Sorrell 01

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SEÇÃO I

INTroduÇÃo

Capítulo 1

princípios para a realização de provas Vincent L. Sorrell e Sasanka Jayasuriya

Muitos médicos acreditam que o uso de testes padronizados para a obtenção de certificação pelas bancas é mais um teste de “habilidade de fazer provas” do que de conhecimento. De fato, isso já foi estudado. Publicado no Journal of the American Board of Family Medicine (1), estes autores tentaram estudar o impacto relativo destas “habilidades não clínicas” em comparação com o conhecimento necessário percebido do treinamento de residência. Neste estudo, os não médicos conseguiram ter sucesso superior ao que consideraríamos sorte, confirmando a sua capacidade de executar bem os testes padronizados. Entretanto, eles não chegaram nem perto do valor mínimo necessário para serem aprovados. Acreditamos que o candidato mais bem preparado terá tanto o conhecimento do material do exame como uma compreensão avançada dos “atalhos e armadilhas” dos testes. As sugestões a seguir foram obtidas após discussão com vários ex-alunos, revisão da literatura disponível e nossas próprias estratégias comprovadas de sucessos e falhas do passado. Estas são fornecidas como guias adicionais e nunca devem induzir o leitor a escolher a melhor resposta a partir da informação contida nestes guias. Entretanto, quando o candidato não tem certeza, estas estratégias podem ser valiosas.

Conceitos gerais Foi demonstrado que existem três tipos primários de adivinhação: aleatória, direcionada e informada (2). A adivinhação aleatória ocorre quando se examina a resposta de um modo completamente cego sem nenhuma noção de qual seria e melhor resposta. A adivinhação direcionada ocorre quando a resposta se baseia por um estímulo. A adivinhação informada geralmente é conhecida como a “adivinhação educada” e ocorre quando a resposta se baseia em um conhecimento parcial. Médicos que se submetem a este tipo de exames raramente optam pela adivinhação aleatória, mas geralmente tomam

decisões em adivinhações direcionadas ou informadas (3). Uma importante estratégia durante a realização destas provas é eliminar as respostas que com certeza que estejam incorretas. Por meio da simples remoção destas opções erradas, o examinado aumenta suas chances de responder o item corretamente. Entretanto, se o candidato é capaz de eliminar todas, exceto duas opões de resposta, ele tem 50% de chance de responder corretamente. Os responsáveis pela formulação dos testes declaram que aproximadamente 85% das questões são apresentadas em forma de cenários clínicos e não em fatos de conhecimento remoto. Vinte e dois por cento das questões utilizam material de exames anteriores, e a maioria das perguntas enfatiza o conhecimento geral. É raro que um material altamente atualizado seja incluso no teste já que as questões são compiladas mais de 1 ano antes da data do exame. Certamente, os estudos clínicos mais recentes não serão testados. O ASCeXAM atualmente é feito em centros de exames computadorizados. O teste é composto por questões de múltipla escolha e análise de casos. No momento em que a revisão deste livro estava sendo realizada, recebemos a informação de que o ASCeXAM consistiria de um total de quatro blocos de testes: três blocos de questões de múltipla escolha (60 minutos) e um bloco de análise de casos clínicos (90 minutos). As questões serão categorizadas como oriundas de uma das seguintes categorias: 1. Princípios físicos do ultrassom. 2. Doença valvular cardíaca. 3. Tamanho e função ventricular, doença coronariana, cardiomiopatias. 4. Doença cardíaca congênita e ecocardiografia fetal. 5. Massas cardíacas, doença pericárdica, contração miocárdica e novas aplicações da ecocardiografia. 1


2  Seção I  Introdução Os examinados serão testados sobre conhecimentos de modo-M, ecocardiografia 2D e Doppler, ETE, contraste e ecocardiografia de estresse. Estudar muito na véspera do ASCeXAM pode causar inibição retroativa. Este é o fenômeno no qual o conhecimento de longa data é substituído pela “memória” de curta duração. Como é improvável absorver estes fatos, em um registro de curta duração em quantidade suficiente para compensar a perda do conhecimento de longa data, isto passa a ser uma grande desvantagem. A despeito deste fato, entretanto, alguns examinados que obtêm sucesso utilizam os poucos dias antes do exame para decorar material que eles consideraram difícil de aprender. Isto inclui equações ou parâmetros quantitativos que provavelmente serão necessários. Por exemplo, alguns candidatos podem ser fracos em Física e decorar equações para comprimento de onda, largura de banda, coeficiente de atenuação, desvio Doppler, etc. Outros podem memorizar as categorias leve e grave da regurgitação valvar quantitativa (tudo mais é moderado) e ser capaz de escrevê-las em um pedaço de papel assim que o teste começar. Fazer isto antes de olhar para a primeira tabela permitirá que o examinado tenha sua própria tabela para uso quando estes valores forem solicitados. Fazer um rápido “descarregamento mental” de informações que você não quer esquecer é valioso, e sua acurácia deve ser testada antes do exame. A repetição é importante. A mais importante estratégia para aqueles que realizarão provas é tentar não deixar para estudar somente no período próximo ao exame. A maioria dos candidatos prefere perder horas ininterruptas por dias (ou mesmo semanas) antes de um exame. A melhor abordagem seria praticar durante todo o ano, resolvendo questões de testes anteriores. Os programas de fellowship cardiovasculares que incorporam questões práticas em uma base semanal apresentam maior probabilidade de ter graduados mais bem preparados que serão bem-sucedidos em seus exames de certificação em suas primeiras tentativas. Criar a cultura do treino com exames anteriores, fazendo com que seus alunos respondam ativamente questões de outras provas, preenche os aspectos mais importantes das habilidades para a realização de provas: prática, prática, prática! Apesar de “a prática torná-lo perfeito”, ela criará um nível de confiança que reduz a ansiedade para grande parte dos candidatos. O mais importante: esta prática ajuda a fornecer um formato estruturado para identificar as áreas que necessitam de reforço adicional. Tome notas durante suas aulas e sessões práticas. Alguns candidatos de exames ASCeXAM anteriores consideraram que “pequenos grupos de estudo” eram altamente recompensadores. Mesmo que esta prática seja nova para o candidato, o conhecimento altamente especializado necessário para este exame tende a se beneficiar com a prática de discussões em pequenos grupos. De acordo com os indivíduos que se beneficiaram com esta prática, parece que reuniões consistentes e regulares (geralmente semanais) são as mais valiosas. A limitação dos grupos, entre três a seis pessoas que realmente venham a participar da próxima prova, mantém o foco nos debates. Se outras pessoas quise-

rem participar como ouvintes, eles devem comprometer-se a anotar e aprender, mas sem interferir com questionamentos. Em 4 a 6 meses, um pequeno grupo pode cobrir todo o programa. Em cada sessão de revisão de 45 a 90 minutos, parte do tempo deve ser dedicada para questões práticas. Mantenha suas anotações durante suas sessões de revisão e registre com frequência conceitos mal compreendidos e categorias de patologias ou técnicas para estudo adicional mais concentrado. A maioria das pessoas com quem conversamos recomenda altamente os cursos ASE review e o Mayo review como um modo de rever o material, aumentar a confiança sobre os conhecimentos atuais e preencher as lacunas de conhecimento. Na nossa opinião, estes cursos de revisão são úteis mais para final do período de estudo, mas não se deve considerar que eles possam substituir 4 a 6 meses de estudo constante. Quando utilizar este Livro de Revisão e outras questões de testes anteriores, é mais importante estudar as opções incorretas e compreender por que aquela resposta era a correta. A simples resposta correta a uma questão nem sempre é tão valiosa quanto à compreensão cuidadosa do porquê as outras opções estavam incorretas. Algumas vezes você pode responder corretamente uma pergunta sem compreender suficientemente o material. Atuar desta forma pode sujeitar o examinado a errar esta mesma questão (ou uma similar) no futuro. Entretanto, ao separar tempo para analisar as outras opções e seguir em frente somente depois que você verdadeiramente entender o ponto educacional aumentará de modo significativo a base de seu conhecimento e irá prepará-lo para questões semelhantes no futuro. Por este motivo, nosso livro foi criado para proporcionar uma extensa discussão após cada questão e fornecer o material necessário para a consolidação do conhecimento. Questões de provas para exames de especialidades contêm enunciados iniciais. Estes geralmente se baseiam em aspectos clínicos. O examinado bem preparado geralmente é capaz de “captar” os detalhes pertinentes e criar sua própria resposta antes de ler as opções oferecidas. Apesar de não haver “pegadinhas”, é importante lembrar que, assim como seus pacientes, respostas parcialmente corretas são comuns e, portanto, toda a sentença de cada uma das respostas deve ser lida antes de escolher sua resposta final. Ao responder perguntas longas, especialmente quando muitos detalhes são apresentados, é válido rever a última sentença e as opções selecionadas inicialmente de modo a auxiliar na escolha dos fatos importantes durante a leitura de todo o enunciado. Isto foca sua atenção sobre porções críticas do material escrito. Esta “dica” é equivalente a ouvir uma longa história relatada de um paciente que só ao final diz o motivo da consulta. Seria melhor saber o motivo da consulta no início do relato, o que dá a oportunidade de o médico “filtrar” as informações relevantes e as informações irrelevantes apresentadas. Com esta abordagem, a melhor resposta pode ser óbvia antes da leitura de todo o enunciado. Durante o curso de um exame de várias horas, esta prática reduz o desconforto mental e a fadiga. Veja um exemplo:


Capítulo 1  Princípios para a realização de provas   3 Um homem de 82 anos de idade com estenose aórtica e regurgitação mitral (IM) se apresenta para acompanhamento. O paciente foi diagnosticado com estenose aórtica grave há 5 anos e continua fisicamente ativo caminhando 5 km por dia em uma pista ao redor do lago. Um ecocardiograma de rotina foi realizado há 2 semanas. A valva aórtica apresentava calcificação e estenose com uma área valvar de 0,9 cm2 e gradiente médio e pico de 41 e 62 mmHg, respectivamente. Estes achados não se alteraram significantemente em relação aos exames anteriores. A valva mitral estava espessada com alterações degenerativas. Foi observada CAM moderada. Uma IM moderada foi registrada de modo qualitativo. Foi solicitado que você reavaliasse a IM e aplicasse critérios quantitativos. Qual dos critérios abaixo é o MENOS consistente com regurgitação mitral moderada? A. ERO de 0,30 cm2 B. Vena contracta de 0,6 cm C. Fração regurgitante de 55% D. Volume regurgitante de 42 mL E. Área do jato regurgitante de 6 cm2 Resposta C é correta. A, B, D e E são valores quantitativos que indicam uma IM moderada. A opção C é consistente com IM grave (> 50%). Para responder corretamente a esta questão, foi necessária a última sentença da pergunta e uma rápida olhada nas respostas. Apesar de ser interessante ler que um homem de 82 anos com estenose aórtica grave caminha ao redor do lago diariamente, um exame sensível ao tempo não deve ser o melhor local para apreciar histórias curtas! Sempre se alimente antes das provas. Evite alimentos pesados ou que podem te deixar sonolento. Maçãs melhoram sua memória mais do que café, mas a consistência é mais importante. Se você tomava café durante suas sessões de estudo, tome café. Entretanto, você nunca deve começar ou parar de tomar café (ou comer maçãs) somente para o exame.

Conceitos específicos Sempre é importante procurar pela ideia central de cada questão. Qual é o ponto principal? A maioria dos elaboradores de questões possui um único ponto do ensino que querem enfatizar e se você for capaz de identificá-lo, a resposta se torna mais visível. Evite a tentação de tentar interpretar demasiadamente a questão e torná-la mais difícil do que ela realmente é. Exemplo: “Qual dos achados ecocardiográficos a seguir é o mais preditivo de eventos cardíacos em pacientes com esta patologia cardíaca”? Pode ter uma resposta bem diferente do que “Qual das opções a seguir é a melhor indicação que este paciente se beneficiaria do reparo desta patologia cardíaca?” Descobrir isto durante a leitura do enunciado é valioso. Considere a etnia, a raça, o gênero, a geografia e a ocupação durante a leitura destes estudos de casos. Por exemplo,

afro-americanos apresentam alto risco para sarcoide; mulheres jovens apresentam maior incidência de lúpus eritematoso quando comparadas a homens; e muitas lesões congênitas são específicas para gêneros. Não fique angustiado e desista de uma questão que não saberia responder. Pule-a e volte a esta questão mais tarde. Algumas vezes, perguntas mais adiante podem dar dicas para a resposta ou, simplesmente, ativam sua memória aumentando suas chances de acertar a pergunta. Os seguintes truques para provas auxiliam os examinados quando estão verdadeiramente confusos. Só não sabemos o quanto eles serão valiosos para os exames ASCeXAM em particular.

1 Pistas gramaticais – um ou mais pontos não estão gramaticalmente corretos nas frases. Exemplo: Qual é a próxima etapa para a realização do diagnóstico no cenário do paciente descrito acima? A. Encaminhamento imediato para cirurgia cardiotorácica (CT). B. Agendar acompanhamento ambulatorial eletivo. C. Realizar ecocardiografia transesofágica de emergência no leito. D. Administrar aminofilina o mais rapidamente possível. E. Solicitar avaliação de um especialista em doenças infecciosas. Resposta C é correta. O examinado bem orientado reconhecerá que SOMENTE a opção C é uma opção “diagnóstica” e que as opções A, B, D e E não são “etapas para a realização de um diagnóstico”. Portanto, mesmo que o examinado não tenha lido o “cenário do paciente”, a única opção diagnóstica conforme solicitado no diagnóstico era a opção C. Esta é uma pista gramatical.

2 Pistas lógicas – um subgrupo de opções é coletivamente exaustivo. Exemplo: Qual frase é a mais correta? A. A elevação da frequência do transdutor aumentará a resolução da profundidade. B. A elevação da frequência do transdutor não altera a resolução da profundidade. C. A elevação da frequência do transdutor irá diminuir a resolução de profundidade. D. A frequência do transdutor não pode ser alterada. E. A resolução da profundidade não pode ser alterada. Resposta C é correta. O examinador informado observa que todas as três possibilidades são oferecidas nas opções A, B e C, tornando estas as respostas lógicas e considera D ou E como possibilidades.


4  Seção I  Introdução

3 Termos absolutos/fechados versus termos abertos – termos como “sempre, nunca, tudo e nenhum” geralmente (nem “sempre”) indicadores de uma opção incorreta já que são “fechados” e restritivos. Estes limitam as possibilidades reais, mas em medicina, este fenômeno é raro. Termos abertos como “geralmente, frequentemente, principalmente e podem” são em geral (mas novamente nem “sempre”) encontrados nas opções corretas já que são menos confinantes e abertos a várias possibilidades clínicas. Exemplo: A ecocardiografia contrastada irá: A. Sempre melhorar a definição endocárdica. B. Nunca contrastar o miocárdio do VE. C. Comumente melhorar a visualização do ápice do VE. D. Frequentemente (> 20%) causar eventos adversos menores como dor lombar. E. Sempre resultar em um volume do VE maior em comparação com o eco sem contraste. Resposta C é correta. Apesar do eco contrastado muito comumente melhorar a definição endocárdica (A) e resultar em um maior volume de VE em comparação com o eco sem contraste (E), existem diversas circunstâncias (principalmente técnicas) onde estes não se aplicam. O examinado informado está atento para isto e elimina estas opções pelo uso do termo “sempre”. Similarmente, “nunca” é utilizado na opção B, mas algumas vezes, o contraste irá definitivamente realçar o miocárdio do VE (especialmente com o uso de sequências de imagens de perfusão). Isto deixa somente as opções C e D para a escolha do examinado.

4 Longa resposta correta – a resposta correta é mais longa, mais específica ou mais completa do que as outras opções. Exemplo: Qual das opções abaixo descreve melhor as diferenças entre a ecocardiografia modo-M e 2D? A. O modo-M possui resolução espacial superior em comparação com a 2D. B. Tanto 2D como modo-M necessitam de aderência a técnicas ideais de exame para que se obtenha resolução temporal e espacial da mais alta qualidade. C. A resolução temporal do modo-M pode ser 100 × maior do que a 2D. D. A resolução temporal 2D será igual à resolução temporal modo-M pelo estreitamento do setor de imagem. E. A alteração da frequência da sonda alterará o 2D, mas não a aparência do modo-M. Resposta B é correta. É improvável que esta prática supere as outras “dicas e truques” listados. É uma das muitas

técnicas tentadas e verdadeiras informadas por examinadores habilidosos. Estes editores recomendam cuidado ao utilizar esta técnica e somente como último recurso quando você realmente não tem noção da resposta.

5 Opções todas as acima e nenhuma das acima – apesar desta não ser um dos “truques” comumente encontrados, estes editores aprenderam que esta opção frequentemente é a escolha correta. Quando “todas as acima” é uma opção, assim que você identificar que duas respostas são corretas, a resposta seria “todas as acima”. Por este motivo, esta opção raramente é permitida em nosso livro de revisão e foi frequentemente incluída como uma opção incorreta para desestimular esta prática. Como isto ocorrerá no ASCeXAM não sabemos completamente. Lembre, se parte de uma opção é falsa, toda a frase é falsa! Entretanto, considerar parte de uma opção verdadeira não torna esta opção a melhor resposta.

6 Opções opostas – se duas respostas são opostas, uma delas pode ser a resposta correta. Exemplo: A. O sinal de fluxo Doppler colorido estará reduzido. B. O sinal de fluxo Doppler colorido estará elevado.

7 Opção que você nunca ouviu antes – se parecer “doida”, a opção pode ser “doida”. Não escolha uma resposta considerando que como você nunca ouviu isto antes, deve ser correta. Geralmente é errada. Exemplo: A. A largura visível da velocidade modal do sinal de fluxo espectral transmitral está falsamente estreitado quando o contraste com microbolhas foi removido da circulação arterial. Esta é uma declaração totalmente fictícia criada para seu deleite!

8 Vi minha resposta, então ela deve ser correta – quando se escolhe a resposta correta em uma questão matemática, cuidado para não selecionar sua opção simplesmente porque é uma das opções disponíveis. Muitos elaboradores de questões aprenderam que examinados procuram por suas “respostas”, e quando elas não estão lá, eles reavaliam se escolheram a fórmula correta ou se cometeram um erro de conta. Para lidar com isso, os elaboradores de questões comumente colocam opções com base em fórmulas incorretas ou números incorretos preenchidos em fórmulas corretas.


Capítulo 1  Princípios para a realização de provas   5 conselho a ser dado aos nossos leitores, revimos a literatura disponível e criamos uma tabela para sua consideração (Tabela 1.1). Com base nesta tabela, pode ser válido guardar tempo para reconsiderar a mudança de respostas nas questões em que você não tem certeza.

Exemplo: Qual é a área VA de acordo com os seguintes parâmetros? TSVE 2,0 cm TSVE tvi 20 cm VA tvi 100 cm

TSVD 2,2 cm IAO pht 400 m gradiente médio VA 60 mmHg

TSVD tvi 17 cm pico V VA = 5,0 m/s

Lidando com o estresse e a ansiedade

A. 0,63 cm2 = ([2,0 × 2,0 × 0,785 ou 1,0 × 1,0 × 3,14] × 20 cm/100 cm) B. 0,13 cm2 = (2,0 × 2,0 × 0,785 ou 1,0 × 1,0 × 3,14/500) C. 0,65 cm2 = (2,2 × 2,2 × 0,785 ou 1,1 × 1,1 × 3,14/ 100 cm) D. 0,2 cm2 = 20 cm/100 cm Resposta A é a resposta correta baseada na fórmula correta. Todas as outras opções usam fórmulas incorretas para obter as opções listadas de B a D. Observação: A opção C é um método alternativo quando os dados do TSVE (Trato de Saída do Ventrículo Esquerdo) não estão disponíveis ou são imprecisos (gradiente de saída, etc.) e não se observa derivação no nível cardíaco. Observação: A opção D é o “índice sem dimensão”. Este valor, quando < 0,25 é outro marcador de gravidade, e uma boa técnica quando o diâmetro do TSVE é impreciso (valvas protéticas, etc.) Quando se resolve uma questão matemática, tenha seus valores numéricos consigo para auxiliar na seleção da opção correta. DICA: Mantenha todos os valores em cm (mova o ponto decimal quando necessário: p. ex., 1,2 m/s = 120 cm/s; 12 mm = 1,2 cm).

9 Mantenha sua resposta inicial – pense sobre conselhos que recebeu para melhorar seus resultados em exames de múltipla escolha. Alguns foram orientados a confiar em seus instintos e nunca voltar para mudar a resposta. Outros foram orientados a rever e reconsiderar as questões em que a resposta não segura. Ao avaliarmos qual é o melhor Tabela 1.1

Finalmente, qualquer discussão sobre a prática de exames de avaliação deve, pelo menos, mencionar a importância dos efeitos negativos do estresse e da ansiedade. As dicas e os truques acima são oferecidos com a esperança de reduzir estes aspectos. Infelizmente, alguns examinados permanecem “estressados” apesar do cuidadoso estudo e prática. Nestes casos, e sabendo que a estimulação adrenérgica é parcialmente responsável, algumas vezes surge a dúvida: devo tomar um beta-bloqueador (BB) para minimizar a ansiedade e melhorar meu desempenho? Alguns indivíduos utilizam BBs para aumentar seus desempenhos sob alto estresse. Dois recentes atletas olímpicos foram banidos após apresentarem testes positivos em seus exames de antidopagem. A droga: propranolol. No mundo musical, o Inderal é considerado a “droga underground do músico”. Assim, certos indivíduos se baseiam nas “capacidades de aumento” de desempenho dos BBs. Mas isto se aplica aos indivíduos que irão realizar provas? Apesar da resposta final não ser conhecida por estes editores, o estudo abaixo tentou abordar este assunto. Em um dos poucos estudos publicados que lidaram com este tema, os autores deram aos seus alunos 5 ou 10 mg de mepindolol antes de seus exames para estudar os impactos do bloqueio beta-adrenérgico sobre a proficiência na realização de testes (5). Em duas pesquisas placebo-controladas com N = 55 e N = 49 alunos, uma redução na ansiedade autoclassificada não foi confirmada a despeito da redução das frequências de pulso. Não foi observada melhora (ou piora) no desempenho. Para concluir, o efeito ansiolítico do betabloqueador e o melhor desempenho em provas não podem ser confirmados. A se destacar, dez examinados relataram tonteiras, fadiga e/ou dores de cabeça. Há quase quatro décadas atrás, uma equipe de pesquisadores britânicos testou os efeitos dos BBs no desempenho

Estratégia para a mudança de sua resposta inicial

Autor

Total de questões

% Alterado

Certo para errado

Errado para certo

Davis (1929)

22.000

2,50%

21%

53%

Shahabudin (1929)

21.903

2,90%

34%

66%

Bath (1967) Mathews (1975) Lowe e Crawford (1983)

7.700

4,30%

20%

60%

11.630

5,40%

20%

58%

39.380

4,60%

22%

46%

Fabry e Case (1985)

123.175

3,80%

23%

48%

Totais

225.788

3,9%

23%

55%

Adaptado de Croskerry P. The importance of cognitive erros in diagnosis and strategies to minimize them. Acad. Med 2003;78:775-780.


6  Seção I  Introdução de músicos profissionais (6). Sob as condições mais estressantes, os músicos foram solicitados a tocarem quatro vezes, duas com o uso de placebo e duas com o uso de BBs, em uma pesquisa clínica transversal duplo-cega. Seus desempenhos foram avaliados por dois juízes profissionais. Os resultados demonstraram que os músicos hesitaram menos com o uso de BBs, mas também desempenharam melhor. A melhora foi mínima, maior para a primeira apresentação (maior ansiedade) e mais dramática para aqueles que sofriam de grande nervosismo. Na nossa revisão, parece que os BBs reduzem a expressão externa da ansiedade, mas não modificam o prejudicial impacto do estresse sobre a memória. Como é a expressão externa da ansiedade que impacta negativamente em atletas (p. ex., atiradores e arqueiros) e músicos, o benefício da “dopagem” BB pode ser mais previsível – pelo menos nos indivíduos mais ansiosos, que provavelmente demonstrarão estas expressões fisiológicas (p. ex., tremores). Infelizmente, estresse e ansiedade são dois dos piores inimigos mentais e físicos. Quando os examinados sofrem de estresse ou ansiedade, eles perdem a sincronização e o foco. Esta é uma má combinação para examinados, leva a um pensamento impreciso e a um processo de lembrança deficiente, diminuindo a probabilidade de um bom desempenho nos exames. Para reduzir o componente mental adverso do estresse e da ansiedade, nossa recomendação é a prática da respiração ritmada e o relaxamento muscular para melhorar seu condicionamento cardiovascular. Existem efeitos mentais (e fisiológicos) definidos gerados por estas atividades. A respiração ritmada ajuda a trazer calma para a mente, aumenta o nível de autoconfiança e melhora a capacidade de concentração. Muitos creem que ela restaura os ritmos naturais do corpo. Apesar de não ser bem estudado em examinados, estes benefícios devem ajudar a melhorar seu desempenho na realização de exames. A retenção e lembrança de importantes informações aprendidas são os objetivos específicos da prática desta técnica de respiração particular da ioga. A respiração profunda consiste de respirações completas que conhecidamente reduzem de modo efetivo o estresse. Use seu nariz para inspirar e sua boca para expirar. Faça isso de um modo súbito e forçado para esvaziar seus pulmões. O relaxamento muscular progressivo é outra estratégia comprovada para aliviar o estresse. Esta técnica de relaxamento é particularmente útil se você sofre de tensão muscular em uma área específica. Esta prática pode ser efetiva se realizada alguns minutos antes do exame. Se dores cervicais ou cefaleia frontal são comuns, tente tensionar os músculos que doem (p. ex., eleve os ombros, gire a cabeça ao extremo, nos casos de dores no pescoço; feche fortemente os olhos para as cefaleias frontais) por 10 segundos e depois relaxe os mesmos músculos durante a mesma quantidade de tempo. A criação e a liberação da tensão são grandes redutores de estresse. Uma das atividades mais importantes para a redução do estresse e da ansiedade, que deve resultar na melhora das

capacidades de realizar exames, é aprimorar seu condicionamento cardiovascular. O mais importante é que, mesmo se isso não melhorar sua nota no exame, certamente ajudará você a viver mais. Uma dica bastante atualizada para reduzir a ansiedade especificamente relacionada com o ASCeXAM é planejar cuidadosamente e com antecedência os detalhes necessários para o dia. O conhecimento da localização do centro de testes e das opções de estacionamento antes do dia de exame é aconselhável. Identificar e separar antecipadamente os documentos necessários para o dia é importante. Familiarize-se com os programas de computador (módulos de prática on-line estão disponíveis e devem ser utilizados). Finalmente, mas certamente o não menos importante, assegure-se de entender as regras e os regulamentos do teste. Não considere que todos os testes possuem as mesmas regras. Enquanto telefones celulares podem ter seu uso permitido durante os intervalos de alguns testes, em outros não são permitidos. Temos conhecimento de um teste inteiro de um examinado ser invalidado (sem direito a reembolso) em função de uma chamada telefônica feita para sua esposa durante o intervalo final. Certamente, um telefonema caro para fazer planos para o jantar.

Dicas de estudo A criação de um plano de estudo e a adesão a este plano são importantes para assegurar que você cubra todo o material necessário. Considerar que certas categorias do exame podem ser puladas decorrente de um excesso de confiança naquele assunto pode resultar em um desempenho abaixo do ideal. Lembre que somente 10% dos motoristas se consideram como motoristas “abaixo da média”. Em nossa opinião, a preparação para sentar e realizar um exame que dura várias horas requer treinamento similar ao de um atleta. Você não decide simplesmente correr uma prova de 4 horas com 1 semana de antecedência; em vez disto, você deve preparar-se para isso. Este conceito se aplica ao ato de sentar para a realização de longos exames como o ASCeXAM. Construa sua resistência para as P & R durante semanas ou meses antes do exame. Tenha noites com horas adequadas de sono. Acorde sempre na mesma hora. Coma o mesmo café da manhã que “funciona para você” sem causar sintomas GI ou sonolência. Comece respondendo as perguntas na mesma hora que você fará o exame. Complete testes de prática totais, respondendo mais blocos de questões do que o teste para minimizar a fadiga mental no dia do exame. A prática de cada uma destas atividades fará que o exame real pareça algo comum e secundário em sua rotina diária. Encorajamos fortemente nossos colegas em treinamento a rever todas as imagens publicadas nas diretrizes de sociedades e os documentos de consensos, bem como as imagens dos principais livros-texto de imagens cardíacas. Uma fantástica sessão de revisão prática é “esconder” as legendas da figura e ter o vídeo ou figura projetada em uma tela utilizando um projetor (ou similar). A descrição da imagem des-


Capítulo 1  Princípios para a realização de provas   7 tacando os detalhes e as características pertinentes na figura sem saber a resposta inicialmente e depois com o acesso à legenda da figura para conferência imediata pode ser a dica para testes isolada mais importante. Alguns examinados consideram valioso criar cartões de memória com fórmulas comuns e outros fatos. O ato de escrever estes cartões de memória armazena o material de forma mais profunda em sua memória de longa duração. Além disto, eles podem ser rapidamente acessados para revisão durante um dia de trabalho. Outros utilizam de modo bem-sucedido gravações em áudio de fatos para tocar durante viagens de carro de manhã ou à noite antes de dormir. O uso de mnemônicos para lembrar certos fatos ou pontos-chave também é uma ferramenta comum que demonstrou sucesso com muitos (p. ex., RIPCHAT = etiologia da FA, R = doença cardíaca reumática, I = isquemia, P = doença pericárdica e pulmonar, C = DAC ou cardiopatia congênita, H = HAS, A = álcool, T = tireoide). Em nossa opinião, o aprendizado de conceitos é mais valioso do que o uso de mnemônicos, tanto na preparação para testes como para o tratamento de pacientes. Para este propósito, é valioso criar diagramas e gráficos para ilustrar e compreender completamente conceitos difíceis. A rápida revisão de todo o material nos dias anteriores ao exame aumenta sua capacidade de lembrança durante o teste. É menos produtivo tentar aprender novos conceitos nos dias finais antes do teste. Durante o exame propriamente dito, alguns examinados consideraram produtivo sublinhar as palavras-chave do enunciado da questão e responder as opções que ajudam a distinguir a base da questão e as variáveis relevantes que separam uma questão da outra.

Resumo Alimente-se adequadamente, durma bem e esteja preparado. Aprenda algumas das habilidades para a realização de provas para auxiliá-lo naquelas raras situações em que você poderá ficar confuso. Evite decorar, reduza o estresse e a ansiedade, utilizando o meio que considerar mais adequado. Encontre um pequeno grupo de colegas com foco similar e cubram regularmente o vasto programa. Pratique a resposta de questões de provas anteriores. Faça a revisão de todas as opções – corretas e incorretas. Adquira a rotina de caminhar, de se alimentar corretamente e responder questões, semanas antes da data do seu exame. Aumente seu condicionamento cardiovascular. Reveja as figuras de livros-texto e diretrizes de um modo cego. Compreenda o significado da questão antes de respondê-la. Não tenha medo de mudar sua resposta quando fizer uma nova checagem de resposta que inicialmente você estava inseguro. Boa sorte! Referências 1. O’Neill TR, et al. Performance on the American Board of Family Medicine (ABFM) certification examination: are superior test-taking skills alone sufficient to pass? J Am Board Fam Med 2011;24:175–180. 2. Rogers HJ. Guessing in multiple-choice tests. In: Masters GN, Keeves JP, eds. Advances in Measurement in Educational Research and Assessment. Oxford, UK: Pergamon, 1999:235–243. 3. Downing SM. Guessing on selected-response examinations. Med Educ 2003;37:670–671. 4. Croskerry P. The importance of cognitive errors in diagnosis and strategies to minimize them. Acad Med 2003;78:775–780. 5. Krope P, et al. Evaluating mepindolol in a test model of examination anxiety in students. Pharmacopsychiatria 1982;15(2):41–47. 6. James IM, et al. Effect of oxprenolol on stage-fright in musicians. Lancet 1977;2:952–954.



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