Revista Junho 2017

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Casa Cheia - Evento apresenta alternativas de produtividade

Confinar 2017 apresenta inovações para a pecuária de corte

Economia Veja como está o mercado pecuário em MS


Análise

conteúdo

Editorial – Mensagem do Presidente

03 análise 04 leite 07 confinar 2017 08 tecnologia 10 visita técnica 12 artigo 14 software 16 encontro de jovens 17 capacitação

Amigos produtores, Com este cenário desafiador em que mais uma vez o agronegócio mostrou o porquê veio, temos de reforçar cada vez mais nossa união. Na evolução do agronegócio é importante lembrar que a sustentabilidade é a palavra chave da produção. Neste mês de junho, no dia 5, é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, e por isso, nesta edição trazemos um artigo do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) elencando ações voltadas à produção sustentável. Tem me chamado a atenção o número de jovens envolvidos em ações voltadas ao meio rural. Prova disso é o Famasul Jovem e MNP Jovem. Os últimos dois eventos totalizaram mais de 800 jovens, reunidos com o objetivo principal de despertar o interesses pelo setor que, cada vez mais pujante, necessitará de sucessores altamente preparados para um Brasil, que sem sombra de dúvidas, chegará entre as maiores economias mundiais.

Sindicato Rural de Campo Grande- MS Rua Raul Pires Barbosa, nº116 Miguel Couto - Cep 7904-150 Campo Grande - MS (67) 3341-2151 / 3341-2696 srcg@srcg.com.br Diretoria-gestão 2016/2018 Presidente - Ruy Fachini Filho Vice Presidente - Thiago Arantes Segundo Vice Presidente - Tereza Cristina C. Da Costa Dias Secretário - Wilson Igi Segundo Secretário - Rafael Nunes Gratão Tesoureiro - Alessandro Oliva Coelho Segundo Tesoureiro - Pedro De S. Junqueira Netto Conselho Fiscal Fiscal - Abílio Leite De Barros Fiscal - Antônio De Moraes Ribeiro Neto Fiscal - Laucídio Coelho Neto

Projeto Gráfico

Jornalistas responsáveis: Diego Silva Tarcisio Silveira Designer gráfico: Alexandre Butkenicius

Outra informação é o grande número de participantes do 20º Encontro Técnico do Leite, que reuniu produtores rurais da região e de outros estados. Percebemos que cada vez mais o produtor esta atento às informações, na busca por inovação, em que o foco é o aumento da produtividade. No momento em que o leite passa por uma situação difícil no Estado, para melhorarmos a produção e aumentarmos a produtividade, sem dúvida, o Encontro Técnico do Leite foi essencial para despertar, a necessidade de inovação. Você pode conferir os detalhes sobre o mercado da pecuária de corte, inovações empregadas nas propriedades de leite, ações do Sindicato Rural de Campo Grande e da Famasul nos textos a seguir. Uma excelente leitura.

ruy fachini filho Presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho

Analista econômico projeta sinais de recuperação para o mercado pecuário no 2º semestre A sinalização para o segundo semestre é de estabilidade ou apenas leves altas para o mercado do boi gordo no Brasil. A previsão é do analista sênior do Rabobank Brasil, Adolfo Fontes. “Temos de analisar do ponto de vista de uma produção mais intensificada, não só a questão de preços da arroba do boi, que no momento estamos um pouco sem referência no mercado dada as últimas circunstâncias do setor”. O olhar do analista está direcionado à realidade do campo: “Estruturalmente temos um cenário de bezerros mais baratos, em relação ao que era praticado no ano passado. O milho também está mais baixo do que o negociado no ciclo anterior, com uma expectativa de queda ainda maior para o período de safrinha. Então teremos oportunidades boas para travar custos em um patamar muito baixo. Nesse momento é necessário dividir a estratégia de venda em alguns cenários possíveis, de curto, médio e longo prazo”, esclarece. Registros positivos de consumo de carne no mercado interno, como alcançados em 2014 segundo o analista, só em 2019. “Em termos de fundamentos, o segundo semestre deste ano, deveria ser melhor que os anteriores, primeiro devido aos indicadores econômicos que estavam em uma toada muito positiva, no ponto de vista de recuperação de emprego, já a partir já do mês de abril deste ano. Ou seja, tudo indicava para que pudéssemos crescer o consumo interno no segundo semestre, que corresponde a 80% da nossa produção, portanto, uma grande importância na formação de preços. E agora, já não sabemos mais se as reformas que tramitam no Congresso vão passar ou não, é uma visão que nenhum outro analista poderia afirmar, já que não temos uma visão clara do que possa acontecer. Temos de esperar um pouco para definir isso”, explica Fontes. Apesar da queda do preço do boi gordo, mantivemos uma margem está positiva. Mas em 2018, o cenário será ainda melhor. E para chegar até lá, ele indica o uso de ferramentas que possam travar a receita dos pecuaristas, focando na margem e dividindo estratégias, não só pensando a curto prazo. “Ferramentas

como bolsa de valores e bancos podem nos auxiliar no travamento da receita. Precisamos lembrar que o gado que compramos hoje, será comercializado daqui seis meses ou um ano, de acordo com o sistema em que se está trabalhando, e isso fazer parte das contas”, detalha. Em relação ao mercado internacional Adolfo Fontes seleciona três países para apresentar possíveis posicionamentos. “Forma-se um cenário bastante interessante. A moeda, com toda a volatilidade que aconteceu no pós Trump, tudo indica que começa a se assentar. Temos também o Egito, grande comprador brasileiro de carnes, que saiu do mercado, por perder muito valor da moeda deles em relação ao dólar. A tendência é que essa situação vá se normalizando. E também podemos citar a China, que está comprando muito mais. Além das temos possibilidades de abertura de novos mercados”, destaca. “Mostramos que temos capacidade de passar informações em momentos de crise, pós Operação Carne Fraca, por exemplo. O Brasil está muito bem estruturado para ocupar espaços no mercado internacional, mas precisamos arrumar a casa, para que não tenhamos tanto soluços como acontecem em 2017”. Fontes é analista e atua no desenvolvimento de pesquisas na área de proteína animal. Além disso, o executivo ocupou por cinco anos o cargo de coordenador de inteligência de mercado para uma grande empresa líder no setor de nutrição animal, além de ter atuado na área de pesquisa e consultoria para outras empresas.

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Assistência técnica é chave para produtividade do leite Segundo zootecnista mais de 90% das propriedades têm a nutrição do rebanho como principal dificuldade Com produção em queda e produtividade abaixo da média nacional Mato Grosso do Sul tem a alternativa de avançar na bovinocultura do leite, mas para isso precisa se abrir à assistência técnica. A afirmação do presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Fachini Filho, foi direcionada a cerca de 250 produtores, técnicos e estudantes do setor, que participaram do Encontro Técnico do Leite, no dia 02 de junho, na Capital. “Sabemos que 80% dos produtores de leite de Mato Grosso do Sul são de pequeno porte, que produzem em média 87 litros de leite por dia. Esta realidade não é suficiente para se estabilizar na atividade, para isso, seria necessária uma produção mínima de 300 litros ao dia. E só chegaremos a este número relativamente confortável com mais assistência técnica”, pontua o dirigente. Entre as informações do 20º Encontro Técnico do Leite, o zootecnista da Cooperideal, Adilson Luis Gastaldello Júnior, afirmou que 90% das propriedades que se dedicam ao leite, enfrentam dificuldades na alimentação do rebanho. “A nutrição é onde esbarra a produtividade; é na produção de alimento volumoso de qualidade e em quantidade suficiente para rebanho. O produtor deve entender qual a melhor maneira de fazer com que o custo seja viável, oferecendo comida suficiente para não prejudicar sua receita”, enfatiza. 04 INFORMATIVO OFICIAL SINDICATO RURAL

Sobre o papel da assistência técnica neste cenário o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), Maurício Saito, destacou durante o evento que, por meio do Senar/MS, cerca de 1000 propriedades são assistidas pelo Mais Leite. “Apenas o conhecimento poderá mudar a realidade deste mercado. As propriedades de Mato Grosso do Sul produzem em média mil de leite por dia, volume muito inferior à média nacional de 1,5 mil litros ao dia”, reforçou. Entre os programas gratuitos de assistência ao produtor de leite, Mato Grosso do Sul conta também com o Leite Forte, programa do Governo do Estado, que atende mais de 800 propriedades. O caso de sucesso do p r o d u t o r rural de Bandeirantes, Waldemar Goldinho foi apresentado no evento. Há 9 anos ele acreditou no trabalho de assistência técnica e evoluiu sua produtividade. Ele produzia cerca de 170 litros ao dia e atualmente ultrapassa os 1000 litros de leite. Referindo-se a hectare ao ano, a propriedade saltou de 1000 litros, para 7000, apenas ajustando algumas questões de manejo.

“Isso mostra que é possível, com ferramentas que os produtores já possuem em suas propriedades, gerar receita e viver da pecuária leiteira”, afirma Gastaldello, referindo-se ao caso do senhor Waldemar. O palestrante acrescenta que o cenário poderia ser melhor se não houvesse resistência à inovação por parte dos pecuaristas, e justifica os motivos. “Existe sempre um bloqueio, uma vez que empresas de diferentes formas, costumam levar pesadelos em vez de soluções. Outro entrave é a logística, com estradas ruins e propriedades distantes, a indústria acaba tendo de repassar um valor pelo leite abaixo dos preços de outros estados, principalmente por conta do transporte”, relata. Como solução para lidar alguns custos o palestrante indica o aumento. “Aumentando a escala conseguimos diluir os custos com transporte, por exemplo, mas também é necessário que o Governo interfira com as melhorias possíveis para que avancemos no escoamento da produção”, enfatiza Gastaldello.

De acordo com a produtora e diretora do Sindicato Rural de Campo Grande, Aurora Real, as propriedades que se abrem para assistência técnica possuem maior potencial de sucesso. O Sindicato luta por isso, com mais capacitação da porteira para dentro e reconhecimento da porteira para fora. “Entre os nossos desafios no setor está o aumento do espaço da matéria-prima no mercado. Escutamos muito a história de que Mato Grosso do Sul tem perdido lugar no Brasil e nos preocupamos em chamar a atenção do setor quanto a preço, incentivo e criação de políticas públicas”, afirma. “Precisamos manter esta união e fortalecer a categoria para ficarmos em local de destaque na cadeia produtiva. Assim nos firmamos no mercado, valorizamos produto e o produtor”, conclui.


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Pedidos ao Governo do Estado de MS O diretor do Sindicato Rural de Campo Grande, Wilson Igi, solicitou, o Governo do Estado de MS, alguns critérios para que a pecuária leiteira se torne mais competitiva. Entre as demandas ele reforçou a necessidade de diminuição do ICMS para o leite a granel e produtos industrializados, com o objetivo de viabilizar a comercialização interestadual. “Precisamos também da ampliação do número de propriedades assistidas pela assistência técnica gratuita, de estímulo à indústria para diversificação do mix de produtos e que sejam estimuladas também quanto a elaboração do contrato de compra e venda”, afirmou Igi. Ele acrescenta ainda o benefício que traria aos produtores: a isenção do ICMS da energia elétrica nas propriedades que se dedicam a este segmento. O secretário adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Ricardo Senna, que no ato representou o Governador Reinaldo Azambuja, conhecedor do nível em que estão elevados os debates com relação ao ICMS entre o setor e o Estado, comprometeu-se em interferir positivamente para que sejam aceleradas as tratativas. O 20º Encontro Técnico do Leite contou com o patrocínio do Sistema OCB/MS, Banco do Brasil, Sistema Famasul, Sebrae, Tortuga | DSM, J.A. Saúde Animal, Silems e Real H.

Confinar 2017: Diretor do SRCG fala da informação como insumo do Agro durante evento Entre os dias 23 e 24 de maio, Campo Grande sediou o Confinar 2017 – simpósio sobre confinamento de gado de corte. O evento contou com a presença de mais de 1,2 mil pessoas e abordou temas como Mercado, integração, sustentabilidade, tecnologia, entre outros. O diretor secretário do Sindicato Rural de Campo Grande, entidade apoiadora do encontro, Wilson Igi, participou da abertura, representando o presidente da instituição, Ruy Fachini Filho. “Com certeza, são eventos como o Confinar que fortalecem o agronegócio. Quando o produtor se torna um empreendedor rural e tem consciência do seu negócio, ele vê a informação, como um insumo de produção e acaba investindo em encontros tecnológicos, como este”, acrescentou o dirigente. Na mesma linha, o presidente do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Mauricio Saito, reforçou: “O conhecimento aplicado aos sistemas produtivos, por meio do empreendedorismo dos produtores rurais, é a melhor estratégia para superar os momentos de instabilidades”.

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Durante o evento, Saito destacou “Precisamos catalisar nossa gestão. É isso que vejo hoje em eventos como Confinar, que permite que adotemos novos conhecimentos”, acrescentou. O organizador do evento, diretor da Beef Tec, Rodrigo Splenger, destacou que o evento abordará temas que mostram a percepção atual do setor. “O objetivo é levar informação de qualidade ao produtor rural”, salientou reforçando também sobre os temas que serão tratados nos dois dias de evento: mercado, integração, produção e sustentabilidade. Estiveram presentes na cerimônia de abertura, o diretor tesoureiro do Sistema Famasul, Luis Alberto Moraes Novaes; o diretor executivo da instituição, Lucas Galvan; o terceiro diretor secretáriodaFamasul,AndréBartocci,o presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, Marco Garcia; superintendente da Semagro, Renato Roscoe, o presidente da Associação de Novilho Precoce de MS, Nedson Rodrigues, Produtores e o diretor do Sindicato Rural de Campo Grande, Rafael Gratão.

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tecnologia

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Tecnologia: Software como ferramenta de gestão pode otimizar o desempenho pecuário Imagine se apenas com o celular você conseguir fazer todo o gerenciamento de custo da sua propriedade. Mais do que isso, se puder ter também, ao alcance das mãos, uma ferramenta de controle técnico. Tudo isso já é possível, por intermédio de um aplicativo, chamado JetBov. O software é explicado por Xisto Alves de Souza Junior, diretor da empresa, como uma plataforma de gerenciamento rural, focado na pecuária de corte, nos sistemas de cria, recria e terminação. “O aplicativo simplifica a gestão, onde primeiro é coletado os dados em campo, funcionando off-line, integrando com informações de brincos e balanças eletrônicas. A partir de então, os números vão para o sistema e assim o produtor consegue acompanhar as métricas que são fundamentais para mensurar o desempenho da fazenda”. Essas métricas, citadas pelo especialista, são sobre lotação da propriedade, ganho de peso, lucro por hectare. “Ou seja, o criador tem o acompanhamento tanto da parte de produção, como da parte financeira. Assim, o produtor tem uma visão bem clara e fácil a respeito de como está a sua lucratividade”, explica. O JetBov calcula o desempenho 08 INFORMATIVO OFICIAL SINDICATO RURAL

da porteira para dentro. “É possível, por exemplo, saber como está a parte produtiva, quais são as vacas que estão produzindo mais terneiros, ou então, as matrizes de maior eficiência produtiva”. Xisto acrescenta que os dados podem ajudar na tomada de decisões mais assertivas por parte dos empresários rurais. O aplicativo vem para otimizar o desempenho pecuário. “Hoje vemos muitas tecnologias no meio rural para a parte nutricional, para genética, pastagem. Só que o produtor sempre precisa olhar isso junto com a rentabilidade, para evitar qualquer tipo de prejuízo. O Jet Bov consegue colocar tudo de uma forma bem visual e fácil de entender. Tudo bem intuitivo”, afirma Xisto, que acrescenta que o modelo foi desenvolvido juntamente com um grupo de produtores, exigindo pouco tempo e esforço dos usuários. “O diferencial está no acesso a informações de qualidade para se obter margens melhores”. Acompanhamento – Em um determinado período de instalação do aplicativo, há o acompanhamento do rebanho da propriedade. “A única restrição que se tem para aderir ao Jet Bov é ter acesso à internet, nem que seja não-contínuo. Com isso, podemos dar uma maior flexibilidade

ao produtor, que pode usar o sistema em em crescimento”. qualquer computador, ou até em mais Para utilizar o Jet Bov, o produtor pode de um equipamento, pode ser usado por fazer um test drive, basta acessar o site funcionários ”. da empresa, cadastrar um login e uma O que o Xisto quer dizer é que pode senha e, a partir de então, são liberados 21 usar o Jet Bov funcionários, gestores dias de utilização gratuita. “O pecuarista e outros sócios da propriedade. “Dá terá acesso a todas as funcionalidades, segurança ao produtor de saber que ele vai poder baixar o aplicativo, conseguir não vai perder a informação, como pode avaliar todo o sistema e cadastrar os acontecer numa caderneta de campo ou animais na ferramenta. Vamos poder nos arquivos de um computador”. O preço ajuda-lo nesta jornada de produzir, com é acessível, com foco nas pequenas e qualidade e eficiência”. médias áreas, com planos iniciais de R$ Por intermédio de videoconferências, 39,90 por mês em propriedade de até 50 o produtor e/ou administrador poderá hectares. Não precisa de investimento inicial. Garantindo de imediato todo o interagir e tirar dúvidas com os colaboradores da empresa. “O aplicativo acompanhamento técnico necessário. lembra outras redes sociais que o homem A tecnologia do Jet Bov já atingiu do campo já está acostumado. Há casos todo o Brasil e está há quase dois que o produtor ganha, por exemplo, 30% de anos no mercado, com clientes até tempo, se comparado ao método manual mesmo na Bolívia e mais de 150 mil de controle de gestão. Economiza tempo animais administrados na plataforma. e dinheiro. Já temos clientes que estão A empresa é associada da EsalqTEC. no caminho do programa de certificação, “Participamos no ano passado de utilizando o JetBov”. programas de aceleração InnovaAtiva Até o momento, a empresa atua em e Ace. Somos uma das quatro entre mais de 700 empresas escolhidas para 250 propriedades, com meta de chegar participar da aceleradora”. Voltada à em mil empresas rurais até o final do ano. inovação empresarial, a ACE é feita para o empreendedor de alto impacto, pois conta com soluções para cada uma das etapas de evolução do modelo de negócio. Denominados como “viciados INFORMATIVO OFICIAL SINDICATO RURAL 09


visita técnica

Déficit de mão de obra qualificada no campo ainda é realidade Diego Silva – diego@agroa.com.br

O último censo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ainda coloca a agropecuária como o setor que mais empregou em Mato Grosso do Sul nos últimos meses. Porém, ainda falta mão de obra qualificada que atenda pequenas e grandes propriedades.Essa é a principal queixa da pequena produtora de leite, Malvina Ferreira, que junto do marido, administram uma área deFerreira, que junto do marido administra uma área de 9.8 hectares, e ordenham 12 vacas, que produzem diariamente 70 litros de leite. Há cerca de três anos a propriedade de Malvina, Chácara São José, em Sidrolândia, é assistida pelo Programa Mais Leite do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (Senar/MS). Entre suas principais conquistas neste tempo foi conciliar a diminuição do rebanho com o aumento da produtividade. “Com muito mais vacas em lactação eu tirava cerca de 50 litros de leite. Bastou atender as orientações dos técnicos, que nos desfizemos de alguns animais, adquirimos o u t r o s , planejamos melhor a alimentação das vacas, e passamos a produzir 20 litros a mais por dia, uma grande diferença na nossa receita”, afirma a produtora rural. Sobre os entraves na região do

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assentamento Bafo da Onça, ela destaca a falta de mão de obra qualificada. “Tenho a área e o dinheiro para investir, mas faltam profissionais que façam serviços de qualidade. Um tratorista para arar a terra, por exemplo, me custa cerca de R$ 150 por hectare. Sempre que necessário, preciso que passe duas mãos, somando R$ 300 cada hectare, mas quem está disponível para o serviço, muitas vezes não apresenta qualidade”, coloca como exemplo dona Malvina. Segundo ela um grupo de produtores se uniu na busca pela alternativa de comprar um trator em sociedade, porém, na fase de contratar um profissional para guiar o maquinário, poderão enfrentar problemas. “Não é um serviço tão difícil, mas também não tão fácil que qualquer um possa fazer. É preciso ter experiência, e após comprarmos esse trator, teremos de nos reunir e decidir o que fazer, já que profissional está em falta”, destaca. Malvina abriu a porteira para cerca de 23 alunos que se formam técnicos em agronegócio ao fim deste primeiro semestre do ano. São estudantes do polo do Sindicato Rural de Campo Grande, do curso do semi-presencial do Senar. Durante a visita tiveram a oportunidade de conhecer a realidade e dificuldades de um assentamento, onde por muito tempo faltou orientação técnica, empreendedorismo, onde as inovações esbarram na burocracia e a mão de obra chega de forma limitada. Após a visita à propriedade a aluna do curso Técnico em Agronegócio, Daniele Ramos, avalia a proprietária como uma empreendedora do campo. “Apesar de uma chácara pequena e das atividades serem feitas apenas pela proprietária e seu

esposo, esses detalhes não são empecilhos para se empenharem e tirarem renda da terra. Eles foram atrás de programas de incentivo e ampliaram seus negócios”, ressalta Daniele.

Com alto custo e outras dificuldades documentais, acaba comercializando apenas na propriedade, perdendo a possibilidade aumentar sua renda devido os desafios.

“São 84 animais, de mamando a caducando, o casal trabalha menos de 4 horas por dia para retirar o leite. E dentro desta rotina existem grandes preocupações, entre elas, em especial, a genética, já que optam por raças mistas e girolando, a atenção do casal também está dividida entre a qualidade do leite que encaminham para indústria, o processo de resfriamento, temperatura, teste de acidez e monitoramento de possível mastite entre as vacas em lactação. São inúmeros processos e preocupações que dividem a atenção do casal e que os tornam verdadeiros empreendedores, uma vez que garantem qualidade na entrega ao laticínio Camby”, enfatiza. “Com a parceria da Assistência Técnica promovida pelo Senar/ MS, no programa Mais Leite, percebo que a produtora se estimula e projeta novas metas pessoais e de aumento na produção e produtividade”, completa Daniele.

Segundo o veterinário e técnico do Senar/MS, responsável pelas orientações à propriedade, André Tiago Lima, a assistência técnica e gerencial teve um papel primordial no desenvolvimento da propriedade. “A partir do nosso trabalho, conseguiram diminuir os custos e aumentar a rentabilidade. Usar os dejetos no pasto, reaproveitamento de resíduos, armazenamento correto de medicamentos, água de qualidade servida aos animais, são algumas das ações que melhoraram na Chácara. A importância assistência técnica está neste cenário e deve ser valorizada. Qualquer outro produtor teria de desembolsar cerca de R$ 700 em um curso de Inseminação Artificial por Tempo Fixo, por exemplo, hoje dona Malvina faz toda essa tarefa, com nosso apoio, gratuitamente”, exemplifica. A meta da propriedade até o fim de 2017 é passar a produção diária de leite de 70 litros para 150.

Para aumentar sua produtividade Malvina contou com apoio das linhas de crédito do Governo Federal. Ao todo, segundo a produtora rural, foram cerca de R$ 80 mil investidos na propriedade, por meio do Pronaf, Custeio e Mais Alimento. Como alternativa para driblar os baixos preços, a produtora rural Malvina chegou a beneficiar sua produção, criando doces e queijos que aumentaram sua rentabilidade, mas, segundo ela, essa estratégia esbarrou na burocracia para se conseguir a emissão do Serviço de Inspeção Municipal (SIM).


artigo

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pecuária. Diante da dimensão e da diversidade de realidades encontradas entre os pecuaristas e as regiões de produção, o GTPS optou pelo papel de agente promotor do desenvolvimento sustentável da cadeia, através da articulação entre os atores, proporcionando maior acesso à informação e estimulando a melhoria contínua. Foram, então, objetivos deste Grupo, o desenvolvimento de ferramentas para apoio à adoção de boas práticas e à avaliação da evolução dos critérios de sustentabilidade.

A atuação do GTPS na cadeia de valor da Pecuária Brasileira Beatriz Domeniconi – Coordenadora Executiva do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável – GTPS.

A pecuária é uma das principais atividades econômicas do Brasil e uma das atividades mais relacionadas à ocupação territorial e estabelecimento da população no interior do país. Seus produtos movimentam não apenas a economia como a cultura, a saúde e o estilo de vida das pessoas em diversas regiões. No entanto, embora tenha tamanha relevância benéfica à sociedade, especialmente na última década, atividade pecuária tem sido apontada como grande vilã dos impactos ambientais e o consumo de seus produtos tem sido fortemente desestimulados, como sugestão para a redução dos impactos causados pela atividade. Em 2007, época em que o Brasil já havia se consolidado como importante player do mercadomundial de carne bovina, que a preocupação com o meio ambiente já não era mais novidade e passou a ser discutida como possível critério para comercialização de produtos, um grupo empresas frigoríficas, instituições financeiras e ONGs atuantes no Brasil passou a se reunir para discutir suas preocupações com relação à produção e à comercialização sustentável de produtos da pecuária. Nesse mesmo período, em outras cadeias de commodities do agro, a formação de “mesas redondas” tinha se tornado a melhor resposta ao mercado para a criação do diálogo entre os elos da cadeia e a busca por soluções comuns ao desafio da produção sustentável. Foi então que, ao serem incluídos representantes de produtores e de empresas de comércio e serviços, foi formado o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável. Completando 10 anos de existência, o GTPS é uma associação constituída formalmente e que conta com seis categorias de associados diretamente ligados à cadeia de valor – ‘produtores’, ‘indústrias’, ‘sociedade civil’, ‘instituições financeiras’, ‘insumos e serviços’ e ‘varejo e restaurantes’ – e uma categoria de ‘colaboradores’, na qual estão representadas instituições de pesquisa e ensino, organizações do governo e outros atores com influência e interesse indiretos no desenvolvimento da atividade pecuária. Diferentemente das demais mesas redondas, o GTPS não buscou desenvolver um sistema de certificação para garantir a sustentabilidade dos produtos da

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Além disso, o GTPS assumiu o importante papel de disseminar, nacional e internacionalmente, as boas iniciativas realizadas no campo da pecuária envolvendo diversos modelos de parcerias entre atores de diferentes segmentos públicos, privados e do terceiro setor. Hoje, o modelo de grupo de trabalho, mesa redonda ou diferentes coalizões multissetoriais tem ganhado força e tem sido cada vez mais utilizado em diferentes cadeias e países. No segmento de pecuária de corte, existe uma iniciativa global que reúne diferentes iniciativas regionais e empresas com atuação multinacional - a Global Roundtable for Sustainable Beef – GRSB. Atualmente, o GTPS não apenas é membro da diretoria deste grupo como também ocupa o cargo de Vice Presidência, representado pelo Francisco Beduschi, presidente do GTPS. Para Francisco “este é um importante canal de comunicação entre a pecuária brasileira com os demais países nos quais a preocupação com a responsabilidade socioambiental nos sistemas produtivos vem crescendo a cada ano e, consequentemente, influenciando as relações comerciais. É uma excelente oportunidade para o Brasil participar ativamente das discussões que buscam direcionar a evolução da atividade no mundo”. Dentre os grandes objetivos da mesa global de pecuária sustentável, está o apoio ao desenvolvimento de iniciativas regionais que promovam a articulação das cadeias e o seu desenvolvimento sustentável. Para a Mesa Global, o modelo de governança estabelecido no GTPS é reconhecido como um caso de sucesso que deve ser observado e replicado em países da América Latina onde não apenas os sistemas de produção podem ser semelhantes, mas também grande parte das empresas e demais atores envolvidos (bancos, ONGs, redes de varejo) é comum. O GTPS já esteve em algumas reuniões promovidas por entidades do setor na Colômbia, México, Uruguai e também já recebeu representantes de entidades Paraguaias para assistirem à reunião de Conselho Diretor e tomar como exemplo para o desenvolvimento de um “GTPS no Paraguai”. O Brasil é um grande produtor e exportador de produtos agropecuários e tem um enorme potencial para continuar ocupando posição de destaque no mercado mundial. Também é no Brasil que se concentra grande parte dos recursos naturais remanescentes, fato que justifica a restritiva legislação ambiental vigente no país. Unidas, demanda crescente pela produção de alimentos e necessidade de conservação ambiental, configuram a necessidade do desenvolvimento sustentável das cadeias de valor. Com o objetivo de promover a adoção, em escala, das boas práticas agropecuárias, a adoção de tecnologias que melhorem os sistemas de manejo, a qualidade de vida dos animais e dos trabalhadores rurais, o GTPS promove reuniões, seminários, dias de campo e participa de diferentes iniciativas de atores parceiros, com o intuito de levar ao maior número de produtores e demais atores relacionados à atividade pecuária a mensagem de que pecuária sustentável é aquela que é eficiente no uso de seus recursos, respeita as legislações vigentes e que está em constante evolução.

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software

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concentra três partes: primeiro, são coletados dados da propriedade, depois integra com informações do mercado e da indústria e por fim é feita a melhor proposta de comercialização.

diversas empresas. “Conquistamos nos dois anos investimentos de instituições. Recebemos prêmios internacionais e agora estamos tentando desenvolver em outros países, como Brasil e Austrália”.

O produtor precisa ter o hardware instalado na propriedade, de baixíssimo custo, podendo monitorar um rebanho de número considerável. “Depois disso tem que ter um aplicativo e todo processo é feito em web. É tudo intuitivo”.

“Estamos buscando outros fundos para concluir este projeto, que já tem clientes interessados e as principais indústrias frigoríficas têm interesse na Beef Trader. Essa tecnologia será de pouco baixo, mas ainda é difícil precificar. Nossa solução é business to business”, acrescenta Albertine.

O projeto é desenvolvido junto à USP. No laboratório tem muitos parceiros integrados à iniciativa, como Fapesp e

Ferramenta online permite negociação entre confinadores e frigoríficos Estreitar e trazer transparência nas negociações entre confinadores e frigoríficos. É com este objetivo que a Arrobatec, empresa que tem como parceira a EsalqTec, criou o Beef Trader – um software que pode auxiliar o produtor rural na tomada de decisões. A iniciativa, ainda em fase experimental, passa pelos últimos ajustes para entrar no mercado. Para o gerente da empresa, Tiago Albertine, a plataforma permite ao produtor maximizar o lucro, tirando o animal para comercialização no melhor momento. Para a indústria, o maior benefício é o monitoramento da carcaça. “Acompanhamos a curva do lucro do animal, quando o mesmo está no confinamento e a partir do momento que o bovino começa a dar prejuízo, a plataforma sugere a venda imediata”. Tecnologia aliada a gerenciamento – “Com o aplicativo a margem de lucro pode

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aumentar até 30%”. Esta é a avaliação de Albertine que explica também que a indústria frigorífica tem acesso a opções de compras em diferentes localidades. “Além disso, o empresário industrial pode pensar no seu comprador, tanto externo como interno, em termos de qualidade da carne”. É literalmente de ponta a ponta. “Nós temos contratos inteligentes que permitem que as duas partes façam propostas e a negociação física ocorre fora da nossa plataforma, sem a intervenção da Beef Trader”. A plataforma é web , mas há também a instalação de uma rede local, que funciona mesmo sem internet, com uso de câmeras e balanças inteligentes nos bebedouros. “São equipamentos de baixo custo, para peso, acabamentos, permitindo controlar a lucratividade”. Segundo o especialista, todo o processo

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encontro de jovens

entrevista

Para valorizar sua produção o produtor precisa se reciclar, destaca Wilson Igi

Jovens se reúnem em encontro e mostram que liderança independe da idade Nos dois encontros de jovens da agropecuária realizados em 2017, recorde de público mostra engajamento do setor Nos dois encontros de jovens da agropecuária realizados em 2017, recorde de público mostra engajamento do setor Três Lagoas e Dourados. Estes foram os dois municípios que, em maio deste ano, foram palcos da representatividade rural. As cidades foram sedes do Encontro Jovens da Agropecuária e registraram públicos recordes em suas realizações, além de mostrar como a união do setor produtivo pode modificar e elevar o desempenho do mundo Agro. Em Dourados, o 1º Encontro Jovens da Agropecuária foi realizado durante a Expoagro 2017, uma das principais feiras do setor produtivo, contabilizando um público superior a 500 pessoas, totalmente heterogêneo, formado por produtores, estudantes, empresários e trabalhadores de todas as gerações. A plateia acompanhou as palestras e participou ativamente do evento. Na abertura, o presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, parabenizou a Comissão Famasul Jovem pela organização do encontro e destacou o quanto a participação dos jovens do agro no evento reflete o cenário atual do Brasil. “Algo positivo de toda essa crise política e moral que nosso país atravessa nos últimos anos, sem dúvida, é o maior envolvimento do público jovem em causas sociais, políticas e econômicas”, afirmou. Já o presidente do MNP – Movimento Nacional de Produtores e diretor do Sindicato Rural de Campo 16 INFORMATIVO OFICIAL SINDICATO RURAL

Grande, Rafael Gratão, um dos organizadores do evento, também contextualizou a grande participação dos jovens no evento. “O futuro não só do Brasil, mas também da nossa família, empresa e faculdade está no jovem. As mudanças que mais vão impactar o Brasil estão acontecendo agora “. Durante o evento em Dourados, o escritor, cartunista, colunista, diretor e apresentador do programa Café Brasil, Luciano Pires, ministrou a palestra ‘Liderança Nutritiva’, ressaltando o desafio das novas gerações no âmbito profissional e desenvolvimento pessoal, e também em como a evolução do mercado nas duas últimas décadas resultou em mudanças comportamentais e de relacionamento. O sucesso em Dourados se repetiu em Três Lagoas, onde o Encontro comprovou o interesse do público jovem em conhecer melhor o setor produtivo e se inteirar das ações realizadas em prol do desenvolvimento regional e nacional. Realizado no dia 31 de maio, a edição reuniu 350 pessoas do município e região. Um dos palestrantes mais esperados foi o jornalista e doutor em Pedagogia, José Luiz Tejon Megido, que reforçou a responsabilidade do público jovem em contribuir para o desenvolvimento da economia brasileira. Já o produtor rural, André Bartocci, afirmou, em sua palestra, que levará em consideração a necessidade dos jovens se capacitarem para lidar com um cenário cada vez mais profissional, e volátil ao mesmo tempo. “O momento atual, que inclui questões envolvendo a indústria, nossa economia mundial e brasileira, sabemos que deixará uma ruptura e ficará mais clara essa situação, sobre quem está surfando na onda. E quem não pegou a onda, vai ter de nadar um pouco para chegar até ela”, reforçou considerando a necessidade de busca de conhecimento, que capacite quem participa do meio rural. Como tudo começou - Em 2016, o Sindicato Rural de Campo Grande deu o pontapé inicial a um evento que, em pouco tempo, veio mostrar como a liderança jovem rural está unida e capaz de realizar uma verdadeira mobilização. Para o presidente da instituição, Ruy Fachini Filho, reunir a nova geração mostra comprometimento com futuro. “Quando mais preparados esses líderes estiverem, mais a chance de um Agro mais evoluído”.

Há mais de duas décadas: pecuarista. Inicialmente, dedicado à genética Canchim, comercializando touros e matrizes em exposições. Há 11 anos, produtor de leite na Estância Alvorada, em Nova Alvorada do Sul. Estamos falando de Wilson Igi, diretor secretário do Sindicato Rural de Campo Grande, que fala sobre a necessidade do produtor rural de se inovar. Igi afirma que migrou para o leite em busca por renda certa e mensal, que proporcionasse investimentos, entre os quais estavam os que proporcionaram a formação de seus dois filhos: um é hoje médico cirurgião pela Santa Casa de São Paulo e endoscopista pelo Hospital Sírio Libanês, e uma filha recém administradora de empresas, funcionária da Kroton, maior instituição de ensino do mundo. Como iniciou sua relação com o Sindicato Rural? Ao visitar o Sindicato Rural de Campo Grande, durante a gestão do produtor Hélio Coelho, fui convidado a indicar um nome para que se tornasse seu sucessor. Ele me apresentou uma lista de três nomes e, sem titubear, apontei o nome de Antônio Moraes Neto (Toninho Moraes) que, na época, participava efetivamente da Acrissul. Eu o considerava muito competente para gerir o sindicato. Depois de alinhamentos com o então presidente Hélio Coelho, Toninho foi candidato e ganhou a eleição. Para minha surpresa, Moraes incluiu meu nome em sua chapa, foi aí que comecei como segundo secretário da casa, em 1995. A partir de então participei de todas as gestões, exceto a do ex-presidente Rodolfo. No tempo que acumula como produtor, quais foram os principais obstáculos? Os desafios foram vários. No gado de corte, quando me dediquei na genética de Canchim, fazíamos exposição, mas não tínhamos o retorno esperado. Além disso, veio a onde de aftosa, foi quando decidir me dedicar apenas à pecuária de corte e leite. O leite prevaleceu, uma vez que, em menor área, eu poderia produzir mais. Os desafios dos pequenos e grandes produtores se diferem? Os desafios são diferentes. O pequeno produtor, por exemplo, quando ele mesmo toca a propriedade acaba tendo um ganho na mão de obra, o que na pecuária leiteira pode ser considerada o segundo maior custo, então, neste sentido, leva esta vantagem. Por outro lado, o produtor empresarial ganha na escala de produção e, com isso, consegue reduzir custos, já que em Mato Grosso do Sul paga-se mais pelo

volume de leite produzido. Importante lembrar que, os pequenos, quando se organizam em cooperativas, passam a ganhar em escala e passam a receber preços melhores. Mas os problemas ocorrem para os dois lados. Cooperativa é alternativa para aumentar a rentabilidade? Acredito que sim. Goiás, é um exemplo, onde as cooperativas alavancaram a produção de leite. Vária entidades são associadas à Centroleite, responsável pela comercialização de mais de 20 cooperativas. É uma prova de como cooperativas bem organizadas podem fazer crescer o produtor, as indústrias e o Estado. Em quais quesitos o mercado do leite precisa avançar? O mercado do leite é coisa que não depende do produtor. A nossa dependência é trabalhar o custo de produção. O que rege é a lei da demanda e da oferta, além de algumas barreiras que encontramos, como o ICMS aqui em Mato Grosso do Sul, que faz com que nosso Estado registre o menor preço do leite, de todo o Brasil, registrado pelo Cepea. Outra coisa que precisamos pontuar é o imediatismo de quem começa neste segmento, esses só querem comprar vacas, achando que terão lucro imediato. Mas se colocarmos no papel o preço de uma vaca mojada, e levarmos em conta que a matéria-prima acarreta um lucro operacional na casa dos R$ 0,20 ou R$ 0,25, se bem conduzido, essa fêmea vai demorar muitos anos para se pagar, e o lucro que ele achava que teria amanhã, no ano seguinte, já não terá mais. Então é esse imediatismo que faz com que maior parte dos produtores abandonem a atividade até o quinto. A saída seria comprar bezerras e novilhas, fazendo uma recria mais barata, fazer um parto aos 30 meses, em vez de fazer aos 24 meses, assim o produtor pode reduzir pela metade o preço dessas novilhas já mojadas. Como o produtor pode valorizar sua produção? O mais importante é diminuir seus custos. E, na sequência, optar pelo associativismo ou cooperativismo. Outro ponto é o produtor se preocupar em fazer constantemente uma reciclagem, saber sempre o que está acontecendo no País e conhecer as novas tecnologias que estão surgindo e verificar se estas se adaptam à propriedade.


cotações e informativo

Fotos

Coluna Social

MERCADO AGROPECUÁRIO MERCADO BOVINO – R$ / @ Boi Gordo – Campo Grande à vista – R$ 119 Vaca Gorda – Campo Grande à vista – R$ 110,50 Fonte: Scot Consultoria - 05/06/2017 MERCADO FUTURO – BM&F BOVESPA Vencimento – R$ / @ - Variação (%) Abri-17 138,45 -0,03 Mai-17 135,44 -0,06 Jun-17 136,73 +0,01 BOI GORDO – MERCADO FÍSICO Data - 30/nov à vista – 119 Prazo - 30 dias – 121 Fonte: Scot Consultoria GRÃOS / CAMPO GRANDE

Encontro do Leite

Preço pago ao produtor Soja – saca de 60 quilos – R$ 54,50 Milho – saca de 60 quilos – R$ 20 BOLETIM INFORMATIVO | Junho 2017 Mão de obra e serviços SALÁRIO MÍNIMO RURAL: R$ 1.036,00

Curso de Conserva de Frutas Maio - Campo Grande

Curso de Informática Maio - Corguinho

18 INFORMATIVO OFICIAL SINDICATO RURAL

Curso de NR 31 Faz Aracoara - Maio Campo Grande

Curso de Bordado Livre - Maio - Rochedo

Turma do PER

INFORMATIVO OFICIAL SINDICATO RURAL 19


Agenda de Cursos Campo Grande

Rochedo

ARTES EM TECIDOS 05/06 a 08/06 - 32h

CORTE E COSTURA - CONFECÇÃO DE PEÇAS 05/06 a 09/06 - 40h

OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTOSSERRA 05/06 a 07/06 - 24h INFORMÁTICA BÁSICA 06/06 a 09/06 - 32h

FABRICAÇÃO CASEIRA DE DERIVADOS DO LEITE 07/06 a 09/06 - 24h BENEFICIAMENTO E TRANSFORMAÇÃO CASEIRA DA MANDIOCA 08/06 a 10/06 - 32h Corguinho

PISCICULTURA AVANÇADA 07/06 a 09/06 - 32h

PRODUÇÃO DE BISCOITOS, BOLOS SIMPLES E CONFEITADOS 15/06 a 17/06 - 24h

MANEJO NUTRICIONAL DE BOVINOS

PROCESSAMENTO CASEIRO DA BANANA 27/06 a 29/06 - 24h

08/06 a 10/06 - 24h

CASQUEAMENTO E MANUTENÇÃO DE CASCOS DE EQUIDEOS 30/06 a 01/07 - 16h

Aniversariantes Albertina Maria De Oliveira Amilton Pereira Antonio Auxiliador Nantes Antonio Batista Antonio Marcos Minami Antonio Olinto R. Furtado Antonio Petenatti Argemiro Felipe Arlete Correa Da Silva Ferraz Artur Silva Maciel Ayres Jose Cerioli Dina Figueiredo Mascarenhas Eliceu Pereira Da Silva Espolio De Ibrahim Moussa Tannous Firmino Teodoro Da Silva Hamilton Lessa Coelho Heitor Patrocinio Lopes Helio Mandeta Ilde Edi Francois Do Prado Joao Amando De Oliveira Joao Batista Da Silva

08/06 25/06 17/06 13/06 05/06 06/06 08/06 11/06 26/06 10/06 25/06 05/06 13/06 27/06 01/06 21/06 04/06 10/06 10/06 15/06 09/06

Joao Batista H. De Almeida Jose Antonio De Lima Jose Sedeval Delarissa Juraci Lemes De Oliveira Laucidio Coelho Neto Leandro Rodrigues Da Cunha Leida Aparecida De Souza Couto Luiz Kohl Luiz Peccini Maria Euzebia De Souza Marques Mario Artuso Mario Mauricio Vasquez Beltrao Mario Pedro De C. Caldas Marlene Motti De Queiroz Mileta Rosa Vieira Naerte Lemos Do Amaral Nauile De Barros Nilson Garcia De Menezes Paulo De Tarso Pinheiro De Rezende Rafael Henrique Ruzzon Scarpetta Raimy Silverio Barbosa Valeria Roque Felicio

27/06 27/06 20/06 05/06 08/06 01/06 08/06 06/06 21/06 27/06 02/06 07/06 28/06 02/06 20/06 16/06 25/06 02/06 05/06 06/06 23/06 01/06


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