Manual joias

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Joias 7Artesanais MANUAL

de Natividade-Tocantins por

Mestre Wal e Simone CamĂŞlo AraĂşjo

mestre Wal



Mestre Wal e Simone Camêlo Araújo

Manual 7 joias artesanais de Natividade-Tocantins por mestre Wal

1ª edição

Natividade, Tocantins 2015


FICHA TÉCNICA:

CONTATOS:

Textos: Mestre Wal e Simone Camêlo Araújo Edição de textos: Maria Arienar Editora: 10 - empresa de comunicação Criação/Finalização: Dimensão Comunicação e Marketing Revisão: Janete Monteiro e Izabel Campelo Designer Gráfico: Robson Ribeiro Ilustrações a lápis: Luara Aquino Fotos: Marco Aurélio Jacob Impressão: WR Gráfica e Editora

Ourivesaria Mestre Juvenal: Rua dos Cruzeiros, nº 365 Centro Histórico CEP 77.370-000 Natividade-Tocantins Fone: +55 63 3372-1355 site: www.joiasdenatividade.com Mestre Wal: +55 63 9206-9071 email: mestreouriveswal@joiasdenatividade.com Simone Camêlo Araújo: +55 63 9213-5281 email: simonedenatividade@hotmail.com

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CARDOSO, Priscila. Filigrana Portuguesa. Fotografia José Luís Braga. Porto: Lello Editores, 1998, 158 p.: il.; 30 cm (Biblioteca Lello: artes e letras) IPHAN. MONUMENTA. Joias Artesanais de Natividade-Tocantins. Brasília-DF. 2006, 84 p.: il.; 15 cm (Preservação e Desenvolvimento; 1) JOIAS E DESIGN. Joias com fios: Grande Versatilidade na Produção. São Paulo-SP: Editora Leon, nº 3, julho de 2014, 34 p. WIKIPÉDIA - A enciclopédia livre. Filigrana. Capturado em 15 mar 15, disponível: http://pt.wikipedia.org/wiki/Filigrana

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Palmas

W151m

Wal, Mestre Manual 7 joias artesanais de Natividade - Tocantins por mestre Wal/ Mestre Wal, Simone Camêlo Araújo. - Natividade, TO: 10 - empresa de comunicação, 2015. 60f. il.; 29,7 cm. A presente obra faz parte do Projeto “7 Joias Artesanais de NatividadeTocantins por Mestre Wal”, selecionado, em 2013, no edital do Programa Amazônia Cultural do Governo Federal/MinC. 1. Natividade - Tocantins. 2. Joalheria artesanal. 3. Patrimônio histórico e cultural. I. Araújo, Simone Camêlo. II. Título. CDD 363.69

Bibliotecária: Emanuele Santos CRB/2: 1309 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

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Sumario INTRODUÇÃO - Natividade e o Projeto 7 Joias

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PARTE I - Os Mestres

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Antônio Vicente Nunes

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Juvenal Rodrigues Pinto de Cerqueira

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Altino de Sena Fernandes

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Jesumar Batista Borges

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Joaquim Valdeídes Carvalho

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PARTE II - 7 Joias - Passo a Passo

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Pingente Coração Nativo - em ouro

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Brinco Flor de Maracujá com 6 pétalas - em ouro

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Colar de Lantejoula - em ouro

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Colar Elo Português - em prata

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Pingente “Peixa” - em ouro

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Anel Escravo - em ouro

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Pingente Divino - em prata

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Introdução

Natividade e o Projeto 7 Joias Natividade foi fundada em 1734, em razão da descoberta do ouro no interior do Brasil, tornando-se, no Ciclo do Ouro, um dos mais importantes núcleos de garimpo na primeira metade do século XVIII. O fundador do núcleo populacional foi Antônio Ferraz de Araújo, sobrinho de Bartolomeu Bueno da Silva, o bandeirante descobridor de ouro nas Minas de Goyazes. Enquanto arraial da Capitania de Goiás, Natividade chegou a ocupar o segundo lugar na capitação do ouro. A localidade viveu seu apogeu aurífero em 1745 e conservou-se como arraial durante quase 100 anos. Há quem diga que chegou a ter cerca de 40 mil escravos escavando suas terras em busca do precioso metal. No século XIX, Natividade foi palco de importantes movimentos que plantaram as sementes da criação do Estado do Tocantins, a exemplo do his-

tórico Alvará de 18 de março de 1809, que dividiu a Província de Goiás nas comarcas do Norte e do Sul e da instalação da Junta de Governo Provisória, em 1821. A importância do lugar também é constatada pela visita de ilustres viajantes estrangeiros que em roteiros pelo interior do Brasil fizeram significativos registros da região: Johan Emmanuel Pohl, William John Burchell e o botânico George Gardner. Por volta de 1770, o ouro de aluvião se esgotou e foram tomando assento os criadores de gado. O Ciclo da Pecuária, que se estabeleceu a partir do século XIX, foi responsável pela ornamentação das fachadas do casario. Os lampejos de grandiosidade dos tempos áureos da mineração e da pecuária foram formando as feições do conjunto arquitetônico que a cidade ostenta até hoje.

A ilustração de Burchell, 1828, retrata a capela-mor e a sacristia de um templo construído pelos escravos e que não chegou a ser concluído. Hoje, as ruínas da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos são consideradas um símbolo do patrimônio histórico e arquitetônico brasileiro.

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Natividade e o Projeto 7 Joias

Rua Coronel Deocleciano Nunes, centro histórico de Natividade

Do tombamento nacional ao reflorescimento com o Monumenta

leiro, executado pelo Ministério da Cultura/IPHAN, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, com a parceria da Unesco. Anote-se que o Programa Monumenta foi desenvolvido, em Natividade-Tocantins, sob a coordenação técnica da economista Simone Camêlo Araújo, contratada para a Unidade Executora do Projeto (UEP), pelo Governo do Tocantins/Fundação Cultural. No mesmo ano foi aprovado pelo programa Monumenta o Projeto de Apoio às Joias de Natividade, uma ação paralela ao projeto de restauração do patrimônio histórico que implementou uma série de medidas destinadas a fortalecer e garantir a sustentabilidade da produção artesanal das joias nativitanas com vistas à expansão do mercado. O projeto, dirigido pelo designer Lars Diederichsen, envolveu várias etapas com o objetivo de facilitar o contato com a clientela potencial das joias.

Na década de 80, mais precisamente em outubro de 1987, a cidade tomou novo fôlego com o tombamento nacional do seu conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Na paisagem urbana colonial sobressaem as ruas irregulares e a simplicidade na escala, ritmo e proporção do casario. Tudo isso resulta num conjunto harmônico que encanta seus visitantes ao primeiro olhar. Em 2004, um convênio assinado entre o Ministério da Cultura e o Governo do Estado do Tocantins para a participação de Natividade no Programa Monumenta trouxe resultados significativos para a comunidade local. O Monumenta foi um projeto de recuperação do patrimônio cultural urbano brasi-

Museu Histórico de Natividade e prédio da antiga Prefeitura Municipal, localizados na praça Leopoldo de Bulhões

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Natividade e o Projeto 7 Joias

Imagem de Nossa Senhora da Natividade, padroeira do Estado do Tocantins. Em destaque, o ramo e a coroa de ouro. Mais abaixo, a graciosa pombinha, confeccionada em ouro maciço, que adorna a Coroa do Imperador do Divino. As três peças são de autoria de mestre Juvenal.

Rico Patrimônio O patrimônio cultural de Natividade é bastante rico e variado, miscigenado com a forte presença dos exploradores portugueses e a mão de obra africana. A ourivesaria de joias tradicionais em ouro e prata é um desses elementos. Festividades religiosas e diversas manifestações que as cercam se destacam na cultura brasileira. Os Festejos do Divino Espírito Santo, a Romaria Senhor do Bonfim e os Festejos da Padroeira Nossa Senhora da Natividade representam a fé que move esse povo. Nesse contexto, surgem as Folias do Divino com suas rodas e catiras, a dança da suça e uma rica culinária, que tem na confecção dos bolos e biscoitos tradicionais - como o amor-perfeito, a tradução de um patrimônio imaterial de grande significância.

Colar Flor de Maracujá

Origem da Filigrana Foi em meio a toda essa herança de miscigenação que chegou até nossos dias a arte milenar da filigrana. Sua origem, no entanto, não está seguramente determinada. Quem discorre com mais propriedade sobre o tema é a lusitana Priscila Cardoso, em sua obra “Filigrana Portuguesa”, de 1998: “A técnica decorativa da filigrana foi utilizada na ourivesaria das antigas civilizações mediterrânicas, nomeadamente nas joias da Grécia, Etrúria e Roma, depois pelos artistas gauleses e visigóticos. Os árabes, quando entraram na península ibérica, no século VIII, já aqui vieram encontrar oficinas bem desenvolvidas desta arte... O que se entende hoje por filigrana portuguesa tem a ver com as joias provenientes de relicários, cruzes e arrecadas do fim do século XVII e do século XVIII, cuja evolução ocorreu principalmente a partir do começo do século XIX, com uma feição nitidamente popular, o que, aliás, paralelamente aconteceu em muitos outros países, como em Espanha, Itália, França, Países Nórdicos, Turquia, América do Sul e, desde sempre, China e Índia. ... Mas, ao que parece, os grandes e inconfundíveis mestres desta tão delicada indústria artística foram, desde longa data, os árabes...”

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Natividade e o Projeto 7 Joias

Hoje, os principais centros produtores da filigrana portuguesa de qualidade estão circunscritos a Gondomar, distrito de Porto, e a Póvoa de Lanhoso, vila do distrito de Braga. Em Gondomar existe o Cindor - Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria, criado em 1984, sendo o único centro de formação profissional em Portugal. O Cindor é o grande responsável pela perpetuação da filigrana. Os cursos para jovens e adultos aprimoram os artistas que fazem o país exportar e se impor no mercado de joias. De Portugal, a técnica veio para o Brasil. “É provável que tenha alcançado Natividade ainda na corrida do ouro” (Sec. XVIII). (IPHAN, 2006, p.9). As peças da filigrana portuguesa, confeccionadas em Natividade, são usadas como adereços no dia a dia e, com mais ênfase, nas festas especiais, tanto pelas pessoas mais humildes como as de mais recursos. A grande maioria das joias é feita por encomenda, demanda que cresce consideravelmente nas festividades religiosas. Muitas mulheres colecionam seu “pano de joias” - uma espécie de álbum com peças de ouro que espelha a história de vida delas. Ganha-se joia no nascimento, batizado, aniversário de 15 anos, casamento... Uma bela tradução desse sentimento de pertencimento ocorre na confecção do pingente “Divinim” - que representa o Divino Espírito Santo, maior expressão de devoção dos nativitanos. A obra referencial portuguesa já citada (p.29), nos explica: “A filigrana é memória e patrimônio, independentemente da tecnologia, sendo, portanto, uma etno-tecnologia, porque tem a ver com a cultura local”. Para a autora, a filigrana assenta, é certo, numa técnica artesanal, daí ser desejável, se não imprescindível, evitar que ela venha definitivamente a se perder na febre da industrialização. A Enciclopédia Livre - Wikipedia, 2015,

ressalta o valor dos filigraneiros: “a filigrana é uma arte minuciosa, inteiramente feita à mão e que exige do ourives o mais alto grau de paciência, imaginação e habilidade. O poder criativo e a sensibilidade artística destes artífices produzem peças únicas”. Analisando o contexto produtivo de Natividade - berço histórico do Tocantins, os estudiosos do IPHAN concluem que “a antiguidade isolada não é patente capaz de assegurar a sobrevivência de qualquer patrimônio histórico, ou de uma tradição multissecular. A linhagem de artesãos da cidade, sucessora de ourives portugueses, que chegaram nos calcanhares dos garimpeiros, esteve perto de uma ruptura irreparável nos anos 1980/90. Embora a perícia de poucos mestres remanescentes fosse inquestionável, não havia aprendizes” (IPHAN, 2006, p.14). Nesse sentido, ao longo dos anos, foi fundamental para a continuidade dessa arte, a parceria da Asccuna com o Governo Federal/ MinC/IPHAN, Embaixada Britânica, Caixa Econômica Federal, Governo do Tocantins, Ulbra e Sebrae. Importantes para a manutenção da Oficina foram, também, as doações de livros sobre o assunto pela professora Juciene Ricarte Apolinário e de ferramentas das irmãs paulistas que trabalham com joias Thais Guarnieri e Mariana Ribeiro. Além, é claro, das iniciativas pessoais e voluntárias dos autores desta obra e tantos outros mestres que ajudaram a garantir a transmissão desse saber.

Mestre Juvenal, em sua oficina na rua União, década de 60

Coração Nativo

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Natividade e o Projeto 7 Joias

Iniciativa inédita Por meio do Programa Amazônia Cultural, editado pelo Governo Brasileiro/Ministério da Cultura, com o objetivo de apoiar projetos culturais da região Norte do Brasil, a ideia de registrar esse saber milenar pôde ser finalmente concretizada. Este manual é parte do Projeto “7 Joias Artesanais de NatividadeTocantins por mestre Wal”, contemplado no referido edital, em 2013. O projeto registra em texto, vídeo e foto o elaborado processo de feitura das joias artesanais nativitanas. O protagonista da transmissão desse saber e fazer é Joaquim Valdeídes - mestre Wal, que, além de exercer sua atividade, contribui voluntariamente para a formação de jovens aprendizes na cidade por meio do projeto Ourivesaria Mestre Juvenal. Os produtos oriundos do Projeto - este manual, três videoaulas (disponíveis em www.joiasdenatividade.com e em dvd) e um portfólio de joias, são uma forma de democratizar e fortalecer a troca de conhecimentos e experiências do mestre. Todos foram desenvolvidos com foco na pesquisa, formação e capacitação de um importante patrimônio cultural da região Norte do Brasil. O fio condutor desse saber são os mestres artesãos e seu voluntarismo. O manual destaca Antônio Vicente Nunes, Juvenal Rodrigues, Altino de Sena, Jesumar Borges e Joaquim Valdeídes (Wal), representantes de uma vasta linhagem de mestres que cresceram e desenvolveram seu ofício na cidade de Natividade e fora dela. O risco de perda definitiva do saber e do fazer das tradicionais joias artesanais foi o que motivou a elaboração do projeto. Além disso, a sua realização

Mestre Wal e o aprendiz Antônio Luiz, 2012

vai além da preservação: é o cumprimento de uma promessa feita por Simone Camêlo Araújo (ainda menina) ao seu tio avô, mestre Juvenal. Desde o primeiro momento, Wal foi um grande amigo que a ajudou nessa empreitada. O projeto, também, é uma alternativa à criação de novas oportunidades e à formação e capacitação de jovens desempregados e/ou em situação de risco social. Em Natividade, uma cidade de cerca de 10 mil habitantes, os jovens precisam de meios que aumentem a sua expectativa econômico-financeira e criem um ambiente de socialização que os livre do caminho das drogas e da violência. Um dos grandes legados do projeto é a formação, a democratização do saber, a redução do tempo de aprendizado e a melhoria das peças produzidas, resguardando-se a qualidade que sedimenta a fama das joias nativitanas. Essa iniciativa inédita de registro no Estado do Tocantins é de grande relevância para a consolidação do patrimônio cultural como um campo de conhecimento essencial a aprendizes e a todos aqueles que atuam na preservação da memória nacional.

Sede da Asccuna, dezembro de 1999. Certificação de aprendizes, entre eles, Benjamim, Edilma, José Leal e Uardon

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Parte I

Os Mestres

A história dos mestres ourives nativitanos remonta ao Século XVIII (Idade Moderna). Aqui vamos abordar a trajetória dos que, na Idade Contemporânea, contribuíram para resguardar este saber tão precioso, incrustando Natividade no mapa do Brasil como uma cidade que preserva suas tradições.

Mestre Juvenal

Mestre Antônio O primeiro deles é Antônio Vicente Nunes, nascido em Conceição do Norte, antigo Goiás, em 1863. Sua esposa, a nativitana Genoveva, faleceu ainda jovem, aos 24 anos. Juntos tiveram os filhos Maria Benedita, Fulgêncio e Elpídio. Mestre Antônio mantinha uma oficina de ourives em sua residência na rua da Contagem (atual rua Rafael Xavier). Ali, por muitos anos, era possível ver o fole - um dos equipamentos, vestígio de sua atividade. Foi lá que ele ensinou seu ofício ao filho Elpídio e também ao jovem Juvenal Rodrigues. No Museu Histórico de Natividade - sala dedicada a ourivesaria, foi confeccionado um fole com material adquirido da família, assim como parte do tamborete, datado de 1890, que ele sentava para trabalhar. Mestre Antônio faleceu aos 84 anos, em Natividade, no Brinco, mestre Antônio ano de 1947.

Juvenal Rodrigues Pinto de Cerqueira foi o responsável, no século XX, pela disseminação em maior escala da arte da ourivesaria em Natividade. Como era de costume, o pai de Juvenal contratou o mestre Antônio para ensinar o ofício de ourives ao menino, então com 12 anos, ao custo de 400 mil réis, o equivalente na época a quatorze bois. Aluno aplicado, após um ano de aprendizagem, Juvenal recebeu o título de “ourives”. Nascido em Natividade, em 1901, casou-se com Belarmina Nunes, conhecida como Belita. O casal não teve filhos, mas adotou vários. Era conhecido como um verdadeiro coração de ouro. Ensinou de forma voluntária o ofício de ourives a vários jovens nativitanos, entre eles Uaci, Alfredo, Francisco, Josafá, Jorge e Jesumar. Naquela época, aprender um ofício era como cursar uma universidade e sair pronto para o mercado de trabalho. Sua oficina também era um ponto de encontro de amigos, onde Juvenal ainda aproveitava para passar princípios morais aos jovens alunos. Para os aprendizes, dava o exemplo:

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Os Mestres

Pulseira Escrava, mestre Juvenal

“Evoluir é necessário, mas sem corromper a consciência que se firmou no passado...” A partir de 1923, Juvenal passou a trabalhar por conta própria como ourives, produzindo trabalhos magníficos em ouro e prata. O exímio artesão transformava o ouro de sua terra em joias admiráveis. No decorrer de meio século de ininterrupta atividade manual e artística, criando e se aperfeiçoando sempre, ele ensinou a arte da ourivesaria a mais de quarenta jovens nativitanos. Faleceu em 1979, aos 78 anos de idade, deixando sua obra para a posteridade: “O fogo de minha oficina não tardará a se apagar. Mas, quando eu me for desta vida, gerações futuras verão o que minhas mãos plasmaram”. Em 1996, a Associação Comunitária Cultural de Natividade - Asccuna, orgulhosamente homenageia o mestre com a implantação do projeto da Oficina Educacional de Joias Artesanais Mestre Juvenal. Foi pelo belo e profícuo trabalho de artesãos, como Juvenal, que se garantiu a preservação da arte secular da ourivesaria em Natividade, com destaque para a técnica rara da filigrana portuguesa.

Mestre Altino Mais tarde, já morando na antiga capital Vila Boa (atual Cidade de Goiás), dedicou-se ao ramo da ourivesaria e trabalhou com um mestre de quem era admirador: Leopoldo Hermano (também nativitano). Quando o parceiro faleceu, a filha Eunice presenteou Altino com peças e ferramentas do pai dela. Foi em Vila Boa que Altino conheceu Fiica (Maria Marques Freire) com quem iria se casar pela segunda vez. Com a mudança da capital de Vila Boa para Goiânia, Fiica, que trabalhava na Imprensa Oficial, mudou-se para a nova cidade. Foi lá que eles se casaram, em 1938, e tiveram 4 filhos: Bernardino (Bé), Altino (Preto), Wagner (Bill) e José. Este último já nasceu em Anápolis. Altino ensinou o ofício de ourives a todos eles. Apenas um dos filhos (Preto) exerceu a profissão que o pai lhe ensinou até o fim da vida.

Altino de Sena Fernandes, contemporâneo de Juvenal Rodrigues, nasceu em 1908, em Natividade. Estudou somente os dois primeiros anos do ensino fundamental (antigo primário). Neto do ourives Mestre Cazuza, aprendeu o ofício com o pai Bernardino, que também desenvolveu a arte de confeccionar joias em Natividade. Na idade adulta, foi tropeiro, comercializando mercadorias entre Crixás, Goiás Velho e Natividade. Em 1933, casou-se pela primeira vez, e a mulher morreu prematuramente após 8 meses de casamento, não tendo filhos. Começou a trabalhar por conta própria por volta de 1930, no antigo Descoberto (atual Porangatu).

Joia “Peixa“ incrustada com madrepérola, mestre Altino

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Os Mestres

Em 1943, a família estabelece residência em Anápolis/GO, que estava despontando como polo de desenvolvimento, sendo Altino o único ourives na cidade. Confeccionava cordões, pulseiras, anéis, brincos, gargantilhas, terços e cruzes, com uma peculiaridade: incrustava nas joias corvinas (pedra), madrepérolas e cascas de coco. Valendo-se desta profissão e com profundo conhecimento da arte e do material (ouro e prata), trabalhou como avaliador da Carteira de Penhores da Caixa Econômica Federal, por 18 anos, o que lhe valeu uma aposentadoria nos três últimos anos de vida. Faleceu em 1981. Seu filho Bill doou ao projeto da Oficina Mestre Juvenal ferramentas específicas que o pai usava para confeccionar a “peixa”, o que ajudou os artesãos no aprimoramento da peça. O filho José, (único ainda vivo) já avisou a família: ao partir, quer que suas ferramentas também sejam doadas a Ourivesaria, em Natividade.

Flor Maria da Penha, mestre Jesumar

Como muitos jovens da época, em 1971, foi estudar na capital Goiânia/GO. Lá, conseguiu emprego na oficina de Antônio Fernando Neves, um importante ourives português. Com ele, trabalhou 11 anos. Em 1977, casou com a médica paraibana Maria da Penha Lira, com quem teve dois filhos: Nayanne e Tayrone. No começo da década de 80, montou oficina no edifício Santa Rita de Albuquerque, na Av. Anhanguera, centro de Goiânia. Foi nesse espaço que Jesumar tornou-se mestre, ensinando a confecção de joias contemporâneas a jovens nativitanos como Joaquim Valdeídes (Wal) e Abisania (Bisa). Foram tempos de trabalho intenso na oficina, onde confeccionavam joias da moda, peças com pedras preciosas e semipreciosas - os conhecidos anéis e alianças PP (de prata e paladium, com banho de ródio). “Minha oficina se transformou num ponto de encontro de amigos, assim como em Natividade, nos tempos de Mestre Juvenal”. A doença mental do filho Tayrone motivou a mudança da família para Natividade, onde Jesumar montou sua oficina e pôde dar mais atenção ao filho. Em Natividade, ele acabou ensinando seu ofício a outros jovens da localidade, dentre eles Orleide Sérgio, Clidioney, Fabrício e Valdomiro Patrício. Com seu jeito irrequieto, Jesumar tem como característica profissional a inovação das peças que produz, a que ele insere pedras, sua especialidade. Costuma dizer, com orgulho, que a disseminação do ofício de ourives em Natividade deve muito a ele e ao mestre Juvenal. Atualmente, Jesumar não trabalha mais. Com muito humor, diz que até fez promessa ao Senhor do Bonfim para manter a saúde do filho Tayrone e tirar a sua preguiça. “A primeira graça já foi me foi concedida; quanto a segunda, continuo aguardando (risos)...” Que Deus lhe providencie logo muita coragem para que possamos apreciar seus belos trabalhos outra vez.

Mestre Jesumar Jesumar Batista Borges nasceu na cidade de Peixe, ainda antigo Goiás, em 1950. Filho dos nativitanos Ezequiel Batista Borges (Maroto) e de Isaura Barbosa Borges, chegou em Natividade aos 8 anos de idade. Foi um garoto hiperativo e, aos 12 anos, começou a aprender a arte de ourives com o mestre Juvenal Rodrigues, onde ficou por oito anos. Desta época, lembra a dificuldade do processo: “O ouro era derretido no fole; os fios puxados com o martelo; e o fogo do maçarico era soprado em um canudo de metal.”

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Os Mestres

foi encontrado um desenho da “peixa” feito a mão por mestre Juvenal; ou quando recebemos, em doação, umas ferramentas do mestre Altino”. Com o desenho de Juvenal e as ferramentas de Altino, Wal decifrou o caminho de uma peça símbolo das nativitanas - a peixa articulada, usada somente por mulheres. No início da década de 90, muita coisa aconteceu. Quem também acabou voltando para a cidade foi Simone Camêlo Araújo, que assina esta obra junto a Wal. Economista de formação, pós-graduada em cooperativismo, ela fez parte da Comissão de Estudos para divisão do Estado de Goiás que redundou na criação do Tocantins. De volta a Natividade, ela assumiu os negócios da família e começou a desenvolver trabalhos na área cultural de forma voluntária. Em 1992, junto a outros líderes comunitários, entre eles os ourives Wal e Bisa, criou a Associação Comunitária Cultural de Natividade - Asccuna, sendo sua presidente por 12 anos. É Simone quem elabora os projetos em busca de parcerias e recursos para tocar a Ourivesaria. Wal - Simone - Asccuna. Pronto. Estava formada a tríade que garantiria a perpetuação do saber-fazer das tradicionais joias artesanais nativitanas. Parece simples, mas essa parceria mostrou resultados que garantem a conservação de uma tradição secular como a técnica rara da filigrana portuguesa. Em 1996, Wal e Bisa passaram a trabalhar como voluntários para viabilizar um projeto de resgate da ourivesaria, gerenciado pela Asccuna. O Projeto Ourivesaria Mestre Juvenal é uma oficina-escola de joias artesanais onde jovens desenvolvem um trabalho que garante a confecção das tradicionais joias em ouro e prata - herança da colonização portuguesa na cidade. Por muitos anos, a oficina funcionou em um imóvel cedido pelo casal Modestino e Maria Helena Araújo, na praça São Benedito. Atualmente, está instalada em um imóvel alugado na rua dos Cruzeiros, nº 365. A formação de um artífice exige o tempo mínimo de três anos e, hoje, a oficina possui mestres e aprendizes. Ao longo desses quase vinte anos, ensinou a mais de 50 jovens nativitanos. Por meio de projetos, junto à Asccuna, conseguiu adquirir equipamentos e realizar cursos de formação de mão de obra na arte da ourivesaria. Em 2003, a Oficina de Ourivesaria participou do projeto Artesanato Brasil Design, da Caixa Econômica Federal, que envolvia a confecção de 70 broches em ouro pelos artesãos de Natividade, remunerados para executar o serviço. Eles receberam ainda da

Mestre Wal O protagonista da transmissão do saber e fazer desta obra é Joaquim Valdeídes Carvalho. Mestre há quase 20 anos, ele nasceu em 1960 na cidade de Ponte Alta do Bom Jesus/TO e veio bem pequeno para Natividade. Casado com Januária Stella, tem duas filhas, Izabelle e Giulia. É pai, também, de Cláudio Maxwell. Em 1979, mudou-se para Goiânia/GO para continuar os estudos. Para sobreviver, investiu numa profissão liberal e aos 19 anos, tornou-se aprendiz de ourives na oficina do nativitano Jesumar Batista Borges. Na época, confeccionavam joias com design moderno. Com a criação do Estado do Tocantins, em 1988, Wal já desenvolvia a profissão de ourives em Natividade, na oficina do amigo Orlando Reis. Em 1990, retornou definitivamente para a cidade e montou com o amigo Bisa uma pequena oficina. Começaram produzindo os mesmos modelos de joias que faziam em Goiânia/GO, porém, a grande demanda pelas joias tradicionais os fez investir na confecção dessas peças. Com uma habilidade nata, atendendo a demanda crescente, Wal rapidamente passou a confeccionar, com perfeição, as principais peças usadas pela comunidade nativitana. “No início, foi muito difícil. Tinha aprendido em Goiânia a fazer joias modernas. Já as tradicionais, eu não sabia, e detalhes da técnica de algumas destas peças haviam se perdido. Aprendi mesmo a confeccionar as joias artesanais foi fazendo e desfazendo as peças e pegando algumas dicas com Mestre Jesumar. O projeto da Ourivesaria Mestre Juvenal possibilitou também um grande aprendizado. Com muita persistência, descobria a saída do labirinto. Muitas vezes, o Divino me ajudava, quando, por exemplo,

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Os Mestres

Caixa uma mesa de ourives e algumas ferramentas. O banco presenteou seus maiores clientes com as peças. Em 2004, o projeto da Oficina participou do Monumenta - programa de preservação do patrimônio cultural, (vide pág.7), quando foram organizadas linhas de produtos e desenvolvida uma estratégia de marketing, além da criação do website www.joiasdenatividade.com. Em 2011, o mestre ourives Wal foi contemplado no Edital de Cultura “Prêmio Mestre Juvenal de Apoio a Mestres de Cultura Popular Tradicional” - promovido pelo Governo do Tocantins/ Fundo Estadual de Cultura. Em 2013, surgiu a oportunidade de implantar o Projeto 7 Joias Artesanais, com apoio do Governo Federal/MinC, dentro do Programa Amazônia Cultural, do qual este manual faz parte. Representante da oficina-escola, Wal participou de inúmeros eventos municipais e estaduais, entre eles várias edições da Fecoarte (Feira de Folclore, Comidas Típicas e Artesanato de Tocantins) promovidas pelo Governo do Estado do Tocantins; Feira Nacional de Turismo e de feiras e eventos realizados pelo Sebrae Tocantins. Em 2005, suas peças foram levadas pelo Governo do Tocantins para Paris, França, no evento “Ano do Brasil na França” e, em 2012, para a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Atualmente, Wal continua sendo o mestre ourives responsável pela Ourivesaria. Fiel seguidor da linha de joias tradicionais, ele conseguiu aperfeiçoar o método de trabalho adaptando algumas ferramentas para melhorar sua produção. Em resumo, mestre

Wal e Simone, uma parceria que deu certo

Wal tem um jeito próprio de confeccionar as joias, o que confere mais eficiência ao processo. A filigrana que ele tece é muito bem acabada. Com persistência e paciência, repassou a sua maneira de trabalhar a dezenas de aprendizes. Foi assim, no centro histórico de Natividade-Tocantins, que um mestre artesão e sua amiga economista realizaram um sonho que une resgate, preservação, geração de renda e sustentabilidade, melhorando a vida da comunidade de uma pequena cidade em que moram no coração do Brasil. Além-mar, um poeta há muito já lhes dava razão: “Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo…”

Mestre Wal e artesãos na oficina. Uardon (camiseta colorida) e Zé Leal (óculos), já são mestres

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Parte II

7 Joias Passo a Passo


Coracao Nativo Pingente

em ouro

- 64mm de diâmetro - Peso: entre 7,5 a 7,7 gramas - 2 faces (esqueleto ou armação) - 1 argola - 1 contra argola - 3,0 gramas de filigrana de 0,15mm - 70 mm de fios torcidos de 1,30mm

- 34 bolinhas: bitola 0,90mm e fio 0,30mm - 14 bolinhas: bitola 0,90mm, fio 0,35mm - 5 bolinhas: bitola 1,20mm, fio 0,90mm


7 Joias - Passo a Passo | Pingente Coração Nativo

1ª Etapa -

Preparação da Armação ou Esqueleto

Confeccione o pingente Coração Nativo com o ouro 18 (750). Antes, é preciso definir o tamanho da peça (ou seja, seu diâmetro). Para medir o tamanho, use o paquímetro. Os tamanhos mais confeccionados na Ourivesaria Mestre Juvenal são os de 64 a 76 mm, que pesam entre 7,5 a 8,5 gramas. Definido o tamanho de 64 mm, vamos trabalhar:

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Na água, o lingote é resfriado. Seque-o com papel toalha ou tecido. Para que o metal seja limpo, mergulhe-o no ácido muriático.

1

FUNDIÇÃO DOS METAIS: comece fundindo 10 gramas de ouro 22, em grãos ou em pó, com 20% de liga. Para 10 gramas, 2 gramas (20%) devem formar a liga, composta de 70% de cobre e 30% de prata. (Se preferir, você pode adquirir a pré-liga já pronta no mercado). Para fundir os metais no cadinho com suporte, use o maçarico a gás e oxigênio, numa temperatura de 900 a 1.000 graus centígrados. O metal se transforma em estado líquido.

4

LAMINAÇÃO: o lingote limpo e seco é levado para o laminador (elétrico ou manual), onde vai ser transformado em fio. O tamanho da peça determina a espessura do fio a ser utilizado na armação ou esqueleto. No tamanho específico (64mm), o fio utilizado é o achatado de 0,60mm. No laminador (elétrico ou manual), comece o trabalho pela ranhura maior (sulco quadrado), fazendo o processo em ordem decrescente nas espessuras.

Dica do Mestre

2

A cada recozida do fio, reduza a abertura 1/4 da volta no laminador. A redução deve ser feita lentamente para evitar rebarba.

Despeje o ouro, ainda em estado líquido, na rilheira. Ali, ele se transforma em um lingote. Pegue esse lingote com uma pinça e leve para a água.

18


7 Joias - Passo a Passo | Pingente Coração Nativo

5

7

ARMAÇÃO OU ESQUELETO: utilizando o compasso, defina o tamanho de três fios que serão utilizados em cada uma das faces (2) do coração.

A cada duas ranhuras (sulcos quadrados) o fio deve ser recozido. RECOZIMENTO: processo feito na mesa do ourives, usando-se o maçarico a gás, em três fases: Aquecimento, Manutenção da Temperatura e Resfriamento. Primeiro, o fio deve ser aquecido até o limite de uma brasa; depois deve permanecer aquecido por algum tempo e, por último, deve ser deixado resfriando lentamente.

Dica do Mestre

8

Recozer sempre e, uniformemente, para que o fio não sofra danos.

Utilize o tribulet e o alicate bico fino para moldar o fio externo, em formato de coração, no tamanho de 64mm.

9

A parte interna, também em formato de coração, é de 21mm e o fio reto que a divide ao meio de 19mm. Solda-se (solda forte, nº 2). Como o modelo do Coração Nativo descrito é dupla face, devem ser confeccionados 2 esqueletos (armações do coração).

6

O lingote vai para o laminador, sendo repassado nas ranhuras (sulcos) até chegar ao fio quadrado de 1,30mm. Recozer sempre. O fio ainda quente, deve ser passado na parafina. Em seguida, use a fieira vídea até chegar a 0,80mm. No laminador chapa (parte lisa), achate para 0,60mm. Trabalhe com este fio para confeccionar a armação ou o esqueleto do Coração Nativo.

SOLDAS: As soldas utilizadas são fabricadas no formato de chapa e de intensidade forte para o esqueleto ou armação da peça.

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7 Joias - Passo a Passo | Pingente Coração Nativo

2ª Etapa - Confecção da Filigrana Repita o processo que foi utilizado para confeccionar a armação ou o esqueleto (fundir o metal, laminar, recozer, laminar) até chegar ao fio quadrado de 1,30mm. No entanto, a liga para a filigrana é de 15%. O referido fio de 1,30mm vai ser trabalhado várias vezes nas fieiras de chapa e vídeas (redondas), em ordem decrescente, para se confeccionar a filigrana de fio contínuo.

FILIGRANA: trabalho de ourivesaria muito

delicado, formado de fios de ouro ou prata finíssimos, entrelaçados e achatados. Com o fio da filigrana, trabalha-se peças elaboradas e de variados modelos. Para se confeccionar a filigrana utiliza-se o ouro 22 (devido a sua maleabilidade). 11

Com o fio quadrado de 1,30mm, trabalhado no laminador, a filigrana vai ser confeccionada nas fieiras chapa e vídeas. Para começar, faça em uma das extremidades do fio uma ponta aguda, utilizando o alicate para puxá-lo. Para facilitar o trabalho, utilize a parafina. São utilizadas nos furos da chapa e das vídeas de 1,30 até 0,20mm.

Quando chegar na vídea de número 0,20mm, confira a medida do fio. A espessura ideal para transformar o fio em filigrana é de 0,20mm, mas pode-se trabalhar também com a medida de 0,25mm. Recozer.

Dica do Mestre No momento em que você for fazer o trançado dos fios no motor de chicote, mantenha o fio esticado e tenha cuidado com a velocidade do motor (use-o em baixa rotação).

10 12 O processo seguinte é dobrar o fio e trançá-lo. Utilize o motor de chicote com mandril para trançar o fio. Para facilitar o trabalho, use o fio no tamanho em torno de 2 metros; dobre-o ao meio. Na dobra unida, use uma bitola/lima redonda para que o fio seja trançado de forma adequada, até chegar à medida de 0,38mm.

Dica do Mestre

A sequência da chapa e das vídeas: - de 1,30 até 0,60mm, utiliza-se de 10 em 10; - de 0,55 a 0,20mm, de 5 em 5.

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7 Joias - Passo a Passo | Pingente Coração Nativo

13

15

Com o fio filigranado em mãos, modele a ponta do fio com a pinça, formando uma argola. Esta argola será usada como ponto inicial para que você consiga, com a pinça, girar o fio em torno de si mesmo. Assim, vai se formando um círculo contínuo com a quantidade de voltas necessárias que encaixe corretamente na armação ou esqueleto.

Com o fio de 0,38 mm em mãos, leve-o de volta para o laminador, na parte lisa de laminação, para achatá-lo para a espessura de 0,15mm. O fio já filigranado aumenta o comprimento mas deve ser cortado no tamanho de 1,5m para melhorar seu manuseio.

16

Para obter um bom preenchimento da armação, inicie o processo pelos detalhes internos do alto do coração (parte de cima) .

14

É com a filigrana que você vai preenchendo as armações ou os esqueletos no modelo da joia tradicional de Natividade, conhecido como Coração Nativo. São 14 rococós filigranados em cada face do coração.

Dica do Mestre Tenha cuidado para que o fio filigranado não se desprenda da armação. Para isso, você pode utilizar a própria pinça ou a unha do dedo indicador.

17

Com as faces prontas, solde os rococós das filigranas com a solda nº 2 (forte). Para limpar, mergulhe a peça no ácido muriático.

21


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3ª Etapa: Acabamento BOLINHAS, FIO DAS LATERAIS, ARGOLA E CONTRA ARGOLA

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Agora, é hora de abaular as duas faces do coração, utilizando o dado de bola/embutidor; recozendo sempre. 21

BOLINHAS OU GRÃOS NO CORPO DO CORAÇÃO: São confeccionadas um total de 53 unidades de bolinhas ou grãos para compor o Coração Nativo. Destas 53, 28 bolinhas vão no corpo do coração; 6 na contra argola; 14 bolinhas farão parte do acabamento na parte de cima do coração (florzinha) e mais 5 vão na parte inferior do coração. 19

Utilize a broca bola para uniformizar os furos da filigrana no coração (onde serão fixadas as bolinhas ou grãos)

22

Na bitola de 0,90mm, enrole um fio de 0,30mm. Corte o fio com uma serra de 6/0. Cada fragmento do fio, ao ser queimado, se transforma em uma bolinha que será utilizada no acabamento do corpo do coração (28 unidades).

20

Solde as duas faces do coração.

22


7 Joias - Passo a Passo | Pingente Coração Nativo

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Na bitola de 0,90mm, enrole um fio de 0,35mm. Corte o fio com uma serra de 6/0. Cada fragmento do fio, ao ser queimado, se transforma em uma bolinha (14 unidades) que será utilizada no acabamento da parte de cima do coração (formato de uma florzinha - uma em cada lado/face do coração). As florzinhas só devem ser soldadas após a fixação dos fios laterais e da argola. As 5 bolinhas da parte inferior do coração são confeccionadas com o fio 0,90mm na bitola de 1,20mm e são fixadas após soldar os fios laterais. Uma das bolinhas - a última, possui um tamanho um pouco maior.

24

Os FIOS DAS LATERAIS dão o acabamento nas laterais do coração. Para confeccioná-lo use o mandril no motor de chicote. Utilize a filigrana de 0,27mm, que deve ser dobrada até 0,40mm. Dobre-a mais uma vez, chegando a 0,80mm. Esse fio deve ser reduzido para 0,70mm. Dobra-se ele novamente até 1,40mm. O fio de 1,40mm será reduzido para 1,30mm. O fio torcido é soldado nas laterais utilizando uma solda fraca (nº 5). Posicionamento e alinhamento das partes a serem soldadas. Peças mal posicionadas prejudicam a soldagem. Esse posicionamento depende da habilidade e preferência de cada ourives. Vale muito a experimentação para obtenção de melhores resultados. Recursos como pinças e suporte para maçarico podem ajudar muito na soldagem. 25

BOLINHAS NA PARTE INFERIOR DO CORAÇÃO: solde as 5 bolinhas na parte inferior do coração, confeccionadas no quadro 23 da instrução.

23


7 Joias - Passo a Passo | Pingente Coração Nativo

ARGOLA: com fio de 1mm de espessura e 6mm de comprimento, faça a argola que será fixada no alto da peça para unir as duas faces do coração.

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Dica do Mestre Utilize a broca espiga para melhorar/ adequar o espaço para fixar a argola.

27

CONTRA ARGOLA: com fio na espessura de 0,75mm, achatado no laminador para 0,60mm e tamanho de 28 mm, confeccione a contra argola no formato gota que será o suporte para a corrente. Preencha com filigrana a contra argola. Solde as filigranas e as bolinhas.

4ª Etapa -

Limpeza

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SOLDANDO OS ACABAMENTOS FINAIS: para finalizar o coração, solde as florzinhas (bolinhas ou grãos) na parte superior do coração. Por último, solde a contra argola.

29

Para a etapa da limpeza, use água e sabão neutro, fazendo espuma e limpando com escova de latão. Mergulhe a peça rapidamente no ácido muriático. A peça está pronta para o uso!

24


Brinco

Flor de Maracuja com 6 pétalas - em ouro

- Tamanho médio adulto: 15mm para cada pétala - Peso: em torno de 3 gramas - 2 flores - 2 arcos - 2 argolas - 2 pés (base) - 1, 2 gramas de filigrana - 26 bolinhas: bitola 0,90mm, fio 30mm


7 Joias - Passo a Passo | Brinco Flor de Maracujá

1ª Etapa: Preparação da Armação ou Esqueleto Confeccione o brinco Flor de Maracujá com o ouro 18 (750). O tamanho médio adulto do brinco é de 15mm para cada pétala, pesando em torno de 3 gramas. Definido o tamanho, vamos trabalhar:

3

Na água, o lingote é resfriado. Seque-o com papel toalha ou tecido. Para que o metal seja limpo, mergulhe-o no ácido muriático.

1

FUNDIÇÃO DOS METAIS: comece fundindo 10 gramas de ouro 22, em grãos ou em pó, com 20% de liga. Para 10 gramas, 2 gramas (20%) devem formar a liga, composta de 70% de cobre e 30% de prata. (Se preferir, você pode adquirir a pré-liga já pronta no mercado). Para fundir os metais no cadinho com suporte, use o maçarico a gás e oxigênio, numa temperatura de 900 a 1.000 graus centígrados. O metal se transforma em estado líquido.

4

LAMINAÇÃO: O lingote limpo e seco é levado para o laminador (elétrico ou manual), onde vai ser transformado em fio. O tamanho da peça determina a espessura do fio a ser utilizado na armação ou esqueleto. No tamanho específico (15mm), o fio utilizado é o achatado de 0,40mm. No laminador (elétrico ou manual), comece o trabalho pela ranhura maior (sulco quadrado), fazendo o processo em ordem decrescente nas espessuras

Dica do Mestre 2

Antes de se fazer o esqueleto ou armação da flor de maracujá, separe os fios que serão utilizados no arco e no pé (base) do brinco.

Despeje o ouro, ainda em estado líquido, na rilheira. Ali, ele se transforma em um lingote. Pegue esse lingote com uma pinça e leve-o para a água.

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7 Joias - Passo a Passo | Brinco Flor de Maracujá

Continue trabalhando o restante do fio de 0,90mm. Faça o recozimento; repasse na parafina e leve-o para a fieira vídea até chegar a medida de 0,60mm. No laminador (parte lisa), achate-o para 0,40mm. Como a peça é um par de brinco, prepare a armação ou o esqueleto de duas flores de maracujá.

5

A cada duas ranhuras (sulcos quadrado) o fio deve ser levado para o processo de recozimento.

RECOZIMENTO: tratamento térmico que tem por finalidade eliminar a dureza de uma peça temperada ou normalizar materiais com tensões internas resultantes do forjamento, da laminação, trefilação etc.

7

Faça o fio no tamanho de 90mm. Utilize o compasso. Marque 6 pétalas no tamanho de 15mm.

Esse processo é feito na mesa do ourives usandose o maçarico em três fases: Aquecimento, Manutenção da Temperatura e Resfriamento. Primeiro, o fio deve ser aquecido até o limite de uma brasa; depois deve permanecer aquecido por algum tempo e, por último, deve ser deixado resfriando lentamente.

Dica do Mestre Para moldar a flor e facilitar a montagem do esqueleto da peça, marque o fio contínuo, com o compasso, depois um pequeno corte com a serra na medida das pétalas (15mm). Comece dobrando o fio pela ponta, fazendo formato de pétalas (unindo as pontas) e fechando o formato da flor de maracujá.

6

O fio é repassado nas ranhuras (sulcos) até chegar ao fio quadrado de 0,90mm. Separe os fios na referida espessura de 0,90mm (04 pedaços) que serão utilizados para confeccionar os dois arcos (tamanho de 28mm) e as duas bases (pés) do brinco (tamanho de 24mm).

8

Com o alicate de bico redondo, dobre as 6 pétalas dando o formato de uma flor.

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7 Joias - Passo a Passo | Brinco Flor de Maracujá

9

12

Solde o centro da flor

Queime os elos que vão se transformar em bolinhas

10

13

Para ajustar os tamanhos das pétalas use o alicate de bico redondo.

Solde as 12 bolinhas nas laterais de fora da armação ou esqueleto

Para fazer a limpeza da peça, mergulhe a armação no ácido muriático.

14

A armação estará pronta para ser preenchida com filigranas.

11

Com o fio de 30mm em mãos enrole-o em uma bitola de 0.90mm transformando-o em espiral. Retire a espiral da bitola e utilize a serra 6/0 para cortar cada elo.

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7 Joias - Passo a Passo | Brinco Flor de Maracujá

2ª Etapa

Dica do Mestre

Confecção da Filigrana

Na sequência das vídeas de 1,30 até 0,60mm, utiliza-se a redução de 10 em 10; de 0,55 a 0,20mm, a redução é de 5 em 5. Antes de levar o fio na fieira vídea, passe-o na parafina para facilitar o trabalho.

15

Para confeccionar a filigrana, utilize o ouro 22 (de boa maleabilidade). FUNDIÇÃO: Comece a etapa de fundição do ouro 22, utilizando 15% de liga no ouro.

17

Repita o mesmo processo utilizado para confeccionar a armação: fundir o metal, laminar, recozer, laminar.

Quando chegar na vídea de número 0,20mm, confira a medida do fio. A espessura ideal para transformar o fio em filigrana é de 0,20mm. Mas, se você sentir dificuldade, a filigrana pode ser confeccionada na espessura de 0,25mm.

O fio quadrado de 1,3mm (da mesma espessura que foi preparada a armação), vai ser levado várias vezes nas fieiras de vídeas (redondas) em ordem decrescente para se confeccionar a filigrana. Recozer sempre e usar a parafina.

18

O processo seguinte é dobrar o fio e torcê-lo. Para isso, utilize o motor de chicote com mandril até chegar a 0,38mm.

16

Com o fio quadrado de 1,30mm, trabalhado no laminador, vai ser confeccionada a filigrana nas fieiras vídeas.

Dica do Mestre

Para começar, faça em uma das extremidades do fio uma ponta aguda; passe o fio nas vídeas utilizando o alicate para puxá-lo. As fieiras de vídeas utilizadas são do furo 1,30 a 0,20 mm

Recozer sempre e uniformemente para que o fio não sofra danos.

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7 Joias - Passo a Passo | Brinco Flor de Maracujá

Dica do Mestre Os rococós vão sendo feitos e sendo testados na armação para que o encaixe fique na medida correta. Deixe uma ponta do fio filigranado para que seja soldado na sequência.

19

Com o fio de 0,38mm em mãos, leve-o de volta ao laminador para achatá-lo à espessura de 0,15mm. O fio da filigrana aumenta de tamanho e deve ser cortado no tamanho de 1,5m para ser melhor trabalhado.

22

Com as flores preenchidas e soldadas, é hora de abaular um pouco a peça. Utilize o dado de bola/ embutidor. Com cuidado, utilize o martelo e faça uma batida adequada na flor encaixada no dado de bola. O formato abaulado deve ser feito na mesma proporção em cada flor.

3ª Etapa - Acabamento

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É com a filigrana que você vai preenchendo as armações no modelo tradicional de Natividade, conhecido como Brinco Flor de Maracujá. São 6 rococós filigranados em cada peça do brinco.

BOLINHAS, ARCO, ARGOLA E PÉ (BASE),

23

BOLINHAS: Usando uma bitola de 0,90mm, enrole o fio de 0,30mm. Corte o fio com uma serra. Cada fio, ao ser queimado, se transforma em uma bolinha. São utilizadas 13 unidades em cada flor, sendo 6 nas filigranas e 7 no centro do brinco.

21

Com as armações das flores prontas, solde as filigranas com a solda nº 2 (forte).

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7 Joias - Passo a Passo | Brinco Flor de Maracujá

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27

SOLDANDO AS BOLINHAS: São soldadas 6 bolinhas dando o acabamento nos rococós (pétalas) de cada flor.

Utilizando o martelo, achate a bolinha que se transforma em uma chapinha.

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28

Na chapa, faça um furo com a broca espiral para fixar no pé ou base do brinco.

São soldadas 7 bolinhas no centro, separadamente. Em seguida, é soldada no centro da flor.

26

29

ARCO OU ARO: Utilizando o fio na espessura de 0,90mm, no tamanho de 28 mm, faça o arco ou aro que irá dar sustentação ao brinco. Reduza o fio de 0,90mm para 0,80mm. Segurando o fio com uma pinça, queime com o maçarico uma de suas pontas: é formada uma bolinha.

Na outra ponta faça um corte, dobre e lime para fixar na argola que será soldada na flor.

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7 Joias - Passo a Passo | Brinco Flor de Maracujá

Dica do Mestre Não esqueça de, antes, marcar o local do furo com buril. A bolinha deve ficar centralizada no rococó da filigrana.

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ARGOLA: Utilizando o fio na espessura de 0,75mm, bitola de 1,15mm, faça uma argola (elo) que será fixada no alto de uma das pétalas ou entre duas pétalas. 33

Dobre ao meio com alicate. Abra as pontas achatadas com a faca.

31

PÉ ou BASE: Utilizando o outro fio na espessura de 0,90mm, no tamanho de 24mm, faça o pé ou base do brinco.

34

Quando for unir as partes do brinco, solde o pé ou a base no centro da flor.

Achate o fio no laminador para 0,60mm. Queime as duas pontas, que se transformam em bolinhas.

35

32

A base deve ser curvada no formato específico. Solde o aro na base.

Achate-as com martelo. Fure as duas pontas com a broca 0,80mm.

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7 Joias - Passo a Passo | Brinco Flor de Maracujá

4ª Etapa - Limpeza

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Curve o aro no formato específico.

Dica do Mestre

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Não é recomendado o uso da politriz (equipamento) para efetuar a limpeza das peças que levam filigranas.

Mergulhe rapidamente a peça no ácido muriático. Utilize água e sabão neutro. Para efetuar essa limpeza, recomenda-se o uso da escova de latão.

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Colar de Lantejoula em ouro

- Tamanho: 45 cm (44cm do colar + 1cm do fecho) - Peso: em torno de 10 gramas - Fecho: modelo cano v達o (em formato de tubo)


7 Joias - Passo a Passo | Colar de Lantejoula

1ª Etapa: Preparação do Fio Vamos confeccionar o Colar Lantejoula, com o ouro 18 (750), tamanho médio de 45 cm, bitola 2,50mm, pesando em torno de 10 gramas.

3

1

LAMINAÇÃO: o lingote limpo e seco é levado para o laminador (elétrico ou manual), onde vai ser transformado em fio.

FUNDIÇÃO DOS METAIS: comece fundindo 12 gramas de ouro 22, em grãos ou em pó, com 20% de liga. Para 12 gramas, 2,4 gramas (20%) devem formar a liga, composta de 70% de cobre e 30% de prata. (Se preferir, você pode adquirir a pré-liga já pronta no mercado). Para fundir os metais no cadinho com suporte, use o maçarico a gás e oxigênio, numa temperatura de 900 a 1.000 graus centígrados. O metal se transforma em estado líquido.

No laminador, comece o trabalho pela ranhura maior (sulco quadrado), fazendo o processo, em ordem decrescente nas espessuras, até chegar ao fio quadrado de 1,30mm.

Dica do Mestre A cada recozida do fio, reduza a abertura 1/4 da volta no laminador. A redução deve ser feita lentamente para evitar rebarba.

2

Despeje o ouro, ainda em estado líquido, na rilheira. Ali, ele se transforma em um lingote. Pegue esse lingote com uma pinça e leve para a água. Na água, o lingote é resfriado. Seque com papel toalha ou tecido. Para limpar o metal, mergulhe-o no ácido muriático.

4

A cada duas ranhuras (sulcos quadrados) o fio deve ser recozido.

PREPARAÇÃO DO LINGOTE: A rilheira/lingoteira é composta de sulcos mais estreitos e mais largos, previamente preparada para transformar o metal líquido (liga) em um metal composto – lingote. Quando a liga alcança a temperatura de fusão, os metais se fundem e, então, o conteúdo do cadinho é entornado (despejado) na rilheira para formação dos lingotes.

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7 Joias - Passo a Passo | Colar de Lantejoula

Dica do Mestre Antes de levar o fio na fieira vídea, passe-o na parafina para facilitar o trabalho.

8

Os elos recortados.

5

Com o fio quadrado de 1,30mm, use a fieira vídea até chegar 0,45mm.

9

Una as pontas de cada elo, alinhando-os um a um.

6

Trabalhe este fio para a confecção dos elos. Usando uma bitola de 50 cm, espessura de 2,50mm, enrole o fio, através do mandril, no motor chicote (formando uma espiral).

10

Achate os elos, individualmente, utilizando um martelo específico.

Dica do Mestre Para que os elos fiquem iguais, utilize a mesma força a cada martelada. Bata apenas uma vez.

7

Retire a espiral da bitola e utilize a serra nº 5/0 para cortar cada elo.

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7 Joias - Passo a Passo | Colar de Lantejoula

11

13

Serre os elos achatados, utilizando a serra 5/0. Em cada um dos elos vá acertando o corte para que o encaixe fique perfeito.

Considerando que o colar descrito é de 45cm, agora, complete o centímetro final com o fecho. O tipo de fecho mais usado e confecionado em Natividade é o chamado cano vão (formato de tubo).

Última Etapa: LIMPEZA

12

É hora de unir e soldar os elos. A junção dos elos é feita com solda nº 3 até chegar ao tamanho desejado do colar, no caso, 44 cm.

14

Para limpeza, inicialmente, mergulhe o colar no ácido muriático. Seque-o com papel toalha. Para finalizar, lave a peça com água e sabão neutro. Para limpar, provoque espuma na mistura, utilizando a escova de latão.

SOLDA: A solda é uma técnica de joalheria muito empregada para unir fios, aplicá-los em outras superfícies ou, ainda, juntá-los à outras peças ou partes de uma joia. Seja qual for a situação, o uso da solda requer cuidados especiais. A técnica de soldadura ou soldagem é uma das atividades essenciais dos ourives e, para isso, é necessário o domínio da técnica, do maçarico, do fogo, das ligas e da preparação das partes que serão soldadas.

Peça pronta para o uso!

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Colar

Elo Portugues em prata

- Tamanho: 60cm (59cm do colar + 1cm do fecho) - Peso: em torno de 12 gramas - Fecho modelo peixe


7 Joias - Passo a Passo | Colar Elo Português

1ª Etapa: Preparação do Fio Vamos confeccionar o Colar Português ou Antigo, em prata 960, no tamanho 60 cm, bitola 2,10mm, pesando em torno de 12 gramas.

1 FUNDIÇÃO E LAMINAÇÃO DA PRATA: comece fundindo 15 gramas de prata, em grãos ou em pó, com 10% de pré-liga, adquirida no mercado. Para fundir o metal no cadinho com suporte, use o maçarico a gás e oxigênio, numa temperatura de 700 graus centígrados. O metal se transforma em estado líquido.

3

No laminador, comece o trabalho pela ranhura maior (sulco quadrado), fazendo o processo, em ordem decrescente nas espessuras, até chegar ao fio quadrado de 1,30mm.

Dica do Mestre A cada recozida do fio, reduza a abertura 1/4 da volta no laminador. A redução deve ser feita lentamente para evitar rebarba.

2

Despeje a prata, ainda em estado líquido, na rilheira. Ali, ela vai se transformar em um lingote. Pegue esse lingote com uma pinça e leve para a água. Na água, o lingote é resfriado. Seque com papel toalha ou tecido. Para limpar o metal, mergulhe-o no ácido muriático.

4

A cada duas ranhuras (sulcos quadrados), o fio deve ser recozido.

O lingote é levado para o laminador (elétrico ou manual), onde vai ser transformado em um fio.

POR QUÊ RECOZER? os principais metais usados na joalheria para produção de ligas são: ouro, prata, cobre, níquel, chumbo, alumínio. Eles possuem a mesma estrutura molecular. Quando aquecidos, os metais deixam o estado sólido para se converter em estado líquido. Nesse momento, ocorre a fusão dos metais misturando suas estruturas físico-químicas. Como suas características foram alteradas apresentarão desordem na estrutura molecular, daí a necessidade do recozimento, durante o processo de confecção da joia, para alinhamento da estrutura.

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7 Joias - Passo a Passo | Colar Elo Português

2ª Etapa - Confecção dos Elos

5

8

Puxe novamente o fio dobrado (com as pontas unidas e soldadas) nas fieiras vídeas de 1,20 até 0,90.

Com o fio quadrado de 1,30mm, use a fieira vídea até chegar a 0,90mm.

6

9

Achate para 0,60mm e dobre o fio (1,20mm).

Retorne com o fio para o laminador, usando o sulco meia cana até o tamanho de 0,75mm.

7

10

Prenda as pontas do fio dobrado (1,20mm) com um arame e solde apenas as pontas.

O fio, em forma meia cana, é trabalhado para a confecção dos elos. Usando uma bitola no tamanho de 50 cm, espessura de 2,10mm, enrole o fio através do mandril no motor chicote, formando uma espiral.

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7 Joias - Passo a Passo | Colar Elo Português

11

14

Retire a espiral da bitola e utilize a serra nº 5/0 para cortar cada elo.

PARA SOLDAR OS ELOS: utilize um suporte específico, trabalhando cada elo e acerte o corte para que o encaixe fique correto e seja utilizada apenas uma solda. No início do processo, faça a junção da abertura de 2 elos, encaixados no primeiro elo.

12

Os elos recortados. 15

Na sequência, solde unindo as duas aberturas dos elos de forma que seja utilizada apenas uma solda. Com isso, os elos se tornam fixos em duas unidades e com jogo no elo seguinte, que estará unido em outro elo fixo. Siga soldando os elos (solda de prata) até chegar no tamanho desejado, no caso, 59 cm. Considerando que o colar descrito é de 60cm, complete o centímetro final com o fecho. O utilizado nesta joia é o Fecho Peixe, encontrado no mercado.

13

Una as pontas de cada elo, alinhando-os um a um. Use dois alicates bico chato para executar o trabalho.

Última Etapa - Limpeza Aqueça o colar usando o maçarico. Mergulhe-o no branqueador. Limpeza final com água e sabão neutro, utilizando a escova de latão.

16

41


Pingente "Peixa" em ouro

- Tamanho: 3,5 cm de comprimento - Peso: em torno de 4,5 gramas - 01 cabeça - 02 partes do corpo - 01 nadadeira ou barbatana caudal (rabo)

- 02 nadadeiras ou barbatanas dorsal - 02 nadadeira ou barbatana peitoral - 01 nadadeiras ou barbatanas anal - 01 fio bitola 0,75 e tamanho 5cm

NOTA: Apesar da espécie animal não variar no gênero, aparecendo da mesma forma para o masculino e para o feminino (peixe macho/peixe fêmea), tornou-se usual na comunidade nativitana chamar a joia de “peixa”; forma adotada neste manual.


7 Joias - Passo a Passo | Pingente “Peixa”

1ª Etapa - Fundição

e Laminação

Confeccione a “Peixa” com o ouro 18 (750). Inicie o processo definindo o tamanho da peça, ou seja, seu comprimento. Para medir o tamanho, use o paquímetro. Os tamanhos mais confeccionados na Ourivesaria Mestre Juvenal são os de 3,5 cm, que pesam em torno de 4,5 gramas. Definido o tamanho, vamos trabalhar:

1

3

FUNDIÇÃO DOS METAIS: Comece fundindo 6 gramas de ouro 22, em grãos ou em pó, com 20% de liga. Para 6 gramas, 1,2 gramas (20%) devem formar a liga, composta de 70% de cobre e 30% de prata. (Se preferir, você pode adquirir a pré-liga já pronta no mercado). Para fundir os metais no cadinho com suporte, use o maçarico a gás e oxigênio, numa temperatura de 900 a 1.000 graus centígrados. O metal se transforma em estado líquido.

A cada duas laminadas, leve a chapa para o processo de recozimento. *(Reveja a importância do processo de recozimento nas páginas 19,27,39 e 45 deste manual).

2ª Etapa - Confecção de

partes do Corpo da Peça

2 Despeje o ouro, ainda em estado líquido, no lado mais largo da rilheira. Ali, o ouro se transforma em uma chapa/lingote. Pegue com uma pinça essa chapa/lingote e leve para a água para ser resfriada. Depois, seque com papel toalha ou tecido.

4

A chapa será utilizada em diferentes espessuras. Seguindo os moldes, corte todas as partes que vão compor a “peixa”.

LAMINAÇÃO: o lingote limpo e seco é levado para o laminador (elétrico ou manual), onde vai ser transformado em chapa nas medidas específicas

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5

8

As nadadeiras ou barbatanas são todas recortadas na espessura de 0,35mm.

Com o compasso, risque os detalhes nas chapas cortadas.

6

9

Após recozer a chapa, coloque-a no betume e deixe esfriar por uns 5 minutos. Ao esfriar, o betume fica endurecido.

A cabeça é recortada na espessura de 0,20mm.

7

As partes do corpo são recortadas na espessura de 0,20mm.

10

Ferramentas específicas são usadas para marcar as chapas. Marque a boca da “peixa”.

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7 Joias - Passo a Passo | Pingente “Peixa”

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Ainda na cabeça, marque as escamas (no tamanho executado, são duas camadas de escamas) e pontos em toda a chapa.

Marque os olhos...

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...as guelras

Nas duas partes do corpo, risque a chapa com o compasso para orientar os locais em que serão marcadas as escamas.

13

16

... as narinas.

Marque as escamas nas duas partes do corpo.

RECOZER SEMPRE!! A placa (chapa) pode soltar. Nesse caso, faça o processo de recozimento novamente, e espere ela esfriar em torno de 5 minutos. Continue trabalhando...

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7 Joias - Passo a Passo | Pingente “Peixa”

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Nas nadadeiras ou barbatanas peitoral e dorsal, faça as ranhuras usando buril raiado e alicate bico chato para segurar a peça.

Retire da madeira e solde apenas na extremidade lateral.

21

18

Coloque novamente a cabeça na madeira e continue moldando, usando a lateral do alicate ou peça de ferro. Após a modelagem, solde totalmente a cabeça da “peixa”.

No nadadeira ou barbatana caudal (rabo), faça ranhuras usando buril raiado e alicate bico chato para segurar a peça.

19 22

Após marcar todas as partes da “peixa”, molde primeiramente a cabeça. Para auxiliar, use uma peça de madeira desenvolvida, especificamente, para esse trabalho e um alicate ou peça de ferro.

Nas laterais das partes de junção, deve-se trabalhar as escamas dando um melhor acabamento na peça. Para isso, use a serra e a lima meia cana.

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7 Joias - Passo a Passo | Pingente “Peixa”

3ª Etapa - Montagem

23

Solde as demais partes do corpo, usando pinça de pressão, pinça comum e maçarico. 26

Em cada parte a ser encaixada, faça 2 furos, com a broca espiral (0,70mm), para que seja inserido um fio de 0,75mm que irá servir para fixar uma peça a outra. Partindo da cabeça, prossiga o encaixe de forma maleável com a primeira parte do corpo.

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Molde as demais partes do corpo usando serra e lima.

27

As partes do corpo serão fixadas por um fio 0,75mm (maleável).

25

Usando a solda nº 4, solde as barbatanas ou nadadeiras nos lugares específicos. 28

Encaixe a nadadeira caudal (rabo) de forma que fique presa no fio de 0,75mm.

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7 Joias - Passo a Passo | Pingente “Peixa”

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31

Encaixe todas as partes da “peixa” e solde-as de forma que fiquem flexíveis

Na argola, encaixe a contra argola. A contra argola é confeccionada com o fio 0,90mm achatado (3 vezes a medida da argola, no caso, de 15mm). Observe a medida da contra argola, de acordo com o colar a ser usado com a referida peixa.

4ª Etapa - Limpeza

Dica do Mestre O encaixe das peças de forma maleável, como se pudessem ser dobradas, dá graciosidade a “peixa articulada” - peça símbolo da ourivesaria nativitana, usada somente por mulheres

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Mergulhe a peça no ácido muriático. Seque com papel toalha e, em seguida, lave com água e sabão neutro. Para limpar, faça espuma na mistura, utilizando a escova de latão.

30

Para tornar a “peixa” um pingente, faça um furo na boca da peça onde será fixada a argola. O fio utilizado para confeccionar a argola é o 0,90mm, no tamanho de 5mm.

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Joia pingente “peixa” pronta para uso.


Anel Escravo em ouro

Tamanho: Nº 18 (5,8cm) Peso: em torno de 6 gramas 1 Chapa base do anel ¬¬ 1 Chapa bordada 2 Fios bitola 1,10mm e tamanho 6,1cm


7 Joias - Passo a Passo | Anel Escravo

1ª Etapa - Preparação da Chapa Confeccione o Anel Escravo com o ouro 18 (750). Defina a medida da peça (ou seja, seu número). Para saber o tamanho use a aneleira. O tamanho a ser trabalhado será o de nº 18, ou seja, de 58mm, que pesa em torno de 6 gramas. O tamanho é calculado acrescentando-se a essa medida de 18 o número 40. Assim, 18+40 = 58mm ou 5,8cm. Definido o tamanho, vamos trabalhar:

1

3

FUNDIÇÃO DOS METAIS: comece fundindo 10 gramas de ouro 22, em grãos ou em pó, com 20% de liga. Para 10 gramas, 2 gramas (20%) devem formar a liga, composta de 70% de cobre e 30% de prata. (Se preferir, você pode adquirir a pré-liga já pronta no mercado). Para fundir os metais no cadinho com suporte, use o maçarico a gás e oxigênio, numa temperatura de 900 a 1.000 graus centígrados.

A chapa/lingote é levada para o laminador (elétrico ou manual), que vai ser transformado em chapa nas medidas específicas.

2 Despeje o ouro, ainda em estado líquido, na rilheira. Ali, ele se transforma em uma chapa/lingote. Pegue essa chapa/lingote com uma pinça e leve para a água para ser resfriada. Depois, seque com papel toalha ou tecido.

LAMINAÇÃO: A laminadora é composta por dois cilindros com sulcos onde o lingote é submetido a um procedimento de prensagem que, aos poucos, lhe dá a espessura necessária para alcançar a bitola (espessura) necessária para depois ser transformado em fio. Conforme o lingote é passado pelos rolos é feito o ajuste para diminuir sua espessura e, entre as laminações, é feito o recozimento do metal.

4

A chapa será utilizada em diferentes espessuras. A base do anel é confeccionada na espessura de 0,35mm, largura de 12mm e tamanho de 5,8cm.

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7 Joias - Passo a Passo | Anel Escravo

2ª Etapa - Preparação da Base do Anel A base do anel é confeccionada na espessura de 0,35mm, largura de 12mm e tamanho de 5,8 cm

5

8

Use o tribulet e o martelo para abaular a base do anel.

Corte a chapa que será a base do anel

6

9

Recozer sempre!!

Solde a base do anel

7

10

Use o medidor para conferir a medida do anel.

Use o tribulet e o martelo para moldar a base do anel. Com a base pronta, parta para a chapa a ser bordada.

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7 Joias - Passo a Passo | Anel Escravo

3ª Etapa - Preparação da

Chapa Bordada

14

Para abaular a chapa, dando forma ao anel, utilize a máquina que confecciona argola vazada.

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No laminador, puxe a chapa a ser bordada. Espessura de 0,30mm, largura de 9mm. O tamanho depende do número do anel que está sendo trabalhado, no caso, o de nº 18, ou seja, 5,8cm.

15

Recorte e lime ajustando as laterais da chapa.

12

Corte a chapa nas medidas específicas. Acerte as laterais com a lima.

16

É hora de soldar!

13

17

Ajuste no tribulet

Cheque as medidas descritas no quadro 11 com o paquímetro (espessura, largura e comprimento)

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7 Joias - Passo a Passo | Anel Escravo

Dica do Mestre Trabalhe com a chapa a menor (1mm), já que ela vai se expandir quando for realizar as marcações.

21

Preencha o interior da chapa a ser bordada com estanho , utilizando o dado de bola como base. Antes de começar a etapa do bordado, não esqueça de limpar a chapa. 18

4ª Etapa - Bordados na Aliança

Cheque o tamanho da peça no pau de medida

22

19

Usando uma caneta, marque com riscos a chapa a ser bordada, para iniciar os desenhos.

Lixe!

20

23

Usando o fogo de uma vela, provoque fuligem no interior da parte a ser bordada do anel

No torno de bancada, fixe o anel para que sejam confeccionados os desenhos.

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7 Joias - Passo a Passo | Anel Escravo

24

27

Faça a primeira flor, usando pregos específicos.

Após desenhar todos os detalhes, derreta o estanho com o maçarico em fogo brando.

28

25

Está pronta a chapa bordada! Limpe a fuligem com água e sabão, usando escova de latão.

Marque com o compasso as demais flores (total de 4 unidades).

5ª Etapa - Confecção dos

Fios Laterais

26

Desenhe e marque as folhas (total de 8) ao lado das flores. 29 Esta etapa envolve a confecção de 2 fios laterais. Utilize as fieiras vídeas para puxar os fios e o tribulet para moldar. Depois de serrar, limar e checar a medida. Em seguida, soldar!

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7 Joias - Passo a Passo | Anel Escravo

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São dois fios de 1,10mm de espessura, no tamanho correspondente a três números a mais do que a medida desejada nº 18 (58mm) + 3mm= nº 21 (61mm).

Depois dos encaixes realizados, solde a peça (nº 5).

6ª Etapa - Montagem do Anel

7ª Etapa - Acabamento Final

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Serre as rebarbas...

Primeiro, solde um dos fios laterais na chapa base. Em seguida encaixe a chapa bordada.

32

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...passe a lima na peça.

Encaixe o outro fio na lateral do anel.

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7 Joias - Passo a Passo | Anel Escravo

39 36

Utilize escovas de cabelo.

Agora, é só lixar e a peça estará pronta para a limpeza.

8ª Etapa (última) - Limpeza

40

Utilize escova feltro para limpar internamente a base do anel.

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Deixe a peça por 20 minutos no ácido muriático em um recipiente com tampa. Retire a peça do ácido muriático, seque, lave com água e sabão neutro. Use a escova de latão.

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Utilize escova de pano e rouge para dar brilho.

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42

Coloque no magnético por 40 minutos

Joia pronta para o uso!

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Pingente Divino em prata

- Tamanho: 2,3cm de di창metro e 1,8cm de altura - Peso: em torno de 2,5 gramas - Chapa: 1,70mm - 1 Pombinha (Divino) - 1 Argola - 1 Contra Argola


7 Joias - Passo a Passo | Pingente Divino

1ª Etapa - Fundição e Laminação Em Natividade, existem vários modelos de pombinhas, conhecidos como Divino ou “Divinim”, considerados joias tradicionais. Inicie a confecção do pingente Divino definindo o modelo. Depois, desenhe um molde no papel. Para checar as medidas use o paquímetro. A peça será confeccionada com prata 960, com 2,3cm de diâmetro e 1,8cm de altura numa chapa de 1,70mm. Use o micrômetro para checar a medida da espessura da chapa. A joia pesa em torno de 2,5 gramas.

1

3

FUNDIÇÃO E LAMINAÇÃO DA PRATA: comece fundindo 10 gramas de prata, em grãos ou em pó, com 10% de pré-liga, adquirida no mercado. Para fundir os metais no cadinho com suporte, use o maçarico a gás e oxigênio, numa temperatura de 700 graus centígrados. O metal se transforma em estado líquido.

O lingote é levado para o laminador (elétrico ou manual), onde vai ser transformado em chapa na medida específica (1,70mm). A chapa será trabalhada a partir da medida mais grossa (parte da cabeça e do corpo da pombinha do Divino). Use o micrômetro para checar a medida da chapa.

2ª Etapa - Confecção

2

Despeje a prata, ainda em estado líquido, na rilheira. Ali, ela vai se transformar em um lingote/chapa. Pegue esse lingote com uma pinça e leve para a água. Na água, o lingote é resfriado. Seque com papel toalha ou tecido. Para limpar o metal, mergulhe-o no ácido muriático.

4

Transfira o desenho (molde) para a chapa.

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7 Joias - Passo a Passo | Pingente Divino

5

8

Vá marcando esse molde com uma caneta comum para dar maior noção dos detalhes da peça.

Faça os detalhes das asas na chapa, utilizando a lima meia cana.

6

9

Coloque o pingente “Divino” no betume (recozido). Após esfriar, faça o olho da pombinha usando ferro específico, batendo com o martelo (uma única vez).

Corte a chapa usando o arco de serra.

7

10

Em seguida, a chapa deve ser limada no local das asas até a medida de 1,30mm.

Com a peça ainda no betume, faça os pés da pombinha usando ferro específico.

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7 Joias - Passo a Passo | Pingente Divino

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Faça ranhuras na cauda (rabo) da pombinha usando ferro específico.

Agora, é a vez de fazer a contra argola. CONTRA ARGOLA: com fio na espessura de 0,90mm achatado, tamanho de 28 mm, vai ser confeccionada a contra argola que é encaixada na argola.

Última Etapa - Limpeza

12

Nas asas da pombinha, faça as ranhuras usando buril. 15 Aqueça a peça usando o maçarico. Mergulhe-a no branqueador e seque com papel toalha.

13

Com a pomba pronta, transforme-a num pingente. Para isso, primeiro, confeccione a argola. ARGOLA: com fio de 0,80mm de espessura, bitola de 1,20mm, faça uma argola que vai ser fixada no alto da cabeça da pomba.

16

Limpeza final com água e sabão neutro. Faça espuma na mistura, utilizando a escova de latão. A joia está pronta para o uso!

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7 Joias - Passo a Passo | Pingente Divino


Projeto 7 Joias | Making Off

Marco Aurélio Jacob e mestre Wal Luara Aquino, artista visual (desenhos a lapis)

Marco Aurélio Jacob, fotógrafo Simone Camêlo Araújo, coord. do Projeto 7 Joias

Mª Arienar, editora/Dimensão Robson Ribeiro, designer gráfico

Em Gondomar, Portugal, Simone visitou o Cindor (Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria) que qualifica jovens e adultos para o mercado de trabalho

Janete e Izabel, revisoras

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DVD

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Apoio:

“Este projeto foi contemplado pelo Programa Amazônia Cultural 2013”

Realização:


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