Revista Comuna 95

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SUPERMERCADO, SHOPPING, POSTO DE GASOLINA Já ouvimos as palavras acima como algumas definições da igreja. Alguns enxergam a igreja apenas como um lugar para pegar aquilo que desejam, um lugar para entretenimento ou um posto de reabastecimento, onde se preparam para a semana. Mas, na verdade, a igreja não tem a ver com nada disso. Ela não é, nem mesmo, um lugar. Tem a ver com pessoas, tem a ver conosco. Em sua maior revelação sobre a identidade de Jesus, Pedro ouve uma resposta surpreendente: “Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não foi revelado a você por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus. E eu digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencêla. Eu darei a você as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado nos céus” (Mt. 16.17-19). Essa igreja a que Jesus se refere não é um prédio que Ele planejava construir. Aliás, a palavra que Ele usou e que era bem conhecida pelos discípulos foi “Eclésia”. O grupo de pessoas, de escolhidos, que ia até as cidades representando o rei, conquistando territórios para o reino e ensinando os seus costumes. Era sobre isso que Jesus falava. Sobre aqueles que iriam pelo mundo, ganhando cidades e ensinando como se vive no maior Reino de todos, o Reino de Deus. É para esse tipo de igreja que somos chamados, é assim que devemos viver. Quando entendemos a verdadeira identidade da igreja, sua missão, seu propósito e seu destino, servimos melhor ao nosso Rei e levamos a Sua Palavra a cada vez mais pessoas. E é sobre isso que esta edição da Revista Comuna fala, sobre a verdadeira igreja e a sua influência neste mundo. Neste novo ano, o Senhor nos convida a entender para que Ele nos chamou e a entregar a nossa vida para ser a igreja que Ele criou. Uma igreja que ama, suporta e alcança as pessoas, e que carrega o nome do Rei por todos os lugares onde passa. Boa leitura, Gustavo Rosaneli Pela equipe editorial

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#95 | JANEIRO | 2018

DIREÇÃO GERAL:

Carlos Alberto de Quadros Bezerra CONSELHO GESTOR:

Carlos Bezerra Jr, Osmar Dias, Aguinaldo Fernandes, Valmir Ventura, Lair de Matos, Cézar Rosaneli, Fernando Diniz, Gustavo Rosaneli, Ronaldo Bezerra COORDENAÇÃO EDITORIAL:

Carlos Bezerra Jr. Gustavo Rosaneli COORDENAÇÃO DO PROJETO:

Gustavo Rosaneli JORNALISTA RESPONSÁVEL:

César Stagno - MTB 58740 REVISÃO:

Mayra Bondança COLABORADORES:

Mayra Bondança, Claudia Guimarães, Davi Martins, Estevão Ferreira, Renato Reis, Enrico Guerrero, Mariana Martins. DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁFICO:

Salsa Comunicação CIRCULAÇÃO:

No Estado de São Paulo: São Paulo Capital; Arujá; Atibaia; Balsa; Bragança; Campinas; Caraguatatuba; Guarulhos; Mauá; Mogi das Cruzes; Registro; Santos; São Bernardo do Campo; Socorro; Sorocaba; Tatuí; Taubaté; Ubatuba. Rio de Janeiro: Macaé. Minas Gerais: Governador Valadares; Belo Horizonte; São Sebastião de Vargem Alegre; Visconde do Rio Branco. Paraná: Curitiba; Foz do Iguaçu; Londrina; Maringá; Paranaguá; Rolândia. Pernambuco: Barreiros; Caruaru; Catende; Itapissuma; João Pessoa; Recife; Sta. Maria da Boa Vista. Bahia: Salvador; Vitória da Conquista IMPRESSÃO:

Gráfica MaisType DISTRIBUIÇÃO:

11.500 exemplares


A VERDADEIRA IGREJA O que Jesus ensinou e nós esquecemos

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COMO CRESCEMOS E NOS DESENVOLVEMOS NA ECLÉSIA?

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O QUE É A VERDADEIRA IGREJA?

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DEIXE SEU MEDO MORRER DE FOME

CHEIAS DE PODER

Alimentando nossa fé e fortalecendo a esperança

Uma vida dirigida pelo Espírito Santo

RECOMENDO

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FAKE NEWS

DIÁSPORAS

QUAL É O SEU TEMPERAMENTO?

Como não se compadecer daquele que está sendo perseguido?

A personalidade e sua influência em nossa liderança

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QUAL É A MELHOR COISA QUE VOCÊ PODE FAZER HOJE? 5


PALAVRA DO PRESIDENTE

DEIXE SEU MEDO MORRER DE FOME

ALIMENTANDO NOSSA FÉ E FORTALECENDO A ESPERANÇA

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á uns anos atrás, me deparei com uma frase do reconhecido escritor americano, Max Lucado, que dizia: “Alimente sua fé e seus medos morrerão de fome”. E ela me levou a refletir sobre a grandequantidadede situações quepodemparalisar a fé dos cristãos, tornando-a fraca, inoperante. O texto de Números 13 nos mostra que um grupo de espias foi enviado à terra de Canaã. Dez deles retornaram afirmando que gigantes poderosos habitavam aquela terra e que seria impossível derrotá-los. Apenas dois daqueles espias, Calebe e Josué, homens de fé e visão, declararam:“Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos!” Os primeiros eram maioria, e os filhos de Israel aceitaram o relatório deles. Ao fazer assim, estavam dizendo que não podiam conquistar aquele território. E receberam exatamente o que disseram. Com exceção de Josué e Calebe, aqueles homens e o restante daquela geração dos israelitas nunca chegaram a ver a terra prometida. Ficaram peregrinando no deserto até morrer.

É preciso confessar com a boca aquilo que se crê no coração. Tudo o que você diz é a sua fé falando

Eles deram um exemplo da fé invertida. Afinal de contas, mesmo quando duvidamos, estamos crendo em alguma coisa! Estamos crendo na derrota. Estamos crendo na coisa errada. Sempre recebemos na nossa vida aquilo em que cremos e aquilo que falamos. Se continuarmos dizendo alguma coisa por tempo suficiente, essas palavras acabarão se registrando em nosso espírito. E, uma vez registradas, controlarão a nossa vida.

Não são os gigantes da vida ou as tempestades que nos derrotam. São os pensamentos e as palavras erradas, que nos impedem de ter uma visão ampliada, uma fé inabalável. Assim como a de Abraão, que creu na promessa de que teria um filho contra o que muitos esperavam ao ver sua idade. Que creu quando o Senhor lhe ordenou sair do lugar onde estava para ir para uma terra que Ele mesmo tinha preparado. Temos que abandonar as atitudes que alimentam nossos medos e começar a desenvolver a nossa fé, alicerçando-a cada vez mais firmemente em Cristo!

Em Marcos 11.23 está escrito: “Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito”. Essa é a “fórmula da fé” para remover qualquer montanha que esteja presente em nossa vida. Quer ela seja uma enfermidade, entes queridos não salvos, dificuldades financeiras, ou problemas na família. Esse é o caminho!

Nossa fé não depende das circunstâncias. Devemos falar com confiança e fé, “sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá coisa alguma do Senhor; é alguém que tem mente dividida e é instável em tudo o que faz” (Tg. 1.6-8). Procuremos ser cheios do Espírito Santo, cheios do amor do Pai, porque é isso que “lança fora todo medo” (1 Jo. 4.18).

É preciso confessar com a boca aquilo que se crê no coração. Tudo o que você diz é a sua fé falando. Note o bom relatório de Josué e de Calebe. Confiavam no Senhor, e seu coração estava cheio de fé para Deus introduzi-los na terra que Ele prometera aos antepassados deles. Duas vezes exortaram o povo a não temer. E qual foi o resultado do seu relatório de fé? Depois de 40 anos de peregrinação no deserto, e depois de morto o povo daquela geração que aceitara o relatório infamante dos 10 espias, Josué se tornou o líder nacional. Ele e Calebe levaram o povo à vitória.

CARLOS ALBERTO BEZERRA Carlos Alberto Bezerra é fundador da Comunidade da Graça. Um homem apaixonado por pessoas. Pastor há 51 anos e casado com Suely pelo mesmo tempo. Tem seis filhos e 16 netos. O amor, o serviço e a valorização da família são suas ênfases ministeriais. Pregador apaixonado, escritor inspirador.

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TRANS FORMAÇÃO

CHEIAS DE PODER

UMA VIDA DIRIGIDA PELO ESPÍRITO SANTO mpoderamento feminino. Uma expressão que temos ouvido muito nos nossos dias. Ela fala que as mulheres podem fazer tudo o que quiserem, têm poder de chegar onde planejarem e podem ser tudo aquilo que desejarem. Um poder que, dizem, está dentro de cada uma de nós. Algo que vem de nós mesmas para nós mesmas. Será que é realmente assim? Já vimos muitas vezes que Jesus foi o homem que mais valorizou a mulher e mostrou qual o seu lugar diante de Deus. Mas Ele nunca disse que a mulher tinha valor e poder por quem era em si mesma. Em Sua última conversa com os discípulos, Jesus falou sobre o que ainda ia acontecer, algo pelo que aqueles homens deveriam esperar:“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra” (At. 1.8). Receberão poder. Somos empoderadas e valorosas sim, mas pelo Espírito de Deus que habita em nós. É a plenitude da presença do Espírito Santo que nos faz alcançar tudo aquilo que o Senhor preparou para nós, que nos leva aonde Deus quer que estejamos para cumprir o Seu bom propósito. É Ele que faz com que vivamos de maneira superabundante, satisfeita, plena. E, principalmente, é o Espírito Santo que nos ajuda a cumprir o maior mandamento – o de amarmos uns aos outros e fazermos discípulos. Quando Ele age, ninguém pode impedir (Is. 43.13). Isso começa dentro da nossa casa, amando e discipulando nossos filhos, amando e respeitando nosso cônjuge. Envolve nosso trabalho, onde espalhamos o amor de Jesus àqueles que ainda não O conhecem, aconselhamos, apoiamos e amamos. No nosso ministério, onde oferecemos nosso tempo e nossa experiência para ajudar outros a crescerem em sua fé. Envolve nosso dia a dia, cada segundo da nossa vida. Precisamos completamente do Espírito Santo de Deus em nossa vida diária. Ele é o nosso Ajudador, nosso Consolador e Conselheiro, aquele que nos guia e nos lembra da Palavra de Deus. É o Seu fruto que nos ajuda a viver em justiça e santidade, tendo relacionamentos saudáveis e abençoando as pessoas. Esse fruto se expressa

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Uma mulher verdadeiramente empoderada é uma mulher cheia do Espírito Santo pela alegria, a paz, a bondade, a longanimidade, a benignidade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio (Gl. 5.22-23). Não adianta tentarmos agir pelas nossas forças, usar os nossos talentos naturais e nossa capacidade humana. Podemos fazer o nosso melhor, mas acabaremos cansadas, desanimadas e frustradas. No dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo veio sobre a igreja, aqueles homens e mulheres receberam intrepidez para testemunhar e anunciar a Palavra (At. 4.8 e 31); sabedoria (At. 6.10); direção divina para agir e discernimento para tomar decisões (At. 8.29); e receberam autoridade para repreender o inimigo. E todas essas coisas estão disponíveis a nós, esse é o verdadeiro poder que precisamos para viver nesta terra. Uma mulher verdadeiramente empoderada é uma mulher cheia do Espírito Santo. Portanto, que possamos buscá-lo com perseverança e fé e nos encher da Sua presença a cada dia. Assim, nossa vida fará diferença e o Senhor será glorificado. Jesus já derramou o Seu Espírito. Agora, cabe a nós nos esvaziarmos de nós mesmas e deixar que Ele nos encha até transbordar!

SUELY BEZERRA Fundadora e líder do Ministério Mulheres Intercessoras, Suely Bezerra tem uma vida marcada pela oração e intercessão. Tem mentoreado líderes e pastoras ao redor do país durante toda sua vida. É esposa do Pr. Carlos Alberto Bezerra. Eles estão juntos há 51 anos, têm seis filhos e 16 netos.

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INSPIRAÇÃO

DIÁSPORAS COMO NÃO SE COMPADECER DAQUELE QUE ESTÁ SENDO PERSEGUIDO?

igrar é um direito reconhecido na Declaração dos Direitos Humanos, assinada em 1951, após a Segunda Guerra Mundial. Mas as migrações não começaram ali. Isso é algo que acontece desde que o mundo é mundo. A Bíblia é cheia de relatos de migrações. O povo de Deus é peregrino. As causas da migração são diversas: procurar um emprego melhor, casar, estudar, desastres naturais, política, guerras, fanatismo religioso. Mas existe uma diferença muito grande entre um migrante e um refugiado. O primeiro, sai da sua terra de livre e espontânea vontade. Já o segundo, não tem poder de decisão, ele é obrigado a sair para salvar sua própria vida, preservar sua família. Assim, “refugiado” é uma categoria jurídica muito bem definida, protegida pela lei internacional. Ograndedeslocamentohumanoquevivemosnaatualidadetemsidodescrito pelos especialistas com uma palavra grega que os cristãos conhecem muito bem: diáspora. A igreja tem falado sobre a diáspora do povo de Israel desde sempre. Diferente daquela situação, onde o povo israelita deixou sua terra quando foi levado cativo à Babilônia, hoje não há a movimentação de apenas um grupo de pessoas. De leste a oeste e de norte a sul, há diferentes povos saindo do seu lugar de origem, diferentes diásporas. Na Europa, são preparados centros de contenção para receber os imigrantes. Essas são zonas neutras, controladas por militares. Diversas violações dos Direitos Humanos acontecem nesses lugares. A ACNUR, agência da ONU para refugiados, pediu ao Brasil para receber oito jovens cristãos que se encontravam num destes centros de contenção, rodeados de muçulmanos que queriam assassiná-los pelo fato de serem cristãos. Já parou para pensar que milhões dessas pessoas que estão nessa situação são nossos irmãos na fé? A igreja tem um chamado: amar o próximo (Mt. 22.39) e, especialmente, “aos da família da fé” (Gl. 6.10). Recentemente, uma foto percorreu o mundo. Nela é possível ver um casal de turistas sentados na areia e observando o mar numa praia da Itália. Do lado deles, os corpos de dois refugiados mortos que tinham sido arrastados pelo mar, após um barco que transportava um grande grupo deles ter virado. Essa é uma terrível metáfora de como a sociedade enxerga a crise humanitária dos refugiados, com uma absurda indiferença. A Bíblia mostra por diversas vezes como Deus se importa com o estrangeiro. O texto de Deuteronômio 10.16-19 é o mais claro: “Sejam fiéis à sua 10

Que os nossos corações sejam quebrantados por aquilo que quebranta o coração de Deus


aliança em seus corações, e deixem de ser obstinados. Pois o Senhor, o seu Deus, é o Deus dos deuses e o Soberano dos soberanos, o grande Deus, poderoso e temível, que não age com parcialidade nem aceita suborno. Ele defende a causa do órfão e da viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe alimento e roupa. Amem os estrangeiros, pois vocês mesmos foram estrangeiros no Egito”. Há ali um imperativo de Deus para nós, Seu povo. A mesma coisa é reforçada, no Novo Testamento, em Gálatas 6.9-10 e 1 João 3.16-18. Como não se compadecer daquele que passa necessidade e está sendo perseguido? “Filoxenia” é uma palavra grega que quer dizer amar o estrangeiro. Na Bíblia, essa palavra é utilizada para falar de hospitalidade, acolhimento. É a isso que o apóstolo se refere em 1 Pedro 4.9, e é o convite de Paulo em Romanos 12.13: “Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade.” Ou seja, amem o estrangeiro! Precisamos prestar atenção ao que Deus está fazendo. Muitos povos que durante séculos estiveram isolados, hoje têm vindo até nós, até a igreja de Jesus. Temos a oportunidade única de realizar uma evangelização transcultural no nosso quintal, na nossa terra. Nós somos o instrumento de Deus para que eles recebam pastoreio e discipulado, fomos chamados para isso! Precisamos integrar estes irmãos, acolhê-los, mostrando a eles humildade, coragem, compaixão, misericórdia. Precisamos oferecer uma abordagem integral, que lhes devolva a dignidade que lhes foi arrancada. Eles são uma bênção a ser abraçada, não um peso. Que nossos corações sejam quebrantados por aquilo que quebranta o coração de Deus, como Bob Pierce, fundador da ONG Visão Mundial, afirmou. Que haja um movimento de acolhimento na igreja brasileira, um batismo de amor que nos leve a expressar os valores do Reino e da Sua graça.

JOSÉ PRADO José Prado é pastor e faz parte da liderança nacional do Movimento Cristão Mundial Perspectivas. É facilitador da rede de igrejas e ministérios que servem migrantes e refugiados (REMIR) e fundador da ONG Dignitá.

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LIDERANÇA

Qual é o seu Temperamento? A PERSONALIDADE E SUA INFLUÊNCIA EM NOSSA LIDERANÇA

odos nós nascemos com um temperamento, uma combinação de traços inatos que, subconscientemente, afetam o nosso comportamento e carregam nossos pontos fortes e fracos. É o temperamento que faz de uma pessoa extrovertida e comunicativa ou tímida e introvertida. A Bíblia se refere a isso como “o ser interior” (1Pe. 3.4). Os quatro temperamentos conhecidos foram identificados por Salomão no texto de Provérbios 30.11-14. Quase 500 anos depois, Hipócrates, o pai da medicina moderna, os nomeou como Sanguíneo, Colérico, Melancólico e Fleumático. Essas características naturais influenciam diretamente em nossos relacionamentos. Nos ajudam ou podem ser obstáculos quando lidamos com outras pessoas. A Palavra diz que devemos nos esforçar para “viver em paz com todos” (Hb. 12.14). Como, então, podemos fazer isso?

TRANSFORMADOS PELO ESPÍRITO SANTO A personalidade é a expressão externa de uma pessoa – que pode ter a ver ou não com o seu caráter, dependendo de quão genuína ela é. Muitos têm sucesso em desenvolver o seu caráter e melhorar a sua personalidade, mas é duvidoso que alguém consiga mudar seu temperamento básico. Quando derramou o Espírito Santo, Deus estava deixando a melhor ferramenta para que pudéssemos aperfeiçoar aquilo que há de melhor em nós e vencer as nossas fraquezas. Ele transforma o nosso temperamento e nos ajuda a viver em paz com todas as pessoas, assim como Jesus. Para isso, precisamos (1) confessar nossas fraquezas como pecados, (2) crer que Deus já nos deu vitória sobre elas e (3) permanecer em Cristo lendo a Sua Palavra e colocando-a em prática. Então, seremos usados, do jeito que somos, para a glória do Senhor.

UM RESUMO DOS TEMPERAMENTOS Podemos nos identificar imediatamente com um temperamento quando conhecemos suas características. Se ficamos em dúvida, provavelmente, é porque temos uma mistura deles. 12


Sanguíneo O sanguíneo é leve, caloroso, vivo e divertido. É receptivo e extrovertido por natureza, e externa suas impressões. O apóstolo Pedro era sanguíneo. Sua traição pecaminosa e seu rápido arrependimento “em lágrimas” são típicos de seu temperamento. Pedro se tornou um líder forte e firme da Igreja Primitiva porque estava cheio do Espírito Santo e deixou que Ele transformasse o seu temperamento e vencesse as suas fraquezas.

Colérico O colérico é ativo, prático e fortemente decidido. Sua natureza emocional é a área menos desenvolvida de seu temperamento. O apóstolo Paulo era colérico. Foi um grande perseguidor da Igreja Primitiva antes de ser salvo. Mais tarde, foi implacável em pregar o Evangelho por todos os lugares que visitou. Cheio do Espírito Santo, Paulo exibia gentileza e compaixão contrárias a seu temperamento natural.

Melancólico O melancólico é analítico, sacrificial, cheio de dons, perfeccionista e sensível às emoções. Tende a ser introvertido. Quando está inspirado, pode produzir grandes obras de arte e ter ideias geniais. Nenhum outro temperamento tem tanto potencial natural quando energizado pelo Espírito Santo como o melancólico. Todos os profetas tinham esse temperamento, assim como Salomão e o apóstolo João.

Fleumático Calmo, tranquilo, lento, maleável e equilibrado. O fleumático mantém suas emoções sempre sob controle. Tem poder de conciliação e é um pacificador por natureza. Fleumáticos trabalham bem com pessoas. São bem organizados e absolutamente confiáveis. Abraão é um bom exemplo de fleumático. Ele mostra como Deus pode transformar a fraqueza natural de uma pessoa em força. Seu medo, preocupação e indecisão se tornaram em determinação, coragem e ação.

TIM LAHAYE Tim LaHaye é pastor, educador e conferencista. Autor de mais de 40 livros, publicados em 30 idiomas ao redor do mundo, atualmente reside na Califórnia, EUA.

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DISCIPULADO

Como crescemos e nos desenvolvemos na Eclésia? UM CONVITE A ABANDONAR OS REFLEXOS AUTOMÁTICOS

em dúvidas, Jesus era um grande mestre. A grande variedade de parábolas demonstra isso. Quase todas as coisas ao Seu redor eram feitas um veículo para que Seus ouvintes adquirissem conhecimento divino e alcançassem o crescimento espiritual. A agricultura em especial lhe proporcionou muitas ilustrações de Suas doutrinas. Ele usou esse assunto porque era muito familiar ao povo. A parábola da semente, de Marcos 4.26-29, é um bom exemplo disso. Ali, Jesus fala sobre o Reino de Deus e ensina que existe nele um princípio de crescimento, um processo pelo qual os cristãos precisam passar. É o mesmo que acontece quando um bebê nasce. Ele é uma bela expressão de perfeição, mas ainda não sabe andar, não sabe falar, precisa se desenvolver. Algumas coisas precisam ser feitas para crescermos no Reino de Deus. Por exemplo, precisamos deixar de ser filhinhos e nos tornarmos cristãos maduros, que dão frutos. Mas para isso acontecer, precisamos deixar tudo o que está velho para atrás: “Logo, todo aquele que está em Cristo se tornou nova criação. A velha vida acabou, e uma nova vida teve início” (2Co. 5.17). O novo Reino tem a ver com o novo homem. Deus nos trouxe das trevas para a luz, mas, para isso, nos deu uma nova natureza. Outra verdade de que precisamos nos lembrar está em Romanos 6.6-7: “Sabemos que a nossa velha natureza humana foi crucificada com Cristo, para que o pecado não tivesse mais poder sobre nossa vida e dele deixássemos de ser escravos. Pois, quando morremos com Cristo, fomos libertos do poder do pecado”. Lá na cruz morreu, junto com Cristo, o nosso velho homem. Fomos crucificados com Ele (Gl. 2.20). O cristianismo não é uma questão de mentalidade, é uma questão de experiência com Cristo, de morrermos e ressuscitarmos com Ele. Para entender isso, precisamos compreender um conceito que se chama “Reflexos Automáticos”.

O QUE SÃO OS REFLEXOS AUTOMÁTICOS? Já percebeu que quem aprende a andar de bicicleta pode ficar anos sem praticar, mas nunca esquece como fazê-lo? Isso acontece porque nosso corpo aprende um comportamento, é um reflexo automático. Ou seja, depois que fazemos uma coisa por muito tempo, tendemos a fazê-la automaticamente. Mas o que isso tem a ver com a nossa nova vida? Vivemos bastante tempo no reino das trevas e, quando recebemos a Jesus, continuamos sendo tentados em algumas coisas, é automático. Muitas pessoas vivem anos na igreja e não mudam o seu comportamento. Continuam com as mesmas manias,osmesmoshábitos,asmesmaspalavras.Continuamcaindonopecadoconstantementeduranteanos. 14


A Bíblia diz que mudamos de Reino, que não pertencemos mais às trevas. Por isso, não somos mais escravos do pecado, não precisamos mais desses reflexos automáticos, podemos – e devemos – abandoná-los! Temos o poder de viver uma nova vida. Em Colossenses 3.5-10, Paulo dá a lista dos reflexos automáticos que podemos ter: imoralidade, impureza, ganância... E ainda avisa que isso podia nos dominar antes, mas não nos domina mais! É algo que experimentamos e se renova continuamente. A chave do crescimento está nesta renovação constante.

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE O VELHO HOMEM E O NOVO HOMEM? Antes da queda, Adão, o primeiro homem, tinha intimidade profunda com Deus e desfrutava da comunhão com Ele. Mas o pecado acabou com tudo isso. Assim, o homem não conseguia mais receber amor, mas ainda desejava ser amado.

Não começamos fazendo, começamos sendo, descobrindo quem somos em Cristo. Somos filhos de Deus, perdoados, não somos mais escravos e nem controlados pelo passado. Assim, encontraremos a verdadeira liberdade que há em Jesus e viveremos uma vida realmente nova, experimentando toda plenitude de Deus (Ef. 3.19).

CEZAR ROSANELI Cézar Rosaneli é pastor da Comunidade da Graça em Atibaia. É casado com a Marisa e tem três filhos: Gabriela, Gustavo e Milena.

O amor de Deus é de mão única, incondicional. Ele nosamaindependentementedoquefaçamos,mesmo que não O amemos. Isso era o que Adão experimentava. Mas, depois que ele cai perde a noção do verdadeiro amor. Começa a pensar num amor condicional, de duas vias, que sempre espera algo em troca. Então vem Jesus, o segundo homem. Ele nos liberta do pecado e do velho homem, nos dá o Seu Espírito Santo, nos faz participantes da Sua natureza (1Pe. 1.4) e nos enche com o Seu amor. E aí podemos viver a nova vida que Ele tem para nós (Rm. 5.5). O velho homem exige ser amado, quer tudo do seu jeito, depende do amor e da aceitação dos outros, desanima facilmente, se ofende facilmente e tem muitos medos. Já o novo homem não exige amor, mas ama, oferece e se entrega. Depende do amor de Deus e sabe que é aceito por Ele. Persevera, perdoa facilmente e não tem medo, porque “o perfeito amor lança fora todo o medo” (1Jo. 4.18). Isso não tem a ver com o esforço. Assim como uma laranjeira não precisa se esforçar para produzir laranjas, o ramo da videira não precisa se esforçar para produzir frutos. É natural.

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CAPA

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A VERDADEIRA IGREJA O QUE JESUS ENSINOU E NÓS ESQUECEMOS

astronauta americano Jack Swiegert e outros dois tripulantes encontravam-se em viagem à Lua na Apollo 13 quando ouviram um barulho estranho na nave. Um dos tanques de oxigênio havia explodido. Foi ali que Swiegert comunicou à base sobre o incidente: “Houston, temos um problema”. A frase ficou tão conhecida que é utilizada, até hoje, para identificar algo que não está funcionando bem e pode acabar em catástrofe. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Barna revelou o que as pessoas pensam da igreja. As opiniões variam bastante, mas sempre ressaltam falhas que as igrejas cristãs cometeram ao longo da história. “Lugar de discriminação”; “local que alberga hipócritas que apontam o pecado da humanidade, mas não reconhecem o próprio erro”; “gueto”; “falam muito de amor ali, mas não o praticam”, são as respostas mais comuns. Adivinha? Sim. Houston, temos um problema.

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Qual imagem as pessoas identificam mais com a igreja? O Instituto de Pesquisa Barna realizou um estudo que entregou como resultado que para 37% das pessoas entre 18 e 29 anos de idade, a igreja é mais fácil de identificar com uma imagem que demonstre acusação ou condenação. Algo realmente preocupante e que tem afastado ao invés de aproximar pessoas a Cristo.

ACUSAÇÃO

SERVIÇO AO PRÓXIMO

MÚSICA

ATIVISMO

37%

24%

23%

16% Fonte: Barna Group – barna.org

Verdade seja dita, quem conhece a Bíblia sabe que quando o assunto é igreja, é inevitável citar aquela que está retratada em Atos 2.42-47. Mas, ao longo da história, aquele grupo que “perseverava na doutrina dos apóstolos e na comunhão”, foi deixando de lado os ensinamentos de Jesus e começou a se preocupar mais com religião, hierarquia, poder... Assim, a igreja virou uma coisa grande, pesada e engessada. Deixou de cuidar do necessitado, de ter relacionamentos relevantes. Passou a se preocupar mais com o dinheiro do que com as pessoas. Passou a afastar as pessoas.

Como podemos ser uma igreja segundo o coração de Deus? 18

É sempre bom deixar claro que igreja não é prédio, são pessoas! São todos aqueles que tem o Espírito Santo habitando dentro de si. Sabendo isso, há uma pergunta a responder: como podemos ser a igreja verdadeira que Jesus deseja? Como podemos ser uma igreja segundo o coração de Deus? A resposta está na definição de quatro pilares: propósito, identidade, missão e destino.


1. QUAL O PROPÓSITO DA IGREJA? Em Efésios 1.4-6 está escrito: “Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado”. Assim, podemos afirmar que nós, como igreja de Cristo, fomos chamados primeiramente para a adoração, para aproveitar da presença de Deus. Em Apocalipse, a igreja é adoração – os seres viventes, os anjos, todos eles têm como propósito de vida adorarem a Deus. E é importante deixar claro que adoração não é cantar, mas envolve obediência. Samuel disse a Saul: “obedecer é melhor que sacrificar” (1Sm. 15.22). É através da obediência, da adoração, que nos enchemos do Espírito Santo. Alguém apaixonado faz muitas coisas “por amor”. Quando estamos apaixonados por Jesus, fazemos o que for preciso! Obedecemos por amor! Mas muitas vezes perdemos isso... por isso, primeiro precisamos ter uma vida constante de adoração, de nos rendermos a Deus.

2. QUAL É A IDENTIDADE DA IGREJA? Na Bíblia, a igreja é apresentada como o Corpo de Cristo (1Co. 12.27) e também como a Noiva do Cordeiro. Ou seja, uma igreja que não tem Jesus como líder, guia, perde o controle e morre. Pense em um corpo sem cabeça. É totalmente absurdo, não sobrevive. Imagina uma noiva sem o noivo – como é que ela vai ser considerada noiva sem ele?

Agora, se a igreja, como noiva de Cristo, tem um comportamento que não condiz com o Noivo, será que realmente tem noção do que Deus tem preparado para ela? A situação é tão séria que no encontro de Jesus com Saulo – conhecido por perseguir cristãos – registrado em Atos 9, o Mestre lhe pergunta: “por que você me persegue?”. Veja que Ele não diz “por que você persegue a minha igreja?”, porque para Jesus a igreja é um com Ele. Essa é a identidade da igreja: “Se vivemos, para o Senhor vivemos; e, se morremos, é para o Senhor que morremos” (Rm. 14.8). A igreja de Cristo é edificada pelo Corpo, por cada membro, pelas pessoas. Quando há amor, quando há relacionamentos de acordo com a Palavra, quando há obediência, a igreja está sendo edificada e o caminho está sendo preparado para a volta de Cristo.

A igreja de Cristo é edificada pelo Corpo, por cada membro, pelas pessoas 19


3. QUAL É A MISSÃO DA IGREJA? Para entendermos a missão da igreja, precisamos ter em mente qual foi a missão de Cristo ao vir à Terra, pois Ele transfere para a Sua igreja a obra que recebeu do Seu Pai. Ele diz: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio” (Jo. 20.21). Em Lucas 19.10, o próprio Cristo define a Sua missão: “Pois o filho do homem veio buscar e salvar o perdido”. Assim, a igreja existe para realizar a obra que Cristo realizou: “buscar e salvar o perdido”. Mas como Cristo fez isso? Qual era Seu método? O método de Jesus era chamar e preparar discípulos. Essa é a principal ênfase de Mateus 28.19-20. A ideia é que indo pela vida das pessoas, ensinando, batizando, exercendo uma influência transformadora, construindo vínculos relacionais, o cristão – a igreja – vai cumprindo a ordem de “fazer discípulos”. Portanto, se uma igreja batiza as pessoas sem fazer discípulos, ela é desobediente a Cristo. Se ensina às pessoas os mandamentos, mas não faz discípulos e não batiza, ela é desobediente a Cristo. Muitas igrejas têm falhado em cumprir a missão, não porque deixaram de proclamar e batizar, mas porque ignoraram a necessidade de fazer discípulos. E o que significa “fazer discípulos”? É relacionamento. É amar o próximo, restaurar sua identidade, sua dignidade. É levar as pessoas a serem mais parecidas com Cristo. É servir, dar voz aos que não têm voz, atender as necessidades do estrangeiro, do órfão da viúva. O Evangelho transcendeu as paredes da igreja, para chegar à intimidade das pessoas; o pastoreio se tornou mais próximo, eficaz; e o sacrifício mais real. Este modo de vida caracteriza a maneira como nos relacionamos com Deus, com os outros e com o mundo. Jesus sabia disso, por isso nos evangelhos Ele sai da periferia em direção às cidades. Sua migração tem como objetivo a comunidade em transformação por meio de relacionamentos autênticos de discipulado. Ele derruba as barreiras da tradição exclusivista mantendo um comportamento contracultural de valorização das pessoas. Ele alcança as massas e as conduz ao Reino sob a estratégia simples de compartilhar as experiências do dia a dia. Isso fez a diferença no tempo de Jesus e faz para nós hoje. A igreja verdadeira faz discípulos porque o seu coração bate pelas mesmas coisas que fazem bater o coração de Deus. Jesus ensinou esse caminho, e a igreja não pode se esquecer disso. Ela precisa resgatar isso para cumprir sua missão e ser autêntica.

4. QUAL O DESTINO DA IGREJA? No livro de Isaías, Deus não compartilha Sua glória com ninguém. Mas, no Apocalipse, na grande celebração, a igreja resplandecerá a glória de Deus (Ap. 21.9-11)! Isso não é uma contradição, mas uma confirmação 20

Muitas igrejas têm falhado em cumprir a missão, não porque deixaram de proclamar e batizar, mas porque ignoraram a necessidade de fazer discípulos


de que a igreja é tão importante, que Jesus compartilha tudo o que é com ela: a glória, o poder, a autoridade. A igreja verdadeira é uma igreja avivada. Ela anda com autoridade nos lugares esquecidos, ama as pessoasqueestãodesgastadasecansadas,ampara os necessitados, prega o Evangelho das Boas Novas – da necessidade do arrependimento e de ser cheio do Espírito Santo. A igreja verdadeira é a que Paulo registra na carta aos Filipenses: “Se vocês receberam algo bom por seguir a Cristo; se o amor dele fez alguma diferença na vida de vocês; se estar numa comunidade do Espírito significa algo para vocês; se vocês têm um coração; se vocês se importam uns com os outros – façam-me um favor: concordem um com o outro, amem um ao outro, sejam amigos de verdade” (2.1-2 – A Mensagem). A igreja verdadeira não é um lugar de hipocrisia, discriminação, preconceito, mas um espaço onde as pessoas são respeitadas, amadas, valorizadas,

restauradas. Onde há consolo, exortação, unidade, perdão, misericórdia, afeto pelo próximo. Isso não é fruto de esforço, mas da nova natureza em Cristo: “porque neste mundo somos como Ele” (1Jo. 4.17).

A igreja verdadeira anda com autoridade nos lugares esquecidos, ama as pessoas que estão desgastadas e cansadas, ampara os necessitados, prega o Evangelho das Boas Novas 21


AMOR QUE TRANSFORMA

O QUE É A

“A igreja do coração de Deus, que reflete o Seu caráter e manifesta a vida de Jesus é aquela onde há consolo e amor. Aquela que é coerente e vive o que prega. Que tem a capacidade de discernir as necessidades das pessoas, de levantar o ânimo, fortalecer. Aquela que se interessa pelo outro. Cristianismo verdadeiro não é viver a fé para o nosso umbigo, mas é viver a fé em favor do nosso semelhante. Não tem a ver com o que recebemos de Deus, mas com o que oferecemos de Deus às pessoas.” Carlos Alberto Bezerra

Deus é o Deus do órfão, do pobre, da viúva, do imigrante, do estrangeiro, do excluído, do marginalizado. O Deus que se identifica com aqueles que a sociedade decidiu excluir. A verdadeira igreja é aquela que tem a cidade como paróquia, que tem a justiça como tema fundamental, que responde aos problemas deste mundo.” Carlos Bezerra Jr.

“A verdadeira igreja é a igreja que ora. Quando a Igreja Primitiva se reuniu para orar, “tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a Palavra de Deus” (At. 4.31). Quando a igreja ora segundo a vontade de Deus, os céus se abrem: há conversões genuínas, situações mudam e vidas são transformadas. E não é exatamente esse o desejo do Senhor para a humanidade?” Suely Bezerra

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“Muitas pessoas confundem a igreja verdadeira com uma denominação ou um templo religioso. A igreja verdadeira não é um prédio nem uma denominação. É o povo escolhido, chamado, remido e selado por Deus, procedente de todos os povos, raças, línguas e nações. A igreja verdadeira é composta de todos aqueles que foram lavados no sangue do Cordeiro. Essa igreja extrapola todas as fronteiras étnicas, culturais e denominações. Se você confessa Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida, então, você faz parte da igreja verdadeira!” Hernandes Dias Lopes

“É a igreja de Jesus Cristo. É aquela que traz a mensagem do Evangelho que é simples. Vemos, o tempo todo, Jesus com uma mensagem simples. Sua mensagem era tão simples que até as crianças queriam ficar com Ele, donas de casa, trabalhadores do campo, pescadores. Ele levava o Evangelho do amor de Deus. A igreja verdadeira é simples e não existe para dar ibope a homens.” Edméia Williams

“A igreja é a comunidade dos amados, dos que foram comprados pelo sangue de Jesus Cristo. Dos que oferecem o seu corpo a Cristo, a fim de que Ele se manifeste na história por meio do Seu povo. É a comunidade dos que foram chamados para apresentarem ao mundo uma prova sociológica da existência de Deus, evidência que só pode ser demonstrada se os seus membros amarem ardentemente uns aos outros.” Antônio Carlos Costa

“A verdadeira igreja, a igreja edificada por Jesus, não é de tijolos, não é de ouro e nem de prata, mas é formada por pedras vivas ligadas à Pedra principal. É cheia de poder e tem as chaves do Reino dos Céus. E essa igreja verdadeira tem como alvo pessoas, tem o coração cheio de compaixão por pessoas.” Adhemar de Campos

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RECOMENDO

LIVRO

Orações Poderosas Para Esposas SHARON JAYNES – THOMAS NELSON

Para que um relacionamento seja próspero e abençoado, é preciso haver dedicação de ambas as partes. Cuidar de um casamento vai muito além de se esforçar para ter uma boa convivência. É preciso também dobrar os joelhos para pedir a orientação de Deus. E essa é uma tarefa que deve ser realizada todos os dias. Neste livro, Sharon Jaynes traz sugestões de orações para cobrir espiritualmente seu marido e seu casamento. Trata-se de um plano de 30 dias onde vocêaprenderáaestabelecerumarotinaconsistente e efetiva, e logo perceberá que a oração tem o poder de transformar não somente a vida de seu marido, mas também a sua.

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LIVRO

Perfil de Três Reis GENE EDWARDS – EDITORA VIDA

Este livro é um dos clássicos cristãos mais preciosos. Com habilidade singular, Gene Edwards discorre sobre a dinâmica da história de Saul, Davi e Absalão, revelando os tesouros que podem ser encontrados em meio ao quebrantamento, restauração e reconstrução, tanto do ponto de vista do líder como de seus liderados.

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MÚSICA

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yesHEis

JEREMY RIDDLE – BETHEL MUSIC

CVC NETWORK

Jeremy Riddle é talvez um dos líderes de adoração americano mais influentes da nossa geração. Neste álbum de 12 músicas, ele atravessa diversos estilos, mostrando toda sua versatilidade. O single “Sweetly Broken” liderou por algumas semanas o ranking da Billboard, uma das revistas de música mais importantes do mundo. Com um trabalho autêntico, Riddle convida os cristãos a avançar na fé.

Este é um aplicativo de compartilhamento do Evangelho que ajuda a iniciar conversas com amigos que não conhecemJesus,inspirando,incentivandoedesafiando a viver uma vida em constante missão. Além disso, ele fornece dicas e truques sobre como falar de Cristo, envia lembretes semanais de oração, e oferece um catálogo de vídeos evangelísticos.

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FATO

FAKE NEWS 42% DOS BRASILEIROS JÁ COMPARTILHARAM NOTÍCIAS FALSAS NAS REDES SOCIAIS

ais de cinco horas por dia. Esse é o tempo que costumamos passar na frente de um computador. Quando se trata de tablets e smartphones, são, em média, quatro horas diárias. No país que é o terceiro em número de usuários do Facebook, a maior rede social do mundo, talvez esses números não sejam uma surpresa. Mais de 117 milhões de brasileiros são usuários ativos da rede de Mark Zuckerberg. Quando se trata da troca de mensagens, também somos expressivos: mais de 120 milhões de brasileiros usam o aplicativo do WhatsApp. Para o educador e filósofo Mario Sérgio Cortella, isso acontece porque as redes sociais, como o próprio nome já diz, são redes de relacionamentos. Ele afirma que temos a natureza de agregar, por isso somos atraídos por esse tipo de ferramenta. Segundo pesquisa realizada pelas agências Advice Comunicação Corporativa e BonusQuest em 2016, 78% dos brasileiros disseram recorrer a sites como o Facebook ou aplicativos como o WhatsApp para se informar. Mas, em meio a tanta informação, será que esse é um hábito seguro? A mesma pesquisa mostrou que não: no Brasil, 42% afirmam já ter compartilhado notícias falsas e apenas 39% checam com frequência uma informação antes de compartilhá-la. Isso mostra que muita gente foi – e ainda tem sido – enganada por manchetes que pareciam ser de verdade, mas não eram. Mas isso não foi realidade só no Brasil. O boom das “fake news” (notícias falsas) rodou o mundo. Em meio às eleições presidenciais norte-americanas, o Facebook foi atacado de todos os lados por conta de notícias falsas sobre os candidatos. Fato ou não, o caso foi tão preocupante que a empresa recorreu a agências de checagem de informação para avaliar postagens denunciadas pelos usuários. Hoje, se um compartilhamento for denunciado muitas vezes, recebe um sinal de alerta, dizendo que a informação está sendo apurada e que poder ser verdadeira ou não. Apesar da iniciativa, a confiança nas redes sociais caiu. Outra pesquisa, realizada pela empresa Kantar no Brasil, na Inglaterra, na França e nos Estados Unidos, revelou que mais de três quartos dos consumidores de notícias passaram a confiar mais nas mídias 26

Muita gente foi - e ainda tem sido - enganada por manchetes que pareciam ser verdade, mas não eram impressas. Os mais jovens têm sido ainda mais criteriosos: 42% dos entrevistados de 18 a 34 anos afirmam terem pago por algum tipo de conteúdo no último ano. Compartilhar uma informação da qual não temos certeza pode parecer inofensivo, mas não é. Em 2014, no Guarujá, o retrato falado de uma suposta “sequestradora de crianças que praticava rituais de magia negra” foi postado em uma página de notícias da cidade e compartilhado por muitos moradores. Fabiane Maria de Jesus foi confundida com a foto do anúncio e, por isso, foi amarrada, espancada e morta pela população. A questão vai muito além dos “likes”, envolve um compromisso com a verdade, mesmo que ela não traga fama a ninguém. E, para nós cristãos, esse compromisso deve ser ainda maior. Em sua carta aos Filipenses, Paulo nos aconselha: “encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente” (4.8).


Algumas atitudes podem nos ajudar a usar as redes sociais com mais segurança e profundamente comprometidos com a verdade:

CONFIRA A FONTE DA NOTÍCIA Há muitos sites que veiculam notícias falsas ou mesmo sites de humor. Procure por fontes de páginas oficiais ou jornais de confiança. Existem também páginas que publicam farsas da internet, como o www.e-farsas.com.

USE O BOM SENSO Na maior parte das vezes, notícias absurdas não são reais ou, pelo menos, não são completamente reais. Por isso, precisamos usar o senso crítico com relação ao que lemos.

LEIA A NOTÍCIA ATÉ O FINAL Muitas pessoas compartilham notícias das quais leram apenas o título. Às vezes, as manchetes escondem informações ou são distorcidas só para chamar a atenção.

CONFIRA A DATA DA NOTÍCIA Apesar de serem verdadeiras, muitas notícias antigas acabam sendo compartilhadas nas redes como atuais. Por isso, é sempre bom conferir a data da notícia. Se o site não fornecer essa informação, já é um ótimo motivo para não compartilhar.

ESTÁ EM DÚVIDA? NÃO COMPARTILHE! Se você realizou os passos acima e ainda não tem certeza se a notícia é verdadeira ou não, não compartilhe. É melhor deixar de ganhar algumas curtidas do que espalhar informações falsas. 27


REFLEXÃO

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magine você subindo uma montanha. Andando nela. Não é um local comum. Não pelo fato de se tratar de uma montanha, mas porque o chão está tremendo e tudo está coberto de fumaça. No pico há apenas uma nuvem. Soberana. Dá para ver e ouvir raios e trovões. Então, Deus desce para a montanha em forma de fogo, e cada vez que você fala com Ele, a resposta vem num trovão. Isso foi exatamente o que Moisés experimentou em Êxodo 19. Agora, vamos comparar essa experiência com a última vez em que oramos... Duvido muito que na cabeça de Moisés, enquanto subia aquela montanha, houvesse lugar para palavras como: distraído, obrigatório, comum. Mas, cerca de três mil anos depois, raramente ficamos admirados com o fato de que Deus permita que seres humanos imperfeitos se aproximem dele. Como o chocante tornou-se tão comum para nós? É mesmo possível que nossas experiências com Deus sejam tão fascinantes como a do profeta? Recentemente, um dos meus mentores mostrou-se preocupado com o assunto e me disse:“Parece que as pessoas hoje se sentiriam mais felizes com poder tirar uma selfie com Moisés do que com o privilégio de subir a montanha. Eles não sabem que podem subir lá? Por que eles não querem subir?” Quando foi a última vez que você desfrutou de um tempo significativo sozinho com Deus? É tendo um tempo a sós com Ele que podemos nos esvaziar do orgulho (1 Tm. 6.16), da mentira (Hb. 4.13) e do estresse (Sl. 127.1). Nossos encontros nas células podem se tornar tóxicos se não passamos tempo a sós com Deus. Há muitos grupos onde, ao invés de compartilhar a Palavra de Deus, o que se coloca em comum são ideias ou pensamentos pessoais. Mas é o próprio Senhor quem afirma: “Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos. Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos” (Is. 55.8-9). Vivemos em um momento em que a maioria das pessoas tem dificuldade em se concentrar em qualquer coisa. Estamos constantemente procurando fazer as coisas o

Quando foi a última vez que você desfrutou de um tempo significativo sozinho com Deus? mais rápido possível. Vivemos a síndrome da urgência. Então,opensamentodesentar-secalmamenteparameditar nas Escrituras e orar profundamente em silêncio, pode ser ansiosamente substituído pela escuta de um sermão ao dirigir para o trabalho. Embora isso definitivamente seja melhor do que nada, o ponto é que não há nada que possa substituir a riqueza e o valor do tempo a sós com Deus. Para Paulo, era simples. Ele amava estar com Jesus (Fp. 1.21), queria conhecê-lo mais e mais: “Considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele” (Fp. 3.8-9). Nada substitui o tempo a sós com Deus. Se não tivermos tempo para isso no nosso dia a dia, precisamos renunciar a alguma coisa. Pular uma refeição. Cancelar uma reunião. Não há, literalmente, nada mais importante que você possa fazer hoje do que estar a sós com Ele.

FRANCIS CHAN Francis Chan é autor de diversas obras, como “Louco amor”, “O Deus esquecido” e “Apagando o inferno”, publicadas pela Mundo Cristão. Fundador da Cornerstone Community Church, na Califórnia, Chan dedica-se hoje a um movimento de plantação de igrejas. É casado com Lisa e é pai de cinco filhos.

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