Revista Comuna 97

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DEDICADOS À TAREFA DE NOS TORNARMOS COMO CRISTO A grande maioria das igrejas cristãs não consideram o discipulado condição para ser cristão. Ele é opcional. Não se exige nem se espera de um indivíduo que ele seja um discípulo a fim de se tornar cristão, e é possível continuar sendo cristão sem nenhum sinal de progresso rumo ao discipulado ou dentro dele.

#97 | MARÇO | 2018

DIREÇÃO GERAL:

Carlos Alberto de Quadros Bezerra CONSELHO GESTOR:

Grande parte dos problemas das igrejas de hoje – ou do fato de observarmos incoerências no comportamento daqueles que se dizem cristãos, mas não reproduzem as atitudes e nem o caráter de Jesus – pode ser explicada pelo fato de seus membros nunca tomarem a decisão de seguir a Cristo, de se tornarem discípulos. A obediência e o ensino visando à obediência formam uma unidade doutrinária e prática junto com a salvação. Mas, a verdade é que, ao longo da história, o texto de Mateus conhecido como “A Grande Comissão” foi do “ide, pregai o evangelho e fazei discípulos”, para “fazei convertidos (a uma ‘fé e prática’ específica) e batizai-os para assim considerá-los membros da igreja”. Dessa forma, deixamos de levar as pessoas a serem aprendizes de Cristo e de acompanhar os novos convertidos num treinamento que os levaria, cada vez mais, a fazer o que Jesus ordenou.

Carlos Bezerra Jr, Osmar Dias, Aguinaldo Fernandes, Valmir Ventura, Lair de Matos, Cézar Rosaneli, Fernando Diniz, Gustavo Rosaneli, Ronaldo Bezerra COORDENAÇÃO EDITORIAL:

Carlos Bezerra Jr. Gustavo Rosaneli COORDENAÇÃO DO PROJETO:

Gustavo Rosaneli JORNALISTA RESPONSÁVEL:

César Stagno - MTB 58740 REVISÃO:

A grande questão em jogo é que se não fizermos discípulos dos convertidos, será impossível ensiná-los a viver como Cristo viveu e ensinou (Lc. 14.26). Logo, não haverá mais cristãos. Apenas escribas e fariseus. Os mesmos sobre os que Jesus disse: “Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam” (Mt. 23.3). Quando Jesus andou entre os homens, ser Seu discípulo era algo relativamente simples. Significava, sobretudo, acompanhá-lo numa atitude de observação, estudo, obediência e imitação. Sabia-se o que devia ser feito e quanto isso custaria (Mc. 10.28). Os discípulos tinham de estar com Ele para aprender a imitá-lo. O mesmo desafio temos todos nós, ainda hoje. Essa é a tarefa à qual devemos dedicar nossa vida, sermos e tornar outros mais parecidos com Jesus. E nessa missão, estamos juntos! Boa leitura, César Stagno Pela equipe editorial

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Mayra Bondança COLABORADORES:

Mayra Bondança, Claudia Guimarães, Davi Martins, Ailton Augusto, Estevão Ferreira, Renato Reis, Enrico Guerrero, Mariana Martins DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁFICO:

Salsa Comunicação CIRCULAÇÃO:

No Estado de São Paulo: São Paulo Capital; Arujá; Atibaia; Balsa; Bragança; Campinas; Caraguatatuba; Guarulhos; Mauá; Mogi das Cruzes; Registro; Santos; São Bernardo do Campo; Socorro; Sorocaba; Tatuí; Taubaté; Ubatuba. Rio de Janeiro: Macaé. Minas Gerais: Governador Valadares; Belo Horizonte; São Sebastião de Vargem Alegre; Visconde do Rio Branco. Paraná: Curitiba; Foz do Iguaçu; Londrina; Maringá; Paranaguá; Rolândia. Pernambuco: Barreiros; Caruaru; Catende; Itapissuma; João Pessoa; Recife; Sta. Maria da Boa Vista. Bahia: Salvador; Vitória da Conquista IMPRESSÃO:

Gráfica MaisType DISTRIBUIÇÃO:

11.500 exemplares


FORMANDO DISCÍPULOS “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus”

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PRINCÍPIOS DO DISCIPULADO APOSTÓLICO

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UMA GERAÇÃO ANUNCIANDO À OUTRA

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O RETRATO DA IGREJA DO NOVO TESTAMENTO A doutrina dos Apóstolos

O VALOR DE SER MULHER Vivendo para cumprir os propósitos do nosso Senhor

RECOMENDO

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EDUARDO

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O QUE SEU FILHO PRECISA SABER SOBRE A BÍBLIA

AS SEMENTES DA VIDA Nossas escolhas revelam que fomos transformados por Jesus

MISSIONÁRIO OU CAMPO MISSIONÁRIO? 5


PALAVRA DO PRESIDENTE

O RETRATO DA IGREJA DO NOVO TESTAMENTO A DOUTRINA DOS APÓSTOLOS

á algumas palavras que, por parecer difícil de interpretar seu significado, assustam os leitores. Uma delas é: doutrina, que pode ser definida como o conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico, militar ou pedagógico. Ou seja, um grupo de ideias fundamentais a serem transmitidas, ensinadas. No Antigo Testamento, a palavra doutrina aparece como tradução do hebraico Ieqah, que significa “o que é recebido” (Dt. 32.2; Jó 11.4; Pv. 4.2; Is. 29.24). Já no Novo Testamento temos dois termos da língua grega que representam a palavra doutrina. Um deles é didaskalia, e o outro, didachê. Ambos se referem ao ensino dado àqueles que recebiam a mensagem do cristianismo (Mt. 7.28; Jo. 7.16-17). A doutrina é de especial importância, porque a proclamação certa do Evangelho depende do entendimento exato de quem Deus é, do que as Boas Novas são, do que é a salvação e de como se a recebe. A igreja tem a responsabilidade de proclamar fielmente o verdadeiro Evangelho, e todos os cristãos devem conhecer profundamente as verdades nele registradas. Aos discípulos, Jesus declarou que edificaria Sua igreja (Mt. 16.18). O fundamento e as colunas desse edifício são as doutrinas bíblicas fundamentais, as quais dão sustentação a esse edifício espiritual (1Co. 3.9-10 e 16). A igreja é edificada sobre “o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus é a principal pedra de esquina” (Ef. 2.20). Sendo assim, precisamos considerar estes fatores que, sem dúvida, são muito relevantes para quem deseja entender do que Lucas fala em Atos 2.42, ao relatar a vida da igreja primitiva. No começo, as doutrinas apostólicas não estavam bem definidas ou totalmente sintetizadas para a compreensão das igrejas. Os ensinos de Jesus só foram organizados em estudos doutrinários algum tempo depois de Sua morte. Quando ainda vivos, os apóstolos eram, por assim dizer, o 6

“próprio” ensino doutrinário; isto porque tinham sido testemunhas vivas de Jesus. Após a morte do último apóstolo, João – que se deu por volta do ano 100 d.C. –, os escritos não estavam compilados pelo fato de o cânon bíblico ainda não ter sido formado. Havia a necessidade de reunir esses textos que se tornariam normativos às igrejas da época. O que no começo se ensinava era a respeito da salvação trazida por Cristo e a respeito do Evangelho da salvação proclamada e explicada pelos apóstolos do primeiro século. Os discípulos de Jesus não tinham em mente sistematizar as doutrinas. Elas foram tomando espaço à medida em que as heresias – promovidas pelos estudiosos e filósofos da época – surgiam. A “doutrina dos apóstolos”, citada em Atos 2.42, refere-se ao ensino que aqueles homens receberam de Jesus e que foram comissionados a ensinar. Não se tratava de um conjunto de princípios da cabeça dos apóstolos Pedro, João, Tiago ou Paulo, mas da reprodução mais pura dos ensinamentos do próprio Jesus. Jesus revelou a Sua vontade aos apóstolos e mandou que eles a entregassem ao mundo. Muitos pensam que a igreja “inventou” as Escrituras como uma forma de controle de massas, mas o relato de Lucas demonstra que foi a pregação do Evangelho que deu origem à igreja. Então, santos apóstolos e


profetas guiaram a igreja até Deus completar a Sua revelação através do Espírito Santo (Ef. 3.5). A doutrina da igreja primitiva veio dos apóstolos porque eles a receberam diretamente de Deus. “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (At. 2.41). Nunca teria havido uma igreja primitiva a não ser por este ensino específico. Por isso, devo enfatizar a importância do ensino, porque foi ele que conduziu às conversões, à transformação. Elas “aceitaram a palavra” e “foram batizadas”. E somos informados no verso 44 que “todos os que creram estavam juntos”. No que eles creram? No mesmo ensino. Porque era de Pedro? Não, porque era do próprio Cristo. É importante que sejamos perseverantes na doutrina dos apóstolos. Devemos prestar atenção àquilo que eles ensinaram, por ser a principal fonte de informação a respeito de Jesus e do Seu ensino. Os seus ensinamentos devem servir-nos como fundamento da teologia bíblica, para não corrermos o risco de nos afastarmos da verdade. Em seguida, tenhamos o cuidado de manter a comunhão com os irmãos em verdadeira fraternidade e partilha. Por causa deste testemunho, era dito nos primeiros tempos: “Vede como eles se amam”. Esse é o retrato fiel da verdadeira igreja de Cristo.

A doutrina da igreja primitiva veio dos apóstolos porque eles a receberam diretamente de Deus

CARLOS ALBERTO BEZERRA Carlos Alberto Bezerra é fundador da Comunidade da Graça. Um homem apaixonado por pessoas. Pastor há 52 anos e casado com Suely pelo mesmo tempo. Tem seis filhos e 16 netos. O amor, o serviço e a valorização da família são suas ênfases ministeriais. Pregador apaixonado, escritor inspirador.

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TRANS FORMAÇÃO

O VALOR DE SER MULHER VIVENDO PARA CUMPRIR OS PROPÓSITOS DO NOSSO SENHOR

urante toda a Sua trajetória aqui na terra, Jesus andou acompanhado pelas mais diversas pessoas. Além de Seus 12 discípulos, muitas outras pessoas O seguiam e faziam parte de Seu ministério. Entre elas, estavam muitas mulheres. Elas estiveram com o Senhor enquanto Ele ensinava, pregava, curava e fazia milagres. E não deixaram de estar junto dele enquanto era acusado, carregava a cruz e morria por nossos pecados. A Bíblia está cheia de história de mulheres que foram usadas poderosamente por Deus para que o Seu propósito se cumprisse. Elas eram completamente seguras e capacitadas, tinham responsabilidades e se tornaram parte importante na construção e no desenvolvimento da história de muitas pessoas. Ester, por exemplo, precisou de muita fé e coragem para ir diante do rei, com o risco de ser morta, e defender o seu povo. Abigail sofreu com a insolência de seu marido e teve que agir. Com fé, discrição e sabedoria, foi até o rei Davi para salvar a sua casa. A jovem Maria creu nas palavras do anjo, mesmo correndo o risco de ser apedrejada, e se tornou a mãe do Salvador. Algumas outras mulheres citadas na Palavra são Débora e Jael, heroínas e militares; Febe, diaconisa e ajudadora; Priscila, mestre na Palavra; Evódia e Sindique, dirigentes espirituais na igreja de Filipos. São tantas histórias que nos inspiram e nos lembram de que Deus tem um papel importante e fundamental para a mulher em Seus planos. Ele nos criou com o dom da multiplicação. De fazer da comida, uma refeição. De uma casa, um lar. De uma semente, uma geração. E isso envolve todas as áreas da nossa vida, impacta todos os lugares por onde passamos. 8


Nunca foi propósito do Senhor que nos sentíssemos inferiores ou debaixo de um domínio injusto. Ele nos criou, exatamente como somos, para vivermos abundantemente e para abençoarmos muitas pessoas. Por isso, a Palavra fala tanto do nosso papel, de como devemos nos portar e das características que devemos buscar. Em sua primeira carta, Pedro fala sobre como deve ser a conduta de uma mulher que segue a Jesus. Ele começa falando da importância de um comportamento submisso e um bom procedimento. E então, diz: “A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e joias de ouro ou roupas finas. Ao contrário, esteja no seu interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo que é de grande valor para Deus” (3.3-4). Ele não está dizendo que as mulheres não podem se arrumar ou não devem usar joias e boas roupas, mas que a sua beleza não deve ser baseada nisso. Não adianta nada estar bonita por fora e ter um coração duro, ser grosseira e viver ansiosa. O que deve chamar a atenção em nós é a maneira como nos portamos, nossas palavras doces, como as de Jesus, e nosso coração que crê em Deus e ama as pessoas. Pedro continua: “Pois era assim que também costumavam adornar-se as santas mulheres do passado, cuja esperança estava em Deus. Elas se sujeitavam cada uma a seu marido, como Sara, que obedecia a Abraão e o chamava senhor. Delas vocês serão filhas, se praticarem o bem e não derem lugar ao medo” (v. 5-6). Ele lembra do exemplo de outras mulheres da Bíblia e fala da importância de conhecer a sua história e procurar viver como elas viveram. O Senhor nos chama para viver como Suas filhas, para cumprir o Seu chamado. A arte de ser mulher é reconhecermos o nosso lugar e florescermos onde Deus nos colocou. Quando fazemos isso, entendemos o nosso verdadeiro valor e cumprimos o nosso papel no propósito eterno de Deus. Neste dia da mulher, comprometa-se a conhecer mais sobre as grandes mulheres da Bíblia. Busque saber o que a Palavra fala da conduta da mulher, de como o Deus nos vê. E, com isso, veja o que você ainda precisa aprender para ser a mulher que o Senhor te criou para ser. Não existe nada melhor e mais precioso do que isso. Feliz dia da mulher!

Deus nos criou com o dom da multiplicação. De fazer da comida, uma refeição. De uma casa, um lar. De uma semente, uma geração

SUELY BEZERRA Fundadora e líder do Ministério Mulheres Intercessoras, Suely Bezerra tem uma vida marcada pela oração e intercessão. Tem mentoreado líderes e pastoras ao redor do país durante toda sua vida. É esposa do Pr. Carlos Alberto Bezerra. Eles são casados há 52 anos, têm seis filhos e 16 netos.

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INSPIRAÇÃO

O QUE SEU FILHO PRECISA SABER

SOBRE A BÍBLIA recorrente em nossas comunidades de fé falarmos sobre a importância do cuidado e do ensino com os pequeninos. Transferir um legado espiritual aos nossos filhos é das tarefas mais desafiadoras e complexas em nossa caminhada cristã, especialmente porque sabemos que este caminho vai além da frequência semanal na igreja, obrigações de vestuário e costume ou uma “cartilha de regrinhas de faça ou não faça”. Sabemos que é essencial neste desafio falarmos sobre a Bíblia. Em tempos de fake news, exageros midiáticos e informação instantânea com tão pouca sabedoria e sem qualquer discernimento, devemos primeiro pensar naquilo que nossos filhos precisam saber que a Bíblia não é, para então falar sobre o que ela é.

1. A BÍBLIA NÃO É UM AMULETO

Você já deve ter ido a alguma casa em que, na estante da sala, estava a Bíblia aberta em algum Salmo. Acertei? Essas práticas ainda são comuns e dizem muito sobre a fé que temos. Se cremos que a vida e morte de Jesus redimem o mundo, não podemos crer que a Bíblia, como objeto de sorte, traga alguma espécie de ‘proteção’. O Evangelho tem a ver com uma fé prática. Por isso, o salmista disse que o escondeu em seu coração (Sl. 119.11). É preciso levar a Bíblia para o centro de nossas decisões, para onde pulsa nossa vida.

2. A BÍBLIA NÃO É UMA COLETÂNEA DE FRASES DE EFEITO

Não é raro encontrar nas redes sociais fotos cujas legendas carregam pequenos trechos bíblicos, vazios de seu sentido original. A Bíblia não foi escrita em capítulos e versículos, mas em livros que possuem ordem e coerência. As cartas do Novo Testamento, por exemplo, foram escritas como recomendações a serem lidas de uma só vez. Saber, ao recitar João 11.35, que Jesus chorou é importante, mas ler todo o Evangelho e saber do Seu amor por Lázaro é ainda mais essencial.

3. A BÍBLIA NÃO É UMA PEÇA DE MUSEU

Estudar a Bíblia é um compromisso que todo cristão assume diante de Deus. Porém, este estudo se torna, muitas vezes, desinteressante e enfadonho, principalmente, por dois motivos: ou não se entende o que se lê, ou não se medita sobre que foi lido. Uma boa versão é essencial para o primeiro entendimento do texto, mas ainda mais importante é lembrar que a Bíblia não é um objeto morto que pode ser estudado com bisturis e instrumentos cirúrgicos. Ela está viva e traz vida para quem se relaciona com Deus por meio dela.

4. A BÍBLIA NÃO É UM MANUAL

É de suma importância saber que a Bíblia não é um manual do fabricante ou uma espécie de constituição sagrada diante da qual não podemos fugir. A Bíblia só se torna sagrada a partir do momento em que estabelecemos uma relação sagrada com o ‘Dono’ do texto. É um livro de histórias que convida e seduz quem o lê a ter experiências com o Deus que revela. 10


O QUE A BÍBLIA É? A Bíblia é um livro de verdades. Muitos a veem como exaustiva, de difícil acesso e de histórias passadas. A Bíblia não é isso, mas só adotamos uma nova perspectiva sobre ela quando temos um relacionamento íntimo com seu Autor. De tudo que nossos filhos precisam saber sobre a Bíblia, isto é o que mais importa: •

É um livro de verdades eternas, verdades que não dizem respeito à constituição científica do mundo, mas que tratam sobre a humanidade em seu caráter mais profundo.

Traz verdades sobre os caminhos enganosos que os desejos e a busca para satisfazê-los podem esconder, e sobre como é importante confiarmos no cuidado de Deus para conosco.

Ensina como os seres humanos devem ser respeitados e ter suas vidas preservadas pelos seus irmãos.

Apresenta uma mensagem de preservação e cuidado com a criação de Deus, de libertação dos escravos, de dignidade para o órfão, para o imigrante e para a viúva, de alegria e saciedade para o pobre, de vida abundante para todos.

Mostra um Deus encarnado, que viveu entre nós para nos ensinar que é possível ser gente de um jeito diferente, gente como Ele foi, gente como Ele sonha e deseja que sejamos.

É um convite a uma relação de amizade e de discipulado com Jesus, um convite a segui-lo em Seu exemplo de generosidade, de perdão e de compromisso com a justiça.

Aponta para a cruz, símbolo maior da nossa fé. É impossível seguir a Jesus sem passarmos pela cruz.

Em sua sabedoria atemporal e atraente, em sua inteligência viva e provocativa, destaco algumas verdades que a Bíblia traz e que não podem ser esquecidas. Essa é a Bíblia que eu, você e nossos filhos temos que conhecer.

CARLOS BEZERRA JR. Carlos Bezerra Jr., é pastor, médico, deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Só adotamos uma nova perspectiva sobre a Bíblia quando temos um relacionamento íntimo com o seu Autor 11


LIDERANÇA

AS SEMENTES DA VIDA

NOSSAS ESCOLHAS REVELAM QUE FOMOS TRANSFORMADOS POR JESUS

texto de Gálatas 6.7-9 é bem conhecido por todos: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos”. Mas precisamos tomar cuidado na sua interpretação. Dependendo do ângulo com que se olhe, a afirmação de que o homem colhe o que semeia pode nos conduzir à conclusão de que a vida é um fatalismo. Assim, viveremos de braços cruzados sob o pensamento de que “o que tiver de ser, será”. Por outro lado, podemos avaliar nossa vida e afirmar: “eu semeei o bem. Amei corretamente, cuidei dos meus filhos, fiz o que precisava, investi corretamente meu dinheiro, trabalhei com decência e dignidade, mas meu casamento desceu pelo ralo da vida, meus filhos não servem a Deus, a minha empresa quebrou e os meus investimentos falharam”. E chegarmos, assim, a sofrer com depressão. Mas, essas duas perspectivas são erros igualmente grandes de interpretação. A vida não é fatalismo e nem um poço de depressão. A vida é dádiva de Deus e a nossa vida é sim como a sementeira. O que precisamos aprender é que eu e você devemos refletir e tomar decisões apropriadas para que o fruto da nossa existência seja relativo à nossa semeadura. É exatamente o que Paulo afirma com suas palavras no verso 8: “Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna”. Deus é soberano, ninguém pode mudar isso. Nada passa despercebido diante do nosso Pai, nada foge do Seu controle. Porém, isso não pode nos levar a viver uma vida omissa (Tg. 4.17). É verdade que Deus vai fazer com que as crianças carentes do Haiti, por exemplo, tenham comida nas suas mesas, mas é nossa responsabilidade sermos os instrumentos pelos quais Ele providencia isso. Deus vai fazer meu casamento ser abençoado, mas é minha responsabilidade trabalhar para que isso aconteça. 12

Precisamos aprender que devemos refletir e tomar decisões apropriadas para que o fruto da nossa existência seja relativo à nossa semeadura No início das sagradas escrituras – Gn. 4.9. –, Deus pergunta a Caim: “Cadê o teu irmão?” E ele responde: “Por acaso eu sou responsável pelo meu irmão?” Deus não sabia do acontecido? Não sabia do que se passava? Teria sido pego de surpresa? Não. Deus sabe de todas as coisas, mas a Sua soberania nos torna ainda mais responsáveis pela nossa função neste mundo. Eu e você fomos colocados neste mundo para servir ao Pai e às pessoas. Eu creio firmemente que a cidade onde você está agora lendo esta matéria vai ouvir o Evangelho em cada esquina, em cada casa e em cada canto. Mas você é responsável por abrir a sua casa para convidar seus amigos para falar de Jesus, para amá-los, para cuidar deles e para ter um pequeno grupo, uma célula. Você pode perguntar: “Mas, o que são sementes?” Os nossos atos são sementes! Um abraço, um beijo, levar comida para quem precisa, visitar alguém no hospital, fazer uma visita para o membro da sua célula, ajudá-lo com uma mudança, cuidar das crianças, etc.


Nossas orações são sementes que lançamos no solo mais fértil que existe. Apocalipse 5 diz que as nossas orações chegam diante do Trono da Graça de Deus como que trazidas em taças de ouro, como incenso que é agradável a Deus. Ore pela sua casa, pela sua igreja, pelos seus filhos, por um avivamento nessa cidade. Dirija pelas ruas dessa cidade profetizando que Deus alcançará as pessoas. Olhe para um prédio e profetize que ali haverá uma igreja se reunindo. Nossas ofertas também são sementes. Diante de Deus, elas são um memorial das ações que contribuem para o crescimento do Seu Reino. A nossa semeadura revela o que está no nosso coração. Ela é um raio x. Diz mais a nosso respeito do que o que postamos no Facebook. Mostra se Jesus realmente nos transformou, ou se somos apenas clones evangélicos. E sabe qual é a melhor notícia? Se a nossa vida hoje é fruto das decisões que tomamos, quer dizer que, daqui a um ano ou dois, ela será também um conjunto das escolhas que fizermos hoje. Então, hoje é dia de mudança. Hoje é um ótimo dia para começar a semear coisas boas. Comece, agora mesmo, a lançar no solo da sua vida sementes que germinarão e darão bons frutos. Frutos para a glória de Deus. Abençoe alguém, cuide de alguém, vá ensinar o Evangelho para alguém. Esses frutos vão trazer glória ao Pai e alegria ao seu coração. Não deixe para depois. Comece agora!

Nossa semeadura revela o que está no nosso coração. Diz mais a nosso respeito do que o que postamos no Facebook

MANOEL DE OLIVEIRA Manoel de Oliveira é pastor da New Life Church, em Framingham, EUA. Bacharel em Teologia, Mestre e Doutor em Urban Ministry pelo Gordon Conwell Theological Seminary. É casado com Ana Célia, com quem tem dois filhos.

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DISCIPULADO

PRINCÍPIOS DO DISCIPULADO APOSTÓLICO xiste um paradigma que precisa ser quebrado. Quando a grande maioria das pessoas se depara com a palavra “discipulado”, quase que imediatamente pensa no ensino. Mas a verdade é que ele é só uma parte do discipulado, não todo. Pense comigo, quantas pessoas há que leem a Bíblia mas não têm se tornado pais melhores, maridos melhores, cidadãos melhores... Acontece que elas estão só lendo, não há, no processo, meditação, reflexão e aplicação da Palavra. O mesmo acontecia com Saulo de Tarso. Antes de se tornar o apóstolo Paulo, ele era um importante e influente judeu, membro do sinédrio – ou seja, era um dos 70 homens mais importantes do Reino de Israel –, que tinha estudado aos pés de Gamaliel – um dos grandes mestres da Lei –, e sabia o Pentateuco – os cinco primeiros livros do Antigo Testamento – de cor. Ou seja, conhecia a letra perfeitamente, sabia que está escrito “não matarás” (Êx. 20.13), mas perseguia, castigava e assassinava cristãos. Por quê? Porque só o conhecimento não produz transformação. Ele apenas tinha uma religião. A carta de Tessalonicenses foi escrita por três homens: Paulo, Silvano e Timóteo (1Ts. 1.1). O primeiro era o pai na fé dos outros dois. Tinha os levado a Cristo e era seu discipulador. E naquela carta, Paulo entrega dez princípios do discipulado apostólico para uma igreja que não vive fechada em si mesma, mas que vai fazer a diferença transformando a vida das pessoas, ensinando-as a refletir e aplicar o ensino contido nas Sagradas Escrituras. O texto de 1 Tessalonicenses 5.12 diz: “Tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham”. Então, o primeiro princípio é considerar. O quê? Considerar o pensamento da sua liderança espiritual a respeito de uma situação determinada. Honrar pai e mãe é o primeiro mandamento com promessa da Bíblia, o mesmo princípio deve ser aplicado a respeito dos pais espirituais, daqueles que zelam pela sua vida com Deus: pastores, líderes de célula, líderes de ministério, etc. Considerar é dar ouvidos, levar em conta, orar antes de tomar uma determinação. Não quer dizer que você vai endeusar seu pastor ou líder, mas vai considerar, fazer valer realmente a pena ouvir, e a Palavra de Deus vai pesar na sua decisão, escolha ou avaliação. 14


Diga para aqueles que estão próximos de você, para os que fazem parte da sua célula: “Meu irmão levanta, vamos lá, me dá uma mão aqui que eu vou junto com você”.

Muitas vezes, apresentam-se no meio de nós pessoas que têm problemas com a submissão à liderança espiritual. Isso é um espírito de orfandade, um problema de paternidade mal resolvida. E se isso não for resolvido, se não conseguirmos entender que Deus nos ama e tem o melhor para nós, viveremos tentando chamar a atenção e provar para os outros aquilo que não foi bem resolvido no nosso coração. Outro dos princípios ensinados na carta dos Tessalonicenses é promover a paz no corpo de Cristo, na igreja. O verso 13 do capítulo 5 diz: “Vivam em paz uns com os outros”. Todo o cristão vive assim? Não! 3 João 1.9 e 10 registra o caso de Diótrefes, que trabalhou para destruir a igreja. É assim que você gostaria de ser lembrado? A história esquece os azedos, os amargos e os críticos. A história promove os príncipes e princesas, os servos, os pastores, os discipuladores, os apóstolos e profetas, homens e mulheres que fazem a diferença. Reavalie o que você fala, onde vai, o que vai fazer, com quem vai fazer, e tenha relacionamentos sadios, que te levem para mais perto do Pai. O terceiro princípio do discipulado apostólico é: servir à família da fé (1Ts. 5.14-15). Como? Advertindo os ociosos, confortando os desanimados, auxiliando os fracos e sendo pacientes para com todos. Diga para aqueles que estão próximos de você, para os que fazem parte da sua célula: “Meu irmão levanta, vamos lá, me dá uma mão aqui que eu vou junto com você”. Tenha uma vida de encorajamento! Outro princípio é: viva satisfeito espiritualmente. É o que Paulo afirma no verso 16 do capítulo 5 da carta aos Tessalonicenses: “Alegrem-se sempre!” Quando vivemos assim, estamos com o tanque cheio, então conseguiremos discernir o que é bom e não é, o que é útil e não é, o que vem do Pai e o que não vem dele. O quinto e o sexto princípio estão de mãos dadas: uma vida de oração e gratidão (1Ts. 5.17-18). Ore continuamente! Viu uma notícia? Transforme-a em oração. Leu uma Palavra? Aplique a fé. Ouviu uma ministração? Creia e receba. Essa vida se expressa dando graças em todas as circunstâncias. Nossa fé não pode ser como a economia: ora estável, ora cai, ora melhora. Ela não oscila, ela é firme porque está sobre a rocha, Jesus. O mundo está em crise, mas você está em Cristo. E, finalmente, quatro princípios que sustentam seu caráter: mantenha a plenitude do Espírito – procure ser cheio constantemente; retenha as palavras proféticas, aquelas que estão firmadas na Palavra de Deus; viva em santidade – decida fazer a vontade do Pai, Ele te deu o Espírito Santo para habitar em você; e espere com integridade a volta de Cristo. “Que todo o espírito, alma e corpo de vocês seja conservado irrepreensível na vinda de nosso Senhor” (1Ts. 5.23). Seja consagrado hoje porque amanhã Ele está chegando! Nunca perca essa esperança. Aplique estes princípios e você viverá um verdadeiro discipulado apostólico, que irá transformar a história de tantas e tantas pessoas.

CARLITO PAES Carlito Paes é pastor sênior da Igreja da Cidade em São José dos Campos e fundador da Rede Inspire de Igrejas. É Bacharel e Mestre em Teologia, conferencista sobre liderança e autor de diversos livros. É casado com a pastora Leila Paes e pai de quatro filhos.

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CAPA

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REDAÇÃO: CARLOS ALBERTO BEZERRA, PR.

maior desafio que a igreja enfrenta hoje é a formação de discípulos autênticos de Cristo”. Essa é uma das frases registradas no livro “A grande omissão”, de Dallas Willard, que tem se tornado já um clássico da filosofia cristã contemporânea. Nele, quem fora um dos pensadores cristãos mais prolíferos do nosso tempo e se desempenhara como professor da Escola de Filosofia da Universidade do Sul da Califórnia, faz uma brincadeira de palavras com o nome de como é popularmente conhecido o texto de Mateus 28.19-20 – A Grande Comissão – para falar das dramáticas consequências de ser cristão sem se tornar um discípulo. O termo “discípulo” aparece na Bíblia mais de 250 vezes no Novo Testamento, enquanto “cristão” ocorre apenas três vezes. O Novo Testamento, portanto, é um livro escrito por discípulos, que fala sobre discípulos e é para discípulos de Jesus Cristo. Assim, Willard é enfático quando afirma que, ao longo da história, a igreja permitiu duas omissões à Grande Comissão proferida por Jesus: “omitimos a tarefa de fazer discípulos e levar as pessoas a serem aprendizes de Cristo e omitimos, por necessidade, o passo de acompanhar nossos convertidos num treinamento que os levará, cada vez mais, a fazer o que Jesus ordenou”. O preço da falta de discipulado é a ausência de paz duradoura, de uma vida inteiramente imbuída de amor, da fé que considera tudo à luz do controle absoluto de Deus visando o bem e o poder de fazer o que é certo e resistir às forças do mal. Tristemente, muitas igrejas hoje pagam um alto preço por se omitirem na verdadeira missão de formar discípulos. Muitos vivem preocupados com encher suas igrejas de pessoas, fazem campanhas fantásticas, constroem obras faraônicas, e por aí vão. As cadeiras estão cheias de crentes, mas discípulos de Cristo? Desses há poucos andando pelas ruas. Senão, a realidade do nosso país e da igreja evangélica brasileira, seria muito diferente.

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Fazer discípulos significa que nós cristãos vamos trabalhar com as pessoas ajudando-as a serem mais parecidas com Jesus, como nós somos. Então, fazer discípulos não é fazer aluno de escola dominical, de seminário, não é assistir uma série de aulas. Fazer discípulos é trazer para perto pessoas com quem você tem a responsabilidade de compartilhar a sua vida, para que elas sejam tão parecidas com Jesus quanto você é. Nós cristãos precisamos compartilhar a vida de Cristo em nós para que outras pessoas a tenham como nós a temos! Nós vamos ajudar as pessoas a serem santas, como nós somos santos. É continuidade! Somos os continuadores do ministério de Jesus. Ele é o primogênito, o primeiro de uma nova geração de homens e mulheres transformados em Seus irmãos. Somos da família de Deus. Dela herdamos a responsabilidade que nosso Pai legou ao nosso irmão mais velho, Jesus. Temos como responsabilidade darmos continuidade a isso. É como uma corrida em que os atletas passam a responsabilidade para o seu companheiro. Quem toma a responsabilidade a seguir não pode correr para outro lado, parar de correr, ou fazer qualquer outra coisa, deve continuar. Mesma direção, mesmo propósito, mesmo alvo, mesmo objetivo. E assim é conosco, irmãos de Jesus. Ele veio para buscar a todo aquele que se havia perdido e nos oferecer uma salvação poderosa. Paulo diz que somos justificados pela fé e temos paz com Deus por intermédio do nosso salvador Jesus. Deus vê agora homens justos, santos, por causa da obra que Jesus veio fazer. Ele deu Seu filho unigênito para que todo aquele que viesse a crer ganhasse essa poderosa salvação. Para quê? Para cumprirmos duas tarefas fundamentais: pregai o Evangelho e fazei discípulos!

Fazer discípulos é trazer para perto pessoas com quem você tem a responsabilidade de compartilhar a sua vida, para que elas sejam tão parecidas com Jesus quanto você é 18

Pregar o Evangelho é pregar as boas novas de que, nele, todos fomos salvos do pecado, purificados, podemos ser novas criaturas, ter uma vida de abundâncias, de triunfo sobre o pecado, podemos viver uma vida vitoriosa garantida por ele. É dizer para as pessoas que há esperança de uma vida nova, livre de todo temor, de toda desgraça, escravidão e pecaminosidade. Há uma vida de justiça e liberdade, pois somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou. Há uma vida de esperança! Recebemos uma herança poderosa para anunciar que nosso Pai veio buscar a todos, quer fazer deles pessoas cheias de fé, esperança, e quer lhes dar uma vida de abundância e de conquista.


A segunda tarefa é fazer discípulos, ensinando-os a andar no que Jesus nos ensinou. Ensinando-os a serem continuadores do trabalho de Cristo. Discípulo é aluno, que vai ser cuidado para crescer forte e saudável e continuar com o propósito de Cristo. Discípulos de Jesus são feitos imitando a Ele, como disse Paulo: “sejam meus imitadores como sou de Cristo”. Os discípulos que fazemos são de Jesus, não nossos. Como cristãos, temos a responsabilidade de anunciar a um mundo sem esperança que há salvação, e dizer: “venham e tornem-se parecidos com Cristo”.

mento daquela comunidade. Era a doutrina que eles tinham aprendido diretamente com Jesus, relacionada com a vida diária de cada um: relacionamento de pais e filhos, marido e mulher, tratar com a mentira, livramento dos pecados da carne, perdão, vida abundante, acertar quando ofendemos, como viver o relacionamento pessoal com Deus e com o próximo, como ser boa mãe, pai, filho, como cuidar do órfão, do pobre, da viúva, etc.

A igreja em Jerusalém nasceu com 3120 pessoas. 120 foram cheias do Espírito Santo, Pedro se levanta para anunciar o Evangelho e 3000 se convertem. Começa, então, muito trabalho para constituir uma comunidade que haveria de expressar o propósito de Deus naquela cidade. E eles começam o trabalho centrado no aspecto de ensinar, ministrar, mostrar, falar e levar todos a experimentarem a mesma graça que já haviam experimentado. Reuniam-se no templo, mas não dentro, no pátio, ao ar livre. Esse ministério começa a ser estruturado. E viveram uma vida que tinha significado. E nós somos continuadores daquele ministério – Atos 2.42-47.

Além de perseverar na doutrina apostólica, aqueles homens e mulheres – e nós agora – perseveravam na comunhão. Isso não é relacionamento na base do churrasco, da pizza e demais. Mas é a que se dá fruto da sensibilidade gerada pelo discernimento das carências do nosso semelhante. Comunhão que gera compaixão, que estende a mão e cuida do irmão que passa por crises, tentações, que está sendo atacado, que tem problemas financeiros, que tem crise na vida conjugal, na vida profissional. Esse tipo de relacionamento em que um cuida do outro, um serve ao outro. Essa é a base dos ensinamentos neotestamentários a respeito da edificação da igreja de Jesus.

Somos herdeiros dessa mensagem, dessa proclamação e dessa família que nasceu em Jerusalém. Ali nós devemos estabelecer os critérios do nosso ministério e das nossas vidas, não na doutrina dos profetas do Antigo Testamento, mas na dos apóstolos. Eles tinham a responsabilidade de estabelecer o firme funda-

A terceira coluna da edificação é o partir do pão. Não é comer uma boa refeição juntos, mas participar da mesa do Senhor, do corpo e sangue de Cristo, lembrando do que Ele fez por nós. É uma forma de confessar nossa nova

MEMBROS DO CORPO E DISCÍPULOS DO MESTRE

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identidade: somos novas criaturas, as coisas velhas se passaram... Estou morto para o pecado, e vivo uma nova vida. Isso era diário e fortalecia sua fé. Ao comer o pão diziam: eu sou parte do corpo vivo de Jesus. Perdi a minha vida na cruz, e ganhei uma nova na ressurreição de Jesus. Cristo é a nossa vida! E a última estaca fundamental na construção da igreja e na formação de discípulos é perseverar nas orações. O que é isso? Trata-se da nossa intimidade com Deus. Do tempo que separamos para estar com Ele, no secreto. Somos muito ativistas, gostamos de trabalho. Vivemos correndo atrás de coisas para fazer na igreja de Deus para nos sentirmos úteis. Não fomos chamados para fazer, fomos chamados para ser. Ser discípulos de Jesus. Fomos chamados a um relacionamento pessoal com Ele. Não há ministério que não comece no altar, no secreto com Deus. Fomos chamados para desempenhar uma tarefa sobrenatural. Ela não se cumpre com nossa boa vontade, não se cumpre com ativismo religioso. Não se iluda. Ela se cumpre se somos cheios do Espírito Santo. Nós seremos aprovados naquele dia por nossa intimidade com Ele.

CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO! Um homem cheio do Espírito Santo é cheio de amor. Não podemos afirmar que alguém é cheio do Espírito porque tem dons, visões, revelações... Isso Deus dá por misericórdia e graça, e não os revoga. Mas o amor dele derramado no meu e no seu coração dá a vida. O amor é o que o amor faz. O amor humano termina, o único que permanece e aumenta cada vez mais é o de nosso Pai no nosso coração (1Co. 13.1-8 e Ef. 5.18). Realmente, como Willard afirmou, as consequências de termos cristãos que não são discípulos de Cristo são dramáticas. Corremos o sério risco de estarmos trabalhando para formar religiosos ao invés de discípulos de Cristo. São coisas extremamente diferentes. Veja como o contraste é gritante: 20

Vivemos correndo atrás de coisas para fazer na igreja de Deus para nos sentirmos úteis. Não fomos chamados para fazer, fomos chamados para ser. Ser discípulos de Jesus


Religioso

Discípulo de Cristo

Pouca abertura; relacionamentos reservados

Transparência; confissão de pecados; “entranháveis afetos e compaixões” (Fp. 2.1)

Cordialidade social

Genuína preocupação pelos irmãos

Palavras de amor

Atos de amor

Tende sempre a colocar-se em primeiro plano

Tende sempre a dar preferência aos demais

Em geral, se ofende quando repreendido; procura justificar-se

Em geral, aceita repreensões; procura corrigir-se

Se é “crente velho”, tende a apoiar-se em artefatos da santidade aparente; considera-se superior aos mais novos

Quanto mais tempo tem de Evangelho, mais consciente fica de suas limitações e de sua dependência de Deus

Busca um Deus que funcione para ele; vive participando de campanhas diversas, pedindo coisas para si mesmo

Busca funcionar para Deus; sempre pergunta a si mesmo: “Que mais posso fazer para servir ao meu Pai?”

Comodismo diante do “status quo”: está acomodado com um evangelho medíocre, e nem percebe essa situação

Santa insatisfação com o “status quo”: sente-se indignado com a passividade da igreja nos dias de hoje

Os primeiros discípulos de Cristo viviam em unidade e estreita comunhão, nas casas e no templo, a ponto de terem tudo em comum. A maioria dos nossos irmãos de hoje têm um momento de contato superficial apenas durante os cultos, e passam toda uma vida isolados e voltados para si mesmos. Jesus Cristo deu uma ordem clara à Sua igreja. Mas a maioria das denominações evangélicas parece ter reinterpretado essas palavras da seguinte maneira: “Chamem e esperem, portanto, fazendo convertidos à nossa fé e prática, batizando-os para que se tornem membros contribuintes e frequentadores dos nossos cultos; e então trate de manter esses membros ocupados com diversas atividades religiosas”. Isto constitui a “Grande Omissão”: não ir, não discipular, e não ensinar a obedecer a Cristo e gerar frutos para a glória de Deus. O pastor Aiden W. Tozer (1897-1963) denunciou: “Uma heresia extraordinária se desenvolveu em todos os círculos cristãos: a ideia amplamente aceita de que os seres humanos podem escolher aceitar a Cristo pelo simples fato de precisarem dele como Salvador, e de que têm o direito de adiar a obediência a Ele como Senhor pelo tempo que desejarem! Mas a salvação sem obediência é algo desconhecido nas Escrituras”. É vital e urgente que retornemos ao conceito bíblico de igreja e discipulado. É vital e urgente vivermos como verdadeiros cristãos, cheios do Espírito Santo, “sentindo o mesmo amor, tendo o mesmo ânimo” (Fp. 2.2-4), sendo a nossa atitude a mesma de Cristo Jesus: caminhando em todo tempo formando discípulos. 21


HOMENAGEM

UMA GERAÇÃO ANUNCIANDO À OUTRA

erações. Temos ouvido muito falar delas nos últimos tempos. Geração grandiosa, baby boomers, geração X, os famosos millennials. Os estudiosos têm percebido que dividir a população em gerações é mais efetivo do que fazê-lo por sexo ou renda, por exemplo. Por isso, cada uma delas tem sido motivo de estudo por conta de suas particularidades e suas características. São influenciadas diretamente pelo momento da história em que se encontram e pela realidade do mundo em que nascem. A Bíblia fala muito de gerações. Não é à toa que as longas genealogias enchem as páginas de diversos livros do Antigo Testamento. Deus é um Deus de gerações. Ele mesmo se apresenta como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, um Deus que “mantém a aliança e a bondade por mil gerações daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos” (Dt. 7.9). A Bíblia também fala de uma responsabilidade dada às gerações: “Uma geração contará à outra a grandiosidade dos teus feitos; eles anunciarão os teus atos poderosos” (Sl. 145.4). E desde o princípio, a verdade sobre Deus e o sacrifício de Jesus na cruz por nossos pecados têm sido passados de geração em geração, até chegar a nós. Há 52 anos, começava uma história que carregaria essa responsabilidade de anunciar Cristo às próximas gerações e que tem deixado uma marca profunda na igreja brasileira. Há 52 anos, os pastores Carlos Alberto e Suely Bezerra diziam “sim” ao chamado de Deus, se casando e começando o seu ministério pastoral. 22

Os filhos vieram, muitas mudanças aconteceram e, em tudo, o casal vivia confiando e dependendo do Senhor, e abençoando as pessoas. Ainda hoje, muitos se lembram dos cultos realizados no Centro do Professorado Paulista, o CPP, como o tempo em que tiveram o seu encontro com Cristo e foram completamente transformados. Tantos ministérios surgiram daqueles dias, tantas pessoas ouviram e obedeceram ao chamado de Deus. E foi ali, naquele ambiente, que nasceu a Comunidade da Graça. A igreja-família, que tem vivido o amor de Cristo, alcançado o próximo e formado discípulos. Que tem sido um reflexo da vida de amor e entrega de seus pastores, e tem se comprometido a levar a salvação e a transformação do Evangelho a todo o Brasil. A partir daí, o trabalho dos pastores Carlos Alberto e Suely tem se manifestado não só dentro das quatro paredes do prédio da igreja, mas servindo àqueles que mais precisam através da Fundação Comunidade da Graça e dos trabalhos nos presídios e com ex-usuários de drogas; através do Colégio da Comunidade, preparando as próximas gerações para servir as cidades; através de movimentos de oração e leitura da Palavra. São 52 anos de desafios, lutas, alegrias e muitos milagres. Mais de meio século contando a grandiosidade dos feitos do Senhor às próximas gerações. Somos privilegiados por fazer parte do rebanho de um casal tão comprometido e apaixonado pelo Senhor! Parabéns aos pastores Carlos Alberto e Suely!


Paranaguá, 7 de janeiro de 2018 Querido pastor Carlos Alberto, Quero expressar minha profunda gratidão por tudo o que o senhor, a pastora Suely e todo o ministério da Comunidade da Graça fizeram por minha família ao longo destes 37 anos. A amizade surgiu antes, não é mesmo?! Nos idos da década de 70. Mas de maneira especial e mais íntima a partir do chamado para a obra do ministério na vida do meu pai. Desde então temos experimentado os “entranhados afetos e misericórdias” repartidos conosco em todas as áreas. O senhor, pessoalmente, nos pastoreou em São Paulo, Londrina e tantos outros lugares, nos ensinando muito do que carregamos ainda hoje: amor incondicional a Deus e à Sua Palavra, integridade de caráter e paixão por vidas! Obrigado por nos receber em sua casa. Obrigado pela confiança em nos enviar para começar tantos trabalhos. Obrigado pelos presentes que o “tio Beto” dava a mim e à Karis (muitos deles entregues quando nossos pais não tinham condições – obrigado pela sensibilidade).

Obrigado pela paciência em tratar nossas falhas. Obrigado pelo exemplo de pai, pastor e cidadão que o senhor é para nós. Obrigado pelo pão, pelo sustento financeiro que este ministério nos deu. Obrigado, obrigado, obrigado! “Que o nosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.” Filipenses 1.9-11 Espero recebê-los em minha casa na próxima vinda. Eu, Bianca e Ester iremos preparar o doce de abóbora do senhor! Um grande ósculo de amor em sua barba branca! No amor de Cristo, Tiago Gameiro de Barros Antunes (Filho de um dos pastores do ministério da Comunidade da Graça)

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RECOMENDO

LIVRO

Uma fé pública MIROSLAV VOLF | MUNDO CRISTÃO

Como o cristão pode contribuir para o bem comum? É a essa pergunta que o renomado teólogo croata, Miroslav Volf, responde em seu livro “Uma fé pública”, recém lançado no Brasil pela editora Mundo Cristão. Miroslav, que é diretor do Centro de Fé e Cultura da Universidade de Yale, afirma que “a maior parte da violência perpetrada no século 20, o mais violento século da história da humanidade, foi cometida em nome das causas seculares”. Ele não condena o secularismo, mas destaca a importância do cristianismo para promover mudanças. O autor conduz o leitor a entender qual o papel da religião no cenário atual, como os seguidores de Jesus podem manifestar sua fé num contexto de múltiplas religiões e de antipatia à fé cristã e de que maneira os cristãos podem exercer influência positiva sobre a sociedade contemporânea. Em meio a tantas mudanças e conflitos que temos vivido como sociedade, a clareza do que diz a Palavra de Deus sobre o nosso papel é fundamental para viver uma vida que abençoa nossas casas, cidades e o nosso país. Certamente, uma leitura imperdível para todos!

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LIVRO

MÚSICA

Incomparável

Grandes Feitos

JEN WILKIN | EDITORA FIEL

FLORIANÓPOLIS HOUSE OF PRAYER | FHOP MUSIC

Que Deus tem diversas características diferentes de nós não é nenhum segredo. Mas, como isso influencia o nosso relacionamento com Ele? Como influencia na maneira como nos vemos? É sobre isso que Jen Wilkin fala em “Incomparável”. Em 10 capítulos ela fala com propriedade sobre um Deus que é Eterno, Infinito, Imutável, e revela como conhecê-lo de verdade aumenta o nosso temor. Uma leitura incrível!

A FHOP, Florianópolis House of Prayer lançou o seu novo CD, “Grandes Feitos”. Gravado na conferência Onething, em junho do ano passado, em Curitiba, o trabalho traz músicas como “Te esperamos”, “Pai Nosso” e “Só quero ver você”, e conta com a participação de Matt Gilman.

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APP

Organizze Finanças ORGANIZZE

Já pensou ter suas finanças completamente organizadas e com acesso fácil na palma da mão? É isso que o “Organizze Finanças” oferece. É um gerenciador financeiro que possibilita cadastrar cartões de crédito, débitos em conta corrente e dinheiro de entrada, além de programar esses valores para os próximos meses. E ele não é o único. Alguns outros, como o “Guia de Bolso”, oferecem o mesmo serviço, com algumas diferenças.

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AMOR QUE TRANSFORMA

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du era daquelas pessoas que fugiam de hospitais. O ambiente o incomodava tanto que, como ele mesmo conta, só entrava em um hospital se realmente precisasse e já procurava as placas de saída. “Quando tinha que visitar algum familiar ou amigo que estivesse internado, ia sempre nos últimos 15 minutos do horário de visitas, assim não precisava ficar muito tempo lá”, lembra. José Eduardo Francelino é seu nome completo, e mal sabia que o Senhor tinha planos para ele exatamente no lugar que mais temia. Quando entregou a sua vida para Jesus, começou a perceber algumas mudanças profundas: “Eu era muito egoísta e, com Cristo, aprendi a amar o meu próximo. E aprendi também que próximos não são só aqueles que gostam de mim, meus amigos e minha família, mas qualquer um que esteja perto”. Já com essa nova visão, uma outra mudança começou a acontecer. Por conta de uma cirurgia, sua mãe foi internada e ele precisou acompanhá-la. Ali, no lugar que mais lhe causava medo, começou a enxergar as necessidades das pessoas, seu coração começou a se quebrantar por aquele ambiente. Sua mãe lhe disse: “Filho, você precisa estar aqui, olha quanta gente passando por necessidade”. Foi, então, que procurou o pastor Gilberto Dalmasso, líder do Ministério de Missões Urbanas da Comunidade da Graça Sede. Naquela conversa, conheceu a capelania hospitalar e percebeu que era naquilo que deveria trabalhar. Com a indicação do pr. Gil, fez um curso e, seis meses depois, foi chamado para trabalhar no Hospital Municipal do Tatuapé, na zona leste de São Paulo.

Deus me amou tanto e eu entendo que é servindo as pessoas, mesmo que só durante três horas na semana, que eu retribuo esse amor

O medo de hospitais? Foi embora! “O Senhor trata a gente em primeiro lugar. Todo aquele sentimento ruim que eu tinha, meu medo, minha timidez e vergonha para falar com as pessoas, tudo isso foi se transformando em algo diferente”, conta. Hoje, dois anos depois de descobrir a capelania hospitalar, ele está sendo treinado para cuidar de pacientes paliativos – aqueles que receberam um diagnóstico terminal, que estão no final da vida – e ajuda a treinar novos capelães. O trabalho também tem gerado outros frutos. Além do Hospital do Tatuapé, Deus abriu as portas para que um grupo de voluntários da CG Ermelino reiniciasse a capelania no Hospital Público Municipal de Ermelino Matarazzo, que havia abolido o trabalho feito por outros grupos depois de experiências muito ruins. Para Eduardo, servir pacientes nos hospitais é a sua maneira de amar a Deus. “Ele me amou tanto e eu entendo que é servindo as pessoas, mesmo que só durante três horas na semana, que eu retribuo esse amor. É tão pouco, mas esse pouco que eu faço eu vou continuar fazendo”. Das histórias que coleciona, algumas o marcaram profundamente. Uma delas é de uma paciente com uma doença degenerativa. Ela havia sido abandonada pela família e não tinha ninguém que a acompanhasse. Também já não falava e não expressava qualquer reação. Mas ele insistia em visitá-la, era a primeira coisa que fazia quando chegava no hospital. Certa vez, antes de entrar no quarto, fez uma oração diferente, pediu que Deus fizesse a Sua vontade na vida daquela mulher, mas que ela pudesse descansar. Duas semanas depois, não a encontrou mais lá, ela havia falecido. Se entristeceu ao ver o leito vazio, mas ouviu a voz de Deus dizendo que ela estava descansando com Ele, e isso lhe trouxe alegria e paz. Em meio a tantos casos diferentes, os planos são de continuar o trabalho com cada vez mais excelência, abençoando cada vez mais pessoas e treinando outros para que possam servir neste ministério. “Nosso objetivo é levar Cristo, dar um ombro para chorar, sentir a dor do outro, passar pelo mesmo sofrimento. Afinal, foi isso que Jesus fez. E o que recebemos em troca não tem preço, é realmente transformador”.

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REFLEXÃO

Missionário ou campo missionário? odo ser humano ou é um missionário ou é um campo missionário. Você nunca entregou o seu coração ao Senhor Jesus? Então você é um campo missionário, e lhe digo: “Reconcilie-se com Deus. Venha a Jesus, e leve a Ele os seus pecados. Ele morreu na cruz por você, e diz: ‘Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso’ (Mt. 11.28)”. Ele nos dá descanso e a resposta para os nossos problemas com o pecado – redenção, libertação e vida eterna. Assim, você se torna um filho de Deus, chamado para ser a luz do mundo. Portanto, ouça o que vou dizer aos missionários, pois você é um deles, se é que já disse sim a Jesus. Um missionário está sempre preocupado com o bem-estar daqueles que quer alcançar. 1 Coríntios diz: “A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de conhecimento; a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro, dons de curar, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas...” (12.7-10). Que riqueza! Eles são muito significativos para você e para mim? Certamente que sim. Paulo diz a cada um de nós: “Entretanto, busquem com dedicação os melhores dons” (1Co. 12.31). Sim, é isso que um missionário deve fazer! Como é importante alcançarmos aqueles dons como Deus os descreve em Sua Palavra através das cartas de Paulo em 1 Coríntios 12 e 14. Então, descobriremos nas coisas do dia a dia o significado completo daquela maravilhosa palavra, a rica promessa que Jesus fez antes de ascender aos céus: “Mas, receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês” (At. 1.8). Os dons do Espírito são parte deste po28

Obrigado, Pai, porque podemos cumprir nosso chamado missionário, não pela nossa força, mas pela Sua. Por favor, nos dê muitas oportunidades para fazer isso


der. Mas, não devemos nos esquecer de que entre 1 Coríntios 12 e 14, existe o capítulo 13. Lá, Paulo diz que embora tenhamos todos os dons, se não tivermos amor, nada seremos (v. 2). Além dos dons, existe o fruto do Espírito – “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gl. 5.22). E lembre-se: todas as promessas são cumpridas em Jesus. Os dons e o fruto do Espírito são para você e para mim. Na verdade, todas as coisas estão centradas em Romanos 5.5: “Porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu”. Quando estive em Israel, percebi que havia muito ódio e medo nos corações das pessoas. Uma noite, havia falado sobre o oceano do amor de Deus, disponível a todos por causa do Senhor Jesus; este amor está pronto para o nosso uso todos os dias, se dermos lugar em nosso coração para o Espírito Santo. Depois da reunião, um jovem veio até mim e disse: “Agradeço a Deus pelo que ouvi hoje. O Senhor levou todo o ódio do meu coração. Agora eu posso perdoar totalmente. Eu tentava, mas não podia. Agora, recebi isso pelo Espírito Santo”. Depois de uma reunião em Berlim, numa noite, de repente eu reconheci um homem que vinha em minha direção. Era um dos guardas do campo de concentração em Ravensbruck. Quando vi este homem, lembrei-me de todas as crueldades que ele havia cometido e senti amargura em meu coração. Mas, também senti uma onda de amor me inundando. Era o amor do Espírito Santo.

Este homem me disse: “No Natal, aceitei o Senhor Jesus. Ele levou todos os meus pecados. E, então, lhe pedi a graça de pedir perdão a uma das minhas vítimas. Esta é a razão pela qual estou aqui. Você me perdoa de todas aquelas crueldades?” Eu consegui pegar a mão dele. Se perdoarmos nossos inimigos, experimentaremos o oceano do amor de Deus como jamais havíamos provado. Obrigado, Pai, em nome de Jesus, pelas imensas riquezas que nos estão preparadas se as recebermos pela fé. Obrigado porque todas as promessas da Bíblia são para nós. Obrigado porque então podemos cumprir nosso chamado missionário, não pela nossa força, mas pela Sua. Por favor, nos dê muitas oportunidades para fazer isso. O Senhor abrirá as portas fechadas? O Senhor tirará de nós toda a incredulidade e toda a confiança em nós mesmos, e, ao invés disso, nos dará fé e confiança no Senhor, pelo Espírito Santo? Amém.

CORRIE TEN BOOM Corrie Ten Boom foi uma cristã holandesa que, junto de sua família, ajudou muitos judeus a escaparem do holocausto nazista na Segunda Guerra Mundial, escondendo-os em seu armário. Ela escreveu vários livros e levou a Palavra de Deus a diversos países. Morreu em abril de 1983, aos 91 anos. 29


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