Revista Comuna 94

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UM NATAL SINGULAR Singular. O que isso significa para você? Quando penso em algo singular, penso que não vou encontrar nada igual no mundo todo. E, realmente, a palavra vem do latim singularis, que significa único, individual, exclusivo. Jesus foi um homem singular. Mais de dois mil anos depois da Sua morte e ressurreição, não encontramos mais ninguém igual a Ele. Mas, então, o que faz de Cristo tão único e incomparável? Por que a Sua história é tão especial? Será que tem a ver com como foi o Seu nascimento, numa manjedoura em tempos de recenseamento? Ou com o fato de Ele ser filho de um carpinteiro? Talvez por Ele ter nascido em Belém, a pequena cidade onde havia nascido o rei Davi? Na verdade, apesar de todos esses serem fatos verdadeiros e importantes na história do nosso Salvador, não são eles que o tornam tão singular. A singularidade de Cristo está em quem Ele é, o filho de Deus. Isso o torna único e incontestável. E é isso que nos alcança, nos atinge e nos transforma. Afinal, a virgem ficou grávida e deu à luz um filho com o nome de Emanuel, “Deus conosco” (Mt. 1.23). Com a chegada do Natal, nos lembramos tanto da maravilhosa história do nascimento de Jesus. Nossas casas se enchem de estrelas, luzes, presépios. Contamos às crianças a narrativa do casal que procurava um lugar para ficar na noite do nascimento do seu bebê, dos pastores que viram um anjo, de como era a estrebaria. Mas não podemos nos esquecer daquele que nasceu. Daquele que viveu nesta terra, ensinando, curando, restaurando, e que venceu a morte para nos dar vida. Como disse o profeta Isaías: “Porque um filho nasceu – para o nosso bem! Um filho nos foi dado de presente – a nós! Ele vai assumir o governo do mundo. Seu nome será: Conselheiro Maravilhoso, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe de Bênção Plena. A autoridade do seu governo vai se expandir, e não haverá limites para a restauração que ele irá promover” (9.6-7 MSG). A singularidade de Cristo está em quem Ele é, e isso não faz do Natal apenas uma data comemorativa. Mas um motivo de alegria e gratidão, porque podemos nos relacionar como esse Jesus, Ele está vivo e presente em nossos corações. Nesta edição da Revista Comuna, queremos nos lembrar desse Jesus singular que quer ter um relacionamento íntimo e pessoal com cada um de nós. Podemos celebrá-lo sempre! Feliz Natal! Feliz Jesus! Boa leitura, Gustavo Rosaneli Pela equipe editorial

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#94 | DEZEMBRO | 2017

DIREÇÃO GERAL:

Carlos Alberto de Quadros Bezerra CONSELHO GESTOR:

Carlos Bezerra Jr, Osmar Dias, Aguinaldo Fernandes, Valmir Ventura, Lair de Matos, Cézar Rosaneli, Fernando Diniz, Gustavo Rosaneli, Ronaldo Bezerra COORDENAÇÃO EDITORIAL:

Carlos Bezerra Jr. Gustavo Rosaneli COORDENAÇÃO DO PROJETO:

Gustavo Rosaneli JORNALISTA RESPONSÁVEL:

César Stagno - MTB 58740 REVISÃO:

Mayra Bondança COLABORADORES:

Mayra Bondança, Claudia Guimarães, Davi Martins, Ailton Augusto, Estevão Ferreira, Renato Reis, Enrico Guerrero, Mariana Martins. DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁFICO:

Salsa Comunicação CIRCULAÇÃO:

No Estado de São Paulo: São Paulo Capital; Arujá; Atibaia; Balsa; Bragança; Campinas; Caraguatatuba; Guarulhos; Mauá; Mogi das Cruzes; Registro; Santos; São Bernardo do Campo; Socorro; Sorocaba; Tatuí; Taubaté; Ubatuba. Rio de Janeiro: Macaé. Minas Gerais: Governador Valadares; Belo Horizonte; São Sebastião de Vargem Alegre; Visconde do Rio Branco. Paraná: Curitiba; Foz do Iguaçu; Londrina; Maringá; Paranaguá; Rolândia. Pernambuco: Barreiros; Caruaru; Catende; Itapissuma; João Pessoa; Recife; Sta. Maria da Boa Vista. Bahia: Salvador; Vitória da Conquista IMPRESSÃO:

Gráfica MaisType DISTRIBUIÇÃO:

11.500 exemplares


NATAL A incomparável singularidade de Cristo

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ANTES E DEPOIS DE CRISTO

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GENEROSIDADE NÃO TEM A VER SÓ COM DINHEIRO

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RECOMENDO

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TEMPO DE RECONCILIAÇÃO

O QUE É MAIS IMPORTANTE?

O fim da separação e o começo de uma nova vida

Colocando as prioridades no lugar

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AMANDA

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ACONTECEU

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O QUE EXISTE DE ÓBVIO NO NATAL?

UMA LIDERANÇA DE RESPEITO Atitudes práticas para tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados

POR QUE DEUS ESCREVEU A HISTÓRIA DO NATAL? 5


PALAVRA DO PRESIDENTE

TEMPO DE RECONCILIAÇÃO O FIM DA SEPARAÇÃO E O COMEÇO DE UMA NOVA VIDA

nquanto lia a edição anterior da Revista Comuna, e refletia sobre o fato de sermos pacificadores, comecei a pensar numa particularidade daqueles que exercem esse fantástico ministério: ser instrumentos de reconciliação. Em seu livro “O amor obstinado de Deus”, Brennan Manning afirma que “se quiséssemos uma palavra para descrever a missão e o ministério de Jesus Cristo, reconciliação não seria uma má escolha”. Vivemos um tempo em que impera o desrespeito, a discórdia, a separação, o fim dos relacionamentos. Mas temos o poder, dado pelo próprio Jesus (Mt. 28.18), de fazer deste um tempo diferente. Reconciliar é restaurar a amizade ou harmonia. Quando velhos amigos resolvem suas diferenças e restauram seu relacionamento, reconciliação ocorreu. 2 Coríntios 5.18-19 declara: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.” Nosso pecado nos separou de Deus. O texto de Romanos 5.10 diz que éramos inimigos de Deus. Mas, quando Cristo morreu na cruz, Ele tornou possível que os inimigos fizessem as pazes. Nossa “reconciliação” com Deus, então, envolve o exercício de Sua graça e o perdão de nosso pecado. O resultado do sacrifício de Jesus é que o nosso relacionamento mudou de inimizade para amizade. “Já não vos chamo servos.... mas tenho-vos chamado amigos” (Jo. 15.15). Reconciliação cristã é uma verdade gloriosa! Éramos inimigos de Deus, mas agora somos Seus amigos. Estávamos em um estado de condenação por causa de nossos pecados, mas agora somos perdoados. Estávamos em uma situação de guerra com Deus, mas agora temos paz que ultrapassa todo o entendimento (Fp. 4.7). “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm. 5.1). 6

O caminho do arrependimento e do perdão é a única forma de construir pontes em vez de cavar abismos ou levantar muros


e com o nosso semelhante. Ninguém jamais nos amou assim! Somos construtores de pontes, não cavadores de abismos. Somos ministros da reconciliação, não promotores de contendas. Somos pacificadores, não geradores de intrigas. O ministério da igreja é de aproximação das pessoas e não de afastamento delas. Somos um só corpo e membros uns dos outros. Quando um membro do corpo sofre, todos sofrem com ele; quando um membro é promovido, todos se regozijam com ele. O caminho do arrependimento e do perdão é a única forma de construir pontes em vez de cavar abismos ou levantar muros. Um cristão demonstra sua maturidade espiritual quando reconhece seu erro e tem disposição de pedir perdão. Não há comunidade saudável sem o exercício do perdão. Somos a comunidade dos perdoados e dos perdoadores. Os filhos do Reino são pacificadores e os pacificadores são chamados filhos de Deus. A Bíblia diz que o amor cobre multidão de pecados. Quem ama busca a reconciliação.

Esta é a mensagem! Hoje vos nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor! Os céus estão se reconciliando com a terra, o visível com o invisível, o ordinário com o extraordinário, o natural com o sobrenatural, o sagrado com o secular, Deus com os homens, os homens com eles mesmos e uns com os outros. Esta é a mensagem do Evangelho! Esta é a boa notícia que traz e promove grande alegria! Em meio à mais extrema simplicidade e singeleza; num dia que parecia como outro qualquer; num lugar comum e sem qualquer valor aos olhos humanos; a eternidade se encontrava com o tempo; o Deus eterno se vestia de gente; a Palavra se fazia carne. Esta é a história que precisa ser contada e recontada! Ele veio para dar a Sua vida. Nasceu para se entregar em nosso lugar. Veio para nos revelar a graça e o amor do Pai. Veio para nos reconciliar com Deus, com nós mesmos

Que neste tempo você e eu possamos lembrar a essência de tudo. Reconciliação. O Reino de Deus nos corações. O amor de Deus nos amando primeiro e além de todo o entendimento. Paz na terra entre os homens. Paz com Deus. Paz consigo mesmo. Riqueza inesgotável em meio ao mais profundo despojamento. Graça. O Deus que quer bem aos homens. O Deus que estava em Cristo reconciliando consigo mesmo os homens. É Natal. É chegado um novo tempo. É tempo de reconciliação.

CARLOS ALBERTO BEZERRA Carlos Alberto Bezerra é fundador da Comunidade da Graça. Um homem apaixonado por pessoas. Pastor há 51 anos e casado com Suely pelo mesmo tempo. Tem seis filhos e 16 netos. O amor, o serviço e a valorização da família são suas ênfases ministeriais. Pregador apaixonado, escritor inspirador.

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TRANS FORMAÇÃO

O que é mais importante? COLOCANDO AS PRIORIDADES NO LUGAR

nfim, chegamos ao mês de dezembro. Tempo de férias, de reunir a família, de dar presentes, de muita festa. Já começamos a ver as ruas enfeitadas, luzinhas e bolas coloridas por toda a parte. O cheiro de panetone nas casas. É o clima do Natal que vai invadindo os nossos dias. Em meio a tudo isso, também entramos no ritmo das férias das crianças, dos jantares e almoços em família, da corrida pelos presentes, das confraternizações de final de ano. São tantas coisas que marcam esse período tão especial. Mas, existe algo para que devemos estar atentas, especialmente em dias como os nossos. O motivo da nossa alegria e da nossa comemoração não é apenas estar em família, com aqueles que amamos, e ganhar presentes. O grande protagonista dessa festa é Jesus, o nosso Senhor e Salvador. Parece tão óbvio falar sobre isso, mas a verdade é que em meio a tantas coisas para fazer e cuidar, acabamos deixando de lado o mais importante, Aquele que deve ser a nossa real prioridade. No texto de Lucas 10.38-42, Jesus nos relata sobre Sua estada em Betânia, na casa de Maria e Marta, duas irmãs tão diferentes! Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada com muitos serviços. Como se estivesse preparando uma ceia de Natal, assando um peru e ajeitando a casa para os seus convidados. Já Maria sentava-se aos pés do Senhor e ouvia os Seus ensinamentos. Marta, vendo que só ela trabalhava, perguntou a Jesus: ““Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude!” Respondeu o Senhor: “Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada””. Jesus não disse que Marta estava agindo errado em seus afazeres, mas destacou que Maria havia escolhido a melhor parte. Ele amava as duas 8

O motivo da nossa alegria e da nossa comemoração não é apenas estar em família e ganhar presentes. O grande protagonista dessa festa é Jesus


da mesma maneira, mas naquele momento estava mais feliz com o coração de Maria em estar com Ele, do que com o coração de Marta, focado apenas em servi-lo. É fácil dizer que nos assemelhamos mais a Marta. Estamos sempre ocupadas pensando na enorme lista de coisas que temos a fazer, nos detalhes, no planejando de nossas casas. Vivemos preocupadas até mesmo com os tantos afazeres de nossos filhos, nossos maridos, nossos irmãos. Isso não quer dizer que não amemos a Jesus. Marta amava Jesus profundamente, ela amava, inclusive, tê-lo como hóspede e queria oferecer a Ele o melhor que poderia. Mas ela se esqueceu de um detalhe importante: de aproveitar o presente da Sua presença e voltar toda sua atenção e o seu coração a Ele. A Bíblia não diz qual foi a reação de Marta à resposta de Jesus. Será que ela parou tudo o que estava fazendo e sentou-se, junto com Maria, aos pés do Salvador para passar tempo com Ele? Não temos como saber. Mas sabemos o que essa história traz de ensinamento para nós. Marta se propôs a realizar coisas que não conseguiria terminar sozinha, e acabou colocando o urgente na frente do importante. Assim como nós acabamos fazendo em nosso dia a dia. Não é fácil estabelecer prioridades, mas é isso que o Senhor nos chama a fazer, colocando-o no lugar que é dele por direito, o primeiro lugar, o mais importante.

Neste mês de dezembro, em meio a tantas comemorações, tantas reuniões, tantas coisas a organizar, certifique-se de separar um tempo especial ao dono da festa, ao Rei do seu coração. Tenha certeza de que essa é a melhor parte, e ela não será tirada de você. Feliz Natal com Jesus!

SUELY BEZERRA Fundadora e líder do Ministério Mulheres Intercessoras, Suely Bezerra tem uma vida marcada pela oração e intercessão. Tem mentoreado líderes e pastoras ao redor do país durante toda sua vida. É esposa do Pr. Carlos Alberto Bezerra. Eles estão juntos há 51 anos, têm seis filhos e 16 netos.

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INSPIRAÇÃO

O QU E E XISTE DE OBVIO NO NATA L

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Natal é um acontecimento óbvio para nós. Acontece todo ano. A gente sabe o que vai fazer, o que vai comprar, o que vai comer. Tem sempre aquele senhor de barba branca vestido com uma espécie de pijama caprichado, vermelho. Ele é simpático com todos, especialmente com as crianças ansiosas por uma conversa e uma foto. Tem sempre os shoppings decorados, as árvores, as luzes piscando, as bolinhas. Os cartazes nas vitrinas dizendo “compre aqui e entre no espírito do Natal”. Todo ano tem presépios também, que costumam ser bonitos, bem arrumados e limpos. O Natal dos presépios é uma imagem aconchegante e bem arrumada. Um mundo distante que chegou até nós e ficou, porque, de algum jeito, nós o tornamos familiar e confortável. Não se admira que o Natal seja insatisfatório de diferentes modos. Como acontece com as pessoas que adoram o Natal porque sentem aquela típica mistura de humanidade e de esperança, o espírito do Natal. O que implica pouca humanidade e esperança no restante do ano. Não se admira que muita gente não goste do Natal, porque só se ressente com a gastança e não se alegra com os presentes e comidas. Uma tragédia dupla, que é desgostar do Natal e também do restante dos dias do ano. Essa é a parte óbvia do Natal, a superfície da nossa maneira ocidental de comemorar a data. Mas não incomoda a ausência do menino? Porque, convenhamos, ele não faz parte da paisagem. Ainda assim, os evangelhos chamam esse menino de rei, o que já complica a narrativa do nosso costumeiro Natal. A manjedoura não é um berço de grife, é apenas um lugar onde se coloca comida para os animais. A estrebaria, o lugar onde os animais ficavam, não era lugar de bons cheiros, mas de animais suados. Também não era confortável. Nem muito limpo, como se esperaria de uma maternidade. Mas o rei estava lá. Pensando assim, fica difícil imaginar o menino num shopping, por exemplo. Os evangelhos também falam de anjos que cantam coisas diferentes. Em vez de celebrar um rei recém-nascido em sua futura grandeza, os anjos cantam sobre a paz que chegou sobre os homens de boa vontade.

O menino parece bastante preocupado em preencher lacunas onde a paz não entra, e de recuperar a boa vontade entre seres humanos O que nos faz imaginar que, se a paz está sendo cantada porque o menino chegou, ela era escassa naqueles dias. Como é em nossos dias. Se a paz é cantada por um coro de anjos porque chegou a homens de boa vontade, é porque o estoque de homens desta qualidade andava baixo. O menino parece bastante preocupado em preencher lacunas onde a paz não entra, e de recuperar a boa vontade entre seres humanos. Outra falta de obviedade no Natal é o público deste coro. Não é o palácio, nem a corte dos nobres, como se esperaria no caso de um menino rei recém-nascido. São pastores que cuidam de ovelhas na parte de fora da cidade. O Natal nada óbvio do menino é cantado por criaturas celestes para quem está na periferia, para quem não transita nos espaços limpos e aconchegantes. Nós podemos ficar com estes dois Natais, o óbvio e o pouco óbvio. Basta a gente não confundir o sentimento gostoso da época, e seus costumes, com o rei recém-nascido num lugar pouco recomendável. Deus resolveu nos redimir de maneira pouco ortodoxa. O Natal das celebrações e dos presentes é sempre óbvio. Ele já é proclamado e decorado em todos os shoppings a partir da primeira semana de novembro. O Natal do menino a gente precisa sempre trazer à memória, porque ele não é óbvio. Mas ele tem essa qualidade singular: é o único que consegue dar sentido ao Natal e a todos os outros dias.

CARLOS BEZERRA JR. Pastor, médico, deputado estadual, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo. Casado com Patrícia Bezerra, e pai de Giovanna e Giulianna.

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LIDERANÇA

UMA LIDERANÇA DE RESPEITO ATITUDES PRÁTICAS PARA TRATAR AS PESSOAS COMO GOSTARÍAMOS DE SER TRATADOS omo você gostaria de ser tratado? Dois anos atrás, eu estava fazendo uma pesquisa para um sermão e o texto de Mateus 7.12 me chamou muito a atenção: “Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles façam a vocês”. Depois que li essas palavras, fiquei pensando em como eu gostaria que a minha família, as pessoas da igreja, os meus amigos e, até mesmo, os estranhos me tratassem no meu dia a dia. Peguei um papel em branco e comecei a fazer uma lista. Talvez, você possa até pensar que no topo dessa lista eu escrevesse coisas como “gostaria que me tratassem como um pop star” ou “gostaria que, quando me encontrassem, as pessoas sempre me abraçassem e me dessem tapinhas nas costas”. Mas nada disso passou pela minha cabeça. A lista acabou ficando com três tópicos, que eram: (1) respeito, (2) bondade e (3) de maneira justa.

O Senhor se importa com cada um e, principalmente por causa disso, as pessoas devem ser tratadas com respeito Certo, já entendemos que precisamos tratar todos com respeito, principalmente quando estamos em uma posição de liderança. Mas, a pergunta mais importante, na verdade, é: como podemos fazer isso? Busquei ao Senhor procurando por atitudes práticas que, como líder, eu pudesse ter e demonstrar respeito às pessoas. Eis o que Ele me disse:

Esse foi um exercício muito importante para mim, porque veio de uma lição de ouro do próprio Jesus. Eu precisava saber o que era importante para mim no tratamento dos outros para comigo, para que eu pudesse tratar todas as pessoas exatamente desta maneira. Se todos pensassem assim, poderíamos mudar o mundo! No topo da minha lista estava o respeito. Comecei a pesquisar o que, realmente, significava respeitar as pessoas. Entendi que tem a ver com tratá-las com alta consideração e de maneira correta. Reconhecer o valor que as pessoas têm e tratá-las como valorosas. E, principalmente, entendi que respeito tem a ver com não suspeitar o mal de ninguém, porque como a Palavra diz: “o amor sempre procura o melhor” (1Co. 13.7 MSG). Em sua primeira carta, Pedro escreve: “Tratem a todos com o devido respeito” (2.17). Isso não é uma sugestão, é um imperativo. E o maior motivo para fazermos isso é porque cada pessoa com quem nos relacionamos foi criada à imagem e semelhança do Deus Altíssimo e é importante para Ele. O Senhor se importa com cada um e, principalmente por causa disso, as pessoas devem ser tratadas com respeito. 12

BILL HYBELS Bill Hybels é o fundador da igreja Willow Creek, em Illinois, nos Estados Unidos e autor de diversos livros. Ele também é o idealizador do Global Leadership Summit, um encontro anual que tem preparado líderes de todos os países. Ele é casado com Lynne Hybels, com quem tem dois filhos.


Líderes devem dar o exemplo de como discordar das pessoas sem demonizá-las

Líderes nunca devem criar estereótipos

Líderes devem dar o exemplo de como ter conversas difíceis e, até mesmo, discussões sem ofender as pessoas

Líderes devem pedir perdão imediatamente quando errarem, ao invés de negar e tentar convencer as pessoas de que estão certos

Líderes não devem interromper quem está falando e nem dominar as conversas

Líderes devem formar opiniões com muito cuidado e ter a mente aberta se mais informações sobre determinado assunto aparecerem

Líderes devem dar o exemplo limitando o tom da sua voz e se recusando a usar palavras depreciativas Líderes devem dar o exemplo sendo corteses em suas palavras e atitudes com todas as pessoas, em todos os momentos

Líderes devem dar o exemplo cumprindo o seu compromisso quando dão a sua palavra e fazendo o que disseram que iam fazer Líderes devem criar “Regras de Respeito” para todos em sua organização, se lembrando delas constantemente

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DISCIPULADO

ANTES E DEPOIS DE CRISTO

O QUE MUDOU NO DISCIPULADO COM A VINDA DE JESUS

m dos maiores desafios da humanidade sempre foi o de como preparar, educar e formar os indivíduos para levá-los a ter um comportamento social agregador, a fim de criar uma comunidade com elevados padrões morais e éticos, que propiciassem uma consciência harmoniosa, pacífica e próspera entre seus membros. Desta forma, a educação acabou se tornando uma ciência, alicerçada principalmente na pedagogia que, atualmente, oferece vários métodos diferentes de como processá-la, nem sempre de acordo com a realidade do homem e dos ensinos das Escrituras. Porém, histórica e biblicamente, podemos considerar o discipulado como o método mais eficaz de educar e formar vidas, baseado em um relacionamento pessoal entre o discipulador (mestre, líder ou pai) e seu discípulo (Dt. 6.4-9). No passado, no judaísmo, a transmissão de princípios, valores e práticas, feita através do discipulado, era baseada em um relacionamento, quase sempre, distante, patriarcal, autoritário, com um espaço muito bem demarcado entre mestre e aprendiz. Agora, quando Jesus vem a este mundo para cumprir a Sua missão, este modelo de discipulado muda radicalmente. Através do Seu exemplo, passamos a entender o discipulado, não apenas como um modo de se transmitir conceitos, mas como um meio de transmissão de vida, de um novo estilo de vida baseado no amor e serviço ao próximo. E isso não apenas com palavras – na teoria –, mas na prática, tornando-se Ele, Jesus, o discipulador. Não apenas alguém que deveria ser ouvido, mas imitado: “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros” (Jo. 13.14). Por isso mesmo, quando escolhe Seus discípulos, Ele define qual seria a prioridade deles: “E nomeou doze para que estivessem com Ele…” (Mc. 3.14). Jesus, por cerca de três anos e meio convive com esses homens diariamente e vai formando neles os princípios do Reino de Deus, mudando seus paradigmas, tratando com seus egos, dúvidas e temores. Ensina, através das Suas atitudes, como os discípulos poderiam ser bem-sucedidos na área mais difícil para o ser humano, os relacionamentos. 14

Através do exemplo de Jesus, passamos a entender o discipulado, não apenas como um modo de se transmitir conceitos, mas como um meio de transmissão de vida


Ele exemplifica como orar e se relacionar com o Pai, com os familiares (mesmo quando rejeitados), uns com os outros, com as pessoas excluídas (crianças, mulheres, samaritanos, leprosos, etc), com os que são incrédulos e inimigos e também com as autoridades e falsos líderes (fariseus). Na vida emocional, que é onde nós também temos muitos problemas, Jesus mostrou aos Seus discípulos como um ser humano normal e saudável deve lidar com suas emoções. Muitas vezes Ele se mostrou emocionalmente vulnerável e fragilizado diante das reações das pessoas e pelas circunstâncias, sem nunca deixar de ser transparente nos Seus sentimentos: se alegrava (Lc. 10.21), suspirava (Mc. 8.12), lamentava e chorava (Lc. 13.31 e 19.41), se admirava da fé das pessoas (Lc. 7.9) e da incredulidade delas (Mc. 6.6), sentia aflição (Jo. 13.21), se indignava (Mc. 10.14), se entristecia profundamente (Mc. 3.5), se angustiava antecipadamente com o Seu sofrimento (Lc. 12.50), e, por fim, no Getsêmani entra em profunda agonia quando esperava ajuda e consolo dos Seus amigos. Mas, como exemplo perfeito para nós, Jesus nunca desistiu daqueles homens. Intercede por eles, ama-os até o fim, chama-os de amigos, conduze-os ao drama de Sua morte e ressurreição para, no final, dar-lhes visão, estratégia e capacitação através do Espírito Santo para cumprir a sua missão (At. 1.8). Estes homens mudaram o mundo ao custo de suas próprias vidas. Que o Senhor nos dê graça para que, seguindo o Seu modelo de discipulado e rejeitando toda atitude e palavra que não combine com ele, nos dediquemos com muita paixão e oração à nossa principal missão: formar discípulos, que não só sejam bons líderes de células ou pastores, mas sejam verdadeiros “carvalhos de justiça” (Is. 61.1-4) que transformem a nossa tão carente sociedade.

CARLOS ALBERTO DE BARROS ANTUNES Carlos Alberto Antunes é pastor da Comunidade da Graça Sede. É casado com a pastora Vanda e pai de cinco filhos.

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FATO

Generosidade não tem a ver só com dinheiro PESQUISA MOSTRA A HOSPITALIDADE E O SERVIÇO COMO OS SIGNIFICADOS DO DAR á maior felicidade em dar do que em receber” (At. 20.35). O apóstolo Paulo citou as palavras de Jesus quando falava aos presbíteros da igreja de Éfeso. Ele começa a sua fala dizendo: “Em tudo o que fiz, mostrei a vocês que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos”. Paulo estava falando sobre generosidade, sobre ajudar outras pessoas em suas necessidades. A Bíblia fala muito sobre a generosidade. Provérbios fala que o generoso empresta ao Senhor (19.17), será abençoado (22.9) e prosperará (11.24-25). João usa o exemplo do sacrifício de Cristo para mostrar como deve ser o nosso tratamento para com as outras pessoas: “Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade” (1Jo. 3.16-18). O próprio Jesus, o aniversariante deste mês, foi alvo da hospitalidade e da generosidade de alguém que, em dias de hospedarias lotadas, aceitou receber um casal prestes a ter um bebê. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça, comprovou cientificamente as palavras de Jesus: generosidade traz felicidade. Os cientistas prometeram uma quantia de dinheiro a 50 pessoas e as dividiram em dois grupos. Um deles faria planos para gastar o valor com outras pessoas, o outro usaria o dinheiro em benefício próprio. Aqueles que prometeram investir em outros apresentaram uma ativação na área altruísta do cérebro, que tem interação com a felicidade. Mas que atitudes definem a generosidade? Ela tem a ver só com recursos materiais? Com dinheiro? O instituto Barna fez, em parceria com o Thrivent Financial, uma outra pesquisa para tentar responder a essas perguntas. Depois dos furacões que varreram o Caribe e o Golfo do México e o terremoto que devastou o México neste ano, e das várias respostas de socorro 16

de pessoas de todo o mundo, eles questionaram aos cristãos norte-americanos: “O que é generosidade para você?” Os resultados foram surpreendentes, principalmente quando analisados de acordo com as faixas etárias, ou gerações. “Doar dinheiro” foi a atitude generosa citada por 22% dos entrevistados. Um número pequeno se comparado aos primeiros lugares da lista: “Serviço” (32%) e “suporte emocional” (30%). Os millennials – aqueles que são nascidos entre 1984 e 2002 – acreditam que a hospitalidade tem muito mais a ver com a generosidade do que a doação de dinheiro. Já para os idosos, o serviço é a maior expressão de uma pessoa generosa. A pesquisa ainda chegou à conclusão de que a ideia de generosidade das pessoas tem a ver com a maneira como elas mesmas a expressam. Por exemplo, se uma pessoa acredita que o suporte emocional é a maior expressão de generosidade, ela tende a ser generosa dessa maneira. Um dos primeiros exemplos de serviço e hospitalidade que a Bíblia nos mostra é o de Abraão. Gênesis conta que, enquanto ele estava sentado na porta da sua tenda, na hora mais quente do dia, viu três homens em pé e lhes disse: “Meu senhor, se mereço o seu favor, não passe pelo seu servo sem fazer uma parada. Mandarei buscar um pouco d’água para que lavem os pés e descansem debaixo desta árvore. Vou trazer-lhes também o que comer, para que recuperem as forças e prossigam pelo caminho agora que chegaram até este seu servo” (18.3-5). Quando entendemos o que a generosidade realmente significa, somos capazes de nos tornar mais generosos e obedecer a Deus servindo às pessoas. Em sua carta aos Romanos, Paulo escreveu: “Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas ne-


cessidades. Pratiquem a hospitalidade” (12.13). Pedro também afirmou: “Sejam mutuamente hospitaleiros, sem reclamação” (1Pe. 4.9).

Quando entendemos o que a generosidade realmente significa, somos capazes de nos tornar mais generosos e obedecer a Deus servindo às pessoas

Além de sermos mais felizes quando somos generosos com as pessoas, mostramos a elas o caráter do nosso Salvador. Elas passam a ver Cristo em nós e são transformadas pelo Seu amor. Ser generoso vale a pena.

“A generosidade é extremamente importante para mim” Millennials (15 a 32 anos) Geração X (33 a 51 anos) Baby Boomers (52 a 70 anos) Idosos (mais de 71 anos) 34%

32%

20%

25%

Ações fortemente associadas à generosidade Todos os cristãos 52%

Idosos (mais de 71 anos)

Baby Boomers (52 a 70 anos) Millennials (15 a 32 anos)

Nº de pessoas = 1.556 (cristãos norte-americanos interessados) | Julho de 2016

38% 34%

32% 28%

30%

31%

30%

Geração X (33 a 51 anos)

29%

27%

26% 22%

23%

21%

17% 13%

12%

12%

<1%

SERVIÇO

SUPORTE EMOCIONAL

DINHEIRO

3%

HOSPITALIDADE

7%

5% 2%

3%

5%

PRESENTES

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CAPA

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NATAL A INCOMPARÁVEL SINGULARIDADE DE CRISTO

CÉSAR STAGNO E GUSTAVO ROSANELI

o mundo todo, dia a dia, mais e mais pessoas duvidam que alguém tenha posse da verdade. Mas, os cristãos continuam insistindo na incomparável singularidade de Cristo. Por quê? Há muitos anos atrás, num filme chamado “Alguém lá em cima gosta de mim”, houve um diálogo interessante. Ao ser interrogado sobre se Jesus era o seu filho, o ator que interpretava a Deus responde: “Sim, ele é. Assim como Buda, Maomé e todos os seres humanos são meus filhos e filhas, uma vez que Eu criei todos eles”. Esse é um discurso previsível de Hollywood e do pensamento relativista, que desconhecem – ou pretendem esconder e manipular a verdade – que a Bíblia afirma que apenas aqueles que nascem de novo se tornam filhos (Jo. 1.12). Até porque, assim como para Nicodemos era difícil entender o que Jesus estava tentando lhe explicar ao falar de novo nascimento (Jo. 3.3-6), também é difícil para a indústria cinematográfica – que tanto se ocupa da estética externa – tentar relatar uma transformação que é sobrenatural e acontece “de dentro para fora”. Como o próprio Cristo afirmou em João 3.12: “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” Aquele discurso hollywoodiano tem permeado as celebrações de Natal – fazendo dele uma festa completamente comercial – e distorcendo o significado central da comemoração, colocando no lugar da manjedoura um simpático velhinho que espalha momentos de aparente felicidade em forma de presentes. A singularidade de Cristo e do significado de Seu nascimento para a humanidade vai além de apenas ressaltar Sua origem divina, mas procura proclamá-lo como Aquele em quem a plenitude de Deus habita em forma humana. Ele é totalmente divino e plenamente humano: o Caminho, a Verdade e a Vida.

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O CAMINHO Num mundo onde a pluralidade religiosa está presente em cada canto, o que significa afirmar que Jesus é o caminho? Simplificando, significa que devemos olhar para Ele para descobrir – e entender – como Deus age no mundo. Ele não foi apenas enviado ao mundo para nos falar sobre Deus, mas também para demonstrar como o Pai quer que vivamos. E como o Senhor quer que vivamos? A resposta está em 1 João 4.7-8: “Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. Cristo é a personificação da natureza de amor de Deus e a expressão máxima da Sua graça. Ele é o caminho para descobrir essas coisas. Ele conduziu os reis até a cidade de Belém, até a manjedoura, para se apresentar à humanidade, aos gentios, àqueles que são rejeitados pelo mundo, como Seu salvador e redentor. “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc. 4.18-19), disse Jesus. Ao chamar discípulos e criar uma comunidade, Jesus nos chama a nos juntarmos a Ele em Sua luta pela libertação dos seres humanos de todas as forças da opressão. Ele nos marca o caminho. Qual é o caminho de Jesus para os cristãos? Emular Sua humildade valorizando os outros acima de nós mesmos, como afirma a Escritura: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz” (Fl. 2.5-8). Todas as estradas não conduzem a Deus. O caminho de Jesus não é uma espiritualidade orientada para procura da mudança interior ou uma forma de ativismo social. É um estilo de vida marcado pela humildade e a renúncia pelo bem dos outros. Negar a natureza única de Jesus compromete nosso resgate – alcançado através de Sua morte e ressurreição –, bem como o modo de vida que Ele nos chama a seguir. 20


A VERDADE O que significa dizer que Jesus é a verdade em um mundo que duvida da Sua existência ou em que cada pessoa parece ter uma versão própria? Grandes filósofos – Platão, por exemplo – dedicaram sua vida a procurar a resposta para a grande pergunta: “O que é a verdade?” Mas ninguém jamais conseguiu resolver esse questionamento da forma satisfatória e esperançosa que o cristianismo o faz. A verdade não é finalmente encontrada em noções ou teorias abstratas, mas sim na pessoa de Jesus. A verdade está Naquele que veio para cumprir a promessa de ter um Messias que restauraria o relacionamento entre a humanidade e Deus. Porque conhecer, de fato, a verdade depende de estar envolvido em um relacionamento ativo e constante com o próprio Jesus. Ele é categoricamente diferente de todos os outros profetas, testemunhas e mensageiros de Deus. Ele é tudo isso e ainda mais. Junto com o Pai e o Espírito, o próprio Jesus é Deus.

A verdade não é finalmente encontrada em noções ou teorias abstratas, mas sim na pessoa de Jesus

No começo do evangelho de João, o apóstolo explica o que quer dizer ao chamar Jesus de “verbo” – certamente, mais do que um conceito abstrato de “verdade”: “Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido” (Jo. 1.17-18). Ou seja, Ele é a verdade abrangente do Pai. Uma verdade que é pessoal, ativa, relacional e graciosa. O Espírito da verdade (Jo. 15.26) testemunha a Jesus – não a alguma filosofia ou teoria – como a manifestação encarnada da verdade. Isso quer dizer que por Ele ser a própria verdade de Deus, não pode21


mos limitar nossa compreensão dele como meramente um bom professor moral ou um líder religioso significativo. Quando afirmamos que Jesus é único, dizemos que Ele está em uma categoria completamente diferente de Moisés, Buda, Maomé ou quem quer que seja. Eles podem ter falado muitas coisas interessantes, mas essas coisas só poderão ser tratadas como verdades na medida em que finalmente apontem para a verdade de Deus, isto é, a vida e a obra de Jesus. Ele é o presente de Deus para a humanidade. Um presente em forma de graça, de Natal, de manjedoura, de salvação e redenção, de resgate, de reconciliação. Um presente em forma de amor, compaixão e serviço. Um presente de verdade, que gera nova vida.

A VIDA A plenitude da vida – tão desejada e perseguida por tantas pessoas no mundo, e de tantas diversas maneiras – é encontrada na comunhão com Deus através de Jesus. Quando a Escritura diz em 1 João 4.8 que “Deus é amor”, não indica apenas uma característica ou sentimento, mas o tipo de vida que Ele vive na comunhão com o Filho e o Espírito Santo. Amor é um verbo. Deus está envolvido em dar, receber e compartilhar o eterno amor com Sua criação. Com Seus filhos. Deus não criou os seres humanos para finalmente ter alguém para amar. A criação reflete o amor eterno de Deus.

Amor é um verbo. Deus está envolvido em dar, receber e compartilhar o eterno amor com Sua criação. Com Seus filhos 22


O Natal é o começo do fim de uma história de resgate e redenção, de uma promessa sustentada no caráter infalível do Pai e no Seu inesgotável amor Jesus, como o único Filho, convida toda a humanidade a participar desse amor através dele, através da Sua morte e ressurreição. Por isso o Seu significado e o do Natal são tão singulares e importantes, eles testemunham do amor de Deus. Reconhecer que Jesus é a vida não significa fazer com que as pessoas mudem sua visão de mundo ou adotem uma nova agenda moral ou uma nova religião. Significa convidá-las para experimentarem um relacionamento verdadeiro com Deus. Uma comunhão concreta e transformadora de amor com o Pai. Mesmo quem não é cristão acredita estar bem familiarizado com a história do Natal. As diferentes versões do bebê Jesus deitado em uma manjedoura ornamentam prédios, lojas, shoppings, fachadas e jardins, e melodias suaves tocam em toda parte. Mas, mesmo com a abundância dessas referências cristãs na cultura popular, quantos param para de fato examinar com atenção o verdadeiro significado do Natal? O Natal marca o nascimento do caminho que conduz a uma vida eterna em comunhão com Deus, da verdade do Pai e do Seu amor pela Criação, e da vida nova em Cristo. O Natal é o começo do fim de uma história de resgate e redenção, de uma promessa sustentada no caráter infalível do Pai e no Seu inesgotável amor. Jesus é incomparavelmente singular, porque não há presente que possa gerar o que Ele gera: uma vida cheia de propósito, significado e plenitude, uma vida que envolve o próximo. Compreender a mensagem de esperança e de salvação encravada no relato bíblico do nascimento de Jesus, nos leva a experimentar o poder redentor da graça de Deus de maneira mais profunda e significativa. Que seja assim para todos aqueles que se aproximam da manjedoura para achar o caminho, a verdade e a vida que há na incomparável singularidade de Cristo. 23


RECOMENDO

LIVRO

Clássicos do C.S. Lewis C.S. LEWIS – THOMAS NELSON

Considerado um dos autores mais influentes do século XX, o célebre escritor C.S. Lewis teve seus clássicos relançados pela editora Thomas Nelson, num belíssimo projeto editorial com capa dura, bordas coloridas e com uma linguagem completamente moderna. “Cristianismo Puro e Simples”, um dos maiores e mais populares títulos do autor, foi escrito a partir de uma série de mensagens sobre a fé cristã divulgadas pelo rádio durante a Segunda Guerra Mundial. Já em “Os Quatro Amores”, Lewis explica que esse sentimento pode ser comunicado de quatro formas: afeição, amizade, eros e caridade, e lembra que foi justamente por amor que Deus fez existir criaturas inteiramente supérfluas, somente a fim de poder amá-las e aperfeiçoá-las. “A Abolição do Homem” é um livro considerado profético e surpreendente. Tanto, que é um dos títulos mais debatidos. Nele, o autor defende a moralidade absoluta e os valores universais, como o altruísmo, a caridade e o amor, além de expor as consequências da falta desses princípios na sociedade. Em “O Peso da Glória”, Lewis demonstra por que é um autor tão influente, oferecendo palavras de inspiração e orientação sobre diversos assuntos da fé para cada leitor. E, finalmente, uma obra irônica, astuta e irreverente. Em “Cartas de um diabo a seu aprendiz”, o autor apresenta um retrato satírico da vida humana e aborda um assunto complexo: as tentações e a superação delas.

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FILME

LIVRO

Extraordinário

A Igreja Desviada

LIONSGATE

CHARLES SWINDOLL – MUNDO CRISTÃO

Baseado no best-seller homônimo da escritora R. J. Palacio, nem estreou ainda e já é cotado como um dos filmes mais emocionantes do ano.

Quanto mais longe estamos de um objeto, mais dificuldades teremos em enxergá-lo com nitidez e clareza de detalhes. Quanto mais distantes ficamos de um rádio ligado, mais dificuldades teremos em ouvir e compreender o som que sai de seus alto-falantes. A mesma lógica é válida para o nosso relacionamento com Deus.

A história gira em torno de Auggie Pullman, um garotinho que nasceu com uma grave deformidade facial e passou por 27 cirurgias de reconstrução da face. Ele só vai à escola, pela primeira vez, quando entra na 5ª série, e precisa se esforçar para ter uma vida comum. O filme proporciona uma fantástica lição de vida sobre identidade, aceitação e aparências Use o leitor de QR Code em seu celular e saiba mais sobre o livro

Se estamos longe dele, não oramos, não lemos a Bíblia, não frequentamos alguma igreja, etcetera. Este é o grande alerta que Swindoll lança no seu livro. Use o leitor de QR Code em seu celular e saiba mais sobre o livro

APP

Moment / Quality Time KEVIN HOLESH / ZERO DESKTOP

Moment é um aplicativo do iOS que mede o tempo passado frente à tela do smartphone ou tablet. Se o usuário percebe que está utilizando demais seus aparelhos eletrônicos, o aplicativo permite fazer uma “dieta”, estabelecendo limites diários de tempo de uso. Além disso, fornece uma opção “família”, que bloqueia os telefones no momento de todo mundo sentar à mesa para almoçar ou jantar. O Quality Time fornece, para os usuários de Android, as mesmas funções que o Moment.

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AMOR QUE TRANSFORMA

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“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia, saiba todos os mistérios e todo o conhecimento e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá” (1Co. 13.1-3). O famoso texto do apóstolo Paulo – normalmente usado em casamentos ou para falar de relacionamentos amorosos – fala sobre a primazia do amor, sobre a sua importância acima de todos os dons e capacidades. O amor transforma. Restaura, reconcilia, refaz. E isso não só com aqueles que são alvo dele, mas também com os que o expressam. Deus é tão maravilhoso que deu ao ser humano a oportunidade de amar com atitudes, com palavras e com serviço, e ainda ser transformado por isso. Amanda entende bem o que é ser transformada pelo amor. Hoje casada e com uma filhinha de três anos, ela se lembra de ser levada por seus pais à Comunidade da Graça Sede. Nasceu na igreja, como ela mesma conta. Até que, um dia, tomou a sua própria decisão de entregar a sua vida a Jesus. Se batizou e passou a viver como seguidora de Cristo, buscando conhecê-lo para ser cada vez mais parecida com Ele.

O amor transforma. Restaura, reconcilia, refaz. E isso não só com aqueles que são alvo dele, mas também com os que o expressam

O tempo foi passando e chegou o momento de escolher uma profissão. Pela facilidade com a área de biológicas, entrou na faculdade de Biologia. Mas estudar os animais e as pessoas tão de longe não era o que ela queria. Não demorou muito para desistir do curso. Na busca por outras alternativas, se lembrou da Odontologia e decidiu tentar. Dessa vez, apaixonou-se pelo que estava estudando e descobriu com o que gostaria de trabalhar para o resto da vida. Certo dia, em um culto da CG Sede, Amanda teve uma experiência diferente. Participando do momento de louvor, ela percebeu que o homem que estava ali ministrando, não estava apenas levando as pessoas a adorar a Deus, mas estava em seu próprio momento com o Senhor, em sua própria expressão de adoração. Era algo pessoal, profundo. “Naquele dia, eu orei ao Senhor e disse que também queria expressar a minha adoração a Ele de uma maneira tão linda como aquela. E Ele me disse que havia me dado um talento para fazer isso”, conta. Ela entendeu que a sua expressão de adoração viria através da sua profissão, da odontologia. Pensando em como poderia fazer isso, Amanda se lembrou da Fundação Comunidade da Graça. Ela ouvia falar da FCG nos cultos, até fazia algumas doações, mas não conhecia profundamente aquele trabalho. Foi então que descobriu a Policlínica Caritas e encontrou o lugar onde poderia adorar ao Senhor, servindo e amando as pessoas. Assim que terminou a graduação, ela entrou em contato com a FCG e se tornou voluntária. Antes mesmo de ter um emprego como dentista, ela já atendia pacientes no consultório da Fundação. Hoje, Amanda continua o seu trabalho abençoando muitas pessoas. Trabalha voluntariamente uma vez por semana e atende também em seu consultório, que conseguiu montar pela graça de Deus. Quando perguntada sobre a transformação que o trabalho voluntário tem em sua vida, Amanda se emociona: “Meus colegas de profissão não entendem por que eu faço isso, eles dizem que meus honorários são muito altos para eu usar meu tempo sendo voluntária. Mas quando um paciente se levanta da cadeira e me agradece com um sorriso no rosto, eu vejo que Jesus está sorrindo de volta para mim, e isso não tem preço”. Esse é o amor que transforma. 27


ACONTECEU

CONTA AS BENÇÃOS O QUE ACONTECEU NA COMUNIDADE DA GRAÇA EM 2017 ue valores você carrega? Os valores são os princípios inegociáveis que guiam nossas ações e demonstram o nosso caráter. São aquilo de que não abrimos mão, o que é prioridade para nós e nos ajuda a prosseguir para cumprir a nossa missão. A Comunidade da Graça também tem valores. Aquilo que acreditamos que vai nos ajudar a cumprir a missão que o Senhor nos deu de sermos “uma igreja-família, vivendo o amor de Cristo, alcançando o próximo e formando discípulos”. Sabemos que aquilo em que cremos e o que priorizamos vai nos levar a cumprir o bom propósito de Deus nesta terra.

Nossos valores estão expressos pela sigla “DEFINE”: Deus, Família, Irmãos, Não cristãos e Ensino. Essas são as nossas prioridades em tudo o que fazemos, em cada evento, em cada novo curso e em cada decisão que tomamos, por menor que seja. Em 2017, muitas coisas aconteceram em nossa igreja. Muitos eventos, conferências, cursos. E cada uma delas aconteceu guiada pelos nossos valores, por tudo aquilo que acreditamos ser importante e inegociável. Por causa disso, vivemos um ano de muitas alegrias, vendo cada vez mais pessoas se renderem aos pés de Jesus. Vamos relembrar o que aconteceu na Comunidade da Graça em 2017?

DEUS O relacionamento com Deus, nossa maior prioridade, tem a ver com oração, leitura da Palavra, jejum, adoração. Tudo aquilo que nos aproxima do nosso Criador e nos deixa mais íntimos dele. Neste ano, investimos em ajudar nossos membros a estreitarem o seu relacionamento com Deus. A Conferência Ministerial, C17, aconteceu no prédio da Comunidade Sede no mês de abril e teve o tema “AME”. Reuniu milhares de pessoas e muitas outras ainda puderam participar através das transmissões ao vivo, que aconteceram nas Comunidades da Graça por todo o Brasil. Além dos pastores Carlos Alberto Bezerra, Suely Bezerra e Carlos Bezerra Jr., o evento também contou com a presença de Paulo Mazoni, da Igreja Batista Central de Belo Horizonte e Danilo Figueira, da Comunidade Cristã de Ribeirão Preto.

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As mulheres também se encontraram pelas bases ao redor do Brasil. O congresso “Ligando a terra ao céu” teve 10 encontros e reuniu mais de sete mil mulheres, ensinando-as a importância da oração e da busca a Deus. E, neste ano, um detalhe muito especial fez parte do evento: foram comemorados os 20 anos de existência do Ministério de Mulheres Intercessoras. A grande festa, que aconteceu na base da CG Sede, contou com a ministração das pastoras Suely Bezerra e Helena Tannure. “Faça história” foi o tema do MAG17, o Encontrão Nacional de Jovens! Mais de seis mil pessoas se reuniram nas oito bases para ouvir mais sobre como impactar esta geração e alcançar os perdidos. Cada um dos encontros contou com presenças especiais, como a de Rodolfo Abrantes e Douglas Gonçalves, além do líder nacional de jovens, o pastor Fernando Diniz.


FAMÍLIA A família, nossa segunda prioridade, é a base da igreja. Hoje em dia, o relacionamento familiar não é mais um valor para a nossa sociedade, por isso vemos tantos casamentos desequilibrados e relacionamentos entre pais e filhos desgastados. Lares destruídos ferem pessoas e geram seres humanos desajustados. Como igreja, priorizamos a família e sempre buscamos lutar para mantê-la segura. Uma família saudável começa com um casamento saudável. Por isso, em 2017, assim como em todos os anos, as Comunidades da Graça de todo o Brasil trabalharam para fortalecer essa aliança: primeiro, através dos cursos de Noivos e de Casados & Felizes, que ensinam como deve ser um casamento firmado nos princípios do Reino de Deus e como homem e mulher devem se comportar. E também através dos acampamentos de casais, que levaram centenas de pessoas a um final de semana especial, onde puderam renovar suas alianças e aprender mais sobre como construir as bases de um lar de paz.

SEDE

UBATUBA

SEDE

Outra maneira de investir na família é cuidando das crianças. O Comuna Kids tem ido muito além de ser apenas uma “escola dominical”, é o lugar onde crianças, desde os nove meses de idade, aprendem mais sobre quem é o seu Salvador e sobre a vida de um discípulo de Jesus. Neste ano, mais uma vez, trabalhamos para declarar que “criança não dá trabalho, criança dá frutos”. SEDE

CONFERÊNCIA MINISTERIAL

MULHERES INTERCESSORAS

ENCONTRÃO NACIONAL 29


IRMÃOS Além do relacionamento familiar, o relacionamento com os irmãos de fé também é um valor importante para nós. Cremos que viver em amor e sujeição uns aos outros é a característica marcante de um cristão. Essa aliança de fidelidade mostra que vivemos como verdadeiros discípulos de Cristo. E que maneira melhor de estar em comunhão e de fazer parte da família de Deus do que participando de uma célula? As células são parte essencial da estrutura da Comunidade da Graça e têm sido um ambiente seguro para que cada um se sinta parte de uma família de fé e possa compartilhar de suas alegrias e dificuldades. São milhares de células espalhadas pelo Brasil, onde as pessoas têm a oportunidade de ouvir a Palavra, receber uma oração e experimentar o poder e amor de Deus.

ERMELINO

SEDE

Neste ano, centenas de novas células foram abertas para que continuemos com o IDE que Jesus nos deixou.

UBATUBA

NÃO CRISTÃOS O quarto valor da Comunidade é a compaixão e o serviço ao próximo, a base de todo o nosso trabalho. O amor é uma marca da Comunidade da Graça, e o amor é aquilo que ele faz. Quando a igreja atua, as pessoas são abençoadas e acontece uma transformação na sociedade. Queremos ser uma igreja relevante, que abençoa nossas cidades e nosso país. No texto de Mateus 25.31-46, Jesus chama de benditos de Deus aqueles que O deram de comer, de beber, O acolheram, O vestiram, cuidaram dele e O visitaram quando esteve preso. Ele completa a Sua fala dizendo: “O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram” (v. 40). Jesus estava dizendo que quando servimos as pessoas, não importa quem sejam, estamos servindo a Ele. A Fundação Comunidade da Graça é o meio que a Comunidade tem para servir as pessoas em suas necessidades mais profundas. Só neste ano, foram mais de um milhão de atendimentos até o mês de outubro. Milhares de famílias têm desfrutado do serviço nas creches e nos diversos programas, que envolvem doação de cestas básicas e leite, cursos profissionalizantes, atendimentos médicos e muitos outros. Outra maneira de alcançar os não cristãos é o trabalho que tem sido realizado nos presídios. Neste ano, mais de 400 pessoas entregaram suas vidas a Jesus através das células realizadas na Penitenciária Feminina de Santana, no Centro de Progressão Penitenciário do Butantã e no Centro de Detenção Provisória Belém I e II. Com os grupos consolidados dentro dos presídios, neste ano começou a ser ministrados o Trilho de Treinamento, com o curso do Vida Vitoriosa, realizado pelos próprios presos buscando alcançar outros.

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ENSINO O ensino também é um valor para nós. Cremos que o treinamento, o ensino da Palavra e a capacitação pessoal são fundamentais para o desenvolvimento de cada cristão. Por isso, procuramos desenvolver cursos e treinamentos para preparar melhor cada pessoa para cuidar de sua família e suas finanças e servir ao próximo. “Maturidade Cristã”, “Vida Vitoriosa”, “Siga-me”, “Sempre Abundantes”, “Firmes e Constantes”, “Casados & Felizes”, “Curso de Noivos”. Os materiais do IDE, nosso Trilho de Treinamento, abençoaram e capacitaram centenas de pessoas em 2017. Desde sua chegada às nossas Comunidades, o começo da vida cristã, até o preparo para liderar uma célula, os membros puderam se aprofundar no conhecimento da Palavra, buscar mais intimidade com Deus e aprender a viver como discípulos fieis de Jesus.

SEDE

SÃO BERNARDO

Assim, temos formado cristãos capacitados para toda a boa obra (2Tm. 3.17), apaixonados pelo Senhor e sedentos por trazer cada vez mais pessoas para o amor do Pai.

GUARULHOS

CEI - ESPAÇO DA COMUNIDADE

TRABALHO NOS PRESÍDIOS 31


REFLEXÃO

POR QUE DEUS ESCREVEU A HISTÓRIA DO NATAL? esus existia antes de ser concebido no ventre de Maria. Nós, não. Ele disse: “Eu vim do Pai e entrei no mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai” (Jo. 16.28). Eu e você não escolhemos nascer humanos. Ele sim. Em Filipenses 2.6-7 está escrito que “embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.” Despojou-se de si mesmo e quis ser servo. Nenhum de nós faria isso. Estas coisas nos fazem chegar a uma pergunta: por quê? Deus poderia ter feito as coisas de forma diferente. Então por que as coisas aconteceram do jeito que aconteceram? Uma das mais profundas respostas bíblicas é que era “apropriado”. E afirmo isso porque não há nada acima ou fora de Deus que Ele deva encaixar – ou precise dar um jeito – para dar certo. Deus mesmo é a medida de tudo o que é certo e bom, verdadeiro e bonito. Então, dizer que Seus caminhos são “apropriados”, é afirmar que se encaixam com quem Ele é. São congruentes, consistentes ou harmoniosos com tudo o que Ele é. Hebreus 2.10 diz que “ao conduzir muitos filhos à glorificação, convinha que Deus, por causa de quem e por intermédio de quem tudo veio a existir, tornasse perfeito, por meio do sofrimento, o Autor da Salvação deles”. Jesus tornou-se o Salvador através do sofrimento. Era apropriado. Esse não é um detalhe menor. Para Deus, sábio e todo-poderoso, ver algo como supremamente adequado é vê-lo como uma obrigação suprema. Pois Deus nunca faria nada que não fosse apropriado, nem se esqueceria de fazer qualquer coisa que assim fosse. 32


Isso explica as chocantes palavras sete versículos após: “Por esse motivo, era vital que Ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, a fim de que pudesse constituir-se sumo sacerdote misericordioso e leal”. Era vital? Sim. Podemos interpretar como “era sua obrigação”. Não obrigado por alguma coisa externa a Deus, mas impulsado pela sabedoria divina de ver o que é “apropriado”. Deus “tem que” fazer o que é adequado. Não segundo o que aos olhos do homem é ou não considerado assim, mas como o próprio Deus considera. Entre as duas considerações de Hebreus 2.10 e 2.17, está a grande explicação de por que Cristo tomou a forma humana. Mostra como a encarnação era apropriada, como o Natal era adequado: “Visto que nós, os filhos, somos seres humanos, feitos de carne e sangue, Ele se tornou carne e sangue também pelo nascimento em forma humana; pois somente como ser humano Ele poderia morrer, e morrendo derrotar o poder do diabo, que tinha o poder da morte. Só dessa maneira é que Ele poderia libertar aqueles que durante a vida toda estiveram escravizados pelo medo da morte” (Hb. 2.14-15). Tornou-se humano porque nós somos humanos e porque o propósito eterno de Deus é ter uma família de muitos filhos parecidos com Jesus. Tornou-se humano para, com Sua morte, derrotar a quem detinha esse poder, o diabo. Tornou-se humano para “libertar aqueles que durante a vida toda estiveram escravizados pelo medo da morte”. Agora, quando os que creem olham para o rosto sombrio da morte, perguntam: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Co. 15.55). Não há mais medo. Não há mais escravidão. Nem agora e nem nunca mais. Essa nova vida e esse grande plano são apropriados. O Natal aconteceu porque era apropriado. Que neste novo ano que está para começar você possa refletir nisso a cada dia. Que Deus lhe dê, cada vez mais, a mente de Cristo para enxergar a profundidade e beleza do caminho de salvação, e se alegrar no fato de ter agora uma nova vida e no privilégio de ser conduzido pelo Espírito Santo para que outros também possam ser livres.

Não há mais medo. Não há mais escravidão. Nem agora e nem nunca mais. Essa nova vida e esse grande plano são apropriados

JOHN PIPER John Piper é pastor, doutor em Teologia pela Universidade de Munique, fundador do desiringGod.org e chanceler no Bethlehem College & Seminary. Serviu por 33 anos como pastor principal da Bethlehem Baptist Church em Minneapolis, Minnesota. É autor de mais de 40 livros. 33


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