Foto: Alysson Reis
CONFINS DA TERRA
Revista Transcultural da Missão Novas Tribos do Brasil Ano 48 nº 158/ JUL - SET 2014
Intimidade com Deus Fernando Machado
A Voz do Indígena Salomão Martins
Entrevista André Royer
NYENGATU Identificação de um povo por seu idioma
Uma associação missionária de fé, fundamental em sua doutrina e de caráter indenominacional, formada de crentes dedicados à evangelização dos povos indígenas. Presidente: Miss. Edward G. da Luz COMO CONTRIBUIR Depósito ou Transferência Bancária Enviar sua contribuição em nome de “Missão Novas Tribos do Brasil” Bradesco S/A, agência 240-2 Conta Corrente nº 30.814-5 Boleto Bancário www.novastribosdobrasil.org.br IMPORTANTÍSSIMO: Sempre avisar-nos por meio de uma das opções abaixo, quem está dando a oferta, a quem ela se destina, o valor e a data do depósito. Telefone: (62) 3318-1234 Fax: (62) 3099-9367 / 3318-2000 Correio: Caixa Postal 1953 75043-970 - Anápolis, GO tesouraria@mntb.org.br Revista Confins da Terra Ano 48 Edição 158 JUL / SET de 2014 Conselho Editorial e Revisão: Adauta Eger Sara Cambuy divulgacao@mntb.org.br Ajudaram nesta Edição Eunice Brito Nascimento Maria Perpétua da Silva Rejaneide Monteiro Simone Botileiro Assinaturas: Elisandra Bavaresco revista@mntb.org.br Diagramação: Raimundo Siqueira arteevisual@mntb.org.br Capa: Samuel de Buya Igarapé Impressão Flex Gráfica - Goiânia - GO (62) 3207-2525 Distribuição: Missão Novas Tribos do Brasil A Revista Confins da Terra é destinada a fortalecer a visão missionária da igreja brasileira em prol do avanço do Evangelho entre povos indígenas e nativos em outros países.
PROMOTORES DA MNTB AMAZONAS Manaus SEDE REGIONAL DA MNTB Caixa Postal 1421 Manaus - AM CEP: 69065-970 Fone: (92) 2127-1350 FAX: (92) 2127-1355 secretaria-manaus@mntb.org.br GOIÁS Anápolis SEDE DA MNTB Caixa Postal 1953 Anápolis - GO CEP: 75040-970 Fone: (62) 3318-1234 FAX: (62) 3318-2000 divulgacao@mntb.org.br JOSIAS E SARA CAMBUY josias_cambuy@mntb.org.br MINAS GERAIS Jacutinga DANIEL E BETH TEMPLETON Caixa Postal 29 Jacutinga - MG CEP: 37590-000 Fone: (35) 3443-3073 daniel_templeton@ntm.org Congonhal CLÁUDIO E CÉLIA GUIMARÃES Rua Jordino Francisco dos Reis, 136 Bairro Bela Vista CEP: 37557-000 Congonhal - MG Fone: (35) 3424-1181 claudio_guimaraes@mntb.org.br PARANÁ Londrina ROBSON E EMÍLIA ABREU Rua Jacomo Piccini, 103 Londrina - PR CEP: 86063-190 Fone: (43) 3327-3629 robemi@uol.com.br SÃO PAULO São Paulo (capital) ENILTON E MARIA RAMOS Rua Rincão 135, casa 2 Vila Esperança São Paulo-SP CEP:03651-080
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E D I T O R I A L
Nesta Edição... Quem não gosta de surpresas agradáveis? Um encontro inesperado, ser bem recebido pelos moradores ao chegar a um lugar desconhecido ou o reconhecimento por um trabalho feito com grande esforço? A nossa dependência vem do Senhor e para Ele damos toda honra e glória, mas uma palavra de ânimo sempre nos impulsiona a prosseguir, supera o desânimo e nos dá a sensação de que estamos no rumo certo. Nesta edição da revista apresentamos um encontro surpreendente, que trouxe muita alegria e boas recordações a um irmão querido; uma ótima recepção e palavras de ânimo dirigidas a uma família missionária; o resultado maravilhoso da entrega do Novo Testamento ao povo wajãpi e muito mais. Esses fatos nos fazem lembrar o futuro glorioso que nos aguarda, quando teremos o Encontro Iminente com o nosso Salvador. Ali seremos recebidos de braços abertos e um sorriso largo de Cristo ao dar o “Bem-vindo, servo bom e fiel!”. Naquele momento, os anjos e arcanjos celestes receberão triunfantemente a Igreja de Cristo, e Ele mesmo, com as marcas do grande preço que pagou pelo Seu povo, apresentará Sua Noiva ao Pai – que ficou e continuará completamente satisfeito pelo trabalho perfeito realizado na cruz. O trabalho ministerial, às vezes, é difícil e desanimador. Os resultados da persistência e da certeza de que Deus é o Dono da Obra, no entanto, resulta em frutos eternos que serão reconhecidos pelo Pai e pelo Filho para toda eternidade – isso é o que verdadeiramente importa. Conselho Editorial
Pág.
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Reflexão - Intimidade com Deus
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Entrevista - André Royer
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Nyengatu - Identificação de um povo por seu idioma
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Atuação Missionária
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Testemunho - Miriã Reis
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Notícias dos Campos
Reflexão
INTIMIDADE COM DEUS A chave para um bom êxito na jornada cristã Fernando Machado A história diz que Josué tinha por volta de 85 anos
bem sucedido. Esse relacionamento era a fonte da
quando ouviu as seguintes palavras: “Moisés meu
energia que ele precisava para guiar uma nação,
servo, é morto; dispõe–te, agora, passa este Jordão,
que por tantas vezes tinha-se rebelado contra a
tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de
autoridade divina.
Israel.” Josué 1:1-2.
Quando Josué retornou de espiar a terra (Números
Josué nasceu no Egito e, consequentemente,
13 e 14), somente ele e Calebe encorajaram o povo
vivenciou anos de escravidão nessa terra, sendo
a entrar na terra prometida e não temer o inimigo.
também testemunha da fidelidade de Deus para
Josué sabia que ele e os demais Israelitas não eram
com a nação de Israel. Fidelidade esta que pode
fortes o suficiente por eles mesmos, mas sabia que
claramente ser vista na saída da nação de Israel do
Deus havia-lhes prometido aquela terra e que Ele é
Egito, na abertura do Mar Vermelho e no suprimento
fiel em cumprir as suas promessas.
do Maná.
Ao ser escolhido para liderar a nação, Josué não
Josué era servo de Moisés e após a morte deste,
sabia o futuro que lhe aguardava, mas tinha certeza
Deus o incumbiu de ser o líder da nação de Israel.
da presença do Senhor. Isso era o que o fortaleceria,
Sendo assim, era responsável em guiar a nação na
tornando-o capaz de permanecer fiel no ministério
conquista da terra prometida. Josué foi servo de
que Deus lhe confiara. (Deuteronômio 31:7 – 8)
Moisés e aprendeu com o seu exemplo de liderança.
Também hoje, Deus tem confiado tarefas à sua
Mas não era apenas a convivência com Moisés que
Igreja e a cada um de seus filhos. Independente
faria Josué ser bem sucedido no trabalho que Deus
da tarefa que Deus nos tem dado, o nosso papel é
lhe estava confiando.
permanecermos fiéis naquilo que Ele nos chamou
Mais do que a experiência de ter convivido com
a fazer. E o permanecer fiel só será possível se
Moisés, Josué teve a experiência de viver perto do
estivermos desenvolvendo um relacionamento íntimo
Deus que ele servia. O relacionamento íntimo de
com Ele em nossa caminhada diária.
Josué com Deus era a chave para o seu ministério 4 4
Confins da Terra
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Confins da Terra
3º Tri/2014
Josué enfrentou lutas e momentos de desânimo
Foto: Raimundo Siqueira/canstockphoto.com.br
“Não to mandei eu? Sê forte e corajoso, não temas nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus é contigo por onde quer que andares”. (Josué 1:9)
“...Independente da tarefa que
em seu ministério, mesmo assim perseverou no trabalho que Deus colocara em suas mãos. O conforto e o ânimo que ele precisava para perseverar vinham somente de Deus. Enquanto usamos nossos dias no trabalho que
Deus nos
Deus nos tem confiado, também enfrentaremos
tem dado, o
Deus conosco é que nos fará prosperar.
nosso papel é
sem Ele nada podemos fazer (João 15: 5b).
permanecermos
momentos de desânimo. E nesses momentos precisamos ser relembrados de que a presença de Sermos bem sucedidos no ministério que Deus tem nos confiado não está em nós mesmos, porque Um relacionamento íntimo com o Senhor fará com que conheçamos a vontade dEle para nossas vidas. E mais do que isso, teremos prazer em andar nela. Teremos paz, mesmo quando as coisas não
fiéis naquilo que
caminham da forma que desejamos. Teremos alegria
Ele nos chamou a
dEle nos renovará as forças e nos dará o ânimo que
fazer...”
temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus,
e coragem em continuarmos trabalhando, pois sabemos que o Senhor é conosco e que a presença precisamos. “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não é contigo por onde quer que andares.” Josué 1:9 Confins da Terra
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Contos & Casos
Pr. Rinaldo de Mattos
Encontro Inesperado Pr. Rinaldo e Gudrun Mattos Junta de Missões Nacionais da Covenção Batista Brasileira
Vou lhes contar um fato inédito que se deu comigo no dia 04 de agosto deste ano, quando completei, exatos, 80 anos de idade. Fui levar minha esposa, Gudrun, para exames de rotina. Enquanto estávamos na saleta, comecei a receber telefonemas com os parabéns pelo meu aniversário. Para não incomodar o pessoal, saí para o longo corredor à frente, e fiquei andando pra lá e pra cá, atendendo ao celular. Daí, recebi uma chamada de meu irmão mais novo e falamos por longo tempo. Nisso, começou a me doer a coluna e procurei uma sala onde pudesse conversar sentado. Achei uma onde estava apenas um senhor de meia idade, que me pareceu conhecido. Pedi licença e me assentei a umas três ou quatro cadeiras de distância dele. Falando com meu irmão, sabem, criados juntos numa fazenda, a conversa foi desde matar passarinho com baladeira (estilingue, para nós paulistas), fazer um corte na forquilha para cada passarinho morto (não havia IBAMA naquela época, e “a gente era feliz e não sabia...”) e o assunto foi até os Xerente, minha saúde, meus oitenta anos, minha volta para a aldeia, etc. etc. Notei que o Senhor ao lado estava prestando muita atenção a tudo que eu dizia. Quando terminamos a conversa, ele se aproximou de mim, me cumprimentou entusiasticamente pelos meus 80 anos e me disse algo absolutamente inesperado: “Nós nos conhecemos. O Senhor não é Rinaldo de Mattos? Eu sou Cláudio Romero. Fui presidente da FUNAI e é de lá que nos conhecemos...” ficamos olhando um para o outro, assim, 6
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boquiabertos, e demos um novo abraço, agora bem apertado, cheio de emoção. Acredito que o tempo quando tivemos mais contato foi ainda na década de 70, quando ele era coordenador do Projeto Xavante, da FUNAI. Na época, eu era representante da Missão Novas Tribos do Brasil junto à FUNAI e, por sinal, trabalhava com os Xerente, parentes dos Xavante. Quando em 1993 ele foi eleito presidente da FUNAI, eu era assessor de assuntos indígenas da Junta de Missões Nacionais da CBB e ainda fazia várias incursões lá na FUNAI. Aproveitamos para conversar sobre os indígenas de hoje, contei um pouco sobre o progresso dos Xerente, e trocamos nossos e-mails, celulares, renovando, assim, o contato. A verdade é que o encontro foi uma grande alegria para ambos. Ele me disse textualmente: “Hoje eu ganhei o meu dia!” Ora, eu também havia ganho o meu dia! Como missionário, ex-representante de Missões, encontrar-me e ser reconhecido por um ex-presidente da FUNAI, não poderia haver melhor presente de aniversário! Espero e oro a Deus para que aquele abraço entre um missionário ex-representante de Missões e um ex-presidente da FUNAI seja um abraço profético. Que a atual presidente da FUNAI, os atuais representantes das Missões que trabalham com indígenas, os antropólogos e linguistas, cada um dando a sua contribuição, possam trabalhar em harmonia, juntos e abraçados, para o bem dos indígenas de nossa Pátria! Que assim seja, AMÉM!
O Desafio do Ensino
Foto: André Royer
Entrevista
André Royer
André Royer é a terceira geração de missionários da família de Mel e Rosemary Royer na MNTB. Brasileiro, goiano, por direito e coração. Professor recém-chegado ao Instituto Bíblico Peniel, veio acompanhado de sua esposa Sara e três filhos, os quais estão conhecendo a experiência do pai, que viveu parte da sua vida infanto-juvenil no Centro de Treinamento Missionário Shekinah, no interior do Mato Grosso do Sul. A base bíblica familiar, a formação acadêmica e a experiência pastoral desenvolveram nele uma paixão pela pregação, integridade com a Palavra de Deus e o avanço do Evangelho por toda a nação brasileira. André, Sara e filhos Você desenvolvia o ministério pastoral nos Estados Unidos, mas optou por “seguir” o dito popular: “O bom filho à casa torna”. O que o motivou a vir ao Brasil para trabalhar com a MNTB? Cada missionário tem a sua motivação. A minha é que Deus seja glorificado em cada povo e nação como Ele merece, pois somente na luz de Deus o homem estará liberto da escravidão do pecado. Sara e eu consideramos várias oportunidades de ministério em outras partes do mundo, mas Deus foi direcionando nossos corações para trabalhar no Brasil. Minha cidadania dupla facilitou o processo, e chegar já falando Português (mesmo enferrujado) ajuda bastante.
muita falta da língua deles, dos amigos e familiares. O ritmo de vida, as oportunidades, os horários, regras sociais invisíveis, a comida, escorpiões, trânsito, tudo é diferente. Até as bactérias são diferentes e demoram mais para serem tratadas. Minha esposa progride bem no português. Ela quer tanto conversar com mais profundidade com as suas colegas e alunas, que se anima a estudar, mas não é fácil com três meninos ativos, com suas bicicletas, morando em cima de um morro. Estamos gostando muito do ministério, nossos colegas, os alunos, a visão... Realmente é um privilégio estarmos aqui apesar dos verbos irregulares do português.
Como tem sido a sua adaptação e da sua família em Peniel, enquanto seus filhos e esposa ainda estão aprendendo português e se ajustando ao novo ambiente? Para ser bem honesto, o primeiro ano é complicado e acredito ser para qualquer um. Meus filhos sentem
Como você e Sara se conheceram? Nós dois estudávamos na Grace College, uma faculdade evangélica, e fazíamos parte da liderança. O contato foi naquele contexto. Deus já havia colocado no meu coração o desejo de voltar para o Brasil e Sara estava explorando a possibilidade de servir, através da New Confins da Terra
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Os filhos de missionário têm oportunidades e experiências diferentes de outros jovens. O que foi mais marcante para você durante o tempo que morou no Brasil com seus pais? Eu morei nove anos no Instituto Missionário Shekinah em Mato Grosso do Sul e outros nove em Vianópolis, GO. Com certeza houve um efeito cumulativo de observar dúzias, talvez centenas de alunos se preparando para a obra missionária. O testemunho deles deixou uma marca no meu ser que durará para o resto da minha vida. E agora, como está sendo sua experiência ao retornar como parte da equipe do Instituto Bíblico Peniel e ter contato mais direto com os alunos e professores? Tenho tanto respeito aos meus colegas aqui em Peniel! Eles são autênticos, bons trabalhadores e dedicados à obra missionária. Sinto-me privilegiado em trabalhar com eles e fazer parte da equipe. Deus está despertando e enviando homens e mulheres de alto calibre para estudar nesta escola. Estou na expectativa de ver o que Ele vai realizar através da vida deles. Você é um professor jovem, mas muita coisa mudou desde seu tempo na escola bíblica até agora. Como você vê os alunos da era digital e dos shoppings centers? Quando comecei meus estudos, muitos de nossos alunos de hoje ainda eram bebês. Muitas coisas mudaram. Internet, tablets, laptops, face, whatsapp! Os alunos chegam com mais recursos, mais informados, mais móveis, com uma habilidade de conectar virtualmente e disseminar ideais de maneira rápida. Isso pode ser uma coisa boa. Conseguem entender ideias complexas, já sabem muito e, se motivados, são 88
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uma força para propagação de missões e do evangelho. Uma caraterística geral desta geração é de receber muitos privilégios com pouca responsabilidade. Sem o devido cuidado, isso pode produzir atitudes de direito, ingratidão e falta de responsabilidade. Os jovens de hoje têm uma tendência de reclamar, aceitar e propagar críticas sem filtrar. Mas estas são generalidades e não se aplica a todos. Além disso, toda geração tem o seus desafios. A minha teve e continua tendo. Por isso todos nós precisamos de humildade e buscar o Senhor de toda a graça. Ele consegue superar até as minhas falhas. Oh, graça! Qual a maior necessidade que você observa, atualmente, em Peniel? Eu oro todo dia por três motivos: Que os nossos alunos sejam chamados para a obra missionária, firmados na fé e efetivamente equipados; para Deus trazer mais alunos de fé, coragem, garra, fidelidade, humildade, chamados para a obra missionária e dispostos a atravessar o abismo entre a cultura da internet-shopping e a tribo; e ver uma igreja plantada em cada povo indígena do Brasil nesta geração. A necessidade em Peniel continua sendo a mesma de sempre: Precisamos que Deus afete o nosso ser através da Sua Palavra e do Espírito Santo para que o mundo possa ter um vislumbre da glória Dele em nossas vidas. Foto: Sara Royer
Tribes Mission, em Papua, Nova Guiné. Eu orei: “Deus, com essa aqui o Senhor caprichou! Linda, inteligente, simpática e com um coração direcionado aos povos indígenas.” Na Sua bondade, Ele concedeu o desejo do meu coração! Estamos casados há treze anos.
André na sala de aula
Foto: Alisson Reis
NYENGATU Identificação de um povo por seu idioma
Nyengatu ou nhengatu significa
se comunicar com os indígenas ao longo de um vasto território. Essa língua foi absorvida pela sociedade co-
‘palavra boa’: ‘nyenga’ = palavra;
lonial, sendo usada não apenas pelos indígenas e jesu-
‘katu’ = boa/bom.
nos de sangue português. Passando a ser chamada de
ítas, mas também como língua corrente de muitos colo“língua geral”, foi levada junto com os portugueses na
Quando os colonizadores portugueses chegaram ao Brasil encontraram diversas línguas ou dialetos aparen-
conquista do território brasileiro, sendo imposta até aos povos indígenas que falavam outras línguas.
tados da família Tupi-Guarani usados ao longo da cos-
São várias as etnias que usam a língua nyengatu na
ta do Brasil. Desconsideradas as diferenças dialetais,
vasta região do Rio Negro, começando nas proximida-
na prática, havia uma “língua brasílica” da qual os co-
des de Manaus e adentrando nas fronteiras com a Vene-
lonizadores podiam se servir como língua franca para
zuela e Colômbia, pelo fato de terem perdido o seu próConfins da Terra
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prio idioma ou por terem adotado a língua geral para fins
pria, foi a Baré, depois Werekena e outras mais. Con-
comerciais. A etnia com a maior população que adotou o
tudo, além destas, pessoas de outras etnias, tais como
nyengatu como sua língua oficial após perder a sua pró-
pequenos grupos de Baniwa do alto Içana, desceram o rio para morar em áreas de fala nyengatu. Eles continuam preservando seu idioma de origem para comunicação entre si, mas acabaram, com o decorrer do tempo, adotando a língua geral como primeiro idioma. A maior concentração das etnias falantes nyengatu está localizada no baixo Rio Içana, com uma
Foto:Alysson Reis
população de mil, quatrocentos e vinte e sete pessoas, dividida em onze comunidades e treze sítios, segundo dados do DSEI (Distritos Sanitários Especiais Indígenas) de São Gabriel da Cachoeira. Uma Almoço no centro comunitário
característica comum das localidades habitadas pelos falantes nyengatu e de muitas outras etnias espalhadas às margens rio Negro e afluentes é serem denominadas de comunidades e sítios conforme o tamanho populacional. Os costumes e cultura dos falantes nyengatu são os mesmos das outras etnias existentes na área. A comida principal é o peixe com pimenta (kinyapira), a farinha e o beiju. O peixe tem se tor-
Foto:Alysson Reis
nado cada vez mais escasso, com isso surgiu a necessidade de introduzir outros tipos de alimento, como o frango. O artesanato também é algo que faz parte da cultura dos falantes nyengatu. São excelentes artesãos. Os principais artesanatos que fabricam são os de primeira necessidade, como o cesto para carregar a mandioca e outros produtos, o tipiti para secar a massa da mandioca para fazer farinha e beiju, e a peneira, para peneirar a massa da mandioca depois de seca. Os artesanatos para comercialização fazem parte da produção econômica da região, conhecidos internacionalmente por suas belas formas geoRossel depois de uma boa pescaria
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métricas e ótima qualidade.
Alysson, Miriã Reis e Filhos JMN da CBB/MNTB
Foto:Alysson Reis
Foto: Marlon Luz
EQUIPE MISSIONÁRIA
Marlon, Rosianni Luz e Filhos
O trabalho realizado pelos Missionários da Missão Novas Tribos do Brasil aos falantes da língua Nyengatu
décadas de 60 até o início dos anos 90, dando prosseguimento ao ministério de firmar as igrejas fazendo viagens ao longo do rio. As principais festas são: as conferências bíblicas realizadas a cada semestre do ano entre as comunidades, como também celebrações da Ceia do Senhor realizadas mensalmente, em sistema de rodízio. A escola está sob a responsabilidade do estado do Amazonas com professores regionais, que lecionam no sistema bilíngue até o ensino fundamental na maioria das localidades. Isso faz com que os jovens se desloquem para a cidade ou outras comunidades para concluírem o ensino médio. Hoje em dia há o Ensino médio na Comunidade Boa Vista, o que ajuda na continuação dos estudos de muitos jovens. Os missionários da MNTB iniciaram a alfabetização na língua nyengatu e noções básicas de matemática, saúde e higiene, nas comunidades evangélicas, vindo mais tarde a serem registradas vinte e duas escolas pela Secretaria de Educação de São Gabriel da Cachoeira. Os falantes nyengatu são muito hospitaleiros e amigáveis. Isso é algo que impactou e continuará marcando a vida dos obreiros da MNTB. A missão final entre o povo que fala Nyengatu, ‘a palavra boa’, é que eles aprendam mais da Boa Palavra de Deus e a leve aos seus parentes.
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Foto: Alysson Reis
Foto: Alysson Reis
O trabalho entre os falantes nyentagu do baixo Rio Içana iniciou no posto Foz do Içana na Comunidade Boa Vista, reabrindo, mais tarde, em Buya Igarapé, no mesmo Rio Içana. A evangelização teve inicio com a missionaria Sofia Müller em todo rio Içana e, atualmente, mais de oitenta por cento das comunidades são consideradas evangélicas. Muitos missionários chegaram entre as
Foto: Alysson Reis
Atuação Missionária
Foto: Alysson Reis
Marlon Luz
Foto:Alysson Reis
Testemunho
Miriã Reis
Podemos fazer um pouco mais...
No início deste ano participei de uma
eu poderia trabalhar mais para Ele.
Conferência Missionária em Manaus,
Nossos colegas de equipe já haviam desenvolvido
onde os preletores testemunharam so-
projetos como poço artesiano, que leva água limpa
bre seu ministério na Cracolândia em
para todas as famílias, e alfabetização para as mulhe-
São Paulo. Durante um dos testemu-
res adultas.
nhos, a missionária falou sobre os diversos projetos
Meu esposo também ensinou informática para vá-
que realizavam para que muitas pessoas fossem al-
rios alunos, que repassaram a outros. Recebemos do-
cançadas pelo Evangelho e também sentissem o amor
ações de computadores e hoje todos os trabalhos da
de Deus através de ações práticas. A cada relatório
Escola são digitalizados.
ela dizia: “Mas nós podemos fazer um pouco mais!”
É meu privilégio trabalhar com as crianças na esFoto:Alysson Reis
Então, continuava com seu testemunho e dizia novamente: “Mas nós podemos fazer um pouco mais!”. Ela repetiu essa frase diversas vezes enquanto compartilhava sobre os projetos nos quais muitas vidas eram abençoadas. Saí daquela programação com o desafio de fazer um pouco mais para Deus, servindo às pessoas com as quais trabalho a fim de sentirem ainda mais o amor de Deus por elas. Mas... fazer o quê? Comecei a orar que Deus colocasse em meu coração de que maneira 12
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Menina de Buya Igarapé com os filhos de Alysson e Miriã
Re son :Alys Foto
is
“É meu privilégio trabalhar com as crianças na escola dominical e nos cultos infantis, ensinando-lhes a Palavra de Deus...” cola dominical e nos cultos infantis, ensinando-lhes a
músicas que aprenderam na igreja e durante os pas-
Palavra de Deus, mas nada relacionado ao seu dia a
seios e visitas gostam também de falar aos outros so-
dia. Foi então que senti o desejo de ajudar no apren-
bre o que estão aprendendo.
dizado dos pequeninos, para que, ao ingressarem no
Mesmo com muitas ocupações em casa, dois filhos
ensino fundamental, já tenham certo conhecimento e
pequenos em idade escolar e ministério, aprendi que,
facilidade nas aulas. Em Buya Igarapé há uma escola
realmente, “nós sempre podemos fazer um pouco
do primeiro ao nono ano, tendo apenas dois professo-
mais!”
classe multisseriada. Quando retornei ao trabalho, conversei com o povo e o professor das crianças, que também é o líder em
Foto:Alysson Reis
res: um para as crianças e outro para os jovens, em
Buya Igarapé, e me ofereci para ajudá-los. Todos gostaram da ideia e na semana seguinte iniciei minha turminha de treze crianças entre três e cinco anos. Um casal de Manaus, apaixonado por missões, abraçou o projeto doando todos os livros didáticos e
Rossiane e Miriã em uma classe biblica com crianças
materiais escolares para esse fim. É impressionante ver, por algumas vezes, os pequeninos chegando embaixo de chuva para não perderem as aulas.
Foto:Alysson Reis
uma irmã de outra Igreja, com o mesmo amor, vários
Durante a alfabetização aproveito para ensinar sobre cuidados com o corpo e a saúde. As aulas são todas em nyengatu e quando erro alguma palavra, as criancinhas são os professores! Muitas vezes, na hora de cantarmos ou nas brincadeiras, eles escolhem as
Miriã e sua classe de alfabetização comemorando o Dia do Índio
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A Voz do indígena
Salomão Martins
A importância da Bíblia
Agora vou contar a importância da Palavra de
sentimos a importância da Bíblia, na nossa língua.
Deus, que é a Bíblia. O povo nyengatu não tem a Bí-
No ano de 2002, chegou um casal para estudar
blia completa traduzida, somente o Novo Testamen-
nossa língua, para poder trabalhar na tradução, mas
to, mas agora não existe mais por falta de alguém
não deu certo para ele porque teve dificuldades com
para dar continuidade no trabalho de tradução, quem
a saúde, assim ele foi para outra área.
fez o trabalho foi o primeiro missionário que chegou
Chegou mais outro casal no ano de 2004, que é
aqui na área do Içana, na comunidade Boa Vista .
o missionário Marlon e Rosianni, falando também da
Ele trabalhou muitos anos no meio do nosso povo,
importância da Bíblia na língua materna, para poder-
na época eu nem existia ainda, ou era bem pequeno.
mos entender melhor a Palavra de Deus e conhecer
Quando chegou outro missionário para aprender nos-
a verdade. Depois chegou também Alysson e Miriã.
sa língua, ficou difícil porque demora em aprender e
Assim começaram estudar nossa língua Nyenga-
quando começou a aprender voltaram. Por quê? Por
tu, eu sou um dos ajudantes deles, mas não conse-
causa das dificuldades barreiras e etc... Por isso nun-
guia entender porque é importante que a Biblia seja
ca podemos dar continuidade do trabalho, não tem
traduzida para o nosso idioma que é Nyengatu.
ninguém que pode nos ajudar, também não tem nin-
Um dia, recebi um convite para participar de um
guém interessado para ajudar o missionário [na tra-
encontro, chamado 1º Forum Sobre o uso das Escri-
dução], por isso sempre há desanimo para eles, mas
turas em Línguas Indígenas, em Anápolis, no ano de
Deus continua chamando alguém para trabalhar.
2010. Deus abriu a oportunidade para mim e eu fui
Certo dia, recebemos uma boa notícia, que o mis-
participar. Quando foi falado sobre uso das escrituras
sionário vinha morar na nossa comunidade para es-
em línguas indígenas, ali Deus falou comigo, dizen-
tar junto conosco e aprender nossa língua Nyengatu.
do: “Você precisa ajudar o missionário, para ele po-
Os moradores se reuniram todos, estamos juntos en-
der fazer o trabalho,” mas como eu disse no começo
trando em acordo para receber o missionário, porque
eu sou analfabeto, não é para mim. No meio desse
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Foto: Arquivo MNTB
encontro houve outro convite para fazer o curso de treinamento de tradução chamado TIB (Tradutores
Indígenas
da Bíblia). No final escolhi participar do treinamento... Depois falei com o missionário, ele deixou para eu decidir. Ele só poderia me dar força para poder particiFoto: Marlom Luz
par do treinamento que iria se realizar. Eu não sabia como funcionava, não pensei em dinheiro, porque não tenho um emprego ou salário, mas sempre orei a Deus, para
Salomão, esposa e filha Para traduzir a Bíblia, primeiro tem que conhecer
que Ele suprisse as minhas necessidades. Ele supriu
bem a Bíblia para o povo poder conhecer e entender
e eu consegui concluir as três etapas do curso de trei-
(de maneira) clara e natural. Saber também o costu-
namento para tradutores.
me, cultura, o modo de viver do povo, etc.
Quando cheguei na primeira etapa do curso, não
Por isso quando alguém quer trabalhar ou servir
consegui entender nada, mas na segunda etapa co-
o Senhor é muito difícil, mas com poder de Deus ven-
meçou abrir o meu entendimento, conhecendo me-
ceremos, faremos a obra do Senhor. Porque é muito
lhor a Palavra de Deus. Quando chegamos na terceira
importante a Bíblia ser traduzida na língua materna
etapa, já estava conhecendo o significado da palavra
do povo, cada língua diferente. Também é importante
o que estava querendo dizer.
o trabalho do missionário na área.
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Foto: Arquivo MNTB
DE
DEUS O MELHOR
Foto: Marlom Luz
Experiência Missionária
Rosianni Luz
Antes de irmos para São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, ouvimos bastante a respeito da região, principalmente sobre suas correntezas e cachoeiras serem perigosas, mas também de beleza exuberante. Ao chegarmos, confirmamos tudo isso. Após um mês na cidade, viajamos para Buya Igarapé, uma das muitas localidades dos falantes nyengatu no rio Içana, onde iríamos morar. Subir o rio pela primeira vez foi uma experiência marcante. Marlon e eu chegamos num barquinho “aconchegante”, que faz frete de cargas, com espaço apenas para armarmos nossas redes entre as mercadorias, numa viagem de mais de 28 horas. A compensação veio logo, pois fomos muito bem recebidos pelos indígenas. Quase todos estavam à beira do rio e levaram nossas bagagens barranco acima. Moramos durante os primeiros dois anos e meio numa casa cedida pelo indígena Salomão, até construirmos a nossa. Minha vizinha não falava português, mas comunicávamos através de mímicas, e eu, sempre com a minha caderneta de anotações em mão, aprendi muito no primeiro ano. Três anos se passaram e chegou a data de sairmos para divulgação do trabalho. Os indígenas prepararam uma festa de despedida para nós. Bem, não que eles estivessem felizes com a nossa saída, ao contrário, aquela era uma linda manifestação de carinho incluindo presentes como: artesanatos, tapioca, batata, farinha, etc. O que mais me deixou impactada foi ouvir o líder falar para o Marlon: “Pastor, só estamos deixando o senhor ir porque faz três anos que não vê sua mãe. 16
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Equipe missionária em viagem no Rio Içana
Porém, não demore muito. Pois mesmo eu sendo o ancião da igreja, eu oro, leio a Bíblia, prego, mas não entendo ainda a Palavra de Deus. Quero que o senhor volte para aprender bem nossa língua e nos ensinar”. Nossa família cresceu e agora tínhamos dois tesouros nas viagens pelo rio. No dia 30 de setembro do ano 2013 vivemos uma situação preparada por Deus para provar a nossa fé. Estávamos descendo para a cidade com um bote e motor emprestados, guiado por um indígena. Nas proximidades de São Gabriel da Cachoeira, onde o perigo das correntezas é maior, o motor quebrou. Marlon começou a remar, tentando ir para a margem, mas resolveu ajudar o nosso guia na tentativa de consertar o motor. Enquanto isso não percebemos uma correnteza muito grande e forte a nossa frente. Desesperada, só pensava em como livrar os meus filhos e clamava: “Livra-nos Senhor”! Quando, de repente, surgiu um grupo numa canoa de alumínio com motor de popa perguntando se tínhamos gasolina, pois a deles estava acabando. Dissemos que sim. Eles se aproximaram e um ajudou o outro. Vimos em tudo o cuidado do Senhor em permitir que aquelas pessoas que nem conhecíamos surgissem, quase do nada, à procura de gasolina. O Senhor já sabia do futuro e mais uma vez nos livrou. Jamais passamos por situação semelhante, mas louvamos a Deus em permitir vermos, mais uma vez, o Seu poder e infinito amor. Já foram dez anos desde a nossa chegada entre este povo, que tornou nossa segunda família. Confins da Terra
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Notícias dos Campos
Aviação Missionária Sede da MNTB - Manaus
Há vários anos estamos orando e trabalhando para estruturar nosso programa de aviação na região do Acre, especialmente com uma base na cidade de Cruzeiro do Sul, para melhor assistir os missionários que estão nos contextos de isolamento, bem como dar-lhes melhor acompanhamento através de visitas de pastoreio e consultorias (aquisição de cultura e língua, plantio de igreja e tradução). Esse “sonho” está se tornando realidade, pois o avião doado à MNTB segue bem no processo de importação. O Senhor continua providenciando o necessário para que o esforço missionário entre as tribos seja facilitado através desta fantástica ferramenta chamada aviação missionária. Por favor, orem firmemente conosco sobre este ousado programa!
Paulo e Patrícia Tezzei
Yanomami - Marari - Amazonas Estão muito gratos pelo cuidado do Senhor quanto à saúde da Patrícia nos últimos meses! Apesar das lutas, a equipe missionária pode contar as alegrias do trabalho yanomami com o batismo de Edson, que tem sido um grande parceiro no ministério, e Elizeu, filho de Ezequiel (um dos líderes da igreja), realizado no dia 06 de julho. Oremos por esses novos irmãos na fé para que cresçam mesmo em meio à perseguição do seu próprio povo! Com relação à escola indígena, segue com muitos desafios, sendo os mais recentes as brigas com pauladas na cabeça, que paralisam as aulas, bem como as constantes mudanças dos yanomami, que são seminômades! Então, apoiemos essa equipe em oração!
Claúdio e Célia Guimarães Promotores - Congonhal - MG
Cláudio continua o tratamento de quimioterapia oral. Em julho fez nova tomografia. Os nódulos do pulmão estão diminuindo, mas ainda é preciso continuar o tratamento. Graças a Deus, ele continua animado no ministério que Deus lhe tem confiado: A representação da Missão Novas Tribos em várias igrejas da região, o ensino numa Casa de recuperação e assistência a uma Igreja de uma cidade próxima. Que as portas continuem abertas para o casal anunciar o reino de Deus, desafiar pessoas para a obra transcultural e ser usado para a glória dEle. Confins da Terra
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Notícias dos Campos
Valdir e Leda Vasconcelos
Instituto Bíblico Peniel - Jacutinga - MG Em visita aos Kaingang, Valdir e Leda Vasconcelos tiveram um ótimo tempo com os irmãos, que eles tanto estimam. Deram ensino bíblico para os jovens crentes e para algumas pessoas que a missionária Suzana do Valle já está evangelizando. Um homem chamado Paulo se converteu e tem levado vários outros a receberem estudos bíblicos ali na área indígena. A necessidade de mais um casal para assumir o trabalho é urgente, pois as missionárias Suzana e Maria Helena não têm tanta liberdade de fazer o trabalho, sozinhas. Roguemos ao Senhor por mais obreiros.
Alex e Joana Araújo Tribo Tuxa - BA
Este casal está animado com a decisão do Sr Bartolomeu! Eles estavam estudando a Bíblia há algum tempo e reconheceu a Cristo como seu Senhor e Salvador! Que alegria diante de Deus! Também estão gratos pela classe de 10 crianças e uma adolescente que dominicalmente ouvem a Palavra Transformadora! Outra notícia é que Joana perdeu recentemente seu pai, e sua mãe continua em tratamento para tuberculose. Seu grande desejo e oração é que o Senhor use de misericórdia salvando seus familiares e ajudando que seus filhos Axel e Axyanne cresçam no conhecimento do Senhor! Um último pedido é que o Senhor envie mais um casal de missionários para juntar forças à equipe, a fim de que os Tuxá sigam ouvindo o Evangelho! Você pode assumir esse compromisso de orar?
Resultado da entrega do Novo Testamento em Wajãpi Silas e Eldna, Francisco Carvalho, Rosilda Souza, Milton e Nereide Viana e os dois filhos retornaram de uma viagem a diversas aldeias wajãpi, onde pregaram a Palavra e distribuíram as Escrituras. Deus está causando um despertamento entre os Wajãpi e novas aldeias estão solicitando uma visita para receberem o Novo Testamento, que foi recentemente impresso, e o ensino bíblico. A estrada estava com grandes atoleiros, mas o Senhor abençoou e guardou os passos da equipe. Em cada 18
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aldeia visitada encontraram grupos sedentos pela Palavra. Vários decoraram o Pai Nosso e outros compraram o Novo Testamento e vibraram com o Evangelho. Foi comovente o interesse de um modo geral. Os caciques de duas aldeias disseram: “Agora que temos a Palavra de Deus não vamos mais fazer bebidas (‘caciri’).” Deus conhece a sua intenção. Que Ele lhes dê a fé para realmente praticarem essa decisão tomada. Fizeram a melhor escolha.
Foto: Raimundo Siqueira/canstockphoto.com.br