele e as dificuldades aumentaram após a realização da cirurgia. “Como ele vai voltar para o colégio eu já fiz o pedido de uma ca-

Gustavo se recupera de uma cirurgia em casa e precisava da cadeira de rodas para ajudar na locomoção

deira maior para a ACD (Associação Cristã de Deficientes Físicos) de Passo Fundo, mas está muito demorado e não tenho como andar pra lá e pra cá com o Gustavo porque ele é muito pesado, ainda mais agora com a cirurgia”, explicou a mãe. “Ele tem hidrocefalia, nasceu

com um problema na coluna, com má formação e eu precisava de ajuda”, comentou. Luana tem outros dois filhos menores, uma menina de sete anos e um menino com cinco, ambos na escola. A família sobrevive com a renda do pai que trabalha como

vendedor de frutas. Gustavo não precisa fazer uso de medicamentos, mas a mãe explica que ele deve passar por uma segunda cirurgia após se recuperar da primeira. “Tem mais uma cirurgia para fazer da coluna. Esta foi muito complicada e ele precisava fazer.


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Foto: Divulgação

Ele nasceu com esse problema na coluna. Agora, ele tem que se recuperar para ir até Passo Fundo marcar a consulta para a nova cirurgia que ainda não tem previsão para acontecer”, disse a mãe. CAMPANHA NA RÁDIO Após o caso de Gustavo ser noticiado pela Diário AM , uma mobilização de pessoas que se sensibilizaram com a história do menino se formou em Carazinho e municípios da região. No mesmo dia, a Associação dos Deficientes Físicos de Santo Antônio do Planalto entrou em contato com a Diário e doou a cadeira para o menino. Pais receberam a cadeira da Associação dos Deficientes Físicos de Santo Antônio do Planalto

A DOENÇA A mielomeningocele é uma forma de espinha bífida (disrafismo) na qual uma parte da medula espinhal aparece como uma placa achatada que é exposta nas costas. É uma malformação congênita complexa, cuja morbidade e mortalidade têm diminuído consideravelmente com a melhor compreensão dos mecanismos fisiopatológicos que levam ao seu aparecimento. A maioria dos pacientes com mielomeningocele tem hidrocefalia associada, em uma frequência de cerca de 80%, como o Gustavo. A hidrocefalia é definida por um acúmulo de LCR (líquido cefalorraquidiano) nos ventrículos cerebrais, determinando aumento do perímetro cefálico e podendo gerar hipertensão intracraniana. O tratamento da hidrocefa-

lia é realizado geralmente através de uma derivação liquórica ventrículo-peritoneal. O tratamento da mielomeningocele começa logo ao nascimento. Um médico neurocirurgião faz a retirada do líquido do cérebro e o fechamento da lesão na coluna. Depois, o atendimento passa a ser multidisciplinar, ou seja, uma equipe formada por diferentes profissionais. São cirurgiões, pediatras, ortopedistas, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros, que atuarão conforme cada caso. A lesão na coluna pode causar diferentes níveis de paralisa. Para cada caso, um tipo de tratamento é indicado pela equipe médica.


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Hepatite C: Perigos do diagnóstico tardio Considerada a mais perigosa das hepatites, doença pode causar cirrose, câncer de fígado e levar a necessidade do transplante

stima-se que no Brasil existam 700 mil portadores de hepatite C, uma doença viral que leva à inflamação do fígado e raramente desperta sintomas. Isso faz com que grande parte das pessoas desconheça o diagnóstico e poucos tenham conhecimento de como ocorreu a transmissão ou que exista tratamento para a doença. No Brasil, mais de 70% dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C, seguido da Hepatite B (21,8%) e A (1,7%). Os especialistas alertam a necessidade de conscientizar a população sobre a prevenção, proteção e realização do teste da Hepatite C (HCV), especialmente em pessoas com mais de 40 anos de idade. “O vírus só foi descoberto em 1989 e o primeiro teste para diagnóstico surgiu dois anos depois, em 1991. As formas de contágio eram até então desconhecidas, o que favorecia novas infecções. Além disso, os dados epidemiológicos do Ministério da Saúde apontam que aproximadamente 75% das pessoas com o vírus da Hepatite C estão na faixa etária acima dos 40 anos”, comenta Dr. Eric Bassetti, gastroenterologista e diretor médico sênior da Gilead.

Sintomas As hepatites são doenças que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estes estão presentes podem ser: • Cansaço; • Febre; • Mal-estar; • Tontura; • Enjoo; • Vômitos; • Dor abdominal; • Pele e olhos amarelados; • Urina escura; • Fezes claras.

Foto Divulgação Internet

alerta

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Hepatite C pode ser transmitida por contato com objetos de manicure ou outros instrumentos que possam conter sangue

O HCV é transmitido por contato com sangue infectado, sendo que os principais meios de transmissão são compartilhamento de seringas e agulhas, práticas sexuais de risco e transmissão vertical (da mãe para o filho) e reutilização e esterilização inadequada de equipamentos médicos, objetos de higiene pessoal (escova de dente, lâminas de barbear) e de manicure (alicates, lixas, espátulas). Os bancos de sangue no Brasil começaram a testar o sangue doado em 1993, logo todas as pessoas que receberam transfusão de sangue ou derivados, como plasma, antes dessa data, podem ter contraído a infecção pelo HCV. Perigos do diagnóstico tardio A Hepatite C é a maior causa de cirrose, câncer e transplante de fígado no mundo. Além das complicações, ela pode desencadear doenças sistêmicas - disfunções que afetam uma série de outros órgãos ou tecidos. Exemplo disso é o desenvolvimento de Diabetes do tipo 2 e do Linfoma.

O fato de 80% dos casos da doença serem assintomáticos faz dela um sério problema de saúde pública, podendo levar décadas para dar sinais e, normalmente, quando se manifesta já apresenta um estágio avançado de comprometimento do fígado. Diagnóstico A detecção pode ocorrer por exame de sangue que pesquisa anticorpos contra o vírus da hepatite C, o anti-HCV, realizado em qualquer unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) ou nas redes particulares. “É um trabalho conjunto de conscientização, pois é importante também que os pacientes estejam atentos e peçam o exame para seus médicos. Qualquer médico pode solicitar o exame, inclusive com recomendação do Conselho Federal de Medicina”, explica Dr. Bassetti. Se o resultado for positivo, o paciente deve ser encaminhado para um médico especialista que solicitará os exames complementares para confirmação do diagnóstico.

Tratamento O primeiro ponto que o especialista ressalta é que a Hepatite C é completamente curável. O tratamento pode ser feito por meio de remédios e dura, em média, 12 semanas. “Os medicamentos disponíveis hoje são extremamente eficazes e entregam taxas de cura de aproximadamente 98%, dependendo do genótipo e estadiamento da doença, com um único comprimido ao dia”, conclui. Prevenção O médico relata alguns comportamentos que podem impedir o contágio do vírus do HCV. “Levar o próprio material para a manicure, utilizar seringas e agulhas descartáveis e jamais compartilhar esses materiais, além de usar preservativos em práticas sexuais de risco são medidas efetivas de proteção contra infecções”, explica. Todos os equipamentos médicos e odontológicos de reuso devem ser corretamente esterilizados. É importante também dizer que não existe vacina contra a hepatite C.


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Colégio Notre Dame

Fatores Estudantes desenvolvem risco para plataformas digitais de osteoporose promoção à saúde

Estudantes desenvolveram websites e aplicativos com orientações para promover hábitos saudáveis

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som das teclas sendo continuamente pressionadas, tão incomum às aulas de Educação Física, ditava um novo ritmo de aprendizagem. Afinal, utilizando a tecnologia para construir o próprio conhecimento, os estudantes matriculados na 2ª e na 3ª Série do Ensino Médio foram desafiados a desenvolver websites e aplicativos voltados à promoção de hábitos saudáveis. Para isso, dispuseram dos recursos oferecidos pelo Laboratório de Informática do Colégio Notre Dame – espaço no qual, em 5 de julho, testaram as ferramentas criadas e publicaram conteúdos elaborados a partir de orientações de profissionais que atuam na área da saúde. Após dedicarem-se à primeira etapa do projeto, os adolescentes, então, voltaram-se à organização de palestras acerca das temáticas abordadas nas suas plataformas, de modo que o conteúdo, já aprofundado para ser disponibilizado por meio das telas, fosse exposto aos colegas por especialistas. Convidada pelos adolescentes, a nutricionista Rafaela Lesseux destacou, em 16 de julho, os benefícios de se manter uma alimentação equilibrada, alertando os estudantes a respeito dos transtornos alimentares mais comuns e da importância de buscar acompanhamento profissional. Na mesma

data, os educadores físicos Rafael Bergonsi e Ádara Zulianello salientaram, especialmente, o potencial benéfico do Crossfit - treinamento que une levantamento de peso olímpico, ginástica, atletismo e outras modalidades, em atividades de alta intensidade. O incentivo à prática de exercícios inspirou, igualmente, a fala da educadora física e atleta da equipe de voleibol BSBios/UPF, Jordana Jandrey. As orientações indicadas pela profissional, em 19 de julho, foram complementadas por aquelas fornecidas pela nutricionista Gabriele Botesini, que assinalou a necessidade de aliar a atividade física a uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes. Por fim, os educandos prestigiaram a palestra da farmacêutica e especialista em nutrição esportiva, Carolina de Almeida, que, além de evidenciar a relação entre alimentação e fortalecimento muscular, compartilhou suas experiências como atleta de fisiculturismo. Após o recesso escolar, os estudantes darão continuidade ao projeto, disponibilizando os websites e aplicativos para acesso público, o que, conforme a docente de Educação Física, Elisangela Alessio Rubert, objetiva que o incentivo à busca pelo bem-estar físico e emocional transcenda os limites da escola.

Cezar Augusto Caleffi Paiva Médico reumatologista e professor da disciplina de reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF)

Osteoporose é uma doença óssea comum, acometendo mais mulheres, e que aumenta o risco de fratura, em especial, nos quadris, ossos da coluna e punhos. Estas fraturas frequentemente resultam em perda da independência, depressão, dor crônica e morte. Identificar e tentar modificar os fatores de risco desta doença tornam-se fundamentais para reduzir estes desfechos. Uma densidade mineral óssea baixa, medida por densitometria óssea, aumenta o risco de fratura, porém muitos pacientes fraturam mesmo com resultados pouco alterados. Nestes casos, a identificação de outros fatores, especialmente clínicos, torna-se importante para avaliação da probabilidade futura de fratura. Muitas destas situações clínicas podem ser detectadas pela anamnese como a velhice, quedas, ter tido uma fratura por fragilidade óssea e usar medicamentos para artrite reumatoide (AR), convulsões, câncer de mama, depressão e úlcera. Ainda, contribuem para o risco sofrer de doenças como: AR, doença celíaca, demência, doença renal, hipovitaminose D, doenças da tireoide e diabetes. Também um baixo índice de massa corporal ou ter tido pais com fratura de quadril devem ser considerados. O tabagismo e alcoolismo são vilões no enfraquecimento dos ossos. Das acima descritas, as mais robustas são o envelhecimento e já ter tido uma fratura. Considerando estes conhecimentos, em 2008, a Universidade de

Foto: Divulgação UPF

Foto Comunica ND

Turmas da 2ª e na 3ª Série do Ensino Médio foram desafiados a desenvolver websites e aplicativos voltados aos hábitos saudáveis

Sheffield disponibilizou online, gratuitamente, um instrumento adaptado para cada país, chamado FRAX, agregando alguns fatores clínicos com um valor da densitometria óssea, possibilitando calcular o risco de fratura em 10 anos individualmente. Se o risco de fratura em dez anos, em qualquer local do esqueleto for maior que 20% ou, no quadril, maior que 3 %, indica-se uma intervenção terapêutica. Concluindo, pode-se estimar a chance de fratura futura combinando as informações clínicas com a densidade mineral, através do FRAX. O cálculo do risco individual permitirá intervenções não farmacológicas e farmacológica, feitas sob medida para o paciente avaliado, diminuindo sua chance de fratura.


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asma em crianças

Quatro passos para conviver com a doença

Especialista desmistifica a condição que é comum na infância, e explica como a família e os professores devem estar atentos Foto Freepik

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O tratamento medicamentoso da asma deve ser feito dentro e fora das crises, em todas as idades

Esteja atento à criança e saiba quando buscar o especialista Os principais sintomas da asma são: falta de ar, tosse, fadiga e chiado no peito, que pode ser acompanhado de dor nessa região. Muitos pais só buscam ajuda quando a rotina dos filhos é afetada pela extrema falta de ar das crises de asma. Alguns indícios das crises são falta de ar intensa podendo levar ao desmaio. Ao identificar essas condições, é necessário chamar o serviço de emergência imediatamente. Porém, o atendimento médico não deve ser um recurso apenas nas emergências, como alerta o Dr. Mauro Gomes. “Ao identificar os mínimos sinais da doença, os pais devem procurar ajuda médica. Assim, evitamos impactos maiores na qualidade de vida das crianças”, ressalta ele.

Busca pelo diagnóstico correto e precoce Como os pequenos ainda não sabem descrever bem o que sentem, é importante acompanhar de perto a rotina deles para poder explicar os sintomas ao médico. Além da conversa no consultório, o pneumologista chega ao diagnóstico preciso com a análise de exames. O mais indicado para crianças a partir dos seis anos é o teste do sopro, nome popular para o exame de espirometria, que detecta o fluxo de ar quando a pessoa expira.

urante a infância, é comum que cada detalhe na vida das crianças seja acompanhado de perto pelos pais. Um machucado ou uma simples coriza preocupam mães e pais, que estão atentos aos mínimos sinais de problemas com a saúde dos filhos. Sintomas aparentemente comuns, como cansaço e tosse, podem indicar o início do desenvolvimento de doenças crônicas, que acompanham as pessoas ao longo da vida. Uma delas é a asma, condição inflamatória de causa alérgica que leva à falta de ar e chiado no peito. Por não ter cura, é importante que a asma seja diagnosticada cedo e acompanhada de perto pela família e pelo médico. Quando tratada de forma adequada, a asma não provoca nenhuma limitação na rotina do paciente.

A importância do tratamento adequado Quando a asma é tratada adequadamente, é possível ter uma vida sem restrições físicas, já que os sintomas estão controlados. De acordo com a Iniciativa Global para Asma (GINA), a asma não está controlada se nas últimas quatro semanas o paciente tiver: sintomas diurnos mais de duas vezes por semana, despertares noturnos devido à asma, uso de medicamento de resgate mais de duas vezes por semana ou qualquer limitação de atividade devido à doença. Pessoas com asma grave buscam 15 vezes mais as unidades de emergência médica e são internados 20 vezes mais do que os pacientes com asma moderada. O pneumologista aponta que o tratamento medicamentoso deve ser feito dentro e fora das crises, em todas as idades. “Para o alívio dos sintomas em crianças com asma moderada e grave, existem os medicamentos broncodilatadores. O tiotrópio, indicado para adultos desde 2015 no Brasil, foi aprovado nesse ano para tratamento das crianças a partir dos seis anos. Ele melhora a função pulmonar e pode reduzir em 21% o risco de exacerbações da asma”, explica ele.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 13 milhões de crianças com menos de cinco anos morrem por doenças do aparelho respiratório anualmente em todo o mundo, como a asma. Mesmo sendo uma das enfermidades mais comuns entre os pequenos, ainda há mitos sobre a asma que podem atrapalhar a convivência com a doença e provocar uma reação de superproteção dos pais, que querem proteger os filhos das crises. Por isso, o pneumologista Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, desmistifica algumas ideias que os pais costumam ter sobre a doença e apresenta quatro passos para o bom convívio com ela.

Lidando com o dia a dia da criança com asma A prevalência da doença entre crianças é alta, atingindo entre 2,1% e 32,2% daquelas em idade escolar. A asma não tratada provoca sérios impactos sobre a vida do paciente, como insônia, fadiga, diminuição do nível de atividades e falta na escola. Como a condição é crônica, a rotina da família é modificada, porque os pais estão atentos aos fatores que podem ser gatilhos para a doença. Familiares e professores devem ficar atentos aos elementos como: ácaros e fungos, pólen, fumaça de cigarro, produtos químicos e poluição. Para o Dr. Mauro Gomes, “esses cuidados geram mudanças de hábitos na família e na escola, mas são fundamentais para o bom convívio da criança com a doença. Contudo, os cuidados não devem ser uma privação durante a infância. Os pais devem estar bem informados sobre a doença, que permite a prática de esportes como a natação e as brincadeiras com todos os colegas”.


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