Abr/Mai/Jun 2009

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Entrevista

Renov谩veis

Adalberto Ver铆ssimo, Imazon

Um mar de energia e贸lica

abril - maio - junho | 2009

greenpeace.org.br

Revista

A farra do boi na Amaz么nia



Caros colaboradores,

O gado na região da BR 163, no Pará, avança sobre áreas de foresta. © Ricardo Funari/Lineair

sumário

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De volta às origens

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O Green na web

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Floresta de chifres

12 Entrevista: Adalberto Veríssimo

© Greenpeace/Rodrigo Baleia

diário de bordo

capa

O papel do Brasil nas discussões sobre mudanças climáticas é fundamental por ser o quarto maior poluidor do planeta. O país anunciou no ano passado um Plano Nacional de Mudanças Climáticas e tem se destacado internacionalmente por seu discurso, mas na prática a realidade é bem outra. Há, por exemplo, uma ofensiva ruralista em curso no Brasil que coloca em risco todas as iniciativas que buscam zerar o desmatamento na Amazônia. O BNDES, banco de investimento do governo federal, tem financiado parte da destruição da floresta ao oferecer crédito a pecuaristas que atuam na região, conforme denunciamos no relatório A Farra do Boi na Amazônia – destaque desta edição. No Senado, foi aprovada em plena semana do Meio ambiente, uma Medida Provisória que entrega uma área da floresta amazônica do tamanho dos estados de São Paulo, Ceará e Rio Grande do Sul a pessoas e empresas que ocuparam e desmataram ilegalmente essas terras. Enquanto o governo brasileiro diz uma coisa e faz outra, a crise climática global ganha terreno e ameaça milhões de brasileiros. Cidades inteiras do Norte e Nordeste do país ficaram debaixo d’água no início do ano devido a uma das piores enchentes da história da região, enquanto a região sul era castigada por uma seca igualmente intensa. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a incidência de eventos climáticos extremos no Brasil aumentou drasticamente entre 1970 e 2008, causando a morte de milhares de pessoas e prejuízos da ordem de US$ 10 bilhões. Está na hora do Brasil assumir sua responsabilidade e liderar o debate climático, atuando firmemente para que tenhamos um acordo global eficiente no combate às mudanças climáticas na próxima reunião da ONU, marcada para dezembro em Copenhague. Para assumir essa liderança, o governo brasileiro precisa, o quanto antes, entender que o desenvolvimento do país é fundamental, mas não deve ser feito às custas do clima do planeta. Contamos com vocês nesta luta!

13 A lenda continua

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A hora e a vez dos orgânicos

15 Em ação 16 Bons ventos que vêm do mar 17 Green no mundo 18 Urgência climática 19 Foto-oportunidade

Marcelo Furtado Diretor Executivo Greenpeace Brasil

O Greenpeace é uma organização global e independente que promove campanhas para defender o meio ambiente e a paz, inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentos. Nós investigamos, expomos e confrontamos os responsáveis por danos ambientais. Também defendemos soluções ambientalmente seguras e socialmente justas, que ofereçam esperança para esta e para as futuras gerações e inspiramos pessoas a se tornarem responsáveis pelo planeta.

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oceanos

De volta

às origens

O Ártico está intimamente ligado à história do Greenpeace. Foi lá que a organização fez seu primeiro grande protesto, quando um grupo de ativistas navegou em 1971 até as ilhas Aleutas, no Alasca (EUA), para impedir os testes nucleares americanos.

© Greenpeace/Nick Cobbing

A região também deu nome a um dos navios mais simbólicos do Greenpeace, o Arctic Sunrise (em português, Aurora do Ártico), um quebra-gelo que, antes de ser comprado em um leilão, era utilizado na caça de focas. Hoje a embarcação é usada para confrontar quem promove agressões ao meio ambiente e para registrar os impactos do aquecimento global no planeta. Este ano o Greenpeace e o Arctic Sunrise partem para uma de suas mais desafiadoras expedições: registrar os efeitos das mudanças climáticas sobre o Pólo Norte e sua biodiversidade. O Arctic Sunrise navegará até a geleira Petermann,

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o ponto mais ao norte da Terra, jamais alcançado por qualquer navio de nossa frota. A expedição será realizada em três etapas e vai compilar informações e materiais para mostrar aos governos mundiais que as mudanças climáticas estão ocorrendo e o tempo para reverte-las está se esgotando. Nossos pesquisadores estimam encontrar uma realidade muito pior do que os cenários previstos por especialistas. É possível que durante a visita do Arctic Sunrise à região ocorra o desprendimento de uma geleira do tamanho da ilha de Manhattan. O ano de 2009 poderá bater o recorde de derretimento de geleiras e, segun-

do o Centro Nacional de Dados da Neve e do Gelo, instituto de pesquisa ligado à Universidade de Colorado (EUA), 70% das camadas de gelo do Ártico já estão suscetíveis ao derretimento. A tripulação do Arctic Sunrise que fará essa expedição ao Pólo Norte passou por treinamento especial em Helsinque, na Finlândia, e será liderada pelo capitão Pete Wilcox, que esteve no Brasil durante a primeira parte da expedição Salvar o Planeta. É Agora ou Agora no início deste ano. Uma equipe de imagens (foto e vídeo) vai registrar as geleiras e também a fauna local ameaçada – ursos polares, focas, raposas e pássaros.


Participação especial A 61ª reunião da Comissão Internacional Baleeira (CIB), realizada este mês na Ilha da Madeira, em Portugal, teve um gosto especial para o Greenpeace. Junichi Sato, coordenador da campanha de oceanos no Japão, recebeu permissão das autoridades de seu país para ir à reunião e discutir o fim da caça comercial de baleias. Em maio de 2008, Junichi e Toru Suzuki (também ativista) interceptaram uma caixa de carne de baleia e apresentaram ao Ministério Público japonês como prova do contrabando com fins comerciais promovido por quem afirma estar fazendo ‘pesquisa científica’. Foi aberta uma investigação sobre a possível corrupção envolvendo o programa de caça subsidiado pelo governo japonês, que foi interrompida logo depois. No mesmo dia, Junichi e Toru foram presos e o escritório do Greenpeace Japão revistado. Se condenados, Junichi e Toru podem pegar até dez anos de prisão.

Acompanhe em nosso site as novidades dessa expedição e confira também em tempo real imagens do navio.

saiba mais

O quebra-gelo Arctic Sunrise vai navegar até a geleira Petermann – o ponto mais ao norte do planeta – para registrar os efeitos das mudanças climáticas na região. Segundo dados científicos, 70% das camadas de gelo do Ártico já estão suscetíveis ao derretimento.

http://www.greenpeace. org/international/ photosvideos/arcticsunrise-webcam/

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xtra!

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Boas notícias para o planeta!

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Líderes europeus surpreenderam o mundo ao anunciar, na reunião da ONU sobre clima em Copenhague, um acordo global ousado para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Não acredita? Deu no International Herald Tribune, versão do New York Times vendida fora dos EUA. Infelizmente tal edição histórica não é real, faz parte de uma atividade do Greenpeace em parceria com o pessoal do Yes Man. A versão dos sonhos da edição do jornal foi distribuída durante encontro dos líderes europeus em Bruxelas.

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Confira a nossa versão do jornal em

http://iht.greenpeace.org/

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Black Pixel Ser ecologicamente correto dá trabalho, certo? Não necessariamente. Basta instalar um arquivo no seu computador que “apagará” um pedacinho do seu monitor. Parece pouco, mas já imaginou 1 milhão de Black Pixels ajudando a economizar energia? Saiba mais em www.blackpixel.org.br

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Sempre atualizado

Você pode não saber o que é, mas com certeza já ouviu falar no Twitter. Esse canal da internet permite aos usuários trocarem links, fotos e mensagens em até 140 caracteres. O Greenpeace, claro, não poderia ficar de fora, para acompanhar nossas ações e nossas últimas notícias, acesse: www.twitter.com/greenpeacebr

Greentube Não se trata de uma versão verde do YouTube, mas um jeito criativo que a agência Almap achou para explicar o impacto das mudanças climáticas na vida das pessoas. Confira em: www.youtube.com/greenbr

Isso é

Confira o novo vídeo institucional chamado “Inspiring Action” www.greenpeace.org/me2 Depois de assistir, não deixe de assinar a petição para se tornar um “ativista pelo clima”. A idéia é somar 3 milhões de pessoas para pressionar os governos mundiais a tomarem medidas efetivas de combate às mudanças climáticas.


amazônia © Ricardo Funari/Lineair

Floresta de chifres Depois do lançamento do nosso relatório A Farra do Boi na Amazônia, a pecuária nunca mais será a mesma. O estudo revelou a contribuição de produtores, comerciantes e consumidores na destruição da floresta e que o governo brasileiro é sócio da expansão da pecuária na Amazônia.

Financiadores internacionais cortam créditos de frigoríficos que estimulam o desmatamento, supermercados param de comprar carne de fazendas que criam gado em áreas desmatadas da Amazônia, grandes marcas de roupas e calçados tentam esclarecer a procedência do couro vindo da região. Mas o que levou esse pessoal todo a se mexer? Esse movimento começou depois das empresas verem suas marcas ligadas à destruição da floresta amazônica pelos fatos escancarados em nosso relatório A Farra do Boi na Amazônia, lançado em junho. A repercussão foi gigantesca e o assunto caiu na boca do povo – está nos jornais, portais de internet, redes sociais e até programas matinais de TV, daqueles que indicam receitas de pratos para o almoço do dia-a-dia. Com tantas evidências reunidas no documento e o assunto reverberando pela imprensa, além de processos movidos pelo Ministério Público Federal do Pará, muitas empresas procuraram o Greenpeace para entender melhor o papel delas no aumento da destruição da floresta.

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Grandes redes de supermercados como Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar suspenderam os negócios com 11 empresas frigoríficas paraenses temendo a multa, estabelecida pelo Ministério Público Federal (MPF) do Pará, de R$ 500 por quilo de carne vinda de áreas de desmatamento na Amazônia. Além da preocupação com danos à imagem das empresas. IFC, o braço de financiamento para empresas do Banco Mundial, suspendeu o investimento de US$ 90 milhões com o frigorífico Bertin e cancelou a liberação da última parcela do acordo, no valor de US$ 30 milhões. Mas isso é só o começo de uma longa jornada para impedir que a pecuária destrua a Amazônia. O próximo passo é exigir que os frigoríficos enviem, juntamente com a nota fiscal do produto, as guias de trânsito do animal, que mostram exatamente de onde veio a carne que é vendida nos supermercados. Além disso, as ações do MPF restritas ao Pará precisam ser estendidas também aos estados de Rondônia e Mato Grosso, que têm grandes rebanhos. A pecuária é o maior vetor de desmatamento da Amazônia, que abriga 63 milhões de cabeças de gado, 30% de todo o rebanho nacional. Dados de satélite e autorizações de desmatamento emitidas entre 2006-2007 mostram que mais de 90% dos desmatamentos da Amazônia são ilegais. A exemplo do que aconteceu com a soja e a madeira da Amazônia, é preciso que haja agora o comprometimento de todos os frigoríficos com uma moratória da carne, para se evitar novos desmatamentos na região por conta da criação de bois. 8

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Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar não vão mais comprar carne de gado criado em áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia. As redes de supermercado temem a multa estabelecida pelo Ministério Público Federal (MPF) do Pará.


© Greenpeace

Reino Unido

China

Brasil

Itália

Estados Unidos

© Ricardo Funari/Lineair

Passo a passo Diversas fazendas apontadas no relatório do Greenpeace e localizadas na Amazônia, principalmente no Pará e no Mato Grosso, possuem imensas áreas de desmatamento. Há casos de fazendas com mais de 60% de sua área desmatada, chegando muitas vezes a 100%, quando o permitido por lei é 20%. Elas, no entanto, não estão embargadas nem tem multas, o que demonstra a falta de governança na região e a necessidade de ações por parte dos órgãos fiscalizadores. Os bois criados nessas fazendas são vendidos aos frigoríficos. Lá, se misturam com o gado criado em fazendas que respeitam as leis e dali, a carne, o couro e outras partes do boi pirata são distribuídas para empresas até chegar ao consumidor final, no Brasil e no Exterior.

Semana do Meio Ambiente

O mês de junho tem em seu calendário uma comemoração muito importante: a Semana do Meio Ambiente, que acontece nos primeiros sete dias do mês. Nossas equipes de Diálogo Direto e de voluntários foram às ruas em seis capitais brasileiras com a exposição Salvar o Planeta. É Agora ou Agora. A mostra promovida pelo Greenpeace aconteceu em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Salvador, Porto Alegre e Belo Horizonte. Com 16 painéis fotográficos e uma tenda sensorial, o evento permitiu aos visitantes uma visão geral da urgência do tema das mudanças climáticas e quais as soluções possíveis e viáveis. Salvar o planeta é agora ou agora. Clique em http://www.

greenpeace.org.br/cop/ envie_msg.php e exija que

o Brasil assuma a liderança na construção de um novo modelo de desenvolvimento no mundo.

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A pecuária é o maior vetor de desmatamento da Amazônia e responde por cerca de 80% de toda a destruição florestal na região. A cada 18 segundos, um hectare de floresta é convertido em pasto.

Incentivado pela atitude das empresas, o frigorífico Marfrig saiu na frente e anunciou em meados de junho uma moratória. A empresa, quarta maior produtora de carne bovina e derivados do mundo, se comprometeu a não comprar mais bois das fazendas que não respeitarem a lei daqui para frente. Mas, além desse compromisso dos frigoríficos, é necessária a criação de um sistema de monitoramento que evite a compra de animais de fazendas em terras indígenas e com trabalho escravo. Esse tipo de sistema, que informa a origem da fazenda e sua localização georreferenciada por cada lote de produto fornecido, já existe no Brasil para a venda de carne fresca, 10

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resfriada e congelada que vai para frigoríficos da União Européia. O sistema tem hoje uma finalidade apenas sanitária, mas tem que ser usado também para garantir a qualidade ambiental e social da carne. O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo e é o maior exportador de carne. “A pecuária é importante para a economia do país, mas a indústria brasileira deve garantir respeito às leis ambientais e trabalhistas se quiser se manter competitiva no mercado global” afirma André Muggiati, coordenador da campanha de gado na Amazônia. “E isso é de interesse do consumidor brasileiro, que já declarou que não aceita mais desmatamento na Amazônia”, completa. Marcas como Adidas, Gucci, Geox

e Kraf Foods estão em contato com o Greenpeace para entender o que deve ser feito para limpar sua cadeia de produção das fazendas com desmatamento. Cadê o governo? Até agora, o governo não se pronunciou sobre as denúncias de ilegalidades que contaminam o fornecimento de produtos bovinos provenientes da Amazônia. Além de ser, hoje, o maior vetor de desmatamento no mundo e a principal fonte de emissões de gases do efeito-estufa do Brasil, a pecuária brasileira conta com um sócio inusitado, que tem entre suas atribuições zelar pela conservação da floresta amazônica: o Estado brasileiro.


Ninguém ficou feliz

8 5 4 MP © Ricardo Funari/ Lineair

Se dependesse da mobilização virtual, que se refletiu em uma chuva de e-mails para a presidência e centenas de manifestações no twitter, Lula teria vetado os artigos mais polêmicos da Medida Provisória 458. Mas não foi isso o que aconteceu. Apenas dois dos quatro itens em questão foram vetados. Um que permitiria que empresas pudessem comprar terras na Amazônia e outro que impediria a legalização de terras em nome de laranjas. Do que jeito que ficou, o governo não agradou nem ruralistas nem ambientalistas. O Greenpeace puxou o coro dos insatisfeitos.

Você também pode fazer algo. Contate o SAC das empresas brasileiras de pecuária e diga que você não quer consumir produtos que destroem a floresta. Ligue ou mande um e-mail para

Um dos grandes problemas é que as áreas maiores também poderão ser legalizadas por meio de um artifício bem simples: divididar a área entre membros da família. Os dois enxertos feitos pelo Congresso na MP validados pelo presidente foram a redução de dez para três anos do período de carência para a venda da área regularizada e a dispensa de vistoria prévia nas terras com até 400 hectares. O próximo enrosco no Congresso serão as discussões sobre o Código Florestal. Deputados e senadores da bancada ruralista, apoiados por setores do governo, querem mais do que dobrar a porcentagem de floresta que pode ser desmatada legalmente dentro de uma propriedade privada na Amazônia.

Bertin

(14) 3533-2000 http://www.bertin.com.br

JBS

0800 115057 http://www.jbs.com.br

Marfrig O governo, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), transformou-se em sócio e investidor direto de frigoríficos que, segundo a investigação do Greenpeace, compram sua matéria prima de fazendas que desmatam ilegalmente, põem seus bois para pastar em áreas protegidas e terras públicas e utilizam mão de obra escrava. “O governo brasileiro também precisa assumir sua responsabili-

dade para resolver o problema”, diz Muggiati. “Para começar, pode cancelar imediatamente todas as autorizações de desmatamento, garantir que os bancos públicos não financiem atividades que derrubem a floresta e adotar sistemas de cadastramento e licenciamento ambiental das propriedades, além de um sistema de rastreabilidade que garanta que o gado criado na Amazônia não vem de áreas desmatadas”.

(11) 4422-7200 http://www.marfrig.com.br Informe-nos sobre o que as empresas disseram: consumidor@br.greenpeace.org

saiba mais

© Greenpeace/Daniel Beltrá

A regularização fundiária na Amazônia é fundamental para reduzir a violência e impedir a destruição da floresta, mas não da maneira como foi feita. Com a medida, o governo federal e o Congresso, ao invés de sanar o problema da grilagem de terras na Amazônia, privatizaram quase de graça 67 milhões de hectares de terras públicas. As áreas de até 100 hectares serão doadas. A partir daí e até 400 hectares, será cobrado apenas um valor simbólico. As áreas maiores, com até 1.500 hectares, serão alienadas a valor de mercado, mas o comprador terá 20 anos para pagar.

Para saber mais acesse: http://www.greenpeace/ brasil/amazonia/gado

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entrevista

A sustentabilidade na Amazônia é possível O agronegócio brasileiro tem que se adequar aos novos tempos e promover a conservação e uso sustentável dos recursos naturais caso queira prosperar. A avaliação é do engenheiro agrônomo

Adalberto Veríssimo, pesquisador

em Ecologia pela Universidade da Pensilvânia (EUA). Para ele, o desenvolvimento sustentável em regiões como a amazônica não é apenas desejável como também imprescindível para os interesses do país e dos próprios produtores rurais. Confira a entrevista que o pesquisador concedeu à Revista do Greenpeace:

Revista do Greenpeace O que significa para a Amazônia essa recente ofensiva ruralista no Congresso? Adalberto Veríssimo A ofensiva preocupa a todos que estão interessados em promover um desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Quando os ruralistas propoem reduzir as exigências ambientais, creio que estão olhando para o retrovisor da história e não para a frente. O século 21 vai exigir que a agropecuária brasileira seja mais produtiva e que possa crescer não em área, mas em produtividade. As reivindicações ambientalistas são um entrave para o desenvolvimento do país? As preocupações com o meio ambiente vieram para ficar. Os setores ou líderes empresariais e políticos que insisterem em nadar contra essa tendência terão dificuldades cada vez maiores no século 21. Uma economia de baixa emissão de carbono, que não desmata e não degrada a floresta, será a economia do futuro. Negócios verdes irão prosperar em todas as frentes incluindo o agronegócio. Portanto, a conservação e uso sustentável dos recursos naturais são a chave dos negócios em nosso tempo. São parte essencial da solução e não do problema. É possível um desenvolvimento sustentável para a Amazônia? 12

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Sim. Primeiro, precisamos chegar a um pacto político com os setores importantes com atuação na região. Isso inclui pecuariastas, sojeiros, madeireiros e mineradores. O pacto deveria caminhar para um compromisso de desmatamento zero, que pode ser explicitado no Zoneamento Ecológico-Econômico e no marco legal que assegure o cumprimento do acordo. Para as áreas de floresta será necessário ampliar o manejo florestal e garantir o pagamento dos serviços ambientais. Os proprietarios rurais (sejam eles produtores rurais, comunitarios, extrativistas, indígenas) devem receber o pagamento por esse serviço. O Estado brasileiro deve manter o pulso firme no combate à ilegalidade, mas também precisa dar a mão e ajudar os produtores rurais que querem operar dentro da legalidade. Eles vão precisar de crédito, tecnologia e melhorias na infra-estrutura para escoar a produção. Em que ponto estamos em relação a esse processo? Acho que estamos caminhando para estabelecer as bases de um entendimento. Isso vai depender do papel que o governo possa ter em arbitrar e mediar as visões diferentes

sobre a Amazônia. Mas acredito que tanto líderes do setor rural como as instituições de pesquisa e as organizações ambientalistas podem dialogar e propor uma agenda de trabalho em torno de questões chaves para a Amazônia. Precisamos dinamizar a economia da região, que precisa ser a favor da floresta e não contra. Precisamos gerar empregos, mas esses empregos precisam ter qualidade e estarem associados a cadeias produtivas legais e na direção da sustentabilidade. Qual é o maior perigo hoje enfrentado pela floresta? Temos duas grandes ameaças. A primeira é a falta de um projeto de desenvolvimento sustentável vigoroso e coerente para a Amazônia. Temos um Programa Amazônia Sustentável, o PAS, que traz um conjunto de boas idéias, mas não tem orçamento nem força política para decolar de fato. Segunda ameaça é a escassez de líderes políticos capazes de enxergar as oportunidades que estão se abrindo com a crise em curso. Portanto, na minha opinião, a crise na Amazônia é mais política. As questões de infra-estrutura (estradas, hidrelétricas) e atividades economicas (madeira, soja etc) têm peso grande e pressionam muitas vezes a floresta. Mas é possivel desenvolver essas atividades se isso estivesse dentro de uma visão mais ampla e integrada de desenvolvimento sustentável para a Amazônia.

© Arquivo Imazon

do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), pós-graduado


frota verde © Greenpeace/Daniel Beltrá

A lenda continua Vem aí o Rainbow Warrior III desa especializada em engenharia naval e será construído pela Fassmer, construtora de navios localizada em Bremem, Alemanha. É a primeira vez que a organização opta pela construção de um novo navio, em vez de reformar uma embarcação já utilizada. Isso porque, mesmo em épocas de crise financeira global, o Greenpeace acredita que vale a pena investir em uma embarcação de alta tecnologia e desempenho, que tenha como prioridade a proteção ao meio ambiente. “O Greenpeace vem pedindo aos governos internacionais que invistam em decisões ambientalmente corretas para combater o aquecimento global. Se é o correto a ser feito por eles, é também correto a ser feitos por nós.”, explicou Gerd. O Rainbow Warrior III será prioritariamente um veleiro (usando energia dos ventos no lugar

de combustíveis fósseis), com a opção de mudar suas operações para motor, no caso de condições climáticas adversas, por exemplo. Toda a engenharia foi projetada para ser eficiente energeticamente, e o casco foi desenhado para proporcionar o máximo de aproveitamento do combustível. O calor criado pelos geradores será reaproveitado no aquecimento da água utilizada a bordo e para o pré-aquecimento das máquinas. Em breve estará disponível uma câmera remota para acompanhar a construção do navio e um jogo de simulação on-line.

saiba mais

Foi assinado no início de julho, por Gerd Leipold, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, o contrato que dará início à construção do Rainbow Warrior III. O veleiro, que será entregue pouco antes das comemorações dos 40 anos da organização, foi projetado com a última tecnologia ecologicamente correta disponível e sua construção está diretamente ligada ao maior desafio imposto à humanidade nos últimos tempos: o combate ao aquecimento global. O Rainbow Warrior II, um veleiro a motor, foi comprado pelo Greenpeace em 1987 para substituir o antigo navio, afundado pelo serviço secreto francês em 1985. Hoje, com 52 anos de uso e 20 anos de campanha junto ao Greenpeace, o navio precisará ser inutilizado devido ao tempo. Seu substituto foi projetado pela Gerard Dijkstra, empresa holan-

Saiba mais em: http://www. greenpeace.org/brasil/ institucional/noticias/vem-ao-rainbow-warrior-iii

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orgânicos © Antonio Cruz/ABr

A hora e a vez dos orgânicos A primeira-dama americana, Michelle Obama, começou, no início do ano, a preparar parte do jardim da Casa Branca para receber uma horta orgânica, a primeira desde os jardins da vitória da era Roosevelt, que sustentaram boa parte do consumo de verduras do país durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além de fornecer leguminosas e hortaliças livres de agrotóxico para as refeições da família Obama, a horta da Casa Branca também contribui para tornar a cultura orgânica ainda mais popular – nos Estados Unidos e no mundo. A preocupação com a saúde alimentar e com o meio ambiente tem turbinado a demanda por produtos orgânicos. Em 2007, o setor movimentou US$ 40 bilhões em todo o mundo. No Brasil os números são mais discretos – cerca de US$ 300 milhões. A 14

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produção orgânica vem crescendo bastante em toda parte, mas ainda está abaixo da demanda. Isso contribui para que os preços dos orgânicos sejam mais altos do que o dos convencionais. Outro motivo para essa diferença é o modo de produção: a agricultura convencional, que usa agrotóxicos e fertilizantes químicos, não contabiliza em seus custos os danos ambientais que provoca, nem os possíveis danos à saúde que uma fruta ou hortaliça carregada de agrotóxico pode causar em quem a consome. É o típico caso do barato que sai caro. Já os orgânicos têm o valor agregado de não agredir o meio ambiente e também garantir uma alimentação sadia. No Brasil, algumas medidas importantes vêm sendo tomadas para incentivar a produção e o consumo de orgânicos. A agricul-

tura livre de agrotóxicos foi, por exemplo, regulamentada no final de 2007 para garantir incentivos oficiais à produção, distribuição e consumo desse tipo de alimento no país. Projetos de lei têm sido apresentados em diversas cidades, como Porto Alegre e Fortaleza, dando prioridade a alimentos orgânicos na merenda de escolas públicas municipais. “Os orgânicos estão conquistando cada vez mais espaço na sociedade, que se mostra preocupada não apenas com sua alimentação, mas também com o meio ambiente”, afirma Rafael Cruz, coordenador da campanha de transgênicos. “E tem um lado educativo importante porque coloca a comunidade em contato com um sistema de produção que busca manejar de forma sustentável os recursos naturais.”


Voluntários e captadores do Diálogo Direto do Greenpeace participaram durante 10 dias, no Rio de Janeiro, do evento Proteção dos Oceanos, Entre Nessa Onda, que contou com exposições fotográficas e exibições de filmes documentários dentro de um túnel sensorial de 5 metros de comprimento. Do lado de fora, monitores deram palestras sobre a importância de se preservar os oceanos e a biodiversidade marinha. Uma baleia inflável de 15 metros de comprimento, réplica da espécie jubarte, foi também atração do evento realizado no Shopping NorteShopping.

© Greenpeace

© Gree

npeace

A agricultura orgânica movimentou US$ 300 milhões no Brasil em 2007 e medidas vêm sendo tomadas no país para incentivar a produção e o consumo de produtos livres de agrotóxicos.

O arroz orgânico vem conquistando agricultores na região sul do Brasil, a maior produtora desse tipo de grão no país.

A atividade fez parte do calendário do Greenpeace durante o mês em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6) e nos ajudou a coletar mais assinaturas para a carta que exige do presidente Lula uma posição mais firme em relação ao combate às mudanças climáticas durante a reunião da ONU sobre clima em dezembro, em Copenhague.

Os processos de seleção de novos voluntários são abertos periodicamente. Todos os colaboradores são convidados a participar. | 15


energia © Paul Langrock/Zenit/Greenpeace

Bons ventos

que vêm do mar

Áreas marinhas protegidas como a de Abrolhos (BA) são importantes para a recuperação da biodiversidade e dos estoques pesqueiros, além de ajudar no combate aos impactos do aquecimento global nos oceanos.

Qualquer país com cerca de oito mil quilômetros de costa, fartura de ventos e um mercado consumidor de energia praticamente todo concentrado no litoral, como o Brasil, já teria planos de investir seriamente no desenvolvimento da geração de eletricidade por meio de turbinas eólicas instaladas no mar. Infelizmente estamos longe disso. Apesar do privilégio de termos os recursos naturais e técnicos, ainda engatinhamos nesse mercado. Para se ter uma idéia, só a costa da região sul do país tem um potencial 16

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de geração de energia de mais de 100 mil megawatts (MW) – comparável ao consumo de energia de todo o país! Mas o máximo que conseguimos foi gerar 341 MW de energia, no final de 2008, por meio das 31 fazendas eólicas instaladas em terra, nas regiões sul e nordeste. “O potencial ‘offshore’ para toda a costa brasileira ainda está por ser estimado, mas com certeza deve colocar o Brasil na categoria de ‘potência eólica’ devido à extensão do mar territorial que temos”, afirma o pesquisador brasileiro

Felipe Mendonça Pimenta que desenvolveu um estudo inédito na Universidade de Delaware (EUA) para avaliar esse mercado brasileiro para a geração de energia. No momento, ele é irrisório. Pimenta diz que estamos bem atrasados em relação a outras regiões como Europa e América do Norte. Geramos hoje menos de 1% da capacidade instalada no mundo que chega a mais 120 mil MW (dados de 2008), apesar de termos ventos em profusão, matéria-prima para construção de turbinas e parques


© Greenpeace /Marco Okhu

izen

Green no mundo

Sob nova direção

© Greenpeace

/Biologica/Pete

rsen

O Greenpeace Internacional contará com um novo diretor-executivo a partir de novembro. Após nove anos à frente do Greenpeace, Gerd Leipold passará suas atribuições a Kumi Naidoo. Ativista no esforço anti-apartheid desde os 15 anos, foi preso em 1986 e exilado no Reino Unido em 1989. Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Oxford, nos últimos dez anos foi Secretário Geral do CIVICUS (Aliança Mundial para a Participação Cidadã) e membro do conselho do Greenpeace África.

industriais e universidades a altura das demandas do setor. O que falta, então? “O desenvolvimento de recursos tecnológicos pelas universidades e empresas, e a criação de novos programas de estímulo pelo governo federal, seriam importantes fatores para mudança desse cenário”, diz o pesquisador. Felipe Pimenta não tem dúvidas de que a energia eólica obtida no mar é viável economicamente. Segundo ele, os preços estão cada vez mais competitivos, principalmente devido a incentivos governa-

mentais – como acontece na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, secretários estaduais de Energia assinaram em junho deste ano a Carta dos Ventos, indicando ações para a promoção do desenvolvimento da indústria eólica no país. Querem a criação de um programa de incentivo financeiro, fiscal e tributário que atenda à cadeia produtiva do mercado eólico e a definição de um calendário anual de leilões exclusivos de energia eólica. Parece que os bons ventos começaram, enfim, a soprar.

Batatas ciclistas Na Holanda, um protesto bemhumorado em defesa da agricultura orgânica: ativistas vestidos de batatas andaram de bicicleta pela cidade para alertar sobre a importância de se plantar com segurança. Para saber mais sobre essas atividades, confira o website de cada país em www.greenpeace.org

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cartas e e-mails

clima

“Sou colaboradora há muitos anos e tive a oportunidade de conhecer o Arctic Sunrise. Queria agradecer imensamente pela oportunidade e compartilhar a emoção que senti ao entrar no navio e conhecer um pouco do cotidiano dos voluntários. Fico muito orgulhosa e contente por saber que temos pessoas engajadas e corajosas para embarcar no navio - literalmente- dos seu sonhos!!! Parabéns pelo trabalho! Eu daqui da terra continuarei com meu trabalho de formiguinha por um mundo melhor!” Carla Dray Marassi,

© Greenpeace/Lunaé Parracho

Urgência climática

por e-mail Você também pode mandar seu comentário, dúvida ou sugestão. Participe! Para nos contatar: REVISTA DO Greenpeace Rua Alvarenga, 2331 Cep: 05509 006 São Paulo SP

Mais de 80% da cidade de Trizidela do Vale, no Maranhão, ficou submersa por conta das fortes chuvas que caíram nos meses de maio e junho deste ano.

ASSOCIAÇÃO CIVIL GREENPEACE

O que os quase 135 mil desabrigados pelas enchentes no Norte e Nordeste do Brasil em maio deste ano têm a ver com os prejuízos milionários contabilizados no mesmo mês pelos agricultores do sul, vítimas de uma rigorosa seca? Bem mais do que os céticos querem fazer crer. Esses são exemplos do que está por vir se os governantes do mundo insistirem em não tratar o assunto mudanças climáticas com a urgência que o tema exige. É o que vem acontecendo nas negociações preparatórias para a Convenção de Clima da ONU, em Copenhague (Dinamarca) , que reunirá no final do ano lideranças de todo o mundo para definir o acordo que sucederá o Protocolo de Kyoto. Países como Japão, Rússia e Estados Unidos ainda estão longe de se comprometerem com metas de redução de emissão dos gases do efeito estufa que garantam que o aquecimento global não ultrapasse 2º C. Essa redução tem que ser de no mínimo 40% até 2020 e 95% até 2050, em relação aos níveis de 1990. Caso contrário as mudanças climáticas se tornarão irreversíveis. Na última rodada de negociação, realizada em Bonn (Alemanha) agora em junho, o Japão, por exemplo, apresentou meta de apenas 8% até 2020. “Na rota em que estamos, rumamos para um aquecimento de no mínimo 3ºC. Isso significa dizer adeus para metade da Amazônia, ver bilhões de pessoas sem casa por conta do aumento no nível do mar, lidar com o aumento de doenças como a malária e enfrentar secas, enchentes e furacões imprevisíveis”, diz o coordenador da campanha de Clima, João Talocchi. Para recuperar o tempo perdido, o presidente Lula e os demais chefes de estado têm que assumir pessoalmente a responsabilidade pelo sucesso das negociações climáticas que acontecerão em Copenhague. É agora ou agora!

Conselho diretor

Presidente Conselheiros

Diretor executivo Diretor de campanhas Diretor de campanha da Amazônia Diretor de comunicação Diretora de marketing e captação de recursos

Marcelo Sodré Eduardo M. Ehlers Marcelo Takaoka Pedro Leitão Raquel Biderman Furriela Marcelo Furtado Sérgio Leitão Paulo Adario Manoel F. Brito Clélia Maury

REVISTA DO GREENPEACE É uma publicação trimestral do Greenpeace

Editor Editora de fotografia Redatores

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Jorge Henrique Cordeiro (mtb 15251/97) Danielle Bambace Tica Minami Caroline Donatti Vânia Alves Danielle Bambace Gabi Juns D’lippi

Este periódico foi impresso em papel reciclado em processo livre de cloro. Tiragem: 34 mil exemplares. www.greenpeace.org.br

O selo FSC garante que este produto foi impresso em papel FSC.

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© Greenpeace/Felipe Barra

Ativistas do Greenpeace foram ao Senado entregar uma faixa de Miss Desmatamento para a senadora Kátia Abreu (DEM/TO), em homenagem à sua contribuição para a destruição da Amazônia. O protesto conseguiu adiar por um dia a votação da Medida Provisória 458, a MP da Grilagem, que trata da questão fundiária na Amazônia. A MP, no entanto, voltou à pauta do Senado. No dia seguinte, infelizmente, foi aprovada. Kátia Abreu é uma das líderes da bancada ruralista no Congresso e ferrenha defensora da atuação do agronegócio na região amazônica, que tantos problemas causam à floresta e seus habitantes.


© Greenpeace/Nick Cobbing

1 de julho de 2009 Groenlândia Depois de encerrar uma visita pela América Latina que incluiu a expedição brasileira Salvar o Planeta. É Agora ou Agora, o navio segue agora para o Ártico, onde registrará os impactos das mudanças climáticas na região. O Arctic Sunrise já havia participado de campanhas no Pólo Norte, contra o projeto inglês Northstar de extração de petróleo. ARCTIC SUNRISE

17 de setembro de 2009 Rarotanga, Ilhas Cook O maior navio do Greenpeace está em Rarotonga, nas Ilhas Cook, no sul do Oceano Pacífico, para apoiar a campanha de combate ao aquecimento global. O Esperanza retorna à região onde desenvolveu, no ano passado, em conjunto com vários pesquisadores, o projeto A Trilha das Grandes Baleias, para conhecer o movimento migratório das jubartes pelos oceanos.

Para acompanhar o paradeiro dos navios em imagens ao vivo acesse: http://www.greenpeace.org/international/photosvideos/ship-webcams

RAINBOW WARRIOR

ESPERANZA

28 de maio de 2009 Ilha de Arousa, Espanha Está em expedição pela proteção dos oceanos no Mediterrâneo. A Espanha fez uma atividade subaquática clássica e abriu uma faixa próximo à Ilha de Arousa, para expor os efeitos das mudanças climáticas na biodiversidade marinha. O Rainbow Warrior é um veleiro inglês construído em 1957.

Os navios e botes são plataformas fundamentais para o trabalho do Greenpeace. Essa frota verde viaja pelos quatro cantos do mundo e funciona como um verdadeiro escritório móvel – seja para expor e confrontar os responsáveis pelos crimes ambientais, seja para documentar as agressões à natureza em áreas remotas do planeta.

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© Greenpeace/Paul Hilton

© Greenpeace/JJ Candan


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