Saúde

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DIÁRIO DA MANHÃ PASSO FUNDO E CARAZINHO

SÁBADO E DOMINGO, 14 E 15 DE SETEMBRO DE 2019

Mês de prevenção e conscientização da Fibrose Cística Atingindo cerca de 70 mil pessoas em todo mundo, a Fibrose Cística é a doença genética rara mais comum da raça branca. No Brasil, a FC afeta 1 em cada 7000 nascimentos, porém pode ser detectada ainda no teste do pezinho | Págs 4 e 5


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endereços

Acupunturista da Clínica Fisiocenter recebe premiação durante evento

Passo Fundo

Centro de Saúde (Posto Central) Rua Fagundes dos Reis, 757 (54) 3311-6494

Hospital São Vicente de Paulo Rua Teixeira Soares, 808 - Centro (54) 3316-4000 Hospital São Vicente de Paulo - IOT Rua Uruguai, 2050 - Centro (54) 3045-9700 Hospital de Clínicas de Passo Fundo Rua Tiradentes, 295 - Centro/Annes (54) 2103-3333 Hosp. Psiquiátrico Bezerra de Menezes R. Ouro Preto, 240 - Vila Dona Eliza (54) 3046-7501 Hospital Municipal Rua Alcides Moura, 100 - Centro (54) 3316-4500 Hospital de Olhos C.L. Dyógenes A. Martins Pinto Campus I - UPF - Bairro São José (54) 3318-0200 Prontoclínica Tv. Dr. Arthur Leite, 58 - Centro (54) 3313-5100 Bombeiros 193

Carazinho

Hospital de Caridade Rua General Câmara 70 (54) - 3329-9898 Ambulatório Municipal Av. Pátria – próximo a Secretaria Municipal de Saúde ‎(54) 3329-2506 / 3329-2448 Hospital de Caridade de Carazinho Centro de Especialidades Médicas (CEM) Av. Pátria – próximo a Sec. Municipal de Saúde e HCC (54) 3331-4510 Bombeiros 193

Foto: Divulgação

Central de Vacinas Rua Uruguai, 667

A Clínica Cedil, com matriz em Passo Fundo, anunciou a construção de uma clínica de diagnóstico por imagem em Santa Cruz do Sul. Essa será a quinta filial da empresa, que está em constante expansão. Segundo o diretor da Cedil, o médico radiologista Rafael Biancini, a unidade de Santa Cruz do Sul será a maior filial do grupo, com tamanho próximo ao da matriz. O terreno já foi adquirido e as obras devem começar em poucas semanas. O investimento total deve passar dos R$ 15 milhões, possibilitando uma ampla e moderna estrutura, estacionamento próprio para os pacientes, aparelhos de última geração e muitos exames que, atualmente, não estão disponíveis na cidade. A nova unidade será contemplada com um aparelho de tomografia computadorizada de, pelo menos, 128 canais e um aparelho de ressonância magnética de 3.0T, sendo que Santa Cruz do Sul será a terceira cidade do interior do estado a receber um aparelho deste porte, depois de Caxias do Sul e Passo Fundo.

aconteceu

Clínica Cedil anuncia quinta filial

A Clínica Cedil, com matriz em Passo Fundo, anunciou a construção de uma clínica de diagnóstico por imagem em Santa Cruz do Sul. Essa será a quinta filial da empresa, que está em constante expansão. Segundo o diretor da Cedil, o médico radiologista Rafael Biancini, a unidade de Santa Cruz do Sul será a maior filial do grupo, com tamanho próximo ao da matriz. O terreno já foi adquirido e as obras devem começar em poucas semanas. O investimento total deve passar dos R$ 15 milhões, possibilitando uma ampla e moderna estrutura, estacionamento próprio para os pacientes, aparelhos de última geração e muitos exames que, atualmente, não estão disponíveis na cidade. A nova unidade será contemplada com um aparelho de tomografia computadorizada de, pelo menos, 128 canais e um aparelho de ressonância magnética de 3.0T, sendo que Santa Cruz do Sul será a terceira cidade do interior do estado a receber um aparelho deste porte, depois de Caxias do Sul e Passo Fundo.

Hospital de Clíni- Chimarrão Científico é cas promove nova realizado pela 1ª vez no edição do Encon- interior do estado tro de Gestantes O Hospital de Clínicas (HC) de Passo Fundo está com inscrições abertas para o Encontro de Gestantes, promovido semestralmente pela instituição. As inscrições da gestante e de um acompanhante podem ser realizadas gratuitamente pelo site do Hospital de Clínicas, até o dia 27 de setembro. O Encontro acontece de 30 de setembro a 02 de outubro e é promovido pela equipe multiprofissional do HC responsável pela orientação das futuras mães sobre os principais cuidados durante a gravidez e após o parto. Serão abordados durante o encontro temas como os sinais do trabalho de parto, cuidados com o recém-nascido e amamentação. Mais informações e a programação completa podem ser conferidas no site do HC (www.hcpf.com.br). Diretora Comercial: Eliane Maria Debortoli Editor Interino: Kleiton Vasconcellos - RP 10.791

O 1º Chimarrão Científico do interior do estado foi realizado no dia 10 de setembro, no Anfiteatro do Campus II da Universidade de Passo Fundo (UPF) com o tema “Cuidados à Pessoas com Estoma Intestinal”. O evento foi promovido pela Sociedade Brasileira de Estomaterapia (Sobest) com apoio do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, Curso de Enfermagem da UPF, Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e Proctoclin. Com uma programação voltada para a integração de profissionais de saúde, o evento possibilitou o diálogo e troca de saberes a respeito da importância do trabalho em equipe na prevenção e tratamento da doença e cuidados aos pacientes com estomias. Conforme a Coordenadora do evento e Enfermeira Estomaterapeuta do Hospital São Vicente, Simone Araújo, é muito importante e um orgulho trazer esse evento para a cidade. “Pensando na questão da prevenção do Câncer Colorretal, sua importância, pois quando a gente faz esse trabalho, evitamos transtornos. Além disso, o evento trouxe a questão da preocupação com complicações, quando o paciente é submetido a uma estomia. Se o paciente não tiver um tratamento, um cuidado adequado, acaba sofrendo muito, porque uma estomia traz uma mudança no convívio familiar, na autoestima”, avalia Simone. Em relação a planos futuros, a enfermeira revela que existe a ideia de planejar outros eventos relacionados ao tema. “A Estomaterapia cuida de três áreas que é a Estoma, Feridas e Incontinências Urinária. Primeiro estamos fazendo de estoma, pois já se fala no Setembro Verde, que é a prevenção do Câncer Colorretal, mas pensamos em realizar eventos sobre os outros assuntos também”, afirma Simone. jornalista responsável Aline Prestes - RP 19.015 PROJETO GRÁFICO: Henrique Peter ARTE de Capa: Ascom HSVP

Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 - Passo Fundo Contato: (54) 3316-4800


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setembro roxo

Fibrose Cística Sem cura, doença afeta 1 a cada 7000 mil brasileiros, principalmente descendentes de italianos e alemães. Diagnóstico pode ser realizado ainda no Teste do Pezinho Foto: Pedro Ribas | Divulgação Internet

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setembro roxo, mês de divulgação da Fibrose Cística, serve de alerta para a população conhecer os sintomas do problema e a importância de realizar o diagnóstico precoce. Apesar de não possuir cura, o tratamento adequado proporciona ao paciente uma maior qualidade de vida. Atingindo cerca de 70 mil pessoas em todo mundo, a fibrose cística é a doença genética rara mais comum da raça branca. De acordo com a Pediatra Pneumologista do Corpo Clínico do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, Dra. Rita de Cássia do Rosário Nunes, a fibrose cística é uma doença complexa, que afeta múltiplos órgãos, e para cada órgão tem-se um tratamento. “O tripé terapêutico é fisioterapia, antibiótico e a otimização da nutrição, tanto através da alimentação, como das enzimas pancreáticas”. No Brasil, a doença afeta 1 em cada 7000 nascimentos, principalmente descendentes de italianos e alemães. A fibrose tem origem genética e é causada por uma mutação em um gene especifico do cromossomo 7. É necessário que o gene esteja alterado nos dois cromossomos, aquele recebido do pai e o recebido da mãe, para que ocorra a doença. “Esse gene codifica especificamente uma proteína responsável pela condução do cloro na superfície das células de revestimento dos nossos ductos e dos canais que levam as secreções das nossas glândulas. Quando essa proteína está alterada, a secreção do cloro fica prejudicada”, ressalta Rita.

Teste do Pezinho é essencial no diagnóstico da Fibrose Cística

O cloro é um componente do sal e o sal puxa água, quando a pessoa não tem a secreção de cloro adequada, o sal e a água também ficam reduzidos tornando as secreções mais grossas. O fato ocorre com todas as glândulas do corpo, sejam as glândulas que produzem muco no pulmão, no nariz, nos seios da face, sejam as glândulas que produzem suor ou ainda as que produzem as enzimas que realizam a diges-

tão dos alimentos. No fígado, a produção da bile também fica mais grossa. “Todas as secreções do organismo vão ficar mais grossas, assim entupindo os canais e vamos ter sintomas em qualquer lugar onde há secreção”. No caso específico da glândula sudorípara, a glândula do suor, a proteína está invertida, isto significa que, ao invés de ter pouco sal, tem-se muito sal. Como o suor vai ficar salgado, é

possível fazer o diagnóstico da Fibrose Cística pelo teste do suor. “Eu preciso confirmar o diagnóstico inicial pelo teste do pezinho com o teste do suor. Se essa quantidade de sal estiver aumentada, então significa que eu tenho essa alteração no meu canal de cloro, e com isso eu vou aumentar a produção de sal”. Assim, temos a tríade clássica da Fibrose Cística: doença pulmonar obstrutiva e supurativa


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Sintomas

Os sintomas vão acontecer em todos os órgãos que tem glândulas, porém os sintomas mais proeminentes ocorrem no sistema respiratório, e neste caso, a sinusite crônica tornase presente em 100% dos pacientes. “Vai se ter o aumento do muco pulmonar e esse muco/catarro vai ser facilmente infectado por bactérias. Essas infecções levam a uma inflamação progressiva dos brônquios, e com isso os brônquios vão perdendo sua força. Com a quebra das fibras de colágeno e elastina que tem dentro do brônquio, irão se formar saquinhos com o acúmulo de catarro. Este é o principal problema do paciente com Fibrose Cística, já que com o catarro mais grosso, fica difícil de ser eliminado. Quando a gente tem esse saquinho, ele fica preso ali dentro, e então vai fazendo a infecção e inflamação crônica”, reforça. Outros sintomas são os problemas gastrointestinais. Conforme Rita, quando o pâncreas produz as enzimas digestivas, é necessário levar até o intestino através de um canal, que fica entupido. “Depois de um tempo o pâncreas começa a ficar destruído e ai ele já não vai mais nem conseguir produzir essas enzimas”. Quando não se tem a parte digestiva, não é realizada a digestão adequada dos alimentos, e com isso aumenta o volume de fezes. “Essas fezes vão ser volumosas, vão ser fétidas, porque os açúcares não digeridos vão fermentar, a gordura vai rançar, então vai ter um odor muito forte, muito fétido. E como o paciente está perdendo nutrientes nas fezes, as crianças vão ter uma dificuldade de ganho de peso, além de uma deficiên-

cia de vitaminas”, enfatiza a médica.

Foto: Pedro Ribas/Divulgação Internet

crônica, insuficiência pancreática que prejudica a digestão dos alimentos, e suor salgado, que vai ser utilizado para fazer o diagnóstico.

Doença sem cura

Por ser uma doença genética, a Fibrose Cística não tem cura. “É possível utilizar medicamentos, cronicamente, para tratar cada um dos problemas que acontece”. Como o paciente que possui a doença perde sal no suor, é necessário que a dieta contenha mais sal. O mesmo acontece com as fezes. Conforme explica Rita, como o paciente perde nutrientes pelas fezes, é preciso ter um aumento no aporte. “Tanto comendo um número maior de calorias e um número maior de proteínas, como recebendo as vitaminas que ele perde, que não absorve. Então ele tem que usar vitaminas”. Para o pulmão, o indicado são sessões diárias de fisioterapia, que ajudam na eliminação das secreções. A nebulização é outro aliado forte durante o processo. “A gente usa nebulizações com medicamentos que fluidificam o catarro para eliminá-lo mais facilmente, nebulizações com antibióticos para eliminar as bactérias e também pode-se utilizar antibióticos, tanto via oral, quanto endovenosos. Mas é necessário utilizar antibióticos com frequência”, ressalta. A atividade física também é importante para ajudar o pulmão. Teste do Pezinho

O Teste do Pezinho é essencial no diagnóstico da Fibrose Cística. “Quando a gente faz o teste do pezinho, mede no sangue as enzimas do pâncreas. Como elas não conseguiram chegar no intestino, elas acabam indo, em uma pequena quantidade, para o sangue, e aí a gente consegue dosar”, comenta a pediatra pneumologista. Depois que o teste do pezinho começou a ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em diversos

Dra. Rita de Cássia do Rosário Nunes é Pediatra Pneumologista do Corpo Clínico do Hospital São Vicente de Paulo

estados brasileiros, é possível ter uma noção mais clara de quantos casos se tem de fibrose cística no país. “Hoje, a gente sabe que tem mais ou menos 1 criança com fibrose cística, para cada 7 mil nascimentos”. A expectativa de vida média, à medida que se conseguiu realizar o diagnóstico mais precocemente e também com a ampliação dos tratamentos, está em torno dos 30 a 40 anos de idade. “Mas nós temos indivíduos com 70 anos que tem fibrose cística. Tudo depende da gravidade da mutação que esse paciente tem”. Terapia Genética

Atualmente, já é possível realizar a terapia genética, que consiste na utilização de uma medicação por via oral que modifica a expressão do gene alterado. Como explica a pediatra pneumologista, é possível modificar tanto a produção da proteína, como a qualidade da mesma, já que algumas

vezes ela só está com a qualidade alterada, outras vezes ela não é produzida ou está destruída. “Então a gente consegue, através de medicamentos que são específicos para determinas mutações, melhorar a produção dessa proteína e melhorar também a função dessa proteína”. Entretanto, para utilizar a terapia genética, é necessário identificar qual é exatamente a mutação que o paciente possui. Identificando a mutação, consegue-se utilizar o medicamento específico. Hoje, tem-se conhecimento de mais de mil mutações. “Esse medicamento já é oferecido no Brasil, é uma medicação cara, mas o Governo Federal garante o acesso quando é confirmada a mutação que responde ao tratamento”. Quando utilizado este medicamento, ele vai atuar em todo o organismo e assim é possível reduzir o uso de outros medicamentos, que são específicos para cada órgão.


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Fisiocenter é destaque no “Prêmio Qualidade do Ano”

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á duas décadas presente em Passo Fundo, oferecendo atendimentos de Fisioterapia por especialidades, a Clínica Fisiocenter destaca-se mais uma vez. Recentemente, a direção e equipe foram destaque do ano de 2019, através de pesquisa de opinião pública, no “Prêmio Qualidade do Ano”, idealizado pela Alvo Certo Pesquisas. Ao longo dos anos, a Clínica tornou-se referência no município e na região. Com novas e modernas instalações, a Fisiocenter realiza ainda, atendimentos nas especialidades de Reeducação Postural Global (RPG), Pilates, Acupuntura, Dermato-Funcional, Estética Facial e Corporal, entre outras modalidades para saúde e bem-estar. Para a direção, a conquista do Prêmio foi possível, pois a Clínica conta com profissionais especializados e comprometidos com seus pacientes. “Contamos com uma equipe multiprofissional, extremamente qualificada e comprometida em seus atendimentos. Agradecemos a eles e a toda comunidade que nos presenteia com essa conquista”, destaca o casal diretor-proprietário da Fisiocenter, Taisa e Aleixo Spinello.

Foto Divulgação Fisiocenter

A Clínica foi a mais lembrada, em pesquisa de opinião pública, na categoria Clínica de Fisioterapia

Sobre a Clínica Fisiocenter

Casal diretor-proprietário da Clínica Fisiocenter, Taisa e Aleixo Spinello

A Clínica Fisiocenter iniciou suas atividades em 1998 com atendimentos apenas em Fisioterapia por especialidades. Com o passar do tempo foram implantadas novas alternativas de tratamentos, novas técnicas e o espaço físico aumentou, assim como o número de profissionais. Foram realizados cursos e inovações no atendimento, que, ao longo do tempo, elevaram o nome da Clínica, transformando-a em uma das mais conhecidas e respeitadas em toda região. A Fisiocenter é referência em atendimento, pois tem o compromisso de oferecer a melhor alternativa de tratamento, através de uma excelente estrutura física, aparelhos de última geração e profissionais qualificados que estão em constante desenvolvimento. Os atendimentos são realizados na Rua Benjamin Constant, nº 570, próximo ao Colégio Protásio Alves. Mais informações, pelo telefone (54) 3311-2193.


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Câncer de Pulmão Dr. Luciano Luiz Alt Professor de Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF)

Foram até o momento, identificadas 4720 substâncias tóxicas oriundas da queima do tabaco, sendo, no mínimo, 70 delas, altamente cancerígenas.

Foto Divulgação UPF

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ouve um tempo (e não muito distante) em que falar a respeito de câncer era um tabu, sobretudo em se tratando de Câncer de Pulmão (CP). Ora, se a pessoa fuma ou fumou e tem câncer de Pulmão, tudo bem, pensava-se... de certa forma, esta pessoa buscou por isso. É bem verdade que a maioria dos CP acabam tendo uma relação muito próxima com o hábito de fumar, tanto ativa, quanto passivamente, totalizando 90% de todos os casos da doença. No entanto, há pessoas que não tem histórico de exposição tabágica e nem foram expostas a fatores de risco comprovadamente cancerígenos e, mesmo assim, desenvolvem a doença, mesmo sendo a minoria dos casos (em torno de 10% dos CP). Houve um tempo em que os CP eram diagnosticados apenas tardiamente, inviabilizando tratamentos de qualquer ordem, pois o indivíduos acometidos faziam diagnósticos com doença já muito avançada, o que ainda ocorre, mas vem sendo menos frequente. Obviamente, ainda não vivemos um ambiente amigável no cenário do CP. Segundo as estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o CP é a segunda causa mais frequente de aparecimento de câncer entre homens brasileiros e a quarta causa entre as mulheres quando os cânceres de pele não melanoma são excluídos. A tendência mundial e brasileira é de igualar a incidência do CP entre homens e mulheres, visto que muitas mulheres começaram a fumar após as significativas mudanças sociais que ocorreram a partir da década de 1960. O cigarro, o grande vilão, é um agente complexo, altamente tóxico, não apenas para os pulmões, mas também tendo relação com o aparecimento de uma enormidade de diferentes tipos de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 4,9 milhões de pessoas (mais de 10 mil por dia) morrem todos os anos por causa do cigarro.

Ora, mas como o tabagismo leva ao CP? Algumas das substâncias contidas no tabaco, como alcatrão, metais pesados (níquel, cádmio), dentre outros, conseguem atuar em nível celular, desligando progressivamente o sistema de defesa representado pelos genes supressores tumorais, ou seja, retira o sistema de vigilância que é capaz de frear a formação de células malignas. E isto não ocorre apenas nas células pulmonares. Estas substâncias seguem dos pulmões para o coração e daí, para todos os lugares do organismo, razão pela qual o cigarro está envolvido em diversas neoplasias malignas (do câncer pâncreas ao câncer de bexiga, por exemplo). E aqueles que não fumam ou nunca fumaram, por que desenvolvem CP? Infelizmente, esta pergunta é bastante difícil de responder no atual momento do desenvolvimento da ciência. Sabe-se, por exemplo, que 30% dos pacientes com um tipo específico de CP, o Adenocarcinoma, nunca fumaram (nem ativa, nem passivamente). Todavia, algumas pessoas podem portar alterações genéticas, que permitem a transformação de células normais em malignas na traqueia e pulmões, independentemente do uso do cigarro. Há descrição de diversas alterações em nível celular no CP, as quais são denominadas “mutações drivers”, sobretudo em mulheres não fumantes. Quando se detecta uma destas alterações na análise do tumor, o tratamento costuma ser realizado de forma mais simples, muitas vezes, até, com comprimidos. Independentemente da causa do CP, ainda é possível combater a doença por meio da cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou a combinação destas modalidades.

Mais recentemente, mesmo para CP avançados, surgiu uma nova forma de tratamento, a Imunoterapia. Esta terapia consiste em aplicar medicações que estimulam o sistema imunológico do paciente a reagir e a combater a doença. Tais pesquisas renderam o Prêmio Nobel de Medicina a dois pesquisadores em 2018, o norte-americano James Allison e o japonês Tasuku Honjo, considerados os “pais da imunoterapia”. Apesar de todos os avanços científicos e da possibilidade da realização de diagnósticos mais precoces, ainda é necessário o alerta com relação aos sinais e sintomas do CP e as campanhas antitabagismo, focando nos 90% de CP evitáveis. Sintomas como tosse persistente, emagrecimento, falta de ar, pneumonias de repetição devem servir de alerta para a busca de auxílio médico o mais breve possível, principalmente porque, quanto mais cedo se identificar a doença, melhores são as possibilidades terapêuticas.


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halitose

Principais causas do mau hálito e como combatê-lo Condição do hálito na qual este se altera, de forma desagradável tanto para o paciente como para as pessoas com as quais ele se relaciona

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halitose é caracterizada pela alteração do hálito, desencadeando um odor desagradável. O hálito é composto pelo ar expirado após a inspiração, provocado pelas trocas gasosas fisiológicas, associado as substâncias eliminadas por via pulmonar, através da expiração. Algumas causas comuns são falta de higiene bucal, desidratação ou alimentação recente com alimentos como cebola e alho. Embora possa haver relação com desordens estomacais, a otorrinolaringologista do Hospital de Clínicas (HC) de Passo Fundo, Dra. Thais Marques da Costa, esclarece que, na maioria dos casos, a halitose possui origem na cavidade bucal. “A halitose é alteração do hálito que o torna desagradável, podendo ser percebido por um gosto ruim e/ou um odor desagradável exalado pela boca. Esse odor está relacionado na maior parte dos casos por decomposição de substâncias orgânicas, por ação das bactérias na cavidade oral. Mas, pode haver outras causas implicadas também.” ressalta. A higiene bucal inadequada pode agravar o problema, favorecendo a concentração de resíduos na região. “A maior causa de halitose são alterações intraorais. As demais causas podem estar relacionadas as vias aéreas superiores ou inferiores, digestivas, metabólicas e exógenas alimentares e não alimentares. Além disso, é importante reconhecer a halitose fisiológica, que surge ao acordar e desaparece após o ato de comer e escovar os dentes e a pseudo-halitose, a qual consiste em uma halitose

Pacientes que sofrem de mau hálito enfrentam constrangimentos em sua vida social Foto: Divulgação

imaginária, ou seja, o paciente não a possui verdadeiramente.” pontua a otorrinolaringologista do HC, Dra. Thais Costa. Além do impacto na saúde, o mau hálito também está associado, muitas vezes, a constrangimentos sociais. “A halitose tem amplo impacto social e econômico. Pacientes que sofrem de mau hálito enfrentam constrangimentos em sua vida social.” complementa. O mau hálito pode também indicar outros problemas no organismo.

Por isso, é fundamental determinar a causa do odor, sendo em alguns casos necessária a avaliação de especialistas de diferentes áreas “O paciente dever ser submetido a uma investigação detalhada, incluindo hábitos alimentares, de higiene oral, histórico médico e odontológico. O tratamento deverá ser realizado conforme as causas encontradas em cada caso.” explica Dra. Thais Costa, que também é membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia.

Dicas para evitar halitose • Aumente a ingestão de água; • Mastigue corretamente; • Ingira uma dieta rica em fibras; • Tenha boa higienização oral; • Evite substâncias que podem causar halitose como álcool e cigarro; • Realize acompanhamento odontológico regular.


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