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VIDA PRESBITERAL SEMINÁRIO
VI - O Sacerdócio
Consagrados pelo Reino.
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Continuamos nossa caminhada na fascinante aventura de descoberta da vocação até a sua concretização segundo a vontade de Deus. No mês anterior falamos sobre o primeiro grau da ordem e nesta edição falaremos sobre o segundo grau da ordem: “Ordo presbyterorum”. Mas porque este sacramento recebe o nome de Sacramento da Ordem? Talvez, no mês anterior, já devíamos ter falado sobre isto mas, se não aconteceu, é porque teria que ser neste mês mesmo. Então vamos lá. A segunda parte do Catecismo da Igreja Católica, se não leu ainda, fazemos um apelo para lê-lo, nos coloca diante da celebração do mistério cristão e nos apresenta os sete sacramentos da Igreja. O artigo 6 nos apresenta o sacramento da ordem. “Ordem na antiguidade designava um corpo constituído”.
Ordenação é a integração em uma ordem. A ordem dos presbíteros. Mas de onde nasceu o sacerdócio católico? Sabemos que no Antigo
Testamento havia uma tribo responsável pelo oferecimento do sacrifício e serviço litúrgico. Sabemos também que o povo do Senhor é um povo sacerdotal. Mas, o sacerdócio hierárquico católico nasceu em uma quintafeira, a Quinta-feira Santa. Era noite, Jesus se reuniu com seus apóstolos, o
Eterno Sacerdote quis ali instituir o sacerdócio para perpetuar sua presença.
“E tomando o pão, deu graças, o partiu e o distribuiu dizendo: - Isto é o meu corpo, que é entregue por vós. Fazei isto em minha memória”(Lc 22,19). São quatro relatos que testemunham este acontecimento. Os três relatos sinóticos e a
Carta aos Coríntios. Nela os gestos e as palavras de Jesus revelam o núcleo sacramental. Jesus não tomou o pão e disse comam, mas Ele disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo... não disse: bebam, mas disse: Tomai, bebei, este é o cálice do meu sangue... aqui estava instituído o sacramento de sua presença perpétua, mas e quem faria? Quem ofereceria o sacrifício? Ele instituiu o sacerdócio dizendo: Fazei isto em memória de mim. Aqui estava apresentado o núcleo do sacerdócio. Sim, ali na última ceia, Jesus ordena os apóstolos. E inaugura um novo sacerdócio. Não mais como no Antigo Testamento. Eis como o ritual de ordenação reza: “Senhor, Pai santo, [...] já na Antiga

“Que alegria quando ouvi que me disseram: ‘Vamos à Casa do Senhor!’” (Sl 121/122,1). Aproveitamos o espaço aqui disponibilizado para um grande convite a todos da Diocese: é de grande alegria para nós, do Seminário Imaculada Conceição, a presença dos fi éis em nossa Casa de Formação para a participação da Santa Missa! Todas as quintas-feiras às 19h30 o Seminário abre as suas portas para receber os fi éis das paróquias para celebrarmos juntos o Santo Sacrifício de Cristo. “A Eucaristia, presença salvífi ca de Jesus na comunidade dos fi éis e seu alimento espiritual, é o que de mais precioso 4 Folha Diocesana de Guarulhos
Aliança se desenvolveram funções sagradas que eram sinais do sacramento novo. A Moisés e a Aarão, que pusestes à frente do povo para o conduzirem e santifi carem, associastes como seus colaboradores outros homens também escolhidos por Vós. No deserto, comunicastes o espírito de Moisés a setenta homens prudentes, com o auxílio dos quais ele governou mais facilmente o vosso povo. Do mesmo modo, as graças abundantes concedidas a Aarão. Vós as transmitistes a seus fi lhos, a fi m de não faltarem sacerdotes, segundo a Lei, para oferecer os sacrifícios do templo, sombra dos bens futuros...”. Mas, para que o sacerdócio ministerial? “O sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio comum, ordena-se ao desenvolvimento da graça batismal de todos os cristãos. É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e guiar a sua igreja. E é por isso que é transmitido por um sacramento próprio, o Sacramento da Ordem.”(CIC 1547). Pela santa ordenação, o presbítero é confi gurado a Cristo cabeça e age como “In Persona Christi”. Sabemos, porém, que o sacerdote é um homem sujeito às fraquezas humanas. Deus o escolheu dentre os homens e não dentre os anjos. “Mas trazemos este tesouro em vaso de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus” (2 Cor 4,7). E o sacramento fi ca prejudicado quando o sacerdote não é santo? Quando não age segundo as exigências do seu ministério, do seu estado de vida? O Catecismo lembra que, mesmo que o sacerdote não tenha uma vida exemplar, o sacramento por ele celebrado tem sua validade e efi cácia. Sabemos que, assim como o sacramento do batismo, o sacramento da ordem confere um caráter indelével. Quem o recebe, o recebe uma vez para sempre. Feito ministro de Cristo “para servir de instrumento em favor da sua Igreja. Pela ordenação recebe-se a capacidade de agir como representante de Cristo, cabeça da Igreja” Que grande graça é ser chamado a este ministério. Trata-se de uma eleição mesma de Deus. Não sabemos os critérios dos quais Ele se utiliza para o chamado. O certo é que, é uma vocação! E os que são chamados devem estar conscientes de que sua vida não mais lhes pertence. A vida deve ser também sacrifi cada junto ao Grande Sacrifício do altar. Um sacerdote deve ser hóstia também imolada. Sua vida, como incenso oferecido na Santa Missa, se queima para perfumar a vida dos fi éis. Em síntese, o padre é feito tudo para todos. “tornei-me tudo para todos, para de alguma forma salvar a muitos.” (1 Cor 9,22) Em sua paróquia tem um sacerdote? Louve e agradeça a Deus. Ele não é o melhor sacerdote do mundo? Seja compreensível e reze para que seja santo. Os sacerdotes carecem de orações, carecem de pessoas que se interessem por suas vidas e por suas dores. Carecem de amigos que lhe ofereçam ombros para chorar suas dores. Ofereça orações e colabore também com seu padre em sua paróquia. Senhor, enviai muitas e santas vocações sacerdotais para nossa Igreja. Sacerdotes segundo o Teu coração.
Pe. Cristiano Sousa
Representante dos Presbiteros VOCAÇÃO E SEMINÁRIO
pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da história” expressa São João Paulo II na Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia. De fato, não pode existir uma vida espiritual sem a participação na Eucaristia – é ela que motiva e impulsiona a comunidade na vida da missão e da santidade. O Papa Francisco, recentemente na Carta Apostólica Desiderio desideravi, relembra que “não poderíamos ter outra possibilidade de um verdadeiro encontro com Jesus senão na comunidade que celebra”. Por isso, reiteramos o convite do Seminário: venha participar de nossas Santas Missas às quintas-feiras às 19h30 – se chegar mais cedo, às 18h30, temos Adoração ao Santíssimo Sacramento. Aproveite venha também no primeiro sábado de cada mês, às 9h, para a Santa Missa dos Amigos do Seminário. É uma alegria termos a sua presença conosco na Casa do Senhor no Coração da Diocese.