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AQUELA QUE SERVE PERFEITAMENTE AO SEU PROPÓSITO
#99 | MAIO | 2018
Todos nós conhecemos a história da criação. De como o Senhor, em toda a Sua Onipotência, fez surgir todas as coisas. Criou o homem e a mulher, sua auxiliadora idônea. Auxiliadora idônea vai muito além de uma simples ajudante. É aquela que serve perfeitamente ao seu propósito, que é apta e capaz, moralmente correta. Diante do Senhor, homem e mulher tem o mesmo valor, são vistos da mesma maneira. Mas suas funções são diferentes e muito importantes para que o Reino de Deus seja estabelecido aqui na terra. O homem é o sacerdote, a mulher é a coluna. Ambos são importantes e, quando cada um entende o seu papel, tudo vai para o seu devido lugar. Nesta edição da Revista Comuna, queremos comemorar o Dia das Mães de uma maneira diferente. Primeiro, todas as matérias são escritas por mulheres inspiradoras. E a matéria de capa não fala sobre maternidade, afinal, nem toda mulher é mãe, mas fala da liberdade de a mulher viver como foi criada pelo Senhor. Nosso desejo é que as mulheres entendam o seu propósito e vivam livremente para serem quem são; e que os homens também entendam essa verdade, e possam ajudar as mulheres da sua vida – sejam esposas, mães, irmãs, filhas, sobrinhas – a serem o melhor que podem ser. Às mães um feliz dia das mães, e a todos uma boa leitura, Gustavo Rosaneli, Pela equipe editorial
DIREÇÃO GERAL:
Carlos Alberto de Quadros Bezerra CONSELHO GESTOR:
Carlos Bezerra Jr, Osmar Dias, Aguinaldo Fernandes, Valmir Ventura, Lair de Matos, Cézar Rosaneli, Fernando Diniz, Gustavo Rosaneli, Ronaldo Bezerra COORDENAÇÃO EDITORIAL:
Carlos Bezerra Jr. Gustavo Rosaneli COORDENAÇÃO DO PROJETO:
Gustavo Rosaneli JORNALISTA RESPONSÁVEL:
César Stagno - MTB 58740 REVISÃO:
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Mayra Bondança, Claudia Guimarães, Davi Martins, Estevão Ferreira, Renato Reis, Enrico Guerrero, Mariana Martins DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁFICO:
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No Estado de São Paulo: São Paulo Capital; Arujá; Atibaia; Balsa; Bragança; Campinas; Caraguatatuba; Guarulhos; Mauá; Mogi das Cruzes; Registro; Santos; São Bernardo do Campo; Socorro; Sorocaba; Tatuí; Taubaté; Ubatuba. Rio de Janeiro: Macaé. Minas Gerais: Governador Valadares; Belo Horizonte; São Sebastião de Vargem Alegre; Visconde do Rio Branco. Paraná: Curitiba; Foz do Iguaçu; Londrina; Maringá; Paranaguá; Rolândia. Pernambuco: Barreiros; Caruaru; Catende; Itapissuma; João Pessoa; Recife; Sta. Maria da Boa Vista. Bahia: Salvador; Vitória da Conquista IMPRESSÃO:
Gráfica MaisType DISTRIBUIÇÃO:
11.500 exemplares
MISSÃO: MULHER Encontrando liberdade para ser quem fomos criadas para ser
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MÃE MODELO OU MODELO DE MÃE?
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SEM CRISTÃOS ATÉ 2030
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O CHAMADO AO ARREPENDIMENTO Um ensino bíblico perigosamente ignorado
SEUS PRIMEIROS DISCÍPULOS O desafio de ensinar os filhos a serem como Jesus
RECOMENDO
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12 ELIANA
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PELO DIREITO DE TOCAR NAS VESTES DE JESUS
DE VOLTA PARA O QUARTO O que acontece no lugar secreto?
A RESOLUÇÃO DE AMAR OS MEUS FILHOS 5
PALAVRA DO PRESIDENTE
O CHAMADO AO ARREPENDIMENTO UM ENSINO BÍBLICO PERIGOSAMENTE IGNORADO
ue belo legado deixaram os apóstolos para a vida cristã nas doutrinas ensinadas por Jesus. Aqueles homens – limitados, mas transformados – carregaram em suas vidas o fundamento teológico da igreja. E como é bom para nós hoje poder refletir e meditar sobre esse legado, reavaliando constantemente nossa vida e nossa caminhada cristã. E dentro dessas doutrinas, uma das mais vitais é sem dúvida o arrependimento. Pode-se elaborar uma boa argumentação a favor da crença de que “arrependimento” é uma das palavras menos utilizadas na igreja cristã atual. Num mundo que não tolera a menção do pecado, e em igrejas nas quais se têm definido o pecado somente em termos sociológicos, inevitavelmente o ensino bíblico sobre o arrependimento tem sido ignorado. Saber o que é arrependimento, e arrepender-se de fato, são essenciais ao verdadeiro cristianismo. Segundo o dicionário, o arrependimento é definido como pesar, lamentação, compunção. Talvez por isso, muitas vezes seja confundido com o remorso, já que parece que sua raiz está fincada na culpa. Nada mais longe da verdade. Arrependimento é uma mudança de atitude. A pessoa que se arrepende muda de ideias, de paradigmas, de atitudes e decide viver de forma diferente. Deus nos ajuda a chegar ao verdadeiro arrependimento (2Tm. 2.25), não através da acusação – atitude totalmente contrária à Sua natureza de amor –, mas através da Sua graça, manifesta no Seu filho Jesus e na nossa inclusão na Sua morte e ressurreição. Por isso, diferentemente do remorso, sua raiz não está na culpa, mas na misericórdia, no fato de sermos constrangidos pelo amor de Cristo (2Co. 5.14). Mas assim como um remédio é formado por diferentes produtos químicos, o arrependimento tem componentes que precisam estar presentes para, de fato, gerarem transformação – metanoia, mudança de mente e coração:
PERCEPÇÃO DO PECADO O primeiro componente desta medicação do alto são olhos abertos (At. 26.18). Foi o que aconteceu, por exemplo, com o filho pródigo: ele caiu em si (Lc. 15.17). Em sua descrição de arrependimento, Salomão considerou isso como o primeiro componente (1Rs. 8.47). Os olhos foram feitos tanto para ver como para chorar. Antes de lamentarmos pelo pecado, temos de vê-lo, porque onde não há percepção do pecado, não há arrependimento. 6
TRISTEZA PELO PECADO O Salmo 38.18 diz: “Em angústia estou por causa do meu pecado”. A palavra hebraica que se traduz por ficar triste significa “ter a alma, por assim dizer, crucificada”. Isso precisa estar presente no verdadeiro arrependimento. Esta tristeza pelo pecado não é superficial; é uma agonia santa. Nas Escrituras, ela é chamada de quebrantamento de coração: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl. 51.17).
CONFISSÃO DE PECADO A tristeza é um sentimento tão forte, que terá expressões. Suas expressões são lágrimas nos olhos e confissão nos lábios. A confissão tem de surgir como a água que brota do manancial, livremente; tem de ser sincera, porque o hipócrita confessa, mas ama o pecado, não o rejeita; e tem de ser específica, ou seja, como quando vamos ao médico para mostrar um ferida aberta e precisamos contar o que aconteceu.
VERGONHA PELO PECADO Quando o coração se enegrece por causa do pecado, a graça faz o rosto envergonhar-se com rubor – “Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face” (Ed 9.6). O filho pródigo, arrependido, ficou tão envergonhado de seus excessos que se julgava indigno de ser, outra vez, chamado filho (Lc. 15.21). O arrependimento causa um acanhamento santo.
ÓDIO PELO PECADO É mais fácil abominar o pecado do que deixá-lo. Não amamos a Cristo enquanto não odiamos o pecado. Nunca anelaremos o céu enquanto não detestarmos o pecado.
CONVERTER-SE DO PECADO É abandonar o pecado (Is. 55.7). Implica uma mudança tão notável e visível que os outros podem perceber, por isso é chamada de mudança das trevas para a luz (Ef. 5.8). A doutrina do arrependimento deve ser ensinada insistentemente, enfocando os efeitos que tal atitude proporciona aos que a praticam, pois os que não se arrependerem, certamente perecerão (Lc. 13.5). É uma das doutrinas rudimentares do cristianismo, cujos fundamentos devem ser lançados e deixados por aqueles que caminham para serem mais parecidos com Jesus. Vamos juntos nessa caminhada, porque juntos colheremos doces frutos, para honra e glória do Senhor.
CARLOS ALBERTO BEZERRA Carlos Alberto Bezerra é fundador da Comunidade da Graça. Um homem apaixonado por pessoas. Pastor há 52 anos e casado com Suely pelo mesmo tempo. Tem seis filhos e 16 netos. O amor, o serviço e a valorização da família são suas ênfases ministeriais. Pregador apaixonado, escritor inspirador.
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TRANS FORMAÇÃO
SEUS PRIMEIROS DISCÍPULOS O DESAFIO DE ENSINAR OS FILHOS A SEREM COMO JESUS
Senhor se alegra com a família. Isso não é nenhuma novidade, afinal foi Ele mesmo quem a criou, Ele mesmo estabeleceu todas as coisas para que tivéssemos relacionamentos profundos uns com os outros como corpo e como família. Não é à toa que a Bíblia começa com um casamento – o de Adão e Eva – e termina, em Apocalipse, com outro casamento – o de Cristo com a Sua noiva. Mesmo sabendo da importância da família, dos relacionamentos entre marido e mulher, entre pais e filhos, também sabemos que essa não é uma tarefa fácil, principalmente nos nossos dias. Parece que quanto mais tocamos no assunto, mais problemas aparecem. Mas esse é um desafio que vale a pena, afinal fomos chamados por Deus para criar discípulos dentro da nossa casa. E Ele não nos desampara nessa tarefa, deixou o melhor manual para nós, a Sua Palavra. Uma das primeiras coisas que precisamos nos lembrar nesse sentido, é que há uma grande diferença entre uma casa e um lar. Uma casa é construída de tijolos e cimento, é onde se come, dorme. Já o lar é bem diferente. É nele que se formam os corações, é onde há conexão, onde se olha nos olhos. Casa é onde os problemas são criados, lar é onde eles são resolvidos. Provérbios 3.33 fala que “a maldição do Senhor está sobre a casa dos ímpios, mas ele abençoa o lar dos justos”. O lar do justo é abençoado, não somente a sua casa, mas os seus relacionamentos, a sua célula mais importante. Muitas vezes, andamos tão atarefados com as coisas dessa vida, mesmo com coisas que são maravilhosas, como o ministério, a nossa célula, o discipulado. Mas acabamos deixando de lado o que Deus nos deu de mais importante para cuidar, nosso cônjuge e nossos filhos. Acabamos nos esquecendo do lar, deixando que o nosso ministério mais importante, a nossa família, acabe morrendo. Não nos lembramos de que tudo o que fazemos, principalmente as nossas escolhas, afeta aqueles que estão mais próximos de nós. Por isso é tão importante prestar atenção no que temos deixado entrar na nossa casa, naquilo a que temos assistido, no que temos permitido. 8
Isso tudo são sementes que um dia vão frutificar. Talvez não vejamos nada agora, mas os frutos vêm depois. Precisamos estar atentos, ter temor de Deus, levá-lo a sério, investir na nossa família, ensinar nossos filhos com o nosso exemplo e não só com palavras. O rei Davi fez uma oração muito interessante no Salmo 144. Ele era um homem atarefado, o líder de um povo, um soldado. Precisava conduzir uma nação e ainda vencer batalhas. Mas mesmo assim, mesmo em meio a tudo isso, ele fez uma oração por seus filhos: “Então, na juventude, os nossos filhos serão como plantas viçosas; as nossas filhas, como colunas esculpidas para ornar um palácio” (v. 12). Por que ele fala da juventude? Porque foi na juventude dos seus filhos que ele viu os erros que ele mesmo havia cometido. E é assim conosco também. Quando as crianças são pequenas, estão sempre conosco, absorvem tudo o que fazemos. Mas é quando estão na adolescência que começamos a ver os frutos das sementes que lançamos.
Davi pede para que seus filhos sejam como plantas viçosas. Para que uma planta cresça e seja saudável, ela precisa de alimento, precisa de adubo e de um bom agricultor. Nós somos os agricultores na vida dos nossos filhos. Nós escolhemos que tipo de alimento vai entrar na nossa casa – físico e espiritual! –, nós é que devemos estar atentos aos comportamentos diferentes, às amizades. E também pede para que suas filhas sejam como colunas. Como um alicerce, um fundamento. Elas só encontram essa firmeza quando estão enraizadas em Cristo, e isso também começa no lar. É lá que elas descobrem a sua identidade, descobrem o propósito de Deus para suas vidas. Por isso, o nosso exemplo e as nossas palavras são tão importantes, principalmente como mães.
Nós somos os agricultores na vida dos nossos filhos
Deus tem nos dado a responsabilidade de cuidar dos nossos filhos para que eles se tornem plantas viçosas e colunas, pedras angulares. Em sua terceira carta, João diz: “Não tenho alegria maior do que ouvir que meus filhos estão andando na verdade” (1.4). Essa também deve ser a nossa maior alegria. Mas isso só vai acontecer se nos comprometermos a investir na nossa família, a fazer da nossa casa um lar, a sermos bons agricultores e lançarmos boas sementes. Muitos têm morrido dentro de suas casas sem que ninguém perceba. Não deixe que isso aconteça! Perca tudo, mas não perca a sua família. O que você tem feito para ganhar seus filhos e fazer deles discípulos fiéis de Jesus? Agora é um bom momento para começar.
SUELY BEZERRA Fundadora e líder do Ministério Mulheres Intercessoras, Suely Bezerra tem uma vida marcada pela oração e intercessão. Tem mentoreado líderes e pastoras ao redor do país durante toda sua vida. É esposa do Pr. Carlos Alberto Bezerra. Eles são casados há 52 anos, têm seis filhos e 16 netos.
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SONHOS POSSÍVEIS
PELO DIREITO DE TOCAR NAS VESTES DE JESUS nônima. Doente. Pobre. Imunda pelo sangramento há 12 anos. Uma mulher que havia gastado todos os seus recursos com os médicos e se viu ainda mais enferma. Essa é a personagem que Jesus destaca do meio da multidão para romper uma das maiores tradições do povo judeu. Para uma sociedade em que a mulher era vista como mero objeto pertencente ao marido e inferior em direitos, o mestre dá uma aula sobre o valor feminino. Jesus tinha lado. Ele sempre defendeu o vulnerável para mostrar que valia tanto quanto qualquer outra pessoa com “status”. Através da cura do sangramento físico de uma mulher, Cristo demonstrou que uma sociedade inteira estava doente. Como? Dando voz e vez a uma pessoa desprezada por sua condição de ser mulher. Para ela, tocar a veste de Jesus tinha um preço muito alto naquela cultura. Poderia custar a própria vida, afinal, mulheres não podiam tocar homens em público. E aquela mulher ainda era considerada impura por estar sangrando há 12 anos, um perigoso agravante. Onisciente, Jesus soube quem havia tocado em Seu manto. Inclusive, o pronome “quem”, na língua hebraica, é feminino. Mas fez questão de perguntar em público, destacando e levantando aquela mulher que rastejava, em meio a uma multidão, e dando voz a ela: “Vá em paz, e fique livre do seu sofrimento”, disse Jesus. Mas a qual sofrimento Cristo se referia? Com certeza, muito além do físico. Aquela mulher sangrava não apenas fisicamente, mas também na alma. Sangrava por não ser ouvida. Sangrava por não ser considerada gente. Sangrava por ser mulher, numa sociedade patriarcal, preconceituosa e segregadora. E, para Cristo, a cura da dignidade era tão ou mais importante que a cura física. O sangramento na alma daquela mulher ainda é imposto, até hoje, ao universo feminino. Nós, mulheres, ainda ganhamos menos do que os homens nos mesmos cargos. Ainda somos julgadas pelos atributos físicos em vez da nossa capacidade. Para sermos ouvidas, ainda precisamos nos impor e agir de maneira extraordinária. Não fosse Jesus, o sangramento daquela mulher no meio da multidão não teria cessado, porque ela sofria com a enfermidade há 12 anos e isso não incomo10
Cristo se importa com o sangramento de todos os invisíveis dava ninguém. Apenas Cristo se importou. Pois Ele se importa com o sangramento de todos os invisíveis. O mestre usou uma das características mais femininas da mulher – sangrar – para mostrar que, para Ele, não há diferença entre pessoas, seja judeu ou grego, mulher ou homem. A sociedade daquele tempo não compreendia (e ainda hoje boa parte não compreende!) o papel de igualdade que o próprio Deus deu a homens e mulheres na criação. Exemplo claro disso é a ordem dada a ambos: multipliquem-se, encham a terra e administrem-na. Evidentemente, cada um em sua habilidade natural concedida por Deus, o que não significava inferioridade ou menos valia. E foi exatamente isso que Cristo, o filho do Deus que se fez carne, ensinou. Antes mesmo de qualquer militante pelo direito das mulheres, ou mesmo um líder feminista, Jesus foi o primeiro homem a defender o direito da mulher. Analise comigo: Ele deu voz a uma pobre, doente e imunda. Ele ultrapassou a barreira do preconceito daquela época duas vezes ao se dirigir a uma samaritana em público, embora a maioria dos judeus não tivesse trato com es-
trangeiros. Subvertendo a ordem cultural, foi para essa mulher e samaritana que Jesus, pela primeira vez, se identificou claramente como o Messias. Por quê? Jesus mostra em atitudes como enxergava a mulher e o valor dela. Ele não foi influenciado pelo preconceito daquela sociedade. As primeiras testemunhas oculares da ressureição foram duas mulheres: Maria Madalena e a “outra Maria”. Pense como isso é extremamente relevante numa cultura em que mulheres não podiam servir como testemunhas legais. Mulheres nem sequer contavam como números. A tradicional, arcaica e atrasada condenação cultural da mulher devido ao pecado original – que, por sinal, também foi cometido pelo homem, uma vez que houve punição para os dois – foi redimida através de Cristo por um gesto extremamente cuidadoso e delicado: vir ao mundo pelo útero de uma mulher agraciada.
Através do nascimento de Seu filho, Deus demonstrou o valor da mulher
Jesus poderia ter surgido em um cometa, um raio, ou por meio de uma ordem expressa de Deus. Mas não foi assim. Através do nascimento de Seu filho, Deus demonstrou o valor da mulher, a redimiu e devolveu a ela o papel de parceira no Seu Reino. O nascimento virginal de Jesus ainda tem uma referência teológica linda. A genealogia de Cristo é a única a citar mulheres: Raabe, Rute e Tamar. Não era comum na época se contar a genealogia a partir da semente de uma mulher. Mas havia algo de profético nisso, a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. A subversão de Jesus à cultura da época anulou as distâncias e anunciou um mundo sem interdições. Ele ama a todos indistintamente. Então, toque a veste! Erga sua voz!
PATRÍCIA BEZERRA Patrícia Bezerra é pastora, psicóloga, vereadora da cidade de São Paulo e autora da lei que institui o “Parto sem Dor”. É casada com Carlos Bezerra Jr. e mãe da Giovanna e da Giulianna. Prefere a mulher virtuosa à supermulher. Acredita que o protagonismo feminino - defendido por Jesus - é capaz de quebrar paradigmas.
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LIDERANÇA
DE VOLTA PARA O QUARTO O QUE ACONTECE NO LUGAR SECRETO?
m dos desafios que Jesus nos legou para a vida cristã é o registrado em Mateus 6.6: “Tu, porém, quando orares, vai para teu quarto e, após ter fechado a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará plenamente”. E sempre me perguntei: por que o quarto e não outro lugar da casa? Deus é Onipresente, então estará em qualquer lugar. Mas, refletindo sobre o assunto, deparei-me com o fato de que as outras partes de uma casa oferecem para nós muitas distrações. A sala, por exemplo, é o lugar para recebermos visitas, é onde – geralmente – estão a televisão e o telefone, ou onde uma janela pode cativar a atenção das nossas vistas. E a cozinha? Ali há sempre alguma coisa para poder comer, algum cheiro que vai conquistar nosso paladar e nos levar a pensar em outras questões. Em nenhum destes lugares há a possibilidade de cumprir com o princípio que Jesus queria nos ensinar. Quando Cristo fala de entrar no aposento secreto para buscar o Pai, está falando de intimidade. Estar no secreto significa chegar diante de Deus com um único propósito: se derramar! Significa que tudo em você busca a Deus – seu coração inteiro, toda a sua alma, toda a sua mente e força. Às vezes você pode fazer isso sem nem dizer uma palavra. A única coisa que conta para o Pai celestial é que você vá a Ele com o seu todo! No Antigo Testamento, esse lugar secreto era representado por um espaço dentro do Tabernáculo que era totalmente isolado (Êx. 25.8), onde a presença de Deus habitava. E Jesus não só resgata nas Suas palavras a importância de construirmos intimidade com o Pai, de O buscarmos para ouvir e aprender a reconhecer Sua voz, como, através da Sua morte e ressurreição, também nos dá acesso direto a Deus. Não precisamos mais ir até o Tabernáculo! O Senhor, agora, se relaciona conosco no íntimo do nosso quarto, onde podemos ser quem verdadeiramente somos e nos apresentar diante dele com toda sinceridade e singeleza de coração. 12
Estar no secreto significa chegar diante de Deus com um único propósito: se derramar
A oração é uma conversa de duas vias que traz resultados transformadores. O Senhor chama a todos os Seus filhos para uma vida de oração, do mais novo ao mais velho, porque uma das melhores maneiras que podemos usar para melhorar o nosso relacionamento com Ele (e a nossa sensibilidade no espírito) é crescer em oração. Em nossa vida cristã, tudo o que precisamos para conhecê-lo verdadeiramente, experimentar Sua presença e descobrir Sua vontade, depende da qualidade do nosso relacionamento de amor com Deus no secreto. A pessoa que vive nesse lugar terá domínio sobre todos os laços do demônio, todo medo, toda doença e calamidade. O Salmo 91 diz: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará”. “Habitar” significa “viver”. Você vive em seu lugar de oração – no esconderijo do Altíssimo? É ele o seu lar a qualquer hora do dia? Os que estiverem trancados com Deus, derramando sobre Ele a alma, buscando-o em tudo, terão poder, autoridade, força espiritual, alimento para a alma e a mente. Serão guiados por Deus a um lugar de repouso e plenitude espirituais! Hoje vemos que tantas e tantas pessoas estão afastadas do propósito do Criador, com inúmeros complexos, receios e medos, com enormes síndromes e problemas, pura e simplesmente por estarem tão longe desse lugar. O que muitas vezes não vemos é que, quanto mais longe de Deus estivermos, mais haverá em nós con-
flitos. Precisamos voltar para o quarto, voltar a buscá-lo na intimidade. Deus enviou o Seu Filho para nos mostrar o caminho até o lugar onde não há inseguranças, mas apenas a presença de um Criador apaixonado, pronto para nos cuidar e amar. Você tem um lugar de oração? Você possui o hábito de se trancar com Deus? Você deseja ardentemente buscá-lo e invocar o Seu nome? Ao entrar para buscar o Pai em oração, tranque a porta para que nada nem ninguém possa entrar – nada de orgulho, nada de distrações. Tranque-se, literalmente, e leve todo pensamento cativo à obediência de Cristo. Ele não espera que sejamos perfeitos, apenas que recorramos a Sua graça e misericórdia com um coração arrependido e disposto a mudar. Nossa única esperança é voltar a esse lugar restaurado por Cristo na cruz do Calvário. Deus deseja ter intimidade com você, para que Ele possa operar grandes milagres e para que coisas sobrenaturais aconteçam.
KATHREEN LORENA BABORA Kathreen Lorena Babora é pastora da Comunidade da Graça em Londrina e é casada com o pr. Flávio.
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DISCIPULADO
Mãe modelo ou modelo de mãe? correto afirmar que não começamos a vida sozinhos, nós não constituímos nosso “eu” sem interações com o meio social. Portanto, sofremos várias influências significativas em nossa história de vida que se iniciam na família e se expandem na sociedade. De acordo com a “Teoria do Apego” e o seu precursor, John Bowlby, o cuidado materno durante a infância de uma pessoa é primordial para alavancar o seu desenvolvimento emocional até a vida adulta. Ele, e outros estudiosos do comportamento chegam basicamente à mesma conclusão: tudo, absolutamente tudo nas nossas vidas se inicia quando somos crianças. Todos os modelos, referências, inspirações e aprendizados começam a ser registrados na infância. Mamães muitas vezes não calculam o privilégio que a maternidade oferece em termos de formação e integração do pequeno ser que saiu de dentro delas, ou que receberam a oportunidade de cuidar. É óbvio que não temos total controle de tudo o que a criança vai absorver. Mas podemos controlar o que queremos passar. Isso acontece principalmente com as questões relacionadas à autoimagem. O conceito de imagem corporal é a forma de enxergar e sentir o próprio corpo, que começa a ser constituída desde o início da vida pelo olhar da mãe, do pai, pela história familiar e pela própria sociedade, é uma construção em conjunto, portanto social. Mas veja, a mãe é a primeira fonte, a mãe é quem estabelece o vínculo mais forte, a mãe é quem amamenta, a mãe é aquela que nutre, a mãe é quem gera o apego, a mãe é quem viveu a ligação simbiótica com seu bebê. Portanto, mamãe, é o seu olhar que vai influenciar a maneira como a sua filha vê a si mesma! Então, como podemos colaborar na construção de uma autoimagem saudável para nossas filhas? Sim, quero falar especificamente das filhas, porque são as nossas garotas que estão sofrendo absurdamente em função de uma ditatura de beleza feminina imposta por uma sociedade de consumo e por sua idealização de uma imagem corporal inalcançável para a maioria dos mortais. As mulheres, de maneira geral, estão frustradas, mas as garotas, em particular, estão mais que frustradas. Não é raro conversar com adolescentes que estão insatisfeitas com o seu corpo. Recentemente, conversei com uma que estava aos pran14
Garotas que têm relacionamentos fortes e saudáveis com suas mães, têm mais autoconfiança
tos por ter iniciado uma dieta altamente restritiva. Ela relatava que a hora de se sentar à mesa para a refeição havia se tornado o seu pior momento do dia, só tinha vontade de chorar e vomitar, porque a comida era constituída de elementos nada atraentes e saborosos para ela. Estava passando fome e, ao invés de relaxar, passara a pensar muito mais naquilo que não podia comer, e isso tornava tudo muito mais difícil do que realmente era. Ela acrescentou, “eu realmente quero aprender a comer de maneira saudável, preciso perder peso, mas não quero passar fome e ficar triste por isso”. Tudo bem se preocupar com o sobrepeso da sua filha, mas cuidado com o que está impondo sobre o conceito de beleza e sua associação com a magreza. Cuidado para não impor às suas meninas que apenas pessoas magras são saudáveis, felizes, aceitas e bem-sucedidas (as propagandas de maneira geral já pregam demais isso!). Esses podem ser conceitos que você carrega e podem estar te fazendo mal. Se passados adiante, farão mal às suas crianças também. Por isso, talvez o primeiro passo a ser tomado quando você é mãe, deve ser analisar a sua própria relação com a sua imagem e seu corpo. Se você não consegue perceber as preocupações excessivas consigo mesma ou a maneira como se vê, fica mais fácil passar o mesmo conceito distorcido para a sua filha. Vale sempre lembrar que suas ações, e não seu discurso, serão o princípio de ação de sua filha. Portanto, primeiramente, cuide você de se tratar com carinho (não relaxada, nem obsessivamente), aceite suas próprias diferenças ou mude para que você se sinta bem, não por uma imposição externa. As meninas estarão atentas a cada passo que der... Sabendo que as mães, particularmente, têm um impacto claro sobre a construção da imagem física de suas filhas, poderemos concluir que as garotas que têm relacionamentos fortes e saudáveis com suas mães têm maior probabilidade de ter um sentimento de autoconfiança e uma baixa incidência de distúrbios alimentares. O encanto pode enganar, e a beleza logo desvanece. A mulher que merece admiração é a que vive no temor do Senhor! Provérbios 31.30 (A Mensagem)
MARTA FERREIRA Marta Ferreira é pastora da Comunidade da Graça Sede. Lidera o Ministério de Casais juntamente com seu marido, o pr. José Tadeu, com quem tem dois filhos.
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CAPA
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SUELY BEZERRA
elina Guimarães Viana. Provavelmente, a maioria de nós nunca ouviu esse nome e nem o reconhece. Celina era uma professora que vivia na cidade de Mossoró, interior do Rio Grande do Norte. Sua vida não foi cheia de muitas realizações importantes, ela não foi uma mulher famosa e nem teve grandes feitos. Mas seu nome ficou marcado como o da primeira eleitora brasileira. No dia 5 de abril de 1928, 90 anos atrás, Celina dava o primeiro voto de uma mulher no Brasil. Desde então, muita coisa mudou. Hoje, o Brasil tem mais de 144 milhões de eleitores, sua maioria composta por mulheres. E não foi só isso que evoluiu desde a época da primeira eleição de Celina. As mulheres têm tido uma participação muito mais ativa no mercado de trabalho e são maioria nas universidades. Esse parece um retrato muito melhor, mas, mesmo em meio a tantas boas mudanças, a mulher ainda enfrenta discriminação e violência. Seu salário ainda é, pelo menos, 15% menor que o de homens que ocupam os mesmos cargos, a violência doméstica ainda tem níveis abismais, o assédio sexual tem marcado muitas histórias e o feminicídio tem se mostrado uma realidade triste no nosso país – o Brasil tem a quinta maior taxa de homicídios de mulheres.
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Nós somos parte de um corpo que precisa fluir em conjunto para permanecer vivo
Em meio a tudo isso, a luta por igualdade, independência e maior valorização tem levado muitas a uma falsa sensação de liberdade, à perda da sua verdadeira identidade e a uma vida de disputa com os homens. O chamado ao “empoderamento feminino” tem formado mulheres egoístas e exigentes, que trabalham sozinhas e olham somente para o seu benefício. Apesar de ser justo buscar nossos direitos, não é essa vida confusa e cheia de inseguranças que a Palavra nos promete. Foi para liberdade que Cristo nos libertou, não precisamos ser escravas de mais nada (Gl. 5.1)! Essa liberdade vem através do Evangelho. Jesus veio ao mundo parar morrer e nos dar uma vida nova, uma vida diferente. E essa vida não é cheia de diferenças entre uns e outros, mas expressa o valor que todos temos para o nosso Pai. Ele não olha para homens e mulheres em patamares diferentes, olha como Seus filhos, criados para trabalharem juntos, mesmo tendo funções diferentes. O apóstolo Paulo falou um pouco sobre isso em sua carta aos Colossenses: “Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos” (3.11). Jesus veio para derrubar as barreiras que nos separam. O verdadeiro Evangelho liberta os cativos! Nós somos parte de um corpo que precisa fluir em conjunto para permanecer vivo. Por isso, não adianta lutarmos uns contra os outros. Quando homens e mulheres têm firmeza de sua identidade e de
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seu papel no Reino de Deus, podem trabalhar juntos para estabelecer os valores deste Reino na terra. Uma mulher que é verdadeiramente livre e cheia de poder é aquela que é cheia do Espírito Santo e que deixa que o Senhor mostre o seu lugar. Esse lugar não é inferior e nem menor, mas é no centro da Sua boa, perfeita e agradável vontade. Quanto mais cheias do Espírito Santo formos, mais encontraremos a nossa identidade como mulheres do Reino de Deus. Sem necessidade de lutarmos pela nossa posição, sem confusão e sem disputas. Somente com um coração totalmente entregue Àquele que nos ama e que nos formou para cumprir o Seu propósito.
COMO, ENTÃO, DEUS NOS CHAMOU PARA VIVER? Para que possamos viver essa vida livre e abundante preparada por Deus para nós, precisamos ter clareza das nossas atribuições e ter as nossas prioridades em ordem. A mulher hoje tem muitas responsabilidades. Ela cuida da casa, educa os filhos, mantém sua vida profissional, serve a igreja, discipula outras mulheres. Mas todos esses papéis não podem ser cumpridos com excelência se não entendermos o que o Senhor espera de nós. Fomos chamadas para ser cooperadoras de Deus (1Co. 3.9). Como isso se encaixa na nossa realidade diária?
A AUXILIADORA O começo do livro de Gênesis narra a criação. Fala sobre como Deus fez surgir todas as coisas. No capítulo 2, em uma frase, Ele mostra qual a Sua intenção em formar a mulher: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda” (v. 18). Outras versões falam da ajudadora idônea. Idônea é aquela que ajuda, compreende, completa, estimula, que é ombro e coluna, que é fiel e completamente capaz. É difícil imaginar um corpo sem a coluna vertebral, mas assim é uma família que tem uma mulher que não entende o seu papel de ajudadora.
Quanto mais cheias do Espírito Santo formos, mais encontraremos a nossa identidade como mulheres do Reino de Deus 19
Deus nos chamou para sermos mulheres fortes, incansáveis e cheias da Sua presença Isso não nos faz menores ou menos importantes, muito pelo contrário, nos mostra o lugar que é destinado a nós e que ninguém mais pode ocupar. “A mulher sábia edifica a sua casa, mas com as próprias mãos a insensata derruba a sua” (Pv. 14.1). Temos o poder de construir ou destruir, e isso depende de assumirmos o nosso papel e cumpri-lo com a ajuda do Senhor.
A IRREPREENSÍVEL Em sua primeira carta a Timóteo, Paulo diz: “As mulheres igualmente sejam dignas, não caluniadoras, mas sóbrias e confiáveis em tudo” (3.11). Esse texto destaca quatro qualidades importantes de uma mulher irrepreensível: Digna – É ser respeitável, digna de consideração. Isso se expressa na maneira como falamos, como nos portamos e como nos vestimos. A nossa conduta e o nosso proceder devem ser dignos do respeito das outras pessoas. Não caluniadoras – Ser sábia no falar e ter a instrução e a bondade em seus lábios (Pv. 31.26). Não ser caluniadora é não ser fofoqueira, não ficar falando da vida das outras pessoas e não ser maldizente. Uma mulher que não entende o seu papel, gasta seu tempo causando confusão e divisão. Sóbrias – Temperantes, moderadas. Isso envolve, principalmente, os momentos de crise. Muitas vezes, perdemos a paciência por coisas tão pequenas. Conseguimos mudar isso quando nos despimos no velho homem e nos revestimos do novo, quando estamos comprometidas com a Palavra de Deus e com nosso relacionamento com Ele. Confiáveis em tudo – Fidelidade em tudo o que fazemos, cumprir tudo aquilo com que nos comprometemos. A Pa20
lavra fala que aquele que é fiel no pouco, será colocado sobre o muito (Lc. 16.10). Precisamos ser fiéis nas mínimas coisas, até que tenhamos que ser fiéis nas grandes coisas.
A FIRME E INCANSÁVEL No Senhor, nada do que fazemos é em vão. Não podemos nos cansar de fazer o bem: “Sejam fortes e não desanimem, pois o trabalho de vocês será recompensado” (2Cr. 15.7). Deus pede que sejamos perseverantes, porque Ele vai responder à nossa perseverança. Muitas vezes, desanimamos por causa dos desafios e das dificuldades que encontramos no meio do caminho. Precisamos nos lembrar de que as provações que passamos não são apenas sofrimentos, são o aperfeiçoamento do nosso caráter. Deus nos chamou para sermos mulheres fortes, incansáveis e cheias da Sua presença, para que possamos abençoar muitas pessoas. O que vence o mundo é a nossa fé inabalável em Cristo
A VITORIOSA Deus nos fez mais que vencedoras em Cristo. Podemos viver como mulheres vitoriosas, porque Jesus já venceu tudo na cruz! O desânimo e a tristeza podem vir, mas o que faz a diferença é como escolhemos lidar com eles. Quando cremos que o Senhor já nos deu a vitória e vivemos dessa maneira, tudo muda à nossa volta. A mulher foi criada de maneira maravilhosa e com um propósito certo. Não fomos feitas de qualquer jeito por um Deus que não se importa conosco. Fomos formadas pelo nosso Pai de amor. Quando nos colocamos no centro da vontade de Deus, nada em nós é inferior, nossa posição não é menor. O Senhor nunca nos colocaria em um lugar onde não fôssemos valorizadas por aquilo que somos. Ele nos fez assim, femininas, para que possamos cumprir o nosso propósito nesta terra.
Quando nos colocamos no centro da vontade de Deus, nada em nós é inferior, nossa posição não é menor
Uma mulher verdadeiramente livre e cheia de poder é aquela que descobre quem realmente é em Deus, quem foi criada para ser. 21
FATO
SEM CRISTÃOS ATÉ 2030 A NOVA FACE DA PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA
cristianismo, já há bastante tempo, é a maior religião do mundo. Hoje, são mais de dois bilhões de seguidores espalhados pelo globo. Deles, um em cada 12 vive em países onde ser cristão é proibido. E as penas para o “crime” vão de multas até sentença de morte. Com uma população majoritariamente hinduísta, a Índia tem se tornado um desses países. Desde 2014, com a chegada de Narendra Modi ao poder, o nível de perseguição, que já era alto, aumentou ainda mais. Hoje, o governo trabalha, inclusive, com uma meta: tornar todos os indianos seguidores do hinduísmo até 2030, o que coloca os mais de 60 milhões de cristãos do país numa situação bem complicada. Grupos radicais têm usado a violência extrema para cumprir esse objetivo. Muitos ex-hinduístas que se convertem ao cristianismo sofrem preconceito pelos próprios familiares e têm suas vidas colocadas em risco todos os dias, já que o governo faz vista grossa aos casos de agressão. A situação da Índia é preocupante. Hoje, o país ocupa o 11º lugar na Lista Mundial de Perseguição e está em uma condição de perseguição severa aos cristãos. A lista, organizada pela Portas Abertas, conta com mais 49 países, com situações semelhantes ou até piores que a dos cristãos indianos. Em primeiro lugar há 16 anos está a República Popular Democrática da Coreia, mais conhecida como Coreia do Norte. Lá, o povo deve adorar somente à família Kim, que governa o país desde a sua fundação, em 1948. Os cristãos norte-coreanos praticam a sua fé de forma completamente secreta, escondendo-a, inclusive, de suas famílias. Os que são descobertos, acabam indo para os famosos, e também secretos, campos de trabalho forçado, onde são tratados com violência extrema. 22
Apesar do altíssimo nível de perseguição, estima-se que, hoje, cerca de 300 mil norte-coreanos se entregaram a Cristo e se reúnem em igrejas domésticas. A Portas Abertas tem acompanhado a perseguição a cristãos ao redor do mundo desde a década de 1970. A Lista Mundial de Perseguição é uma de suas principais ferramentas e avalia a liberdade que um cristão tem individualmente, em seu relacionamento com a família, em sua comunidade, na nação e na igreja, e checa também a ocorrência de casos de violência. Os países são divididos em quatro níveis de perseguição: extrema, severa, alta e variada. Neste ano, depois da Coreia do Norte, os países que se mostraram mais hostis ao cristianismo são o Afeganistão, a Somália, o Sudão, o Paquistão, a Eritreia, a Líbia, o Iraque, o Iêmen e o Irã. Todos com situações de perseguição severa. Na China, outro país asiático e 43º colocado na lista, o governo proibiu no último mês a venda de Bíblias pela
A questão não parece tão grave quanto a de lugares onde as pessoas perdem a sua vida por causa da fé, mas, ainda assim, é preocupante. Situações de perseguição extrema começam com esse tipo de proibição e acabam levando a cenários muito piores.
O QUE NÓS PODEMOS FAZER? Para nós, cristãos livres – que não enfrentamos nenhum tipo de perseguição ou violência pelo fato de seguirmos a Cristo –, chega a ser difícil imaginar que ainda existem situações como essas, em que ter uma Bíblia pode causar sérios problemas, em que as próprias famílias perseguem e até matam os parentes que se convertem ao Evangelho. Mas não podemos ignorar essa realidade. E, como Corpo de Cristo, também temos um papel neste cenário.
internet. Essa era a única maneira de os cristãos chineses terem acesso à Palavra de Deus.
A PERSEGUIÇÃO NO PAÍS DA COPA A Rússia é o país da vez. Além dos inúmeros comentários sobre o relacionamento do presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder russo Vladimir Putin, e sobre a influência russa na guerra da Síria, o país este ano sediará a Copa do Mundo, o maior evento de futebol que existe. Mas, há um assunto que parece ignorado quando se trata da Rússia. Apesar de não aparecer na Lista Mundial de Perseguição da Portas Abertas, o país não é visto como um lugar seguro para cristãos. Em 2016, por exemplo, Putin assinou uma série de leis, chamadas pelo governo de antiterroristas, que proíbem o evangelismo fora das igrejas. Ou seja, convidar um amigo ou, até mesmo, um estranho, para visitar a sua célula ou para ir a um culto é considerado crime. Muitas pessoas, inclusive, já foram presas por causa da nova legislação.
Muitas organizações têm trabalhado para ser um apoio aos perseguidos, enviando Bíblias e materiais, dando treinamentos, mandando suprimentos e encorajando, como é o caso da Portas Abertas, da Voz dos Mártires e da Missão Mais no Mundo. Através delas, você pode ser uma fonte de amor e suporte, doando para os projetos que alcançam aqueles que vivem em países hostis ao cristianismo. E, o mais importante, lembre-se de orar. Ore pela Coreia do Norte, pela Índia, pela Rússia. Não apenas para que a perseguição cesse, mas para que os nossos irmãos continuem firmes, sejam fortes e corajosos, e para que muitos outros sejam alcançados. Use o leitor de QR Code em seu celular e veja a Lista Mundial de Perseguição 2018
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RECOMENDO
LIVRO
Mulher, cristã e bem-sucedida CAROLYN MCCULLEY E NORA SHANK | EDITORA FIEL
Não é nenhuma novidade que o papel da mulher tem se perdido nos nossos dias. São tantas vozes dizendo tantas coisas, que fica difícil entender o que devemos ouvir, como proceder, a que vozes seguir. Mas, a Palavra de Deus não mudou. Ela continua e sempre vai continuar sendo a mesma, e ela deve ser o nosso guia. Sabendo disso, Carolyn McCulley e Nora Shank levantaram as maiores perguntas das mulheres hoje e colocaram a resposta em um novo livro, “Mulher, cristã e bem-sucedida”. O lançamento da Editora Fiel procura trazer as respostas bíblicas para perguntas como: “O trabalho é apenas para mulheres que precisam de renda?”, “A mulher pode ser feminina, piedosa e, ao mesmo tempo, ter aspirações profissionais?”, “Na visão de Deus, o que difere a mãe que fica em casa da mulher que trabalha fora?”. Uma ótima leitura para mulheres e, também, para homens que procuram ter mais clareza sobre os seus papéis na sociedade.
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FILME
LIVRO
Bases da fé cristã
Eu só posso imaginar
WAYNE GRUDEM | THOMAS NELSON
PARIS FILMES
Quais são os princípios da vida cristã? Por que eles são tão importantes? É a essas perguntas que “Bases da fé cristã”, o novo livro de Wayne Grudem, traz respostas. Com foco total na Palavra, o autor fala sobre vinte conceitos, como trindade e justificação, e procura esclarecer como eles afetam a nossa vida diária.
O mês de maio está cheio de estreias especiais nos cinemas. Entre elas, o filme “Eu só posso imaginar”, que conta a história do vocalista da banda cristã norte-americana MercyMe, Bart Millard, e de seu relacionamento conturbado com o seu pai. Seu clamor para que ele fosse salvo rendeu a famosa música “I can only imagine” e tem um desfecho emocionante.
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APP
Bíblia NVT MUNDO CRISTÃO
A NVT – Nova Versão Transformadora – é a versão recém lançada da Bíblia pela editora Mundo Cristão. Ela usa palavras do português contemporâneo para expressar com fidelidade máxima os textos bíblicos originais. E agora você pode ter mais essa versão da Palavra de Deus no seu celular. O aplicativo da Bíblia NVT conta com versículo do dia, marcações e busca por palavras-chave.
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AMOR QUE TRANSFORMA
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ma das drogas mais viciantes de que se tem notícia, o crack tem feito milhões de vítimas ao redor de todo o mundo. Conhecido como a versão barata e de efeito mais rápido da cocaína, mexe com o sistema nervoso, gerando alucinações, euforia, sensação de prazer, agitação e estado de alerta. No Brasil, mais de 2,6 milhões de pessoas já experimentaram crack pelo menos uma vez na vida. Nosso país é considerado o maior consumidor da droga no mundo, sendo responsável por 20% do consumo. Hoje, são mais de 1,6 milhões de usuários. Eliana era um deles. Nascida em um lar complicado, onde a mãe trabalhava muito e apanhava do marido alcoólatra, ela saiu de casa aos 14 anos e teve seu primeiro contato com as drogas. Da maconha, passou para a cocaína. Daí para o crack foi apenas um salto. Junto do vício, outros hábitos surgiram: roubo, prostituição. “A droga te dá coragem para fazer coisas absurdas”, conta. Ainda adolescente, Eliana acabou engravidando. Nem o fato de estar gerando um bebê conseguiu afastá-la das drogas, ela tentava, mas nunca tinha sucesso. Acabou deixando a filha aos cuidados de sua mãe, já que não queria abandonar tudo o que estava vivendo. Apesar da vida desregrada e de tantos vícios, ela não perdia a fé em um Deus que havia conhecido com a avó, que era missionária: “Naquele fundo de poço, eu tinha certeza de que Deus poderia me tirar daquela situação”. E foi exatamente o que aconteceu. Uma de suas experiências mais marcantes foi quando conseguiu uma grande quantidade de droga e, depois de dez dias seguidos fumando, começou a vomitar um líquido
Eu tinha certeza de que Deus poderia me tirar daquela situação
preto. Sentia uma dor intensa nos seus pulmões e no estômago. Desesperada, Eliana começou a clamar, pedia que Deus não deixasse que ela morresse sem que O conhecesse de verdade. As dores passaram e ela conseguiu voltar a si. Em 2008, acabou presa por alguns meses. Pensou bem enquanto estava encarcerada, queria largar o crack. Mas, assim que saiu, já procurou uma biqueira. Dois anos depois, acabou presa novamente. Dessa vez, as coisas foram diferentes. Eliana tinha planos de voltar às drogas quando saísse, mas acabou conhecendo o pastor Barnabé e sua esposa Flávia na penitenciária. As visitas e conversas geraram nela um desejo de transformação. Ela começou a orar e pedir a Deus que a ajudasse a se livrar do vício. “Eu comecei a ver Deus trabalhando em mim, comecei a mudar”, relembra. Procurava sempre ler a Palavra em sua cela e participava dos cultos semanais. Quando foi para o regime semiaberto e começou a trabalhar, seus planos já eram bem diferentes. Eliana queria guardar dinheiro e recomeçar a sua vida. “Eu sempre me lembrava de uma coisa que a Flávia tinha me dito: ‘Deus vai transformar a sua vergonha em honra, vai te colocar em um lugar de princesa’. E Deus fez isso mesmo”. O tempo foi passando e ela continuava orando. Pedia ao Senhor que só conseguisse a tão sonhada liberdade quando seu sangue estivesse, finalmente, “limpo”, sem vícios, sem abstinência. E o dia, enfim, chegou. Eliana procurou a ajuda da Fundação Comunidade da Graça e conseguiu refazer a sua vida. Hoje, casada e “limpa” já há nove anos, ela continua firme e profundamente grata por ter experimentado tantas mudanças. Faz alguns cursos da FCG para se profissionalizar e especializar. “Me sinto feliz em ver onde estou hoje, poucas pessoas têm uma segunda chance, e eu tive a minha. Deus é perfeito em tudo! Quando Ele faz algo, nunca deixa pela metade, sempre faz o trabalho completo”, celebra.
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REFLEXÃO
A resolução de amar os meus filhos palavra amor é um pronome, significa um sentimento intenso de profunda afeição, um sentimento de apego pessoal, como por um parente ou um filho. Pensamentos iniciais sobre ter filhos tipicamente envolvem fantasias de lindas roupinhas, encontros com amiguinhos e momentos silenciosos e meigos sob a fraca luz de seus quartos. Por isso, pode ser muito duro quando as mães percebem que sua maior prioridade não é compartilhar risadas e bolachas com seus filhos, mas apascentá-los. O trabalho dos pais é liderar seus filhos intencionalmente, guiando-os para tornarem-se homens e mulheres distintos, cheios de integridade, cingidos de responsabilidade e firmemente enraizados em amor e honra ao nosso Deus. Com o nascimento de cada um dos meus filhos, eu percebi cada vez mais a incrível mistura de responsabilidade e privilégio que envolve educar esses garotos. Em meio a dias longos e cansativos, e noites mais longas ainda, ver os meus esforços através das lentes dos frutos eternos começou a mudar a minha perspectiva. Esses garotos, em resumo, são a minha maior maneira de reproduzir a imagem de Deus nesta terra, cumprindo os planos do Pai através de pequenos seres humanos que vão se tornar líderes de suas próprias casas um dia. Nossos filhos e filhas devem ser como “flechas nas mãos do guerreiro” (Sl. 127.4) – afiados, direcionados e enviados ao mundo para cumprir as tarefas para as quais eles foram divinamente criados. Isso não vai acontecer naturalmente. Requer a amável diligência de uma mãe que tem uma resolução: “Eu vou demonstrar aos meus filhos como amar a Deus com todo o seu coração, toda a sua alma e todo o seu entendimento, e vou treiná-los para respeitar as autoridades e viver de forma responsável”. Uma das maneiras de fazer isso é sendo intencional em declarar palavras de afirmação baseadas na Bíblia so28
bre os seus filhos. Eu procuro sempre fazer isso com os meus meninos, usar as frases “você é...”, o que os leva, imediatamente, a tapar os ouvidos e dizer: “Mãe, já chega! Nós ouvimos isso todos os dias!”. É claro que eu peço que tirem as mãos dos ouvidos e escutem enquanto falo quem eles são em Cristo e quem estão se tornando, como homens que viverão de maneira que honra o nome de Jesus. Eles sorriem – entre expressões impacientes – e ouvem até o fim para satisfazer a sua mãe. Eu procuro usar uma compilação de versículos bíblicos, promessas do Senhor que eu parafraseio fazendo afirmações sobre suas vidas. Eu sempre começo do mesmo jeito – frases iniciais que eles já conhecem – mas, então, insiro algo novo. “Você é um homem de integridade e caráter. Você amará o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com todas as suas forças. Você será uma benção para os seus professores e para os seus amigos. Você é um líder e um seguidor.” Eu costumo dizer isso e mais algumas coisas antes que eles peguem suas mochilas e corram para a escola: “Você é um templo do Espírito Santo”, “você é um homem de valor”, “você está cingido de toda a armadura de Deus, então pode suportar as tentações do diabo”, “você bendirá o Senhor em todo o tempo e o Seu louvor estará continuamente nos seus lábios”.
Nossos filhos e filhas devem ser como “flechas nas mãos do guerreiro” (Sl. 127.4) – afiados, direcionados e enviados ao mundo para cumprir as tarefas para as quais eles foram divinamente criados Essa pode ser uma atividade divertida – construir sentenças para declarar sobre os seus filhos (ou, até mesmo, para declarar sobre você mesma) aquilo que você espera que eles se tornem em Cristo. Eles podem até tentar tapar os ouvidos em protesto de vez em quando, mas quem se importa? Eles vão ouvir aquilo que você está dizendo e isso vai criar raízes em suas mentes e corações. Não importa o quanto essa resolução faça você se sentir desafiada e, até mesmo, desencorajada algumas vezes ou quantos anos você pensa que já perdeu, agora é um bom momento para começar. Não importa se você tem filhos pequenos ou adolescentes, sua resolução de ser o tipo de mãe que é diligente e tem um propósito claro vai valer a pena. Todos os dias. Todos os meses. Todos os anos.
PRISCILLA SHIRER Priscilla Shirer é formada em Estudo Bíblico pelo Seminário Teológico de Dallas, EUA, líder do ministério “Going Beyond” (“Indo Além”, em tradução livre) e autora de diversos livros, entre eles “A Resolução de Toda Mulher”. Ela é casada com Jerry Shirer há mais de 18 anos, o casal tem três filhos, Jackson, Jerry Jr. e Jude. 29
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